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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009...historiográfica de história cultural. O ponto de partida de acesso a construção de saberes escolares, e, por sua vez, a construção de sujeitos

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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Ficha para catálogo de Produção Didático-PedagógicaProfessor PDE/2009

Título HISTORIA E MEMÓRIA: a trajetória da Escola Pe. Ponciano José de Araújo no contexto da formação de Palmas, PR

Autor Jaimile Nervis

Escola de Atuação Colégio Estadual Padre Ponciano José de Araújo

Município da escola Palmas - Paraná

Núcleo Regional de Educação Pato Branco - Paraná

Orientador Ariel José Pires

Instituição de Ensino Superior UNICENTRO - GUARAPUAVA

Área do Conhecimento História

Produção Didático-Pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar Geografia, Artes, Historia, Ensino Religioso, Informática, Português,

Público Alvo Alunos (as ) das 1ª Série do Ensino Médio

Localização Nome da Escola: Ponciano José de Araújo, Ensino Fundamental e Médio Rua Pedro Siqueira Cortes nº 381 - Bairro LagoãoCEP: 85.555-000 Palmas - Paraná

Apresentação:A produção didático-pedagógica terá como objetivo a efetivação das discussões a respeito do discurso que rege a história da localidade de Palmas, PR, mais especificamente do personagem, cujo nome é o do Colégio Padre Ponciano José de Araújo, visando ilustrar e enriquecer as aulas de história do Ensino Médio com a produção de material que enriquecerá um fazer educativo. A implementação pedagógica ocorrerá junto aos alunos das 1ª séries do Ensino Médio. A Unidade Didática é composta de oficinas com atividades o final de cada uma.

Objetivos • Oportunizar a compreensão de conceitos tais como: história, fontes históricas, documentos, memória, historiografia, história local, tempo e espaço.

• Demonstrar que a escrita da história revela mudanças em relação a documentação histórica.

• Contribuir para a criação de novas representações acerca da memória do personagem Ponciano José de Araújo.

• Implementar junto aos alunos da 1ª Série do Ensino Médio uma Unidade Didática contendo seis Oficinas que alicerçam a presente proposta.

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Metodologia A metodologia utilizada nesta pesquisa é fundamentalmente bibliográfica, documental,fotográfica e oral. Construção de uma Unidade Didática com atividades especificas no final de cada conteúdo desenvolvido. As oficinas se desenvolverão junto aos alunos das 1ª séries do Ensino Médio.

Palavras-chave: região; história; memória; reconstrução.

CONTRATO DE CESSÃO GRATUITA DE DIREITOS AUTORAIS

Pelo presente instrumento particular, de um lado Jaimile Nervis, brasileira,

casada, professora CPF nº193343709-04, Cédula de Identidade RG nº 13082758

residente e domiciliado à Rua Rafael Ribas, 442, na cidade de Palmas , Estado do

Paraná, denominado CEDENTE, de outro lado a Secretaria de Estado da Educação

do Paraná, com sede na Avenida Água Verde, nº 2140, Vila Izabel, na cidade de

Curitiba, Estado do Paraná, inscrita no CNPJ sob nº 76.416.965/0001-21, neste ato

representada por seu titular Yvelise Freitas de Souza Arco-Verde, Secretária de

Estado da Educação, brasileiro, portadora do CPF nº 392820159-04, ou, no seu

impedimento, pelo seu representante legal, doravante denominada simplesmente

SEED, denominada CESSIONÁRIA, têm entre si, como justo e contratado, na

melhor forma de direito, o seguinte:

Cláusula 1ª – O CEDENTE, titular dos direitos autorais da obra: HISTÓRIA E

MEMÓRIA:A TRAJETÓRIA DA ESCOLA PADRE PONCIANO JOSÉ DE ARAUJO

NO CONTEXTO DA FORMAÇÃO DE PALMAS, PR, cede, a título gratuito e

universal, à CESSIONÁRIA todos os direitos patrimoniais da obra objeto desse

contrato, como exemplificativamente os direitos de edição, reprodução, impressão,

publicação e distribuição para fins específicos, educativos, técnicos e culturais, nos

termos da Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 e da Constituição Federal de 1988 –

sem que isso implique em qualquer ônus à CESSIONÁRIA.

Cláusula 2ª – A CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra

autoral ao qual se refere a cláusula 1.ª deste contrato em qualquer tipo de mídia,

como exemplificativamente impressa, digital, audiovisual e web, que se fizer

necessária para sua divulgação, bem como utilizá-la para fins específicos,

educativos, técnicos e culturais.

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Cláusula 3ª – Com relação a mídias impressas, a CESSIONÁRIA fica autorizada

pelo CEDENTE a publicar a obra em tantas edições quantas se fizerem necessárias

em qualquer número de exemplares, bem como a distribuir gratuitamente essas

edições.

pelo CEDENTE a publicar a obra, objeto deste contrato, em tantas cópias quantas

se fizerem necessárias, bem como a reproduzir e distribuir gratuitamente essas

cópias.

Cláusula 4ª – Com relação à publicação em meio digital, a CESSIONÁRIA fica

autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra, objeto deste contrato, em tantas cópias

quantas se fizerem necessárias, bem como a reproduzir e distribuir gratuitamente

essas cópias.

Cláusula 5ª - Com relação à publicação em meio audiovisual, a CESSIONÁRIA fica

autorizada pelo CEDENTE a publicar e utilizar a obra, objeto deste contrato, tantas

vezes quantas se fizerem necessárias, seja em canais de rádio, televisão ou web.

Cláusula 6ª - Com relação à publicação na web, a CESSIONÁRIA fica autorizada

pelo CEDENTE a publicar a obra, objeto deste contrato, tantas vezes quantas se

fizerem necessárias, em arquivo para impressão, por escrito, em página web e em

audiovisual.

Cláusula 7ª – O presente instrumento vigorará pelo prazo de 05 (cinco) anos

contados da data de sua assinatura, ficando automaticamente renovado por igual

período, salvo denúncia de quaisquer das partes, até 12 (doze) meses antes do seu

vencimento.

Cláusula 8ª – A CESSIONÁRIA garante a indicação de autoria em todas as

publicações em que a obra em pauta for veiculada, bem como se compromete a

respeitar todos os direitos morais do autor, nos termos da Lei 9.610 de 19 de

fevereiro de 1998 e da Constituição Federal de 1988.

Cláusula 9ª – O CEDENTE poderá publicar a obra, objeto deste contrato, em

outra(s) obra(s) e meio(s), após a publicação ou publicidade dada à obra pela

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CESSIONÁRIA, desde que indique ou referencie expressamente que a obra foi,

anteriormente, exteriorizada (e utilizada) no âmbito do Programa de

Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná –

SEED-PR.

Cláusula 10ª – O CEDENTE declara que a obra, objeto desta cessão, é de sua

exclusiva autoria e é uma obra inédita, com o que se responsabiliza por eventuais

questionamentos judiciais ou extrajudiciais em decorrência de sua divulgação.

Parágrafo único – por inédita entende-se a obra autoral que não foi cedida,

anteriormente, a qualquer título para outro titular, e que não foi publicada ou utilizada

(na forma como ora é apresentada) por outra pessoa que não o seu próprio autor.

Cláusula 11ª – As partes poderão renunciar ao presente contrato apenas nos casos

em que as suas cláusulas não forem cumpridas, ensejando o direito de indenização

pela parte prejudicada.

Cláusula 12ª – Fica eleito o foro de Curitiba, Paraná, para dirimir quaisquer dúvidas

relativas ao cumprimento do presente contrato.

E por estarem em pleno acordo com o disposto neste instrumento

particular a CESSIONÁRIA e o CEDENTE assinam o presente contrato.

Palmas, 28 de julho de 2010

______________________________________Jaimile Nervis

______________________________________CESSIONÁRIA

______________________________________TESTEMUNHA 1

______________________________________TESTEMUNHA 2

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ESTADO DO PARANA

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED/PR

TERMO DE CESSÃO

Nos termos disponíveis do artigo 49 da Lei n. 9.610, por este instrumento

o(a) , Sr(a),Jaimile Nervis, brasileira, casada, professora, CPF nº 193343709-04,

célula de Identidade RG n° 13082758, residente e domiciliada na Rua Rafael Ribas,

442, na cidade de Palmas, Estado do Paraná, no bairro Vila Bancária na qualidade

de titular dos direitos autorais, doravante denominado CEDENTE, cede

gratuitamente, pelo prazo indeterminado e de modo absoluto, para utilização

exclusiva da Secretaria de Estado da Educação do Paraná o direito de uso referente

ao(s) seguinte(s) material(is):

Unidade Didática: HISTÓRIA E MEMÓRIA:A TRAJETÓRIA DA ESCOLA PADRE

PONCIANO JOSÉ DE ARAUJO NO CONTEXTO DA FORMAÇÃO DE PALMAS,

PR, para o(a) professor(a) Yvelise Freitas de Souza Arco-Verde, CPF

nº392820159-04, da Rede Estadual de Ensino do Paraná, nesta ocasião

denominada CESSIONÁRIO(A).

O CEDENTE fica ciente de que o material cedido pode ser publicado nas

mídias impressa e/ou Web.Esta cessão afasta o CEDENTE e seus herdeiros de

receberem qualquer espécie de indenização ou compensação em virtude do uso e

administração do material.

O(A) CESSIONÁRIO(A), por sua vez, compromete-se a utilizar o material

descrito para produção didático-pedagógica, sem fins lucrativos e com objetivos

educacionais.

Para efeitos, este termo vai assinado pelas partes.

Curitiba, 28 de JULHO de 2010

_______________________________ _______________________________

CEDENTE CESSIONÁRIAS

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JAIMILE NERVIS

HISTÓRIA E MEMÓRIA: A TRAJETÓRIA DA ESCOLA PADRE PONCIANO JOSÉ DE ARAUJO NO CONTEXTO DA FORMAÇÃO DE PALMAS, PR,

Material didático a ser apresentado a SEED/SUED-PR como requisito para o cumprimento das atividades previstas para a implementação de atividades didáticas metodológicas no Colégio Estadual Padre Ponciano josé de Araujo, para a 1ªSérie do Ensino Médio, na disciplina de História, no III período do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE do Estado do Paraná, 2009.

Orientador: Ariel José Pires

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GUARAPUAVA – PR2010

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE/PR

INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR – UNICENTRO – GUARAPUAVA-PR

HISTORIA E MEMÓRIA: A TRAJETÓRIA DA ESCOLA PADRE PONCIANO JOSÉ DE ARAÚJO NO CONTEXTO DA FORMAÇÃO DE

PALMAS, PR

PROFESSORA PDE: JAIMILE NERVISIES: UNICENTROGUARAPUAVA – PR2010

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Governador do Estado do ParanáRoberto RequiãoSecretária de Estado da EducaçãoYvelise Freitas de Souza Arco-VerdeDiretor Geral da Secretaria de Estado da EducaçãoRicardo Fernandes BezerraSuperintendente da EducaçãoAlayde Maria Pinto DigiovanniCoordenadora Estadual do PDESimone BergmannDiretor do PDE UNICENTRO Vitor Hugo ZanetteCoordenadordo PDE UNICENTROCarlaOrientadora DO Trabalho PDEProfº Dr.Ariel José PiresProfessora PDE 2009 – 2011Jaimile NervisColaboradores

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SUMÁRIO

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO......................................................................03

INTRODUÇÃO..............................................................................................04

FU NDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................05

A HISTÓRIA NO TEMPO – VIAJANDO ATRAVÉS DOS CONCEITOS......07

OFICINA I

RESIGNIFICANDO CONCEITOS ATRAVÉS DE HISTÓRIAS...................13.

ATIVIDADES - Cruzadinha..........................................................................23

OFICINA II:

VAMOS FAZER UMA VIAGEM AO MUNDO DO CIENTIFICO E DO

SENSO COMUM? .......................................................................................24

ATIVIDADES – DESCOBRINDO O CAMINHO DO TESOURO ..................28

OFICINA III:

A CONQUISTA E COLONIZAÇÃO DA REGIÃO DE GUARAPUAVA

E PALMAS...................................................................................................28

UM ESTADO, UMA REGIÃO, UM MUNICÍPIO: UMA HISTÓRIA ...............29

ATIVIDADES – construir um jornal de época............................................33

OFICINA IV:

UM BAIRRO, Uma Escola: uma história....................................................34

RECUPERANDO A HISTÓRIA DO COLÉGIO PADRE PONCIANO...........35

ATIVIDADES: narrativas.............................................................................36

OFICINA V:

QUEM FOI PADRE PONCIANO JOSÉ DE ARAUJO..................................36

TRAJETÓRIA DE VIDA DE PONCIANOJOSÉ DE ARAUJO......................36

Atividades – Reminiscências.....................................................................37

OFICINA VI:

SOCIALIZAÇÃO DOS SABERES ENVOLVENDO A COMUNIDADE

ESCOLAR LOCAL......................................................................................37

Atividades – Painéis...................................................................................38

REFERENCIAS............................................................................................40

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

a)Instituição de Ensino Superior: UNICENTRO

b) Professor Orientador: Ariel José Pires

c) Professor PDE: Jaimile Nervis

d) Nucleio Regional de Educação: Pato Branco – PR

e) Área/disciplina: História

f) Titulo da Produção Didático-Pedagógica: HISTÓRIA E MEMÓRIA:A

TRAJETÓRIA DA ESCOLA PADRE PONCIANO JOSÉ DE ARAUJO NO

CONTEXTO DA FORMAÇÃO DE PALMAS, PR,

INTRODUÇÃO

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A presente Unidade Didática tem por finalidade discutir novos objetos para o

ensino de História da Escola Padre Ponciano José de Araújo, sita no município de

Palmas, PR

Esta Unidade Didática apresenta uma metodologia que parte da vertente

historiográfica de história cultural. O ponto de partida de acesso a construção de

saberes escolares, e, por sua vez, a construção de sujeitos inseridos num contexto

histórico social e dos registros memoriais quer coletivos ou individuais, para edificar

uma história de abordagem local e regional.

Portanto, esta Unidade pretende contribuir com os profissionais da educação

de um modo geral, além de alunos e a própria comunidade que será envolvida como

sujeitos históricos, no processo da pesquisa histórica.

A fundamentação teórico-metodológica, as construções literárias e o ato de

contar histórias proporcionam um encontro com o diferente. As reflexões teóricas e

historiográficas acerca da produção histórica, como narrativa conceitual e temporal,

abrem um leque para múltiplas interpretações, devido a historicidade do objeto de

estudo. Esta Unidade Didática pretende apresentar reflexões a respeito da História.

Conduzir o educando do Ensino Médio, a distinguir o que é censo comum do saber

científico. Compreender que a história não se constrói distante ou fora do saber

escolar, mas também articulado com seu espaço e tempo.

A memória histórica seja ela coletiva ou individual permite trazer à tona, o

realizado, o dito, o feito, o escrito documentado, o escondido, o aceito, o aprovado

ou rejeitado, o imaginado ou o realmente concretizado. Na perspectiva de realizar

um trabalho histórico profundamente “humano” com personagens que tem coração e

sangue nas suas veias e não retratos desbotados pelo tempo ou contos em papel

amarelado pelos anos de escrita uniforme a nanquim que mais parecia desenho do

que registros pictográficos. Sentir o social, os entendimentos, os desentendimentos,

os gostos e os desgostos presentes nas diferentes formas de documentos. O

trabalho que cada uma realizará acabará trazendo um passado presente.

Esta Unidade Didática almeja a valorização e o entendimento de sujeitos e

das representações coletivas.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Um território, uma conquista, um povo, um personagem, uma escola e assim

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começou...

O século XIX é marcado por significativos acontecimentos no estado do

Paraná, entre tantos, um que embora pareça minúsculo aos olhos de analistas, mas

certamente não o é, aos olhos dos historiadores, como o das expedições

colonizadoras que marcaram os domínios dos Campos de Guarapuava e de Palmas.

Freitag (2007) infere que em grande medida as explicações acerca da

emancipação política do Estado do Paraná tecidas por autores tais como Ruy

Christovam Waschowicz, Sebastião Paraná, Romário Martins, Maria Cecília

Westphalen, possuem poucas variações. Para esses expoentes da historiografia

paranaense, a emancipação da unidade Comarca de Curitiba da então Província de

São Paulo, datada de 29 de agosto de 1853, elevou o Paraná a Província, o que

teria representado autonomia para que os paranaenses pudessem gerir os rumos de

sua própria história.

Essa interpretação para a história paranaense pode ser encontrada ainda

com algumas variações, no texto de Fresca (2002, p. 204), quando destaca ciclos,

:sucessões de acontecimentos de cunho econômico.

No final do século XVII grandes transformações são assistidas [...] neste período, o ‘ciclo das tropas’ incentivaria a criação de gado e a invernagem de muares que se estenderam pela região de campos naturais do Paraná, que iam desde Curitiba, Campos Gerais, aos campos de Guarapuava e de Palmas .

Essa tipologia de análise, é seguida ainda por Lazier (2003). Contudo esse

autor vai mais além instaurando uma interpretação regionalista de cunho

romantizado sobre o que considera ser a história paranaense. O fim do século XVII

consistiria sobretudo em uma época de homens destemidos, sonhadores e

obstinados por um ideal de conquistas, posse e visão futurista, tal como as atitudes

dos bandeirantes (paulistas, nesse caso) . “Em 1720, Zacarias Dias Cortez, ao

procurar ouro, descobriu os campos de Palmas” (LAZIER, 2003: 71).

Sabe-se, contudo que o termo bandeirante é um conceito construído pela

historiografia paulista cujo objetivo consistiu em criar uma identidade paulista

baseada na imagem heróica de sujeitos que supostamente estiveram a serviço da

nação desbravando o desconhecido e interiorizando as fronteiras nacionais. Esse

imaginário enaltece, portanto, aqueles feitos dos “desbravadores” dos campos de

Palmas. O que a escrita da história sobre a conquista desses propalados “campos”

deixa de enfatizar contudo, é o fato de que o empreendimento da conquista da

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Coroa portuguesa sobre tais terras presenciou sujeitos e seu imaginário religioso

católico, e, sobretudo, as concepções de sociedade européia.

Tais expedições são reconhecidas por Wachowicz como expedições

colonizadoras as quais integravam colonos brancos, índios, militares e religiosos.

Grupo o qual diante das intempéries e dos perigos das viagens advindos

principalmente devido aos ataques indígenas. Contudo o mesmo autor reitera que os

indígenas resistiam a ocupação de suas terras, buscavam garantias de proteção em

suas crenças.

Na esteira do discurso regionalista, Lazier (2003: 77- 79) explica que:

“objetivando a conquista dos campos de Palmas, estancieiros liderados por José

Ferreira dos Santos, em 1839 criam a Sociedade dos Primeiros Povoadores

Palmenses.” Entretanto, essa atitude entra em choque com os interesses do

também recém chegado aos Campos de Palmas, José Ferreira dos Santos, sujeito

cujo percurso de chegada ao local teria percorrido as localidades de Palmeiras e

Porto União. Pedro Siqueira Cortes, ao não aceitar aquela sociedade teria criado

outra agremiação. Surgiu assim, uma disputa entre os dois grupos de colonizadores

pelas melhores terras.

Marcondes (1977: 17) afirma que:

A luta à mão armada das duas bandeiras era eminente, uma vez que dois contendores se defrontaram em atitude ameaçadora, cada um procurando se apossar dos melhores campos de pastagens. A dissensão lavrou entre os posseiros. Enquanto isso o gentio rondava, ameaçador, os periclitantes estabelecimentos. A anarquia reinante e o receio de um ataque dos índios, determinou aos chefes aceitar as palavras do Pe. Ponciano José de Araújo, componente da bandeira de José Ferreira dos Santos e as do Velho Conrado, amigo de Pedro Siqueira Cortes, que procuravam serenar os ânimos exaltados lembrando a solução da questão por meio de árbitros que seriam nomeados pelos contendores.

Os árbitros destacados foram:.Domingos Inácio de Araújo e o Alferes José

Caetano de Oliveira. Estes não podendo se fazer presentes ao local pediram ao Dr.

João da Silva Carrão e ao Cel. Joaquim José Pinto Bandeira, de Curitiba.

Deslocam-se rumo a Guarapuava e pedem ao índio Condá para ser o guia que os

conduziria a Palmas no local da disputa. Conforme Marcondes (1977: 17) assim

ficou decidido: “resolveram os árbitros de comum acordo, que as terras pertencentes

a Pedro Siqueira Cortes ficariam do Rio Caldeiras para o poente, enquanto que as

de José Ferreira dos Santos, do mesmo rio para o nascente.”

Para o referido autor a história da posse destas terras encontra explicação

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nas ações de personagens aos moldes daquela tradição historiográfica do século

XIX e, cujo Instituto Histórico Geográfico Brasileiro e, Institutos congêneres eram

tributários e que atualmente refutamos. Ou seja, tem-se uma narrativa vista como

produto de ações de homens seletos, cuja idoneidade e o ímpeto civilizador

permitiram a sucessão de acontecimentos que acabam criando uma questão

chamada história local.

Para compreender quer seja história local, quer regional ou global, necessita-

se compreender antes de tudo o que é que fundamenta a história, o que é a história

propriamente dita. O que é necessário para afirmar que isto ou aquilo é verdadeiro e

que pode servir para outros como suportes de vida. Respondendo estas e outras

questões, oficinas com os textos que as acompanham, como: Viajando através dos

conceitos, certamente auxiliarão esclarecendo questionamentos e duvidas.

A HISTÓRIA NO TEMPO - VIAJANDO ATRAVÉS DOS CONCEITOS

Uma análise mais apurada da Historia requer a compreensão de alguns

conceitos históricos, como: história, fontes históricas, documentos, memória, história

local, tempo e espaço.

Conforme Bloch, “a História é a ciência dos homens no tempo”. Já para Carr

“a definição da História depende da visão que cada um tem de sua própria

sociedade e do tempo em que vive”. Entende-se que um determinado

acontecimento ou fato pode ter relevância para um determinado individuo ou

sociedade e para outro não ter a mesma significação. Carr ainda comenta que: “os

fatos só falam quando questionados pelo historiador”.A relevância do personagem

que deu o nome a escola em estudo passou a ter destaque no momento em que

entra no campo da pesquisa . Quando entra em discussão passa a ter relevância e

importância social. Pode-se afirmar que sai do esquecimento.

Seguindo ainda o pensamento de Carr (1982) sendo um foco importante de

sua análise o fato que ele o diferencia do fato histórico por atribuir sua importância

quando ´há o interesse por parte do historiador. Isto faz com que um tenha mais

importância do que o outro.

Buscar nas fontes históricas, que segundo Saviani(2004: 4) diz que:

Fonte é uma palavra que representa, via de regra, duas conotações.

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Por um lado, significa o ponto de origem, o lugar de onde brota algo que se projeta e se desenvolve indefinidamente e inesgotavelmente. Por outro lado, indica a base, o ponto de apoio, o repositório dos elementos que definem os fenômenos cujas características se busca compreender.

As fontes históricas constituem o ponto de partida, a base para a construção

historiográfica do objeto histórico em estudo.

E Werle (2004: 15) ao se referir a reconstrução da memória de uma instituição

escolar, diz o seguinte: “ A história das instituições escolares trabalha também com

representações no sentido de tornar presente o que está ausente – presentificação

do ausente, - como um esforço de construção de uma imagem da escola, como

memória.”

No caso desta pesquisa é tentar reconstruir a história do patrono da escola.

Identificar o personagem e sua trajetória por aquelas terras dos campos de Palmas e

os seus feitos. Esta é uma das etapas a ser vencida, uma vez que há grande

dificuldade em se localizar fontes históricas.

A reconstrução da Memória, que conforme Lê Goff (1994) afirma: “ a memória

é a propriedade de conservar certas informações, propriedade que se refere a um

conjunto de funções psíquica que permite ao individuo atualizar impressões ou

informações passadas, ou reinterpretadas como passadas.” É pela memória que se

buscam as marcas que permanecem impressas num imaginário social, num

monumento ou outra marca qualquer. A memória confunde-se com documento ou

com monumento e mesmo com a oralidade.

Veyne (1998) em suas reflexões diz que tudo é história, mas que em destaque

passa a ser o que o historiador escolher que seja.

Silva (2005: 183) ao se referir a historicidade diz:

O conceito de historicidade indica o próprio pertencer de cada individuo a seu tempo, e existe para toda espécie humana. Logo, não há sociedades sem história e a própria história tem uma Historia, visto que o ato de contar, descrever e analisar o passado depende da sociedade e do período de cada contador. Tudo na História deve ser pensado em seu tempo, isto é, a historicidade.

O tempo e a temporalidade são a base para qualquer analise. Marc Bloch, in

Silva(2005: 184) o fundador da Escola de Annales, afirma que: “a História é a ciência

dos Homens no tempo. Para ele, a verdade era um dos princípios fundamentais da

História, algo que o historiador sempre deveria identificar.”

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Sendo assim cabe ao historiador o oficio de julgar acontecimentos no

sentido de alcançar a verdade, não aceitando as meias verdades. Para isso os

historiadores necessitam estar atentos para a dimensão temporal e espacial. Marc

Bloch, in Bittencourtt (2005: 206), enfatiza que:

o papel do historiador – como ele próprio – é ir alem da ordenação cronológica dos acontecimentos, sendo seu dever maior pensar os acontecimentos no tempo da duração, que é um tempo contínuo, mas também de mudança constante.

Na trajetória da escola em estudo, embora sua existência não atinja meio

século, o seu patrono viveu a quase dois séculos. Tempo suficiente para muitas

mudanças espaciais e temporais.

Para Andrade (2007: 114):

o estudo das questões regionais e locais se faz fundamental para que os alunos possam compreender melhor as relações existentes entre região onde vivem e o global, pois esta compreensão ajuda-lhes a refletir historicamente sobre os acontecimentos, lhes proporciona uma visão crítica sobre os fatos e assim podem formar e transformar sua opinião.

O desafio deste estudo é exatamente este, levar os alunos se envolverem na

história local, regional e assim mergulhar na global. Amado(1990: 8) “ a historiografia

nacional ressalta as semelhanças, o regional lida com as diferenças, a

multiplicidade.” Entender a história regional é perceber que está diretamente ligada

a história global, mas não é decorrência desta que ela existe. Ao identificar a

chegada das expedições colonizadoras nesta terra, irão observar que não foi um

fato isolado do contexto nacional, mas uma necessidade espacial e política, embora

houvessem interesses pessoais.

Uma área de estudos indispensável ao historiador é a Historiografia . Ela

conduz o pesquisador a entrar no campo das idéias, a refletir sobre o que já foi

produzido e refletir sobre esta produção. Silva (2005 : 189) fala que:

A historiografia é uma forma de estudar a História das Idéias. (...) mas a maior utilidade dessa disciplina é demonstrar, pela observação dos historiadores passados, que todo historiador sofre pressões ideológicas, políticas e institucionais, comete erros e tem preconceitos. Além disso, a única forma de um historiador ser objetivo e isento é conhecendo o trabalho e os erros dos que vieram antes. A historiografia seria assim a melhor vacina contra a ingenuidade.

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Caire (2003: 168) define a historiografia como:

História do escrito histórico. E nela compreenderia o estudo do pensamento e da formação de linhas de pesquisa e métodos (tal como se conjuga todo ramo do conhecimento que tem sua história). Pode-se também defini-la como: a análise de autores e obras de referência.

Portanto ao se estudar história, se esta navegando pela historiografia. Caire

(2003: 168) ainda continua sua reflexão sobre o objeto de estudo da historiografia

dizendo:

Enquanto no passado, muitos autores consideravam dignos de serem estudadas apenas as obras ligadas à academia (teses, dissertações, livros e artigos), atualmente se considera que todo escrito histórico faz parte da historiografia, a exemplo de: novelas, filmes, romances, livros didáticos etc.

O que se observa é que a História é composta da reunião de muitos retalhos

que os historiadores vão reunindo e costurando de maneira minuciosa e criteriosa

para chegar a definir o que realmente aconteceu, sob a direção de concepções e

correntes historiográficas que melhor expressam o pensamento do historiador. Essa

memória é que dá sentida a História. Mas Toledo (2004:28) citado por Nora quando

apresenta a questão da memória e historia fala que não são sinônimos história e

memória se opõe, afirmando:

A memória é a vida, sempre carregada por grupos vivos e, nesse sentido, ela está em permanente evolução, aberta à dialética da lembrança e do esquecimento, inconsciente de suas deformações sucessivas, vulneráveis a todos os usos e manipulações, suscetível de longas latências de repentinas revitalizações. A História é a reconstrução sempre problemática e incompleta do que não existe mais. A memória é um fenômeno sempre atual, um elo vivido no eterno presente; a história, uma representação do passado.

Embora a memória esteja firmada sobre a história, a memória sempre é

colocada em cheque pela história. Algumas memórias são retidas por um período

maior de tempo do que outras, conforme os interesses de determinados grupos.

Outras memórias caem no esquecimento enquanto outras se mantém através dos

nomes de escolas, ruas ou outras circunstâncias, se perpetuam.

Parafraseando Cordeiro (2000) há uma concordância sobre as diferenças

entre história e memória no que se refere ao ensino de história. Sendo que todo ser

vivente, todo povo, toda nação organizada ou não, tem sua história. Pergunta-se por

que tantos alunos não gostam de estudar história? Não estaria demasiadamente

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voltada pra um ensino de “fatos, datas, marcos, idéias prontas ou a memorização por

ela mesma e não por compreensão”? Sentimos a história e somos parte dela.

Vive-se uma sociedade que prima pela velocidade e pela efemeridade o que

conduz ao enfraquecimento da memória e portanto, aos esquecimentos. Silêncios

que por si são reveladores de situações de manipulação da própria memória

coletiva, como afirma Lê Goff (1996: 426): “ O estudo da memória social é um dos

meios fundamentais de abordar os problemas do tempo e da história, relativamente

aos quais a memória está ora em retraimento, ora em transbordamento”.

Portanto o documento não é só algo que fica por conta de um passado

distante ou próximo, mas pela significação que o pesquisador passa a lhe dar em

ressonância com as forças dominantes. Reis (2001: 11) afirma: “Todo historiador é

marcado por seu lugar social, por sua data e por sua pessoa.” Ele trás consigo um

caráter e uma visão de mundo a qual passará influenciar suas análises.

A História contribui e muito no desenvolvimento da capacidade de análise

das questões atuais e das relacionadas com o tempo, A valorização e

reconhecimento das memórias coletivas e não mais somente com aquelas

diretamente relacionadas com a nacionalidade e com a história contemporânea,

possibilita ao pesquisador trazer ao tempo presente um contexto que havia caído no

baú do esquecimento. A abertura deste baú pode trazer a descobertas coisas

esquecidas ou até desconhecidas. Espera-se que com tais contribuições o aluno

possa se envolver mais diretamente e ter prazer na aquisição do conhecimento

histórico.

E Bittencourt (2005: 161) ao se referir sobre a importância da história

regional, fala:

A história regional passou a ser valorizada em virtude da possibilidade de fornecimento de explicações na confirmação, transformação e representação social do espaço nacional, uma vez que a historiografia nacional ressalta as semelhanças, enquanto a regional trata das diferenças e da multiplicidade. A história regional proporciona, na dimensão do estudo do singular, um aprofundamento do conhecimento sobre a história nacional, ao estabelecer relações entre as situações históricas diversas que constituem a nação.

Como o dito pela autora o estudo da história regional e local possibilita essa

compreensão que amplia horizontes nem sempre desbravados pelo historiador. O

tema escolhido para esta pesquisa se refere a um pequeno aspecto, mas não

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menos importante para a história local e regional a figura de um personagem que

hoje uma escola tem seu nome. Neste contexto precisa-se conhecer como

aconteceu a conquista dos Campos de Palmas e alguns personagens que fizeram

frente a esta tarefa.

Para desenvolver este trabalho necessita-se de documentos, como registros

canônicos e fotografias. A fotografia, que atualmente constitui um rico suporte

documental e também como memória para os historiadores.

Conforme Bittencourt (2005: 366): “A fotografia registra fatos, acontecimentos,

situações vividas em um tempo presente que logo se torna passado. (...) Rever fotos

significa relembrar, rememorar ou mesmo “ver” um passado desconhecido.” Há todo

um aparato técnico para análise e interpretação de uma memória fotográfica. A

riqueza de informações que ela possui, são imensas, mas é preciso saber explorá-

las.

Vive-se num tempo que pode ser definido como “imagético” da informação

transmitida pela imagem tecnológica, preferencialmente a fílmica e a informática.

Como o aluno apreende estas imagens e suas representações, são reais ou

representações do real? Para Bittencourt (2005: 366) afirma que “a visualização

muito corriqueira das imagens na sociedade contemporânea e o uso intenso de

fotografias na vida cotidiana anulam a percepção do observador, situação que

complica a leitura das imagens”.

Para haver um entendimento da imagem fotográfica, faz-se necessário

desconstruí-la, analisando o papel do fotógrafo na produção da foto, o sujeito que

produz a foto, a escolha do espaço, da postura das pessoas, da luminosidade, a

escolha dos ângulos das pessoas ou dos objetos que estão sob o critério do

manipulador do instrumento, no caso o fotógrafo.

O trabalho se constitui de uma Unidade Didática. Textos pertinentes a um

contexto histórico paranaense compõe esta modalidade. Atividade especifica a cada

oficina estarão fazendo parte no final de cada conteúdo desenvolvido.

A opção em trabalhar conceitos históricos se deve as experiências

profissionais vividas ao longo do tempo e ter vivenciado junto aos alunos a

necessidade da compreensão dos mesmos para um aprendizado de qualidade.

Conforme afirma Karnal (2003: 41) "O que diferencia as diversas

concepções de História é a forma como esses conceitos e procedimentos são

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entendidos e trabalhados."

Sendo eles imprescindíveis para que este mesmo aluno possa viver sua

cidadania desfrutar dos benefícios inerentes a mesma.

O trabalho junto aos alunos acontecerá através de uma Unidade Didática, e

forma de Oficinas.

As oficinas acontecerão da seguinte maneira: na primeira serão trabalhados

conceitos históricos fundamentais para compreensão e desenvolvimento do trabalho

em sala de aula pelo professor. Esses termos se transformarão em histórias criativas

e instigativas que conduzirão a uma reflexão e questionamentos a respeito do que é

história. Acredita-se que após este estudo, o aluno não vai ter a mesma visão ao

estudar e ler sobre história.

OFICINA I

RESIGNIFICANDO CONCEITOS ATRAVÉS DE HISTÓRIAS.

Modalidade: sondagem a respeito dos conceitos históricos como: História, Fontes

Históricas, Documentos, Memória, História Local, Tempo e Espaço. Cada conceito

terá uma história do: ERA UMA VEZ...

Local: sala de aula

Tempo: indeterminado

Objetivos

Identificar qual o nível de entendimento dos conceitos históricos e o seu uso no

estudo de história, sua importância e compreensão.

Distinguir os diferentes conceitos históricos, como: memória, documento, fonte

histórica sua significação na produção do conhecimento, a partir das afirmações de

outros autores.

Justificativa: Para poder se compreender o que se estuda é fundamental conhecer

alguns conceitos que norteiam este conhecimento.

Metodologia: Para abordagem pedagógica inicial do tema o professor iniciará com

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questionamentos a respeito dos conceitos e posteriormente em pequenos grupos

serão analisadas as historias do “Era uma vez...” discutidos e apresentados os

resultados sobre cada conceito de forma lúdica. Utilizando-se as histórias que cada

conceito possui procurar-se-á apresentar os personagens numa viagem imaginária

pelo mundo.

Atividade: No final será aplicada uma cruzadinha.

VAJANDO ATRAVÉS DOS CONCEITOS

ERA UMA VEZ...

HISTORIA

Era uma vez um personagem chamado História que viajando pelo mundo há

milhares de anos, passa pelos continentes e em cada um, de norte a sul observa,

sinais, objetos, marcas. Em alguns lugares encontra vestígios de povos que haviam

chegado a um grande desenvolvimento. Haviam modificado a natureza adequando-

a ao seu modo de viver. Observa que habitavam em cidades organizadas com infra-

estrutura, com: rede de esgotos, aquedutos, banheiros com vasos(latrinas) e

chuveiros dentro das casas, drenagens de pântanos, irrigação, campos cultivados

com produtos consumidos hoje em qualquer culinária, mesmo as mais sofisticadas.

Utilizavam um sistema de comunicação e transporte requintados. A comunicação

acontecia por estradas pavimentadas. O correio veloz e eficiente percorria longas

distâncias, no Oriente Médio (os persas) chegavam a percorrer em oito dias os

2.300 quilômetros do território no lombo dos cavalos. A escrita tão banalizada e

indispensável surge pela necessidade de registrar distancias, cálculos astronômicos

e inundações. Engenheiros, técnicos em hidráulica, médicos, professores

especializados ensinavam os discípulos para que os conhecimentos ficassem

registrados para que não houvesse recomeços a cada nova atividade mas que

pudesse ocorrer continuidades. Assim foram com os hieróglifos, com os ideogramas

sumérios (cuneiforme) e outras. Os selos identificando documentos variavam muito

conforme o imaginário fluísse e desse vasão a fantasia e ou criatividade de cada

povo. Um conhecimento estruturado estava presente nas escolas que eram

chamadas “Casa das Tábuas”. Funcionavam no Templo ou no Palácio que também

funcionava como banco. Os dízimos eram entregue no templo e este passava

emprestando aos necessitados que o devolviam quando as condições lhes

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favoreciam. Nas escolas os alunos sentavam em banquinhos de argila onde

aprendiam a ler e escrever. Tudo muito sério.

Por falar em seriedade, embora vivendo num tempo distante do nosso, as

pessoas tinham as mesmas enfermidades que qualquer um de nós hoje. Não é só

isso não. Imaginem falar de cálculos, astros, eclipses esfericidades da terra,

meridianos, paralelos, mapas, agrimensura e tantos outros registros deixados nas

tabuinhas de argila, papiros e pergaminhos.

Há, mas existiam mais coisas, como a política, uma área muito séria, bem

estruturada com o verdadeiro fim para a qual foi criada. Perfeita? Não. A hierarquia

social, as engenharias, as leis tudo muito evoluído. Bem estruturadas. As nossas leis

foram copiadas, adaptadas e atualizadas. Sobrevoando mais rápido o planeta, se

depara com avanços tecnológicos que iam da imprensa (livros, jornais, revistas,

bibliotecas, computadores, internet e...) a pólvora (que dos simples fogos de artifício

foi para as bombas) surpreendentes, mas os homens continuavam com limitações

semelhantes, ganâncias, egoísmos, hipocrisias e rivalidades que não foram

amenizadas, mas que se aprofundaram ainda mais.

Entre decepções e alegrias ficou o personagem a pensar e acreditar que....

(continuar a história).....

ERA UMA VEZ.....

FONTES HISTORICAS

Era uma vez um papiro que se atribuía todo mérito e glória pela existência

do conhecimento. Guardado num lugar especial de uma casa, de um monumento

grandioso, numa seção onde objetos valiosos e preciosos eram cuidadosamente

limpos e resguardados da umidade, pretendia ser o único que merecia tais cuidados

para não virem a serem atingidos.

Com o passar do tempo descobre que não era o único a conter as preciosas

informações. Existiam outros que guardavam segredos, registros que marcavam

épocas e que contavam tantas informações que ele não possuía. Contrariado mas

confiante vai averiguar.

Houve vozes que discutem sobre assuntos interessantes. Eram os

historiadores que todos empolgados falam das “fontes históricas”. Um deles diz que

as fontes escritas eram as mais confiáveis. Só que precisavam do auxilio da

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Paleografia, da Filologia, da Epigrafia, da Diplomática, da Papirologia. Estão falando

de mim também. Sou importante. Eles continuaram falando das fontes iconográficas

que representam imagens (uma gravura, uma fotografia, um filme) das fontes orais

que inserem toda a informação e tradição que é conservada na memória dos

indivíduos e transmitida oralmente de uns para outros. Com certeza precisava de um

pouco mais de humildade, pois se achava único e derepente descobre que divide a

atenção com tantos outros que ele era quase insignificante. Preciso me informar

mais sobre o que são essas tais “fontes históricas” e para que servem. Estas fontes

são importantes no estudo da história dos povos primitivos.

O que seria então estas tais fontes históricas? Uma resposta surge. Então é

aquilo que os historiadores usam para auxiliar na explicação de fatos ou

acontecimentos que eles estão defendendo. Variam desde documentos escritos,

como cartas, tratados, decretos, constituições, narrações, crônicas, etc., até

achados arqueológicos, como túmulos, ruínas de templos ou qualquer outro

monumento. O interessante em tudo isso é que até a coleta de relatos de pessoas

que tenham presenciado determinadas ocorrências, que chamam de história oral,

serve de trabalho para o historiador.

O papiro mais uma vez aprendeu uma grande lição: pode-se ser importante,

mas a maior beleza está no conjunto e que os maiores cuidados recebidos é pela

soma e não pela unicidade.

Então tudo o que se possa recorrer para ajudar na descrição da própria

história é na fonte histórica que encontra-se as respostas.

Continuar com a historia.........

ERA UMA VEZ ...

UM DOCUMENTO.

Andando pelo mundo pai e filho, se consideravam os mais miseráveis,

abandonados e excluídos pela sociedade. Com um pequeno achado de baixo do

braço, e de quando em quando abriam o pequeno fardo e de lá saiam frases que

passavam a encher suas vidas de esperança. Os dias se passavam e suas vidas

começavam a tomar outro rumo.

Pessoas que os conheciam a mais tempo que os viam se perguntavam:

O que teria acontecido com os dois por terem mudado tanto no jeito de

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pensar de falar e até nas atitudes?

Teriam recebido alguma noticia de amigos? Dos familiares? Ou teriam

recebido algum premio em algum sorteio de algum lugar como costumam fazer lojas,

supermercados e outros? Poderiam ter achado algum bilhete premiado? Não. A

cada dia a leitura avançava do pequeno embrulho que carregavam. Eram escritos

tão antigos, mas tão significativos. O pai estava dia após dia compreendendo o

quanto era importante sua vida e a das outras pessoas também.

A noite estava fria .

O menino sugere que começassem a queimar pedaços deste embrulho.

O pai imediatamente rejeita a idéia e fala para o filho das história que ele

tinha lido eram tão importantes. Sem saber realmente o que era, sabia que era um

livro interessante e que estava lhe fazendo muito bem do que se tratava mas sabia

que era algo especial no seu conteúdo e diz para o filho:

- Podemos estar com frio no corpo mas as palavras que estão escritas neste

livro nos aquecem o coração enchendo nossa alma de alegria.

Nesta hora chega um individuo bem entendido mas que também busca o

abrigo pois tinha sido pego de surpresa com este frio fora de época e começam a

conversar. Palavras sábias saiam da boca do viajante ambulante. Este pesquisador

de objetos históricos lhe pergunta:

- Onde você aprendeu tudo isso que você fala?

Responde o viajante:

- Meu filho e eu encontramos este embrulho e começamos a ler e estamos

aprendendo muitas coisas.

O pesquisador pede para ver o achado muito curioso. Percebe que estes

peregrinos encontraram uma das mais antigas Bíblias escritas. Um documento de

valor inestimável.

Ao saber disso os viajantes não compreendem exatamente o que era e que

importância tinha, mas sabiam que seus escritos estavam mudando suas vidas, isso

o pai sabia.

Quando o pesquisador pediu que lhe dessem o precioso livro para que

pudessem lhe dar todos os cuidados que merecia, lógico com uma gratificação que

não precisaram mais serem peregrinos pelo mundo, mas uma casa bem confortável

com outra bíblia muito bonita, a qual poderia dar continuidade as suas leituras.

O menino quer saber o porquê de tudo.

Então com as explicações compreende que o achado era um DOCUMENTO

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e que seu valor é incalculável.

ERA UMA VEZ... MEMÓRIA

LEMBRANÇAS, RECORDAÇÕES, HISTORIAS, DOCUMENTOS: A MEMÓRIA EM

AÇÃO

Era uma vez uma família que vivia em completa harmonia e muita paz.

Tempo bom e de muitas recordações. Moravam num lugar com uma paisagem

exuberante. Ao longe se descortinava um horizonte tão grandioso que dava a

impressão que o céu beijava a terra e esta por sua vez lhe retribuía com o que tinha

de melhor: chuva, neblina, dias ensolarados, rios em cascatas, flores que mais

pareciam arco íris. Esta beleza que enchia os olhos era tudo o que podia fazer para

agradecer a Deus a sua criação.

Nas noites frias o melhor lugar para se reunirem era ao redor do fogão a

lenha que dava mais vida ainda a aquela casa. O assunto daquele dia era a

memória de família. Cada um contribuía com alguma coisa das lembranças tão

presentes e vivas na lembrança dos avós e tios que já contavam com idade mais

avançada. O avo começou contando as histórias que seu avo lhe contava e os

documentos que ainda estavam guardados. Ali parece que o tempo retrocedeu e a

imaginação pode retroceder mais de uma centena de anos. As terras italianas, o

trabalho duro, a viagem no navio que trouxe muitos imigrantes para estas terras

brasileiras. Ferramentas, algumas peças de vestuário, utensílios de cozinha,

fotografias desbotadas pelo tempo mas que avivavam a memória, cartas, a quantas

saudades. Tudo era contado revelado nas cartas que era o meio de se comunicarem

nas longas distâncias, lembranças dos amigos de infâncias. As travessuras que

aprontavam. Cada um tinha sua pergunta, sua curiosidade. Como desbravaram o

mato, onde iam morar? Como construíram suas moradias? Os alimentos como eram

conseguidos no começo? As sementes para plantarem de onde vinham se estavam

a muitas horas das cidades mais próximas e não havia carro? Quando ficavam

doentes o que faziam se não tinha médico e os remédios? Como num piscar de

olhos as memórias uma a uma vinham a sua mente e cada um ouvia mais atento do

que o outro. Ninguém conversava e nem perturbava o avo, cada uma sugava o

maximo o conhecimento que estava sendo relatado. Por vezes enchia os olhos de

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lágrimas com lembranças nem sempre agradáveis mas que tocaram profundamente

seu coração.

Neste tempo do encontro de família, experiências relatadas quantos

ensinamentos e quanto respeito havia onde netos e bisnetos podiam avaliar o

mundo em que viviam e o do avo. Percebiam que estavam separados pelos avanços

tecnológicos ou por que não dizer pelo progresso, mas não pelo amor que os unia e

que ele soube tão bem conquistar e dar. Neste tempo a chama da família se acendia

cada vez mais. A significação entre eles se reforçava dia após dia. Estava

evidenciado que só se ama aquilo que realmente se conhece. Ficava mais evidente

ainda que quanto mais se sabe ouvir mais respeito se tem um pelo outro.

Que bom se muitos aprendessem com famílias como esta que uma família

não tem preço.

Memória também é símbolo de união. A memória é vida.

O que se observa é que a memória é um fenômeno vivido sempre presente

e sempre atual. A memória é uma representação do passado.

ERA UMA VEZ.... HISTÓRIA LOCAL

A IMPORTÂNCIA DE A HISTÓRIA LOCAL SER ELA MESMA!

Era uma vez um pequeno reino onde seus habitantes viviam o seu cotidiano

felizes. Cada um procurava fazer o que deveria ser feito. Ao chegar a noite dormiam

com suas consciências tranqüilas. Dever cumprido. O amanhã é outro dia. Não

havia as modernas interferências tecnológicas. Os costumes continuavam os

familiares onde os pais eram respeitados e as escolas eram realmente, um lugar de

aprendizagem, instituições de alto apreço. Parece que o pequeno reino era mais

uma ilha de fantasia do que um reino desta terra.

Neste local, a beleza sobejava. A riqueza da mesma maneira. Qualidades

haviam e muitas. Até seus cidadãos tão fraternos, amigos e as lideranças só

necessárias. Tudo o que fosse contrário não seria deste local. Roubos, seqüestros,

falsidades ideológicas não faziam parte do reino das Araucárias.

Seus governantes faziam o que tinham que fazer. Desperdícios, supérfluos,

gastos desnecessário não aconteciam. Tudo era feito de acordo com as

necessidades do povo. Cidadãos de belo porte, leais, corajosos e fiéis defensores

de sua pátria.

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Certo dia os príncipes foram convidados para importante reunião junto aos

demais representantes dos outros reinos. Embora o casal real - o príncipe e a

princesa - fossem famosos em seu reino, quando junto aos representantes dos

outros impérios, grandes potencias, sentiram-se repentinamente inferiores.

Havia entre eles um famoso sábio, ao qual perguntaram:

- Por que estamos nos sentindo inferiores? Até chegarmos aqui, alguns

momentos atrás, tudo estava bem. Quando entramos no anfiteatro, subitamente nos

sentimos inferiores como jamais nos havíamos sentido assim antes. Já enfrentamos

dificuldades de toda espécie em muitos momentos mas nunca sentimos medo. Por

que estamos nos sentindo assustados agora?

O sábio mansamente lhes respondeu:

- Quando a reunião acabar lhes responderei.

O dia pareceu tão longo e já estavam cansados de esperar. Pessoas

falavam, discussões se sucediam e a ansiedade ia tomando conta deles. Ao

anoitecer quando todos tinham saído, o casal real perguntou ao sábio novamente:

-“ Agora você pode nos responder por que nos sentimos tão inferiores?”

O sábio os levou para fora do recinto. Era uma noite em que o luar se

derramava sobre aquela porção de terra, tão redonda quanto uma bola de futebol

despontando no horizonte. O sábio lhe disse:

-“Olhe para frente e veja que existem arvores pequenas e grandes a nossa

frente e nunca vi elas discutindo por serem umas pequenas e outras grandes e

estão ali há muitos anos.”

O casal real responde que elas não falavam por que não podiam ficar se

comparando.

O sábio lhes diz que não precisavam lhe perguntar se eles já sabiam a

resposta. Quando você não compara toda a superioridade ou inferioridade

desaparecem. Você é o que é e simplesmente existe. Com um pequeno ou grande

reino, reconhecido pelos demais ou não isso não importa, o que importa é que vocês

estão la e vocês são vocês mesmos.

Um pequeno arbusto, uma folha é tão necessária quanto ou por que não tão

importante quanto a maior estrela. Um canto de um pássaro, o vento que sopra, o

tilintar da chuva na janela tudo é um louvor a Deus. Para perceber e sentir isto

preciso ter um coração aberto e ir além do que vejo.

O lugar onde estamos seja ele o interior do Paraná ou uma costa do rio

Iguaçu, seja a maior metrópole de um continente, tanto uma quanto outra são

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importantes pelas pessoas que lá estão. Sem as mesmas nada teria importância ou

valor. Tudo é necessário, tudo se relaciona, não importa se é mais baixo ou mais

alto, se é superior ou inferior. Cada um é incomparavelmente único. Você é

necessário e pronto. Tamanho não é diferença. A historia do teu local é que importa.

ERA UMA VEZ...

TEMPO E ESPAÇO.

Era uma vez um povo que habitava em terras distantes, do outro lado do

oceano Atlântico, por volta dos séculos XVIII e XIX. O que planejavam esses lusos?

Planejavam povoar as terras do sul do Brasil. Temiam muito os povos indígenas que

aqui habitavam. Historias tenebrosas eram contadas a respeito do que eram

capazes de fazer com quem tentasse invadir seu espaço. Homens destemidos que

vieram em busca do ouro na região do rio Nundiaquara em terras paranaenses –

mais de oitenta homens – foram trucidados pelos nativos. Mesmo tendo acontecido

no século XVI, as história de Cabeza de Vaca ainda povoavam as mentes dos

colonizadores.

Arriscar-se era preciso se quisessem alcançar seus objetivos. Alguns mais

arrojados do que outros decidem levar a cabo suas metas. As noticias sobre a região

sul do Brasil corriam mais rápido do que suas montarias. Terras existiam de roldão, o

“Gado do Vento” existia aos milhares, era só caçá-lo. Eram cavalos, éguas, burros e

bestas, bois e vacas para vendê-los, a bom preço, nas regiões que careciam destes

animais. Índios também não faltavam. Poderiam servir como mão de obra.

Como estes desbravadores conseguiam levar adiante seu intento se a

região cobiçada possuía invernos tão rigorosos? Por que seus sonhos eram maiores

do que suas dificuldades. O pinhão também era um atrativo para os aventureiros,

tropeiros e fazendeiros. Os tropeiros, embora tivessem seus caminhos, eles tiveram

o mérito da integração do território brasileiro de sul a sudeste, assim como o Peabiru

ligava para os nativos o continente de leste a oeste, ou seja, do Pacífico ao Atlântico.

Será que foi difícil a conquista desta região dos Campos de Guarapuava e

Palmas? Sim, além das dificuldades climáticas havia também a travessia de rios

perigosos em que diversas pessoas perderam suas vidas; os ataques dos índios;

falta de povoados para se abrigar; as fazendas extensas ficando longe um habitante

do outro sem terem assim a quem recorrer em caso de necessidades; doenças, tudo

era muito difícil se comparado aos dias de hoje.

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Como cada coisa tem seu tempo, nesta época a condição de vida tornava

as pessoas mais rudes pois as circunstâncias assim lhes exigia. O tempo que se

esta falando é o século XVIII e XIX. O espaço de abrangência são as terras

paranaenses e mais precisamente dos Campos de Guarapuava e Palmas.

Mas o que seria tempo então? Existem diferentes tipos de tempo?

Conforme estudos, o tempo da ciência é diferente do tempo histórico. O

tempo para algumas situações pode se referir a vida de um povo ou civilização que

povoou determinado território e num determinado espaço com uma determinada

cultura. Podendo ainda se referir a um tempo de longa ou curta duração. Um tempo

sem atividades perceptíveis e outro tempo cercado de dinamismos. Essas

circunstancias estão inseridas num espaço ocupado por um povo organizado ou

não, desenvolvido ou não ele constrói sua história do seu jeito.

ATIVIDADES - Agora é sua vez.

Vamos resolver a cruzadinha a seguir. Procure ler com atenção refletindo a

respeito dos conceitos de História e procure descobrir qual o conceito que melhor se

adapta ao enunciado.

1 - Podem ser escritas ou não escritas mas indispensáveis ao estudo da memória

social e é um dos meios fundamentais de abordar os problemas do tempo e da

história, relativamente aos quais a memória está ora em retraimento, ora em

transbordamento”. São todos os vestígios produzidos pelo homem ao longo de sua

trajetória, em diferentes espaços e e acordo com sua época. Sem as mesmas a

reconstrução histórica se tornaria quase impossível. Fontes históricas

2 - A sua definição depende da visão que cada um tem de sua própria sociedade e

do tempo em que vive.” Entende-se que um determinado acontecimento ou fato

pode ter relevância para um determinado individuo ou sociedade e para outro não

ter a mesma significação. Estamos falando da: Historia

3 - O seu ensino tem uma grande importância pois ele pode de diferentes formas

apresentar aos alunos uma história que parta de um acontecimento do cotidiano que

eles conhecem empiricamente, assim estudar e relacionar os acontecimentos

próximos dos distantes. Estamos falando da: História local

4 - É a propriedade de conservar certas informações, propriedade que se refere a

um conjunto de funções psíquicas que permite ao individuo atualizar impressões ou

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informações passadas, ou reinterpretadas como passadas. É por ela que se

buscam as marcas que permanecem impressas num imaginário social, num

monumento ou outra marca qualquer. É concreta, no vivido, no gesto, na imagem e

no objeto. É dinâmica, não se limita a detalhes, é abrangente e também ela pode ser

particular. Pertence ao indivíduo mas também pode pertencer ao grupo. A isto

denominamos de :

memória

5 - Não é só algo que fica por conta de um passado distante ou próximo mas pela

significação que o pesquisador passa a lhe dar em ressonância com as forças

dominantes. Indispensável ao cientista que busca a veridicidade do que afirma.

Pode se apresentar de várias maneiras, formas e estruturas. Algumas vezes pode

ser de forma oral e outras escrita, pode ser um vestígio multiforme e outros.

Estamos falando do......

documento

6 - Representa um conjunto complexo de vivências humanas. Muitas são as

concepções que se tem dele. Sem tê-lo como centro, tornar-se-á impossível analisar

continuidades e rupturas, permanências e mudanças, transformações antes, agora e

depois Precisamos observar os diferentes ritmos quando o situamos na duração dos

fenômenos sociais que são frutos da concepção de mundo. Sua compreensão e

duração abrirão caminho para análises apuradas e mais precisas de cada

circunstância vivida pelos indivíduos. A este chamamos de:

Tempo

7- Defendido com todas as forças. Local onde se tramavam estratégias de

sobrevivências, onde uma cultura era difundida, os meios de sobrevivência eram

traçados onde relações das mais simples as mais complexas tornavam-se

fundamentais para a continuidade da nação. Ali se desenvolviam sentimentos de

pertença em que as fronteiras eram determinadas e defendidas. A esta trama toda

pode-se dizer que se refere ao:

Espaço.

Preencha os quadrinhos com as respostas de acordo com a numeração:

1 █

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23 █4567

OFICINA II

VAMOS FAZER UMA VIAGEM AO MUNDO DO CIENTIFICO E DO SENSO

COMUM?

Modalidade: Construir jogo da caça ao tesouro através de jogo de dados

Local: sala de aula, laboratório de informática, biblioteca.

Tempo: 2 aulas

Áreas de conhecimento envolvidas: Informática, artes e geografia e portugues

Objetivos

Identificar qual o status de compreensão queo aluno do ensino médio possui e

relação ao conhecimento vulgar ou senso comum do conhecimento cientifico.

Conduzir o educando a uma compreensão do que seja o conhecimento científico e o

que é conhecimento vulgar ou senso comum compreender suas diferenças e

semelhanças e o que conduz um e outro conhecimento, ou seja seus resultados

Justificativa: Há uma necessidade, principalmente no Ensino Médio, distinguir o que

é “senso Comum” do que é científico.

Justificativa: Esta oficina visa concretizar as diferenças e semelhanças entre o

conhecimento científico e o senso comum, motivando os educandos para a

necessidade de buscar em literaturas clássicas e reconhecidas para os conceitos

que acreditamos serem verdadeiros. Necessidade de comprovação.

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Vamos começar o nosso vôo....

Para iniciarmos esta conversa precisamos dizer que tudo o que é cientifico é

passível de comprovação. Podemos também dizer que os cientistas se dedicam a

comprovação

Poderia dizer que é o caminho trilhado pelo cientista quando em busca de

"verdades" científicas. Quais são as "verdades" científicas? O que é ser cientista? O

que é ciência? Existe uma ciência única? Quando nos reportamos a uma hipotética

linha demarcatória, a separar o que julgamos ser uma verdade científica de outras

possíveis verdades, a que nos estamos referindo?

Muitas são as perguntas que afloram nossas mentes. Algumas respostas

podem ser obtidas seguindo o pensamento e parafraseando Bittencourt (2005:190)

quando explica os dois conceitos ela diz que devemos estar atentos. O alunos estão

abertos para aprendizagem e que não estão acomodados, cada um tem sua leitura

de mundo. Essa que se deve estar atentos pois ela vem permeada de ideologias e

manipulações que acabam mascarando um a realidade, como afirma Bitencourt

(2005: 190) "permeada de manipulações de aprendizagem proveniente dos meios

de comunicação de massa, e revestida e ideologia, condição que por princípio,

difere essencialmente do conhecimento e do domínio dos conceitos científicos."

Existe sobre esse aspecto até um relativo preconceito. Mas essa barreira precisa ser

vencida por certos especialista tradicionais.

Quando se fala do senso comum nos questionamos mas como podemos

saber então quando é cientifico e quando e senso comum. Podemos então

identificá-lo por algumas características que podem se apresentar mais ou menos

desta forma: certas observações elementares do cotidiano, já sabe tudo, conclusões

imediatistas, sem uma analise mais profunda, é ingênuo em suas colocações; o

vizinho o amigo disse, todo mundo diz que é assim. Não há uma coerência ou

método está, muitas vezes baseado numa tradição (a avó dizia que é para fazer

assim). Ocorre também uma postura acrítica diante de situações inconvenientes.

O conhecimento cientifico, nada mais é do que o aprofundamento e

estruturação do senso comum. Para alguns cientistas, o conhecimento cientifico

nada mais é do que o aprofundamento da analise sobre as coisas. É necessário

peneirar o senso comum.

Seguindo a explicação capturada em 21/07/2010:

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http://www.cefetsp.br/edu/eso/filosofia/sensociencia1.html

Procurando compreender um pouco mais do que é científico e do que é

senso comum são feitas algumas perguntas. Estas conduzirão a um raciocínio a

respeito do que é um e do que vem a ser o outro. Seguindo a explicação capturada

em 21/07/2010:

http://www.cefetsp.br/edu/eso/filosofia/sensociencia1.html

• Como duvidar que o sol seja menor do que a Terra se, todo dia, vemos um pequeno círculo de cor vermelha percorrendo o céu?

• Porém a astronomia nos revela que o sol é muitas vezes maior do que a Terra e que é a Terra que se move em torno dele.

• Como duvidar que a terra seja imóvel se diariamente vemos o sol nascer, percorrer o céu e se pôr?

• Cada espécie de animal não surgiu tal como o conhecemos? Como imaginar um peixe tornar-se réptil ou um pássaro? A Bíblia não nos ensina que Deus criou em um único dia todos os animais?

• Já a biologia nos ensina que as espécies de animais se formaram a partir de modificações de microorganismos extremamente simples e isto ao longo de milhões de anos.

• Você, com certeza, já deve ter ouvido alguém dizer: "Dize-me com quem andas que eu te direi quem és"; ou: "Mais vale um pássaro na mão do que dois voando".

A este tipo de conhecimento é o que afirmamos ser senso comum.

Certamente você já uma vez ou outra, ouviu estas expressões. São ditos

populares que o bisavô já acreditava e que de geração a geração foram se

propagando. Este tipo de saber passa a fazer parte das tradições de famílias

integrando-se no comportamento cotidiano.

O conhecimento científico tem outra postura como se observa nas seguintes

afirmações:

• desconfia de nossas certezas, de nossa adesão imediata às coisas, da ausência de crítica.

• Onde o senso comum vê muitas vezes fatos e acontecimentos, o conhecimento científico vê problemas e obstáculos.

• Ele busca leis gerais para os fenômenos Ex.: a queda dos corpos é explicada pela lei da gravidade. Não acredita em milagres, mas acredita na regularidade, constância, freqüência dos fenômenos.

• É generalizador, pois reúne individualidades sob as mesmas leis, sob as mesmas medidas. Ex.: a química nos revela que a

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enorme variedade de corpos se reduz a um número limitado de corpos simples que se combinam de modos variados.

• Aspira à objetividade enquanto o senso comum se caracteriza pela subjetividade.

• Dispõe de uma linguagem rigorosa cujos conceitos são definidos de modo a evitar qualquer ambigüidade.

• É quantitativo: busca medidas, padrões, critérios de comparação e de avaliação para coisas que parecem ser diferentes. Por isto, a matemática se constitui em instrumento importante de várias ciências.

• Tem método rigoroso para a observação, experimentação e verificação dos fatos.

• Diferentemente do Senso Comum que muitas vezes é marcado pelo sentimento, o conhecimento científico se pretende racional.

http://www.cefetsp.br/edu/eso/filosofia/sensociencia1.html

Observa-se que as diferenças são inúmeras entre e o senso comum e o

conhecimento cientifico, mas que mesmo que haja toda esta preocupação em

relação ao saber cientifico, o próprio científico possui um pouco do senso comum

mais apurado .

ATIVIDADE: Descobrindo o caminho do tesouro – jogo de dados com obstáculos

sobre o conteúdo estudado. Este jogo será construído pelo próprio aluno em grupo.

Sua construção envolverá o conhecimento adquirido.

OFICINA III

A CONQUISTA E COLONIZAÇÃO DA REGIÃO DE GUARAPUAVA E PALMAS..

Modalidade: confecção de um jornal da época da conquista e colonização da região

de Guarapuava e Palmas.

Local: sala de aula, laboratório de informática, biblioteca.

Tempo: 2 aulas

Áreas de conhecimento envolvidas: Informática, artes e geografia

Objetivos

Compreender o processo de conquista e colonização ocorrido no estado do Paraná

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e nas regiões Oeste e Sudoeste deste, estado com suas dificuldades, entraves e

benefícios decorrentes do mesmo.

Comparar o processo de colonização ocorrido nas regiões oeste e sudoeste do

Paraná com suas características e singularidades que permeavam cada uma delas

com seus destaques e importância. Observar que nas singularidades acabam

residindo grandes feitos de significação local e outros criados para lhes dar

significado e valor.

Identificar o processo de conquista e colonização de Palmas Paraná e como a figura

de Ponciano passou a fazer parte da historia deste município.

Justificativa: O processo de pesquisa, o envolvimento com a história passada mas

presente, desperta a curiosidade e o interesse pelo próprio estudo.

Metodologia: Os alunos realizarão um jornal de época com reportagens e ilustrações

diversificadas.

UM ESTADO, UMA REGIÃO, UM MUNICÍPIO: UMA HISTÓRIA

A ocupação do território paranaense e mais especificamente das regiões

sudoeste e oeste, estão ligadas a fatores econômicos, ou seja, ao tropeirismo, a

pecuária, a erva-mate, elementos fundamentais na formação da cultura própria da

região. Cada povo tem em sua história, condicionantes, características que lhe são

próprias, não cabendo qualquer classificação que sobreleve um em detrimento de

outro. A fazenda de criar, nos séculos XVIII e XIX, era economia fundamental dos

campos gerais e neste caso mais específico, nos campos de Palmas, acompanhada

por uma economia de subsistência. Estas atividades exigiam a presença de um

número significativo de mão-de-obra, fundamentalmente dos escravos africanos,

que deveriam, como afirma MATTOSO ,“ fazer um triplo aprendizado antes de ser

capaz de colher os primeiros resultados de sua aparente docilidade: aprender a

língua do senhor, orar ao Deus dos cristãos e saber executar um trabalho útil"( 1988,

p. 112).

A fazenda pecuarista, base da economia desta região, proporcionava um

isolamento, no qual o escravo estava inserido. Sua adaptação ocorria através do

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idioma, da oração e do trabalho. Ao escravo crioulo não havia o problema da língua

uma vez que era criado desde pequeno na língua dos senhores.

A Igreja era uma instituição que a sociedade escravista podia contar para

ensinar aos seus trabalhadores as virtudes da paciência e da humildade, a

resignação e a submissão à ordem estabelecida. A manutenção desta ordem

acontecia através da pregação dos capelães, quando existiam, pois não eram todas

as fazendas que possuíam um deles. Muitas vezes essa responsabilidade ficava a

cargo de algum “líder” local ou, em outras regiões do Brasil, das irmandades, que

em sua “catequização” salientavam que a felicidade dos céus só seria alcançada

após uma vida de privações e punições. Muitos dos escravos nasciam, viviam e

morriam apenas com as exterioridades da religião, sem terem tido contato com a

doutrina em si. Um sinal de cristianização dos escravos é o vocabulário religioso

com que o negro saúda seu senhor –“Sua benção, meu senhor”. Com o tempo

assimilam rezas e devoções próprias do catolicismo presentes entre os fazendeiros.

As enormes distância entre uma fazenda e outra, e mais ainda dos centros

urbanos, para onde os caminhos eram quase inexistentes, sendo que só no século

XIX houve a abertura de estradas ligando Palmas aos centros de escoamento dos

seus produtos, atraindo um maior número de pessoas para a região, como atesta

RIESEMBERG “(...) a estrada de Palmas foi o verdadeiro eixo daquele movimento

demográfico”(1973, p. 53). Até a abertura da estrada criaram um isolamento

característico. Sua população tem, a fé como princípio, a coragem e valentia como

norma e o sobrenatural como esperança. Estes elementos, associados à

religiosidade, tornaram o homem desta região o que popularmente foi denominado

de “fechado”. Justifica-se essa maneira de ser pelas circunstâncias em que vivia.

Por um lado sujeito aos ataques dos índios, que eram muitos na região e por outro

vivendo em campo aberto que permitia a fácil incursão de elementos estranhos, o

estrangeiro. O habitante desta região não tinha a quem recorrer a não ser contar

com a própria valentia, coragem e fé, valores legados aos herdeiros, que, para a

época, foram de grande valia. RIESEMBERG( 1973, p. 54) assim se refere a

respeito:

(...) o arranjo e a manutenção de uma fazenda de gado era tarefa dispendiosa que só poderia ser cometida por pessoas abastadas, com capital bastante para a aquisição de animais de ventre e preparação do terreno. Além disso, era necessário organizar a defesa contra o assalto do gentio que senhoreava a região.

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Observa-se que as dificuldades para manter uma fazenda eram muitas e

que somente os que possuíam condições mantinham suas posses com segurança.

Os campos de Guarapuava iniciam sua história com os Jesuítas espanhóis

que tentam povoar a região com a criação de reduções na Província de Guairá,

região incorporada ao domínio da coroa portuguesa pelo Tratado de Santo Ildefonso.

WACHOWICZ ao se referir ao fato, comenta “Felizmente para o Brasil e também

para o Paraná, o tratado de limites assinado em 1777 (Sto. Ildefonso), entre as duas

potências Ibéricas, confirmou a posse portuguesa desse território” (1988, p. 91).

Várias foram as expedições (bandeiras) que se dirigiram à região dos campos de

Guarapuava. As dificuldades enfrentadas no reconhecimento e tentativas de posse

são incalculáveis.

Desejando ocupar definitivamente os campos de Guarapuava e evitar que

os espanhóis o fizessem, D. João autoriza o governador de São Paulo a executar a

caça ao índio e sua escravização, ou seja, nesse caso, o seu extermínio pois os

meios pacíficos já haviam se esgotado. Tentando evitar a aplicação de tão

desumana lei, o presidente da província de São Paulo conseguiu junto a corte, a

criação de uma “Junta da Real Expedição e Conquista de Guarapuava”,

concretizando os desejos do Príncipe regente, expressos na Carta Régia de 05 de

novembro de 1808. A carta régia continha uma declaração de guerra aos índios dos

Campos Gerais e de Guarapuava. Iniciou-se a construção da estrada para a

conquista da região. A expedição confiada a Diogo Pinto de Azevedo Portugal saiu

de Curitiba, em 1809 e atingiu o planalto guarapuavano em 1810. O percurso foi

realizado com diversas paradas, onde os exploradores estabeleciam pequenas

povoações com capela, quartel, armazéns, algumas casas e roças. Essas

povoações funcionavam como portas de reabastecimento. Chegando à região dos

campos de Guarapuava, o comandante organiza a construção de um forte que

recebeu o nome de Atalaia. O grupo sempre foi acompanhado pelo padre Francisco

Chagas Lima que prestou inestimáveis serviços na pacificação e catequização dos

gentios. WACHOWICZ (1988, p. 93) diz: “Em sua tarefa, foi o Pe. Chagas

imensamente auxiliado por um cacique chamado Pahy, o qual, demonstrando

enorme dedicação à civilização e ao cristianismo, contribuiu para atrair e pacificar o

gentio”. A atuação desse religioso foi de suma importância na consolidação do

povoamento da região.

Em 1817, a sede da expedição, sob o comando do tenente Antônio da

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Rocha Loures, se muda para a localidade de Linhares e, através do alvará régio de

11 de novembro de 1819, é criada a freguesia de Nossa Senhora de Belém, que

mais tarde se tornaria vila em 17 de julho de 1853 e, finalmente, cidade de

Guarapuava no ano de 1871.

Mesmo com a ocupação definitiva da região, os novos colonizadores

enfrentaram diversos problemas durante o final do século XIX. Isolada e sem

comunicação com o resto da província, as localidades de Guarapuava e da recém-

fundada Palmas, ficaram à mercê de diversos grupos indígenas. Como os recém-

convertidos à fé cristã, que reclamavam das prometidas sesmarias e de outras tribos

“selvagens” como Coroados e Botucudos que vindos, de outras regiões, colocavam

em sobressalto os moradores das vilas e fazendas. Estes, preocupados com os

constantes prejuízos e ataques, pedem ajuda ao presidente de Província, Dr.

Antônio Barbosa Gomes Nogueira, que, sugere a criação de colônias militares junto

aos aldeamentos com a função de vigiar e patrulhar toda a região.

Além do enfrentamento com os indígenas, a região vivia em permanente

alerta contra os platinos que vinham clandestinamente explorar a erva-mate e mais

tarde a madeira.

Um dos fatores determinantes para a criação da Província do Paraná, foi a

economia do criatório na área dos Campos Gerais e de Palmas. A falência deste

ciclo da pecuária se deve ao isolamento da região. Os caminhos eram péssimos. As

dificuldades para a comercializar o gado eram inúmeras. Muitas propriedades

passam para pequenos e médios proprietários ou arrendatários gaúchos e

catarinenses. A migração que só acontece em meados do século XX, sendo de

número reduzido, não provocou de imediato grandes mudanças, principalmente no

que se refere a mentalidade alicerçada entre a população local.

A estrutura demográfica da região apresenta os mesmos elementos étnicos

do restante do Brasil: branco, negro, índio. A diferença está no percentual de cada

uma dessas etnias e na miscigenação.

O índio é representativo nos primeiros anos de povoamento, mas devido aos

enfrentamentos com o branco e mesmo entre as diferentes tribos teve uma

significativa diminuição. Antes de 1830, os conflitos eram mais intensos entre os

grupos indígenas mas após a morte do padre Chagas, os confrontos com o branco

reaparecem. Enquanto viveu, mediou conflitos estabelecendo a paz entre gentios e

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brancos. Após sua morte, os ataques se dirigem ao restante da população nas

fazendas e vilas.

Os índios dos Campos de Palmas, da tribo dos caigangues, foram

preservados pelos de Guarapuava que não revelavam sua existência aos

colonizadores a fim de terem um local seguro para se refugiarem caso ocorresse

algum incidente entre estes e o invasor.

É importante ressaltar a origem do elemento branco que conquistou e se

fixou nos campos de Guarapuava e Palmas, em virtude de suas tradições culturais.

A expedição comandada por Diogo Pinto de Azevedo Portugal era formada

aproximadamente por 200 militares brasileiros, descendentes de portugueses. Os

colonos transferidos de Curitiba e Castro para Guarapuava que posteriormente,

passam a formar a expedição que colonizará os campos de Palmas, também eram

brasileiros e o comandante Diogo Pinto era português. Os negros escravos também

faziam parte da comitiva e passaram a ser o sustentáculo da economia campeira

tradicional.

Os Campos de Palmas já eram conhecidos dos paulistas no século XVII,

que haviam percorrido a região por diversas vezes quando se dirigiam as missões

jesuíticas do sul do Brasil.

Já no final do século XVIII, o curitibano Zacarias Dias Cortes que se dirigia a

Vacarias, passou pelos campos de Palmas. No século XIX a expedição de

Atanagildo Pinto Martins, que teve por guia o índio aldeado Jongog, resolveu

contatar com o território missioneiro do Rio Grande do Sul, margeou estas terras

palmenses. José Ferreira dos Santos, juntamente com outros moradores de

Guarapuava, deliberaram fundar uma associação com a finalidade de ocupar os

campos de Palmas. A associação recebeu o nome de Sociedade dos primeiros

povoadores palmenses. Participava deste grupo o padre Ponciano José de Araújo

que os acompanhou até a região pretendida. Pedro Siqueira Cortes desejava

associar-se ao grupo, mas foi recusado. Por isso, decidiu organizar outra expedição

povoadora para esta mesma região. Havia pressa na ocupação desta área devido a

cobiça não só dos paulistas, mas também dos argentinos.

Ao chegarem ao destino, os dois bandeirantes, disputam a posse dos

campos. Como não chegam a uma solução, é colocada sob arbitramento de

pessoas neutras. Estas decidem que Pedro Siqueira Cortes ficaria com o poente e

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que José Ferreira dos Santos com o nascente. Ao fazer referência ao episódio,

LAGO( 1990, p.65). Afirma: “ (...) o padre Ponciano, como membro da bandeira de

José Ferreira dos Santos, evitou um confronto armado entre os integrantes das

duas bandeiras.

ATIVIDADE: - Construção de um jornal de época.

Em forma de Historia em quadrinhos, noticiários ...

OFICINA IV

UM BAIRRO, Uma Escola: uma historia

Modalidade: Realizar entrevistas com diretores fundadores da escola com suas

historias de vida e sua atuação.

Local: sala de aula e nas casa dos primeiros diretores

Tempo: 1 aula

Áreas envolvidas: Português e geografia

Objetivos

Conhecer um pouco da historia da urbanização do bairro Lagoão pelos pioneiros do

lugar e o progresso que foi chegando com os primeiros moradores e a conseqüente

criação do Colégio Estadual do bairro.

Averiguar junto aos alunos a respeito da importância do nome da escola para os

moradores do bairro, do município e para os próprios alunos.

Realizar junto aos alunos um questionamento sobre a importância a escolha do

nome de uma escola estar relacionado com pessoas ligadas a escola ou que

tenham algo em comum, uma história relacionada a comunidade.

Justificativa: Desenvolver o senso crítico diante das circunstâncias especialmente

na escolha do nome de uma escola, rua, construções, para que sejam a fim e que

não seja de forma aleatória.

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Metodologia: Possibilitar aos alunos instrumentos documentais para que possam ter

suas próprias opiniões a respeito do nome da escola oferecendo outras alternativas

para que isto possa ocorrer.

RECUPERANDO A HISTÓRIA DO COLÉGIO PADRE PONCIANO

De acordo com o Projeto Político Pedagógico (PPP), a fundação do Colégio

Pe. Ponciano José de Araújo, do Bairro Lagoão de Palmas, é assim descrito:

O Colégio Padre Ponciano José de Araújo – Ensino Fundamental e Médio, está localizado à Rua Pedro Siqueira Côrtes nº 381, no bairro Lagoão, no município de Palmas, Pr . O qual teve seu início histórico através do Decreto – Lei n º 4.400 de 33/12/1977, passou a fazer parte do complexo Educacional Coronel Domingos Soares com a denominação de Escola Estadual Padre Ponciano José de Araújo – Ensino Fundamental. O nome Padre Ponciano José de Araújo é uma homenagem ao primeiro Vigário da Paróquia de Palmas. No ano de 2006, o colégio passou a oferecer o Ensino Médio, conquista muito merecida que vem favorecer a população deste bairro. Cabe ressaltar que o Colégio Estadual Padre Ponciano José de Araújo sempre representou um marco no bairro Lagoão. Tanto por sua história de considerável importância, enquanto local privilegiado de disseminação e produção de conhecimento, quanto por seu envolvimento e preocupação com a comunidade.

http://www.plmponcianoaraujo.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=9

A criação deste Colégio, conforme consta na documentação oficial,

justificou-se pela necessidade do próprio bairro, em decorrência de seu aumento

populacional.

Contudo sabe-se que o trabalho do historiador não é beber do discurso da

fonte e sim, desconfiar das informações constituídas nos documentos que elege

para trabalhar. Pretende-se oportunamente problematizá-la, indagando, a respeito

de seu processo de criação e “ fundação da escola Padre Ponciano José de Araújo”.

Ainda não se teve acesso a um rol mais significativo de documentação

acerca do referido Colégio mas se esta em processo de pesquisa a fim de catalogar

o material. Os arquivos que se optou em percorrer, consistem no Centro de

Documentação e Memória da Universidade Estadual do Centro-Oeste, que não

foram localizados documentos pertinentes ou a fins, Biblioteca Pública de Palmas, o

Museu Histórico do Município de Palmas e ainda, os Registros Paroquiais e Cúria

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Diocesana. da mesma localidade.

O campo da História tem revelado um esforço no sentido de buscar a

reconstrução das historias das instituições escolares compreendidas como locais de

sociabilidades, conflitos, inclusões e exclusões, memórias e identidades em

construção. O estudo é fundamental para a compreensão dos processos de

constituição de sujeitos e também de cada cultura escolar.

ATIVIDADES: Recuperando a Historia da Escola através de narrativas a respeito

dos envolvidos na fundação, reconhecimento e desenvolvimento da escola.

Moradores envolvidos, diretores e comunidade.

Depoimentos de moradores do bairro e pessoas envolvidas na fundação,

construção e evolução da escola.

OFICINA V

QUEM FOI PADRE PONCIANO JOSÉ DE ARAÚJO

Modalidade: construir, a partir da memória escrita nos registros paroquiais a

trajetória de Ponciano.

Local: sala de aula, laboratório de informática, biblioteca.

Tempo: 1 aula

Áreas de conhecimento envolvidas: História, Informática, artes e geografia

Objetivos

Reconstruir a trajetória de vida de padre Ponciano José de Araújo, da sua infância a

fase adulta e sua opção pelo clericato.

Compreender as motivações que levaram Ponciano a vir para Palmas e o que fez

nesta terra durante o tempo que aqui permaneceu.

Justificativa: Reconstruir a história de Ponciano de sua infância a sua morte

Metodologia: Reminiscências.

TRAJETÓRIA DE VIDA DE PONCIANO JOSÉ DE ARAUJO

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Em registros paroquiais, da Cúria Diocesana de Palmas Paraná, Melz, (s/d :

11) apenas cita que em 1836 o Pe. Ponciano José de Araújo, componente da

Bandeira de José Ferreira dos Santos se estabeleceu nos Campos de Palmas. O

padre Natalício em seu artigo sobre o histórico dos 150 anos de Palmas, fala “que

desde 1836 até 1842 esteve em Palmas o padre Ponciano José de Araújo, que

apesar das idas e vindas até Guarapuava e Palmeira sempre esteve presente e

levando a fé ao povo que aqui se encontrava.”

No documento fornecido pela Cúria Diocesana de Palmas, fala que o Padre

Ponciano, o intelectual dos expedicionários, o elemento mais extraordinário e

representativo dos participantes, diz que não é paranaense, mas proveniente do

Estado de Santa Catarina, sendo desconhecida a sua origem embora num outro

documento fale que nasceu em Tamanduá, Palmeira, Paraná em 02/02/1800 -

documento da Vara de Castro.. Foi criado, educado e ordenado como filho adotivo,

pela senhora Clara Alves de Araújo. Porém, não tinha vocação sacerdotal e só s

ordenou para satisfazer a sua vontade, pois desejava ter um filho sacerdote na

família. Após a morte da sua mãe, abandona o sacerdócio.

O documento ainda fala da ida para Palmas por volta de 1842 chega o padre

Manuel Chagas, que sai de Guarapuava para Palmas. Este clérigo teve papel de

destaque junto a população indígena na época.

Observa-se até o momento a dificuldade de se encontrar qualquer escrito,

além dos registros ínfimos que se tem sobre o personagem em estudo. Estamos

arrolando sites e investigando arquivos particulares que venham acrescentar aos

nossos conhecimentos materiais realmente relevantes.

Esta pesquisa almeja levar para a escola uma abordagem diferenciada no

estudo da História, uma vez que os alunos serão os participantes deste processo

através das oficinas que lhes proporcionarão espaço para expor suas habilidades

numa pratica que lhes dará oportunidade de envolver a comunidade apresentando

não uma historia morta lá no passado, mas uma História onde há vida, há sonhos e

há realidade.

Resignificando a História

Atividades - Reminiscências. Serão pesquisados o

OFICINA VI

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SOCIALIZAÇÃO DOS SABERES ENVOLVENDO A COMUNIDADE ESCOLAR

LOCAL..

Modalidade: Painéis.

Local: Sala de aula e ambiente escolar

Tempo: 2 aulas.

Áreas de conhecimento envolvidas: História, Arte, Português, Informática e

Geografia.

Objetivo: Apresentar, discutir e refletir os conceitos já desenvolvidos nas demais

oficinas e a partir deste estudo comprovar os resultados.

Justificativa: A aprendizagem acontece das mais variadas formas, sendo através da

expressão escrita, oral e visual. Esta atividade oportuniza aos educandos utilizarem

várias formas de linguagem, construção, leitura e visualização de painéis e a

socialização do que aprenderam.

Metodologia: A modalidade de paineis é uma dinâmica de comunicação visual, onde

o conhecimento pode ser expresso de forma objetiva e eficiente, destacando

conceitos de temas abordados. A comunidade escolar estará participando desta

atividade, ouvindo histórias, relatos, contos e visualizando as diferentes construções

realizadas bem como podendo participar de jogos educativos construídos pelos

próprios alunos.

Objetivo

Interagir, alunos e comunidade através da apresentação dos trabalhos a

partir dos conhecimentos desenvolvidos nas oficinas.

Observação:

Esta oficina só será documentada após a conclusão dos trabalhos.

No segundo semestre de 2010 com o acompanhamento do professor

orientador e a colaboração dos Grupos de Trabalho em Rede estaremos elaborando

uma Unidade Didática como material didático-pedagógico

Este material a ser produzido estará relacionado com a temática e objeto de

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estudo proposto, ou seja, “História e Memória do Colégio Pe. Ponciano.

Essa produção didático-pedagógica terá como objetivo a efetivação das

discussões a respeito do discurso que rege a história da localidade de Palmas, PR,

mais especificamente do patrono da Escola Ponciano José de Araújo visando ilustrar

e enriquecer as aulas de história do Ensino Médio com a produção de material que

enriquecerá um fazer educativo do Ensino Médio do Colégio.

No que diz respeito à implementação da proposta de intervenção pedagógica

na escola, será realizado no início do 3º bimestre de 2010 junto aos alunos das 1ªª

séries do Ensino Médio, um levantamento com o auxílio de um questionário

contendo perguntas abertas e fechadas. Esse instrumento visa colher informações a

respeito do conhecimento que a comunidade do bairro possui a respeito do patrono

do Colégio.

Durante o 3º e 4º bimestre de 2010, trabalhar-se-á os conceitos de história,

fontes históricas, documentos, memória, historiografia, história local, tempo e

espaço; diferenciar o conhecimento cientifico do senso comum; conquista do oeste e

sudoeste do Paraná e mais especificamente de Palmas; a participação do padre

Ponciano; a reconstrução da história do Colégio Estadual Padre Ponciano José de

Araújo, da sua fundação aos dias atuais.

Utilizar-se-á em média uma aula semanal podendo esse número ser

aumentado, adaptando-se as necessidades da efetivação da proposta e

implementação do material de apoio.

Serão utilizados vários recursos didáticos entre eles: textos, fotografias,

documentos, e outras atividades que proporcionem análise e reflexão

Ao se efetuar a utilização dos materiais pedagógicos construídos durante a

realização da Unidade Didática, convicta de um novo saber adquirido acerca da

história do Colégio, almeja-se deixar uma contribuição para o ensino de História.

No decorrer do 1º semestre de 2010, juntamente com a implementação do

material pedagógico produzido, será realizado o registro do processo das atividades

previstas na implementação do projeto de intervenção, tendo como propósito a

elaboração de um artigo científico que ocorrerá no 2º semestre de 2010.

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