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INPE-14813-TDI/1255 DADOS GEOMORFOMÉTRICOS COMO SUBSÍDIO AO MAPEAMENTO DA VEGETAÇÃO Polyanna da Conceição Bispo Dissertação de Mestrado do Curso de Pós-Graduação em Sensoriamento Remoto, orientada pelos Drs. Márcio de Morisson Valeriano e Tatiana Mora Kuplich, aprovada em 19 de março de 2007. INPE São José dos Campos 2007

DADOS GEOMORFOMÉTRICOS COMO SUBSÍDIO AO …

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Page 1: DADOS GEOMORFOMÉTRICOS COMO SUBSÍDIO AO …

INPE-14813-TDI1255

DADOS GEOMORFOMEacuteTRICOS COMO SUBSIacuteDIO AO MAPEAMENTO DA VEGETACcedilAtildeO

Polyanna da Conceiccedilatildeo Bispo

Dissertaccedilatildeo de Mestrado do Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sensoriamento Remoto orientada pelos Drs Maacutercio de Morisson Valeriano e Tatiana Mora Kuplich aprovada

em 19 de marccedilo de 2007

INPE Satildeo Joseacute dos Campos

2007

Publicado por esta paacutegina eacute responsabilidade do SID Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) Gabinete do Diretor ndash (GB) Serviccedilo de Informaccedilatildeo e Documentaccedilatildeo (SID) Caixa Postal 515 ndash CEP 12245-970 Satildeo Joseacute dos Campos ndash SP ndash Brasil Tel (012) 3945-6911 Fax (012) 3945-6919 E-mail pubtcsidinpebr Solicita-se intercacircmbio We ask for exchange Publicaccedilatildeo Externa ndash Eacute permitida sua reproduccedilatildeo para interessados

INPE-14813-TDI1255

DADOS GEOMORFOMEacuteTRICOS COMO SUBSIacuteDIO AO MAPEAMENTO DA VEGETACcedilAtildeO

Polyanna da Conceiccedilatildeo Bispo

Dissertaccedilatildeo de Mestrado do Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sensoriamento Remoto orientada pelos Drs Maacutercio de Morisson Valeriano e Tatiana Mora Kuplich aprovada

em 19 de marccedilo de 2007

INPE Satildeo Joseacute dos Campos

2007

5287117 Bispo P C Dados geomorfomeacutetricos como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo Polyanna da Conceiccedilatildeo Bispo - Satildeo Joseacute dos Campos INPE 2007 120 p (INPE-14813-TDI1255) 1 Vegetaccedilatildeo 2 Modelo digital de elevaccedilatildeo 3 Anaacutelises discriminantes 4 Topografia 5 Sensoriamento remoto I Tiacutetulo

ldquoSobre o ensino

Nenhum homem vos pode revelar nada que natildeo repouse jaacute meio adormecido na manhatilde

do vosso conhecimento O mestre que caminha agrave sombra do templo entre os disciacutepulos

natildeo reparte a sua sabedoria mas antes da sua feacute e do seu amor

Se for verdadeiramente saacutebio natildeo vos convidaraacute a entrar na casa da sabedoria mas

levar-vos-aacute aos umbrais do vosso proacuteprio espiacuterito

O astrocircnomo pode falar-vos da sua compreensatildeo do espaccedilo mas natildeo pode dar-vos a

sua compreensatildeo

O muacutesico pode cantar para voacutes a melodia que enche todo o espaccedilo mas natildeo pode dar-

vos o ouvido que aprende o ritmo nem a voz que lhe devolve o eco

E o que eacute versado na ciecircncia dos nuacutemeros pode falar nas relaccedilotildees dos pesos e

medidas mas natildeo pode levar-vos ateacute laacute

Porque a visatildeo de um homem natildeo pode emprestar as suas asas a outro homem

E assim como cada um de voacutes se aguumlenta sozinho no conhecimento de Deus assim deve

estar sozinho no seu conhecimento de Deus e na compreensatildeo da terrardquo

Kalil Gibran escritor aacuterabe

Agravequele que eacute tatildeo amado e amaacutevel que me presenteia com a constacircncia de sua

presenccedila amizade e exemplo de fortaleza de vida e objetividade de ideais Agravequele cujo

apoio tornou mais leve a caminhada mais divertidos os dias Estar distante dessa

pessoa pela forccedila de nossas escolhas natildeo eacute experiecircncia de distacircncia mas de constante

presenccedila de quem deixa a forccedila do bem estampar de sua alma e me alcanccedila com sua

forccedila onde quer que eu esteja Partilho contigo a vida meus ideais e te ofereccedilo essa

conquista Dedico este trabalho ao meu precioso irmatildeo Pitaacutegoras da C Bispo

AGRADECIMENTOS

Se elaborar um trabalho desta natureza constitui de certa forma um desafio mencionar

a totalidade de pessoas que colaboraram para realizaccedilatildeo deste talvez seja tarefa ainda

mais difiacutecil No entanto impossiacutevel deixar de citar nomes Assim gostaria de expressar

minha gratidatildeo

Ao Dr Maacutercio de Morisson Valeriano na condiccedilatildeo de orientador pela sabedoria e

conhecimentos transmitidos os quais abriram caminhos para meu aperfeiccediloamento

cientiacutefico e grande aprendizado pelo incentivo e apoio nos caminhos escolhidos Por

ter me ensinado a praacutetica de que o trabalho se realiza quando transcendemos natildeo soacute as

possibilidades de um trabalho cientiacutefico mas todas as possibilidades que enquanto

pessoa podemos construir Na condiccedilatildeo de amigo pela amabilidade e agradaacutevel

conviacutevio presenteando-me com enriquecedoras discussotildees e palavras as quais levarei

para sempre comigo Minha gratidatildeo por tatildeo especial presenccedila em meu caminho

Agrave Dra Tatiana Mora Kuplich pela orientaccedilatildeo apoio e incentivo Aliada agrave doccedilura e com

a qual sempre me recebeu pelas discussotildees enriquecedoras que contribuiacuteram

imensamente para execuccedilatildeo desta pesquisa pela valiosa amizade e agradaacutevel

convivecircncia

Ao Vitor Celso de Carvalho pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo da Reserva do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas por ele construiacutedo em sua dissertaccedilatildeo de

mestrado

Ao grupo de pesquisa Biodiversidade- Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico coordenado

por Jasen Zunon (INPA) em especial ao Marcelo Moreira pelo fornecimento do Mapa

de Vegetaccedilatildeo da Microbacia do Igarapeacute Asu Por sua atenccedilatildeo e prontidatildeo nos

esclarecimentos de quaisquer duacutevidas surgidas referentes ao mapeamento da aacuterea

Ao Manuel Eduardo Ferreira pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo do Parque

Nacional de Brasiacutelia atualizado em sua dissertaccedilatildeo

Ao Dr Bruce Nelson (INPA) pelo fornecimento da base de dados do SIPAM dos quais

obtivemos a aacuterea de estudo do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

Agrave Drordf Evlyn Novo (INPE) pelo apoio e oportunidade colocando-me em contato com

meus atuais orientadores

Ao Camilo Renoacute (INPE) e Pitaacutegoras da C Bispo (UNESP) pela atenccedilatildeo e auxiacutelio

durante as anaacutelises estatiacutesticas

A uma das minhas mais amadas preciosidades pelo profundo bem querer que sintoniza

nossas almas a todo tempo mostrando-me a beleza que eacute estar partilhando a minha

existecircncia com pessoa de tatildeo admiraacutevel coragem forccedila e clareza de objetivos A vocecirc

minha querida irmatilde Patriacutecia da C Bispo por ser presenccedila inspiradora em minha vida

Agrave minha cunhada Vera e minha linda sobrinha Maria Julia pelo apoio carinho e por

fazerem parte desse ciacuterculo de amor que eacute a minha famiacutelia

Aos amigos Faacutebio Iwashita Leila Sheila Lisboa Thiago Rabelo Taise Faria Andreacute

Maia Javier Portilio Wagner Silva Faacutebio Gonccedilalvez e Rui Epiphanio pela amizade e

troca de conhecimentos

Agrave famiacutelia ldquoAs Traccedilasrdquo minha querida repuacuteblica Flaacutevia Cardoso Fernanda Fonseca e

Eacuterica Diogo e as amigas do ldquoTrio Fantaacutesticordquo minhas queridas vizinhas de baia

Carolina Carvalho e Sheila Knust pelo apoio carinho gargalhadas partilha de

experiecircncias vividas e preciosa amizade proporcionando momentos de alegria que

jamais esquecerei

Ao querido amigo Misael L da Silva e sua famiacutelia pelo apoio e atenccedilatildeo em especial agrave

D Paula pela hospitalidade acolhida e carinho durante a minha estada em Satildeo Joseacute dos

Campos

Ao INPE pela acolhida e apoio logiacutestico

Ao CNPQ pela bolsa de mestrado viabilizando a realizaccedilatildeo desta pesquisa

RESUMO

O presente trabalho buscou avaliar o potencial das variaacuteveis geomorfomeacutetricas extraiacutedas de dados SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) para identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais de quatro aacutereas testes que representaram alguns dos principais biomas brasileiros (Caatinga Cerrado e Floresta Amazocircnica) As anaacutelises recaiacuteram sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo existentes Para isso foram utilizados dados SRTM e dados vegetacionais jaacute publicados As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de vegetaccedilatildeo referecircncia As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob mesmas condiccedilotildees topograacuteficas As variaacuteveis mais importantes na distinccedilatildeo entre os tipos vegetacionais foram a elevaccedilatildeo a curvatura horizontal e a curvatura vertical Apesar de os dados geomorfomeacutetricos mostrarem potencial indicativo das classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias deste uacuteltimo O PNB apresentou o pior resultado no niacutevel de fitofisionomia enquanto as subfisionomias testadas apresentaram resultados satisfatoacuterios Assim o procedimento empregado partindo-se das anaacutelises discriminantes com variaacuteveis geomorfomeacutetricas pode subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo Palavras-chave vegetaccedilatildeo modelo digital de elevaccedilatildeo anaacutelises discriminantes topografia sensoriamento remoto

GEOMORPHOMETRIC DATA AS SUBSIDY FOR VEGETATION MAPPING

ABSTRACT

The potentials of geomorphometric variables derived from SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) for the mapping of vegetation types were investigated Four published vegetation maps for study areas inside three Brazilian biomes (Amazonian forest Savanna and Steppe) served as reference for testing the discriminatory potential of the geomorphometric variables The study sites differed in the feasibility of applying topographic data to vegetation mapping according to the variation of geomorphometric conditions and vegetation reference mapping scale and detail level The analysis indicated the vegetation class groups prone to classification in contrast to groups occurring in similar topographic conditions The variables that presented strongest relationships with the vegetation classes were elevation horizontal and vertical curvature Although geomorphometric data had shown potential for discriminating vegetation classes the achieved classification could not reach the thematic detail level of the reference maps due to co-occurrence of classes with similar vegetational structures Based on discriminant analysis it was possible to experimentally map to the sub-phytophysiognomic level The best results were found for the RPPNSA and PNCA sites and the sub-physiognomies of the latter PNB site showed the worst results at the phytophysiognomy level while its tested sub-physiognomies performed satisfactorily It was found that discriminant analysis of geomorphometric data could subsidy vegetation mapping

Key-words vegetation digital elevation model discriminant analysis topography remote sensing

SUMAacuteRIO

Paacuteg

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

1 INTRODUCcedilAtildeO 23

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 25

21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem 25

22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo 26 23 SRTM 31 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens 34 241 Cluster 35 242 Fatiamento 36 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer) 37

25 Anaacutelise Discriminante 39

26 Dados de Vegetaccedilatildeo 40

261 Bioma Caatinga 40

262 Bioma Amazocircnia 42

2621 Microbacia do Igarapeacute Asu 46

2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos 47

263 Bioma Cerrado 50

3 MATERIAL E MEacuteTODOS 55

31 Detalhamento do fluxo de trabalho 55

32 Recursos 56

321 As aacutereas de estudo 56

322 Dados de vegetaccedilatildeo 57

323 Dados topograacuteficos 58

324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados 59

33 Procedimentos 59

331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados 59

332 Anaacutelise dos resultados 60

333 Processamentos experimentais 61

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 63

41 Apreciaccedilatildeo dos dados 63

42 Anaacutelises discriminantes 77

43 Processamentos experimentais 100

5 CONCLUSOtildeES 117

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 119

LISTA DE FIGURAS

21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade de pixels nos diversos conjuntos de treinamento

38

31 ndash Fluxo de atividades 55

32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo 57

41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 64

42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 65

43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 66

44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB e seu mapa de vegetaccedilatildeo 67

45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da RPPNSA

69

46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA

71

47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA

73

48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB

75

49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da RPPNSA

80

410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

82

411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA

83

412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da MIA

86

413 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea do PNCA

88

414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

90

415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

92

416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do PNB

95

417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo Limpo do PNB

97

418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Mata do PNB

100

419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNSA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

103

420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

104

421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

105

422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

106

423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNS e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada referecircncia

107

424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da RPPNSA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

108

425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

109

426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

110

427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

111

428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

112

429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

113

430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

114

431 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

115

LISTA DE TABELAS

11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)

31

31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados 59

41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da RPPNSA 78

42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea RPPNSA

79

43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da RPPNSA

79

44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

81

45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

81

46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

82

47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA

83

48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea MIA 84

49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da MIA

84

410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da MIA 85

411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do PNCA 87

412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNCA

87

413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNCA 88

414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do PNCA

89

415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

89

416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

90

417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

91

418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

91

419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Floresta Ombroacutefila densa PNCA

92

420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do PNB 93

421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNB

94

422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNB 94

423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB

96

424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB

96

425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Campo Limpo do PNB

97

426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do PNB 98

427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do PNB

99

428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Mata do PNB

99

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DOD ndash Departamento de Defesa dos Estados Unidos IBGE ndash Fundaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

InSAR ndash Interferometric Synthetic Aperture Radar JPL ndash Jet Propulsion Laboratory)

MDE ndash Modelo Digital de Elevaccedilatildeo MIA ndash Microbacia do Igarapeacute Asu NASA ndash National Aeronautics and Space Administrarion NIMA - National Imagery and Mapping Agency

PNB ndash Parque Nacional de Brasiacutelia

PNCA ndash Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

RPPNSA ndash Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas SIG ndash Sistema de Informaccedilotildees Geograacuteficas

SRTM - Shuttle Radar Topographic Mission

USGS -United States Geological Survey

23

1 INTRODUCcedilAtildeO

Dados de sensoriamento remoto tecircm servido como base haacute deacutecadas para mapeamentos

de vegetaccedilatildeo em diferentes escalas Entretanto ainda existem lacunas no conhecimento

a respeito da ocorrecircncia das diferentes formaccedilotildees vegetais brasileiras assim como sua

extensatildeo e estado de conservaccedilatildeo Assim dados de sensores oacutepticos a bordo de sateacutelites

ou aeronaves fornecem informaccedilotildees sobre o dossel vegetal que com apoio de campo

satildeo usados em mapeamentos diversos Evidentemente estes dados tecircm sua capacidade

limitada agrave medida que determinadas formaccedilotildees vegetais possuem respostas espectrais

semelhantes Um dos principais projetos que visaram ao mapeamento da cobertura

vegetal brasileira foi o RADAMBRASIL A variedade de atributos usados no sistema

de classificaccedilatildeo refletiu a variabilidade estrutural dos tipos de vegetaccedilatildeo do Brasil As

informaccedilotildees geradas pelo projeto tambeacutem confirmaram a importacircncia da topografia na

caracterizaccedilatildeo da paisagem local e regional jaacute que eacute um dos fatores determinantes do

estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidade de espeacutecies vegetais

Embora se reconheccedilam os dados topograacuteficos como importante fonte de informaccedilotildees

para subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo o estabelecimento de metodologias com este

aporte requer o desenvolvimento de estudos especiacuteficos para determinar as relaccedilotildees que

existem entre ambos os aspectos Tal condiccedilatildeo pode ser explicada por uma histoacuterica de

ausecircncia de levantamentos topograacuteficos detalhados pela qual grande parte do territoacuterio

nacional permanece com mapeamentos em escalas inadequadas para vaacuterias aplicaccedilotildees

Neste contexto a utilizaccedilatildeo de bases topograacuteficas obtidas por sensores orbitais pode

enfim significar a viabilizaccedilatildeo de tais estudos A missatildeo SRTM (Shuttle Radar

Topographic Mission) ocorrida em 2000 possibilitou a coleta de dados altimeacutetricos

para praticamente toda a superfiacutecie terrestre A existecircncia desses dados em cobertura

nacional permite que se avalie e se desenvolva seu potencial para o mapeamento da

vegetaccedilatildeo de forma relativamente padronizada em diferentes ambientes

Os dados SRTM mostraram-se passiacuteveis de derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas

para expressatildeo das diferentes caracteriacutesticas do relevo o que resulta num conjunto de

dados em complemento agrave altimetria Cada variaacutevel condiciona a vegetaccedilatildeo atraveacutes de

diferentes aspectos da paisagem (temperatura exposiccedilatildeo solar e hidrologia por

24

exemplo) aleacutem do controle direto sobre o transporte e o acuacutemulo de estruturas de

propagaccedilatildeo biomassa e substacircncias vegetais que afetam sua distribuiccedilatildeo Diante disso

o presente trabalho tem como objetivo principal a avaliaccedilatildeo das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo SRTM para identificaccedilatildeo

de tipos vegetacionais As anaacutelises recairatildeo sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes

agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo

existentes

Tal objetivo compreende o atendimento agraves seguintes metas especiacuteficas

bull Identificar as variaacuteveis geomorfomeacutetricas que melhor caracterizem diferentes

tipos de vegetaccedilatildeo

bull Caracterizar os tipos de vegetaccedilatildeo em termos das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas

de sua ocorrecircncia

bull Analisar a capacidade de discriminaccedilatildeo dos tipos vegetacionais mapeados a

partir dos dados geomorfomeacutetricas

bull Aplicar os resultados anteriores ao mapeamento da vegetaccedilatildeo como forma de

avaliaccedilatildeo

25

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

Para a compreensatildeo deste trabalho este capiacutetulo faz uma breve fundamentaccedilatildeo dos

condicionantes topograacuteficos da paisagem e suas relaccedilotildees com a vegetaccedilatildeo Em seguida

satildeo apresentadas as fontes e demais especificaccedilotildees teacutecnicas dos dados topograacuteficos e de

vegetaccedilatildeo aplicados neste estudo

21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem

A topografia ao lado de outras variaacuteveis ambientais eacute fundamental na caracterizaccedilatildeo da

paisagem local e regional Diversos estudos tecircm relacionado variaacuteveis topograacuteficas com

o estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidades de espeacutecies vegetais Schmidt et al

(2003) descrevem as principais variaacuteveis topograacuteficas extraiacutedas de Modelos Digitais de

Elevaccedilatildeo (MDE) que podem ser geradas a partir do SRTM

Segue-se a definiccedilatildeo das variaacuteveis topograacuteficas mais utilizadas em estudos de

caracterizaccedilatildeo da paisagem

a- Elevaccedilatildeo corresponde a altitude do terreno Estaacute relacionada agrave distribuiccedilatildeo

altitudinal do solo e clima condicionando diferentes padrotildees vegetacionais na

paisagem

b- Declividade corresponde ao acircngulo de inclinaccedilatildeo da superfiacutecie local Possui

accedilatildeo direta sobre o equiliacutebrio entre a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo e escoamento

superficial aleacutem de controlar a intensidade dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo

Esse conjunto de fatores resulta na formaccedilatildeo de ambientes com diferentes

caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas as quais permitem o estabelecimento de

diferentes tipos de vegetaccedilatildeo

c- Orientaccedilatildeo de vertentes corresponde ao alinhamento do terreno em relaccedilatildeo ao

sol eacute a medida do acircngulo horizontal da direccedilatildeo esperada do escoamento

superficial geralmente expressa em azimute Dentre os vaacuterios aspectos (relaccedilatildeo

com distribuiccedilatildeo de diferentes substratos refuacutegios ecoloacutegicos etc) esta variaacutevel

relaciona-se ao grau de sombreamento ou iluminaccedilatildeo do terreno selecionando

ambientes mais propiacutecios para o desenvolvimento de determinados tipos de

26

vegetaccedilatildeo em detrimento de outros Assim a orientaccedilatildeo de vertentes controla a

direccedilatildeo dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo portanto com efeitos locais sobre os

regimes hiacutedricos e de energia definindo diferentes padrotildees vegetacionais

d- Curvatura vertical refere-se ao caraacuteter convexococircncavo do terreno quando

analisado em perfil

e- Curvatura horizontal refere-se ao caraacuteter divergenteconvergente dos fluxos de

mateacuteria sobre o terreno quando analisado em projeccedilatildeo horizontal

As duas uacuteltimas variaacuteveis estatildeo relacionadas aos processos de migraccedilatildeo e acuacutemulo de

aacutegua minerais e materiais orgacircnicos no solo atraveacutes da superfiacutecie proporcionados pela

gravidade Estas duas variaacuteveis combinadas representam uma caracterizaccedilatildeo das formas

do terreno que se associam diretamente a propriedades hidroloacutegicas e de transporte

exercendo influecircncia indireta sobre a vegetaccedilatildeo local

22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo

Alguns estudos tecircm mostrado que a topografia exerce influecircncia indireta sobre a

vegetaccedilatildeo uma vez que determina feiccedilotildees hidroloacutegicas variaccedilotildees na disponibilidade de

aacutegua no solo distribuiccedilatildeo dos tipos de solo e topoclimas Outros cujo foco eacute a relaccedilatildeo

direta entre a topografia e a vegetaccedilatildeo verificam tal influecircncia baseados em variaacuteveis

topograacuteficas especialmente elevaccedilatildeo declividade e orientaccedilatildeo de vertentes e mais

raramente estudos baseados nas curvaturas vertical e horizontal do terreno (DARGIE

1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteQUEZ-ROSAS et al 2002) O texto

subsequumlente se refere a tais estudos

Satildeo reconhecidos os efeitos principais da topografia no estabelecimento da vegetaccedilatildeo

ao lado da accedilatildeo do clima da geologia dos solos e da intervenccedilatildeo antroacutepica A

variabilidade topograacutefica induz a uma diversidade de fauna e flora significativa no

ecossistema O desenvolvimento deste eacute controlado ainda por fatores abioacuteticos tais

como disponibilidade de aacutegua temperatura e incidecircncia de radiaccedilatildeo

Em paisagens tais como as savanas as feiccedilotildees hidroloacutegicas baseadas na topografia

exercem influecircncia sobre modelos de propagaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo arboacuterea Estas aacutereas

27

podem capturar e reter nutrientes e aacutegua escassa provenientes de regiotildees montanhosas

ou mesmo devido ao regime hiacutedrico (infiltraccedilatildeoescoamento superficial) determinar o

padratildeo de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo (WU et al 2005) Nas paisagens de florestas

boreais especialmente em casos onde a topografia varia a variaccedilatildeo espacial da

disponibilidade da aacutegua do solo eacute um importante fator que afeta o crescimento e a

composiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo A floresta ripaacuteria dessas aacutereas por exemplo tem um

suprimento constante de aacutegua no solo proacuteximo agrave superfiacutecie assim tecircm

consideravelmente mais espeacutecies de plantas vasculares do que florestas dos terrenos

mais elevados (ZINKO et al 2005) Este gradiente floriacutestico aiacute observado tambeacutem eacute

evidente em outras feiccedilotildees fitofisionocircmicas CLARK et al (1999) verificaram que haacute

um claro gradiente floriacutestico em resposta aos tipos de solo e que estes variaram em

funccedilatildeo da posiccedilatildeo topograacutefica Os autores estudaram a distribuiccedilatildeo e abundacircncia de

palmeiras e outras aacutervores na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica La Selva na Costa Rica Eles

concluiacuteram que menos de 30 das espeacutecies apresentaram distribuiccedilatildeo influecircnciada por

efeitos edaacuteficos ou topograacuteficos Entretanto as variaacuteveis ambientais estudadas (solos e

topografia entre outras) foram capazes de explicar somente uma pequena proporccedilatildeo da

variaccedilatildeo floriacutestica

Nas paisagens brasileiras onde predominam altitudes modestas (maior parte entre 200 e

1200 m) as diversas formas do terreno tambeacutem satildeo determinantes de diferentes

padrotildees fitofisionocircmicos Na Amazocircnia por exemplo onde o relevo eacute descrito como de

pequena amplitude a simples posiccedilatildeo no relevo pode manifestar diferenccedilas na

vegetaccedilatildeo Segundo Ayres (1993) a vegetaccedilatildeo da Amazocircnia pode ser dividida em

campinaranas que satildeo florestas sobre solo arenoso caracterizadas por vegetaccedilatildeo

escleromoacuterfica pobre e baixa e florestas de terra firme que se situam geralmente em

terrenos ondulados a baixas altitudes com aacutervores mais altas algumas chegando ateacute

50m A topografia pode definir a riqueza e distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais ao longo do

gradiente de inundaccedilatildeo e sedimentaccedilatildeo em florestas de vaacuterzea na Amazocircnia Wittman et

al (2004) estudando tal questatildeo observaram que apenas 26 dos 222 registros de

espeacutecies de aacutervores ocorreram abaixo da cota de inundaccedilatildeo A sedimentaccedilatildeo foi mais

alta em estaacutegios sucessionais iniciais proacutexima agraves calhas dos rios principais e decresceu

28

com o aumento do niacutevel da topografia dos siacutetios de florestas e em processos de

sucessatildeo e alcanccedilaram menores taxas nas florestas de vaacuterzea alta

Estudos mostram que a heterogeneidade das condiccedilotildees do solo na Amazocircnia eacute

frequentemente ligada agrave topografia e exerce uma notaacutevel influecircncia sobre a composiccedilatildeo

a estrutura e os padrotildees de diversidade da floresta (LESCURES BOULET 1985

PELISSIER et al 2001) A topografia da Amazocircnia Central eacute fortemente

correlacionada com a textura do solo (CHAUVEL et al 1987) e estes fatores satildeo os

maiores condicionantes da distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais e da estrutura de suas

comunidades em escalas local e regional (SOLLINS 1988 LIEBERMAN 1985

KUBOTA 2004) A comunidade de palmeiras por exemplo se distribue em trecircs zonas

de acordo com as condiccedilotildees hidromoacuterficas do solo Assim pode-se reconhecer solos

bem drenados (platocirc topo vertente) solos pobremente drenados (zona de transiccedilatildeo)

solos sazonalmente inundados (igarapeacutes) nos quais estas diferentes espeacutecies se

distribuem Desse modo verifica-se que a distribuiccedilatildeo de diferentes espeacutecies de

palmeiras estatildeo fortemente relacionadas ao tipo de solo cuja distribuiccedilatildeo depende da

situaccedilatildeo topograacutefica local (KAHN CASTRO 1985) Tal condicionamento natildeo se

restringe agrave distribuiccedilatildeo de tipos vegetacionais cerca de 30 das variaccedilotildees espaciais nas

estimativas de biomassa de aacutervores estatildeo relacionadas agraves caracteriacutesticas do solo e a

topografia (LAURENCE et al 1999 CASTILHO et al 2006)

Em Florestas estacionais e no Cerrado o estabelecimento dos diferentes tipos de

vegetaccedilatildeo se deve muito mais a fatores edaacuteficos e climaacuteticos do que propriamente agrave

topografia Entretanto a topografia explica de modo indireto parte da variaccedilatildeo vegetal

assim como a distribuiccedilatildeo de possiacuteveis fragmentos existentes nestas paisagens Brotrel

et al (2002) estudando a comunidade arboacutereo-arbustiva de um fragmento de floresta

estacional semidecidual (Ingaiacute-MG) verificaram que estes fragmentos se distribuem sob

influecircncia do regime de aacutegua da fertilidade quiacutemica do solo e posiccedilatildeo topograacutefica

Resultado tambeacutem encontrado por Rodrigues et al (2002) que estudando a floriacutestica da

comunidade arboacuterea de um fragmento florestal em Luminaacuterias MG verificaram que a

alta diversidade de espeacutecies aiacute encontradas pode estar relacionada agrave influecircncia de

formaccedilotildees vegetais proacuteximas e aos diferentes microambientes proporcionados pela

topografia variaccedilotildees na fertilidade e umidade dos solos Edivane e Schiavini (2002)

29

caracterizaram a topografia de um gradiente florestal na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica do Panga

(Uberlacircncia MG) e avaliaram sua relaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo das 20 principais espeacutecies

arboacutereas inclusas neste gradiente (mata galeria mesoacutefila semideciacutedua de encosta e

cerradatildeo) Tal estudo mostrou que algumas das espeacutecies satildeo influenciadas positiva ou

negativamente por variaccedilotildees de umidade do solo ocasionadas pela topografia ocorrentes

na mata galeria enquanto outras mostram maiores relaccedilotildees com outros fatores edaacuteficos

eou condiccedilotildees de luminosidade de bordas e clareiras Tambeacutem referente ao ambiente

de Cerrado Fonseca e Silva-Junior (2003) verificaram a sua composiccedilatildeo floriacutestica

densidade e aacuterea basal do componente lenhoso no sentido restrito em duas situaccedilotildees

num gradiente topograacutefico designadas interfluacutevio e vale no Jardim Botacircnico de

Brasiacutelia DF Seus resultados salientaram que a topografia como forte determinante na

distribuiccedilatildeo de algumas populaccedilotildees e comunidades lenhosas por meio de sua influecircncia

na variaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico afetou a composiccedilatildeo floriacutestica a densidade e a aacuterea basal

nos Cerrados sentido restrito de interfluacutevio e vales estudados

Cabe ressaltar que a topografia natildeo condiciona apenas processos ecoloacutegicos mas

tambeacutem a accedilatildeo humana Na escala do nosso paiacutes eacute evidente que os remanescentes

florestais concentram-se em aacutereas menos apropriadas para a agricultura o que eacute

fortemente dependente do relevo (VIANA 1995 VIANA et al 1997) Isto implica no

fato de que a maioria dos fragmentos florestais estar localizada em aacutereas de topo e mais

acidentadas que natildeo satildeo propiacutecias a praacuteticas agriacutecolas ou ocupaccedilatildeo humana

Embora os estudos que abordam especificamente as relaccedilotildees entre as variaacuteveis

topograacuteficas e os tipos vegetacionais sejam menos frequumlentes eles satildeo de grande

importacircncia para o entendimento do ambiente biofiacutesico de modo geral Algumas destas

pesquisas revelam que a elevaccedilatildeo a declividade e a orientaccedilatildeo de vertente satildeo as

principais variaacuteveis relacionadas a variaccedilotildees na distribuiccedilatildeo de fitofisionomias

(DARGIE 1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteSQUES-ROSAS et al 2002)

Em conjunto com outras variaacuteveis geomorfomeacutetricas a declividade em especial

produz uma variedade de situaccedilotildees ambientais tais como gradientes de umidade no

solo entre o topo e a base de uma vertente por exemplo favorecimento de transporte de

partiacuteculas de solo ao longo de um perfil interferecircncia na organizaccedilatildeo vertical do dossel

30

ocasionando variaccedilotildees nos acircngulos de penetraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da luz no interior de

florestas promoccedilatildeo da aparente elevaccedilatildeo da copa de indiviacuteduos menores e mais jovens

de aacutereas superiores de modo que alcancem mais raacutepido o dossel em aacutereas de

declividade acentuada (GANDOLFI 2000) A declividade e a orientaccedilatildeo de vertentes

controlam respectivamente a intensidade e a direccedilatildeo de fluxos de mateacuteria e de insolaccedilatildeo

portanto com efeitos locais sobre os regimes hiacutedricos e de energia No entanto estas

variaacuteveis podem fornecer informaccedilotildees aqueacutem do potencial de utilizaccedilatildeo de MDE

quando se busca o levantamento para estudo da cobertura vegetal com respostas

variadas quando estudadas sob diferentes situaccedilotildees Qi e Zhu (2003) consideram que

um conjunto baacutesico de variaacuteveis topograacuteficas para caracterizaccedilatildeo morfomeacutetrica do

terreno local deve incluir aleacutem dessas as curvaturas horizontal e vertical (SCHMIDT et

al 2003 VALERIANO 2003 VALERIANO CARVALHO JUacuteNIOR 2003)

Os estudos aplicados agrave caracterizaccedilatildeo da paisagem com variaacuteveis topograacuteficas

numeacutericas (morfometria) tecircm sido favorecidos com o desenvolvimento de meacutetodos

automaacuteticos de anaacutelise de MDE A importacircncia de tais estudos estaacute no fato de serem

desenvolvidos em ambiente computacional o que propicia uma reduccedilatildeo de trabalho

manual e a subjetividade dessas atividades

Pressupondo o processo de formaccedilatildeo de solos como resposta agrave distribuiccedilatildeo dos

processos hidroloacutegicos e erosivos e da temperatura do solo Moore et al (1993)

relacionaram atributos pedoloacutegicos agraves variaacuteveis topograacuteficas verificando que a situaccedilatildeo

topograacutefica explicou em parte expressiva a variaccedilatildeo de importantes propriedades do

solo Brubaker et al (1993) fizeram inferecircncias semelhantes baseados na posiccedilatildeo das

observaccedilotildees sobre a superfiacutecie de vertentes Briggs e Shishira (1985) observaram uma

consideraacutevel reduccedilatildeo na variabilidade dos atributos de solo dentro de cada unidade

homogecircnea de relevo

Tais efeitos edaacuteficos associados aos efeitos climaacuteticos aleacutem da accedilatildeo direta do relevo

sobre a vegetaccedilatildeo tecircm dado suporte por exemplo ao estudo de efeitos topograacuteficos no

estabelecimento de diferentes tipos de vegetaccedilatildeo Florinsky e Kuryakova (1996)

consideraram como accedilatildeo direta da topografia o transporte e o acuacutemulo de material

orgacircnico incluindo sementes e outras estruturas de propagaccedilatildeo e recomendam o uso de

31

modelos digitais e mapas de variaacuteveis topograacuteficas (Tabela 11) para levantamento

mapeamento e compreensatildeo dos aspectos dinacircmicos da vegetaccedilatildeo

Tabela 11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)

Variaacutevel unidade Definiccedilatildeo

h m Elevaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao niacutevel do mar (altitude)

G o ou Acircngulo vertical entre os planos horizontal e tangente agrave superfiacutecie do terreno (declividade)

A o Acircngulo horizontal entre norte e a projeccedilatildeo horizontal de um vetor normal agrave superfiacutecie (orientaccedilatildeo de vertente)

kv m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre por um plano contendo um vetor externo normal e um vetor da aceleraccedilatildeo da gravidade (curvatura vertical)

kh m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre que eacute ortogonal agrave seccedilatildeo em kv (curvatura horizontal)

H m-1 Meacutedia das curvaturas vertical e horizontal (curvatura meacutedia)

CA m2 m-1 Aacuterea de terreno cujas linhas de escoamento passam por um determinado segmento de isolinha dividido pelo comprimento desse segmento (aacuterea de captaccedilatildeo)

TI TI = ln(CAG) (iacutendice topograacutefico)

SI SI = CAG (iacutendice de enxurrada)

Florinsky e Kuryakova (1996) estudaram relaccedilotildees entre a cobertura florestal e variaacuteveis

topograacuteficas em quatro diferentes aacutereas de estudo Ficou evidente que o controle

topograacutefico das propriedades da vegetaccedilatildeo eacute realizado de formas diferentes em

diferentes terrenos O exemplo citado apresenta a maior dependecircncia da vegetaccedilatildeo

relativa agrave intensidade de fluxo de aacutegua superficial (escoamento) em regiotildees aacuteridas que eacute

controlado por kh Por outro lado em regiotildees de baixas temperaturas ou grandes

latitudes espera-se maior influecircncia da insolaccedilatildeo controlada por G e A Os resultados

indicam que a distribuiccedilatildeo da cobertura vegetal eacute mais bem explicada quando natildeo se

restringem a anaacutelise do relevo agraves variaacuteveis h G e A Foram tambeacutem observadas algumas

relaccedilotildees entre propriedades da vegetaccedilatildeo e classes do terreno relativas agrave erosatildeo

23 SRTM

Em fevereiro de 2000 um rico conjunto de dados de elevaccedilatildeo global baseado na

tecnologia InSAR (Interferometric Synthetic Aperture Radar) foi adquirido por meio

do projeto SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) do JPL (Jet Propulsion

32

Laboratory) integrado agrave NASA (National Aeronautics and Space Administrarion)

resultando na base de dados topograficos digitais mais completa jaacute construiacuteda As

informaccedilotildees que se seguem foram retiradas do site do JPL (http

www2jplnasagovsrtn) e de Valeriano (2003)

O projeto SRTM proveacutem da cooperaccedilatildeo entre a NASA NIMA (National Imagery and

Mapping Agency) DOD (Departamento de Defesa) dos Estados Unidos e das agencies

espaciais da Itaacutelia e Alemanha Esta missatildeo se utilizou do mesmo instrumento usado em

1994 pelo programa Spaceborne Imaging Radar-CX-Band Synthetic Aperture Radar

(SIR-CX-SAR) a bordo do ocircnibus especial Endeavour Aacute nave foi adicionada um

mastro de 60 m em cuja extremidade foram instaladas antenas para bandas C e X aleacutem

de ajustes nos dispositivos de controle e navegaccedilatildeo Isto permitu a coleta de medidas

tridimensionais da superfiacutecie terrestre atraveacutes de interferometria

O processamento dos dados coletados visou agrave construccedilatildeo de um MDE mundial

elaborado continente por continente O sobrevocirco da SRTM ocorreu entre 11 e 22 de

fevereiro de 2000 durante o qual foram percorridas 16 oacuterbitas por dia resultando num

total de 176 oacuterbitas Desse modo foram coletados 12TB dados A conclusatildeo de cada

continente foi seguida pelo envio de dados ao NIMA para serem editados verificados e

ajustados aos padrotildees norte-ameriacano de exatidatildeo de mapas (National Map Accuracy

Standards) Estes dados foram entatildeo devolvidos agrave NASA para distribuiccedilatildeo puacuteblica

atraveacutes da USGS (United States Geological Survey)

Entre as latitudes 60˚ N e 56˚ S cerca de 80 da superfiacutecie terrestre foi coberta sendo

realizadas para tanto de uma a quatro passagens Um conjunto menor de dados foi

coletado sobre a aacutegua para calibraccedilatildeo Do total de dados SRTM os da banda C foram

processados no JPL e os da banda X no Centro Aeroespacial da Alemanha (DLR) Estes

foram usados para criar MDE de resoluccedilatildeo mais alta poreacutem sem cobertura global

O projeto teve apoio de campo sobretudo com base em levantamentos geodeacutesicos no

qual foi empregado o meacutetodo Sistema de Posicionamento Global Cinemaacutetico

(Kinematic Global Positioning System) Foram coletadas ao todo cerca de 70000 Km

de linhas (transectos) aliada agrave distribuiccedilatildeo de refletores com coordenadas precisamente

definidas pela JPL para geraccedilatildeo do conjunto de pontos referencia ou controle

33

Em paralelo agrave montagem do MDE global foi feito o processamento de dados locais

especiacuteficos Cada aacuterea cobre uma ceacutelula de 1 grau de latitude por um grau de longitude

cujos dados consistem em mapas imagens e dados auxiliares ineacuteditos

Segundo a JPL embora a NIMA aplicasse vaacuterias operaccedilotildees de poacutes-tratamento que

incluem remoccedilatildeo de picos e voacutertices nas informaccedilotildees que acompanham os dados do

usuaacuterio satildeo lembradas suas caracteriacutesticas (inerente a todo dado geo-espacial) devem

condicionar seu desempenho diante das aplicaccedilotildees especiacuteficas uma caracteriacutestica dos

dados SRTM que o torna inadequado para uma dada aplicaccedilatildeo pode ser inoacutecua para

outra Informa-se ainda que nenhuma ediccedilatildeo foi aplicada sobre os dados e que o

conjunto em questatildeo conteacutem um grande nuacutemero de vatildeos e outros pontos espuacuterios como

valores extremamente altos (picos) e outros extremamente baixos (voacutertices) Corpos

drsquoaacutegua seratildeo geralmente mal definidos assim como as linhas de costa

Em janeiro de 2002 a NASA iniciou a distribuiccedilatildeo puacuteblica destes pequenos conjuntos

de dados de locais dentro dos Estados Unidos Enfim foram gerados MDE sob

resoluccedilatildeo de 30m (em coordenadas geograacuteficas com 1rdquo ou 0000277˚) para os Estados

Unidos e 90m (em coordenadas geograacuteficas com 3rdquo ou 0000833˚) para o resto do

mundo O datum e elipsoacuteide de referecircncia satildeo WGS84 com dados z em metros inteiros

Uma apreciaccedilatildeo preliminar dos dados SRTM mostrou uma seacuterie de caracteriacutesticas

indesejaacuteveis tais como falhas negativas (voacutertices) representadas por cotas negativas (-

8388607 m) Estes artafatos satildeo facilmente reconheciacuteveis nas imagens poreacutem devido

ao elevado moacutedulo deste valor sua remoccedilatildeo requer operaccedilotildees cuidadosas para que natildeo

se contaminem as informaccedilotildees vaacutelidas Teacutecnicas tais como filtragens natildeo satildeo capazes

de eliminar este problema mas podem ampliar a sua aacuterea de influecircncia modificando os

cotas de linhas vizinhas formando uma feiccedilatildeo artificial que se assemelha a um vale ou

sulco retiliacutenio com orientaccedilatildeo E-W ou N-S Estes dados satildeo sensiacuteveis a quaisquer

objetos presentes sobre a superfiacutecie do terreno tais como antenas edificaccedilotildees e mesmo

variaccedilotildees na cobertura vegetal A presenccedila destes artefatos atrapalha a percepccedilatildeo do

terreno em si no modelo como de fato eacute o intuito da obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

topograacuteficas A utilizaccedilatildeo de filtragens apesar de minimizar os efeitos destes artefatos

propicia a suavizaccedilatildeo da superfiacutecie como um todo o que natildeo eacute desejaacutevel

34

Alguns estudos tecircm demonstrado que suavizaccedilotildees desnecessaacuterias do MDE prejudicam o

desempenho de algoriacutetimos de declividade por exemplo (VALERIANO 2003)

Considerando que grande parte do territoacuterio nacional eacute provida de mapeamentos

demasiadamente generalizados para vaacuterias utilizaccedilotildees da informaccedilatildeo topograacutefica o

dado SRTM pode ser considerado a melhor informaccedilatildeo topograacutefica jaacute disponibilizada

para o nosso territoacuterio A resoluccedilatildeo de 90m deste dado representa um avanccedilo importante

em relaccedilatildeo agrave dados ateacute entatildeo disponiacuteveis os dados RADARSAT-1 com resoluccedilatildeo

quilomeacutetrica

Como citado anteriormente os dados SRTM trazem consigo limitaccedilotildees intriacutensecas do

sistema e estatildeo sujeitos a uma seacuterie de fatores que alteram a relaccedilatildeo de precisatildeo ou

fidelidade para com a paisagem existente Neste sentido meacutetodos de tratamento de

dados vecircm sendo desenvolvidos com o intuito de adequar os dados aos objetivos das

pesquisas sem entretanto alterar a informaccedilatildeo que se deseja extrair Valeriano (2004)

aplicando a interpolaccedilatildeo dos dados por krigagem e as teorias da geoestatiacutestica na

fundamentaccedilatildeo desta teacutecnica preservou as caracteriacutesticas do terreno no MDE formado

Desta forma o tratamento destes dados consiste na modificaccedilatildeo do MDE SRTM

original para um MDE com caracteriacutesticas desejaacuteveis resoluccedilatildeo melhorada de 1rdquo(~

30m) reduccedilatildeo de artefatos remoccedilatildeo de falhas e distribuiccedilatildeo da aleatoriedade espacial

24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens

Segundo Croacutesta (2002) um dos principais objetivos do sensoriamento remoto eacute o de

distinguir entre e identificar as composiccedilotildees de diferentes materiais superficiais (tipos

de vegetaccedilatildeo padrotildees de uso do solo entre outros) Essa distinccedilatildeo e identificaccedilatildeo

tornam-se possiacuteveis diante do fato de os materiais superficiais terem comportamento

especiacutefico ao longo do espcetro eletromagneacutetico o que permite identificaacute-los ou

classificaacute-los

A classificaccedilatildeo automaacutetica de imagens multiespectrais de sensoriamento remoto diz

respeito a associar cada pixel da imagem a um ldquoroacutetulordquo descrevendo um objeto real

(vegetaccedilatildeo solo etc) Dessa forma os valores numeacutericos (DNs) associados agrave cada

pixel definidos pela reflectacircncia dos materiais que compotildeem esse pixel satildeo

identificados em termos de um tipo de cobertura da superfiacutecie terrestre imageada

35

(aacutegua solo tipode vegetaccedilatildeo rocha etc) chamadas entatildeo tema Apoacutes esse processo ser

completado para todos os pixels de uma determinada aacuterea o resultado eacute um mapa

temaacutetico mostrando a distribuiccedilatildeo geograacutefica de um tema tal como vegetaccedilatildeo ou solo

Desse modo pode-se dizer entatildeo que uyma imagem de sensoriamento remoto

classificada eacute uma forma de mapa digital temaacutetico

Segue-se a definiccedilatildeo segundo Crosta (2002) dos tipos de classificaccedilotildees testadas

(Cluster MaxVer e Fatiamento) no presente trabalho

241 Cluster

Para a classificaccedilatildeo por cluster o espaccedilo de atributos possui agrupamentos cluster ou

ldquonuvensrdquo os quais podem ser caracterizados por curvas de contorno No processo de

classificaccedilatildeo estas nuvens satildeo identificadas e usadas como aacutereas de treinamento

O primeiro passo neste tipo de classificaccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo de uma anaacutelise de

agrupamento utilizando para tal teacutecnicas estatiacutesticas padratildeo Atraveacutes dessa anaacutelise as

nuvens de dados satildeo identificadas no espaccedilo de atributos Uma vez feita essa anaacutelise

uma decisatildeo deve ser tomada em relaccedilatildeo agraves quais concentraccedilotildees devem ser tratadas

como grupos separados A melhor maneira de fazer isso eacute aceitar apenas aquelas cujas

modas ultrapassam certo limiar

O software Idrisi versatildeo 20 oferece a uma definiccedilatildeo condizente com a anterior poreacutem

mais detalhada

O cluster eacute uma teacutecnica que se baseia na anaacutelise das modas (picos) do histograma de

uma variaacutevel de uma aacuterea a ser analisada em que uma moda eacute definida como o valor de

maior frequecirccia comparativamente aos seus vizinhos Isto eacute equivalente a buscar os

picos como um histograma unidimensional poreacutem satildeo avaliados n histogramas (n

variaacuteveis) simultaneamente identificando-se assim aglomeraccedilotildees ou nuvens (clusters)

de pontos no espaccedilo n-dimensional Uma vez que os aglomerados tenham sido

identificados todas as classes seratildeo atribuiacutedas com base no pico de concentraccedilatildeo mais

proacuteximo As divisotildees entre as classes se inserem nos pontos de menor ocorrecircncia de

valores observados entre tais picos Os melhores resultados ocorrem quando as variaacuteveis

natildeo estatildeo correlacionadas entre si

36

Em relaccedilatildeo agraves condiccedilotildees da operaccedilatildeo do algoritmo utilizado (EASTMAN 1995) o

cluster tem melhor desempenho se a imagem composta tiver sido criada usando a opccedilatildeo

linear com saturaccedilatildeo Isto assegura que os seis niacuteveis por a faixa na composiccedilatildeo ocupem

mais intensamente a regiatildeo onde os dados satildeo os mais concentrados Geralmente os

melhores resultados satildeo encontrados com niacuteveis de saturaccedilatildeo entre aproximadamente

1 - 25 Este algoritmo trabalha apenas em imagens produzidas por composiccedilatildeo

colorida A imagem composta consiste em iacutendices de cores em que cada iacutendice Irgb eacute

dado por Irgb = IB(azul) + 6 IG(verde) + 36 IR(vermelho) em que cada canal (IR IG ou IB) assume

um valor no intervalo de 0-5 Por exemplo um pixel com IRGB de valores de 1 5 e 3

(respectivamente IR IG e IB) teria um iacutendice de 3 + (5 6) + (1 36) = 69 Assim a

operaccedilatildeo do Cluster decompotildee os valores da composiccedilatildeo colorida para criar um

histograma tridimensional

242 Fatiamento

O fatiamento de niacuteveis de intensidade representa a forma mais simples de classificaccedilatildeo

e eacute aplicado a uma uacutenica banda espectral de cada vez A operaccedilatildeo de fatiamento

consiste simplesmente em realccedilar os pixels cujas intensidades se situam dentro do

intervalo especificado (a fatia) isto eacute entre um maacuteximo e um miacutenimo O fatiamento eacute

feito de modo interativo geralmente no qual o usuaacuterio define tanto a largura quanto o

centro do intervalo desejado Essa fatia eacute entatildeo ajustada ateacute que as feiccedilotildees de interesse

sejam realccediladas e separadas das aacutereas originalmente diferentes sendo entatildeo

representadas por um mesmo DN

O fatiamento de uma uacutenica banda espectral pode ser estendido para o domiacutenio

multiespectral atraveacutes de uma seacuterie de etapas descritas a seguir Desse modo aumenta-

se a precisatildeo da classificaccedilatildeo uma vez que a superfiacutecie que se deseja classificar teraacute

uma maior probabilidade de se diferenciar das outras presentes na imagem quanto

maior for o numero de bandas considerado

Para isso toma-se uma banda espectral e define-se uma regiatildeo previamente conhecida

contendo a superficie de interesse Em seguida aplica-se o fatiamento agrave primeira banda

definindo-se os paracircmetros (centro e largura da fatia) ateacute que a regiatildeo de interesse seja

realccedilada juntamente com os outros pixels dessa banda que possuam o mesmo DN da

37

regiatildeo de interesse Se salva o resultado e repete-se o processo para cada uma das

bandas espectrais disponiacuteveis Finalmente combinam-se todas as bandas fatiadas em

uma soacute imagem atraveacutes da adiccedilatildeo

No que se refere a presente pesquisa foram utilizadas bandas representadas pelas

variaacuteveis geomorfomeacutetricas locais correspondentes a cada aacuterea de estudo Estas

ldquobandasrdquo foram fatiadas atraveacutes de anaacutelises de histogramas buscando identificar nos

histogramas referentes a cada classe vegetacional pontos em que as classes

vegetacionais melhor se ditinguiam Em locais onde havia grande sobreposiccedilatildeo entre os

histogramas escolheu-se como criteacuterio fatiar em pontos onde havia maior frequencia de

distribuiccedilatildeo dessas variaacuteveis geomorfomomeacutetricas Em seguida as imagens geradas por

cada fatiamento foram sobrepostas atraveacutes de uma operaccedilatildeo de adiccedilatildeo

243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)

O MaxVer eacute o meacutetodo mais comum que considera a ponderaccedilatildeo das distacircncias das

meacutedias utiliza paracircmetros estatiacutesticos

A classifcaccedilatildeo por maacutexima verossemelhanccedila exige um nuacutemero consideravelmente

elevado de pixels para cada conjunto treinamento nuacutemero preferencialmente acima de

uma centena para que seja precisa o suficiente Esse nuacutemero permite uma base segura

para o treinamento estatiacutestico Devido a esse nuacutemero alto de pixels natildeo eacute possiacutevel

representaacute-los graficamnte de maneira individualizada Desse modo nesse caso usa-se

isolinhas ou curvas de contorno no espaccedilo de atributos representando a densidade de

pixels do conjunto de treinamento de cada regiatildeo (Figura 1)

Estes contornos representam na realidade um ajuste baseado em distribuiccedilotildees normais

ou Gaussianas dos pixels das aacutereas de treinamento do contraacuterio os contornos seriam

totalmente irregulares Ressalta-se que devido a esse ajuste os contornos satildeo

simeacutetricosOs contornos ao redor de cada classe na Figura 21 podem ser entendidos

como a probabilidade de existir um pixel naquele conjunto de treinamento como uma

determinada combinaccedilatildeo de DNs Do mesmo modo se as aacutereas de treinamento forem

realmente representativas das superfiacutecies que se deseja classificar Os mesmos

contornos podem ser vistos como a probabiliade de qualquer pixel desconhecido

pertencer a uma determinada classe na qual ele plotar

38

Figura 21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade

de pixels nos diversos conjuntos de treinamento

Essas probabilidades representam uma ferramenta de classificaccedilatildeo poderosa e flexiacutevel

atraveacutes da qual se pode escolher por exemplo classificar apenas os pixels

desconhecidos que satildeo bastante semelhantes agrave meacutedia de uma classe Isso eacute feito

escolhendo-se o limite de decisatildeo coincidindo com o contorno mais proacuteximo da meacutedia

cuja distacircncia eacute normalmente fixada como um desvio padratildeo a partir da meacutedia

Por outro lado pode-se julgar necessaacuterio classificar os pixels desconhecidos que se

situam a qualquer distacircncia da meacutedia dentro da aacuterea geral definida pelo conjunto

treinamento Neste caso escolher-se ia como limite de decisatildeo o contorno que engloba

99 dos pixels da aacuterea de treinamento Jogando os restantes 1 fora pode-se

compensar por exemplo a possibilidade de que alguns dos pixels da aacuterea de

treinamento foram incluiacutedos por engano podendo representar ruiacutedo ou pixels contendo

um limite entre dois tipos de cobertura

Eacute importante ressaltar que o meacutetodo MaxVer eacute passiacutevel de enganos e imprecisotildees Um

exemplo disso pode ser quando existem alguns pixels pertencentes a uma determinada

aacuterea de treinamento satildeo atribuiacutedos pelas regras de decisatildeo dos meacutetodos agrave uma classe

diferente

Tudo que o MaxVer consegue fazer eacute tentar minimizar a porcentagem dos pixels

classificados erroneamente O meacutetodo MaxVer assim como outros meacutetodos de

classifcaccedilatildeo supervisionada vistos anteriormente parte do princiacutepio de que o usuaacuterio

39

conhece bastante da imagem a ser classificada para poder definir classes que sejam

representativas Nos casos em que isto natildeo ocorre eacute possiacutevel partir de algumas

premissas razoaacuteveis o suficiente para permitir bons resultados

25 Anaacutelise Discriminante

O nuacutemero de variaacuteveis geomorfomeacutetricas que condicionam a distribuiccedilatildeo de tipos de

vegetaccedilatildeo de um determinado bioma sugere que anaacutelises estatiacutesticas multivariadas

sejam feitas De modo frequumlente as mais usadas satildeo anaacutelises de correlaccedilatildeo anaacutelises

baseadas em superfiacutecie de tendecircncia (DARGIE 1984 1987) anaacutelise de agrupamento

(EDIVANE SCHIAVIVI 2002) e anaacutelise de regressatildeo (FLORINSKY

KURYAKOVA 1996) Especificamente quando se deseja investigar as relaccedilotildees entre

uma variaacutevel qualitativa tipos vegetacionais por exemplo e variaacuteveis numeacutericas como

as variaacuteveis topograacuteficas a teacutecnica de anaacutelise mais apropriada eacute a anaacutelise discriminante

(HAIR Jr et al 1995) Tal anaacutelise utilizaria de combinaccedilotildees lineares das variaacuteveis

morfomeacutetricas para discriminar o melhor entre os grupos vegetacionais previamente

selecionados

De acordo com Hair Jr et al (1995) o objetivo principal da anaacutelise discriminante

consiste em estimar a relaccedilatildeo entre a uacutenica variaacutevel dependente natildeo meacutetrica (categoacuterica)

e um conjunto de variaacuteveis meacutetricas independentes

A teacutecnica da anaacutelise discriminante muacuteltipla se utiliza de combinaccedilotildees lineares das

variaacuteveis independentes para discriminar o melhor entre os grupos previamente

selecionados Esta discriminaccedilatildeo eacute obtida com a atribuiccedilatildeo de pesos agraves variaacuteveis de

forma a maximizar a variacircncia relativa entre os grupos A combinaccedilatildeo linear obtida com

a anaacutelise eacute chamada funccedilatildeo discriminante

Essa teacutecnica pode ser indicada para testes estatiacutesticos de hipoacuteteses O procedimento

comeccedila com a atribuiccedilatildeo de valores a cada um dos indiviacuteduos atraveacutes da funccedilatildeo

discriminante Com os valores dos indiviacuteduos de um mesmo grupo eacute possiacutevel obter a

meacutedia do grupo Este valor meacutedio eacute chamado de centroacuteide do grupo A comparaccedilatildeo dos

centroacuteides de grupos existentes traz a orientaccedilatildeo de quatildeo longe estatildeo um do outro em

relaccedilatildeo agrave dimensatildeo que estaacute sendo testada (MANLY 1994) Uma grande sobreposiccedilatildeo

40

entre os grupos sugere a obtenccedilatildeo de uma pobre funccedilatildeo discriminante Por outro lado

grupos bastante distintos (com pouca sobreposiccedilatildeo) sugerem a possibilidade de uma boa

funccedilatildeo discriminante

Hair Jr et al (1995) define que para dois grupos representantes da variaacutevel dependente

(por exemplo grande e pequeno) extrai-se uma funccedilatildeo discriminante Para dois grupos

seratildeo duas as funccedilotildees discriminantes extraiacutedas e assim por diante Ou seja existiratildeo

sempre n-1 funccedilotildees discriminantes para n grupos

Depois de estimada uma funccedilatildeo discriminante ela deve ser interpretada Este estaacutegio

revela a importacircncia relativa de cada variaacutevel independente na discriminaccedilatildeo dos

grupos

Green (1978) descreve que antes de tentar interpretar a funccedilatildeo discriminante o analista

cuidadoso deveraacute checar sua significacircncia estatiacutestica Tipicamente a investigaccedilatildeo eacute

conduzida atraveacutes da aplicaccedilatildeo de testes de significacircncia estatiacutestica da estatiacutestica D2 de

Mahalanobis que eacute uma medida quadraacutetica similar a medida euclidiana de distacircncia

padratildeo Mais particularmente ela mede a distacircncia de cada caso agrave meacutedia do grupo

Normalmente a estatiacutestica F do teste de significacircncia da estatiacutestica D2 eacute comumente

disponibilizada pela maioria dos pacotes estatiacutesticos

26 Dados de Vegetaccedilatildeo

Para anaacutelise da relaccedilatildeo entre vegetaccedilatildeo e variaacuteveis morfomeacutetricas foram selecionadas

aacutereas pertencentes a diferentes biomas brasileiros A seguir satildeo apresentadas

caracteriacutesticas gerais destes biomas assim como das aacutereas selecionadas para as quais os

mapas de vegetaccedilatildeo satildeo disponiacuteveis

261 Bioma Caatinga

A Caatinga caracteriza-se por apresentar uma grande diversidade de paisagens aleacutem de

ser um dos menos conhecidos e mais complexos biomas brasileiros A Reserva

Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas foi selecionada para representaacute-la

no presente estudo

41

Esta aacuterea abrange a Aacuterea Prioritaacuteria n6 do PPBIO (Programa de Pesquisa em

Biodiversidade do Semi-Aacuterido) e foi criada em 1998 com aproximadamente 5244

hectares sendo delimitada pelas coordenadas geograacuteficas 05ordm 00rsquo a 05ordm 20rsquo S e 40ordm 48rsquo a

41ordm 12rsquo W na fronteira entre os Estados do Piauiacute e Cearaacute

A aacuterea eacute considerada como uma amostra representativa da Ecoregiatildeo Complexo

Ibiapaba-Araripe e possui alta importacircncia bioloacutegica Ela possui como principais

fitofisionomias Mata Seca Carrasco Caatinga Florestada Caatinga Arboacuterea Caatinga

Arboacuterea-arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (CARVALHO PINHEIRO JUacuteNIOR

2004) Como para algumas aacutereas natildeo foi feito levantamento floriacutestico as classes de

mapeamentos propostas para designar padrotildees fitofisionocircmicos que se destacam nas

imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por uma determinada

coloraccedilatildeo foram denominadas Complexos Satildeo eles Complexo Galeria Complexo

Arboacutereo e Complexo Arboacutereo-arbustivo Segue-se a definiccedilatildeo de cada uma das classes

citadas acima segundo Carvalho e Pinheiro Juacutenior (2004)

Mata Seca

Esta classe corresponde segundo o IBGE (1992) agrave Floresta Estacional Decidual

Montana (Floresta Tropical Caducifoacutelia) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute caracterizado por

duas estaccedilotildees climaacuteticas bem demarcadas uma chuvosa seguida de um longo periacuteodo

biologicamente seco ocorre na forma de disjunccedilotildees florestais apresentando o estrato

dominante macro ou mesofaneroacutefito predominantemente caducifoacutelio com mais de 50

dos indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveis Ocupam nessas

paisagens os topos elevados de altitudes variando de 600 a 750 metros de relevo plano

e suave ondulado As elevadas altitudes chegando ateacute 750 m jaacute natildeo atenuam as

caracteriacutesticas semi-aacuteridas do Sertatildeo com as temperaturas mantendo-se elevadas

variando de 25 a 27degC Mas a precipitaccedilatildeo aumenta dominando um clima sub-uacutemido

seco com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 800 a 1000 mm

Nestes ambientes predominam os latossolos profundos aacutecidos em geral arenosos com

baixa fertilidade natural e muito bem drenados (LVa- Latossolo Vermelho-Amarelo

aacutelico)

42

Carrasco

De acordo com Arauacutejo (1998) trata-se de uma vegetaccedilatildeo arbustiva densa caducifoacutelia

natildeo espinhosa Nela se encontram a faveira o angico a pitombeira o jatobaacute a

catingueira e o sabiaacute entre outras O xique-xique e o caroaacute aparecem como subarbustos

Este tipo vegetacional ocorre em ambientes mais arenosos e secos

Na aacuterea da Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo

Sertaneja Setentrional Nesta paisagem o Carrasco ocupa as superfiacutecies pediplanadas

altas com altitudes variando de 400 a 650 m de relevo plano a suavemente ondulado

Deve estar submetida a uma condiccedilatildeo de transiccedilatildeo climaacutetica com precipitaccedilotildees meacutedias

anuais em torno de 850 mm

Neste ambiente predominam os solos arenosos profundos excessivamente drenados

aacutelicos e com fertilidade natural baixa (Areias Quartzosas aacutelicas- AQa4 e AQa10)

associado ao Latossolo Vermelho-Amarelo aacutelico (LVa)

Caatinga Florestada

Esta classe corresponde ao contato Savana-EsteacutepicaFloresta Estacional-ecoacutetono

definido pelo IBGE (1992) Trata-se de uma vegetaccedilatildeo de transiccedilatildeo ou seja entre duas

ou mais regiotildees ecoloacutegicas ou tipos de vegetaccedilatildeo existem sempre ou pelo menos na

maioria das vezes comunidades indiferenciadas onde as floras se interpenetram

constituindo as transiccedilotildees floriacutesticas ou contatos edaacuteficos

De acordo com o IBGE e Governo do Estado do Cearaacute (1973) este tipo de cobertura

vegetal obedece a um escalonamento de acordo com o niacutevel em que se situa ocorrendo

pelo menos duas sineacutecias cuja transiccedilatildeo se verifica onde a caatinga desaparece e

comeccedila a mata tropical

Na Aacuterea das Serras das Almas a borda mais oriental da Paisagem das Chapadas

Intermediaacuterias e Baixas a Caatinga Florestada ocupa uma estreita faixa Na Paisagem

das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas ocupa um modelo de dissecaccedilatildeo aguccedilada

intermediaacuteria com altitudes variando de 400 a 700 m de relevo fortemente ondulado e

montanhoso Segundo as condiccedilotildees de transiccedilatildeo climaacutetica pode-se dizer que as

43

precipitaccedilotildees anuais variam de 800 a 1000 mm Neste tipo de ambiente ocorre uma

associaccedilatildeo de trecircs tipos de solo pouco desenvolvidos e rasos Nas partes intermediaacuterias

de declives menos abruptos e relevos menos acidentados (suave ondulado a ondulado)

apresentam-se o que pode se considerar o mais caracteriacutestico os solos Podzoacutelicos

Vermelho-Amarelo eutroacuteficos (PE) com argila de atividade fraca horizonte A

moderado textura meacutediaargilosa Nos relevos mais acidentados (fortemente ondulados

a montanhosas) aparecem os solos Litoacutelicos eutroacuteficos (RE) com horizonte A

moderado textura arenosa a meacutedia fase pedregosa e rochosa associados aos

Afloramentos Rochosos (AR)

Caatinga Arboacuterea

Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica do IBGE (1992) Trata-se de um subgrupo

de formaccedilatildeo caracterizado por micro eou nanofaneroacutefitos com meacutedia de 5 m

excepcionalmente ultrapassando os 7 m de altura mais ou menos com grossos troncos

e engalhamento bastante ramificado em geral provido de espinhos eou acuacuteleos com

total decidualidade na eacutepoca desfavoraacutevel

Em Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo Sertaneja

Setentrional e da Paisagem das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas Nesta paisagem eacute

encontrada em modelos de Dissecaccedilatildeo Tabular Baixo com altitudes bastante variadas

de 300 ateacute 600 m e relevos ondulados a fortemente ondulados

Para este tipo de vegetaccedilatildeo o clima varia desde um clima Subuacutemido uacutemido com

precipitaccedilotildees meacutedias anuais de mais de 1000 mm passando pelo Semi-aacuterido atenuado

com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 750 a 800 mm ateacute o Semi-aacuterido moderado

com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 500 a 750 mm

A mesma variabilidade pode ser observada quando se considera as demais

caracteriacutesticas ambientais Comeccedilando pelos diferentes substratos geoloacutegicos que sob

essas diferenccedilas climaacuteticas geram diferentes formas de relevo que variam de plano ao

ondulado e modelos dissecados a aplainados com altitudes de 300 a 500 m Bem como

tipos de solos como os Podzoacutelicos Vermelho-Amarelo Areias Quartzosas Latossolo

Vermelho-Amarelo e Solonets Solodizados

44

Caatinga Aboacutereo-arbustiva

Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica Arborizada do IBGE (1992) Este subgrupo

de formaccedilatildeo apresenta as mesmas caracteriacutesticas de floriacutesticas da fisionomia ecoloacutegica

anterior poreacutem os indiviacuteduos que o compotildeem satildeo mais baixos existindo clarotildees entre

eles

Possui amplos interfluacutevios e baixo grau de aprofundamento de drenagem com altitudes

variando de 200 a 300 m e relevos planos a suave ondulados Este tipo vegetacional

domina num clima Semi-aacuterido moderado com chuvas de veratildeo-outono e 7 a 8 meses

secos Os tipos de solo variam bastante desde Areias Quartzosas Planossolos

Soloacutedicos Ragassolos e Bruno natildeo caacutelcicos que se tornam os principais fatores

limitantes para o uso da terra junto com o clima dominante

Caatinga Herbaacuteceo-lenhosa

Esta classe corresponde agrave Savana-Eteacutepica Parque do IBGE (1992) Este subgrupo de

formaccedilatildeo eacute o que apresenta caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com

nanofaneroacutefitos de um mesmo ecoacutetipo bastante espaccedilados como se fossem plantados

isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas lenhosas raquiacuteticas sobre

denso tapete gramiacutenio-lenhoso de hemicriptoacutefitos e cameacutefitos Possui relevos planos a

suavemente ondulados e altitudes variando de 200 a 300 m Este tipo vegetacional

domina num clima Sub-uacutemido com chuvas de veratildeo-outono e 7 meses secos Estas

condiccedilotildees ambientais geraram solos do tipo Areias Quartzosas aacutelicas que por suas

caracteriacutesticas se tornam o principal fator limitante para o uso da terra

Complexo Galeria

Essa classe de mapeamento foi proposta para designar todo um complexo fisionocircmico

que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por sua

coloraccedilatildeo verde-intenso na composiccedilatildeo colorida normal empregada indicando uma alta

resposta no infravermelho proacuteximo Esta tonalidade indica uma cobertura vegetal verde

com folhagem total ou parcial na eacutepoca seca estando associada agraves aacutereas de vaacuterzeas

acompanhando alguns cursos drsquoaacutegua geralmente os mais caudalosos

45

Complexo Arboacutereo

Semelhante a classe anterior propocircs-se aqui esta denominaccedilatildeo para abarcar um padratildeo

complexo que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta regular associando

aacutereas escuras (sombreadas) aacutereas com verde-escuro e com verde-claro De acordo com

informaccedilotildees bibliograacuteficas neste ambiente deve predominar uma Caatinga Arboacuterea

(Savana-Esteacutepica Florestada) poreacutem de acordo com o RADAMBRASIL (1981) pode-se

supor que floristicamente eacute semelhante agrave Estepe Arboacuterea Densa

Como natildeo foi possiacutevel amostrar a unidade de mapeamento para confirmar estas

consideraccedilotildees preferiu-se empregar esta nomenclatura

Suas altitudes variam rapidamente de cerca de 300 a 600 m com interfluacutevios de pequena

amplitude e de mediana intensidade de aprofundamento de drenagem Neles devem

predominar o clima tropical megateacutermico semi-aacuterido atenuado com chuvas de veratildeondash

outono e 7 meses secos Onde dominam os Solos Litoacutelicos aacutelicos fase pedregosa e

rochos

Complexo Arboacutereo-arbustivo

Na imagem TMLandsat possui uma resposta singular de tonalidade subentendendo

muito afloramento de solo eou rocha nua Segundo IBGE (1992) corresponde a

formaccedilatildeo Savana Esteacutepica Arborizada (Caatinga Arboacuterea-arbustiva)

Esses ambientes ocupam parte do Modelado das Formas Erosivas com relevos planos a

suavemente ondulados onde as altitudes variam de cerca de 220 a 300 m Neles deve

predominar um clima megateacutermico sub-uacutemido uacutemido com chuva de veratildeo-outono e 7

meses secos onde dominam Areias Quartzosas aacutelicas

262 Bioma Amazocircnia

O Bioma Amazocircnia estaacute situado na porccedilatildeo centro-norte do Brasil eacute cortado pela linha

equatorial e portanto compreendido em aacutereas de baixas latitudes O clima eacute do tipo

equatorial quente e uacutemido com a temperatura variando pouco durante o ano em torno

46

de 26ordmC com periacuteodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor daacutegua trazido

do leste pelos ventos

A maioria dos 7 milhotildees de km2 da Floresta Amazocircnica eacute constituiacuteda por uma floresta

de terra firme Esta eacute uma floresta que nunca eacute alagada e se espalha sobre uma grande

planiacutecie de ateacute 130-200 m de altitude ateacute os sopeacutes das montanhas A grande planiacutecie

corresponde aos sedimentos deixados pelo lago Belterra que ocupou a maior parte da

bacia Amazocircnica durante o Mioceno e o Plioceno entre 25 mil e 18 milhatildeo de anos

atraacutes O silte e as argilas depositados neste antigo lago foram submetidos a um suave

movimento de elevaccedilatildeo epirogeneacutetico enquanto os Andes se ergueram e os modernos

rios comeccedilaram a cavar os seus leitos Assim surgiram os trecircs tipos de florestas

amazocircnicas as florestas montanhosas Andinas as florestas de terra firme e as florestas

fluviais alagadas as duas uacuteltimas na Amazocircnia brasileira A Amazocircnia brasileira

compreende aproximadamente 3581 km2 o que equivale a 4207 do paiacutes (Fonseca amp

Dov 2000) Como representantes deste bioma foram selecionadas aacutereas de estudo com

diferentes tamanhos e classes de vegetaccedilatildeo a Microbacia do Igarapeacute Asu que cobre

aproximadamente 10 km2 e o Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos que cobre

aproximadamente 300 km2

2621 Microbacia do Igarapeacute Asu

A microbacia do Igarapeacute Asu pertencente agrave bacia do Rio Negro possui tipos de

vegetaccedilatildeo que se diferenciam principalmente pela altura e densidade de indiviacuteduos A

floresta de alto platocirc eacute a floresta densa com aacutervores emergentes ao passo que a floresta

de campinarana apresenta-se mais baixa e com densidade menor de indiviacuteduos

(AYRES 1993) A condiccedilatildeo topograacutefica pode induzir agrave ocorrecircncia de cheias e a

presenccedila de formaccedilotildees vegetais mais baixas e menos densas em constante estaacutegio de

sucessatildeo (WHITTMANN et al 2002) De modo geral os principais tipos de vegetaccedilatildeo

encontrados na aacuterea satildeo

Floresta de Platocirc Alto

As florestas de terra firme cobrem planaltos e florestas de encosta e satildeo aacutereas com

dossel mais fechado solos bem drenados em qualquer eacutepoca do ano e que satildeo

47

inundadas por rios e fluxos pequenos de aacutegua Estas florestas satildeo dominadas por aacutervores

grandes e caracterizam-se por estrutura vertical bem desenvolvida e diversidade de

espeacutecies arboacutereas muito altas em relaccedilatildeo agraves florestas sazonalmente inundadas

(PRANCE et al 1976)

Floresta de Baixio

Os baixios satildeo definidos como florestas que inundam sazonalmente no periacuteodo de

novembro-marccedilo eou que sofrem influecircncia direta dos igarapeacutes Estas florestas devido

agrave topografia possuem lenccedilol freaacutetico mais superficial que em eacutepocas chuvosas

aflorando e inundando essas aacutereas Aleacutem disso apresentam dossel mais aberto em

relaccedilatildeo agraves florestas de terra firme (LAMOTTE 1990) pela predominacircncia de palmeiras

arborescentes e uma grande abundacircncia de palmeiras no sub-bosque

Floresta de Platocirc Baixo com campinarana

A Campinarana ocorre entre a floresta de terra firme e a Floresta de Baixio daiacute a

denominaccedilatildeo Floresta de Platocirc Baixo com campinarana Fisionomicamente caracteriza-

se por um dossel de aacutervores de porte menor que as do platocirc com alta densidade de

epiacutefitas Desenvolve-se sobre solo arenoso coberto por uma camada de serrapilheira

entremeada com um denso tapete de raiacutezes

2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

O Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos criado em 21062006 possui 876 mil

hectares e se localiza nos estados do Amazonas Rondocircnia e Mato Grosso abrangendo

trechos dos rios Roosevelt Guaribas Branco Madeirinha e Ji-Paranaacute

O Parque protege uma enorme variedade de ecossistemas incluindo diferentes

formaccedilotildees florestais bem como uma das maiores manchas de Cerrado - os campos -

de toda Amazocircnia A paisagem dos Cerradossavanas eacute composta por campos sujos

campos limpos e Cerrados propriamente ditos Matas de galeria satildeo encontradas ao

longo dos rios e riachos que cortam a savana O solo dos Cerrados da regiatildeo eacute arenoso e

raso de baixa fertilidade muito suscetiacuteveis agrave erosatildeo

48

Nas demais aacutereas do Parque existem florestas abertas e densas A Floresta Ombroacutefila

Densa de modo geral apresenta dossel fechado compacto com altura entre 25 e 35 m

do qual sobressaem as aacutervores emergentes atingindo ateacute 40 m A Floresta Ombroacutefila

Aberta eacute caracterizada fisionomicamente pela presenccedila de grandes aacutervores espaccediladas

possibilitando a penetraccedilatildeo de luz Esta diversidade de habitats em uma mesma regiatildeo

condiciona a ocorrecircncia de diversas espeacutecies O Parque Nacional incorpora regiotildees

consideradas de prioridade extremamente alta para a conservaccedilatildeo da biodiversidade da

Amazocircnia (WEBVENTURE 2001)

Quanto aos solos de modo geral os mais encontrados na regiatildeo satildeo os solos aluviais

Latossolo Vermelho amarelo Podzoacutelico Vermelho Amarelo Laterita Hidromoacuterfica e o

Podzol Hidromoacutefico

A aacuterea selecionada abrange as cartas topograacuteficas 1250000 SB-20-Y-C (Labrea) e SB-

20-Y-D (Humaitaacute) descritas no volume 17 ndash Purus ndash do Projeto RADAMBRASIL

(1978) Os principais tipos de vegetaccedilatildeo abrigados pelo Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos satildeo descritos abaixo com informaccedilotildees do Projeto RADAMBRASIL

(1978)

Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas

Formaccedilatildeo que apresenta agrupamentos de aacutervores emergentes nas elevaccedilotildees mais

pronunciadas dos interfluacutevios como o argelim-da-mata (Hymenolobium petraeum)

argelim-de-pedra (Dinizia excelsa) tauari (Couratari spp) castanha-do-paraacute

(Bertholletia excelsa) entre outras Eacute significativa a presenccedila de palmeiras que

competem por luz no estrato arboacutereo superior babaccedilu (Orbygnia spp) patauaacute

(Oenocarpus bataua) accedilaiacute (Euterpe spp) ocorrendo preferecircncialmente nos locais mais

uacutemidos

Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial

Formaccedilatildeo caracteriacutestica das aacutereas inundaacuteveis pelas cheias sazonais ecologicamente

adaptados agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua entretanto beneficia-se da renovaccedilatildeo

regular do solo decorrente das enchentes perioacutedicas Natildeo constitui ambiente cliacutemax

49

Durante a eacutepoca das cheias existe uma diminuiccedilatildeo das atividades bioloacutegicas (dormecircncia

e seca fisioloacutegica) quando ocorrem inundaccedilotildees prolongadas A sumauacutema (Ceiba

pentandra) provida de enormes raiacutezes tabulares eacute a representante mais expressiva neste

grupo de formaccedilatildeo Apresenta tambeacutem muitas palmeiras no estrato intermediaacuterio

Floresta Ombroacutefila Aberta das Terras Baixas

Formaccedilatildeo caracteriacutestica por feiccedilatildeo mista de palmeiras e aacutervores latifoliadas sempre

verdes e bem espaccediladas de altura irregular (entre 15 e 25m) com grupamentos de

babaccedilu (Orbygnia sp) e patauaacute (Oenocarpus bataua) principalmente nos interfluacutevios

do Terciaacuterio Nos vales de fundo chato de encharcamento constante ocorre

concentraccedilatildeo de buriti (Mauritia flexuosa) em povoamento puro

Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial

Eacute uma formaccedilatildeo arboacuterea com palmeiras que ocupa principalmente as planiacutecies e

terraccedilos dos rios Madeira Purus Coari e Tefeacute Caracteriacutestico de regiotildees inundaacuteveis

pelas cheias sazonais ecologicamente adaptado agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua

beneficiaacute-se da renovaccedilatildeo do solo decorrentes das enchentes perioacutedicas

Savana Gramiacuteneo-Lenhosa

Prevalecem nesta fisionomia quando natural os gramados entremeados por plantas

lenhosas raquiacuteticas que ocupam extensas aacutereas dominadas por hemicripitoacutefitos e que

aos poucos quando manejadas atraveacutes do fogo ou pastoreio vatildeo sendo substituiacutedas por

geoacutefitos que se distinguem por apresentarem colmos subterracircneos portanto mais

resistentes ao pisoteio do gado ao fogo

Savana Parque

Formaccedilatildeo com caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com nanofaneroacutefitos (plantas

lenhosas que vivem longos anos com suas gemas a menos de 3 m) de um mesmo

ecoacutetipo bastante espaccedilados isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas

lenhosas raquiacuteticas sobre denso tapete gramiacuteneo lenhoso de hemicriptoacutefitos (plantas

herbaacuteceas com gemas embaixo da superfiacutecie do solo ou imediatamente debaixo) e

50

cameacutefitos (plantas herbaacuteceas ou lenhosas que vivem longos anos com suas gemas acima

do solo pelo menos a 25 cm de altura)

Formaccedilotildees Pioneiras

Satildeo formaccedilotildees em fase de sucessatildeo (hidrossere) encontradas em ambientes de solos

sazonais que se situam ao longo dos rios e em locais deprimidos dos interfluacutevios

tabulares do Terciaacuterio ou dispersas no interior das florestas Densa eou Aberta As

comunidades ribeirinhas satildeo constituiacutedas de um maior nuacutemero de espeacutecies hidroacutefitas

enquanto aquelas mais distantes possuem um maior nuacutemero de espeacutecies mesoacutefitas e

higroacutefitas Os liacutequens por exemplo satildeo mais abundantes nos ambientes mais distantes

dos cursos de aacutegua Estas formaccedilotildees ocupam aacutereas de influecircncia aluvial (planiacutecies e

terraccedilos) e de influecircncia pluvial (depressotildees nos interfluacutevios)

263 Bioma Cerrado

Segundo Coutinho (2000) o Bioma Cerrado apresenta-se como um mosaico de formas

fisionocircmicas ora manifestando-se como Campo Sujo ora como Cerradatildeo ora como

Cerrado sensu strictu ou Campo Limpo Este mosaico eacute determinado pelo mosaico de

manchas de solo pouco mais pobres ou pouco menos pobres pela irregularidade dos

regimes caracteriacutesticas de queimada de cada local (frequumlecircncia eacutepoca intensidade) e

accedilatildeo humana

De um modo geral podemos distinguir dois estratos na vegetaccedilatildeo dos Cerrados o

estrato lenhoso constituiacutedo por aacutervores e arbustos e o estrato herbaacuteceo formado por

ervas e subarbustos Ambos satildeo curiosamente helioacutefilos Ao contraacuterio do caso de uma

floresta o estrato herbaacuteceo natildeo eacute formado por espeacutecies de sombra ombroacutefilas

dependentes do estrato lenhoso O sombreamento lhe faz mal prejudica seu crescimento

e desenvolvimento O adensamento da vegetaccedilatildeo lenhosa acaba por eliminar em grande

parte o estrato herbaacuteceo Por assim dizer estes dois estratos se antagonizam Por esta

razatildeo entende-se que as formas intermediaacuterias de Cerrado - Campo Sujo Campo

Cerrado e Cerrado sensu strictu ndash apresentam-se como verdadeiros ecoacutetonos onde a

vegetaccedilatildeo herbaacuteceasubarbustiva e a vegetaccedilatildeo arboacutereaarbustiva estatildeo em intensa

51

competiccedilatildeo procurando cada qual ocupar aquele espaccedilo de forma independente

individual

Como representante deste bioma foi selecionada a aacuterea do Parque Nacional de

Brasiacutelia localizado entre as coordenadas 15deg45rsquo a 15deg33rsquo S e 48deg6rsquo a 47deg50rsquo W Esta

aacuterea possui uma extensatildeo aproximada de 30 mil hectares sendo a unidade de

conservaccedilatildeo de maior destaque no Distrito Federal Tal importacircncia se deve agrave

presenccedila de inuacutemeras espeacutecies representativas da fauna e flora do bioma Cerrado

assim como importantes mananciais hiacutedricos

Segundo a carta climaacutetica do Distrito Federal a regiatildeo do Parque Nacional de Brasiacutelia

estaacute submetida a dois tipos de clima de acordo com a temperatura local (Koppen) o

Cwa tropical de altitude com temperatura do mecircs mais frio a 18degC e a meacutedia do mecircs

mais quente superior a 22degC (cotas altimeacutetricas de 1000 a 1200 m) e o Cwb tropical

de altitude com temperatura do mecircs mais frio inferior a 18degC e meacutedia do mecircs mais

quente inferior a 22degC (cotas altimeacutetricas acima de 1200 m) A ocorrecircncia de chuvas

se daacute nos meses de outubro a marccedilo com maacutexima de dezembro a agosto Entre os

meses de abril a setembro ocorre a eacutepoca seca sendo que os meses mais criacuteticos satildeo

junho e julho

Os principais tipos de solos encontrados no PNB satildeo os Latossolos Vermelho-Escuro e

Vermelho-Amarelo (cerca de 38) os Cambissolos (cerca de 22) e os Solos

Hidromoacuterficos (RAMOS 1995) Os demais grupos como Podzoacutelicos hidromoacuterficos

aparecem em trechos isolados Os Latossolos satildeo solos profundos caracterizados por

uma textura argilosa ou meacutedia porosos e bastante permeaacuteveis No Cerrado em geral o

estrato arborescente estaacute mais associado agraves aacutereas com um relevo plano a suavemente

ondulado encontrando-se fitofisionomias como Cerradatildeo Cerrado sensu strictu e o

Campo Cerrado (GUIMARAtildeES 2000) Jaacute os Cambissolos satildeo pouco desenvolvidos

com baixa fertilidade e facilmente intemperizados No PNB esse tipo de solo favorece o

desenvolvimento de fisionomias do estrato herbaacuteceo-arbustivo como as classes Campo

Limpo e Campo Sujo por exemplo Os solos hidromoacuterficos por sua vez satildeo

observados em torno de drenagens ou pequenos coacuterregos estando associados ao

afloramento do lenccedilol freaacutetico A vegetaccedilatildeo nesse solo eacute marcada principalmente pela

52

presenccedila de campos com Murunduns associada com outras classes de Cerrado tal como

Campo Limpo Campo Limpo Uacutemido e Campo Sujo

No Parque Nacional de Brasiacutelia estatildeo reunidas as principais fitofisionomias do bioma

Cerrado subdivididas em trecircs estratos vegetacionais de acordo com a classificaccedilatildeo

definida por Ribeiro e Walter (1998) Campo Limpo e Campo Sujo (estrato herbaacuteceo

arbustivo) Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu (estrato arborescente) e Mata de

Galeria (estrato arboacutereo) O Cerradatildeo classe pertencente ao estrato arboacutereo do Cerrado

natildeo eacute encontrado no parque Poreacutem segundo Ferreira (2003) eacute possiacutevel ainda se

distinguir nesse ambiente o Campo Limpo Uacutemido Campo Limpo com Murundum

Campo uacutemido Campo Cerrado com Trembleacuteias Campo Sujo com presenccedila de

Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo Mata de Interfluacutevio e Brejo As

caracteriacutesticas de algumas destas feiccedilotildees fitofisionocircmicas seguem-se abaixo Seguem-se

a definiccedilatildeo destas classes segundo SEMARH (2000)

Cerrado sensu strictu

Formaccedilatildeo savacircnica que tem como caracteriacutestica de destaque uma camada arboacuterea

descontiacutenua atingindo os 8 m de altura excepcionalmente mais alta cobrindo de 10 a

60 da superfiacutecie e um estrato herbaacuteceo-arbustivo bastante diversificado com

cobertura de ateacute 95

Campo Cerrado

Forma intermediaacuteria de vegetaccedilatildeo entre o Cerrado sensu strictu e o Campo Sujo

sendo a de maior ocorrecircncia no Distrito Federal Seu dossel atinge em meacutedia 10 de

cobertura com aacutervores de mais ou menos 3 m de altura bem espalhadas algumas

espeacutecies atingindo excepcionalmente os 10 m como a gomeira ndash Vochysia

thyrsoidea Agraves vezes ocorre alta densidade de herbaacuteceas com destaque para as

gramiacuteneas

Campo Sujo

A cobertura por arbustos e subarbustos eacute miacutenima sempre com altura inferior a 3 m

em meio agrave densa camada graminosa de ateacute 1 m Os arbustos e subarbustos tecircm caules

53

relativamente finos geralmente morrem a cada ano sendo continuamente renovados a

partir de brotaccedilotildees da base lenhosa

Campo Limpo

Forma de vegetaccedilatildeo predominantemente herbaacutecea com raros arbustos e ausecircncia

completa de aacutervores com destaque para gramiacuteneas que medem de 03 m a 1 m Os

campos usualmente se situam sobre solos arenosos rasos e duros nos quais ocorre

uma real deficiecircncia de aacutegua durante os meses secos Podem chegar a recobrir a

totalidade das chapadas arenosas topos e encostas dos morros

Campo Limpo Uacutemido

Situa-se sobre solo inclinado nas encostas dos vales Normalmente o lenccedilol freaacutetico

permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo de seca sofre um

rebaixamento em que as camadas sub-superficiais mantecircm o encharcamento do solo

Possui estrato herbaacuteceo predominantemente graminoso

Campo Limpo com Murundum

Ocorre em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo arredondadas e um

pouco mais altas com cerca de 1 a 10 m de diacircmetro por alguns deciacutemetros de altura

Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial do terreno e deposiccedilatildeo de terra por

teacutermitas recobertos por vegetaccedilatildeo de Cerrado e o solo permanentemente saturado de

aacutegua entre os murunduns

Brejo

A vegetaccedilatildeo herbaacuteceo-arbustiva das aacutereas Brejosas forma comunidades que ocupam as

planiacutecies permanentemente encharcadas sem ocorrecircncia do buriti (Mauritia flexuosa)

que frequumlentemente surge nas bordas das matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo do

Cerrado A caracteriacutestica marcante eacute o niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora

haja variaccedilotildees durante o ano No Distrito Federal ocorrem basicamente trecircs tipos de

Brejo Brejo graminoso Brejo de piuacutena (Ludwigia brachyphyla) e Brejo de taboa

(Typha dominguensis)

54

Mata de Galeria

Segundo Ribeiro e Walter (1998) consiste na vegetaccedilatildeo florestal que acompanha os

cursos drsquoaacutegua de pequeno porte dos planaltos do Brasil Central formando corredores

fechados (galeria) Geralmente localizada nos fundos dos vales ou nas cabeceiras de

drenagem natildeo apresenta caducifoacutelia durante a estaccedilatildeo seca O estrato arboacutereo varia

entre 20 a 30 m ocorrendo a superposiccedilatildeo das copas com fechamento do dossel entre

70 a 95

Os solos satildeo geralmente Cambissolos Plintossolos Podzoacutelicos Hidromoacuterficos ou

Aluviais Aleacutem disso de acordo com a composiccedilatildeo floriacutestica e caracteriacutesticas

ambientais como topografia e variaccedilatildeo na altura do lenccedilol freaacutetico ao longo do ano a

Mata de Galeria pode ser de dois subtipos Mata de Galeria natildeo inundaacutevel e Mata de

Galeria inundaacutevel (temporariamente inundada)

Mata de Interfluacutevio

Formaccedilotildees que ocorrem em lugares com umidade suficiente para um amplo

desenvolvimento vegetativo Em funccedilatildeo do tipo e principalmente da profundidade do

solo esse tipo de mata apresenta niacuteveis diferentes de caducifoacutelia A mata calcaacuteria eacute

deciacutedua e ocorre sobre a rocha calcaacuteria A semideciacutedua eacute a de ocorrecircncia mais comum

e a mata sempre-verde se desenvolve sobre solos de maior fertilidade profundidade

maior e melhores condiccedilotildees de umidade

55

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Detalhamento do fluxo de trabalho

O objetivo geral da pesquisa pressupotildee o atendimento de metas das quais depende o

sucesso do primeiro Pode-se desdobrar os objetivos em sub-etapas sucessivas de modo

a se individualizarem as atividades de trabalho (Figura 31)

Figura 31 ndash Fluxo de atividades

Assim a realizaccedilatildeo deste trabalho requer

a) Coleta e estruturaccedilatildeo dos dados

b) Anaacutelises

c) Testes de aplicaccedilatildeo

Estas etapas podem ser divididas nas seguintes atividades

a1) Coleta e estruturaccedilatildeo de dados vegetacionais foram procurados mapas de vegetaccedilatildeo

natural nos biomas estudados selecionando-se as aacutereas de estudo em funccedilatildeo dos

mapeamentos disponiacuteveis Encontrados em formato digital os mapas demandaram um

56

esforccedilo de preacute-processamento para o armazenamento compatiacutevel com as especificaccedilotildees

dos dados topograacuteficos

a2) Obtenccedilatildeo dos dados topograacuteficos os dados SRTM das aacutereas selecionadas foram

processados para sua derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas estruturadas em planos

de informaccedilatildeo compatiacuteveis com os dados de vegetaccedilatildeo

b1) Apreciaccedilatildeo dos dados os dados foram confeccionados para observaccedilatildeo conjunta

aos mapas de vegetaccedilatildeo mapas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas cujas distribuiccedilotildees

foram observadas em histogramas das diferentes aacutereas em cada classe de vegetaccedilatildeo

b2) Anaacutelises estatiacutesticas as anaacutelises estatiacutesticas tabulares foram empregadas fora do

ambiente de SIG (Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica) Para avaliar as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas como preditoras dos diferentes tipos vegetacionais foram aplicadas

anaacutelises discriminantes

c) Testes de aplicaccedilatildeo baseado nos resultados das etapas anteriores uma seacuterie de

processamentos foi aplicada aos planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrica para avaliaccedilatildeo

de seu potencial no mapeamento da vegetaccedilatildeo

32 Recursos

321 As aacutereas de estudo

Tendo em vista os objetivos da pesquisa buscou-se selecionar aacutereas com diversidade

topograacutefica e vegetacional e que dispusessem de mapeamento da vegetaccedilatildeo Assim

foram aventadas potenciais aacutereas de estudo em diferentes biomas (Figura 32)

A seleccedilatildeo definitiva das aacutereas foi feita apoacutes uma avaliaccedilatildeo dos mapas encontrados em

que se buscaram as condiccedilotildees de escala (geomeacutetrica e temaacutetica) e confiabilidade mais

adequadas para esta pesquisa Diante disso a Reserva Particular do Patrimocircnio Natural

de Serra das Almas (PiauiacuteCearaacute) foi selecionada como representante do Bioma

Caatinga o Parque Nacional de Brasiacutelia (Brasiacutelia) como representante do Cerrado o

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (Amazocircnia) e a Microbacia do Igarapeacute Asu

(Amazocircnia) como representantes da Floresta Amazocircnica Com uma aacuterea relativamente

57

pequena e com feiccedilotildees distintas do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos esta

microbacia foi selecionada para observar os efeitos da topografia no estabelecimento da

vegetaccedilatildeo em escala detalhada A descriccedilatildeo da vegetaccedilatildeo de cada uma destas aacutereas bem

como das principais caracteriacutesticas biofiacutesicas do terreno que as abriga encontram-se no

item 24

Figura 32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo

FONTE Mapa dos Biomas Brasileiros IBGE - 2003

322 Dados de vegetaccedilatildeo

Os dados de vegetaccedilatildeo se referem aos seguintes mapeamentos

a) Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas - mapa da

vegetaccedilatildeo na escala de 1100000 de Carvalho e Pinheiro-Juacutenior (2004) obtido

pela identificaccedilatildeo de cada classe vegetacional nas imagens orbitais TMLandsat

atraveacutes de uma abordagem integrada usando o processo de classificaccedilatildeo por

58

segmentaccedilatildeo por regiotildees interpretaccedilatildeo visual e caracterizaccedilatildeo

floriacutesticofisionocircmica em campo As classes temaacuteticas que natildeo puderam ser

identificadas no campo e que apresentaram padrotildees individualizados nas imagens

orbitais receberam uma denominaccedilatildeo diferenciadora como Complexos vegetais

b) Parque Nacional de Brasiacutelia ndash mapa de vegetaccedilatildeo na escala de 110000 de

Ferreira (2003) gerado a partir da atualizaccedilatildeo de um mapa de vegetaccedilatildeo preacute-

existente Esta atualizaccedilatildeo foi feita a partir da aplicaccedilatildeo de um modelo linear de

mistura sobre uma cena do ETM+Landsat e emprego de cenas IKONOS II de

porccedilotildees da parte leste e oeste da aacuterea

c) Microbacia do Igarapeacute Asu mapa de vegetaccedilatildeo em escala 110000 foi fornecido

pelo grupo de pesquisa Biodiversidade ndash Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico

coordenado por Jasen Zunon (INPA) Para a construccedilatildeo do mapa de vegetaccedilatildeo

foi utilizada a imagem TMLandsat As aacutereas dos platocircs com as cotas mais altas

(cotas acima de 61 m) e mais baixas (cotas de 0 a 60 m) foram extraiacutedas das

imagens do SRTM Ressalta-se que para extrair as aacutereas de baixios foi utilizada

a camada da hidrografia do IBGE utilizando-se uma zona (buffer) de 50 m para

cada lado dos igarapeacutes

d) Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos mapa de vegetaccedilatildeo em escala de

1250000 do RADAMBRASIL (1981) digitalizados pelo SIPAM (Sistema de

Proteccedilatildeo da Amazocircnia)

323 Dados topograacuteficos

Os dados topograacuteficos provieram de experimentos e testes em torno da construccedilatildeo de

banco de dados geomorfomeacutetricos (TOPODATA ndash VALERIANO 2005) Conforme os

procedimentos estabelecidos nesta iniciativa os dados SRTM das aacutereas selecionadas

foram refinados de 3rdquo para 1rdquo com krigagem (VALERIANO 2004) e em seguida

derivados em variaacuteveis geomorfomeacutetricas atraveacutes de diferentes operaccedilotildees de vizinhanccedila

(VALERIANO et al 2006) Os dados SRTM usados correspondem agravequeles

originalmente disponibilizados para a Ameacuterica do Sul em meados de 2003 conhecidos

como ldquoversatildeo 1rdquo Os procedimentos adotados natildeo alteram as especificaccedilotildees

59

cartograacuteficas dos dados originais coordenadas em latitudelongitude natildeo-projetadas

Como resultados foram obtidos os planos de informaccedilatildeo de declividade orientaccedilatildeo de

vertentes curvatura vertical e curvatura horizontal aleacutem da proacutepria elevaccedilatildeo para cada

aacuterea de estudo

324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados

Os principais programas utilizados no trabalho foi o Idrisi versatildeo 20 (EASTMAN

1995) para geoprocessamento e o Statistic 60 para as anaacutelises estatiacutesticas Enquanto o

cerne do geoprocessamento foi conduzido em Idrisi outros SIGs se fizeram necessaacuterios

para o preacute-processamento sobretudo durante a compatibilizaccedilatildeo das diferentes fontes de

dados de vegetaccedilatildeo

33 Procedimentos

331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados

Apoacutes a seleccedilatildeo dos mapas de vegetaccedilatildeo dentro dos requisitos necessaacuterios foi feita a

migraccedilatildeo e a compatiblizaccedilatildeo destes dados com os dados geomorfomeacutetricos Este passo

foi feito atraveacutes de operaccedilotildees de exportaccedilatildeo e importaccedilatildeo de imagem (raster) entre os

diferentes SIGs em funccedilatildeo das diferentes modalidades de conversatildeo requeridas e das

diferentes possibilidades de cada SIG Apoacutes todo o trabalho de conversotildees os dados

foram definitivamente armazenados em Idrisi onde foram realizadas as manipulaccedilotildees

finais de preparo (geometria resoluccedilatildeo e posicionamento) assim como todo o

processamento a partir de entatildeo A estrutura definitiva de armazenamento dos dados em

cada aacuterea de estudo estaacute especificada na Tabela 31

Tabela 31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados

Aacuterea xmiacuten (o) ymiacuten (o) xmaacutex (o) ymaacutex (o) nocol nolin

RPPNA 40deg48rsquo29rdquo 5deg0rsquo31rdquo 41deg11rsquo58rdquo 5deg17rsquo1rdquo 1410 990

MIA 60deg17rsquo6rdquo 2deg38rsquo24rdquo 60deg10rsquo26rdquo 2deg34rsquo5rdquo 400 259

PNCA 66deg 8deg 63deg 7deg 10800 3600

PNB 48deg6rsquo37rdquo 15deg45rsquo5rdquo 47deg50rsquo26rdquo 15deg33rsquo24rdquo 971 867

() ndash resoluccedilatildeo de 1rdquo ou 0000277778ordm (aproximadamente 30 m)

60

Foi feita uma amostragem das variaacuteveis por classe vegetacional atraveacutes de programas de

lote (macro) em SIG As amostras foram extraiacutedas em esquema aleatoacuterio estratificado

Para cada classe foram escolhidos aproximadamente 50 pontos pois devido a limitaccedilotildees

do software natildeo foi possiacutevel coletar exatos 50 pontos em alguns casos O painel

amostral assim formado foi aplicado em cada uma das variaacuteveis para extraccedilatildeo de

amostragens uniformes entre as diferentes classes mapeadas Os dados amostrados

foram pareados em planilhas de acordo com sua posiccedilatildeo geograacutefica e o conteuacutedo destas

planilhas submetido agraves anaacutelises estatiacutesticas

332 Anaacutelise dos resultados

Os planos de informaccedilatildeo armazenados foram editados na forma de mapas

uniformizados para uma visualizaccedilatildeo conjunta dos dados de vegetaccedilatildeo e

geomorfomeacutetricos Este processo deu suporte a observaccedilotildees gerais como a distribuiccedilatildeo

de aacuterea entre as classes de vegetaccedilatildeo sua associaccedilatildeo com o relevo aleacutem de possiacuteveis

semelhanccedilas e associaccedilotildees entre diferentes classes Uma observaccedilatildeo mais acurada das

condiccedilotildees topograacuteficas vigentes sob cada tipo de vegetaccedilatildeo foi feita com histogramas

Foram elaborados histogramas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro da aacuterea de cada

classe de vegetaccedilatildeo buscando-se identificar grupos de classes de comportamento

semelhantes e variaacuteveis de maior poder indicativo dos mesmos

A separabilidade estatiacutestica das classes de vegetaccedilatildeo com base nas variaacuteveis

geomorfomeacutetricas foi avaliada atraveacutes de anaacutelises discriminantes A aplicaccedilatildeo das

anaacutelises aos dados fitofisionocircmicos foi feita apoacutes agrupar classes de vegetaccedilatildeo com

semelhantes estruturas vegetacionais que no mapa de referecircncia estavam muito

particularizadas Estas anaacutelises foram aplicadas tambeacutem dentro dos grupos

vegetacionais formados por mais de duas subfisionomias com o intuito de testar a

hipoacutetese segundo a qual as variaacuteveis geomorfomeacutetricas seriam preditoras algumas

vezes das subfisionomias vegetais Para melhorar a linearidade dos dados estes foram

logaritmizados e posteriormente padronizados

61

333 Processamentos experimentais

Com vistas a uma avaliaccedilatildeo do potencial de aplicaccedilatildeo dos dados geomorfomeacutetricos no

mapeamento da vegetaccedilatildeo foram realizadas algumas manipulaccedilotildees sobre os planos de

informaccedilatildeo Embora este processamento fosse aqui direcionado agrave formaccedilatildeo de mapas

(experimentais) de vegetaccedilatildeo conveacutem lembrar que tal procedimento natildeo estaacute aventado

entre as formas de aplicaccedilatildeo da presente pesquisa Ao contraacuterio propotildee-se que a

aplicaccedilatildeo dos dados gemorfomeacutetricos seja feita em complementaridade agraves fontes

tradicionalmente utilizadas no mapeamento da vegetaccedilatildeo

Os processamentos experimentados (essencialmente classificaccedilotildees) tiveram como base

as observaccedilotildees gerais e os resultados das anaacutelises estatiacutesticas

As anaacutelises discriminantes aplicadas sobre as classes vegetacionais reagrupadas e

tambeacutem dentro dos grupos que incluiacuteam mais de duas subfisionomias indicaram quais

eram as variaacuteveis geomorfomeacutetricas de maior peso na separaccedilatildeo dos grupos bem como

quais desses grupos melhor se separavam entre si A partir das primeiras funccedilotildees

discriminantes nas quais a maior parte da variaccedilatildeo dos dados se concentrava foram

geradas imagens A avaliaccedilatildeo dessas imagens e dos graacuteficos das funccedilotildees discriminantes

permitiu que os mapas baseados nas primeiras funccedilotildees fossem gerados a partir de

classificaccedilotildees por Fatiamentos Esses resultados foram editados em mapas

experimentais para comparaccedilatildeo com os dados de vegetaccedilatildeo agrupados sob as novas

classes

Para avaliar o potencial de aplicaccedilatildeo dos dados topograacuteficos no mapeamento da

vegetaccedilatildeo estes foram aplicados em testes de classificaccedilatildeo com recursos baacutesicos de

processamento de imagens Para tanto foi necessaacuterio que os dados estivessem na

estrutura tiacutepica das imagens de sateacutelite (bytebinaacuterio) Para isso foi feito um re-

escalonamento das variaacuteveis para o intervalo de 0 a 255 (o Idrisi 20 exige que o dado

esteja nesse formato para a realizaccedilatildeo das classificaccedilotildees) o que exigiu a seleccedilatildeo de

valores extremos para cada variaacutevel Para que o re-escalonamento das variaacuteveis fosse

consistente sob diferentes condiccedilotildees de relevo os valores extremos foram tomados apoacutes

observaccedilatildeo de 12 folhas 1250000 do Brasil escolhidas pela presenccedila de relevos

62

contrastantes entre as aacutereas jaacute preparadas no TOPODATA Essas folhas que englobam

terrenos que variam desde escarpas da Serra da Mantiqueira ateacute os relevos deprimidos

do Pantanal Matogrossense e da Ilha do Marajoacute foram analisadas pelos histogramas de

cada variaacutevel procurando-se os valores extremos de suas distribuiccedilotildees Os maacuteximos e

miacutenimos foram tomados nos valores em que cada curva de distribuiccedilatildeo indicasse a

frequumlecircncia de 1 da frequumlecircncia maacutexima independentemente da ocorrecircncia de valores

fora desse intervalo Os valores de declividade foram convertidos de porcentagem para

graus antes desta transformaccedilatildeo para que a variaacutevel mantivesse proporcionalidade

uniforme no intervalo de 0ordm a 39ordm A orientaccedilatildeo de vertentes originalmente uma

variaacutevel circular foi desdobrada nas componentes lineares cosseno (ldquoo quatildeo para norte

se orientardquo) e seno (ldquoo quatildeo para lesterdquo) e ambas transformadas para byte binaacuterio no

intervalo de -1 a +1 A curvatura vertical foi transformada no intervalo de -0155ordmm a

+0155ordmm e a curvatura horizontal -21 ordmm a +21 ordmm A elevaccedilatildeo constitui-se uma

exceccedilatildeo a essa padronizaccedilatildeo e foi transformada usando-se os limites observados

localmente Estas transformaccedilotildees foram feitas essencialmente atraveacutes da operaccedilatildeo de

realce de contraste (stretch)

Uma vez que este estudo se ateve ao potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos os

testes de classificaccedilatildeo apresentados - maacutexima verossimilhanccedila (MaxVer) Cluster e

Fatiamentos - foram aplicados de modo expedito atraveacutes dos recursos disponiacuteveis no

SIG Ressalta-se que o Fatiamento foi feito com base na anaacutelise de histogramas

verificando pontos onde as classes melhor se separavam

63

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

O presente capiacutetulo apresenta os resultados em trecircs partes principais Na primeira parte

os dados preparados para o estudo satildeo apresentados em mapas padronizados para sua

observaccedilatildeo conjunta Em seguida satildeo apresentados os resultados das anaacutelises a que se

submeteram estes dados atraveacutes de tabelas e plotagens dos resultados Por fim

apresenta-se um conjunto de resultados experimentais produto de manipulaccedilotildees sobre

os planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrico associado agrave avaliaccedilatildeo de cada mapa

produzido

41 Apreciaccedilatildeo dos dados

A apreciaccedilatildeo inicial dos dados consistiu na anaacutelise visual das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas e do mapa de vegetaccedilatildeo obtidos para cada aacuterea em estudo (Figuras

41 a 44) Nas legendas destas figuras podem-se observar as faixas de amplitude

numeacuterica dos dados topograacuteficos A RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas) apresentou a maior amplitude altimeacutetrica variando de 180

a 770 m dentro de um intervalo de 590 m enquanto as demais aacutereas apresentaram

menor variaccedilatildeo altimeacutetrica sendo seu intervalo de apenas 97 m para cada aacuterea A

RPPNSA apresenta tambeacutem a maior amplitude de declividade e de curvatura vertical

Com declividade variando de 0 a 98 e curvatura vertical variando na ordem de 029 a

RPPNSA contrasta com as demais aacutereas cujas amplitudes das referidas variaacuteveis satildeo

bem menores A declividade das demais aacutereas varia em torno de 30 enquanto a

variaccedilatildeo da curvatura vertical estaacute na ordem de 006 008 e 005 representando a MIA

(Microbacia do Igarapeacute Asu) o PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e o

PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) respectivamente Assim as anaacutelises exploratoacuterias

indicaram que a maior diferenciaccedilatildeo geomorfomeacutetrica dentro de cada variaacutevel ocorreu

na RPPNSA

Na aacuterea da RPPNSA (Figura 41) jaacute foi possiacutevel verificar a correspondecircncia entre

determinados padrotildees topograacuteficos e algumas classes de vegetaccedilatildeo especialmente entre

a classe S_F e a declividade entre a classe S_A e as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e

64

curvatura vertical e entre a classe S_H e as variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente e curvatura

horizontal sendo indicada levemente pelas variaacuteveis declividade e elevaccedilatildeo

Figura 41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra

das Almas) e seu mapa de vegetaccedilatildeo com as classes S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B

(Complexo Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-

arbustivo) S_E (Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H

(Complexo Galeria) e S_I (Mata Seca)

Na MIA (Figura 42) tambeacutem se niacutetida heterogeneidade do terreno dentro das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas com certas variaccedilotildees comparaacuteveis agraves classes vegetacionais Desse

modo as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e curvatura vertical mostraram-se indicativas

das classes I_B e I_C enquanto a classe I_A foi sugerida apenas pela orientaccedilatildeo de

vertente e curvatura horizontal Assim de maneira geral as variaacuteveis morfomeacutetricas

ilustraram boas evidecircncias da ocorrecircncia de cada classe vegetacional Ressalta-se que

65

dentre todas as aacutereas estudadas a MIA exibe a menor amplitude de declividade

variando de 0 a 23 e tambeacutem uma das menores amplitudes de curvatura vertical

perdendo apenas para o PNB

Figura 42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA (Microbacia do Igarapeacute Asu) e seu mapa de

vegetaccedilatildeo com as classes I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C

(Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

O PNCA (Figura 43) apresentou um terreno mais homogecircneo (devido agrave ruiacutedos) quanto

agraves variaacuteveis curvatura horizontal e curvatura vertical mostrando ligeira tendecircncia de

regionalizaccedilatildeo nas demais variaacuteveis especialmente na variaacutevel elevaccedilatildeo Esta uacuteltima

permite uma clara distinccedilatildeo entre as classes A_A e A_C O PNB (Figura 44)

demonstrou pouca variaccedilatildeo topograacutefica entre as variaacuteveis Nesta aacuterea apenas a classe

B_A foi indicada de modo inequiacutevoco poreacutem foi evidenciada em todas as variaacuteveis

morfomeacutetricas

66

Os mapas de vegetaccedilatildeo utilizados apresentam diferentes niacuteveis de detalhamento

temaacutetico de acordo com as diferentes escalas de mapeamento e as metodologias de

levantamento

Figura 43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e seu mapa

de vegetaccedilatildeo com as classes A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B

(Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa

Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente)

A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras

com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e

A_J (Savana Parque sem floresta-de-galeria)

O mapa de vegetaccedilatildeo da RPPNSA (escala 1100000) apresenta uma boa precisatildeo e

detalhamento floriacutestico uma vez que contou tambeacutem com a caracterizaccedilatildeo

floristicofisionocircmica em campo para sua construccedilatildeo O PNB (escala 110000) tambeacutem

apresenta um bom detalhamento sendo produto do refinamento do mapa de vegetaccedilatildeo

67

jaacute existente se utilizando de imagens IKONOS II para algumas cenas e tambeacutem do

Modelo Linear de Mistura Em contraste as aacutereas referentes ao bioma Amazocircnia natildeo

apresentam mapas de vegetaccedilatildeo tatildeo detalhados sendo o da MIA (escala 110000) e o

do PNCA (1250000) construiacutedos utilizando apenas imagens orbitais sem um

levantamento floriacutestico em campo mais rigoroso

As consideraccedilotildees feitas acima referentes aos dois uacuteltimos mapas sugerem a necessidade

de refinamento dos mapas representantes do bioma Amazocircnia atraveacutes de levantamentos

em campo mais completos e tambeacutem pelo aperfeiccediloamento e desenvolvimento de novos

meacutetodos aplicaacuteveis ao mapeamento deste tipo de fisionomia vegetal

Figura 44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) e seu mapa de vegetaccedilatildeo

com as classes B_A (Mata Galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado)

B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H

(Mata de Interfluacutevio) B_I (Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L

(Campo Limpo com Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora

ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo

68

A distribuiccedilatildeo numeacuterica e a amplitude dos dados geomorfomeacutetricos puderam ser

observadas em histogramas os quais propiciaram uma caracterizaccedilatildeo geomorfomeacutetrica

das aacutereas de estudo bem como para cada classe de vegetaccedilatildeo de cada aacuterea de estudo

(Figuras 45 a 48)

A Figura 45 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo da RPPNSA em comparaccedilatildeo com toda sua aacuterea Verificando a aacuterea total

observa-se que a elevaccedilatildeo varia entre 180 a 770 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o

maior pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em

torno de 98 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores

baixos A direccedilatildeo de suas vertentes tambeacutem apresenta distribuiccedilatildeo bimodal A simetria

da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal e curvatura vertical indicaram o equiliacutebrio entre

terrenos convergentes e divergentes e entre terrenos cocircncavos e convexos

respectivamente

A distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias para cada classe de vegetaccedilatildeo e a RPPNSA revela as

preferecircncias de cada tipo vegetacional a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A

Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de elevaccedilatildeo

em torno de 248 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da aacuterea em

questatildeo assim como o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) A distribuiccedilatildeo da

declividade revela que a vegetaccedilatildeo se concentra em aacutereas com declividades mais baixas

proacuteximas a 8 (terreno ondulado) comportamento semelhante agraves classes de vegetaccedilatildeo

S_C S_D S_G e S_H Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia

voltadas ao norte e nordeste e haacute um equiliacutebrio entre terrenos convergentes e

divergentes (curvatura horizontal) comparaacutevel as classes S_B S_C S_D S_E S_F

S_G e S_I Quanto agrave curvatura vertical esta tambeacutem apresenta um equiliacutebrio entre aacutereas

cocircncavas e convexas como as classes S_C S_D S_E S_G e S_I

O Complexo Arboacutereo (S_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em

torno de 282 m apresentando uma distribuiccedilatildeo mais platicuacutertica de comportamento

semelhante agrave classe S_F A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo eacute

menos tolerante a declividades baixas jaacute que os valores altos ocorrem em maior

frequumlecircncia e em torno de 24 (terreno forte ondulado) Tambeacutem relativo a esta classe

69

as vertentes estatildeo voltadas agrave norte e noroeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por

terrenos cocircncavos (curvatura vertical)

A Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) apresenta dois picos de elevaccedilatildeo relativamente

proacuteximos em torno de 248 e 316 m Suas vertentes estatildeo concentradas mais ao norte e

noroeste sem quase nenhuma ocorrecircncia de vertentes agrave leste e sul

Figura 45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da

RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas) em totalidade e

de suas classes de vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo

Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E

(Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria)

e S_I (Mata Seca)

Para o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) a distribuiccedilatildeo de vertentes indica que estatildeo

predominantemente voltadas para oeste

70

A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Caatinga Arboacuterea (S_E) indicam uma forma

bimodal sendo sua frequumlecircncia distribuiacuteda com picos em torno de 282 e 384 m A

distribuiccedilatildeo da declividade localiza-se entre 0 e 49 com maior frequumlecircncia em 8

(terreno suave ondulado a ondulado)

A Caatinga Florestada (S_F) apresenta uma declividade com distribuiccedilatildeo mais ou

menos uniforme possuindo seu maacuteximo valor em torno de 49 (terreno montanhoso)

Possui uma maior concentraccedilatildeo de suas vertentes a nordeste decaindo sua frequumlecircncia na

direccedilatildeo norte Haacute ligeira preferecircncia por terrenos cocircncavos (curvatura vertical)

O Carrasco (S_G) possui sua elevaccedilatildeo distribuiacuteda entre 316 e 770 m apresentando

distribuiccedilatildeo bimodal com dois estratos altimeacutetricos o mais baixo em torno de 385 m e o

mais alto em torno de 508 m Suas vertentes predominam agrave sudoeste e noroeste com

menor frequumlecircncia agrave nordeste

No Complexo Galeria (S_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta um aspecto denteada

ocorrendo principalmente em ambientes com elevaccedilatildeo em torno de 248 m Destaca-se a

preferecircncia por terrenos com vertentes direcionadas ao nordeste e com menor

frequumlecircncia agrave sudoeste e noroeste Haacute uma clara preferecircncia por terrenos convergentes

(curvatura horizontal) e cocircncavos (curvatura vertical)

A Mata Seca (S_I) exibe preferecircncia por altitudes em torno de 610 m com sua

distribuiccedilatildeo correspondendo ao estrato mais elevado da RPPNA Tambeacutem

comparativamente agrave RPPNA pode-se destacar uma distribuiccedilatildeo mais ou menos

homogecircnea quanto agrave orientaccedilatildeo de vertentes aliado a uma equiliacutebrio entre terrenos

convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e entre aacutereas cocircncavas e convexas

(curvatura vertical)

A Figura 46 ilustra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total da MIA Observando a microbacia como

um todo verifica-se que a altitude varia entre 29 e 126 m com distribuiccedilatildeo bimodal o

que indica a existecircncia de dois estratos altimeacutetricos A sua declividade maacutexima estaacute em

torno de 23 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores

baixos A direccedilatildeo de suas vertentes apresenta-se distribuiacuteda de modo relativamente

71

homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre

terrenos convergentes e divergentes uma situaccedilatildeo tiacutepica quando se analisa uma

microbacia por inteiro A assimetria da distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica a

predominacircncia territorial de terrenos convexos

Figura 46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA

(Microbacia do Igarapeacute Asu) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de

Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e a microbacia satildeo

indicadores de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A

Floresta de Baixio (I_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno

de 53 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da microbacia A

distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra menos tolerante a

declividades mais altas jaacute que ocorrem valores altos em menor frequumlecircncia do que na

microbacia Tambeacutem relativo agrave microbacia destaca-se uma clara preferecircncia por

terrenos convergentes (curvatura horizontal) e em menor grau por aacutereas cocircncavas

(curvatura vertical)

A Floresta de Platocirc Alto (I_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em

torno de 114 m ocupando preferecircncialmente o estrato altimeacutetrico superior Em

contraposiccedilatildeo agrave Floresta de Baixio demonstram maior adaptaccedilatildeo a terrenos divergentes

e aacutereas convexas

A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Floresta de Platocirc Baixo com campinarana

(I_C) indica que esta ocupa uma posiccedilatildeo intermediaacuteria com ligeira restriccedilatildeo no estrato

72

superior da microbacia com maior frequumlecircncia entre 61 e 93 m A semelhanccedila das

distribuiccedilotildees de declividade com a microbacia mostra que sua ocorrecircncia independe

desta variaacutevel assim como a curvatura horizontal Embora a curvatura vertical natildeo

tenha se mostrado uma restriccedilatildeo a sua ocorrecircncia o estreitamento de sua distribuiccedilatildeo

em torno de 0ordmm indica sua ligeira preferecircncia a terrenos retiliacuteneos em relaccedilatildeo a

cocircncavos e convexos

A Figura 47 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNCA Verificando a aacuterea total

observa-se que altitude varia entre 30 e 127 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o maior

pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em torno de

37 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A

direccedilatildeo de suas vertentes tem um caraacuteter homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da

curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes A

distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica tambeacutem um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e

convexos

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo do PNCA satildeo indicadores

de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Floresta

Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras (A_A) ocorre com maior frequumlecircncia em

regiotildees de altitudes em torno 68 e de 86 m

A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra pouco tolerante a

declividades altas se concentrando em aacutereas com declividades mais baixas proacuteximas a

3 (plano) apresentando comportamento semelhante agraves demais classes de vegetaccedilatildeo

Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia voltadas agrave norte e haacute um

equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e terrenos

cocircncavos e convexos (curvatura vertical) similar agraves demais classes de vegetaccedilatildeo

A Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras (A_B) ocorrem com maior

frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 88 m A direccedilatildeo de suas vertentes tem

um caraacuteter homogecircneo assim como as classes A_C A_D e A_H

73

A Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) possui distribuiccedilatildeo

altimeacutetrica em torno 68 m Ao passo que Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas

Dossel emergente (A_D) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em

torno de 107m e o mais baixo em torno de 88 m

Figura 47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA

(Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo

A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B (Floresta Ombroacutefila Aberta

Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente)

A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

herbaacutecea) A_I (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana Parque

sem floresta-de-galeria )

74

A Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (A_E) possui altitude em

torno de 115 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva

(A_F) em torno de 58 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva com palmeiras (A_G) em torno de 83 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea (A_H) em torno de 56 m Savana Gramiacuteneo-Lenhosa

sem floresta-de-galeria (A_I) em torno de 80 m e Savana Parque sem floresta-de-

galeria (A_J) em torno de 56 a 72 m

A Figura 48 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNB Verificando a aacuterea total

observa-se uma distribuiccedilatildeo bimodal com o maior pico em valores em torno de 1140 e

1280 m A sua declividade maacutexima estaacute em torno de 31 (terreno forte ondulado) com

uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A direccedilatildeo de suas

vertentes apresenta distribuiccedilatildeo bem variaacutevel A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura

horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes e terrenos

cocircncavos e convexos respectivamente

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e o PNB satildeo indicadores de

sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Mata galeria

(B_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1048 e 1096

m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e

14 com pico em torno de 4 sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em

ambientes planos a suave ondulados comportamento similar ao da classe E Aliado a

isso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia direcionadas agrave nordeste e sudoeste

Destaca-se nesta classe uma clara preferecircncia por terrenos convergentes (curvatura

horizontal) e por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical) assim como na classe B_G

O Cerrado sensu strictu (B_B) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto

em torno de 1097 m e o mais baixo em torno de 1194 m A distribuiccedilatildeo da declividade

mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e 7 com pico em torno de 4

sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave

ondulados similar agraves classes B_C B_D e B_G Suas vertentes distribuiacutedas de modo

mais ou menos homogecircneo apresentando uma menor concentraccedilatildeo de vertentes

75

voltadas agrave nordeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por terrenos convergentes

(curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e convexos (curvatura

vertical)

Figura 48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB

(Parque Nacional de Brasilia) em sua totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo B_A (Mata

galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E

(Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I

(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L (Campo Limpo com

Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela

de emardquo

O Campo Cerrado (B_C) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica abrangendo todo o intervalo de

valores assim como as classes B_D e B_E poreacutem estas uacuteltimas possuem valores mais

76

altos em torno de 1244 e 1097 m respectivamente ao passo que a primeira eacute em torno

de 1285 m A maioria de suas vertentes estatildeo voltadas agrave sudeste Pode-se tambeacutem

observar que haacute um niacutetido equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes

(curvatura horizontal) e terrenos cocircncavos e convexos (curvatura vertical) assim como

em B_D e B_E Entretanto esta uacuteltima apresenta uma maior distribuiccedilatildeo entre seus

terrenos cocircncavos convexos

A distribuiccedilatildeo de vertentes para o Campo Sujo (B_D) indica uma predominacircncia das

direcionadas ao sudeste e sul Ao passo que a maior parte das vertentes do Campo

Limpo (B_E) estatildeo voltadas para o nordeste e sudoeste

O Campo Limpo Uacutemido (B_F) apresenta sua altimetria restrita a uma pequena faixa em

torno de 1234 m Sua declividade tambeacutem estaacute restrita a aproximadamente 3 (plano e

suave ondulado) Todas as suas vertentes estatildeo voltadas para o norte Haacute uma niacutetida

preferecircncia por terrenos planares (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)

O Brejo (B_G) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica multimodal Suas vertentes predominam agrave

nordeste e sudeste

Na Mata de Interfluacutevio (B_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta dois estratos de

distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em torno de 1097 m sendo a distribuiccedilatildeo concentrada

entre 1073 e 1147 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo

concentrado entre 0 e 18 com pico em torno de 10 sendo portanto este tipo de

vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes ondulados Destaca-se a preferecircncia por terrenos

com vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos

(curvatura horizontal) e em menor grau cocircncavos (curvatura vertical)

O Reflorestamento (B_I) ocorre de modo restrito a regiotildees de altitudes em torno de

1097 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra uma concentraccedilatildeo em torno de 4 sendo

portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave ondulados

Haacute uma concentraccedilatildeo de vertentes orientadas a nordeste aliado a uma clara

predominacircncia de terrenos planos (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)

77

No Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute trimodal

apresentando o maior pico em torno de 1219 m A distribuiccedilatildeo da declividade em B_J eacute

semelhante a B_L com pico em torno de 4 Destaca-se a preferecircncia por terrenos com

vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos (curvatura

horizontal) e terrenos retiliacuteneos (curvatura vertical) embora exista certo equiliacutebrio entre

terrenos que ocorrem com menor frequumlecircncia os cocircncavos e convexos

No Campo Limpo com Murundum (B_L) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute bimodal Destaca-

se a preferecircncia por terrenos com vertentes voltadas ao norte nordeste e sudeste Haacute

predominacircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos

cocircncavos e convexos estes mais bem distribuiacutedos dentro desta classe do que nas demais

classes

A classe Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de

emardquo (B_M) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1097 m

A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra tolerante distribuiacuteda

por todo espectro desta classe apresentando uma distribuiccedilatildeo mais ou menos

platicuacutertica Existe uma clara preferecircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) por

aacutereas convexas e em menor grau por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical)

Da observaccedilatildeo conjunta dos histogramas de todas as aacutereas verifica-se que as

preferecircncias ecofisioloacutegicas das diferentes classes de vegetaccedilatildeo quando expressas

estatildeo representadas pela concentraccedilatildeo de frequumlecircncia das variaacuteveis geomorfomeacutetricas

Entretanto mesmo entre as classes de maior contraste geomorfomeacutetrico as distribuiccedilotildees

apresentam amplitudes sobrepostas com raros casos de condiccedilotildees excludentes

42 Anaacutelises discriminantes

As anaacutelises estatiacutesticas foram empregadas diante do agrupamento de classes

vegetacionais segundo a estrutura de sua vegetaccedilatildeo Assim foram gerados novos mapas

de vegetaccedilatildeo referecircncia

Para a RPPNSA a anaacutelise discriminante entre os grupos vegetacionais Complexo

Arboacutereo arbustiva (Classes agrupadas Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga

78

Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D)) Complexo Arboacutereo

(Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B) Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga

Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata Seca mostrou uma significativa

separaccedilatildeo entre tais grupos considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilks Lambda=

020056 F (201437)=44781 plt00000) O Wilks Lambda geral (que consta no tiacutetulo

das Tabelas) eacute um paracircmetro que varia de 0 (maior poder de discriminaccedilatildeo) a 1 (menor

poder de discriminaccedilatildeo) Os Wilks Lambda parciais observados nos sumaacuterios das

anaacutelises das funccedilotildees discriminantes de cada aacuterea (no corpo das Tabelas) indicam por

sua vez a participaccedilatildeo de cada variaacutevel na reduccedilatildeo do Wilks Lambda geral Ressalta-se

aqui que esses paracircmetros apresentam relaccedilatildeo numeacuterica inversa o WL geral desejaacutevel

eacute o menor possiacutevel enquanto que as variaacuteveis de maior influecircncia satildeo identificadas

pelos maiores valores de Wilks Lambda parcial Desse modo eacute gerado o melhor

modelo baseado natildeo apenas no p-valor mas tambeacutem por meio da avaliaccedilatildeo dos outros

paracircmetros como ilustrado na Tabela 41 Diante disso as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h)

declividade (G) curvatura vertical (kv) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal

(kh) foram consideradas importantes na discriminaccedilatildeo entre as classes de vegetaccedilatildeo e

assim incluiacutedas em todas as funccedilotildees discriminantes independentemente do respectivo

p-valor (Tabela 41)

Tabela 41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (5

grupos) Wilks Lambda 020056 F (201437)=44781 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0663747 0302162 2500011 0000000 0922217 0077783

G 0259549 0772724 318389 0000000 0861859 0138141

kv 0208862 0960247 44814 0001474 0834870 0165130

A 0203935 0983449 18218 0123577 0988884 0011116

kh 0202481 0990507 10374 0387468 0900033 0099967

Observando a distacircncia entre os centroacuteides distacircncia de Mahalanobis dos grupos no

espaccedilo discriminante (Tabela 42) verificou-se que os grupos mais distantes entre si

foram a Mata Seca e o Complexo Arboacutereo-arbustivo (2244425) e os mais proacuteximos

foram Mata Seca e Carrasco (154077) Esta proximidade foi refletida na consideraacutevel

79

sobreposiccedilatildeo entre seus escores (Figura 49) uma vez que ambos os tipos de vegetaccedilatildeo

ocupam relevos planos e suave ondulados em altitudes em torno de 600 m Ressalta-se

que tambeacutem apresentam semelhanccedilas quanto ao comportamento caducifoacutelio com

indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveisTodas as distacircncias foram

significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem ser capazes de

discriminar todas as fisionomias vegetais consideradas na anaacutelise

Tabela 42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Reserva Particular

do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

CA arbustivo Carboacutereo Carrasco Cgaleria Mata Seca

CA arbustivo 000000 5952712 1351015 232019 2244425

Carboacutereo 0000000 471739 202914 790304

Carrasco 000000 629755 154077

Cgaleria 000000 1263179

Mata Seca 000000

Adotou-se 05 como niacutevel de corte para as todas as correlaccedilotildees deste estudo Assim a

Tabela 43 mostra que a variaacutevel elevaccedilatildeo destacou-se correlacionando negativamente

com o eixo 1 A Funccedilatildeo 1 discriminou claramente Mata Seca do Complexo Arboacutereo-

arbustivo mostrando que a Mata Seca ocorreu preferencialmente em locais com maior

altitude e o Complexo Arboacutereo-arbustivoem locais com menor altitude A Funccedilatildeo 2 natildeo

definiu claramente a separaccedilatildeo entre os grupos vegetacionais

Tabela 43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Reserva Particular do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h -0 986606 0 016661

G -0 202112 0 966076

kv 0 013402 -0 155967

A 0 029651 -0 108341

kh -0 020558 0 140234

Analisando a Figura 49 onde os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante

bidimensional eacute apresentada observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discriminou melhor os

grupos vegetacionais O eixo 1 representou 87 e o eixo 2 representou 10 do espaccedilo

80

discriminante Houve tambeacutem certa sobreposiccedilatildeo entre vaacuterias fisionomias vegetais o

que indica que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem variar em um gradiente

topograacutefico o que possivelmente acarretaria em faixas transicionais de vegetaccedilatildeo

CAarbustivo CArboacutereo Carrasco CGaleria Mata Seca

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (87)

Funccedilatildeo1= -101848h+005087G+010642kv+ 012560A-001408kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

3)

Figura 49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas

(RPPNSA)

Como o Complexo Arboacutereo e o Complexo Arboacutereo-arbustivo apresentaram

subfisionomias foram feitas anaacutelises separadas para as mesmas O objetivo dessas

anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas

subfisionomias No que se refere a Complexo Arboacutereo a anaacutelise discriminante mostrou-

se significativa na separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nessa classe (Complexo

Arboacutereo Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada) com base nas variaacuteveis

morfomeacutetricas (Wilks Lambda 078872 F (8268)=42211 plt 00001) As maiores

81

significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis declividade (G) orientaccedilatildeo

de vertente (A) curvatura vertical (kv) e elevaccedilatildeo (h) (Tabela 44)

Tabela 44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da

Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de

variaacuteveis no modelo 4 grupo veg (3 grupos) Wilks Lambda 078872 F

(8268)=42211 plt 00001

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 878947 0 897342 7 664994 0 000705 0 872484 0 127516

A 0 838624 0 940489 4239559 0 016394 0 967195 0 032805

kv 0 810139 0 973556 1 819867 0 166030 0 959694 0 040306

h 0 806097 0 978438 1 476497 0 232129 0 853277 0 146723

A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que os

grupos mais distantes entre si foram Caatinga Florestada e Caatinga Arboacuterea e as mais

proacuteximas foram Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea (Tabela 45) Essa proximidade

foi tambeacutem evidente analisando graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 410)

Entretanto a distacircncia entre Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea natildeo foi

significativa indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas natildeo foram capazes de

discriminaacute-las entre si

Tabela 45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo

Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas

(RPPNSA)

C arboacutereo C arboacuterea C florestada

C arboacutereo 0 000000 0 344034 0 790777

C arboacuterea 0 000000 1 259096

C florestada 0 000000

Distacircncia natildeo significativa

A partir da 46 pode-se verificar que a declividade correlacionou-se positivamente com

o eixo 1 (Tabela 46)

82

Tabela 46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea

da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

G 0 774776 -0 300435

A -0 414084 -0 641590

kv -0 488321 0 194645

h 0 155299 0 502098

Analisando os escores das observaccedilotildees (Figura 410) verificou-se que o primeiro eixo

representou 82 e o segundo eixo 18 do espaccedilo discriminante Existe grande

sobreposiccedilatildeo entre os grupos indicando que a topografia natildeo foi capaz de diferenciar

tais grupos entre si

CArboacutereo CArboacuterea CFlorestada

-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5

Funccedilatildeo 1 (82)

Funccedilatildeo1= 0787300G-0469406 A -0393120 kv +0023671h

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

8)

Figura 410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

83

A anaacutelise discriminante do Complexo Arboacutereo-arbustivo natildeo se mostrou significativa

na avaliaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nesta classe (Caatinga Arboacuterea-

arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa e Complexo Arboacutereo-arbustivo) com base nas

variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843 pgt0

05) (Tabela 47) o que indicou que estes grupos natildeo foram separaacuteveis entre si como

pode se observar no graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 411)

Tabela 47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da

Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no

modelo 2 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 987485 0 970100 2 219127 0 112408 0 996626 0 003375

A 0 971696 0 985863 1 032457 0 358752 0 996626 0 003374

CAarbustiva CHlenhosa CAarbustivo

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (92)

Funccedilatildeo1= -0864906G-0554685 A

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(8

)

Figura 411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da Reserva Particular do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

84

Para a MIA a anaacutelise discriminante separou os grupos vegetacionais de modo

significativo considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilksrsquo Lambda 039562 F

(10290)=17106 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv)

declividade (G) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal (kh) foram importantes

na discriminaccedilatildeo entre os grupos de vegetaccedilatildeo (Tabela 48) o que concorda com a

Figura 412

Tabela 48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA) Ndeg

de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (3grupos) Wilksrsquo Lambda 039562 F (10290)=

17106 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0525606 0752689 2382137 0000000 0766851 0233149

A 0407103 0971788 210474 0125585 0977078 0022922

kv 0464929 0850920 1270185 0000008 0811175 0188825

G 0440473 0898165 822012 0000415 0894754 0105246

kh 0404755 0977425 167452 0191002 0936637 0063363

A distacircncia de Mahalanobis dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que todas as

distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas foram capazes

de discriminar todas as fisionomias vegetais Os grupos mais distantes entre si foram a

Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto (6233659) e os mais proacuteximos foram a

Floresta de Baixio e Floresta de Platocirc Baixo com campinarana (1585357) (Tabela 49)

Estes uacuteltimos apresentaram consideraacutevel sobreposiccedilatildeo (Figura 411) o que condiz com

a transiccedilatildeo das fisionomias vegetacionais

Tabela 49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

F Baixio F P Alto F P B Camp

F Baixio 0000000 6233659 1585357

F P Alto 0000000 3867290

F P B Camp 0000000

Segundo Ribeiro et al (1999) a comunidade vegetal de vertente representa uma faixa

de transiccedilatildeo entre as florestas de platocirc e campinarana Nas partes mais altas e

floristicamente semelhantes agrave comunidade de platocirc (TELLO 1995) e nas mais baixas

85

fisionomicamente parecida com campinarana (RIBEIRO et al 1999) poreacutem sem

apresentar as espeacutecies que a caracteriza Por outro lado outras espeacutecies satildeo exclusivas

desse ecossistema florestal Esta heterogeneidade fisionocircmica decorre de uma grande

diversidade edaacutefica e topograacutefica na aacuterea (TELLO 1995 RIBEIRO et al 1999)

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresnetados

na Figura 412 O primeiro eixo representou 85 e o segundo eixo 15 do espaccedilo

discriminante As variaacuteveis elevaccedilatildeo e a curvatura vertical estatildeo correlacionadas

positivamente com o eixo 1 (Tabela 410) A primeira discriminante separou

claramente a Floresta de Platocirc Alto mostrando ocorrecircncia em locais de maiores

altitudes e curvatura vertical e a da Floresta de Baixio em locais de menores altitudes

e curvatura vetical enquanto a Floresta de Platocirc Baixo com campinarana ocorreu em

locais de transiccedilatildeo entre estas duas feiccedilotildees apresentando valores intermediaacuterios das

mesmas variaacuteveis Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no

espaccedilo discriminante natildeo mostram uma discriminaccedilatildeo muito clara

Tabela 410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu

(MIA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0868610 -0187333

A 0031881 0334352

kv 0743142 0292901

G 0031881 0662975

kh 0269970 0341848

Diante do exposto pode-se concluir que a Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto

satildeo mais separaacuteveis entre si pelas variaacuteveis geomorfomeacutetricas enquanto que a Floresta

de Baixio com campinarana se confunde com as duas primeiras Assim pode haver

dificuldades na identificaccedilatildeo deste tipo vegetacional com base apenas nas variaacuteveis

morfomeacutetricas do terreno

86

FBaixio FPAlto FPBcamp

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (85)

Funccedilatildeo1= 0686501h+0479042kv-0146573G-0139714A +0150701kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4Fu

nccedilatildeo

2

(15

)

Figura 412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

Quanto ao PNCA a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos

grupos vegetacionais Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras Floresta

Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras (Classes

agrupadas (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva

(A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com

palmeiras (A_H) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea)

Floresta Ombroacutefila Densa ( (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente

(A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente (A_E) Floresta

Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) Savana Gramiacuteneo-lenhosa sem

Floresta-de-galeria e Savana Parque sem floresta-de-galeria com base nas variaacuteveis

morfomeacutetricas (Wilks Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000) As maiores

87

significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) declividade (G)

e a curvatura vertical(kv) (Tabela 411)

Tabela 411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg (4grupos) Wilks

Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0897849 0666221 8233170 0000000 0991641 0008359 G 0655090 0913105 1563869 0000000 0990296 0009704 kv 0604121 0990143 163604 0180123 0982358 0017642 A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante mostrou que os

grupos mais distantes entre si foram Floresta Ombroacutefial Densa e Formaccedilotildees Pioneiras

(3769699) e as mais proacuteximas foram Savana e Formaccedilotildees Pioneiras (0747576) (Tabela

412 Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas foram capazes de discriminar a maioria dos tipos de vegetaccedilatildeo

Tabela 412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional

dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana

F O Aberta 0000000 1009975 1192925 0747576 F O Densa 0000000 3769699 1756117 F Pioneiras 0000000 0636013 Savana 0000000

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresentados

na Figura 413 O primeiro eixo representou 89 e o segundo eixo 10 do espaccedilo

discriminante A elevaccedilatildeo foi correlacionada negativamente com o eixo 1 (Tabela 413)

A primeira funccedilatildeo discriminante separou bem as Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta

Ombroacutefila Densa com uma niacutetida concentraccedilatildeo da Floresta Ombroacutefila Densa em

regiotildees de maiores altitudes comparativamente e da Savana em altitudes intermediaacuterias

A posiccedilatildeo dos escores do segundo eixo por sua vez natildeo mostra uma discriminaccedilatildeo natildeo

muito clara

88

F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (89)

Funccedilatildeo1= -0955418h-0299187G +0569062kv

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5Fu

nccedilatildeo

2

(10

)

Figura 413ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre as fitofisionomias vegetais Aliado a isso as

variaacuteveis topograacuteficas explicaram apenas parte da variaccedilatildeo sendo fundamental a

consideraccedilatildeo de outros fatores ambientais que influenciam tal variaccedilatildeo

Tabela 413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional dos

Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0946199 -0285135 G -0299888 0953434 kv 0040028 0082033

Dentro dos grupos Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa tambeacutem foi feita

anaacutelise discriminante para verificar se as variaacuteveis topograacuteficas satildeo preditoras das

diferenccedilas existentes dentro destes grupos

89

A anaacutelise discriminante referente agraves Formaccedilotildees Pioneiras mostrou-se significativa na

separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks

Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura

vertical (kv) e orientaccedilatildeo de vertentes (A) foram as mais importantes na discriminaccedilatildeo

dos grupos (Tabela 414)

Tabela 414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg

(4grupos) Wilks Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0988327 0189399 2910298 0000000 0794133 0205867 kv 0203510 0919798 59293 0003397 0868437 0131563 A 0200203 0934994 47277 0010352 0886704 0113296

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 415) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com palmeiras (F P F L C

P) (1975363) e as mais proacuteximas foram Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - arbustiva (F P F L A) (016718) Entretanto as distacircncias entre estas

uacuteltimas natildeo foram consideradas significativas ( Figura 414)

Tabela 415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees

Pioneiras do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F P F L A F P F L A C P F P F L H

F P F L A 000000 1678342 016718 F P F L A C P 000000 1975363 F P F L H 000000 Distacircncia natildeo significativa

Na Tabela 416 satildeo apresentadas as primeiras funccedilotildees discriminante e a Figura 414

apresenta a distribuiccedilatildeo dos escores observados O eixo 1 representou 99 e o segundo

eixo 1 da variaccedilatildeo no espaccedilo discriminante Nota-se tambeacutem a formaccedilatildeo de dois

conglomerados um constituiacutedo por F P F L A C P (Formaccedilotildees Pioneiras com

90

influecircncia fluviallacustre arbustiva com palmeiras) e o outro formado por Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva (F P F L A)

Tabela 416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0905447 0253524 kv -0029439 0965668 A -0019900 -0094568

FPFLA FPFLACP FPFLH

-6 -4 -2 0 2 4 6

Funccedilatildeo 1 (99)

Funccedilatildeo1= -112154h+032379kv+029964G

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(1

)

Figura 414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA)

A Floresta ombroacutefila densa apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na

separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks

Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000) As variaacuteveis mais importantes na

91

discriminaccedilatildeo dos grupos foram a elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv) e curvatura

horizontal (kh) (Tabela 417)

Tabela 417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg

(3grupos) Wilks Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0 915853 0 273539 193 8718 0 000000 0 896351 0 103650

kv 0 287718 0 870722 10 8385 0 000041 0 882093 0 117907

kh 0 255539 0 980367 1 4619 0 235163 0 971082 0 028918

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 418) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Floresta

Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (F O D A D E) e Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D U) (17 02336) e as mais

proacuteximos foram Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente ( F O D T

B D E) e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D

U) (1 427646)

418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila

Tabela densa do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F O D A D E F O D T B D E F O D T B D U

F O D A D E 0 00000 8 602946 17 02336

F O D T B D E 0 000000 1 42765

F O D T B D U 0 00000

Analisando a Tabela 419 e a Figura 415 observa-se que o eixo da funccedilatildeo 1 discriminou

melhor os grupos vegetacionais A altitude correlacionou-se negativamente com o eixo

1 O graacutefico mostra uma clara separaccedilatildeo entre F O D A D E e F O D T B D U Tabela 419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Floresta Ombroacutefila densa do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h -0 883092 0 273758

kv 0 137193 0 809932

kh -0 128734 0 445988

92

FODADE FODTBDE FODTBDU

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6

Funccedilatildeo 1 (99)

Funccedilatildeo1= -104001h+044141kv-016324kh

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

)

Figura 415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA)

Finalmente o PNB apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na separaccedilatildeo dos

grupos vegetacionais Mata (Classes agrupadas Mata Galeria (B_A) Brejo (B_G) e

Mata de Interfluacutevio (B_H)) Cerrado sensu strictu (B_B) Campo Cerrado (Classes

agrupadas Campo Cerrado (B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo

Sujo (Classes agrupadas Campo Sujo (B_D) e Campo Sujo com presenccedila de

Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M)) e Campo Limpo (Campo

Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo com Murundum ( B_L))

com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054942 F (202163)=21407

plt00000) Cabe ressaltar que para tal anaacutelise foi excluiacuteda a classe reflorestamento As

variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente (A) elevaccedilatildeo (h) declividade (G) curvatura horizontal

93

(kh) e curvatura vertical (kv) foram importantes na discriminaccedilatildeo entre estes tipos de

vegetaccedilatildeo (Tabela 420)

Tabela 420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 054942F

(202163)=21407 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0645090 0851699 2838221 0000000 0897342 0102659

A 0652288 0842300 3051769 0000000 0950633 0049367

kh 0581610 0944658 954928 0000000 0928414 0071586

kv 0571084 0962070 642639 0000045 0905045 0094955

G 0604029 0909596 1620052 0000000 0917956 0082044

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 421) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e

Mata (2769105) e as mais proacuteximos foram Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu

(0420457) A proximidade destes uacuteltimos quanto ao conjunto de variaacuteveis

morfomeacutetricas que os definiram eacute comparaacutevel com a estrutura vegetacional uma vez

que ambas as feiccedilotildees vegetacionais satildeo muito parecidas O Campo Cerrado eacute a forma de

vegetaccedilatildeo intermediaacuteria entre o Campo Sujo e o Cerrado sensu strictu se diferenciando

deste uacuteltimo apenas pelo maior espaccedilamento e a sua menor quantidade de vegetaccedilatildeo

arboacuterea comparativamente com o Cerrado sensu strictu

Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas

foram capazes de discriminar todas as fitofisionomias vegetais consideradas na anaacutelise

Tabela 421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional

de Brasiacutelia (PNB)

Mata C s strictu C Cerrado C sujo C limpo

Mata 0000000 1753158 2308279 1259045 2769105

C s strictu 0000000 0420457 0651613 1889539

C Cerrado 0000000 0951929 1594591

C sujo 0000000 1605777

C limpo 0000000

94

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo bidimensional satildeo apresentados na Figura 416

e as primeiras funccedilotildees na Tabela 422 O primeiro eixo representou pouco mais da

metade do espaccedilo discriminante com 57 da variaccedilatildeo enquanto o segundo representou

31 A elevaccedilatildeo foi correlacionada positivamente com o eixo 1 A primeira funccedilatildeo

separou claramente a Mata do Campo Limpo mostrando que a Mata ocorreu

preferencialmente em locais com menor altitude e o Campo Limpo em locais com maior

altitude Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no espaccedilo

discriminante natildeo mostrou uma discriminaccedilatildeo muito clara

Tabela 422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia

(PNB)

Funccedilatildeo1 Funccedilatildeo 2

h 0787500 -0269384

A -0406321 -0652026

kh 0474768 -0356403

kv 0457941 -0406250

G 0034063 0410172

Houve uma sobreposiccedilatildeo entre as vaacuterias fitofisionomias vegetais (Figura 416) o que

indica que as variaacuteveis topograacuteficas podem variar em gradiente e natildeo de forma discreta

o que levaria a vegetaccedilatildeo ter faixas transicionais e natildeo limites bem definidos Aliado a

isso as variaacuteveis topograacuteficas explicaram parte da variaccedilatildeo vegetacional no entanto

outros fatores podem ser importantes Assim nessa graduaccedilatildeo de Campo Limpo a

Cerradosensu strictu (Campo Limpo Campo Sujo Campo Cerrado e Cerrado sensu

strictu) o aumento de biomassa que acompanha o adensamento arboacutereo se deve a um

conjunto de trecircs fatores o pedoloacutegico pela oligotrofia mineral toxidez por alumiacutenio e

diferenccedilas de drenagem e profundidade dos solos o pirogecircnico pela accedilatildeo do fogo na

biota e o climaacutetico principalmente pelo efeito sazonal que limita a disponibilidade de

aacutegua (COUTINHO 1990 2000 RIBEIRO WALTER 1998) Aleacutem disso desde o

seacuteculo passado o fator antroacutepico passou a causar modificaccedilotildees intensas na paisagem do

domiacutenio do Cerrado com abertura de aacutereas para produccedilatildeo agropecuaacuteria produccedilatildeo de

carvatildeo retirada seletiva de madeira construccedilatildeo de cidades e estradas e uso frequente de

fogo (COUTINHO 1990) Passos (1981) admite tambeacutem que as seccedilotildees de Cerrado sua

95

estrutura esteacutetica e a composiccedilatildeo floriacutestica variam marcadamente em funccedilatildeo dos traccedilos

morfoloacutegicos e pedoloacutegicos accedilatildeo do fogo criaccedilatildeo intensa do gado bovino e pelo uso

predatoacuterio de seus recursos para fins variados Apesar desse grande nuacutemero de fatores

determinantes das diferentes fisionomias de Cerrado as variaacuteveis topograacuteficas podem

ser consideradas importantes preditoras dessas fisionomias

Mata Csstrictu C Cerrado CSujo C Limpo

-8 -6 -4 -2 0 2 4

Funccedilatildeo 1 (57)

Funccedilatildeo1= 0811531h-0490434A +0226348G--0335083kh +0208597kv

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Funccedil

atildeo 2

(3

1)

Figura 416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Como o Campo Limpo e a Mata apresentaram subfisionomias foram feitas anaacutelises

separadas para as mesmas O objetivo dessas anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis

topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas subfisionomias

Para o Campo Limpo a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos

grupo vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054780 F

(10360)=12640 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram

96

as altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical

(0579371) (Tabela 423)

Tabela 423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do Parque Nacional de

Brasiacutelia (PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda

054780 F (10360)=12640 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0713429 0767837 2721238 0000000 0881053 0118947

A 0676059 0810280 2107265 0000000 0919987 0080013

kh 0555943 0985349 133820 0264915 0785837 0214163

kv 0579371 0945503 518741 0006452 0815523 0184476

G 0559424 0979216 191025 0151033 0940045 0059955

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 424) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e

Campo Limpo Uacutemido (4279562) e as mais proacuteximos foram Campo Limpo e Campo

Limpo com Murundum (0648776) Essa proximidade eacute tambeacutem evidenciada analisando

graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 416)

Tabela 424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do

Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

C Limpo C L Uacutemido C L Murundum

C Limpo 0000000 4279562 0648776

C L Uacutemido 0000000 2373841

C L Murundum 0000000

Analisando a Figura 416 e a Tabela 425 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina

melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou

maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 (0704843)

Tabela 425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Campo Limpo do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB)

97

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0704843 -0010358

A -0567686 -0304501

kh 0055032 -0173645

kv 0042136 0713181

G -0318338 0315520

A partir da Figura 417 verifica-se que houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre certos grupos

CLimpo CLUacutemido C LMurundum

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (92 )

Funccedilatildeo1= -0791756h+0694798A +0188232kv+0153586G--0118997kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(8

)

Figura 417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo

Limpo do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Os grupos Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum mostraram uma certa

sobreposiccedilatildeo entre si Enquanto o Campo Limpo Uacutemido se encontra com uma

distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois Isso pode se explicar por sua

preferecircncia por ambientes mais uacutemidos e aacutereas de encostas de vales Nestes ambientes

geralmente o lenccedilol freaacutetico permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo

98

de seca sofre um rebaixamento em que as camadas subsuperficiais mantecircm o

encharcamento do solo (PIVELLO et al 1998) Enquanto que a sobreposiccedilatildeo entre

Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum se deve ao fato deste ser basicamente

um campo uacutemido em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo

arredondadas e um pouco mais altas Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial

do terreno e deposiccedilatildeo da terra por teacutermitas recobertas por vegetaccedilatildeo de Cerrado e solo

permanentemente saturado de aacutegua entre os murunduns (ARAUacuteJO-NETO 1986)

Para a Mata a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos grupo

vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 045369 F

(8334)=20234 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as

altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical (0579371)

(Tabela 426)

Tabela 426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do Parque nacional de Brasiacutelia

(PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 4 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 045369 F

(8334)=20234 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 740994 0 612267 52 87851 0 000000 0 832297 0 167703

A 0 507837 0 893369 9 96642 0 000081 0 966140 0 033860

h 0 489610 0 926627 6 61177 0 001724 0 781795 0 218205

kv 0 462252 0 981469 1 57659 0 209739 0 903314 0 096686

Observando a distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante

distacircncia de Mahalanobis (Tabela 427) verificou-se que os grupos mais distantes entre

si foram Mata de Interfluacutevio e Mata Galeria (5176726) e as mais proacuteximas foram Brejo

e Mata Galeria (0286713) Essa proximidade eacute tambeacutem evidente analisando graacutefico da

funccedilatildeo discriminante (Figura 418) A distacircncia entre o Brejo e Mata Galeria natildeo foram

significativas Isto implica na grande sobreposiccedilatildeo entre estes grupos Enquanto a Mata

de Interfluacutevio se encontra com uma distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois

99

Tabela 427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB)

M Galeria Brejo M Interfluacutevio

M Galeria 0 000000 0 286713 5 176726

Brejo 0 000000 4862178

M Interfluacutevio 0 000000

Distacircncia natildeo significativa

Esses resultados reafirmam que a posiccedilatildeo do relevo eacute um dos determinantes da

composiccedilatildeo floriacutestica e de estrutura das comunidades de interfluacutevio (FONSECA

JUacuteNIOR 2004) uma vez que estas se localizam em locais mais altos Enquanto que a

sobreposiccedilatildeo entre Mata Galeria e Brejo se deve ao fato deste uacuteltimo tipo de vegetaccedilatildeo

ocupar planiacutecies permanentemente encharcadas que frequumlentemente surge nas bordas

nas Matas de Galeria ou mesmo matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo de Cerrado

(RIBEIRO WALTER 1998) A caracteriacutestica marcante desse tipo de ambiente eacute o

niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora haja variaccedilotildees durante o ano

Analisando a Figura 418 e a Tabela 428 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina

melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou

maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 assim a distribuiccedilatildeo dos escores

da Mata de Interfluacutevio possui os maiores valores de altitude

Tabela 428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutela (PNB)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0 849666 0 286224

A 0 504311 0 010065

G 0 088693 0 799165

kv -0 044105 -0 365752

100

M Galeria Brejo MInterfluacutevio

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (95 )

Funccedilatildeo1= 0941455G+0457563A -0309162h+0073823 kv

-3

-2

-1

0

1

2

3

Funccedil

atildeo 2

(5

)

Figura 418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Diante do exposto podemos concluir que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem predizer

os tipos vegetacionais de alguns grupos sendo a maioria destes confundidos entre si

uma vez que as diferenccedilas vegetacionais se devem mais agraves caracteriacutesticas pedoloacutegicas e

clima por exemplo

43 Processamentos experimentais

Diante da apreciaccedilatildeo dos dados e das anaacutelises discriminantes foram feitos

processamentos para verificaccedilatildeo da aplicabilidade de tais resultados ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo As Figuras 418 419 420 e 421 ilustram os produtos das classificaccedilotildees das

variaacuteveis geomorfomeacutetricas selecionadas realizadas atraveacutes de meacutetodos diversos

(Cluster Maacutexima Verossimilhanccedila e Fatiamento) bem como o mapa de vegetaccedilatildeo de

cada aacuterea em estudo Apesar da representaccedilatildeo de tais resultados na forma de mapas

(Figuras 419 a 434) eacute importante lembrar que estes satildeo exerciacutecios experimentais uma

101

vez que satildeo reconhecidas as fontes tradicionais de informaccedilatildeo para o mapeamento da

vegetaccedilatildeo

As classificaccedilotildees por Cluster MaxVer e Fatiamento bem como a classificaccedilatildeo por

Fatiamento das primeiras funccedilotildees discriminantes mostraram diferentes respostas

comparativamente aos mapas de vegetaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo dos histogramas propiciou a

seleccedilatildeo do melhor conjunto de variaacuteveis topograacuteficas para alimentar algoritmos de

classificaccedilatildeo Esta seleccedilatildeo se baseou nas classes que se separavam mais claramente

entre si

As anaacutelises de histogramas para RPPNSA (Figura 45) mostraram notaacutevel separaccedilatildeo

entre as classes S_A e S_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo sendo a classe S_A coincidente

com a S_C S_D e parte predominante da S_H Esta uacuteltima classe se distinguiu das

demais por sua curvatura horizontal mostrando um caraacuteter convergente e curvatura

vertical cocircncava principalmente

Na MIA as anaacutelises (Figura 46) indicaram melhor distinccedilatildeo entre as classes I_A e I_B

atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo e curvatura vertical principalmente A classe I_C se

apresenta em situaccedilatildeo intermediaacuteria embora se mostre especialmente diferente da

classe I_B quando se observa a distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo seguida da curvatura vertical

Nesta aacuterea em especial os meacutetodos de elaboraccedilatildeo do mapa de referecircncia (segundo

Moreira M 2006 comunicaccedilatildeo pessoal) causam uma circularidade da informaccedilatildeo

topograacutefica neste estudo O traccedilado da Floresta de Platocirc Alto foi definido pelo

Fatiamento da altitude acima de 61 m Por sua vez a Floresta de Baixio foi delimitada

pelas aacutereas a menos de 50 m dos cursos drsquoaacutegua estes dispostos de acordo com o

mapeamento da hidrologia local a partir de mapas do IBGE

Para o PNCA a anaacutelise dos histogramas (Figura 47) mostrou a separaccedilatildeo entre as

classes A_B A_C A_D e A_F e entre A_G A_H e A_I atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo

Esta uacuteltima combinaccedilatildeo entretanto natildeo gerou resultado satisfatoacuterio comparativamente

com a referecircncia (Figura 420) uma vez que natildeo abrange todo o intervalo de valores

possiacuteveis As demais variaacuteveis geomorfomeacutetricas apresentaram-se mais ou menos

homogecircneas para todas as classes A anaacutelise dos histogramas do PNB (Figura 48)

102

mostrou melhor separaccedilatildeo entre as classes B_F e B_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo

entretanto estas satildeo muito pequenas diante das demais sendo entatildeo excluiacutedas da anaacutelise

para alimentar a classificaccedilatildeo por Fatiamento As demais classes de modo geral quanto

a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal se diferenciaram mais visualmente

embora houvesse bastante confusatildeo entre estas feiccedilotildees

Diante do exposto foram selecionadas as variaacuteveis elevaccedilatildeo curvatura vertical e

curvatura horizontal para alimentar os algoritmos de classificaccedilatildeo das primeiras trecircs

aacutereas enquanto a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal foram selecionadas para

o PNB

O uso da altitude para expansatildeo de observaccedilotildees pontuais tambeacutem eacute uma praacutetica inerente

aos mapas RADAM e seus derivados Aleacutem de sua contaminaccedilatildeo nos mapas a altitude

estaacute tambeacutem correlata agraves variaacuteveis morfomeacutetricas de acordo com a ordenaccedilatildeo

altitudinal ditada pelo padratildeo do terreno (VALERIANO et al 2006) Num exemplo

simples terrenos convexos nos topos e cocircncavos nos baixios de uma mesma vertente

Pode-se esperar devido a isso uma superestimativa da importacircncia dessa variaacutevel

quando aferida por estes mapas Nos mapas referentes a aacuterea da MIA (Figura 420 e

425) por exemplo percebe-se em funccedilatildeo de algumas diferenccedilas que (1) a base

altimeacutetrica usada no mapeamento da vegetaccedilatildeo na MIA difere dos dados SRTM (os

Fatiamentos natildeo coincidem integralmente) (2) a visualizaccedilatildeo dos dados SRTM permite

a percepccedilatildeo de drenagens que natildeo estavam representadas no mapa usado para

mapeamento da vegetaccedilatildeo (haacute mais afluentes nos dados topograacuteficos de Floresta de

Baixio) Tal situaccedilatildeo pode ser considerada uma regra embora menos expliacutecita do que

no caso acima em todo o mapeamento da vegetaccedilatildeo na Amazocircnia uma vez que

descendem dos dados RADAM cuja metodologia tem intenso aporte da informaccedilatildeo

topograacutefica

Por meio da interpretaccedilatildeo visual das classificaccedilotildees percebe-se na RPPNSA (Figura

420) que o meacutetodo de classificaccedilatildeo que gerou produto mais semelhante ao mapa

referecircncia foi o MaxVer (kappa=03439) principalmente pela extensatildeo e

posicionamento da classes Caatinga Florestada (S_F) Carrasco (S_G) e Mata Seca

(S_I) O Cluster apresenta o produto mais distante comparativamente ao mapa

103

referecircncia (kappa = 00443) especialmente no que se refere a abrangecircncia e o

posicionamento das classes (S_A) Caatinga Arboacutereo-arbustivae (S_B) Complexo

Arboacutereo Por outro lado embora o produto da classificaccedilatildeo por Fatiamento

(kappa=02662) mostre apenas trecircs zonas vegetacionais estas esboccedilam um resultado

mais coerente ao mapa referecircncia do que por Cluster A classificaccedilatildeo por MaxVer

tambeacutem foi o melhor resultado encontrado no PNB (kappa=01231) principalmente

pela extensatildeo e posicionamento da classes (B_B) Cerrado sensu strictu e (B_C) Campo

Cerrado

Figura 419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio

natural de Serra das almas (RPPNSA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima

Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

Classes de Vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo Arboacutereo) S_C

(Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E (Caatinga

Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria) e S_I

(Mata Seca)

104

Para o PNB o Cluster apresentou um produto muito diferente do mapa referecircncia

(kappa=-00079) natildeo apresentando nenhuma correspondecircncia com o mapa referecircncia

Em contrapartida a classificaccedilatildeo por Fatiamento mostra um produto mais coerente

(kappa=01067) mesmo apresentando apenas trecircs feiccedilotildees vegetacionais (Figura 421)

Em contrapartida o mapa gerado por Fatiamento foi o melhor produto encontrado para

MIA (Figura 420) e PNCA (Figura 421) em detrimento das demais classificaccedilotildees Para

a MIA por meio do Fatiamento (kappa=05556) a classe que apresentou maior

semelhanccedila com o mapa de vegetaccedilatildeo da aacuterea foi a classe I_A (Floresta de Baixio)

Entretanto as classificaccedilotildees por Cluster (kappa=04297) e MaxVer (kappa=04986)

tambeacutem produziram resultados visualmente bastante semelhantes ao mapa referecircncia

Figura 420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de

vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de Baixio) I_B

(Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

Finalmente para o PNCA o Fatiamento gerou produto comparaacutevel ao mapa referecircncia

(kappa=04104) principalmente pela extensatildeo e posicionamento das classes (A_B)

105

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras

(A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente e (A_D) Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente O Cluster (kappa=-00913) apresenta o

resultado mais discrepante comparativamente com a referecircncia natildeo havendo

correspondecircncia entre nenhuma das classes A classificaccedilatildeo por MaxVer tambeacutem mostra

pouca correspondecircncia com o mapa referecircncia (kappa=00958)

Figura 421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila

(MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de

Vegetaccedilatildeo A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_B

(Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras)

A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas

Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva

com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana

Parque sem floresta-de-galeria)

Considerando todas as aacutereas em conjunto observa-se que entre os meacutetodos de

classificaccedilatildeo o Cluster apresentou os piores produtos enquanto as classificaccedilotildees por

MaxVer e Fatiamento apresentaram os melhores resultados Pode-se no entanto

106

distinguir o Fatiamento como o meacutetodo de melhor resultado para aacutereas PCNA e MIA

da Amazocircnia e MaxVer para RPPNSA (Caatinga) e PNB (Cerrado)

Figura 422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de

vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo B_A (Mata Galeria) B_B

(Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo)

B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I

(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L ( Campo Limpo com

Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e

ldquocanela de emardquo

Quanto aos processamentos baseados nas anaacutelises discriminantes a geraccedilatildeo da imagem

da primeira funccedilatildeo discriminante de cada aacuterea permitiu a obtenccedilatildeo de uma classificaccedilatildeo

mais elaborada que as anteriores com melhores resultados gerais Os mapas de

vegetaccedilatildeo referecircncia apresentados neste ensaio satildeo produtos de reagrupamento de

classes de vegetaccedilatildeo feitos em funccedilatildeo da semelhanccedila entre suas estruturas

vegetacionais

107

A Figura 423 ilustra os mapas das funccedilotildees 1 e 2 e o Fatiamento da funccedilatildeo1 na aacuterea da

RPPNSA Eacute possiacutevel observar na funccedilatildeo 1 e 2 padrotildees comparaacuteveis agraves classes de

vegetaccedilatildeo Na funccedilatildeo 2 haacute um indicativo pronunciado do Complexo Galeria

principalmente devido agrave variaacutevel declividade que possui maior peso dentro de tal

funccedilatildeo sendo o Complexo Galeria caracteriacutestico de ambientes fluviais que nesta aacuterea

se apresentam encaixados portanto com declividades mais pronunciadas

Figura 423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNS) e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada como referecircncia

Classes de Vegetaccedilatildeo Complexo arboacuterea arbustiva (Classes agrupadas Caatinga

Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-

arbustivo(S_D)) Complexo Arboacutereo (Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B)

Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata

Seca

108

O Fatiamento feito a partir da funccedilatildeo 1 mostrou-se muito semelhante ao mapa de

vegetaccedilatildeo especialmente quanto agraves classes Complexo Arboacutereo-arbustivo e Mata Seca

Comparando o presente resultado com o resultado dos demais processamentos

experimentais realizados este mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da vegetaccedilatildeo

jaacute realizado A Figura 424 ilustra o resultado do Fatiamento das subfisionomias do

Complexo Arboacutereo na aacuterea da RPPNSA Para este caso o Fatiamento mostrou uma

certa confusatildeo entre as classes entretanto este resultado evidenciou algumas tendecircncias

das classes subfisionocircmicas superestimando a ocorrecircncia de Caatinga Florestada e

subestimando as demais classes

Figura 424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da Reserva

Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) e Mapa de vegetaccedilatildeo

como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo do Complexo Arboacutereo Complexo Arboacutereo

Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada

109

A MIA tambeacutem apresenta padrotildees vegetacionais indicados pelas funccedilotildees

discriminantes poreacutem o produto gerado foi de qualidade inferior aos outros

processamentos experimentais realizados para esta aacuterea (Figura 425) Percebe-se que a

Floresta de Platocirc Baixo com campinarana foi subestimada assim como a Floresta de

Platocirc Alto enquanto a Floresta de Baixio foi subestimada Pode-se considerar que para

esta aacuterea de estudo o meacutetodo de processamento mais aplicaacutevel ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo foi o Fatiamento baseado na anaacutelise dos histogramas cujo produto foi o mais

semelhante ao mapa referecircncia (Figura 420) Ressalta-se que apesar do exposto

considerando que no mapa referecircncia utilizado a classe floresta de baixio tenha sido

definida como uma faixa de 50m em cada lado da rede hidrograacutefica os resultados da

classificaccedilatildeo a partir do fatiamento ou da funccedilatildeo discriminante mostraram-se mais

condizentes com a realidade principalmente no que se refere agrave classe floresta de baixio

Figura 425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu

(MIA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de

Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

110

No PNCA mostra que as feiccedilotildees vegetacionais satildeo observadas claramente (Figura 426)

nas funccedilotildees 1 e 2 Na funccedilatildeo 1 todas as classes satildeo distinguidas facilmente exceto a

classe Formaccedilotildees Pioneiras Assim o mapa obtido por Fatiamento da funccedilatildeo 1 mostrou

resultado satisfatoacuterio distinguindo a Floresta ombroacutefila densa e a Floresta Ombroacutefila

Aberta e Savana que embora se mostrem as duas primeiras se mostrem sutilmente

subestimadas e a uacuteltima superestimada evidenciam claramente as tendecircncias dos

diferentes tipos de vegetaccedilatildeo no terreno Comparativamente aos outros processamentos

experimentais este processamento mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo

Figura 426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Floresta

Ombroacutefila Aberta ( Floresta Ombroacutefila Aberta aluvial ( A_A) Floresta Ombroacutefila Aberta

de Terras Baixas com palmeiras (A_B)) Formaccedilotildees Pioneiras (Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras (A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea) (A_H)) Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta

Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Terras

Baixas Dossel emergente (A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel

uniforme (A_E)) Savana (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa (A_I) sem floresta-de-galeria

Savana Parque sem floresta-de-galeria (A_J))

111

Quanto agraves anaacutelises de suas subfisionomias observa-se que o resultado do Fatiamento

das Formaccedilotildees Pioneiras foi quase idecircntico ao do mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia exceto

pela ausecircncia da Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva

(Figura 427) Jaacute na Funccedilatildeo 1 foi possiacutevel perceber claramente um indicativo da classe

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras

aparecendo em tom mais escuro na imagem Funccedilatildeo 1 Para Floresta ombroacutefila densa os

resultados encontrados tambeacutem foram muito promissores

Figura 427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva Formaccedilotildees Pioneiras

com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea

A classe Floresta ombroacutefila densa com dossel emergente foi a que melhor se

assemelhou ao mapa de vegetaccedilatildeo enquanto as demais classes mostraram bons

resultados (Figura 428) Haacute de se considerar que a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras

Baixas com dossel emergente e a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas com

dossel uniforme mostram certa diferenciaccedilatildeo entre o mapa gerado a partir da Funccedilatildeo

discriminante 1 e o mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

112

Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como

referecircncia Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel

uniforme

No PNB soacute foi possiacutevel verificar algumas tendecircncias e o produto obtido natildeo foi

satisfatoacuterio como jaacute era esperado uma vez que se trata de uma aacuterea de relevo

homogecircneo de feiccedilotildees bastante discretas (Figura 428) Por outro lado as suas

subfisionomias apresentaram bons resultados comparaacuteveis aos seus respectivos mapas

de vegetaccedilatildeo de referecircncia No Campo Limpo exceto pela classe Campo Limpo Uacutemido

que foi superestimado no mapa gerado as demais classes mostraram-se bem

semelhantes ao mapa referecircncia tanto por sua extensatildeo quanto pelo seu posicionamento

(Figura 429) Na Mata o produto obtido foi quase idecircntico ao mapa de referecircncia isso

pode ser verificado especialmente pela classe Mata de Interfluacutevio Estes resultados

indicam que para este tipo de vegetaccedilatildeo Cerrado os processamentos natildeo se aplicam ao

mapeamento da vegetaccedilatildeo ao niacutevel de fitofisionomias podendo poreacutem ser aplicaacutevel as

suas subfisionomias (Figura 430) Diante disso foi possiacutevel se conseguir um

113

mapeamento satisfatoacuterio ateacute o niacutevel das subfisionomias para algumas aacutereas de estudo

sendo que para aacutereas com relevo semelhante ao do PNB o emprego deste meacutetodo deve

ser feito com mais cautela

Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia

(PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Mata (Mata Galeria

(B_A) Brejo (B_G) e Mata de Interfluacutevio (B_H)) Campo Cerrado (Campo Cerrado

(B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo Sujo (Campo Sujo (B_D) e

Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M))

e Campo Limpo (Campo Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo

com Murundum (B_L)) e Cerrado sensu strictu

114

Figura 429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Campo Limpo Campo

Limpo Uacutemido e Campo Limpo com Murundum

115

Figura 430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do Parque Nacional de

Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Mata Galeria Brejo e Mata de

Interfluacutevio

116

117

5 CONCLUSOtildeES

O presente trabalho foi conduzido com o intuito de avaliar as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo do SRTM para

identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo A

partir dos resultados obtidos puderam-se assinalar as seguintes conclusotildees

a) As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos

para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees

geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de

vegetaccedilatildeo referecircncia Embora a altitude tenha sido usada para a confecccedilatildeo de

parte dos mapas usados como referecircncia esta foi a mais importante para

discriminaccedilatildeo dos grupos vegetacionais em todas as aacutereas seguida da curvatura

vertical e da curvatura horizontal

b) As fitofisionomias se caracterizaram pelas suas preferecircncias (niacuteveis da

frequumlecircncia maacutexima ou moda) a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas e natildeo

pelas faixas de amplitude que se mostraram sobrepostas em geral com

evidentes implicaccedilotildees no desenvolvimento futuro de meacutetodos de classificaccedilatildeo

com dados geomorfomeacutetricos Anaacutelises discriminantes fundamentada na

estatiacutestica de probabilidades apresentaram os melhores resultados gerais em

relaccedilatildeo aos demais meacutetodos testados (Fatiamento MaxVer e cluster)

c) As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem

ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob

mesmas condiccedilotildees topograacuteficas Para a RPPNSA os grupo que mais se separam

satildeo Mata Seca e Complexo arbustivo arboacutereo Dentro da fisionomia Complexo

Arboacutereo as que mais se separam satildeo a Caatinga Arboacuterea e a Caatinga

Florestada Para a MIA satildeo as Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto

Para o PNCA satildeo Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa no que se

refere agrave fisionomia Formaccedilotildees Pioneiras merece destaque a separaccedilatildeo entre

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com

118

palmeiras e Formaccedilotildees Pioneiras lacustre ndash herbaacutecea Para fisionomia Floresta

Ombroacutefila Densa destaca-se das demais a Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial

Dossel emergente O PNB que natildeo teve uma boa distinccedilatildeo entre as suas

fisionomias tendo entretanto um resultado satisfatoacuterio na separaccedilatildeo de suas

subfisionomias especialmente dentro da fisionomia Mata a Mata de Interfluacutevio

e dentro do Campo Limpo o Campo Limpo Uacutemido

d) Embora os dados geomorfomeacutetricos tenham mostrado potencial indicativo das

classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do

detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de

classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises

discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o

niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a

RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias

deste uacuteltimo O PNB apresentou resultados fracos no niacutevel de fitofisionomia

Entretanto as subfisionomias testadas dentro de fitofisionomias apresentaram

resultados satisfatoacuterios

119

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VALERIANO MM Modelo digital de variaacuteveis morfomeacutetricas com dados SRTM para

o territoacuterio nacional o projeto TOPODATA In Simpoacutesio Brasileiro de Sensoriamento

Remoto 12 2005 Goiacircnia Anais Satildeo Joseacute dos Campos INPE 2005 p 3595-3602

1 CD-ROM

VALERIANO MM KUPLICH TM STORINO M AMARAL BD MENDES

JN LIMA DJ Modeling small watersheds in Brazilian Amazocircnia with Shuttle Radar

Topographic Mission - 90m data Computers e Geosciences v 32 n 8 p 1169-1881

Oct 2006

VELAacuteZQUEZ-ROSAS N MEAVE J VAacuteZQUEZ-SANTANA S Elevation

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  • PAacuteGINA DE ROSTO
  • FICHA CATALOGRAacuteFICA
  • BANCA EXAMINADORA
  • EPIacuteGRAFE
  • DEDICATOacuteRIA
  • AGRADECIMENTOS
  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • SUMAacuteRIO
    • LISTA DE FIGURAS
    • LISTA DE TABELAS
    • LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
    • 1 INTRODUCcedilAtildeO
    • 2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
      • 21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem
      • 22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo
      • 23 SRTM
      • 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens
        • 241 Cluster
        • 242 Fatiamento
        • 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)
          • 25 Anaacutelise Discriminante
          • 26 Dados de Vegetaccedilatildeo
            • 262 Bioma Amazocircnia
            • 261 Bioma Caatinga
              • 2621 Microbacia do Igarapeacute Asu
              • 2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
                • 263 Bioma Cerrado
                    • 3 MATERIAL E MEacuteTODOS
                      • 31 Detalhamento do fluxo de trabalho
                      • 32 Recursos
                        • 321 As aacutereas de estudo
                        • 322 Dados de vegetaccedilatildeo
                        • 323 Dados topograacuteficos
                        • 324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados
                          • 33 Procedimentos
                            • 331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados
                            • 332 Anaacutelise dos resultados
                            • 333 Processamentos experimentais
                                • 4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
                                  • 41 Apreciaccedilatildeo dos dados
                                  • 42 Anaacutelises discriminantes
                                  • 43 Processamentos experimentais
                                    • 5 CONCLUSOtildeES
                                    • 6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
Page 2: DADOS GEOMORFOMÉTRICOS COMO SUBSÍDIO AO …

Publicado por esta paacutegina eacute responsabilidade do SID Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) Gabinete do Diretor ndash (GB) Serviccedilo de Informaccedilatildeo e Documentaccedilatildeo (SID) Caixa Postal 515 ndash CEP 12245-970 Satildeo Joseacute dos Campos ndash SP ndash Brasil Tel (012) 3945-6911 Fax (012) 3945-6919 E-mail pubtcsidinpebr Solicita-se intercacircmbio We ask for exchange Publicaccedilatildeo Externa ndash Eacute permitida sua reproduccedilatildeo para interessados

INPE-14813-TDI1255

DADOS GEOMORFOMEacuteTRICOS COMO SUBSIacuteDIO AO MAPEAMENTO DA VEGETACcedilAtildeO

Polyanna da Conceiccedilatildeo Bispo

Dissertaccedilatildeo de Mestrado do Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sensoriamento Remoto orientada pelos Drs Maacutercio de Morisson Valeriano e Tatiana Mora Kuplich aprovada

em 19 de marccedilo de 2007

INPE Satildeo Joseacute dos Campos

2007

5287117 Bispo P C Dados geomorfomeacutetricos como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo Polyanna da Conceiccedilatildeo Bispo - Satildeo Joseacute dos Campos INPE 2007 120 p (INPE-14813-TDI1255) 1 Vegetaccedilatildeo 2 Modelo digital de elevaccedilatildeo 3 Anaacutelises discriminantes 4 Topografia 5 Sensoriamento remoto I Tiacutetulo

ldquoSobre o ensino

Nenhum homem vos pode revelar nada que natildeo repouse jaacute meio adormecido na manhatilde

do vosso conhecimento O mestre que caminha agrave sombra do templo entre os disciacutepulos

natildeo reparte a sua sabedoria mas antes da sua feacute e do seu amor

Se for verdadeiramente saacutebio natildeo vos convidaraacute a entrar na casa da sabedoria mas

levar-vos-aacute aos umbrais do vosso proacuteprio espiacuterito

O astrocircnomo pode falar-vos da sua compreensatildeo do espaccedilo mas natildeo pode dar-vos a

sua compreensatildeo

O muacutesico pode cantar para voacutes a melodia que enche todo o espaccedilo mas natildeo pode dar-

vos o ouvido que aprende o ritmo nem a voz que lhe devolve o eco

E o que eacute versado na ciecircncia dos nuacutemeros pode falar nas relaccedilotildees dos pesos e

medidas mas natildeo pode levar-vos ateacute laacute

Porque a visatildeo de um homem natildeo pode emprestar as suas asas a outro homem

E assim como cada um de voacutes se aguumlenta sozinho no conhecimento de Deus assim deve

estar sozinho no seu conhecimento de Deus e na compreensatildeo da terrardquo

Kalil Gibran escritor aacuterabe

Agravequele que eacute tatildeo amado e amaacutevel que me presenteia com a constacircncia de sua

presenccedila amizade e exemplo de fortaleza de vida e objetividade de ideais Agravequele cujo

apoio tornou mais leve a caminhada mais divertidos os dias Estar distante dessa

pessoa pela forccedila de nossas escolhas natildeo eacute experiecircncia de distacircncia mas de constante

presenccedila de quem deixa a forccedila do bem estampar de sua alma e me alcanccedila com sua

forccedila onde quer que eu esteja Partilho contigo a vida meus ideais e te ofereccedilo essa

conquista Dedico este trabalho ao meu precioso irmatildeo Pitaacutegoras da C Bispo

AGRADECIMENTOS

Se elaborar um trabalho desta natureza constitui de certa forma um desafio mencionar

a totalidade de pessoas que colaboraram para realizaccedilatildeo deste talvez seja tarefa ainda

mais difiacutecil No entanto impossiacutevel deixar de citar nomes Assim gostaria de expressar

minha gratidatildeo

Ao Dr Maacutercio de Morisson Valeriano na condiccedilatildeo de orientador pela sabedoria e

conhecimentos transmitidos os quais abriram caminhos para meu aperfeiccediloamento

cientiacutefico e grande aprendizado pelo incentivo e apoio nos caminhos escolhidos Por

ter me ensinado a praacutetica de que o trabalho se realiza quando transcendemos natildeo soacute as

possibilidades de um trabalho cientiacutefico mas todas as possibilidades que enquanto

pessoa podemos construir Na condiccedilatildeo de amigo pela amabilidade e agradaacutevel

conviacutevio presenteando-me com enriquecedoras discussotildees e palavras as quais levarei

para sempre comigo Minha gratidatildeo por tatildeo especial presenccedila em meu caminho

Agrave Dra Tatiana Mora Kuplich pela orientaccedilatildeo apoio e incentivo Aliada agrave doccedilura e com

a qual sempre me recebeu pelas discussotildees enriquecedoras que contribuiacuteram

imensamente para execuccedilatildeo desta pesquisa pela valiosa amizade e agradaacutevel

convivecircncia

Ao Vitor Celso de Carvalho pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo da Reserva do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas por ele construiacutedo em sua dissertaccedilatildeo de

mestrado

Ao grupo de pesquisa Biodiversidade- Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico coordenado

por Jasen Zunon (INPA) em especial ao Marcelo Moreira pelo fornecimento do Mapa

de Vegetaccedilatildeo da Microbacia do Igarapeacute Asu Por sua atenccedilatildeo e prontidatildeo nos

esclarecimentos de quaisquer duacutevidas surgidas referentes ao mapeamento da aacuterea

Ao Manuel Eduardo Ferreira pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo do Parque

Nacional de Brasiacutelia atualizado em sua dissertaccedilatildeo

Ao Dr Bruce Nelson (INPA) pelo fornecimento da base de dados do SIPAM dos quais

obtivemos a aacuterea de estudo do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

Agrave Drordf Evlyn Novo (INPE) pelo apoio e oportunidade colocando-me em contato com

meus atuais orientadores

Ao Camilo Renoacute (INPE) e Pitaacutegoras da C Bispo (UNESP) pela atenccedilatildeo e auxiacutelio

durante as anaacutelises estatiacutesticas

A uma das minhas mais amadas preciosidades pelo profundo bem querer que sintoniza

nossas almas a todo tempo mostrando-me a beleza que eacute estar partilhando a minha

existecircncia com pessoa de tatildeo admiraacutevel coragem forccedila e clareza de objetivos A vocecirc

minha querida irmatilde Patriacutecia da C Bispo por ser presenccedila inspiradora em minha vida

Agrave minha cunhada Vera e minha linda sobrinha Maria Julia pelo apoio carinho e por

fazerem parte desse ciacuterculo de amor que eacute a minha famiacutelia

Aos amigos Faacutebio Iwashita Leila Sheila Lisboa Thiago Rabelo Taise Faria Andreacute

Maia Javier Portilio Wagner Silva Faacutebio Gonccedilalvez e Rui Epiphanio pela amizade e

troca de conhecimentos

Agrave famiacutelia ldquoAs Traccedilasrdquo minha querida repuacuteblica Flaacutevia Cardoso Fernanda Fonseca e

Eacuterica Diogo e as amigas do ldquoTrio Fantaacutesticordquo minhas queridas vizinhas de baia

Carolina Carvalho e Sheila Knust pelo apoio carinho gargalhadas partilha de

experiecircncias vividas e preciosa amizade proporcionando momentos de alegria que

jamais esquecerei

Ao querido amigo Misael L da Silva e sua famiacutelia pelo apoio e atenccedilatildeo em especial agrave

D Paula pela hospitalidade acolhida e carinho durante a minha estada em Satildeo Joseacute dos

Campos

Ao INPE pela acolhida e apoio logiacutestico

Ao CNPQ pela bolsa de mestrado viabilizando a realizaccedilatildeo desta pesquisa

RESUMO

O presente trabalho buscou avaliar o potencial das variaacuteveis geomorfomeacutetricas extraiacutedas de dados SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) para identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais de quatro aacutereas testes que representaram alguns dos principais biomas brasileiros (Caatinga Cerrado e Floresta Amazocircnica) As anaacutelises recaiacuteram sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo existentes Para isso foram utilizados dados SRTM e dados vegetacionais jaacute publicados As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de vegetaccedilatildeo referecircncia As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob mesmas condiccedilotildees topograacuteficas As variaacuteveis mais importantes na distinccedilatildeo entre os tipos vegetacionais foram a elevaccedilatildeo a curvatura horizontal e a curvatura vertical Apesar de os dados geomorfomeacutetricos mostrarem potencial indicativo das classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias deste uacuteltimo O PNB apresentou o pior resultado no niacutevel de fitofisionomia enquanto as subfisionomias testadas apresentaram resultados satisfatoacuterios Assim o procedimento empregado partindo-se das anaacutelises discriminantes com variaacuteveis geomorfomeacutetricas pode subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo Palavras-chave vegetaccedilatildeo modelo digital de elevaccedilatildeo anaacutelises discriminantes topografia sensoriamento remoto

GEOMORPHOMETRIC DATA AS SUBSIDY FOR VEGETATION MAPPING

ABSTRACT

The potentials of geomorphometric variables derived from SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) for the mapping of vegetation types were investigated Four published vegetation maps for study areas inside three Brazilian biomes (Amazonian forest Savanna and Steppe) served as reference for testing the discriminatory potential of the geomorphometric variables The study sites differed in the feasibility of applying topographic data to vegetation mapping according to the variation of geomorphometric conditions and vegetation reference mapping scale and detail level The analysis indicated the vegetation class groups prone to classification in contrast to groups occurring in similar topographic conditions The variables that presented strongest relationships with the vegetation classes were elevation horizontal and vertical curvature Although geomorphometric data had shown potential for discriminating vegetation classes the achieved classification could not reach the thematic detail level of the reference maps due to co-occurrence of classes with similar vegetational structures Based on discriminant analysis it was possible to experimentally map to the sub-phytophysiognomic level The best results were found for the RPPNSA and PNCA sites and the sub-physiognomies of the latter PNB site showed the worst results at the phytophysiognomy level while its tested sub-physiognomies performed satisfactorily It was found that discriminant analysis of geomorphometric data could subsidy vegetation mapping

Key-words vegetation digital elevation model discriminant analysis topography remote sensing

SUMAacuteRIO

Paacuteg

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

1 INTRODUCcedilAtildeO 23

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 25

21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem 25

22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo 26 23 SRTM 31 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens 34 241 Cluster 35 242 Fatiamento 36 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer) 37

25 Anaacutelise Discriminante 39

26 Dados de Vegetaccedilatildeo 40

261 Bioma Caatinga 40

262 Bioma Amazocircnia 42

2621 Microbacia do Igarapeacute Asu 46

2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos 47

263 Bioma Cerrado 50

3 MATERIAL E MEacuteTODOS 55

31 Detalhamento do fluxo de trabalho 55

32 Recursos 56

321 As aacutereas de estudo 56

322 Dados de vegetaccedilatildeo 57

323 Dados topograacuteficos 58

324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados 59

33 Procedimentos 59

331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados 59

332 Anaacutelise dos resultados 60

333 Processamentos experimentais 61

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 63

41 Apreciaccedilatildeo dos dados 63

42 Anaacutelises discriminantes 77

43 Processamentos experimentais 100

5 CONCLUSOtildeES 117

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 119

LISTA DE FIGURAS

21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade de pixels nos diversos conjuntos de treinamento

38

31 ndash Fluxo de atividades 55

32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo 57

41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 64

42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 65

43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 66

44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB e seu mapa de vegetaccedilatildeo 67

45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da RPPNSA

69

46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA

71

47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA

73

48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB

75

49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da RPPNSA

80

410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

82

411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA

83

412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da MIA

86

413 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea do PNCA

88

414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

90

415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

92

416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do PNB

95

417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo Limpo do PNB

97

418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Mata do PNB

100

419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNSA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

103

420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

104

421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

105

422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

106

423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNS e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada referecircncia

107

424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da RPPNSA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

108

425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

109

426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

110

427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

111

428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

112

429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

113

430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

114

431 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

115

LISTA DE TABELAS

11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)

31

31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados 59

41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da RPPNSA 78

42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea RPPNSA

79

43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da RPPNSA

79

44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

81

45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

81

46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

82

47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA

83

48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea MIA 84

49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da MIA

84

410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da MIA 85

411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do PNCA 87

412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNCA

87

413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNCA 88

414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do PNCA

89

415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

89

416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

90

417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

91

418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

91

419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Floresta Ombroacutefila densa PNCA

92

420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do PNB 93

421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNB

94

422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNB 94

423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB

96

424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB

96

425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Campo Limpo do PNB

97

426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do PNB 98

427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do PNB

99

428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Mata do PNB

99

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DOD ndash Departamento de Defesa dos Estados Unidos IBGE ndash Fundaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

InSAR ndash Interferometric Synthetic Aperture Radar JPL ndash Jet Propulsion Laboratory)

MDE ndash Modelo Digital de Elevaccedilatildeo MIA ndash Microbacia do Igarapeacute Asu NASA ndash National Aeronautics and Space Administrarion NIMA - National Imagery and Mapping Agency

PNB ndash Parque Nacional de Brasiacutelia

PNCA ndash Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

RPPNSA ndash Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas SIG ndash Sistema de Informaccedilotildees Geograacuteficas

SRTM - Shuttle Radar Topographic Mission

USGS -United States Geological Survey

23

1 INTRODUCcedilAtildeO

Dados de sensoriamento remoto tecircm servido como base haacute deacutecadas para mapeamentos

de vegetaccedilatildeo em diferentes escalas Entretanto ainda existem lacunas no conhecimento

a respeito da ocorrecircncia das diferentes formaccedilotildees vegetais brasileiras assim como sua

extensatildeo e estado de conservaccedilatildeo Assim dados de sensores oacutepticos a bordo de sateacutelites

ou aeronaves fornecem informaccedilotildees sobre o dossel vegetal que com apoio de campo

satildeo usados em mapeamentos diversos Evidentemente estes dados tecircm sua capacidade

limitada agrave medida que determinadas formaccedilotildees vegetais possuem respostas espectrais

semelhantes Um dos principais projetos que visaram ao mapeamento da cobertura

vegetal brasileira foi o RADAMBRASIL A variedade de atributos usados no sistema

de classificaccedilatildeo refletiu a variabilidade estrutural dos tipos de vegetaccedilatildeo do Brasil As

informaccedilotildees geradas pelo projeto tambeacutem confirmaram a importacircncia da topografia na

caracterizaccedilatildeo da paisagem local e regional jaacute que eacute um dos fatores determinantes do

estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidade de espeacutecies vegetais

Embora se reconheccedilam os dados topograacuteficos como importante fonte de informaccedilotildees

para subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo o estabelecimento de metodologias com este

aporte requer o desenvolvimento de estudos especiacuteficos para determinar as relaccedilotildees que

existem entre ambos os aspectos Tal condiccedilatildeo pode ser explicada por uma histoacuterica de

ausecircncia de levantamentos topograacuteficos detalhados pela qual grande parte do territoacuterio

nacional permanece com mapeamentos em escalas inadequadas para vaacuterias aplicaccedilotildees

Neste contexto a utilizaccedilatildeo de bases topograacuteficas obtidas por sensores orbitais pode

enfim significar a viabilizaccedilatildeo de tais estudos A missatildeo SRTM (Shuttle Radar

Topographic Mission) ocorrida em 2000 possibilitou a coleta de dados altimeacutetricos

para praticamente toda a superfiacutecie terrestre A existecircncia desses dados em cobertura

nacional permite que se avalie e se desenvolva seu potencial para o mapeamento da

vegetaccedilatildeo de forma relativamente padronizada em diferentes ambientes

Os dados SRTM mostraram-se passiacuteveis de derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas

para expressatildeo das diferentes caracteriacutesticas do relevo o que resulta num conjunto de

dados em complemento agrave altimetria Cada variaacutevel condiciona a vegetaccedilatildeo atraveacutes de

diferentes aspectos da paisagem (temperatura exposiccedilatildeo solar e hidrologia por

24

exemplo) aleacutem do controle direto sobre o transporte e o acuacutemulo de estruturas de

propagaccedilatildeo biomassa e substacircncias vegetais que afetam sua distribuiccedilatildeo Diante disso

o presente trabalho tem como objetivo principal a avaliaccedilatildeo das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo SRTM para identificaccedilatildeo

de tipos vegetacionais As anaacutelises recairatildeo sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes

agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo

existentes

Tal objetivo compreende o atendimento agraves seguintes metas especiacuteficas

bull Identificar as variaacuteveis geomorfomeacutetricas que melhor caracterizem diferentes

tipos de vegetaccedilatildeo

bull Caracterizar os tipos de vegetaccedilatildeo em termos das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas

de sua ocorrecircncia

bull Analisar a capacidade de discriminaccedilatildeo dos tipos vegetacionais mapeados a

partir dos dados geomorfomeacutetricas

bull Aplicar os resultados anteriores ao mapeamento da vegetaccedilatildeo como forma de

avaliaccedilatildeo

25

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

Para a compreensatildeo deste trabalho este capiacutetulo faz uma breve fundamentaccedilatildeo dos

condicionantes topograacuteficos da paisagem e suas relaccedilotildees com a vegetaccedilatildeo Em seguida

satildeo apresentadas as fontes e demais especificaccedilotildees teacutecnicas dos dados topograacuteficos e de

vegetaccedilatildeo aplicados neste estudo

21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem

A topografia ao lado de outras variaacuteveis ambientais eacute fundamental na caracterizaccedilatildeo da

paisagem local e regional Diversos estudos tecircm relacionado variaacuteveis topograacuteficas com

o estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidades de espeacutecies vegetais Schmidt et al

(2003) descrevem as principais variaacuteveis topograacuteficas extraiacutedas de Modelos Digitais de

Elevaccedilatildeo (MDE) que podem ser geradas a partir do SRTM

Segue-se a definiccedilatildeo das variaacuteveis topograacuteficas mais utilizadas em estudos de

caracterizaccedilatildeo da paisagem

a- Elevaccedilatildeo corresponde a altitude do terreno Estaacute relacionada agrave distribuiccedilatildeo

altitudinal do solo e clima condicionando diferentes padrotildees vegetacionais na

paisagem

b- Declividade corresponde ao acircngulo de inclinaccedilatildeo da superfiacutecie local Possui

accedilatildeo direta sobre o equiliacutebrio entre a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo e escoamento

superficial aleacutem de controlar a intensidade dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo

Esse conjunto de fatores resulta na formaccedilatildeo de ambientes com diferentes

caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas as quais permitem o estabelecimento de

diferentes tipos de vegetaccedilatildeo

c- Orientaccedilatildeo de vertentes corresponde ao alinhamento do terreno em relaccedilatildeo ao

sol eacute a medida do acircngulo horizontal da direccedilatildeo esperada do escoamento

superficial geralmente expressa em azimute Dentre os vaacuterios aspectos (relaccedilatildeo

com distribuiccedilatildeo de diferentes substratos refuacutegios ecoloacutegicos etc) esta variaacutevel

relaciona-se ao grau de sombreamento ou iluminaccedilatildeo do terreno selecionando

ambientes mais propiacutecios para o desenvolvimento de determinados tipos de

26

vegetaccedilatildeo em detrimento de outros Assim a orientaccedilatildeo de vertentes controla a

direccedilatildeo dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo portanto com efeitos locais sobre os

regimes hiacutedricos e de energia definindo diferentes padrotildees vegetacionais

d- Curvatura vertical refere-se ao caraacuteter convexococircncavo do terreno quando

analisado em perfil

e- Curvatura horizontal refere-se ao caraacuteter divergenteconvergente dos fluxos de

mateacuteria sobre o terreno quando analisado em projeccedilatildeo horizontal

As duas uacuteltimas variaacuteveis estatildeo relacionadas aos processos de migraccedilatildeo e acuacutemulo de

aacutegua minerais e materiais orgacircnicos no solo atraveacutes da superfiacutecie proporcionados pela

gravidade Estas duas variaacuteveis combinadas representam uma caracterizaccedilatildeo das formas

do terreno que se associam diretamente a propriedades hidroloacutegicas e de transporte

exercendo influecircncia indireta sobre a vegetaccedilatildeo local

22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo

Alguns estudos tecircm mostrado que a topografia exerce influecircncia indireta sobre a

vegetaccedilatildeo uma vez que determina feiccedilotildees hidroloacutegicas variaccedilotildees na disponibilidade de

aacutegua no solo distribuiccedilatildeo dos tipos de solo e topoclimas Outros cujo foco eacute a relaccedilatildeo

direta entre a topografia e a vegetaccedilatildeo verificam tal influecircncia baseados em variaacuteveis

topograacuteficas especialmente elevaccedilatildeo declividade e orientaccedilatildeo de vertentes e mais

raramente estudos baseados nas curvaturas vertical e horizontal do terreno (DARGIE

1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteQUEZ-ROSAS et al 2002) O texto

subsequumlente se refere a tais estudos

Satildeo reconhecidos os efeitos principais da topografia no estabelecimento da vegetaccedilatildeo

ao lado da accedilatildeo do clima da geologia dos solos e da intervenccedilatildeo antroacutepica A

variabilidade topograacutefica induz a uma diversidade de fauna e flora significativa no

ecossistema O desenvolvimento deste eacute controlado ainda por fatores abioacuteticos tais

como disponibilidade de aacutegua temperatura e incidecircncia de radiaccedilatildeo

Em paisagens tais como as savanas as feiccedilotildees hidroloacutegicas baseadas na topografia

exercem influecircncia sobre modelos de propagaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo arboacuterea Estas aacutereas

27

podem capturar e reter nutrientes e aacutegua escassa provenientes de regiotildees montanhosas

ou mesmo devido ao regime hiacutedrico (infiltraccedilatildeoescoamento superficial) determinar o

padratildeo de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo (WU et al 2005) Nas paisagens de florestas

boreais especialmente em casos onde a topografia varia a variaccedilatildeo espacial da

disponibilidade da aacutegua do solo eacute um importante fator que afeta o crescimento e a

composiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo A floresta ripaacuteria dessas aacutereas por exemplo tem um

suprimento constante de aacutegua no solo proacuteximo agrave superfiacutecie assim tecircm

consideravelmente mais espeacutecies de plantas vasculares do que florestas dos terrenos

mais elevados (ZINKO et al 2005) Este gradiente floriacutestico aiacute observado tambeacutem eacute

evidente em outras feiccedilotildees fitofisionocircmicas CLARK et al (1999) verificaram que haacute

um claro gradiente floriacutestico em resposta aos tipos de solo e que estes variaram em

funccedilatildeo da posiccedilatildeo topograacutefica Os autores estudaram a distribuiccedilatildeo e abundacircncia de

palmeiras e outras aacutervores na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica La Selva na Costa Rica Eles

concluiacuteram que menos de 30 das espeacutecies apresentaram distribuiccedilatildeo influecircnciada por

efeitos edaacuteficos ou topograacuteficos Entretanto as variaacuteveis ambientais estudadas (solos e

topografia entre outras) foram capazes de explicar somente uma pequena proporccedilatildeo da

variaccedilatildeo floriacutestica

Nas paisagens brasileiras onde predominam altitudes modestas (maior parte entre 200 e

1200 m) as diversas formas do terreno tambeacutem satildeo determinantes de diferentes

padrotildees fitofisionocircmicos Na Amazocircnia por exemplo onde o relevo eacute descrito como de

pequena amplitude a simples posiccedilatildeo no relevo pode manifestar diferenccedilas na

vegetaccedilatildeo Segundo Ayres (1993) a vegetaccedilatildeo da Amazocircnia pode ser dividida em

campinaranas que satildeo florestas sobre solo arenoso caracterizadas por vegetaccedilatildeo

escleromoacuterfica pobre e baixa e florestas de terra firme que se situam geralmente em

terrenos ondulados a baixas altitudes com aacutervores mais altas algumas chegando ateacute

50m A topografia pode definir a riqueza e distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais ao longo do

gradiente de inundaccedilatildeo e sedimentaccedilatildeo em florestas de vaacuterzea na Amazocircnia Wittman et

al (2004) estudando tal questatildeo observaram que apenas 26 dos 222 registros de

espeacutecies de aacutervores ocorreram abaixo da cota de inundaccedilatildeo A sedimentaccedilatildeo foi mais

alta em estaacutegios sucessionais iniciais proacutexima agraves calhas dos rios principais e decresceu

28

com o aumento do niacutevel da topografia dos siacutetios de florestas e em processos de

sucessatildeo e alcanccedilaram menores taxas nas florestas de vaacuterzea alta

Estudos mostram que a heterogeneidade das condiccedilotildees do solo na Amazocircnia eacute

frequentemente ligada agrave topografia e exerce uma notaacutevel influecircncia sobre a composiccedilatildeo

a estrutura e os padrotildees de diversidade da floresta (LESCURES BOULET 1985

PELISSIER et al 2001) A topografia da Amazocircnia Central eacute fortemente

correlacionada com a textura do solo (CHAUVEL et al 1987) e estes fatores satildeo os

maiores condicionantes da distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais e da estrutura de suas

comunidades em escalas local e regional (SOLLINS 1988 LIEBERMAN 1985

KUBOTA 2004) A comunidade de palmeiras por exemplo se distribue em trecircs zonas

de acordo com as condiccedilotildees hidromoacuterficas do solo Assim pode-se reconhecer solos

bem drenados (platocirc topo vertente) solos pobremente drenados (zona de transiccedilatildeo)

solos sazonalmente inundados (igarapeacutes) nos quais estas diferentes espeacutecies se

distribuem Desse modo verifica-se que a distribuiccedilatildeo de diferentes espeacutecies de

palmeiras estatildeo fortemente relacionadas ao tipo de solo cuja distribuiccedilatildeo depende da

situaccedilatildeo topograacutefica local (KAHN CASTRO 1985) Tal condicionamento natildeo se

restringe agrave distribuiccedilatildeo de tipos vegetacionais cerca de 30 das variaccedilotildees espaciais nas

estimativas de biomassa de aacutervores estatildeo relacionadas agraves caracteriacutesticas do solo e a

topografia (LAURENCE et al 1999 CASTILHO et al 2006)

Em Florestas estacionais e no Cerrado o estabelecimento dos diferentes tipos de

vegetaccedilatildeo se deve muito mais a fatores edaacuteficos e climaacuteticos do que propriamente agrave

topografia Entretanto a topografia explica de modo indireto parte da variaccedilatildeo vegetal

assim como a distribuiccedilatildeo de possiacuteveis fragmentos existentes nestas paisagens Brotrel

et al (2002) estudando a comunidade arboacutereo-arbustiva de um fragmento de floresta

estacional semidecidual (Ingaiacute-MG) verificaram que estes fragmentos se distribuem sob

influecircncia do regime de aacutegua da fertilidade quiacutemica do solo e posiccedilatildeo topograacutefica

Resultado tambeacutem encontrado por Rodrigues et al (2002) que estudando a floriacutestica da

comunidade arboacuterea de um fragmento florestal em Luminaacuterias MG verificaram que a

alta diversidade de espeacutecies aiacute encontradas pode estar relacionada agrave influecircncia de

formaccedilotildees vegetais proacuteximas e aos diferentes microambientes proporcionados pela

topografia variaccedilotildees na fertilidade e umidade dos solos Edivane e Schiavini (2002)

29

caracterizaram a topografia de um gradiente florestal na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica do Panga

(Uberlacircncia MG) e avaliaram sua relaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo das 20 principais espeacutecies

arboacutereas inclusas neste gradiente (mata galeria mesoacutefila semideciacutedua de encosta e

cerradatildeo) Tal estudo mostrou que algumas das espeacutecies satildeo influenciadas positiva ou

negativamente por variaccedilotildees de umidade do solo ocasionadas pela topografia ocorrentes

na mata galeria enquanto outras mostram maiores relaccedilotildees com outros fatores edaacuteficos

eou condiccedilotildees de luminosidade de bordas e clareiras Tambeacutem referente ao ambiente

de Cerrado Fonseca e Silva-Junior (2003) verificaram a sua composiccedilatildeo floriacutestica

densidade e aacuterea basal do componente lenhoso no sentido restrito em duas situaccedilotildees

num gradiente topograacutefico designadas interfluacutevio e vale no Jardim Botacircnico de

Brasiacutelia DF Seus resultados salientaram que a topografia como forte determinante na

distribuiccedilatildeo de algumas populaccedilotildees e comunidades lenhosas por meio de sua influecircncia

na variaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico afetou a composiccedilatildeo floriacutestica a densidade e a aacuterea basal

nos Cerrados sentido restrito de interfluacutevio e vales estudados

Cabe ressaltar que a topografia natildeo condiciona apenas processos ecoloacutegicos mas

tambeacutem a accedilatildeo humana Na escala do nosso paiacutes eacute evidente que os remanescentes

florestais concentram-se em aacutereas menos apropriadas para a agricultura o que eacute

fortemente dependente do relevo (VIANA 1995 VIANA et al 1997) Isto implica no

fato de que a maioria dos fragmentos florestais estar localizada em aacutereas de topo e mais

acidentadas que natildeo satildeo propiacutecias a praacuteticas agriacutecolas ou ocupaccedilatildeo humana

Embora os estudos que abordam especificamente as relaccedilotildees entre as variaacuteveis

topograacuteficas e os tipos vegetacionais sejam menos frequumlentes eles satildeo de grande

importacircncia para o entendimento do ambiente biofiacutesico de modo geral Algumas destas

pesquisas revelam que a elevaccedilatildeo a declividade e a orientaccedilatildeo de vertente satildeo as

principais variaacuteveis relacionadas a variaccedilotildees na distribuiccedilatildeo de fitofisionomias

(DARGIE 1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteSQUES-ROSAS et al 2002)

Em conjunto com outras variaacuteveis geomorfomeacutetricas a declividade em especial

produz uma variedade de situaccedilotildees ambientais tais como gradientes de umidade no

solo entre o topo e a base de uma vertente por exemplo favorecimento de transporte de

partiacuteculas de solo ao longo de um perfil interferecircncia na organizaccedilatildeo vertical do dossel

30

ocasionando variaccedilotildees nos acircngulos de penetraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da luz no interior de

florestas promoccedilatildeo da aparente elevaccedilatildeo da copa de indiviacuteduos menores e mais jovens

de aacutereas superiores de modo que alcancem mais raacutepido o dossel em aacutereas de

declividade acentuada (GANDOLFI 2000) A declividade e a orientaccedilatildeo de vertentes

controlam respectivamente a intensidade e a direccedilatildeo de fluxos de mateacuteria e de insolaccedilatildeo

portanto com efeitos locais sobre os regimes hiacutedricos e de energia No entanto estas

variaacuteveis podem fornecer informaccedilotildees aqueacutem do potencial de utilizaccedilatildeo de MDE

quando se busca o levantamento para estudo da cobertura vegetal com respostas

variadas quando estudadas sob diferentes situaccedilotildees Qi e Zhu (2003) consideram que

um conjunto baacutesico de variaacuteveis topograacuteficas para caracterizaccedilatildeo morfomeacutetrica do

terreno local deve incluir aleacutem dessas as curvaturas horizontal e vertical (SCHMIDT et

al 2003 VALERIANO 2003 VALERIANO CARVALHO JUacuteNIOR 2003)

Os estudos aplicados agrave caracterizaccedilatildeo da paisagem com variaacuteveis topograacuteficas

numeacutericas (morfometria) tecircm sido favorecidos com o desenvolvimento de meacutetodos

automaacuteticos de anaacutelise de MDE A importacircncia de tais estudos estaacute no fato de serem

desenvolvidos em ambiente computacional o que propicia uma reduccedilatildeo de trabalho

manual e a subjetividade dessas atividades

Pressupondo o processo de formaccedilatildeo de solos como resposta agrave distribuiccedilatildeo dos

processos hidroloacutegicos e erosivos e da temperatura do solo Moore et al (1993)

relacionaram atributos pedoloacutegicos agraves variaacuteveis topograacuteficas verificando que a situaccedilatildeo

topograacutefica explicou em parte expressiva a variaccedilatildeo de importantes propriedades do

solo Brubaker et al (1993) fizeram inferecircncias semelhantes baseados na posiccedilatildeo das

observaccedilotildees sobre a superfiacutecie de vertentes Briggs e Shishira (1985) observaram uma

consideraacutevel reduccedilatildeo na variabilidade dos atributos de solo dentro de cada unidade

homogecircnea de relevo

Tais efeitos edaacuteficos associados aos efeitos climaacuteticos aleacutem da accedilatildeo direta do relevo

sobre a vegetaccedilatildeo tecircm dado suporte por exemplo ao estudo de efeitos topograacuteficos no

estabelecimento de diferentes tipos de vegetaccedilatildeo Florinsky e Kuryakova (1996)

consideraram como accedilatildeo direta da topografia o transporte e o acuacutemulo de material

orgacircnico incluindo sementes e outras estruturas de propagaccedilatildeo e recomendam o uso de

31

modelos digitais e mapas de variaacuteveis topograacuteficas (Tabela 11) para levantamento

mapeamento e compreensatildeo dos aspectos dinacircmicos da vegetaccedilatildeo

Tabela 11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)

Variaacutevel unidade Definiccedilatildeo

h m Elevaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao niacutevel do mar (altitude)

G o ou Acircngulo vertical entre os planos horizontal e tangente agrave superfiacutecie do terreno (declividade)

A o Acircngulo horizontal entre norte e a projeccedilatildeo horizontal de um vetor normal agrave superfiacutecie (orientaccedilatildeo de vertente)

kv m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre por um plano contendo um vetor externo normal e um vetor da aceleraccedilatildeo da gravidade (curvatura vertical)

kh m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre que eacute ortogonal agrave seccedilatildeo em kv (curvatura horizontal)

H m-1 Meacutedia das curvaturas vertical e horizontal (curvatura meacutedia)

CA m2 m-1 Aacuterea de terreno cujas linhas de escoamento passam por um determinado segmento de isolinha dividido pelo comprimento desse segmento (aacuterea de captaccedilatildeo)

TI TI = ln(CAG) (iacutendice topograacutefico)

SI SI = CAG (iacutendice de enxurrada)

Florinsky e Kuryakova (1996) estudaram relaccedilotildees entre a cobertura florestal e variaacuteveis

topograacuteficas em quatro diferentes aacutereas de estudo Ficou evidente que o controle

topograacutefico das propriedades da vegetaccedilatildeo eacute realizado de formas diferentes em

diferentes terrenos O exemplo citado apresenta a maior dependecircncia da vegetaccedilatildeo

relativa agrave intensidade de fluxo de aacutegua superficial (escoamento) em regiotildees aacuteridas que eacute

controlado por kh Por outro lado em regiotildees de baixas temperaturas ou grandes

latitudes espera-se maior influecircncia da insolaccedilatildeo controlada por G e A Os resultados

indicam que a distribuiccedilatildeo da cobertura vegetal eacute mais bem explicada quando natildeo se

restringem a anaacutelise do relevo agraves variaacuteveis h G e A Foram tambeacutem observadas algumas

relaccedilotildees entre propriedades da vegetaccedilatildeo e classes do terreno relativas agrave erosatildeo

23 SRTM

Em fevereiro de 2000 um rico conjunto de dados de elevaccedilatildeo global baseado na

tecnologia InSAR (Interferometric Synthetic Aperture Radar) foi adquirido por meio

do projeto SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) do JPL (Jet Propulsion

32

Laboratory) integrado agrave NASA (National Aeronautics and Space Administrarion)

resultando na base de dados topograficos digitais mais completa jaacute construiacuteda As

informaccedilotildees que se seguem foram retiradas do site do JPL (http

www2jplnasagovsrtn) e de Valeriano (2003)

O projeto SRTM proveacutem da cooperaccedilatildeo entre a NASA NIMA (National Imagery and

Mapping Agency) DOD (Departamento de Defesa) dos Estados Unidos e das agencies

espaciais da Itaacutelia e Alemanha Esta missatildeo se utilizou do mesmo instrumento usado em

1994 pelo programa Spaceborne Imaging Radar-CX-Band Synthetic Aperture Radar

(SIR-CX-SAR) a bordo do ocircnibus especial Endeavour Aacute nave foi adicionada um

mastro de 60 m em cuja extremidade foram instaladas antenas para bandas C e X aleacutem

de ajustes nos dispositivos de controle e navegaccedilatildeo Isto permitu a coleta de medidas

tridimensionais da superfiacutecie terrestre atraveacutes de interferometria

O processamento dos dados coletados visou agrave construccedilatildeo de um MDE mundial

elaborado continente por continente O sobrevocirco da SRTM ocorreu entre 11 e 22 de

fevereiro de 2000 durante o qual foram percorridas 16 oacuterbitas por dia resultando num

total de 176 oacuterbitas Desse modo foram coletados 12TB dados A conclusatildeo de cada

continente foi seguida pelo envio de dados ao NIMA para serem editados verificados e

ajustados aos padrotildees norte-ameriacano de exatidatildeo de mapas (National Map Accuracy

Standards) Estes dados foram entatildeo devolvidos agrave NASA para distribuiccedilatildeo puacuteblica

atraveacutes da USGS (United States Geological Survey)

Entre as latitudes 60˚ N e 56˚ S cerca de 80 da superfiacutecie terrestre foi coberta sendo

realizadas para tanto de uma a quatro passagens Um conjunto menor de dados foi

coletado sobre a aacutegua para calibraccedilatildeo Do total de dados SRTM os da banda C foram

processados no JPL e os da banda X no Centro Aeroespacial da Alemanha (DLR) Estes

foram usados para criar MDE de resoluccedilatildeo mais alta poreacutem sem cobertura global

O projeto teve apoio de campo sobretudo com base em levantamentos geodeacutesicos no

qual foi empregado o meacutetodo Sistema de Posicionamento Global Cinemaacutetico

(Kinematic Global Positioning System) Foram coletadas ao todo cerca de 70000 Km

de linhas (transectos) aliada agrave distribuiccedilatildeo de refletores com coordenadas precisamente

definidas pela JPL para geraccedilatildeo do conjunto de pontos referencia ou controle

33

Em paralelo agrave montagem do MDE global foi feito o processamento de dados locais

especiacuteficos Cada aacuterea cobre uma ceacutelula de 1 grau de latitude por um grau de longitude

cujos dados consistem em mapas imagens e dados auxiliares ineacuteditos

Segundo a JPL embora a NIMA aplicasse vaacuterias operaccedilotildees de poacutes-tratamento que

incluem remoccedilatildeo de picos e voacutertices nas informaccedilotildees que acompanham os dados do

usuaacuterio satildeo lembradas suas caracteriacutesticas (inerente a todo dado geo-espacial) devem

condicionar seu desempenho diante das aplicaccedilotildees especiacuteficas uma caracteriacutestica dos

dados SRTM que o torna inadequado para uma dada aplicaccedilatildeo pode ser inoacutecua para

outra Informa-se ainda que nenhuma ediccedilatildeo foi aplicada sobre os dados e que o

conjunto em questatildeo conteacutem um grande nuacutemero de vatildeos e outros pontos espuacuterios como

valores extremamente altos (picos) e outros extremamente baixos (voacutertices) Corpos

drsquoaacutegua seratildeo geralmente mal definidos assim como as linhas de costa

Em janeiro de 2002 a NASA iniciou a distribuiccedilatildeo puacuteblica destes pequenos conjuntos

de dados de locais dentro dos Estados Unidos Enfim foram gerados MDE sob

resoluccedilatildeo de 30m (em coordenadas geograacuteficas com 1rdquo ou 0000277˚) para os Estados

Unidos e 90m (em coordenadas geograacuteficas com 3rdquo ou 0000833˚) para o resto do

mundo O datum e elipsoacuteide de referecircncia satildeo WGS84 com dados z em metros inteiros

Uma apreciaccedilatildeo preliminar dos dados SRTM mostrou uma seacuterie de caracteriacutesticas

indesejaacuteveis tais como falhas negativas (voacutertices) representadas por cotas negativas (-

8388607 m) Estes artafatos satildeo facilmente reconheciacuteveis nas imagens poreacutem devido

ao elevado moacutedulo deste valor sua remoccedilatildeo requer operaccedilotildees cuidadosas para que natildeo

se contaminem as informaccedilotildees vaacutelidas Teacutecnicas tais como filtragens natildeo satildeo capazes

de eliminar este problema mas podem ampliar a sua aacuterea de influecircncia modificando os

cotas de linhas vizinhas formando uma feiccedilatildeo artificial que se assemelha a um vale ou

sulco retiliacutenio com orientaccedilatildeo E-W ou N-S Estes dados satildeo sensiacuteveis a quaisquer

objetos presentes sobre a superfiacutecie do terreno tais como antenas edificaccedilotildees e mesmo

variaccedilotildees na cobertura vegetal A presenccedila destes artefatos atrapalha a percepccedilatildeo do

terreno em si no modelo como de fato eacute o intuito da obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

topograacuteficas A utilizaccedilatildeo de filtragens apesar de minimizar os efeitos destes artefatos

propicia a suavizaccedilatildeo da superfiacutecie como um todo o que natildeo eacute desejaacutevel

34

Alguns estudos tecircm demonstrado que suavizaccedilotildees desnecessaacuterias do MDE prejudicam o

desempenho de algoriacutetimos de declividade por exemplo (VALERIANO 2003)

Considerando que grande parte do territoacuterio nacional eacute provida de mapeamentos

demasiadamente generalizados para vaacuterias utilizaccedilotildees da informaccedilatildeo topograacutefica o

dado SRTM pode ser considerado a melhor informaccedilatildeo topograacutefica jaacute disponibilizada

para o nosso territoacuterio A resoluccedilatildeo de 90m deste dado representa um avanccedilo importante

em relaccedilatildeo agrave dados ateacute entatildeo disponiacuteveis os dados RADARSAT-1 com resoluccedilatildeo

quilomeacutetrica

Como citado anteriormente os dados SRTM trazem consigo limitaccedilotildees intriacutensecas do

sistema e estatildeo sujeitos a uma seacuterie de fatores que alteram a relaccedilatildeo de precisatildeo ou

fidelidade para com a paisagem existente Neste sentido meacutetodos de tratamento de

dados vecircm sendo desenvolvidos com o intuito de adequar os dados aos objetivos das

pesquisas sem entretanto alterar a informaccedilatildeo que se deseja extrair Valeriano (2004)

aplicando a interpolaccedilatildeo dos dados por krigagem e as teorias da geoestatiacutestica na

fundamentaccedilatildeo desta teacutecnica preservou as caracteriacutesticas do terreno no MDE formado

Desta forma o tratamento destes dados consiste na modificaccedilatildeo do MDE SRTM

original para um MDE com caracteriacutesticas desejaacuteveis resoluccedilatildeo melhorada de 1rdquo(~

30m) reduccedilatildeo de artefatos remoccedilatildeo de falhas e distribuiccedilatildeo da aleatoriedade espacial

24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens

Segundo Croacutesta (2002) um dos principais objetivos do sensoriamento remoto eacute o de

distinguir entre e identificar as composiccedilotildees de diferentes materiais superficiais (tipos

de vegetaccedilatildeo padrotildees de uso do solo entre outros) Essa distinccedilatildeo e identificaccedilatildeo

tornam-se possiacuteveis diante do fato de os materiais superficiais terem comportamento

especiacutefico ao longo do espcetro eletromagneacutetico o que permite identificaacute-los ou

classificaacute-los

A classificaccedilatildeo automaacutetica de imagens multiespectrais de sensoriamento remoto diz

respeito a associar cada pixel da imagem a um ldquoroacutetulordquo descrevendo um objeto real

(vegetaccedilatildeo solo etc) Dessa forma os valores numeacutericos (DNs) associados agrave cada

pixel definidos pela reflectacircncia dos materiais que compotildeem esse pixel satildeo

identificados em termos de um tipo de cobertura da superfiacutecie terrestre imageada

35

(aacutegua solo tipode vegetaccedilatildeo rocha etc) chamadas entatildeo tema Apoacutes esse processo ser

completado para todos os pixels de uma determinada aacuterea o resultado eacute um mapa

temaacutetico mostrando a distribuiccedilatildeo geograacutefica de um tema tal como vegetaccedilatildeo ou solo

Desse modo pode-se dizer entatildeo que uyma imagem de sensoriamento remoto

classificada eacute uma forma de mapa digital temaacutetico

Segue-se a definiccedilatildeo segundo Crosta (2002) dos tipos de classificaccedilotildees testadas

(Cluster MaxVer e Fatiamento) no presente trabalho

241 Cluster

Para a classificaccedilatildeo por cluster o espaccedilo de atributos possui agrupamentos cluster ou

ldquonuvensrdquo os quais podem ser caracterizados por curvas de contorno No processo de

classificaccedilatildeo estas nuvens satildeo identificadas e usadas como aacutereas de treinamento

O primeiro passo neste tipo de classificaccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo de uma anaacutelise de

agrupamento utilizando para tal teacutecnicas estatiacutesticas padratildeo Atraveacutes dessa anaacutelise as

nuvens de dados satildeo identificadas no espaccedilo de atributos Uma vez feita essa anaacutelise

uma decisatildeo deve ser tomada em relaccedilatildeo agraves quais concentraccedilotildees devem ser tratadas

como grupos separados A melhor maneira de fazer isso eacute aceitar apenas aquelas cujas

modas ultrapassam certo limiar

O software Idrisi versatildeo 20 oferece a uma definiccedilatildeo condizente com a anterior poreacutem

mais detalhada

O cluster eacute uma teacutecnica que se baseia na anaacutelise das modas (picos) do histograma de

uma variaacutevel de uma aacuterea a ser analisada em que uma moda eacute definida como o valor de

maior frequecirccia comparativamente aos seus vizinhos Isto eacute equivalente a buscar os

picos como um histograma unidimensional poreacutem satildeo avaliados n histogramas (n

variaacuteveis) simultaneamente identificando-se assim aglomeraccedilotildees ou nuvens (clusters)

de pontos no espaccedilo n-dimensional Uma vez que os aglomerados tenham sido

identificados todas as classes seratildeo atribuiacutedas com base no pico de concentraccedilatildeo mais

proacuteximo As divisotildees entre as classes se inserem nos pontos de menor ocorrecircncia de

valores observados entre tais picos Os melhores resultados ocorrem quando as variaacuteveis

natildeo estatildeo correlacionadas entre si

36

Em relaccedilatildeo agraves condiccedilotildees da operaccedilatildeo do algoritmo utilizado (EASTMAN 1995) o

cluster tem melhor desempenho se a imagem composta tiver sido criada usando a opccedilatildeo

linear com saturaccedilatildeo Isto assegura que os seis niacuteveis por a faixa na composiccedilatildeo ocupem

mais intensamente a regiatildeo onde os dados satildeo os mais concentrados Geralmente os

melhores resultados satildeo encontrados com niacuteveis de saturaccedilatildeo entre aproximadamente

1 - 25 Este algoritmo trabalha apenas em imagens produzidas por composiccedilatildeo

colorida A imagem composta consiste em iacutendices de cores em que cada iacutendice Irgb eacute

dado por Irgb = IB(azul) + 6 IG(verde) + 36 IR(vermelho) em que cada canal (IR IG ou IB) assume

um valor no intervalo de 0-5 Por exemplo um pixel com IRGB de valores de 1 5 e 3

(respectivamente IR IG e IB) teria um iacutendice de 3 + (5 6) + (1 36) = 69 Assim a

operaccedilatildeo do Cluster decompotildee os valores da composiccedilatildeo colorida para criar um

histograma tridimensional

242 Fatiamento

O fatiamento de niacuteveis de intensidade representa a forma mais simples de classificaccedilatildeo

e eacute aplicado a uma uacutenica banda espectral de cada vez A operaccedilatildeo de fatiamento

consiste simplesmente em realccedilar os pixels cujas intensidades se situam dentro do

intervalo especificado (a fatia) isto eacute entre um maacuteximo e um miacutenimo O fatiamento eacute

feito de modo interativo geralmente no qual o usuaacuterio define tanto a largura quanto o

centro do intervalo desejado Essa fatia eacute entatildeo ajustada ateacute que as feiccedilotildees de interesse

sejam realccediladas e separadas das aacutereas originalmente diferentes sendo entatildeo

representadas por um mesmo DN

O fatiamento de uma uacutenica banda espectral pode ser estendido para o domiacutenio

multiespectral atraveacutes de uma seacuterie de etapas descritas a seguir Desse modo aumenta-

se a precisatildeo da classificaccedilatildeo uma vez que a superfiacutecie que se deseja classificar teraacute

uma maior probabilidade de se diferenciar das outras presentes na imagem quanto

maior for o numero de bandas considerado

Para isso toma-se uma banda espectral e define-se uma regiatildeo previamente conhecida

contendo a superficie de interesse Em seguida aplica-se o fatiamento agrave primeira banda

definindo-se os paracircmetros (centro e largura da fatia) ateacute que a regiatildeo de interesse seja

realccedilada juntamente com os outros pixels dessa banda que possuam o mesmo DN da

37

regiatildeo de interesse Se salva o resultado e repete-se o processo para cada uma das

bandas espectrais disponiacuteveis Finalmente combinam-se todas as bandas fatiadas em

uma soacute imagem atraveacutes da adiccedilatildeo

No que se refere a presente pesquisa foram utilizadas bandas representadas pelas

variaacuteveis geomorfomeacutetricas locais correspondentes a cada aacuterea de estudo Estas

ldquobandasrdquo foram fatiadas atraveacutes de anaacutelises de histogramas buscando identificar nos

histogramas referentes a cada classe vegetacional pontos em que as classes

vegetacionais melhor se ditinguiam Em locais onde havia grande sobreposiccedilatildeo entre os

histogramas escolheu-se como criteacuterio fatiar em pontos onde havia maior frequencia de

distribuiccedilatildeo dessas variaacuteveis geomorfomomeacutetricas Em seguida as imagens geradas por

cada fatiamento foram sobrepostas atraveacutes de uma operaccedilatildeo de adiccedilatildeo

243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)

O MaxVer eacute o meacutetodo mais comum que considera a ponderaccedilatildeo das distacircncias das

meacutedias utiliza paracircmetros estatiacutesticos

A classifcaccedilatildeo por maacutexima verossemelhanccedila exige um nuacutemero consideravelmente

elevado de pixels para cada conjunto treinamento nuacutemero preferencialmente acima de

uma centena para que seja precisa o suficiente Esse nuacutemero permite uma base segura

para o treinamento estatiacutestico Devido a esse nuacutemero alto de pixels natildeo eacute possiacutevel

representaacute-los graficamnte de maneira individualizada Desse modo nesse caso usa-se

isolinhas ou curvas de contorno no espaccedilo de atributos representando a densidade de

pixels do conjunto de treinamento de cada regiatildeo (Figura 1)

Estes contornos representam na realidade um ajuste baseado em distribuiccedilotildees normais

ou Gaussianas dos pixels das aacutereas de treinamento do contraacuterio os contornos seriam

totalmente irregulares Ressalta-se que devido a esse ajuste os contornos satildeo

simeacutetricosOs contornos ao redor de cada classe na Figura 21 podem ser entendidos

como a probabilidade de existir um pixel naquele conjunto de treinamento como uma

determinada combinaccedilatildeo de DNs Do mesmo modo se as aacutereas de treinamento forem

realmente representativas das superfiacutecies que se deseja classificar Os mesmos

contornos podem ser vistos como a probabiliade de qualquer pixel desconhecido

pertencer a uma determinada classe na qual ele plotar

38

Figura 21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade

de pixels nos diversos conjuntos de treinamento

Essas probabilidades representam uma ferramenta de classificaccedilatildeo poderosa e flexiacutevel

atraveacutes da qual se pode escolher por exemplo classificar apenas os pixels

desconhecidos que satildeo bastante semelhantes agrave meacutedia de uma classe Isso eacute feito

escolhendo-se o limite de decisatildeo coincidindo com o contorno mais proacuteximo da meacutedia

cuja distacircncia eacute normalmente fixada como um desvio padratildeo a partir da meacutedia

Por outro lado pode-se julgar necessaacuterio classificar os pixels desconhecidos que se

situam a qualquer distacircncia da meacutedia dentro da aacuterea geral definida pelo conjunto

treinamento Neste caso escolher-se ia como limite de decisatildeo o contorno que engloba

99 dos pixels da aacuterea de treinamento Jogando os restantes 1 fora pode-se

compensar por exemplo a possibilidade de que alguns dos pixels da aacuterea de

treinamento foram incluiacutedos por engano podendo representar ruiacutedo ou pixels contendo

um limite entre dois tipos de cobertura

Eacute importante ressaltar que o meacutetodo MaxVer eacute passiacutevel de enganos e imprecisotildees Um

exemplo disso pode ser quando existem alguns pixels pertencentes a uma determinada

aacuterea de treinamento satildeo atribuiacutedos pelas regras de decisatildeo dos meacutetodos agrave uma classe

diferente

Tudo que o MaxVer consegue fazer eacute tentar minimizar a porcentagem dos pixels

classificados erroneamente O meacutetodo MaxVer assim como outros meacutetodos de

classifcaccedilatildeo supervisionada vistos anteriormente parte do princiacutepio de que o usuaacuterio

39

conhece bastante da imagem a ser classificada para poder definir classes que sejam

representativas Nos casos em que isto natildeo ocorre eacute possiacutevel partir de algumas

premissas razoaacuteveis o suficiente para permitir bons resultados

25 Anaacutelise Discriminante

O nuacutemero de variaacuteveis geomorfomeacutetricas que condicionam a distribuiccedilatildeo de tipos de

vegetaccedilatildeo de um determinado bioma sugere que anaacutelises estatiacutesticas multivariadas

sejam feitas De modo frequumlente as mais usadas satildeo anaacutelises de correlaccedilatildeo anaacutelises

baseadas em superfiacutecie de tendecircncia (DARGIE 1984 1987) anaacutelise de agrupamento

(EDIVANE SCHIAVIVI 2002) e anaacutelise de regressatildeo (FLORINSKY

KURYAKOVA 1996) Especificamente quando se deseja investigar as relaccedilotildees entre

uma variaacutevel qualitativa tipos vegetacionais por exemplo e variaacuteveis numeacutericas como

as variaacuteveis topograacuteficas a teacutecnica de anaacutelise mais apropriada eacute a anaacutelise discriminante

(HAIR Jr et al 1995) Tal anaacutelise utilizaria de combinaccedilotildees lineares das variaacuteveis

morfomeacutetricas para discriminar o melhor entre os grupos vegetacionais previamente

selecionados

De acordo com Hair Jr et al (1995) o objetivo principal da anaacutelise discriminante

consiste em estimar a relaccedilatildeo entre a uacutenica variaacutevel dependente natildeo meacutetrica (categoacuterica)

e um conjunto de variaacuteveis meacutetricas independentes

A teacutecnica da anaacutelise discriminante muacuteltipla se utiliza de combinaccedilotildees lineares das

variaacuteveis independentes para discriminar o melhor entre os grupos previamente

selecionados Esta discriminaccedilatildeo eacute obtida com a atribuiccedilatildeo de pesos agraves variaacuteveis de

forma a maximizar a variacircncia relativa entre os grupos A combinaccedilatildeo linear obtida com

a anaacutelise eacute chamada funccedilatildeo discriminante

Essa teacutecnica pode ser indicada para testes estatiacutesticos de hipoacuteteses O procedimento

comeccedila com a atribuiccedilatildeo de valores a cada um dos indiviacuteduos atraveacutes da funccedilatildeo

discriminante Com os valores dos indiviacuteduos de um mesmo grupo eacute possiacutevel obter a

meacutedia do grupo Este valor meacutedio eacute chamado de centroacuteide do grupo A comparaccedilatildeo dos

centroacuteides de grupos existentes traz a orientaccedilatildeo de quatildeo longe estatildeo um do outro em

relaccedilatildeo agrave dimensatildeo que estaacute sendo testada (MANLY 1994) Uma grande sobreposiccedilatildeo

40

entre os grupos sugere a obtenccedilatildeo de uma pobre funccedilatildeo discriminante Por outro lado

grupos bastante distintos (com pouca sobreposiccedilatildeo) sugerem a possibilidade de uma boa

funccedilatildeo discriminante

Hair Jr et al (1995) define que para dois grupos representantes da variaacutevel dependente

(por exemplo grande e pequeno) extrai-se uma funccedilatildeo discriminante Para dois grupos

seratildeo duas as funccedilotildees discriminantes extraiacutedas e assim por diante Ou seja existiratildeo

sempre n-1 funccedilotildees discriminantes para n grupos

Depois de estimada uma funccedilatildeo discriminante ela deve ser interpretada Este estaacutegio

revela a importacircncia relativa de cada variaacutevel independente na discriminaccedilatildeo dos

grupos

Green (1978) descreve que antes de tentar interpretar a funccedilatildeo discriminante o analista

cuidadoso deveraacute checar sua significacircncia estatiacutestica Tipicamente a investigaccedilatildeo eacute

conduzida atraveacutes da aplicaccedilatildeo de testes de significacircncia estatiacutestica da estatiacutestica D2 de

Mahalanobis que eacute uma medida quadraacutetica similar a medida euclidiana de distacircncia

padratildeo Mais particularmente ela mede a distacircncia de cada caso agrave meacutedia do grupo

Normalmente a estatiacutestica F do teste de significacircncia da estatiacutestica D2 eacute comumente

disponibilizada pela maioria dos pacotes estatiacutesticos

26 Dados de Vegetaccedilatildeo

Para anaacutelise da relaccedilatildeo entre vegetaccedilatildeo e variaacuteveis morfomeacutetricas foram selecionadas

aacutereas pertencentes a diferentes biomas brasileiros A seguir satildeo apresentadas

caracteriacutesticas gerais destes biomas assim como das aacutereas selecionadas para as quais os

mapas de vegetaccedilatildeo satildeo disponiacuteveis

261 Bioma Caatinga

A Caatinga caracteriza-se por apresentar uma grande diversidade de paisagens aleacutem de

ser um dos menos conhecidos e mais complexos biomas brasileiros A Reserva

Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas foi selecionada para representaacute-la

no presente estudo

41

Esta aacuterea abrange a Aacuterea Prioritaacuteria n6 do PPBIO (Programa de Pesquisa em

Biodiversidade do Semi-Aacuterido) e foi criada em 1998 com aproximadamente 5244

hectares sendo delimitada pelas coordenadas geograacuteficas 05ordm 00rsquo a 05ordm 20rsquo S e 40ordm 48rsquo a

41ordm 12rsquo W na fronteira entre os Estados do Piauiacute e Cearaacute

A aacuterea eacute considerada como uma amostra representativa da Ecoregiatildeo Complexo

Ibiapaba-Araripe e possui alta importacircncia bioloacutegica Ela possui como principais

fitofisionomias Mata Seca Carrasco Caatinga Florestada Caatinga Arboacuterea Caatinga

Arboacuterea-arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (CARVALHO PINHEIRO JUacuteNIOR

2004) Como para algumas aacutereas natildeo foi feito levantamento floriacutestico as classes de

mapeamentos propostas para designar padrotildees fitofisionocircmicos que se destacam nas

imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por uma determinada

coloraccedilatildeo foram denominadas Complexos Satildeo eles Complexo Galeria Complexo

Arboacutereo e Complexo Arboacutereo-arbustivo Segue-se a definiccedilatildeo de cada uma das classes

citadas acima segundo Carvalho e Pinheiro Juacutenior (2004)

Mata Seca

Esta classe corresponde segundo o IBGE (1992) agrave Floresta Estacional Decidual

Montana (Floresta Tropical Caducifoacutelia) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute caracterizado por

duas estaccedilotildees climaacuteticas bem demarcadas uma chuvosa seguida de um longo periacuteodo

biologicamente seco ocorre na forma de disjunccedilotildees florestais apresentando o estrato

dominante macro ou mesofaneroacutefito predominantemente caducifoacutelio com mais de 50

dos indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveis Ocupam nessas

paisagens os topos elevados de altitudes variando de 600 a 750 metros de relevo plano

e suave ondulado As elevadas altitudes chegando ateacute 750 m jaacute natildeo atenuam as

caracteriacutesticas semi-aacuteridas do Sertatildeo com as temperaturas mantendo-se elevadas

variando de 25 a 27degC Mas a precipitaccedilatildeo aumenta dominando um clima sub-uacutemido

seco com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 800 a 1000 mm

Nestes ambientes predominam os latossolos profundos aacutecidos em geral arenosos com

baixa fertilidade natural e muito bem drenados (LVa- Latossolo Vermelho-Amarelo

aacutelico)

42

Carrasco

De acordo com Arauacutejo (1998) trata-se de uma vegetaccedilatildeo arbustiva densa caducifoacutelia

natildeo espinhosa Nela se encontram a faveira o angico a pitombeira o jatobaacute a

catingueira e o sabiaacute entre outras O xique-xique e o caroaacute aparecem como subarbustos

Este tipo vegetacional ocorre em ambientes mais arenosos e secos

Na aacuterea da Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo

Sertaneja Setentrional Nesta paisagem o Carrasco ocupa as superfiacutecies pediplanadas

altas com altitudes variando de 400 a 650 m de relevo plano a suavemente ondulado

Deve estar submetida a uma condiccedilatildeo de transiccedilatildeo climaacutetica com precipitaccedilotildees meacutedias

anuais em torno de 850 mm

Neste ambiente predominam os solos arenosos profundos excessivamente drenados

aacutelicos e com fertilidade natural baixa (Areias Quartzosas aacutelicas- AQa4 e AQa10)

associado ao Latossolo Vermelho-Amarelo aacutelico (LVa)

Caatinga Florestada

Esta classe corresponde ao contato Savana-EsteacutepicaFloresta Estacional-ecoacutetono

definido pelo IBGE (1992) Trata-se de uma vegetaccedilatildeo de transiccedilatildeo ou seja entre duas

ou mais regiotildees ecoloacutegicas ou tipos de vegetaccedilatildeo existem sempre ou pelo menos na

maioria das vezes comunidades indiferenciadas onde as floras se interpenetram

constituindo as transiccedilotildees floriacutesticas ou contatos edaacuteficos

De acordo com o IBGE e Governo do Estado do Cearaacute (1973) este tipo de cobertura

vegetal obedece a um escalonamento de acordo com o niacutevel em que se situa ocorrendo

pelo menos duas sineacutecias cuja transiccedilatildeo se verifica onde a caatinga desaparece e

comeccedila a mata tropical

Na Aacuterea das Serras das Almas a borda mais oriental da Paisagem das Chapadas

Intermediaacuterias e Baixas a Caatinga Florestada ocupa uma estreita faixa Na Paisagem

das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas ocupa um modelo de dissecaccedilatildeo aguccedilada

intermediaacuteria com altitudes variando de 400 a 700 m de relevo fortemente ondulado e

montanhoso Segundo as condiccedilotildees de transiccedilatildeo climaacutetica pode-se dizer que as

43

precipitaccedilotildees anuais variam de 800 a 1000 mm Neste tipo de ambiente ocorre uma

associaccedilatildeo de trecircs tipos de solo pouco desenvolvidos e rasos Nas partes intermediaacuterias

de declives menos abruptos e relevos menos acidentados (suave ondulado a ondulado)

apresentam-se o que pode se considerar o mais caracteriacutestico os solos Podzoacutelicos

Vermelho-Amarelo eutroacuteficos (PE) com argila de atividade fraca horizonte A

moderado textura meacutediaargilosa Nos relevos mais acidentados (fortemente ondulados

a montanhosas) aparecem os solos Litoacutelicos eutroacuteficos (RE) com horizonte A

moderado textura arenosa a meacutedia fase pedregosa e rochosa associados aos

Afloramentos Rochosos (AR)

Caatinga Arboacuterea

Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica do IBGE (1992) Trata-se de um subgrupo

de formaccedilatildeo caracterizado por micro eou nanofaneroacutefitos com meacutedia de 5 m

excepcionalmente ultrapassando os 7 m de altura mais ou menos com grossos troncos

e engalhamento bastante ramificado em geral provido de espinhos eou acuacuteleos com

total decidualidade na eacutepoca desfavoraacutevel

Em Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo Sertaneja

Setentrional e da Paisagem das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas Nesta paisagem eacute

encontrada em modelos de Dissecaccedilatildeo Tabular Baixo com altitudes bastante variadas

de 300 ateacute 600 m e relevos ondulados a fortemente ondulados

Para este tipo de vegetaccedilatildeo o clima varia desde um clima Subuacutemido uacutemido com

precipitaccedilotildees meacutedias anuais de mais de 1000 mm passando pelo Semi-aacuterido atenuado

com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 750 a 800 mm ateacute o Semi-aacuterido moderado

com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 500 a 750 mm

A mesma variabilidade pode ser observada quando se considera as demais

caracteriacutesticas ambientais Comeccedilando pelos diferentes substratos geoloacutegicos que sob

essas diferenccedilas climaacuteticas geram diferentes formas de relevo que variam de plano ao

ondulado e modelos dissecados a aplainados com altitudes de 300 a 500 m Bem como

tipos de solos como os Podzoacutelicos Vermelho-Amarelo Areias Quartzosas Latossolo

Vermelho-Amarelo e Solonets Solodizados

44

Caatinga Aboacutereo-arbustiva

Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica Arborizada do IBGE (1992) Este subgrupo

de formaccedilatildeo apresenta as mesmas caracteriacutesticas de floriacutesticas da fisionomia ecoloacutegica

anterior poreacutem os indiviacuteduos que o compotildeem satildeo mais baixos existindo clarotildees entre

eles

Possui amplos interfluacutevios e baixo grau de aprofundamento de drenagem com altitudes

variando de 200 a 300 m e relevos planos a suave ondulados Este tipo vegetacional

domina num clima Semi-aacuterido moderado com chuvas de veratildeo-outono e 7 a 8 meses

secos Os tipos de solo variam bastante desde Areias Quartzosas Planossolos

Soloacutedicos Ragassolos e Bruno natildeo caacutelcicos que se tornam os principais fatores

limitantes para o uso da terra junto com o clima dominante

Caatinga Herbaacuteceo-lenhosa

Esta classe corresponde agrave Savana-Eteacutepica Parque do IBGE (1992) Este subgrupo de

formaccedilatildeo eacute o que apresenta caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com

nanofaneroacutefitos de um mesmo ecoacutetipo bastante espaccedilados como se fossem plantados

isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas lenhosas raquiacuteticas sobre

denso tapete gramiacutenio-lenhoso de hemicriptoacutefitos e cameacutefitos Possui relevos planos a

suavemente ondulados e altitudes variando de 200 a 300 m Este tipo vegetacional

domina num clima Sub-uacutemido com chuvas de veratildeo-outono e 7 meses secos Estas

condiccedilotildees ambientais geraram solos do tipo Areias Quartzosas aacutelicas que por suas

caracteriacutesticas se tornam o principal fator limitante para o uso da terra

Complexo Galeria

Essa classe de mapeamento foi proposta para designar todo um complexo fisionocircmico

que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por sua

coloraccedilatildeo verde-intenso na composiccedilatildeo colorida normal empregada indicando uma alta

resposta no infravermelho proacuteximo Esta tonalidade indica uma cobertura vegetal verde

com folhagem total ou parcial na eacutepoca seca estando associada agraves aacutereas de vaacuterzeas

acompanhando alguns cursos drsquoaacutegua geralmente os mais caudalosos

45

Complexo Arboacutereo

Semelhante a classe anterior propocircs-se aqui esta denominaccedilatildeo para abarcar um padratildeo

complexo que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta regular associando

aacutereas escuras (sombreadas) aacutereas com verde-escuro e com verde-claro De acordo com

informaccedilotildees bibliograacuteficas neste ambiente deve predominar uma Caatinga Arboacuterea

(Savana-Esteacutepica Florestada) poreacutem de acordo com o RADAMBRASIL (1981) pode-se

supor que floristicamente eacute semelhante agrave Estepe Arboacuterea Densa

Como natildeo foi possiacutevel amostrar a unidade de mapeamento para confirmar estas

consideraccedilotildees preferiu-se empregar esta nomenclatura

Suas altitudes variam rapidamente de cerca de 300 a 600 m com interfluacutevios de pequena

amplitude e de mediana intensidade de aprofundamento de drenagem Neles devem

predominar o clima tropical megateacutermico semi-aacuterido atenuado com chuvas de veratildeondash

outono e 7 meses secos Onde dominam os Solos Litoacutelicos aacutelicos fase pedregosa e

rochos

Complexo Arboacutereo-arbustivo

Na imagem TMLandsat possui uma resposta singular de tonalidade subentendendo

muito afloramento de solo eou rocha nua Segundo IBGE (1992) corresponde a

formaccedilatildeo Savana Esteacutepica Arborizada (Caatinga Arboacuterea-arbustiva)

Esses ambientes ocupam parte do Modelado das Formas Erosivas com relevos planos a

suavemente ondulados onde as altitudes variam de cerca de 220 a 300 m Neles deve

predominar um clima megateacutermico sub-uacutemido uacutemido com chuva de veratildeo-outono e 7

meses secos onde dominam Areias Quartzosas aacutelicas

262 Bioma Amazocircnia

O Bioma Amazocircnia estaacute situado na porccedilatildeo centro-norte do Brasil eacute cortado pela linha

equatorial e portanto compreendido em aacutereas de baixas latitudes O clima eacute do tipo

equatorial quente e uacutemido com a temperatura variando pouco durante o ano em torno

46

de 26ordmC com periacuteodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor daacutegua trazido

do leste pelos ventos

A maioria dos 7 milhotildees de km2 da Floresta Amazocircnica eacute constituiacuteda por uma floresta

de terra firme Esta eacute uma floresta que nunca eacute alagada e se espalha sobre uma grande

planiacutecie de ateacute 130-200 m de altitude ateacute os sopeacutes das montanhas A grande planiacutecie

corresponde aos sedimentos deixados pelo lago Belterra que ocupou a maior parte da

bacia Amazocircnica durante o Mioceno e o Plioceno entre 25 mil e 18 milhatildeo de anos

atraacutes O silte e as argilas depositados neste antigo lago foram submetidos a um suave

movimento de elevaccedilatildeo epirogeneacutetico enquanto os Andes se ergueram e os modernos

rios comeccedilaram a cavar os seus leitos Assim surgiram os trecircs tipos de florestas

amazocircnicas as florestas montanhosas Andinas as florestas de terra firme e as florestas

fluviais alagadas as duas uacuteltimas na Amazocircnia brasileira A Amazocircnia brasileira

compreende aproximadamente 3581 km2 o que equivale a 4207 do paiacutes (Fonseca amp

Dov 2000) Como representantes deste bioma foram selecionadas aacutereas de estudo com

diferentes tamanhos e classes de vegetaccedilatildeo a Microbacia do Igarapeacute Asu que cobre

aproximadamente 10 km2 e o Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos que cobre

aproximadamente 300 km2

2621 Microbacia do Igarapeacute Asu

A microbacia do Igarapeacute Asu pertencente agrave bacia do Rio Negro possui tipos de

vegetaccedilatildeo que se diferenciam principalmente pela altura e densidade de indiviacuteduos A

floresta de alto platocirc eacute a floresta densa com aacutervores emergentes ao passo que a floresta

de campinarana apresenta-se mais baixa e com densidade menor de indiviacuteduos

(AYRES 1993) A condiccedilatildeo topograacutefica pode induzir agrave ocorrecircncia de cheias e a

presenccedila de formaccedilotildees vegetais mais baixas e menos densas em constante estaacutegio de

sucessatildeo (WHITTMANN et al 2002) De modo geral os principais tipos de vegetaccedilatildeo

encontrados na aacuterea satildeo

Floresta de Platocirc Alto

As florestas de terra firme cobrem planaltos e florestas de encosta e satildeo aacutereas com

dossel mais fechado solos bem drenados em qualquer eacutepoca do ano e que satildeo

47

inundadas por rios e fluxos pequenos de aacutegua Estas florestas satildeo dominadas por aacutervores

grandes e caracterizam-se por estrutura vertical bem desenvolvida e diversidade de

espeacutecies arboacutereas muito altas em relaccedilatildeo agraves florestas sazonalmente inundadas

(PRANCE et al 1976)

Floresta de Baixio

Os baixios satildeo definidos como florestas que inundam sazonalmente no periacuteodo de

novembro-marccedilo eou que sofrem influecircncia direta dos igarapeacutes Estas florestas devido

agrave topografia possuem lenccedilol freaacutetico mais superficial que em eacutepocas chuvosas

aflorando e inundando essas aacutereas Aleacutem disso apresentam dossel mais aberto em

relaccedilatildeo agraves florestas de terra firme (LAMOTTE 1990) pela predominacircncia de palmeiras

arborescentes e uma grande abundacircncia de palmeiras no sub-bosque

Floresta de Platocirc Baixo com campinarana

A Campinarana ocorre entre a floresta de terra firme e a Floresta de Baixio daiacute a

denominaccedilatildeo Floresta de Platocirc Baixo com campinarana Fisionomicamente caracteriza-

se por um dossel de aacutervores de porte menor que as do platocirc com alta densidade de

epiacutefitas Desenvolve-se sobre solo arenoso coberto por uma camada de serrapilheira

entremeada com um denso tapete de raiacutezes

2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

O Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos criado em 21062006 possui 876 mil

hectares e se localiza nos estados do Amazonas Rondocircnia e Mato Grosso abrangendo

trechos dos rios Roosevelt Guaribas Branco Madeirinha e Ji-Paranaacute

O Parque protege uma enorme variedade de ecossistemas incluindo diferentes

formaccedilotildees florestais bem como uma das maiores manchas de Cerrado - os campos -

de toda Amazocircnia A paisagem dos Cerradossavanas eacute composta por campos sujos

campos limpos e Cerrados propriamente ditos Matas de galeria satildeo encontradas ao

longo dos rios e riachos que cortam a savana O solo dos Cerrados da regiatildeo eacute arenoso e

raso de baixa fertilidade muito suscetiacuteveis agrave erosatildeo

48

Nas demais aacutereas do Parque existem florestas abertas e densas A Floresta Ombroacutefila

Densa de modo geral apresenta dossel fechado compacto com altura entre 25 e 35 m

do qual sobressaem as aacutervores emergentes atingindo ateacute 40 m A Floresta Ombroacutefila

Aberta eacute caracterizada fisionomicamente pela presenccedila de grandes aacutervores espaccediladas

possibilitando a penetraccedilatildeo de luz Esta diversidade de habitats em uma mesma regiatildeo

condiciona a ocorrecircncia de diversas espeacutecies O Parque Nacional incorpora regiotildees

consideradas de prioridade extremamente alta para a conservaccedilatildeo da biodiversidade da

Amazocircnia (WEBVENTURE 2001)

Quanto aos solos de modo geral os mais encontrados na regiatildeo satildeo os solos aluviais

Latossolo Vermelho amarelo Podzoacutelico Vermelho Amarelo Laterita Hidromoacuterfica e o

Podzol Hidromoacutefico

A aacuterea selecionada abrange as cartas topograacuteficas 1250000 SB-20-Y-C (Labrea) e SB-

20-Y-D (Humaitaacute) descritas no volume 17 ndash Purus ndash do Projeto RADAMBRASIL

(1978) Os principais tipos de vegetaccedilatildeo abrigados pelo Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos satildeo descritos abaixo com informaccedilotildees do Projeto RADAMBRASIL

(1978)

Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas

Formaccedilatildeo que apresenta agrupamentos de aacutervores emergentes nas elevaccedilotildees mais

pronunciadas dos interfluacutevios como o argelim-da-mata (Hymenolobium petraeum)

argelim-de-pedra (Dinizia excelsa) tauari (Couratari spp) castanha-do-paraacute

(Bertholletia excelsa) entre outras Eacute significativa a presenccedila de palmeiras que

competem por luz no estrato arboacutereo superior babaccedilu (Orbygnia spp) patauaacute

(Oenocarpus bataua) accedilaiacute (Euterpe spp) ocorrendo preferecircncialmente nos locais mais

uacutemidos

Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial

Formaccedilatildeo caracteriacutestica das aacutereas inundaacuteveis pelas cheias sazonais ecologicamente

adaptados agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua entretanto beneficia-se da renovaccedilatildeo

regular do solo decorrente das enchentes perioacutedicas Natildeo constitui ambiente cliacutemax

49

Durante a eacutepoca das cheias existe uma diminuiccedilatildeo das atividades bioloacutegicas (dormecircncia

e seca fisioloacutegica) quando ocorrem inundaccedilotildees prolongadas A sumauacutema (Ceiba

pentandra) provida de enormes raiacutezes tabulares eacute a representante mais expressiva neste

grupo de formaccedilatildeo Apresenta tambeacutem muitas palmeiras no estrato intermediaacuterio

Floresta Ombroacutefila Aberta das Terras Baixas

Formaccedilatildeo caracteriacutestica por feiccedilatildeo mista de palmeiras e aacutervores latifoliadas sempre

verdes e bem espaccediladas de altura irregular (entre 15 e 25m) com grupamentos de

babaccedilu (Orbygnia sp) e patauaacute (Oenocarpus bataua) principalmente nos interfluacutevios

do Terciaacuterio Nos vales de fundo chato de encharcamento constante ocorre

concentraccedilatildeo de buriti (Mauritia flexuosa) em povoamento puro

Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial

Eacute uma formaccedilatildeo arboacuterea com palmeiras que ocupa principalmente as planiacutecies e

terraccedilos dos rios Madeira Purus Coari e Tefeacute Caracteriacutestico de regiotildees inundaacuteveis

pelas cheias sazonais ecologicamente adaptado agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua

beneficiaacute-se da renovaccedilatildeo do solo decorrentes das enchentes perioacutedicas

Savana Gramiacuteneo-Lenhosa

Prevalecem nesta fisionomia quando natural os gramados entremeados por plantas

lenhosas raquiacuteticas que ocupam extensas aacutereas dominadas por hemicripitoacutefitos e que

aos poucos quando manejadas atraveacutes do fogo ou pastoreio vatildeo sendo substituiacutedas por

geoacutefitos que se distinguem por apresentarem colmos subterracircneos portanto mais

resistentes ao pisoteio do gado ao fogo

Savana Parque

Formaccedilatildeo com caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com nanofaneroacutefitos (plantas

lenhosas que vivem longos anos com suas gemas a menos de 3 m) de um mesmo

ecoacutetipo bastante espaccedilados isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas

lenhosas raquiacuteticas sobre denso tapete gramiacuteneo lenhoso de hemicriptoacutefitos (plantas

herbaacuteceas com gemas embaixo da superfiacutecie do solo ou imediatamente debaixo) e

50

cameacutefitos (plantas herbaacuteceas ou lenhosas que vivem longos anos com suas gemas acima

do solo pelo menos a 25 cm de altura)

Formaccedilotildees Pioneiras

Satildeo formaccedilotildees em fase de sucessatildeo (hidrossere) encontradas em ambientes de solos

sazonais que se situam ao longo dos rios e em locais deprimidos dos interfluacutevios

tabulares do Terciaacuterio ou dispersas no interior das florestas Densa eou Aberta As

comunidades ribeirinhas satildeo constituiacutedas de um maior nuacutemero de espeacutecies hidroacutefitas

enquanto aquelas mais distantes possuem um maior nuacutemero de espeacutecies mesoacutefitas e

higroacutefitas Os liacutequens por exemplo satildeo mais abundantes nos ambientes mais distantes

dos cursos de aacutegua Estas formaccedilotildees ocupam aacutereas de influecircncia aluvial (planiacutecies e

terraccedilos) e de influecircncia pluvial (depressotildees nos interfluacutevios)

263 Bioma Cerrado

Segundo Coutinho (2000) o Bioma Cerrado apresenta-se como um mosaico de formas

fisionocircmicas ora manifestando-se como Campo Sujo ora como Cerradatildeo ora como

Cerrado sensu strictu ou Campo Limpo Este mosaico eacute determinado pelo mosaico de

manchas de solo pouco mais pobres ou pouco menos pobres pela irregularidade dos

regimes caracteriacutesticas de queimada de cada local (frequumlecircncia eacutepoca intensidade) e

accedilatildeo humana

De um modo geral podemos distinguir dois estratos na vegetaccedilatildeo dos Cerrados o

estrato lenhoso constituiacutedo por aacutervores e arbustos e o estrato herbaacuteceo formado por

ervas e subarbustos Ambos satildeo curiosamente helioacutefilos Ao contraacuterio do caso de uma

floresta o estrato herbaacuteceo natildeo eacute formado por espeacutecies de sombra ombroacutefilas

dependentes do estrato lenhoso O sombreamento lhe faz mal prejudica seu crescimento

e desenvolvimento O adensamento da vegetaccedilatildeo lenhosa acaba por eliminar em grande

parte o estrato herbaacuteceo Por assim dizer estes dois estratos se antagonizam Por esta

razatildeo entende-se que as formas intermediaacuterias de Cerrado - Campo Sujo Campo

Cerrado e Cerrado sensu strictu ndash apresentam-se como verdadeiros ecoacutetonos onde a

vegetaccedilatildeo herbaacuteceasubarbustiva e a vegetaccedilatildeo arboacutereaarbustiva estatildeo em intensa

51

competiccedilatildeo procurando cada qual ocupar aquele espaccedilo de forma independente

individual

Como representante deste bioma foi selecionada a aacuterea do Parque Nacional de

Brasiacutelia localizado entre as coordenadas 15deg45rsquo a 15deg33rsquo S e 48deg6rsquo a 47deg50rsquo W Esta

aacuterea possui uma extensatildeo aproximada de 30 mil hectares sendo a unidade de

conservaccedilatildeo de maior destaque no Distrito Federal Tal importacircncia se deve agrave

presenccedila de inuacutemeras espeacutecies representativas da fauna e flora do bioma Cerrado

assim como importantes mananciais hiacutedricos

Segundo a carta climaacutetica do Distrito Federal a regiatildeo do Parque Nacional de Brasiacutelia

estaacute submetida a dois tipos de clima de acordo com a temperatura local (Koppen) o

Cwa tropical de altitude com temperatura do mecircs mais frio a 18degC e a meacutedia do mecircs

mais quente superior a 22degC (cotas altimeacutetricas de 1000 a 1200 m) e o Cwb tropical

de altitude com temperatura do mecircs mais frio inferior a 18degC e meacutedia do mecircs mais

quente inferior a 22degC (cotas altimeacutetricas acima de 1200 m) A ocorrecircncia de chuvas

se daacute nos meses de outubro a marccedilo com maacutexima de dezembro a agosto Entre os

meses de abril a setembro ocorre a eacutepoca seca sendo que os meses mais criacuteticos satildeo

junho e julho

Os principais tipos de solos encontrados no PNB satildeo os Latossolos Vermelho-Escuro e

Vermelho-Amarelo (cerca de 38) os Cambissolos (cerca de 22) e os Solos

Hidromoacuterficos (RAMOS 1995) Os demais grupos como Podzoacutelicos hidromoacuterficos

aparecem em trechos isolados Os Latossolos satildeo solos profundos caracterizados por

uma textura argilosa ou meacutedia porosos e bastante permeaacuteveis No Cerrado em geral o

estrato arborescente estaacute mais associado agraves aacutereas com um relevo plano a suavemente

ondulado encontrando-se fitofisionomias como Cerradatildeo Cerrado sensu strictu e o

Campo Cerrado (GUIMARAtildeES 2000) Jaacute os Cambissolos satildeo pouco desenvolvidos

com baixa fertilidade e facilmente intemperizados No PNB esse tipo de solo favorece o

desenvolvimento de fisionomias do estrato herbaacuteceo-arbustivo como as classes Campo

Limpo e Campo Sujo por exemplo Os solos hidromoacuterficos por sua vez satildeo

observados em torno de drenagens ou pequenos coacuterregos estando associados ao

afloramento do lenccedilol freaacutetico A vegetaccedilatildeo nesse solo eacute marcada principalmente pela

52

presenccedila de campos com Murunduns associada com outras classes de Cerrado tal como

Campo Limpo Campo Limpo Uacutemido e Campo Sujo

No Parque Nacional de Brasiacutelia estatildeo reunidas as principais fitofisionomias do bioma

Cerrado subdivididas em trecircs estratos vegetacionais de acordo com a classificaccedilatildeo

definida por Ribeiro e Walter (1998) Campo Limpo e Campo Sujo (estrato herbaacuteceo

arbustivo) Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu (estrato arborescente) e Mata de

Galeria (estrato arboacutereo) O Cerradatildeo classe pertencente ao estrato arboacutereo do Cerrado

natildeo eacute encontrado no parque Poreacutem segundo Ferreira (2003) eacute possiacutevel ainda se

distinguir nesse ambiente o Campo Limpo Uacutemido Campo Limpo com Murundum

Campo uacutemido Campo Cerrado com Trembleacuteias Campo Sujo com presenccedila de

Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo Mata de Interfluacutevio e Brejo As

caracteriacutesticas de algumas destas feiccedilotildees fitofisionocircmicas seguem-se abaixo Seguem-se

a definiccedilatildeo destas classes segundo SEMARH (2000)

Cerrado sensu strictu

Formaccedilatildeo savacircnica que tem como caracteriacutestica de destaque uma camada arboacuterea

descontiacutenua atingindo os 8 m de altura excepcionalmente mais alta cobrindo de 10 a

60 da superfiacutecie e um estrato herbaacuteceo-arbustivo bastante diversificado com

cobertura de ateacute 95

Campo Cerrado

Forma intermediaacuteria de vegetaccedilatildeo entre o Cerrado sensu strictu e o Campo Sujo

sendo a de maior ocorrecircncia no Distrito Federal Seu dossel atinge em meacutedia 10 de

cobertura com aacutervores de mais ou menos 3 m de altura bem espalhadas algumas

espeacutecies atingindo excepcionalmente os 10 m como a gomeira ndash Vochysia

thyrsoidea Agraves vezes ocorre alta densidade de herbaacuteceas com destaque para as

gramiacuteneas

Campo Sujo

A cobertura por arbustos e subarbustos eacute miacutenima sempre com altura inferior a 3 m

em meio agrave densa camada graminosa de ateacute 1 m Os arbustos e subarbustos tecircm caules

53

relativamente finos geralmente morrem a cada ano sendo continuamente renovados a

partir de brotaccedilotildees da base lenhosa

Campo Limpo

Forma de vegetaccedilatildeo predominantemente herbaacutecea com raros arbustos e ausecircncia

completa de aacutervores com destaque para gramiacuteneas que medem de 03 m a 1 m Os

campos usualmente se situam sobre solos arenosos rasos e duros nos quais ocorre

uma real deficiecircncia de aacutegua durante os meses secos Podem chegar a recobrir a

totalidade das chapadas arenosas topos e encostas dos morros

Campo Limpo Uacutemido

Situa-se sobre solo inclinado nas encostas dos vales Normalmente o lenccedilol freaacutetico

permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo de seca sofre um

rebaixamento em que as camadas sub-superficiais mantecircm o encharcamento do solo

Possui estrato herbaacuteceo predominantemente graminoso

Campo Limpo com Murundum

Ocorre em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo arredondadas e um

pouco mais altas com cerca de 1 a 10 m de diacircmetro por alguns deciacutemetros de altura

Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial do terreno e deposiccedilatildeo de terra por

teacutermitas recobertos por vegetaccedilatildeo de Cerrado e o solo permanentemente saturado de

aacutegua entre os murunduns

Brejo

A vegetaccedilatildeo herbaacuteceo-arbustiva das aacutereas Brejosas forma comunidades que ocupam as

planiacutecies permanentemente encharcadas sem ocorrecircncia do buriti (Mauritia flexuosa)

que frequumlentemente surge nas bordas das matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo do

Cerrado A caracteriacutestica marcante eacute o niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora

haja variaccedilotildees durante o ano No Distrito Federal ocorrem basicamente trecircs tipos de

Brejo Brejo graminoso Brejo de piuacutena (Ludwigia brachyphyla) e Brejo de taboa

(Typha dominguensis)

54

Mata de Galeria

Segundo Ribeiro e Walter (1998) consiste na vegetaccedilatildeo florestal que acompanha os

cursos drsquoaacutegua de pequeno porte dos planaltos do Brasil Central formando corredores

fechados (galeria) Geralmente localizada nos fundos dos vales ou nas cabeceiras de

drenagem natildeo apresenta caducifoacutelia durante a estaccedilatildeo seca O estrato arboacutereo varia

entre 20 a 30 m ocorrendo a superposiccedilatildeo das copas com fechamento do dossel entre

70 a 95

Os solos satildeo geralmente Cambissolos Plintossolos Podzoacutelicos Hidromoacuterficos ou

Aluviais Aleacutem disso de acordo com a composiccedilatildeo floriacutestica e caracteriacutesticas

ambientais como topografia e variaccedilatildeo na altura do lenccedilol freaacutetico ao longo do ano a

Mata de Galeria pode ser de dois subtipos Mata de Galeria natildeo inundaacutevel e Mata de

Galeria inundaacutevel (temporariamente inundada)

Mata de Interfluacutevio

Formaccedilotildees que ocorrem em lugares com umidade suficiente para um amplo

desenvolvimento vegetativo Em funccedilatildeo do tipo e principalmente da profundidade do

solo esse tipo de mata apresenta niacuteveis diferentes de caducifoacutelia A mata calcaacuteria eacute

deciacutedua e ocorre sobre a rocha calcaacuteria A semideciacutedua eacute a de ocorrecircncia mais comum

e a mata sempre-verde se desenvolve sobre solos de maior fertilidade profundidade

maior e melhores condiccedilotildees de umidade

55

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Detalhamento do fluxo de trabalho

O objetivo geral da pesquisa pressupotildee o atendimento de metas das quais depende o

sucesso do primeiro Pode-se desdobrar os objetivos em sub-etapas sucessivas de modo

a se individualizarem as atividades de trabalho (Figura 31)

Figura 31 ndash Fluxo de atividades

Assim a realizaccedilatildeo deste trabalho requer

a) Coleta e estruturaccedilatildeo dos dados

b) Anaacutelises

c) Testes de aplicaccedilatildeo

Estas etapas podem ser divididas nas seguintes atividades

a1) Coleta e estruturaccedilatildeo de dados vegetacionais foram procurados mapas de vegetaccedilatildeo

natural nos biomas estudados selecionando-se as aacutereas de estudo em funccedilatildeo dos

mapeamentos disponiacuteveis Encontrados em formato digital os mapas demandaram um

56

esforccedilo de preacute-processamento para o armazenamento compatiacutevel com as especificaccedilotildees

dos dados topograacuteficos

a2) Obtenccedilatildeo dos dados topograacuteficos os dados SRTM das aacutereas selecionadas foram

processados para sua derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas estruturadas em planos

de informaccedilatildeo compatiacuteveis com os dados de vegetaccedilatildeo

b1) Apreciaccedilatildeo dos dados os dados foram confeccionados para observaccedilatildeo conjunta

aos mapas de vegetaccedilatildeo mapas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas cujas distribuiccedilotildees

foram observadas em histogramas das diferentes aacutereas em cada classe de vegetaccedilatildeo

b2) Anaacutelises estatiacutesticas as anaacutelises estatiacutesticas tabulares foram empregadas fora do

ambiente de SIG (Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica) Para avaliar as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas como preditoras dos diferentes tipos vegetacionais foram aplicadas

anaacutelises discriminantes

c) Testes de aplicaccedilatildeo baseado nos resultados das etapas anteriores uma seacuterie de

processamentos foi aplicada aos planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrica para avaliaccedilatildeo

de seu potencial no mapeamento da vegetaccedilatildeo

32 Recursos

321 As aacutereas de estudo

Tendo em vista os objetivos da pesquisa buscou-se selecionar aacutereas com diversidade

topograacutefica e vegetacional e que dispusessem de mapeamento da vegetaccedilatildeo Assim

foram aventadas potenciais aacutereas de estudo em diferentes biomas (Figura 32)

A seleccedilatildeo definitiva das aacutereas foi feita apoacutes uma avaliaccedilatildeo dos mapas encontrados em

que se buscaram as condiccedilotildees de escala (geomeacutetrica e temaacutetica) e confiabilidade mais

adequadas para esta pesquisa Diante disso a Reserva Particular do Patrimocircnio Natural

de Serra das Almas (PiauiacuteCearaacute) foi selecionada como representante do Bioma

Caatinga o Parque Nacional de Brasiacutelia (Brasiacutelia) como representante do Cerrado o

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (Amazocircnia) e a Microbacia do Igarapeacute Asu

(Amazocircnia) como representantes da Floresta Amazocircnica Com uma aacuterea relativamente

57

pequena e com feiccedilotildees distintas do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos esta

microbacia foi selecionada para observar os efeitos da topografia no estabelecimento da

vegetaccedilatildeo em escala detalhada A descriccedilatildeo da vegetaccedilatildeo de cada uma destas aacutereas bem

como das principais caracteriacutesticas biofiacutesicas do terreno que as abriga encontram-se no

item 24

Figura 32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo

FONTE Mapa dos Biomas Brasileiros IBGE - 2003

322 Dados de vegetaccedilatildeo

Os dados de vegetaccedilatildeo se referem aos seguintes mapeamentos

a) Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas - mapa da

vegetaccedilatildeo na escala de 1100000 de Carvalho e Pinheiro-Juacutenior (2004) obtido

pela identificaccedilatildeo de cada classe vegetacional nas imagens orbitais TMLandsat

atraveacutes de uma abordagem integrada usando o processo de classificaccedilatildeo por

58

segmentaccedilatildeo por regiotildees interpretaccedilatildeo visual e caracterizaccedilatildeo

floriacutesticofisionocircmica em campo As classes temaacuteticas que natildeo puderam ser

identificadas no campo e que apresentaram padrotildees individualizados nas imagens

orbitais receberam uma denominaccedilatildeo diferenciadora como Complexos vegetais

b) Parque Nacional de Brasiacutelia ndash mapa de vegetaccedilatildeo na escala de 110000 de

Ferreira (2003) gerado a partir da atualizaccedilatildeo de um mapa de vegetaccedilatildeo preacute-

existente Esta atualizaccedilatildeo foi feita a partir da aplicaccedilatildeo de um modelo linear de

mistura sobre uma cena do ETM+Landsat e emprego de cenas IKONOS II de

porccedilotildees da parte leste e oeste da aacuterea

c) Microbacia do Igarapeacute Asu mapa de vegetaccedilatildeo em escala 110000 foi fornecido

pelo grupo de pesquisa Biodiversidade ndash Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico

coordenado por Jasen Zunon (INPA) Para a construccedilatildeo do mapa de vegetaccedilatildeo

foi utilizada a imagem TMLandsat As aacutereas dos platocircs com as cotas mais altas

(cotas acima de 61 m) e mais baixas (cotas de 0 a 60 m) foram extraiacutedas das

imagens do SRTM Ressalta-se que para extrair as aacutereas de baixios foi utilizada

a camada da hidrografia do IBGE utilizando-se uma zona (buffer) de 50 m para

cada lado dos igarapeacutes

d) Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos mapa de vegetaccedilatildeo em escala de

1250000 do RADAMBRASIL (1981) digitalizados pelo SIPAM (Sistema de

Proteccedilatildeo da Amazocircnia)

323 Dados topograacuteficos

Os dados topograacuteficos provieram de experimentos e testes em torno da construccedilatildeo de

banco de dados geomorfomeacutetricos (TOPODATA ndash VALERIANO 2005) Conforme os

procedimentos estabelecidos nesta iniciativa os dados SRTM das aacutereas selecionadas

foram refinados de 3rdquo para 1rdquo com krigagem (VALERIANO 2004) e em seguida

derivados em variaacuteveis geomorfomeacutetricas atraveacutes de diferentes operaccedilotildees de vizinhanccedila

(VALERIANO et al 2006) Os dados SRTM usados correspondem agravequeles

originalmente disponibilizados para a Ameacuterica do Sul em meados de 2003 conhecidos

como ldquoversatildeo 1rdquo Os procedimentos adotados natildeo alteram as especificaccedilotildees

59

cartograacuteficas dos dados originais coordenadas em latitudelongitude natildeo-projetadas

Como resultados foram obtidos os planos de informaccedilatildeo de declividade orientaccedilatildeo de

vertentes curvatura vertical e curvatura horizontal aleacutem da proacutepria elevaccedilatildeo para cada

aacuterea de estudo

324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados

Os principais programas utilizados no trabalho foi o Idrisi versatildeo 20 (EASTMAN

1995) para geoprocessamento e o Statistic 60 para as anaacutelises estatiacutesticas Enquanto o

cerne do geoprocessamento foi conduzido em Idrisi outros SIGs se fizeram necessaacuterios

para o preacute-processamento sobretudo durante a compatibilizaccedilatildeo das diferentes fontes de

dados de vegetaccedilatildeo

33 Procedimentos

331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados

Apoacutes a seleccedilatildeo dos mapas de vegetaccedilatildeo dentro dos requisitos necessaacuterios foi feita a

migraccedilatildeo e a compatiblizaccedilatildeo destes dados com os dados geomorfomeacutetricos Este passo

foi feito atraveacutes de operaccedilotildees de exportaccedilatildeo e importaccedilatildeo de imagem (raster) entre os

diferentes SIGs em funccedilatildeo das diferentes modalidades de conversatildeo requeridas e das

diferentes possibilidades de cada SIG Apoacutes todo o trabalho de conversotildees os dados

foram definitivamente armazenados em Idrisi onde foram realizadas as manipulaccedilotildees

finais de preparo (geometria resoluccedilatildeo e posicionamento) assim como todo o

processamento a partir de entatildeo A estrutura definitiva de armazenamento dos dados em

cada aacuterea de estudo estaacute especificada na Tabela 31

Tabela 31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados

Aacuterea xmiacuten (o) ymiacuten (o) xmaacutex (o) ymaacutex (o) nocol nolin

RPPNA 40deg48rsquo29rdquo 5deg0rsquo31rdquo 41deg11rsquo58rdquo 5deg17rsquo1rdquo 1410 990

MIA 60deg17rsquo6rdquo 2deg38rsquo24rdquo 60deg10rsquo26rdquo 2deg34rsquo5rdquo 400 259

PNCA 66deg 8deg 63deg 7deg 10800 3600

PNB 48deg6rsquo37rdquo 15deg45rsquo5rdquo 47deg50rsquo26rdquo 15deg33rsquo24rdquo 971 867

() ndash resoluccedilatildeo de 1rdquo ou 0000277778ordm (aproximadamente 30 m)

60

Foi feita uma amostragem das variaacuteveis por classe vegetacional atraveacutes de programas de

lote (macro) em SIG As amostras foram extraiacutedas em esquema aleatoacuterio estratificado

Para cada classe foram escolhidos aproximadamente 50 pontos pois devido a limitaccedilotildees

do software natildeo foi possiacutevel coletar exatos 50 pontos em alguns casos O painel

amostral assim formado foi aplicado em cada uma das variaacuteveis para extraccedilatildeo de

amostragens uniformes entre as diferentes classes mapeadas Os dados amostrados

foram pareados em planilhas de acordo com sua posiccedilatildeo geograacutefica e o conteuacutedo destas

planilhas submetido agraves anaacutelises estatiacutesticas

332 Anaacutelise dos resultados

Os planos de informaccedilatildeo armazenados foram editados na forma de mapas

uniformizados para uma visualizaccedilatildeo conjunta dos dados de vegetaccedilatildeo e

geomorfomeacutetricos Este processo deu suporte a observaccedilotildees gerais como a distribuiccedilatildeo

de aacuterea entre as classes de vegetaccedilatildeo sua associaccedilatildeo com o relevo aleacutem de possiacuteveis

semelhanccedilas e associaccedilotildees entre diferentes classes Uma observaccedilatildeo mais acurada das

condiccedilotildees topograacuteficas vigentes sob cada tipo de vegetaccedilatildeo foi feita com histogramas

Foram elaborados histogramas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro da aacuterea de cada

classe de vegetaccedilatildeo buscando-se identificar grupos de classes de comportamento

semelhantes e variaacuteveis de maior poder indicativo dos mesmos

A separabilidade estatiacutestica das classes de vegetaccedilatildeo com base nas variaacuteveis

geomorfomeacutetricas foi avaliada atraveacutes de anaacutelises discriminantes A aplicaccedilatildeo das

anaacutelises aos dados fitofisionocircmicos foi feita apoacutes agrupar classes de vegetaccedilatildeo com

semelhantes estruturas vegetacionais que no mapa de referecircncia estavam muito

particularizadas Estas anaacutelises foram aplicadas tambeacutem dentro dos grupos

vegetacionais formados por mais de duas subfisionomias com o intuito de testar a

hipoacutetese segundo a qual as variaacuteveis geomorfomeacutetricas seriam preditoras algumas

vezes das subfisionomias vegetais Para melhorar a linearidade dos dados estes foram

logaritmizados e posteriormente padronizados

61

333 Processamentos experimentais

Com vistas a uma avaliaccedilatildeo do potencial de aplicaccedilatildeo dos dados geomorfomeacutetricos no

mapeamento da vegetaccedilatildeo foram realizadas algumas manipulaccedilotildees sobre os planos de

informaccedilatildeo Embora este processamento fosse aqui direcionado agrave formaccedilatildeo de mapas

(experimentais) de vegetaccedilatildeo conveacutem lembrar que tal procedimento natildeo estaacute aventado

entre as formas de aplicaccedilatildeo da presente pesquisa Ao contraacuterio propotildee-se que a

aplicaccedilatildeo dos dados gemorfomeacutetricos seja feita em complementaridade agraves fontes

tradicionalmente utilizadas no mapeamento da vegetaccedilatildeo

Os processamentos experimentados (essencialmente classificaccedilotildees) tiveram como base

as observaccedilotildees gerais e os resultados das anaacutelises estatiacutesticas

As anaacutelises discriminantes aplicadas sobre as classes vegetacionais reagrupadas e

tambeacutem dentro dos grupos que incluiacuteam mais de duas subfisionomias indicaram quais

eram as variaacuteveis geomorfomeacutetricas de maior peso na separaccedilatildeo dos grupos bem como

quais desses grupos melhor se separavam entre si A partir das primeiras funccedilotildees

discriminantes nas quais a maior parte da variaccedilatildeo dos dados se concentrava foram

geradas imagens A avaliaccedilatildeo dessas imagens e dos graacuteficos das funccedilotildees discriminantes

permitiu que os mapas baseados nas primeiras funccedilotildees fossem gerados a partir de

classificaccedilotildees por Fatiamentos Esses resultados foram editados em mapas

experimentais para comparaccedilatildeo com os dados de vegetaccedilatildeo agrupados sob as novas

classes

Para avaliar o potencial de aplicaccedilatildeo dos dados topograacuteficos no mapeamento da

vegetaccedilatildeo estes foram aplicados em testes de classificaccedilatildeo com recursos baacutesicos de

processamento de imagens Para tanto foi necessaacuterio que os dados estivessem na

estrutura tiacutepica das imagens de sateacutelite (bytebinaacuterio) Para isso foi feito um re-

escalonamento das variaacuteveis para o intervalo de 0 a 255 (o Idrisi 20 exige que o dado

esteja nesse formato para a realizaccedilatildeo das classificaccedilotildees) o que exigiu a seleccedilatildeo de

valores extremos para cada variaacutevel Para que o re-escalonamento das variaacuteveis fosse

consistente sob diferentes condiccedilotildees de relevo os valores extremos foram tomados apoacutes

observaccedilatildeo de 12 folhas 1250000 do Brasil escolhidas pela presenccedila de relevos

62

contrastantes entre as aacutereas jaacute preparadas no TOPODATA Essas folhas que englobam

terrenos que variam desde escarpas da Serra da Mantiqueira ateacute os relevos deprimidos

do Pantanal Matogrossense e da Ilha do Marajoacute foram analisadas pelos histogramas de

cada variaacutevel procurando-se os valores extremos de suas distribuiccedilotildees Os maacuteximos e

miacutenimos foram tomados nos valores em que cada curva de distribuiccedilatildeo indicasse a

frequumlecircncia de 1 da frequumlecircncia maacutexima independentemente da ocorrecircncia de valores

fora desse intervalo Os valores de declividade foram convertidos de porcentagem para

graus antes desta transformaccedilatildeo para que a variaacutevel mantivesse proporcionalidade

uniforme no intervalo de 0ordm a 39ordm A orientaccedilatildeo de vertentes originalmente uma

variaacutevel circular foi desdobrada nas componentes lineares cosseno (ldquoo quatildeo para norte

se orientardquo) e seno (ldquoo quatildeo para lesterdquo) e ambas transformadas para byte binaacuterio no

intervalo de -1 a +1 A curvatura vertical foi transformada no intervalo de -0155ordmm a

+0155ordmm e a curvatura horizontal -21 ordmm a +21 ordmm A elevaccedilatildeo constitui-se uma

exceccedilatildeo a essa padronizaccedilatildeo e foi transformada usando-se os limites observados

localmente Estas transformaccedilotildees foram feitas essencialmente atraveacutes da operaccedilatildeo de

realce de contraste (stretch)

Uma vez que este estudo se ateve ao potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos os

testes de classificaccedilatildeo apresentados - maacutexima verossimilhanccedila (MaxVer) Cluster e

Fatiamentos - foram aplicados de modo expedito atraveacutes dos recursos disponiacuteveis no

SIG Ressalta-se que o Fatiamento foi feito com base na anaacutelise de histogramas

verificando pontos onde as classes melhor se separavam

63

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

O presente capiacutetulo apresenta os resultados em trecircs partes principais Na primeira parte

os dados preparados para o estudo satildeo apresentados em mapas padronizados para sua

observaccedilatildeo conjunta Em seguida satildeo apresentados os resultados das anaacutelises a que se

submeteram estes dados atraveacutes de tabelas e plotagens dos resultados Por fim

apresenta-se um conjunto de resultados experimentais produto de manipulaccedilotildees sobre

os planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrico associado agrave avaliaccedilatildeo de cada mapa

produzido

41 Apreciaccedilatildeo dos dados

A apreciaccedilatildeo inicial dos dados consistiu na anaacutelise visual das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas e do mapa de vegetaccedilatildeo obtidos para cada aacuterea em estudo (Figuras

41 a 44) Nas legendas destas figuras podem-se observar as faixas de amplitude

numeacuterica dos dados topograacuteficos A RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas) apresentou a maior amplitude altimeacutetrica variando de 180

a 770 m dentro de um intervalo de 590 m enquanto as demais aacutereas apresentaram

menor variaccedilatildeo altimeacutetrica sendo seu intervalo de apenas 97 m para cada aacuterea A

RPPNSA apresenta tambeacutem a maior amplitude de declividade e de curvatura vertical

Com declividade variando de 0 a 98 e curvatura vertical variando na ordem de 029 a

RPPNSA contrasta com as demais aacutereas cujas amplitudes das referidas variaacuteveis satildeo

bem menores A declividade das demais aacutereas varia em torno de 30 enquanto a

variaccedilatildeo da curvatura vertical estaacute na ordem de 006 008 e 005 representando a MIA

(Microbacia do Igarapeacute Asu) o PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e o

PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) respectivamente Assim as anaacutelises exploratoacuterias

indicaram que a maior diferenciaccedilatildeo geomorfomeacutetrica dentro de cada variaacutevel ocorreu

na RPPNSA

Na aacuterea da RPPNSA (Figura 41) jaacute foi possiacutevel verificar a correspondecircncia entre

determinados padrotildees topograacuteficos e algumas classes de vegetaccedilatildeo especialmente entre

a classe S_F e a declividade entre a classe S_A e as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e

64

curvatura vertical e entre a classe S_H e as variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente e curvatura

horizontal sendo indicada levemente pelas variaacuteveis declividade e elevaccedilatildeo

Figura 41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra

das Almas) e seu mapa de vegetaccedilatildeo com as classes S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B

(Complexo Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-

arbustivo) S_E (Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H

(Complexo Galeria) e S_I (Mata Seca)

Na MIA (Figura 42) tambeacutem se niacutetida heterogeneidade do terreno dentro das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas com certas variaccedilotildees comparaacuteveis agraves classes vegetacionais Desse

modo as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e curvatura vertical mostraram-se indicativas

das classes I_B e I_C enquanto a classe I_A foi sugerida apenas pela orientaccedilatildeo de

vertente e curvatura horizontal Assim de maneira geral as variaacuteveis morfomeacutetricas

ilustraram boas evidecircncias da ocorrecircncia de cada classe vegetacional Ressalta-se que

65

dentre todas as aacutereas estudadas a MIA exibe a menor amplitude de declividade

variando de 0 a 23 e tambeacutem uma das menores amplitudes de curvatura vertical

perdendo apenas para o PNB

Figura 42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA (Microbacia do Igarapeacute Asu) e seu mapa de

vegetaccedilatildeo com as classes I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C

(Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

O PNCA (Figura 43) apresentou um terreno mais homogecircneo (devido agrave ruiacutedos) quanto

agraves variaacuteveis curvatura horizontal e curvatura vertical mostrando ligeira tendecircncia de

regionalizaccedilatildeo nas demais variaacuteveis especialmente na variaacutevel elevaccedilatildeo Esta uacuteltima

permite uma clara distinccedilatildeo entre as classes A_A e A_C O PNB (Figura 44)

demonstrou pouca variaccedilatildeo topograacutefica entre as variaacuteveis Nesta aacuterea apenas a classe

B_A foi indicada de modo inequiacutevoco poreacutem foi evidenciada em todas as variaacuteveis

morfomeacutetricas

66

Os mapas de vegetaccedilatildeo utilizados apresentam diferentes niacuteveis de detalhamento

temaacutetico de acordo com as diferentes escalas de mapeamento e as metodologias de

levantamento

Figura 43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e seu mapa

de vegetaccedilatildeo com as classes A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B

(Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa

Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente)

A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras

com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e

A_J (Savana Parque sem floresta-de-galeria)

O mapa de vegetaccedilatildeo da RPPNSA (escala 1100000) apresenta uma boa precisatildeo e

detalhamento floriacutestico uma vez que contou tambeacutem com a caracterizaccedilatildeo

floristicofisionocircmica em campo para sua construccedilatildeo O PNB (escala 110000) tambeacutem

apresenta um bom detalhamento sendo produto do refinamento do mapa de vegetaccedilatildeo

67

jaacute existente se utilizando de imagens IKONOS II para algumas cenas e tambeacutem do

Modelo Linear de Mistura Em contraste as aacutereas referentes ao bioma Amazocircnia natildeo

apresentam mapas de vegetaccedilatildeo tatildeo detalhados sendo o da MIA (escala 110000) e o

do PNCA (1250000) construiacutedos utilizando apenas imagens orbitais sem um

levantamento floriacutestico em campo mais rigoroso

As consideraccedilotildees feitas acima referentes aos dois uacuteltimos mapas sugerem a necessidade

de refinamento dos mapas representantes do bioma Amazocircnia atraveacutes de levantamentos

em campo mais completos e tambeacutem pelo aperfeiccediloamento e desenvolvimento de novos

meacutetodos aplicaacuteveis ao mapeamento deste tipo de fisionomia vegetal

Figura 44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) e seu mapa de vegetaccedilatildeo

com as classes B_A (Mata Galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado)

B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H

(Mata de Interfluacutevio) B_I (Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L

(Campo Limpo com Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora

ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo

68

A distribuiccedilatildeo numeacuterica e a amplitude dos dados geomorfomeacutetricos puderam ser

observadas em histogramas os quais propiciaram uma caracterizaccedilatildeo geomorfomeacutetrica

das aacutereas de estudo bem como para cada classe de vegetaccedilatildeo de cada aacuterea de estudo

(Figuras 45 a 48)

A Figura 45 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo da RPPNSA em comparaccedilatildeo com toda sua aacuterea Verificando a aacuterea total

observa-se que a elevaccedilatildeo varia entre 180 a 770 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o

maior pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em

torno de 98 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores

baixos A direccedilatildeo de suas vertentes tambeacutem apresenta distribuiccedilatildeo bimodal A simetria

da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal e curvatura vertical indicaram o equiliacutebrio entre

terrenos convergentes e divergentes e entre terrenos cocircncavos e convexos

respectivamente

A distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias para cada classe de vegetaccedilatildeo e a RPPNSA revela as

preferecircncias de cada tipo vegetacional a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A

Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de elevaccedilatildeo

em torno de 248 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da aacuterea em

questatildeo assim como o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) A distribuiccedilatildeo da

declividade revela que a vegetaccedilatildeo se concentra em aacutereas com declividades mais baixas

proacuteximas a 8 (terreno ondulado) comportamento semelhante agraves classes de vegetaccedilatildeo

S_C S_D S_G e S_H Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia

voltadas ao norte e nordeste e haacute um equiliacutebrio entre terrenos convergentes e

divergentes (curvatura horizontal) comparaacutevel as classes S_B S_C S_D S_E S_F

S_G e S_I Quanto agrave curvatura vertical esta tambeacutem apresenta um equiliacutebrio entre aacutereas

cocircncavas e convexas como as classes S_C S_D S_E S_G e S_I

O Complexo Arboacutereo (S_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em

torno de 282 m apresentando uma distribuiccedilatildeo mais platicuacutertica de comportamento

semelhante agrave classe S_F A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo eacute

menos tolerante a declividades baixas jaacute que os valores altos ocorrem em maior

frequumlecircncia e em torno de 24 (terreno forte ondulado) Tambeacutem relativo a esta classe

69

as vertentes estatildeo voltadas agrave norte e noroeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por

terrenos cocircncavos (curvatura vertical)

A Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) apresenta dois picos de elevaccedilatildeo relativamente

proacuteximos em torno de 248 e 316 m Suas vertentes estatildeo concentradas mais ao norte e

noroeste sem quase nenhuma ocorrecircncia de vertentes agrave leste e sul

Figura 45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da

RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas) em totalidade e

de suas classes de vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo

Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E

(Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria)

e S_I (Mata Seca)

Para o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) a distribuiccedilatildeo de vertentes indica que estatildeo

predominantemente voltadas para oeste

70

A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Caatinga Arboacuterea (S_E) indicam uma forma

bimodal sendo sua frequumlecircncia distribuiacuteda com picos em torno de 282 e 384 m A

distribuiccedilatildeo da declividade localiza-se entre 0 e 49 com maior frequumlecircncia em 8

(terreno suave ondulado a ondulado)

A Caatinga Florestada (S_F) apresenta uma declividade com distribuiccedilatildeo mais ou

menos uniforme possuindo seu maacuteximo valor em torno de 49 (terreno montanhoso)

Possui uma maior concentraccedilatildeo de suas vertentes a nordeste decaindo sua frequumlecircncia na

direccedilatildeo norte Haacute ligeira preferecircncia por terrenos cocircncavos (curvatura vertical)

O Carrasco (S_G) possui sua elevaccedilatildeo distribuiacuteda entre 316 e 770 m apresentando

distribuiccedilatildeo bimodal com dois estratos altimeacutetricos o mais baixo em torno de 385 m e o

mais alto em torno de 508 m Suas vertentes predominam agrave sudoeste e noroeste com

menor frequumlecircncia agrave nordeste

No Complexo Galeria (S_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta um aspecto denteada

ocorrendo principalmente em ambientes com elevaccedilatildeo em torno de 248 m Destaca-se a

preferecircncia por terrenos com vertentes direcionadas ao nordeste e com menor

frequumlecircncia agrave sudoeste e noroeste Haacute uma clara preferecircncia por terrenos convergentes

(curvatura horizontal) e cocircncavos (curvatura vertical)

A Mata Seca (S_I) exibe preferecircncia por altitudes em torno de 610 m com sua

distribuiccedilatildeo correspondendo ao estrato mais elevado da RPPNA Tambeacutem

comparativamente agrave RPPNA pode-se destacar uma distribuiccedilatildeo mais ou menos

homogecircnea quanto agrave orientaccedilatildeo de vertentes aliado a uma equiliacutebrio entre terrenos

convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e entre aacutereas cocircncavas e convexas

(curvatura vertical)

A Figura 46 ilustra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total da MIA Observando a microbacia como

um todo verifica-se que a altitude varia entre 29 e 126 m com distribuiccedilatildeo bimodal o

que indica a existecircncia de dois estratos altimeacutetricos A sua declividade maacutexima estaacute em

torno de 23 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores

baixos A direccedilatildeo de suas vertentes apresenta-se distribuiacuteda de modo relativamente

71

homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre

terrenos convergentes e divergentes uma situaccedilatildeo tiacutepica quando se analisa uma

microbacia por inteiro A assimetria da distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica a

predominacircncia territorial de terrenos convexos

Figura 46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA

(Microbacia do Igarapeacute Asu) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de

Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e a microbacia satildeo

indicadores de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A

Floresta de Baixio (I_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno

de 53 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da microbacia A

distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra menos tolerante a

declividades mais altas jaacute que ocorrem valores altos em menor frequumlecircncia do que na

microbacia Tambeacutem relativo agrave microbacia destaca-se uma clara preferecircncia por

terrenos convergentes (curvatura horizontal) e em menor grau por aacutereas cocircncavas

(curvatura vertical)

A Floresta de Platocirc Alto (I_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em

torno de 114 m ocupando preferecircncialmente o estrato altimeacutetrico superior Em

contraposiccedilatildeo agrave Floresta de Baixio demonstram maior adaptaccedilatildeo a terrenos divergentes

e aacutereas convexas

A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Floresta de Platocirc Baixo com campinarana

(I_C) indica que esta ocupa uma posiccedilatildeo intermediaacuteria com ligeira restriccedilatildeo no estrato

72

superior da microbacia com maior frequumlecircncia entre 61 e 93 m A semelhanccedila das

distribuiccedilotildees de declividade com a microbacia mostra que sua ocorrecircncia independe

desta variaacutevel assim como a curvatura horizontal Embora a curvatura vertical natildeo

tenha se mostrado uma restriccedilatildeo a sua ocorrecircncia o estreitamento de sua distribuiccedilatildeo

em torno de 0ordmm indica sua ligeira preferecircncia a terrenos retiliacuteneos em relaccedilatildeo a

cocircncavos e convexos

A Figura 47 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNCA Verificando a aacuterea total

observa-se que altitude varia entre 30 e 127 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o maior

pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em torno de

37 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A

direccedilatildeo de suas vertentes tem um caraacuteter homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da

curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes A

distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica tambeacutem um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e

convexos

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo do PNCA satildeo indicadores

de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Floresta

Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras (A_A) ocorre com maior frequumlecircncia em

regiotildees de altitudes em torno 68 e de 86 m

A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra pouco tolerante a

declividades altas se concentrando em aacutereas com declividades mais baixas proacuteximas a

3 (plano) apresentando comportamento semelhante agraves demais classes de vegetaccedilatildeo

Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia voltadas agrave norte e haacute um

equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e terrenos

cocircncavos e convexos (curvatura vertical) similar agraves demais classes de vegetaccedilatildeo

A Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras (A_B) ocorrem com maior

frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 88 m A direccedilatildeo de suas vertentes tem

um caraacuteter homogecircneo assim como as classes A_C A_D e A_H

73

A Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) possui distribuiccedilatildeo

altimeacutetrica em torno 68 m Ao passo que Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas

Dossel emergente (A_D) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em

torno de 107m e o mais baixo em torno de 88 m

Figura 47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA

(Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo

A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B (Floresta Ombroacutefila Aberta

Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente)

A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

herbaacutecea) A_I (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana Parque

sem floresta-de-galeria )

74

A Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (A_E) possui altitude em

torno de 115 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva

(A_F) em torno de 58 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva com palmeiras (A_G) em torno de 83 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea (A_H) em torno de 56 m Savana Gramiacuteneo-Lenhosa

sem floresta-de-galeria (A_I) em torno de 80 m e Savana Parque sem floresta-de-

galeria (A_J) em torno de 56 a 72 m

A Figura 48 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNB Verificando a aacuterea total

observa-se uma distribuiccedilatildeo bimodal com o maior pico em valores em torno de 1140 e

1280 m A sua declividade maacutexima estaacute em torno de 31 (terreno forte ondulado) com

uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A direccedilatildeo de suas

vertentes apresenta distribuiccedilatildeo bem variaacutevel A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura

horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes e terrenos

cocircncavos e convexos respectivamente

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e o PNB satildeo indicadores de

sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Mata galeria

(B_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1048 e 1096

m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e

14 com pico em torno de 4 sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em

ambientes planos a suave ondulados comportamento similar ao da classe E Aliado a

isso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia direcionadas agrave nordeste e sudoeste

Destaca-se nesta classe uma clara preferecircncia por terrenos convergentes (curvatura

horizontal) e por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical) assim como na classe B_G

O Cerrado sensu strictu (B_B) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto

em torno de 1097 m e o mais baixo em torno de 1194 m A distribuiccedilatildeo da declividade

mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e 7 com pico em torno de 4

sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave

ondulados similar agraves classes B_C B_D e B_G Suas vertentes distribuiacutedas de modo

mais ou menos homogecircneo apresentando uma menor concentraccedilatildeo de vertentes

75

voltadas agrave nordeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por terrenos convergentes

(curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e convexos (curvatura

vertical)

Figura 48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB

(Parque Nacional de Brasilia) em sua totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo B_A (Mata

galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E

(Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I

(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L (Campo Limpo com

Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela

de emardquo

O Campo Cerrado (B_C) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica abrangendo todo o intervalo de

valores assim como as classes B_D e B_E poreacutem estas uacuteltimas possuem valores mais

76

altos em torno de 1244 e 1097 m respectivamente ao passo que a primeira eacute em torno

de 1285 m A maioria de suas vertentes estatildeo voltadas agrave sudeste Pode-se tambeacutem

observar que haacute um niacutetido equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes

(curvatura horizontal) e terrenos cocircncavos e convexos (curvatura vertical) assim como

em B_D e B_E Entretanto esta uacuteltima apresenta uma maior distribuiccedilatildeo entre seus

terrenos cocircncavos convexos

A distribuiccedilatildeo de vertentes para o Campo Sujo (B_D) indica uma predominacircncia das

direcionadas ao sudeste e sul Ao passo que a maior parte das vertentes do Campo

Limpo (B_E) estatildeo voltadas para o nordeste e sudoeste

O Campo Limpo Uacutemido (B_F) apresenta sua altimetria restrita a uma pequena faixa em

torno de 1234 m Sua declividade tambeacutem estaacute restrita a aproximadamente 3 (plano e

suave ondulado) Todas as suas vertentes estatildeo voltadas para o norte Haacute uma niacutetida

preferecircncia por terrenos planares (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)

O Brejo (B_G) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica multimodal Suas vertentes predominam agrave

nordeste e sudeste

Na Mata de Interfluacutevio (B_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta dois estratos de

distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em torno de 1097 m sendo a distribuiccedilatildeo concentrada

entre 1073 e 1147 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo

concentrado entre 0 e 18 com pico em torno de 10 sendo portanto este tipo de

vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes ondulados Destaca-se a preferecircncia por terrenos

com vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos

(curvatura horizontal) e em menor grau cocircncavos (curvatura vertical)

O Reflorestamento (B_I) ocorre de modo restrito a regiotildees de altitudes em torno de

1097 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra uma concentraccedilatildeo em torno de 4 sendo

portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave ondulados

Haacute uma concentraccedilatildeo de vertentes orientadas a nordeste aliado a uma clara

predominacircncia de terrenos planos (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)

77

No Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute trimodal

apresentando o maior pico em torno de 1219 m A distribuiccedilatildeo da declividade em B_J eacute

semelhante a B_L com pico em torno de 4 Destaca-se a preferecircncia por terrenos com

vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos (curvatura

horizontal) e terrenos retiliacuteneos (curvatura vertical) embora exista certo equiliacutebrio entre

terrenos que ocorrem com menor frequumlecircncia os cocircncavos e convexos

No Campo Limpo com Murundum (B_L) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute bimodal Destaca-

se a preferecircncia por terrenos com vertentes voltadas ao norte nordeste e sudeste Haacute

predominacircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos

cocircncavos e convexos estes mais bem distribuiacutedos dentro desta classe do que nas demais

classes

A classe Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de

emardquo (B_M) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1097 m

A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra tolerante distribuiacuteda

por todo espectro desta classe apresentando uma distribuiccedilatildeo mais ou menos

platicuacutertica Existe uma clara preferecircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) por

aacutereas convexas e em menor grau por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical)

Da observaccedilatildeo conjunta dos histogramas de todas as aacutereas verifica-se que as

preferecircncias ecofisioloacutegicas das diferentes classes de vegetaccedilatildeo quando expressas

estatildeo representadas pela concentraccedilatildeo de frequumlecircncia das variaacuteveis geomorfomeacutetricas

Entretanto mesmo entre as classes de maior contraste geomorfomeacutetrico as distribuiccedilotildees

apresentam amplitudes sobrepostas com raros casos de condiccedilotildees excludentes

42 Anaacutelises discriminantes

As anaacutelises estatiacutesticas foram empregadas diante do agrupamento de classes

vegetacionais segundo a estrutura de sua vegetaccedilatildeo Assim foram gerados novos mapas

de vegetaccedilatildeo referecircncia

Para a RPPNSA a anaacutelise discriminante entre os grupos vegetacionais Complexo

Arboacutereo arbustiva (Classes agrupadas Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga

78

Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D)) Complexo Arboacutereo

(Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B) Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga

Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata Seca mostrou uma significativa

separaccedilatildeo entre tais grupos considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilks Lambda=

020056 F (201437)=44781 plt00000) O Wilks Lambda geral (que consta no tiacutetulo

das Tabelas) eacute um paracircmetro que varia de 0 (maior poder de discriminaccedilatildeo) a 1 (menor

poder de discriminaccedilatildeo) Os Wilks Lambda parciais observados nos sumaacuterios das

anaacutelises das funccedilotildees discriminantes de cada aacuterea (no corpo das Tabelas) indicam por

sua vez a participaccedilatildeo de cada variaacutevel na reduccedilatildeo do Wilks Lambda geral Ressalta-se

aqui que esses paracircmetros apresentam relaccedilatildeo numeacuterica inversa o WL geral desejaacutevel

eacute o menor possiacutevel enquanto que as variaacuteveis de maior influecircncia satildeo identificadas

pelos maiores valores de Wilks Lambda parcial Desse modo eacute gerado o melhor

modelo baseado natildeo apenas no p-valor mas tambeacutem por meio da avaliaccedilatildeo dos outros

paracircmetros como ilustrado na Tabela 41 Diante disso as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h)

declividade (G) curvatura vertical (kv) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal

(kh) foram consideradas importantes na discriminaccedilatildeo entre as classes de vegetaccedilatildeo e

assim incluiacutedas em todas as funccedilotildees discriminantes independentemente do respectivo

p-valor (Tabela 41)

Tabela 41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (5

grupos) Wilks Lambda 020056 F (201437)=44781 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0663747 0302162 2500011 0000000 0922217 0077783

G 0259549 0772724 318389 0000000 0861859 0138141

kv 0208862 0960247 44814 0001474 0834870 0165130

A 0203935 0983449 18218 0123577 0988884 0011116

kh 0202481 0990507 10374 0387468 0900033 0099967

Observando a distacircncia entre os centroacuteides distacircncia de Mahalanobis dos grupos no

espaccedilo discriminante (Tabela 42) verificou-se que os grupos mais distantes entre si

foram a Mata Seca e o Complexo Arboacutereo-arbustivo (2244425) e os mais proacuteximos

foram Mata Seca e Carrasco (154077) Esta proximidade foi refletida na consideraacutevel

79

sobreposiccedilatildeo entre seus escores (Figura 49) uma vez que ambos os tipos de vegetaccedilatildeo

ocupam relevos planos e suave ondulados em altitudes em torno de 600 m Ressalta-se

que tambeacutem apresentam semelhanccedilas quanto ao comportamento caducifoacutelio com

indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveisTodas as distacircncias foram

significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem ser capazes de

discriminar todas as fisionomias vegetais consideradas na anaacutelise

Tabela 42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Reserva Particular

do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

CA arbustivo Carboacutereo Carrasco Cgaleria Mata Seca

CA arbustivo 000000 5952712 1351015 232019 2244425

Carboacutereo 0000000 471739 202914 790304

Carrasco 000000 629755 154077

Cgaleria 000000 1263179

Mata Seca 000000

Adotou-se 05 como niacutevel de corte para as todas as correlaccedilotildees deste estudo Assim a

Tabela 43 mostra que a variaacutevel elevaccedilatildeo destacou-se correlacionando negativamente

com o eixo 1 A Funccedilatildeo 1 discriminou claramente Mata Seca do Complexo Arboacutereo-

arbustivo mostrando que a Mata Seca ocorreu preferencialmente em locais com maior

altitude e o Complexo Arboacutereo-arbustivoem locais com menor altitude A Funccedilatildeo 2 natildeo

definiu claramente a separaccedilatildeo entre os grupos vegetacionais

Tabela 43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Reserva Particular do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h -0 986606 0 016661

G -0 202112 0 966076

kv 0 013402 -0 155967

A 0 029651 -0 108341

kh -0 020558 0 140234

Analisando a Figura 49 onde os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante

bidimensional eacute apresentada observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discriminou melhor os

grupos vegetacionais O eixo 1 representou 87 e o eixo 2 representou 10 do espaccedilo

80

discriminante Houve tambeacutem certa sobreposiccedilatildeo entre vaacuterias fisionomias vegetais o

que indica que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem variar em um gradiente

topograacutefico o que possivelmente acarretaria em faixas transicionais de vegetaccedilatildeo

CAarbustivo CArboacutereo Carrasco CGaleria Mata Seca

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (87)

Funccedilatildeo1= -101848h+005087G+010642kv+ 012560A-001408kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

3)

Figura 49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas

(RPPNSA)

Como o Complexo Arboacutereo e o Complexo Arboacutereo-arbustivo apresentaram

subfisionomias foram feitas anaacutelises separadas para as mesmas O objetivo dessas

anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas

subfisionomias No que se refere a Complexo Arboacutereo a anaacutelise discriminante mostrou-

se significativa na separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nessa classe (Complexo

Arboacutereo Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada) com base nas variaacuteveis

morfomeacutetricas (Wilks Lambda 078872 F (8268)=42211 plt 00001) As maiores

81

significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis declividade (G) orientaccedilatildeo

de vertente (A) curvatura vertical (kv) e elevaccedilatildeo (h) (Tabela 44)

Tabela 44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da

Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de

variaacuteveis no modelo 4 grupo veg (3 grupos) Wilks Lambda 078872 F

(8268)=42211 plt 00001

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 878947 0 897342 7 664994 0 000705 0 872484 0 127516

A 0 838624 0 940489 4239559 0 016394 0 967195 0 032805

kv 0 810139 0 973556 1 819867 0 166030 0 959694 0 040306

h 0 806097 0 978438 1 476497 0 232129 0 853277 0 146723

A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que os

grupos mais distantes entre si foram Caatinga Florestada e Caatinga Arboacuterea e as mais

proacuteximas foram Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea (Tabela 45) Essa proximidade

foi tambeacutem evidente analisando graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 410)

Entretanto a distacircncia entre Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea natildeo foi

significativa indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas natildeo foram capazes de

discriminaacute-las entre si

Tabela 45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo

Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas

(RPPNSA)

C arboacutereo C arboacuterea C florestada

C arboacutereo 0 000000 0 344034 0 790777

C arboacuterea 0 000000 1 259096

C florestada 0 000000

Distacircncia natildeo significativa

A partir da 46 pode-se verificar que a declividade correlacionou-se positivamente com

o eixo 1 (Tabela 46)

82

Tabela 46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea

da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

G 0 774776 -0 300435

A -0 414084 -0 641590

kv -0 488321 0 194645

h 0 155299 0 502098

Analisando os escores das observaccedilotildees (Figura 410) verificou-se que o primeiro eixo

representou 82 e o segundo eixo 18 do espaccedilo discriminante Existe grande

sobreposiccedilatildeo entre os grupos indicando que a topografia natildeo foi capaz de diferenciar

tais grupos entre si

CArboacutereo CArboacuterea CFlorestada

-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5

Funccedilatildeo 1 (82)

Funccedilatildeo1= 0787300G-0469406 A -0393120 kv +0023671h

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

8)

Figura 410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

83

A anaacutelise discriminante do Complexo Arboacutereo-arbustivo natildeo se mostrou significativa

na avaliaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nesta classe (Caatinga Arboacuterea-

arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa e Complexo Arboacutereo-arbustivo) com base nas

variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843 pgt0

05) (Tabela 47) o que indicou que estes grupos natildeo foram separaacuteveis entre si como

pode se observar no graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 411)

Tabela 47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da

Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no

modelo 2 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 987485 0 970100 2 219127 0 112408 0 996626 0 003375

A 0 971696 0 985863 1 032457 0 358752 0 996626 0 003374

CAarbustiva CHlenhosa CAarbustivo

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (92)

Funccedilatildeo1= -0864906G-0554685 A

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(8

)

Figura 411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da Reserva Particular do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

84

Para a MIA a anaacutelise discriminante separou os grupos vegetacionais de modo

significativo considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilksrsquo Lambda 039562 F

(10290)=17106 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv)

declividade (G) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal (kh) foram importantes

na discriminaccedilatildeo entre os grupos de vegetaccedilatildeo (Tabela 48) o que concorda com a

Figura 412

Tabela 48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA) Ndeg

de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (3grupos) Wilksrsquo Lambda 039562 F (10290)=

17106 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0525606 0752689 2382137 0000000 0766851 0233149

A 0407103 0971788 210474 0125585 0977078 0022922

kv 0464929 0850920 1270185 0000008 0811175 0188825

G 0440473 0898165 822012 0000415 0894754 0105246

kh 0404755 0977425 167452 0191002 0936637 0063363

A distacircncia de Mahalanobis dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que todas as

distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas foram capazes

de discriminar todas as fisionomias vegetais Os grupos mais distantes entre si foram a

Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto (6233659) e os mais proacuteximos foram a

Floresta de Baixio e Floresta de Platocirc Baixo com campinarana (1585357) (Tabela 49)

Estes uacuteltimos apresentaram consideraacutevel sobreposiccedilatildeo (Figura 411) o que condiz com

a transiccedilatildeo das fisionomias vegetacionais

Tabela 49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

F Baixio F P Alto F P B Camp

F Baixio 0000000 6233659 1585357

F P Alto 0000000 3867290

F P B Camp 0000000

Segundo Ribeiro et al (1999) a comunidade vegetal de vertente representa uma faixa

de transiccedilatildeo entre as florestas de platocirc e campinarana Nas partes mais altas e

floristicamente semelhantes agrave comunidade de platocirc (TELLO 1995) e nas mais baixas

85

fisionomicamente parecida com campinarana (RIBEIRO et al 1999) poreacutem sem

apresentar as espeacutecies que a caracteriza Por outro lado outras espeacutecies satildeo exclusivas

desse ecossistema florestal Esta heterogeneidade fisionocircmica decorre de uma grande

diversidade edaacutefica e topograacutefica na aacuterea (TELLO 1995 RIBEIRO et al 1999)

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresnetados

na Figura 412 O primeiro eixo representou 85 e o segundo eixo 15 do espaccedilo

discriminante As variaacuteveis elevaccedilatildeo e a curvatura vertical estatildeo correlacionadas

positivamente com o eixo 1 (Tabela 410) A primeira discriminante separou

claramente a Floresta de Platocirc Alto mostrando ocorrecircncia em locais de maiores

altitudes e curvatura vertical e a da Floresta de Baixio em locais de menores altitudes

e curvatura vetical enquanto a Floresta de Platocirc Baixo com campinarana ocorreu em

locais de transiccedilatildeo entre estas duas feiccedilotildees apresentando valores intermediaacuterios das

mesmas variaacuteveis Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no

espaccedilo discriminante natildeo mostram uma discriminaccedilatildeo muito clara

Tabela 410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu

(MIA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0868610 -0187333

A 0031881 0334352

kv 0743142 0292901

G 0031881 0662975

kh 0269970 0341848

Diante do exposto pode-se concluir que a Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto

satildeo mais separaacuteveis entre si pelas variaacuteveis geomorfomeacutetricas enquanto que a Floresta

de Baixio com campinarana se confunde com as duas primeiras Assim pode haver

dificuldades na identificaccedilatildeo deste tipo vegetacional com base apenas nas variaacuteveis

morfomeacutetricas do terreno

86

FBaixio FPAlto FPBcamp

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (85)

Funccedilatildeo1= 0686501h+0479042kv-0146573G-0139714A +0150701kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4Fu

nccedilatildeo

2

(15

)

Figura 412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

Quanto ao PNCA a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos

grupos vegetacionais Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras Floresta

Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras (Classes

agrupadas (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva

(A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com

palmeiras (A_H) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea)

Floresta Ombroacutefila Densa ( (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente

(A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente (A_E) Floresta

Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) Savana Gramiacuteneo-lenhosa sem

Floresta-de-galeria e Savana Parque sem floresta-de-galeria com base nas variaacuteveis

morfomeacutetricas (Wilks Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000) As maiores

87

significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) declividade (G)

e a curvatura vertical(kv) (Tabela 411)

Tabela 411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg (4grupos) Wilks

Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0897849 0666221 8233170 0000000 0991641 0008359 G 0655090 0913105 1563869 0000000 0990296 0009704 kv 0604121 0990143 163604 0180123 0982358 0017642 A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante mostrou que os

grupos mais distantes entre si foram Floresta Ombroacutefial Densa e Formaccedilotildees Pioneiras

(3769699) e as mais proacuteximas foram Savana e Formaccedilotildees Pioneiras (0747576) (Tabela

412 Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas foram capazes de discriminar a maioria dos tipos de vegetaccedilatildeo

Tabela 412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional

dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana

F O Aberta 0000000 1009975 1192925 0747576 F O Densa 0000000 3769699 1756117 F Pioneiras 0000000 0636013 Savana 0000000

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresentados

na Figura 413 O primeiro eixo representou 89 e o segundo eixo 10 do espaccedilo

discriminante A elevaccedilatildeo foi correlacionada negativamente com o eixo 1 (Tabela 413)

A primeira funccedilatildeo discriminante separou bem as Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta

Ombroacutefila Densa com uma niacutetida concentraccedilatildeo da Floresta Ombroacutefila Densa em

regiotildees de maiores altitudes comparativamente e da Savana em altitudes intermediaacuterias

A posiccedilatildeo dos escores do segundo eixo por sua vez natildeo mostra uma discriminaccedilatildeo natildeo

muito clara

88

F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (89)

Funccedilatildeo1= -0955418h-0299187G +0569062kv

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5Fu

nccedilatildeo

2

(10

)

Figura 413ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre as fitofisionomias vegetais Aliado a isso as

variaacuteveis topograacuteficas explicaram apenas parte da variaccedilatildeo sendo fundamental a

consideraccedilatildeo de outros fatores ambientais que influenciam tal variaccedilatildeo

Tabela 413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional dos

Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0946199 -0285135 G -0299888 0953434 kv 0040028 0082033

Dentro dos grupos Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa tambeacutem foi feita

anaacutelise discriminante para verificar se as variaacuteveis topograacuteficas satildeo preditoras das

diferenccedilas existentes dentro destes grupos

89

A anaacutelise discriminante referente agraves Formaccedilotildees Pioneiras mostrou-se significativa na

separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks

Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura

vertical (kv) e orientaccedilatildeo de vertentes (A) foram as mais importantes na discriminaccedilatildeo

dos grupos (Tabela 414)

Tabela 414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg

(4grupos) Wilks Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0988327 0189399 2910298 0000000 0794133 0205867 kv 0203510 0919798 59293 0003397 0868437 0131563 A 0200203 0934994 47277 0010352 0886704 0113296

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 415) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com palmeiras (F P F L C

P) (1975363) e as mais proacuteximas foram Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - arbustiva (F P F L A) (016718) Entretanto as distacircncias entre estas

uacuteltimas natildeo foram consideradas significativas ( Figura 414)

Tabela 415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees

Pioneiras do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F P F L A F P F L A C P F P F L H

F P F L A 000000 1678342 016718 F P F L A C P 000000 1975363 F P F L H 000000 Distacircncia natildeo significativa

Na Tabela 416 satildeo apresentadas as primeiras funccedilotildees discriminante e a Figura 414

apresenta a distribuiccedilatildeo dos escores observados O eixo 1 representou 99 e o segundo

eixo 1 da variaccedilatildeo no espaccedilo discriminante Nota-se tambeacutem a formaccedilatildeo de dois

conglomerados um constituiacutedo por F P F L A C P (Formaccedilotildees Pioneiras com

90

influecircncia fluviallacustre arbustiva com palmeiras) e o outro formado por Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva (F P F L A)

Tabela 416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0905447 0253524 kv -0029439 0965668 A -0019900 -0094568

FPFLA FPFLACP FPFLH

-6 -4 -2 0 2 4 6

Funccedilatildeo 1 (99)

Funccedilatildeo1= -112154h+032379kv+029964G

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(1

)

Figura 414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA)

A Floresta ombroacutefila densa apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na

separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks

Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000) As variaacuteveis mais importantes na

91

discriminaccedilatildeo dos grupos foram a elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv) e curvatura

horizontal (kh) (Tabela 417)

Tabela 417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg

(3grupos) Wilks Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0 915853 0 273539 193 8718 0 000000 0 896351 0 103650

kv 0 287718 0 870722 10 8385 0 000041 0 882093 0 117907

kh 0 255539 0 980367 1 4619 0 235163 0 971082 0 028918

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 418) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Floresta

Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (F O D A D E) e Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D U) (17 02336) e as mais

proacuteximos foram Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente ( F O D T

B D E) e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D

U) (1 427646)

418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila

Tabela densa do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F O D A D E F O D T B D E F O D T B D U

F O D A D E 0 00000 8 602946 17 02336

F O D T B D E 0 000000 1 42765

F O D T B D U 0 00000

Analisando a Tabela 419 e a Figura 415 observa-se que o eixo da funccedilatildeo 1 discriminou

melhor os grupos vegetacionais A altitude correlacionou-se negativamente com o eixo

1 O graacutefico mostra uma clara separaccedilatildeo entre F O D A D E e F O D T B D U Tabela 419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Floresta Ombroacutefila densa do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h -0 883092 0 273758

kv 0 137193 0 809932

kh -0 128734 0 445988

92

FODADE FODTBDE FODTBDU

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6

Funccedilatildeo 1 (99)

Funccedilatildeo1= -104001h+044141kv-016324kh

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

)

Figura 415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA)

Finalmente o PNB apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na separaccedilatildeo dos

grupos vegetacionais Mata (Classes agrupadas Mata Galeria (B_A) Brejo (B_G) e

Mata de Interfluacutevio (B_H)) Cerrado sensu strictu (B_B) Campo Cerrado (Classes

agrupadas Campo Cerrado (B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo

Sujo (Classes agrupadas Campo Sujo (B_D) e Campo Sujo com presenccedila de

Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M)) e Campo Limpo (Campo

Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo com Murundum ( B_L))

com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054942 F (202163)=21407

plt00000) Cabe ressaltar que para tal anaacutelise foi excluiacuteda a classe reflorestamento As

variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente (A) elevaccedilatildeo (h) declividade (G) curvatura horizontal

93

(kh) e curvatura vertical (kv) foram importantes na discriminaccedilatildeo entre estes tipos de

vegetaccedilatildeo (Tabela 420)

Tabela 420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 054942F

(202163)=21407 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0645090 0851699 2838221 0000000 0897342 0102659

A 0652288 0842300 3051769 0000000 0950633 0049367

kh 0581610 0944658 954928 0000000 0928414 0071586

kv 0571084 0962070 642639 0000045 0905045 0094955

G 0604029 0909596 1620052 0000000 0917956 0082044

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 421) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e

Mata (2769105) e as mais proacuteximos foram Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu

(0420457) A proximidade destes uacuteltimos quanto ao conjunto de variaacuteveis

morfomeacutetricas que os definiram eacute comparaacutevel com a estrutura vegetacional uma vez

que ambas as feiccedilotildees vegetacionais satildeo muito parecidas O Campo Cerrado eacute a forma de

vegetaccedilatildeo intermediaacuteria entre o Campo Sujo e o Cerrado sensu strictu se diferenciando

deste uacuteltimo apenas pelo maior espaccedilamento e a sua menor quantidade de vegetaccedilatildeo

arboacuterea comparativamente com o Cerrado sensu strictu

Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas

foram capazes de discriminar todas as fitofisionomias vegetais consideradas na anaacutelise

Tabela 421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional

de Brasiacutelia (PNB)

Mata C s strictu C Cerrado C sujo C limpo

Mata 0000000 1753158 2308279 1259045 2769105

C s strictu 0000000 0420457 0651613 1889539

C Cerrado 0000000 0951929 1594591

C sujo 0000000 1605777

C limpo 0000000

94

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo bidimensional satildeo apresentados na Figura 416

e as primeiras funccedilotildees na Tabela 422 O primeiro eixo representou pouco mais da

metade do espaccedilo discriminante com 57 da variaccedilatildeo enquanto o segundo representou

31 A elevaccedilatildeo foi correlacionada positivamente com o eixo 1 A primeira funccedilatildeo

separou claramente a Mata do Campo Limpo mostrando que a Mata ocorreu

preferencialmente em locais com menor altitude e o Campo Limpo em locais com maior

altitude Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no espaccedilo

discriminante natildeo mostrou uma discriminaccedilatildeo muito clara

Tabela 422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia

(PNB)

Funccedilatildeo1 Funccedilatildeo 2

h 0787500 -0269384

A -0406321 -0652026

kh 0474768 -0356403

kv 0457941 -0406250

G 0034063 0410172

Houve uma sobreposiccedilatildeo entre as vaacuterias fitofisionomias vegetais (Figura 416) o que

indica que as variaacuteveis topograacuteficas podem variar em gradiente e natildeo de forma discreta

o que levaria a vegetaccedilatildeo ter faixas transicionais e natildeo limites bem definidos Aliado a

isso as variaacuteveis topograacuteficas explicaram parte da variaccedilatildeo vegetacional no entanto

outros fatores podem ser importantes Assim nessa graduaccedilatildeo de Campo Limpo a

Cerradosensu strictu (Campo Limpo Campo Sujo Campo Cerrado e Cerrado sensu

strictu) o aumento de biomassa que acompanha o adensamento arboacutereo se deve a um

conjunto de trecircs fatores o pedoloacutegico pela oligotrofia mineral toxidez por alumiacutenio e

diferenccedilas de drenagem e profundidade dos solos o pirogecircnico pela accedilatildeo do fogo na

biota e o climaacutetico principalmente pelo efeito sazonal que limita a disponibilidade de

aacutegua (COUTINHO 1990 2000 RIBEIRO WALTER 1998) Aleacutem disso desde o

seacuteculo passado o fator antroacutepico passou a causar modificaccedilotildees intensas na paisagem do

domiacutenio do Cerrado com abertura de aacutereas para produccedilatildeo agropecuaacuteria produccedilatildeo de

carvatildeo retirada seletiva de madeira construccedilatildeo de cidades e estradas e uso frequente de

fogo (COUTINHO 1990) Passos (1981) admite tambeacutem que as seccedilotildees de Cerrado sua

95

estrutura esteacutetica e a composiccedilatildeo floriacutestica variam marcadamente em funccedilatildeo dos traccedilos

morfoloacutegicos e pedoloacutegicos accedilatildeo do fogo criaccedilatildeo intensa do gado bovino e pelo uso

predatoacuterio de seus recursos para fins variados Apesar desse grande nuacutemero de fatores

determinantes das diferentes fisionomias de Cerrado as variaacuteveis topograacuteficas podem

ser consideradas importantes preditoras dessas fisionomias

Mata Csstrictu C Cerrado CSujo C Limpo

-8 -6 -4 -2 0 2 4

Funccedilatildeo 1 (57)

Funccedilatildeo1= 0811531h-0490434A +0226348G--0335083kh +0208597kv

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Funccedil

atildeo 2

(3

1)

Figura 416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Como o Campo Limpo e a Mata apresentaram subfisionomias foram feitas anaacutelises

separadas para as mesmas O objetivo dessas anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis

topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas subfisionomias

Para o Campo Limpo a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos

grupo vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054780 F

(10360)=12640 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram

96

as altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical

(0579371) (Tabela 423)

Tabela 423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do Parque Nacional de

Brasiacutelia (PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda

054780 F (10360)=12640 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0713429 0767837 2721238 0000000 0881053 0118947

A 0676059 0810280 2107265 0000000 0919987 0080013

kh 0555943 0985349 133820 0264915 0785837 0214163

kv 0579371 0945503 518741 0006452 0815523 0184476

G 0559424 0979216 191025 0151033 0940045 0059955

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 424) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e

Campo Limpo Uacutemido (4279562) e as mais proacuteximos foram Campo Limpo e Campo

Limpo com Murundum (0648776) Essa proximidade eacute tambeacutem evidenciada analisando

graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 416)

Tabela 424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do

Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

C Limpo C L Uacutemido C L Murundum

C Limpo 0000000 4279562 0648776

C L Uacutemido 0000000 2373841

C L Murundum 0000000

Analisando a Figura 416 e a Tabela 425 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina

melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou

maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 (0704843)

Tabela 425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Campo Limpo do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB)

97

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0704843 -0010358

A -0567686 -0304501

kh 0055032 -0173645

kv 0042136 0713181

G -0318338 0315520

A partir da Figura 417 verifica-se que houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre certos grupos

CLimpo CLUacutemido C LMurundum

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (92 )

Funccedilatildeo1= -0791756h+0694798A +0188232kv+0153586G--0118997kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(8

)

Figura 417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo

Limpo do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Os grupos Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum mostraram uma certa

sobreposiccedilatildeo entre si Enquanto o Campo Limpo Uacutemido se encontra com uma

distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois Isso pode se explicar por sua

preferecircncia por ambientes mais uacutemidos e aacutereas de encostas de vales Nestes ambientes

geralmente o lenccedilol freaacutetico permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo

98

de seca sofre um rebaixamento em que as camadas subsuperficiais mantecircm o

encharcamento do solo (PIVELLO et al 1998) Enquanto que a sobreposiccedilatildeo entre

Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum se deve ao fato deste ser basicamente

um campo uacutemido em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo

arredondadas e um pouco mais altas Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial

do terreno e deposiccedilatildeo da terra por teacutermitas recobertas por vegetaccedilatildeo de Cerrado e solo

permanentemente saturado de aacutegua entre os murunduns (ARAUacuteJO-NETO 1986)

Para a Mata a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos grupo

vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 045369 F

(8334)=20234 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as

altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical (0579371)

(Tabela 426)

Tabela 426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do Parque nacional de Brasiacutelia

(PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 4 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 045369 F

(8334)=20234 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 740994 0 612267 52 87851 0 000000 0 832297 0 167703

A 0 507837 0 893369 9 96642 0 000081 0 966140 0 033860

h 0 489610 0 926627 6 61177 0 001724 0 781795 0 218205

kv 0 462252 0 981469 1 57659 0 209739 0 903314 0 096686

Observando a distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante

distacircncia de Mahalanobis (Tabela 427) verificou-se que os grupos mais distantes entre

si foram Mata de Interfluacutevio e Mata Galeria (5176726) e as mais proacuteximas foram Brejo

e Mata Galeria (0286713) Essa proximidade eacute tambeacutem evidente analisando graacutefico da

funccedilatildeo discriminante (Figura 418) A distacircncia entre o Brejo e Mata Galeria natildeo foram

significativas Isto implica na grande sobreposiccedilatildeo entre estes grupos Enquanto a Mata

de Interfluacutevio se encontra com uma distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois

99

Tabela 427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB)

M Galeria Brejo M Interfluacutevio

M Galeria 0 000000 0 286713 5 176726

Brejo 0 000000 4862178

M Interfluacutevio 0 000000

Distacircncia natildeo significativa

Esses resultados reafirmam que a posiccedilatildeo do relevo eacute um dos determinantes da

composiccedilatildeo floriacutestica e de estrutura das comunidades de interfluacutevio (FONSECA

JUacuteNIOR 2004) uma vez que estas se localizam em locais mais altos Enquanto que a

sobreposiccedilatildeo entre Mata Galeria e Brejo se deve ao fato deste uacuteltimo tipo de vegetaccedilatildeo

ocupar planiacutecies permanentemente encharcadas que frequumlentemente surge nas bordas

nas Matas de Galeria ou mesmo matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo de Cerrado

(RIBEIRO WALTER 1998) A caracteriacutestica marcante desse tipo de ambiente eacute o

niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora haja variaccedilotildees durante o ano

Analisando a Figura 418 e a Tabela 428 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina

melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou

maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 assim a distribuiccedilatildeo dos escores

da Mata de Interfluacutevio possui os maiores valores de altitude

Tabela 428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutela (PNB)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0 849666 0 286224

A 0 504311 0 010065

G 0 088693 0 799165

kv -0 044105 -0 365752

100

M Galeria Brejo MInterfluacutevio

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (95 )

Funccedilatildeo1= 0941455G+0457563A -0309162h+0073823 kv

-3

-2

-1

0

1

2

3

Funccedil

atildeo 2

(5

)

Figura 418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Diante do exposto podemos concluir que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem predizer

os tipos vegetacionais de alguns grupos sendo a maioria destes confundidos entre si

uma vez que as diferenccedilas vegetacionais se devem mais agraves caracteriacutesticas pedoloacutegicas e

clima por exemplo

43 Processamentos experimentais

Diante da apreciaccedilatildeo dos dados e das anaacutelises discriminantes foram feitos

processamentos para verificaccedilatildeo da aplicabilidade de tais resultados ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo As Figuras 418 419 420 e 421 ilustram os produtos das classificaccedilotildees das

variaacuteveis geomorfomeacutetricas selecionadas realizadas atraveacutes de meacutetodos diversos

(Cluster Maacutexima Verossimilhanccedila e Fatiamento) bem como o mapa de vegetaccedilatildeo de

cada aacuterea em estudo Apesar da representaccedilatildeo de tais resultados na forma de mapas

(Figuras 419 a 434) eacute importante lembrar que estes satildeo exerciacutecios experimentais uma

101

vez que satildeo reconhecidas as fontes tradicionais de informaccedilatildeo para o mapeamento da

vegetaccedilatildeo

As classificaccedilotildees por Cluster MaxVer e Fatiamento bem como a classificaccedilatildeo por

Fatiamento das primeiras funccedilotildees discriminantes mostraram diferentes respostas

comparativamente aos mapas de vegetaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo dos histogramas propiciou a

seleccedilatildeo do melhor conjunto de variaacuteveis topograacuteficas para alimentar algoritmos de

classificaccedilatildeo Esta seleccedilatildeo se baseou nas classes que se separavam mais claramente

entre si

As anaacutelises de histogramas para RPPNSA (Figura 45) mostraram notaacutevel separaccedilatildeo

entre as classes S_A e S_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo sendo a classe S_A coincidente

com a S_C S_D e parte predominante da S_H Esta uacuteltima classe se distinguiu das

demais por sua curvatura horizontal mostrando um caraacuteter convergente e curvatura

vertical cocircncava principalmente

Na MIA as anaacutelises (Figura 46) indicaram melhor distinccedilatildeo entre as classes I_A e I_B

atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo e curvatura vertical principalmente A classe I_C se

apresenta em situaccedilatildeo intermediaacuteria embora se mostre especialmente diferente da

classe I_B quando se observa a distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo seguida da curvatura vertical

Nesta aacuterea em especial os meacutetodos de elaboraccedilatildeo do mapa de referecircncia (segundo

Moreira M 2006 comunicaccedilatildeo pessoal) causam uma circularidade da informaccedilatildeo

topograacutefica neste estudo O traccedilado da Floresta de Platocirc Alto foi definido pelo

Fatiamento da altitude acima de 61 m Por sua vez a Floresta de Baixio foi delimitada

pelas aacutereas a menos de 50 m dos cursos drsquoaacutegua estes dispostos de acordo com o

mapeamento da hidrologia local a partir de mapas do IBGE

Para o PNCA a anaacutelise dos histogramas (Figura 47) mostrou a separaccedilatildeo entre as

classes A_B A_C A_D e A_F e entre A_G A_H e A_I atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo

Esta uacuteltima combinaccedilatildeo entretanto natildeo gerou resultado satisfatoacuterio comparativamente

com a referecircncia (Figura 420) uma vez que natildeo abrange todo o intervalo de valores

possiacuteveis As demais variaacuteveis geomorfomeacutetricas apresentaram-se mais ou menos

homogecircneas para todas as classes A anaacutelise dos histogramas do PNB (Figura 48)

102

mostrou melhor separaccedilatildeo entre as classes B_F e B_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo

entretanto estas satildeo muito pequenas diante das demais sendo entatildeo excluiacutedas da anaacutelise

para alimentar a classificaccedilatildeo por Fatiamento As demais classes de modo geral quanto

a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal se diferenciaram mais visualmente

embora houvesse bastante confusatildeo entre estas feiccedilotildees

Diante do exposto foram selecionadas as variaacuteveis elevaccedilatildeo curvatura vertical e

curvatura horizontal para alimentar os algoritmos de classificaccedilatildeo das primeiras trecircs

aacutereas enquanto a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal foram selecionadas para

o PNB

O uso da altitude para expansatildeo de observaccedilotildees pontuais tambeacutem eacute uma praacutetica inerente

aos mapas RADAM e seus derivados Aleacutem de sua contaminaccedilatildeo nos mapas a altitude

estaacute tambeacutem correlata agraves variaacuteveis morfomeacutetricas de acordo com a ordenaccedilatildeo

altitudinal ditada pelo padratildeo do terreno (VALERIANO et al 2006) Num exemplo

simples terrenos convexos nos topos e cocircncavos nos baixios de uma mesma vertente

Pode-se esperar devido a isso uma superestimativa da importacircncia dessa variaacutevel

quando aferida por estes mapas Nos mapas referentes a aacuterea da MIA (Figura 420 e

425) por exemplo percebe-se em funccedilatildeo de algumas diferenccedilas que (1) a base

altimeacutetrica usada no mapeamento da vegetaccedilatildeo na MIA difere dos dados SRTM (os

Fatiamentos natildeo coincidem integralmente) (2) a visualizaccedilatildeo dos dados SRTM permite

a percepccedilatildeo de drenagens que natildeo estavam representadas no mapa usado para

mapeamento da vegetaccedilatildeo (haacute mais afluentes nos dados topograacuteficos de Floresta de

Baixio) Tal situaccedilatildeo pode ser considerada uma regra embora menos expliacutecita do que

no caso acima em todo o mapeamento da vegetaccedilatildeo na Amazocircnia uma vez que

descendem dos dados RADAM cuja metodologia tem intenso aporte da informaccedilatildeo

topograacutefica

Por meio da interpretaccedilatildeo visual das classificaccedilotildees percebe-se na RPPNSA (Figura

420) que o meacutetodo de classificaccedilatildeo que gerou produto mais semelhante ao mapa

referecircncia foi o MaxVer (kappa=03439) principalmente pela extensatildeo e

posicionamento da classes Caatinga Florestada (S_F) Carrasco (S_G) e Mata Seca

(S_I) O Cluster apresenta o produto mais distante comparativamente ao mapa

103

referecircncia (kappa = 00443) especialmente no que se refere a abrangecircncia e o

posicionamento das classes (S_A) Caatinga Arboacutereo-arbustivae (S_B) Complexo

Arboacutereo Por outro lado embora o produto da classificaccedilatildeo por Fatiamento

(kappa=02662) mostre apenas trecircs zonas vegetacionais estas esboccedilam um resultado

mais coerente ao mapa referecircncia do que por Cluster A classificaccedilatildeo por MaxVer

tambeacutem foi o melhor resultado encontrado no PNB (kappa=01231) principalmente

pela extensatildeo e posicionamento da classes (B_B) Cerrado sensu strictu e (B_C) Campo

Cerrado

Figura 419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio

natural de Serra das almas (RPPNSA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima

Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

Classes de Vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo Arboacutereo) S_C

(Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E (Caatinga

Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria) e S_I

(Mata Seca)

104

Para o PNB o Cluster apresentou um produto muito diferente do mapa referecircncia

(kappa=-00079) natildeo apresentando nenhuma correspondecircncia com o mapa referecircncia

Em contrapartida a classificaccedilatildeo por Fatiamento mostra um produto mais coerente

(kappa=01067) mesmo apresentando apenas trecircs feiccedilotildees vegetacionais (Figura 421)

Em contrapartida o mapa gerado por Fatiamento foi o melhor produto encontrado para

MIA (Figura 420) e PNCA (Figura 421) em detrimento das demais classificaccedilotildees Para

a MIA por meio do Fatiamento (kappa=05556) a classe que apresentou maior

semelhanccedila com o mapa de vegetaccedilatildeo da aacuterea foi a classe I_A (Floresta de Baixio)

Entretanto as classificaccedilotildees por Cluster (kappa=04297) e MaxVer (kappa=04986)

tambeacutem produziram resultados visualmente bastante semelhantes ao mapa referecircncia

Figura 420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de

vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de Baixio) I_B

(Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

Finalmente para o PNCA o Fatiamento gerou produto comparaacutevel ao mapa referecircncia

(kappa=04104) principalmente pela extensatildeo e posicionamento das classes (A_B)

105

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras

(A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente e (A_D) Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente O Cluster (kappa=-00913) apresenta o

resultado mais discrepante comparativamente com a referecircncia natildeo havendo

correspondecircncia entre nenhuma das classes A classificaccedilatildeo por MaxVer tambeacutem mostra

pouca correspondecircncia com o mapa referecircncia (kappa=00958)

Figura 421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila

(MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de

Vegetaccedilatildeo A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_B

(Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras)

A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas

Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva

com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana

Parque sem floresta-de-galeria)

Considerando todas as aacutereas em conjunto observa-se que entre os meacutetodos de

classificaccedilatildeo o Cluster apresentou os piores produtos enquanto as classificaccedilotildees por

MaxVer e Fatiamento apresentaram os melhores resultados Pode-se no entanto

106

distinguir o Fatiamento como o meacutetodo de melhor resultado para aacutereas PCNA e MIA

da Amazocircnia e MaxVer para RPPNSA (Caatinga) e PNB (Cerrado)

Figura 422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de

vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo B_A (Mata Galeria) B_B

(Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo)

B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I

(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L ( Campo Limpo com

Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e

ldquocanela de emardquo

Quanto aos processamentos baseados nas anaacutelises discriminantes a geraccedilatildeo da imagem

da primeira funccedilatildeo discriminante de cada aacuterea permitiu a obtenccedilatildeo de uma classificaccedilatildeo

mais elaborada que as anteriores com melhores resultados gerais Os mapas de

vegetaccedilatildeo referecircncia apresentados neste ensaio satildeo produtos de reagrupamento de

classes de vegetaccedilatildeo feitos em funccedilatildeo da semelhanccedila entre suas estruturas

vegetacionais

107

A Figura 423 ilustra os mapas das funccedilotildees 1 e 2 e o Fatiamento da funccedilatildeo1 na aacuterea da

RPPNSA Eacute possiacutevel observar na funccedilatildeo 1 e 2 padrotildees comparaacuteveis agraves classes de

vegetaccedilatildeo Na funccedilatildeo 2 haacute um indicativo pronunciado do Complexo Galeria

principalmente devido agrave variaacutevel declividade que possui maior peso dentro de tal

funccedilatildeo sendo o Complexo Galeria caracteriacutestico de ambientes fluviais que nesta aacuterea

se apresentam encaixados portanto com declividades mais pronunciadas

Figura 423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNS) e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada como referecircncia

Classes de Vegetaccedilatildeo Complexo arboacuterea arbustiva (Classes agrupadas Caatinga

Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-

arbustivo(S_D)) Complexo Arboacutereo (Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B)

Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata

Seca

108

O Fatiamento feito a partir da funccedilatildeo 1 mostrou-se muito semelhante ao mapa de

vegetaccedilatildeo especialmente quanto agraves classes Complexo Arboacutereo-arbustivo e Mata Seca

Comparando o presente resultado com o resultado dos demais processamentos

experimentais realizados este mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da vegetaccedilatildeo

jaacute realizado A Figura 424 ilustra o resultado do Fatiamento das subfisionomias do

Complexo Arboacutereo na aacuterea da RPPNSA Para este caso o Fatiamento mostrou uma

certa confusatildeo entre as classes entretanto este resultado evidenciou algumas tendecircncias

das classes subfisionocircmicas superestimando a ocorrecircncia de Caatinga Florestada e

subestimando as demais classes

Figura 424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da Reserva

Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) e Mapa de vegetaccedilatildeo

como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo do Complexo Arboacutereo Complexo Arboacutereo

Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada

109

A MIA tambeacutem apresenta padrotildees vegetacionais indicados pelas funccedilotildees

discriminantes poreacutem o produto gerado foi de qualidade inferior aos outros

processamentos experimentais realizados para esta aacuterea (Figura 425) Percebe-se que a

Floresta de Platocirc Baixo com campinarana foi subestimada assim como a Floresta de

Platocirc Alto enquanto a Floresta de Baixio foi subestimada Pode-se considerar que para

esta aacuterea de estudo o meacutetodo de processamento mais aplicaacutevel ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo foi o Fatiamento baseado na anaacutelise dos histogramas cujo produto foi o mais

semelhante ao mapa referecircncia (Figura 420) Ressalta-se que apesar do exposto

considerando que no mapa referecircncia utilizado a classe floresta de baixio tenha sido

definida como uma faixa de 50m em cada lado da rede hidrograacutefica os resultados da

classificaccedilatildeo a partir do fatiamento ou da funccedilatildeo discriminante mostraram-se mais

condizentes com a realidade principalmente no que se refere agrave classe floresta de baixio

Figura 425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu

(MIA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de

Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

110

No PNCA mostra que as feiccedilotildees vegetacionais satildeo observadas claramente (Figura 426)

nas funccedilotildees 1 e 2 Na funccedilatildeo 1 todas as classes satildeo distinguidas facilmente exceto a

classe Formaccedilotildees Pioneiras Assim o mapa obtido por Fatiamento da funccedilatildeo 1 mostrou

resultado satisfatoacuterio distinguindo a Floresta ombroacutefila densa e a Floresta Ombroacutefila

Aberta e Savana que embora se mostrem as duas primeiras se mostrem sutilmente

subestimadas e a uacuteltima superestimada evidenciam claramente as tendecircncias dos

diferentes tipos de vegetaccedilatildeo no terreno Comparativamente aos outros processamentos

experimentais este processamento mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo

Figura 426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Floresta

Ombroacutefila Aberta ( Floresta Ombroacutefila Aberta aluvial ( A_A) Floresta Ombroacutefila Aberta

de Terras Baixas com palmeiras (A_B)) Formaccedilotildees Pioneiras (Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras (A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea) (A_H)) Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta

Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Terras

Baixas Dossel emergente (A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel

uniforme (A_E)) Savana (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa (A_I) sem floresta-de-galeria

Savana Parque sem floresta-de-galeria (A_J))

111

Quanto agraves anaacutelises de suas subfisionomias observa-se que o resultado do Fatiamento

das Formaccedilotildees Pioneiras foi quase idecircntico ao do mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia exceto

pela ausecircncia da Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva

(Figura 427) Jaacute na Funccedilatildeo 1 foi possiacutevel perceber claramente um indicativo da classe

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras

aparecendo em tom mais escuro na imagem Funccedilatildeo 1 Para Floresta ombroacutefila densa os

resultados encontrados tambeacutem foram muito promissores

Figura 427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva Formaccedilotildees Pioneiras

com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea

A classe Floresta ombroacutefila densa com dossel emergente foi a que melhor se

assemelhou ao mapa de vegetaccedilatildeo enquanto as demais classes mostraram bons

resultados (Figura 428) Haacute de se considerar que a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras

Baixas com dossel emergente e a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas com

dossel uniforme mostram certa diferenciaccedilatildeo entre o mapa gerado a partir da Funccedilatildeo

discriminante 1 e o mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

112

Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como

referecircncia Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel

uniforme

No PNB soacute foi possiacutevel verificar algumas tendecircncias e o produto obtido natildeo foi

satisfatoacuterio como jaacute era esperado uma vez que se trata de uma aacuterea de relevo

homogecircneo de feiccedilotildees bastante discretas (Figura 428) Por outro lado as suas

subfisionomias apresentaram bons resultados comparaacuteveis aos seus respectivos mapas

de vegetaccedilatildeo de referecircncia No Campo Limpo exceto pela classe Campo Limpo Uacutemido

que foi superestimado no mapa gerado as demais classes mostraram-se bem

semelhantes ao mapa referecircncia tanto por sua extensatildeo quanto pelo seu posicionamento

(Figura 429) Na Mata o produto obtido foi quase idecircntico ao mapa de referecircncia isso

pode ser verificado especialmente pela classe Mata de Interfluacutevio Estes resultados

indicam que para este tipo de vegetaccedilatildeo Cerrado os processamentos natildeo se aplicam ao

mapeamento da vegetaccedilatildeo ao niacutevel de fitofisionomias podendo poreacutem ser aplicaacutevel as

suas subfisionomias (Figura 430) Diante disso foi possiacutevel se conseguir um

113

mapeamento satisfatoacuterio ateacute o niacutevel das subfisionomias para algumas aacutereas de estudo

sendo que para aacutereas com relevo semelhante ao do PNB o emprego deste meacutetodo deve

ser feito com mais cautela

Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia

(PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Mata (Mata Galeria

(B_A) Brejo (B_G) e Mata de Interfluacutevio (B_H)) Campo Cerrado (Campo Cerrado

(B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo Sujo (Campo Sujo (B_D) e

Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M))

e Campo Limpo (Campo Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo

com Murundum (B_L)) e Cerrado sensu strictu

114

Figura 429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Campo Limpo Campo

Limpo Uacutemido e Campo Limpo com Murundum

115

Figura 430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do Parque Nacional de

Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Mata Galeria Brejo e Mata de

Interfluacutevio

116

117

5 CONCLUSOtildeES

O presente trabalho foi conduzido com o intuito de avaliar as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo do SRTM para

identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo A

partir dos resultados obtidos puderam-se assinalar as seguintes conclusotildees

a) As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos

para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees

geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de

vegetaccedilatildeo referecircncia Embora a altitude tenha sido usada para a confecccedilatildeo de

parte dos mapas usados como referecircncia esta foi a mais importante para

discriminaccedilatildeo dos grupos vegetacionais em todas as aacutereas seguida da curvatura

vertical e da curvatura horizontal

b) As fitofisionomias se caracterizaram pelas suas preferecircncias (niacuteveis da

frequumlecircncia maacutexima ou moda) a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas e natildeo

pelas faixas de amplitude que se mostraram sobrepostas em geral com

evidentes implicaccedilotildees no desenvolvimento futuro de meacutetodos de classificaccedilatildeo

com dados geomorfomeacutetricos Anaacutelises discriminantes fundamentada na

estatiacutestica de probabilidades apresentaram os melhores resultados gerais em

relaccedilatildeo aos demais meacutetodos testados (Fatiamento MaxVer e cluster)

c) As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem

ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob

mesmas condiccedilotildees topograacuteficas Para a RPPNSA os grupo que mais se separam

satildeo Mata Seca e Complexo arbustivo arboacutereo Dentro da fisionomia Complexo

Arboacutereo as que mais se separam satildeo a Caatinga Arboacuterea e a Caatinga

Florestada Para a MIA satildeo as Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto

Para o PNCA satildeo Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa no que se

refere agrave fisionomia Formaccedilotildees Pioneiras merece destaque a separaccedilatildeo entre

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com

118

palmeiras e Formaccedilotildees Pioneiras lacustre ndash herbaacutecea Para fisionomia Floresta

Ombroacutefila Densa destaca-se das demais a Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial

Dossel emergente O PNB que natildeo teve uma boa distinccedilatildeo entre as suas

fisionomias tendo entretanto um resultado satisfatoacuterio na separaccedilatildeo de suas

subfisionomias especialmente dentro da fisionomia Mata a Mata de Interfluacutevio

e dentro do Campo Limpo o Campo Limpo Uacutemido

d) Embora os dados geomorfomeacutetricos tenham mostrado potencial indicativo das

classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do

detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de

classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises

discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o

niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a

RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias

deste uacuteltimo O PNB apresentou resultados fracos no niacutevel de fitofisionomia

Entretanto as subfisionomias testadas dentro de fitofisionomias apresentaram

resultados satisfatoacuterios

119

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  • PAacuteGINA DE ROSTO
  • FICHA CATALOGRAacuteFICA
  • BANCA EXAMINADORA
  • EPIacuteGRAFE
  • DEDICATOacuteRIA
  • AGRADECIMENTOS
  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • SUMAacuteRIO
    • LISTA DE FIGURAS
    • LISTA DE TABELAS
    • LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
    • 1 INTRODUCcedilAtildeO
    • 2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
      • 21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem
      • 22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo
      • 23 SRTM
      • 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens
        • 241 Cluster
        • 242 Fatiamento
        • 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)
          • 25 Anaacutelise Discriminante
          • 26 Dados de Vegetaccedilatildeo
            • 262 Bioma Amazocircnia
            • 261 Bioma Caatinga
              • 2621 Microbacia do Igarapeacute Asu
              • 2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
                • 263 Bioma Cerrado
                    • 3 MATERIAL E MEacuteTODOS
                      • 31 Detalhamento do fluxo de trabalho
                      • 32 Recursos
                        • 321 As aacutereas de estudo
                        • 322 Dados de vegetaccedilatildeo
                        • 323 Dados topograacuteficos
                        • 324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados
                          • 33 Procedimentos
                            • 331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados
                            • 332 Anaacutelise dos resultados
                            • 333 Processamentos experimentais
                                • 4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
                                  • 41 Apreciaccedilatildeo dos dados
                                  • 42 Anaacutelises discriminantes
                                  • 43 Processamentos experimentais
                                    • 5 CONCLUSOtildeES
                                    • 6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
Page 3: DADOS GEOMORFOMÉTRICOS COMO SUBSÍDIO AO …

INPE-14813-TDI1255

DADOS GEOMORFOMEacuteTRICOS COMO SUBSIacuteDIO AO MAPEAMENTO DA VEGETACcedilAtildeO

Polyanna da Conceiccedilatildeo Bispo

Dissertaccedilatildeo de Mestrado do Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sensoriamento Remoto orientada pelos Drs Maacutercio de Morisson Valeriano e Tatiana Mora Kuplich aprovada

em 19 de marccedilo de 2007

INPE Satildeo Joseacute dos Campos

2007

5287117 Bispo P C Dados geomorfomeacutetricos como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo Polyanna da Conceiccedilatildeo Bispo - Satildeo Joseacute dos Campos INPE 2007 120 p (INPE-14813-TDI1255) 1 Vegetaccedilatildeo 2 Modelo digital de elevaccedilatildeo 3 Anaacutelises discriminantes 4 Topografia 5 Sensoriamento remoto I Tiacutetulo

ldquoSobre o ensino

Nenhum homem vos pode revelar nada que natildeo repouse jaacute meio adormecido na manhatilde

do vosso conhecimento O mestre que caminha agrave sombra do templo entre os disciacutepulos

natildeo reparte a sua sabedoria mas antes da sua feacute e do seu amor

Se for verdadeiramente saacutebio natildeo vos convidaraacute a entrar na casa da sabedoria mas

levar-vos-aacute aos umbrais do vosso proacuteprio espiacuterito

O astrocircnomo pode falar-vos da sua compreensatildeo do espaccedilo mas natildeo pode dar-vos a

sua compreensatildeo

O muacutesico pode cantar para voacutes a melodia que enche todo o espaccedilo mas natildeo pode dar-

vos o ouvido que aprende o ritmo nem a voz que lhe devolve o eco

E o que eacute versado na ciecircncia dos nuacutemeros pode falar nas relaccedilotildees dos pesos e

medidas mas natildeo pode levar-vos ateacute laacute

Porque a visatildeo de um homem natildeo pode emprestar as suas asas a outro homem

E assim como cada um de voacutes se aguumlenta sozinho no conhecimento de Deus assim deve

estar sozinho no seu conhecimento de Deus e na compreensatildeo da terrardquo

Kalil Gibran escritor aacuterabe

Agravequele que eacute tatildeo amado e amaacutevel que me presenteia com a constacircncia de sua

presenccedila amizade e exemplo de fortaleza de vida e objetividade de ideais Agravequele cujo

apoio tornou mais leve a caminhada mais divertidos os dias Estar distante dessa

pessoa pela forccedila de nossas escolhas natildeo eacute experiecircncia de distacircncia mas de constante

presenccedila de quem deixa a forccedila do bem estampar de sua alma e me alcanccedila com sua

forccedila onde quer que eu esteja Partilho contigo a vida meus ideais e te ofereccedilo essa

conquista Dedico este trabalho ao meu precioso irmatildeo Pitaacutegoras da C Bispo

AGRADECIMENTOS

Se elaborar um trabalho desta natureza constitui de certa forma um desafio mencionar

a totalidade de pessoas que colaboraram para realizaccedilatildeo deste talvez seja tarefa ainda

mais difiacutecil No entanto impossiacutevel deixar de citar nomes Assim gostaria de expressar

minha gratidatildeo

Ao Dr Maacutercio de Morisson Valeriano na condiccedilatildeo de orientador pela sabedoria e

conhecimentos transmitidos os quais abriram caminhos para meu aperfeiccediloamento

cientiacutefico e grande aprendizado pelo incentivo e apoio nos caminhos escolhidos Por

ter me ensinado a praacutetica de que o trabalho se realiza quando transcendemos natildeo soacute as

possibilidades de um trabalho cientiacutefico mas todas as possibilidades que enquanto

pessoa podemos construir Na condiccedilatildeo de amigo pela amabilidade e agradaacutevel

conviacutevio presenteando-me com enriquecedoras discussotildees e palavras as quais levarei

para sempre comigo Minha gratidatildeo por tatildeo especial presenccedila em meu caminho

Agrave Dra Tatiana Mora Kuplich pela orientaccedilatildeo apoio e incentivo Aliada agrave doccedilura e com

a qual sempre me recebeu pelas discussotildees enriquecedoras que contribuiacuteram

imensamente para execuccedilatildeo desta pesquisa pela valiosa amizade e agradaacutevel

convivecircncia

Ao Vitor Celso de Carvalho pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo da Reserva do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas por ele construiacutedo em sua dissertaccedilatildeo de

mestrado

Ao grupo de pesquisa Biodiversidade- Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico coordenado

por Jasen Zunon (INPA) em especial ao Marcelo Moreira pelo fornecimento do Mapa

de Vegetaccedilatildeo da Microbacia do Igarapeacute Asu Por sua atenccedilatildeo e prontidatildeo nos

esclarecimentos de quaisquer duacutevidas surgidas referentes ao mapeamento da aacuterea

Ao Manuel Eduardo Ferreira pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo do Parque

Nacional de Brasiacutelia atualizado em sua dissertaccedilatildeo

Ao Dr Bruce Nelson (INPA) pelo fornecimento da base de dados do SIPAM dos quais

obtivemos a aacuterea de estudo do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

Agrave Drordf Evlyn Novo (INPE) pelo apoio e oportunidade colocando-me em contato com

meus atuais orientadores

Ao Camilo Renoacute (INPE) e Pitaacutegoras da C Bispo (UNESP) pela atenccedilatildeo e auxiacutelio

durante as anaacutelises estatiacutesticas

A uma das minhas mais amadas preciosidades pelo profundo bem querer que sintoniza

nossas almas a todo tempo mostrando-me a beleza que eacute estar partilhando a minha

existecircncia com pessoa de tatildeo admiraacutevel coragem forccedila e clareza de objetivos A vocecirc

minha querida irmatilde Patriacutecia da C Bispo por ser presenccedila inspiradora em minha vida

Agrave minha cunhada Vera e minha linda sobrinha Maria Julia pelo apoio carinho e por

fazerem parte desse ciacuterculo de amor que eacute a minha famiacutelia

Aos amigos Faacutebio Iwashita Leila Sheila Lisboa Thiago Rabelo Taise Faria Andreacute

Maia Javier Portilio Wagner Silva Faacutebio Gonccedilalvez e Rui Epiphanio pela amizade e

troca de conhecimentos

Agrave famiacutelia ldquoAs Traccedilasrdquo minha querida repuacuteblica Flaacutevia Cardoso Fernanda Fonseca e

Eacuterica Diogo e as amigas do ldquoTrio Fantaacutesticordquo minhas queridas vizinhas de baia

Carolina Carvalho e Sheila Knust pelo apoio carinho gargalhadas partilha de

experiecircncias vividas e preciosa amizade proporcionando momentos de alegria que

jamais esquecerei

Ao querido amigo Misael L da Silva e sua famiacutelia pelo apoio e atenccedilatildeo em especial agrave

D Paula pela hospitalidade acolhida e carinho durante a minha estada em Satildeo Joseacute dos

Campos

Ao INPE pela acolhida e apoio logiacutestico

Ao CNPQ pela bolsa de mestrado viabilizando a realizaccedilatildeo desta pesquisa

RESUMO

O presente trabalho buscou avaliar o potencial das variaacuteveis geomorfomeacutetricas extraiacutedas de dados SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) para identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais de quatro aacutereas testes que representaram alguns dos principais biomas brasileiros (Caatinga Cerrado e Floresta Amazocircnica) As anaacutelises recaiacuteram sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo existentes Para isso foram utilizados dados SRTM e dados vegetacionais jaacute publicados As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de vegetaccedilatildeo referecircncia As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob mesmas condiccedilotildees topograacuteficas As variaacuteveis mais importantes na distinccedilatildeo entre os tipos vegetacionais foram a elevaccedilatildeo a curvatura horizontal e a curvatura vertical Apesar de os dados geomorfomeacutetricos mostrarem potencial indicativo das classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias deste uacuteltimo O PNB apresentou o pior resultado no niacutevel de fitofisionomia enquanto as subfisionomias testadas apresentaram resultados satisfatoacuterios Assim o procedimento empregado partindo-se das anaacutelises discriminantes com variaacuteveis geomorfomeacutetricas pode subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo Palavras-chave vegetaccedilatildeo modelo digital de elevaccedilatildeo anaacutelises discriminantes topografia sensoriamento remoto

GEOMORPHOMETRIC DATA AS SUBSIDY FOR VEGETATION MAPPING

ABSTRACT

The potentials of geomorphometric variables derived from SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) for the mapping of vegetation types were investigated Four published vegetation maps for study areas inside three Brazilian biomes (Amazonian forest Savanna and Steppe) served as reference for testing the discriminatory potential of the geomorphometric variables The study sites differed in the feasibility of applying topographic data to vegetation mapping according to the variation of geomorphometric conditions and vegetation reference mapping scale and detail level The analysis indicated the vegetation class groups prone to classification in contrast to groups occurring in similar topographic conditions The variables that presented strongest relationships with the vegetation classes were elevation horizontal and vertical curvature Although geomorphometric data had shown potential for discriminating vegetation classes the achieved classification could not reach the thematic detail level of the reference maps due to co-occurrence of classes with similar vegetational structures Based on discriminant analysis it was possible to experimentally map to the sub-phytophysiognomic level The best results were found for the RPPNSA and PNCA sites and the sub-physiognomies of the latter PNB site showed the worst results at the phytophysiognomy level while its tested sub-physiognomies performed satisfactorily It was found that discriminant analysis of geomorphometric data could subsidy vegetation mapping

Key-words vegetation digital elevation model discriminant analysis topography remote sensing

SUMAacuteRIO

Paacuteg

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

1 INTRODUCcedilAtildeO 23

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 25

21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem 25

22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo 26 23 SRTM 31 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens 34 241 Cluster 35 242 Fatiamento 36 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer) 37

25 Anaacutelise Discriminante 39

26 Dados de Vegetaccedilatildeo 40

261 Bioma Caatinga 40

262 Bioma Amazocircnia 42

2621 Microbacia do Igarapeacute Asu 46

2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos 47

263 Bioma Cerrado 50

3 MATERIAL E MEacuteTODOS 55

31 Detalhamento do fluxo de trabalho 55

32 Recursos 56

321 As aacutereas de estudo 56

322 Dados de vegetaccedilatildeo 57

323 Dados topograacuteficos 58

324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados 59

33 Procedimentos 59

331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados 59

332 Anaacutelise dos resultados 60

333 Processamentos experimentais 61

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 63

41 Apreciaccedilatildeo dos dados 63

42 Anaacutelises discriminantes 77

43 Processamentos experimentais 100

5 CONCLUSOtildeES 117

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 119

LISTA DE FIGURAS

21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade de pixels nos diversos conjuntos de treinamento

38

31 ndash Fluxo de atividades 55

32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo 57

41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 64

42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 65

43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 66

44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB e seu mapa de vegetaccedilatildeo 67

45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da RPPNSA

69

46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA

71

47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA

73

48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB

75

49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da RPPNSA

80

410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

82

411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA

83

412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da MIA

86

413 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea do PNCA

88

414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

90

415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

92

416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do PNB

95

417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo Limpo do PNB

97

418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Mata do PNB

100

419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNSA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

103

420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

104

421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

105

422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

106

423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNS e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada referecircncia

107

424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da RPPNSA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

108

425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

109

426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

110

427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

111

428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

112

429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

113

430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

114

431 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

115

LISTA DE TABELAS

11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)

31

31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados 59

41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da RPPNSA 78

42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea RPPNSA

79

43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da RPPNSA

79

44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

81

45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

81

46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

82

47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA

83

48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea MIA 84

49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da MIA

84

410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da MIA 85

411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do PNCA 87

412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNCA

87

413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNCA 88

414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do PNCA

89

415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

89

416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

90

417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

91

418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

91

419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Floresta Ombroacutefila densa PNCA

92

420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do PNB 93

421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNB

94

422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNB 94

423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB

96

424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB

96

425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Campo Limpo do PNB

97

426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do PNB 98

427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do PNB

99

428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Mata do PNB

99

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DOD ndash Departamento de Defesa dos Estados Unidos IBGE ndash Fundaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

InSAR ndash Interferometric Synthetic Aperture Radar JPL ndash Jet Propulsion Laboratory)

MDE ndash Modelo Digital de Elevaccedilatildeo MIA ndash Microbacia do Igarapeacute Asu NASA ndash National Aeronautics and Space Administrarion NIMA - National Imagery and Mapping Agency

PNB ndash Parque Nacional de Brasiacutelia

PNCA ndash Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

RPPNSA ndash Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas SIG ndash Sistema de Informaccedilotildees Geograacuteficas

SRTM - Shuttle Radar Topographic Mission

USGS -United States Geological Survey

23

1 INTRODUCcedilAtildeO

Dados de sensoriamento remoto tecircm servido como base haacute deacutecadas para mapeamentos

de vegetaccedilatildeo em diferentes escalas Entretanto ainda existem lacunas no conhecimento

a respeito da ocorrecircncia das diferentes formaccedilotildees vegetais brasileiras assim como sua

extensatildeo e estado de conservaccedilatildeo Assim dados de sensores oacutepticos a bordo de sateacutelites

ou aeronaves fornecem informaccedilotildees sobre o dossel vegetal que com apoio de campo

satildeo usados em mapeamentos diversos Evidentemente estes dados tecircm sua capacidade

limitada agrave medida que determinadas formaccedilotildees vegetais possuem respostas espectrais

semelhantes Um dos principais projetos que visaram ao mapeamento da cobertura

vegetal brasileira foi o RADAMBRASIL A variedade de atributos usados no sistema

de classificaccedilatildeo refletiu a variabilidade estrutural dos tipos de vegetaccedilatildeo do Brasil As

informaccedilotildees geradas pelo projeto tambeacutem confirmaram a importacircncia da topografia na

caracterizaccedilatildeo da paisagem local e regional jaacute que eacute um dos fatores determinantes do

estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidade de espeacutecies vegetais

Embora se reconheccedilam os dados topograacuteficos como importante fonte de informaccedilotildees

para subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo o estabelecimento de metodologias com este

aporte requer o desenvolvimento de estudos especiacuteficos para determinar as relaccedilotildees que

existem entre ambos os aspectos Tal condiccedilatildeo pode ser explicada por uma histoacuterica de

ausecircncia de levantamentos topograacuteficos detalhados pela qual grande parte do territoacuterio

nacional permanece com mapeamentos em escalas inadequadas para vaacuterias aplicaccedilotildees

Neste contexto a utilizaccedilatildeo de bases topograacuteficas obtidas por sensores orbitais pode

enfim significar a viabilizaccedilatildeo de tais estudos A missatildeo SRTM (Shuttle Radar

Topographic Mission) ocorrida em 2000 possibilitou a coleta de dados altimeacutetricos

para praticamente toda a superfiacutecie terrestre A existecircncia desses dados em cobertura

nacional permite que se avalie e se desenvolva seu potencial para o mapeamento da

vegetaccedilatildeo de forma relativamente padronizada em diferentes ambientes

Os dados SRTM mostraram-se passiacuteveis de derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas

para expressatildeo das diferentes caracteriacutesticas do relevo o que resulta num conjunto de

dados em complemento agrave altimetria Cada variaacutevel condiciona a vegetaccedilatildeo atraveacutes de

diferentes aspectos da paisagem (temperatura exposiccedilatildeo solar e hidrologia por

24

exemplo) aleacutem do controle direto sobre o transporte e o acuacutemulo de estruturas de

propagaccedilatildeo biomassa e substacircncias vegetais que afetam sua distribuiccedilatildeo Diante disso

o presente trabalho tem como objetivo principal a avaliaccedilatildeo das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo SRTM para identificaccedilatildeo

de tipos vegetacionais As anaacutelises recairatildeo sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes

agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo

existentes

Tal objetivo compreende o atendimento agraves seguintes metas especiacuteficas

bull Identificar as variaacuteveis geomorfomeacutetricas que melhor caracterizem diferentes

tipos de vegetaccedilatildeo

bull Caracterizar os tipos de vegetaccedilatildeo em termos das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas

de sua ocorrecircncia

bull Analisar a capacidade de discriminaccedilatildeo dos tipos vegetacionais mapeados a

partir dos dados geomorfomeacutetricas

bull Aplicar os resultados anteriores ao mapeamento da vegetaccedilatildeo como forma de

avaliaccedilatildeo

25

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

Para a compreensatildeo deste trabalho este capiacutetulo faz uma breve fundamentaccedilatildeo dos

condicionantes topograacuteficos da paisagem e suas relaccedilotildees com a vegetaccedilatildeo Em seguida

satildeo apresentadas as fontes e demais especificaccedilotildees teacutecnicas dos dados topograacuteficos e de

vegetaccedilatildeo aplicados neste estudo

21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem

A topografia ao lado de outras variaacuteveis ambientais eacute fundamental na caracterizaccedilatildeo da

paisagem local e regional Diversos estudos tecircm relacionado variaacuteveis topograacuteficas com

o estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidades de espeacutecies vegetais Schmidt et al

(2003) descrevem as principais variaacuteveis topograacuteficas extraiacutedas de Modelos Digitais de

Elevaccedilatildeo (MDE) que podem ser geradas a partir do SRTM

Segue-se a definiccedilatildeo das variaacuteveis topograacuteficas mais utilizadas em estudos de

caracterizaccedilatildeo da paisagem

a- Elevaccedilatildeo corresponde a altitude do terreno Estaacute relacionada agrave distribuiccedilatildeo

altitudinal do solo e clima condicionando diferentes padrotildees vegetacionais na

paisagem

b- Declividade corresponde ao acircngulo de inclinaccedilatildeo da superfiacutecie local Possui

accedilatildeo direta sobre o equiliacutebrio entre a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo e escoamento

superficial aleacutem de controlar a intensidade dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo

Esse conjunto de fatores resulta na formaccedilatildeo de ambientes com diferentes

caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas as quais permitem o estabelecimento de

diferentes tipos de vegetaccedilatildeo

c- Orientaccedilatildeo de vertentes corresponde ao alinhamento do terreno em relaccedilatildeo ao

sol eacute a medida do acircngulo horizontal da direccedilatildeo esperada do escoamento

superficial geralmente expressa em azimute Dentre os vaacuterios aspectos (relaccedilatildeo

com distribuiccedilatildeo de diferentes substratos refuacutegios ecoloacutegicos etc) esta variaacutevel

relaciona-se ao grau de sombreamento ou iluminaccedilatildeo do terreno selecionando

ambientes mais propiacutecios para o desenvolvimento de determinados tipos de

26

vegetaccedilatildeo em detrimento de outros Assim a orientaccedilatildeo de vertentes controla a

direccedilatildeo dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo portanto com efeitos locais sobre os

regimes hiacutedricos e de energia definindo diferentes padrotildees vegetacionais

d- Curvatura vertical refere-se ao caraacuteter convexococircncavo do terreno quando

analisado em perfil

e- Curvatura horizontal refere-se ao caraacuteter divergenteconvergente dos fluxos de

mateacuteria sobre o terreno quando analisado em projeccedilatildeo horizontal

As duas uacuteltimas variaacuteveis estatildeo relacionadas aos processos de migraccedilatildeo e acuacutemulo de

aacutegua minerais e materiais orgacircnicos no solo atraveacutes da superfiacutecie proporcionados pela

gravidade Estas duas variaacuteveis combinadas representam uma caracterizaccedilatildeo das formas

do terreno que se associam diretamente a propriedades hidroloacutegicas e de transporte

exercendo influecircncia indireta sobre a vegetaccedilatildeo local

22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo

Alguns estudos tecircm mostrado que a topografia exerce influecircncia indireta sobre a

vegetaccedilatildeo uma vez que determina feiccedilotildees hidroloacutegicas variaccedilotildees na disponibilidade de

aacutegua no solo distribuiccedilatildeo dos tipos de solo e topoclimas Outros cujo foco eacute a relaccedilatildeo

direta entre a topografia e a vegetaccedilatildeo verificam tal influecircncia baseados em variaacuteveis

topograacuteficas especialmente elevaccedilatildeo declividade e orientaccedilatildeo de vertentes e mais

raramente estudos baseados nas curvaturas vertical e horizontal do terreno (DARGIE

1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteQUEZ-ROSAS et al 2002) O texto

subsequumlente se refere a tais estudos

Satildeo reconhecidos os efeitos principais da topografia no estabelecimento da vegetaccedilatildeo

ao lado da accedilatildeo do clima da geologia dos solos e da intervenccedilatildeo antroacutepica A

variabilidade topograacutefica induz a uma diversidade de fauna e flora significativa no

ecossistema O desenvolvimento deste eacute controlado ainda por fatores abioacuteticos tais

como disponibilidade de aacutegua temperatura e incidecircncia de radiaccedilatildeo

Em paisagens tais como as savanas as feiccedilotildees hidroloacutegicas baseadas na topografia

exercem influecircncia sobre modelos de propagaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo arboacuterea Estas aacutereas

27

podem capturar e reter nutrientes e aacutegua escassa provenientes de regiotildees montanhosas

ou mesmo devido ao regime hiacutedrico (infiltraccedilatildeoescoamento superficial) determinar o

padratildeo de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo (WU et al 2005) Nas paisagens de florestas

boreais especialmente em casos onde a topografia varia a variaccedilatildeo espacial da

disponibilidade da aacutegua do solo eacute um importante fator que afeta o crescimento e a

composiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo A floresta ripaacuteria dessas aacutereas por exemplo tem um

suprimento constante de aacutegua no solo proacuteximo agrave superfiacutecie assim tecircm

consideravelmente mais espeacutecies de plantas vasculares do que florestas dos terrenos

mais elevados (ZINKO et al 2005) Este gradiente floriacutestico aiacute observado tambeacutem eacute

evidente em outras feiccedilotildees fitofisionocircmicas CLARK et al (1999) verificaram que haacute

um claro gradiente floriacutestico em resposta aos tipos de solo e que estes variaram em

funccedilatildeo da posiccedilatildeo topograacutefica Os autores estudaram a distribuiccedilatildeo e abundacircncia de

palmeiras e outras aacutervores na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica La Selva na Costa Rica Eles

concluiacuteram que menos de 30 das espeacutecies apresentaram distribuiccedilatildeo influecircnciada por

efeitos edaacuteficos ou topograacuteficos Entretanto as variaacuteveis ambientais estudadas (solos e

topografia entre outras) foram capazes de explicar somente uma pequena proporccedilatildeo da

variaccedilatildeo floriacutestica

Nas paisagens brasileiras onde predominam altitudes modestas (maior parte entre 200 e

1200 m) as diversas formas do terreno tambeacutem satildeo determinantes de diferentes

padrotildees fitofisionocircmicos Na Amazocircnia por exemplo onde o relevo eacute descrito como de

pequena amplitude a simples posiccedilatildeo no relevo pode manifestar diferenccedilas na

vegetaccedilatildeo Segundo Ayres (1993) a vegetaccedilatildeo da Amazocircnia pode ser dividida em

campinaranas que satildeo florestas sobre solo arenoso caracterizadas por vegetaccedilatildeo

escleromoacuterfica pobre e baixa e florestas de terra firme que se situam geralmente em

terrenos ondulados a baixas altitudes com aacutervores mais altas algumas chegando ateacute

50m A topografia pode definir a riqueza e distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais ao longo do

gradiente de inundaccedilatildeo e sedimentaccedilatildeo em florestas de vaacuterzea na Amazocircnia Wittman et

al (2004) estudando tal questatildeo observaram que apenas 26 dos 222 registros de

espeacutecies de aacutervores ocorreram abaixo da cota de inundaccedilatildeo A sedimentaccedilatildeo foi mais

alta em estaacutegios sucessionais iniciais proacutexima agraves calhas dos rios principais e decresceu

28

com o aumento do niacutevel da topografia dos siacutetios de florestas e em processos de

sucessatildeo e alcanccedilaram menores taxas nas florestas de vaacuterzea alta

Estudos mostram que a heterogeneidade das condiccedilotildees do solo na Amazocircnia eacute

frequentemente ligada agrave topografia e exerce uma notaacutevel influecircncia sobre a composiccedilatildeo

a estrutura e os padrotildees de diversidade da floresta (LESCURES BOULET 1985

PELISSIER et al 2001) A topografia da Amazocircnia Central eacute fortemente

correlacionada com a textura do solo (CHAUVEL et al 1987) e estes fatores satildeo os

maiores condicionantes da distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais e da estrutura de suas

comunidades em escalas local e regional (SOLLINS 1988 LIEBERMAN 1985

KUBOTA 2004) A comunidade de palmeiras por exemplo se distribue em trecircs zonas

de acordo com as condiccedilotildees hidromoacuterficas do solo Assim pode-se reconhecer solos

bem drenados (platocirc topo vertente) solos pobremente drenados (zona de transiccedilatildeo)

solos sazonalmente inundados (igarapeacutes) nos quais estas diferentes espeacutecies se

distribuem Desse modo verifica-se que a distribuiccedilatildeo de diferentes espeacutecies de

palmeiras estatildeo fortemente relacionadas ao tipo de solo cuja distribuiccedilatildeo depende da

situaccedilatildeo topograacutefica local (KAHN CASTRO 1985) Tal condicionamento natildeo se

restringe agrave distribuiccedilatildeo de tipos vegetacionais cerca de 30 das variaccedilotildees espaciais nas

estimativas de biomassa de aacutervores estatildeo relacionadas agraves caracteriacutesticas do solo e a

topografia (LAURENCE et al 1999 CASTILHO et al 2006)

Em Florestas estacionais e no Cerrado o estabelecimento dos diferentes tipos de

vegetaccedilatildeo se deve muito mais a fatores edaacuteficos e climaacuteticos do que propriamente agrave

topografia Entretanto a topografia explica de modo indireto parte da variaccedilatildeo vegetal

assim como a distribuiccedilatildeo de possiacuteveis fragmentos existentes nestas paisagens Brotrel

et al (2002) estudando a comunidade arboacutereo-arbustiva de um fragmento de floresta

estacional semidecidual (Ingaiacute-MG) verificaram que estes fragmentos se distribuem sob

influecircncia do regime de aacutegua da fertilidade quiacutemica do solo e posiccedilatildeo topograacutefica

Resultado tambeacutem encontrado por Rodrigues et al (2002) que estudando a floriacutestica da

comunidade arboacuterea de um fragmento florestal em Luminaacuterias MG verificaram que a

alta diversidade de espeacutecies aiacute encontradas pode estar relacionada agrave influecircncia de

formaccedilotildees vegetais proacuteximas e aos diferentes microambientes proporcionados pela

topografia variaccedilotildees na fertilidade e umidade dos solos Edivane e Schiavini (2002)

29

caracterizaram a topografia de um gradiente florestal na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica do Panga

(Uberlacircncia MG) e avaliaram sua relaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo das 20 principais espeacutecies

arboacutereas inclusas neste gradiente (mata galeria mesoacutefila semideciacutedua de encosta e

cerradatildeo) Tal estudo mostrou que algumas das espeacutecies satildeo influenciadas positiva ou

negativamente por variaccedilotildees de umidade do solo ocasionadas pela topografia ocorrentes

na mata galeria enquanto outras mostram maiores relaccedilotildees com outros fatores edaacuteficos

eou condiccedilotildees de luminosidade de bordas e clareiras Tambeacutem referente ao ambiente

de Cerrado Fonseca e Silva-Junior (2003) verificaram a sua composiccedilatildeo floriacutestica

densidade e aacuterea basal do componente lenhoso no sentido restrito em duas situaccedilotildees

num gradiente topograacutefico designadas interfluacutevio e vale no Jardim Botacircnico de

Brasiacutelia DF Seus resultados salientaram que a topografia como forte determinante na

distribuiccedilatildeo de algumas populaccedilotildees e comunidades lenhosas por meio de sua influecircncia

na variaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico afetou a composiccedilatildeo floriacutestica a densidade e a aacuterea basal

nos Cerrados sentido restrito de interfluacutevio e vales estudados

Cabe ressaltar que a topografia natildeo condiciona apenas processos ecoloacutegicos mas

tambeacutem a accedilatildeo humana Na escala do nosso paiacutes eacute evidente que os remanescentes

florestais concentram-se em aacutereas menos apropriadas para a agricultura o que eacute

fortemente dependente do relevo (VIANA 1995 VIANA et al 1997) Isto implica no

fato de que a maioria dos fragmentos florestais estar localizada em aacutereas de topo e mais

acidentadas que natildeo satildeo propiacutecias a praacuteticas agriacutecolas ou ocupaccedilatildeo humana

Embora os estudos que abordam especificamente as relaccedilotildees entre as variaacuteveis

topograacuteficas e os tipos vegetacionais sejam menos frequumlentes eles satildeo de grande

importacircncia para o entendimento do ambiente biofiacutesico de modo geral Algumas destas

pesquisas revelam que a elevaccedilatildeo a declividade e a orientaccedilatildeo de vertente satildeo as

principais variaacuteveis relacionadas a variaccedilotildees na distribuiccedilatildeo de fitofisionomias

(DARGIE 1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteSQUES-ROSAS et al 2002)

Em conjunto com outras variaacuteveis geomorfomeacutetricas a declividade em especial

produz uma variedade de situaccedilotildees ambientais tais como gradientes de umidade no

solo entre o topo e a base de uma vertente por exemplo favorecimento de transporte de

partiacuteculas de solo ao longo de um perfil interferecircncia na organizaccedilatildeo vertical do dossel

30

ocasionando variaccedilotildees nos acircngulos de penetraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da luz no interior de

florestas promoccedilatildeo da aparente elevaccedilatildeo da copa de indiviacuteduos menores e mais jovens

de aacutereas superiores de modo que alcancem mais raacutepido o dossel em aacutereas de

declividade acentuada (GANDOLFI 2000) A declividade e a orientaccedilatildeo de vertentes

controlam respectivamente a intensidade e a direccedilatildeo de fluxos de mateacuteria e de insolaccedilatildeo

portanto com efeitos locais sobre os regimes hiacutedricos e de energia No entanto estas

variaacuteveis podem fornecer informaccedilotildees aqueacutem do potencial de utilizaccedilatildeo de MDE

quando se busca o levantamento para estudo da cobertura vegetal com respostas

variadas quando estudadas sob diferentes situaccedilotildees Qi e Zhu (2003) consideram que

um conjunto baacutesico de variaacuteveis topograacuteficas para caracterizaccedilatildeo morfomeacutetrica do

terreno local deve incluir aleacutem dessas as curvaturas horizontal e vertical (SCHMIDT et

al 2003 VALERIANO 2003 VALERIANO CARVALHO JUacuteNIOR 2003)

Os estudos aplicados agrave caracterizaccedilatildeo da paisagem com variaacuteveis topograacuteficas

numeacutericas (morfometria) tecircm sido favorecidos com o desenvolvimento de meacutetodos

automaacuteticos de anaacutelise de MDE A importacircncia de tais estudos estaacute no fato de serem

desenvolvidos em ambiente computacional o que propicia uma reduccedilatildeo de trabalho

manual e a subjetividade dessas atividades

Pressupondo o processo de formaccedilatildeo de solos como resposta agrave distribuiccedilatildeo dos

processos hidroloacutegicos e erosivos e da temperatura do solo Moore et al (1993)

relacionaram atributos pedoloacutegicos agraves variaacuteveis topograacuteficas verificando que a situaccedilatildeo

topograacutefica explicou em parte expressiva a variaccedilatildeo de importantes propriedades do

solo Brubaker et al (1993) fizeram inferecircncias semelhantes baseados na posiccedilatildeo das

observaccedilotildees sobre a superfiacutecie de vertentes Briggs e Shishira (1985) observaram uma

consideraacutevel reduccedilatildeo na variabilidade dos atributos de solo dentro de cada unidade

homogecircnea de relevo

Tais efeitos edaacuteficos associados aos efeitos climaacuteticos aleacutem da accedilatildeo direta do relevo

sobre a vegetaccedilatildeo tecircm dado suporte por exemplo ao estudo de efeitos topograacuteficos no

estabelecimento de diferentes tipos de vegetaccedilatildeo Florinsky e Kuryakova (1996)

consideraram como accedilatildeo direta da topografia o transporte e o acuacutemulo de material

orgacircnico incluindo sementes e outras estruturas de propagaccedilatildeo e recomendam o uso de

31

modelos digitais e mapas de variaacuteveis topograacuteficas (Tabela 11) para levantamento

mapeamento e compreensatildeo dos aspectos dinacircmicos da vegetaccedilatildeo

Tabela 11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)

Variaacutevel unidade Definiccedilatildeo

h m Elevaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao niacutevel do mar (altitude)

G o ou Acircngulo vertical entre os planos horizontal e tangente agrave superfiacutecie do terreno (declividade)

A o Acircngulo horizontal entre norte e a projeccedilatildeo horizontal de um vetor normal agrave superfiacutecie (orientaccedilatildeo de vertente)

kv m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre por um plano contendo um vetor externo normal e um vetor da aceleraccedilatildeo da gravidade (curvatura vertical)

kh m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre que eacute ortogonal agrave seccedilatildeo em kv (curvatura horizontal)

H m-1 Meacutedia das curvaturas vertical e horizontal (curvatura meacutedia)

CA m2 m-1 Aacuterea de terreno cujas linhas de escoamento passam por um determinado segmento de isolinha dividido pelo comprimento desse segmento (aacuterea de captaccedilatildeo)

TI TI = ln(CAG) (iacutendice topograacutefico)

SI SI = CAG (iacutendice de enxurrada)

Florinsky e Kuryakova (1996) estudaram relaccedilotildees entre a cobertura florestal e variaacuteveis

topograacuteficas em quatro diferentes aacutereas de estudo Ficou evidente que o controle

topograacutefico das propriedades da vegetaccedilatildeo eacute realizado de formas diferentes em

diferentes terrenos O exemplo citado apresenta a maior dependecircncia da vegetaccedilatildeo

relativa agrave intensidade de fluxo de aacutegua superficial (escoamento) em regiotildees aacuteridas que eacute

controlado por kh Por outro lado em regiotildees de baixas temperaturas ou grandes

latitudes espera-se maior influecircncia da insolaccedilatildeo controlada por G e A Os resultados

indicam que a distribuiccedilatildeo da cobertura vegetal eacute mais bem explicada quando natildeo se

restringem a anaacutelise do relevo agraves variaacuteveis h G e A Foram tambeacutem observadas algumas

relaccedilotildees entre propriedades da vegetaccedilatildeo e classes do terreno relativas agrave erosatildeo

23 SRTM

Em fevereiro de 2000 um rico conjunto de dados de elevaccedilatildeo global baseado na

tecnologia InSAR (Interferometric Synthetic Aperture Radar) foi adquirido por meio

do projeto SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) do JPL (Jet Propulsion

32

Laboratory) integrado agrave NASA (National Aeronautics and Space Administrarion)

resultando na base de dados topograficos digitais mais completa jaacute construiacuteda As

informaccedilotildees que se seguem foram retiradas do site do JPL (http

www2jplnasagovsrtn) e de Valeriano (2003)

O projeto SRTM proveacutem da cooperaccedilatildeo entre a NASA NIMA (National Imagery and

Mapping Agency) DOD (Departamento de Defesa) dos Estados Unidos e das agencies

espaciais da Itaacutelia e Alemanha Esta missatildeo se utilizou do mesmo instrumento usado em

1994 pelo programa Spaceborne Imaging Radar-CX-Band Synthetic Aperture Radar

(SIR-CX-SAR) a bordo do ocircnibus especial Endeavour Aacute nave foi adicionada um

mastro de 60 m em cuja extremidade foram instaladas antenas para bandas C e X aleacutem

de ajustes nos dispositivos de controle e navegaccedilatildeo Isto permitu a coleta de medidas

tridimensionais da superfiacutecie terrestre atraveacutes de interferometria

O processamento dos dados coletados visou agrave construccedilatildeo de um MDE mundial

elaborado continente por continente O sobrevocirco da SRTM ocorreu entre 11 e 22 de

fevereiro de 2000 durante o qual foram percorridas 16 oacuterbitas por dia resultando num

total de 176 oacuterbitas Desse modo foram coletados 12TB dados A conclusatildeo de cada

continente foi seguida pelo envio de dados ao NIMA para serem editados verificados e

ajustados aos padrotildees norte-ameriacano de exatidatildeo de mapas (National Map Accuracy

Standards) Estes dados foram entatildeo devolvidos agrave NASA para distribuiccedilatildeo puacuteblica

atraveacutes da USGS (United States Geological Survey)

Entre as latitudes 60˚ N e 56˚ S cerca de 80 da superfiacutecie terrestre foi coberta sendo

realizadas para tanto de uma a quatro passagens Um conjunto menor de dados foi

coletado sobre a aacutegua para calibraccedilatildeo Do total de dados SRTM os da banda C foram

processados no JPL e os da banda X no Centro Aeroespacial da Alemanha (DLR) Estes

foram usados para criar MDE de resoluccedilatildeo mais alta poreacutem sem cobertura global

O projeto teve apoio de campo sobretudo com base em levantamentos geodeacutesicos no

qual foi empregado o meacutetodo Sistema de Posicionamento Global Cinemaacutetico

(Kinematic Global Positioning System) Foram coletadas ao todo cerca de 70000 Km

de linhas (transectos) aliada agrave distribuiccedilatildeo de refletores com coordenadas precisamente

definidas pela JPL para geraccedilatildeo do conjunto de pontos referencia ou controle

33

Em paralelo agrave montagem do MDE global foi feito o processamento de dados locais

especiacuteficos Cada aacuterea cobre uma ceacutelula de 1 grau de latitude por um grau de longitude

cujos dados consistem em mapas imagens e dados auxiliares ineacuteditos

Segundo a JPL embora a NIMA aplicasse vaacuterias operaccedilotildees de poacutes-tratamento que

incluem remoccedilatildeo de picos e voacutertices nas informaccedilotildees que acompanham os dados do

usuaacuterio satildeo lembradas suas caracteriacutesticas (inerente a todo dado geo-espacial) devem

condicionar seu desempenho diante das aplicaccedilotildees especiacuteficas uma caracteriacutestica dos

dados SRTM que o torna inadequado para uma dada aplicaccedilatildeo pode ser inoacutecua para

outra Informa-se ainda que nenhuma ediccedilatildeo foi aplicada sobre os dados e que o

conjunto em questatildeo conteacutem um grande nuacutemero de vatildeos e outros pontos espuacuterios como

valores extremamente altos (picos) e outros extremamente baixos (voacutertices) Corpos

drsquoaacutegua seratildeo geralmente mal definidos assim como as linhas de costa

Em janeiro de 2002 a NASA iniciou a distribuiccedilatildeo puacuteblica destes pequenos conjuntos

de dados de locais dentro dos Estados Unidos Enfim foram gerados MDE sob

resoluccedilatildeo de 30m (em coordenadas geograacuteficas com 1rdquo ou 0000277˚) para os Estados

Unidos e 90m (em coordenadas geograacuteficas com 3rdquo ou 0000833˚) para o resto do

mundo O datum e elipsoacuteide de referecircncia satildeo WGS84 com dados z em metros inteiros

Uma apreciaccedilatildeo preliminar dos dados SRTM mostrou uma seacuterie de caracteriacutesticas

indesejaacuteveis tais como falhas negativas (voacutertices) representadas por cotas negativas (-

8388607 m) Estes artafatos satildeo facilmente reconheciacuteveis nas imagens poreacutem devido

ao elevado moacutedulo deste valor sua remoccedilatildeo requer operaccedilotildees cuidadosas para que natildeo

se contaminem as informaccedilotildees vaacutelidas Teacutecnicas tais como filtragens natildeo satildeo capazes

de eliminar este problema mas podem ampliar a sua aacuterea de influecircncia modificando os

cotas de linhas vizinhas formando uma feiccedilatildeo artificial que se assemelha a um vale ou

sulco retiliacutenio com orientaccedilatildeo E-W ou N-S Estes dados satildeo sensiacuteveis a quaisquer

objetos presentes sobre a superfiacutecie do terreno tais como antenas edificaccedilotildees e mesmo

variaccedilotildees na cobertura vegetal A presenccedila destes artefatos atrapalha a percepccedilatildeo do

terreno em si no modelo como de fato eacute o intuito da obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

topograacuteficas A utilizaccedilatildeo de filtragens apesar de minimizar os efeitos destes artefatos

propicia a suavizaccedilatildeo da superfiacutecie como um todo o que natildeo eacute desejaacutevel

34

Alguns estudos tecircm demonstrado que suavizaccedilotildees desnecessaacuterias do MDE prejudicam o

desempenho de algoriacutetimos de declividade por exemplo (VALERIANO 2003)

Considerando que grande parte do territoacuterio nacional eacute provida de mapeamentos

demasiadamente generalizados para vaacuterias utilizaccedilotildees da informaccedilatildeo topograacutefica o

dado SRTM pode ser considerado a melhor informaccedilatildeo topograacutefica jaacute disponibilizada

para o nosso territoacuterio A resoluccedilatildeo de 90m deste dado representa um avanccedilo importante

em relaccedilatildeo agrave dados ateacute entatildeo disponiacuteveis os dados RADARSAT-1 com resoluccedilatildeo

quilomeacutetrica

Como citado anteriormente os dados SRTM trazem consigo limitaccedilotildees intriacutensecas do

sistema e estatildeo sujeitos a uma seacuterie de fatores que alteram a relaccedilatildeo de precisatildeo ou

fidelidade para com a paisagem existente Neste sentido meacutetodos de tratamento de

dados vecircm sendo desenvolvidos com o intuito de adequar os dados aos objetivos das

pesquisas sem entretanto alterar a informaccedilatildeo que se deseja extrair Valeriano (2004)

aplicando a interpolaccedilatildeo dos dados por krigagem e as teorias da geoestatiacutestica na

fundamentaccedilatildeo desta teacutecnica preservou as caracteriacutesticas do terreno no MDE formado

Desta forma o tratamento destes dados consiste na modificaccedilatildeo do MDE SRTM

original para um MDE com caracteriacutesticas desejaacuteveis resoluccedilatildeo melhorada de 1rdquo(~

30m) reduccedilatildeo de artefatos remoccedilatildeo de falhas e distribuiccedilatildeo da aleatoriedade espacial

24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens

Segundo Croacutesta (2002) um dos principais objetivos do sensoriamento remoto eacute o de

distinguir entre e identificar as composiccedilotildees de diferentes materiais superficiais (tipos

de vegetaccedilatildeo padrotildees de uso do solo entre outros) Essa distinccedilatildeo e identificaccedilatildeo

tornam-se possiacuteveis diante do fato de os materiais superficiais terem comportamento

especiacutefico ao longo do espcetro eletromagneacutetico o que permite identificaacute-los ou

classificaacute-los

A classificaccedilatildeo automaacutetica de imagens multiespectrais de sensoriamento remoto diz

respeito a associar cada pixel da imagem a um ldquoroacutetulordquo descrevendo um objeto real

(vegetaccedilatildeo solo etc) Dessa forma os valores numeacutericos (DNs) associados agrave cada

pixel definidos pela reflectacircncia dos materiais que compotildeem esse pixel satildeo

identificados em termos de um tipo de cobertura da superfiacutecie terrestre imageada

35

(aacutegua solo tipode vegetaccedilatildeo rocha etc) chamadas entatildeo tema Apoacutes esse processo ser

completado para todos os pixels de uma determinada aacuterea o resultado eacute um mapa

temaacutetico mostrando a distribuiccedilatildeo geograacutefica de um tema tal como vegetaccedilatildeo ou solo

Desse modo pode-se dizer entatildeo que uyma imagem de sensoriamento remoto

classificada eacute uma forma de mapa digital temaacutetico

Segue-se a definiccedilatildeo segundo Crosta (2002) dos tipos de classificaccedilotildees testadas

(Cluster MaxVer e Fatiamento) no presente trabalho

241 Cluster

Para a classificaccedilatildeo por cluster o espaccedilo de atributos possui agrupamentos cluster ou

ldquonuvensrdquo os quais podem ser caracterizados por curvas de contorno No processo de

classificaccedilatildeo estas nuvens satildeo identificadas e usadas como aacutereas de treinamento

O primeiro passo neste tipo de classificaccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo de uma anaacutelise de

agrupamento utilizando para tal teacutecnicas estatiacutesticas padratildeo Atraveacutes dessa anaacutelise as

nuvens de dados satildeo identificadas no espaccedilo de atributos Uma vez feita essa anaacutelise

uma decisatildeo deve ser tomada em relaccedilatildeo agraves quais concentraccedilotildees devem ser tratadas

como grupos separados A melhor maneira de fazer isso eacute aceitar apenas aquelas cujas

modas ultrapassam certo limiar

O software Idrisi versatildeo 20 oferece a uma definiccedilatildeo condizente com a anterior poreacutem

mais detalhada

O cluster eacute uma teacutecnica que se baseia na anaacutelise das modas (picos) do histograma de

uma variaacutevel de uma aacuterea a ser analisada em que uma moda eacute definida como o valor de

maior frequecirccia comparativamente aos seus vizinhos Isto eacute equivalente a buscar os

picos como um histograma unidimensional poreacutem satildeo avaliados n histogramas (n

variaacuteveis) simultaneamente identificando-se assim aglomeraccedilotildees ou nuvens (clusters)

de pontos no espaccedilo n-dimensional Uma vez que os aglomerados tenham sido

identificados todas as classes seratildeo atribuiacutedas com base no pico de concentraccedilatildeo mais

proacuteximo As divisotildees entre as classes se inserem nos pontos de menor ocorrecircncia de

valores observados entre tais picos Os melhores resultados ocorrem quando as variaacuteveis

natildeo estatildeo correlacionadas entre si

36

Em relaccedilatildeo agraves condiccedilotildees da operaccedilatildeo do algoritmo utilizado (EASTMAN 1995) o

cluster tem melhor desempenho se a imagem composta tiver sido criada usando a opccedilatildeo

linear com saturaccedilatildeo Isto assegura que os seis niacuteveis por a faixa na composiccedilatildeo ocupem

mais intensamente a regiatildeo onde os dados satildeo os mais concentrados Geralmente os

melhores resultados satildeo encontrados com niacuteveis de saturaccedilatildeo entre aproximadamente

1 - 25 Este algoritmo trabalha apenas em imagens produzidas por composiccedilatildeo

colorida A imagem composta consiste em iacutendices de cores em que cada iacutendice Irgb eacute

dado por Irgb = IB(azul) + 6 IG(verde) + 36 IR(vermelho) em que cada canal (IR IG ou IB) assume

um valor no intervalo de 0-5 Por exemplo um pixel com IRGB de valores de 1 5 e 3

(respectivamente IR IG e IB) teria um iacutendice de 3 + (5 6) + (1 36) = 69 Assim a

operaccedilatildeo do Cluster decompotildee os valores da composiccedilatildeo colorida para criar um

histograma tridimensional

242 Fatiamento

O fatiamento de niacuteveis de intensidade representa a forma mais simples de classificaccedilatildeo

e eacute aplicado a uma uacutenica banda espectral de cada vez A operaccedilatildeo de fatiamento

consiste simplesmente em realccedilar os pixels cujas intensidades se situam dentro do

intervalo especificado (a fatia) isto eacute entre um maacuteximo e um miacutenimo O fatiamento eacute

feito de modo interativo geralmente no qual o usuaacuterio define tanto a largura quanto o

centro do intervalo desejado Essa fatia eacute entatildeo ajustada ateacute que as feiccedilotildees de interesse

sejam realccediladas e separadas das aacutereas originalmente diferentes sendo entatildeo

representadas por um mesmo DN

O fatiamento de uma uacutenica banda espectral pode ser estendido para o domiacutenio

multiespectral atraveacutes de uma seacuterie de etapas descritas a seguir Desse modo aumenta-

se a precisatildeo da classificaccedilatildeo uma vez que a superfiacutecie que se deseja classificar teraacute

uma maior probabilidade de se diferenciar das outras presentes na imagem quanto

maior for o numero de bandas considerado

Para isso toma-se uma banda espectral e define-se uma regiatildeo previamente conhecida

contendo a superficie de interesse Em seguida aplica-se o fatiamento agrave primeira banda

definindo-se os paracircmetros (centro e largura da fatia) ateacute que a regiatildeo de interesse seja

realccedilada juntamente com os outros pixels dessa banda que possuam o mesmo DN da

37

regiatildeo de interesse Se salva o resultado e repete-se o processo para cada uma das

bandas espectrais disponiacuteveis Finalmente combinam-se todas as bandas fatiadas em

uma soacute imagem atraveacutes da adiccedilatildeo

No que se refere a presente pesquisa foram utilizadas bandas representadas pelas

variaacuteveis geomorfomeacutetricas locais correspondentes a cada aacuterea de estudo Estas

ldquobandasrdquo foram fatiadas atraveacutes de anaacutelises de histogramas buscando identificar nos

histogramas referentes a cada classe vegetacional pontos em que as classes

vegetacionais melhor se ditinguiam Em locais onde havia grande sobreposiccedilatildeo entre os

histogramas escolheu-se como criteacuterio fatiar em pontos onde havia maior frequencia de

distribuiccedilatildeo dessas variaacuteveis geomorfomomeacutetricas Em seguida as imagens geradas por

cada fatiamento foram sobrepostas atraveacutes de uma operaccedilatildeo de adiccedilatildeo

243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)

O MaxVer eacute o meacutetodo mais comum que considera a ponderaccedilatildeo das distacircncias das

meacutedias utiliza paracircmetros estatiacutesticos

A classifcaccedilatildeo por maacutexima verossemelhanccedila exige um nuacutemero consideravelmente

elevado de pixels para cada conjunto treinamento nuacutemero preferencialmente acima de

uma centena para que seja precisa o suficiente Esse nuacutemero permite uma base segura

para o treinamento estatiacutestico Devido a esse nuacutemero alto de pixels natildeo eacute possiacutevel

representaacute-los graficamnte de maneira individualizada Desse modo nesse caso usa-se

isolinhas ou curvas de contorno no espaccedilo de atributos representando a densidade de

pixels do conjunto de treinamento de cada regiatildeo (Figura 1)

Estes contornos representam na realidade um ajuste baseado em distribuiccedilotildees normais

ou Gaussianas dos pixels das aacutereas de treinamento do contraacuterio os contornos seriam

totalmente irregulares Ressalta-se que devido a esse ajuste os contornos satildeo

simeacutetricosOs contornos ao redor de cada classe na Figura 21 podem ser entendidos

como a probabilidade de existir um pixel naquele conjunto de treinamento como uma

determinada combinaccedilatildeo de DNs Do mesmo modo se as aacutereas de treinamento forem

realmente representativas das superfiacutecies que se deseja classificar Os mesmos

contornos podem ser vistos como a probabiliade de qualquer pixel desconhecido

pertencer a uma determinada classe na qual ele plotar

38

Figura 21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade

de pixels nos diversos conjuntos de treinamento

Essas probabilidades representam uma ferramenta de classificaccedilatildeo poderosa e flexiacutevel

atraveacutes da qual se pode escolher por exemplo classificar apenas os pixels

desconhecidos que satildeo bastante semelhantes agrave meacutedia de uma classe Isso eacute feito

escolhendo-se o limite de decisatildeo coincidindo com o contorno mais proacuteximo da meacutedia

cuja distacircncia eacute normalmente fixada como um desvio padratildeo a partir da meacutedia

Por outro lado pode-se julgar necessaacuterio classificar os pixels desconhecidos que se

situam a qualquer distacircncia da meacutedia dentro da aacuterea geral definida pelo conjunto

treinamento Neste caso escolher-se ia como limite de decisatildeo o contorno que engloba

99 dos pixels da aacuterea de treinamento Jogando os restantes 1 fora pode-se

compensar por exemplo a possibilidade de que alguns dos pixels da aacuterea de

treinamento foram incluiacutedos por engano podendo representar ruiacutedo ou pixels contendo

um limite entre dois tipos de cobertura

Eacute importante ressaltar que o meacutetodo MaxVer eacute passiacutevel de enganos e imprecisotildees Um

exemplo disso pode ser quando existem alguns pixels pertencentes a uma determinada

aacuterea de treinamento satildeo atribuiacutedos pelas regras de decisatildeo dos meacutetodos agrave uma classe

diferente

Tudo que o MaxVer consegue fazer eacute tentar minimizar a porcentagem dos pixels

classificados erroneamente O meacutetodo MaxVer assim como outros meacutetodos de

classifcaccedilatildeo supervisionada vistos anteriormente parte do princiacutepio de que o usuaacuterio

39

conhece bastante da imagem a ser classificada para poder definir classes que sejam

representativas Nos casos em que isto natildeo ocorre eacute possiacutevel partir de algumas

premissas razoaacuteveis o suficiente para permitir bons resultados

25 Anaacutelise Discriminante

O nuacutemero de variaacuteveis geomorfomeacutetricas que condicionam a distribuiccedilatildeo de tipos de

vegetaccedilatildeo de um determinado bioma sugere que anaacutelises estatiacutesticas multivariadas

sejam feitas De modo frequumlente as mais usadas satildeo anaacutelises de correlaccedilatildeo anaacutelises

baseadas em superfiacutecie de tendecircncia (DARGIE 1984 1987) anaacutelise de agrupamento

(EDIVANE SCHIAVIVI 2002) e anaacutelise de regressatildeo (FLORINSKY

KURYAKOVA 1996) Especificamente quando se deseja investigar as relaccedilotildees entre

uma variaacutevel qualitativa tipos vegetacionais por exemplo e variaacuteveis numeacutericas como

as variaacuteveis topograacuteficas a teacutecnica de anaacutelise mais apropriada eacute a anaacutelise discriminante

(HAIR Jr et al 1995) Tal anaacutelise utilizaria de combinaccedilotildees lineares das variaacuteveis

morfomeacutetricas para discriminar o melhor entre os grupos vegetacionais previamente

selecionados

De acordo com Hair Jr et al (1995) o objetivo principal da anaacutelise discriminante

consiste em estimar a relaccedilatildeo entre a uacutenica variaacutevel dependente natildeo meacutetrica (categoacuterica)

e um conjunto de variaacuteveis meacutetricas independentes

A teacutecnica da anaacutelise discriminante muacuteltipla se utiliza de combinaccedilotildees lineares das

variaacuteveis independentes para discriminar o melhor entre os grupos previamente

selecionados Esta discriminaccedilatildeo eacute obtida com a atribuiccedilatildeo de pesos agraves variaacuteveis de

forma a maximizar a variacircncia relativa entre os grupos A combinaccedilatildeo linear obtida com

a anaacutelise eacute chamada funccedilatildeo discriminante

Essa teacutecnica pode ser indicada para testes estatiacutesticos de hipoacuteteses O procedimento

comeccedila com a atribuiccedilatildeo de valores a cada um dos indiviacuteduos atraveacutes da funccedilatildeo

discriminante Com os valores dos indiviacuteduos de um mesmo grupo eacute possiacutevel obter a

meacutedia do grupo Este valor meacutedio eacute chamado de centroacuteide do grupo A comparaccedilatildeo dos

centroacuteides de grupos existentes traz a orientaccedilatildeo de quatildeo longe estatildeo um do outro em

relaccedilatildeo agrave dimensatildeo que estaacute sendo testada (MANLY 1994) Uma grande sobreposiccedilatildeo

40

entre os grupos sugere a obtenccedilatildeo de uma pobre funccedilatildeo discriminante Por outro lado

grupos bastante distintos (com pouca sobreposiccedilatildeo) sugerem a possibilidade de uma boa

funccedilatildeo discriminante

Hair Jr et al (1995) define que para dois grupos representantes da variaacutevel dependente

(por exemplo grande e pequeno) extrai-se uma funccedilatildeo discriminante Para dois grupos

seratildeo duas as funccedilotildees discriminantes extraiacutedas e assim por diante Ou seja existiratildeo

sempre n-1 funccedilotildees discriminantes para n grupos

Depois de estimada uma funccedilatildeo discriminante ela deve ser interpretada Este estaacutegio

revela a importacircncia relativa de cada variaacutevel independente na discriminaccedilatildeo dos

grupos

Green (1978) descreve que antes de tentar interpretar a funccedilatildeo discriminante o analista

cuidadoso deveraacute checar sua significacircncia estatiacutestica Tipicamente a investigaccedilatildeo eacute

conduzida atraveacutes da aplicaccedilatildeo de testes de significacircncia estatiacutestica da estatiacutestica D2 de

Mahalanobis que eacute uma medida quadraacutetica similar a medida euclidiana de distacircncia

padratildeo Mais particularmente ela mede a distacircncia de cada caso agrave meacutedia do grupo

Normalmente a estatiacutestica F do teste de significacircncia da estatiacutestica D2 eacute comumente

disponibilizada pela maioria dos pacotes estatiacutesticos

26 Dados de Vegetaccedilatildeo

Para anaacutelise da relaccedilatildeo entre vegetaccedilatildeo e variaacuteveis morfomeacutetricas foram selecionadas

aacutereas pertencentes a diferentes biomas brasileiros A seguir satildeo apresentadas

caracteriacutesticas gerais destes biomas assim como das aacutereas selecionadas para as quais os

mapas de vegetaccedilatildeo satildeo disponiacuteveis

261 Bioma Caatinga

A Caatinga caracteriza-se por apresentar uma grande diversidade de paisagens aleacutem de

ser um dos menos conhecidos e mais complexos biomas brasileiros A Reserva

Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas foi selecionada para representaacute-la

no presente estudo

41

Esta aacuterea abrange a Aacuterea Prioritaacuteria n6 do PPBIO (Programa de Pesquisa em

Biodiversidade do Semi-Aacuterido) e foi criada em 1998 com aproximadamente 5244

hectares sendo delimitada pelas coordenadas geograacuteficas 05ordm 00rsquo a 05ordm 20rsquo S e 40ordm 48rsquo a

41ordm 12rsquo W na fronteira entre os Estados do Piauiacute e Cearaacute

A aacuterea eacute considerada como uma amostra representativa da Ecoregiatildeo Complexo

Ibiapaba-Araripe e possui alta importacircncia bioloacutegica Ela possui como principais

fitofisionomias Mata Seca Carrasco Caatinga Florestada Caatinga Arboacuterea Caatinga

Arboacuterea-arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (CARVALHO PINHEIRO JUacuteNIOR

2004) Como para algumas aacutereas natildeo foi feito levantamento floriacutestico as classes de

mapeamentos propostas para designar padrotildees fitofisionocircmicos que se destacam nas

imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por uma determinada

coloraccedilatildeo foram denominadas Complexos Satildeo eles Complexo Galeria Complexo

Arboacutereo e Complexo Arboacutereo-arbustivo Segue-se a definiccedilatildeo de cada uma das classes

citadas acima segundo Carvalho e Pinheiro Juacutenior (2004)

Mata Seca

Esta classe corresponde segundo o IBGE (1992) agrave Floresta Estacional Decidual

Montana (Floresta Tropical Caducifoacutelia) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute caracterizado por

duas estaccedilotildees climaacuteticas bem demarcadas uma chuvosa seguida de um longo periacuteodo

biologicamente seco ocorre na forma de disjunccedilotildees florestais apresentando o estrato

dominante macro ou mesofaneroacutefito predominantemente caducifoacutelio com mais de 50

dos indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveis Ocupam nessas

paisagens os topos elevados de altitudes variando de 600 a 750 metros de relevo plano

e suave ondulado As elevadas altitudes chegando ateacute 750 m jaacute natildeo atenuam as

caracteriacutesticas semi-aacuteridas do Sertatildeo com as temperaturas mantendo-se elevadas

variando de 25 a 27degC Mas a precipitaccedilatildeo aumenta dominando um clima sub-uacutemido

seco com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 800 a 1000 mm

Nestes ambientes predominam os latossolos profundos aacutecidos em geral arenosos com

baixa fertilidade natural e muito bem drenados (LVa- Latossolo Vermelho-Amarelo

aacutelico)

42

Carrasco

De acordo com Arauacutejo (1998) trata-se de uma vegetaccedilatildeo arbustiva densa caducifoacutelia

natildeo espinhosa Nela se encontram a faveira o angico a pitombeira o jatobaacute a

catingueira e o sabiaacute entre outras O xique-xique e o caroaacute aparecem como subarbustos

Este tipo vegetacional ocorre em ambientes mais arenosos e secos

Na aacuterea da Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo

Sertaneja Setentrional Nesta paisagem o Carrasco ocupa as superfiacutecies pediplanadas

altas com altitudes variando de 400 a 650 m de relevo plano a suavemente ondulado

Deve estar submetida a uma condiccedilatildeo de transiccedilatildeo climaacutetica com precipitaccedilotildees meacutedias

anuais em torno de 850 mm

Neste ambiente predominam os solos arenosos profundos excessivamente drenados

aacutelicos e com fertilidade natural baixa (Areias Quartzosas aacutelicas- AQa4 e AQa10)

associado ao Latossolo Vermelho-Amarelo aacutelico (LVa)

Caatinga Florestada

Esta classe corresponde ao contato Savana-EsteacutepicaFloresta Estacional-ecoacutetono

definido pelo IBGE (1992) Trata-se de uma vegetaccedilatildeo de transiccedilatildeo ou seja entre duas

ou mais regiotildees ecoloacutegicas ou tipos de vegetaccedilatildeo existem sempre ou pelo menos na

maioria das vezes comunidades indiferenciadas onde as floras se interpenetram

constituindo as transiccedilotildees floriacutesticas ou contatos edaacuteficos

De acordo com o IBGE e Governo do Estado do Cearaacute (1973) este tipo de cobertura

vegetal obedece a um escalonamento de acordo com o niacutevel em que se situa ocorrendo

pelo menos duas sineacutecias cuja transiccedilatildeo se verifica onde a caatinga desaparece e

comeccedila a mata tropical

Na Aacuterea das Serras das Almas a borda mais oriental da Paisagem das Chapadas

Intermediaacuterias e Baixas a Caatinga Florestada ocupa uma estreita faixa Na Paisagem

das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas ocupa um modelo de dissecaccedilatildeo aguccedilada

intermediaacuteria com altitudes variando de 400 a 700 m de relevo fortemente ondulado e

montanhoso Segundo as condiccedilotildees de transiccedilatildeo climaacutetica pode-se dizer que as

43

precipitaccedilotildees anuais variam de 800 a 1000 mm Neste tipo de ambiente ocorre uma

associaccedilatildeo de trecircs tipos de solo pouco desenvolvidos e rasos Nas partes intermediaacuterias

de declives menos abruptos e relevos menos acidentados (suave ondulado a ondulado)

apresentam-se o que pode se considerar o mais caracteriacutestico os solos Podzoacutelicos

Vermelho-Amarelo eutroacuteficos (PE) com argila de atividade fraca horizonte A

moderado textura meacutediaargilosa Nos relevos mais acidentados (fortemente ondulados

a montanhosas) aparecem os solos Litoacutelicos eutroacuteficos (RE) com horizonte A

moderado textura arenosa a meacutedia fase pedregosa e rochosa associados aos

Afloramentos Rochosos (AR)

Caatinga Arboacuterea

Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica do IBGE (1992) Trata-se de um subgrupo

de formaccedilatildeo caracterizado por micro eou nanofaneroacutefitos com meacutedia de 5 m

excepcionalmente ultrapassando os 7 m de altura mais ou menos com grossos troncos

e engalhamento bastante ramificado em geral provido de espinhos eou acuacuteleos com

total decidualidade na eacutepoca desfavoraacutevel

Em Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo Sertaneja

Setentrional e da Paisagem das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas Nesta paisagem eacute

encontrada em modelos de Dissecaccedilatildeo Tabular Baixo com altitudes bastante variadas

de 300 ateacute 600 m e relevos ondulados a fortemente ondulados

Para este tipo de vegetaccedilatildeo o clima varia desde um clima Subuacutemido uacutemido com

precipitaccedilotildees meacutedias anuais de mais de 1000 mm passando pelo Semi-aacuterido atenuado

com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 750 a 800 mm ateacute o Semi-aacuterido moderado

com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 500 a 750 mm

A mesma variabilidade pode ser observada quando se considera as demais

caracteriacutesticas ambientais Comeccedilando pelos diferentes substratos geoloacutegicos que sob

essas diferenccedilas climaacuteticas geram diferentes formas de relevo que variam de plano ao

ondulado e modelos dissecados a aplainados com altitudes de 300 a 500 m Bem como

tipos de solos como os Podzoacutelicos Vermelho-Amarelo Areias Quartzosas Latossolo

Vermelho-Amarelo e Solonets Solodizados

44

Caatinga Aboacutereo-arbustiva

Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica Arborizada do IBGE (1992) Este subgrupo

de formaccedilatildeo apresenta as mesmas caracteriacutesticas de floriacutesticas da fisionomia ecoloacutegica

anterior poreacutem os indiviacuteduos que o compotildeem satildeo mais baixos existindo clarotildees entre

eles

Possui amplos interfluacutevios e baixo grau de aprofundamento de drenagem com altitudes

variando de 200 a 300 m e relevos planos a suave ondulados Este tipo vegetacional

domina num clima Semi-aacuterido moderado com chuvas de veratildeo-outono e 7 a 8 meses

secos Os tipos de solo variam bastante desde Areias Quartzosas Planossolos

Soloacutedicos Ragassolos e Bruno natildeo caacutelcicos que se tornam os principais fatores

limitantes para o uso da terra junto com o clima dominante

Caatinga Herbaacuteceo-lenhosa

Esta classe corresponde agrave Savana-Eteacutepica Parque do IBGE (1992) Este subgrupo de

formaccedilatildeo eacute o que apresenta caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com

nanofaneroacutefitos de um mesmo ecoacutetipo bastante espaccedilados como se fossem plantados

isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas lenhosas raquiacuteticas sobre

denso tapete gramiacutenio-lenhoso de hemicriptoacutefitos e cameacutefitos Possui relevos planos a

suavemente ondulados e altitudes variando de 200 a 300 m Este tipo vegetacional

domina num clima Sub-uacutemido com chuvas de veratildeo-outono e 7 meses secos Estas

condiccedilotildees ambientais geraram solos do tipo Areias Quartzosas aacutelicas que por suas

caracteriacutesticas se tornam o principal fator limitante para o uso da terra

Complexo Galeria

Essa classe de mapeamento foi proposta para designar todo um complexo fisionocircmico

que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por sua

coloraccedilatildeo verde-intenso na composiccedilatildeo colorida normal empregada indicando uma alta

resposta no infravermelho proacuteximo Esta tonalidade indica uma cobertura vegetal verde

com folhagem total ou parcial na eacutepoca seca estando associada agraves aacutereas de vaacuterzeas

acompanhando alguns cursos drsquoaacutegua geralmente os mais caudalosos

45

Complexo Arboacutereo

Semelhante a classe anterior propocircs-se aqui esta denominaccedilatildeo para abarcar um padratildeo

complexo que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta regular associando

aacutereas escuras (sombreadas) aacutereas com verde-escuro e com verde-claro De acordo com

informaccedilotildees bibliograacuteficas neste ambiente deve predominar uma Caatinga Arboacuterea

(Savana-Esteacutepica Florestada) poreacutem de acordo com o RADAMBRASIL (1981) pode-se

supor que floristicamente eacute semelhante agrave Estepe Arboacuterea Densa

Como natildeo foi possiacutevel amostrar a unidade de mapeamento para confirmar estas

consideraccedilotildees preferiu-se empregar esta nomenclatura

Suas altitudes variam rapidamente de cerca de 300 a 600 m com interfluacutevios de pequena

amplitude e de mediana intensidade de aprofundamento de drenagem Neles devem

predominar o clima tropical megateacutermico semi-aacuterido atenuado com chuvas de veratildeondash

outono e 7 meses secos Onde dominam os Solos Litoacutelicos aacutelicos fase pedregosa e

rochos

Complexo Arboacutereo-arbustivo

Na imagem TMLandsat possui uma resposta singular de tonalidade subentendendo

muito afloramento de solo eou rocha nua Segundo IBGE (1992) corresponde a

formaccedilatildeo Savana Esteacutepica Arborizada (Caatinga Arboacuterea-arbustiva)

Esses ambientes ocupam parte do Modelado das Formas Erosivas com relevos planos a

suavemente ondulados onde as altitudes variam de cerca de 220 a 300 m Neles deve

predominar um clima megateacutermico sub-uacutemido uacutemido com chuva de veratildeo-outono e 7

meses secos onde dominam Areias Quartzosas aacutelicas

262 Bioma Amazocircnia

O Bioma Amazocircnia estaacute situado na porccedilatildeo centro-norte do Brasil eacute cortado pela linha

equatorial e portanto compreendido em aacutereas de baixas latitudes O clima eacute do tipo

equatorial quente e uacutemido com a temperatura variando pouco durante o ano em torno

46

de 26ordmC com periacuteodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor daacutegua trazido

do leste pelos ventos

A maioria dos 7 milhotildees de km2 da Floresta Amazocircnica eacute constituiacuteda por uma floresta

de terra firme Esta eacute uma floresta que nunca eacute alagada e se espalha sobre uma grande

planiacutecie de ateacute 130-200 m de altitude ateacute os sopeacutes das montanhas A grande planiacutecie

corresponde aos sedimentos deixados pelo lago Belterra que ocupou a maior parte da

bacia Amazocircnica durante o Mioceno e o Plioceno entre 25 mil e 18 milhatildeo de anos

atraacutes O silte e as argilas depositados neste antigo lago foram submetidos a um suave

movimento de elevaccedilatildeo epirogeneacutetico enquanto os Andes se ergueram e os modernos

rios comeccedilaram a cavar os seus leitos Assim surgiram os trecircs tipos de florestas

amazocircnicas as florestas montanhosas Andinas as florestas de terra firme e as florestas

fluviais alagadas as duas uacuteltimas na Amazocircnia brasileira A Amazocircnia brasileira

compreende aproximadamente 3581 km2 o que equivale a 4207 do paiacutes (Fonseca amp

Dov 2000) Como representantes deste bioma foram selecionadas aacutereas de estudo com

diferentes tamanhos e classes de vegetaccedilatildeo a Microbacia do Igarapeacute Asu que cobre

aproximadamente 10 km2 e o Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos que cobre

aproximadamente 300 km2

2621 Microbacia do Igarapeacute Asu

A microbacia do Igarapeacute Asu pertencente agrave bacia do Rio Negro possui tipos de

vegetaccedilatildeo que se diferenciam principalmente pela altura e densidade de indiviacuteduos A

floresta de alto platocirc eacute a floresta densa com aacutervores emergentes ao passo que a floresta

de campinarana apresenta-se mais baixa e com densidade menor de indiviacuteduos

(AYRES 1993) A condiccedilatildeo topograacutefica pode induzir agrave ocorrecircncia de cheias e a

presenccedila de formaccedilotildees vegetais mais baixas e menos densas em constante estaacutegio de

sucessatildeo (WHITTMANN et al 2002) De modo geral os principais tipos de vegetaccedilatildeo

encontrados na aacuterea satildeo

Floresta de Platocirc Alto

As florestas de terra firme cobrem planaltos e florestas de encosta e satildeo aacutereas com

dossel mais fechado solos bem drenados em qualquer eacutepoca do ano e que satildeo

47

inundadas por rios e fluxos pequenos de aacutegua Estas florestas satildeo dominadas por aacutervores

grandes e caracterizam-se por estrutura vertical bem desenvolvida e diversidade de

espeacutecies arboacutereas muito altas em relaccedilatildeo agraves florestas sazonalmente inundadas

(PRANCE et al 1976)

Floresta de Baixio

Os baixios satildeo definidos como florestas que inundam sazonalmente no periacuteodo de

novembro-marccedilo eou que sofrem influecircncia direta dos igarapeacutes Estas florestas devido

agrave topografia possuem lenccedilol freaacutetico mais superficial que em eacutepocas chuvosas

aflorando e inundando essas aacutereas Aleacutem disso apresentam dossel mais aberto em

relaccedilatildeo agraves florestas de terra firme (LAMOTTE 1990) pela predominacircncia de palmeiras

arborescentes e uma grande abundacircncia de palmeiras no sub-bosque

Floresta de Platocirc Baixo com campinarana

A Campinarana ocorre entre a floresta de terra firme e a Floresta de Baixio daiacute a

denominaccedilatildeo Floresta de Platocirc Baixo com campinarana Fisionomicamente caracteriza-

se por um dossel de aacutervores de porte menor que as do platocirc com alta densidade de

epiacutefitas Desenvolve-se sobre solo arenoso coberto por uma camada de serrapilheira

entremeada com um denso tapete de raiacutezes

2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

O Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos criado em 21062006 possui 876 mil

hectares e se localiza nos estados do Amazonas Rondocircnia e Mato Grosso abrangendo

trechos dos rios Roosevelt Guaribas Branco Madeirinha e Ji-Paranaacute

O Parque protege uma enorme variedade de ecossistemas incluindo diferentes

formaccedilotildees florestais bem como uma das maiores manchas de Cerrado - os campos -

de toda Amazocircnia A paisagem dos Cerradossavanas eacute composta por campos sujos

campos limpos e Cerrados propriamente ditos Matas de galeria satildeo encontradas ao

longo dos rios e riachos que cortam a savana O solo dos Cerrados da regiatildeo eacute arenoso e

raso de baixa fertilidade muito suscetiacuteveis agrave erosatildeo

48

Nas demais aacutereas do Parque existem florestas abertas e densas A Floresta Ombroacutefila

Densa de modo geral apresenta dossel fechado compacto com altura entre 25 e 35 m

do qual sobressaem as aacutervores emergentes atingindo ateacute 40 m A Floresta Ombroacutefila

Aberta eacute caracterizada fisionomicamente pela presenccedila de grandes aacutervores espaccediladas

possibilitando a penetraccedilatildeo de luz Esta diversidade de habitats em uma mesma regiatildeo

condiciona a ocorrecircncia de diversas espeacutecies O Parque Nacional incorpora regiotildees

consideradas de prioridade extremamente alta para a conservaccedilatildeo da biodiversidade da

Amazocircnia (WEBVENTURE 2001)

Quanto aos solos de modo geral os mais encontrados na regiatildeo satildeo os solos aluviais

Latossolo Vermelho amarelo Podzoacutelico Vermelho Amarelo Laterita Hidromoacuterfica e o

Podzol Hidromoacutefico

A aacuterea selecionada abrange as cartas topograacuteficas 1250000 SB-20-Y-C (Labrea) e SB-

20-Y-D (Humaitaacute) descritas no volume 17 ndash Purus ndash do Projeto RADAMBRASIL

(1978) Os principais tipos de vegetaccedilatildeo abrigados pelo Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos satildeo descritos abaixo com informaccedilotildees do Projeto RADAMBRASIL

(1978)

Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas

Formaccedilatildeo que apresenta agrupamentos de aacutervores emergentes nas elevaccedilotildees mais

pronunciadas dos interfluacutevios como o argelim-da-mata (Hymenolobium petraeum)

argelim-de-pedra (Dinizia excelsa) tauari (Couratari spp) castanha-do-paraacute

(Bertholletia excelsa) entre outras Eacute significativa a presenccedila de palmeiras que

competem por luz no estrato arboacutereo superior babaccedilu (Orbygnia spp) patauaacute

(Oenocarpus bataua) accedilaiacute (Euterpe spp) ocorrendo preferecircncialmente nos locais mais

uacutemidos

Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial

Formaccedilatildeo caracteriacutestica das aacutereas inundaacuteveis pelas cheias sazonais ecologicamente

adaptados agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua entretanto beneficia-se da renovaccedilatildeo

regular do solo decorrente das enchentes perioacutedicas Natildeo constitui ambiente cliacutemax

49

Durante a eacutepoca das cheias existe uma diminuiccedilatildeo das atividades bioloacutegicas (dormecircncia

e seca fisioloacutegica) quando ocorrem inundaccedilotildees prolongadas A sumauacutema (Ceiba

pentandra) provida de enormes raiacutezes tabulares eacute a representante mais expressiva neste

grupo de formaccedilatildeo Apresenta tambeacutem muitas palmeiras no estrato intermediaacuterio

Floresta Ombroacutefila Aberta das Terras Baixas

Formaccedilatildeo caracteriacutestica por feiccedilatildeo mista de palmeiras e aacutervores latifoliadas sempre

verdes e bem espaccediladas de altura irregular (entre 15 e 25m) com grupamentos de

babaccedilu (Orbygnia sp) e patauaacute (Oenocarpus bataua) principalmente nos interfluacutevios

do Terciaacuterio Nos vales de fundo chato de encharcamento constante ocorre

concentraccedilatildeo de buriti (Mauritia flexuosa) em povoamento puro

Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial

Eacute uma formaccedilatildeo arboacuterea com palmeiras que ocupa principalmente as planiacutecies e

terraccedilos dos rios Madeira Purus Coari e Tefeacute Caracteriacutestico de regiotildees inundaacuteveis

pelas cheias sazonais ecologicamente adaptado agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua

beneficiaacute-se da renovaccedilatildeo do solo decorrentes das enchentes perioacutedicas

Savana Gramiacuteneo-Lenhosa

Prevalecem nesta fisionomia quando natural os gramados entremeados por plantas

lenhosas raquiacuteticas que ocupam extensas aacutereas dominadas por hemicripitoacutefitos e que

aos poucos quando manejadas atraveacutes do fogo ou pastoreio vatildeo sendo substituiacutedas por

geoacutefitos que se distinguem por apresentarem colmos subterracircneos portanto mais

resistentes ao pisoteio do gado ao fogo

Savana Parque

Formaccedilatildeo com caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com nanofaneroacutefitos (plantas

lenhosas que vivem longos anos com suas gemas a menos de 3 m) de um mesmo

ecoacutetipo bastante espaccedilados isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas

lenhosas raquiacuteticas sobre denso tapete gramiacuteneo lenhoso de hemicriptoacutefitos (plantas

herbaacuteceas com gemas embaixo da superfiacutecie do solo ou imediatamente debaixo) e

50

cameacutefitos (plantas herbaacuteceas ou lenhosas que vivem longos anos com suas gemas acima

do solo pelo menos a 25 cm de altura)

Formaccedilotildees Pioneiras

Satildeo formaccedilotildees em fase de sucessatildeo (hidrossere) encontradas em ambientes de solos

sazonais que se situam ao longo dos rios e em locais deprimidos dos interfluacutevios

tabulares do Terciaacuterio ou dispersas no interior das florestas Densa eou Aberta As

comunidades ribeirinhas satildeo constituiacutedas de um maior nuacutemero de espeacutecies hidroacutefitas

enquanto aquelas mais distantes possuem um maior nuacutemero de espeacutecies mesoacutefitas e

higroacutefitas Os liacutequens por exemplo satildeo mais abundantes nos ambientes mais distantes

dos cursos de aacutegua Estas formaccedilotildees ocupam aacutereas de influecircncia aluvial (planiacutecies e

terraccedilos) e de influecircncia pluvial (depressotildees nos interfluacutevios)

263 Bioma Cerrado

Segundo Coutinho (2000) o Bioma Cerrado apresenta-se como um mosaico de formas

fisionocircmicas ora manifestando-se como Campo Sujo ora como Cerradatildeo ora como

Cerrado sensu strictu ou Campo Limpo Este mosaico eacute determinado pelo mosaico de

manchas de solo pouco mais pobres ou pouco menos pobres pela irregularidade dos

regimes caracteriacutesticas de queimada de cada local (frequumlecircncia eacutepoca intensidade) e

accedilatildeo humana

De um modo geral podemos distinguir dois estratos na vegetaccedilatildeo dos Cerrados o

estrato lenhoso constituiacutedo por aacutervores e arbustos e o estrato herbaacuteceo formado por

ervas e subarbustos Ambos satildeo curiosamente helioacutefilos Ao contraacuterio do caso de uma

floresta o estrato herbaacuteceo natildeo eacute formado por espeacutecies de sombra ombroacutefilas

dependentes do estrato lenhoso O sombreamento lhe faz mal prejudica seu crescimento

e desenvolvimento O adensamento da vegetaccedilatildeo lenhosa acaba por eliminar em grande

parte o estrato herbaacuteceo Por assim dizer estes dois estratos se antagonizam Por esta

razatildeo entende-se que as formas intermediaacuterias de Cerrado - Campo Sujo Campo

Cerrado e Cerrado sensu strictu ndash apresentam-se como verdadeiros ecoacutetonos onde a

vegetaccedilatildeo herbaacuteceasubarbustiva e a vegetaccedilatildeo arboacutereaarbustiva estatildeo em intensa

51

competiccedilatildeo procurando cada qual ocupar aquele espaccedilo de forma independente

individual

Como representante deste bioma foi selecionada a aacuterea do Parque Nacional de

Brasiacutelia localizado entre as coordenadas 15deg45rsquo a 15deg33rsquo S e 48deg6rsquo a 47deg50rsquo W Esta

aacuterea possui uma extensatildeo aproximada de 30 mil hectares sendo a unidade de

conservaccedilatildeo de maior destaque no Distrito Federal Tal importacircncia se deve agrave

presenccedila de inuacutemeras espeacutecies representativas da fauna e flora do bioma Cerrado

assim como importantes mananciais hiacutedricos

Segundo a carta climaacutetica do Distrito Federal a regiatildeo do Parque Nacional de Brasiacutelia

estaacute submetida a dois tipos de clima de acordo com a temperatura local (Koppen) o

Cwa tropical de altitude com temperatura do mecircs mais frio a 18degC e a meacutedia do mecircs

mais quente superior a 22degC (cotas altimeacutetricas de 1000 a 1200 m) e o Cwb tropical

de altitude com temperatura do mecircs mais frio inferior a 18degC e meacutedia do mecircs mais

quente inferior a 22degC (cotas altimeacutetricas acima de 1200 m) A ocorrecircncia de chuvas

se daacute nos meses de outubro a marccedilo com maacutexima de dezembro a agosto Entre os

meses de abril a setembro ocorre a eacutepoca seca sendo que os meses mais criacuteticos satildeo

junho e julho

Os principais tipos de solos encontrados no PNB satildeo os Latossolos Vermelho-Escuro e

Vermelho-Amarelo (cerca de 38) os Cambissolos (cerca de 22) e os Solos

Hidromoacuterficos (RAMOS 1995) Os demais grupos como Podzoacutelicos hidromoacuterficos

aparecem em trechos isolados Os Latossolos satildeo solos profundos caracterizados por

uma textura argilosa ou meacutedia porosos e bastante permeaacuteveis No Cerrado em geral o

estrato arborescente estaacute mais associado agraves aacutereas com um relevo plano a suavemente

ondulado encontrando-se fitofisionomias como Cerradatildeo Cerrado sensu strictu e o

Campo Cerrado (GUIMARAtildeES 2000) Jaacute os Cambissolos satildeo pouco desenvolvidos

com baixa fertilidade e facilmente intemperizados No PNB esse tipo de solo favorece o

desenvolvimento de fisionomias do estrato herbaacuteceo-arbustivo como as classes Campo

Limpo e Campo Sujo por exemplo Os solos hidromoacuterficos por sua vez satildeo

observados em torno de drenagens ou pequenos coacuterregos estando associados ao

afloramento do lenccedilol freaacutetico A vegetaccedilatildeo nesse solo eacute marcada principalmente pela

52

presenccedila de campos com Murunduns associada com outras classes de Cerrado tal como

Campo Limpo Campo Limpo Uacutemido e Campo Sujo

No Parque Nacional de Brasiacutelia estatildeo reunidas as principais fitofisionomias do bioma

Cerrado subdivididas em trecircs estratos vegetacionais de acordo com a classificaccedilatildeo

definida por Ribeiro e Walter (1998) Campo Limpo e Campo Sujo (estrato herbaacuteceo

arbustivo) Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu (estrato arborescente) e Mata de

Galeria (estrato arboacutereo) O Cerradatildeo classe pertencente ao estrato arboacutereo do Cerrado

natildeo eacute encontrado no parque Poreacutem segundo Ferreira (2003) eacute possiacutevel ainda se

distinguir nesse ambiente o Campo Limpo Uacutemido Campo Limpo com Murundum

Campo uacutemido Campo Cerrado com Trembleacuteias Campo Sujo com presenccedila de

Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo Mata de Interfluacutevio e Brejo As

caracteriacutesticas de algumas destas feiccedilotildees fitofisionocircmicas seguem-se abaixo Seguem-se

a definiccedilatildeo destas classes segundo SEMARH (2000)

Cerrado sensu strictu

Formaccedilatildeo savacircnica que tem como caracteriacutestica de destaque uma camada arboacuterea

descontiacutenua atingindo os 8 m de altura excepcionalmente mais alta cobrindo de 10 a

60 da superfiacutecie e um estrato herbaacuteceo-arbustivo bastante diversificado com

cobertura de ateacute 95

Campo Cerrado

Forma intermediaacuteria de vegetaccedilatildeo entre o Cerrado sensu strictu e o Campo Sujo

sendo a de maior ocorrecircncia no Distrito Federal Seu dossel atinge em meacutedia 10 de

cobertura com aacutervores de mais ou menos 3 m de altura bem espalhadas algumas

espeacutecies atingindo excepcionalmente os 10 m como a gomeira ndash Vochysia

thyrsoidea Agraves vezes ocorre alta densidade de herbaacuteceas com destaque para as

gramiacuteneas

Campo Sujo

A cobertura por arbustos e subarbustos eacute miacutenima sempre com altura inferior a 3 m

em meio agrave densa camada graminosa de ateacute 1 m Os arbustos e subarbustos tecircm caules

53

relativamente finos geralmente morrem a cada ano sendo continuamente renovados a

partir de brotaccedilotildees da base lenhosa

Campo Limpo

Forma de vegetaccedilatildeo predominantemente herbaacutecea com raros arbustos e ausecircncia

completa de aacutervores com destaque para gramiacuteneas que medem de 03 m a 1 m Os

campos usualmente se situam sobre solos arenosos rasos e duros nos quais ocorre

uma real deficiecircncia de aacutegua durante os meses secos Podem chegar a recobrir a

totalidade das chapadas arenosas topos e encostas dos morros

Campo Limpo Uacutemido

Situa-se sobre solo inclinado nas encostas dos vales Normalmente o lenccedilol freaacutetico

permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo de seca sofre um

rebaixamento em que as camadas sub-superficiais mantecircm o encharcamento do solo

Possui estrato herbaacuteceo predominantemente graminoso

Campo Limpo com Murundum

Ocorre em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo arredondadas e um

pouco mais altas com cerca de 1 a 10 m de diacircmetro por alguns deciacutemetros de altura

Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial do terreno e deposiccedilatildeo de terra por

teacutermitas recobertos por vegetaccedilatildeo de Cerrado e o solo permanentemente saturado de

aacutegua entre os murunduns

Brejo

A vegetaccedilatildeo herbaacuteceo-arbustiva das aacutereas Brejosas forma comunidades que ocupam as

planiacutecies permanentemente encharcadas sem ocorrecircncia do buriti (Mauritia flexuosa)

que frequumlentemente surge nas bordas das matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo do

Cerrado A caracteriacutestica marcante eacute o niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora

haja variaccedilotildees durante o ano No Distrito Federal ocorrem basicamente trecircs tipos de

Brejo Brejo graminoso Brejo de piuacutena (Ludwigia brachyphyla) e Brejo de taboa

(Typha dominguensis)

54

Mata de Galeria

Segundo Ribeiro e Walter (1998) consiste na vegetaccedilatildeo florestal que acompanha os

cursos drsquoaacutegua de pequeno porte dos planaltos do Brasil Central formando corredores

fechados (galeria) Geralmente localizada nos fundos dos vales ou nas cabeceiras de

drenagem natildeo apresenta caducifoacutelia durante a estaccedilatildeo seca O estrato arboacutereo varia

entre 20 a 30 m ocorrendo a superposiccedilatildeo das copas com fechamento do dossel entre

70 a 95

Os solos satildeo geralmente Cambissolos Plintossolos Podzoacutelicos Hidromoacuterficos ou

Aluviais Aleacutem disso de acordo com a composiccedilatildeo floriacutestica e caracteriacutesticas

ambientais como topografia e variaccedilatildeo na altura do lenccedilol freaacutetico ao longo do ano a

Mata de Galeria pode ser de dois subtipos Mata de Galeria natildeo inundaacutevel e Mata de

Galeria inundaacutevel (temporariamente inundada)

Mata de Interfluacutevio

Formaccedilotildees que ocorrem em lugares com umidade suficiente para um amplo

desenvolvimento vegetativo Em funccedilatildeo do tipo e principalmente da profundidade do

solo esse tipo de mata apresenta niacuteveis diferentes de caducifoacutelia A mata calcaacuteria eacute

deciacutedua e ocorre sobre a rocha calcaacuteria A semideciacutedua eacute a de ocorrecircncia mais comum

e a mata sempre-verde se desenvolve sobre solos de maior fertilidade profundidade

maior e melhores condiccedilotildees de umidade

55

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Detalhamento do fluxo de trabalho

O objetivo geral da pesquisa pressupotildee o atendimento de metas das quais depende o

sucesso do primeiro Pode-se desdobrar os objetivos em sub-etapas sucessivas de modo

a se individualizarem as atividades de trabalho (Figura 31)

Figura 31 ndash Fluxo de atividades

Assim a realizaccedilatildeo deste trabalho requer

a) Coleta e estruturaccedilatildeo dos dados

b) Anaacutelises

c) Testes de aplicaccedilatildeo

Estas etapas podem ser divididas nas seguintes atividades

a1) Coleta e estruturaccedilatildeo de dados vegetacionais foram procurados mapas de vegetaccedilatildeo

natural nos biomas estudados selecionando-se as aacutereas de estudo em funccedilatildeo dos

mapeamentos disponiacuteveis Encontrados em formato digital os mapas demandaram um

56

esforccedilo de preacute-processamento para o armazenamento compatiacutevel com as especificaccedilotildees

dos dados topograacuteficos

a2) Obtenccedilatildeo dos dados topograacuteficos os dados SRTM das aacutereas selecionadas foram

processados para sua derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas estruturadas em planos

de informaccedilatildeo compatiacuteveis com os dados de vegetaccedilatildeo

b1) Apreciaccedilatildeo dos dados os dados foram confeccionados para observaccedilatildeo conjunta

aos mapas de vegetaccedilatildeo mapas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas cujas distribuiccedilotildees

foram observadas em histogramas das diferentes aacutereas em cada classe de vegetaccedilatildeo

b2) Anaacutelises estatiacutesticas as anaacutelises estatiacutesticas tabulares foram empregadas fora do

ambiente de SIG (Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica) Para avaliar as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas como preditoras dos diferentes tipos vegetacionais foram aplicadas

anaacutelises discriminantes

c) Testes de aplicaccedilatildeo baseado nos resultados das etapas anteriores uma seacuterie de

processamentos foi aplicada aos planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrica para avaliaccedilatildeo

de seu potencial no mapeamento da vegetaccedilatildeo

32 Recursos

321 As aacutereas de estudo

Tendo em vista os objetivos da pesquisa buscou-se selecionar aacutereas com diversidade

topograacutefica e vegetacional e que dispusessem de mapeamento da vegetaccedilatildeo Assim

foram aventadas potenciais aacutereas de estudo em diferentes biomas (Figura 32)

A seleccedilatildeo definitiva das aacutereas foi feita apoacutes uma avaliaccedilatildeo dos mapas encontrados em

que se buscaram as condiccedilotildees de escala (geomeacutetrica e temaacutetica) e confiabilidade mais

adequadas para esta pesquisa Diante disso a Reserva Particular do Patrimocircnio Natural

de Serra das Almas (PiauiacuteCearaacute) foi selecionada como representante do Bioma

Caatinga o Parque Nacional de Brasiacutelia (Brasiacutelia) como representante do Cerrado o

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (Amazocircnia) e a Microbacia do Igarapeacute Asu

(Amazocircnia) como representantes da Floresta Amazocircnica Com uma aacuterea relativamente

57

pequena e com feiccedilotildees distintas do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos esta

microbacia foi selecionada para observar os efeitos da topografia no estabelecimento da

vegetaccedilatildeo em escala detalhada A descriccedilatildeo da vegetaccedilatildeo de cada uma destas aacutereas bem

como das principais caracteriacutesticas biofiacutesicas do terreno que as abriga encontram-se no

item 24

Figura 32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo

FONTE Mapa dos Biomas Brasileiros IBGE - 2003

322 Dados de vegetaccedilatildeo

Os dados de vegetaccedilatildeo se referem aos seguintes mapeamentos

a) Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas - mapa da

vegetaccedilatildeo na escala de 1100000 de Carvalho e Pinheiro-Juacutenior (2004) obtido

pela identificaccedilatildeo de cada classe vegetacional nas imagens orbitais TMLandsat

atraveacutes de uma abordagem integrada usando o processo de classificaccedilatildeo por

58

segmentaccedilatildeo por regiotildees interpretaccedilatildeo visual e caracterizaccedilatildeo

floriacutesticofisionocircmica em campo As classes temaacuteticas que natildeo puderam ser

identificadas no campo e que apresentaram padrotildees individualizados nas imagens

orbitais receberam uma denominaccedilatildeo diferenciadora como Complexos vegetais

b) Parque Nacional de Brasiacutelia ndash mapa de vegetaccedilatildeo na escala de 110000 de

Ferreira (2003) gerado a partir da atualizaccedilatildeo de um mapa de vegetaccedilatildeo preacute-

existente Esta atualizaccedilatildeo foi feita a partir da aplicaccedilatildeo de um modelo linear de

mistura sobre uma cena do ETM+Landsat e emprego de cenas IKONOS II de

porccedilotildees da parte leste e oeste da aacuterea

c) Microbacia do Igarapeacute Asu mapa de vegetaccedilatildeo em escala 110000 foi fornecido

pelo grupo de pesquisa Biodiversidade ndash Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico

coordenado por Jasen Zunon (INPA) Para a construccedilatildeo do mapa de vegetaccedilatildeo

foi utilizada a imagem TMLandsat As aacutereas dos platocircs com as cotas mais altas

(cotas acima de 61 m) e mais baixas (cotas de 0 a 60 m) foram extraiacutedas das

imagens do SRTM Ressalta-se que para extrair as aacutereas de baixios foi utilizada

a camada da hidrografia do IBGE utilizando-se uma zona (buffer) de 50 m para

cada lado dos igarapeacutes

d) Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos mapa de vegetaccedilatildeo em escala de

1250000 do RADAMBRASIL (1981) digitalizados pelo SIPAM (Sistema de

Proteccedilatildeo da Amazocircnia)

323 Dados topograacuteficos

Os dados topograacuteficos provieram de experimentos e testes em torno da construccedilatildeo de

banco de dados geomorfomeacutetricos (TOPODATA ndash VALERIANO 2005) Conforme os

procedimentos estabelecidos nesta iniciativa os dados SRTM das aacutereas selecionadas

foram refinados de 3rdquo para 1rdquo com krigagem (VALERIANO 2004) e em seguida

derivados em variaacuteveis geomorfomeacutetricas atraveacutes de diferentes operaccedilotildees de vizinhanccedila

(VALERIANO et al 2006) Os dados SRTM usados correspondem agravequeles

originalmente disponibilizados para a Ameacuterica do Sul em meados de 2003 conhecidos

como ldquoversatildeo 1rdquo Os procedimentos adotados natildeo alteram as especificaccedilotildees

59

cartograacuteficas dos dados originais coordenadas em latitudelongitude natildeo-projetadas

Como resultados foram obtidos os planos de informaccedilatildeo de declividade orientaccedilatildeo de

vertentes curvatura vertical e curvatura horizontal aleacutem da proacutepria elevaccedilatildeo para cada

aacuterea de estudo

324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados

Os principais programas utilizados no trabalho foi o Idrisi versatildeo 20 (EASTMAN

1995) para geoprocessamento e o Statistic 60 para as anaacutelises estatiacutesticas Enquanto o

cerne do geoprocessamento foi conduzido em Idrisi outros SIGs se fizeram necessaacuterios

para o preacute-processamento sobretudo durante a compatibilizaccedilatildeo das diferentes fontes de

dados de vegetaccedilatildeo

33 Procedimentos

331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados

Apoacutes a seleccedilatildeo dos mapas de vegetaccedilatildeo dentro dos requisitos necessaacuterios foi feita a

migraccedilatildeo e a compatiblizaccedilatildeo destes dados com os dados geomorfomeacutetricos Este passo

foi feito atraveacutes de operaccedilotildees de exportaccedilatildeo e importaccedilatildeo de imagem (raster) entre os

diferentes SIGs em funccedilatildeo das diferentes modalidades de conversatildeo requeridas e das

diferentes possibilidades de cada SIG Apoacutes todo o trabalho de conversotildees os dados

foram definitivamente armazenados em Idrisi onde foram realizadas as manipulaccedilotildees

finais de preparo (geometria resoluccedilatildeo e posicionamento) assim como todo o

processamento a partir de entatildeo A estrutura definitiva de armazenamento dos dados em

cada aacuterea de estudo estaacute especificada na Tabela 31

Tabela 31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados

Aacuterea xmiacuten (o) ymiacuten (o) xmaacutex (o) ymaacutex (o) nocol nolin

RPPNA 40deg48rsquo29rdquo 5deg0rsquo31rdquo 41deg11rsquo58rdquo 5deg17rsquo1rdquo 1410 990

MIA 60deg17rsquo6rdquo 2deg38rsquo24rdquo 60deg10rsquo26rdquo 2deg34rsquo5rdquo 400 259

PNCA 66deg 8deg 63deg 7deg 10800 3600

PNB 48deg6rsquo37rdquo 15deg45rsquo5rdquo 47deg50rsquo26rdquo 15deg33rsquo24rdquo 971 867

() ndash resoluccedilatildeo de 1rdquo ou 0000277778ordm (aproximadamente 30 m)

60

Foi feita uma amostragem das variaacuteveis por classe vegetacional atraveacutes de programas de

lote (macro) em SIG As amostras foram extraiacutedas em esquema aleatoacuterio estratificado

Para cada classe foram escolhidos aproximadamente 50 pontos pois devido a limitaccedilotildees

do software natildeo foi possiacutevel coletar exatos 50 pontos em alguns casos O painel

amostral assim formado foi aplicado em cada uma das variaacuteveis para extraccedilatildeo de

amostragens uniformes entre as diferentes classes mapeadas Os dados amostrados

foram pareados em planilhas de acordo com sua posiccedilatildeo geograacutefica e o conteuacutedo destas

planilhas submetido agraves anaacutelises estatiacutesticas

332 Anaacutelise dos resultados

Os planos de informaccedilatildeo armazenados foram editados na forma de mapas

uniformizados para uma visualizaccedilatildeo conjunta dos dados de vegetaccedilatildeo e

geomorfomeacutetricos Este processo deu suporte a observaccedilotildees gerais como a distribuiccedilatildeo

de aacuterea entre as classes de vegetaccedilatildeo sua associaccedilatildeo com o relevo aleacutem de possiacuteveis

semelhanccedilas e associaccedilotildees entre diferentes classes Uma observaccedilatildeo mais acurada das

condiccedilotildees topograacuteficas vigentes sob cada tipo de vegetaccedilatildeo foi feita com histogramas

Foram elaborados histogramas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro da aacuterea de cada

classe de vegetaccedilatildeo buscando-se identificar grupos de classes de comportamento

semelhantes e variaacuteveis de maior poder indicativo dos mesmos

A separabilidade estatiacutestica das classes de vegetaccedilatildeo com base nas variaacuteveis

geomorfomeacutetricas foi avaliada atraveacutes de anaacutelises discriminantes A aplicaccedilatildeo das

anaacutelises aos dados fitofisionocircmicos foi feita apoacutes agrupar classes de vegetaccedilatildeo com

semelhantes estruturas vegetacionais que no mapa de referecircncia estavam muito

particularizadas Estas anaacutelises foram aplicadas tambeacutem dentro dos grupos

vegetacionais formados por mais de duas subfisionomias com o intuito de testar a

hipoacutetese segundo a qual as variaacuteveis geomorfomeacutetricas seriam preditoras algumas

vezes das subfisionomias vegetais Para melhorar a linearidade dos dados estes foram

logaritmizados e posteriormente padronizados

61

333 Processamentos experimentais

Com vistas a uma avaliaccedilatildeo do potencial de aplicaccedilatildeo dos dados geomorfomeacutetricos no

mapeamento da vegetaccedilatildeo foram realizadas algumas manipulaccedilotildees sobre os planos de

informaccedilatildeo Embora este processamento fosse aqui direcionado agrave formaccedilatildeo de mapas

(experimentais) de vegetaccedilatildeo conveacutem lembrar que tal procedimento natildeo estaacute aventado

entre as formas de aplicaccedilatildeo da presente pesquisa Ao contraacuterio propotildee-se que a

aplicaccedilatildeo dos dados gemorfomeacutetricos seja feita em complementaridade agraves fontes

tradicionalmente utilizadas no mapeamento da vegetaccedilatildeo

Os processamentos experimentados (essencialmente classificaccedilotildees) tiveram como base

as observaccedilotildees gerais e os resultados das anaacutelises estatiacutesticas

As anaacutelises discriminantes aplicadas sobre as classes vegetacionais reagrupadas e

tambeacutem dentro dos grupos que incluiacuteam mais de duas subfisionomias indicaram quais

eram as variaacuteveis geomorfomeacutetricas de maior peso na separaccedilatildeo dos grupos bem como

quais desses grupos melhor se separavam entre si A partir das primeiras funccedilotildees

discriminantes nas quais a maior parte da variaccedilatildeo dos dados se concentrava foram

geradas imagens A avaliaccedilatildeo dessas imagens e dos graacuteficos das funccedilotildees discriminantes

permitiu que os mapas baseados nas primeiras funccedilotildees fossem gerados a partir de

classificaccedilotildees por Fatiamentos Esses resultados foram editados em mapas

experimentais para comparaccedilatildeo com os dados de vegetaccedilatildeo agrupados sob as novas

classes

Para avaliar o potencial de aplicaccedilatildeo dos dados topograacuteficos no mapeamento da

vegetaccedilatildeo estes foram aplicados em testes de classificaccedilatildeo com recursos baacutesicos de

processamento de imagens Para tanto foi necessaacuterio que os dados estivessem na

estrutura tiacutepica das imagens de sateacutelite (bytebinaacuterio) Para isso foi feito um re-

escalonamento das variaacuteveis para o intervalo de 0 a 255 (o Idrisi 20 exige que o dado

esteja nesse formato para a realizaccedilatildeo das classificaccedilotildees) o que exigiu a seleccedilatildeo de

valores extremos para cada variaacutevel Para que o re-escalonamento das variaacuteveis fosse

consistente sob diferentes condiccedilotildees de relevo os valores extremos foram tomados apoacutes

observaccedilatildeo de 12 folhas 1250000 do Brasil escolhidas pela presenccedila de relevos

62

contrastantes entre as aacutereas jaacute preparadas no TOPODATA Essas folhas que englobam

terrenos que variam desde escarpas da Serra da Mantiqueira ateacute os relevos deprimidos

do Pantanal Matogrossense e da Ilha do Marajoacute foram analisadas pelos histogramas de

cada variaacutevel procurando-se os valores extremos de suas distribuiccedilotildees Os maacuteximos e

miacutenimos foram tomados nos valores em que cada curva de distribuiccedilatildeo indicasse a

frequumlecircncia de 1 da frequumlecircncia maacutexima independentemente da ocorrecircncia de valores

fora desse intervalo Os valores de declividade foram convertidos de porcentagem para

graus antes desta transformaccedilatildeo para que a variaacutevel mantivesse proporcionalidade

uniforme no intervalo de 0ordm a 39ordm A orientaccedilatildeo de vertentes originalmente uma

variaacutevel circular foi desdobrada nas componentes lineares cosseno (ldquoo quatildeo para norte

se orientardquo) e seno (ldquoo quatildeo para lesterdquo) e ambas transformadas para byte binaacuterio no

intervalo de -1 a +1 A curvatura vertical foi transformada no intervalo de -0155ordmm a

+0155ordmm e a curvatura horizontal -21 ordmm a +21 ordmm A elevaccedilatildeo constitui-se uma

exceccedilatildeo a essa padronizaccedilatildeo e foi transformada usando-se os limites observados

localmente Estas transformaccedilotildees foram feitas essencialmente atraveacutes da operaccedilatildeo de

realce de contraste (stretch)

Uma vez que este estudo se ateve ao potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos os

testes de classificaccedilatildeo apresentados - maacutexima verossimilhanccedila (MaxVer) Cluster e

Fatiamentos - foram aplicados de modo expedito atraveacutes dos recursos disponiacuteveis no

SIG Ressalta-se que o Fatiamento foi feito com base na anaacutelise de histogramas

verificando pontos onde as classes melhor se separavam

63

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

O presente capiacutetulo apresenta os resultados em trecircs partes principais Na primeira parte

os dados preparados para o estudo satildeo apresentados em mapas padronizados para sua

observaccedilatildeo conjunta Em seguida satildeo apresentados os resultados das anaacutelises a que se

submeteram estes dados atraveacutes de tabelas e plotagens dos resultados Por fim

apresenta-se um conjunto de resultados experimentais produto de manipulaccedilotildees sobre

os planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrico associado agrave avaliaccedilatildeo de cada mapa

produzido

41 Apreciaccedilatildeo dos dados

A apreciaccedilatildeo inicial dos dados consistiu na anaacutelise visual das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas e do mapa de vegetaccedilatildeo obtidos para cada aacuterea em estudo (Figuras

41 a 44) Nas legendas destas figuras podem-se observar as faixas de amplitude

numeacuterica dos dados topograacuteficos A RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas) apresentou a maior amplitude altimeacutetrica variando de 180

a 770 m dentro de um intervalo de 590 m enquanto as demais aacutereas apresentaram

menor variaccedilatildeo altimeacutetrica sendo seu intervalo de apenas 97 m para cada aacuterea A

RPPNSA apresenta tambeacutem a maior amplitude de declividade e de curvatura vertical

Com declividade variando de 0 a 98 e curvatura vertical variando na ordem de 029 a

RPPNSA contrasta com as demais aacutereas cujas amplitudes das referidas variaacuteveis satildeo

bem menores A declividade das demais aacutereas varia em torno de 30 enquanto a

variaccedilatildeo da curvatura vertical estaacute na ordem de 006 008 e 005 representando a MIA

(Microbacia do Igarapeacute Asu) o PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e o

PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) respectivamente Assim as anaacutelises exploratoacuterias

indicaram que a maior diferenciaccedilatildeo geomorfomeacutetrica dentro de cada variaacutevel ocorreu

na RPPNSA

Na aacuterea da RPPNSA (Figura 41) jaacute foi possiacutevel verificar a correspondecircncia entre

determinados padrotildees topograacuteficos e algumas classes de vegetaccedilatildeo especialmente entre

a classe S_F e a declividade entre a classe S_A e as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e

64

curvatura vertical e entre a classe S_H e as variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente e curvatura

horizontal sendo indicada levemente pelas variaacuteveis declividade e elevaccedilatildeo

Figura 41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra

das Almas) e seu mapa de vegetaccedilatildeo com as classes S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B

(Complexo Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-

arbustivo) S_E (Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H

(Complexo Galeria) e S_I (Mata Seca)

Na MIA (Figura 42) tambeacutem se niacutetida heterogeneidade do terreno dentro das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas com certas variaccedilotildees comparaacuteveis agraves classes vegetacionais Desse

modo as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e curvatura vertical mostraram-se indicativas

das classes I_B e I_C enquanto a classe I_A foi sugerida apenas pela orientaccedilatildeo de

vertente e curvatura horizontal Assim de maneira geral as variaacuteveis morfomeacutetricas

ilustraram boas evidecircncias da ocorrecircncia de cada classe vegetacional Ressalta-se que

65

dentre todas as aacutereas estudadas a MIA exibe a menor amplitude de declividade

variando de 0 a 23 e tambeacutem uma das menores amplitudes de curvatura vertical

perdendo apenas para o PNB

Figura 42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA (Microbacia do Igarapeacute Asu) e seu mapa de

vegetaccedilatildeo com as classes I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C

(Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

O PNCA (Figura 43) apresentou um terreno mais homogecircneo (devido agrave ruiacutedos) quanto

agraves variaacuteveis curvatura horizontal e curvatura vertical mostrando ligeira tendecircncia de

regionalizaccedilatildeo nas demais variaacuteveis especialmente na variaacutevel elevaccedilatildeo Esta uacuteltima

permite uma clara distinccedilatildeo entre as classes A_A e A_C O PNB (Figura 44)

demonstrou pouca variaccedilatildeo topograacutefica entre as variaacuteveis Nesta aacuterea apenas a classe

B_A foi indicada de modo inequiacutevoco poreacutem foi evidenciada em todas as variaacuteveis

morfomeacutetricas

66

Os mapas de vegetaccedilatildeo utilizados apresentam diferentes niacuteveis de detalhamento

temaacutetico de acordo com as diferentes escalas de mapeamento e as metodologias de

levantamento

Figura 43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e seu mapa

de vegetaccedilatildeo com as classes A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B

(Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa

Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente)

A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras

com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e

A_J (Savana Parque sem floresta-de-galeria)

O mapa de vegetaccedilatildeo da RPPNSA (escala 1100000) apresenta uma boa precisatildeo e

detalhamento floriacutestico uma vez que contou tambeacutem com a caracterizaccedilatildeo

floristicofisionocircmica em campo para sua construccedilatildeo O PNB (escala 110000) tambeacutem

apresenta um bom detalhamento sendo produto do refinamento do mapa de vegetaccedilatildeo

67

jaacute existente se utilizando de imagens IKONOS II para algumas cenas e tambeacutem do

Modelo Linear de Mistura Em contraste as aacutereas referentes ao bioma Amazocircnia natildeo

apresentam mapas de vegetaccedilatildeo tatildeo detalhados sendo o da MIA (escala 110000) e o

do PNCA (1250000) construiacutedos utilizando apenas imagens orbitais sem um

levantamento floriacutestico em campo mais rigoroso

As consideraccedilotildees feitas acima referentes aos dois uacuteltimos mapas sugerem a necessidade

de refinamento dos mapas representantes do bioma Amazocircnia atraveacutes de levantamentos

em campo mais completos e tambeacutem pelo aperfeiccediloamento e desenvolvimento de novos

meacutetodos aplicaacuteveis ao mapeamento deste tipo de fisionomia vegetal

Figura 44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) e seu mapa de vegetaccedilatildeo

com as classes B_A (Mata Galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado)

B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H

(Mata de Interfluacutevio) B_I (Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L

(Campo Limpo com Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora

ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo

68

A distribuiccedilatildeo numeacuterica e a amplitude dos dados geomorfomeacutetricos puderam ser

observadas em histogramas os quais propiciaram uma caracterizaccedilatildeo geomorfomeacutetrica

das aacutereas de estudo bem como para cada classe de vegetaccedilatildeo de cada aacuterea de estudo

(Figuras 45 a 48)

A Figura 45 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo da RPPNSA em comparaccedilatildeo com toda sua aacuterea Verificando a aacuterea total

observa-se que a elevaccedilatildeo varia entre 180 a 770 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o

maior pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em

torno de 98 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores

baixos A direccedilatildeo de suas vertentes tambeacutem apresenta distribuiccedilatildeo bimodal A simetria

da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal e curvatura vertical indicaram o equiliacutebrio entre

terrenos convergentes e divergentes e entre terrenos cocircncavos e convexos

respectivamente

A distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias para cada classe de vegetaccedilatildeo e a RPPNSA revela as

preferecircncias de cada tipo vegetacional a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A

Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de elevaccedilatildeo

em torno de 248 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da aacuterea em

questatildeo assim como o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) A distribuiccedilatildeo da

declividade revela que a vegetaccedilatildeo se concentra em aacutereas com declividades mais baixas

proacuteximas a 8 (terreno ondulado) comportamento semelhante agraves classes de vegetaccedilatildeo

S_C S_D S_G e S_H Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia

voltadas ao norte e nordeste e haacute um equiliacutebrio entre terrenos convergentes e

divergentes (curvatura horizontal) comparaacutevel as classes S_B S_C S_D S_E S_F

S_G e S_I Quanto agrave curvatura vertical esta tambeacutem apresenta um equiliacutebrio entre aacutereas

cocircncavas e convexas como as classes S_C S_D S_E S_G e S_I

O Complexo Arboacutereo (S_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em

torno de 282 m apresentando uma distribuiccedilatildeo mais platicuacutertica de comportamento

semelhante agrave classe S_F A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo eacute

menos tolerante a declividades baixas jaacute que os valores altos ocorrem em maior

frequumlecircncia e em torno de 24 (terreno forte ondulado) Tambeacutem relativo a esta classe

69

as vertentes estatildeo voltadas agrave norte e noroeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por

terrenos cocircncavos (curvatura vertical)

A Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) apresenta dois picos de elevaccedilatildeo relativamente

proacuteximos em torno de 248 e 316 m Suas vertentes estatildeo concentradas mais ao norte e

noroeste sem quase nenhuma ocorrecircncia de vertentes agrave leste e sul

Figura 45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da

RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas) em totalidade e

de suas classes de vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo

Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E

(Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria)

e S_I (Mata Seca)

Para o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) a distribuiccedilatildeo de vertentes indica que estatildeo

predominantemente voltadas para oeste

70

A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Caatinga Arboacuterea (S_E) indicam uma forma

bimodal sendo sua frequumlecircncia distribuiacuteda com picos em torno de 282 e 384 m A

distribuiccedilatildeo da declividade localiza-se entre 0 e 49 com maior frequumlecircncia em 8

(terreno suave ondulado a ondulado)

A Caatinga Florestada (S_F) apresenta uma declividade com distribuiccedilatildeo mais ou

menos uniforme possuindo seu maacuteximo valor em torno de 49 (terreno montanhoso)

Possui uma maior concentraccedilatildeo de suas vertentes a nordeste decaindo sua frequumlecircncia na

direccedilatildeo norte Haacute ligeira preferecircncia por terrenos cocircncavos (curvatura vertical)

O Carrasco (S_G) possui sua elevaccedilatildeo distribuiacuteda entre 316 e 770 m apresentando

distribuiccedilatildeo bimodal com dois estratos altimeacutetricos o mais baixo em torno de 385 m e o

mais alto em torno de 508 m Suas vertentes predominam agrave sudoeste e noroeste com

menor frequumlecircncia agrave nordeste

No Complexo Galeria (S_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta um aspecto denteada

ocorrendo principalmente em ambientes com elevaccedilatildeo em torno de 248 m Destaca-se a

preferecircncia por terrenos com vertentes direcionadas ao nordeste e com menor

frequumlecircncia agrave sudoeste e noroeste Haacute uma clara preferecircncia por terrenos convergentes

(curvatura horizontal) e cocircncavos (curvatura vertical)

A Mata Seca (S_I) exibe preferecircncia por altitudes em torno de 610 m com sua

distribuiccedilatildeo correspondendo ao estrato mais elevado da RPPNA Tambeacutem

comparativamente agrave RPPNA pode-se destacar uma distribuiccedilatildeo mais ou menos

homogecircnea quanto agrave orientaccedilatildeo de vertentes aliado a uma equiliacutebrio entre terrenos

convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e entre aacutereas cocircncavas e convexas

(curvatura vertical)

A Figura 46 ilustra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total da MIA Observando a microbacia como

um todo verifica-se que a altitude varia entre 29 e 126 m com distribuiccedilatildeo bimodal o

que indica a existecircncia de dois estratos altimeacutetricos A sua declividade maacutexima estaacute em

torno de 23 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores

baixos A direccedilatildeo de suas vertentes apresenta-se distribuiacuteda de modo relativamente

71

homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre

terrenos convergentes e divergentes uma situaccedilatildeo tiacutepica quando se analisa uma

microbacia por inteiro A assimetria da distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica a

predominacircncia territorial de terrenos convexos

Figura 46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA

(Microbacia do Igarapeacute Asu) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de

Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e a microbacia satildeo

indicadores de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A

Floresta de Baixio (I_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno

de 53 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da microbacia A

distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra menos tolerante a

declividades mais altas jaacute que ocorrem valores altos em menor frequumlecircncia do que na

microbacia Tambeacutem relativo agrave microbacia destaca-se uma clara preferecircncia por

terrenos convergentes (curvatura horizontal) e em menor grau por aacutereas cocircncavas

(curvatura vertical)

A Floresta de Platocirc Alto (I_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em

torno de 114 m ocupando preferecircncialmente o estrato altimeacutetrico superior Em

contraposiccedilatildeo agrave Floresta de Baixio demonstram maior adaptaccedilatildeo a terrenos divergentes

e aacutereas convexas

A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Floresta de Platocirc Baixo com campinarana

(I_C) indica que esta ocupa uma posiccedilatildeo intermediaacuteria com ligeira restriccedilatildeo no estrato

72

superior da microbacia com maior frequumlecircncia entre 61 e 93 m A semelhanccedila das

distribuiccedilotildees de declividade com a microbacia mostra que sua ocorrecircncia independe

desta variaacutevel assim como a curvatura horizontal Embora a curvatura vertical natildeo

tenha se mostrado uma restriccedilatildeo a sua ocorrecircncia o estreitamento de sua distribuiccedilatildeo

em torno de 0ordmm indica sua ligeira preferecircncia a terrenos retiliacuteneos em relaccedilatildeo a

cocircncavos e convexos

A Figura 47 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNCA Verificando a aacuterea total

observa-se que altitude varia entre 30 e 127 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o maior

pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em torno de

37 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A

direccedilatildeo de suas vertentes tem um caraacuteter homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da

curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes A

distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica tambeacutem um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e

convexos

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo do PNCA satildeo indicadores

de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Floresta

Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras (A_A) ocorre com maior frequumlecircncia em

regiotildees de altitudes em torno 68 e de 86 m

A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra pouco tolerante a

declividades altas se concentrando em aacutereas com declividades mais baixas proacuteximas a

3 (plano) apresentando comportamento semelhante agraves demais classes de vegetaccedilatildeo

Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia voltadas agrave norte e haacute um

equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e terrenos

cocircncavos e convexos (curvatura vertical) similar agraves demais classes de vegetaccedilatildeo

A Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras (A_B) ocorrem com maior

frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 88 m A direccedilatildeo de suas vertentes tem

um caraacuteter homogecircneo assim como as classes A_C A_D e A_H

73

A Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) possui distribuiccedilatildeo

altimeacutetrica em torno 68 m Ao passo que Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas

Dossel emergente (A_D) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em

torno de 107m e o mais baixo em torno de 88 m

Figura 47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA

(Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo

A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B (Floresta Ombroacutefila Aberta

Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente)

A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

herbaacutecea) A_I (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana Parque

sem floresta-de-galeria )

74

A Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (A_E) possui altitude em

torno de 115 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva

(A_F) em torno de 58 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva com palmeiras (A_G) em torno de 83 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea (A_H) em torno de 56 m Savana Gramiacuteneo-Lenhosa

sem floresta-de-galeria (A_I) em torno de 80 m e Savana Parque sem floresta-de-

galeria (A_J) em torno de 56 a 72 m

A Figura 48 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNB Verificando a aacuterea total

observa-se uma distribuiccedilatildeo bimodal com o maior pico em valores em torno de 1140 e

1280 m A sua declividade maacutexima estaacute em torno de 31 (terreno forte ondulado) com

uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A direccedilatildeo de suas

vertentes apresenta distribuiccedilatildeo bem variaacutevel A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura

horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes e terrenos

cocircncavos e convexos respectivamente

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e o PNB satildeo indicadores de

sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Mata galeria

(B_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1048 e 1096

m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e

14 com pico em torno de 4 sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em

ambientes planos a suave ondulados comportamento similar ao da classe E Aliado a

isso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia direcionadas agrave nordeste e sudoeste

Destaca-se nesta classe uma clara preferecircncia por terrenos convergentes (curvatura

horizontal) e por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical) assim como na classe B_G

O Cerrado sensu strictu (B_B) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto

em torno de 1097 m e o mais baixo em torno de 1194 m A distribuiccedilatildeo da declividade

mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e 7 com pico em torno de 4

sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave

ondulados similar agraves classes B_C B_D e B_G Suas vertentes distribuiacutedas de modo

mais ou menos homogecircneo apresentando uma menor concentraccedilatildeo de vertentes

75

voltadas agrave nordeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por terrenos convergentes

(curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e convexos (curvatura

vertical)

Figura 48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB

(Parque Nacional de Brasilia) em sua totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo B_A (Mata

galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E

(Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I

(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L (Campo Limpo com

Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela

de emardquo

O Campo Cerrado (B_C) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica abrangendo todo o intervalo de

valores assim como as classes B_D e B_E poreacutem estas uacuteltimas possuem valores mais

76

altos em torno de 1244 e 1097 m respectivamente ao passo que a primeira eacute em torno

de 1285 m A maioria de suas vertentes estatildeo voltadas agrave sudeste Pode-se tambeacutem

observar que haacute um niacutetido equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes

(curvatura horizontal) e terrenos cocircncavos e convexos (curvatura vertical) assim como

em B_D e B_E Entretanto esta uacuteltima apresenta uma maior distribuiccedilatildeo entre seus

terrenos cocircncavos convexos

A distribuiccedilatildeo de vertentes para o Campo Sujo (B_D) indica uma predominacircncia das

direcionadas ao sudeste e sul Ao passo que a maior parte das vertentes do Campo

Limpo (B_E) estatildeo voltadas para o nordeste e sudoeste

O Campo Limpo Uacutemido (B_F) apresenta sua altimetria restrita a uma pequena faixa em

torno de 1234 m Sua declividade tambeacutem estaacute restrita a aproximadamente 3 (plano e

suave ondulado) Todas as suas vertentes estatildeo voltadas para o norte Haacute uma niacutetida

preferecircncia por terrenos planares (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)

O Brejo (B_G) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica multimodal Suas vertentes predominam agrave

nordeste e sudeste

Na Mata de Interfluacutevio (B_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta dois estratos de

distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em torno de 1097 m sendo a distribuiccedilatildeo concentrada

entre 1073 e 1147 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo

concentrado entre 0 e 18 com pico em torno de 10 sendo portanto este tipo de

vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes ondulados Destaca-se a preferecircncia por terrenos

com vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos

(curvatura horizontal) e em menor grau cocircncavos (curvatura vertical)

O Reflorestamento (B_I) ocorre de modo restrito a regiotildees de altitudes em torno de

1097 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra uma concentraccedilatildeo em torno de 4 sendo

portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave ondulados

Haacute uma concentraccedilatildeo de vertentes orientadas a nordeste aliado a uma clara

predominacircncia de terrenos planos (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)

77

No Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute trimodal

apresentando o maior pico em torno de 1219 m A distribuiccedilatildeo da declividade em B_J eacute

semelhante a B_L com pico em torno de 4 Destaca-se a preferecircncia por terrenos com

vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos (curvatura

horizontal) e terrenos retiliacuteneos (curvatura vertical) embora exista certo equiliacutebrio entre

terrenos que ocorrem com menor frequumlecircncia os cocircncavos e convexos

No Campo Limpo com Murundum (B_L) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute bimodal Destaca-

se a preferecircncia por terrenos com vertentes voltadas ao norte nordeste e sudeste Haacute

predominacircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos

cocircncavos e convexos estes mais bem distribuiacutedos dentro desta classe do que nas demais

classes

A classe Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de

emardquo (B_M) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1097 m

A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra tolerante distribuiacuteda

por todo espectro desta classe apresentando uma distribuiccedilatildeo mais ou menos

platicuacutertica Existe uma clara preferecircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) por

aacutereas convexas e em menor grau por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical)

Da observaccedilatildeo conjunta dos histogramas de todas as aacutereas verifica-se que as

preferecircncias ecofisioloacutegicas das diferentes classes de vegetaccedilatildeo quando expressas

estatildeo representadas pela concentraccedilatildeo de frequumlecircncia das variaacuteveis geomorfomeacutetricas

Entretanto mesmo entre as classes de maior contraste geomorfomeacutetrico as distribuiccedilotildees

apresentam amplitudes sobrepostas com raros casos de condiccedilotildees excludentes

42 Anaacutelises discriminantes

As anaacutelises estatiacutesticas foram empregadas diante do agrupamento de classes

vegetacionais segundo a estrutura de sua vegetaccedilatildeo Assim foram gerados novos mapas

de vegetaccedilatildeo referecircncia

Para a RPPNSA a anaacutelise discriminante entre os grupos vegetacionais Complexo

Arboacutereo arbustiva (Classes agrupadas Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga

78

Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D)) Complexo Arboacutereo

(Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B) Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga

Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata Seca mostrou uma significativa

separaccedilatildeo entre tais grupos considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilks Lambda=

020056 F (201437)=44781 plt00000) O Wilks Lambda geral (que consta no tiacutetulo

das Tabelas) eacute um paracircmetro que varia de 0 (maior poder de discriminaccedilatildeo) a 1 (menor

poder de discriminaccedilatildeo) Os Wilks Lambda parciais observados nos sumaacuterios das

anaacutelises das funccedilotildees discriminantes de cada aacuterea (no corpo das Tabelas) indicam por

sua vez a participaccedilatildeo de cada variaacutevel na reduccedilatildeo do Wilks Lambda geral Ressalta-se

aqui que esses paracircmetros apresentam relaccedilatildeo numeacuterica inversa o WL geral desejaacutevel

eacute o menor possiacutevel enquanto que as variaacuteveis de maior influecircncia satildeo identificadas

pelos maiores valores de Wilks Lambda parcial Desse modo eacute gerado o melhor

modelo baseado natildeo apenas no p-valor mas tambeacutem por meio da avaliaccedilatildeo dos outros

paracircmetros como ilustrado na Tabela 41 Diante disso as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h)

declividade (G) curvatura vertical (kv) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal

(kh) foram consideradas importantes na discriminaccedilatildeo entre as classes de vegetaccedilatildeo e

assim incluiacutedas em todas as funccedilotildees discriminantes independentemente do respectivo

p-valor (Tabela 41)

Tabela 41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (5

grupos) Wilks Lambda 020056 F (201437)=44781 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0663747 0302162 2500011 0000000 0922217 0077783

G 0259549 0772724 318389 0000000 0861859 0138141

kv 0208862 0960247 44814 0001474 0834870 0165130

A 0203935 0983449 18218 0123577 0988884 0011116

kh 0202481 0990507 10374 0387468 0900033 0099967

Observando a distacircncia entre os centroacuteides distacircncia de Mahalanobis dos grupos no

espaccedilo discriminante (Tabela 42) verificou-se que os grupos mais distantes entre si

foram a Mata Seca e o Complexo Arboacutereo-arbustivo (2244425) e os mais proacuteximos

foram Mata Seca e Carrasco (154077) Esta proximidade foi refletida na consideraacutevel

79

sobreposiccedilatildeo entre seus escores (Figura 49) uma vez que ambos os tipos de vegetaccedilatildeo

ocupam relevos planos e suave ondulados em altitudes em torno de 600 m Ressalta-se

que tambeacutem apresentam semelhanccedilas quanto ao comportamento caducifoacutelio com

indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveisTodas as distacircncias foram

significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem ser capazes de

discriminar todas as fisionomias vegetais consideradas na anaacutelise

Tabela 42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Reserva Particular

do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

CA arbustivo Carboacutereo Carrasco Cgaleria Mata Seca

CA arbustivo 000000 5952712 1351015 232019 2244425

Carboacutereo 0000000 471739 202914 790304

Carrasco 000000 629755 154077

Cgaleria 000000 1263179

Mata Seca 000000

Adotou-se 05 como niacutevel de corte para as todas as correlaccedilotildees deste estudo Assim a

Tabela 43 mostra que a variaacutevel elevaccedilatildeo destacou-se correlacionando negativamente

com o eixo 1 A Funccedilatildeo 1 discriminou claramente Mata Seca do Complexo Arboacutereo-

arbustivo mostrando que a Mata Seca ocorreu preferencialmente em locais com maior

altitude e o Complexo Arboacutereo-arbustivoem locais com menor altitude A Funccedilatildeo 2 natildeo

definiu claramente a separaccedilatildeo entre os grupos vegetacionais

Tabela 43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Reserva Particular do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h -0 986606 0 016661

G -0 202112 0 966076

kv 0 013402 -0 155967

A 0 029651 -0 108341

kh -0 020558 0 140234

Analisando a Figura 49 onde os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante

bidimensional eacute apresentada observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discriminou melhor os

grupos vegetacionais O eixo 1 representou 87 e o eixo 2 representou 10 do espaccedilo

80

discriminante Houve tambeacutem certa sobreposiccedilatildeo entre vaacuterias fisionomias vegetais o

que indica que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem variar em um gradiente

topograacutefico o que possivelmente acarretaria em faixas transicionais de vegetaccedilatildeo

CAarbustivo CArboacutereo Carrasco CGaleria Mata Seca

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (87)

Funccedilatildeo1= -101848h+005087G+010642kv+ 012560A-001408kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

3)

Figura 49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas

(RPPNSA)

Como o Complexo Arboacutereo e o Complexo Arboacutereo-arbustivo apresentaram

subfisionomias foram feitas anaacutelises separadas para as mesmas O objetivo dessas

anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas

subfisionomias No que se refere a Complexo Arboacutereo a anaacutelise discriminante mostrou-

se significativa na separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nessa classe (Complexo

Arboacutereo Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada) com base nas variaacuteveis

morfomeacutetricas (Wilks Lambda 078872 F (8268)=42211 plt 00001) As maiores

81

significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis declividade (G) orientaccedilatildeo

de vertente (A) curvatura vertical (kv) e elevaccedilatildeo (h) (Tabela 44)

Tabela 44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da

Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de

variaacuteveis no modelo 4 grupo veg (3 grupos) Wilks Lambda 078872 F

(8268)=42211 plt 00001

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 878947 0 897342 7 664994 0 000705 0 872484 0 127516

A 0 838624 0 940489 4239559 0 016394 0 967195 0 032805

kv 0 810139 0 973556 1 819867 0 166030 0 959694 0 040306

h 0 806097 0 978438 1 476497 0 232129 0 853277 0 146723

A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que os

grupos mais distantes entre si foram Caatinga Florestada e Caatinga Arboacuterea e as mais

proacuteximas foram Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea (Tabela 45) Essa proximidade

foi tambeacutem evidente analisando graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 410)

Entretanto a distacircncia entre Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea natildeo foi

significativa indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas natildeo foram capazes de

discriminaacute-las entre si

Tabela 45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo

Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas

(RPPNSA)

C arboacutereo C arboacuterea C florestada

C arboacutereo 0 000000 0 344034 0 790777

C arboacuterea 0 000000 1 259096

C florestada 0 000000

Distacircncia natildeo significativa

A partir da 46 pode-se verificar que a declividade correlacionou-se positivamente com

o eixo 1 (Tabela 46)

82

Tabela 46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea

da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

G 0 774776 -0 300435

A -0 414084 -0 641590

kv -0 488321 0 194645

h 0 155299 0 502098

Analisando os escores das observaccedilotildees (Figura 410) verificou-se que o primeiro eixo

representou 82 e o segundo eixo 18 do espaccedilo discriminante Existe grande

sobreposiccedilatildeo entre os grupos indicando que a topografia natildeo foi capaz de diferenciar

tais grupos entre si

CArboacutereo CArboacuterea CFlorestada

-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5

Funccedilatildeo 1 (82)

Funccedilatildeo1= 0787300G-0469406 A -0393120 kv +0023671h

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

8)

Figura 410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

83

A anaacutelise discriminante do Complexo Arboacutereo-arbustivo natildeo se mostrou significativa

na avaliaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nesta classe (Caatinga Arboacuterea-

arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa e Complexo Arboacutereo-arbustivo) com base nas

variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843 pgt0

05) (Tabela 47) o que indicou que estes grupos natildeo foram separaacuteveis entre si como

pode se observar no graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 411)

Tabela 47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da

Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no

modelo 2 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 987485 0 970100 2 219127 0 112408 0 996626 0 003375

A 0 971696 0 985863 1 032457 0 358752 0 996626 0 003374

CAarbustiva CHlenhosa CAarbustivo

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (92)

Funccedilatildeo1= -0864906G-0554685 A

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(8

)

Figura 411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da Reserva Particular do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

84

Para a MIA a anaacutelise discriminante separou os grupos vegetacionais de modo

significativo considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilksrsquo Lambda 039562 F

(10290)=17106 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv)

declividade (G) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal (kh) foram importantes

na discriminaccedilatildeo entre os grupos de vegetaccedilatildeo (Tabela 48) o que concorda com a

Figura 412

Tabela 48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA) Ndeg

de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (3grupos) Wilksrsquo Lambda 039562 F (10290)=

17106 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0525606 0752689 2382137 0000000 0766851 0233149

A 0407103 0971788 210474 0125585 0977078 0022922

kv 0464929 0850920 1270185 0000008 0811175 0188825

G 0440473 0898165 822012 0000415 0894754 0105246

kh 0404755 0977425 167452 0191002 0936637 0063363

A distacircncia de Mahalanobis dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que todas as

distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas foram capazes

de discriminar todas as fisionomias vegetais Os grupos mais distantes entre si foram a

Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto (6233659) e os mais proacuteximos foram a

Floresta de Baixio e Floresta de Platocirc Baixo com campinarana (1585357) (Tabela 49)

Estes uacuteltimos apresentaram consideraacutevel sobreposiccedilatildeo (Figura 411) o que condiz com

a transiccedilatildeo das fisionomias vegetacionais

Tabela 49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

F Baixio F P Alto F P B Camp

F Baixio 0000000 6233659 1585357

F P Alto 0000000 3867290

F P B Camp 0000000

Segundo Ribeiro et al (1999) a comunidade vegetal de vertente representa uma faixa

de transiccedilatildeo entre as florestas de platocirc e campinarana Nas partes mais altas e

floristicamente semelhantes agrave comunidade de platocirc (TELLO 1995) e nas mais baixas

85

fisionomicamente parecida com campinarana (RIBEIRO et al 1999) poreacutem sem

apresentar as espeacutecies que a caracteriza Por outro lado outras espeacutecies satildeo exclusivas

desse ecossistema florestal Esta heterogeneidade fisionocircmica decorre de uma grande

diversidade edaacutefica e topograacutefica na aacuterea (TELLO 1995 RIBEIRO et al 1999)

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresnetados

na Figura 412 O primeiro eixo representou 85 e o segundo eixo 15 do espaccedilo

discriminante As variaacuteveis elevaccedilatildeo e a curvatura vertical estatildeo correlacionadas

positivamente com o eixo 1 (Tabela 410) A primeira discriminante separou

claramente a Floresta de Platocirc Alto mostrando ocorrecircncia em locais de maiores

altitudes e curvatura vertical e a da Floresta de Baixio em locais de menores altitudes

e curvatura vetical enquanto a Floresta de Platocirc Baixo com campinarana ocorreu em

locais de transiccedilatildeo entre estas duas feiccedilotildees apresentando valores intermediaacuterios das

mesmas variaacuteveis Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no

espaccedilo discriminante natildeo mostram uma discriminaccedilatildeo muito clara

Tabela 410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu

(MIA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0868610 -0187333

A 0031881 0334352

kv 0743142 0292901

G 0031881 0662975

kh 0269970 0341848

Diante do exposto pode-se concluir que a Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto

satildeo mais separaacuteveis entre si pelas variaacuteveis geomorfomeacutetricas enquanto que a Floresta

de Baixio com campinarana se confunde com as duas primeiras Assim pode haver

dificuldades na identificaccedilatildeo deste tipo vegetacional com base apenas nas variaacuteveis

morfomeacutetricas do terreno

86

FBaixio FPAlto FPBcamp

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (85)

Funccedilatildeo1= 0686501h+0479042kv-0146573G-0139714A +0150701kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4Fu

nccedilatildeo

2

(15

)

Figura 412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

Quanto ao PNCA a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos

grupos vegetacionais Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras Floresta

Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras (Classes

agrupadas (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva

(A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com

palmeiras (A_H) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea)

Floresta Ombroacutefila Densa ( (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente

(A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente (A_E) Floresta

Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) Savana Gramiacuteneo-lenhosa sem

Floresta-de-galeria e Savana Parque sem floresta-de-galeria com base nas variaacuteveis

morfomeacutetricas (Wilks Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000) As maiores

87

significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) declividade (G)

e a curvatura vertical(kv) (Tabela 411)

Tabela 411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg (4grupos) Wilks

Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0897849 0666221 8233170 0000000 0991641 0008359 G 0655090 0913105 1563869 0000000 0990296 0009704 kv 0604121 0990143 163604 0180123 0982358 0017642 A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante mostrou que os

grupos mais distantes entre si foram Floresta Ombroacutefial Densa e Formaccedilotildees Pioneiras

(3769699) e as mais proacuteximas foram Savana e Formaccedilotildees Pioneiras (0747576) (Tabela

412 Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas foram capazes de discriminar a maioria dos tipos de vegetaccedilatildeo

Tabela 412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional

dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana

F O Aberta 0000000 1009975 1192925 0747576 F O Densa 0000000 3769699 1756117 F Pioneiras 0000000 0636013 Savana 0000000

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresentados

na Figura 413 O primeiro eixo representou 89 e o segundo eixo 10 do espaccedilo

discriminante A elevaccedilatildeo foi correlacionada negativamente com o eixo 1 (Tabela 413)

A primeira funccedilatildeo discriminante separou bem as Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta

Ombroacutefila Densa com uma niacutetida concentraccedilatildeo da Floresta Ombroacutefila Densa em

regiotildees de maiores altitudes comparativamente e da Savana em altitudes intermediaacuterias

A posiccedilatildeo dos escores do segundo eixo por sua vez natildeo mostra uma discriminaccedilatildeo natildeo

muito clara

88

F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (89)

Funccedilatildeo1= -0955418h-0299187G +0569062kv

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5Fu

nccedilatildeo

2

(10

)

Figura 413ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre as fitofisionomias vegetais Aliado a isso as

variaacuteveis topograacuteficas explicaram apenas parte da variaccedilatildeo sendo fundamental a

consideraccedilatildeo de outros fatores ambientais que influenciam tal variaccedilatildeo

Tabela 413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional dos

Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0946199 -0285135 G -0299888 0953434 kv 0040028 0082033

Dentro dos grupos Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa tambeacutem foi feita

anaacutelise discriminante para verificar se as variaacuteveis topograacuteficas satildeo preditoras das

diferenccedilas existentes dentro destes grupos

89

A anaacutelise discriminante referente agraves Formaccedilotildees Pioneiras mostrou-se significativa na

separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks

Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura

vertical (kv) e orientaccedilatildeo de vertentes (A) foram as mais importantes na discriminaccedilatildeo

dos grupos (Tabela 414)

Tabela 414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg

(4grupos) Wilks Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0988327 0189399 2910298 0000000 0794133 0205867 kv 0203510 0919798 59293 0003397 0868437 0131563 A 0200203 0934994 47277 0010352 0886704 0113296

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 415) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com palmeiras (F P F L C

P) (1975363) e as mais proacuteximas foram Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - arbustiva (F P F L A) (016718) Entretanto as distacircncias entre estas

uacuteltimas natildeo foram consideradas significativas ( Figura 414)

Tabela 415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees

Pioneiras do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F P F L A F P F L A C P F P F L H

F P F L A 000000 1678342 016718 F P F L A C P 000000 1975363 F P F L H 000000 Distacircncia natildeo significativa

Na Tabela 416 satildeo apresentadas as primeiras funccedilotildees discriminante e a Figura 414

apresenta a distribuiccedilatildeo dos escores observados O eixo 1 representou 99 e o segundo

eixo 1 da variaccedilatildeo no espaccedilo discriminante Nota-se tambeacutem a formaccedilatildeo de dois

conglomerados um constituiacutedo por F P F L A C P (Formaccedilotildees Pioneiras com

90

influecircncia fluviallacustre arbustiva com palmeiras) e o outro formado por Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva (F P F L A)

Tabela 416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0905447 0253524 kv -0029439 0965668 A -0019900 -0094568

FPFLA FPFLACP FPFLH

-6 -4 -2 0 2 4 6

Funccedilatildeo 1 (99)

Funccedilatildeo1= -112154h+032379kv+029964G

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(1

)

Figura 414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA)

A Floresta ombroacutefila densa apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na

separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks

Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000) As variaacuteveis mais importantes na

91

discriminaccedilatildeo dos grupos foram a elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv) e curvatura

horizontal (kh) (Tabela 417)

Tabela 417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg

(3grupos) Wilks Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0 915853 0 273539 193 8718 0 000000 0 896351 0 103650

kv 0 287718 0 870722 10 8385 0 000041 0 882093 0 117907

kh 0 255539 0 980367 1 4619 0 235163 0 971082 0 028918

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 418) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Floresta

Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (F O D A D E) e Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D U) (17 02336) e as mais

proacuteximos foram Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente ( F O D T

B D E) e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D

U) (1 427646)

418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila

Tabela densa do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F O D A D E F O D T B D E F O D T B D U

F O D A D E 0 00000 8 602946 17 02336

F O D T B D E 0 000000 1 42765

F O D T B D U 0 00000

Analisando a Tabela 419 e a Figura 415 observa-se que o eixo da funccedilatildeo 1 discriminou

melhor os grupos vegetacionais A altitude correlacionou-se negativamente com o eixo

1 O graacutefico mostra uma clara separaccedilatildeo entre F O D A D E e F O D T B D U Tabela 419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Floresta Ombroacutefila densa do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h -0 883092 0 273758

kv 0 137193 0 809932

kh -0 128734 0 445988

92

FODADE FODTBDE FODTBDU

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6

Funccedilatildeo 1 (99)

Funccedilatildeo1= -104001h+044141kv-016324kh

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

)

Figura 415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA)

Finalmente o PNB apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na separaccedilatildeo dos

grupos vegetacionais Mata (Classes agrupadas Mata Galeria (B_A) Brejo (B_G) e

Mata de Interfluacutevio (B_H)) Cerrado sensu strictu (B_B) Campo Cerrado (Classes

agrupadas Campo Cerrado (B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo

Sujo (Classes agrupadas Campo Sujo (B_D) e Campo Sujo com presenccedila de

Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M)) e Campo Limpo (Campo

Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo com Murundum ( B_L))

com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054942 F (202163)=21407

plt00000) Cabe ressaltar que para tal anaacutelise foi excluiacuteda a classe reflorestamento As

variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente (A) elevaccedilatildeo (h) declividade (G) curvatura horizontal

93

(kh) e curvatura vertical (kv) foram importantes na discriminaccedilatildeo entre estes tipos de

vegetaccedilatildeo (Tabela 420)

Tabela 420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 054942F

(202163)=21407 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0645090 0851699 2838221 0000000 0897342 0102659

A 0652288 0842300 3051769 0000000 0950633 0049367

kh 0581610 0944658 954928 0000000 0928414 0071586

kv 0571084 0962070 642639 0000045 0905045 0094955

G 0604029 0909596 1620052 0000000 0917956 0082044

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 421) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e

Mata (2769105) e as mais proacuteximos foram Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu

(0420457) A proximidade destes uacuteltimos quanto ao conjunto de variaacuteveis

morfomeacutetricas que os definiram eacute comparaacutevel com a estrutura vegetacional uma vez

que ambas as feiccedilotildees vegetacionais satildeo muito parecidas O Campo Cerrado eacute a forma de

vegetaccedilatildeo intermediaacuteria entre o Campo Sujo e o Cerrado sensu strictu se diferenciando

deste uacuteltimo apenas pelo maior espaccedilamento e a sua menor quantidade de vegetaccedilatildeo

arboacuterea comparativamente com o Cerrado sensu strictu

Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas

foram capazes de discriminar todas as fitofisionomias vegetais consideradas na anaacutelise

Tabela 421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional

de Brasiacutelia (PNB)

Mata C s strictu C Cerrado C sujo C limpo

Mata 0000000 1753158 2308279 1259045 2769105

C s strictu 0000000 0420457 0651613 1889539

C Cerrado 0000000 0951929 1594591

C sujo 0000000 1605777

C limpo 0000000

94

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo bidimensional satildeo apresentados na Figura 416

e as primeiras funccedilotildees na Tabela 422 O primeiro eixo representou pouco mais da

metade do espaccedilo discriminante com 57 da variaccedilatildeo enquanto o segundo representou

31 A elevaccedilatildeo foi correlacionada positivamente com o eixo 1 A primeira funccedilatildeo

separou claramente a Mata do Campo Limpo mostrando que a Mata ocorreu

preferencialmente em locais com menor altitude e o Campo Limpo em locais com maior

altitude Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no espaccedilo

discriminante natildeo mostrou uma discriminaccedilatildeo muito clara

Tabela 422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia

(PNB)

Funccedilatildeo1 Funccedilatildeo 2

h 0787500 -0269384

A -0406321 -0652026

kh 0474768 -0356403

kv 0457941 -0406250

G 0034063 0410172

Houve uma sobreposiccedilatildeo entre as vaacuterias fitofisionomias vegetais (Figura 416) o que

indica que as variaacuteveis topograacuteficas podem variar em gradiente e natildeo de forma discreta

o que levaria a vegetaccedilatildeo ter faixas transicionais e natildeo limites bem definidos Aliado a

isso as variaacuteveis topograacuteficas explicaram parte da variaccedilatildeo vegetacional no entanto

outros fatores podem ser importantes Assim nessa graduaccedilatildeo de Campo Limpo a

Cerradosensu strictu (Campo Limpo Campo Sujo Campo Cerrado e Cerrado sensu

strictu) o aumento de biomassa que acompanha o adensamento arboacutereo se deve a um

conjunto de trecircs fatores o pedoloacutegico pela oligotrofia mineral toxidez por alumiacutenio e

diferenccedilas de drenagem e profundidade dos solos o pirogecircnico pela accedilatildeo do fogo na

biota e o climaacutetico principalmente pelo efeito sazonal que limita a disponibilidade de

aacutegua (COUTINHO 1990 2000 RIBEIRO WALTER 1998) Aleacutem disso desde o

seacuteculo passado o fator antroacutepico passou a causar modificaccedilotildees intensas na paisagem do

domiacutenio do Cerrado com abertura de aacutereas para produccedilatildeo agropecuaacuteria produccedilatildeo de

carvatildeo retirada seletiva de madeira construccedilatildeo de cidades e estradas e uso frequente de

fogo (COUTINHO 1990) Passos (1981) admite tambeacutem que as seccedilotildees de Cerrado sua

95

estrutura esteacutetica e a composiccedilatildeo floriacutestica variam marcadamente em funccedilatildeo dos traccedilos

morfoloacutegicos e pedoloacutegicos accedilatildeo do fogo criaccedilatildeo intensa do gado bovino e pelo uso

predatoacuterio de seus recursos para fins variados Apesar desse grande nuacutemero de fatores

determinantes das diferentes fisionomias de Cerrado as variaacuteveis topograacuteficas podem

ser consideradas importantes preditoras dessas fisionomias

Mata Csstrictu C Cerrado CSujo C Limpo

-8 -6 -4 -2 0 2 4

Funccedilatildeo 1 (57)

Funccedilatildeo1= 0811531h-0490434A +0226348G--0335083kh +0208597kv

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Funccedil

atildeo 2

(3

1)

Figura 416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Como o Campo Limpo e a Mata apresentaram subfisionomias foram feitas anaacutelises

separadas para as mesmas O objetivo dessas anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis

topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas subfisionomias

Para o Campo Limpo a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos

grupo vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054780 F

(10360)=12640 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram

96

as altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical

(0579371) (Tabela 423)

Tabela 423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do Parque Nacional de

Brasiacutelia (PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda

054780 F (10360)=12640 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0713429 0767837 2721238 0000000 0881053 0118947

A 0676059 0810280 2107265 0000000 0919987 0080013

kh 0555943 0985349 133820 0264915 0785837 0214163

kv 0579371 0945503 518741 0006452 0815523 0184476

G 0559424 0979216 191025 0151033 0940045 0059955

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 424) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e

Campo Limpo Uacutemido (4279562) e as mais proacuteximos foram Campo Limpo e Campo

Limpo com Murundum (0648776) Essa proximidade eacute tambeacutem evidenciada analisando

graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 416)

Tabela 424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do

Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

C Limpo C L Uacutemido C L Murundum

C Limpo 0000000 4279562 0648776

C L Uacutemido 0000000 2373841

C L Murundum 0000000

Analisando a Figura 416 e a Tabela 425 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina

melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou

maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 (0704843)

Tabela 425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Campo Limpo do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB)

97

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0704843 -0010358

A -0567686 -0304501

kh 0055032 -0173645

kv 0042136 0713181

G -0318338 0315520

A partir da Figura 417 verifica-se que houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre certos grupos

CLimpo CLUacutemido C LMurundum

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (92 )

Funccedilatildeo1= -0791756h+0694798A +0188232kv+0153586G--0118997kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(8

)

Figura 417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo

Limpo do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Os grupos Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum mostraram uma certa

sobreposiccedilatildeo entre si Enquanto o Campo Limpo Uacutemido se encontra com uma

distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois Isso pode se explicar por sua

preferecircncia por ambientes mais uacutemidos e aacutereas de encostas de vales Nestes ambientes

geralmente o lenccedilol freaacutetico permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo

98

de seca sofre um rebaixamento em que as camadas subsuperficiais mantecircm o

encharcamento do solo (PIVELLO et al 1998) Enquanto que a sobreposiccedilatildeo entre

Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum se deve ao fato deste ser basicamente

um campo uacutemido em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo

arredondadas e um pouco mais altas Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial

do terreno e deposiccedilatildeo da terra por teacutermitas recobertas por vegetaccedilatildeo de Cerrado e solo

permanentemente saturado de aacutegua entre os murunduns (ARAUacuteJO-NETO 1986)

Para a Mata a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos grupo

vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 045369 F

(8334)=20234 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as

altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical (0579371)

(Tabela 426)

Tabela 426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do Parque nacional de Brasiacutelia

(PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 4 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 045369 F

(8334)=20234 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 740994 0 612267 52 87851 0 000000 0 832297 0 167703

A 0 507837 0 893369 9 96642 0 000081 0 966140 0 033860

h 0 489610 0 926627 6 61177 0 001724 0 781795 0 218205

kv 0 462252 0 981469 1 57659 0 209739 0 903314 0 096686

Observando a distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante

distacircncia de Mahalanobis (Tabela 427) verificou-se que os grupos mais distantes entre

si foram Mata de Interfluacutevio e Mata Galeria (5176726) e as mais proacuteximas foram Brejo

e Mata Galeria (0286713) Essa proximidade eacute tambeacutem evidente analisando graacutefico da

funccedilatildeo discriminante (Figura 418) A distacircncia entre o Brejo e Mata Galeria natildeo foram

significativas Isto implica na grande sobreposiccedilatildeo entre estes grupos Enquanto a Mata

de Interfluacutevio se encontra com uma distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois

99

Tabela 427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB)

M Galeria Brejo M Interfluacutevio

M Galeria 0 000000 0 286713 5 176726

Brejo 0 000000 4862178

M Interfluacutevio 0 000000

Distacircncia natildeo significativa

Esses resultados reafirmam que a posiccedilatildeo do relevo eacute um dos determinantes da

composiccedilatildeo floriacutestica e de estrutura das comunidades de interfluacutevio (FONSECA

JUacuteNIOR 2004) uma vez que estas se localizam em locais mais altos Enquanto que a

sobreposiccedilatildeo entre Mata Galeria e Brejo se deve ao fato deste uacuteltimo tipo de vegetaccedilatildeo

ocupar planiacutecies permanentemente encharcadas que frequumlentemente surge nas bordas

nas Matas de Galeria ou mesmo matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo de Cerrado

(RIBEIRO WALTER 1998) A caracteriacutestica marcante desse tipo de ambiente eacute o

niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora haja variaccedilotildees durante o ano

Analisando a Figura 418 e a Tabela 428 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina

melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou

maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 assim a distribuiccedilatildeo dos escores

da Mata de Interfluacutevio possui os maiores valores de altitude

Tabela 428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutela (PNB)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0 849666 0 286224

A 0 504311 0 010065

G 0 088693 0 799165

kv -0 044105 -0 365752

100

M Galeria Brejo MInterfluacutevio

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (95 )

Funccedilatildeo1= 0941455G+0457563A -0309162h+0073823 kv

-3

-2

-1

0

1

2

3

Funccedil

atildeo 2

(5

)

Figura 418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Diante do exposto podemos concluir que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem predizer

os tipos vegetacionais de alguns grupos sendo a maioria destes confundidos entre si

uma vez que as diferenccedilas vegetacionais se devem mais agraves caracteriacutesticas pedoloacutegicas e

clima por exemplo

43 Processamentos experimentais

Diante da apreciaccedilatildeo dos dados e das anaacutelises discriminantes foram feitos

processamentos para verificaccedilatildeo da aplicabilidade de tais resultados ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo As Figuras 418 419 420 e 421 ilustram os produtos das classificaccedilotildees das

variaacuteveis geomorfomeacutetricas selecionadas realizadas atraveacutes de meacutetodos diversos

(Cluster Maacutexima Verossimilhanccedila e Fatiamento) bem como o mapa de vegetaccedilatildeo de

cada aacuterea em estudo Apesar da representaccedilatildeo de tais resultados na forma de mapas

(Figuras 419 a 434) eacute importante lembrar que estes satildeo exerciacutecios experimentais uma

101

vez que satildeo reconhecidas as fontes tradicionais de informaccedilatildeo para o mapeamento da

vegetaccedilatildeo

As classificaccedilotildees por Cluster MaxVer e Fatiamento bem como a classificaccedilatildeo por

Fatiamento das primeiras funccedilotildees discriminantes mostraram diferentes respostas

comparativamente aos mapas de vegetaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo dos histogramas propiciou a

seleccedilatildeo do melhor conjunto de variaacuteveis topograacuteficas para alimentar algoritmos de

classificaccedilatildeo Esta seleccedilatildeo se baseou nas classes que se separavam mais claramente

entre si

As anaacutelises de histogramas para RPPNSA (Figura 45) mostraram notaacutevel separaccedilatildeo

entre as classes S_A e S_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo sendo a classe S_A coincidente

com a S_C S_D e parte predominante da S_H Esta uacuteltima classe se distinguiu das

demais por sua curvatura horizontal mostrando um caraacuteter convergente e curvatura

vertical cocircncava principalmente

Na MIA as anaacutelises (Figura 46) indicaram melhor distinccedilatildeo entre as classes I_A e I_B

atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo e curvatura vertical principalmente A classe I_C se

apresenta em situaccedilatildeo intermediaacuteria embora se mostre especialmente diferente da

classe I_B quando se observa a distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo seguida da curvatura vertical

Nesta aacuterea em especial os meacutetodos de elaboraccedilatildeo do mapa de referecircncia (segundo

Moreira M 2006 comunicaccedilatildeo pessoal) causam uma circularidade da informaccedilatildeo

topograacutefica neste estudo O traccedilado da Floresta de Platocirc Alto foi definido pelo

Fatiamento da altitude acima de 61 m Por sua vez a Floresta de Baixio foi delimitada

pelas aacutereas a menos de 50 m dos cursos drsquoaacutegua estes dispostos de acordo com o

mapeamento da hidrologia local a partir de mapas do IBGE

Para o PNCA a anaacutelise dos histogramas (Figura 47) mostrou a separaccedilatildeo entre as

classes A_B A_C A_D e A_F e entre A_G A_H e A_I atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo

Esta uacuteltima combinaccedilatildeo entretanto natildeo gerou resultado satisfatoacuterio comparativamente

com a referecircncia (Figura 420) uma vez que natildeo abrange todo o intervalo de valores

possiacuteveis As demais variaacuteveis geomorfomeacutetricas apresentaram-se mais ou menos

homogecircneas para todas as classes A anaacutelise dos histogramas do PNB (Figura 48)

102

mostrou melhor separaccedilatildeo entre as classes B_F e B_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo

entretanto estas satildeo muito pequenas diante das demais sendo entatildeo excluiacutedas da anaacutelise

para alimentar a classificaccedilatildeo por Fatiamento As demais classes de modo geral quanto

a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal se diferenciaram mais visualmente

embora houvesse bastante confusatildeo entre estas feiccedilotildees

Diante do exposto foram selecionadas as variaacuteveis elevaccedilatildeo curvatura vertical e

curvatura horizontal para alimentar os algoritmos de classificaccedilatildeo das primeiras trecircs

aacutereas enquanto a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal foram selecionadas para

o PNB

O uso da altitude para expansatildeo de observaccedilotildees pontuais tambeacutem eacute uma praacutetica inerente

aos mapas RADAM e seus derivados Aleacutem de sua contaminaccedilatildeo nos mapas a altitude

estaacute tambeacutem correlata agraves variaacuteveis morfomeacutetricas de acordo com a ordenaccedilatildeo

altitudinal ditada pelo padratildeo do terreno (VALERIANO et al 2006) Num exemplo

simples terrenos convexos nos topos e cocircncavos nos baixios de uma mesma vertente

Pode-se esperar devido a isso uma superestimativa da importacircncia dessa variaacutevel

quando aferida por estes mapas Nos mapas referentes a aacuterea da MIA (Figura 420 e

425) por exemplo percebe-se em funccedilatildeo de algumas diferenccedilas que (1) a base

altimeacutetrica usada no mapeamento da vegetaccedilatildeo na MIA difere dos dados SRTM (os

Fatiamentos natildeo coincidem integralmente) (2) a visualizaccedilatildeo dos dados SRTM permite

a percepccedilatildeo de drenagens que natildeo estavam representadas no mapa usado para

mapeamento da vegetaccedilatildeo (haacute mais afluentes nos dados topograacuteficos de Floresta de

Baixio) Tal situaccedilatildeo pode ser considerada uma regra embora menos expliacutecita do que

no caso acima em todo o mapeamento da vegetaccedilatildeo na Amazocircnia uma vez que

descendem dos dados RADAM cuja metodologia tem intenso aporte da informaccedilatildeo

topograacutefica

Por meio da interpretaccedilatildeo visual das classificaccedilotildees percebe-se na RPPNSA (Figura

420) que o meacutetodo de classificaccedilatildeo que gerou produto mais semelhante ao mapa

referecircncia foi o MaxVer (kappa=03439) principalmente pela extensatildeo e

posicionamento da classes Caatinga Florestada (S_F) Carrasco (S_G) e Mata Seca

(S_I) O Cluster apresenta o produto mais distante comparativamente ao mapa

103

referecircncia (kappa = 00443) especialmente no que se refere a abrangecircncia e o

posicionamento das classes (S_A) Caatinga Arboacutereo-arbustivae (S_B) Complexo

Arboacutereo Por outro lado embora o produto da classificaccedilatildeo por Fatiamento

(kappa=02662) mostre apenas trecircs zonas vegetacionais estas esboccedilam um resultado

mais coerente ao mapa referecircncia do que por Cluster A classificaccedilatildeo por MaxVer

tambeacutem foi o melhor resultado encontrado no PNB (kappa=01231) principalmente

pela extensatildeo e posicionamento da classes (B_B) Cerrado sensu strictu e (B_C) Campo

Cerrado

Figura 419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio

natural de Serra das almas (RPPNSA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima

Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

Classes de Vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo Arboacutereo) S_C

(Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E (Caatinga

Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria) e S_I

(Mata Seca)

104

Para o PNB o Cluster apresentou um produto muito diferente do mapa referecircncia

(kappa=-00079) natildeo apresentando nenhuma correspondecircncia com o mapa referecircncia

Em contrapartida a classificaccedilatildeo por Fatiamento mostra um produto mais coerente

(kappa=01067) mesmo apresentando apenas trecircs feiccedilotildees vegetacionais (Figura 421)

Em contrapartida o mapa gerado por Fatiamento foi o melhor produto encontrado para

MIA (Figura 420) e PNCA (Figura 421) em detrimento das demais classificaccedilotildees Para

a MIA por meio do Fatiamento (kappa=05556) a classe que apresentou maior

semelhanccedila com o mapa de vegetaccedilatildeo da aacuterea foi a classe I_A (Floresta de Baixio)

Entretanto as classificaccedilotildees por Cluster (kappa=04297) e MaxVer (kappa=04986)

tambeacutem produziram resultados visualmente bastante semelhantes ao mapa referecircncia

Figura 420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de

vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de Baixio) I_B

(Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

Finalmente para o PNCA o Fatiamento gerou produto comparaacutevel ao mapa referecircncia

(kappa=04104) principalmente pela extensatildeo e posicionamento das classes (A_B)

105

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras

(A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente e (A_D) Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente O Cluster (kappa=-00913) apresenta o

resultado mais discrepante comparativamente com a referecircncia natildeo havendo

correspondecircncia entre nenhuma das classes A classificaccedilatildeo por MaxVer tambeacutem mostra

pouca correspondecircncia com o mapa referecircncia (kappa=00958)

Figura 421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila

(MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de

Vegetaccedilatildeo A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_B

(Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras)

A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas

Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva

com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana

Parque sem floresta-de-galeria)

Considerando todas as aacutereas em conjunto observa-se que entre os meacutetodos de

classificaccedilatildeo o Cluster apresentou os piores produtos enquanto as classificaccedilotildees por

MaxVer e Fatiamento apresentaram os melhores resultados Pode-se no entanto

106

distinguir o Fatiamento como o meacutetodo de melhor resultado para aacutereas PCNA e MIA

da Amazocircnia e MaxVer para RPPNSA (Caatinga) e PNB (Cerrado)

Figura 422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de

vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo B_A (Mata Galeria) B_B

(Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo)

B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I

(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L ( Campo Limpo com

Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e

ldquocanela de emardquo

Quanto aos processamentos baseados nas anaacutelises discriminantes a geraccedilatildeo da imagem

da primeira funccedilatildeo discriminante de cada aacuterea permitiu a obtenccedilatildeo de uma classificaccedilatildeo

mais elaborada que as anteriores com melhores resultados gerais Os mapas de

vegetaccedilatildeo referecircncia apresentados neste ensaio satildeo produtos de reagrupamento de

classes de vegetaccedilatildeo feitos em funccedilatildeo da semelhanccedila entre suas estruturas

vegetacionais

107

A Figura 423 ilustra os mapas das funccedilotildees 1 e 2 e o Fatiamento da funccedilatildeo1 na aacuterea da

RPPNSA Eacute possiacutevel observar na funccedilatildeo 1 e 2 padrotildees comparaacuteveis agraves classes de

vegetaccedilatildeo Na funccedilatildeo 2 haacute um indicativo pronunciado do Complexo Galeria

principalmente devido agrave variaacutevel declividade que possui maior peso dentro de tal

funccedilatildeo sendo o Complexo Galeria caracteriacutestico de ambientes fluviais que nesta aacuterea

se apresentam encaixados portanto com declividades mais pronunciadas

Figura 423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNS) e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada como referecircncia

Classes de Vegetaccedilatildeo Complexo arboacuterea arbustiva (Classes agrupadas Caatinga

Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-

arbustivo(S_D)) Complexo Arboacutereo (Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B)

Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata

Seca

108

O Fatiamento feito a partir da funccedilatildeo 1 mostrou-se muito semelhante ao mapa de

vegetaccedilatildeo especialmente quanto agraves classes Complexo Arboacutereo-arbustivo e Mata Seca

Comparando o presente resultado com o resultado dos demais processamentos

experimentais realizados este mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da vegetaccedilatildeo

jaacute realizado A Figura 424 ilustra o resultado do Fatiamento das subfisionomias do

Complexo Arboacutereo na aacuterea da RPPNSA Para este caso o Fatiamento mostrou uma

certa confusatildeo entre as classes entretanto este resultado evidenciou algumas tendecircncias

das classes subfisionocircmicas superestimando a ocorrecircncia de Caatinga Florestada e

subestimando as demais classes

Figura 424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da Reserva

Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) e Mapa de vegetaccedilatildeo

como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo do Complexo Arboacutereo Complexo Arboacutereo

Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada

109

A MIA tambeacutem apresenta padrotildees vegetacionais indicados pelas funccedilotildees

discriminantes poreacutem o produto gerado foi de qualidade inferior aos outros

processamentos experimentais realizados para esta aacuterea (Figura 425) Percebe-se que a

Floresta de Platocirc Baixo com campinarana foi subestimada assim como a Floresta de

Platocirc Alto enquanto a Floresta de Baixio foi subestimada Pode-se considerar que para

esta aacuterea de estudo o meacutetodo de processamento mais aplicaacutevel ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo foi o Fatiamento baseado na anaacutelise dos histogramas cujo produto foi o mais

semelhante ao mapa referecircncia (Figura 420) Ressalta-se que apesar do exposto

considerando que no mapa referecircncia utilizado a classe floresta de baixio tenha sido

definida como uma faixa de 50m em cada lado da rede hidrograacutefica os resultados da

classificaccedilatildeo a partir do fatiamento ou da funccedilatildeo discriminante mostraram-se mais

condizentes com a realidade principalmente no que se refere agrave classe floresta de baixio

Figura 425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu

(MIA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de

Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

110

No PNCA mostra que as feiccedilotildees vegetacionais satildeo observadas claramente (Figura 426)

nas funccedilotildees 1 e 2 Na funccedilatildeo 1 todas as classes satildeo distinguidas facilmente exceto a

classe Formaccedilotildees Pioneiras Assim o mapa obtido por Fatiamento da funccedilatildeo 1 mostrou

resultado satisfatoacuterio distinguindo a Floresta ombroacutefila densa e a Floresta Ombroacutefila

Aberta e Savana que embora se mostrem as duas primeiras se mostrem sutilmente

subestimadas e a uacuteltima superestimada evidenciam claramente as tendecircncias dos

diferentes tipos de vegetaccedilatildeo no terreno Comparativamente aos outros processamentos

experimentais este processamento mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo

Figura 426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Floresta

Ombroacutefila Aberta ( Floresta Ombroacutefila Aberta aluvial ( A_A) Floresta Ombroacutefila Aberta

de Terras Baixas com palmeiras (A_B)) Formaccedilotildees Pioneiras (Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras (A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea) (A_H)) Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta

Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Terras

Baixas Dossel emergente (A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel

uniforme (A_E)) Savana (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa (A_I) sem floresta-de-galeria

Savana Parque sem floresta-de-galeria (A_J))

111

Quanto agraves anaacutelises de suas subfisionomias observa-se que o resultado do Fatiamento

das Formaccedilotildees Pioneiras foi quase idecircntico ao do mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia exceto

pela ausecircncia da Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva

(Figura 427) Jaacute na Funccedilatildeo 1 foi possiacutevel perceber claramente um indicativo da classe

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras

aparecendo em tom mais escuro na imagem Funccedilatildeo 1 Para Floresta ombroacutefila densa os

resultados encontrados tambeacutem foram muito promissores

Figura 427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva Formaccedilotildees Pioneiras

com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea

A classe Floresta ombroacutefila densa com dossel emergente foi a que melhor se

assemelhou ao mapa de vegetaccedilatildeo enquanto as demais classes mostraram bons

resultados (Figura 428) Haacute de se considerar que a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras

Baixas com dossel emergente e a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas com

dossel uniforme mostram certa diferenciaccedilatildeo entre o mapa gerado a partir da Funccedilatildeo

discriminante 1 e o mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

112

Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como

referecircncia Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel

uniforme

No PNB soacute foi possiacutevel verificar algumas tendecircncias e o produto obtido natildeo foi

satisfatoacuterio como jaacute era esperado uma vez que se trata de uma aacuterea de relevo

homogecircneo de feiccedilotildees bastante discretas (Figura 428) Por outro lado as suas

subfisionomias apresentaram bons resultados comparaacuteveis aos seus respectivos mapas

de vegetaccedilatildeo de referecircncia No Campo Limpo exceto pela classe Campo Limpo Uacutemido

que foi superestimado no mapa gerado as demais classes mostraram-se bem

semelhantes ao mapa referecircncia tanto por sua extensatildeo quanto pelo seu posicionamento

(Figura 429) Na Mata o produto obtido foi quase idecircntico ao mapa de referecircncia isso

pode ser verificado especialmente pela classe Mata de Interfluacutevio Estes resultados

indicam que para este tipo de vegetaccedilatildeo Cerrado os processamentos natildeo se aplicam ao

mapeamento da vegetaccedilatildeo ao niacutevel de fitofisionomias podendo poreacutem ser aplicaacutevel as

suas subfisionomias (Figura 430) Diante disso foi possiacutevel se conseguir um

113

mapeamento satisfatoacuterio ateacute o niacutevel das subfisionomias para algumas aacutereas de estudo

sendo que para aacutereas com relevo semelhante ao do PNB o emprego deste meacutetodo deve

ser feito com mais cautela

Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia

(PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Mata (Mata Galeria

(B_A) Brejo (B_G) e Mata de Interfluacutevio (B_H)) Campo Cerrado (Campo Cerrado

(B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo Sujo (Campo Sujo (B_D) e

Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M))

e Campo Limpo (Campo Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo

com Murundum (B_L)) e Cerrado sensu strictu

114

Figura 429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Campo Limpo Campo

Limpo Uacutemido e Campo Limpo com Murundum

115

Figura 430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do Parque Nacional de

Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Mata Galeria Brejo e Mata de

Interfluacutevio

116

117

5 CONCLUSOtildeES

O presente trabalho foi conduzido com o intuito de avaliar as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo do SRTM para

identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo A

partir dos resultados obtidos puderam-se assinalar as seguintes conclusotildees

a) As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos

para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees

geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de

vegetaccedilatildeo referecircncia Embora a altitude tenha sido usada para a confecccedilatildeo de

parte dos mapas usados como referecircncia esta foi a mais importante para

discriminaccedilatildeo dos grupos vegetacionais em todas as aacutereas seguida da curvatura

vertical e da curvatura horizontal

b) As fitofisionomias se caracterizaram pelas suas preferecircncias (niacuteveis da

frequumlecircncia maacutexima ou moda) a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas e natildeo

pelas faixas de amplitude que se mostraram sobrepostas em geral com

evidentes implicaccedilotildees no desenvolvimento futuro de meacutetodos de classificaccedilatildeo

com dados geomorfomeacutetricos Anaacutelises discriminantes fundamentada na

estatiacutestica de probabilidades apresentaram os melhores resultados gerais em

relaccedilatildeo aos demais meacutetodos testados (Fatiamento MaxVer e cluster)

c) As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem

ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob

mesmas condiccedilotildees topograacuteficas Para a RPPNSA os grupo que mais se separam

satildeo Mata Seca e Complexo arbustivo arboacutereo Dentro da fisionomia Complexo

Arboacutereo as que mais se separam satildeo a Caatinga Arboacuterea e a Caatinga

Florestada Para a MIA satildeo as Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto

Para o PNCA satildeo Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa no que se

refere agrave fisionomia Formaccedilotildees Pioneiras merece destaque a separaccedilatildeo entre

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com

118

palmeiras e Formaccedilotildees Pioneiras lacustre ndash herbaacutecea Para fisionomia Floresta

Ombroacutefila Densa destaca-se das demais a Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial

Dossel emergente O PNB que natildeo teve uma boa distinccedilatildeo entre as suas

fisionomias tendo entretanto um resultado satisfatoacuterio na separaccedilatildeo de suas

subfisionomias especialmente dentro da fisionomia Mata a Mata de Interfluacutevio

e dentro do Campo Limpo o Campo Limpo Uacutemido

d) Embora os dados geomorfomeacutetricos tenham mostrado potencial indicativo das

classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do

detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de

classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises

discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o

niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a

RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias

deste uacuteltimo O PNB apresentou resultados fracos no niacutevel de fitofisionomia

Entretanto as subfisionomias testadas dentro de fitofisionomias apresentaram

resultados satisfatoacuterios

119

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  • PAacuteGINA DE ROSTO
  • FICHA CATALOGRAacuteFICA
  • BANCA EXAMINADORA
  • EPIacuteGRAFE
  • DEDICATOacuteRIA
  • AGRADECIMENTOS
  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • SUMAacuteRIO
    • LISTA DE FIGURAS
    • LISTA DE TABELAS
    • LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
    • 1 INTRODUCcedilAtildeO
    • 2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
      • 21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem
      • 22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo
      • 23 SRTM
      • 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens
        • 241 Cluster
        • 242 Fatiamento
        • 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)
          • 25 Anaacutelise Discriminante
          • 26 Dados de Vegetaccedilatildeo
            • 262 Bioma Amazocircnia
            • 261 Bioma Caatinga
              • 2621 Microbacia do Igarapeacute Asu
              • 2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
                • 263 Bioma Cerrado
                    • 3 MATERIAL E MEacuteTODOS
                      • 31 Detalhamento do fluxo de trabalho
                      • 32 Recursos
                        • 321 As aacutereas de estudo
                        • 322 Dados de vegetaccedilatildeo
                        • 323 Dados topograacuteficos
                        • 324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados
                          • 33 Procedimentos
                            • 331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados
                            • 332 Anaacutelise dos resultados
                            • 333 Processamentos experimentais
                                • 4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
                                  • 41 Apreciaccedilatildeo dos dados
                                  • 42 Anaacutelises discriminantes
                                  • 43 Processamentos experimentais
                                    • 5 CONCLUSOtildeES
                                    • 6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
Page 4: DADOS GEOMORFOMÉTRICOS COMO SUBSÍDIO AO …

5287117 Bispo P C Dados geomorfomeacutetricos como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo Polyanna da Conceiccedilatildeo Bispo - Satildeo Joseacute dos Campos INPE 2007 120 p (INPE-14813-TDI1255) 1 Vegetaccedilatildeo 2 Modelo digital de elevaccedilatildeo 3 Anaacutelises discriminantes 4 Topografia 5 Sensoriamento remoto I Tiacutetulo

ldquoSobre o ensino

Nenhum homem vos pode revelar nada que natildeo repouse jaacute meio adormecido na manhatilde

do vosso conhecimento O mestre que caminha agrave sombra do templo entre os disciacutepulos

natildeo reparte a sua sabedoria mas antes da sua feacute e do seu amor

Se for verdadeiramente saacutebio natildeo vos convidaraacute a entrar na casa da sabedoria mas

levar-vos-aacute aos umbrais do vosso proacuteprio espiacuterito

O astrocircnomo pode falar-vos da sua compreensatildeo do espaccedilo mas natildeo pode dar-vos a

sua compreensatildeo

O muacutesico pode cantar para voacutes a melodia que enche todo o espaccedilo mas natildeo pode dar-

vos o ouvido que aprende o ritmo nem a voz que lhe devolve o eco

E o que eacute versado na ciecircncia dos nuacutemeros pode falar nas relaccedilotildees dos pesos e

medidas mas natildeo pode levar-vos ateacute laacute

Porque a visatildeo de um homem natildeo pode emprestar as suas asas a outro homem

E assim como cada um de voacutes se aguumlenta sozinho no conhecimento de Deus assim deve

estar sozinho no seu conhecimento de Deus e na compreensatildeo da terrardquo

Kalil Gibran escritor aacuterabe

Agravequele que eacute tatildeo amado e amaacutevel que me presenteia com a constacircncia de sua

presenccedila amizade e exemplo de fortaleza de vida e objetividade de ideais Agravequele cujo

apoio tornou mais leve a caminhada mais divertidos os dias Estar distante dessa

pessoa pela forccedila de nossas escolhas natildeo eacute experiecircncia de distacircncia mas de constante

presenccedila de quem deixa a forccedila do bem estampar de sua alma e me alcanccedila com sua

forccedila onde quer que eu esteja Partilho contigo a vida meus ideais e te ofereccedilo essa

conquista Dedico este trabalho ao meu precioso irmatildeo Pitaacutegoras da C Bispo

AGRADECIMENTOS

Se elaborar um trabalho desta natureza constitui de certa forma um desafio mencionar

a totalidade de pessoas que colaboraram para realizaccedilatildeo deste talvez seja tarefa ainda

mais difiacutecil No entanto impossiacutevel deixar de citar nomes Assim gostaria de expressar

minha gratidatildeo

Ao Dr Maacutercio de Morisson Valeriano na condiccedilatildeo de orientador pela sabedoria e

conhecimentos transmitidos os quais abriram caminhos para meu aperfeiccediloamento

cientiacutefico e grande aprendizado pelo incentivo e apoio nos caminhos escolhidos Por

ter me ensinado a praacutetica de que o trabalho se realiza quando transcendemos natildeo soacute as

possibilidades de um trabalho cientiacutefico mas todas as possibilidades que enquanto

pessoa podemos construir Na condiccedilatildeo de amigo pela amabilidade e agradaacutevel

conviacutevio presenteando-me com enriquecedoras discussotildees e palavras as quais levarei

para sempre comigo Minha gratidatildeo por tatildeo especial presenccedila em meu caminho

Agrave Dra Tatiana Mora Kuplich pela orientaccedilatildeo apoio e incentivo Aliada agrave doccedilura e com

a qual sempre me recebeu pelas discussotildees enriquecedoras que contribuiacuteram

imensamente para execuccedilatildeo desta pesquisa pela valiosa amizade e agradaacutevel

convivecircncia

Ao Vitor Celso de Carvalho pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo da Reserva do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas por ele construiacutedo em sua dissertaccedilatildeo de

mestrado

Ao grupo de pesquisa Biodiversidade- Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico coordenado

por Jasen Zunon (INPA) em especial ao Marcelo Moreira pelo fornecimento do Mapa

de Vegetaccedilatildeo da Microbacia do Igarapeacute Asu Por sua atenccedilatildeo e prontidatildeo nos

esclarecimentos de quaisquer duacutevidas surgidas referentes ao mapeamento da aacuterea

Ao Manuel Eduardo Ferreira pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo do Parque

Nacional de Brasiacutelia atualizado em sua dissertaccedilatildeo

Ao Dr Bruce Nelson (INPA) pelo fornecimento da base de dados do SIPAM dos quais

obtivemos a aacuterea de estudo do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

Agrave Drordf Evlyn Novo (INPE) pelo apoio e oportunidade colocando-me em contato com

meus atuais orientadores

Ao Camilo Renoacute (INPE) e Pitaacutegoras da C Bispo (UNESP) pela atenccedilatildeo e auxiacutelio

durante as anaacutelises estatiacutesticas

A uma das minhas mais amadas preciosidades pelo profundo bem querer que sintoniza

nossas almas a todo tempo mostrando-me a beleza que eacute estar partilhando a minha

existecircncia com pessoa de tatildeo admiraacutevel coragem forccedila e clareza de objetivos A vocecirc

minha querida irmatilde Patriacutecia da C Bispo por ser presenccedila inspiradora em minha vida

Agrave minha cunhada Vera e minha linda sobrinha Maria Julia pelo apoio carinho e por

fazerem parte desse ciacuterculo de amor que eacute a minha famiacutelia

Aos amigos Faacutebio Iwashita Leila Sheila Lisboa Thiago Rabelo Taise Faria Andreacute

Maia Javier Portilio Wagner Silva Faacutebio Gonccedilalvez e Rui Epiphanio pela amizade e

troca de conhecimentos

Agrave famiacutelia ldquoAs Traccedilasrdquo minha querida repuacuteblica Flaacutevia Cardoso Fernanda Fonseca e

Eacuterica Diogo e as amigas do ldquoTrio Fantaacutesticordquo minhas queridas vizinhas de baia

Carolina Carvalho e Sheila Knust pelo apoio carinho gargalhadas partilha de

experiecircncias vividas e preciosa amizade proporcionando momentos de alegria que

jamais esquecerei

Ao querido amigo Misael L da Silva e sua famiacutelia pelo apoio e atenccedilatildeo em especial agrave

D Paula pela hospitalidade acolhida e carinho durante a minha estada em Satildeo Joseacute dos

Campos

Ao INPE pela acolhida e apoio logiacutestico

Ao CNPQ pela bolsa de mestrado viabilizando a realizaccedilatildeo desta pesquisa

RESUMO

O presente trabalho buscou avaliar o potencial das variaacuteveis geomorfomeacutetricas extraiacutedas de dados SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) para identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais de quatro aacutereas testes que representaram alguns dos principais biomas brasileiros (Caatinga Cerrado e Floresta Amazocircnica) As anaacutelises recaiacuteram sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo existentes Para isso foram utilizados dados SRTM e dados vegetacionais jaacute publicados As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de vegetaccedilatildeo referecircncia As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob mesmas condiccedilotildees topograacuteficas As variaacuteveis mais importantes na distinccedilatildeo entre os tipos vegetacionais foram a elevaccedilatildeo a curvatura horizontal e a curvatura vertical Apesar de os dados geomorfomeacutetricos mostrarem potencial indicativo das classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias deste uacuteltimo O PNB apresentou o pior resultado no niacutevel de fitofisionomia enquanto as subfisionomias testadas apresentaram resultados satisfatoacuterios Assim o procedimento empregado partindo-se das anaacutelises discriminantes com variaacuteveis geomorfomeacutetricas pode subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo Palavras-chave vegetaccedilatildeo modelo digital de elevaccedilatildeo anaacutelises discriminantes topografia sensoriamento remoto

GEOMORPHOMETRIC DATA AS SUBSIDY FOR VEGETATION MAPPING

ABSTRACT

The potentials of geomorphometric variables derived from SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) for the mapping of vegetation types were investigated Four published vegetation maps for study areas inside three Brazilian biomes (Amazonian forest Savanna and Steppe) served as reference for testing the discriminatory potential of the geomorphometric variables The study sites differed in the feasibility of applying topographic data to vegetation mapping according to the variation of geomorphometric conditions and vegetation reference mapping scale and detail level The analysis indicated the vegetation class groups prone to classification in contrast to groups occurring in similar topographic conditions The variables that presented strongest relationships with the vegetation classes were elevation horizontal and vertical curvature Although geomorphometric data had shown potential for discriminating vegetation classes the achieved classification could not reach the thematic detail level of the reference maps due to co-occurrence of classes with similar vegetational structures Based on discriminant analysis it was possible to experimentally map to the sub-phytophysiognomic level The best results were found for the RPPNSA and PNCA sites and the sub-physiognomies of the latter PNB site showed the worst results at the phytophysiognomy level while its tested sub-physiognomies performed satisfactorily It was found that discriminant analysis of geomorphometric data could subsidy vegetation mapping

Key-words vegetation digital elevation model discriminant analysis topography remote sensing

SUMAacuteRIO

Paacuteg

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

1 INTRODUCcedilAtildeO 23

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 25

21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem 25

22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo 26 23 SRTM 31 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens 34 241 Cluster 35 242 Fatiamento 36 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer) 37

25 Anaacutelise Discriminante 39

26 Dados de Vegetaccedilatildeo 40

261 Bioma Caatinga 40

262 Bioma Amazocircnia 42

2621 Microbacia do Igarapeacute Asu 46

2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos 47

263 Bioma Cerrado 50

3 MATERIAL E MEacuteTODOS 55

31 Detalhamento do fluxo de trabalho 55

32 Recursos 56

321 As aacutereas de estudo 56

322 Dados de vegetaccedilatildeo 57

323 Dados topograacuteficos 58

324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados 59

33 Procedimentos 59

331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados 59

332 Anaacutelise dos resultados 60

333 Processamentos experimentais 61

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 63

41 Apreciaccedilatildeo dos dados 63

42 Anaacutelises discriminantes 77

43 Processamentos experimentais 100

5 CONCLUSOtildeES 117

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 119

LISTA DE FIGURAS

21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade de pixels nos diversos conjuntos de treinamento

38

31 ndash Fluxo de atividades 55

32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo 57

41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 64

42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 65

43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 66

44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB e seu mapa de vegetaccedilatildeo 67

45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da RPPNSA

69

46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA

71

47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA

73

48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB

75

49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da RPPNSA

80

410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

82

411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA

83

412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da MIA

86

413 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea do PNCA

88

414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

90

415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

92

416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do PNB

95

417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo Limpo do PNB

97

418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Mata do PNB

100

419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNSA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

103

420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

104

421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

105

422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

106

423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNS e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada referecircncia

107

424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da RPPNSA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

108

425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

109

426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

110

427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

111

428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

112

429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

113

430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

114

431 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

115

LISTA DE TABELAS

11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)

31

31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados 59

41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da RPPNSA 78

42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea RPPNSA

79

43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da RPPNSA

79

44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

81

45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

81

46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

82

47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA

83

48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea MIA 84

49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da MIA

84

410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da MIA 85

411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do PNCA 87

412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNCA

87

413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNCA 88

414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do PNCA

89

415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

89

416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

90

417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

91

418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

91

419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Floresta Ombroacutefila densa PNCA

92

420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do PNB 93

421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNB

94

422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNB 94

423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB

96

424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB

96

425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Campo Limpo do PNB

97

426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do PNB 98

427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do PNB

99

428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Mata do PNB

99

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DOD ndash Departamento de Defesa dos Estados Unidos IBGE ndash Fundaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

InSAR ndash Interferometric Synthetic Aperture Radar JPL ndash Jet Propulsion Laboratory)

MDE ndash Modelo Digital de Elevaccedilatildeo MIA ndash Microbacia do Igarapeacute Asu NASA ndash National Aeronautics and Space Administrarion NIMA - National Imagery and Mapping Agency

PNB ndash Parque Nacional de Brasiacutelia

PNCA ndash Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

RPPNSA ndash Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas SIG ndash Sistema de Informaccedilotildees Geograacuteficas

SRTM - Shuttle Radar Topographic Mission

USGS -United States Geological Survey

23

1 INTRODUCcedilAtildeO

Dados de sensoriamento remoto tecircm servido como base haacute deacutecadas para mapeamentos

de vegetaccedilatildeo em diferentes escalas Entretanto ainda existem lacunas no conhecimento

a respeito da ocorrecircncia das diferentes formaccedilotildees vegetais brasileiras assim como sua

extensatildeo e estado de conservaccedilatildeo Assim dados de sensores oacutepticos a bordo de sateacutelites

ou aeronaves fornecem informaccedilotildees sobre o dossel vegetal que com apoio de campo

satildeo usados em mapeamentos diversos Evidentemente estes dados tecircm sua capacidade

limitada agrave medida que determinadas formaccedilotildees vegetais possuem respostas espectrais

semelhantes Um dos principais projetos que visaram ao mapeamento da cobertura

vegetal brasileira foi o RADAMBRASIL A variedade de atributos usados no sistema

de classificaccedilatildeo refletiu a variabilidade estrutural dos tipos de vegetaccedilatildeo do Brasil As

informaccedilotildees geradas pelo projeto tambeacutem confirmaram a importacircncia da topografia na

caracterizaccedilatildeo da paisagem local e regional jaacute que eacute um dos fatores determinantes do

estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidade de espeacutecies vegetais

Embora se reconheccedilam os dados topograacuteficos como importante fonte de informaccedilotildees

para subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo o estabelecimento de metodologias com este

aporte requer o desenvolvimento de estudos especiacuteficos para determinar as relaccedilotildees que

existem entre ambos os aspectos Tal condiccedilatildeo pode ser explicada por uma histoacuterica de

ausecircncia de levantamentos topograacuteficos detalhados pela qual grande parte do territoacuterio

nacional permanece com mapeamentos em escalas inadequadas para vaacuterias aplicaccedilotildees

Neste contexto a utilizaccedilatildeo de bases topograacuteficas obtidas por sensores orbitais pode

enfim significar a viabilizaccedilatildeo de tais estudos A missatildeo SRTM (Shuttle Radar

Topographic Mission) ocorrida em 2000 possibilitou a coleta de dados altimeacutetricos

para praticamente toda a superfiacutecie terrestre A existecircncia desses dados em cobertura

nacional permite que se avalie e se desenvolva seu potencial para o mapeamento da

vegetaccedilatildeo de forma relativamente padronizada em diferentes ambientes

Os dados SRTM mostraram-se passiacuteveis de derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas

para expressatildeo das diferentes caracteriacutesticas do relevo o que resulta num conjunto de

dados em complemento agrave altimetria Cada variaacutevel condiciona a vegetaccedilatildeo atraveacutes de

diferentes aspectos da paisagem (temperatura exposiccedilatildeo solar e hidrologia por

24

exemplo) aleacutem do controle direto sobre o transporte e o acuacutemulo de estruturas de

propagaccedilatildeo biomassa e substacircncias vegetais que afetam sua distribuiccedilatildeo Diante disso

o presente trabalho tem como objetivo principal a avaliaccedilatildeo das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo SRTM para identificaccedilatildeo

de tipos vegetacionais As anaacutelises recairatildeo sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes

agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo

existentes

Tal objetivo compreende o atendimento agraves seguintes metas especiacuteficas

bull Identificar as variaacuteveis geomorfomeacutetricas que melhor caracterizem diferentes

tipos de vegetaccedilatildeo

bull Caracterizar os tipos de vegetaccedilatildeo em termos das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas

de sua ocorrecircncia

bull Analisar a capacidade de discriminaccedilatildeo dos tipos vegetacionais mapeados a

partir dos dados geomorfomeacutetricas

bull Aplicar os resultados anteriores ao mapeamento da vegetaccedilatildeo como forma de

avaliaccedilatildeo

25

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

Para a compreensatildeo deste trabalho este capiacutetulo faz uma breve fundamentaccedilatildeo dos

condicionantes topograacuteficos da paisagem e suas relaccedilotildees com a vegetaccedilatildeo Em seguida

satildeo apresentadas as fontes e demais especificaccedilotildees teacutecnicas dos dados topograacuteficos e de

vegetaccedilatildeo aplicados neste estudo

21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem

A topografia ao lado de outras variaacuteveis ambientais eacute fundamental na caracterizaccedilatildeo da

paisagem local e regional Diversos estudos tecircm relacionado variaacuteveis topograacuteficas com

o estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidades de espeacutecies vegetais Schmidt et al

(2003) descrevem as principais variaacuteveis topograacuteficas extraiacutedas de Modelos Digitais de

Elevaccedilatildeo (MDE) que podem ser geradas a partir do SRTM

Segue-se a definiccedilatildeo das variaacuteveis topograacuteficas mais utilizadas em estudos de

caracterizaccedilatildeo da paisagem

a- Elevaccedilatildeo corresponde a altitude do terreno Estaacute relacionada agrave distribuiccedilatildeo

altitudinal do solo e clima condicionando diferentes padrotildees vegetacionais na

paisagem

b- Declividade corresponde ao acircngulo de inclinaccedilatildeo da superfiacutecie local Possui

accedilatildeo direta sobre o equiliacutebrio entre a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo e escoamento

superficial aleacutem de controlar a intensidade dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo

Esse conjunto de fatores resulta na formaccedilatildeo de ambientes com diferentes

caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas as quais permitem o estabelecimento de

diferentes tipos de vegetaccedilatildeo

c- Orientaccedilatildeo de vertentes corresponde ao alinhamento do terreno em relaccedilatildeo ao

sol eacute a medida do acircngulo horizontal da direccedilatildeo esperada do escoamento

superficial geralmente expressa em azimute Dentre os vaacuterios aspectos (relaccedilatildeo

com distribuiccedilatildeo de diferentes substratos refuacutegios ecoloacutegicos etc) esta variaacutevel

relaciona-se ao grau de sombreamento ou iluminaccedilatildeo do terreno selecionando

ambientes mais propiacutecios para o desenvolvimento de determinados tipos de

26

vegetaccedilatildeo em detrimento de outros Assim a orientaccedilatildeo de vertentes controla a

direccedilatildeo dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo portanto com efeitos locais sobre os

regimes hiacutedricos e de energia definindo diferentes padrotildees vegetacionais

d- Curvatura vertical refere-se ao caraacuteter convexococircncavo do terreno quando

analisado em perfil

e- Curvatura horizontal refere-se ao caraacuteter divergenteconvergente dos fluxos de

mateacuteria sobre o terreno quando analisado em projeccedilatildeo horizontal

As duas uacuteltimas variaacuteveis estatildeo relacionadas aos processos de migraccedilatildeo e acuacutemulo de

aacutegua minerais e materiais orgacircnicos no solo atraveacutes da superfiacutecie proporcionados pela

gravidade Estas duas variaacuteveis combinadas representam uma caracterizaccedilatildeo das formas

do terreno que se associam diretamente a propriedades hidroloacutegicas e de transporte

exercendo influecircncia indireta sobre a vegetaccedilatildeo local

22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo

Alguns estudos tecircm mostrado que a topografia exerce influecircncia indireta sobre a

vegetaccedilatildeo uma vez que determina feiccedilotildees hidroloacutegicas variaccedilotildees na disponibilidade de

aacutegua no solo distribuiccedilatildeo dos tipos de solo e topoclimas Outros cujo foco eacute a relaccedilatildeo

direta entre a topografia e a vegetaccedilatildeo verificam tal influecircncia baseados em variaacuteveis

topograacuteficas especialmente elevaccedilatildeo declividade e orientaccedilatildeo de vertentes e mais

raramente estudos baseados nas curvaturas vertical e horizontal do terreno (DARGIE

1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteQUEZ-ROSAS et al 2002) O texto

subsequumlente se refere a tais estudos

Satildeo reconhecidos os efeitos principais da topografia no estabelecimento da vegetaccedilatildeo

ao lado da accedilatildeo do clima da geologia dos solos e da intervenccedilatildeo antroacutepica A

variabilidade topograacutefica induz a uma diversidade de fauna e flora significativa no

ecossistema O desenvolvimento deste eacute controlado ainda por fatores abioacuteticos tais

como disponibilidade de aacutegua temperatura e incidecircncia de radiaccedilatildeo

Em paisagens tais como as savanas as feiccedilotildees hidroloacutegicas baseadas na topografia

exercem influecircncia sobre modelos de propagaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo arboacuterea Estas aacutereas

27

podem capturar e reter nutrientes e aacutegua escassa provenientes de regiotildees montanhosas

ou mesmo devido ao regime hiacutedrico (infiltraccedilatildeoescoamento superficial) determinar o

padratildeo de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo (WU et al 2005) Nas paisagens de florestas

boreais especialmente em casos onde a topografia varia a variaccedilatildeo espacial da

disponibilidade da aacutegua do solo eacute um importante fator que afeta o crescimento e a

composiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo A floresta ripaacuteria dessas aacutereas por exemplo tem um

suprimento constante de aacutegua no solo proacuteximo agrave superfiacutecie assim tecircm

consideravelmente mais espeacutecies de plantas vasculares do que florestas dos terrenos

mais elevados (ZINKO et al 2005) Este gradiente floriacutestico aiacute observado tambeacutem eacute

evidente em outras feiccedilotildees fitofisionocircmicas CLARK et al (1999) verificaram que haacute

um claro gradiente floriacutestico em resposta aos tipos de solo e que estes variaram em

funccedilatildeo da posiccedilatildeo topograacutefica Os autores estudaram a distribuiccedilatildeo e abundacircncia de

palmeiras e outras aacutervores na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica La Selva na Costa Rica Eles

concluiacuteram que menos de 30 das espeacutecies apresentaram distribuiccedilatildeo influecircnciada por

efeitos edaacuteficos ou topograacuteficos Entretanto as variaacuteveis ambientais estudadas (solos e

topografia entre outras) foram capazes de explicar somente uma pequena proporccedilatildeo da

variaccedilatildeo floriacutestica

Nas paisagens brasileiras onde predominam altitudes modestas (maior parte entre 200 e

1200 m) as diversas formas do terreno tambeacutem satildeo determinantes de diferentes

padrotildees fitofisionocircmicos Na Amazocircnia por exemplo onde o relevo eacute descrito como de

pequena amplitude a simples posiccedilatildeo no relevo pode manifestar diferenccedilas na

vegetaccedilatildeo Segundo Ayres (1993) a vegetaccedilatildeo da Amazocircnia pode ser dividida em

campinaranas que satildeo florestas sobre solo arenoso caracterizadas por vegetaccedilatildeo

escleromoacuterfica pobre e baixa e florestas de terra firme que se situam geralmente em

terrenos ondulados a baixas altitudes com aacutervores mais altas algumas chegando ateacute

50m A topografia pode definir a riqueza e distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais ao longo do

gradiente de inundaccedilatildeo e sedimentaccedilatildeo em florestas de vaacuterzea na Amazocircnia Wittman et

al (2004) estudando tal questatildeo observaram que apenas 26 dos 222 registros de

espeacutecies de aacutervores ocorreram abaixo da cota de inundaccedilatildeo A sedimentaccedilatildeo foi mais

alta em estaacutegios sucessionais iniciais proacutexima agraves calhas dos rios principais e decresceu

28

com o aumento do niacutevel da topografia dos siacutetios de florestas e em processos de

sucessatildeo e alcanccedilaram menores taxas nas florestas de vaacuterzea alta

Estudos mostram que a heterogeneidade das condiccedilotildees do solo na Amazocircnia eacute

frequentemente ligada agrave topografia e exerce uma notaacutevel influecircncia sobre a composiccedilatildeo

a estrutura e os padrotildees de diversidade da floresta (LESCURES BOULET 1985

PELISSIER et al 2001) A topografia da Amazocircnia Central eacute fortemente

correlacionada com a textura do solo (CHAUVEL et al 1987) e estes fatores satildeo os

maiores condicionantes da distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais e da estrutura de suas

comunidades em escalas local e regional (SOLLINS 1988 LIEBERMAN 1985

KUBOTA 2004) A comunidade de palmeiras por exemplo se distribue em trecircs zonas

de acordo com as condiccedilotildees hidromoacuterficas do solo Assim pode-se reconhecer solos

bem drenados (platocirc topo vertente) solos pobremente drenados (zona de transiccedilatildeo)

solos sazonalmente inundados (igarapeacutes) nos quais estas diferentes espeacutecies se

distribuem Desse modo verifica-se que a distribuiccedilatildeo de diferentes espeacutecies de

palmeiras estatildeo fortemente relacionadas ao tipo de solo cuja distribuiccedilatildeo depende da

situaccedilatildeo topograacutefica local (KAHN CASTRO 1985) Tal condicionamento natildeo se

restringe agrave distribuiccedilatildeo de tipos vegetacionais cerca de 30 das variaccedilotildees espaciais nas

estimativas de biomassa de aacutervores estatildeo relacionadas agraves caracteriacutesticas do solo e a

topografia (LAURENCE et al 1999 CASTILHO et al 2006)

Em Florestas estacionais e no Cerrado o estabelecimento dos diferentes tipos de

vegetaccedilatildeo se deve muito mais a fatores edaacuteficos e climaacuteticos do que propriamente agrave

topografia Entretanto a topografia explica de modo indireto parte da variaccedilatildeo vegetal

assim como a distribuiccedilatildeo de possiacuteveis fragmentos existentes nestas paisagens Brotrel

et al (2002) estudando a comunidade arboacutereo-arbustiva de um fragmento de floresta

estacional semidecidual (Ingaiacute-MG) verificaram que estes fragmentos se distribuem sob

influecircncia do regime de aacutegua da fertilidade quiacutemica do solo e posiccedilatildeo topograacutefica

Resultado tambeacutem encontrado por Rodrigues et al (2002) que estudando a floriacutestica da

comunidade arboacuterea de um fragmento florestal em Luminaacuterias MG verificaram que a

alta diversidade de espeacutecies aiacute encontradas pode estar relacionada agrave influecircncia de

formaccedilotildees vegetais proacuteximas e aos diferentes microambientes proporcionados pela

topografia variaccedilotildees na fertilidade e umidade dos solos Edivane e Schiavini (2002)

29

caracterizaram a topografia de um gradiente florestal na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica do Panga

(Uberlacircncia MG) e avaliaram sua relaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo das 20 principais espeacutecies

arboacutereas inclusas neste gradiente (mata galeria mesoacutefila semideciacutedua de encosta e

cerradatildeo) Tal estudo mostrou que algumas das espeacutecies satildeo influenciadas positiva ou

negativamente por variaccedilotildees de umidade do solo ocasionadas pela topografia ocorrentes

na mata galeria enquanto outras mostram maiores relaccedilotildees com outros fatores edaacuteficos

eou condiccedilotildees de luminosidade de bordas e clareiras Tambeacutem referente ao ambiente

de Cerrado Fonseca e Silva-Junior (2003) verificaram a sua composiccedilatildeo floriacutestica

densidade e aacuterea basal do componente lenhoso no sentido restrito em duas situaccedilotildees

num gradiente topograacutefico designadas interfluacutevio e vale no Jardim Botacircnico de

Brasiacutelia DF Seus resultados salientaram que a topografia como forte determinante na

distribuiccedilatildeo de algumas populaccedilotildees e comunidades lenhosas por meio de sua influecircncia

na variaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico afetou a composiccedilatildeo floriacutestica a densidade e a aacuterea basal

nos Cerrados sentido restrito de interfluacutevio e vales estudados

Cabe ressaltar que a topografia natildeo condiciona apenas processos ecoloacutegicos mas

tambeacutem a accedilatildeo humana Na escala do nosso paiacutes eacute evidente que os remanescentes

florestais concentram-se em aacutereas menos apropriadas para a agricultura o que eacute

fortemente dependente do relevo (VIANA 1995 VIANA et al 1997) Isto implica no

fato de que a maioria dos fragmentos florestais estar localizada em aacutereas de topo e mais

acidentadas que natildeo satildeo propiacutecias a praacuteticas agriacutecolas ou ocupaccedilatildeo humana

Embora os estudos que abordam especificamente as relaccedilotildees entre as variaacuteveis

topograacuteficas e os tipos vegetacionais sejam menos frequumlentes eles satildeo de grande

importacircncia para o entendimento do ambiente biofiacutesico de modo geral Algumas destas

pesquisas revelam que a elevaccedilatildeo a declividade e a orientaccedilatildeo de vertente satildeo as

principais variaacuteveis relacionadas a variaccedilotildees na distribuiccedilatildeo de fitofisionomias

(DARGIE 1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteSQUES-ROSAS et al 2002)

Em conjunto com outras variaacuteveis geomorfomeacutetricas a declividade em especial

produz uma variedade de situaccedilotildees ambientais tais como gradientes de umidade no

solo entre o topo e a base de uma vertente por exemplo favorecimento de transporte de

partiacuteculas de solo ao longo de um perfil interferecircncia na organizaccedilatildeo vertical do dossel

30

ocasionando variaccedilotildees nos acircngulos de penetraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da luz no interior de

florestas promoccedilatildeo da aparente elevaccedilatildeo da copa de indiviacuteduos menores e mais jovens

de aacutereas superiores de modo que alcancem mais raacutepido o dossel em aacutereas de

declividade acentuada (GANDOLFI 2000) A declividade e a orientaccedilatildeo de vertentes

controlam respectivamente a intensidade e a direccedilatildeo de fluxos de mateacuteria e de insolaccedilatildeo

portanto com efeitos locais sobre os regimes hiacutedricos e de energia No entanto estas

variaacuteveis podem fornecer informaccedilotildees aqueacutem do potencial de utilizaccedilatildeo de MDE

quando se busca o levantamento para estudo da cobertura vegetal com respostas

variadas quando estudadas sob diferentes situaccedilotildees Qi e Zhu (2003) consideram que

um conjunto baacutesico de variaacuteveis topograacuteficas para caracterizaccedilatildeo morfomeacutetrica do

terreno local deve incluir aleacutem dessas as curvaturas horizontal e vertical (SCHMIDT et

al 2003 VALERIANO 2003 VALERIANO CARVALHO JUacuteNIOR 2003)

Os estudos aplicados agrave caracterizaccedilatildeo da paisagem com variaacuteveis topograacuteficas

numeacutericas (morfometria) tecircm sido favorecidos com o desenvolvimento de meacutetodos

automaacuteticos de anaacutelise de MDE A importacircncia de tais estudos estaacute no fato de serem

desenvolvidos em ambiente computacional o que propicia uma reduccedilatildeo de trabalho

manual e a subjetividade dessas atividades

Pressupondo o processo de formaccedilatildeo de solos como resposta agrave distribuiccedilatildeo dos

processos hidroloacutegicos e erosivos e da temperatura do solo Moore et al (1993)

relacionaram atributos pedoloacutegicos agraves variaacuteveis topograacuteficas verificando que a situaccedilatildeo

topograacutefica explicou em parte expressiva a variaccedilatildeo de importantes propriedades do

solo Brubaker et al (1993) fizeram inferecircncias semelhantes baseados na posiccedilatildeo das

observaccedilotildees sobre a superfiacutecie de vertentes Briggs e Shishira (1985) observaram uma

consideraacutevel reduccedilatildeo na variabilidade dos atributos de solo dentro de cada unidade

homogecircnea de relevo

Tais efeitos edaacuteficos associados aos efeitos climaacuteticos aleacutem da accedilatildeo direta do relevo

sobre a vegetaccedilatildeo tecircm dado suporte por exemplo ao estudo de efeitos topograacuteficos no

estabelecimento de diferentes tipos de vegetaccedilatildeo Florinsky e Kuryakova (1996)

consideraram como accedilatildeo direta da topografia o transporte e o acuacutemulo de material

orgacircnico incluindo sementes e outras estruturas de propagaccedilatildeo e recomendam o uso de

31

modelos digitais e mapas de variaacuteveis topograacuteficas (Tabela 11) para levantamento

mapeamento e compreensatildeo dos aspectos dinacircmicos da vegetaccedilatildeo

Tabela 11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)

Variaacutevel unidade Definiccedilatildeo

h m Elevaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao niacutevel do mar (altitude)

G o ou Acircngulo vertical entre os planos horizontal e tangente agrave superfiacutecie do terreno (declividade)

A o Acircngulo horizontal entre norte e a projeccedilatildeo horizontal de um vetor normal agrave superfiacutecie (orientaccedilatildeo de vertente)

kv m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre por um plano contendo um vetor externo normal e um vetor da aceleraccedilatildeo da gravidade (curvatura vertical)

kh m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre que eacute ortogonal agrave seccedilatildeo em kv (curvatura horizontal)

H m-1 Meacutedia das curvaturas vertical e horizontal (curvatura meacutedia)

CA m2 m-1 Aacuterea de terreno cujas linhas de escoamento passam por um determinado segmento de isolinha dividido pelo comprimento desse segmento (aacuterea de captaccedilatildeo)

TI TI = ln(CAG) (iacutendice topograacutefico)

SI SI = CAG (iacutendice de enxurrada)

Florinsky e Kuryakova (1996) estudaram relaccedilotildees entre a cobertura florestal e variaacuteveis

topograacuteficas em quatro diferentes aacutereas de estudo Ficou evidente que o controle

topograacutefico das propriedades da vegetaccedilatildeo eacute realizado de formas diferentes em

diferentes terrenos O exemplo citado apresenta a maior dependecircncia da vegetaccedilatildeo

relativa agrave intensidade de fluxo de aacutegua superficial (escoamento) em regiotildees aacuteridas que eacute

controlado por kh Por outro lado em regiotildees de baixas temperaturas ou grandes

latitudes espera-se maior influecircncia da insolaccedilatildeo controlada por G e A Os resultados

indicam que a distribuiccedilatildeo da cobertura vegetal eacute mais bem explicada quando natildeo se

restringem a anaacutelise do relevo agraves variaacuteveis h G e A Foram tambeacutem observadas algumas

relaccedilotildees entre propriedades da vegetaccedilatildeo e classes do terreno relativas agrave erosatildeo

23 SRTM

Em fevereiro de 2000 um rico conjunto de dados de elevaccedilatildeo global baseado na

tecnologia InSAR (Interferometric Synthetic Aperture Radar) foi adquirido por meio

do projeto SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) do JPL (Jet Propulsion

32

Laboratory) integrado agrave NASA (National Aeronautics and Space Administrarion)

resultando na base de dados topograficos digitais mais completa jaacute construiacuteda As

informaccedilotildees que se seguem foram retiradas do site do JPL (http

www2jplnasagovsrtn) e de Valeriano (2003)

O projeto SRTM proveacutem da cooperaccedilatildeo entre a NASA NIMA (National Imagery and

Mapping Agency) DOD (Departamento de Defesa) dos Estados Unidos e das agencies

espaciais da Itaacutelia e Alemanha Esta missatildeo se utilizou do mesmo instrumento usado em

1994 pelo programa Spaceborne Imaging Radar-CX-Band Synthetic Aperture Radar

(SIR-CX-SAR) a bordo do ocircnibus especial Endeavour Aacute nave foi adicionada um

mastro de 60 m em cuja extremidade foram instaladas antenas para bandas C e X aleacutem

de ajustes nos dispositivos de controle e navegaccedilatildeo Isto permitu a coleta de medidas

tridimensionais da superfiacutecie terrestre atraveacutes de interferometria

O processamento dos dados coletados visou agrave construccedilatildeo de um MDE mundial

elaborado continente por continente O sobrevocirco da SRTM ocorreu entre 11 e 22 de

fevereiro de 2000 durante o qual foram percorridas 16 oacuterbitas por dia resultando num

total de 176 oacuterbitas Desse modo foram coletados 12TB dados A conclusatildeo de cada

continente foi seguida pelo envio de dados ao NIMA para serem editados verificados e

ajustados aos padrotildees norte-ameriacano de exatidatildeo de mapas (National Map Accuracy

Standards) Estes dados foram entatildeo devolvidos agrave NASA para distribuiccedilatildeo puacuteblica

atraveacutes da USGS (United States Geological Survey)

Entre as latitudes 60˚ N e 56˚ S cerca de 80 da superfiacutecie terrestre foi coberta sendo

realizadas para tanto de uma a quatro passagens Um conjunto menor de dados foi

coletado sobre a aacutegua para calibraccedilatildeo Do total de dados SRTM os da banda C foram

processados no JPL e os da banda X no Centro Aeroespacial da Alemanha (DLR) Estes

foram usados para criar MDE de resoluccedilatildeo mais alta poreacutem sem cobertura global

O projeto teve apoio de campo sobretudo com base em levantamentos geodeacutesicos no

qual foi empregado o meacutetodo Sistema de Posicionamento Global Cinemaacutetico

(Kinematic Global Positioning System) Foram coletadas ao todo cerca de 70000 Km

de linhas (transectos) aliada agrave distribuiccedilatildeo de refletores com coordenadas precisamente

definidas pela JPL para geraccedilatildeo do conjunto de pontos referencia ou controle

33

Em paralelo agrave montagem do MDE global foi feito o processamento de dados locais

especiacuteficos Cada aacuterea cobre uma ceacutelula de 1 grau de latitude por um grau de longitude

cujos dados consistem em mapas imagens e dados auxiliares ineacuteditos

Segundo a JPL embora a NIMA aplicasse vaacuterias operaccedilotildees de poacutes-tratamento que

incluem remoccedilatildeo de picos e voacutertices nas informaccedilotildees que acompanham os dados do

usuaacuterio satildeo lembradas suas caracteriacutesticas (inerente a todo dado geo-espacial) devem

condicionar seu desempenho diante das aplicaccedilotildees especiacuteficas uma caracteriacutestica dos

dados SRTM que o torna inadequado para uma dada aplicaccedilatildeo pode ser inoacutecua para

outra Informa-se ainda que nenhuma ediccedilatildeo foi aplicada sobre os dados e que o

conjunto em questatildeo conteacutem um grande nuacutemero de vatildeos e outros pontos espuacuterios como

valores extremamente altos (picos) e outros extremamente baixos (voacutertices) Corpos

drsquoaacutegua seratildeo geralmente mal definidos assim como as linhas de costa

Em janeiro de 2002 a NASA iniciou a distribuiccedilatildeo puacuteblica destes pequenos conjuntos

de dados de locais dentro dos Estados Unidos Enfim foram gerados MDE sob

resoluccedilatildeo de 30m (em coordenadas geograacuteficas com 1rdquo ou 0000277˚) para os Estados

Unidos e 90m (em coordenadas geograacuteficas com 3rdquo ou 0000833˚) para o resto do

mundo O datum e elipsoacuteide de referecircncia satildeo WGS84 com dados z em metros inteiros

Uma apreciaccedilatildeo preliminar dos dados SRTM mostrou uma seacuterie de caracteriacutesticas

indesejaacuteveis tais como falhas negativas (voacutertices) representadas por cotas negativas (-

8388607 m) Estes artafatos satildeo facilmente reconheciacuteveis nas imagens poreacutem devido

ao elevado moacutedulo deste valor sua remoccedilatildeo requer operaccedilotildees cuidadosas para que natildeo

se contaminem as informaccedilotildees vaacutelidas Teacutecnicas tais como filtragens natildeo satildeo capazes

de eliminar este problema mas podem ampliar a sua aacuterea de influecircncia modificando os

cotas de linhas vizinhas formando uma feiccedilatildeo artificial que se assemelha a um vale ou

sulco retiliacutenio com orientaccedilatildeo E-W ou N-S Estes dados satildeo sensiacuteveis a quaisquer

objetos presentes sobre a superfiacutecie do terreno tais como antenas edificaccedilotildees e mesmo

variaccedilotildees na cobertura vegetal A presenccedila destes artefatos atrapalha a percepccedilatildeo do

terreno em si no modelo como de fato eacute o intuito da obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

topograacuteficas A utilizaccedilatildeo de filtragens apesar de minimizar os efeitos destes artefatos

propicia a suavizaccedilatildeo da superfiacutecie como um todo o que natildeo eacute desejaacutevel

34

Alguns estudos tecircm demonstrado que suavizaccedilotildees desnecessaacuterias do MDE prejudicam o

desempenho de algoriacutetimos de declividade por exemplo (VALERIANO 2003)

Considerando que grande parte do territoacuterio nacional eacute provida de mapeamentos

demasiadamente generalizados para vaacuterias utilizaccedilotildees da informaccedilatildeo topograacutefica o

dado SRTM pode ser considerado a melhor informaccedilatildeo topograacutefica jaacute disponibilizada

para o nosso territoacuterio A resoluccedilatildeo de 90m deste dado representa um avanccedilo importante

em relaccedilatildeo agrave dados ateacute entatildeo disponiacuteveis os dados RADARSAT-1 com resoluccedilatildeo

quilomeacutetrica

Como citado anteriormente os dados SRTM trazem consigo limitaccedilotildees intriacutensecas do

sistema e estatildeo sujeitos a uma seacuterie de fatores que alteram a relaccedilatildeo de precisatildeo ou

fidelidade para com a paisagem existente Neste sentido meacutetodos de tratamento de

dados vecircm sendo desenvolvidos com o intuito de adequar os dados aos objetivos das

pesquisas sem entretanto alterar a informaccedilatildeo que se deseja extrair Valeriano (2004)

aplicando a interpolaccedilatildeo dos dados por krigagem e as teorias da geoestatiacutestica na

fundamentaccedilatildeo desta teacutecnica preservou as caracteriacutesticas do terreno no MDE formado

Desta forma o tratamento destes dados consiste na modificaccedilatildeo do MDE SRTM

original para um MDE com caracteriacutesticas desejaacuteveis resoluccedilatildeo melhorada de 1rdquo(~

30m) reduccedilatildeo de artefatos remoccedilatildeo de falhas e distribuiccedilatildeo da aleatoriedade espacial

24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens

Segundo Croacutesta (2002) um dos principais objetivos do sensoriamento remoto eacute o de

distinguir entre e identificar as composiccedilotildees de diferentes materiais superficiais (tipos

de vegetaccedilatildeo padrotildees de uso do solo entre outros) Essa distinccedilatildeo e identificaccedilatildeo

tornam-se possiacuteveis diante do fato de os materiais superficiais terem comportamento

especiacutefico ao longo do espcetro eletromagneacutetico o que permite identificaacute-los ou

classificaacute-los

A classificaccedilatildeo automaacutetica de imagens multiespectrais de sensoriamento remoto diz

respeito a associar cada pixel da imagem a um ldquoroacutetulordquo descrevendo um objeto real

(vegetaccedilatildeo solo etc) Dessa forma os valores numeacutericos (DNs) associados agrave cada

pixel definidos pela reflectacircncia dos materiais que compotildeem esse pixel satildeo

identificados em termos de um tipo de cobertura da superfiacutecie terrestre imageada

35

(aacutegua solo tipode vegetaccedilatildeo rocha etc) chamadas entatildeo tema Apoacutes esse processo ser

completado para todos os pixels de uma determinada aacuterea o resultado eacute um mapa

temaacutetico mostrando a distribuiccedilatildeo geograacutefica de um tema tal como vegetaccedilatildeo ou solo

Desse modo pode-se dizer entatildeo que uyma imagem de sensoriamento remoto

classificada eacute uma forma de mapa digital temaacutetico

Segue-se a definiccedilatildeo segundo Crosta (2002) dos tipos de classificaccedilotildees testadas

(Cluster MaxVer e Fatiamento) no presente trabalho

241 Cluster

Para a classificaccedilatildeo por cluster o espaccedilo de atributos possui agrupamentos cluster ou

ldquonuvensrdquo os quais podem ser caracterizados por curvas de contorno No processo de

classificaccedilatildeo estas nuvens satildeo identificadas e usadas como aacutereas de treinamento

O primeiro passo neste tipo de classificaccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo de uma anaacutelise de

agrupamento utilizando para tal teacutecnicas estatiacutesticas padratildeo Atraveacutes dessa anaacutelise as

nuvens de dados satildeo identificadas no espaccedilo de atributos Uma vez feita essa anaacutelise

uma decisatildeo deve ser tomada em relaccedilatildeo agraves quais concentraccedilotildees devem ser tratadas

como grupos separados A melhor maneira de fazer isso eacute aceitar apenas aquelas cujas

modas ultrapassam certo limiar

O software Idrisi versatildeo 20 oferece a uma definiccedilatildeo condizente com a anterior poreacutem

mais detalhada

O cluster eacute uma teacutecnica que se baseia na anaacutelise das modas (picos) do histograma de

uma variaacutevel de uma aacuterea a ser analisada em que uma moda eacute definida como o valor de

maior frequecirccia comparativamente aos seus vizinhos Isto eacute equivalente a buscar os

picos como um histograma unidimensional poreacutem satildeo avaliados n histogramas (n

variaacuteveis) simultaneamente identificando-se assim aglomeraccedilotildees ou nuvens (clusters)

de pontos no espaccedilo n-dimensional Uma vez que os aglomerados tenham sido

identificados todas as classes seratildeo atribuiacutedas com base no pico de concentraccedilatildeo mais

proacuteximo As divisotildees entre as classes se inserem nos pontos de menor ocorrecircncia de

valores observados entre tais picos Os melhores resultados ocorrem quando as variaacuteveis

natildeo estatildeo correlacionadas entre si

36

Em relaccedilatildeo agraves condiccedilotildees da operaccedilatildeo do algoritmo utilizado (EASTMAN 1995) o

cluster tem melhor desempenho se a imagem composta tiver sido criada usando a opccedilatildeo

linear com saturaccedilatildeo Isto assegura que os seis niacuteveis por a faixa na composiccedilatildeo ocupem

mais intensamente a regiatildeo onde os dados satildeo os mais concentrados Geralmente os

melhores resultados satildeo encontrados com niacuteveis de saturaccedilatildeo entre aproximadamente

1 - 25 Este algoritmo trabalha apenas em imagens produzidas por composiccedilatildeo

colorida A imagem composta consiste em iacutendices de cores em que cada iacutendice Irgb eacute

dado por Irgb = IB(azul) + 6 IG(verde) + 36 IR(vermelho) em que cada canal (IR IG ou IB) assume

um valor no intervalo de 0-5 Por exemplo um pixel com IRGB de valores de 1 5 e 3

(respectivamente IR IG e IB) teria um iacutendice de 3 + (5 6) + (1 36) = 69 Assim a

operaccedilatildeo do Cluster decompotildee os valores da composiccedilatildeo colorida para criar um

histograma tridimensional

242 Fatiamento

O fatiamento de niacuteveis de intensidade representa a forma mais simples de classificaccedilatildeo

e eacute aplicado a uma uacutenica banda espectral de cada vez A operaccedilatildeo de fatiamento

consiste simplesmente em realccedilar os pixels cujas intensidades se situam dentro do

intervalo especificado (a fatia) isto eacute entre um maacuteximo e um miacutenimo O fatiamento eacute

feito de modo interativo geralmente no qual o usuaacuterio define tanto a largura quanto o

centro do intervalo desejado Essa fatia eacute entatildeo ajustada ateacute que as feiccedilotildees de interesse

sejam realccediladas e separadas das aacutereas originalmente diferentes sendo entatildeo

representadas por um mesmo DN

O fatiamento de uma uacutenica banda espectral pode ser estendido para o domiacutenio

multiespectral atraveacutes de uma seacuterie de etapas descritas a seguir Desse modo aumenta-

se a precisatildeo da classificaccedilatildeo uma vez que a superfiacutecie que se deseja classificar teraacute

uma maior probabilidade de se diferenciar das outras presentes na imagem quanto

maior for o numero de bandas considerado

Para isso toma-se uma banda espectral e define-se uma regiatildeo previamente conhecida

contendo a superficie de interesse Em seguida aplica-se o fatiamento agrave primeira banda

definindo-se os paracircmetros (centro e largura da fatia) ateacute que a regiatildeo de interesse seja

realccedilada juntamente com os outros pixels dessa banda que possuam o mesmo DN da

37

regiatildeo de interesse Se salva o resultado e repete-se o processo para cada uma das

bandas espectrais disponiacuteveis Finalmente combinam-se todas as bandas fatiadas em

uma soacute imagem atraveacutes da adiccedilatildeo

No que se refere a presente pesquisa foram utilizadas bandas representadas pelas

variaacuteveis geomorfomeacutetricas locais correspondentes a cada aacuterea de estudo Estas

ldquobandasrdquo foram fatiadas atraveacutes de anaacutelises de histogramas buscando identificar nos

histogramas referentes a cada classe vegetacional pontos em que as classes

vegetacionais melhor se ditinguiam Em locais onde havia grande sobreposiccedilatildeo entre os

histogramas escolheu-se como criteacuterio fatiar em pontos onde havia maior frequencia de

distribuiccedilatildeo dessas variaacuteveis geomorfomomeacutetricas Em seguida as imagens geradas por

cada fatiamento foram sobrepostas atraveacutes de uma operaccedilatildeo de adiccedilatildeo

243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)

O MaxVer eacute o meacutetodo mais comum que considera a ponderaccedilatildeo das distacircncias das

meacutedias utiliza paracircmetros estatiacutesticos

A classifcaccedilatildeo por maacutexima verossemelhanccedila exige um nuacutemero consideravelmente

elevado de pixels para cada conjunto treinamento nuacutemero preferencialmente acima de

uma centena para que seja precisa o suficiente Esse nuacutemero permite uma base segura

para o treinamento estatiacutestico Devido a esse nuacutemero alto de pixels natildeo eacute possiacutevel

representaacute-los graficamnte de maneira individualizada Desse modo nesse caso usa-se

isolinhas ou curvas de contorno no espaccedilo de atributos representando a densidade de

pixels do conjunto de treinamento de cada regiatildeo (Figura 1)

Estes contornos representam na realidade um ajuste baseado em distribuiccedilotildees normais

ou Gaussianas dos pixels das aacutereas de treinamento do contraacuterio os contornos seriam

totalmente irregulares Ressalta-se que devido a esse ajuste os contornos satildeo

simeacutetricosOs contornos ao redor de cada classe na Figura 21 podem ser entendidos

como a probabilidade de existir um pixel naquele conjunto de treinamento como uma

determinada combinaccedilatildeo de DNs Do mesmo modo se as aacutereas de treinamento forem

realmente representativas das superfiacutecies que se deseja classificar Os mesmos

contornos podem ser vistos como a probabiliade de qualquer pixel desconhecido

pertencer a uma determinada classe na qual ele plotar

38

Figura 21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade

de pixels nos diversos conjuntos de treinamento

Essas probabilidades representam uma ferramenta de classificaccedilatildeo poderosa e flexiacutevel

atraveacutes da qual se pode escolher por exemplo classificar apenas os pixels

desconhecidos que satildeo bastante semelhantes agrave meacutedia de uma classe Isso eacute feito

escolhendo-se o limite de decisatildeo coincidindo com o contorno mais proacuteximo da meacutedia

cuja distacircncia eacute normalmente fixada como um desvio padratildeo a partir da meacutedia

Por outro lado pode-se julgar necessaacuterio classificar os pixels desconhecidos que se

situam a qualquer distacircncia da meacutedia dentro da aacuterea geral definida pelo conjunto

treinamento Neste caso escolher-se ia como limite de decisatildeo o contorno que engloba

99 dos pixels da aacuterea de treinamento Jogando os restantes 1 fora pode-se

compensar por exemplo a possibilidade de que alguns dos pixels da aacuterea de

treinamento foram incluiacutedos por engano podendo representar ruiacutedo ou pixels contendo

um limite entre dois tipos de cobertura

Eacute importante ressaltar que o meacutetodo MaxVer eacute passiacutevel de enganos e imprecisotildees Um

exemplo disso pode ser quando existem alguns pixels pertencentes a uma determinada

aacuterea de treinamento satildeo atribuiacutedos pelas regras de decisatildeo dos meacutetodos agrave uma classe

diferente

Tudo que o MaxVer consegue fazer eacute tentar minimizar a porcentagem dos pixels

classificados erroneamente O meacutetodo MaxVer assim como outros meacutetodos de

classifcaccedilatildeo supervisionada vistos anteriormente parte do princiacutepio de que o usuaacuterio

39

conhece bastante da imagem a ser classificada para poder definir classes que sejam

representativas Nos casos em que isto natildeo ocorre eacute possiacutevel partir de algumas

premissas razoaacuteveis o suficiente para permitir bons resultados

25 Anaacutelise Discriminante

O nuacutemero de variaacuteveis geomorfomeacutetricas que condicionam a distribuiccedilatildeo de tipos de

vegetaccedilatildeo de um determinado bioma sugere que anaacutelises estatiacutesticas multivariadas

sejam feitas De modo frequumlente as mais usadas satildeo anaacutelises de correlaccedilatildeo anaacutelises

baseadas em superfiacutecie de tendecircncia (DARGIE 1984 1987) anaacutelise de agrupamento

(EDIVANE SCHIAVIVI 2002) e anaacutelise de regressatildeo (FLORINSKY

KURYAKOVA 1996) Especificamente quando se deseja investigar as relaccedilotildees entre

uma variaacutevel qualitativa tipos vegetacionais por exemplo e variaacuteveis numeacutericas como

as variaacuteveis topograacuteficas a teacutecnica de anaacutelise mais apropriada eacute a anaacutelise discriminante

(HAIR Jr et al 1995) Tal anaacutelise utilizaria de combinaccedilotildees lineares das variaacuteveis

morfomeacutetricas para discriminar o melhor entre os grupos vegetacionais previamente

selecionados

De acordo com Hair Jr et al (1995) o objetivo principal da anaacutelise discriminante

consiste em estimar a relaccedilatildeo entre a uacutenica variaacutevel dependente natildeo meacutetrica (categoacuterica)

e um conjunto de variaacuteveis meacutetricas independentes

A teacutecnica da anaacutelise discriminante muacuteltipla se utiliza de combinaccedilotildees lineares das

variaacuteveis independentes para discriminar o melhor entre os grupos previamente

selecionados Esta discriminaccedilatildeo eacute obtida com a atribuiccedilatildeo de pesos agraves variaacuteveis de

forma a maximizar a variacircncia relativa entre os grupos A combinaccedilatildeo linear obtida com

a anaacutelise eacute chamada funccedilatildeo discriminante

Essa teacutecnica pode ser indicada para testes estatiacutesticos de hipoacuteteses O procedimento

comeccedila com a atribuiccedilatildeo de valores a cada um dos indiviacuteduos atraveacutes da funccedilatildeo

discriminante Com os valores dos indiviacuteduos de um mesmo grupo eacute possiacutevel obter a

meacutedia do grupo Este valor meacutedio eacute chamado de centroacuteide do grupo A comparaccedilatildeo dos

centroacuteides de grupos existentes traz a orientaccedilatildeo de quatildeo longe estatildeo um do outro em

relaccedilatildeo agrave dimensatildeo que estaacute sendo testada (MANLY 1994) Uma grande sobreposiccedilatildeo

40

entre os grupos sugere a obtenccedilatildeo de uma pobre funccedilatildeo discriminante Por outro lado

grupos bastante distintos (com pouca sobreposiccedilatildeo) sugerem a possibilidade de uma boa

funccedilatildeo discriminante

Hair Jr et al (1995) define que para dois grupos representantes da variaacutevel dependente

(por exemplo grande e pequeno) extrai-se uma funccedilatildeo discriminante Para dois grupos

seratildeo duas as funccedilotildees discriminantes extraiacutedas e assim por diante Ou seja existiratildeo

sempre n-1 funccedilotildees discriminantes para n grupos

Depois de estimada uma funccedilatildeo discriminante ela deve ser interpretada Este estaacutegio

revela a importacircncia relativa de cada variaacutevel independente na discriminaccedilatildeo dos

grupos

Green (1978) descreve que antes de tentar interpretar a funccedilatildeo discriminante o analista

cuidadoso deveraacute checar sua significacircncia estatiacutestica Tipicamente a investigaccedilatildeo eacute

conduzida atraveacutes da aplicaccedilatildeo de testes de significacircncia estatiacutestica da estatiacutestica D2 de

Mahalanobis que eacute uma medida quadraacutetica similar a medida euclidiana de distacircncia

padratildeo Mais particularmente ela mede a distacircncia de cada caso agrave meacutedia do grupo

Normalmente a estatiacutestica F do teste de significacircncia da estatiacutestica D2 eacute comumente

disponibilizada pela maioria dos pacotes estatiacutesticos

26 Dados de Vegetaccedilatildeo

Para anaacutelise da relaccedilatildeo entre vegetaccedilatildeo e variaacuteveis morfomeacutetricas foram selecionadas

aacutereas pertencentes a diferentes biomas brasileiros A seguir satildeo apresentadas

caracteriacutesticas gerais destes biomas assim como das aacutereas selecionadas para as quais os

mapas de vegetaccedilatildeo satildeo disponiacuteveis

261 Bioma Caatinga

A Caatinga caracteriza-se por apresentar uma grande diversidade de paisagens aleacutem de

ser um dos menos conhecidos e mais complexos biomas brasileiros A Reserva

Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas foi selecionada para representaacute-la

no presente estudo

41

Esta aacuterea abrange a Aacuterea Prioritaacuteria n6 do PPBIO (Programa de Pesquisa em

Biodiversidade do Semi-Aacuterido) e foi criada em 1998 com aproximadamente 5244

hectares sendo delimitada pelas coordenadas geograacuteficas 05ordm 00rsquo a 05ordm 20rsquo S e 40ordm 48rsquo a

41ordm 12rsquo W na fronteira entre os Estados do Piauiacute e Cearaacute

A aacuterea eacute considerada como uma amostra representativa da Ecoregiatildeo Complexo

Ibiapaba-Araripe e possui alta importacircncia bioloacutegica Ela possui como principais

fitofisionomias Mata Seca Carrasco Caatinga Florestada Caatinga Arboacuterea Caatinga

Arboacuterea-arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (CARVALHO PINHEIRO JUacuteNIOR

2004) Como para algumas aacutereas natildeo foi feito levantamento floriacutestico as classes de

mapeamentos propostas para designar padrotildees fitofisionocircmicos que se destacam nas

imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por uma determinada

coloraccedilatildeo foram denominadas Complexos Satildeo eles Complexo Galeria Complexo

Arboacutereo e Complexo Arboacutereo-arbustivo Segue-se a definiccedilatildeo de cada uma das classes

citadas acima segundo Carvalho e Pinheiro Juacutenior (2004)

Mata Seca

Esta classe corresponde segundo o IBGE (1992) agrave Floresta Estacional Decidual

Montana (Floresta Tropical Caducifoacutelia) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute caracterizado por

duas estaccedilotildees climaacuteticas bem demarcadas uma chuvosa seguida de um longo periacuteodo

biologicamente seco ocorre na forma de disjunccedilotildees florestais apresentando o estrato

dominante macro ou mesofaneroacutefito predominantemente caducifoacutelio com mais de 50

dos indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveis Ocupam nessas

paisagens os topos elevados de altitudes variando de 600 a 750 metros de relevo plano

e suave ondulado As elevadas altitudes chegando ateacute 750 m jaacute natildeo atenuam as

caracteriacutesticas semi-aacuteridas do Sertatildeo com as temperaturas mantendo-se elevadas

variando de 25 a 27degC Mas a precipitaccedilatildeo aumenta dominando um clima sub-uacutemido

seco com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 800 a 1000 mm

Nestes ambientes predominam os latossolos profundos aacutecidos em geral arenosos com

baixa fertilidade natural e muito bem drenados (LVa- Latossolo Vermelho-Amarelo

aacutelico)

42

Carrasco

De acordo com Arauacutejo (1998) trata-se de uma vegetaccedilatildeo arbustiva densa caducifoacutelia

natildeo espinhosa Nela se encontram a faveira o angico a pitombeira o jatobaacute a

catingueira e o sabiaacute entre outras O xique-xique e o caroaacute aparecem como subarbustos

Este tipo vegetacional ocorre em ambientes mais arenosos e secos

Na aacuterea da Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo

Sertaneja Setentrional Nesta paisagem o Carrasco ocupa as superfiacutecies pediplanadas

altas com altitudes variando de 400 a 650 m de relevo plano a suavemente ondulado

Deve estar submetida a uma condiccedilatildeo de transiccedilatildeo climaacutetica com precipitaccedilotildees meacutedias

anuais em torno de 850 mm

Neste ambiente predominam os solos arenosos profundos excessivamente drenados

aacutelicos e com fertilidade natural baixa (Areias Quartzosas aacutelicas- AQa4 e AQa10)

associado ao Latossolo Vermelho-Amarelo aacutelico (LVa)

Caatinga Florestada

Esta classe corresponde ao contato Savana-EsteacutepicaFloresta Estacional-ecoacutetono

definido pelo IBGE (1992) Trata-se de uma vegetaccedilatildeo de transiccedilatildeo ou seja entre duas

ou mais regiotildees ecoloacutegicas ou tipos de vegetaccedilatildeo existem sempre ou pelo menos na

maioria das vezes comunidades indiferenciadas onde as floras se interpenetram

constituindo as transiccedilotildees floriacutesticas ou contatos edaacuteficos

De acordo com o IBGE e Governo do Estado do Cearaacute (1973) este tipo de cobertura

vegetal obedece a um escalonamento de acordo com o niacutevel em que se situa ocorrendo

pelo menos duas sineacutecias cuja transiccedilatildeo se verifica onde a caatinga desaparece e

comeccedila a mata tropical

Na Aacuterea das Serras das Almas a borda mais oriental da Paisagem das Chapadas

Intermediaacuterias e Baixas a Caatinga Florestada ocupa uma estreita faixa Na Paisagem

das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas ocupa um modelo de dissecaccedilatildeo aguccedilada

intermediaacuteria com altitudes variando de 400 a 700 m de relevo fortemente ondulado e

montanhoso Segundo as condiccedilotildees de transiccedilatildeo climaacutetica pode-se dizer que as

43

precipitaccedilotildees anuais variam de 800 a 1000 mm Neste tipo de ambiente ocorre uma

associaccedilatildeo de trecircs tipos de solo pouco desenvolvidos e rasos Nas partes intermediaacuterias

de declives menos abruptos e relevos menos acidentados (suave ondulado a ondulado)

apresentam-se o que pode se considerar o mais caracteriacutestico os solos Podzoacutelicos

Vermelho-Amarelo eutroacuteficos (PE) com argila de atividade fraca horizonte A

moderado textura meacutediaargilosa Nos relevos mais acidentados (fortemente ondulados

a montanhosas) aparecem os solos Litoacutelicos eutroacuteficos (RE) com horizonte A

moderado textura arenosa a meacutedia fase pedregosa e rochosa associados aos

Afloramentos Rochosos (AR)

Caatinga Arboacuterea

Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica do IBGE (1992) Trata-se de um subgrupo

de formaccedilatildeo caracterizado por micro eou nanofaneroacutefitos com meacutedia de 5 m

excepcionalmente ultrapassando os 7 m de altura mais ou menos com grossos troncos

e engalhamento bastante ramificado em geral provido de espinhos eou acuacuteleos com

total decidualidade na eacutepoca desfavoraacutevel

Em Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo Sertaneja

Setentrional e da Paisagem das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas Nesta paisagem eacute

encontrada em modelos de Dissecaccedilatildeo Tabular Baixo com altitudes bastante variadas

de 300 ateacute 600 m e relevos ondulados a fortemente ondulados

Para este tipo de vegetaccedilatildeo o clima varia desde um clima Subuacutemido uacutemido com

precipitaccedilotildees meacutedias anuais de mais de 1000 mm passando pelo Semi-aacuterido atenuado

com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 750 a 800 mm ateacute o Semi-aacuterido moderado

com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 500 a 750 mm

A mesma variabilidade pode ser observada quando se considera as demais

caracteriacutesticas ambientais Comeccedilando pelos diferentes substratos geoloacutegicos que sob

essas diferenccedilas climaacuteticas geram diferentes formas de relevo que variam de plano ao

ondulado e modelos dissecados a aplainados com altitudes de 300 a 500 m Bem como

tipos de solos como os Podzoacutelicos Vermelho-Amarelo Areias Quartzosas Latossolo

Vermelho-Amarelo e Solonets Solodizados

44

Caatinga Aboacutereo-arbustiva

Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica Arborizada do IBGE (1992) Este subgrupo

de formaccedilatildeo apresenta as mesmas caracteriacutesticas de floriacutesticas da fisionomia ecoloacutegica

anterior poreacutem os indiviacuteduos que o compotildeem satildeo mais baixos existindo clarotildees entre

eles

Possui amplos interfluacutevios e baixo grau de aprofundamento de drenagem com altitudes

variando de 200 a 300 m e relevos planos a suave ondulados Este tipo vegetacional

domina num clima Semi-aacuterido moderado com chuvas de veratildeo-outono e 7 a 8 meses

secos Os tipos de solo variam bastante desde Areias Quartzosas Planossolos

Soloacutedicos Ragassolos e Bruno natildeo caacutelcicos que se tornam os principais fatores

limitantes para o uso da terra junto com o clima dominante

Caatinga Herbaacuteceo-lenhosa

Esta classe corresponde agrave Savana-Eteacutepica Parque do IBGE (1992) Este subgrupo de

formaccedilatildeo eacute o que apresenta caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com

nanofaneroacutefitos de um mesmo ecoacutetipo bastante espaccedilados como se fossem plantados

isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas lenhosas raquiacuteticas sobre

denso tapete gramiacutenio-lenhoso de hemicriptoacutefitos e cameacutefitos Possui relevos planos a

suavemente ondulados e altitudes variando de 200 a 300 m Este tipo vegetacional

domina num clima Sub-uacutemido com chuvas de veratildeo-outono e 7 meses secos Estas

condiccedilotildees ambientais geraram solos do tipo Areias Quartzosas aacutelicas que por suas

caracteriacutesticas se tornam o principal fator limitante para o uso da terra

Complexo Galeria

Essa classe de mapeamento foi proposta para designar todo um complexo fisionocircmico

que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por sua

coloraccedilatildeo verde-intenso na composiccedilatildeo colorida normal empregada indicando uma alta

resposta no infravermelho proacuteximo Esta tonalidade indica uma cobertura vegetal verde

com folhagem total ou parcial na eacutepoca seca estando associada agraves aacutereas de vaacuterzeas

acompanhando alguns cursos drsquoaacutegua geralmente os mais caudalosos

45

Complexo Arboacutereo

Semelhante a classe anterior propocircs-se aqui esta denominaccedilatildeo para abarcar um padratildeo

complexo que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta regular associando

aacutereas escuras (sombreadas) aacutereas com verde-escuro e com verde-claro De acordo com

informaccedilotildees bibliograacuteficas neste ambiente deve predominar uma Caatinga Arboacuterea

(Savana-Esteacutepica Florestada) poreacutem de acordo com o RADAMBRASIL (1981) pode-se

supor que floristicamente eacute semelhante agrave Estepe Arboacuterea Densa

Como natildeo foi possiacutevel amostrar a unidade de mapeamento para confirmar estas

consideraccedilotildees preferiu-se empregar esta nomenclatura

Suas altitudes variam rapidamente de cerca de 300 a 600 m com interfluacutevios de pequena

amplitude e de mediana intensidade de aprofundamento de drenagem Neles devem

predominar o clima tropical megateacutermico semi-aacuterido atenuado com chuvas de veratildeondash

outono e 7 meses secos Onde dominam os Solos Litoacutelicos aacutelicos fase pedregosa e

rochos

Complexo Arboacutereo-arbustivo

Na imagem TMLandsat possui uma resposta singular de tonalidade subentendendo

muito afloramento de solo eou rocha nua Segundo IBGE (1992) corresponde a

formaccedilatildeo Savana Esteacutepica Arborizada (Caatinga Arboacuterea-arbustiva)

Esses ambientes ocupam parte do Modelado das Formas Erosivas com relevos planos a

suavemente ondulados onde as altitudes variam de cerca de 220 a 300 m Neles deve

predominar um clima megateacutermico sub-uacutemido uacutemido com chuva de veratildeo-outono e 7

meses secos onde dominam Areias Quartzosas aacutelicas

262 Bioma Amazocircnia

O Bioma Amazocircnia estaacute situado na porccedilatildeo centro-norte do Brasil eacute cortado pela linha

equatorial e portanto compreendido em aacutereas de baixas latitudes O clima eacute do tipo

equatorial quente e uacutemido com a temperatura variando pouco durante o ano em torno

46

de 26ordmC com periacuteodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor daacutegua trazido

do leste pelos ventos

A maioria dos 7 milhotildees de km2 da Floresta Amazocircnica eacute constituiacuteda por uma floresta

de terra firme Esta eacute uma floresta que nunca eacute alagada e se espalha sobre uma grande

planiacutecie de ateacute 130-200 m de altitude ateacute os sopeacutes das montanhas A grande planiacutecie

corresponde aos sedimentos deixados pelo lago Belterra que ocupou a maior parte da

bacia Amazocircnica durante o Mioceno e o Plioceno entre 25 mil e 18 milhatildeo de anos

atraacutes O silte e as argilas depositados neste antigo lago foram submetidos a um suave

movimento de elevaccedilatildeo epirogeneacutetico enquanto os Andes se ergueram e os modernos

rios comeccedilaram a cavar os seus leitos Assim surgiram os trecircs tipos de florestas

amazocircnicas as florestas montanhosas Andinas as florestas de terra firme e as florestas

fluviais alagadas as duas uacuteltimas na Amazocircnia brasileira A Amazocircnia brasileira

compreende aproximadamente 3581 km2 o que equivale a 4207 do paiacutes (Fonseca amp

Dov 2000) Como representantes deste bioma foram selecionadas aacutereas de estudo com

diferentes tamanhos e classes de vegetaccedilatildeo a Microbacia do Igarapeacute Asu que cobre

aproximadamente 10 km2 e o Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos que cobre

aproximadamente 300 km2

2621 Microbacia do Igarapeacute Asu

A microbacia do Igarapeacute Asu pertencente agrave bacia do Rio Negro possui tipos de

vegetaccedilatildeo que se diferenciam principalmente pela altura e densidade de indiviacuteduos A

floresta de alto platocirc eacute a floresta densa com aacutervores emergentes ao passo que a floresta

de campinarana apresenta-se mais baixa e com densidade menor de indiviacuteduos

(AYRES 1993) A condiccedilatildeo topograacutefica pode induzir agrave ocorrecircncia de cheias e a

presenccedila de formaccedilotildees vegetais mais baixas e menos densas em constante estaacutegio de

sucessatildeo (WHITTMANN et al 2002) De modo geral os principais tipos de vegetaccedilatildeo

encontrados na aacuterea satildeo

Floresta de Platocirc Alto

As florestas de terra firme cobrem planaltos e florestas de encosta e satildeo aacutereas com

dossel mais fechado solos bem drenados em qualquer eacutepoca do ano e que satildeo

47

inundadas por rios e fluxos pequenos de aacutegua Estas florestas satildeo dominadas por aacutervores

grandes e caracterizam-se por estrutura vertical bem desenvolvida e diversidade de

espeacutecies arboacutereas muito altas em relaccedilatildeo agraves florestas sazonalmente inundadas

(PRANCE et al 1976)

Floresta de Baixio

Os baixios satildeo definidos como florestas que inundam sazonalmente no periacuteodo de

novembro-marccedilo eou que sofrem influecircncia direta dos igarapeacutes Estas florestas devido

agrave topografia possuem lenccedilol freaacutetico mais superficial que em eacutepocas chuvosas

aflorando e inundando essas aacutereas Aleacutem disso apresentam dossel mais aberto em

relaccedilatildeo agraves florestas de terra firme (LAMOTTE 1990) pela predominacircncia de palmeiras

arborescentes e uma grande abundacircncia de palmeiras no sub-bosque

Floresta de Platocirc Baixo com campinarana

A Campinarana ocorre entre a floresta de terra firme e a Floresta de Baixio daiacute a

denominaccedilatildeo Floresta de Platocirc Baixo com campinarana Fisionomicamente caracteriza-

se por um dossel de aacutervores de porte menor que as do platocirc com alta densidade de

epiacutefitas Desenvolve-se sobre solo arenoso coberto por uma camada de serrapilheira

entremeada com um denso tapete de raiacutezes

2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

O Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos criado em 21062006 possui 876 mil

hectares e se localiza nos estados do Amazonas Rondocircnia e Mato Grosso abrangendo

trechos dos rios Roosevelt Guaribas Branco Madeirinha e Ji-Paranaacute

O Parque protege uma enorme variedade de ecossistemas incluindo diferentes

formaccedilotildees florestais bem como uma das maiores manchas de Cerrado - os campos -

de toda Amazocircnia A paisagem dos Cerradossavanas eacute composta por campos sujos

campos limpos e Cerrados propriamente ditos Matas de galeria satildeo encontradas ao

longo dos rios e riachos que cortam a savana O solo dos Cerrados da regiatildeo eacute arenoso e

raso de baixa fertilidade muito suscetiacuteveis agrave erosatildeo

48

Nas demais aacutereas do Parque existem florestas abertas e densas A Floresta Ombroacutefila

Densa de modo geral apresenta dossel fechado compacto com altura entre 25 e 35 m

do qual sobressaem as aacutervores emergentes atingindo ateacute 40 m A Floresta Ombroacutefila

Aberta eacute caracterizada fisionomicamente pela presenccedila de grandes aacutervores espaccediladas

possibilitando a penetraccedilatildeo de luz Esta diversidade de habitats em uma mesma regiatildeo

condiciona a ocorrecircncia de diversas espeacutecies O Parque Nacional incorpora regiotildees

consideradas de prioridade extremamente alta para a conservaccedilatildeo da biodiversidade da

Amazocircnia (WEBVENTURE 2001)

Quanto aos solos de modo geral os mais encontrados na regiatildeo satildeo os solos aluviais

Latossolo Vermelho amarelo Podzoacutelico Vermelho Amarelo Laterita Hidromoacuterfica e o

Podzol Hidromoacutefico

A aacuterea selecionada abrange as cartas topograacuteficas 1250000 SB-20-Y-C (Labrea) e SB-

20-Y-D (Humaitaacute) descritas no volume 17 ndash Purus ndash do Projeto RADAMBRASIL

(1978) Os principais tipos de vegetaccedilatildeo abrigados pelo Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos satildeo descritos abaixo com informaccedilotildees do Projeto RADAMBRASIL

(1978)

Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas

Formaccedilatildeo que apresenta agrupamentos de aacutervores emergentes nas elevaccedilotildees mais

pronunciadas dos interfluacutevios como o argelim-da-mata (Hymenolobium petraeum)

argelim-de-pedra (Dinizia excelsa) tauari (Couratari spp) castanha-do-paraacute

(Bertholletia excelsa) entre outras Eacute significativa a presenccedila de palmeiras que

competem por luz no estrato arboacutereo superior babaccedilu (Orbygnia spp) patauaacute

(Oenocarpus bataua) accedilaiacute (Euterpe spp) ocorrendo preferecircncialmente nos locais mais

uacutemidos

Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial

Formaccedilatildeo caracteriacutestica das aacutereas inundaacuteveis pelas cheias sazonais ecologicamente

adaptados agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua entretanto beneficia-se da renovaccedilatildeo

regular do solo decorrente das enchentes perioacutedicas Natildeo constitui ambiente cliacutemax

49

Durante a eacutepoca das cheias existe uma diminuiccedilatildeo das atividades bioloacutegicas (dormecircncia

e seca fisioloacutegica) quando ocorrem inundaccedilotildees prolongadas A sumauacutema (Ceiba

pentandra) provida de enormes raiacutezes tabulares eacute a representante mais expressiva neste

grupo de formaccedilatildeo Apresenta tambeacutem muitas palmeiras no estrato intermediaacuterio

Floresta Ombroacutefila Aberta das Terras Baixas

Formaccedilatildeo caracteriacutestica por feiccedilatildeo mista de palmeiras e aacutervores latifoliadas sempre

verdes e bem espaccediladas de altura irregular (entre 15 e 25m) com grupamentos de

babaccedilu (Orbygnia sp) e patauaacute (Oenocarpus bataua) principalmente nos interfluacutevios

do Terciaacuterio Nos vales de fundo chato de encharcamento constante ocorre

concentraccedilatildeo de buriti (Mauritia flexuosa) em povoamento puro

Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial

Eacute uma formaccedilatildeo arboacuterea com palmeiras que ocupa principalmente as planiacutecies e

terraccedilos dos rios Madeira Purus Coari e Tefeacute Caracteriacutestico de regiotildees inundaacuteveis

pelas cheias sazonais ecologicamente adaptado agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua

beneficiaacute-se da renovaccedilatildeo do solo decorrentes das enchentes perioacutedicas

Savana Gramiacuteneo-Lenhosa

Prevalecem nesta fisionomia quando natural os gramados entremeados por plantas

lenhosas raquiacuteticas que ocupam extensas aacutereas dominadas por hemicripitoacutefitos e que

aos poucos quando manejadas atraveacutes do fogo ou pastoreio vatildeo sendo substituiacutedas por

geoacutefitos que se distinguem por apresentarem colmos subterracircneos portanto mais

resistentes ao pisoteio do gado ao fogo

Savana Parque

Formaccedilatildeo com caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com nanofaneroacutefitos (plantas

lenhosas que vivem longos anos com suas gemas a menos de 3 m) de um mesmo

ecoacutetipo bastante espaccedilados isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas

lenhosas raquiacuteticas sobre denso tapete gramiacuteneo lenhoso de hemicriptoacutefitos (plantas

herbaacuteceas com gemas embaixo da superfiacutecie do solo ou imediatamente debaixo) e

50

cameacutefitos (plantas herbaacuteceas ou lenhosas que vivem longos anos com suas gemas acima

do solo pelo menos a 25 cm de altura)

Formaccedilotildees Pioneiras

Satildeo formaccedilotildees em fase de sucessatildeo (hidrossere) encontradas em ambientes de solos

sazonais que se situam ao longo dos rios e em locais deprimidos dos interfluacutevios

tabulares do Terciaacuterio ou dispersas no interior das florestas Densa eou Aberta As

comunidades ribeirinhas satildeo constituiacutedas de um maior nuacutemero de espeacutecies hidroacutefitas

enquanto aquelas mais distantes possuem um maior nuacutemero de espeacutecies mesoacutefitas e

higroacutefitas Os liacutequens por exemplo satildeo mais abundantes nos ambientes mais distantes

dos cursos de aacutegua Estas formaccedilotildees ocupam aacutereas de influecircncia aluvial (planiacutecies e

terraccedilos) e de influecircncia pluvial (depressotildees nos interfluacutevios)

263 Bioma Cerrado

Segundo Coutinho (2000) o Bioma Cerrado apresenta-se como um mosaico de formas

fisionocircmicas ora manifestando-se como Campo Sujo ora como Cerradatildeo ora como

Cerrado sensu strictu ou Campo Limpo Este mosaico eacute determinado pelo mosaico de

manchas de solo pouco mais pobres ou pouco menos pobres pela irregularidade dos

regimes caracteriacutesticas de queimada de cada local (frequumlecircncia eacutepoca intensidade) e

accedilatildeo humana

De um modo geral podemos distinguir dois estratos na vegetaccedilatildeo dos Cerrados o

estrato lenhoso constituiacutedo por aacutervores e arbustos e o estrato herbaacuteceo formado por

ervas e subarbustos Ambos satildeo curiosamente helioacutefilos Ao contraacuterio do caso de uma

floresta o estrato herbaacuteceo natildeo eacute formado por espeacutecies de sombra ombroacutefilas

dependentes do estrato lenhoso O sombreamento lhe faz mal prejudica seu crescimento

e desenvolvimento O adensamento da vegetaccedilatildeo lenhosa acaba por eliminar em grande

parte o estrato herbaacuteceo Por assim dizer estes dois estratos se antagonizam Por esta

razatildeo entende-se que as formas intermediaacuterias de Cerrado - Campo Sujo Campo

Cerrado e Cerrado sensu strictu ndash apresentam-se como verdadeiros ecoacutetonos onde a

vegetaccedilatildeo herbaacuteceasubarbustiva e a vegetaccedilatildeo arboacutereaarbustiva estatildeo em intensa

51

competiccedilatildeo procurando cada qual ocupar aquele espaccedilo de forma independente

individual

Como representante deste bioma foi selecionada a aacuterea do Parque Nacional de

Brasiacutelia localizado entre as coordenadas 15deg45rsquo a 15deg33rsquo S e 48deg6rsquo a 47deg50rsquo W Esta

aacuterea possui uma extensatildeo aproximada de 30 mil hectares sendo a unidade de

conservaccedilatildeo de maior destaque no Distrito Federal Tal importacircncia se deve agrave

presenccedila de inuacutemeras espeacutecies representativas da fauna e flora do bioma Cerrado

assim como importantes mananciais hiacutedricos

Segundo a carta climaacutetica do Distrito Federal a regiatildeo do Parque Nacional de Brasiacutelia

estaacute submetida a dois tipos de clima de acordo com a temperatura local (Koppen) o

Cwa tropical de altitude com temperatura do mecircs mais frio a 18degC e a meacutedia do mecircs

mais quente superior a 22degC (cotas altimeacutetricas de 1000 a 1200 m) e o Cwb tropical

de altitude com temperatura do mecircs mais frio inferior a 18degC e meacutedia do mecircs mais

quente inferior a 22degC (cotas altimeacutetricas acima de 1200 m) A ocorrecircncia de chuvas

se daacute nos meses de outubro a marccedilo com maacutexima de dezembro a agosto Entre os

meses de abril a setembro ocorre a eacutepoca seca sendo que os meses mais criacuteticos satildeo

junho e julho

Os principais tipos de solos encontrados no PNB satildeo os Latossolos Vermelho-Escuro e

Vermelho-Amarelo (cerca de 38) os Cambissolos (cerca de 22) e os Solos

Hidromoacuterficos (RAMOS 1995) Os demais grupos como Podzoacutelicos hidromoacuterficos

aparecem em trechos isolados Os Latossolos satildeo solos profundos caracterizados por

uma textura argilosa ou meacutedia porosos e bastante permeaacuteveis No Cerrado em geral o

estrato arborescente estaacute mais associado agraves aacutereas com um relevo plano a suavemente

ondulado encontrando-se fitofisionomias como Cerradatildeo Cerrado sensu strictu e o

Campo Cerrado (GUIMARAtildeES 2000) Jaacute os Cambissolos satildeo pouco desenvolvidos

com baixa fertilidade e facilmente intemperizados No PNB esse tipo de solo favorece o

desenvolvimento de fisionomias do estrato herbaacuteceo-arbustivo como as classes Campo

Limpo e Campo Sujo por exemplo Os solos hidromoacuterficos por sua vez satildeo

observados em torno de drenagens ou pequenos coacuterregos estando associados ao

afloramento do lenccedilol freaacutetico A vegetaccedilatildeo nesse solo eacute marcada principalmente pela

52

presenccedila de campos com Murunduns associada com outras classes de Cerrado tal como

Campo Limpo Campo Limpo Uacutemido e Campo Sujo

No Parque Nacional de Brasiacutelia estatildeo reunidas as principais fitofisionomias do bioma

Cerrado subdivididas em trecircs estratos vegetacionais de acordo com a classificaccedilatildeo

definida por Ribeiro e Walter (1998) Campo Limpo e Campo Sujo (estrato herbaacuteceo

arbustivo) Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu (estrato arborescente) e Mata de

Galeria (estrato arboacutereo) O Cerradatildeo classe pertencente ao estrato arboacutereo do Cerrado

natildeo eacute encontrado no parque Poreacutem segundo Ferreira (2003) eacute possiacutevel ainda se

distinguir nesse ambiente o Campo Limpo Uacutemido Campo Limpo com Murundum

Campo uacutemido Campo Cerrado com Trembleacuteias Campo Sujo com presenccedila de

Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo Mata de Interfluacutevio e Brejo As

caracteriacutesticas de algumas destas feiccedilotildees fitofisionocircmicas seguem-se abaixo Seguem-se

a definiccedilatildeo destas classes segundo SEMARH (2000)

Cerrado sensu strictu

Formaccedilatildeo savacircnica que tem como caracteriacutestica de destaque uma camada arboacuterea

descontiacutenua atingindo os 8 m de altura excepcionalmente mais alta cobrindo de 10 a

60 da superfiacutecie e um estrato herbaacuteceo-arbustivo bastante diversificado com

cobertura de ateacute 95

Campo Cerrado

Forma intermediaacuteria de vegetaccedilatildeo entre o Cerrado sensu strictu e o Campo Sujo

sendo a de maior ocorrecircncia no Distrito Federal Seu dossel atinge em meacutedia 10 de

cobertura com aacutervores de mais ou menos 3 m de altura bem espalhadas algumas

espeacutecies atingindo excepcionalmente os 10 m como a gomeira ndash Vochysia

thyrsoidea Agraves vezes ocorre alta densidade de herbaacuteceas com destaque para as

gramiacuteneas

Campo Sujo

A cobertura por arbustos e subarbustos eacute miacutenima sempre com altura inferior a 3 m

em meio agrave densa camada graminosa de ateacute 1 m Os arbustos e subarbustos tecircm caules

53

relativamente finos geralmente morrem a cada ano sendo continuamente renovados a

partir de brotaccedilotildees da base lenhosa

Campo Limpo

Forma de vegetaccedilatildeo predominantemente herbaacutecea com raros arbustos e ausecircncia

completa de aacutervores com destaque para gramiacuteneas que medem de 03 m a 1 m Os

campos usualmente se situam sobre solos arenosos rasos e duros nos quais ocorre

uma real deficiecircncia de aacutegua durante os meses secos Podem chegar a recobrir a

totalidade das chapadas arenosas topos e encostas dos morros

Campo Limpo Uacutemido

Situa-se sobre solo inclinado nas encostas dos vales Normalmente o lenccedilol freaacutetico

permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo de seca sofre um

rebaixamento em que as camadas sub-superficiais mantecircm o encharcamento do solo

Possui estrato herbaacuteceo predominantemente graminoso

Campo Limpo com Murundum

Ocorre em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo arredondadas e um

pouco mais altas com cerca de 1 a 10 m de diacircmetro por alguns deciacutemetros de altura

Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial do terreno e deposiccedilatildeo de terra por

teacutermitas recobertos por vegetaccedilatildeo de Cerrado e o solo permanentemente saturado de

aacutegua entre os murunduns

Brejo

A vegetaccedilatildeo herbaacuteceo-arbustiva das aacutereas Brejosas forma comunidades que ocupam as

planiacutecies permanentemente encharcadas sem ocorrecircncia do buriti (Mauritia flexuosa)

que frequumlentemente surge nas bordas das matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo do

Cerrado A caracteriacutestica marcante eacute o niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora

haja variaccedilotildees durante o ano No Distrito Federal ocorrem basicamente trecircs tipos de

Brejo Brejo graminoso Brejo de piuacutena (Ludwigia brachyphyla) e Brejo de taboa

(Typha dominguensis)

54

Mata de Galeria

Segundo Ribeiro e Walter (1998) consiste na vegetaccedilatildeo florestal que acompanha os

cursos drsquoaacutegua de pequeno porte dos planaltos do Brasil Central formando corredores

fechados (galeria) Geralmente localizada nos fundos dos vales ou nas cabeceiras de

drenagem natildeo apresenta caducifoacutelia durante a estaccedilatildeo seca O estrato arboacutereo varia

entre 20 a 30 m ocorrendo a superposiccedilatildeo das copas com fechamento do dossel entre

70 a 95

Os solos satildeo geralmente Cambissolos Plintossolos Podzoacutelicos Hidromoacuterficos ou

Aluviais Aleacutem disso de acordo com a composiccedilatildeo floriacutestica e caracteriacutesticas

ambientais como topografia e variaccedilatildeo na altura do lenccedilol freaacutetico ao longo do ano a

Mata de Galeria pode ser de dois subtipos Mata de Galeria natildeo inundaacutevel e Mata de

Galeria inundaacutevel (temporariamente inundada)

Mata de Interfluacutevio

Formaccedilotildees que ocorrem em lugares com umidade suficiente para um amplo

desenvolvimento vegetativo Em funccedilatildeo do tipo e principalmente da profundidade do

solo esse tipo de mata apresenta niacuteveis diferentes de caducifoacutelia A mata calcaacuteria eacute

deciacutedua e ocorre sobre a rocha calcaacuteria A semideciacutedua eacute a de ocorrecircncia mais comum

e a mata sempre-verde se desenvolve sobre solos de maior fertilidade profundidade

maior e melhores condiccedilotildees de umidade

55

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Detalhamento do fluxo de trabalho

O objetivo geral da pesquisa pressupotildee o atendimento de metas das quais depende o

sucesso do primeiro Pode-se desdobrar os objetivos em sub-etapas sucessivas de modo

a se individualizarem as atividades de trabalho (Figura 31)

Figura 31 ndash Fluxo de atividades

Assim a realizaccedilatildeo deste trabalho requer

a) Coleta e estruturaccedilatildeo dos dados

b) Anaacutelises

c) Testes de aplicaccedilatildeo

Estas etapas podem ser divididas nas seguintes atividades

a1) Coleta e estruturaccedilatildeo de dados vegetacionais foram procurados mapas de vegetaccedilatildeo

natural nos biomas estudados selecionando-se as aacutereas de estudo em funccedilatildeo dos

mapeamentos disponiacuteveis Encontrados em formato digital os mapas demandaram um

56

esforccedilo de preacute-processamento para o armazenamento compatiacutevel com as especificaccedilotildees

dos dados topograacuteficos

a2) Obtenccedilatildeo dos dados topograacuteficos os dados SRTM das aacutereas selecionadas foram

processados para sua derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas estruturadas em planos

de informaccedilatildeo compatiacuteveis com os dados de vegetaccedilatildeo

b1) Apreciaccedilatildeo dos dados os dados foram confeccionados para observaccedilatildeo conjunta

aos mapas de vegetaccedilatildeo mapas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas cujas distribuiccedilotildees

foram observadas em histogramas das diferentes aacutereas em cada classe de vegetaccedilatildeo

b2) Anaacutelises estatiacutesticas as anaacutelises estatiacutesticas tabulares foram empregadas fora do

ambiente de SIG (Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica) Para avaliar as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas como preditoras dos diferentes tipos vegetacionais foram aplicadas

anaacutelises discriminantes

c) Testes de aplicaccedilatildeo baseado nos resultados das etapas anteriores uma seacuterie de

processamentos foi aplicada aos planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrica para avaliaccedilatildeo

de seu potencial no mapeamento da vegetaccedilatildeo

32 Recursos

321 As aacutereas de estudo

Tendo em vista os objetivos da pesquisa buscou-se selecionar aacutereas com diversidade

topograacutefica e vegetacional e que dispusessem de mapeamento da vegetaccedilatildeo Assim

foram aventadas potenciais aacutereas de estudo em diferentes biomas (Figura 32)

A seleccedilatildeo definitiva das aacutereas foi feita apoacutes uma avaliaccedilatildeo dos mapas encontrados em

que se buscaram as condiccedilotildees de escala (geomeacutetrica e temaacutetica) e confiabilidade mais

adequadas para esta pesquisa Diante disso a Reserva Particular do Patrimocircnio Natural

de Serra das Almas (PiauiacuteCearaacute) foi selecionada como representante do Bioma

Caatinga o Parque Nacional de Brasiacutelia (Brasiacutelia) como representante do Cerrado o

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (Amazocircnia) e a Microbacia do Igarapeacute Asu

(Amazocircnia) como representantes da Floresta Amazocircnica Com uma aacuterea relativamente

57

pequena e com feiccedilotildees distintas do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos esta

microbacia foi selecionada para observar os efeitos da topografia no estabelecimento da

vegetaccedilatildeo em escala detalhada A descriccedilatildeo da vegetaccedilatildeo de cada uma destas aacutereas bem

como das principais caracteriacutesticas biofiacutesicas do terreno que as abriga encontram-se no

item 24

Figura 32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo

FONTE Mapa dos Biomas Brasileiros IBGE - 2003

322 Dados de vegetaccedilatildeo

Os dados de vegetaccedilatildeo se referem aos seguintes mapeamentos

a) Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas - mapa da

vegetaccedilatildeo na escala de 1100000 de Carvalho e Pinheiro-Juacutenior (2004) obtido

pela identificaccedilatildeo de cada classe vegetacional nas imagens orbitais TMLandsat

atraveacutes de uma abordagem integrada usando o processo de classificaccedilatildeo por

58

segmentaccedilatildeo por regiotildees interpretaccedilatildeo visual e caracterizaccedilatildeo

floriacutesticofisionocircmica em campo As classes temaacuteticas que natildeo puderam ser

identificadas no campo e que apresentaram padrotildees individualizados nas imagens

orbitais receberam uma denominaccedilatildeo diferenciadora como Complexos vegetais

b) Parque Nacional de Brasiacutelia ndash mapa de vegetaccedilatildeo na escala de 110000 de

Ferreira (2003) gerado a partir da atualizaccedilatildeo de um mapa de vegetaccedilatildeo preacute-

existente Esta atualizaccedilatildeo foi feita a partir da aplicaccedilatildeo de um modelo linear de

mistura sobre uma cena do ETM+Landsat e emprego de cenas IKONOS II de

porccedilotildees da parte leste e oeste da aacuterea

c) Microbacia do Igarapeacute Asu mapa de vegetaccedilatildeo em escala 110000 foi fornecido

pelo grupo de pesquisa Biodiversidade ndash Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico

coordenado por Jasen Zunon (INPA) Para a construccedilatildeo do mapa de vegetaccedilatildeo

foi utilizada a imagem TMLandsat As aacutereas dos platocircs com as cotas mais altas

(cotas acima de 61 m) e mais baixas (cotas de 0 a 60 m) foram extraiacutedas das

imagens do SRTM Ressalta-se que para extrair as aacutereas de baixios foi utilizada

a camada da hidrografia do IBGE utilizando-se uma zona (buffer) de 50 m para

cada lado dos igarapeacutes

d) Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos mapa de vegetaccedilatildeo em escala de

1250000 do RADAMBRASIL (1981) digitalizados pelo SIPAM (Sistema de

Proteccedilatildeo da Amazocircnia)

323 Dados topograacuteficos

Os dados topograacuteficos provieram de experimentos e testes em torno da construccedilatildeo de

banco de dados geomorfomeacutetricos (TOPODATA ndash VALERIANO 2005) Conforme os

procedimentos estabelecidos nesta iniciativa os dados SRTM das aacutereas selecionadas

foram refinados de 3rdquo para 1rdquo com krigagem (VALERIANO 2004) e em seguida

derivados em variaacuteveis geomorfomeacutetricas atraveacutes de diferentes operaccedilotildees de vizinhanccedila

(VALERIANO et al 2006) Os dados SRTM usados correspondem agravequeles

originalmente disponibilizados para a Ameacuterica do Sul em meados de 2003 conhecidos

como ldquoversatildeo 1rdquo Os procedimentos adotados natildeo alteram as especificaccedilotildees

59

cartograacuteficas dos dados originais coordenadas em latitudelongitude natildeo-projetadas

Como resultados foram obtidos os planos de informaccedilatildeo de declividade orientaccedilatildeo de

vertentes curvatura vertical e curvatura horizontal aleacutem da proacutepria elevaccedilatildeo para cada

aacuterea de estudo

324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados

Os principais programas utilizados no trabalho foi o Idrisi versatildeo 20 (EASTMAN

1995) para geoprocessamento e o Statistic 60 para as anaacutelises estatiacutesticas Enquanto o

cerne do geoprocessamento foi conduzido em Idrisi outros SIGs se fizeram necessaacuterios

para o preacute-processamento sobretudo durante a compatibilizaccedilatildeo das diferentes fontes de

dados de vegetaccedilatildeo

33 Procedimentos

331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados

Apoacutes a seleccedilatildeo dos mapas de vegetaccedilatildeo dentro dos requisitos necessaacuterios foi feita a

migraccedilatildeo e a compatiblizaccedilatildeo destes dados com os dados geomorfomeacutetricos Este passo

foi feito atraveacutes de operaccedilotildees de exportaccedilatildeo e importaccedilatildeo de imagem (raster) entre os

diferentes SIGs em funccedilatildeo das diferentes modalidades de conversatildeo requeridas e das

diferentes possibilidades de cada SIG Apoacutes todo o trabalho de conversotildees os dados

foram definitivamente armazenados em Idrisi onde foram realizadas as manipulaccedilotildees

finais de preparo (geometria resoluccedilatildeo e posicionamento) assim como todo o

processamento a partir de entatildeo A estrutura definitiva de armazenamento dos dados em

cada aacuterea de estudo estaacute especificada na Tabela 31

Tabela 31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados

Aacuterea xmiacuten (o) ymiacuten (o) xmaacutex (o) ymaacutex (o) nocol nolin

RPPNA 40deg48rsquo29rdquo 5deg0rsquo31rdquo 41deg11rsquo58rdquo 5deg17rsquo1rdquo 1410 990

MIA 60deg17rsquo6rdquo 2deg38rsquo24rdquo 60deg10rsquo26rdquo 2deg34rsquo5rdquo 400 259

PNCA 66deg 8deg 63deg 7deg 10800 3600

PNB 48deg6rsquo37rdquo 15deg45rsquo5rdquo 47deg50rsquo26rdquo 15deg33rsquo24rdquo 971 867

() ndash resoluccedilatildeo de 1rdquo ou 0000277778ordm (aproximadamente 30 m)

60

Foi feita uma amostragem das variaacuteveis por classe vegetacional atraveacutes de programas de

lote (macro) em SIG As amostras foram extraiacutedas em esquema aleatoacuterio estratificado

Para cada classe foram escolhidos aproximadamente 50 pontos pois devido a limitaccedilotildees

do software natildeo foi possiacutevel coletar exatos 50 pontos em alguns casos O painel

amostral assim formado foi aplicado em cada uma das variaacuteveis para extraccedilatildeo de

amostragens uniformes entre as diferentes classes mapeadas Os dados amostrados

foram pareados em planilhas de acordo com sua posiccedilatildeo geograacutefica e o conteuacutedo destas

planilhas submetido agraves anaacutelises estatiacutesticas

332 Anaacutelise dos resultados

Os planos de informaccedilatildeo armazenados foram editados na forma de mapas

uniformizados para uma visualizaccedilatildeo conjunta dos dados de vegetaccedilatildeo e

geomorfomeacutetricos Este processo deu suporte a observaccedilotildees gerais como a distribuiccedilatildeo

de aacuterea entre as classes de vegetaccedilatildeo sua associaccedilatildeo com o relevo aleacutem de possiacuteveis

semelhanccedilas e associaccedilotildees entre diferentes classes Uma observaccedilatildeo mais acurada das

condiccedilotildees topograacuteficas vigentes sob cada tipo de vegetaccedilatildeo foi feita com histogramas

Foram elaborados histogramas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro da aacuterea de cada

classe de vegetaccedilatildeo buscando-se identificar grupos de classes de comportamento

semelhantes e variaacuteveis de maior poder indicativo dos mesmos

A separabilidade estatiacutestica das classes de vegetaccedilatildeo com base nas variaacuteveis

geomorfomeacutetricas foi avaliada atraveacutes de anaacutelises discriminantes A aplicaccedilatildeo das

anaacutelises aos dados fitofisionocircmicos foi feita apoacutes agrupar classes de vegetaccedilatildeo com

semelhantes estruturas vegetacionais que no mapa de referecircncia estavam muito

particularizadas Estas anaacutelises foram aplicadas tambeacutem dentro dos grupos

vegetacionais formados por mais de duas subfisionomias com o intuito de testar a

hipoacutetese segundo a qual as variaacuteveis geomorfomeacutetricas seriam preditoras algumas

vezes das subfisionomias vegetais Para melhorar a linearidade dos dados estes foram

logaritmizados e posteriormente padronizados

61

333 Processamentos experimentais

Com vistas a uma avaliaccedilatildeo do potencial de aplicaccedilatildeo dos dados geomorfomeacutetricos no

mapeamento da vegetaccedilatildeo foram realizadas algumas manipulaccedilotildees sobre os planos de

informaccedilatildeo Embora este processamento fosse aqui direcionado agrave formaccedilatildeo de mapas

(experimentais) de vegetaccedilatildeo conveacutem lembrar que tal procedimento natildeo estaacute aventado

entre as formas de aplicaccedilatildeo da presente pesquisa Ao contraacuterio propotildee-se que a

aplicaccedilatildeo dos dados gemorfomeacutetricos seja feita em complementaridade agraves fontes

tradicionalmente utilizadas no mapeamento da vegetaccedilatildeo

Os processamentos experimentados (essencialmente classificaccedilotildees) tiveram como base

as observaccedilotildees gerais e os resultados das anaacutelises estatiacutesticas

As anaacutelises discriminantes aplicadas sobre as classes vegetacionais reagrupadas e

tambeacutem dentro dos grupos que incluiacuteam mais de duas subfisionomias indicaram quais

eram as variaacuteveis geomorfomeacutetricas de maior peso na separaccedilatildeo dos grupos bem como

quais desses grupos melhor se separavam entre si A partir das primeiras funccedilotildees

discriminantes nas quais a maior parte da variaccedilatildeo dos dados se concentrava foram

geradas imagens A avaliaccedilatildeo dessas imagens e dos graacuteficos das funccedilotildees discriminantes

permitiu que os mapas baseados nas primeiras funccedilotildees fossem gerados a partir de

classificaccedilotildees por Fatiamentos Esses resultados foram editados em mapas

experimentais para comparaccedilatildeo com os dados de vegetaccedilatildeo agrupados sob as novas

classes

Para avaliar o potencial de aplicaccedilatildeo dos dados topograacuteficos no mapeamento da

vegetaccedilatildeo estes foram aplicados em testes de classificaccedilatildeo com recursos baacutesicos de

processamento de imagens Para tanto foi necessaacuterio que os dados estivessem na

estrutura tiacutepica das imagens de sateacutelite (bytebinaacuterio) Para isso foi feito um re-

escalonamento das variaacuteveis para o intervalo de 0 a 255 (o Idrisi 20 exige que o dado

esteja nesse formato para a realizaccedilatildeo das classificaccedilotildees) o que exigiu a seleccedilatildeo de

valores extremos para cada variaacutevel Para que o re-escalonamento das variaacuteveis fosse

consistente sob diferentes condiccedilotildees de relevo os valores extremos foram tomados apoacutes

observaccedilatildeo de 12 folhas 1250000 do Brasil escolhidas pela presenccedila de relevos

62

contrastantes entre as aacutereas jaacute preparadas no TOPODATA Essas folhas que englobam

terrenos que variam desde escarpas da Serra da Mantiqueira ateacute os relevos deprimidos

do Pantanal Matogrossense e da Ilha do Marajoacute foram analisadas pelos histogramas de

cada variaacutevel procurando-se os valores extremos de suas distribuiccedilotildees Os maacuteximos e

miacutenimos foram tomados nos valores em que cada curva de distribuiccedilatildeo indicasse a

frequumlecircncia de 1 da frequumlecircncia maacutexima independentemente da ocorrecircncia de valores

fora desse intervalo Os valores de declividade foram convertidos de porcentagem para

graus antes desta transformaccedilatildeo para que a variaacutevel mantivesse proporcionalidade

uniforme no intervalo de 0ordm a 39ordm A orientaccedilatildeo de vertentes originalmente uma

variaacutevel circular foi desdobrada nas componentes lineares cosseno (ldquoo quatildeo para norte

se orientardquo) e seno (ldquoo quatildeo para lesterdquo) e ambas transformadas para byte binaacuterio no

intervalo de -1 a +1 A curvatura vertical foi transformada no intervalo de -0155ordmm a

+0155ordmm e a curvatura horizontal -21 ordmm a +21 ordmm A elevaccedilatildeo constitui-se uma

exceccedilatildeo a essa padronizaccedilatildeo e foi transformada usando-se os limites observados

localmente Estas transformaccedilotildees foram feitas essencialmente atraveacutes da operaccedilatildeo de

realce de contraste (stretch)

Uma vez que este estudo se ateve ao potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos os

testes de classificaccedilatildeo apresentados - maacutexima verossimilhanccedila (MaxVer) Cluster e

Fatiamentos - foram aplicados de modo expedito atraveacutes dos recursos disponiacuteveis no

SIG Ressalta-se que o Fatiamento foi feito com base na anaacutelise de histogramas

verificando pontos onde as classes melhor se separavam

63

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

O presente capiacutetulo apresenta os resultados em trecircs partes principais Na primeira parte

os dados preparados para o estudo satildeo apresentados em mapas padronizados para sua

observaccedilatildeo conjunta Em seguida satildeo apresentados os resultados das anaacutelises a que se

submeteram estes dados atraveacutes de tabelas e plotagens dos resultados Por fim

apresenta-se um conjunto de resultados experimentais produto de manipulaccedilotildees sobre

os planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrico associado agrave avaliaccedilatildeo de cada mapa

produzido

41 Apreciaccedilatildeo dos dados

A apreciaccedilatildeo inicial dos dados consistiu na anaacutelise visual das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas e do mapa de vegetaccedilatildeo obtidos para cada aacuterea em estudo (Figuras

41 a 44) Nas legendas destas figuras podem-se observar as faixas de amplitude

numeacuterica dos dados topograacuteficos A RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas) apresentou a maior amplitude altimeacutetrica variando de 180

a 770 m dentro de um intervalo de 590 m enquanto as demais aacutereas apresentaram

menor variaccedilatildeo altimeacutetrica sendo seu intervalo de apenas 97 m para cada aacuterea A

RPPNSA apresenta tambeacutem a maior amplitude de declividade e de curvatura vertical

Com declividade variando de 0 a 98 e curvatura vertical variando na ordem de 029 a

RPPNSA contrasta com as demais aacutereas cujas amplitudes das referidas variaacuteveis satildeo

bem menores A declividade das demais aacutereas varia em torno de 30 enquanto a

variaccedilatildeo da curvatura vertical estaacute na ordem de 006 008 e 005 representando a MIA

(Microbacia do Igarapeacute Asu) o PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e o

PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) respectivamente Assim as anaacutelises exploratoacuterias

indicaram que a maior diferenciaccedilatildeo geomorfomeacutetrica dentro de cada variaacutevel ocorreu

na RPPNSA

Na aacuterea da RPPNSA (Figura 41) jaacute foi possiacutevel verificar a correspondecircncia entre

determinados padrotildees topograacuteficos e algumas classes de vegetaccedilatildeo especialmente entre

a classe S_F e a declividade entre a classe S_A e as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e

64

curvatura vertical e entre a classe S_H e as variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente e curvatura

horizontal sendo indicada levemente pelas variaacuteveis declividade e elevaccedilatildeo

Figura 41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra

das Almas) e seu mapa de vegetaccedilatildeo com as classes S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B

(Complexo Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-

arbustivo) S_E (Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H

(Complexo Galeria) e S_I (Mata Seca)

Na MIA (Figura 42) tambeacutem se niacutetida heterogeneidade do terreno dentro das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas com certas variaccedilotildees comparaacuteveis agraves classes vegetacionais Desse

modo as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e curvatura vertical mostraram-se indicativas

das classes I_B e I_C enquanto a classe I_A foi sugerida apenas pela orientaccedilatildeo de

vertente e curvatura horizontal Assim de maneira geral as variaacuteveis morfomeacutetricas

ilustraram boas evidecircncias da ocorrecircncia de cada classe vegetacional Ressalta-se que

65

dentre todas as aacutereas estudadas a MIA exibe a menor amplitude de declividade

variando de 0 a 23 e tambeacutem uma das menores amplitudes de curvatura vertical

perdendo apenas para o PNB

Figura 42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA (Microbacia do Igarapeacute Asu) e seu mapa de

vegetaccedilatildeo com as classes I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C

(Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

O PNCA (Figura 43) apresentou um terreno mais homogecircneo (devido agrave ruiacutedos) quanto

agraves variaacuteveis curvatura horizontal e curvatura vertical mostrando ligeira tendecircncia de

regionalizaccedilatildeo nas demais variaacuteveis especialmente na variaacutevel elevaccedilatildeo Esta uacuteltima

permite uma clara distinccedilatildeo entre as classes A_A e A_C O PNB (Figura 44)

demonstrou pouca variaccedilatildeo topograacutefica entre as variaacuteveis Nesta aacuterea apenas a classe

B_A foi indicada de modo inequiacutevoco poreacutem foi evidenciada em todas as variaacuteveis

morfomeacutetricas

66

Os mapas de vegetaccedilatildeo utilizados apresentam diferentes niacuteveis de detalhamento

temaacutetico de acordo com as diferentes escalas de mapeamento e as metodologias de

levantamento

Figura 43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e seu mapa

de vegetaccedilatildeo com as classes A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B

(Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa

Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente)

A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras

com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e

A_J (Savana Parque sem floresta-de-galeria)

O mapa de vegetaccedilatildeo da RPPNSA (escala 1100000) apresenta uma boa precisatildeo e

detalhamento floriacutestico uma vez que contou tambeacutem com a caracterizaccedilatildeo

floristicofisionocircmica em campo para sua construccedilatildeo O PNB (escala 110000) tambeacutem

apresenta um bom detalhamento sendo produto do refinamento do mapa de vegetaccedilatildeo

67

jaacute existente se utilizando de imagens IKONOS II para algumas cenas e tambeacutem do

Modelo Linear de Mistura Em contraste as aacutereas referentes ao bioma Amazocircnia natildeo

apresentam mapas de vegetaccedilatildeo tatildeo detalhados sendo o da MIA (escala 110000) e o

do PNCA (1250000) construiacutedos utilizando apenas imagens orbitais sem um

levantamento floriacutestico em campo mais rigoroso

As consideraccedilotildees feitas acima referentes aos dois uacuteltimos mapas sugerem a necessidade

de refinamento dos mapas representantes do bioma Amazocircnia atraveacutes de levantamentos

em campo mais completos e tambeacutem pelo aperfeiccediloamento e desenvolvimento de novos

meacutetodos aplicaacuteveis ao mapeamento deste tipo de fisionomia vegetal

Figura 44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) e seu mapa de vegetaccedilatildeo

com as classes B_A (Mata Galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado)

B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H

(Mata de Interfluacutevio) B_I (Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L

(Campo Limpo com Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora

ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo

68

A distribuiccedilatildeo numeacuterica e a amplitude dos dados geomorfomeacutetricos puderam ser

observadas em histogramas os quais propiciaram uma caracterizaccedilatildeo geomorfomeacutetrica

das aacutereas de estudo bem como para cada classe de vegetaccedilatildeo de cada aacuterea de estudo

(Figuras 45 a 48)

A Figura 45 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo da RPPNSA em comparaccedilatildeo com toda sua aacuterea Verificando a aacuterea total

observa-se que a elevaccedilatildeo varia entre 180 a 770 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o

maior pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em

torno de 98 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores

baixos A direccedilatildeo de suas vertentes tambeacutem apresenta distribuiccedilatildeo bimodal A simetria

da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal e curvatura vertical indicaram o equiliacutebrio entre

terrenos convergentes e divergentes e entre terrenos cocircncavos e convexos

respectivamente

A distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias para cada classe de vegetaccedilatildeo e a RPPNSA revela as

preferecircncias de cada tipo vegetacional a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A

Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de elevaccedilatildeo

em torno de 248 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da aacuterea em

questatildeo assim como o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) A distribuiccedilatildeo da

declividade revela que a vegetaccedilatildeo se concentra em aacutereas com declividades mais baixas

proacuteximas a 8 (terreno ondulado) comportamento semelhante agraves classes de vegetaccedilatildeo

S_C S_D S_G e S_H Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia

voltadas ao norte e nordeste e haacute um equiliacutebrio entre terrenos convergentes e

divergentes (curvatura horizontal) comparaacutevel as classes S_B S_C S_D S_E S_F

S_G e S_I Quanto agrave curvatura vertical esta tambeacutem apresenta um equiliacutebrio entre aacutereas

cocircncavas e convexas como as classes S_C S_D S_E S_G e S_I

O Complexo Arboacutereo (S_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em

torno de 282 m apresentando uma distribuiccedilatildeo mais platicuacutertica de comportamento

semelhante agrave classe S_F A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo eacute

menos tolerante a declividades baixas jaacute que os valores altos ocorrem em maior

frequumlecircncia e em torno de 24 (terreno forte ondulado) Tambeacutem relativo a esta classe

69

as vertentes estatildeo voltadas agrave norte e noroeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por

terrenos cocircncavos (curvatura vertical)

A Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) apresenta dois picos de elevaccedilatildeo relativamente

proacuteximos em torno de 248 e 316 m Suas vertentes estatildeo concentradas mais ao norte e

noroeste sem quase nenhuma ocorrecircncia de vertentes agrave leste e sul

Figura 45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da

RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas) em totalidade e

de suas classes de vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo

Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E

(Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria)

e S_I (Mata Seca)

Para o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) a distribuiccedilatildeo de vertentes indica que estatildeo

predominantemente voltadas para oeste

70

A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Caatinga Arboacuterea (S_E) indicam uma forma

bimodal sendo sua frequumlecircncia distribuiacuteda com picos em torno de 282 e 384 m A

distribuiccedilatildeo da declividade localiza-se entre 0 e 49 com maior frequumlecircncia em 8

(terreno suave ondulado a ondulado)

A Caatinga Florestada (S_F) apresenta uma declividade com distribuiccedilatildeo mais ou

menos uniforme possuindo seu maacuteximo valor em torno de 49 (terreno montanhoso)

Possui uma maior concentraccedilatildeo de suas vertentes a nordeste decaindo sua frequumlecircncia na

direccedilatildeo norte Haacute ligeira preferecircncia por terrenos cocircncavos (curvatura vertical)

O Carrasco (S_G) possui sua elevaccedilatildeo distribuiacuteda entre 316 e 770 m apresentando

distribuiccedilatildeo bimodal com dois estratos altimeacutetricos o mais baixo em torno de 385 m e o

mais alto em torno de 508 m Suas vertentes predominam agrave sudoeste e noroeste com

menor frequumlecircncia agrave nordeste

No Complexo Galeria (S_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta um aspecto denteada

ocorrendo principalmente em ambientes com elevaccedilatildeo em torno de 248 m Destaca-se a

preferecircncia por terrenos com vertentes direcionadas ao nordeste e com menor

frequumlecircncia agrave sudoeste e noroeste Haacute uma clara preferecircncia por terrenos convergentes

(curvatura horizontal) e cocircncavos (curvatura vertical)

A Mata Seca (S_I) exibe preferecircncia por altitudes em torno de 610 m com sua

distribuiccedilatildeo correspondendo ao estrato mais elevado da RPPNA Tambeacutem

comparativamente agrave RPPNA pode-se destacar uma distribuiccedilatildeo mais ou menos

homogecircnea quanto agrave orientaccedilatildeo de vertentes aliado a uma equiliacutebrio entre terrenos

convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e entre aacutereas cocircncavas e convexas

(curvatura vertical)

A Figura 46 ilustra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total da MIA Observando a microbacia como

um todo verifica-se que a altitude varia entre 29 e 126 m com distribuiccedilatildeo bimodal o

que indica a existecircncia de dois estratos altimeacutetricos A sua declividade maacutexima estaacute em

torno de 23 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores

baixos A direccedilatildeo de suas vertentes apresenta-se distribuiacuteda de modo relativamente

71

homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre

terrenos convergentes e divergentes uma situaccedilatildeo tiacutepica quando se analisa uma

microbacia por inteiro A assimetria da distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica a

predominacircncia territorial de terrenos convexos

Figura 46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA

(Microbacia do Igarapeacute Asu) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de

Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e a microbacia satildeo

indicadores de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A

Floresta de Baixio (I_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno

de 53 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da microbacia A

distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra menos tolerante a

declividades mais altas jaacute que ocorrem valores altos em menor frequumlecircncia do que na

microbacia Tambeacutem relativo agrave microbacia destaca-se uma clara preferecircncia por

terrenos convergentes (curvatura horizontal) e em menor grau por aacutereas cocircncavas

(curvatura vertical)

A Floresta de Platocirc Alto (I_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em

torno de 114 m ocupando preferecircncialmente o estrato altimeacutetrico superior Em

contraposiccedilatildeo agrave Floresta de Baixio demonstram maior adaptaccedilatildeo a terrenos divergentes

e aacutereas convexas

A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Floresta de Platocirc Baixo com campinarana

(I_C) indica que esta ocupa uma posiccedilatildeo intermediaacuteria com ligeira restriccedilatildeo no estrato

72

superior da microbacia com maior frequumlecircncia entre 61 e 93 m A semelhanccedila das

distribuiccedilotildees de declividade com a microbacia mostra que sua ocorrecircncia independe

desta variaacutevel assim como a curvatura horizontal Embora a curvatura vertical natildeo

tenha se mostrado uma restriccedilatildeo a sua ocorrecircncia o estreitamento de sua distribuiccedilatildeo

em torno de 0ordmm indica sua ligeira preferecircncia a terrenos retiliacuteneos em relaccedilatildeo a

cocircncavos e convexos

A Figura 47 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNCA Verificando a aacuterea total

observa-se que altitude varia entre 30 e 127 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o maior

pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em torno de

37 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A

direccedilatildeo de suas vertentes tem um caraacuteter homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da

curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes A

distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica tambeacutem um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e

convexos

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo do PNCA satildeo indicadores

de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Floresta

Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras (A_A) ocorre com maior frequumlecircncia em

regiotildees de altitudes em torno 68 e de 86 m

A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra pouco tolerante a

declividades altas se concentrando em aacutereas com declividades mais baixas proacuteximas a

3 (plano) apresentando comportamento semelhante agraves demais classes de vegetaccedilatildeo

Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia voltadas agrave norte e haacute um

equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e terrenos

cocircncavos e convexos (curvatura vertical) similar agraves demais classes de vegetaccedilatildeo

A Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras (A_B) ocorrem com maior

frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 88 m A direccedilatildeo de suas vertentes tem

um caraacuteter homogecircneo assim como as classes A_C A_D e A_H

73

A Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) possui distribuiccedilatildeo

altimeacutetrica em torno 68 m Ao passo que Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas

Dossel emergente (A_D) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em

torno de 107m e o mais baixo em torno de 88 m

Figura 47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA

(Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo

A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B (Floresta Ombroacutefila Aberta

Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente)

A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

herbaacutecea) A_I (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana Parque

sem floresta-de-galeria )

74

A Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (A_E) possui altitude em

torno de 115 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva

(A_F) em torno de 58 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva com palmeiras (A_G) em torno de 83 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea (A_H) em torno de 56 m Savana Gramiacuteneo-Lenhosa

sem floresta-de-galeria (A_I) em torno de 80 m e Savana Parque sem floresta-de-

galeria (A_J) em torno de 56 a 72 m

A Figura 48 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNB Verificando a aacuterea total

observa-se uma distribuiccedilatildeo bimodal com o maior pico em valores em torno de 1140 e

1280 m A sua declividade maacutexima estaacute em torno de 31 (terreno forte ondulado) com

uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A direccedilatildeo de suas

vertentes apresenta distribuiccedilatildeo bem variaacutevel A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura

horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes e terrenos

cocircncavos e convexos respectivamente

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e o PNB satildeo indicadores de

sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Mata galeria

(B_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1048 e 1096

m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e

14 com pico em torno de 4 sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em

ambientes planos a suave ondulados comportamento similar ao da classe E Aliado a

isso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia direcionadas agrave nordeste e sudoeste

Destaca-se nesta classe uma clara preferecircncia por terrenos convergentes (curvatura

horizontal) e por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical) assim como na classe B_G

O Cerrado sensu strictu (B_B) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto

em torno de 1097 m e o mais baixo em torno de 1194 m A distribuiccedilatildeo da declividade

mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e 7 com pico em torno de 4

sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave

ondulados similar agraves classes B_C B_D e B_G Suas vertentes distribuiacutedas de modo

mais ou menos homogecircneo apresentando uma menor concentraccedilatildeo de vertentes

75

voltadas agrave nordeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por terrenos convergentes

(curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e convexos (curvatura

vertical)

Figura 48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB

(Parque Nacional de Brasilia) em sua totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo B_A (Mata

galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E

(Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I

(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L (Campo Limpo com

Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela

de emardquo

O Campo Cerrado (B_C) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica abrangendo todo o intervalo de

valores assim como as classes B_D e B_E poreacutem estas uacuteltimas possuem valores mais

76

altos em torno de 1244 e 1097 m respectivamente ao passo que a primeira eacute em torno

de 1285 m A maioria de suas vertentes estatildeo voltadas agrave sudeste Pode-se tambeacutem

observar que haacute um niacutetido equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes

(curvatura horizontal) e terrenos cocircncavos e convexos (curvatura vertical) assim como

em B_D e B_E Entretanto esta uacuteltima apresenta uma maior distribuiccedilatildeo entre seus

terrenos cocircncavos convexos

A distribuiccedilatildeo de vertentes para o Campo Sujo (B_D) indica uma predominacircncia das

direcionadas ao sudeste e sul Ao passo que a maior parte das vertentes do Campo

Limpo (B_E) estatildeo voltadas para o nordeste e sudoeste

O Campo Limpo Uacutemido (B_F) apresenta sua altimetria restrita a uma pequena faixa em

torno de 1234 m Sua declividade tambeacutem estaacute restrita a aproximadamente 3 (plano e

suave ondulado) Todas as suas vertentes estatildeo voltadas para o norte Haacute uma niacutetida

preferecircncia por terrenos planares (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)

O Brejo (B_G) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica multimodal Suas vertentes predominam agrave

nordeste e sudeste

Na Mata de Interfluacutevio (B_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta dois estratos de

distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em torno de 1097 m sendo a distribuiccedilatildeo concentrada

entre 1073 e 1147 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo

concentrado entre 0 e 18 com pico em torno de 10 sendo portanto este tipo de

vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes ondulados Destaca-se a preferecircncia por terrenos

com vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos

(curvatura horizontal) e em menor grau cocircncavos (curvatura vertical)

O Reflorestamento (B_I) ocorre de modo restrito a regiotildees de altitudes em torno de

1097 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra uma concentraccedilatildeo em torno de 4 sendo

portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave ondulados

Haacute uma concentraccedilatildeo de vertentes orientadas a nordeste aliado a uma clara

predominacircncia de terrenos planos (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)

77

No Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute trimodal

apresentando o maior pico em torno de 1219 m A distribuiccedilatildeo da declividade em B_J eacute

semelhante a B_L com pico em torno de 4 Destaca-se a preferecircncia por terrenos com

vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos (curvatura

horizontal) e terrenos retiliacuteneos (curvatura vertical) embora exista certo equiliacutebrio entre

terrenos que ocorrem com menor frequumlecircncia os cocircncavos e convexos

No Campo Limpo com Murundum (B_L) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute bimodal Destaca-

se a preferecircncia por terrenos com vertentes voltadas ao norte nordeste e sudeste Haacute

predominacircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos

cocircncavos e convexos estes mais bem distribuiacutedos dentro desta classe do que nas demais

classes

A classe Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de

emardquo (B_M) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1097 m

A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra tolerante distribuiacuteda

por todo espectro desta classe apresentando uma distribuiccedilatildeo mais ou menos

platicuacutertica Existe uma clara preferecircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) por

aacutereas convexas e em menor grau por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical)

Da observaccedilatildeo conjunta dos histogramas de todas as aacutereas verifica-se que as

preferecircncias ecofisioloacutegicas das diferentes classes de vegetaccedilatildeo quando expressas

estatildeo representadas pela concentraccedilatildeo de frequumlecircncia das variaacuteveis geomorfomeacutetricas

Entretanto mesmo entre as classes de maior contraste geomorfomeacutetrico as distribuiccedilotildees

apresentam amplitudes sobrepostas com raros casos de condiccedilotildees excludentes

42 Anaacutelises discriminantes

As anaacutelises estatiacutesticas foram empregadas diante do agrupamento de classes

vegetacionais segundo a estrutura de sua vegetaccedilatildeo Assim foram gerados novos mapas

de vegetaccedilatildeo referecircncia

Para a RPPNSA a anaacutelise discriminante entre os grupos vegetacionais Complexo

Arboacutereo arbustiva (Classes agrupadas Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga

78

Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D)) Complexo Arboacutereo

(Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B) Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga

Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata Seca mostrou uma significativa

separaccedilatildeo entre tais grupos considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilks Lambda=

020056 F (201437)=44781 plt00000) O Wilks Lambda geral (que consta no tiacutetulo

das Tabelas) eacute um paracircmetro que varia de 0 (maior poder de discriminaccedilatildeo) a 1 (menor

poder de discriminaccedilatildeo) Os Wilks Lambda parciais observados nos sumaacuterios das

anaacutelises das funccedilotildees discriminantes de cada aacuterea (no corpo das Tabelas) indicam por

sua vez a participaccedilatildeo de cada variaacutevel na reduccedilatildeo do Wilks Lambda geral Ressalta-se

aqui que esses paracircmetros apresentam relaccedilatildeo numeacuterica inversa o WL geral desejaacutevel

eacute o menor possiacutevel enquanto que as variaacuteveis de maior influecircncia satildeo identificadas

pelos maiores valores de Wilks Lambda parcial Desse modo eacute gerado o melhor

modelo baseado natildeo apenas no p-valor mas tambeacutem por meio da avaliaccedilatildeo dos outros

paracircmetros como ilustrado na Tabela 41 Diante disso as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h)

declividade (G) curvatura vertical (kv) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal

(kh) foram consideradas importantes na discriminaccedilatildeo entre as classes de vegetaccedilatildeo e

assim incluiacutedas em todas as funccedilotildees discriminantes independentemente do respectivo

p-valor (Tabela 41)

Tabela 41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (5

grupos) Wilks Lambda 020056 F (201437)=44781 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0663747 0302162 2500011 0000000 0922217 0077783

G 0259549 0772724 318389 0000000 0861859 0138141

kv 0208862 0960247 44814 0001474 0834870 0165130

A 0203935 0983449 18218 0123577 0988884 0011116

kh 0202481 0990507 10374 0387468 0900033 0099967

Observando a distacircncia entre os centroacuteides distacircncia de Mahalanobis dos grupos no

espaccedilo discriminante (Tabela 42) verificou-se que os grupos mais distantes entre si

foram a Mata Seca e o Complexo Arboacutereo-arbustivo (2244425) e os mais proacuteximos

foram Mata Seca e Carrasco (154077) Esta proximidade foi refletida na consideraacutevel

79

sobreposiccedilatildeo entre seus escores (Figura 49) uma vez que ambos os tipos de vegetaccedilatildeo

ocupam relevos planos e suave ondulados em altitudes em torno de 600 m Ressalta-se

que tambeacutem apresentam semelhanccedilas quanto ao comportamento caducifoacutelio com

indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveisTodas as distacircncias foram

significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem ser capazes de

discriminar todas as fisionomias vegetais consideradas na anaacutelise

Tabela 42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Reserva Particular

do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

CA arbustivo Carboacutereo Carrasco Cgaleria Mata Seca

CA arbustivo 000000 5952712 1351015 232019 2244425

Carboacutereo 0000000 471739 202914 790304

Carrasco 000000 629755 154077

Cgaleria 000000 1263179

Mata Seca 000000

Adotou-se 05 como niacutevel de corte para as todas as correlaccedilotildees deste estudo Assim a

Tabela 43 mostra que a variaacutevel elevaccedilatildeo destacou-se correlacionando negativamente

com o eixo 1 A Funccedilatildeo 1 discriminou claramente Mata Seca do Complexo Arboacutereo-

arbustivo mostrando que a Mata Seca ocorreu preferencialmente em locais com maior

altitude e o Complexo Arboacutereo-arbustivoem locais com menor altitude A Funccedilatildeo 2 natildeo

definiu claramente a separaccedilatildeo entre os grupos vegetacionais

Tabela 43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Reserva Particular do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h -0 986606 0 016661

G -0 202112 0 966076

kv 0 013402 -0 155967

A 0 029651 -0 108341

kh -0 020558 0 140234

Analisando a Figura 49 onde os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante

bidimensional eacute apresentada observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discriminou melhor os

grupos vegetacionais O eixo 1 representou 87 e o eixo 2 representou 10 do espaccedilo

80

discriminante Houve tambeacutem certa sobreposiccedilatildeo entre vaacuterias fisionomias vegetais o

que indica que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem variar em um gradiente

topograacutefico o que possivelmente acarretaria em faixas transicionais de vegetaccedilatildeo

CAarbustivo CArboacutereo Carrasco CGaleria Mata Seca

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (87)

Funccedilatildeo1= -101848h+005087G+010642kv+ 012560A-001408kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

3)

Figura 49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas

(RPPNSA)

Como o Complexo Arboacutereo e o Complexo Arboacutereo-arbustivo apresentaram

subfisionomias foram feitas anaacutelises separadas para as mesmas O objetivo dessas

anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas

subfisionomias No que se refere a Complexo Arboacutereo a anaacutelise discriminante mostrou-

se significativa na separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nessa classe (Complexo

Arboacutereo Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada) com base nas variaacuteveis

morfomeacutetricas (Wilks Lambda 078872 F (8268)=42211 plt 00001) As maiores

81

significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis declividade (G) orientaccedilatildeo

de vertente (A) curvatura vertical (kv) e elevaccedilatildeo (h) (Tabela 44)

Tabela 44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da

Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de

variaacuteveis no modelo 4 grupo veg (3 grupos) Wilks Lambda 078872 F

(8268)=42211 plt 00001

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 878947 0 897342 7 664994 0 000705 0 872484 0 127516

A 0 838624 0 940489 4239559 0 016394 0 967195 0 032805

kv 0 810139 0 973556 1 819867 0 166030 0 959694 0 040306

h 0 806097 0 978438 1 476497 0 232129 0 853277 0 146723

A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que os

grupos mais distantes entre si foram Caatinga Florestada e Caatinga Arboacuterea e as mais

proacuteximas foram Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea (Tabela 45) Essa proximidade

foi tambeacutem evidente analisando graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 410)

Entretanto a distacircncia entre Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea natildeo foi

significativa indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas natildeo foram capazes de

discriminaacute-las entre si

Tabela 45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo

Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas

(RPPNSA)

C arboacutereo C arboacuterea C florestada

C arboacutereo 0 000000 0 344034 0 790777

C arboacuterea 0 000000 1 259096

C florestada 0 000000

Distacircncia natildeo significativa

A partir da 46 pode-se verificar que a declividade correlacionou-se positivamente com

o eixo 1 (Tabela 46)

82

Tabela 46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea

da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

G 0 774776 -0 300435

A -0 414084 -0 641590

kv -0 488321 0 194645

h 0 155299 0 502098

Analisando os escores das observaccedilotildees (Figura 410) verificou-se que o primeiro eixo

representou 82 e o segundo eixo 18 do espaccedilo discriminante Existe grande

sobreposiccedilatildeo entre os grupos indicando que a topografia natildeo foi capaz de diferenciar

tais grupos entre si

CArboacutereo CArboacuterea CFlorestada

-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5

Funccedilatildeo 1 (82)

Funccedilatildeo1= 0787300G-0469406 A -0393120 kv +0023671h

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

8)

Figura 410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

83

A anaacutelise discriminante do Complexo Arboacutereo-arbustivo natildeo se mostrou significativa

na avaliaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nesta classe (Caatinga Arboacuterea-

arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa e Complexo Arboacutereo-arbustivo) com base nas

variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843 pgt0

05) (Tabela 47) o que indicou que estes grupos natildeo foram separaacuteveis entre si como

pode se observar no graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 411)

Tabela 47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da

Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no

modelo 2 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 987485 0 970100 2 219127 0 112408 0 996626 0 003375

A 0 971696 0 985863 1 032457 0 358752 0 996626 0 003374

CAarbustiva CHlenhosa CAarbustivo

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (92)

Funccedilatildeo1= -0864906G-0554685 A

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(8

)

Figura 411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da Reserva Particular do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

84

Para a MIA a anaacutelise discriminante separou os grupos vegetacionais de modo

significativo considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilksrsquo Lambda 039562 F

(10290)=17106 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv)

declividade (G) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal (kh) foram importantes

na discriminaccedilatildeo entre os grupos de vegetaccedilatildeo (Tabela 48) o que concorda com a

Figura 412

Tabela 48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA) Ndeg

de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (3grupos) Wilksrsquo Lambda 039562 F (10290)=

17106 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0525606 0752689 2382137 0000000 0766851 0233149

A 0407103 0971788 210474 0125585 0977078 0022922

kv 0464929 0850920 1270185 0000008 0811175 0188825

G 0440473 0898165 822012 0000415 0894754 0105246

kh 0404755 0977425 167452 0191002 0936637 0063363

A distacircncia de Mahalanobis dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que todas as

distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas foram capazes

de discriminar todas as fisionomias vegetais Os grupos mais distantes entre si foram a

Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto (6233659) e os mais proacuteximos foram a

Floresta de Baixio e Floresta de Platocirc Baixo com campinarana (1585357) (Tabela 49)

Estes uacuteltimos apresentaram consideraacutevel sobreposiccedilatildeo (Figura 411) o que condiz com

a transiccedilatildeo das fisionomias vegetacionais

Tabela 49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

F Baixio F P Alto F P B Camp

F Baixio 0000000 6233659 1585357

F P Alto 0000000 3867290

F P B Camp 0000000

Segundo Ribeiro et al (1999) a comunidade vegetal de vertente representa uma faixa

de transiccedilatildeo entre as florestas de platocirc e campinarana Nas partes mais altas e

floristicamente semelhantes agrave comunidade de platocirc (TELLO 1995) e nas mais baixas

85

fisionomicamente parecida com campinarana (RIBEIRO et al 1999) poreacutem sem

apresentar as espeacutecies que a caracteriza Por outro lado outras espeacutecies satildeo exclusivas

desse ecossistema florestal Esta heterogeneidade fisionocircmica decorre de uma grande

diversidade edaacutefica e topograacutefica na aacuterea (TELLO 1995 RIBEIRO et al 1999)

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresnetados

na Figura 412 O primeiro eixo representou 85 e o segundo eixo 15 do espaccedilo

discriminante As variaacuteveis elevaccedilatildeo e a curvatura vertical estatildeo correlacionadas

positivamente com o eixo 1 (Tabela 410) A primeira discriminante separou

claramente a Floresta de Platocirc Alto mostrando ocorrecircncia em locais de maiores

altitudes e curvatura vertical e a da Floresta de Baixio em locais de menores altitudes

e curvatura vetical enquanto a Floresta de Platocirc Baixo com campinarana ocorreu em

locais de transiccedilatildeo entre estas duas feiccedilotildees apresentando valores intermediaacuterios das

mesmas variaacuteveis Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no

espaccedilo discriminante natildeo mostram uma discriminaccedilatildeo muito clara

Tabela 410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu

(MIA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0868610 -0187333

A 0031881 0334352

kv 0743142 0292901

G 0031881 0662975

kh 0269970 0341848

Diante do exposto pode-se concluir que a Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto

satildeo mais separaacuteveis entre si pelas variaacuteveis geomorfomeacutetricas enquanto que a Floresta

de Baixio com campinarana se confunde com as duas primeiras Assim pode haver

dificuldades na identificaccedilatildeo deste tipo vegetacional com base apenas nas variaacuteveis

morfomeacutetricas do terreno

86

FBaixio FPAlto FPBcamp

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (85)

Funccedilatildeo1= 0686501h+0479042kv-0146573G-0139714A +0150701kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4Fu

nccedilatildeo

2

(15

)

Figura 412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

Quanto ao PNCA a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos

grupos vegetacionais Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras Floresta

Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras (Classes

agrupadas (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva

(A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com

palmeiras (A_H) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea)

Floresta Ombroacutefila Densa ( (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente

(A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente (A_E) Floresta

Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) Savana Gramiacuteneo-lenhosa sem

Floresta-de-galeria e Savana Parque sem floresta-de-galeria com base nas variaacuteveis

morfomeacutetricas (Wilks Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000) As maiores

87

significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) declividade (G)

e a curvatura vertical(kv) (Tabela 411)

Tabela 411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg (4grupos) Wilks

Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0897849 0666221 8233170 0000000 0991641 0008359 G 0655090 0913105 1563869 0000000 0990296 0009704 kv 0604121 0990143 163604 0180123 0982358 0017642 A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante mostrou que os

grupos mais distantes entre si foram Floresta Ombroacutefial Densa e Formaccedilotildees Pioneiras

(3769699) e as mais proacuteximas foram Savana e Formaccedilotildees Pioneiras (0747576) (Tabela

412 Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas foram capazes de discriminar a maioria dos tipos de vegetaccedilatildeo

Tabela 412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional

dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana

F O Aberta 0000000 1009975 1192925 0747576 F O Densa 0000000 3769699 1756117 F Pioneiras 0000000 0636013 Savana 0000000

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresentados

na Figura 413 O primeiro eixo representou 89 e o segundo eixo 10 do espaccedilo

discriminante A elevaccedilatildeo foi correlacionada negativamente com o eixo 1 (Tabela 413)

A primeira funccedilatildeo discriminante separou bem as Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta

Ombroacutefila Densa com uma niacutetida concentraccedilatildeo da Floresta Ombroacutefila Densa em

regiotildees de maiores altitudes comparativamente e da Savana em altitudes intermediaacuterias

A posiccedilatildeo dos escores do segundo eixo por sua vez natildeo mostra uma discriminaccedilatildeo natildeo

muito clara

88

F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (89)

Funccedilatildeo1= -0955418h-0299187G +0569062kv

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5Fu

nccedilatildeo

2

(10

)

Figura 413ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre as fitofisionomias vegetais Aliado a isso as

variaacuteveis topograacuteficas explicaram apenas parte da variaccedilatildeo sendo fundamental a

consideraccedilatildeo de outros fatores ambientais que influenciam tal variaccedilatildeo

Tabela 413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional dos

Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0946199 -0285135 G -0299888 0953434 kv 0040028 0082033

Dentro dos grupos Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa tambeacutem foi feita

anaacutelise discriminante para verificar se as variaacuteveis topograacuteficas satildeo preditoras das

diferenccedilas existentes dentro destes grupos

89

A anaacutelise discriminante referente agraves Formaccedilotildees Pioneiras mostrou-se significativa na

separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks

Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura

vertical (kv) e orientaccedilatildeo de vertentes (A) foram as mais importantes na discriminaccedilatildeo

dos grupos (Tabela 414)

Tabela 414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg

(4grupos) Wilks Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0988327 0189399 2910298 0000000 0794133 0205867 kv 0203510 0919798 59293 0003397 0868437 0131563 A 0200203 0934994 47277 0010352 0886704 0113296

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 415) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com palmeiras (F P F L C

P) (1975363) e as mais proacuteximas foram Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - arbustiva (F P F L A) (016718) Entretanto as distacircncias entre estas

uacuteltimas natildeo foram consideradas significativas ( Figura 414)

Tabela 415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees

Pioneiras do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F P F L A F P F L A C P F P F L H

F P F L A 000000 1678342 016718 F P F L A C P 000000 1975363 F P F L H 000000 Distacircncia natildeo significativa

Na Tabela 416 satildeo apresentadas as primeiras funccedilotildees discriminante e a Figura 414

apresenta a distribuiccedilatildeo dos escores observados O eixo 1 representou 99 e o segundo

eixo 1 da variaccedilatildeo no espaccedilo discriminante Nota-se tambeacutem a formaccedilatildeo de dois

conglomerados um constituiacutedo por F P F L A C P (Formaccedilotildees Pioneiras com

90

influecircncia fluviallacustre arbustiva com palmeiras) e o outro formado por Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva (F P F L A)

Tabela 416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0905447 0253524 kv -0029439 0965668 A -0019900 -0094568

FPFLA FPFLACP FPFLH

-6 -4 -2 0 2 4 6

Funccedilatildeo 1 (99)

Funccedilatildeo1= -112154h+032379kv+029964G

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(1

)

Figura 414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA)

A Floresta ombroacutefila densa apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na

separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks

Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000) As variaacuteveis mais importantes na

91

discriminaccedilatildeo dos grupos foram a elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv) e curvatura

horizontal (kh) (Tabela 417)

Tabela 417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg

(3grupos) Wilks Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0 915853 0 273539 193 8718 0 000000 0 896351 0 103650

kv 0 287718 0 870722 10 8385 0 000041 0 882093 0 117907

kh 0 255539 0 980367 1 4619 0 235163 0 971082 0 028918

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 418) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Floresta

Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (F O D A D E) e Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D U) (17 02336) e as mais

proacuteximos foram Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente ( F O D T

B D E) e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D

U) (1 427646)

418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila

Tabela densa do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F O D A D E F O D T B D E F O D T B D U

F O D A D E 0 00000 8 602946 17 02336

F O D T B D E 0 000000 1 42765

F O D T B D U 0 00000

Analisando a Tabela 419 e a Figura 415 observa-se que o eixo da funccedilatildeo 1 discriminou

melhor os grupos vegetacionais A altitude correlacionou-se negativamente com o eixo

1 O graacutefico mostra uma clara separaccedilatildeo entre F O D A D E e F O D T B D U Tabela 419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Floresta Ombroacutefila densa do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h -0 883092 0 273758

kv 0 137193 0 809932

kh -0 128734 0 445988

92

FODADE FODTBDE FODTBDU

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6

Funccedilatildeo 1 (99)

Funccedilatildeo1= -104001h+044141kv-016324kh

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

)

Figura 415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA)

Finalmente o PNB apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na separaccedilatildeo dos

grupos vegetacionais Mata (Classes agrupadas Mata Galeria (B_A) Brejo (B_G) e

Mata de Interfluacutevio (B_H)) Cerrado sensu strictu (B_B) Campo Cerrado (Classes

agrupadas Campo Cerrado (B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo

Sujo (Classes agrupadas Campo Sujo (B_D) e Campo Sujo com presenccedila de

Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M)) e Campo Limpo (Campo

Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo com Murundum ( B_L))

com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054942 F (202163)=21407

plt00000) Cabe ressaltar que para tal anaacutelise foi excluiacuteda a classe reflorestamento As

variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente (A) elevaccedilatildeo (h) declividade (G) curvatura horizontal

93

(kh) e curvatura vertical (kv) foram importantes na discriminaccedilatildeo entre estes tipos de

vegetaccedilatildeo (Tabela 420)

Tabela 420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 054942F

(202163)=21407 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0645090 0851699 2838221 0000000 0897342 0102659

A 0652288 0842300 3051769 0000000 0950633 0049367

kh 0581610 0944658 954928 0000000 0928414 0071586

kv 0571084 0962070 642639 0000045 0905045 0094955

G 0604029 0909596 1620052 0000000 0917956 0082044

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 421) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e

Mata (2769105) e as mais proacuteximos foram Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu

(0420457) A proximidade destes uacuteltimos quanto ao conjunto de variaacuteveis

morfomeacutetricas que os definiram eacute comparaacutevel com a estrutura vegetacional uma vez

que ambas as feiccedilotildees vegetacionais satildeo muito parecidas O Campo Cerrado eacute a forma de

vegetaccedilatildeo intermediaacuteria entre o Campo Sujo e o Cerrado sensu strictu se diferenciando

deste uacuteltimo apenas pelo maior espaccedilamento e a sua menor quantidade de vegetaccedilatildeo

arboacuterea comparativamente com o Cerrado sensu strictu

Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas

foram capazes de discriminar todas as fitofisionomias vegetais consideradas na anaacutelise

Tabela 421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional

de Brasiacutelia (PNB)

Mata C s strictu C Cerrado C sujo C limpo

Mata 0000000 1753158 2308279 1259045 2769105

C s strictu 0000000 0420457 0651613 1889539

C Cerrado 0000000 0951929 1594591

C sujo 0000000 1605777

C limpo 0000000

94

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo bidimensional satildeo apresentados na Figura 416

e as primeiras funccedilotildees na Tabela 422 O primeiro eixo representou pouco mais da

metade do espaccedilo discriminante com 57 da variaccedilatildeo enquanto o segundo representou

31 A elevaccedilatildeo foi correlacionada positivamente com o eixo 1 A primeira funccedilatildeo

separou claramente a Mata do Campo Limpo mostrando que a Mata ocorreu

preferencialmente em locais com menor altitude e o Campo Limpo em locais com maior

altitude Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no espaccedilo

discriminante natildeo mostrou uma discriminaccedilatildeo muito clara

Tabela 422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia

(PNB)

Funccedilatildeo1 Funccedilatildeo 2

h 0787500 -0269384

A -0406321 -0652026

kh 0474768 -0356403

kv 0457941 -0406250

G 0034063 0410172

Houve uma sobreposiccedilatildeo entre as vaacuterias fitofisionomias vegetais (Figura 416) o que

indica que as variaacuteveis topograacuteficas podem variar em gradiente e natildeo de forma discreta

o que levaria a vegetaccedilatildeo ter faixas transicionais e natildeo limites bem definidos Aliado a

isso as variaacuteveis topograacuteficas explicaram parte da variaccedilatildeo vegetacional no entanto

outros fatores podem ser importantes Assim nessa graduaccedilatildeo de Campo Limpo a

Cerradosensu strictu (Campo Limpo Campo Sujo Campo Cerrado e Cerrado sensu

strictu) o aumento de biomassa que acompanha o adensamento arboacutereo se deve a um

conjunto de trecircs fatores o pedoloacutegico pela oligotrofia mineral toxidez por alumiacutenio e

diferenccedilas de drenagem e profundidade dos solos o pirogecircnico pela accedilatildeo do fogo na

biota e o climaacutetico principalmente pelo efeito sazonal que limita a disponibilidade de

aacutegua (COUTINHO 1990 2000 RIBEIRO WALTER 1998) Aleacutem disso desde o

seacuteculo passado o fator antroacutepico passou a causar modificaccedilotildees intensas na paisagem do

domiacutenio do Cerrado com abertura de aacutereas para produccedilatildeo agropecuaacuteria produccedilatildeo de

carvatildeo retirada seletiva de madeira construccedilatildeo de cidades e estradas e uso frequente de

fogo (COUTINHO 1990) Passos (1981) admite tambeacutem que as seccedilotildees de Cerrado sua

95

estrutura esteacutetica e a composiccedilatildeo floriacutestica variam marcadamente em funccedilatildeo dos traccedilos

morfoloacutegicos e pedoloacutegicos accedilatildeo do fogo criaccedilatildeo intensa do gado bovino e pelo uso

predatoacuterio de seus recursos para fins variados Apesar desse grande nuacutemero de fatores

determinantes das diferentes fisionomias de Cerrado as variaacuteveis topograacuteficas podem

ser consideradas importantes preditoras dessas fisionomias

Mata Csstrictu C Cerrado CSujo C Limpo

-8 -6 -4 -2 0 2 4

Funccedilatildeo 1 (57)

Funccedilatildeo1= 0811531h-0490434A +0226348G--0335083kh +0208597kv

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Funccedil

atildeo 2

(3

1)

Figura 416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Como o Campo Limpo e a Mata apresentaram subfisionomias foram feitas anaacutelises

separadas para as mesmas O objetivo dessas anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis

topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas subfisionomias

Para o Campo Limpo a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos

grupo vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054780 F

(10360)=12640 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram

96

as altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical

(0579371) (Tabela 423)

Tabela 423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do Parque Nacional de

Brasiacutelia (PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda

054780 F (10360)=12640 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0713429 0767837 2721238 0000000 0881053 0118947

A 0676059 0810280 2107265 0000000 0919987 0080013

kh 0555943 0985349 133820 0264915 0785837 0214163

kv 0579371 0945503 518741 0006452 0815523 0184476

G 0559424 0979216 191025 0151033 0940045 0059955

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 424) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e

Campo Limpo Uacutemido (4279562) e as mais proacuteximos foram Campo Limpo e Campo

Limpo com Murundum (0648776) Essa proximidade eacute tambeacutem evidenciada analisando

graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 416)

Tabela 424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do

Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

C Limpo C L Uacutemido C L Murundum

C Limpo 0000000 4279562 0648776

C L Uacutemido 0000000 2373841

C L Murundum 0000000

Analisando a Figura 416 e a Tabela 425 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina

melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou

maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 (0704843)

Tabela 425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Campo Limpo do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB)

97

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0704843 -0010358

A -0567686 -0304501

kh 0055032 -0173645

kv 0042136 0713181

G -0318338 0315520

A partir da Figura 417 verifica-se que houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre certos grupos

CLimpo CLUacutemido C LMurundum

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (92 )

Funccedilatildeo1= -0791756h+0694798A +0188232kv+0153586G--0118997kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(8

)

Figura 417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo

Limpo do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Os grupos Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum mostraram uma certa

sobreposiccedilatildeo entre si Enquanto o Campo Limpo Uacutemido se encontra com uma

distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois Isso pode se explicar por sua

preferecircncia por ambientes mais uacutemidos e aacutereas de encostas de vales Nestes ambientes

geralmente o lenccedilol freaacutetico permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo

98

de seca sofre um rebaixamento em que as camadas subsuperficiais mantecircm o

encharcamento do solo (PIVELLO et al 1998) Enquanto que a sobreposiccedilatildeo entre

Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum se deve ao fato deste ser basicamente

um campo uacutemido em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo

arredondadas e um pouco mais altas Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial

do terreno e deposiccedilatildeo da terra por teacutermitas recobertas por vegetaccedilatildeo de Cerrado e solo

permanentemente saturado de aacutegua entre os murunduns (ARAUacuteJO-NETO 1986)

Para a Mata a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos grupo

vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 045369 F

(8334)=20234 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as

altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical (0579371)

(Tabela 426)

Tabela 426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do Parque nacional de Brasiacutelia

(PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 4 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 045369 F

(8334)=20234 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 740994 0 612267 52 87851 0 000000 0 832297 0 167703

A 0 507837 0 893369 9 96642 0 000081 0 966140 0 033860

h 0 489610 0 926627 6 61177 0 001724 0 781795 0 218205

kv 0 462252 0 981469 1 57659 0 209739 0 903314 0 096686

Observando a distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante

distacircncia de Mahalanobis (Tabela 427) verificou-se que os grupos mais distantes entre

si foram Mata de Interfluacutevio e Mata Galeria (5176726) e as mais proacuteximas foram Brejo

e Mata Galeria (0286713) Essa proximidade eacute tambeacutem evidente analisando graacutefico da

funccedilatildeo discriminante (Figura 418) A distacircncia entre o Brejo e Mata Galeria natildeo foram

significativas Isto implica na grande sobreposiccedilatildeo entre estes grupos Enquanto a Mata

de Interfluacutevio se encontra com uma distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois

99

Tabela 427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB)

M Galeria Brejo M Interfluacutevio

M Galeria 0 000000 0 286713 5 176726

Brejo 0 000000 4862178

M Interfluacutevio 0 000000

Distacircncia natildeo significativa

Esses resultados reafirmam que a posiccedilatildeo do relevo eacute um dos determinantes da

composiccedilatildeo floriacutestica e de estrutura das comunidades de interfluacutevio (FONSECA

JUacuteNIOR 2004) uma vez que estas se localizam em locais mais altos Enquanto que a

sobreposiccedilatildeo entre Mata Galeria e Brejo se deve ao fato deste uacuteltimo tipo de vegetaccedilatildeo

ocupar planiacutecies permanentemente encharcadas que frequumlentemente surge nas bordas

nas Matas de Galeria ou mesmo matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo de Cerrado

(RIBEIRO WALTER 1998) A caracteriacutestica marcante desse tipo de ambiente eacute o

niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora haja variaccedilotildees durante o ano

Analisando a Figura 418 e a Tabela 428 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina

melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou

maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 assim a distribuiccedilatildeo dos escores

da Mata de Interfluacutevio possui os maiores valores de altitude

Tabela 428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutela (PNB)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0 849666 0 286224

A 0 504311 0 010065

G 0 088693 0 799165

kv -0 044105 -0 365752

100

M Galeria Brejo MInterfluacutevio

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (95 )

Funccedilatildeo1= 0941455G+0457563A -0309162h+0073823 kv

-3

-2

-1

0

1

2

3

Funccedil

atildeo 2

(5

)

Figura 418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Diante do exposto podemos concluir que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem predizer

os tipos vegetacionais de alguns grupos sendo a maioria destes confundidos entre si

uma vez que as diferenccedilas vegetacionais se devem mais agraves caracteriacutesticas pedoloacutegicas e

clima por exemplo

43 Processamentos experimentais

Diante da apreciaccedilatildeo dos dados e das anaacutelises discriminantes foram feitos

processamentos para verificaccedilatildeo da aplicabilidade de tais resultados ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo As Figuras 418 419 420 e 421 ilustram os produtos das classificaccedilotildees das

variaacuteveis geomorfomeacutetricas selecionadas realizadas atraveacutes de meacutetodos diversos

(Cluster Maacutexima Verossimilhanccedila e Fatiamento) bem como o mapa de vegetaccedilatildeo de

cada aacuterea em estudo Apesar da representaccedilatildeo de tais resultados na forma de mapas

(Figuras 419 a 434) eacute importante lembrar que estes satildeo exerciacutecios experimentais uma

101

vez que satildeo reconhecidas as fontes tradicionais de informaccedilatildeo para o mapeamento da

vegetaccedilatildeo

As classificaccedilotildees por Cluster MaxVer e Fatiamento bem como a classificaccedilatildeo por

Fatiamento das primeiras funccedilotildees discriminantes mostraram diferentes respostas

comparativamente aos mapas de vegetaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo dos histogramas propiciou a

seleccedilatildeo do melhor conjunto de variaacuteveis topograacuteficas para alimentar algoritmos de

classificaccedilatildeo Esta seleccedilatildeo se baseou nas classes que se separavam mais claramente

entre si

As anaacutelises de histogramas para RPPNSA (Figura 45) mostraram notaacutevel separaccedilatildeo

entre as classes S_A e S_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo sendo a classe S_A coincidente

com a S_C S_D e parte predominante da S_H Esta uacuteltima classe se distinguiu das

demais por sua curvatura horizontal mostrando um caraacuteter convergente e curvatura

vertical cocircncava principalmente

Na MIA as anaacutelises (Figura 46) indicaram melhor distinccedilatildeo entre as classes I_A e I_B

atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo e curvatura vertical principalmente A classe I_C se

apresenta em situaccedilatildeo intermediaacuteria embora se mostre especialmente diferente da

classe I_B quando se observa a distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo seguida da curvatura vertical

Nesta aacuterea em especial os meacutetodos de elaboraccedilatildeo do mapa de referecircncia (segundo

Moreira M 2006 comunicaccedilatildeo pessoal) causam uma circularidade da informaccedilatildeo

topograacutefica neste estudo O traccedilado da Floresta de Platocirc Alto foi definido pelo

Fatiamento da altitude acima de 61 m Por sua vez a Floresta de Baixio foi delimitada

pelas aacutereas a menos de 50 m dos cursos drsquoaacutegua estes dispostos de acordo com o

mapeamento da hidrologia local a partir de mapas do IBGE

Para o PNCA a anaacutelise dos histogramas (Figura 47) mostrou a separaccedilatildeo entre as

classes A_B A_C A_D e A_F e entre A_G A_H e A_I atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo

Esta uacuteltima combinaccedilatildeo entretanto natildeo gerou resultado satisfatoacuterio comparativamente

com a referecircncia (Figura 420) uma vez que natildeo abrange todo o intervalo de valores

possiacuteveis As demais variaacuteveis geomorfomeacutetricas apresentaram-se mais ou menos

homogecircneas para todas as classes A anaacutelise dos histogramas do PNB (Figura 48)

102

mostrou melhor separaccedilatildeo entre as classes B_F e B_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo

entretanto estas satildeo muito pequenas diante das demais sendo entatildeo excluiacutedas da anaacutelise

para alimentar a classificaccedilatildeo por Fatiamento As demais classes de modo geral quanto

a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal se diferenciaram mais visualmente

embora houvesse bastante confusatildeo entre estas feiccedilotildees

Diante do exposto foram selecionadas as variaacuteveis elevaccedilatildeo curvatura vertical e

curvatura horizontal para alimentar os algoritmos de classificaccedilatildeo das primeiras trecircs

aacutereas enquanto a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal foram selecionadas para

o PNB

O uso da altitude para expansatildeo de observaccedilotildees pontuais tambeacutem eacute uma praacutetica inerente

aos mapas RADAM e seus derivados Aleacutem de sua contaminaccedilatildeo nos mapas a altitude

estaacute tambeacutem correlata agraves variaacuteveis morfomeacutetricas de acordo com a ordenaccedilatildeo

altitudinal ditada pelo padratildeo do terreno (VALERIANO et al 2006) Num exemplo

simples terrenos convexos nos topos e cocircncavos nos baixios de uma mesma vertente

Pode-se esperar devido a isso uma superestimativa da importacircncia dessa variaacutevel

quando aferida por estes mapas Nos mapas referentes a aacuterea da MIA (Figura 420 e

425) por exemplo percebe-se em funccedilatildeo de algumas diferenccedilas que (1) a base

altimeacutetrica usada no mapeamento da vegetaccedilatildeo na MIA difere dos dados SRTM (os

Fatiamentos natildeo coincidem integralmente) (2) a visualizaccedilatildeo dos dados SRTM permite

a percepccedilatildeo de drenagens que natildeo estavam representadas no mapa usado para

mapeamento da vegetaccedilatildeo (haacute mais afluentes nos dados topograacuteficos de Floresta de

Baixio) Tal situaccedilatildeo pode ser considerada uma regra embora menos expliacutecita do que

no caso acima em todo o mapeamento da vegetaccedilatildeo na Amazocircnia uma vez que

descendem dos dados RADAM cuja metodologia tem intenso aporte da informaccedilatildeo

topograacutefica

Por meio da interpretaccedilatildeo visual das classificaccedilotildees percebe-se na RPPNSA (Figura

420) que o meacutetodo de classificaccedilatildeo que gerou produto mais semelhante ao mapa

referecircncia foi o MaxVer (kappa=03439) principalmente pela extensatildeo e

posicionamento da classes Caatinga Florestada (S_F) Carrasco (S_G) e Mata Seca

(S_I) O Cluster apresenta o produto mais distante comparativamente ao mapa

103

referecircncia (kappa = 00443) especialmente no que se refere a abrangecircncia e o

posicionamento das classes (S_A) Caatinga Arboacutereo-arbustivae (S_B) Complexo

Arboacutereo Por outro lado embora o produto da classificaccedilatildeo por Fatiamento

(kappa=02662) mostre apenas trecircs zonas vegetacionais estas esboccedilam um resultado

mais coerente ao mapa referecircncia do que por Cluster A classificaccedilatildeo por MaxVer

tambeacutem foi o melhor resultado encontrado no PNB (kappa=01231) principalmente

pela extensatildeo e posicionamento da classes (B_B) Cerrado sensu strictu e (B_C) Campo

Cerrado

Figura 419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio

natural de Serra das almas (RPPNSA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima

Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

Classes de Vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo Arboacutereo) S_C

(Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E (Caatinga

Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria) e S_I

(Mata Seca)

104

Para o PNB o Cluster apresentou um produto muito diferente do mapa referecircncia

(kappa=-00079) natildeo apresentando nenhuma correspondecircncia com o mapa referecircncia

Em contrapartida a classificaccedilatildeo por Fatiamento mostra um produto mais coerente

(kappa=01067) mesmo apresentando apenas trecircs feiccedilotildees vegetacionais (Figura 421)

Em contrapartida o mapa gerado por Fatiamento foi o melhor produto encontrado para

MIA (Figura 420) e PNCA (Figura 421) em detrimento das demais classificaccedilotildees Para

a MIA por meio do Fatiamento (kappa=05556) a classe que apresentou maior

semelhanccedila com o mapa de vegetaccedilatildeo da aacuterea foi a classe I_A (Floresta de Baixio)

Entretanto as classificaccedilotildees por Cluster (kappa=04297) e MaxVer (kappa=04986)

tambeacutem produziram resultados visualmente bastante semelhantes ao mapa referecircncia

Figura 420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de

vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de Baixio) I_B

(Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

Finalmente para o PNCA o Fatiamento gerou produto comparaacutevel ao mapa referecircncia

(kappa=04104) principalmente pela extensatildeo e posicionamento das classes (A_B)

105

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras

(A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente e (A_D) Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente O Cluster (kappa=-00913) apresenta o

resultado mais discrepante comparativamente com a referecircncia natildeo havendo

correspondecircncia entre nenhuma das classes A classificaccedilatildeo por MaxVer tambeacutem mostra

pouca correspondecircncia com o mapa referecircncia (kappa=00958)

Figura 421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila

(MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de

Vegetaccedilatildeo A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_B

(Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras)

A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas

Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva

com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana

Parque sem floresta-de-galeria)

Considerando todas as aacutereas em conjunto observa-se que entre os meacutetodos de

classificaccedilatildeo o Cluster apresentou os piores produtos enquanto as classificaccedilotildees por

MaxVer e Fatiamento apresentaram os melhores resultados Pode-se no entanto

106

distinguir o Fatiamento como o meacutetodo de melhor resultado para aacutereas PCNA e MIA

da Amazocircnia e MaxVer para RPPNSA (Caatinga) e PNB (Cerrado)

Figura 422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de

vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo B_A (Mata Galeria) B_B

(Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo)

B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I

(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L ( Campo Limpo com

Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e

ldquocanela de emardquo

Quanto aos processamentos baseados nas anaacutelises discriminantes a geraccedilatildeo da imagem

da primeira funccedilatildeo discriminante de cada aacuterea permitiu a obtenccedilatildeo de uma classificaccedilatildeo

mais elaborada que as anteriores com melhores resultados gerais Os mapas de

vegetaccedilatildeo referecircncia apresentados neste ensaio satildeo produtos de reagrupamento de

classes de vegetaccedilatildeo feitos em funccedilatildeo da semelhanccedila entre suas estruturas

vegetacionais

107

A Figura 423 ilustra os mapas das funccedilotildees 1 e 2 e o Fatiamento da funccedilatildeo1 na aacuterea da

RPPNSA Eacute possiacutevel observar na funccedilatildeo 1 e 2 padrotildees comparaacuteveis agraves classes de

vegetaccedilatildeo Na funccedilatildeo 2 haacute um indicativo pronunciado do Complexo Galeria

principalmente devido agrave variaacutevel declividade que possui maior peso dentro de tal

funccedilatildeo sendo o Complexo Galeria caracteriacutestico de ambientes fluviais que nesta aacuterea

se apresentam encaixados portanto com declividades mais pronunciadas

Figura 423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNS) e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada como referecircncia

Classes de Vegetaccedilatildeo Complexo arboacuterea arbustiva (Classes agrupadas Caatinga

Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-

arbustivo(S_D)) Complexo Arboacutereo (Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B)

Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata

Seca

108

O Fatiamento feito a partir da funccedilatildeo 1 mostrou-se muito semelhante ao mapa de

vegetaccedilatildeo especialmente quanto agraves classes Complexo Arboacutereo-arbustivo e Mata Seca

Comparando o presente resultado com o resultado dos demais processamentos

experimentais realizados este mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da vegetaccedilatildeo

jaacute realizado A Figura 424 ilustra o resultado do Fatiamento das subfisionomias do

Complexo Arboacutereo na aacuterea da RPPNSA Para este caso o Fatiamento mostrou uma

certa confusatildeo entre as classes entretanto este resultado evidenciou algumas tendecircncias

das classes subfisionocircmicas superestimando a ocorrecircncia de Caatinga Florestada e

subestimando as demais classes

Figura 424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da Reserva

Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) e Mapa de vegetaccedilatildeo

como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo do Complexo Arboacutereo Complexo Arboacutereo

Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada

109

A MIA tambeacutem apresenta padrotildees vegetacionais indicados pelas funccedilotildees

discriminantes poreacutem o produto gerado foi de qualidade inferior aos outros

processamentos experimentais realizados para esta aacuterea (Figura 425) Percebe-se que a

Floresta de Platocirc Baixo com campinarana foi subestimada assim como a Floresta de

Platocirc Alto enquanto a Floresta de Baixio foi subestimada Pode-se considerar que para

esta aacuterea de estudo o meacutetodo de processamento mais aplicaacutevel ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo foi o Fatiamento baseado na anaacutelise dos histogramas cujo produto foi o mais

semelhante ao mapa referecircncia (Figura 420) Ressalta-se que apesar do exposto

considerando que no mapa referecircncia utilizado a classe floresta de baixio tenha sido

definida como uma faixa de 50m em cada lado da rede hidrograacutefica os resultados da

classificaccedilatildeo a partir do fatiamento ou da funccedilatildeo discriminante mostraram-se mais

condizentes com a realidade principalmente no que se refere agrave classe floresta de baixio

Figura 425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu

(MIA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de

Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

110

No PNCA mostra que as feiccedilotildees vegetacionais satildeo observadas claramente (Figura 426)

nas funccedilotildees 1 e 2 Na funccedilatildeo 1 todas as classes satildeo distinguidas facilmente exceto a

classe Formaccedilotildees Pioneiras Assim o mapa obtido por Fatiamento da funccedilatildeo 1 mostrou

resultado satisfatoacuterio distinguindo a Floresta ombroacutefila densa e a Floresta Ombroacutefila

Aberta e Savana que embora se mostrem as duas primeiras se mostrem sutilmente

subestimadas e a uacuteltima superestimada evidenciam claramente as tendecircncias dos

diferentes tipos de vegetaccedilatildeo no terreno Comparativamente aos outros processamentos

experimentais este processamento mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo

Figura 426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Floresta

Ombroacutefila Aberta ( Floresta Ombroacutefila Aberta aluvial ( A_A) Floresta Ombroacutefila Aberta

de Terras Baixas com palmeiras (A_B)) Formaccedilotildees Pioneiras (Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras (A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea) (A_H)) Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta

Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Terras

Baixas Dossel emergente (A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel

uniforme (A_E)) Savana (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa (A_I) sem floresta-de-galeria

Savana Parque sem floresta-de-galeria (A_J))

111

Quanto agraves anaacutelises de suas subfisionomias observa-se que o resultado do Fatiamento

das Formaccedilotildees Pioneiras foi quase idecircntico ao do mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia exceto

pela ausecircncia da Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva

(Figura 427) Jaacute na Funccedilatildeo 1 foi possiacutevel perceber claramente um indicativo da classe

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras

aparecendo em tom mais escuro na imagem Funccedilatildeo 1 Para Floresta ombroacutefila densa os

resultados encontrados tambeacutem foram muito promissores

Figura 427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva Formaccedilotildees Pioneiras

com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea

A classe Floresta ombroacutefila densa com dossel emergente foi a que melhor se

assemelhou ao mapa de vegetaccedilatildeo enquanto as demais classes mostraram bons

resultados (Figura 428) Haacute de se considerar que a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras

Baixas com dossel emergente e a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas com

dossel uniforme mostram certa diferenciaccedilatildeo entre o mapa gerado a partir da Funccedilatildeo

discriminante 1 e o mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

112

Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como

referecircncia Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel

uniforme

No PNB soacute foi possiacutevel verificar algumas tendecircncias e o produto obtido natildeo foi

satisfatoacuterio como jaacute era esperado uma vez que se trata de uma aacuterea de relevo

homogecircneo de feiccedilotildees bastante discretas (Figura 428) Por outro lado as suas

subfisionomias apresentaram bons resultados comparaacuteveis aos seus respectivos mapas

de vegetaccedilatildeo de referecircncia No Campo Limpo exceto pela classe Campo Limpo Uacutemido

que foi superestimado no mapa gerado as demais classes mostraram-se bem

semelhantes ao mapa referecircncia tanto por sua extensatildeo quanto pelo seu posicionamento

(Figura 429) Na Mata o produto obtido foi quase idecircntico ao mapa de referecircncia isso

pode ser verificado especialmente pela classe Mata de Interfluacutevio Estes resultados

indicam que para este tipo de vegetaccedilatildeo Cerrado os processamentos natildeo se aplicam ao

mapeamento da vegetaccedilatildeo ao niacutevel de fitofisionomias podendo poreacutem ser aplicaacutevel as

suas subfisionomias (Figura 430) Diante disso foi possiacutevel se conseguir um

113

mapeamento satisfatoacuterio ateacute o niacutevel das subfisionomias para algumas aacutereas de estudo

sendo que para aacutereas com relevo semelhante ao do PNB o emprego deste meacutetodo deve

ser feito com mais cautela

Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia

(PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Mata (Mata Galeria

(B_A) Brejo (B_G) e Mata de Interfluacutevio (B_H)) Campo Cerrado (Campo Cerrado

(B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo Sujo (Campo Sujo (B_D) e

Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M))

e Campo Limpo (Campo Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo

com Murundum (B_L)) e Cerrado sensu strictu

114

Figura 429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Campo Limpo Campo

Limpo Uacutemido e Campo Limpo com Murundum

115

Figura 430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do Parque Nacional de

Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Mata Galeria Brejo e Mata de

Interfluacutevio

116

117

5 CONCLUSOtildeES

O presente trabalho foi conduzido com o intuito de avaliar as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo do SRTM para

identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo A

partir dos resultados obtidos puderam-se assinalar as seguintes conclusotildees

a) As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos

para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees

geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de

vegetaccedilatildeo referecircncia Embora a altitude tenha sido usada para a confecccedilatildeo de

parte dos mapas usados como referecircncia esta foi a mais importante para

discriminaccedilatildeo dos grupos vegetacionais em todas as aacutereas seguida da curvatura

vertical e da curvatura horizontal

b) As fitofisionomias se caracterizaram pelas suas preferecircncias (niacuteveis da

frequumlecircncia maacutexima ou moda) a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas e natildeo

pelas faixas de amplitude que se mostraram sobrepostas em geral com

evidentes implicaccedilotildees no desenvolvimento futuro de meacutetodos de classificaccedilatildeo

com dados geomorfomeacutetricos Anaacutelises discriminantes fundamentada na

estatiacutestica de probabilidades apresentaram os melhores resultados gerais em

relaccedilatildeo aos demais meacutetodos testados (Fatiamento MaxVer e cluster)

c) As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem

ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob

mesmas condiccedilotildees topograacuteficas Para a RPPNSA os grupo que mais se separam

satildeo Mata Seca e Complexo arbustivo arboacutereo Dentro da fisionomia Complexo

Arboacutereo as que mais se separam satildeo a Caatinga Arboacuterea e a Caatinga

Florestada Para a MIA satildeo as Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto

Para o PNCA satildeo Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa no que se

refere agrave fisionomia Formaccedilotildees Pioneiras merece destaque a separaccedilatildeo entre

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com

118

palmeiras e Formaccedilotildees Pioneiras lacustre ndash herbaacutecea Para fisionomia Floresta

Ombroacutefila Densa destaca-se das demais a Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial

Dossel emergente O PNB que natildeo teve uma boa distinccedilatildeo entre as suas

fisionomias tendo entretanto um resultado satisfatoacuterio na separaccedilatildeo de suas

subfisionomias especialmente dentro da fisionomia Mata a Mata de Interfluacutevio

e dentro do Campo Limpo o Campo Limpo Uacutemido

d) Embora os dados geomorfomeacutetricos tenham mostrado potencial indicativo das

classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do

detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de

classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises

discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o

niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a

RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias

deste uacuteltimo O PNB apresentou resultados fracos no niacutevel de fitofisionomia

Entretanto as subfisionomias testadas dentro de fitofisionomias apresentaram

resultados satisfatoacuterios

119

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Remoto 12 2005 Goiacircnia Anais Satildeo Joseacute dos Campos INPE 2005 p 3595-3602

1 CD-ROM

VALERIANO MM KUPLICH TM STORINO M AMARAL BD MENDES

JN LIMA DJ Modeling small watersheds in Brazilian Amazocircnia with Shuttle Radar

Topographic Mission - 90m data Computers e Geosciences v 32 n 8 p 1169-1881

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  • PAacuteGINA DE ROSTO
  • FICHA CATALOGRAacuteFICA
  • BANCA EXAMINADORA
  • EPIacuteGRAFE
  • DEDICATOacuteRIA
  • AGRADECIMENTOS
  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • SUMAacuteRIO
    • LISTA DE FIGURAS
    • LISTA DE TABELAS
    • LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
    • 1 INTRODUCcedilAtildeO
    • 2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
      • 21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem
      • 22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo
      • 23 SRTM
      • 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens
        • 241 Cluster
        • 242 Fatiamento
        • 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)
          • 25 Anaacutelise Discriminante
          • 26 Dados de Vegetaccedilatildeo
            • 262 Bioma Amazocircnia
            • 261 Bioma Caatinga
              • 2621 Microbacia do Igarapeacute Asu
              • 2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
                • 263 Bioma Cerrado
                    • 3 MATERIAL E MEacuteTODOS
                      • 31 Detalhamento do fluxo de trabalho
                      • 32 Recursos
                        • 321 As aacutereas de estudo
                        • 322 Dados de vegetaccedilatildeo
                        • 323 Dados topograacuteficos
                        • 324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados
                          • 33 Procedimentos
                            • 331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados
                            • 332 Anaacutelise dos resultados
                            • 333 Processamentos experimentais
                                • 4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
                                  • 41 Apreciaccedilatildeo dos dados
                                  • 42 Anaacutelises discriminantes
                                  • 43 Processamentos experimentais
                                    • 5 CONCLUSOtildeES
                                    • 6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
Page 5: DADOS GEOMORFOMÉTRICOS COMO SUBSÍDIO AO …

ldquoSobre o ensino

Nenhum homem vos pode revelar nada que natildeo repouse jaacute meio adormecido na manhatilde

do vosso conhecimento O mestre que caminha agrave sombra do templo entre os disciacutepulos

natildeo reparte a sua sabedoria mas antes da sua feacute e do seu amor

Se for verdadeiramente saacutebio natildeo vos convidaraacute a entrar na casa da sabedoria mas

levar-vos-aacute aos umbrais do vosso proacuteprio espiacuterito

O astrocircnomo pode falar-vos da sua compreensatildeo do espaccedilo mas natildeo pode dar-vos a

sua compreensatildeo

O muacutesico pode cantar para voacutes a melodia que enche todo o espaccedilo mas natildeo pode dar-

vos o ouvido que aprende o ritmo nem a voz que lhe devolve o eco

E o que eacute versado na ciecircncia dos nuacutemeros pode falar nas relaccedilotildees dos pesos e

medidas mas natildeo pode levar-vos ateacute laacute

Porque a visatildeo de um homem natildeo pode emprestar as suas asas a outro homem

E assim como cada um de voacutes se aguumlenta sozinho no conhecimento de Deus assim deve

estar sozinho no seu conhecimento de Deus e na compreensatildeo da terrardquo

Kalil Gibran escritor aacuterabe

Agravequele que eacute tatildeo amado e amaacutevel que me presenteia com a constacircncia de sua

presenccedila amizade e exemplo de fortaleza de vida e objetividade de ideais Agravequele cujo

apoio tornou mais leve a caminhada mais divertidos os dias Estar distante dessa

pessoa pela forccedila de nossas escolhas natildeo eacute experiecircncia de distacircncia mas de constante

presenccedila de quem deixa a forccedila do bem estampar de sua alma e me alcanccedila com sua

forccedila onde quer que eu esteja Partilho contigo a vida meus ideais e te ofereccedilo essa

conquista Dedico este trabalho ao meu precioso irmatildeo Pitaacutegoras da C Bispo

AGRADECIMENTOS

Se elaborar um trabalho desta natureza constitui de certa forma um desafio mencionar

a totalidade de pessoas que colaboraram para realizaccedilatildeo deste talvez seja tarefa ainda

mais difiacutecil No entanto impossiacutevel deixar de citar nomes Assim gostaria de expressar

minha gratidatildeo

Ao Dr Maacutercio de Morisson Valeriano na condiccedilatildeo de orientador pela sabedoria e

conhecimentos transmitidos os quais abriram caminhos para meu aperfeiccediloamento

cientiacutefico e grande aprendizado pelo incentivo e apoio nos caminhos escolhidos Por

ter me ensinado a praacutetica de que o trabalho se realiza quando transcendemos natildeo soacute as

possibilidades de um trabalho cientiacutefico mas todas as possibilidades que enquanto

pessoa podemos construir Na condiccedilatildeo de amigo pela amabilidade e agradaacutevel

conviacutevio presenteando-me com enriquecedoras discussotildees e palavras as quais levarei

para sempre comigo Minha gratidatildeo por tatildeo especial presenccedila em meu caminho

Agrave Dra Tatiana Mora Kuplich pela orientaccedilatildeo apoio e incentivo Aliada agrave doccedilura e com

a qual sempre me recebeu pelas discussotildees enriquecedoras que contribuiacuteram

imensamente para execuccedilatildeo desta pesquisa pela valiosa amizade e agradaacutevel

convivecircncia

Ao Vitor Celso de Carvalho pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo da Reserva do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas por ele construiacutedo em sua dissertaccedilatildeo de

mestrado

Ao grupo de pesquisa Biodiversidade- Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico coordenado

por Jasen Zunon (INPA) em especial ao Marcelo Moreira pelo fornecimento do Mapa

de Vegetaccedilatildeo da Microbacia do Igarapeacute Asu Por sua atenccedilatildeo e prontidatildeo nos

esclarecimentos de quaisquer duacutevidas surgidas referentes ao mapeamento da aacuterea

Ao Manuel Eduardo Ferreira pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo do Parque

Nacional de Brasiacutelia atualizado em sua dissertaccedilatildeo

Ao Dr Bruce Nelson (INPA) pelo fornecimento da base de dados do SIPAM dos quais

obtivemos a aacuterea de estudo do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

Agrave Drordf Evlyn Novo (INPE) pelo apoio e oportunidade colocando-me em contato com

meus atuais orientadores

Ao Camilo Renoacute (INPE) e Pitaacutegoras da C Bispo (UNESP) pela atenccedilatildeo e auxiacutelio

durante as anaacutelises estatiacutesticas

A uma das minhas mais amadas preciosidades pelo profundo bem querer que sintoniza

nossas almas a todo tempo mostrando-me a beleza que eacute estar partilhando a minha

existecircncia com pessoa de tatildeo admiraacutevel coragem forccedila e clareza de objetivos A vocecirc

minha querida irmatilde Patriacutecia da C Bispo por ser presenccedila inspiradora em minha vida

Agrave minha cunhada Vera e minha linda sobrinha Maria Julia pelo apoio carinho e por

fazerem parte desse ciacuterculo de amor que eacute a minha famiacutelia

Aos amigos Faacutebio Iwashita Leila Sheila Lisboa Thiago Rabelo Taise Faria Andreacute

Maia Javier Portilio Wagner Silva Faacutebio Gonccedilalvez e Rui Epiphanio pela amizade e

troca de conhecimentos

Agrave famiacutelia ldquoAs Traccedilasrdquo minha querida repuacuteblica Flaacutevia Cardoso Fernanda Fonseca e

Eacuterica Diogo e as amigas do ldquoTrio Fantaacutesticordquo minhas queridas vizinhas de baia

Carolina Carvalho e Sheila Knust pelo apoio carinho gargalhadas partilha de

experiecircncias vividas e preciosa amizade proporcionando momentos de alegria que

jamais esquecerei

Ao querido amigo Misael L da Silva e sua famiacutelia pelo apoio e atenccedilatildeo em especial agrave

D Paula pela hospitalidade acolhida e carinho durante a minha estada em Satildeo Joseacute dos

Campos

Ao INPE pela acolhida e apoio logiacutestico

Ao CNPQ pela bolsa de mestrado viabilizando a realizaccedilatildeo desta pesquisa

RESUMO

O presente trabalho buscou avaliar o potencial das variaacuteveis geomorfomeacutetricas extraiacutedas de dados SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) para identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais de quatro aacutereas testes que representaram alguns dos principais biomas brasileiros (Caatinga Cerrado e Floresta Amazocircnica) As anaacutelises recaiacuteram sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo existentes Para isso foram utilizados dados SRTM e dados vegetacionais jaacute publicados As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de vegetaccedilatildeo referecircncia As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob mesmas condiccedilotildees topograacuteficas As variaacuteveis mais importantes na distinccedilatildeo entre os tipos vegetacionais foram a elevaccedilatildeo a curvatura horizontal e a curvatura vertical Apesar de os dados geomorfomeacutetricos mostrarem potencial indicativo das classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias deste uacuteltimo O PNB apresentou o pior resultado no niacutevel de fitofisionomia enquanto as subfisionomias testadas apresentaram resultados satisfatoacuterios Assim o procedimento empregado partindo-se das anaacutelises discriminantes com variaacuteveis geomorfomeacutetricas pode subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo Palavras-chave vegetaccedilatildeo modelo digital de elevaccedilatildeo anaacutelises discriminantes topografia sensoriamento remoto

GEOMORPHOMETRIC DATA AS SUBSIDY FOR VEGETATION MAPPING

ABSTRACT

The potentials of geomorphometric variables derived from SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) for the mapping of vegetation types were investigated Four published vegetation maps for study areas inside three Brazilian biomes (Amazonian forest Savanna and Steppe) served as reference for testing the discriminatory potential of the geomorphometric variables The study sites differed in the feasibility of applying topographic data to vegetation mapping according to the variation of geomorphometric conditions and vegetation reference mapping scale and detail level The analysis indicated the vegetation class groups prone to classification in contrast to groups occurring in similar topographic conditions The variables that presented strongest relationships with the vegetation classes were elevation horizontal and vertical curvature Although geomorphometric data had shown potential for discriminating vegetation classes the achieved classification could not reach the thematic detail level of the reference maps due to co-occurrence of classes with similar vegetational structures Based on discriminant analysis it was possible to experimentally map to the sub-phytophysiognomic level The best results were found for the RPPNSA and PNCA sites and the sub-physiognomies of the latter PNB site showed the worst results at the phytophysiognomy level while its tested sub-physiognomies performed satisfactorily It was found that discriminant analysis of geomorphometric data could subsidy vegetation mapping

Key-words vegetation digital elevation model discriminant analysis topography remote sensing

SUMAacuteRIO

Paacuteg

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

1 INTRODUCcedilAtildeO 23

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 25

21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem 25

22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo 26 23 SRTM 31 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens 34 241 Cluster 35 242 Fatiamento 36 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer) 37

25 Anaacutelise Discriminante 39

26 Dados de Vegetaccedilatildeo 40

261 Bioma Caatinga 40

262 Bioma Amazocircnia 42

2621 Microbacia do Igarapeacute Asu 46

2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos 47

263 Bioma Cerrado 50

3 MATERIAL E MEacuteTODOS 55

31 Detalhamento do fluxo de trabalho 55

32 Recursos 56

321 As aacutereas de estudo 56

322 Dados de vegetaccedilatildeo 57

323 Dados topograacuteficos 58

324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados 59

33 Procedimentos 59

331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados 59

332 Anaacutelise dos resultados 60

333 Processamentos experimentais 61

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 63

41 Apreciaccedilatildeo dos dados 63

42 Anaacutelises discriminantes 77

43 Processamentos experimentais 100

5 CONCLUSOtildeES 117

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 119

LISTA DE FIGURAS

21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade de pixels nos diversos conjuntos de treinamento

38

31 ndash Fluxo de atividades 55

32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo 57

41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 64

42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 65

43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 66

44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB e seu mapa de vegetaccedilatildeo 67

45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da RPPNSA

69

46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA

71

47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA

73

48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB

75

49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da RPPNSA

80

410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

82

411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA

83

412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da MIA

86

413 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea do PNCA

88

414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

90

415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

92

416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do PNB

95

417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo Limpo do PNB

97

418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Mata do PNB

100

419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNSA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

103

420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

104

421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

105

422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

106

423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNS e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada referecircncia

107

424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da RPPNSA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

108

425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

109

426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

110

427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

111

428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

112

429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

113

430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

114

431 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

115

LISTA DE TABELAS

11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)

31

31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados 59

41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da RPPNSA 78

42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea RPPNSA

79

43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da RPPNSA

79

44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

81

45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

81

46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

82

47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA

83

48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea MIA 84

49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da MIA

84

410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da MIA 85

411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do PNCA 87

412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNCA

87

413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNCA 88

414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do PNCA

89

415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

89

416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

90

417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

91

418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

91

419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Floresta Ombroacutefila densa PNCA

92

420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do PNB 93

421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNB

94

422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNB 94

423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB

96

424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB

96

425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Campo Limpo do PNB

97

426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do PNB 98

427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do PNB

99

428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Mata do PNB

99

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DOD ndash Departamento de Defesa dos Estados Unidos IBGE ndash Fundaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

InSAR ndash Interferometric Synthetic Aperture Radar JPL ndash Jet Propulsion Laboratory)

MDE ndash Modelo Digital de Elevaccedilatildeo MIA ndash Microbacia do Igarapeacute Asu NASA ndash National Aeronautics and Space Administrarion NIMA - National Imagery and Mapping Agency

PNB ndash Parque Nacional de Brasiacutelia

PNCA ndash Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

RPPNSA ndash Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas SIG ndash Sistema de Informaccedilotildees Geograacuteficas

SRTM - Shuttle Radar Topographic Mission

USGS -United States Geological Survey

23

1 INTRODUCcedilAtildeO

Dados de sensoriamento remoto tecircm servido como base haacute deacutecadas para mapeamentos

de vegetaccedilatildeo em diferentes escalas Entretanto ainda existem lacunas no conhecimento

a respeito da ocorrecircncia das diferentes formaccedilotildees vegetais brasileiras assim como sua

extensatildeo e estado de conservaccedilatildeo Assim dados de sensores oacutepticos a bordo de sateacutelites

ou aeronaves fornecem informaccedilotildees sobre o dossel vegetal que com apoio de campo

satildeo usados em mapeamentos diversos Evidentemente estes dados tecircm sua capacidade

limitada agrave medida que determinadas formaccedilotildees vegetais possuem respostas espectrais

semelhantes Um dos principais projetos que visaram ao mapeamento da cobertura

vegetal brasileira foi o RADAMBRASIL A variedade de atributos usados no sistema

de classificaccedilatildeo refletiu a variabilidade estrutural dos tipos de vegetaccedilatildeo do Brasil As

informaccedilotildees geradas pelo projeto tambeacutem confirmaram a importacircncia da topografia na

caracterizaccedilatildeo da paisagem local e regional jaacute que eacute um dos fatores determinantes do

estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidade de espeacutecies vegetais

Embora se reconheccedilam os dados topograacuteficos como importante fonte de informaccedilotildees

para subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo o estabelecimento de metodologias com este

aporte requer o desenvolvimento de estudos especiacuteficos para determinar as relaccedilotildees que

existem entre ambos os aspectos Tal condiccedilatildeo pode ser explicada por uma histoacuterica de

ausecircncia de levantamentos topograacuteficos detalhados pela qual grande parte do territoacuterio

nacional permanece com mapeamentos em escalas inadequadas para vaacuterias aplicaccedilotildees

Neste contexto a utilizaccedilatildeo de bases topograacuteficas obtidas por sensores orbitais pode

enfim significar a viabilizaccedilatildeo de tais estudos A missatildeo SRTM (Shuttle Radar

Topographic Mission) ocorrida em 2000 possibilitou a coleta de dados altimeacutetricos

para praticamente toda a superfiacutecie terrestre A existecircncia desses dados em cobertura

nacional permite que se avalie e se desenvolva seu potencial para o mapeamento da

vegetaccedilatildeo de forma relativamente padronizada em diferentes ambientes

Os dados SRTM mostraram-se passiacuteveis de derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas

para expressatildeo das diferentes caracteriacutesticas do relevo o que resulta num conjunto de

dados em complemento agrave altimetria Cada variaacutevel condiciona a vegetaccedilatildeo atraveacutes de

diferentes aspectos da paisagem (temperatura exposiccedilatildeo solar e hidrologia por

24

exemplo) aleacutem do controle direto sobre o transporte e o acuacutemulo de estruturas de

propagaccedilatildeo biomassa e substacircncias vegetais que afetam sua distribuiccedilatildeo Diante disso

o presente trabalho tem como objetivo principal a avaliaccedilatildeo das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo SRTM para identificaccedilatildeo

de tipos vegetacionais As anaacutelises recairatildeo sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes

agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo

existentes

Tal objetivo compreende o atendimento agraves seguintes metas especiacuteficas

bull Identificar as variaacuteveis geomorfomeacutetricas que melhor caracterizem diferentes

tipos de vegetaccedilatildeo

bull Caracterizar os tipos de vegetaccedilatildeo em termos das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas

de sua ocorrecircncia

bull Analisar a capacidade de discriminaccedilatildeo dos tipos vegetacionais mapeados a

partir dos dados geomorfomeacutetricas

bull Aplicar os resultados anteriores ao mapeamento da vegetaccedilatildeo como forma de

avaliaccedilatildeo

25

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

Para a compreensatildeo deste trabalho este capiacutetulo faz uma breve fundamentaccedilatildeo dos

condicionantes topograacuteficos da paisagem e suas relaccedilotildees com a vegetaccedilatildeo Em seguida

satildeo apresentadas as fontes e demais especificaccedilotildees teacutecnicas dos dados topograacuteficos e de

vegetaccedilatildeo aplicados neste estudo

21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem

A topografia ao lado de outras variaacuteveis ambientais eacute fundamental na caracterizaccedilatildeo da

paisagem local e regional Diversos estudos tecircm relacionado variaacuteveis topograacuteficas com

o estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidades de espeacutecies vegetais Schmidt et al

(2003) descrevem as principais variaacuteveis topograacuteficas extraiacutedas de Modelos Digitais de

Elevaccedilatildeo (MDE) que podem ser geradas a partir do SRTM

Segue-se a definiccedilatildeo das variaacuteveis topograacuteficas mais utilizadas em estudos de

caracterizaccedilatildeo da paisagem

a- Elevaccedilatildeo corresponde a altitude do terreno Estaacute relacionada agrave distribuiccedilatildeo

altitudinal do solo e clima condicionando diferentes padrotildees vegetacionais na

paisagem

b- Declividade corresponde ao acircngulo de inclinaccedilatildeo da superfiacutecie local Possui

accedilatildeo direta sobre o equiliacutebrio entre a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo e escoamento

superficial aleacutem de controlar a intensidade dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo

Esse conjunto de fatores resulta na formaccedilatildeo de ambientes com diferentes

caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas as quais permitem o estabelecimento de

diferentes tipos de vegetaccedilatildeo

c- Orientaccedilatildeo de vertentes corresponde ao alinhamento do terreno em relaccedilatildeo ao

sol eacute a medida do acircngulo horizontal da direccedilatildeo esperada do escoamento

superficial geralmente expressa em azimute Dentre os vaacuterios aspectos (relaccedilatildeo

com distribuiccedilatildeo de diferentes substratos refuacutegios ecoloacutegicos etc) esta variaacutevel

relaciona-se ao grau de sombreamento ou iluminaccedilatildeo do terreno selecionando

ambientes mais propiacutecios para o desenvolvimento de determinados tipos de

26

vegetaccedilatildeo em detrimento de outros Assim a orientaccedilatildeo de vertentes controla a

direccedilatildeo dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo portanto com efeitos locais sobre os

regimes hiacutedricos e de energia definindo diferentes padrotildees vegetacionais

d- Curvatura vertical refere-se ao caraacuteter convexococircncavo do terreno quando

analisado em perfil

e- Curvatura horizontal refere-se ao caraacuteter divergenteconvergente dos fluxos de

mateacuteria sobre o terreno quando analisado em projeccedilatildeo horizontal

As duas uacuteltimas variaacuteveis estatildeo relacionadas aos processos de migraccedilatildeo e acuacutemulo de

aacutegua minerais e materiais orgacircnicos no solo atraveacutes da superfiacutecie proporcionados pela

gravidade Estas duas variaacuteveis combinadas representam uma caracterizaccedilatildeo das formas

do terreno que se associam diretamente a propriedades hidroloacutegicas e de transporte

exercendo influecircncia indireta sobre a vegetaccedilatildeo local

22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo

Alguns estudos tecircm mostrado que a topografia exerce influecircncia indireta sobre a

vegetaccedilatildeo uma vez que determina feiccedilotildees hidroloacutegicas variaccedilotildees na disponibilidade de

aacutegua no solo distribuiccedilatildeo dos tipos de solo e topoclimas Outros cujo foco eacute a relaccedilatildeo

direta entre a topografia e a vegetaccedilatildeo verificam tal influecircncia baseados em variaacuteveis

topograacuteficas especialmente elevaccedilatildeo declividade e orientaccedilatildeo de vertentes e mais

raramente estudos baseados nas curvaturas vertical e horizontal do terreno (DARGIE

1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteQUEZ-ROSAS et al 2002) O texto

subsequumlente se refere a tais estudos

Satildeo reconhecidos os efeitos principais da topografia no estabelecimento da vegetaccedilatildeo

ao lado da accedilatildeo do clima da geologia dos solos e da intervenccedilatildeo antroacutepica A

variabilidade topograacutefica induz a uma diversidade de fauna e flora significativa no

ecossistema O desenvolvimento deste eacute controlado ainda por fatores abioacuteticos tais

como disponibilidade de aacutegua temperatura e incidecircncia de radiaccedilatildeo

Em paisagens tais como as savanas as feiccedilotildees hidroloacutegicas baseadas na topografia

exercem influecircncia sobre modelos de propagaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo arboacuterea Estas aacutereas

27

podem capturar e reter nutrientes e aacutegua escassa provenientes de regiotildees montanhosas

ou mesmo devido ao regime hiacutedrico (infiltraccedilatildeoescoamento superficial) determinar o

padratildeo de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo (WU et al 2005) Nas paisagens de florestas

boreais especialmente em casos onde a topografia varia a variaccedilatildeo espacial da

disponibilidade da aacutegua do solo eacute um importante fator que afeta o crescimento e a

composiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo A floresta ripaacuteria dessas aacutereas por exemplo tem um

suprimento constante de aacutegua no solo proacuteximo agrave superfiacutecie assim tecircm

consideravelmente mais espeacutecies de plantas vasculares do que florestas dos terrenos

mais elevados (ZINKO et al 2005) Este gradiente floriacutestico aiacute observado tambeacutem eacute

evidente em outras feiccedilotildees fitofisionocircmicas CLARK et al (1999) verificaram que haacute

um claro gradiente floriacutestico em resposta aos tipos de solo e que estes variaram em

funccedilatildeo da posiccedilatildeo topograacutefica Os autores estudaram a distribuiccedilatildeo e abundacircncia de

palmeiras e outras aacutervores na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica La Selva na Costa Rica Eles

concluiacuteram que menos de 30 das espeacutecies apresentaram distribuiccedilatildeo influecircnciada por

efeitos edaacuteficos ou topograacuteficos Entretanto as variaacuteveis ambientais estudadas (solos e

topografia entre outras) foram capazes de explicar somente uma pequena proporccedilatildeo da

variaccedilatildeo floriacutestica

Nas paisagens brasileiras onde predominam altitudes modestas (maior parte entre 200 e

1200 m) as diversas formas do terreno tambeacutem satildeo determinantes de diferentes

padrotildees fitofisionocircmicos Na Amazocircnia por exemplo onde o relevo eacute descrito como de

pequena amplitude a simples posiccedilatildeo no relevo pode manifestar diferenccedilas na

vegetaccedilatildeo Segundo Ayres (1993) a vegetaccedilatildeo da Amazocircnia pode ser dividida em

campinaranas que satildeo florestas sobre solo arenoso caracterizadas por vegetaccedilatildeo

escleromoacuterfica pobre e baixa e florestas de terra firme que se situam geralmente em

terrenos ondulados a baixas altitudes com aacutervores mais altas algumas chegando ateacute

50m A topografia pode definir a riqueza e distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais ao longo do

gradiente de inundaccedilatildeo e sedimentaccedilatildeo em florestas de vaacuterzea na Amazocircnia Wittman et

al (2004) estudando tal questatildeo observaram que apenas 26 dos 222 registros de

espeacutecies de aacutervores ocorreram abaixo da cota de inundaccedilatildeo A sedimentaccedilatildeo foi mais

alta em estaacutegios sucessionais iniciais proacutexima agraves calhas dos rios principais e decresceu

28

com o aumento do niacutevel da topografia dos siacutetios de florestas e em processos de

sucessatildeo e alcanccedilaram menores taxas nas florestas de vaacuterzea alta

Estudos mostram que a heterogeneidade das condiccedilotildees do solo na Amazocircnia eacute

frequentemente ligada agrave topografia e exerce uma notaacutevel influecircncia sobre a composiccedilatildeo

a estrutura e os padrotildees de diversidade da floresta (LESCURES BOULET 1985

PELISSIER et al 2001) A topografia da Amazocircnia Central eacute fortemente

correlacionada com a textura do solo (CHAUVEL et al 1987) e estes fatores satildeo os

maiores condicionantes da distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais e da estrutura de suas

comunidades em escalas local e regional (SOLLINS 1988 LIEBERMAN 1985

KUBOTA 2004) A comunidade de palmeiras por exemplo se distribue em trecircs zonas

de acordo com as condiccedilotildees hidromoacuterficas do solo Assim pode-se reconhecer solos

bem drenados (platocirc topo vertente) solos pobremente drenados (zona de transiccedilatildeo)

solos sazonalmente inundados (igarapeacutes) nos quais estas diferentes espeacutecies se

distribuem Desse modo verifica-se que a distribuiccedilatildeo de diferentes espeacutecies de

palmeiras estatildeo fortemente relacionadas ao tipo de solo cuja distribuiccedilatildeo depende da

situaccedilatildeo topograacutefica local (KAHN CASTRO 1985) Tal condicionamento natildeo se

restringe agrave distribuiccedilatildeo de tipos vegetacionais cerca de 30 das variaccedilotildees espaciais nas

estimativas de biomassa de aacutervores estatildeo relacionadas agraves caracteriacutesticas do solo e a

topografia (LAURENCE et al 1999 CASTILHO et al 2006)

Em Florestas estacionais e no Cerrado o estabelecimento dos diferentes tipos de

vegetaccedilatildeo se deve muito mais a fatores edaacuteficos e climaacuteticos do que propriamente agrave

topografia Entretanto a topografia explica de modo indireto parte da variaccedilatildeo vegetal

assim como a distribuiccedilatildeo de possiacuteveis fragmentos existentes nestas paisagens Brotrel

et al (2002) estudando a comunidade arboacutereo-arbustiva de um fragmento de floresta

estacional semidecidual (Ingaiacute-MG) verificaram que estes fragmentos se distribuem sob

influecircncia do regime de aacutegua da fertilidade quiacutemica do solo e posiccedilatildeo topograacutefica

Resultado tambeacutem encontrado por Rodrigues et al (2002) que estudando a floriacutestica da

comunidade arboacuterea de um fragmento florestal em Luminaacuterias MG verificaram que a

alta diversidade de espeacutecies aiacute encontradas pode estar relacionada agrave influecircncia de

formaccedilotildees vegetais proacuteximas e aos diferentes microambientes proporcionados pela

topografia variaccedilotildees na fertilidade e umidade dos solos Edivane e Schiavini (2002)

29

caracterizaram a topografia de um gradiente florestal na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica do Panga

(Uberlacircncia MG) e avaliaram sua relaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo das 20 principais espeacutecies

arboacutereas inclusas neste gradiente (mata galeria mesoacutefila semideciacutedua de encosta e

cerradatildeo) Tal estudo mostrou que algumas das espeacutecies satildeo influenciadas positiva ou

negativamente por variaccedilotildees de umidade do solo ocasionadas pela topografia ocorrentes

na mata galeria enquanto outras mostram maiores relaccedilotildees com outros fatores edaacuteficos

eou condiccedilotildees de luminosidade de bordas e clareiras Tambeacutem referente ao ambiente

de Cerrado Fonseca e Silva-Junior (2003) verificaram a sua composiccedilatildeo floriacutestica

densidade e aacuterea basal do componente lenhoso no sentido restrito em duas situaccedilotildees

num gradiente topograacutefico designadas interfluacutevio e vale no Jardim Botacircnico de

Brasiacutelia DF Seus resultados salientaram que a topografia como forte determinante na

distribuiccedilatildeo de algumas populaccedilotildees e comunidades lenhosas por meio de sua influecircncia

na variaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico afetou a composiccedilatildeo floriacutestica a densidade e a aacuterea basal

nos Cerrados sentido restrito de interfluacutevio e vales estudados

Cabe ressaltar que a topografia natildeo condiciona apenas processos ecoloacutegicos mas

tambeacutem a accedilatildeo humana Na escala do nosso paiacutes eacute evidente que os remanescentes

florestais concentram-se em aacutereas menos apropriadas para a agricultura o que eacute

fortemente dependente do relevo (VIANA 1995 VIANA et al 1997) Isto implica no

fato de que a maioria dos fragmentos florestais estar localizada em aacutereas de topo e mais

acidentadas que natildeo satildeo propiacutecias a praacuteticas agriacutecolas ou ocupaccedilatildeo humana

Embora os estudos que abordam especificamente as relaccedilotildees entre as variaacuteveis

topograacuteficas e os tipos vegetacionais sejam menos frequumlentes eles satildeo de grande

importacircncia para o entendimento do ambiente biofiacutesico de modo geral Algumas destas

pesquisas revelam que a elevaccedilatildeo a declividade e a orientaccedilatildeo de vertente satildeo as

principais variaacuteveis relacionadas a variaccedilotildees na distribuiccedilatildeo de fitofisionomias

(DARGIE 1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteSQUES-ROSAS et al 2002)

Em conjunto com outras variaacuteveis geomorfomeacutetricas a declividade em especial

produz uma variedade de situaccedilotildees ambientais tais como gradientes de umidade no

solo entre o topo e a base de uma vertente por exemplo favorecimento de transporte de

partiacuteculas de solo ao longo de um perfil interferecircncia na organizaccedilatildeo vertical do dossel

30

ocasionando variaccedilotildees nos acircngulos de penetraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da luz no interior de

florestas promoccedilatildeo da aparente elevaccedilatildeo da copa de indiviacuteduos menores e mais jovens

de aacutereas superiores de modo que alcancem mais raacutepido o dossel em aacutereas de

declividade acentuada (GANDOLFI 2000) A declividade e a orientaccedilatildeo de vertentes

controlam respectivamente a intensidade e a direccedilatildeo de fluxos de mateacuteria e de insolaccedilatildeo

portanto com efeitos locais sobre os regimes hiacutedricos e de energia No entanto estas

variaacuteveis podem fornecer informaccedilotildees aqueacutem do potencial de utilizaccedilatildeo de MDE

quando se busca o levantamento para estudo da cobertura vegetal com respostas

variadas quando estudadas sob diferentes situaccedilotildees Qi e Zhu (2003) consideram que

um conjunto baacutesico de variaacuteveis topograacuteficas para caracterizaccedilatildeo morfomeacutetrica do

terreno local deve incluir aleacutem dessas as curvaturas horizontal e vertical (SCHMIDT et

al 2003 VALERIANO 2003 VALERIANO CARVALHO JUacuteNIOR 2003)

Os estudos aplicados agrave caracterizaccedilatildeo da paisagem com variaacuteveis topograacuteficas

numeacutericas (morfometria) tecircm sido favorecidos com o desenvolvimento de meacutetodos

automaacuteticos de anaacutelise de MDE A importacircncia de tais estudos estaacute no fato de serem

desenvolvidos em ambiente computacional o que propicia uma reduccedilatildeo de trabalho

manual e a subjetividade dessas atividades

Pressupondo o processo de formaccedilatildeo de solos como resposta agrave distribuiccedilatildeo dos

processos hidroloacutegicos e erosivos e da temperatura do solo Moore et al (1993)

relacionaram atributos pedoloacutegicos agraves variaacuteveis topograacuteficas verificando que a situaccedilatildeo

topograacutefica explicou em parte expressiva a variaccedilatildeo de importantes propriedades do

solo Brubaker et al (1993) fizeram inferecircncias semelhantes baseados na posiccedilatildeo das

observaccedilotildees sobre a superfiacutecie de vertentes Briggs e Shishira (1985) observaram uma

consideraacutevel reduccedilatildeo na variabilidade dos atributos de solo dentro de cada unidade

homogecircnea de relevo

Tais efeitos edaacuteficos associados aos efeitos climaacuteticos aleacutem da accedilatildeo direta do relevo

sobre a vegetaccedilatildeo tecircm dado suporte por exemplo ao estudo de efeitos topograacuteficos no

estabelecimento de diferentes tipos de vegetaccedilatildeo Florinsky e Kuryakova (1996)

consideraram como accedilatildeo direta da topografia o transporte e o acuacutemulo de material

orgacircnico incluindo sementes e outras estruturas de propagaccedilatildeo e recomendam o uso de

31

modelos digitais e mapas de variaacuteveis topograacuteficas (Tabela 11) para levantamento

mapeamento e compreensatildeo dos aspectos dinacircmicos da vegetaccedilatildeo

Tabela 11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)

Variaacutevel unidade Definiccedilatildeo

h m Elevaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao niacutevel do mar (altitude)

G o ou Acircngulo vertical entre os planos horizontal e tangente agrave superfiacutecie do terreno (declividade)

A o Acircngulo horizontal entre norte e a projeccedilatildeo horizontal de um vetor normal agrave superfiacutecie (orientaccedilatildeo de vertente)

kv m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre por um plano contendo um vetor externo normal e um vetor da aceleraccedilatildeo da gravidade (curvatura vertical)

kh m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre que eacute ortogonal agrave seccedilatildeo em kv (curvatura horizontal)

H m-1 Meacutedia das curvaturas vertical e horizontal (curvatura meacutedia)

CA m2 m-1 Aacuterea de terreno cujas linhas de escoamento passam por um determinado segmento de isolinha dividido pelo comprimento desse segmento (aacuterea de captaccedilatildeo)

TI TI = ln(CAG) (iacutendice topograacutefico)

SI SI = CAG (iacutendice de enxurrada)

Florinsky e Kuryakova (1996) estudaram relaccedilotildees entre a cobertura florestal e variaacuteveis

topograacuteficas em quatro diferentes aacutereas de estudo Ficou evidente que o controle

topograacutefico das propriedades da vegetaccedilatildeo eacute realizado de formas diferentes em

diferentes terrenos O exemplo citado apresenta a maior dependecircncia da vegetaccedilatildeo

relativa agrave intensidade de fluxo de aacutegua superficial (escoamento) em regiotildees aacuteridas que eacute

controlado por kh Por outro lado em regiotildees de baixas temperaturas ou grandes

latitudes espera-se maior influecircncia da insolaccedilatildeo controlada por G e A Os resultados

indicam que a distribuiccedilatildeo da cobertura vegetal eacute mais bem explicada quando natildeo se

restringem a anaacutelise do relevo agraves variaacuteveis h G e A Foram tambeacutem observadas algumas

relaccedilotildees entre propriedades da vegetaccedilatildeo e classes do terreno relativas agrave erosatildeo

23 SRTM

Em fevereiro de 2000 um rico conjunto de dados de elevaccedilatildeo global baseado na

tecnologia InSAR (Interferometric Synthetic Aperture Radar) foi adquirido por meio

do projeto SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) do JPL (Jet Propulsion

32

Laboratory) integrado agrave NASA (National Aeronautics and Space Administrarion)

resultando na base de dados topograficos digitais mais completa jaacute construiacuteda As

informaccedilotildees que se seguem foram retiradas do site do JPL (http

www2jplnasagovsrtn) e de Valeriano (2003)

O projeto SRTM proveacutem da cooperaccedilatildeo entre a NASA NIMA (National Imagery and

Mapping Agency) DOD (Departamento de Defesa) dos Estados Unidos e das agencies

espaciais da Itaacutelia e Alemanha Esta missatildeo se utilizou do mesmo instrumento usado em

1994 pelo programa Spaceborne Imaging Radar-CX-Band Synthetic Aperture Radar

(SIR-CX-SAR) a bordo do ocircnibus especial Endeavour Aacute nave foi adicionada um

mastro de 60 m em cuja extremidade foram instaladas antenas para bandas C e X aleacutem

de ajustes nos dispositivos de controle e navegaccedilatildeo Isto permitu a coleta de medidas

tridimensionais da superfiacutecie terrestre atraveacutes de interferometria

O processamento dos dados coletados visou agrave construccedilatildeo de um MDE mundial

elaborado continente por continente O sobrevocirco da SRTM ocorreu entre 11 e 22 de

fevereiro de 2000 durante o qual foram percorridas 16 oacuterbitas por dia resultando num

total de 176 oacuterbitas Desse modo foram coletados 12TB dados A conclusatildeo de cada

continente foi seguida pelo envio de dados ao NIMA para serem editados verificados e

ajustados aos padrotildees norte-ameriacano de exatidatildeo de mapas (National Map Accuracy

Standards) Estes dados foram entatildeo devolvidos agrave NASA para distribuiccedilatildeo puacuteblica

atraveacutes da USGS (United States Geological Survey)

Entre as latitudes 60˚ N e 56˚ S cerca de 80 da superfiacutecie terrestre foi coberta sendo

realizadas para tanto de uma a quatro passagens Um conjunto menor de dados foi

coletado sobre a aacutegua para calibraccedilatildeo Do total de dados SRTM os da banda C foram

processados no JPL e os da banda X no Centro Aeroespacial da Alemanha (DLR) Estes

foram usados para criar MDE de resoluccedilatildeo mais alta poreacutem sem cobertura global

O projeto teve apoio de campo sobretudo com base em levantamentos geodeacutesicos no

qual foi empregado o meacutetodo Sistema de Posicionamento Global Cinemaacutetico

(Kinematic Global Positioning System) Foram coletadas ao todo cerca de 70000 Km

de linhas (transectos) aliada agrave distribuiccedilatildeo de refletores com coordenadas precisamente

definidas pela JPL para geraccedilatildeo do conjunto de pontos referencia ou controle

33

Em paralelo agrave montagem do MDE global foi feito o processamento de dados locais

especiacuteficos Cada aacuterea cobre uma ceacutelula de 1 grau de latitude por um grau de longitude

cujos dados consistem em mapas imagens e dados auxiliares ineacuteditos

Segundo a JPL embora a NIMA aplicasse vaacuterias operaccedilotildees de poacutes-tratamento que

incluem remoccedilatildeo de picos e voacutertices nas informaccedilotildees que acompanham os dados do

usuaacuterio satildeo lembradas suas caracteriacutesticas (inerente a todo dado geo-espacial) devem

condicionar seu desempenho diante das aplicaccedilotildees especiacuteficas uma caracteriacutestica dos

dados SRTM que o torna inadequado para uma dada aplicaccedilatildeo pode ser inoacutecua para

outra Informa-se ainda que nenhuma ediccedilatildeo foi aplicada sobre os dados e que o

conjunto em questatildeo conteacutem um grande nuacutemero de vatildeos e outros pontos espuacuterios como

valores extremamente altos (picos) e outros extremamente baixos (voacutertices) Corpos

drsquoaacutegua seratildeo geralmente mal definidos assim como as linhas de costa

Em janeiro de 2002 a NASA iniciou a distribuiccedilatildeo puacuteblica destes pequenos conjuntos

de dados de locais dentro dos Estados Unidos Enfim foram gerados MDE sob

resoluccedilatildeo de 30m (em coordenadas geograacuteficas com 1rdquo ou 0000277˚) para os Estados

Unidos e 90m (em coordenadas geograacuteficas com 3rdquo ou 0000833˚) para o resto do

mundo O datum e elipsoacuteide de referecircncia satildeo WGS84 com dados z em metros inteiros

Uma apreciaccedilatildeo preliminar dos dados SRTM mostrou uma seacuterie de caracteriacutesticas

indesejaacuteveis tais como falhas negativas (voacutertices) representadas por cotas negativas (-

8388607 m) Estes artafatos satildeo facilmente reconheciacuteveis nas imagens poreacutem devido

ao elevado moacutedulo deste valor sua remoccedilatildeo requer operaccedilotildees cuidadosas para que natildeo

se contaminem as informaccedilotildees vaacutelidas Teacutecnicas tais como filtragens natildeo satildeo capazes

de eliminar este problema mas podem ampliar a sua aacuterea de influecircncia modificando os

cotas de linhas vizinhas formando uma feiccedilatildeo artificial que se assemelha a um vale ou

sulco retiliacutenio com orientaccedilatildeo E-W ou N-S Estes dados satildeo sensiacuteveis a quaisquer

objetos presentes sobre a superfiacutecie do terreno tais como antenas edificaccedilotildees e mesmo

variaccedilotildees na cobertura vegetal A presenccedila destes artefatos atrapalha a percepccedilatildeo do

terreno em si no modelo como de fato eacute o intuito da obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

topograacuteficas A utilizaccedilatildeo de filtragens apesar de minimizar os efeitos destes artefatos

propicia a suavizaccedilatildeo da superfiacutecie como um todo o que natildeo eacute desejaacutevel

34

Alguns estudos tecircm demonstrado que suavizaccedilotildees desnecessaacuterias do MDE prejudicam o

desempenho de algoriacutetimos de declividade por exemplo (VALERIANO 2003)

Considerando que grande parte do territoacuterio nacional eacute provida de mapeamentos

demasiadamente generalizados para vaacuterias utilizaccedilotildees da informaccedilatildeo topograacutefica o

dado SRTM pode ser considerado a melhor informaccedilatildeo topograacutefica jaacute disponibilizada

para o nosso territoacuterio A resoluccedilatildeo de 90m deste dado representa um avanccedilo importante

em relaccedilatildeo agrave dados ateacute entatildeo disponiacuteveis os dados RADARSAT-1 com resoluccedilatildeo

quilomeacutetrica

Como citado anteriormente os dados SRTM trazem consigo limitaccedilotildees intriacutensecas do

sistema e estatildeo sujeitos a uma seacuterie de fatores que alteram a relaccedilatildeo de precisatildeo ou

fidelidade para com a paisagem existente Neste sentido meacutetodos de tratamento de

dados vecircm sendo desenvolvidos com o intuito de adequar os dados aos objetivos das

pesquisas sem entretanto alterar a informaccedilatildeo que se deseja extrair Valeriano (2004)

aplicando a interpolaccedilatildeo dos dados por krigagem e as teorias da geoestatiacutestica na

fundamentaccedilatildeo desta teacutecnica preservou as caracteriacutesticas do terreno no MDE formado

Desta forma o tratamento destes dados consiste na modificaccedilatildeo do MDE SRTM

original para um MDE com caracteriacutesticas desejaacuteveis resoluccedilatildeo melhorada de 1rdquo(~

30m) reduccedilatildeo de artefatos remoccedilatildeo de falhas e distribuiccedilatildeo da aleatoriedade espacial

24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens

Segundo Croacutesta (2002) um dos principais objetivos do sensoriamento remoto eacute o de

distinguir entre e identificar as composiccedilotildees de diferentes materiais superficiais (tipos

de vegetaccedilatildeo padrotildees de uso do solo entre outros) Essa distinccedilatildeo e identificaccedilatildeo

tornam-se possiacuteveis diante do fato de os materiais superficiais terem comportamento

especiacutefico ao longo do espcetro eletromagneacutetico o que permite identificaacute-los ou

classificaacute-los

A classificaccedilatildeo automaacutetica de imagens multiespectrais de sensoriamento remoto diz

respeito a associar cada pixel da imagem a um ldquoroacutetulordquo descrevendo um objeto real

(vegetaccedilatildeo solo etc) Dessa forma os valores numeacutericos (DNs) associados agrave cada

pixel definidos pela reflectacircncia dos materiais que compotildeem esse pixel satildeo

identificados em termos de um tipo de cobertura da superfiacutecie terrestre imageada

35

(aacutegua solo tipode vegetaccedilatildeo rocha etc) chamadas entatildeo tema Apoacutes esse processo ser

completado para todos os pixels de uma determinada aacuterea o resultado eacute um mapa

temaacutetico mostrando a distribuiccedilatildeo geograacutefica de um tema tal como vegetaccedilatildeo ou solo

Desse modo pode-se dizer entatildeo que uyma imagem de sensoriamento remoto

classificada eacute uma forma de mapa digital temaacutetico

Segue-se a definiccedilatildeo segundo Crosta (2002) dos tipos de classificaccedilotildees testadas

(Cluster MaxVer e Fatiamento) no presente trabalho

241 Cluster

Para a classificaccedilatildeo por cluster o espaccedilo de atributos possui agrupamentos cluster ou

ldquonuvensrdquo os quais podem ser caracterizados por curvas de contorno No processo de

classificaccedilatildeo estas nuvens satildeo identificadas e usadas como aacutereas de treinamento

O primeiro passo neste tipo de classificaccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo de uma anaacutelise de

agrupamento utilizando para tal teacutecnicas estatiacutesticas padratildeo Atraveacutes dessa anaacutelise as

nuvens de dados satildeo identificadas no espaccedilo de atributos Uma vez feita essa anaacutelise

uma decisatildeo deve ser tomada em relaccedilatildeo agraves quais concentraccedilotildees devem ser tratadas

como grupos separados A melhor maneira de fazer isso eacute aceitar apenas aquelas cujas

modas ultrapassam certo limiar

O software Idrisi versatildeo 20 oferece a uma definiccedilatildeo condizente com a anterior poreacutem

mais detalhada

O cluster eacute uma teacutecnica que se baseia na anaacutelise das modas (picos) do histograma de

uma variaacutevel de uma aacuterea a ser analisada em que uma moda eacute definida como o valor de

maior frequecirccia comparativamente aos seus vizinhos Isto eacute equivalente a buscar os

picos como um histograma unidimensional poreacutem satildeo avaliados n histogramas (n

variaacuteveis) simultaneamente identificando-se assim aglomeraccedilotildees ou nuvens (clusters)

de pontos no espaccedilo n-dimensional Uma vez que os aglomerados tenham sido

identificados todas as classes seratildeo atribuiacutedas com base no pico de concentraccedilatildeo mais

proacuteximo As divisotildees entre as classes se inserem nos pontos de menor ocorrecircncia de

valores observados entre tais picos Os melhores resultados ocorrem quando as variaacuteveis

natildeo estatildeo correlacionadas entre si

36

Em relaccedilatildeo agraves condiccedilotildees da operaccedilatildeo do algoritmo utilizado (EASTMAN 1995) o

cluster tem melhor desempenho se a imagem composta tiver sido criada usando a opccedilatildeo

linear com saturaccedilatildeo Isto assegura que os seis niacuteveis por a faixa na composiccedilatildeo ocupem

mais intensamente a regiatildeo onde os dados satildeo os mais concentrados Geralmente os

melhores resultados satildeo encontrados com niacuteveis de saturaccedilatildeo entre aproximadamente

1 - 25 Este algoritmo trabalha apenas em imagens produzidas por composiccedilatildeo

colorida A imagem composta consiste em iacutendices de cores em que cada iacutendice Irgb eacute

dado por Irgb = IB(azul) + 6 IG(verde) + 36 IR(vermelho) em que cada canal (IR IG ou IB) assume

um valor no intervalo de 0-5 Por exemplo um pixel com IRGB de valores de 1 5 e 3

(respectivamente IR IG e IB) teria um iacutendice de 3 + (5 6) + (1 36) = 69 Assim a

operaccedilatildeo do Cluster decompotildee os valores da composiccedilatildeo colorida para criar um

histograma tridimensional

242 Fatiamento

O fatiamento de niacuteveis de intensidade representa a forma mais simples de classificaccedilatildeo

e eacute aplicado a uma uacutenica banda espectral de cada vez A operaccedilatildeo de fatiamento

consiste simplesmente em realccedilar os pixels cujas intensidades se situam dentro do

intervalo especificado (a fatia) isto eacute entre um maacuteximo e um miacutenimo O fatiamento eacute

feito de modo interativo geralmente no qual o usuaacuterio define tanto a largura quanto o

centro do intervalo desejado Essa fatia eacute entatildeo ajustada ateacute que as feiccedilotildees de interesse

sejam realccediladas e separadas das aacutereas originalmente diferentes sendo entatildeo

representadas por um mesmo DN

O fatiamento de uma uacutenica banda espectral pode ser estendido para o domiacutenio

multiespectral atraveacutes de uma seacuterie de etapas descritas a seguir Desse modo aumenta-

se a precisatildeo da classificaccedilatildeo uma vez que a superfiacutecie que se deseja classificar teraacute

uma maior probabilidade de se diferenciar das outras presentes na imagem quanto

maior for o numero de bandas considerado

Para isso toma-se uma banda espectral e define-se uma regiatildeo previamente conhecida

contendo a superficie de interesse Em seguida aplica-se o fatiamento agrave primeira banda

definindo-se os paracircmetros (centro e largura da fatia) ateacute que a regiatildeo de interesse seja

realccedilada juntamente com os outros pixels dessa banda que possuam o mesmo DN da

37

regiatildeo de interesse Se salva o resultado e repete-se o processo para cada uma das

bandas espectrais disponiacuteveis Finalmente combinam-se todas as bandas fatiadas em

uma soacute imagem atraveacutes da adiccedilatildeo

No que se refere a presente pesquisa foram utilizadas bandas representadas pelas

variaacuteveis geomorfomeacutetricas locais correspondentes a cada aacuterea de estudo Estas

ldquobandasrdquo foram fatiadas atraveacutes de anaacutelises de histogramas buscando identificar nos

histogramas referentes a cada classe vegetacional pontos em que as classes

vegetacionais melhor se ditinguiam Em locais onde havia grande sobreposiccedilatildeo entre os

histogramas escolheu-se como criteacuterio fatiar em pontos onde havia maior frequencia de

distribuiccedilatildeo dessas variaacuteveis geomorfomomeacutetricas Em seguida as imagens geradas por

cada fatiamento foram sobrepostas atraveacutes de uma operaccedilatildeo de adiccedilatildeo

243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)

O MaxVer eacute o meacutetodo mais comum que considera a ponderaccedilatildeo das distacircncias das

meacutedias utiliza paracircmetros estatiacutesticos

A classifcaccedilatildeo por maacutexima verossemelhanccedila exige um nuacutemero consideravelmente

elevado de pixels para cada conjunto treinamento nuacutemero preferencialmente acima de

uma centena para que seja precisa o suficiente Esse nuacutemero permite uma base segura

para o treinamento estatiacutestico Devido a esse nuacutemero alto de pixels natildeo eacute possiacutevel

representaacute-los graficamnte de maneira individualizada Desse modo nesse caso usa-se

isolinhas ou curvas de contorno no espaccedilo de atributos representando a densidade de

pixels do conjunto de treinamento de cada regiatildeo (Figura 1)

Estes contornos representam na realidade um ajuste baseado em distribuiccedilotildees normais

ou Gaussianas dos pixels das aacutereas de treinamento do contraacuterio os contornos seriam

totalmente irregulares Ressalta-se que devido a esse ajuste os contornos satildeo

simeacutetricosOs contornos ao redor de cada classe na Figura 21 podem ser entendidos

como a probabilidade de existir um pixel naquele conjunto de treinamento como uma

determinada combinaccedilatildeo de DNs Do mesmo modo se as aacutereas de treinamento forem

realmente representativas das superfiacutecies que se deseja classificar Os mesmos

contornos podem ser vistos como a probabiliade de qualquer pixel desconhecido

pertencer a uma determinada classe na qual ele plotar

38

Figura 21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade

de pixels nos diversos conjuntos de treinamento

Essas probabilidades representam uma ferramenta de classificaccedilatildeo poderosa e flexiacutevel

atraveacutes da qual se pode escolher por exemplo classificar apenas os pixels

desconhecidos que satildeo bastante semelhantes agrave meacutedia de uma classe Isso eacute feito

escolhendo-se o limite de decisatildeo coincidindo com o contorno mais proacuteximo da meacutedia

cuja distacircncia eacute normalmente fixada como um desvio padratildeo a partir da meacutedia

Por outro lado pode-se julgar necessaacuterio classificar os pixels desconhecidos que se

situam a qualquer distacircncia da meacutedia dentro da aacuterea geral definida pelo conjunto

treinamento Neste caso escolher-se ia como limite de decisatildeo o contorno que engloba

99 dos pixels da aacuterea de treinamento Jogando os restantes 1 fora pode-se

compensar por exemplo a possibilidade de que alguns dos pixels da aacuterea de

treinamento foram incluiacutedos por engano podendo representar ruiacutedo ou pixels contendo

um limite entre dois tipos de cobertura

Eacute importante ressaltar que o meacutetodo MaxVer eacute passiacutevel de enganos e imprecisotildees Um

exemplo disso pode ser quando existem alguns pixels pertencentes a uma determinada

aacuterea de treinamento satildeo atribuiacutedos pelas regras de decisatildeo dos meacutetodos agrave uma classe

diferente

Tudo que o MaxVer consegue fazer eacute tentar minimizar a porcentagem dos pixels

classificados erroneamente O meacutetodo MaxVer assim como outros meacutetodos de

classifcaccedilatildeo supervisionada vistos anteriormente parte do princiacutepio de que o usuaacuterio

39

conhece bastante da imagem a ser classificada para poder definir classes que sejam

representativas Nos casos em que isto natildeo ocorre eacute possiacutevel partir de algumas

premissas razoaacuteveis o suficiente para permitir bons resultados

25 Anaacutelise Discriminante

O nuacutemero de variaacuteveis geomorfomeacutetricas que condicionam a distribuiccedilatildeo de tipos de

vegetaccedilatildeo de um determinado bioma sugere que anaacutelises estatiacutesticas multivariadas

sejam feitas De modo frequumlente as mais usadas satildeo anaacutelises de correlaccedilatildeo anaacutelises

baseadas em superfiacutecie de tendecircncia (DARGIE 1984 1987) anaacutelise de agrupamento

(EDIVANE SCHIAVIVI 2002) e anaacutelise de regressatildeo (FLORINSKY

KURYAKOVA 1996) Especificamente quando se deseja investigar as relaccedilotildees entre

uma variaacutevel qualitativa tipos vegetacionais por exemplo e variaacuteveis numeacutericas como

as variaacuteveis topograacuteficas a teacutecnica de anaacutelise mais apropriada eacute a anaacutelise discriminante

(HAIR Jr et al 1995) Tal anaacutelise utilizaria de combinaccedilotildees lineares das variaacuteveis

morfomeacutetricas para discriminar o melhor entre os grupos vegetacionais previamente

selecionados

De acordo com Hair Jr et al (1995) o objetivo principal da anaacutelise discriminante

consiste em estimar a relaccedilatildeo entre a uacutenica variaacutevel dependente natildeo meacutetrica (categoacuterica)

e um conjunto de variaacuteveis meacutetricas independentes

A teacutecnica da anaacutelise discriminante muacuteltipla se utiliza de combinaccedilotildees lineares das

variaacuteveis independentes para discriminar o melhor entre os grupos previamente

selecionados Esta discriminaccedilatildeo eacute obtida com a atribuiccedilatildeo de pesos agraves variaacuteveis de

forma a maximizar a variacircncia relativa entre os grupos A combinaccedilatildeo linear obtida com

a anaacutelise eacute chamada funccedilatildeo discriminante

Essa teacutecnica pode ser indicada para testes estatiacutesticos de hipoacuteteses O procedimento

comeccedila com a atribuiccedilatildeo de valores a cada um dos indiviacuteduos atraveacutes da funccedilatildeo

discriminante Com os valores dos indiviacuteduos de um mesmo grupo eacute possiacutevel obter a

meacutedia do grupo Este valor meacutedio eacute chamado de centroacuteide do grupo A comparaccedilatildeo dos

centroacuteides de grupos existentes traz a orientaccedilatildeo de quatildeo longe estatildeo um do outro em

relaccedilatildeo agrave dimensatildeo que estaacute sendo testada (MANLY 1994) Uma grande sobreposiccedilatildeo

40

entre os grupos sugere a obtenccedilatildeo de uma pobre funccedilatildeo discriminante Por outro lado

grupos bastante distintos (com pouca sobreposiccedilatildeo) sugerem a possibilidade de uma boa

funccedilatildeo discriminante

Hair Jr et al (1995) define que para dois grupos representantes da variaacutevel dependente

(por exemplo grande e pequeno) extrai-se uma funccedilatildeo discriminante Para dois grupos

seratildeo duas as funccedilotildees discriminantes extraiacutedas e assim por diante Ou seja existiratildeo

sempre n-1 funccedilotildees discriminantes para n grupos

Depois de estimada uma funccedilatildeo discriminante ela deve ser interpretada Este estaacutegio

revela a importacircncia relativa de cada variaacutevel independente na discriminaccedilatildeo dos

grupos

Green (1978) descreve que antes de tentar interpretar a funccedilatildeo discriminante o analista

cuidadoso deveraacute checar sua significacircncia estatiacutestica Tipicamente a investigaccedilatildeo eacute

conduzida atraveacutes da aplicaccedilatildeo de testes de significacircncia estatiacutestica da estatiacutestica D2 de

Mahalanobis que eacute uma medida quadraacutetica similar a medida euclidiana de distacircncia

padratildeo Mais particularmente ela mede a distacircncia de cada caso agrave meacutedia do grupo

Normalmente a estatiacutestica F do teste de significacircncia da estatiacutestica D2 eacute comumente

disponibilizada pela maioria dos pacotes estatiacutesticos

26 Dados de Vegetaccedilatildeo

Para anaacutelise da relaccedilatildeo entre vegetaccedilatildeo e variaacuteveis morfomeacutetricas foram selecionadas

aacutereas pertencentes a diferentes biomas brasileiros A seguir satildeo apresentadas

caracteriacutesticas gerais destes biomas assim como das aacutereas selecionadas para as quais os

mapas de vegetaccedilatildeo satildeo disponiacuteveis

261 Bioma Caatinga

A Caatinga caracteriza-se por apresentar uma grande diversidade de paisagens aleacutem de

ser um dos menos conhecidos e mais complexos biomas brasileiros A Reserva

Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas foi selecionada para representaacute-la

no presente estudo

41

Esta aacuterea abrange a Aacuterea Prioritaacuteria n6 do PPBIO (Programa de Pesquisa em

Biodiversidade do Semi-Aacuterido) e foi criada em 1998 com aproximadamente 5244

hectares sendo delimitada pelas coordenadas geograacuteficas 05ordm 00rsquo a 05ordm 20rsquo S e 40ordm 48rsquo a

41ordm 12rsquo W na fronteira entre os Estados do Piauiacute e Cearaacute

A aacuterea eacute considerada como uma amostra representativa da Ecoregiatildeo Complexo

Ibiapaba-Araripe e possui alta importacircncia bioloacutegica Ela possui como principais

fitofisionomias Mata Seca Carrasco Caatinga Florestada Caatinga Arboacuterea Caatinga

Arboacuterea-arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (CARVALHO PINHEIRO JUacuteNIOR

2004) Como para algumas aacutereas natildeo foi feito levantamento floriacutestico as classes de

mapeamentos propostas para designar padrotildees fitofisionocircmicos que se destacam nas

imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por uma determinada

coloraccedilatildeo foram denominadas Complexos Satildeo eles Complexo Galeria Complexo

Arboacutereo e Complexo Arboacutereo-arbustivo Segue-se a definiccedilatildeo de cada uma das classes

citadas acima segundo Carvalho e Pinheiro Juacutenior (2004)

Mata Seca

Esta classe corresponde segundo o IBGE (1992) agrave Floresta Estacional Decidual

Montana (Floresta Tropical Caducifoacutelia) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute caracterizado por

duas estaccedilotildees climaacuteticas bem demarcadas uma chuvosa seguida de um longo periacuteodo

biologicamente seco ocorre na forma de disjunccedilotildees florestais apresentando o estrato

dominante macro ou mesofaneroacutefito predominantemente caducifoacutelio com mais de 50

dos indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveis Ocupam nessas

paisagens os topos elevados de altitudes variando de 600 a 750 metros de relevo plano

e suave ondulado As elevadas altitudes chegando ateacute 750 m jaacute natildeo atenuam as

caracteriacutesticas semi-aacuteridas do Sertatildeo com as temperaturas mantendo-se elevadas

variando de 25 a 27degC Mas a precipitaccedilatildeo aumenta dominando um clima sub-uacutemido

seco com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 800 a 1000 mm

Nestes ambientes predominam os latossolos profundos aacutecidos em geral arenosos com

baixa fertilidade natural e muito bem drenados (LVa- Latossolo Vermelho-Amarelo

aacutelico)

42

Carrasco

De acordo com Arauacutejo (1998) trata-se de uma vegetaccedilatildeo arbustiva densa caducifoacutelia

natildeo espinhosa Nela se encontram a faveira o angico a pitombeira o jatobaacute a

catingueira e o sabiaacute entre outras O xique-xique e o caroaacute aparecem como subarbustos

Este tipo vegetacional ocorre em ambientes mais arenosos e secos

Na aacuterea da Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo

Sertaneja Setentrional Nesta paisagem o Carrasco ocupa as superfiacutecies pediplanadas

altas com altitudes variando de 400 a 650 m de relevo plano a suavemente ondulado

Deve estar submetida a uma condiccedilatildeo de transiccedilatildeo climaacutetica com precipitaccedilotildees meacutedias

anuais em torno de 850 mm

Neste ambiente predominam os solos arenosos profundos excessivamente drenados

aacutelicos e com fertilidade natural baixa (Areias Quartzosas aacutelicas- AQa4 e AQa10)

associado ao Latossolo Vermelho-Amarelo aacutelico (LVa)

Caatinga Florestada

Esta classe corresponde ao contato Savana-EsteacutepicaFloresta Estacional-ecoacutetono

definido pelo IBGE (1992) Trata-se de uma vegetaccedilatildeo de transiccedilatildeo ou seja entre duas

ou mais regiotildees ecoloacutegicas ou tipos de vegetaccedilatildeo existem sempre ou pelo menos na

maioria das vezes comunidades indiferenciadas onde as floras se interpenetram

constituindo as transiccedilotildees floriacutesticas ou contatos edaacuteficos

De acordo com o IBGE e Governo do Estado do Cearaacute (1973) este tipo de cobertura

vegetal obedece a um escalonamento de acordo com o niacutevel em que se situa ocorrendo

pelo menos duas sineacutecias cuja transiccedilatildeo se verifica onde a caatinga desaparece e

comeccedila a mata tropical

Na Aacuterea das Serras das Almas a borda mais oriental da Paisagem das Chapadas

Intermediaacuterias e Baixas a Caatinga Florestada ocupa uma estreita faixa Na Paisagem

das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas ocupa um modelo de dissecaccedilatildeo aguccedilada

intermediaacuteria com altitudes variando de 400 a 700 m de relevo fortemente ondulado e

montanhoso Segundo as condiccedilotildees de transiccedilatildeo climaacutetica pode-se dizer que as

43

precipitaccedilotildees anuais variam de 800 a 1000 mm Neste tipo de ambiente ocorre uma

associaccedilatildeo de trecircs tipos de solo pouco desenvolvidos e rasos Nas partes intermediaacuterias

de declives menos abruptos e relevos menos acidentados (suave ondulado a ondulado)

apresentam-se o que pode se considerar o mais caracteriacutestico os solos Podzoacutelicos

Vermelho-Amarelo eutroacuteficos (PE) com argila de atividade fraca horizonte A

moderado textura meacutediaargilosa Nos relevos mais acidentados (fortemente ondulados

a montanhosas) aparecem os solos Litoacutelicos eutroacuteficos (RE) com horizonte A

moderado textura arenosa a meacutedia fase pedregosa e rochosa associados aos

Afloramentos Rochosos (AR)

Caatinga Arboacuterea

Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica do IBGE (1992) Trata-se de um subgrupo

de formaccedilatildeo caracterizado por micro eou nanofaneroacutefitos com meacutedia de 5 m

excepcionalmente ultrapassando os 7 m de altura mais ou menos com grossos troncos

e engalhamento bastante ramificado em geral provido de espinhos eou acuacuteleos com

total decidualidade na eacutepoca desfavoraacutevel

Em Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo Sertaneja

Setentrional e da Paisagem das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas Nesta paisagem eacute

encontrada em modelos de Dissecaccedilatildeo Tabular Baixo com altitudes bastante variadas

de 300 ateacute 600 m e relevos ondulados a fortemente ondulados

Para este tipo de vegetaccedilatildeo o clima varia desde um clima Subuacutemido uacutemido com

precipitaccedilotildees meacutedias anuais de mais de 1000 mm passando pelo Semi-aacuterido atenuado

com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 750 a 800 mm ateacute o Semi-aacuterido moderado

com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 500 a 750 mm

A mesma variabilidade pode ser observada quando se considera as demais

caracteriacutesticas ambientais Comeccedilando pelos diferentes substratos geoloacutegicos que sob

essas diferenccedilas climaacuteticas geram diferentes formas de relevo que variam de plano ao

ondulado e modelos dissecados a aplainados com altitudes de 300 a 500 m Bem como

tipos de solos como os Podzoacutelicos Vermelho-Amarelo Areias Quartzosas Latossolo

Vermelho-Amarelo e Solonets Solodizados

44

Caatinga Aboacutereo-arbustiva

Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica Arborizada do IBGE (1992) Este subgrupo

de formaccedilatildeo apresenta as mesmas caracteriacutesticas de floriacutesticas da fisionomia ecoloacutegica

anterior poreacutem os indiviacuteduos que o compotildeem satildeo mais baixos existindo clarotildees entre

eles

Possui amplos interfluacutevios e baixo grau de aprofundamento de drenagem com altitudes

variando de 200 a 300 m e relevos planos a suave ondulados Este tipo vegetacional

domina num clima Semi-aacuterido moderado com chuvas de veratildeo-outono e 7 a 8 meses

secos Os tipos de solo variam bastante desde Areias Quartzosas Planossolos

Soloacutedicos Ragassolos e Bruno natildeo caacutelcicos que se tornam os principais fatores

limitantes para o uso da terra junto com o clima dominante

Caatinga Herbaacuteceo-lenhosa

Esta classe corresponde agrave Savana-Eteacutepica Parque do IBGE (1992) Este subgrupo de

formaccedilatildeo eacute o que apresenta caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com

nanofaneroacutefitos de um mesmo ecoacutetipo bastante espaccedilados como se fossem plantados

isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas lenhosas raquiacuteticas sobre

denso tapete gramiacutenio-lenhoso de hemicriptoacutefitos e cameacutefitos Possui relevos planos a

suavemente ondulados e altitudes variando de 200 a 300 m Este tipo vegetacional

domina num clima Sub-uacutemido com chuvas de veratildeo-outono e 7 meses secos Estas

condiccedilotildees ambientais geraram solos do tipo Areias Quartzosas aacutelicas que por suas

caracteriacutesticas se tornam o principal fator limitante para o uso da terra

Complexo Galeria

Essa classe de mapeamento foi proposta para designar todo um complexo fisionocircmico

que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por sua

coloraccedilatildeo verde-intenso na composiccedilatildeo colorida normal empregada indicando uma alta

resposta no infravermelho proacuteximo Esta tonalidade indica uma cobertura vegetal verde

com folhagem total ou parcial na eacutepoca seca estando associada agraves aacutereas de vaacuterzeas

acompanhando alguns cursos drsquoaacutegua geralmente os mais caudalosos

45

Complexo Arboacutereo

Semelhante a classe anterior propocircs-se aqui esta denominaccedilatildeo para abarcar um padratildeo

complexo que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta regular associando

aacutereas escuras (sombreadas) aacutereas com verde-escuro e com verde-claro De acordo com

informaccedilotildees bibliograacuteficas neste ambiente deve predominar uma Caatinga Arboacuterea

(Savana-Esteacutepica Florestada) poreacutem de acordo com o RADAMBRASIL (1981) pode-se

supor que floristicamente eacute semelhante agrave Estepe Arboacuterea Densa

Como natildeo foi possiacutevel amostrar a unidade de mapeamento para confirmar estas

consideraccedilotildees preferiu-se empregar esta nomenclatura

Suas altitudes variam rapidamente de cerca de 300 a 600 m com interfluacutevios de pequena

amplitude e de mediana intensidade de aprofundamento de drenagem Neles devem

predominar o clima tropical megateacutermico semi-aacuterido atenuado com chuvas de veratildeondash

outono e 7 meses secos Onde dominam os Solos Litoacutelicos aacutelicos fase pedregosa e

rochos

Complexo Arboacutereo-arbustivo

Na imagem TMLandsat possui uma resposta singular de tonalidade subentendendo

muito afloramento de solo eou rocha nua Segundo IBGE (1992) corresponde a

formaccedilatildeo Savana Esteacutepica Arborizada (Caatinga Arboacuterea-arbustiva)

Esses ambientes ocupam parte do Modelado das Formas Erosivas com relevos planos a

suavemente ondulados onde as altitudes variam de cerca de 220 a 300 m Neles deve

predominar um clima megateacutermico sub-uacutemido uacutemido com chuva de veratildeo-outono e 7

meses secos onde dominam Areias Quartzosas aacutelicas

262 Bioma Amazocircnia

O Bioma Amazocircnia estaacute situado na porccedilatildeo centro-norte do Brasil eacute cortado pela linha

equatorial e portanto compreendido em aacutereas de baixas latitudes O clima eacute do tipo

equatorial quente e uacutemido com a temperatura variando pouco durante o ano em torno

46

de 26ordmC com periacuteodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor daacutegua trazido

do leste pelos ventos

A maioria dos 7 milhotildees de km2 da Floresta Amazocircnica eacute constituiacuteda por uma floresta

de terra firme Esta eacute uma floresta que nunca eacute alagada e se espalha sobre uma grande

planiacutecie de ateacute 130-200 m de altitude ateacute os sopeacutes das montanhas A grande planiacutecie

corresponde aos sedimentos deixados pelo lago Belterra que ocupou a maior parte da

bacia Amazocircnica durante o Mioceno e o Plioceno entre 25 mil e 18 milhatildeo de anos

atraacutes O silte e as argilas depositados neste antigo lago foram submetidos a um suave

movimento de elevaccedilatildeo epirogeneacutetico enquanto os Andes se ergueram e os modernos

rios comeccedilaram a cavar os seus leitos Assim surgiram os trecircs tipos de florestas

amazocircnicas as florestas montanhosas Andinas as florestas de terra firme e as florestas

fluviais alagadas as duas uacuteltimas na Amazocircnia brasileira A Amazocircnia brasileira

compreende aproximadamente 3581 km2 o que equivale a 4207 do paiacutes (Fonseca amp

Dov 2000) Como representantes deste bioma foram selecionadas aacutereas de estudo com

diferentes tamanhos e classes de vegetaccedilatildeo a Microbacia do Igarapeacute Asu que cobre

aproximadamente 10 km2 e o Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos que cobre

aproximadamente 300 km2

2621 Microbacia do Igarapeacute Asu

A microbacia do Igarapeacute Asu pertencente agrave bacia do Rio Negro possui tipos de

vegetaccedilatildeo que se diferenciam principalmente pela altura e densidade de indiviacuteduos A

floresta de alto platocirc eacute a floresta densa com aacutervores emergentes ao passo que a floresta

de campinarana apresenta-se mais baixa e com densidade menor de indiviacuteduos

(AYRES 1993) A condiccedilatildeo topograacutefica pode induzir agrave ocorrecircncia de cheias e a

presenccedila de formaccedilotildees vegetais mais baixas e menos densas em constante estaacutegio de

sucessatildeo (WHITTMANN et al 2002) De modo geral os principais tipos de vegetaccedilatildeo

encontrados na aacuterea satildeo

Floresta de Platocirc Alto

As florestas de terra firme cobrem planaltos e florestas de encosta e satildeo aacutereas com

dossel mais fechado solos bem drenados em qualquer eacutepoca do ano e que satildeo

47

inundadas por rios e fluxos pequenos de aacutegua Estas florestas satildeo dominadas por aacutervores

grandes e caracterizam-se por estrutura vertical bem desenvolvida e diversidade de

espeacutecies arboacutereas muito altas em relaccedilatildeo agraves florestas sazonalmente inundadas

(PRANCE et al 1976)

Floresta de Baixio

Os baixios satildeo definidos como florestas que inundam sazonalmente no periacuteodo de

novembro-marccedilo eou que sofrem influecircncia direta dos igarapeacutes Estas florestas devido

agrave topografia possuem lenccedilol freaacutetico mais superficial que em eacutepocas chuvosas

aflorando e inundando essas aacutereas Aleacutem disso apresentam dossel mais aberto em

relaccedilatildeo agraves florestas de terra firme (LAMOTTE 1990) pela predominacircncia de palmeiras

arborescentes e uma grande abundacircncia de palmeiras no sub-bosque

Floresta de Platocirc Baixo com campinarana

A Campinarana ocorre entre a floresta de terra firme e a Floresta de Baixio daiacute a

denominaccedilatildeo Floresta de Platocirc Baixo com campinarana Fisionomicamente caracteriza-

se por um dossel de aacutervores de porte menor que as do platocirc com alta densidade de

epiacutefitas Desenvolve-se sobre solo arenoso coberto por uma camada de serrapilheira

entremeada com um denso tapete de raiacutezes

2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

O Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos criado em 21062006 possui 876 mil

hectares e se localiza nos estados do Amazonas Rondocircnia e Mato Grosso abrangendo

trechos dos rios Roosevelt Guaribas Branco Madeirinha e Ji-Paranaacute

O Parque protege uma enorme variedade de ecossistemas incluindo diferentes

formaccedilotildees florestais bem como uma das maiores manchas de Cerrado - os campos -

de toda Amazocircnia A paisagem dos Cerradossavanas eacute composta por campos sujos

campos limpos e Cerrados propriamente ditos Matas de galeria satildeo encontradas ao

longo dos rios e riachos que cortam a savana O solo dos Cerrados da regiatildeo eacute arenoso e

raso de baixa fertilidade muito suscetiacuteveis agrave erosatildeo

48

Nas demais aacutereas do Parque existem florestas abertas e densas A Floresta Ombroacutefila

Densa de modo geral apresenta dossel fechado compacto com altura entre 25 e 35 m

do qual sobressaem as aacutervores emergentes atingindo ateacute 40 m A Floresta Ombroacutefila

Aberta eacute caracterizada fisionomicamente pela presenccedila de grandes aacutervores espaccediladas

possibilitando a penetraccedilatildeo de luz Esta diversidade de habitats em uma mesma regiatildeo

condiciona a ocorrecircncia de diversas espeacutecies O Parque Nacional incorpora regiotildees

consideradas de prioridade extremamente alta para a conservaccedilatildeo da biodiversidade da

Amazocircnia (WEBVENTURE 2001)

Quanto aos solos de modo geral os mais encontrados na regiatildeo satildeo os solos aluviais

Latossolo Vermelho amarelo Podzoacutelico Vermelho Amarelo Laterita Hidromoacuterfica e o

Podzol Hidromoacutefico

A aacuterea selecionada abrange as cartas topograacuteficas 1250000 SB-20-Y-C (Labrea) e SB-

20-Y-D (Humaitaacute) descritas no volume 17 ndash Purus ndash do Projeto RADAMBRASIL

(1978) Os principais tipos de vegetaccedilatildeo abrigados pelo Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos satildeo descritos abaixo com informaccedilotildees do Projeto RADAMBRASIL

(1978)

Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas

Formaccedilatildeo que apresenta agrupamentos de aacutervores emergentes nas elevaccedilotildees mais

pronunciadas dos interfluacutevios como o argelim-da-mata (Hymenolobium petraeum)

argelim-de-pedra (Dinizia excelsa) tauari (Couratari spp) castanha-do-paraacute

(Bertholletia excelsa) entre outras Eacute significativa a presenccedila de palmeiras que

competem por luz no estrato arboacutereo superior babaccedilu (Orbygnia spp) patauaacute

(Oenocarpus bataua) accedilaiacute (Euterpe spp) ocorrendo preferecircncialmente nos locais mais

uacutemidos

Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial

Formaccedilatildeo caracteriacutestica das aacutereas inundaacuteveis pelas cheias sazonais ecologicamente

adaptados agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua entretanto beneficia-se da renovaccedilatildeo

regular do solo decorrente das enchentes perioacutedicas Natildeo constitui ambiente cliacutemax

49

Durante a eacutepoca das cheias existe uma diminuiccedilatildeo das atividades bioloacutegicas (dormecircncia

e seca fisioloacutegica) quando ocorrem inundaccedilotildees prolongadas A sumauacutema (Ceiba

pentandra) provida de enormes raiacutezes tabulares eacute a representante mais expressiva neste

grupo de formaccedilatildeo Apresenta tambeacutem muitas palmeiras no estrato intermediaacuterio

Floresta Ombroacutefila Aberta das Terras Baixas

Formaccedilatildeo caracteriacutestica por feiccedilatildeo mista de palmeiras e aacutervores latifoliadas sempre

verdes e bem espaccediladas de altura irregular (entre 15 e 25m) com grupamentos de

babaccedilu (Orbygnia sp) e patauaacute (Oenocarpus bataua) principalmente nos interfluacutevios

do Terciaacuterio Nos vales de fundo chato de encharcamento constante ocorre

concentraccedilatildeo de buriti (Mauritia flexuosa) em povoamento puro

Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial

Eacute uma formaccedilatildeo arboacuterea com palmeiras que ocupa principalmente as planiacutecies e

terraccedilos dos rios Madeira Purus Coari e Tefeacute Caracteriacutestico de regiotildees inundaacuteveis

pelas cheias sazonais ecologicamente adaptado agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua

beneficiaacute-se da renovaccedilatildeo do solo decorrentes das enchentes perioacutedicas

Savana Gramiacuteneo-Lenhosa

Prevalecem nesta fisionomia quando natural os gramados entremeados por plantas

lenhosas raquiacuteticas que ocupam extensas aacutereas dominadas por hemicripitoacutefitos e que

aos poucos quando manejadas atraveacutes do fogo ou pastoreio vatildeo sendo substituiacutedas por

geoacutefitos que se distinguem por apresentarem colmos subterracircneos portanto mais

resistentes ao pisoteio do gado ao fogo

Savana Parque

Formaccedilatildeo com caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com nanofaneroacutefitos (plantas

lenhosas que vivem longos anos com suas gemas a menos de 3 m) de um mesmo

ecoacutetipo bastante espaccedilados isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas

lenhosas raquiacuteticas sobre denso tapete gramiacuteneo lenhoso de hemicriptoacutefitos (plantas

herbaacuteceas com gemas embaixo da superfiacutecie do solo ou imediatamente debaixo) e

50

cameacutefitos (plantas herbaacuteceas ou lenhosas que vivem longos anos com suas gemas acima

do solo pelo menos a 25 cm de altura)

Formaccedilotildees Pioneiras

Satildeo formaccedilotildees em fase de sucessatildeo (hidrossere) encontradas em ambientes de solos

sazonais que se situam ao longo dos rios e em locais deprimidos dos interfluacutevios

tabulares do Terciaacuterio ou dispersas no interior das florestas Densa eou Aberta As

comunidades ribeirinhas satildeo constituiacutedas de um maior nuacutemero de espeacutecies hidroacutefitas

enquanto aquelas mais distantes possuem um maior nuacutemero de espeacutecies mesoacutefitas e

higroacutefitas Os liacutequens por exemplo satildeo mais abundantes nos ambientes mais distantes

dos cursos de aacutegua Estas formaccedilotildees ocupam aacutereas de influecircncia aluvial (planiacutecies e

terraccedilos) e de influecircncia pluvial (depressotildees nos interfluacutevios)

263 Bioma Cerrado

Segundo Coutinho (2000) o Bioma Cerrado apresenta-se como um mosaico de formas

fisionocircmicas ora manifestando-se como Campo Sujo ora como Cerradatildeo ora como

Cerrado sensu strictu ou Campo Limpo Este mosaico eacute determinado pelo mosaico de

manchas de solo pouco mais pobres ou pouco menos pobres pela irregularidade dos

regimes caracteriacutesticas de queimada de cada local (frequumlecircncia eacutepoca intensidade) e

accedilatildeo humana

De um modo geral podemos distinguir dois estratos na vegetaccedilatildeo dos Cerrados o

estrato lenhoso constituiacutedo por aacutervores e arbustos e o estrato herbaacuteceo formado por

ervas e subarbustos Ambos satildeo curiosamente helioacutefilos Ao contraacuterio do caso de uma

floresta o estrato herbaacuteceo natildeo eacute formado por espeacutecies de sombra ombroacutefilas

dependentes do estrato lenhoso O sombreamento lhe faz mal prejudica seu crescimento

e desenvolvimento O adensamento da vegetaccedilatildeo lenhosa acaba por eliminar em grande

parte o estrato herbaacuteceo Por assim dizer estes dois estratos se antagonizam Por esta

razatildeo entende-se que as formas intermediaacuterias de Cerrado - Campo Sujo Campo

Cerrado e Cerrado sensu strictu ndash apresentam-se como verdadeiros ecoacutetonos onde a

vegetaccedilatildeo herbaacuteceasubarbustiva e a vegetaccedilatildeo arboacutereaarbustiva estatildeo em intensa

51

competiccedilatildeo procurando cada qual ocupar aquele espaccedilo de forma independente

individual

Como representante deste bioma foi selecionada a aacuterea do Parque Nacional de

Brasiacutelia localizado entre as coordenadas 15deg45rsquo a 15deg33rsquo S e 48deg6rsquo a 47deg50rsquo W Esta

aacuterea possui uma extensatildeo aproximada de 30 mil hectares sendo a unidade de

conservaccedilatildeo de maior destaque no Distrito Federal Tal importacircncia se deve agrave

presenccedila de inuacutemeras espeacutecies representativas da fauna e flora do bioma Cerrado

assim como importantes mananciais hiacutedricos

Segundo a carta climaacutetica do Distrito Federal a regiatildeo do Parque Nacional de Brasiacutelia

estaacute submetida a dois tipos de clima de acordo com a temperatura local (Koppen) o

Cwa tropical de altitude com temperatura do mecircs mais frio a 18degC e a meacutedia do mecircs

mais quente superior a 22degC (cotas altimeacutetricas de 1000 a 1200 m) e o Cwb tropical

de altitude com temperatura do mecircs mais frio inferior a 18degC e meacutedia do mecircs mais

quente inferior a 22degC (cotas altimeacutetricas acima de 1200 m) A ocorrecircncia de chuvas

se daacute nos meses de outubro a marccedilo com maacutexima de dezembro a agosto Entre os

meses de abril a setembro ocorre a eacutepoca seca sendo que os meses mais criacuteticos satildeo

junho e julho

Os principais tipos de solos encontrados no PNB satildeo os Latossolos Vermelho-Escuro e

Vermelho-Amarelo (cerca de 38) os Cambissolos (cerca de 22) e os Solos

Hidromoacuterficos (RAMOS 1995) Os demais grupos como Podzoacutelicos hidromoacuterficos

aparecem em trechos isolados Os Latossolos satildeo solos profundos caracterizados por

uma textura argilosa ou meacutedia porosos e bastante permeaacuteveis No Cerrado em geral o

estrato arborescente estaacute mais associado agraves aacutereas com um relevo plano a suavemente

ondulado encontrando-se fitofisionomias como Cerradatildeo Cerrado sensu strictu e o

Campo Cerrado (GUIMARAtildeES 2000) Jaacute os Cambissolos satildeo pouco desenvolvidos

com baixa fertilidade e facilmente intemperizados No PNB esse tipo de solo favorece o

desenvolvimento de fisionomias do estrato herbaacuteceo-arbustivo como as classes Campo

Limpo e Campo Sujo por exemplo Os solos hidromoacuterficos por sua vez satildeo

observados em torno de drenagens ou pequenos coacuterregos estando associados ao

afloramento do lenccedilol freaacutetico A vegetaccedilatildeo nesse solo eacute marcada principalmente pela

52

presenccedila de campos com Murunduns associada com outras classes de Cerrado tal como

Campo Limpo Campo Limpo Uacutemido e Campo Sujo

No Parque Nacional de Brasiacutelia estatildeo reunidas as principais fitofisionomias do bioma

Cerrado subdivididas em trecircs estratos vegetacionais de acordo com a classificaccedilatildeo

definida por Ribeiro e Walter (1998) Campo Limpo e Campo Sujo (estrato herbaacuteceo

arbustivo) Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu (estrato arborescente) e Mata de

Galeria (estrato arboacutereo) O Cerradatildeo classe pertencente ao estrato arboacutereo do Cerrado

natildeo eacute encontrado no parque Poreacutem segundo Ferreira (2003) eacute possiacutevel ainda se

distinguir nesse ambiente o Campo Limpo Uacutemido Campo Limpo com Murundum

Campo uacutemido Campo Cerrado com Trembleacuteias Campo Sujo com presenccedila de

Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo Mata de Interfluacutevio e Brejo As

caracteriacutesticas de algumas destas feiccedilotildees fitofisionocircmicas seguem-se abaixo Seguem-se

a definiccedilatildeo destas classes segundo SEMARH (2000)

Cerrado sensu strictu

Formaccedilatildeo savacircnica que tem como caracteriacutestica de destaque uma camada arboacuterea

descontiacutenua atingindo os 8 m de altura excepcionalmente mais alta cobrindo de 10 a

60 da superfiacutecie e um estrato herbaacuteceo-arbustivo bastante diversificado com

cobertura de ateacute 95

Campo Cerrado

Forma intermediaacuteria de vegetaccedilatildeo entre o Cerrado sensu strictu e o Campo Sujo

sendo a de maior ocorrecircncia no Distrito Federal Seu dossel atinge em meacutedia 10 de

cobertura com aacutervores de mais ou menos 3 m de altura bem espalhadas algumas

espeacutecies atingindo excepcionalmente os 10 m como a gomeira ndash Vochysia

thyrsoidea Agraves vezes ocorre alta densidade de herbaacuteceas com destaque para as

gramiacuteneas

Campo Sujo

A cobertura por arbustos e subarbustos eacute miacutenima sempre com altura inferior a 3 m

em meio agrave densa camada graminosa de ateacute 1 m Os arbustos e subarbustos tecircm caules

53

relativamente finos geralmente morrem a cada ano sendo continuamente renovados a

partir de brotaccedilotildees da base lenhosa

Campo Limpo

Forma de vegetaccedilatildeo predominantemente herbaacutecea com raros arbustos e ausecircncia

completa de aacutervores com destaque para gramiacuteneas que medem de 03 m a 1 m Os

campos usualmente se situam sobre solos arenosos rasos e duros nos quais ocorre

uma real deficiecircncia de aacutegua durante os meses secos Podem chegar a recobrir a

totalidade das chapadas arenosas topos e encostas dos morros

Campo Limpo Uacutemido

Situa-se sobre solo inclinado nas encostas dos vales Normalmente o lenccedilol freaacutetico

permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo de seca sofre um

rebaixamento em que as camadas sub-superficiais mantecircm o encharcamento do solo

Possui estrato herbaacuteceo predominantemente graminoso

Campo Limpo com Murundum

Ocorre em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo arredondadas e um

pouco mais altas com cerca de 1 a 10 m de diacircmetro por alguns deciacutemetros de altura

Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial do terreno e deposiccedilatildeo de terra por

teacutermitas recobertos por vegetaccedilatildeo de Cerrado e o solo permanentemente saturado de

aacutegua entre os murunduns

Brejo

A vegetaccedilatildeo herbaacuteceo-arbustiva das aacutereas Brejosas forma comunidades que ocupam as

planiacutecies permanentemente encharcadas sem ocorrecircncia do buriti (Mauritia flexuosa)

que frequumlentemente surge nas bordas das matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo do

Cerrado A caracteriacutestica marcante eacute o niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora

haja variaccedilotildees durante o ano No Distrito Federal ocorrem basicamente trecircs tipos de

Brejo Brejo graminoso Brejo de piuacutena (Ludwigia brachyphyla) e Brejo de taboa

(Typha dominguensis)

54

Mata de Galeria

Segundo Ribeiro e Walter (1998) consiste na vegetaccedilatildeo florestal que acompanha os

cursos drsquoaacutegua de pequeno porte dos planaltos do Brasil Central formando corredores

fechados (galeria) Geralmente localizada nos fundos dos vales ou nas cabeceiras de

drenagem natildeo apresenta caducifoacutelia durante a estaccedilatildeo seca O estrato arboacutereo varia

entre 20 a 30 m ocorrendo a superposiccedilatildeo das copas com fechamento do dossel entre

70 a 95

Os solos satildeo geralmente Cambissolos Plintossolos Podzoacutelicos Hidromoacuterficos ou

Aluviais Aleacutem disso de acordo com a composiccedilatildeo floriacutestica e caracteriacutesticas

ambientais como topografia e variaccedilatildeo na altura do lenccedilol freaacutetico ao longo do ano a

Mata de Galeria pode ser de dois subtipos Mata de Galeria natildeo inundaacutevel e Mata de

Galeria inundaacutevel (temporariamente inundada)

Mata de Interfluacutevio

Formaccedilotildees que ocorrem em lugares com umidade suficiente para um amplo

desenvolvimento vegetativo Em funccedilatildeo do tipo e principalmente da profundidade do

solo esse tipo de mata apresenta niacuteveis diferentes de caducifoacutelia A mata calcaacuteria eacute

deciacutedua e ocorre sobre a rocha calcaacuteria A semideciacutedua eacute a de ocorrecircncia mais comum

e a mata sempre-verde se desenvolve sobre solos de maior fertilidade profundidade

maior e melhores condiccedilotildees de umidade

55

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Detalhamento do fluxo de trabalho

O objetivo geral da pesquisa pressupotildee o atendimento de metas das quais depende o

sucesso do primeiro Pode-se desdobrar os objetivos em sub-etapas sucessivas de modo

a se individualizarem as atividades de trabalho (Figura 31)

Figura 31 ndash Fluxo de atividades

Assim a realizaccedilatildeo deste trabalho requer

a) Coleta e estruturaccedilatildeo dos dados

b) Anaacutelises

c) Testes de aplicaccedilatildeo

Estas etapas podem ser divididas nas seguintes atividades

a1) Coleta e estruturaccedilatildeo de dados vegetacionais foram procurados mapas de vegetaccedilatildeo

natural nos biomas estudados selecionando-se as aacutereas de estudo em funccedilatildeo dos

mapeamentos disponiacuteveis Encontrados em formato digital os mapas demandaram um

56

esforccedilo de preacute-processamento para o armazenamento compatiacutevel com as especificaccedilotildees

dos dados topograacuteficos

a2) Obtenccedilatildeo dos dados topograacuteficos os dados SRTM das aacutereas selecionadas foram

processados para sua derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas estruturadas em planos

de informaccedilatildeo compatiacuteveis com os dados de vegetaccedilatildeo

b1) Apreciaccedilatildeo dos dados os dados foram confeccionados para observaccedilatildeo conjunta

aos mapas de vegetaccedilatildeo mapas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas cujas distribuiccedilotildees

foram observadas em histogramas das diferentes aacutereas em cada classe de vegetaccedilatildeo

b2) Anaacutelises estatiacutesticas as anaacutelises estatiacutesticas tabulares foram empregadas fora do

ambiente de SIG (Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica) Para avaliar as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas como preditoras dos diferentes tipos vegetacionais foram aplicadas

anaacutelises discriminantes

c) Testes de aplicaccedilatildeo baseado nos resultados das etapas anteriores uma seacuterie de

processamentos foi aplicada aos planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrica para avaliaccedilatildeo

de seu potencial no mapeamento da vegetaccedilatildeo

32 Recursos

321 As aacutereas de estudo

Tendo em vista os objetivos da pesquisa buscou-se selecionar aacutereas com diversidade

topograacutefica e vegetacional e que dispusessem de mapeamento da vegetaccedilatildeo Assim

foram aventadas potenciais aacutereas de estudo em diferentes biomas (Figura 32)

A seleccedilatildeo definitiva das aacutereas foi feita apoacutes uma avaliaccedilatildeo dos mapas encontrados em

que se buscaram as condiccedilotildees de escala (geomeacutetrica e temaacutetica) e confiabilidade mais

adequadas para esta pesquisa Diante disso a Reserva Particular do Patrimocircnio Natural

de Serra das Almas (PiauiacuteCearaacute) foi selecionada como representante do Bioma

Caatinga o Parque Nacional de Brasiacutelia (Brasiacutelia) como representante do Cerrado o

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (Amazocircnia) e a Microbacia do Igarapeacute Asu

(Amazocircnia) como representantes da Floresta Amazocircnica Com uma aacuterea relativamente

57

pequena e com feiccedilotildees distintas do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos esta

microbacia foi selecionada para observar os efeitos da topografia no estabelecimento da

vegetaccedilatildeo em escala detalhada A descriccedilatildeo da vegetaccedilatildeo de cada uma destas aacutereas bem

como das principais caracteriacutesticas biofiacutesicas do terreno que as abriga encontram-se no

item 24

Figura 32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo

FONTE Mapa dos Biomas Brasileiros IBGE - 2003

322 Dados de vegetaccedilatildeo

Os dados de vegetaccedilatildeo se referem aos seguintes mapeamentos

a) Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas - mapa da

vegetaccedilatildeo na escala de 1100000 de Carvalho e Pinheiro-Juacutenior (2004) obtido

pela identificaccedilatildeo de cada classe vegetacional nas imagens orbitais TMLandsat

atraveacutes de uma abordagem integrada usando o processo de classificaccedilatildeo por

58

segmentaccedilatildeo por regiotildees interpretaccedilatildeo visual e caracterizaccedilatildeo

floriacutesticofisionocircmica em campo As classes temaacuteticas que natildeo puderam ser

identificadas no campo e que apresentaram padrotildees individualizados nas imagens

orbitais receberam uma denominaccedilatildeo diferenciadora como Complexos vegetais

b) Parque Nacional de Brasiacutelia ndash mapa de vegetaccedilatildeo na escala de 110000 de

Ferreira (2003) gerado a partir da atualizaccedilatildeo de um mapa de vegetaccedilatildeo preacute-

existente Esta atualizaccedilatildeo foi feita a partir da aplicaccedilatildeo de um modelo linear de

mistura sobre uma cena do ETM+Landsat e emprego de cenas IKONOS II de

porccedilotildees da parte leste e oeste da aacuterea

c) Microbacia do Igarapeacute Asu mapa de vegetaccedilatildeo em escala 110000 foi fornecido

pelo grupo de pesquisa Biodiversidade ndash Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico

coordenado por Jasen Zunon (INPA) Para a construccedilatildeo do mapa de vegetaccedilatildeo

foi utilizada a imagem TMLandsat As aacutereas dos platocircs com as cotas mais altas

(cotas acima de 61 m) e mais baixas (cotas de 0 a 60 m) foram extraiacutedas das

imagens do SRTM Ressalta-se que para extrair as aacutereas de baixios foi utilizada

a camada da hidrografia do IBGE utilizando-se uma zona (buffer) de 50 m para

cada lado dos igarapeacutes

d) Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos mapa de vegetaccedilatildeo em escala de

1250000 do RADAMBRASIL (1981) digitalizados pelo SIPAM (Sistema de

Proteccedilatildeo da Amazocircnia)

323 Dados topograacuteficos

Os dados topograacuteficos provieram de experimentos e testes em torno da construccedilatildeo de

banco de dados geomorfomeacutetricos (TOPODATA ndash VALERIANO 2005) Conforme os

procedimentos estabelecidos nesta iniciativa os dados SRTM das aacutereas selecionadas

foram refinados de 3rdquo para 1rdquo com krigagem (VALERIANO 2004) e em seguida

derivados em variaacuteveis geomorfomeacutetricas atraveacutes de diferentes operaccedilotildees de vizinhanccedila

(VALERIANO et al 2006) Os dados SRTM usados correspondem agravequeles

originalmente disponibilizados para a Ameacuterica do Sul em meados de 2003 conhecidos

como ldquoversatildeo 1rdquo Os procedimentos adotados natildeo alteram as especificaccedilotildees

59

cartograacuteficas dos dados originais coordenadas em latitudelongitude natildeo-projetadas

Como resultados foram obtidos os planos de informaccedilatildeo de declividade orientaccedilatildeo de

vertentes curvatura vertical e curvatura horizontal aleacutem da proacutepria elevaccedilatildeo para cada

aacuterea de estudo

324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados

Os principais programas utilizados no trabalho foi o Idrisi versatildeo 20 (EASTMAN

1995) para geoprocessamento e o Statistic 60 para as anaacutelises estatiacutesticas Enquanto o

cerne do geoprocessamento foi conduzido em Idrisi outros SIGs se fizeram necessaacuterios

para o preacute-processamento sobretudo durante a compatibilizaccedilatildeo das diferentes fontes de

dados de vegetaccedilatildeo

33 Procedimentos

331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados

Apoacutes a seleccedilatildeo dos mapas de vegetaccedilatildeo dentro dos requisitos necessaacuterios foi feita a

migraccedilatildeo e a compatiblizaccedilatildeo destes dados com os dados geomorfomeacutetricos Este passo

foi feito atraveacutes de operaccedilotildees de exportaccedilatildeo e importaccedilatildeo de imagem (raster) entre os

diferentes SIGs em funccedilatildeo das diferentes modalidades de conversatildeo requeridas e das

diferentes possibilidades de cada SIG Apoacutes todo o trabalho de conversotildees os dados

foram definitivamente armazenados em Idrisi onde foram realizadas as manipulaccedilotildees

finais de preparo (geometria resoluccedilatildeo e posicionamento) assim como todo o

processamento a partir de entatildeo A estrutura definitiva de armazenamento dos dados em

cada aacuterea de estudo estaacute especificada na Tabela 31

Tabela 31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados

Aacuterea xmiacuten (o) ymiacuten (o) xmaacutex (o) ymaacutex (o) nocol nolin

RPPNA 40deg48rsquo29rdquo 5deg0rsquo31rdquo 41deg11rsquo58rdquo 5deg17rsquo1rdquo 1410 990

MIA 60deg17rsquo6rdquo 2deg38rsquo24rdquo 60deg10rsquo26rdquo 2deg34rsquo5rdquo 400 259

PNCA 66deg 8deg 63deg 7deg 10800 3600

PNB 48deg6rsquo37rdquo 15deg45rsquo5rdquo 47deg50rsquo26rdquo 15deg33rsquo24rdquo 971 867

() ndash resoluccedilatildeo de 1rdquo ou 0000277778ordm (aproximadamente 30 m)

60

Foi feita uma amostragem das variaacuteveis por classe vegetacional atraveacutes de programas de

lote (macro) em SIG As amostras foram extraiacutedas em esquema aleatoacuterio estratificado

Para cada classe foram escolhidos aproximadamente 50 pontos pois devido a limitaccedilotildees

do software natildeo foi possiacutevel coletar exatos 50 pontos em alguns casos O painel

amostral assim formado foi aplicado em cada uma das variaacuteveis para extraccedilatildeo de

amostragens uniformes entre as diferentes classes mapeadas Os dados amostrados

foram pareados em planilhas de acordo com sua posiccedilatildeo geograacutefica e o conteuacutedo destas

planilhas submetido agraves anaacutelises estatiacutesticas

332 Anaacutelise dos resultados

Os planos de informaccedilatildeo armazenados foram editados na forma de mapas

uniformizados para uma visualizaccedilatildeo conjunta dos dados de vegetaccedilatildeo e

geomorfomeacutetricos Este processo deu suporte a observaccedilotildees gerais como a distribuiccedilatildeo

de aacuterea entre as classes de vegetaccedilatildeo sua associaccedilatildeo com o relevo aleacutem de possiacuteveis

semelhanccedilas e associaccedilotildees entre diferentes classes Uma observaccedilatildeo mais acurada das

condiccedilotildees topograacuteficas vigentes sob cada tipo de vegetaccedilatildeo foi feita com histogramas

Foram elaborados histogramas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro da aacuterea de cada

classe de vegetaccedilatildeo buscando-se identificar grupos de classes de comportamento

semelhantes e variaacuteveis de maior poder indicativo dos mesmos

A separabilidade estatiacutestica das classes de vegetaccedilatildeo com base nas variaacuteveis

geomorfomeacutetricas foi avaliada atraveacutes de anaacutelises discriminantes A aplicaccedilatildeo das

anaacutelises aos dados fitofisionocircmicos foi feita apoacutes agrupar classes de vegetaccedilatildeo com

semelhantes estruturas vegetacionais que no mapa de referecircncia estavam muito

particularizadas Estas anaacutelises foram aplicadas tambeacutem dentro dos grupos

vegetacionais formados por mais de duas subfisionomias com o intuito de testar a

hipoacutetese segundo a qual as variaacuteveis geomorfomeacutetricas seriam preditoras algumas

vezes das subfisionomias vegetais Para melhorar a linearidade dos dados estes foram

logaritmizados e posteriormente padronizados

61

333 Processamentos experimentais

Com vistas a uma avaliaccedilatildeo do potencial de aplicaccedilatildeo dos dados geomorfomeacutetricos no

mapeamento da vegetaccedilatildeo foram realizadas algumas manipulaccedilotildees sobre os planos de

informaccedilatildeo Embora este processamento fosse aqui direcionado agrave formaccedilatildeo de mapas

(experimentais) de vegetaccedilatildeo conveacutem lembrar que tal procedimento natildeo estaacute aventado

entre as formas de aplicaccedilatildeo da presente pesquisa Ao contraacuterio propotildee-se que a

aplicaccedilatildeo dos dados gemorfomeacutetricos seja feita em complementaridade agraves fontes

tradicionalmente utilizadas no mapeamento da vegetaccedilatildeo

Os processamentos experimentados (essencialmente classificaccedilotildees) tiveram como base

as observaccedilotildees gerais e os resultados das anaacutelises estatiacutesticas

As anaacutelises discriminantes aplicadas sobre as classes vegetacionais reagrupadas e

tambeacutem dentro dos grupos que incluiacuteam mais de duas subfisionomias indicaram quais

eram as variaacuteveis geomorfomeacutetricas de maior peso na separaccedilatildeo dos grupos bem como

quais desses grupos melhor se separavam entre si A partir das primeiras funccedilotildees

discriminantes nas quais a maior parte da variaccedilatildeo dos dados se concentrava foram

geradas imagens A avaliaccedilatildeo dessas imagens e dos graacuteficos das funccedilotildees discriminantes

permitiu que os mapas baseados nas primeiras funccedilotildees fossem gerados a partir de

classificaccedilotildees por Fatiamentos Esses resultados foram editados em mapas

experimentais para comparaccedilatildeo com os dados de vegetaccedilatildeo agrupados sob as novas

classes

Para avaliar o potencial de aplicaccedilatildeo dos dados topograacuteficos no mapeamento da

vegetaccedilatildeo estes foram aplicados em testes de classificaccedilatildeo com recursos baacutesicos de

processamento de imagens Para tanto foi necessaacuterio que os dados estivessem na

estrutura tiacutepica das imagens de sateacutelite (bytebinaacuterio) Para isso foi feito um re-

escalonamento das variaacuteveis para o intervalo de 0 a 255 (o Idrisi 20 exige que o dado

esteja nesse formato para a realizaccedilatildeo das classificaccedilotildees) o que exigiu a seleccedilatildeo de

valores extremos para cada variaacutevel Para que o re-escalonamento das variaacuteveis fosse

consistente sob diferentes condiccedilotildees de relevo os valores extremos foram tomados apoacutes

observaccedilatildeo de 12 folhas 1250000 do Brasil escolhidas pela presenccedila de relevos

62

contrastantes entre as aacutereas jaacute preparadas no TOPODATA Essas folhas que englobam

terrenos que variam desde escarpas da Serra da Mantiqueira ateacute os relevos deprimidos

do Pantanal Matogrossense e da Ilha do Marajoacute foram analisadas pelos histogramas de

cada variaacutevel procurando-se os valores extremos de suas distribuiccedilotildees Os maacuteximos e

miacutenimos foram tomados nos valores em que cada curva de distribuiccedilatildeo indicasse a

frequumlecircncia de 1 da frequumlecircncia maacutexima independentemente da ocorrecircncia de valores

fora desse intervalo Os valores de declividade foram convertidos de porcentagem para

graus antes desta transformaccedilatildeo para que a variaacutevel mantivesse proporcionalidade

uniforme no intervalo de 0ordm a 39ordm A orientaccedilatildeo de vertentes originalmente uma

variaacutevel circular foi desdobrada nas componentes lineares cosseno (ldquoo quatildeo para norte

se orientardquo) e seno (ldquoo quatildeo para lesterdquo) e ambas transformadas para byte binaacuterio no

intervalo de -1 a +1 A curvatura vertical foi transformada no intervalo de -0155ordmm a

+0155ordmm e a curvatura horizontal -21 ordmm a +21 ordmm A elevaccedilatildeo constitui-se uma

exceccedilatildeo a essa padronizaccedilatildeo e foi transformada usando-se os limites observados

localmente Estas transformaccedilotildees foram feitas essencialmente atraveacutes da operaccedilatildeo de

realce de contraste (stretch)

Uma vez que este estudo se ateve ao potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos os

testes de classificaccedilatildeo apresentados - maacutexima verossimilhanccedila (MaxVer) Cluster e

Fatiamentos - foram aplicados de modo expedito atraveacutes dos recursos disponiacuteveis no

SIG Ressalta-se que o Fatiamento foi feito com base na anaacutelise de histogramas

verificando pontos onde as classes melhor se separavam

63

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

O presente capiacutetulo apresenta os resultados em trecircs partes principais Na primeira parte

os dados preparados para o estudo satildeo apresentados em mapas padronizados para sua

observaccedilatildeo conjunta Em seguida satildeo apresentados os resultados das anaacutelises a que se

submeteram estes dados atraveacutes de tabelas e plotagens dos resultados Por fim

apresenta-se um conjunto de resultados experimentais produto de manipulaccedilotildees sobre

os planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrico associado agrave avaliaccedilatildeo de cada mapa

produzido

41 Apreciaccedilatildeo dos dados

A apreciaccedilatildeo inicial dos dados consistiu na anaacutelise visual das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas e do mapa de vegetaccedilatildeo obtidos para cada aacuterea em estudo (Figuras

41 a 44) Nas legendas destas figuras podem-se observar as faixas de amplitude

numeacuterica dos dados topograacuteficos A RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas) apresentou a maior amplitude altimeacutetrica variando de 180

a 770 m dentro de um intervalo de 590 m enquanto as demais aacutereas apresentaram

menor variaccedilatildeo altimeacutetrica sendo seu intervalo de apenas 97 m para cada aacuterea A

RPPNSA apresenta tambeacutem a maior amplitude de declividade e de curvatura vertical

Com declividade variando de 0 a 98 e curvatura vertical variando na ordem de 029 a

RPPNSA contrasta com as demais aacutereas cujas amplitudes das referidas variaacuteveis satildeo

bem menores A declividade das demais aacutereas varia em torno de 30 enquanto a

variaccedilatildeo da curvatura vertical estaacute na ordem de 006 008 e 005 representando a MIA

(Microbacia do Igarapeacute Asu) o PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e o

PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) respectivamente Assim as anaacutelises exploratoacuterias

indicaram que a maior diferenciaccedilatildeo geomorfomeacutetrica dentro de cada variaacutevel ocorreu

na RPPNSA

Na aacuterea da RPPNSA (Figura 41) jaacute foi possiacutevel verificar a correspondecircncia entre

determinados padrotildees topograacuteficos e algumas classes de vegetaccedilatildeo especialmente entre

a classe S_F e a declividade entre a classe S_A e as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e

64

curvatura vertical e entre a classe S_H e as variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente e curvatura

horizontal sendo indicada levemente pelas variaacuteveis declividade e elevaccedilatildeo

Figura 41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra

das Almas) e seu mapa de vegetaccedilatildeo com as classes S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B

(Complexo Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-

arbustivo) S_E (Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H

(Complexo Galeria) e S_I (Mata Seca)

Na MIA (Figura 42) tambeacutem se niacutetida heterogeneidade do terreno dentro das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas com certas variaccedilotildees comparaacuteveis agraves classes vegetacionais Desse

modo as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e curvatura vertical mostraram-se indicativas

das classes I_B e I_C enquanto a classe I_A foi sugerida apenas pela orientaccedilatildeo de

vertente e curvatura horizontal Assim de maneira geral as variaacuteveis morfomeacutetricas

ilustraram boas evidecircncias da ocorrecircncia de cada classe vegetacional Ressalta-se que

65

dentre todas as aacutereas estudadas a MIA exibe a menor amplitude de declividade

variando de 0 a 23 e tambeacutem uma das menores amplitudes de curvatura vertical

perdendo apenas para o PNB

Figura 42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA (Microbacia do Igarapeacute Asu) e seu mapa de

vegetaccedilatildeo com as classes I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C

(Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

O PNCA (Figura 43) apresentou um terreno mais homogecircneo (devido agrave ruiacutedos) quanto

agraves variaacuteveis curvatura horizontal e curvatura vertical mostrando ligeira tendecircncia de

regionalizaccedilatildeo nas demais variaacuteveis especialmente na variaacutevel elevaccedilatildeo Esta uacuteltima

permite uma clara distinccedilatildeo entre as classes A_A e A_C O PNB (Figura 44)

demonstrou pouca variaccedilatildeo topograacutefica entre as variaacuteveis Nesta aacuterea apenas a classe

B_A foi indicada de modo inequiacutevoco poreacutem foi evidenciada em todas as variaacuteveis

morfomeacutetricas

66

Os mapas de vegetaccedilatildeo utilizados apresentam diferentes niacuteveis de detalhamento

temaacutetico de acordo com as diferentes escalas de mapeamento e as metodologias de

levantamento

Figura 43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e seu mapa

de vegetaccedilatildeo com as classes A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B

(Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa

Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente)

A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras

com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e

A_J (Savana Parque sem floresta-de-galeria)

O mapa de vegetaccedilatildeo da RPPNSA (escala 1100000) apresenta uma boa precisatildeo e

detalhamento floriacutestico uma vez que contou tambeacutem com a caracterizaccedilatildeo

floristicofisionocircmica em campo para sua construccedilatildeo O PNB (escala 110000) tambeacutem

apresenta um bom detalhamento sendo produto do refinamento do mapa de vegetaccedilatildeo

67

jaacute existente se utilizando de imagens IKONOS II para algumas cenas e tambeacutem do

Modelo Linear de Mistura Em contraste as aacutereas referentes ao bioma Amazocircnia natildeo

apresentam mapas de vegetaccedilatildeo tatildeo detalhados sendo o da MIA (escala 110000) e o

do PNCA (1250000) construiacutedos utilizando apenas imagens orbitais sem um

levantamento floriacutestico em campo mais rigoroso

As consideraccedilotildees feitas acima referentes aos dois uacuteltimos mapas sugerem a necessidade

de refinamento dos mapas representantes do bioma Amazocircnia atraveacutes de levantamentos

em campo mais completos e tambeacutem pelo aperfeiccediloamento e desenvolvimento de novos

meacutetodos aplicaacuteveis ao mapeamento deste tipo de fisionomia vegetal

Figura 44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) e seu mapa de vegetaccedilatildeo

com as classes B_A (Mata Galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado)

B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H

(Mata de Interfluacutevio) B_I (Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L

(Campo Limpo com Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora

ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo

68

A distribuiccedilatildeo numeacuterica e a amplitude dos dados geomorfomeacutetricos puderam ser

observadas em histogramas os quais propiciaram uma caracterizaccedilatildeo geomorfomeacutetrica

das aacutereas de estudo bem como para cada classe de vegetaccedilatildeo de cada aacuterea de estudo

(Figuras 45 a 48)

A Figura 45 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo da RPPNSA em comparaccedilatildeo com toda sua aacuterea Verificando a aacuterea total

observa-se que a elevaccedilatildeo varia entre 180 a 770 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o

maior pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em

torno de 98 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores

baixos A direccedilatildeo de suas vertentes tambeacutem apresenta distribuiccedilatildeo bimodal A simetria

da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal e curvatura vertical indicaram o equiliacutebrio entre

terrenos convergentes e divergentes e entre terrenos cocircncavos e convexos

respectivamente

A distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias para cada classe de vegetaccedilatildeo e a RPPNSA revela as

preferecircncias de cada tipo vegetacional a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A

Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de elevaccedilatildeo

em torno de 248 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da aacuterea em

questatildeo assim como o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) A distribuiccedilatildeo da

declividade revela que a vegetaccedilatildeo se concentra em aacutereas com declividades mais baixas

proacuteximas a 8 (terreno ondulado) comportamento semelhante agraves classes de vegetaccedilatildeo

S_C S_D S_G e S_H Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia

voltadas ao norte e nordeste e haacute um equiliacutebrio entre terrenos convergentes e

divergentes (curvatura horizontal) comparaacutevel as classes S_B S_C S_D S_E S_F

S_G e S_I Quanto agrave curvatura vertical esta tambeacutem apresenta um equiliacutebrio entre aacutereas

cocircncavas e convexas como as classes S_C S_D S_E S_G e S_I

O Complexo Arboacutereo (S_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em

torno de 282 m apresentando uma distribuiccedilatildeo mais platicuacutertica de comportamento

semelhante agrave classe S_F A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo eacute

menos tolerante a declividades baixas jaacute que os valores altos ocorrem em maior

frequumlecircncia e em torno de 24 (terreno forte ondulado) Tambeacutem relativo a esta classe

69

as vertentes estatildeo voltadas agrave norte e noroeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por

terrenos cocircncavos (curvatura vertical)

A Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) apresenta dois picos de elevaccedilatildeo relativamente

proacuteximos em torno de 248 e 316 m Suas vertentes estatildeo concentradas mais ao norte e

noroeste sem quase nenhuma ocorrecircncia de vertentes agrave leste e sul

Figura 45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da

RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas) em totalidade e

de suas classes de vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo

Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E

(Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria)

e S_I (Mata Seca)

Para o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) a distribuiccedilatildeo de vertentes indica que estatildeo

predominantemente voltadas para oeste

70

A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Caatinga Arboacuterea (S_E) indicam uma forma

bimodal sendo sua frequumlecircncia distribuiacuteda com picos em torno de 282 e 384 m A

distribuiccedilatildeo da declividade localiza-se entre 0 e 49 com maior frequumlecircncia em 8

(terreno suave ondulado a ondulado)

A Caatinga Florestada (S_F) apresenta uma declividade com distribuiccedilatildeo mais ou

menos uniforme possuindo seu maacuteximo valor em torno de 49 (terreno montanhoso)

Possui uma maior concentraccedilatildeo de suas vertentes a nordeste decaindo sua frequumlecircncia na

direccedilatildeo norte Haacute ligeira preferecircncia por terrenos cocircncavos (curvatura vertical)

O Carrasco (S_G) possui sua elevaccedilatildeo distribuiacuteda entre 316 e 770 m apresentando

distribuiccedilatildeo bimodal com dois estratos altimeacutetricos o mais baixo em torno de 385 m e o

mais alto em torno de 508 m Suas vertentes predominam agrave sudoeste e noroeste com

menor frequumlecircncia agrave nordeste

No Complexo Galeria (S_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta um aspecto denteada

ocorrendo principalmente em ambientes com elevaccedilatildeo em torno de 248 m Destaca-se a

preferecircncia por terrenos com vertentes direcionadas ao nordeste e com menor

frequumlecircncia agrave sudoeste e noroeste Haacute uma clara preferecircncia por terrenos convergentes

(curvatura horizontal) e cocircncavos (curvatura vertical)

A Mata Seca (S_I) exibe preferecircncia por altitudes em torno de 610 m com sua

distribuiccedilatildeo correspondendo ao estrato mais elevado da RPPNA Tambeacutem

comparativamente agrave RPPNA pode-se destacar uma distribuiccedilatildeo mais ou menos

homogecircnea quanto agrave orientaccedilatildeo de vertentes aliado a uma equiliacutebrio entre terrenos

convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e entre aacutereas cocircncavas e convexas

(curvatura vertical)

A Figura 46 ilustra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total da MIA Observando a microbacia como

um todo verifica-se que a altitude varia entre 29 e 126 m com distribuiccedilatildeo bimodal o

que indica a existecircncia de dois estratos altimeacutetricos A sua declividade maacutexima estaacute em

torno de 23 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores

baixos A direccedilatildeo de suas vertentes apresenta-se distribuiacuteda de modo relativamente

71

homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre

terrenos convergentes e divergentes uma situaccedilatildeo tiacutepica quando se analisa uma

microbacia por inteiro A assimetria da distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica a

predominacircncia territorial de terrenos convexos

Figura 46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA

(Microbacia do Igarapeacute Asu) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de

Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e a microbacia satildeo

indicadores de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A

Floresta de Baixio (I_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno

de 53 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da microbacia A

distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra menos tolerante a

declividades mais altas jaacute que ocorrem valores altos em menor frequumlecircncia do que na

microbacia Tambeacutem relativo agrave microbacia destaca-se uma clara preferecircncia por

terrenos convergentes (curvatura horizontal) e em menor grau por aacutereas cocircncavas

(curvatura vertical)

A Floresta de Platocirc Alto (I_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em

torno de 114 m ocupando preferecircncialmente o estrato altimeacutetrico superior Em

contraposiccedilatildeo agrave Floresta de Baixio demonstram maior adaptaccedilatildeo a terrenos divergentes

e aacutereas convexas

A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Floresta de Platocirc Baixo com campinarana

(I_C) indica que esta ocupa uma posiccedilatildeo intermediaacuteria com ligeira restriccedilatildeo no estrato

72

superior da microbacia com maior frequumlecircncia entre 61 e 93 m A semelhanccedila das

distribuiccedilotildees de declividade com a microbacia mostra que sua ocorrecircncia independe

desta variaacutevel assim como a curvatura horizontal Embora a curvatura vertical natildeo

tenha se mostrado uma restriccedilatildeo a sua ocorrecircncia o estreitamento de sua distribuiccedilatildeo

em torno de 0ordmm indica sua ligeira preferecircncia a terrenos retiliacuteneos em relaccedilatildeo a

cocircncavos e convexos

A Figura 47 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNCA Verificando a aacuterea total

observa-se que altitude varia entre 30 e 127 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o maior

pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em torno de

37 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A

direccedilatildeo de suas vertentes tem um caraacuteter homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da

curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes A

distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica tambeacutem um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e

convexos

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo do PNCA satildeo indicadores

de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Floresta

Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras (A_A) ocorre com maior frequumlecircncia em

regiotildees de altitudes em torno 68 e de 86 m

A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra pouco tolerante a

declividades altas se concentrando em aacutereas com declividades mais baixas proacuteximas a

3 (plano) apresentando comportamento semelhante agraves demais classes de vegetaccedilatildeo

Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia voltadas agrave norte e haacute um

equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e terrenos

cocircncavos e convexos (curvatura vertical) similar agraves demais classes de vegetaccedilatildeo

A Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras (A_B) ocorrem com maior

frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 88 m A direccedilatildeo de suas vertentes tem

um caraacuteter homogecircneo assim como as classes A_C A_D e A_H

73

A Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) possui distribuiccedilatildeo

altimeacutetrica em torno 68 m Ao passo que Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas

Dossel emergente (A_D) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em

torno de 107m e o mais baixo em torno de 88 m

Figura 47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA

(Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo

A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B (Floresta Ombroacutefila Aberta

Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente)

A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

herbaacutecea) A_I (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana Parque

sem floresta-de-galeria )

74

A Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (A_E) possui altitude em

torno de 115 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva

(A_F) em torno de 58 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva com palmeiras (A_G) em torno de 83 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea (A_H) em torno de 56 m Savana Gramiacuteneo-Lenhosa

sem floresta-de-galeria (A_I) em torno de 80 m e Savana Parque sem floresta-de-

galeria (A_J) em torno de 56 a 72 m

A Figura 48 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNB Verificando a aacuterea total

observa-se uma distribuiccedilatildeo bimodal com o maior pico em valores em torno de 1140 e

1280 m A sua declividade maacutexima estaacute em torno de 31 (terreno forte ondulado) com

uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A direccedilatildeo de suas

vertentes apresenta distribuiccedilatildeo bem variaacutevel A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura

horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes e terrenos

cocircncavos e convexos respectivamente

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e o PNB satildeo indicadores de

sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Mata galeria

(B_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1048 e 1096

m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e

14 com pico em torno de 4 sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em

ambientes planos a suave ondulados comportamento similar ao da classe E Aliado a

isso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia direcionadas agrave nordeste e sudoeste

Destaca-se nesta classe uma clara preferecircncia por terrenos convergentes (curvatura

horizontal) e por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical) assim como na classe B_G

O Cerrado sensu strictu (B_B) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto

em torno de 1097 m e o mais baixo em torno de 1194 m A distribuiccedilatildeo da declividade

mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e 7 com pico em torno de 4

sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave

ondulados similar agraves classes B_C B_D e B_G Suas vertentes distribuiacutedas de modo

mais ou menos homogecircneo apresentando uma menor concentraccedilatildeo de vertentes

75

voltadas agrave nordeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por terrenos convergentes

(curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e convexos (curvatura

vertical)

Figura 48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB

(Parque Nacional de Brasilia) em sua totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo B_A (Mata

galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E

(Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I

(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L (Campo Limpo com

Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela

de emardquo

O Campo Cerrado (B_C) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica abrangendo todo o intervalo de

valores assim como as classes B_D e B_E poreacutem estas uacuteltimas possuem valores mais

76

altos em torno de 1244 e 1097 m respectivamente ao passo que a primeira eacute em torno

de 1285 m A maioria de suas vertentes estatildeo voltadas agrave sudeste Pode-se tambeacutem

observar que haacute um niacutetido equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes

(curvatura horizontal) e terrenos cocircncavos e convexos (curvatura vertical) assim como

em B_D e B_E Entretanto esta uacuteltima apresenta uma maior distribuiccedilatildeo entre seus

terrenos cocircncavos convexos

A distribuiccedilatildeo de vertentes para o Campo Sujo (B_D) indica uma predominacircncia das

direcionadas ao sudeste e sul Ao passo que a maior parte das vertentes do Campo

Limpo (B_E) estatildeo voltadas para o nordeste e sudoeste

O Campo Limpo Uacutemido (B_F) apresenta sua altimetria restrita a uma pequena faixa em

torno de 1234 m Sua declividade tambeacutem estaacute restrita a aproximadamente 3 (plano e

suave ondulado) Todas as suas vertentes estatildeo voltadas para o norte Haacute uma niacutetida

preferecircncia por terrenos planares (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)

O Brejo (B_G) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica multimodal Suas vertentes predominam agrave

nordeste e sudeste

Na Mata de Interfluacutevio (B_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta dois estratos de

distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em torno de 1097 m sendo a distribuiccedilatildeo concentrada

entre 1073 e 1147 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo

concentrado entre 0 e 18 com pico em torno de 10 sendo portanto este tipo de

vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes ondulados Destaca-se a preferecircncia por terrenos

com vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos

(curvatura horizontal) e em menor grau cocircncavos (curvatura vertical)

O Reflorestamento (B_I) ocorre de modo restrito a regiotildees de altitudes em torno de

1097 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra uma concentraccedilatildeo em torno de 4 sendo

portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave ondulados

Haacute uma concentraccedilatildeo de vertentes orientadas a nordeste aliado a uma clara

predominacircncia de terrenos planos (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)

77

No Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute trimodal

apresentando o maior pico em torno de 1219 m A distribuiccedilatildeo da declividade em B_J eacute

semelhante a B_L com pico em torno de 4 Destaca-se a preferecircncia por terrenos com

vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos (curvatura

horizontal) e terrenos retiliacuteneos (curvatura vertical) embora exista certo equiliacutebrio entre

terrenos que ocorrem com menor frequumlecircncia os cocircncavos e convexos

No Campo Limpo com Murundum (B_L) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute bimodal Destaca-

se a preferecircncia por terrenos com vertentes voltadas ao norte nordeste e sudeste Haacute

predominacircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos

cocircncavos e convexos estes mais bem distribuiacutedos dentro desta classe do que nas demais

classes

A classe Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de

emardquo (B_M) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1097 m

A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra tolerante distribuiacuteda

por todo espectro desta classe apresentando uma distribuiccedilatildeo mais ou menos

platicuacutertica Existe uma clara preferecircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) por

aacutereas convexas e em menor grau por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical)

Da observaccedilatildeo conjunta dos histogramas de todas as aacutereas verifica-se que as

preferecircncias ecofisioloacutegicas das diferentes classes de vegetaccedilatildeo quando expressas

estatildeo representadas pela concentraccedilatildeo de frequumlecircncia das variaacuteveis geomorfomeacutetricas

Entretanto mesmo entre as classes de maior contraste geomorfomeacutetrico as distribuiccedilotildees

apresentam amplitudes sobrepostas com raros casos de condiccedilotildees excludentes

42 Anaacutelises discriminantes

As anaacutelises estatiacutesticas foram empregadas diante do agrupamento de classes

vegetacionais segundo a estrutura de sua vegetaccedilatildeo Assim foram gerados novos mapas

de vegetaccedilatildeo referecircncia

Para a RPPNSA a anaacutelise discriminante entre os grupos vegetacionais Complexo

Arboacutereo arbustiva (Classes agrupadas Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga

78

Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D)) Complexo Arboacutereo

(Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B) Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga

Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata Seca mostrou uma significativa

separaccedilatildeo entre tais grupos considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilks Lambda=

020056 F (201437)=44781 plt00000) O Wilks Lambda geral (que consta no tiacutetulo

das Tabelas) eacute um paracircmetro que varia de 0 (maior poder de discriminaccedilatildeo) a 1 (menor

poder de discriminaccedilatildeo) Os Wilks Lambda parciais observados nos sumaacuterios das

anaacutelises das funccedilotildees discriminantes de cada aacuterea (no corpo das Tabelas) indicam por

sua vez a participaccedilatildeo de cada variaacutevel na reduccedilatildeo do Wilks Lambda geral Ressalta-se

aqui que esses paracircmetros apresentam relaccedilatildeo numeacuterica inversa o WL geral desejaacutevel

eacute o menor possiacutevel enquanto que as variaacuteveis de maior influecircncia satildeo identificadas

pelos maiores valores de Wilks Lambda parcial Desse modo eacute gerado o melhor

modelo baseado natildeo apenas no p-valor mas tambeacutem por meio da avaliaccedilatildeo dos outros

paracircmetros como ilustrado na Tabela 41 Diante disso as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h)

declividade (G) curvatura vertical (kv) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal

(kh) foram consideradas importantes na discriminaccedilatildeo entre as classes de vegetaccedilatildeo e

assim incluiacutedas em todas as funccedilotildees discriminantes independentemente do respectivo

p-valor (Tabela 41)

Tabela 41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (5

grupos) Wilks Lambda 020056 F (201437)=44781 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0663747 0302162 2500011 0000000 0922217 0077783

G 0259549 0772724 318389 0000000 0861859 0138141

kv 0208862 0960247 44814 0001474 0834870 0165130

A 0203935 0983449 18218 0123577 0988884 0011116

kh 0202481 0990507 10374 0387468 0900033 0099967

Observando a distacircncia entre os centroacuteides distacircncia de Mahalanobis dos grupos no

espaccedilo discriminante (Tabela 42) verificou-se que os grupos mais distantes entre si

foram a Mata Seca e o Complexo Arboacutereo-arbustivo (2244425) e os mais proacuteximos

foram Mata Seca e Carrasco (154077) Esta proximidade foi refletida na consideraacutevel

79

sobreposiccedilatildeo entre seus escores (Figura 49) uma vez que ambos os tipos de vegetaccedilatildeo

ocupam relevos planos e suave ondulados em altitudes em torno de 600 m Ressalta-se

que tambeacutem apresentam semelhanccedilas quanto ao comportamento caducifoacutelio com

indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveisTodas as distacircncias foram

significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem ser capazes de

discriminar todas as fisionomias vegetais consideradas na anaacutelise

Tabela 42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Reserva Particular

do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

CA arbustivo Carboacutereo Carrasco Cgaleria Mata Seca

CA arbustivo 000000 5952712 1351015 232019 2244425

Carboacutereo 0000000 471739 202914 790304

Carrasco 000000 629755 154077

Cgaleria 000000 1263179

Mata Seca 000000

Adotou-se 05 como niacutevel de corte para as todas as correlaccedilotildees deste estudo Assim a

Tabela 43 mostra que a variaacutevel elevaccedilatildeo destacou-se correlacionando negativamente

com o eixo 1 A Funccedilatildeo 1 discriminou claramente Mata Seca do Complexo Arboacutereo-

arbustivo mostrando que a Mata Seca ocorreu preferencialmente em locais com maior

altitude e o Complexo Arboacutereo-arbustivoem locais com menor altitude A Funccedilatildeo 2 natildeo

definiu claramente a separaccedilatildeo entre os grupos vegetacionais

Tabela 43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Reserva Particular do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h -0 986606 0 016661

G -0 202112 0 966076

kv 0 013402 -0 155967

A 0 029651 -0 108341

kh -0 020558 0 140234

Analisando a Figura 49 onde os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante

bidimensional eacute apresentada observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discriminou melhor os

grupos vegetacionais O eixo 1 representou 87 e o eixo 2 representou 10 do espaccedilo

80

discriminante Houve tambeacutem certa sobreposiccedilatildeo entre vaacuterias fisionomias vegetais o

que indica que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem variar em um gradiente

topograacutefico o que possivelmente acarretaria em faixas transicionais de vegetaccedilatildeo

CAarbustivo CArboacutereo Carrasco CGaleria Mata Seca

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (87)

Funccedilatildeo1= -101848h+005087G+010642kv+ 012560A-001408kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

3)

Figura 49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas

(RPPNSA)

Como o Complexo Arboacutereo e o Complexo Arboacutereo-arbustivo apresentaram

subfisionomias foram feitas anaacutelises separadas para as mesmas O objetivo dessas

anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas

subfisionomias No que se refere a Complexo Arboacutereo a anaacutelise discriminante mostrou-

se significativa na separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nessa classe (Complexo

Arboacutereo Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada) com base nas variaacuteveis

morfomeacutetricas (Wilks Lambda 078872 F (8268)=42211 plt 00001) As maiores

81

significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis declividade (G) orientaccedilatildeo

de vertente (A) curvatura vertical (kv) e elevaccedilatildeo (h) (Tabela 44)

Tabela 44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da

Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de

variaacuteveis no modelo 4 grupo veg (3 grupos) Wilks Lambda 078872 F

(8268)=42211 plt 00001

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 878947 0 897342 7 664994 0 000705 0 872484 0 127516

A 0 838624 0 940489 4239559 0 016394 0 967195 0 032805

kv 0 810139 0 973556 1 819867 0 166030 0 959694 0 040306

h 0 806097 0 978438 1 476497 0 232129 0 853277 0 146723

A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que os

grupos mais distantes entre si foram Caatinga Florestada e Caatinga Arboacuterea e as mais

proacuteximas foram Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea (Tabela 45) Essa proximidade

foi tambeacutem evidente analisando graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 410)

Entretanto a distacircncia entre Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea natildeo foi

significativa indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas natildeo foram capazes de

discriminaacute-las entre si

Tabela 45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo

Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas

(RPPNSA)

C arboacutereo C arboacuterea C florestada

C arboacutereo 0 000000 0 344034 0 790777

C arboacuterea 0 000000 1 259096

C florestada 0 000000

Distacircncia natildeo significativa

A partir da 46 pode-se verificar que a declividade correlacionou-se positivamente com

o eixo 1 (Tabela 46)

82

Tabela 46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea

da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

G 0 774776 -0 300435

A -0 414084 -0 641590

kv -0 488321 0 194645

h 0 155299 0 502098

Analisando os escores das observaccedilotildees (Figura 410) verificou-se que o primeiro eixo

representou 82 e o segundo eixo 18 do espaccedilo discriminante Existe grande

sobreposiccedilatildeo entre os grupos indicando que a topografia natildeo foi capaz de diferenciar

tais grupos entre si

CArboacutereo CArboacuterea CFlorestada

-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5

Funccedilatildeo 1 (82)

Funccedilatildeo1= 0787300G-0469406 A -0393120 kv +0023671h

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

8)

Figura 410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

83

A anaacutelise discriminante do Complexo Arboacutereo-arbustivo natildeo se mostrou significativa

na avaliaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nesta classe (Caatinga Arboacuterea-

arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa e Complexo Arboacutereo-arbustivo) com base nas

variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843 pgt0

05) (Tabela 47) o que indicou que estes grupos natildeo foram separaacuteveis entre si como

pode se observar no graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 411)

Tabela 47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da

Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no

modelo 2 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 987485 0 970100 2 219127 0 112408 0 996626 0 003375

A 0 971696 0 985863 1 032457 0 358752 0 996626 0 003374

CAarbustiva CHlenhosa CAarbustivo

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (92)

Funccedilatildeo1= -0864906G-0554685 A

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(8

)

Figura 411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da Reserva Particular do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

84

Para a MIA a anaacutelise discriminante separou os grupos vegetacionais de modo

significativo considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilksrsquo Lambda 039562 F

(10290)=17106 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv)

declividade (G) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal (kh) foram importantes

na discriminaccedilatildeo entre os grupos de vegetaccedilatildeo (Tabela 48) o que concorda com a

Figura 412

Tabela 48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA) Ndeg

de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (3grupos) Wilksrsquo Lambda 039562 F (10290)=

17106 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0525606 0752689 2382137 0000000 0766851 0233149

A 0407103 0971788 210474 0125585 0977078 0022922

kv 0464929 0850920 1270185 0000008 0811175 0188825

G 0440473 0898165 822012 0000415 0894754 0105246

kh 0404755 0977425 167452 0191002 0936637 0063363

A distacircncia de Mahalanobis dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que todas as

distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas foram capazes

de discriminar todas as fisionomias vegetais Os grupos mais distantes entre si foram a

Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto (6233659) e os mais proacuteximos foram a

Floresta de Baixio e Floresta de Platocirc Baixo com campinarana (1585357) (Tabela 49)

Estes uacuteltimos apresentaram consideraacutevel sobreposiccedilatildeo (Figura 411) o que condiz com

a transiccedilatildeo das fisionomias vegetacionais

Tabela 49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

F Baixio F P Alto F P B Camp

F Baixio 0000000 6233659 1585357

F P Alto 0000000 3867290

F P B Camp 0000000

Segundo Ribeiro et al (1999) a comunidade vegetal de vertente representa uma faixa

de transiccedilatildeo entre as florestas de platocirc e campinarana Nas partes mais altas e

floristicamente semelhantes agrave comunidade de platocirc (TELLO 1995) e nas mais baixas

85

fisionomicamente parecida com campinarana (RIBEIRO et al 1999) poreacutem sem

apresentar as espeacutecies que a caracteriza Por outro lado outras espeacutecies satildeo exclusivas

desse ecossistema florestal Esta heterogeneidade fisionocircmica decorre de uma grande

diversidade edaacutefica e topograacutefica na aacuterea (TELLO 1995 RIBEIRO et al 1999)

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresnetados

na Figura 412 O primeiro eixo representou 85 e o segundo eixo 15 do espaccedilo

discriminante As variaacuteveis elevaccedilatildeo e a curvatura vertical estatildeo correlacionadas

positivamente com o eixo 1 (Tabela 410) A primeira discriminante separou

claramente a Floresta de Platocirc Alto mostrando ocorrecircncia em locais de maiores

altitudes e curvatura vertical e a da Floresta de Baixio em locais de menores altitudes

e curvatura vetical enquanto a Floresta de Platocirc Baixo com campinarana ocorreu em

locais de transiccedilatildeo entre estas duas feiccedilotildees apresentando valores intermediaacuterios das

mesmas variaacuteveis Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no

espaccedilo discriminante natildeo mostram uma discriminaccedilatildeo muito clara

Tabela 410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu

(MIA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0868610 -0187333

A 0031881 0334352

kv 0743142 0292901

G 0031881 0662975

kh 0269970 0341848

Diante do exposto pode-se concluir que a Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto

satildeo mais separaacuteveis entre si pelas variaacuteveis geomorfomeacutetricas enquanto que a Floresta

de Baixio com campinarana se confunde com as duas primeiras Assim pode haver

dificuldades na identificaccedilatildeo deste tipo vegetacional com base apenas nas variaacuteveis

morfomeacutetricas do terreno

86

FBaixio FPAlto FPBcamp

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (85)

Funccedilatildeo1= 0686501h+0479042kv-0146573G-0139714A +0150701kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4Fu

nccedilatildeo

2

(15

)

Figura 412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

Quanto ao PNCA a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos

grupos vegetacionais Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras Floresta

Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras (Classes

agrupadas (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva

(A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com

palmeiras (A_H) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea)

Floresta Ombroacutefila Densa ( (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente

(A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente (A_E) Floresta

Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) Savana Gramiacuteneo-lenhosa sem

Floresta-de-galeria e Savana Parque sem floresta-de-galeria com base nas variaacuteveis

morfomeacutetricas (Wilks Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000) As maiores

87

significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) declividade (G)

e a curvatura vertical(kv) (Tabela 411)

Tabela 411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg (4grupos) Wilks

Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0897849 0666221 8233170 0000000 0991641 0008359 G 0655090 0913105 1563869 0000000 0990296 0009704 kv 0604121 0990143 163604 0180123 0982358 0017642 A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante mostrou que os

grupos mais distantes entre si foram Floresta Ombroacutefial Densa e Formaccedilotildees Pioneiras

(3769699) e as mais proacuteximas foram Savana e Formaccedilotildees Pioneiras (0747576) (Tabela

412 Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas foram capazes de discriminar a maioria dos tipos de vegetaccedilatildeo

Tabela 412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional

dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana

F O Aberta 0000000 1009975 1192925 0747576 F O Densa 0000000 3769699 1756117 F Pioneiras 0000000 0636013 Savana 0000000

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresentados

na Figura 413 O primeiro eixo representou 89 e o segundo eixo 10 do espaccedilo

discriminante A elevaccedilatildeo foi correlacionada negativamente com o eixo 1 (Tabela 413)

A primeira funccedilatildeo discriminante separou bem as Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta

Ombroacutefila Densa com uma niacutetida concentraccedilatildeo da Floresta Ombroacutefila Densa em

regiotildees de maiores altitudes comparativamente e da Savana em altitudes intermediaacuterias

A posiccedilatildeo dos escores do segundo eixo por sua vez natildeo mostra uma discriminaccedilatildeo natildeo

muito clara

88

F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (89)

Funccedilatildeo1= -0955418h-0299187G +0569062kv

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5Fu

nccedilatildeo

2

(10

)

Figura 413ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre as fitofisionomias vegetais Aliado a isso as

variaacuteveis topograacuteficas explicaram apenas parte da variaccedilatildeo sendo fundamental a

consideraccedilatildeo de outros fatores ambientais que influenciam tal variaccedilatildeo

Tabela 413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional dos

Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0946199 -0285135 G -0299888 0953434 kv 0040028 0082033

Dentro dos grupos Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa tambeacutem foi feita

anaacutelise discriminante para verificar se as variaacuteveis topograacuteficas satildeo preditoras das

diferenccedilas existentes dentro destes grupos

89

A anaacutelise discriminante referente agraves Formaccedilotildees Pioneiras mostrou-se significativa na

separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks

Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura

vertical (kv) e orientaccedilatildeo de vertentes (A) foram as mais importantes na discriminaccedilatildeo

dos grupos (Tabela 414)

Tabela 414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg

(4grupos) Wilks Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0988327 0189399 2910298 0000000 0794133 0205867 kv 0203510 0919798 59293 0003397 0868437 0131563 A 0200203 0934994 47277 0010352 0886704 0113296

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 415) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com palmeiras (F P F L C

P) (1975363) e as mais proacuteximas foram Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - arbustiva (F P F L A) (016718) Entretanto as distacircncias entre estas

uacuteltimas natildeo foram consideradas significativas ( Figura 414)

Tabela 415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees

Pioneiras do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F P F L A F P F L A C P F P F L H

F P F L A 000000 1678342 016718 F P F L A C P 000000 1975363 F P F L H 000000 Distacircncia natildeo significativa

Na Tabela 416 satildeo apresentadas as primeiras funccedilotildees discriminante e a Figura 414

apresenta a distribuiccedilatildeo dos escores observados O eixo 1 representou 99 e o segundo

eixo 1 da variaccedilatildeo no espaccedilo discriminante Nota-se tambeacutem a formaccedilatildeo de dois

conglomerados um constituiacutedo por F P F L A C P (Formaccedilotildees Pioneiras com

90

influecircncia fluviallacustre arbustiva com palmeiras) e o outro formado por Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva (F P F L A)

Tabela 416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0905447 0253524 kv -0029439 0965668 A -0019900 -0094568

FPFLA FPFLACP FPFLH

-6 -4 -2 0 2 4 6

Funccedilatildeo 1 (99)

Funccedilatildeo1= -112154h+032379kv+029964G

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(1

)

Figura 414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA)

A Floresta ombroacutefila densa apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na

separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks

Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000) As variaacuteveis mais importantes na

91

discriminaccedilatildeo dos grupos foram a elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv) e curvatura

horizontal (kh) (Tabela 417)

Tabela 417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg

(3grupos) Wilks Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0 915853 0 273539 193 8718 0 000000 0 896351 0 103650

kv 0 287718 0 870722 10 8385 0 000041 0 882093 0 117907

kh 0 255539 0 980367 1 4619 0 235163 0 971082 0 028918

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 418) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Floresta

Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (F O D A D E) e Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D U) (17 02336) e as mais

proacuteximos foram Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente ( F O D T

B D E) e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D

U) (1 427646)

418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila

Tabela densa do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F O D A D E F O D T B D E F O D T B D U

F O D A D E 0 00000 8 602946 17 02336

F O D T B D E 0 000000 1 42765

F O D T B D U 0 00000

Analisando a Tabela 419 e a Figura 415 observa-se que o eixo da funccedilatildeo 1 discriminou

melhor os grupos vegetacionais A altitude correlacionou-se negativamente com o eixo

1 O graacutefico mostra uma clara separaccedilatildeo entre F O D A D E e F O D T B D U Tabela 419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Floresta Ombroacutefila densa do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h -0 883092 0 273758

kv 0 137193 0 809932

kh -0 128734 0 445988

92

FODADE FODTBDE FODTBDU

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6

Funccedilatildeo 1 (99)

Funccedilatildeo1= -104001h+044141kv-016324kh

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

)

Figura 415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA)

Finalmente o PNB apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na separaccedilatildeo dos

grupos vegetacionais Mata (Classes agrupadas Mata Galeria (B_A) Brejo (B_G) e

Mata de Interfluacutevio (B_H)) Cerrado sensu strictu (B_B) Campo Cerrado (Classes

agrupadas Campo Cerrado (B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo

Sujo (Classes agrupadas Campo Sujo (B_D) e Campo Sujo com presenccedila de

Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M)) e Campo Limpo (Campo

Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo com Murundum ( B_L))

com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054942 F (202163)=21407

plt00000) Cabe ressaltar que para tal anaacutelise foi excluiacuteda a classe reflorestamento As

variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente (A) elevaccedilatildeo (h) declividade (G) curvatura horizontal

93

(kh) e curvatura vertical (kv) foram importantes na discriminaccedilatildeo entre estes tipos de

vegetaccedilatildeo (Tabela 420)

Tabela 420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 054942F

(202163)=21407 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0645090 0851699 2838221 0000000 0897342 0102659

A 0652288 0842300 3051769 0000000 0950633 0049367

kh 0581610 0944658 954928 0000000 0928414 0071586

kv 0571084 0962070 642639 0000045 0905045 0094955

G 0604029 0909596 1620052 0000000 0917956 0082044

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 421) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e

Mata (2769105) e as mais proacuteximos foram Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu

(0420457) A proximidade destes uacuteltimos quanto ao conjunto de variaacuteveis

morfomeacutetricas que os definiram eacute comparaacutevel com a estrutura vegetacional uma vez

que ambas as feiccedilotildees vegetacionais satildeo muito parecidas O Campo Cerrado eacute a forma de

vegetaccedilatildeo intermediaacuteria entre o Campo Sujo e o Cerrado sensu strictu se diferenciando

deste uacuteltimo apenas pelo maior espaccedilamento e a sua menor quantidade de vegetaccedilatildeo

arboacuterea comparativamente com o Cerrado sensu strictu

Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas

foram capazes de discriminar todas as fitofisionomias vegetais consideradas na anaacutelise

Tabela 421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional

de Brasiacutelia (PNB)

Mata C s strictu C Cerrado C sujo C limpo

Mata 0000000 1753158 2308279 1259045 2769105

C s strictu 0000000 0420457 0651613 1889539

C Cerrado 0000000 0951929 1594591

C sujo 0000000 1605777

C limpo 0000000

94

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo bidimensional satildeo apresentados na Figura 416

e as primeiras funccedilotildees na Tabela 422 O primeiro eixo representou pouco mais da

metade do espaccedilo discriminante com 57 da variaccedilatildeo enquanto o segundo representou

31 A elevaccedilatildeo foi correlacionada positivamente com o eixo 1 A primeira funccedilatildeo

separou claramente a Mata do Campo Limpo mostrando que a Mata ocorreu

preferencialmente em locais com menor altitude e o Campo Limpo em locais com maior

altitude Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no espaccedilo

discriminante natildeo mostrou uma discriminaccedilatildeo muito clara

Tabela 422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia

(PNB)

Funccedilatildeo1 Funccedilatildeo 2

h 0787500 -0269384

A -0406321 -0652026

kh 0474768 -0356403

kv 0457941 -0406250

G 0034063 0410172

Houve uma sobreposiccedilatildeo entre as vaacuterias fitofisionomias vegetais (Figura 416) o que

indica que as variaacuteveis topograacuteficas podem variar em gradiente e natildeo de forma discreta

o que levaria a vegetaccedilatildeo ter faixas transicionais e natildeo limites bem definidos Aliado a

isso as variaacuteveis topograacuteficas explicaram parte da variaccedilatildeo vegetacional no entanto

outros fatores podem ser importantes Assim nessa graduaccedilatildeo de Campo Limpo a

Cerradosensu strictu (Campo Limpo Campo Sujo Campo Cerrado e Cerrado sensu

strictu) o aumento de biomassa que acompanha o adensamento arboacutereo se deve a um

conjunto de trecircs fatores o pedoloacutegico pela oligotrofia mineral toxidez por alumiacutenio e

diferenccedilas de drenagem e profundidade dos solos o pirogecircnico pela accedilatildeo do fogo na

biota e o climaacutetico principalmente pelo efeito sazonal que limita a disponibilidade de

aacutegua (COUTINHO 1990 2000 RIBEIRO WALTER 1998) Aleacutem disso desde o

seacuteculo passado o fator antroacutepico passou a causar modificaccedilotildees intensas na paisagem do

domiacutenio do Cerrado com abertura de aacutereas para produccedilatildeo agropecuaacuteria produccedilatildeo de

carvatildeo retirada seletiva de madeira construccedilatildeo de cidades e estradas e uso frequente de

fogo (COUTINHO 1990) Passos (1981) admite tambeacutem que as seccedilotildees de Cerrado sua

95

estrutura esteacutetica e a composiccedilatildeo floriacutestica variam marcadamente em funccedilatildeo dos traccedilos

morfoloacutegicos e pedoloacutegicos accedilatildeo do fogo criaccedilatildeo intensa do gado bovino e pelo uso

predatoacuterio de seus recursos para fins variados Apesar desse grande nuacutemero de fatores

determinantes das diferentes fisionomias de Cerrado as variaacuteveis topograacuteficas podem

ser consideradas importantes preditoras dessas fisionomias

Mata Csstrictu C Cerrado CSujo C Limpo

-8 -6 -4 -2 0 2 4

Funccedilatildeo 1 (57)

Funccedilatildeo1= 0811531h-0490434A +0226348G--0335083kh +0208597kv

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Funccedil

atildeo 2

(3

1)

Figura 416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Como o Campo Limpo e a Mata apresentaram subfisionomias foram feitas anaacutelises

separadas para as mesmas O objetivo dessas anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis

topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas subfisionomias

Para o Campo Limpo a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos

grupo vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054780 F

(10360)=12640 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram

96

as altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical

(0579371) (Tabela 423)

Tabela 423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do Parque Nacional de

Brasiacutelia (PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda

054780 F (10360)=12640 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0713429 0767837 2721238 0000000 0881053 0118947

A 0676059 0810280 2107265 0000000 0919987 0080013

kh 0555943 0985349 133820 0264915 0785837 0214163

kv 0579371 0945503 518741 0006452 0815523 0184476

G 0559424 0979216 191025 0151033 0940045 0059955

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 424) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e

Campo Limpo Uacutemido (4279562) e as mais proacuteximos foram Campo Limpo e Campo

Limpo com Murundum (0648776) Essa proximidade eacute tambeacutem evidenciada analisando

graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 416)

Tabela 424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do

Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

C Limpo C L Uacutemido C L Murundum

C Limpo 0000000 4279562 0648776

C L Uacutemido 0000000 2373841

C L Murundum 0000000

Analisando a Figura 416 e a Tabela 425 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina

melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou

maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 (0704843)

Tabela 425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Campo Limpo do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB)

97

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0704843 -0010358

A -0567686 -0304501

kh 0055032 -0173645

kv 0042136 0713181

G -0318338 0315520

A partir da Figura 417 verifica-se que houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre certos grupos

CLimpo CLUacutemido C LMurundum

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (92 )

Funccedilatildeo1= -0791756h+0694798A +0188232kv+0153586G--0118997kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(8

)

Figura 417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo

Limpo do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Os grupos Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum mostraram uma certa

sobreposiccedilatildeo entre si Enquanto o Campo Limpo Uacutemido se encontra com uma

distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois Isso pode se explicar por sua

preferecircncia por ambientes mais uacutemidos e aacutereas de encostas de vales Nestes ambientes

geralmente o lenccedilol freaacutetico permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo

98

de seca sofre um rebaixamento em que as camadas subsuperficiais mantecircm o

encharcamento do solo (PIVELLO et al 1998) Enquanto que a sobreposiccedilatildeo entre

Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum se deve ao fato deste ser basicamente

um campo uacutemido em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo

arredondadas e um pouco mais altas Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial

do terreno e deposiccedilatildeo da terra por teacutermitas recobertas por vegetaccedilatildeo de Cerrado e solo

permanentemente saturado de aacutegua entre os murunduns (ARAUacuteJO-NETO 1986)

Para a Mata a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos grupo

vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 045369 F

(8334)=20234 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as

altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical (0579371)

(Tabela 426)

Tabela 426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do Parque nacional de Brasiacutelia

(PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 4 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 045369 F

(8334)=20234 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 740994 0 612267 52 87851 0 000000 0 832297 0 167703

A 0 507837 0 893369 9 96642 0 000081 0 966140 0 033860

h 0 489610 0 926627 6 61177 0 001724 0 781795 0 218205

kv 0 462252 0 981469 1 57659 0 209739 0 903314 0 096686

Observando a distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante

distacircncia de Mahalanobis (Tabela 427) verificou-se que os grupos mais distantes entre

si foram Mata de Interfluacutevio e Mata Galeria (5176726) e as mais proacuteximas foram Brejo

e Mata Galeria (0286713) Essa proximidade eacute tambeacutem evidente analisando graacutefico da

funccedilatildeo discriminante (Figura 418) A distacircncia entre o Brejo e Mata Galeria natildeo foram

significativas Isto implica na grande sobreposiccedilatildeo entre estes grupos Enquanto a Mata

de Interfluacutevio se encontra com uma distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois

99

Tabela 427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB)

M Galeria Brejo M Interfluacutevio

M Galeria 0 000000 0 286713 5 176726

Brejo 0 000000 4862178

M Interfluacutevio 0 000000

Distacircncia natildeo significativa

Esses resultados reafirmam que a posiccedilatildeo do relevo eacute um dos determinantes da

composiccedilatildeo floriacutestica e de estrutura das comunidades de interfluacutevio (FONSECA

JUacuteNIOR 2004) uma vez que estas se localizam em locais mais altos Enquanto que a

sobreposiccedilatildeo entre Mata Galeria e Brejo se deve ao fato deste uacuteltimo tipo de vegetaccedilatildeo

ocupar planiacutecies permanentemente encharcadas que frequumlentemente surge nas bordas

nas Matas de Galeria ou mesmo matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo de Cerrado

(RIBEIRO WALTER 1998) A caracteriacutestica marcante desse tipo de ambiente eacute o

niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora haja variaccedilotildees durante o ano

Analisando a Figura 418 e a Tabela 428 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina

melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou

maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 assim a distribuiccedilatildeo dos escores

da Mata de Interfluacutevio possui os maiores valores de altitude

Tabela 428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutela (PNB)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0 849666 0 286224

A 0 504311 0 010065

G 0 088693 0 799165

kv -0 044105 -0 365752

100

M Galeria Brejo MInterfluacutevio

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (95 )

Funccedilatildeo1= 0941455G+0457563A -0309162h+0073823 kv

-3

-2

-1

0

1

2

3

Funccedil

atildeo 2

(5

)

Figura 418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Diante do exposto podemos concluir que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem predizer

os tipos vegetacionais de alguns grupos sendo a maioria destes confundidos entre si

uma vez que as diferenccedilas vegetacionais se devem mais agraves caracteriacutesticas pedoloacutegicas e

clima por exemplo

43 Processamentos experimentais

Diante da apreciaccedilatildeo dos dados e das anaacutelises discriminantes foram feitos

processamentos para verificaccedilatildeo da aplicabilidade de tais resultados ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo As Figuras 418 419 420 e 421 ilustram os produtos das classificaccedilotildees das

variaacuteveis geomorfomeacutetricas selecionadas realizadas atraveacutes de meacutetodos diversos

(Cluster Maacutexima Verossimilhanccedila e Fatiamento) bem como o mapa de vegetaccedilatildeo de

cada aacuterea em estudo Apesar da representaccedilatildeo de tais resultados na forma de mapas

(Figuras 419 a 434) eacute importante lembrar que estes satildeo exerciacutecios experimentais uma

101

vez que satildeo reconhecidas as fontes tradicionais de informaccedilatildeo para o mapeamento da

vegetaccedilatildeo

As classificaccedilotildees por Cluster MaxVer e Fatiamento bem como a classificaccedilatildeo por

Fatiamento das primeiras funccedilotildees discriminantes mostraram diferentes respostas

comparativamente aos mapas de vegetaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo dos histogramas propiciou a

seleccedilatildeo do melhor conjunto de variaacuteveis topograacuteficas para alimentar algoritmos de

classificaccedilatildeo Esta seleccedilatildeo se baseou nas classes que se separavam mais claramente

entre si

As anaacutelises de histogramas para RPPNSA (Figura 45) mostraram notaacutevel separaccedilatildeo

entre as classes S_A e S_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo sendo a classe S_A coincidente

com a S_C S_D e parte predominante da S_H Esta uacuteltima classe se distinguiu das

demais por sua curvatura horizontal mostrando um caraacuteter convergente e curvatura

vertical cocircncava principalmente

Na MIA as anaacutelises (Figura 46) indicaram melhor distinccedilatildeo entre as classes I_A e I_B

atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo e curvatura vertical principalmente A classe I_C se

apresenta em situaccedilatildeo intermediaacuteria embora se mostre especialmente diferente da

classe I_B quando se observa a distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo seguida da curvatura vertical

Nesta aacuterea em especial os meacutetodos de elaboraccedilatildeo do mapa de referecircncia (segundo

Moreira M 2006 comunicaccedilatildeo pessoal) causam uma circularidade da informaccedilatildeo

topograacutefica neste estudo O traccedilado da Floresta de Platocirc Alto foi definido pelo

Fatiamento da altitude acima de 61 m Por sua vez a Floresta de Baixio foi delimitada

pelas aacutereas a menos de 50 m dos cursos drsquoaacutegua estes dispostos de acordo com o

mapeamento da hidrologia local a partir de mapas do IBGE

Para o PNCA a anaacutelise dos histogramas (Figura 47) mostrou a separaccedilatildeo entre as

classes A_B A_C A_D e A_F e entre A_G A_H e A_I atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo

Esta uacuteltima combinaccedilatildeo entretanto natildeo gerou resultado satisfatoacuterio comparativamente

com a referecircncia (Figura 420) uma vez que natildeo abrange todo o intervalo de valores

possiacuteveis As demais variaacuteveis geomorfomeacutetricas apresentaram-se mais ou menos

homogecircneas para todas as classes A anaacutelise dos histogramas do PNB (Figura 48)

102

mostrou melhor separaccedilatildeo entre as classes B_F e B_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo

entretanto estas satildeo muito pequenas diante das demais sendo entatildeo excluiacutedas da anaacutelise

para alimentar a classificaccedilatildeo por Fatiamento As demais classes de modo geral quanto

a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal se diferenciaram mais visualmente

embora houvesse bastante confusatildeo entre estas feiccedilotildees

Diante do exposto foram selecionadas as variaacuteveis elevaccedilatildeo curvatura vertical e

curvatura horizontal para alimentar os algoritmos de classificaccedilatildeo das primeiras trecircs

aacutereas enquanto a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal foram selecionadas para

o PNB

O uso da altitude para expansatildeo de observaccedilotildees pontuais tambeacutem eacute uma praacutetica inerente

aos mapas RADAM e seus derivados Aleacutem de sua contaminaccedilatildeo nos mapas a altitude

estaacute tambeacutem correlata agraves variaacuteveis morfomeacutetricas de acordo com a ordenaccedilatildeo

altitudinal ditada pelo padratildeo do terreno (VALERIANO et al 2006) Num exemplo

simples terrenos convexos nos topos e cocircncavos nos baixios de uma mesma vertente

Pode-se esperar devido a isso uma superestimativa da importacircncia dessa variaacutevel

quando aferida por estes mapas Nos mapas referentes a aacuterea da MIA (Figura 420 e

425) por exemplo percebe-se em funccedilatildeo de algumas diferenccedilas que (1) a base

altimeacutetrica usada no mapeamento da vegetaccedilatildeo na MIA difere dos dados SRTM (os

Fatiamentos natildeo coincidem integralmente) (2) a visualizaccedilatildeo dos dados SRTM permite

a percepccedilatildeo de drenagens que natildeo estavam representadas no mapa usado para

mapeamento da vegetaccedilatildeo (haacute mais afluentes nos dados topograacuteficos de Floresta de

Baixio) Tal situaccedilatildeo pode ser considerada uma regra embora menos expliacutecita do que

no caso acima em todo o mapeamento da vegetaccedilatildeo na Amazocircnia uma vez que

descendem dos dados RADAM cuja metodologia tem intenso aporte da informaccedilatildeo

topograacutefica

Por meio da interpretaccedilatildeo visual das classificaccedilotildees percebe-se na RPPNSA (Figura

420) que o meacutetodo de classificaccedilatildeo que gerou produto mais semelhante ao mapa

referecircncia foi o MaxVer (kappa=03439) principalmente pela extensatildeo e

posicionamento da classes Caatinga Florestada (S_F) Carrasco (S_G) e Mata Seca

(S_I) O Cluster apresenta o produto mais distante comparativamente ao mapa

103

referecircncia (kappa = 00443) especialmente no que se refere a abrangecircncia e o

posicionamento das classes (S_A) Caatinga Arboacutereo-arbustivae (S_B) Complexo

Arboacutereo Por outro lado embora o produto da classificaccedilatildeo por Fatiamento

(kappa=02662) mostre apenas trecircs zonas vegetacionais estas esboccedilam um resultado

mais coerente ao mapa referecircncia do que por Cluster A classificaccedilatildeo por MaxVer

tambeacutem foi o melhor resultado encontrado no PNB (kappa=01231) principalmente

pela extensatildeo e posicionamento da classes (B_B) Cerrado sensu strictu e (B_C) Campo

Cerrado

Figura 419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio

natural de Serra das almas (RPPNSA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima

Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

Classes de Vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo Arboacutereo) S_C

(Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E (Caatinga

Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria) e S_I

(Mata Seca)

104

Para o PNB o Cluster apresentou um produto muito diferente do mapa referecircncia

(kappa=-00079) natildeo apresentando nenhuma correspondecircncia com o mapa referecircncia

Em contrapartida a classificaccedilatildeo por Fatiamento mostra um produto mais coerente

(kappa=01067) mesmo apresentando apenas trecircs feiccedilotildees vegetacionais (Figura 421)

Em contrapartida o mapa gerado por Fatiamento foi o melhor produto encontrado para

MIA (Figura 420) e PNCA (Figura 421) em detrimento das demais classificaccedilotildees Para

a MIA por meio do Fatiamento (kappa=05556) a classe que apresentou maior

semelhanccedila com o mapa de vegetaccedilatildeo da aacuterea foi a classe I_A (Floresta de Baixio)

Entretanto as classificaccedilotildees por Cluster (kappa=04297) e MaxVer (kappa=04986)

tambeacutem produziram resultados visualmente bastante semelhantes ao mapa referecircncia

Figura 420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de

vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de Baixio) I_B

(Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

Finalmente para o PNCA o Fatiamento gerou produto comparaacutevel ao mapa referecircncia

(kappa=04104) principalmente pela extensatildeo e posicionamento das classes (A_B)

105

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras

(A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente e (A_D) Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente O Cluster (kappa=-00913) apresenta o

resultado mais discrepante comparativamente com a referecircncia natildeo havendo

correspondecircncia entre nenhuma das classes A classificaccedilatildeo por MaxVer tambeacutem mostra

pouca correspondecircncia com o mapa referecircncia (kappa=00958)

Figura 421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila

(MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de

Vegetaccedilatildeo A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_B

(Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras)

A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas

Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva

com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana

Parque sem floresta-de-galeria)

Considerando todas as aacutereas em conjunto observa-se que entre os meacutetodos de

classificaccedilatildeo o Cluster apresentou os piores produtos enquanto as classificaccedilotildees por

MaxVer e Fatiamento apresentaram os melhores resultados Pode-se no entanto

106

distinguir o Fatiamento como o meacutetodo de melhor resultado para aacutereas PCNA e MIA

da Amazocircnia e MaxVer para RPPNSA (Caatinga) e PNB (Cerrado)

Figura 422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de

vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo B_A (Mata Galeria) B_B

(Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo)

B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I

(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L ( Campo Limpo com

Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e

ldquocanela de emardquo

Quanto aos processamentos baseados nas anaacutelises discriminantes a geraccedilatildeo da imagem

da primeira funccedilatildeo discriminante de cada aacuterea permitiu a obtenccedilatildeo de uma classificaccedilatildeo

mais elaborada que as anteriores com melhores resultados gerais Os mapas de

vegetaccedilatildeo referecircncia apresentados neste ensaio satildeo produtos de reagrupamento de

classes de vegetaccedilatildeo feitos em funccedilatildeo da semelhanccedila entre suas estruturas

vegetacionais

107

A Figura 423 ilustra os mapas das funccedilotildees 1 e 2 e o Fatiamento da funccedilatildeo1 na aacuterea da

RPPNSA Eacute possiacutevel observar na funccedilatildeo 1 e 2 padrotildees comparaacuteveis agraves classes de

vegetaccedilatildeo Na funccedilatildeo 2 haacute um indicativo pronunciado do Complexo Galeria

principalmente devido agrave variaacutevel declividade que possui maior peso dentro de tal

funccedilatildeo sendo o Complexo Galeria caracteriacutestico de ambientes fluviais que nesta aacuterea

se apresentam encaixados portanto com declividades mais pronunciadas

Figura 423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNS) e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada como referecircncia

Classes de Vegetaccedilatildeo Complexo arboacuterea arbustiva (Classes agrupadas Caatinga

Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-

arbustivo(S_D)) Complexo Arboacutereo (Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B)

Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata

Seca

108

O Fatiamento feito a partir da funccedilatildeo 1 mostrou-se muito semelhante ao mapa de

vegetaccedilatildeo especialmente quanto agraves classes Complexo Arboacutereo-arbustivo e Mata Seca

Comparando o presente resultado com o resultado dos demais processamentos

experimentais realizados este mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da vegetaccedilatildeo

jaacute realizado A Figura 424 ilustra o resultado do Fatiamento das subfisionomias do

Complexo Arboacutereo na aacuterea da RPPNSA Para este caso o Fatiamento mostrou uma

certa confusatildeo entre as classes entretanto este resultado evidenciou algumas tendecircncias

das classes subfisionocircmicas superestimando a ocorrecircncia de Caatinga Florestada e

subestimando as demais classes

Figura 424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da Reserva

Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) e Mapa de vegetaccedilatildeo

como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo do Complexo Arboacutereo Complexo Arboacutereo

Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada

109

A MIA tambeacutem apresenta padrotildees vegetacionais indicados pelas funccedilotildees

discriminantes poreacutem o produto gerado foi de qualidade inferior aos outros

processamentos experimentais realizados para esta aacuterea (Figura 425) Percebe-se que a

Floresta de Platocirc Baixo com campinarana foi subestimada assim como a Floresta de

Platocirc Alto enquanto a Floresta de Baixio foi subestimada Pode-se considerar que para

esta aacuterea de estudo o meacutetodo de processamento mais aplicaacutevel ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo foi o Fatiamento baseado na anaacutelise dos histogramas cujo produto foi o mais

semelhante ao mapa referecircncia (Figura 420) Ressalta-se que apesar do exposto

considerando que no mapa referecircncia utilizado a classe floresta de baixio tenha sido

definida como uma faixa de 50m em cada lado da rede hidrograacutefica os resultados da

classificaccedilatildeo a partir do fatiamento ou da funccedilatildeo discriminante mostraram-se mais

condizentes com a realidade principalmente no que se refere agrave classe floresta de baixio

Figura 425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu

(MIA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de

Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

110

No PNCA mostra que as feiccedilotildees vegetacionais satildeo observadas claramente (Figura 426)

nas funccedilotildees 1 e 2 Na funccedilatildeo 1 todas as classes satildeo distinguidas facilmente exceto a

classe Formaccedilotildees Pioneiras Assim o mapa obtido por Fatiamento da funccedilatildeo 1 mostrou

resultado satisfatoacuterio distinguindo a Floresta ombroacutefila densa e a Floresta Ombroacutefila

Aberta e Savana que embora se mostrem as duas primeiras se mostrem sutilmente

subestimadas e a uacuteltima superestimada evidenciam claramente as tendecircncias dos

diferentes tipos de vegetaccedilatildeo no terreno Comparativamente aos outros processamentos

experimentais este processamento mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo

Figura 426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Floresta

Ombroacutefila Aberta ( Floresta Ombroacutefila Aberta aluvial ( A_A) Floresta Ombroacutefila Aberta

de Terras Baixas com palmeiras (A_B)) Formaccedilotildees Pioneiras (Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras (A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea) (A_H)) Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta

Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Terras

Baixas Dossel emergente (A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel

uniforme (A_E)) Savana (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa (A_I) sem floresta-de-galeria

Savana Parque sem floresta-de-galeria (A_J))

111

Quanto agraves anaacutelises de suas subfisionomias observa-se que o resultado do Fatiamento

das Formaccedilotildees Pioneiras foi quase idecircntico ao do mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia exceto

pela ausecircncia da Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva

(Figura 427) Jaacute na Funccedilatildeo 1 foi possiacutevel perceber claramente um indicativo da classe

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras

aparecendo em tom mais escuro na imagem Funccedilatildeo 1 Para Floresta ombroacutefila densa os

resultados encontrados tambeacutem foram muito promissores

Figura 427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva Formaccedilotildees Pioneiras

com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea

A classe Floresta ombroacutefila densa com dossel emergente foi a que melhor se

assemelhou ao mapa de vegetaccedilatildeo enquanto as demais classes mostraram bons

resultados (Figura 428) Haacute de se considerar que a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras

Baixas com dossel emergente e a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas com

dossel uniforme mostram certa diferenciaccedilatildeo entre o mapa gerado a partir da Funccedilatildeo

discriminante 1 e o mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

112

Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como

referecircncia Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel

uniforme

No PNB soacute foi possiacutevel verificar algumas tendecircncias e o produto obtido natildeo foi

satisfatoacuterio como jaacute era esperado uma vez que se trata de uma aacuterea de relevo

homogecircneo de feiccedilotildees bastante discretas (Figura 428) Por outro lado as suas

subfisionomias apresentaram bons resultados comparaacuteveis aos seus respectivos mapas

de vegetaccedilatildeo de referecircncia No Campo Limpo exceto pela classe Campo Limpo Uacutemido

que foi superestimado no mapa gerado as demais classes mostraram-se bem

semelhantes ao mapa referecircncia tanto por sua extensatildeo quanto pelo seu posicionamento

(Figura 429) Na Mata o produto obtido foi quase idecircntico ao mapa de referecircncia isso

pode ser verificado especialmente pela classe Mata de Interfluacutevio Estes resultados

indicam que para este tipo de vegetaccedilatildeo Cerrado os processamentos natildeo se aplicam ao

mapeamento da vegetaccedilatildeo ao niacutevel de fitofisionomias podendo poreacutem ser aplicaacutevel as

suas subfisionomias (Figura 430) Diante disso foi possiacutevel se conseguir um

113

mapeamento satisfatoacuterio ateacute o niacutevel das subfisionomias para algumas aacutereas de estudo

sendo que para aacutereas com relevo semelhante ao do PNB o emprego deste meacutetodo deve

ser feito com mais cautela

Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia

(PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Mata (Mata Galeria

(B_A) Brejo (B_G) e Mata de Interfluacutevio (B_H)) Campo Cerrado (Campo Cerrado

(B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo Sujo (Campo Sujo (B_D) e

Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M))

e Campo Limpo (Campo Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo

com Murundum (B_L)) e Cerrado sensu strictu

114

Figura 429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Campo Limpo Campo

Limpo Uacutemido e Campo Limpo com Murundum

115

Figura 430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do Parque Nacional de

Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Mata Galeria Brejo e Mata de

Interfluacutevio

116

117

5 CONCLUSOtildeES

O presente trabalho foi conduzido com o intuito de avaliar as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo do SRTM para

identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo A

partir dos resultados obtidos puderam-se assinalar as seguintes conclusotildees

a) As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos

para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees

geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de

vegetaccedilatildeo referecircncia Embora a altitude tenha sido usada para a confecccedilatildeo de

parte dos mapas usados como referecircncia esta foi a mais importante para

discriminaccedilatildeo dos grupos vegetacionais em todas as aacutereas seguida da curvatura

vertical e da curvatura horizontal

b) As fitofisionomias se caracterizaram pelas suas preferecircncias (niacuteveis da

frequumlecircncia maacutexima ou moda) a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas e natildeo

pelas faixas de amplitude que se mostraram sobrepostas em geral com

evidentes implicaccedilotildees no desenvolvimento futuro de meacutetodos de classificaccedilatildeo

com dados geomorfomeacutetricos Anaacutelises discriminantes fundamentada na

estatiacutestica de probabilidades apresentaram os melhores resultados gerais em

relaccedilatildeo aos demais meacutetodos testados (Fatiamento MaxVer e cluster)

c) As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem

ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob

mesmas condiccedilotildees topograacuteficas Para a RPPNSA os grupo que mais se separam

satildeo Mata Seca e Complexo arbustivo arboacutereo Dentro da fisionomia Complexo

Arboacutereo as que mais se separam satildeo a Caatinga Arboacuterea e a Caatinga

Florestada Para a MIA satildeo as Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto

Para o PNCA satildeo Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa no que se

refere agrave fisionomia Formaccedilotildees Pioneiras merece destaque a separaccedilatildeo entre

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com

118

palmeiras e Formaccedilotildees Pioneiras lacustre ndash herbaacutecea Para fisionomia Floresta

Ombroacutefila Densa destaca-se das demais a Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial

Dossel emergente O PNB que natildeo teve uma boa distinccedilatildeo entre as suas

fisionomias tendo entretanto um resultado satisfatoacuterio na separaccedilatildeo de suas

subfisionomias especialmente dentro da fisionomia Mata a Mata de Interfluacutevio

e dentro do Campo Limpo o Campo Limpo Uacutemido

d) Embora os dados geomorfomeacutetricos tenham mostrado potencial indicativo das

classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do

detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de

classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises

discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o

niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a

RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias

deste uacuteltimo O PNB apresentou resultados fracos no niacutevel de fitofisionomia

Entretanto as subfisionomias testadas dentro de fitofisionomias apresentaram

resultados satisfatoacuterios

119

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  • PAacuteGINA DE ROSTO
  • FICHA CATALOGRAacuteFICA
  • BANCA EXAMINADORA
  • EPIacuteGRAFE
  • DEDICATOacuteRIA
  • AGRADECIMENTOS
  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • SUMAacuteRIO
    • LISTA DE FIGURAS
    • LISTA DE TABELAS
    • LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
    • 1 INTRODUCcedilAtildeO
    • 2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
      • 21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem
      • 22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo
      • 23 SRTM
      • 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens
        • 241 Cluster
        • 242 Fatiamento
        • 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)
          • 25 Anaacutelise Discriminante
          • 26 Dados de Vegetaccedilatildeo
            • 262 Bioma Amazocircnia
            • 261 Bioma Caatinga
              • 2621 Microbacia do Igarapeacute Asu
              • 2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
                • 263 Bioma Cerrado
                    • 3 MATERIAL E MEacuteTODOS
                      • 31 Detalhamento do fluxo de trabalho
                      • 32 Recursos
                        • 321 As aacutereas de estudo
                        • 322 Dados de vegetaccedilatildeo
                        • 323 Dados topograacuteficos
                        • 324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados
                          • 33 Procedimentos
                            • 331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados
                            • 332 Anaacutelise dos resultados
                            • 333 Processamentos experimentais
                                • 4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
                                  • 41 Apreciaccedilatildeo dos dados
                                  • 42 Anaacutelises discriminantes
                                  • 43 Processamentos experimentais
                                    • 5 CONCLUSOtildeES
                                    • 6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
Page 6: DADOS GEOMORFOMÉTRICOS COMO SUBSÍDIO AO …

Agravequele que eacute tatildeo amado e amaacutevel que me presenteia com a constacircncia de sua

presenccedila amizade e exemplo de fortaleza de vida e objetividade de ideais Agravequele cujo

apoio tornou mais leve a caminhada mais divertidos os dias Estar distante dessa

pessoa pela forccedila de nossas escolhas natildeo eacute experiecircncia de distacircncia mas de constante

presenccedila de quem deixa a forccedila do bem estampar de sua alma e me alcanccedila com sua

forccedila onde quer que eu esteja Partilho contigo a vida meus ideais e te ofereccedilo essa

conquista Dedico este trabalho ao meu precioso irmatildeo Pitaacutegoras da C Bispo

AGRADECIMENTOS

Se elaborar um trabalho desta natureza constitui de certa forma um desafio mencionar

a totalidade de pessoas que colaboraram para realizaccedilatildeo deste talvez seja tarefa ainda

mais difiacutecil No entanto impossiacutevel deixar de citar nomes Assim gostaria de expressar

minha gratidatildeo

Ao Dr Maacutercio de Morisson Valeriano na condiccedilatildeo de orientador pela sabedoria e

conhecimentos transmitidos os quais abriram caminhos para meu aperfeiccediloamento

cientiacutefico e grande aprendizado pelo incentivo e apoio nos caminhos escolhidos Por

ter me ensinado a praacutetica de que o trabalho se realiza quando transcendemos natildeo soacute as

possibilidades de um trabalho cientiacutefico mas todas as possibilidades que enquanto

pessoa podemos construir Na condiccedilatildeo de amigo pela amabilidade e agradaacutevel

conviacutevio presenteando-me com enriquecedoras discussotildees e palavras as quais levarei

para sempre comigo Minha gratidatildeo por tatildeo especial presenccedila em meu caminho

Agrave Dra Tatiana Mora Kuplich pela orientaccedilatildeo apoio e incentivo Aliada agrave doccedilura e com

a qual sempre me recebeu pelas discussotildees enriquecedoras que contribuiacuteram

imensamente para execuccedilatildeo desta pesquisa pela valiosa amizade e agradaacutevel

convivecircncia

Ao Vitor Celso de Carvalho pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo da Reserva do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas por ele construiacutedo em sua dissertaccedilatildeo de

mestrado

Ao grupo de pesquisa Biodiversidade- Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico coordenado

por Jasen Zunon (INPA) em especial ao Marcelo Moreira pelo fornecimento do Mapa

de Vegetaccedilatildeo da Microbacia do Igarapeacute Asu Por sua atenccedilatildeo e prontidatildeo nos

esclarecimentos de quaisquer duacutevidas surgidas referentes ao mapeamento da aacuterea

Ao Manuel Eduardo Ferreira pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo do Parque

Nacional de Brasiacutelia atualizado em sua dissertaccedilatildeo

Ao Dr Bruce Nelson (INPA) pelo fornecimento da base de dados do SIPAM dos quais

obtivemos a aacuterea de estudo do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

Agrave Drordf Evlyn Novo (INPE) pelo apoio e oportunidade colocando-me em contato com

meus atuais orientadores

Ao Camilo Renoacute (INPE) e Pitaacutegoras da C Bispo (UNESP) pela atenccedilatildeo e auxiacutelio

durante as anaacutelises estatiacutesticas

A uma das minhas mais amadas preciosidades pelo profundo bem querer que sintoniza

nossas almas a todo tempo mostrando-me a beleza que eacute estar partilhando a minha

existecircncia com pessoa de tatildeo admiraacutevel coragem forccedila e clareza de objetivos A vocecirc

minha querida irmatilde Patriacutecia da C Bispo por ser presenccedila inspiradora em minha vida

Agrave minha cunhada Vera e minha linda sobrinha Maria Julia pelo apoio carinho e por

fazerem parte desse ciacuterculo de amor que eacute a minha famiacutelia

Aos amigos Faacutebio Iwashita Leila Sheila Lisboa Thiago Rabelo Taise Faria Andreacute

Maia Javier Portilio Wagner Silva Faacutebio Gonccedilalvez e Rui Epiphanio pela amizade e

troca de conhecimentos

Agrave famiacutelia ldquoAs Traccedilasrdquo minha querida repuacuteblica Flaacutevia Cardoso Fernanda Fonseca e

Eacuterica Diogo e as amigas do ldquoTrio Fantaacutesticordquo minhas queridas vizinhas de baia

Carolina Carvalho e Sheila Knust pelo apoio carinho gargalhadas partilha de

experiecircncias vividas e preciosa amizade proporcionando momentos de alegria que

jamais esquecerei

Ao querido amigo Misael L da Silva e sua famiacutelia pelo apoio e atenccedilatildeo em especial agrave

D Paula pela hospitalidade acolhida e carinho durante a minha estada em Satildeo Joseacute dos

Campos

Ao INPE pela acolhida e apoio logiacutestico

Ao CNPQ pela bolsa de mestrado viabilizando a realizaccedilatildeo desta pesquisa

RESUMO

O presente trabalho buscou avaliar o potencial das variaacuteveis geomorfomeacutetricas extraiacutedas de dados SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) para identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais de quatro aacutereas testes que representaram alguns dos principais biomas brasileiros (Caatinga Cerrado e Floresta Amazocircnica) As anaacutelises recaiacuteram sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo existentes Para isso foram utilizados dados SRTM e dados vegetacionais jaacute publicados As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de vegetaccedilatildeo referecircncia As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob mesmas condiccedilotildees topograacuteficas As variaacuteveis mais importantes na distinccedilatildeo entre os tipos vegetacionais foram a elevaccedilatildeo a curvatura horizontal e a curvatura vertical Apesar de os dados geomorfomeacutetricos mostrarem potencial indicativo das classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias deste uacuteltimo O PNB apresentou o pior resultado no niacutevel de fitofisionomia enquanto as subfisionomias testadas apresentaram resultados satisfatoacuterios Assim o procedimento empregado partindo-se das anaacutelises discriminantes com variaacuteveis geomorfomeacutetricas pode subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo Palavras-chave vegetaccedilatildeo modelo digital de elevaccedilatildeo anaacutelises discriminantes topografia sensoriamento remoto

GEOMORPHOMETRIC DATA AS SUBSIDY FOR VEGETATION MAPPING

ABSTRACT

The potentials of geomorphometric variables derived from SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) for the mapping of vegetation types were investigated Four published vegetation maps for study areas inside three Brazilian biomes (Amazonian forest Savanna and Steppe) served as reference for testing the discriminatory potential of the geomorphometric variables The study sites differed in the feasibility of applying topographic data to vegetation mapping according to the variation of geomorphometric conditions and vegetation reference mapping scale and detail level The analysis indicated the vegetation class groups prone to classification in contrast to groups occurring in similar topographic conditions The variables that presented strongest relationships with the vegetation classes were elevation horizontal and vertical curvature Although geomorphometric data had shown potential for discriminating vegetation classes the achieved classification could not reach the thematic detail level of the reference maps due to co-occurrence of classes with similar vegetational structures Based on discriminant analysis it was possible to experimentally map to the sub-phytophysiognomic level The best results were found for the RPPNSA and PNCA sites and the sub-physiognomies of the latter PNB site showed the worst results at the phytophysiognomy level while its tested sub-physiognomies performed satisfactorily It was found that discriminant analysis of geomorphometric data could subsidy vegetation mapping

Key-words vegetation digital elevation model discriminant analysis topography remote sensing

SUMAacuteRIO

Paacuteg

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

1 INTRODUCcedilAtildeO 23

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 25

21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem 25

22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo 26 23 SRTM 31 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens 34 241 Cluster 35 242 Fatiamento 36 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer) 37

25 Anaacutelise Discriminante 39

26 Dados de Vegetaccedilatildeo 40

261 Bioma Caatinga 40

262 Bioma Amazocircnia 42

2621 Microbacia do Igarapeacute Asu 46

2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos 47

263 Bioma Cerrado 50

3 MATERIAL E MEacuteTODOS 55

31 Detalhamento do fluxo de trabalho 55

32 Recursos 56

321 As aacutereas de estudo 56

322 Dados de vegetaccedilatildeo 57

323 Dados topograacuteficos 58

324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados 59

33 Procedimentos 59

331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados 59

332 Anaacutelise dos resultados 60

333 Processamentos experimentais 61

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 63

41 Apreciaccedilatildeo dos dados 63

42 Anaacutelises discriminantes 77

43 Processamentos experimentais 100

5 CONCLUSOtildeES 117

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 119

LISTA DE FIGURAS

21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade de pixels nos diversos conjuntos de treinamento

38

31 ndash Fluxo de atividades 55

32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo 57

41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 64

42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 65

43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 66

44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB e seu mapa de vegetaccedilatildeo 67

45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da RPPNSA

69

46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA

71

47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA

73

48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB

75

49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da RPPNSA

80

410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

82

411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA

83

412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da MIA

86

413 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea do PNCA

88

414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

90

415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

92

416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do PNB

95

417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo Limpo do PNB

97

418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Mata do PNB

100

419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNSA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

103

420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

104

421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

105

422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

106

423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNS e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada referecircncia

107

424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da RPPNSA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

108

425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

109

426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

110

427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

111

428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

112

429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

113

430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

114

431 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

115

LISTA DE TABELAS

11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)

31

31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados 59

41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da RPPNSA 78

42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea RPPNSA

79

43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da RPPNSA

79

44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

81

45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

81

46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

82

47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA

83

48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea MIA 84

49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da MIA

84

410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da MIA 85

411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do PNCA 87

412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNCA

87

413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNCA 88

414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do PNCA

89

415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

89

416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

90

417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

91

418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

91

419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Floresta Ombroacutefila densa PNCA

92

420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do PNB 93

421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNB

94

422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNB 94

423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB

96

424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB

96

425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Campo Limpo do PNB

97

426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do PNB 98

427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do PNB

99

428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Mata do PNB

99

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DOD ndash Departamento de Defesa dos Estados Unidos IBGE ndash Fundaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

InSAR ndash Interferometric Synthetic Aperture Radar JPL ndash Jet Propulsion Laboratory)

MDE ndash Modelo Digital de Elevaccedilatildeo MIA ndash Microbacia do Igarapeacute Asu NASA ndash National Aeronautics and Space Administrarion NIMA - National Imagery and Mapping Agency

PNB ndash Parque Nacional de Brasiacutelia

PNCA ndash Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

RPPNSA ndash Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas SIG ndash Sistema de Informaccedilotildees Geograacuteficas

SRTM - Shuttle Radar Topographic Mission

USGS -United States Geological Survey

23

1 INTRODUCcedilAtildeO

Dados de sensoriamento remoto tecircm servido como base haacute deacutecadas para mapeamentos

de vegetaccedilatildeo em diferentes escalas Entretanto ainda existem lacunas no conhecimento

a respeito da ocorrecircncia das diferentes formaccedilotildees vegetais brasileiras assim como sua

extensatildeo e estado de conservaccedilatildeo Assim dados de sensores oacutepticos a bordo de sateacutelites

ou aeronaves fornecem informaccedilotildees sobre o dossel vegetal que com apoio de campo

satildeo usados em mapeamentos diversos Evidentemente estes dados tecircm sua capacidade

limitada agrave medida que determinadas formaccedilotildees vegetais possuem respostas espectrais

semelhantes Um dos principais projetos que visaram ao mapeamento da cobertura

vegetal brasileira foi o RADAMBRASIL A variedade de atributos usados no sistema

de classificaccedilatildeo refletiu a variabilidade estrutural dos tipos de vegetaccedilatildeo do Brasil As

informaccedilotildees geradas pelo projeto tambeacutem confirmaram a importacircncia da topografia na

caracterizaccedilatildeo da paisagem local e regional jaacute que eacute um dos fatores determinantes do

estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidade de espeacutecies vegetais

Embora se reconheccedilam os dados topograacuteficos como importante fonte de informaccedilotildees

para subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo o estabelecimento de metodologias com este

aporte requer o desenvolvimento de estudos especiacuteficos para determinar as relaccedilotildees que

existem entre ambos os aspectos Tal condiccedilatildeo pode ser explicada por uma histoacuterica de

ausecircncia de levantamentos topograacuteficos detalhados pela qual grande parte do territoacuterio

nacional permanece com mapeamentos em escalas inadequadas para vaacuterias aplicaccedilotildees

Neste contexto a utilizaccedilatildeo de bases topograacuteficas obtidas por sensores orbitais pode

enfim significar a viabilizaccedilatildeo de tais estudos A missatildeo SRTM (Shuttle Radar

Topographic Mission) ocorrida em 2000 possibilitou a coleta de dados altimeacutetricos

para praticamente toda a superfiacutecie terrestre A existecircncia desses dados em cobertura

nacional permite que se avalie e se desenvolva seu potencial para o mapeamento da

vegetaccedilatildeo de forma relativamente padronizada em diferentes ambientes

Os dados SRTM mostraram-se passiacuteveis de derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas

para expressatildeo das diferentes caracteriacutesticas do relevo o que resulta num conjunto de

dados em complemento agrave altimetria Cada variaacutevel condiciona a vegetaccedilatildeo atraveacutes de

diferentes aspectos da paisagem (temperatura exposiccedilatildeo solar e hidrologia por

24

exemplo) aleacutem do controle direto sobre o transporte e o acuacutemulo de estruturas de

propagaccedilatildeo biomassa e substacircncias vegetais que afetam sua distribuiccedilatildeo Diante disso

o presente trabalho tem como objetivo principal a avaliaccedilatildeo das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo SRTM para identificaccedilatildeo

de tipos vegetacionais As anaacutelises recairatildeo sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes

agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo

existentes

Tal objetivo compreende o atendimento agraves seguintes metas especiacuteficas

bull Identificar as variaacuteveis geomorfomeacutetricas que melhor caracterizem diferentes

tipos de vegetaccedilatildeo

bull Caracterizar os tipos de vegetaccedilatildeo em termos das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas

de sua ocorrecircncia

bull Analisar a capacidade de discriminaccedilatildeo dos tipos vegetacionais mapeados a

partir dos dados geomorfomeacutetricas

bull Aplicar os resultados anteriores ao mapeamento da vegetaccedilatildeo como forma de

avaliaccedilatildeo

25

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

Para a compreensatildeo deste trabalho este capiacutetulo faz uma breve fundamentaccedilatildeo dos

condicionantes topograacuteficos da paisagem e suas relaccedilotildees com a vegetaccedilatildeo Em seguida

satildeo apresentadas as fontes e demais especificaccedilotildees teacutecnicas dos dados topograacuteficos e de

vegetaccedilatildeo aplicados neste estudo

21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem

A topografia ao lado de outras variaacuteveis ambientais eacute fundamental na caracterizaccedilatildeo da

paisagem local e regional Diversos estudos tecircm relacionado variaacuteveis topograacuteficas com

o estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidades de espeacutecies vegetais Schmidt et al

(2003) descrevem as principais variaacuteveis topograacuteficas extraiacutedas de Modelos Digitais de

Elevaccedilatildeo (MDE) que podem ser geradas a partir do SRTM

Segue-se a definiccedilatildeo das variaacuteveis topograacuteficas mais utilizadas em estudos de

caracterizaccedilatildeo da paisagem

a- Elevaccedilatildeo corresponde a altitude do terreno Estaacute relacionada agrave distribuiccedilatildeo

altitudinal do solo e clima condicionando diferentes padrotildees vegetacionais na

paisagem

b- Declividade corresponde ao acircngulo de inclinaccedilatildeo da superfiacutecie local Possui

accedilatildeo direta sobre o equiliacutebrio entre a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo e escoamento

superficial aleacutem de controlar a intensidade dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo

Esse conjunto de fatores resulta na formaccedilatildeo de ambientes com diferentes

caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas as quais permitem o estabelecimento de

diferentes tipos de vegetaccedilatildeo

c- Orientaccedilatildeo de vertentes corresponde ao alinhamento do terreno em relaccedilatildeo ao

sol eacute a medida do acircngulo horizontal da direccedilatildeo esperada do escoamento

superficial geralmente expressa em azimute Dentre os vaacuterios aspectos (relaccedilatildeo

com distribuiccedilatildeo de diferentes substratos refuacutegios ecoloacutegicos etc) esta variaacutevel

relaciona-se ao grau de sombreamento ou iluminaccedilatildeo do terreno selecionando

ambientes mais propiacutecios para o desenvolvimento de determinados tipos de

26

vegetaccedilatildeo em detrimento de outros Assim a orientaccedilatildeo de vertentes controla a

direccedilatildeo dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo portanto com efeitos locais sobre os

regimes hiacutedricos e de energia definindo diferentes padrotildees vegetacionais

d- Curvatura vertical refere-se ao caraacuteter convexococircncavo do terreno quando

analisado em perfil

e- Curvatura horizontal refere-se ao caraacuteter divergenteconvergente dos fluxos de

mateacuteria sobre o terreno quando analisado em projeccedilatildeo horizontal

As duas uacuteltimas variaacuteveis estatildeo relacionadas aos processos de migraccedilatildeo e acuacutemulo de

aacutegua minerais e materiais orgacircnicos no solo atraveacutes da superfiacutecie proporcionados pela

gravidade Estas duas variaacuteveis combinadas representam uma caracterizaccedilatildeo das formas

do terreno que se associam diretamente a propriedades hidroloacutegicas e de transporte

exercendo influecircncia indireta sobre a vegetaccedilatildeo local

22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo

Alguns estudos tecircm mostrado que a topografia exerce influecircncia indireta sobre a

vegetaccedilatildeo uma vez que determina feiccedilotildees hidroloacutegicas variaccedilotildees na disponibilidade de

aacutegua no solo distribuiccedilatildeo dos tipos de solo e topoclimas Outros cujo foco eacute a relaccedilatildeo

direta entre a topografia e a vegetaccedilatildeo verificam tal influecircncia baseados em variaacuteveis

topograacuteficas especialmente elevaccedilatildeo declividade e orientaccedilatildeo de vertentes e mais

raramente estudos baseados nas curvaturas vertical e horizontal do terreno (DARGIE

1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteQUEZ-ROSAS et al 2002) O texto

subsequumlente se refere a tais estudos

Satildeo reconhecidos os efeitos principais da topografia no estabelecimento da vegetaccedilatildeo

ao lado da accedilatildeo do clima da geologia dos solos e da intervenccedilatildeo antroacutepica A

variabilidade topograacutefica induz a uma diversidade de fauna e flora significativa no

ecossistema O desenvolvimento deste eacute controlado ainda por fatores abioacuteticos tais

como disponibilidade de aacutegua temperatura e incidecircncia de radiaccedilatildeo

Em paisagens tais como as savanas as feiccedilotildees hidroloacutegicas baseadas na topografia

exercem influecircncia sobre modelos de propagaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo arboacuterea Estas aacutereas

27

podem capturar e reter nutrientes e aacutegua escassa provenientes de regiotildees montanhosas

ou mesmo devido ao regime hiacutedrico (infiltraccedilatildeoescoamento superficial) determinar o

padratildeo de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo (WU et al 2005) Nas paisagens de florestas

boreais especialmente em casos onde a topografia varia a variaccedilatildeo espacial da

disponibilidade da aacutegua do solo eacute um importante fator que afeta o crescimento e a

composiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo A floresta ripaacuteria dessas aacutereas por exemplo tem um

suprimento constante de aacutegua no solo proacuteximo agrave superfiacutecie assim tecircm

consideravelmente mais espeacutecies de plantas vasculares do que florestas dos terrenos

mais elevados (ZINKO et al 2005) Este gradiente floriacutestico aiacute observado tambeacutem eacute

evidente em outras feiccedilotildees fitofisionocircmicas CLARK et al (1999) verificaram que haacute

um claro gradiente floriacutestico em resposta aos tipos de solo e que estes variaram em

funccedilatildeo da posiccedilatildeo topograacutefica Os autores estudaram a distribuiccedilatildeo e abundacircncia de

palmeiras e outras aacutervores na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica La Selva na Costa Rica Eles

concluiacuteram que menos de 30 das espeacutecies apresentaram distribuiccedilatildeo influecircnciada por

efeitos edaacuteficos ou topograacuteficos Entretanto as variaacuteveis ambientais estudadas (solos e

topografia entre outras) foram capazes de explicar somente uma pequena proporccedilatildeo da

variaccedilatildeo floriacutestica

Nas paisagens brasileiras onde predominam altitudes modestas (maior parte entre 200 e

1200 m) as diversas formas do terreno tambeacutem satildeo determinantes de diferentes

padrotildees fitofisionocircmicos Na Amazocircnia por exemplo onde o relevo eacute descrito como de

pequena amplitude a simples posiccedilatildeo no relevo pode manifestar diferenccedilas na

vegetaccedilatildeo Segundo Ayres (1993) a vegetaccedilatildeo da Amazocircnia pode ser dividida em

campinaranas que satildeo florestas sobre solo arenoso caracterizadas por vegetaccedilatildeo

escleromoacuterfica pobre e baixa e florestas de terra firme que se situam geralmente em

terrenos ondulados a baixas altitudes com aacutervores mais altas algumas chegando ateacute

50m A topografia pode definir a riqueza e distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais ao longo do

gradiente de inundaccedilatildeo e sedimentaccedilatildeo em florestas de vaacuterzea na Amazocircnia Wittman et

al (2004) estudando tal questatildeo observaram que apenas 26 dos 222 registros de

espeacutecies de aacutervores ocorreram abaixo da cota de inundaccedilatildeo A sedimentaccedilatildeo foi mais

alta em estaacutegios sucessionais iniciais proacutexima agraves calhas dos rios principais e decresceu

28

com o aumento do niacutevel da topografia dos siacutetios de florestas e em processos de

sucessatildeo e alcanccedilaram menores taxas nas florestas de vaacuterzea alta

Estudos mostram que a heterogeneidade das condiccedilotildees do solo na Amazocircnia eacute

frequentemente ligada agrave topografia e exerce uma notaacutevel influecircncia sobre a composiccedilatildeo

a estrutura e os padrotildees de diversidade da floresta (LESCURES BOULET 1985

PELISSIER et al 2001) A topografia da Amazocircnia Central eacute fortemente

correlacionada com a textura do solo (CHAUVEL et al 1987) e estes fatores satildeo os

maiores condicionantes da distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais e da estrutura de suas

comunidades em escalas local e regional (SOLLINS 1988 LIEBERMAN 1985

KUBOTA 2004) A comunidade de palmeiras por exemplo se distribue em trecircs zonas

de acordo com as condiccedilotildees hidromoacuterficas do solo Assim pode-se reconhecer solos

bem drenados (platocirc topo vertente) solos pobremente drenados (zona de transiccedilatildeo)

solos sazonalmente inundados (igarapeacutes) nos quais estas diferentes espeacutecies se

distribuem Desse modo verifica-se que a distribuiccedilatildeo de diferentes espeacutecies de

palmeiras estatildeo fortemente relacionadas ao tipo de solo cuja distribuiccedilatildeo depende da

situaccedilatildeo topograacutefica local (KAHN CASTRO 1985) Tal condicionamento natildeo se

restringe agrave distribuiccedilatildeo de tipos vegetacionais cerca de 30 das variaccedilotildees espaciais nas

estimativas de biomassa de aacutervores estatildeo relacionadas agraves caracteriacutesticas do solo e a

topografia (LAURENCE et al 1999 CASTILHO et al 2006)

Em Florestas estacionais e no Cerrado o estabelecimento dos diferentes tipos de

vegetaccedilatildeo se deve muito mais a fatores edaacuteficos e climaacuteticos do que propriamente agrave

topografia Entretanto a topografia explica de modo indireto parte da variaccedilatildeo vegetal

assim como a distribuiccedilatildeo de possiacuteveis fragmentos existentes nestas paisagens Brotrel

et al (2002) estudando a comunidade arboacutereo-arbustiva de um fragmento de floresta

estacional semidecidual (Ingaiacute-MG) verificaram que estes fragmentos se distribuem sob

influecircncia do regime de aacutegua da fertilidade quiacutemica do solo e posiccedilatildeo topograacutefica

Resultado tambeacutem encontrado por Rodrigues et al (2002) que estudando a floriacutestica da

comunidade arboacuterea de um fragmento florestal em Luminaacuterias MG verificaram que a

alta diversidade de espeacutecies aiacute encontradas pode estar relacionada agrave influecircncia de

formaccedilotildees vegetais proacuteximas e aos diferentes microambientes proporcionados pela

topografia variaccedilotildees na fertilidade e umidade dos solos Edivane e Schiavini (2002)

29

caracterizaram a topografia de um gradiente florestal na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica do Panga

(Uberlacircncia MG) e avaliaram sua relaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo das 20 principais espeacutecies

arboacutereas inclusas neste gradiente (mata galeria mesoacutefila semideciacutedua de encosta e

cerradatildeo) Tal estudo mostrou que algumas das espeacutecies satildeo influenciadas positiva ou

negativamente por variaccedilotildees de umidade do solo ocasionadas pela topografia ocorrentes

na mata galeria enquanto outras mostram maiores relaccedilotildees com outros fatores edaacuteficos

eou condiccedilotildees de luminosidade de bordas e clareiras Tambeacutem referente ao ambiente

de Cerrado Fonseca e Silva-Junior (2003) verificaram a sua composiccedilatildeo floriacutestica

densidade e aacuterea basal do componente lenhoso no sentido restrito em duas situaccedilotildees

num gradiente topograacutefico designadas interfluacutevio e vale no Jardim Botacircnico de

Brasiacutelia DF Seus resultados salientaram que a topografia como forte determinante na

distribuiccedilatildeo de algumas populaccedilotildees e comunidades lenhosas por meio de sua influecircncia

na variaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico afetou a composiccedilatildeo floriacutestica a densidade e a aacuterea basal

nos Cerrados sentido restrito de interfluacutevio e vales estudados

Cabe ressaltar que a topografia natildeo condiciona apenas processos ecoloacutegicos mas

tambeacutem a accedilatildeo humana Na escala do nosso paiacutes eacute evidente que os remanescentes

florestais concentram-se em aacutereas menos apropriadas para a agricultura o que eacute

fortemente dependente do relevo (VIANA 1995 VIANA et al 1997) Isto implica no

fato de que a maioria dos fragmentos florestais estar localizada em aacutereas de topo e mais

acidentadas que natildeo satildeo propiacutecias a praacuteticas agriacutecolas ou ocupaccedilatildeo humana

Embora os estudos que abordam especificamente as relaccedilotildees entre as variaacuteveis

topograacuteficas e os tipos vegetacionais sejam menos frequumlentes eles satildeo de grande

importacircncia para o entendimento do ambiente biofiacutesico de modo geral Algumas destas

pesquisas revelam que a elevaccedilatildeo a declividade e a orientaccedilatildeo de vertente satildeo as

principais variaacuteveis relacionadas a variaccedilotildees na distribuiccedilatildeo de fitofisionomias

(DARGIE 1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteSQUES-ROSAS et al 2002)

Em conjunto com outras variaacuteveis geomorfomeacutetricas a declividade em especial

produz uma variedade de situaccedilotildees ambientais tais como gradientes de umidade no

solo entre o topo e a base de uma vertente por exemplo favorecimento de transporte de

partiacuteculas de solo ao longo de um perfil interferecircncia na organizaccedilatildeo vertical do dossel

30

ocasionando variaccedilotildees nos acircngulos de penetraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da luz no interior de

florestas promoccedilatildeo da aparente elevaccedilatildeo da copa de indiviacuteduos menores e mais jovens

de aacutereas superiores de modo que alcancem mais raacutepido o dossel em aacutereas de

declividade acentuada (GANDOLFI 2000) A declividade e a orientaccedilatildeo de vertentes

controlam respectivamente a intensidade e a direccedilatildeo de fluxos de mateacuteria e de insolaccedilatildeo

portanto com efeitos locais sobre os regimes hiacutedricos e de energia No entanto estas

variaacuteveis podem fornecer informaccedilotildees aqueacutem do potencial de utilizaccedilatildeo de MDE

quando se busca o levantamento para estudo da cobertura vegetal com respostas

variadas quando estudadas sob diferentes situaccedilotildees Qi e Zhu (2003) consideram que

um conjunto baacutesico de variaacuteveis topograacuteficas para caracterizaccedilatildeo morfomeacutetrica do

terreno local deve incluir aleacutem dessas as curvaturas horizontal e vertical (SCHMIDT et

al 2003 VALERIANO 2003 VALERIANO CARVALHO JUacuteNIOR 2003)

Os estudos aplicados agrave caracterizaccedilatildeo da paisagem com variaacuteveis topograacuteficas

numeacutericas (morfometria) tecircm sido favorecidos com o desenvolvimento de meacutetodos

automaacuteticos de anaacutelise de MDE A importacircncia de tais estudos estaacute no fato de serem

desenvolvidos em ambiente computacional o que propicia uma reduccedilatildeo de trabalho

manual e a subjetividade dessas atividades

Pressupondo o processo de formaccedilatildeo de solos como resposta agrave distribuiccedilatildeo dos

processos hidroloacutegicos e erosivos e da temperatura do solo Moore et al (1993)

relacionaram atributos pedoloacutegicos agraves variaacuteveis topograacuteficas verificando que a situaccedilatildeo

topograacutefica explicou em parte expressiva a variaccedilatildeo de importantes propriedades do

solo Brubaker et al (1993) fizeram inferecircncias semelhantes baseados na posiccedilatildeo das

observaccedilotildees sobre a superfiacutecie de vertentes Briggs e Shishira (1985) observaram uma

consideraacutevel reduccedilatildeo na variabilidade dos atributos de solo dentro de cada unidade

homogecircnea de relevo

Tais efeitos edaacuteficos associados aos efeitos climaacuteticos aleacutem da accedilatildeo direta do relevo

sobre a vegetaccedilatildeo tecircm dado suporte por exemplo ao estudo de efeitos topograacuteficos no

estabelecimento de diferentes tipos de vegetaccedilatildeo Florinsky e Kuryakova (1996)

consideraram como accedilatildeo direta da topografia o transporte e o acuacutemulo de material

orgacircnico incluindo sementes e outras estruturas de propagaccedilatildeo e recomendam o uso de

31

modelos digitais e mapas de variaacuteveis topograacuteficas (Tabela 11) para levantamento

mapeamento e compreensatildeo dos aspectos dinacircmicos da vegetaccedilatildeo

Tabela 11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)

Variaacutevel unidade Definiccedilatildeo

h m Elevaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao niacutevel do mar (altitude)

G o ou Acircngulo vertical entre os planos horizontal e tangente agrave superfiacutecie do terreno (declividade)

A o Acircngulo horizontal entre norte e a projeccedilatildeo horizontal de um vetor normal agrave superfiacutecie (orientaccedilatildeo de vertente)

kv m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre por um plano contendo um vetor externo normal e um vetor da aceleraccedilatildeo da gravidade (curvatura vertical)

kh m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre que eacute ortogonal agrave seccedilatildeo em kv (curvatura horizontal)

H m-1 Meacutedia das curvaturas vertical e horizontal (curvatura meacutedia)

CA m2 m-1 Aacuterea de terreno cujas linhas de escoamento passam por um determinado segmento de isolinha dividido pelo comprimento desse segmento (aacuterea de captaccedilatildeo)

TI TI = ln(CAG) (iacutendice topograacutefico)

SI SI = CAG (iacutendice de enxurrada)

Florinsky e Kuryakova (1996) estudaram relaccedilotildees entre a cobertura florestal e variaacuteveis

topograacuteficas em quatro diferentes aacutereas de estudo Ficou evidente que o controle

topograacutefico das propriedades da vegetaccedilatildeo eacute realizado de formas diferentes em

diferentes terrenos O exemplo citado apresenta a maior dependecircncia da vegetaccedilatildeo

relativa agrave intensidade de fluxo de aacutegua superficial (escoamento) em regiotildees aacuteridas que eacute

controlado por kh Por outro lado em regiotildees de baixas temperaturas ou grandes

latitudes espera-se maior influecircncia da insolaccedilatildeo controlada por G e A Os resultados

indicam que a distribuiccedilatildeo da cobertura vegetal eacute mais bem explicada quando natildeo se

restringem a anaacutelise do relevo agraves variaacuteveis h G e A Foram tambeacutem observadas algumas

relaccedilotildees entre propriedades da vegetaccedilatildeo e classes do terreno relativas agrave erosatildeo

23 SRTM

Em fevereiro de 2000 um rico conjunto de dados de elevaccedilatildeo global baseado na

tecnologia InSAR (Interferometric Synthetic Aperture Radar) foi adquirido por meio

do projeto SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) do JPL (Jet Propulsion

32

Laboratory) integrado agrave NASA (National Aeronautics and Space Administrarion)

resultando na base de dados topograficos digitais mais completa jaacute construiacuteda As

informaccedilotildees que se seguem foram retiradas do site do JPL (http

www2jplnasagovsrtn) e de Valeriano (2003)

O projeto SRTM proveacutem da cooperaccedilatildeo entre a NASA NIMA (National Imagery and

Mapping Agency) DOD (Departamento de Defesa) dos Estados Unidos e das agencies

espaciais da Itaacutelia e Alemanha Esta missatildeo se utilizou do mesmo instrumento usado em

1994 pelo programa Spaceborne Imaging Radar-CX-Band Synthetic Aperture Radar

(SIR-CX-SAR) a bordo do ocircnibus especial Endeavour Aacute nave foi adicionada um

mastro de 60 m em cuja extremidade foram instaladas antenas para bandas C e X aleacutem

de ajustes nos dispositivos de controle e navegaccedilatildeo Isto permitu a coleta de medidas

tridimensionais da superfiacutecie terrestre atraveacutes de interferometria

O processamento dos dados coletados visou agrave construccedilatildeo de um MDE mundial

elaborado continente por continente O sobrevocirco da SRTM ocorreu entre 11 e 22 de

fevereiro de 2000 durante o qual foram percorridas 16 oacuterbitas por dia resultando num

total de 176 oacuterbitas Desse modo foram coletados 12TB dados A conclusatildeo de cada

continente foi seguida pelo envio de dados ao NIMA para serem editados verificados e

ajustados aos padrotildees norte-ameriacano de exatidatildeo de mapas (National Map Accuracy

Standards) Estes dados foram entatildeo devolvidos agrave NASA para distribuiccedilatildeo puacuteblica

atraveacutes da USGS (United States Geological Survey)

Entre as latitudes 60˚ N e 56˚ S cerca de 80 da superfiacutecie terrestre foi coberta sendo

realizadas para tanto de uma a quatro passagens Um conjunto menor de dados foi

coletado sobre a aacutegua para calibraccedilatildeo Do total de dados SRTM os da banda C foram

processados no JPL e os da banda X no Centro Aeroespacial da Alemanha (DLR) Estes

foram usados para criar MDE de resoluccedilatildeo mais alta poreacutem sem cobertura global

O projeto teve apoio de campo sobretudo com base em levantamentos geodeacutesicos no

qual foi empregado o meacutetodo Sistema de Posicionamento Global Cinemaacutetico

(Kinematic Global Positioning System) Foram coletadas ao todo cerca de 70000 Km

de linhas (transectos) aliada agrave distribuiccedilatildeo de refletores com coordenadas precisamente

definidas pela JPL para geraccedilatildeo do conjunto de pontos referencia ou controle

33

Em paralelo agrave montagem do MDE global foi feito o processamento de dados locais

especiacuteficos Cada aacuterea cobre uma ceacutelula de 1 grau de latitude por um grau de longitude

cujos dados consistem em mapas imagens e dados auxiliares ineacuteditos

Segundo a JPL embora a NIMA aplicasse vaacuterias operaccedilotildees de poacutes-tratamento que

incluem remoccedilatildeo de picos e voacutertices nas informaccedilotildees que acompanham os dados do

usuaacuterio satildeo lembradas suas caracteriacutesticas (inerente a todo dado geo-espacial) devem

condicionar seu desempenho diante das aplicaccedilotildees especiacuteficas uma caracteriacutestica dos

dados SRTM que o torna inadequado para uma dada aplicaccedilatildeo pode ser inoacutecua para

outra Informa-se ainda que nenhuma ediccedilatildeo foi aplicada sobre os dados e que o

conjunto em questatildeo conteacutem um grande nuacutemero de vatildeos e outros pontos espuacuterios como

valores extremamente altos (picos) e outros extremamente baixos (voacutertices) Corpos

drsquoaacutegua seratildeo geralmente mal definidos assim como as linhas de costa

Em janeiro de 2002 a NASA iniciou a distribuiccedilatildeo puacuteblica destes pequenos conjuntos

de dados de locais dentro dos Estados Unidos Enfim foram gerados MDE sob

resoluccedilatildeo de 30m (em coordenadas geograacuteficas com 1rdquo ou 0000277˚) para os Estados

Unidos e 90m (em coordenadas geograacuteficas com 3rdquo ou 0000833˚) para o resto do

mundo O datum e elipsoacuteide de referecircncia satildeo WGS84 com dados z em metros inteiros

Uma apreciaccedilatildeo preliminar dos dados SRTM mostrou uma seacuterie de caracteriacutesticas

indesejaacuteveis tais como falhas negativas (voacutertices) representadas por cotas negativas (-

8388607 m) Estes artafatos satildeo facilmente reconheciacuteveis nas imagens poreacutem devido

ao elevado moacutedulo deste valor sua remoccedilatildeo requer operaccedilotildees cuidadosas para que natildeo

se contaminem as informaccedilotildees vaacutelidas Teacutecnicas tais como filtragens natildeo satildeo capazes

de eliminar este problema mas podem ampliar a sua aacuterea de influecircncia modificando os

cotas de linhas vizinhas formando uma feiccedilatildeo artificial que se assemelha a um vale ou

sulco retiliacutenio com orientaccedilatildeo E-W ou N-S Estes dados satildeo sensiacuteveis a quaisquer

objetos presentes sobre a superfiacutecie do terreno tais como antenas edificaccedilotildees e mesmo

variaccedilotildees na cobertura vegetal A presenccedila destes artefatos atrapalha a percepccedilatildeo do

terreno em si no modelo como de fato eacute o intuito da obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

topograacuteficas A utilizaccedilatildeo de filtragens apesar de minimizar os efeitos destes artefatos

propicia a suavizaccedilatildeo da superfiacutecie como um todo o que natildeo eacute desejaacutevel

34

Alguns estudos tecircm demonstrado que suavizaccedilotildees desnecessaacuterias do MDE prejudicam o

desempenho de algoriacutetimos de declividade por exemplo (VALERIANO 2003)

Considerando que grande parte do territoacuterio nacional eacute provida de mapeamentos

demasiadamente generalizados para vaacuterias utilizaccedilotildees da informaccedilatildeo topograacutefica o

dado SRTM pode ser considerado a melhor informaccedilatildeo topograacutefica jaacute disponibilizada

para o nosso territoacuterio A resoluccedilatildeo de 90m deste dado representa um avanccedilo importante

em relaccedilatildeo agrave dados ateacute entatildeo disponiacuteveis os dados RADARSAT-1 com resoluccedilatildeo

quilomeacutetrica

Como citado anteriormente os dados SRTM trazem consigo limitaccedilotildees intriacutensecas do

sistema e estatildeo sujeitos a uma seacuterie de fatores que alteram a relaccedilatildeo de precisatildeo ou

fidelidade para com a paisagem existente Neste sentido meacutetodos de tratamento de

dados vecircm sendo desenvolvidos com o intuito de adequar os dados aos objetivos das

pesquisas sem entretanto alterar a informaccedilatildeo que se deseja extrair Valeriano (2004)

aplicando a interpolaccedilatildeo dos dados por krigagem e as teorias da geoestatiacutestica na

fundamentaccedilatildeo desta teacutecnica preservou as caracteriacutesticas do terreno no MDE formado

Desta forma o tratamento destes dados consiste na modificaccedilatildeo do MDE SRTM

original para um MDE com caracteriacutesticas desejaacuteveis resoluccedilatildeo melhorada de 1rdquo(~

30m) reduccedilatildeo de artefatos remoccedilatildeo de falhas e distribuiccedilatildeo da aleatoriedade espacial

24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens

Segundo Croacutesta (2002) um dos principais objetivos do sensoriamento remoto eacute o de

distinguir entre e identificar as composiccedilotildees de diferentes materiais superficiais (tipos

de vegetaccedilatildeo padrotildees de uso do solo entre outros) Essa distinccedilatildeo e identificaccedilatildeo

tornam-se possiacuteveis diante do fato de os materiais superficiais terem comportamento

especiacutefico ao longo do espcetro eletromagneacutetico o que permite identificaacute-los ou

classificaacute-los

A classificaccedilatildeo automaacutetica de imagens multiespectrais de sensoriamento remoto diz

respeito a associar cada pixel da imagem a um ldquoroacutetulordquo descrevendo um objeto real

(vegetaccedilatildeo solo etc) Dessa forma os valores numeacutericos (DNs) associados agrave cada

pixel definidos pela reflectacircncia dos materiais que compotildeem esse pixel satildeo

identificados em termos de um tipo de cobertura da superfiacutecie terrestre imageada

35

(aacutegua solo tipode vegetaccedilatildeo rocha etc) chamadas entatildeo tema Apoacutes esse processo ser

completado para todos os pixels de uma determinada aacuterea o resultado eacute um mapa

temaacutetico mostrando a distribuiccedilatildeo geograacutefica de um tema tal como vegetaccedilatildeo ou solo

Desse modo pode-se dizer entatildeo que uyma imagem de sensoriamento remoto

classificada eacute uma forma de mapa digital temaacutetico

Segue-se a definiccedilatildeo segundo Crosta (2002) dos tipos de classificaccedilotildees testadas

(Cluster MaxVer e Fatiamento) no presente trabalho

241 Cluster

Para a classificaccedilatildeo por cluster o espaccedilo de atributos possui agrupamentos cluster ou

ldquonuvensrdquo os quais podem ser caracterizados por curvas de contorno No processo de

classificaccedilatildeo estas nuvens satildeo identificadas e usadas como aacutereas de treinamento

O primeiro passo neste tipo de classificaccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo de uma anaacutelise de

agrupamento utilizando para tal teacutecnicas estatiacutesticas padratildeo Atraveacutes dessa anaacutelise as

nuvens de dados satildeo identificadas no espaccedilo de atributos Uma vez feita essa anaacutelise

uma decisatildeo deve ser tomada em relaccedilatildeo agraves quais concentraccedilotildees devem ser tratadas

como grupos separados A melhor maneira de fazer isso eacute aceitar apenas aquelas cujas

modas ultrapassam certo limiar

O software Idrisi versatildeo 20 oferece a uma definiccedilatildeo condizente com a anterior poreacutem

mais detalhada

O cluster eacute uma teacutecnica que se baseia na anaacutelise das modas (picos) do histograma de

uma variaacutevel de uma aacuterea a ser analisada em que uma moda eacute definida como o valor de

maior frequecirccia comparativamente aos seus vizinhos Isto eacute equivalente a buscar os

picos como um histograma unidimensional poreacutem satildeo avaliados n histogramas (n

variaacuteveis) simultaneamente identificando-se assim aglomeraccedilotildees ou nuvens (clusters)

de pontos no espaccedilo n-dimensional Uma vez que os aglomerados tenham sido

identificados todas as classes seratildeo atribuiacutedas com base no pico de concentraccedilatildeo mais

proacuteximo As divisotildees entre as classes se inserem nos pontos de menor ocorrecircncia de

valores observados entre tais picos Os melhores resultados ocorrem quando as variaacuteveis

natildeo estatildeo correlacionadas entre si

36

Em relaccedilatildeo agraves condiccedilotildees da operaccedilatildeo do algoritmo utilizado (EASTMAN 1995) o

cluster tem melhor desempenho se a imagem composta tiver sido criada usando a opccedilatildeo

linear com saturaccedilatildeo Isto assegura que os seis niacuteveis por a faixa na composiccedilatildeo ocupem

mais intensamente a regiatildeo onde os dados satildeo os mais concentrados Geralmente os

melhores resultados satildeo encontrados com niacuteveis de saturaccedilatildeo entre aproximadamente

1 - 25 Este algoritmo trabalha apenas em imagens produzidas por composiccedilatildeo

colorida A imagem composta consiste em iacutendices de cores em que cada iacutendice Irgb eacute

dado por Irgb = IB(azul) + 6 IG(verde) + 36 IR(vermelho) em que cada canal (IR IG ou IB) assume

um valor no intervalo de 0-5 Por exemplo um pixel com IRGB de valores de 1 5 e 3

(respectivamente IR IG e IB) teria um iacutendice de 3 + (5 6) + (1 36) = 69 Assim a

operaccedilatildeo do Cluster decompotildee os valores da composiccedilatildeo colorida para criar um

histograma tridimensional

242 Fatiamento

O fatiamento de niacuteveis de intensidade representa a forma mais simples de classificaccedilatildeo

e eacute aplicado a uma uacutenica banda espectral de cada vez A operaccedilatildeo de fatiamento

consiste simplesmente em realccedilar os pixels cujas intensidades se situam dentro do

intervalo especificado (a fatia) isto eacute entre um maacuteximo e um miacutenimo O fatiamento eacute

feito de modo interativo geralmente no qual o usuaacuterio define tanto a largura quanto o

centro do intervalo desejado Essa fatia eacute entatildeo ajustada ateacute que as feiccedilotildees de interesse

sejam realccediladas e separadas das aacutereas originalmente diferentes sendo entatildeo

representadas por um mesmo DN

O fatiamento de uma uacutenica banda espectral pode ser estendido para o domiacutenio

multiespectral atraveacutes de uma seacuterie de etapas descritas a seguir Desse modo aumenta-

se a precisatildeo da classificaccedilatildeo uma vez que a superfiacutecie que se deseja classificar teraacute

uma maior probabilidade de se diferenciar das outras presentes na imagem quanto

maior for o numero de bandas considerado

Para isso toma-se uma banda espectral e define-se uma regiatildeo previamente conhecida

contendo a superficie de interesse Em seguida aplica-se o fatiamento agrave primeira banda

definindo-se os paracircmetros (centro e largura da fatia) ateacute que a regiatildeo de interesse seja

realccedilada juntamente com os outros pixels dessa banda que possuam o mesmo DN da

37

regiatildeo de interesse Se salva o resultado e repete-se o processo para cada uma das

bandas espectrais disponiacuteveis Finalmente combinam-se todas as bandas fatiadas em

uma soacute imagem atraveacutes da adiccedilatildeo

No que se refere a presente pesquisa foram utilizadas bandas representadas pelas

variaacuteveis geomorfomeacutetricas locais correspondentes a cada aacuterea de estudo Estas

ldquobandasrdquo foram fatiadas atraveacutes de anaacutelises de histogramas buscando identificar nos

histogramas referentes a cada classe vegetacional pontos em que as classes

vegetacionais melhor se ditinguiam Em locais onde havia grande sobreposiccedilatildeo entre os

histogramas escolheu-se como criteacuterio fatiar em pontos onde havia maior frequencia de

distribuiccedilatildeo dessas variaacuteveis geomorfomomeacutetricas Em seguida as imagens geradas por

cada fatiamento foram sobrepostas atraveacutes de uma operaccedilatildeo de adiccedilatildeo

243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)

O MaxVer eacute o meacutetodo mais comum que considera a ponderaccedilatildeo das distacircncias das

meacutedias utiliza paracircmetros estatiacutesticos

A classifcaccedilatildeo por maacutexima verossemelhanccedila exige um nuacutemero consideravelmente

elevado de pixels para cada conjunto treinamento nuacutemero preferencialmente acima de

uma centena para que seja precisa o suficiente Esse nuacutemero permite uma base segura

para o treinamento estatiacutestico Devido a esse nuacutemero alto de pixels natildeo eacute possiacutevel

representaacute-los graficamnte de maneira individualizada Desse modo nesse caso usa-se

isolinhas ou curvas de contorno no espaccedilo de atributos representando a densidade de

pixels do conjunto de treinamento de cada regiatildeo (Figura 1)

Estes contornos representam na realidade um ajuste baseado em distribuiccedilotildees normais

ou Gaussianas dos pixels das aacutereas de treinamento do contraacuterio os contornos seriam

totalmente irregulares Ressalta-se que devido a esse ajuste os contornos satildeo

simeacutetricosOs contornos ao redor de cada classe na Figura 21 podem ser entendidos

como a probabilidade de existir um pixel naquele conjunto de treinamento como uma

determinada combinaccedilatildeo de DNs Do mesmo modo se as aacutereas de treinamento forem

realmente representativas das superfiacutecies que se deseja classificar Os mesmos

contornos podem ser vistos como a probabiliade de qualquer pixel desconhecido

pertencer a uma determinada classe na qual ele plotar

38

Figura 21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade

de pixels nos diversos conjuntos de treinamento

Essas probabilidades representam uma ferramenta de classificaccedilatildeo poderosa e flexiacutevel

atraveacutes da qual se pode escolher por exemplo classificar apenas os pixels

desconhecidos que satildeo bastante semelhantes agrave meacutedia de uma classe Isso eacute feito

escolhendo-se o limite de decisatildeo coincidindo com o contorno mais proacuteximo da meacutedia

cuja distacircncia eacute normalmente fixada como um desvio padratildeo a partir da meacutedia

Por outro lado pode-se julgar necessaacuterio classificar os pixels desconhecidos que se

situam a qualquer distacircncia da meacutedia dentro da aacuterea geral definida pelo conjunto

treinamento Neste caso escolher-se ia como limite de decisatildeo o contorno que engloba

99 dos pixels da aacuterea de treinamento Jogando os restantes 1 fora pode-se

compensar por exemplo a possibilidade de que alguns dos pixels da aacuterea de

treinamento foram incluiacutedos por engano podendo representar ruiacutedo ou pixels contendo

um limite entre dois tipos de cobertura

Eacute importante ressaltar que o meacutetodo MaxVer eacute passiacutevel de enganos e imprecisotildees Um

exemplo disso pode ser quando existem alguns pixels pertencentes a uma determinada

aacuterea de treinamento satildeo atribuiacutedos pelas regras de decisatildeo dos meacutetodos agrave uma classe

diferente

Tudo que o MaxVer consegue fazer eacute tentar minimizar a porcentagem dos pixels

classificados erroneamente O meacutetodo MaxVer assim como outros meacutetodos de

classifcaccedilatildeo supervisionada vistos anteriormente parte do princiacutepio de que o usuaacuterio

39

conhece bastante da imagem a ser classificada para poder definir classes que sejam

representativas Nos casos em que isto natildeo ocorre eacute possiacutevel partir de algumas

premissas razoaacuteveis o suficiente para permitir bons resultados

25 Anaacutelise Discriminante

O nuacutemero de variaacuteveis geomorfomeacutetricas que condicionam a distribuiccedilatildeo de tipos de

vegetaccedilatildeo de um determinado bioma sugere que anaacutelises estatiacutesticas multivariadas

sejam feitas De modo frequumlente as mais usadas satildeo anaacutelises de correlaccedilatildeo anaacutelises

baseadas em superfiacutecie de tendecircncia (DARGIE 1984 1987) anaacutelise de agrupamento

(EDIVANE SCHIAVIVI 2002) e anaacutelise de regressatildeo (FLORINSKY

KURYAKOVA 1996) Especificamente quando se deseja investigar as relaccedilotildees entre

uma variaacutevel qualitativa tipos vegetacionais por exemplo e variaacuteveis numeacutericas como

as variaacuteveis topograacuteficas a teacutecnica de anaacutelise mais apropriada eacute a anaacutelise discriminante

(HAIR Jr et al 1995) Tal anaacutelise utilizaria de combinaccedilotildees lineares das variaacuteveis

morfomeacutetricas para discriminar o melhor entre os grupos vegetacionais previamente

selecionados

De acordo com Hair Jr et al (1995) o objetivo principal da anaacutelise discriminante

consiste em estimar a relaccedilatildeo entre a uacutenica variaacutevel dependente natildeo meacutetrica (categoacuterica)

e um conjunto de variaacuteveis meacutetricas independentes

A teacutecnica da anaacutelise discriminante muacuteltipla se utiliza de combinaccedilotildees lineares das

variaacuteveis independentes para discriminar o melhor entre os grupos previamente

selecionados Esta discriminaccedilatildeo eacute obtida com a atribuiccedilatildeo de pesos agraves variaacuteveis de

forma a maximizar a variacircncia relativa entre os grupos A combinaccedilatildeo linear obtida com

a anaacutelise eacute chamada funccedilatildeo discriminante

Essa teacutecnica pode ser indicada para testes estatiacutesticos de hipoacuteteses O procedimento

comeccedila com a atribuiccedilatildeo de valores a cada um dos indiviacuteduos atraveacutes da funccedilatildeo

discriminante Com os valores dos indiviacuteduos de um mesmo grupo eacute possiacutevel obter a

meacutedia do grupo Este valor meacutedio eacute chamado de centroacuteide do grupo A comparaccedilatildeo dos

centroacuteides de grupos existentes traz a orientaccedilatildeo de quatildeo longe estatildeo um do outro em

relaccedilatildeo agrave dimensatildeo que estaacute sendo testada (MANLY 1994) Uma grande sobreposiccedilatildeo

40

entre os grupos sugere a obtenccedilatildeo de uma pobre funccedilatildeo discriminante Por outro lado

grupos bastante distintos (com pouca sobreposiccedilatildeo) sugerem a possibilidade de uma boa

funccedilatildeo discriminante

Hair Jr et al (1995) define que para dois grupos representantes da variaacutevel dependente

(por exemplo grande e pequeno) extrai-se uma funccedilatildeo discriminante Para dois grupos

seratildeo duas as funccedilotildees discriminantes extraiacutedas e assim por diante Ou seja existiratildeo

sempre n-1 funccedilotildees discriminantes para n grupos

Depois de estimada uma funccedilatildeo discriminante ela deve ser interpretada Este estaacutegio

revela a importacircncia relativa de cada variaacutevel independente na discriminaccedilatildeo dos

grupos

Green (1978) descreve que antes de tentar interpretar a funccedilatildeo discriminante o analista

cuidadoso deveraacute checar sua significacircncia estatiacutestica Tipicamente a investigaccedilatildeo eacute

conduzida atraveacutes da aplicaccedilatildeo de testes de significacircncia estatiacutestica da estatiacutestica D2 de

Mahalanobis que eacute uma medida quadraacutetica similar a medida euclidiana de distacircncia

padratildeo Mais particularmente ela mede a distacircncia de cada caso agrave meacutedia do grupo

Normalmente a estatiacutestica F do teste de significacircncia da estatiacutestica D2 eacute comumente

disponibilizada pela maioria dos pacotes estatiacutesticos

26 Dados de Vegetaccedilatildeo

Para anaacutelise da relaccedilatildeo entre vegetaccedilatildeo e variaacuteveis morfomeacutetricas foram selecionadas

aacutereas pertencentes a diferentes biomas brasileiros A seguir satildeo apresentadas

caracteriacutesticas gerais destes biomas assim como das aacutereas selecionadas para as quais os

mapas de vegetaccedilatildeo satildeo disponiacuteveis

261 Bioma Caatinga

A Caatinga caracteriza-se por apresentar uma grande diversidade de paisagens aleacutem de

ser um dos menos conhecidos e mais complexos biomas brasileiros A Reserva

Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas foi selecionada para representaacute-la

no presente estudo

41

Esta aacuterea abrange a Aacuterea Prioritaacuteria n6 do PPBIO (Programa de Pesquisa em

Biodiversidade do Semi-Aacuterido) e foi criada em 1998 com aproximadamente 5244

hectares sendo delimitada pelas coordenadas geograacuteficas 05ordm 00rsquo a 05ordm 20rsquo S e 40ordm 48rsquo a

41ordm 12rsquo W na fronteira entre os Estados do Piauiacute e Cearaacute

A aacuterea eacute considerada como uma amostra representativa da Ecoregiatildeo Complexo

Ibiapaba-Araripe e possui alta importacircncia bioloacutegica Ela possui como principais

fitofisionomias Mata Seca Carrasco Caatinga Florestada Caatinga Arboacuterea Caatinga

Arboacuterea-arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (CARVALHO PINHEIRO JUacuteNIOR

2004) Como para algumas aacutereas natildeo foi feito levantamento floriacutestico as classes de

mapeamentos propostas para designar padrotildees fitofisionocircmicos que se destacam nas

imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por uma determinada

coloraccedilatildeo foram denominadas Complexos Satildeo eles Complexo Galeria Complexo

Arboacutereo e Complexo Arboacutereo-arbustivo Segue-se a definiccedilatildeo de cada uma das classes

citadas acima segundo Carvalho e Pinheiro Juacutenior (2004)

Mata Seca

Esta classe corresponde segundo o IBGE (1992) agrave Floresta Estacional Decidual

Montana (Floresta Tropical Caducifoacutelia) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute caracterizado por

duas estaccedilotildees climaacuteticas bem demarcadas uma chuvosa seguida de um longo periacuteodo

biologicamente seco ocorre na forma de disjunccedilotildees florestais apresentando o estrato

dominante macro ou mesofaneroacutefito predominantemente caducifoacutelio com mais de 50

dos indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveis Ocupam nessas

paisagens os topos elevados de altitudes variando de 600 a 750 metros de relevo plano

e suave ondulado As elevadas altitudes chegando ateacute 750 m jaacute natildeo atenuam as

caracteriacutesticas semi-aacuteridas do Sertatildeo com as temperaturas mantendo-se elevadas

variando de 25 a 27degC Mas a precipitaccedilatildeo aumenta dominando um clima sub-uacutemido

seco com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 800 a 1000 mm

Nestes ambientes predominam os latossolos profundos aacutecidos em geral arenosos com

baixa fertilidade natural e muito bem drenados (LVa- Latossolo Vermelho-Amarelo

aacutelico)

42

Carrasco

De acordo com Arauacutejo (1998) trata-se de uma vegetaccedilatildeo arbustiva densa caducifoacutelia

natildeo espinhosa Nela se encontram a faveira o angico a pitombeira o jatobaacute a

catingueira e o sabiaacute entre outras O xique-xique e o caroaacute aparecem como subarbustos

Este tipo vegetacional ocorre em ambientes mais arenosos e secos

Na aacuterea da Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo

Sertaneja Setentrional Nesta paisagem o Carrasco ocupa as superfiacutecies pediplanadas

altas com altitudes variando de 400 a 650 m de relevo plano a suavemente ondulado

Deve estar submetida a uma condiccedilatildeo de transiccedilatildeo climaacutetica com precipitaccedilotildees meacutedias

anuais em torno de 850 mm

Neste ambiente predominam os solos arenosos profundos excessivamente drenados

aacutelicos e com fertilidade natural baixa (Areias Quartzosas aacutelicas- AQa4 e AQa10)

associado ao Latossolo Vermelho-Amarelo aacutelico (LVa)

Caatinga Florestada

Esta classe corresponde ao contato Savana-EsteacutepicaFloresta Estacional-ecoacutetono

definido pelo IBGE (1992) Trata-se de uma vegetaccedilatildeo de transiccedilatildeo ou seja entre duas

ou mais regiotildees ecoloacutegicas ou tipos de vegetaccedilatildeo existem sempre ou pelo menos na

maioria das vezes comunidades indiferenciadas onde as floras se interpenetram

constituindo as transiccedilotildees floriacutesticas ou contatos edaacuteficos

De acordo com o IBGE e Governo do Estado do Cearaacute (1973) este tipo de cobertura

vegetal obedece a um escalonamento de acordo com o niacutevel em que se situa ocorrendo

pelo menos duas sineacutecias cuja transiccedilatildeo se verifica onde a caatinga desaparece e

comeccedila a mata tropical

Na Aacuterea das Serras das Almas a borda mais oriental da Paisagem das Chapadas

Intermediaacuterias e Baixas a Caatinga Florestada ocupa uma estreita faixa Na Paisagem

das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas ocupa um modelo de dissecaccedilatildeo aguccedilada

intermediaacuteria com altitudes variando de 400 a 700 m de relevo fortemente ondulado e

montanhoso Segundo as condiccedilotildees de transiccedilatildeo climaacutetica pode-se dizer que as

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precipitaccedilotildees anuais variam de 800 a 1000 mm Neste tipo de ambiente ocorre uma

associaccedilatildeo de trecircs tipos de solo pouco desenvolvidos e rasos Nas partes intermediaacuterias

de declives menos abruptos e relevos menos acidentados (suave ondulado a ondulado)

apresentam-se o que pode se considerar o mais caracteriacutestico os solos Podzoacutelicos

Vermelho-Amarelo eutroacuteficos (PE) com argila de atividade fraca horizonte A

moderado textura meacutediaargilosa Nos relevos mais acidentados (fortemente ondulados

a montanhosas) aparecem os solos Litoacutelicos eutroacuteficos (RE) com horizonte A

moderado textura arenosa a meacutedia fase pedregosa e rochosa associados aos

Afloramentos Rochosos (AR)

Caatinga Arboacuterea

Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica do IBGE (1992) Trata-se de um subgrupo

de formaccedilatildeo caracterizado por micro eou nanofaneroacutefitos com meacutedia de 5 m

excepcionalmente ultrapassando os 7 m de altura mais ou menos com grossos troncos

e engalhamento bastante ramificado em geral provido de espinhos eou acuacuteleos com

total decidualidade na eacutepoca desfavoraacutevel

Em Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo Sertaneja

Setentrional e da Paisagem das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas Nesta paisagem eacute

encontrada em modelos de Dissecaccedilatildeo Tabular Baixo com altitudes bastante variadas

de 300 ateacute 600 m e relevos ondulados a fortemente ondulados

Para este tipo de vegetaccedilatildeo o clima varia desde um clima Subuacutemido uacutemido com

precipitaccedilotildees meacutedias anuais de mais de 1000 mm passando pelo Semi-aacuterido atenuado

com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 750 a 800 mm ateacute o Semi-aacuterido moderado

com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 500 a 750 mm

A mesma variabilidade pode ser observada quando se considera as demais

caracteriacutesticas ambientais Comeccedilando pelos diferentes substratos geoloacutegicos que sob

essas diferenccedilas climaacuteticas geram diferentes formas de relevo que variam de plano ao

ondulado e modelos dissecados a aplainados com altitudes de 300 a 500 m Bem como

tipos de solos como os Podzoacutelicos Vermelho-Amarelo Areias Quartzosas Latossolo

Vermelho-Amarelo e Solonets Solodizados

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Caatinga Aboacutereo-arbustiva

Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica Arborizada do IBGE (1992) Este subgrupo

de formaccedilatildeo apresenta as mesmas caracteriacutesticas de floriacutesticas da fisionomia ecoloacutegica

anterior poreacutem os indiviacuteduos que o compotildeem satildeo mais baixos existindo clarotildees entre

eles

Possui amplos interfluacutevios e baixo grau de aprofundamento de drenagem com altitudes

variando de 200 a 300 m e relevos planos a suave ondulados Este tipo vegetacional

domina num clima Semi-aacuterido moderado com chuvas de veratildeo-outono e 7 a 8 meses

secos Os tipos de solo variam bastante desde Areias Quartzosas Planossolos

Soloacutedicos Ragassolos e Bruno natildeo caacutelcicos que se tornam os principais fatores

limitantes para o uso da terra junto com o clima dominante

Caatinga Herbaacuteceo-lenhosa

Esta classe corresponde agrave Savana-Eteacutepica Parque do IBGE (1992) Este subgrupo de

formaccedilatildeo eacute o que apresenta caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com

nanofaneroacutefitos de um mesmo ecoacutetipo bastante espaccedilados como se fossem plantados

isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas lenhosas raquiacuteticas sobre

denso tapete gramiacutenio-lenhoso de hemicriptoacutefitos e cameacutefitos Possui relevos planos a

suavemente ondulados e altitudes variando de 200 a 300 m Este tipo vegetacional

domina num clima Sub-uacutemido com chuvas de veratildeo-outono e 7 meses secos Estas

condiccedilotildees ambientais geraram solos do tipo Areias Quartzosas aacutelicas que por suas

caracteriacutesticas se tornam o principal fator limitante para o uso da terra

Complexo Galeria

Essa classe de mapeamento foi proposta para designar todo um complexo fisionocircmico

que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por sua

coloraccedilatildeo verde-intenso na composiccedilatildeo colorida normal empregada indicando uma alta

resposta no infravermelho proacuteximo Esta tonalidade indica uma cobertura vegetal verde

com folhagem total ou parcial na eacutepoca seca estando associada agraves aacutereas de vaacuterzeas

acompanhando alguns cursos drsquoaacutegua geralmente os mais caudalosos

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Complexo Arboacutereo

Semelhante a classe anterior propocircs-se aqui esta denominaccedilatildeo para abarcar um padratildeo

complexo que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta regular associando

aacutereas escuras (sombreadas) aacutereas com verde-escuro e com verde-claro De acordo com

informaccedilotildees bibliograacuteficas neste ambiente deve predominar uma Caatinga Arboacuterea

(Savana-Esteacutepica Florestada) poreacutem de acordo com o RADAMBRASIL (1981) pode-se

supor que floristicamente eacute semelhante agrave Estepe Arboacuterea Densa

Como natildeo foi possiacutevel amostrar a unidade de mapeamento para confirmar estas

consideraccedilotildees preferiu-se empregar esta nomenclatura

Suas altitudes variam rapidamente de cerca de 300 a 600 m com interfluacutevios de pequena

amplitude e de mediana intensidade de aprofundamento de drenagem Neles devem

predominar o clima tropical megateacutermico semi-aacuterido atenuado com chuvas de veratildeondash

outono e 7 meses secos Onde dominam os Solos Litoacutelicos aacutelicos fase pedregosa e

rochos

Complexo Arboacutereo-arbustivo

Na imagem TMLandsat possui uma resposta singular de tonalidade subentendendo

muito afloramento de solo eou rocha nua Segundo IBGE (1992) corresponde a

formaccedilatildeo Savana Esteacutepica Arborizada (Caatinga Arboacuterea-arbustiva)

Esses ambientes ocupam parte do Modelado das Formas Erosivas com relevos planos a

suavemente ondulados onde as altitudes variam de cerca de 220 a 300 m Neles deve

predominar um clima megateacutermico sub-uacutemido uacutemido com chuva de veratildeo-outono e 7

meses secos onde dominam Areias Quartzosas aacutelicas

262 Bioma Amazocircnia

O Bioma Amazocircnia estaacute situado na porccedilatildeo centro-norte do Brasil eacute cortado pela linha

equatorial e portanto compreendido em aacutereas de baixas latitudes O clima eacute do tipo

equatorial quente e uacutemido com a temperatura variando pouco durante o ano em torno

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de 26ordmC com periacuteodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor daacutegua trazido

do leste pelos ventos

A maioria dos 7 milhotildees de km2 da Floresta Amazocircnica eacute constituiacuteda por uma floresta

de terra firme Esta eacute uma floresta que nunca eacute alagada e se espalha sobre uma grande

planiacutecie de ateacute 130-200 m de altitude ateacute os sopeacutes das montanhas A grande planiacutecie

corresponde aos sedimentos deixados pelo lago Belterra que ocupou a maior parte da

bacia Amazocircnica durante o Mioceno e o Plioceno entre 25 mil e 18 milhatildeo de anos

atraacutes O silte e as argilas depositados neste antigo lago foram submetidos a um suave

movimento de elevaccedilatildeo epirogeneacutetico enquanto os Andes se ergueram e os modernos

rios comeccedilaram a cavar os seus leitos Assim surgiram os trecircs tipos de florestas

amazocircnicas as florestas montanhosas Andinas as florestas de terra firme e as florestas

fluviais alagadas as duas uacuteltimas na Amazocircnia brasileira A Amazocircnia brasileira

compreende aproximadamente 3581 km2 o que equivale a 4207 do paiacutes (Fonseca amp

Dov 2000) Como representantes deste bioma foram selecionadas aacutereas de estudo com

diferentes tamanhos e classes de vegetaccedilatildeo a Microbacia do Igarapeacute Asu que cobre

aproximadamente 10 km2 e o Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos que cobre

aproximadamente 300 km2

2621 Microbacia do Igarapeacute Asu

A microbacia do Igarapeacute Asu pertencente agrave bacia do Rio Negro possui tipos de

vegetaccedilatildeo que se diferenciam principalmente pela altura e densidade de indiviacuteduos A

floresta de alto platocirc eacute a floresta densa com aacutervores emergentes ao passo que a floresta

de campinarana apresenta-se mais baixa e com densidade menor de indiviacuteduos

(AYRES 1993) A condiccedilatildeo topograacutefica pode induzir agrave ocorrecircncia de cheias e a

presenccedila de formaccedilotildees vegetais mais baixas e menos densas em constante estaacutegio de

sucessatildeo (WHITTMANN et al 2002) De modo geral os principais tipos de vegetaccedilatildeo

encontrados na aacuterea satildeo

Floresta de Platocirc Alto

As florestas de terra firme cobrem planaltos e florestas de encosta e satildeo aacutereas com

dossel mais fechado solos bem drenados em qualquer eacutepoca do ano e que satildeo

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inundadas por rios e fluxos pequenos de aacutegua Estas florestas satildeo dominadas por aacutervores

grandes e caracterizam-se por estrutura vertical bem desenvolvida e diversidade de

espeacutecies arboacutereas muito altas em relaccedilatildeo agraves florestas sazonalmente inundadas

(PRANCE et al 1976)

Floresta de Baixio

Os baixios satildeo definidos como florestas que inundam sazonalmente no periacuteodo de

novembro-marccedilo eou que sofrem influecircncia direta dos igarapeacutes Estas florestas devido

agrave topografia possuem lenccedilol freaacutetico mais superficial que em eacutepocas chuvosas

aflorando e inundando essas aacutereas Aleacutem disso apresentam dossel mais aberto em

relaccedilatildeo agraves florestas de terra firme (LAMOTTE 1990) pela predominacircncia de palmeiras

arborescentes e uma grande abundacircncia de palmeiras no sub-bosque

Floresta de Platocirc Baixo com campinarana

A Campinarana ocorre entre a floresta de terra firme e a Floresta de Baixio daiacute a

denominaccedilatildeo Floresta de Platocirc Baixo com campinarana Fisionomicamente caracteriza-

se por um dossel de aacutervores de porte menor que as do platocirc com alta densidade de

epiacutefitas Desenvolve-se sobre solo arenoso coberto por uma camada de serrapilheira

entremeada com um denso tapete de raiacutezes

2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

O Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos criado em 21062006 possui 876 mil

hectares e se localiza nos estados do Amazonas Rondocircnia e Mato Grosso abrangendo

trechos dos rios Roosevelt Guaribas Branco Madeirinha e Ji-Paranaacute

O Parque protege uma enorme variedade de ecossistemas incluindo diferentes

formaccedilotildees florestais bem como uma das maiores manchas de Cerrado - os campos -

de toda Amazocircnia A paisagem dos Cerradossavanas eacute composta por campos sujos

campos limpos e Cerrados propriamente ditos Matas de galeria satildeo encontradas ao

longo dos rios e riachos que cortam a savana O solo dos Cerrados da regiatildeo eacute arenoso e

raso de baixa fertilidade muito suscetiacuteveis agrave erosatildeo

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Nas demais aacutereas do Parque existem florestas abertas e densas A Floresta Ombroacutefila

Densa de modo geral apresenta dossel fechado compacto com altura entre 25 e 35 m

do qual sobressaem as aacutervores emergentes atingindo ateacute 40 m A Floresta Ombroacutefila

Aberta eacute caracterizada fisionomicamente pela presenccedila de grandes aacutervores espaccediladas

possibilitando a penetraccedilatildeo de luz Esta diversidade de habitats em uma mesma regiatildeo

condiciona a ocorrecircncia de diversas espeacutecies O Parque Nacional incorpora regiotildees

consideradas de prioridade extremamente alta para a conservaccedilatildeo da biodiversidade da

Amazocircnia (WEBVENTURE 2001)

Quanto aos solos de modo geral os mais encontrados na regiatildeo satildeo os solos aluviais

Latossolo Vermelho amarelo Podzoacutelico Vermelho Amarelo Laterita Hidromoacuterfica e o

Podzol Hidromoacutefico

A aacuterea selecionada abrange as cartas topograacuteficas 1250000 SB-20-Y-C (Labrea) e SB-

20-Y-D (Humaitaacute) descritas no volume 17 ndash Purus ndash do Projeto RADAMBRASIL

(1978) Os principais tipos de vegetaccedilatildeo abrigados pelo Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos satildeo descritos abaixo com informaccedilotildees do Projeto RADAMBRASIL

(1978)

Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas

Formaccedilatildeo que apresenta agrupamentos de aacutervores emergentes nas elevaccedilotildees mais

pronunciadas dos interfluacutevios como o argelim-da-mata (Hymenolobium petraeum)

argelim-de-pedra (Dinizia excelsa) tauari (Couratari spp) castanha-do-paraacute

(Bertholletia excelsa) entre outras Eacute significativa a presenccedila de palmeiras que

competem por luz no estrato arboacutereo superior babaccedilu (Orbygnia spp) patauaacute

(Oenocarpus bataua) accedilaiacute (Euterpe spp) ocorrendo preferecircncialmente nos locais mais

uacutemidos

Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial

Formaccedilatildeo caracteriacutestica das aacutereas inundaacuteveis pelas cheias sazonais ecologicamente

adaptados agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua entretanto beneficia-se da renovaccedilatildeo

regular do solo decorrente das enchentes perioacutedicas Natildeo constitui ambiente cliacutemax

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Durante a eacutepoca das cheias existe uma diminuiccedilatildeo das atividades bioloacutegicas (dormecircncia

e seca fisioloacutegica) quando ocorrem inundaccedilotildees prolongadas A sumauacutema (Ceiba

pentandra) provida de enormes raiacutezes tabulares eacute a representante mais expressiva neste

grupo de formaccedilatildeo Apresenta tambeacutem muitas palmeiras no estrato intermediaacuterio

Floresta Ombroacutefila Aberta das Terras Baixas

Formaccedilatildeo caracteriacutestica por feiccedilatildeo mista de palmeiras e aacutervores latifoliadas sempre

verdes e bem espaccediladas de altura irregular (entre 15 e 25m) com grupamentos de

babaccedilu (Orbygnia sp) e patauaacute (Oenocarpus bataua) principalmente nos interfluacutevios

do Terciaacuterio Nos vales de fundo chato de encharcamento constante ocorre

concentraccedilatildeo de buriti (Mauritia flexuosa) em povoamento puro

Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial

Eacute uma formaccedilatildeo arboacuterea com palmeiras que ocupa principalmente as planiacutecies e

terraccedilos dos rios Madeira Purus Coari e Tefeacute Caracteriacutestico de regiotildees inundaacuteveis

pelas cheias sazonais ecologicamente adaptado agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua

beneficiaacute-se da renovaccedilatildeo do solo decorrentes das enchentes perioacutedicas

Savana Gramiacuteneo-Lenhosa

Prevalecem nesta fisionomia quando natural os gramados entremeados por plantas

lenhosas raquiacuteticas que ocupam extensas aacutereas dominadas por hemicripitoacutefitos e que

aos poucos quando manejadas atraveacutes do fogo ou pastoreio vatildeo sendo substituiacutedas por

geoacutefitos que se distinguem por apresentarem colmos subterracircneos portanto mais

resistentes ao pisoteio do gado ao fogo

Savana Parque

Formaccedilatildeo com caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com nanofaneroacutefitos (plantas

lenhosas que vivem longos anos com suas gemas a menos de 3 m) de um mesmo

ecoacutetipo bastante espaccedilados isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas

lenhosas raquiacuteticas sobre denso tapete gramiacuteneo lenhoso de hemicriptoacutefitos (plantas

herbaacuteceas com gemas embaixo da superfiacutecie do solo ou imediatamente debaixo) e

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cameacutefitos (plantas herbaacuteceas ou lenhosas que vivem longos anos com suas gemas acima

do solo pelo menos a 25 cm de altura)

Formaccedilotildees Pioneiras

Satildeo formaccedilotildees em fase de sucessatildeo (hidrossere) encontradas em ambientes de solos

sazonais que se situam ao longo dos rios e em locais deprimidos dos interfluacutevios

tabulares do Terciaacuterio ou dispersas no interior das florestas Densa eou Aberta As

comunidades ribeirinhas satildeo constituiacutedas de um maior nuacutemero de espeacutecies hidroacutefitas

enquanto aquelas mais distantes possuem um maior nuacutemero de espeacutecies mesoacutefitas e

higroacutefitas Os liacutequens por exemplo satildeo mais abundantes nos ambientes mais distantes

dos cursos de aacutegua Estas formaccedilotildees ocupam aacutereas de influecircncia aluvial (planiacutecies e

terraccedilos) e de influecircncia pluvial (depressotildees nos interfluacutevios)

263 Bioma Cerrado

Segundo Coutinho (2000) o Bioma Cerrado apresenta-se como um mosaico de formas

fisionocircmicas ora manifestando-se como Campo Sujo ora como Cerradatildeo ora como

Cerrado sensu strictu ou Campo Limpo Este mosaico eacute determinado pelo mosaico de

manchas de solo pouco mais pobres ou pouco menos pobres pela irregularidade dos

regimes caracteriacutesticas de queimada de cada local (frequumlecircncia eacutepoca intensidade) e

accedilatildeo humana

De um modo geral podemos distinguir dois estratos na vegetaccedilatildeo dos Cerrados o

estrato lenhoso constituiacutedo por aacutervores e arbustos e o estrato herbaacuteceo formado por

ervas e subarbustos Ambos satildeo curiosamente helioacutefilos Ao contraacuterio do caso de uma

floresta o estrato herbaacuteceo natildeo eacute formado por espeacutecies de sombra ombroacutefilas

dependentes do estrato lenhoso O sombreamento lhe faz mal prejudica seu crescimento

e desenvolvimento O adensamento da vegetaccedilatildeo lenhosa acaba por eliminar em grande

parte o estrato herbaacuteceo Por assim dizer estes dois estratos se antagonizam Por esta

razatildeo entende-se que as formas intermediaacuterias de Cerrado - Campo Sujo Campo

Cerrado e Cerrado sensu strictu ndash apresentam-se como verdadeiros ecoacutetonos onde a

vegetaccedilatildeo herbaacuteceasubarbustiva e a vegetaccedilatildeo arboacutereaarbustiva estatildeo em intensa

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competiccedilatildeo procurando cada qual ocupar aquele espaccedilo de forma independente

individual

Como representante deste bioma foi selecionada a aacuterea do Parque Nacional de

Brasiacutelia localizado entre as coordenadas 15deg45rsquo a 15deg33rsquo S e 48deg6rsquo a 47deg50rsquo W Esta

aacuterea possui uma extensatildeo aproximada de 30 mil hectares sendo a unidade de

conservaccedilatildeo de maior destaque no Distrito Federal Tal importacircncia se deve agrave

presenccedila de inuacutemeras espeacutecies representativas da fauna e flora do bioma Cerrado

assim como importantes mananciais hiacutedricos

Segundo a carta climaacutetica do Distrito Federal a regiatildeo do Parque Nacional de Brasiacutelia

estaacute submetida a dois tipos de clima de acordo com a temperatura local (Koppen) o

Cwa tropical de altitude com temperatura do mecircs mais frio a 18degC e a meacutedia do mecircs

mais quente superior a 22degC (cotas altimeacutetricas de 1000 a 1200 m) e o Cwb tropical

de altitude com temperatura do mecircs mais frio inferior a 18degC e meacutedia do mecircs mais

quente inferior a 22degC (cotas altimeacutetricas acima de 1200 m) A ocorrecircncia de chuvas

se daacute nos meses de outubro a marccedilo com maacutexima de dezembro a agosto Entre os

meses de abril a setembro ocorre a eacutepoca seca sendo que os meses mais criacuteticos satildeo

junho e julho

Os principais tipos de solos encontrados no PNB satildeo os Latossolos Vermelho-Escuro e

Vermelho-Amarelo (cerca de 38) os Cambissolos (cerca de 22) e os Solos

Hidromoacuterficos (RAMOS 1995) Os demais grupos como Podzoacutelicos hidromoacuterficos

aparecem em trechos isolados Os Latossolos satildeo solos profundos caracterizados por

uma textura argilosa ou meacutedia porosos e bastante permeaacuteveis No Cerrado em geral o

estrato arborescente estaacute mais associado agraves aacutereas com um relevo plano a suavemente

ondulado encontrando-se fitofisionomias como Cerradatildeo Cerrado sensu strictu e o

Campo Cerrado (GUIMARAtildeES 2000) Jaacute os Cambissolos satildeo pouco desenvolvidos

com baixa fertilidade e facilmente intemperizados No PNB esse tipo de solo favorece o

desenvolvimento de fisionomias do estrato herbaacuteceo-arbustivo como as classes Campo

Limpo e Campo Sujo por exemplo Os solos hidromoacuterficos por sua vez satildeo

observados em torno de drenagens ou pequenos coacuterregos estando associados ao

afloramento do lenccedilol freaacutetico A vegetaccedilatildeo nesse solo eacute marcada principalmente pela

52

presenccedila de campos com Murunduns associada com outras classes de Cerrado tal como

Campo Limpo Campo Limpo Uacutemido e Campo Sujo

No Parque Nacional de Brasiacutelia estatildeo reunidas as principais fitofisionomias do bioma

Cerrado subdivididas em trecircs estratos vegetacionais de acordo com a classificaccedilatildeo

definida por Ribeiro e Walter (1998) Campo Limpo e Campo Sujo (estrato herbaacuteceo

arbustivo) Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu (estrato arborescente) e Mata de

Galeria (estrato arboacutereo) O Cerradatildeo classe pertencente ao estrato arboacutereo do Cerrado

natildeo eacute encontrado no parque Poreacutem segundo Ferreira (2003) eacute possiacutevel ainda se

distinguir nesse ambiente o Campo Limpo Uacutemido Campo Limpo com Murundum

Campo uacutemido Campo Cerrado com Trembleacuteias Campo Sujo com presenccedila de

Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo Mata de Interfluacutevio e Brejo As

caracteriacutesticas de algumas destas feiccedilotildees fitofisionocircmicas seguem-se abaixo Seguem-se

a definiccedilatildeo destas classes segundo SEMARH (2000)

Cerrado sensu strictu

Formaccedilatildeo savacircnica que tem como caracteriacutestica de destaque uma camada arboacuterea

descontiacutenua atingindo os 8 m de altura excepcionalmente mais alta cobrindo de 10 a

60 da superfiacutecie e um estrato herbaacuteceo-arbustivo bastante diversificado com

cobertura de ateacute 95

Campo Cerrado

Forma intermediaacuteria de vegetaccedilatildeo entre o Cerrado sensu strictu e o Campo Sujo

sendo a de maior ocorrecircncia no Distrito Federal Seu dossel atinge em meacutedia 10 de

cobertura com aacutervores de mais ou menos 3 m de altura bem espalhadas algumas

espeacutecies atingindo excepcionalmente os 10 m como a gomeira ndash Vochysia

thyrsoidea Agraves vezes ocorre alta densidade de herbaacuteceas com destaque para as

gramiacuteneas

Campo Sujo

A cobertura por arbustos e subarbustos eacute miacutenima sempre com altura inferior a 3 m

em meio agrave densa camada graminosa de ateacute 1 m Os arbustos e subarbustos tecircm caules

53

relativamente finos geralmente morrem a cada ano sendo continuamente renovados a

partir de brotaccedilotildees da base lenhosa

Campo Limpo

Forma de vegetaccedilatildeo predominantemente herbaacutecea com raros arbustos e ausecircncia

completa de aacutervores com destaque para gramiacuteneas que medem de 03 m a 1 m Os

campos usualmente se situam sobre solos arenosos rasos e duros nos quais ocorre

uma real deficiecircncia de aacutegua durante os meses secos Podem chegar a recobrir a

totalidade das chapadas arenosas topos e encostas dos morros

Campo Limpo Uacutemido

Situa-se sobre solo inclinado nas encostas dos vales Normalmente o lenccedilol freaacutetico

permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo de seca sofre um

rebaixamento em que as camadas sub-superficiais mantecircm o encharcamento do solo

Possui estrato herbaacuteceo predominantemente graminoso

Campo Limpo com Murundum

Ocorre em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo arredondadas e um

pouco mais altas com cerca de 1 a 10 m de diacircmetro por alguns deciacutemetros de altura

Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial do terreno e deposiccedilatildeo de terra por

teacutermitas recobertos por vegetaccedilatildeo de Cerrado e o solo permanentemente saturado de

aacutegua entre os murunduns

Brejo

A vegetaccedilatildeo herbaacuteceo-arbustiva das aacutereas Brejosas forma comunidades que ocupam as

planiacutecies permanentemente encharcadas sem ocorrecircncia do buriti (Mauritia flexuosa)

que frequumlentemente surge nas bordas das matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo do

Cerrado A caracteriacutestica marcante eacute o niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora

haja variaccedilotildees durante o ano No Distrito Federal ocorrem basicamente trecircs tipos de

Brejo Brejo graminoso Brejo de piuacutena (Ludwigia brachyphyla) e Brejo de taboa

(Typha dominguensis)

54

Mata de Galeria

Segundo Ribeiro e Walter (1998) consiste na vegetaccedilatildeo florestal que acompanha os

cursos drsquoaacutegua de pequeno porte dos planaltos do Brasil Central formando corredores

fechados (galeria) Geralmente localizada nos fundos dos vales ou nas cabeceiras de

drenagem natildeo apresenta caducifoacutelia durante a estaccedilatildeo seca O estrato arboacutereo varia

entre 20 a 30 m ocorrendo a superposiccedilatildeo das copas com fechamento do dossel entre

70 a 95

Os solos satildeo geralmente Cambissolos Plintossolos Podzoacutelicos Hidromoacuterficos ou

Aluviais Aleacutem disso de acordo com a composiccedilatildeo floriacutestica e caracteriacutesticas

ambientais como topografia e variaccedilatildeo na altura do lenccedilol freaacutetico ao longo do ano a

Mata de Galeria pode ser de dois subtipos Mata de Galeria natildeo inundaacutevel e Mata de

Galeria inundaacutevel (temporariamente inundada)

Mata de Interfluacutevio

Formaccedilotildees que ocorrem em lugares com umidade suficiente para um amplo

desenvolvimento vegetativo Em funccedilatildeo do tipo e principalmente da profundidade do

solo esse tipo de mata apresenta niacuteveis diferentes de caducifoacutelia A mata calcaacuteria eacute

deciacutedua e ocorre sobre a rocha calcaacuteria A semideciacutedua eacute a de ocorrecircncia mais comum

e a mata sempre-verde se desenvolve sobre solos de maior fertilidade profundidade

maior e melhores condiccedilotildees de umidade

55

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Detalhamento do fluxo de trabalho

O objetivo geral da pesquisa pressupotildee o atendimento de metas das quais depende o

sucesso do primeiro Pode-se desdobrar os objetivos em sub-etapas sucessivas de modo

a se individualizarem as atividades de trabalho (Figura 31)

Figura 31 ndash Fluxo de atividades

Assim a realizaccedilatildeo deste trabalho requer

a) Coleta e estruturaccedilatildeo dos dados

b) Anaacutelises

c) Testes de aplicaccedilatildeo

Estas etapas podem ser divididas nas seguintes atividades

a1) Coleta e estruturaccedilatildeo de dados vegetacionais foram procurados mapas de vegetaccedilatildeo

natural nos biomas estudados selecionando-se as aacutereas de estudo em funccedilatildeo dos

mapeamentos disponiacuteveis Encontrados em formato digital os mapas demandaram um

56

esforccedilo de preacute-processamento para o armazenamento compatiacutevel com as especificaccedilotildees

dos dados topograacuteficos

a2) Obtenccedilatildeo dos dados topograacuteficos os dados SRTM das aacutereas selecionadas foram

processados para sua derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas estruturadas em planos

de informaccedilatildeo compatiacuteveis com os dados de vegetaccedilatildeo

b1) Apreciaccedilatildeo dos dados os dados foram confeccionados para observaccedilatildeo conjunta

aos mapas de vegetaccedilatildeo mapas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas cujas distribuiccedilotildees

foram observadas em histogramas das diferentes aacutereas em cada classe de vegetaccedilatildeo

b2) Anaacutelises estatiacutesticas as anaacutelises estatiacutesticas tabulares foram empregadas fora do

ambiente de SIG (Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica) Para avaliar as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas como preditoras dos diferentes tipos vegetacionais foram aplicadas

anaacutelises discriminantes

c) Testes de aplicaccedilatildeo baseado nos resultados das etapas anteriores uma seacuterie de

processamentos foi aplicada aos planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrica para avaliaccedilatildeo

de seu potencial no mapeamento da vegetaccedilatildeo

32 Recursos

321 As aacutereas de estudo

Tendo em vista os objetivos da pesquisa buscou-se selecionar aacutereas com diversidade

topograacutefica e vegetacional e que dispusessem de mapeamento da vegetaccedilatildeo Assim

foram aventadas potenciais aacutereas de estudo em diferentes biomas (Figura 32)

A seleccedilatildeo definitiva das aacutereas foi feita apoacutes uma avaliaccedilatildeo dos mapas encontrados em

que se buscaram as condiccedilotildees de escala (geomeacutetrica e temaacutetica) e confiabilidade mais

adequadas para esta pesquisa Diante disso a Reserva Particular do Patrimocircnio Natural

de Serra das Almas (PiauiacuteCearaacute) foi selecionada como representante do Bioma

Caatinga o Parque Nacional de Brasiacutelia (Brasiacutelia) como representante do Cerrado o

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (Amazocircnia) e a Microbacia do Igarapeacute Asu

(Amazocircnia) como representantes da Floresta Amazocircnica Com uma aacuterea relativamente

57

pequena e com feiccedilotildees distintas do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos esta

microbacia foi selecionada para observar os efeitos da topografia no estabelecimento da

vegetaccedilatildeo em escala detalhada A descriccedilatildeo da vegetaccedilatildeo de cada uma destas aacutereas bem

como das principais caracteriacutesticas biofiacutesicas do terreno que as abriga encontram-se no

item 24

Figura 32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo

FONTE Mapa dos Biomas Brasileiros IBGE - 2003

322 Dados de vegetaccedilatildeo

Os dados de vegetaccedilatildeo se referem aos seguintes mapeamentos

a) Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas - mapa da

vegetaccedilatildeo na escala de 1100000 de Carvalho e Pinheiro-Juacutenior (2004) obtido

pela identificaccedilatildeo de cada classe vegetacional nas imagens orbitais TMLandsat

atraveacutes de uma abordagem integrada usando o processo de classificaccedilatildeo por

58

segmentaccedilatildeo por regiotildees interpretaccedilatildeo visual e caracterizaccedilatildeo

floriacutesticofisionocircmica em campo As classes temaacuteticas que natildeo puderam ser

identificadas no campo e que apresentaram padrotildees individualizados nas imagens

orbitais receberam uma denominaccedilatildeo diferenciadora como Complexos vegetais

b) Parque Nacional de Brasiacutelia ndash mapa de vegetaccedilatildeo na escala de 110000 de

Ferreira (2003) gerado a partir da atualizaccedilatildeo de um mapa de vegetaccedilatildeo preacute-

existente Esta atualizaccedilatildeo foi feita a partir da aplicaccedilatildeo de um modelo linear de

mistura sobre uma cena do ETM+Landsat e emprego de cenas IKONOS II de

porccedilotildees da parte leste e oeste da aacuterea

c) Microbacia do Igarapeacute Asu mapa de vegetaccedilatildeo em escala 110000 foi fornecido

pelo grupo de pesquisa Biodiversidade ndash Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico

coordenado por Jasen Zunon (INPA) Para a construccedilatildeo do mapa de vegetaccedilatildeo

foi utilizada a imagem TMLandsat As aacutereas dos platocircs com as cotas mais altas

(cotas acima de 61 m) e mais baixas (cotas de 0 a 60 m) foram extraiacutedas das

imagens do SRTM Ressalta-se que para extrair as aacutereas de baixios foi utilizada

a camada da hidrografia do IBGE utilizando-se uma zona (buffer) de 50 m para

cada lado dos igarapeacutes

d) Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos mapa de vegetaccedilatildeo em escala de

1250000 do RADAMBRASIL (1981) digitalizados pelo SIPAM (Sistema de

Proteccedilatildeo da Amazocircnia)

323 Dados topograacuteficos

Os dados topograacuteficos provieram de experimentos e testes em torno da construccedilatildeo de

banco de dados geomorfomeacutetricos (TOPODATA ndash VALERIANO 2005) Conforme os

procedimentos estabelecidos nesta iniciativa os dados SRTM das aacutereas selecionadas

foram refinados de 3rdquo para 1rdquo com krigagem (VALERIANO 2004) e em seguida

derivados em variaacuteveis geomorfomeacutetricas atraveacutes de diferentes operaccedilotildees de vizinhanccedila

(VALERIANO et al 2006) Os dados SRTM usados correspondem agravequeles

originalmente disponibilizados para a Ameacuterica do Sul em meados de 2003 conhecidos

como ldquoversatildeo 1rdquo Os procedimentos adotados natildeo alteram as especificaccedilotildees

59

cartograacuteficas dos dados originais coordenadas em latitudelongitude natildeo-projetadas

Como resultados foram obtidos os planos de informaccedilatildeo de declividade orientaccedilatildeo de

vertentes curvatura vertical e curvatura horizontal aleacutem da proacutepria elevaccedilatildeo para cada

aacuterea de estudo

324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados

Os principais programas utilizados no trabalho foi o Idrisi versatildeo 20 (EASTMAN

1995) para geoprocessamento e o Statistic 60 para as anaacutelises estatiacutesticas Enquanto o

cerne do geoprocessamento foi conduzido em Idrisi outros SIGs se fizeram necessaacuterios

para o preacute-processamento sobretudo durante a compatibilizaccedilatildeo das diferentes fontes de

dados de vegetaccedilatildeo

33 Procedimentos

331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados

Apoacutes a seleccedilatildeo dos mapas de vegetaccedilatildeo dentro dos requisitos necessaacuterios foi feita a

migraccedilatildeo e a compatiblizaccedilatildeo destes dados com os dados geomorfomeacutetricos Este passo

foi feito atraveacutes de operaccedilotildees de exportaccedilatildeo e importaccedilatildeo de imagem (raster) entre os

diferentes SIGs em funccedilatildeo das diferentes modalidades de conversatildeo requeridas e das

diferentes possibilidades de cada SIG Apoacutes todo o trabalho de conversotildees os dados

foram definitivamente armazenados em Idrisi onde foram realizadas as manipulaccedilotildees

finais de preparo (geometria resoluccedilatildeo e posicionamento) assim como todo o

processamento a partir de entatildeo A estrutura definitiva de armazenamento dos dados em

cada aacuterea de estudo estaacute especificada na Tabela 31

Tabela 31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados

Aacuterea xmiacuten (o) ymiacuten (o) xmaacutex (o) ymaacutex (o) nocol nolin

RPPNA 40deg48rsquo29rdquo 5deg0rsquo31rdquo 41deg11rsquo58rdquo 5deg17rsquo1rdquo 1410 990

MIA 60deg17rsquo6rdquo 2deg38rsquo24rdquo 60deg10rsquo26rdquo 2deg34rsquo5rdquo 400 259

PNCA 66deg 8deg 63deg 7deg 10800 3600

PNB 48deg6rsquo37rdquo 15deg45rsquo5rdquo 47deg50rsquo26rdquo 15deg33rsquo24rdquo 971 867

() ndash resoluccedilatildeo de 1rdquo ou 0000277778ordm (aproximadamente 30 m)

60

Foi feita uma amostragem das variaacuteveis por classe vegetacional atraveacutes de programas de

lote (macro) em SIG As amostras foram extraiacutedas em esquema aleatoacuterio estratificado

Para cada classe foram escolhidos aproximadamente 50 pontos pois devido a limitaccedilotildees

do software natildeo foi possiacutevel coletar exatos 50 pontos em alguns casos O painel

amostral assim formado foi aplicado em cada uma das variaacuteveis para extraccedilatildeo de

amostragens uniformes entre as diferentes classes mapeadas Os dados amostrados

foram pareados em planilhas de acordo com sua posiccedilatildeo geograacutefica e o conteuacutedo destas

planilhas submetido agraves anaacutelises estatiacutesticas

332 Anaacutelise dos resultados

Os planos de informaccedilatildeo armazenados foram editados na forma de mapas

uniformizados para uma visualizaccedilatildeo conjunta dos dados de vegetaccedilatildeo e

geomorfomeacutetricos Este processo deu suporte a observaccedilotildees gerais como a distribuiccedilatildeo

de aacuterea entre as classes de vegetaccedilatildeo sua associaccedilatildeo com o relevo aleacutem de possiacuteveis

semelhanccedilas e associaccedilotildees entre diferentes classes Uma observaccedilatildeo mais acurada das

condiccedilotildees topograacuteficas vigentes sob cada tipo de vegetaccedilatildeo foi feita com histogramas

Foram elaborados histogramas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro da aacuterea de cada

classe de vegetaccedilatildeo buscando-se identificar grupos de classes de comportamento

semelhantes e variaacuteveis de maior poder indicativo dos mesmos

A separabilidade estatiacutestica das classes de vegetaccedilatildeo com base nas variaacuteveis

geomorfomeacutetricas foi avaliada atraveacutes de anaacutelises discriminantes A aplicaccedilatildeo das

anaacutelises aos dados fitofisionocircmicos foi feita apoacutes agrupar classes de vegetaccedilatildeo com

semelhantes estruturas vegetacionais que no mapa de referecircncia estavam muito

particularizadas Estas anaacutelises foram aplicadas tambeacutem dentro dos grupos

vegetacionais formados por mais de duas subfisionomias com o intuito de testar a

hipoacutetese segundo a qual as variaacuteveis geomorfomeacutetricas seriam preditoras algumas

vezes das subfisionomias vegetais Para melhorar a linearidade dos dados estes foram

logaritmizados e posteriormente padronizados

61

333 Processamentos experimentais

Com vistas a uma avaliaccedilatildeo do potencial de aplicaccedilatildeo dos dados geomorfomeacutetricos no

mapeamento da vegetaccedilatildeo foram realizadas algumas manipulaccedilotildees sobre os planos de

informaccedilatildeo Embora este processamento fosse aqui direcionado agrave formaccedilatildeo de mapas

(experimentais) de vegetaccedilatildeo conveacutem lembrar que tal procedimento natildeo estaacute aventado

entre as formas de aplicaccedilatildeo da presente pesquisa Ao contraacuterio propotildee-se que a

aplicaccedilatildeo dos dados gemorfomeacutetricos seja feita em complementaridade agraves fontes

tradicionalmente utilizadas no mapeamento da vegetaccedilatildeo

Os processamentos experimentados (essencialmente classificaccedilotildees) tiveram como base

as observaccedilotildees gerais e os resultados das anaacutelises estatiacutesticas

As anaacutelises discriminantes aplicadas sobre as classes vegetacionais reagrupadas e

tambeacutem dentro dos grupos que incluiacuteam mais de duas subfisionomias indicaram quais

eram as variaacuteveis geomorfomeacutetricas de maior peso na separaccedilatildeo dos grupos bem como

quais desses grupos melhor se separavam entre si A partir das primeiras funccedilotildees

discriminantes nas quais a maior parte da variaccedilatildeo dos dados se concentrava foram

geradas imagens A avaliaccedilatildeo dessas imagens e dos graacuteficos das funccedilotildees discriminantes

permitiu que os mapas baseados nas primeiras funccedilotildees fossem gerados a partir de

classificaccedilotildees por Fatiamentos Esses resultados foram editados em mapas

experimentais para comparaccedilatildeo com os dados de vegetaccedilatildeo agrupados sob as novas

classes

Para avaliar o potencial de aplicaccedilatildeo dos dados topograacuteficos no mapeamento da

vegetaccedilatildeo estes foram aplicados em testes de classificaccedilatildeo com recursos baacutesicos de

processamento de imagens Para tanto foi necessaacuterio que os dados estivessem na

estrutura tiacutepica das imagens de sateacutelite (bytebinaacuterio) Para isso foi feito um re-

escalonamento das variaacuteveis para o intervalo de 0 a 255 (o Idrisi 20 exige que o dado

esteja nesse formato para a realizaccedilatildeo das classificaccedilotildees) o que exigiu a seleccedilatildeo de

valores extremos para cada variaacutevel Para que o re-escalonamento das variaacuteveis fosse

consistente sob diferentes condiccedilotildees de relevo os valores extremos foram tomados apoacutes

observaccedilatildeo de 12 folhas 1250000 do Brasil escolhidas pela presenccedila de relevos

62

contrastantes entre as aacutereas jaacute preparadas no TOPODATA Essas folhas que englobam

terrenos que variam desde escarpas da Serra da Mantiqueira ateacute os relevos deprimidos

do Pantanal Matogrossense e da Ilha do Marajoacute foram analisadas pelos histogramas de

cada variaacutevel procurando-se os valores extremos de suas distribuiccedilotildees Os maacuteximos e

miacutenimos foram tomados nos valores em que cada curva de distribuiccedilatildeo indicasse a

frequumlecircncia de 1 da frequumlecircncia maacutexima independentemente da ocorrecircncia de valores

fora desse intervalo Os valores de declividade foram convertidos de porcentagem para

graus antes desta transformaccedilatildeo para que a variaacutevel mantivesse proporcionalidade

uniforme no intervalo de 0ordm a 39ordm A orientaccedilatildeo de vertentes originalmente uma

variaacutevel circular foi desdobrada nas componentes lineares cosseno (ldquoo quatildeo para norte

se orientardquo) e seno (ldquoo quatildeo para lesterdquo) e ambas transformadas para byte binaacuterio no

intervalo de -1 a +1 A curvatura vertical foi transformada no intervalo de -0155ordmm a

+0155ordmm e a curvatura horizontal -21 ordmm a +21 ordmm A elevaccedilatildeo constitui-se uma

exceccedilatildeo a essa padronizaccedilatildeo e foi transformada usando-se os limites observados

localmente Estas transformaccedilotildees foram feitas essencialmente atraveacutes da operaccedilatildeo de

realce de contraste (stretch)

Uma vez que este estudo se ateve ao potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos os

testes de classificaccedilatildeo apresentados - maacutexima verossimilhanccedila (MaxVer) Cluster e

Fatiamentos - foram aplicados de modo expedito atraveacutes dos recursos disponiacuteveis no

SIG Ressalta-se que o Fatiamento foi feito com base na anaacutelise de histogramas

verificando pontos onde as classes melhor se separavam

63

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

O presente capiacutetulo apresenta os resultados em trecircs partes principais Na primeira parte

os dados preparados para o estudo satildeo apresentados em mapas padronizados para sua

observaccedilatildeo conjunta Em seguida satildeo apresentados os resultados das anaacutelises a que se

submeteram estes dados atraveacutes de tabelas e plotagens dos resultados Por fim

apresenta-se um conjunto de resultados experimentais produto de manipulaccedilotildees sobre

os planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrico associado agrave avaliaccedilatildeo de cada mapa

produzido

41 Apreciaccedilatildeo dos dados

A apreciaccedilatildeo inicial dos dados consistiu na anaacutelise visual das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas e do mapa de vegetaccedilatildeo obtidos para cada aacuterea em estudo (Figuras

41 a 44) Nas legendas destas figuras podem-se observar as faixas de amplitude

numeacuterica dos dados topograacuteficos A RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas) apresentou a maior amplitude altimeacutetrica variando de 180

a 770 m dentro de um intervalo de 590 m enquanto as demais aacutereas apresentaram

menor variaccedilatildeo altimeacutetrica sendo seu intervalo de apenas 97 m para cada aacuterea A

RPPNSA apresenta tambeacutem a maior amplitude de declividade e de curvatura vertical

Com declividade variando de 0 a 98 e curvatura vertical variando na ordem de 029 a

RPPNSA contrasta com as demais aacutereas cujas amplitudes das referidas variaacuteveis satildeo

bem menores A declividade das demais aacutereas varia em torno de 30 enquanto a

variaccedilatildeo da curvatura vertical estaacute na ordem de 006 008 e 005 representando a MIA

(Microbacia do Igarapeacute Asu) o PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e o

PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) respectivamente Assim as anaacutelises exploratoacuterias

indicaram que a maior diferenciaccedilatildeo geomorfomeacutetrica dentro de cada variaacutevel ocorreu

na RPPNSA

Na aacuterea da RPPNSA (Figura 41) jaacute foi possiacutevel verificar a correspondecircncia entre

determinados padrotildees topograacuteficos e algumas classes de vegetaccedilatildeo especialmente entre

a classe S_F e a declividade entre a classe S_A e as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e

64

curvatura vertical e entre a classe S_H e as variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente e curvatura

horizontal sendo indicada levemente pelas variaacuteveis declividade e elevaccedilatildeo

Figura 41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra

das Almas) e seu mapa de vegetaccedilatildeo com as classes S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B

(Complexo Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-

arbustivo) S_E (Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H

(Complexo Galeria) e S_I (Mata Seca)

Na MIA (Figura 42) tambeacutem se niacutetida heterogeneidade do terreno dentro das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas com certas variaccedilotildees comparaacuteveis agraves classes vegetacionais Desse

modo as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e curvatura vertical mostraram-se indicativas

das classes I_B e I_C enquanto a classe I_A foi sugerida apenas pela orientaccedilatildeo de

vertente e curvatura horizontal Assim de maneira geral as variaacuteveis morfomeacutetricas

ilustraram boas evidecircncias da ocorrecircncia de cada classe vegetacional Ressalta-se que

65

dentre todas as aacutereas estudadas a MIA exibe a menor amplitude de declividade

variando de 0 a 23 e tambeacutem uma das menores amplitudes de curvatura vertical

perdendo apenas para o PNB

Figura 42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA (Microbacia do Igarapeacute Asu) e seu mapa de

vegetaccedilatildeo com as classes I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C

(Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

O PNCA (Figura 43) apresentou um terreno mais homogecircneo (devido agrave ruiacutedos) quanto

agraves variaacuteveis curvatura horizontal e curvatura vertical mostrando ligeira tendecircncia de

regionalizaccedilatildeo nas demais variaacuteveis especialmente na variaacutevel elevaccedilatildeo Esta uacuteltima

permite uma clara distinccedilatildeo entre as classes A_A e A_C O PNB (Figura 44)

demonstrou pouca variaccedilatildeo topograacutefica entre as variaacuteveis Nesta aacuterea apenas a classe

B_A foi indicada de modo inequiacutevoco poreacutem foi evidenciada em todas as variaacuteveis

morfomeacutetricas

66

Os mapas de vegetaccedilatildeo utilizados apresentam diferentes niacuteveis de detalhamento

temaacutetico de acordo com as diferentes escalas de mapeamento e as metodologias de

levantamento

Figura 43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e seu mapa

de vegetaccedilatildeo com as classes A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B

(Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa

Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente)

A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras

com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e

A_J (Savana Parque sem floresta-de-galeria)

O mapa de vegetaccedilatildeo da RPPNSA (escala 1100000) apresenta uma boa precisatildeo e

detalhamento floriacutestico uma vez que contou tambeacutem com a caracterizaccedilatildeo

floristicofisionocircmica em campo para sua construccedilatildeo O PNB (escala 110000) tambeacutem

apresenta um bom detalhamento sendo produto do refinamento do mapa de vegetaccedilatildeo

67

jaacute existente se utilizando de imagens IKONOS II para algumas cenas e tambeacutem do

Modelo Linear de Mistura Em contraste as aacutereas referentes ao bioma Amazocircnia natildeo

apresentam mapas de vegetaccedilatildeo tatildeo detalhados sendo o da MIA (escala 110000) e o

do PNCA (1250000) construiacutedos utilizando apenas imagens orbitais sem um

levantamento floriacutestico em campo mais rigoroso

As consideraccedilotildees feitas acima referentes aos dois uacuteltimos mapas sugerem a necessidade

de refinamento dos mapas representantes do bioma Amazocircnia atraveacutes de levantamentos

em campo mais completos e tambeacutem pelo aperfeiccediloamento e desenvolvimento de novos

meacutetodos aplicaacuteveis ao mapeamento deste tipo de fisionomia vegetal

Figura 44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) e seu mapa de vegetaccedilatildeo

com as classes B_A (Mata Galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado)

B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H

(Mata de Interfluacutevio) B_I (Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L

(Campo Limpo com Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora

ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo

68

A distribuiccedilatildeo numeacuterica e a amplitude dos dados geomorfomeacutetricos puderam ser

observadas em histogramas os quais propiciaram uma caracterizaccedilatildeo geomorfomeacutetrica

das aacutereas de estudo bem como para cada classe de vegetaccedilatildeo de cada aacuterea de estudo

(Figuras 45 a 48)

A Figura 45 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo da RPPNSA em comparaccedilatildeo com toda sua aacuterea Verificando a aacuterea total

observa-se que a elevaccedilatildeo varia entre 180 a 770 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o

maior pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em

torno de 98 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores

baixos A direccedilatildeo de suas vertentes tambeacutem apresenta distribuiccedilatildeo bimodal A simetria

da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal e curvatura vertical indicaram o equiliacutebrio entre

terrenos convergentes e divergentes e entre terrenos cocircncavos e convexos

respectivamente

A distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias para cada classe de vegetaccedilatildeo e a RPPNSA revela as

preferecircncias de cada tipo vegetacional a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A

Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de elevaccedilatildeo

em torno de 248 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da aacuterea em

questatildeo assim como o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) A distribuiccedilatildeo da

declividade revela que a vegetaccedilatildeo se concentra em aacutereas com declividades mais baixas

proacuteximas a 8 (terreno ondulado) comportamento semelhante agraves classes de vegetaccedilatildeo

S_C S_D S_G e S_H Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia

voltadas ao norte e nordeste e haacute um equiliacutebrio entre terrenos convergentes e

divergentes (curvatura horizontal) comparaacutevel as classes S_B S_C S_D S_E S_F

S_G e S_I Quanto agrave curvatura vertical esta tambeacutem apresenta um equiliacutebrio entre aacutereas

cocircncavas e convexas como as classes S_C S_D S_E S_G e S_I

O Complexo Arboacutereo (S_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em

torno de 282 m apresentando uma distribuiccedilatildeo mais platicuacutertica de comportamento

semelhante agrave classe S_F A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo eacute

menos tolerante a declividades baixas jaacute que os valores altos ocorrem em maior

frequumlecircncia e em torno de 24 (terreno forte ondulado) Tambeacutem relativo a esta classe

69

as vertentes estatildeo voltadas agrave norte e noroeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por

terrenos cocircncavos (curvatura vertical)

A Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) apresenta dois picos de elevaccedilatildeo relativamente

proacuteximos em torno de 248 e 316 m Suas vertentes estatildeo concentradas mais ao norte e

noroeste sem quase nenhuma ocorrecircncia de vertentes agrave leste e sul

Figura 45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da

RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas) em totalidade e

de suas classes de vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo

Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E

(Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria)

e S_I (Mata Seca)

Para o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) a distribuiccedilatildeo de vertentes indica que estatildeo

predominantemente voltadas para oeste

70

A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Caatinga Arboacuterea (S_E) indicam uma forma

bimodal sendo sua frequumlecircncia distribuiacuteda com picos em torno de 282 e 384 m A

distribuiccedilatildeo da declividade localiza-se entre 0 e 49 com maior frequumlecircncia em 8

(terreno suave ondulado a ondulado)

A Caatinga Florestada (S_F) apresenta uma declividade com distribuiccedilatildeo mais ou

menos uniforme possuindo seu maacuteximo valor em torno de 49 (terreno montanhoso)

Possui uma maior concentraccedilatildeo de suas vertentes a nordeste decaindo sua frequumlecircncia na

direccedilatildeo norte Haacute ligeira preferecircncia por terrenos cocircncavos (curvatura vertical)

O Carrasco (S_G) possui sua elevaccedilatildeo distribuiacuteda entre 316 e 770 m apresentando

distribuiccedilatildeo bimodal com dois estratos altimeacutetricos o mais baixo em torno de 385 m e o

mais alto em torno de 508 m Suas vertentes predominam agrave sudoeste e noroeste com

menor frequumlecircncia agrave nordeste

No Complexo Galeria (S_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta um aspecto denteada

ocorrendo principalmente em ambientes com elevaccedilatildeo em torno de 248 m Destaca-se a

preferecircncia por terrenos com vertentes direcionadas ao nordeste e com menor

frequumlecircncia agrave sudoeste e noroeste Haacute uma clara preferecircncia por terrenos convergentes

(curvatura horizontal) e cocircncavos (curvatura vertical)

A Mata Seca (S_I) exibe preferecircncia por altitudes em torno de 610 m com sua

distribuiccedilatildeo correspondendo ao estrato mais elevado da RPPNA Tambeacutem

comparativamente agrave RPPNA pode-se destacar uma distribuiccedilatildeo mais ou menos

homogecircnea quanto agrave orientaccedilatildeo de vertentes aliado a uma equiliacutebrio entre terrenos

convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e entre aacutereas cocircncavas e convexas

(curvatura vertical)

A Figura 46 ilustra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total da MIA Observando a microbacia como

um todo verifica-se que a altitude varia entre 29 e 126 m com distribuiccedilatildeo bimodal o

que indica a existecircncia de dois estratos altimeacutetricos A sua declividade maacutexima estaacute em

torno de 23 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores

baixos A direccedilatildeo de suas vertentes apresenta-se distribuiacuteda de modo relativamente

71

homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre

terrenos convergentes e divergentes uma situaccedilatildeo tiacutepica quando se analisa uma

microbacia por inteiro A assimetria da distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica a

predominacircncia territorial de terrenos convexos

Figura 46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA

(Microbacia do Igarapeacute Asu) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de

Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e a microbacia satildeo

indicadores de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A

Floresta de Baixio (I_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno

de 53 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da microbacia A

distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra menos tolerante a

declividades mais altas jaacute que ocorrem valores altos em menor frequumlecircncia do que na

microbacia Tambeacutem relativo agrave microbacia destaca-se uma clara preferecircncia por

terrenos convergentes (curvatura horizontal) e em menor grau por aacutereas cocircncavas

(curvatura vertical)

A Floresta de Platocirc Alto (I_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em

torno de 114 m ocupando preferecircncialmente o estrato altimeacutetrico superior Em

contraposiccedilatildeo agrave Floresta de Baixio demonstram maior adaptaccedilatildeo a terrenos divergentes

e aacutereas convexas

A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Floresta de Platocirc Baixo com campinarana

(I_C) indica que esta ocupa uma posiccedilatildeo intermediaacuteria com ligeira restriccedilatildeo no estrato

72

superior da microbacia com maior frequumlecircncia entre 61 e 93 m A semelhanccedila das

distribuiccedilotildees de declividade com a microbacia mostra que sua ocorrecircncia independe

desta variaacutevel assim como a curvatura horizontal Embora a curvatura vertical natildeo

tenha se mostrado uma restriccedilatildeo a sua ocorrecircncia o estreitamento de sua distribuiccedilatildeo

em torno de 0ordmm indica sua ligeira preferecircncia a terrenos retiliacuteneos em relaccedilatildeo a

cocircncavos e convexos

A Figura 47 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNCA Verificando a aacuterea total

observa-se que altitude varia entre 30 e 127 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o maior

pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em torno de

37 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A

direccedilatildeo de suas vertentes tem um caraacuteter homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da

curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes A

distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica tambeacutem um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e

convexos

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo do PNCA satildeo indicadores

de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Floresta

Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras (A_A) ocorre com maior frequumlecircncia em

regiotildees de altitudes em torno 68 e de 86 m

A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra pouco tolerante a

declividades altas se concentrando em aacutereas com declividades mais baixas proacuteximas a

3 (plano) apresentando comportamento semelhante agraves demais classes de vegetaccedilatildeo

Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia voltadas agrave norte e haacute um

equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e terrenos

cocircncavos e convexos (curvatura vertical) similar agraves demais classes de vegetaccedilatildeo

A Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras (A_B) ocorrem com maior

frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 88 m A direccedilatildeo de suas vertentes tem

um caraacuteter homogecircneo assim como as classes A_C A_D e A_H

73

A Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) possui distribuiccedilatildeo

altimeacutetrica em torno 68 m Ao passo que Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas

Dossel emergente (A_D) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em

torno de 107m e o mais baixo em torno de 88 m

Figura 47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA

(Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo

A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B (Floresta Ombroacutefila Aberta

Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente)

A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

herbaacutecea) A_I (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana Parque

sem floresta-de-galeria )

74

A Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (A_E) possui altitude em

torno de 115 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva

(A_F) em torno de 58 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva com palmeiras (A_G) em torno de 83 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea (A_H) em torno de 56 m Savana Gramiacuteneo-Lenhosa

sem floresta-de-galeria (A_I) em torno de 80 m e Savana Parque sem floresta-de-

galeria (A_J) em torno de 56 a 72 m

A Figura 48 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNB Verificando a aacuterea total

observa-se uma distribuiccedilatildeo bimodal com o maior pico em valores em torno de 1140 e

1280 m A sua declividade maacutexima estaacute em torno de 31 (terreno forte ondulado) com

uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A direccedilatildeo de suas

vertentes apresenta distribuiccedilatildeo bem variaacutevel A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura

horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes e terrenos

cocircncavos e convexos respectivamente

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e o PNB satildeo indicadores de

sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Mata galeria

(B_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1048 e 1096

m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e

14 com pico em torno de 4 sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em

ambientes planos a suave ondulados comportamento similar ao da classe E Aliado a

isso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia direcionadas agrave nordeste e sudoeste

Destaca-se nesta classe uma clara preferecircncia por terrenos convergentes (curvatura

horizontal) e por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical) assim como na classe B_G

O Cerrado sensu strictu (B_B) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto

em torno de 1097 m e o mais baixo em torno de 1194 m A distribuiccedilatildeo da declividade

mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e 7 com pico em torno de 4

sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave

ondulados similar agraves classes B_C B_D e B_G Suas vertentes distribuiacutedas de modo

mais ou menos homogecircneo apresentando uma menor concentraccedilatildeo de vertentes

75

voltadas agrave nordeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por terrenos convergentes

(curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e convexos (curvatura

vertical)

Figura 48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB

(Parque Nacional de Brasilia) em sua totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo B_A (Mata

galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E

(Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I

(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L (Campo Limpo com

Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela

de emardquo

O Campo Cerrado (B_C) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica abrangendo todo o intervalo de

valores assim como as classes B_D e B_E poreacutem estas uacuteltimas possuem valores mais

76

altos em torno de 1244 e 1097 m respectivamente ao passo que a primeira eacute em torno

de 1285 m A maioria de suas vertentes estatildeo voltadas agrave sudeste Pode-se tambeacutem

observar que haacute um niacutetido equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes

(curvatura horizontal) e terrenos cocircncavos e convexos (curvatura vertical) assim como

em B_D e B_E Entretanto esta uacuteltima apresenta uma maior distribuiccedilatildeo entre seus

terrenos cocircncavos convexos

A distribuiccedilatildeo de vertentes para o Campo Sujo (B_D) indica uma predominacircncia das

direcionadas ao sudeste e sul Ao passo que a maior parte das vertentes do Campo

Limpo (B_E) estatildeo voltadas para o nordeste e sudoeste

O Campo Limpo Uacutemido (B_F) apresenta sua altimetria restrita a uma pequena faixa em

torno de 1234 m Sua declividade tambeacutem estaacute restrita a aproximadamente 3 (plano e

suave ondulado) Todas as suas vertentes estatildeo voltadas para o norte Haacute uma niacutetida

preferecircncia por terrenos planares (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)

O Brejo (B_G) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica multimodal Suas vertentes predominam agrave

nordeste e sudeste

Na Mata de Interfluacutevio (B_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta dois estratos de

distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em torno de 1097 m sendo a distribuiccedilatildeo concentrada

entre 1073 e 1147 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo

concentrado entre 0 e 18 com pico em torno de 10 sendo portanto este tipo de

vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes ondulados Destaca-se a preferecircncia por terrenos

com vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos

(curvatura horizontal) e em menor grau cocircncavos (curvatura vertical)

O Reflorestamento (B_I) ocorre de modo restrito a regiotildees de altitudes em torno de

1097 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra uma concentraccedilatildeo em torno de 4 sendo

portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave ondulados

Haacute uma concentraccedilatildeo de vertentes orientadas a nordeste aliado a uma clara

predominacircncia de terrenos planos (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)

77

No Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute trimodal

apresentando o maior pico em torno de 1219 m A distribuiccedilatildeo da declividade em B_J eacute

semelhante a B_L com pico em torno de 4 Destaca-se a preferecircncia por terrenos com

vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos (curvatura

horizontal) e terrenos retiliacuteneos (curvatura vertical) embora exista certo equiliacutebrio entre

terrenos que ocorrem com menor frequumlecircncia os cocircncavos e convexos

No Campo Limpo com Murundum (B_L) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute bimodal Destaca-

se a preferecircncia por terrenos com vertentes voltadas ao norte nordeste e sudeste Haacute

predominacircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos

cocircncavos e convexos estes mais bem distribuiacutedos dentro desta classe do que nas demais

classes

A classe Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de

emardquo (B_M) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1097 m

A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra tolerante distribuiacuteda

por todo espectro desta classe apresentando uma distribuiccedilatildeo mais ou menos

platicuacutertica Existe uma clara preferecircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) por

aacutereas convexas e em menor grau por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical)

Da observaccedilatildeo conjunta dos histogramas de todas as aacutereas verifica-se que as

preferecircncias ecofisioloacutegicas das diferentes classes de vegetaccedilatildeo quando expressas

estatildeo representadas pela concentraccedilatildeo de frequumlecircncia das variaacuteveis geomorfomeacutetricas

Entretanto mesmo entre as classes de maior contraste geomorfomeacutetrico as distribuiccedilotildees

apresentam amplitudes sobrepostas com raros casos de condiccedilotildees excludentes

42 Anaacutelises discriminantes

As anaacutelises estatiacutesticas foram empregadas diante do agrupamento de classes

vegetacionais segundo a estrutura de sua vegetaccedilatildeo Assim foram gerados novos mapas

de vegetaccedilatildeo referecircncia

Para a RPPNSA a anaacutelise discriminante entre os grupos vegetacionais Complexo

Arboacutereo arbustiva (Classes agrupadas Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga

78

Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D)) Complexo Arboacutereo

(Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B) Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga

Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata Seca mostrou uma significativa

separaccedilatildeo entre tais grupos considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilks Lambda=

020056 F (201437)=44781 plt00000) O Wilks Lambda geral (que consta no tiacutetulo

das Tabelas) eacute um paracircmetro que varia de 0 (maior poder de discriminaccedilatildeo) a 1 (menor

poder de discriminaccedilatildeo) Os Wilks Lambda parciais observados nos sumaacuterios das

anaacutelises das funccedilotildees discriminantes de cada aacuterea (no corpo das Tabelas) indicam por

sua vez a participaccedilatildeo de cada variaacutevel na reduccedilatildeo do Wilks Lambda geral Ressalta-se

aqui que esses paracircmetros apresentam relaccedilatildeo numeacuterica inversa o WL geral desejaacutevel

eacute o menor possiacutevel enquanto que as variaacuteveis de maior influecircncia satildeo identificadas

pelos maiores valores de Wilks Lambda parcial Desse modo eacute gerado o melhor

modelo baseado natildeo apenas no p-valor mas tambeacutem por meio da avaliaccedilatildeo dos outros

paracircmetros como ilustrado na Tabela 41 Diante disso as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h)

declividade (G) curvatura vertical (kv) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal

(kh) foram consideradas importantes na discriminaccedilatildeo entre as classes de vegetaccedilatildeo e

assim incluiacutedas em todas as funccedilotildees discriminantes independentemente do respectivo

p-valor (Tabela 41)

Tabela 41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (5

grupos) Wilks Lambda 020056 F (201437)=44781 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0663747 0302162 2500011 0000000 0922217 0077783

G 0259549 0772724 318389 0000000 0861859 0138141

kv 0208862 0960247 44814 0001474 0834870 0165130

A 0203935 0983449 18218 0123577 0988884 0011116

kh 0202481 0990507 10374 0387468 0900033 0099967

Observando a distacircncia entre os centroacuteides distacircncia de Mahalanobis dos grupos no

espaccedilo discriminante (Tabela 42) verificou-se que os grupos mais distantes entre si

foram a Mata Seca e o Complexo Arboacutereo-arbustivo (2244425) e os mais proacuteximos

foram Mata Seca e Carrasco (154077) Esta proximidade foi refletida na consideraacutevel

79

sobreposiccedilatildeo entre seus escores (Figura 49) uma vez que ambos os tipos de vegetaccedilatildeo

ocupam relevos planos e suave ondulados em altitudes em torno de 600 m Ressalta-se

que tambeacutem apresentam semelhanccedilas quanto ao comportamento caducifoacutelio com

indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveisTodas as distacircncias foram

significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem ser capazes de

discriminar todas as fisionomias vegetais consideradas na anaacutelise

Tabela 42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Reserva Particular

do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

CA arbustivo Carboacutereo Carrasco Cgaleria Mata Seca

CA arbustivo 000000 5952712 1351015 232019 2244425

Carboacutereo 0000000 471739 202914 790304

Carrasco 000000 629755 154077

Cgaleria 000000 1263179

Mata Seca 000000

Adotou-se 05 como niacutevel de corte para as todas as correlaccedilotildees deste estudo Assim a

Tabela 43 mostra que a variaacutevel elevaccedilatildeo destacou-se correlacionando negativamente

com o eixo 1 A Funccedilatildeo 1 discriminou claramente Mata Seca do Complexo Arboacutereo-

arbustivo mostrando que a Mata Seca ocorreu preferencialmente em locais com maior

altitude e o Complexo Arboacutereo-arbustivoem locais com menor altitude A Funccedilatildeo 2 natildeo

definiu claramente a separaccedilatildeo entre os grupos vegetacionais

Tabela 43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Reserva Particular do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h -0 986606 0 016661

G -0 202112 0 966076

kv 0 013402 -0 155967

A 0 029651 -0 108341

kh -0 020558 0 140234

Analisando a Figura 49 onde os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante

bidimensional eacute apresentada observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discriminou melhor os

grupos vegetacionais O eixo 1 representou 87 e o eixo 2 representou 10 do espaccedilo

80

discriminante Houve tambeacutem certa sobreposiccedilatildeo entre vaacuterias fisionomias vegetais o

que indica que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem variar em um gradiente

topograacutefico o que possivelmente acarretaria em faixas transicionais de vegetaccedilatildeo

CAarbustivo CArboacutereo Carrasco CGaleria Mata Seca

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (87)

Funccedilatildeo1= -101848h+005087G+010642kv+ 012560A-001408kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

3)

Figura 49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas

(RPPNSA)

Como o Complexo Arboacutereo e o Complexo Arboacutereo-arbustivo apresentaram

subfisionomias foram feitas anaacutelises separadas para as mesmas O objetivo dessas

anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas

subfisionomias No que se refere a Complexo Arboacutereo a anaacutelise discriminante mostrou-

se significativa na separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nessa classe (Complexo

Arboacutereo Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada) com base nas variaacuteveis

morfomeacutetricas (Wilks Lambda 078872 F (8268)=42211 plt 00001) As maiores

81

significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis declividade (G) orientaccedilatildeo

de vertente (A) curvatura vertical (kv) e elevaccedilatildeo (h) (Tabela 44)

Tabela 44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da

Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de

variaacuteveis no modelo 4 grupo veg (3 grupos) Wilks Lambda 078872 F

(8268)=42211 plt 00001

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 878947 0 897342 7 664994 0 000705 0 872484 0 127516

A 0 838624 0 940489 4239559 0 016394 0 967195 0 032805

kv 0 810139 0 973556 1 819867 0 166030 0 959694 0 040306

h 0 806097 0 978438 1 476497 0 232129 0 853277 0 146723

A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que os

grupos mais distantes entre si foram Caatinga Florestada e Caatinga Arboacuterea e as mais

proacuteximas foram Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea (Tabela 45) Essa proximidade

foi tambeacutem evidente analisando graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 410)

Entretanto a distacircncia entre Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea natildeo foi

significativa indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas natildeo foram capazes de

discriminaacute-las entre si

Tabela 45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo

Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas

(RPPNSA)

C arboacutereo C arboacuterea C florestada

C arboacutereo 0 000000 0 344034 0 790777

C arboacuterea 0 000000 1 259096

C florestada 0 000000

Distacircncia natildeo significativa

A partir da 46 pode-se verificar que a declividade correlacionou-se positivamente com

o eixo 1 (Tabela 46)

82

Tabela 46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea

da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

G 0 774776 -0 300435

A -0 414084 -0 641590

kv -0 488321 0 194645

h 0 155299 0 502098

Analisando os escores das observaccedilotildees (Figura 410) verificou-se que o primeiro eixo

representou 82 e o segundo eixo 18 do espaccedilo discriminante Existe grande

sobreposiccedilatildeo entre os grupos indicando que a topografia natildeo foi capaz de diferenciar

tais grupos entre si

CArboacutereo CArboacuterea CFlorestada

-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5

Funccedilatildeo 1 (82)

Funccedilatildeo1= 0787300G-0469406 A -0393120 kv +0023671h

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

8)

Figura 410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

83

A anaacutelise discriminante do Complexo Arboacutereo-arbustivo natildeo se mostrou significativa

na avaliaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nesta classe (Caatinga Arboacuterea-

arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa e Complexo Arboacutereo-arbustivo) com base nas

variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843 pgt0

05) (Tabela 47) o que indicou que estes grupos natildeo foram separaacuteveis entre si como

pode se observar no graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 411)

Tabela 47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da

Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no

modelo 2 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 987485 0 970100 2 219127 0 112408 0 996626 0 003375

A 0 971696 0 985863 1 032457 0 358752 0 996626 0 003374

CAarbustiva CHlenhosa CAarbustivo

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (92)

Funccedilatildeo1= -0864906G-0554685 A

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(8

)

Figura 411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da Reserva Particular do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

84

Para a MIA a anaacutelise discriminante separou os grupos vegetacionais de modo

significativo considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilksrsquo Lambda 039562 F

(10290)=17106 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv)

declividade (G) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal (kh) foram importantes

na discriminaccedilatildeo entre os grupos de vegetaccedilatildeo (Tabela 48) o que concorda com a

Figura 412

Tabela 48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA) Ndeg

de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (3grupos) Wilksrsquo Lambda 039562 F (10290)=

17106 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0525606 0752689 2382137 0000000 0766851 0233149

A 0407103 0971788 210474 0125585 0977078 0022922

kv 0464929 0850920 1270185 0000008 0811175 0188825

G 0440473 0898165 822012 0000415 0894754 0105246

kh 0404755 0977425 167452 0191002 0936637 0063363

A distacircncia de Mahalanobis dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que todas as

distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas foram capazes

de discriminar todas as fisionomias vegetais Os grupos mais distantes entre si foram a

Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto (6233659) e os mais proacuteximos foram a

Floresta de Baixio e Floresta de Platocirc Baixo com campinarana (1585357) (Tabela 49)

Estes uacuteltimos apresentaram consideraacutevel sobreposiccedilatildeo (Figura 411) o que condiz com

a transiccedilatildeo das fisionomias vegetacionais

Tabela 49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

F Baixio F P Alto F P B Camp

F Baixio 0000000 6233659 1585357

F P Alto 0000000 3867290

F P B Camp 0000000

Segundo Ribeiro et al (1999) a comunidade vegetal de vertente representa uma faixa

de transiccedilatildeo entre as florestas de platocirc e campinarana Nas partes mais altas e

floristicamente semelhantes agrave comunidade de platocirc (TELLO 1995) e nas mais baixas

85

fisionomicamente parecida com campinarana (RIBEIRO et al 1999) poreacutem sem

apresentar as espeacutecies que a caracteriza Por outro lado outras espeacutecies satildeo exclusivas

desse ecossistema florestal Esta heterogeneidade fisionocircmica decorre de uma grande

diversidade edaacutefica e topograacutefica na aacuterea (TELLO 1995 RIBEIRO et al 1999)

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresnetados

na Figura 412 O primeiro eixo representou 85 e o segundo eixo 15 do espaccedilo

discriminante As variaacuteveis elevaccedilatildeo e a curvatura vertical estatildeo correlacionadas

positivamente com o eixo 1 (Tabela 410) A primeira discriminante separou

claramente a Floresta de Platocirc Alto mostrando ocorrecircncia em locais de maiores

altitudes e curvatura vertical e a da Floresta de Baixio em locais de menores altitudes

e curvatura vetical enquanto a Floresta de Platocirc Baixo com campinarana ocorreu em

locais de transiccedilatildeo entre estas duas feiccedilotildees apresentando valores intermediaacuterios das

mesmas variaacuteveis Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no

espaccedilo discriminante natildeo mostram uma discriminaccedilatildeo muito clara

Tabela 410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu

(MIA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0868610 -0187333

A 0031881 0334352

kv 0743142 0292901

G 0031881 0662975

kh 0269970 0341848

Diante do exposto pode-se concluir que a Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto

satildeo mais separaacuteveis entre si pelas variaacuteveis geomorfomeacutetricas enquanto que a Floresta

de Baixio com campinarana se confunde com as duas primeiras Assim pode haver

dificuldades na identificaccedilatildeo deste tipo vegetacional com base apenas nas variaacuteveis

morfomeacutetricas do terreno

86

FBaixio FPAlto FPBcamp

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (85)

Funccedilatildeo1= 0686501h+0479042kv-0146573G-0139714A +0150701kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4Fu

nccedilatildeo

2

(15

)

Figura 412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

Quanto ao PNCA a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos

grupos vegetacionais Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras Floresta

Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras (Classes

agrupadas (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva

(A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com

palmeiras (A_H) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea)

Floresta Ombroacutefila Densa ( (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente

(A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente (A_E) Floresta

Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) Savana Gramiacuteneo-lenhosa sem

Floresta-de-galeria e Savana Parque sem floresta-de-galeria com base nas variaacuteveis

morfomeacutetricas (Wilks Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000) As maiores

87

significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) declividade (G)

e a curvatura vertical(kv) (Tabela 411)

Tabela 411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg (4grupos) Wilks

Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0897849 0666221 8233170 0000000 0991641 0008359 G 0655090 0913105 1563869 0000000 0990296 0009704 kv 0604121 0990143 163604 0180123 0982358 0017642 A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante mostrou que os

grupos mais distantes entre si foram Floresta Ombroacutefial Densa e Formaccedilotildees Pioneiras

(3769699) e as mais proacuteximas foram Savana e Formaccedilotildees Pioneiras (0747576) (Tabela

412 Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas foram capazes de discriminar a maioria dos tipos de vegetaccedilatildeo

Tabela 412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional

dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana

F O Aberta 0000000 1009975 1192925 0747576 F O Densa 0000000 3769699 1756117 F Pioneiras 0000000 0636013 Savana 0000000

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresentados

na Figura 413 O primeiro eixo representou 89 e o segundo eixo 10 do espaccedilo

discriminante A elevaccedilatildeo foi correlacionada negativamente com o eixo 1 (Tabela 413)

A primeira funccedilatildeo discriminante separou bem as Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta

Ombroacutefila Densa com uma niacutetida concentraccedilatildeo da Floresta Ombroacutefila Densa em

regiotildees de maiores altitudes comparativamente e da Savana em altitudes intermediaacuterias

A posiccedilatildeo dos escores do segundo eixo por sua vez natildeo mostra uma discriminaccedilatildeo natildeo

muito clara

88

F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (89)

Funccedilatildeo1= -0955418h-0299187G +0569062kv

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5Fu

nccedilatildeo

2

(10

)

Figura 413ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre as fitofisionomias vegetais Aliado a isso as

variaacuteveis topograacuteficas explicaram apenas parte da variaccedilatildeo sendo fundamental a

consideraccedilatildeo de outros fatores ambientais que influenciam tal variaccedilatildeo

Tabela 413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional dos

Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0946199 -0285135 G -0299888 0953434 kv 0040028 0082033

Dentro dos grupos Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa tambeacutem foi feita

anaacutelise discriminante para verificar se as variaacuteveis topograacuteficas satildeo preditoras das

diferenccedilas existentes dentro destes grupos

89

A anaacutelise discriminante referente agraves Formaccedilotildees Pioneiras mostrou-se significativa na

separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks

Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura

vertical (kv) e orientaccedilatildeo de vertentes (A) foram as mais importantes na discriminaccedilatildeo

dos grupos (Tabela 414)

Tabela 414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg

(4grupos) Wilks Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0988327 0189399 2910298 0000000 0794133 0205867 kv 0203510 0919798 59293 0003397 0868437 0131563 A 0200203 0934994 47277 0010352 0886704 0113296

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 415) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com palmeiras (F P F L C

P) (1975363) e as mais proacuteximas foram Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - arbustiva (F P F L A) (016718) Entretanto as distacircncias entre estas

uacuteltimas natildeo foram consideradas significativas ( Figura 414)

Tabela 415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees

Pioneiras do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F P F L A F P F L A C P F P F L H

F P F L A 000000 1678342 016718 F P F L A C P 000000 1975363 F P F L H 000000 Distacircncia natildeo significativa

Na Tabela 416 satildeo apresentadas as primeiras funccedilotildees discriminante e a Figura 414

apresenta a distribuiccedilatildeo dos escores observados O eixo 1 representou 99 e o segundo

eixo 1 da variaccedilatildeo no espaccedilo discriminante Nota-se tambeacutem a formaccedilatildeo de dois

conglomerados um constituiacutedo por F P F L A C P (Formaccedilotildees Pioneiras com

90

influecircncia fluviallacustre arbustiva com palmeiras) e o outro formado por Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva (F P F L A)

Tabela 416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0905447 0253524 kv -0029439 0965668 A -0019900 -0094568

FPFLA FPFLACP FPFLH

-6 -4 -2 0 2 4 6

Funccedilatildeo 1 (99)

Funccedilatildeo1= -112154h+032379kv+029964G

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(1

)

Figura 414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA)

A Floresta ombroacutefila densa apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na

separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks

Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000) As variaacuteveis mais importantes na

91

discriminaccedilatildeo dos grupos foram a elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv) e curvatura

horizontal (kh) (Tabela 417)

Tabela 417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg

(3grupos) Wilks Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0 915853 0 273539 193 8718 0 000000 0 896351 0 103650

kv 0 287718 0 870722 10 8385 0 000041 0 882093 0 117907

kh 0 255539 0 980367 1 4619 0 235163 0 971082 0 028918

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 418) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Floresta

Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (F O D A D E) e Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D U) (17 02336) e as mais

proacuteximos foram Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente ( F O D T

B D E) e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D

U) (1 427646)

418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila

Tabela densa do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F O D A D E F O D T B D E F O D T B D U

F O D A D E 0 00000 8 602946 17 02336

F O D T B D E 0 000000 1 42765

F O D T B D U 0 00000

Analisando a Tabela 419 e a Figura 415 observa-se que o eixo da funccedilatildeo 1 discriminou

melhor os grupos vegetacionais A altitude correlacionou-se negativamente com o eixo

1 O graacutefico mostra uma clara separaccedilatildeo entre F O D A D E e F O D T B D U Tabela 419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Floresta Ombroacutefila densa do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h -0 883092 0 273758

kv 0 137193 0 809932

kh -0 128734 0 445988

92

FODADE FODTBDE FODTBDU

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6

Funccedilatildeo 1 (99)

Funccedilatildeo1= -104001h+044141kv-016324kh

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

)

Figura 415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA)

Finalmente o PNB apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na separaccedilatildeo dos

grupos vegetacionais Mata (Classes agrupadas Mata Galeria (B_A) Brejo (B_G) e

Mata de Interfluacutevio (B_H)) Cerrado sensu strictu (B_B) Campo Cerrado (Classes

agrupadas Campo Cerrado (B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo

Sujo (Classes agrupadas Campo Sujo (B_D) e Campo Sujo com presenccedila de

Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M)) e Campo Limpo (Campo

Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo com Murundum ( B_L))

com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054942 F (202163)=21407

plt00000) Cabe ressaltar que para tal anaacutelise foi excluiacuteda a classe reflorestamento As

variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente (A) elevaccedilatildeo (h) declividade (G) curvatura horizontal

93

(kh) e curvatura vertical (kv) foram importantes na discriminaccedilatildeo entre estes tipos de

vegetaccedilatildeo (Tabela 420)

Tabela 420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 054942F

(202163)=21407 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0645090 0851699 2838221 0000000 0897342 0102659

A 0652288 0842300 3051769 0000000 0950633 0049367

kh 0581610 0944658 954928 0000000 0928414 0071586

kv 0571084 0962070 642639 0000045 0905045 0094955

G 0604029 0909596 1620052 0000000 0917956 0082044

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 421) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e

Mata (2769105) e as mais proacuteximos foram Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu

(0420457) A proximidade destes uacuteltimos quanto ao conjunto de variaacuteveis

morfomeacutetricas que os definiram eacute comparaacutevel com a estrutura vegetacional uma vez

que ambas as feiccedilotildees vegetacionais satildeo muito parecidas O Campo Cerrado eacute a forma de

vegetaccedilatildeo intermediaacuteria entre o Campo Sujo e o Cerrado sensu strictu se diferenciando

deste uacuteltimo apenas pelo maior espaccedilamento e a sua menor quantidade de vegetaccedilatildeo

arboacuterea comparativamente com o Cerrado sensu strictu

Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas

foram capazes de discriminar todas as fitofisionomias vegetais consideradas na anaacutelise

Tabela 421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional

de Brasiacutelia (PNB)

Mata C s strictu C Cerrado C sujo C limpo

Mata 0000000 1753158 2308279 1259045 2769105

C s strictu 0000000 0420457 0651613 1889539

C Cerrado 0000000 0951929 1594591

C sujo 0000000 1605777

C limpo 0000000

94

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo bidimensional satildeo apresentados na Figura 416

e as primeiras funccedilotildees na Tabela 422 O primeiro eixo representou pouco mais da

metade do espaccedilo discriminante com 57 da variaccedilatildeo enquanto o segundo representou

31 A elevaccedilatildeo foi correlacionada positivamente com o eixo 1 A primeira funccedilatildeo

separou claramente a Mata do Campo Limpo mostrando que a Mata ocorreu

preferencialmente em locais com menor altitude e o Campo Limpo em locais com maior

altitude Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no espaccedilo

discriminante natildeo mostrou uma discriminaccedilatildeo muito clara

Tabela 422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia

(PNB)

Funccedilatildeo1 Funccedilatildeo 2

h 0787500 -0269384

A -0406321 -0652026

kh 0474768 -0356403

kv 0457941 -0406250

G 0034063 0410172

Houve uma sobreposiccedilatildeo entre as vaacuterias fitofisionomias vegetais (Figura 416) o que

indica que as variaacuteveis topograacuteficas podem variar em gradiente e natildeo de forma discreta

o que levaria a vegetaccedilatildeo ter faixas transicionais e natildeo limites bem definidos Aliado a

isso as variaacuteveis topograacuteficas explicaram parte da variaccedilatildeo vegetacional no entanto

outros fatores podem ser importantes Assim nessa graduaccedilatildeo de Campo Limpo a

Cerradosensu strictu (Campo Limpo Campo Sujo Campo Cerrado e Cerrado sensu

strictu) o aumento de biomassa que acompanha o adensamento arboacutereo se deve a um

conjunto de trecircs fatores o pedoloacutegico pela oligotrofia mineral toxidez por alumiacutenio e

diferenccedilas de drenagem e profundidade dos solos o pirogecircnico pela accedilatildeo do fogo na

biota e o climaacutetico principalmente pelo efeito sazonal que limita a disponibilidade de

aacutegua (COUTINHO 1990 2000 RIBEIRO WALTER 1998) Aleacutem disso desde o

seacuteculo passado o fator antroacutepico passou a causar modificaccedilotildees intensas na paisagem do

domiacutenio do Cerrado com abertura de aacutereas para produccedilatildeo agropecuaacuteria produccedilatildeo de

carvatildeo retirada seletiva de madeira construccedilatildeo de cidades e estradas e uso frequente de

fogo (COUTINHO 1990) Passos (1981) admite tambeacutem que as seccedilotildees de Cerrado sua

95

estrutura esteacutetica e a composiccedilatildeo floriacutestica variam marcadamente em funccedilatildeo dos traccedilos

morfoloacutegicos e pedoloacutegicos accedilatildeo do fogo criaccedilatildeo intensa do gado bovino e pelo uso

predatoacuterio de seus recursos para fins variados Apesar desse grande nuacutemero de fatores

determinantes das diferentes fisionomias de Cerrado as variaacuteveis topograacuteficas podem

ser consideradas importantes preditoras dessas fisionomias

Mata Csstrictu C Cerrado CSujo C Limpo

-8 -6 -4 -2 0 2 4

Funccedilatildeo 1 (57)

Funccedilatildeo1= 0811531h-0490434A +0226348G--0335083kh +0208597kv

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Funccedil

atildeo 2

(3

1)

Figura 416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Como o Campo Limpo e a Mata apresentaram subfisionomias foram feitas anaacutelises

separadas para as mesmas O objetivo dessas anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis

topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas subfisionomias

Para o Campo Limpo a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos

grupo vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054780 F

(10360)=12640 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram

96

as altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical

(0579371) (Tabela 423)

Tabela 423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do Parque Nacional de

Brasiacutelia (PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda

054780 F (10360)=12640 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0713429 0767837 2721238 0000000 0881053 0118947

A 0676059 0810280 2107265 0000000 0919987 0080013

kh 0555943 0985349 133820 0264915 0785837 0214163

kv 0579371 0945503 518741 0006452 0815523 0184476

G 0559424 0979216 191025 0151033 0940045 0059955

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 424) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e

Campo Limpo Uacutemido (4279562) e as mais proacuteximos foram Campo Limpo e Campo

Limpo com Murundum (0648776) Essa proximidade eacute tambeacutem evidenciada analisando

graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 416)

Tabela 424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do

Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

C Limpo C L Uacutemido C L Murundum

C Limpo 0000000 4279562 0648776

C L Uacutemido 0000000 2373841

C L Murundum 0000000

Analisando a Figura 416 e a Tabela 425 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina

melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou

maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 (0704843)

Tabela 425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Campo Limpo do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB)

97

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0704843 -0010358

A -0567686 -0304501

kh 0055032 -0173645

kv 0042136 0713181

G -0318338 0315520

A partir da Figura 417 verifica-se que houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre certos grupos

CLimpo CLUacutemido C LMurundum

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (92 )

Funccedilatildeo1= -0791756h+0694798A +0188232kv+0153586G--0118997kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(8

)

Figura 417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo

Limpo do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Os grupos Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum mostraram uma certa

sobreposiccedilatildeo entre si Enquanto o Campo Limpo Uacutemido se encontra com uma

distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois Isso pode se explicar por sua

preferecircncia por ambientes mais uacutemidos e aacutereas de encostas de vales Nestes ambientes

geralmente o lenccedilol freaacutetico permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo

98

de seca sofre um rebaixamento em que as camadas subsuperficiais mantecircm o

encharcamento do solo (PIVELLO et al 1998) Enquanto que a sobreposiccedilatildeo entre

Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum se deve ao fato deste ser basicamente

um campo uacutemido em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo

arredondadas e um pouco mais altas Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial

do terreno e deposiccedilatildeo da terra por teacutermitas recobertas por vegetaccedilatildeo de Cerrado e solo

permanentemente saturado de aacutegua entre os murunduns (ARAUacuteJO-NETO 1986)

Para a Mata a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos grupo

vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 045369 F

(8334)=20234 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as

altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical (0579371)

(Tabela 426)

Tabela 426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do Parque nacional de Brasiacutelia

(PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 4 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 045369 F

(8334)=20234 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 740994 0 612267 52 87851 0 000000 0 832297 0 167703

A 0 507837 0 893369 9 96642 0 000081 0 966140 0 033860

h 0 489610 0 926627 6 61177 0 001724 0 781795 0 218205

kv 0 462252 0 981469 1 57659 0 209739 0 903314 0 096686

Observando a distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante

distacircncia de Mahalanobis (Tabela 427) verificou-se que os grupos mais distantes entre

si foram Mata de Interfluacutevio e Mata Galeria (5176726) e as mais proacuteximas foram Brejo

e Mata Galeria (0286713) Essa proximidade eacute tambeacutem evidente analisando graacutefico da

funccedilatildeo discriminante (Figura 418) A distacircncia entre o Brejo e Mata Galeria natildeo foram

significativas Isto implica na grande sobreposiccedilatildeo entre estes grupos Enquanto a Mata

de Interfluacutevio se encontra com uma distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois

99

Tabela 427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB)

M Galeria Brejo M Interfluacutevio

M Galeria 0 000000 0 286713 5 176726

Brejo 0 000000 4862178

M Interfluacutevio 0 000000

Distacircncia natildeo significativa

Esses resultados reafirmam que a posiccedilatildeo do relevo eacute um dos determinantes da

composiccedilatildeo floriacutestica e de estrutura das comunidades de interfluacutevio (FONSECA

JUacuteNIOR 2004) uma vez que estas se localizam em locais mais altos Enquanto que a

sobreposiccedilatildeo entre Mata Galeria e Brejo se deve ao fato deste uacuteltimo tipo de vegetaccedilatildeo

ocupar planiacutecies permanentemente encharcadas que frequumlentemente surge nas bordas

nas Matas de Galeria ou mesmo matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo de Cerrado

(RIBEIRO WALTER 1998) A caracteriacutestica marcante desse tipo de ambiente eacute o

niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora haja variaccedilotildees durante o ano

Analisando a Figura 418 e a Tabela 428 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina

melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou

maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 assim a distribuiccedilatildeo dos escores

da Mata de Interfluacutevio possui os maiores valores de altitude

Tabela 428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutela (PNB)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0 849666 0 286224

A 0 504311 0 010065

G 0 088693 0 799165

kv -0 044105 -0 365752

100

M Galeria Brejo MInterfluacutevio

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (95 )

Funccedilatildeo1= 0941455G+0457563A -0309162h+0073823 kv

-3

-2

-1

0

1

2

3

Funccedil

atildeo 2

(5

)

Figura 418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Diante do exposto podemos concluir que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem predizer

os tipos vegetacionais de alguns grupos sendo a maioria destes confundidos entre si

uma vez que as diferenccedilas vegetacionais se devem mais agraves caracteriacutesticas pedoloacutegicas e

clima por exemplo

43 Processamentos experimentais

Diante da apreciaccedilatildeo dos dados e das anaacutelises discriminantes foram feitos

processamentos para verificaccedilatildeo da aplicabilidade de tais resultados ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo As Figuras 418 419 420 e 421 ilustram os produtos das classificaccedilotildees das

variaacuteveis geomorfomeacutetricas selecionadas realizadas atraveacutes de meacutetodos diversos

(Cluster Maacutexima Verossimilhanccedila e Fatiamento) bem como o mapa de vegetaccedilatildeo de

cada aacuterea em estudo Apesar da representaccedilatildeo de tais resultados na forma de mapas

(Figuras 419 a 434) eacute importante lembrar que estes satildeo exerciacutecios experimentais uma

101

vez que satildeo reconhecidas as fontes tradicionais de informaccedilatildeo para o mapeamento da

vegetaccedilatildeo

As classificaccedilotildees por Cluster MaxVer e Fatiamento bem como a classificaccedilatildeo por

Fatiamento das primeiras funccedilotildees discriminantes mostraram diferentes respostas

comparativamente aos mapas de vegetaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo dos histogramas propiciou a

seleccedilatildeo do melhor conjunto de variaacuteveis topograacuteficas para alimentar algoritmos de

classificaccedilatildeo Esta seleccedilatildeo se baseou nas classes que se separavam mais claramente

entre si

As anaacutelises de histogramas para RPPNSA (Figura 45) mostraram notaacutevel separaccedilatildeo

entre as classes S_A e S_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo sendo a classe S_A coincidente

com a S_C S_D e parte predominante da S_H Esta uacuteltima classe se distinguiu das

demais por sua curvatura horizontal mostrando um caraacuteter convergente e curvatura

vertical cocircncava principalmente

Na MIA as anaacutelises (Figura 46) indicaram melhor distinccedilatildeo entre as classes I_A e I_B

atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo e curvatura vertical principalmente A classe I_C se

apresenta em situaccedilatildeo intermediaacuteria embora se mostre especialmente diferente da

classe I_B quando se observa a distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo seguida da curvatura vertical

Nesta aacuterea em especial os meacutetodos de elaboraccedilatildeo do mapa de referecircncia (segundo

Moreira M 2006 comunicaccedilatildeo pessoal) causam uma circularidade da informaccedilatildeo

topograacutefica neste estudo O traccedilado da Floresta de Platocirc Alto foi definido pelo

Fatiamento da altitude acima de 61 m Por sua vez a Floresta de Baixio foi delimitada

pelas aacutereas a menos de 50 m dos cursos drsquoaacutegua estes dispostos de acordo com o

mapeamento da hidrologia local a partir de mapas do IBGE

Para o PNCA a anaacutelise dos histogramas (Figura 47) mostrou a separaccedilatildeo entre as

classes A_B A_C A_D e A_F e entre A_G A_H e A_I atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo

Esta uacuteltima combinaccedilatildeo entretanto natildeo gerou resultado satisfatoacuterio comparativamente

com a referecircncia (Figura 420) uma vez que natildeo abrange todo o intervalo de valores

possiacuteveis As demais variaacuteveis geomorfomeacutetricas apresentaram-se mais ou menos

homogecircneas para todas as classes A anaacutelise dos histogramas do PNB (Figura 48)

102

mostrou melhor separaccedilatildeo entre as classes B_F e B_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo

entretanto estas satildeo muito pequenas diante das demais sendo entatildeo excluiacutedas da anaacutelise

para alimentar a classificaccedilatildeo por Fatiamento As demais classes de modo geral quanto

a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal se diferenciaram mais visualmente

embora houvesse bastante confusatildeo entre estas feiccedilotildees

Diante do exposto foram selecionadas as variaacuteveis elevaccedilatildeo curvatura vertical e

curvatura horizontal para alimentar os algoritmos de classificaccedilatildeo das primeiras trecircs

aacutereas enquanto a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal foram selecionadas para

o PNB

O uso da altitude para expansatildeo de observaccedilotildees pontuais tambeacutem eacute uma praacutetica inerente

aos mapas RADAM e seus derivados Aleacutem de sua contaminaccedilatildeo nos mapas a altitude

estaacute tambeacutem correlata agraves variaacuteveis morfomeacutetricas de acordo com a ordenaccedilatildeo

altitudinal ditada pelo padratildeo do terreno (VALERIANO et al 2006) Num exemplo

simples terrenos convexos nos topos e cocircncavos nos baixios de uma mesma vertente

Pode-se esperar devido a isso uma superestimativa da importacircncia dessa variaacutevel

quando aferida por estes mapas Nos mapas referentes a aacuterea da MIA (Figura 420 e

425) por exemplo percebe-se em funccedilatildeo de algumas diferenccedilas que (1) a base

altimeacutetrica usada no mapeamento da vegetaccedilatildeo na MIA difere dos dados SRTM (os

Fatiamentos natildeo coincidem integralmente) (2) a visualizaccedilatildeo dos dados SRTM permite

a percepccedilatildeo de drenagens que natildeo estavam representadas no mapa usado para

mapeamento da vegetaccedilatildeo (haacute mais afluentes nos dados topograacuteficos de Floresta de

Baixio) Tal situaccedilatildeo pode ser considerada uma regra embora menos expliacutecita do que

no caso acima em todo o mapeamento da vegetaccedilatildeo na Amazocircnia uma vez que

descendem dos dados RADAM cuja metodologia tem intenso aporte da informaccedilatildeo

topograacutefica

Por meio da interpretaccedilatildeo visual das classificaccedilotildees percebe-se na RPPNSA (Figura

420) que o meacutetodo de classificaccedilatildeo que gerou produto mais semelhante ao mapa

referecircncia foi o MaxVer (kappa=03439) principalmente pela extensatildeo e

posicionamento da classes Caatinga Florestada (S_F) Carrasco (S_G) e Mata Seca

(S_I) O Cluster apresenta o produto mais distante comparativamente ao mapa

103

referecircncia (kappa = 00443) especialmente no que se refere a abrangecircncia e o

posicionamento das classes (S_A) Caatinga Arboacutereo-arbustivae (S_B) Complexo

Arboacutereo Por outro lado embora o produto da classificaccedilatildeo por Fatiamento

(kappa=02662) mostre apenas trecircs zonas vegetacionais estas esboccedilam um resultado

mais coerente ao mapa referecircncia do que por Cluster A classificaccedilatildeo por MaxVer

tambeacutem foi o melhor resultado encontrado no PNB (kappa=01231) principalmente

pela extensatildeo e posicionamento da classes (B_B) Cerrado sensu strictu e (B_C) Campo

Cerrado

Figura 419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio

natural de Serra das almas (RPPNSA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima

Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

Classes de Vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo Arboacutereo) S_C

(Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E (Caatinga

Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria) e S_I

(Mata Seca)

104

Para o PNB o Cluster apresentou um produto muito diferente do mapa referecircncia

(kappa=-00079) natildeo apresentando nenhuma correspondecircncia com o mapa referecircncia

Em contrapartida a classificaccedilatildeo por Fatiamento mostra um produto mais coerente

(kappa=01067) mesmo apresentando apenas trecircs feiccedilotildees vegetacionais (Figura 421)

Em contrapartida o mapa gerado por Fatiamento foi o melhor produto encontrado para

MIA (Figura 420) e PNCA (Figura 421) em detrimento das demais classificaccedilotildees Para

a MIA por meio do Fatiamento (kappa=05556) a classe que apresentou maior

semelhanccedila com o mapa de vegetaccedilatildeo da aacuterea foi a classe I_A (Floresta de Baixio)

Entretanto as classificaccedilotildees por Cluster (kappa=04297) e MaxVer (kappa=04986)

tambeacutem produziram resultados visualmente bastante semelhantes ao mapa referecircncia

Figura 420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de

vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de Baixio) I_B

(Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

Finalmente para o PNCA o Fatiamento gerou produto comparaacutevel ao mapa referecircncia

(kappa=04104) principalmente pela extensatildeo e posicionamento das classes (A_B)

105

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras

(A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente e (A_D) Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente O Cluster (kappa=-00913) apresenta o

resultado mais discrepante comparativamente com a referecircncia natildeo havendo

correspondecircncia entre nenhuma das classes A classificaccedilatildeo por MaxVer tambeacutem mostra

pouca correspondecircncia com o mapa referecircncia (kappa=00958)

Figura 421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila

(MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de

Vegetaccedilatildeo A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_B

(Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras)

A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas

Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva

com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana

Parque sem floresta-de-galeria)

Considerando todas as aacutereas em conjunto observa-se que entre os meacutetodos de

classificaccedilatildeo o Cluster apresentou os piores produtos enquanto as classificaccedilotildees por

MaxVer e Fatiamento apresentaram os melhores resultados Pode-se no entanto

106

distinguir o Fatiamento como o meacutetodo de melhor resultado para aacutereas PCNA e MIA

da Amazocircnia e MaxVer para RPPNSA (Caatinga) e PNB (Cerrado)

Figura 422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de

vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo B_A (Mata Galeria) B_B

(Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo)

B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I

(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L ( Campo Limpo com

Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e

ldquocanela de emardquo

Quanto aos processamentos baseados nas anaacutelises discriminantes a geraccedilatildeo da imagem

da primeira funccedilatildeo discriminante de cada aacuterea permitiu a obtenccedilatildeo de uma classificaccedilatildeo

mais elaborada que as anteriores com melhores resultados gerais Os mapas de

vegetaccedilatildeo referecircncia apresentados neste ensaio satildeo produtos de reagrupamento de

classes de vegetaccedilatildeo feitos em funccedilatildeo da semelhanccedila entre suas estruturas

vegetacionais

107

A Figura 423 ilustra os mapas das funccedilotildees 1 e 2 e o Fatiamento da funccedilatildeo1 na aacuterea da

RPPNSA Eacute possiacutevel observar na funccedilatildeo 1 e 2 padrotildees comparaacuteveis agraves classes de

vegetaccedilatildeo Na funccedilatildeo 2 haacute um indicativo pronunciado do Complexo Galeria

principalmente devido agrave variaacutevel declividade que possui maior peso dentro de tal

funccedilatildeo sendo o Complexo Galeria caracteriacutestico de ambientes fluviais que nesta aacuterea

se apresentam encaixados portanto com declividades mais pronunciadas

Figura 423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNS) e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada como referecircncia

Classes de Vegetaccedilatildeo Complexo arboacuterea arbustiva (Classes agrupadas Caatinga

Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-

arbustivo(S_D)) Complexo Arboacutereo (Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B)

Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata

Seca

108

O Fatiamento feito a partir da funccedilatildeo 1 mostrou-se muito semelhante ao mapa de

vegetaccedilatildeo especialmente quanto agraves classes Complexo Arboacutereo-arbustivo e Mata Seca

Comparando o presente resultado com o resultado dos demais processamentos

experimentais realizados este mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da vegetaccedilatildeo

jaacute realizado A Figura 424 ilustra o resultado do Fatiamento das subfisionomias do

Complexo Arboacutereo na aacuterea da RPPNSA Para este caso o Fatiamento mostrou uma

certa confusatildeo entre as classes entretanto este resultado evidenciou algumas tendecircncias

das classes subfisionocircmicas superestimando a ocorrecircncia de Caatinga Florestada e

subestimando as demais classes

Figura 424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da Reserva

Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) e Mapa de vegetaccedilatildeo

como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo do Complexo Arboacutereo Complexo Arboacutereo

Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada

109

A MIA tambeacutem apresenta padrotildees vegetacionais indicados pelas funccedilotildees

discriminantes poreacutem o produto gerado foi de qualidade inferior aos outros

processamentos experimentais realizados para esta aacuterea (Figura 425) Percebe-se que a

Floresta de Platocirc Baixo com campinarana foi subestimada assim como a Floresta de

Platocirc Alto enquanto a Floresta de Baixio foi subestimada Pode-se considerar que para

esta aacuterea de estudo o meacutetodo de processamento mais aplicaacutevel ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo foi o Fatiamento baseado na anaacutelise dos histogramas cujo produto foi o mais

semelhante ao mapa referecircncia (Figura 420) Ressalta-se que apesar do exposto

considerando que no mapa referecircncia utilizado a classe floresta de baixio tenha sido

definida como uma faixa de 50m em cada lado da rede hidrograacutefica os resultados da

classificaccedilatildeo a partir do fatiamento ou da funccedilatildeo discriminante mostraram-se mais

condizentes com a realidade principalmente no que se refere agrave classe floresta de baixio

Figura 425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu

(MIA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de

Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

110

No PNCA mostra que as feiccedilotildees vegetacionais satildeo observadas claramente (Figura 426)

nas funccedilotildees 1 e 2 Na funccedilatildeo 1 todas as classes satildeo distinguidas facilmente exceto a

classe Formaccedilotildees Pioneiras Assim o mapa obtido por Fatiamento da funccedilatildeo 1 mostrou

resultado satisfatoacuterio distinguindo a Floresta ombroacutefila densa e a Floresta Ombroacutefila

Aberta e Savana que embora se mostrem as duas primeiras se mostrem sutilmente

subestimadas e a uacuteltima superestimada evidenciam claramente as tendecircncias dos

diferentes tipos de vegetaccedilatildeo no terreno Comparativamente aos outros processamentos

experimentais este processamento mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo

Figura 426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Floresta

Ombroacutefila Aberta ( Floresta Ombroacutefila Aberta aluvial ( A_A) Floresta Ombroacutefila Aberta

de Terras Baixas com palmeiras (A_B)) Formaccedilotildees Pioneiras (Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras (A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea) (A_H)) Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta

Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Terras

Baixas Dossel emergente (A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel

uniforme (A_E)) Savana (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa (A_I) sem floresta-de-galeria

Savana Parque sem floresta-de-galeria (A_J))

111

Quanto agraves anaacutelises de suas subfisionomias observa-se que o resultado do Fatiamento

das Formaccedilotildees Pioneiras foi quase idecircntico ao do mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia exceto

pela ausecircncia da Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva

(Figura 427) Jaacute na Funccedilatildeo 1 foi possiacutevel perceber claramente um indicativo da classe

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras

aparecendo em tom mais escuro na imagem Funccedilatildeo 1 Para Floresta ombroacutefila densa os

resultados encontrados tambeacutem foram muito promissores

Figura 427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva Formaccedilotildees Pioneiras

com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea

A classe Floresta ombroacutefila densa com dossel emergente foi a que melhor se

assemelhou ao mapa de vegetaccedilatildeo enquanto as demais classes mostraram bons

resultados (Figura 428) Haacute de se considerar que a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras

Baixas com dossel emergente e a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas com

dossel uniforme mostram certa diferenciaccedilatildeo entre o mapa gerado a partir da Funccedilatildeo

discriminante 1 e o mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

112

Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como

referecircncia Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel

uniforme

No PNB soacute foi possiacutevel verificar algumas tendecircncias e o produto obtido natildeo foi

satisfatoacuterio como jaacute era esperado uma vez que se trata de uma aacuterea de relevo

homogecircneo de feiccedilotildees bastante discretas (Figura 428) Por outro lado as suas

subfisionomias apresentaram bons resultados comparaacuteveis aos seus respectivos mapas

de vegetaccedilatildeo de referecircncia No Campo Limpo exceto pela classe Campo Limpo Uacutemido

que foi superestimado no mapa gerado as demais classes mostraram-se bem

semelhantes ao mapa referecircncia tanto por sua extensatildeo quanto pelo seu posicionamento

(Figura 429) Na Mata o produto obtido foi quase idecircntico ao mapa de referecircncia isso

pode ser verificado especialmente pela classe Mata de Interfluacutevio Estes resultados

indicam que para este tipo de vegetaccedilatildeo Cerrado os processamentos natildeo se aplicam ao

mapeamento da vegetaccedilatildeo ao niacutevel de fitofisionomias podendo poreacutem ser aplicaacutevel as

suas subfisionomias (Figura 430) Diante disso foi possiacutevel se conseguir um

113

mapeamento satisfatoacuterio ateacute o niacutevel das subfisionomias para algumas aacutereas de estudo

sendo que para aacutereas com relevo semelhante ao do PNB o emprego deste meacutetodo deve

ser feito com mais cautela

Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia

(PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Mata (Mata Galeria

(B_A) Brejo (B_G) e Mata de Interfluacutevio (B_H)) Campo Cerrado (Campo Cerrado

(B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo Sujo (Campo Sujo (B_D) e

Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M))

e Campo Limpo (Campo Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo

com Murundum (B_L)) e Cerrado sensu strictu

114

Figura 429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Campo Limpo Campo

Limpo Uacutemido e Campo Limpo com Murundum

115

Figura 430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do Parque Nacional de

Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Mata Galeria Brejo e Mata de

Interfluacutevio

116

117

5 CONCLUSOtildeES

O presente trabalho foi conduzido com o intuito de avaliar as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo do SRTM para

identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo A

partir dos resultados obtidos puderam-se assinalar as seguintes conclusotildees

a) As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos

para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees

geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de

vegetaccedilatildeo referecircncia Embora a altitude tenha sido usada para a confecccedilatildeo de

parte dos mapas usados como referecircncia esta foi a mais importante para

discriminaccedilatildeo dos grupos vegetacionais em todas as aacutereas seguida da curvatura

vertical e da curvatura horizontal

b) As fitofisionomias se caracterizaram pelas suas preferecircncias (niacuteveis da

frequumlecircncia maacutexima ou moda) a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas e natildeo

pelas faixas de amplitude que se mostraram sobrepostas em geral com

evidentes implicaccedilotildees no desenvolvimento futuro de meacutetodos de classificaccedilatildeo

com dados geomorfomeacutetricos Anaacutelises discriminantes fundamentada na

estatiacutestica de probabilidades apresentaram os melhores resultados gerais em

relaccedilatildeo aos demais meacutetodos testados (Fatiamento MaxVer e cluster)

c) As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem

ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob

mesmas condiccedilotildees topograacuteficas Para a RPPNSA os grupo que mais se separam

satildeo Mata Seca e Complexo arbustivo arboacutereo Dentro da fisionomia Complexo

Arboacutereo as que mais se separam satildeo a Caatinga Arboacuterea e a Caatinga

Florestada Para a MIA satildeo as Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto

Para o PNCA satildeo Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa no que se

refere agrave fisionomia Formaccedilotildees Pioneiras merece destaque a separaccedilatildeo entre

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com

118

palmeiras e Formaccedilotildees Pioneiras lacustre ndash herbaacutecea Para fisionomia Floresta

Ombroacutefila Densa destaca-se das demais a Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial

Dossel emergente O PNB que natildeo teve uma boa distinccedilatildeo entre as suas

fisionomias tendo entretanto um resultado satisfatoacuterio na separaccedilatildeo de suas

subfisionomias especialmente dentro da fisionomia Mata a Mata de Interfluacutevio

e dentro do Campo Limpo o Campo Limpo Uacutemido

d) Embora os dados geomorfomeacutetricos tenham mostrado potencial indicativo das

classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do

detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de

classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises

discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o

niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a

RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias

deste uacuteltimo O PNB apresentou resultados fracos no niacutevel de fitofisionomia

Entretanto as subfisionomias testadas dentro de fitofisionomias apresentaram

resultados satisfatoacuterios

119

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  • PAacuteGINA DE ROSTO
  • FICHA CATALOGRAacuteFICA
  • BANCA EXAMINADORA
  • EPIacuteGRAFE
  • DEDICATOacuteRIA
  • AGRADECIMENTOS
  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • SUMAacuteRIO
    • LISTA DE FIGURAS
    • LISTA DE TABELAS
    • LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
    • 1 INTRODUCcedilAtildeO
    • 2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
      • 21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem
      • 22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo
      • 23 SRTM
      • 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens
        • 241 Cluster
        • 242 Fatiamento
        • 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)
          • 25 Anaacutelise Discriminante
          • 26 Dados de Vegetaccedilatildeo
            • 262 Bioma Amazocircnia
            • 261 Bioma Caatinga
              • 2621 Microbacia do Igarapeacute Asu
              • 2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
                • 263 Bioma Cerrado
                    • 3 MATERIAL E MEacuteTODOS
                      • 31 Detalhamento do fluxo de trabalho
                      • 32 Recursos
                        • 321 As aacutereas de estudo
                        • 322 Dados de vegetaccedilatildeo
                        • 323 Dados topograacuteficos
                        • 324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados
                          • 33 Procedimentos
                            • 331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados
                            • 332 Anaacutelise dos resultados
                            • 333 Processamentos experimentais
                                • 4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
                                  • 41 Apreciaccedilatildeo dos dados
                                  • 42 Anaacutelises discriminantes
                                  • 43 Processamentos experimentais
                                    • 5 CONCLUSOtildeES
                                    • 6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
Page 7: DADOS GEOMORFOMÉTRICOS COMO SUBSÍDIO AO …

AGRADECIMENTOS

Se elaborar um trabalho desta natureza constitui de certa forma um desafio mencionar

a totalidade de pessoas que colaboraram para realizaccedilatildeo deste talvez seja tarefa ainda

mais difiacutecil No entanto impossiacutevel deixar de citar nomes Assim gostaria de expressar

minha gratidatildeo

Ao Dr Maacutercio de Morisson Valeriano na condiccedilatildeo de orientador pela sabedoria e

conhecimentos transmitidos os quais abriram caminhos para meu aperfeiccediloamento

cientiacutefico e grande aprendizado pelo incentivo e apoio nos caminhos escolhidos Por

ter me ensinado a praacutetica de que o trabalho se realiza quando transcendemos natildeo soacute as

possibilidades de um trabalho cientiacutefico mas todas as possibilidades que enquanto

pessoa podemos construir Na condiccedilatildeo de amigo pela amabilidade e agradaacutevel

conviacutevio presenteando-me com enriquecedoras discussotildees e palavras as quais levarei

para sempre comigo Minha gratidatildeo por tatildeo especial presenccedila em meu caminho

Agrave Dra Tatiana Mora Kuplich pela orientaccedilatildeo apoio e incentivo Aliada agrave doccedilura e com

a qual sempre me recebeu pelas discussotildees enriquecedoras que contribuiacuteram

imensamente para execuccedilatildeo desta pesquisa pela valiosa amizade e agradaacutevel

convivecircncia

Ao Vitor Celso de Carvalho pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo da Reserva do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas por ele construiacutedo em sua dissertaccedilatildeo de

mestrado

Ao grupo de pesquisa Biodiversidade- Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico coordenado

por Jasen Zunon (INPA) em especial ao Marcelo Moreira pelo fornecimento do Mapa

de Vegetaccedilatildeo da Microbacia do Igarapeacute Asu Por sua atenccedilatildeo e prontidatildeo nos

esclarecimentos de quaisquer duacutevidas surgidas referentes ao mapeamento da aacuterea

Ao Manuel Eduardo Ferreira pelo fornecimento do Mapa de Vegetaccedilatildeo do Parque

Nacional de Brasiacutelia atualizado em sua dissertaccedilatildeo

Ao Dr Bruce Nelson (INPA) pelo fornecimento da base de dados do SIPAM dos quais

obtivemos a aacuterea de estudo do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

Agrave Drordf Evlyn Novo (INPE) pelo apoio e oportunidade colocando-me em contato com

meus atuais orientadores

Ao Camilo Renoacute (INPE) e Pitaacutegoras da C Bispo (UNESP) pela atenccedilatildeo e auxiacutelio

durante as anaacutelises estatiacutesticas

A uma das minhas mais amadas preciosidades pelo profundo bem querer que sintoniza

nossas almas a todo tempo mostrando-me a beleza que eacute estar partilhando a minha

existecircncia com pessoa de tatildeo admiraacutevel coragem forccedila e clareza de objetivos A vocecirc

minha querida irmatilde Patriacutecia da C Bispo por ser presenccedila inspiradora em minha vida

Agrave minha cunhada Vera e minha linda sobrinha Maria Julia pelo apoio carinho e por

fazerem parte desse ciacuterculo de amor que eacute a minha famiacutelia

Aos amigos Faacutebio Iwashita Leila Sheila Lisboa Thiago Rabelo Taise Faria Andreacute

Maia Javier Portilio Wagner Silva Faacutebio Gonccedilalvez e Rui Epiphanio pela amizade e

troca de conhecimentos

Agrave famiacutelia ldquoAs Traccedilasrdquo minha querida repuacuteblica Flaacutevia Cardoso Fernanda Fonseca e

Eacuterica Diogo e as amigas do ldquoTrio Fantaacutesticordquo minhas queridas vizinhas de baia

Carolina Carvalho e Sheila Knust pelo apoio carinho gargalhadas partilha de

experiecircncias vividas e preciosa amizade proporcionando momentos de alegria que

jamais esquecerei

Ao querido amigo Misael L da Silva e sua famiacutelia pelo apoio e atenccedilatildeo em especial agrave

D Paula pela hospitalidade acolhida e carinho durante a minha estada em Satildeo Joseacute dos

Campos

Ao INPE pela acolhida e apoio logiacutestico

Ao CNPQ pela bolsa de mestrado viabilizando a realizaccedilatildeo desta pesquisa

RESUMO

O presente trabalho buscou avaliar o potencial das variaacuteveis geomorfomeacutetricas extraiacutedas de dados SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) para identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais de quatro aacutereas testes que representaram alguns dos principais biomas brasileiros (Caatinga Cerrado e Floresta Amazocircnica) As anaacutelises recaiacuteram sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo existentes Para isso foram utilizados dados SRTM e dados vegetacionais jaacute publicados As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de vegetaccedilatildeo referecircncia As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob mesmas condiccedilotildees topograacuteficas As variaacuteveis mais importantes na distinccedilatildeo entre os tipos vegetacionais foram a elevaccedilatildeo a curvatura horizontal e a curvatura vertical Apesar de os dados geomorfomeacutetricos mostrarem potencial indicativo das classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias deste uacuteltimo O PNB apresentou o pior resultado no niacutevel de fitofisionomia enquanto as subfisionomias testadas apresentaram resultados satisfatoacuterios Assim o procedimento empregado partindo-se das anaacutelises discriminantes com variaacuteveis geomorfomeacutetricas pode subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo Palavras-chave vegetaccedilatildeo modelo digital de elevaccedilatildeo anaacutelises discriminantes topografia sensoriamento remoto

GEOMORPHOMETRIC DATA AS SUBSIDY FOR VEGETATION MAPPING

ABSTRACT

The potentials of geomorphometric variables derived from SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) for the mapping of vegetation types were investigated Four published vegetation maps for study areas inside three Brazilian biomes (Amazonian forest Savanna and Steppe) served as reference for testing the discriminatory potential of the geomorphometric variables The study sites differed in the feasibility of applying topographic data to vegetation mapping according to the variation of geomorphometric conditions and vegetation reference mapping scale and detail level The analysis indicated the vegetation class groups prone to classification in contrast to groups occurring in similar topographic conditions The variables that presented strongest relationships with the vegetation classes were elevation horizontal and vertical curvature Although geomorphometric data had shown potential for discriminating vegetation classes the achieved classification could not reach the thematic detail level of the reference maps due to co-occurrence of classes with similar vegetational structures Based on discriminant analysis it was possible to experimentally map to the sub-phytophysiognomic level The best results were found for the RPPNSA and PNCA sites and the sub-physiognomies of the latter PNB site showed the worst results at the phytophysiognomy level while its tested sub-physiognomies performed satisfactorily It was found that discriminant analysis of geomorphometric data could subsidy vegetation mapping

Key-words vegetation digital elevation model discriminant analysis topography remote sensing

SUMAacuteRIO

Paacuteg

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

1 INTRODUCcedilAtildeO 23

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 25

21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem 25

22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo 26 23 SRTM 31 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens 34 241 Cluster 35 242 Fatiamento 36 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer) 37

25 Anaacutelise Discriminante 39

26 Dados de Vegetaccedilatildeo 40

261 Bioma Caatinga 40

262 Bioma Amazocircnia 42

2621 Microbacia do Igarapeacute Asu 46

2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos 47

263 Bioma Cerrado 50

3 MATERIAL E MEacuteTODOS 55

31 Detalhamento do fluxo de trabalho 55

32 Recursos 56

321 As aacutereas de estudo 56

322 Dados de vegetaccedilatildeo 57

323 Dados topograacuteficos 58

324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados 59

33 Procedimentos 59

331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados 59

332 Anaacutelise dos resultados 60

333 Processamentos experimentais 61

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 63

41 Apreciaccedilatildeo dos dados 63

42 Anaacutelises discriminantes 77

43 Processamentos experimentais 100

5 CONCLUSOtildeES 117

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 119

LISTA DE FIGURAS

21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade de pixels nos diversos conjuntos de treinamento

38

31 ndash Fluxo de atividades 55

32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo 57

41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 64

42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 65

43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 66

44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB e seu mapa de vegetaccedilatildeo 67

45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da RPPNSA

69

46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA

71

47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA

73

48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB

75

49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da RPPNSA

80

410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

82

411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA

83

412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da MIA

86

413 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea do PNCA

88

414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

90

415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

92

416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do PNB

95

417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo Limpo do PNB

97

418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Mata do PNB

100

419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNSA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

103

420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

104

421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

105

422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

106

423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNS e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada referecircncia

107

424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da RPPNSA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

108

425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

109

426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

110

427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

111

428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

112

429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

113

430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

114

431 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

115

LISTA DE TABELAS

11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)

31

31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados 59

41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da RPPNSA 78

42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea RPPNSA

79

43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da RPPNSA

79

44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

81

45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

81

46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

82

47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA

83

48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea MIA 84

49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da MIA

84

410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da MIA 85

411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do PNCA 87

412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNCA

87

413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNCA 88

414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do PNCA

89

415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

89

416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

90

417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

91

418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

91

419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Floresta Ombroacutefila densa PNCA

92

420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do PNB 93

421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNB

94

422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNB 94

423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB

96

424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB

96

425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Campo Limpo do PNB

97

426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do PNB 98

427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do PNB

99

428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Mata do PNB

99

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DOD ndash Departamento de Defesa dos Estados Unidos IBGE ndash Fundaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

InSAR ndash Interferometric Synthetic Aperture Radar JPL ndash Jet Propulsion Laboratory)

MDE ndash Modelo Digital de Elevaccedilatildeo MIA ndash Microbacia do Igarapeacute Asu NASA ndash National Aeronautics and Space Administrarion NIMA - National Imagery and Mapping Agency

PNB ndash Parque Nacional de Brasiacutelia

PNCA ndash Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

RPPNSA ndash Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas SIG ndash Sistema de Informaccedilotildees Geograacuteficas

SRTM - Shuttle Radar Topographic Mission

USGS -United States Geological Survey

23

1 INTRODUCcedilAtildeO

Dados de sensoriamento remoto tecircm servido como base haacute deacutecadas para mapeamentos

de vegetaccedilatildeo em diferentes escalas Entretanto ainda existem lacunas no conhecimento

a respeito da ocorrecircncia das diferentes formaccedilotildees vegetais brasileiras assim como sua

extensatildeo e estado de conservaccedilatildeo Assim dados de sensores oacutepticos a bordo de sateacutelites

ou aeronaves fornecem informaccedilotildees sobre o dossel vegetal que com apoio de campo

satildeo usados em mapeamentos diversos Evidentemente estes dados tecircm sua capacidade

limitada agrave medida que determinadas formaccedilotildees vegetais possuem respostas espectrais

semelhantes Um dos principais projetos que visaram ao mapeamento da cobertura

vegetal brasileira foi o RADAMBRASIL A variedade de atributos usados no sistema

de classificaccedilatildeo refletiu a variabilidade estrutural dos tipos de vegetaccedilatildeo do Brasil As

informaccedilotildees geradas pelo projeto tambeacutem confirmaram a importacircncia da topografia na

caracterizaccedilatildeo da paisagem local e regional jaacute que eacute um dos fatores determinantes do

estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidade de espeacutecies vegetais

Embora se reconheccedilam os dados topograacuteficos como importante fonte de informaccedilotildees

para subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo o estabelecimento de metodologias com este

aporte requer o desenvolvimento de estudos especiacuteficos para determinar as relaccedilotildees que

existem entre ambos os aspectos Tal condiccedilatildeo pode ser explicada por uma histoacuterica de

ausecircncia de levantamentos topograacuteficos detalhados pela qual grande parte do territoacuterio

nacional permanece com mapeamentos em escalas inadequadas para vaacuterias aplicaccedilotildees

Neste contexto a utilizaccedilatildeo de bases topograacuteficas obtidas por sensores orbitais pode

enfim significar a viabilizaccedilatildeo de tais estudos A missatildeo SRTM (Shuttle Radar

Topographic Mission) ocorrida em 2000 possibilitou a coleta de dados altimeacutetricos

para praticamente toda a superfiacutecie terrestre A existecircncia desses dados em cobertura

nacional permite que se avalie e se desenvolva seu potencial para o mapeamento da

vegetaccedilatildeo de forma relativamente padronizada em diferentes ambientes

Os dados SRTM mostraram-se passiacuteveis de derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas

para expressatildeo das diferentes caracteriacutesticas do relevo o que resulta num conjunto de

dados em complemento agrave altimetria Cada variaacutevel condiciona a vegetaccedilatildeo atraveacutes de

diferentes aspectos da paisagem (temperatura exposiccedilatildeo solar e hidrologia por

24

exemplo) aleacutem do controle direto sobre o transporte e o acuacutemulo de estruturas de

propagaccedilatildeo biomassa e substacircncias vegetais que afetam sua distribuiccedilatildeo Diante disso

o presente trabalho tem como objetivo principal a avaliaccedilatildeo das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo SRTM para identificaccedilatildeo

de tipos vegetacionais As anaacutelises recairatildeo sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes

agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo

existentes

Tal objetivo compreende o atendimento agraves seguintes metas especiacuteficas

bull Identificar as variaacuteveis geomorfomeacutetricas que melhor caracterizem diferentes

tipos de vegetaccedilatildeo

bull Caracterizar os tipos de vegetaccedilatildeo em termos das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas

de sua ocorrecircncia

bull Analisar a capacidade de discriminaccedilatildeo dos tipos vegetacionais mapeados a

partir dos dados geomorfomeacutetricas

bull Aplicar os resultados anteriores ao mapeamento da vegetaccedilatildeo como forma de

avaliaccedilatildeo

25

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

Para a compreensatildeo deste trabalho este capiacutetulo faz uma breve fundamentaccedilatildeo dos

condicionantes topograacuteficos da paisagem e suas relaccedilotildees com a vegetaccedilatildeo Em seguida

satildeo apresentadas as fontes e demais especificaccedilotildees teacutecnicas dos dados topograacuteficos e de

vegetaccedilatildeo aplicados neste estudo

21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem

A topografia ao lado de outras variaacuteveis ambientais eacute fundamental na caracterizaccedilatildeo da

paisagem local e regional Diversos estudos tecircm relacionado variaacuteveis topograacuteficas com

o estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidades de espeacutecies vegetais Schmidt et al

(2003) descrevem as principais variaacuteveis topograacuteficas extraiacutedas de Modelos Digitais de

Elevaccedilatildeo (MDE) que podem ser geradas a partir do SRTM

Segue-se a definiccedilatildeo das variaacuteveis topograacuteficas mais utilizadas em estudos de

caracterizaccedilatildeo da paisagem

a- Elevaccedilatildeo corresponde a altitude do terreno Estaacute relacionada agrave distribuiccedilatildeo

altitudinal do solo e clima condicionando diferentes padrotildees vegetacionais na

paisagem

b- Declividade corresponde ao acircngulo de inclinaccedilatildeo da superfiacutecie local Possui

accedilatildeo direta sobre o equiliacutebrio entre a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo e escoamento

superficial aleacutem de controlar a intensidade dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo

Esse conjunto de fatores resulta na formaccedilatildeo de ambientes com diferentes

caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas as quais permitem o estabelecimento de

diferentes tipos de vegetaccedilatildeo

c- Orientaccedilatildeo de vertentes corresponde ao alinhamento do terreno em relaccedilatildeo ao

sol eacute a medida do acircngulo horizontal da direccedilatildeo esperada do escoamento

superficial geralmente expressa em azimute Dentre os vaacuterios aspectos (relaccedilatildeo

com distribuiccedilatildeo de diferentes substratos refuacutegios ecoloacutegicos etc) esta variaacutevel

relaciona-se ao grau de sombreamento ou iluminaccedilatildeo do terreno selecionando

ambientes mais propiacutecios para o desenvolvimento de determinados tipos de

26

vegetaccedilatildeo em detrimento de outros Assim a orientaccedilatildeo de vertentes controla a

direccedilatildeo dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo portanto com efeitos locais sobre os

regimes hiacutedricos e de energia definindo diferentes padrotildees vegetacionais

d- Curvatura vertical refere-se ao caraacuteter convexococircncavo do terreno quando

analisado em perfil

e- Curvatura horizontal refere-se ao caraacuteter divergenteconvergente dos fluxos de

mateacuteria sobre o terreno quando analisado em projeccedilatildeo horizontal

As duas uacuteltimas variaacuteveis estatildeo relacionadas aos processos de migraccedilatildeo e acuacutemulo de

aacutegua minerais e materiais orgacircnicos no solo atraveacutes da superfiacutecie proporcionados pela

gravidade Estas duas variaacuteveis combinadas representam uma caracterizaccedilatildeo das formas

do terreno que se associam diretamente a propriedades hidroloacutegicas e de transporte

exercendo influecircncia indireta sobre a vegetaccedilatildeo local

22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo

Alguns estudos tecircm mostrado que a topografia exerce influecircncia indireta sobre a

vegetaccedilatildeo uma vez que determina feiccedilotildees hidroloacutegicas variaccedilotildees na disponibilidade de

aacutegua no solo distribuiccedilatildeo dos tipos de solo e topoclimas Outros cujo foco eacute a relaccedilatildeo

direta entre a topografia e a vegetaccedilatildeo verificam tal influecircncia baseados em variaacuteveis

topograacuteficas especialmente elevaccedilatildeo declividade e orientaccedilatildeo de vertentes e mais

raramente estudos baseados nas curvaturas vertical e horizontal do terreno (DARGIE

1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteQUEZ-ROSAS et al 2002) O texto

subsequumlente se refere a tais estudos

Satildeo reconhecidos os efeitos principais da topografia no estabelecimento da vegetaccedilatildeo

ao lado da accedilatildeo do clima da geologia dos solos e da intervenccedilatildeo antroacutepica A

variabilidade topograacutefica induz a uma diversidade de fauna e flora significativa no

ecossistema O desenvolvimento deste eacute controlado ainda por fatores abioacuteticos tais

como disponibilidade de aacutegua temperatura e incidecircncia de radiaccedilatildeo

Em paisagens tais como as savanas as feiccedilotildees hidroloacutegicas baseadas na topografia

exercem influecircncia sobre modelos de propagaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo arboacuterea Estas aacutereas

27

podem capturar e reter nutrientes e aacutegua escassa provenientes de regiotildees montanhosas

ou mesmo devido ao regime hiacutedrico (infiltraccedilatildeoescoamento superficial) determinar o

padratildeo de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo (WU et al 2005) Nas paisagens de florestas

boreais especialmente em casos onde a topografia varia a variaccedilatildeo espacial da

disponibilidade da aacutegua do solo eacute um importante fator que afeta o crescimento e a

composiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo A floresta ripaacuteria dessas aacutereas por exemplo tem um

suprimento constante de aacutegua no solo proacuteximo agrave superfiacutecie assim tecircm

consideravelmente mais espeacutecies de plantas vasculares do que florestas dos terrenos

mais elevados (ZINKO et al 2005) Este gradiente floriacutestico aiacute observado tambeacutem eacute

evidente em outras feiccedilotildees fitofisionocircmicas CLARK et al (1999) verificaram que haacute

um claro gradiente floriacutestico em resposta aos tipos de solo e que estes variaram em

funccedilatildeo da posiccedilatildeo topograacutefica Os autores estudaram a distribuiccedilatildeo e abundacircncia de

palmeiras e outras aacutervores na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica La Selva na Costa Rica Eles

concluiacuteram que menos de 30 das espeacutecies apresentaram distribuiccedilatildeo influecircnciada por

efeitos edaacuteficos ou topograacuteficos Entretanto as variaacuteveis ambientais estudadas (solos e

topografia entre outras) foram capazes de explicar somente uma pequena proporccedilatildeo da

variaccedilatildeo floriacutestica

Nas paisagens brasileiras onde predominam altitudes modestas (maior parte entre 200 e

1200 m) as diversas formas do terreno tambeacutem satildeo determinantes de diferentes

padrotildees fitofisionocircmicos Na Amazocircnia por exemplo onde o relevo eacute descrito como de

pequena amplitude a simples posiccedilatildeo no relevo pode manifestar diferenccedilas na

vegetaccedilatildeo Segundo Ayres (1993) a vegetaccedilatildeo da Amazocircnia pode ser dividida em

campinaranas que satildeo florestas sobre solo arenoso caracterizadas por vegetaccedilatildeo

escleromoacuterfica pobre e baixa e florestas de terra firme que se situam geralmente em

terrenos ondulados a baixas altitudes com aacutervores mais altas algumas chegando ateacute

50m A topografia pode definir a riqueza e distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais ao longo do

gradiente de inundaccedilatildeo e sedimentaccedilatildeo em florestas de vaacuterzea na Amazocircnia Wittman et

al (2004) estudando tal questatildeo observaram que apenas 26 dos 222 registros de

espeacutecies de aacutervores ocorreram abaixo da cota de inundaccedilatildeo A sedimentaccedilatildeo foi mais

alta em estaacutegios sucessionais iniciais proacutexima agraves calhas dos rios principais e decresceu

28

com o aumento do niacutevel da topografia dos siacutetios de florestas e em processos de

sucessatildeo e alcanccedilaram menores taxas nas florestas de vaacuterzea alta

Estudos mostram que a heterogeneidade das condiccedilotildees do solo na Amazocircnia eacute

frequentemente ligada agrave topografia e exerce uma notaacutevel influecircncia sobre a composiccedilatildeo

a estrutura e os padrotildees de diversidade da floresta (LESCURES BOULET 1985

PELISSIER et al 2001) A topografia da Amazocircnia Central eacute fortemente

correlacionada com a textura do solo (CHAUVEL et al 1987) e estes fatores satildeo os

maiores condicionantes da distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais e da estrutura de suas

comunidades em escalas local e regional (SOLLINS 1988 LIEBERMAN 1985

KUBOTA 2004) A comunidade de palmeiras por exemplo se distribue em trecircs zonas

de acordo com as condiccedilotildees hidromoacuterficas do solo Assim pode-se reconhecer solos

bem drenados (platocirc topo vertente) solos pobremente drenados (zona de transiccedilatildeo)

solos sazonalmente inundados (igarapeacutes) nos quais estas diferentes espeacutecies se

distribuem Desse modo verifica-se que a distribuiccedilatildeo de diferentes espeacutecies de

palmeiras estatildeo fortemente relacionadas ao tipo de solo cuja distribuiccedilatildeo depende da

situaccedilatildeo topograacutefica local (KAHN CASTRO 1985) Tal condicionamento natildeo se

restringe agrave distribuiccedilatildeo de tipos vegetacionais cerca de 30 das variaccedilotildees espaciais nas

estimativas de biomassa de aacutervores estatildeo relacionadas agraves caracteriacutesticas do solo e a

topografia (LAURENCE et al 1999 CASTILHO et al 2006)

Em Florestas estacionais e no Cerrado o estabelecimento dos diferentes tipos de

vegetaccedilatildeo se deve muito mais a fatores edaacuteficos e climaacuteticos do que propriamente agrave

topografia Entretanto a topografia explica de modo indireto parte da variaccedilatildeo vegetal

assim como a distribuiccedilatildeo de possiacuteveis fragmentos existentes nestas paisagens Brotrel

et al (2002) estudando a comunidade arboacutereo-arbustiva de um fragmento de floresta

estacional semidecidual (Ingaiacute-MG) verificaram que estes fragmentos se distribuem sob

influecircncia do regime de aacutegua da fertilidade quiacutemica do solo e posiccedilatildeo topograacutefica

Resultado tambeacutem encontrado por Rodrigues et al (2002) que estudando a floriacutestica da

comunidade arboacuterea de um fragmento florestal em Luminaacuterias MG verificaram que a

alta diversidade de espeacutecies aiacute encontradas pode estar relacionada agrave influecircncia de

formaccedilotildees vegetais proacuteximas e aos diferentes microambientes proporcionados pela

topografia variaccedilotildees na fertilidade e umidade dos solos Edivane e Schiavini (2002)

29

caracterizaram a topografia de um gradiente florestal na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica do Panga

(Uberlacircncia MG) e avaliaram sua relaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo das 20 principais espeacutecies

arboacutereas inclusas neste gradiente (mata galeria mesoacutefila semideciacutedua de encosta e

cerradatildeo) Tal estudo mostrou que algumas das espeacutecies satildeo influenciadas positiva ou

negativamente por variaccedilotildees de umidade do solo ocasionadas pela topografia ocorrentes

na mata galeria enquanto outras mostram maiores relaccedilotildees com outros fatores edaacuteficos

eou condiccedilotildees de luminosidade de bordas e clareiras Tambeacutem referente ao ambiente

de Cerrado Fonseca e Silva-Junior (2003) verificaram a sua composiccedilatildeo floriacutestica

densidade e aacuterea basal do componente lenhoso no sentido restrito em duas situaccedilotildees

num gradiente topograacutefico designadas interfluacutevio e vale no Jardim Botacircnico de

Brasiacutelia DF Seus resultados salientaram que a topografia como forte determinante na

distribuiccedilatildeo de algumas populaccedilotildees e comunidades lenhosas por meio de sua influecircncia

na variaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico afetou a composiccedilatildeo floriacutestica a densidade e a aacuterea basal

nos Cerrados sentido restrito de interfluacutevio e vales estudados

Cabe ressaltar que a topografia natildeo condiciona apenas processos ecoloacutegicos mas

tambeacutem a accedilatildeo humana Na escala do nosso paiacutes eacute evidente que os remanescentes

florestais concentram-se em aacutereas menos apropriadas para a agricultura o que eacute

fortemente dependente do relevo (VIANA 1995 VIANA et al 1997) Isto implica no

fato de que a maioria dos fragmentos florestais estar localizada em aacutereas de topo e mais

acidentadas que natildeo satildeo propiacutecias a praacuteticas agriacutecolas ou ocupaccedilatildeo humana

Embora os estudos que abordam especificamente as relaccedilotildees entre as variaacuteveis

topograacuteficas e os tipos vegetacionais sejam menos frequumlentes eles satildeo de grande

importacircncia para o entendimento do ambiente biofiacutesico de modo geral Algumas destas

pesquisas revelam que a elevaccedilatildeo a declividade e a orientaccedilatildeo de vertente satildeo as

principais variaacuteveis relacionadas a variaccedilotildees na distribuiccedilatildeo de fitofisionomias

(DARGIE 1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteSQUES-ROSAS et al 2002)

Em conjunto com outras variaacuteveis geomorfomeacutetricas a declividade em especial

produz uma variedade de situaccedilotildees ambientais tais como gradientes de umidade no

solo entre o topo e a base de uma vertente por exemplo favorecimento de transporte de

partiacuteculas de solo ao longo de um perfil interferecircncia na organizaccedilatildeo vertical do dossel

30

ocasionando variaccedilotildees nos acircngulos de penetraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da luz no interior de

florestas promoccedilatildeo da aparente elevaccedilatildeo da copa de indiviacuteduos menores e mais jovens

de aacutereas superiores de modo que alcancem mais raacutepido o dossel em aacutereas de

declividade acentuada (GANDOLFI 2000) A declividade e a orientaccedilatildeo de vertentes

controlam respectivamente a intensidade e a direccedilatildeo de fluxos de mateacuteria e de insolaccedilatildeo

portanto com efeitos locais sobre os regimes hiacutedricos e de energia No entanto estas

variaacuteveis podem fornecer informaccedilotildees aqueacutem do potencial de utilizaccedilatildeo de MDE

quando se busca o levantamento para estudo da cobertura vegetal com respostas

variadas quando estudadas sob diferentes situaccedilotildees Qi e Zhu (2003) consideram que

um conjunto baacutesico de variaacuteveis topograacuteficas para caracterizaccedilatildeo morfomeacutetrica do

terreno local deve incluir aleacutem dessas as curvaturas horizontal e vertical (SCHMIDT et

al 2003 VALERIANO 2003 VALERIANO CARVALHO JUacuteNIOR 2003)

Os estudos aplicados agrave caracterizaccedilatildeo da paisagem com variaacuteveis topograacuteficas

numeacutericas (morfometria) tecircm sido favorecidos com o desenvolvimento de meacutetodos

automaacuteticos de anaacutelise de MDE A importacircncia de tais estudos estaacute no fato de serem

desenvolvidos em ambiente computacional o que propicia uma reduccedilatildeo de trabalho

manual e a subjetividade dessas atividades

Pressupondo o processo de formaccedilatildeo de solos como resposta agrave distribuiccedilatildeo dos

processos hidroloacutegicos e erosivos e da temperatura do solo Moore et al (1993)

relacionaram atributos pedoloacutegicos agraves variaacuteveis topograacuteficas verificando que a situaccedilatildeo

topograacutefica explicou em parte expressiva a variaccedilatildeo de importantes propriedades do

solo Brubaker et al (1993) fizeram inferecircncias semelhantes baseados na posiccedilatildeo das

observaccedilotildees sobre a superfiacutecie de vertentes Briggs e Shishira (1985) observaram uma

consideraacutevel reduccedilatildeo na variabilidade dos atributos de solo dentro de cada unidade

homogecircnea de relevo

Tais efeitos edaacuteficos associados aos efeitos climaacuteticos aleacutem da accedilatildeo direta do relevo

sobre a vegetaccedilatildeo tecircm dado suporte por exemplo ao estudo de efeitos topograacuteficos no

estabelecimento de diferentes tipos de vegetaccedilatildeo Florinsky e Kuryakova (1996)

consideraram como accedilatildeo direta da topografia o transporte e o acuacutemulo de material

orgacircnico incluindo sementes e outras estruturas de propagaccedilatildeo e recomendam o uso de

31

modelos digitais e mapas de variaacuteveis topograacuteficas (Tabela 11) para levantamento

mapeamento e compreensatildeo dos aspectos dinacircmicos da vegetaccedilatildeo

Tabela 11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)

Variaacutevel unidade Definiccedilatildeo

h m Elevaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao niacutevel do mar (altitude)

G o ou Acircngulo vertical entre os planos horizontal e tangente agrave superfiacutecie do terreno (declividade)

A o Acircngulo horizontal entre norte e a projeccedilatildeo horizontal de um vetor normal agrave superfiacutecie (orientaccedilatildeo de vertente)

kv m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre por um plano contendo um vetor externo normal e um vetor da aceleraccedilatildeo da gravidade (curvatura vertical)

kh m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre que eacute ortogonal agrave seccedilatildeo em kv (curvatura horizontal)

H m-1 Meacutedia das curvaturas vertical e horizontal (curvatura meacutedia)

CA m2 m-1 Aacuterea de terreno cujas linhas de escoamento passam por um determinado segmento de isolinha dividido pelo comprimento desse segmento (aacuterea de captaccedilatildeo)

TI TI = ln(CAG) (iacutendice topograacutefico)

SI SI = CAG (iacutendice de enxurrada)

Florinsky e Kuryakova (1996) estudaram relaccedilotildees entre a cobertura florestal e variaacuteveis

topograacuteficas em quatro diferentes aacutereas de estudo Ficou evidente que o controle

topograacutefico das propriedades da vegetaccedilatildeo eacute realizado de formas diferentes em

diferentes terrenos O exemplo citado apresenta a maior dependecircncia da vegetaccedilatildeo

relativa agrave intensidade de fluxo de aacutegua superficial (escoamento) em regiotildees aacuteridas que eacute

controlado por kh Por outro lado em regiotildees de baixas temperaturas ou grandes

latitudes espera-se maior influecircncia da insolaccedilatildeo controlada por G e A Os resultados

indicam que a distribuiccedilatildeo da cobertura vegetal eacute mais bem explicada quando natildeo se

restringem a anaacutelise do relevo agraves variaacuteveis h G e A Foram tambeacutem observadas algumas

relaccedilotildees entre propriedades da vegetaccedilatildeo e classes do terreno relativas agrave erosatildeo

23 SRTM

Em fevereiro de 2000 um rico conjunto de dados de elevaccedilatildeo global baseado na

tecnologia InSAR (Interferometric Synthetic Aperture Radar) foi adquirido por meio

do projeto SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) do JPL (Jet Propulsion

32

Laboratory) integrado agrave NASA (National Aeronautics and Space Administrarion)

resultando na base de dados topograficos digitais mais completa jaacute construiacuteda As

informaccedilotildees que se seguem foram retiradas do site do JPL (http

www2jplnasagovsrtn) e de Valeriano (2003)

O projeto SRTM proveacutem da cooperaccedilatildeo entre a NASA NIMA (National Imagery and

Mapping Agency) DOD (Departamento de Defesa) dos Estados Unidos e das agencies

espaciais da Itaacutelia e Alemanha Esta missatildeo se utilizou do mesmo instrumento usado em

1994 pelo programa Spaceborne Imaging Radar-CX-Band Synthetic Aperture Radar

(SIR-CX-SAR) a bordo do ocircnibus especial Endeavour Aacute nave foi adicionada um

mastro de 60 m em cuja extremidade foram instaladas antenas para bandas C e X aleacutem

de ajustes nos dispositivos de controle e navegaccedilatildeo Isto permitu a coleta de medidas

tridimensionais da superfiacutecie terrestre atraveacutes de interferometria

O processamento dos dados coletados visou agrave construccedilatildeo de um MDE mundial

elaborado continente por continente O sobrevocirco da SRTM ocorreu entre 11 e 22 de

fevereiro de 2000 durante o qual foram percorridas 16 oacuterbitas por dia resultando num

total de 176 oacuterbitas Desse modo foram coletados 12TB dados A conclusatildeo de cada

continente foi seguida pelo envio de dados ao NIMA para serem editados verificados e

ajustados aos padrotildees norte-ameriacano de exatidatildeo de mapas (National Map Accuracy

Standards) Estes dados foram entatildeo devolvidos agrave NASA para distribuiccedilatildeo puacuteblica

atraveacutes da USGS (United States Geological Survey)

Entre as latitudes 60˚ N e 56˚ S cerca de 80 da superfiacutecie terrestre foi coberta sendo

realizadas para tanto de uma a quatro passagens Um conjunto menor de dados foi

coletado sobre a aacutegua para calibraccedilatildeo Do total de dados SRTM os da banda C foram

processados no JPL e os da banda X no Centro Aeroespacial da Alemanha (DLR) Estes

foram usados para criar MDE de resoluccedilatildeo mais alta poreacutem sem cobertura global

O projeto teve apoio de campo sobretudo com base em levantamentos geodeacutesicos no

qual foi empregado o meacutetodo Sistema de Posicionamento Global Cinemaacutetico

(Kinematic Global Positioning System) Foram coletadas ao todo cerca de 70000 Km

de linhas (transectos) aliada agrave distribuiccedilatildeo de refletores com coordenadas precisamente

definidas pela JPL para geraccedilatildeo do conjunto de pontos referencia ou controle

33

Em paralelo agrave montagem do MDE global foi feito o processamento de dados locais

especiacuteficos Cada aacuterea cobre uma ceacutelula de 1 grau de latitude por um grau de longitude

cujos dados consistem em mapas imagens e dados auxiliares ineacuteditos

Segundo a JPL embora a NIMA aplicasse vaacuterias operaccedilotildees de poacutes-tratamento que

incluem remoccedilatildeo de picos e voacutertices nas informaccedilotildees que acompanham os dados do

usuaacuterio satildeo lembradas suas caracteriacutesticas (inerente a todo dado geo-espacial) devem

condicionar seu desempenho diante das aplicaccedilotildees especiacuteficas uma caracteriacutestica dos

dados SRTM que o torna inadequado para uma dada aplicaccedilatildeo pode ser inoacutecua para

outra Informa-se ainda que nenhuma ediccedilatildeo foi aplicada sobre os dados e que o

conjunto em questatildeo conteacutem um grande nuacutemero de vatildeos e outros pontos espuacuterios como

valores extremamente altos (picos) e outros extremamente baixos (voacutertices) Corpos

drsquoaacutegua seratildeo geralmente mal definidos assim como as linhas de costa

Em janeiro de 2002 a NASA iniciou a distribuiccedilatildeo puacuteblica destes pequenos conjuntos

de dados de locais dentro dos Estados Unidos Enfim foram gerados MDE sob

resoluccedilatildeo de 30m (em coordenadas geograacuteficas com 1rdquo ou 0000277˚) para os Estados

Unidos e 90m (em coordenadas geograacuteficas com 3rdquo ou 0000833˚) para o resto do

mundo O datum e elipsoacuteide de referecircncia satildeo WGS84 com dados z em metros inteiros

Uma apreciaccedilatildeo preliminar dos dados SRTM mostrou uma seacuterie de caracteriacutesticas

indesejaacuteveis tais como falhas negativas (voacutertices) representadas por cotas negativas (-

8388607 m) Estes artafatos satildeo facilmente reconheciacuteveis nas imagens poreacutem devido

ao elevado moacutedulo deste valor sua remoccedilatildeo requer operaccedilotildees cuidadosas para que natildeo

se contaminem as informaccedilotildees vaacutelidas Teacutecnicas tais como filtragens natildeo satildeo capazes

de eliminar este problema mas podem ampliar a sua aacuterea de influecircncia modificando os

cotas de linhas vizinhas formando uma feiccedilatildeo artificial que se assemelha a um vale ou

sulco retiliacutenio com orientaccedilatildeo E-W ou N-S Estes dados satildeo sensiacuteveis a quaisquer

objetos presentes sobre a superfiacutecie do terreno tais como antenas edificaccedilotildees e mesmo

variaccedilotildees na cobertura vegetal A presenccedila destes artefatos atrapalha a percepccedilatildeo do

terreno em si no modelo como de fato eacute o intuito da obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

topograacuteficas A utilizaccedilatildeo de filtragens apesar de minimizar os efeitos destes artefatos

propicia a suavizaccedilatildeo da superfiacutecie como um todo o que natildeo eacute desejaacutevel

34

Alguns estudos tecircm demonstrado que suavizaccedilotildees desnecessaacuterias do MDE prejudicam o

desempenho de algoriacutetimos de declividade por exemplo (VALERIANO 2003)

Considerando que grande parte do territoacuterio nacional eacute provida de mapeamentos

demasiadamente generalizados para vaacuterias utilizaccedilotildees da informaccedilatildeo topograacutefica o

dado SRTM pode ser considerado a melhor informaccedilatildeo topograacutefica jaacute disponibilizada

para o nosso territoacuterio A resoluccedilatildeo de 90m deste dado representa um avanccedilo importante

em relaccedilatildeo agrave dados ateacute entatildeo disponiacuteveis os dados RADARSAT-1 com resoluccedilatildeo

quilomeacutetrica

Como citado anteriormente os dados SRTM trazem consigo limitaccedilotildees intriacutensecas do

sistema e estatildeo sujeitos a uma seacuterie de fatores que alteram a relaccedilatildeo de precisatildeo ou

fidelidade para com a paisagem existente Neste sentido meacutetodos de tratamento de

dados vecircm sendo desenvolvidos com o intuito de adequar os dados aos objetivos das

pesquisas sem entretanto alterar a informaccedilatildeo que se deseja extrair Valeriano (2004)

aplicando a interpolaccedilatildeo dos dados por krigagem e as teorias da geoestatiacutestica na

fundamentaccedilatildeo desta teacutecnica preservou as caracteriacutesticas do terreno no MDE formado

Desta forma o tratamento destes dados consiste na modificaccedilatildeo do MDE SRTM

original para um MDE com caracteriacutesticas desejaacuteveis resoluccedilatildeo melhorada de 1rdquo(~

30m) reduccedilatildeo de artefatos remoccedilatildeo de falhas e distribuiccedilatildeo da aleatoriedade espacial

24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens

Segundo Croacutesta (2002) um dos principais objetivos do sensoriamento remoto eacute o de

distinguir entre e identificar as composiccedilotildees de diferentes materiais superficiais (tipos

de vegetaccedilatildeo padrotildees de uso do solo entre outros) Essa distinccedilatildeo e identificaccedilatildeo

tornam-se possiacuteveis diante do fato de os materiais superficiais terem comportamento

especiacutefico ao longo do espcetro eletromagneacutetico o que permite identificaacute-los ou

classificaacute-los

A classificaccedilatildeo automaacutetica de imagens multiespectrais de sensoriamento remoto diz

respeito a associar cada pixel da imagem a um ldquoroacutetulordquo descrevendo um objeto real

(vegetaccedilatildeo solo etc) Dessa forma os valores numeacutericos (DNs) associados agrave cada

pixel definidos pela reflectacircncia dos materiais que compotildeem esse pixel satildeo

identificados em termos de um tipo de cobertura da superfiacutecie terrestre imageada

35

(aacutegua solo tipode vegetaccedilatildeo rocha etc) chamadas entatildeo tema Apoacutes esse processo ser

completado para todos os pixels de uma determinada aacuterea o resultado eacute um mapa

temaacutetico mostrando a distribuiccedilatildeo geograacutefica de um tema tal como vegetaccedilatildeo ou solo

Desse modo pode-se dizer entatildeo que uyma imagem de sensoriamento remoto

classificada eacute uma forma de mapa digital temaacutetico

Segue-se a definiccedilatildeo segundo Crosta (2002) dos tipos de classificaccedilotildees testadas

(Cluster MaxVer e Fatiamento) no presente trabalho

241 Cluster

Para a classificaccedilatildeo por cluster o espaccedilo de atributos possui agrupamentos cluster ou

ldquonuvensrdquo os quais podem ser caracterizados por curvas de contorno No processo de

classificaccedilatildeo estas nuvens satildeo identificadas e usadas como aacutereas de treinamento

O primeiro passo neste tipo de classificaccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo de uma anaacutelise de

agrupamento utilizando para tal teacutecnicas estatiacutesticas padratildeo Atraveacutes dessa anaacutelise as

nuvens de dados satildeo identificadas no espaccedilo de atributos Uma vez feita essa anaacutelise

uma decisatildeo deve ser tomada em relaccedilatildeo agraves quais concentraccedilotildees devem ser tratadas

como grupos separados A melhor maneira de fazer isso eacute aceitar apenas aquelas cujas

modas ultrapassam certo limiar

O software Idrisi versatildeo 20 oferece a uma definiccedilatildeo condizente com a anterior poreacutem

mais detalhada

O cluster eacute uma teacutecnica que se baseia na anaacutelise das modas (picos) do histograma de

uma variaacutevel de uma aacuterea a ser analisada em que uma moda eacute definida como o valor de

maior frequecirccia comparativamente aos seus vizinhos Isto eacute equivalente a buscar os

picos como um histograma unidimensional poreacutem satildeo avaliados n histogramas (n

variaacuteveis) simultaneamente identificando-se assim aglomeraccedilotildees ou nuvens (clusters)

de pontos no espaccedilo n-dimensional Uma vez que os aglomerados tenham sido

identificados todas as classes seratildeo atribuiacutedas com base no pico de concentraccedilatildeo mais

proacuteximo As divisotildees entre as classes se inserem nos pontos de menor ocorrecircncia de

valores observados entre tais picos Os melhores resultados ocorrem quando as variaacuteveis

natildeo estatildeo correlacionadas entre si

36

Em relaccedilatildeo agraves condiccedilotildees da operaccedilatildeo do algoritmo utilizado (EASTMAN 1995) o

cluster tem melhor desempenho se a imagem composta tiver sido criada usando a opccedilatildeo

linear com saturaccedilatildeo Isto assegura que os seis niacuteveis por a faixa na composiccedilatildeo ocupem

mais intensamente a regiatildeo onde os dados satildeo os mais concentrados Geralmente os

melhores resultados satildeo encontrados com niacuteveis de saturaccedilatildeo entre aproximadamente

1 - 25 Este algoritmo trabalha apenas em imagens produzidas por composiccedilatildeo

colorida A imagem composta consiste em iacutendices de cores em que cada iacutendice Irgb eacute

dado por Irgb = IB(azul) + 6 IG(verde) + 36 IR(vermelho) em que cada canal (IR IG ou IB) assume

um valor no intervalo de 0-5 Por exemplo um pixel com IRGB de valores de 1 5 e 3

(respectivamente IR IG e IB) teria um iacutendice de 3 + (5 6) + (1 36) = 69 Assim a

operaccedilatildeo do Cluster decompotildee os valores da composiccedilatildeo colorida para criar um

histograma tridimensional

242 Fatiamento

O fatiamento de niacuteveis de intensidade representa a forma mais simples de classificaccedilatildeo

e eacute aplicado a uma uacutenica banda espectral de cada vez A operaccedilatildeo de fatiamento

consiste simplesmente em realccedilar os pixels cujas intensidades se situam dentro do

intervalo especificado (a fatia) isto eacute entre um maacuteximo e um miacutenimo O fatiamento eacute

feito de modo interativo geralmente no qual o usuaacuterio define tanto a largura quanto o

centro do intervalo desejado Essa fatia eacute entatildeo ajustada ateacute que as feiccedilotildees de interesse

sejam realccediladas e separadas das aacutereas originalmente diferentes sendo entatildeo

representadas por um mesmo DN

O fatiamento de uma uacutenica banda espectral pode ser estendido para o domiacutenio

multiespectral atraveacutes de uma seacuterie de etapas descritas a seguir Desse modo aumenta-

se a precisatildeo da classificaccedilatildeo uma vez que a superfiacutecie que se deseja classificar teraacute

uma maior probabilidade de se diferenciar das outras presentes na imagem quanto

maior for o numero de bandas considerado

Para isso toma-se uma banda espectral e define-se uma regiatildeo previamente conhecida

contendo a superficie de interesse Em seguida aplica-se o fatiamento agrave primeira banda

definindo-se os paracircmetros (centro e largura da fatia) ateacute que a regiatildeo de interesse seja

realccedilada juntamente com os outros pixels dessa banda que possuam o mesmo DN da

37

regiatildeo de interesse Se salva o resultado e repete-se o processo para cada uma das

bandas espectrais disponiacuteveis Finalmente combinam-se todas as bandas fatiadas em

uma soacute imagem atraveacutes da adiccedilatildeo

No que se refere a presente pesquisa foram utilizadas bandas representadas pelas

variaacuteveis geomorfomeacutetricas locais correspondentes a cada aacuterea de estudo Estas

ldquobandasrdquo foram fatiadas atraveacutes de anaacutelises de histogramas buscando identificar nos

histogramas referentes a cada classe vegetacional pontos em que as classes

vegetacionais melhor se ditinguiam Em locais onde havia grande sobreposiccedilatildeo entre os

histogramas escolheu-se como criteacuterio fatiar em pontos onde havia maior frequencia de

distribuiccedilatildeo dessas variaacuteveis geomorfomomeacutetricas Em seguida as imagens geradas por

cada fatiamento foram sobrepostas atraveacutes de uma operaccedilatildeo de adiccedilatildeo

243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)

O MaxVer eacute o meacutetodo mais comum que considera a ponderaccedilatildeo das distacircncias das

meacutedias utiliza paracircmetros estatiacutesticos

A classifcaccedilatildeo por maacutexima verossemelhanccedila exige um nuacutemero consideravelmente

elevado de pixels para cada conjunto treinamento nuacutemero preferencialmente acima de

uma centena para que seja precisa o suficiente Esse nuacutemero permite uma base segura

para o treinamento estatiacutestico Devido a esse nuacutemero alto de pixels natildeo eacute possiacutevel

representaacute-los graficamnte de maneira individualizada Desse modo nesse caso usa-se

isolinhas ou curvas de contorno no espaccedilo de atributos representando a densidade de

pixels do conjunto de treinamento de cada regiatildeo (Figura 1)

Estes contornos representam na realidade um ajuste baseado em distribuiccedilotildees normais

ou Gaussianas dos pixels das aacutereas de treinamento do contraacuterio os contornos seriam

totalmente irregulares Ressalta-se que devido a esse ajuste os contornos satildeo

simeacutetricosOs contornos ao redor de cada classe na Figura 21 podem ser entendidos

como a probabilidade de existir um pixel naquele conjunto de treinamento como uma

determinada combinaccedilatildeo de DNs Do mesmo modo se as aacutereas de treinamento forem

realmente representativas das superfiacutecies que se deseja classificar Os mesmos

contornos podem ser vistos como a probabiliade de qualquer pixel desconhecido

pertencer a uma determinada classe na qual ele plotar

38

Figura 21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade

de pixels nos diversos conjuntos de treinamento

Essas probabilidades representam uma ferramenta de classificaccedilatildeo poderosa e flexiacutevel

atraveacutes da qual se pode escolher por exemplo classificar apenas os pixels

desconhecidos que satildeo bastante semelhantes agrave meacutedia de uma classe Isso eacute feito

escolhendo-se o limite de decisatildeo coincidindo com o contorno mais proacuteximo da meacutedia

cuja distacircncia eacute normalmente fixada como um desvio padratildeo a partir da meacutedia

Por outro lado pode-se julgar necessaacuterio classificar os pixels desconhecidos que se

situam a qualquer distacircncia da meacutedia dentro da aacuterea geral definida pelo conjunto

treinamento Neste caso escolher-se ia como limite de decisatildeo o contorno que engloba

99 dos pixels da aacuterea de treinamento Jogando os restantes 1 fora pode-se

compensar por exemplo a possibilidade de que alguns dos pixels da aacuterea de

treinamento foram incluiacutedos por engano podendo representar ruiacutedo ou pixels contendo

um limite entre dois tipos de cobertura

Eacute importante ressaltar que o meacutetodo MaxVer eacute passiacutevel de enganos e imprecisotildees Um

exemplo disso pode ser quando existem alguns pixels pertencentes a uma determinada

aacuterea de treinamento satildeo atribuiacutedos pelas regras de decisatildeo dos meacutetodos agrave uma classe

diferente

Tudo que o MaxVer consegue fazer eacute tentar minimizar a porcentagem dos pixels

classificados erroneamente O meacutetodo MaxVer assim como outros meacutetodos de

classifcaccedilatildeo supervisionada vistos anteriormente parte do princiacutepio de que o usuaacuterio

39

conhece bastante da imagem a ser classificada para poder definir classes que sejam

representativas Nos casos em que isto natildeo ocorre eacute possiacutevel partir de algumas

premissas razoaacuteveis o suficiente para permitir bons resultados

25 Anaacutelise Discriminante

O nuacutemero de variaacuteveis geomorfomeacutetricas que condicionam a distribuiccedilatildeo de tipos de

vegetaccedilatildeo de um determinado bioma sugere que anaacutelises estatiacutesticas multivariadas

sejam feitas De modo frequumlente as mais usadas satildeo anaacutelises de correlaccedilatildeo anaacutelises

baseadas em superfiacutecie de tendecircncia (DARGIE 1984 1987) anaacutelise de agrupamento

(EDIVANE SCHIAVIVI 2002) e anaacutelise de regressatildeo (FLORINSKY

KURYAKOVA 1996) Especificamente quando se deseja investigar as relaccedilotildees entre

uma variaacutevel qualitativa tipos vegetacionais por exemplo e variaacuteveis numeacutericas como

as variaacuteveis topograacuteficas a teacutecnica de anaacutelise mais apropriada eacute a anaacutelise discriminante

(HAIR Jr et al 1995) Tal anaacutelise utilizaria de combinaccedilotildees lineares das variaacuteveis

morfomeacutetricas para discriminar o melhor entre os grupos vegetacionais previamente

selecionados

De acordo com Hair Jr et al (1995) o objetivo principal da anaacutelise discriminante

consiste em estimar a relaccedilatildeo entre a uacutenica variaacutevel dependente natildeo meacutetrica (categoacuterica)

e um conjunto de variaacuteveis meacutetricas independentes

A teacutecnica da anaacutelise discriminante muacuteltipla se utiliza de combinaccedilotildees lineares das

variaacuteveis independentes para discriminar o melhor entre os grupos previamente

selecionados Esta discriminaccedilatildeo eacute obtida com a atribuiccedilatildeo de pesos agraves variaacuteveis de

forma a maximizar a variacircncia relativa entre os grupos A combinaccedilatildeo linear obtida com

a anaacutelise eacute chamada funccedilatildeo discriminante

Essa teacutecnica pode ser indicada para testes estatiacutesticos de hipoacuteteses O procedimento

comeccedila com a atribuiccedilatildeo de valores a cada um dos indiviacuteduos atraveacutes da funccedilatildeo

discriminante Com os valores dos indiviacuteduos de um mesmo grupo eacute possiacutevel obter a

meacutedia do grupo Este valor meacutedio eacute chamado de centroacuteide do grupo A comparaccedilatildeo dos

centroacuteides de grupos existentes traz a orientaccedilatildeo de quatildeo longe estatildeo um do outro em

relaccedilatildeo agrave dimensatildeo que estaacute sendo testada (MANLY 1994) Uma grande sobreposiccedilatildeo

40

entre os grupos sugere a obtenccedilatildeo de uma pobre funccedilatildeo discriminante Por outro lado

grupos bastante distintos (com pouca sobreposiccedilatildeo) sugerem a possibilidade de uma boa

funccedilatildeo discriminante

Hair Jr et al (1995) define que para dois grupos representantes da variaacutevel dependente

(por exemplo grande e pequeno) extrai-se uma funccedilatildeo discriminante Para dois grupos

seratildeo duas as funccedilotildees discriminantes extraiacutedas e assim por diante Ou seja existiratildeo

sempre n-1 funccedilotildees discriminantes para n grupos

Depois de estimada uma funccedilatildeo discriminante ela deve ser interpretada Este estaacutegio

revela a importacircncia relativa de cada variaacutevel independente na discriminaccedilatildeo dos

grupos

Green (1978) descreve que antes de tentar interpretar a funccedilatildeo discriminante o analista

cuidadoso deveraacute checar sua significacircncia estatiacutestica Tipicamente a investigaccedilatildeo eacute

conduzida atraveacutes da aplicaccedilatildeo de testes de significacircncia estatiacutestica da estatiacutestica D2 de

Mahalanobis que eacute uma medida quadraacutetica similar a medida euclidiana de distacircncia

padratildeo Mais particularmente ela mede a distacircncia de cada caso agrave meacutedia do grupo

Normalmente a estatiacutestica F do teste de significacircncia da estatiacutestica D2 eacute comumente

disponibilizada pela maioria dos pacotes estatiacutesticos

26 Dados de Vegetaccedilatildeo

Para anaacutelise da relaccedilatildeo entre vegetaccedilatildeo e variaacuteveis morfomeacutetricas foram selecionadas

aacutereas pertencentes a diferentes biomas brasileiros A seguir satildeo apresentadas

caracteriacutesticas gerais destes biomas assim como das aacutereas selecionadas para as quais os

mapas de vegetaccedilatildeo satildeo disponiacuteveis

261 Bioma Caatinga

A Caatinga caracteriza-se por apresentar uma grande diversidade de paisagens aleacutem de

ser um dos menos conhecidos e mais complexos biomas brasileiros A Reserva

Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas foi selecionada para representaacute-la

no presente estudo

41

Esta aacuterea abrange a Aacuterea Prioritaacuteria n6 do PPBIO (Programa de Pesquisa em

Biodiversidade do Semi-Aacuterido) e foi criada em 1998 com aproximadamente 5244

hectares sendo delimitada pelas coordenadas geograacuteficas 05ordm 00rsquo a 05ordm 20rsquo S e 40ordm 48rsquo a

41ordm 12rsquo W na fronteira entre os Estados do Piauiacute e Cearaacute

A aacuterea eacute considerada como uma amostra representativa da Ecoregiatildeo Complexo

Ibiapaba-Araripe e possui alta importacircncia bioloacutegica Ela possui como principais

fitofisionomias Mata Seca Carrasco Caatinga Florestada Caatinga Arboacuterea Caatinga

Arboacuterea-arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (CARVALHO PINHEIRO JUacuteNIOR

2004) Como para algumas aacutereas natildeo foi feito levantamento floriacutestico as classes de

mapeamentos propostas para designar padrotildees fitofisionocircmicos que se destacam nas

imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por uma determinada

coloraccedilatildeo foram denominadas Complexos Satildeo eles Complexo Galeria Complexo

Arboacutereo e Complexo Arboacutereo-arbustivo Segue-se a definiccedilatildeo de cada uma das classes

citadas acima segundo Carvalho e Pinheiro Juacutenior (2004)

Mata Seca

Esta classe corresponde segundo o IBGE (1992) agrave Floresta Estacional Decidual

Montana (Floresta Tropical Caducifoacutelia) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute caracterizado por

duas estaccedilotildees climaacuteticas bem demarcadas uma chuvosa seguida de um longo periacuteodo

biologicamente seco ocorre na forma de disjunccedilotildees florestais apresentando o estrato

dominante macro ou mesofaneroacutefito predominantemente caducifoacutelio com mais de 50

dos indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveis Ocupam nessas

paisagens os topos elevados de altitudes variando de 600 a 750 metros de relevo plano

e suave ondulado As elevadas altitudes chegando ateacute 750 m jaacute natildeo atenuam as

caracteriacutesticas semi-aacuteridas do Sertatildeo com as temperaturas mantendo-se elevadas

variando de 25 a 27degC Mas a precipitaccedilatildeo aumenta dominando um clima sub-uacutemido

seco com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 800 a 1000 mm

Nestes ambientes predominam os latossolos profundos aacutecidos em geral arenosos com

baixa fertilidade natural e muito bem drenados (LVa- Latossolo Vermelho-Amarelo

aacutelico)

42

Carrasco

De acordo com Arauacutejo (1998) trata-se de uma vegetaccedilatildeo arbustiva densa caducifoacutelia

natildeo espinhosa Nela se encontram a faveira o angico a pitombeira o jatobaacute a

catingueira e o sabiaacute entre outras O xique-xique e o caroaacute aparecem como subarbustos

Este tipo vegetacional ocorre em ambientes mais arenosos e secos

Na aacuterea da Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo

Sertaneja Setentrional Nesta paisagem o Carrasco ocupa as superfiacutecies pediplanadas

altas com altitudes variando de 400 a 650 m de relevo plano a suavemente ondulado

Deve estar submetida a uma condiccedilatildeo de transiccedilatildeo climaacutetica com precipitaccedilotildees meacutedias

anuais em torno de 850 mm

Neste ambiente predominam os solos arenosos profundos excessivamente drenados

aacutelicos e com fertilidade natural baixa (Areias Quartzosas aacutelicas- AQa4 e AQa10)

associado ao Latossolo Vermelho-Amarelo aacutelico (LVa)

Caatinga Florestada

Esta classe corresponde ao contato Savana-EsteacutepicaFloresta Estacional-ecoacutetono

definido pelo IBGE (1992) Trata-se de uma vegetaccedilatildeo de transiccedilatildeo ou seja entre duas

ou mais regiotildees ecoloacutegicas ou tipos de vegetaccedilatildeo existem sempre ou pelo menos na

maioria das vezes comunidades indiferenciadas onde as floras se interpenetram

constituindo as transiccedilotildees floriacutesticas ou contatos edaacuteficos

De acordo com o IBGE e Governo do Estado do Cearaacute (1973) este tipo de cobertura

vegetal obedece a um escalonamento de acordo com o niacutevel em que se situa ocorrendo

pelo menos duas sineacutecias cuja transiccedilatildeo se verifica onde a caatinga desaparece e

comeccedila a mata tropical

Na Aacuterea das Serras das Almas a borda mais oriental da Paisagem das Chapadas

Intermediaacuterias e Baixas a Caatinga Florestada ocupa uma estreita faixa Na Paisagem

das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas ocupa um modelo de dissecaccedilatildeo aguccedilada

intermediaacuteria com altitudes variando de 400 a 700 m de relevo fortemente ondulado e

montanhoso Segundo as condiccedilotildees de transiccedilatildeo climaacutetica pode-se dizer que as

43

precipitaccedilotildees anuais variam de 800 a 1000 mm Neste tipo de ambiente ocorre uma

associaccedilatildeo de trecircs tipos de solo pouco desenvolvidos e rasos Nas partes intermediaacuterias

de declives menos abruptos e relevos menos acidentados (suave ondulado a ondulado)

apresentam-se o que pode se considerar o mais caracteriacutestico os solos Podzoacutelicos

Vermelho-Amarelo eutroacuteficos (PE) com argila de atividade fraca horizonte A

moderado textura meacutediaargilosa Nos relevos mais acidentados (fortemente ondulados

a montanhosas) aparecem os solos Litoacutelicos eutroacuteficos (RE) com horizonte A

moderado textura arenosa a meacutedia fase pedregosa e rochosa associados aos

Afloramentos Rochosos (AR)

Caatinga Arboacuterea

Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica do IBGE (1992) Trata-se de um subgrupo

de formaccedilatildeo caracterizado por micro eou nanofaneroacutefitos com meacutedia de 5 m

excepcionalmente ultrapassando os 7 m de altura mais ou menos com grossos troncos

e engalhamento bastante ramificado em geral provido de espinhos eou acuacuteleos com

total decidualidade na eacutepoca desfavoraacutevel

Em Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo Sertaneja

Setentrional e da Paisagem das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas Nesta paisagem eacute

encontrada em modelos de Dissecaccedilatildeo Tabular Baixo com altitudes bastante variadas

de 300 ateacute 600 m e relevos ondulados a fortemente ondulados

Para este tipo de vegetaccedilatildeo o clima varia desde um clima Subuacutemido uacutemido com

precipitaccedilotildees meacutedias anuais de mais de 1000 mm passando pelo Semi-aacuterido atenuado

com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 750 a 800 mm ateacute o Semi-aacuterido moderado

com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 500 a 750 mm

A mesma variabilidade pode ser observada quando se considera as demais

caracteriacutesticas ambientais Comeccedilando pelos diferentes substratos geoloacutegicos que sob

essas diferenccedilas climaacuteticas geram diferentes formas de relevo que variam de plano ao

ondulado e modelos dissecados a aplainados com altitudes de 300 a 500 m Bem como

tipos de solos como os Podzoacutelicos Vermelho-Amarelo Areias Quartzosas Latossolo

Vermelho-Amarelo e Solonets Solodizados

44

Caatinga Aboacutereo-arbustiva

Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica Arborizada do IBGE (1992) Este subgrupo

de formaccedilatildeo apresenta as mesmas caracteriacutesticas de floriacutesticas da fisionomia ecoloacutegica

anterior poreacutem os indiviacuteduos que o compotildeem satildeo mais baixos existindo clarotildees entre

eles

Possui amplos interfluacutevios e baixo grau de aprofundamento de drenagem com altitudes

variando de 200 a 300 m e relevos planos a suave ondulados Este tipo vegetacional

domina num clima Semi-aacuterido moderado com chuvas de veratildeo-outono e 7 a 8 meses

secos Os tipos de solo variam bastante desde Areias Quartzosas Planossolos

Soloacutedicos Ragassolos e Bruno natildeo caacutelcicos que se tornam os principais fatores

limitantes para o uso da terra junto com o clima dominante

Caatinga Herbaacuteceo-lenhosa

Esta classe corresponde agrave Savana-Eteacutepica Parque do IBGE (1992) Este subgrupo de

formaccedilatildeo eacute o que apresenta caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com

nanofaneroacutefitos de um mesmo ecoacutetipo bastante espaccedilados como se fossem plantados

isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas lenhosas raquiacuteticas sobre

denso tapete gramiacutenio-lenhoso de hemicriptoacutefitos e cameacutefitos Possui relevos planos a

suavemente ondulados e altitudes variando de 200 a 300 m Este tipo vegetacional

domina num clima Sub-uacutemido com chuvas de veratildeo-outono e 7 meses secos Estas

condiccedilotildees ambientais geraram solos do tipo Areias Quartzosas aacutelicas que por suas

caracteriacutesticas se tornam o principal fator limitante para o uso da terra

Complexo Galeria

Essa classe de mapeamento foi proposta para designar todo um complexo fisionocircmico

que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por sua

coloraccedilatildeo verde-intenso na composiccedilatildeo colorida normal empregada indicando uma alta

resposta no infravermelho proacuteximo Esta tonalidade indica uma cobertura vegetal verde

com folhagem total ou parcial na eacutepoca seca estando associada agraves aacutereas de vaacuterzeas

acompanhando alguns cursos drsquoaacutegua geralmente os mais caudalosos

45

Complexo Arboacutereo

Semelhante a classe anterior propocircs-se aqui esta denominaccedilatildeo para abarcar um padratildeo

complexo que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta regular associando

aacutereas escuras (sombreadas) aacutereas com verde-escuro e com verde-claro De acordo com

informaccedilotildees bibliograacuteficas neste ambiente deve predominar uma Caatinga Arboacuterea

(Savana-Esteacutepica Florestada) poreacutem de acordo com o RADAMBRASIL (1981) pode-se

supor que floristicamente eacute semelhante agrave Estepe Arboacuterea Densa

Como natildeo foi possiacutevel amostrar a unidade de mapeamento para confirmar estas

consideraccedilotildees preferiu-se empregar esta nomenclatura

Suas altitudes variam rapidamente de cerca de 300 a 600 m com interfluacutevios de pequena

amplitude e de mediana intensidade de aprofundamento de drenagem Neles devem

predominar o clima tropical megateacutermico semi-aacuterido atenuado com chuvas de veratildeondash

outono e 7 meses secos Onde dominam os Solos Litoacutelicos aacutelicos fase pedregosa e

rochos

Complexo Arboacutereo-arbustivo

Na imagem TMLandsat possui uma resposta singular de tonalidade subentendendo

muito afloramento de solo eou rocha nua Segundo IBGE (1992) corresponde a

formaccedilatildeo Savana Esteacutepica Arborizada (Caatinga Arboacuterea-arbustiva)

Esses ambientes ocupam parte do Modelado das Formas Erosivas com relevos planos a

suavemente ondulados onde as altitudes variam de cerca de 220 a 300 m Neles deve

predominar um clima megateacutermico sub-uacutemido uacutemido com chuva de veratildeo-outono e 7

meses secos onde dominam Areias Quartzosas aacutelicas

262 Bioma Amazocircnia

O Bioma Amazocircnia estaacute situado na porccedilatildeo centro-norte do Brasil eacute cortado pela linha

equatorial e portanto compreendido em aacutereas de baixas latitudes O clima eacute do tipo

equatorial quente e uacutemido com a temperatura variando pouco durante o ano em torno

46

de 26ordmC com periacuteodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor daacutegua trazido

do leste pelos ventos

A maioria dos 7 milhotildees de km2 da Floresta Amazocircnica eacute constituiacuteda por uma floresta

de terra firme Esta eacute uma floresta que nunca eacute alagada e se espalha sobre uma grande

planiacutecie de ateacute 130-200 m de altitude ateacute os sopeacutes das montanhas A grande planiacutecie

corresponde aos sedimentos deixados pelo lago Belterra que ocupou a maior parte da

bacia Amazocircnica durante o Mioceno e o Plioceno entre 25 mil e 18 milhatildeo de anos

atraacutes O silte e as argilas depositados neste antigo lago foram submetidos a um suave

movimento de elevaccedilatildeo epirogeneacutetico enquanto os Andes se ergueram e os modernos

rios comeccedilaram a cavar os seus leitos Assim surgiram os trecircs tipos de florestas

amazocircnicas as florestas montanhosas Andinas as florestas de terra firme e as florestas

fluviais alagadas as duas uacuteltimas na Amazocircnia brasileira A Amazocircnia brasileira

compreende aproximadamente 3581 km2 o que equivale a 4207 do paiacutes (Fonseca amp

Dov 2000) Como representantes deste bioma foram selecionadas aacutereas de estudo com

diferentes tamanhos e classes de vegetaccedilatildeo a Microbacia do Igarapeacute Asu que cobre

aproximadamente 10 km2 e o Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos que cobre

aproximadamente 300 km2

2621 Microbacia do Igarapeacute Asu

A microbacia do Igarapeacute Asu pertencente agrave bacia do Rio Negro possui tipos de

vegetaccedilatildeo que se diferenciam principalmente pela altura e densidade de indiviacuteduos A

floresta de alto platocirc eacute a floresta densa com aacutervores emergentes ao passo que a floresta

de campinarana apresenta-se mais baixa e com densidade menor de indiviacuteduos

(AYRES 1993) A condiccedilatildeo topograacutefica pode induzir agrave ocorrecircncia de cheias e a

presenccedila de formaccedilotildees vegetais mais baixas e menos densas em constante estaacutegio de

sucessatildeo (WHITTMANN et al 2002) De modo geral os principais tipos de vegetaccedilatildeo

encontrados na aacuterea satildeo

Floresta de Platocirc Alto

As florestas de terra firme cobrem planaltos e florestas de encosta e satildeo aacutereas com

dossel mais fechado solos bem drenados em qualquer eacutepoca do ano e que satildeo

47

inundadas por rios e fluxos pequenos de aacutegua Estas florestas satildeo dominadas por aacutervores

grandes e caracterizam-se por estrutura vertical bem desenvolvida e diversidade de

espeacutecies arboacutereas muito altas em relaccedilatildeo agraves florestas sazonalmente inundadas

(PRANCE et al 1976)

Floresta de Baixio

Os baixios satildeo definidos como florestas que inundam sazonalmente no periacuteodo de

novembro-marccedilo eou que sofrem influecircncia direta dos igarapeacutes Estas florestas devido

agrave topografia possuem lenccedilol freaacutetico mais superficial que em eacutepocas chuvosas

aflorando e inundando essas aacutereas Aleacutem disso apresentam dossel mais aberto em

relaccedilatildeo agraves florestas de terra firme (LAMOTTE 1990) pela predominacircncia de palmeiras

arborescentes e uma grande abundacircncia de palmeiras no sub-bosque

Floresta de Platocirc Baixo com campinarana

A Campinarana ocorre entre a floresta de terra firme e a Floresta de Baixio daiacute a

denominaccedilatildeo Floresta de Platocirc Baixo com campinarana Fisionomicamente caracteriza-

se por um dossel de aacutervores de porte menor que as do platocirc com alta densidade de

epiacutefitas Desenvolve-se sobre solo arenoso coberto por uma camada de serrapilheira

entremeada com um denso tapete de raiacutezes

2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

O Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos criado em 21062006 possui 876 mil

hectares e se localiza nos estados do Amazonas Rondocircnia e Mato Grosso abrangendo

trechos dos rios Roosevelt Guaribas Branco Madeirinha e Ji-Paranaacute

O Parque protege uma enorme variedade de ecossistemas incluindo diferentes

formaccedilotildees florestais bem como uma das maiores manchas de Cerrado - os campos -

de toda Amazocircnia A paisagem dos Cerradossavanas eacute composta por campos sujos

campos limpos e Cerrados propriamente ditos Matas de galeria satildeo encontradas ao

longo dos rios e riachos que cortam a savana O solo dos Cerrados da regiatildeo eacute arenoso e

raso de baixa fertilidade muito suscetiacuteveis agrave erosatildeo

48

Nas demais aacutereas do Parque existem florestas abertas e densas A Floresta Ombroacutefila

Densa de modo geral apresenta dossel fechado compacto com altura entre 25 e 35 m

do qual sobressaem as aacutervores emergentes atingindo ateacute 40 m A Floresta Ombroacutefila

Aberta eacute caracterizada fisionomicamente pela presenccedila de grandes aacutervores espaccediladas

possibilitando a penetraccedilatildeo de luz Esta diversidade de habitats em uma mesma regiatildeo

condiciona a ocorrecircncia de diversas espeacutecies O Parque Nacional incorpora regiotildees

consideradas de prioridade extremamente alta para a conservaccedilatildeo da biodiversidade da

Amazocircnia (WEBVENTURE 2001)

Quanto aos solos de modo geral os mais encontrados na regiatildeo satildeo os solos aluviais

Latossolo Vermelho amarelo Podzoacutelico Vermelho Amarelo Laterita Hidromoacuterfica e o

Podzol Hidromoacutefico

A aacuterea selecionada abrange as cartas topograacuteficas 1250000 SB-20-Y-C (Labrea) e SB-

20-Y-D (Humaitaacute) descritas no volume 17 ndash Purus ndash do Projeto RADAMBRASIL

(1978) Os principais tipos de vegetaccedilatildeo abrigados pelo Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos satildeo descritos abaixo com informaccedilotildees do Projeto RADAMBRASIL

(1978)

Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas

Formaccedilatildeo que apresenta agrupamentos de aacutervores emergentes nas elevaccedilotildees mais

pronunciadas dos interfluacutevios como o argelim-da-mata (Hymenolobium petraeum)

argelim-de-pedra (Dinizia excelsa) tauari (Couratari spp) castanha-do-paraacute

(Bertholletia excelsa) entre outras Eacute significativa a presenccedila de palmeiras que

competem por luz no estrato arboacutereo superior babaccedilu (Orbygnia spp) patauaacute

(Oenocarpus bataua) accedilaiacute (Euterpe spp) ocorrendo preferecircncialmente nos locais mais

uacutemidos

Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial

Formaccedilatildeo caracteriacutestica das aacutereas inundaacuteveis pelas cheias sazonais ecologicamente

adaptados agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua entretanto beneficia-se da renovaccedilatildeo

regular do solo decorrente das enchentes perioacutedicas Natildeo constitui ambiente cliacutemax

49

Durante a eacutepoca das cheias existe uma diminuiccedilatildeo das atividades bioloacutegicas (dormecircncia

e seca fisioloacutegica) quando ocorrem inundaccedilotildees prolongadas A sumauacutema (Ceiba

pentandra) provida de enormes raiacutezes tabulares eacute a representante mais expressiva neste

grupo de formaccedilatildeo Apresenta tambeacutem muitas palmeiras no estrato intermediaacuterio

Floresta Ombroacutefila Aberta das Terras Baixas

Formaccedilatildeo caracteriacutestica por feiccedilatildeo mista de palmeiras e aacutervores latifoliadas sempre

verdes e bem espaccediladas de altura irregular (entre 15 e 25m) com grupamentos de

babaccedilu (Orbygnia sp) e patauaacute (Oenocarpus bataua) principalmente nos interfluacutevios

do Terciaacuterio Nos vales de fundo chato de encharcamento constante ocorre

concentraccedilatildeo de buriti (Mauritia flexuosa) em povoamento puro

Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial

Eacute uma formaccedilatildeo arboacuterea com palmeiras que ocupa principalmente as planiacutecies e

terraccedilos dos rios Madeira Purus Coari e Tefeacute Caracteriacutestico de regiotildees inundaacuteveis

pelas cheias sazonais ecologicamente adaptado agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua

beneficiaacute-se da renovaccedilatildeo do solo decorrentes das enchentes perioacutedicas

Savana Gramiacuteneo-Lenhosa

Prevalecem nesta fisionomia quando natural os gramados entremeados por plantas

lenhosas raquiacuteticas que ocupam extensas aacutereas dominadas por hemicripitoacutefitos e que

aos poucos quando manejadas atraveacutes do fogo ou pastoreio vatildeo sendo substituiacutedas por

geoacutefitos que se distinguem por apresentarem colmos subterracircneos portanto mais

resistentes ao pisoteio do gado ao fogo

Savana Parque

Formaccedilatildeo com caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com nanofaneroacutefitos (plantas

lenhosas que vivem longos anos com suas gemas a menos de 3 m) de um mesmo

ecoacutetipo bastante espaccedilados isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas

lenhosas raquiacuteticas sobre denso tapete gramiacuteneo lenhoso de hemicriptoacutefitos (plantas

herbaacuteceas com gemas embaixo da superfiacutecie do solo ou imediatamente debaixo) e

50

cameacutefitos (plantas herbaacuteceas ou lenhosas que vivem longos anos com suas gemas acima

do solo pelo menos a 25 cm de altura)

Formaccedilotildees Pioneiras

Satildeo formaccedilotildees em fase de sucessatildeo (hidrossere) encontradas em ambientes de solos

sazonais que se situam ao longo dos rios e em locais deprimidos dos interfluacutevios

tabulares do Terciaacuterio ou dispersas no interior das florestas Densa eou Aberta As

comunidades ribeirinhas satildeo constituiacutedas de um maior nuacutemero de espeacutecies hidroacutefitas

enquanto aquelas mais distantes possuem um maior nuacutemero de espeacutecies mesoacutefitas e

higroacutefitas Os liacutequens por exemplo satildeo mais abundantes nos ambientes mais distantes

dos cursos de aacutegua Estas formaccedilotildees ocupam aacutereas de influecircncia aluvial (planiacutecies e

terraccedilos) e de influecircncia pluvial (depressotildees nos interfluacutevios)

263 Bioma Cerrado

Segundo Coutinho (2000) o Bioma Cerrado apresenta-se como um mosaico de formas

fisionocircmicas ora manifestando-se como Campo Sujo ora como Cerradatildeo ora como

Cerrado sensu strictu ou Campo Limpo Este mosaico eacute determinado pelo mosaico de

manchas de solo pouco mais pobres ou pouco menos pobres pela irregularidade dos

regimes caracteriacutesticas de queimada de cada local (frequumlecircncia eacutepoca intensidade) e

accedilatildeo humana

De um modo geral podemos distinguir dois estratos na vegetaccedilatildeo dos Cerrados o

estrato lenhoso constituiacutedo por aacutervores e arbustos e o estrato herbaacuteceo formado por

ervas e subarbustos Ambos satildeo curiosamente helioacutefilos Ao contraacuterio do caso de uma

floresta o estrato herbaacuteceo natildeo eacute formado por espeacutecies de sombra ombroacutefilas

dependentes do estrato lenhoso O sombreamento lhe faz mal prejudica seu crescimento

e desenvolvimento O adensamento da vegetaccedilatildeo lenhosa acaba por eliminar em grande

parte o estrato herbaacuteceo Por assim dizer estes dois estratos se antagonizam Por esta

razatildeo entende-se que as formas intermediaacuterias de Cerrado - Campo Sujo Campo

Cerrado e Cerrado sensu strictu ndash apresentam-se como verdadeiros ecoacutetonos onde a

vegetaccedilatildeo herbaacuteceasubarbustiva e a vegetaccedilatildeo arboacutereaarbustiva estatildeo em intensa

51

competiccedilatildeo procurando cada qual ocupar aquele espaccedilo de forma independente

individual

Como representante deste bioma foi selecionada a aacuterea do Parque Nacional de

Brasiacutelia localizado entre as coordenadas 15deg45rsquo a 15deg33rsquo S e 48deg6rsquo a 47deg50rsquo W Esta

aacuterea possui uma extensatildeo aproximada de 30 mil hectares sendo a unidade de

conservaccedilatildeo de maior destaque no Distrito Federal Tal importacircncia se deve agrave

presenccedila de inuacutemeras espeacutecies representativas da fauna e flora do bioma Cerrado

assim como importantes mananciais hiacutedricos

Segundo a carta climaacutetica do Distrito Federal a regiatildeo do Parque Nacional de Brasiacutelia

estaacute submetida a dois tipos de clima de acordo com a temperatura local (Koppen) o

Cwa tropical de altitude com temperatura do mecircs mais frio a 18degC e a meacutedia do mecircs

mais quente superior a 22degC (cotas altimeacutetricas de 1000 a 1200 m) e o Cwb tropical

de altitude com temperatura do mecircs mais frio inferior a 18degC e meacutedia do mecircs mais

quente inferior a 22degC (cotas altimeacutetricas acima de 1200 m) A ocorrecircncia de chuvas

se daacute nos meses de outubro a marccedilo com maacutexima de dezembro a agosto Entre os

meses de abril a setembro ocorre a eacutepoca seca sendo que os meses mais criacuteticos satildeo

junho e julho

Os principais tipos de solos encontrados no PNB satildeo os Latossolos Vermelho-Escuro e

Vermelho-Amarelo (cerca de 38) os Cambissolos (cerca de 22) e os Solos

Hidromoacuterficos (RAMOS 1995) Os demais grupos como Podzoacutelicos hidromoacuterficos

aparecem em trechos isolados Os Latossolos satildeo solos profundos caracterizados por

uma textura argilosa ou meacutedia porosos e bastante permeaacuteveis No Cerrado em geral o

estrato arborescente estaacute mais associado agraves aacutereas com um relevo plano a suavemente

ondulado encontrando-se fitofisionomias como Cerradatildeo Cerrado sensu strictu e o

Campo Cerrado (GUIMARAtildeES 2000) Jaacute os Cambissolos satildeo pouco desenvolvidos

com baixa fertilidade e facilmente intemperizados No PNB esse tipo de solo favorece o

desenvolvimento de fisionomias do estrato herbaacuteceo-arbustivo como as classes Campo

Limpo e Campo Sujo por exemplo Os solos hidromoacuterficos por sua vez satildeo

observados em torno de drenagens ou pequenos coacuterregos estando associados ao

afloramento do lenccedilol freaacutetico A vegetaccedilatildeo nesse solo eacute marcada principalmente pela

52

presenccedila de campos com Murunduns associada com outras classes de Cerrado tal como

Campo Limpo Campo Limpo Uacutemido e Campo Sujo

No Parque Nacional de Brasiacutelia estatildeo reunidas as principais fitofisionomias do bioma

Cerrado subdivididas em trecircs estratos vegetacionais de acordo com a classificaccedilatildeo

definida por Ribeiro e Walter (1998) Campo Limpo e Campo Sujo (estrato herbaacuteceo

arbustivo) Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu (estrato arborescente) e Mata de

Galeria (estrato arboacutereo) O Cerradatildeo classe pertencente ao estrato arboacutereo do Cerrado

natildeo eacute encontrado no parque Poreacutem segundo Ferreira (2003) eacute possiacutevel ainda se

distinguir nesse ambiente o Campo Limpo Uacutemido Campo Limpo com Murundum

Campo uacutemido Campo Cerrado com Trembleacuteias Campo Sujo com presenccedila de

Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo Mata de Interfluacutevio e Brejo As

caracteriacutesticas de algumas destas feiccedilotildees fitofisionocircmicas seguem-se abaixo Seguem-se

a definiccedilatildeo destas classes segundo SEMARH (2000)

Cerrado sensu strictu

Formaccedilatildeo savacircnica que tem como caracteriacutestica de destaque uma camada arboacuterea

descontiacutenua atingindo os 8 m de altura excepcionalmente mais alta cobrindo de 10 a

60 da superfiacutecie e um estrato herbaacuteceo-arbustivo bastante diversificado com

cobertura de ateacute 95

Campo Cerrado

Forma intermediaacuteria de vegetaccedilatildeo entre o Cerrado sensu strictu e o Campo Sujo

sendo a de maior ocorrecircncia no Distrito Federal Seu dossel atinge em meacutedia 10 de

cobertura com aacutervores de mais ou menos 3 m de altura bem espalhadas algumas

espeacutecies atingindo excepcionalmente os 10 m como a gomeira ndash Vochysia

thyrsoidea Agraves vezes ocorre alta densidade de herbaacuteceas com destaque para as

gramiacuteneas

Campo Sujo

A cobertura por arbustos e subarbustos eacute miacutenima sempre com altura inferior a 3 m

em meio agrave densa camada graminosa de ateacute 1 m Os arbustos e subarbustos tecircm caules

53

relativamente finos geralmente morrem a cada ano sendo continuamente renovados a

partir de brotaccedilotildees da base lenhosa

Campo Limpo

Forma de vegetaccedilatildeo predominantemente herbaacutecea com raros arbustos e ausecircncia

completa de aacutervores com destaque para gramiacuteneas que medem de 03 m a 1 m Os

campos usualmente se situam sobre solos arenosos rasos e duros nos quais ocorre

uma real deficiecircncia de aacutegua durante os meses secos Podem chegar a recobrir a

totalidade das chapadas arenosas topos e encostas dos morros

Campo Limpo Uacutemido

Situa-se sobre solo inclinado nas encostas dos vales Normalmente o lenccedilol freaacutetico

permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo de seca sofre um

rebaixamento em que as camadas sub-superficiais mantecircm o encharcamento do solo

Possui estrato herbaacuteceo predominantemente graminoso

Campo Limpo com Murundum

Ocorre em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo arredondadas e um

pouco mais altas com cerca de 1 a 10 m de diacircmetro por alguns deciacutemetros de altura

Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial do terreno e deposiccedilatildeo de terra por

teacutermitas recobertos por vegetaccedilatildeo de Cerrado e o solo permanentemente saturado de

aacutegua entre os murunduns

Brejo

A vegetaccedilatildeo herbaacuteceo-arbustiva das aacutereas Brejosas forma comunidades que ocupam as

planiacutecies permanentemente encharcadas sem ocorrecircncia do buriti (Mauritia flexuosa)

que frequumlentemente surge nas bordas das matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo do

Cerrado A caracteriacutestica marcante eacute o niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora

haja variaccedilotildees durante o ano No Distrito Federal ocorrem basicamente trecircs tipos de

Brejo Brejo graminoso Brejo de piuacutena (Ludwigia brachyphyla) e Brejo de taboa

(Typha dominguensis)

54

Mata de Galeria

Segundo Ribeiro e Walter (1998) consiste na vegetaccedilatildeo florestal que acompanha os

cursos drsquoaacutegua de pequeno porte dos planaltos do Brasil Central formando corredores

fechados (galeria) Geralmente localizada nos fundos dos vales ou nas cabeceiras de

drenagem natildeo apresenta caducifoacutelia durante a estaccedilatildeo seca O estrato arboacutereo varia

entre 20 a 30 m ocorrendo a superposiccedilatildeo das copas com fechamento do dossel entre

70 a 95

Os solos satildeo geralmente Cambissolos Plintossolos Podzoacutelicos Hidromoacuterficos ou

Aluviais Aleacutem disso de acordo com a composiccedilatildeo floriacutestica e caracteriacutesticas

ambientais como topografia e variaccedilatildeo na altura do lenccedilol freaacutetico ao longo do ano a

Mata de Galeria pode ser de dois subtipos Mata de Galeria natildeo inundaacutevel e Mata de

Galeria inundaacutevel (temporariamente inundada)

Mata de Interfluacutevio

Formaccedilotildees que ocorrem em lugares com umidade suficiente para um amplo

desenvolvimento vegetativo Em funccedilatildeo do tipo e principalmente da profundidade do

solo esse tipo de mata apresenta niacuteveis diferentes de caducifoacutelia A mata calcaacuteria eacute

deciacutedua e ocorre sobre a rocha calcaacuteria A semideciacutedua eacute a de ocorrecircncia mais comum

e a mata sempre-verde se desenvolve sobre solos de maior fertilidade profundidade

maior e melhores condiccedilotildees de umidade

55

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Detalhamento do fluxo de trabalho

O objetivo geral da pesquisa pressupotildee o atendimento de metas das quais depende o

sucesso do primeiro Pode-se desdobrar os objetivos em sub-etapas sucessivas de modo

a se individualizarem as atividades de trabalho (Figura 31)

Figura 31 ndash Fluxo de atividades

Assim a realizaccedilatildeo deste trabalho requer

a) Coleta e estruturaccedilatildeo dos dados

b) Anaacutelises

c) Testes de aplicaccedilatildeo

Estas etapas podem ser divididas nas seguintes atividades

a1) Coleta e estruturaccedilatildeo de dados vegetacionais foram procurados mapas de vegetaccedilatildeo

natural nos biomas estudados selecionando-se as aacutereas de estudo em funccedilatildeo dos

mapeamentos disponiacuteveis Encontrados em formato digital os mapas demandaram um

56

esforccedilo de preacute-processamento para o armazenamento compatiacutevel com as especificaccedilotildees

dos dados topograacuteficos

a2) Obtenccedilatildeo dos dados topograacuteficos os dados SRTM das aacutereas selecionadas foram

processados para sua derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas estruturadas em planos

de informaccedilatildeo compatiacuteveis com os dados de vegetaccedilatildeo

b1) Apreciaccedilatildeo dos dados os dados foram confeccionados para observaccedilatildeo conjunta

aos mapas de vegetaccedilatildeo mapas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas cujas distribuiccedilotildees

foram observadas em histogramas das diferentes aacutereas em cada classe de vegetaccedilatildeo

b2) Anaacutelises estatiacutesticas as anaacutelises estatiacutesticas tabulares foram empregadas fora do

ambiente de SIG (Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica) Para avaliar as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas como preditoras dos diferentes tipos vegetacionais foram aplicadas

anaacutelises discriminantes

c) Testes de aplicaccedilatildeo baseado nos resultados das etapas anteriores uma seacuterie de

processamentos foi aplicada aos planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrica para avaliaccedilatildeo

de seu potencial no mapeamento da vegetaccedilatildeo

32 Recursos

321 As aacutereas de estudo

Tendo em vista os objetivos da pesquisa buscou-se selecionar aacutereas com diversidade

topograacutefica e vegetacional e que dispusessem de mapeamento da vegetaccedilatildeo Assim

foram aventadas potenciais aacutereas de estudo em diferentes biomas (Figura 32)

A seleccedilatildeo definitiva das aacutereas foi feita apoacutes uma avaliaccedilatildeo dos mapas encontrados em

que se buscaram as condiccedilotildees de escala (geomeacutetrica e temaacutetica) e confiabilidade mais

adequadas para esta pesquisa Diante disso a Reserva Particular do Patrimocircnio Natural

de Serra das Almas (PiauiacuteCearaacute) foi selecionada como representante do Bioma

Caatinga o Parque Nacional de Brasiacutelia (Brasiacutelia) como representante do Cerrado o

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (Amazocircnia) e a Microbacia do Igarapeacute Asu

(Amazocircnia) como representantes da Floresta Amazocircnica Com uma aacuterea relativamente

57

pequena e com feiccedilotildees distintas do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos esta

microbacia foi selecionada para observar os efeitos da topografia no estabelecimento da

vegetaccedilatildeo em escala detalhada A descriccedilatildeo da vegetaccedilatildeo de cada uma destas aacutereas bem

como das principais caracteriacutesticas biofiacutesicas do terreno que as abriga encontram-se no

item 24

Figura 32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo

FONTE Mapa dos Biomas Brasileiros IBGE - 2003

322 Dados de vegetaccedilatildeo

Os dados de vegetaccedilatildeo se referem aos seguintes mapeamentos

a) Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas - mapa da

vegetaccedilatildeo na escala de 1100000 de Carvalho e Pinheiro-Juacutenior (2004) obtido

pela identificaccedilatildeo de cada classe vegetacional nas imagens orbitais TMLandsat

atraveacutes de uma abordagem integrada usando o processo de classificaccedilatildeo por

58

segmentaccedilatildeo por regiotildees interpretaccedilatildeo visual e caracterizaccedilatildeo

floriacutesticofisionocircmica em campo As classes temaacuteticas que natildeo puderam ser

identificadas no campo e que apresentaram padrotildees individualizados nas imagens

orbitais receberam uma denominaccedilatildeo diferenciadora como Complexos vegetais

b) Parque Nacional de Brasiacutelia ndash mapa de vegetaccedilatildeo na escala de 110000 de

Ferreira (2003) gerado a partir da atualizaccedilatildeo de um mapa de vegetaccedilatildeo preacute-

existente Esta atualizaccedilatildeo foi feita a partir da aplicaccedilatildeo de um modelo linear de

mistura sobre uma cena do ETM+Landsat e emprego de cenas IKONOS II de

porccedilotildees da parte leste e oeste da aacuterea

c) Microbacia do Igarapeacute Asu mapa de vegetaccedilatildeo em escala 110000 foi fornecido

pelo grupo de pesquisa Biodiversidade ndash Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico

coordenado por Jasen Zunon (INPA) Para a construccedilatildeo do mapa de vegetaccedilatildeo

foi utilizada a imagem TMLandsat As aacutereas dos platocircs com as cotas mais altas

(cotas acima de 61 m) e mais baixas (cotas de 0 a 60 m) foram extraiacutedas das

imagens do SRTM Ressalta-se que para extrair as aacutereas de baixios foi utilizada

a camada da hidrografia do IBGE utilizando-se uma zona (buffer) de 50 m para

cada lado dos igarapeacutes

d) Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos mapa de vegetaccedilatildeo em escala de

1250000 do RADAMBRASIL (1981) digitalizados pelo SIPAM (Sistema de

Proteccedilatildeo da Amazocircnia)

323 Dados topograacuteficos

Os dados topograacuteficos provieram de experimentos e testes em torno da construccedilatildeo de

banco de dados geomorfomeacutetricos (TOPODATA ndash VALERIANO 2005) Conforme os

procedimentos estabelecidos nesta iniciativa os dados SRTM das aacutereas selecionadas

foram refinados de 3rdquo para 1rdquo com krigagem (VALERIANO 2004) e em seguida

derivados em variaacuteveis geomorfomeacutetricas atraveacutes de diferentes operaccedilotildees de vizinhanccedila

(VALERIANO et al 2006) Os dados SRTM usados correspondem agravequeles

originalmente disponibilizados para a Ameacuterica do Sul em meados de 2003 conhecidos

como ldquoversatildeo 1rdquo Os procedimentos adotados natildeo alteram as especificaccedilotildees

59

cartograacuteficas dos dados originais coordenadas em latitudelongitude natildeo-projetadas

Como resultados foram obtidos os planos de informaccedilatildeo de declividade orientaccedilatildeo de

vertentes curvatura vertical e curvatura horizontal aleacutem da proacutepria elevaccedilatildeo para cada

aacuterea de estudo

324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados

Os principais programas utilizados no trabalho foi o Idrisi versatildeo 20 (EASTMAN

1995) para geoprocessamento e o Statistic 60 para as anaacutelises estatiacutesticas Enquanto o

cerne do geoprocessamento foi conduzido em Idrisi outros SIGs se fizeram necessaacuterios

para o preacute-processamento sobretudo durante a compatibilizaccedilatildeo das diferentes fontes de

dados de vegetaccedilatildeo

33 Procedimentos

331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados

Apoacutes a seleccedilatildeo dos mapas de vegetaccedilatildeo dentro dos requisitos necessaacuterios foi feita a

migraccedilatildeo e a compatiblizaccedilatildeo destes dados com os dados geomorfomeacutetricos Este passo

foi feito atraveacutes de operaccedilotildees de exportaccedilatildeo e importaccedilatildeo de imagem (raster) entre os

diferentes SIGs em funccedilatildeo das diferentes modalidades de conversatildeo requeridas e das

diferentes possibilidades de cada SIG Apoacutes todo o trabalho de conversotildees os dados

foram definitivamente armazenados em Idrisi onde foram realizadas as manipulaccedilotildees

finais de preparo (geometria resoluccedilatildeo e posicionamento) assim como todo o

processamento a partir de entatildeo A estrutura definitiva de armazenamento dos dados em

cada aacuterea de estudo estaacute especificada na Tabela 31

Tabela 31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados

Aacuterea xmiacuten (o) ymiacuten (o) xmaacutex (o) ymaacutex (o) nocol nolin

RPPNA 40deg48rsquo29rdquo 5deg0rsquo31rdquo 41deg11rsquo58rdquo 5deg17rsquo1rdquo 1410 990

MIA 60deg17rsquo6rdquo 2deg38rsquo24rdquo 60deg10rsquo26rdquo 2deg34rsquo5rdquo 400 259

PNCA 66deg 8deg 63deg 7deg 10800 3600

PNB 48deg6rsquo37rdquo 15deg45rsquo5rdquo 47deg50rsquo26rdquo 15deg33rsquo24rdquo 971 867

() ndash resoluccedilatildeo de 1rdquo ou 0000277778ordm (aproximadamente 30 m)

60

Foi feita uma amostragem das variaacuteveis por classe vegetacional atraveacutes de programas de

lote (macro) em SIG As amostras foram extraiacutedas em esquema aleatoacuterio estratificado

Para cada classe foram escolhidos aproximadamente 50 pontos pois devido a limitaccedilotildees

do software natildeo foi possiacutevel coletar exatos 50 pontos em alguns casos O painel

amostral assim formado foi aplicado em cada uma das variaacuteveis para extraccedilatildeo de

amostragens uniformes entre as diferentes classes mapeadas Os dados amostrados

foram pareados em planilhas de acordo com sua posiccedilatildeo geograacutefica e o conteuacutedo destas

planilhas submetido agraves anaacutelises estatiacutesticas

332 Anaacutelise dos resultados

Os planos de informaccedilatildeo armazenados foram editados na forma de mapas

uniformizados para uma visualizaccedilatildeo conjunta dos dados de vegetaccedilatildeo e

geomorfomeacutetricos Este processo deu suporte a observaccedilotildees gerais como a distribuiccedilatildeo

de aacuterea entre as classes de vegetaccedilatildeo sua associaccedilatildeo com o relevo aleacutem de possiacuteveis

semelhanccedilas e associaccedilotildees entre diferentes classes Uma observaccedilatildeo mais acurada das

condiccedilotildees topograacuteficas vigentes sob cada tipo de vegetaccedilatildeo foi feita com histogramas

Foram elaborados histogramas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro da aacuterea de cada

classe de vegetaccedilatildeo buscando-se identificar grupos de classes de comportamento

semelhantes e variaacuteveis de maior poder indicativo dos mesmos

A separabilidade estatiacutestica das classes de vegetaccedilatildeo com base nas variaacuteveis

geomorfomeacutetricas foi avaliada atraveacutes de anaacutelises discriminantes A aplicaccedilatildeo das

anaacutelises aos dados fitofisionocircmicos foi feita apoacutes agrupar classes de vegetaccedilatildeo com

semelhantes estruturas vegetacionais que no mapa de referecircncia estavam muito

particularizadas Estas anaacutelises foram aplicadas tambeacutem dentro dos grupos

vegetacionais formados por mais de duas subfisionomias com o intuito de testar a

hipoacutetese segundo a qual as variaacuteveis geomorfomeacutetricas seriam preditoras algumas

vezes das subfisionomias vegetais Para melhorar a linearidade dos dados estes foram

logaritmizados e posteriormente padronizados

61

333 Processamentos experimentais

Com vistas a uma avaliaccedilatildeo do potencial de aplicaccedilatildeo dos dados geomorfomeacutetricos no

mapeamento da vegetaccedilatildeo foram realizadas algumas manipulaccedilotildees sobre os planos de

informaccedilatildeo Embora este processamento fosse aqui direcionado agrave formaccedilatildeo de mapas

(experimentais) de vegetaccedilatildeo conveacutem lembrar que tal procedimento natildeo estaacute aventado

entre as formas de aplicaccedilatildeo da presente pesquisa Ao contraacuterio propotildee-se que a

aplicaccedilatildeo dos dados gemorfomeacutetricos seja feita em complementaridade agraves fontes

tradicionalmente utilizadas no mapeamento da vegetaccedilatildeo

Os processamentos experimentados (essencialmente classificaccedilotildees) tiveram como base

as observaccedilotildees gerais e os resultados das anaacutelises estatiacutesticas

As anaacutelises discriminantes aplicadas sobre as classes vegetacionais reagrupadas e

tambeacutem dentro dos grupos que incluiacuteam mais de duas subfisionomias indicaram quais

eram as variaacuteveis geomorfomeacutetricas de maior peso na separaccedilatildeo dos grupos bem como

quais desses grupos melhor se separavam entre si A partir das primeiras funccedilotildees

discriminantes nas quais a maior parte da variaccedilatildeo dos dados se concentrava foram

geradas imagens A avaliaccedilatildeo dessas imagens e dos graacuteficos das funccedilotildees discriminantes

permitiu que os mapas baseados nas primeiras funccedilotildees fossem gerados a partir de

classificaccedilotildees por Fatiamentos Esses resultados foram editados em mapas

experimentais para comparaccedilatildeo com os dados de vegetaccedilatildeo agrupados sob as novas

classes

Para avaliar o potencial de aplicaccedilatildeo dos dados topograacuteficos no mapeamento da

vegetaccedilatildeo estes foram aplicados em testes de classificaccedilatildeo com recursos baacutesicos de

processamento de imagens Para tanto foi necessaacuterio que os dados estivessem na

estrutura tiacutepica das imagens de sateacutelite (bytebinaacuterio) Para isso foi feito um re-

escalonamento das variaacuteveis para o intervalo de 0 a 255 (o Idrisi 20 exige que o dado

esteja nesse formato para a realizaccedilatildeo das classificaccedilotildees) o que exigiu a seleccedilatildeo de

valores extremos para cada variaacutevel Para que o re-escalonamento das variaacuteveis fosse

consistente sob diferentes condiccedilotildees de relevo os valores extremos foram tomados apoacutes

observaccedilatildeo de 12 folhas 1250000 do Brasil escolhidas pela presenccedila de relevos

62

contrastantes entre as aacutereas jaacute preparadas no TOPODATA Essas folhas que englobam

terrenos que variam desde escarpas da Serra da Mantiqueira ateacute os relevos deprimidos

do Pantanal Matogrossense e da Ilha do Marajoacute foram analisadas pelos histogramas de

cada variaacutevel procurando-se os valores extremos de suas distribuiccedilotildees Os maacuteximos e

miacutenimos foram tomados nos valores em que cada curva de distribuiccedilatildeo indicasse a

frequumlecircncia de 1 da frequumlecircncia maacutexima independentemente da ocorrecircncia de valores

fora desse intervalo Os valores de declividade foram convertidos de porcentagem para

graus antes desta transformaccedilatildeo para que a variaacutevel mantivesse proporcionalidade

uniforme no intervalo de 0ordm a 39ordm A orientaccedilatildeo de vertentes originalmente uma

variaacutevel circular foi desdobrada nas componentes lineares cosseno (ldquoo quatildeo para norte

se orientardquo) e seno (ldquoo quatildeo para lesterdquo) e ambas transformadas para byte binaacuterio no

intervalo de -1 a +1 A curvatura vertical foi transformada no intervalo de -0155ordmm a

+0155ordmm e a curvatura horizontal -21 ordmm a +21 ordmm A elevaccedilatildeo constitui-se uma

exceccedilatildeo a essa padronizaccedilatildeo e foi transformada usando-se os limites observados

localmente Estas transformaccedilotildees foram feitas essencialmente atraveacutes da operaccedilatildeo de

realce de contraste (stretch)

Uma vez que este estudo se ateve ao potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos os

testes de classificaccedilatildeo apresentados - maacutexima verossimilhanccedila (MaxVer) Cluster e

Fatiamentos - foram aplicados de modo expedito atraveacutes dos recursos disponiacuteveis no

SIG Ressalta-se que o Fatiamento foi feito com base na anaacutelise de histogramas

verificando pontos onde as classes melhor se separavam

63

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

O presente capiacutetulo apresenta os resultados em trecircs partes principais Na primeira parte

os dados preparados para o estudo satildeo apresentados em mapas padronizados para sua

observaccedilatildeo conjunta Em seguida satildeo apresentados os resultados das anaacutelises a que se

submeteram estes dados atraveacutes de tabelas e plotagens dos resultados Por fim

apresenta-se um conjunto de resultados experimentais produto de manipulaccedilotildees sobre

os planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrico associado agrave avaliaccedilatildeo de cada mapa

produzido

41 Apreciaccedilatildeo dos dados

A apreciaccedilatildeo inicial dos dados consistiu na anaacutelise visual das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas e do mapa de vegetaccedilatildeo obtidos para cada aacuterea em estudo (Figuras

41 a 44) Nas legendas destas figuras podem-se observar as faixas de amplitude

numeacuterica dos dados topograacuteficos A RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas) apresentou a maior amplitude altimeacutetrica variando de 180

a 770 m dentro de um intervalo de 590 m enquanto as demais aacutereas apresentaram

menor variaccedilatildeo altimeacutetrica sendo seu intervalo de apenas 97 m para cada aacuterea A

RPPNSA apresenta tambeacutem a maior amplitude de declividade e de curvatura vertical

Com declividade variando de 0 a 98 e curvatura vertical variando na ordem de 029 a

RPPNSA contrasta com as demais aacutereas cujas amplitudes das referidas variaacuteveis satildeo

bem menores A declividade das demais aacutereas varia em torno de 30 enquanto a

variaccedilatildeo da curvatura vertical estaacute na ordem de 006 008 e 005 representando a MIA

(Microbacia do Igarapeacute Asu) o PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e o

PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) respectivamente Assim as anaacutelises exploratoacuterias

indicaram que a maior diferenciaccedilatildeo geomorfomeacutetrica dentro de cada variaacutevel ocorreu

na RPPNSA

Na aacuterea da RPPNSA (Figura 41) jaacute foi possiacutevel verificar a correspondecircncia entre

determinados padrotildees topograacuteficos e algumas classes de vegetaccedilatildeo especialmente entre

a classe S_F e a declividade entre a classe S_A e as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e

64

curvatura vertical e entre a classe S_H e as variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente e curvatura

horizontal sendo indicada levemente pelas variaacuteveis declividade e elevaccedilatildeo

Figura 41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra

das Almas) e seu mapa de vegetaccedilatildeo com as classes S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B

(Complexo Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-

arbustivo) S_E (Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H

(Complexo Galeria) e S_I (Mata Seca)

Na MIA (Figura 42) tambeacutem se niacutetida heterogeneidade do terreno dentro das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas com certas variaccedilotildees comparaacuteveis agraves classes vegetacionais Desse

modo as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e curvatura vertical mostraram-se indicativas

das classes I_B e I_C enquanto a classe I_A foi sugerida apenas pela orientaccedilatildeo de

vertente e curvatura horizontal Assim de maneira geral as variaacuteveis morfomeacutetricas

ilustraram boas evidecircncias da ocorrecircncia de cada classe vegetacional Ressalta-se que

65

dentre todas as aacutereas estudadas a MIA exibe a menor amplitude de declividade

variando de 0 a 23 e tambeacutem uma das menores amplitudes de curvatura vertical

perdendo apenas para o PNB

Figura 42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA (Microbacia do Igarapeacute Asu) e seu mapa de

vegetaccedilatildeo com as classes I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C

(Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

O PNCA (Figura 43) apresentou um terreno mais homogecircneo (devido agrave ruiacutedos) quanto

agraves variaacuteveis curvatura horizontal e curvatura vertical mostrando ligeira tendecircncia de

regionalizaccedilatildeo nas demais variaacuteveis especialmente na variaacutevel elevaccedilatildeo Esta uacuteltima

permite uma clara distinccedilatildeo entre as classes A_A e A_C O PNB (Figura 44)

demonstrou pouca variaccedilatildeo topograacutefica entre as variaacuteveis Nesta aacuterea apenas a classe

B_A foi indicada de modo inequiacutevoco poreacutem foi evidenciada em todas as variaacuteveis

morfomeacutetricas

66

Os mapas de vegetaccedilatildeo utilizados apresentam diferentes niacuteveis de detalhamento

temaacutetico de acordo com as diferentes escalas de mapeamento e as metodologias de

levantamento

Figura 43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e seu mapa

de vegetaccedilatildeo com as classes A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B

(Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa

Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente)

A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras

com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e

A_J (Savana Parque sem floresta-de-galeria)

O mapa de vegetaccedilatildeo da RPPNSA (escala 1100000) apresenta uma boa precisatildeo e

detalhamento floriacutestico uma vez que contou tambeacutem com a caracterizaccedilatildeo

floristicofisionocircmica em campo para sua construccedilatildeo O PNB (escala 110000) tambeacutem

apresenta um bom detalhamento sendo produto do refinamento do mapa de vegetaccedilatildeo

67

jaacute existente se utilizando de imagens IKONOS II para algumas cenas e tambeacutem do

Modelo Linear de Mistura Em contraste as aacutereas referentes ao bioma Amazocircnia natildeo

apresentam mapas de vegetaccedilatildeo tatildeo detalhados sendo o da MIA (escala 110000) e o

do PNCA (1250000) construiacutedos utilizando apenas imagens orbitais sem um

levantamento floriacutestico em campo mais rigoroso

As consideraccedilotildees feitas acima referentes aos dois uacuteltimos mapas sugerem a necessidade

de refinamento dos mapas representantes do bioma Amazocircnia atraveacutes de levantamentos

em campo mais completos e tambeacutem pelo aperfeiccediloamento e desenvolvimento de novos

meacutetodos aplicaacuteveis ao mapeamento deste tipo de fisionomia vegetal

Figura 44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) e seu mapa de vegetaccedilatildeo

com as classes B_A (Mata Galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado)

B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H

(Mata de Interfluacutevio) B_I (Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L

(Campo Limpo com Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora

ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo

68

A distribuiccedilatildeo numeacuterica e a amplitude dos dados geomorfomeacutetricos puderam ser

observadas em histogramas os quais propiciaram uma caracterizaccedilatildeo geomorfomeacutetrica

das aacutereas de estudo bem como para cada classe de vegetaccedilatildeo de cada aacuterea de estudo

(Figuras 45 a 48)

A Figura 45 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo da RPPNSA em comparaccedilatildeo com toda sua aacuterea Verificando a aacuterea total

observa-se que a elevaccedilatildeo varia entre 180 a 770 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o

maior pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em

torno de 98 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores

baixos A direccedilatildeo de suas vertentes tambeacutem apresenta distribuiccedilatildeo bimodal A simetria

da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal e curvatura vertical indicaram o equiliacutebrio entre

terrenos convergentes e divergentes e entre terrenos cocircncavos e convexos

respectivamente

A distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias para cada classe de vegetaccedilatildeo e a RPPNSA revela as

preferecircncias de cada tipo vegetacional a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A

Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de elevaccedilatildeo

em torno de 248 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da aacuterea em

questatildeo assim como o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) A distribuiccedilatildeo da

declividade revela que a vegetaccedilatildeo se concentra em aacutereas com declividades mais baixas

proacuteximas a 8 (terreno ondulado) comportamento semelhante agraves classes de vegetaccedilatildeo

S_C S_D S_G e S_H Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia

voltadas ao norte e nordeste e haacute um equiliacutebrio entre terrenos convergentes e

divergentes (curvatura horizontal) comparaacutevel as classes S_B S_C S_D S_E S_F

S_G e S_I Quanto agrave curvatura vertical esta tambeacutem apresenta um equiliacutebrio entre aacutereas

cocircncavas e convexas como as classes S_C S_D S_E S_G e S_I

O Complexo Arboacutereo (S_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em

torno de 282 m apresentando uma distribuiccedilatildeo mais platicuacutertica de comportamento

semelhante agrave classe S_F A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo eacute

menos tolerante a declividades baixas jaacute que os valores altos ocorrem em maior

frequumlecircncia e em torno de 24 (terreno forte ondulado) Tambeacutem relativo a esta classe

69

as vertentes estatildeo voltadas agrave norte e noroeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por

terrenos cocircncavos (curvatura vertical)

A Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) apresenta dois picos de elevaccedilatildeo relativamente

proacuteximos em torno de 248 e 316 m Suas vertentes estatildeo concentradas mais ao norte e

noroeste sem quase nenhuma ocorrecircncia de vertentes agrave leste e sul

Figura 45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da

RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas) em totalidade e

de suas classes de vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo

Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E

(Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria)

e S_I (Mata Seca)

Para o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) a distribuiccedilatildeo de vertentes indica que estatildeo

predominantemente voltadas para oeste

70

A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Caatinga Arboacuterea (S_E) indicam uma forma

bimodal sendo sua frequumlecircncia distribuiacuteda com picos em torno de 282 e 384 m A

distribuiccedilatildeo da declividade localiza-se entre 0 e 49 com maior frequumlecircncia em 8

(terreno suave ondulado a ondulado)

A Caatinga Florestada (S_F) apresenta uma declividade com distribuiccedilatildeo mais ou

menos uniforme possuindo seu maacuteximo valor em torno de 49 (terreno montanhoso)

Possui uma maior concentraccedilatildeo de suas vertentes a nordeste decaindo sua frequumlecircncia na

direccedilatildeo norte Haacute ligeira preferecircncia por terrenos cocircncavos (curvatura vertical)

O Carrasco (S_G) possui sua elevaccedilatildeo distribuiacuteda entre 316 e 770 m apresentando

distribuiccedilatildeo bimodal com dois estratos altimeacutetricos o mais baixo em torno de 385 m e o

mais alto em torno de 508 m Suas vertentes predominam agrave sudoeste e noroeste com

menor frequumlecircncia agrave nordeste

No Complexo Galeria (S_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta um aspecto denteada

ocorrendo principalmente em ambientes com elevaccedilatildeo em torno de 248 m Destaca-se a

preferecircncia por terrenos com vertentes direcionadas ao nordeste e com menor

frequumlecircncia agrave sudoeste e noroeste Haacute uma clara preferecircncia por terrenos convergentes

(curvatura horizontal) e cocircncavos (curvatura vertical)

A Mata Seca (S_I) exibe preferecircncia por altitudes em torno de 610 m com sua

distribuiccedilatildeo correspondendo ao estrato mais elevado da RPPNA Tambeacutem

comparativamente agrave RPPNA pode-se destacar uma distribuiccedilatildeo mais ou menos

homogecircnea quanto agrave orientaccedilatildeo de vertentes aliado a uma equiliacutebrio entre terrenos

convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e entre aacutereas cocircncavas e convexas

(curvatura vertical)

A Figura 46 ilustra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total da MIA Observando a microbacia como

um todo verifica-se que a altitude varia entre 29 e 126 m com distribuiccedilatildeo bimodal o

que indica a existecircncia de dois estratos altimeacutetricos A sua declividade maacutexima estaacute em

torno de 23 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores

baixos A direccedilatildeo de suas vertentes apresenta-se distribuiacuteda de modo relativamente

71

homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre

terrenos convergentes e divergentes uma situaccedilatildeo tiacutepica quando se analisa uma

microbacia por inteiro A assimetria da distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica a

predominacircncia territorial de terrenos convexos

Figura 46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA

(Microbacia do Igarapeacute Asu) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de

Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e a microbacia satildeo

indicadores de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A

Floresta de Baixio (I_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno

de 53 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da microbacia A

distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra menos tolerante a

declividades mais altas jaacute que ocorrem valores altos em menor frequumlecircncia do que na

microbacia Tambeacutem relativo agrave microbacia destaca-se uma clara preferecircncia por

terrenos convergentes (curvatura horizontal) e em menor grau por aacutereas cocircncavas

(curvatura vertical)

A Floresta de Platocirc Alto (I_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em

torno de 114 m ocupando preferecircncialmente o estrato altimeacutetrico superior Em

contraposiccedilatildeo agrave Floresta de Baixio demonstram maior adaptaccedilatildeo a terrenos divergentes

e aacutereas convexas

A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Floresta de Platocirc Baixo com campinarana

(I_C) indica que esta ocupa uma posiccedilatildeo intermediaacuteria com ligeira restriccedilatildeo no estrato

72

superior da microbacia com maior frequumlecircncia entre 61 e 93 m A semelhanccedila das

distribuiccedilotildees de declividade com a microbacia mostra que sua ocorrecircncia independe

desta variaacutevel assim como a curvatura horizontal Embora a curvatura vertical natildeo

tenha se mostrado uma restriccedilatildeo a sua ocorrecircncia o estreitamento de sua distribuiccedilatildeo

em torno de 0ordmm indica sua ligeira preferecircncia a terrenos retiliacuteneos em relaccedilatildeo a

cocircncavos e convexos

A Figura 47 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNCA Verificando a aacuterea total

observa-se que altitude varia entre 30 e 127 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o maior

pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em torno de

37 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A

direccedilatildeo de suas vertentes tem um caraacuteter homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da

curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes A

distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica tambeacutem um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e

convexos

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo do PNCA satildeo indicadores

de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Floresta

Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras (A_A) ocorre com maior frequumlecircncia em

regiotildees de altitudes em torno 68 e de 86 m

A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra pouco tolerante a

declividades altas se concentrando em aacutereas com declividades mais baixas proacuteximas a

3 (plano) apresentando comportamento semelhante agraves demais classes de vegetaccedilatildeo

Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia voltadas agrave norte e haacute um

equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e terrenos

cocircncavos e convexos (curvatura vertical) similar agraves demais classes de vegetaccedilatildeo

A Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras (A_B) ocorrem com maior

frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 88 m A direccedilatildeo de suas vertentes tem

um caraacuteter homogecircneo assim como as classes A_C A_D e A_H

73

A Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) possui distribuiccedilatildeo

altimeacutetrica em torno 68 m Ao passo que Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas

Dossel emergente (A_D) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em

torno de 107m e o mais baixo em torno de 88 m

Figura 47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA

(Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo

A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B (Floresta Ombroacutefila Aberta

Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente)

A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

herbaacutecea) A_I (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana Parque

sem floresta-de-galeria )

74

A Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (A_E) possui altitude em

torno de 115 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva

(A_F) em torno de 58 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva com palmeiras (A_G) em torno de 83 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea (A_H) em torno de 56 m Savana Gramiacuteneo-Lenhosa

sem floresta-de-galeria (A_I) em torno de 80 m e Savana Parque sem floresta-de-

galeria (A_J) em torno de 56 a 72 m

A Figura 48 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNB Verificando a aacuterea total

observa-se uma distribuiccedilatildeo bimodal com o maior pico em valores em torno de 1140 e

1280 m A sua declividade maacutexima estaacute em torno de 31 (terreno forte ondulado) com

uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A direccedilatildeo de suas

vertentes apresenta distribuiccedilatildeo bem variaacutevel A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura

horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes e terrenos

cocircncavos e convexos respectivamente

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e o PNB satildeo indicadores de

sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Mata galeria

(B_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1048 e 1096

m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e

14 com pico em torno de 4 sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em

ambientes planos a suave ondulados comportamento similar ao da classe E Aliado a

isso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia direcionadas agrave nordeste e sudoeste

Destaca-se nesta classe uma clara preferecircncia por terrenos convergentes (curvatura

horizontal) e por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical) assim como na classe B_G

O Cerrado sensu strictu (B_B) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto

em torno de 1097 m e o mais baixo em torno de 1194 m A distribuiccedilatildeo da declividade

mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e 7 com pico em torno de 4

sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave

ondulados similar agraves classes B_C B_D e B_G Suas vertentes distribuiacutedas de modo

mais ou menos homogecircneo apresentando uma menor concentraccedilatildeo de vertentes

75

voltadas agrave nordeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por terrenos convergentes

(curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e convexos (curvatura

vertical)

Figura 48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB

(Parque Nacional de Brasilia) em sua totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo B_A (Mata

galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E

(Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I

(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L (Campo Limpo com

Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela

de emardquo

O Campo Cerrado (B_C) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica abrangendo todo o intervalo de

valores assim como as classes B_D e B_E poreacutem estas uacuteltimas possuem valores mais

76

altos em torno de 1244 e 1097 m respectivamente ao passo que a primeira eacute em torno

de 1285 m A maioria de suas vertentes estatildeo voltadas agrave sudeste Pode-se tambeacutem

observar que haacute um niacutetido equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes

(curvatura horizontal) e terrenos cocircncavos e convexos (curvatura vertical) assim como

em B_D e B_E Entretanto esta uacuteltima apresenta uma maior distribuiccedilatildeo entre seus

terrenos cocircncavos convexos

A distribuiccedilatildeo de vertentes para o Campo Sujo (B_D) indica uma predominacircncia das

direcionadas ao sudeste e sul Ao passo que a maior parte das vertentes do Campo

Limpo (B_E) estatildeo voltadas para o nordeste e sudoeste

O Campo Limpo Uacutemido (B_F) apresenta sua altimetria restrita a uma pequena faixa em

torno de 1234 m Sua declividade tambeacutem estaacute restrita a aproximadamente 3 (plano e

suave ondulado) Todas as suas vertentes estatildeo voltadas para o norte Haacute uma niacutetida

preferecircncia por terrenos planares (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)

O Brejo (B_G) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica multimodal Suas vertentes predominam agrave

nordeste e sudeste

Na Mata de Interfluacutevio (B_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta dois estratos de

distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em torno de 1097 m sendo a distribuiccedilatildeo concentrada

entre 1073 e 1147 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo

concentrado entre 0 e 18 com pico em torno de 10 sendo portanto este tipo de

vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes ondulados Destaca-se a preferecircncia por terrenos

com vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos

(curvatura horizontal) e em menor grau cocircncavos (curvatura vertical)

O Reflorestamento (B_I) ocorre de modo restrito a regiotildees de altitudes em torno de

1097 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra uma concentraccedilatildeo em torno de 4 sendo

portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave ondulados

Haacute uma concentraccedilatildeo de vertentes orientadas a nordeste aliado a uma clara

predominacircncia de terrenos planos (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)

77

No Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute trimodal

apresentando o maior pico em torno de 1219 m A distribuiccedilatildeo da declividade em B_J eacute

semelhante a B_L com pico em torno de 4 Destaca-se a preferecircncia por terrenos com

vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos (curvatura

horizontal) e terrenos retiliacuteneos (curvatura vertical) embora exista certo equiliacutebrio entre

terrenos que ocorrem com menor frequumlecircncia os cocircncavos e convexos

No Campo Limpo com Murundum (B_L) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute bimodal Destaca-

se a preferecircncia por terrenos com vertentes voltadas ao norte nordeste e sudeste Haacute

predominacircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos

cocircncavos e convexos estes mais bem distribuiacutedos dentro desta classe do que nas demais

classes

A classe Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de

emardquo (B_M) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1097 m

A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra tolerante distribuiacuteda

por todo espectro desta classe apresentando uma distribuiccedilatildeo mais ou menos

platicuacutertica Existe uma clara preferecircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) por

aacutereas convexas e em menor grau por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical)

Da observaccedilatildeo conjunta dos histogramas de todas as aacutereas verifica-se que as

preferecircncias ecofisioloacutegicas das diferentes classes de vegetaccedilatildeo quando expressas

estatildeo representadas pela concentraccedilatildeo de frequumlecircncia das variaacuteveis geomorfomeacutetricas

Entretanto mesmo entre as classes de maior contraste geomorfomeacutetrico as distribuiccedilotildees

apresentam amplitudes sobrepostas com raros casos de condiccedilotildees excludentes

42 Anaacutelises discriminantes

As anaacutelises estatiacutesticas foram empregadas diante do agrupamento de classes

vegetacionais segundo a estrutura de sua vegetaccedilatildeo Assim foram gerados novos mapas

de vegetaccedilatildeo referecircncia

Para a RPPNSA a anaacutelise discriminante entre os grupos vegetacionais Complexo

Arboacutereo arbustiva (Classes agrupadas Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga

78

Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D)) Complexo Arboacutereo

(Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B) Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga

Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata Seca mostrou uma significativa

separaccedilatildeo entre tais grupos considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilks Lambda=

020056 F (201437)=44781 plt00000) O Wilks Lambda geral (que consta no tiacutetulo

das Tabelas) eacute um paracircmetro que varia de 0 (maior poder de discriminaccedilatildeo) a 1 (menor

poder de discriminaccedilatildeo) Os Wilks Lambda parciais observados nos sumaacuterios das

anaacutelises das funccedilotildees discriminantes de cada aacuterea (no corpo das Tabelas) indicam por

sua vez a participaccedilatildeo de cada variaacutevel na reduccedilatildeo do Wilks Lambda geral Ressalta-se

aqui que esses paracircmetros apresentam relaccedilatildeo numeacuterica inversa o WL geral desejaacutevel

eacute o menor possiacutevel enquanto que as variaacuteveis de maior influecircncia satildeo identificadas

pelos maiores valores de Wilks Lambda parcial Desse modo eacute gerado o melhor

modelo baseado natildeo apenas no p-valor mas tambeacutem por meio da avaliaccedilatildeo dos outros

paracircmetros como ilustrado na Tabela 41 Diante disso as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h)

declividade (G) curvatura vertical (kv) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal

(kh) foram consideradas importantes na discriminaccedilatildeo entre as classes de vegetaccedilatildeo e

assim incluiacutedas em todas as funccedilotildees discriminantes independentemente do respectivo

p-valor (Tabela 41)

Tabela 41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (5

grupos) Wilks Lambda 020056 F (201437)=44781 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0663747 0302162 2500011 0000000 0922217 0077783

G 0259549 0772724 318389 0000000 0861859 0138141

kv 0208862 0960247 44814 0001474 0834870 0165130

A 0203935 0983449 18218 0123577 0988884 0011116

kh 0202481 0990507 10374 0387468 0900033 0099967

Observando a distacircncia entre os centroacuteides distacircncia de Mahalanobis dos grupos no

espaccedilo discriminante (Tabela 42) verificou-se que os grupos mais distantes entre si

foram a Mata Seca e o Complexo Arboacutereo-arbustivo (2244425) e os mais proacuteximos

foram Mata Seca e Carrasco (154077) Esta proximidade foi refletida na consideraacutevel

79

sobreposiccedilatildeo entre seus escores (Figura 49) uma vez que ambos os tipos de vegetaccedilatildeo

ocupam relevos planos e suave ondulados em altitudes em torno de 600 m Ressalta-se

que tambeacutem apresentam semelhanccedilas quanto ao comportamento caducifoacutelio com

indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveisTodas as distacircncias foram

significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem ser capazes de

discriminar todas as fisionomias vegetais consideradas na anaacutelise

Tabela 42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Reserva Particular

do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

CA arbustivo Carboacutereo Carrasco Cgaleria Mata Seca

CA arbustivo 000000 5952712 1351015 232019 2244425

Carboacutereo 0000000 471739 202914 790304

Carrasco 000000 629755 154077

Cgaleria 000000 1263179

Mata Seca 000000

Adotou-se 05 como niacutevel de corte para as todas as correlaccedilotildees deste estudo Assim a

Tabela 43 mostra que a variaacutevel elevaccedilatildeo destacou-se correlacionando negativamente

com o eixo 1 A Funccedilatildeo 1 discriminou claramente Mata Seca do Complexo Arboacutereo-

arbustivo mostrando que a Mata Seca ocorreu preferencialmente em locais com maior

altitude e o Complexo Arboacutereo-arbustivoem locais com menor altitude A Funccedilatildeo 2 natildeo

definiu claramente a separaccedilatildeo entre os grupos vegetacionais

Tabela 43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Reserva Particular do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h -0 986606 0 016661

G -0 202112 0 966076

kv 0 013402 -0 155967

A 0 029651 -0 108341

kh -0 020558 0 140234

Analisando a Figura 49 onde os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante

bidimensional eacute apresentada observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discriminou melhor os

grupos vegetacionais O eixo 1 representou 87 e o eixo 2 representou 10 do espaccedilo

80

discriminante Houve tambeacutem certa sobreposiccedilatildeo entre vaacuterias fisionomias vegetais o

que indica que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem variar em um gradiente

topograacutefico o que possivelmente acarretaria em faixas transicionais de vegetaccedilatildeo

CAarbustivo CArboacutereo Carrasco CGaleria Mata Seca

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (87)

Funccedilatildeo1= -101848h+005087G+010642kv+ 012560A-001408kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

3)

Figura 49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas

(RPPNSA)

Como o Complexo Arboacutereo e o Complexo Arboacutereo-arbustivo apresentaram

subfisionomias foram feitas anaacutelises separadas para as mesmas O objetivo dessas

anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas

subfisionomias No que se refere a Complexo Arboacutereo a anaacutelise discriminante mostrou-

se significativa na separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nessa classe (Complexo

Arboacutereo Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada) com base nas variaacuteveis

morfomeacutetricas (Wilks Lambda 078872 F (8268)=42211 plt 00001) As maiores

81

significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis declividade (G) orientaccedilatildeo

de vertente (A) curvatura vertical (kv) e elevaccedilatildeo (h) (Tabela 44)

Tabela 44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da

Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de

variaacuteveis no modelo 4 grupo veg (3 grupos) Wilks Lambda 078872 F

(8268)=42211 plt 00001

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 878947 0 897342 7 664994 0 000705 0 872484 0 127516

A 0 838624 0 940489 4239559 0 016394 0 967195 0 032805

kv 0 810139 0 973556 1 819867 0 166030 0 959694 0 040306

h 0 806097 0 978438 1 476497 0 232129 0 853277 0 146723

A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que os

grupos mais distantes entre si foram Caatinga Florestada e Caatinga Arboacuterea e as mais

proacuteximas foram Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea (Tabela 45) Essa proximidade

foi tambeacutem evidente analisando graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 410)

Entretanto a distacircncia entre Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea natildeo foi

significativa indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas natildeo foram capazes de

discriminaacute-las entre si

Tabela 45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo

Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas

(RPPNSA)

C arboacutereo C arboacuterea C florestada

C arboacutereo 0 000000 0 344034 0 790777

C arboacuterea 0 000000 1 259096

C florestada 0 000000

Distacircncia natildeo significativa

A partir da 46 pode-se verificar que a declividade correlacionou-se positivamente com

o eixo 1 (Tabela 46)

82

Tabela 46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea

da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

G 0 774776 -0 300435

A -0 414084 -0 641590

kv -0 488321 0 194645

h 0 155299 0 502098

Analisando os escores das observaccedilotildees (Figura 410) verificou-se que o primeiro eixo

representou 82 e o segundo eixo 18 do espaccedilo discriminante Existe grande

sobreposiccedilatildeo entre os grupos indicando que a topografia natildeo foi capaz de diferenciar

tais grupos entre si

CArboacutereo CArboacuterea CFlorestada

-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5

Funccedilatildeo 1 (82)

Funccedilatildeo1= 0787300G-0469406 A -0393120 kv +0023671h

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

8)

Figura 410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

83

A anaacutelise discriminante do Complexo Arboacutereo-arbustivo natildeo se mostrou significativa

na avaliaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nesta classe (Caatinga Arboacuterea-

arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa e Complexo Arboacutereo-arbustivo) com base nas

variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843 pgt0

05) (Tabela 47) o que indicou que estes grupos natildeo foram separaacuteveis entre si como

pode se observar no graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 411)

Tabela 47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da

Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no

modelo 2 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 987485 0 970100 2 219127 0 112408 0 996626 0 003375

A 0 971696 0 985863 1 032457 0 358752 0 996626 0 003374

CAarbustiva CHlenhosa CAarbustivo

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (92)

Funccedilatildeo1= -0864906G-0554685 A

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(8

)

Figura 411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da Reserva Particular do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

84

Para a MIA a anaacutelise discriminante separou os grupos vegetacionais de modo

significativo considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilksrsquo Lambda 039562 F

(10290)=17106 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv)

declividade (G) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal (kh) foram importantes

na discriminaccedilatildeo entre os grupos de vegetaccedilatildeo (Tabela 48) o que concorda com a

Figura 412

Tabela 48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA) Ndeg

de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (3grupos) Wilksrsquo Lambda 039562 F (10290)=

17106 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0525606 0752689 2382137 0000000 0766851 0233149

A 0407103 0971788 210474 0125585 0977078 0022922

kv 0464929 0850920 1270185 0000008 0811175 0188825

G 0440473 0898165 822012 0000415 0894754 0105246

kh 0404755 0977425 167452 0191002 0936637 0063363

A distacircncia de Mahalanobis dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que todas as

distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas foram capazes

de discriminar todas as fisionomias vegetais Os grupos mais distantes entre si foram a

Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto (6233659) e os mais proacuteximos foram a

Floresta de Baixio e Floresta de Platocirc Baixo com campinarana (1585357) (Tabela 49)

Estes uacuteltimos apresentaram consideraacutevel sobreposiccedilatildeo (Figura 411) o que condiz com

a transiccedilatildeo das fisionomias vegetacionais

Tabela 49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

F Baixio F P Alto F P B Camp

F Baixio 0000000 6233659 1585357

F P Alto 0000000 3867290

F P B Camp 0000000

Segundo Ribeiro et al (1999) a comunidade vegetal de vertente representa uma faixa

de transiccedilatildeo entre as florestas de platocirc e campinarana Nas partes mais altas e

floristicamente semelhantes agrave comunidade de platocirc (TELLO 1995) e nas mais baixas

85

fisionomicamente parecida com campinarana (RIBEIRO et al 1999) poreacutem sem

apresentar as espeacutecies que a caracteriza Por outro lado outras espeacutecies satildeo exclusivas

desse ecossistema florestal Esta heterogeneidade fisionocircmica decorre de uma grande

diversidade edaacutefica e topograacutefica na aacuterea (TELLO 1995 RIBEIRO et al 1999)

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresnetados

na Figura 412 O primeiro eixo representou 85 e o segundo eixo 15 do espaccedilo

discriminante As variaacuteveis elevaccedilatildeo e a curvatura vertical estatildeo correlacionadas

positivamente com o eixo 1 (Tabela 410) A primeira discriminante separou

claramente a Floresta de Platocirc Alto mostrando ocorrecircncia em locais de maiores

altitudes e curvatura vertical e a da Floresta de Baixio em locais de menores altitudes

e curvatura vetical enquanto a Floresta de Platocirc Baixo com campinarana ocorreu em

locais de transiccedilatildeo entre estas duas feiccedilotildees apresentando valores intermediaacuterios das

mesmas variaacuteveis Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no

espaccedilo discriminante natildeo mostram uma discriminaccedilatildeo muito clara

Tabela 410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu

(MIA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0868610 -0187333

A 0031881 0334352

kv 0743142 0292901

G 0031881 0662975

kh 0269970 0341848

Diante do exposto pode-se concluir que a Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto

satildeo mais separaacuteveis entre si pelas variaacuteveis geomorfomeacutetricas enquanto que a Floresta

de Baixio com campinarana se confunde com as duas primeiras Assim pode haver

dificuldades na identificaccedilatildeo deste tipo vegetacional com base apenas nas variaacuteveis

morfomeacutetricas do terreno

86

FBaixio FPAlto FPBcamp

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (85)

Funccedilatildeo1= 0686501h+0479042kv-0146573G-0139714A +0150701kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4Fu

nccedilatildeo

2

(15

)

Figura 412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

Quanto ao PNCA a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos

grupos vegetacionais Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras Floresta

Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras (Classes

agrupadas (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva

(A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com

palmeiras (A_H) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea)

Floresta Ombroacutefila Densa ( (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente

(A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente (A_E) Floresta

Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) Savana Gramiacuteneo-lenhosa sem

Floresta-de-galeria e Savana Parque sem floresta-de-galeria com base nas variaacuteveis

morfomeacutetricas (Wilks Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000) As maiores

87

significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) declividade (G)

e a curvatura vertical(kv) (Tabela 411)

Tabela 411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg (4grupos) Wilks

Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0897849 0666221 8233170 0000000 0991641 0008359 G 0655090 0913105 1563869 0000000 0990296 0009704 kv 0604121 0990143 163604 0180123 0982358 0017642 A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante mostrou que os

grupos mais distantes entre si foram Floresta Ombroacutefial Densa e Formaccedilotildees Pioneiras

(3769699) e as mais proacuteximas foram Savana e Formaccedilotildees Pioneiras (0747576) (Tabela

412 Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas foram capazes de discriminar a maioria dos tipos de vegetaccedilatildeo

Tabela 412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional

dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana

F O Aberta 0000000 1009975 1192925 0747576 F O Densa 0000000 3769699 1756117 F Pioneiras 0000000 0636013 Savana 0000000

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresentados

na Figura 413 O primeiro eixo representou 89 e o segundo eixo 10 do espaccedilo

discriminante A elevaccedilatildeo foi correlacionada negativamente com o eixo 1 (Tabela 413)

A primeira funccedilatildeo discriminante separou bem as Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta

Ombroacutefila Densa com uma niacutetida concentraccedilatildeo da Floresta Ombroacutefila Densa em

regiotildees de maiores altitudes comparativamente e da Savana em altitudes intermediaacuterias

A posiccedilatildeo dos escores do segundo eixo por sua vez natildeo mostra uma discriminaccedilatildeo natildeo

muito clara

88

F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (89)

Funccedilatildeo1= -0955418h-0299187G +0569062kv

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5Fu

nccedilatildeo

2

(10

)

Figura 413ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre as fitofisionomias vegetais Aliado a isso as

variaacuteveis topograacuteficas explicaram apenas parte da variaccedilatildeo sendo fundamental a

consideraccedilatildeo de outros fatores ambientais que influenciam tal variaccedilatildeo

Tabela 413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional dos

Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0946199 -0285135 G -0299888 0953434 kv 0040028 0082033

Dentro dos grupos Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa tambeacutem foi feita

anaacutelise discriminante para verificar se as variaacuteveis topograacuteficas satildeo preditoras das

diferenccedilas existentes dentro destes grupos

89

A anaacutelise discriminante referente agraves Formaccedilotildees Pioneiras mostrou-se significativa na

separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks

Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura

vertical (kv) e orientaccedilatildeo de vertentes (A) foram as mais importantes na discriminaccedilatildeo

dos grupos (Tabela 414)

Tabela 414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg

(4grupos) Wilks Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0988327 0189399 2910298 0000000 0794133 0205867 kv 0203510 0919798 59293 0003397 0868437 0131563 A 0200203 0934994 47277 0010352 0886704 0113296

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 415) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com palmeiras (F P F L C

P) (1975363) e as mais proacuteximas foram Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - arbustiva (F P F L A) (016718) Entretanto as distacircncias entre estas

uacuteltimas natildeo foram consideradas significativas ( Figura 414)

Tabela 415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees

Pioneiras do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F P F L A F P F L A C P F P F L H

F P F L A 000000 1678342 016718 F P F L A C P 000000 1975363 F P F L H 000000 Distacircncia natildeo significativa

Na Tabela 416 satildeo apresentadas as primeiras funccedilotildees discriminante e a Figura 414

apresenta a distribuiccedilatildeo dos escores observados O eixo 1 representou 99 e o segundo

eixo 1 da variaccedilatildeo no espaccedilo discriminante Nota-se tambeacutem a formaccedilatildeo de dois

conglomerados um constituiacutedo por F P F L A C P (Formaccedilotildees Pioneiras com

90

influecircncia fluviallacustre arbustiva com palmeiras) e o outro formado por Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva (F P F L A)

Tabela 416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0905447 0253524 kv -0029439 0965668 A -0019900 -0094568

FPFLA FPFLACP FPFLH

-6 -4 -2 0 2 4 6

Funccedilatildeo 1 (99)

Funccedilatildeo1= -112154h+032379kv+029964G

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(1

)

Figura 414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA)

A Floresta ombroacutefila densa apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na

separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks

Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000) As variaacuteveis mais importantes na

91

discriminaccedilatildeo dos grupos foram a elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv) e curvatura

horizontal (kh) (Tabela 417)

Tabela 417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg

(3grupos) Wilks Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0 915853 0 273539 193 8718 0 000000 0 896351 0 103650

kv 0 287718 0 870722 10 8385 0 000041 0 882093 0 117907

kh 0 255539 0 980367 1 4619 0 235163 0 971082 0 028918

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 418) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Floresta

Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (F O D A D E) e Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D U) (17 02336) e as mais

proacuteximos foram Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente ( F O D T

B D E) e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D

U) (1 427646)

418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila

Tabela densa do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F O D A D E F O D T B D E F O D T B D U

F O D A D E 0 00000 8 602946 17 02336

F O D T B D E 0 000000 1 42765

F O D T B D U 0 00000

Analisando a Tabela 419 e a Figura 415 observa-se que o eixo da funccedilatildeo 1 discriminou

melhor os grupos vegetacionais A altitude correlacionou-se negativamente com o eixo

1 O graacutefico mostra uma clara separaccedilatildeo entre F O D A D E e F O D T B D U Tabela 419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Floresta Ombroacutefila densa do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h -0 883092 0 273758

kv 0 137193 0 809932

kh -0 128734 0 445988

92

FODADE FODTBDE FODTBDU

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6

Funccedilatildeo 1 (99)

Funccedilatildeo1= -104001h+044141kv-016324kh

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

)

Figura 415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA)

Finalmente o PNB apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na separaccedilatildeo dos

grupos vegetacionais Mata (Classes agrupadas Mata Galeria (B_A) Brejo (B_G) e

Mata de Interfluacutevio (B_H)) Cerrado sensu strictu (B_B) Campo Cerrado (Classes

agrupadas Campo Cerrado (B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo

Sujo (Classes agrupadas Campo Sujo (B_D) e Campo Sujo com presenccedila de

Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M)) e Campo Limpo (Campo

Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo com Murundum ( B_L))

com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054942 F (202163)=21407

plt00000) Cabe ressaltar que para tal anaacutelise foi excluiacuteda a classe reflorestamento As

variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente (A) elevaccedilatildeo (h) declividade (G) curvatura horizontal

93

(kh) e curvatura vertical (kv) foram importantes na discriminaccedilatildeo entre estes tipos de

vegetaccedilatildeo (Tabela 420)

Tabela 420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 054942F

(202163)=21407 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0645090 0851699 2838221 0000000 0897342 0102659

A 0652288 0842300 3051769 0000000 0950633 0049367

kh 0581610 0944658 954928 0000000 0928414 0071586

kv 0571084 0962070 642639 0000045 0905045 0094955

G 0604029 0909596 1620052 0000000 0917956 0082044

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 421) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e

Mata (2769105) e as mais proacuteximos foram Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu

(0420457) A proximidade destes uacuteltimos quanto ao conjunto de variaacuteveis

morfomeacutetricas que os definiram eacute comparaacutevel com a estrutura vegetacional uma vez

que ambas as feiccedilotildees vegetacionais satildeo muito parecidas O Campo Cerrado eacute a forma de

vegetaccedilatildeo intermediaacuteria entre o Campo Sujo e o Cerrado sensu strictu se diferenciando

deste uacuteltimo apenas pelo maior espaccedilamento e a sua menor quantidade de vegetaccedilatildeo

arboacuterea comparativamente com o Cerrado sensu strictu

Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas

foram capazes de discriminar todas as fitofisionomias vegetais consideradas na anaacutelise

Tabela 421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional

de Brasiacutelia (PNB)

Mata C s strictu C Cerrado C sujo C limpo

Mata 0000000 1753158 2308279 1259045 2769105

C s strictu 0000000 0420457 0651613 1889539

C Cerrado 0000000 0951929 1594591

C sujo 0000000 1605777

C limpo 0000000

94

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo bidimensional satildeo apresentados na Figura 416

e as primeiras funccedilotildees na Tabela 422 O primeiro eixo representou pouco mais da

metade do espaccedilo discriminante com 57 da variaccedilatildeo enquanto o segundo representou

31 A elevaccedilatildeo foi correlacionada positivamente com o eixo 1 A primeira funccedilatildeo

separou claramente a Mata do Campo Limpo mostrando que a Mata ocorreu

preferencialmente em locais com menor altitude e o Campo Limpo em locais com maior

altitude Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no espaccedilo

discriminante natildeo mostrou uma discriminaccedilatildeo muito clara

Tabela 422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia

(PNB)

Funccedilatildeo1 Funccedilatildeo 2

h 0787500 -0269384

A -0406321 -0652026

kh 0474768 -0356403

kv 0457941 -0406250

G 0034063 0410172

Houve uma sobreposiccedilatildeo entre as vaacuterias fitofisionomias vegetais (Figura 416) o que

indica que as variaacuteveis topograacuteficas podem variar em gradiente e natildeo de forma discreta

o que levaria a vegetaccedilatildeo ter faixas transicionais e natildeo limites bem definidos Aliado a

isso as variaacuteveis topograacuteficas explicaram parte da variaccedilatildeo vegetacional no entanto

outros fatores podem ser importantes Assim nessa graduaccedilatildeo de Campo Limpo a

Cerradosensu strictu (Campo Limpo Campo Sujo Campo Cerrado e Cerrado sensu

strictu) o aumento de biomassa que acompanha o adensamento arboacutereo se deve a um

conjunto de trecircs fatores o pedoloacutegico pela oligotrofia mineral toxidez por alumiacutenio e

diferenccedilas de drenagem e profundidade dos solos o pirogecircnico pela accedilatildeo do fogo na

biota e o climaacutetico principalmente pelo efeito sazonal que limita a disponibilidade de

aacutegua (COUTINHO 1990 2000 RIBEIRO WALTER 1998) Aleacutem disso desde o

seacuteculo passado o fator antroacutepico passou a causar modificaccedilotildees intensas na paisagem do

domiacutenio do Cerrado com abertura de aacutereas para produccedilatildeo agropecuaacuteria produccedilatildeo de

carvatildeo retirada seletiva de madeira construccedilatildeo de cidades e estradas e uso frequente de

fogo (COUTINHO 1990) Passos (1981) admite tambeacutem que as seccedilotildees de Cerrado sua

95

estrutura esteacutetica e a composiccedilatildeo floriacutestica variam marcadamente em funccedilatildeo dos traccedilos

morfoloacutegicos e pedoloacutegicos accedilatildeo do fogo criaccedilatildeo intensa do gado bovino e pelo uso

predatoacuterio de seus recursos para fins variados Apesar desse grande nuacutemero de fatores

determinantes das diferentes fisionomias de Cerrado as variaacuteveis topograacuteficas podem

ser consideradas importantes preditoras dessas fisionomias

Mata Csstrictu C Cerrado CSujo C Limpo

-8 -6 -4 -2 0 2 4

Funccedilatildeo 1 (57)

Funccedilatildeo1= 0811531h-0490434A +0226348G--0335083kh +0208597kv

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Funccedil

atildeo 2

(3

1)

Figura 416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Como o Campo Limpo e a Mata apresentaram subfisionomias foram feitas anaacutelises

separadas para as mesmas O objetivo dessas anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis

topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas subfisionomias

Para o Campo Limpo a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos

grupo vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054780 F

(10360)=12640 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram

96

as altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical

(0579371) (Tabela 423)

Tabela 423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do Parque Nacional de

Brasiacutelia (PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda

054780 F (10360)=12640 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0713429 0767837 2721238 0000000 0881053 0118947

A 0676059 0810280 2107265 0000000 0919987 0080013

kh 0555943 0985349 133820 0264915 0785837 0214163

kv 0579371 0945503 518741 0006452 0815523 0184476

G 0559424 0979216 191025 0151033 0940045 0059955

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 424) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e

Campo Limpo Uacutemido (4279562) e as mais proacuteximos foram Campo Limpo e Campo

Limpo com Murundum (0648776) Essa proximidade eacute tambeacutem evidenciada analisando

graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 416)

Tabela 424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do

Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

C Limpo C L Uacutemido C L Murundum

C Limpo 0000000 4279562 0648776

C L Uacutemido 0000000 2373841

C L Murundum 0000000

Analisando a Figura 416 e a Tabela 425 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina

melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou

maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 (0704843)

Tabela 425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Campo Limpo do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB)

97

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0704843 -0010358

A -0567686 -0304501

kh 0055032 -0173645

kv 0042136 0713181

G -0318338 0315520

A partir da Figura 417 verifica-se que houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre certos grupos

CLimpo CLUacutemido C LMurundum

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (92 )

Funccedilatildeo1= -0791756h+0694798A +0188232kv+0153586G--0118997kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(8

)

Figura 417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo

Limpo do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Os grupos Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum mostraram uma certa

sobreposiccedilatildeo entre si Enquanto o Campo Limpo Uacutemido se encontra com uma

distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois Isso pode se explicar por sua

preferecircncia por ambientes mais uacutemidos e aacutereas de encostas de vales Nestes ambientes

geralmente o lenccedilol freaacutetico permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo

98

de seca sofre um rebaixamento em que as camadas subsuperficiais mantecircm o

encharcamento do solo (PIVELLO et al 1998) Enquanto que a sobreposiccedilatildeo entre

Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum se deve ao fato deste ser basicamente

um campo uacutemido em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo

arredondadas e um pouco mais altas Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial

do terreno e deposiccedilatildeo da terra por teacutermitas recobertas por vegetaccedilatildeo de Cerrado e solo

permanentemente saturado de aacutegua entre os murunduns (ARAUacuteJO-NETO 1986)

Para a Mata a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos grupo

vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 045369 F

(8334)=20234 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as

altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical (0579371)

(Tabela 426)

Tabela 426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do Parque nacional de Brasiacutelia

(PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 4 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 045369 F

(8334)=20234 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 740994 0 612267 52 87851 0 000000 0 832297 0 167703

A 0 507837 0 893369 9 96642 0 000081 0 966140 0 033860

h 0 489610 0 926627 6 61177 0 001724 0 781795 0 218205

kv 0 462252 0 981469 1 57659 0 209739 0 903314 0 096686

Observando a distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante

distacircncia de Mahalanobis (Tabela 427) verificou-se que os grupos mais distantes entre

si foram Mata de Interfluacutevio e Mata Galeria (5176726) e as mais proacuteximas foram Brejo

e Mata Galeria (0286713) Essa proximidade eacute tambeacutem evidente analisando graacutefico da

funccedilatildeo discriminante (Figura 418) A distacircncia entre o Brejo e Mata Galeria natildeo foram

significativas Isto implica na grande sobreposiccedilatildeo entre estes grupos Enquanto a Mata

de Interfluacutevio se encontra com uma distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois

99

Tabela 427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB)

M Galeria Brejo M Interfluacutevio

M Galeria 0 000000 0 286713 5 176726

Brejo 0 000000 4862178

M Interfluacutevio 0 000000

Distacircncia natildeo significativa

Esses resultados reafirmam que a posiccedilatildeo do relevo eacute um dos determinantes da

composiccedilatildeo floriacutestica e de estrutura das comunidades de interfluacutevio (FONSECA

JUacuteNIOR 2004) uma vez que estas se localizam em locais mais altos Enquanto que a

sobreposiccedilatildeo entre Mata Galeria e Brejo se deve ao fato deste uacuteltimo tipo de vegetaccedilatildeo

ocupar planiacutecies permanentemente encharcadas que frequumlentemente surge nas bordas

nas Matas de Galeria ou mesmo matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo de Cerrado

(RIBEIRO WALTER 1998) A caracteriacutestica marcante desse tipo de ambiente eacute o

niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora haja variaccedilotildees durante o ano

Analisando a Figura 418 e a Tabela 428 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina

melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou

maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 assim a distribuiccedilatildeo dos escores

da Mata de Interfluacutevio possui os maiores valores de altitude

Tabela 428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutela (PNB)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0 849666 0 286224

A 0 504311 0 010065

G 0 088693 0 799165

kv -0 044105 -0 365752

100

M Galeria Brejo MInterfluacutevio

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (95 )

Funccedilatildeo1= 0941455G+0457563A -0309162h+0073823 kv

-3

-2

-1

0

1

2

3

Funccedil

atildeo 2

(5

)

Figura 418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Diante do exposto podemos concluir que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem predizer

os tipos vegetacionais de alguns grupos sendo a maioria destes confundidos entre si

uma vez que as diferenccedilas vegetacionais se devem mais agraves caracteriacutesticas pedoloacutegicas e

clima por exemplo

43 Processamentos experimentais

Diante da apreciaccedilatildeo dos dados e das anaacutelises discriminantes foram feitos

processamentos para verificaccedilatildeo da aplicabilidade de tais resultados ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo As Figuras 418 419 420 e 421 ilustram os produtos das classificaccedilotildees das

variaacuteveis geomorfomeacutetricas selecionadas realizadas atraveacutes de meacutetodos diversos

(Cluster Maacutexima Verossimilhanccedila e Fatiamento) bem como o mapa de vegetaccedilatildeo de

cada aacuterea em estudo Apesar da representaccedilatildeo de tais resultados na forma de mapas

(Figuras 419 a 434) eacute importante lembrar que estes satildeo exerciacutecios experimentais uma

101

vez que satildeo reconhecidas as fontes tradicionais de informaccedilatildeo para o mapeamento da

vegetaccedilatildeo

As classificaccedilotildees por Cluster MaxVer e Fatiamento bem como a classificaccedilatildeo por

Fatiamento das primeiras funccedilotildees discriminantes mostraram diferentes respostas

comparativamente aos mapas de vegetaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo dos histogramas propiciou a

seleccedilatildeo do melhor conjunto de variaacuteveis topograacuteficas para alimentar algoritmos de

classificaccedilatildeo Esta seleccedilatildeo se baseou nas classes que se separavam mais claramente

entre si

As anaacutelises de histogramas para RPPNSA (Figura 45) mostraram notaacutevel separaccedilatildeo

entre as classes S_A e S_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo sendo a classe S_A coincidente

com a S_C S_D e parte predominante da S_H Esta uacuteltima classe se distinguiu das

demais por sua curvatura horizontal mostrando um caraacuteter convergente e curvatura

vertical cocircncava principalmente

Na MIA as anaacutelises (Figura 46) indicaram melhor distinccedilatildeo entre as classes I_A e I_B

atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo e curvatura vertical principalmente A classe I_C se

apresenta em situaccedilatildeo intermediaacuteria embora se mostre especialmente diferente da

classe I_B quando se observa a distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo seguida da curvatura vertical

Nesta aacuterea em especial os meacutetodos de elaboraccedilatildeo do mapa de referecircncia (segundo

Moreira M 2006 comunicaccedilatildeo pessoal) causam uma circularidade da informaccedilatildeo

topograacutefica neste estudo O traccedilado da Floresta de Platocirc Alto foi definido pelo

Fatiamento da altitude acima de 61 m Por sua vez a Floresta de Baixio foi delimitada

pelas aacutereas a menos de 50 m dos cursos drsquoaacutegua estes dispostos de acordo com o

mapeamento da hidrologia local a partir de mapas do IBGE

Para o PNCA a anaacutelise dos histogramas (Figura 47) mostrou a separaccedilatildeo entre as

classes A_B A_C A_D e A_F e entre A_G A_H e A_I atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo

Esta uacuteltima combinaccedilatildeo entretanto natildeo gerou resultado satisfatoacuterio comparativamente

com a referecircncia (Figura 420) uma vez que natildeo abrange todo o intervalo de valores

possiacuteveis As demais variaacuteveis geomorfomeacutetricas apresentaram-se mais ou menos

homogecircneas para todas as classes A anaacutelise dos histogramas do PNB (Figura 48)

102

mostrou melhor separaccedilatildeo entre as classes B_F e B_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo

entretanto estas satildeo muito pequenas diante das demais sendo entatildeo excluiacutedas da anaacutelise

para alimentar a classificaccedilatildeo por Fatiamento As demais classes de modo geral quanto

a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal se diferenciaram mais visualmente

embora houvesse bastante confusatildeo entre estas feiccedilotildees

Diante do exposto foram selecionadas as variaacuteveis elevaccedilatildeo curvatura vertical e

curvatura horizontal para alimentar os algoritmos de classificaccedilatildeo das primeiras trecircs

aacutereas enquanto a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal foram selecionadas para

o PNB

O uso da altitude para expansatildeo de observaccedilotildees pontuais tambeacutem eacute uma praacutetica inerente

aos mapas RADAM e seus derivados Aleacutem de sua contaminaccedilatildeo nos mapas a altitude

estaacute tambeacutem correlata agraves variaacuteveis morfomeacutetricas de acordo com a ordenaccedilatildeo

altitudinal ditada pelo padratildeo do terreno (VALERIANO et al 2006) Num exemplo

simples terrenos convexos nos topos e cocircncavos nos baixios de uma mesma vertente

Pode-se esperar devido a isso uma superestimativa da importacircncia dessa variaacutevel

quando aferida por estes mapas Nos mapas referentes a aacuterea da MIA (Figura 420 e

425) por exemplo percebe-se em funccedilatildeo de algumas diferenccedilas que (1) a base

altimeacutetrica usada no mapeamento da vegetaccedilatildeo na MIA difere dos dados SRTM (os

Fatiamentos natildeo coincidem integralmente) (2) a visualizaccedilatildeo dos dados SRTM permite

a percepccedilatildeo de drenagens que natildeo estavam representadas no mapa usado para

mapeamento da vegetaccedilatildeo (haacute mais afluentes nos dados topograacuteficos de Floresta de

Baixio) Tal situaccedilatildeo pode ser considerada uma regra embora menos expliacutecita do que

no caso acima em todo o mapeamento da vegetaccedilatildeo na Amazocircnia uma vez que

descendem dos dados RADAM cuja metodologia tem intenso aporte da informaccedilatildeo

topograacutefica

Por meio da interpretaccedilatildeo visual das classificaccedilotildees percebe-se na RPPNSA (Figura

420) que o meacutetodo de classificaccedilatildeo que gerou produto mais semelhante ao mapa

referecircncia foi o MaxVer (kappa=03439) principalmente pela extensatildeo e

posicionamento da classes Caatinga Florestada (S_F) Carrasco (S_G) e Mata Seca

(S_I) O Cluster apresenta o produto mais distante comparativamente ao mapa

103

referecircncia (kappa = 00443) especialmente no que se refere a abrangecircncia e o

posicionamento das classes (S_A) Caatinga Arboacutereo-arbustivae (S_B) Complexo

Arboacutereo Por outro lado embora o produto da classificaccedilatildeo por Fatiamento

(kappa=02662) mostre apenas trecircs zonas vegetacionais estas esboccedilam um resultado

mais coerente ao mapa referecircncia do que por Cluster A classificaccedilatildeo por MaxVer

tambeacutem foi o melhor resultado encontrado no PNB (kappa=01231) principalmente

pela extensatildeo e posicionamento da classes (B_B) Cerrado sensu strictu e (B_C) Campo

Cerrado

Figura 419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio

natural de Serra das almas (RPPNSA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima

Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

Classes de Vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo Arboacutereo) S_C

(Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E (Caatinga

Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria) e S_I

(Mata Seca)

104

Para o PNB o Cluster apresentou um produto muito diferente do mapa referecircncia

(kappa=-00079) natildeo apresentando nenhuma correspondecircncia com o mapa referecircncia

Em contrapartida a classificaccedilatildeo por Fatiamento mostra um produto mais coerente

(kappa=01067) mesmo apresentando apenas trecircs feiccedilotildees vegetacionais (Figura 421)

Em contrapartida o mapa gerado por Fatiamento foi o melhor produto encontrado para

MIA (Figura 420) e PNCA (Figura 421) em detrimento das demais classificaccedilotildees Para

a MIA por meio do Fatiamento (kappa=05556) a classe que apresentou maior

semelhanccedila com o mapa de vegetaccedilatildeo da aacuterea foi a classe I_A (Floresta de Baixio)

Entretanto as classificaccedilotildees por Cluster (kappa=04297) e MaxVer (kappa=04986)

tambeacutem produziram resultados visualmente bastante semelhantes ao mapa referecircncia

Figura 420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de

vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de Baixio) I_B

(Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

Finalmente para o PNCA o Fatiamento gerou produto comparaacutevel ao mapa referecircncia

(kappa=04104) principalmente pela extensatildeo e posicionamento das classes (A_B)

105

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras

(A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente e (A_D) Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente O Cluster (kappa=-00913) apresenta o

resultado mais discrepante comparativamente com a referecircncia natildeo havendo

correspondecircncia entre nenhuma das classes A classificaccedilatildeo por MaxVer tambeacutem mostra

pouca correspondecircncia com o mapa referecircncia (kappa=00958)

Figura 421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila

(MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de

Vegetaccedilatildeo A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_B

(Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras)

A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas

Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva

com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana

Parque sem floresta-de-galeria)

Considerando todas as aacutereas em conjunto observa-se que entre os meacutetodos de

classificaccedilatildeo o Cluster apresentou os piores produtos enquanto as classificaccedilotildees por

MaxVer e Fatiamento apresentaram os melhores resultados Pode-se no entanto

106

distinguir o Fatiamento como o meacutetodo de melhor resultado para aacutereas PCNA e MIA

da Amazocircnia e MaxVer para RPPNSA (Caatinga) e PNB (Cerrado)

Figura 422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de

vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo B_A (Mata Galeria) B_B

(Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo)

B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I

(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L ( Campo Limpo com

Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e

ldquocanela de emardquo

Quanto aos processamentos baseados nas anaacutelises discriminantes a geraccedilatildeo da imagem

da primeira funccedilatildeo discriminante de cada aacuterea permitiu a obtenccedilatildeo de uma classificaccedilatildeo

mais elaborada que as anteriores com melhores resultados gerais Os mapas de

vegetaccedilatildeo referecircncia apresentados neste ensaio satildeo produtos de reagrupamento de

classes de vegetaccedilatildeo feitos em funccedilatildeo da semelhanccedila entre suas estruturas

vegetacionais

107

A Figura 423 ilustra os mapas das funccedilotildees 1 e 2 e o Fatiamento da funccedilatildeo1 na aacuterea da

RPPNSA Eacute possiacutevel observar na funccedilatildeo 1 e 2 padrotildees comparaacuteveis agraves classes de

vegetaccedilatildeo Na funccedilatildeo 2 haacute um indicativo pronunciado do Complexo Galeria

principalmente devido agrave variaacutevel declividade que possui maior peso dentro de tal

funccedilatildeo sendo o Complexo Galeria caracteriacutestico de ambientes fluviais que nesta aacuterea

se apresentam encaixados portanto com declividades mais pronunciadas

Figura 423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNS) e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada como referecircncia

Classes de Vegetaccedilatildeo Complexo arboacuterea arbustiva (Classes agrupadas Caatinga

Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-

arbustivo(S_D)) Complexo Arboacutereo (Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B)

Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata

Seca

108

O Fatiamento feito a partir da funccedilatildeo 1 mostrou-se muito semelhante ao mapa de

vegetaccedilatildeo especialmente quanto agraves classes Complexo Arboacutereo-arbustivo e Mata Seca

Comparando o presente resultado com o resultado dos demais processamentos

experimentais realizados este mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da vegetaccedilatildeo

jaacute realizado A Figura 424 ilustra o resultado do Fatiamento das subfisionomias do

Complexo Arboacutereo na aacuterea da RPPNSA Para este caso o Fatiamento mostrou uma

certa confusatildeo entre as classes entretanto este resultado evidenciou algumas tendecircncias

das classes subfisionocircmicas superestimando a ocorrecircncia de Caatinga Florestada e

subestimando as demais classes

Figura 424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da Reserva

Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) e Mapa de vegetaccedilatildeo

como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo do Complexo Arboacutereo Complexo Arboacutereo

Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada

109

A MIA tambeacutem apresenta padrotildees vegetacionais indicados pelas funccedilotildees

discriminantes poreacutem o produto gerado foi de qualidade inferior aos outros

processamentos experimentais realizados para esta aacuterea (Figura 425) Percebe-se que a

Floresta de Platocirc Baixo com campinarana foi subestimada assim como a Floresta de

Platocirc Alto enquanto a Floresta de Baixio foi subestimada Pode-se considerar que para

esta aacuterea de estudo o meacutetodo de processamento mais aplicaacutevel ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo foi o Fatiamento baseado na anaacutelise dos histogramas cujo produto foi o mais

semelhante ao mapa referecircncia (Figura 420) Ressalta-se que apesar do exposto

considerando que no mapa referecircncia utilizado a classe floresta de baixio tenha sido

definida como uma faixa de 50m em cada lado da rede hidrograacutefica os resultados da

classificaccedilatildeo a partir do fatiamento ou da funccedilatildeo discriminante mostraram-se mais

condizentes com a realidade principalmente no que se refere agrave classe floresta de baixio

Figura 425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu

(MIA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de

Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

110

No PNCA mostra que as feiccedilotildees vegetacionais satildeo observadas claramente (Figura 426)

nas funccedilotildees 1 e 2 Na funccedilatildeo 1 todas as classes satildeo distinguidas facilmente exceto a

classe Formaccedilotildees Pioneiras Assim o mapa obtido por Fatiamento da funccedilatildeo 1 mostrou

resultado satisfatoacuterio distinguindo a Floresta ombroacutefila densa e a Floresta Ombroacutefila

Aberta e Savana que embora se mostrem as duas primeiras se mostrem sutilmente

subestimadas e a uacuteltima superestimada evidenciam claramente as tendecircncias dos

diferentes tipos de vegetaccedilatildeo no terreno Comparativamente aos outros processamentos

experimentais este processamento mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo

Figura 426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Floresta

Ombroacutefila Aberta ( Floresta Ombroacutefila Aberta aluvial ( A_A) Floresta Ombroacutefila Aberta

de Terras Baixas com palmeiras (A_B)) Formaccedilotildees Pioneiras (Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras (A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea) (A_H)) Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta

Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Terras

Baixas Dossel emergente (A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel

uniforme (A_E)) Savana (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa (A_I) sem floresta-de-galeria

Savana Parque sem floresta-de-galeria (A_J))

111

Quanto agraves anaacutelises de suas subfisionomias observa-se que o resultado do Fatiamento

das Formaccedilotildees Pioneiras foi quase idecircntico ao do mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia exceto

pela ausecircncia da Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva

(Figura 427) Jaacute na Funccedilatildeo 1 foi possiacutevel perceber claramente um indicativo da classe

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras

aparecendo em tom mais escuro na imagem Funccedilatildeo 1 Para Floresta ombroacutefila densa os

resultados encontrados tambeacutem foram muito promissores

Figura 427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva Formaccedilotildees Pioneiras

com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea

A classe Floresta ombroacutefila densa com dossel emergente foi a que melhor se

assemelhou ao mapa de vegetaccedilatildeo enquanto as demais classes mostraram bons

resultados (Figura 428) Haacute de se considerar que a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras

Baixas com dossel emergente e a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas com

dossel uniforme mostram certa diferenciaccedilatildeo entre o mapa gerado a partir da Funccedilatildeo

discriminante 1 e o mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

112

Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como

referecircncia Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel

uniforme

No PNB soacute foi possiacutevel verificar algumas tendecircncias e o produto obtido natildeo foi

satisfatoacuterio como jaacute era esperado uma vez que se trata de uma aacuterea de relevo

homogecircneo de feiccedilotildees bastante discretas (Figura 428) Por outro lado as suas

subfisionomias apresentaram bons resultados comparaacuteveis aos seus respectivos mapas

de vegetaccedilatildeo de referecircncia No Campo Limpo exceto pela classe Campo Limpo Uacutemido

que foi superestimado no mapa gerado as demais classes mostraram-se bem

semelhantes ao mapa referecircncia tanto por sua extensatildeo quanto pelo seu posicionamento

(Figura 429) Na Mata o produto obtido foi quase idecircntico ao mapa de referecircncia isso

pode ser verificado especialmente pela classe Mata de Interfluacutevio Estes resultados

indicam que para este tipo de vegetaccedilatildeo Cerrado os processamentos natildeo se aplicam ao

mapeamento da vegetaccedilatildeo ao niacutevel de fitofisionomias podendo poreacutem ser aplicaacutevel as

suas subfisionomias (Figura 430) Diante disso foi possiacutevel se conseguir um

113

mapeamento satisfatoacuterio ateacute o niacutevel das subfisionomias para algumas aacutereas de estudo

sendo que para aacutereas com relevo semelhante ao do PNB o emprego deste meacutetodo deve

ser feito com mais cautela

Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia

(PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Mata (Mata Galeria

(B_A) Brejo (B_G) e Mata de Interfluacutevio (B_H)) Campo Cerrado (Campo Cerrado

(B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo Sujo (Campo Sujo (B_D) e

Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M))

e Campo Limpo (Campo Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo

com Murundum (B_L)) e Cerrado sensu strictu

114

Figura 429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Campo Limpo Campo

Limpo Uacutemido e Campo Limpo com Murundum

115

Figura 430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do Parque Nacional de

Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Mata Galeria Brejo e Mata de

Interfluacutevio

116

117

5 CONCLUSOtildeES

O presente trabalho foi conduzido com o intuito de avaliar as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo do SRTM para

identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo A

partir dos resultados obtidos puderam-se assinalar as seguintes conclusotildees

a) As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos

para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees

geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de

vegetaccedilatildeo referecircncia Embora a altitude tenha sido usada para a confecccedilatildeo de

parte dos mapas usados como referecircncia esta foi a mais importante para

discriminaccedilatildeo dos grupos vegetacionais em todas as aacutereas seguida da curvatura

vertical e da curvatura horizontal

b) As fitofisionomias se caracterizaram pelas suas preferecircncias (niacuteveis da

frequumlecircncia maacutexima ou moda) a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas e natildeo

pelas faixas de amplitude que se mostraram sobrepostas em geral com

evidentes implicaccedilotildees no desenvolvimento futuro de meacutetodos de classificaccedilatildeo

com dados geomorfomeacutetricos Anaacutelises discriminantes fundamentada na

estatiacutestica de probabilidades apresentaram os melhores resultados gerais em

relaccedilatildeo aos demais meacutetodos testados (Fatiamento MaxVer e cluster)

c) As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem

ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob

mesmas condiccedilotildees topograacuteficas Para a RPPNSA os grupo que mais se separam

satildeo Mata Seca e Complexo arbustivo arboacutereo Dentro da fisionomia Complexo

Arboacutereo as que mais se separam satildeo a Caatinga Arboacuterea e a Caatinga

Florestada Para a MIA satildeo as Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto

Para o PNCA satildeo Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa no que se

refere agrave fisionomia Formaccedilotildees Pioneiras merece destaque a separaccedilatildeo entre

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com

118

palmeiras e Formaccedilotildees Pioneiras lacustre ndash herbaacutecea Para fisionomia Floresta

Ombroacutefila Densa destaca-se das demais a Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial

Dossel emergente O PNB que natildeo teve uma boa distinccedilatildeo entre as suas

fisionomias tendo entretanto um resultado satisfatoacuterio na separaccedilatildeo de suas

subfisionomias especialmente dentro da fisionomia Mata a Mata de Interfluacutevio

e dentro do Campo Limpo o Campo Limpo Uacutemido

d) Embora os dados geomorfomeacutetricos tenham mostrado potencial indicativo das

classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do

detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de

classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises

discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o

niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a

RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias

deste uacuteltimo O PNB apresentou resultados fracos no niacutevel de fitofisionomia

Entretanto as subfisionomias testadas dentro de fitofisionomias apresentaram

resultados satisfatoacuterios

119

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Forest Ecology and Managemen v196 n2-3 p 199-212 July 2004

Wu XB Archer SR Scale-dependent influence of topography-based hydrologic

features on patterns of woody plant encroachment in savanna landscapes Landscape

Ecology v20 n 6 p733-742 Sept 2005

  • PAacuteGINA DE ROSTO
  • FICHA CATALOGRAacuteFICA
  • BANCA EXAMINADORA
  • EPIacuteGRAFE
  • DEDICATOacuteRIA
  • AGRADECIMENTOS
  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • SUMAacuteRIO
    • LISTA DE FIGURAS
    • LISTA DE TABELAS
    • LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
    • 1 INTRODUCcedilAtildeO
    • 2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
      • 21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem
      • 22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo
      • 23 SRTM
      • 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens
        • 241 Cluster
        • 242 Fatiamento
        • 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)
          • 25 Anaacutelise Discriminante
          • 26 Dados de Vegetaccedilatildeo
            • 262 Bioma Amazocircnia
            • 261 Bioma Caatinga
              • 2621 Microbacia do Igarapeacute Asu
              • 2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
                • 263 Bioma Cerrado
                    • 3 MATERIAL E MEacuteTODOS
                      • 31 Detalhamento do fluxo de trabalho
                      • 32 Recursos
                        • 321 As aacutereas de estudo
                        • 322 Dados de vegetaccedilatildeo
                        • 323 Dados topograacuteficos
                        • 324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados
                          • 33 Procedimentos
                            • 331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados
                            • 332 Anaacutelise dos resultados
                            • 333 Processamentos experimentais
                                • 4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
                                  • 41 Apreciaccedilatildeo dos dados
                                  • 42 Anaacutelises discriminantes
                                  • 43 Processamentos experimentais
                                    • 5 CONCLUSOtildeES
                                    • 6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
Page 8: DADOS GEOMORFOMÉTRICOS COMO SUBSÍDIO AO …

Agrave Drordf Evlyn Novo (INPE) pelo apoio e oportunidade colocando-me em contato com

meus atuais orientadores

Ao Camilo Renoacute (INPE) e Pitaacutegoras da C Bispo (UNESP) pela atenccedilatildeo e auxiacutelio

durante as anaacutelises estatiacutesticas

A uma das minhas mais amadas preciosidades pelo profundo bem querer que sintoniza

nossas almas a todo tempo mostrando-me a beleza que eacute estar partilhando a minha

existecircncia com pessoa de tatildeo admiraacutevel coragem forccedila e clareza de objetivos A vocecirc

minha querida irmatilde Patriacutecia da C Bispo por ser presenccedila inspiradora em minha vida

Agrave minha cunhada Vera e minha linda sobrinha Maria Julia pelo apoio carinho e por

fazerem parte desse ciacuterculo de amor que eacute a minha famiacutelia

Aos amigos Faacutebio Iwashita Leila Sheila Lisboa Thiago Rabelo Taise Faria Andreacute

Maia Javier Portilio Wagner Silva Faacutebio Gonccedilalvez e Rui Epiphanio pela amizade e

troca de conhecimentos

Agrave famiacutelia ldquoAs Traccedilasrdquo minha querida repuacuteblica Flaacutevia Cardoso Fernanda Fonseca e

Eacuterica Diogo e as amigas do ldquoTrio Fantaacutesticordquo minhas queridas vizinhas de baia

Carolina Carvalho e Sheila Knust pelo apoio carinho gargalhadas partilha de

experiecircncias vividas e preciosa amizade proporcionando momentos de alegria que

jamais esquecerei

Ao querido amigo Misael L da Silva e sua famiacutelia pelo apoio e atenccedilatildeo em especial agrave

D Paula pela hospitalidade acolhida e carinho durante a minha estada em Satildeo Joseacute dos

Campos

Ao INPE pela acolhida e apoio logiacutestico

Ao CNPQ pela bolsa de mestrado viabilizando a realizaccedilatildeo desta pesquisa

RESUMO

O presente trabalho buscou avaliar o potencial das variaacuteveis geomorfomeacutetricas extraiacutedas de dados SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) para identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais de quatro aacutereas testes que representaram alguns dos principais biomas brasileiros (Caatinga Cerrado e Floresta Amazocircnica) As anaacutelises recaiacuteram sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo existentes Para isso foram utilizados dados SRTM e dados vegetacionais jaacute publicados As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de vegetaccedilatildeo referecircncia As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob mesmas condiccedilotildees topograacuteficas As variaacuteveis mais importantes na distinccedilatildeo entre os tipos vegetacionais foram a elevaccedilatildeo a curvatura horizontal e a curvatura vertical Apesar de os dados geomorfomeacutetricos mostrarem potencial indicativo das classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias deste uacuteltimo O PNB apresentou o pior resultado no niacutevel de fitofisionomia enquanto as subfisionomias testadas apresentaram resultados satisfatoacuterios Assim o procedimento empregado partindo-se das anaacutelises discriminantes com variaacuteveis geomorfomeacutetricas pode subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo Palavras-chave vegetaccedilatildeo modelo digital de elevaccedilatildeo anaacutelises discriminantes topografia sensoriamento remoto

GEOMORPHOMETRIC DATA AS SUBSIDY FOR VEGETATION MAPPING

ABSTRACT

The potentials of geomorphometric variables derived from SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) for the mapping of vegetation types were investigated Four published vegetation maps for study areas inside three Brazilian biomes (Amazonian forest Savanna and Steppe) served as reference for testing the discriminatory potential of the geomorphometric variables The study sites differed in the feasibility of applying topographic data to vegetation mapping according to the variation of geomorphometric conditions and vegetation reference mapping scale and detail level The analysis indicated the vegetation class groups prone to classification in contrast to groups occurring in similar topographic conditions The variables that presented strongest relationships with the vegetation classes were elevation horizontal and vertical curvature Although geomorphometric data had shown potential for discriminating vegetation classes the achieved classification could not reach the thematic detail level of the reference maps due to co-occurrence of classes with similar vegetational structures Based on discriminant analysis it was possible to experimentally map to the sub-phytophysiognomic level The best results were found for the RPPNSA and PNCA sites and the sub-physiognomies of the latter PNB site showed the worst results at the phytophysiognomy level while its tested sub-physiognomies performed satisfactorily It was found that discriminant analysis of geomorphometric data could subsidy vegetation mapping

Key-words vegetation digital elevation model discriminant analysis topography remote sensing

SUMAacuteRIO

Paacuteg

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

1 INTRODUCcedilAtildeO 23

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 25

21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem 25

22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo 26 23 SRTM 31 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens 34 241 Cluster 35 242 Fatiamento 36 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer) 37

25 Anaacutelise Discriminante 39

26 Dados de Vegetaccedilatildeo 40

261 Bioma Caatinga 40

262 Bioma Amazocircnia 42

2621 Microbacia do Igarapeacute Asu 46

2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos 47

263 Bioma Cerrado 50

3 MATERIAL E MEacuteTODOS 55

31 Detalhamento do fluxo de trabalho 55

32 Recursos 56

321 As aacutereas de estudo 56

322 Dados de vegetaccedilatildeo 57

323 Dados topograacuteficos 58

324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados 59

33 Procedimentos 59

331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados 59

332 Anaacutelise dos resultados 60

333 Processamentos experimentais 61

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 63

41 Apreciaccedilatildeo dos dados 63

42 Anaacutelises discriminantes 77

43 Processamentos experimentais 100

5 CONCLUSOtildeES 117

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 119

LISTA DE FIGURAS

21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade de pixels nos diversos conjuntos de treinamento

38

31 ndash Fluxo de atividades 55

32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo 57

41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 64

42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 65

43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 66

44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB e seu mapa de vegetaccedilatildeo 67

45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da RPPNSA

69

46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA

71

47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA

73

48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB

75

49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da RPPNSA

80

410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

82

411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA

83

412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da MIA

86

413 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea do PNCA

88

414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

90

415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

92

416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do PNB

95

417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo Limpo do PNB

97

418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Mata do PNB

100

419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNSA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

103

420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

104

421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

105

422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

106

423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNS e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada referecircncia

107

424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da RPPNSA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

108

425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

109

426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

110

427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

111

428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

112

429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

113

430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

114

431 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

115

LISTA DE TABELAS

11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)

31

31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados 59

41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da RPPNSA 78

42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea RPPNSA

79

43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da RPPNSA

79

44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

81

45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

81

46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

82

47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA

83

48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea MIA 84

49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da MIA

84

410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da MIA 85

411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do PNCA 87

412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNCA

87

413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNCA 88

414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do PNCA

89

415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

89

416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

90

417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

91

418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

91

419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Floresta Ombroacutefila densa PNCA

92

420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do PNB 93

421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNB

94

422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNB 94

423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB

96

424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB

96

425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Campo Limpo do PNB

97

426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do PNB 98

427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do PNB

99

428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Mata do PNB

99

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DOD ndash Departamento de Defesa dos Estados Unidos IBGE ndash Fundaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

InSAR ndash Interferometric Synthetic Aperture Radar JPL ndash Jet Propulsion Laboratory)

MDE ndash Modelo Digital de Elevaccedilatildeo MIA ndash Microbacia do Igarapeacute Asu NASA ndash National Aeronautics and Space Administrarion NIMA - National Imagery and Mapping Agency

PNB ndash Parque Nacional de Brasiacutelia

PNCA ndash Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

RPPNSA ndash Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas SIG ndash Sistema de Informaccedilotildees Geograacuteficas

SRTM - Shuttle Radar Topographic Mission

USGS -United States Geological Survey

23

1 INTRODUCcedilAtildeO

Dados de sensoriamento remoto tecircm servido como base haacute deacutecadas para mapeamentos

de vegetaccedilatildeo em diferentes escalas Entretanto ainda existem lacunas no conhecimento

a respeito da ocorrecircncia das diferentes formaccedilotildees vegetais brasileiras assim como sua

extensatildeo e estado de conservaccedilatildeo Assim dados de sensores oacutepticos a bordo de sateacutelites

ou aeronaves fornecem informaccedilotildees sobre o dossel vegetal que com apoio de campo

satildeo usados em mapeamentos diversos Evidentemente estes dados tecircm sua capacidade

limitada agrave medida que determinadas formaccedilotildees vegetais possuem respostas espectrais

semelhantes Um dos principais projetos que visaram ao mapeamento da cobertura

vegetal brasileira foi o RADAMBRASIL A variedade de atributos usados no sistema

de classificaccedilatildeo refletiu a variabilidade estrutural dos tipos de vegetaccedilatildeo do Brasil As

informaccedilotildees geradas pelo projeto tambeacutem confirmaram a importacircncia da topografia na

caracterizaccedilatildeo da paisagem local e regional jaacute que eacute um dos fatores determinantes do

estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidade de espeacutecies vegetais

Embora se reconheccedilam os dados topograacuteficos como importante fonte de informaccedilotildees

para subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo o estabelecimento de metodologias com este

aporte requer o desenvolvimento de estudos especiacuteficos para determinar as relaccedilotildees que

existem entre ambos os aspectos Tal condiccedilatildeo pode ser explicada por uma histoacuterica de

ausecircncia de levantamentos topograacuteficos detalhados pela qual grande parte do territoacuterio

nacional permanece com mapeamentos em escalas inadequadas para vaacuterias aplicaccedilotildees

Neste contexto a utilizaccedilatildeo de bases topograacuteficas obtidas por sensores orbitais pode

enfim significar a viabilizaccedilatildeo de tais estudos A missatildeo SRTM (Shuttle Radar

Topographic Mission) ocorrida em 2000 possibilitou a coleta de dados altimeacutetricos

para praticamente toda a superfiacutecie terrestre A existecircncia desses dados em cobertura

nacional permite que se avalie e se desenvolva seu potencial para o mapeamento da

vegetaccedilatildeo de forma relativamente padronizada em diferentes ambientes

Os dados SRTM mostraram-se passiacuteveis de derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas

para expressatildeo das diferentes caracteriacutesticas do relevo o que resulta num conjunto de

dados em complemento agrave altimetria Cada variaacutevel condiciona a vegetaccedilatildeo atraveacutes de

diferentes aspectos da paisagem (temperatura exposiccedilatildeo solar e hidrologia por

24

exemplo) aleacutem do controle direto sobre o transporte e o acuacutemulo de estruturas de

propagaccedilatildeo biomassa e substacircncias vegetais que afetam sua distribuiccedilatildeo Diante disso

o presente trabalho tem como objetivo principal a avaliaccedilatildeo das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo SRTM para identificaccedilatildeo

de tipos vegetacionais As anaacutelises recairatildeo sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes

agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo

existentes

Tal objetivo compreende o atendimento agraves seguintes metas especiacuteficas

bull Identificar as variaacuteveis geomorfomeacutetricas que melhor caracterizem diferentes

tipos de vegetaccedilatildeo

bull Caracterizar os tipos de vegetaccedilatildeo em termos das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas

de sua ocorrecircncia

bull Analisar a capacidade de discriminaccedilatildeo dos tipos vegetacionais mapeados a

partir dos dados geomorfomeacutetricas

bull Aplicar os resultados anteriores ao mapeamento da vegetaccedilatildeo como forma de

avaliaccedilatildeo

25

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

Para a compreensatildeo deste trabalho este capiacutetulo faz uma breve fundamentaccedilatildeo dos

condicionantes topograacuteficos da paisagem e suas relaccedilotildees com a vegetaccedilatildeo Em seguida

satildeo apresentadas as fontes e demais especificaccedilotildees teacutecnicas dos dados topograacuteficos e de

vegetaccedilatildeo aplicados neste estudo

21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem

A topografia ao lado de outras variaacuteveis ambientais eacute fundamental na caracterizaccedilatildeo da

paisagem local e regional Diversos estudos tecircm relacionado variaacuteveis topograacuteficas com

o estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidades de espeacutecies vegetais Schmidt et al

(2003) descrevem as principais variaacuteveis topograacuteficas extraiacutedas de Modelos Digitais de

Elevaccedilatildeo (MDE) que podem ser geradas a partir do SRTM

Segue-se a definiccedilatildeo das variaacuteveis topograacuteficas mais utilizadas em estudos de

caracterizaccedilatildeo da paisagem

a- Elevaccedilatildeo corresponde a altitude do terreno Estaacute relacionada agrave distribuiccedilatildeo

altitudinal do solo e clima condicionando diferentes padrotildees vegetacionais na

paisagem

b- Declividade corresponde ao acircngulo de inclinaccedilatildeo da superfiacutecie local Possui

accedilatildeo direta sobre o equiliacutebrio entre a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo e escoamento

superficial aleacutem de controlar a intensidade dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo

Esse conjunto de fatores resulta na formaccedilatildeo de ambientes com diferentes

caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas as quais permitem o estabelecimento de

diferentes tipos de vegetaccedilatildeo

c- Orientaccedilatildeo de vertentes corresponde ao alinhamento do terreno em relaccedilatildeo ao

sol eacute a medida do acircngulo horizontal da direccedilatildeo esperada do escoamento

superficial geralmente expressa em azimute Dentre os vaacuterios aspectos (relaccedilatildeo

com distribuiccedilatildeo de diferentes substratos refuacutegios ecoloacutegicos etc) esta variaacutevel

relaciona-se ao grau de sombreamento ou iluminaccedilatildeo do terreno selecionando

ambientes mais propiacutecios para o desenvolvimento de determinados tipos de

26

vegetaccedilatildeo em detrimento de outros Assim a orientaccedilatildeo de vertentes controla a

direccedilatildeo dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo portanto com efeitos locais sobre os

regimes hiacutedricos e de energia definindo diferentes padrotildees vegetacionais

d- Curvatura vertical refere-se ao caraacuteter convexococircncavo do terreno quando

analisado em perfil

e- Curvatura horizontal refere-se ao caraacuteter divergenteconvergente dos fluxos de

mateacuteria sobre o terreno quando analisado em projeccedilatildeo horizontal

As duas uacuteltimas variaacuteveis estatildeo relacionadas aos processos de migraccedilatildeo e acuacutemulo de

aacutegua minerais e materiais orgacircnicos no solo atraveacutes da superfiacutecie proporcionados pela

gravidade Estas duas variaacuteveis combinadas representam uma caracterizaccedilatildeo das formas

do terreno que se associam diretamente a propriedades hidroloacutegicas e de transporte

exercendo influecircncia indireta sobre a vegetaccedilatildeo local

22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo

Alguns estudos tecircm mostrado que a topografia exerce influecircncia indireta sobre a

vegetaccedilatildeo uma vez que determina feiccedilotildees hidroloacutegicas variaccedilotildees na disponibilidade de

aacutegua no solo distribuiccedilatildeo dos tipos de solo e topoclimas Outros cujo foco eacute a relaccedilatildeo

direta entre a topografia e a vegetaccedilatildeo verificam tal influecircncia baseados em variaacuteveis

topograacuteficas especialmente elevaccedilatildeo declividade e orientaccedilatildeo de vertentes e mais

raramente estudos baseados nas curvaturas vertical e horizontal do terreno (DARGIE

1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteQUEZ-ROSAS et al 2002) O texto

subsequumlente se refere a tais estudos

Satildeo reconhecidos os efeitos principais da topografia no estabelecimento da vegetaccedilatildeo

ao lado da accedilatildeo do clima da geologia dos solos e da intervenccedilatildeo antroacutepica A

variabilidade topograacutefica induz a uma diversidade de fauna e flora significativa no

ecossistema O desenvolvimento deste eacute controlado ainda por fatores abioacuteticos tais

como disponibilidade de aacutegua temperatura e incidecircncia de radiaccedilatildeo

Em paisagens tais como as savanas as feiccedilotildees hidroloacutegicas baseadas na topografia

exercem influecircncia sobre modelos de propagaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo arboacuterea Estas aacutereas

27

podem capturar e reter nutrientes e aacutegua escassa provenientes de regiotildees montanhosas

ou mesmo devido ao regime hiacutedrico (infiltraccedilatildeoescoamento superficial) determinar o

padratildeo de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo (WU et al 2005) Nas paisagens de florestas

boreais especialmente em casos onde a topografia varia a variaccedilatildeo espacial da

disponibilidade da aacutegua do solo eacute um importante fator que afeta o crescimento e a

composiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo A floresta ripaacuteria dessas aacutereas por exemplo tem um

suprimento constante de aacutegua no solo proacuteximo agrave superfiacutecie assim tecircm

consideravelmente mais espeacutecies de plantas vasculares do que florestas dos terrenos

mais elevados (ZINKO et al 2005) Este gradiente floriacutestico aiacute observado tambeacutem eacute

evidente em outras feiccedilotildees fitofisionocircmicas CLARK et al (1999) verificaram que haacute

um claro gradiente floriacutestico em resposta aos tipos de solo e que estes variaram em

funccedilatildeo da posiccedilatildeo topograacutefica Os autores estudaram a distribuiccedilatildeo e abundacircncia de

palmeiras e outras aacutervores na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica La Selva na Costa Rica Eles

concluiacuteram que menos de 30 das espeacutecies apresentaram distribuiccedilatildeo influecircnciada por

efeitos edaacuteficos ou topograacuteficos Entretanto as variaacuteveis ambientais estudadas (solos e

topografia entre outras) foram capazes de explicar somente uma pequena proporccedilatildeo da

variaccedilatildeo floriacutestica

Nas paisagens brasileiras onde predominam altitudes modestas (maior parte entre 200 e

1200 m) as diversas formas do terreno tambeacutem satildeo determinantes de diferentes

padrotildees fitofisionocircmicos Na Amazocircnia por exemplo onde o relevo eacute descrito como de

pequena amplitude a simples posiccedilatildeo no relevo pode manifestar diferenccedilas na

vegetaccedilatildeo Segundo Ayres (1993) a vegetaccedilatildeo da Amazocircnia pode ser dividida em

campinaranas que satildeo florestas sobre solo arenoso caracterizadas por vegetaccedilatildeo

escleromoacuterfica pobre e baixa e florestas de terra firme que se situam geralmente em

terrenos ondulados a baixas altitudes com aacutervores mais altas algumas chegando ateacute

50m A topografia pode definir a riqueza e distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais ao longo do

gradiente de inundaccedilatildeo e sedimentaccedilatildeo em florestas de vaacuterzea na Amazocircnia Wittman et

al (2004) estudando tal questatildeo observaram que apenas 26 dos 222 registros de

espeacutecies de aacutervores ocorreram abaixo da cota de inundaccedilatildeo A sedimentaccedilatildeo foi mais

alta em estaacutegios sucessionais iniciais proacutexima agraves calhas dos rios principais e decresceu

28

com o aumento do niacutevel da topografia dos siacutetios de florestas e em processos de

sucessatildeo e alcanccedilaram menores taxas nas florestas de vaacuterzea alta

Estudos mostram que a heterogeneidade das condiccedilotildees do solo na Amazocircnia eacute

frequentemente ligada agrave topografia e exerce uma notaacutevel influecircncia sobre a composiccedilatildeo

a estrutura e os padrotildees de diversidade da floresta (LESCURES BOULET 1985

PELISSIER et al 2001) A topografia da Amazocircnia Central eacute fortemente

correlacionada com a textura do solo (CHAUVEL et al 1987) e estes fatores satildeo os

maiores condicionantes da distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais e da estrutura de suas

comunidades em escalas local e regional (SOLLINS 1988 LIEBERMAN 1985

KUBOTA 2004) A comunidade de palmeiras por exemplo se distribue em trecircs zonas

de acordo com as condiccedilotildees hidromoacuterficas do solo Assim pode-se reconhecer solos

bem drenados (platocirc topo vertente) solos pobremente drenados (zona de transiccedilatildeo)

solos sazonalmente inundados (igarapeacutes) nos quais estas diferentes espeacutecies se

distribuem Desse modo verifica-se que a distribuiccedilatildeo de diferentes espeacutecies de

palmeiras estatildeo fortemente relacionadas ao tipo de solo cuja distribuiccedilatildeo depende da

situaccedilatildeo topograacutefica local (KAHN CASTRO 1985) Tal condicionamento natildeo se

restringe agrave distribuiccedilatildeo de tipos vegetacionais cerca de 30 das variaccedilotildees espaciais nas

estimativas de biomassa de aacutervores estatildeo relacionadas agraves caracteriacutesticas do solo e a

topografia (LAURENCE et al 1999 CASTILHO et al 2006)

Em Florestas estacionais e no Cerrado o estabelecimento dos diferentes tipos de

vegetaccedilatildeo se deve muito mais a fatores edaacuteficos e climaacuteticos do que propriamente agrave

topografia Entretanto a topografia explica de modo indireto parte da variaccedilatildeo vegetal

assim como a distribuiccedilatildeo de possiacuteveis fragmentos existentes nestas paisagens Brotrel

et al (2002) estudando a comunidade arboacutereo-arbustiva de um fragmento de floresta

estacional semidecidual (Ingaiacute-MG) verificaram que estes fragmentos se distribuem sob

influecircncia do regime de aacutegua da fertilidade quiacutemica do solo e posiccedilatildeo topograacutefica

Resultado tambeacutem encontrado por Rodrigues et al (2002) que estudando a floriacutestica da

comunidade arboacuterea de um fragmento florestal em Luminaacuterias MG verificaram que a

alta diversidade de espeacutecies aiacute encontradas pode estar relacionada agrave influecircncia de

formaccedilotildees vegetais proacuteximas e aos diferentes microambientes proporcionados pela

topografia variaccedilotildees na fertilidade e umidade dos solos Edivane e Schiavini (2002)

29

caracterizaram a topografia de um gradiente florestal na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica do Panga

(Uberlacircncia MG) e avaliaram sua relaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo das 20 principais espeacutecies

arboacutereas inclusas neste gradiente (mata galeria mesoacutefila semideciacutedua de encosta e

cerradatildeo) Tal estudo mostrou que algumas das espeacutecies satildeo influenciadas positiva ou

negativamente por variaccedilotildees de umidade do solo ocasionadas pela topografia ocorrentes

na mata galeria enquanto outras mostram maiores relaccedilotildees com outros fatores edaacuteficos

eou condiccedilotildees de luminosidade de bordas e clareiras Tambeacutem referente ao ambiente

de Cerrado Fonseca e Silva-Junior (2003) verificaram a sua composiccedilatildeo floriacutestica

densidade e aacuterea basal do componente lenhoso no sentido restrito em duas situaccedilotildees

num gradiente topograacutefico designadas interfluacutevio e vale no Jardim Botacircnico de

Brasiacutelia DF Seus resultados salientaram que a topografia como forte determinante na

distribuiccedilatildeo de algumas populaccedilotildees e comunidades lenhosas por meio de sua influecircncia

na variaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico afetou a composiccedilatildeo floriacutestica a densidade e a aacuterea basal

nos Cerrados sentido restrito de interfluacutevio e vales estudados

Cabe ressaltar que a topografia natildeo condiciona apenas processos ecoloacutegicos mas

tambeacutem a accedilatildeo humana Na escala do nosso paiacutes eacute evidente que os remanescentes

florestais concentram-se em aacutereas menos apropriadas para a agricultura o que eacute

fortemente dependente do relevo (VIANA 1995 VIANA et al 1997) Isto implica no

fato de que a maioria dos fragmentos florestais estar localizada em aacutereas de topo e mais

acidentadas que natildeo satildeo propiacutecias a praacuteticas agriacutecolas ou ocupaccedilatildeo humana

Embora os estudos que abordam especificamente as relaccedilotildees entre as variaacuteveis

topograacuteficas e os tipos vegetacionais sejam menos frequumlentes eles satildeo de grande

importacircncia para o entendimento do ambiente biofiacutesico de modo geral Algumas destas

pesquisas revelam que a elevaccedilatildeo a declividade e a orientaccedilatildeo de vertente satildeo as

principais variaacuteveis relacionadas a variaccedilotildees na distribuiccedilatildeo de fitofisionomias

(DARGIE 1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteSQUES-ROSAS et al 2002)

Em conjunto com outras variaacuteveis geomorfomeacutetricas a declividade em especial

produz uma variedade de situaccedilotildees ambientais tais como gradientes de umidade no

solo entre o topo e a base de uma vertente por exemplo favorecimento de transporte de

partiacuteculas de solo ao longo de um perfil interferecircncia na organizaccedilatildeo vertical do dossel

30

ocasionando variaccedilotildees nos acircngulos de penetraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da luz no interior de

florestas promoccedilatildeo da aparente elevaccedilatildeo da copa de indiviacuteduos menores e mais jovens

de aacutereas superiores de modo que alcancem mais raacutepido o dossel em aacutereas de

declividade acentuada (GANDOLFI 2000) A declividade e a orientaccedilatildeo de vertentes

controlam respectivamente a intensidade e a direccedilatildeo de fluxos de mateacuteria e de insolaccedilatildeo

portanto com efeitos locais sobre os regimes hiacutedricos e de energia No entanto estas

variaacuteveis podem fornecer informaccedilotildees aqueacutem do potencial de utilizaccedilatildeo de MDE

quando se busca o levantamento para estudo da cobertura vegetal com respostas

variadas quando estudadas sob diferentes situaccedilotildees Qi e Zhu (2003) consideram que

um conjunto baacutesico de variaacuteveis topograacuteficas para caracterizaccedilatildeo morfomeacutetrica do

terreno local deve incluir aleacutem dessas as curvaturas horizontal e vertical (SCHMIDT et

al 2003 VALERIANO 2003 VALERIANO CARVALHO JUacuteNIOR 2003)

Os estudos aplicados agrave caracterizaccedilatildeo da paisagem com variaacuteveis topograacuteficas

numeacutericas (morfometria) tecircm sido favorecidos com o desenvolvimento de meacutetodos

automaacuteticos de anaacutelise de MDE A importacircncia de tais estudos estaacute no fato de serem

desenvolvidos em ambiente computacional o que propicia uma reduccedilatildeo de trabalho

manual e a subjetividade dessas atividades

Pressupondo o processo de formaccedilatildeo de solos como resposta agrave distribuiccedilatildeo dos

processos hidroloacutegicos e erosivos e da temperatura do solo Moore et al (1993)

relacionaram atributos pedoloacutegicos agraves variaacuteveis topograacuteficas verificando que a situaccedilatildeo

topograacutefica explicou em parte expressiva a variaccedilatildeo de importantes propriedades do

solo Brubaker et al (1993) fizeram inferecircncias semelhantes baseados na posiccedilatildeo das

observaccedilotildees sobre a superfiacutecie de vertentes Briggs e Shishira (1985) observaram uma

consideraacutevel reduccedilatildeo na variabilidade dos atributos de solo dentro de cada unidade

homogecircnea de relevo

Tais efeitos edaacuteficos associados aos efeitos climaacuteticos aleacutem da accedilatildeo direta do relevo

sobre a vegetaccedilatildeo tecircm dado suporte por exemplo ao estudo de efeitos topograacuteficos no

estabelecimento de diferentes tipos de vegetaccedilatildeo Florinsky e Kuryakova (1996)

consideraram como accedilatildeo direta da topografia o transporte e o acuacutemulo de material

orgacircnico incluindo sementes e outras estruturas de propagaccedilatildeo e recomendam o uso de

31

modelos digitais e mapas de variaacuteveis topograacuteficas (Tabela 11) para levantamento

mapeamento e compreensatildeo dos aspectos dinacircmicos da vegetaccedilatildeo

Tabela 11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)

Variaacutevel unidade Definiccedilatildeo

h m Elevaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao niacutevel do mar (altitude)

G o ou Acircngulo vertical entre os planos horizontal e tangente agrave superfiacutecie do terreno (declividade)

A o Acircngulo horizontal entre norte e a projeccedilatildeo horizontal de um vetor normal agrave superfiacutecie (orientaccedilatildeo de vertente)

kv m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre por um plano contendo um vetor externo normal e um vetor da aceleraccedilatildeo da gravidade (curvatura vertical)

kh m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre que eacute ortogonal agrave seccedilatildeo em kv (curvatura horizontal)

H m-1 Meacutedia das curvaturas vertical e horizontal (curvatura meacutedia)

CA m2 m-1 Aacuterea de terreno cujas linhas de escoamento passam por um determinado segmento de isolinha dividido pelo comprimento desse segmento (aacuterea de captaccedilatildeo)

TI TI = ln(CAG) (iacutendice topograacutefico)

SI SI = CAG (iacutendice de enxurrada)

Florinsky e Kuryakova (1996) estudaram relaccedilotildees entre a cobertura florestal e variaacuteveis

topograacuteficas em quatro diferentes aacutereas de estudo Ficou evidente que o controle

topograacutefico das propriedades da vegetaccedilatildeo eacute realizado de formas diferentes em

diferentes terrenos O exemplo citado apresenta a maior dependecircncia da vegetaccedilatildeo

relativa agrave intensidade de fluxo de aacutegua superficial (escoamento) em regiotildees aacuteridas que eacute

controlado por kh Por outro lado em regiotildees de baixas temperaturas ou grandes

latitudes espera-se maior influecircncia da insolaccedilatildeo controlada por G e A Os resultados

indicam que a distribuiccedilatildeo da cobertura vegetal eacute mais bem explicada quando natildeo se

restringem a anaacutelise do relevo agraves variaacuteveis h G e A Foram tambeacutem observadas algumas

relaccedilotildees entre propriedades da vegetaccedilatildeo e classes do terreno relativas agrave erosatildeo

23 SRTM

Em fevereiro de 2000 um rico conjunto de dados de elevaccedilatildeo global baseado na

tecnologia InSAR (Interferometric Synthetic Aperture Radar) foi adquirido por meio

do projeto SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) do JPL (Jet Propulsion

32

Laboratory) integrado agrave NASA (National Aeronautics and Space Administrarion)

resultando na base de dados topograficos digitais mais completa jaacute construiacuteda As

informaccedilotildees que se seguem foram retiradas do site do JPL (http

www2jplnasagovsrtn) e de Valeriano (2003)

O projeto SRTM proveacutem da cooperaccedilatildeo entre a NASA NIMA (National Imagery and

Mapping Agency) DOD (Departamento de Defesa) dos Estados Unidos e das agencies

espaciais da Itaacutelia e Alemanha Esta missatildeo se utilizou do mesmo instrumento usado em

1994 pelo programa Spaceborne Imaging Radar-CX-Band Synthetic Aperture Radar

(SIR-CX-SAR) a bordo do ocircnibus especial Endeavour Aacute nave foi adicionada um

mastro de 60 m em cuja extremidade foram instaladas antenas para bandas C e X aleacutem

de ajustes nos dispositivos de controle e navegaccedilatildeo Isto permitu a coleta de medidas

tridimensionais da superfiacutecie terrestre atraveacutes de interferometria

O processamento dos dados coletados visou agrave construccedilatildeo de um MDE mundial

elaborado continente por continente O sobrevocirco da SRTM ocorreu entre 11 e 22 de

fevereiro de 2000 durante o qual foram percorridas 16 oacuterbitas por dia resultando num

total de 176 oacuterbitas Desse modo foram coletados 12TB dados A conclusatildeo de cada

continente foi seguida pelo envio de dados ao NIMA para serem editados verificados e

ajustados aos padrotildees norte-ameriacano de exatidatildeo de mapas (National Map Accuracy

Standards) Estes dados foram entatildeo devolvidos agrave NASA para distribuiccedilatildeo puacuteblica

atraveacutes da USGS (United States Geological Survey)

Entre as latitudes 60˚ N e 56˚ S cerca de 80 da superfiacutecie terrestre foi coberta sendo

realizadas para tanto de uma a quatro passagens Um conjunto menor de dados foi

coletado sobre a aacutegua para calibraccedilatildeo Do total de dados SRTM os da banda C foram

processados no JPL e os da banda X no Centro Aeroespacial da Alemanha (DLR) Estes

foram usados para criar MDE de resoluccedilatildeo mais alta poreacutem sem cobertura global

O projeto teve apoio de campo sobretudo com base em levantamentos geodeacutesicos no

qual foi empregado o meacutetodo Sistema de Posicionamento Global Cinemaacutetico

(Kinematic Global Positioning System) Foram coletadas ao todo cerca de 70000 Km

de linhas (transectos) aliada agrave distribuiccedilatildeo de refletores com coordenadas precisamente

definidas pela JPL para geraccedilatildeo do conjunto de pontos referencia ou controle

33

Em paralelo agrave montagem do MDE global foi feito o processamento de dados locais

especiacuteficos Cada aacuterea cobre uma ceacutelula de 1 grau de latitude por um grau de longitude

cujos dados consistem em mapas imagens e dados auxiliares ineacuteditos

Segundo a JPL embora a NIMA aplicasse vaacuterias operaccedilotildees de poacutes-tratamento que

incluem remoccedilatildeo de picos e voacutertices nas informaccedilotildees que acompanham os dados do

usuaacuterio satildeo lembradas suas caracteriacutesticas (inerente a todo dado geo-espacial) devem

condicionar seu desempenho diante das aplicaccedilotildees especiacuteficas uma caracteriacutestica dos

dados SRTM que o torna inadequado para uma dada aplicaccedilatildeo pode ser inoacutecua para

outra Informa-se ainda que nenhuma ediccedilatildeo foi aplicada sobre os dados e que o

conjunto em questatildeo conteacutem um grande nuacutemero de vatildeos e outros pontos espuacuterios como

valores extremamente altos (picos) e outros extremamente baixos (voacutertices) Corpos

drsquoaacutegua seratildeo geralmente mal definidos assim como as linhas de costa

Em janeiro de 2002 a NASA iniciou a distribuiccedilatildeo puacuteblica destes pequenos conjuntos

de dados de locais dentro dos Estados Unidos Enfim foram gerados MDE sob

resoluccedilatildeo de 30m (em coordenadas geograacuteficas com 1rdquo ou 0000277˚) para os Estados

Unidos e 90m (em coordenadas geograacuteficas com 3rdquo ou 0000833˚) para o resto do

mundo O datum e elipsoacuteide de referecircncia satildeo WGS84 com dados z em metros inteiros

Uma apreciaccedilatildeo preliminar dos dados SRTM mostrou uma seacuterie de caracteriacutesticas

indesejaacuteveis tais como falhas negativas (voacutertices) representadas por cotas negativas (-

8388607 m) Estes artafatos satildeo facilmente reconheciacuteveis nas imagens poreacutem devido

ao elevado moacutedulo deste valor sua remoccedilatildeo requer operaccedilotildees cuidadosas para que natildeo

se contaminem as informaccedilotildees vaacutelidas Teacutecnicas tais como filtragens natildeo satildeo capazes

de eliminar este problema mas podem ampliar a sua aacuterea de influecircncia modificando os

cotas de linhas vizinhas formando uma feiccedilatildeo artificial que se assemelha a um vale ou

sulco retiliacutenio com orientaccedilatildeo E-W ou N-S Estes dados satildeo sensiacuteveis a quaisquer

objetos presentes sobre a superfiacutecie do terreno tais como antenas edificaccedilotildees e mesmo

variaccedilotildees na cobertura vegetal A presenccedila destes artefatos atrapalha a percepccedilatildeo do

terreno em si no modelo como de fato eacute o intuito da obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

topograacuteficas A utilizaccedilatildeo de filtragens apesar de minimizar os efeitos destes artefatos

propicia a suavizaccedilatildeo da superfiacutecie como um todo o que natildeo eacute desejaacutevel

34

Alguns estudos tecircm demonstrado que suavizaccedilotildees desnecessaacuterias do MDE prejudicam o

desempenho de algoriacutetimos de declividade por exemplo (VALERIANO 2003)

Considerando que grande parte do territoacuterio nacional eacute provida de mapeamentos

demasiadamente generalizados para vaacuterias utilizaccedilotildees da informaccedilatildeo topograacutefica o

dado SRTM pode ser considerado a melhor informaccedilatildeo topograacutefica jaacute disponibilizada

para o nosso territoacuterio A resoluccedilatildeo de 90m deste dado representa um avanccedilo importante

em relaccedilatildeo agrave dados ateacute entatildeo disponiacuteveis os dados RADARSAT-1 com resoluccedilatildeo

quilomeacutetrica

Como citado anteriormente os dados SRTM trazem consigo limitaccedilotildees intriacutensecas do

sistema e estatildeo sujeitos a uma seacuterie de fatores que alteram a relaccedilatildeo de precisatildeo ou

fidelidade para com a paisagem existente Neste sentido meacutetodos de tratamento de

dados vecircm sendo desenvolvidos com o intuito de adequar os dados aos objetivos das

pesquisas sem entretanto alterar a informaccedilatildeo que se deseja extrair Valeriano (2004)

aplicando a interpolaccedilatildeo dos dados por krigagem e as teorias da geoestatiacutestica na

fundamentaccedilatildeo desta teacutecnica preservou as caracteriacutesticas do terreno no MDE formado

Desta forma o tratamento destes dados consiste na modificaccedilatildeo do MDE SRTM

original para um MDE com caracteriacutesticas desejaacuteveis resoluccedilatildeo melhorada de 1rdquo(~

30m) reduccedilatildeo de artefatos remoccedilatildeo de falhas e distribuiccedilatildeo da aleatoriedade espacial

24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens

Segundo Croacutesta (2002) um dos principais objetivos do sensoriamento remoto eacute o de

distinguir entre e identificar as composiccedilotildees de diferentes materiais superficiais (tipos

de vegetaccedilatildeo padrotildees de uso do solo entre outros) Essa distinccedilatildeo e identificaccedilatildeo

tornam-se possiacuteveis diante do fato de os materiais superficiais terem comportamento

especiacutefico ao longo do espcetro eletromagneacutetico o que permite identificaacute-los ou

classificaacute-los

A classificaccedilatildeo automaacutetica de imagens multiespectrais de sensoriamento remoto diz

respeito a associar cada pixel da imagem a um ldquoroacutetulordquo descrevendo um objeto real

(vegetaccedilatildeo solo etc) Dessa forma os valores numeacutericos (DNs) associados agrave cada

pixel definidos pela reflectacircncia dos materiais que compotildeem esse pixel satildeo

identificados em termos de um tipo de cobertura da superfiacutecie terrestre imageada

35

(aacutegua solo tipode vegetaccedilatildeo rocha etc) chamadas entatildeo tema Apoacutes esse processo ser

completado para todos os pixels de uma determinada aacuterea o resultado eacute um mapa

temaacutetico mostrando a distribuiccedilatildeo geograacutefica de um tema tal como vegetaccedilatildeo ou solo

Desse modo pode-se dizer entatildeo que uyma imagem de sensoriamento remoto

classificada eacute uma forma de mapa digital temaacutetico

Segue-se a definiccedilatildeo segundo Crosta (2002) dos tipos de classificaccedilotildees testadas

(Cluster MaxVer e Fatiamento) no presente trabalho

241 Cluster

Para a classificaccedilatildeo por cluster o espaccedilo de atributos possui agrupamentos cluster ou

ldquonuvensrdquo os quais podem ser caracterizados por curvas de contorno No processo de

classificaccedilatildeo estas nuvens satildeo identificadas e usadas como aacutereas de treinamento

O primeiro passo neste tipo de classificaccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo de uma anaacutelise de

agrupamento utilizando para tal teacutecnicas estatiacutesticas padratildeo Atraveacutes dessa anaacutelise as

nuvens de dados satildeo identificadas no espaccedilo de atributos Uma vez feita essa anaacutelise

uma decisatildeo deve ser tomada em relaccedilatildeo agraves quais concentraccedilotildees devem ser tratadas

como grupos separados A melhor maneira de fazer isso eacute aceitar apenas aquelas cujas

modas ultrapassam certo limiar

O software Idrisi versatildeo 20 oferece a uma definiccedilatildeo condizente com a anterior poreacutem

mais detalhada

O cluster eacute uma teacutecnica que se baseia na anaacutelise das modas (picos) do histograma de

uma variaacutevel de uma aacuterea a ser analisada em que uma moda eacute definida como o valor de

maior frequecirccia comparativamente aos seus vizinhos Isto eacute equivalente a buscar os

picos como um histograma unidimensional poreacutem satildeo avaliados n histogramas (n

variaacuteveis) simultaneamente identificando-se assim aglomeraccedilotildees ou nuvens (clusters)

de pontos no espaccedilo n-dimensional Uma vez que os aglomerados tenham sido

identificados todas as classes seratildeo atribuiacutedas com base no pico de concentraccedilatildeo mais

proacuteximo As divisotildees entre as classes se inserem nos pontos de menor ocorrecircncia de

valores observados entre tais picos Os melhores resultados ocorrem quando as variaacuteveis

natildeo estatildeo correlacionadas entre si

36

Em relaccedilatildeo agraves condiccedilotildees da operaccedilatildeo do algoritmo utilizado (EASTMAN 1995) o

cluster tem melhor desempenho se a imagem composta tiver sido criada usando a opccedilatildeo

linear com saturaccedilatildeo Isto assegura que os seis niacuteveis por a faixa na composiccedilatildeo ocupem

mais intensamente a regiatildeo onde os dados satildeo os mais concentrados Geralmente os

melhores resultados satildeo encontrados com niacuteveis de saturaccedilatildeo entre aproximadamente

1 - 25 Este algoritmo trabalha apenas em imagens produzidas por composiccedilatildeo

colorida A imagem composta consiste em iacutendices de cores em que cada iacutendice Irgb eacute

dado por Irgb = IB(azul) + 6 IG(verde) + 36 IR(vermelho) em que cada canal (IR IG ou IB) assume

um valor no intervalo de 0-5 Por exemplo um pixel com IRGB de valores de 1 5 e 3

(respectivamente IR IG e IB) teria um iacutendice de 3 + (5 6) + (1 36) = 69 Assim a

operaccedilatildeo do Cluster decompotildee os valores da composiccedilatildeo colorida para criar um

histograma tridimensional

242 Fatiamento

O fatiamento de niacuteveis de intensidade representa a forma mais simples de classificaccedilatildeo

e eacute aplicado a uma uacutenica banda espectral de cada vez A operaccedilatildeo de fatiamento

consiste simplesmente em realccedilar os pixels cujas intensidades se situam dentro do

intervalo especificado (a fatia) isto eacute entre um maacuteximo e um miacutenimo O fatiamento eacute

feito de modo interativo geralmente no qual o usuaacuterio define tanto a largura quanto o

centro do intervalo desejado Essa fatia eacute entatildeo ajustada ateacute que as feiccedilotildees de interesse

sejam realccediladas e separadas das aacutereas originalmente diferentes sendo entatildeo

representadas por um mesmo DN

O fatiamento de uma uacutenica banda espectral pode ser estendido para o domiacutenio

multiespectral atraveacutes de uma seacuterie de etapas descritas a seguir Desse modo aumenta-

se a precisatildeo da classificaccedilatildeo uma vez que a superfiacutecie que se deseja classificar teraacute

uma maior probabilidade de se diferenciar das outras presentes na imagem quanto

maior for o numero de bandas considerado

Para isso toma-se uma banda espectral e define-se uma regiatildeo previamente conhecida

contendo a superficie de interesse Em seguida aplica-se o fatiamento agrave primeira banda

definindo-se os paracircmetros (centro e largura da fatia) ateacute que a regiatildeo de interesse seja

realccedilada juntamente com os outros pixels dessa banda que possuam o mesmo DN da

37

regiatildeo de interesse Se salva o resultado e repete-se o processo para cada uma das

bandas espectrais disponiacuteveis Finalmente combinam-se todas as bandas fatiadas em

uma soacute imagem atraveacutes da adiccedilatildeo

No que se refere a presente pesquisa foram utilizadas bandas representadas pelas

variaacuteveis geomorfomeacutetricas locais correspondentes a cada aacuterea de estudo Estas

ldquobandasrdquo foram fatiadas atraveacutes de anaacutelises de histogramas buscando identificar nos

histogramas referentes a cada classe vegetacional pontos em que as classes

vegetacionais melhor se ditinguiam Em locais onde havia grande sobreposiccedilatildeo entre os

histogramas escolheu-se como criteacuterio fatiar em pontos onde havia maior frequencia de

distribuiccedilatildeo dessas variaacuteveis geomorfomomeacutetricas Em seguida as imagens geradas por

cada fatiamento foram sobrepostas atraveacutes de uma operaccedilatildeo de adiccedilatildeo

243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)

O MaxVer eacute o meacutetodo mais comum que considera a ponderaccedilatildeo das distacircncias das

meacutedias utiliza paracircmetros estatiacutesticos

A classifcaccedilatildeo por maacutexima verossemelhanccedila exige um nuacutemero consideravelmente

elevado de pixels para cada conjunto treinamento nuacutemero preferencialmente acima de

uma centena para que seja precisa o suficiente Esse nuacutemero permite uma base segura

para o treinamento estatiacutestico Devido a esse nuacutemero alto de pixels natildeo eacute possiacutevel

representaacute-los graficamnte de maneira individualizada Desse modo nesse caso usa-se

isolinhas ou curvas de contorno no espaccedilo de atributos representando a densidade de

pixels do conjunto de treinamento de cada regiatildeo (Figura 1)

Estes contornos representam na realidade um ajuste baseado em distribuiccedilotildees normais

ou Gaussianas dos pixels das aacutereas de treinamento do contraacuterio os contornos seriam

totalmente irregulares Ressalta-se que devido a esse ajuste os contornos satildeo

simeacutetricosOs contornos ao redor de cada classe na Figura 21 podem ser entendidos

como a probabilidade de existir um pixel naquele conjunto de treinamento como uma

determinada combinaccedilatildeo de DNs Do mesmo modo se as aacutereas de treinamento forem

realmente representativas das superfiacutecies que se deseja classificar Os mesmos

contornos podem ser vistos como a probabiliade de qualquer pixel desconhecido

pertencer a uma determinada classe na qual ele plotar

38

Figura 21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade

de pixels nos diversos conjuntos de treinamento

Essas probabilidades representam uma ferramenta de classificaccedilatildeo poderosa e flexiacutevel

atraveacutes da qual se pode escolher por exemplo classificar apenas os pixels

desconhecidos que satildeo bastante semelhantes agrave meacutedia de uma classe Isso eacute feito

escolhendo-se o limite de decisatildeo coincidindo com o contorno mais proacuteximo da meacutedia

cuja distacircncia eacute normalmente fixada como um desvio padratildeo a partir da meacutedia

Por outro lado pode-se julgar necessaacuterio classificar os pixels desconhecidos que se

situam a qualquer distacircncia da meacutedia dentro da aacuterea geral definida pelo conjunto

treinamento Neste caso escolher-se ia como limite de decisatildeo o contorno que engloba

99 dos pixels da aacuterea de treinamento Jogando os restantes 1 fora pode-se

compensar por exemplo a possibilidade de que alguns dos pixels da aacuterea de

treinamento foram incluiacutedos por engano podendo representar ruiacutedo ou pixels contendo

um limite entre dois tipos de cobertura

Eacute importante ressaltar que o meacutetodo MaxVer eacute passiacutevel de enganos e imprecisotildees Um

exemplo disso pode ser quando existem alguns pixels pertencentes a uma determinada

aacuterea de treinamento satildeo atribuiacutedos pelas regras de decisatildeo dos meacutetodos agrave uma classe

diferente

Tudo que o MaxVer consegue fazer eacute tentar minimizar a porcentagem dos pixels

classificados erroneamente O meacutetodo MaxVer assim como outros meacutetodos de

classifcaccedilatildeo supervisionada vistos anteriormente parte do princiacutepio de que o usuaacuterio

39

conhece bastante da imagem a ser classificada para poder definir classes que sejam

representativas Nos casos em que isto natildeo ocorre eacute possiacutevel partir de algumas

premissas razoaacuteveis o suficiente para permitir bons resultados

25 Anaacutelise Discriminante

O nuacutemero de variaacuteveis geomorfomeacutetricas que condicionam a distribuiccedilatildeo de tipos de

vegetaccedilatildeo de um determinado bioma sugere que anaacutelises estatiacutesticas multivariadas

sejam feitas De modo frequumlente as mais usadas satildeo anaacutelises de correlaccedilatildeo anaacutelises

baseadas em superfiacutecie de tendecircncia (DARGIE 1984 1987) anaacutelise de agrupamento

(EDIVANE SCHIAVIVI 2002) e anaacutelise de regressatildeo (FLORINSKY

KURYAKOVA 1996) Especificamente quando se deseja investigar as relaccedilotildees entre

uma variaacutevel qualitativa tipos vegetacionais por exemplo e variaacuteveis numeacutericas como

as variaacuteveis topograacuteficas a teacutecnica de anaacutelise mais apropriada eacute a anaacutelise discriminante

(HAIR Jr et al 1995) Tal anaacutelise utilizaria de combinaccedilotildees lineares das variaacuteveis

morfomeacutetricas para discriminar o melhor entre os grupos vegetacionais previamente

selecionados

De acordo com Hair Jr et al (1995) o objetivo principal da anaacutelise discriminante

consiste em estimar a relaccedilatildeo entre a uacutenica variaacutevel dependente natildeo meacutetrica (categoacuterica)

e um conjunto de variaacuteveis meacutetricas independentes

A teacutecnica da anaacutelise discriminante muacuteltipla se utiliza de combinaccedilotildees lineares das

variaacuteveis independentes para discriminar o melhor entre os grupos previamente

selecionados Esta discriminaccedilatildeo eacute obtida com a atribuiccedilatildeo de pesos agraves variaacuteveis de

forma a maximizar a variacircncia relativa entre os grupos A combinaccedilatildeo linear obtida com

a anaacutelise eacute chamada funccedilatildeo discriminante

Essa teacutecnica pode ser indicada para testes estatiacutesticos de hipoacuteteses O procedimento

comeccedila com a atribuiccedilatildeo de valores a cada um dos indiviacuteduos atraveacutes da funccedilatildeo

discriminante Com os valores dos indiviacuteduos de um mesmo grupo eacute possiacutevel obter a

meacutedia do grupo Este valor meacutedio eacute chamado de centroacuteide do grupo A comparaccedilatildeo dos

centroacuteides de grupos existentes traz a orientaccedilatildeo de quatildeo longe estatildeo um do outro em

relaccedilatildeo agrave dimensatildeo que estaacute sendo testada (MANLY 1994) Uma grande sobreposiccedilatildeo

40

entre os grupos sugere a obtenccedilatildeo de uma pobre funccedilatildeo discriminante Por outro lado

grupos bastante distintos (com pouca sobreposiccedilatildeo) sugerem a possibilidade de uma boa

funccedilatildeo discriminante

Hair Jr et al (1995) define que para dois grupos representantes da variaacutevel dependente

(por exemplo grande e pequeno) extrai-se uma funccedilatildeo discriminante Para dois grupos

seratildeo duas as funccedilotildees discriminantes extraiacutedas e assim por diante Ou seja existiratildeo

sempre n-1 funccedilotildees discriminantes para n grupos

Depois de estimada uma funccedilatildeo discriminante ela deve ser interpretada Este estaacutegio

revela a importacircncia relativa de cada variaacutevel independente na discriminaccedilatildeo dos

grupos

Green (1978) descreve que antes de tentar interpretar a funccedilatildeo discriminante o analista

cuidadoso deveraacute checar sua significacircncia estatiacutestica Tipicamente a investigaccedilatildeo eacute

conduzida atraveacutes da aplicaccedilatildeo de testes de significacircncia estatiacutestica da estatiacutestica D2 de

Mahalanobis que eacute uma medida quadraacutetica similar a medida euclidiana de distacircncia

padratildeo Mais particularmente ela mede a distacircncia de cada caso agrave meacutedia do grupo

Normalmente a estatiacutestica F do teste de significacircncia da estatiacutestica D2 eacute comumente

disponibilizada pela maioria dos pacotes estatiacutesticos

26 Dados de Vegetaccedilatildeo

Para anaacutelise da relaccedilatildeo entre vegetaccedilatildeo e variaacuteveis morfomeacutetricas foram selecionadas

aacutereas pertencentes a diferentes biomas brasileiros A seguir satildeo apresentadas

caracteriacutesticas gerais destes biomas assim como das aacutereas selecionadas para as quais os

mapas de vegetaccedilatildeo satildeo disponiacuteveis

261 Bioma Caatinga

A Caatinga caracteriza-se por apresentar uma grande diversidade de paisagens aleacutem de

ser um dos menos conhecidos e mais complexos biomas brasileiros A Reserva

Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas foi selecionada para representaacute-la

no presente estudo

41

Esta aacuterea abrange a Aacuterea Prioritaacuteria n6 do PPBIO (Programa de Pesquisa em

Biodiversidade do Semi-Aacuterido) e foi criada em 1998 com aproximadamente 5244

hectares sendo delimitada pelas coordenadas geograacuteficas 05ordm 00rsquo a 05ordm 20rsquo S e 40ordm 48rsquo a

41ordm 12rsquo W na fronteira entre os Estados do Piauiacute e Cearaacute

A aacuterea eacute considerada como uma amostra representativa da Ecoregiatildeo Complexo

Ibiapaba-Araripe e possui alta importacircncia bioloacutegica Ela possui como principais

fitofisionomias Mata Seca Carrasco Caatinga Florestada Caatinga Arboacuterea Caatinga

Arboacuterea-arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (CARVALHO PINHEIRO JUacuteNIOR

2004) Como para algumas aacutereas natildeo foi feito levantamento floriacutestico as classes de

mapeamentos propostas para designar padrotildees fitofisionocircmicos que se destacam nas

imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por uma determinada

coloraccedilatildeo foram denominadas Complexos Satildeo eles Complexo Galeria Complexo

Arboacutereo e Complexo Arboacutereo-arbustivo Segue-se a definiccedilatildeo de cada uma das classes

citadas acima segundo Carvalho e Pinheiro Juacutenior (2004)

Mata Seca

Esta classe corresponde segundo o IBGE (1992) agrave Floresta Estacional Decidual

Montana (Floresta Tropical Caducifoacutelia) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute caracterizado por

duas estaccedilotildees climaacuteticas bem demarcadas uma chuvosa seguida de um longo periacuteodo

biologicamente seco ocorre na forma de disjunccedilotildees florestais apresentando o estrato

dominante macro ou mesofaneroacutefito predominantemente caducifoacutelio com mais de 50

dos indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveis Ocupam nessas

paisagens os topos elevados de altitudes variando de 600 a 750 metros de relevo plano

e suave ondulado As elevadas altitudes chegando ateacute 750 m jaacute natildeo atenuam as

caracteriacutesticas semi-aacuteridas do Sertatildeo com as temperaturas mantendo-se elevadas

variando de 25 a 27degC Mas a precipitaccedilatildeo aumenta dominando um clima sub-uacutemido

seco com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 800 a 1000 mm

Nestes ambientes predominam os latossolos profundos aacutecidos em geral arenosos com

baixa fertilidade natural e muito bem drenados (LVa- Latossolo Vermelho-Amarelo

aacutelico)

42

Carrasco

De acordo com Arauacutejo (1998) trata-se de uma vegetaccedilatildeo arbustiva densa caducifoacutelia

natildeo espinhosa Nela se encontram a faveira o angico a pitombeira o jatobaacute a

catingueira e o sabiaacute entre outras O xique-xique e o caroaacute aparecem como subarbustos

Este tipo vegetacional ocorre em ambientes mais arenosos e secos

Na aacuterea da Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo

Sertaneja Setentrional Nesta paisagem o Carrasco ocupa as superfiacutecies pediplanadas

altas com altitudes variando de 400 a 650 m de relevo plano a suavemente ondulado

Deve estar submetida a uma condiccedilatildeo de transiccedilatildeo climaacutetica com precipitaccedilotildees meacutedias

anuais em torno de 850 mm

Neste ambiente predominam os solos arenosos profundos excessivamente drenados

aacutelicos e com fertilidade natural baixa (Areias Quartzosas aacutelicas- AQa4 e AQa10)

associado ao Latossolo Vermelho-Amarelo aacutelico (LVa)

Caatinga Florestada

Esta classe corresponde ao contato Savana-EsteacutepicaFloresta Estacional-ecoacutetono

definido pelo IBGE (1992) Trata-se de uma vegetaccedilatildeo de transiccedilatildeo ou seja entre duas

ou mais regiotildees ecoloacutegicas ou tipos de vegetaccedilatildeo existem sempre ou pelo menos na

maioria das vezes comunidades indiferenciadas onde as floras se interpenetram

constituindo as transiccedilotildees floriacutesticas ou contatos edaacuteficos

De acordo com o IBGE e Governo do Estado do Cearaacute (1973) este tipo de cobertura

vegetal obedece a um escalonamento de acordo com o niacutevel em que se situa ocorrendo

pelo menos duas sineacutecias cuja transiccedilatildeo se verifica onde a caatinga desaparece e

comeccedila a mata tropical

Na Aacuterea das Serras das Almas a borda mais oriental da Paisagem das Chapadas

Intermediaacuterias e Baixas a Caatinga Florestada ocupa uma estreita faixa Na Paisagem

das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas ocupa um modelo de dissecaccedilatildeo aguccedilada

intermediaacuteria com altitudes variando de 400 a 700 m de relevo fortemente ondulado e

montanhoso Segundo as condiccedilotildees de transiccedilatildeo climaacutetica pode-se dizer que as

43

precipitaccedilotildees anuais variam de 800 a 1000 mm Neste tipo de ambiente ocorre uma

associaccedilatildeo de trecircs tipos de solo pouco desenvolvidos e rasos Nas partes intermediaacuterias

de declives menos abruptos e relevos menos acidentados (suave ondulado a ondulado)

apresentam-se o que pode se considerar o mais caracteriacutestico os solos Podzoacutelicos

Vermelho-Amarelo eutroacuteficos (PE) com argila de atividade fraca horizonte A

moderado textura meacutediaargilosa Nos relevos mais acidentados (fortemente ondulados

a montanhosas) aparecem os solos Litoacutelicos eutroacuteficos (RE) com horizonte A

moderado textura arenosa a meacutedia fase pedregosa e rochosa associados aos

Afloramentos Rochosos (AR)

Caatinga Arboacuterea

Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica do IBGE (1992) Trata-se de um subgrupo

de formaccedilatildeo caracterizado por micro eou nanofaneroacutefitos com meacutedia de 5 m

excepcionalmente ultrapassando os 7 m de altura mais ou menos com grossos troncos

e engalhamento bastante ramificado em geral provido de espinhos eou acuacuteleos com

total decidualidade na eacutepoca desfavoraacutevel

Em Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo Sertaneja

Setentrional e da Paisagem das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas Nesta paisagem eacute

encontrada em modelos de Dissecaccedilatildeo Tabular Baixo com altitudes bastante variadas

de 300 ateacute 600 m e relevos ondulados a fortemente ondulados

Para este tipo de vegetaccedilatildeo o clima varia desde um clima Subuacutemido uacutemido com

precipitaccedilotildees meacutedias anuais de mais de 1000 mm passando pelo Semi-aacuterido atenuado

com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 750 a 800 mm ateacute o Semi-aacuterido moderado

com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 500 a 750 mm

A mesma variabilidade pode ser observada quando se considera as demais

caracteriacutesticas ambientais Comeccedilando pelos diferentes substratos geoloacutegicos que sob

essas diferenccedilas climaacuteticas geram diferentes formas de relevo que variam de plano ao

ondulado e modelos dissecados a aplainados com altitudes de 300 a 500 m Bem como

tipos de solos como os Podzoacutelicos Vermelho-Amarelo Areias Quartzosas Latossolo

Vermelho-Amarelo e Solonets Solodizados

44

Caatinga Aboacutereo-arbustiva

Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica Arborizada do IBGE (1992) Este subgrupo

de formaccedilatildeo apresenta as mesmas caracteriacutesticas de floriacutesticas da fisionomia ecoloacutegica

anterior poreacutem os indiviacuteduos que o compotildeem satildeo mais baixos existindo clarotildees entre

eles

Possui amplos interfluacutevios e baixo grau de aprofundamento de drenagem com altitudes

variando de 200 a 300 m e relevos planos a suave ondulados Este tipo vegetacional

domina num clima Semi-aacuterido moderado com chuvas de veratildeo-outono e 7 a 8 meses

secos Os tipos de solo variam bastante desde Areias Quartzosas Planossolos

Soloacutedicos Ragassolos e Bruno natildeo caacutelcicos que se tornam os principais fatores

limitantes para o uso da terra junto com o clima dominante

Caatinga Herbaacuteceo-lenhosa

Esta classe corresponde agrave Savana-Eteacutepica Parque do IBGE (1992) Este subgrupo de

formaccedilatildeo eacute o que apresenta caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com

nanofaneroacutefitos de um mesmo ecoacutetipo bastante espaccedilados como se fossem plantados

isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas lenhosas raquiacuteticas sobre

denso tapete gramiacutenio-lenhoso de hemicriptoacutefitos e cameacutefitos Possui relevos planos a

suavemente ondulados e altitudes variando de 200 a 300 m Este tipo vegetacional

domina num clima Sub-uacutemido com chuvas de veratildeo-outono e 7 meses secos Estas

condiccedilotildees ambientais geraram solos do tipo Areias Quartzosas aacutelicas que por suas

caracteriacutesticas se tornam o principal fator limitante para o uso da terra

Complexo Galeria

Essa classe de mapeamento foi proposta para designar todo um complexo fisionocircmico

que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por sua

coloraccedilatildeo verde-intenso na composiccedilatildeo colorida normal empregada indicando uma alta

resposta no infravermelho proacuteximo Esta tonalidade indica uma cobertura vegetal verde

com folhagem total ou parcial na eacutepoca seca estando associada agraves aacutereas de vaacuterzeas

acompanhando alguns cursos drsquoaacutegua geralmente os mais caudalosos

45

Complexo Arboacutereo

Semelhante a classe anterior propocircs-se aqui esta denominaccedilatildeo para abarcar um padratildeo

complexo que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta regular associando

aacutereas escuras (sombreadas) aacutereas com verde-escuro e com verde-claro De acordo com

informaccedilotildees bibliograacuteficas neste ambiente deve predominar uma Caatinga Arboacuterea

(Savana-Esteacutepica Florestada) poreacutem de acordo com o RADAMBRASIL (1981) pode-se

supor que floristicamente eacute semelhante agrave Estepe Arboacuterea Densa

Como natildeo foi possiacutevel amostrar a unidade de mapeamento para confirmar estas

consideraccedilotildees preferiu-se empregar esta nomenclatura

Suas altitudes variam rapidamente de cerca de 300 a 600 m com interfluacutevios de pequena

amplitude e de mediana intensidade de aprofundamento de drenagem Neles devem

predominar o clima tropical megateacutermico semi-aacuterido atenuado com chuvas de veratildeondash

outono e 7 meses secos Onde dominam os Solos Litoacutelicos aacutelicos fase pedregosa e

rochos

Complexo Arboacutereo-arbustivo

Na imagem TMLandsat possui uma resposta singular de tonalidade subentendendo

muito afloramento de solo eou rocha nua Segundo IBGE (1992) corresponde a

formaccedilatildeo Savana Esteacutepica Arborizada (Caatinga Arboacuterea-arbustiva)

Esses ambientes ocupam parte do Modelado das Formas Erosivas com relevos planos a

suavemente ondulados onde as altitudes variam de cerca de 220 a 300 m Neles deve

predominar um clima megateacutermico sub-uacutemido uacutemido com chuva de veratildeo-outono e 7

meses secos onde dominam Areias Quartzosas aacutelicas

262 Bioma Amazocircnia

O Bioma Amazocircnia estaacute situado na porccedilatildeo centro-norte do Brasil eacute cortado pela linha

equatorial e portanto compreendido em aacutereas de baixas latitudes O clima eacute do tipo

equatorial quente e uacutemido com a temperatura variando pouco durante o ano em torno

46

de 26ordmC com periacuteodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor daacutegua trazido

do leste pelos ventos

A maioria dos 7 milhotildees de km2 da Floresta Amazocircnica eacute constituiacuteda por uma floresta

de terra firme Esta eacute uma floresta que nunca eacute alagada e se espalha sobre uma grande

planiacutecie de ateacute 130-200 m de altitude ateacute os sopeacutes das montanhas A grande planiacutecie

corresponde aos sedimentos deixados pelo lago Belterra que ocupou a maior parte da

bacia Amazocircnica durante o Mioceno e o Plioceno entre 25 mil e 18 milhatildeo de anos

atraacutes O silte e as argilas depositados neste antigo lago foram submetidos a um suave

movimento de elevaccedilatildeo epirogeneacutetico enquanto os Andes se ergueram e os modernos

rios comeccedilaram a cavar os seus leitos Assim surgiram os trecircs tipos de florestas

amazocircnicas as florestas montanhosas Andinas as florestas de terra firme e as florestas

fluviais alagadas as duas uacuteltimas na Amazocircnia brasileira A Amazocircnia brasileira

compreende aproximadamente 3581 km2 o que equivale a 4207 do paiacutes (Fonseca amp

Dov 2000) Como representantes deste bioma foram selecionadas aacutereas de estudo com

diferentes tamanhos e classes de vegetaccedilatildeo a Microbacia do Igarapeacute Asu que cobre

aproximadamente 10 km2 e o Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos que cobre

aproximadamente 300 km2

2621 Microbacia do Igarapeacute Asu

A microbacia do Igarapeacute Asu pertencente agrave bacia do Rio Negro possui tipos de

vegetaccedilatildeo que se diferenciam principalmente pela altura e densidade de indiviacuteduos A

floresta de alto platocirc eacute a floresta densa com aacutervores emergentes ao passo que a floresta

de campinarana apresenta-se mais baixa e com densidade menor de indiviacuteduos

(AYRES 1993) A condiccedilatildeo topograacutefica pode induzir agrave ocorrecircncia de cheias e a

presenccedila de formaccedilotildees vegetais mais baixas e menos densas em constante estaacutegio de

sucessatildeo (WHITTMANN et al 2002) De modo geral os principais tipos de vegetaccedilatildeo

encontrados na aacuterea satildeo

Floresta de Platocirc Alto

As florestas de terra firme cobrem planaltos e florestas de encosta e satildeo aacutereas com

dossel mais fechado solos bem drenados em qualquer eacutepoca do ano e que satildeo

47

inundadas por rios e fluxos pequenos de aacutegua Estas florestas satildeo dominadas por aacutervores

grandes e caracterizam-se por estrutura vertical bem desenvolvida e diversidade de

espeacutecies arboacutereas muito altas em relaccedilatildeo agraves florestas sazonalmente inundadas

(PRANCE et al 1976)

Floresta de Baixio

Os baixios satildeo definidos como florestas que inundam sazonalmente no periacuteodo de

novembro-marccedilo eou que sofrem influecircncia direta dos igarapeacutes Estas florestas devido

agrave topografia possuem lenccedilol freaacutetico mais superficial que em eacutepocas chuvosas

aflorando e inundando essas aacutereas Aleacutem disso apresentam dossel mais aberto em

relaccedilatildeo agraves florestas de terra firme (LAMOTTE 1990) pela predominacircncia de palmeiras

arborescentes e uma grande abundacircncia de palmeiras no sub-bosque

Floresta de Platocirc Baixo com campinarana

A Campinarana ocorre entre a floresta de terra firme e a Floresta de Baixio daiacute a

denominaccedilatildeo Floresta de Platocirc Baixo com campinarana Fisionomicamente caracteriza-

se por um dossel de aacutervores de porte menor que as do platocirc com alta densidade de

epiacutefitas Desenvolve-se sobre solo arenoso coberto por uma camada de serrapilheira

entremeada com um denso tapete de raiacutezes

2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

O Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos criado em 21062006 possui 876 mil

hectares e se localiza nos estados do Amazonas Rondocircnia e Mato Grosso abrangendo

trechos dos rios Roosevelt Guaribas Branco Madeirinha e Ji-Paranaacute

O Parque protege uma enorme variedade de ecossistemas incluindo diferentes

formaccedilotildees florestais bem como uma das maiores manchas de Cerrado - os campos -

de toda Amazocircnia A paisagem dos Cerradossavanas eacute composta por campos sujos

campos limpos e Cerrados propriamente ditos Matas de galeria satildeo encontradas ao

longo dos rios e riachos que cortam a savana O solo dos Cerrados da regiatildeo eacute arenoso e

raso de baixa fertilidade muito suscetiacuteveis agrave erosatildeo

48

Nas demais aacutereas do Parque existem florestas abertas e densas A Floresta Ombroacutefila

Densa de modo geral apresenta dossel fechado compacto com altura entre 25 e 35 m

do qual sobressaem as aacutervores emergentes atingindo ateacute 40 m A Floresta Ombroacutefila

Aberta eacute caracterizada fisionomicamente pela presenccedila de grandes aacutervores espaccediladas

possibilitando a penetraccedilatildeo de luz Esta diversidade de habitats em uma mesma regiatildeo

condiciona a ocorrecircncia de diversas espeacutecies O Parque Nacional incorpora regiotildees

consideradas de prioridade extremamente alta para a conservaccedilatildeo da biodiversidade da

Amazocircnia (WEBVENTURE 2001)

Quanto aos solos de modo geral os mais encontrados na regiatildeo satildeo os solos aluviais

Latossolo Vermelho amarelo Podzoacutelico Vermelho Amarelo Laterita Hidromoacuterfica e o

Podzol Hidromoacutefico

A aacuterea selecionada abrange as cartas topograacuteficas 1250000 SB-20-Y-C (Labrea) e SB-

20-Y-D (Humaitaacute) descritas no volume 17 ndash Purus ndash do Projeto RADAMBRASIL

(1978) Os principais tipos de vegetaccedilatildeo abrigados pelo Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos satildeo descritos abaixo com informaccedilotildees do Projeto RADAMBRASIL

(1978)

Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas

Formaccedilatildeo que apresenta agrupamentos de aacutervores emergentes nas elevaccedilotildees mais

pronunciadas dos interfluacutevios como o argelim-da-mata (Hymenolobium petraeum)

argelim-de-pedra (Dinizia excelsa) tauari (Couratari spp) castanha-do-paraacute

(Bertholletia excelsa) entre outras Eacute significativa a presenccedila de palmeiras que

competem por luz no estrato arboacutereo superior babaccedilu (Orbygnia spp) patauaacute

(Oenocarpus bataua) accedilaiacute (Euterpe spp) ocorrendo preferecircncialmente nos locais mais

uacutemidos

Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial

Formaccedilatildeo caracteriacutestica das aacutereas inundaacuteveis pelas cheias sazonais ecologicamente

adaptados agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua entretanto beneficia-se da renovaccedilatildeo

regular do solo decorrente das enchentes perioacutedicas Natildeo constitui ambiente cliacutemax

49

Durante a eacutepoca das cheias existe uma diminuiccedilatildeo das atividades bioloacutegicas (dormecircncia

e seca fisioloacutegica) quando ocorrem inundaccedilotildees prolongadas A sumauacutema (Ceiba

pentandra) provida de enormes raiacutezes tabulares eacute a representante mais expressiva neste

grupo de formaccedilatildeo Apresenta tambeacutem muitas palmeiras no estrato intermediaacuterio

Floresta Ombroacutefila Aberta das Terras Baixas

Formaccedilatildeo caracteriacutestica por feiccedilatildeo mista de palmeiras e aacutervores latifoliadas sempre

verdes e bem espaccediladas de altura irregular (entre 15 e 25m) com grupamentos de

babaccedilu (Orbygnia sp) e patauaacute (Oenocarpus bataua) principalmente nos interfluacutevios

do Terciaacuterio Nos vales de fundo chato de encharcamento constante ocorre

concentraccedilatildeo de buriti (Mauritia flexuosa) em povoamento puro

Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial

Eacute uma formaccedilatildeo arboacuterea com palmeiras que ocupa principalmente as planiacutecies e

terraccedilos dos rios Madeira Purus Coari e Tefeacute Caracteriacutestico de regiotildees inundaacuteveis

pelas cheias sazonais ecologicamente adaptado agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua

beneficiaacute-se da renovaccedilatildeo do solo decorrentes das enchentes perioacutedicas

Savana Gramiacuteneo-Lenhosa

Prevalecem nesta fisionomia quando natural os gramados entremeados por plantas

lenhosas raquiacuteticas que ocupam extensas aacutereas dominadas por hemicripitoacutefitos e que

aos poucos quando manejadas atraveacutes do fogo ou pastoreio vatildeo sendo substituiacutedas por

geoacutefitos que se distinguem por apresentarem colmos subterracircneos portanto mais

resistentes ao pisoteio do gado ao fogo

Savana Parque

Formaccedilatildeo com caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com nanofaneroacutefitos (plantas

lenhosas que vivem longos anos com suas gemas a menos de 3 m) de um mesmo

ecoacutetipo bastante espaccedilados isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas

lenhosas raquiacuteticas sobre denso tapete gramiacuteneo lenhoso de hemicriptoacutefitos (plantas

herbaacuteceas com gemas embaixo da superfiacutecie do solo ou imediatamente debaixo) e

50

cameacutefitos (plantas herbaacuteceas ou lenhosas que vivem longos anos com suas gemas acima

do solo pelo menos a 25 cm de altura)

Formaccedilotildees Pioneiras

Satildeo formaccedilotildees em fase de sucessatildeo (hidrossere) encontradas em ambientes de solos

sazonais que se situam ao longo dos rios e em locais deprimidos dos interfluacutevios

tabulares do Terciaacuterio ou dispersas no interior das florestas Densa eou Aberta As

comunidades ribeirinhas satildeo constituiacutedas de um maior nuacutemero de espeacutecies hidroacutefitas

enquanto aquelas mais distantes possuem um maior nuacutemero de espeacutecies mesoacutefitas e

higroacutefitas Os liacutequens por exemplo satildeo mais abundantes nos ambientes mais distantes

dos cursos de aacutegua Estas formaccedilotildees ocupam aacutereas de influecircncia aluvial (planiacutecies e

terraccedilos) e de influecircncia pluvial (depressotildees nos interfluacutevios)

263 Bioma Cerrado

Segundo Coutinho (2000) o Bioma Cerrado apresenta-se como um mosaico de formas

fisionocircmicas ora manifestando-se como Campo Sujo ora como Cerradatildeo ora como

Cerrado sensu strictu ou Campo Limpo Este mosaico eacute determinado pelo mosaico de

manchas de solo pouco mais pobres ou pouco menos pobres pela irregularidade dos

regimes caracteriacutesticas de queimada de cada local (frequumlecircncia eacutepoca intensidade) e

accedilatildeo humana

De um modo geral podemos distinguir dois estratos na vegetaccedilatildeo dos Cerrados o

estrato lenhoso constituiacutedo por aacutervores e arbustos e o estrato herbaacuteceo formado por

ervas e subarbustos Ambos satildeo curiosamente helioacutefilos Ao contraacuterio do caso de uma

floresta o estrato herbaacuteceo natildeo eacute formado por espeacutecies de sombra ombroacutefilas

dependentes do estrato lenhoso O sombreamento lhe faz mal prejudica seu crescimento

e desenvolvimento O adensamento da vegetaccedilatildeo lenhosa acaba por eliminar em grande

parte o estrato herbaacuteceo Por assim dizer estes dois estratos se antagonizam Por esta

razatildeo entende-se que as formas intermediaacuterias de Cerrado - Campo Sujo Campo

Cerrado e Cerrado sensu strictu ndash apresentam-se como verdadeiros ecoacutetonos onde a

vegetaccedilatildeo herbaacuteceasubarbustiva e a vegetaccedilatildeo arboacutereaarbustiva estatildeo em intensa

51

competiccedilatildeo procurando cada qual ocupar aquele espaccedilo de forma independente

individual

Como representante deste bioma foi selecionada a aacuterea do Parque Nacional de

Brasiacutelia localizado entre as coordenadas 15deg45rsquo a 15deg33rsquo S e 48deg6rsquo a 47deg50rsquo W Esta

aacuterea possui uma extensatildeo aproximada de 30 mil hectares sendo a unidade de

conservaccedilatildeo de maior destaque no Distrito Federal Tal importacircncia se deve agrave

presenccedila de inuacutemeras espeacutecies representativas da fauna e flora do bioma Cerrado

assim como importantes mananciais hiacutedricos

Segundo a carta climaacutetica do Distrito Federal a regiatildeo do Parque Nacional de Brasiacutelia

estaacute submetida a dois tipos de clima de acordo com a temperatura local (Koppen) o

Cwa tropical de altitude com temperatura do mecircs mais frio a 18degC e a meacutedia do mecircs

mais quente superior a 22degC (cotas altimeacutetricas de 1000 a 1200 m) e o Cwb tropical

de altitude com temperatura do mecircs mais frio inferior a 18degC e meacutedia do mecircs mais

quente inferior a 22degC (cotas altimeacutetricas acima de 1200 m) A ocorrecircncia de chuvas

se daacute nos meses de outubro a marccedilo com maacutexima de dezembro a agosto Entre os

meses de abril a setembro ocorre a eacutepoca seca sendo que os meses mais criacuteticos satildeo

junho e julho

Os principais tipos de solos encontrados no PNB satildeo os Latossolos Vermelho-Escuro e

Vermelho-Amarelo (cerca de 38) os Cambissolos (cerca de 22) e os Solos

Hidromoacuterficos (RAMOS 1995) Os demais grupos como Podzoacutelicos hidromoacuterficos

aparecem em trechos isolados Os Latossolos satildeo solos profundos caracterizados por

uma textura argilosa ou meacutedia porosos e bastante permeaacuteveis No Cerrado em geral o

estrato arborescente estaacute mais associado agraves aacutereas com um relevo plano a suavemente

ondulado encontrando-se fitofisionomias como Cerradatildeo Cerrado sensu strictu e o

Campo Cerrado (GUIMARAtildeES 2000) Jaacute os Cambissolos satildeo pouco desenvolvidos

com baixa fertilidade e facilmente intemperizados No PNB esse tipo de solo favorece o

desenvolvimento de fisionomias do estrato herbaacuteceo-arbustivo como as classes Campo

Limpo e Campo Sujo por exemplo Os solos hidromoacuterficos por sua vez satildeo

observados em torno de drenagens ou pequenos coacuterregos estando associados ao

afloramento do lenccedilol freaacutetico A vegetaccedilatildeo nesse solo eacute marcada principalmente pela

52

presenccedila de campos com Murunduns associada com outras classes de Cerrado tal como

Campo Limpo Campo Limpo Uacutemido e Campo Sujo

No Parque Nacional de Brasiacutelia estatildeo reunidas as principais fitofisionomias do bioma

Cerrado subdivididas em trecircs estratos vegetacionais de acordo com a classificaccedilatildeo

definida por Ribeiro e Walter (1998) Campo Limpo e Campo Sujo (estrato herbaacuteceo

arbustivo) Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu (estrato arborescente) e Mata de

Galeria (estrato arboacutereo) O Cerradatildeo classe pertencente ao estrato arboacutereo do Cerrado

natildeo eacute encontrado no parque Poreacutem segundo Ferreira (2003) eacute possiacutevel ainda se

distinguir nesse ambiente o Campo Limpo Uacutemido Campo Limpo com Murundum

Campo uacutemido Campo Cerrado com Trembleacuteias Campo Sujo com presenccedila de

Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo Mata de Interfluacutevio e Brejo As

caracteriacutesticas de algumas destas feiccedilotildees fitofisionocircmicas seguem-se abaixo Seguem-se

a definiccedilatildeo destas classes segundo SEMARH (2000)

Cerrado sensu strictu

Formaccedilatildeo savacircnica que tem como caracteriacutestica de destaque uma camada arboacuterea

descontiacutenua atingindo os 8 m de altura excepcionalmente mais alta cobrindo de 10 a

60 da superfiacutecie e um estrato herbaacuteceo-arbustivo bastante diversificado com

cobertura de ateacute 95

Campo Cerrado

Forma intermediaacuteria de vegetaccedilatildeo entre o Cerrado sensu strictu e o Campo Sujo

sendo a de maior ocorrecircncia no Distrito Federal Seu dossel atinge em meacutedia 10 de

cobertura com aacutervores de mais ou menos 3 m de altura bem espalhadas algumas

espeacutecies atingindo excepcionalmente os 10 m como a gomeira ndash Vochysia

thyrsoidea Agraves vezes ocorre alta densidade de herbaacuteceas com destaque para as

gramiacuteneas

Campo Sujo

A cobertura por arbustos e subarbustos eacute miacutenima sempre com altura inferior a 3 m

em meio agrave densa camada graminosa de ateacute 1 m Os arbustos e subarbustos tecircm caules

53

relativamente finos geralmente morrem a cada ano sendo continuamente renovados a

partir de brotaccedilotildees da base lenhosa

Campo Limpo

Forma de vegetaccedilatildeo predominantemente herbaacutecea com raros arbustos e ausecircncia

completa de aacutervores com destaque para gramiacuteneas que medem de 03 m a 1 m Os

campos usualmente se situam sobre solos arenosos rasos e duros nos quais ocorre

uma real deficiecircncia de aacutegua durante os meses secos Podem chegar a recobrir a

totalidade das chapadas arenosas topos e encostas dos morros

Campo Limpo Uacutemido

Situa-se sobre solo inclinado nas encostas dos vales Normalmente o lenccedilol freaacutetico

permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo de seca sofre um

rebaixamento em que as camadas sub-superficiais mantecircm o encharcamento do solo

Possui estrato herbaacuteceo predominantemente graminoso

Campo Limpo com Murundum

Ocorre em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo arredondadas e um

pouco mais altas com cerca de 1 a 10 m de diacircmetro por alguns deciacutemetros de altura

Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial do terreno e deposiccedilatildeo de terra por

teacutermitas recobertos por vegetaccedilatildeo de Cerrado e o solo permanentemente saturado de

aacutegua entre os murunduns

Brejo

A vegetaccedilatildeo herbaacuteceo-arbustiva das aacutereas Brejosas forma comunidades que ocupam as

planiacutecies permanentemente encharcadas sem ocorrecircncia do buriti (Mauritia flexuosa)

que frequumlentemente surge nas bordas das matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo do

Cerrado A caracteriacutestica marcante eacute o niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora

haja variaccedilotildees durante o ano No Distrito Federal ocorrem basicamente trecircs tipos de

Brejo Brejo graminoso Brejo de piuacutena (Ludwigia brachyphyla) e Brejo de taboa

(Typha dominguensis)

54

Mata de Galeria

Segundo Ribeiro e Walter (1998) consiste na vegetaccedilatildeo florestal que acompanha os

cursos drsquoaacutegua de pequeno porte dos planaltos do Brasil Central formando corredores

fechados (galeria) Geralmente localizada nos fundos dos vales ou nas cabeceiras de

drenagem natildeo apresenta caducifoacutelia durante a estaccedilatildeo seca O estrato arboacutereo varia

entre 20 a 30 m ocorrendo a superposiccedilatildeo das copas com fechamento do dossel entre

70 a 95

Os solos satildeo geralmente Cambissolos Plintossolos Podzoacutelicos Hidromoacuterficos ou

Aluviais Aleacutem disso de acordo com a composiccedilatildeo floriacutestica e caracteriacutesticas

ambientais como topografia e variaccedilatildeo na altura do lenccedilol freaacutetico ao longo do ano a

Mata de Galeria pode ser de dois subtipos Mata de Galeria natildeo inundaacutevel e Mata de

Galeria inundaacutevel (temporariamente inundada)

Mata de Interfluacutevio

Formaccedilotildees que ocorrem em lugares com umidade suficiente para um amplo

desenvolvimento vegetativo Em funccedilatildeo do tipo e principalmente da profundidade do

solo esse tipo de mata apresenta niacuteveis diferentes de caducifoacutelia A mata calcaacuteria eacute

deciacutedua e ocorre sobre a rocha calcaacuteria A semideciacutedua eacute a de ocorrecircncia mais comum

e a mata sempre-verde se desenvolve sobre solos de maior fertilidade profundidade

maior e melhores condiccedilotildees de umidade

55

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Detalhamento do fluxo de trabalho

O objetivo geral da pesquisa pressupotildee o atendimento de metas das quais depende o

sucesso do primeiro Pode-se desdobrar os objetivos em sub-etapas sucessivas de modo

a se individualizarem as atividades de trabalho (Figura 31)

Figura 31 ndash Fluxo de atividades

Assim a realizaccedilatildeo deste trabalho requer

a) Coleta e estruturaccedilatildeo dos dados

b) Anaacutelises

c) Testes de aplicaccedilatildeo

Estas etapas podem ser divididas nas seguintes atividades

a1) Coleta e estruturaccedilatildeo de dados vegetacionais foram procurados mapas de vegetaccedilatildeo

natural nos biomas estudados selecionando-se as aacutereas de estudo em funccedilatildeo dos

mapeamentos disponiacuteveis Encontrados em formato digital os mapas demandaram um

56

esforccedilo de preacute-processamento para o armazenamento compatiacutevel com as especificaccedilotildees

dos dados topograacuteficos

a2) Obtenccedilatildeo dos dados topograacuteficos os dados SRTM das aacutereas selecionadas foram

processados para sua derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas estruturadas em planos

de informaccedilatildeo compatiacuteveis com os dados de vegetaccedilatildeo

b1) Apreciaccedilatildeo dos dados os dados foram confeccionados para observaccedilatildeo conjunta

aos mapas de vegetaccedilatildeo mapas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas cujas distribuiccedilotildees

foram observadas em histogramas das diferentes aacutereas em cada classe de vegetaccedilatildeo

b2) Anaacutelises estatiacutesticas as anaacutelises estatiacutesticas tabulares foram empregadas fora do

ambiente de SIG (Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica) Para avaliar as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas como preditoras dos diferentes tipos vegetacionais foram aplicadas

anaacutelises discriminantes

c) Testes de aplicaccedilatildeo baseado nos resultados das etapas anteriores uma seacuterie de

processamentos foi aplicada aos planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrica para avaliaccedilatildeo

de seu potencial no mapeamento da vegetaccedilatildeo

32 Recursos

321 As aacutereas de estudo

Tendo em vista os objetivos da pesquisa buscou-se selecionar aacutereas com diversidade

topograacutefica e vegetacional e que dispusessem de mapeamento da vegetaccedilatildeo Assim

foram aventadas potenciais aacutereas de estudo em diferentes biomas (Figura 32)

A seleccedilatildeo definitiva das aacutereas foi feita apoacutes uma avaliaccedilatildeo dos mapas encontrados em

que se buscaram as condiccedilotildees de escala (geomeacutetrica e temaacutetica) e confiabilidade mais

adequadas para esta pesquisa Diante disso a Reserva Particular do Patrimocircnio Natural

de Serra das Almas (PiauiacuteCearaacute) foi selecionada como representante do Bioma

Caatinga o Parque Nacional de Brasiacutelia (Brasiacutelia) como representante do Cerrado o

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (Amazocircnia) e a Microbacia do Igarapeacute Asu

(Amazocircnia) como representantes da Floresta Amazocircnica Com uma aacuterea relativamente

57

pequena e com feiccedilotildees distintas do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos esta

microbacia foi selecionada para observar os efeitos da topografia no estabelecimento da

vegetaccedilatildeo em escala detalhada A descriccedilatildeo da vegetaccedilatildeo de cada uma destas aacutereas bem

como das principais caracteriacutesticas biofiacutesicas do terreno que as abriga encontram-se no

item 24

Figura 32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo

FONTE Mapa dos Biomas Brasileiros IBGE - 2003

322 Dados de vegetaccedilatildeo

Os dados de vegetaccedilatildeo se referem aos seguintes mapeamentos

a) Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas - mapa da

vegetaccedilatildeo na escala de 1100000 de Carvalho e Pinheiro-Juacutenior (2004) obtido

pela identificaccedilatildeo de cada classe vegetacional nas imagens orbitais TMLandsat

atraveacutes de uma abordagem integrada usando o processo de classificaccedilatildeo por

58

segmentaccedilatildeo por regiotildees interpretaccedilatildeo visual e caracterizaccedilatildeo

floriacutesticofisionocircmica em campo As classes temaacuteticas que natildeo puderam ser

identificadas no campo e que apresentaram padrotildees individualizados nas imagens

orbitais receberam uma denominaccedilatildeo diferenciadora como Complexos vegetais

b) Parque Nacional de Brasiacutelia ndash mapa de vegetaccedilatildeo na escala de 110000 de

Ferreira (2003) gerado a partir da atualizaccedilatildeo de um mapa de vegetaccedilatildeo preacute-

existente Esta atualizaccedilatildeo foi feita a partir da aplicaccedilatildeo de um modelo linear de

mistura sobre uma cena do ETM+Landsat e emprego de cenas IKONOS II de

porccedilotildees da parte leste e oeste da aacuterea

c) Microbacia do Igarapeacute Asu mapa de vegetaccedilatildeo em escala 110000 foi fornecido

pelo grupo de pesquisa Biodiversidade ndash Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico

coordenado por Jasen Zunon (INPA) Para a construccedilatildeo do mapa de vegetaccedilatildeo

foi utilizada a imagem TMLandsat As aacutereas dos platocircs com as cotas mais altas

(cotas acima de 61 m) e mais baixas (cotas de 0 a 60 m) foram extraiacutedas das

imagens do SRTM Ressalta-se que para extrair as aacutereas de baixios foi utilizada

a camada da hidrografia do IBGE utilizando-se uma zona (buffer) de 50 m para

cada lado dos igarapeacutes

d) Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos mapa de vegetaccedilatildeo em escala de

1250000 do RADAMBRASIL (1981) digitalizados pelo SIPAM (Sistema de

Proteccedilatildeo da Amazocircnia)

323 Dados topograacuteficos

Os dados topograacuteficos provieram de experimentos e testes em torno da construccedilatildeo de

banco de dados geomorfomeacutetricos (TOPODATA ndash VALERIANO 2005) Conforme os

procedimentos estabelecidos nesta iniciativa os dados SRTM das aacutereas selecionadas

foram refinados de 3rdquo para 1rdquo com krigagem (VALERIANO 2004) e em seguida

derivados em variaacuteveis geomorfomeacutetricas atraveacutes de diferentes operaccedilotildees de vizinhanccedila

(VALERIANO et al 2006) Os dados SRTM usados correspondem agravequeles

originalmente disponibilizados para a Ameacuterica do Sul em meados de 2003 conhecidos

como ldquoversatildeo 1rdquo Os procedimentos adotados natildeo alteram as especificaccedilotildees

59

cartograacuteficas dos dados originais coordenadas em latitudelongitude natildeo-projetadas

Como resultados foram obtidos os planos de informaccedilatildeo de declividade orientaccedilatildeo de

vertentes curvatura vertical e curvatura horizontal aleacutem da proacutepria elevaccedilatildeo para cada

aacuterea de estudo

324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados

Os principais programas utilizados no trabalho foi o Idrisi versatildeo 20 (EASTMAN

1995) para geoprocessamento e o Statistic 60 para as anaacutelises estatiacutesticas Enquanto o

cerne do geoprocessamento foi conduzido em Idrisi outros SIGs se fizeram necessaacuterios

para o preacute-processamento sobretudo durante a compatibilizaccedilatildeo das diferentes fontes de

dados de vegetaccedilatildeo

33 Procedimentos

331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados

Apoacutes a seleccedilatildeo dos mapas de vegetaccedilatildeo dentro dos requisitos necessaacuterios foi feita a

migraccedilatildeo e a compatiblizaccedilatildeo destes dados com os dados geomorfomeacutetricos Este passo

foi feito atraveacutes de operaccedilotildees de exportaccedilatildeo e importaccedilatildeo de imagem (raster) entre os

diferentes SIGs em funccedilatildeo das diferentes modalidades de conversatildeo requeridas e das

diferentes possibilidades de cada SIG Apoacutes todo o trabalho de conversotildees os dados

foram definitivamente armazenados em Idrisi onde foram realizadas as manipulaccedilotildees

finais de preparo (geometria resoluccedilatildeo e posicionamento) assim como todo o

processamento a partir de entatildeo A estrutura definitiva de armazenamento dos dados em

cada aacuterea de estudo estaacute especificada na Tabela 31

Tabela 31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados

Aacuterea xmiacuten (o) ymiacuten (o) xmaacutex (o) ymaacutex (o) nocol nolin

RPPNA 40deg48rsquo29rdquo 5deg0rsquo31rdquo 41deg11rsquo58rdquo 5deg17rsquo1rdquo 1410 990

MIA 60deg17rsquo6rdquo 2deg38rsquo24rdquo 60deg10rsquo26rdquo 2deg34rsquo5rdquo 400 259

PNCA 66deg 8deg 63deg 7deg 10800 3600

PNB 48deg6rsquo37rdquo 15deg45rsquo5rdquo 47deg50rsquo26rdquo 15deg33rsquo24rdquo 971 867

() ndash resoluccedilatildeo de 1rdquo ou 0000277778ordm (aproximadamente 30 m)

60

Foi feita uma amostragem das variaacuteveis por classe vegetacional atraveacutes de programas de

lote (macro) em SIG As amostras foram extraiacutedas em esquema aleatoacuterio estratificado

Para cada classe foram escolhidos aproximadamente 50 pontos pois devido a limitaccedilotildees

do software natildeo foi possiacutevel coletar exatos 50 pontos em alguns casos O painel

amostral assim formado foi aplicado em cada uma das variaacuteveis para extraccedilatildeo de

amostragens uniformes entre as diferentes classes mapeadas Os dados amostrados

foram pareados em planilhas de acordo com sua posiccedilatildeo geograacutefica e o conteuacutedo destas

planilhas submetido agraves anaacutelises estatiacutesticas

332 Anaacutelise dos resultados

Os planos de informaccedilatildeo armazenados foram editados na forma de mapas

uniformizados para uma visualizaccedilatildeo conjunta dos dados de vegetaccedilatildeo e

geomorfomeacutetricos Este processo deu suporte a observaccedilotildees gerais como a distribuiccedilatildeo

de aacuterea entre as classes de vegetaccedilatildeo sua associaccedilatildeo com o relevo aleacutem de possiacuteveis

semelhanccedilas e associaccedilotildees entre diferentes classes Uma observaccedilatildeo mais acurada das

condiccedilotildees topograacuteficas vigentes sob cada tipo de vegetaccedilatildeo foi feita com histogramas

Foram elaborados histogramas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro da aacuterea de cada

classe de vegetaccedilatildeo buscando-se identificar grupos de classes de comportamento

semelhantes e variaacuteveis de maior poder indicativo dos mesmos

A separabilidade estatiacutestica das classes de vegetaccedilatildeo com base nas variaacuteveis

geomorfomeacutetricas foi avaliada atraveacutes de anaacutelises discriminantes A aplicaccedilatildeo das

anaacutelises aos dados fitofisionocircmicos foi feita apoacutes agrupar classes de vegetaccedilatildeo com

semelhantes estruturas vegetacionais que no mapa de referecircncia estavam muito

particularizadas Estas anaacutelises foram aplicadas tambeacutem dentro dos grupos

vegetacionais formados por mais de duas subfisionomias com o intuito de testar a

hipoacutetese segundo a qual as variaacuteveis geomorfomeacutetricas seriam preditoras algumas

vezes das subfisionomias vegetais Para melhorar a linearidade dos dados estes foram

logaritmizados e posteriormente padronizados

61

333 Processamentos experimentais

Com vistas a uma avaliaccedilatildeo do potencial de aplicaccedilatildeo dos dados geomorfomeacutetricos no

mapeamento da vegetaccedilatildeo foram realizadas algumas manipulaccedilotildees sobre os planos de

informaccedilatildeo Embora este processamento fosse aqui direcionado agrave formaccedilatildeo de mapas

(experimentais) de vegetaccedilatildeo conveacutem lembrar que tal procedimento natildeo estaacute aventado

entre as formas de aplicaccedilatildeo da presente pesquisa Ao contraacuterio propotildee-se que a

aplicaccedilatildeo dos dados gemorfomeacutetricos seja feita em complementaridade agraves fontes

tradicionalmente utilizadas no mapeamento da vegetaccedilatildeo

Os processamentos experimentados (essencialmente classificaccedilotildees) tiveram como base

as observaccedilotildees gerais e os resultados das anaacutelises estatiacutesticas

As anaacutelises discriminantes aplicadas sobre as classes vegetacionais reagrupadas e

tambeacutem dentro dos grupos que incluiacuteam mais de duas subfisionomias indicaram quais

eram as variaacuteveis geomorfomeacutetricas de maior peso na separaccedilatildeo dos grupos bem como

quais desses grupos melhor se separavam entre si A partir das primeiras funccedilotildees

discriminantes nas quais a maior parte da variaccedilatildeo dos dados se concentrava foram

geradas imagens A avaliaccedilatildeo dessas imagens e dos graacuteficos das funccedilotildees discriminantes

permitiu que os mapas baseados nas primeiras funccedilotildees fossem gerados a partir de

classificaccedilotildees por Fatiamentos Esses resultados foram editados em mapas

experimentais para comparaccedilatildeo com os dados de vegetaccedilatildeo agrupados sob as novas

classes

Para avaliar o potencial de aplicaccedilatildeo dos dados topograacuteficos no mapeamento da

vegetaccedilatildeo estes foram aplicados em testes de classificaccedilatildeo com recursos baacutesicos de

processamento de imagens Para tanto foi necessaacuterio que os dados estivessem na

estrutura tiacutepica das imagens de sateacutelite (bytebinaacuterio) Para isso foi feito um re-

escalonamento das variaacuteveis para o intervalo de 0 a 255 (o Idrisi 20 exige que o dado

esteja nesse formato para a realizaccedilatildeo das classificaccedilotildees) o que exigiu a seleccedilatildeo de

valores extremos para cada variaacutevel Para que o re-escalonamento das variaacuteveis fosse

consistente sob diferentes condiccedilotildees de relevo os valores extremos foram tomados apoacutes

observaccedilatildeo de 12 folhas 1250000 do Brasil escolhidas pela presenccedila de relevos

62

contrastantes entre as aacutereas jaacute preparadas no TOPODATA Essas folhas que englobam

terrenos que variam desde escarpas da Serra da Mantiqueira ateacute os relevos deprimidos

do Pantanal Matogrossense e da Ilha do Marajoacute foram analisadas pelos histogramas de

cada variaacutevel procurando-se os valores extremos de suas distribuiccedilotildees Os maacuteximos e

miacutenimos foram tomados nos valores em que cada curva de distribuiccedilatildeo indicasse a

frequumlecircncia de 1 da frequumlecircncia maacutexima independentemente da ocorrecircncia de valores

fora desse intervalo Os valores de declividade foram convertidos de porcentagem para

graus antes desta transformaccedilatildeo para que a variaacutevel mantivesse proporcionalidade

uniforme no intervalo de 0ordm a 39ordm A orientaccedilatildeo de vertentes originalmente uma

variaacutevel circular foi desdobrada nas componentes lineares cosseno (ldquoo quatildeo para norte

se orientardquo) e seno (ldquoo quatildeo para lesterdquo) e ambas transformadas para byte binaacuterio no

intervalo de -1 a +1 A curvatura vertical foi transformada no intervalo de -0155ordmm a

+0155ordmm e a curvatura horizontal -21 ordmm a +21 ordmm A elevaccedilatildeo constitui-se uma

exceccedilatildeo a essa padronizaccedilatildeo e foi transformada usando-se os limites observados

localmente Estas transformaccedilotildees foram feitas essencialmente atraveacutes da operaccedilatildeo de

realce de contraste (stretch)

Uma vez que este estudo se ateve ao potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos os

testes de classificaccedilatildeo apresentados - maacutexima verossimilhanccedila (MaxVer) Cluster e

Fatiamentos - foram aplicados de modo expedito atraveacutes dos recursos disponiacuteveis no

SIG Ressalta-se que o Fatiamento foi feito com base na anaacutelise de histogramas

verificando pontos onde as classes melhor se separavam

63

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

O presente capiacutetulo apresenta os resultados em trecircs partes principais Na primeira parte

os dados preparados para o estudo satildeo apresentados em mapas padronizados para sua

observaccedilatildeo conjunta Em seguida satildeo apresentados os resultados das anaacutelises a que se

submeteram estes dados atraveacutes de tabelas e plotagens dos resultados Por fim

apresenta-se um conjunto de resultados experimentais produto de manipulaccedilotildees sobre

os planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrico associado agrave avaliaccedilatildeo de cada mapa

produzido

41 Apreciaccedilatildeo dos dados

A apreciaccedilatildeo inicial dos dados consistiu na anaacutelise visual das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas e do mapa de vegetaccedilatildeo obtidos para cada aacuterea em estudo (Figuras

41 a 44) Nas legendas destas figuras podem-se observar as faixas de amplitude

numeacuterica dos dados topograacuteficos A RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas) apresentou a maior amplitude altimeacutetrica variando de 180

a 770 m dentro de um intervalo de 590 m enquanto as demais aacutereas apresentaram

menor variaccedilatildeo altimeacutetrica sendo seu intervalo de apenas 97 m para cada aacuterea A

RPPNSA apresenta tambeacutem a maior amplitude de declividade e de curvatura vertical

Com declividade variando de 0 a 98 e curvatura vertical variando na ordem de 029 a

RPPNSA contrasta com as demais aacutereas cujas amplitudes das referidas variaacuteveis satildeo

bem menores A declividade das demais aacutereas varia em torno de 30 enquanto a

variaccedilatildeo da curvatura vertical estaacute na ordem de 006 008 e 005 representando a MIA

(Microbacia do Igarapeacute Asu) o PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e o

PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) respectivamente Assim as anaacutelises exploratoacuterias

indicaram que a maior diferenciaccedilatildeo geomorfomeacutetrica dentro de cada variaacutevel ocorreu

na RPPNSA

Na aacuterea da RPPNSA (Figura 41) jaacute foi possiacutevel verificar a correspondecircncia entre

determinados padrotildees topograacuteficos e algumas classes de vegetaccedilatildeo especialmente entre

a classe S_F e a declividade entre a classe S_A e as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e

64

curvatura vertical e entre a classe S_H e as variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente e curvatura

horizontal sendo indicada levemente pelas variaacuteveis declividade e elevaccedilatildeo

Figura 41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra

das Almas) e seu mapa de vegetaccedilatildeo com as classes S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B

(Complexo Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-

arbustivo) S_E (Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H

(Complexo Galeria) e S_I (Mata Seca)

Na MIA (Figura 42) tambeacutem se niacutetida heterogeneidade do terreno dentro das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas com certas variaccedilotildees comparaacuteveis agraves classes vegetacionais Desse

modo as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e curvatura vertical mostraram-se indicativas

das classes I_B e I_C enquanto a classe I_A foi sugerida apenas pela orientaccedilatildeo de

vertente e curvatura horizontal Assim de maneira geral as variaacuteveis morfomeacutetricas

ilustraram boas evidecircncias da ocorrecircncia de cada classe vegetacional Ressalta-se que

65

dentre todas as aacutereas estudadas a MIA exibe a menor amplitude de declividade

variando de 0 a 23 e tambeacutem uma das menores amplitudes de curvatura vertical

perdendo apenas para o PNB

Figura 42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA (Microbacia do Igarapeacute Asu) e seu mapa de

vegetaccedilatildeo com as classes I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C

(Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

O PNCA (Figura 43) apresentou um terreno mais homogecircneo (devido agrave ruiacutedos) quanto

agraves variaacuteveis curvatura horizontal e curvatura vertical mostrando ligeira tendecircncia de

regionalizaccedilatildeo nas demais variaacuteveis especialmente na variaacutevel elevaccedilatildeo Esta uacuteltima

permite uma clara distinccedilatildeo entre as classes A_A e A_C O PNB (Figura 44)

demonstrou pouca variaccedilatildeo topograacutefica entre as variaacuteveis Nesta aacuterea apenas a classe

B_A foi indicada de modo inequiacutevoco poreacutem foi evidenciada em todas as variaacuteveis

morfomeacutetricas

66

Os mapas de vegetaccedilatildeo utilizados apresentam diferentes niacuteveis de detalhamento

temaacutetico de acordo com as diferentes escalas de mapeamento e as metodologias de

levantamento

Figura 43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e seu mapa

de vegetaccedilatildeo com as classes A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B

(Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa

Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente)

A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras

com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e

A_J (Savana Parque sem floresta-de-galeria)

O mapa de vegetaccedilatildeo da RPPNSA (escala 1100000) apresenta uma boa precisatildeo e

detalhamento floriacutestico uma vez que contou tambeacutem com a caracterizaccedilatildeo

floristicofisionocircmica em campo para sua construccedilatildeo O PNB (escala 110000) tambeacutem

apresenta um bom detalhamento sendo produto do refinamento do mapa de vegetaccedilatildeo

67

jaacute existente se utilizando de imagens IKONOS II para algumas cenas e tambeacutem do

Modelo Linear de Mistura Em contraste as aacutereas referentes ao bioma Amazocircnia natildeo

apresentam mapas de vegetaccedilatildeo tatildeo detalhados sendo o da MIA (escala 110000) e o

do PNCA (1250000) construiacutedos utilizando apenas imagens orbitais sem um

levantamento floriacutestico em campo mais rigoroso

As consideraccedilotildees feitas acima referentes aos dois uacuteltimos mapas sugerem a necessidade

de refinamento dos mapas representantes do bioma Amazocircnia atraveacutes de levantamentos

em campo mais completos e tambeacutem pelo aperfeiccediloamento e desenvolvimento de novos

meacutetodos aplicaacuteveis ao mapeamento deste tipo de fisionomia vegetal

Figura 44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) e seu mapa de vegetaccedilatildeo

com as classes B_A (Mata Galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado)

B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H

(Mata de Interfluacutevio) B_I (Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L

(Campo Limpo com Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora

ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo

68

A distribuiccedilatildeo numeacuterica e a amplitude dos dados geomorfomeacutetricos puderam ser

observadas em histogramas os quais propiciaram uma caracterizaccedilatildeo geomorfomeacutetrica

das aacutereas de estudo bem como para cada classe de vegetaccedilatildeo de cada aacuterea de estudo

(Figuras 45 a 48)

A Figura 45 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo da RPPNSA em comparaccedilatildeo com toda sua aacuterea Verificando a aacuterea total

observa-se que a elevaccedilatildeo varia entre 180 a 770 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o

maior pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em

torno de 98 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores

baixos A direccedilatildeo de suas vertentes tambeacutem apresenta distribuiccedilatildeo bimodal A simetria

da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal e curvatura vertical indicaram o equiliacutebrio entre

terrenos convergentes e divergentes e entre terrenos cocircncavos e convexos

respectivamente

A distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias para cada classe de vegetaccedilatildeo e a RPPNSA revela as

preferecircncias de cada tipo vegetacional a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A

Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de elevaccedilatildeo

em torno de 248 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da aacuterea em

questatildeo assim como o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) A distribuiccedilatildeo da

declividade revela que a vegetaccedilatildeo se concentra em aacutereas com declividades mais baixas

proacuteximas a 8 (terreno ondulado) comportamento semelhante agraves classes de vegetaccedilatildeo

S_C S_D S_G e S_H Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia

voltadas ao norte e nordeste e haacute um equiliacutebrio entre terrenos convergentes e

divergentes (curvatura horizontal) comparaacutevel as classes S_B S_C S_D S_E S_F

S_G e S_I Quanto agrave curvatura vertical esta tambeacutem apresenta um equiliacutebrio entre aacutereas

cocircncavas e convexas como as classes S_C S_D S_E S_G e S_I

O Complexo Arboacutereo (S_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em

torno de 282 m apresentando uma distribuiccedilatildeo mais platicuacutertica de comportamento

semelhante agrave classe S_F A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo eacute

menos tolerante a declividades baixas jaacute que os valores altos ocorrem em maior

frequumlecircncia e em torno de 24 (terreno forte ondulado) Tambeacutem relativo a esta classe

69

as vertentes estatildeo voltadas agrave norte e noroeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por

terrenos cocircncavos (curvatura vertical)

A Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) apresenta dois picos de elevaccedilatildeo relativamente

proacuteximos em torno de 248 e 316 m Suas vertentes estatildeo concentradas mais ao norte e

noroeste sem quase nenhuma ocorrecircncia de vertentes agrave leste e sul

Figura 45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da

RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas) em totalidade e

de suas classes de vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo

Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E

(Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria)

e S_I (Mata Seca)

Para o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) a distribuiccedilatildeo de vertentes indica que estatildeo

predominantemente voltadas para oeste

70

A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Caatinga Arboacuterea (S_E) indicam uma forma

bimodal sendo sua frequumlecircncia distribuiacuteda com picos em torno de 282 e 384 m A

distribuiccedilatildeo da declividade localiza-se entre 0 e 49 com maior frequumlecircncia em 8

(terreno suave ondulado a ondulado)

A Caatinga Florestada (S_F) apresenta uma declividade com distribuiccedilatildeo mais ou

menos uniforme possuindo seu maacuteximo valor em torno de 49 (terreno montanhoso)

Possui uma maior concentraccedilatildeo de suas vertentes a nordeste decaindo sua frequumlecircncia na

direccedilatildeo norte Haacute ligeira preferecircncia por terrenos cocircncavos (curvatura vertical)

O Carrasco (S_G) possui sua elevaccedilatildeo distribuiacuteda entre 316 e 770 m apresentando

distribuiccedilatildeo bimodal com dois estratos altimeacutetricos o mais baixo em torno de 385 m e o

mais alto em torno de 508 m Suas vertentes predominam agrave sudoeste e noroeste com

menor frequumlecircncia agrave nordeste

No Complexo Galeria (S_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta um aspecto denteada

ocorrendo principalmente em ambientes com elevaccedilatildeo em torno de 248 m Destaca-se a

preferecircncia por terrenos com vertentes direcionadas ao nordeste e com menor

frequumlecircncia agrave sudoeste e noroeste Haacute uma clara preferecircncia por terrenos convergentes

(curvatura horizontal) e cocircncavos (curvatura vertical)

A Mata Seca (S_I) exibe preferecircncia por altitudes em torno de 610 m com sua

distribuiccedilatildeo correspondendo ao estrato mais elevado da RPPNA Tambeacutem

comparativamente agrave RPPNA pode-se destacar uma distribuiccedilatildeo mais ou menos

homogecircnea quanto agrave orientaccedilatildeo de vertentes aliado a uma equiliacutebrio entre terrenos

convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e entre aacutereas cocircncavas e convexas

(curvatura vertical)

A Figura 46 ilustra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total da MIA Observando a microbacia como

um todo verifica-se que a altitude varia entre 29 e 126 m com distribuiccedilatildeo bimodal o

que indica a existecircncia de dois estratos altimeacutetricos A sua declividade maacutexima estaacute em

torno de 23 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores

baixos A direccedilatildeo de suas vertentes apresenta-se distribuiacuteda de modo relativamente

71

homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre

terrenos convergentes e divergentes uma situaccedilatildeo tiacutepica quando se analisa uma

microbacia por inteiro A assimetria da distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica a

predominacircncia territorial de terrenos convexos

Figura 46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA

(Microbacia do Igarapeacute Asu) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de

Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e a microbacia satildeo

indicadores de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A

Floresta de Baixio (I_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno

de 53 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da microbacia A

distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra menos tolerante a

declividades mais altas jaacute que ocorrem valores altos em menor frequumlecircncia do que na

microbacia Tambeacutem relativo agrave microbacia destaca-se uma clara preferecircncia por

terrenos convergentes (curvatura horizontal) e em menor grau por aacutereas cocircncavas

(curvatura vertical)

A Floresta de Platocirc Alto (I_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em

torno de 114 m ocupando preferecircncialmente o estrato altimeacutetrico superior Em

contraposiccedilatildeo agrave Floresta de Baixio demonstram maior adaptaccedilatildeo a terrenos divergentes

e aacutereas convexas

A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Floresta de Platocirc Baixo com campinarana

(I_C) indica que esta ocupa uma posiccedilatildeo intermediaacuteria com ligeira restriccedilatildeo no estrato

72

superior da microbacia com maior frequumlecircncia entre 61 e 93 m A semelhanccedila das

distribuiccedilotildees de declividade com a microbacia mostra que sua ocorrecircncia independe

desta variaacutevel assim como a curvatura horizontal Embora a curvatura vertical natildeo

tenha se mostrado uma restriccedilatildeo a sua ocorrecircncia o estreitamento de sua distribuiccedilatildeo

em torno de 0ordmm indica sua ligeira preferecircncia a terrenos retiliacuteneos em relaccedilatildeo a

cocircncavos e convexos

A Figura 47 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNCA Verificando a aacuterea total

observa-se que altitude varia entre 30 e 127 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o maior

pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em torno de

37 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A

direccedilatildeo de suas vertentes tem um caraacuteter homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da

curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes A

distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica tambeacutem um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e

convexos

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo do PNCA satildeo indicadores

de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Floresta

Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras (A_A) ocorre com maior frequumlecircncia em

regiotildees de altitudes em torno 68 e de 86 m

A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra pouco tolerante a

declividades altas se concentrando em aacutereas com declividades mais baixas proacuteximas a

3 (plano) apresentando comportamento semelhante agraves demais classes de vegetaccedilatildeo

Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia voltadas agrave norte e haacute um

equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e terrenos

cocircncavos e convexos (curvatura vertical) similar agraves demais classes de vegetaccedilatildeo

A Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras (A_B) ocorrem com maior

frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 88 m A direccedilatildeo de suas vertentes tem

um caraacuteter homogecircneo assim como as classes A_C A_D e A_H

73

A Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) possui distribuiccedilatildeo

altimeacutetrica em torno 68 m Ao passo que Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas

Dossel emergente (A_D) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em

torno de 107m e o mais baixo em torno de 88 m

Figura 47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA

(Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo

A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B (Floresta Ombroacutefila Aberta

Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente)

A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

herbaacutecea) A_I (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana Parque

sem floresta-de-galeria )

74

A Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (A_E) possui altitude em

torno de 115 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva

(A_F) em torno de 58 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva com palmeiras (A_G) em torno de 83 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea (A_H) em torno de 56 m Savana Gramiacuteneo-Lenhosa

sem floresta-de-galeria (A_I) em torno de 80 m e Savana Parque sem floresta-de-

galeria (A_J) em torno de 56 a 72 m

A Figura 48 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNB Verificando a aacuterea total

observa-se uma distribuiccedilatildeo bimodal com o maior pico em valores em torno de 1140 e

1280 m A sua declividade maacutexima estaacute em torno de 31 (terreno forte ondulado) com

uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A direccedilatildeo de suas

vertentes apresenta distribuiccedilatildeo bem variaacutevel A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura

horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes e terrenos

cocircncavos e convexos respectivamente

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e o PNB satildeo indicadores de

sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Mata galeria

(B_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1048 e 1096

m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e

14 com pico em torno de 4 sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em

ambientes planos a suave ondulados comportamento similar ao da classe E Aliado a

isso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia direcionadas agrave nordeste e sudoeste

Destaca-se nesta classe uma clara preferecircncia por terrenos convergentes (curvatura

horizontal) e por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical) assim como na classe B_G

O Cerrado sensu strictu (B_B) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto

em torno de 1097 m e o mais baixo em torno de 1194 m A distribuiccedilatildeo da declividade

mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e 7 com pico em torno de 4

sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave

ondulados similar agraves classes B_C B_D e B_G Suas vertentes distribuiacutedas de modo

mais ou menos homogecircneo apresentando uma menor concentraccedilatildeo de vertentes

75

voltadas agrave nordeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por terrenos convergentes

(curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e convexos (curvatura

vertical)

Figura 48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB

(Parque Nacional de Brasilia) em sua totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo B_A (Mata

galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E

(Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I

(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L (Campo Limpo com

Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela

de emardquo

O Campo Cerrado (B_C) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica abrangendo todo o intervalo de

valores assim como as classes B_D e B_E poreacutem estas uacuteltimas possuem valores mais

76

altos em torno de 1244 e 1097 m respectivamente ao passo que a primeira eacute em torno

de 1285 m A maioria de suas vertentes estatildeo voltadas agrave sudeste Pode-se tambeacutem

observar que haacute um niacutetido equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes

(curvatura horizontal) e terrenos cocircncavos e convexos (curvatura vertical) assim como

em B_D e B_E Entretanto esta uacuteltima apresenta uma maior distribuiccedilatildeo entre seus

terrenos cocircncavos convexos

A distribuiccedilatildeo de vertentes para o Campo Sujo (B_D) indica uma predominacircncia das

direcionadas ao sudeste e sul Ao passo que a maior parte das vertentes do Campo

Limpo (B_E) estatildeo voltadas para o nordeste e sudoeste

O Campo Limpo Uacutemido (B_F) apresenta sua altimetria restrita a uma pequena faixa em

torno de 1234 m Sua declividade tambeacutem estaacute restrita a aproximadamente 3 (plano e

suave ondulado) Todas as suas vertentes estatildeo voltadas para o norte Haacute uma niacutetida

preferecircncia por terrenos planares (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)

O Brejo (B_G) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica multimodal Suas vertentes predominam agrave

nordeste e sudeste

Na Mata de Interfluacutevio (B_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta dois estratos de

distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em torno de 1097 m sendo a distribuiccedilatildeo concentrada

entre 1073 e 1147 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo

concentrado entre 0 e 18 com pico em torno de 10 sendo portanto este tipo de

vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes ondulados Destaca-se a preferecircncia por terrenos

com vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos

(curvatura horizontal) e em menor grau cocircncavos (curvatura vertical)

O Reflorestamento (B_I) ocorre de modo restrito a regiotildees de altitudes em torno de

1097 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra uma concentraccedilatildeo em torno de 4 sendo

portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave ondulados

Haacute uma concentraccedilatildeo de vertentes orientadas a nordeste aliado a uma clara

predominacircncia de terrenos planos (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)

77

No Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute trimodal

apresentando o maior pico em torno de 1219 m A distribuiccedilatildeo da declividade em B_J eacute

semelhante a B_L com pico em torno de 4 Destaca-se a preferecircncia por terrenos com

vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos (curvatura

horizontal) e terrenos retiliacuteneos (curvatura vertical) embora exista certo equiliacutebrio entre

terrenos que ocorrem com menor frequumlecircncia os cocircncavos e convexos

No Campo Limpo com Murundum (B_L) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute bimodal Destaca-

se a preferecircncia por terrenos com vertentes voltadas ao norte nordeste e sudeste Haacute

predominacircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos

cocircncavos e convexos estes mais bem distribuiacutedos dentro desta classe do que nas demais

classes

A classe Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de

emardquo (B_M) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1097 m

A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra tolerante distribuiacuteda

por todo espectro desta classe apresentando uma distribuiccedilatildeo mais ou menos

platicuacutertica Existe uma clara preferecircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) por

aacutereas convexas e em menor grau por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical)

Da observaccedilatildeo conjunta dos histogramas de todas as aacutereas verifica-se que as

preferecircncias ecofisioloacutegicas das diferentes classes de vegetaccedilatildeo quando expressas

estatildeo representadas pela concentraccedilatildeo de frequumlecircncia das variaacuteveis geomorfomeacutetricas

Entretanto mesmo entre as classes de maior contraste geomorfomeacutetrico as distribuiccedilotildees

apresentam amplitudes sobrepostas com raros casos de condiccedilotildees excludentes

42 Anaacutelises discriminantes

As anaacutelises estatiacutesticas foram empregadas diante do agrupamento de classes

vegetacionais segundo a estrutura de sua vegetaccedilatildeo Assim foram gerados novos mapas

de vegetaccedilatildeo referecircncia

Para a RPPNSA a anaacutelise discriminante entre os grupos vegetacionais Complexo

Arboacutereo arbustiva (Classes agrupadas Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga

78

Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D)) Complexo Arboacutereo

(Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B) Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga

Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata Seca mostrou uma significativa

separaccedilatildeo entre tais grupos considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilks Lambda=

020056 F (201437)=44781 plt00000) O Wilks Lambda geral (que consta no tiacutetulo

das Tabelas) eacute um paracircmetro que varia de 0 (maior poder de discriminaccedilatildeo) a 1 (menor

poder de discriminaccedilatildeo) Os Wilks Lambda parciais observados nos sumaacuterios das

anaacutelises das funccedilotildees discriminantes de cada aacuterea (no corpo das Tabelas) indicam por

sua vez a participaccedilatildeo de cada variaacutevel na reduccedilatildeo do Wilks Lambda geral Ressalta-se

aqui que esses paracircmetros apresentam relaccedilatildeo numeacuterica inversa o WL geral desejaacutevel

eacute o menor possiacutevel enquanto que as variaacuteveis de maior influecircncia satildeo identificadas

pelos maiores valores de Wilks Lambda parcial Desse modo eacute gerado o melhor

modelo baseado natildeo apenas no p-valor mas tambeacutem por meio da avaliaccedilatildeo dos outros

paracircmetros como ilustrado na Tabela 41 Diante disso as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h)

declividade (G) curvatura vertical (kv) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal

(kh) foram consideradas importantes na discriminaccedilatildeo entre as classes de vegetaccedilatildeo e

assim incluiacutedas em todas as funccedilotildees discriminantes independentemente do respectivo

p-valor (Tabela 41)

Tabela 41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (5

grupos) Wilks Lambda 020056 F (201437)=44781 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0663747 0302162 2500011 0000000 0922217 0077783

G 0259549 0772724 318389 0000000 0861859 0138141

kv 0208862 0960247 44814 0001474 0834870 0165130

A 0203935 0983449 18218 0123577 0988884 0011116

kh 0202481 0990507 10374 0387468 0900033 0099967

Observando a distacircncia entre os centroacuteides distacircncia de Mahalanobis dos grupos no

espaccedilo discriminante (Tabela 42) verificou-se que os grupos mais distantes entre si

foram a Mata Seca e o Complexo Arboacutereo-arbustivo (2244425) e os mais proacuteximos

foram Mata Seca e Carrasco (154077) Esta proximidade foi refletida na consideraacutevel

79

sobreposiccedilatildeo entre seus escores (Figura 49) uma vez que ambos os tipos de vegetaccedilatildeo

ocupam relevos planos e suave ondulados em altitudes em torno de 600 m Ressalta-se

que tambeacutem apresentam semelhanccedilas quanto ao comportamento caducifoacutelio com

indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveisTodas as distacircncias foram

significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem ser capazes de

discriminar todas as fisionomias vegetais consideradas na anaacutelise

Tabela 42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Reserva Particular

do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

CA arbustivo Carboacutereo Carrasco Cgaleria Mata Seca

CA arbustivo 000000 5952712 1351015 232019 2244425

Carboacutereo 0000000 471739 202914 790304

Carrasco 000000 629755 154077

Cgaleria 000000 1263179

Mata Seca 000000

Adotou-se 05 como niacutevel de corte para as todas as correlaccedilotildees deste estudo Assim a

Tabela 43 mostra que a variaacutevel elevaccedilatildeo destacou-se correlacionando negativamente

com o eixo 1 A Funccedilatildeo 1 discriminou claramente Mata Seca do Complexo Arboacutereo-

arbustivo mostrando que a Mata Seca ocorreu preferencialmente em locais com maior

altitude e o Complexo Arboacutereo-arbustivoem locais com menor altitude A Funccedilatildeo 2 natildeo

definiu claramente a separaccedilatildeo entre os grupos vegetacionais

Tabela 43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Reserva Particular do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h -0 986606 0 016661

G -0 202112 0 966076

kv 0 013402 -0 155967

A 0 029651 -0 108341

kh -0 020558 0 140234

Analisando a Figura 49 onde os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante

bidimensional eacute apresentada observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discriminou melhor os

grupos vegetacionais O eixo 1 representou 87 e o eixo 2 representou 10 do espaccedilo

80

discriminante Houve tambeacutem certa sobreposiccedilatildeo entre vaacuterias fisionomias vegetais o

que indica que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem variar em um gradiente

topograacutefico o que possivelmente acarretaria em faixas transicionais de vegetaccedilatildeo

CAarbustivo CArboacutereo Carrasco CGaleria Mata Seca

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (87)

Funccedilatildeo1= -101848h+005087G+010642kv+ 012560A-001408kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

3)

Figura 49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas

(RPPNSA)

Como o Complexo Arboacutereo e o Complexo Arboacutereo-arbustivo apresentaram

subfisionomias foram feitas anaacutelises separadas para as mesmas O objetivo dessas

anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas

subfisionomias No que se refere a Complexo Arboacutereo a anaacutelise discriminante mostrou-

se significativa na separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nessa classe (Complexo

Arboacutereo Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada) com base nas variaacuteveis

morfomeacutetricas (Wilks Lambda 078872 F (8268)=42211 plt 00001) As maiores

81

significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis declividade (G) orientaccedilatildeo

de vertente (A) curvatura vertical (kv) e elevaccedilatildeo (h) (Tabela 44)

Tabela 44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da

Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de

variaacuteveis no modelo 4 grupo veg (3 grupos) Wilks Lambda 078872 F

(8268)=42211 plt 00001

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 878947 0 897342 7 664994 0 000705 0 872484 0 127516

A 0 838624 0 940489 4239559 0 016394 0 967195 0 032805

kv 0 810139 0 973556 1 819867 0 166030 0 959694 0 040306

h 0 806097 0 978438 1 476497 0 232129 0 853277 0 146723

A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que os

grupos mais distantes entre si foram Caatinga Florestada e Caatinga Arboacuterea e as mais

proacuteximas foram Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea (Tabela 45) Essa proximidade

foi tambeacutem evidente analisando graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 410)

Entretanto a distacircncia entre Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea natildeo foi

significativa indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas natildeo foram capazes de

discriminaacute-las entre si

Tabela 45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo

Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas

(RPPNSA)

C arboacutereo C arboacuterea C florestada

C arboacutereo 0 000000 0 344034 0 790777

C arboacuterea 0 000000 1 259096

C florestada 0 000000

Distacircncia natildeo significativa

A partir da 46 pode-se verificar que a declividade correlacionou-se positivamente com

o eixo 1 (Tabela 46)

82

Tabela 46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea

da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

G 0 774776 -0 300435

A -0 414084 -0 641590

kv -0 488321 0 194645

h 0 155299 0 502098

Analisando os escores das observaccedilotildees (Figura 410) verificou-se que o primeiro eixo

representou 82 e o segundo eixo 18 do espaccedilo discriminante Existe grande

sobreposiccedilatildeo entre os grupos indicando que a topografia natildeo foi capaz de diferenciar

tais grupos entre si

CArboacutereo CArboacuterea CFlorestada

-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5

Funccedilatildeo 1 (82)

Funccedilatildeo1= 0787300G-0469406 A -0393120 kv +0023671h

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

8)

Figura 410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

83

A anaacutelise discriminante do Complexo Arboacutereo-arbustivo natildeo se mostrou significativa

na avaliaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nesta classe (Caatinga Arboacuterea-

arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa e Complexo Arboacutereo-arbustivo) com base nas

variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843 pgt0

05) (Tabela 47) o que indicou que estes grupos natildeo foram separaacuteveis entre si como

pode se observar no graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 411)

Tabela 47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da

Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no

modelo 2 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 987485 0 970100 2 219127 0 112408 0 996626 0 003375

A 0 971696 0 985863 1 032457 0 358752 0 996626 0 003374

CAarbustiva CHlenhosa CAarbustivo

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (92)

Funccedilatildeo1= -0864906G-0554685 A

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(8

)

Figura 411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da Reserva Particular do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

84

Para a MIA a anaacutelise discriminante separou os grupos vegetacionais de modo

significativo considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilksrsquo Lambda 039562 F

(10290)=17106 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv)

declividade (G) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal (kh) foram importantes

na discriminaccedilatildeo entre os grupos de vegetaccedilatildeo (Tabela 48) o que concorda com a

Figura 412

Tabela 48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA) Ndeg

de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (3grupos) Wilksrsquo Lambda 039562 F (10290)=

17106 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0525606 0752689 2382137 0000000 0766851 0233149

A 0407103 0971788 210474 0125585 0977078 0022922

kv 0464929 0850920 1270185 0000008 0811175 0188825

G 0440473 0898165 822012 0000415 0894754 0105246

kh 0404755 0977425 167452 0191002 0936637 0063363

A distacircncia de Mahalanobis dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que todas as

distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas foram capazes

de discriminar todas as fisionomias vegetais Os grupos mais distantes entre si foram a

Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto (6233659) e os mais proacuteximos foram a

Floresta de Baixio e Floresta de Platocirc Baixo com campinarana (1585357) (Tabela 49)

Estes uacuteltimos apresentaram consideraacutevel sobreposiccedilatildeo (Figura 411) o que condiz com

a transiccedilatildeo das fisionomias vegetacionais

Tabela 49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

F Baixio F P Alto F P B Camp

F Baixio 0000000 6233659 1585357

F P Alto 0000000 3867290

F P B Camp 0000000

Segundo Ribeiro et al (1999) a comunidade vegetal de vertente representa uma faixa

de transiccedilatildeo entre as florestas de platocirc e campinarana Nas partes mais altas e

floristicamente semelhantes agrave comunidade de platocirc (TELLO 1995) e nas mais baixas

85

fisionomicamente parecida com campinarana (RIBEIRO et al 1999) poreacutem sem

apresentar as espeacutecies que a caracteriza Por outro lado outras espeacutecies satildeo exclusivas

desse ecossistema florestal Esta heterogeneidade fisionocircmica decorre de uma grande

diversidade edaacutefica e topograacutefica na aacuterea (TELLO 1995 RIBEIRO et al 1999)

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresnetados

na Figura 412 O primeiro eixo representou 85 e o segundo eixo 15 do espaccedilo

discriminante As variaacuteveis elevaccedilatildeo e a curvatura vertical estatildeo correlacionadas

positivamente com o eixo 1 (Tabela 410) A primeira discriminante separou

claramente a Floresta de Platocirc Alto mostrando ocorrecircncia em locais de maiores

altitudes e curvatura vertical e a da Floresta de Baixio em locais de menores altitudes

e curvatura vetical enquanto a Floresta de Platocirc Baixo com campinarana ocorreu em

locais de transiccedilatildeo entre estas duas feiccedilotildees apresentando valores intermediaacuterios das

mesmas variaacuteveis Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no

espaccedilo discriminante natildeo mostram uma discriminaccedilatildeo muito clara

Tabela 410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu

(MIA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0868610 -0187333

A 0031881 0334352

kv 0743142 0292901

G 0031881 0662975

kh 0269970 0341848

Diante do exposto pode-se concluir que a Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto

satildeo mais separaacuteveis entre si pelas variaacuteveis geomorfomeacutetricas enquanto que a Floresta

de Baixio com campinarana se confunde com as duas primeiras Assim pode haver

dificuldades na identificaccedilatildeo deste tipo vegetacional com base apenas nas variaacuteveis

morfomeacutetricas do terreno

86

FBaixio FPAlto FPBcamp

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (85)

Funccedilatildeo1= 0686501h+0479042kv-0146573G-0139714A +0150701kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4Fu

nccedilatildeo

2

(15

)

Figura 412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

Quanto ao PNCA a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos

grupos vegetacionais Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras Floresta

Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras (Classes

agrupadas (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva

(A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com

palmeiras (A_H) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea)

Floresta Ombroacutefila Densa ( (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente

(A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente (A_E) Floresta

Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) Savana Gramiacuteneo-lenhosa sem

Floresta-de-galeria e Savana Parque sem floresta-de-galeria com base nas variaacuteveis

morfomeacutetricas (Wilks Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000) As maiores

87

significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) declividade (G)

e a curvatura vertical(kv) (Tabela 411)

Tabela 411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg (4grupos) Wilks

Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0897849 0666221 8233170 0000000 0991641 0008359 G 0655090 0913105 1563869 0000000 0990296 0009704 kv 0604121 0990143 163604 0180123 0982358 0017642 A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante mostrou que os

grupos mais distantes entre si foram Floresta Ombroacutefial Densa e Formaccedilotildees Pioneiras

(3769699) e as mais proacuteximas foram Savana e Formaccedilotildees Pioneiras (0747576) (Tabela

412 Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas foram capazes de discriminar a maioria dos tipos de vegetaccedilatildeo

Tabela 412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional

dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana

F O Aberta 0000000 1009975 1192925 0747576 F O Densa 0000000 3769699 1756117 F Pioneiras 0000000 0636013 Savana 0000000

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresentados

na Figura 413 O primeiro eixo representou 89 e o segundo eixo 10 do espaccedilo

discriminante A elevaccedilatildeo foi correlacionada negativamente com o eixo 1 (Tabela 413)

A primeira funccedilatildeo discriminante separou bem as Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta

Ombroacutefila Densa com uma niacutetida concentraccedilatildeo da Floresta Ombroacutefila Densa em

regiotildees de maiores altitudes comparativamente e da Savana em altitudes intermediaacuterias

A posiccedilatildeo dos escores do segundo eixo por sua vez natildeo mostra uma discriminaccedilatildeo natildeo

muito clara

88

F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (89)

Funccedilatildeo1= -0955418h-0299187G +0569062kv

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5Fu

nccedilatildeo

2

(10

)

Figura 413ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre as fitofisionomias vegetais Aliado a isso as

variaacuteveis topograacuteficas explicaram apenas parte da variaccedilatildeo sendo fundamental a

consideraccedilatildeo de outros fatores ambientais que influenciam tal variaccedilatildeo

Tabela 413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional dos

Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0946199 -0285135 G -0299888 0953434 kv 0040028 0082033

Dentro dos grupos Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa tambeacutem foi feita

anaacutelise discriminante para verificar se as variaacuteveis topograacuteficas satildeo preditoras das

diferenccedilas existentes dentro destes grupos

89

A anaacutelise discriminante referente agraves Formaccedilotildees Pioneiras mostrou-se significativa na

separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks

Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura

vertical (kv) e orientaccedilatildeo de vertentes (A) foram as mais importantes na discriminaccedilatildeo

dos grupos (Tabela 414)

Tabela 414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg

(4grupos) Wilks Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0988327 0189399 2910298 0000000 0794133 0205867 kv 0203510 0919798 59293 0003397 0868437 0131563 A 0200203 0934994 47277 0010352 0886704 0113296

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 415) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com palmeiras (F P F L C

P) (1975363) e as mais proacuteximas foram Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - arbustiva (F P F L A) (016718) Entretanto as distacircncias entre estas

uacuteltimas natildeo foram consideradas significativas ( Figura 414)

Tabela 415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees

Pioneiras do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F P F L A F P F L A C P F P F L H

F P F L A 000000 1678342 016718 F P F L A C P 000000 1975363 F P F L H 000000 Distacircncia natildeo significativa

Na Tabela 416 satildeo apresentadas as primeiras funccedilotildees discriminante e a Figura 414

apresenta a distribuiccedilatildeo dos escores observados O eixo 1 representou 99 e o segundo

eixo 1 da variaccedilatildeo no espaccedilo discriminante Nota-se tambeacutem a formaccedilatildeo de dois

conglomerados um constituiacutedo por F P F L A C P (Formaccedilotildees Pioneiras com

90

influecircncia fluviallacustre arbustiva com palmeiras) e o outro formado por Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva (F P F L A)

Tabela 416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0905447 0253524 kv -0029439 0965668 A -0019900 -0094568

FPFLA FPFLACP FPFLH

-6 -4 -2 0 2 4 6

Funccedilatildeo 1 (99)

Funccedilatildeo1= -112154h+032379kv+029964G

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(1

)

Figura 414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA)

A Floresta ombroacutefila densa apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na

separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks

Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000) As variaacuteveis mais importantes na

91

discriminaccedilatildeo dos grupos foram a elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv) e curvatura

horizontal (kh) (Tabela 417)

Tabela 417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg

(3grupos) Wilks Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0 915853 0 273539 193 8718 0 000000 0 896351 0 103650

kv 0 287718 0 870722 10 8385 0 000041 0 882093 0 117907

kh 0 255539 0 980367 1 4619 0 235163 0 971082 0 028918

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 418) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Floresta

Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (F O D A D E) e Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D U) (17 02336) e as mais

proacuteximos foram Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente ( F O D T

B D E) e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D

U) (1 427646)

418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila

Tabela densa do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F O D A D E F O D T B D E F O D T B D U

F O D A D E 0 00000 8 602946 17 02336

F O D T B D E 0 000000 1 42765

F O D T B D U 0 00000

Analisando a Tabela 419 e a Figura 415 observa-se que o eixo da funccedilatildeo 1 discriminou

melhor os grupos vegetacionais A altitude correlacionou-se negativamente com o eixo

1 O graacutefico mostra uma clara separaccedilatildeo entre F O D A D E e F O D T B D U Tabela 419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Floresta Ombroacutefila densa do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h -0 883092 0 273758

kv 0 137193 0 809932

kh -0 128734 0 445988

92

FODADE FODTBDE FODTBDU

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6

Funccedilatildeo 1 (99)

Funccedilatildeo1= -104001h+044141kv-016324kh

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

)

Figura 415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA)

Finalmente o PNB apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na separaccedilatildeo dos

grupos vegetacionais Mata (Classes agrupadas Mata Galeria (B_A) Brejo (B_G) e

Mata de Interfluacutevio (B_H)) Cerrado sensu strictu (B_B) Campo Cerrado (Classes

agrupadas Campo Cerrado (B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo

Sujo (Classes agrupadas Campo Sujo (B_D) e Campo Sujo com presenccedila de

Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M)) e Campo Limpo (Campo

Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo com Murundum ( B_L))

com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054942 F (202163)=21407

plt00000) Cabe ressaltar que para tal anaacutelise foi excluiacuteda a classe reflorestamento As

variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente (A) elevaccedilatildeo (h) declividade (G) curvatura horizontal

93

(kh) e curvatura vertical (kv) foram importantes na discriminaccedilatildeo entre estes tipos de

vegetaccedilatildeo (Tabela 420)

Tabela 420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 054942F

(202163)=21407 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0645090 0851699 2838221 0000000 0897342 0102659

A 0652288 0842300 3051769 0000000 0950633 0049367

kh 0581610 0944658 954928 0000000 0928414 0071586

kv 0571084 0962070 642639 0000045 0905045 0094955

G 0604029 0909596 1620052 0000000 0917956 0082044

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 421) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e

Mata (2769105) e as mais proacuteximos foram Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu

(0420457) A proximidade destes uacuteltimos quanto ao conjunto de variaacuteveis

morfomeacutetricas que os definiram eacute comparaacutevel com a estrutura vegetacional uma vez

que ambas as feiccedilotildees vegetacionais satildeo muito parecidas O Campo Cerrado eacute a forma de

vegetaccedilatildeo intermediaacuteria entre o Campo Sujo e o Cerrado sensu strictu se diferenciando

deste uacuteltimo apenas pelo maior espaccedilamento e a sua menor quantidade de vegetaccedilatildeo

arboacuterea comparativamente com o Cerrado sensu strictu

Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas

foram capazes de discriminar todas as fitofisionomias vegetais consideradas na anaacutelise

Tabela 421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional

de Brasiacutelia (PNB)

Mata C s strictu C Cerrado C sujo C limpo

Mata 0000000 1753158 2308279 1259045 2769105

C s strictu 0000000 0420457 0651613 1889539

C Cerrado 0000000 0951929 1594591

C sujo 0000000 1605777

C limpo 0000000

94

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo bidimensional satildeo apresentados na Figura 416

e as primeiras funccedilotildees na Tabela 422 O primeiro eixo representou pouco mais da

metade do espaccedilo discriminante com 57 da variaccedilatildeo enquanto o segundo representou

31 A elevaccedilatildeo foi correlacionada positivamente com o eixo 1 A primeira funccedilatildeo

separou claramente a Mata do Campo Limpo mostrando que a Mata ocorreu

preferencialmente em locais com menor altitude e o Campo Limpo em locais com maior

altitude Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no espaccedilo

discriminante natildeo mostrou uma discriminaccedilatildeo muito clara

Tabela 422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia

(PNB)

Funccedilatildeo1 Funccedilatildeo 2

h 0787500 -0269384

A -0406321 -0652026

kh 0474768 -0356403

kv 0457941 -0406250

G 0034063 0410172

Houve uma sobreposiccedilatildeo entre as vaacuterias fitofisionomias vegetais (Figura 416) o que

indica que as variaacuteveis topograacuteficas podem variar em gradiente e natildeo de forma discreta

o que levaria a vegetaccedilatildeo ter faixas transicionais e natildeo limites bem definidos Aliado a

isso as variaacuteveis topograacuteficas explicaram parte da variaccedilatildeo vegetacional no entanto

outros fatores podem ser importantes Assim nessa graduaccedilatildeo de Campo Limpo a

Cerradosensu strictu (Campo Limpo Campo Sujo Campo Cerrado e Cerrado sensu

strictu) o aumento de biomassa que acompanha o adensamento arboacutereo se deve a um

conjunto de trecircs fatores o pedoloacutegico pela oligotrofia mineral toxidez por alumiacutenio e

diferenccedilas de drenagem e profundidade dos solos o pirogecircnico pela accedilatildeo do fogo na

biota e o climaacutetico principalmente pelo efeito sazonal que limita a disponibilidade de

aacutegua (COUTINHO 1990 2000 RIBEIRO WALTER 1998) Aleacutem disso desde o

seacuteculo passado o fator antroacutepico passou a causar modificaccedilotildees intensas na paisagem do

domiacutenio do Cerrado com abertura de aacutereas para produccedilatildeo agropecuaacuteria produccedilatildeo de

carvatildeo retirada seletiva de madeira construccedilatildeo de cidades e estradas e uso frequente de

fogo (COUTINHO 1990) Passos (1981) admite tambeacutem que as seccedilotildees de Cerrado sua

95

estrutura esteacutetica e a composiccedilatildeo floriacutestica variam marcadamente em funccedilatildeo dos traccedilos

morfoloacutegicos e pedoloacutegicos accedilatildeo do fogo criaccedilatildeo intensa do gado bovino e pelo uso

predatoacuterio de seus recursos para fins variados Apesar desse grande nuacutemero de fatores

determinantes das diferentes fisionomias de Cerrado as variaacuteveis topograacuteficas podem

ser consideradas importantes preditoras dessas fisionomias

Mata Csstrictu C Cerrado CSujo C Limpo

-8 -6 -4 -2 0 2 4

Funccedilatildeo 1 (57)

Funccedilatildeo1= 0811531h-0490434A +0226348G--0335083kh +0208597kv

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Funccedil

atildeo 2

(3

1)

Figura 416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Como o Campo Limpo e a Mata apresentaram subfisionomias foram feitas anaacutelises

separadas para as mesmas O objetivo dessas anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis

topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas subfisionomias

Para o Campo Limpo a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos

grupo vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054780 F

(10360)=12640 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram

96

as altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical

(0579371) (Tabela 423)

Tabela 423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do Parque Nacional de

Brasiacutelia (PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda

054780 F (10360)=12640 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0713429 0767837 2721238 0000000 0881053 0118947

A 0676059 0810280 2107265 0000000 0919987 0080013

kh 0555943 0985349 133820 0264915 0785837 0214163

kv 0579371 0945503 518741 0006452 0815523 0184476

G 0559424 0979216 191025 0151033 0940045 0059955

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 424) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e

Campo Limpo Uacutemido (4279562) e as mais proacuteximos foram Campo Limpo e Campo

Limpo com Murundum (0648776) Essa proximidade eacute tambeacutem evidenciada analisando

graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 416)

Tabela 424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do

Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

C Limpo C L Uacutemido C L Murundum

C Limpo 0000000 4279562 0648776

C L Uacutemido 0000000 2373841

C L Murundum 0000000

Analisando a Figura 416 e a Tabela 425 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina

melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou

maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 (0704843)

Tabela 425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Campo Limpo do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB)

97

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0704843 -0010358

A -0567686 -0304501

kh 0055032 -0173645

kv 0042136 0713181

G -0318338 0315520

A partir da Figura 417 verifica-se que houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre certos grupos

CLimpo CLUacutemido C LMurundum

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (92 )

Funccedilatildeo1= -0791756h+0694798A +0188232kv+0153586G--0118997kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(8

)

Figura 417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo

Limpo do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Os grupos Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum mostraram uma certa

sobreposiccedilatildeo entre si Enquanto o Campo Limpo Uacutemido se encontra com uma

distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois Isso pode se explicar por sua

preferecircncia por ambientes mais uacutemidos e aacutereas de encostas de vales Nestes ambientes

geralmente o lenccedilol freaacutetico permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo

98

de seca sofre um rebaixamento em que as camadas subsuperficiais mantecircm o

encharcamento do solo (PIVELLO et al 1998) Enquanto que a sobreposiccedilatildeo entre

Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum se deve ao fato deste ser basicamente

um campo uacutemido em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo

arredondadas e um pouco mais altas Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial

do terreno e deposiccedilatildeo da terra por teacutermitas recobertas por vegetaccedilatildeo de Cerrado e solo

permanentemente saturado de aacutegua entre os murunduns (ARAUacuteJO-NETO 1986)

Para a Mata a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos grupo

vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 045369 F

(8334)=20234 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as

altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical (0579371)

(Tabela 426)

Tabela 426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do Parque nacional de Brasiacutelia

(PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 4 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 045369 F

(8334)=20234 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 740994 0 612267 52 87851 0 000000 0 832297 0 167703

A 0 507837 0 893369 9 96642 0 000081 0 966140 0 033860

h 0 489610 0 926627 6 61177 0 001724 0 781795 0 218205

kv 0 462252 0 981469 1 57659 0 209739 0 903314 0 096686

Observando a distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante

distacircncia de Mahalanobis (Tabela 427) verificou-se que os grupos mais distantes entre

si foram Mata de Interfluacutevio e Mata Galeria (5176726) e as mais proacuteximas foram Brejo

e Mata Galeria (0286713) Essa proximidade eacute tambeacutem evidente analisando graacutefico da

funccedilatildeo discriminante (Figura 418) A distacircncia entre o Brejo e Mata Galeria natildeo foram

significativas Isto implica na grande sobreposiccedilatildeo entre estes grupos Enquanto a Mata

de Interfluacutevio se encontra com uma distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois

99

Tabela 427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB)

M Galeria Brejo M Interfluacutevio

M Galeria 0 000000 0 286713 5 176726

Brejo 0 000000 4862178

M Interfluacutevio 0 000000

Distacircncia natildeo significativa

Esses resultados reafirmam que a posiccedilatildeo do relevo eacute um dos determinantes da

composiccedilatildeo floriacutestica e de estrutura das comunidades de interfluacutevio (FONSECA

JUacuteNIOR 2004) uma vez que estas se localizam em locais mais altos Enquanto que a

sobreposiccedilatildeo entre Mata Galeria e Brejo se deve ao fato deste uacuteltimo tipo de vegetaccedilatildeo

ocupar planiacutecies permanentemente encharcadas que frequumlentemente surge nas bordas

nas Matas de Galeria ou mesmo matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo de Cerrado

(RIBEIRO WALTER 1998) A caracteriacutestica marcante desse tipo de ambiente eacute o

niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora haja variaccedilotildees durante o ano

Analisando a Figura 418 e a Tabela 428 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina

melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou

maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 assim a distribuiccedilatildeo dos escores

da Mata de Interfluacutevio possui os maiores valores de altitude

Tabela 428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutela (PNB)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0 849666 0 286224

A 0 504311 0 010065

G 0 088693 0 799165

kv -0 044105 -0 365752

100

M Galeria Brejo MInterfluacutevio

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (95 )

Funccedilatildeo1= 0941455G+0457563A -0309162h+0073823 kv

-3

-2

-1

0

1

2

3

Funccedil

atildeo 2

(5

)

Figura 418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Diante do exposto podemos concluir que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem predizer

os tipos vegetacionais de alguns grupos sendo a maioria destes confundidos entre si

uma vez que as diferenccedilas vegetacionais se devem mais agraves caracteriacutesticas pedoloacutegicas e

clima por exemplo

43 Processamentos experimentais

Diante da apreciaccedilatildeo dos dados e das anaacutelises discriminantes foram feitos

processamentos para verificaccedilatildeo da aplicabilidade de tais resultados ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo As Figuras 418 419 420 e 421 ilustram os produtos das classificaccedilotildees das

variaacuteveis geomorfomeacutetricas selecionadas realizadas atraveacutes de meacutetodos diversos

(Cluster Maacutexima Verossimilhanccedila e Fatiamento) bem como o mapa de vegetaccedilatildeo de

cada aacuterea em estudo Apesar da representaccedilatildeo de tais resultados na forma de mapas

(Figuras 419 a 434) eacute importante lembrar que estes satildeo exerciacutecios experimentais uma

101

vez que satildeo reconhecidas as fontes tradicionais de informaccedilatildeo para o mapeamento da

vegetaccedilatildeo

As classificaccedilotildees por Cluster MaxVer e Fatiamento bem como a classificaccedilatildeo por

Fatiamento das primeiras funccedilotildees discriminantes mostraram diferentes respostas

comparativamente aos mapas de vegetaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo dos histogramas propiciou a

seleccedilatildeo do melhor conjunto de variaacuteveis topograacuteficas para alimentar algoritmos de

classificaccedilatildeo Esta seleccedilatildeo se baseou nas classes que se separavam mais claramente

entre si

As anaacutelises de histogramas para RPPNSA (Figura 45) mostraram notaacutevel separaccedilatildeo

entre as classes S_A e S_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo sendo a classe S_A coincidente

com a S_C S_D e parte predominante da S_H Esta uacuteltima classe se distinguiu das

demais por sua curvatura horizontal mostrando um caraacuteter convergente e curvatura

vertical cocircncava principalmente

Na MIA as anaacutelises (Figura 46) indicaram melhor distinccedilatildeo entre as classes I_A e I_B

atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo e curvatura vertical principalmente A classe I_C se

apresenta em situaccedilatildeo intermediaacuteria embora se mostre especialmente diferente da

classe I_B quando se observa a distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo seguida da curvatura vertical

Nesta aacuterea em especial os meacutetodos de elaboraccedilatildeo do mapa de referecircncia (segundo

Moreira M 2006 comunicaccedilatildeo pessoal) causam uma circularidade da informaccedilatildeo

topograacutefica neste estudo O traccedilado da Floresta de Platocirc Alto foi definido pelo

Fatiamento da altitude acima de 61 m Por sua vez a Floresta de Baixio foi delimitada

pelas aacutereas a menos de 50 m dos cursos drsquoaacutegua estes dispostos de acordo com o

mapeamento da hidrologia local a partir de mapas do IBGE

Para o PNCA a anaacutelise dos histogramas (Figura 47) mostrou a separaccedilatildeo entre as

classes A_B A_C A_D e A_F e entre A_G A_H e A_I atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo

Esta uacuteltima combinaccedilatildeo entretanto natildeo gerou resultado satisfatoacuterio comparativamente

com a referecircncia (Figura 420) uma vez que natildeo abrange todo o intervalo de valores

possiacuteveis As demais variaacuteveis geomorfomeacutetricas apresentaram-se mais ou menos

homogecircneas para todas as classes A anaacutelise dos histogramas do PNB (Figura 48)

102

mostrou melhor separaccedilatildeo entre as classes B_F e B_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo

entretanto estas satildeo muito pequenas diante das demais sendo entatildeo excluiacutedas da anaacutelise

para alimentar a classificaccedilatildeo por Fatiamento As demais classes de modo geral quanto

a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal se diferenciaram mais visualmente

embora houvesse bastante confusatildeo entre estas feiccedilotildees

Diante do exposto foram selecionadas as variaacuteveis elevaccedilatildeo curvatura vertical e

curvatura horizontal para alimentar os algoritmos de classificaccedilatildeo das primeiras trecircs

aacutereas enquanto a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal foram selecionadas para

o PNB

O uso da altitude para expansatildeo de observaccedilotildees pontuais tambeacutem eacute uma praacutetica inerente

aos mapas RADAM e seus derivados Aleacutem de sua contaminaccedilatildeo nos mapas a altitude

estaacute tambeacutem correlata agraves variaacuteveis morfomeacutetricas de acordo com a ordenaccedilatildeo

altitudinal ditada pelo padratildeo do terreno (VALERIANO et al 2006) Num exemplo

simples terrenos convexos nos topos e cocircncavos nos baixios de uma mesma vertente

Pode-se esperar devido a isso uma superestimativa da importacircncia dessa variaacutevel

quando aferida por estes mapas Nos mapas referentes a aacuterea da MIA (Figura 420 e

425) por exemplo percebe-se em funccedilatildeo de algumas diferenccedilas que (1) a base

altimeacutetrica usada no mapeamento da vegetaccedilatildeo na MIA difere dos dados SRTM (os

Fatiamentos natildeo coincidem integralmente) (2) a visualizaccedilatildeo dos dados SRTM permite

a percepccedilatildeo de drenagens que natildeo estavam representadas no mapa usado para

mapeamento da vegetaccedilatildeo (haacute mais afluentes nos dados topograacuteficos de Floresta de

Baixio) Tal situaccedilatildeo pode ser considerada uma regra embora menos expliacutecita do que

no caso acima em todo o mapeamento da vegetaccedilatildeo na Amazocircnia uma vez que

descendem dos dados RADAM cuja metodologia tem intenso aporte da informaccedilatildeo

topograacutefica

Por meio da interpretaccedilatildeo visual das classificaccedilotildees percebe-se na RPPNSA (Figura

420) que o meacutetodo de classificaccedilatildeo que gerou produto mais semelhante ao mapa

referecircncia foi o MaxVer (kappa=03439) principalmente pela extensatildeo e

posicionamento da classes Caatinga Florestada (S_F) Carrasco (S_G) e Mata Seca

(S_I) O Cluster apresenta o produto mais distante comparativamente ao mapa

103

referecircncia (kappa = 00443) especialmente no que se refere a abrangecircncia e o

posicionamento das classes (S_A) Caatinga Arboacutereo-arbustivae (S_B) Complexo

Arboacutereo Por outro lado embora o produto da classificaccedilatildeo por Fatiamento

(kappa=02662) mostre apenas trecircs zonas vegetacionais estas esboccedilam um resultado

mais coerente ao mapa referecircncia do que por Cluster A classificaccedilatildeo por MaxVer

tambeacutem foi o melhor resultado encontrado no PNB (kappa=01231) principalmente

pela extensatildeo e posicionamento da classes (B_B) Cerrado sensu strictu e (B_C) Campo

Cerrado

Figura 419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio

natural de Serra das almas (RPPNSA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima

Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

Classes de Vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo Arboacutereo) S_C

(Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E (Caatinga

Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria) e S_I

(Mata Seca)

104

Para o PNB o Cluster apresentou um produto muito diferente do mapa referecircncia

(kappa=-00079) natildeo apresentando nenhuma correspondecircncia com o mapa referecircncia

Em contrapartida a classificaccedilatildeo por Fatiamento mostra um produto mais coerente

(kappa=01067) mesmo apresentando apenas trecircs feiccedilotildees vegetacionais (Figura 421)

Em contrapartida o mapa gerado por Fatiamento foi o melhor produto encontrado para

MIA (Figura 420) e PNCA (Figura 421) em detrimento das demais classificaccedilotildees Para

a MIA por meio do Fatiamento (kappa=05556) a classe que apresentou maior

semelhanccedila com o mapa de vegetaccedilatildeo da aacuterea foi a classe I_A (Floresta de Baixio)

Entretanto as classificaccedilotildees por Cluster (kappa=04297) e MaxVer (kappa=04986)

tambeacutem produziram resultados visualmente bastante semelhantes ao mapa referecircncia

Figura 420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de

vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de Baixio) I_B

(Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

Finalmente para o PNCA o Fatiamento gerou produto comparaacutevel ao mapa referecircncia

(kappa=04104) principalmente pela extensatildeo e posicionamento das classes (A_B)

105

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras

(A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente e (A_D) Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente O Cluster (kappa=-00913) apresenta o

resultado mais discrepante comparativamente com a referecircncia natildeo havendo

correspondecircncia entre nenhuma das classes A classificaccedilatildeo por MaxVer tambeacutem mostra

pouca correspondecircncia com o mapa referecircncia (kappa=00958)

Figura 421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila

(MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de

Vegetaccedilatildeo A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_B

(Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras)

A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas

Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva

com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana

Parque sem floresta-de-galeria)

Considerando todas as aacutereas em conjunto observa-se que entre os meacutetodos de

classificaccedilatildeo o Cluster apresentou os piores produtos enquanto as classificaccedilotildees por

MaxVer e Fatiamento apresentaram os melhores resultados Pode-se no entanto

106

distinguir o Fatiamento como o meacutetodo de melhor resultado para aacutereas PCNA e MIA

da Amazocircnia e MaxVer para RPPNSA (Caatinga) e PNB (Cerrado)

Figura 422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de

vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo B_A (Mata Galeria) B_B

(Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo)

B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I

(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L ( Campo Limpo com

Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e

ldquocanela de emardquo

Quanto aos processamentos baseados nas anaacutelises discriminantes a geraccedilatildeo da imagem

da primeira funccedilatildeo discriminante de cada aacuterea permitiu a obtenccedilatildeo de uma classificaccedilatildeo

mais elaborada que as anteriores com melhores resultados gerais Os mapas de

vegetaccedilatildeo referecircncia apresentados neste ensaio satildeo produtos de reagrupamento de

classes de vegetaccedilatildeo feitos em funccedilatildeo da semelhanccedila entre suas estruturas

vegetacionais

107

A Figura 423 ilustra os mapas das funccedilotildees 1 e 2 e o Fatiamento da funccedilatildeo1 na aacuterea da

RPPNSA Eacute possiacutevel observar na funccedilatildeo 1 e 2 padrotildees comparaacuteveis agraves classes de

vegetaccedilatildeo Na funccedilatildeo 2 haacute um indicativo pronunciado do Complexo Galeria

principalmente devido agrave variaacutevel declividade que possui maior peso dentro de tal

funccedilatildeo sendo o Complexo Galeria caracteriacutestico de ambientes fluviais que nesta aacuterea

se apresentam encaixados portanto com declividades mais pronunciadas

Figura 423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNS) e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada como referecircncia

Classes de Vegetaccedilatildeo Complexo arboacuterea arbustiva (Classes agrupadas Caatinga

Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-

arbustivo(S_D)) Complexo Arboacutereo (Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B)

Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata

Seca

108

O Fatiamento feito a partir da funccedilatildeo 1 mostrou-se muito semelhante ao mapa de

vegetaccedilatildeo especialmente quanto agraves classes Complexo Arboacutereo-arbustivo e Mata Seca

Comparando o presente resultado com o resultado dos demais processamentos

experimentais realizados este mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da vegetaccedilatildeo

jaacute realizado A Figura 424 ilustra o resultado do Fatiamento das subfisionomias do

Complexo Arboacutereo na aacuterea da RPPNSA Para este caso o Fatiamento mostrou uma

certa confusatildeo entre as classes entretanto este resultado evidenciou algumas tendecircncias

das classes subfisionocircmicas superestimando a ocorrecircncia de Caatinga Florestada e

subestimando as demais classes

Figura 424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da Reserva

Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) e Mapa de vegetaccedilatildeo

como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo do Complexo Arboacutereo Complexo Arboacutereo

Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada

109

A MIA tambeacutem apresenta padrotildees vegetacionais indicados pelas funccedilotildees

discriminantes poreacutem o produto gerado foi de qualidade inferior aos outros

processamentos experimentais realizados para esta aacuterea (Figura 425) Percebe-se que a

Floresta de Platocirc Baixo com campinarana foi subestimada assim como a Floresta de

Platocirc Alto enquanto a Floresta de Baixio foi subestimada Pode-se considerar que para

esta aacuterea de estudo o meacutetodo de processamento mais aplicaacutevel ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo foi o Fatiamento baseado na anaacutelise dos histogramas cujo produto foi o mais

semelhante ao mapa referecircncia (Figura 420) Ressalta-se que apesar do exposto

considerando que no mapa referecircncia utilizado a classe floresta de baixio tenha sido

definida como uma faixa de 50m em cada lado da rede hidrograacutefica os resultados da

classificaccedilatildeo a partir do fatiamento ou da funccedilatildeo discriminante mostraram-se mais

condizentes com a realidade principalmente no que se refere agrave classe floresta de baixio

Figura 425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu

(MIA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de

Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

110

No PNCA mostra que as feiccedilotildees vegetacionais satildeo observadas claramente (Figura 426)

nas funccedilotildees 1 e 2 Na funccedilatildeo 1 todas as classes satildeo distinguidas facilmente exceto a

classe Formaccedilotildees Pioneiras Assim o mapa obtido por Fatiamento da funccedilatildeo 1 mostrou

resultado satisfatoacuterio distinguindo a Floresta ombroacutefila densa e a Floresta Ombroacutefila

Aberta e Savana que embora se mostrem as duas primeiras se mostrem sutilmente

subestimadas e a uacuteltima superestimada evidenciam claramente as tendecircncias dos

diferentes tipos de vegetaccedilatildeo no terreno Comparativamente aos outros processamentos

experimentais este processamento mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo

Figura 426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Floresta

Ombroacutefila Aberta ( Floresta Ombroacutefila Aberta aluvial ( A_A) Floresta Ombroacutefila Aberta

de Terras Baixas com palmeiras (A_B)) Formaccedilotildees Pioneiras (Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras (A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea) (A_H)) Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta

Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Terras

Baixas Dossel emergente (A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel

uniforme (A_E)) Savana (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa (A_I) sem floresta-de-galeria

Savana Parque sem floresta-de-galeria (A_J))

111

Quanto agraves anaacutelises de suas subfisionomias observa-se que o resultado do Fatiamento

das Formaccedilotildees Pioneiras foi quase idecircntico ao do mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia exceto

pela ausecircncia da Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva

(Figura 427) Jaacute na Funccedilatildeo 1 foi possiacutevel perceber claramente um indicativo da classe

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras

aparecendo em tom mais escuro na imagem Funccedilatildeo 1 Para Floresta ombroacutefila densa os

resultados encontrados tambeacutem foram muito promissores

Figura 427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva Formaccedilotildees Pioneiras

com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea

A classe Floresta ombroacutefila densa com dossel emergente foi a que melhor se

assemelhou ao mapa de vegetaccedilatildeo enquanto as demais classes mostraram bons

resultados (Figura 428) Haacute de se considerar que a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras

Baixas com dossel emergente e a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas com

dossel uniforme mostram certa diferenciaccedilatildeo entre o mapa gerado a partir da Funccedilatildeo

discriminante 1 e o mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

112

Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como

referecircncia Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel

uniforme

No PNB soacute foi possiacutevel verificar algumas tendecircncias e o produto obtido natildeo foi

satisfatoacuterio como jaacute era esperado uma vez que se trata de uma aacuterea de relevo

homogecircneo de feiccedilotildees bastante discretas (Figura 428) Por outro lado as suas

subfisionomias apresentaram bons resultados comparaacuteveis aos seus respectivos mapas

de vegetaccedilatildeo de referecircncia No Campo Limpo exceto pela classe Campo Limpo Uacutemido

que foi superestimado no mapa gerado as demais classes mostraram-se bem

semelhantes ao mapa referecircncia tanto por sua extensatildeo quanto pelo seu posicionamento

(Figura 429) Na Mata o produto obtido foi quase idecircntico ao mapa de referecircncia isso

pode ser verificado especialmente pela classe Mata de Interfluacutevio Estes resultados

indicam que para este tipo de vegetaccedilatildeo Cerrado os processamentos natildeo se aplicam ao

mapeamento da vegetaccedilatildeo ao niacutevel de fitofisionomias podendo poreacutem ser aplicaacutevel as

suas subfisionomias (Figura 430) Diante disso foi possiacutevel se conseguir um

113

mapeamento satisfatoacuterio ateacute o niacutevel das subfisionomias para algumas aacutereas de estudo

sendo que para aacutereas com relevo semelhante ao do PNB o emprego deste meacutetodo deve

ser feito com mais cautela

Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia

(PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Mata (Mata Galeria

(B_A) Brejo (B_G) e Mata de Interfluacutevio (B_H)) Campo Cerrado (Campo Cerrado

(B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo Sujo (Campo Sujo (B_D) e

Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M))

e Campo Limpo (Campo Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo

com Murundum (B_L)) e Cerrado sensu strictu

114

Figura 429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Campo Limpo Campo

Limpo Uacutemido e Campo Limpo com Murundum

115

Figura 430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do Parque Nacional de

Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Mata Galeria Brejo e Mata de

Interfluacutevio

116

117

5 CONCLUSOtildeES

O presente trabalho foi conduzido com o intuito de avaliar as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo do SRTM para

identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo A

partir dos resultados obtidos puderam-se assinalar as seguintes conclusotildees

a) As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos

para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees

geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de

vegetaccedilatildeo referecircncia Embora a altitude tenha sido usada para a confecccedilatildeo de

parte dos mapas usados como referecircncia esta foi a mais importante para

discriminaccedilatildeo dos grupos vegetacionais em todas as aacutereas seguida da curvatura

vertical e da curvatura horizontal

b) As fitofisionomias se caracterizaram pelas suas preferecircncias (niacuteveis da

frequumlecircncia maacutexima ou moda) a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas e natildeo

pelas faixas de amplitude que se mostraram sobrepostas em geral com

evidentes implicaccedilotildees no desenvolvimento futuro de meacutetodos de classificaccedilatildeo

com dados geomorfomeacutetricos Anaacutelises discriminantes fundamentada na

estatiacutestica de probabilidades apresentaram os melhores resultados gerais em

relaccedilatildeo aos demais meacutetodos testados (Fatiamento MaxVer e cluster)

c) As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem

ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob

mesmas condiccedilotildees topograacuteficas Para a RPPNSA os grupo que mais se separam

satildeo Mata Seca e Complexo arbustivo arboacutereo Dentro da fisionomia Complexo

Arboacutereo as que mais se separam satildeo a Caatinga Arboacuterea e a Caatinga

Florestada Para a MIA satildeo as Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto

Para o PNCA satildeo Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa no que se

refere agrave fisionomia Formaccedilotildees Pioneiras merece destaque a separaccedilatildeo entre

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com

118

palmeiras e Formaccedilotildees Pioneiras lacustre ndash herbaacutecea Para fisionomia Floresta

Ombroacutefila Densa destaca-se das demais a Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial

Dossel emergente O PNB que natildeo teve uma boa distinccedilatildeo entre as suas

fisionomias tendo entretanto um resultado satisfatoacuterio na separaccedilatildeo de suas

subfisionomias especialmente dentro da fisionomia Mata a Mata de Interfluacutevio

e dentro do Campo Limpo o Campo Limpo Uacutemido

d) Embora os dados geomorfomeacutetricos tenham mostrado potencial indicativo das

classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do

detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de

classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises

discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o

niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a

RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias

deste uacuteltimo O PNB apresentou resultados fracos no niacutevel de fitofisionomia

Entretanto as subfisionomias testadas dentro de fitofisionomias apresentaram

resultados satisfatoacuterios

119

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1 CD-ROM

VALERIANO MM KUPLICH TM STORINO M AMARAL BD MENDES

JN LIMA DJ Modeling small watersheds in Brazilian Amazocircnia with Shuttle Radar

Topographic Mission - 90m data Computers e Geosciences v 32 n 8 p 1169-1881

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  • PAacuteGINA DE ROSTO
  • FICHA CATALOGRAacuteFICA
  • BANCA EXAMINADORA
  • EPIacuteGRAFE
  • DEDICATOacuteRIA
  • AGRADECIMENTOS
  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • SUMAacuteRIO
    • LISTA DE FIGURAS
    • LISTA DE TABELAS
    • LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
    • 1 INTRODUCcedilAtildeO
    • 2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
      • 21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem
      • 22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo
      • 23 SRTM
      • 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens
        • 241 Cluster
        • 242 Fatiamento
        • 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)
          • 25 Anaacutelise Discriminante
          • 26 Dados de Vegetaccedilatildeo
            • 262 Bioma Amazocircnia
            • 261 Bioma Caatinga
              • 2621 Microbacia do Igarapeacute Asu
              • 2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
                • 263 Bioma Cerrado
                    • 3 MATERIAL E MEacuteTODOS
                      • 31 Detalhamento do fluxo de trabalho
                      • 32 Recursos
                        • 321 As aacutereas de estudo
                        • 322 Dados de vegetaccedilatildeo
                        • 323 Dados topograacuteficos
                        • 324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados
                          • 33 Procedimentos
                            • 331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados
                            • 332 Anaacutelise dos resultados
                            • 333 Processamentos experimentais
                                • 4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
                                  • 41 Apreciaccedilatildeo dos dados
                                  • 42 Anaacutelises discriminantes
                                  • 43 Processamentos experimentais
                                    • 5 CONCLUSOtildeES
                                    • 6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
Page 9: DADOS GEOMORFOMÉTRICOS COMO SUBSÍDIO AO …

RESUMO

O presente trabalho buscou avaliar o potencial das variaacuteveis geomorfomeacutetricas extraiacutedas de dados SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) para identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais de quatro aacutereas testes que representaram alguns dos principais biomas brasileiros (Caatinga Cerrado e Floresta Amazocircnica) As anaacutelises recaiacuteram sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo existentes Para isso foram utilizados dados SRTM e dados vegetacionais jaacute publicados As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de vegetaccedilatildeo referecircncia As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob mesmas condiccedilotildees topograacuteficas As variaacuteveis mais importantes na distinccedilatildeo entre os tipos vegetacionais foram a elevaccedilatildeo a curvatura horizontal e a curvatura vertical Apesar de os dados geomorfomeacutetricos mostrarem potencial indicativo das classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias deste uacuteltimo O PNB apresentou o pior resultado no niacutevel de fitofisionomia enquanto as subfisionomias testadas apresentaram resultados satisfatoacuterios Assim o procedimento empregado partindo-se das anaacutelises discriminantes com variaacuteveis geomorfomeacutetricas pode subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo Palavras-chave vegetaccedilatildeo modelo digital de elevaccedilatildeo anaacutelises discriminantes topografia sensoriamento remoto

GEOMORPHOMETRIC DATA AS SUBSIDY FOR VEGETATION MAPPING

ABSTRACT

The potentials of geomorphometric variables derived from SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) for the mapping of vegetation types were investigated Four published vegetation maps for study areas inside three Brazilian biomes (Amazonian forest Savanna and Steppe) served as reference for testing the discriminatory potential of the geomorphometric variables The study sites differed in the feasibility of applying topographic data to vegetation mapping according to the variation of geomorphometric conditions and vegetation reference mapping scale and detail level The analysis indicated the vegetation class groups prone to classification in contrast to groups occurring in similar topographic conditions The variables that presented strongest relationships with the vegetation classes were elevation horizontal and vertical curvature Although geomorphometric data had shown potential for discriminating vegetation classes the achieved classification could not reach the thematic detail level of the reference maps due to co-occurrence of classes with similar vegetational structures Based on discriminant analysis it was possible to experimentally map to the sub-phytophysiognomic level The best results were found for the RPPNSA and PNCA sites and the sub-physiognomies of the latter PNB site showed the worst results at the phytophysiognomy level while its tested sub-physiognomies performed satisfactorily It was found that discriminant analysis of geomorphometric data could subsidy vegetation mapping

Key-words vegetation digital elevation model discriminant analysis topography remote sensing

SUMAacuteRIO

Paacuteg

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

1 INTRODUCcedilAtildeO 23

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 25

21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem 25

22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo 26 23 SRTM 31 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens 34 241 Cluster 35 242 Fatiamento 36 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer) 37

25 Anaacutelise Discriminante 39

26 Dados de Vegetaccedilatildeo 40

261 Bioma Caatinga 40

262 Bioma Amazocircnia 42

2621 Microbacia do Igarapeacute Asu 46

2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos 47

263 Bioma Cerrado 50

3 MATERIAL E MEacuteTODOS 55

31 Detalhamento do fluxo de trabalho 55

32 Recursos 56

321 As aacutereas de estudo 56

322 Dados de vegetaccedilatildeo 57

323 Dados topograacuteficos 58

324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados 59

33 Procedimentos 59

331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados 59

332 Anaacutelise dos resultados 60

333 Processamentos experimentais 61

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES 63

41 Apreciaccedilatildeo dos dados 63

42 Anaacutelises discriminantes 77

43 Processamentos experimentais 100

5 CONCLUSOtildeES 117

6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 119

LISTA DE FIGURAS

21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade de pixels nos diversos conjuntos de treinamento

38

31 ndash Fluxo de atividades 55

32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo 57

41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 64

42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 65

43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA e seu mapa de vegetaccedilatildeo 66

44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB e seu mapa de vegetaccedilatildeo 67

45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da RPPNSA

69

46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA

71

47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA

73

48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB

75

49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da RPPNSA

80

410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

82

411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA

83

412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea da MIA

86

413 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais Aacuterea do PNCA

88

414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

90

415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

92

416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do PNB

95

417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo Limpo do PNB

97

418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos vegetacionais do grupo Mata do PNB

100

419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNSA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

103

420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

104

421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

105

422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

106

423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a RPPNS e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada referecircncia

107

424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da RPPNSA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

108

425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a MIA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

109

426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

110

427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

111

428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do PNCA e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

112

429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

113

430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

114

431 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do PNB e Mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

115

LISTA DE TABELAS

11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)

31

31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados 59

41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da RPPNSA 78

42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea RPPNSA

79

43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da RPPNSA

79

44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

81

45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

81

46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da RPPNSA

82

47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da RPPNSA

83

48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea MIA 84

49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da MIA

84

410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea da MIA 85

411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do PNCA 87

412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNCA

87

413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNCA 88

414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do PNCA

89

415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

89

416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do PNCA

90

417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

91

418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do PNCA

91

419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Floresta Ombroacutefila densa PNCA

92

420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do PNB 93

421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do PNB

94

422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura Aacuterea do PNB 94

423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB

96

424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do PNB

96

425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Campo Limpo do PNB

97

426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do PNB 98

427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do PNB

99

428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis do fator de estrutura do grupo Mata do PNB

99

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DOD ndash Departamento de Defesa dos Estados Unidos IBGE ndash Fundaccedilatildeo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

InSAR ndash Interferometric Synthetic Aperture Radar JPL ndash Jet Propulsion Laboratory)

MDE ndash Modelo Digital de Elevaccedilatildeo MIA ndash Microbacia do Igarapeacute Asu NASA ndash National Aeronautics and Space Administrarion NIMA - National Imagery and Mapping Agency

PNB ndash Parque Nacional de Brasiacutelia

PNCA ndash Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

RPPNSA ndash Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas SIG ndash Sistema de Informaccedilotildees Geograacuteficas

SRTM - Shuttle Radar Topographic Mission

USGS -United States Geological Survey

23

1 INTRODUCcedilAtildeO

Dados de sensoriamento remoto tecircm servido como base haacute deacutecadas para mapeamentos

de vegetaccedilatildeo em diferentes escalas Entretanto ainda existem lacunas no conhecimento

a respeito da ocorrecircncia das diferentes formaccedilotildees vegetais brasileiras assim como sua

extensatildeo e estado de conservaccedilatildeo Assim dados de sensores oacutepticos a bordo de sateacutelites

ou aeronaves fornecem informaccedilotildees sobre o dossel vegetal que com apoio de campo

satildeo usados em mapeamentos diversos Evidentemente estes dados tecircm sua capacidade

limitada agrave medida que determinadas formaccedilotildees vegetais possuem respostas espectrais

semelhantes Um dos principais projetos que visaram ao mapeamento da cobertura

vegetal brasileira foi o RADAMBRASIL A variedade de atributos usados no sistema

de classificaccedilatildeo refletiu a variabilidade estrutural dos tipos de vegetaccedilatildeo do Brasil As

informaccedilotildees geradas pelo projeto tambeacutem confirmaram a importacircncia da topografia na

caracterizaccedilatildeo da paisagem local e regional jaacute que eacute um dos fatores determinantes do

estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidade de espeacutecies vegetais

Embora se reconheccedilam os dados topograacuteficos como importante fonte de informaccedilotildees

para subsidiar o mapeamento da vegetaccedilatildeo o estabelecimento de metodologias com este

aporte requer o desenvolvimento de estudos especiacuteficos para determinar as relaccedilotildees que

existem entre ambos os aspectos Tal condiccedilatildeo pode ser explicada por uma histoacuterica de

ausecircncia de levantamentos topograacuteficos detalhados pela qual grande parte do territoacuterio

nacional permanece com mapeamentos em escalas inadequadas para vaacuterias aplicaccedilotildees

Neste contexto a utilizaccedilatildeo de bases topograacuteficas obtidas por sensores orbitais pode

enfim significar a viabilizaccedilatildeo de tais estudos A missatildeo SRTM (Shuttle Radar

Topographic Mission) ocorrida em 2000 possibilitou a coleta de dados altimeacutetricos

para praticamente toda a superfiacutecie terrestre A existecircncia desses dados em cobertura

nacional permite que se avalie e se desenvolva seu potencial para o mapeamento da

vegetaccedilatildeo de forma relativamente padronizada em diferentes ambientes

Os dados SRTM mostraram-se passiacuteveis de derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas

para expressatildeo das diferentes caracteriacutesticas do relevo o que resulta num conjunto de

dados em complemento agrave altimetria Cada variaacutevel condiciona a vegetaccedilatildeo atraveacutes de

diferentes aspectos da paisagem (temperatura exposiccedilatildeo solar e hidrologia por

24

exemplo) aleacutem do controle direto sobre o transporte e o acuacutemulo de estruturas de

propagaccedilatildeo biomassa e substacircncias vegetais que afetam sua distribuiccedilatildeo Diante disso

o presente trabalho tem como objetivo principal a avaliaccedilatildeo das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo SRTM para identificaccedilatildeo

de tipos vegetacionais As anaacutelises recairatildeo sobre planos de informaccedilatildeo correspondentes

agraves variaacuteveis geomorfomeacutetricas e seu confronto com dados de mapeamento de vegetaccedilatildeo

existentes

Tal objetivo compreende o atendimento agraves seguintes metas especiacuteficas

bull Identificar as variaacuteveis geomorfomeacutetricas que melhor caracterizem diferentes

tipos de vegetaccedilatildeo

bull Caracterizar os tipos de vegetaccedilatildeo em termos das condiccedilotildees geomorfomeacutetricas

de sua ocorrecircncia

bull Analisar a capacidade de discriminaccedilatildeo dos tipos vegetacionais mapeados a

partir dos dados geomorfomeacutetricas

bull Aplicar os resultados anteriores ao mapeamento da vegetaccedilatildeo como forma de

avaliaccedilatildeo

25

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

Para a compreensatildeo deste trabalho este capiacutetulo faz uma breve fundamentaccedilatildeo dos

condicionantes topograacuteficos da paisagem e suas relaccedilotildees com a vegetaccedilatildeo Em seguida

satildeo apresentadas as fontes e demais especificaccedilotildees teacutecnicas dos dados topograacuteficos e de

vegetaccedilatildeo aplicados neste estudo

21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem

A topografia ao lado de outras variaacuteveis ambientais eacute fundamental na caracterizaccedilatildeo da

paisagem local e regional Diversos estudos tecircm relacionado variaacuteveis topograacuteficas com

o estabelecimento distribuiccedilatildeo e diversidades de espeacutecies vegetais Schmidt et al

(2003) descrevem as principais variaacuteveis topograacuteficas extraiacutedas de Modelos Digitais de

Elevaccedilatildeo (MDE) que podem ser geradas a partir do SRTM

Segue-se a definiccedilatildeo das variaacuteveis topograacuteficas mais utilizadas em estudos de

caracterizaccedilatildeo da paisagem

a- Elevaccedilatildeo corresponde a altitude do terreno Estaacute relacionada agrave distribuiccedilatildeo

altitudinal do solo e clima condicionando diferentes padrotildees vegetacionais na

paisagem

b- Declividade corresponde ao acircngulo de inclinaccedilatildeo da superfiacutecie local Possui

accedilatildeo direta sobre o equiliacutebrio entre a infiltraccedilatildeo de aacutegua no solo e escoamento

superficial aleacutem de controlar a intensidade dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo

Esse conjunto de fatores resulta na formaccedilatildeo de ambientes com diferentes

caracteriacutesticas fiacutesicas e bioloacutegicas as quais permitem o estabelecimento de

diferentes tipos de vegetaccedilatildeo

c- Orientaccedilatildeo de vertentes corresponde ao alinhamento do terreno em relaccedilatildeo ao

sol eacute a medida do acircngulo horizontal da direccedilatildeo esperada do escoamento

superficial geralmente expressa em azimute Dentre os vaacuterios aspectos (relaccedilatildeo

com distribuiccedilatildeo de diferentes substratos refuacutegios ecoloacutegicos etc) esta variaacutevel

relaciona-se ao grau de sombreamento ou iluminaccedilatildeo do terreno selecionando

ambientes mais propiacutecios para o desenvolvimento de determinados tipos de

26

vegetaccedilatildeo em detrimento de outros Assim a orientaccedilatildeo de vertentes controla a

direccedilatildeo dos fluxos de mateacuteria e insolaccedilatildeo portanto com efeitos locais sobre os

regimes hiacutedricos e de energia definindo diferentes padrotildees vegetacionais

d- Curvatura vertical refere-se ao caraacuteter convexococircncavo do terreno quando

analisado em perfil

e- Curvatura horizontal refere-se ao caraacuteter divergenteconvergente dos fluxos de

mateacuteria sobre o terreno quando analisado em projeccedilatildeo horizontal

As duas uacuteltimas variaacuteveis estatildeo relacionadas aos processos de migraccedilatildeo e acuacutemulo de

aacutegua minerais e materiais orgacircnicos no solo atraveacutes da superfiacutecie proporcionados pela

gravidade Estas duas variaacuteveis combinadas representam uma caracterizaccedilatildeo das formas

do terreno que se associam diretamente a propriedades hidroloacutegicas e de transporte

exercendo influecircncia indireta sobre a vegetaccedilatildeo local

22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo

Alguns estudos tecircm mostrado que a topografia exerce influecircncia indireta sobre a

vegetaccedilatildeo uma vez que determina feiccedilotildees hidroloacutegicas variaccedilotildees na disponibilidade de

aacutegua no solo distribuiccedilatildeo dos tipos de solo e topoclimas Outros cujo foco eacute a relaccedilatildeo

direta entre a topografia e a vegetaccedilatildeo verificam tal influecircncia baseados em variaacuteveis

topograacuteficas especialmente elevaccedilatildeo declividade e orientaccedilatildeo de vertentes e mais

raramente estudos baseados nas curvaturas vertical e horizontal do terreno (DARGIE

1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteQUEZ-ROSAS et al 2002) O texto

subsequumlente se refere a tais estudos

Satildeo reconhecidos os efeitos principais da topografia no estabelecimento da vegetaccedilatildeo

ao lado da accedilatildeo do clima da geologia dos solos e da intervenccedilatildeo antroacutepica A

variabilidade topograacutefica induz a uma diversidade de fauna e flora significativa no

ecossistema O desenvolvimento deste eacute controlado ainda por fatores abioacuteticos tais

como disponibilidade de aacutegua temperatura e incidecircncia de radiaccedilatildeo

Em paisagens tais como as savanas as feiccedilotildees hidroloacutegicas baseadas na topografia

exercem influecircncia sobre modelos de propagaccedilatildeo de vegetaccedilatildeo arboacuterea Estas aacutereas

27

podem capturar e reter nutrientes e aacutegua escassa provenientes de regiotildees montanhosas

ou mesmo devido ao regime hiacutedrico (infiltraccedilatildeoescoamento superficial) determinar o

padratildeo de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo (WU et al 2005) Nas paisagens de florestas

boreais especialmente em casos onde a topografia varia a variaccedilatildeo espacial da

disponibilidade da aacutegua do solo eacute um importante fator que afeta o crescimento e a

composiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo A floresta ripaacuteria dessas aacutereas por exemplo tem um

suprimento constante de aacutegua no solo proacuteximo agrave superfiacutecie assim tecircm

consideravelmente mais espeacutecies de plantas vasculares do que florestas dos terrenos

mais elevados (ZINKO et al 2005) Este gradiente floriacutestico aiacute observado tambeacutem eacute

evidente em outras feiccedilotildees fitofisionocircmicas CLARK et al (1999) verificaram que haacute

um claro gradiente floriacutestico em resposta aos tipos de solo e que estes variaram em

funccedilatildeo da posiccedilatildeo topograacutefica Os autores estudaram a distribuiccedilatildeo e abundacircncia de

palmeiras e outras aacutervores na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica La Selva na Costa Rica Eles

concluiacuteram que menos de 30 das espeacutecies apresentaram distribuiccedilatildeo influecircnciada por

efeitos edaacuteficos ou topograacuteficos Entretanto as variaacuteveis ambientais estudadas (solos e

topografia entre outras) foram capazes de explicar somente uma pequena proporccedilatildeo da

variaccedilatildeo floriacutestica

Nas paisagens brasileiras onde predominam altitudes modestas (maior parte entre 200 e

1200 m) as diversas formas do terreno tambeacutem satildeo determinantes de diferentes

padrotildees fitofisionocircmicos Na Amazocircnia por exemplo onde o relevo eacute descrito como de

pequena amplitude a simples posiccedilatildeo no relevo pode manifestar diferenccedilas na

vegetaccedilatildeo Segundo Ayres (1993) a vegetaccedilatildeo da Amazocircnia pode ser dividida em

campinaranas que satildeo florestas sobre solo arenoso caracterizadas por vegetaccedilatildeo

escleromoacuterfica pobre e baixa e florestas de terra firme que se situam geralmente em

terrenos ondulados a baixas altitudes com aacutervores mais altas algumas chegando ateacute

50m A topografia pode definir a riqueza e distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais ao longo do

gradiente de inundaccedilatildeo e sedimentaccedilatildeo em florestas de vaacuterzea na Amazocircnia Wittman et

al (2004) estudando tal questatildeo observaram que apenas 26 dos 222 registros de

espeacutecies de aacutervores ocorreram abaixo da cota de inundaccedilatildeo A sedimentaccedilatildeo foi mais

alta em estaacutegios sucessionais iniciais proacutexima agraves calhas dos rios principais e decresceu

28

com o aumento do niacutevel da topografia dos siacutetios de florestas e em processos de

sucessatildeo e alcanccedilaram menores taxas nas florestas de vaacuterzea alta

Estudos mostram que a heterogeneidade das condiccedilotildees do solo na Amazocircnia eacute

frequentemente ligada agrave topografia e exerce uma notaacutevel influecircncia sobre a composiccedilatildeo

a estrutura e os padrotildees de diversidade da floresta (LESCURES BOULET 1985

PELISSIER et al 2001) A topografia da Amazocircnia Central eacute fortemente

correlacionada com a textura do solo (CHAUVEL et al 1987) e estes fatores satildeo os

maiores condicionantes da distribuiccedilatildeo de espeacutecies vegetais e da estrutura de suas

comunidades em escalas local e regional (SOLLINS 1988 LIEBERMAN 1985

KUBOTA 2004) A comunidade de palmeiras por exemplo se distribue em trecircs zonas

de acordo com as condiccedilotildees hidromoacuterficas do solo Assim pode-se reconhecer solos

bem drenados (platocirc topo vertente) solos pobremente drenados (zona de transiccedilatildeo)

solos sazonalmente inundados (igarapeacutes) nos quais estas diferentes espeacutecies se

distribuem Desse modo verifica-se que a distribuiccedilatildeo de diferentes espeacutecies de

palmeiras estatildeo fortemente relacionadas ao tipo de solo cuja distribuiccedilatildeo depende da

situaccedilatildeo topograacutefica local (KAHN CASTRO 1985) Tal condicionamento natildeo se

restringe agrave distribuiccedilatildeo de tipos vegetacionais cerca de 30 das variaccedilotildees espaciais nas

estimativas de biomassa de aacutervores estatildeo relacionadas agraves caracteriacutesticas do solo e a

topografia (LAURENCE et al 1999 CASTILHO et al 2006)

Em Florestas estacionais e no Cerrado o estabelecimento dos diferentes tipos de

vegetaccedilatildeo se deve muito mais a fatores edaacuteficos e climaacuteticos do que propriamente agrave

topografia Entretanto a topografia explica de modo indireto parte da variaccedilatildeo vegetal

assim como a distribuiccedilatildeo de possiacuteveis fragmentos existentes nestas paisagens Brotrel

et al (2002) estudando a comunidade arboacutereo-arbustiva de um fragmento de floresta

estacional semidecidual (Ingaiacute-MG) verificaram que estes fragmentos se distribuem sob

influecircncia do regime de aacutegua da fertilidade quiacutemica do solo e posiccedilatildeo topograacutefica

Resultado tambeacutem encontrado por Rodrigues et al (2002) que estudando a floriacutestica da

comunidade arboacuterea de um fragmento florestal em Luminaacuterias MG verificaram que a

alta diversidade de espeacutecies aiacute encontradas pode estar relacionada agrave influecircncia de

formaccedilotildees vegetais proacuteximas e aos diferentes microambientes proporcionados pela

topografia variaccedilotildees na fertilidade e umidade dos solos Edivane e Schiavini (2002)

29

caracterizaram a topografia de um gradiente florestal na Estaccedilatildeo Ecoloacutegica do Panga

(Uberlacircncia MG) e avaliaram sua relaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo das 20 principais espeacutecies

arboacutereas inclusas neste gradiente (mata galeria mesoacutefila semideciacutedua de encosta e

cerradatildeo) Tal estudo mostrou que algumas das espeacutecies satildeo influenciadas positiva ou

negativamente por variaccedilotildees de umidade do solo ocasionadas pela topografia ocorrentes

na mata galeria enquanto outras mostram maiores relaccedilotildees com outros fatores edaacuteficos

eou condiccedilotildees de luminosidade de bordas e clareiras Tambeacutem referente ao ambiente

de Cerrado Fonseca e Silva-Junior (2003) verificaram a sua composiccedilatildeo floriacutestica

densidade e aacuterea basal do componente lenhoso no sentido restrito em duas situaccedilotildees

num gradiente topograacutefico designadas interfluacutevio e vale no Jardim Botacircnico de

Brasiacutelia DF Seus resultados salientaram que a topografia como forte determinante na

distribuiccedilatildeo de algumas populaccedilotildees e comunidades lenhosas por meio de sua influecircncia

na variaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico afetou a composiccedilatildeo floriacutestica a densidade e a aacuterea basal

nos Cerrados sentido restrito de interfluacutevio e vales estudados

Cabe ressaltar que a topografia natildeo condiciona apenas processos ecoloacutegicos mas

tambeacutem a accedilatildeo humana Na escala do nosso paiacutes eacute evidente que os remanescentes

florestais concentram-se em aacutereas menos apropriadas para a agricultura o que eacute

fortemente dependente do relevo (VIANA 1995 VIANA et al 1997) Isto implica no

fato de que a maioria dos fragmentos florestais estar localizada em aacutereas de topo e mais

acidentadas que natildeo satildeo propiacutecias a praacuteticas agriacutecolas ou ocupaccedilatildeo humana

Embora os estudos que abordam especificamente as relaccedilotildees entre as variaacuteveis

topograacuteficas e os tipos vegetacionais sejam menos frequumlentes eles satildeo de grande

importacircncia para o entendimento do ambiente biofiacutesico de modo geral Algumas destas

pesquisas revelam que a elevaccedilatildeo a declividade e a orientaccedilatildeo de vertente satildeo as

principais variaacuteveis relacionadas a variaccedilotildees na distribuiccedilatildeo de fitofisionomias

(DARGIE 1984 1987 KIRKBY et al 1990 VELAacuteSQUES-ROSAS et al 2002)

Em conjunto com outras variaacuteveis geomorfomeacutetricas a declividade em especial

produz uma variedade de situaccedilotildees ambientais tais como gradientes de umidade no

solo entre o topo e a base de uma vertente por exemplo favorecimento de transporte de

partiacuteculas de solo ao longo de um perfil interferecircncia na organizaccedilatildeo vertical do dossel

30

ocasionando variaccedilotildees nos acircngulos de penetraccedilatildeo e distribuiccedilatildeo da luz no interior de

florestas promoccedilatildeo da aparente elevaccedilatildeo da copa de indiviacuteduos menores e mais jovens

de aacutereas superiores de modo que alcancem mais raacutepido o dossel em aacutereas de

declividade acentuada (GANDOLFI 2000) A declividade e a orientaccedilatildeo de vertentes

controlam respectivamente a intensidade e a direccedilatildeo de fluxos de mateacuteria e de insolaccedilatildeo

portanto com efeitos locais sobre os regimes hiacutedricos e de energia No entanto estas

variaacuteveis podem fornecer informaccedilotildees aqueacutem do potencial de utilizaccedilatildeo de MDE

quando se busca o levantamento para estudo da cobertura vegetal com respostas

variadas quando estudadas sob diferentes situaccedilotildees Qi e Zhu (2003) consideram que

um conjunto baacutesico de variaacuteveis topograacuteficas para caracterizaccedilatildeo morfomeacutetrica do

terreno local deve incluir aleacutem dessas as curvaturas horizontal e vertical (SCHMIDT et

al 2003 VALERIANO 2003 VALERIANO CARVALHO JUacuteNIOR 2003)

Os estudos aplicados agrave caracterizaccedilatildeo da paisagem com variaacuteveis topograacuteficas

numeacutericas (morfometria) tecircm sido favorecidos com o desenvolvimento de meacutetodos

automaacuteticos de anaacutelise de MDE A importacircncia de tais estudos estaacute no fato de serem

desenvolvidos em ambiente computacional o que propicia uma reduccedilatildeo de trabalho

manual e a subjetividade dessas atividades

Pressupondo o processo de formaccedilatildeo de solos como resposta agrave distribuiccedilatildeo dos

processos hidroloacutegicos e erosivos e da temperatura do solo Moore et al (1993)

relacionaram atributos pedoloacutegicos agraves variaacuteveis topograacuteficas verificando que a situaccedilatildeo

topograacutefica explicou em parte expressiva a variaccedilatildeo de importantes propriedades do

solo Brubaker et al (1993) fizeram inferecircncias semelhantes baseados na posiccedilatildeo das

observaccedilotildees sobre a superfiacutecie de vertentes Briggs e Shishira (1985) observaram uma

consideraacutevel reduccedilatildeo na variabilidade dos atributos de solo dentro de cada unidade

homogecircnea de relevo

Tais efeitos edaacuteficos associados aos efeitos climaacuteticos aleacutem da accedilatildeo direta do relevo

sobre a vegetaccedilatildeo tecircm dado suporte por exemplo ao estudo de efeitos topograacuteficos no

estabelecimento de diferentes tipos de vegetaccedilatildeo Florinsky e Kuryakova (1996)

consideraram como accedilatildeo direta da topografia o transporte e o acuacutemulo de material

orgacircnico incluindo sementes e outras estruturas de propagaccedilatildeo e recomendam o uso de

31

modelos digitais e mapas de variaacuteveis topograacuteficas (Tabela 11) para levantamento

mapeamento e compreensatildeo dos aspectos dinacircmicos da vegetaccedilatildeo

Tabela 11 ndash Definiccedilatildeo de variaacuteveis topograacuteficas segundo Florinsky e Kuryakova (1996)

Variaacutevel unidade Definiccedilatildeo

h m Elevaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao niacutevel do mar (altitude)

G o ou Acircngulo vertical entre os planos horizontal e tangente agrave superfiacutecie do terreno (declividade)

A o Acircngulo horizontal entre norte e a projeccedilatildeo horizontal de um vetor normal agrave superfiacutecie (orientaccedilatildeo de vertente)

kv m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre por um plano contendo um vetor externo normal e um vetor da aceleraccedilatildeo da gravidade (curvatura vertical)

kh m-1 Curvatura de uma seccedilatildeo normal da superfiacutecie terrestre que eacute ortogonal agrave seccedilatildeo em kv (curvatura horizontal)

H m-1 Meacutedia das curvaturas vertical e horizontal (curvatura meacutedia)

CA m2 m-1 Aacuterea de terreno cujas linhas de escoamento passam por um determinado segmento de isolinha dividido pelo comprimento desse segmento (aacuterea de captaccedilatildeo)

TI TI = ln(CAG) (iacutendice topograacutefico)

SI SI = CAG (iacutendice de enxurrada)

Florinsky e Kuryakova (1996) estudaram relaccedilotildees entre a cobertura florestal e variaacuteveis

topograacuteficas em quatro diferentes aacutereas de estudo Ficou evidente que o controle

topograacutefico das propriedades da vegetaccedilatildeo eacute realizado de formas diferentes em

diferentes terrenos O exemplo citado apresenta a maior dependecircncia da vegetaccedilatildeo

relativa agrave intensidade de fluxo de aacutegua superficial (escoamento) em regiotildees aacuteridas que eacute

controlado por kh Por outro lado em regiotildees de baixas temperaturas ou grandes

latitudes espera-se maior influecircncia da insolaccedilatildeo controlada por G e A Os resultados

indicam que a distribuiccedilatildeo da cobertura vegetal eacute mais bem explicada quando natildeo se

restringem a anaacutelise do relevo agraves variaacuteveis h G e A Foram tambeacutem observadas algumas

relaccedilotildees entre propriedades da vegetaccedilatildeo e classes do terreno relativas agrave erosatildeo

23 SRTM

Em fevereiro de 2000 um rico conjunto de dados de elevaccedilatildeo global baseado na

tecnologia InSAR (Interferometric Synthetic Aperture Radar) foi adquirido por meio

do projeto SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) do JPL (Jet Propulsion

32

Laboratory) integrado agrave NASA (National Aeronautics and Space Administrarion)

resultando na base de dados topograficos digitais mais completa jaacute construiacuteda As

informaccedilotildees que se seguem foram retiradas do site do JPL (http

www2jplnasagovsrtn) e de Valeriano (2003)

O projeto SRTM proveacutem da cooperaccedilatildeo entre a NASA NIMA (National Imagery and

Mapping Agency) DOD (Departamento de Defesa) dos Estados Unidos e das agencies

espaciais da Itaacutelia e Alemanha Esta missatildeo se utilizou do mesmo instrumento usado em

1994 pelo programa Spaceborne Imaging Radar-CX-Band Synthetic Aperture Radar

(SIR-CX-SAR) a bordo do ocircnibus especial Endeavour Aacute nave foi adicionada um

mastro de 60 m em cuja extremidade foram instaladas antenas para bandas C e X aleacutem

de ajustes nos dispositivos de controle e navegaccedilatildeo Isto permitu a coleta de medidas

tridimensionais da superfiacutecie terrestre atraveacutes de interferometria

O processamento dos dados coletados visou agrave construccedilatildeo de um MDE mundial

elaborado continente por continente O sobrevocirco da SRTM ocorreu entre 11 e 22 de

fevereiro de 2000 durante o qual foram percorridas 16 oacuterbitas por dia resultando num

total de 176 oacuterbitas Desse modo foram coletados 12TB dados A conclusatildeo de cada

continente foi seguida pelo envio de dados ao NIMA para serem editados verificados e

ajustados aos padrotildees norte-ameriacano de exatidatildeo de mapas (National Map Accuracy

Standards) Estes dados foram entatildeo devolvidos agrave NASA para distribuiccedilatildeo puacuteblica

atraveacutes da USGS (United States Geological Survey)

Entre as latitudes 60˚ N e 56˚ S cerca de 80 da superfiacutecie terrestre foi coberta sendo

realizadas para tanto de uma a quatro passagens Um conjunto menor de dados foi

coletado sobre a aacutegua para calibraccedilatildeo Do total de dados SRTM os da banda C foram

processados no JPL e os da banda X no Centro Aeroespacial da Alemanha (DLR) Estes

foram usados para criar MDE de resoluccedilatildeo mais alta poreacutem sem cobertura global

O projeto teve apoio de campo sobretudo com base em levantamentos geodeacutesicos no

qual foi empregado o meacutetodo Sistema de Posicionamento Global Cinemaacutetico

(Kinematic Global Positioning System) Foram coletadas ao todo cerca de 70000 Km

de linhas (transectos) aliada agrave distribuiccedilatildeo de refletores com coordenadas precisamente

definidas pela JPL para geraccedilatildeo do conjunto de pontos referencia ou controle

33

Em paralelo agrave montagem do MDE global foi feito o processamento de dados locais

especiacuteficos Cada aacuterea cobre uma ceacutelula de 1 grau de latitude por um grau de longitude

cujos dados consistem em mapas imagens e dados auxiliares ineacuteditos

Segundo a JPL embora a NIMA aplicasse vaacuterias operaccedilotildees de poacutes-tratamento que

incluem remoccedilatildeo de picos e voacutertices nas informaccedilotildees que acompanham os dados do

usuaacuterio satildeo lembradas suas caracteriacutesticas (inerente a todo dado geo-espacial) devem

condicionar seu desempenho diante das aplicaccedilotildees especiacuteficas uma caracteriacutestica dos

dados SRTM que o torna inadequado para uma dada aplicaccedilatildeo pode ser inoacutecua para

outra Informa-se ainda que nenhuma ediccedilatildeo foi aplicada sobre os dados e que o

conjunto em questatildeo conteacutem um grande nuacutemero de vatildeos e outros pontos espuacuterios como

valores extremamente altos (picos) e outros extremamente baixos (voacutertices) Corpos

drsquoaacutegua seratildeo geralmente mal definidos assim como as linhas de costa

Em janeiro de 2002 a NASA iniciou a distribuiccedilatildeo puacuteblica destes pequenos conjuntos

de dados de locais dentro dos Estados Unidos Enfim foram gerados MDE sob

resoluccedilatildeo de 30m (em coordenadas geograacuteficas com 1rdquo ou 0000277˚) para os Estados

Unidos e 90m (em coordenadas geograacuteficas com 3rdquo ou 0000833˚) para o resto do

mundo O datum e elipsoacuteide de referecircncia satildeo WGS84 com dados z em metros inteiros

Uma apreciaccedilatildeo preliminar dos dados SRTM mostrou uma seacuterie de caracteriacutesticas

indesejaacuteveis tais como falhas negativas (voacutertices) representadas por cotas negativas (-

8388607 m) Estes artafatos satildeo facilmente reconheciacuteveis nas imagens poreacutem devido

ao elevado moacutedulo deste valor sua remoccedilatildeo requer operaccedilotildees cuidadosas para que natildeo

se contaminem as informaccedilotildees vaacutelidas Teacutecnicas tais como filtragens natildeo satildeo capazes

de eliminar este problema mas podem ampliar a sua aacuterea de influecircncia modificando os

cotas de linhas vizinhas formando uma feiccedilatildeo artificial que se assemelha a um vale ou

sulco retiliacutenio com orientaccedilatildeo E-W ou N-S Estes dados satildeo sensiacuteveis a quaisquer

objetos presentes sobre a superfiacutecie do terreno tais como antenas edificaccedilotildees e mesmo

variaccedilotildees na cobertura vegetal A presenccedila destes artefatos atrapalha a percepccedilatildeo do

terreno em si no modelo como de fato eacute o intuito da obtenccedilatildeo de informaccedilotildees

topograacuteficas A utilizaccedilatildeo de filtragens apesar de minimizar os efeitos destes artefatos

propicia a suavizaccedilatildeo da superfiacutecie como um todo o que natildeo eacute desejaacutevel

34

Alguns estudos tecircm demonstrado que suavizaccedilotildees desnecessaacuterias do MDE prejudicam o

desempenho de algoriacutetimos de declividade por exemplo (VALERIANO 2003)

Considerando que grande parte do territoacuterio nacional eacute provida de mapeamentos

demasiadamente generalizados para vaacuterias utilizaccedilotildees da informaccedilatildeo topograacutefica o

dado SRTM pode ser considerado a melhor informaccedilatildeo topograacutefica jaacute disponibilizada

para o nosso territoacuterio A resoluccedilatildeo de 90m deste dado representa um avanccedilo importante

em relaccedilatildeo agrave dados ateacute entatildeo disponiacuteveis os dados RADARSAT-1 com resoluccedilatildeo

quilomeacutetrica

Como citado anteriormente os dados SRTM trazem consigo limitaccedilotildees intriacutensecas do

sistema e estatildeo sujeitos a uma seacuterie de fatores que alteram a relaccedilatildeo de precisatildeo ou

fidelidade para com a paisagem existente Neste sentido meacutetodos de tratamento de

dados vecircm sendo desenvolvidos com o intuito de adequar os dados aos objetivos das

pesquisas sem entretanto alterar a informaccedilatildeo que se deseja extrair Valeriano (2004)

aplicando a interpolaccedilatildeo dos dados por krigagem e as teorias da geoestatiacutestica na

fundamentaccedilatildeo desta teacutecnica preservou as caracteriacutesticas do terreno no MDE formado

Desta forma o tratamento destes dados consiste na modificaccedilatildeo do MDE SRTM

original para um MDE com caracteriacutesticas desejaacuteveis resoluccedilatildeo melhorada de 1rdquo(~

30m) reduccedilatildeo de artefatos remoccedilatildeo de falhas e distribuiccedilatildeo da aleatoriedade espacial

24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens

Segundo Croacutesta (2002) um dos principais objetivos do sensoriamento remoto eacute o de

distinguir entre e identificar as composiccedilotildees de diferentes materiais superficiais (tipos

de vegetaccedilatildeo padrotildees de uso do solo entre outros) Essa distinccedilatildeo e identificaccedilatildeo

tornam-se possiacuteveis diante do fato de os materiais superficiais terem comportamento

especiacutefico ao longo do espcetro eletromagneacutetico o que permite identificaacute-los ou

classificaacute-los

A classificaccedilatildeo automaacutetica de imagens multiespectrais de sensoriamento remoto diz

respeito a associar cada pixel da imagem a um ldquoroacutetulordquo descrevendo um objeto real

(vegetaccedilatildeo solo etc) Dessa forma os valores numeacutericos (DNs) associados agrave cada

pixel definidos pela reflectacircncia dos materiais que compotildeem esse pixel satildeo

identificados em termos de um tipo de cobertura da superfiacutecie terrestre imageada

35

(aacutegua solo tipode vegetaccedilatildeo rocha etc) chamadas entatildeo tema Apoacutes esse processo ser

completado para todos os pixels de uma determinada aacuterea o resultado eacute um mapa

temaacutetico mostrando a distribuiccedilatildeo geograacutefica de um tema tal como vegetaccedilatildeo ou solo

Desse modo pode-se dizer entatildeo que uyma imagem de sensoriamento remoto

classificada eacute uma forma de mapa digital temaacutetico

Segue-se a definiccedilatildeo segundo Crosta (2002) dos tipos de classificaccedilotildees testadas

(Cluster MaxVer e Fatiamento) no presente trabalho

241 Cluster

Para a classificaccedilatildeo por cluster o espaccedilo de atributos possui agrupamentos cluster ou

ldquonuvensrdquo os quais podem ser caracterizados por curvas de contorno No processo de

classificaccedilatildeo estas nuvens satildeo identificadas e usadas como aacutereas de treinamento

O primeiro passo neste tipo de classificaccedilatildeo eacute a realizaccedilatildeo de uma anaacutelise de

agrupamento utilizando para tal teacutecnicas estatiacutesticas padratildeo Atraveacutes dessa anaacutelise as

nuvens de dados satildeo identificadas no espaccedilo de atributos Uma vez feita essa anaacutelise

uma decisatildeo deve ser tomada em relaccedilatildeo agraves quais concentraccedilotildees devem ser tratadas

como grupos separados A melhor maneira de fazer isso eacute aceitar apenas aquelas cujas

modas ultrapassam certo limiar

O software Idrisi versatildeo 20 oferece a uma definiccedilatildeo condizente com a anterior poreacutem

mais detalhada

O cluster eacute uma teacutecnica que se baseia na anaacutelise das modas (picos) do histograma de

uma variaacutevel de uma aacuterea a ser analisada em que uma moda eacute definida como o valor de

maior frequecirccia comparativamente aos seus vizinhos Isto eacute equivalente a buscar os

picos como um histograma unidimensional poreacutem satildeo avaliados n histogramas (n

variaacuteveis) simultaneamente identificando-se assim aglomeraccedilotildees ou nuvens (clusters)

de pontos no espaccedilo n-dimensional Uma vez que os aglomerados tenham sido

identificados todas as classes seratildeo atribuiacutedas com base no pico de concentraccedilatildeo mais

proacuteximo As divisotildees entre as classes se inserem nos pontos de menor ocorrecircncia de

valores observados entre tais picos Os melhores resultados ocorrem quando as variaacuteveis

natildeo estatildeo correlacionadas entre si

36

Em relaccedilatildeo agraves condiccedilotildees da operaccedilatildeo do algoritmo utilizado (EASTMAN 1995) o

cluster tem melhor desempenho se a imagem composta tiver sido criada usando a opccedilatildeo

linear com saturaccedilatildeo Isto assegura que os seis niacuteveis por a faixa na composiccedilatildeo ocupem

mais intensamente a regiatildeo onde os dados satildeo os mais concentrados Geralmente os

melhores resultados satildeo encontrados com niacuteveis de saturaccedilatildeo entre aproximadamente

1 - 25 Este algoritmo trabalha apenas em imagens produzidas por composiccedilatildeo

colorida A imagem composta consiste em iacutendices de cores em que cada iacutendice Irgb eacute

dado por Irgb = IB(azul) + 6 IG(verde) + 36 IR(vermelho) em que cada canal (IR IG ou IB) assume

um valor no intervalo de 0-5 Por exemplo um pixel com IRGB de valores de 1 5 e 3

(respectivamente IR IG e IB) teria um iacutendice de 3 + (5 6) + (1 36) = 69 Assim a

operaccedilatildeo do Cluster decompotildee os valores da composiccedilatildeo colorida para criar um

histograma tridimensional

242 Fatiamento

O fatiamento de niacuteveis de intensidade representa a forma mais simples de classificaccedilatildeo

e eacute aplicado a uma uacutenica banda espectral de cada vez A operaccedilatildeo de fatiamento

consiste simplesmente em realccedilar os pixels cujas intensidades se situam dentro do

intervalo especificado (a fatia) isto eacute entre um maacuteximo e um miacutenimo O fatiamento eacute

feito de modo interativo geralmente no qual o usuaacuterio define tanto a largura quanto o

centro do intervalo desejado Essa fatia eacute entatildeo ajustada ateacute que as feiccedilotildees de interesse

sejam realccediladas e separadas das aacutereas originalmente diferentes sendo entatildeo

representadas por um mesmo DN

O fatiamento de uma uacutenica banda espectral pode ser estendido para o domiacutenio

multiespectral atraveacutes de uma seacuterie de etapas descritas a seguir Desse modo aumenta-

se a precisatildeo da classificaccedilatildeo uma vez que a superfiacutecie que se deseja classificar teraacute

uma maior probabilidade de se diferenciar das outras presentes na imagem quanto

maior for o numero de bandas considerado

Para isso toma-se uma banda espectral e define-se uma regiatildeo previamente conhecida

contendo a superficie de interesse Em seguida aplica-se o fatiamento agrave primeira banda

definindo-se os paracircmetros (centro e largura da fatia) ateacute que a regiatildeo de interesse seja

realccedilada juntamente com os outros pixels dessa banda que possuam o mesmo DN da

37

regiatildeo de interesse Se salva o resultado e repete-se o processo para cada uma das

bandas espectrais disponiacuteveis Finalmente combinam-se todas as bandas fatiadas em

uma soacute imagem atraveacutes da adiccedilatildeo

No que se refere a presente pesquisa foram utilizadas bandas representadas pelas

variaacuteveis geomorfomeacutetricas locais correspondentes a cada aacuterea de estudo Estas

ldquobandasrdquo foram fatiadas atraveacutes de anaacutelises de histogramas buscando identificar nos

histogramas referentes a cada classe vegetacional pontos em que as classes

vegetacionais melhor se ditinguiam Em locais onde havia grande sobreposiccedilatildeo entre os

histogramas escolheu-se como criteacuterio fatiar em pontos onde havia maior frequencia de

distribuiccedilatildeo dessas variaacuteveis geomorfomomeacutetricas Em seguida as imagens geradas por

cada fatiamento foram sobrepostas atraveacutes de uma operaccedilatildeo de adiccedilatildeo

243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)

O MaxVer eacute o meacutetodo mais comum que considera a ponderaccedilatildeo das distacircncias das

meacutedias utiliza paracircmetros estatiacutesticos

A classifcaccedilatildeo por maacutexima verossemelhanccedila exige um nuacutemero consideravelmente

elevado de pixels para cada conjunto treinamento nuacutemero preferencialmente acima de

uma centena para que seja precisa o suficiente Esse nuacutemero permite uma base segura

para o treinamento estatiacutestico Devido a esse nuacutemero alto de pixels natildeo eacute possiacutevel

representaacute-los graficamnte de maneira individualizada Desse modo nesse caso usa-se

isolinhas ou curvas de contorno no espaccedilo de atributos representando a densidade de

pixels do conjunto de treinamento de cada regiatildeo (Figura 1)

Estes contornos representam na realidade um ajuste baseado em distribuiccedilotildees normais

ou Gaussianas dos pixels das aacutereas de treinamento do contraacuterio os contornos seriam

totalmente irregulares Ressalta-se que devido a esse ajuste os contornos satildeo

simeacutetricosOs contornos ao redor de cada classe na Figura 21 podem ser entendidos

como a probabilidade de existir um pixel naquele conjunto de treinamento como uma

determinada combinaccedilatildeo de DNs Do mesmo modo se as aacutereas de treinamento forem

realmente representativas das superfiacutecies que se deseja classificar Os mesmos

contornos podem ser vistos como a probabiliade de qualquer pixel desconhecido

pertencer a uma determinada classe na qual ele plotar

38

Figura 21 ndash Espaccedilo de atributos para as classes A B e C mostrando na forma de contornos a densidade

de pixels nos diversos conjuntos de treinamento

Essas probabilidades representam uma ferramenta de classificaccedilatildeo poderosa e flexiacutevel

atraveacutes da qual se pode escolher por exemplo classificar apenas os pixels

desconhecidos que satildeo bastante semelhantes agrave meacutedia de uma classe Isso eacute feito

escolhendo-se o limite de decisatildeo coincidindo com o contorno mais proacuteximo da meacutedia

cuja distacircncia eacute normalmente fixada como um desvio padratildeo a partir da meacutedia

Por outro lado pode-se julgar necessaacuterio classificar os pixels desconhecidos que se

situam a qualquer distacircncia da meacutedia dentro da aacuterea geral definida pelo conjunto

treinamento Neste caso escolher-se ia como limite de decisatildeo o contorno que engloba

99 dos pixels da aacuterea de treinamento Jogando os restantes 1 fora pode-se

compensar por exemplo a possibilidade de que alguns dos pixels da aacuterea de

treinamento foram incluiacutedos por engano podendo representar ruiacutedo ou pixels contendo

um limite entre dois tipos de cobertura

Eacute importante ressaltar que o meacutetodo MaxVer eacute passiacutevel de enganos e imprecisotildees Um

exemplo disso pode ser quando existem alguns pixels pertencentes a uma determinada

aacuterea de treinamento satildeo atribuiacutedos pelas regras de decisatildeo dos meacutetodos agrave uma classe

diferente

Tudo que o MaxVer consegue fazer eacute tentar minimizar a porcentagem dos pixels

classificados erroneamente O meacutetodo MaxVer assim como outros meacutetodos de

classifcaccedilatildeo supervisionada vistos anteriormente parte do princiacutepio de que o usuaacuterio

39

conhece bastante da imagem a ser classificada para poder definir classes que sejam

representativas Nos casos em que isto natildeo ocorre eacute possiacutevel partir de algumas

premissas razoaacuteveis o suficiente para permitir bons resultados

25 Anaacutelise Discriminante

O nuacutemero de variaacuteveis geomorfomeacutetricas que condicionam a distribuiccedilatildeo de tipos de

vegetaccedilatildeo de um determinado bioma sugere que anaacutelises estatiacutesticas multivariadas

sejam feitas De modo frequumlente as mais usadas satildeo anaacutelises de correlaccedilatildeo anaacutelises

baseadas em superfiacutecie de tendecircncia (DARGIE 1984 1987) anaacutelise de agrupamento

(EDIVANE SCHIAVIVI 2002) e anaacutelise de regressatildeo (FLORINSKY

KURYAKOVA 1996) Especificamente quando se deseja investigar as relaccedilotildees entre

uma variaacutevel qualitativa tipos vegetacionais por exemplo e variaacuteveis numeacutericas como

as variaacuteveis topograacuteficas a teacutecnica de anaacutelise mais apropriada eacute a anaacutelise discriminante

(HAIR Jr et al 1995) Tal anaacutelise utilizaria de combinaccedilotildees lineares das variaacuteveis

morfomeacutetricas para discriminar o melhor entre os grupos vegetacionais previamente

selecionados

De acordo com Hair Jr et al (1995) o objetivo principal da anaacutelise discriminante

consiste em estimar a relaccedilatildeo entre a uacutenica variaacutevel dependente natildeo meacutetrica (categoacuterica)

e um conjunto de variaacuteveis meacutetricas independentes

A teacutecnica da anaacutelise discriminante muacuteltipla se utiliza de combinaccedilotildees lineares das

variaacuteveis independentes para discriminar o melhor entre os grupos previamente

selecionados Esta discriminaccedilatildeo eacute obtida com a atribuiccedilatildeo de pesos agraves variaacuteveis de

forma a maximizar a variacircncia relativa entre os grupos A combinaccedilatildeo linear obtida com

a anaacutelise eacute chamada funccedilatildeo discriminante

Essa teacutecnica pode ser indicada para testes estatiacutesticos de hipoacuteteses O procedimento

comeccedila com a atribuiccedilatildeo de valores a cada um dos indiviacuteduos atraveacutes da funccedilatildeo

discriminante Com os valores dos indiviacuteduos de um mesmo grupo eacute possiacutevel obter a

meacutedia do grupo Este valor meacutedio eacute chamado de centroacuteide do grupo A comparaccedilatildeo dos

centroacuteides de grupos existentes traz a orientaccedilatildeo de quatildeo longe estatildeo um do outro em

relaccedilatildeo agrave dimensatildeo que estaacute sendo testada (MANLY 1994) Uma grande sobreposiccedilatildeo

40

entre os grupos sugere a obtenccedilatildeo de uma pobre funccedilatildeo discriminante Por outro lado

grupos bastante distintos (com pouca sobreposiccedilatildeo) sugerem a possibilidade de uma boa

funccedilatildeo discriminante

Hair Jr et al (1995) define que para dois grupos representantes da variaacutevel dependente

(por exemplo grande e pequeno) extrai-se uma funccedilatildeo discriminante Para dois grupos

seratildeo duas as funccedilotildees discriminantes extraiacutedas e assim por diante Ou seja existiratildeo

sempre n-1 funccedilotildees discriminantes para n grupos

Depois de estimada uma funccedilatildeo discriminante ela deve ser interpretada Este estaacutegio

revela a importacircncia relativa de cada variaacutevel independente na discriminaccedilatildeo dos

grupos

Green (1978) descreve que antes de tentar interpretar a funccedilatildeo discriminante o analista

cuidadoso deveraacute checar sua significacircncia estatiacutestica Tipicamente a investigaccedilatildeo eacute

conduzida atraveacutes da aplicaccedilatildeo de testes de significacircncia estatiacutestica da estatiacutestica D2 de

Mahalanobis que eacute uma medida quadraacutetica similar a medida euclidiana de distacircncia

padratildeo Mais particularmente ela mede a distacircncia de cada caso agrave meacutedia do grupo

Normalmente a estatiacutestica F do teste de significacircncia da estatiacutestica D2 eacute comumente

disponibilizada pela maioria dos pacotes estatiacutesticos

26 Dados de Vegetaccedilatildeo

Para anaacutelise da relaccedilatildeo entre vegetaccedilatildeo e variaacuteveis morfomeacutetricas foram selecionadas

aacutereas pertencentes a diferentes biomas brasileiros A seguir satildeo apresentadas

caracteriacutesticas gerais destes biomas assim como das aacutereas selecionadas para as quais os

mapas de vegetaccedilatildeo satildeo disponiacuteveis

261 Bioma Caatinga

A Caatinga caracteriza-se por apresentar uma grande diversidade de paisagens aleacutem de

ser um dos menos conhecidos e mais complexos biomas brasileiros A Reserva

Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas foi selecionada para representaacute-la

no presente estudo

41

Esta aacuterea abrange a Aacuterea Prioritaacuteria n6 do PPBIO (Programa de Pesquisa em

Biodiversidade do Semi-Aacuterido) e foi criada em 1998 com aproximadamente 5244

hectares sendo delimitada pelas coordenadas geograacuteficas 05ordm 00rsquo a 05ordm 20rsquo S e 40ordm 48rsquo a

41ordm 12rsquo W na fronteira entre os Estados do Piauiacute e Cearaacute

A aacuterea eacute considerada como uma amostra representativa da Ecoregiatildeo Complexo

Ibiapaba-Araripe e possui alta importacircncia bioloacutegica Ela possui como principais

fitofisionomias Mata Seca Carrasco Caatinga Florestada Caatinga Arboacuterea Caatinga

Arboacuterea-arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (CARVALHO PINHEIRO JUacuteNIOR

2004) Como para algumas aacutereas natildeo foi feito levantamento floriacutestico as classes de

mapeamentos propostas para designar padrotildees fitofisionocircmicos que se destacam nas

imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por uma determinada

coloraccedilatildeo foram denominadas Complexos Satildeo eles Complexo Galeria Complexo

Arboacutereo e Complexo Arboacutereo-arbustivo Segue-se a definiccedilatildeo de cada uma das classes

citadas acima segundo Carvalho e Pinheiro Juacutenior (2004)

Mata Seca

Esta classe corresponde segundo o IBGE (1992) agrave Floresta Estacional Decidual

Montana (Floresta Tropical Caducifoacutelia) Este tipo de vegetaccedilatildeo eacute caracterizado por

duas estaccedilotildees climaacuteticas bem demarcadas uma chuvosa seguida de um longo periacuteodo

biologicamente seco ocorre na forma de disjunccedilotildees florestais apresentando o estrato

dominante macro ou mesofaneroacutefito predominantemente caducifoacutelio com mais de 50

dos indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveis Ocupam nessas

paisagens os topos elevados de altitudes variando de 600 a 750 metros de relevo plano

e suave ondulado As elevadas altitudes chegando ateacute 750 m jaacute natildeo atenuam as

caracteriacutesticas semi-aacuteridas do Sertatildeo com as temperaturas mantendo-se elevadas

variando de 25 a 27degC Mas a precipitaccedilatildeo aumenta dominando um clima sub-uacutemido

seco com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 800 a 1000 mm

Nestes ambientes predominam os latossolos profundos aacutecidos em geral arenosos com

baixa fertilidade natural e muito bem drenados (LVa- Latossolo Vermelho-Amarelo

aacutelico)

42

Carrasco

De acordo com Arauacutejo (1998) trata-se de uma vegetaccedilatildeo arbustiva densa caducifoacutelia

natildeo espinhosa Nela se encontram a faveira o angico a pitombeira o jatobaacute a

catingueira e o sabiaacute entre outras O xique-xique e o caroaacute aparecem como subarbustos

Este tipo vegetacional ocorre em ambientes mais arenosos e secos

Na aacuterea da Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo

Sertaneja Setentrional Nesta paisagem o Carrasco ocupa as superfiacutecies pediplanadas

altas com altitudes variando de 400 a 650 m de relevo plano a suavemente ondulado

Deve estar submetida a uma condiccedilatildeo de transiccedilatildeo climaacutetica com precipitaccedilotildees meacutedias

anuais em torno de 850 mm

Neste ambiente predominam os solos arenosos profundos excessivamente drenados

aacutelicos e com fertilidade natural baixa (Areias Quartzosas aacutelicas- AQa4 e AQa10)

associado ao Latossolo Vermelho-Amarelo aacutelico (LVa)

Caatinga Florestada

Esta classe corresponde ao contato Savana-EsteacutepicaFloresta Estacional-ecoacutetono

definido pelo IBGE (1992) Trata-se de uma vegetaccedilatildeo de transiccedilatildeo ou seja entre duas

ou mais regiotildees ecoloacutegicas ou tipos de vegetaccedilatildeo existem sempre ou pelo menos na

maioria das vezes comunidades indiferenciadas onde as floras se interpenetram

constituindo as transiccedilotildees floriacutesticas ou contatos edaacuteficos

De acordo com o IBGE e Governo do Estado do Cearaacute (1973) este tipo de cobertura

vegetal obedece a um escalonamento de acordo com o niacutevel em que se situa ocorrendo

pelo menos duas sineacutecias cuja transiccedilatildeo se verifica onde a caatinga desaparece e

comeccedila a mata tropical

Na Aacuterea das Serras das Almas a borda mais oriental da Paisagem das Chapadas

Intermediaacuterias e Baixas a Caatinga Florestada ocupa uma estreita faixa Na Paisagem

das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas ocupa um modelo de dissecaccedilatildeo aguccedilada

intermediaacuteria com altitudes variando de 400 a 700 m de relevo fortemente ondulado e

montanhoso Segundo as condiccedilotildees de transiccedilatildeo climaacutetica pode-se dizer que as

43

precipitaccedilotildees anuais variam de 800 a 1000 mm Neste tipo de ambiente ocorre uma

associaccedilatildeo de trecircs tipos de solo pouco desenvolvidos e rasos Nas partes intermediaacuterias

de declives menos abruptos e relevos menos acidentados (suave ondulado a ondulado)

apresentam-se o que pode se considerar o mais caracteriacutestico os solos Podzoacutelicos

Vermelho-Amarelo eutroacuteficos (PE) com argila de atividade fraca horizonte A

moderado textura meacutediaargilosa Nos relevos mais acidentados (fortemente ondulados

a montanhosas) aparecem os solos Litoacutelicos eutroacuteficos (RE) com horizonte A

moderado textura arenosa a meacutedia fase pedregosa e rochosa associados aos

Afloramentos Rochosos (AR)

Caatinga Arboacuterea

Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica do IBGE (1992) Trata-se de um subgrupo

de formaccedilatildeo caracterizado por micro eou nanofaneroacutefitos com meacutedia de 5 m

excepcionalmente ultrapassando os 7 m de altura mais ou menos com grossos troncos

e engalhamento bastante ramificado em geral provido de espinhos eou acuacuteleos com

total decidualidade na eacutepoca desfavoraacutevel

Em Serra das Almas ocupa uma pequena parte da Paisagem da Depressatildeo Sertaneja

Setentrional e da Paisagem das Chapadas Intermediaacuterias e Baixas Nesta paisagem eacute

encontrada em modelos de Dissecaccedilatildeo Tabular Baixo com altitudes bastante variadas

de 300 ateacute 600 m e relevos ondulados a fortemente ondulados

Para este tipo de vegetaccedilatildeo o clima varia desde um clima Subuacutemido uacutemido com

precipitaccedilotildees meacutedias anuais de mais de 1000 mm passando pelo Semi-aacuterido atenuado

com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 750 a 800 mm ateacute o Semi-aacuterido moderado

com precipitaccedilotildees meacutedias anuais variando de 500 a 750 mm

A mesma variabilidade pode ser observada quando se considera as demais

caracteriacutesticas ambientais Comeccedilando pelos diferentes substratos geoloacutegicos que sob

essas diferenccedilas climaacuteticas geram diferentes formas de relevo que variam de plano ao

ondulado e modelos dissecados a aplainados com altitudes de 300 a 500 m Bem como

tipos de solos como os Podzoacutelicos Vermelho-Amarelo Areias Quartzosas Latossolo

Vermelho-Amarelo e Solonets Solodizados

44

Caatinga Aboacutereo-arbustiva

Esta classe corresponde agrave Savana-Esteacutepica Arborizada do IBGE (1992) Este subgrupo

de formaccedilatildeo apresenta as mesmas caracteriacutesticas de floriacutesticas da fisionomia ecoloacutegica

anterior poreacutem os indiviacuteduos que o compotildeem satildeo mais baixos existindo clarotildees entre

eles

Possui amplos interfluacutevios e baixo grau de aprofundamento de drenagem com altitudes

variando de 200 a 300 m e relevos planos a suave ondulados Este tipo vegetacional

domina num clima Semi-aacuterido moderado com chuvas de veratildeo-outono e 7 a 8 meses

secos Os tipos de solo variam bastante desde Areias Quartzosas Planossolos

Soloacutedicos Ragassolos e Bruno natildeo caacutelcicos que se tornam os principais fatores

limitantes para o uso da terra junto com o clima dominante

Caatinga Herbaacuteceo-lenhosa

Esta classe corresponde agrave Savana-Eteacutepica Parque do IBGE (1992) Este subgrupo de

formaccedilatildeo eacute o que apresenta caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com

nanofaneroacutefitos de um mesmo ecoacutetipo bastante espaccedilados como se fossem plantados

isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas lenhosas raquiacuteticas sobre

denso tapete gramiacutenio-lenhoso de hemicriptoacutefitos e cameacutefitos Possui relevos planos a

suavemente ondulados e altitudes variando de 200 a 300 m Este tipo vegetacional

domina num clima Sub-uacutemido com chuvas de veratildeo-outono e 7 meses secos Estas

condiccedilotildees ambientais geraram solos do tipo Areias Quartzosas aacutelicas que por suas

caracteriacutesticas se tornam o principal fator limitante para o uso da terra

Complexo Galeria

Essa classe de mapeamento foi proposta para designar todo um complexo fisionocircmico

que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta marcante diferenciada por sua

coloraccedilatildeo verde-intenso na composiccedilatildeo colorida normal empregada indicando uma alta

resposta no infravermelho proacuteximo Esta tonalidade indica uma cobertura vegetal verde

com folhagem total ou parcial na eacutepoca seca estando associada agraves aacutereas de vaacuterzeas

acompanhando alguns cursos drsquoaacutegua geralmente os mais caudalosos

45

Complexo Arboacutereo

Semelhante a classe anterior propocircs-se aqui esta denominaccedilatildeo para abarcar um padratildeo

complexo que se destaca nas imagens TMLandsat por uma resposta regular associando

aacutereas escuras (sombreadas) aacutereas com verde-escuro e com verde-claro De acordo com

informaccedilotildees bibliograacuteficas neste ambiente deve predominar uma Caatinga Arboacuterea

(Savana-Esteacutepica Florestada) poreacutem de acordo com o RADAMBRASIL (1981) pode-se

supor que floristicamente eacute semelhante agrave Estepe Arboacuterea Densa

Como natildeo foi possiacutevel amostrar a unidade de mapeamento para confirmar estas

consideraccedilotildees preferiu-se empregar esta nomenclatura

Suas altitudes variam rapidamente de cerca de 300 a 600 m com interfluacutevios de pequena

amplitude e de mediana intensidade de aprofundamento de drenagem Neles devem

predominar o clima tropical megateacutermico semi-aacuterido atenuado com chuvas de veratildeondash

outono e 7 meses secos Onde dominam os Solos Litoacutelicos aacutelicos fase pedregosa e

rochos

Complexo Arboacutereo-arbustivo

Na imagem TMLandsat possui uma resposta singular de tonalidade subentendendo

muito afloramento de solo eou rocha nua Segundo IBGE (1992) corresponde a

formaccedilatildeo Savana Esteacutepica Arborizada (Caatinga Arboacuterea-arbustiva)

Esses ambientes ocupam parte do Modelado das Formas Erosivas com relevos planos a

suavemente ondulados onde as altitudes variam de cerca de 220 a 300 m Neles deve

predominar um clima megateacutermico sub-uacutemido uacutemido com chuva de veratildeo-outono e 7

meses secos onde dominam Areias Quartzosas aacutelicas

262 Bioma Amazocircnia

O Bioma Amazocircnia estaacute situado na porccedilatildeo centro-norte do Brasil eacute cortado pela linha

equatorial e portanto compreendido em aacutereas de baixas latitudes O clima eacute do tipo

equatorial quente e uacutemido com a temperatura variando pouco durante o ano em torno

46

de 26ordmC com periacuteodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor daacutegua trazido

do leste pelos ventos

A maioria dos 7 milhotildees de km2 da Floresta Amazocircnica eacute constituiacuteda por uma floresta

de terra firme Esta eacute uma floresta que nunca eacute alagada e se espalha sobre uma grande

planiacutecie de ateacute 130-200 m de altitude ateacute os sopeacutes das montanhas A grande planiacutecie

corresponde aos sedimentos deixados pelo lago Belterra que ocupou a maior parte da

bacia Amazocircnica durante o Mioceno e o Plioceno entre 25 mil e 18 milhatildeo de anos

atraacutes O silte e as argilas depositados neste antigo lago foram submetidos a um suave

movimento de elevaccedilatildeo epirogeneacutetico enquanto os Andes se ergueram e os modernos

rios comeccedilaram a cavar os seus leitos Assim surgiram os trecircs tipos de florestas

amazocircnicas as florestas montanhosas Andinas as florestas de terra firme e as florestas

fluviais alagadas as duas uacuteltimas na Amazocircnia brasileira A Amazocircnia brasileira

compreende aproximadamente 3581 km2 o que equivale a 4207 do paiacutes (Fonseca amp

Dov 2000) Como representantes deste bioma foram selecionadas aacutereas de estudo com

diferentes tamanhos e classes de vegetaccedilatildeo a Microbacia do Igarapeacute Asu que cobre

aproximadamente 10 km2 e o Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos que cobre

aproximadamente 300 km2

2621 Microbacia do Igarapeacute Asu

A microbacia do Igarapeacute Asu pertencente agrave bacia do Rio Negro possui tipos de

vegetaccedilatildeo que se diferenciam principalmente pela altura e densidade de indiviacuteduos A

floresta de alto platocirc eacute a floresta densa com aacutervores emergentes ao passo que a floresta

de campinarana apresenta-se mais baixa e com densidade menor de indiviacuteduos

(AYRES 1993) A condiccedilatildeo topograacutefica pode induzir agrave ocorrecircncia de cheias e a

presenccedila de formaccedilotildees vegetais mais baixas e menos densas em constante estaacutegio de

sucessatildeo (WHITTMANN et al 2002) De modo geral os principais tipos de vegetaccedilatildeo

encontrados na aacuterea satildeo

Floresta de Platocirc Alto

As florestas de terra firme cobrem planaltos e florestas de encosta e satildeo aacutereas com

dossel mais fechado solos bem drenados em qualquer eacutepoca do ano e que satildeo

47

inundadas por rios e fluxos pequenos de aacutegua Estas florestas satildeo dominadas por aacutervores

grandes e caracterizam-se por estrutura vertical bem desenvolvida e diversidade de

espeacutecies arboacutereas muito altas em relaccedilatildeo agraves florestas sazonalmente inundadas

(PRANCE et al 1976)

Floresta de Baixio

Os baixios satildeo definidos como florestas que inundam sazonalmente no periacuteodo de

novembro-marccedilo eou que sofrem influecircncia direta dos igarapeacutes Estas florestas devido

agrave topografia possuem lenccedilol freaacutetico mais superficial que em eacutepocas chuvosas

aflorando e inundando essas aacutereas Aleacutem disso apresentam dossel mais aberto em

relaccedilatildeo agraves florestas de terra firme (LAMOTTE 1990) pela predominacircncia de palmeiras

arborescentes e uma grande abundacircncia de palmeiras no sub-bosque

Floresta de Platocirc Baixo com campinarana

A Campinarana ocorre entre a floresta de terra firme e a Floresta de Baixio daiacute a

denominaccedilatildeo Floresta de Platocirc Baixo com campinarana Fisionomicamente caracteriza-

se por um dossel de aacutervores de porte menor que as do platocirc com alta densidade de

epiacutefitas Desenvolve-se sobre solo arenoso coberto por uma camada de serrapilheira

entremeada com um denso tapete de raiacutezes

2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos

O Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos criado em 21062006 possui 876 mil

hectares e se localiza nos estados do Amazonas Rondocircnia e Mato Grosso abrangendo

trechos dos rios Roosevelt Guaribas Branco Madeirinha e Ji-Paranaacute

O Parque protege uma enorme variedade de ecossistemas incluindo diferentes

formaccedilotildees florestais bem como uma das maiores manchas de Cerrado - os campos -

de toda Amazocircnia A paisagem dos Cerradossavanas eacute composta por campos sujos

campos limpos e Cerrados propriamente ditos Matas de galeria satildeo encontradas ao

longo dos rios e riachos que cortam a savana O solo dos Cerrados da regiatildeo eacute arenoso e

raso de baixa fertilidade muito suscetiacuteveis agrave erosatildeo

48

Nas demais aacutereas do Parque existem florestas abertas e densas A Floresta Ombroacutefila

Densa de modo geral apresenta dossel fechado compacto com altura entre 25 e 35 m

do qual sobressaem as aacutervores emergentes atingindo ateacute 40 m A Floresta Ombroacutefila

Aberta eacute caracterizada fisionomicamente pela presenccedila de grandes aacutervores espaccediladas

possibilitando a penetraccedilatildeo de luz Esta diversidade de habitats em uma mesma regiatildeo

condiciona a ocorrecircncia de diversas espeacutecies O Parque Nacional incorpora regiotildees

consideradas de prioridade extremamente alta para a conservaccedilatildeo da biodiversidade da

Amazocircnia (WEBVENTURE 2001)

Quanto aos solos de modo geral os mais encontrados na regiatildeo satildeo os solos aluviais

Latossolo Vermelho amarelo Podzoacutelico Vermelho Amarelo Laterita Hidromoacuterfica e o

Podzol Hidromoacutefico

A aacuterea selecionada abrange as cartas topograacuteficas 1250000 SB-20-Y-C (Labrea) e SB-

20-Y-D (Humaitaacute) descritas no volume 17 ndash Purus ndash do Projeto RADAMBRASIL

(1978) Os principais tipos de vegetaccedilatildeo abrigados pelo Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos satildeo descritos abaixo com informaccedilotildees do Projeto RADAMBRASIL

(1978)

Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas

Formaccedilatildeo que apresenta agrupamentos de aacutervores emergentes nas elevaccedilotildees mais

pronunciadas dos interfluacutevios como o argelim-da-mata (Hymenolobium petraeum)

argelim-de-pedra (Dinizia excelsa) tauari (Couratari spp) castanha-do-paraacute

(Bertholletia excelsa) entre outras Eacute significativa a presenccedila de palmeiras que

competem por luz no estrato arboacutereo superior babaccedilu (Orbygnia spp) patauaacute

(Oenocarpus bataua) accedilaiacute (Euterpe spp) ocorrendo preferecircncialmente nos locais mais

uacutemidos

Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial

Formaccedilatildeo caracteriacutestica das aacutereas inundaacuteveis pelas cheias sazonais ecologicamente

adaptados agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua entretanto beneficia-se da renovaccedilatildeo

regular do solo decorrente das enchentes perioacutedicas Natildeo constitui ambiente cliacutemax

49

Durante a eacutepoca das cheias existe uma diminuiccedilatildeo das atividades bioloacutegicas (dormecircncia

e seca fisioloacutegica) quando ocorrem inundaccedilotildees prolongadas A sumauacutema (Ceiba

pentandra) provida de enormes raiacutezes tabulares eacute a representante mais expressiva neste

grupo de formaccedilatildeo Apresenta tambeacutem muitas palmeiras no estrato intermediaacuterio

Floresta Ombroacutefila Aberta das Terras Baixas

Formaccedilatildeo caracteriacutestica por feiccedilatildeo mista de palmeiras e aacutervores latifoliadas sempre

verdes e bem espaccediladas de altura irregular (entre 15 e 25m) com grupamentos de

babaccedilu (Orbygnia sp) e patauaacute (Oenocarpus bataua) principalmente nos interfluacutevios

do Terciaacuterio Nos vales de fundo chato de encharcamento constante ocorre

concentraccedilatildeo de buriti (Mauritia flexuosa) em povoamento puro

Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial

Eacute uma formaccedilatildeo arboacuterea com palmeiras que ocupa principalmente as planiacutecies e

terraccedilos dos rios Madeira Purus Coari e Tefeacute Caracteriacutestico de regiotildees inundaacuteveis

pelas cheias sazonais ecologicamente adaptado agraves intensas variaccedilotildees do niacutevel da aacutegua

beneficiaacute-se da renovaccedilatildeo do solo decorrentes das enchentes perioacutedicas

Savana Gramiacuteneo-Lenhosa

Prevalecem nesta fisionomia quando natural os gramados entremeados por plantas

lenhosas raquiacuteticas que ocupam extensas aacutereas dominadas por hemicripitoacutefitos e que

aos poucos quando manejadas atraveacutes do fogo ou pastoreio vatildeo sendo substituiacutedas por

geoacutefitos que se distinguem por apresentarem colmos subterracircneos portanto mais

resistentes ao pisoteio do gado ao fogo

Savana Parque

Formaccedilatildeo com caracteriacutesticas fisionocircmicas mais tiacutepicas com nanofaneroacutefitos (plantas

lenhosas que vivem longos anos com suas gemas a menos de 3 m) de um mesmo

ecoacutetipo bastante espaccedilados isto porque apresentam uma pseudo-ordenaccedilatildeo de plantas

lenhosas raquiacuteticas sobre denso tapete gramiacuteneo lenhoso de hemicriptoacutefitos (plantas

herbaacuteceas com gemas embaixo da superfiacutecie do solo ou imediatamente debaixo) e

50

cameacutefitos (plantas herbaacuteceas ou lenhosas que vivem longos anos com suas gemas acima

do solo pelo menos a 25 cm de altura)

Formaccedilotildees Pioneiras

Satildeo formaccedilotildees em fase de sucessatildeo (hidrossere) encontradas em ambientes de solos

sazonais que se situam ao longo dos rios e em locais deprimidos dos interfluacutevios

tabulares do Terciaacuterio ou dispersas no interior das florestas Densa eou Aberta As

comunidades ribeirinhas satildeo constituiacutedas de um maior nuacutemero de espeacutecies hidroacutefitas

enquanto aquelas mais distantes possuem um maior nuacutemero de espeacutecies mesoacutefitas e

higroacutefitas Os liacutequens por exemplo satildeo mais abundantes nos ambientes mais distantes

dos cursos de aacutegua Estas formaccedilotildees ocupam aacutereas de influecircncia aluvial (planiacutecies e

terraccedilos) e de influecircncia pluvial (depressotildees nos interfluacutevios)

263 Bioma Cerrado

Segundo Coutinho (2000) o Bioma Cerrado apresenta-se como um mosaico de formas

fisionocircmicas ora manifestando-se como Campo Sujo ora como Cerradatildeo ora como

Cerrado sensu strictu ou Campo Limpo Este mosaico eacute determinado pelo mosaico de

manchas de solo pouco mais pobres ou pouco menos pobres pela irregularidade dos

regimes caracteriacutesticas de queimada de cada local (frequumlecircncia eacutepoca intensidade) e

accedilatildeo humana

De um modo geral podemos distinguir dois estratos na vegetaccedilatildeo dos Cerrados o

estrato lenhoso constituiacutedo por aacutervores e arbustos e o estrato herbaacuteceo formado por

ervas e subarbustos Ambos satildeo curiosamente helioacutefilos Ao contraacuterio do caso de uma

floresta o estrato herbaacuteceo natildeo eacute formado por espeacutecies de sombra ombroacutefilas

dependentes do estrato lenhoso O sombreamento lhe faz mal prejudica seu crescimento

e desenvolvimento O adensamento da vegetaccedilatildeo lenhosa acaba por eliminar em grande

parte o estrato herbaacuteceo Por assim dizer estes dois estratos se antagonizam Por esta

razatildeo entende-se que as formas intermediaacuterias de Cerrado - Campo Sujo Campo

Cerrado e Cerrado sensu strictu ndash apresentam-se como verdadeiros ecoacutetonos onde a

vegetaccedilatildeo herbaacuteceasubarbustiva e a vegetaccedilatildeo arboacutereaarbustiva estatildeo em intensa

51

competiccedilatildeo procurando cada qual ocupar aquele espaccedilo de forma independente

individual

Como representante deste bioma foi selecionada a aacuterea do Parque Nacional de

Brasiacutelia localizado entre as coordenadas 15deg45rsquo a 15deg33rsquo S e 48deg6rsquo a 47deg50rsquo W Esta

aacuterea possui uma extensatildeo aproximada de 30 mil hectares sendo a unidade de

conservaccedilatildeo de maior destaque no Distrito Federal Tal importacircncia se deve agrave

presenccedila de inuacutemeras espeacutecies representativas da fauna e flora do bioma Cerrado

assim como importantes mananciais hiacutedricos

Segundo a carta climaacutetica do Distrito Federal a regiatildeo do Parque Nacional de Brasiacutelia

estaacute submetida a dois tipos de clima de acordo com a temperatura local (Koppen) o

Cwa tropical de altitude com temperatura do mecircs mais frio a 18degC e a meacutedia do mecircs

mais quente superior a 22degC (cotas altimeacutetricas de 1000 a 1200 m) e o Cwb tropical

de altitude com temperatura do mecircs mais frio inferior a 18degC e meacutedia do mecircs mais

quente inferior a 22degC (cotas altimeacutetricas acima de 1200 m) A ocorrecircncia de chuvas

se daacute nos meses de outubro a marccedilo com maacutexima de dezembro a agosto Entre os

meses de abril a setembro ocorre a eacutepoca seca sendo que os meses mais criacuteticos satildeo

junho e julho

Os principais tipos de solos encontrados no PNB satildeo os Latossolos Vermelho-Escuro e

Vermelho-Amarelo (cerca de 38) os Cambissolos (cerca de 22) e os Solos

Hidromoacuterficos (RAMOS 1995) Os demais grupos como Podzoacutelicos hidromoacuterficos

aparecem em trechos isolados Os Latossolos satildeo solos profundos caracterizados por

uma textura argilosa ou meacutedia porosos e bastante permeaacuteveis No Cerrado em geral o

estrato arborescente estaacute mais associado agraves aacutereas com um relevo plano a suavemente

ondulado encontrando-se fitofisionomias como Cerradatildeo Cerrado sensu strictu e o

Campo Cerrado (GUIMARAtildeES 2000) Jaacute os Cambissolos satildeo pouco desenvolvidos

com baixa fertilidade e facilmente intemperizados No PNB esse tipo de solo favorece o

desenvolvimento de fisionomias do estrato herbaacuteceo-arbustivo como as classes Campo

Limpo e Campo Sujo por exemplo Os solos hidromoacuterficos por sua vez satildeo

observados em torno de drenagens ou pequenos coacuterregos estando associados ao

afloramento do lenccedilol freaacutetico A vegetaccedilatildeo nesse solo eacute marcada principalmente pela

52

presenccedila de campos com Murunduns associada com outras classes de Cerrado tal como

Campo Limpo Campo Limpo Uacutemido e Campo Sujo

No Parque Nacional de Brasiacutelia estatildeo reunidas as principais fitofisionomias do bioma

Cerrado subdivididas em trecircs estratos vegetacionais de acordo com a classificaccedilatildeo

definida por Ribeiro e Walter (1998) Campo Limpo e Campo Sujo (estrato herbaacuteceo

arbustivo) Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu (estrato arborescente) e Mata de

Galeria (estrato arboacutereo) O Cerradatildeo classe pertencente ao estrato arboacutereo do Cerrado

natildeo eacute encontrado no parque Poreacutem segundo Ferreira (2003) eacute possiacutevel ainda se

distinguir nesse ambiente o Campo Limpo Uacutemido Campo Limpo com Murundum

Campo uacutemido Campo Cerrado com Trembleacuteias Campo Sujo com presenccedila de

Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo Mata de Interfluacutevio e Brejo As

caracteriacutesticas de algumas destas feiccedilotildees fitofisionocircmicas seguem-se abaixo Seguem-se

a definiccedilatildeo destas classes segundo SEMARH (2000)

Cerrado sensu strictu

Formaccedilatildeo savacircnica que tem como caracteriacutestica de destaque uma camada arboacuterea

descontiacutenua atingindo os 8 m de altura excepcionalmente mais alta cobrindo de 10 a

60 da superfiacutecie e um estrato herbaacuteceo-arbustivo bastante diversificado com

cobertura de ateacute 95

Campo Cerrado

Forma intermediaacuteria de vegetaccedilatildeo entre o Cerrado sensu strictu e o Campo Sujo

sendo a de maior ocorrecircncia no Distrito Federal Seu dossel atinge em meacutedia 10 de

cobertura com aacutervores de mais ou menos 3 m de altura bem espalhadas algumas

espeacutecies atingindo excepcionalmente os 10 m como a gomeira ndash Vochysia

thyrsoidea Agraves vezes ocorre alta densidade de herbaacuteceas com destaque para as

gramiacuteneas

Campo Sujo

A cobertura por arbustos e subarbustos eacute miacutenima sempre com altura inferior a 3 m

em meio agrave densa camada graminosa de ateacute 1 m Os arbustos e subarbustos tecircm caules

53

relativamente finos geralmente morrem a cada ano sendo continuamente renovados a

partir de brotaccedilotildees da base lenhosa

Campo Limpo

Forma de vegetaccedilatildeo predominantemente herbaacutecea com raros arbustos e ausecircncia

completa de aacutervores com destaque para gramiacuteneas que medem de 03 m a 1 m Os

campos usualmente se situam sobre solos arenosos rasos e duros nos quais ocorre

uma real deficiecircncia de aacutegua durante os meses secos Podem chegar a recobrir a

totalidade das chapadas arenosas topos e encostas dos morros

Campo Limpo Uacutemido

Situa-se sobre solo inclinado nas encostas dos vales Normalmente o lenccedilol freaacutetico

permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo de seca sofre um

rebaixamento em que as camadas sub-superficiais mantecircm o encharcamento do solo

Possui estrato herbaacuteceo predominantemente graminoso

Campo Limpo com Murundum

Ocorre em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo arredondadas e um

pouco mais altas com cerca de 1 a 10 m de diacircmetro por alguns deciacutemetros de altura

Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial do terreno e deposiccedilatildeo de terra por

teacutermitas recobertos por vegetaccedilatildeo de Cerrado e o solo permanentemente saturado de

aacutegua entre os murunduns

Brejo

A vegetaccedilatildeo herbaacuteceo-arbustiva das aacutereas Brejosas forma comunidades que ocupam as

planiacutecies permanentemente encharcadas sem ocorrecircncia do buriti (Mauritia flexuosa)

que frequumlentemente surge nas bordas das matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo do

Cerrado A caracteriacutestica marcante eacute o niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora

haja variaccedilotildees durante o ano No Distrito Federal ocorrem basicamente trecircs tipos de

Brejo Brejo graminoso Brejo de piuacutena (Ludwigia brachyphyla) e Brejo de taboa

(Typha dominguensis)

54

Mata de Galeria

Segundo Ribeiro e Walter (1998) consiste na vegetaccedilatildeo florestal que acompanha os

cursos drsquoaacutegua de pequeno porte dos planaltos do Brasil Central formando corredores

fechados (galeria) Geralmente localizada nos fundos dos vales ou nas cabeceiras de

drenagem natildeo apresenta caducifoacutelia durante a estaccedilatildeo seca O estrato arboacutereo varia

entre 20 a 30 m ocorrendo a superposiccedilatildeo das copas com fechamento do dossel entre

70 a 95

Os solos satildeo geralmente Cambissolos Plintossolos Podzoacutelicos Hidromoacuterficos ou

Aluviais Aleacutem disso de acordo com a composiccedilatildeo floriacutestica e caracteriacutesticas

ambientais como topografia e variaccedilatildeo na altura do lenccedilol freaacutetico ao longo do ano a

Mata de Galeria pode ser de dois subtipos Mata de Galeria natildeo inundaacutevel e Mata de

Galeria inundaacutevel (temporariamente inundada)

Mata de Interfluacutevio

Formaccedilotildees que ocorrem em lugares com umidade suficiente para um amplo

desenvolvimento vegetativo Em funccedilatildeo do tipo e principalmente da profundidade do

solo esse tipo de mata apresenta niacuteveis diferentes de caducifoacutelia A mata calcaacuteria eacute

deciacutedua e ocorre sobre a rocha calcaacuteria A semideciacutedua eacute a de ocorrecircncia mais comum

e a mata sempre-verde se desenvolve sobre solos de maior fertilidade profundidade

maior e melhores condiccedilotildees de umidade

55

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

31 Detalhamento do fluxo de trabalho

O objetivo geral da pesquisa pressupotildee o atendimento de metas das quais depende o

sucesso do primeiro Pode-se desdobrar os objetivos em sub-etapas sucessivas de modo

a se individualizarem as atividades de trabalho (Figura 31)

Figura 31 ndash Fluxo de atividades

Assim a realizaccedilatildeo deste trabalho requer

a) Coleta e estruturaccedilatildeo dos dados

b) Anaacutelises

c) Testes de aplicaccedilatildeo

Estas etapas podem ser divididas nas seguintes atividades

a1) Coleta e estruturaccedilatildeo de dados vegetacionais foram procurados mapas de vegetaccedilatildeo

natural nos biomas estudados selecionando-se as aacutereas de estudo em funccedilatildeo dos

mapeamentos disponiacuteveis Encontrados em formato digital os mapas demandaram um

56

esforccedilo de preacute-processamento para o armazenamento compatiacutevel com as especificaccedilotildees

dos dados topograacuteficos

a2) Obtenccedilatildeo dos dados topograacuteficos os dados SRTM das aacutereas selecionadas foram

processados para sua derivaccedilatildeo em variaacuteveis geomorfomeacutetricas estruturadas em planos

de informaccedilatildeo compatiacuteveis com os dados de vegetaccedilatildeo

b1) Apreciaccedilatildeo dos dados os dados foram confeccionados para observaccedilatildeo conjunta

aos mapas de vegetaccedilatildeo mapas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas cujas distribuiccedilotildees

foram observadas em histogramas das diferentes aacutereas em cada classe de vegetaccedilatildeo

b2) Anaacutelises estatiacutesticas as anaacutelises estatiacutesticas tabulares foram empregadas fora do

ambiente de SIG (Sistema de Informaccedilatildeo Geograacutefica) Para avaliar as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas como preditoras dos diferentes tipos vegetacionais foram aplicadas

anaacutelises discriminantes

c) Testes de aplicaccedilatildeo baseado nos resultados das etapas anteriores uma seacuterie de

processamentos foi aplicada aos planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrica para avaliaccedilatildeo

de seu potencial no mapeamento da vegetaccedilatildeo

32 Recursos

321 As aacutereas de estudo

Tendo em vista os objetivos da pesquisa buscou-se selecionar aacutereas com diversidade

topograacutefica e vegetacional e que dispusessem de mapeamento da vegetaccedilatildeo Assim

foram aventadas potenciais aacutereas de estudo em diferentes biomas (Figura 32)

A seleccedilatildeo definitiva das aacutereas foi feita apoacutes uma avaliaccedilatildeo dos mapas encontrados em

que se buscaram as condiccedilotildees de escala (geomeacutetrica e temaacutetica) e confiabilidade mais

adequadas para esta pesquisa Diante disso a Reserva Particular do Patrimocircnio Natural

de Serra das Almas (PiauiacuteCearaacute) foi selecionada como representante do Bioma

Caatinga o Parque Nacional de Brasiacutelia (Brasiacutelia) como representante do Cerrado o

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (Amazocircnia) e a Microbacia do Igarapeacute Asu

(Amazocircnia) como representantes da Floresta Amazocircnica Com uma aacuterea relativamente

57

pequena e com feiccedilotildees distintas do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos esta

microbacia foi selecionada para observar os efeitos da topografia no estabelecimento da

vegetaccedilatildeo em escala detalhada A descriccedilatildeo da vegetaccedilatildeo de cada uma destas aacutereas bem

como das principais caracteriacutesticas biofiacutesicas do terreno que as abriga encontram-se no

item 24

Figura 32 ndash Localizaccedilatildeo das aacutereas de estudo

FONTE Mapa dos Biomas Brasileiros IBGE - 2003

322 Dados de vegetaccedilatildeo

Os dados de vegetaccedilatildeo se referem aos seguintes mapeamentos

a) Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas - mapa da

vegetaccedilatildeo na escala de 1100000 de Carvalho e Pinheiro-Juacutenior (2004) obtido

pela identificaccedilatildeo de cada classe vegetacional nas imagens orbitais TMLandsat

atraveacutes de uma abordagem integrada usando o processo de classificaccedilatildeo por

58

segmentaccedilatildeo por regiotildees interpretaccedilatildeo visual e caracterizaccedilatildeo

floriacutesticofisionocircmica em campo As classes temaacuteticas que natildeo puderam ser

identificadas no campo e que apresentaram padrotildees individualizados nas imagens

orbitais receberam uma denominaccedilatildeo diferenciadora como Complexos vegetais

b) Parque Nacional de Brasiacutelia ndash mapa de vegetaccedilatildeo na escala de 110000 de

Ferreira (2003) gerado a partir da atualizaccedilatildeo de um mapa de vegetaccedilatildeo preacute-

existente Esta atualizaccedilatildeo foi feita a partir da aplicaccedilatildeo de um modelo linear de

mistura sobre uma cena do ETM+Landsat e emprego de cenas IKONOS II de

porccedilotildees da parte leste e oeste da aacuterea

c) Microbacia do Igarapeacute Asu mapa de vegetaccedilatildeo em escala 110000 foi fornecido

pelo grupo de pesquisa Biodiversidade ndash Zoneamento Ecoloacutegico Econocircmico

coordenado por Jasen Zunon (INPA) Para a construccedilatildeo do mapa de vegetaccedilatildeo

foi utilizada a imagem TMLandsat As aacutereas dos platocircs com as cotas mais altas

(cotas acima de 61 m) e mais baixas (cotas de 0 a 60 m) foram extraiacutedas das

imagens do SRTM Ressalta-se que para extrair as aacutereas de baixios foi utilizada

a camada da hidrografia do IBGE utilizando-se uma zona (buffer) de 50 m para

cada lado dos igarapeacutes

d) Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos mapa de vegetaccedilatildeo em escala de

1250000 do RADAMBRASIL (1981) digitalizados pelo SIPAM (Sistema de

Proteccedilatildeo da Amazocircnia)

323 Dados topograacuteficos

Os dados topograacuteficos provieram de experimentos e testes em torno da construccedilatildeo de

banco de dados geomorfomeacutetricos (TOPODATA ndash VALERIANO 2005) Conforme os

procedimentos estabelecidos nesta iniciativa os dados SRTM das aacutereas selecionadas

foram refinados de 3rdquo para 1rdquo com krigagem (VALERIANO 2004) e em seguida

derivados em variaacuteveis geomorfomeacutetricas atraveacutes de diferentes operaccedilotildees de vizinhanccedila

(VALERIANO et al 2006) Os dados SRTM usados correspondem agravequeles

originalmente disponibilizados para a Ameacuterica do Sul em meados de 2003 conhecidos

como ldquoversatildeo 1rdquo Os procedimentos adotados natildeo alteram as especificaccedilotildees

59

cartograacuteficas dos dados originais coordenadas em latitudelongitude natildeo-projetadas

Como resultados foram obtidos os planos de informaccedilatildeo de declividade orientaccedilatildeo de

vertentes curvatura vertical e curvatura horizontal aleacutem da proacutepria elevaccedilatildeo para cada

aacuterea de estudo

324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados

Os principais programas utilizados no trabalho foi o Idrisi versatildeo 20 (EASTMAN

1995) para geoprocessamento e o Statistic 60 para as anaacutelises estatiacutesticas Enquanto o

cerne do geoprocessamento foi conduzido em Idrisi outros SIGs se fizeram necessaacuterios

para o preacute-processamento sobretudo durante a compatibilizaccedilatildeo das diferentes fontes de

dados de vegetaccedilatildeo

33 Procedimentos

331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados

Apoacutes a seleccedilatildeo dos mapas de vegetaccedilatildeo dentro dos requisitos necessaacuterios foi feita a

migraccedilatildeo e a compatiblizaccedilatildeo destes dados com os dados geomorfomeacutetricos Este passo

foi feito atraveacutes de operaccedilotildees de exportaccedilatildeo e importaccedilatildeo de imagem (raster) entre os

diferentes SIGs em funccedilatildeo das diferentes modalidades de conversatildeo requeridas e das

diferentes possibilidades de cada SIG Apoacutes todo o trabalho de conversotildees os dados

foram definitivamente armazenados em Idrisi onde foram realizadas as manipulaccedilotildees

finais de preparo (geometria resoluccedilatildeo e posicionamento) assim como todo o

processamento a partir de entatildeo A estrutura definitiva de armazenamento dos dados em

cada aacuterea de estudo estaacute especificada na Tabela 31

Tabela 31 ndash Geometria dos planos de informaccedilatildeo armazenados

Aacuterea xmiacuten (o) ymiacuten (o) xmaacutex (o) ymaacutex (o) nocol nolin

RPPNA 40deg48rsquo29rdquo 5deg0rsquo31rdquo 41deg11rsquo58rdquo 5deg17rsquo1rdquo 1410 990

MIA 60deg17rsquo6rdquo 2deg38rsquo24rdquo 60deg10rsquo26rdquo 2deg34rsquo5rdquo 400 259

PNCA 66deg 8deg 63deg 7deg 10800 3600

PNB 48deg6rsquo37rdquo 15deg45rsquo5rdquo 47deg50rsquo26rdquo 15deg33rsquo24rdquo 971 867

() ndash resoluccedilatildeo de 1rdquo ou 0000277778ordm (aproximadamente 30 m)

60

Foi feita uma amostragem das variaacuteveis por classe vegetacional atraveacutes de programas de

lote (macro) em SIG As amostras foram extraiacutedas em esquema aleatoacuterio estratificado

Para cada classe foram escolhidos aproximadamente 50 pontos pois devido a limitaccedilotildees

do software natildeo foi possiacutevel coletar exatos 50 pontos em alguns casos O painel

amostral assim formado foi aplicado em cada uma das variaacuteveis para extraccedilatildeo de

amostragens uniformes entre as diferentes classes mapeadas Os dados amostrados

foram pareados em planilhas de acordo com sua posiccedilatildeo geograacutefica e o conteuacutedo destas

planilhas submetido agraves anaacutelises estatiacutesticas

332 Anaacutelise dos resultados

Os planos de informaccedilatildeo armazenados foram editados na forma de mapas

uniformizados para uma visualizaccedilatildeo conjunta dos dados de vegetaccedilatildeo e

geomorfomeacutetricos Este processo deu suporte a observaccedilotildees gerais como a distribuiccedilatildeo

de aacuterea entre as classes de vegetaccedilatildeo sua associaccedilatildeo com o relevo aleacutem de possiacuteveis

semelhanccedilas e associaccedilotildees entre diferentes classes Uma observaccedilatildeo mais acurada das

condiccedilotildees topograacuteficas vigentes sob cada tipo de vegetaccedilatildeo foi feita com histogramas

Foram elaborados histogramas das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro da aacuterea de cada

classe de vegetaccedilatildeo buscando-se identificar grupos de classes de comportamento

semelhantes e variaacuteveis de maior poder indicativo dos mesmos

A separabilidade estatiacutestica das classes de vegetaccedilatildeo com base nas variaacuteveis

geomorfomeacutetricas foi avaliada atraveacutes de anaacutelises discriminantes A aplicaccedilatildeo das

anaacutelises aos dados fitofisionocircmicos foi feita apoacutes agrupar classes de vegetaccedilatildeo com

semelhantes estruturas vegetacionais que no mapa de referecircncia estavam muito

particularizadas Estas anaacutelises foram aplicadas tambeacutem dentro dos grupos

vegetacionais formados por mais de duas subfisionomias com o intuito de testar a

hipoacutetese segundo a qual as variaacuteveis geomorfomeacutetricas seriam preditoras algumas

vezes das subfisionomias vegetais Para melhorar a linearidade dos dados estes foram

logaritmizados e posteriormente padronizados

61

333 Processamentos experimentais

Com vistas a uma avaliaccedilatildeo do potencial de aplicaccedilatildeo dos dados geomorfomeacutetricos no

mapeamento da vegetaccedilatildeo foram realizadas algumas manipulaccedilotildees sobre os planos de

informaccedilatildeo Embora este processamento fosse aqui direcionado agrave formaccedilatildeo de mapas

(experimentais) de vegetaccedilatildeo conveacutem lembrar que tal procedimento natildeo estaacute aventado

entre as formas de aplicaccedilatildeo da presente pesquisa Ao contraacuterio propotildee-se que a

aplicaccedilatildeo dos dados gemorfomeacutetricos seja feita em complementaridade agraves fontes

tradicionalmente utilizadas no mapeamento da vegetaccedilatildeo

Os processamentos experimentados (essencialmente classificaccedilotildees) tiveram como base

as observaccedilotildees gerais e os resultados das anaacutelises estatiacutesticas

As anaacutelises discriminantes aplicadas sobre as classes vegetacionais reagrupadas e

tambeacutem dentro dos grupos que incluiacuteam mais de duas subfisionomias indicaram quais

eram as variaacuteveis geomorfomeacutetricas de maior peso na separaccedilatildeo dos grupos bem como

quais desses grupos melhor se separavam entre si A partir das primeiras funccedilotildees

discriminantes nas quais a maior parte da variaccedilatildeo dos dados se concentrava foram

geradas imagens A avaliaccedilatildeo dessas imagens e dos graacuteficos das funccedilotildees discriminantes

permitiu que os mapas baseados nas primeiras funccedilotildees fossem gerados a partir de

classificaccedilotildees por Fatiamentos Esses resultados foram editados em mapas

experimentais para comparaccedilatildeo com os dados de vegetaccedilatildeo agrupados sob as novas

classes

Para avaliar o potencial de aplicaccedilatildeo dos dados topograacuteficos no mapeamento da

vegetaccedilatildeo estes foram aplicados em testes de classificaccedilatildeo com recursos baacutesicos de

processamento de imagens Para tanto foi necessaacuterio que os dados estivessem na

estrutura tiacutepica das imagens de sateacutelite (bytebinaacuterio) Para isso foi feito um re-

escalonamento das variaacuteveis para o intervalo de 0 a 255 (o Idrisi 20 exige que o dado

esteja nesse formato para a realizaccedilatildeo das classificaccedilotildees) o que exigiu a seleccedilatildeo de

valores extremos para cada variaacutevel Para que o re-escalonamento das variaacuteveis fosse

consistente sob diferentes condiccedilotildees de relevo os valores extremos foram tomados apoacutes

observaccedilatildeo de 12 folhas 1250000 do Brasil escolhidas pela presenccedila de relevos

62

contrastantes entre as aacutereas jaacute preparadas no TOPODATA Essas folhas que englobam

terrenos que variam desde escarpas da Serra da Mantiqueira ateacute os relevos deprimidos

do Pantanal Matogrossense e da Ilha do Marajoacute foram analisadas pelos histogramas de

cada variaacutevel procurando-se os valores extremos de suas distribuiccedilotildees Os maacuteximos e

miacutenimos foram tomados nos valores em que cada curva de distribuiccedilatildeo indicasse a

frequumlecircncia de 1 da frequumlecircncia maacutexima independentemente da ocorrecircncia de valores

fora desse intervalo Os valores de declividade foram convertidos de porcentagem para

graus antes desta transformaccedilatildeo para que a variaacutevel mantivesse proporcionalidade

uniforme no intervalo de 0ordm a 39ordm A orientaccedilatildeo de vertentes originalmente uma

variaacutevel circular foi desdobrada nas componentes lineares cosseno (ldquoo quatildeo para norte

se orientardquo) e seno (ldquoo quatildeo para lesterdquo) e ambas transformadas para byte binaacuterio no

intervalo de -1 a +1 A curvatura vertical foi transformada no intervalo de -0155ordmm a

+0155ordmm e a curvatura horizontal -21 ordmm a +21 ordmm A elevaccedilatildeo constitui-se uma

exceccedilatildeo a essa padronizaccedilatildeo e foi transformada usando-se os limites observados

localmente Estas transformaccedilotildees foram feitas essencialmente atraveacutes da operaccedilatildeo de

realce de contraste (stretch)

Uma vez que este estudo se ateve ao potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos os

testes de classificaccedilatildeo apresentados - maacutexima verossimilhanccedila (MaxVer) Cluster e

Fatiamentos - foram aplicados de modo expedito atraveacutes dos recursos disponiacuteveis no

SIG Ressalta-se que o Fatiamento foi feito com base na anaacutelise de histogramas

verificando pontos onde as classes melhor se separavam

63

4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES

O presente capiacutetulo apresenta os resultados em trecircs partes principais Na primeira parte

os dados preparados para o estudo satildeo apresentados em mapas padronizados para sua

observaccedilatildeo conjunta Em seguida satildeo apresentados os resultados das anaacutelises a que se

submeteram estes dados atraveacutes de tabelas e plotagens dos resultados Por fim

apresenta-se um conjunto de resultados experimentais produto de manipulaccedilotildees sobre

os planos de informaccedilatildeo geomorfomeacutetrico associado agrave avaliaccedilatildeo de cada mapa

produzido

41 Apreciaccedilatildeo dos dados

A apreciaccedilatildeo inicial dos dados consistiu na anaacutelise visual das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas e do mapa de vegetaccedilatildeo obtidos para cada aacuterea em estudo (Figuras

41 a 44) Nas legendas destas figuras podem-se observar as faixas de amplitude

numeacuterica dos dados topograacuteficos A RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas) apresentou a maior amplitude altimeacutetrica variando de 180

a 770 m dentro de um intervalo de 590 m enquanto as demais aacutereas apresentaram

menor variaccedilatildeo altimeacutetrica sendo seu intervalo de apenas 97 m para cada aacuterea A

RPPNSA apresenta tambeacutem a maior amplitude de declividade e de curvatura vertical

Com declividade variando de 0 a 98 e curvatura vertical variando na ordem de 029 a

RPPNSA contrasta com as demais aacutereas cujas amplitudes das referidas variaacuteveis satildeo

bem menores A declividade das demais aacutereas varia em torno de 30 enquanto a

variaccedilatildeo da curvatura vertical estaacute na ordem de 006 008 e 005 representando a MIA

(Microbacia do Igarapeacute Asu) o PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e o

PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) respectivamente Assim as anaacutelises exploratoacuterias

indicaram que a maior diferenciaccedilatildeo geomorfomeacutetrica dentro de cada variaacutevel ocorreu

na RPPNSA

Na aacuterea da RPPNSA (Figura 41) jaacute foi possiacutevel verificar a correspondecircncia entre

determinados padrotildees topograacuteficos e algumas classes de vegetaccedilatildeo especialmente entre

a classe S_F e a declividade entre a classe S_A e as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e

64

curvatura vertical e entre a classe S_H e as variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente e curvatura

horizontal sendo indicada levemente pelas variaacuteveis declividade e elevaccedilatildeo

Figura 41 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra

das Almas) e seu mapa de vegetaccedilatildeo com as classes S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B

(Complexo Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-

arbustivo) S_E (Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H

(Complexo Galeria) e S_I (Mata Seca)

Na MIA (Figura 42) tambeacutem se niacutetida heterogeneidade do terreno dentro das variaacuteveis

geomorfomeacutetricas com certas variaccedilotildees comparaacuteveis agraves classes vegetacionais Desse

modo as variaacuteveis elevaccedilatildeo declividade e curvatura vertical mostraram-se indicativas

das classes I_B e I_C enquanto a classe I_A foi sugerida apenas pela orientaccedilatildeo de

vertente e curvatura horizontal Assim de maneira geral as variaacuteveis morfomeacutetricas

ilustraram boas evidecircncias da ocorrecircncia de cada classe vegetacional Ressalta-se que

65

dentre todas as aacutereas estudadas a MIA exibe a menor amplitude de declividade

variando de 0 a 23 e tambeacutem uma das menores amplitudes de curvatura vertical

perdendo apenas para o PNB

Figura 42 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas da MIA (Microbacia do Igarapeacute Asu) e seu mapa de

vegetaccedilatildeo com as classes I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C

(Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

O PNCA (Figura 43) apresentou um terreno mais homogecircneo (devido agrave ruiacutedos) quanto

agraves variaacuteveis curvatura horizontal e curvatura vertical mostrando ligeira tendecircncia de

regionalizaccedilatildeo nas demais variaacuteveis especialmente na variaacutevel elevaccedilatildeo Esta uacuteltima

permite uma clara distinccedilatildeo entre as classes A_A e A_C O PNB (Figura 44)

demonstrou pouca variaccedilatildeo topograacutefica entre as variaacuteveis Nesta aacuterea apenas a classe

B_A foi indicada de modo inequiacutevoco poreacutem foi evidenciada em todas as variaacuteveis

morfomeacutetricas

66

Os mapas de vegetaccedilatildeo utilizados apresentam diferentes niacuteveis de detalhamento

temaacutetico de acordo com as diferentes escalas de mapeamento e as metodologias de

levantamento

Figura 43 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNCA (Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) e seu mapa

de vegetaccedilatildeo com as classes A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B

(Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa

Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente)

A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras

com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e

A_J (Savana Parque sem floresta-de-galeria)

O mapa de vegetaccedilatildeo da RPPNSA (escala 1100000) apresenta uma boa precisatildeo e

detalhamento floriacutestico uma vez que contou tambeacutem com a caracterizaccedilatildeo

floristicofisionocircmica em campo para sua construccedilatildeo O PNB (escala 110000) tambeacutem

apresenta um bom detalhamento sendo produto do refinamento do mapa de vegetaccedilatildeo

67

jaacute existente se utilizando de imagens IKONOS II para algumas cenas e tambeacutem do

Modelo Linear de Mistura Em contraste as aacutereas referentes ao bioma Amazocircnia natildeo

apresentam mapas de vegetaccedilatildeo tatildeo detalhados sendo o da MIA (escala 110000) e o

do PNCA (1250000) construiacutedos utilizando apenas imagens orbitais sem um

levantamento floriacutestico em campo mais rigoroso

As consideraccedilotildees feitas acima referentes aos dois uacuteltimos mapas sugerem a necessidade

de refinamento dos mapas representantes do bioma Amazocircnia atraveacutes de levantamentos

em campo mais completos e tambeacutem pelo aperfeiccediloamento e desenvolvimento de novos

meacutetodos aplicaacuteveis ao mapeamento deste tipo de fisionomia vegetal

Figura 44 ndash Variaacuteveis geomorfomeacutetricas do PNB (Parque Nacional de Brasiacutelia) e seu mapa de vegetaccedilatildeo

com as classes B_A (Mata Galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado)

B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H

(Mata de Interfluacutevio) B_I (Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L

(Campo Limpo com Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora

ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo

68

A distribuiccedilatildeo numeacuterica e a amplitude dos dados geomorfomeacutetricos puderam ser

observadas em histogramas os quais propiciaram uma caracterizaccedilatildeo geomorfomeacutetrica

das aacutereas de estudo bem como para cada classe de vegetaccedilatildeo de cada aacuterea de estudo

(Figuras 45 a 48)

A Figura 45 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo da RPPNSA em comparaccedilatildeo com toda sua aacuterea Verificando a aacuterea total

observa-se que a elevaccedilatildeo varia entre 180 a 770 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o

maior pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em

torno de 98 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores

baixos A direccedilatildeo de suas vertentes tambeacutem apresenta distribuiccedilatildeo bimodal A simetria

da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal e curvatura vertical indicaram o equiliacutebrio entre

terrenos convergentes e divergentes e entre terrenos cocircncavos e convexos

respectivamente

A distribuiccedilatildeo das frequumlecircncias para cada classe de vegetaccedilatildeo e a RPPNSA revela as

preferecircncias de cada tipo vegetacional a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A

Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de elevaccedilatildeo

em torno de 248 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da aacuterea em

questatildeo assim como o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) A distribuiccedilatildeo da

declividade revela que a vegetaccedilatildeo se concentra em aacutereas com declividades mais baixas

proacuteximas a 8 (terreno ondulado) comportamento semelhante agraves classes de vegetaccedilatildeo

S_C S_D S_G e S_H Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia

voltadas ao norte e nordeste e haacute um equiliacutebrio entre terrenos convergentes e

divergentes (curvatura horizontal) comparaacutevel as classes S_B S_C S_D S_E S_F

S_G e S_I Quanto agrave curvatura vertical esta tambeacutem apresenta um equiliacutebrio entre aacutereas

cocircncavas e convexas como as classes S_C S_D S_E S_G e S_I

O Complexo Arboacutereo (S_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em

torno de 282 m apresentando uma distribuiccedilatildeo mais platicuacutertica de comportamento

semelhante agrave classe S_F A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo eacute

menos tolerante a declividades baixas jaacute que os valores altos ocorrem em maior

frequumlecircncia e em torno de 24 (terreno forte ondulado) Tambeacutem relativo a esta classe

69

as vertentes estatildeo voltadas agrave norte e noroeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por

terrenos cocircncavos (curvatura vertical)

A Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) apresenta dois picos de elevaccedilatildeo relativamente

proacuteximos em torno de 248 e 316 m Suas vertentes estatildeo concentradas mais ao norte e

noroeste sem quase nenhuma ocorrecircncia de vertentes agrave leste e sul

Figura 45 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da

RPPNSA (Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas) em totalidade e

de suas classes de vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo

Arboacutereo) S_C (Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E

(Caatinga Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria)

e S_I (Mata Seca)

Para o Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D) a distribuiccedilatildeo de vertentes indica que estatildeo

predominantemente voltadas para oeste

70

A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Caatinga Arboacuterea (S_E) indicam uma forma

bimodal sendo sua frequumlecircncia distribuiacuteda com picos em torno de 282 e 384 m A

distribuiccedilatildeo da declividade localiza-se entre 0 e 49 com maior frequumlecircncia em 8

(terreno suave ondulado a ondulado)

A Caatinga Florestada (S_F) apresenta uma declividade com distribuiccedilatildeo mais ou

menos uniforme possuindo seu maacuteximo valor em torno de 49 (terreno montanhoso)

Possui uma maior concentraccedilatildeo de suas vertentes a nordeste decaindo sua frequumlecircncia na

direccedilatildeo norte Haacute ligeira preferecircncia por terrenos cocircncavos (curvatura vertical)

O Carrasco (S_G) possui sua elevaccedilatildeo distribuiacuteda entre 316 e 770 m apresentando

distribuiccedilatildeo bimodal com dois estratos altimeacutetricos o mais baixo em torno de 385 m e o

mais alto em torno de 508 m Suas vertentes predominam agrave sudoeste e noroeste com

menor frequumlecircncia agrave nordeste

No Complexo Galeria (S_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta um aspecto denteada

ocorrendo principalmente em ambientes com elevaccedilatildeo em torno de 248 m Destaca-se a

preferecircncia por terrenos com vertentes direcionadas ao nordeste e com menor

frequumlecircncia agrave sudoeste e noroeste Haacute uma clara preferecircncia por terrenos convergentes

(curvatura horizontal) e cocircncavos (curvatura vertical)

A Mata Seca (S_I) exibe preferecircncia por altitudes em torno de 610 m com sua

distribuiccedilatildeo correspondendo ao estrato mais elevado da RPPNA Tambeacutem

comparativamente agrave RPPNA pode-se destacar uma distribuiccedilatildeo mais ou menos

homogecircnea quanto agrave orientaccedilatildeo de vertentes aliado a uma equiliacutebrio entre terrenos

convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e entre aacutereas cocircncavas e convexas

(curvatura vertical)

A Figura 46 ilustra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total da MIA Observando a microbacia como

um todo verifica-se que a altitude varia entre 29 e 126 m com distribuiccedilatildeo bimodal o

que indica a existecircncia de dois estratos altimeacutetricos A sua declividade maacutexima estaacute em

torno de 23 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores

baixos A direccedilatildeo de suas vertentes apresenta-se distribuiacuteda de modo relativamente

71

homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre

terrenos convergentes e divergentes uma situaccedilatildeo tiacutepica quando se analisa uma

microbacia por inteiro A assimetria da distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica a

predominacircncia territorial de terrenos convexos

Figura 46 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da MIA

(Microbacia do Igarapeacute Asu) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de

Baixio) I_B (Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e a microbacia satildeo

indicadores de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A

Floresta de Baixio (I_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno

de 53 m e sua distribuiccedilatildeo corresponde ao estrato menos elevado da microbacia A

distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra menos tolerante a

declividades mais altas jaacute que ocorrem valores altos em menor frequumlecircncia do que na

microbacia Tambeacutem relativo agrave microbacia destaca-se uma clara preferecircncia por

terrenos convergentes (curvatura horizontal) e em menor grau por aacutereas cocircncavas

(curvatura vertical)

A Floresta de Platocirc Alto (I_B) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em

torno de 114 m ocupando preferecircncialmente o estrato altimeacutetrico superior Em

contraposiccedilatildeo agrave Floresta de Baixio demonstram maior adaptaccedilatildeo a terrenos divergentes

e aacutereas convexas

A distribuiccedilatildeo dos valores de elevaccedilatildeo da Floresta de Platocirc Baixo com campinarana

(I_C) indica que esta ocupa uma posiccedilatildeo intermediaacuteria com ligeira restriccedilatildeo no estrato

72

superior da microbacia com maior frequumlecircncia entre 61 e 93 m A semelhanccedila das

distribuiccedilotildees de declividade com a microbacia mostra que sua ocorrecircncia independe

desta variaacutevel assim como a curvatura horizontal Embora a curvatura vertical natildeo

tenha se mostrado uma restriccedilatildeo a sua ocorrecircncia o estreitamento de sua distribuiccedilatildeo

em torno de 0ordmm indica sua ligeira preferecircncia a terrenos retiliacuteneos em relaccedilatildeo a

cocircncavos e convexos

A Figura 47 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNCA Verificando a aacuterea total

observa-se que altitude varia entre 30 e 127 m com distribuiccedilatildeo bimodal com o maior

pico em valores mais baixos de altimetria A sua declividade maacutexima estaacute em torno de

37 com uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A

direccedilatildeo de suas vertentes tem um caraacuteter homogecircneo A simetria da distribuiccedilatildeo da

curvatura horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes A

distribuiccedilatildeo da curvatura vertical indica tambeacutem um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e

convexos

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo do PNCA satildeo indicadores

de sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Floresta

Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras (A_A) ocorre com maior frequumlecircncia em

regiotildees de altitudes em torno 68 e de 86 m

A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra pouco tolerante a

declividades altas se concentrando em aacutereas com declividades mais baixas proacuteximas a

3 (plano) apresentando comportamento semelhante agraves demais classes de vegetaccedilatildeo

Aleacutem disso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia voltadas agrave norte e haacute um

equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes (curvatura horizontal) e terrenos

cocircncavos e convexos (curvatura vertical) similar agraves demais classes de vegetaccedilatildeo

A Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras (A_B) ocorrem com maior

frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 88 m A direccedilatildeo de suas vertentes tem

um caraacuteter homogecircneo assim como as classes A_C A_D e A_H

73

A Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) possui distribuiccedilatildeo

altimeacutetrica em torno 68 m Ao passo que Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas

Dossel emergente (A_D) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em

torno de 107m e o mais baixo em torno de 88 m

Figura 47 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo da PNCA

(Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos) em totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo

A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras) A_B (Floresta Ombroacutefila Aberta

Terras Baixas com palmeiras) A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente)

A_D (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

herbaacutecea) A_I (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana Parque

sem floresta-de-galeria )

74

A Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (A_E) possui altitude em

torno de 115 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva

(A_F) em torno de 58 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva com palmeiras (A_G) em torno de 83 m Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea (A_H) em torno de 56 m Savana Gramiacuteneo-Lenhosa

sem floresta-de-galeria (A_I) em torno de 80 m e Savana Parque sem floresta-de-

galeria (A_J) em torno de 56 a 72 m

A Figura 48 mostra a distribuiccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas dentro de cada classe

de vegetaccedilatildeo em comparaccedilatildeo com a aacuterea total do PNB Verificando a aacuterea total

observa-se uma distribuiccedilatildeo bimodal com o maior pico em valores em torno de 1140 e

1280 m A sua declividade maacutexima estaacute em torno de 31 (terreno forte ondulado) com

uma relativa concentraccedilatildeo da distribuiccedilatildeo em torno de valores baixos A direccedilatildeo de suas

vertentes apresenta distribuiccedilatildeo bem variaacutevel A simetria da distribuiccedilatildeo da curvatura

horizontal indica o equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes e terrenos

cocircncavos e convexos respectivamente

As diferenccedilas de distribuiccedilatildeo entre cada classe de vegetaccedilatildeo e o PNB satildeo indicadores de

sua adaptaccedilatildeo preferecircncial a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas A Mata galeria

(B_A) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1048 e 1096

m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e

14 com pico em torno de 4 sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em

ambientes planos a suave ondulados comportamento similar ao da classe E Aliado a

isso as suas vertentes estatildeo com maior frequumlecircncia direcionadas agrave nordeste e sudoeste

Destaca-se nesta classe uma clara preferecircncia por terrenos convergentes (curvatura

horizontal) e por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical) assim como na classe B_G

O Cerrado sensu strictu (B_B) apresenta dois estratos de distribuiccedilatildeo o estrato mais alto

em torno de 1097 m e o mais baixo em torno de 1194 m A distribuiccedilatildeo da declividade

mostra um intervalo de variaccedilatildeo concentrado entre 0 e 7 com pico em torno de 4

sendo portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave

ondulados similar agraves classes B_C B_D e B_G Suas vertentes distribuiacutedas de modo

mais ou menos homogecircneo apresentando uma menor concentraccedilatildeo de vertentes

75

voltadas agrave nordeste Destaca-se uma ligeira preferecircncia por terrenos convergentes

(curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos cocircncavos e convexos (curvatura

vertical)

Figura 48 ndash Distribuiccedilatildeo de frequumlecircncia (f) das variaacuteveis topograacuteficas nas classes de vegetaccedilatildeo do PNB

(Parque Nacional de Brasilia) em sua totalidade e de suas classes de vegetaccedilatildeo B_A (Mata

galeria) B_B (Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E

(Campo Limpo) B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I

(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L (Campo Limpo com

Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela

de emardquo

O Campo Cerrado (B_C) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica abrangendo todo o intervalo de

valores assim como as classes B_D e B_E poreacutem estas uacuteltimas possuem valores mais

76

altos em torno de 1244 e 1097 m respectivamente ao passo que a primeira eacute em torno

de 1285 m A maioria de suas vertentes estatildeo voltadas agrave sudeste Pode-se tambeacutem

observar que haacute um niacutetido equiliacutebrio entre terrenos convergentes e divergentes

(curvatura horizontal) e terrenos cocircncavos e convexos (curvatura vertical) assim como

em B_D e B_E Entretanto esta uacuteltima apresenta uma maior distribuiccedilatildeo entre seus

terrenos cocircncavos convexos

A distribuiccedilatildeo de vertentes para o Campo Sujo (B_D) indica uma predominacircncia das

direcionadas ao sudeste e sul Ao passo que a maior parte das vertentes do Campo

Limpo (B_E) estatildeo voltadas para o nordeste e sudoeste

O Campo Limpo Uacutemido (B_F) apresenta sua altimetria restrita a uma pequena faixa em

torno de 1234 m Sua declividade tambeacutem estaacute restrita a aproximadamente 3 (plano e

suave ondulado) Todas as suas vertentes estatildeo voltadas para o norte Haacute uma niacutetida

preferecircncia por terrenos planares (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)

O Brejo (B_G) possui distribuiccedilatildeo altimeacutetrica multimodal Suas vertentes predominam agrave

nordeste e sudeste

Na Mata de Interfluacutevio (B_H) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica apresenta dois estratos de

distribuiccedilatildeo o estrato mais alto em torno de 1097 m sendo a distribuiccedilatildeo concentrada

entre 1073 e 1147 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra um intervalo de variaccedilatildeo

concentrado entre 0 e 18 com pico em torno de 10 sendo portanto este tipo de

vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes ondulados Destaca-se a preferecircncia por terrenos

com vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos

(curvatura horizontal) e em menor grau cocircncavos (curvatura vertical)

O Reflorestamento (B_I) ocorre de modo restrito a regiotildees de altitudes em torno de

1097 m A distribuiccedilatildeo da declividade mostra uma concentraccedilatildeo em torno de 4 sendo

portanto este tipo de vegetaccedilatildeo concentrado em ambientes planos a suave ondulados

Haacute uma concentraccedilatildeo de vertentes orientadas a nordeste aliado a uma clara

predominacircncia de terrenos planos (curvatura horizontal) e retiliacuteneos (curvatura vertical)

77

No Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute trimodal

apresentando o maior pico em torno de 1219 m A distribuiccedilatildeo da declividade em B_J eacute

semelhante a B_L com pico em torno de 4 Destaca-se a preferecircncia por terrenos com

vertentes concentradas a sudoeste Haacute predominacircncia por terrenos planos (curvatura

horizontal) e terrenos retiliacuteneos (curvatura vertical) embora exista certo equiliacutebrio entre

terrenos que ocorrem com menor frequumlecircncia os cocircncavos e convexos

No Campo Limpo com Murundum (B_L) a distribuiccedilatildeo altimeacutetrica eacute bimodal Destaca-

se a preferecircncia por terrenos com vertentes voltadas ao norte nordeste e sudeste Haacute

predominacircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) e um equiliacutebrio entre terrenos

cocircncavos e convexos estes mais bem distribuiacutedos dentro desta classe do que nas demais

classes

A classe Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de

emardquo (B_M) ocorre com maior frequumlecircncia em regiotildees de altitudes em torno de 1097 m

A distribuiccedilatildeo da declividade mostra que esta vegetaccedilatildeo se mostra tolerante distribuiacuteda

por todo espectro desta classe apresentando uma distribuiccedilatildeo mais ou menos

platicuacutertica Existe uma clara preferecircncia por terrenos planos (curvatura horizontal) por

aacutereas convexas e em menor grau por aacutereas cocircncavas (curvatura vertical)

Da observaccedilatildeo conjunta dos histogramas de todas as aacutereas verifica-se que as

preferecircncias ecofisioloacutegicas das diferentes classes de vegetaccedilatildeo quando expressas

estatildeo representadas pela concentraccedilatildeo de frequumlecircncia das variaacuteveis geomorfomeacutetricas

Entretanto mesmo entre as classes de maior contraste geomorfomeacutetrico as distribuiccedilotildees

apresentam amplitudes sobrepostas com raros casos de condiccedilotildees excludentes

42 Anaacutelises discriminantes

As anaacutelises estatiacutesticas foram empregadas diante do agrupamento de classes

vegetacionais segundo a estrutura de sua vegetaccedilatildeo Assim foram gerados novos mapas

de vegetaccedilatildeo referecircncia

Para a RPPNSA a anaacutelise discriminante entre os grupos vegetacionais Complexo

Arboacutereo arbustiva (Classes agrupadas Caatinga Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga

78

Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-arbustivo (S_D)) Complexo Arboacutereo

(Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B) Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga

Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata Seca mostrou uma significativa

separaccedilatildeo entre tais grupos considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilks Lambda=

020056 F (201437)=44781 plt00000) O Wilks Lambda geral (que consta no tiacutetulo

das Tabelas) eacute um paracircmetro que varia de 0 (maior poder de discriminaccedilatildeo) a 1 (menor

poder de discriminaccedilatildeo) Os Wilks Lambda parciais observados nos sumaacuterios das

anaacutelises das funccedilotildees discriminantes de cada aacuterea (no corpo das Tabelas) indicam por

sua vez a participaccedilatildeo de cada variaacutevel na reduccedilatildeo do Wilks Lambda geral Ressalta-se

aqui que esses paracircmetros apresentam relaccedilatildeo numeacuterica inversa o WL geral desejaacutevel

eacute o menor possiacutevel enquanto que as variaacuteveis de maior influecircncia satildeo identificadas

pelos maiores valores de Wilks Lambda parcial Desse modo eacute gerado o melhor

modelo baseado natildeo apenas no p-valor mas tambeacutem por meio da avaliaccedilatildeo dos outros

paracircmetros como ilustrado na Tabela 41 Diante disso as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h)

declividade (G) curvatura vertical (kv) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal

(kh) foram consideradas importantes na discriminaccedilatildeo entre as classes de vegetaccedilatildeo e

assim incluiacutedas em todas as funccedilotildees discriminantes independentemente do respectivo

p-valor (Tabela 41)

Tabela 41 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (5

grupos) Wilks Lambda 020056 F (201437)=44781 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0663747 0302162 2500011 0000000 0922217 0077783

G 0259549 0772724 318389 0000000 0861859 0138141

kv 0208862 0960247 44814 0001474 0834870 0165130

A 0203935 0983449 18218 0123577 0988884 0011116

kh 0202481 0990507 10374 0387468 0900033 0099967

Observando a distacircncia entre os centroacuteides distacircncia de Mahalanobis dos grupos no

espaccedilo discriminante (Tabela 42) verificou-se que os grupos mais distantes entre si

foram a Mata Seca e o Complexo Arboacutereo-arbustivo (2244425) e os mais proacuteximos

foram Mata Seca e Carrasco (154077) Esta proximidade foi refletida na consideraacutevel

79

sobreposiccedilatildeo entre seus escores (Figura 49) uma vez que ambos os tipos de vegetaccedilatildeo

ocupam relevos planos e suave ondulados em altitudes em torno de 600 m Ressalta-se

que tambeacutem apresentam semelhanccedilas quanto ao comportamento caducifoacutelio com

indiviacuteduos despidos de folhagem nos periacuteodos desfavoraacuteveisTodas as distacircncias foram

significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem ser capazes de

discriminar todas as fisionomias vegetais consideradas na anaacutelise

Tabela 42 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Reserva Particular

do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

CA arbustivo Carboacutereo Carrasco Cgaleria Mata Seca

CA arbustivo 000000 5952712 1351015 232019 2244425

Carboacutereo 0000000 471739 202914 790304

Carrasco 000000 629755 154077

Cgaleria 000000 1263179

Mata Seca 000000

Adotou-se 05 como niacutevel de corte para as todas as correlaccedilotildees deste estudo Assim a

Tabela 43 mostra que a variaacutevel elevaccedilatildeo destacou-se correlacionando negativamente

com o eixo 1 A Funccedilatildeo 1 discriminou claramente Mata Seca do Complexo Arboacutereo-

arbustivo mostrando que a Mata Seca ocorreu preferencialmente em locais com maior

altitude e o Complexo Arboacutereo-arbustivoem locais com menor altitude A Funccedilatildeo 2 natildeo

definiu claramente a separaccedilatildeo entre os grupos vegetacionais

Tabela 43 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Reserva Particular do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h -0 986606 0 016661

G -0 202112 0 966076

kv 0 013402 -0 155967

A 0 029651 -0 108341

kh -0 020558 0 140234

Analisando a Figura 49 onde os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante

bidimensional eacute apresentada observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discriminou melhor os

grupos vegetacionais O eixo 1 representou 87 e o eixo 2 representou 10 do espaccedilo

80

discriminante Houve tambeacutem certa sobreposiccedilatildeo entre vaacuterias fisionomias vegetais o

que indica que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem variar em um gradiente

topograacutefico o que possivelmente acarretaria em faixas transicionais de vegetaccedilatildeo

CAarbustivo CArboacutereo Carrasco CGaleria Mata Seca

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (87)

Funccedilatildeo1= -101848h+005087G+010642kv+ 012560A-001408kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

3)

Figura 49 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas

(RPPNSA)

Como o Complexo Arboacutereo e o Complexo Arboacutereo-arbustivo apresentaram

subfisionomias foram feitas anaacutelises separadas para as mesmas O objetivo dessas

anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas

subfisionomias No que se refere a Complexo Arboacutereo a anaacutelise discriminante mostrou-

se significativa na separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nessa classe (Complexo

Arboacutereo Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada) com base nas variaacuteveis

morfomeacutetricas (Wilks Lambda 078872 F (8268)=42211 plt 00001) As maiores

81

significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis declividade (G) orientaccedilatildeo

de vertente (A) curvatura vertical (kv) e elevaccedilatildeo (h) (Tabela 44)

Tabela 44 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da

Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de

variaacuteveis no modelo 4 grupo veg (3 grupos) Wilks Lambda 078872 F

(8268)=42211 plt 00001

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 878947 0 897342 7 664994 0 000705 0 872484 0 127516

A 0 838624 0 940489 4239559 0 016394 0 967195 0 032805

kv 0 810139 0 973556 1 819867 0 166030 0 959694 0 040306

h 0 806097 0 978438 1 476497 0 232129 0 853277 0 146723

A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que os

grupos mais distantes entre si foram Caatinga Florestada e Caatinga Arboacuterea e as mais

proacuteximas foram Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea (Tabela 45) Essa proximidade

foi tambeacutem evidente analisando graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 410)

Entretanto a distacircncia entre Complexo Arboacutereo e Caatinga Arboacuterea natildeo foi

significativa indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas natildeo foram capazes de

discriminaacute-las entre si

Tabela 45 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Complexo

Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas

(RPPNSA)

C arboacutereo C arboacuterea C florestada

C arboacutereo 0 000000 0 344034 0 790777

C arboacuterea 0 000000 1 259096

C florestada 0 000000

Distacircncia natildeo significativa

A partir da 46 pode-se verificar que a declividade correlacionou-se positivamente com

o eixo 1 (Tabela 46)

82

Tabela 46 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea

da Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

G 0 774776 -0 300435

A -0 414084 -0 641590

kv -0 488321 0 194645

h 0 155299 0 502098

Analisando os escores das observaccedilotildees (Figura 410) verificou-se que o primeiro eixo

representou 82 e o segundo eixo 18 do espaccedilo discriminante Existe grande

sobreposiccedilatildeo entre os grupos indicando que a topografia natildeo foi capaz de diferenciar

tais grupos entre si

CArboacutereo CArboacuterea CFlorestada

-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5

Funccedilatildeo 1 (82)

Funccedilatildeo1= 0787300G-0469406 A -0393120 kv +0023671h

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

8)

Figura 410 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Complexo Arboacutereo da Aacuterea da Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

83

A anaacutelise discriminante do Complexo Arboacutereo-arbustivo natildeo se mostrou significativa

na avaliaccedilatildeo dos grupos vegetacionais incluiacutedos nesta classe (Caatinga Arboacuterea-

arbustiva Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa e Complexo Arboacutereo-arbustivo) com base nas

variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843 pgt0

05) (Tabela 47) o que indicou que estes grupos natildeo foram separaacuteveis entre si como

pode se observar no graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 411)

Tabela 47 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da

Reserva Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) Ndeg de variaacuteveis no

modelo 2 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 095796 F (4288)=15629 plt 01843

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 987485 0 970100 2 219127 0 112408 0 996626 0 003375

A 0 971696 0 985863 1 032457 0 358752 0 996626 0 003374

CAarbustiva CHlenhosa CAarbustivo

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (92)

Funccedilatildeo1= -0864906G-0554685 A

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(8

)

Figura 411 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do Complexo Arboacutereo-arbustivoda Aacuterea da Reserva Particular do

Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA)

84

Para a MIA a anaacutelise discriminante separou os grupos vegetacionais de modo

significativo considerando as variaacuteveis topograacuteficas (Wilksrsquo Lambda 039562 F

(10290)=17106 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv)

declividade (G) orientaccedilatildeo de vertente (A) e curvatura horizontal (kh) foram importantes

na discriminaccedilatildeo entre os grupos de vegetaccedilatildeo (Tabela 48) o que concorda com a

Figura 412

Tabela 48 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA) Ndeg

de variaacuteveis no modelo 5 grupo veg (3grupos) Wilksrsquo Lambda 039562 F (10290)=

17106 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0525606 0752689 2382137 0000000 0766851 0233149

A 0407103 0971788 210474 0125585 0977078 0022922

kv 0464929 0850920 1270185 0000008 0811175 0188825

G 0440473 0898165 822012 0000415 0894754 0105246

kh 0404755 0977425 167452 0191002 0936637 0063363

A distacircncia de Mahalanobis dos grupos no espaccedilo discriminante indicou que todas as

distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis morfomeacutetricas foram capazes

de discriminar todas as fisionomias vegetais Os grupos mais distantes entre si foram a

Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto (6233659) e os mais proacuteximos foram a

Floresta de Baixio e Floresta de Platocirc Baixo com campinarana (1585357) (Tabela 49)

Estes uacuteltimos apresentaram consideraacutevel sobreposiccedilatildeo (Figura 411) o que condiz com

a transiccedilatildeo das fisionomias vegetacionais

Tabela 49 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

F Baixio F P Alto F P B Camp

F Baixio 0000000 6233659 1585357

F P Alto 0000000 3867290

F P B Camp 0000000

Segundo Ribeiro et al (1999) a comunidade vegetal de vertente representa uma faixa

de transiccedilatildeo entre as florestas de platocirc e campinarana Nas partes mais altas e

floristicamente semelhantes agrave comunidade de platocirc (TELLO 1995) e nas mais baixas

85

fisionomicamente parecida com campinarana (RIBEIRO et al 1999) poreacutem sem

apresentar as espeacutecies que a caracteriza Por outro lado outras espeacutecies satildeo exclusivas

desse ecossistema florestal Esta heterogeneidade fisionocircmica decorre de uma grande

diversidade edaacutefica e topograacutefica na aacuterea (TELLO 1995 RIBEIRO et al 1999)

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresnetados

na Figura 412 O primeiro eixo representou 85 e o segundo eixo 15 do espaccedilo

discriminante As variaacuteveis elevaccedilatildeo e a curvatura vertical estatildeo correlacionadas

positivamente com o eixo 1 (Tabela 410) A primeira discriminante separou

claramente a Floresta de Platocirc Alto mostrando ocorrecircncia em locais de maiores

altitudes e curvatura vertical e a da Floresta de Baixio em locais de menores altitudes

e curvatura vetical enquanto a Floresta de Platocirc Baixo com campinarana ocorreu em

locais de transiccedilatildeo entre estas duas feiccedilotildees apresentando valores intermediaacuterios das

mesmas variaacuteveis Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no

espaccedilo discriminante natildeo mostram uma discriminaccedilatildeo muito clara

Tabela 410 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu

(MIA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0868610 -0187333

A 0031881 0334352

kv 0743142 0292901

G 0031881 0662975

kh 0269970 0341848

Diante do exposto pode-se concluir que a Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto

satildeo mais separaacuteveis entre si pelas variaacuteveis geomorfomeacutetricas enquanto que a Floresta

de Baixio com campinarana se confunde com as duas primeiras Assim pode haver

dificuldades na identificaccedilatildeo deste tipo vegetacional com base apenas nas variaacuteveis

morfomeacutetricas do terreno

86

FBaixio FPAlto FPBcamp

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (85)

Funccedilatildeo1= 0686501h+0479042kv-0146573G-0139714A +0150701kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4Fu

nccedilatildeo

2

(15

)

Figura 412 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea da Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

Quanto ao PNCA a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos

grupos vegetacionais Floresta Ombroacutefila Aberta Aluvial com palmeiras Floresta

Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras (Classes

agrupadas (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva

(A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com

palmeiras (A_H) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea)

Floresta Ombroacutefila Densa ( (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente

(A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente (A_E) Floresta

Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme) Savana Gramiacuteneo-lenhosa sem

Floresta-de-galeria e Savana Parque sem floresta-de-galeria com base nas variaacuteveis

morfomeacutetricas (Wilks Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000) As maiores

87

significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) declividade (G)

e a curvatura vertical(kv) (Tabela 411)

Tabela 411 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante Aacuterea do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg (4grupos) Wilks

Lambda 059817 F (91199)= 31346 plt0 0000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0897849 0666221 8233170 0000000 0991641 0008359 G 0655090 0913105 1563869 0000000 0990296 0009704 kv 0604121 0990143 163604 0180123 0982358 0017642 A distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante mostrou que os

grupos mais distantes entre si foram Floresta Ombroacutefial Densa e Formaccedilotildees Pioneiras

(3769699) e as mais proacuteximas foram Savana e Formaccedilotildees Pioneiras (0747576) (Tabela

412 Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas foram capazes de discriminar a maioria dos tipos de vegetaccedilatildeo

Tabela 412 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional

dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana

F O Aberta 0000000 1009975 1192925 0747576 F O Densa 0000000 3769699 1756117 F Pioneiras 0000000 0636013 Savana 0000000

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo discriminante bidimensional satildeo apresentados

na Figura 413 O primeiro eixo representou 89 e o segundo eixo 10 do espaccedilo

discriminante A elevaccedilatildeo foi correlacionada negativamente com o eixo 1 (Tabela 413)

A primeira funccedilatildeo discriminante separou bem as Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta

Ombroacutefila Densa com uma niacutetida concentraccedilatildeo da Floresta Ombroacutefila Densa em

regiotildees de maiores altitudes comparativamente e da Savana em altitudes intermediaacuterias

A posiccedilatildeo dos escores do segundo eixo por sua vez natildeo mostra uma discriminaccedilatildeo natildeo

muito clara

88

F O Aberta F O Densa F Pioneiras Savana

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (89)

Funccedilatildeo1= -0955418h-0299187G +0569062kv

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5Fu

nccedilatildeo

2

(10

)

Figura 413ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais Aacuterea do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre as fitofisionomias vegetais Aliado a isso as

variaacuteveis topograacuteficas explicaram apenas parte da variaccedilatildeo sendo fundamental a

consideraccedilatildeo de outros fatores ambientais que influenciam tal variaccedilatildeo

Tabela 413 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional dos

Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0946199 -0285135 G -0299888 0953434 kv 0040028 0082033

Dentro dos grupos Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa tambeacutem foi feita

anaacutelise discriminante para verificar se as variaacuteveis topograacuteficas satildeo preditoras das

diferenccedilas existentes dentro destes grupos

89

A anaacutelise discriminante referente agraves Formaccedilotildees Pioneiras mostrou-se significativa na

separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks

Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000) As variaacuteveis elevaccedilatildeo (h) curvatura

vertical (kv) e orientaccedilatildeo de vertentes (A) foram as mais importantes na discriminaccedilatildeo

dos grupos (Tabela 414)

Tabela 414 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Formaccedilatildeo Pioneira do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg

(4grupos) Wilks Lambda 021944 F (9474)=45 619 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0988327 0189399 2910298 0000000 0794133 0205867 kv 0203510 0919798 59293 0003397 0868437 0131563 A 0200203 0934994 47277 0010352 0886704 0113296

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 415) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com palmeiras (F P F L C

P) (1975363) e as mais proacuteximas foram Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial

eou lacustre - arbustiva (F P F L A) (016718) Entretanto as distacircncias entre estas

uacuteltimas natildeo foram consideradas significativas ( Figura 414)

Tabela 415 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Formaccedilotildees

Pioneiras do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F P F L A F P F L A C P F P F L H

F P F L A 000000 1678342 016718 F P F L A C P 000000 1975363 F P F L H 000000 Distacircncia natildeo significativa

Na Tabela 416 satildeo apresentadas as primeiras funccedilotildees discriminante e a Figura 414

apresenta a distribuiccedilatildeo dos escores observados O eixo 1 representou 99 e o segundo

eixo 1 da variaccedilatildeo no espaccedilo discriminante Nota-se tambeacutem a formaccedilatildeo de dois

conglomerados um constituiacutedo por F P F L A C P (Formaccedilotildees Pioneiras com

90

influecircncia fluviallacustre arbustiva com palmeiras) e o outro formado por Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - herbaacutecea (F P F L H) e Formaccedilotildees

Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva (F P F L A)

Tabela 416 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2 h -0905447 0253524 kv -0029439 0965668 A -0019900 -0094568

FPFLA FPFLACP FPFLH

-6 -4 -2 0 2 4 6

Funccedilatildeo 1 (99)

Funccedilatildeo1= -112154h+032379kv+029964G

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(1

)

Figura 414 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Formaccedilotildees Pioneiras do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA)

A Floresta ombroacutefila densa apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na

separaccedilatildeo dos grupos vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks

Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000) As variaacuteveis mais importantes na

91

discriminaccedilatildeo dos grupos foram a elevaccedilatildeo (h) curvatura vertical (kv) e curvatura

horizontal (kh) (Tabela 417)

Tabela 417 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilotildees discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) Ndeg de variaacuteveis no modelo 3 grupos veg

(3grupos) Wilks Lambda 025052 F (6292)=48565 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0 915853 0 273539 193 8718 0 000000 0 896351 0 103650

kv 0 287718 0 870722 10 8385 0 000041 0 882093 0 117907

kh 0 255539 0 980367 1 4619 0 235163 0 971082 0 028918

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 418) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Floresta

Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (F O D A D E) e Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D U) (17 02336) e as mais

proacuteximos foram Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel emergente ( F O D T

B D E) e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel uniforme (F O D T B D

U) (1 427646)

418 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Floresta Ombroacutefila

Tabela densa do Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

F O D A D E F O D T B D E F O D T B D U

F O D A D E 0 00000 8 602946 17 02336

F O D T B D E 0 000000 1 42765

F O D T B D U 0 00000

Analisando a Tabela 419 e a Figura 415 observa-se que o eixo da funccedilatildeo 1 discriminou

melhor os grupos vegetacionais A altitude correlacionou-se negativamente com o eixo

1 O graacutefico mostra uma clara separaccedilatildeo entre F O D A D E e F O D T B D U Tabela 419 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Floresta Ombroacutefila densa do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h -0 883092 0 273758

kv 0 137193 0 809932

kh -0 128734 0 445988

92

FODADE FODTBDE FODTBDU

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6

Funccedilatildeo 1 (99)

Funccedilatildeo1= -104001h+044141kv-016324kh

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

Funccedil

atildeo 2

(1

)

Figura 415 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Floresta Ombroacutefila densa do Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA)

Finalmente o PNB apresentou uma anaacutelise discriminante significativa na separaccedilatildeo dos

grupos vegetacionais Mata (Classes agrupadas Mata Galeria (B_A) Brejo (B_G) e

Mata de Interfluacutevio (B_H)) Cerrado sensu strictu (B_B) Campo Cerrado (Classes

agrupadas Campo Cerrado (B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo

Sujo (Classes agrupadas Campo Sujo (B_D) e Campo Sujo com presenccedila de

Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M)) e Campo Limpo (Campo

Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo com Murundum ( B_L))

com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054942 F (202163)=21407

plt00000) Cabe ressaltar que para tal anaacutelise foi excluiacuteda a classe reflorestamento As

variaacuteveis orientaccedilatildeo de vertente (A) elevaccedilatildeo (h) declividade (G) curvatura horizontal

93

(kh) e curvatura vertical (kv) foram importantes na discriminaccedilatildeo entre estes tipos de

vegetaccedilatildeo (Tabela 420)

Tabela 420 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 054942F

(202163)=21407 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0645090 0851699 2838221 0000000 0897342 0102659

A 0652288 0842300 3051769 0000000 0950633 0049367

kh 0581610 0944658 954928 0000000 0928414 0071586

kv 0571084 0962070 642639 0000045 0905045 0094955

G 0604029 0909596 1620052 0000000 0917956 0082044

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 421) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e

Mata (2769105) e as mais proacuteximos foram Campo Cerrado e Cerrado sensu strictu

(0420457) A proximidade destes uacuteltimos quanto ao conjunto de variaacuteveis

morfomeacutetricas que os definiram eacute comparaacutevel com a estrutura vegetacional uma vez

que ambas as feiccedilotildees vegetacionais satildeo muito parecidas O Campo Cerrado eacute a forma de

vegetaccedilatildeo intermediaacuteria entre o Campo Sujo e o Cerrado sensu strictu se diferenciando

deste uacuteltimo apenas pelo maior espaccedilamento e a sua menor quantidade de vegetaccedilatildeo

arboacuterea comparativamente com o Cerrado sensu strictu

Todas as distacircncias foram significativas indicando que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas

foram capazes de discriminar todas as fitofisionomias vegetais consideradas na anaacutelise

Tabela 421 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante Aacuterea do Parque Nacional

de Brasiacutelia (PNB)

Mata C s strictu C Cerrado C sujo C limpo

Mata 0000000 1753158 2308279 1259045 2769105

C s strictu 0000000 0420457 0651613 1889539

C Cerrado 0000000 0951929 1594591

C sujo 0000000 1605777

C limpo 0000000

94

Os escores das observaccedilotildees num espaccedilo bidimensional satildeo apresentados na Figura 416

e as primeiras funccedilotildees na Tabela 422 O primeiro eixo representou pouco mais da

metade do espaccedilo discriminante com 57 da variaccedilatildeo enquanto o segundo representou

31 A elevaccedilatildeo foi correlacionada positivamente com o eixo 1 A primeira funccedilatildeo

separou claramente a Mata do Campo Limpo mostrando que a Mata ocorreu

preferencialmente em locais com menor altitude e o Campo Limpo em locais com maior

altitude Quanto ao segundo eixo a posiccedilatildeo dos escores das observaccedilotildees no espaccedilo

discriminante natildeo mostrou uma discriminaccedilatildeo muito clara

Tabela 422 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas Aacuterea do Parque Nacional de Brasiacutelia

(PNB)

Funccedilatildeo1 Funccedilatildeo 2

h 0787500 -0269384

A -0406321 -0652026

kh 0474768 -0356403

kv 0457941 -0406250

G 0034063 0410172

Houve uma sobreposiccedilatildeo entre as vaacuterias fitofisionomias vegetais (Figura 416) o que

indica que as variaacuteveis topograacuteficas podem variar em gradiente e natildeo de forma discreta

o que levaria a vegetaccedilatildeo ter faixas transicionais e natildeo limites bem definidos Aliado a

isso as variaacuteveis topograacuteficas explicaram parte da variaccedilatildeo vegetacional no entanto

outros fatores podem ser importantes Assim nessa graduaccedilatildeo de Campo Limpo a

Cerradosensu strictu (Campo Limpo Campo Sujo Campo Cerrado e Cerrado sensu

strictu) o aumento de biomassa que acompanha o adensamento arboacutereo se deve a um

conjunto de trecircs fatores o pedoloacutegico pela oligotrofia mineral toxidez por alumiacutenio e

diferenccedilas de drenagem e profundidade dos solos o pirogecircnico pela accedilatildeo do fogo na

biota e o climaacutetico principalmente pelo efeito sazonal que limita a disponibilidade de

aacutegua (COUTINHO 1990 2000 RIBEIRO WALTER 1998) Aleacutem disso desde o

seacuteculo passado o fator antroacutepico passou a causar modificaccedilotildees intensas na paisagem do

domiacutenio do Cerrado com abertura de aacutereas para produccedilatildeo agropecuaacuteria produccedilatildeo de

carvatildeo retirada seletiva de madeira construccedilatildeo de cidades e estradas e uso frequente de

fogo (COUTINHO 1990) Passos (1981) admite tambeacutem que as seccedilotildees de Cerrado sua

95

estrutura esteacutetica e a composiccedilatildeo floriacutestica variam marcadamente em funccedilatildeo dos traccedilos

morfoloacutegicos e pedoloacutegicos accedilatildeo do fogo criaccedilatildeo intensa do gado bovino e pelo uso

predatoacuterio de seus recursos para fins variados Apesar desse grande nuacutemero de fatores

determinantes das diferentes fisionomias de Cerrado as variaacuteveis topograacuteficas podem

ser consideradas importantes preditoras dessas fisionomias

Mata Csstrictu C Cerrado CSujo C Limpo

-8 -6 -4 -2 0 2 4

Funccedilatildeo 1 (57)

Funccedilatildeo1= 0811531h-0490434A +0226348G--0335083kh +0208597kv

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

7

Funccedil

atildeo 2

(3

1)

Figura 416 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Como o Campo Limpo e a Mata apresentaram subfisionomias foram feitas anaacutelises

separadas para as mesmas O objetivo dessas anaacutelises foi verificar se as variaacuteveis

topograacuteficas tambeacutem satildeo boas preditoras dessas subfisionomias

Para o Campo Limpo a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos

grupo vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 054780 F

(10360)=12640 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram

96

as altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical

(0579371) (Tabela 423)

Tabela 423 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Campo Limpo do Parque Nacional de

Brasiacutelia (PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 5 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda

054780 F (10360)=12640 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

h 0713429 0767837 2721238 0000000 0881053 0118947

A 0676059 0810280 2107265 0000000 0919987 0080013

kh 0555943 0985349 133820 0264915 0785837 0214163

kv 0579371 0945503 518741 0006452 0815523 0184476

G 0559424 0979216 191025 0151033 0940045 0059955

Observando a distacircncia entre os centroacuteides (Tabela 424) dos grupos no espaccedilo

discriminante verificou-se que os grupos mais distantes entre si foram Campo Limpo e

Campo Limpo Uacutemido (4279562) e as mais proacuteximos foram Campo Limpo e Campo

Limpo com Murundum (0648776) Essa proximidade eacute tambeacutem evidenciada analisando

graacutefico da funccedilatildeo discriminante (Figura 416)

Tabela 424 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Campo Limpo do

Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

C Limpo C L Uacutemido C L Murundum

C Limpo 0000000 4279562 0648776

C L Uacutemido 0000000 2373841

C L Murundum 0000000

Analisando a Figura 416 e a Tabela 425 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina

melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou

maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 (0704843)

Tabela 425 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Campo Limpo do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB)

97

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0704843 -0010358

A -0567686 -0304501

kh 0055032 -0173645

kv 0042136 0713181

G -0318338 0315520

A partir da Figura 417 verifica-se que houve uma grande sobreposiccedilatildeo entre certos grupos

CLimpo CLUacutemido C LMurundum

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (92 )

Funccedilatildeo1= -0791756h+0694798A +0188232kv+0153586G--0118997kh

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

Funccedil

atildeo 2

(8

)

Figura 417 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos Campo

Limpo do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Os grupos Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum mostraram uma certa

sobreposiccedilatildeo entre si Enquanto o Campo Limpo Uacutemido se encontra com uma

distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois Isso pode se explicar por sua

preferecircncia por ambientes mais uacutemidos e aacutereas de encostas de vales Nestes ambientes

geralmente o lenccedilol freaacutetico permanece na superfiacutecie durante parte do ano e no periacuteodo

98

de seca sofre um rebaixamento em que as camadas subsuperficiais mantecircm o

encharcamento do solo (PIVELLO et al 1998) Enquanto que a sobreposiccedilatildeo entre

Campo Limpo e Campo Limpo com Murundum se deve ao fato deste ser basicamente

um campo uacutemido em terreno pouco inclinado com ilhas de Campo Limpo

arredondadas e um pouco mais altas Os murunduns satildeo formados por erosatildeo diferencial

do terreno e deposiccedilatildeo da terra por teacutermitas recobertas por vegetaccedilatildeo de Cerrado e solo

permanentemente saturado de aacutegua entre os murunduns (ARAUacuteJO-NETO 1986)

Para a Mata a anaacutelise discriminante mostrou-se significativa na separaccedilatildeo dos grupo

vegetacionais com base nas variaacuteveis morfomeacutetricas (Wilks Lambda 045369 F

(8334)=20234 plt00000) As maiores significacircncias na construccedilatildeo do modelo foram as

altitude (0713429) orientaccedilatildeo de vertente (0676059) e curvatura vertical (0579371)

(Tabela 426)

Tabela 426 ndash Sumaacuterio da anaacutelise da funccedilatildeo discriminante do grupo Mata do Parque nacional de Brasiacutelia

(PNB) Ndeg de variaacuteveis no modelo 4 grupos veg (3grupos) Wilks Lambda 045369 F

(8334)=20234 plt00000

Wilks Parcial F-remove p-valor Toler 1-Toler

G 0 740994 0 612267 52 87851 0 000000 0 832297 0 167703

A 0 507837 0 893369 9 96642 0 000081 0 966140 0 033860

h 0 489610 0 926627 6 61177 0 001724 0 781795 0 218205

kv 0 462252 0 981469 1 57659 0 209739 0 903314 0 096686

Observando a distacircncia entre os centroacuteides dos grupos no espaccedilo discriminante

distacircncia de Mahalanobis (Tabela 427) verificou-se que os grupos mais distantes entre

si foram Mata de Interfluacutevio e Mata Galeria (5176726) e as mais proacuteximas foram Brejo

e Mata Galeria (0286713) Essa proximidade eacute tambeacutem evidente analisando graacutefico da

funccedilatildeo discriminante (Figura 418) A distacircncia entre o Brejo e Mata Galeria natildeo foram

significativas Isto implica na grande sobreposiccedilatildeo entre estes grupos Enquanto a Mata

de Interfluacutevio se encontra com uma distribuiccedilatildeo mais restrita e isolada dos outros dois

99

Tabela 427 ndash Distacircncia de Mahalanobis entre grupos no espaccedilo discriminante do grupo Mata do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB)

M Galeria Brejo M Interfluacutevio

M Galeria 0 000000 0 286713 5 176726

Brejo 0 000000 4862178

M Interfluacutevio 0 000000

Distacircncia natildeo significativa

Esses resultados reafirmam que a posiccedilatildeo do relevo eacute um dos determinantes da

composiccedilatildeo floriacutestica e de estrutura das comunidades de interfluacutevio (FONSECA

JUacuteNIOR 2004) uma vez que estas se localizam em locais mais altos Enquanto que a

sobreposiccedilatildeo entre Mata Galeria e Brejo se deve ao fato deste uacuteltimo tipo de vegetaccedilatildeo

ocupar planiacutecies permanentemente encharcadas que frequumlentemente surge nas bordas

nas Matas de Galeria ou mesmo matas ciliares dos vales rasos da regiatildeo de Cerrado

(RIBEIRO WALTER 1998) A caracteriacutestica marcante desse tipo de ambiente eacute o

niacutevel da aacutegua sempre acima do solo embora haja variaccedilotildees durante o ano

Analisando a Figura 418 e a Tabela 428 observa-se que o eixo da Funccedilatildeo 1 discrimina

melhor os grupos vegetacionais A altitude foi a variaacutevel topograacutefica que apresentou

maior correlaccedilatildeo positiva com o eixo discriminante 1 assim a distribuiccedilatildeo dos escores

da Mata de Interfluacutevio possui os maiores valores de altitude

Tabela 428 ndash Matriz de correlaccedilatildeo das variaacuteveis geomorfomeacutetricas do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutela (PNB)

Funccedilatildeo 1 Funccedilatildeo 2

h 0 849666 0 286224

A 0 504311 0 010065

G 0 088693 0 799165

kv -0 044105 -0 365752

100

M Galeria Brejo MInterfluacutevio

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Funccedilatildeo 1 (95 )

Funccedilatildeo1= 0941455G+0457563A -0309162h+0073823 kv

-3

-2

-1

0

1

2

3

Funccedil

atildeo 2

(5

)

Figura 418 ndash Dispersatildeo das Funccedilotildees discriminantes das variaacuteveis topograacuteficas entre os grupos

vegetacionais do grupo Mata do Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

Diante do exposto podemos concluir que as variaacuteveis geomorfomeacutetricas podem predizer

os tipos vegetacionais de alguns grupos sendo a maioria destes confundidos entre si

uma vez que as diferenccedilas vegetacionais se devem mais agraves caracteriacutesticas pedoloacutegicas e

clima por exemplo

43 Processamentos experimentais

Diante da apreciaccedilatildeo dos dados e das anaacutelises discriminantes foram feitos

processamentos para verificaccedilatildeo da aplicabilidade de tais resultados ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo As Figuras 418 419 420 e 421 ilustram os produtos das classificaccedilotildees das

variaacuteveis geomorfomeacutetricas selecionadas realizadas atraveacutes de meacutetodos diversos

(Cluster Maacutexima Verossimilhanccedila e Fatiamento) bem como o mapa de vegetaccedilatildeo de

cada aacuterea em estudo Apesar da representaccedilatildeo de tais resultados na forma de mapas

(Figuras 419 a 434) eacute importante lembrar que estes satildeo exerciacutecios experimentais uma

101

vez que satildeo reconhecidas as fontes tradicionais de informaccedilatildeo para o mapeamento da

vegetaccedilatildeo

As classificaccedilotildees por Cluster MaxVer e Fatiamento bem como a classificaccedilatildeo por

Fatiamento das primeiras funccedilotildees discriminantes mostraram diferentes respostas

comparativamente aos mapas de vegetaccedilatildeo A avaliaccedilatildeo dos histogramas propiciou a

seleccedilatildeo do melhor conjunto de variaacuteveis topograacuteficas para alimentar algoritmos de

classificaccedilatildeo Esta seleccedilatildeo se baseou nas classes que se separavam mais claramente

entre si

As anaacutelises de histogramas para RPPNSA (Figura 45) mostraram notaacutevel separaccedilatildeo

entre as classes S_A e S_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo sendo a classe S_A coincidente

com a S_C S_D e parte predominante da S_H Esta uacuteltima classe se distinguiu das

demais por sua curvatura horizontal mostrando um caraacuteter convergente e curvatura

vertical cocircncava principalmente

Na MIA as anaacutelises (Figura 46) indicaram melhor distinccedilatildeo entre as classes I_A e I_B

atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo e curvatura vertical principalmente A classe I_C se

apresenta em situaccedilatildeo intermediaacuteria embora se mostre especialmente diferente da

classe I_B quando se observa a distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo seguida da curvatura vertical

Nesta aacuterea em especial os meacutetodos de elaboraccedilatildeo do mapa de referecircncia (segundo

Moreira M 2006 comunicaccedilatildeo pessoal) causam uma circularidade da informaccedilatildeo

topograacutefica neste estudo O traccedilado da Floresta de Platocirc Alto foi definido pelo

Fatiamento da altitude acima de 61 m Por sua vez a Floresta de Baixio foi delimitada

pelas aacutereas a menos de 50 m dos cursos drsquoaacutegua estes dispostos de acordo com o

mapeamento da hidrologia local a partir de mapas do IBGE

Para o PNCA a anaacutelise dos histogramas (Figura 47) mostrou a separaccedilatildeo entre as

classes A_B A_C A_D e A_F e entre A_G A_H e A_I atraveacutes das variaacuteveis elevaccedilatildeo

Esta uacuteltima combinaccedilatildeo entretanto natildeo gerou resultado satisfatoacuterio comparativamente

com a referecircncia (Figura 420) uma vez que natildeo abrange todo o intervalo de valores

possiacuteveis As demais variaacuteveis geomorfomeacutetricas apresentaram-se mais ou menos

homogecircneas para todas as classes A anaacutelise dos histogramas do PNB (Figura 48)

102

mostrou melhor separaccedilatildeo entre as classes B_F e B_I atraveacutes da variaacutevel elevaccedilatildeo

entretanto estas satildeo muito pequenas diante das demais sendo entatildeo excluiacutedas da anaacutelise

para alimentar a classificaccedilatildeo por Fatiamento As demais classes de modo geral quanto

a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal se diferenciaram mais visualmente

embora houvesse bastante confusatildeo entre estas feiccedilotildees

Diante do exposto foram selecionadas as variaacuteveis elevaccedilatildeo curvatura vertical e

curvatura horizontal para alimentar os algoritmos de classificaccedilatildeo das primeiras trecircs

aacutereas enquanto a elevaccedilatildeo a declividade e curvatura horizontal foram selecionadas para

o PNB

O uso da altitude para expansatildeo de observaccedilotildees pontuais tambeacutem eacute uma praacutetica inerente

aos mapas RADAM e seus derivados Aleacutem de sua contaminaccedilatildeo nos mapas a altitude

estaacute tambeacutem correlata agraves variaacuteveis morfomeacutetricas de acordo com a ordenaccedilatildeo

altitudinal ditada pelo padratildeo do terreno (VALERIANO et al 2006) Num exemplo

simples terrenos convexos nos topos e cocircncavos nos baixios de uma mesma vertente

Pode-se esperar devido a isso uma superestimativa da importacircncia dessa variaacutevel

quando aferida por estes mapas Nos mapas referentes a aacuterea da MIA (Figura 420 e

425) por exemplo percebe-se em funccedilatildeo de algumas diferenccedilas que (1) a base

altimeacutetrica usada no mapeamento da vegetaccedilatildeo na MIA difere dos dados SRTM (os

Fatiamentos natildeo coincidem integralmente) (2) a visualizaccedilatildeo dos dados SRTM permite

a percepccedilatildeo de drenagens que natildeo estavam representadas no mapa usado para

mapeamento da vegetaccedilatildeo (haacute mais afluentes nos dados topograacuteficos de Floresta de

Baixio) Tal situaccedilatildeo pode ser considerada uma regra embora menos expliacutecita do que

no caso acima em todo o mapeamento da vegetaccedilatildeo na Amazocircnia uma vez que

descendem dos dados RADAM cuja metodologia tem intenso aporte da informaccedilatildeo

topograacutefica

Por meio da interpretaccedilatildeo visual das classificaccedilotildees percebe-se na RPPNSA (Figura

420) que o meacutetodo de classificaccedilatildeo que gerou produto mais semelhante ao mapa

referecircncia foi o MaxVer (kappa=03439) principalmente pela extensatildeo e

posicionamento da classes Caatinga Florestada (S_F) Carrasco (S_G) e Mata Seca

(S_I) O Cluster apresenta o produto mais distante comparativamente ao mapa

103

referecircncia (kappa = 00443) especialmente no que se refere a abrangecircncia e o

posicionamento das classes (S_A) Caatinga Arboacutereo-arbustivae (S_B) Complexo

Arboacutereo Por outro lado embora o produto da classificaccedilatildeo por Fatiamento

(kappa=02662) mostre apenas trecircs zonas vegetacionais estas esboccedilam um resultado

mais coerente ao mapa referecircncia do que por Cluster A classificaccedilatildeo por MaxVer

tambeacutem foi o melhor resultado encontrado no PNB (kappa=01231) principalmente

pela extensatildeo e posicionamento da classes (B_B) Cerrado sensu strictu e (B_C) Campo

Cerrado

Figura 419 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio

natural de Serra das almas (RPPNSA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima

Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia

Classes de Vegetaccedilatildeo S_A (Caatinga Arboacuterea-arbustiva) S_B (Complexo Arboacutereo) S_C

(Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa) S_D (Complexo Arboacutereo-arbustivo) S_E (Caatinga

Arboacuterea) S_F (Caatinga Florestada) S_G (Carrasco) S_H (Complexo Galeria) e S_I

(Mata Seca)

104

Para o PNB o Cluster apresentou um produto muito diferente do mapa referecircncia

(kappa=-00079) natildeo apresentando nenhuma correspondecircncia com o mapa referecircncia

Em contrapartida a classificaccedilatildeo por Fatiamento mostra um produto mais coerente

(kappa=01067) mesmo apresentando apenas trecircs feiccedilotildees vegetacionais (Figura 421)

Em contrapartida o mapa gerado por Fatiamento foi o melhor produto encontrado para

MIA (Figura 420) e PNCA (Figura 421) em detrimento das demais classificaccedilotildees Para

a MIA por meio do Fatiamento (kappa=05556) a classe que apresentou maior

semelhanccedila com o mapa de vegetaccedilatildeo da aacuterea foi a classe I_A (Floresta de Baixio)

Entretanto as classificaccedilotildees por Cluster (kappa=04297) e MaxVer (kappa=04986)

tambeacutem produziram resultados visualmente bastante semelhantes ao mapa referecircncia

Figura 420 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu (MIA)

utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de

vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo I_A (Floresta de Baixio) I_B

(Floresta de Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

Finalmente para o PNCA o Fatiamento gerou produto comparaacutevel ao mapa referecircncia

(kappa=04104) principalmente pela extensatildeo e posicionamento das classes (A_B)

105

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras

(A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente e (A_D) Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente O Cluster (kappa=-00913) apresenta o

resultado mais discrepante comparativamente com a referecircncia natildeo havendo

correspondecircncia entre nenhuma das classes A classificaccedilatildeo por MaxVer tambeacutem mostra

pouca correspondecircncia com o mapa referecircncia (kappa=00958)

Figura 421 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila

(MaxVer) Fatiamento e Mapa de vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de

Vegetaccedilatildeo A_A (Floresta Ombroacutefila Aberta Terras Baixas com palmeiras) A_B

(Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva sem palmeiras)

A_C (Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente) A_D (Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente) A_E (Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas

Dossel uniforme) A_F (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

arbustiva) A_G (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva

com palmeiras) A_H (Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre -

herbaacutecea) A_I ( Savana Gramiacuteneo-Lenhosa sem floresta-de-galeria) e A_J (Savana

Parque sem floresta-de-galeria)

Considerando todas as aacutereas em conjunto observa-se que entre os meacutetodos de

classificaccedilatildeo o Cluster apresentou os piores produtos enquanto as classificaccedilotildees por

MaxVer e Fatiamento apresentaram os melhores resultados Pode-se no entanto

106

distinguir o Fatiamento como o meacutetodo de melhor resultado para aacutereas PCNA e MIA

da Amazocircnia e MaxVer para RPPNSA (Caatinga) e PNB (Cerrado)

Figura 422 ndash Classificaccedilotildees sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia (PNB)

utilizando meacutetodos de Cluster Maacutexima Verossimelhanccedila (MaxVer) Fatiamento e Mapa de

vegetaccedilatildeo usado como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo B_A (Mata Galeria) B_B

(Cerrado sensu strictu) B_C (Campo Cerrado) B_D (Campo Sujo) B_E (Campo Limpo)

B_F (Campo Limpo Uacutemido) B_G (Brejo) B_H (Mata de Interfluacutevio) B_I

(Reflorestamento) B_J (Campo Cerrado com Trembleacuteias) B_L ( Campo Limpo com

Murundum) e B_M (Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e

ldquocanela de emardquo

Quanto aos processamentos baseados nas anaacutelises discriminantes a geraccedilatildeo da imagem

da primeira funccedilatildeo discriminante de cada aacuterea permitiu a obtenccedilatildeo de uma classificaccedilatildeo

mais elaborada que as anteriores com melhores resultados gerais Os mapas de

vegetaccedilatildeo referecircncia apresentados neste ensaio satildeo produtos de reagrupamento de

classes de vegetaccedilatildeo feitos em funccedilatildeo da semelhanccedila entre suas estruturas

vegetacionais

107

A Figura 423 ilustra os mapas das funccedilotildees 1 e 2 e o Fatiamento da funccedilatildeo1 na aacuterea da

RPPNSA Eacute possiacutevel observar na funccedilatildeo 1 e 2 padrotildees comparaacuteveis agraves classes de

vegetaccedilatildeo Na funccedilatildeo 2 haacute um indicativo pronunciado do Complexo Galeria

principalmente devido agrave variaacutevel declividade que possui maior peso dentro de tal

funccedilatildeo sendo o Complexo Galeria caracteriacutestico de ambientes fluviais que nesta aacuterea

se apresentam encaixados portanto com declividades mais pronunciadas

Figura 423 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Reserva Particular do Patrimocircnio

Natural de Serra das Almas (RPPNS) e Mapa de vegetaccedilatildeo agrupada como referecircncia

Classes de Vegetaccedilatildeo Complexo arboacuterea arbustiva (Classes agrupadas Caatinga

Arboacutereo-arbustiva (S_A) Caatinga Herbaacuteceo-Lenhosa (S_C) Complexo Arboacutereo-

arbustivo(S_D)) Complexo Arboacutereo (Classes agrupadas Complexo Arboacutereo (S_B)

Caatinga Arboacuterea (S_E) Caatinga Florestada (S_F)) Carrasco Complexo Galeria e Mata

Seca

108

O Fatiamento feito a partir da funccedilatildeo 1 mostrou-se muito semelhante ao mapa de

vegetaccedilatildeo especialmente quanto agraves classes Complexo Arboacutereo-arbustivo e Mata Seca

Comparando o presente resultado com o resultado dos demais processamentos

experimentais realizados este mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da vegetaccedilatildeo

jaacute realizado A Figura 424 ilustra o resultado do Fatiamento das subfisionomias do

Complexo Arboacutereo na aacuterea da RPPNSA Para este caso o Fatiamento mostrou uma

certa confusatildeo entre as classes entretanto este resultado evidenciou algumas tendecircncias

das classes subfisionocircmicas superestimando a ocorrecircncia de Caatinga Florestada e

subestimando as demais classes

Figura 424 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Complexo Arboacutereo da Reserva

Particular do Patrimocircnio Natural de Serra das Almas (RPPNSA) e Mapa de vegetaccedilatildeo

como referecircncia Classes de Vegetaccedilatildeo do Complexo Arboacutereo Complexo Arboacutereo

Caatinga Arboacuterea e Caatinga Florestada

109

A MIA tambeacutem apresenta padrotildees vegetacionais indicados pelas funccedilotildees

discriminantes poreacutem o produto gerado foi de qualidade inferior aos outros

processamentos experimentais realizados para esta aacuterea (Figura 425) Percebe-se que a

Floresta de Platocirc Baixo com campinarana foi subestimada assim como a Floresta de

Platocirc Alto enquanto a Floresta de Baixio foi subestimada Pode-se considerar que para

esta aacuterea de estudo o meacutetodo de processamento mais aplicaacutevel ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo foi o Fatiamento baseado na anaacutelise dos histogramas cujo produto foi o mais

semelhante ao mapa referecircncia (Figura 420) Ressalta-se que apesar do exposto

considerando que no mapa referecircncia utilizado a classe floresta de baixio tenha sido

definida como uma faixa de 50m em cada lado da rede hidrograacutefica os resultados da

classificaccedilatildeo a partir do fatiamento ou da funccedilatildeo discriminante mostraram-se mais

condizentes com a realidade principalmente no que se refere agrave classe floresta de baixio

Figura 425 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Microbacia do Igarapeacute Asu

(MIA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia I_A (Floresta de Baixio) I_B (Floresta de

Platocirc Alto) e I_C (Floresta de Platocirc Baixo com campinarana)

110

No PNCA mostra que as feiccedilotildees vegetacionais satildeo observadas claramente (Figura 426)

nas funccedilotildees 1 e 2 Na funccedilatildeo 1 todas as classes satildeo distinguidas facilmente exceto a

classe Formaccedilotildees Pioneiras Assim o mapa obtido por Fatiamento da funccedilatildeo 1 mostrou

resultado satisfatoacuterio distinguindo a Floresta ombroacutefila densa e a Floresta Ombroacutefila

Aberta e Savana que embora se mostrem as duas primeiras se mostrem sutilmente

subestimadas e a uacuteltima superestimada evidenciam claramente as tendecircncias dos

diferentes tipos de vegetaccedilatildeo no terreno Comparativamente aos outros processamentos

experimentais este processamento mostrou-se o mais aplicaacutevel ao mapeamento da

vegetaccedilatildeo

Figura 426 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional dos Campos

Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Floresta

Ombroacutefila Aberta ( Floresta Ombroacutefila Aberta aluvial ( A_A) Floresta Ombroacutefila Aberta

de Terras Baixas com palmeiras (A_B)) Formaccedilotildees Pioneiras (Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva (A_F) Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia

fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras (A_G) Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea) (A_H)) Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta

Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente (A_C) Floresta Ombroacutefila Densa Terras

Baixas Dossel emergente (A_D) Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel

uniforme (A_E)) Savana (Savana Gramiacuteneo-Lenhosa (A_I) sem floresta-de-galeria

Savana Parque sem floresta-de-galeria (A_J))

111

Quanto agraves anaacutelises de suas subfisionomias observa-se que o resultado do Fatiamento

das Formaccedilotildees Pioneiras foi quase idecircntico ao do mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia exceto

pela ausecircncia da Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva

(Figura 427) Jaacute na Funccedilatildeo 1 foi possiacutevel perceber claramente um indicativo da classe

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras

aparecendo em tom mais escuro na imagem Funccedilatildeo 1 Para Floresta ombroacutefila densa os

resultados encontrados tambeacutem foram muito promissores

Figura 427 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para as Formaccedilotildees Pioneiras do Parque

Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva Formaccedilotildees Pioneiras

com influecircncia fluvial eou lacustre - arbustiva com palmeiras Formaccedilotildees Pioneiras com

influecircncia fluvial eou lacustre ndash herbaacutecea

A classe Floresta ombroacutefila densa com dossel emergente foi a que melhor se

assemelhou ao mapa de vegetaccedilatildeo enquanto as demais classes mostraram bons

resultados (Figura 428) Haacute de se considerar que a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras

Baixas com dossel emergente e a Floresta Ombroacutefila Densa das Terras Baixas com

dossel uniforme mostram certa diferenciaccedilatildeo entre o mapa gerado a partir da Funccedilatildeo

discriminante 1 e o mapa de vegetaccedilatildeo referecircncia

112

Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Floresta ombroacutefila densa do

Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos (PNCA) e Mapa de vegetaccedilatildeo como

referecircncia Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial Dossel emergente Floresta Ombroacutefila

Densa Terras Baixas Dossel emergente e Floresta Ombroacutefila Densa Terras Baixas Dossel

uniforme

No PNB soacute foi possiacutevel verificar algumas tendecircncias e o produto obtido natildeo foi

satisfatoacuterio como jaacute era esperado uma vez que se trata de uma aacuterea de relevo

homogecircneo de feiccedilotildees bastante discretas (Figura 428) Por outro lado as suas

subfisionomias apresentaram bons resultados comparaacuteveis aos seus respectivos mapas

de vegetaccedilatildeo de referecircncia No Campo Limpo exceto pela classe Campo Limpo Uacutemido

que foi superestimado no mapa gerado as demais classes mostraram-se bem

semelhantes ao mapa referecircncia tanto por sua extensatildeo quanto pelo seu posicionamento

(Figura 429) Na Mata o produto obtido foi quase idecircntico ao mapa de referecircncia isso

pode ser verificado especialmente pela classe Mata de Interfluacutevio Estes resultados

indicam que para este tipo de vegetaccedilatildeo Cerrado os processamentos natildeo se aplicam ao

mapeamento da vegetaccedilatildeo ao niacutevel de fitofisionomias podendo poreacutem ser aplicaacutevel as

suas subfisionomias (Figura 430) Diante disso foi possiacutevel se conseguir um

113

mapeamento satisfatoacuterio ateacute o niacutevel das subfisionomias para algumas aacutereas de estudo

sendo que para aacutereas com relevo semelhante ao do PNB o emprego deste meacutetodo deve

ser feito com mais cautela

Figura 428 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Parque Nacional de Brasiacutelia

(PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Classes agrupadas Mata (Mata Galeria

(B_A) Brejo (B_G) e Mata de Interfluacutevio (B_H)) Campo Cerrado (Campo Cerrado

(B_C) e Campo Cerrado com Trembleacuteias (B_J)) Campo Sujo (Campo Sujo (B_D) e

Campo Sujo com presenccedila de Lychnophora ericoides (amica) e ldquocanela de emardquo (B_M))

e Campo Limpo (Campo Limpo (B_E) Campo Limpo Uacutemido (B_F) e Campo Limpo

com Murundum (B_L)) e Cerrado sensu strictu

114

Figura 429 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para o Campo Limpo do Parque

Nacional de Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Campo Limpo Campo

Limpo Uacutemido e Campo Limpo com Murundum

115

Figura 430 ndash Imagens das Funccedilotildees discriminantes 1 e 2 Classificaccedilatildeo por Fatiamento da Funccedilatildeo

discriminante 1 sobre variaacuteveis geomorfomeacutetricas para a Mata do Parque Nacional de

Brasiacutelia (PNB) e Mapa de vegetaccedilatildeo como referecircncia Mata Galeria Brejo e Mata de

Interfluacutevio

116

117

5 CONCLUSOtildeES

O presente trabalho foi conduzido com o intuito de avaliar as variaacuteveis

geomorfomeacutetricas extraiacutedas de modelos digitais de elevaccedilatildeo do SRTM para

identificaccedilatildeo de tipos vegetacionais como subsiacutedio ao mapeamento da vegetaccedilatildeo A

partir dos resultados obtidos puderam-se assinalar as seguintes conclusotildees

a) As aacutereas diferiram em termos do potencial de utilizaccedilatildeo dos dados topograacuteficos

para o mapeamento da vegetaccedilatildeo de acordo com a variaccedilatildeo das condiccedilotildees

geomorfomeacutetricas e diferenciaccedilatildeo de escala e detalhamento dos mapas de

vegetaccedilatildeo referecircncia Embora a altitude tenha sido usada para a confecccedilatildeo de

parte dos mapas usados como referecircncia esta foi a mais importante para

discriminaccedilatildeo dos grupos vegetacionais em todas as aacutereas seguida da curvatura

vertical e da curvatura horizontal

b) As fitofisionomias se caracterizaram pelas suas preferecircncias (niacuteveis da

frequumlecircncia maacutexima ou moda) a determinadas condiccedilotildees topograacuteficas e natildeo

pelas faixas de amplitude que se mostraram sobrepostas em geral com

evidentes implicaccedilotildees no desenvolvimento futuro de meacutetodos de classificaccedilatildeo

com dados geomorfomeacutetricos Anaacutelises discriminantes fundamentada na

estatiacutestica de probabilidades apresentaram os melhores resultados gerais em

relaccedilatildeo aos demais meacutetodos testados (Fatiamento MaxVer e cluster)

c) As anaacutelises indicaram em cada aacuterea de estudo os grupos de classes que podem

ser separados mais facilmente em contraste a outros grupos que ocorrem sob

mesmas condiccedilotildees topograacuteficas Para a RPPNSA os grupo que mais se separam

satildeo Mata Seca e Complexo arbustivo arboacutereo Dentro da fisionomia Complexo

Arboacutereo as que mais se separam satildeo a Caatinga Arboacuterea e a Caatinga

Florestada Para a MIA satildeo as Floresta de Baixio e a Floresta de Platocirc Alto

Para o PNCA satildeo Formaccedilotildees Pioneiras e Floresta Ombroacutefila Densa no que se

refere agrave fisionomia Formaccedilotildees Pioneiras merece destaque a separaccedilatildeo entre

Formaccedilotildees Pioneiras com influecircncia fluvial eou lacustre ndash arbustiva com

118

palmeiras e Formaccedilotildees Pioneiras lacustre ndash herbaacutecea Para fisionomia Floresta

Ombroacutefila Densa destaca-se das demais a Floresta Ombroacutefila Densa Aluvial

Dossel emergente O PNB que natildeo teve uma boa distinccedilatildeo entre as suas

fisionomias tendo entretanto um resultado satisfatoacuterio na separaccedilatildeo de suas

subfisionomias especialmente dentro da fisionomia Mata a Mata de Interfluacutevio

e dentro do Campo Limpo o Campo Limpo Uacutemido

d) Embora os dados geomorfomeacutetricos tenham mostrado potencial indicativo das

classes de vegetaccedilatildeo estas puderam ser identificadas em um niacutevel aqueacutem do

detalhamento temaacutetico da maioria dos mapas em funccedilatildeo da co-ocorrecircncia de

classes com semelhantes estruturas vegetacionais Assim com base nas anaacutelises

discriminantes foi possiacutevel se mapear a vegetaccedilatildeo experimentalmente ateacute o

niacutevel de subfisionomias Os melhores resultados encontrados foram para a

RPPNSA e para o PNCA sendo bem mapeadas tambeacutem as subfisionomias

deste uacuteltimo O PNB apresentou resultados fracos no niacutevel de fitofisionomia

Entretanto as subfisionomias testadas dentro de fitofisionomias apresentaram

resultados satisfatoacuterios

119

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1 CD-ROM

VALERIANO MM KUPLICH TM STORINO M AMARAL BD MENDES

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  • PAacuteGINA DE ROSTO
  • FICHA CATALOGRAacuteFICA
  • BANCA EXAMINADORA
  • EPIacuteGRAFE
  • DEDICATOacuteRIA
  • AGRADECIMENTOS
  • RESUMO
  • ABSTRACT
  • SUMAacuteRIO
    • LISTA DE FIGURAS
    • LISTA DE TABELAS
    • LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
    • 1 INTRODUCcedilAtildeO
    • 2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
      • 21 Condicionantes topograacuteficos da paisagem
      • 22 Estudos das relaccedilotildees entre topografia e vegetaccedilatildeo
      • 23 SRTM
      • 24 Meacutetodos de classificaccedilatildeo de imagens
        • 241 Cluster
        • 242 Fatiamento
        • 243 Maacutexima Verossimilhanccedila (MaxVer)
          • 25 Anaacutelise Discriminante
          • 26 Dados de Vegetaccedilatildeo
            • 262 Bioma Amazocircnia
            • 261 Bioma Caatinga
              • 2621 Microbacia do Igarapeacute Asu
              • 2622 Parque Nacional dos Campos Amazocircnicos
                • 263 Bioma Cerrado
                    • 3 MATERIAL E MEacuteTODOS
                      • 31 Detalhamento do fluxo de trabalho
                      • 32 Recursos
                        • 321 As aacutereas de estudo
                        • 322 Dados de vegetaccedilatildeo
                        • 323 Dados topograacuteficos
                        • 324 Especificaccedilatildeo dos equipamentos utilizados
                          • 33 Procedimentos
                            • 331 Compatibilizaccedilatildeo e pareamento dos dados
                            • 332 Anaacutelise dos resultados
                            • 333 Processamentos experimentais
                                • 4 RESULTADOS E DISCUSSOtildeES
                                  • 41 Apreciaccedilatildeo dos dados
                                  • 42 Anaacutelises discriminantes
                                  • 43 Processamentos experimentais
                                    • 5 CONCLUSOtildeES
                                    • 6 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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