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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CÂMPUS DE PRESIDENTE MÉDICI DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PESCA CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA DAIANE DE OLIVEIRA ROCHA GEOTECNOLOGIAS APLICADAS À ESTRUTURAÇÃO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA DA PISCICULTURA NO ESTADO DE RONDÔNIA Presidente Médici, RO 2015

DAIANE DE OLIVEIRA ROCHA GEOTECNOLOGIAS … Daiane O..pdf · Estado de Rondônia em Relação a Malha Viária..... 36 6 Drenagem e pisciculturas na área de estudo, Rondônia, Brasil

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CÂMPUS DE PRESIDENTE MÉDICI

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PESCA CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA

DAIANE DE OLIVEIRA ROCHA

GEOTECNOLOGIAS APLICADAS À ESTRUTURAÇÃO DE UM

SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA DA PISCICULTURA NO

ESTADO DE RONDÔNIA

Presidente Médici, RO

2015

DAIANE DE OLIVEIRA ROCHA

GEOTECNOLOGIAS APLICADAS À ESTRUTURAÇÃO DE UM SISTEMA DE

INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA DA PISCICULTURA NO ESTADO DE RONDÔNIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia de Pesca da Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR, como requisito para a obtenção do título de Engenheiro de Pesca. Orientador (a): Prof. Me. Paulo de Tarso da Fonseca Albuquerque Co-orientador (a): Prof. Ms. Ricardo Henrique Bastos de Souza

Presidente Médici, RO

2015

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Biblioteca Setorial 07/UNIR

R672g Rocha, Daiane de Oliveira.

Geotecnologias aplicadas à estruturação de um sistema de informação geográfica da piscicultura no Estado de Rondônia/ Daiane de Oliveira Rocha. Presidente Médici – RO, 2015.

57 f. : il. ; + 1 CD-ROM Orientador: Prof. Me. Paulo de Tarso da Fonseca Albuquerque

Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia de Pesca) - Fundação Universidade Federal de Rondônia. Departamento de Engenharia de Pesca, Presidente Médici, 2015.

1. Banco de Dados. 2. Análises Espaciais. 3. Tecnologia da Informação. I. Fundação Universidade Federal de Rondônia. II. Albuquerque, Paulo de Tarso da Fonseca. III. Título.

CDU: 639

Bibliotecário-Documentalista: Jonatan Cândido, CRB15/732

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CÂMPUS DE PRESIDENTE MÉDICI

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PESCA CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA

DAIANE DE OLIVEIRA ROCHA

GEOTECNOLOGIAS APLICADAS À ESTRUTURAÇÃO DE UM SISTEMA DE

INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA DA PISCICULTURA NO ESTADO DE RONDÔNIA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi aprovado pela banca examinadora do curso de Graduação em Engenharia de Pesca constituída pelos seguintes docentes:

______________________________________________________________ Prof. Me. Paulo de Tarso da Fonseca Albuquerque

Orientador

______________________________________________________________ Prof. Dr. Alex Mota dos Santos

______________________________________________________________ Profª. Dr. Jucilene Cavali

Aprovado em: Presidente Médici - RO, 03 de julho de 2015.

Dedico este trabalho aos meus pais Zuleide Rocha e Valdeodete Rocha

Aos meus irmãos Daniel Rocha e Valdineia Rocha

Ao meu namorado Sergio C. Batista

A minha amiga Vanessa Bressan

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me capacitado em todos momentos, por me dar

sabedoria e paz no coração para vencer os obstáculos, sem ele nada seria.

Aos meus pais ZULEIDE GOMES DE OLIVEIRA ROCHA e VALDEODETE

GUILHERMINO ROCHA por me amparar em todas as circunstâncias da minha vida,

pelos seus ensinamentos, compreensão, apoio, paciência, oportunidade, por ter me

proporcionado a maiores heranças que poderiam ter deixado, o amor, estudo e a

educação, AMO VOCÊS.

Aos meus irmãos e posso dizer melhores amigos DANIEL OLIVEIRA e

VALDINEIA OLIVEIRA, pela paciência, companheirismo, afeto e união, por me

suportar todos esses anos, rsrsrs, admiro vocês e lhes desejo toda sorte de bênçãos.

Ao meu namorado SERGIO BATISTA pelo apoio, confiança, incentivo, por

sempre me fazer acreditar no meu potencial e capacidade.

A minha grande amiga e irmã VANESSA BRESSAN ROCHA, ops kkk, pela

amizade sincera, pelo apoio, conselhos, por tudo que passamos, espero que esta

amizade jamais se acabe, te desejo sucesso e um grande futuro.

A todos meus familiares que acreditaram em minha competência, vitória e no

meu sucesso.

Ao meu Orientador Prof. Paulo de Tarso da Fonseca Albuquerque, pela

oportunidade concedida, pela, confiança, colaboração, paciência, ensinamentos e

auxílio nos trabalhos que juntos desenvolvemos, além da amizade formada.

Ao meu Co-orientador, Prof. Ricardo Henrique Bastos de Souza, pelo apoio,

disponibilidade, calma, por não medir esforços em me ajudar neste Trabalho de

Conclusão de Curso e pela confiança.

Aos professores do Departamento de Engenharia de Pesca, que contribuíram

diretamente na minha formação, (Bruna Rafaela Pazdiora; Clodoaldo de Oliveira

Freitas; Eliane Silva Leite; Fernanda Bay; Igor David; Jucilene Cavali; Julia Myrian;

Juliana Huback; Maigon Pontuschka; Marlos Oliveira; Marcelo Ranzula; Rute

Bianchini Pontuschka; Ranieri Garcez; Rinaldo; Santina Rodrigues Santana; Yuri

Andrade), por sempre estar auxiliando, propagando os conhecimentos, pela troca de

experiências nestes cinco anos de graduação.

A prof. Santina, por ter contribuído no meu crescimento profissional, pela

oportunidade concedida, pelas experiências compartilhadas.

Ao professor Alex do Departamento de Engenharia Ambiental do Campus de

Ji-paraná, por sua fundamental participação na realização deste trabalho, pela

competência, colaboração e disponibilidade não medindo esforços em me ajudar.

Ao meu amigo Paulo Roberto Meloni Monteiro, pelo apoio e contribuição neste

trabalho.

A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam),

especialmente a Coordenadoria de Meio Físico destacando a Divisão de Recursos

Pesqueiros, por contribuir com a pesquisa e pelo aprendizado na área de gestão e

fiscalização do setor de piscicultura do Estado.

Aos “NAVEGANTES”, turma EPA 2010, pelos grandes laços de amizade , pelas

experiências adquiridas, pelos conhecimentos compartilhados, pelos momentos de

alegria proporcionados, levarei comigo todos as ocasiões vivenciadas. Como se diz:

foi maravilhoso enquanto durou, sei que tudo que é memorável nos deixa saudades,

espero partilhar grande momentos com vocês novamente, reencontrá-los e relembrar

as grandes experiências e momentos incríveis. Desejo sucesso na carreira

profissional de cada um, que Deus nos proteja e nos dê sabedoria, para que possamos

ser profissionais respeitados na sociedade, desempenhando nosso trabalho com

dignidade.

A Universidade Federal de Rondônia que me proporcionou a oportunidade de

cursar graduação em Engenharia de Pesca.

Aos técnicos, zeladores, vigilantes que colaboram durante os anos de

graduação.

Aos meus professores desde as séries iniciais ao nível médio, que me

incentivaram e contribuíram na minha formação.

A todos que me ajudaram de forma direta e indiretamente ao longo da minha

jornada.

Viver e não ter a vergonha de ser feliz,

cantar e cantar e cantar a beleza de ser

UM ETERNO APRENDIZ

...(Gonzaguinha).

RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso apresenta um Sistema de Informação Geográfica (SIG) das pisciculturas licenciadas no Estado de Rondônia, Amazônia Ocidental, entre o período de 1994 a 2013. A partir da estruturação do SIG realizaram-se análises espaciais de localização e distribuição das pisciculturas em relação a malha viária; a drenagem; as microrregiões do Estado e finalmente verificado a densidade. O procedimento metodológico consistiu na modelagem do Banco de Dados (BD), cujos dados foram obtidos na Secretaria de Desenvolvimento do Ambiental (SEDAM) que detém os dados das pisciculturas licenciadas do Estado e processados no software SPRING e ARCMAP, VERSÃO 10.2.1. Para estatística espacial aplicou-se o Estimador de Densidade por Kernel. Como principais resultados destaca-se o fato de que o SIG tornou rápido e fácil a busca por dados e informações sobre as pisciculturas estudadas. A maior densidade foi de 4937,64 pisciculturas por unidade de área na microrregião de Ji-Paraná, a qual está localizada na região central do Estado do Rondônia. No mapeamento temático as pisciculturas apresentaram algumas dependências espaciais, a primeira, estas dependem da principal via de acesso, BR 364; a segunda, o aglomerado de pisciculturas se arranja onde há maior disponibilidade de água, ou seja, dependem dos cursos d’água. Por conseguinte, o posicionamento e distribuição das pisciculturas acontecem nas três principais microrregiões, a de Ji-Paraná representando 40,30% das pisciculturas licenciadas, seguida pela microrregião de Cacoal com 16,02% e por último a microrregião de Ariquemes com 15,87%.

Palavras-Chave: Banco de Dados. Análises Espaciais. Tecnologia da Informação.

ABSTRACT

This completion of course work presents a Geographic Information System (GIS) from fish farms licensed in the State of Rondônia, Western Amazon, between the period de1994 to 2013. From the structure of GIS took place spatial analysis of location and distribution of fish farms in relation to road network; drainage; micro-regions of the state and finally checked the density. The methodological procedure consisted of modeling the database (DB), whose data was obtained from the Department of Development Environment (SEDAM) which holds the data of the licensed state fish farms and processed in SPRING and ArcGIS 9 software ARCMAP, VERSION 10.2.1. For spatial statistics applied the Density Kernel Estimator. The main results highlight the fact that the GIS made it quick and easy to search for data and information on the fish farms studied. The greater density of fish farms 4937.64 per unit area in the micro-Ji-Paraná, which is located in the central region of the State of Rondônia. Thematic mapping in fish farms showed some spatial dependencies, the first, these depend on the main access road, BR 364; the second, the fish farms cluster are arranged where there is greater availability of water, that is, depend on the waterways. Therefore, the placement and distribution of fish farms take place in three main micro-regions, the Ji-Paraná representing 40.30% of the licensed fish farms, followed by micro-Cacoal with 16.02% and finally the micro- Porto Velho with 15.87 %.

Keywords: Database. Spatial Analysis. Information Technology.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura Título Página

1 Imagem representativa do estado de Rondônia demonstrando as

sete bacias hidrográficas .............................................................

20

2 Localização da área de estudo, Rondônia região norte do Brasil 27

3 Variáveis visuais e os modos de implantação. ............................. 30

4 Aspectos do SIG digital sobre as pisciculturas e seu banco de

dados. ..........................................................................................

34

5 Posicionamento e Distribuição Espacial das Pisciculturas no

Estado de Rondônia em Relação a Malha Viária. ........................

36

6 Drenagem e pisciculturas na área de estudo, Rondônia, Brasil ... 38

7 Posicionamento e Distribuição Espacial das Pisciculturas no

Estado de Rondônia em relação as Microrregiões: de Porto

Velho; Guajará-Mirim; Ariquemes; Ji-Paraná; Alvorada do Oeste;

Cacoal; Colorado do Oeste e Vilhena. .........................................

41

8 Primeira fase do desenvolvimento da piscicultura no Estado de

Rondônia ......................................................................................

42

09 Segunda fase do desenvolvimento da piscicultura no Estado de

Rondônia ......................................................................................

43

10 Mapa do Estimador de Densidade por Kernel ............................. 46

LISTA DE TABELAS

Tabela Título Página

LISTA DE GRÁFICOS

1

Produção total, continental e marinha da aquicultura no Brasil

no ano de 2011................................................. ........................

19

2 Produções da aquicultura continental entre 2008 e 2010 na

Região Norte em suas respectivas Unidades da

Federativas............................................................................ ...

21

Gráfico Título Página

1 Crescimento anual de propriedades licenciadas entre 1994 a

2013. ......................................................................................

32

2 Quantidade de licenciamentos por Microrregiões do Estado

de Rondônia entre os anos de 1994 a 2013 ..........................

39

LISTA DE ABREVIATURAS

BD Banco de Dados

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

EMATER Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de

Rondônia

ESRI Instituto de Pesquisas em Sistemas Ambientais

FAO Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura

FEFA Fundo Emergencial de Febre Aftosa do Estado de Rondônia

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais;

MPA Ministério da Pesca e Aquicultura

SEAGRI Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Regularização

Fundiária

SEDAM Secretaria de Estado Desenvolvimento Ambiental

SEDES Secretaria de Estado do Desenvolvimento

SIG Sistemas de Informações Geográficas

SUFRAMA Superintendência da Zona Franca de Manaus

SPRING Sistema de Processamento de Informação Georreferenciada

SIRGAS Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

2 OBJETIVO ............................................................................................................. 16

3 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 17

3.1 AQUICULTURA NO BRASIL E NO MUNDO ...................................................... 17

3.2 AQUICULTURA EM RONDÔNIA ........................................................................ 19

3.3 GEOTECNOLOGIAS APLICADAS À ANÁLISE ESPACIAL ................................ 22

3.4 SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA ..................................................... 23

4 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 26

4.1 ÁREA DE ESTUDO ............................................................................................. 26

4.2 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 28

4.3 IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA .................... 28

4.4 MODELAGEM DO BANCO DE DADOS E DEFINIÇÕES DE VARIÁVEIS ......... 29

4.5 ELABORAÇÕES DE MAPAS TEMÁTICOS ........................................................ 30

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 32

5.1 O SIG DIGITAL E O BANCO DE DADOS ........................................................... 32

5.2 POSICIONAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DAS PISCICULTURAS NA ÁREA DE

ESTUDO ................................................................................................................... 35

5.3 POSICIONAMENTO E A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS PISCICULTURAS EM

RELAÇÃO A DRENAGEM ........................................................................................ 37

5.4 POSICIONAMENTO E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS PISCICULTURAS POR

MICRORREGIÕES ................................................................................................... 39

5.5. IRRADIAÇÃO DA PISCICULTURA NA ÁREA DE ESTUDO ............................. 42

5.6 ANÁLISES DA DENSIDADE DAS PISCICULTURAS ......................................... 45

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 47

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 48

APÊNDICE A ............................................................................................................ 53

14

1 INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos, o estado de Rondônia, por vezes chamado “Estado

Natural da Pecuária” FEFA/RO (2009), essencialmente voltado à bovinocultura.

Contudo, demonstra potencialidade no setor aquícola, que vem crescendo sob as

perspectivas do agronegócio e agricultura familiar, destacando-se como cluster

promissor, haja vista que também apresenta vocações climáticas, geológicas,

hidrológicas e edáficas adequadas ao pleno desenvolvimento da aquicultura.

De acordo com a Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA

(2003), a Amazônia Ocidental, devido às suas características naturais, é favorável à

exploração da piscicultura em sua quase totalidade. Ainda de acordo com a

SUFRAMA, em Rondônia, os municípios que apresentam condições mais favoráveis

à atividade no estado são: Porto Velho, Cacoal, Ariquemes, Ouro Preto do Oeste, Ji-

Paraná, Rolim de Moura e Pimenta Bueno. Tais áreas foram recomendadas devido

encontrar-se em proximidade às rodovias federais e estaduais e hidrovias. Entretanto,

de acordo com AVAULT (1996), a seleção de uma área para aquicultura depende de

da espécie a ser cultivada; de aspectos legais, sociais e culturais; de infraestrutura;

de requerimentos biofísicos e do sistema de cultivo a ser adotado, são fatores que

interligados entre si, são interdependentes.

Mesmo considerando as condições naturais favoráveis para o

desenvolvimento do setor da aquicultura no Estado, não se sabe ao certo quais foram

os principais fatores que incentivaram, deflagraram e direcionaram a expansão da

aquicultura em Rondônia. Nesse contexto, o uso de Sistemas de Informações

Geográficas (SIG1), surge como alternativa economicamente viável para gerar

informações referentes a piscicultura no Estado e até para indicar áreas com

potencialmente ao desenvolvimento dessa atividade econômica.

Conforme OLIVEIRA (2010) os sistemas de informação utilizados de maneira

correta trazem melhoria nos serviços realizados e oferecidos, melhoria nas tomadas

de decisões, devido às informações mais rápidas e precisas. Desta maneira, pode

contribuir para o preenchimento das lacunas existentes sobre a aquicultura do Estado

de Rondônia na literatura estadual e nacional, face à importância crescente deste

setor produtivo, visto que são poucos os estudos relacionado a piscicultura no Estado,

1 No decorrer deste trabalho, a sigla SIG será usada para referir aos Sistemas de Informações

Geográficas (do inglês Geographic Information System- GIS).

15

logo esta pesquisa fundamenta-se na questão de aprofundar os conhecimentos do

setor aquícola em Rondônia.

Assim, buscando colaborar na consolidação da gestão ambiental aquícola, em

especial na busca de alternativas para o processo de expansão da atividade. Além

disso, fornecendo subsídios ao zoneamento dos espaços públicos para implantação

de parques aquícolas, possibilitando um melhor direcionamento aos investimentos

nesta atividade econômica.

Segundo VIEIRA (2013), o SIG é uma ferramenta que pode ser ajustada a

diferentes esferas, do ensino, da pesquisa, da extensão, da economia, da fiscalização

e do desenvolvimento científico. Portanto o SIG fortalece o plano de atuação dos

órgãos fiscalizadores e gestores, através da geração de informações rápidas,

concisas e principalmente benéficas, garante uma estruturação de gestão

diferenciada. Além disso, melhora o processo de tomada de decisões pelos gestores.

Deste modo, é sensato que os resultados contribuirão para o conhecimento da

localização, padrões espaciais, de distribuição e densidade das pisciculturas no

Estado de Rondônia.

16

2 OBJETIVO

Realizar a estruturação do SIG, concentrando informações sobre as

pisciculturas em ambiente digital e realizar uma análise da espacialização da

piscicultura no estado de Rondônia.

17

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 AQUICULTURA NO BRASIL E NO MUNDO

Segundo Oliveira (2009) aquicultura é o cultivo de organismos majoritariamente

aquáticos, em qualquer etapa de seu desenvolvimento, e que compreenda um

ambiente confinado e controlado.

De acordo com Camargo & Pouey (2005) a aquicultura pode ser definida como

o cultivo dos seres que têm na água o seu principal ou mais frequente ambiente de

vida. O autor expõe que o cultivo controlado ou semi-controlado de animais aquáticos

pelo homem é uma atividade que teve início na China, há uns 4.000 anos

aproximadamente, com o monocultivo da carpa. Mas, antes disto, os chineses já

utilizavam as macroalgas marinhas como fonte de alimento. Pode-se perceber, então,

que o Oriente foi o berço da aquicultura, e não é por coincidência que hoje o continente

asiático é o maior produtor mundial de alimentos provenientes da água, sendo a China

responsável pela maior parcela dessa produção. Ainda segundo o autor a exploração

indiscriminada do estoque pesqueiro natural, aliado a crescente diferença entre a

quantidade de pescado capturado e a demanda de consumo, tornaram a aquicultura

uma das alternativas mais viáveis no mundo para produção de alimento, para

consumo humano de alto valor protéico.

Conforme a FAO (State ..., 2014) o pescado e os produtos pesqueiros

desempenham função essencial na seguridade alimentar e nas necessidades

nutricionais das pessoas. A oferta de peixes para consumo a nível global tem

aumentado de forma constante nas últimas cinco décadas com um ritmo anual médio

de 3,2 %, um valor que excede o crescimento da população mundial (1,6%). Como

implicação, a disponibilidade média per capita aumentou. O consumo aparente de

peixes per capita mundial registou um crescimento médio de 9,9 kg em 1960 para

17,0 kg na década de 2000 e 18,9 kg em 2010, apontando estimativas preliminares

para um aumento maior que 19,2 kg em 2012.

Segundo Cavalli & Hamilton (2009), nos últimos anos, a aquicultura tem sido

apontada como um dos caminhos mais eficientes para a redução do déficit entre a

demanda e a oferta de pescado no mercado mundial. Conforme Kubitza (2007) com

estabilização da produção pesqueira, a aquicultura tem como desafio atender o

aumento na demanda por pescado.

18

As estatísticas da FAO (State ..., 2014) indicam que, o crescimento da produção

mundial aquícola segue relativamente elevado graças ao aumento da demanda pelo

consumo de peixes. Ainda revela que a taxa média anual da produção aquícola teve

um acréscimo de 6,2 % no período de 2000 a 2012, apresentando um ritmo menor

comparado aos períodos de 1980 -1990 (10,8 %) e 1990-2000 (9,5 %). Entre 1980 e

2012 o volume da produção aquícola mundial cresceu a uma taxa média anual de 8,6

%. A produção mundial de peixes para consumo se duplicou com acréscimo de 32,4

milhões de toneladas em 2000 para 66,6 milhões de toneladas em 2012.

Conforme o Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura 2011 (MPA, 2013), a

China é o maior produtor aquícola mundial, com aproximadamente 47,8 milhões de

toneladas, a Indonésia e a Índia estão em segunda e terceira posição, com cerca de

6,3 milhões e 4,6 milhões de toneladas, concomitantemente. O Brasil ocupa a 17°

posição no ranking mundial registrando 479.399 toneladas em 2010. Em relação a

aquicultura nacional, esta exibiu expressivo crescimento nos últimos anos, passando

de 278 mil toneladas em 2003 para 415 mil em 2009, apresentando 35% de acréscimo

em menos de um ano. Já a produção da piscicultura alcançou 60,2% de crescimento

somente entre 2007 e 2009. Em conjunto, a aquicultura cresceu 43,8%, entre 2007 e

2009, tornando a produção de pescado a que mais desenvolveu no mercado nacional

de carnes no momento.

O Brasil é um país de dimensões continentais, é o quinto maior país do mundo,

possui 1,7% do território do globo terrestre e ocupa 47% da América do Sul. Além

disso, ocupa uma área de 8.514.876,599 km², 7.367 km de costa oceânica, 3,5

milhões de km2 de Zona Econômica Exclusiva e possui 5.563 municípios, localizados

em 26 estados, mais o Distrito Federal. Possui características regionais bastante

específicas no campo social, econômico e geográfico. Apresenta condições

extremamente propícias para impulsionar a sua produção aquícola, possui grande

disponibilidade de recursos hídricos, condições climáticas extremamente favoráveis,

a mão-de obra abundante e a crescente demanda por pescado no mercado interno

têm contribuído para impulsionar a atividade. Vale ressaltar, a potencialidade do país

é enorme e tem capacidade de se tornar um dos maiores produtores mundiais de

pescado (LOVSHIN 1998; MASUDA 2009; TIMPONE 2009; OSTRENSKY et al.,

2008).

Segundo o Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura 2011 (MPA, 2013), a

produção aquícola nacional em 2011 foi de 628.704,3 de toneladas (Tabela 1),

19

apresentando um acréscimo de 31,1% em analogia à produção de 2010.

Confrontando a produção contemporânea com a quantia produzida em 2009

(415.649,0 t), tornar-se claro o desenvolvimento do setor no país, com um aumento

de 51,2% na produção entre os anos de 2009 a 2011. A maior parcela da produção

aquícola é proveniente da aquicultura continental, na qual se destaca a piscicultura

continental representando 86,6% da produção absoluta nacional, MPA (2013).

Tabela 1 Produção total, continental e marinha da aquicultura no Brasil no ano de 2011.

AQUICULTURA 2011

Produção %

Total 628.704,3 100

Continental 544.490,0 86,6

Marinha 84.214,3 13,4

Fonte: Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura 2011(MPA, 2013).

Em referência a produção aquícola continental do país por regiões em 2011, o

maior produtor é a região Sul, com 153.674,5 toneladas de pescado, respondendo por

28,2% da produção nacional. Seguido pela região Nordeste, com 134.292,6

toneladas, representando 24,7 da produção. Em terceira posição a região Norte

representa 17,4 % da produção aquícola continental, com 94.578,0 toneladas de

pescado. As regiões Sudeste e Centro-Oeste procederam, respectivamente, com

15,9% e 13,8% de participação na produção total do país. Designando por Unidades

da Federação o Estado do Paraná foi o maior produtor, com 73.831,1 t, seguido pelos

estados, de Santa Catarina com 53.641,8 t e o Mato Grosso com 48.748,3 t, MPA

(2013).

3.2 AQUICULTURA EM RONDÔNIA

Conforme Souza Filho et al., (2007) o desenvolvimento da piscicultura no

Estado de Rondônia teve início por volta de 1980, com um crescimento rápido e

desordenado, embora tenha encontrado fatores que favoreceram seu crescimento e

continuidade como os recursos hídricos, clima e solo. Surgiu como alternativa de

renda para a população local. Uma atividade econômica a mais para melhorar as

condições de vida de famílias de produtores rurais sem perspectivas no agronegócio

20

Segundo relatório da SUFRAMA (2003) a produção por hectare de espelho

d’água era em média de 4 t/ha/ano. A área de produção era de aproximadamente 600

ha, e a estimativa da existência de 800 piscicultores no Estado.

De acordo com OLIVEIRA (2008), Rondônia proporciona extensa

potencialidade para o desenvolvimento sustentável da piscicultura, devido às

condições ambientais presentes na região, destacando a disponibilidade de água e

clima favorável. Entretanto, seu crescimento desordenado tem gerado preocupações,

com relação aos impactos ambientais, sociais e econômicos. Com isso, são vários os

aspectos a serem conhecidos para se estabelecer métodos que possibilitem o

equilíbrio das interfaces econômicas, sociais e ambientais da piscicultura no Estado.

Segundo Xavier (2013) a aquicultura, tem se tornado uma extraordinária

atividade rural no Estado de Rondônia, aliada as condições climáticas e a alta

disponibilidade de água que asseguram as sete bacias hidrográficas existentes,

colocam o Estado em destaque na produção aquícola brasileira (Figura 1).

Fonte: (SEDAM, 2013)

Figura 1 Imagem representativa do estado de Rondônia demonstrando as sete bacias hidrográficas

21

Algumas informações apontam o crescimento da aquicultura no Estado nos

últimos anos. Dados do MPA (2012), exibe o Estado de Rondônia com a produção

total da piscicultura no ano de 2008 com 6.836,5 toneladas anuais; 2009 com 8.178,1t;

2010 apresentou 9.490,6t em 2011 foram 12.098,9t, respectivamente (Tabela 2).

Tabela 2 Produções da aquicultura continental entre 2008 e 2010 na Região Norte em suas respectivas Unidades da Federativas.

Região Norte e Unidades

Federativas

Produção (t)

2008 2009 2010 2011

Brasil 282.008,1 337.353,0 394.340,0 544.490,0

Norte 29.912,0 35.782,3 41.581,1 94.578,0

Acre 2.956,1 3.536,2 4.108,7 5.988,3

Amazonas 8.555,6 10.234,7 11.892,2 27.604,2

Amapá 545,6 652,7 757,8 1.032,0

Pará 3.071,2 3.673,9 4.286,4 10.279,8

Rondônia 6.836,5 8.178,1 9.490,6 12.098,9

Roraima 2.927,9 3.502,5 4.067,9 25.162,9

Tocantins 5.019,1 6.004,1 6.977,5 12.411,8

Fonte: (MPA, 2012; 2013)

Conforme a SEDAM (2014), atualmente Rondônia tem se destacado na

produção de peixes em águas continentais, contando com 3250 propriedades

licenciadas, cultivando 10.805 hectares de lâmina de água doce e com uma produção

estimada em 64.833 toneladas de pescados por ano. O sistema de produção mais

utilizado é o intensivo com a média de 6 a 10 toneladas de pescado por hectare, ao

ano, em tanques escavados, sendo que 80% das espécies cultivadas correspondem

à produção de Tambaqui (Colossoma macropommum) e Pirarucu (Arapaima gigas),

Oliveira (2008) ressalta que a espécie Colossoma macropommum devido suas

características biológicas: rusticidade, facilidade de reprodução em laboratório, ótimo

crescimento em cativeiro, além da boa aceitação no mercado fez desta espécie a mais

utilizada na piscicultura local. Atrelado a isto, a espécie Arapaima gigas apresenta

uma carne de alta qualidade, desprovida de espinhos, com baixo índice de gordura,

de alto valor comercial, tem crescimento rápido na primeira fase podendo alcançar 10

22

kg no primeiro ano de vida, além da sua capacidade de realizar respiração aérea,

tornam o cultivo deste peixe muito atrativo (ONO et al., 2004).

Com o crescimento explosivo da piscicultura no Estado, surge a preocupação

em obter o conhecimento deste setor produtivo, que se torna fundamental na tomada

de medidas de ordenação e manejo da aquicultura no Estado. Haja visto que

informações disponíveis sobre as pisciculturas do Estado ainda são limitadas, desta

forma necessita-se de informações oficiais e precisas no tocante ao processo de

expansão dessa atividade produtiva, que hoje se destaca entre as suas três principais

atividades agroeconômicas (MPA, 2013).

3.3 GEOTECNOLOGIAS APLICADAS À ANÁLISE ESPACIAL

Segundo Camara et.al. (2001) as geotecnologias referem-se a ciência da

informação que emprega procedimentos matemáticos e computacionais para o

tratamento da informação geográfica e que vem influenciando de modo crescente os

campos da Cartografia, Análise de Recursos Naturais, Transportes, Comunicações,

Planejamento Urbano e Regional, entre outros. São exemplos de Geotecnologias

espaciais os Sistemas de Informações Geográficas (SIG), a Cartografia Digital, o

Sensoriamento Remoto e o Sistema de Posicionamento Global.

Conforme Tôsto et al (2014), os principais usuários das geotecnologias são os

variados segmentos da sociedade como: instituições de pesquisa, ensino,

desenvolvimento e extensão. Na esfera governamental (federal, estadual e municipal),

os ministérios, órgãos e agências reguladoras, empresas públicas, institutos e centros

de pesquisa, prefeituras municipais e secretarias de Estado e de municípios são os

maiores usufrutuários. Outro segmento importante é representado pelas empresas e

por profissionais liberais, além das associações, cooperativas, sindicatos,

organizações não governamentais e bancos públicos e privados.

As geotecnologias permitem retratar a dinâmica de uso da terra e a ocupação

do território. A visão geoespacial sobre os recursos naturais e as atividades humanas

pode apoiar a compreensão de processos como expansão, retração, transição e

intensificação da agricultura e outros setores (TÔSTO et al., 2014).

23

3.4 SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Conforme Lewis (1990), um Sistema de Informação Geográfica é definido como

um sistema de gerenciamento de banco de dados computacional para capturar,

armazenar, recuperar, analisar e visualizar dados espaciais.

De acordo com Camara et.al (1996) as ferramentas computacionais para

Geoprocessamento, chamadas de Sistemas de Informação Geográfica (SIG), são

sistemas automatizados usados para armazenar, analisar e manusear dados

geográficos.

Conforme Pestana (2001), ao definir um SIG compara este aos sistemas de

informação, afirmando que tais sistemas são considerados como uma classe especial

de sistemas de informação criado para modelar aspectos do mundo real (inseridos

num espaço geográfico), normalmente com diferentes graus de dependência e

relacionados com questões que surgem no domínio da atividade humana.

Segundo Davis Júnior (2000), caracterizou o SIG como ferramentas projetadas

para coletar, manipular e apresentar grandes volumes de dados espaciais. Já Soares

(2002), define SIG de maneira mais geral, afirmando que são sistemas

computacionais que utilizam dados que contenham referências geográficas. Silva

(2003) destaca que o SIG tem como característica principal a capacidade de integrar

e transformar dados espaciais.

Conforme Ribeiro (2005), os sistemas computacionais espacializados, ou seja,

o SIG, tem como finalidades adquirir, arranjar, transformar e originar resultados,

manuseando normalmente amplo volume de dados complexos espaciais (como, por

exemplo, mapas e imagens de satélite), não espaciais (dados alfanuméricos)

provenientes de estudos de fenômenos geográficos, com relacionamentos temporais,

e também possui recursos para a descrição de suas características geométricas e

topológicas.

Segundo Smith et. al. (2015) o primeiro Sistema de Informação Geográfica

surgiu no Canadá na década de 60, por Roger Tomlinson e colegas, como parte de

um esforço governamental para criar um inventário de recursos naturais. Como eram

sistemas difíceis de usar, exigia mão de obra altamente especializada, os

computadores necessários eram caríssimos, desta forma, exigia muito dinheiro, além

de não ter soluções comerciais na época.

24

Conforme Camara et.al. (2001), nos anos 70 ocorreu a invenção de novos e

mais acessíveis recursos de hardware, tornando viável o desenvolvimento de

sistemas comerciais, alavancando este setor científico. Os anos 80 marcaram um

período de rápido crescimento da tecnologia de sistemas de informação geográfica

que perdura até os dias de hoje, foi a década ao qual ocorreram a popularização e

barateamento das estações de trabalho gráficas, além do surgimento e evolução dos

computadores pessoais e dos sistemas gerenciadores de bancos de dados

relacionais, contribuindo para uma grande difusão do uso do SIG.

Ainda conforme Camara et.al. (2001), na década de 90 ressaltar se um amplo

crescimento do ritmo de inserção do SIG nas organizações, continuamente

alavancado pelos custos decrescentes do hardware e do software, além disso pelo

surgimento de opções menos custosas para a construção de bases de dados

geográficas.

De acordo com Smith et. al. (2015) o sucesso do SIG como uma atividade tem

sido impulsionado por suas aplicações na resolução de problemas do mundo real.

Em relação aos programas computacionais caracterizados como SIG é

provável encontrar vários deles, dos quais se destaca o Sistema de Processamento

de Informação Georreferenciada (SPRING) (CÂMARA et al., 1996b), disponibilizado

gratuitamente pelo governo brasileiro através do Instituto Nacional de Pesquisas

Espaciais (INPE); o GvSIG, disponibilizado gratuitamente pela Universidade de

Valência na Espanha e o ARCGIS, disponibilizado com custos pelo site da ESRI.

Para Smith et al. (2015) o software SIG e a ferramenta de análise que qualquer

um opte por utilizá-la, seja um indivíduo, grupo ou pessoa coletiva, irá depender do

fim a que se empregará.

Segundo Camara et al. (2001), o Brasil apresenta grande carência de

conhecimentos adequados para a tomada de decisões referentes aos problemas,

sociais, ambientais, urbanos e rurais. O Geoprocessamento proporciona um admirável

potencial para auxiliar neste cenário, especialmente se fundamentado em tecnologias

de custo relativamente baixo, em que o conhecimento seja adquirido localmente.

Na aquicultura, o uso da geotecnologia vem sendo utilizado como ferramenta

para a identificação de áreas favoráveis para a atividade. Como feito por Völcker &

Scott (2008), ao qual utilizou o SIG e o sensoriamento remoto para a determinação do

potencial da aquicultura no baixo São João, no Rio de Janeiro.

25

Farias et al. (2010), avaliou o emprego de técnicas de inferência geográfica em

SIG na implicação de áreas propícias ao cultivo de algas para a região costeira de

Amontada, Estado do Ceará. Freitas et al. (2015), empregando técnicas de

Sensoriamento Remoto, realizou estudo com a finalidade de determinar áreas

promissoras para o desenvolvimento da carcinicultura marinha em viveiros

escavados, na região do baixo estuário da Laguna dos Patos, em São José do Norte,

Rio Grande do Sul.

Outra aplicação importante é a de geoespacialização da atividade, com a

confecção de mapas temáticos, o que nos permite, identificar as principais áreas de

concentração ou não da aquicultura, bem como os motivos que fortaleceram a

atividade em cada região. Tornando essa acessível e imprescindível para nortear as

tomadas de decisão.

Contudo, através desta pesquisa pioneira em utilizar as tecnologias da

informação, o SIG, no setor da piscicultura em Rondônia, podem contribuir por sua

vez, no descobrimento do processo de evolução em espaço temporal da aquicultura

ao longo dos anos de criação e desenvolvimento do Estado de Rondônia, colaborando

nas decisões e medidas a serem adotadas no ordenamento da aquicultura, auxiliando

na administração deste setor produtivo.

26

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 ÁREA DE ESTUDO

A área estudada é o Estado de Rondônia (Figura 2), localizado na região norte

do país, tem como fronteiras os estados do Mato Grosso, a leste; Amazonas, ao norte;

Acre, a oeste e a República da Bolívia a oeste e sul. O Estado possui uma extensão

territorial de 237.590,543 km², é constituído por 52 municípios, conta com uma

população estimada de 1 748 531 milhões de habitantes e uma densidade

demográfica de 6,58 hab/km² (IBGE,2014).

O clima predominante é o tropical úmido, a pluviosidade varia de 1.900mm, no

sul, a 2.500mm, no norte. A temperatura mantém-se elevada durante todo o

transcorrer do ano, com médias anuais superiores a 26°C. Cerca de 66% da superfície

do território encontra-se entre 100 e 300m de altitude, 30% entre 300 e 800m e 4%

abaixo de 100 m (BARSA,v.12).

A principal via de entrada de insumos (ração, fertilizantes, cal) e de escoamento

da produção aquícola é a BR 364, que corta o estado desde a divisa com o Mato

Grosso até a divisa com o Acre. A hidrovia principal é a do Rio Madeira, maior afluente

do rio Amazonas, essencial à entrada e saída de produtos no Estado, é utilizada para

o escoamento da Zona Franca de Manaus e para o abastecimento da capital

amazonense, fundamental no desenvolvimento econômico do estado. O segundo

sistema hídrico em importância no Estado é formado pelo Rio Ji-Paraná (Machado) e

seus afluentes e drena boa parte da região oriental, desembocando no Rio Madeira

no extremo norte do Estado (SEADE, 2004).

Segundo Rosa (2011), 95% da produção de pescado na região de Ariquemes

é enviada para o Estado do Amazonas, sobre a qual, para a saída do produto a

utilização dessa hidrovia é imprescindível.

27

Figura 2. Localização da área de estudo, Rondônia região norte do Brasil

28

4.2 COLETA DE DADOS

Segundo Mattar (1999) as fontes de dados podem ser primárias e secundárias.

As fontes primárias de dados são aquelas obtidas diretamente junto aos portadores

dos mesmos. As fontes secundárias contêm informações que já foram coletados,

tabulados e analisados. São constituídas por informações disponíveis para consulta,

levantamentos bibliográficos, estatísticas e pesquisas.

Os dados referentes à piscicultura no estado de Rondônia foram provenientes

de fontes secundárias. Para tal, a obtenção dos dados, ocorreu em janeiro de 2014,

na SEDAM/RO, especificamente na Divisão de Recursos Pesqueiros, que detém

dados correspondentes aos processos de licenciamento ambiental para piscicultura

de todos os municípios do estado.

Os dados adquiridos são referentes aos anos de 1994 a 2013, que corresponde

ao primeiro licenciamento para a atividade de piscicultura no Estado até dezembro de

2013. Pode-se especificar características que traçam o perfil do estado em relação a

irradiação do setor aquícola, tornando possível diagnosticar fatores como: distribuição

das pisciculturas licenciadas por municípios, por ano, verificar as espécies cultivadas,

a área alagada, obter a estimativa de produção e as coordenadas geográficas de cada

empreendimento.

4.3 IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Para a análise e processamento dos dados foram utilizados dois softwares: o

ARCMAP, VERSÃO 10.2.1, disponível gratuitamente na versão para estudante pela

ESRI e o Software SPRING que é disponível gratuitamente no site INPE.

A metodologia adotada para a estruturação do SIG foi aquela proposta por

CÂMARA (1993) apud Santos et al. (2005) e é dividida em três grandes fases:

Modelagem do Mundo Real, Criação do Banco de Dados e Operação, conforme

também adotada por Vieira (2013), na estruturação de um SIG das olericulturas no

município de Ji-paraná.

Desta forma, os dados obtidos da SEDAM foram espacializados em SIG e

através de ferramentas de análises espaciais realizou-se a integração com a base de

dados geográficos de Rondônia, utilizando como Datum Horizontal, o SIRGAS 2000.

29

4.4 MODELAGEM DO BANCO DE DADOS E DEFINIÇÕES DE VARIÁVEIS

A Modelagem Conceitual do Banco de Dados (BD) e as definições das variáveis

da tabela de atributos foi condicionada pelas necessidades da SEDAM. Nesta fase

distinguiram-se os alvos caracterizados em visão de objeto: pisciculturas, área

alagada, hidrografia, malha viária e limite municipal; as Classes Convencionais, ano

de implantação, endereço, espécie cultivadas, estimativa de produção e responsáveis

pelo projeto. Como referido, a definição destas classes ocorreu mediante observação

das necessidades da SEDAM. Segundo Vieira (2013) cada campo da tabela possui

atributos que são, no SPRING, classificados em quatro tipos: Inteiro, Real, Data e

Texto. Estes elementos do BD limitam e restringem possíveis erros.

Cada variável possui sua finalidade dentro do banco de dados, na qual estão

especificados abaixo:

ANO: refere-se ao ano em que iniciou o processo de licenciamento ambiental para

atividade de piscicultura em determinada propriedade;

NOME: diz respeito ao proprietário responsável pela propriedade, está descrito no

BD pelo nome físico ou pela razão social para pessoa jurídica, ao qual tem o

encargo de resolver as questões legais que lhe for imposto;

ENDEREÇO: menciona a localização da propriedade (setor, linha, gleba);

MUNICÍPIO: refere-se ao município a que pertence a propriedade em

licenciamento;

ESPÉCIE: refere-se a espécie que foi descrita no projeto, na qual é determinada

no licenciamento, que será cultivada na propriedade;

COORDENADAS GEOGRÁFICAS: são as coordenadas das propriedades

licenciadas que são coletadas pela SEDAM, quando são realizadas as vistorias a

propriedade. No SIG, Coordenadas Geográficas está representada como “COORD

GEOG”

X e Y: como as coordenadas coletadas pela SEDAM estavam em latitude e

longitude, o programa utilizado para processar os dados não aceitou neste

formato, deste modo, foi preciso transformar todas as coordenadas que estavam

em latitude e longitude para UTM;

AREA ALAGADA: Refere-se a medida da área destinada a piscicultura em cada

propriedade, ou seja, dimensão em hectares (ha) ocupada pela piscicultura. Serve

como base para realizar a estimativa de produção, que em média são usados de

30

6 a 10 toneladas de pescado por hectare isto, dependendo da quantidade de

peixes que será adicionado no viveiro, é usado no sistema intensivo em tanques

escavados (SEDAM, 2014). No SIG a Área Alagada está representada por “AREA

ALAGA”;

ESTIMATIVA DE PRODUÇÃO EM TONELADAS/ANO: refere-se a estimação que

é realizada, levando em conta a capacidade de produção da área alagada da

propriedade, conforme o sistema de cultivo adotado. No SIG a Estimativa de

Produção em Toneladas/Ano está representada por “PRODUCAO”.

4.5 ELABORAÇÕES DE MAPAS TEMÁTICOS

Após os dados estarem no BD foram estruturados mapas temáticos valendo-

se de regras de Semiologia Gráfica. De acordo com Archela (2001) a Semiologia

Gráfica pode ser compreendida como um conjunto de diretrizes que norteiam a

elaboração de mapas temáticos com o uso de símbolos caracterizadores da

informação.

Para Le Sann (2005) a consideração às relações existentes entre os dados de

uma mesma informação compõe a base conceitual da semiologia gráfica. Desta

forma, uma informação deverá ser interpretada por intermédio de uma variável visual

(cor, forma, valor e tamanho). Estas variáveis visuais podem ser utilizadas em pontos,

linhas ou áreas (zonas). Assim, os modos de implantação da Semiologia Gráfica

podem ser designados de: pontual, linear ou zonal (Figura 3).

Fonte: BERTIN, 1967, p.66.

Figura 3. Variáveis visuais e os modos de implantação.

31

Deste modo, neste trabalho, as pisciculturas serão representadas por pontos,

os rios, limites e vias serão representados por linhas, já as densidades e quaisquer

informações, ocupando uma área será representados por zonas

32

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O estado de Rondônia contava até, dezembro de 2013, com 3.290 pisciculturas

oficialmente registradas na SEDAM (Figura 4). O primeiro licenciamento ambiental

para atividade de piscicultura ocorreu no ano de 1994, no município de Pimenta

Bueno, localizado no cone sul do Estado. Seguido pelo município de Vilhena,

localizado ao extremo sul, em 1995. Portanto, pode-se dizer que a piscicultura no

estado de Rondônia foi irradiada a partir do interior. A partir daí registrou-se tímidos

aumentos do número de expedições de licenças ambientais nos primeiros anos e

somente a partir do ano 2000 houve um aumento significativo de tais emissões.

O aumento no número de pisciculturas licenciadas até 2012 foi crescente,

apresentando 1336 processos de licenciamento, que pode ser atribuído a inserção de

políticas públicas e legislações correlatas ao setor, consequentemente refletiu no

aumento das regularizações. Porém, em 2013 apresentou um decréscimo de 43 %

em relação ao ano anterior, registrando 569 processos de licenciamento ambiental

para piscicultura. A diminuição no número das ocorrências deste procedimento de

regularização aplica-se a redução das propriedades que antes exerciam a atividade

piscícola de forma irregular.

Fonte: Elaborado pela autora, 2015

Gráfico 1. Crescimento anual de propriedades licenciadas entre 1994 a 2013.

1 1 1 2 10 12 3 4 6 31 31 43 95179

353

609

1336

569

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

33

5.1 O SIG DIGITAL E O BANCO DE DADOS

Após o tratamento dos dados das 3290 pisciculturas, apenas 2578 pisciculturas

foram selecionadas no Banco de Dados, devido as demais se encontrarem com

ausência de coordenadas geográficas fator primordial na análise e/ou serem

coletadas de forma incorreta, ao qual quando adicionadas no software utilizado, estas

estavam localizadas fora do Estado de Rondônia. As 712 ( setessentos e doze)

pisciculturas que não foram inseridas no BD, poderão ser adicicionadas

posteriormente, devido o BD possuir flexibilidade a manipulação, como já citado, pode

ser alterado, aumentado e editada de forma ágil e segura, bastando para tanto coletar

novamente as coordenadas e inseri-las no Banco de Dados.

O SIG é o resultado fundamental deste estudo e responde de maneira

satisfatória aos objetivos propostos. Entretanto, por se tratar de um banco de dados

digital não é possível apresentá-lo impresso. Assim, demonstramos um print do SIG,

concluído e pronto, para a realização de análises espaciais (Figura 5). Observa-se a

interface do ARCGIS composta da barra de menu com ícones que permitem a

interação dos usuários com o BD apresentado na forma tabular. Ao lado esquerdo,

nota-se o painel de controles que possibilita ativar/desativar os planos de informação

destacados neste trabalho. Ao lado direito, nota-se o produto do processamento e

aperfeiçoamento dos dados, a informação, sobre a qual está sendo transmitida

através da construção do mapa temático. Para tal, o uso dos símbolos

caracterizadores da informação foi fundamental

34

Figura 4 Aspectos do SIG digital sobre as pisciculturas e seu banco de dados.

35

5.2 POSICIONAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DAS PISCICULTURAS NA ÁREA DE

ESTUDO

Quanto ao posicionamento e distribuição espacial das pisciculturas na área

de estudo em relação à malha viária, observam-se algumas características na

acomodação espacial das pisciculturas. A primeira, é que a maioria das pisciculturas

estão localizadas próximas a BR 364 e rodovias, caracterizando uma dependência

espacial. O segundo, é a grande quantidade de pisciculturas demasiadamente

próximas compondo um aglomerado espacial, demonstrando as regiões onde esta

atividade mais se desenvolveu durante a década de 90 e nos anos 2000 (Figura 6).

A BR 364 juntamente com as rodovias de acesso, propicia a acessibilidade

no escoamento do produto, facilidade de acesso, contribui no custo benefício e na

logística da produção. Outros fatores que podem contribuir para este comportamento

é a característica do produto, o pescado é um dos alimentos mais perecíveis e, por

isso, necessita de cuidados adequados desde que é capturado fresco até chegar ao

consumidor ou a indústria transformadora, ressalvando que cidades mais populosas

do Estado encontra-se localizadas no eixo da BR 364. O intervalo de tempo determina

a intensidade com que se apresentam as alterações enzimáticas, oxidativas e/ou

bacterianas PEREDA et al. (2005). Desta maneira, quando cultivados em locais de

difícil acesso, em estradas vicinais deficientes, associada às condições desfavoráveis

de transporte, podem ocasionar perdas do produto e elevados custos.

O trabalho de VIEIRA (2013), realizado com olericulturas no município de Ji-

Paraná, também demonstrou a dependência deste tipo de atividade com a malha

viária, mostrando a importância do acesso ao pleno desenvolvimento do setor.

Portanto, pode-se dizer que as vias de acesso influência diretamente na distribuição

espacial e na economia das pisciculturas, contribuindo no custo benefício da

produção.

36

Figura 5 Posicionamento e Distribuição Espacial das Pisciculturas no Estado de Rondônia em Relação a Malha Viária.

37

5.3 POSICIONAMENTO E A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS PISCICULTURAS EM

RELAÇÃO A DRENAGEM

O Estado de Rondônia é privilegiado no quesito disponibilidade de recursos

hídricos, o que é indispensável para a piscicultura, além do clima favorável e áreas

propícias a implantação da atividade. Desta forma, o diagnóstico da distribuição

espacial e o posicionamento das pisciculturas em analogia à drenagem também foi

alvo de análise (Figura 7).

Pôde-se perceber que a formação do aglomerado de pisciculturas na região

encontra-se onde há maior disponibilidade de recursos hídricos, em comparação as

demais áreas do estudo onde não há grande incidência desta atividade. Observou-se,

conforme destaques no mapa, a dependência espacial referente aos cursos de água,

que servem de fonte de abastecimento ao cultivo de peixes.

Conforme observamos na análise espacial, pode-se afirmar que a escolha do

local para implantação da piscicultura sobreveio em função da abundância de rios e

igarapés que são fundamentais no fornecimento de água para a atividade, devido ser

um fator imprescindível no desenvolvimento do setor.

38

Figura 6 Drenagem e pisciculturas na área de estudo, Rondônia, Brasil

39

5.4 POSICIONAMENTO E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS PISCICULTURAS POR

MICRORREGIÕES

O posicionamento e distribuição espacial das pisciculturas na área de estudo

em relação as microrregiões do Estado também foi alvo de análise. Com isso, pode-

se perceber, em ordem decrescente, que a microrregião de Ji-Paraná foi a mais

representativa com 40,30% das propriedades licenciadas, seguida pela microrregião

de Cacoal com 16,02%; Ariquemes com 15,87% e assim consecutivamente, Porto

Velho 12,37%; Alvorada do Oeste 4,58%; Vilhena 4,54; Guajará-Mirim 3,72% e

Colorado do Oeste com 2,60% (Figura 8).

Conforme citado no decorrer do trabalho, de acordo com a SUFRAMA (2003)

os municípios que apresentam qualidades mais cômodas à atividade no estado, são:

Porto Velho, Cacoal, Ariquemes, Ouro Preto do Oeste, Ji-Paraná, Rolim de Moura e

Pimenta Bueno, devido estar em proximidade às rodovias federais e estaduais, e

hidrovias.

Entretanto, segundo AVAULT (1996), a seleção de uma área para aquicultura

depende de da espécie a ser cultivada; de aspectos legais, sociais e culturais; de

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

45,00

0

200

400

600

800

1000

1200

QUANTIDADE LICENCIAMENTOS %

Gráfico 2. Quantidade de licenciamentos por Microrregiões do Estado de Rondônia entre os anos de 1994 a 2013

40

infraestrutura; de requerimentos biofísicos e do sistema de cultivo a ser adotado, são

fatores interdependentes, que estão interligados.

Fazendo analogia da distribuição das pisciculturas por microrregiões (Figura 9),

com a distribuição das pisciculturas em relação a drenagem, componente discutido no

item anterior, pode se verificar que nas regiões onde incidem o grande aglomerado de

pisciculturas, há enorme disponibilidade de recursos hídricos, além de ter proximidade

com a BR 364, facilitando assim o crescimento do setor nos municípios de Ariquemes,

Cacoal, Ji-paraná, Porto Velho e Pimenta Bueno, que estão localizados próximos a

BR 364, comprovando o que diz a SUFRAMA (2003) e AVULT (1996).

41

Figura 7 Posicionamento e Distribuição Espacial das Pisciculturas no Estado de Rondônia em relação as Microrregiões: de Porto Velho; Guajará-Mirim; Ariquemes; Ji-Paraná; Alvorada do Oeste; Cacoal; Colorado do Oeste e Vilhena.

42

5.5. IRRADIAÇÃO DA PISCICULTURA NA ÁREA DE ESTUDO

De acordo com os licenciamentos expedidos, foi possível por dedução lógica

afirmar que o desenvolvimento da piscicultura no Estado de Rondônia está dividido

em duas fases: a primeira fase, corresponde ao interstício entre os anos de 1994 a

2004, com o desenvolvimento atenuado da atividade (Figura 10). Supostamente,

marcada pelo experimentalismo, por ser uma prática pouco conhecida e difundida na

região no período.

No tocante aos fatores que podemos citar como cruciais na iniciativa de

regularização das propriedades que exercem a atividade piscícola, foram as

legislações correlatas ao desenvolvimento da atividade, a Lei Nº 1038 de 22 de

Janeiro de 2002. Essa legislação já estabelecia diretrizes para proteção à pesca e

estímulos à aquicultura do Estado de Rondônia, já invocando as Licenças e Registros,

onde fica disposto no décimo terceiro artigo do terceiro capítulo que as pessoas físicas

ou jurídicas que desenvolverem atividades ligadas à captura, coleta, produção,

transporte, conservação, comercialização, beneficiamento, industrialização de

pescado ou que exercerem a atividade da pesca, inclusive de espécies ornamentais,

Figura 8 Primeira fase do desenvolvimento da piscicultura no Estado de Rondônia

43

em qualquer de suas modalidades, “ficam obrigadas ao registro junto ao órgão

ambiental estadual competente”, essas medidas com certeza contribuíram.

A segunda fase compreende um desenvolvimento acentuado da atividade a

partir do ano de 2005 a 2012, perfazendo aclives de crescimento de cerca de 50% ao

ano, caracterizando um crescimento vertiginoso da atividade entre os anos de 2007 a

2012, com exceção no ano de 2013 houve um decréscimo de 42% em relação ao ano

anterior, com 569 licenciamentos, esta queda pode ser atribuída a diminuição das

propriedades que estavam antes irregulares (Figura 11).

Figura 9 Segunda fase do desenvolvimento da piscicultura no Estado de Rondônia

As fiscalizações e medidas foram cada vez mais frequentes, colaborando no

monitoramento e controle do setor da piscicultura. A criação da Lei Nº 1.861, de 10 de

Janeiro de 2008 que dispõe, define e disciplina à Piscicultura no Estado de Rondônia,

deixando disposto no Capítulo V, que trata das Licenças, Cadastros e Autorizações e

seu artigo nono que as pessoas físicas ou jurídicas somente poderão exercer a

atividade de aquicultura para fins comerciais com o Licenciamento a ser concedida

pela SEDAM, colaborou no crescimento do número de licenciamentos.

44

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), também aborda a questão

do licenciamento, como descrito na resolução nº 413, de 26 de junho de 2009, que

dispõe sobre licenciamento ambiental da aquicultura estabelecendo normas e critérios

para este procedimento, considerando a necessidade de ordenamento e controle da

atividade aquícola com base numa produção ambientalmente correta com todos os

cuidados na proteção dos remanescentes florestais e da qualidade das águas,

inclusive em empreendimentos já existentes.

Ressalta-se que a criação da Lei Nº 2.555, de 15 de Setembro de 2011

contribuiu de forma muito significativa para crescimento do número de licenciamentos

em 2012, visto que estabeleceu a isenção de taxas à atividade de piscicultura em

áreas de até 5,0 hectares e de qualquer licenciamento em áreas antropizadas ou

consolidadas, proporcionando certamente uma oportunidade ímpar para a

regularização de atividades outrora clandestinas.

Analisando as pisciculturas licenciadas a partir de 2011, 83% possuem área

alagada de até 5 (cinco) hectares de lâmina de água, comprovando a contribuição da

lei nº 2.555, de 15 de Setembro de 2011, na normalização das propriedades que antes

desempenhavam a atividade ilegalmente.

Alguns fatores que contribuem no crescimento da produção desta modalidade,

pode ser atrelado ao desenvolvimento do setor, que por sua vez, se deu pela

ampliação de políticas públicas que facilitaram o acesso aos programas

governamentais existentes, tais como o plano “Mais Pesca e Aquicultura”,

desenvolvido pelo MPA, o “Programa Água Produtiva” criado em 2011, pelo Governo

do Estado por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento (SEDES) e

executado com a colaboração da Associação de Assistência Técnica e Extensão

Rural do Estado de Rondônia (EMATER) através de suas mais de 60 unidades

distribuídas pelo Estado, sob interveniência da Secretaria de Estado da Agricultura,

Pecuária e Regularização Fundiária (SEAGRI), o programa também conta com

parceria da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (SEDAM).

O Plano Mais Pesca e Aquicultura foi lançado em 2011 os quais os municípios

recebem maquinários para construir tanques escavados para cultivo de peixes nas

propriedades rurais, ações estas que servem de estímulo para a atividade como

importante fonte de renda e de geração de emprego, contribuindo na incorporação de

áreas à piscicultura, beneficiando os produtores rurais com horas/máquina a custos

efetivamente baixos quando comparados aos de padrões atuais.

45

5.6 ANÁLISES DA DENSIDADE DAS PISCICULTURAS

Foi realizada a análise espacial da densidade das pisciculturas na área em

estudo (Figura 10). Para tal, o estimador de Kernel foi aplicado e revelou o espectro

da densidade da distribuição espacial das pisciculturas e compôs uma superfície cujo

valor é proporcional à intensidade de pisciculturas por unidade de área.

O mapa revelou que as pisciculturas estão localizadas em áreas diferentes mas

que estão bem adjuntas e acomodam próximas a BR 364, como já relatado

anteriormente.

Observou-se, ainda, que a maior densidade de piscicultura foi de 4937,64

piscicultura por unidade de área e encontram-se concentrada na região central do

Estado de Rondônia, na microrregião de Ji-Paraná, caracterizando-a como detentora

do maior número de pisciculturas Licenciadas do Estado de Rondônia, que certamente

concorre como de maior oferta de pescado.

46

Figura 10 Mapa do Estimador de Densidade por Kernel

47

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A estruturação do Sistema de Informação Geográfica (SIG) da piscicultura no

Estado de Rondônia foi elaborado e contribuiu de forma inédita na geração de

informações do âmbito aquícola no Estado.

Através da implantação deste SIG foi possível organizar as informações e obter

conhecimento referentes ao setor da piscicultura no Estado de Rondônia, foi possível

sistematizar em um Banco de Dados diversas informações, revelando desta forma o

posicionamento, os padrões espaciais de distribuição e densidade das pisciculturas,

permitindo a concretização de diferentes análises espaciais.

Certamente o SIG é uma fonte inesgotável de informações que poderá ser

utilizado em outras análises não apresentadas neste trabalho, que subsidiarão o poder

público e inciativa privada na tomada de decisões.

Pode-se concluir, que as pisciculturas concentram-se localizadas próximas a

BR-364 que dá suporte ao escoamento da produção, e relativamente o aglomerado

de pisciculturas encontram-se onde há maior disponibilidade de recursos hídricos,

respectivamente nas microrregiões de Ji-Paraná com 40,30% das propriedades

licenciadas, seguida pela microrregião de Cacoal com 16,20%; Ariquemes com

15,87% e Porto Velho 12,37%.

48

REFERÊNCIAS

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53

APÊNDICE A

MUNICÍPIOS E ESPÉCIES LICENCIADAS PARA CULTIVO

QUANTIDADE DE PROPRIEDADES

LICENCIADAS

ÁREA ALAGADA EM

HECTARES PRODUÇÃO ESTIMADA

ALTA FLORESTA DO OESTE 135 287,6662 2583,4262

TAMBAQUI, PIRARUCU, CURIMATÃ, CURIMBA E PINTADO

ALTO ALEGRE DOS PARECIS 21 32,9749 222,4698

TAMBAQUI, PIRARUCU, CURIMBA

ALTO PARAÍSO 107 296,7361 2134,3156

TAMBAQUI, JATUARANA, CURIMATÃ, PIRARUCU E PIAU

ALVORADA DO OESTE 39 88,1073 356,3404

TAMBAQUI, CURIMATÃ, PIRARUCU

ALVORADA DO OESTE 1 1,0518 6,3108

TAMBAQUI, CURIMATÃ, PIRARUCU

ARIQUEMES 109 1134,3633 7843,188

TAMBAQUI, MATRINXÃ, PIRARUCU, PINTADO, CURIMATÃ, PIAU, JUNDIÁ E ALEVINOS

BURITIS 31 108,1504 742,8744

TAMBAQUI, PIRARUCU, CURIMATÃ

CABIXI 1 0,6 5

TAMBAQUI E OUTROS

CACAULÃNDIA 73 477,7265 3404,0564

TAMBAQUI, CURUMATÃ, PIRARUCU, JATUARANA

CACOAL 69 80,855175 527,3

698

TAMBAQUI, CURUMATÃ, PIRARUCU, PINTADO, CARPA PATINGA

CACOAL 3 1,897 12,08

54

TAMBAQUI, CURUMATÃ, PIRARUCU, PINTADO, CARPA PATINGA

CAMPO NOVO DE RONDÔNIA 12 37,102 269,1018

TAMBAQUI

CANDEIAS DO JAMARI 104 164,6296 954,71

TAMBAQUI, CURIMATÃ, CURIMBA

CASTANHEIRAS 8 27,3248 197,7432

TAMBAQUI, PIRARUCU, TUCUNARE, PIAU, CURIMBA

CASTRO ALVES 1 1,8 14,4

TAMBAQUI, CURIMATÃ

CAUCALÃNDIA 2 1,6598 9,9588

TAMBAQUI

CEREJEIRAS 24 22,15 147,5

TAMBAQUI CURIMBA, PIAU, PIRARUCU, PINTADO

COLORADO DO OESTE 43 76,3055 28510,215

TAMBAQUI, CURIMATÃ, PIRARUCU, PINTADO

CORUMBIARA 2 2,1 12,4

TAMBAQUI

COSTA MARQUES 29 69,8754 499,48

TAMBAQUI

CUJUBIM 59 640,6048 4171,4824

TAMBAQUI

ESPIGÃO DO OESTE 47 63,9239 388,9116

TAMBAQUI, CRIA E RECRIA DE PEIXES

GOVERNADOR JORGE TEIXEIRA 29 66,305 455,82

TAMBAQUI

GUAJARÁ-MIRIM 33 59,6936 338,2188

TAMBAQUI

ITAPUÃ DO OESTE 18 171,3012 1192,2172

55

TAMBAQUI

JARU 58 299,84 2246,748

TAMBAQUI

JI-PARANÁ 131 310,1495 18079,386

TAMBAQUI, PIRARUCU, TUCUNARÉ, SURUBIM, PINTADO, PIAUÇU

MACHADINHO DO OESTE 23 120,2697 722,1218

TAMBAQUI

MINISTRO ANDREAZZA 6 7,929 56,534

TAMBAQUI

MIRANTE DA SERRA 250 722,7829 5032,3656

TAMBAQUI, PIRARUCU, CURIMATÃ, CURIMBA

MONTE NEGRO 42 183,5527 1885,1

TAMBAQUI, CURIMATÃ E PIRARUCU

NOVA BRASILÂNDIA DO OESTE 9 56,7 406,8

TAMBAQUI E OUTROS

NOVA MAMORÉ 4 5,5 27

TAMBAQUI, JATUARANA, PINTADO, CURIMATÃ, PIRARUCU

NOVA UNIÃO 95 247,5199 19384,228

TAMBAQUI, CURIMATÃ, PIRARUCU, JATUARANA

NOVO HORIZONTE DO OESTE 9 33,275 253,08

TAMBAQUI PINTADO PIRARUCU

OURO PRETO DO OESTE 121 379,4802 2606,9941

TAMBAQUI, CURIMATÃ, CURIMBA, PIRARUCU, PIAU/PIAVUÇU

PARECIS 1 2 12

TAMBAQUI

PIMENTA BUENO 68 198,4779 1061,4742

56

TAMBAQUI, PIRARUCU, CURIMATÃ, JATUARANA, TUCUNARÉ, PIAU, PIAUÇU

PIMENTEIRAS DO OESTE 1 10 80

TAMBAQUI E OUTROS

PORTO VELHO 100 564,07004 3934,686

TAMBAQUI, TUCUNARÉ, PIRARUCU, TARTARUJA, TRACAJÁ, PIRAPITINGA

PRESIDENTE MÉDICI 51 125,5348 759,7524

TAMBAQUI, CURIMBA, PINTADO, PIRARUCU 51 125,5348 759,7524

PRIMAVERA DE RONDÔNIA 6 25,172 59,9992

TAMBAQUI CURIMBA PIRARUCU

RIO CRESPO 43 375,7325 2902,3995

TAMBAQUI, CURIMBA, JATUARANA, PIRARUCU, PINTADO

ROLIM DE MOURA 82 153,8569 1134,8504

TAMBAQUI, PIRARUCU, CURIMATÃ, CURIMBA, PIRARUCU, JATUARANA

SANTA LUZIA DO OESTE 24 88,8311 558,176

TAMBAQUI

SÃO FELIPE DO OESTE 11 6,73 40,74

TAMBAQUI

SÃO FRANCISCO DO GUAPORÉ 40 20,8278 190,7

40

SÃO MIGUEL DO GUAPORÉ 45 77,4937 953,3194

TAMBAQUI

SERINGUEIRAS 6 9,6 57,6

TAMBAQUI

TEIXEIRÓPOLIS 25 74,4664 447,179

TAMBAQUI, CURIMATÃ

57

THEOBROMA 30 155,87 988,86

TAMBAQUI E OUTROS

URUPÁ 126 407,02 89604,11

TAMBAQUI, CURIMATÃ, PIRARUCU

VALE DO PARAÍSO 141 363,31 3419,59

TAMBAQUI, PIRARUCU, CURIMATÃ

VILHENA 31 81,37 626,11

TAMBAQUI, PIRARUCU, PINTADO, CURIMBA, PIAUÇU, CAMPEONATO DE PESCA

Total Geral 2578 9.022,3 212.531,5

Fonte: Elaborado pela autora, 2015.

OBS* Algumas propriedades encontravam-se com ausência de área alagada e estimativa de produção.