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EFEITO DA CINZA DE CAIEIRA DE CAL SOBRE A PRODUÇÃO DA AVEIA PRETA E NO COMPORTAMENTO DE ALGUNS NUTRIENTES 1 DAROLT , M.R. OSAKI , F. INTRODUÇÃO A cinza de caieira de cal, resultante da queima de material vegetal (bracatinga e eucalipto principalmen- te) para a produção de calcário, tem sido pouco avaliada para uso agrícola. Diante dis30, o seu aproveitamento na agricultura, especialmente nas proximidades das indús- trias de calcário, seria duolamente benéfico por melhorar a produtividade das culturas e por aproveitar este subpro duto das indústrias de calcário, diante da elevada quanti- dade produzida. As cinzas possuem geralmente em sua composição teores variáveis de K 2 O (1,49 - 5,45%), P 2 0 5 (0,59 -2,0%) e CaO (34,88 - 51,34%)(Mello,1930). Compõem-se de substân cias solúveis e insolúveis, figurando, entre as primei-ras, os carbonatos de potássio e de sódio, sulfatos e fos-fatos de potássio; e, entre as insolúveis, os carbonatos e fosfatoa de "Ca" e "Mg", além de óxidos de "Fe" e "Mn". (D'utra,1920).

DAROLT , M.R. INTRODUÇÃO A cinza de caieira de cal, resultante da queima · duto das indústrias de calcário, diante da elevada quanti-dade produzida. As cinzas possuem geralmente

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EFEITO DA CINZA DE CAIEIRA DE CAL SOBRE A PRODUÇÃO DA AVEIA PRETA E NO COMPORTAMENTO DE ALGUNS NUTRIENTES 1

DAROLT , M.R. OSAKI , F.

INTRODUÇÃO

A cinza de caieira de cal, resultante da queima de material vegetal (bracatinga e eucalipto principalmen-te) para a produção de calcário, tem sido pouco avaliada para uso agrícola. Diante dis30, o seu aproveitamento na agricultura, especialmente nas proximidades das indús-trias de calcário, seria duolamente benéfico por melhorar a produtividade das culturas e por aproveitar este subpro duto das indústrias de calcário, diante da elevada quanti-dade produzida.

As cinzas possuem geralmente em sua composição teores variáveis de K2O (1,49 - 5,45%), P205 (0,59 -2,0%) e CaO (34,88 - 51,34%)(Mello,1930). Compõem-se de substân cias solúveis e insolúveis, figurando, entre as primei-ras, os carbonatos de potássio e de sódio, sulfatos e fos-fatos de potássio; e, entre as insolúveis, os carbonatos e fosfatoa de "Ca" e "Mg", além de óxidos de "Fe" e "Mn". (D'utra,1920).

Segundo Buedo(1965), Rigau(1960) e Malavolta (1967), entre as substâncias solúveis encontradas na cin-za, a predominante cabe ao carbonato de potássio, entran-do por mais de metade na parte solúvel. Entre as insolú -veis predomina o carbonato de cálcio, representando mais da metade do peso das cinzas.

0 uso indiscriminado da cinza pode causar pro -blemas, principalmente com a aplicação de doses excessi -vas (Gomes,1960). Levando em conta a importância do equi-líbrio catiônico para as plantas (Loué,1978), o desbalan-ceamento provocado pela aplicação de doses inadequadas de cinza pode vir a ser prejudicial às culturas (Raposo , 1963). Segundo Ignatie & Page(1959), doses elevadas de cinza, podem prejudicar as raízes das plantas, causando -lhes até a morte, em razão da alta alcalinidade.

Os aspectos abordados justificam a necessida -de de pesquisas sobre o uso e manejo da cinza de caiei ra de cal como fertilizante e corretivo, para que as apli_ cações sejam feitas de acordo com recomendações técnicas, levando-se em conta sua constituição, características do solo e da cultura.

Atualmente, poucos são os trabalhos sobre o efeito fertilizante e corretivo de algumas cinzas (Macha-do et alii,1984);(Goepfert et alii,1980). Especificamente sobre a cinza de caieira de cal, produzida em quantidades significativas nos municípios da região metropolitana de Curitiba(PR), não existem trabalhos quanto a disponibili-dade de seus elementos constituintes para as plantas e influências sobre características químicas do solo.

Com base nos problemas apresentados, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de doses crescentes de cinza de caieira aplicadas ao solo, sobre o rendimento da aveia preta(utilizada como planta teste), comportamento de

alguns nutrientes e sobre algumas propriedades químicas do solo.

MATERIAL E MÉTODOS

0 experimento foi desenvolvido em casa de vege-tação, nas dependências da estação experimental do Insti-tuto Agronômico do Paraná (IAPAR), pólo regional de Curi-tiba. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições, cujas unidades experimentais foram formadas por porções de 5,0 kg de solo pertencentes à For mação Palmeira do Grupo Tubarão(cambissolo)(EMBRAPA,1974\ coletadas na camada arável de 0-20 cm. A análise de uma amostra composta de solo, antes da aplicação dos trata mentos, revelou as seguintes características : pH = 5,1; Al =0,07 me/l00g ; Ca = 4,12 me/l00g;. Mg = 2,58 me/l00g; K = 0,35 me/l00g; P = 11,7 ppm; C = 1,63 %; Cu = l,67ppm; Zn = 0,7 ppm; Fe = 104,75 ppm; B = 0,54 ppm; e textura franco arenosa (EUA,1951), com 62,9$ de areia, 16,0% de silte e 17,8% de argila.

Os tratamentos consistiram na aplicação de cin-za de caieira de cal, em quantidades equivalentes a 0; 10; 20; 40 e 80 t/ha, sem adubação complementar, apenas o equivalente a 20 kg/ha de N, para verificar o efeito iso-lado da cinza no solo e no desenvolvimento da planta. As cinzas foram fornecidas pela indústria de calcário "Colom bo Cal" de Colombo(PR), e incorporadas ao solo 30 dias antes da semeadura da aveia preta. A composição deste ma-terial, conforme análise efetuada pelo Instituto Agronômi-co do Paraná (Londrina-PR), é a seguinte : pH = 10,6 ; P205 = 1,5%; K20= 7,1%; CaO = 23,23%; MgO = 7,13% ;Cutotal= 0,012% Fetotal= 0,43%; Mntotal= 0,61% ; Zntotal =

0,016%; 5 PRNT = 43,87% e ER = 74,17% .

Após a incorporação dos tratamentos, o solo foiumedecido até 70 % da capacidade de campo e as3im permaneceu durante trinta dias, antecedendo à semeadura da aveiapreta comum, executados em vasos de cerâmica com capacidade para 6 litros. A duração do experimen to foi de 70 dias, deixando-se 6 plantas/vaso por ocasião do desbaste feito 15 dias após a semeadura. A umidade foi mantida através de ajustes diários.

Ao término do cultivo, as plantas foram corta -das próximo da superfície do solo, e este foi retirado do vaso e amostrado 90 dias após a incorporação da cinza Também realizou-se uma amostragem 30 dias após incorpora-ção da cinza. As plantas de aveia preta e as amostras de solo foram analisadas no laboratório de Análise do IAPAR (Londrina)-PR), conforme os métodos descritos por Miyaza-wa; Pavan & Block(1984) e EMBRAPA(1979), respectivamente.

No tecido vegetal foi determinado o peso de ma-téria seca e os teores de N-total, P, K, Ca, Mg, Zn, Mn e Gu. Esses elementos foram extraídos com HCl lN, tendo o Ca, Mg, Cu, Zn e Mn sido determinados por espectrofotome-tria de absorção atômica; o "K", por espectrofotometriade emissão; o "P" segundo Miyazawa, Pavan & Block(l984), e o N-total segando Bremner(1965). No solo foi determina do o pH e os teores de P extraível, K, Ca, Mg, Cu, Zn, Fe e B trocáveis. Para análise dos macronutrientes usou-se a metodologia descrita no manual de métodos de análise de solo da EMBRAPA(1979). Os micronutrientes foram extraídos e determinados segundo Tedesco et alii(1985).

Os resultados foram analisados em computador , utilizando-se o programa STATGRAPHICS(1985), comparados es tatísticamente pelo DMS-teste ao nível de 5 % de probabi-lidade.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A aplicação, no solo, de cinzas de caieira de cal, propiciou considerável aumento no rendimento de maté ria seca na aveia preta (Quadro 1), sendo que, em termos médios, o maior incremento observado ocorreu quando a aplicação passou de 10 para 20 t/ha de cinzas (Fig.l). Os aumentos lineares de matéria seca até a dosagem de 20t/ha, se devem à melhoria das propriedades químicas do solo e ao fato de ter a cinza contribuído para a absorção de al-guns nutrientes na aveia preta (Quadro 4).

Os valores de pH (Fig.2) apresentaram uma cor -relação praticamente linear com as doses de cinza estuda-das. As elevações de pH podem ser atribuídas, principal -mente à liberação de carbonato de potássio pela reação da cinza com o solo. Estudos realizados por Lindsay( 1979) mos-traram que o carbonato de potássio é solúvel, estando em equilíbrio com o "K" do solo, até pH em torno de 10(dez ) unidades. Isso explicaria o aumento de pH apartir de 7,5 unidades, visto que acima deste valor os carbonatos de cálcio e magnésio tornam-se insolúveis. A tendência de aumento significativo de pH logo a partir das mais baixas dosagens de cinzas torna os resultados bastante expressi-vos, evidenciando eficiente efeito da cinza como correti-vo. 0 efeito mais acentuado da cinza sobre o pH no presen te estudo deve-se, provavelmente, ao fato do solo apresen tar textura franco arenosa e pouca matéria orgânica, con-seqüência do baixo poder tampão de acidez.

A disponibilidade dos macronutrientes P, K, Ca e Mg nos solos aumentou proporcionalmente às doses de cin za aplicadas até a dosagem de 20 t/ha para todos os macro elementos.

Os aumentos nos teores de P do solo foram muito significativos (Quadro 2), ficando na forma trocável no solo a curto prazo em sua quase totalidade.

Com aplifações de 20 t/ha de cinza, o teor de P do solo se elevou em cinco vezes o teor da testemunha ' (Fig.8). Comparando-se as tabelas 1 e 2, observa-se que praticamente todo fósforo fornecido pela cinza (Tab. 1) , ficou na forma trocável no solo (Tab. 2) já no primei-ro mês da incorporação da cinza, permanecendo assim até o terceiro mês (amostra final)(Quadro 2).

Para o potássio (Fig. 3), as elevações foram mui to significativas, aumentando proporcionalmente à quanti-dade aplicada de cinza de caieira, e permanecendo, após o cultivo (Quadro 2), acima dos níveis críticos estabeleci-dos para o Estado do Paraná (Muzilli,1978).

Comparando a quantidade que 20 ton de cinza for neceria de "K" ao solo (Tab. 1) com a quantidade realmen-te encontrada no solo (Tab. 2), nota-se que todo "K" for-necido pela cinza ficou na forma trocável no solo. Estes dados concordam com vários autores (D'utra,1920)(Buedo , 1965)(Raposo,1963) onde descrevem que o carbonato de po -tássio entra por mais da metade da parte solúvel das cin zas.

Os teores de Ca e Mg no solo (Pig. 5), aumenta ram até a dosagem de 20 t/ha, atingindo o pH de 7,5 uni -dades e mantendo uma relação de 2:1, condição desejável ' para maior disponibilidade de nutrientes (Malavolta,1967). Nas doses seguintes houve, possivelmente, precipitação de ambos na forma de carbonatos. Observou-se uma correlação positiva entre os teores aplicados e os absorvidos pela planta (Pig. 5 e 12, respectivamente). Uma possível ex-plicação para relação Ca/Mg manter-se em 2:1 até a dosa -gem de 20 t/ha de cinza, está nas características da amos-tra utilizada de cinza, que apresentou relação Ca/Mg su perior a "3".

Quanto as relações entre Ca, Mg e K no solo , observa-se, com as aplicações crescentes de cinza, acen -tuado desbalanceamento entre esses cátions (Fig. 7), prin cipalmente em relação ao potássio.

Por exemplo, seja um solo com 4,0 me/l00g de Ca, 0,8 me/100g e 0,30 me/l00g de K, esses teores são con siderados os limites de separação entre as classes de fertilidade média e alta (interpretação e Recomendação de Calagem e adubação para o Estado do Paraná, 1978), e cor-respondem à relação Ca:Mg:K de 12:2,5:1. Na dose de cinza de 40 t/ha e 80 t/ha, essa relação foi de 0,85:0,5:1 e 0,15:0,14:1, respectivamente, representando um excesso de potássio, em relação a cálcio e magnésio. Tais desequilí-brios catiônicos podem causar consideráveis prejuízos aos vegetais (Bedi & Sekhon, 1977).

O efeito das doses de cinza sobre os teores de carbono (Fig. 9), não diferiram entre os tratamentos , o que já era de se esperar, pois o carbono não se faz pre -sente na composição das cinzas, visto que é perdido no processo de queima, assim como o nitrogênio e enxofre (Ri gau, 1960) .

A cinza utilizada revelou alto potencial para promover alterações no solo. Dentre suas características, destacam-se, além do Ca, Mg, P e K, os teores de micronu-trientes (Cu, Zn, Fe e 3) essenciais para o desenvolvimen to das plantas.

Os aumentos significativos nos teores de Cu,Zn, Fe e B trocáveis do solo (Quadro 3/Fig. 10 e 11), foram proporcionais à dose de cinza aplicada até 20 t/ha de cinza, onde o rendimento de matéria seca foi maior.

Em relação à planta, a absorção de potássio pe-la parte aérea da aveia preta (Fig. 12) indica um aumento progressivo e significativo deste elemento para todos os

tratamentos até a última dosagem empregada (40 t/ha), on-de houve "consumo de luxo" (Quadro 2).

Os resultados de absorção de cálcio pela par -te aérea da aveia (Fig. 12) mostraram que até a dosagem onde o rendimento foi maior, a diminuição da quantidade ab-sorvida deste nutriente não foi significativa. Entretan -to, nas dosagens seguintes, revelam uma diminuição significativa na retirada do cálcio do solo.

A absorção de magnésio (Fig. 12), mostrou uma tendência semelhante à da absorção do "Ca", com os trata-mentos diminuindo sensivelmente a absorção à medida que as concentrações de "K" foram aumentando no solo.

A diminuição dos teores de Ca e Mg na parte aé-rea da aveia preta, nas dosagens aplicadas, indica que a quantidade de "K" aplicado ao solo pelas cinzas interfe-riu na absorção desses elementos pela planta, concordando com Mundson(1968). Na dose de 40 t/ha evidencia-3e o efei to antagônico na absorção desses elementos (Fig. 12), de-vido a inibição competitiva entre eles. 0 processo para ambos funciona até um nível ótimo de concentração; a par-tir deste nível os processos de absorção passam a ser pre judicados. Resultados semelhantes foram encontrados por Mundson(1968).

Ainda em relação à planta, os teores de Zn, Cu, e N (Fig. 13 e 14) no tecido vegetal não foram altera d03 significativamente (Quadro 4) com a aplicação de doses crescentes de cinza. Os teores de P (Fig. 14) decres-ceram nos tratamentos que receberam 40 t/ha de cinza , o inverso ocorreu com o Mn (Fig. 13), que teve a absorção su mentada significativamente com a aplicação desta mesma do-se (Quadro 4) .

Em relação ao N (Fig. 14), o "não" aumento na absorção pode ser explicado em função da própria consti -

tuição da cinza que não contém "N", perdido durante a queima (Ringau,1950).

Para se ter uma idéia do que representa, em en-riquecimento do solo e em relação à nutrição de algumas culturas, a quantidade de macro e micronutrientes adicio-nados ao solo pela cinza, elaborou-se a Tab. 1, em que são apresentados dados relativos às quantidades de macroe micronutrientes retiradas do solo por uma produção de 2.500 kg de grão de aveia + palha (Floss,1982) , por 3.200 kg de grão de arroz + palha (Barbosa Filho,1987) , 25.000 cabeças de couve-flor e 95.000 cabeças de alface / hectare (Malavolta,1976). São também apresentadas as quan tidades de macro e micronutrientes adicionados ao solo por 20.000 kg de cinza, tomando-se por base os resultados mé-dios encontrados nas análises (Tab. 1).

As quantidades de macro e micronutrientes r®« tiradas pelas culturas da aveia, arroz, alface e couve -flor, utilizadas aqui como exemplo, são apreciavelmentein feriores às adicionadas por vinte toneladas de cinza. As quantidades adicionadas desses elementos comparam-se aque las fornecidas sob a forma de adubos.

Estima-se que 5 a 20 % desses elementos aplicados são aproveitados pelas culturas, sendo o restante en-volvido nos processos de oxirreduçâo do solo, no siste ma cíclico biológico, aproveitado pelos microorganismos , envolvidos em complexos coloidais nas argilas e matéria ' orgânica (Malavolta,1967). Tomando como base esse cálculo, a quantidade de 20.000 kg/ha de cinza, seria suficiente pa ra completar o ciclo das culturas tomadas como exemplo.

CONCLUSÕES

Mediante os resultados obtidos, pode-se concluir que a adição de cinza de caieira de cal ao solo, em quan-tidades de até 80 t/ha :

- Proporcionou aumentos no rendimento de maté -ria seca da aveia preta, nas dosagens de 10 e 20 t/ha de cinza.

- Diminuiu significativamente o rendimento de ma téria seca com adição de 40 t/ha de cinza, provocando des-balanceamento nutricional entre os cátions.

- Proporcionou aumentos crescentes nos valores de P-extraível, Ca, Mg e K trocáveis do solo, bem como dos micronutrientes (Cu, Zn, Pe e B), além de aumentos de pH do solo.

- Proporcionou aumentos na concentração de K , P e Mn no tecido vegetal e decréscimos nas de Ca e Mg; e não afetou as de N , Zn e Cu.

A cinza de caieira de cal mostrou ser um bom fer tilizante como fonte de macro e micronutrientes nas dosa-gens de 10 e 20 t/ha, além de ser um ótimo corretivo, au-mentando significativamente o índice pH e a disponibili -dade de nutrientes a curto prazo.

RESUMO

Sm ensaio em casa de vegetação utilizando um cam bissolo, testou-se a cinza de caieira de cal em doses cres-centes (0, 10, 20, 40 e 80 t/ha) como fonte de nutrien-tes para a aveia preta (Avena strigosa Schieb.), assim co-mo alterações nas propriedades químicas do solo. Foram de-terminados o peso da matéria seca, macro e micronutrientes do solo e quantidades absorvidas dos mesmos. A adição de cinza vegetal, proporcionou aumentos no rendimento de M.S. até quantidades de 20 t/ha. A adição de 40 t/ha ocasionou diminuição no rendimento e a germinação não ocorreu na do-sagem de 80 t/ha. Os valores de "F" extraível e "K" tro -cável do solo aumentaram linearmente com a quantidade de cinza aplicada até as maiores dosagens, o mesmo acontecen do com os micronutrientes Ou e Zn do solo; o Ca e Mg do solo aumentaram até a dose de 20 t/ha, mantendo uma rela-ção em torno de 2:1. Em doses crescentes as concentraçSes de K, P e Mn aumentaram no tecido vegetal; Ca e Mg dimi-nuíram e as de N, Zn e Gu não foram afetadas.

A cinza de caieira de cal mostrou ser um bom fertilizante como fonte de potássio, fósforo e micronutri-entes (Cu, Zn, Pe e B) nas dosagens de 10 e 20 t/ha , além de ser um ótimo corretivo, aumentando significativa-mente o índice pH e a disponibilidade de nutrientes a cur to prazo.

LITERATURA CITADA

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