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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

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O ENSINO DA TEORIA DA GRAVITAÇÃO UNIVERSAL COM O US O DO FILME

“OS MOSCONAUTAS NO MUNDO DA LUA” À LUZ DA TEORIA DA

APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA E USO DE MAPAS CONCEITUA IS

___________________________________________________________________

Lisete Clara Granetto1

[email protected]

Sandro Aparecido dos Santos2

[email protected]

Resumo

Este artigo resulta da implementação de um projeto de pesquisa em ensino de Física, do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, Estado do Paraná, onde o conteúdo selecionado é a Teoria da Gravitação Universal, destacando sua relevância para o ensino de Física e sua importância para as atividades que envolvem o cotidiano do aluno. O trabalho foi implementado nas primeiras séries do Ensino Médio, do Colégio Estadual José de Anchieta, Quedas do Iguaçu. Nossa proposta foi abordar uma maneira mais dinâmica de se trabalhar com os conceitos de força da gravidade, peso, massa gravitacional e inercial, unidades e vetores. Este trabalho foi embasado nas Diretrizes Curriculares Estaduais e fundamentado na Teoria da Aprendizagem Significativa de David Ausubel, onde o conhecimento é construído, com a interação entre os novos conhecimentos e os já existentes, usando como recurso instrucional, os mapas conceituais, e, como recurso didático, o filme infantil “Os Mosconautas no Mundo da Lua”, ilustrando a possibilidade de realizarmos nossos sonhos e uma fascinante viagem à Lua a bordo da Apollo 11, em que o aluno não desenvolvesse apenas uma aprendizagem mecânica de decorar fórmulas e representar definições prontas.

Palavras-chave: Ensino de Física; Gravitação Universal; Mapas Conceituais;

1 Professora de Física Ensino Médio do NRE de Laranjeiras do Sul, participante do Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE, promovido pelo Governo de Estado do Paraná. 2 Professor Doutor do Departamento de Física da UNICENTRO, Guarapuava, PR Licenciado em

Matemática. Coordenador do Programa de Ensino, Pesquisa e Extensão em Ciências (PEPEC).

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Aprendizagem Significativa; Vídeos.

Abstract

This article results from the implementation of a research project in Physics teaching, from “Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE”, state of Paraná, where the selected content is The Theory of Universal Gravitation , stressing its relevance for the Physics teaching and its importance for the student everyday activities. This work was implemented in the first series of high school, in the Colegio Estadual José de Anchieta, Quedas do Iguaçu. Our proposition was to broach a more dynamic manner of working with the concepts of gravity force, weight, gravitational mass and inertial, units and vectors. This work was based on ”Diretrizes Curriculares Estaduais” and Meaningful Learning Theory ( the theory of David Ausubel), in which the knowledge is built with the interaction between the new knowledge and the already existing, using as strategy the concept maps, diagrams showing relations between the words that we use to represent concepts, and, as a teaching resource, the children’s film “ Os Mosconautas no Mundo da Lua”, illustrating the possibility of realizing our dreams and a fascinating journey to the moon aboard the Apolo11, in which the student does not develop only a mechanic learning to memorize ready formulas and represent definitions represent . Key-words: Physics Teaching; Theory of Universal Gravitation; Concept Maps; Meaningful Learning; Videos.

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1 Introdução

No Ensino Médio, entre as disciplinas que compõem a grade curricular, a

Física, infelizmente detêm a posição de destaque, quanto à dificuldade de

aprendizagem, na qual os alunos apresentam dificuldades em contextualizarem os

conteúdos trabalhados em sala de aula. Marcelo Gleiser (2003, p.11) afirma “Do

mesmo jeito que ninguém precisa ser músico ou tocar instrumento para gostar de

música, ninguém precisa ser cientista para apreciar as fantásticas descobertas da

ciência”. Portanto, o professor tem a incumbência de motivar o aluno para a

aprendizagem.

Encontramos em Paraná (2008) que o objeto de estudo da ciência, deve ser

o Universo, considerando sua evolução, suas transformações e as interações que

nele ocorrem, e, considerando a preocupação ressaltada por Santos (2008, p.27)

“um dos fatores mais importantes no Ensino de Ciências é poder explicar os

fenômenos naturais, superando a necessidade do predomínio da linguagem

matemática para a compreensão do homem sobre a natureza que o rodeia”,

devemos nos conscientizar que a matemática é uma ferramenta e não um pré-

requisito no aprendizado de Física e considerar que os alunos devem se apropriar

do conhecimento físico, através da ênfase dada pelo professor aos aspectos

conceituais, embora que, muitas vezes não poderá descartar o auxílio da

matemática.

Observamos ainda em Paraná (2008, p. 56) que “o processo de ensino-

aprendizagem, em Física, deve considerar o conhecimento trazido pelos estudantes,

fruto de suas experiências de vida em suas relações sociais”, e o aluno deve levar o

conhecimento científico para o seu dia-a-dia, no exercício de sua cidadania, o que,

na grande maioria das vezes não é considerado, Santos (2008, p. 28) nos relata “O

que se traduz em uma realidade que não está presente na sala de aula, ou seja, os

alunos aprendem as teorias e conceitos, mas nem sempre traduzem conceitos

aceitos pela comunidade científica, e muito menos levam esse conhecimento para o

seu dia-a-dia”.

Considerando que muitos conteúdos de Física são maçantes e difíceis de

entender, percebemos alunos preocupados com o seu aprendizado, mas que muitas

vezes não se dão conta de que esse processo está se dando de modo mecânico e

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não significativo. Talvez a postura do docente pudesse melhorar esse processo, se

este estivesse atento à forma como o aprendiz retém as informações levadas até

ele, pois do ponto de vista cognitivo esse tipo de aprendizado pode servir muitas

vezes somente para a realização de uma avaliação, sendo rapidamente esquecido.

Corroborando com essa ideia encontramos em Moreira que

“Em Física, como em outras disciplinas, a simples memorização de fórmulas, leis e conceitos pode ser tomada como exemplo típico de aprendizagem mecânica. Talvez aquela aprendizagem de “última hora”, de véspera de prova, que somente serve para a prova, pois é esquecida logo após, caracterize também a aprendizagem mecânica”. MOREIRA (2009, p.10)

Mesmo que, em certas situações a aprendizagem mecânica seja necessária

e importante, o processo pedagógico, na disciplina de Física, deve partir do

conhecimento prévio dos estudantes, no qual se incluem as concepções alternativas

ou concepções espontâneas. Trabalhar com filmes é fazer exatamente isso,

trabalhar com as concepções que os alunos terão ao assistir o filme e dali extrair ao

máximo o conteúdo, visando sempre o aprendizado do aluno.

Estamos vivendo em um contexto histórico de muitas mudanças, entre elas,

as mudanças aceleradas de desenvolvimento tecnológico e das informações.

Tendo em vista que, nas aulas de Física, o educador tem acesso, mas não

faz uso suficiente, de ferramentas, para auxiliar a construção do conhecimento,

interagindo com os objetos de aprendizagem, trazendo insegurança na

apresentação dos conceitos relacionados à Gravitação Universal, desenvolvemos

uma proposta para o ensino da Gravitação Universal.

Buscamos através deste trabalho, amenizar o alto índice de desmotivados,

encontrando caminhos para o envolvimento de educandos e educadores nas

atividades educacionais, rediscutindo o real papel da Física no Ensino Médio e

qualificando o educador para a utilização de recursos tecnológicos existentes nas

salas de aula dos Colégios Estaduais do Paraná. Estas novas formas têm como

objetivo, proporcionar uma melhor interação com os objetos de aprendizagem e

possibilitando mudanças na prática pedagógica, visando uma metodologia

diferenciada que vai facilitar o entendimento dos conceitos relacionados à

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Gravitação Universal, estreitando a relação entre os saberes.

O conteúdo selecionado para este trabalho foi a Teoria da Gravitação

Universal, pois, este estudo leva o estudante a entrar em contato com uma lei de

grande importância, pelo papel fundamental que ela desempenha na compreensão

do conceito de “campo” na Física. O estabelecimento das ideias da Gravitação

Universal é considerado um dos fatos mais importantes no desenvolvimento das

ciências em geral e da Física em particular. A apresentação de maneira muito

sucinta deste tema no Ensino Médio constitui uma verdadeira lacuna na formação do

estudante e na visão que ele vai adquirir das ideias e princípios fundamentais da

Física Clássica, considerando que através dela Newton conseguiu explicar porque a

Lua está em órbita em torno da Terra e ainda podemos explicar vários fenômenos,

como as marés ou a origem das estrelas.

Este trabalho foi fundamentado na Teoria da Aprendizagem Significativa,

onde o conhecimento é construído, com a interação entre os novos conhecimentos e

os já existentes, usando recurso instrucional, os mapas conceituais, que são

diagramas que indicam relações entre conceitos, e, como recurso didático, o filme

infantil “Os Mosconautas no Mundo da Lua ”, ilustrando a possibilidade de

realizarmos nossos sonhos e uma fascinante viagem à lua a bordo da Apollo 11,

abordando conceitos relacionados à Gravitação Universal, entre eles: lançamento de

foguetes, força da gravidade, peso, massa gravitacional, inercial, unidades e

vetores.

A proposta sugere a aplicação do pré-teste para todas as turmas que

estarão envolvidas no processo, e, na seqüência desenvolver o plano de aula, em

apenas duas ou três turmas, sempre utilizando um diário de bordo para anotações

sobre a reação e comportamento dos alunos; concomitantemente, nas outras

turmas, desenvolver aulas tradicionais, sem o uso de filmes e mapas conceituais, a

fim de obtenção de parâmetros para comparação de resultados.

Após o desenvolvimento do plano de aula, e com a aplicação do pós-teste,

obtêm-se elementos utilizados como subsídios para a análise quantitativa e

qualitativa dos resultados colhidos durante a intervenção em sala de aula, com a

realização de análise e interpretação de mapas conceituais feitos pelos alunos,

resumo do filme e avaliações, entre outros.

Concomitantemente, foi trabalhado com um grupo de apoio, Grupo de Apoio

à Implementação do Projeto PDE na Escola, composto por treze professores, de

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diversas disciplinas: uma diretora (com formação em matemática), uma professora

pedagoga, integrante da equipe pedagógica do Colégio, duas professoras de

matemática, uma de biologia, uma de química, duas de português, uma de inglês,

uma de educação física, duas de ciências e um professor de artes, o curso teve a

carga horária de 32 horas, tendo como objetivos:

a) Criar condições concretas para que o professor PDE e os professores

participantes do grupo pudessem discutir as bases teórico-metodológicas que

orientam o Projeto de Intervenção Pedagógica do professor PDE docente do grupo.

b) Analisar, a partir dos dados diagnosticados, a pertinência e adequação das

atividades propostas no Projeto de Intervenção Pedagógica, auxiliando no

acompanhamento, desenvolvimento e programação das atividades.

c) Realizar avaliação das atividades realizadas ao longo do processo de

implementação do Projeto, apresentando ao final, sugestões para que o professor

incorpore em seu artigo final de conclusão do PDE.

Este Artigo é resultado de dois anos de estudo, pesquisa e intervenção na

realidade escolar, referente ao Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE,

promovido pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná.

2 Revisão da Literatura

2.1 Aprendizagem Significativa

De acordo com Moreira e Masini (2001), Ausubel é um representante do

cognitivismo que propõe uma explicação teórica do processo de aprendizagem em

uma perspectiva cognitivista que reconhece a importância da experiência afetiva.

Para Ausubel, aprendizagem significa organização e integração do material na

estrutura cognitiva, estrutura esta que pode ser entendida como conteúdo total

organizado de idéias de certo indivíduo. Tal estrutura cognitiva seria, desta feita,

uma estrutura hierárquica de conceitos que são abstrações da experiência do

indivíduo; tais conceitos seriam chamados de conceitos subsunçores. O indivíduo

estará capacitado a adquirir significados através da posse de habilidades que

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tornam possível a aquisição, retenção e aparecimento de conceitos na estrutura

cognitiva, havendo um processo de interação pelo qual conceitos mais relevantes e

inclusivos interagem com o novo material, funcionando como ancoradouro, mas

também se modificando em função dessa ancoragem. Dessa forma, a idéia central

da teoria de Ausubel é a de que o fator isolado mais importante influenciando a

aprendizagem naquilo que o aluno já sabe.

Quando há pouca ou nenhuma associação em que ocorre o estilo de

aprendizagem entre novas informações e a estrutura cognitiva do aprendiz seria

chamada de aprendizagem mecânica (“rote learning”) (Moreira e Masini, 2001), visto

que a nova informação é armazenada de forma arbitrária na estrutura cognitiva. Ou

seja: o conhecimento adquirido fica arbitrariamente distribuído na estrutura cognitiva

sem ligar-se a conceitos subsunçores específicos. Ainda que tal estilo contraste com

a aprendizagem significativa, este se faz necessário quando um indivíduo adquire

informação numa área de conhecimento completamente nova para ele. Ou seja: a

aprendizagem é mecânica até que alguns elementos de conhecimento existam na

estrutura cognitiva e possam servir de subsunçores pouco elaborados; na medida

em que a aprendizagem passa a ser significativa, esses mesmos subsunçores

passam a ficar cada vez mais elaborados e mais capazes de ancorar novas

informações.

Em Moreira e Masini, destaca-se:

Segundo Ausubel, o problema principal da aprendizagem consiste na aquisição de um corpo organizado de conhecimentos e na estabilização de idéias inter-relacionadas que constituem a estrutura desse conhecimento. O problema, pois, da aprendizagem em sala de aula está na utilização de recursos que facilitem a captação da estrutura conceitual do conteúdo e sua integração à estrutura cognitiva do aluno, tornando o material significativo. MOREIRA e MASINI, (2001, p.47),

Portanto, ainda em Moreira e Masini, (2001, p.47), “Um dos maiores

trabalhos do professor, consiste, então, em auxiliar o aluno a assimilar a estrutura

das matérias de ensino e a reorganizar sua própria estrutura cognitiva, mediante a

aquisição de novos significados que podem gerar conceitos e princípios”.

Sabendo da importância da aprendizagem significativa na disciplina de

Física (Moreira e Masini, 2001) o aluno aprende conceitos que já fazem parte da

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sua estrutura cognitiva, este serve para facilitar na hora da nova informação

resultando no crescimento intelectual, na medida que esses novos conceitos fossem

aprendidos de maneira significativa, resultaria num crescimento e elaboração dos

conceitos subsunçores iniciais, ou seja, os conceitos de força e campo, por exemplo,

ficariam mais elaborados, facilitando a aprendizagem. Estes significados são

“pontos de partida” para a atribuição de outros significados, constituindo-se de

“pontos básicos de ancoragem”. Nesse sentido, os primeiros significados dariam

origem ao que se poderia denominar “estrutura cognitiva”. A psicologia cognitivista

(ou cognitivismo) seria, então, aquela parte da psicologia que se preocupa com o

processo da compreensão, transformação, armazenamento e uso da informação

envolvida na cognição. Seu objetivo seria o de identificar os padrões estruturados

dessa transformação.

Conforme cita Moreira,

... ao procurar evidência de compreensão significativa, a melhor maneira de evitar a ‘simulação da aprendizagem significativa’ é formular questões e problemas de uma maneira nova e não familiar, que requeira máxima transformação do conhecimento adquirido. Testes de compreensão, por exemplo, devem, no mínimo, ser fraseados de maneira diferente e apresentados em um contexto de alguma forma diferente daquele originalmente encontrado no material instrucional”. (MOREIRA, 1999, p. 156)

A melhor caracterização da aprendizagem significativa, Ausubel, apresenta a

diferença em três categorias. Começando com a aprendizagem representacional,

sendo esta que o aluno consegue atribuir significado a símbolos particulares aos

quais ele se refere. Na seqüência, a segunda, a aprendizagem de conceitos, esta

abstrata e com regularidades generalizadas. A aprendizagem proposicional, a

terceira, aprendizagem define de uma idéia de conceitos, através de uma

proposição, ou seja, de várias palavras. Frisando assim que todas as teorias fazem

parte da Aprendizagem Significativa.

Segundo Moreira, (1999), Ausubel propõe a “teoria da assimilação” para que

o processo de aquisição e organização de significados na estrutura cognitiva seja

mais claro e preciso. Podendo ser descrito da seguinte maneira:

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Nova Relacionada e Conceito estabelecido Produto interacional

Informação ���� assimilada por ���� (na estrutura cognitiva) ���� (subsunçor modificado)

a A A’a ’

Encontramos em Moreira que

... a assimilação é um processo que ocorre quando um conceito ou proposição a, potencialmente significativo, é assimilado sob uma idéia ou conceito mais inclusivo, já existente na estrutura cognitiva, como um exemplo, extensão, elaboração ou qualificação do mesmo. Tal como sugerido no diagrama, não só a nova informação a, mas também o conceito subsunçor A, com o qual ela se relaciona, são modificados pela interação. Além disso, a’ e A’ permanecem relacionados como coparticipantes de uma nova unidade a’A’ que, em última análise, é o subsunçor modificado. MOREIRA (1999, p.158)

Podemos considerar o exemplo citado por Moreira (1999), se um aluno já

possui em sua estrutura cognitiva, um conceito de força, ao aprender o conceito de

força nuclear, este conceito será assimilado pelo conceito de força já adquirido,

sendo o conceito de força nuclear considerado um novo conceito específico e o

conceito de força o conceito mais incluso. Contudo, consideraremos esse tipo de

força sendo de curto alcance, além do conceito de força nuclear adquirir significado

para o aluno, o conceito geral de força será modificado e tornar-se-á mais inclusivo,

ou seja, forças de curto alcance serão incluídas no conceito de força.

Para uma melhor compreensão do que propõem Ausubel e Moreira,

encontramos em Santos, (2008), um esquema para o processo de assimilação,

apresentado na Figura 1.

Um exemplo citado por Santos (2008), para ilustrar a teoria da assimilação,

é o conceito de movimento/repouso, onde o aluno trás consigo a ideia de movimento

e repouso, sendo este no sentido comum, e não associado a um referencial, mas

considerado um conceito subsunçor (A) existente na estrutura cognitiva do aluno.

Ao iniciar seus estudos em Ciências, o aluno ouve de seu professor que,

para definir se uma partícula ou objeto extenso está em repouso ou movimento, é

necessário definir um referencial (conceito potencialmente significativo a, menos

inclusivo que A), e então virá a tradicional pergunta: nós aqui na sala estamos em

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repouso ou em movimento? Todos irão responder que estamos em repouso. O

professor dirá que estamos em movimento em relação ao sol. A partir desse

momento o aluno consegue fazer a interação “Aa” e assimila o tremo “referencial”

como um conteúdo cognitivo diferenciado (a’) fazendo a interação (a’A’) que passa a

ser o subsunçor modificado.

Figura 1: Ilustração do esquema de assimilação de David Ausubel, em Santos, (2008, p.52)

Sabemos que no seu dia-a-dia o estudante não poderá definir referenciais

para dizer se um carro está em repouso ou em movimento, surge aí a compreensão

(a’ + A’), ou seja, sabe que é necessário um referencial, mas, nem sempre sentirá a

necessidade do uso desse novo complexo ideacional.

De qualquer modo, o aluno entendeu, do ponto de vista formal da Ciência,

como se define o repouso e o movimento de um objeto havendo a assimilação de

um novo conceito em sua estrutura cognitiva (A’).

A partir daí se inicia um novo ciclo, a medida que o aprendiz sinta

necessidade de mais informações para a resolução de novos problemas.

a A

Deve ser subsumido por

Conceito potencialmente significativo

Menos Inclusiva em relação a A

Mais inclusiva em relação a a

Aa Interação

a ̀

maior e mais complexo do que o simples produto

Conteúdo cognitivo diferenciado

a`A ̀

Complexo ideacional

a` + A`

Síntese

Compreensão

A` Redução

Assimilação

Nova Idéia Subsunçora

Idéia subsunçora já existente na estrutura cognitiva

A`

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2.2 Mapas Conceituais

Como toda aprendizagem precisa de uma sequência, então os mapas

conceituais segundo o ponto de vista ausubeliano, são sugeridos como forma de

organizar e melhor relacionar os conceitos, nos mapas conceituais as idéias mais

gerais e inclusivas da disciplina devem ser apresentadas no início para que haja o

desenvolvimento do conhecimento.

Segundo Moreira e Masini, (2001, p.51) “mapas conceituais são apenas

diagramas indicando relações entre conceitos” acreditando que a aprendizagem

fique facilitada ao aluno, pois a existência de mapas conceituais é derivada da

estrutura conceitual de uma disciplina.

A proposta de trabalho dos mapas conceituais está baseada na idéia

fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel que estabelece que a

aprendizagem ocorre por assimilação de novos conceitos e proposições na estrutura

cognitiva do aluno.

Novas ideias e informações são aprendidas, na medida em que existem

pontos de ancoragem. Aprendizagem implica em modificações na estrutura

cognitiva e não apenas em acréscimos. Segundo esta teoria, os seguintes aspectos

são relevantes para a aprendizagem significativa:

• As entradas para a aprendizagem são importantes.

• Materiais de aprendizagem deverão ser bem organizados.

• Novas idéias e conceitos devem ser "potencialmente significativos" para

o aluno.

• Fixando novos conceitos nas já existentes estruturas cognitivas do aluno

fará com que os novos conceitos sejam relembrados.

Nesta perspectiva parte-se do pressuposto que o indivíduo constrói o seu

conhecimento partindo da sua predisposição afetiva e seus acertos individuais.

Estes mapas servem para tornar significativa a aprendizagem do aluno, que

transforma o conhecimento sistematizado em conteúdo curricular, estabelecendo

ligações deste novo conhecimento com os conceitos relevantes que ele já possui.

Esta teoria da assimilação de Ausubel, como uma teoria cognitiva, procura

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explicar os mecanismos internos que ocorrem na mente dos seres humanos. A

referida teoria dá ênfase à aprendizagem verbal, por ser esta predominante em sala

de aula.

A construção de um mapa conceitual pode seguir os seguintes passos:

1º - identifique os conceitos-chave do conteúdo que vai mapear e ponha-os em uma lista.Limite entre 6 e 10 o número de conceitos; 2º - ordene os conceitos, colocando o(s) mais geral(is), mais inclusivo(s) no topo do mapa e, gradualmente, vá agregando os demais até completar o diagrama de acordo com o princípio da diferenciação progressiva; 3º - se o mapa se refere, por exemplo, a um parágrafo de um texto, o número de conceitos fica limitado pelo próprio parágrafo. Se o mapa incorpora também o seu conhecimento sobre o assunto, além do contido no texto, conceitos mais específicos podem ser incluídos no mapa; 4º - conecte os conceitos com linhas e rotule essas linhas com uma ou mais palavras-chave que explicitem a relação entre os conceitos. Os conceitos e as palavras-chave devem formar uma proposição que expresse o significado da relação; 5º - evite palavras que apenas indiquem relações triviais entre os conceitos. Busque relações horizontais e cruzadas; 6º - exemplos podem ser agregados ao mapa, embaixo dos conceitos correspondentes. Em geral, os exemplos ficam na parte inferior do mapa; 7º - normalmente o primeiro intento de mapa pode ter uma simetria pobre e alguns conceitos ou grupos de conceitos acabam mal situados em relação a outros que estão mais relacionados; 8º - talvez nesse ponto você já comece a imaginar outras maneiras de fazer o mapa. Lembre-se que não há um único modo de traçar um mapa conceitual. À medida que muda sua compreensão sobre as relações entre os conceitos, ou à medida que você aprende, seu mapa também muda. Um mapa conceitual é uma estrutura dinâmica, que reflete a compreensão de que o faz, no momento que o faz. 9º - compartilhe seu mapa com seus colegas e examine os mapas deles. Pergunte o que significam as relações, questione a localização de certos conceitos, a inclusão de alguns que não lhe parecem importantes e a omissão de outros que você julga fundamentais. O mapa conceitual é um bom instrumento para compartilhar, trocar e “negociar” significados; 10º - setas podem ser usadas, mas não são necessárias; use-as apenas quando for muito necessário explicitar a direção de uma relação. Com muitas setas o mapa poderá parecer com um fluxograma.(Carlos E. B., SANTOS, Sandro A., SANTOS, STANGE, Julio M.T., 2007)

Na Figura 2 apresenta-se um modelo de mapa conceitual sobre força-peso.

Nesse sentido, o mapa conceitual se coloca como um facilitador da meta-

aprendizagem, ao facilitar que o aluno adquira a habilidade necessária para construir

seus próprios conhecimentos.

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da

Força Peso

MassaAção da Gravidade

Referencial

necessita de

sobre a

originando a

Energia

transformações de

Repouso Deslocamento

quando objeto em

Energia Potencial

Energia Cinética

possui possui

em

de uma quantidade

de

faz com que

seja transformada emao mesmo tempo acumula

Movimento Acelerado

Velocidade

inicia a queda em

aumentando a

sob a

em relação a um

Figura 2: Mapa conceitual sobre força-peso, em Santos (2008, p.63)

O objetivo do mapa conceitual é facilitar a aprendizagem para o aluno e

facilitar a organização de informações a serem repassadas pelo professor. Ausubel,

(citado por Moreira e Buchweitz, 1993), os mapas conceituais são dinâmicos, podem

mudar desde que atinja a aprendizagem significativa, ou seja, o aluno aprenda, para

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isso o mapa conceitual traçado hoje poderá ser diferente amanhã, ou diferente de

educador para educador, porém ambos deverão ter como objetivo: aprendizagem

significativa.

Não se faz necessário que o professor apresente o mapa conceitual ao

aluno como forma correta para atingir a aprendizagem, mas um meio para ela.

As possíveis vantagens da utilização de mapas conceituais citados por

Moreira e Masini, são:

1) enfatizar a estrutura conceitual de uma disciplina e o papel dos sistemas conceituais no seu desenvolvimento; 2) mostrar que os conceitos de uma certa disciplina diferem quanto ao grau de inclusividade e generalidade, e apresentar esses conceitos numa ordem hierárquica de inclusividade que facilite a aprendizagem e a retenção dos mesmos; 3) prover uma visão integrada do assunto e uma espécie de “listagem” daquilo que for abordado no materiais instrucionais MOREIRA E MASINI (2009, P.56 e 57)

Já nas desvantagens da utilização dos mapas conceituais citado também

por Moreira e Masini,

1) se o mapa não tiver significado para os alunos, eles poderão encará-lo apenas como algo mais a ser memorizado; 2) os mapas podem ser muito complexos ou confusos, dificultando a aprendizagem e a retenção, ao invés de facilitá-las; 3) a habilidade dos alunos para construir suas próprias hierarquias conceituais pode ficar inibida, em função do fato de que já recebem prontas as estruturas propostas pelo professor (segundo a sua própria percepção e preferência) MOREIRA E MASINI (2009, p.57)

Como toda atividade requer sempre do professor muito preparo e objetivos

claros para que a atividade aconteça facilitando a aprendizagem e despertando ao

aluno a vontade de conhecer, pesquisar e saber.

2.3 Uso de Filmes no Ensino de Física

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Gadotti nos informa que:

Nas últimas duas décadas do século XX assistiu-se a grandes mudanças tanto no campo socioeconômico e político quanto no da cultura, da ciência e da tecnologia. Ocorreram grandes movimentos sociais, como aqueles no leste europeu, no final dos anos 80, culminando com a queda do Muro de Berlim. Ainda não se tem idéia clara do que deverá representar, para todos nós, a globalização capitalista da economia, das comunicações e da cultura. As transformações tecnológicas tornaram possível o surgimento da era da informação. GADOTTI (2000, p. 3)

Sabendo que o aluno está rodeado de informações sem muita filtração do

que é real e imaginário, cabe ao educador ajudar e facilitar a interpretação de

noticias e informações.

Conforme, Da Távola, citado por Penteado, 2000, p. 67 “que enquanto a

televisão massageia a empatia, o livro massageia a razão. Porém não é só o livro

que o faz”, podemos perceber a necessidade de outros recursos em sala de aula,

neste caso a televisão e vídeos para motivar e facilitar a aprendizagem significativa.

As aulas expositivas que transcorrerem depois da apresentação devem ser

utilizadas para referendar os pontos importantes disponibilizados pelo filme,

aprofundando o assunto e introduzindo idéias que tenham passado despercebidas,

sem que tenham sido mencionadas; novamente, cabe ao educador utilizar os

recursos complementares para que suas aulas sejam interessantes e para que a

atenção e a participação dos educandos seja contínua no processo da aquisição de

conhecimento.

Caso o professor julgar necessário os trechos mais importantes podem ser

apresentados mais vezes, depois que as discussões e debates, assim como a

redação sobre o material fílmico, já estiverem em curso durante as aulas. A

proposta de trabalho em pequenos grupos tem o objetivo de fazer com que os

educandos troquem idéias entre si, despertem uns nos outros a atenção quanto a

aspectos que não foram percebidos, discutam questões propostas pelo professor e

escrevam sobre o que viram.

De acordo com Napolitano,

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quando um filme for utilizado numa atividade-meio, é muito importante o professor estimular um debate sobre a chamada “mensagem” principal da obra”. Este ponto pode gerar polêmica, na medida em que o cinema, tal como as obras de arte, possui mensagens ambíguas e suscitam diversas interpretações válidas. No entanto, os filmes, sobretudo aqueles voltados ao grande publico, geralmente procuram “fechar” ao máximo sua mensagem com técnicas de roteiro e veiculação de valores, conceitos e preconceitos de toda a ordem. Portanto, por mais que as situações dramáticas e personagens dêem margem a diversas interpretações aos espectadores, é preciso que o professor estimule o debate sobre a mensagem principal que o diretor ou o sistema que produziu a obra quis fixar no receptor. (NAPOLITANO, 2006, p.94)

A ideia de simulações como proposta de ação nas aulas depois da

apresentação do filme tem o propósito de aproximar os temas apresentados nos

filmes da realidade vivida pelos alunos, tornando o assunto em questão ainda mais

pulsante e vivo para os mesmos. Ambientar as aulas em situações como uma

redação de jornal, uma estação de rádio, uma organização não-governamental ou

uma secretaria de governo pode estimular os estudantes e fazer com que o

resultado final dos trabalhos seja ainda mais interessante.

De acordo com Gadotti:

É um tempo de expectativas, de perplexidade e da crise de concepções e paradigmas não apenas porque inicia-se um novo milênio – época de balanço e de reflexão, época em que o imaginário parece ter um peso maior. O ano 2000 exerceu um fascínio muito grande em muitas pessoas. Paulo Freire dizia que queria chegar ao ano 2000 (acabou falecendo três anos antes). É um momento novo e rico de possibilidades. Por isso, não se pode falar do futuro da educação sem certa dose de cautela. É com essa cautela que serão examinadas, neste artigo, algumas das perspectivas atuais da teoria e da prática da educação, apoiando-se naqueles educadores e filósofos que tentaram, em meio a essa perplexidade, apesar de tudo, apontar algum caminho para o futuro. A perplexidade e a crise de paradigmas não podem se constituir num álibi para o imobilismo. GADOTTI, (2000, p. 3).

Encontramos em Paraná (2008, p. 76) “Assistir a um filme (exemplo: Apollo

13) de ficção científica e, depois, ler um texto de divulgação científica que aborde o

mesmo tema. Esta é uma maneira de estimular o aluno para a leitura”, sugerindo

assim a contribuição do uso de filmes.

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O uso de filmes em sala de aula quando bem selecionado é um excelente

recurso para se atingir um objetivo metodológico. A turma se descontrai e é possível

fazer vários tipos de trabalhos, pois com a exposição o educador pode selecionar

temas que estejam ligados a um momento ou algo que esteja relacionado a turma

como indisciplina, violência, tolerância de gêneros, ou religião. Para isso é

necessário que o professor esteja atento para alguns detalhes na escolha do filme

como faixa etária, tema que esteja relacionado com os conteúdos trabalhados; é

redundante mas o professor deve conhecer previamente o vídeo a ser exibido e os

mecanismos dos aparelhos eletrônicos da exibição, afim de evitar imprevistos na

hora exposição. É proveitoso que o professor distribua um roteiro aos alunos para

que eles na hora da apreciação fiquem atentos às cenas já selecionadas. Acredita-

se que isto favorece a interpretação dos mesmos.

O professor deve estar atento na relação do conteúdo do filme e aos

trabalhados ou a serem trabalhados em sala de aula, deve haver uma organização e

seriedade na execução para não transmitir aos alunos que a exibição do filme não é

um mero passatempo. Deve-se lembrar que os filmes não são feitos com objetivos

didáticos, mas pode ser utilizado como um recurso, ele por si só não sistematiza

conhecimentos. Pode ser usado como tema para debates, introdução ou

fechamentos de conteúdos. Exibir filmes em sala de aula é um mecanismo que

qualquer educador pode utilizar, porém criar condições favoráveis que sensibilize o

aluno estimulando o seu senso crítico, isto é fundamental.

Sabendo dessa interferência da mídia no contexto escolar seria ilusório

deixar de usá-la em aulas, mas com objetivos claros e atividades claras, facilitando

as novas abordagens.

2.4 Gravitação Universal

De acordo com Paraná (2008, p.42), a Teoria da Gravitação Universal “pode

ser considerada o início de uma nova concepção na qual o Universo passaria a ser

interpretado por leis físicas, sob equações matemáticas, e menos submetido à ação

divina”, pois, Newton sintetizou na Teoria da Gravitação, sua preocupação com as

leis do movimento e a interação entre os corpos.

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Para Menezes,

Com sua mecânica e gravitação, Newton completou o que Galileu e Descartes não chegaram a realizar que foi submeter o céu e a Terra às mesmas leis; a primeira grande unificação da física. Ele identificou as quantidades transferidas em qualquer interação e percebeu que a soma destas quantidades se mantém no sistema conjunto das partes que interagem, seja este o sistema solar ou um simples carrossel. Descobriu assim o primeiro e talvez o mais universal conjunto de invariantes na física, as quantidades de movimento, grandezas que se conservam sempre, mesmo em processos em que tudo parece estar mudando. MENEZES, (citado por PARANÁ, 2008, p. 42)

Encontra-se nos mais variados livros didáticos, lendas populares, onde

Newton estava sentado à sombra de uma macieira quando observou que uma maçã

caiu, perguntando-se o porquê da maçã cair, concluiu que todos os objetos eram

atraídos em direção a Terra, formulando a lei da Gravitação Universal. Hewitt (2002,

p.156) observa que “Qualquer que tenha sido o evento, Newton teve o discernimento

para ver que a força que a Terra e a maçã que caiu é a mesma força que atrai a Lua

para uma órbita em torno da Terra, uma trajetória semelhante à de um planeta em

torno do Sol”.

Segundo Luz e Álvares (1992, p.305) “Reunindo as idéias de que o Sol atrai

os planetas e a Terra atrai a Lua e a maçã, Newton concluiu: esta atração deve ser

um fenômeno geral (universal) e deve se manifestar entre dois objetos materiais

quaisquer”. Observamos assim, que existe uma força de atração entre dois corpos

quaisquer, por exemplo, o aluno e sua carteira, envolvendo apenas suas massas e a

distância que os separa.

Considerando que toda coisa atrai qualquer coisa, assim a Terra tem atraído

a si mesma tanto quanto pode, encontramos em Hewitt (2002, p. 169) que:

“Quaisquer ‘arestas’ que haviam na superfície da Terra já foram puxados para

dentro; como resultado, cada parte de sua superfície se encontra eqüidistante do

centro da gravidade.” Desta maneira, tanto a Terra, como o Sol e a Lua, possuem o

formato esférico porque foram obrigados pela gravitação.

Observa-se em Feynman (2004, p. 149) que Newton utilizou a segunda e a

terceira Lei de Kepler para poder deduzir a sua lei da Gravitação Universal e,

através dela explicar muitos fenômenos, os quais até então, não tinham sido

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compreendidos, como exemplo temos que a atração da lua sobre a Terra causando

as marés, pois, alguns pensadores já haviam analisado, mas, não de forma tão

arguta como Newton.

Encontramos em Resnick, Halliday e Krane as três leis deduzidas por

Kepler, para o entendimento dos movimentos dos planetas,

1. A Lei das Órbitas: Todos os planetas se movem em órbitas elípticas tendo o Sol em um dos focos. 2. A Lei de Áreas: Uma linha unindo qualquer planeta ao Sol varre áreas iguais em períodos de tempos iguais. 3. A Lei de Períodos: O quadrado do período de qualquer planeta em torno do Sol é proporcional ao cubo da distância média entre o planeta e o Sol. Resnick, Halliday e Krane (2003, p. 14 e 15)

Em Hewitt (2002) observamos que houve aproximadamente 20 anos entre

as primeiras observações de Newton e a publicação da lei da Gravitação Universal,

ainda em Hewitt (2002, p.157) encontramos: “De acordo com Newton, toda massa

atrai qualquer outra massa com uma força que é diretamente proporcional ao

produto das massas envolvidas e inversamente proporcional ao quadrado da

distância que as separa”.

Para compreendermos melhor como a gravidade vai ficando mais fraca de

acordo com a distância, Hewitt (2002) cita uma comparação com uma pistola de

pintura, a qual espalha a tinta com o aumento da distância. Se posicionarmos a

pistola no centro de uma esfera de um raio de 1 metro, o jato de tinta viaja 1 metro

para produzir um quadrado de tinta de 1 milímetro de espessura. Se este

experimento fosse feito em uma esfera de raio de 2 metros, a tinta se espalharia em

um quadrado duas vezes maior, tanto na largura como na altura. A tinta seria

espalhada sobre uma área quatro vezes maior, e sua espessura seria ¼ de

milímetro. Percebemos assim que a espessura da tinta borrifada decresce com o

quadrado do aumento da distância, sendo observado assim a lei do inverso do

quadrado. Hewitt deixa claro que em se tratando da lei do inverso do quadrado:

“Ela vale para a gravidade e para todos os fenômenos em que o efeito de uma fonte localizada se espalha uniformemente no espaço ao redor: o campo elétrico em torno de um elétron isolado, a luz de um palito de fósforo, a radiação de um pedaço de urânio e o som produzido por uma bola atingida durante um jogo.” Hewitt (2002, p. 159)

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Segundo Menezes (2005), esta força gravitacional é sempre atrativa, sendo

esta força perceptível quando um dos corpos possuírem uma grande quantidade de

massa, sabendo que esta força age entre quaisquer corpos, desde que tenham

massa.

Podemos escrever: Força ~ Massa 1 X Massa 2

Distância 2

Assim, quanto maiores forem as massas, maior será a força de atração entre

estes corpos, e, quanto maior a distância que os separa, menor será esta força.

Para que esta Lei da Gravitação Universal, em forma de proporcionalidade,

seja expressa em forma de equação, uma constante de proporcionalidade G

(constante da gravitação universal), é introduzida, ficando a equação expressa por:

Segundo Luz e Álvares, (1992, p. 306) “A força de atração gravitacional

entre dois objetos ‘comuns’, existentes na Terra, é muito pequena e Newton não foi

capaz de verificar experimentalmente esta atração. Somente quando grandes

massas (como o Sol e os planetas) interagem, a força de atração gravitacional torna-

se apreciável”.

As unidades de medida escolhidas para a massa, distância e tempo, são,

respectivamente: quilograma, metro e segundo.

O valor numérico de G é 6,67 x 10 -11 N. m2 / kg2, e, sendo uma constante

universal, terá o mesmo valor para qualquer par de partículas e em qualquer

localidade no universo. Resnick, Halliday e Krane (2003) ressaltam que se deve

tomar cuidado para não confundir G com g, a aceleração em queda-livre na Terra,

que não é universal e tem dimensões diferentes.

F = G. m1 x m2d²

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Segundo Hewitt (2002) foi o físico inglês Henry Cavendish que no século

XVIII, determinou pela primeira vez, em laboratório, a constante da gravitação

universal. Para realizar a medida, Cavendish usou uma balança de torção

extremamente sensível para medir a minúscula força entre massas de chumbo.

Através do valor de G, observamos que a força da gravidade é muito fraca.

Em Hewitt,

Sentimos a gravitação apenas quando enormes massas como a da Terra estão envolvidas. A força de atração entre você e um navio de guerra sobre o qual se encontra de pé é fraca demais para ser medida por métodos comuns. A força de atração entre você e a Terra, entretanto, pode ser medida. Ela é o seu peso. HEWITT (2002, p. 158)

Considerando que a força gravitacional torna-se mais fraca com o aumento

da distância, “Newton mostrou que as marés eram causadas pelas diferenças na

atração gravitacional entre a Lua e a Terra sobre os lados opostos desta. A força

gravitacional entre a Lua e a Terra é mais forte sobre o lado da Terra que está mais

próximo da Lua e mais fraca sobre o lado oposto, que está mais afastado da Lua.”

Hewitt (2002, p. 161), para melhor compreendermos por que a diferença na atração

gravitacional exercida pela Lua sobre os lados opostos da Terra, Hewitt (2002) cita o

exemplo de uma bola feita de um material gelatinoso, podendo ser um gel, se

exercermos a mesma força em cada lado da bola, enquanto acelera, sua forma será

sempre esférica. Ao mesmo tempo, se puxarmos um lado com mais força que o

outro existirá diferença entre as acelerações e a bola tornar-se-á alongada. Sendo

isso exatamente o que ocorre com a enorme bola em que vivemos.

Usando as leis de movimentos e de gravitação universal de Newton, pode-se

entender como é possível colocar um satélite em órbita. Encontramos em Luz e

Álvares (1992) que foguetes levam o satélite até a altura desejada, esta não pode

ser inferior a 150 km para a força de resistência do ar não perturbar o movimento do

satélite. Ao atingir a altura desejada os foguetes lançam horizontalmente o satélite e,

a Terra alterará a direção da velocidade através da força de atração exercida sobre

o satélite, fazendo com que ele descreva uma trajetória curvilínea, exercendo uma

força centrípeta necessária para este movimento. “Uma vez colocado em órbita e

não existindo nenhuma perturbação, o satélite continuará girando, indefinidamente,

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em torno da Terra” (Luz e Álvares (1992, p. 309).

3 Metodologia

Este trabalho é resultado de um conjunto de atividades realizadas durante o

período de dois anos do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE,

promovido pela Secretaria de Estado da Educação do Estado do Paraná, com o

objetivo de capacitação continuada do professor estatutário da rede pública. Após a

realização do projeto de pesquisa e a produção da Unidade Didática, centrado na

Lei da Gravitação Universal, contemplando o uso de filmes e mapas conceituais,

dentro do enfoque proposto na investigação, ocorreu a implementação pedagógica,

que consistia na aplicação do projeto de pesquisa com base no material didático

produzido em turmas pré-estabelecidas, visando à melhoria na qualidade do ensino;

e, como trabalho final, a elaboração deste artigo baseando-se nos resultados de

todo o processo.

A aplicação desta proposta foi realizada no Colégio Estadual José de

Anchieta – Ensino Fundamental e Médio, em Quedas do Iguaçu, Paraná, com

alunos da 1ª série A, turno manhã e 1ª série C, turno tarde, do Ensino Médio,

utilizando-se o material didático e, concomitantemente, desenvolvimento de aulas

tradicionais, sem o uso de filmes e mapas conceituais, na 1ª série B, turno manhã e

1ª série D, turno noite, onde foram obtidos parâmetros para comparação de

resultados.

3.1 Pré-teste e pós-teste geral

As atividades de implementação da proposta iniciaram-se com a aplicação

de pré-teste (Apêndice 1) para as quatro turmas (duas controle – sem a proposta e

duas experimentais – com a proposta). Este sendo individual, com 10 (dez)

questões. O objetivo de identificar o conhecimento prévio dos alunos, em relação ao

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conteúdo a ser trabalhado. O mesmo instrumento foi (re) aplicado (pós-teste) nas

quatro turmas, após a abordagem teórica e desenvolvimento de todas as atividades

propostas. Permitindo ao professor, fazer comparações entre os conceitos iniciais

elaborados pelo aluno, e a evolução conceitual ocorrida ou não, verificando a

aprendizagem e crescimento pedagógico, comparando o rendimento do aluno na

verificação da aprendizagem (pós-teste), no final do processo ensino-aprendizagem

do conteúdo.

3.2 Seminário Integrador

Com o objetivo de fazer o aluno compreender que Newton não estabeleceu

a lei da Gravitação Universal como fruto de uma inspiração repentina, reconhecendo

os conceitos e relações que levaram ao seu estabelecimento, organizou-se um

seminário para contribuir com a abordagem integradora.

Inicialmente, a turma reuniu-se em grupos para fazer uma pesquisa sobre os

principais astrônomos da Antiguidade: Aristóteles, Ptolomeu, Copérnico, Kepler e

Galileu.

Cada grupo escolheu um astrônomo e desenvolveu sua pesquisa,

procurando destacar os modelos apresentados por esses cientistas, além de reunir

argumentos que justificassem as teorias apresentadas por eles.

Em um segundo momento do trabalho, foi promovido um grande debate em

sala de aula, no qual cada grupo expôs os resultados da pesquisa efetuada e,

principalmente, procurando defende as ideias propostas pelos astrônomos.

Tornando o debate ainda mais interessante, algumas questões relevantes sobre o

assunto também foram debatidas pelas equipes participantes, destacando entre

elas:

• Qual o argumento utilizado em defesa da teoria que afirmava que os

planetas giravam ao redor do Sol e não da Terra?

• Por que a Terra não poderia ser o centro do Universo?

• Por que Galileu foi julgado pela Inquisição e obrigado a negar

publicamente suas crenças?

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• Quem foi Tycho Brahe e quais foram suas maiores contribuições para os

estudos astronômicos?

• De que forma os gregos chegaram ao primeiro modelo?

• Qual é a relação desse modelo com a astrologia?

3.3 Apresentação e discussão do filme

Antes da projeção do filme “Os Mosconautas no Mundo da Lua”, o mesmo

foi assistido com antecedência, foram lidas críticas publicadas e informações do

filme, analisando o filme e anotando com atenção às principais seqüências e cenas,

tendo um conhecimento mínimo acerca do filme, tendo condições de repetir e

comentar em sala de aula, no momento adequado, com clareza em seus objetivos

relativos à utilização deste filme e as relações com os conteúdos trabalhados e os

principais elementos destacados após a apresentação. O filme foi apresentado ao

aluno antes da sua exibição.

Após a exibição do filme “Os Mosconautas no Mundo da Lua”, foi aberto um

debate, elencando conceitos observados pelos alunos no decorrer da exibição

havendo uma discussão sobre as situações cotidianas apresentadas no filme, como

a busca da realização dos sonhos, a motivação por parte de nossos pais, o prazer

de uma aventura, amizade e responsabilidade.

Na sequência apresentou-se um mapa conceitual, do tema Gravitação

Universal, (Apêndice 2), o qual foi explicado, considerando que em Santos (2008),

os mapas conceituais não dispensam a explicação do professor, não são auto-

explicativos.

Após a apresentação do mapa conceitual, os alunos foram incentivados a

traçarem seus próprios mapas conceituais, através dos conceitos debatidos a

respeito da Gravitação Universal.

Durante as construções dos mapas conceituais, houve a necessidade de

retomar alguns recortes do filme para sanar algumas dúvidas; encontramos estes

recortes nos links:

http://www.4shared.com/video/Z1OpkdKT/AVI_OsMosconautas_1.html

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http://www.4shared.com/video/Vid2zFnX/Os_Mosconautas_2.html

http://www.4shared.com/video/PpLQVMQM/Os_Mosconautas_3.html

http://www.4shared.com/video/4_H_AyFb/Os_Mosconautas_4.html

Neste mesmo período de intervenção pedagógica, houve a possibilidade de

constituir um Grupo de Apoio à implementação com o objetivo de mobilizar e

aperfeiçoar a execução do Projeto.

3.4 Grupo de Apoio à Implementação do Projeto PDE na Es cola

O Grupo de Apoio à Implementação do Projeto PDE na Escola teve início

com a apresentação e discussão do filme, “Os Mosconautas no Mundo da Lua” onde

os participantes deveriam perceber e anotar alguns conceitos relacionados às suas

disciplinas, seguido de uma explanação sobre uso de filmes na sala de aula,

aprendizagem significativa e mapas conceituais, através de leitura e debate de

material impresso, com ênfase aos passos para a construção de um mapa

conceitual.

Após a apresentação de exemplos de mapas conceituais, os professores

foram incentivados a formarem grupos, por disciplina e traçarem mapas conceituais

aplicáveis em sala de aula, através dos conceitos observados e apontados durante

discussão do filme.

Houve um espaço para comentários gerais e particulares com base nos

mapas conceituais produzidos pelos professores, e cada professor teve a

oportunidade de traçar seus mapas, utilizando o laboratório de informática do

Paraná Digital do Colégio Estadual José de Anchieta, pois, os computadores já

possuem o aplicativo “Cmap”, e os professores receberam instruções para utilizarem

o programa encontrado no endereço: http://cmap.ihmc.us/download/

Os dados coletados através das atividades propostas, tanto com os alunos,

quanto com os professores, foram organizados em tabelas e gráficos para análises

quantitativas e qualitativas dos resultados e na elaboração das considerações finais.

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4 Resultados e discussões

4.1 Análises do pré-teste e do pós-teste

Para melhor evidenciar os resultados obtidos no trabalho, foram construídos

tabelas e gráficos com o número de respostas corretas em cada uma das dez

questões do pré-teste e do pós-teste, respondidas pelos alunos nas quatro turmas

de 1ª série, as turmas A e C, nas quais foi aplicado o projeto, e nas turmas B e D,

nas quais as aulas foram desenvolvidas no modo “quadro e giz”.

Analisando as questões do pós-teste, que foram as mesmas do pré-teste e

aplicadas para as turmas em questão, constatou-se através dos resultados

apresentados nos Quadros 1 e 2, o desempenho das turmas A e C obtiveram um

avanço significativo na aprendizagem dos conceitos relacionados à Gravitação

Universal, em relação às turmas B e D, o que pode evidenciar a eficiência da

metodologia que foi aplicada com o uso de filme e o emprego dos mapas

conceituais.

O Quadro 1 fornece os resultados das dez questões (Q) apresentadas,

sendo C a quantidade de respostas certas do pré-teste e do pós-teste da 1ª série A

com 21 alunos, com a apresentação do projeto.

Quadro 1 – resultados do pré e pós-teste da turma experimental A

1ª série A Q 1 Q 2 Q 3 Q 4 Q 5 Q 6 Q 7 Q 8 Q 9 Q 10

Respostas C C C C C C C C C C

Pré-teste 6 5 6 10 10 1 6 13 10 8

Pós-teste 19 18 15 19 18 15 19 16 18 16

O Quadro 2 fornece os dados da 1ª série C, com 32 alunos, onde também

foi apresentado o projeto.

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Quadro 2: resultados do pré e pós-teste da turma experimental C

1ª série C Q 1 Q 2 Q 3 Q 4 Q 5 Q 6 Q 7 Q 8 Q 9 Q 10

Respostas C C C C C C C C C C

Pré-teste 15 4 7 10 16 4 8 22 8 20

Pós-teste 28 26 20 21 24 19 20 27 21 25

O Quadro 3 fornece os resultados da 1ª série B, 20 alunos, onde foram

apresentadas aulas tradicionais no modo “quadro e giz”.

Quadro 3: resultados do pré e pós-teste da turma tradicional B.

1ª série B Q 1 Q 2 Q 3 Q 4 Q 5 Q 6 Q 7 Q 8 Q 9 Q 10

Respostas C C C C C C C C C C

Pré-teste 5 7 5 8 6 3 4 17 8 6

Pós-teste 11 10 11 10 12 9 6 17 10 10

O Quadro 4 fornece os resultados da 1 ª série D, com 16 alunos, onde,

também foram apresentadas aulas tradicionais.

Quadro 4: resultados do pré e pós-teste da turma tradicional D

1ª série D Q 1 Q 2 Q 3 Q 4 Q 5 Q 6 Q 7 Q 8 Q 9 Q 10

Respostas C C C C C C C C C C

Pré-teste 3 2 3 2 4 4 5 8 6 5

Pós-teste 9 8 6 7 6 4 6 7 5 7

No Quadro 5 encontramos os percentuais referentes aos números

apresentados nos Quadros 1, 2, 3 e 4, onde observamos com maior clareza que os

melhores desempenhos são dos alunos das turmas A e C.

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Quadro 5: Porcentagens de respostas certas no pré e pós-teste

Porcentagem de respostas certas no pré e pós-teste

Série 1 ª série A 1 ª série B 1 ª série C 1 ª série D

Questões

Pré-

teste

Pós-

teste

Pré-

teste

Pós-

teste

Pré-

teste

Pós-

teste

Pré-

teste

Pós-

teste

Q 1 28% 90% 46% 87% 25% 55% 18% 56%

Q 2 23% 85% 12% 81% 35% 50% 12% 50%

Q 3 28% 71% 21% 62% 25% 55% 18% 37%

Q 4 47% 90% 31% 65% 40% 50% 12% 43%

Q 5 47% 85% 50% 75% 30% 60% 25% 37%

Q 6 4% 71% 12% 59% 15% 45% 25% 25%

Q 7 28% 90% 25% 62% 20% 30% 31% 37%

Q 8 61% 76% 68% 84% 85% 85% 50% 43%

Q 9 47% 85% 25% 65% 40% 50% 37% 31%

Q 10 38% 76% 62% 78% 30% 50% 31% 43%

Na Figura 3 encontramos o gráfico com os resultados do pré e pós-teste,

elaborado através dos dados do Quadro 5, permitindo uma visão geral do aumento

nas porcentagens dos alunos que responderam corretamente as questões do pós-

teste.

Observando o quadro de porcentagens (Quadro 5) e/ou o gráfico da Figura

3, observamos que houve um aumento na quantidade de questões certas em todas

as turmas, sendo que, nas turmas envolvidas no projeto (1ª A e 1ª C) houve um

melhor desempenho do que nas séries (1ª B e 1ª D) onde as aulas foram

tradicionais.

Encontramos em Moreira e Masini, (2001, p.47), “Um dos maiores trabalhos

do professor, consiste, então, em auxiliar o aluno a assimilar a estrutura das

matérias de ensino e a reorganizar sua própria estrutura cognitiva, mediante a

aquisição de novos significados que podem gerar conceitos e

princípios”,observamos assim que o conhecimento pôde ser construído, com a

interação entre os novos conhecimentos e os já existentes, através do uso de

recursos instrucionais como os mapas conceituais, e, como recurso didático, um

filme infantil.

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Figura 3: Gráfico comparativo de respostas certas no pré e pós-teste

Analisando as respostas apresentadas nas questões do pré-teste, algumas

delas chamaram a atenção demonstrando a falta de vontade de alguns alunos para

responderem ou pensarem no assunto, onde, ao responderem a questão 1: Por que

os corpos caem? Algumas respostas que encontramos: “porque eles são

programados para cair”, “por causa da força de resistência do ar”, “porque há uma

força gravitacional que o empurra”, “por causa da pressão da Terra” e “não faço

idéia”. Na questão 2: Por que não conseguimos lançar uma pedra para o espaço?

As respostas que chamaram a atenção foram: “O sol não deixa pelos raios solares”

e “por causa da pressão atmosférica, que puxa os corpos para o chão”. Na questão

4, Por que conseguimos andar normalmente na Terra? Encontramos algumas

respostas que demonstram a falta de conhecimento, como: “porque a nossa massa

que é o peso, nos segura”, “porque a Terra exerce uma força sobre nós”, “porque eu

não sou manco”. Com a pergunta 5, por que os corpos flutuam na Lua? Temos:

“Porque o peso é maior do que na Terra”, “Porque lá a pressão atmosférica é menor

que na Terra”, “Porque na Lua a gravidade é abaixo de zero”, “A gravidade luar é

mais forte”, “Porque o ar de lá é mais forte”. Ao responderem a pergunta 6, Por que

os planetas têm forma esférica? Algumas respostas foram: “Porque eles fizeram

cirurgia estética”, “Porque eles não são quadrados”, “Porque se fosse de outro tipo

os planetas não iam girar”. Pergunta 7, Por que, se a Terra realiza um movimento

Porcentagem de respostas certas no pré-teste e no p ós-teste.

0102030405060708090

100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

questões

(%)

resp

osta

s ce

rtas

pré-teste 1ª A

pós-teste 1ª A

pré-teste 1ª B

pós-teste 1ª B

pré-teste 1ª C

pós-teste 1ª C

pré-teste 1ª D

pós-teste 1ª D

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de rotação, os corpos e as árvores não saem voando, como um resultado desse tipo

de movimento? “Porque esses corpos têm uma densidade maior que a gravidade”.

Para a pergunta 8, O peso de um corpo na Terra é diferente na Lua? Encontramos:

“Não, só que na Lua ele consegue flutuar por ser mais leve”, “Com certeza na lua é

mais pesado”, “Sim, porque a densidade de ambos é diferente”, “Lá a densidade é

menos densa”, “Muito, lá aumenta”,”O peso é o mesmo, a diferença é a gravidade”,

“Não. O que muda é a massa”.

Mesmo considerando que, a princípio alguns alunos demonstraram certa

resistência à nova proposta, assim como ocorre com tudo o que é novo; a

apresentação do filme e dos mapas conceituais levantou os mais diversos

questionamentos, abrangendo as diferentes áreas do conhecimento possibilitando

maior interação da realidade com os conteúdos relacionados à Gravitação Universal.

À medida que os alunos foram se familiarizando e até optando pelos mapas

conceituais, demonstrando em suas confecções um interesse relevante, resultando

em maior assimilação do conteúdo, facilitando a aprendizagem, a prática

pedagógica permitindo a formação crítica do educando, fatos estes observados no

pós-teste e nos mapas conceituais elaborados por eles. Estes instrumentos das

turmas A e C encontram-se nos apêndices, sendo o Apêndice 3-Movimento dos

Astros, Apêndice 4-Leis de Kepler e Apêndice 5-Lei da Gravitação Universal. .

4.2 Relatório Final das Atividades do Grupo de Apoi o à Implementação do

Projeto PDE na Escola

Ao término das 32 horas de encontros, onde alguns profissionais da

educação, nominados neste trabalho como Professor 1 até Professor 10, das

diferentes disciplinas do Colégio Estadual José de Anchieta que fizeram parte do

Grupo de Apoio e tiveram a oportunidade de analisar, discutir e questionar a

proposta de Intervenção Pedagógica e após a apresentação de exemplos de mapas

conceituais e incentivados traçarem mapas conceituais aplicáveis em suas

disciplina, elaboraram mapas conceituais, e encontramos alguns deles nos

apêndices, sendo nominados como Apêndice 6, 7 e 8 e colaboraram com os

seguintes relatos ao responderem se os filmes e mapas conceituais podem

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contribuir como instrumentos facilitadores da aprendizagem:

“Com certeza. Basta o professor saber coordenar seu uso, principalmente no

que diz respeito ao uso de filmes, onde o mesmo deve sempre ter um objetivo e

após o seu término deve ser discutido até se esgotar todas as possibilidades, pois o

‘assistir por assistir’ tem aberto lacunas, onde os alunos e até muito professores

vêem os filmes como algo para passar o tempo. Um filme pode nos levar a levantar

os mais diversos questionamentos, abrangendo as diferentes áreas do

conhecimento, é uma fonte riquíssima de informações, basta saber explorá-la. No

mesmo sentido refiro-me aos Mapas Conceituais, onde o professor deve estar

amplamente preparado para trabalhar com os mesmos, uma vez que pelo fato de os

alunos não estarem acostumados irão demonstrar certa resistência, assim como

ocorre com tudo o que é novo, porém conforme irá acontecendo o seu uso, os

mesmos irão se familiarizando e até optando por estes” (Professor 1)

“A utilização de filmes e mapas conceituais como ferramenta de apoio à

atividades educacionais já vem mostrando bons resultados. O seu uso facilita o

trabalho dos estudantes quando empenhados em representar seu conhecimento

sobre o conteúdo estudado. (Professor 2).

“Com certeza, tanto os mapas conceituais quanto os filmes contribuem e

muito para o processo de ensino-aprendizagem, pois além de serem facilitadores,

são também recursos atrativos e motivadores, sendo recursos visuais maravilhosos

que tornam o desenvolvimento de muitos conteúdos mais significantes e

interessantes, promovendo uma assimilação de conteúdos de real sentido e valor.

Também penso que é um recurso em que os resultados avaliativos podem ser

verificados no momento em que os mesmos estão sendo utilizados”.(Professor 3)

“Sendo uma forma de analisar os conteúdos de forma diferente e atrativa e

os alunos gostam de assistir filmes por ser atrativa e diferente, os mapas conceituais

ainda é pouco conhecida”.(Professor 4)

“Acredito que qualquer instrumento quando utilizado de forma correta e

explorado de maneira adequada será facilitador no processo de aprendizagem.

Como professores, devemos estar abertos a novas experiências profissionais, pois

devemos ter como principal objetivo a transmissão do conhecimento aos alunos e

para alcançá-lo é necessário buscar formas diferenciadas, criativas e atuais.

(Professor 5)

“Contribuem muito, pois nada adianta passar um filme por passar. Com o

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mapa conceitual o filme é aproveitado em todas as suas dimensões e nos é possível

aproveitar cenas do filme para trabalhar inúmeros conteúdos fazendo a relação entre

o conteúdo e o filme, facilitando a aprendizagem do educando com

prazer”.(Professor 6)

“Em minha opinião os filmes e mapas conceituais podem contribuir e muito

para a aprendizagem do aluno pois o filme traz imagens visuais onde despertam o

interesse do aluno e com isso torna-se mais prazeroso construir o mapa conceitual

pois há a integração da turma e maior participação”.(Professor 7)

“O mapa conceitual é sem dúvida uma ótima ferramenta para trabalhar o

desenvolvimento e o conhecimento do aluno em relação ao conteúdo”.(Professor 8)

“Como estratégia de ensino funciona em vários momentos da aprendizagem,

prefiro usá-los no momento em que fecha-se o conteúdo, uma espécie de revisão,

onde o aluno participa e constrói no quadro com o professor a sua aprendizagem”.

(Professor 9)

“Os filmes e os mapas conceituais contribuem muito na facilitação da

aprendizagem, mais um recurso positivo para ser utilizado em sala de aula”.

(Professor 10).

Percebe-se assim que existe uma longa jornada a ser seguida, pois ocorreu

apenas o início da utilização dessa metodologia quando da implementação do

projeto em sala de aula, e, através do grupo de apoio à implementação do projeto na

escola, além de esclarecer para muitos docentes e alunos a definição, a importância

e a construção dos mapas conceituais, observando a necessidade constante de se

investir no aprimoramento da prática pedagógica e estarmos diante da necessidade

de mudança de postura em relação à transmissão de informação, considerando que

o conhecimento é construído, com a interação entre os novos conhecimentos e os já

existentes, observamos em Moreira e Masini, (2001), que a aprendizagem

significativa é um processo pelo qual uma nova informação se relaciona com um

aspecto relevante da estrutura de conhecimento do indivíduo e os professores estão

cada vez mais se aprimorando para o uso de estratégias e materiais didáticos

diversificados.

5 Considerações Finais

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Independente do futuro acadêmico ou profissional e considerando a grande

variedade de atividades, observa-se que nem sempre o conhecimento científico fará

parte destas práticas, e, justamente pela falta de evidência do valor e da utilidade do

conhecimento científico, pois segundo Paraná (2008, p.56) “Ao preparar sua aula o

professor deve ter em vista que a produção científica não é uma cópia fiel do mundo

ou da realidade perceptível pelo senso comum, mas uma construção racional, uma

aproximação daquilo que se entende ser o comportamento da natureza”.

O professor deve tornar favoráveis as condições de estudos aos estudantes,

para observarem a elegância das teorias físicas, assim, como encontramos nas

Diretrizes Curriculares Estaduais, em Paraná:

Ao estudar gravitação sob o modelo de Newton, o aluno deve perceber não apenas uma equação matemática, mas a síntese de uma concepção de espaço, matéria e movimento, resultado de um processo que iniciou nos primeiros estudos dos movimentos, movido pela necessidade ou pela curiosidade e chegou à sistematização realizada por Newton. PARANÁ (2008, p. 68).

A proposta se apresenta como uma possível contribuição, para amenizar a

preocupação constante dos professores de Física do Ensino Médio em relação à

maneira como a Física é trabalhada atualmente conscientes que estamos muito

distante dos interesses e do dia-a-dia do aluno; devemos inovar, com atividades que

possam atingir alunos que não são motivados pelo formato tradicional de ensino, é

um novo desafio que se impõe a nós, professores; então, visando mudanças na

prática pedagógica; através de filmes e mapas conceituais, temos alternativas que

contribuem como instrumentos facilitadores da aprendizagem, visto que os mapas

conceituais são recursos flexíveis, dinâmicos, utilizáveis em qualquer sala de aula,

cuja vantagem maior está exatamente no fato de enfatizar o ensino e a

aprendizagem de conceitos, algo que muitas vezes fica perdido em meio a uma

grande quantidade de informações e fórmulas.

Considerando que grande parte dos alunos está hoje, vivendo num mundo

desenvolvido com inovações tecnológicas, e, em face de fatores como desinteresse

pelo conhecimento sistematizado, então, o uso de filmes e mapas conceituais

possibilita maior interação da realidade com os conteúdos científicos presentes nas

produções virtuais facilitando a aprendizagem, dando mais vida e dinamismo à

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prática pedagógica permitindo a formação crítica no educando.

O uso desses recursos, não alcançou na totalidade os resultados esperados,

pois alguns dos alunos demonstraram certa resistência à nova proposta dificultando

o acesso à informação repassada através dos recursos mencionados anteriormente.

Os encaminhamentos apresentados visavam o desenvolvimento da proposta

da abordagem integradora, tendo como referência as ideias da Teoria da

Aprendizagem, finalizando o trabalho com o conceito de Gravitação Universal,

caracterizando não como receitas prontas e acabadas, mas como sugestões que

podem ser modificadas e adaptadas à realidade escolar à qual o professor se insere.

Espera-se que esse material sirva de subsidio para que os colegas

professores tenham a iniciativa de desenvolver outras aulas, com outros temas e

conteúdos, a partir de outros filmes ou vídeos educativos.

Com o encerramento das atividades do PDE 2009/2011, faz-se necessário

agradecer: À Deus por me amparar nos momentos difíceis, me dar força interior para

superar as dificuldades, mostrar o caminho nas horas incertas e me suprir em todas

as minhas necessidades; a Secretaria de Estado de Educação (SEED) do Estado

do Paraná pela oportunidade de participação no Programa de Desenvolvimento

Educacional (PDE) visando à formação continuada dos professores da rede pública;

ao professor Doutor Sandro Aparecido dos Santos pela disposição, empenho e

orientação nestes momentos de aprendizagem; ao meu marido, Umberto; minhas

filhas, Klara e Rachel; meu filho Aléssio e familiares pelo estímulo e compreensão

nas ausências; a amiga Andréia pelo apoio recebido; aos professores integrantes do

Grupo de Apoio à Rede, à direção, equipe pedagógica e aos alunos das primeiras

séries do Colégio Estadual José de Anchieta pelas valiosas contribuições.

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Referências

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HEWITT, Paul G., FÍSICA CONCEITUAL – 9ª Ed, Porto Alegre: Bookman, 2002.

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PARANÁ. Secretaria de Estado de Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica Física . Paraná, 2008. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>. Acesso em 20 de julho de 2009.

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Apêndices

Apêndice 1: questões aplicadas no pré-teste e pós-t este geral

PRÉ-TESTE E PÓS-TESTE GERAL

1 Por que os corpos caem quando soltamos das mãos?

2. Por que não conseguimos lançar uma pedra para o espaço?

3. Por que a Lua não cai na Terra?

4. Por que conseguimos andar normalmente na Terra?

5. Por que os corpos flutuam na Lua?

6. Por que os planetas têm forma esférica?

7. Por que, se a Terra realiza um movimento de rotação , os corpos e as

árvores não saem voando, como um resultado desse tipo de movimento?

8. O peso de um corpo na Terra é diferente na Lua?

9. Porque o astronauta flutua dentro de sua nave, quando ela se encontra

em órbita?

10. Se o Sol atrai a Terra, a Terra também atrai o Sol?

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Apêndice 2: mapa conceitual do conceito de Gravita ção Universal

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Apêndice 3: Mapa Conceitual Movimento dos Astros

Apêndice 4: Mapa Conceitual Leis de Kepler

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Apêndice 5: Organização dos Seres Vivos

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Apêndice 6: Gravidez Precoce

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Apêndice 7: Átomo e Energia