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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - … · Gestão Escolar, como requisito parcial para o cumprimento das atividades propostas, sob a orientação da Prof.ª Drª Eloísa Cristiane

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

CLEODETE GOMES DIONÍSIO

MINI-ATLAS : ESPAÇO GEOGRÁFICO E O CONCEITO DE LUGAR

LONDRINA 2010

CLEODETE GOMES DIONÍSIO

MINI-ATLAS : O ESPAÇO GEOGRÁFICO E O CONCEITO DE LUGAR

Produção Didático-Pedagógica apresentada ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE- Gestão Escolar, como requisito parcial para o cumprimento das atividades propostas, sob a orientação da Prof.ª Drª Eloísa Cristiane Torres do Departamento de Geociências, da Universidade Estadual de Londrina.

LONDRINA 2010

SUMÁRIO

UNIDADE 1 - URBANIZAÇÃO.......................................................................................... 3

1.1 URBANIZAÇÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL ............................................................... 4

1.2 SÃO PAULO E A CONCENTRAÇÃO URBANO-INDUSTRIAL ..................................................... 5

UNIDADE 2 – CONTEXTO HISTÓRICO .......................................................................8

UNIDADE 3 – EVOLUÇÃO URBANA .............................................................................. 14

UNIDADE 4 – ELEMENTOS NATURAIS .......................................................................34

UNIDADE 5 – MINI-ATLAS............................................................................................... 39

REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 41

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UNIDADE 1

URBANIZAÇÃO

Na busca por elementos que forneça uma melhor compreensão da

problemática urbana no Brasil, ressalteremos aqui o papel da cidade na organização do

espaço, assim como sua relação com o campo.

O Brasil é um país, onde mais de dois terço da população vive nas cidades.

O processo de urbanização no Brasil está diretamente ligado ao

desenvolvimento da industria que é o principal fator de organização do espaço

contemporâneo.

A indústria acelerou o processo de desenvolvimento das cidades.

Concentrou a população, para servir de mão-de-obra e de mercado: definiu as classes sociais

básicas que se multiplicaram em setores mais diferenciados,à medida que a sociedade se

tornava mais complexa, deu à cidade a característica básica do capitalismo – a concentração,

tanto a nível espacial quanto social, deu à cidade moderna a fisionomia que ela apresenta

como fruto da industrialização, enquanto expressão plena do modo de produção capitalista,

que se transformou na forma hegemônica de organização da sociedade em que vivemos.

Um dos traços fundamentais do modo de produção capitalista é a

concentração. Concentração dos meios de produção, de capital e da população.

Quanto mais concentrado espacialmente o capital estiver, mais rápido se

multiplicará. Neste contexto, fica evidente a grande importância da Região Sudeste do Brasil

e especialmente São Paulo, pólo de grandes transações financeiras e de produção. Nesse

conjunto evidencia-se a divisão territorial do trabalho entre a cidade e o campo. É a cidade

que vai determinar a organização e produção do campo,assim como dentro da própria cidade,

alguma área assumem funções especificas. Nessa ótica, o estudo da cidade passa a fazer

sentido se ela é reconhecida como o local onde as coisas acontecem gerando mudanças e

transformações na vida das pessoas.

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1.1 URBANIZAÇÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL

Embora as cidades tenham suas origens na Antiguidade, foi só a partir do

desenvolvimento industrial que a urbanização acelerou.

Desde o final do século XVIII, urbanização e industrialização foram

processos complementares, associados um ao outro. As primeiras máquinas exigiam grande

quantidade de trabalhadores vivendo próximos das fábricas e, para a comercialização dos

produtos industrializados, eram necessários os estabelecimentos comerciais, que são típicos

do meio urbano. Também a infra-estrutura criada para atender aos interesses de algumas

fábricas, como abertura de estradas, ruas, fornecimento de energia, água encanada, meios de

comunicação, atraiu novas indústrias para as cidades, aumentando a concentração de pessoas

no espaço urbano.

Na medida em que crescia a industrialização, as cidades iam também se

urbanizando. A industrialização oferecia empregos urbanos à população rural que deixava os

campos em busca de novas oportunidades de vida, em razão de mudanças estruturais, como a

mecanização da agropecuária, que diminuiu a necessidade de mão-de-obra no campo, ao

mesmo tempo em que crescia a necessidade de trabalhadores nas fábricas e nos serviços

urbanos.

Deste modo, em muitas partes do mundo, principalmente nos países que

estavam se industrializando, a população urbana passou a crescer mais do que a população

rural, caracterizando o processo de urbanização.

A transição de um Brasil agrário para um país urbano foi uma conseqüência

direta do processo de industrialização que tomou grande impulso na década de 1930, durante

o governo de Getúlio Vargas, que implementou o modelo de industrialização como forma de

substituição das importações.

A partir dos anos 1940, a industrialização brasileira foi beneficiada pela

intervenção do Estado na economia, com a instalação de grandes empresas estatais,

particularmente no ramo da indústria pesada: siderurgia, indústria química, mecânica pesada,

metalurgia, mineração, geração de energia (petróleo, hidrelétricas) e outras. Eram setores que

exigiam grandes capitais, cujo retorno só se daria a longo prazo e que a burguesia nacional

não estava interessada em investir.

Na década de 1940, o processo de urbanização toma impulso no Brasil,

concomitantemente ao aumento das atividades industriais nas cidades, que atrai a mão-de-

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obra desocupada ou subocupada na zona rural. O censo do IBGE, de 1940, o primeiro a

dividir a população do Brasil em rural e urbana, apontava que 68,90% dos brasileiros viviam

nos campos naquele momento.

Conforme Ribeiro (1995), nos anos 1950 a industrialização toma novo

impulso no governo de Juscelino Kubitschek de Oliveira, o qual abandonou a política de

intervencionismo estatal e atraiu um grande número de empresas para o Brasil, principalmente

no ramo da indústria automobilística, naval, química e mecânica, por intermédio de subsídios,

como doação de terrenos, isenção de impostos e empréstimos estrangeiros.

Nos anos 1950, o processo de urbanização intensifica-se na Região Sudeste,

a mais industrializada do país, atingindo as demais regiões na década de 1970.

A partir dos anos 1960, a mecanização do campo – associada a problemas

estruturais como o monopólio da terra e a monocultura – expulsou um grande número de

trabalhadores rurais para as áreas urbanas. A população urbana ultrapassa a rural nos anos

1970, passando de 44,67% do total em 1960 para 55,92% dez anos depois.

Em 1980, todas as regiões brasileiras já apresentavam uma população

urbana superior à rural. Nos anos seguintes, o processo de urbanização diminui a sua

intensidade, ao mesmo tempo em que as áreas rurais registram crescimento negativo, com a

diminuição de sua população em números absolutos. O ano de 1996 marca o predomínio da

população urbana em todos os Estados brasileiros, sendo o Maranhão o último a fazer a

transição.

De acordo com o censo de 2000, 81,23% da população brasileira vivem em

cidades, índice considerado alto, superior ao de países como Itália (67%), França (76%) e

Estados Unidos (77%). Como já assinalado, vale lembrar que os índices de urbanização

muitas vezes variam em razão dos critérios adotados pelos países para diferenciar o rural do

urbano.

1.2 SÃO PAULO E A CONCENTRAÇÃO URBANO-INDUSTRIAL

Historicamente, a expansão da cultura cafeeira ocasionou a fundação de

muitas vilas e cidades no Estado de São Paulo. Com o emprego de técnicas rudimentares, o

cultivo do café no século XIX esgotava os solos, obrigando o uso de novas terras. Deste

modo, as lavouras de café deixaram o Vale do Paraíba e expandiram-se para o Oeste Paulista,

6

impulsionando a economia do Estado e possibilitando a construção de ferrovias para o

transporte do produto. A expansão da malha ferroviária e, posteriormente, a rodoviária, foi

responsável pelo crescimento de muitas cidades no Estado de São Paulo.

Os capitais provenientes do café concentravam-se primeiramente na capital

federal, a cidade do Rio de Janeiro, mas, com o crescimento da cultura cafeeira no interior de

São Paulo e a exportação do produto pelo porto de Santos, passaram a se concentrar,

principalmente, na capital paulista, o núcleo gerenciador e o suporte da rede urbana recém-

formada.

A partir da década de 1930, o mercado nacional consolida-se na passagem

de um Brasil agrário-exportador para um país urbano-industrial.

Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o mercado consumidor

nacional adquiriu dimensões consideráveis e atraentes para as multinacionais. Segundo

Mamigonian (1976), a Grande São Paulo foi escolhida como o local de implantação de 80%

dos investimentos estrangeiros, por reunir as melhores condições estruturais para a

acumulação de capital, como: infra-estrutura urbana, energética e de transporte já

desenvolvidas; concentrações demográficas quantitativamente densas para constituir mãos-de-

obra abundante e qualitativamente expressivas para funcionar como força de trabalho

especializada; mercado consumidor com poder aquisitivo considerável, além de já concentrar

as principais indústrias de base para as multinacionais. Do ponto de vista espacial, o

crescimento concentrado na Grande São Paulo ocorreu, principalmente, nos municípios

localizados no entorno da capital paulista, notadamente no ABCD (Santo André, São

Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema). No final dos anos 1950, “mais de 40%

de toda a produção industrial brasileira e quase ¾ da produção de bens de capital e consumo

duráveis estava concentrada na Grande São Paulo” (NEGRI; PACHECO, 1994, p. 64).

São Paulo é a metrópole brasileira que concentrou o maior número de

atividades de gestão, controle e comando do território nacional, apresentando-se como o elo

de integração do Brasil ao sistema econômico global. Também funciona como um elo de

integração do território nacional por centralizar a informação e possibilitar a circulação e a

valorização do capital.

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ATIVIDADE 1

RELAÇÕES CIDADE-CAMPO

Funções do campo numa economia capitalista, exemplificando o seu papel fundamental para

o crescimento do setor urbano-industrial:

1) Enviar matérias-primas e alimentos para a cidade com preços, relativamente, cada vez mais baixos.

2) Produzir gêneros para a exportação com o objetivo de pagar as importações, na maioria efetuadas pelo setor urbano-industriale para tentar diminuir a dívida externa.

3) Enviar população para a cidade, onde vai constituir mão-de-obra abundante e barata.

4) Mandar investimentos para a cidade, onde o lucro no mercado financeiro e na especulação imobiliária são mais fáceis. Dinheiro que poderia ser investido na produção do campo vai financiar o crescimento econômico da cidade.

5) Consumir produtos industrializados (bens de consumo, máquinas, etc) que a cidade produz e vende ao campo.

De acordo com o que foi apresentado, responda ao que se pede:

1) No Brasil, quem perde e quem ganha nestas relações entre a cidade e o campo? Porque?

2) Se nas cidades os preços dos produtos agrícolas são, cada vez, mais elevados, como se explica que os agricultores se queixam de prejuizos?

3) Porque os investimentos financeiros se concentram, majoritáriamente, na cidade?

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UNIDADE 2

CONTEXTO HISTÓRICO

Historicamente a exploração da região, iniciou-se na segunda década do

século XVI denominada Província Del Guayrá com administração sediada em Ciudad Real

Del Guayrá, fundada em 1556, localizada aproximadamente onde hoje é Guaíra. Este período

foi marcado por expedições militares espanholas, e missionários jesuítas que 1631, quando

passaram a explorar o vale do Uruguai deixando a região à margem do processo de expansão

da economia brasileira até meados do século XIX.

O primeiro explorador da região onde se formaria a Fazenda Ubá, numa

área de 80.000 alqueires foi o engenheiro europeu PLATAGENET BIG WITTER,

representando uma empresa inglesa. No período de 1872 a 1875, percorreu os sertões,

iniciando em reserva e Tereza Cristina, seguindo pelo Rio Ivaí e Rio dos Peixes, chamado

hoje de Rio Alonzo. Dessa exploração surgiu um minucioso relatório que foi apresentado ao

ingleses o que serviu de estímulo para a colonização norte do Paraná e região central, através

de companhias inglesas.

Em 1853, o Sr José de Lima efetuou a venda de sua área denominada

“IMÓVEL UBÁ” ao Sr Manoel Soares da Silva Lima. Mais tarde passou a pertencer à

SOCIEDADE TERRITORIAL UBÁ LTDA,(Conforme escritura pública registrada em

Guarapuava), município ao qual pertencia a vasta região. A Fazenda Ubá constituía uma área

de 83.000 alqueires paulistas.

Até 1938, o governo do Estado do Paraná recebia anualmente o imposto do

imóvel da Sociedade Territorial Ubá Ltda. Entretanto, a partir de 1939, o governo do estado

do Paraná sob regime de Intervenção Federal, tendo no comando o Interventor Manoel Ribas,

contestou a legitimidade do domínio da Sociedade Territorial Ubá, Ltda, sobre as terras do

Imóvel Ubá. Desse ano em diante passou a dispor das mesmas como “devolutas” e

pertencente ao Estado.Essa vasta área de terras, considerada como das mais férteis do país,

passou a atrair a atenção de desbravadores de todo o Paraná e do Brasil.Estes adentravam no

sertão bruto como “posseiros” e iniciavam pequenas plantações para a sobrevivência.

A região do município de Ivaiporã iniciou seu ciclo colonizador por volta da

década de 40, quando as terras, consideradas as mais férteis do País, passaram a atrair a

atenção de desbravadores que vieram de todas as regiões brasileiras.

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Em 1946, deu-se a demissão do interventor Manuel Ribas,e a posse do novo

governador. Dr. Brasil Pinheiro Machado, o qual continuou proibindo a transcrição do

registro de imóveis, de qualquer título, continuando as terras como devolutas, facilitando a

entrada de posseiros rotulados de colonizadores.

A entrada desses posseiros, obrigou os diretores da Sociedade Territorial

Ubá (Cia Ubá) cientificá-los da ilegalidade de suas posses e consequentemente a retirada dos

mesmos da área.

Por outro lado surgiu o problema do letígio de terras causando a revolta dos

posseiros contra a Companhia. Entre esses, alguns tinham de fato intenções de legalizar suas

posses, tendo mesmo requerido por compra ao governo do Estado e até pago prestação,

outros devastavam com sucessivas queimadas.

Um clima de hostilidade por parte de responsáveis por repartições públicas e

até mesmo por moradores, mas a Sociedade Territorial Ubá, recorreu à justiça, tendo ganho de

causa, pois o movimento dos revoltosos obrigou a vinda de um batalhão da Polícia Militar do

Estado, atraindo a atenção do governo resultando de forma negativa aos posseiros.O Governo

acelerou o processo, com pronunciamento favorável à Cia Ubá e homologada pelo Juiz de

Distrito da Comarca de Pitanga Dr José Elias Kuster, constatando no mesmo um acordo no

qual os posseiros permaneceriam durante determinado tempo, e após o prazo estipulado

passariam a pagar suas terras.Resolvido essas arbitrariedade sobre os letígios direitos da

Sociedade Territorial Ubá, criaram o problema do letígio, reinou-se a paz e a prosperidade.

Em 1950, foi lavrado a Escritura e em 1951a construção da balsa para a

travessia do Rio Ivaí.

Nesse período, (1940), a região Vale do Ivaí onde está localizado o

Município de Lidianópolis era praticamente desabitada, consistindo numa vasta e longa faixa

de sertão pertencente ao município de Pitanga. Por volta 1941, formou o Patrimônio de

Guaretá, o qual passou a ser o principal ponto de comercialização na região.Nessa época,

foram chegando alguns desbravadores “picadeiros” que adentravam na mata virgem

enfrentando toda espécie de dificuldades.

Os primeiros moradores da região vinham para abrir mata e cultivar a terra,

mas para não passar dificuldade dedicavam também à safra de porcos, os “safristas”,

Plantavam-se o milho e no período da colheita soltavam no milharal os porcos que

engordavam à vontade, pois produzia-se o milho com fartura, e não tinha para quem vender.

Por volta de 1942 e 1944 chegam os primeiros pioneiros desbravadores,

iniciando as primeiras lavouras, sendo também responsáveis pela vinda de outros moradores.

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Esses heróicos pioneiros iniciaram a formação das primeiras lavouras, e foram responsáveis

pela vinda de outras pessoas.

Um dos pioneiros, que aqui chegou e ajudou a formar lavouras de café foi

o Sr Agenor Donato da Silva, natural de Tijucas- SC em 1967, passou a residir em sua

propriedade aqui em Lidianópolis no Sítio Santa Isabel.

Em 1950 começa a se delinear a formação da cidade de Lidianópolis. Nesta

época José Caetano Marques comprou da Sociedade Territorial Ubá uma gleba de 400

alqueires de terras, planejando fundar um povoado cujo nome seria Lidianópolis. O nome da

localidade foi em homenagem à Sra Lídia Marques, mãe do colonizador José Caetano

Marques. Mais tarde estas terras foram vendidas a João Morelle, que iniciou a implantação do

patrimônio. O início da ocupação deste patrimônio ocorreu em seguida, estabelecendo-se o

comércio que abastecia principalmente os proprietários de zona rural. Em seguida, vieram

outros moradores, havendo também a comerciolização dos lotes para moradia.

José Clarismundo Filho é natural de cerro azul Paraná, chegou em

Lidianópolis em 1954.Deu sua contribuição ao Distrito de Lidianópolis ajudando em todos os

setores.Desde 1968, dedicou-se à agricultura.

A primeira escola na área rural foi instalada na Gleba Guaimbê, em

1951,tendo como primeira professora a Sr Natersa de Souza Neves, nomeada pela Inspetoria

Municipal do município de Pitanga.Em 1953 foi nomeada pelo Estado.

Funcionando com a denominação de ESCOLA ISOLADA DE

LIDIANÓPOLIS e subordinada à 54ª Inspetoria de Ensino de Ivaiporã, o Colégio Estadual D.

Pedro I –Ensino de 1º grau, 1ª a 8ª séries, foi criado pelo Decreto Lei nº 1284 e publicado no

Diário Oficial de 31/12/71, entrando em funcionamento no mês de dezembro do mesmo ano

de sua instalação. A primeira à assumir o cargo de diretora foi a Professora Cirley Cobbo de

Oliveira, indicada e nomeada através da portaria nº 2725/83.

A primeira capela da localidade pertenceu à Paróquia de Pitanga até

1951.De 1951 a 1956,passou a pertencer à Paróquia de Manoel Ribas.De 1956 a 1966 à

Paróquia de Ivaiporã e de 1966 a 1968 à Paróquia de Jardim Alegre.Nesse período a Capela

era visitada constantemente pelos Padres: Narciso Zanata (Ivaiporâ) e Tadeu Zienski (Jardim

Alegre).

A Paróquia São Sebastião de Lisdianópolis foi criada em 27 de outubro de

1968 e instalada em 27 de junho de 1960. Teve como primeiro pároco o Padre Henrique

Basílio Jung, que permaneceu em Lidianópolis de 1969 a 1974. A partir de 1974 assumiu

como pároco o padre Tarcísio Schicco.

11

O Padre TARCÍSIO SCHICCO, foi pároco de Lidianópolis em 1974,

atuando com exemplo de bondade e caridade frente aos trabalhos de evangelização,

permaneceu por treze anos nessa paróquia, Com esforço e dedicação e muito trabalho

conduziu a construção da Igreja Matriz São Sebastião e a Casa Paroquial, além do incentivo e

criação de todas as Diaconias com exceção da Diaconia de Porto Ubá que na época já se

constituía.Ele ajudou a construir todas as capelas dessas Diaconias e a atual Igreja Nossa

Senhora dos Navegantes de Porto Ubá.Padre Tarcisio é natural da Itália (TURIM), nasceu no

dia 31-05-de 1930.Ele foi ordenado sacerdote em Turim em 1958 e em seguida designado

para a missão religiosa como padre na Tansânia (Burundi).No Brasil chegou em 1965 para

atuar na Diocese de Apucarana.Atuou na Paróquia de Sabáudia, Cambira, Flórida e

Lidianópolis.

José Clarismundo Filho chegou em 1954, vindo de Guaretá e construiu a

primeira residência na área urbana e instalou sua primeira casa de comércio.

Nesta época o comércio mais desenvolvido da época, era em Apucarana,

assim em lombo de cavalo, numa viagem que demora até dois dias dependendo das

condições do tempo. Ao chegar em Porto Ubá, os cavalos atravessavam a nado e as pessoas

em canoas hoje (botes), passavam por antigas estradas chamadas (estradas de rodagem) chão

batido o que dificultava muito a viagem em épocas de chuvas.Só mais tarde vieram a circular

a balsa facilitando a travessia do Rio Ivaí.

O primeiro movimento político deu-se com a transferência da sede Distrital

de Ubá do Sul para Lidianópolis iniciado em 1963 pelos senhores: Enéas Circhia, Antonio

Circhia, João Toscan, Joãozinho Morell. Essa idéia concretizou-se, com a participação do

Deputado João de matos Leão em 20 de abril de 1965, de acordo com a lei 5087, publicada no

Diário Oficial nº 39.

Em setembro de 1985 aconteceu a primeira reunião dos moradores de

Lidianópolis, visando à sua emancipação política. Em seguida o projeto pró-emancipação

política de Lidianópolis, surgido dessa reunião, foi apreciado e aprovado pela Câmara

Municipal de Jardim Alegre. Em outubro de 1985 o deputado estadual Orlando Pessuti deu

entrada na assembléia legislativa, com o Projeto de Lei nº 259/85, visando à emancipação do

município de Lidianópolis com o respectivo mapa de sua área territorial.

A partir de 1986, a Comissão Pró Emancipação passou a ter como

presidente o Sr. João Batista da Silva.

O primeiro mapa demarcatório da área do nosso município, suscitou

divergências entre as partes interessadas, pois as localidades de Pouso Alegre e Placa Luar

12

ficaram divididas entre Jardim Alegre e Lidianópolis.O mesmo problema ocorreu com

referência à localidade de Água Barra Preta, sendo esta mais próxima de Lidianópolis, ficou

constando no mapa como integrante de Jardim Alegre.

A partir de 1987, a comissão passou a contar com a colaboração do Exmo.

Sr. Edson de Oliveira Nunes Presidente da Fundação do IBGE – Rio de Janeiro. Isso

possibilitou a elaboração do novo e definitivo mapa da área territorial.

O Distrito de Lidianópolis é criado em 17 de janeiro de 1989, pela Lei nº

7.103/79 Publicado no Diário Oficial nº 47. O Município foi criado no dia 5 de Junho de

1990, através da Lei nº 9289, que foi sancionada pelo então Governador Álvaro Dias, sendo

então desmembrado de Jardim Alegre. As eleições para a primeira legislatura do Município

de Lidianópolis aconteceram no dia 3 de outubro de 1992, e sua instalação deu-se no dia 1º de

janeiro de 1993, tendo como primeiro prefeito o senhor Wilson Spinassi.

• 1ª eleição/1992: Wilson Spinassi (Prefeito) e Ezequiel de Siqueira

• Branco (Vice), empossados em 01/01/1993;

• 2ª eleição/1996: João Batista da Silva (Prefeito) e Antonio Ricardo

• Palma (Vice), empossados em 01/01/1997;

• 3ª eleição/2000: João Batista da Silva (Prefeito) e Luiz Carlos da

• Silva (Vice), empossados em 01/01/2001;

• 4ª eleição/2004: Marcos Eusébio Dias Sobreira (Prefeito) e Luiz

Carlos da Silva empossado em 01/01/2005

• 5ªeleição/2008:Marcos Eusébio Dias Sobreiro (prefeito) e Celso

Barbosa (vice),empossado em 01/01/1009

ATIVIDADE 1

1. Após a leitura apresentada, trabalhar a origem histórica do

Município;

2. Discutir como se deu a colonização da região;

3. Destacar os pioneiros;

4. Resgatar fotografias do inicio da colonização e acompanhar a

evolução histórica do lugar;

5. Entrvistar antigos moradores e comparar dados;

13

6. Visita de campo para coleta de dados;

7. Observar as atuais mudanças sofridas pela paisagem local;

8. Exposição de painel dos dados coletados.

14

UNIDADE 3

EVOLUÇÃO URBANA

TEXTO 1

Conforme os dados históricos de Lidianópolis, a formação do espaço urbano

no Município teve início na década de 30, primeiramente em Porto Ubá.Somente na década

de 50 é que se iniciou a ocupação do espaço em que atualmente está locada a sede.

A planta original do núcleo urbano da sede de Lidianópolis foi implantada

pela Sociedade Territorial Ubá (Cia. Ubá), organizando e estruturando com delimitação de

ruas e lotes o que era de ocupação espontânea.

A sede do Município contava inicialmente com 56 lotes compreendidos à

área delimitada pelas ruas Goiás, São Paulo, Nossa Senhora Aparecida e Rua Marechal

Deodoro. Na década de 70 houve expansão ao redor do núcleo inicial, direções norte, leste e

oeste, efetivamente o período de maior crescimento da malha urbana. Na década de 80, o

crescimento posicionou para as direções sul e sudoeste, acontecendo de forma menos

expressiva. Já na década de 90 as quadras loteadas foram formadas nas direções sudoeste e

sudeste. Em 2000 inicia-se a formação das quadras loteadas nas regiões sul e leste.

A implantação de novos loteamentos na última década diminuiu, vista a

desaceleração do aumento do número de habitantes da cidade.

A sede do município margeia a PRT – 466, rodovia essa, que além de dar

acesso ao município, corta o mesmo de Leste a oeste. O município está à 10 Km, de Ivaiporã,

112 km de Londrina e 403 km da capital Curitiba.

A) USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Ao analisar o posicionamento da malha urbanizada de Lidianópolis do

ponto de vista urbanístico ambiental, nota-se que existe uma proximidade considerável com a

cabeceira do córrego Guaimbé na direção nordeste. Desta forma faz-se necessário o

15

direcionamento do crescimento da cidade para que não exista conflito entre espaços

urbanizados e este recurso hídrico .

A configuração do espaço urbano da sede fez com que as edificações

existentes se densassem, inexistindo assim vazios urbanos ou áreas segregadas. Desta forma, a

distância do centro da cidade às quadras periféricas não ultrapassa 500 metros.

Além dessas características, pode-se ainda destacar como ponto positivo a

horizontalidade.

Os usos comerciais e de serviços concentram-se, em sua maioria, na Rua

Santa Catarina, mas não de maneira constante. O comércio atende apenas às necessidades

básicas da população. Quanto à divisão das quadras, pode-se destacar que no núcleo original e

nos loteamentos que surgiram até a década de 70, estabeleceu-se tamanho de lotes maiores,

com quase o dobro da área dos lotes delimitados nas décadas posteriores.

Existe por toda a malha a subdivisão de lotes, porém nenhuma destas

subdivisões é menor que a área de 125m² prevista pela Lei Federal nº 6766/79.

REGIONAL

A região de Lidianópolis fica deslocada do anel de integração do Estado, no

entanto, é servida principalmente pela PRT-466 que atravessa o Município. Esta é a rodovia

que atende a microrregião de Ivaiporã e vai de Jandaia do Sul até Guarapuava.

O acesso ao anel de integração do estado se dá pela direção leste através da

rodovia transitória PR-272, onde esta se encontra com a BR-376 que permite o acesso à

Apucarana ou, para o lado oposto, à capital Curitiba. Para a direção oeste o acesso é pela PR-

082, que se encontra com rodovias que dão acesso a Maringá (PR-317), e no sentido oposto,

Campo Mourão (BR-158), Cascavel (BR-369) e Foz do Iguaçu (BR- 277). É possível acessar

o anel de integração também pela direção norte através da PRT- 466.

Londrina e Maringá, caracterizados como Centro Regional e Centro Sub-

Regional, estando entre os maiores pólos do Estado, tendo como eixo intensamente

urbanizado Apucarana, Arapongas e Jandaia.

MUNICIPAL

O sistema viário municipal de Lidianópolis é articulado principalmente pela

rodovia estadual PRT-466, que se liga na direção norte com a PR-272 (rodovia transitória) na

16

divisa com o município de Borrazópolis e ao sul com a rodovia PR-082, na divisa com o

município de Jardim Alegre.

Quanto a estradas municipais, Lidianópolis é bastante servida de rotas

alternativas. Da rodovia PRT-466, em Porto Ubá, até o trevo da Placa Luar, na saída para o

município de Jardim Alegre, a distância é de 15 km de estrada asfaltada dentro do Município.

Existem aproximadamente 75 km de estradas em leito natural, e 67 km de estradas

cascalhadas dentro de Lidianópolis. A caixa de rolagem das estradas rurais varia entre 4 a 6

metros de largura, sendo a faixa exigida de 12 metros, porém, muitas vezes essa distância não

é respeitada pelos proprietários rurais que, em diversos pontos do território rural, cercam parte

da faixa de domínio das estradas rurais e a utilizam para plantio de lavouras e pastagens.

ATIVIDADE 1

Observe no mapa abaixo um trecho da malha rodoviária do Paraná a seguir:

Localize:

a) A rodovia PRT 466 que corta o municipio de Lidianópolis;e destaque os

municipios desse percurso;

b) Para qual Municipio pertencem o povoado de São domingos, Porto Ubá e

Placa Luar?

17

Figura 1 - Mapa Rodoviário Garcia

DISTRITO SEDE E DISTRITO ADMINISTRATIVOS

TEXTO 2

B) DISTRITO SEDE

O Município de Lidianópolis,está dividido em Zona rural e Zona

Urbana.Essa divisão compreende:

● um distrito sede-Sede

● um distrito-Porto Ubá

● zona rural-( Comunidades)

18

O distrito-sede compreende a parte urbana e o distrito de Porto Ubá e é

formado por uma parte urbana e uma parte rural.Na cidade de Lidianópolis ou zona urbana do

distrito –sede,é onde está localizado a prefeitura, delegacia, posto de saúde, educação e

demais serviços utilizados pelos moradores.Já o distrito de Porto Ubá é um pequeno Distrito

banhado pelo Rio Ivaí, que o torna um excelente local de lazer.Sendo considerado a porta de

entrada do município, aqui vivem aproximadamente 180 familias constituídas na maioria de

pescadores.Há ainda a parte rural constituída por dezenas de agricultores e pecuaristas.

No distrito de Porto Ubá, a malha urbana situa-se também adjacente a PRT-

466. O desenho das quadras já não acompanha o traçado da rodovia como acontece na sede. A

malha está rotacionada em aproximadamente 45 graus para leste em relação ao norte. As

quadras são todas quadrangulares, divididas em Lotes de diferentes tamanhos.

A malha urbana de Porto Ubá, com o passar dos anos, não teve o mesmo

crescimento da sede, e igualmente a esta, o desenho do traçado foi desenvolvido pela

Sociedade Territorial Ubá na década de 50 e permanece praticamente o mesmo até os dias

atuais. Foi em Porto Ubá que apareceram de início, em meados da década de 30, comércios e

serviços.

No distrito de Porto Ubá os passeios públicos com calçamento existentes

são apenas os que estão nas vias públicas asfaltadas (20%). A falta de calçamento nos

passeios públicos obriga que os pedestres caminhem na caixa de rolagem expondo-se aos

veículos circulantes e à má conservação do asfalto.

19

Atividade 1

Figura 2 - Macrozoneamento Municipal Fonte: Lidianópolis, 2007 Org.:Cleodete Gomes Dionisio, 2010.

Observe e localize no mapa do municipio (crie uma legenda)

a) Comunidades rurais;

b) Distrito sede e distrito porto Ubá;

c) Estradas Rurais;

d) PRT 466;

e) Rio Ivai;

f) Distrito de Porto Ubá;

g) Coloque escala, titulo, legenda e norte.

20

HISTÓRICO- PORTO UBÁ

TEXTO 3

O povoamento de Porto Ubá deu-se por volta de 1940, nessa época a

comunicação com outros municípios: acontecia por meio da balsa que fazia a travessia pelo

Rio Ivaí, situação que piorava muito em período de chuvas onde os viajantes não podiam

fazer a travessia, mas por outro lado esse movimento agitava o comércio local.

Por volta de 1944 e 1946, as terras pertenciam partes a Geremias Lunardelli

e Companhia Territorial Ubá. Com a construção da ponte sobre o rio a comunidade de Porto

Ubá sofreu uma pequena estagnação e comércio pouco evoluiu. Com isso aumentou o número

de família a dedicar-se à atividade pesqueira.

Essa localidade foi elevada a Distrito com a denominação de Ubá do Sul,

através da Lei nº 49/62 e instalada em 2 de janeiro de 1963. Com publicação no Diário

Oficial. Assumiu interinamente o cargo de cartorário o Sr Névio Nunes Galindo. Em

31/07/64, assumiu o cargo titular do Cartório a Sra Rosa Alves.

Em 20 de abril de 1965,de acordo com a Lei 5087, publicada no diário

Oficial nº 39, deu-se a transferência da sede Distrital para Lidianópolis. Com isso transfere-

se também o Cartório e Rosa Alves assumiu como cartorária titular assume também como o

primeiro juiz de Paz o Sr Abel reder.

Porto Ubá é a porta de entrada para o município, próximo à ponte está a

Polícia Rodoviária que além de fiscalizar realiza um trabalho de segurança 24 horas no

tráfego em toda região. Além do trabalho de trânsito a polícia rodoviária realiza um trabalho

de educação do trânsito realizando palestras nas escolas de toda a região.

21

ASPECTO NATURAIS

O Município de Lidianópolis é banhado pelo Rio Ivaí ao Norte, Nordeste,

Leste, fazendo ligação com outro municípios.

O rio Ivaí é um rio brasileiro que banha o estado do Paraná em toda a sua

extensão. Ele nasce no município de Prudentópolis, na Serra da Esperança com o nome de Rio

dos Patos, através da confluência das águas do rio dos Patos com o rio São João passa a

chamar-se Ivaí, dirigindo suas águas para o noroeste até desaguar no Rio Paraná. Ele banha

43 Municipios do estado do Paraná. Seu curso é de 680 km com larguras de 100 a 120 metros

e profundidade média de 6 metros, tendo apenas 146 km navegáveis desde a foz até a

corredeira do Ferro.Apresenta nesse percurso vários acidentes, dentre os quais se sobressaem

as cachoeiras das abóboras e Rufadeira e os Salto de Ubá, da Fogueira dos Pousos, da Bulha,

das Bananeiras e Visconde do Rio Branco com quedas de 75 metros de altitude.O Ivaí recebe

em ambas margens grande número de afluentes e os principais pela margem direita são:

Ivaizinho, Ubazinho, Alonso,Bom, Mandaguari, keller, Cnvés, Bandeirantes e pela margem

esquerda: São João, das Recas, Pitanga, Borboletas, Corumbataí, Mourão e das Antas. Da

junção dessas águas forma a Bacia do Rio Ivaí com 35.854 KM quadrado.

O Rio Ivaí é um rio de planalto, mas não é navegável, no entanto, exerce

influência nas atividades agropecuárias da região. A floresta era formada por matas tropicais e

subtropicais que hoje deram lugar para o cultivo, às pastagens, principais atividades

econômicas, restando poucas reservas, atualmente protegidas no percurso do rio, que abriga

várias espécies de peixes como o dourado, piapara, corimba, sorubim, cascudo mandi,

piavinha. O Rio Ivaí, o segundo maior rio paranaense, tendo como diferencial o fato de correr

solto devido a inexistência de barragens e usinas hidroelétricas. No Paraná, a RETUR – Rede

de Turismo Regional, com sede em Maringá, vem dedicando especial atenção ao Rio Ivaí

com o Projeto de Regionalização do Turismo denominado CORREDOR DO IVAÍ. De acordo

com o IAP, ao longo do Rio Ivaí existe muitas construções desde as mais simples onde

residem ribeirinhos tradicionais como também sofisticada, feitas para o lazer. Independente

ser ou não pescador profissional na época da Piracema, qualquer tipo de pesca é proibida.

Fora da época de reprodução dos peixes é permitida somente a pesca de barranco. O

desrespeito à mata ciliar não é constatado somente no Rio Ivaí. No Rio Paraná também há

dezenas de casas e condomínios construídos em áreas que deveriam ser tomadas por árvores

nativas e intocáveis. Segundo dados do governo do Estado, desde 2003 o Programa Mata

Ciliar plantou 9,7 milhões de mudas de árvores em áreas do Rio Ivaí, dentro da política de

22

plantar 90 milhões de mudas para recomposição da mata ciliar nos principais rios, bacias

hidrográficas, mananciais de abastecimento público, unidades de conservação e reservatórios

de usinas hidrelétricas.

O Rio Ivaí, é um dos maiores afluentes do rio Paraná. O primeiro homem

branco a ver este rio foi Aleixo Garcia, um português que foi também o primeiro a ver os

Andes e o ouro dos Incas no século XV, no entanto ele nunca regressou de tal viagem. O

primeiro relato sobre o rio foi feito pelo espanhol Alvar Nuñez Cabeza de Vaca. Já no século

XVII. Os Jesuítas espanhóis usaram o rio e seus afluentes para se aproximar e catequizar os

Guaranis, criando vilarejos. Os espanhóis fundaram uma cidade nas margens do rio, no

entanto tudo isto foi destruído pelos Bandeirantes, caçadores de escravos de São Paulo. A

região ficou abandonada por 300 anos sendo palco de umas poucas expedições de

reconhecimento. A região passou por uma severa transformação entre os anos de 1940 e 1960,

quando toda a floresta Atlântica foi destruída, dando lugar aos cafezais.

Além da pesca e área de lazer, desde 1984, a (Copel), Companhia

Paranaense de Energia Elétrica, vem realizando um estudo para explorar o Rio Ivaí em seu

potencial hidroenergético. O potencial energético do Rio Ivaí apontado na década de 80 pela

Copel, é mais que o dobro do apresentado pela Usina Mauá, (Rio Tibagi) cuja potência será

de 363 megawatts,o suficiente para abastecer uma cidade de um milhão de habitantes, ao

custo, entre diversos fatores, de uma área alagada de cerca de 80 quilômetros quadrados. A

realização de novas pesquisas no Rio Ivaí demonstra que o Paraná continua no foco do setor

energético para futuras realizações, mesmo sendo o Estado superavitário na produção de

energia elétrica. Há décadas, o Rio Ivaí é alvo de estudos para a implantação de uma hidrovia,

facilitando o escoamento da safra agrícola e de mercadorias de municípios banhados pelo rio.

ASPECTO RELIGIOSO

A Festa de Nossa Senhora dos Navegantes é um evento que todos os anos

vem acontecendo e que tem contribuído pela conscientização da preservação do Rio Ivaí.

Durante o evento, sempre ocorre atividades como por exemplo a soltura de milhares de

alevinos de espécies nativas da região, como pacu, corimba e piapara, no Rio Ivaí.

Essa festa é uma tradição religiosa na comunidade, que vem atraindo fiéis

de toda a região, em procissão, os fiéis sobem o rio num percurso de 1 km de barco e uma

balsa levando a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes e na volta é celebrada a Santa

Missa às margens do Rio Ivaí, em abril de 2010 foi celebrado a XX festa. Na ocasião os

23

alunos da Escola Municipal e Estadual do Porto Ubá realizaram a soltura de Alevinos nas

águas do Rio Ivaí, juntamente com pescadores e autoridades da região.

Esta festa já é tradicional, pois a mais de 20 anos que os moradores

iniciaram a primeira procissão saindo da Volta do Rio (comunidade da beira do rio ) 2 km de

Porto ubá, descendo o rio, quando os moradores juntamente com o Ministro da igreja Valter

de Andrade da Diaconia Nossa Senhora do Navegantes,teve a iniciativa de subir o rio num

bote tradicional de pescador, trazendo a imagem da santa (Nossa Senhora dos Navegantes)

cantando e rezando até a capela. Era uma pequena imagem trazida de Aparecida do Norte e

doada a Igreja pela senhora Maria Custódio em forma de fé e devoção.A partir então dessa

data todos os anos esse evento se repete e a cada ano que passa vem aumentando a

participação de fiéis moradores e visitantes.No inicio era apenas alguns botes tradicional.

Hoje, conta com a presença de diversos barcos de pescadores locais e da

região, com o Corpo de Bombeiro de Ivaiporã e Apucarana uma balsa construída pelo Sr

Leonel Dionísio Sobrinho, morador do lugar.

Ubá – A palavra ubá, em tupi-guarani, significa canoa de uma só peça.

ASPECTO ECONÕMICO

Na década de 1950, surgiram os primeiros pescadores amadores que

pescava por lazer, para a subsistência da família, devido a grande quantidade de peixe, os

pescadores começaram a ver na profissão de pescador uma opção de renda. Em meados dos

anos 70, a SUDEPE- Superintendência do Desenvolvimento da Pesca, começou a regularizar

a categoria de pescador profissional, órgão vinculado ao ministério da Agricultura, mas em

Porto Ubá, essa regularização só foi possível a partir de 1984, época que surgiu os primeiros

grupos de pescadores profissionais do Rio Ivaí formado por 13 pescadores que estava sob a

jurisdição da Colônia Z-14 de Porto Rico mais de 450 km de distância de Porto Ubá, devido a

essa grande distância e sem nem um tipo de benefício, os pescadores se organizaram e no ano

de 1994 iniciaram um trabalho no sentido de formar em Porto Ubá uma Associação de

Pescadores.

Atualmente, organizados pela Associação de pescadores, fundada em 21-

05- 1995 possui um quarto de sócios, composto por 32 famílias de associados, todos residente

no Distrito de Porto Ubá, O funcionamento da Associação de Pescadores de Porto Ubá é de

caráter associativo e os pescadores sobrevivem da pesca, tendo nela, o seu meio principal de

vida, principalmente as 32 famílias, que utilizam o Rio Ivaí para o desenvolvimento da

24

atividade pesqueira. O período de pesca inicia a partir de 28 de fevereiro a 15 de outubro.

Época em que a pesca está liberada ao pescador profissional, pois nos períodos de 15 de

outubro a 28 de fevereiro é o período da PIRACEMA, reprodução das espécies, nessa época,

o pescador profissional está proibido de exercer sua profissão de acordo com a Portaria

emitida pelo IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) e SEMA (Secretaria Estadual

do Meio Ambiente). Os pescadores filiados à associação, além de seus direitos nos Projetos

Governamentais, tem ainda, que obedecer o período liberado para a pesca que a Portaria do

IBAMA determina.

Em 17 de fevereiro de 2001, foi fundado a Colônia de Pescadores de Porto

Ubá composta atualmente de 585 pescadores, cujo objetivo é criar uma identidade a nível de

Brasil.

A colônia é uma organização comunitária voltada para o social. Uma

colônia devidamente regulamentada, com estatuto próprio, regimento interno, aprovada pela

Federação das Colônias de Pescadores do Estado do Paraná e Confederação Nacional dos

Pescadores de Brasília

Em época que não podem exercer sua atividade pesqueira, no período da

piracema, recebem um salário mínimo mensal do governo Federal, através do Fundo de

Amparo ao Trabalhador (FAT), pelo período em que a portaria do IBAMA determinar.

Atualmente os pescadores da Colônia Z 17, vêem no desenvolvimento da

piscicultura, incentivo à pesca profissional e a implantação de tanques específicos para a

criação de alevinos e engorda de peixe.

Os peixes são criados pelos pescadores profissionais e adquiridos pelo

Governo do Estado, (Programa de Desenvolvimento da Pesca e Aqüicultura), que busca

promover o repovoamento dos rios do Paraná. Desde 2004, quando uma portaria do Instituto

Ambiental do Paraná (IAP) proibiu a pesca profissional nos rios do Paraná,uma das

alternativas oferecidas aos pescadores foi a criação de alevinos. A Seab e a Codapar

construíram 4 tanques para a essa finalidade e, desde então, os peixes, que precisam ser

adquiridos pelo Estado para o repovoamento dos rios, são criados pela Associação de

Pescadores.O programa prevê o repovoamento com espécies nativas do Ivaí, por isso, se dá

prioridade para o pacu, piapara e o corimba. Essas espécies são consideradas forrageiras e

acabam atraindo peixes carnívoros, como é o caso do dourado, que está voltando a ser

encontrado no Ivaí.

25

Depois da engorda e os peixes atingem o tamanho necessário, várias

espécies, são soltos no Rio Ivaí. A operação faz parte do projeto Reposição do Estoque

Pesqueiro dos Rios Paranaenses, desenvolvido pelo Governo do Estado.

ASPECTO EDUCACIONAL

RECUPERAÇÃO DA MATA CILIAR

O reflorestamento para a recuperação da mata ciliar do Rio Ivaí, é um

trabalho que também a Escola estadual Benedito Serra de Porto Ubá vem realizando a mais de

10 anos. Todos os anos os alunos fazem o plantio em parceria com o IAP para proteger as

margem desse rio, do assoreamento. Esse trabalho acontece, todos os anos,pelo fato dessa

escola ser ribeirinha (situada às margens desse rio).

ESPÉCIE AMEAÇADA

SANGRA D’ÁGUA- Uma das espécies ameaçada de extinção é a Sangra

d’água (Croton Urucurana), que é uma espécie nativa que se adapta à beira de rios e

ribeirões,áreas úmidas e pode ser encontrada na região Sul,Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.

É uma árvore que pode atingir até 12 m de altura e esse nome “sangra d’água” é devido a seu

látex (líquido ) ser de cor avermelhada, tipo (sangue). Essa planta por ser utilizada na

medicina popular pelos moradores do lugar há muitos anos tem sofrido depredação. Tanto o

líquido como a casca são usadas como remédio pelos moradores e isso é preocupante, pois

para a retirada tanto do líquido como da casca é preciso perfurar o caule da planta o que acaba

comprometendo essa espécie. Um artigo sobre o efeito cicatrizante do látex da sangra d’água

deverá ser publicado em revistas internacionais. Estudo realizado nessa espécie é ainda

inédito em todo o mundo (UNIVERSIA BRASIL, 2005).

Desse modo, é preocupação da escola cuidar do rio, com atividades que

envolvem toda a comunidade, na conscientização e desenvolvimento de atitudes volta para a

preservação do rio não só no cuidado com água do rio, mas na proteção das espécies de

árvores nativa, que devido a ações de pessoas inconsciente do lugar ou visitantes de fora

demonstram atitude de desrespeito quanto a poluição causada pelo lixo, ou o uso de

agrotóxicos utilizadas nas lavouras, queimadas ou desmatamento por pessoas ou provocado

pelo prática da pecuária.

26

IVAÍ : No idioma Guarani, significa rio das frutas

ATIVIDADE 1

O que significa a palavra PIRACEMA e qual a sua importância na

preservação das espécies de um rio?

Qual a função da mata ciliar?

C) COMUNIDADES RURAIS

TEXTO 4

COMUNIDADE DE SANTO ANTONIO

A comunidade de Santo Antonio, é constituída por famílias que praticam a

agricultura tradicional, sitiantes ligado à terra cuja tradição religiosa é marcante, firmes na fé

com famílias muito bem estruturada. Praticam a cultura do café. Na comunidade de Santo

Antônio a água própria para consumo humano é captada de um córrego local. É a comunidade

onde o êxodo rural não foi tão intenso existindo ainda um grande número de família que

praticam a agricultura. Todos os anos os moradores comemoram o dia do padroeiro com a

Festa de Santo Antônio, que acontece no dia 13 de junho com fogueira e terço. Esta

comunidade possui igreja e salão paroquial para a realização de festividades locais.

COMUNIDADE DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

• Nossa Senhora de Fátima: Possui igreja, salão paroquial, campo de futebol

e sala de aula onde é ensinada a catequese. Na comunidade de Nossa Senhora de Fátima

também é desenvolvida a atividade de criação de aves.

27

COMUNIDADE SANTA TEREZINHA

• Santa Terezinha: Esta comunidade é equipada com campo de futebol,

igreja e salão paroquial. De acordo com dados fornecidos pelo Município, a comunidade de

Santa Terezinha será beneficiada com um local para produção de laticínio, obra que ainda não

foi entregue à comunidade;

DIACONIA DE MONTE ALTO

• Monte Alto: Localizada às margens da rodovia PRT 466, possui escola

desativada, duas casas, duas vendas, um reservatório de água da Sanepar em instalação,

bomba e encanamentos que irão distribuir água para as casas locais. Em Monte Alto também

tem telefone comunitário e um campo de futebol que é muito utilizado pelo time local e em

torneios frequentes.Constituida por famílias tradicionais ligadas à agricultura.

DIACONIA ÁGUA DO LAMPEÃO

• Água do Lampeão: A comunidade de Lampeão possui, quadra de saibro

poliesportiva, igreja, Diaconia`Nossa senhora Aparecida salão paroquial, várias casas ao redor

da igreja. Essa comunidade foi a que mais sofreu com o êxodo rural, as pequenas propriedade

foram substituídas pelas lavouras de soja por isso, praticamente o campo está vazio, restando

apenas poucas famílias tradicionais que ainda vivem da agricultura.

COMUNIDADE ÁGUA VERDE

• Água Verde: Constituída a maior parte por grande propriedade rurais não

tem outro tipo de cultura a não ser da soja, o campo também se encontra vazio, cujo os

moradores deixaram o campo e foram para as cidades.Possui igreja, Diaconia São José e salão

paroquial desativados.

28

COMUNIDADE ÁGUA DA LIMEIRA

• Água de Limeira: Havia antigamente uma igreja e uma escola, hoje só

existem casas. Poucos são os moradores que ainda estão resistindo a vida no campo.

Conforme a Prefeitura Municipal com relação ao abastecimento de água na comunidade,

foram feitas várias tentativas de perfuração, porém em todas elas encontrou-se água salobra.

COMUNIDADE LUZIANA

• Luziana: Está situada entre os ribeirões Lampeão e Guaritá. Possui, escola

(de madeira desativada), igreja São João Batista e salão paroquial.

COMUNIDADE VILA RURAL I E VILA RURAL II

Na área rural de Lidianópolis existem duas vilas rurais implantadas pela

COHAPAR (Companhia de Habitação do Paraná).

A Vila I - Candido José Melinski, tem 17 unidades, que foi entregue em

1997.

E está situada à margem direita da PRT 466. Possui campo de futebol. água

encanada e os moradores a maioria vive do cultivo da terra. A Vila Rural I é abastecida por

uma mina de água e o tratamento é feito pelos moradores através de uma associação local.

Quanto á educação as crianças recebem atendimento desde a creche até Ensino Médio em

Porto Ubá ou na sede.A maioria das famílias vivem da terra ou trabalham na Sede.

Na Vila II - Sebastião Coelho do Carmo, existem 45 unidades, todas

entregues em1998,situada à margem esquerda da PRT 466. É uma vila muito bem estruturada

por estar localizada às margens da rodovia o que facilita o acesso de comunicação dos

moradores. Muitas famílias trabalham na sede. A Vila Rural II recebe água vinda de um poço

perfurado pela Sanepar, e tratada por uma associação de moradores da comunidade. O forte

dessa localidade é o cultivo da goiaba, produto conhecido e distribuído em toda a região.Há

orelhão telefônico,água encanada, serviço de coleta de lixo e as crianças também são

deslocadas para estudar na sede ou no Distrito de Porto Ubá. Os vileiros desenvolvem

principalmente as atividades de fruticultura e cafeicultura. Existem plantações de nectarina e

ameixa ao redor da Vila II, ainda sem fins lucrativos, porém com perspectiva de bons

negócios para fins comerciais. Há ainda como representante da vila II, um vereador eleito do

29

lugar, Sr Adalto Mandu, responsável pela cultura da goiba no município, cujas técnicas de

plantio e cultivo foram trazidas pela família do estado de são Paulo.

As estradas rurais que liga as comunidades até a Sede são todas cascalhadas

e apesar de não possuírem asfalto ou acostamento estão em bom estado de conservação.

Havendo a circulação diariamente do ônibus escolar, que realiza o percurso até a sede.

TEXTO 5

D) ESTRUTURA FUNDIÁRIA

No município de Lidianópolis, segundo dados do censo rural de 1996,

predominam pequenas propriedades rurais, de até 50 hectares, caracterizando agricultura

familiar. Há poucos latifúndios, sendo que aproximadamente 98,8 % dos proprietários

dividem entre si um terço do território produtivo, e 1,92% dos proprietários detêm quase

metade das terras.

A agricultura familiar é a base de sustentação do Municipio de Lidianópolis.

Os produtores rurais tem como apoio o PRONAF- Programa Nacional de Fortalecimento da

Agricultura Familiar criado em 1995, agrega valores aos pequenos produtores no município

de Lidianópolis.

Podemos perceber os locais de produção de diferentes culturas e atividades

através do mapa de uso do solo rural. O cultivo do milho, soja e café predominam em

praticamente toda a zona rural.De acordo com informações fornecidas pelo Município

existem seis abastecedouros de água comunitários usados para pulverização agrícola .

ESTABELECIMENTOS POR GRUPO DE ATIVIDADE ECONÔMICA

Do total de 885 estabelecimentos vinculados às atividades de agropecuária,

628 pertencem à lavoura temporária que corresponde a 70,96%; lavoura permanente com 115

estabelecimentos corresponde a 12,99%; a pecuária com 90 estabelecimentos participa com

10,17% do total; a produção mista com 50 estabelecimentos participa com 5,65%; e a pesca e

aquicultura com apenas um estabelecimento participou com 0,11% em 1996.

30

A lavoura permanente e a lavoura temporária respondem com 83,95% do

número de estabelecimentos. Apesar de ser informações do ano de 1996, a participação

expressiva da pecuária e da lavoura temporária mostra a força econômica desse segmento na

economia local.

Para as lavouras permanentes, café e abacate são os principais produtos que

estão sendo produzidos no município de Lidianópolis. No ano de 2005 a maior participação

financeira foi do café com 95,64%.

As demais lavouras têm pífia participação no contexto da produção

agropecuária. As culturas como batata inglesa, cana-de-açúcar, cebola, feijão, fumo, tomate e

trigo podem ter a viabilidade de exploração estudada no sentido de ampliar a diversificação

agrícola.

CONDIÇÃO LEGAL DAS TERRAS

No Município não há áreas de invasão, assentamento ou ocupações

irregulares. A maior parte dos produtores rurais é proprietária das terras em que vivem e

trabalham. Existem na divisa de Lidianópolis com o município de Jardim Alegre, alguns lotes

divididos ao meio, onde cada metade está dentro de um município. Apesar de irregular, não

existem conflitos entre os dois Municípios que convivem bem com essa situação.

As terras mais férteis de Lidianópolis são aquelas mais próximas à sede do

Município e têm como característica principal a origem de rochas basálticas.

ATIVIDADE 1

Pesquisar sobre a cultura da uva, goiaba, tomate, produção e

comercialização do café como fonte alternativa de renda no município:

PECUÁRIA

A pecuária é fonte significativa de renda para o município de Lidianópolis.

O município de Lidianópolis, além da produção de aves, também conta com o potencial da

bovinocultura que é privilegiada pela existência de grandes abatedouros instalados na região,

sendo esta uma das formas de se beneficiar das estruturas dos municípios que abatem o gado.

O rebanho de bovinos, criação de maior importância financeira para o município de

31

Lidianópolis. Entre os rebanhos permanentes, a bovinocultura é o segundo segmento mais

forte dentro da pecuária. E somando a participação média entre bovinos e aves a contribuição

total é de 90,87% do segmento pecuária.

Outro segmento de extrema importância e de mercado certo é o da

suinocultura que o município tem participado com 6,69% de média.

PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL

Os produtos de origem animal apresentam-se como opções viáveis pelos

investimentos relativamente baixos, e que sinalizam algumas vantagens econômicas e sociais,

por serem atividades que podem aquecer o comércio praticamente durante todos os meses do

ano. No município de Lidianópolis verifica-se a produção de leite, ovos de galinha, mel de

abelha, casulos do bicho-da-seda e lã.

E) DEMOGRAFIA

TEXTO 6

Na dinâmica populacional de Lidianópolis podemos ressaltar um constante

decréscimo demográfico desde a década de 1970. A população rural sempre foi maior que a

urbana, e ao passar das décadas os índices das duas populações tendenciou ao formato

demográfico igualitário, não pelo crescimento da população urbana, e sim pelo decréscimo da

população rural.

Com o passar das décadas ocorreu o êxodo da população rural que acabou

indo procurar emprego nos municípios vizinhos da Microrregião. Isso aconteceu

provavelmente devido ao movimento mais amplo de expansão da agricultura moderna que se

instaura no Paraná, marcado pela introdução maciça, no campo, de avançadas tecnologias de

cultivo, de substituição de culturas alimentares pela produção de commodities e de alterações

radicais nas relações de trabalho, todos estes elementos altamente poupadores de mão-de-

obra.

O município manteve o intenso processo de urbanização na década de 1990

atingindo taxa de 28% de urbanização, em 2000 a taxa passa a 35%, média inferior a do

32

Estado do Paraná que é de 81,4%, porém considerada alta. Entretanto, ainda verifica-se o

decréscimo da população geral.

Gráfico 1 – Evolução da População Urbana e Rural de Lidianópolis – 1970 a 2000

A composição por sexo da população focalizada segundo cada um dos três

grandes grupos etários (0-14, 15-64 e acima de 65 anos) evidencia que em Lidianópolis, a

razão de sexo não é similar entre a população feminina e a população masculina.

33

Gráfico 2 – Pirâmide etária da população de Lidianópolis – 2000 Fonte: IBGE (Censo Demográfico)-Organização: DRZ Geotecnologia e Consultoria

DESENVOLVIMENTO HUMANO

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) varia no

intervalo de 0 a 1, sendo que quanto maior for o grau de desenvolvimento econômico social,

mais próximo o indicador estará da unidade.

Em termos de distribuição, 37% da população paranaense vive nos 296

municípios com IDH-M inferior à média nacional (0,766), conforme cálculos baseados nos

dados do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Coincidentemente, também 37%

encontram-se nos 24 municípios de alto índice de IDH (de 0,800 a 1).

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Lidianópolis

era 0,734 e, segundo a classificação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

- PNUD, o Município está entre as regiões consideradas de médio desenvolvimento humano

(valor entre 0,5 e 0,8).

34

UNIDADE 4

ELEMENTOS NATURAIS

A) CLIMA

O clima de Lidianópolis segundo a classificação de Köeppen é subtropical

úmido mesotérmico, com verões quentes com tendência de concentração das chuvas, invernos

com geadas pouco freqüentes, sem estação seca definida*.

A temperatura média do município é de 20 graus centígrados, sendo que as

temperaturas nos meses mais quentes são superiores a 22°C e a dos meses mais frios inferior a

18°C. A umidade relativa do ar tem uma média anual de 75 a 80% .Os ventos predominantes

na região próxima a Lidianópolis têm Sudeste como direção de maior freqüência anual. O

volume de chuva varia entre 1600 a 1800 mm ao ano. Definição retirada do site (SERVIÇO

SOCIAL AUTÔNOMO PARANACIDADE, 2003-2007).

B) RELEVO

O Municipio de Lidianópolis localiza-se exatamente no meio do segundo e

do terceiro planalto do Estado do Paraná.

O relevo possui ondulações regulares, com declividades acentuadas em

poucos pontos, atingindo 15% próximo dos corpos d’água, e de 15 a 30 em vários momentos,

com alguns pontos com declividade acima de 30% próximos ao Rio Ivaí A malha urbana se

localiza em terreno com variações entre 5 e 15% de declividade .

Geomorfologia do solo - A altitude varia bastante no Município,

abrangendo um intervalo de 300 a 650 metros. As cotas mais baixas estão às margens do Rio

Ivaí, abrangendo toda a região norte e leste do território municipal. As mais altas estão

localizadas à sudoeste do Município, onde se localiza a região da Comunidade de Monte Alto.

A PRT-466 que cruza o Município passa por todas as declividades presentes a partir do Rio

Ivaí. A sede de Lidianópolis tem altura entre 550 e 600 metros

35

C) TIPOS DE SOLOS;

• Latossolos - São solos constituídos por material mineral,com

avançado estágio de intemperização, muito evoluídos, como

resultado de enérgicas transformações no material constitutivo. São

normalmente muito profundos, As cores do amarelas ou mesmo

brunoacinzentadas até vermelho-escuro-acinzentadas, constituientes

– mormente dos óxidos e hidróxidos de ferro.São em geral, solos

fortemente ácidos.

• Neossolos - São solos constituídos por material mineral ou por

material orgânico com menos de 30cm de espessura

• Nitossolos - constituídos por material mineral ou por material

orgânico com menos de 30 cm de espessura, reconhecidos pela

Embrapa Solos como: Litossolos e Solos Litólicos, Regossolos,

Solos Aluviais e Areias Quartzosas (Distróficas, Marinhas e

hidromórficas).

D) HIDROGRAFIA

Um dos ramais do córrego Guaimbé está bem próximo da malha urbanizada

na sede de Lidianópolis e recebe as águas vindas das galerias da rede pluvial, com nível de

poluição típico de aglomerações humanas, fato que será observado ao delimitar o novo

perímetro de crescimento urbano.

Segundo informações da EMATER (Instituto de Assistência Técnica e

Extensão Rural) todos os corpos d´água do Município estão poluídos. Faz-se necessária a

implementação de programas de conscientização da população para que os habitantes possam

contribuir com sua parte nesse sentido. Conforme pesquisa, 30 % das matas ciliares de

Lidianópolis já estão recuperadas e o processo de assoreamento nos córregos vem

diminuindo. Em vista do pequeno território municipal, Lidianópolis possui uma considerável

rede hídrica representada pelas seguintes bacias :Sub-bacia do Córrego Guarita (4 km de

extensão);Sub-bacia do Córrego do Lampeão (6 km de extensão);Sub-bacias do Córrego

Guaimbé (8 km de extensão);Sub-bacia Rio Ivaí I;Sub-bacia Rio Ivaí II;Sub-bacia Rio Ivaí

III;Sub-bacia Rio Barra Preta (9 km de extensão).

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E) VEGETAÇÃO

De acordo com a EMATER, 30 % das matas ciliares de Lidianópolis já

estão recuperadas e o processo de assoreamento nos córregos vem diminuindo ao longo dos

últimos anos.

Fauna-Na região, com relação à biodiversidade das aves, ocorrem espécie

raras, ameaçadas de extinção, migratórias e comuns.

ATIVIDADE 1

Observe o mapa e responda:

Pinte as bacias hidrográficas e localize as Comunidades Rurais- Crie uma

legenda:

Figura 3 - Bacias Hidrográficas do Municipio de Lidianópolis Fonte: Lidianópolis, 2007 Org.:Cleodete Gomes Dionisio, 2010

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LEGENDA:

• SUB- BACIA CÓRREGO GUARETÁ • SUB-BACIA CÓRREGO DO LAMPEÃO • SUB-BACIA CÓRREGO GUAIMBÊ • SUB-BACIA RIO IVAI 1 • SUB-BACIA RIO IVAI 2 • SUB-BACIA RIO IVAI 3 • SUB-BACIA RIO BARRA PRETA

2- Após a leitura discutir, como está organizado o municipio:

-Sob que condições se encontra :

• -a vegetação

• -a água

• -o solo

3- Localize pintando no mapa os tipos de solo do Municipio- Crie uma legenda,coloque os

título do mapa, a escala e o norte (de acordo com o plano diretor);

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Figura 4 - Tipos de Solo Fonte: Lidianópolis, 2007 Org.: Cleodete Gomes Dionisio, 2010

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UNIDADE 5

MINI-ATLAS

A Geografia enquanto Ciência que estuda o espaço e os seus elementos que

o compõem e o transformam, constituem-se em uma Ciência que proporciona a compreensão

dos lugares.

Assim, nesta Unidade veremos que por meio da leitura Cartográfica é

possível compreender a importância dos mapas como representação do conhecimento

espacial.

Compor um Mini-Atlas do Município de Lidianópolis é a base desse

trabalho, cujo os aspectos históricos, naturais culturais e econômico serão ressaltados para

melhor compreender as principais características desse lugar e entender como os lugares se

relacionam.Diante disso, busca-se aprofundar estudos na busca de informações mais

acessíveis diante do registro da história desse município enfocando acontecimentos antigos e

recentes por meio de ilustrações e fotos dos pontos mais relevantes da história e da geografia

desse lugar.

Ao trabalhar o município, os PCNs, propõem um trabalho com enfoque ao

espaço local cuja problematização dê ênfase aos eventos ou situações que ocorrem no lugar

onde os alunos estão inseridos, permitindo, dessa forma, discutir o comportamento social e

suas relações com o meio.

Nesse contexto, busca-se aqui produzir e organizar materiais didáticos que

abordem a realidade local.Conhecer e compreender o local constitui uma forma de exercício

de cidadania.O ensino do município não pode se resumir a simples descrições de

classificações climáticas, geológicas ou geomorfológicas, mas sim um Atlas escolar

municipal, no qual, a geografia do município não é apresentada de forma fragmentada,ou

desvinculada da realidade.

Por isso a participação do professor é fundamental tanto na criação quanto

no uso dos Atlas municipais.A seleção dos conteúdos faz parte do planejamento de um atlas e

deve respeitar as características geográficas do município levando em conta a cultura local

como as principais religiões, meios de comunicação e festividades.

Tipos de mapas;

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Mapas físicos

• mapa geomorfológico - representam as características do relevo de uma região.

• mapa climático - indica os tipos de clima que atuam sobre uma região. • mapa hidrográfico - mostra os rios e bacias que cortam uma região. • mapa biogeográfico - apontam os tipos de vegetação que cobrem um

determinado lugar.

Mapas humanos

• mapa político - aponta a divisão do território em países, estados, regiões, municípios.

• mapa econômico-indica as atividades produtivas do homem em determinada região.

• mapa demográfico - apresenta a distribuição da população em determinada região

• mapa histórico - apresenta as mudanças históricas ocorridas em determinada região.

• mapa rodoviário - estuda as rodovias e as estradas de um país. • mapa de gênero - aponta a localização onde se concentra o maior

número de homens, mulheres, homosexuais, bisexuais e pamsexuais.

ATIVIDADES:

1)A sala será dividida em grupo de 2 ou 3 alunos, cada grupo confeccionará um tipo de mapa (clima, relevo, Hipsométrico vegetação etc.).

2)No final esses mapas serão unidos em um caderno formando um mini-atlas.

3) Concluindo esse trabalho, poderão ser realizadas visitas de campo onde serão observados os aspectos geográficos do municipio.

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