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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
1
AS MOCHILAS E MALAS UTILIZADAS POR ALUNOS COMO TEMA
MOTIVADOR PARA A APRENDIZAGEM DE POLÍMEROS
TÂNIA CRISTINA MENCK PREISNER1
SÔNIA REGINA GIANCOLI BARRETO2
RESUMO:
Este trabalho propõe-se a relatar os resultados observados durante a
implementação do projeto desenvolvido no PDE – Programa de Desenvolvimento
Educacional do Estado do Paraná, e está de acordo com os conteúdos estruturantes
apresentados nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Química: matéria e
sua natureza, química sintética e biogeoquímica, A metodologia utilizada partiu de
mapa conceitual e de unidades de aprendizagem na qual estava presente a
contextualização do tema polímero, as atividades experimentais e a leitura de textos.
As unidades de aprendizagem facilitaram a construção do conhecimento
proporcionando uma aprendizagem significativa do conteúdo Polímeros, da sua
aplicabilidade no dia- a -dia dos alunos, assim como o seu descarte na natureza e a
relação com o meio ambiente.
Palavras-chave: Mochilas; Polímeros; Aprendizagem; Química do cotidiano.
ABSTRACT:
This paper intends to report the results observed during the implementation of
the project developed in the EDP - Educational Development Program of the State of
Parana, and is consistent with the structural contents presented in the Curriculum
Guidelines for Basic Education in Chemistry: Matter and its nature , synthetic
chemistry and biogeochemistry, the methodology used came from the concept map
and learning units in which this was the context of the theme polymer, experimental
activities and reading texts. The units of learning facilitated the construction of
__________________________________
1 Licenciada em Química pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Arapongas.
2 Doutora em Ciências
2
knowledge by providing a meaningful learning content polymers, their applicability in
day-to-day lives of students, as well as its disposal in relation to nature and the
environment.
Keywords: Backpacks; Polymers; Learning; Chemistry of Life.
1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento deste trabalho sobre Polímeros e a sua implementação
nos envolveu com problemas e possíveis soluções, mas principalmente, com
possibilidades e sugestões eficazes e significativas para entender e melhorar a
aprendizagem desse conteúdo na disciplina de Química.
Neste trabalho foram abordadas a complexidade, a reflexão e a investigação
da prática pedagógica como constitutivas do desenvolvimento e da autonomia do
professor em desempenhar seu papel de educador considerando as mudanças na
prática pedagógica. Para o professor não é suficiente apenas ter um compromisso
com seu trabalho detectando as necessidades de seus alunos, é necessário também
um empenho em buscar a integração dos conhecimentos teóricos com a ação
prática, num contínuo processo de ação-reflexão.
“É preciso melhorar a educação pública no Brasil”, esse é o discurso que mais
se ouve em todos os lugares onde há uma reunião de educadores ou pessoas
ligadas à educação. Quando se reflete sobre a qualidade de vida, entendendo-a
como uma necessidade básica de sobrevivência do indivíduo ou de seu grupo
familiar dentro de uma sociedade contemporânea, nesta interpretação está incluída
a educação.
Os educadores e professores brasileiros também estão engajados na luta
para melhorar a qualidade da educação desde muito tempo de forma organizada e
consensual a partir da década de 80.
É nessa década que os professores, na forma de coletivos organizados, começam a participar intensamente do debate, afirmando o caráter profissional do trabalhador em educação e defendendo prioridades como as condições de trabalho do professor, a função publica dos serviços à educação, a gestão democrática das escolas (MARQUES,1992, p.23, apud in MALDANER, 2003, p. 21).
3
A educação em Ciência não é uma atividade neutra e seu desenvolvimento
está diretamente ligado aos aspectos sociais, econômicos, culturais e ambientais,
possuindo fortes implicações com a sociedade, envolvendo cada vez mais os
membros da sociedade na tomada de decisões. Tal comportamento leva a
alfabetização cientifica e tecnológica objetivando os alunos a compreenderem o
ensino de química tornando-os capazes de usar esse conhecimento na solução de
problemas do dia-a-dia e a tomarem decisões com responsabilidade social. (Santos
e Schnetzler, 1997 e 1998).
Hofstein, Aikenhead e Requarts (1998), identificaram o desenvolvimento das
habilidades e conhecimentos pelos estudantes:
[...] a auto-estima, comunicação escrita e oral, pensamento lógico e racional para solucionar problemas, tomadas de decisão, aprendizado colaborativo/cooperativo, responsabilidade social, exercício da cidadania, flexibilidade cognitiva e interesse em atuar em questões sociais (p.362).
O objetivo da educação para a ação social responsável é preparar o cidadão
para tomar decisões com consciência de seu papel na sociedade, o de individuo
capaz de provocar mudanças sociais na busca de melhor qualidade de vida para
toda a população. Isso incluiria conscientizar o cidadão quanto aos seus deveres na
sociedade, sobretudo no que se refere ao compromisso de cooperação e co-
responsabilidade social, na busca conjunta de solução para os problemas existentes
(Santos e Schnetzler,1997 e 1998).
Certamente que para se viver melhor, ter uma boa qualidade de vida não é
necessário ter conhecimentos específicos de química, como classificar e nomear
substâncias presentes em nosso cotidiano. Esses conhecimentos adquiridos no
ensino da disciplina de química no Ensino Médio contribuem para o entendimento e
organização de informações enquanto prepara o educando para o exercício
consciente da cidadania.
O processo de ensino e aprendizagem em Química nos levou a refletir sobre
a prática do professor e tomadas de algumas decisões tais como: o que ensinar,
como ensinar e por que ensinar.
Quando decidimos abordar o tema sobre Polímeros em nossas aulas
envolvendo as mochilas usadas pelos educandos para trazerem seus materiais para
a escola, esse conteúdo foi direcionado e vinculado à sua realidade para que eles
possam circular com desenvoltura nesta sociedade cada vez mais exigente em
conhecimento, e o professor, como mediador desse conhecimento deu condições,
4
por meio de pesquisas e produção de material, a adequar-se às suas necessidades,
respeitando suas individualidades.
Há muitos séculos o homem retira da natureza os diversos materiais que
podem ser úteis no seu dia-a-dia. Em alguns casos, a evolução tecnológica
possibilitou o processamento desses materiais que, após sofrerem algumas
modificações transformam-se em produtos com importantes aplicações.
Dentre os muitos materiais criados com os avanços da tecnologia, estão os
plásticos, que em virtude da sua não-degradabilidade e matéria-prima não
renovável, representam um sério problema ambiental.
É insensato o uso indiscriminado dos plásticos nas suas mais diversas
utilidades, mas, por outro lado não seria muito inteligente proibir seu uso visto o
conforto que ele nos traz.
Estudar o conteúdo sobre polímeros nos reportou às mochilas, nos mais
diferentes modelos, cores e o que mais os pais analisam na hora da compra: a
capacidade de transporte do material escolar, a durabilidade e o custo.
Os polímeros são moléculas muito grandes obtidas pela combinação de um
número imenso de moléculas pequenas, denominadas monômeros. O processo pelo
qual isso é feito chama-se polimerização.
Os polímeros possuem uma classificação, polímeros naturais e sintéticos.
Entre os polímeros naturais podemos citar: celulose, amido, látex natural, caseína
(proteínas do leite), seda, fios de teia de aranha (proteína do tipo beta-queratina) e
entre os artificiais: polietileno, politetrafluoretileno (teflon), náilon, borracha sintética,
poliéster e acrílico.
Os polímeros artificiais são comumente denominados “plásticos”.
Não é muito dizer que o mundo atualmente depende incondicionalmente
desses materiais, ou seja, estamos vivendo na “Era dos Plásticos”. Essa afirmação é
justificada pelo grande número de aplicações que encontram esses materiais em
praticamente todas as atividades domésticas e industriais.
Os plásticos são fabricados em larga escala pelas mais diferentes indústrias a
partir de componentes extraídos do petróleo. Vêm substituindo com eficiência
materiais que durante muito tempo eram retirados de vegetais e animais, embora
provenham de recursos não renováveis.
5
De uma forma geral, os plásticos são leves, resistentes, podem ser moldados
nas mais variadas formas e, em relação a outros materiais, sua produção é
relativamente mais econômica. Devido a estas características, sua aplicação causou
uma verdadeira revolução em diversos setores. Na indústria têxtil, por exemplo,
ocorreu uma substituição progressiva da seda, linho, lã e algodão por fibras artificiais
que, por sua composição, podem ser consideradas materiais plásticos. É o caso do
raiom, náilon, acrílico, poliestireno, e tantos outros. Conforme o tipo de fibra, esses
tecidos podem ser tão quentes quanto a lã, apresentando a vantagem de serem
mais leves e semelhantes à seda, porém mais resistentes (CANTO,1997). Esses
tipos de tecidos são os usados para a confecção das mochilas e malas dos nossos
alunos para carregarem seus materiais escolares. Além das características citadas,
os plásticos têm outras vantagens, são facilmente laváveis, de secagem rápida e
não são atacados por traças.
Como resultado do consumo impensado da sociedade moderna, todos os
dias resíduos plásticos são inadequadamente dispostos e a consequência desse
problema ambiental tem que ser solucionado. Está surgindo a “química limpa” –
sínteses e processos químicos benignos do ponto de vista ambiental – uma
estratégia para reduzir os riscos de prevenção da poluição que seja
economicamente viável e de responsabilidade com a conservação do meio ambiente
(BAIRD, 2005).
Este trabalho apresentou algumas possibilidades de abordagem e
metodologias no desenvolvimento do conteúdo polímeros.
O mapa conceitual construído para o desenvolvimento do Projeto de
Intervenção Pedagógica também será usado para a aplicação das unidades de
aprendizagem previstas neste material didático, auxiliando na ordenação e
sequenciação hierarquizada dos conteúdos a serem ensinados de forma a oferecer
estímulos adequados aos alunos e também como instrumento da aprendizagem.
Entende-se por mapa conceitual como sendo uma estrutura esquemática para
representar um conjunto de conceitos imersos numa rede de proposições. Ele é
considerado como um estruturador do conhecimento, na medida em que permite
mostrar como o conhecimento sobre determinado assunto está organizado na
estrutura cognitiva de seu autor, que assim pode visualizar e analisar a sua
profundidade e a extensão. Ele pode ser entendido como uma representação visual
6
utilizada para partilhar significados, pois explicita como o autor entende as relações
entre os conceitos enunciados. O mapa conceitual se apóia fortemente na teoria da
aprendizagem significativa de David Ausubel, que menciona que o ser humano
organiza o seu conhecimento através de uma hierarquização dos conceitos
(TAVARES, 2007). O mapa conceitual é utilizado como instrumento para estruturar o
conhecimento que irá ser construído pelos alunos, assim como uma forma de
explicitar o conhecimento do professor, facilitando o processo de ensino-
aprendizagem tornando mais claras as conexões entre os conceitos do tema
estudado.
Quando o aluno utiliza o mapa conceitual durante o processo de
aprendizagem, vai ficando claro para si as suas dificuldades de entendimento. Então
poderá ir e vir e observar o mapa quando necessário procurando respostas às. As
unidades de aprendizagem possibilitam e organizam os trabalhos aplicados, obtendo
informações prévias sobre os suplementos alimentares com atividades
estrategicamente selecionadas, valorizando seus conhecimentos prévios e
possibilitando a compreensão mais ampla do tema estudado.
Para termos uma melhor organização, os trabalhos foram apresentados em
unidades de aprendizagem.
De acordo com Moraes e Gomes (2007, p. 276):
A Unidade de Aprendizagem é uma abordagem inovadora para se trabalhar com os alunos com o objetivo de se levantar questionamentos referentes a um tema proposto, leva em consideração conhecimentos já existentes, que são pontos relevantes, uma vez que a cada fala e através da fala é possível fazer reflexões, discussões e, portanto, buscar respostas e aprofundar esses conhecimentos iniciais.
As unidades de aprendizagem possibilitaram a relação entre o senso comum
e o conhecimento científico de modo a organizar os trabalhos aplicados com os
alunos, coletando informações prévias sobre os polímeros, envolvendo-os em
práticas laboratoriais e desenvolvendo atividades estrategicamente selecionadas,
valorizando seus conhecimentos prévios e possibilitando a compreensão mais
complexa do fenômeno estudado.
Com o propósito de promover aprendizagens significativas, as unidades de
aprendizagem tiveram forte relação com as ações de pesquisa, pois se propuseram
a problematizar o conhecimento inicial dos alunos, desenvolvendo um
questionamento dialógico e reconstrutivo, reconstruir argumentos e promover a
7
Mochilas
possuem
rodinhas
fibras de carbono
alças
Confeccionadas com
Reação de polimerização
Outros tipos
Às vezes
Substâncias químicas
Saco
denominadas
são
Polímeros
Confeccionadas com
poliéster silicone polietileno polipropilenopoliuretano
por
formamparticipam
monômeros
são Podem ser
Polímeros
Sintéticos
Polímeros
Naturais
Como a
celulose
Podem ser
Reação de
adição
Reação de
condensação
Por ex Por ex
Ambientedescarte provoca
Reciclagem
comunicação, em especial a fala e a escrita, valorizando a função epistêmica desses
processos (MORAES; GALIAZZI; RAMOS, 2004).
2 METODOLOGIA
O projeto foi elaborado no ano de 2009 e desenvolvido no decorrer do
segundo semestre do ano de 2010, no Colégio Estadual Professora Reni Correia
Gamper – EMPN, localizado no Município de Manoel Ribas, Núcleo de Ivaiporã,
estado do Paraná, com estudantes da 3ª série do Ensino Médio no período de 27 de
outubro a 11 de novembro de 2010. Os alunos que participaram do projeto tinham a
faixa etária entre 16 e 17 anos, em sua maioria.
A primeira parte do projeto foi a elaboração de um mapa conceitual (Figura 1).
A principal função deste mapa foi organizar os conceitos químicos do tema
polímeros de forma hierárquica para o professor, permitindo que estes conceitos
fossem armazenados na mente dos alunos de forma significativa.
Figura 1 – Mapa conceitual para o tema polímeros
Em seguida foi elaborado um caderno pedagógico dividido em sete unidades
de aprendizagem (UA), cuja seqüência de atividades obedeceu a hierarquia do
8
mapa conceitual (Figura 1). Este caderno permite uma interação dos conteúdos com
a realidade cotidiana do aluno, mediados pela professora. As unidades de
aprendizagem estão descritas a seguir.
1° UA (1 aula de 45 min) – Identificando os conhecimentos prévios
Ao chegar ao colégio, observamos que a grande maioria dos alunos traz seus
materiais escolares dentro de mochilas.
Vocês já pararam para pensar a respeito deste objeto presente
frequentemente no seu cotidiano?
Então, neste momento, daremos um tempo para que vocês analisem as suas
mochilas.
Observem atentamente as suas mochilas e descrevam na Tabela 1 as
características da mochila, como tamanho, cor, material do corpo da mochila, das
alças, dos fechos e das rodinhas, se presentes, tem zíper ou velcro, etc.
Tabela 1: Características das mochilas
OBSERVE A SUA MOCHILA E PREENCHA A TABELA ABAIXO:
Características físico-químicas Outras informações
Cor: 1. Quanto custou sua mochila?
Tamanho (capacidade): 2. Qual o tempo de duração?
Compartimentos (divisões): 3. O que você faz para descartar
essa mochila quando inutilizada?
Material Observe a mochila do seu
vizinho:
Mochila a
Alças Fechos Rodinhas
4. Destaque as semelhanças e
diferenças.
Faça uma comparação:
Velcro ( ) Sim ( ) Não
9
Zíper ( ) Sim ( ) Não _______________________________
________________________________
________________________________
________________________________
Qual o material que mais se
repete?
________________________________
Cada aluno receberá uma tabela e fará as suas devidas anotações
analisando a sua mochila e a de seus colegas.
Análise das mochilas
Com base na sua tabela e na tabela que o professor colocou no quadro, faça
uma analise geral das mochilas de sua turma.
2° UA ( 1 aula de 45 min) – Utilizando um organizador introdutório
Iniciaremos a aula fazendo a entrega de um texto que será lido por todos.
Este texto foi adaptado do artigo “Malas a bordo para executivos”, Revista Veja,
abril, 26/08/2009 e comenta sobre as mochilas e malas que os alunos usam no seu
dia-a-dia.
Leiam o texto e, em seguida, respondam o questionário.
MOCHILAS DE TODO DIA!!!!!
As mochilas e bolsas (maletas/malas) são a opções ideais utilizadas pelos
alunos para transportarem os livros, cadernos e outros materiais escolares
diariamente quando se encaminham para as escolas. Elas precisam ser resistentes,
confortáveis e duradouras, devem aguentar pelo menos um ano.
As mochilas originam dos índios americanos que em longas viagens
carregavam coisas leves nas mãos e os objetos mais pesados eram pendurados
pelo corpo em bolsas menores como bornais feitos de couro ou palha, em cestos
grandes e compridos e, em armações feitas de madeira onde se poderiam amarrar
os objetos e prendê-los nos ombros, à cintura ou mesmo à testa.
A mochila está associada à ideia de liberdade, pois cada um é
responsável por carregar suas próprias coisas, não necessitando de outra pessoa
para fazê-lo, tornando a vida mais prática e a pessoa mais independente.
Durante as guerras os soldados percorriam longas distâncias e não tinham
como se suprirem de alimentos e gêneros de primeira necessidade, portanto
precisavam de mais autonomia. Então, já na Guerra do Paraguai e Guerra da
Secessão nos EUA, os soldados carregavam suas provisões em bolsas com duas
10
alças, uma em cada ombro e posteriormente, na I Guerra Mundial, cada um possuía
sua própria mochila. No pós-guerra já eram usadas por praticantes de esportes
como montanhismo, tornando-se cada vez mais populares e sendo aperfeiçoadas e
adaptadas às diferentes necessidades.
Atualmente, boas mochilas são feitas de material resistente como o poliéster
de alta tenacidade, pois são expostas a raspões, tombos, umidade e necessitam de
lavagem frequente. Elas devem ser adaptadas e ajustadas ao corpo, sem machucar
ou apertar e se manterem firmes. Portanto, uma parte importante são as alças que,
na altura correta e bem ajustadas, distribuem o peso do material contido nela, não
prejudicando a saúde dos usuários.
É comum no início do ano, os alunos irem comprar mochilas novas para
carregar seu material escolar. Escolhem-nas com cuidado e são exigentes quanto a
qualidade como resistência, capacidade volumétrica, impermeabilidade, número de
compartimentos, etc. todas essas características vão fazer a diferença no preço a
ser pago pelas mochilas. Os materiais que as compõem tornam-se de melhor
qualidade se forem usados os polímeros conhecidos como fibras de carbono nas
alças e policarbonato nas rodinhas.
Esses produtos são de durabilidade limitada, um dia vão para o lixo e
produzirão algum impacto ambiental. Devemos então, refletir sobre esse texto
observando os diversos aspectos envolvidos, desde a matéria-prima até o descarte
final da mochila que será o nosso foco de estudo.
Questionário
1) Você prefere uma mochila de tecido de algodão ou de outro material? Qual
material? Justifique.
2) Qual o aspecto mais importante no ato da compra de uma mochila?
( ) preço ( ) tamanho ( ) aspecto visual ( ) material usado na confecção
( ) todas as alternativas
3) O preço influi na escolha da mochila? Por quê?
4) Existe relação entre o material que são confeccionadas as mochilas e os
plásticos?
5) Qual a importância dos plásticos para nossa sociedade?
6) Dos materiais que você usa diariamente, quantos são feitos de plástico?
7) Quais os problemas causados ao meio ambiente pelos plásticos?
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Debatam as respostas com os colegas com a participação do professor na função
de mediador.
Análise do texto e do debate
A 2ª UA acrescentou informações para você sobre o tema mochilas? E
despertou a sua curiosidade sobre o tema polímeros?
Anote as opiniões e conclusões das respostas dadas pelos alunos a respeito
das questões acima.
3° UA (1 aula de 45 min) – Estimulando o nível fenomenológico do
processo de ensino
Ensinar química não é fácil. Quando proporcionamos a oportunidade de
realizar a experimentação despertamos um forte interesse entre alunos de diversos
níveis de escolarização. Não existe nada mais fascinante no aprendizado da ciência
do que vê-la em ação. E diferente do que muitos possam pensar, não são
necessárias a utilização de sofisticados laboratórios, nem uma ênfase exagerada em
sua aplicação, como também não são necessárias grandes verbas para montagens
de laboratórios didáticos ou mesmo uma série de demonstrações efetivas e
estimulantes, tanto para o professor, como para seus alunos. É lamentável perceber
que, ao concluir etapas de ensino, nossos alunos não tiveram a oportunidade
de adentrar em um laboratório de ciências e colocado em prática uma simples
demonstração de mudanças de estados físicos ou outro fenômeno, daqueles que
muitas vezes citamos como exemplos em nossas aulas. Como aprender
química apenas com um quadro e giz e ouvindo a voz do professor? Química é
muito mais que saliva e giz. A importância da inclusão da experimentação está
na caracterização de seu papel investigativo e de sua função pedagógica em auxiliar
o aluno na compreensão dos fenômenos sobre os quais se referem os
conceitos. Muitas vezes parece não haver a preocupação em esclarecer aos alunos
a diferença entre o fenômeno propriamente dito e a maneira como ele é
representado quimicamente.
A disciplina de Química se for abordada somente com conceitos teóricos pode
contribuir para uma visão distorcida dessa ciência, tornando-a entediante e não
aplicável nos diferentes aspectos da vida cotidiana.
12
Os meios de comunicação contribuem para essa distorção. Anuncia-se que:
os produtos “sem química” são mais saudáveis. Em outros momentos ela é
apresentada como vilã aquela que polui e degrada o meio ambiente. Sendo assim,
verifica-se a necessidade de ensinar química nas escolas despertando nos alunos o
interesse e a importância que, se bem usada, a química irá trazer muitos benefícios
a todos.
Uma forma de despertar, nos educandos, o interesse por temas científicos, a
aprendizagem dos conteúdos e a curiosidade, é por meio da realização de
experimentos. A linguagem visual e o manuseio de substâncias ajudam a enfocar a
atenção dos estudantes e auxiliam no conhecimento, levando-os à compreensão e
formação dos conceitos.
A partir das opiniões e das informações obtidas da aula anterior, o professor
irá dividir o total de alunos da classe em pequenos grupos, objetivando a
participação de todos na aula experimental.
Aula experimental: Obtenção de um polímero (PEQUIS, 2005).
Material:
-Bórax (Na2B4O7), pode ser comprado (em farmácias).
-Cola branca
-anilina (corante para bolo)
-2 béqueres de 250mL (ou copos de vidro)
-medidor de volume (ou copo descartável para café de 50 mL)
-bastão de vidro (ou palito de sorvete)
Procedimento:
1. Prepare uma solução diluindo 4g de bórax (uma colher rasa de sobremesa) em
100 mL de água, num béquer.
2. Em outro béquer, coloque 50 mL de cola branca e adicione 50 mL de água;
misture bem com o bastão de vidro.
3. Adicione um pouco de corante à mistura da cola com água e misture bem.
4. Adicione a solução de bórax à mistura e agite bem com o bastão de vidro.
Observe.
5. Separe da solução o material formado e manipule-o com as mãos.
6. Lave bem as mãos com água e sabão depois de manipular os materiais.
7. Se quiser, você pode fazer o experimento com outros tipos de cola.
13
Análise dos dados:
1. Explique o que você observou quando misturou as duas soluções.
2. Que tipo de material foi formado? Que materiais desse tipo existem em nosso
cotidiano?
Os alunos irão responder a estas questões e, em seguida, farão um relatório
de acordo com o modelo abaixo que, depois de respondido, será entregue ao
professor.
Roteiro de Aulas Experimentais no Laboratório de Ciência
Colégio_________________________________________________________
Data ___/___/______ Série __________ Turma______________________
Nome(s) do(s) aluno(s)
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Disciplina__________________
Professor(a)______________________________
Tema___________________________________________________________
Objetivo(s) da aula experimental
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Material(ais) utilizado(s)
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Procedimentos
___________________________________________________________________
___________________________________________________________
Análise e conclusão do experimento
4ª UA (01 aula de 45 min) - Aprendizagem dos níveis representacional.
14
Esta unidade de aprendizagem deve considerar os conhecimentos prévios
que os alunos têm sobre a química orgânica.
O professor fará uma aula de revisão dos conteúdos dados anteriormente –
introdução à química orgânica – e que são considerados pré-requisitos para o
entendimento dos polímeros.
A partir dos materiais que constituem as mochilas - náilon no revestimento
externo, poliéster no forro, alças de fibras de carbono ou PVC, rodinhas de silicone e
PVC como as usadas nos patins, velcro (que são de um lado argolas e do outro
ganchos que se entrelaçam) e zíperes (que podem ser plástico), e seguindo o mapa
conceitual o professor deverá entregar aos alunos um material escrito contendo a
fórmula do náilon, do poliéster, do polietileno e do policarbonato.
A partir das fórmulas das substâncias químicas, o professor definirá polímeros
e macromoléculas.
Nas fórmulas dos polímeros náilon, poliéster, policarbonato ocorrem
regularidades, isto é repetições de estruturas menores? Você consegue identificá-
las? Utilize o espaço a seguir e escreva as fórmulas das estruturas que se repetem.
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Você sabe o nome destas estruturas menores que se repetem?
Estas estruturas menores que originam os polímeros são denominadas
monômeros.
Em seguida, preste atenção no professor que ele fará uma explanação
ressaltando algumas propriedades dos polímeros como, durabilidade, resistência ao
impacto e a riscos e alguns usos.
Todos os polímeros são fabricados em laboratórios, isto é, são artificiais?
Observe os polímeros a seguir, a celulose e o amilose. Estes são exemplos
de polímeros naturais.
Fórmula da celulose
Estrutura química da amilose.
No espaço abaixo identifique o monômero da celulose. Escreva a sua
formula. Qual é o nome do monômero que da origem à celulose?
5° UA (01 aula de 45 min) – Aprendizagem dos níveis representacional e
teórico conceitual.
Nesta unidade discutiremos um pouco sobre as reações que originam os
polímeros.
Você sabe o nome destas reações?
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Estas reações são denominadas reações de polimerização. E então, você
acertou o nome?
As reações de polimerização podem ser de dois tipos: reação de
adição e de condensação.
Reação de adição
A polimerização por adição ocorre pela reação de adição de um número muito
grande de monômeros iguais. Estes monômeros caracterizam-se por apresentar
átomos de carbono insaturados, isto é, geralmente unidos por dupla ligação.
Por exemplo:
CH 2 =CH 2 (etileno),
CH 2 =CH-CH 3 (propileno)
Reação de condensação
As reações de polimerização por condensação, além da formação do
polímero, isto é da macromolécula, ocorre também a eliminação de moléculas
menores como a água, H2O. Em alguns casos pode ocorre a eliminação de
outras substâncias como o cloreto de hidrogênio, HCl, o cianeto de hidrogênio,
HCN, a amônia, NH3 , entre outros.
Observe as reações a seguir. Com auxílio das definições de reações de
adição e de condensação, identifique cada reação como de adição ou de
condensação.
17
As substâncias que dão origem ao poliéster são o p-benzenodióico (acido
tereftálico) e o 1,2-etanodiol (etilenoglicol). O polímero é conhecido também
como politeraftalato de etileno (PET).
Possui grande versatilidade, baixo custo de processamento, resistência
térmica, mecânica e química. Apresenta ainda boa transparência e brilho.
É usado na construção civil em massas para reparos, em laminados, esquis,
linhas de pesca, fibras têxteis, fabricação de garrafas plásticas para
refrigerantes (garrafas PET). Misturado com algodão dá origem ao tecido conhecido
como tergal.
Na medicina é utilizado na fabricação de válvulas cardíacas e como protetor
para facilitar a regeneração de tecidos que sofreram queimaduras (não causa
alergias).
O monômero que dá origem ao policloreto de vinila, PVC, é o cloreto de vinila
ou cloreto de etenila. O PVC que é utilizado na fabricação das rodinhas das
mochilas.
O PVC possui boa resistência química e térmica, devido ao elevado teor de
cloro. Pode ser processado de duas formas básicas: PVC flexível ou plastificado
(obtido pela mistura de PVC + plastificante) e PVC rígido (não plastificado).
O PVC flexível é semelhante ao couro e apresenta baixo custo. É utilizado na
confecção de calças plásticas para bebês, toalhas de mesa, cortinas de
chuveiro, bolsas e roupas de couro artificial, revestimentos de fios e cabos
elétricos, pisos, brinquedos, forração de poltronas e de estofamentos de
automóveis. Também é usado na fabricação de dutos e tubos rígidos para água e
esgoto.
6° UA (01 aula de 45 min) – Conscientização ambiental.
A Educação em Química como área de investigação científica é muito
recente. Schnetzler e Aragão (1995) afirmam no artigo “Importância, sentido e
contribuições de pesquisas para o ensino de Química” que, no Brasil, as primeiras
pesquisas no assunto datam de 1978, como resultado do movimento da
reforma curricular que aconteceu na década de 60, principalmente, nos
Estados Unidos e Inglaterra.
18
A partir dos anos 90, os livros didáticos passaram a introduzir no ensino da
Química, textos relacionados com o cotidiano e o meio ambiente, associando-os aos
conteúdos tradicionais.
Aproveitar situações de impactos ambientais visando um processo de ensino-
aprendizagem dinâmico, interdisciplinar e contextualizado pode ser uma maneira do
professor despertar nos alunos a consciência da importância do estudo de Química,
levando-os a construir conceitos significativos para a melhoria da sua qualidade de
vida, independente da situação socioeconômica.
Os impactos negativos advindos de alterações ambientais têm causado sérios
danos à natureza, muitas vezes irreversíveis, ou muito onerosos, quando passiveis
de restauração. Em situações catastróficas, os aspectos envolvidos estão
intimamente vinculados a questões sociais, políticas e econômicas, entre causas e
conseqüências que se reforçam, sempre que acontecem.
É de suma importância que a educação ambiental permeie todas as
disciplinas escolares e que faça parte da vivência da sociedade.
A química desempenha um papel fundamental no ambiente de nosso planeta.
É muito comum as pessoas culparem os químicos e a própria química pelos
problemas ambientais, que a cada dia que passa, tornam-se mais freqüentes e mais
graves. No entanto, muitos não percebem que grande parte dos problemas de
décadas passadas e da época atual são resolvidos unicamente quando foram
aplicados métodos da ciência em geral e da química em particular.
É importante que saibamos que todos nós fazemos parte de um sistema,
interagimos com ele e ele interage conosco e com todos os demais elementos que o
compõe. Nosso planeta é um sistema que reage segundo aquilo que a ele impomos.
Estas reações são tão rápidas, quase imperceptíveis na nossa contagem de tempo,
porém somos apenas um dos elementos deste imenso sistema que lê, interpreta
responde e se adequa à realidade à qual estamos inseridos.
A sociedade civil organizada está cada dia mais consciente de que todos nós,
pessoas comuns, temos responsabilidade quando se fala em preservação do meio
ambiente e temos que tomar atitudes para deter a marcha da morte no planeta Terra
e ajudar a nave do destino na direção da vida. Como escreve Leonardo Boff:
“Precisamos respirar juntos com a Terra para conspirar com ela pela paz”.
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A cadeia se estende desde a geração, extração da matéria-prima, a
produção, o consumo e o pós-consumo, quando se entende que um produto já não
tem mais nenhuma finalidade/utilidade ele é descartado, e então é destinado
aos caminhões coletores de “lixo”.
O professor abordará a questão da conscientização ambiental, levantando o
seguinte problema para os estudantes: “As partes de uma mochila têm duração
limitada e, um dia não servirão mais ao uso e irão para o lixo causando sérios danos
ao ambiente. Como solucioná-lo”?
Os alunos formarão grupos e farão pesquisas, no horário extra-classe,
em jornais, revistas e outros meios de comunicação subsídios para resolver o
problema. Deverão escrever uma lauda sobre as suas propostas e entregar ao
professor para posterior avaliação.
7° UA (1 aula de 45 min) – Avaliando o processo de ensino e
aprendizagem.
O texto abaixo deverá ser lido pelos alunos ao iniciar a avaliação desta
unidade e será usado como apoio para a resolução dos exercícios dados (texto
adaptado de uma reportagem apresentada no dia 22 de setembro de 2007 – Série
de Reportagens – SPTV – Bom Dia São Paulo).
As garrafas de plástico - as chamadas garrafas pet - viraram um problema para
o meio ambiente, mas elas não deveriam ser jogadas fora de qualquer jeito, todo
mundo sabe que elas podem ser recicladas.
O que pouca gente sabe é como elas são recicladas.
O professor de química Edison Camargo fala sobre a „reciclagem de polímeros‟.
“Polímeros é uma categoria de material, formado em unidades e por moléculas
muito grandes.”
Por analogia, este material pode ser comparado com um imenso trem.
Estes materiais têm partes que se repetem, aí o nome polímeros. “Poli” quer
dizer “muitos” e “meros” quer dizer “partes”. “São moléculas que têm muitas partes
iguais.”
O professor Edison foi a uma estação em que os polímeros são reciclados,
uma empresa de coleta seletiva. “Nós separamos o papel, o jornal, a revista,
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papelão, a família do metal, latinha, ferros, plástico, PET, PVC. Você não consegue
vender este material se não for separado”, diz o gerente comercial Tuca.
Os termoplásticos podem ser fundidos por aquecimento, solidificam por
resfriamento e seu formato pode ser facilmente modificado. Por possuírem essas
características, esse tipo de plástico pode ser reciclado com mais facilidade.
“Os chamados materiais termofixos são de difícil reciclagem. O cabo de
panela é um bom exemplo. Nunca ninguém viu uma panela aquecer em demasia e o
material preto do cabo pingar no fogão. Ele não pinga, não derrete. No máximo ele
vai sofrer decomposição química, ele cheira queimado”, diz o professor.
“Nós separamos o material e após a sua trituração ele vai passar por um
banho. Automaticamente ele já é secado”, explica o gerente.
“Na próxima etapa, o material vai para um processo de aquecimento, em
seguida é pressionado e finalmente sai como um tipo de um espaguete (macarrão
redondinho).” Ele é quebrado em bolinhas, pronto para a reutilização.
A química ambiental é muito importante por toda a sua complexidade, diz o
professor.
O material fica pronto para se transformar em uma calça jeans, camiseta,
tinta, pára-choque de automóvel e assim por diante.
1) Conceitue polímero, monômero e polimerização.
2) Por que alguns polímeros são chamados de “polímeros de adição”?
3) Um aluno fez uma experiência aquecendo um tubo plástico (desses usados em
encanamentos residenciais) sobre a chama de um fogão e, após algum tempo,
verificou que ele podia ser dobrado sem esforço. Uma vez resfriado, permaneceu
com o novo formato, voltando a “endurecer”.
a) Qual o nome do material (polímero) presente no tubo?
b) Escreva a equação que permite obter esse material a partir do reagente
adequado.
c) Como você classificaria esse polímero em relação à plasticidade?
4) O cabo de muitas panelas é feito de baquelite. Quando uma dona de casa deixa,
por descuido, o cabo de uma panela sobre a chama do fogão, ele não amolece, mas
passa a exalar um “cheiro de queimado”. A baquelite é um polímero termofixo ou
termoplástico? Por quê?
Nos exercícios abaixo assinale a alternativa correta.
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5) Plásticos constituem uma classe de materiais que confere conforto ao homem
moderno. Do ponto de vista da Química, os plásticos e suas unidades constituintes
são, respectivamente:
a) hidrocarbonetos; peptídeos
b) polímeros; monômeros
c) macromoléculas; ácidos graxos
d) polímeros; proteínas
e) proteínas; aminoácidos
6) A equação da reação de obtenção do teflon é:
- (CF2 ═ CF2) ( - CF2 – CF2) n
A equação acima caracteriza uma reação de:
a) substituição
b) polimerização
c) oxidação
d) dupla troca
7) O estireno é polimerizado formando o poliestireno (um plástico muito utilizado em
embalagens e objetos domésticos), de acordo com a equação:
Dos compostos orgânicos a seguir, qual deles poderia se polimerizar numa reação
semelhante?
8) Certos utensílios de uso hospitalar, feitos com polímeros sintéticos, devem ser
destruídos por incineração em temperaturas elevadas. É essencial que o polímero
escolhido para a confecção desses utensílios, produza a menor poluição possível
quando os utensílios são incinerados.
Com base nesse critério, dentre os polímeros de formulas gerais:
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Podem ser empregados na confecção desses utensílios hospitalares:
a) o polietileno, apenas.
b) o polipropileno, apenas.
c) o PVC, apenas.
d) o polietileno e o polipropileno, apenas.
e) o polipropileno e o PVC, apenas.
3 RESULTADOS
O caderno pedagógico elaborado com o tema Polímeros está em
concordância com as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (DCES, 2008),
pois permite ao estudante estabelecer um elo entre a Química e o seu cotidiano.
Na primeira unidade de aprendizagem, a atividade desenvolvida pelos alunos
foi a descrição da sua própria mochila. A princípio esta atividade não motivou muito
os alunos, mas com o decorrer da discussão dos aspectos gerais de uma mochila,
foram participando cada vez mais. Isto pode ser atribuído ao fato que no início da
atividade os alunos não perceberam a inclusão das mochilas em contexto químico.
Os alunos preencheram a tabela com as características de sua mochila e
perceberam que a maioria apresentava semelhanças. Aproximadamente 71% dos
alunos utilizaram o termo “poliéster” para identificar o material de sua mochila.
Portanto, isto implica que estes alunos apresentam um conhecimento prévio do tema
Polímeros. Dos demais alunos, 18% descreveram o material como algodão e lona e
os demais utilizaram o termo “material sintético”. Embora estes não tenham usado o
termo poliéster percebeu-se que eles conseguem distinguir o natural do sintético.
A análise da tabela também mostrou que independente do material utilizado
para confecção das mochilas, a maioria atribuiu em média 2,0 anos de durabilidade
e um custo médio de R$ 35,00. A este respeito, o depoimento dos alunos foi que o
custo benefício das mochilas é positivo.
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Figura 2: Material com
elasticidade
A segunda unidade de aprendizagem iniciou com a leitura silenciosa do texto
“As mochilas de todo dia”. Os alunos leram o texto com atenção e manifestaram
interesse pelo tema, pois através dos seus depoimentos, eles próprios perceberam
que a Química esta saindo dos muros da escola e está presente em quase todos os
momentos de suas vidas. A utilização de objetos de plástico em nossa sociedade é
algo tão presente que não imaginam a vida sem eles, pois são muito práticos,
baratos, resistentes e têm grande durabilidade.
Um experimento sobre a obtenção de um polímero foi realizado na terceira
unidade de aprendizagem. Os alunos reuniram-se em grupos com 4 a 5 integrantes
e obtiveram o polímero conhecido como “meleca” (Figuras 2, 3 e 4). Durante a
realização da prática, manusearam os reagentes de forma distinta, obtendo produtos
com aspectos diferentes que foram apresentados para a turma.
No final da prática, os alunos produziram um relatório. No item análise e
conclusão do experimento os alunos fizeram a descrição das observações
realizadas durante a execução do experimentos depoimentos dos grupos de alunos
estão a seguir.
Grupo 1: “Com as misturas feitas obtemos uma massa gelatinosa e pegajosa
que é empregada no comércio como brinquedo infantil. Formou-se alguma coisa
parecida com silicone, gelatina, chicletes e confeitos gelatinosos usados em
arranjos de bolos”.
Figura 3: Material
quebradiço
Figura 4: Material transformado
em fios
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Grupo 2: “Observamos que em uma determinada hora, a mistura começou a
ficar grossa e endurecer, até se transformar em uma solução adquirida. Concluímos
que apenas com três substâncias misturadas se transformou em uma única solução,
e com esta solução podemos fazer qualquer coisa, puxar, quebrar, emendar,etc.”.
Grupo 3: “Podemos concluir que a mistura de bórax e cola branca resulta na
obtenção de uma massa maleável, elástica e homogênea, aqui chamado de
polímeros”.
Grupo 4: Retiramos do copo a forma firme e manipulamos com as mãos, e
com o procedimento a coisa vai ficando mais firme e maleável, podendo assim ser
feitas bolinhas e outras coisas com ela”.
Grupo 5: Após misturar todos os componentes virou uma meleca grudenta,
pegajosa, molhada.”
Grupo 6: “Após analisarmos esse experimento observamos que ao juntarmos
as duas misturas, foi formada uma massinha gelatinosa (parece silicone) que pode
ser manipulada com as mãos, obtendo a forma que se deseja.”
A partir dos relatos pôde-se observar que apenas um grupo utilizou o termo
polímero para o produto formado. Os demais grupos identificaram o produto final
como meleca, massa gelatinosa, grudenta, entre outros.
A partir deste experimento pode-se notar que os alunos foram capazes de
associar a elasticidade do látex, um polímero natural com a mesma elasticidade da
meleca, um polímero sintético.
Foram expostos num mural alguns produtos obtidos da reciclagem das
embalagens PET: flocos para enchimento de edredons, carpetes para carros, fios
para vassouras e para confecção de camisetas. Assim os alunos associaram que os
fios produzidos na meleca e os fios da garrafa PET reciclada são materiais que
podem ser utilizados na fabricação de mochila e também podem ser usados na
confecção de vestuário.
A quarta unidade de aprendizagem expôs o nível representacional do tema
polímeros. Com a projeção em data show das fórmulas estruturais dos polímeros
náilon, poliéster, polietileno, policarbonato, celulose e a amilose, os alunos
identificaram, com o auxílio da professora e do livro didático, os monômeros de um
polímero. Tendo assim, subsídios para construção do conceito de macromoléculas e
de polímeros.
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Os níveis representacionais e teórico conceitual foram abordados na quinta
unidade de aprendizagem. Estes níveis foram ministrados pela professora de forma
expositiva. Os alunos se mantiveram atentos e participativos em todas as aulas
associando os conceitos à aula inicial sobre suas mochilas e à aula experimental.
Isto foi possível devido aos conteúdos teóricos e representacionais estarem
ancorados em um tema relevante da estrutura cognitiva dos alunos, isto é,
“Mochila/polímeros”.
Na sexta unidade de aprendizagem produziram um texto sobre os impactos
ambientais causados pelos plásticos, após a observação do desenvolvimento de
todas as etapas do trabalho em questão. Os alunos se mostraram preocupados com
o uso exagerado de embalagens e objetos descartáveis de plásticos. Além disso,
manifestaram também preocupação com descarte inconsciente e sem
gerenciamento nos chamados “lixões” relacionando esses fatores ao tempo de
decomposição na natureza. Após um longo e consciente debate, comprometeram-se
a mudar suas atitudes diárias a fim de poupar o meio ambiente do consumo
desnecessário de produtos à base de polímeros.
A última unidade de aprendizagem foi a avaliação do conteúdo sobre
polímeros e observou-se um ótimo desempenho dos alunos. O nível de
aproveitamento do conteúdo foi de 77%, ou seja, numa avaliação com valor de 3,0
pontos, a média dos alunos foi de 2,3. A metodologia se mostrou eficiente pelas
notas e também pelo interesse e participação efetiva dos alunos na construção do
conhecimento, contextualizando teoria com os materiais utilizados pelos alunos e
pela sociedade no cotidiano.
4 CONCLUSÃO
Após analisar os resultados apresentados pelos alunos, através do
desenvolvimento das aulas teóricas e práticas na turma, pode-se concluir que,
apesar de manusear diariamente polímeros e ao relacionar os mesmos com os
estudos de química, foi possível aplicar o projeto de implementação pedagógica com
bastante êxito, pois despertou interesse pelo conhecimento e aplicabilidade no
cotidiano, assim como, os cuidados em descartar os polímeros no meio ambiente.
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A cidadania está ligada diretamente com a cultura do individuo e, a aquisição
da cultura encontra-se em grande parte na escola, portanto, a implementação do
projeto colaborou para que os alunos não só adquirissem conhecimento sobre a
utilização de polímeros na confecção de suas mochilas escolares, mas também,
possam trabalhar com estes materiais com capacidade de conscientizar aqueles
com os quais convivem, seja no trabalho, família ou comunidade, para que ao serem
descartados tenham destino certo, para que não prejudiquem a vida no planeta e
que, estas ações sejam trabalhadas de forma a adquirir hábitos de vida do ser
humano.
As questões que envolvem este trabalho devem estar ligadas ao
conhecimento pois, acredita-se que a partir do momento que o aluno sente-se mais
desenvolvido, capaz e independente, estará realmente consciente que a sua
atuação na sociedade está colaborando para o exercício de sua cidadania, podendo
transformar o meio em que vive para o bem comum.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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SANTOS, Wildson Luiz P.; SCHNETLER, Roseli Pacheco. Educação em Química: compromisso com a cidadania. 3 ed. Ijuí: Unijuí, 2003.
SECRETARIA GERAL ÍBERO-AMERICANA. Desenvolvido pela Organização dos Estados Iberosamericanos, 2011. Apresenta textos sobre Os desafios na Educação do Brasil. Disponível em: <http://www.oei.es/reformaseducativas/desafios_educacion_brasil_schwartzman.pdf>. Acesso em 13 fev. 2011.