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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
3
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
A PRÁTICA DOCENTE E A UTILIZAÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO DA DISCIPLINA DE HISTÓRIA.
CURITIBA2011
4
Autora: Cibele Lacerda1 Orientadora: Maria Auxiliadora dos Santos Moreira Schimidt
Trabalho de conclusão apresentado ao Governo do Estado do Paraná,
através do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, como parte das
exigências para a obtenção de Certificação, na área de História, orientado pela
Professora Orientadora Drª Maria Auxiliadora dos Santos Moreira Schmidt –
Universidade Federal do Paraná – UFPR.
1 Cibele Lacerda, especialista em História do Brasil e Sociologia.
5
A PRÁTICA DOCENTE E A UTILIZAÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO DA DISCIPLINA DE HISTÓRIA
Cibele Lacerda
RESUMO
Este artigo tem como base os estudos investigatórios e análise da proposta metodológica do LDPH (Livro Didático Público de História), para o Ensino Médio, 2. edição, 2006, construído pelos professores de História da Rede Pública do Estado do Paraná. Esse livro visa implementar alternativas metodológicas, que levem melhorias significativas e contínuas, nas práticas do ensino aprendizagem, da disciplina de História. Tem como princípio atingir resultados eficazes e eficientes, com vistas no desenvolvimento de relações, do conhecimento histórico, entre passado, presente e futuro, para que o educando possa transformar o mundo em que vive, por meio das suas ações, em seu benefício. Pressupõe a supervisão do professor, para que os conhecimentos científicos, filosóficos e artísticos possam ser trabalhados de forma que desenvolva a cognição dos alunos, investigando as possibilidades de melhorias do LDPH, e para que assim atinjam um nível superior de qualidade e resultados satisfatórios, nas práticas de ensino da disciplina de História.
Palavras-chave: Livro Didático Público; Disciplina de História; Proposta Metodológica; Prática de Ensino; Professor.
ABSTRACTS
The base of this article is the investigative studies and analysis of the book LDPH (Livro Didático Público de História) methodological proposal directed to high school students, 2. edition, 2006 and prepared by History teachers from Public Schools of Paraná. This book aims to implement methodological alternatives, which intend significatives and continues improvements in teaching and learning practices in History classes. It aims to achieve effective and efficient results, looking foward to the relations development, historical knowledge, among past, present and future, to allow the students transform the world they live in, through their actions in their benefit. This action presupposes the teacher supervision so that the scientific, philosophical and artistic knowledge can be worked to develop the students cognition, investigating the book improvement possibilities, in order to achieve a superior quality level and satisfactory results in History teaching practices.
Keys-words: History; Methodological; Public Schools of Parana; History teaching practices.
6
1 INTRODUÇÃO
A pesquisa teve por objetivo apresentar os mais relevantes resultados
obtidos na análise da proposta metodológica do Livro Didático Público de
História - LDPH e a relação que os profissionais da educação estabelecem com a
metodologia sugerida, tendo em vista a construção de elementos para a produção
de materiais didáticos de História, a sua reação com teorias de ensino e
aprendizagem, referenciadas na formação da consciência histórica, como
finalidade do ensino de História, identificando as dificuldades encontradas na
metodologia sugerida pelo LDPH, a partir de investigações sobre a relação com a
prática dos docentes, com vistas à proposição de alternativas metodológicas para
o ensino de história, tendo como foco principal, as Unidades Temáticas III e IV do
Livro Didático Público da Disciplina de História e como referência o próprio
docente atuante da disciplina.
Para isto, o instrumento de investigação, apresentado para doze
professores, atuantes na Rede Estadual de Ensino, foi construído a partir da
seleção de conteúdos, documentos e atividades, apresentados pelo Sumário,
Unidade Temática III e IV, que compõem o Livro Didático Público de História,
2006, na sua segunda edição.
A tabulação do instrumento de investigação foi elaborada com as
seguintes questões, referentes às atividades contidas nas Unidades Temáticas
das Unidades III e IV, do LDPH:
Questão 1: Qual o seu parecer sobre as atividades?
Questão 2: Como trabalhar com o seu aluno?
Questão 3: Se não trabalhar a atividade com seu aluno, como fazer esta
atividade?
Questão 4: Observações.
Pretendeu-se que os resultados alcançados na Intervenção fossem
referenciais para reflexões futuras, no que se refere à importância do ensino
aprendizagem, das práticas docentes e proposição de alternativas metodológicas
que melhorem e transformem a relação ensino/aprendizagem/conhecimento, para
o ensino de História.
7
No planejamento, na execução e na avaliação da Intervenção, buscou-se
fundamentação teórica que respondesse à problemática do ensino da disciplina
de História, levando em consideração a influência, dinamismo e criatividade do
profissional da educação, em seu desempenho, ao buscar novas fontes e formas
de ministrar e contextualizar os conteúdos, não tendo como única possibilidade,
um livro didático de História, ou especificamente o LDPH, mas um trabalho
relevante voltado à pesquisa e ensino.
De acordo com SCHMIDT e CAINELLI (2006, p. 137):
Alguns estudos apontam a importância da forma de utilização dos livros em sala de aula. Nesse sentido, pode afirmar que, dependendo da maneira de utilização dos livros pelo professor, o conhecimento histórico assume, na relação ensino aprendizagem, determinados significados: desde um conhecimento que não tem nenhum sentido para o aluno, até a possibilidade de trabalhar conhecimentos que contribuam para sua formação mais crítica e consciente, pois há estreita relação com suas experiências e sua realidade.
Estudar História não especifica uma necessidade humana, vista,
somente, em como conhecer o passado pelo passado. O conhecimento histórico
deve ser utilizado, pelo homem, a partir do presente, para que possa transformar
o mundo em que vive, mediante as suas ações, em seu benefício.
Para LEE (2006, p. 131):
Qualquer consideração útil exige prestar atenção em dois componentes: primeiro, as idéias dos estudantes sobre a disciplina de História: segundo, sua orientação em direção ao passado (o tipo de passado que eles podem acessar, e a relação deste com o presente e o futuro).
Para isto, torna-se importante que profissionais da educação não
sejam engessados pelos autores dos Manuais Didáticos, e sim, tenham
possibilidades de criarem suas atividades, construindo um relacionamento
processual, mediante as diferentes formas de utilizá-lo.
8
2 ASPECTOS TEÓRICOS RELEVANTES AO PROCESSO
A proposta do estudo foi utilizar o Livro Didático Público de História,
construído pelos profissionais da educação de História, da Rede Estadual de
Ensino. O LDPH foi implementado metodologicamente, de acordo com as
Diretrizes curriculares da educação básica, através do Projeto Folhas,
Programa de Formação Continuada dos Profissionais da Educação da
SEED. O Projeto Folhas propõe uma metodologia específica de produção de
material didático, como forma de viabilizar a pesquisa dos saberes e
fundamentos teórico-metodológicos das disciplinas que compõem a Matriz
Curricular da Educação Básica da Rede Estadual Paranaense.
Trata-se de um material didático voltado para os alunos do Ensino Médio,
caracterizado como apoio pedagógico para estudantes e profissionais da
educação das escolas estaduais. Foi investigado quanto à forma de
aprendizagem.
A partir das reflexões pessoais, sobre o Livro Didático Público de
História e a sua utilização pelos educadores, tem-se a preocupação de torná-lo
eficaz. Uma vez que a problematização e a teoria relativa ao contexto histórico,
que geram grandes discussões, quanto a diferentes formas de se aprender
História, a fim de desconfigurar a visão de manipulação e controle ideológico
que, na maioria das vezes, encontram-se embutidas nos materiais didáticos
utilizados pelos educadores.
De acordo com SCHIMDT e CAINELLI (2004), essas correntes
historiográficas amparavam-se nos estudos dos fatos, na neutralidade do
historiador e na explicação histórica. Tal explicação, porém, reduzia-se a fatos
políticos e a História como produto das ações dos heróis. A História era
considerada uma ciência que estudava exclusivamente o passado.
A partir da investigação com profissionais da educação e alunos, da Rede
Estadual, de reflexos dos educadores, sobre as atividades apresentadas, no
Livro Didático Público de História, emerge desta forma, alternativas
metodológicas, críticas de ensino e aprendizagem, através de uma didática
referenciada na formação da consciência histórica dos educandos.
9
A preocupação com esse estudo decorreu da tentativa de buscar meios
que facilitassem o processo de ensino e aprendizagem, oportunizando aos
educandos estabelecer relações entre o passado e o presente. Através de
atividades, procurou-se levá-los à percepção crítica e a uma visão global do
conhecimento histórico. Para isto, foi necessário que os educadores estivessem
preparados para articular o ensino da História, em suas diversas dimensões,
sem perder de vista a melhor forma didática da História enquanto disciplina
escolar.
Uma das preocupações centrais do trabalho foi levantar alternativas
viáveis que contribuíssem significativamente para a elaboração e produção de
um material didático de História, a partir da análise e discussão do livro didático
público de História.
Justificou-se, portanto, o desenvolvimento da pesquisa, junto ao Programa
de Desenvolvimento Educacional – PDE, uma vez que a articulação entre o
Ensino Superior e a Educação Básica, promove a busca de alternativas práticas,
através das teorias pesquisadas.
O Livro Didático Público de História foi pensado e construído dentro de
uma proposta Curricular pautada nas Diretrizes Curriculares da SEED, enquanto
material didático de apoio a alunos e profissionais da educação e torna-se
importante conhecer como ele trata metodologicamente as questões de ensino e
aprendizagem da História.
Foram levantadas algumas questões que serão nossos objetos de estudo
no processo de execução do Projeto de Implementação Pedagógica na Escola,
resultando neste Artigo, um dos requisitos do Programa de Desenvolvimento
Educacional–PDE.
Investigou-se:
- Quais as metodologias utilizadas pelos profissionais da educação no
trabalho em sala de aula com os alunos;
- Se o profissional da educação segue as metodologias de ensino
propostas pelas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná.
- Quais procedimentos teóricos metodológicos são pertinentes ao LDPH;
10
- Se a prática pedagógica do educando influencia diretamente na
aquisição do conhecimento histórico pelo educando, quanto à utilização
adequada do uso do Livro Didático;
- Se as atividades propostas no Livro Didático Público contribuem para
a aprendizagem do ensino de História.
- Se o Livro Didático Público de História atende às expectativas dos
profissionais da educação do ponto de vista da metodologia de ensino proposta
nas atividades que sugere.
Na Proposta de Intervenção, objetivou-se analisar a proposta
metodológica do LDPH e a relação que os profissionais da educação
estabelecem a metodologia sugerida, tendo em vista a construção de elementos
para a produção de materiais didáticos de História.
Objetivou-se, também, analisar a proposta metodológica do LDPH e sua
relação com teorias de ensino e aprendizagem referenciadas na formação da
consciência histórica, como finalidade do ensino de História, bem como
identificar as dificuldades encontradas na metodologia sugerida pelo LDPH, a
partir de investigações sobre sua relação com a prática dos docentes, com vistas
à proposição de alternativas metodológicas para o ensino de História.
Trabalhar com a disciplina de História, não é tarefa fácil diante da
diversidade de idéias que nos é apresentada, durante o nosso percurso de vida
acadêmica e profissional.
Estudar História não é somente conhecer o passado pelo passado; isto
não é uma necessidade humana. O conhecimento histórico deve ser utilizado
para que o homem transforme o mundo em que vive, através das suas ações,
em seu benefício, sempre a partir do presente.
LEE (2006, P. 131) cita que:
Qualquer consideração útil exige prestar atenção em dois componentes: primeiro, as idéias dos estudantes sobre a disciplina de História: segundo, sua orientação em direção ao passado (o tipo do passado que eles podem acessar, e a relação deste como presente e o futuro).
Escolher a temática “A Prática Docente e a Utilização do Livro Didático
Público da Disciplina de História”, nos remete a um grande desafio: Como os
11
manuais propõem o ensino de História, como os profissionais da educação
ensinam e como os alunos aprendem História?
Da junção de vários Projetos Folha nasceu o LDPH. Os Projetos Folha
foram elaborados por profissionais da educação de regiões diferentes do Estado
do Paraná, com histórias de vida e formação acadêmica diversificadas. Segundo
SCHMIDT (2009), diferentes abordagens da aprendizagem histórica têm servido
de referência para questões, como propostas curriculares e manuais didáticos
destinados à formação de alunos e profissionais da educação.
Em razão das ideias presentes nas obras estudadas e as suas relações
como tema pesquisado, entendeu-se a importância de inserir no Projeto de
Intervenção, dois artigos de Professores do PDE 2007. Os artigos vêm ao
encontro de vários aspectos inerentes aos que foram trabalhados.
As metodologias e as práticas pedagógicas trabalhadas, em sala de aula,
envolveram Profissionais da Educação e alunos; o que exigiu um trabalho
significativo e relevante, voltado à pesquisa e ao ensino.
Conforme SCHMIDT; CAINELLI (2006, p.137):
Alguns estudos apontam a importância da forma de utilização dos livros em sala de aula. Nesse sentido, pode-se afirmar que, dependendo da maneira de utilização dos livros pelo professor, o conhecimento histórico assume, na relação ensino aprendizagem, determinados significados: desde um conhecimento que não tem nenhum sentido para o aluno, até a possibilidade de trabalhar conhecimentos que contribuam para sua formação mais crítica e consciente, pois há estreita relação com suas experiências e sua realidade.
Foram desenvolvidas, na Proposta de Intervenção as seguintes
estratégias de ação:
- definição do tema, seguida de revisão bibliográfica para fundamentação
do tema proposto.
- Repensar a prática educativa e a importância do projeto na organização
do trabalho pedagógico, bem como conceituar e analisar os desafios e
possibilidades da aplicabilidade das investigações no Colégio Estadual do
Paraná.
- Elaboração de um instrumento para ser aplicado em alunos dos
Professores Cursistas do Grupo de Trabalho em Rede - GTR, em uma turma do
Ensino Médio.
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- Elaboração de um instrumento de investigação, sobre as atividades do
Livro Didático Público de História, a ser aplicado nos alunos do Colégio Estadual
Dr. Xavier da Silva.
- Tutoria do Grupo de Trabalho em Rede – GTR, momento importante de
interação e análise das etapas de construção e implementação do Projeto –
PDE na escola. As sugestões serão analisadas, avaliadas e consideradas,
durante todo o processo.
- Encontros com a Equipe Pedagógica e Profissionais da Educação, da
disciplina de História, do Colégio, utilizando os dados da investigação realizada,
para analisar, discutir e definir ações para inserção das práticas pedagógicas
levantadas.
As estratégias de ação serviram como subsídios para a elaboração deste
artigo, para que assim seja possível sistematizar a experiência na
Implementação do Projeto, evidenciando avanços e dificuldades, bem como, as
possíveis sugestões de aperfeiçoamento para a aplicabilidade dos recursos
tecnológicos na Educação.
3 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
A Proposta de Intervenção foi realizada conforme o cronograma a seguir.
ETAPAS 1°
SEMESTRE
2º
SEMESTRE
3º
SEMESTRE
4º
SEMESTREEscolha do Tema xPesquisa bibliográfica sobre o tema
x x x x
Especificação dos objetos x xFundamentação teórica x x x xDefinição da estratégia de ação x xImplementação na escola x xElaboração do artigo x xApresentação do artigo x
3.1 METODOLOGIA: CONSTRUÇÃO DE CRITÉRIOS PARA ANALISAR O
LDPH
13
Na Proposta de Intervenção, a Metodologia para elaboração da Unidade
Didática foi pautada no Profissional da Educação. Sendo ele um profissional
qualificado, com conhecimento acadêmico, ou seja, um intelectual autônomo,
reflexivo com competência para trabalho com os Manuais Didáticos.
O Profissional da Educação é um indivíduo que, a partir do seu
nascimento, é inserido num meio sócio cultural, que o forma e que o moldará
para agir sobre ele; desta forma realiza uma trajetória onde a construção do seu
saber perpassa por diversas fases de sua vida, onde vai obtendo conhecimento
que lhe dão o aval para trabalhar com os seus alunos.
Toda esta “bagagem” adquirida pelo Profissional da Educação inicia
com o seu contado com o meio em que está inserido, construindo sua
identidade. Estes conhecimentos prévios são ferramentas importantes no seu
trabalho com os alunos e para dar expressão ao que ensina através do uso de
diversos materiais que utiliza para construir e aplicar suas aulas.
Os instrumentos de Investigação foram elaborados para que o
profissional da educação identificasse as atividades do LDPH, de forma que os
conhecimentos científicos, filosóficos e artísticos pudessem ser trabalhados de
forma que desenvolvessem a cognição histórica dos alunos.
Partindo deste pensamento, foi necessária a construção de um
Instrumento de Investigação para saber o que o Profissional da educação pensa,
sobre o que foi trabalhado e qual relacionamento construído com o LDPH.
Torna-se importante que os autores dos Manuais Didáticos não
engessem os Profissionais da Educação, dando-lhes possibilidades de criarem
suas atividades. O Profissional da Educação, ao utilizar os Manuais Didáticos,
constrói um relacionamento processual, através das diferentes formas de utilizá-
los.
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3.2 INSTRUMENTO DE INVESTIGAÇÃO
O instrumento de investigação, apresentado para doze Profissionais da
Educação, atuantes na Rede Estadual de Ensino, foi construído, a partir da
seleção de conteúdos, documentos e atividades, apresentados pelo Sumário,
Unidade Temática III e IV, que compõem o Livro Didático Público de História,
2006, 2. edição.
3.3 METODOLOGIA DE TRABALHO DA INTERVENÇÃO
A tabulação foi realizada, por meio de questionário, e apresentadas as
seguintes questões, ao Profissional da Educação:
- Qual o seu parecer sobre as atividades?
- Como trabalhar com seu aluno?
- Se não trabalhar atividade com seu aluno, como fazer esta atividade?
- Observações.
Solicitou-se o Parecer do Profissional da Educação, a partir dos
conhecimentos prévios que possui, os quais são inerentes à competência
acadêmica e à experiência na relação ensino e aprendizagem.
Razão esta que fez com que o Profissional da Educação acatasse ou não
as atividades postas nos Manuais Didáticos. Entendeu-se que pode ser ou não
daquela forma como ele pensa, em relação ao desenvolvimento do pensamento
do aluno.
Todos os Profissionais da Educação investigados responderam ao
questionário. Alguns Profissionais da Educação responderam positivamente e
outros negativamente.
Foram levantados os pareceres nas ordens positivas e negativas.
Com a metodologia aplicada obteve-se um conjunto de respostas que nos
permitiu realizar algumas sistematizações, em relação à positividade è a
negatividade das questões.
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3.3.1 Pontos Positivos Elencados pelos Profissionais da Educação, em Relação
às Atividades Propostas.
Em seus pareceres positivos, os Profissionais da Educação conceituaram
as atividades como muito boas, bem pensadas e dinâmicas. Gostaram muito da
idéia de uma aprendizagem que envolve professor e aluno. Ressaltaram a troca
de conhecimentos, entre professor e aluno, tornando-os sujeitos envolvidos no
processo ensino e aprendizagem. Entenderam que o ensino de História, enquanto
transformador da forma de pensar e entender do indivíduo para agir no seu meio.
Sugeriram que através de atividade de pesquisa por meio de temas
amplia a percepção dos alunos sobre um determinado contexto histórico, sua
ação e relações de distinção, entre passado e presente.
A colocação dos Profissionais da Educação reportou-nos ao pressuposto
que Professor e alunos trabalharam os documentos com possibilidades de
desenvolver as considerações pertinentes ao assunto; diversificando assim o
trabalho em sala de aula.
3.3.2 Pontos Negativos Elencados pelos Profissionais da Educação, em Relação às Atividades Propostas.
Os Profissionais da Educação mencionaram que apesar da relevância
temática, do Livro Didático Público de História, daria início à discussão pela
violência atual que os alunos percebem em seu cotidiano, e vista na TV
(terrorismo e guerras), para somente após discutir os conceitos propostos.
Citaram a necessidade de reformulação das atividades por entenderem
que a construção da narrativa pelo aluno é uma forma mais adequada de
aprendizagem, bem como para a formação de uma consciência histórica.
Quanto ao vocabulário, há necessidade de ser contemplado o significado
das palavras desconhecidas pelos alunos. Desta forma, a intervenção do
Profissional da Educação torna-se importante para o desenvolvimento dos
conteúdos, bem como das atividades.
Segundo alguns Profissionais da Educação, a pesquisa solicitada sobre
as unidades temáticas do LDPH, não estão de acordo com os documentos
apresentados, dentro dos conteúdos e atividades.
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3.3.3 Sugestões dos Profissionais da Educação de Metodologia de como Trabalhar o LDPH com o Aluno.
Pretendeu-se mostrar como metodologicamente pode ser aplicada a
relação do professor com o LDPH, através das metodologias utilizadas pelo
Profissional da Educação ao trabalhar os conteúdos.
Os Profissionais da Educação propuseram trabalhar, a partir do presente
para entender o passado e sugeriram novos encaminhamentos e sugestões, que
delimitem tempo e espaço; sempre partindo da realidade atual e percebida no
cotidiano, com atividades dinâmicas, conforme citam:
“Pesquisa sobre as Guerras Mundiais (...) muito conteúdo. Ficou muito
aberto (tempo) – ser específico”.
“Relacionando com o contexto atual no Brasil, as lutas pela conquista da
CLT e como isso é colocado no momento atual, como fechamento do trabalho.
Acredito que ficaria bem dinâmico”.
“A partir da nossa situação atual, relacionando-a em princípio com o
nosso contexto trabalhista, estendendo para as influências externas”.
“No caso o Imperialismo inglês, levantaria a questão de muitos países
africanos, fala-se o francês e inglês, isso por causa do Imperialismo no século
XIX, e as formas que isso foi feito”.
“Se caso fosse trabalhar o tema talvez não fosse possível montar o
mural, por exemplo, em função do tempo disponível para trabalhar os conteúdos
que são bastante escassos”.
“Começaria perguntando em que circunstância do presente leu em jornais
ouviu em noticiários de televisão reivindicações semelhantes às que constam no
documento 1. O aluno poderia inclusive trazer um material para aula com esse
tipo de texto”.
“Depois trabalharia o significado de palavras como Comuna, Câmara,
etc..."
“Procuraria descobrir juntamente com os alunos o que foi o Movimento
Cartista. E buscar semelhanças e diferenças com alguns movimentos que
acontecem hoje como os Movimentos Sindicais, Greves e até mesmo outros
movimentos sociais”.
17
“Um bom exercício seria pedir aos alunos para reescrever o documento 1,
parafraseando-o com elementos do presente e usando o sistema político
brasileiro, como pano de fundo. Poderia ser um Manifesto ao Congresso
Nacional”.
“Relevaria o texto como sendo uma transcrição histórica do regime de
governo republicano constitucional e a mentalidade dos estados absolutistas em
suas expressões: Troyo/Reyo, desvelando a fase da história linear, mostrando
como a história crítica possibilita vários olhares, sobre os feitos históricos, dando
significância ao PARLAMENTO, COMUNA, OPRESSÃO, Público x Privado –
IMPOSTOS, SALÁRIOS, LEIS, sobre salários e alimentos, como da circulação do
dinheiro”.
“Na pesquisa mesmo tempo”.
“Minha atividade utilizaria os documentos 1 e 2, mas buscaria outros
temas, para a pesquisa: Iluminismo, Liberalismo Político, Socialismo. Tais
assuntos teriam maior relevância para o tema abordado nos documentos”.
“Utilizaria textos complementares para cada conceito, vocabulário,
imagens que completem as imagens. Eu utilizo metodologia parecida, pois esses
conceitos são vistos desde a 5ª série; claro que com suas características”.
“Atividade 1 e 2: investigação dos conhecimentos tácitos sobre o tema e
problematização a partir das fontes”.
“Atividade de Pesquisa: após a pesquisa procuraria demonstrar a
importância do trabalho do historiador e da produção do conhecimento histórico
para a compreensão do passado, através das diferentes interpretações e fontes”.
“O trabalho com os alunos deverá prever a relação do Cartismo enquanto
movimento “brando” de contestação, com os demais movimentos ocorridos na
Inglaterra, no mesmo contexto e período, possibilitando assim, uma relação com
movimentos de contestação, na América do Sul, em especial o Brasil”.
“Tomando devido cuidado para não cometer anacronismos”.
Solicitou-se aos Profissionais da Educação propostas de atividades
pautadas nas diferentes clientelas. Os mesmos sugeriram que trabalhariam a
atividade, mas discutiriam o direcionamento. Apresentaram a opção metodológica
de trazer o passado para o presente, através do tema violência, pois é um tema
presente que perpassa pela nossa sociedade, sob diversos aspectos.
18
Propôs-se, também, pessoal e individualmente a cada Profissional da
Educação investigado, que fizessem observações sobre o instrumento de
Investigação, caso achassem pertinente.
Quanto às observações dos Profissionais da Educação acharam
pertinente a discussão da violência como início da temática, sendo esta uma
questão que perpassa pela nossa realidade e afeta diretamente a escola, os
professores, como também, têm consciência que ela afeta diretamente a relação
ensino e aprendizagem. Desta forma, para eles, trabalhar a violência
contextualizada ao conteúdo acadêmico, faz com que tenhamos noção de como
afeta nossas vidas e de que forma trabalhar com ela no cotidiano.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Projeto de Intervenção teve por objetivo analisar a Prática Docente e a
Utilização do Livro Didático Público da Disciplina de História. Pretendeu-se
demonstrar que o Livro Didático Público da Disciplina de História não corresponde
efetivamente aos requisitos exigidos para fins de adotá-lo como único Material
Didático, da Disciplina de História, para o Ensino Médio, na Rede Estadual.
Através da pesquisa realizada com os Profissionais da Educação, o LDPH
não apresenta características adequadas à denominação específica de Livro
Didático, pois apresenta lacunas, entre tempo e espaço, vocabulário escasso e
não está em conformidade com a compreensão do cotidiano do aluno.
Como resultados dos trabalhos desenvolvidos, foram construídos, como
proposta, critérios que pudessem contribuir para a avaliação dos Manuais
Didáticos de História, tendo como referência o próprio Profissional da Educação,
conforme a seguir:
Proposta para uma metodologia de avaliação de Manuais Didáticos a
partir de critérios estabelecidos por professores de História.
Profissional da Educação A
Critério 1: Elaboração das atividades a serem desenvolvidas com alunos.
1.1 Atividades que sugerissem uma relação dinâmica entre os Profissionais
da Educação e os alunos.
19
O Profissional da Educação elabora uma atividade em que essa relação
esteja exemplificada.
1.2 Atividades que permitissem a contextualização do tema abordado, em
sua época.
Professor: Explique como faz essa contextualização.
Critério 2: Sugestões metodológicas para o trabalho com o conteúdo
2.1Partir do presente e da realidade do aluno.
Professor: Para você, o que significa e como propõe esse caminho?
2.2 Investigação dos conhecimentos tácitos dos alunos.
Professor: Como o manual didático poderia contemplar esse critério?
Critério 3: Intervenção e uso que o Professor faz dos Manuais.
Professor: Analise essa questão sob dois aspectos:
3.1 Intervenções relacionadas à Didática Geral.
3.2 Intervenções relacionadas à Didática específicas da História.
3.3 Intervenções relacionadas ao conteúdo.
Profissional da Educação B
Critério 1 Relação dinâmica entre Professores e Alunos
1.1 Atividades desta natureza são extremamente importantes, pois o
professor atua como um mediador e orientador da tarefa e o aluno como
pesquisador, organizador e sistematizador do conhecimento ou
conteúdo investigado.
1.2 Essa contextualização deve englobar os seguintes aspectos: recorte
temporal, espacial, cultural e conceitual, afim de propiciar aos alunos
perceberem a historicidade da temática.
Critério 2 Metodologia
2.1 Partir da realidade do aluno significa conhecer ou tentar conhecer o que o
mesmo já conhece sobre o assunto e como conhece, ou seja, como aprendeu
que tipo de consciência histórica está presente em suas narrativas.
2.2 Penso que o Manual Didático pela sua própria natureza ou limitações, tem
dificuldades em fazer essa investigação, nos pode abrir um Tema convidando o
aluno a pensar sobre determinados problemas que envolvem aquela temática.
Critério 3 Intervenção e Uso dos Manuais
20
3.1 Didática Geral
Levar em conta a capacidade cognitiva da faixa etária, utilizando de linguagens
acessíveis ao nível de ensino.
3.2 Didática específica da História
É o mais importante, pois é ela que nos orientará como proceder no caminho
do ensino e aprendizagem da disciplina de História.
Os manuais deverão ser concebidos dentro desta perspectiva, onde possibilite
ao aluno fazer suas interpretações e conhecendo o método da História.
Profissional da Educação C
1.1Visitas técnicas – atividades a partir dos conhecimentos tácitos dos alunos.
1.2 A partir da visita técnica, elaborar narrativas sobre o tema abordado na
visita técnica.
2.1 A partir do presente, buscar através de um estudo exploratório os
conhecimentos prévios dos alunos sobre um determinado tema, realizar
intervenções, dando significado ao tema no passado (motivos políticos,
econômicos, interesses, etc.) levando o aluno a participar com a confecção
de uma narrativa (a parir a intervenção) buscando encontrar uma
perspectiva de futuro relacionado ao tema (entendimento).
2.2 Manual Didático utilizado como apoio.
3. Intervenções demonstrando como o Manual Didático pode ser utilizado
como apoio.
Os Profissionais da Educação realizaram análise das atividades contidas
nas Unidades Temáticas III e IV, investigaram as possibilidades de melhoria nos
conteúdos e atividades, emitiram pareceres e sugestões das mesmas.
Após a coleta de análise e dados sobre o LDPH, prevê-se:
- iniciativas para melhoria do LDPH;
- apoio para reformulação do LDPH;
- melhoria da metodologia apresentada no LDPH;
- melhoria na elaboração dos conteúdos e atividades propostas;
- disposição dos textos partindo do presente para o passado;
- reformulação visando a qualidade e excelência do LDPH;
- flexibilidade na organização do livro.
21
Pretende-se que este trabalho seja uma contribuição aos alunos,
Profissionais da Educação e às Escolas Estaduais para que tenham uma nova
visão de como trabalhar a Disciplina de História, num contexto crítico e atual,
levando o aluno ao desenvolvimento de seu conhecimento, numa perspectiva
real, histórica e crítica, repensando o passado, inserido no presente.
É preciso que o aluno, na Disciplina de História, busque a compreensão
de que o conhecimento do passado é contextualizado com o presente para que
possa, assim, transformar o futuro.
Portanto, não basta somente contar a História; é necessário vivê-la,
aprendê-la e transformá-la, para validar a qualidade de ensino.
Torna-se importante citar que nossos alunos, da Disciplina de História,
necessitam que o Livro Didático seja voltado aos valores históricos, éticos,
humanos e sociais, que produza resultados positivos e transforme o contexto
histórico, num potencial humano, coletivo, de excelência, em todas as dimensões
históricas.
Diante disto, chegou-se à conclusão de que poderá ser utilizado como
material de apoio aos alunos e Profissionais da Educação, para fins de pesquisa e
complementação de atividades e estudos.
22
REFERÊNCIAS
DIAS, Sueli de Fátima. História temática como metodologia de ensino da História: percepções de professores em um processo de formação continuada. Londrina: SEED/SUED/PDE, 2007.
LEE, Peter. Em direção a um conceito de literacia histórica. Educar, Curitiba, n. esp., p. 131-150, 2006.
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