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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2008
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-040-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
FOLHAS
TÍTULO: Personagens à beira do colapso numa sociedade patológica: o olhar naturalista sobre as representações de gênero
AUTORIA: Nadia Maria Guariza
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Relações Culturais
CONTEÚDO ESPECÍFICO: literatura naturalista e sociedade no século XIX
Ensino Médio.
DIALÓGO DISCIPLINAR: LiteraturaFilosofia
Nas bancas de jornais em sua cidade você já deve ter visto algumas revistas
dedicadas ao público feminino, assim como revistas especializadas para os homens, ou
ainda revistas dedicadas a faixas etárias especificas. Nestas revistas vocês podem
encontrar desde matérias sobre assuntos que atraiam o seu público alvo até previsões
astrológicas. Você acredita que as representações (imagens, tanto iconográficas quanto
discursivas) influenciam o comportamento do jovem? De onde estas representações
surgem?
Muitas vezes perguntas como estas nem passam por nossa cabeça, porém devem
ser consideradas, já que somos bombardeados constantemente por estas representações.
Mas afinal, o que seria uma representação social?
Para alguns estudiosos as representações são produzidas socialmente, ou seja,
pela humanidade na sua vivência em sociedade. Estas representações veiculadas em
forma de discurso ou da prática emitem orientações que dão sentido a ação humana em
determinada sociedade. Mas isso significa dizer que estamos fadados a seguir o que as
representações orientam? Qual a possibilidade de não concordarmos com estas
representações?
Para entendermos como estas representações são produzidas e como a população
torna-se receptora vamos estudar neste Folhas as representações sociais contidas em
alguns livros naturalistas do século XIX e do início do século XX.
Porém, escolhemos um tipo de representação em particular as ligadas ao gênero.
Ao falarmos em gênero estamos entendendo as diferenças entre os papéis femininos e
masculinos como construídas socialmente, isto é, o que nos torna meninas e/ ou
meninos em determinada sociedade. Como vocês podem ver no texto abaixo de Judith
Butler:“Embora a unidade indiscutida da noção de ‘mulheres’ seja frequentemente invocada para construir uma solidariedade da identidade, uma divisão se introduz no sujeito feminista por meio da distinção entre sexo e gênero. Concebida originalmente para questionar a formulação de que a biologia é o destino, a distinção entre sexo e gênero atende à tese de que, por mais que o sexo apareça intratável em termos biológicos, o gênero é culturalmente construído: consequentemente, não é nem o resultado causal do sexo, nem tampouco tão aparentemente fixo quanto ao sexo.” (BUTLER, 2003, p. 24)
O texto de Butler comenta sobre os estudos de gênero que pretendem separar o
que seria dado pela natureza, ou seja, os aspectos fisiológicos de cada corpo que designa
uma particularidade entre os indivíduos pelo seu sexo. No entanto, a partir destas
diferenças biológicas seriam criadas representações do que seria aceito na sociedade
para aquele sexo. Por exemplo, em nossa sociedade escutamos muitas piadas sobre as
mulheres na direção de automóveis, associando as mulheres à idéia de que são más
motoristas. Estes comentários, na maior parte das vezes, associam automaticamente a
figura do sexo feminino a uma representação social, ou seja, consideram como
“naturais” determinadas características femininas que na verdade são criadas pela
sociedade.
Por isso, para algumas estudiosas há diferença entre sexo e gênero. Qual seria
esta diferença? O sexo são exatamente aquelas características físicas visíveis que
identificam o indivíduo com o sexo feminino ou masculino. O gênero são as
representações sociais sobre estas diferenças biológicas, ou seja, o que é concebido para
os papéis de homens e de mulheres na sociedade. Claro que os indivíduos podem fazer a
opção de seguir ou não estes papéis sociais, porém podem sofrer coerções para ficarem
dentro dos papéis definidos pela sociedade.
Mas quem é esta sociedade que cria estas representações? Somos todos nós? A
resposta a esta pergunta é sim e não. É sim, porque todos nós fazemos parte da
sociedade e interagimos criando representações ao aceitarmos ou ao negarmos o que é
instituído. É não, porque geralmente quem detém o acesso às instituições e aos meios de
divulgar estas representações são as pessoas que possuem alguma forma de poder na
sociedade, seja econômico, político e social. Sendo assim, as representações sociais de
gênero estariam ligadas às relações de poder, ou seja, o centro emissor das
representações que geralmente é masculino e heterossexual e as margens que recebem e
reapropriam-se destas representações, criando tensões entre as duas partes. Como vocês
podem ver no texto de Pierre Bourdieu.
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A visão simbólica: um constrangimento através do corpo“ A dominação masculina está suficientemente assegurada para precisar de justificação: ela pode se contentar em ser e em se dizer nas práticas e discursos que enunciam o ser como se fosse evidência, concorrendo assim para fazê-lo ser de acordo com o dizer. A visão dominante da divisão sexual exprime-se nos discursos tais como os ditados, os provérbios, os enigmas, os cantos, os poemas ou nas representações gráficas tais como as decorações murais, os motivos de cerâmicas ou dos tecidos. Mas ela se exprime igualmente bem nos objetos técnicos ou nas práticas: por exemplo na estrutura do espaço, e em particular nas divisões interiores da casa ou na oposição entre a casa e o campo, ou ainda na organização do tempo, da jornada ou do ano agrário, e, mais amplamente, em todas as práticas, quase sempre ao mesmo tempo técnicas e rituais, e muito especialmente nas técnicas do corpo, posturas, maneiras, porte.” (BOURDIEU, 1995, p. 137)
No texto do sociólogo Pierre Bourdieu fica claro que a dominação masculina é
tida como “normal” ou “natural”, por isso não precisa de justificação, ou seja, as
representações sociais veiculadas no nosso dia-a-dia por meio dos discursos ou pelas
práticas legitimam o poder masculino na sociedade.
ATIVIDADE
Pelos textos pode-se perceber que a sociedade na qual vivemos as atitudes e os
pensamentos induz a dominação do homem sobre a mulher. A partir do roteiro abaixo
realize 5 (cinco) entrevistas com pessoas (tanto mulheres quanto homens) para tentar
verificar o ponto de vista delas sobre as funções masculinas e femininas.
ORIENTAÇÕES
1) A entrevista deve ser gravada para posterior comprovação.
2) Você deve pedir para a pessoa assinar uma carta de cessão de direito de
depoimento oral. (modelo em anexo)
3) Escolher um lugar tranqüilo.
4) Ser gentil e um bom ouvinte.
5) Produzir um roteiro de perguntas para atender o objetivo proposto que é:
perceber como as pessoas entrevistadas concebem o masculino e o feminino
na nossa sociedade.
6) Após a realização das entrevistadas, produzir uma síntese sobre os
resultados, tentando responder o objetivo proposto.
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ROTEIRO DA ENTREVISTA
1) Dados gerais do entrevistado: nome completo, idade, origem de sua família.
2) Dependendo da sua idade, perguntar como foi a sua infância, adolescência,
juventude, idade adulta, etc.
3) Como a família do entrevistado é composta? Onde moram atualmente?
4) Qual a profissão do entrevistado?
5) O que o entrevistado pensa sobre as mulheres que trabalham fora de casa?
6) O entrevistado acredita que os homens poderiam realizar as atividades de
casa, como cozinhar e a limpeza?
7) O que o entrevistado pensa sobre os homens que criam os filhos sem auxílio
de uma mulher?
8) O que o entrevistado pensa sobre as mulheres que realizam atividades
consideradas masculinas como dirigir um caminhão?
Como vocês puderam perceber os papéis assumidos por mulheres e homens na
sociedade são construídos socialmente. E uma das formas pelas quais estes papéis são
construídos e divulgados é pelas representações sociais expressas nos romances de cada
época. No caso deste Folhas nos deteremos nas representações emitidas pela corrente
naturalista.
Segundo Flora Sussekind (1984) os romances naturalistas em sua forma de
narrar as histórias dos personagens procuravam argumentos científicos para dar maior
legitimidade aos fatos. No caso da literatura naturalista da virada do século XIX para o
XX, o saber cientifico que respaldava a sua narrativa era a medicina.
A medicina desde meados do século XVIII tornara-se um dos discursos mais
importantes na sociedade européia, a partir dos conhecimentos médicos foram criadas
novas normas para organizar a sociedade. Este saber classificava as pessoas a partir de
“sintomas” e, muitas vezes não seguir as representações poderia indicar um “sintoma”.
O que acontecia com as pessoas que apresentavam estes “sintomas”? Elas poderiam ser
recuperadas após um breve, às vezes nem tanto, seqüestro. Como assim as pessoas eram
seqüestradas? Sim as pessoas eram seqüestradas e colocadas sobre a responsabilidade
de uma instituição correcional, seja um hospício seja uma prisão.
Vocês podem dizer que hoje em dia não é muito diferente disso e, realmente não
estariam totalmente enganados, pois a sociedade em que vivemos utiliza parâmetros
4
similares aqueles que eram utilizados por esta sociedade que estamos estudando no
século XVIII e XIX na Europa.
Os parâmetros médicos para a “normalidade” dos gêneros, que é o que nos
interessa neste Folhas, estavam bem definidos na representação da família nuclear, ou
seja, pai, mãe e filhos. Nesta representação familiar, os homens deveriam casar e ter
filhos e manter e prover esta família. Ao homem cabia as atividades ligadas aos
negócios e ao meio público.
As mulheres também deveriam casar e ter filhos educá-los, porém estavam
restritas ao lar. Não poderiam trabalhar fora de casa, nem tampouco participar da
política.
A criança tornou-se o grande centro da família e da sociedade, pois dela
dependeria o “Futuro da Nação”. Portanto, os pais que fossem negligentes estariam
prejudicando não só as crianças, mas sim o país como um todo.
A medicalização da sociedade e a família“São codificadas, então, segundo novas regras – e bem precisas – as relações entre pais e filhos. São certamente mantidas, e com poucas alterações, as relações de submissão e o sistema de signos que elas exigem, mas elas devem estar regidas, doravante, por todo um conjunto de obrigações que se impõe tanto aos pais quanto aos filhos: obrigações de ordem física (cuidados, contatos, higiene, limpeza, proximidade atenta): amamentação das crianças pelas mães; preocupação com o vestuário sadio; exercícios físicos para assegurar o bom desenvolvimento do organismo: corpo a corpo permanente e coercitivo entre os adultos e as crianças. A família não deve ser mais apenas uma teia de relações que se inscreve em um estatuto social, em um sistema de parentesco, em um mecanismo de transmissão de bens. Deve-se tornar um meio físico denso, saturado, permanente, continuo que envolva, mantenha e favoreça o corpo da criança. (...) o laço conjugal não serve mais apenas para estabelecer a junção entre duas ascendências, mas para organizar o que servirá de matriz do indivíduo adulto. (...) Em todo caso, desde o fim do século XVIII, o corpo sadio, limpo, válido, o espaço purificado, límpido, arejado, a distribuição medicamente perfeita dos indivíduos dos lugares, dos leitos, dos utensílios, o jogo do ‘cuidadoso’ e do ‘cuidado’, constituem algumas leis morais essenciais da família. E, desde esta época, a família se tornou o agente mais constante da medicalização.” (FOUCAULT, 2000, p. 199)
Claro que isso tudo eram apenas modelos a serem seguidos, pois a classe
trabalhadora não tinha meios de seguir este tipo familiar, tendo que trabalhar a família
inteira horas a fio.
E para quem não se enquadrava nesta família ou nestes papéis sociais?
A estratégia desta medicalização da sociedade a partir do século XVIII segundo
Jurandir Freire Costa (1983) consistia nos seguintes pontos:
a) A família não era mais considerada um bloco único comandada pelo pai.
Dentro da família foram criadas divisões entre os seus membros,
determinando papéis específicos para cada um. Ou seja, o pai, a mãe e os
5
filhos, sendo que cada um tem sua especificidade, criando interesses diversos
no grupo familiar.
b) Para as pessoas que consideradas desviantes, ou seja, que não estavam de
acordo com os papéis não era simplesmente utilizado o poder da lei, mas este
discurso procurava mostrar as vantagens e os benefícios de obedecer a
norma. Ou seja, a submissão tinha um prêmio;
c) Entre os membros que compõe a família selecionar os aliados, converter os
mais vulneráveis e fabricar e “perseguir” os desviantes. Estes desviantes
serviriam de exemplo para os demais. Era o caso das pessoas consideradas
loucas e histéricas.
ATIVIDADE
A partir dos textos de Foucault e Costa escreva um texto sobre como ocorreu o
processo de medicalização da sociedade.
Paul Thomas, A boa educação, 1896.
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Lucien-Hector Jonas, Os médicos, 1911.
Histérica, Biblioteca Charcot, Paris, final do século XIX.
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ATIVIDADE
Escreva uma narrativa histórica a partir dos textos que tratam da medicalização
da sociedade e as representações femininas, comparando com as fotografias.
E no Brasil como a medicalização da sociedade processou-se?
No Brasil este processo de medicalização desenvolveu-se no século XIX, porém
sofreu muitos obstáculos por parte da sociedade brasileira que estava calcada na família
extensa e patriarcal. Durante o século XIX foram constantes os embates entre o Estado e
os senhores das grandes famílias de latifundiários, e estas normas familiares atingiam
em cheio o poder destas famílias. Neste sentido, a partir deste período ocorreu uma
preocupação do Estado brasileiro em normatizar a sua população e diminuir o poder das
famílias. Para tanto, o governo começou a implementar uma série de medidas no espaço
urbano e na esfera familiar. Sendo assim, os mesmos parâmetros que encontramos na
Europa quanto a família, chega em terras brasileiras.
Como vimos no início deste Folhas a Literatura Naturalista adotou em sua
narrativa elementos do conhecimento médico, que como podemos perceber estavam
permeando as normas disciplinares que envolviam as famílias, tanto na Europa quanto
no Brasil. Portanto, os romances naturalistas brasileiros em suas páginas divulgavam
representações de gênero a partir das classificações médicas.
Os personagens e a literatura naturalista“No naturalismo os personagens são impelidos às ações por leis físico-químicas, pela hereditariedade e pelo meio em que vivem. É o peso do determinismo cientifico sobre a ação humana: o homem é fruto de sua formação física e moral. Por isso, na obra ‘Casa de Pensão’ de Aluísio de Azevedo encontramos várias passagens em que são narrados a formação dos personagens na infância, vendo o adulto como conseqüência da criança. A imoralidade e a fraqueza de caráter tem a sua origem na tenra idade e pelos laços consangüíneos, restando ao adulto conviver com a sua miséria. Entre as personagens femininas encontramos representações de mulheres corrompidas pela imoralidade, fracas física e moralmente, órfãs e enfermas dos nervos.” (GUARIZA, 2000, p. 8)
ATIVIDADE
Pesquise sobre a Segunda Revolução Industrial (metade do século XIX) e o
Darwinismo social. Após esta pesquisa produza uma narrativa histórica sobre o assunto
pesquisado.
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As personagens femininas no Naturalismo“As personagens femininas nos romances Naturalistas aparecem como esfinges a serem decifradas. Entender a alma feminina inquietava os espíritos dos literatos, porque não era uma tarefa fácil, segundo eles. Para desvendar os labirintos femininos recorriam aos conhecimentos da fisiologia e da medicina. Desejavam ser como os médicos que tinham acesso ao corpo feminino, às suas entranhas, podiam ir além do que os outros homens eram capazes, e por isso poderiam desvendar os mistérios das mulheres. Na obra ‘Casa de Pensão’ de Aluísio de Azevedo todas as condutas impróprias e imorais são explicadas a partir dos paradigmas médicos. As ações de Nini, a histérica, são analisadas como parte dos sintomas de sua moléstia. O mau caráter de Amâncio é atribuído a sua infância precária em afeto e saúde.” (GUARIZA, 2000, p. 9)
Depois deste texto vocês podem perceber que uma das representações femininas
literárias no Naturalismo era a mulher fatal. Observe a imagem abaixo e relacione esta
visão nos romances com a representação feminina da pintura. Procure pesquisar quem
foi Salomé nos textos bíblicos.
Henry Regnault, Salomé, 1870.
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ATIVIDADE
Leia o romance “Casa de Pensão” de Aluísio de Azevedo respondendo o seguinte
roteiro:
1) Qual a importância atribuída à infância no comportamento de Amâncio quando
adulto no livro?
2) No decorrer da história, Amâncio relaciona-se com várias mulheres, cite as
características de cada uma: a) Dona Hortência; b) Lúcia; c) Amelinha;
3) Qual era o interesse do rapaz com estas personagens femininas?
4) Qual era o interesse de Amelinha em relação a Amâncio?
5) A partir da narrativa do livro como era julgada a mulher que tinha uma vida
sexual antes do casamento?
6) Pelos personagens qual seria o papel que o autor acreditava ser o certo para
mulheres e homens na sociedade brasileira do século XIX?
7) Você acredita que hoje em dia seria possível uma história parecida com a do
romance? Por quê?
O que devemos lembrar é que como o romance de Aluísio de Azevedo muitos
outros eram uma visão do feminino a partir do olhar masculino. Ou seja, como
mencionado neste texto, a criação de representações sociais, entre elas a de gênero,
trazem em si relações de poder. Portanto, estas representações tinham um tom
normatizador sobre os gêneros tanto o feminino quanto o masculino, porém era a partir
da perspectiva masculina.
Norma familiar e os dias de hoje“ ... a norma familiar produzida pela ordem médica solicita de forma constante a presença de intervenções disciplinares por parte dos agentes de normalização. De fato, muitos dos fenômenos apontados, hoje em dia, como causas da desagregação familiar, nada mais são que conseqüências históricas da educação higiênica. Em outros termos, as famílias se desestruturam por terem seguido à risca as normas de saúde e equilíbrio que lhes foram impostas.” (COSTA, 1983, p. 15)
Vocês devem lembrar daquele incidente que ocorreu em Brasília a alguns anos
atrás, em que jovens de classe média alta atearam fogo em um índio e, mais
recentemente jovens em São Paulo que espancaram uma empregada doméstica no ponto
de ônibus. Em entrevista para a “Folha de São Paulo”, o psicanalista Jurandir Freire
Costa relacionou a questão da medicalização da sociedade e a perda de autoridade dos
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pais sobre os filhos. Como pudemos ver neste Folhas a partir do século XVIII muitos
discursos especializados começaram a regular o comportamento dos membros da
família, além disso com o passar do tempo os pais se sentiram incapazes de educar os
seus filhos. Sendo assim, os jovens não teriam mais referenciais do que certo e do
errado, como machucar ou ferir outra pessoa.
A partir do que vimos neste Folhas gostaríamos de lembrar o questão colocada
no início deste texto. E aí você acredita que as representações (imagens, tanto
iconográficas quanto discursivas) influenciam o comportamento do jovem?
REFERÊNCIAS
ALBERTI, Venera. Histórias dentro da História: fontes orais. In: PINSKY, Carla Bassanezi (org.). Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, (ANO). p. 155-202.
AZEVEDO, Aluísio de. A Casa de Pensão. São Paulo: Editora Três, 1973.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Educação e Realidade. 20 (2). Jul/dez. Porto Alegre, 1995.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
COSTA, Jurandir Freire. Ordem médica e norma familiar. Rio de Janeiro: Graal, 1983.
DOTTIN-ORSINI, Mireille. A mulher que eles chamavam fatal: textos e imagens da misoginia fin-de-siècle. Rio de Janeiro: Rocco, 1996. (Coleção Gênero Plural)
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 17 ed. Rio de Janeiro: Graal, 2000.
GUARIZA, Nadia Maria. Da dama casadoira à histérica: gênero, história e literatura no Brasil na passagem do século XIX para o XX. Monografia de especialização. Curitiba: UFPR, 2000
PERROT, Michelle. A Família Triunfante. In: ARIÈS, Philippe; DUBY, Georges. História da Vida Privada: da Revolução Francesa a Primeira Guerra Mundial. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. v. 4.
SUSSEKIND, Flora. Tal Brasil, qual romance? Ideologia estética e sua história: o naturalismo. Rio de Janeiro: Achiamé, 1984.
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ANEXOS
CARTA DE CESSÃO DE DIREITOS SOBRE O DEPOIMENTO ORAL
Pelo presente documento, eu, ____________________________, brasileiro(a), _________ (estado civil), ____________ (profissão), CPF n° _________________, Carteira de Identidade n° ______________, emitida pela ____________________, domiciliada e residente na cidade de _______, na rua __________________, declaro ceder à _____________ (entrevistador), R. G. ______________, sem quaisquer restrições quanto aos seus efeitos patrimoniais e financeiros,a plena propriedade e os direitos autorais do depoimento de caráter histórico e documental que prestei a entrevistadora na cidade de ________, em ___ de _________ de 2____, num total de _____ horas gravadas.
A entrevistadora fica assim autorizada a utilizar e publicar, para fins culturais e de pesquisa, o mencionado depoimento no todo ou em partes, editado ou não, bem como permitir a terceiros o acesso ao mesmo para fins idênticos, segundo as normas da Secretaria da Educação do Estado do Paraná, com a única ressalva de sua integridade e indicação de fonte e autor.
___________, ____ de ______ de 2____.
_______________________________________________
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