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    ARTE COMO RE-SIGNIFICAO DE VIDA PARA ADOLESCENTES: EXPRESSES NADANA*

    Lia Barroso de Albuquerque1 , Maria Veraci Oliveira Queiroz2, Maria Salete Bessa Jorge3

    *Este artigo original e derivado da dissertao de mestrado realizada no curso de mestrado profissional em sade da criana e do adolescenteda Universidade Estadual do Cear-UECE, intitulada: Arte como re-significao de vida para adolescentes: expresses na dana.1Terapeuta ocupacional.Mestra em Sade da Criana e do Adolescente pelo Curso de Mestrado Profissional em Sade da Criana e doAdolescente da Universidade Estadual do Cear.2Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente da Graduao e Ps-Graduao da UECE. Participante do Grupo de Pesquisa SadeMental, Famlia, Prticas de Sade e Enfermagem.3Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente titular da UECE na rea de Sade Mental. Pesquisadora 2c do CNPq. Lder do Grupode Pesquisa Sade Mental, Famlia, Prticas de Sade e Enfermagem da UECE.

    RESUMO: Este estudo teve como objetivo compreender expectativas e sentimentos dos adolescentes sobre a participao

    e desenvolvimento pessoal no corpo de baile da EDISCA - escola de dana e integrao social para criana e adolescente.Nove adolescentes participaram da pesquisa, realizada em setembro de 2006. As tcnicas utilizadas foram grupo focal eentrevista semi-estruturada, quando foram abstradas as unidades de significaes que formaram as seguintes categorias:Expectativa dos adolescentes sobre a incerso na EDISCA - mostrando o desejo de ser bailarino, a vontade de alcanar ocrescimento pessoal e um futuro promissor; Sentimentos dos adolescentes sobre a participao e desenvolvimentopessoal no corpo de baile da EDISCA - diante do autoconhecimento, da autoconfiana e maturidade adquirida. Asoportunidades ofertadas aos adolescentes foram significativas na construo do desenvolvimento pessoal, portanto,torna-se imprescindvel apoiar a criao de iniciativas semelhantes, como forma de diminuir a excluso social.PALAVRAS-CHAVE: Arte; Dana; Desenvolvimento do adolescente; Pesquisa qualitativa.

    ART AS LIFE RE-MEANING TO ADOLESCENTS: EXPRESSIONS IN DANCING

    ABSTRACT: This study objectified to understand adolescents expectations and feelings on their participation andpersonal development in the dancing group of EDISCA - Dancing School and Social Integration to Children and Adolescents(Escola de Dana e Integrao para Crianas e Adolescentes). Nine adolescents took part in the research, carried out inSeptember/ 2006. The techniques used were focus group and a semi-structured interview where the units of meaningswere apprehended in order to encompass the following categories: expectations about EDISCA - showing the desire to bea dancer, the urge to achieve personal growth and a promising future; Adolescents feelings on participation and personalgrowth in the dancing group at EDISCA facing the acquired self-knowledge, self-confidence and maturity. The opportunitiesavailable to adolescents were meaningful in building their personal growth, thus, it is fundamental to support the creationof similar initiatives as way a to reduce social exclusion.KEYWORDS:Art; Dance; Adolescents development; Qualitative research.

    ARTE COMO RESIGNIFICACIN DE VIDA PARA ADOLESCENTES: EXPRESIONES EN

    LA DANZARESUMEN: Este estudio tuvo como objetivo comprender las expectativas y sentimientos de los adolescentes sobre laparticipacin y desarrollo personal en el cuerpo de baile de EDISCA - escuela de danza e integracin social para nios yadolescentes. Nueve adolescentes participaron de la investigacin, realizada en septiembre de 2006. Las tcnicas utilizadasfueron grupos focales y entrevistas semi-estructuradas, fueron abstradas las unidades de significacin que formaron lossiguientes temas: expectativas sobre EDISCA mostrando el deseo de ser bailarn, las ganas de alcanzar el crecimientopersonal y un futuro prometedor; sentimientos actuales frente al autoconocimiento, la autoconfianza y la madurezadquirida. Las oportunidades ofrecidas a los adolescentes fueron significativas para la obtencin de desarrollo personaly la estructuracin de un futuro prometedor. Por lo tanto, se hace imprescindible apoyar la creacin de iniciativas semejantes,como forma de disminuir la exclusin social.PALABRAS CLAVE: Arte; Danza; Desarrollo del adolescente; Investigacin cualitativa.

    Autor correspondente:Maria Veraci Oliveira QueirozRua Barbosa de Freitas, 941 - 60170-020 - Fortaleza-CE

    E-mail: [email protected]

    Recebido: 01/09/08

    Aprovado: 29/10/08

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    INTRODUO

    As dificuldades sociais enfrentadas em nosso pasacometem crianas e adolescentes em plenodesenvolvimento. No entanto, aes governamentais e

    civis buscam oferecer subsdios para reverter situaesde iniqidade social e transformar a vida dessas pessoas,possibilitando o crescimento pessoal e social.

    Compreendemos a arte como instrumentofacilitador do contato com a realidade vivida, pordesenvolver uma melhor percepo e interao entreos meios interno e externo do indivduo. Neste sentido,arte um caminho para a produo do novo, do devir,da diferena, permeando prticas e atitudes emespaos potenciais na terapia ocupacional. Diante douniverso de atividades teraputicas, destacamos as

    auto-expressivas, focalizando a dana comopossibilidade de manifestao da subjetividade doindivduo, em um nvel no-verbal(1).

    Imergir no mundo da arte, especialmente nadana, um convite a conhecer a escola de dana eintegrao social para criana e adolescente EDISCA, instituio que se preocupa em oferecerestmulos e oportunidades a crianas e adolescentes,na perspectiva de integr-los sociedade de formamais digna e justa. Promove trabalhos nas reas:pedaggica, social e artstica, tendo a arte como centro

    de suas atividades, por meio da dana, msica, artesvisuais e teatro. Como pretendamos desde o inciocontemplar a dana neste estudo, estreitamos nossosolhares para os adolescentes participantes do corpode baile da referida Escola.

    Ao pensar em dana, remetemo-nos imagemde um indivduo que se expressa livremente, atravsde movimentos de seu corpo, em direto contato esintonia com seus meios interno e externo. Refletimos,ento, sobre este corpo danante, que tentaexpressar-se subjetivamente neste momento de

    transformao, a adolescncia.Nesta fase da vida, a aparncia dos jovens mudaem funo das alteraes hormonais da puberdade, opensamento muda para que as capacidades de lidarcom abstraes sejam desenvolvidas, seus sentimentosmudam sobre quase tudo. Estas mudanas acontecemprincipalmente para que uma identidade adulta sejaestabelecida, podendo ser considerado um momentointenso do ciclo da vida, repleto de oportunidades decrescimento(2).

    No processo do adolescer, o corpo se situacomo interlocutor entre a mais ntima dimenso do ser

    e do mundo externo. Um sujeito que se percebesubjetivamente em interface com a coletividade,vendo-se em constante relao com as circunstnciasque o cercam, as outras pessoas, os terrenos culturais,as normas e regras socialmente pr-estabelecidas,

    correlacionadas com o seu tempo, e todos os fatorescircunstanciais(3).O trabalho corporal e a criao de novas formas

    de expresso, facilmente alcanados atravs da dana,podem atuar no sentido de dar ensejo a processos desingularizao, possibilitando uma re-significao davida dos envolvidos, pois o corpo constitui um indicadorfundamental para o conhecimento da histria do sujeitode seus modos de funcionamento de suas vidascotidianas, suas dores, tenses, anseios(4).

    Para os adolescentes, que biolgica e

    psicologicamente esto passando por um perodo detransformao, quando a dualidade de sentimentos fazcom que vivam em constante batalha interna, na buscaincessante de significao da vida, a dana pode seruma atividade muito indicada(5).

    Sucessivas crises no pas comprometem cadavez mais as condies de vida de quem habita emcondies desfavorveis como as favelas e bairros deperiferia. Em Fortaleza, a quinta cidade do Brasil emtermos de populao, com mais de dois milhes dehabitantes, possui mais de 300 ncleos de pobreza e

    misria, totalizando 1/3 da populao, conforme dadosdo Censo 2000 do IBGE(6). Pensando na situao dosadolescentes participantes da pesquisa, percebemosmarcas deixadas por problemas socioeconmicos eculturais. Estas marcas se apresentam, muitas vezes,como barreira na construo do futuro, mas compossibilidades de superao.

    Na abordagem terica de um conceito extradoda fsica, encontramos indicaes de como superar eevoluir em momentos de extrema dificuldade. Aresilincia, que representa a capacidade de um

    sistema de superar o distrbio por um fenmenoexterno e inalterado, a possibilidade de se recobrar,de se readaptar(7).

    Muitos adolescentes enfrentam hoje situaesadversas e momentos de extrema dificuldade. Vivemem desvantagem social, buscando sobreviver com amnima qualidade de vida, um cenrio que nos traz osseguintes questionamentos: diante das atuais condiesde vida, que projees estes adolescentes podem fazerem relao ao futuro? Como envolv-los em atividadesque lhes possam promover uma melhor qualidade de vida?

    Recorrendo ao Estatuto da Criana e Adolescente

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    ECA, Lei Federal n. 8069, de julho de 1990, quedispe sobre a proteo integral criana e aoadolescente, com um enfoque emancipador noatendimento de quem est privado de direitos,encontramos amparo legal para a idia que

    defendemos(8)

    . O ECA reconhece os adolescentescomo sujeitos sociais, portadores de direitos e garantiasprprias, independentes de seus pais e/ou familiares edo prprio Estado. Esta foi a grande mudana deparadigma que estabeleceu obrigaes diferenciadaspara o Estado, para as famlias e para a sociedade emgeral, configurando a denominada Doutrina daProteo Integral.

    H necessidade, portanto, de intensificar estaspolticas sociais que preconizam o resgate do valorhumano e a busca de igualdade de oportunidades, a

    garantia dos direitos e dos deveres dos cidados, umatentativa de minimizar esse quadro de excluso social.Dessa maneira, salutar buscar meios queproporcionem melhoria da qualidade de vida dosadolescentes, facilitando o enfrentamento de situaessociais desfavorveis.

    A EDISCA estimula o desenvolvimento e odespertar na busca de novos horizontes de satisfaoprpria e retorno positivo para a sociedade, no s paraos educandos, mas para todos os envolvidos,principalmente, a famlia. Vislumbramos neste estudo

    conhecer a realidade de uma instituio que desenvolveprojetos sociais com adolescentes em condies scio-econmicas desfavorveis, mas que possuempotencialidades para superao. Assim, pretendemoscontribuir com o desenvolvimento de construestericas, informaes e idias que possam subsidiar aatuao profissional e polticas pblicas de ateno aosadolescentes. Para realizar a pesquisa, delineamos oseguinte objetivo: compreender expectativas esentimentos dos adolescentes sobre a participao edesenvolvimento pessoal no corpo de baile da EDISCA.

    PERCURSO TERICO-METODOLGICO

    Estudo de natureza qualitativa comfundamentao terico-metodolgica em Paul Ricoeur,utilizando a anlise de narrativa. Este autor era umfilsofo francs que se preocupou em formular umateoria da interpretao do ser com base nahermenutica. Para Ricoeur fazer experincia algoque nos sucede e atinge, nos sobrevm, nos derruba etransforma. A palavra fazer tem um significadoequivalente a suportar, receber o que nos vem ao

    encontro, integrando-nos experincia que efetuadaou no em ns mesmos. O seu mtodo de interpretaotextual favorece o alcance de um contexto inteligvelao objeto, possibilitando a busca de sentido, a tentativade compreenso como objetivo principal da

    hermenutica(9)

    .O referido filsofo toma como problema ahermenutica, isto , a extrao e interpretao dosentido. Para ele, o smbolo exprimia a nossaexperincia fundamental e a nossa situao no ser, nosre-introduzindo no estado nascente da linguagem. Comisso, ele estrutura uma filosofia da linguagem capaz deelucidar as mltiplas funes do significado humano(10).

    Os significados da arte na promoo do seradolescente, na re-significao de vidas devem sercompreendidos nas experincias vividas, trazendo os

    adolescentes como atores, mostrando suasingularidade, por meio de suas narrativas.O estudo foi desenvolvido na EDISCA,

    organizao no-governamental, sem fins lucrativos,criada em 1991, e que tem como principal objetivoeducar para promover o desenvolvimento humano decrianas e adolescentes em situao de dificuldade social,mantendo interseo com a famlia e a comunidade,atravs de uma pedagogia que tem a arte nacentralidade do processo educativo para desenvolverhabilidades e incorporar valores, aliado a um programa

    de ateno sade integral dos educandos.Na Escola so desenvolvidas vrias atividades,dentre as quais podemos destacar aquelas relacionadass reas artstica, pedaggica para os educandos, almde conhecimentos e prticas que aproximam escola,famlia e comunidade como: educao para a sade,oficinas de estudo e artes para familiares, grupos deconvivncia para pais e alunos e alfabetizao de adultos.No setor de sade tem atendimento mdico ambulatorial,odontolgico, nutrio, grupo de orientao profissional,atendimento psicoterpico, grupo de apoio a alunos em

    dificuldade de aprendizagem, dentre outros.Os candidatos escolhidos para entrar naEDISCA seguem os principais critrios: ter entre setee dez anos de idade; de ambos os sexos, demonstrarpotencial e habilidades artsticas; comprovar anecessidade de estudar na Escola, mediante carnciafinanceira constatada. Estes sujeitos entram naEDISCA ainda criana, permanecendo na instituiopor todo o perodo da adolescncia ou at que alcancemcerta autonomia e sintam desejo de desligamento,podendo adentrar no incio da fase adulta.

    Foram escolhidos intencionalmente nove

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    adolescentes, integrantes do corpo de baile daEDISCA. Incluimos inicialmente no grupo focal,aqueles que atendiam aos critrios de seleo pr-estabelecidos: ambos os sexos, na faixa etria entre15 e 19 anos de idade completos; acompanhados na

    EDISCA h pelo menos 12 meses; que desejaramparticipar da pesquisa e o pai a me ou representantelegal, deu permisso, assinando o Termo deConsentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

    Utilizamos como tcnicas de coleta deinformaes o grupo focal e a entrevista semi-estruturada, enriquecidas pela observao livre. Nogrupo focal os integrantes so escolhidos a partir deum determinado agrupamento de sujeitos cujas idiase opinies so de interesse da pesquisa e os estimulama pensar, a observar e escutar; relacionar suas opinies

    com as alheias, a aceitar pensamentos e ideologiasdiferentes das suas, integrando-se no trabalho emequipe. Entre as principais vantagens da entrevistasde grupo est a sua riqueza de dados, o fato deestimularem os respondentes a lembrarem deacontecimentos e a capacidade de ultrapassarem oslimites das respostas de um nico entrevistado(11).

    Para os jovens, o convvio grupal permite odesenvolvimento de interao pela compreenso dasdiferenas e das singularidades, alm de outrasdeterminaes na construo de sua identidade. As

    interaes que se estabelecem no grupo esto inseridasem um contexto social, resultantes de prticas que seproduziram historicamente na convivncia social(12).Desse modo, possvel o pesquisador abstrair questesdo campo social e compreender os seus sentidos,remetendo teia de significados que emergem noprocesso interativo.

    O temrio utilizado no grupo focal abordouquestes como expectativas sobre a entrada na escolade dana, sentimentos aps a insero no projeto e naatividade de dana e o que esperavam do futuro, aps o

    desligamento da Escola. Durante os trs encontros comos adolescentes, observamos e registramos no cadernode anotaes tudo o que, a princpio, consideramosrelevante para uma melhor associao com o atointerpretativo. As questes discutidas na reunio grupaleram retomadas e aprofundadas nos encontrosseguintes. Foram ao todo, trs encontros marcadospreviamente com os sujeitos e tiveram durao emmdia de 1h30min. A conduo do grupo focal teve oauxlio de uma observadora treinada para captar eanotar as manifestaes no verbais dos participantes,alm de auxiliar com o uso do gravador, aps o aceite

    formal. A pesquisadora (moderadora) j tinha realizadocontatos prvios com os adolescentes, o que facilitou aconfiana e a conquista dos participantes da pesquisa.

    A entrevista semi-estruturada, aplicadaindividualmente, incluia informaes sobre a

    caracterizao dos sujeitos quanto idade, condiesscio-demogrficas e aspectos relevantes da vidapessoal/familiar. As questes do temrio foramnovamente discutidas, a partir de uma escutadirecionada a cada adolescente, at que fossepercebida saturao das questes do estudo, noacrescentando nada de novo(11).

    O projeto foi aprovado pelo Comit de tica daUniversidade Estadual do Cear, e recebeu parecersob o protocolo Resoluo n 06273655-8. Cumprimosas orientaes descritas no TCLE quanto forma de

    participao dos sujeitos, benefcios e riscos dapesquisa; privacidade e proteo dos envolvidos. Osadolescentes e seus representantes legais foraminformados quanto liberdade de concordar ou noem participar da pesquisa, podendo retirar seuconsentimento em qualquer etapa do estudo, semnenhum prejuzo ao acompanhamento na instituio.Aps todos os esclarecimentos participao dossujeitos foi confirmada com a assinatura no TCLEpelo adolescente e seus pais. Na apresentao dosresultados os adolescentes foram identificados com

    nomes fictcios, de pssaros, escolhidos por eles, apartir de caractersticas reconhecidas nos animais. Ainstituio onde a pesquisa ocorreu foi informada eaceitou-a plenamente. Portanto, seguimos todos osprocedimentos ticos da pesquisa com seres humanos,conforme Resoluo N 196(12).

    A interpretao est entre a linguagem e avivncia, sendo necessria uma srie de conceitosinterpretativos, entre os quais o distanciamento, aapropriao, a explicao, a compreenso. Nodistanciamento h a eliminao da idia de que existe

    uma nica forma de compreenso, pois a objetivaodo texto diminui a inteno do autor, podendo havervrios significados e interpretaes de um mesmo texto.A apropriao se d quando o intrprete toma para si osignificado de um texto, tornando-o algo familiar(9,13).

    Iniciamos a anlise/interpretao com a fixaodas narrativas como textos, leitura reflexiva, anliseestrutural e compreenso abrangente do texto.Conduzidas em direo estrutura de cada texto,extramos as unidades de significao (segmentos/recortes do discurso explicativo no texto). Essas foramagrupadas por convergncia e esto representadas nos

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    temas descritos e interpretados.

    DESCRIO E COMPREENSO DASNARRATIVAS DOS ADOLESCENTES

    Tema 1- Expectativa dos adolescentes sobre ainsero na EDISCA

    Por acreditarmos em possibilidade detransformao ativa do humano por intermdio da arte,buscamos nos aproximar dos adolescentes inseridos naEDISCA. A arte integra percepes, sensaes eemoes, realando um jeito de sentir e expressardeterminada realidade, suprir necessidades. Envolvesentidos e significados, modelando a subjetividade decada ser. A arte se faz necessria para compreender a

    expresso da subjetividade humana atravs da cultura;a informao de grandes movimentos; e, o lugar doconhecimento humano que dialoga com as modificaessimblicas do pensamento coletivo por meio davisibilidade. Desde os primrdios da civilizao, o homemtenta ordenar os fenmenos vividos, procurando sentidopara construir conhecimento e elaborar o seu mundo(14).

    O resgate de sensaes, emoes epensamentos que permearam os adolescentes antesda entrada na Instituio revelou que a maioria delescarregava consigo o sonho de ser grandes bailarinos.

    Meu sonho era ser um grande bailarino! Acreditavaque era essa a minha chance. Tive medo, mas estavamuito feliz (Coruja).

    S pensava em me tornar uma grande bailarina!No sabia que a EDISCA era tudo isso [...] eramuito criana (tinha s 08 anos) e no tinha aviso que tenho hoje (Bem-te-vi).

    Mais que isso, em suas narrativas ressalta que

    a EDISCA no prepara as pessoas s para seremartistas, mas para a vida, para aproveitar asoportunidades de crescimento pessoal.

    Cheguei na EDISCA em busca de crescer com aspessoas, de fazer amizades e me dedicar Escola.Queria muito danar (Rouxinol).

    Estava me descobrindo enquanto artista e queriame dedicar a essa descoberta. Queria ter umaformao em arte e um bom apoio educacional esabia que poderia encontrar isso aqui (Patativa).

    necessrio vivenciar a arte, para entender acapacidade criadora e perceptiva de todo ser humano,alm de melhor delinear e fortalecer uma identidadepessoal, atravs de descobertas individuais. Podemosconstatar nos discursos dos adolescentes, os sentidos

    que do a essa experincia vivida na EDISCA,demonstrando a oportunidade de crescimento pessoale enfretamento da vida.

    Ao entrar na EDISCA pude saber o que : amizade,unio, companheirismo e muito mais. Viver a arte acreditar que tudo capaz! (Beija-flor).

    Estar na EDISCA mais do que aprender a danar,representar, falar ingls. Estar aqui sair preparadopara viver a vida e aproveitar as oportunidades l

    fora [...] aqui no se aprende s tcnica, samosdiferentes do que entramos! (Canrio).

    S criei expectativas depois de entrar aqui, pudeacreditar que serei um grande bailarino, porquevi que as portas se abrem para a gente aqui, eresolvi aproveitar. Mais que isso, aprendi que aEDISCA no s danar, muito mais (Rouxinol).

    Mais do que a materializao de idias, a arte lugar de confirmao dos processos psicossociais de

    atribuio de valor do homem, sendo a prpriaexperincia humana, o espao no qual a arte tomacorpo, e toma sentido, e dimenso. Uma representaovarivel segundo o momento de vida, quando a ticado tempo se revela a partir de valores especficos paracada uma dessas pocas(15).

    Imersos na filosofia da Instituio, percebemosque a objetivao da arte e seus atributos para apromoo de vida dos adolescentes so reconhecidospor eles e leva-os a acreditar em um futuro promissor.Percebemos esta idia expressa nas narrativas a

    seguir, o que facilita a compreenso do que pensamos participantes do estudo.

    Meu maior sentimento a vontade de crescer,crescer como pessoa [...] quero melhorar (Coruja).

    Sabe o que quero [...] construir o futuro! Conhecerpessoas e alcanar meus objetivos (Bem-te-vi).

    As narrativas so permeadas de crenas,desejos e sentimentos expressos pelos adolescentesem suas expectativas, as quais confirmam os objetivos

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    da instituio em relao oportunidade dedesenvolvimento pessoal e um futuro promissor scrianas e adolescentes. Assim, vale ressaltar que ascrises, os sofrimentos e as vitrias de cada pessoa emum grupo facilitam a construo gradual da conscincia

    social, para que possamos descobrir as implicaessociais da gnese da misria e do sofrimento humano.S o enfrentamento das dificuldades favorece aosoprimidos sobreviver atravs do tempo, assim, asdificuldades da prpria doena podem funcionar comomeio de superao de muitos problemas(6).

    Desde sete anos de idade danava no meu bairro,festas do colgio. Todos os meus amigos estavamaqui e meu sonho era entrar tambm [...] porquesempre gostei de danar (Falco).

    Na verdade entrei na EDISCA por folia, gostavade danar. Achava que tudo seria de brincadeira.Quando vi que a coisa sria, resolvi aproveitar,e levar a srio (Patativa).

    Na dana focalizamos o movimento emdiferentes intensidades de tempo e de espao, numacomposio de valores significativos e gestos elaboradoscom a combinao de tcnicas corporais e deexpressividade. A dana contempla vrios campos de

    atuao como o ambiente teraputico, o contextofolclrico e social, o meio religioso e o mbito escolar(16)., pois, um modo amplo de viver as possibilidades domundo, por facilitar a integrao do indivduo com otempo, o conhecimento, a arte, e a religio.

    Tema 2- Sentimentos dos adolescentes sobre aparticipao e desenvolvimento pessoal no corpode baile da EDISCA

    A adolescncia considerada um processo

    estruturante da identidade corporal, social, sexual eafetiva, e no apenas um momento de crises e revoltas.O espelho indica estas mudanas, que invadem etransformam o sujeito, trazendo consigo o medo daperda da condio de ser criana e ao mesmo tempoo desejo de autonomia e liberdade, que levam acomportamentos contrastantes(17).

    Como seres em plena transformaobiopsicossocial, os adolescentes fazem refernciasobre a percepo de si correlacionando ao presente:

    Hoje sei que mudei, me conheci, aumentei meu

    conhecimento de tudo e de mim mesma (Beija-flor)

    A melhor forma de me expressar com a paisagemde mar calmo, com pssaros e coqueiros. Soutranqilidade! (Coruja).

    Como posso me representar [...] como umapaisagem: um sol brilhante, um mar tranqilo epssaros voando, porque assim que sou: radiante,calmo e gosto da liberdade que tenho (Rouxinol).

    Percebemos na adolescncia um aumento dasensibilidade, um fortalecimento das capacidades euma tomada consciente dos valores que moldaro avida adulta. A imaginao e o pensamento tambmesto aumentados, funcionando como motivadores na

    construo de uma identidade pessoal e social(17)

    . Osdiscursos a seguir reforam as afirmaes citadas,quando os adolescentes mostram que tm um potenciala ser desenvolvido diante dos estmulos recebidos.

    Meu sentimento hoje a vontade de aprender alidar com o futuro [...] quero ter boasoportunidades (Falco).

    Eu tenho sede de aprender, quero ganhar dinheiroe conhecer outros mundos (Patativa).

    Na adolescncia h uma concretizao dedesejos, pois o adolescente vivencia o prazer pleno,com ausncia de limites, o que no permitido aoadulto. Muitas divergncias na sociedade e na famliadesencadeiamdificuldades nesta poca de vida:

    difcil. A gente no saber o que deve ou nofazer de verdade. A criana pode tudo, ns nopodemos nada, mas somos cobrados por todos oslados [...] no fcil ser adolescente! (Pardal).

    tudo uma grande confuso, ainda no sabemoscomo fazer direito (Arara).

    Sou muito esforada e quero ser reconhecida porisso! (Beija-flor).

    As afirmaes levam a compreenso dosenfrentamentos e das dificuldades vivenciadas pelosadolescentes na passagem para a vida adulta. H umdescompasso entre as exigncias impostas pela famliae pela sociedade e a liberdade e autonomia desejada.

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    Percebemos que este perodo dodesenvolvimento tem se prolongado medida que associedades se tornam mais complexas. Contudo,acreditamos nas possibilidades de crescimento pessoalcom a atenuao destes conflitos. Quando esta

    identidade adquire esboo e um papel social assumido,os adolescentes demonstram, claramente, quecarregam em si um enorme potencial.

    As narrativas a seguir realam esta idia eindicam que a concretizao de desejos leva autoconfiana:

    [...] a gente sobe os degraus medida que: sedescobre, aprende, cresce a cada dia, recebe crticasconstrutivas, faz escolhas, consegue, se esfora [...]e o resultado disso ultrapassar uma porta, e se

    preparar para uma outra etapa (Bem-te-vi).

    No dia do meu teste eu estava muito nervoso e noestava muito confiante que iria passar, mas quandorecebi o resultado, percebi que eu era capaz, eque no s eu era capaz (Falco).

    Na filosofia da EDISCA, encontramossustentao para a nossa crena de que a adolescncia realmente um terreno frtil. Na relao consigo mesmoparece emergir um intenso desejo de autocompreenso,

    auto-aceitao e autodeterminao, como forma sincera,e at instintiva de buscar a realizao de seus prpriosideais e o alcance da plenitude do ser.

    As pessoas no me co nh ecem, prec isoprofundidade para me conhecer. A EDISCA medeu essa conscincia (Pardal).

    Depois que a gente sabe como fica diante dascoisas da vida, mais fcil at resolver osproblemas (Arara).

    Cuidar do desenvolvimento de adolescentessignifica cuidar de suas necessidades bsicas e dar-lhes oportunidade de alcanar um desenvolvimentopleno. Assim, as instituies que cuidam da criana edo adolescente devem ter essa competncia para quetenhamos adultos com possibilidades de se mantersaudveis no alcance da maturidade.

    Os adolescentes expressam o vislumbre damaturidade como um processo em desenvolvimento,facilitado por aes centradas na arte, no mbito sociale cultural.

    Hoje me sinto outra pessoa. Aqui a gente temvrias oportunidades para crescer na vida. Adana me trouxe isso. Consigo ter sucesso porquesei danar. Tambm aprendi a ter responsabilidadena vida (Beija-flor).

    A EDISCA investe em cada criana eadolescente como sendo pequenos universos aindainexplorados e que carregam em si possibilidades decrescimento a partir do potencial de cada um. Cadaqual da sua maneira, cada qual no seu tempo, com suasvicissitudes e essncias incomparveis. Cada pequenoser potencialmente uma gigantesca possibilidade, poisassim revelam os participantes da pesquisa.

    A EDISCA faz a gente mudar muito. Eu mudei muito

    aqui. Tive muitas oportunidades, muitas orientaes.A prendi muito tambm com a dana, mudei meumodo de pensar, amadureci muito aqui! (Arara).

    Vejo novos horizontes [...] mudei muito, aprendi apensar no futuro desde cedo, construir a cada dia ofuturo. Me fiz forte e confiante, mudou tudo em minhavida. A EDISCA tudo, minha casa! (Bem-te-vi).

    Imersos nestas transformaes vivenciadas,acreditamos na importncia de orientaes e

    encaminhamentos para atividades que envolvamtrabalhos corporais, intelectuais e sociais como meiode canalizao de tenses e melhoramento da sadefsica e mental. O trabalho corporal possibilita oautoconhecimento e a tomada de conscincia doespao circunstancial, do entorno, no processo debusca de auto-expresso(18). Nos discursos abaixo,percebemos a importncia da compreenso do corpona apropriao consciente de vidas e impulsos para aconstruo do ser.

    Trabalhar com o corpo quase uma mgica! Atravsdo corpo possvel tocar at no corao! (Canrio).

    Quando comeo a me movimentar tudo se resolve.O prazer de dana maior que tudo. Quando estouem cena ento [...] parece que o tempo pra(Rouxinol).

    Pensar em dana implica sentir o corpo demaneira transcendental, pois este constitui um indicadorfundamental para o conhecimento da histria do sujeito,seus modos de funcionamento de suas vidas cotidianas,

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    suas dores, tenses e anseios(4).Podemos situar o corpo como interlocutor entre

    a mais ntima dimenso do ser e o mundo externo. no estado da subjetividade que se ancora o sentido decorpo. Como consumistas, os indivduos obedecem a

    padres sociais, pois o investimento para a produodo material de consumo fica cada vez mais direcionados necessidades bsicas da sociedade. Esta viso demonstrada pelos adolescentes.

    Preciso ganhar dinheiro, lutar pelo meu sustento,mas no quero deixar de lado a dana. Danodesde pequena e no consigo imaginar minha vidasem ela (Beija-flor).

    Meu corpo tem que se movimentar. No consigo

    viver sem arte. Sei que difcil ganhar dinheirodanando, mas no posso desistir de ser feliz(Canrio).

    A dana traz uma representao da linguagemsocial do indivduo, portanto, traz significaessocioculturais de importante relevncia na educao,alm de outros campos de desenvolvimento humano.

    O corpo passa a ser visto como um reflexo daprpria sociedade, capaz de articular significadossociais, e no ser apenas um receptculo de processos

    exclusivamente biolgicos. O corpo representa asociedade, assim como a sociedade influenciadiretamente na representao dele. As narrativas aseguir expressam esta concepo

    como se a gente levasse a dana marcada nocorpo. Somos bailarinos dentro e fora da sala deaula (Rouxinol).

    At dent ro do n ibus, em qualquer luga r mechamam de bailarina. Acho que o meu corpo

    quem me entrega (Arara).Tem gente que diz que quer danar s para ficarmais bonita. A dana traz tanta coisa boa que ficarbonita o que menos importa (Bem-te-vi).

    Toda descoberta consciente sinal deamadurecimento, uma transformao dentro de si eno somente no exterior. As percepes de si mesmopossibilitam um amadurecimento. Para os adolescentesa descoberta do corpo manifestadas atravs da danae de todas as relaes interpessoais, vivenciadas nessa

    experincia, torna-se mais aguada e promove maisautonomia nos sujeitos.

    CONSIDERAES FINAIS

    A inteno de compreender as expectativas esentimentos dos adolescentes sobre a participao emuma escola que tem como foco a arte, e essencialmente,a dana foi possvel descobrir que esta atividadeestimula o desenvolvimento pessoal e ao mesmo tempouma convivncia social agradvel.

    Para alguns adolescentes, a inteno deconsagrar-se como grande bailarino serviu comoatrativo e direcionamento de seus passos para a inserona Escola e o alcance de novas possibilidades dentro efora da instituio. A vontade de buscar o crescimento

    pessoal tambm foi vislumbrada neste momento, pois ointeresse em participar de um programa social queinveste nas reas artstica, pedaggica, social, logo foipercebido pelos adolescentes, pois mesmos com certadificuldade prpria da idade, entenderam que aoportunidade de experimentar vivncias positivasprovoca a modificao da essncia de ser, conviver, einduz o surgimento de novos sujeitos. Para eles, acreditarno alcance de novas oportunidades de vida se tornoupossvel. Vrios caminhos foram desenhados e o queera sonho ganhou uma outra dimenso, aproximando-

    se de uma realidade que, embora cheia de percalos,tinha um colorido especial, pois novos horizontes seabriam e um leque de possibilidades de melhoramentoe crescimento pessoal.

    Sonhar com um futuro promissor a partir daparticipao na escola EDISCA tambm mostrou seruma das expectativas da maioria dos adolescentesinvestigados. A possibilidade de se tornar sujeitos maispreparados e fortalecidos para enfrentar as barreirasda vida foi percebida como conseqncia dos quevivenciam as atividades da Escola. Ressaltaram o

    desejo de construir o futuro, conhecer pessoas ealcanar os objetivos almejados.Conhecer a si mesmo fundamental para o

    conhecimento dos outros e da vida. A Instituio emestudo desenvolve este princpio e investe naconstruo de sujeitos tendo como base a relaohumana. Como conseqncia do autoconhecimento,os adolescentes puderam desenvolver a autoconfianacomo etapa indispensvel na organizao do presentee na estruturao de sonhos e projees do futuro.Porm, os adolescentes reconhecem a dificuldade dese equilibrar em um momento de turbulncia entre estar

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    na EDISCA e o ambiente familiar cheio de conflitos.Confiar em si mesmo foi um passo importante paraesses adolescentes que tiveram apoio em muitosprofissionais e no exemplo de cada colega que viviasituaes semelhantes. Isso foi muito importante no

    enfrentamento das dificuldades da vida apoiadostambm na crena permanente da obteno desucesso e conquistas do vir-a-ser.

    A dana foi um importante instrumento deexpresso e comunicao de emoes e sentimentos.Os adolescentes sentiram de maneira concreta, emseus movimentos e leituras corporais, maior facilidadepara superar as adversidades da vida e projetarcondies de um futuro melhor. A maturidade foipercebida em cada palavra dita, em cada silnciosignificativo e em cada gesto dirio. Com as

    oportunidades recebidas os adolescentes setransformaram pouco a pouco em sujeitos maispreparados para viver suas vidas com satisfao, comofoi demonstrado por eles quando narraram quemudaram o jeito de pensar, de agir, fortaleceram-se epassaram a investir no futuro a cada dia.

    O que passava na mente e no corao dessesjovens, e como isto interferia em seus comportamentose atitudes foram indagaes que no se esgotaram, masnos deram subsdios para reflexes que indicamimportantes caminhos a serem explorados em outros

    estudos. Finalmente, os resultados denotam que asoportunidades ofertadas aos adolescentes foramsignificativas na construo do desenvolvimento pessoalcom perspectivas de construir um futuro melhor.Portanto, h necessidade de apoiar a criao emanuteno de iniciativas com objetivos e aessemelhantes, como forma de diminuir a excluso social.

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