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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - Operação de ... · ... cuja súmula dispõe sobre o Plano de Carreira ... superação do modelo de formação ... Além da elaboração e aplicação

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

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POLÍTICAS PÚBLICAS DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DO

ESTADO DO PARANÁ ACERCA DA VIOLÊNCIA ESCOLAR

STIVAL, Maria Cristina E. Esper1

WALGER, Américo Agostinho Rodrigues2

RESUMO

O presente estudo pretende abordar o tema da violência no ambiente escolar, tendo como objetivo analisar a formação continuada dos professores da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED). Tem como enfoque a temática das violências no contexto escolar, frente às mudanças que estão ocorrendo na sociedade contemporânea. A partir das reflexões sobre a temática definiu-se como problema de pesquisa: As políticas públicas de formação continuada de professores implementadas na Rede Estadual de ensino do Paraná estão subsidiando teoricamente os professores acerca da violência escolar? E como objetivo geral: analisar a formação continuada destinada aos professores da rede estadual de ensino do Paraná. Optou-se pela pesquisa qualitativa de cunho exploratório/descritivo, possibilitando o estudo em profundidade na escola pública da rede estadual de ensino do Paraná, mediante questionários aplicados com 14 professores envolvidos no grupo de apoio pertencente ao trabalho efetivado pela professora do Programa de Desenvolvimento de Educação (PDE-2009), no Colégio Estadual Professor Francisco Zardo – Ensino fundamental, médio e profissionalizante. Os objetivos propostos são: discutir as implicações das reformas educacionais implantadas nas escolas públicas paranaense; investigar a política educacional de formação continuada aos professores da rede estadual de ensino, frente as determinadas mudanças que estão ocorrendo na sociedade contemporânea e analisar as manifestações de professores de escolas de educação básica sobre as violências produzidas e reproduzidas na escola pública. Portanto, esta investigação possibilitou abordar a temática em questão com profundidade em relação às necessidades das instituições para efetivar um trabalho permanente com estudantes e subsidiando a atuação dos profissionais da educação.

Palavras-chave: políticas públicas; formação continuada; violência escolar e escola

pública.

1 Professora-pedagoga do PDE –2009. O Programa de Desenvolvimento da Educação (PDE)

do Colégio Estadual Professor Francisco Zardo. 2 Professor-orientador do PDE–2009 da Universidade Federal do Paraná.

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Introdução

A importância do estudo sobre as violências nas escolas tem relação

não somente com o fato de se constituir um tema atual e que vem assumindo

maior complexidade na sociedade, mas porque carece de maior profundidade

na sua compreensão para subsidiar o trabalho dos professores. Nessa

perspectiva, considera-se que a presente pesquisa poderá contribuir para

melhor compreensão do fenômeno da violência escolar na escola pública e a

formação de professores para atuar frente ao fenômeno. Entende-se ainda que

o estudo pode contribuir com as discussões sobre políticas e práticas

educacionais, que efetivem uma educação de qualidade no ensino público

paranaense.

A implementação de políticas educacionais deve levar em consideração

as rápidas transformações econômicas e tecnológicas do mercado de trabalho,

que, de forma perversa, acabam gerando a exclusão dentro e fora do universo

escolar de estudantes das classes populares.

A escola deve ser então, um espaço para análise da sua verdadeira

função social e histórica, bem como da sua relação com os diversos problemas

sociais, entre eles, a falta de perspectivas de emprego por parte dos

adolescentes inseridos numa sociedade capitalista, cujo modelo econômico é

excludente e fundamentado no pensamento neoliberal, que além de tudo

combate a destinação de recursos para a implementação de políticas sociais.

Tais questões demonstram preocupação com a formação de professores, não

só inicial, mas também a formação continuada dos professores, que deve ter

como finalidade permitir ao docente repensar suas práticas e saberes por meio,

das situações cotidianas do contexto escolar.

O Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná – uma

retrospectiva histórica.

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O governador Orlando Pessuti sancionou no dia 27 de julho de 2010,

durante a Escola de Governo3, a Lei Complementar 103/20104 sendo

implementado pelo Decreto n° 4.482, de 14 de março de 2005, que torna o

Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) uma política permanente. O

governador em exercício reafirmou seu compromisso com o PDE e com a

qualidade do ensino paranaense. Assim, a estrutura física do Programa é

mantida e pelo menos 3% dos professores estatutários devem participar do

curso ofertado a cada ano. Outras questões consideradas importantes na

elaboração da proposta de Formação continuada do PDE/PR dizem respeito à

parceria entre a Educação Básica e o Ensino Superior, bem como à extensão

do programa aos demais professores da rede paranaense.

A ex-secretária da Educação Yvelise Arco-Verde(2007) lembrou que o

PDE se tornou uma referência nacional. “Hoje, é o maior programa educacional

de formação de professores em andamento no Brasil e referência para o

sistema Nacional de formação docente implementado pelo MEC”.

Em 2010, a professora Simone Bergmann, ex-coordenadora do PDE, ressaltou

a importância da lei. "É uma conquista importante da categoria. Valoriza a

formação do professor com vistas às reais necessidades das escolas já que o

objeto de estudo, no PDE, vem da prática pedagógica do professor em sala.

3 A Escola de Governo do Paraná foi prevista pela Constituição Estadual e instituída em 25 de

outubro de 2004, pelo Decreto Estadual nº 3.764, sob a forma de Sistema Integrado de

Formação e Desenvolvimento de Recursos Humanos. Constitui-se em um instrumento de

convergência das ações das unidades responsáveis pela formação e desenvolvimento de

recursos humanos no âmbito da Administração Pública do Poder Executivo Estadual.

Considera um espaço para concepção, discussão, compreensão e inovação das práticas

gerenciais e do desenvolvimento das pessoas, por meio da formação e a adoção de novas

posturas de gestão, na perspectiva de um processo contínuo de modernização do Estado. A

Gerência Executiva da Escola de Governo do Paraná está vinculada ao Departamento de

Recursos Humanos da Secretaria de Estado da Administração e da Previdência. No mesmo

endereço onde atua a Gerência Executiva está instalado o Centro de Formação e

Desenvolvimento em Gestão Pública e a Central de Estágio do Governo do Estado.

4 O PDE-PR é instituindo pela Lei Complementar 103 de 15/03/2004 – publicada no Diário

Oficial do Estado sob n. 6.687 em 15/03/2004 –, cuja súmula dispõe sobre o Plano de Carreira do Professor da Rede Estadual de Educação Básica do Paraná; e implementado por Decreto n. 4.482 de 14/03/2005 – publicado no Diário Oficial do Estado sob n°. 6.933 em 14/03/2005. Apesar da mesma sigla, o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE do Governo Federal e o Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná – PDE-PR foram criados e desenvolvidos em esferas e contextos distintos, atendendo os objetivos próprios.

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Para a melhoria da educação pública no Brasil, todos os níveis da educação

precisam estar integrados”, observou a coordenadora do Programa, Simone

Bergmann.

O PDE significa o resultado de parceria entre a Secretaria da Educação

(SEED) e a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI). O PDE

é uma política educacional considerada pioneira na formação continuada para

os professores com duração de dois anos.

O programa foi constituído em 2006, quando foram elaboradas as

propostas com as respectivas atividades e os documentos legais sendo as

resoluções e instruções que regulamentam o PDE/PR. Na sistematização do

programa procurou-se rever uma nova concepção de formação continuada,

criticando a forma fragmentada, homogênea e aligeirada ocorrida nos anos

anteriores, mas que revelasse a realidade e a necessidade educacional em que

estão envolvidos os professores e os estudantes, bem como aspectos: social,

econômico e político do entorno da instituição escolar.

No sentido, de destacar qual integra a política de valorização dos

professores que atuam na Rede Pública Estadual de Ensino do Estado do

Paraná dentro de princípios político-pedagógicos da SEED. Tal política

assume uma nova concepção de Formação Continuada sintetizada nos

seguintes pressupostos:

reconhecimento dos professores como produtores de saberes sobre o ensino e aprendizagem; organização de um programa de formação continuada atento às reais necessidades de enfrentamento dos problemas ainda presentes na Educação Básica paranaense; superação do modelo de formação continuada de professores concebido de forma homogênea, fragmentada e descontínua; organização de um programa de formação continuada integrado com as Instituições de Ensino Superior do Estado do Paraná; criação de condições efetivas, no interior da escola, para o debate e promoção de espaços para a construção coletiva do saber; consolidação de espaços para discussões teórico-práticas, utilizando-se de suportes tecnológicos que permitam a interação entre os Professores participantes do Programa PDE e os demais Professores da rede. (PARANÁ, 2010, p.4).

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Com base nos princípios que norteiam o programa, pressupõe-se que no

primeiro ano os professores se dedicam exclusivamente aos trabalhos

acadêmicos ofertados pelas universidades conveniadas. Logo, no segundo

momento, os profissionais envolvidos ficam afastados em 25% da carga horária

de suas atividades educacionais do ambiente escolar que possui sua lotação.

Para ingresso no programa em 2007, os profissionais se submeteram a uma

prova com questões objetivas de conhecimentos gerais e fundamentos da

educação. A partir de 2009, cada professor(a) no último nível para participar o

profissional deverá estar no nível II, referência 11, dentro da sua linha funcional

do magistério Poderá participar do PDE e elaborar um Plano de Trabalho, ou

seja uma proposta de intervenção5 sobre a prática na realidade escolar.

No decorrer do programa o professor PDE é orientado pelo professor da

Universidade/Faculdade, mestre ou doutor, para o desenvolvimento e

execução na escola, da proposta de intervenção pedagógica e para a produção

de material didático e artigo científico. No processo de formação continuada do

programa, o professor PDE desenvolve uma intensa carga horária de cursos

direcionada à educação, à pesquisa, às áreas específicas e à formação

tecnológica.

Dentre as ações desenvolvidas pelo professor PDE, destaca-se a

atividade Grupo de Trabalho em Rede – GTR, onde este coordena e tutoria um

grupo de 20 professores, em média, das escolas paranaenses de forma virtual,

cujo objetivo é socializar as ações desenvolvidas no processo e motivar uma

discussão em torno de sua proposta de intervenção pedagógica. Assim, por

meio da Internet, os professores da rede (escolas) tomam conhecimento sobre

o que os professores PDE estão conhecendo nas instituições superiores e

participam de discussões sobre as pesquisas desenvolvidas pelo professor

PDE no programa.

5 Atividade que será realizada sob a orientação do professor orientador da IES. Deve partir da

delimitação clara da situação problema, seguida da justificativa, dos objetivos, da fundamentação teórica, das estratégias de ação, do cronograma e das referências. Esses elementos serão apresentados a seguir, devendo ser aprofundados em conjunto com os professores orientadores.

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Além da elaboração e aplicação do projeto de intervenção pedagógica, o

programa proporciona interação entre o professor PDE e os demais

professores por meio do Grupo de Trabalho em Rede (GTR6) que acontece em

ambiente virtual. O GTR7 propicia a socialização do conhecimento e da

pesquisa entre os professores permitindo que questionem e investiguem a

metodologia utilizada no processo de ensino e aprendizado referente a

temáticas8 pertinentes a sua prática pedagógica.

Também, de acordo com a proposta do programa, este professor

participa de cursos nas universidades9 seminários de integração10, seminário

de PDE11, os temáticos12, Inserções Acadêmicas,13 Teleconferências14,

simpósios, congressos, grupos de estudos, elaboração e apresentação de

trabalhos escritos etc., proporcionando discussões e reflexões que objetivam

6 O GTR é parte integrante do Plano Integrado de Formação Continuada do PDE e tem como

propósito ser desenvolvido no 2º e 3º períodos do Programa, com carga horária para o professor PDE/Tutor de 64 horas. Para os demais professores da Rede, inscritos no GTR como participantes, a carga horária será de 64 horas, o que equivalerá a 6 pontos para a progressão

na carreira. INSTRUÇÃO N.º 009/08 – SUED/SEED. 7 Os Grupos de Trabalho em Rede – GTR constituem uma atividade do Plano Integrado de

Formação Continuada do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, caracterizando-se pela formação continuada de professores da Rede Pública Estadual de Ensino, na

modalidade a Distância. A professora Maria Cristina disponibilizar na rede um trabalho voltado

a temática da violência. 8 Entre os temas será levantado o número de projetos desenvolvidos referente à questão da

violência e outras questões pertinentes da prática educativa 10 São cursos específicos que irão abordar conteúdos referentes aos Fundamentos da Educação, à Metodologia da Pesquisa e os das disciplinas específicas das disciplinas/áreas de ingresso do professor PDE no Programa, sempre na sua relação com as diretrizes da Educação Básica. 10 Objetivam apresentar a proposta do PDE aos novos professores, explicitando os seus

fundamentos político-pedagógicos e a sua proposta curricular, além de constituir um espaço de intercâmbio entre os professores PDE. 11 Tem a finalidade de promover a discussão de temas educacionais nucleares, relativos à

educação e ao ensino na atualidade. Esses seminários destinam-se ao aprofundamento das citadas temáticas com palestrantes de reconhecida referência na área e também possibilitam a integração entre os professores PDE. 12 São eventos regionalizados a serem realizados ao início de cada período para subsidiar e

esclarecer os professores PDE sobre as especificidades das ações a serem desenvolvidas no decorrer do mesmo. 13 Atividade que oportuniza a participação dos professores PDE em eventos ofertados nas

próprias IES ao qual está vinculado, tais como: cursos, seminários, jornadas, simpósios, grupos de estudos, grupos de pesquisa, dentre outros. 14

Atividade que visa possibilitar que os professores PDE possam interagir, utilizando recursos

tecnológicos apropriados, num mesmo espaço/tempo para conhecer e apreender as reflexões já sistematizadas por docentes renomados da área educacional, o que irá contribuir, mais uma vez, com o seu processo de formação/atualização profissional.

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superar as dificuldades teórico-práticas e aprofundar o conhecimento e as

questões relacionadas à sua prática pedagógica.

Em relação a essa preocupação as autoras Ens, Gisi e Eyng (2010)

apontam que:

No entanto, embora asseguradas em legislação, as iniciativas para cumprir o que propõe o plano não se faziam sentir. Em 2007, surge, então, o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE, que estabelece a formação de professores e a valorização dos profissionais da educação como uma questão urgente, estratégica e que reclama resposta nacional e é nessa perspectiva que o PDE “promove o desdobramento de iniciativas fulcrais levadas a termo recentemente, quais sejam: a distinção dada aos profissionais da educação, única categoria profissional com piso salarial nacional constitucionalmente assegurado”. BRASIL, 2007, p.16. (2010,p.48)

O Estado do Paraná ao tratar da política de formação de professores

pretende atender as exigências da proposta do Ministério da Educação (MEC),

nas concepções necessárias apresentadas nos documentos e estudos que

consideraram polêmicos na política educacional. O MEC, com a demonstração

das possíveis mudanças no país em 15 de março de 2007, intitulado Plano de

Desenvolvimento da educação (PDE) foi lançado oficialmente em 24 de abril

com acordo ao Decreto n. 6094.15

O Plano de Metas e Compromisso Todos pela Educação é a conjugação

dos esforços da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, atuando em

regime de colaboração, das famílias e da comunidade, em proveito da melhoria

da qualidade da educação básica. A abrangência do programa seria com todas

as secretarias municipais e estaduais de educação que tenham aderido ao

“Compromisso Todos pela Educação” e que tenham realizado o plano de ações

Articuladas – PAR.

15

Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas e Compromisso Todos pela Educação,

pela União Federal, em regime de colaboração com Municípios, Distrito Federal e Estados, e a participação das famílias e da comunidade, mediante programas e ações de assistência técnica e financeira, visando à mobilização social pela melhoria da qualidade da educação básica.

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No entanto, a composição global do PDE agregou, já na origem, outras 29 ações que, no processo de execução do plano, foram ampliando-se de tal modo que, em março de 2009, o site do MEC estampa, no âmbito do PDE, 41 ações. Na verdade, o denominado PDE aparece como um grande guarda-çhuva que abriga praticamente todos os programas em desenvolvimento pelo MEC. (SAVIANI, 2009, p.5).

Percebe-se que as ações viabilizadas passam pelo processo de

ampliação e que obriga praticamente todos os programas em desenvolvimento

pelo MEC.

O PDE faz referência, também, em relação à formação de professores, à Universidade Aberta do Brasil e ao Programa Institucional de bolsas de iniciação à docência (Pibid). Com essa legislação, surge a preocupação com a formação de professor em curso a distância, isso porque, nessa modalidade de ensino, busca-se atingir um grande contingente de estudantes, porém, a preocupação volta-se ao crescimento desses cursos, exigindo o aprimoramento dos processos avaliativos em relação a esse tipo de formação,pois sem uma formação de qualidade a problemática não será solucionada. (2010, p.48).

Até hoje, aproximadamente 4.800 professores já concluíram e mais

2.400 estão em processo de formação de professores das 17 áreas

curriculares de ensino, além das áreas de Pedagogia, Gestão Escolar e

Educação Especial. Com duração de dois anos o PDE oferece ao professor da

rede pública estadual a possibilidade de ascensão na carreira e promove a

troca de conhecimentos entre o ensino básico e o ensino superior. Assim,

formação continuada da SEED oferece aos profissionais de educação dos

municípios paranaenses os cursos DEB itinerante; encontro pedagógico da

educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental; seminários

paranaense de educação infantil e anos iniciais; encontros com secretarias

municipais de educação e grupos de estudos. A SEED propôs curso para

atender às demandas de formação superior ou continuada dos profissionais da

educação em definir, em parceria com os municípios, a implantação de novos

pólos e atuar como parceria no funcionamento dos mesmos.

Momento da implementação

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A trajetória de estudos – Grupo de Apoio implementado no Colégio

Estadual Professor Francisco Zardo, durante a Semana pedagógica realizada

em agosto de 2010, houve oportunidade de conhecer as ideias expostas das

atividades a serem desenvolvidas pela professora-pedagoga do PDE-2009. O

Programa de Desenvolvimento da Educação (PDE) propõe a implementação

de temáticas pertinentes pelo(a) profissional da educação na instituição que

está lotado(a). Tal estudo possibilitou a construção e a sistematização do

Projeto de Intervenção Pedagógica nos períodos organizados para o

distanciamento da realidade escolar.

Assim, os professores estão inseridos com novos desafios, mediante os

temas contemporâneos vivenciados no interior das escolas públicas brasileiras.

Nesse sentido, acredita-se no seu potencial e visão que objetiva a participação

dos professores para a troca de experiências valiosas que contribuíram com o

PDE de 2009.

O Grupo de apoio: intitulado; Políticas Públicas de formação continuada

de professores do Estado do Paraná acerca da violência escolar, foi elaborado

pela professora Maria Cristina E. Esper Stival, sob a orientação do professor

orientador Dr. Américo Agostinho Rodrigues Walger, da Universidade Federal

do Paraná. O projeto visa contemplar o desenvolvimento de estratégias

pedagógicas para atender às dificuldades diagnosticadas pelo(a) professor(a)

em seu espaço específico de trabalho: a escola pública.

Pretendeu-se instrumentalizar os profissionais da educação para que

realizem competentemente efetiva a consecução de ações e da reflexão sobre

a prática pedagógica. Portanto, os objetivos propostos visam contribuir com a

formação continuada dos profissionais da educação para subsidiar a prática

educativa na instituição escolar.

No momento da implementação no segundo semestre de 2010, o

referido trabalho apresentou textos bases organizados pela autora destinado

ao grupo de profissionais da educação que cumpriram as 32 (trinta e duas)16

16 Orientações para o grupo de apoio à execução do projeto de intervenção pedagógica na

escola.

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horas previstas no documento vigente. O registro de frequência foi efetivado a

cada encontro (presencial e semi-presencial17), que resultou na lista de

concluintes a ser encaminhada pela Coordenação do PDE/SEED à

Coordenadoria de Capacitação para que esta proceda a certificação de cada

profissional da educação. A certificação dos participantes estará vinculada a

100% de frequência, conforme dispõe a Resolução n.º 2467/0618 da SEED.

A intenção em organizar os encontros presenciais e semi-presenciais

com leituras dirigidas, debates e atividades destinadas para o contexto escolar.

Foram sugeridos aos participantes do grupo de apoio: sites, livros, artigos,

filmes, reportagens que propiciaram uma reflexão sobre a prática pedagógica

na perspectiva da dinâmica escolar no contexto da sociedade contemporânea.

Portanto, em cada texto discutido havia um protocolo de trabalho com

atividades dirigidas para a discussão proposta, que favoreceu a síntese da

reflexão necessária sobre a temática. Os professores participaram do referido

trabalho ministrando aulas no colégio Estadual Professor Francisco Zardo,

sendo professores licenciados nas diferentes áreas: história, ciências, biologia,

artes, matemática, língua portuguesa, química, sociologia e outros.

Houve um interesse significativo por parte dos profissionais da educação

totalizando 30 interessados, e para garantir as orientações da coordenação

Estadual, inseriu-se 18 professores-participantes no grupo de estudos. No

decorrer do trabalho, em virtude do acúmulo de atividades avaliativas, alguns

colegas não estiveram presentes, pois, possivelmente, priorizaram outras

atividades. No total 14 participantes efetivaram as atividades dirigidas, o que

favoreceu a síntese necessária sobre a reflexão da temática.

Os encontros possibilitaram um debate amplo com questões

respondidas pelos participantes que serão demonstradas e analisadas.

Primeiramente 11 professores que responderam os questionários no término

dos encontros na escola.

17

Organizado em consonância com o(a) professor(a). 18

Dispõe sobre a pontuação dos eventos de formação elou qualificação profissional e

produção do professor da Rede Estadual de Educação Básica do Estado do Paraná.

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Análise dos dados coletados

1. Como você avalia as políticas públicas de formação de professores? Qual sua opinião? As políticas estão garantindo a reflexão sobre sua prática pedagógica e as questões sociais?

P1 Ela deve ser repensada e reavaliada. Enquanto o Estado não modificar sua política pública, sendo dependente dos órgãos internacionais teremos que continuar reféns desse sistema. P 2 Ela abrange diversos enfoques e segundo o texto dado recebe influência dos organismos internacionais. Ela existe, porém, é influenciada pelos órgãos internacionais gerados e gerenciados pelo Estado. Mesmo influenciada na minha opinião é importante que elas existam. Para possibilitar estes momentos que estamos fazendo aqui. (garantindo assim as reflexões pedagógicas e sociais). P3 As formas de políticas públicas acontecem para o enriquecimento e aprimoramento dos profissionais da educação, mas a velocidade das tecnologias é maior, e muitas vezes não conseguimos acompanhar satisfatoriamente este avanço, as políticas teoricamente garantem as questões sociais e as práticas pedagógicas precisam estar sempre em avanço. P4 As políticas demandam interesse do governo sem necessariamente perceber a demanda de uma escola pública onde professores fazem jornadas triplas, há falta de recurso didático para pesquisa e complementação de estudo, pois o professor investe recursos próprios para o mesmo. Porém está abrindo-se esta oportunidade de reflexão em grupos de estudo, mas, deixando de lado as angústias de questões do dia a dia. P5 Insuficientes, apesar de ter melhorado no Estado do Paraná com as discussões dos docentes, ela está sendo mais voltada para áreas de interesse dos professores. P6 É difícil ser professor e professora nos tempos atuais e não é porque a juventude está perdida. O ponto central é que hoje os professores têm uma dificuldade imensa de formação continuada em relação a velocidade da mudança dos conhecimentos e tecnologia. Somos levados a trabalhar em condições exacerbadas, as quais não foram contemplados em nossa grade de formação nem mesmo pelo governo, nosso contratante (Chefe). P7 São boas, o problema é o professor adequar o seu tempo para a formação. A alegação é o tempo, grande parte dos profissionais da educação não se aperfeiçoa por ter uma carga excessiva. Sim. Uma vez que buscamos ler, estudar e pesquisar metodologias novas de transmissão do conhecimento para os alunos. P8 Má, pouco interesse por parte dos órgãos competentes. Não está garantindo, pois não há espaço para ela e quando há não consegue contemplar e abranger a todos. P9 Existe formação pública para os professores no Paraná, mas é pequena e pouco expressiva. A minha experiência com o DEB, por exemplo, me mostraram aulas focadas apenas no conteúdos em si, sem reflexões e sem questões sociais. P10 Um tanto falha. Está precisando mais de formação ao professor que chame a sua atenção e então ela terá interesse na participação. Porque muitas vezes há interesse na participação, mas influencia no financiamento. Da minha parte sempre foi uma preocupação no interesse e participação da necessidade deles, mas depende muito de entendimento dos nossos superiores hierárquicos imediatos. P11 Positivamente. Penso que esta abertura de informações está cada vez mais clara. Porém dependerá do professor como ele poderá em sala de aula desempenhar o seu melhor, sem ficar culpando as políticas públicas, mas trabalhar corretamente.

Nessa questão percebe-se que 50% dos professores envolvidos

reconhecem a importância da sua formação tendo a política implantada pela

gestão do Estado, na tentativa de articular as instituições formadoras e os

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projetos formativos, com vistas ao cumprimento de ações viabilizadas pela

mantenedora em consonância com o financiamento voltado ao investimento

ofertado para formação dos docentes do Estado do Paraná.

Logo, o argumento apresentado seria o de acompanhamento das

mudanças provenientes da sociedade contemporânea, tendo o jovem como

sujeito de inúmeras dimensões, uma vez que está exposto no mundo

competitivo, individualista e repleto de incertezas. Mediante tal problemática, a

figura do professor vivencia a dificuldade do fator tempo em atender as

necessidade e acompanhar os cursos básicos para melhoria da sua prática

docente, mas a carga horária excessiva desencadeia prejuízos visíveis na sua

atuação.

A valorização dos Profissionais da Educação do Estado do Paraná

constitui um dos princípios básicos estabelecidos pela SEED, sendo ofertados

eventos de formação continuada aos profissionais da educação, considerando

o contido na LDB 9394/96, em seus artigos 67, 80 e 87, bem como na Lei

Nacional nº 10172/2001 – Plano Nacional de Educação e Plano Estadual de

Educação. Respaldo pela Coordenação de Formação Continuada, instituída

pela Resolução 1457/04, viabiliza a realização de eventos direcionados a uma

rede de 65.000 profissionais do sistema público educacional. Professores,

pedagogos, diretores, secretários, merendeiras, inspetores, bibliotecários e

auxiliares de serviços gerais são os profissionais que compõem o nosso

público-alvo.

50% dos participantes percebem como formação precária, que para evitar

o processo de formação continuada dos professores, numa visão fragmentada,

surge o formato do DEB Itinerante, em que o Departamento de Educação

Básica organiza as oficinas pedagógicas para atingir número significativo de

professores. Logo, percebe-se o curso como um fato determinante de

mudanças nas práticas educativas dos professores, tendo momentos de

reflexão da prática pedagógica, que não são garantidos na sua totalidade.

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2. A escola deve repensar sua função social e histórica, bem como sua relação com os diversos problemas sociais. Como podemos contribuir nesta discussão?

P1 Nós temos que ser mais “multifuncionais”, termos a função de psicólogos, assistente social, enfermeira, orientadora sexual, etc. quando tivermos essas habilidades teremos a escola ideal. P2 Os tempos mudam e é necessário que façamos a todo tempo reflexão (a globalização) e passamos a repensar e significar valores morais e sociais. P3 Sim, acredito que tudo o que ocorre esteja ligado à questão social-escola deve ser sempre repensado e se possível mudado o que não diz respeito à instituição e que hoje é cobrado da mesma, podemos contribuir dando sugestões e não deixando que tudo seja a escola que resolva. P4 Repensando a escola, desmistificando as políticas do senso de sociedade e valores e reforçando qual é o verdadeiro papel do professor e da escola. P5 Participando dela, com conhecimento e sugestões, pois sofremos como professores o efeito destes problemas. E abrindo também a discussão em sala de aula para que possamos junto com os alunos e pais, a verdadeira função da escola. P6 A escola deve repensar a sua função e os educadores também delegar a todos envolvidos na formação dos cidadãos suas responsabilidades, descongestionando assim as carteiras e cadeiras do ambiente escolar dos problemas como: saúde, física e mental, problemas particulares e emocionais etc. Se cada setor fizer sua parte nosso trabalho como educadores segue seu rumo sem se perder pelo caminho; nós professores podemos contribuir a cada vez que dissermos não aos abusos pelos quais somos envolvidos no trabalho. P7 A reflexão, faz parte do processo democrático. Portanto, quando ela se abre para a comunidade promovendo o debate analisando e debatendo as políticas educacionais, ela está cumprindo o seu papel político, social. Não podemos esquecer, que na sociedade, um dos poucos espaços de debate e formação social política é a escola. Aliás, esse é seu papel também. P8 Ouvindo mais e levando ao conhecimento dos órgãos competentes. P9 Olhando a escola com outros “olhos” evitando tirar conclusões superficiais e conhecendo com profundidade a escola e a comunidade. P10 Depois de um comprometimento das nossas colegas poderá haver uma contribuição devida em relação ao assunto. P11 É um grande problema, visto que a escola está recebendo cada vez mais questões sociais (terceirizações/ problemas sociais) é um grande “jogo de cintura” que a direção e equipe devem ter visto não termos psicólogos para acompanhamento. Deixar situações críticas acontecerem não dá para permitir, enfim e que for possível e estiver ao alcance do professor/ escola será bem-vindo a necessidade (psicólogos, alimentar/ carência e educação do aluno).

Os problemas sociais estão interferindo no processo educacional, tendo

assim uma desvalorização permanente no papel da escola. E ao retratar a

escola pública sendo o foco do trabalho desenvolvido. Para entender tal

questão:

Apesar da crise de legitimidade da escola que põe em xeque não só sua função social, mas também seu caráter público – pela defesa dos particularismos, aqui compreendido como a defesa do interesse de partes, de grupos específicos, que se contrapõem ao universalismo – continua a se esperar dela a distribuição de posições sociais que permita mobilidade social. (OLIVEIRA, 2011, p. 30)

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Dessa forma, 100% dos professores reconhecem que as interferências

da sociedade invadem a escola, desafiando as práticas profissionais que exige

o reconhecimento de tais problemáticas que refletem na escola. Sobretudo a

qual diz respeito à sobrecarga de atividades que não compete a instituição

escolar. No campo educacional o debate do universalismo demonstra uma

preocupação em atender a diversidade e oportunizar condições de acesso e

permanência a todos os estudantes para reduzir as desigualdades sociais e

marcar as contradições de ordem econômica e estrutural.

3. Como formar melhor nossos educadores para evitar a violência na escola e lidar

melhor com ela?

P1 Primeiramente, diminuindo a carga horária ou aumentando as horas atividades o professor ficaria menos estressado e suscetível à violência. Também poderia ser oferecidos mais cursos de capacitação sobre o tema. P2 Eu acredito que não só formar professores, instruí-los mas colocá-los com pais, alunos, comunidade e as autoridades locais envolvem todos neste contexto para valer nossos costumes. P3 Devemos estar preparados para as formas diversificadas de violência na escola, estando amparada por membros da instituição, por outros para solucionar ou amenizar tais problemas e encaminhar a outros órgãos se necessário e obter um resultado positivo. P4 Proporcionando acesso a cursos, palestras e debates sem privilégios; remunerar adequadamente para quem possa ter seu tempo de pesquisa e nas universidades preparar para a prática profissional e não somente teórica. P5 Discutindo abertamente o assunto, e assim poder descobrir o ponto central que quase sempre é desajuste familiar; abordando o assunto já na faculdade e nas escolas, nos estágios e cursos de alunos com professores. P6 Esta política de formação deve vir do governo junto com o reconhecimento do profissional da educação, investir em formação continuada do mesmo capacitá-lo para lidar com atitudes de violência em sala de aula, seja ela verbal ou mesmo agressiva. P7 A solução está nesse grupo. Lendo, debatendo, estudando, buscando soluções e aperfeiçoamento. A formação deve vir do sistema universitário e dos cursos, devemos nos reunir e debater as grandes questões, que envolvem a escola. Mas o professor, já deve vir preparado pela instituição universitária. P8 Formação com qualidade, aonde insira-se no currículo a formação pedagógica que muitos não tem, tornando obrigatório, visto que há má postura, falta de domínio de classe. P9 É uma situação difícil, por que não depende exclusivamente dos professores e sim da sociedade inteira. Não vejo uma solução clara neste sentido, mas melhorar as condições de trabalho dos professores, discussões sobre o tema da violência, parcerias como o projeto „não violência” pode ser o caminho. P10 Que tenhamos cursos respectivos relacionados a está área e de preferência que os educadores mostrem interesse. P11 Sensibilizar cada vez mais as equipes para aperfeiçoamento onde saiba como “lidar” com essas situações; e esteja devidamente preparado. Educação continuada e reunião com suas equipes para unificar forças.

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Nessa questão, os professores apresentam diferentes posições

referente à temática de acordo com a sua licenciatura e as condições durante

sua trajetória acadêmica, tendo a discussão sobre a violência escolar num

distanciamento e que na sua prática docente enfrenta dificuldade em lidar com

questões pontuais mesmo reconhecendo a importância de um processo

democrático construído no coletivo escolar, logo aponta a importância da

comunidade nesta caminhada.

Os professores são os principais responsáveis pela articulação e plano de ação da escola. Do que deveria atribuir um sentido comum aos diferentes agentes (segmentos); contudo, as condições objetivas e subjetivas não estão asseguradas, quer porque lhes falta tempo remunerado para o desenvolvimento dessas novas tarefas que não são poucas, espaços físicos de convivência (sala de professores, etc.) quer porque lhes falta conhecimento e referenciais sobre o universo socio-histórico de seus alunos. (OLIVEIRA, 2010, p. 33)

Assim, 27% consideram o grupo de apoio como um momento oportuno

para sistematizar tais ideias e coletar aspectos relevantes para inserção nos

processos de discussão com os demais colegas da instituição escolar. Assim, o

tempo é visto como um elemento otimizado nesta dinâmica que contribui para

uma demonstração a desvalorização e a perda da sua postura e autoridade

profissional. A Coordenação de Desafios Educacionais contemporâneo –

CDEC ofertou no ano de 2009, dentro desta modalidade, quatro Grupos de

Estudos: Educação Ambiental, Educação em Direitos Humanos, Enfrentamento

à Violência nas Escolas e Prevenção ao Uso Indevido de Drogas. As vagas

foram destinadas aos professores e agentes educacionais das escolas da rede

pública estadual de ensino, totalizando 2877 inscritos.

Naquela oportunidade, os Grupos de Estudos da Coordenação de

Desafios Educacionais Contemporâneos foram ofertados no denominado

Cronograma II, que compreendia os níveis, modalidades, temáticas e

diversidades. O Cronograma I destinava-se às disciplinas e à comunidade

escolar, e o Cronograma III, por sua vez, à NRE/SEED e ao Programa

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Superação. Em 2010, optou-se por concentrar o Grupo de Estudos em um

único cronograma, desta forma a CDEC ofertou um único Grupo de Estudos,

com o tema: Os Desafios Educacionais Contemporâneos. A preocupação do

grupo seria subsidiar teórico e metodológico os professores no tratamento

pedagógico, por meio de conhecimentos científicos, desprovidos de

preconceitos e discriminações. Segundo o professor:

As classificações de crianças, adolescentes e jovens se radicalizam nas escolas e na sociedade. As categorias de normal-anormal, de aluno sem problemas ou com problemas que a escola aplicava ao rendimento escolar agora têm como referente, sobretudo, qualidades morais dos alunos, de suas famílias e de sua origem. Quando se classifica por parâmetros de rendimento intelectual se usa a expressão “alunos com problemas de aprendizagem”, “repetentes”, mas permanecendo na escola, ainda confiáveis. Quando as classificações são por critérios morais se usa a expressão “alunos-problema” porque, quando violentos, logo são estigmatizados, expulsos, segregados do convívio escolar. Desconfiáveis. (ARROYO, 2007, p.79).

O espaço escolar tem ainda classificado por determinadas posturas e

identidade de cada estudante. Mediante tais situações criam rótulos de padrões

e perfis que são registrados e documentados gerando assim grupo de exclusão

no ambiente escolar. Assim existe uma visão contraditória pelos aspectos da

função do papel da escola, que seria um espaço organizado para trabalhar com

a diversidade social, aspectos que 27% do professores apontam e acreditam.

Para possibilitar a formação humana e plena dos estudantes, acabando

limitando sua verdadeira identidade com posturas equivocadas, logo são

estigmatizados, expulsos, segregados do convívio escolar, assim retornam no

espaço de forma agressiva e violenta.

As reações já estão postas no embate: Qual a função da escola e da docência? Ensinar, transmitir competências para a inserção no mercado? Garantir o direito ao conhecimento, às ciências e tecnologias? Que espaços há para a educação e formação ética, para o trato dos valores? Não parece fácil reassumir essa tradicional função da escola como aprendizado de valores, como ambiente moral. Há resistências contra as imagens cristalizadas da instituição escolar como instituição ensinante, transmissiva, bancária. Entretanto, o problema das condutas, sobretudo indisciplinadas e violentas, pressiona sobre essas imagens cristalizadas. As reações apontam para reafirmar a autoridade moral e disciplinar das escolas públicas e, sobretudo, de

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seus mestres. Observam-se tendências a regimentos escolares mais rígidos, disciplinas e penalidades e até expulsões sumárias dos indisciplinados. Até negar o direito à matrícula dos ditos violentos. A tendência é recuperar formas de administração mais centralizadas perante a bandeira da gestão democrática das escolas, defendida desde os anos de 1980. Observa-se a recuperação de didáticas mais autoritárias nas salas de aula, ante as metodologias mais dinâmicas, dialógicas e participativas. Observa-se, sobretudo, o discurso moralizante da infância-adolescência popular ante a ausência educadora e moralizadora das famílias e da sociedade. Moralizar os pobres, o povo, os indolentes sempre foi uma missão delegada pelas elites ao sistema escolar. (ARROYO, 2007, p. 803)

Tal fato, gera preocupação por parte dos professores, sendo que 9% alegam

formação acadêmica como ponto distante e outros 9% seria a quantidade de trabalho

escolares.

4. Qual deve ser a política de formação de professores para sua área?

P1 Deve ser diferenciada, pois é uma disciplina muito prática, voltada à experiência. Na graduação, deveria ter mais disciplinas que envolvesse “didática, porque muitos profissionais se formam sem saber dar aula. P2 Sou de uma área mais prática, para ver levar os profissionais da minha área, a próxima da globalização oferece seu ideal, porque o mundo quem em torno da geografia (monitoramento ambiental, construção de maquetes levar o aluno a campo com segurança etc. P3 O respeito e valorização da disciplina não são pelos alunos mas cabe também aos colegas, pois ainda hoje muitos desvalorizam esta área, avançamos muito, mas a ideia de construção de um livro didático público para ensino regular mudaria este conceito em muitas práticas na sala de aula. P4 Primeiramente ter licenciatura. P5 Política diferenciada para licenciatura da área, pois a formação dos nossos alunos é para vestibular, ENEM. P6 A valorização dos valores familiares e o bom uso dos mesmos em sala de aula, acompanhamento da família na educação escolar dos educando, melhoria do trabalho de qualquer disciplina não só de biologia. P7 Creio que o DEB, foi uma proposta ao reunir o grupo de professores de história e debater, rever as práticas, discutir novos métodos de transmissão, se atualiza, com os novas orientações e práticas desenvolvidas por profissionais na área. Acredito que o pedagógico deveria cobrar mais do professor, se ele está empenhado em melhorar o nível das aulas. P8 Muita leitura que venha a ser o carro chefe, pois muitos não fazem a cota mínima da mesma. Cobrar interpretação com qualificação. P9 Não discordo parcialmente da atual gestão, mas gostaria que fosse mais aprofundado e frequente os cursos e palestras promovidos pela mantenedora. P10 Que haja mais interdisciplinaridade entre todos os professores, como havia na época que sejam trabalhados os temas transversais. Só que muitas vezes os pais de nossos alunos a sua cultura e na péssima para a compreensão no que estivesse sendo trabalhado. P11 Penso que na faculdade o período de estágio deve ser mais intenso (com passagem em diversas escolas para conhecimento da realidade).

Nas respostas, observa-se que 50% dos professores divergem nas

colocações, em virtude da formação acadêmica de cada um. Mesmo assim,

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eles destacam a importância novamente do DEB como momento de discussão

entre seus pares sobre as implicações de cada especificidade de sua

disciplina.

A possibilidade de um trabalho interdisciplinar nas pesquisas sobre a sala anuncia-nos possibilidades que antes não eram oferecidas. Quando isso acontece, surge a oportunidade de revitalização das instituições e das pessoas que nelas trabalham. O processo interdisciplinar desempenha um papel decisivo no sentido de dar corpo ao sonho,.o de fundar uma obra de educação à luz da sabedora da coragem e da humildade. (FAZENDA, 2006, p.10)

A autora Fazenda (2006) iniciou sua pesquisa trinta anos atrás e

permanece com uma discussão distante da realidade educacional brasileira.

Destaca também cinco princípios que subsidiam uma prática docente

interdisciplinar: humildade, coerência, espera respeito e desapego. (2006,

p.10). Para estabelecer, tal relação com a política de formação de professores,

é preciso ousadia nas parcerias a serem construídas na dinâmica escolar.

Assim, as instituições do ensino superior necessitam ampliar o debate no

sentido de efetivar como uma prática inerente as ações viabilizadas.

Para retratar tal questão, a Conferência Nacional de Educação –

CONAE é um espaço democrático aberto pelo Poder Público para que todos

possam participar do desenvolvimento da Educação Nacional. Está sendo

organizada para tematizar a educação escolar, da Educação Infantil à Pós-

graduação, e realizada em diferentes territórios e espaços institucionais, nas

escolas, municípios, Distrito Federal, estados e país. estudantes, pais,

profissionais da educação, gestores, agentes públicos e sociedade civil

organizada de modo geral, têm em suas mãos, desde janeiro de 2009, a

oportunidade de conferir os rumos da educação brasileira. O projeto de lei que

o presidente Lula encaminhou ao Congresso com a proposta do novo Plano

Nacional de Educação para o decênio 2011-2020 traz diretrizes às valorizações

dos profissionais da educação.

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Tanto a formação de profissionais para a educação básica, em todas as suas etapas (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) e modalidades (educação profissional, de jovens e adultos, do campo, escolar indígena, especial e quilombola), como a formação dos/das profissionais para a educação superior (graduação e pós-graduação), independentemente do objeto próprio de sua formação, devem contar comum a base comum. Esta base deve voltar-se para a garantia de uma concepção de formação pautada tanto pelo desenvolvimento de sólida formação teórica e interdisciplinar em educação de crianças, adolescentes, jovens e adultos/as e nas áreas específicas de conhecimento científico, quanto pela unidade entre teoria e prática e pela centralidade do trabalho como princípio educativo na formação profissional, além do entendimento de que a pesquisa se constitui em princípio cognitivo e formativo e, portanto, eixo nucleador dessa formação. Deverá, ainda, considerar a vivência da gestão democrática, o compromisso social, político e ético com um projeto emancipador e transformador das relações sociais e a vivência do trabalho coletivo e interdisciplinar, de forma problematizadora. (MEC, 2010, p.78).

A política de formação dos professores perpassa pela garantia de

oportunizar uma vivência na perspectiva democrática e participativa, num

enfoque que as problematizações e indagações possam geram futuros

processos investigativos na construção de conhecimentos que propicie uma

educação preocupada com a formação humana e plena dos seres humanos.

As políticas educacionais nas últimas décadas para eficiência dos

sistemas, por meio de resultados satisfatórios gerando novas forças no interior

da escola. Nesse contexto, a autora propõe tal discussão no que se refere aos

docentes:

Outro fator a destacar nessas políticas é a responsabilização dos docentes pelas condições de trabalho, suas carreiras e seus destinos. Não se trata de vitimá-lo, mas é necessário interrogar que sujeitos são esses a que se referem essas políticas. Até que ponto essas políticas tomadas de forma desarticulada e diferenciada entre municípios e estados não estariam promovendo o estímulo ao individualismo e à competição, à carreira “solo”, reforçada pelos mecanismos de avaliação de desempenho individual em contraposição à dimensão do sujeito político que constrói sua subjetividade coletiva? (OLIVEIRA, 2011, p.36).

50% dos docentes estão preocupados com sua formação para melhoria na atuação no espaço da sala de aula.

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5-Como podemos oferecer aos atuais e aos futuros professores a oportunidade de desenvolver capacidades que correspondam aos progressos recentes das pesquisas sobre o assunto?

P1 Oportunizar momentos que possibilitem uma discussão com o grupo de cada escola; cursos interessantes ou palestras que nos ensinem a lidar com a violência na escola. P2 Inserindo-os nos programas de formação de finalidade, fazendo roda de discussões, oficinas entre os professores, possibilitar o acesso aos seminários, fóruns (participação real). P3 A partir de sua formação profissional, inclui disciplinas que retratem essas formas de violências dos dias atuais. P4 Integrando saberes através de discussões, avaliar e identificar ações positivas e continuar com estes espaços de estudo. P5 Trabalhado junto às universidades, acabando com o distanciamento existente entre escola – universidade. P6 Não respondeu. P7 Nesse tópico parte de professor boa vontade e cabe à SEED enviar para a escola livros e apostilas com orientações. Aliás, no site diaadiaeducacao existe ótimos teóricos acredito, que muitos professores, falta recorrer ao material. P8 Transmitindo as informações que nós temos, desde que estes queiram aprender. P9 Continuar as pesquisas e discussões sobre o assunto. P10 Muitas vezes em nossos cursos são vistos conteúdos que jamais você terá aplicabilidade e assuntos mais relativos são deixados de lado. P11 Debates e reuniões entre os professores sobre a realidade de escola onde está atuando e após levantamento do problema desenvolver planos de ação para amenizar a situação e como trabalhar com os alunos. (leitura e estudo sobre os fatos serão importantes aos novos professores).

91% dos professores acreditam nas diferentes estratégias e

mecanismos utilizados no ambiente escolar para dinamizar a discussão da

temática sobre a violência escolar. Portanto, não descartam a fundamentação

teórica para enriquecimento e domínio de habilidades que subsidiam sua

prática educativa frente aos diferentes problemas que possam surgir.

Voltando ao debate do PNE a meta 7.14 é garantir políticas de combate à

violência na construção de cultura de paz e ambiente escolar dotado de

segurança para comunidade escolar.(2010, p.47). No primeiro momento da

redação fica demonstrada assim, porém, a justificativa de alteração é em

virtude de entenderem que a violência não é um fenômeno somente da escola

e sim do contexto social, cultural e político. Aponta que há vários tipos de

violência que invade a escola.

Sendo assim a emenda foi modificada para

garantir políticas para a identificação e superação de todas as formas

de violência física, moral e simbólica na escola, inclusive nos

conteúdos e prática pedagógicas, favorecendo a criação de uma

cultura de paz em um ambiente escolar dotado de segurança para

comunidade.(2010,p.47).

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9% alegam de cursos sem uma praticidade e uma real aplicabilidade no

ambiente escolar.

6. Até que ponto nós, como formuladores de políticas, profissionais praticantes e

pesquisadores, podem considerar que um programa de formação voltado para a

violência nas escolas atingiu seus objetivos?

P1 Se discutirmos, falarmos e nos posicionamos com mais frequência sobre “violência, acredito que a gente possa amenizar atitudes violentas dos alunos. Também trabalhando com projetos envolvendo aluno, família e comunidade escolar. Saberemos se o objetivo foi atingido quando observamos se o índice de violência diminuir na escola. P2 Quando vermos os profissionais da escola, professor e outros funcionários passando suas atividades cotidianas e seculares e naquele momento do ato de violência para fazer maneira consciente .... reflexo e fazer com que ao aluno reprisem a atitude, discutir, embasar, conversar, pontuar, promover um debate em sala e retomar o tema várias vezes na semana .... deixar claro que a violência não resolve. P3 A partir do momento que colocarmos em prática medidas de solução para determinadas situações em que com os apoios necessários haja a solução concretizada. P4 A partir de que essa violência seja discutida e encaminhada sem impor ou induzir uma política ou ideologia que desencadeie outras violências. P5 Na realidade o resultado em si demora, mas a partir do momento que um aluno vê que não tem futuro na violência, que em vez de crescer, não vai a nada, quando a discussão chega em sala de aula. P6 Quando nos forem dada a oportunidade de sermos unidos em sala de aula, e na medida que o diálogo se concretizar em nossas aulas. P7 Acredito que o trabalho em conjunto, com uma política onde todos trabalhem numa direção e comprometimento, com a causa de combater a indisciplina e a violência, seja o recurso melhor e por em prática. É importante salientar que o aluno, os pais, não devem ficar de lado, mas fazerem parte desse trabalho. Acredito que seja importante, também pesquisar por parte dos professores nessas áreas específicas. P8 Quando há dialogo, cumpre-se regras e há principalmente respeito, primeiramente consigo mesmo. Existem avanços neste sentido, mas falta muito ainda para resultados concretos. P9 Não precisa ser melhorado trabalhando. P10 À medida que as ações efetuadas na escola passam a reverter de modo significativo e/ou gradativo a violência na escola, se for possível perceber isso, o trabalho neste caminho certo. P11- não respondeu.

No que se refere aos formuladores de políticas, 72% dos profissionais

praticantes e pesquisadores consideram que o programa de formação

continuada, no que tange as violências nas escolas, atingiu seus objetivos de

forma gradativa e processual. Fato este que inicialmente surge no decorrer das

discussões articuladas pela SEED, juntamente a articulação de todas as

Coordenações da Diretoria de Políticas e Programas Educacionais, além do

Departamento de Educação Especial e Inclusão Educacional, ou seja,

apresenta-se como uma proposta interdepartamental com organização de

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evento como: Seminário Integrado sobre Drogas, Evasão, Indisciplina e

Violência nas Escolas.

Outro material que surge no mesmo período seria o Caderno Temático

de Enfrentamento a Violência na Escola que propõe refletir sobre o papel da

educação na prevenção ao enfrentamento a violência na escola pública

estadual do Paraná e propiciar subsídios teóricos e metodológicos por meio

dos recursos didáticos inseridos no documento. Os artigos científicos de

pesquisadores com esses conteúdos procuram explicitar os vários tipos de

violência que se fazem presentes na escola, identificando os fatores de risco e

de proteção, experiências vivenciadas em escola para lidar com as

problemáticas, apresentam sugestões de livros, filmes pertinentes relacionados

ao tema e sites como o acervo destinados aos profissionais da educação.

O Caderno temático seria um suporte didático-pedagógico para nossas

escolas da rede pública estadual de ensino, além de articular esse processo

pedagógico as propostas pedagógicas e projeto político pedagógico para

ampliar a discussão entre o coletivo das instituições no que tange ao

enfrentamento a violência contra crianças e adolescentes no cotidiano escolar.

Assim 27% descreve para fortalecer as aproximações no ambiente

interno, isto é, as instâncias colegiadas, por meio da gestão democrática e as

conexão externas, por intermédio da rede de proteção social de crianças e

adolescentes.

7-Quais as contribuições obtidas nos cursos de formação continuada ofertadas pela SEED? Justifique sua aplicabilidade.

P1 A contribuição maior é um momento de trocas de informações com um pequeno grupo de professores da mesma área. Nessa troca de informações, visualizamos nossos erros e acertos e aprendemos mais. P2 São algumas vezes interessantes como este que estamos fazendo, outros não podemos participar por que a gestão da escola, muita vezes não divulga e não permite a participação dos profissionais da educação nos cursos. E aí cadê os direitos, cadê a vontade do gestor de ver seu profissional melhor. P3 As contribuições dos cursos oferecidos pela SEED nem sempre oportuniza aos professores por estarem em sala alguns momentos, e por ser em horários que não dá as mesmas condições de participar, mas os de estudo de sábado são ótimos dando oportunidade a todas as disciplinas de cada área construir o seu ideal, mas seria interessante ter curso nas horas atividades concentradas de acordo com as disciplinas.

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P4 Seu repensar sobre educação e a sua atuação em sala. A SEED proporciona cursos, porém não há como diretores liberarem para que este profissional o faça. P5 Aqueles permitidos a participação tem sido bons, mas este é de alguns dias e na cidade, os ofertados fora o professor sofre pressão para não participar. Os poucos que participei acho que melhorou a abordagem com a abertura da discussão. P6 A SEED tem oportunizado momentos valorizados de formação, porém nem sempre a direção das escolas permite a ausência de sala do professor para participar dos eventos ofertados. P7 Em relação à violência, não participei de cursos só na leitura de material (de forma superficial), acredito que a SEED fez bom material. Mas ainda esse assunto está sendo muito pouco debatido nas escolas. P8 Nestes últimos dois anos a SEED vem ofertando capacitação de qualidade. Aplicabilidade são trocas de experiências. P9 A democratização de ensino através da internet, o portal da secretaria de educação e o livro didático público forma conquistas que facilitam o conhecimento e a distribuição entre os professores. P10 Com relação ao assunto de violência no último DEB fui prejudicada, porque a nossa turma não teve esta temática. P11 Porque fazer todos os cursos a saber sobre a problemática porém dependerá de como eu poderei contribuir com minha equipe para redução deste problema. O que falta é empenho do grupo que trabalhe em conjunto aos alunos informações temos, professores interessantes são poucos professores reclamando e sem ação temos muitos, mesmos os que só participaram destes cursos ofertados pela SEED.

Um fator apontado pelos 45% dos profissionais seria o aspecto do

impedimento em liberar os professores interessados na temática outros em

outros eventos promovidos pela SEED e diferentes instituições. Assim, há uma

cultura adotada que o professor deve somente lecionar, pois sua ausência na

escola gera diversos transtornos, prejudicando o andamento com os

estudantes e até mesmo com a comunidade escolar.

18% dos professores acreditam nas contribuições obtidas nos cursos de

formação continuada ofertadas pela SEED, tendo como aplicabilidade a troca

de experiência entre os colegas de trabalho, baseando no material sobre a

temática.

Outros 18% destacam a relevância do material produzido pela SEED,

que repercute com acervo a ser utilizado com evidência pelos professores, 9%

acreditam que tal temática está sendo vista ainda com pouca relevância na

ambiente escolar e que necessita ampliar a discussão com momentos

articulados pela escola. Outros 9% apontam a necessidade do trabalho em

grupo, ou seja, ações sistematizadas pelo colegiado pois percebe-se

professores com diferentes posturas e que geram problemas no andamento

das atividades escolares.

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8. Como a escola pode se reorganizar para atender as exigências educacionais colocadas pelas mudanças atuais?

P1 Na perspectiva da minimização da violência na escola é preciso que a escola desenvolva um trabalho de incentivo ao professor no sentido de se dedicar à leitura e a um planejamento mais reflexivo sobre a realidade do aluno, promovendo debates, discussões, que envolvam toda a escola e a comunidade no sentido de fazer valer seus direitos e deveres como cidadãos. P2 Diante desta premissa, observa-se a importância do olhar urgente aos novos recursos de tecnologia educacional. Não podemos pensar ou condicionar a educação somente aos fins da educação que busca atender às necessidades da produção e ao desenvolvimento econômico do país. Vejo que mudanças intensas geradas [pela reflexão, participação e autoconscientização dos sujeitos educativos, como o objetivo maior de incentivar os mesmos na construção coletiva. Buscando mecanismos emergentes para aprofundar os conhecimentos e que todos possam trazer seus subsídios para a pedagogia de formação através de um trabalho contínuo sistemático envolvendo todo o corpo escolar. Mas não podemos desprezar o fato de que as mudanças (avanços) estão ocorrendo esses avanços incidem diretamente sobre o perfil do papel da escola e o exercício docente, sendo assim se acentua e necessidade de investimentos na educação com o intuito de enfrentar os desafios da globalização educacional e nessa reorganização tentar equilibrar a função educativa. P3 A escola pode se reorganizar avaliando os seus principais problemas, buscando alternativas junto ao grupo docente e colocar essas maneiras refletidas e elaboradas em práticas nas quais deverão sofrer mudanças se necessário for, não devemos nunca desistir. P4 Pode ser reorganizada através de definição dos papéis e o seu cumprimento atividades extra que mobilizam os alunos a interagir e entender que a escola é o espaço para o desenvolvimento humano e intelectual e ter parcerias com demais institui;coes de saúde, apoio psicológico, sem morosidades de atendimento. P5 Na realidade ela está já se adaptando e aqui entra o que foi comentado que a escola já perdeu sua real função talvez o mais necessário é rever qual a função dos pais, a escola para que ela melhor possa se adaptar. P6 Sim, mas para isso se faz necessário profissionais de todas as áreas comprometidas com o bem estar educacional; cursos que capacite a todo instante os profissionais envolvidos. P7 Se organizando da forma que ela está fazendo atualmente reunindo-se pais, professores, alunos, pedagogos, funcionários e buscando estudar, pesquisar, debater e propor soluções que venham atender à necessidade da escola. P8 Com discussão no grande grupo troca de experiência, formação continuada. P9 De acordo com as normas que seja exigida para que todos possam participar em momentos que sejam adequados. P10 Reuniões periódicas entre equipe pedagógica e demais professores em prol de socializar entre seus colegas em divergências (entre alunos, professores) dificuldades pedagógicas. Elaboração de planejamento semestral, uso de assuntos transversais. Trabalho em grupo é fundamental. P11 Acho muito importante ressaltar que devido à necessidade de haver a incorporação de sociologia e filosofia em todas as séries de ensino médio, então porque a escola ao invés de simplesmente aceitar estas propostas, não sugeriu um aumento de sua carga horário? Digo isto, pois as escolas particulares aumentaram suas cargas horárias para que os alunos não fossem “lesados” dos conteúdos de matemática e português. Então já está na hora da escola para assumir tanto os problemas sociais e sim se levantam para passar conhecimento, pois só através de mesmo poderemos formar cidadãos críticos. P12 Por isso é importante que a família seja chamada para reassumir seu papel novamente e se responsabilizar pela vida escolar dos filhos. P13 Ter autonomia para seguir o regimento escolar e o conselho de classe ser soberano. Escola sem autonomia se torna refém dos alunos. P14 A escola deve ter autonomia fazendo valer o que se pode dispor num regimento escolar mais eficaz.

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Neste momento as respostas apresentadas pertencem ao universo dos

14 professores efetivaram sua participação nos encontros. Percebe-se que

50% reconhecem a necessidade de um trabalho coletivo e os outros 50%

acreditam na autonomia que deveria ser um princípio norteador na prática

escolar, com a questão curricular destacando a importância das disciplinas de

filosofia e Sociologia para ampliar o debate reflexivo sobre os problemas

sociais.

9. Como enfrentar problemas próprios da organização escolar, como indisciplina e a violência. P2 A indisciplina e a violência são do meu ponto de vista os problemas sociais da educação e vejo que é primordial e necessário a mudança na sociedade ao invés de apenas mudar roteiros educacionais. Mas utópico este pensamento porque a realidade traduz uma postura diferenciada onde os discentes e a escola como um todo sem reduzir sua função educativa devem assumir como luta coletiva a possibilidade da escola articula com os contexto histórico-social econômico cultural possibilita aos alunos ( aqui como um sujeito envolvido na sociedade possa ser capaz de refletir, sobre sua realidade explicitando valore, atitudes que venha possibilitar a melhoria desses fatos. P3 Quanto à indisciplina e violência as formas que já existem quando não temos resultado desejado ou aceitável, os órgãos cabíveis deverão interferir, ou seja, devemos encaminhar quando assim se fazer necessário mas isto só se não pudermos mais com a situação. P4 Não tem outra forma a não ser as já existentes. Primeiro uma fala para chamar à realidade, fazer combinados, registros, encaminhamentos via Conselho Tutelar ou ministério público. Porém quando estes aplicados, de fato cumprir a lei. P5 Talvez dando a escola neste caso liberdade para agir com autonomia neste caso e a decisão tomada seja levada até o final, sem interferência externa, mas a decisão tomada por vários trabalhadores da escola, de comum acordo. P6 Buscando na família o apoio necessário juntamente com o governo e a SEED. P7 Creio que a melhor solução é uma interligação professor pedagógico. É fundamental que o professor esteja ciente do PPP da escola e aja conforme a política da escola. A solução é caminhar juntos. P8 Sim, porque pais se esqueceram de seus papéis e atribuem à escola a função que é deles. Somos responsáveis pelo conhecimento, acabamos tendo que resolver problemas familiares sociais... Cabe a nós professores, pontuarmos a questão do objetivo que é formar o cidadão culturalmente, claro que pais precisam usar de seu poder de pais e auxiliar nas tarefas escolares, pois esta só se complementa com o estudo da “tarefa de casa” afinal faz parte do pacote. P9 Tendo acesso direto com os familiares e a comunidade para que possa participar diretamente com os responsáveis da escola em todas as reuniões que sejam convocadas. P10 Com medidas preventivas através de cursos, pesquisa comportamental do aluno, contato efetivos com pais e aluno. Em casos mais graves solicitar a visita da patrulha escolar. P11 Cada professor tem seu segredinho para enfrentamento dessas questões o meu é: respeitar os alunos, ou seja, exijo que haja respeito entre todos em sala de aula. P12 A violência não é algo inerente ao ambiente escolar, pelo menos não no nível vivenciado hoje. Há toda discussão da violência simbólica, silenciosa e a violência ostensiva acaba ganhando espaço na escola por conta das outras instituições que “perderam” ou abriram mão de suas obrigações. P13 Manter um discurso único e união entre o corpo docente, pois muitas vezes os professores são boicotados pelos próprios colegas.

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P14 Isso é um problema que não inicia na escola, mas na sociedade como um todo, portanto dependemos também de uma estruturação social que permeia a escola.

A violência sempre existiu na história, mas assume novas conotações no

contexto da exploração do trabalho. Desta forma, analisar a violência num

contexto social perpassa por questões de ordem econômica, social e política,

expressa na função do Estado em garantir a segurança pública. A violência

torna-se prerrogativa do Estado como recurso de segurança e controle de

criminosos, marginais ou rebeldes encontrados nas diversas instituições

sociais; e a escola aparece como local de grande preocupação, à medida que a

violência social repercute internamente nas relações aluno-aluno e aluno-

professor.

Na abordagem 100% dos professores demonstram que a violência

apresenta vários significados e entre ela o conflito político os limites são

exíguos. Para explicitar melhor a questão reportamos as ideias da Estrela

referente à indisciplina. De origem latina e com a mesma raiz que discípulo, o

conceito de indisciplina é definido pela sua negação, provação, ou pela

desordem proveniente da quebra das regras estabelecidas. Há vários tipos de

disciplina, como disciplina familiar, escolar, militar e religiosa. Mesmo cada uma

tendo sua especificidade, concorre para a harmonia social, sendo que a

disciplina ou indisciplina depende do contexto sócio-histórico na qual ocorre,

pois é em relação a cada lugar e cada tempo que assumem seu significado

específico (ESTRELA, 1992, p.17).

De acordo com Garcia (1999, p. 103), “a indisciplina escolar apresenta,

atualmente, expressões diferentes, é mais complexa e “criativa”, e parece aos

professores mais difícil de equacionar e resolver de um modo efetivo”, o qual

compromete o andamento do trabalho pedagógico, no que tange o processo de

ensino e aprendizagem, uma vez que a indisciplina escolar não compreende

somente características exteriores a escola, como problemas de ordem social,

condições econômicas ou provenientes de relações familiares, mas nas

situações vivenciadas, na relação professor e aluno, no cotidiano escolar.

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A questão da indisciplina é complexa e desafiadora no cotidiano escolar,

de acordo com Estrela (1992, p. 107), a autora comenta acerca do

tempo que o docente gasta na manutenção da disciplina, o desgaste provocado pelo trabalho num clima desordem, a tensão provocada pela atitude defensiva, a perda do sentido da eficácia e a diminuição da autoestima pessoal levam a sentimentos de frustração e desânimo e ao desejo de abandono da profissão.

Com relação às questões apresentadas sobre indisciplina, verifica-se

que a mesma não surge de forma isolada, mas é decorrente de múltiplas

causas internas ou externas à escola que implicam no cotidiano da sala de

aula. Sobre os fatores internos à escola pode-se mencionar os acontecimentos

gerados no interior da escola, como as condições do ensino e aprendizagem, a

resistência em participar das atividades escolares, a capacidade do aluno em

se adaptar às condições oferecidas pela escola e as relações estabelecidas

entre os alunos e os professores, ou entre colegas.

Já sobre as causas externas à escola que influenciam no aparecimento

da indisciplina e interfere na realização das atividades pedagógicas, a ligação

da indisciplina à família como responsável pela falta de limites dos filhos, a

mídia pelos programas violentos apresentados que influenciam nas atitudes

dos estudantes e a violência social que faz parte do convívio em sociedade.

10. A escola pública está mesmo em crise?

P1 A crise é na “educação” e não somente em escolas públicas. Ela tem sido inerente à vida nacional. Porque não atingimos ainda patamares mínimos de uma justiça social compatível com a riqueza por uma minoria. P2 Eu acho que tornou-se comum dizer que a escola pública está em crise, desmoronando, mas em verso a escola pública como uma instituição que mantém rara uma capacidade de sobrevivência, busca as duas custas sobreviver e atualiza-se às mudanças sociais, tecnológicas e culturais, ainda que limitada continua reproduzindo seu histórico educacional. Discutir a crise na escola pública atual é discutir a crise capitalista que dá manutenção para reprodução da sociedade. P3 A escola pública basicamente se encontra em crise, ser continuara ou não enquanto educadores, responsáveis devemos juntos enfrentarmos essas mudanças, nos unirmos para que a crise não vença e seja apenas mais um obstáculo a vencermos. P4 Não somente a escola pública, mas particular também creio que a sociedade deve retomar os valores éticos, a educação e os papéis de cada membro da sociedade. P5 Acho que a crise já passou, agora é agir ou agir, pois não se consegue mais resolver somente por discussão tem que colocar em prática. P6 Já estamos em crise há muito anos e quanto mais se espera, pior fica a falta de cooparticipação da família e da seriedade tem levado alguns estabelecimentos públicos a enfrentar sérios problemas como a violência escolar e o desrespeito aos seus superiores.

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P7 Na realidade a crise é permanente, pois está focada na sociedade. Questões de drogas, violência são questões constantes.... Agora a escola no caso do Zardo. Mostram um dado curioso, a “superação” crise sempre haverá, o fundamental, é esta preparada para superar os desafios. P8 P9 Se a escola está em crise porque se confunde muito que os alunos vem para serem educadas e não para receberem conhecimentos. P10 Penso que está em crise a família (valores não mais encantados) e este reflexo atinge o local com maior concentração de pessoas que é a escola. E nós professores não estamos aptos para exercer função de psicólogo, serviço social e atendimento individualizado conforme a carência afetiva do aluno e/ou agressiva que menos possa desenvolver. P11 Sim, assim como a família,, a sociedade e até mesmo cada pessoa. P12 Na minha concepção a escola em si não está em crise, mas ela se afastou de sua função social. Ao abarcar funções da família, da polícia, de psicólogos e de assistentes sociais abriu mão do trabalho com o conhecimento. P13 Está. A menor das preocupações hoje está nos conteúdos. Sem contar que nós perdemos muito tempo com indisciplina. P14 Crise proveniente da falta de respeito dos governantes e órgão mantenedor, mas estamos caminhando, aos poucos para melhora dessa instituição.

A questão relevante, nunca respondida, é se a presença da polícia é

mesmo necessária nas escolas ou se ela, além de assumir uma função que é

dos educadores, ainda atua no sentido de gerar uma cultura do medo,

ampliando o problema. Até que ponto esta ação imediata não terá reflexos

futuros na vida de um adolescente que passa por esta etapa crucial na

formação da identidade e cria-se um modelo de sociedade paradoxal e

contraditória. Para ilustrar melhor, cabe lembrar que a necessidade de uma

formação baseada em valores bem sedimentados é premente, visto que:

A contemporaneidade está marcada pela ausência de valores

humanos e práticas decorrentes. Está marcada pela anormalidade

característica da barbárie; apresenta violências que exigem, cada

vez mais, a integração de todos os homens e todas as mulheres, na

construção de suas vidas, de suas instituições e da sociedade.

(FERREIRA, 2001, p.112)

Estas transformações geram efeitos visíveis na dinâmica das escolas

que não conseguem acompanhar todo o processo de mudança social.

Percebe-se que os problemas inerentes ao seu contexto educacional como a

fragmentação na formação dos professores, a diminuição drástica nos salários,

o profundo mal-estar nos meios educacionais, a desvalorização da educação e

do magistério, acabam por gerar uma crise de identidade da escola. Todos

estes fatores ao lado do baixo investimento do Estado no setor educacional e

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da falta de políticas educacionais voltadas para a real democratização da

escola impossibilitam escolas comprometidas com o conhecimento

propriamente dito.

Quando se propõe a emancipação pela educação é pertinente pergunta

da emancipação e autonomia para quê? Adorno (1995) ressalta que a

educação para a emancipação vem acompanhada da necessária educação

contra a barbárie. Entende-se por barbárie a presença de comportamentos

agressivos, de impulsos destrutivos, sem uma relação com objetivos racionais

na sociedade, os quais são incompatíveis com os avanços da civilização atual.

No ensaio, Adorno (1995) afirma:

Estando na civilização do mais alto desenvolvimento tecnológico, as pessoas se encontrem atrasadas de um modo peculiarmente disforme em relação a sua própria civilização – e não apenas por não terem em sua arrasadora maioria experimentado a formação nos termos correspondentes ao conceito de civilização, mas também por se encontrarem tomadas por uma agressividade primitiva, um ódio primitivo ou, na terminologia culta, um impulso de destruição, que contribui para aumentar ainda mais o perigo de que toda a civilização venha a explodir... (HORKHEIMER; ADORNO, 1995, p. 155).

O processo de barbárie, também segundo Adorno, pode se configurar

em atos destrutivos, sem intenção de melhores condições de vida na

sociedade. Ele afirma que nem sempre a passividade e a falta da barbárie, mas

que pode ser justamente o seu foco. No caso do papel de pais, uma palmada,

por exemplo, pode evitar uma barbárie19 no futuro.

11. Você acredita que sua formação acadêmica subsidia para lecionar na realidade atual? Justifique e mencione os cursos realizados em diferentes temáticas.

P1 Minha formação acadêmica não me contemplou, em momento nenhum, algum tema sobre o enfrentamento à violência ou mesmo sobre alguma adversidade. Não somos preparados para ministrar aulas. Aprendemos a duras penas e na prática. P2 Em partes, pois tenho o conhecimento teórico, falta práticas e vivências, quando o curso de formação continuada, fiz maioria fora dentro da SEED esse é primeiro PE projeto não violência que participei quando ao contato foi de bullying a vida social em sala. P3 Este é meu primeiro curso sobre a temática, na minha formação não houve este assunto embora eu gostaria de ter tido este acesso. p4 Como a dinâmica da sociedade é constante o professor não é algo acabado. Devemos sempre estar em discussões e acompanhar esta evolução bem como a melhor forma de direcionar as posturas e encaminhamentos. Já fiz dois cursos sobre violência no SENAC e no Estado está é a primeira. Na formação acadêmica não houve nenhum respaldo.

19 Barbárie e um temo utilizado por Adorno (Adorno. Educação e Emancipação. 1955 e impresso no Brasil em 1966)

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P5 O que foi visto por mim na faculdade está bem longe da realidade, talvez trazer a universidade mais perto da escola, para a realidade, pois assim os estudantes (novos professores) estariam mais por dentro do que eles iriam enfrentar. Cursos para professores nesta área se teve não tive divulgação, além deste. P6 Na realidade atual eu precisaria de mais ajuda dos profissionais da educação e capacitação, para saber como agir com desacato, agressões etc. Nós professores necessitamos de apoio com outras áreas que se envolva no desenvolvimento produtivo do aluno P7 Sim, porque me atualizo constantemente e sempre com os cursos ofertados, pela própria secretaria de educação. P8 Não preciso sempre me atualizar me informar para que o jovem creia na meu trabalho, cursos que fiz que mudaram a minha visão EAD, Africanidades e é claro o seu Cris. P9 Tudo depende da própria formação pessoal do professor. Se ele não está em condições boas de saúde, ele precisa em primeiro lugar fazer em tratamento adequado e não trazer junto consigo no momento de trabalho os seus problemas pessoais. A oportunidade neste último DEB itinerante foi muito pouco o que foi tratado em, relação a outros assuntos. Principalmente em relação à violência não tivemos oportunidade de ter este assunto. P10 Não. O motivo que me levou solicitar a participar deste curso é informar-me como posso trabalhar e lidar com situação delicadas do cotidiano escolar. Pelo Governo Estadual não encontrei nenhum tema semelhante para formação continuada. Porém fiz um curso de ensino a Distância pela universidade de Brasília-DF que tratou sobre drogas e a violência gerada na escola. P11 O primeiro curso referente a estes temas foi este, pois no último DEB houve uma oficina referente à violência, porém, aqui no Francisco Zardo ela não foi ministrada para minha turma. Algumas turmas tiveram este oficina. P12 Minha formação inicial não ofereceu subsídios para atuação em sala de aula. Só foi possível aprender a lidar com a realidade escolar a partir do momento em que foi jogada entrei nas salas. Muita coisa ou pelo menos pude mudar algumas coisas com a ajuda dos alunos. Fiz alguns cursos fora do Estado, participei do PDE 2007 e fizemos boa discussão e análise do papel da escola. P13 De maneira alguma. Na faculdade não me ensinaram a lidar com faltas de respeito, ofensas verbais e físicas, além de outras questões como alunos de inclusão, que passam fome etc. P14 A formação acadêmica é falha diante da realidade que vivenciamos quanto aos problemas expostos, mas no que trata das disciplinas específicas, a minha formação foi bastante importante e devidamente aplicada dentro dos méritos educacionais para uma instituição de ensino.

Participaram 14 professores inseridos no grupo de apoio. 35% apontam

que o primeiro contato com o trabalho de formação de professores que ressalta

a problemática da violência seria o grupo de apoio do PDE sistematizado pela

professora. 21% destacaram a precariedade em sua formação acadêmica que

apontasse aspectos de como lidar com os problemas sociais e que até havia

uma preocupação preliminar em apontar as situações do cotidiano escolar e na

relação escola.

7% destacaram a necessidade da parceria entre universidade e escolas

no sentido de garantir subsídios teóricos para efetivar um trabalho pedagógico

de qualidade. Na mesma porcentagem houve os cursos ofertados de educação

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a distância que possibilitou uma discussão inicial e da contribuição de colegas

de trabalho. Somente 21% apontam os cursos garantidos e articulados pela

SEED.

12. O sistema educacional está formando o professor para exercer efetivamente a função do educador? P1 Nos cursos de graduação deveriam inserir mais disciplinas como: Psicologia, assistência social, direito etc. Somente assim, acredito que um profissional da educação, poderá dar conta da sua função de educador. P2 Eu acredito que os professores possuem um amplo conhecimento e habilitados em adquiridos demande um prolongado período de formação. Nossa formação é constante o sistema educacional cobrar em partes e efetivamente não cumpre seu papel em 100%. P3 Acredito que os sistema educacional não esta formando totalmente os professores para desses “conflitos” essas mudanças que estão acontecendo nas escolas. Este é um novo desafio até para nos que estamos há mais tempo nesta função neste estabelecimento de uma importância tão grande na sociedade denominada ESCOLA. P4 Em termos de aplicação de conhecimento sim, em termos de conhecimento do humano não. P5 A faculdade sim, mas os professores em sala, pouco fazem para aquilo que foram contratado, pois são tantas tarefas que sobra pouco tempo para dar aula, funções multitarefas assim como a escola. P6 Acredito que não, hoje os acadêmicos que se deparam com a realidade escolar, se negam a continuar na carreira, buscam outros meios para sobreviver do trabalho abandonam o magistério pelo dura realidade enfrentada. P7 Acredito que não, não vejo que o sistema universitário esteja formando bons professores, o que percebo é que um individuo pode aprender a ser um bom matemático, mas na questão de lecionar, fica a desejar. O problema é que a universidade se distanciou das escolas fundamentais e médio e isso é ruim. P8 Não, professor está como cabide de emprego para muitas universidades sem a mínima qualificação, isto faz com o professor acabe sua carreira acadêmica e vá para sala de aula sem domínio de conteúdo e não tem domínio de turma. P9 No meu ponto de vista quanto mais modernidade, cada vez fica pior tanto o ensino, como também teremos bons educadores. P10 Acredito que de forma precária, pois cada vez menos são procurados os cursos de licenciatura. Depende muito de cada professor para permanecer em constante aperfeiçoamento de seus estudos (educação continuada). P11 Sim, porém não é o suficiente. Digo isto, pois os professores que chegam aqui em nossas escolas não estão dando conta da sala de aula. P12 As universidades não conseguem formar efetivamente o professor pois está distante da escola fundamental e médio. São poucos os orientadores que participam da vida do aluno –professor e o auxilia nas problemáticas encontradas. P13 Não. Às vezes sinto como se professores fossem “cuidadores” de alunos, babás... A faculdade e o sistema não preparam o profissional para a sala de aula de hoje. A escola está perdendo a sua função. P14 Sim, as falhas acontecem, porém nem sempre por culpa do sistema educacional mas da própria responsabilidade do estudante enquanto futuro profissional dessa área.

Nessa questão, 21% apresentam um aspecto relevante sobre o

distanciamento existente entre a nossa prática docente e o fato dos

conhecimentos sistematizados nas universidades, nos projetos pedagógicos de

cada instituição do ensino superior, no que refere ao que seriam as

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licenciaturas, pois todos os professores envolvidos escolheram a profissão de

professor. Dos entrevistados 21% disseram que sua profissão está longe de

um ideal de trabalho voltado ao percurso e trajetória de os profissionais da

educação. Outros 21% analisam que é preciso uma formação constante

durante o processo profissional. 7% destacam a relação interdisciplinar durante

a formação com outras disciplinas que estão inseridas na matriz curricular dos

cursos de licenciaturas e 3% não apresentam formação coerente com a nossa

realidade social.

Considerações

Repensar, a formação do professor significa subsidiar com

conhecimentos, práticas e políticas os processos de formação inicial e

permanente. Atualmente, a formação de professores e a capacitação em

serviço vivenciam uma realidade totalmente diferenciada do que se pregava

anteriormente em termos de capacitação. Uma formação continuada que visa

valorizar o professor como sujeito crítico-reflexivo, aponta para a relevância da

“reflexão na ação, da reflexão sobre a ação e da reflexão sobre a reflexão na

ação.” (PIMENTA, 2002, p.29).

Os profissionais da educação20 apresentam dificuldades aparentes no

exercício de suas práticas pedagógicas mediadas pelos problemas das

violências geradas no âmbito da estrutura social, competindo-lhes assim,

exclusivamente a tarefa de resolver tais mediações. A complexidade e

amplitude que assumiu a violência, drogas, exclusão e indisciplina na

sociedade contemporânea, desencadeiam nas escolas situações corriqueiras

que refletem neste espaço complexas situações de cunho cultural, científico e

pedagógico.

A formação dos profissionais perpassa em abordar temas relevantes e

reconhecem necessidade de participar de espaços institucionalizados no

decorrer da sua carreira profissional e na socialização de eventos relacionados

à educação. Logo o grupo de apoio considera um avanço significativo na

20 Seria o colegiado escolar: professores, pedagogos e diretores das escolas.

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formação continuada, sendo assim um desafio abordar tal temática O universo

acadêmico deverá ampliar a discussão com os demais pesquisadores, que

enriquecem e contribuem com reflexões e indicativos pertinentes ao contexto

escolar sobre a temática.

Diante da grande desigualdade social, a universalização do acesso à

educação prevalece como relevância social no contexto da educação brasileira.

Apesar de ter um ensino obrigatório que garante o processo de democratização

e acesso ao ensino público, ocorre que estudantes evadem, reprovam ou são

vítimas do fracasso escolar, tendo assim, um retrato do país da não garantia da

escolarização na faixa etária e continuidade e permanência no ensino de

qualidade.

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