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neuza-teixeira
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poema
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Da alegre infância os folguedos;
Hoje não sei que segredos
O coração me prediz.
Enfadam-me as alegrias
Desses tempos infantis.
Às horas do fim do dia,
Quando o Sol no mar declina
E d'áurea luz ilumina
Todo o horizonte ao redor,
Porque me sinto enleada
Num indizível langor?
De manhã, quando nas selvas
O dia desperta as aves,
E mil aromas suaves
Sobem dos campos ao céu,
Porque sinto ante meus olhos
Estender-se húmido véu?
E esta imagem resplendente,
Que sorrir-me em sonhos vejo,
Ai, tão bela que desejo
Sempre mais tempo sonhar!
Quem é que em tão mago enleio
Me faz, sem querer, sonhar?
Este ansiar incessante,
Esta esperança ainda tão 'vaga
De gozos, que a mente alaga,
Mal lhe sabendo o valor,
Este ignoto sentimento...
Deus do Céu, será o amor?
Amor! que palavra é esta,
Que ela só me sobressalta
E mil sensações exalta
Desconhecidas para mim...
Que poder mágico encerra
Para me agitar assim?
É o amor o sentimento
Que me faz arfar o seio?
Este gozo porque anseio
E a que aspira o coração?
É pois amor este fogo,
Esta vaga inquietação?