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CBMGO/NO-02 1/16 Título Único Das Atividades de Mergulho Autônomo Capítulo I Das Considerações Gerais Art. 1.º A presente norma visa regular e padronizar a formação, a qualificação e os procedimentos nos serviços náuticos realizados pela Corporação, no intuito de estabelecer as condutas e as atividades pertinentes. Parágrafo único. Os serviços náuticos realizados pela Corporação serão executados pelos mergulhadores autônomos. Capítulo II Dos Conceitos Art. 2.º Para fins desta norma ficam estabelecidos os seguintes conceitos: I – auxiliar de superfície ou guia do mergulhador autônomo: membro da guarnição de mergulho, mergulhador autônomo ou, em último caso, bombeiro militar incumbido dos trabalhos de apoio na superfície; conduz a poita através do cabo guia sobre a embarcação ou plataforma de mergulho; II – câmara de superfície para mergulho: câmara hiperbárica especialmente projetada para ser utilizada na descompressão dos mergulhadores autônomos, requerida pela operação ou para tratamento hiperbárico; III – câmara hiperbárica: vaso de pressão especialmente projetado para ocupação humana, no qual os ocupantes se submetem a condições hiperbáricas; IV – descompressão: procedimento através do qual um mergulhador autônomo elimina do próprio organismo o excesso de gases inertes absorvidos durante determinadas condições hiperbáricas, sendo tais procedimentos absolutamente necessários no retorno à pressão atmosférica para a preservação da integridade física; V – equipamento autônomo de mergulho: aquele em que o suprimento de mistura respiratório é levado pelo próprio mergulhador autônomo utilizado como única fonte de ar respirável; VI – guarnição de mergulho: pessoal especializado em mergulho designado para atuar nas operações, devendo nela fazer parte o comandante da guarnição, o supervisor de mergulho, o mergulhador autônomo, o auxiliar de superfície e todo o pessoal necessário a conduzir a operação com segurança; VII – linha da vida: um cabo manobrado do local de onde é conduzido o mergulho, que, conectado ao mergulhador autônomo, permite recuperá-lo e içá-lo da água com o equipamento; VIII – linha de companhia ou umbilical: cabo de fibra com um comprimento de 2,5 m que liga 2 mergulhadores autônomos entre si; IX – linha-guia: cabo de fibra, mangueira para fornecimento de mistura respiratória, cabo de comunicações ou uma combinação dos mesmos com uma resistência que permita recolher e içar o mergulhador autônomo e o equipamento da água; X – linha-limite: linha convencionada para cada valor de profundidade de uma tabela de descompressão, que separa os tempos de duração do mergulho, abaixo da qual a probabilidade de ocorrência de doença de descompressão aumenta; XI – livro de registro de mergulho – LRM: documento obrigatório que registra as operações de mergulho realizadas; XII – mergulhador autônomo: profissional membro da equipe de mergulho, qualificado e

Das Atividades de Mergulho Autônomo

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Atividades de Mergulho Autônomo

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    Ttulo nico

    Das Atividades de Mergulho Autnomo

    Captulo I

    Das Consideraes Gerais

    Art. 1. A presente norma visa regular e padronizar a formao, a qualificao e os procedimentos nos servios nuticos realizados pela Corporao, no intuito de estabelecer as condutas e as atividades pertinentes.

    Pargrafo nico. Os servios nuticos realizados pela Corporao sero executados pelos mergulhadores autnomos.

    Captulo II

    Dos Conceitos

    Art. 2. Para fins desta norma ficam estabelecidos os seguintes conceitos: I auxiliar de superfcie ou guia do mergulhador autnomo: membro da guarnio de

    mergulho, mergulhador autnomo ou, em ltimo caso, bombeiro militar incumbido dos trabalhos de apoio na superfcie; conduz a poita atravs do cabo guia sobre a embarcao ou plataforma de mergulho;

    II cmara de superfcie para mergulho: cmara hiperbrica especialmente projetada para ser utilizada na descompresso dos mergulhadores autnomos, requerida pela operao ou para tratamento hiperbrico;

    III cmara hiperbrica: vaso de presso especialmente projetado para ocupao humana, no qual os ocupantes se submetem a condies hiperbricas;

    IV descompresso: procedimento atravs do qual um mergulhador autnomo elimina do prprio organismo o excesso de gases inertes absorvidos durante determinadas condies hiperbricas, sendo tais procedimentos absolutamente necessrios no retorno presso atmosfrica para a preservao da integridade fsica;

    V equipamento autnomo de mergulho: aquele em que o suprimento de mistura respiratrio levado pelo prprio mergulhador autnomo utilizado como nica fonte de ar respirvel;

    VI guarnio de mergulho: pessoal especializado em mergulho designado para atuar nas operaes, devendo nela fazer parte o comandante da guarnio, o supervisor de mergulho, o mergulhador autnomo, o auxiliar de superfcie e todo o pessoal necessrio a conduzir a operao com segurana;

    VII linha da vida: um cabo manobrado do local de onde conduzido o mergulho, que, conectado ao mergulhador autnomo, permite recuper-lo e i-lo da gua com o equipamento;

    VIII linha de companhia ou umbilical: cabo de fibra com um comprimento de 2,5 m que liga 2 mergulhadores autnomos entre si;

    IX linha-guia: cabo de fibra, mangueira para fornecimento de mistura respiratria, cabo de comunicaes ou uma combinao dos mesmos com uma resistncia que permita recolher e iar o mergulhador autnomo e o equipamento da gua;

    X linha-limite: linha convencionada para cada valor de profundidade de uma tabela de descompresso, que separa os tempos de durao do mergulho, abaixo da qual a probabilidade de ocorrncia de doena de descompresso aumenta;

    XI livro de registro de mergulho LRM: documento obrigatrio que registra as operaes de mergulho realizadas;

    XII mergulhador autnomo: profissional membro da equipe de mergulho, qualificado e

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    legalmente habilitado para os exerccios da atividade de mergulho;XIII mergulhador autnomo reserva: mergulhador autnomo da equipe, o qual

    permanecer na superfcie, preparado para mergulhar em caso de emergncia com os mergulhadores submersos;

    XIV mergulho: ato de imergir a uma dada profundidade assistido por um sistema de suporte de vida;

    XV mergulho autnomo: tipo de mergulho em que o mergulhador autnomo transporta o equipamento que lhe fornece a mistura respiratria;

    XVI mergulho de interveno: tipo de mergulho que, em regra, envolve a utilizao de um sino de mergulho, a fim de permitir mergulhos semiautnomos mais profundos, em virtude de possibilitar realizar a descompresso superfcie;

    XVII mergulho de saturao: tipo de mergulho que se baseia no princpio de no dissolver-se mais gs nos tecidos humanos quando o tempo de exposio a um gs inerte a uma dada profundidade iguala o tempo necessrio para fazer subir a tenso do gs nos tecidos do corpo ao mesmo nvel; assim, o tempo de descompresso o mesmo, independentemente da durao posterior da exposio; esta tcnica envolve a existncia de um sistema de suporte de vida com capacidade para garantir a vida do mergulhador autnomo por perodos que podem ir de uma semana a vrios meses;

    XVIII mistura respiratria: ar ou qualquer outra mistura de gases compatveis com a respirao humana, utilizada durante o mergulho e a descompresso;

    XIX ocorrncia de mergulho: toda aquela que envolve trabalhos submersos e que se estende desde os procedimentos iniciais de preparao at o final do perodo de observao;

    XX perodo de observao: aquele que se inicia no momento em que o mergulhador autnomo deixa de estar submetido condio hiperbrica;

    XXI plataforma de mergulho: navio, embarcao, balsa, estrutura fixa ou flutuante, estaleiro, cais ou local a partir do qual se realiza o mergulho;

    XXII profundidade: presso expressa em metros, a que o mergulhador autnomo est sujeito durante a imerso num meio lquido, ou dentro de uma cmara hiperbrica ou de um sino de mergulho;

    XXIII recompresso: aumento da presso ambiente a que um ser vivo se encontra, aps ter sido sujeito ativo de uma descompresso;

    XXIV regras de segurana: procedimentos bsicos que devem ser observados nas operaes de mergulho, de forma a garantir a execuo em perfeita segurana e a integridade fsica dos mergulhadores autnomos;

    XXV comandante de mergulho: mergulhador autnomo que planeja, dirige, coordena e controla o mergulho;

    XXVI acidente de mergulho: todo acidente causado ao profissional de mergulho durante os trabalhos submersos.

    Captulo III

    Dos Mergulhadores autnomos

    Seo I

    Da Composio da Guarnio de Mergulho

    Art. 3. A guarnio de mergulho ser composta da seguinte forma:I ampliada: um comandante, dois mergulhadores auxiliares de superfcie e uma dupla

    de mergulhadores;II padro: um comandante, um mergulhador auxiliar de superfcie e uma dupla de

    mergulhadores; eIII reduzida: um comandante e uma dupla de mergulhadores.

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    Pargrafo nico: Nos itens II e III todos os integrantes devero ser mergulhadores.

    Seo III

    Das Atribuies dos Mergulhadores autnomos

    Art. 4. So atribuies do comandante da guarnio nutica:I cumprir as disposies da presente norma;II manter a integridade fsica dos componentes da guarnio;III verificar a situao e as condies dos equipamentos e acessrios utilizados pela

    guarnio de mergulho;IV verificar disponibilidade e condies de funcionamento do servio hiperbrico mais

    prximo;V manter o servio de urgncia, emergncia e de sade da Corporao informado do

    incio, trmino da operao e sempre que houver qualquer tipo de acidente hiperbrico com o mergulhador, poder tambm ser comunicado DAN (DIVERS ALERT NETWORK) atravs do telefone: 0800 684 9111;

    VI fiscalizar a manuteno, limpeza e o acondicionamento dos equipamentos de mergulho e acessrios;

    VII preencher o livro de registro das ocorrncias de mergulho;VIII efetuar os registros na caderneta de mergulho sobre os controles dos mergulhos;IX requisitar, caso haja necessidade, a presena do mdico de dia no local da

    ocorrncia;X realizar o planejamento dos mergulhos;XI verificar se os mergulhadores da guarnio esto habilitados para os servios que

    iro realizar;XII verificar as ameaas e os riscos que ser submetida guarnio;XIII verificar a presso do cilindro e se o ar dentro dele no est contaminado;XIV verificar se o tempo mximo de mergulho planejado no superior ao da linha-

    limite;XV orientar a guarnio que a prtica de descompresso superfcie somente

    utilizada em situaes de emergncia;XVI no permitir ou interromper a realizao dos mergulhos, quando constatar que os

    mesmos podem constituir um risco iminente integridade fsica dos mergulhadores;XVII elaborar a logstica da ocorrncia;XVIII conhecer os sinais, procedimentos, deveres e instrues em vigor na ocorrncia

    de mergulho;XIX designar o mergulhador autnomo da guarnio que atuar como guia;XX designar o mergulhador autnomo da guarnio ampliada ou padro que atuar

    como mergulhador autnomo reserva; XXI manter em todas as operaes de mergulho o cabo-guia como linha da vida; XXII- realizar o treinamento antecipadamente operao de mergulho dos sinais de

    comunicao entre os mergulhadores e tambm mergulhadores com a equipe de superfcie; eXXIII- manter controle do tempo de fundo dos mergulhos utilizando as tabelas

    apropriadas;Pargrafo nico - Nas situaes em que o comandante da guarnio no for

    mergulhador autnomo, este dever delegar funes para o planejamento do mergulho ao mergulhador mais antigo.

    Art. 5. So atribuies dos mergulhadores autnomos e dos auxiliares de superfcie: I conhecer os sinais, procedimentos, deveres e instrues em vigor na ocorrncia de

    mergulho;

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    II auxiliar o comandante da guarnio nos servios que esto sendo realizados;III realizar, quando guia, a comunicao entre os mergulhadores em atividade e a

    superfcie atravs da linha da vida; IV realizar atividades de mergulho autnomo;V manter-se em dia com as inspees mdicas;VI no mergulhar se tiver ingerido lcool ou feito uso de quaisquer medicamentos que

    possam reduzir a prpria capacidade fsica e mental;VII verificar as condies de uso do equipamento e respectivos acessrios;VIII permanecer no local da ocorrncia aps a concluso de cada operao pelo

    perodo de tempo indicado pelo comandante da guarnio;IX evitar deslocar-se por meio de transporte areo a uma altitude superior a 600 m

    durante 24 h aps trmino do mergulho com paradas de descompresso;X portar obrigatoriamente a caderneta de mergulhador autnomo;XI apresentar a caderneta de mergulhador autnomo sempre que solicitado pelo

    comandante imediato;XII comunicar ao comandante da guarnio as irregularidades observadas durante a

    ocorrncia de mergulho; eXIII apresentar-se para exame mdico periodicamente ou quando determinado pelo

    comandante imediato.

    Art. 6. So atribuies dos mergulhadores autnomos reserva: I estar na embarcao ou local de realizao do mergulho, acompanhando toda a

    ocorrncia nutica, com um equipamento de mergulho em condies de pronto emprego, devendo este equipamento estar ao respectivo alcance, para no caso de uma emergncia ou situao adversa com os mergulhadores que esto executando o mergulho, o mergulhador autnomo reserva dever intervir imediatamente para auxili-los ou prestar o devido socorro se for o caso;

    II conhecer os sinais, procedimentos, deveres e instrues em vigor na ocorrncia de mergulho;

    III auxiliar o comandante da guarnio nos servios que esto sendo realizados;IV realizar atividades de mergulho autnomo;V manter-se em dia com as inspees mdicas;VI no mergulhar se tiver ingerido lcool ou feito uso de quaisquer medicamentos que

    possam reduzir a respectiva capacidade fsica e mental;VII verificar as condies de uso do equipamento e respectivos acessrios;VIII permanecer no local da ocorrncia aps a concluso de cada operao pelo

    perodo de tempo indicado pelo comandante da equipe;IX evitar deslocar-se por meio de transporte areo a uma altitude superior a 600 m

    durante 24 h aps trmino do mergulho com paradas de descompresso;X portar obrigatoriamente a caderneta de mergulhador autnomo;XI apresentar a caderneta de mergulhador autnomo sempre que solicitado pelo

    comandante imediato;XII comunicar ao comandante da guarnio as irregularidades observadas durante a

    ocorrncia de mergulho; eXIII apresentar-se para exame mdico periodicamente ou quando determinado pelo

    comandante imediato.

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    Captulo IV

    Da Manuteno e Cuidados com Equipamentos

    Art. 7. Dever ser realizado e conferido o check list de todos os materiais nuticos a serem empregados em operaes de mergulho.

    Art. 8. Todos os materiais devero estar manutenidos e em condies de uso aps cada operao de mergulho, sendo materiais de pronto emprego.

    Art. 9. Registrar o total de horas de funcionamento dos compressores em livro ata, para manuteno de 1 e 2 escalo dos mesmos.

    Captulo V

    Da Documentao dos Mergulhadores autnomos

    Seo I

    Da Documentao Pessoal

    Art. 10. Os documentos de identificao do mergulhador autnomo a caderneta de mergulho (documento onde efetuado o registro de informaes pessoais, profissionais, emergenciais, de cmara hiperbrica, controle de mergulhos, datas de aptido mdica e mudanas de informaes), conforme modelo do anexo I;

    Seo II

    Da Documentao Coletiva

    Art. 11. A OBM que realiza atividades de mergulho autnomo dever manter o livro de registro de mergulho.

    1. O livro definido no caput deste artigo ser preenchido pelo oficial ou graduado da equipe de mergulho que estiver coordenando a ocorrncia nutica.

    2. O livro permanecer sob a guarda do servio de dia da OBM. 3. O livro dever ser assinado pelo comandante da guarnio nutica e pelo

    comandante imediato deste.Art. 12. No livro devero constar as alteraes e atividades dirias ocorridas no servio

    nutico e ainda os seguintes registros:a) datas e perodos de realizao do atendimento;b) local do atendimento;c) nome, posto/graduao dos mergulhadores empenhados;d) perodo de mergulho individual;e) equipamentos e acessrios utilizados;f) registro sinttico das atividades desenvolvidas constando: hora de acionamento,

    sada, chegada, natureza da ocorrncia, horrio do trmino do atendimento e horrio de chegada OBM;

    g) profundidade atingida por cada mergulhador;h) tipo de misturas utilizadas;i) os acidentes de descompresso ou outras anomalias sofridas por qualquer dos

    mergulhadores autnomos;j) as condies ambientais; ep) outros elementos de interesse relativos segurana e sade pessoal dos

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    mergulhadores.Captulo VI

    Da Formao e Especializao

    Seo I

    Do Estabelecimento de Ensino

    Art. 13. Caracteriza-se como escola de formao de mergulhador autnomo o local designado pelo Comando Geral.

    Pargrafo nico. O corpo docente ser constitudo mediante proposta do comandante do estabelecimento de ensino ao Comando Geral da Corporao.

    Seo II

    Do Ensino e Instruo

    Art. 14. O ensino e a instruo dos mergulhadores autnomos tm como objetivo habilit-los a:

    I- Executar busca e resgate de vtimas e bens;II-Efetuar a conservao preventiva dos equipamentos de mergulho, compressores e

    ferramentas subaquticas; eIII- Efetuar trabalhos de preveno nutica.

    Seo IIIDos Cursos

    Art. 15. Os cursos de mergulho sero desenvolvidos no intuito de preparar os bombeiros militares a desempenharem atividades relacionadas ao mergulho autnomo:

    I Cursos Tcnicos:a) Curso de Mergulho em Cavernas;b) Curso de Mergulho Noturno;c) Curso de Mergulho Profundo mais de 30 m;d) Curso de Mergulho com Misturas Gasosas; e) Curso de Mergulho de Navegao; ef) Outros cursos tcnicos. 1. O estabelecimento de ensino e instruo da Corporao definir os critrios e

    grade curricular para os cursos definidos neste artigo. 2. Os instrutores dos cursos previstos no inciso I devero ser credenciados para

    ministrar os referidos cursos. 3. Para realizao dos mergulhos tcnicos, o mergulhador autnomo dever possuir

    credenciamento e equipamentos especficos.

    Captulo VII

    Da Inscrio e Matrcula

    Art. 16. Os requisitos para inscrio no curso de mergulho autnomo: I ter parecer favorvel do respectivo comandante; II ser aprovado nos testes de aptido fsica; III ser considerado apto pela junta mdica da Corporao para fins de curso de

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    mergulho; IV - ser aprovado em teste de cmara hiperbrica.

    Pargrafo nico. Apenas sero matriculados no curso os inscritos que preencherem os requisitos exigidos neste artigo.

    Captulo VIII

    Dos Exames Mdicos, Complementares e Peridicos

    Seo I

    Dos Exames Mdicos

    Art. 17. Ser obrigatria a realizao de exames mdicos por parte dos candidatos para matrcula no curso de mergulho autnomo, de acordo com os seguintes exames:

    a) biometria: os candidatos atividade de mergulho sero selecionados de acordo com o respectivo biotipo e tendncia obesidade futura; podero ser inabilitados aqueles que apresentarem variaes no ndice de Massa Corporal IMC abaixo 10% e acima de 25% ou de 10 % em peso, das tabelas-padro de idade, peso e altura, a critrio mdico;

    b) aparelho circulatrio: a integridade do aparelho circulatrio ser verificada pelo exame clnico, radiolgico, eletrocardiogrfico, ecocardiogrfico, teste de esforo; a presso arterial sistlica no devera ser >145 mmHg e a diastlica >95 mmHg, sem nenhuma repercusso hemodinmica; as perturbaes circulatrias venosas perifricas (varizes e hemorroidas) acarretaro a inaptido;

    c) aparelho respiratrio: ser verificada a integridade clnica e radiolgica do aparelho respiratrio, a integridade anatmica da caixa torcica, doenas infectocontagiosas com sequelas ao aparelho respiratrio, doena pulmonar ventilatria restritiva e/ou inflamatria crnica e sequela cirrgica;

    d) Aparelho digestrio: ser verificada integridade do aparelho digestrio e respectivos anexos: os candidatos com distrbios cido-ppticos, hemorragias digestrias, doenas inflamatrias e alteraes de trnsito intestinal sero inabilitados; os candidatos que apresentarem nmero insuficiente de dentes, naturais ou artificiais e boa ocluso, que assegurem o uso efetivo do equipamento autnomo (vlvula reguladora de segundo estgio/bocal), dentes cariados ou comprometidos por focos de infeco e doenas na cavidade oral sero inabilitados; o uso de prteses preferencialmente deve ser do tipo fixa; as prteses removveis podero ser aceitas desde que no interfiram no uso adequado do equipamento, devendo ser orientados a remov-las durante atividades de mergulho;

    e) aparelho gentiourinrio: as doenas crnicas ou recorrentes, bem como as infectocontagiosas, inabilitam o candidato;

    f) aparelho endcrino-metablico: distrbios de metabolismo, nutricional e hormonal sero incapacitantes para o candidato;

    g) aparelho oftalmolgico: ser verificada acuidade visual, sendo exigido 20/30 de viso em ambos os olhos corrigveis para 20/20, devendo ser verificada a ausncia de doenas agudas, crnicas e degenerativas em ambos os olhos; o senso cromtico ser incapacitante com as discromatopsias de grau acentuado;

    h) aparelho otorrinolaringolgico: a audio deve ser normal em ambos os ouvidos; doenas agudas ou crnicas do conduto auditivo externo, da membrana timpnica, do ouvido mdio ou interno, inabilitam o candidato; as trompas de nasofarngeas devem estar permeveis e livres para equilbrio da presso, durante as variaes baromtricas nos mergulhos; as obstrues respirao e a sinusopatia crnica so causas de inabilitao; as amdalas com inflamaes crnicas, bem como obstculos nasofarigeanos que dificultam a ventilao

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    adequada, devem inabilitar o candidato.i) exame neuropsiquitrico: ser verificada a integridade anatmica e funcional do

    sistema nervoso; a natureza especial da atividade de mergulho requer avaliao cuidadosa dos ajustamentos nos planos emocional, social e intelectual do candidato; a presena de histria pregressa de distrbios neuropsquicos ou de molstia orgnica do sistema nervoso, epilepsia, ou ps-traumtica inabilitam o candidato; tendncias neurticas, imaturidade ou instabilidade emocional, manifestaes antissociais, desajustamento ou inadaptaes inabilitam o candidato;

    j) teste de presso: os candidatos devero ser submetidos presso de 6 ATA na cmara hiperbrica (de recompresso), para verificar a capacidade de equilibrar a presso no ouvido mdio e seios da face; qualquer sinal de claustrofobia, bem como apresentao de suscetibilidade individual narcose pelo nitrognio, ser motivo de inabilitao do candidato;

    k) teste de tolerncia ao oxignio: dever ser realizado o teste de tolerncia ao oxignio, que consiste em fazer o candidato respirar oxignio puro (com FiO2 100%) sob presso 2,8 ATA num perodo de 30 minutos, na cmara de recompresso. Qualquer sinal ou sintoma de intoxicao pelo oxignio ser motivo de inabilitao; e

    l) Teste de Ruffier (ou similar): consiste em 30 agachamentos em 45 segundos e tomados de frequncia de pulso radial:

    P1 pulso em repousoP2 pulso imediatamente aps o esforo fsicoP3 pulso aps 1 minuto de repousondice de Ruffier = [(P1+P2+P3) 200]/10O ndice de Ruffier dever ser abaixo de 10.

    Seo II

    Da Avaliao Mdica

    Art. 18. O Servio Mdico da Corporao dever registrar no livro de atendimento ou de atas o resultado da avaliao dos mergulhadores e dos pretensos candidatos atividade de mergulho autnomo da seguinte forma:

    I apto para mergulho (integridade fsica e psquica);II incapaz temporariamente para mergulho (patologia transitria);III incapaz definitivamente para mergulho (patologia permanente e ou progressiva); eIV apto ou inapto para fins de curso de mergulho autnomo.

    Seo III

    Dos Exames Complementares

    Art. 19. Os exames complementares necessrios para avaliao pela junta mdica da Corporao para fins de cursos e/ou permanncia na atividade de mergulho autnomo previstos nesta norma so os seguintes:

    I radiografia do trax PA e lateral;II espirometria;III eletrocardiograma 12 derivaes;IV ecocardiograma; V teste de esforo;VI eletroencefalograma em repouso;VII imitanciometria/Impedanciometria;VIII avaliao oftalmolgica; eIX radiografia bilateral em AP das articulaes escapuloumerais, coxofemorais e

    joelhos.

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    Seo IV

    Dos Exames Laboratoriais

    Art. 20. Os exames laboratoriais necessrios para avaliao pela Junta Mdica da Corporao para fins de cursos e/ou permanncia na atividade de mergulho autnomo previstos nesta norma so os seguintes:

    I hemograma completo;II tempo de protrombina e trombina e de sangramento;III grupo sanguneo ABO com fator Rh;IV enzima eritrocitria/glicose 6 fosfato desidrogenase;V eletroforese de hemoglobina;VI creatinina, uria, glicemia de jejum;VII rotina de urina 1 amostra da manh jato intermedirio;VIII dosagem de hormnios tireoidianos;IX sorologia para AIDS, hepatite A/B/C e sfilis; eX raios-X periapical dos dentes.Pargrafo nico. Os militares do quadro feminino devero apresentar ainda o exame

    Beta HCG sangue (exame de gravidez).

    Seo V

    Da Periodicidade dos Exames

    Art. 21. Os exames sero realizados de acordo com o perodo estabelecido neste artigo.I At 29 anos = a cada 5 anos;II de 30 a 36 anos = a cada 3 anos;III de 37 a 41 anos = a cada 2 anos;IV acima de 42 anos = anualmente; eV imediatamente, aps acidente ocorrido no desempenho de atividade de mergulho ou

    molstia grave. Pargrafo nico. Os mergulhadores autnomos que estiverem em escalas nuticas

    dirias devero fazer teste na cmara hiperbrica, obedecendo aos seguintes critrios:I uma vez por ano, quando tiver efetuado mergulho em profundidade superior a 18 m;II a cada 2 anos, quando tiver efetuado mergulhos em profundidades menores que 18

    m; eIII imediatamente, aps acidente de mergulho em que o mergulhador apresentar sinais

    e ou sintomas de doena descompressiva.

    Captulo IX

    Da Preparao e das Regras de Segurana do Mergulho autnomo

    Seo I

    Da Segurana do Mergulhador autnomo

    Art. 22. Os mergulhadores autnomos devero seguir as regras de segurana estabelecidas nesta norma e ainda:

    I em todas as ocorrncias de mergulho sero utilizados balizamentos e sinalizaes adequadas;

    II as linhas da vida sempre sero afixadas em locais adequados que possam suportar o peso do mergulhador autnomo e dos equipamentos;

    III a entrada e sada dos mergulhadores autnomos no meio lquido sero feitas de

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    acordo com as tcnicas empregadas durante o curso de mergulho autnomo;IV durante o perodo de observao o comandante da guarnio dever verificar a

    necessidade para conduzir uma recompresso e no dever afastar-se do local;V O tempo de fundo em mergulhos utilizando ar comprimido dever respeitar os limites

    da Tabela de Limite Sem Descompresso: a) em casos extremos em que seja necessrio ultrapassar o tempo limite para a tabela

    sem descompresso, dever ser utilizado a Tabela Padro de Descompresso a ar.VI para a prpria segurana, o mergulhador autnomo dever verificar:a) condies meteorolgicas;b) condies de marolas e correntezas;c) movimentao de embarcaes no local de mergulho;d) perigos subaquticos incluindo ralos, bombas de suco ou locais onde a diferena

    de presso hidrosttica; possa criar uma situao de perigo para os mergulhadores autnomos;

    e) profundidade e tipo de operao a ser executada;f) adequao dos equipamentos;g) operaes de mergulhos simultneas; eh) tabelas de descompresso inclusive as de tratamento e de correo.

    Seo II

    Das Proibies ao Mergulhador autnomo

    Art. 23. Durante o perodo de observao no ser permitido aos mergulhadores autnomos:

    I realizar outro mergulho, exceto utilizando as tabelas apropriadas para mergulhos sucessivos;

    II realizar voos a mais de 600 m de altura, durante 24 h aps trmino do mergulho com paradas de descompresso; e

    III realizar esforos fsicos excessivos; IV afastar-se do local da cmara, caso o mergulho tenha se realizado com a utilizao

    de misturas respiratrias artificiais.

    Seo III

    Da Segurana dos Equipamentos de Mergulho

    Art. 24. Os mergulhadores autnomos devero observar os seguintes itens de segurana quanto utilizao dos equipamentos de mergulho e respectivos acessrios fornecidos pela Corporao:

    I se os equipamentos de mergulho possuem certificados de aprovao fornecidos ou homologados pela Diretoria de Portos e Costas DPC Marinha do Brasil;

    II se os cilindros apresentam caracteres indelveis e bem visveis:a) limites mximos de trabalho e segurana;b) nome da entidade que tenha aprovado;c) prazo de validade do certificado; ed) data do ltimo teste de ruptura.III se o certificado citado no inciso I no sofreu alterao ou se os reparos dos

    equipamentos sofreram alteraes nas caractersticas originais;IV os perodos conforme quadro a seguir:

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    V se os equipamentos que funcionam com reciclagem de mistura respiratria esto previamente certificados por uma entidade reconhecida e aprovada pela DPC;

    VI se os compressores de misturas respiratrias, especialmente os de ar, esto instalados de maneira que no exista o risco de que aspirem gases da descarga do prprio motor ou de ambientes, onde exista qualquer possibilidade de contaminao;

    VI se os reservatrios de gases possuem dispositivos de segurana que operem a presso mxima de trabalho;

    VII se os gases ou misturas respiratrias fornecidos em reservatrios para as operaes de mergulho podem ser utilizados, de acordo com as seguintes especificaes:

    a) percentual dos elementos constituintes;b) grau de pureza;c) tipo de anlise realizada; ed) nome e assinatura do responsvel pela anlise;VIII se as misturas respiratrias artificiais foram analisadas no local das operaes

    quanto aos percentuais dos gases;IX se os sistemas e equipamentos esto com manuteno em dia, de forma a manter

    a segurana e funcionamento; eX se os sistemas e equipamentos de mergulho possuem: a) umbilical, exceto quando forem utilizadas tcnicas de mergulho autnomo; eb) linha da vida.

    Art. 25. Os equipamentos de uso obrigatrio EUO devero ser compostos por:I roupa apropriada para cada tipo de mergulho;II - cilindro de ar comprimido;III- back pack;IV- conjunto regulador;V- mscara de mergulho e nadadeiras; VI- cinto e lastro para mergulho;VII faca de mergulho;VIII lanterna, para mergulhos noturnos ou locais escuros;IX luvas de proteo, quando possvel a utilizao; X - meias de neoprene ou botas de mergulho, quando possvel a utilizao; XI - colete equilibrador para mergulho, quando o ambiente de mergulho for favorvel;Pargrafo nico. No ser permitido o uso de equipamentos, que influenciam

    diretamente no fornecimento do suprimento de ar e controle de flutuabilidade, de natureza particular.

    Art. 26. Os mergulhos realizados com misturas gasosas enriquecidas (Nitrox, Trimix) devero ser planejados e realizados por mergulhadores certificados para este tipo de mergulho.

    Pargrafo nico. O abastecimento dos cilindros prprios para mergulhos com misturas gasosas enriquecidas, somente podero ser realizados por mergulhadores certificados (Gs Blender).

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    Captulo X

    Da Escala do Mergulhador autnomo

    Art. 27. O mergulhador autnomo compor o servio operacional de rotina da OBM, conforme RESIOBOM (Regimento dos Servios Interno e Operacional Bombeiro Militar), devendo ser escalado para compor a guarnio nutica quando necessrio.

    1. Escalas diferenciadas somente podero ocorrer com autorizao do Comandante Geral.

    2. Nos deslocamentos para ocorrncias nuticas os mergulhadores podero efetuar com agasalho desde que esteja de pronto emprego o (5 A e C). O mergulhador dever permanecer na Unidade com o fardamento correspondente ao servio operacional, mantendo na unidade o (5 A e C) para ser utilizado como pronto emprego.

    3. Aps ocorrncias nuticas superiores a 24 horas, retornando o mergulhador OBM, este dever ter um perodo de folga de no mnimo 24 horas.

    Art. 28. Nas ocorrncias com durao superior a 96 horas, o comandante da guarnio poder solicitar a substituio da guarnio de mergulho, ou parte dela.

    Art. 29. Os mergulhos realizados devero ser registrados na caderneta de mergulho, apresentada ao comandante imediato, que atestar: o nmero da ocorrncia, nmero do mergulho, data, horas de mergulho e assinatura do comandante da guarnio.

    Captulo XI

    Das Disposies Finais e Transitrias

    Art. 30. O bombeiro militar que concluiu curso de mergulho na Corporao ou em outras instituies militares antes de 2012 ser enquadrado como mergulhador autnomo.

    Pargrafo nico. No se aplica o caput deste artigo aos mergulhadores denominados Nvel I.

    Art. 31. Os mergulhos noturnos devero ser efetuados desde que no haja ameaa integridade dos mergulhadores.

    Art. 32. Os mergulhos em guas insalubres devero ser efetuados somente com uso de roupa seca, capacete e luvas apropriadas, que isolem o mergulhador de qualquer contato com meio lquido, tendo em vista o alto risco de contaminao;

    Art. 33. Quando em uma ocorrncia houver necessidade de suspender o mergulho, o comandante da guarnio dever providenciar outros meios de busca e sob hiptese alguma abandonar o local da ocorrncia.

    Art. 34. Sempre que o tempo de descompresso planejado de acordo com as tabelas em anexo exceder o tempo limite de mergulho sem descompresso, ou se a operao de mergulho realizada em at 42 m de profundidade, a atividade de busca e resgate ser realizada por uma guarnio ampliada.

    Art. 35. Os mergulhadores autnomos que no esto efetivados nas atividades de mergulho devero cumprir escalas de reforo nutico, os quais devero permanecer alcanveis durante o perodo em que estiverem escalados.

    Pargrafo nico. A confeco da escala ser feita na regio metropolitana pelo

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    Comando Regional desta regio que disponibilizar uma cpia ao Centro de Operaes. No interior a escala ser confeccionada pelo comandante da OBM.

    Anexo I

    Modelo de Caderneta de Mergulhador autnomo (capa)

    (dimenses do papel A5)

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