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neuza-teixeira
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poema
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Da civilização vos alistastes,
Chorai, um dos soldados que há caído,
Deus lhe dera a bandeira que vos guia,
O estandarte da ideia, a poesia;
Mas vós na heroica empresa o abandonastes!
«Lamenta, ó liberdade, o teu
apóstolo!
Amor, o coração que te entendia!
Tu, Pátria, o filho que melhor
podia
Entre as nações da terra
engrandecer-te!
Religião, ai! chora o sacerdote,
Que, entoando no templo os
sacros hinos,
Chamara os povos aos altares
divinos
E cultos sem iguais pudera
erguer-te!»
E tu, ó mundo, o vês quase indiferente!Curva a cabeça ante essa campa aberta,
Ajoelha-te, e a cara
descoberta,
Venera as cinzas que deixou
na Terra;
Os restos são da mais violenta
chama,
Que o fogo do Céu no mundo
ateia;
A chama ardente de inspirada
ideia,
Fogo que a mente do poeta
encerra!
Verte, oh! verte uma lágrima
na tumba;
Uma lágrima só. Outros
desejam
Soberbos mausoléus onde se
vejam
Fulgir os nomes seus em letras
de ouro;
Ele não. Flores e lágrimas, eis
tudo!
Eis o diadema a que o poeta
aspira;
Porque lho negas? Que paixão
te inspirarDelas fizeste, ó mundo, o teu tesouro?Ai, não; umas e outras as desprezas:
As flores procuram as campinas,
Porque a turba, ao passar, calca
as boninas,
E o sopro das cidades as
murchava.
As lágrimas, as flores do sentimento,
Não as diviso já nos olhos do homem,
Ou das paixões as lavas as consomem,
Ou morto é o sentimento que as gerava.
Fazes bem em passar, mundo,
se ignoras
Desta cena a solene majestade,
Impassível ficar era impiedade.
Parte, vai; a indiferença era um
insulto.
Oh! mil vezes mais grato o
isolamento...
Mas não, o isolamento não
existe:
Junto da campa se reúne tristeLongo cortejo de lutuoso vulto.Ei-los; do vasto templo se avizinham,Trazem no rosto a dor, que os consome.