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JORNAL DA ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA MAIO/JUNHO 2009 Ano 50 • nº 1360 da Medicina Foto: André François com qualidade em regiões remotas com qualidade em regiões remotas

da Medicina · sempre buscando acertar. E o que é acertar em uma publicação como o JAMB? A cada dois meses enviamos aos colegas o jornal, com a expectativa de atender as necessidades

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Jornal da associação Médica Brasileira

Maio/JUnHo 2009Ano 50 • nº 1360

Interiorização

da Medicina

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MAIO/JUNHO 2009 1

2Editorial

3Palavra do presidente

4Entrevista com o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Juvencio Furtado

6Interiorização da Medicina - Saúde de qualidade em regiões remotas

10Conselho Científico

12Saúde Suplementar - Seminário trata da implantação de diretrizes clínicas

14AMB e Biolab lançam DVD sobre farmacovigilância

15Seção Gota a Gota

16AMB e SBI divulgam orientações sobre gripe influenza HInI

18 Política Médica - ex-presidente da AMB, Eleuses Paiva, reafirma compromisso de campanha: lutar pela saúde do país

19Comissão de Assuntos Políticos

20Câmara Técnica de Implantes/TUSS

21Comissão Mista de Especialidades

22Coluna do Sócio/Notas

23Jurídico - do direito de defesa do médico

Conteúdo

24Federadas

25Especialidades

26Agenda / Títulos de Especialista / Certificados de Área de Atuação

27Acupuntura

28Livros / Curtas / Nova Ortografia

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2 MAIO/JUNHO 2009

DIRETORIAPREsIDEnTE

José Luiz Gomes do AmaralPRImEIRO VIcE-PREsIDEnTE

José Carlos Raimundo Brito (licenciado)sEgunDO VIcE-PREsIDEnTE

Newton Monteiro de BarrosVIcE-PREsIDEnTEs

José Luiz Dantas Mestrinho, Moacyr Basso Junior,Carlos David Araújo Bichara, Gutemberg Fernandes de Araújo, Wilberto Silva Trigueiro, Cléber Costa de Oliveira, Jésus Almeida Fernandes, Celso Ferreira Ramos Filho, Jurandir Marcondes Ribas Filho, Murillo Ronald Capella

sEcRETáRIO-gERAl Aldemir Humberto Soares

1º sEcRETáRIOLuc Louis Maurice Weckx

1º TEsOuREIROFlorisval Meinão

2º TEsOuREIROAmilcar Martins Giron

DIRETOREs

AcADêmIcOJosé Luiz Weffort

ATEnDImEnTO AO AssOcIADOJane Maria Cordeiro Lemos

cIEnTífIcOEdmund Chada Baracat

cOmunIcAçõEsElias Fernando Miziara

culTuRAlHélio Barroso dos Reis

DAPRobson Freitas de Moura

DEfEsA PROfIssIOnAlRoberto Queiroz Gurgel

EcOnOmIA méDIcAMarcos Bosi Ferraz

mARkETIngGeraldo Ferreira Filho

PROTEçãO AO PAcIEnTEWirlande Santos da Luz

RElAçõEs InTERnAcIOnAIsMiguel Roberto Jorge

sAúDE PúblIcAFlorentino de Araujo Cardoso Filho.

www.amb.org.br

Associação Médica Mundial

DIRETOR REsPOnsáVElElias Fernando Miziara

EDITOR REsPOnsáVElAldemir Humberto Soares

cOnsElhO EDITORIAlAmilcar M. Giron, Edmund C. Baracat,José L. Gomes do Amaral, Luc M. Weckx, Florisval Meinão, José Carlos R. Brito (licenciado), Hélio Barroso dos Reis

EDITOR ExEcuTIVOCésar Teixeira (Mtb 12.315)

cOlAbORAçãONatália Cesana, Helena Fernandes

DIAgRAmAçãO, EDITORAçãO E ARTESollo Comunicação

DEPARTAmEnTO cOmERcIAlFone (11) 3178-6809/6801

TIRAgEm100.000 exemplares

PERIODIcIDADEBimestral

ImPREssãODuograf

fIlIADO à AnATEcREDAçãO E ADmInIsTRAçãO

Rua São Carlos do Pinhal, 32401333-903 – São Paulo – SPTel. (11) 3178-6800Fax (11) 3178-6816E-mail: [email protected]

AssInATuRAAnual R$ 60,00; avulso R$ 10,00Fone (11) 3178-6800, ramal 130

cIRculAçãO

JunhO/2009

EDITORIAL

Erros e acertosDizemos que um médico não sabe

ser outra coisa! Para muitos de nós

esta é uma verdade inescapável,

só sabemos ser médicos. Pelo

caminho da vida vão surgindo

contudo outras opções, algumas

buscadas e outras nem tanto.

Ser responsável pelas publicações

de nossa AMB, em que pese

a honra do encargo, foi uma

opção abraçada com medo,

pois atuar na área midiática não

é exatamente algo para o qual

somos preparados. Assim, com o

beneplácito dos colegas, vamos

tentando pôr nossa visão médica

aos jornalistas que tão bem atuam

conosco, cometendo erros mas

sempre buscando acertar. E o

que é acertar em uma publicação

como o JAMB? A cada dois meses

enviamos aos colegas o jornal,

com a expectativa de atender as

necessidades e interesses de todos.

Independentemente do resultado,

tem sido uma experiência

interessante, pois exige que

pensemos todo o tempo sobre

como pensam nossos colegas

Brasil afora.

Enfim, chegamos a mais um

exemplar. Este, em particular, traz

matérias de relevância indiscutível,

como a questão da interiorização

da Medicina e a indústria de

equipamentos para a Saúde.

A interiorização é um enorme

problema sobre o qual se

debruçam sucessivos ministros

da Saúde e nossas entidades.

Experiências e projetos de sucesso

estão presentes neste número, para

conhecimento, reflexão e, quem sabe,

possibilidade de apoio e envolvimento

do maior número possível de médicos.

Por outro lado, mas que também está

muito próximo do problema anterior,

esta a Feira Hospitalar, segunda

maior do mundo e a primeira nas

Américas. A aproximação entre a

Hospitalar, a AMB e os projetos de

interiorização pode representar uma

das mais acalentadoras respostas

para solucionar o dilema: populações

desprotegidas que necessitam de

atenção à saúde versus profissionais

com grande expectativa de

desenvolvimento técnico e utilização

dos avanços da Medicina. Como

atender a isto em um ambiente sem as

mínimas condições propiciadas pelo

mundo atual?

Desfrutem nosso jornal, mas acima

de tudo, reflitam sobre os dilemas do

Brasil e, quem sabe, vamos produzir

idéias e soluções.

Elias Fernando MiziaraDiretor de Comunicações

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MAIO/JUNHO 2009 3

mensagem do PResIdenTe

No. Nós temos médicos

José Luiz Gomes do AmaralPresidente da Associação Médica Brasileira

De tempos em tempos, nos vemos em polarizações inade-quadas: do pessimismo e do complexo de inferioridade ao ufanismo igualmente injusti-ficável. Ontem, questionáva-mos a existência de petróleo no país. Há pouco menos de um século, éramos qualifica-dos como uma republiqueta de bananas. Hoje, somos autos-suficientes em petróleo, temos a segunda maior produção de carne bovina e soja, a tercei-ra de milho. Destacamo-nos

Yes, nós temos bananas

Yes, nós temos bananas

Bananas pra dar e vender

Banana menina tem vitamina

Banana engorda e faz crescer

Vai para a França o café, pois é

Para o Japão o algodão, pois não

Pro mundo inteiro, homem ou mulher

Bananas para quem quiser

Mate para o Paraguai

Ouro do bolso da gente não sai

Somos da crise, se ela vier

Bananas para quem quiser

Braguinha-Alberto Ribeiro, 1937

na produção de frutas, café e etanol. Os aviões da Embraer estão presentes em 78 países.

É importante bem avaliar-mos essa trajetória de progres-so real vivida pelo Estado brasileiro nos últimos 20 anos. Os resultados positivos servem para reafirmar a correção dos caminhos que foram escolhi-dos. Não devem ser, porém, motivo para que abracemos um clima de euforia que nos faça tirar os pés do chão. Ainda temos enormes proble-mas a resolver. Nosso desafio é vencer as desigualdades sociais e econômicas que fazem do país dois Brasis.

Nossa grande riqueza é o brasileiro. Nem sempre, porém, valorizamos devida-

mente nossos recursos huma-nos. Na área da saúde, temos 340 mil médicos comple-tamente marginalizados no Sistema Único de Saúde (SUS).

É inaceitável assistir 200 milhões de habitantes fora dos melhores padrões da medicina atual.

Enquanto vários seto-res tornam-se exemplos de sucesso, justamente por

trabalhar com qualidade, o que se tem divulgado como

solução para atender a saúde dos brasileiros

é uma medicina reducionista, atrasada e desqualificada. A saúde pública brasileira conti-nua ainda ligada a soluções e propostas ultrapassadas, apesar do potencial enorme de médicos disponíveis para trabalhar no SUS.

Paramos no início do sécu-lo XX e é necessário que nos localizemos apropriadamente no século XXI. Seguimos uma política de saúde que está mais para a época em que só tínha-mos “bananas, bananas para dar e vender”.

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4 MAIO/JUNHO 2009

EnTREvIsTA

Qual é o principal agente etiológico de transmissão do H1n1?

O agente etiológico dessa gripe é um novo vírus, o influenza A/H1N1.

Quais os sintomas?

Os sintomas mais frequentes são os mesmos da influenza sazonal: febre alta, tosse, coriza, espirros, dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações ou dificuldade respiratória

Juvencio José Duailibe Furtado presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia

Juntamente à diretoria integrante da chapa “Juntos, seremos fortes” em solenidade realizada na sede da Associação Médica Brasileira no dia 22 de janeiro do ano passado, Juvencio José Duailibe Furtado foi empossado presidente da Socieda-de Brasileira de Infectologia para o biênio 2008-2009. Nesta entrevista, ele aborda a atual e maior preocu-pação do setor de saúde nacional, e também de todo o mundo: a gripe influenza A/H1N1.

Como se transmite?

A transmissão ocorre de pessoa a pessoa especialmente através de secreções respiratórias (gotículas), produzidas por tosse ou espirro. Alguns podem se infectar através de fômites, ou seja, objetos de uso pessoal recentemente contaminados. Não há registro de transmissão do novo subtipo da influenza A/H1N1 por meio da ingestão de carne de porco ou produtos derivados.

É possível a propagação pelo ar condicionado?

Não há relatos de transmissão através do ar condicionado; em tese essa forma de transmissão não deve ocorrer.

Como se faz o diagnóstico?

Atualmente, o diagnóstico do novo vírus influenza A/H1N1 é realizado através do teste de imunofluorescência indireta (IFI), seguido da reação em cadeia pela polimerase (PCR), específica para este novo vírus, que permite caracterizar casos altamente suspeitos.Testes comerciais rápidos

para identificação do vírus influenza A e B em secreções respiratórias não permitem a confirmação diagnóstica do novo vírus influenza A/H1N1, portanto não devem ser utilizados para esta suspeita diagnóstica. Os novos testes enviados pela Organização Mundial da Saúde permitem o diagnóstico mais rápido, porém são diferentes dos testes rápidos comerciais. Neste teste no vírus influenza A/H1N1, foram selecionados seis “primers”, ou seja, seis trechos padronizados na sequência genética que servem como localizadores da existência ou não do vírus no organismo de uma pessoa. Esses seis “primers” são detectados nos materiais coletados dos pacientes, como secreções nasais, caso tenha ocorrido a contaminação. A sintetização em laboratório permite que o material resultante desse procedimento sirva para o diagnóstico específico da doença.

Há tratamento para a doença? Qual é?

Sim, o tratamento específico é realizado através de drogas antivirais como o oseltamivir

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e o zanamivir, este último não disponibilizado no Brasil.

Há vacina? A vacina comum serve como proteção?

Não. A vacina comum, disponível no momento, protege apenas contra a gripe sazonal, comum nesta época do ano.

O que se deve fazer para evitar a doença?

Vou citar alguns exemplos de cuidados para a prevenção e controle de doenças de transmissão respiratória em geral e especialmente para esta gripe: lavar as mãos com água e sabão (depois de tossir ou espirrar; depois de usar o banheiro, antes de comer, antes de tocar os olhos, boca e nariz); evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies; usar lenço de papel descartável; proteger com lenços a boca e nariz ao tossir ou espirrar, evitar aglomerações e ambientes fechados (deve-se manter os ambientes ventilados); é importante que o ambiente doméstico seja arejado e receba a luz solar, pois estas medidas ajudam a eliminar os possíveis agentes das infecções respiratórias; hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, ingestão de líquidos e atividade física.

Quais as recomendações para quem viaja para países infectados?

Aos viajantes que se destinam aos países afetados, seguir rigorosamente as recomendações das autoridades sanitárias locais, e ainda: ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, preferencialmente descartável; evitar locais com aglomeração de pessoas; evitar o contato direto com pessoas doentes; não

compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal; evitar tocar olhos, nariz ou boca; lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente depois de tossir ou espirrar; em caso de adoecimento, procurar assistência médica e informar história de contato com doentes e roteiro de viagens recentes a esses países; não usar medicamentos sem orientação médica.

As máscaras protegem? Para quais casos é recomendada?

As mascaras cirúrgicas não possuem nenhum efeito demonstrado de proteção ao cidadão comum em ambiente público ou aberto. Devem ser utilizadas por pessoas que apresentam os sintomas e por profissionais envolvidos no atendimento e na inspeção dos meios de transporte nos quais essas pessoas se encontravam. No nível de alerta internacional de número 5, a OMS não recomenda o uso de máscaras por pessoas saudáveis. Os profissionais de saúde devem utilizar máscara de proteção respiratória que apresenta eficácia mínima de filtração de 95% das partículas dispersas (máscaras do tipo N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3), quando entrarem em quarto de paciente com diagnóstico ou suspeita de infecção pelo vírus influenza A/H1N1; estiver trabalhando a distância inferior a um metro do paciente com diagnóstico ou suspeita do vírus influenza A/H1N1; atuar em procedimentos com risco de geração de aerossol. Exemplos: entubação, aspiração nasofaríngea, cuidados em traqueostomia, fisioterapia respiratória, broncoscopia, autópsia envolvendo tecido pulmonar e coleta de espécime clínico para diagnóstico etiológico da influenza. Os procedimentos com geração de aerossol devem ser realizados apenas em áreas restritas, sem a

presença de outros pacientes e com equipe de saúde reduzida.

Há risco de pandemia?

Sim e os próximos dias serão fundamentais para essa conclusão. A OMS já declarou alerta 5, ou seja, risco iminente de pandemia.

O Brasil está preparado para enfrentá-la?

As medidas anunciadas até o momento estão de acordo com normas internacionais e demonstram que o nosso país está aparentemente preparado para enfrentar essa epidemia. Apesar de neste momento já ter sido diagnosticado mais de um caso de transmissão autóctone, não podemos dizer que o país não está preparado. Claro que se essa epidemia adquirir proporções maiores que o esperado, poderemos ter dificuldades em alguns locais.

As ações adotadas pelo ministério da saúde são eficazes?

As medidas adotadas pelo Ministério da Saúde estão sendo eficazes, até o momento, visto que os casos suspeitos foram identificados em tempo e monitorados de acordo com o esperado. Embora estas medidas adotadas tenham sido eficazes o estado de alerta continua e em nenhum momento podemos ou devemos imaginar que é o suficiente.

A reação da Oms ao surto da nova gripe foi exagerada?

Não. Não há exagero em medidas tomadas frente a um novo agente infeccioso com potencial de disseminação rápida e com patogenicidade desconhecida até então.

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CAPA

Ao mesmo tempo em que se discute a interiorização do médico, por meio de programas do Minis-tério da Saúde de difícil viabilização devido à alta complexidade exigida, organizações não-governamentais comprovam a cada dia que é possí-vel levar saúde de qualidade a regiões remotas, geralmente menos favoreci-das por estarem distantes de grandes centros e terem enormes dificulda-des de acesso.

As organizações Saúde e Alegria e Expedicionários da Saúde são apenas duas, dentre muitos outros exemplos bem-sucedidos de entida-des que substituem, com competên-cia, o papel governamental, levando medicina de ponta à população indí-gena brasileira, normalmente exclu-ída de qualquer assistência, seja por problemas culturais ou pelas dificul-dades de acesso.

Foi em 2003 que um grupo de amigos, formado por médicos e executivos, criou a Associação

Assunto será tema central, com a simulação de tenda de atendimento médico no estande da AMB, na Feira Hospitalar, de 2 a 5 de junho, no Expo Center Norte, em SP

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Expedicionários da Saúde. A ideia, cujo foco principal era levar aten-dimento cirúrgico a comunidades indígenas isoladas, havia surgido um ano antes, quando, durante uma viagem ao Pico da Neblina (AM), o grupo teve a oportunidade de conhe-cer uma aldeia Yanomami.

Hoje, passados seis anos, já foram realizadas 13 expedições e atendidos 17 mil casos. A equipe dos Expedi-cionários da Saúde é composta por 18 médicos, três enfermeiros, um assistente e 10 pessoas que dão apoio logístico.

“São de sete a oito dias cirúrgicos tentando interferir o mínimo possí-vel na cultura”, afirma Márcia Abda-la, coordenadora de logística.

As jornadas pela região amazô-nica começaram em 2004 e para que ocorressem foram feitas parcerias.

A logística de cada operação começa quatro meses antes, por meio dos contatos com parceiros,

apoiadores e patrocinadores. “São cinco toneladas de carga, com medi-camentos a geradores. Se faltar uma agulha, não tem como mandar buscar”, explica Márcia. “Parte da carga não volta. Deixamos guarda-da no local mais próximo da futura expedição”, finaliza.

O Exército ajuda no transporte e na montagem do material. Depois de finalizado o trabalho, o apoio logís-tico dos Expedicionários e a comu-nidade montam as instalações que serão necessárias. “O centro cirúrgi-co é uma barraca que foi adaptada. São duas mesas de anestesia em uma sala, o que é excepcional”, afirma Arthur Uldesman, anestesiologista e participante dos Expedicionários da Saúde desde 2007. “A qualidade do trabalho que eu faço lá é idêntica ao que realizo no Hospital das Clínicas de Campinas”, completa.

Cada cidade tem um Distrito Sanitário Especial Indígena (Disei), com pólos bases que ficam próximos

Interiorização da Medicina

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MAIO/JUNHO 2009 7

às comunidades. “Antes de a viagem acontecer, os agentes de saúde do Disei são treinados para fazer uma triagem inicial dos pacientes. Quan-do chegamos, a equipe médica faz a seleção final”, diz Uldesman.

Os pacientes são recebidos aos poucos. “Cada dia chega um barco, as pessoas são atendidas, ficam no pós-operatório e partem. Essa dinâ-mica é feita para não afetar os habi-tantes do lugar”, diz Márcia.

O foco do projeto são as cirur-gias, apesar da realização de peque-nos atendimentos. “Quando os indígenas saem da aldeia para o procedimento, eles levam a família toda. Durante a operação, também damos atendimento aos outros inte-grantes da família”, diz Márcia. As especialidades oferecidas são: oftal-mologia, cirurgia geral, ortopedia, pediatria, ginecologia e medicina de família. As cirurgias de hérnia e cataratas são as mais frequentes. Os procedimentos realizados são rela-tivamente simples. “Não fazemos nada complexo devido aos riscos de complicações pós-operatórias”, diz Uldesman.

Márcia relata que a parte admi-nistrativa e de logística são dois pontos que precisam ser melhorados. “O que nós mais precisamos é de um parceiro que nos ajude a profissiona-lizar essa parte, que é fundamental para o nosso crescimento”.

José Luiz Gomes do Amaral, anestesiologista e presidente da AMB, participou da 13ª expedição da ONG, que aconteceu entre os dias 17 e 26 de abril, na comunidade de Novo Paraíso, Alto Solimões (AM). Na ocasião, foram realizadas 286 cirurgias e 1.391 atendimentos.

“Foi uma experiência enriquece-dora, que também comprovou que é possível interiorizar a medicina. A exemplo do que fazem essas ONGs, com um trabalho sério podemos levar medicina de qualidade feita por médicos com q ualidade até essas regiões carentes. Basta apenas vonta-de política”, sentencia Amaral.

Interiorização da Medicina

Pacientes passam por triagem

Realização de exames pré-operatórios

A espera para a cirurgia

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8 MAIO/JUNHO 2009

CAPA

Saúde e Alegria

O Projeto Saúde e Alegria (PSA) é uma ONG que atua na Amazônia há 20 anos, trabalhando para melhorar as políticas públicas por meio do desen-volvimento integrado e sustentável da região. O PSA atende, de forma regu-lar, 144 comunidades, localizadas nos rios Tapajós e Arapiuns.

“Na área de saúde, temos nos empenhado para desenvolver um modelo de atenção baseado no Programa Saúde da Família, mas de forma itinerante”, diz Fábio Tozzi, médico cirurgião-geral e vascular, coordenador do Núcleo do Progra-ma de Saúde Comunitária.

A equipe, composta por médi-co, enfermeiro e dentista, faz visitas mensais utilizando o barco-hospital Abaré, especialmente construído para navegar pelos rios locais.

“A embarcação é um sonho anti-go, viabilizado por meio de uma parceria com a ONG holandesa Terre des Hommes. O projeto começou a funcionar plenamente em outubro de 2006”, fala o cirurgião-geral.

Desde 1989, os fundadores do PSA, Eugênio e Caetano Scannavino,

Os visitantes da 16ª edição Feira+Fórum Hospitalar pode-rão sentir um pouco do clima das viagens que a ONG Expedicioná-rios da Saúde faz, desde 2004, para a Floresta Amazônica. Dentro do estande montado pela AMB, o públi-co terá contato com o centro cirúr-gico de 25m2, instalado na mesma barraca adaptada utilizada durante as expedições. Esse ambiente ficará embaixo de uma choupana de palha que simula a estrutura construída pelos índios quando recebem os Expedicionários.

Ao entrar na barraca, o visitan-te verá a disposição dos materiais cirúrgicos, macas, monitores cardía-cos, carrinhos de anestesia e todos os itens que fazem parte de uma operação real. Estarão também

AMB simulará expedição médica na Amazônia durante a feira Hospitalar

Centro cirúrgico

Descanso pós-operatório

Voluntário auxilia na comunicação

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MAIO/JUNHO 2009 9

atendiam as comunidades em barcos pequenos. “Eles desenvolveram uma metodologia que envolve o lúdico, por meio do circo, após perceberem que os problemas da região eram muito básicos. O que faltava era organização comunitária”, explica Tozzi.

Os profissionais navegam por uma área de atendimento equiva-lente a 10 postos de saúde e, aproxi-madamente, 23 mil habitantes. Por ano, são realizadas, em média, 25 mil consultas médicas e odontológicas. “Temos uma cobertura vacinal de 99%. A meta é atingir 100% esse ano”, diz o médico.

Além do Abaré, a ONG desenvol-ve o Programa Saúde na Floresta, que já está em fase de finalização. Desen-volvido em parceria com o BNDES, contemplou outro barco e a constru-ção de infraestrutura de saneamen-to e saúde como poços semiartesia-nos, bombas, caixas d agua e rede de distribuição. “Nosso objetivo é construir um modelo que sirva de política pública para ser replicado na região amazônica. Teoricamente, um ou dois barcos poderiam ser sufi-cientes para atender cada rio grande da Amazônia”, conclui.

AMB simulará expedição médica na Amazônia durante a feira Hospitalar

expostas algumas fotos que retra-tam o cotidiano das 13 expedições já realizadas.

No dia 3 de junho, a AMB orga-nizará o fórum Interiorização da Medicina - Medicina com qualidade para populações isoladas. No even-to, haverá ainda exibição espe-cial do longa-metragem sobre os Expedicionários da Saúde. Após o filme, alguns médicos que fazem parte da ONG apresenta-rão o projeto. Outro convidado do fórum é o médico Fábio Tozzi, coordenador do Núcleo de Saúde Comunitária do Projeto Saúde e Alegria, que falará sobre a ONG e o barco-hospital Abaré. A atividade será encerrada por um debate com todos os participantes.

Equipe que integrou a última caravana Expedicionários da Saúde

Barco Abaré: saúde na floresta

Mezzanino vermelho

Entrada Principal

CREDENCIAMENTOPRAÇA DE ALIMENTAÇÃO

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AMB

Estande

Rua B/C nº 23/24

Mezzanino vermelho

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Visite o estande da AMB - 2 a 5 de junho

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1 0 MAIO/JUNHO 2009

CIEnTIfICO

O Conselho Científico da AMB esteve reunido no dia 23 de abril, na sede da entidade. Seis assuntos integraram a pauta de discussões. Confira abaixo os pontos debatidos.

Atuação da Comare

O representante da AMB dentro da Comissão Técnica e Multidisciplinar de Atualização da Relação Nacional de Medi-camentos Essenciais (Comare), Flávio Vormittag, apresentou às Sociedades de Especialidade presentes como é o funciona-mento deste grupo. Seu objeti-vo é avaliar e revisar a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME). A AMB encaminhará às Sociedades a lista de medicamentos que serão

Conselho debate temas relevantes

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analisados neste ano. Cada uma das Especialidades deve encami-nhar informações técnicas para subsidiar a atuação do represen-tante da AMB na Comissão.

SinasaMarcos Sarvat, diretor médico

do Sistema de Atendimento à Saúde

(Sinasa), explicou o programa de atendimento voltado para consul-tas, exames laboratoriais e proce-dimentos hospitalares eletivos. Ele solicitou apoio às especialidades, no sentido de divulgá-lo, por entender que se trata de oferta de assistên-cia que preconiza os princípios da medicina ética. O principal ponto

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MAIO/JUNHO 2009 1 1

do Sinasa, destacado por Sarvat, é que o sistema respeita a relação médico-paciente, preservada pela ausência de intermediários, o que não ocorre com os planos e segu-ros-saúde convencionais.

Grupo técnico de esteriliza-ção de materiais endoscópicos

Coordenado pelo presiden-te da Sociedade Brasileira de Infectologia, Juvencio Furtado, o grupo reuniu-se pela segun-da vez antes do encontro do Conselho Científico para dar andamento às discussões sobre a esterilização de materiais endos-cópicos. A proposta é atualizar a Portaria nº 15/1988. (Mais deta-lhes no boxe ao final da matéria)

Representação do Conselho Nacional de Saúde

Grupo discute esterilização e desinfecção

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Ocorreu na tarde de 7 de abril, na sede da AMB, a primei-ra reunião do grupo de trabalho que discute as formas de esterili-zação e desinfecção de materiais endoscópicos cujo acesso é feito via orifícios naturais. O grupo foi montado na reunião do Conse-lho Científico da AMB de 19 de março, e é composto pelas Socie-dades de Endoscopia Digesti-va, Urologia, Coloproctologia, Otorrinolaringologia, Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Ginecologia e Obstetrícia e Infectologia.

“Essa discussão surgiu com a Resolução da Anvisa nº 08, de 27 de fevereiro de 2009, que suspende a esterilização química por imersão, utilizan-do agentes esterilizantes líqui-dos, incluindo o glutaraldeído, devido ao aumento nos casos de contaminação por micobac-téria de crescimento rápido.

Este grupo propõe-se a avaliar a melhor forma de esterilização e de desinfecção para os equipamen-tos que não envolvem perfuração de mucosas”, explicou Juvencio Furtado, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia e coor-denador do grupo.

Na reunião do dia 23 de abril, o grupo analisou a aplicabilidade da Portaria n º 15/1988 da Anvisa, que estabelece as “normas para regis-tro dos saneantes domissanitários com ação antimicrobiana”, aos procedimentos médicos realizados pelas especialidades envolvidas.

O diretor científico, Edmund Baracat, expressou o desejo do representante da AMB no Conselho Nacional de Saúde (CNS), Armando Guastapaglia, de que houvesse participação efetiva das Sociedades de Espe-cialidade nas Comissões que foram incluídas no CNS. O não comparecimento enfraquece as entidades médicas dentro do Conselho.

Perícia Médica

A Associação Brasileira de Medicina Legal demonstrou a vontade de participar da emis-são do certificado de área de atuação em perícia médica. Para tanto, irá manifestar-se oficial-mente junto à Comissão Mista de Especialidade.

Diretrizes autogeradas

Aldemir Humberto Soares, 1º secretário, pediu apoio das Sociedades, pois devido ao convênio AMB-ANS estão sendo realizadas várias ofici-nas para atender a demanda por elaboração de diretrizes. Os cursos para elaborado-res passarão a ser gratuitos, desde que cada participante da Sociedade de Especialidade seja responsável por uma dire-triz. Se a Sociedade não quiser participar, a AMB procurará outro grupo para elaborar as diretrizes. “É um momento muito importante para os médi-cos, pois irão inibir a produção das diretrizes feitas pelos dos planos de saúde”, disse.

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sAúDE suPLEmEnTAR

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizou no dia 17 de abril, no Hotel Guanabara, Rio de Janeiro (RJ), o seminário “A implementação de diretrizes clíni-cas na atenção à saúde: experiências internacionais e o caso da saúde suplementar no Brasil”. Com a apoio da AMB, CFM e Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o evento aprofundou a discus-são entre os atores que cumprirão um dos itens do acordo firmado no início deste ano entre a AMB e a ANS: implementar no sistema suplementar de saúde diretrizes clínicas. Para tanto, foram analisa-das as experiências de outros países para decidir como será este proces-so no Brasil.

Durante a abertura, compuse-ram a mesa inaugural Fausto Perei-ra dos Santos, diretor-presidente

Seminário no RJ trata da implantação de diretrizes clínicas

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a pando a AMB desde o começo”, disse Jatene.

“A ANS envolveu-se neste trabalho pois, regulando a práti-ca clínica, os usuários terão um atendimento melhor e com mais qualidade”, disse Fausto Pereira dos Santos.

A seguir, António Vaz Carnei-ro, diretor do Centro de Estudos de Medicina Baseada em Evidên-cia da Faculdade de Medicina de Lisboa, e Alfredo Scaff, secretário executivo da ANS, apresentaram breve histórico da implementação das diretrizes clínicas pelo mundo e no Brasil, respectivamente. Vaz Carneiro explicou que as normas de orientação clínica (NOCs), como são denominadas as diretri-zes em Portugal, têm o objetivo de suportar a decisão médica, produ-zindo ações de mais consistência e qualidade, melhorar a prestação dos cuidados de saúde e aumen-tar a acessibilidade e disponibi-lidade do conhecimento médico. “Em alguns países como Estados Unidos, Canadá e Nova Zelândia, existem entidades que regulamen-tam e averiguam a qualidade das NOCs”, explicou.

Já Alfredo Scaff relatou o trabalho desenvolvido pela ANS que, dentre outras atribuições, regula 1.785 operadoras, e citou o parecer do CFM: a imposição de diretrizes autogeradas por planos de saúde produz uma cascata de infrações éticas, incluindo ausên-cia de garantia para o exercício ético da medicina, interferência em prescrição, ausência de isenção na auditoria, negligência e impru-dência na prática médica.

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da ANS; Fabio Jatene, um dos idea-lizadores do Programa Diretrizes e representante de José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB; Gerson Zafalon, 3º vice-presidente do CFM e representante de Edson Andrade, presidente do CFM; e Renato Tasca, consultor da OPAS.

Em sua fala, Jatene relembrou como foi desenvolvido o Progra-ma Diretrizes AMB/CFM, na época em que ocupava o cargo de diretor científico da AMB. “Quan-do criamos, em 1999, um núcleo que pudesse tratar desse assunto, tínhamos em mente que primei-ro deveríamos elaborá-las bem, e isso ficou a cargo das Sociedades de Especialidade. Depois, deverí-amos implementá-las bem. Então, agradeço à ANS por ter dado esse passo, que é algo que vem preocu-

Seminário apresentou experiências internacionais

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“Tendo isso como base e o obje-tivo do convênio que firmamos, que é qualificar a atenção presta-da aos beneficiários de planos de saúde, temos que discutir como implementar essas diretrizes”, disse Scaff.

Durante a primeira mesa, “Experiências internacionais na implementação de diretrizes clíni-cas: o caso de Brasil e Portugal”, Wanderley Bernardo, coordena-dor do Programa Diretrizes AMB/CFM, explicou que o Brasil traba-lha em sintonia com as Sociedades de Especialidade na elaboração de diretrizes clínicas, e que todas são baseadas em informações origi-nadas de pesquisa científica, com evidências o mais forte possível e de qualidade. Ele abordou a quem se destina a evidência científica, como expressá-la ao paciente, fato-res que influenciam a busca e a disseminação da evidência e quais barreiras existem ao implementar as diretrizes.

“Implementar é superar barrei-ras, pesar cada um dos métodos, estratégias e intervenções. Depende do tamanho do problema e da urgên-cia para resolvê-lo”, disse Bernardo.

Sobre as experiências portu-guesas, António Vaz Carneiro explicou quem projeta as NOCs no país, que tópicos abordam,

metodologia, tipos de dissemina-ção, tipos de implementação, sele-ção, hierarquização e avaliação de evidências. “É recomendável que nos concentremos nas diretrizes que tratam das 30 doenças mais prevalentes, pois temos que tomar decisões muito complexas como incidência da doença x custo x benefício”, disse.

Na parte da tarde, durante a segunda mesa de debates, foram relatadas as experiências do Chile e da Colômbia.

César Carcamo, diretor do Hospital Mutual de Seguridad e membro fundador da Rede

Iberoamericana das Diretrizes para a Qualidade, explicou como funciona o sistema de saúde chile-no, em que 70% da população é atendida pelo sistema público e apenas 16% têm acesso ao seguro privado. Ele abordou também as quatro leis que, entre 2003 e 2005, foram promulgadas para refor-mar a saúde chilena. A Lei 19.966, por exemplo, estabelece o Regime Geral de Garantias em Saúde, que determina o acesso à saúde de qualidade a todas as pessoas. Além disso, o processo priorizou as 56 patologias mais frequentes e distribuiu nacionalmente as chamadas guias de práticas clíni-cas sobre estas doenças.

Para falar sobre a implementa-ção de diretrizes na Colômbia, foi convidado Rodrigo Pardo, diretor do Proyecto Guías da Universida-de Nacional da Colômbia e asses-sor e consultor do Ministério da Saúde colombiano na elabora-ção e avaliação de diretrizes em prática clínica. Ele falou sobre os problemas que as guias enfren-tam e ressaltou que tudo depende de como atuam os atores do siste-ma de saúde.

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António Vaz Carneiro: experiência europeia sobre Diretrizes

Wanderley Bernardo, coodernador do programa Diretrizes

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EsCOLAsmÉDICAs

fARmACO-vIgILânCIA

No dia 7 de abril, ocorreu, na sede da AMB, o lançamento do DVD “Farmaco-vigilância – Saúde e Segurança” produzi-do pelo laboratório farmacêutico Biolab, em parceira com a AMB.

Fizeram parte da mesa para apre-sentar o trabalho o diretor presidente da Anvisa, Dirceu Raposo de Mello, José Luiz Gomes do Amaral e Aldemir Humberto Soares, respectivamente, presidente e secretário-geral da AMB; Eulógio Martinez, chefe da seção de Hemodinâmica do Incor e Fernando Fernandes, diretor médico da Biolab. Também compareceram à cerimônia Luc Weckx, 1º secretário, e Edmund Baracat, diretor científico.

AMB e Biolab lançam DVD sobre farmacovigilância

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Eulógio Martinez: panorama da medicina brasileira nos últimos 40 anos

Entrevista Dirceu Raposo Diretor-presidente da Agência nacional de vigilância sanitária (Anvisa)

Gomes do Amaral iniciou a soleni-dade com uma breve apresentação dos assuntos que seriam discutidos. "Os médicos precisam manter-se atualiza-dos, por isso a educação continuada é uma ferramenta fundamental".

Raposo de Mello falou sobre o texto que regulamenta a relação entre os profissionais e a indústria farmacêutica. "Atualmente, as farmácias, que deveriam ser um ambiente de atenção primária, não prestam atenção alguma. Muitas causam mais malefícios, acredito que de forma involuntária, do que benefícios”.

Martinez fez um panorama sobre a medicina brasileira nos últimos 40 anos. "O profissional tinha de ter sólida

formação. Os exames eram muito agres-sivos e não confiáveis. Não dava para improvisar". Naquele tempo, segundo o médico do Incor, a clínica era sobera-na. Para ele, apesar da incorporação da técnica, na essência, a medicina requer confiança defronte a uma consciência.

Fernando Fernandes encerrou a solenidade explicando como surgiu a ideia do DVD. "Constatamos que, para o público leigo, o medicamento sempre é o responsável pelas reações e efeitos adversos. Por isso, procuramos a Anvisa, a AMB e o Conselho Regional de Farmá-cia e produzimos um material para que todos entendam o que ocorre na cadeia de farmacovigilância".

Qual a importância do DVD de Farmacovigilância?

É uma iniciativa louvável da indústria devido a importância da farmacovigilância. Esse é o espírito que a Anvisa admite para a relação dos laboratórios com os profissionais de saúde. Levar infor-mação correta para que o médico possa avaliar o que tem a dispo-sição com relação ao arsenal terapêutico que ele vai trabalhar.

A nova legislação sobre propaganda de medicamentos, assinada em dezembro de 2008, entra em vigor em junho. Como está o processo de adaptação? Há alguma reclamação?

A legislação teve participação de toda a sociedade, pois foi um assunto discutido durante três anos. É uma legislação possível que avança em relação ao material editado em 2000, está revisada e mais aprimorada. Existem setores da sociedade que queriam a proibição total da propaganda e outros que desejavam o instituto da anuência prévia, ou seja, a Anvisa avaliaria a propaganda antes de ela ser veiculada. O que foi possível e factível nesse momento é

essa resolução que está editada. Acredito que esse texto é um dos degraus para o aprimoramento da relação da indústria, propagan-da e a informação para médicos e pacientes.

Qual impacto que as novas regras para distribuição de amostras grátis provocará no mercado?

O objetivo da amostra grátis é fazer com que o médico, ao se deparar com um medicamento novo, use e adquira experiência com a tera-pêutica por meio daquele produto. O fato é que amostra grátis no Brasil tem um desvio. Se a função da amostra grátis é levar ao profissio-nal de saúde o contato com o novo, da melhoria da utilização daquele produto por meio do conhecimento na prática cotidiana, que sentido tem fazer isso com um produto que já é sobejamente conhecido? O FDA (agência que regula produtos alimentícios e farmacêuticos nos EUA) só admite distribuição de amostras grátis de produtos com até dois anos de vida no mercado. Aqui é possível distribuir amostras de produtos que são vendidos há 40 anos. Não faz o menor sentido. Isso não traz benefício algum para o paciente ou para o médico.

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O deputado federal Eleuses Paiva (DEM/SP), ex-presidente da AMB, é o novo se-cretário-geral da Frente Parlamentar da Saúde. Ele integra a diretoria da entida-de para o biênio 2009-2011. Ele adiantou que a prioridade da FPS é o financiamen-to da saúde, por isso serão retomados es-forços pela regulamentação da Emenda Constitucional 29, que define com cla-reza os investimentos no setor das três esferas governamentais – União, Estados e Municípios.

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m u n D I A L

O presidente da AMB, José Luiz Gomes do Amaral, foi reeleito para a presidên-cia do Comitê de Assuntos Médico-Sociais da Associação Médica Mundial (WMA). Ele ocupará o cargo até 2011. A eleição ocorreu no dia 15 de maio, durante o 182o Encontro do Conselho da WMA, ocorrido em Tel Aviv, Israel. Gomes do Amaral assumiu a presidên-cia do Comitê Médico-Social pela pri-meira vez em maio de 2007, durante a 176ª Reunião do Conselho da WMA, em Berlim, Alemanha.

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Um tratamento inovador para pacien-tes que sofrem de diabetes tipo 1, basea-do em altas doses de quimioterapia e no transplante de células-tronco extraídas de seus próprios organismos, apresentou resultados promissores, segundo estudo realizado pela Universidade de São Paulo e publicado no Journal of the American Medical Association. De um grupo de 23 pessoas que receberam o tratamento du-rante a pesquisa, 20 foram dispensadas das altas doses diárias de insulina, pois seus organismos voltaram a produzir a substância com bom controle glicêmico. Além disso, aqueles que precisaram voltar a injetar a substância precisaram tomar doses bem mais baixas. Os estudos foram realizados com pacientes em estágio ini-cial da doença. A diabetes tipo 1 atinge cerca de 1 milhão de pessoas no Brasil.

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A Associação Americana de Urologia (AUA, na sigla em inglês) reduziu de 50 para 40 anos a idade mínima reco-mendada para que homens com ex-pectativa de vida de pelo menos mais dez anos façam o exame de PSA (an-tígeno prostático específico, na sigla em inglês), associado ao de toque retal. Aos homens com mais de 75 anos não é recomendado, por não representar aumento de sobrevida. Segundo José Carlos de Almeida, presidente da As-sociação Brasileira de Urologia, no Brasil, o exame já é recomendado para homens de 40 anos que têm mais de um caso em parentes de primeiro grau (pai ou irmão) e para pacientes de 45 anos, caso não os tenham. "A AUA endossou o estudo europeu. Há o risco de super-tratamento? Há. Porém, o médico tem que avaliar idade, condições do pacien-te e risco. Tudo tem que ser colocado em jogo para decidir o que fazer ou não fazer", diz Almeida.

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Uma resolução do Conselho Federal de Medicina publicada no dia 6 de maio no "Diário Oficial da União" altera normas do código de processo ético-profissional. Pela resolução Nº 1897/09, agora um mé-dico só poderá ser cassado se receber a maioria absoluta (metade mais um) dos votos dos conselheiros, tanto nas unida-des regionais como no conselho federal. Isso porque toda cassação realizada em regionais precisa ser referendada pelo CFM - ao todo, 27 conselheiros podem votar. O quórum mínimo para julgar um caso de cassação é de 21 conselheiros. Até então, o profissional poderia ser cassado se recebesse a maioria simples dos votos dos conselheiros presentes no plenário. As alterações do código foram feitas para corrigir distorções, afirma o vice-correge-dor do CFM, José Fernando Maia Vina-gre. "A cassação por maioria absoluta já é adotada na maioria dos conselhos profis-sionais. O nosso código era omisso com relação a isso, e o que fizemos foi deixar as coisas mais claras", diz ele.

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m É D I C A s n O B R A s I L

José Luiz Gomes do Amaral e Edmund Chada Baracat, presidente e diretor científico da AMB, respectivamente, acabam de lançar o livro “O futuro das escolas médicas no Brasil”. A obra é o resultado do simpósio que reuniu no Teatro da FMUSP, em São Paulo, reno-mados médicos de diversas especialida-des, políticos, estudantes para debater os novos rumos das escolas de medicina e a formação médica no Brasil, visando à qualidade da medicina brasileira.O evento foi promovido pela AMB, CFM, Fundação Faculdade de Medicina e contou com autoridades da área como o ex-ministro Adib Jatene e o presiden-te da Câmara Federal, à época, Arlin-do Chinaglia. Foram debatidos temas como qualidade das escolas médicas, formação acadêmica e residência médi-ca. Os resultados deste encontro foram, então, reunidos neste livro pelos edito-

res Edmund Chada Baracat e José Luiz Gomes do Amaral.“Reconstruir o ensino e, com ele, a digni-dade da assistência exige a participação de todos; em outras palavras: discussão, de-cisão e mobilização,” afirmam os editores.

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EsCOLAsmÉDICAs

víRus H1n1

Durante coletiva de imprensa, realizada no dia 8 de maio, na sede da Associação Paulista de Medi-cina, em São Paulo, a Associação Médica Brasileira e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) divulgaram documentos dirigidos à comunidade médica e à população, contendo orientações sobre a gripe influenza A/H1N1. Na página ao lado, apresentamos, de forma resu-mida, as principais orientações à classe médica.

“A ideia é levar a informação adequada e de forma rápida não só à população como também à classe médica”, explicou o presidente da APM, Jorge Curi, ao abrir a coletiva.

O conteúdo do trabalho divul-gado foi produzido por renomados profissionais que integram a equi-pe técnica do Comitê Científico de Influenza/Gripe da SBI, da Socieda-de Brasileira de Medicina Tropical, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Sociedade Brasileira de Medicina de Viagem, Sociedade Paulista de Infectologia, Associação

AMB e SBI divulgam orientações sobre gripe influenza A/H1N1

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Brasileira de Infecções Hospitalares e a Associação Pan-Americana de Infectologia. Trata-se de uma espé-cie de protocolo para a prática eficaz no diagnóstico, acompanhamento e tratamento de pacientes, além de prevenção.

“A equipe técnica, em função da premência da divulgação de infor-mações, trabalhou duro no pouco tempo que dispôs. Por isso, gostaria de agradecer o empenho de todos para a consolidação destes docu-mentos”, destacou o presidente da SBI, Juvencio Furtado.

Este trabalho começou a ser formatado a partir de reunião ocor-rida na sede da AMB, no dia 30 de abril, com intuito específico de discutir a atual epidemia do vírus influenza A. Foi, então, constituído o grupo técnico, responsável por monitorar a evolução do problema e elaborar informativos destinados aos médicos e população em geral, divulgando informações de interes-se e mantendo-os atualizados sobre o desdobramento do atual surto.

“Os dois primeiros documentos dirigidos à comunidade e ao público leigo foram rapidamente finalizados e precisamos do apoio de todos os meios de comunicação – internet, rádios, TVs, jornais, revistas, para disseminá-los junto à população. As orientações para a comunidade serão distribuídas a todas as entida-des ligadas ao setor de saúde, a quem também solicitamos que repliquem a divulgação deste material", afir-mou o diretor científico da AMB, Edmund Chada Baracat, durante a coletiva, que contou ainda com as presenças de Sérgio Cimermann, da Sociedade Pan-Americana de Infec-tologia; Nanci Belei, da Unifesp; Vinicius Poncio e Rosa Maria Barbosa, da Sociedade Paulista de Infectologia e Marta H. Lopes, da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. O material produzido foi encaminhado a todas as federadas e sociedades de especialidade filiadas à AMB e encontra-se disponível nos sites da AMB (www.amb.org.br) e da SBI (www.infectologia.org.br).

Coletiva na APM: especialistas debateram o novo virus

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nR: As orientações acima foram condensadas para apresentação de forma resumida. Recomenda-se a leitura na integra do documento "Orientações à classe médica", disponível em www.amb.org.br

Resumo das principais orientações para a classe médica

CASO SUSPEITO

Apresentar febre alta de maneira repen-tina (> 38ºC) E tosse podendo ser acom-panhada de um ou mais dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações ou dificuldade res-piratória E 1) Ter apresentado sintomas até 10 dias após voltar de viagens ao exterior, de países que reportaram ca-sos pela Influenza A/H1N1 OU 2) Ter tido contato próximo, nos últimos 10 dias, com uma pessoa classificada como caso suspeito de infecção humana pelo novo subtipo de influenza A/H1N1.

USO DE MÁSCARAS E M AMBIENTE COMUNITÁRIO

• Em indivíduos saudáveis assintomáti-cos: Manter distância de no mínimo um metro de qualquer indivíduo com sin-tomas de gripe, e: Evitar levar as mãos à boca e ao nariz; Higienizar as mãos com frequência, utilizando água e sabão ou soluções alcoólicas, especialmente se tocar a boca e nariz ou superfícies po-tencialmente contaminadas; Reduzir o máximo possível o tempo de contato com pessoas potencialmente doentes; Reduzir o máximo possível a perma-nência em ambientes com aglomeração de pessoas; Nos ambientes que estiver frequentando, melhorar o fluxo de ar, abrindo as janelas por exemplo.

Fora do ambiente de serviços de saúde, não há evidências que demonstrem be-nefícios do uso de máscaras cirúrgicas ou respiratórias para a proteção contra a exposição ao vírus em ambientes aber-tos.

• Indivíduos com sintomas respiratórios (febre, tosse, dor de cabeça, dor muscu-lar, dor nas articulações ou dificuldade respiratória): Higienizar as mãos com fre-quência, utilizando água e sabão ou so-luções alcoólicas, especialmente se tocar a boca e nariz ou superfícies potencial-mente contaminadas, principalmente após tossir ou espirrar ; Cobrir o rosto (boca e nariz) quando tossir ou espirrar; Permanecer em casa durante dez dias, utilizando máscara cirúrgica descartá-vel; Reduzir contatos sociais desnecessá-rios; Mensurar a temperatura três vezes

ao dia ; ficar atento para o surgimento de febre > 38º C e tosse; Procurar imediata-mente serviço de saúde de referência para avaliação se os sintomas acima persistirem

• Profissionais de saúde: Para os pacientes com sintomas respiratórios que procuram as Unidades Básicas de Saúde (UBS), prontos-socorros ou consultórios médicos:

Deve-se oferecer a máscara cirúrgica e orientá-los a permanecer utilizando a más-cara até receber orientação médica para retirá-la,se for o caso; Orientar a higieni-zação das mãos com frequência, utilizan-do água e sabão ou soluções alcoólicas, especialmente se tocar a boca e nariz ou superfícies potencialmente contaminadas, principalmente após tossir ou espirrar ;

Quem deve utilizar Equipamento de Prote-ção Individual (EPI): máscara respiratória, avental com abertura para trás, gorro, ócu-los de proteção e luvas de procedimentos:

a) Os profissionais de saúde devem utilizar máscara de proteção respiratória que apre-senta eficácia mínima de filtração de 95% das partículas dispersas (máscaras do tipo N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3) quando: em contato com paciente com diagnóstico ou suspeita de infecção pelo novo vírus in-fluenza A/H1N1.

b) Todos os profissionais de saúde que prestam assistência ao paciente, tais como: médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas, profissio-nais do Centro de Material e Esterilização (CME) e lavanderia (área suja), durante manipulação de artigos ou roupas/tecidos provenientes de paciente com influenza suspeita ou confirmada.

c) Toda a equipe de suporte, incluindo pes-soal de limpeza e nutrição.

d) Todos os profissionais de laboratório, durante coleta, transporte e manipulação de amostra de paciente com influenza sus-peita ou confirmada.

e) Familiares e visitantes que tenham con-tato com o paciente.

PROCEDIMENTOS

• Uma vez atendida a definição de caso suspeito, contatar o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) local, se houver em sua cidade, e encaminhar para o Hospital

de Referência .Qualquer dúvida, deve-se ligar para o Disque Central Médica do CVE – 0800 555466

• Em relação aos casos em monitora-mento, notificar imediatamente os que se enquadrem nos critérios de casos em monitoramento (conforme Portaria SVS/MS – No.05/2006) à Secretaria de Saúde Municipal e/ou Estadual.Encontra-se disponível a notificação eletrônica pelo e-mail: [email protected]; Coletar amostras de sangue e de secreção respi-ratória, se disponível, segundo protoco-lo de investigação epidemiológica.

• Não é recomendada a internação hos-pitalar e tampouco o tratamento especí-fico antiviral contra o novo vírus Influen-za A/H1N1 nesta fase de investigação; Adotar quarentena domiciliar voluntária e: Utilizar máscara cirúrgica descartá-vel; Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal; Evitar tocar olhos, nariz ou boca; Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, es-pecialmente depois de tossir ou espirrar; Manter o ambiente ventilado; Evitar con-tato próximo com pessoas; Adotar moni-toramento clínico diário até o 10º dia do início dos sintomas, conforme protocolo de investigação epidemiológica.

DIAGNÓSTICO

É realizado através do teste de imuno-fluorescência indireta (IFI), seguido da reação em cadeia pela polimerase (PCR), específica para este novo vírus, que per-mite caracterizar casos altamente sus-peitos. Testes comerciais rápidos para identificação do vírus Influenza A e B em secreções respiratórios não permitem a confirmação diagnóstica do novo vírus Influenza A/H1N1, portanto não devem ser utilizados para esta suspeita diag-nóstica.

TRATAMENTO

Não é recomendada a prescrição de me-dicamentos sintomáticos e a automedi-cação deve ser desencorajada. O uso de medicamentos antivirais também não é recomendado, sendo restrito para o tratamento de pacientes nos Hospitais de Referência. O uso indiscriminado de antivirais pode induzir resistência rapi-damente.

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POLíTICA mÉDICA

Empossado na Câmara Fede-ral no dia 22 de abril, o ex-presi-dente da APM e da AMB, Eleuses Paiva (DEM-SP) foi homenagea-do na noite do dia 4 de maio, na sede da Sociedade de Medicina e Cirurgia (SMC) pela classe médi-ca de São José do Rio Preto, cida-de onde vive há 22 anos.

Com trajetória de defesa da classe iniciada em Rio Preto como presidente da SMC, em 1993, Eleuses, em seguida, presidiu a Associação Paulista de Medici-na e, posteriormente, Associação Médica Brasileira, ambas por dois mandatos. Agora, no parlamento, promete honrar cada um dos mais de 79 mil votos recebidos durante a campanha eleitoral em 2006.

Eleuses Paiva reafirma o compromissode campanha: lutar pela saúde do país

“Antes de estar deputado, sou médico. É minha profissão, minha luta e minha vida. Meu compro-misso maior será honrar quem me elegeu e a classe que represento. Se algum dia tiver que fazer alguma concessão quanto à minha digni-dade, abandonarei o cargo”, afir-mou o deputado Eleuses Paiva em seu discurso.

O presidente da AMB, José Luiz Gomes do Amaral destacou que o momento é muito importante para os médicos de todo o país. “O Eleu-ses tem reconhecida liderança, um longo histórico de lutas pela saúde e saberá honrar a classe médi-ca”, disse Amaral. Suas palavras foram endossadas pelo presidente da Associação Paulista de Medi-cina, Jorge Carlos Machado Curi. Já para o conselheiro do Cremesp

e ex-presidente da SMC, Pedro Teixeira Neto, “Eleuses conhece a realidade do país e fala a lingua-gem dos médicos e do povo, o que é fundamental para projetos como a Emenda 29 e CBHPM”. Regina Volpato Bedone, ex-presidente da SMC, vê a posse do deputado como uma coroação à luta pela saúde. “É o alcance de um ideal de todos os profissionais e, acredito, do próprio Eleuses”, sentenciou.

Para o diretor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - Famerp, Humberto Liedtke Jr., “não se esquecer de suas origens será a principal característica do médico rio-pretense”. Um dos fundadores do movimento médico na cidade, Domingo Braile, disse que a influ-ência positiva de Eleuses em todo o território nacional proporciona um novo horizonte para a classe. “Já temos médicos na Câmara dos Deputados, mas o diferencial é que este menino, onde quer que esteja, será médico. É um bom presente para o Brasil”, garantiu.Eleuses Paiva, à esq. e acima, durante cerimônia promovida pela SMC

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SMC

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Vinte e dois projetos de lei foram avaliados pelos integrantes da Comissão de Assuntos Políti-cos (CAP) durante reunião reali-zada no dia 29 de abril, na sede da AMB, em São Paulo.

Foram considerados relevan-tes e portanto passarão a inte-grar a Agenda Parlamentar da Saúde Responsável o PL 4777/09, que dispõe sobre a proibição de cirurgias meramente estéticas em gestantes; PL 4872/09, que altera a Lei nº 8394/96, estabelecendo a admissão automática de diplo-mas de educação superior dos países do Mercosul, para seleção em concursos públicos, docentes, pesquisadores e para carreira de ensino e pesquisa; PL 5008/09, que proíbe a suspensão de cuida-dos de pacientes em Estado Vege-tativo Persistente; PLS 43/09, que institui provas de proficiência institucional para egressos do

CAP

Comissão atualizaAgenda Parlamentar

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ensino superior; e PL 4838/08, que altera a Lei nº 9.029 e proíbe a exigência de atestados de gravi-dez e esterilização e outras práti-cas discriminatórias para efeitos admissionais ou de permanência da relação jurídica de trabalho, único com parecer favorável.

Foram analisados ainda cinco requerimentos encaminhados pelos parlamentares, dentre eles o nº 217, do deputado Severiano Alves, que solicita a realização do "Seminário Internacional sobre Diretrizes Curriculares da Educa-ção Superior Latino-americana: revalidação de diplomas, sistema educacional e mercado de trabalho, experiências internacionais e dile-mas brasileiros", em parceria com a Comissão de Educação e Cultura.

De acordo com o documen-to, serão tratados temas relacio-nados à revalidação de diplomas universitários em geral. Haverá

também informações sobre as experiências da Europa, além das consequências para o Mercosul. A CAP encaminhará sugestão de inclusão de um item que trata da revalidação de diplomas e da qualidade e segurança da assis-tência à saúde.

"O deputado, que é presidente da Comissão de Assuntos Exterio-res da Câmara, entendeu a impor-tância de se discutir a revalidação de diplomas estrangeiros e apre-sentou esse requerimento que vai de encontro com as preocupações da classe médica", disse Luc Weckx, representante da AMB na CAP.

Estiveram presentes no encon-tro: José Luiz Dantas Mestrinho, Lázaro Fernandes de Miranda (AMB), Pablo Chacel, Wirlande Santos da Luz, Alceu Pimentel, Neuman Figuredo de Macedo (CFM) e o assessor parlamentar Napoleão Puente de Salles.

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CâmARA TÉCnICA

Implantes: discussões sobre órteses e próteses

Sob a coordenação de Luc Weckx, 1º secretário da AMB, esteve reunida no dia 8 de maio, na sede da AMB, a Câmara Técnica de Implantes.

A Comissão sobre Exigência de Fornecimento de Materiais e Instrumentos de Determinada Marca para Realização de Proce-dimentos Médicos do CFM, representada por Akira Ishida, Anto-nio Pinheiro e Marco Antonio Al-cici, foi convidada a participar do encontro para mostrar sua linha de atuação. O grupo trata, predominantemente, da regulação do comportamento ético do médico em relação às órteses e próteses. A discussão iniciou-se com o Parecer CFM 16/2008, que discute a exigência, pelo médi-co, de fornecimento de materiais e instrumentais de determina-da marca comercial para realização de procedimentos médicos.

“Discutimos os problemas que envolvem a escolha de órte-ses e próteses. Desde o produtor que vende a preços diferen-tes para locais diferentes, do médico que usufrui de benefícios na hora da escolha, do hospital que recebe taxas sobre os materiais implantáveis, e do planos de saúde, cujos interesses econômicos acabam prevalecendo na escolha do material”, disse Luc Weckx.

A AMB se propôs a, no futuro, elaborar diretrizes de aplica-bilidade das órteses e próteses. Já o CFM trabalhará em reso-luções, de modo a impedir o médico de se envolver em ques-tões comerciais, mas que lhe garantam o uso das exceções e o acesso à evolução tecnológica. Walfredo Calmon, gerente da área de materiais da Anvisa, se dispôs a trabalhar em parceria à Câmara Técnica, inclusive no trabalho de fiscalização da quali-dade dos materiais.

Em relação às listas de órteses e próteses já finalizadas, foi decidido que serão encaminhadas eletronicamente aos membros da Câmara Técnica, para revisão final. A partir daí, as relações serão publicadas no site da AMB.

Foram apresentadas ainda as listas de órteses e próteses das Sociedades Brasileiras de Dermatologia e de Cirurgia Plástica e feita a última revisão da relação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular.

Participaram da reunião as seguintes entidades: SINAMGE, Sociedade Brasileira de Dermatologia, Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, ANS, AMB, APM, Unimed, Unidas, CFM, Socieda-de Brasileira de Neurocirurgia, Fenasaúde, Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Abraidi, Sociedade Brasileira de Angio-logia e Cirurgia Vascular, SBOT, Sociedade Brasileira de Arritmia Cardíaca, Anvisa, Medial Saúde, Sociedade Brasileira de Pneumo-logia e Tisiologia, Sociedade Brasileira de Hemodinâmica.

Discussões para ajustes

Por dois dias consecutivos, a AMB reuniu membros da ANS e representantes de vários segmentos de saúde para tratar dos ajustes na construção da TUSS (Terminologia Unifi-cada da Saúde Suplementar).

O 1º tesoureiro da AMB, Florisval Meinão, foi o coordenador dos trabalhos que teve início no dia 14 de abril. Neste dia foram debatidas dúvidas em relação ao "de-para" das tabelas próprias das operadoras para a TUSS. Outra discussão foi em relação à incor-poração de novos procedimentos ainda não inseridos na CBHPM.

"A TUSS vai ser algo dinâmico. O impor-tante é que a AMB será a responsável por administrar esse processo", destacou Meinão.

Foi analisado ainda como será esse fluxo. Os representantes de Sociedade de Especia-lidade e dos segmentos de saúde suplemen-tar vão encaminhar as solicitações à Câmara Técnica da CBHPM, que analisará e atribuirá códigos a esses procedimentos.

Prazo para implantação

Em reunião realizada no dia 4 de maio, no Rio de Janeiro, o Comitê de Padroniza-ção de Informações em Saúde Suplemen-tar (COPISS-Coordenador) discutiu como prolongar o prazo de implantação da TUSS.

"Devido a dificuldades técnicas na adaptação das tabelas, foi sugerido que o prazo de implantação da TUSS por parte das operadoras seja prolongado", explicou Florisval Meinão, representante da AMB no grupo. A previsão é que até o final do ano tudo esteja adequado.

Outro ponto levantado pela AMB foi a questão do envio das guias tanto na forma eletrônica como em papel. "Insistimos com a ANS que algumas operadoras ainda têm adotado essa prática e pedimos providên-cias", disse Meinão.

Rol da Ans

No dia 3 de abril, na sede da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no Rio de Janeiro, ocorreu a terceira reunião do grupo técnico responsável por revisar o Rol de Procedimentos e Eventos da ANS. No encontro, a AMB, que foi representada por Amilcar Giron, 2º tesoureiro, sugeriu a inclusão de 20 procedimentos e a exclusão de outros 35.

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Comissão reunida na AMB

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A Comissão Mista de Especiali-dades (CME) esteve reunida na sede da AMB no dia 7 de maio, quan-do foram discutidos 21 pontos da pauta. O representante da AMB no encontro foi o diretor científico da entidade, Edmund Baracat.

Dentre os assuntos mais impor-tantes destacam-se: representação da Associação Brasileira de Medici-na Legal sobre a titulação em Perícia Médica, sendo decidido que a AMB irá coordenar um entendimento entre as partes.

Outro ponto foi o reconheci-mento da Medicina de Emergência como especialidade médica. Foi acordado que o assunto será levado para novas discussões durante as reuniões do Conselho Científico da AMB, também sob a coordenação da diretoria científica da AMB.

A Associação Brasileira de Aler-gia e Imunopatologia (ASBAI) pediu a análise da notificação extrajudicial sobre o edital de convocação de área de atuação em Alergia e Imunopa-tologia Pediátrica. Foi decidido que

as assessorias jurídicas da AMB e do CFM analisarão o documento, que será submetido à plenária do Conselho, com relatoria de Clóvis Constantino.

O CRM da Paraíba também apresentou representação para discussões sobre o registro de especialistas no Estado. O tema foi adequado às resoluções do Conselho Estadual. Participaram também da reunião Antonio Pinheiro, Clóvis Constantino (CFM), Roberto Padi-lha e Sigisfredo Brenelli (CNRM).

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COLunADO sóCIO

Carta ao deputado Mauro NazifO deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) foi o escolhido para presidir, pelos próximos dois anos, a Frente Parlamentar da Saúde (FPS). A eleição, realizada no dia 28 de abril, definiu ainda os nomes dos deputados Raimundo Gomes de Matos, Roberto Britto e Cida Diogo para as vagas de vice-presidentes. O ex-presidente da AMB, Eleuses Paiva, recentemente empossado na Câmara Federal também obteve um cargo na FPS: é o novo secretário-geral.

Em seu primeiro discurso, Perondi enfatizou que pretende dar conti-nuidade ao trabalho de unidade e democracia, desenvolvido pelo seu antecessor, Rafael Guerra, que presidiu a Frente por seis anos. “A Frente estará sempre aberta às entidades médicas e aos profis-sionais de saúde. Queremos deba-ter os projetos com todos”, disse o deputado. As prioridades da Frente, segundo Perondi, serão: financia-mento adequado para o setor públi-co de saúde, a Emenda Constitucio-nal 29, defesa do SUS e da CBHPM.

São Paulo define ações para movimento médicoLideranças médicas de São Paulo, reunidas na cidade de São Pedro, interior do Estado, de 18 a 20 de abril, no Fórum das Regionais da Associação Paulista de Medicina, aprovaram um plano que norte-ará o movimento médico de São Paulo. Estes são os pontos de atua-ção: Implantação da CBHPM no sistema público de saúde; pleitear junto ao Senado a imediata apro-vação do projeto de lei que trans-forma a CBHPM no rol referencial do sistema de saúde suplementar; implantação nacional da CBHPM no sistema de saúde suplementar; imediata implantação da carreira de Estado e do Plano de Carreira, Cargos e Salários para os médi-cos do sistema público nas esferas federal, estadual e municipal; salário mínimo profissional de R$ 7.503,18 por 20 horas de trabalho semanais; mobilização da classe médica pela implantação do PCCS e divulga-ção ampla do mesmo à sociedade; Garantir um processo de educação continuada para todos os médicos, especialistas e não-especialistas, com o intuito de proporcionar à população atendimento ético, humanizado e de qualidade em todos os níveis de atenção.

nOTAs

Frente da Saúde elege novo presidente

Gostaria de parabenizá-lo pelos esforços no resgate da dignidade do médico brasileiro. Vossa Excelência bem sabe que os desafios são muitos, e gosta-ria de pontuar alguns. Além do salário mínimo é imprescindível um plano de carreira nacional ou federal para os médicos. A muni-cipalização da saúde, embora se justifique pela descentralização, é extremamente desvantajosa para o usuário e para o médico.

Hoje, a maioria dos médicos que atende em prefeituras rece-be o honorário da "desonra" e na sua maioria são contratados. As prefeituras fazem concursos por que o Ministério Público exige. Isso é ótimo para o ministério público que finge estar promo-vendo a justiça e é ótimo para as prefeituras irresponsáveis, pois realizam o concurso, exibem no edital um salário incompatível, os médicos fazem as provas e pagam inscrições, pois os órgãos de classe e o Ministério Público nada fazem para impugnar esses concursos, as prefeituras lucram. Então quando o médico vai tomar posse, geralmente por um salário de R$ 900 a R$ 1200 para 20 horas semanais, ele acredita que conseguirá negociar uma carga horária menor e concentra-da num só dia, para obviamente trabalhar em outros serviços e conseguir pagar sua alimen-tação e moradia.Se o Prefeito quer permitir algum concursado em sua folha de pagamento ou se está muito pressionado pela população que está sem aten-dimento há meses, ele faz "esse acordo".Quando esse profis-sional reivindicar condições mínimas de trabalho, o gestor simplesmente faz a exigência legal do cumprimento da carga horária, e o médico pede demis-são para sobreviver, pois com aquele rendimento não conse-guirá se manter. Bem, devido a isso, apenas alguns meses após

a realização de concursos em prefeituras, esgotam-se os médi-cos aprovados e excedentes, e a prefeitura pode contratar, "legal-mente", médicos não concursa-dos e explorá-los também.

Diante disso, fica fácil enten-der porque os médicos não se fixam no interior e não se comprometem com determina-do serviço de saúde. Mais triste ainda é ver a sociedade engana-da, escutando que há "falta de médicos", que o poder público, pobrezinho, não consegue arcar com as despesas da saúde. Há médicos e recursos de sobra, o que acontece é que quando se contrata um médico ele começa a atender doentes, fazer diag-nósticos, pedir exames comple-mentares e indicar medicamen-tos, cuidados de enfermagem, cirurgias, fonoaudiologia, fisio-terapia, psicoterapia, etc, coisas com as quais quem assume o poder público não quer gastar. Então, é muito simples para o corrupto tornar a vida desse profissional um inferno para que ele permaneça atuando somen-te em momentos que a popula-ção chegue ao limite, apagado o incêndio, aí o força a uma demis-são, para de gastar com saúde e diz que há falta de profissionais.

Finalmente, uma reflexão: Por que ainda não temos uma carreira nacional para os profis-sionais da saúde e educação, nos moldes do que existe hoje para funcionários do Banco Central, Banco do Brasil, Polícia Federal, Ministério Público ou Magistratura ? Nessas carreiras e com seus salários e garantias ninguém se nega a ir para a fronteira, Amazônia ou peque-nas cidades. Talvez seja porque eles lidem com dinheiro, poder, papéis importantes. E nós apenas tratamos dos pobres.

Nilo Edgar Jardim FilhoMédico psiquiatra - MG

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JuRíDICO

Um dos pilares que sustentam o estado democrático de direito são os princípios e garantias funda-mentais que visam resguardar a dignidade do cidadão e garantir a não violação de bens jurídicos de alta relevância. Dentre esses prin-cípios estão inseridos o direito ao contraditório e a ampla defesa.

Tais princípios têm sua obser-vância assegurada pela nossa Constituição Federal em favor de todo cidadão que for acusado em processo judicial ou administra-tivo e se constituem em direitos indisponíveis, que devem legiti-mar a função jurisdicional.

O artigo 5º da Carta Magna da República traz ainda outras previsões inalteráveis, lançadas em cláusulas pétreas, como é o caso do devido processo legal, originário do due process of law do direito inglês. Seu primeiro registro histórico advém de 1.215, da Magna Carta do Rei João sem Terra, que estabelecia a suprema-cia da lei sobre a vontade do rei.

O poder punitivo do Estado, ou dos órgãos que recebem tal função por delegação, somente pode ser exer-cido de forma legítima se prevalecer a lei sobre a vontade do julgador.

Essa modalidade de garan-tia legal pode parecer impalpável para quem nunca enfrentou uma acusação perante Tribunal ou órgão administrativo. Porém, para o indivíduo que se vê na situação de acusado dentro de um proces-so, a observância dos ditames constitucionais que garantem um processo justo torna concreta a

linha que separa os regimes demo-cráticos dos totalitários.

Do mesmo modo que o Estado assegura o livre acesso ao Poder Judiciário ou aos órgãos discipli-nadores, o acusado tem o direito de se defender plenamente, dentro das normas procedimentais que regulam o processo a ser enfren-tado. Usar de todos os meios que a lei lhe assegura para produzir as provas pertinentes à defesa; ter o seu processo conduzido e avaliado por um julgador imparcial, que respeite acima de qualquer convic-ção pessoal as normas previstas no ordenamento jurídico; não ser considerado culpado até o trânsi-to em julgado da sentença/decisão condenatória; todos esses aspectos configuram direito do acusado e dever do órgão responsável pela condução do processo, seja judi-cial ou administrativo.

O sagrado e soberano direi-to de defesa não pode ser violado por interesses pessoais; julgamen-tos pré-concebidos; repercussão social ou moral do caso objeto da acusação; preconceitos; simpatias ou antipatias.

O contraditório e a ampla defesa existem para garantir a concretização do ideal de Justiça. Preservar o inviolável direito de defesa do acusado é também uma forma de assegurar o alcance do equilíbrio para a contenda leva-da à tutela do Poder Judiciário/Administrativo. Uma sentença ou decisão equivalente somente pode ser considerada justa quando for proferida após ter o acusado se

defendido de todos os fatos que lhe foram imputados.

O processo administrativo, ainda que não acarrete punições que envolvam restrição de liber-dade ou condenações de natureza patrimonial, está abrangido pelas mesmas garantias constitucionais inerentes às ações cíveis e crimi-nais. De outro modo não poderia ser, uma vez que tais processos, especificamente aqueles instau-rados contra médicos, preveem penas de cunho ético-disciplinar que podem macular a reputa-ção profissional e resguardam, portanto, um bem jurídico tão precioso quanto a liberdade ou o patrimônio físico do indivíduo.

As relações sociais, quando chegam ao ponto de necessitar de intervenção externa para seu ajus-te porque normas jurídicas foram descumpridas, somente podem ser reequilibradas se acusado e acusador litigarem com lealdade processual e igualdade de direitos, em um território incontestavel-mente imparcial.

Roberto Augusto de Carvalho Campos

Mestre e Doutor em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo; Professor Doutor do Departamento de Direito Penal da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo; Asses-sor Jurídico da Associação Médica Brasileira

Rosmari Aparecida Elias Camargo

Mestre em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo; Assessora Jurídica da Associação Médica Brasileira

Do direito de defesa do médicoDo direito de defesa do médico

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fEDERADAs

minas gerais

A Associação Médica de Goiás lançou, na noite do dia 17 de abril, o Guia de Convênios AMG 2009. No mesmo evento foi lançando o livro “Processos Médicos”, escrito por Waldemar Naves do Amaral e Marum Kabalan, além de uma apresen-tação sobre o andamento do Museu da Medicina e a exibição de um filme histórico com a primeira imagem de médico em Goiás

são Paulo

A responsabilidade civil, ética e penal do médico foi tema de fórum realizado pela Associação Paulista de Medicina, em Ribeirão Preto, dia 23 de abril. Em sua quinta edição, o evento discutiu as diversas situações de contestação às quais estão sujeitos os médicos no exercício profissional.

As questões éticas foram tratadas pelo presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), Henrique Carlos Gonçalves. O responsável pela assessoria da Regional de Ribeirão Preto, Brasil do Pinhal Pereira Salomão, abordou a experiência do Centro Médico. Já as questões civis e penais foram tratadas pelos assessores

jurídicos da APM, Rosmari Aparecida Elias Camargo e Roberto Augusto de Carvalho Campos.

Ainda marcaram presença no fórum a presidente do Centro Médico de Ribeirão Preto, Cleusa Cascaes Dias, e o presidente do Sindi-cato dos Médicos da cidade, Marco Aurélio de Almeida.

Ao término das exposições, foi realizado um debate no qual os participantes também puderam tirar dúvidas.

Alagoas

Os médicos da rede pública de saúde do município de Maceió (AL) paralisaram os atendimentos no dia 4 de maio. Em assembleia realizada à noite, foi acordada a proposta de reajuste salarial: os médicos que trabalham 40 horas semanais reivindicam salário base de R$ 5 mil e aumento de 100% na gratificação. Já os médicos que trabalham 20 horas semanais, que atualmente recebem R$ 1.117,00, querem reajuste de 100%.

"Ainda não foi agendada nenhuma reunião com o secretário de Saúde de Maceió, mas ele se propôs a negociar", disse Cleber Costa Oliveira, vice-presidente Leste-Nordeste da AMB e presidente da Associação Médica de Alagoas.

santa Catarina

Desde o dia 25 de março, a Associação Catarinense de Medicina está promovendo melhorias em toda a sua estrutura. Com o início das obras para a construção de sua nova sede administrativa e do novo Centro de Eventos, a entidade pretende melhorar ainda mais o atendimento aos seus associados e aprimorar seu patrimônio. A conclusão da primeira etapa está prevista para 25 de novembro deste ano, com a entrega do novo prédio administrativo.

Os dois andares do novo prédio, com 662,75 m2, abrigarão todo o setor administrativo da ACM, além das especialida-des médicas já sediadas na entidade, abrindo ainda espaço para receber outras sociedades.

Desta forma, o antigo prédio, que existe há 16 anos, será demolido e em seu lugar surgirá um novo e versátil Centro de Eventos.

Paraná

A Associação Médica do Paraná e o Sindicato dos Professores no Estado do Paraná fizerem parceria para levar aos professores, todos os meses, palestras com médicos que visam a melhoria da saúde dos profissionais. A primeira palestra foi realizada no mês de abril pelo presidente da AMP, José Fernando Macedo, que abordou o tema “Quali-dade de Vida”. Cerca de 40 professores participaram da palestra que aconteceu na sede do Instituto Araucária. O evento ainda é voltado para as causas sociais, e cada participante deverá levar um quilo de alimento para participar. A próxima palestra abordará o tema depressão.

sergipe

Com as presenças do presidente da Sociedade Médica de Sergipe e do vice-presidente do Conselho Regional de Medicina, Petrônio Gomes e Paulo Amado respectivamente, ocorreu no dia 23 de abril a primeira reunião da Comissão Estadual de Honorários de Sergipe. Dentre as atividades propostas, definiu-se pela realização de um mapeamento de todas as operadoras de planos de saúde que atuam em Sergipe, a relação com seus credencia-dos e como está a implantação da CBHPM em cada uma delas; retorno das negociações com o grupo Unidas, visando atualizar os termos do acordo firmado no Ministério Público há três anos; reunião com as assessorias

jurídicas do Cremese e Sindimed; contato com todas as sociedades de especialidades para que indiquem um representante para a Comissão; disponibilização dos formulários da TISS.

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EsPECIALIDADEs

FEBRASGO

Um levantamento realizado junto às 27 federadas da FEBRASGO traça um importante panorama de como anda o exercício da Ginecologia e Obstetrícia no Brasil. Na pesquisa exclusiva, par-ticiparam os presidentes das regionais, representando um total de 18 mil es-pecialistas. No setor público, 85% dos entrevistados avaliam as condições de trabalho como regulares, ruins ou pés-simas. Os principais problemas que in-terferem na qualidade do atendimento são falhas na gestão ( 81%), seguidas por honorários vis (74%) e falta de financia-mento (45%). A maioria (63%) também se queixa da falta de autonomia profis-sional na rede pública. Ainda assim, para 67%, o SUS é uma alternativa viável para a resolução dos problemas de saúde do brasileiro. Na área suplementar, apenas 33% consideram boa a relação planos/médicos, sendo que os demais 67% a ca-racterizam como regular, ruim ou péssi-ma. E quem está satisfeito ainda ressal-va: 77% queixam-se de interferência na autonomia da prática médica, tais como glosas em procedimentos ou medidas terapêuticas (63%), restrição a exames (59%) e interferência de auditores (59%), entre muitas outras. A baixa remunera-ção é apontada por 74% dos entrevista-dos que acham falhas na legislação para garantia de autonomia do médico, bem como ausência de políticas de reajustes periódicos dos valores da prestação de serviços.

MEdicinA intEnSivA

A primeira fase das inscrições para o XIV Congresso Brasileiro de Medici-na Intensiva (CBMI), o maior evento da especialidade na América Latina, já está aberta. Promovido pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), o evento será realizado de 11 a 14 de novembro, no Palácio de Convenções

no Anhembi e no Holiday Inn Parque Anhembi, em São Paulo (SP), e contará com a participação de renomados con-vidados de diversos países. No decorrer do congresso brasileiro, que a partir de 2009 será anual e não mais bienal, como era anteriormente, será realizada também a prova de obtenção do Título de Especialista em Medicina Intensiva. Para saber mais detalhes sobre o evento e sobre as inscrições, basta acessar o site www.cbmi.com.br ou entrar em contato pelo telefone (11) 5098-1111.

ciRuRGiõES

O Colégio Brasileiro de Cirurgiões, no ano em que completa oito décadas, reinaugurou o seu tradicional Centro de Convenções, que ocupa dois andares do edifício-sede, em Botafogo. Os três auditórios para 400, 150 e 60 pessoas re-ceberam novos recursos de sonorização, iluminação e equipamentos multimídia. É mais uma moderna opção para a rea-lização de eventos científicos e empresa-riais de pequeno e médio porte no Rio de Janeiro.

O auditório principal recebeu três datashows e duas telas de plasma, sendo uma no meio do auditório, além de ram-pa de acesso para o palco. No segundo andar, ao lado do salão de festas, foi cria-do um moderno espaço multifuncional. Com essa reforma, a diretoria espera ampliar em 20% a captação de novos eventos. Em 2008, foram realizados mais de 100.

EndOcRinOlOGiA E MEtABOlOGiA

A Sociedade Brasileira de Endo-crinologia e Metabologia empossou a diretoria que administrará a entidade durante a gestão 2009-2011. Ricardo Martins da Rocha Meirelles substituirá Léa Maria Zanini Maciel na presidência.Completam a diretoria: Vice-presidente (Airton Golbert); Secretário executivo (Josivan Gomes de Lima); Secretário executivo adjunto (Eduardo Pimentel Dias); Tesoureiro (Ronaldo Rocha Sinay Neves); Tesoureira adjunto (Adriana Costa e Forti).

AnáliSES clínicAS

Uma das novidades que a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) acaba de colocar à disposição dos seus associados é a oferta assistência jurí-dica. Para isso, a SBAC contratou per-manentemente a Zanetti Advogados Associados, que irá tratar de assuntos pertinentes às áreas trabalhistas, tribu-tária e cível. O serviço estará disponível também durante o 36º Congresso Brasi-leiro de Análises Clínicas (CBAC), que acontece de 14 a 18 de junho de 2009, em Porto Alegre (RS). Em paralelo acontece o 9º Congresso Brasileiro de Citologia Clínica (CBCC). A equipe de advogados da empresa estará presente no estande da SBAC e prestará atendimento confor-me agendamento.

PAtOlOGiA A programação científica do XXVII

Congresso Brasileiro de Patologia, que acontecerá em Buzio (RJ), de 28 a 31 de outubro, será norteada pelo lema do “aprimoramento do diagnóstico através da correlação”, consistente na contribui-ção proveniente das especialidades médi-cas que interagem com a anatomia pato-lógica. Os benefícios da integração para conclusão do diagnóstico cito e histológi-co serão enfocados por meio de ferramen-tas de apoio, como os aspectos clínico-ra-diológicos, técnicas imunoistoquímicas e moleculares. Os temas propostos serão apresentados em jornadas de abertura, mesas-redondas, conversas com espe-cialistas, seminários de lâminas, confe-rências e simpósios satélites. O ensino da patologia e as atividades profissionais também terão lugar destaque. E, mais uma vez, a aguardada sessão interativa será certamente um momento de apren-dizado associado a grande descontração.

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AgEnDA

ABRILPresidência • 1(SP) – Jantar comemorativo do II Best Practices Meeting in Health Sciences

• 2(SP) – Reunião da Comissão Editorial do livro sobre os 60 anos da AMB

• 3(SP) – Solenidade de Abertura do VII Encontro São Paulo de Cirurgia Vascular e Endovascular da SBACVSP

• 6 (SP) – Debatedor da mesa-redonda no seminário "O SUS na capital: Os desafios atuais"

• 7 (SP) – Coquetel de lançamento do DVD Biolab – Farmacovigilância

• 7 (SP) – Reunião da Diretoria Executiva

• 8 (SP) – Reunião do Grupo de Trabalho para discussão sobre Placebo

• 14 (SP) – Reunião da Diretoria Executiva

• 15 (DF) – Abertura do I Simpósio Brasileiro de Unidade Vascular

• 15 (DF) – Lançamento do Programa de Análises de Resíduos Tóxicos em Alimentos 2009 (Anvisa)

• 16 (DF) – Sessão Plenária do CFM sobre Qualificação da Saúde Suplementar – TISS

• 17 a 26 (AM) Viagem dos Expedicionários da Saúde

• 29 (SP) – Reunião da Hospitalar

• 29 (SP) – Solenidade de posse da nova diretoria da Academia de Medicina de São Paulo

• 30 (SP) – Reunião de Diretoria Executiva

• 30 (SP) – Reunião com a Sociedade Brasileira de Infectologia sobre a Gripe A (H1N1)

Representações/Diretoria• 3 (RJ) – Reunião do COPISS – Florisval Meinão

• 3 (SP) – Reunião da Câmara Técnica de Implantes – Luc Weckx

• 3 (RJ) – 3º Reunião do Grupo Técnico de Revisão do Rol de Procedimentos – Amilcar Giron

• 7 (SP) – Lançamento do DVD da Biolab – Farmacovigilância – Luc Weckx e Edmund Baracat

• 7 (SP) – Reunião do grupo técnico de esterilização de material endoscópico – Edmund Baracat

• 14 e 15 (SP) – Reunião sobre TUSS – Florisval Meinão, Amilcar Girom

• 15 (DF) – 19º Reunião Ordinária da Câmara de Regulação do Trabalho em Saúde – Roberto Gurgel

• 16 (DF) – Sessão Plenária do Conselho Federal de Medicina sobre Qualificação da Saúde Suplementar – TISS – Florisval Meinão

• 16 e 17 (RJ) – IV Seminário Nacional Médico/Mídia da FENAM – Elias Miziara

• 17 (RJ) – Seminário "A implementação das Diretrizes Clínicas na atenção a saúde: Experiências Internacionais e o Caso da Saúde Suplementar no Brasil" – Wanderley Bernardo, Aldemir Soares, Luc Weckx, Florentino Cardoso e Kléber Costa

• 17 (SP) – Reunião sobre acreditação das Escolas Médicas - José Luiz Weffort e Miguel Jorge

• 23 (SP) – Reunião do grupo técnico de esterilização de material endoscópico – Edmund Baracat

• 23 (SP) – Reunião do Conselho Científico – Aldemir Soares e Edmund Baracat

• 23 (SP) – Da Comissão Nacional Pró-SUS e Remuneração e Trabalho do Médico – Roberto Gurgel e Florentino Cardoso

• 29 (SP) – Reunião da Comissão de Assuntos Políticos – Luc Weckx, José Luiz Dantas Mestrinho

• 29 (SP) – Reunião da Comissão Editorial do livro sobre os 60 anos da AMB – Hélio Barroso

• 30 (SP) – Reunião sobre Gripe A (H1N1) – Florisval Meinão, Luc Weckx, Roberto Gurgel e Elias Miziara

Título de especialista• Pneumologia – 9 de outubro – Florianópolis – SC – Inf. 0800-616218 ou

[email protected]

• Endocrinologia e metabologia – 28 de agosto – Belém – PA –

Inf. (21) 2579-0312 ou [email protected]

• urologia – 6 de novembro – Goiânia – GO – Inf. (21) 2246-4092 ou

www.sbu.org.br

• Angiologia – 18 e 20 de setembro – Maceió – AL – Inf. (11) 5084-3482 ou

www.sbacv.com.br/concursos

• Cirurgia de Cabeça e Pescoço – 2 de setembro – Fortaleza – CE –

Inf. (11) 3107-9529 ou [email protected]

• Endoscopia – 28 de outubro – Salvador – BA – Inf. 3148-8200 ou

[email protected]

• Cardiologia – 12 de setembro – Salvador – BA – Inf. (21) 3478-2749 ou

http://educacao.cardiol.br/tec/

• mastologia – 13 de setembro – Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro,

Belo Horizonte, Brasília, Recife e Belém – Inf. (21) 2262-7306 ou

www.sbmastologia.com.br

• medicina de Tráfego – 6 de setembro – Belo Horizonte – MG –

Inf: (11) 2137-2700 ou [email protected]

• Clínica médica – 18 de outubro – São Paulo – SP – Inf. (11) 5572-4285

ou [email protected]

• Cirurgia vascular – 18 e 20 de setembro – Maceió – AL – Inf. (11) 5084-3482

ou www.sbacv.com.br/concursos

• Psiquiatria – 3 de novembro – São Paulo – SP – Inf. (21) 2199-7500 ou

[email protected]

• Homeopatia – 6 de novembro – Vários locais - Inf. (27) 3225-2332 ou

[email protected]

• Cirurgia Digestiva – 3 de julho – São Paulo – SP - Inf. (11) 3289-0741 ou

www.cbcd.org.br

• geriatria – 22 e 23 de setembro – Araxá – MG – Inf. (21) 2285-8115 ou

[email protected]

• Acupuntura – 08 de outubro – Porto de Galinhas – PE – Inf. (81) 3269-8104

ou www.cmacupuntura.org.br

• Perícia médica (Categoria Especial) – Inf. (41) 3339-6488

ou site: www.periciasmedicas.org.br

Certificados de Área de Atuação• Cardiologia Pediátrica – 12 de setembro – Salvador – BA –

Inf. (21) 3478-2760 ou www.cardiol.br

• medicina de urgência – 18 de outubro – São Paulo – SP – Inf. (11) 5572-4285

ou [email protected]

• Pneumologia Pediátrica – 10 de junho – São Paulo – SP – Inf. (21) 2548-1999

ou [email protected]

• Cirurgia videolaparoscópica – 26 de julho - São Paulo – SP –

Inf. (21) 2138-0650 – Cirurgia Geral – [email protected] (11) 3288-8174 –

Cirurgia Digestiva – [email protected] ou (21) 2240-8927 –

Coloproctologia – (21)2240-8927

• Hepatologia – Gramado – RS – Inf. (11) 3812-3253 ou

[email protected]

• Psiquiatria forense – 3 de novembro – São Paulo – SP –

Inf. (21)2199-7500 ou [email protected]

• Psiquiatria da Infância e Adolescência - 3 de novembro – São Paulo – SP –

Inf. (21)2199-7500 ou e-mail: [email protected]

• Psicogeriatria - 3 de novembro – São Paulo – SP – Inf. (21)2199-7500 ou

e-mail: [email protected]

TíTuLOs /CERTIfICADOs

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MAIO/JUNHO 2009 2 7

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Deputada Federal vem à AMB para audiência sobre acupuntura

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A deputada federal Aline Correa (PP-SP) compareceu à AMB na manhã de 24 de abril para a audiência pública com médicos especialistas em Acupuntura. Foi debatido o PL 1549/2003, que disciplina o exercício profissional da práti-ca. O projeto atualmente trami-ta na Comissão de Seguridade e Família e a relatoria está a cargo da deputada.

Dirceu de Lavor Sales, presi-dente do Colégio Médico de Acupuntura (CMA), explicou

quais são os riscos envolvidos na prática quando feita por um profissional não- médico.

"A acupuntura é um ato de natureza complexa e invasiva, pois envolve perfuração da pele, gordura, músculo até chegar a uma terminação nervosa. Além disso, requer diagnóstico,

prognóstico, tratamento e acom-panhamento do paciente, e isso só um médico está habilitado a fazer", disse.

Também participaram do encontro, apresentando argu-mentos em defesa da prática médica, Fernando Genschow e Flávio Dantas, ambos represen-tantes do CMA.

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LIvROs

Como era Como ficou Regra

A autora, que descobriu uma neoplasia maligna no ceco e metástase no fígado em fevereiro de 2007, divide com os leitores as angústias e esperanças de quem recebe o diagnóstico de um câncer. Além de esclarecer o que é a doença, ela relata a decisão de enfrentá-la, sua opção pela vida e a cumplicidade com os médicos que a atenderam.

DesatanDo nós – segreDos e revelações na ComuniCação

HumanaEscrito por um médico psiquiatra e psicoterapeu-ta, o livro propõe-se a desatar os nós existentes nos processos de comunicação. Aborda diversas situa-ções do cotidiano de forma a propiciar uma auto-avaliação por parte do leitor.

Manoel de Maria TexeiraEditora República Literária

A busca incessante pelo corpo perfeito colabora para elevar a quantidade de casos de transtornos de conduta alimentar. A obra aborda aspectos de diag-nóstico, tratamento e prevenção dentro da prática clínica da Nutrologia.

transtornos Da ConDuta alimentar na nutrologia méDiCa

Maria Del Rosario Zariategui De AlonsoAlternativa Editora

A obra, composta por frases e fotos, é escri-ta por médicos que trabalham no Serviço de Cuidados Paliativos do Hospital do Servi-dor Público Estadual de São Paulo, referên-cia nesse tipo de abordagem. Com muita sensibilidade, a publicação retrata pessoas que estão próximas da morte.

Goretti Maciel, Graça Mota e Sâmia PimentelEditora Difusão

tempo De amor – a essênCia Da viDa na proximiDaDe Da morte

Humanização Da saúDe e Do CuiDaDo

O livro aborda a promoção de uma cultura de atendimento humanizado na área da saúde. A carência de títulos sobre a temática juntou-se a convicção da autora, especializada em adminis-tração hospitalar, de que o profissional da saúde deve entender o paciente como um ser integral.

Annecy Tojeiro GiordaniEditora Difusão

Eliane Fur tadoHana Editora

CânCer: sentença ou renovação – uma História sobre Dor, Coragem e

Constante superação

Diabetes: inimigo oCulto

No livro, o escritor, que perdeu uma perna, um pé e os dedos da mão direita devido ao diabetes, relata como encara o maior vilão de sua vida. A obra serve como um alerta para a população, pois deixa claro que são necessários cuidados para evitar as complicações decorrentes da doença.

José Louzeiro Editora MemVavMem

Em sequência às colunas publicadas anteriormente sobre as novas regras ortográficas, unificadas pelo acordo assinado entre os países membros da Comunidade de Língua Portuguesa, o Jamb volta ao tema hifenização.

O 64º Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia será realizado em Belém (PA), de 5 a 9 de setembro. Inf. (21) 2253-6747 ou [email protected]

A cidade de São Paulo vai sediar, de 16 a 18 de outubro, o 10º Congresso Brasileiro de Clínica Médica. O evento ocorrerá no Palácio das Convenções Anhembi. Inf. (11) 5572-4285 ou www.sbcm.org.br

O XX Congresso Brasileiro de Hepatologia acontecerá em Gramado (RS) de 30 de setembro a 3 de outubro. Inf. (51) 3061-2957 ou inscriçõ[email protected]

O I Congresso do Colégio Médico de Acupuntura aconte-cerá de 8 a 12 de outubro, em Porto de Galinhas, Recife (PE). Inf. (81) 3269-3624.

A Expo Unimed, em Curitiba (PR), sediará, de 28 a 31 de outubro, o XVIII Congresso Brasileiro de Cancerologia. Inf. (11) 3051-6121 ou [email protected]

O XVI Congresso Brasileiro de Infectologia acontecerá em Maceió (AL), de 18 a 21 de outubro. Inf. (11) 5572-8958/5575-5647

O XXXVIII Congresso Brasileiro de Radiologia acontecerá de 9 a 11 de outubro, em Porto Alegre (RS). Inf. (11) 3372-4543 ou [email protected]

CuRTAs

k, w, y

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