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DAVI E A SUA VOCAÇÃO INTRODUÇÃO Davi nos deixou muitos exemplos de fé, coragem, obediência e paciência; virtudes essas que foram escritas para que possamos imitá-las. Mas, suas derrotas e pecados também foram registrados nas páginas da Bíblia, para que servissem de advertência aos que almejam a eternidade. Dessa forma, todos deverão aprender, não só com seus êxitos, mas também com seus fracassos. Durante os estudos haverá constantes reflexões e oportunidades de pensamentos a respeito da vida de Davi que é conhecido como um “homem segundo o coração de Deus”. A BIOGRAFIA DE DAVI Davi era o filho mais novo de Jessé, da tribo de Judá, segundo rei de Israel e seu nome significa “amado”. Nas Escrituras esse nome é aplicado exclusivamente a ele, o que tipifica a posição sem igual que tinha como ancestral precursor e figura do Senhor Jesus Cristo. Existem cinqüenta e oito referências neo-testamentárias a Davi, incluindo o título, freqüentemente repetido, dado a Jesus “Filho de Davi”. Paulo assevera que Jesus ‘segundo a carne, veio da descendência de Davi’ (Rm 1.3), enquanto que João registra que o próprio Jesus disse: ‘Eu sou a raiz e a geração de Davi’ (Ap 22.16). A família de Davi – Ele era o mais novo dos oito filhos de Jessé, um efrateu de Belém (ISm 17.12-14) e bisneto de Boaz e Rute, a moabita (Mt 1.5,6; Lc 3.31,32). A ocupação de Davi - Pastorear as ovelhas de seu pai (ISm 16.11). Como pastor aprendeu a cuidar dos animais, bem como

Davi e a Sua Vocação

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DAVI E A SUA VOCAÇÃO

INTRODUÇÃO

Davi nos deixou muitos exemplos de fé, coragem, obediência e paciência; virtudes essas que foram escritas para que possamos imitá-las. Mas, suas derrotas e pecados também foram registrados nas páginas da Bíblia, para que servissem de advertência aos que almejam a eternidade. Dessa forma, todos deverão aprender, não só com seus êxitos, mas também com seus fracassos. Durante os estudos haverá constantes reflexões e oportunidades de pensamentos a respeito da vida de Davi que é conhecido como um “homem segundo o coração de Deus”.

A BIOGRAFIA DE DAVI

Davi era o filho mais novo de Jessé, da tribo de Judá, segundo rei de Israel e seu nome significa “amado”. Nas Escrituras esse nome é aplicado exclusivamente a ele, o que tipifica a posição sem igual que tinha como ancestral precursor e figura do Senhor Jesus Cristo. Existem cinqüenta e oito referências neo-testamentárias a Davi, incluindo o título, freqüentemente repetido, dado a Jesus “Filho de Davi”. Paulo assevera que Jesus ‘segundo a carne, veio da descendência de Davi’ (Rm 1.3), enquanto que João registra que o próprio Jesus disse: ‘Eu sou a raiz e a geração de Davi’ (Ap 22.16).

A família de Davi – Ele era o mais novo dos oito filhos de Jessé, um efrateu de Belém (ISm 17.12-14) e bisneto de Boaz e Rute, a moabita (Mt 1.5,6; Lc 3.31,32). A ocupação de Davi - Pastorear as ovelhas de seu pai (ISm 16.11). Como pastor aprendeu a cuidar dos animais, bem como a protegê-los dos predadores. Essa experiência o ensinou a depender do Senhor, conforme ele mesmo diz a Saul: “O Senhor me livrou das garras do leão, e das do urso; ele me livrará da mão deste filisteu” (ISm 17.37). As habilidades de Davi - Davi possuía muitos talentos. Quando Saul estava atormentado por um espírito maligno, seus servos lhe aconselharam que ele mandasse chamar alguém que tocasse harpa. Então, ele mandou que lhe trouxessem alguém que tocasse bem. E, um dos moços lhe disse: “Eis que tenho visto a um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar e é valente e vigoroso, e homem de guerra,

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e prudente em palavras, e de gentil presença; o Senhor é com ele.” (ISm 16.18). Esse texto relaciona várias características de Davi: seu talento musical, sua bravura, eloqüência, boa aparência, mas, acima de tudo, a presença do Senhor em sua vida.

OS ASPECTOS DO CARÁTER DE DAVI

Quando pensamos em Davi, logo nos vem à mente que ele era pastor, poeta, matador de gigante, rei e antepassado de Jesus ― em resumo, um dos maiores homens do AT. Mas existe uma outra relação junto a esta: traidor, mentiroso, adúltero e assassino. A primeira lista fornece as qualidades que todos nós gostaríamos de ter; a segunda, as que poderiam ser reais a nosso respeito. A Bíblia não faz esforço algum para esconder os fracassos de Davi. Ele ainda é lembrado e respeitado por seu coração voltado para Deus. Quando aprendemos que compartilhamos mais dos fracassos de Davi do que de suas fraquezas, deveríamos ficar curiosos para descobrir o motivo pelo qual o Senhor se refere a ele como “o homem segundo o meu coração” (Atos 13.22).Davi, apesar de suas fraquezas, possuía uma fé inabalável na fiel e poderosa natureza de Deus. Foi um homem que viveu com grande prazer. Ele pecou, mas foi rápido em confessar suas falhas. Suas confissões eram de coração, e seu arrependimento genuíno. Nunca negligenciou o perdão de Deus ou tomou sua bênção como uma concessão. Em troca, o Senhor nunca lhe negou seu perdão ou as retribuições de suas ações.Davi experimentou a alegria do perdão mesmo quando teve que sofrer as conseqüências de seus pecados.Embora tenha cometido um grande pecado, Davi deliberadamente não repetiu o mesmo erro.Ele aprendeu com suas falhas porque aceitou o sofrimento que estas lhe trouxeram. Com freqüência parece que não aprendemos com nossos enganos ou com as conseqüências resultantes deles. 

UM EXEMPLO DE ADORADOR

- Davi não era uma pessoa que adora apenas para ter um resultado ele adorava por ser uma questão de devocional seu com o Senhor.- A adoração de Davi era a adoração sem interesse, ela a adoração por querer conhecer a Deus e saber os seus caminhos, agradar o seu coração por nada, totalmente desinteressado de resultados.- Muitos oram, mas sempre sua oração é um interesse a uma resposta ou mesmo a um padrão de se tornar um Homem de Deus que ora muito.- Mas quando adoramos, não tem como ser interessada, pois a adoração não tem lugar para palavras de petições, não tem lugar para intercessão, só tem lugar para corações apaixonados.

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- Não se passava pela cabeça de Davi ser rei, isso era impossível, não existia em seu vocabulário.- Mas quando Deus precisou achar um homem para confiar um reino ele não procurou a pessoa mais talentosa, não procurou a mais sábia, ele procurou a que adorava.- Adoração faz de nós pessoas mais intimas de Deus, mas achegadas ao coração do pai e com certeza quem adora será levantada por Deus para reinar nesta geração.- Quem adora reina. Reinará não só sobre a prosperidade, mas também sobre as circunstancias da vida.

A VOCAÇÃO DE DAVI

Davi deveria ser o grande rei de Israel; "O homem segundo o coração de Deus". Porém, Deus escolhe pequenas coisas, coisas sem nenhuma reputação. Então, foi em direção a um desconhecido e humilde pastorzinho das montanhas da Judéia, perto de Belém, que Deus enviou Samuel com o óleo da unção. Davi era de uma família de muitos irmãos.

Davi era um habilidoso tocador de harpa e foi isso que, primeiramente, fez com que ganhasse a simpatia de Saul. Saul era possuído por demônios, por causa do julgamento de Deus sobre ele. A música de Davi animava-o e aliviava-o, por isso, Saul amou-o enormemente, e foi então que Davi tornou-se seu músico e guardador de armas.

O maior feito na juventude de Davi foi contra um filisteu chamado Golias. Israel havia saído para batalhar contra os filisteus e Davi fora enviado de volta para cuidar do rebanho de seu pai. Seus irmãos mais velhos, como de costume, foram para a batalha. É provável que, apesar de sua saúde e força, ainda não tivesse 20 anos, idade em que os israelitas se tornavam soldados.

Um dia, Jessé enviou Davi à batalha para ver como estavam seus irmãos mais velhos e para levar-lhes presentes de casa. Davi encontrou-os todos amedrontados por um gigante arrogante, chamado Golias, que tinha mais de 3 metros de altura e sempre aparecia desafiando alguém a lutar sozinho com ele. Davi ficou impressionado com o medo dos israelitas. Sabia que Deus podia conceder a vitória e acreditava que a causa deles era justa. Ofereceu-se então para enfrentá-lo.

Davi relatou como havia matado um leão e um urso que atacaram o rebanho de seu pai e disse que, com o poder de Deus, poderia também matar o gigante. Assim, Saul enviou-o para a batalha. Davi não levou espada ou lança, mas um alforje de pastor e cinco pedras polidas, e o Senhor deu-lhe a vitória. Matou o gigante e levou sua cabeça para Saul. Saul ficou muito satisfeito até as

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mulheres de Israel começarem a dar crédito a Davi, e a partir de então ficou enciumado e passou a odiar Davi.

Saul já estava ciente que seu reinado seria substituído, e que nenhum de seus filhos ocuparia o trono de Israel, como Samuel havia lhe dito (ISm 13.13,14). Isto nos ensina que quando Deus escolhe alguém para um trabalho específico, não significa dizer que este o fará por toda a vida. Saul foi escolhido por Deus (ISm 9.16,17; 10.1), mas fracassou na sua missão. Por isso, ele foi rejeitado pelo Senhor (ISm 13.8-14), que já havia provido um substituto para ele (ISm 16.1).

Ao chegar à casa de Jessé e ver Eliabe, Samuel equivocou-se dizendo: “Certamente está perante o Senhor o seu ungido” (ISm 16.6). Porém o Senhor lhe disse: “Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (ISm 16.7). Davi não possuía a estatura e a aparência de Eliabe, Abinadabe e Samá, seus irmãos, mas fora escolhido por Deus. Isto nos ensina que Deus escolhe, não pela aparência, e sim, pelo coração, ou seja, pelo caráter.Davi foi ungido em uma reunião singela, na presença de seu pai e seus irmãos. A unção com óleo sobre a cabeça de Davi significava “separação para uma obra específica”. Porém, além da unção com óleo, algo sobrenatural lhe aconteceu: O Espírito do Senhor se apoderou dele (ISm 16.13).

CONCLUSÃO

“O que aconteceria se durante um dia e uma noite, Jesus vivesse a sua vida com o coração dEle? Se o seu coração ganhasse um dia de folga e sua vida fosse dirigida segundo o coração de Cristo? As prioridades dEle governando suas ações. As paixões dEle guiando suas decisões. O amor de Jesus conduzindo seu comportamento. Como você seria? As pessoas notariam alguma diferença? Sua família – será que veriam algo novo? Seus colegas de trabalho sentiriam a diferença? E os menos afortunados? Seriam tratados da mesma forma? E seus amigos? Perceberiam uma alegria maior? E quanto aos seus inimigos? Receberiam mais misericórdia do coração de Jesus do que do seu? Deus deseja que você seja assim como Jesus. Ele quer que você tenha um coração como o dEle.” (LUCADO, Max. Simplesmente como Jesus. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.13-4).

As relações sociais de Davi

Davi não era o primogênito, mas o caçula, o oitavo filho de Jessé. Se tomarmos como base que o rei Davi ascendeu ao trono de Judá em 1011 a.C., com cerca de trinta anos (2 Sm 5.4), e, que provavelmente nascera em 1041 a. C., pouco tempo depois de Saul sagrar-se rei, concluímos que Davi não possuía mais de 13 anos quando foi consagrado rei de Israel. Logo, a vocação ministerial não se limita à condição social e à idade do escolhido. É o Senhor quem escolhe. Ele é soberano em suas escolhas!

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Todavia, a menoridade de Davi ante seus irmãos colocava-o como o último na hierarquia familiar e tribal (1 Sm 16.5,11-13). O termo “menor” (ARC), ou o “mais moço” (RA), do hebraico qātōn (קטן), significa “ser pequeno”, mas também “ser insignificante”, ou “ser jovem insignificante”.

Essa condição independia do jovem Davi. Ele era o menor dentre seus irmãos, não apenas na hierarquia familiar, mas também nos direitos sociais e tribais que pertenciam primeiramente ao primogênito. O fato de o Senhor escolher a Davi dentre os seus irmãos, significa que Deus, embora respeite, pouco se preocupa com as condições sociais do escolhido. É o Senhor quem habilita e capacitada o eleito independente da classe social do sujeito. Deus não vê como o homem!

O Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamente afirma que a raiz qtin “denota pequenez de quantidade ou qualidade”. Davi era o mais moço (1 Sm 17.14, 33) e, segundo a tradição do núcleo familiar (bayît ’āb), seus irmãos tinham a proeminência (veja 1 Sm 17.28, 29). Esta é a principal razão pela qual eles são chamados ao sacrifício e à mesa enquanto Davi permanece no pastorício (v.11; 17.15). Deus, porém, honrou a Davi diante de seu pai e de todos os seus irmãos (vv.12,13; 17.12,13). Se você é um servo ou serva de Deus, chamado ou escolhido pelo Senhor, saiba que suas condições sociais não são entraves para a realização da obra de Deus.

Na magnífica história contada por Max Lucado, Hermie é uma lagarta comum que sempre está a se queixar de sua vulgaridade: não era colorido como as borboletas, não era forte como uma formiga, não possuía uma casa como um caracol, não era belo como uma joaninha. Hermie era tão comum que até mesmo entre os da sua espécie ele era o mais sem graça. Algumas lagartas tinham pintas, mas Hermie não; algumas lagartas possuíam listras, mas Hermie não. Diuturnamente Hermie reclamava em suas orações dizendo: “Deus, por que o Senhor me fez tão comum?” Um dia Deus respondeu as orações de Hermie dizendo: “Não se preocupe Hermie. Eu amo você. E eu ainda não terminei o trabalho em você!”

Assim como Hermie, muitos vocacionados acham-se uma pessoa comum, no entanto, Deus ainda não concluiu a obra na vida do escolhido. Da chamada de Davi até sua ascensão, o jovem passou por muitas vicissitudes. Do poço até o trono do Egito, José sofreu muitas agruras. No final, enquanto dormia, Deus fez uma grande transformação na vida de Hermie. A pequena lagarta transformou-se numa bela e voante borboleta. Deus ergueu Hermie do chão, deu-lhe asas para voar e alçar os mais belos jardins.

A unção de Davi

O versículo 11 de 1 Samuel 16 é o clímax dos versículos antecedentes: Davi é ungido “no meio dos seus irmãos”. Esta perícope também marca uma nova fase na vida de Davi: “desde aquele dia em diante, o Espírito do Senhor se apoderou de Davi”.

Esta santa e magnífica unção é realizada após uma cerimônia ritual para escolher o ungido. À uma, os irmãos de Davi, a partir do primogênito, foram rejeitados. Eles eram belos, fortes, guerreiros, mas por alguma razão não agradavam a Deus. Naquele instante, Samuel manda buscar o garoto Davi; apenas treze anos, com um cajado e uma harpa nas mãos e os altos louvores no coração. Davi trazia o cheiro das ovelhas e a pele crestada pelo sol palestinense. Foi ali, na presença de todos que o garoto comum tornou-se o ungido, mas a obra do Senhor ainda não estava completa em Davi. A unção de Davi outorga-lhe a presença do RUACH YHWH. O menino transforma-se no ungido do Senhor e futuro rei teocrático de todo o Israel. É assim quando Deus nos tira de nosso lugar comum!

O versículo 12 apresenta um movimento oposto na vida do rei Saul: “E o Espírito

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do Senhor se retirou de Saul”, o que corresponde à loucura, à imprudência e ao devaneio (1 Sm 18.10-12). De acordo com o hagiógrafo, o sucesso de Davi doravante é conseqüente à presença do Espírito Santo nele (Is 11.2), enquanto a loucura de Saul resulta da falta da presença do Espírito de Deus.

Recordemos que em Gênesis 41.8, a o sucesso de José equivale à presença do Espírito de Deus; o mesmo também se diz do Messias e seu reinado e ministério gloriosos (Is 11.2 ver Sl 45; 110; Is 9.1-7; 61.1-11). A força de Sansão também é atribuída à presença do Espírito de Deus (Jz 14.19; 15.14), assim como a fraqueza do juiz resulta da ausência do Espírito de Deus (Jz 16.20).

Ser ungido, portanto, significa ser o escolhido de Deus. Todo vocacionado é ungido por Deus para realizar os propósitos e desígnios divinos no mundo.

Davi e a sua Vocação - Pb. José Roberto A. BarbosaPublicado em 28 de Setembro de 2009 as 10:14:12 AM Comente

Texto Áureo: I Sm. 13.14 - Leitura Bíblica em Classe: I Sm. 16.1,310-13 Objetivo: Entender as razões e o propósito de Deus da vocação de Davi a fim de cumprir seus objetivos imediatos e futuros.

INTRODUÇÃOAo longo dos próximos três meses estudaremos a biografia de Davi. Teremos a oportunidade, durante as aulas, de refletir a respeito da vida desse que é conhecido como um “homem segundo o coração de Deus”. Aprenderemos a respeito de suas vitórias e derrotas, e, à luz do evangelho de Cristo, poderemos extrair ensinamentos a fim de que, como Davi, estejamos também no centro do coração do Senhor. Na aula de hoje trataremos a respeito da sua vocação, contextualizaremos o tempo no qual viveu, e ao final, veremos qual o propósito de Deus em sua vocação e algumas aplicações para a nossas vidas.

1. DAVI, NO TEMPO DE DEUSO tempo no qual Davi viveu é marcado pelo fim de uma era, a dos juizes, personalizado na figura de Samuel. O livro de Juizes termina destacando que “não havia rei em Israel” (Jz. 18.1; 19.1; 21.25). Até que o povo de Israel reclama para si, seguindo o modelo das nações vizinhas, um rei, isto é, o estabelecimento da monarquia. Ainda que a contragosto (I Sm. I Sm. 8.7,9), Samuel, debaixo da orientação divina, e em resposta à petição dos israelitas, escolheu Saul para reinar (I Sm. 9.1-10.16). Mesmo sancionando essa opção, o Senhor antecipara Israel a respeito do preço que iria pagar por tal opção (I Sm. 8.10-18). A unção de Saul, o primeiro rei de Israel, se deu através de uma cerimônia secreta (I Sm. 9.1-10.16). Posteriormente ele foi reconhecido pelo povo e aclamado como rei (I Sm. 10.17-27). Com a monarquia estabelecida, Samuel se retira de cena, e restringe-se ao ministério profético (I Sm. 12.1-5). Saul, após assumir o reinado de Israel, não se conduziu em conformidade com a Palavra de Deus, precipitou-se em seus votos (I Sm. 14.24-46) e até mesmo confrontou ao profeta de Deus (I Sm. 15.1-35) por esse motivo, fora rejeitado pelo mesmo Deus que o fez rei (I Sm. 15.10-12). Samuel, em seu embate com o rei Saul, diz que a obediência é melhor que o sacrifício, já que Saul desobedeceu intencionalmente a Deus, sob a justificativa que ofereceria sacrifícios (I Sm. 15.22-23).

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2. A VOCAÇÃO DE DAVIA escolha de Davi, para ser o rei de Israel, sucessor de Saul, está registrada em I Sm. 13.13-14. Nessa passagem lemos que o Senhor rejeitou Saul e separou um novo rei conforme o seu agrado. A razão de tal opção é que Saul, o primeiro rei de Israel, havia procedido nesciamente, pois não atentou para a Palavra do Senhor proferida através de Samuel (I Sm. 12.14). Por esse motivo o profeta do Senhor é dirigido à casa de Jessé, o belemita, que era neto de Rute e Boaz (Rt. 4.17,22) para ungir o rei que Deus havia escolhido. Seguindo o procedimento para a unção do rei, Samuel devia apanhar seu chifre de óleo sagrado para a cerimônia de unção. Mesmo que o profeta tenha se impressionado com Eliabe, o filho mais velho de Jessé, é a Davi, o mais novo que Deus havia vocacionado, pois Deus não vê como vê o homem (I Sm. 16.6-10; I Cr. 28.9). Davi se encontrava no exercício da sua responsabilidade, pastoreando as ovelhas de seu pai, talvez esquecido pelos familiares, mesmo assim o Senhor não se esqueceu dele o separou para a obra (I Sm. 16.11-13) Posteriormente, no Sl. 22.9,10, Davi testemunharia que Deus o havia escolhido desde o ventre da sua mãe. Ele é um exemplo do homem ou da mulher de Deus que tem consciência de seu chamado e de que Deus cumprirá os desígnios que estabeleceu.

3. O PROPÓSITO DA VOCAÇÃOA vocação de Davi por Deus tinha propósitos imediatos, para a sua época, bem como para um futuro distante. Naqueles tempos, o povo de Israel se encontrava numa situação de crise. Samuel, já envelhecido, constituiu a seus filhos por juizes em Israel, esses, porém, não andaram pelos caminhos do Senhor (I Sm. 8.1-3). Por esse motivo, os filhos de Israel, imitando as nações vizinhas, pediram um rei (I Sm. 8.7,9), mas esse, ainda que escolhido por Deus, procedeu nesciamente e fora substituído pelo Senhor (I Sm. 13.13-14). A vocação de Davi tinha também uma promessa, a de que no futuro viria um Rei que estabeleceria seu trono definitivo sobre Israel: Jesus, profecia se cumprirá totalmente no milênio (Lc. 22.20; Jr. 23.5,6; Ap. 19,20). Através do processo de escolha de Davi para reinar o Senhor nos instrui a respeito de determinados aspectos na vocação de um líder: 1) a espiritualidade - alguém que seja segundo o coração de Deus, que seja sensível às coisas do Senhor (II Cr. 16.9), 2) a humildade - alguém que mesmo desprezado, reconheça sua posição diante de Deus (I Sm. 16.1; Sl. 78.70; 89.20), que privilegie menos a promoção pessoal e dê maior valor à construção do caráter; e 3) a integridade - que vive em sinceridade de coração, que não depende exclusivamente das aparências (Sl. 78.71,72).

CONCLUSÃODavi foi um homem vocacionado a fim de desempenhar uma tarefa. Na construção dessa liderança, o Senhor trabalhou no caráter de Davi. Primeiramente através dos momentos de solidão, enquanto esse se encontrava no campo, cuidando das ovelhas do seu pai Jessé. Depois por meio da obscuridade, houve momentos que ninguém conhecia a Davi, ninguém para aplaudi-lo, ele não passava de um desconhecido na multidão. Através dos momentos de monotonia o Senhor também trabalhou o caráter daquele que seria o rei de Israel, quando esse estava fazendo as mesmas coisas, tidas por alguns como irrisórias ou de pouca utilidade. Que o Senhor nos dê sabedoria para discernir o tempo e o propósito para o Seu chamado para as nossas vidas.

BIBLIOGRAFIABALDWIN, J. G. I e II Samuel: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2008.SWINDOW, C. R. Davi. São Paulo: Mundo Cristão, 2009.

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 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1Sm 16.1, 3, 10-131Então, disse o Senhor a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche o teu vaso de azeite e vem; enviar-te-ei a Jessé, o belemita; porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei.  3E convidarás Jessé ao sacrifício; e eu te farei saber o que hás de fazer, e ungir-me-ás a quem eu te disser.10Assim, fez passar Jessé os seus sete filhos diante de Samuel; porém Samuel disse a Jessé: O Senhor não tem escolhido estes. 11Disse mais Samuel a Jessé: Acabaram-se os jovens? E disse: Ainda falta o menor, e eis que apascenta as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Envia e manda-o chamar, porquanto não nos assentaremos em roda da mesa até que ele venha aqui. 12Então, mandou em busca dele e o trouxe (e era ruivo, e formoso de semblante, e de boa presença). E disse o Senhor: Levanta-te e unge-o, porque este mesmo é. 13Então, Samuel tomou o vaso do azeite e ungiu-o no meio dos seus irmãos; e, desde aquele dia em diante, o ESPÍRITO do Senhor se apoderou de Davi. Então, Samuel se levantou e se tornou a Ramá.    

  DAVI, o maior rei de Israel Seu lugar na história. Davi é uma das figuras mais preeminentes da história do mundo e também entre as personagens da Bíblia. É o mais famoso antepassado de CRISTO. JESUS não é chamado “Filho de Abraão” ou “Filho de Jacó”, mas “Filho de Davi”.

Seu caráter. Sua vida foi uma mescla de bem e mal. Apesar de repleta de feitos nobres, altas aspirações e grandes conquistas, foi manchada por pecados terríveis.

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Nenhuma personagem da Bíblia ilustra mais plenamente a escala moral da natureza humana. É difícil conceber que o homem que escreveu o salmo 23 fizesse o que fez a Urias. Mas o espírito da época em que ele viveu deve ser considerado e também as tentações relacionadas com o poder quase ilimitado. Nos primeiros anos de sua vida, ele é mencionado como o homem segundo o coração de DEUS, 1Sm 13:14. Isso realmente era verdade, quando se dispunha a guardar os mandamentos divinos. Pode ser dito a seu favor que nunca se tornou idólatra e foi leal ao Senhor no testemunho e na adoração. O fato de que a maior parte de sua vida, unida à sua genialidade, foi de notável espiritualidade, apesar de nem sempre consistente, explica o lugar elevado que ocupa nas Escrituras.

A característica marcante de Davi: seu caráter polivalente 1. Na juventude, foi atleta, 1Sm 17:34-36. 2. Foi grande músico. Sua reputação era tal que tocava perante o rei Saul, 1Sm 16:14-23. 3. Seu talento poético era da mais alta categoria. Escreveu algumas das maiores obras-primas da literatura espiritual. Nenhuma poesia é tão utilizada quanto os salmos de Davi. 4. General competente, conduziu com grande êxito suas campanhas militares. 5. É considerado, em geral, o maior rei de Israel. Demonstrou sabedoria fora do comum na administração do governo.   

  Sinopse de sua carreira (v. tb. 4325) I. Seus primeiros anos 1. Passou-os na fazenda de seu pai, perto de Belém; era o caçula de oito filhos, 1Sm 16:10,11. 2. Como pastor, mostrou grande valor ao proteger o rebanho, 1Sm 17:34-36. 3. DEUS escolheu-o sucessor do rei Saul; foi ungido humildemente pelo profeta Samuel, 1Sm 16:12,13.

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II. Seu serviço sob o comando de Saul 1. Torna-se harpista do rei, 1Sm 16:14-23 Nota: A ordem cronológica dos acontecimentos durante esse período não está determinada com exatidão. 2. Depois de algum tempo na corte, retorna ao campo, 17:15. 3. Ainda jovem, aparece como campeão de Israel e mata o gigante Golias, o que resulta em grande vitória para o povo de DEUS, 1Sm 17:25-53.4. A façanha histórica ganha a admiração de Jônatas, filho do rei, mas os louvores que o povo lhe rende despertam o ódio de Saul, 1Sm 18:1-9. 5. Logo Davi se vê forçado a fugir para salvar a vida, cap. 19.  

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III. Davi como fugitivoEsse é um período escuro de sua carreira. Perseguido pelo rei Saul, vive a perigosa vida de fugitivo. Mas há momentos de esplendor em meio a esse obscuro panorama. 1. A intercessão magnânima de Jônatas assegura a Davi a restauração temporária da graça do rei, 19:4-7.2. Generosidade de Davi ao poupar duas vezes a vida de Saul, 1Sm 24:1-15; 26:1-20.  

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IV. Davi como rei 1. Após a morte de Saul, a tribo de Judá unge Davi rei, e ele reina sete anos em Hebrom, 2Sm 5:1-5.2. Após a morte de Is-Bosete, Davi converte-se em rei de todo o Israel, 2Sm 5:3.Acontecimentos notáveis em seus últimos anos:a. Toma Jerusalém e a estabelece como capital, 2Sm 5:7.b. Leva a arca para Jerusalém, 2Sm 6:1-11; 1Cr 15:1-29.c. As vitórias militares e a expansão do reino, 2Sm 8 e 10.d. Seu pecado contra Urias, 2Sm 11 e 12.e. Seu arrependimento (v. Sl 51).f. A rebelião de Absalão contra o pai, 2Sm 15, 16, 17, 18.g. Preparativos para a construção do Templo, 1Cr 22:5,14; 29:2. V. Seus últimos dias 1. Nomeia Salomão seu sucessor, 1Rs 1:11-39. 2. Instruções solenes a Salomão, 1Rs 2:1-9. 3. Sua morte, 1Cr 29:26-28.Morreu numa boa velhice, cheio de dias, riquezas e honra. Salomão, seu filho, reinou em seu lugar.

 

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   SAUL E DAVI – IGUAIS - DIFERENTES    DEUS de Israel – absolutamente soberano está no controle...Escolheu nossos antepassados fazendo aliança com Israel. Fez Israel crescer enquanto estava no Egito. Outro rei subiu ao poder no Egito e era cruel com eles, e DEUS os tirou de lá. DEUS não os esqueceu. Após os libertar. DEUS continuou a cuidar deles, apesar de seus pecados e rebelião. 19 Ele destruiu sete nações em Canaã e deu a terra delas como herança a seu povo. 20 Tudo isso levou cerca de quatrocentos e cinqüenta anos. “Depois disso, ele lhes deu juízes até o tempo do profeta Samuel. At 13 Como havia anunciado (Dt 7.1) destruiu sete nações malignas que sacrificavam crianças. Durou aproximadamente 450 anos (400 Egito + 40 deserto + 10 processo de entrar na terra). Depois disso começou o período dos juízes que eram libertadores levantados por DEUS, e o último foi Samuel. Então o povo pediu um rei, e DEUS lhes deu Saul, filho de Quis, da tribo de Benjamim, que reinou quarenta anos. At 13.21 Pediram a Samuel um rei, rejeitando a Samuel e a DEUS 1Sm 8.5Saul e Saulo (Paulo), ambos eram benjamitas. Saul era orgulhoso, egocêntrico e desobediente, e então foi tirado após 40 anos. Após DEUS o tirar Depois de rejeitar Saul, levantou-lhes Davi como rei, sobre quem testemunhou: Encontrei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração; ele fará tudo o que for da minha vontade’. At 13.22 DEUS rejeitou Saul por sua rebeldia, e levantou em seu lugar, Davi, totalmente diferente de Saul.Davi = segundo meu coração. Como pode um homem segundo o coração de DEUS ser adultero, covarde, assassino?Segundo o coração não significa ser perfeito, mas ver seus pecados e os reconhecer e tratar diante de DEUS.

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A importância de Davi, é que ele estabelece a linhagem de JESUS. O Messias seria seu descendente, e cumpriria a promessa da Sua vinda.  1- SAUL E DAVI - QUASE IGUAIS  

SAUL DAVISaul era jovem e belo. Entre os filhos de Israel não havia outro mais belo do que ele - I Samuel 9.2

Davi era formoso e de boa aparência – I Samuel 16.12,18

Saul, filho responsável, foi buscar as jumentas do pai. I Samuel 9.3-4

Davi, pastor zeloso, apascentava as ovelhas do pai.I Samuel 16.11 –  I Samuel 16.19 – I Samuel 17. 15

DEUS escolheu Saul para reinar em Israel, em resposta ao pedido do povo - I Samuel 9.17

DEUS escolheu Davi para reinar em Israel. Escolha Sua própria.I Samuel 16. 12

Saul, preocupado, procurava as jumentas do pai, porém o Senhor já havia preparado o vaso de azeite para ungi-lo rei de Israel - I Sm 9.15-16 – I Sm 10.1.

Davi estava no campo (apascentava as ovelhas do pai), porém o vaso de azeite estava preparado para ungi-lo rei de Israel. I Samuel 16.11 -  I Samuel 16.13- Salmo 89.20

Saul reconhecia que sua tribo era a menor de Israel. I Samuel 9.21-Samuel lembra a Saul que ele era pequeno I Samuel 15.17

Davi era o menor da casa de seu pai Jessé.I Samuel 16.11 – I Samuel  17.14

Samuel derramou azeite sobre Saul – I Sm 10.1 Samuel derramou azeite sobre Davi – I Sm 16.13O ESPÍRITO de DEUS era sobre Saul– I Samuel 10.6-10

O ESPÍRITO de DEUS era sobre Davi - I Samuel 16.13

Saul cobiçou o rebanho amalequita- I Samuel 15.3,9

Davi cobiçou Batseba, mulher de Urias - II Samuel 11.2-4

Saul reinou 40 anos – Atos 13.21 Davi reinou 40 anos – II Samuel 5.4 –I Reis 2.11 – I Crônicas 29.27

 2- SAUL E DAVI - DIFERENTES  

SAUL DAVINo momento de assumir o trono e enfrentar a guerra, Saul escondeu-se entre as bagagens, porém o Senhor o achou I Samuel 10.21-22.

No momento da guerra, Davi deixou a bagagem na mão do guarda, ficando livre para a peleja – I Samuel 17.22.

No momento da guerra, Saul não passou segurança aos angustiados homens de Israel e o povo fugiu para as cavernas, e espinhais e penhascos, fortificações, e covas.  I Samuel 13.6

Davi enfrentou o inimigo para defender as cidades de Queila e Ziclague - I Sm. 23.1-5 e I Samuel 30.1-21

DEUS rejeitou Saul como rei - I Samuel 13.14 DEUS escolheu Davi como rei – I Samuel 16. 1Saul era oprimido por um espírito mau – I Samuel 16.14I Samuel 16.23

Saul era oprimido por um espírito mau, porém Davi tocava a harpa, trazendo-lhe alívio. I Samuel. 16.23. Davi era cheio do ESPÍRITO SANTO.

Na hora da batalha contra os filisteus, Saul não estava junto ao povo, que tremia de medo. I Samuel 13. 6-7

Na hora da batalha, Davi confortou a congregação, declarando que do Senhor é a guerra- I Samuel 17.47.

Saul foi rejeitado por DEUS por desobediência e impaciência (não esperou o sacerdote Samuel em Gilgal, para oferecer o sacrifício de holocausto),

Davi esperou com paciência no Senhor. Mesmo ungido rei de Israel, continuou cuidando das ovelhas de seu pai.I Samuel 16.13 – I Samuel 17.12-22 - Salmo 40.

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I Samuel 13.8-14 – Conferir I Samuel 10.8 1-3DEUS arrependeu-se de ter ungido Saul como rei, rejeitando-o no 2º ano de seu reinado. I Samuel 13.1,13-14 I Samuel 5.11– I Samuel 15.26

DEUS achou Davi, varão conforme o Seu coração. I Samuel 13.14 - Atos 13.22 - Salmo 89.20  Salmo 101.6

Diante do gigante Golias, Saul demonstrou medo e fraqueza I Samuel 17.33.

Davi, jovem valente e destemido para a guerra, enfrentou o gigante Golias e o venceu- I Samuel 16.18 – 17.32.

Saul confiou nas armas e armaduras feitas pelo homem.I Samuel 17.38

Davi foi contra o gigante Golias em nome do Senhor dos Exércitos, recusando as armas e armaduras feitas pelo homem – I Samuel 17.39, 45.

Saul perseguiu Davi– I Samuel 24.2 – I Samuel 26.1-2

Davi perdoou Saul – I Samuel 24.4 – I Samuel 24. 6-10 – I Samuel 26.8-18

Fim de Saul: Clamou a DEUS, e Ele não lhe respondeu. I Samuel 28.6

Últimas palavras de Davi: O ESPÍRITO do Senhor falou por  mim  - II Samuel 23.1-3

Saul não guardou a palavra do Senhor, nem buscou o Seu socorro (consultou-se com uma feiticeira). Morreu por causa destas transgressões.  I Samuel 28.7 – I Crônicas 10.13-14

Davi confessou o seu pecado e buscou socorro em DEUS Salmo 57.1-2 – 62.1-2 - Salmo 142 – Salmo 51.1-12

Derrotado por seus inimigos, Saul morreu com seus três filhos e toda sua casa, menos Mefibosete. I Crônicas 10.6

Davi morreu e foi sucedido no trono por seu filho Salomão I Reis 1.32-39 - I Reis 2.12 - I Crônicas 23.1 - I Crônicas 29.23

Os filhos de Saul morreram sem nenhuma honra I Samuel 31.8-9

O Senhor magnificou a Salomão, filho de Davi. I Crônicas 29.25

Morte trágica de Saul e seus 3 filhos (Saul morreu por sua arma) - I Samuel 31.1-10 - I Crônicas 10.1-14

Davi teve uma morte tranqüila – I Crônicas 29.27-28

Saul e seus filhos foram queimados e seus ossos sepultados debaixo de um arvoredo – I Samuel 31.12-13

Davi dormiu com seus pais e foi sepultado na Cidade de Davi – I Reis 2.10 – Ver cidade de Davi em  II Samuel 5.7 e 9

Saul encerrou o seu reinado, não buscando ao Senhor.I Crônicas 10.13-14

Porque, na verdade, tendo Davi, no seu tempo, servido conforme a vontade de DEUS... Atos 13.36

 Davi demonstrou ter coração quebrantado, misericordioso e bondoso: exumou os ossos de Saul e de Jônatas, (enterrando-os na terra de Benjamim, na sepultura de Quis, seu pai) e ordenou que se ajuntassem os ossos dos enforcados.  II Samuel 21.12-1412 Então, foi Davi e tomou os ossos de Saul, e os ossos de Jônatas, seu filho, dos moradores de Jabes-Gileade, os quais os furtaram da rua de Bete-Seã, onde os filisteus os tinham pendurado, quando os filisteus feriram a Saul em Gilboa. 13 E fez subir dali os ossos de Saul e os ossos de Jônatas, seu filho; e ajuntaram também os ossos dos enforcados. 14 Enterraram os ossos de Saul e de Jônatas, seu filho, na terra de Benjamim, em Zela, na sepultura de Quis, seu pai, e fizeram tudo o que o rei ordenara; e, depois disso, DEUS se aplacou para com a terra. Mateus 5.7Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia. Davi teve oportunidade para se vingar de Saul (matá-lo), porém, não fez por temor a DEUS.Leia I Samuel capítulo 24 e capítulo 26 

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 Ninguém se esconde do olhar de DEUS - Leia   Salmo 139  Provérbios . 15.3 Os olhos do SENHOR estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons. Apocalipse   2.18   E ao anjo da igreja de Tiatira escreve: Isto diz o Filho de DEUS, que tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao latão reluzente.   Davi escreveu 73 salmos - quase a metade do saltério todo, isso nos mostra a intimidade e o desejo de louvar e adorar a DEUS.Um rei ocupado em tantos afazeres ainda achava tempo e um bom tempo para se dedicar a escrever uma tão preciosa obra que sempre está a disposição de todos os cristãos pelo mundo todo, edificando, consolando, exortando a tantos quantos desses maravilhosos salmos se aproxima com reverência, sabendo que a inspiração para escrevê-los saiu diretamente da sabedoria de DEUS. 

A NATUREZA DO CONCERTO COM DAVI.

(1) Embora a palavra “concerto” não ocorra literalmente em 2Sm 7, é evidente que DEUS estava estabelecendo um concerto com Davi. Em Sl 89.3,4, por exemplo, DEUS diz: “Fiz um concerto com o meu escolhido; jurei ao meu servo Davi: a tua descendência estabelecerei para sempre e edificarei o teu trono de geração em geração” (ver também Sl 89.34-36). A promessa de que o trono do povo de DEUS seria estabelecido para sempre através da descendência de Davi é exatamente a mesma que DEUS fez a Davi em 2Sm 7 (note-se especialmente no v. 14). Além disso, posteriormente em 2Samuel, o próprio Davi faz referência ao “concerto eterno” que DEUS fez com ele (2Sm 23.5), sem dúvida aludindo a 2Sm 7.

(2) Os mesmos dois princípios que operam noutros concertos do AT também estão em evidência aqui: apenas DEUS estabelecia as promessas e os deveres do seu concerto e esperava que do lado humano houvesse o aceite com fé obediente:

(a) Nesse concerto de DEUS com Davi, Ele fez uma promessa de cumprimento imediato, que era estabelecer o reino do filho de Davi, Salomão, o qual edificaria uma casa para o Senhor, i.e., o templo (2Sm 7.11-13).

(b) Ao mesmo tempo, a promessa de DEUS de que a casa ou dinastia de Davi duraria para sempre sobre os israelitas estava condicionada à fiel obediência de Davi e dos seus descendentes. Noutras palavras, esse concerto era eterno somente no sentido de DEUS ter sempre um descendente de Davi no trono em Jerusalém, desde que os governantes de Judá permanecessem em obediência e fidelidade a Ele.

(3) Durante os quatro séculos seguintes, a linhagem de Davi permaneceu ininterrupta no trono de Judá. Quando, porém, os reis de Judá, especialmente Manassés e aqueles que reinaram depois do rei Josias, rebelaram-se continuamente contra DEUS ao adorarem ídolos e desobedecerem à sua lei, DEUS, por fim, os impediu de ocuparem o trono. Permitiu que o rei Nabucodonosor de Babilônia invadisse a terra de Judá, sitiasse a cidade de Jerusalém e, finalmente, destruísse a cidade juntamente com seu templo (2Rs 25; 2Cr 36). Agora, o povo de DEUS estava, pela primeira vez desde a escravidão no Egito, sob o domínio de governantes estrangeiros.

JESUS CRISTO EM RELAÇÃO A ESTE CONCERTO. Havia porém, um aspecto do concerto de DEUS com Davi que era incondicional — que o reino de Davi seria por fim estabelecido para sempre.

(1) A culminância da promessa de DEUS era que da linhagem de Davi viria um descendente que seria o Rei messiânico e eterno. Este Rei dominaria sobre os fiéis em Israel e sobre todas as nações (cf. Is 9.6,7; 11.1, 10; Mq 5.2,4). Sairia da cidade de Belém (Mq 5.2,4), e seu governo se estenderia até os confins da terra (Zc 9.10). Ele seria chamado: “O SENHOR, Justiça Nossa” (Jr 23.5,6) e consumaria a redenção do pecado (Zc 13.1). O cumprimento da

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promessa davídica teve início com o nascimento de JESUS CRISTO, anunciado pelo anjo Gabriel a Maria, uma piedosa descendente da família de Davi (Lc 1.30-33; cf. At 2.29-35).

(2) Essa promessa foi um desdobramento do concerto feito em Gn 3.15, que predisse a derrota de Satanás através de um descendente de Eva (Gn 3.15); foi um prosseguimento do concerto feito com Abraão e seus descendentes.

(3) O cumprimento dessa promessa abrangia a ressurreição de CRISTO dentre os mortos e sua exaltação à destra de DEUS no céu (At 2.29-33), de onde Ele agora governa como Rei dos reis e Senhor dos senhores. A primeira missão de CRISTO como o Senhor exaltado foi o derramamento do ESPÍRITO SANTO sobre o seu povo (At 1.8; 2.4, 33). (4) O régio governo de CRISTO caracteriza-se por um chamamento, dirigido a todas as pessoas, no sentido de largarem o pecado e o mundo perverso, aceitarem CRISTO como Senhor e Salvador e receberem o ESPÍRITO SANTO (At 2.32-40).

(5) O reino eterno de CRISTO inclui:

(a) seu atual domínio sobre o reino de DEUS e sua primazia sobre a igreja,

(b) seu futuro reino Milenial sobre as nações (Ap 2.26,27; 20.4) e

(c) seu reino eterno nos novos céus e na nova terra (Ap 21 — 22).

 

UM POUCO SOBRE A HISTÓRIA DE DAVI.

REVISTA CPAD 1984

 

INTRODUÇÃO:

Os acontecimentos que vamos considerar através do estudo desta lição nos trarão uma visão mais ampla do interesse de DEUS pelo bem estar do seu povo quando ordenou ao profeta que tomasse as devidas providências para ungir um outro rei para Israel, porquanto o seu povo estava atravessando dias difíceis em virtude do. mau comportamento do rei Saul. DEUS usou a capacidade de Davi, aperfeiçoando-a e dando a ele condições para ocupar o trono, porém, somente depois de fazê-Io passar por uma série de experiências é que foi possível ao jovem pastorzinho tornar-se um ousado e valente monarca. 

I. O SIGNIFICADO DA UNÇÃO Ungir, no sentido literal, significa untar com óleo ou substância gordurosa. O simbolismo da unção. DEUS determinou que fossem ungidos aqueles a quem ele chamou para o Seu serviço. A unção simbolizava consagração. separação. a transmissão de autoridade. força e honra. 

II. O JOVEM UNGIDO REI DEUS quer usar um jovem ainda bem moço para ser o líder da nação, tinha ele certas qualidades na vida que poderiam fazer dele um rei. DEUS ordena a Samuel ungir a Davi. Samuel era Sacerdote, estava sendo perseguido por Saul, pois este sabia que DEUS já não era mais com ele. E não demorou e DEUS falou a Samuel que tinha um trabalho importante a realizar por seu intermédio.  ENTÃO disse o SENHOR a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche um chifre de azeite, e vem, enviar-te-ei a Jessé o belemita; porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei.

1. A fase preparatória. Talvez Davi nem atinasse bem no que estava acontecendo e o que

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tinha pela frente.Contudo, com DEUS não tinha nada a temer, pois o Senhor era com ele. Muitos anos ainda se passaram até que fosse conduzido ao trono e nos anos que se sucederam foram um tempo de escola, Davi aprendeu muita coisa para sua vida adulta e para ser capaz de liderar seu país, precisava ser testado numa guerra desigual. Em razão da visão errada que Saul tinha de seu reinado seus inimigos começaram a atormentar Israel o povo de DEUS passou a viver escondido temendo a cada momento uma inesperada invasão do inimigo em seu território. a. Um menino contra Um Gigante.

b. Servindo na casa do rei. Não só de guerras vive um monarca, mas também de várias outras situações que da mesma forma requerem capacidade de quem lidera. DEUS estava preparando o inexperiente jovem para ocupar o trono e cuidar do povo, que era muito especial, assim, era necessário que ele amadurecesse para a função que deveria exercer. Dessa forma, também Davi teve oportunidade de ir conviver com o rei Saul em seu palácio (1 Sm 18.2). 

c. Sofrendo perseguições. Davi conquistou a confiança e a amizade de todos no palácio.O rei Saul o tinha como um valente e corajoso soldado e estava muito satisfeito em tê-Io no palácio. Até que um dia quando Davi voltava de uma batalha juntamente com o rei, o povo, alegre pela vitória, saiu às ruas cantando e elogiando os feitos do rei e destacando a participação de Davi na batalha. Entrou o espírito de inveja no coração de Saul e dali por diante ele começou a dirigir uma série de ostensivas perseguições a Davi, prometendo mesmo tirar-lhe a vida, o que 'intentou por várias vezes (1 Sm 18.11; 19.10; 20.33; 24.2; 26.2). Todavia, em todas essas situações DEUS livrou Davi das mãos de Saul. O equilíbrio, a perseverança e a confiança com que Davi enfrentava as situações difíceis demonstram o quanto ele esperava e confiava em DEUS. Assim como DEUS cuidou de Davi, Ele cuida de cada um de nós. 

III. UM JOVEM FAZENDO PARTE DO PLANO DE DEUS Desde o Éden, por ocasião da queda do homem, DEUS revelou seu plano de redenção, o qual estava preparado antes da fundação do mundo (Ef 1.24) e colocou-o em prática, através dos tempos, chamando homens, separando uma nação, conquistando vitórias para o seu povo, até que tudo se cumprisse em seu Filho JESUS. Neste contexto vamos encontrar o jovem e simples pastorzinho decidido a mesmo sem saber o que DEUS pretendia fazer dele, ocupar-se em obedecer e seguir às ordens divinas. Da mesma forma, como antigamente DEUS usava jovens, como foi o caso de Davi; e crianças, como o caso de Samuel e da menina judia em casa de Naamã; e também homens e mulheres avançados em idade, como o caso de Abraão e Sara, o Senhor continua usando aqueles que se dispõem a fazer a Sua vontade e a submeter-se ao seu querer. DEUS quer encontrar homens de coração puro e reto e de abnegada dedicação ao trabalho. Depois de todas as provas e estando já madurecido para ocupar a posição de rei, Davi foi chamado a ocupar o trono. O reinado de Israel estendeu grandemente suas fronteiras pelas conquistas obtidas e tornou-se uma nação verdadeiramente grande e respeitada por todas as nações vizinhas.  

1. Uma descendência abençoada. DEUS prometeu que abençoaria a descendência de Davi e cumpriu Sua promessa. Depois de Davi, veio a reinar seu filho Salomão, que foi o monarca mais sábio, mais poderoso e mais rico de Israel. Foi uma época abençoada, quando o povo passou por um período de paz e tranqüilidade, sem guerras, e por esse motivo o grande e majestoso templo de Jerusalém pôde ser construído (1 Rs 6.11-13). A nação de Israel subsistiu a muitos ataques e até mesmo escravidão e exílio. DEUS preparou todas as coisas e tornou tudo aos seus lugares até que se cumprissem as profecias acerca da Casa de Davi (Jr 23.5; Mq 5.2,3). 

2. O ungido de DEUS. DEUS ungiu a Davi, isto é, separou-o para um trabalho especial, dotou-

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o das qualidades necessárias e encheu-o do ESPÍRITO SANTO e de poder para que ele tivesse condições de conquistar vitórias sem precedentes para o povo de Israel. Davi foi um rei segundo o coração de DEUS (1 Sm 13.14), o que nos faz entender que Davi não fazia a sua própria vontade, mas a do Senhor. Tudo isso foi deveras muito importante. Porém, precisamos compreender que era apenas a preparação para o maior acontecimento de todos os tempos na história da humanidade. Um descendente de Davi, nasceria em Belém, cidade de Davi, e seria o Messias prometido, o Salvador do mundo, e este foi JESUS CRISTO, o Ungido de DEUS (ls 61.1,2; At 10.38). 

 

  RESUMO DA LIÇÃO 01 - DAVI E A SUA VOCAÇÃOREVISTA CPAD - 4º TRIMESTRE DE 2009I. AS CIRCUNSTÂNCIAS EM QUE DAVI FOI CHAMADO1. Em meio a uma crise espiritual. 2. A gravidade da crise.II. A NATUREZA DA VOCAÇÃO DE DAVI1. Um desígnio divino. 2. A resposta humana. III. O PROPÓSITO DA VOCAÇÃO DE DAVI1. Abençoar a nação judaica.2. Abençoar a humanidade. CONCLUSÃONada está fora do controle de DEUS. SINOPSE DO TÓPICO (1)A vocação ou o chamado de Davi, por parte de DEUS, externou-se a partir da rejeição de Saul pelo Senhor.

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SINOPSE DO TÓPICO (2)Um dos princípios da vocação divina é a soberania de DEUS. Todavia, isso não significa que o Eterno não leve em conta a responsabilidade humana na realização de seus propósitos. SINOPSE DO TÓPICO (3)A vocação de Davi abrangia não somente a nação judaica, mas também a humanidade inteira, uma vez que DEUS escolheu Israel dentre os demais povos, a fim de que por meio dele realizasse o seu maravilhoso plano de salvação. AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

TEXTO ÁUREO

“Porém, agora, não subsistirá o teu reino; já tem buscado o SENHOR para si um homem segundo o seu coração e já lhe tem ordenado o SENHOR que seja chefe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o SENHOR te ordenou” ( 1 Sm 13.14).

VERDADE PRÁTICA

A vocação de Davi atendeu ao propósito divino de preservar o povo escolhido e a linhagem real do Messias.

INTRODUÇÃO

Não há dúvida de que a história de Davi é uma das mais belas e instrutivas da Bíblia. Somente ele é denominado nas Escrituras de o homem segundo o coração de Deus (l Sm 13.14). O motivo dessa consideração deve-se ao fato de que Davi sempre estava disposto a cumprir a vontade do Todo-Poderoso (At 13.22). Para nós, que conhecemos a providência divina, sabemos que Davi surge como um homem escolhido pelo Senhor para cumprimento de seus propósitos.

I. AS CIRCUNSTÂNCIAS EM QUE DAVI FOI CHAMADO

Em meio a uma crise espiritual. De certa forma, a vocação ou o chamado de Davi por parte de Deus externou-se a partir da rejeição de Saul pelo Senhor (l Sm 13.13,14; 15.26-28). É preciso lembrar-se que, antes de ter um rei, o povo de Israel possuía uma liderança teocrática, formada por juízes escolhidos por Deus, os quais defendiam suas causas (Jz 2.16-19). Não obstante, a vontade de Israel manifestada publicamente naqueles dias (cf.1 Sm 8.1-22), foi esquivar-se do sistema político da teocracia para se tornar uma monarquia como as nações incrédulas vizinhas (l Sm 8.1-7,19-22). A vontade do povo não era apenas a de ter um rei, mas de se tornar "como as outras nações" (v.20). Não era, portan to, apenas por uma simples mudança de regime que o povo estava ansiando, mas por uma troca de governante. Aquela má escolha deixou o profeta Samuel alarmado e triste (1 Sm 8.6).É nesse contexto que vemos, na história bíblica, surgir Saul (1 Sm 9.1-27), alguém que preenchia os requisitos e as expectativas do povo (1 Sm 8.4-6). Muito cedo em seu governo Saul demonstra não ser um homem disposto a buscar a direção de Deus para dirigir Israel (1 Sm 13). Samuel logo observou ser Saul um rei carnal, fraco, desobediente e sem espiritualidade, e, portanto, desqualificado como líder do povo eleito de Deus (1 Sm 13.14; 15.26-28). O maior problema era que um fracasso iminente do rei significava a derrocada de toda a nação. E isso, infelizmente, não tardou acontecer. Saul assemelhava-se a uma árvore, cujas raízes foram cortadas, permanecendo com sua folhagem verde por algum tempo. E é neste contexto que o Senhor buscou "para si um homem" que lhe agradasse e que se tornaria príncipe sobre o seu povo (1 Sm 13.14). E Davi era esse homem escolhido (1 Sm 16.12,13).Hoje, assim como naquela época, a obra de Deus sofre, em certos lugares, por desobediência de alguns que chegam a "ensinar" somente por obrigação e vontade humana sem, contudo, ter a aprovação de Deus. Entretanto, não é possível alguém permanecer à frente da obra Deus e ir muito longe se os seus fundamentos espirituais foram derrubados.A gravidade da crise. Diante de uma crise de tal gravidade que se abateu sobre a liderança do povo de Deus, Samuel chorava não somente a queda de Saul, mas também se preocupava com a lacuna gerada por sua rejeição definitiva. Deus, que controla as situações, declarou a Samuel que já havia se provido de um

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rei (1 Sm 16.1).Em toda a história bíblica, é possível verificar esta forma de Deus tratar com o seu povo. Durante a peregrinação no deserto, vemos como o Senhor não aceitou a desobediência de Moisés, impedindo sua entrada na Terra Prometida (Nm 20.11,12; Dt 32.51,52). Mesmo não permitindo que Moisés em sua rebeldia continuasse a governar o seu povo e entrasse em Canaã, o Todo-Poderoso não desamparou a sua Tribo Nômade, pois já havia provido outro líder para finalmente introduzi-Ia na Terra Prometida (Dt 1.37,38).

II. A NATUREZA DA VOCAÇÃO DE DAVI

Um desígnio divino. No ensino revelado na Palavra de Deus, a vocação divina é um fato declarado e demonstrado entre o povo de Deus. Ele chama a quem quer, quando quer e capacita como quer e para o que quer. Essa verdade é demonstrada na vida do sucessor de Saul. Quando lemos o Salmo 89.20: "Achei a Davi, meu servo; com o meu santo óleo o ungi", vemos claramente que Davi foi escolhido por Deus. Ele foi chamado ou "recebeu uma vocação" da parte do Senhor.Em um contexto maior, é importante entender que o Messias prometido ao povo de Deus seria um des-cendente da tribo de Judá e, portanto, Davi é parte direta do cumprimento das promessas divinas a Israel (ls 11.1,2;Jr 23.5,6; At 2.29,30; Rm 1.3). O primeiro versículo do Novo Testamento (Mt 1.1 ) enuncia o cumprimento desta profecia messiânica. No último livro da Bíblia, o próprio Senhor Jesus, o Messias prometido declara: "[...] Eu sou a Raiz e a Geração de Davi" (Ap 22.16). Tais textos são uma evidência do cumprimento da Aliança Davídica: "Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre" (2 Sm 7.16).A resposta humana. Um dos princípios da vocação divina é a soberania de Deus (l Cr 28.4,5). Todavia, isso não significa que o Eterno não leve em conta a responsabilidade humana na realização de seus propósitos (l Cr 28.6,7).Saul subiu ao trono em resposta à pretensão do povo (1 Sm 8.4-6), que, após ouvir a "descrição" divina do perfil do rei (1 Sm 8.9-18), respondeu categoricamente: "Não, mas haverá sobre nós um rei. E nós também seremos como todas as outras nações; e o nosso rei nos julgará, e sairá adiante de nós, e fará as nossas guerras" (vv.19b,20). Assim, de acordo com o discurso do apóstolo Paulo na sinagoga de Antioquia, o Eterno deu Saul em resposta ao injusto clamor do povo e segundo o que eles idealizaram (At 13.21). Em seguida, Paulo declara que Deus "levantou como rei a Davi" (At 13.22). Enquanto Davi foi levantado em decorrência da vontade divina (1 Sm 13.13; 15.26-28; 16.1), Saul foi dado por Deus segundo o desejo de Israel de ter alguém com o perfil desse rei (l Sm 9.14-20; 10.17-27).Isso mostra que a escolha divina de homens para o seu serviço leva também em conta a liberdade humana e não a invalida. Saul não estava predestinado ao fracasso (l Sm 13.13), tampouco Davi estava destinado ao sucesso continuamente (1 Rs 11.38). Contrastando a vida de ambos, observamos que os dois foram ungidos da parte de Deus por Samuel sob iguais condições de conduzirem o reino de Israel. Mas a forma como cada um procedeu ante a esse chamado foi muito diferente.

III. O PROPÓSITO DA VOCAÇÃO DE DAVI

Abençoar a nação judaica. Para entendermos o contexto da chamada de Davi, devemos levar em conta o caráter profético da nação hebraica: "Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu concerto, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha" (Êx 19.5). Apesar de estar atualmente sob provação divina e temporária por causa de sua incredulidade, Israel continua a ser uma nação profética (Rm 11.15-26). Deus escolheu Israel dentre os demais povos para que, através desta nação, tivesse lugar o seu maravilhoso plano de salvação para a humanidade inteira. Davi estava consciente disso ao exclamar: "E quem há como o teu povo, como Israel, gente única na terra, a quem Deus foi resgatar para seu povo?" (2 Sm 7.23a). Sob a Nova Aliança feita pelo sangue precioso do Filho de Deus (Lc 22.20), o Pai também tem um propósito especial com a sua Igreja, chamada de "Israel de Deus" (GI 6.16; 1 Pe 2.9,10).Abençoar a humanidade. Davi foi uma bênção para o seu povo porque estabeleceu um poderoso reino firmado em Deus e também deixou uma imensa riqueza espiritual e cultural, contida nos seus muitos maravilhosos Salmos (2 Sm 23.1,2). Além de rei de Israel, Davi foi também profeta de Deus (At 2.29,30; 2 Sm 23.2). Cristo Jesus, o legítimo herdeiro de Davi, abençoaria a humanidade com o seu reinado e domínio em todos os sentidos (Lc 1.32). Ele é Rei e brevemente reinará em dimensões nunca conhecidas entre os homens (Jr 23.5,6).

CONCLUSÃO

Page 22: Davi e a Sua Vocação

Vimos, pois, que a vocação de Davi fez parte da vontade de Deus, que na sua soberania e presciência escolhe a quem quer para a realização dos seus desígnios. Nada está fora do seu controle e nada acontece sem a sua permissão. Mesmo em meio às crises e reveses da vida, Ele continua sendo Senhor da história.

Postado por: Ademilson Braga