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1 Custo Total de Propriedade: Estudo de Caso em Caminhão (Raçãozeiro) Utilizado na Cadeia de Suprimentos da Suinocultura Tiago Francisco de Camargo Mestrando em Ciências Contábeis e Administração PPGCCA/UNOCHAPECÓ E-mail: [email protected] Rodney Wernke Doutor em Engenharia de Produção/UFSC PPGCCA/UNOCHAPECÓ E-mail: [email protected] Antonio Zanin Doutor em Engenharia de Produção/UFRGS PPGCCA/UNOCHAPECÓ E-mail: [email protected] Gilvane Scheren Mestrando em Ciências Contábeis e Administração PPGCCA/UNOCHAPECÓ E-mail: [email protected] Área Temática: Contabilidade para usuários internos. RESUMO Objetivo principal desta pesquisa foi propor um modelo de mensuração do Custo Total de Propriedade (CTP) que permitisse comparar duas marcas diferentes de veículos “raçãozeiros” que são utilizados no transporte de insumos da cadeia produtiva de suínos. Quanto aos aspectos metodológicos, a pesquisa pode ser caracterizada como descritiva, documental, qualitativa e estudo de caso. O modelo aplicado para atender o objetivo do estudo foi proposto por Ellram e Siferd (1993) e consiste no mapeamento do ciclo de vida do produto por meio de seus elementos pré-transacionais, transacionais e pós-transacionais. Com base nos resultados da pesquisa foi possível concluir que os fatores pré-transacionais da decisão de compra do caminhão “raçãozeiro” representam apenas 20,21% para o modelo da Volkswagen e 18,55% para o modelo Ford, em relação ao CTP que a empresa terá no transcorrer da vida útil prevista para os dois veículos. Com isso, os elementos transacionais e pós-transacionais representaram entre 79,79 % e 81,45 % do custo total previsto. Com isso, confirmou-se a relevância de ampliar a análise da aquisição de um bem para além do custo de compra. Palavras-chave: Custo total de propriedade. Caminhão. Suinocultura. 1. INTRODUÇÃO Após a eliminação parcial das barreiras entre os diferentes mercados internacionais e o crescente desenvolvimento tecnológico, os negócios enfrentam um acirramento da competição. Isso obriga as empresas a se adaptarem a novas demandas específicas da clientela e inovar buscando a fidelização através da estratégia de serviços personalizados para conquistar e manter

Custo Total de Propriedade: Estudo de Caso em Caminhão … para Usuários... · Siferd (1993) e consiste no mapeamento do ciclo de vida do produto por meio de seus elementos pré-transacionais,

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Custo Total de Propriedade: Estudo de Caso em Caminhão (Raçãozeiro) Utilizado na

Cadeia de Suprimentos da Suinocultura

Tiago Francisco de Camargo

Mestrando em Ciências Contábeis e Administração

PPGCCA/UNOCHAPECÓ

E-mail: [email protected]

Rodney Wernke

Doutor em Engenharia de Produção/UFSC

PPGCCA/UNOCHAPECÓ

E-mail: [email protected]

Antonio Zanin

Doutor em Engenharia de Produção/UFRGS

PPGCCA/UNOCHAPECÓ

E-mail: [email protected]

Gilvane Scheren

Mestrando em Ciências Contábeis e Administração

PPGCCA/UNOCHAPECÓ

E-mail: [email protected]

Área Temática: Contabilidade para usuários internos.

RESUMO Objetivo principal desta pesquisa foi propor um modelo de mensuração do Custo Total de

Propriedade (CTP) que permitisse comparar duas marcas diferentes de veículos “raçãozeiros”

que são utilizados no transporte de insumos da cadeia produtiva de suínos. Quanto aos aspectos

metodológicos, a pesquisa pode ser caracterizada como descritiva, documental, qualitativa e

estudo de caso. O modelo aplicado para atender o objetivo do estudo foi proposto por Ellram e

Siferd (1993) e consiste no mapeamento do ciclo de vida do produto por meio de seus elementos

pré-transacionais, transacionais e pós-transacionais. Com base nos resultados da pesquisa foi

possível concluir que os fatores pré-transacionais da decisão de compra do caminhão

“raçãozeiro” representam apenas 20,21% para o modelo da Volkswagen e 18,55% para o

modelo Ford, em relação ao CTP que a empresa terá no transcorrer da vida útil prevista para os

dois veículos. Com isso, os elementos transacionais e pós-transacionais representaram entre

79,79 % e 81,45 % do custo total previsto. Com isso, confirmou-se a relevância de ampliar a

análise da aquisição de um bem para além do custo de compra.

Palavras-chave: Custo total de propriedade. Caminhão. Suinocultura.

1. INTRODUÇÃO

Após a eliminação parcial das barreiras entre os diferentes mercados internacionais e o

crescente desenvolvimento tecnológico, os negócios enfrentam um acirramento da competição.

Isso obriga as empresas a se adaptarem a novas demandas específicas da clientela e inovar

buscando a fidelização através da estratégia de serviços personalizados para conquistar e manter

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o cliente (KRAJNC; LOGOZAR; KOROSEC, 2012). Com isso, cabe às unidades produtoras

procurar alternativas que auxiliem na redução dos custos agregados, com objetivo de manter ou

aumentar as margens de contribuição sobre seus produtos e consequentemente os lucros. Para

tanto, em ambientes de alta competição a gestão da cadeia de suprimentos e seu mapeamento

podem oferecer subsídios para redução de custos, originar novas modalidades de receitas e

aumentar os lucros (HENDRICKS; SINGHAL, 2001).

Para tal finalidade, Zeng e Rosseti (2003) aduzem que uma das formas de avaliar a

pertinência dos custos é analisar a cadeia de valor. Borinelli e Rocha (2004) explicam que a

análise de custos da cadeia de valor precisa ser realizada a partir de conceitos mais amplos que

apenas o “valor adicionado”, devendo identificar custos e resultados em relação às atividades

relevantes de todos os principais integrantes da cadeia. Atkinson et al (2000, p. 676) corroboram

com esse entendimento quando defendem que é necessário “entender os custos do ciclo de vida

total de produtos ou serviços e sua relação com os custos incorridos antes, durante e após o

ciclo de fabricação”. Destarte, se amplia o escopo aos tomadores decisões para que, de maneira

mais realista, tenham melhores possibilidades de analisar os custos totais de um produto.

Além disso, Soutes (2007) assevera que acompanhando o processo de evolução

tecnológica e comercial advinda da globalização, com a passar dos anos surgiu a necessidade

de se analisar melhor os custos e margens dos produtos. O conjunto de análises utilizado para

essa finalidade passou a ser conhecido como Gestão Estratégica de Custos, a qual contempla

vários artefatos de gestão como a “Mensuração e Gestão de Custos da Qualidade”, “Análise da

Cadeia de Valor”, “Análise de Custos de Concorrentes”, “Custeio Alvo”, “Gestão e Custeio

Baseado em Atividades” e “Custo Total de Propriedade”.

Em relação a este último, também conhecido como Total Cost of Ownership (TOC), é

considerada uma metodologia eficaz para se aprimorar a avaliação acerca do custo de um

determinado produto ou ativo. Acerca disso, Ellram (1995) comenta que o Custo Total de

Propriedade (CTP) é um método de avaliação que analisa fatores além de apenas os

componentes do preço de compra de um produto ou serviço. Assim, permite inferir sobre custos

ocultos ou não visualizados pelo consumidor em um primeiro momento devido à complexidade

de eventos necessários que são demandados para manter tal ativo. Ou seja, muitas vezes alguns

fatores não são computados quando da tomada de decisão de compra pela falta de informações

disponíveis no mercado para uma projeção dos custos futuros. Contudo, independentemente da

assimetria informacional, posteriormente esses gastos irão compor os custos totais do produto.

Nesse rumo, estima-se que o custo de compra do produto representa somente 25% a 35% dos

custos totais do mesmo (TIBBEN-LEMBKE,1998).

Provavelmente essa diferença entre o custo de aquisição e o custo total de propriedade

também se faz presente no âmbito dos veículos utilizados no transporte da ração consumida na

suinocultura, que requer o uso de caminhões com equipamentos especialmente formatados para

tal atividade. Diante desse contexto surge a pergunta orientadora desta pesquisa: como

mensurar o Custo Total de Propriedade (CTP) dos caminhões “raçãozeiros” (veículos

equipados para transporte de ração) utilizados na cadeia produtiva da suinocultura? A partir

dessa questão de estudo pretende-se confirmar ou refutar dois pressupostos: (i) o valor do custo

total de propriedade desse tipo de caminhão ao longo do ciclo de vida respectivo tende a ser

muito diferente do valor do custo de aquisição inicial e (ii) a proporção entre o custo total de

propriedade e o custo de compra inicial se mantém, independente da marca escolhida. Então,

com base no exposto foi estabelecido como objetivo da pesquisa elaborar um modelo de

mensuração do CTP que permita comparar duas marcas diferentes de veículos “raçãozeiros” a

serem utilizados no transporte de insumos da cadeia produtiva de suínos.

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Estudos com esse foco se justificam por dois ângulos: a relevância econômica da

atividade suinícola no estado de Santa Catarina e a escassez de publicações que abordam o

custo total de propriedade nesse ramo do agronegócio. Em relação ao primeiro aspecto, os

suinocultores catarinenses foram responsáveis pela exportação de U$ 89.462.748,00 somente

no primeiro trimestre de 2016, representado um crescimento de 19,62% em comparação com o

mesmo período de 2015 (ACCS, 2016).

No que concerne ao segundo ponto, os estudos de Ellram (1993 e 1994), Sakurai (1997),

Rocha (1999), Borinelli e Rocha (2004), Roodhooft, Abbeele e Peeters (2005), Bezerra e

Nascimento (2005), Zachariassen e Arlbjorn (2011) apresentaram aplicações do Custo Total de

Propriedade relacionadas a modelos de utilização nos departamentos e ou processos de compras

e avaliação de fornecedores. Entretanto, nenhuma destas pesquisas se referiu, especificamente,

a equipamentos utilizados no transporte no âmbito do agronegócio, o que evidencia uma lacuna

de pesquisa a ser melhor explorada.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Conforme Shank e Govindarajan (1997), a Gestão Estratégica de Custos (GEC) fornece

uma visão ampla dos custos da organização, tanto internamente quanto externamente, de tal

forma que aumenta a vantagem competitiva da empresa. Nesse sentido, o Custo Total de

Propriedade (CTP) é um dos conceitos que integram a Gestão Estratégica de Custos (GEC) que

tem por objetivo reconhecer e mensurar os custos de um produto desde a compra até o descarte,

incluindo itens complementares necessários ao funcionamento do produto principal (SOUTES,

2007). Ainda, conforme Silva et al (2014) o CTP permite identificar, analisar e interpretar as

características dos custos, possibilitando analisar e auxiliar os tomadores de decisão.

Diante da necessidade de se conhecer e obter uma projeção dos custos que incorrerão

no produto ao longo de toda sua vida útil, inclusive no momento do descarte, Ellram e Siferd

(1998) recomendam que seja utilizado o CTP. Os referidos autores aduzem que esta é uma

abordagem estruturada para se determinar os custos totais associados à aquisição, utilização e

descarte de determinado bem ou serviço de determinado fornecedor. Nesse caso, trata-se de um

enfoque abrangente, que vai além do preço pago na aquisição, pois considera vários outros

custos (como assistência técnica, custo de falhas, manutenção e custos do ciclo de vida).

Ellram (1995) explica que CTP é uma complexa abordagem que requer que os

compradores determinem quais custos consideram mais importantes ou significativos no

momento da tomada de decisão em adquirir um bem, assim como na posse ou durante o uso de

um determinado produto ou serviço. Argumenta, ainda, que este método de avaliação de ativos

é muito mais que apenas um artefato de gestão, é uma filosofia gerencial.

Nessa direção, a complexidade para compreender como os custos se comportam por

meio de uma visão gerencial e entender como se organizam as cadeias de suprimentos, essa

ferramenta apresenta eficiente organização dos dados projetados dos custos totais de um

negócio ou de um ativo em específico. Isso é pertinente porque o contexto global permite

visualizar se é possível ganhar economia de escala nos custos agregados de uma decisão entre

opções de compra distintas. Para tanto, é relevante que as alternativas de aquisição devam ser

avaliadas não somente pelo preço inicial do bem ou serviço, mas pelo custo total de

propriedade. Assim, é válido adotar como princípio norteador da decisão de compra que a

análise envolva também os custos associados ao ciclo de vida do bem (SILVA et al., 2014).

Soutes (2007) manifesta que a tendência do uso deste artefato é para os chamados bens

de capital por possuírem uma vida útil superior à dos chamados bens de consumo, além do fato

de que os preços de aquisição dos bens de capital são normalmente mais elevados, necessitando

de melhor avaliação e planejamento para a tomada de decisão de compra e dos meios de

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pagamento a serem utilizados. Por sua vez, Moreira (2007) assevera que o CTP é uma

metodologia que pode ser aplicada a qualquer modalidade de compra, já que os elementos de

custos podem ser únicos ou exclusivos para determinadas atividades que se deseja adquirir. De

forma mais específica, Heilala, Montonen e Helin (2007) consideram que o CTP deve incluir

todos os custos diretos e indiretos que serão incorridos ao longo de todo o ciclo de vida de um

ativo, incluindo aquisição, contratação, operação, manutenção e gestão do fim da vida útil

(descarte).

Vários autores apresentam definições sobre o conceito de CTP sendo que, em geral,

enfatizam a necessidade de que a gestão se concentre na redução dos custos de um bem ou

serviço, evidenciando que o objetivo do CTP é obter o controle ou conhecimento total dos

custos a serem incorridos durante o ciclo de vida de um produto. Dessa forma, auxiliarão o

gestor da empresa na avaliação de seus investimentos, melhorando suas estratégias e

possibilitando obter vantagens competitivas perante concorrentes (WANTROBA;

SCANDELARI, 2007).

Por outro lado, Barringer (1998) aduz que os custos de aquisição são amplamente

utilizados como critério principal (muitas vezes até como o único) para orientar decisões de

compra de bens e serviços. Parte-se do pressuposto de que o mais barato é sempre a melhor

alternativa. Custos de aquisição de fato constituem um critério bem simples e fácil de se utilizar.

Porém, é preciso considerar que frequentemente o preço conduz a decisões financeiras

desastrosas no longo prazo.

2.1 CTP para tomada decisão

A complexidade da mensuração do CTP é ampliada pela falta de informações precisas

do mercado ou do controle interno da empresa, bem como pela cultura organizacional motivada

pela preferência do comprador por determinadas marcas. Esses aspectos tendem a se constituir

como relevantes barreiras para a aplicação da metodologia do CTP em uma organização,

conforme apontado por Ellram e Siferd (1998).

Brickman et al. (2004) citam que para se realizar uma análise de CTP é necessário

considerar todos os custos diretos e indiretos, incluindo o preço de aquisição de um produto ou

serviço, prazo de entrega, frete, custos adicionais da operação e custo da manutenção e

produção durante todo o ciclo de vida. Essas características são determinantes de custos, dado

que influenciarão direta ou indiretamente os gastos que o consumidor terá com o produto

adquirido. A intensidade da utilização, frequência, tempo de uso, ambiente em que o produto

será utilizado e forma de utilização são exemplos de fatores que influenciarão a análise do CTP.

O consumidor, muitas vezes, apresenta dificuldade na obtenção de informações a respeito dos

custos que incorrerão após a aquisição do produto, baseando sua decisão estritamente ao preço

do produto, o que pode levar a decisões equivocadas.

As análises de CTP têm diversas finalidades, como ressaltado por Borinelli e Rocha

(2004). Ou seja, permitem fazer previsões a respeito de custos a serem incorridos ao longo do

ciclo de vida do produto, possibilitando desde melhorias no projeto do produto até a

implementação de estratégias de marketing, em relação à ênfase aos baixos custos que tal

produto proporcionará ao consumidor ou cliente no transcorrer da vida útil deste. Portanto,

trata-se de um conceito com foco na aquisição do produto por parte do consumidor ou cliente,

mas que pode ser alvo de gestão por todos os usuários envolvidos na cadeia de valor, como

fornecedores, produtores e consumidores/clientes.

Para Wynstra e Hurkens (2005), com a aplicação do CTP nas decisões de compra o

cliente/comprador pode diminuir custos futuros, já que há a preocupação com a redução de

custos e melhoria da produção com a gestão estratégica de compras. Neste sentido, Ferrin e

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Plank (2002) sugerem que os gestores de compra devem adotar uma perspectiva de longo prazo

e não de curto prazo (perspectiva inicial) para uma acurada avaliação das opções de aquisição.

Ellram e Siferd (1993) apresentaram uma forma lógica de elaborar uma visão sobre os

fornecedores no âmbito do CTP através da identificação da ordem em que ocorrem os fatores

de originam o consumo de recursos de uma empresa. Esse modelo sugere a classificação das

atividades relacionadas com os fornecedores em três níveis: pré-transacional, transacional e

pós-transacional. No primeiro nível cabe identificar as necessidades de aquisição, investigar as

fontes de fornecimento, qualificar as fontes, aumentar o rol de fornecedores e a educação (de

fornecedores para a empresa e da empresa para fornecedores). No nível “transacional”,

referidos autores defendem que devem ser considerados aspectos relacionados com os gastos

vinculados a preço de compra, colocação em funcionamento, entrega (frete e forma de

transporte), taxas ou encargos fiscais, forma de faturamento (taxa de juros e prazos), inspeção,

possibilidade de devolução e assistência técnica. No que concerne ao nível “pós-transacional”

é pertinente que sejam considerados aspectos como produto saindo de linha (obsolescência),

produtos com defeitos, falhas de campo, reparo e disponibilidade de peças de reposição,

goodwill do cliente, custos de manutenção do bem e custo das peças para manutenção.

Para Schmidt et al. (2013) as três ideias fundamentais em torno das mais variadas

definições para CTP são de que (i) a decisão de custo deve ser analisada a partir de uma

perspectiva de longo prazo, e não apenas pelo preço inicial; (ii) o departamento de compras

deve avaliar o contexto dos efeitos como um todo, inserindo na análise a relação

custo/benefício, aspectos financeiros etc.; (iii) a área de compra precisa enxergar a empresa

como um todo e identificar como suas decisões se refletem neste contexto.

2.2 Pesquisas anteriores assemelhadas

Com o fito de conhecer trabalhos anteriores que versaram sobre o tema em lume no

âmbito do agronegócio e/ou veículos foram realizadas buscas on-line, em agosto de 2016, nas

plataformas de pesquisa “Portal de Periódicos Capes”, “EBSCO (Business Source Complete)”,

“Web of Science” e “Science Direct”. Nessas pesquisas foram empregadas as palavras-chave

“Custo total de propriedade, agronegócio*”, “CTP, veículos*”, “Total Cost of Ownership,

agribusiness*” e “TOC, vehicles*”, onde a inclusão do asterisco (*) visava ampliar a busca

para derivações das palavras (como “Cost”, “Costing” ou “Methodology”, por exemplo).

Das buscas nas bases de dados citadas resultaram 122 artigos com aplicações sobre CTP

em distintas abordagens. Contudo, ainda são escassos os artigos sobre essa temática aplicada a

veículos. Nesse sentido, é válido destacar as contribuições de Ellram (1995), Ellram e Siferd

(1998), Ferrin e Plank (2002), Brickman et al. (2004), Borinelli e Rocha (2004), Wynstra e

Hurkens (2005), Bezerra e Nascimento (2005), Hamza, Wang e Bidanda (2007), Heilala,

Montonen e Helin (2007), Wantroba e Scandelari (2007), Gilmore e Lester (2013), Schmidt et

al. (2013), Silva et al. (2014), Wernke (2015) e Wu, Inderbitzin e Bening (2015).

Com base no exposto, detectou-se uma lacuna de pesquisa sobre aplicações do CTP no

contexto da aquisição de veículos e/ou de equipamentos especificamente voltados para o

agronegócio, que se pretendeu contribuir para minimizar por intermédio deste estudo.

3. METODOLOGIA

Esta pesquisa caracteriza-se como descritiva, documental e qualitativa. Quanto aos

objetivos descritivos, procura-se evidenciar as características de uma determinada população

ou de um fenômeno, procurando estabelecer relações entre as variáveis. Esta técnica

caracteriza-se pelo uso de coleta de dados padronizados, seja através da observação de fatos,

registros ou produto das análises destes. Ainda, é importante lembrar que o pesquisador não

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interfere ou influencia os dados e preocupa-se em descrever os dados na realidade em que são

e não como deveriam ser (ANDRADE, 2002).

No que tange ao problema de pesquisa, pode-se classificá-la como qualitativa, pois

conforme Richardson (1999), os estudos qualitativos podem descrever a complexidade de um

problema e analisar a interação entre as variáveis e, desta maneira podem contribuir com o

processo de mudança de determinado grupo. Referido autor ainda destaca que a principal

diferença entre esta abordagem e a quantitativa é que a qualitativa não utiliza ferramentas

estatísticas para analisar o problema pesquisado.

A estratégia de pesquisa adotada é o estudo de caso, procedimento que para Gil (1999)

caracteriza-se pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, permitindo

ampliar o escopo de informações sobre o objeto de pesquisa. Nesta abordagem apresenta-se

uma riqueza de informações detalhadas para uma possível resolução do problema estudado

(BRUYNE; HERMAN; SCHOUTHEETE, 1977). Para Yin (2002) este tipo de estudo ajuda a

compreender fenômenos sociais complexos e permite investigar características holísticas e

significativas da vida real.

A fim de manter o rigor metodológico do estudo de caso, Yin (2002) salienta que deve

ser proposto uma triangulação dos dados com objetivo de verificar sua consistência, sendo que

neste estudo a coleta de dados ocorreu através de entrevista não estruturada, pesquisa

documental e observação. Para Boni e Quaresmo (2005), a entrevista semiestruturada

caracteriza-se por um conjunto de questões previamente definidas, em uma abordagem

semelhante a uma conversa informal, onde o entrevistador fica atento para dirigir a discussão

para o assunto que o interessa, sendo que se necessário poderá complementar com perguntas

adicionais. Já a pesquisa documental difere-se da pesquisa bibliográfica pela natureza das fontes

que utiliza, pois a pesquisa documental usa fontes de dados que ainda não receberam tratamento

analítico e podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa (GIL,1999). Para

Raupp e Beuren (2008) a prática desta abordagem se justifica no momento em que se pode

organizar as informações encontradas em fontes dispersas e conferindo-lhe uma nova

importância como fonte de pesquisa.

Destarte, foram realizadas entrevistas por meio de questionário semiestruturado com os

gestores de uma empresa do segmento de transporte rodoviário de cargas que atua há 19 anos

na cadeia produtiva de uma grande agroindústria da região oeste de Santa Catarina e que

contava à época da pesquisa (julho de 2016) com uma frota de 20 veículos. Posteriormente

realizou-se uma análise documental dos registros contábeis e foram obtidas informações

adicionais em sítios eletrônicos diversos (Volkswagen/Man Latino-americana, Secretaria da

Fazenda de Santa Catarina, Departamento Estadual de Trânsito Santa Catarina, Fundação

Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE, Banco Nacional do Desenvolvimento - BNDES,

Agência Nacional do Petróleo - ANP, HDI Seguradora, Agência Nacional de Transportes

Terrestres – ANTT). Ainda, para tabulação dos dados coligidos foram usadas planilhas Excel®.

Quanto às características relativas ao tipo de veículo e à finalidade de seu uso, referido

bem destina-se ao transporte de ração do fornecedor (agroindústria) até os produtores rurais.

Para tanto, o trajeto envolve a movimentação de carga por locais com relevo bem acidentado

(inclusive com serras), estradas com asfalto e de terra no mesmo percurso. Além disso, por

tratar de matéria-prima para ativos biológicos é exigido em contrato de prestação de serviço um

veículo que possua as seguintes peculiaridades: “traçado”, tipo “8x4” ou “6x4”, com menos de

cinco anos de uso, que possua seguro (ao menos de responsabilidade civil) e possa trabalhar em

até dois turnos diários, conforme demanda informada pela organização contratante

(agroindústria).

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4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Para suprir a necessidade de uma demanda específica, como esta do transporte de ração

de suínos, no mercado regional (oeste de Santa Catarina) costumam ser priorizados dois

modelos/marcas de caminhão: “VW Constellation 26-280” e “Ford 2629”. Contudo, nesse

estudo se optou por descrever apenas a mensuração do custo total de propriedade do caminhão

“VW Constellation 26-280” considerando sua utilização no contexto do transporte do insumo

“ração” das agroindústrias para os produtores rurais da região em tela, por restrição de espaço

no texto. Entretanto, ao final do estudo também são evidenciados os resultados do caminhão

Ford, de forma comparativa. Nesse rumo, foram obtidos os dados para os três níveis (ou etapas)

propostos por Ellram e Siferd (1993), conforme destacado nas próximas seções.

4.1 Elementos pré-transacionais

Inicialmente foram apurados os dados relacionados à fase pré-transacional, cujo

detalhamento está evidenciado na Tabela 1. Tabela 1 - Elementos Pré-transacionais

ITENS VEÍCULO (A) EQUIPAMENTO (B) Origem dos Dados

Descrição Caminhão Pratice Alumínio -

Silo graneleiro

Site Montadora VW

Site Fabricante Triel

Marca Volkswagen TRIEL HT -

Categoria Semipesado - Site Montadora VW

Ano/Modelo 2016/2017 2016 Site Montadora VW/Triel

Potência 26-280 - Site Montadora VW

Capacidade de Carga (kg) 23.000 15.000 Site Montadora VW/Triel

Sistema Ecológico EGR Não se aplica Site Montadora VW

Autonomia Carregado 3,00 km/litro Não se aplica Site Montadora VW

Combustível (S50) R$/litro R$ 3,05 Não se aplica Site Anp.gov.br

Quilometragem média/mês 10.000 km - Experiência Transportadora

Vida útil estimada (anos) 5 - Contrato Terceirização

Código Tabela FIPE 515143-0 - Fipe.org.br

Valor do Bem à Vista R$ 274.950,00 70.000 Fipe.org.br/Triel

Valor do Frete Fábrica R$ 3.000,00 - Experiência Transportadora

Custo de Compra R$ 277.950,00 70.000,00 (Cálculo)

TOTAL (Veículo + Silo) R$ 348.950,00 (Cálculo)

CRLV R$ 127,87 - Detransc.gov.br

DPVAT R$ 110,38 - Detransc.gov.br

IPVA R$ 2.789,5 - Sefazsc.gov.br

RCNTT R$ 75,15 - Antt.gov.br

Vistorias, Placas, Lacre R$ 240,00 - Detransc.gov.br

Seguro R$ 6.979,01 - hdi.seguros.com.br

Valor do 1º Emplacamento R$ 10.321,90 (Cálculo)

CTP = conjunto + documentos R$ 359.271,90 (Cálculo)

Fonte: Dados da pesquisa.

A partir da decisão de qual é o modelo de veículo mais adequado para atender a demanda

em tela é necessário considerar as propostas quanto à forma de aquisição dos bens. Neste estudo

de caso foram abrangidas as modalidades de “ CDC – crédito direto ao consumidor/Bradesco”

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e “FINAME – financiamento de máquinas e equipamentos/BNDES”, que foram simulados nos

sites das instituições financeiras citadas e sintetizados na Tabela 2. Tabela 2 - Elementos pré-transacionais - decisão sobre financiamento

Itens CDC-Bradesco BNDES Origem dos dados

(-) Entrada – VP R$ 27.895,00 14.000 Transportadora e Bancos

TAC R$ 1.500,00 1.000 Transportadora e Bancos

Taxa Juros Nominal (a.m.) 0,99% 0,065% Condições do Mercado

(=) Valor Financiável (90%) R$ 252.555,00 57.000 Transportadora e Bancos

Quantidade de Parcelas 60 60 Transportadora e Bancos

Valor da prestação R$ 7.601,64 1.401,36 Transportadora e Bancos

Taxa efetiva de juros (a.m.) 1,34% 0,792% Transportadora e Bancos

Valor de Juros + Comissões R$ 203.543,14 27.081,72 Transportadora e Bancos

Valor Despesas Financeiras R$ 230.624,90 (Cálculo)

Montante (Capital + Juros) 456.098,14 84.081,72 Transportadora e Bancos

Entrada com recursos Próprios 27.895,00 14.000,00 Transportadora e Bancos

483.993,14 98.081,72 (Cálculo)

CTP – Pré-transacional R$ 582.074,86 (Cálculo)

Fonte: Dados da Pesquisa

Na Tabela 1 estão apresentadas as principais características do conjunto necessário para

prestar o serviço citado, ou seja, um modelo de veículo (caminhão) e de equipamento (silo

graneleiro), em conformidade com as necessidades da firma que terceiriza o serviço de

transporte de ração. Para tanto, todas as especificações técnicas foram extraídas do site das duas

fabricantes (Volkswagen/Man e Triel) e confirmadas tais especificações numa entrevista com

o proprietário da transportadora.

Com relação às especificidades do caminhão em lume, trata-se de um modelo 6x4, com

autonomia média (carregado/vazio) de 3 km/litro em serviço “severo”. Quanto à quilometragem

por mês, esta foi estimada em cerca de 10.000 km, de acordo com os registros da transportadora,

de vez que os contratos não estabelecem quilometragem mínima (ou obrigatória) por parte da

contratante do serviço. Por outro lado, no quanto ao preço do combustível, este foi determinado

pela média dos postos da região oeste de Santa Catarina, conforme disposto no site da ANP,

em agosto de 2016.

Como visto na Tabela 1, após identificar a necessidade de determinadas características

técnicas, investigar as fontes de fornecimento e qualificá-las, partiu-se para a apuração do preço

de compra inicial dos bens. No caso do caminhão, nesta pesquisa foram considerados os valores

de mercado (baseados na tabela FIPE) para identificar o valor do veículo novo (zero Km) e os

valores do mesmo bem com um, dois, três, quatro e cinco anos de vida útil. Com isso, estimou-

se o valor da “depreciação” por intermédio da atualização ao valor de mercado do caminhão

após cada ano de utilização, bem como foi estimado o “valor residual” a ser obtido quando da

venda/descarte do bem.

Contudo, para Martins (2009), ao custo inicial devem ser apropriados todos os gastos

relativos à compra, inclusive aqueles necessários para que o bem esteja em condições de uso

ou operação. Nessa direção, a partir do preço inicial do bem é interessante considerar também

o frete da fábrica até a concessionária, assim como os gastos com a primeira documentação,

emplacamento, vistorias, aquisição das placas, seguros. Ainda, para efeito decisório, a depender

da forma de aquisição (à vista X financiada) cabe a inclusão de itens como TAC (Taxa de

Abertura de Crédito), RSF (Retorno Sobre o Financiamento) e outros tipos de desembolsos que

a instituição financeira cobre do devedor para conceder crédito bancário.

9

Nesse primeiro momento os gastos pré-transacionais totalizaram R$ 359.271,90, sendo

que deste total o valor de R$ 278.950,00 diz respeito à aquisição à vista do caminhão; R$

70.000,00 referem-se ao silo graneleiro e R$ 10.321,90 são associados aos gastos para colocá-

los em operação (como tributos relacionados com CRLV, DPVAT, IPVA, ANTT e vistorias,

lacres, placas e os seguros de responsabilidade civil e do casco).

Entretanto, caso os bens sejam adquiridos de forma financiada (total ou parcial), haverá

a incidência de encargos adicionais a título de juros e taxas que os fornecedores incluem no

preço. Destarte, a modalidade de compra altera o valor do custo total de propriedade, já que o

bem vai ter um custo superior ao valor de mercado que teria se compra à vista. No caso em tela

foi considerado que a compra foi financeira por terceiros: caminhão por intermédio de operação

de Crédito Direto ao Consumidor (CDC) do Bradesco e o silo graneleiro por financiamento do

BNDES, conforme encargos descritos na Tabela 1, anteriormente.

Como se trata de um conjunto de bens (caminhão e silo graneleiro) o processo pré-

transacional ocorre simultaneamente, porém com a seleção de fornecedores distintos. Logo,

para cada fornecedor existe uma proposta e uma condição de financiamento via bancos, sendo

que algumas podem ser mais viáveis que outras. No caso ora descrito as taxas de juros nominais

dos financiamentos foram de 0,099% e 0,065% ao mês, enquanto que as taxas efetivas

chegaram a 1,34% e 0,0792% ao mês (respectivamente para o CDC-Bradesco e o financiamento

via BNDES). Assim, o valor das prestações, o prazo para pagamento e as taxas de juros

acordadas refletem na decisão da compra, podendo até inviabilizar a negociação. Na avaliação

realizada, estes fatores influenciaram no valor do CTP, de vez que o montante (capital + juros)

totalizou R$ 582.074,86 (R$ 483.993,14 referentes ao caminhão e R$ 98.081,72 relativos ao

silo). Com isso, somente as despesas financeiras (juros) representaram aproximadamente 39%

do CTP nesta primeira etapa do cálculo.

4.2 Elementos Transacionais

Com relação aos aspectos Transacionais, estes representam a “parte submersa do

iceberg”, ou seja, é onde talvez se concentrem os mais elevados fatores impactantes na decisão

de compra, seja em aspectos financeiros ou econômicos (BIERMA; WATERSTRAAT, 2004).

Nesse rumo, na Tabela 3 estão sintetizadas as estimativas de gastos anuais previstos

para a vida útil delimitada para os bens em análise. Tabela 3 - Elementos Transacionais, com estimativas anuais de gastos

Itens Ano 1 R$ Ano 2 R$ Ano 3 R$ Ano 4 R$ Ano 5 R$ Origem dos Dados

Juros a.a. R$ 46.124,97 46.124,97 46.124,97 46.124,97 46.124,97 Bancos/Transport.

Total Desp. Fin. R$ R$ 230.624,86 16,65%

Despachante R$ 125,00 125,00 125,00 125,00 125,00 Detransc.gov.br

Emissão CRLV R$ 93,70 93,70 93,70 93,70 93,70 Detransc.gov.br

IPVA (1% do vlr.

de mercado do

veículo)

2.195,63 2.051,18 1.859,85 1.804,58 1.730,2 Sefazsc.org.br

DPVAT R$ 110,38 110,38 110,38 110,38 110,38 Detransc.gov.br

RCNTT R$ 75,15 75,15 75,15 75,15 75,15 Antt.gov.br

CTP –

Documentação

R$ 11.662,59 0,84%

Seguro Resp. Civil 1.687,74 1.687,74 1.687,74 1.687,74 1.687,74 Hdi.com.br

Seguro do Casco 4.391,26 4.102,36 3.719,7 3.609,16 3.460,4 Hdi.com.br

CTP - Seguros R$ 27.721,58 2,00%

10

Lubrificantes R$

439,89 *12 meses

5.278,68 5.278,68 5.278,68 5.278,68 5.278,68 Experiência

Transportadora

Filtros R$ 69,45 *

12 meses

833,40 833,40 833,40 833,40 833,40 Experiência

Transportadora

Pneus 295/80 R$

1,3*1.500,00*12

meses

23.400,00 23.400,00 23.400,00 23.400,00 23.400,00 Experiência

Transportadora

Engraxar R$

10,00*48

480,00 480,00 480,00 480,00 480,00 Experiência

Transportadora

Lavagem R$

100,00 * 48 meses

4.800,00 4.800,00 4.800,00 4.800,00 4.800,00 Experiência

Transportadora

CTP para Manutenção

considerada básica a cada 10.000

KM estimada para 600.000 KM

R$ 173.960,40 12,56%

Salários + Encargos 49.969,34 49.969,34 49.969,34 49.969,34 49.969,34 Sitran/Transp.

Férias + Encargos 5.946,08 5.946,08 5.946,08 5.946,08 5.946,08 Sitran/Transp.

13º. + Encargos 4.164,11 4.164,11 4.164,11 4.164,11 4.164,11 Sitran/Transp.

CTP Mão de Obra

referente a 2 turnos

R$ 300.397,68 21,70%

Combustível S 10

R$ 3,05 * 3.334

litros * 12 meses

122.024,40 122.024,40 122.024,40 122.024,40 122.024,40 Experiência

Transportadora

CTP – Estimado

para Combustível

R$ 610.122,00 44,05%

Freios R$ 500 * 4

meses

2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 Experiência

Transportadora

Molas R$ 500 * 4

meses

2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 Experiência

Transportadora

CTP estimada para revisão

periódica a cada 30.000 km

R$ 20.000,00 1,44%

Subtotal Custos

Transacionais

Financ. 275.699,85 275.266,50 274.692,51 274.526,70 274.303,56

(Cálculo)

Total CTP

TRANSACIONAL

R$ 1.384.811,00

100%

Fonte: Dados da pesquisa

A Tabela 3 evidencia que há gastos com documentação, que envolve impostos e taxas,

que necessita ser renovada anualmente. Nesse rumo, são pagas taxas de CRLV, DPVAT,

RCNTT e também o Imposto de Propriedade Veículo Automotor (IPVA) que para veículo de

carga a alíquota é de 1% sobre o valor de mercado referenciado pela tabela FIPE. Neste caso,

o total de gastos com documentos representou R$ 11.662,59 incluindo os serviços de

despachante. A aquisição do seguro foi cotada na HDI Seguros, tanto a apólice de

responsabilidade civil (exigência da empresa contratante do serviço) quanto a referente ao

seguro do casco (opcional para a transportadora). Em conjunto estes dois seguros totalizaram

R$ 27.721,58 para o período de 5 anos da vida útil considerada.

A manutenção periódica é realizada a cada 30.000 km (em média), conforme a praxe

vigente na transportadora. Basicamente os itens que normalmente são substituídos referem-se

à revisão dos sistemas de freios e molas. Os valores foram estimados, já que os mesmos podem

ou não ocorrer no caso de molas, a depender de inúmeros fatores. Com relação à manutenção

básica, esta refere-se à troca de lubrificantes, aos filtros de diesel, de óleo e do ar, aos pneus, à

lubrificação e ao abastecimento. Referida manutenção é realizada sempre que possível

diretamente no setor específico da empresa, buscando reduzir custos operacionais. Porém,

mesmo assim o CTP foi estimado em R$ 29.992,08 por ano com esses fatores.

11

Para atender a demanda solicitada pela contratante do serviço é necessário manter dois

motoristas em revezamento e disponíveis para as necessidades da empresa. Neste sentido, os

cálculos referentes à mão de obra utilizada levaram em conta o acordado na convenção coletiva

de maio/2016, que estabelece os critérios, valores dos benefícios e direitos dos motoristas.

Nesse caso, o valor considerado como salário-base para transporte de carga viva e ração foi de

R$ 1.642,00, sendo que foram incluídos também no cálculo do CTP os encargos patronais

respectivos e também os valores referentes a décimo-terceiro e férias. Com isso, somente com

esse aspecto CTP alcançou a cifra de R$ 300.397,68. Ainda, com relação ao consumo de

combustível, tendo como base de cálculo a quilometragem estimada pela contratante de

600.000 km para 5 anos, os gastos estimados chegaram a R$ 610.122,00.

Assim, com fulcro na Tabela 3 é possível identificar que o total de desembolsos

previstos ao longo da vida útil projetada chega a R$ 1.384.811,00. Deste montante, os valores

mais relevantes referem-se ao combustível e à mão de obra, que representaram 44,05% e 21,7%,

respectivamente, do CTP dos elementos transacionais. Estes valores foram projetados

assumindo que haja uma normalidade dos custos para o período. Entretanto, é importante

mencionar que podem ocorrer custos considerados como excepcionais, como é o caso de

infrações de responsabilidade do condutor, infrações de responsabilidade da empresa,

manutenção mecânica (caixa, motor, diferencial, bomba injetora etc.), parte elétrica, chapeação

e vidros. No tocante aos itens de mecânica, assumiu-se que a durabilidade destes, conforme

manual do fabricante, seja no mínimo o dobro da quilometragem estimada de 600.000 km que

deverá ser percorrida nos 5 anos considerados como prazo limite para substituição de tal bem

perante o contratante.

Na sequência foram apurados os valores transacionais de cunho não financeiros,

conforme delineado na Tabela 4. Tabela 4 - Elementos Transacionais Não Financeiros

Itens Ano 1 R$ Ano 2 R$ Ano 3 R$ Ano 4 R$ Ano 5 R$ Origem dos Dados

Valor de Mercado

do Caminhão

219.563,00 205.118,00 185.985,00 180.458,00 173.020,00 Fipe.org.br

Depreciação do

Caminhão (A)

59.387,00 14.445,00 19.133,00 5.527,00 7.438,00 (Cálculo)

Valor de Mercado

do Equipamento

48.998,00 44.450,00 38.975,00 33.395,00 30.500,00 Transportadora

Depreciação do

Equipamento (B)

11.556,00 4.548,00 5.475,00 5.580,00 2.895,00 (Cálculo)

Total da

depreciação A+B)

70.943,00 18.993,00 24.608,00 11.107,00 10.333,00 (Cálculo)

Depreciação

Acumulada ao

ano

17,80% 22,50% 28,70% 31,50% 34,10% (Cálculo)

CTP total R$ 135.984,00 (Cálculo)

Fonte: Dados da pesquisa.

Wernke (2015) aduz que o cálculo da depreciação pode ser realizado por distintos

métodos, de acordo com as prerrogativas legais e específicas para cada tipo de bem. No entanto,

para estimar o valor residual dos bens abrangidos nesta pesquisa se optou pelo valor de

mercado/referência, encontrado na tabela FIPE, dos cinco anos anteriores à aquisição do bem,

conforme evidenciado na Tabela 3. Então, com relação à desvalorização anual dos bens a valor

de mercado, percebe-se que o ano 1 é aquele em que o bem mais se desvaloriza (R$ 70.943,00).

Nos outros anos (2, 3, 4 e 5) a soma dos quatro atinge a cifra de R$ 65.041,00.

Salienta-se que os custos de depreciação não representam desembolsos financeiros no

caixa da empresa, mas devem ser considerados por possibilitar à empresa repor (total ou

12

parcialmente) seu ativo ao final do prazo de vida útil. Por isso, nesta pesquisa, considerou-se

que o valor de aquisição inicial do bem era de R$ 348.950,00, enquanto que o valor depreciável

do bem somado ao valor residual de venda seria de R$ 305.984,00 (R$ 135.984,00 + R$

170.000,00), o que representa 76,7% do valor adquirido.

4.3 Elementos Pós-transacionais

O último nível do CTP diz respeito aos aspectos pós-transacionais, onde os valores

apurados neste estudo estão representados na Tabela 5. Tabela 5 - Elementos Pós-transacionais

Itens Caminhão (R$) Silo Graneleiro (R$) Origem Dados

Valor Residual 173.020,00 30.500,00 Fipe.org.br

Valor de Mercado

(recuperável do bem) 150.000,00 20.000,00 Valor Mercado /Exper. da Transp.

Total pós-transacional -23.020,00 -10,500,00

Acumulado do conjunto -33.520,00

Fonte: Experiência da transportadora

O valor residual do bem foi determinado pelo valor que se consegue recuperar na venda

do ativo após decorrido o seu prazo de vida útil. Assim, segundo estimativa do gestor da

transportadora, o valor de referência do mercado obtido na tabela FIPE e citado na Tabela 5

indica valores de que o mercado regular/ativo não pagaria pelo bem na troca de um veículo ou

silo graneleiro novo. Por isso, os valores respectivos foram ajustados pelo seu valor de venda

(por exemplo, para troca como parcela de “entrada” na compra de um novo), não sendo

convertido em dinheiro. Desta forma, o CTP é acrescido de mais R$ 33.520,00 em virtude da

possível ocorrência de tal desvalorização citada pelo administrador da transportadora.

4.4 Resultados da pesquisa

Como exposto nas seções precedentes, pela aplicação do modelo proposto por Ellram e

Siferd (1993) foi possível determinar o CTP da decisão de compra dos bens cogitados para

serem utilizados no transporte de ração. Nesse rumo, a Tabela 6 resume os valores apurados

nas três etapas descritas anteriormente para os dois veículos em tela, comparativamente. Tabela 6 – Comparativo do Custo Total Propriedade por Veículo

Itens VW – 26280 %

Total

Ford – 26290 %

Total

Diferença

VW

Diferença

Ford

CTP Pré-transacional

(Tabela 1)

R$ 359.271,90 20,21 R$ 332.204,24 18,55

- 27.067,66

CTP Transacional

Financeiro (Tabela 2)

R$ 230.624,86 12,97 R$ 211.540,7 11,81

-19.084,16

CTP Transacional

Operacional (Tabela 3)

R$ 1.154.186,14 64,93 R$ 1.213.141,25 67,75 -58.955,11

CT Pós-transacional

(Tabela 5)

R$ 33.520,00 1,89 R$ 33.654,25 1,88 -134,25

CTP Total (soma) R$ 1.777.602,90 100 R$ 1.790.540,44 100 -12.937,54

CTP – Por Quilômetro R$ 2,96

R$ 2,98

- -0,02

CTP – Mensal R$ 29.626,72

R$ 29,824,34

- -197,62

Fonte: Dados da pesquisa

Após o mapeamento dos elementos “pré”, “transacionais” e “pós” do CTP para os dois

veículos abrangidos (VW e Ford) foi possível concluir que os fatores pré-transacionais da

decisão de compra representam, no caso do caminhão “raçãozeiro”, entre 20,21% e 18,55% dos

custos totais que a empresa terá no decorrer da vida útil dos veículos. Esses resultados divergem

13

dos estudos de Tibben e Lembke (1998), que afirmam que o custo de compra representaria algo

entre 25 e 35% dos custos totais de propriedade. Ou seja, os elementos transacionais e pós-

transacionais do caso em tela representaram entre 79,79% e 81,45% do custo total de

propriedade estimado para os dois veículos em tela, conforme descrito nas seções anteriores.

Acerca disso, cabe relembrar o pressuposto inicial desta pesquisa que procurava

confirmar se o custo total de propriedade desse tipo de caminhão ao longo do ciclo de vida

respectivo tenderia a ser muito diferente do custo de aquisição inicial. Então, com base nas

evidências oriundas da pesquisa e na triangulação dos dados entre fabricante, mercado e

transportadora considera-se que é possível aceitar como válido tal pressuposto. Nesse sentido,

Schmidt et al. (2014) asseveram que é necessário conhecer a complexidade de uma cadeia de

produção e entender como esta se organiza para conseguir aplicar tal ferramenta, que permite

inferir sobre os custos ocultos ou não visualizados no momento da compra. Ainda, corrobora

este entendimento a pesquisa de Silva et al. (2014) que evidencia que é relevante avaliar as

opções de compra, não só pelo preço inicial de aquisição, mas sempre que possível pelo CTP.

Além de levantar evidências sobre o valor do custo total de propriedade, o modelo

aplicado permitiu visualizar com maior precisão quanto custaria cada quilômetro rodado para

cada um dos dois modelos de caminhão abrangidos. Nesse caso, o custo por quilômetro do

caminhão VW foi de R$ 2,96, enquanto que o veículo Ford apresentou custo por quilômetro no

valor de R$ 2,98. Com isso, o caminhão Ford ficou R$ 0,02 mais caro que o Volkswagen,

apresentando uma pequena diferença no custo unitário por quilômetro percorrido. Esta

diferença representa ao longo da vida útil estimada para o bem uma economia para empresa de

R$ 12.937,54 ao optar pela compra do modelo VW.

Por outro lado, na decisão de compra para caminhões “raçãozeiros” traçados, com base

no CTP a pesquisa demostrou que os veículos citados possuem valores de CTP de R$

1.777.602,90 para o modelo da Volkswagen e de R$ 1.790.540,44 para o modelo da Ford

(diferença de R$ 12.937,54 a favor do modelo da Volkswagen). Analisando o CTP final, essa

diferença foi de apenas 0,072%. Nesse caso, confirmou-se o pressuposto “2”, mencionado na

introdução deste estudo, de vez que a proporção entre o custo total de propriedade e o custo de

compra inicial se manteve, independente da marca do caminhão a escolher.

É importante salientar, ainda, que no contexto “Pré-transacional” o veículo Ford

apresentou preço de aquisição menor em R$ 27.067,66 que o seu concorrente (VW) na

comparação realizada. Porém, o estudo permitiu visualizar que no decorrer da vida útil destes

bens o preço inicial não deveria ser o único fator a ser considerado na decisão de compra. Desta

forma, ao envolver também os aspectos “Transacionais” se verificou que o veículo da VW

apresentou resultado R$ 59.089,36 menor que o da Ford. Esta diferença tende a ser explicada

pelo consumo de combustível distinto entre um veículo e outro, ocasionado pelo sistema de

sustentabilidade que cada montadora utiliza.

Por último, os resultados encontrados se coadunam com o que preveem os fabricantes e

com os dados da experiência da transportadora, no que se refere ao consumo médio de

combustível, gastos com manutenção periódica e preventiva.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo desta pesquisa buscava propor um modelo de mensuração do CTP que

permitisse comparar duas marcas diferentes de veículos “raçãozeiros”, utilitários que são

empregados no transporte de insumos da cadeia produtiva de suínos. Considera-se que tal

intento foi plenamente alcançado através da aplicação do modelo dos três níveis (“Pré” +

“Transacionais” + “Pós”) propostos por Ellram e Siferd (1993). Ou seja, mostrou-se que é

possível estimar os custos totais de propriedade desse tipo de veículo envolvendo os gastos

14

nesses três momentos, conforme explicitado nas tabelas das seções anteriores. Destarte, esse

procedimento pode subsidiar os gestores na tomada de decisões mais acertadas no que tange à

aquisição de bens de elevado valor.

Nesse sentido, o poder informacional que este modelo tem permite obter subsídios para

aceitar ou rejeitar uma proposta de compra ou contrato de terceirização do transporte, evitando

prejuízos aos transportadores (empresários ou autônomos) e fornecendo uma base mais

confiável para decidir, sem se limitar aos custos mais “visíveis” como combustível e pneus.

Ainda, os resultados numéricos do estudo possibilitaram concluir que a figura do

iceberg apresentado por Bierma e Waterstraat (2004) se fez presente neste contexto analisado,

em que o topo do iceberg (a parte fora d’água) significa o preço pago ao fornecedor inicialmente

na opção de compra. Por sua vez, a parte submersa do iceberg abrange os demais custos para

obter, utilizar, manter e descartar esse bem, que foi bem mais representativo no caso em tela se

comparado ao percentual que foi apurado por Tibben e Lembke (1998).

Por outro lado, no que concerne às limitações associáveis vale destacar os seguintes

pontos: (i) restringir-se a um estudo de caso, o que pressupõe circunscrever suas conclusões os

objetos estudados e (ii) fundamentar várias estimativas na “experiência” do gestor da

transportadora, que pode conter algum viés e/ou nível elevado de subjetividade.

Como sugestões para estudos futuros recomenda-se aplicar a mesma metodologia em

outros contextos (de equipamentos, de regiões geográficas etc.), bem como tentar solucionar as

limitações citadas acima ou mostrar se são relevantes no resultado final.

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