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ISSN 1679-2688 9 7 7 1 6 7 9 2 6 8 0 0 8 2 3 5 2 7 HOJE Nublado com chuva Máxima 25º C. Mínima 18º C. AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 28º C. Mínima 17º C. Ano 87 - Nº 23.527 Jornal do empreendedor R$ 1,40 Conclusão: 23h30 www.dcomercio.com.br São Paulo, sábado, domingo e segunda-feira, 24, 25 e 26 de dezembro de 2011 O FMI adverte: Brasil vai sofrer com a crise. E se Soninha fosse prefeita de São Paulo? A ex-vereadora Soninha Francine (dir.) vai tentar de novo a Prefeitura. E conta o que fará, se eleita. Pág.6 Alex Silva/AE Missa de Natal na igreja de Santa Teresa, em Madala, Nigéria: islâmicos explodem bomba e 27 são mortos. Pág. 7 TRAGÉDIA DE NATAL Afolabi Sotunde/Reuters Corbis Afirmação é de Christine Lagarde, diretora da instituição. E ela não se esquece de incluir na previsão emergentes como China e Rússia, "esses países que tinham sido os motores da economia mundial antes da crise". Pág. 15 Fernando Bizerra Jr/EFE Papais-noéis voltam às lojas. É dia de trocas. Quem entra em loja hoje para trocar o presente de Natal (e são oito em cada 10 clientes) pode ser atraído a comprar mais. Na pág. 16, os direitos e obrigações de consumidor e vendedor. E na pág. 14, o balanço inicial das vendas do Natal. Bento 16:'Um ódio cego e absurdo'. Papa se refere aos atentados a bomba em igrejas da Nigéria na tradicional bênção de Natal Urbi et Orbi e faz apelo pela paz. Pág.7 Astróloga confirma as previsões Denise Silva concorda como o FMI e faz adendos: corrupção, saúde... Mas antevê boas coisas. Leia na pág.6

DC 26/12/2011

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Diário do Comércio

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ISSN 1679-2688

9 771679 268008

23527

HOJENublado com chuva

Máxima 25º C. Mínima 18º C.

AMANHÃSol com pancadas de chuvaMáxima 28º C. Mínima 17º C.

Ano 87 - Nº 23.527 Jornal do empreendedorR$ 1,40

Conclusão: 23h30 www.dcomercio.com.br São Paulo, sábado, domingo e segunda-feira, 24, 25 e 26 de dezembro de 2011

O FMI adverte:Brasil vai sofrer

com a crise.

E se Soninhafosse prefeitade São Paulo?A ex-vereadora SoninhaFrancine (dir.) vai tentar denovo a Prefeitura. E contao que fará, se eleita. Pág. 6

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Missa de Natal na igreja deSanta Teresa, em Madala,Nigéria: islâmicos explodembomba e 27 são mortos. P á g. 7

TRAGÉDIADE NATAL

Afolabi Sotunde/Reuters

Cor

bis

Afirmação é de Christine Lagarde, diretora da instituição.E ela não se esquece de incluir na previsão emergentes

como China e Rússia, "esses países que tinham sidoos motores da economia mundial antes da crise". Pág. 15

Fernando Bizerra Jr/EFE

Papais-noéisvoltam às lojas.É dia de trocas.Quem entra em loja hojepara trocar o presente deNatal (e são oito em cada 10clientes) pode ser atraído acomprar mais. Na p á g. 16, osdireitos e obrigações deconsumidor e vendedor. E napág. 14, o balanço inicial dasvendas do Natal.

Bento 16:'Um ódiocego e absurdo'.Papa se refere aos atentadosa bomba em igrejas da Nigéria natradicional bênção de NatalUrbi et Orbi e faz apelo pela paz. Pág. 7

Astróloga confirmaas previsõesDenise Silva concorda como o FMIe faz adendos: corrupção, saúde...Mas antevê boas coisas. Leia na pág. 6

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sábado, domingo e segunda-feira, 24, 25 e 26 de dezembro de 20112 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Fundado em 1º de julho de 1924

Pre s i d e nteRogério Amato

V i ce - Pre s i d e nte sAlfredo Cotait NetoAntonio Carlos PelaCarlos Roberto Pinto MonteiroCláudio VazEdy Luiz KogutÉrico Sodré Quirino FerreiraFrancisco Mesquita NetoJoão de Almeida Sampaio FilhoJoão de FavariLincoln da Cunha Pereira FilhoLuciano Afif DomingosLuís Eduardo SchoueriLuiz Gonzaga BertelliLuiz Roberto GonçalvesNelson Felipe KheirallahNilton MolinaPaulo Roberto PisauroRenato AbuchamRoberto FaldiniRoberto Mateus Ordine

CONSELHO EDITORIAL Rogério Amato, Guilherme Afif Domingos, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel SolimeoDiretor-Resp onsável João de Scantimburgo ([email protected]) Diretor de Redação Moisés Rabinovici ([email protected])

Edi tor - Ch e fe: José Guilherme Rodrigues Ferreira ([email protected]) Chefia de Reportagem: Teresinha Leite Matos([email protected]) Editor de Reportagem: José Maria dos Santos ([email protected]) Editores Seniores: Bob Jungmann([email protected]), Carlos de Oliveira ([email protected]), chicolelis ([email protected]), Estela Cangerana([email protected]), Luiz Octavio Lima ([email protected]), Luiz Antonio Maciel ([email protected]) e MarinoMaradei Jr. ([email protected]) Editor de Fotografia: Alex Ribeiro Editores: Cintia Shimokomaki ([email protected]), KleberGutierrez ([email protected]) Ricardo Ribas ([email protected]) e Vilma Pavani ([email protected]) Sub editores:Marcus Lopes e Rejane Aguiar Redatores: Adriana David, Darlene Delello, Eliana Haberli e Evelyn Schulke Repór teres: Anderson Cavalcante([email protected]), André de Almeida, Fátima Lourenço, Ivan Ventura, Karina Lignelli, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Lúcia Helena deCamargo, Mariana Missiaggia, Mário Tonocchi, Paula Cunha, Rafael Nardini, Rejane Tamoto, Renato Carbonari Ibelli, Rita Alves, Sandra Manfredini,Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Vera Gomes e Wladimir Miranda.

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opinião

Ed Ferreira/AE

Resultados mostram que formas extremadas de autoritarismo desembocam sempre na mesma tragédia.Roberto Fendt

O que não é proibidoé compulsório

ROBERTO

FENDT

Reprodução

"Papa Doc" e "Baby Doc": paralelos entre o Haiti de ambos e o messianismo e o autoritarismo na Coreia do Norte hoje

Otítulo desta coluna

foi inspirado por umleitor, referindo-se àCoreia do Norte, ao

pedir-me que comente o que sepassa por lá e, principalmente, oque pode vir pela frente.

Caro leitor, por paradoxal quepossa parecer, minha primeira rea-ção ao ver as fotos do "Grande Su-cessor" Kim Jong-eun ao lado de seupai, ou cercado de militares, foi alembrança de François "Papa Doc"Duvalier e de seu filho, Jean-Claude"Baby Doc" Duvalier. Foi olhandopara o Haiti, no Caribe, que penseina Coreia no distante Oriente.

O primeiro foi presidente do Hai-ti de 1957 até sua morte, em 1971.Embora eleito regularmente comuma plataforma populista e nacio-nalista, veio a implantar um regimede terror baseado em uma milíciarural. Durante seu governo, im-plantou um culto à personalidadecomo forma de legitimação de suaautoridade. A partir de 1964, pro-clamou-se presidente vitalício. Du-rante os 14 anos em que esteve nopoder, os seus Tonton Macoutesmataram 30 mil haitianos.

Ao morrer, ele foi substituídopor seu filho Jean-Claude, entãocom 19 anos. A inexperiência o le-vou a delegar os assuntos do go-verno a subordinados e a levaruma vida de luxo à custa do eráriopúblico. Em 1986, abandonou opaís para exilar-se na França.

O que tem isso a ver com KimJong-il e seu filho Kim Jong-eun? Éclaro que não estou, tão prematu-ramente, prevendo como termi-nará um governo que ainda não seiniciou na prática. O futuro a Deuspertence, como bem já nos haviadito São Tomás de Aquino.

O que tenho em mente são as se-melhanças, reveladoras de algomais profundo e característico dasformas mais primitivas de autori-tarismo. A principal dessas seme-lhanças é o messianismo, a noçãode que o Grande Líder, por algu-ma causa suficiente mas pouco es-clarecida (Deus? O Destino?) é ne-cessário para a governança e a fe-licidade do povo.

Se no Haiti Papa Doc não era en-

deusado, fica pouca dúvida de queo fundador do Estado norte-corea-no, Kim Il-sung, e particularmente,seu filho e sucessor, Kim Jong-il, ins-tituíram um culto à personalidadeque encontrou paralelo somente emStalin e Mao Zedong.

No Haiti, Papa Doc não confia-

va no exército regular e criou umaguarda pretoriana para protegê-lodas forças armadas, os Tonton Ma-coute. Na Coreia, o apoio dos mi-litares é indispensável, já que nãohá como formar uma milícia quepudesse se opor a cinco milhõesde pessoas em armas. Mas, em um

caso como no outro, não há dúvidade onde reside o poder real.

Os resultados até agora mostramque essas formas extremadas de au-toritarismo desembocam semprena mesma tragédia. No Haiti, de pe-quena população, o regime matou30 mil; na Coreia do Norte, três mi-

lhões morreram de fome, enquantoo Grande Líder era notório consu-midor de conhaque Hennessey eapreciador da boa mesa.

Conseguirá o Grande Sucessor,com seus 28 anos presumíveis,manter com mão de ferro a dinastiafundada por seu avô? Kim Jong-il

foi preparado durante 14 anos parasuceder seu pai; Kim Jong-eun tevesomente três anos de preparação e asua pouca idade não lhe conferegrande legitimidade entre uma elitemilitar composta de idosos.

No país em que o que não é proi-bido é compulsório, o isolamentodo restante do mundo – com a ex-ceção da China, de que depende –não contribui para melhorar ascoisas. Sabemos os resultados demais de 50 anos de embargo co-mercial pelos Estados Unidos: nãohouve qualquer consequência so-bre o autoritarismo do regime.

Se é verdade que o isolamento foiautoimposto, é também verdadeque há uma oportunidade nessatransição para um início de abertu-ra do país ao restante do mundo.

Se houver vontade políticada China, Coreia do Sul eEstados Unidos, os princi-

pais interessados na paz na região,talvez tenha chegado o momentode, por intermédio dos canais pos-síveis, levar adiante o programaque estava em negociação para au-mento da oferta de alimentos aopaís, em troca de um compromissoem torno do desarmamento nu-clear da Coreia do Norte.

O momento é muito mais de tor-cida por um final feliz, caro leitor,que propriamente de análise do fu-turo de um regime mais decrépito,hoje, do que era o da União Sovié-tica em 1989.

RO B E RTO FENDT É E C O N O M I S TA

PAULO

SAAB

COMO AGIR PARA COMBATER A CORRUPÇÃO

Existe uma forma dedarmos nossa modestacontribuição em favor

do combate à corrupção noBrasil. Conforme mencioneina coluna da semana passada,existe uma possibilidadede os políticos denunciadosno "mensalão" saírem ilesosdos processos em que foramdenunciados, dentro doSupremo Tribunal Federal,caso demore o julgamento,uma vez que ocorreria aprescrição dos processos.Ou seja, seriam arquivadossem apreciação.

Ainda na semana passada,o relator do caso, ministroJoaquim Barbosa, depoisde os jornais publicarema declaração do tambémministro RicardoLewandowsky, de que poderiaocorrer a prescrição – poisnão haveria tempo de seremapreciados todos os volumesdos processos – liberou orelatório que vem elaborando,lembrando que já estavadisponível eletronicamentea seus pares do STF.

A declaração deLewandowsky foi interpretada

como apoio à tese de defesados petistas denunciados,para preparar o terreno doarquivamento do escabrosoescândalo à custa do dinheiropúblico. Para quem não selembra, o Palácio do Planalto,a partir do então Chefe da CasaCivil, José Dirceu, chamadona época pelo Procurador Geralda República de "chefe daquadrilha", pagava atravésde agências de propaganda ebancos, por intermédio dopublicitário Marcos Valério,propina a parlamentarespara que votassem noCongresso a favor de projetosdo governo Lula.

Barbosa reagiuprontamente ao que poderiaser uma manobra dentro dopróprio STF. Mas, aindaassim, atendendo ao pedido da

revista Veja , que denunciou apossível manobra, esta colunaengajou-se na campanhapara pressionar o STF a cumprirsua obrigação de fazer ojulgamento do "mensalão"(pelo foro privilegiadodos parlamentares) antesde qualquer possibilidadede arquivamento porprazo esgotado.

Considerando essecapítulo uma prioridade

no combate à corrupção,conclamo a todos os leitores a,além de manifestar ao STFseu pedido de que hajabrevidade no julgamento,acionar seus amigos efamiliares a fazerem o mesmo.

Para isto, acessemwww.euqueroresp eito.org.bre mostrem ao STF que a

sociedade brasileira estáacompanhando o caso e quenão vai aceitar que hajaarquivamento por prescrição.Mesmo que venham a serabsolvidos, se for o caso,o julgamento tem que existir.

Expresse nesse site, leitor,seu apoio no combate aos

corruptos. Demonstre queexige respeito como cidadãobrasileiro. Divulgue o site oquanto mais puder, solicitandooutros apoios. Vamos começarpor aqui a ajudar a diminuira corrupção desenfreada queocorre em elevados níveisdo poder público, sugando oesforço da população em favorde criminosos travestidosde pessoas públicas.

Acesse agora mesmowww.euqueroresp eito.org.br.

Manifeste seu apoio.Divulgue e consiga pelo menosmais dez adesões, pedindoa cada um que consiga maisoutras tantas. E vamoscontribuir para que o STF sintaa verdadeira vontade da Nação.

PAU LO SAAB

É J O R N A L I S TA E E S C R I TO R

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sábado, domingo e segunda-feira, 24, 25 e 26 de dezembro de 2011 3DIÁRIO DO COMÉRCIO

opinião

Justin Lane/AE

MARXISMO É A TEORIA E ESTRATÉGIA DA T RA N S F O RM A Ç Ã O REVOLUCIONÁRIA DA SOCIEDADE.

SA LTO SQ UA L I TAT I VO S

OLAVO DE

CARVALHO

Nenhuma proposta social vindade cérebros marxistas tem

as finalidades com que seapresenta ao público. A lógica éinacessível tanto aos militantescomuns como ao público leigo.

Quando falo da trans-mutação de direitoshumanos elementaresem instrumentos de

controle opressivo, por favor res-guardem-se de ver nesse fenôme-no um processo histórico-socialespontâneo, um "resultado im-premeditado das ações huma-nas", como diria Max Weber. Étransformação planejada.

Estrategistas de grande portecontrolam o processo, sabendoque os resultados finais serão mui-to diferentes daqueles esperadospela massa ignara de militantes,idiotas úteis e, é claro, inimigostambém. Nenhuma proposta so-cial vinda de cérebros marxistastem jamais – repito: jamais -- as fi-nalidades nominais com que seapresenta ao público geral.

As verdadeiras finalidades sósão conhecidas daqueles que têmas qualificações intelectuais paraparticipar das discussões sériasnum círculo mais discreto de pla-nejadores e líderes. Nada é secre-to, mas, na prática, a lógica da coi-sa é inacessível tanto aos militan-tes comuns quanto, mais ainda, aopúblico leigo.

Um exemplo clássico é a estraté-g ia Cloward-P iven (ver emh t t p :/ /w w w. o la v od ec a rv a-lh o. org/ se ma na /0 90 30 5d c. ht ml ),alardeada como um plano de ajudaaos desamparados, mas, no círculoíntimo, admitida francamente co-mo um artifício para gerar crise eco-nômica, quebrar a previdência so-cial e deixar, no fim das contas, osdesamparados ainda mais desam-parados – o que será em seguida ex-plorado para impelir ao movimen-to um "salto qualitativo", passandodas meras reivindicações previden-ciárias ao clamor revolucionário os-tensivo do Occupy Wall Street.

Tudo isso pensado com meio sé-culo de antecedência. O públicoleigo e mesmo os analistas políti-

cos usuais logo perdem o fio dameada e não atinam com a conti-nuidade do processo, enquanto osplanejadores comunistas, habi-tuados a cálculos de longuíssimoprazo, vão conduzindo o fluxo datransformação desde uma confor-tável invisibilidade, disfarçadosem "fatores estruturais", "causassociais" e mil e uma camuflagensverbais elegantes que impedem opúblico de enxergar os verdadei-ros agentes por trás de tudo.

A expressão "salto qualita-tivo" é a chave do negó-cio. Nenhum intelectual

marxista de certo gabarito ignoraessa teoria de inspiração hegelia-na, exposta por Mao Dzedongmas implícita na doutrina deMarx desde o começo. Diz ela quequalquer acumulação quantitati-va, ultrapassado um certo limite,produz uma mudança da qualida-de, do estado, das propriedadesdo fator acumulado.

O exemplo clássico dado porMao é o da água que, aquecida, setransforma em vapor, perdendopropriedades que tinha no esta-do líquido e adquirindo novasque são inerentes ao estado gaso-so. Não é, como pensava Mao,uma lei universal, aplicável a to-das as esferas da realidade. É no

entanto uma constatação empí-rica, que vale para certos conjun-tos de fenômenos, especialmen-te da sociedade humana.

Baseei-me nela, por exemplo,para descrever a figura do "meta-capitalista": o sujeito que enrique-ce tanto com a liberdade econômi-ca que, depois de um certo ponto,já não pode mais sujeitar-se às os-cilações do mercado e tem de pas-sar a controlá-lo. A transfiguraçãodo capitalista em monopolista éum "salto qualitativo".

A imagem da água e do vapornão é uma fórmula geral, é ape-nas um símbolo, que condensaanalogicamente vários processossimilares. Mas, dentro de certos

limites, estes funcionam.Sempre que a intelligentzia re-

volucionária lança campanhasque persistentemente impelem asociedade numa certa direção, éporque sabe que o acúmulo de for-ças nessa direção chegará por fima um "salto qualitativo", desvian-do o conjunto para um rumo total-mente diverso e produzindo re-sultados que a maioria sonsa con-templará atônita, sem saber de on-de vieram.

Só à luz do cálculo marxista es-ses resultados fazem sentido,mas mesmo dentro do movimen-to revolucionário só os happyfew sabem fazer esse cálculo egerenciar sua aplicação racional.

Não é assunto para qualquer mi-litante bobão, nem para qual-quer bobão liberal-conservadorque meça o QI dos comunistaspelo dele próprio.

A facilidade com que osartífices da mutação re-volucionária levam a so-

ciedade para onde bem desejamcontrasta da maneira mais paté-tica, é verdade, com a sua total in-capacidade de criar uma econo-mia decente a partir do momentoem que destroem o último inimi-go e assumem o controle absolu-to do poder estatal.

Os liberais, que só pensam emeconomia e veem a impotência dosocialismo nessa área, deduzemdaí que o marxismo é falso em tu-do, um amontoado de besteirasque não merece atenção. Mas omarxismo só é uma teoria econô-mica em aparência. Ele é, a rigor, ateoria e estratégia da transforma-ção revolucionária da sociedade –e, nesse campo, é perfeitamenterealista e eficiente.

O fato de que não sirva para fa-zer uma economia prosperar não

significa que seja incapaz de des-truir muitas economias, muitassociedades, muitas nações, e, mes-mo no meio do mais majestoso fra-casso econômico, aumentar o po-der internacional da elite revolu-cionária, como de fato aconteceudesde a queda da URSS. O senti-mento de superioridade que os li-berais têm ante o marxismo é co-mo o de um empresário de boxeque, por saber fazer dinheiro comesse esporte, se imaginasse tam-bém habilitado a subir ao ringue enocautear Wladimir Klitschko.

Não existe superioridade abso-luta, transferível automaticamen-te a todos os domínios da ação hu-mana. Eu, por exemplo, sou capazde fazer em picadinhos qualquerdebatedor comunista que se metaa besta comigo, mas, se fosse com-petir com um deles em matéria desugar verbas estatais, não saberianem por onde começar. Quantomais eles perdem a discussão,mais se enchem de dinheiro.

OL AVO DE CA RVA L H O É E N S A Í S TA ,J O R N A L I S TA E P RO F E S S O R DE FI LO S O F I A

PAULO

BRITO

AS RECEITAS DE CLINTON PARA OS EUAS

ob quase todos osaspectos em que se olhe,os Estados Unidos

continuam sendo a maiorpotência do mundo – militar,econômica e tecnológica.É um país com 308 milhõesde habitantes, um PIB de14 trilhões de dólares, umainvejável renda per capita queultrapassa os 46 mil dólares eum índice de inovaçãovigoroso (é o 7º no rankingmundial, com a Suíça em 1ºlugar e o Brasil em 47º).

Nos últimos anos,contudo, essa liderança foiabalada ou desafiada, nãoexatamente por outras nações,mas pelos fatos, pela realidade.Hoje, um dos maiores temoresdos líderes americanos éque seu país perca a liderançaem campos como a inovaçãoe o desenvolvimento detecnologia, o que seriaum desastre.

Muita coisa já foi perdida.Em That Used to Be Us: HowAmerica Fell Behind in the WorldIt Invented, livro lançado emoutubro, Thomas Friedmane Michael Mandelbaummostraram, em detalhes, deque modo o país está perdendoterreno para concorrentescomo a China, por exemplo.Pior, eles acham que nemseu povo nem seus políticosacordaram: acham até quetodos estão preguiçosos.

O ex-presidente democrataBill Clinton, no entanto, estádecidido a sacudir o paíscom palavras de incentivo eorientação sobre os rumos dapolítica para salvar a América.

Dono de dois mandatospresidenciais, exercidos entre1992 e 2001, Clinton acaba de

lançar Back to Work: WhyWe Need Smart Governmentfor a Strong Economy (emportuguês, "De volta aotrabalho: por que precisamosde um governo esperto parauma economia forte", editoraKnopf, 208 páginas). O livroé pequeno para os padrõesamericanos, onde 350 páginasou mais é absolutamentenormal. "Escrevi este livroporque amo meu país eestou preocupado com nossofuturo", afirma ele no prefácio.

Dividida em duas partes, aobra pode ser considerada, naverdade, a combinação dedois livros. A primeira é umexame minucioso das grandescandidaturas dos democratasà Casa Branca. Nessa parte,Clinton indica pontos queprecisam ser observados porqualquer candidato democrataque queira derrotar umconcorrente republicano.Já a segunda parte é maisum manifesto político, noqual ele defende váriasestratégias para temas comocomércio internacional,regulação, energia e políticafiscal por exemplo.

É importante observarque hoje Clinton está

exatamente na mesma posiçãoem que se encontra umespectador assistindo a umprograma de perguntas erespostas pela TV – consegueresponder praticamentea tudo, mas não tem a pressãodo apresentador, o olhar e apressão de uma multidão à suafrente nem um cronômetro quegrita um bip a cada segundo.

Assim, ele consegue detalharde que modo seu país pode sair

da crise econômica e lançar asbases para uma prosperidadede longo prazo, ao mesmotempo em que oferecesoluções para o aumento donível de emprego, ampliaçãodo número de empresas,do volume de empréstimosbancários e do nível geral deinvestimentos. De quebra,diz como é possível dobrar asexportações e recuperar acompetitividade da indústria.

Clinton garante que acompetitividade americanano século 21 depende muitodo apoio do povo ao governo,seja qual for o partido nopoder: "Precisamos desse apoiopara investir em infraestrutura,precisamos de banda largamais rápida, de uma rede

elétrica nacional no estadoda arte, sistemas de águae de esgoto modernizados,melhores aeroportos, trens,estradas e pontes. Não háprova de que podemos serbem sucedidos neste séculocom uma estratégiaantigovernista", argumenta ele.

Infelizmente, várias desuas sugestões provavelmentenão passariam pelo crivo docongresso ou não atrairiamgrande interesse, comoé o caso do exemplo que eleescolheu como soluçãopara a crise de energia: a matrizenergética da Dinamarca, quecontém usinas gerando a partirde biomassa, e onde 25% daeletricidade vem de geradoreseólicos. Infelizmente, seu país

procuram quando ele dápalestras ou visita outrospaíses. Também esteve nonoticiário quando apoiou acandidatura de sua esposacontra Barack Obama.

Nessa época, houvequem dissesse que eleparecia enciumado e queseus conselhos, apesar debons, demonstraram umacompetitividade agressiva ecompulsiva, que nem sempreajudaram Hillary. Tambémcuriosamente, ela é bempouco citada no livro.

PAU L O BR I TO É J O R N A L I S TA ,G R A D UA D O EM ECONOMIA E

MESTRE EM COMUNICAÇÃO E

SEMIÓTICA

tem grandes interessesna indústria petrolífera e vaidemorar muito tempopara que decisões do governoreduzam sua produção.

Curiosamente, não háqualquer menção ao trabalhode Al Gore, que foi seuvice-presidente e cujo trabalhopela conscientização doaquecimento global éreconhecido no mundo inteiro.

Há suspeitas de que, alémde sua autêntica

vontade de resolver os grandesproblemas nacionais, Clintonpode estar querendo tambémum pouco mais de holofotessobre sua figura. Como eleestá longe do poder, o livroé um modo de conseguiresse efeito e de novamentecolocá-lo na mídia. Só queisso pode acontecer deum modo controverso:seus pontos de vista comcerteza chamarão parao debate republicanosenfezados e eleitoresque não gostam dele.

Claro que oex-presidente vaiaproveitar o debate ea exposição que issoprovocará. Clintonna verdade não temandado muitolonge da mídia– os jornalistas os

Clinton, no lançamento de seu primeiro livro, no Brasil

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sábado, domingo e segunda-feira, 24, 25 e 26 de dezembro de 20114 -.GERAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

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De trilhos e unhas333 No aniversário de Dilma Rousseff, FabianaKarla, a Dilmaquinista de Zorra Total, enviouflores para a Chefe do Governo, em Brasília. Doisdias depois, recebeu uma carta escrita pelaprópria presidente, agradecendo e desejandoBoas Festas. E numa referência à Dilmaquinista,

uma garantia: “No que depender de mim, o país continuará nostrilhos”. A propósito de Fabiana: ela está vivendo uma verdadeiramania de unhas, esmaltes e cores. Por isso, está abrindo umnail bar no Recife, sua terra natal. “As mulheres irão lá beber,fazer as unhas, fofocar, falar mal dos homens e morrer de rir”.

[email protected] 3 3

k

Colaboração:Paula Rodrigues / A.Favero

333 No horóscopo chinês, 2012é o ano do Dragão. Para osnascidos nesse signo, nãoexiste a palavra impossível.Quem é de Dragão tem uma

constante comichão na sola dos pés e não consegue convi-ver com a rotina. Orgulho próprio acentuado, alto senso de respon-sabilidade, só que igualmente temperamental, capaz de atostemerários. A presidente Dilma Rousseff é de Porco e os nascidosnesse signo em 2012, ano do Dragão, terão altos e baixos. Paratransformações favorecidas pelo período, será necessário desape-gar-se de coisas antigas. Sucesso ou fracasso dependem decomo agir. No amor, estará muito exigente. Nascidos sob o signodo Porco são desconfiados, orgulhosos, exercem quase quenaturalmente um domínio sobre as outras pessoas.

Oporcoeo dragão

333 Nos dias 11 e 12 de feverei-ro, 40 modelos brasileiras GGestarão participando do FashionWeekend Plus Size Inverno2012, no Centro de Convenções

Frei Caneca, em São Paulo, com patrocínio do Shopping FreiCaneca e participação de 20 grifes (desfile de lançamentos esalão de negócios). Com peles fakes, meias arrastão, rendas,hot pants, corselets, casacos e tudo mais, cinco tops plus sizeposaram para uma première do evento de moda, com algumascriações e até neve. Na primeira foto, da esquerda para a direita.Tainá Fuzaro, Márcia Saad, Géssica Carneiro, e sentadas,Silvia Neves e Cléo Fernandes; ao centro, Géssica e Márcia;e direita, Tainá, 21 anos, que promete ser a grande sensação.

Astopsplus size

Trocandoasbolas

333 A modelo Marcelle Bittar, 29anos, quem diria, mudou visual,virou loura mais do que platinada(esquerda) e acaba de lançar umblog chamado AM Secret, com

noticias sobre celebridades. Com ela, Alessandra Nahus,dono da rede de estúdios de beleza chamada A+ (por isso, asletras A e M), que resolveu (direita) escurecer seus cabelos.Marcelle tem um centro estético terapêutico em São Paulo,Vittah e no blog, estarão reunidos paparazzi e jornalistas,atualizando gossips de Nova York e Los Angeles.

Ele agora fica ligando toda hora para saber se eu e o Temer nãovamos viajar.

IN OUTh

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Verão: aba curta. Verão: chapelão.

MAIS: Dilma acha que eledará certo no lugar deHaddad e, quase quenaturalmente, poderádisputar o governo paulista.

MISTURA FINA

Rei da borracha333 O senador Blairo Maggi(PR-MT) ficou conhecidomundialmente como o rei dasoja, até perder o posto paraseu primo Eraí Maggi. Agora,Blairo virou o maior produtor deborracha do Brasil – e provavel-mente, no planeta. Começoucomprando um seringal de milhectares do Banco Noroeste,há dez anos e agora, comproumais 10 mil hectares que aMichelin usava nesse negócio.Queria substituir as árvores porsoja, só que o látex ficou maisrentável que o grão. E ele entrouna contramão: está convertendolavouras de soja em seringais.

MUNDO DE FÉ333 São dados do PewResearch Center: o númeromundial de cristãos (católicos,protestantes e evangélicos)alcançou 2,18 bilhões em 2010.Comoproporçãodapopulaçãomundial, passaram de 32% em1910 para 35% em 2010. Entreos cristãos, os católicossão 50,1%, protestantes eevangélicos 36,7%, osortodoxos,11,9%eoutros,1,3%.Já mulçumanos são estimadosem 25% da população mundial.Individualmente, católicossão 16%, protestantes eevangélicos,11,7%eortodoxos,3,8%. A população mundial em2010 era de 6,9 bilhões.

Aloizio Mercadante jáescolhe assessores parao Ministério da Educaçãoe pode se transformar emnova arma para 2014.

Fotos: Hilton Costa

DILMA ROUSSEFF // no jantar de final de ano a líderes da base aliada,sobre o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).

Pior a emenda333 Se, de um lado, favelaspacificadas do Rio – e entre elas,Rocinha, a mais recente – livram-se dos traficantes e ganhamaspectos mais parecidos como resto da cidade, ganhamproblemas que os moradores defora das favelas já enfrentam.Um deles é assalto: pode serem casas, estabelecimentoscomerciais e há quem aposte quenão demorará para moradoresserem assaltados nas ruas (ostraficantes impediam esse tipo decrime). Em São Paulo, na colossalfavela de Heliópolis, quenão tem o mesmo quadro detraficantes, assaltos já fazemparte do cotidiano.

PLANO B333 A ida de Aloizio Mercadantepara o Ministério da Educaçãofazpartedeumanovaestratégiada presidente Dilma Rousseff,que quer que ele revigore apasta, lance programas eações nacionais e se convertanum nome que poderá ser deuso do partido em futuraseleições. E não está muitopreocupada com a saída deFernando Haddad: isso atéque lhe resolve um problema.Caso não se eleja, poderápensar em vôos menorespara 2014. Já Mercadantepode virar um nome fortepara disputar o governode São Paulo.

Dores guardadas333 O fotógrafo oficial de Lula,Ricardo Stuckert, que agora épago pelo Instituto de Cidada-nia e que já lançou três livroscom fotos exclusivas do ex-presidente, está preparandomais um – e com total aprovaçãodo fotografado. Terá apenasfotos envolvendo o período emque Lula está batalhando contraseu tumor, desde os primeirosmomentos depois de recebera noticia, o início do tratamen-to quimioterapico e por aí vai.Nos últimos dias, Ricardotem registrado flagrantes deintimidade absoluta: é quandoLula sente dores (fortes), porconta da radioterapia.

CALHAMBEQUE333 Roberto Carlos estácirculando pelas ruas do Rio abordodeborrachanova–ecara.Acaba de comprar um Audi A8vermelho. É um turbinadoconversível que custa emmédia, sem blindagem, pertode R$ 1 milhão.

Lição de casa333 Antes de partir para suasférias na Bahia, a presidenteDilma Rousseff chamou mi-nistros petistas e lhes pas-souuma verdadeira lição de casa: atédia 10 de janeiro, quando voltar,eles deverão fazer um relatóriosobre seus ministérios, comdados sobre áreas e programasque estão funcionando comodeveriam – e outras que nãoestão funcionando. Dilmaquer trocar o segundo escalãodos ministérios petistas,incentivando mais nomestécnicos e menos políticos.

«

As curvas de Niemeyer333 “Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura,inflexível criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre esensual. A curva que encontro nas montanhas do meu país, namulher preferida, nas nuvens do céu, nas ondas do mar. Decurvas é feito todo o universo. O universo curvo de Einstein”.Esse poema de Oscar Niemeyer, 104 anos, inspirou seu netoCarlos Eduardo a produzir o livro Curvas, com mulheresfamosas encarnando as curvas sonhadas – e sem cachê. Entreoutras (e vestidas), Gloria Maria, Luana Piovani, Letícia Spiller,Deborah Secco. Angélica e muitas mais.

333 QUE NINGUÉM imagine quetodos os ministros do SupremoTribunal Federal sejam contraEliana Calmon, corregedora doConselho Nacional de Justiça,agora ameaçada de sofrer atéuma investigação. No primeirodia que surgiu a ofensiva, trêsministros da Alta Corte trataramde lhe telefonar, prestando totalsolidariedade e até mesmo entreas festas de Natal outros doistiveram a mesma atitude.

333 HORAS antes do Natal, oBanco Central, num de seusrelatórios trimestrais, previa demodo oficial que o Brasil devecrescer 3,5% em 2012. Já DilmaRousseff bateu o bumbo em cimade um PIB 5% maior no ano quevem. E o ministro Guido Mantega,da Fazenda, preferiu ficar nomeio-campo; cravou 4% em 2012.

333 SE DILMA Rousseff resolverdeixar Sérgio Gabrielli maistempo na presidência daPetrobras, atendendo a pedidode Lula, Maria das Graças Foster,diretora da Gás e Energia daestatal e favorita da presidentepara o cargo, pode ser indicadapara a diretoria-geral da AgênciaNacional de Petróleo. Se a jogadader certo, Dilma passa a tercontrole total sobre o setor.

333 ATÉ a segunda quinzenade janeiro, o ministro FernandoPimentel pode respirar maisaliviado. A Comissão de Éticada Presidência da República,comandada pelo ex-ministro doSupremo, Sepúlveda Pertence,só deverá se reunir depois do dia15. Pimentel terá de explicar ahistoria de sua consultoria paraa Comissão, que em sua últimareunião de 2011 recomendou ademissão de Carlos Lupi.

333 O ATOR Ashton Kutcher, oWalden Smith da série Two and aHalf Man, volta ao Brasil para a SPFashion Week (de 19 a 24 deJaneiro), sem Demi Moore, dequem se separou – e não vai pisarna passarela. Como tem contratocom a Colcci (R$ 1,5 milhãoassinado no ano passado),assistirá o desfile da marca naprimeira fila, posará para fotos dacampanha e ao lado da modeloAlessandra Ambrósio.

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sábado, domingo e segunda-feira, 24, 25 e 26 de dezembro de 2011 5DIÁRIO DO COMÉRCIO

CAIXA PRETADecisão do presidente do STF assegura

aos ministros da Corte distância dasaveriguações que vinham sendo feitas

pelo Conselho Nacional de Justiça

política

Rodr

igue

s Poz

zebo

m/A

BrO Mensalão envolveuuma sofisticada

organização criminosapara a prática de crimescomo peculato, lavagem dedinheiro, corrupção ativa,gestão fraudulenta....

Trecho do relatório (sobre omensalão) do ministro do

STF, Joaquim Barbosa.

Seria importante apostura do Senado a

favor do ConselhoNacional de Justiça, quetem por objetivoestabelecer umafiscalização mais atenta,rigorosa, presente emrelação às ações queocorrem no Judiciário eque o desgastam.

Álvaro Dias (PR),líder do PSDB

A análise da PECcontribuiria para

recuperar o CNJ edemonstrar quenenhum poder estálivre de fiscalização.

Senadora Ana Amélia(PP-RS) sobre decisão

de Marco AurélioMello, ministro do STF,que limita ação do CNJ.

O que está realmente emjogo é a sobrevivência do

CNJ. Esse é o verdadeiro ovo daserpente.

Ministra Eliana Calmon,corregedora do CNJ (ConselhoNacional de Justiça), sobre

esvaziamento do órgão porliminar do STF (Supremo

Tribunal Federal).

A investigação deveser uma prerrogativa

do CNJ. Ele está ali pararegulamentar as ações doJudiciário. O nível e aforma como isso se devedar, no entanto, talvezprecise ainda de umregulamento específico.

Marco Maia (PT-RS),presidente da Câmara.

As Associações entendem que a quebra do sigilode dados de apenas um cidadão brasileiro, sem

autorização judicial, já constitui violação ao textoconstitucional.

Nota conjunta assinada pela Ajufe (Associaçãodos Juízes Federais do Brasil), pela AMB

(Associação dos Magistrados Brasileiros) e pelaAnamatra (Associação Nacional dos Magistrados

Trabalhistas) contra atuação do CNJ.

O governo abriu asburras e quando se

abrem as burras, o tempourge.Senador Demóstenes Torres

(GO), líder do DEM,criticando o tempo recordede votação da proposta de

emenda constitucional queprorroga a DRU até 2015.

Sou a presidenta de todos os brasileiros, mastambém dos pobres.

Presidente Dilma Rousseff, na celebração do Natal comcatadores de materiais recicláveis, em São Paulo.

Não se pode permitir queos juízes e membros do MP

fiquem mendigando por umdireito constitucional.

Ophir Cavalcante, presidentenacional da OAB.

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Peluso mantém limitaçãoao poder do CNJ

Com a decisão, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) permanecem livres de qualquer fiscalização.Wilson Dias/ABr - 25.11.11

Nada feito: presidente do Supremo nega suspensão de decisão liminar pedida pela AGU.

Opresidente do STF(Supremo TribunalFederal), Cezar Pe-luso, negou no fim

de semana o pedido feito pelaAGU (Advocacia-Geral daUnião) para que fosse suspen-sa decisão liminar que restrin-ge o poder de investigação doCNJ (Conselho Nacional deJustiça).

Na segunda-feira passada,último dia do ano judiciário, oministro do STF Marco Auré-lio Mello concedeu uma limi-nar para impedir que o conse-lho investigue juízes antes queos tribunais onde eles atuamanalisem sua conduta – o que,na prática, suspendeu todas asapurações abertas por iniciati-va do CNJ.

A decisão deve ser levada aplenário na primeira sessão doano que vem, no início de feve-reiro, para que seus colegasavaliem o tema.

No seu pedido, a AGU argu-mentou que o ministro violouo regimento interno do STF etomou a sua decisão já duranteo recesso judiciário. "O dispo-sitivo destaca que é atribuiçãodo presidente do STF decidirquestões urgentes nos perío-dos de recesso ou de férias", diznota da AGU.

Anteontem, Peluso negou opedido e o encaminhou paraque Marco Aurélio dê infor-mações sobre o caso.

Na segunda-feira, o minis-tro Ricardo Lewandowskitambém suspendeu apuração

sobre a folha de pagamento deservidores do Judiciário em 22tribunais. O CNJ averiguavamovimentações financeirasatípicas.

As decisões criaram uma cri-se que abalou a cúpula do Judi-ciário e trouxe novamente à to-na a discussão sobre a transpa-rência da Justiça brasileira.

As liminares atenderam apedidos feitos por três associa-ções de juízes. Elas afirmamque o CNJ atuava de forma in-constitucional.

As mesmas associações en-traram durante a semana comum pedido para que Procura-

doria-Geral da República in-vestigue a corregedora doCNJ, Eliana Calmon.

Divisor de águas – A crisedo Judiciário brasileiro, escan-carada na semana passada pe-la liminar do ministro Lewan-dowski, que paralisou as in-vestigações da CorregedoriaNacional de Justiça, já é reco-nhecida nos bastidores dessePoder como uma das maioresda história, pelos efeitos queterá na vida do Supremo Tribu-nal Federal (STF). Estudiososveem nela, também, um divi-sor de águas. Ela expõe a ma-gistratura, daqui para a frente,

ao risco de consolidar a ima-gem de instituição avessa àtransparência e defensora deprivilégios.

Ministros do STF dizem nãose lembrar de uma situação tãograve desde a instalação daCPI do Judiciário, em 1999 – eagora suspeitas pairam sobreintegrantes do Supremo.

Na outra ponta do cabo deguerra, Eliana Calmon, a cor-regedora nacional de Justiça,resume: "Meu trabalho é im-portante porque estou certa deque é a partir da transparênciaque vamos ser mais respeita-dos pelo povo". (Agências)

Tapajós custaria 45% de seu PIB, diz IpeaEstudo econômico após plebiscito mostra que o Pará remanescente ficaria com 55,6% do PIB regional

OIpea (Instituto de Pes-q u i s a E c o n ô m i c aAplicada) divulgou

esta semana uma análise sobreos desdobramentos possíveisa partir da divisão do Pará e acriação dos estados de Carajáse Tapajós – rejeitada pela po-pulação paraense em plebisci-to no último dia 11.

Com um PIB (Produto Inter-no Bruto, a soma dos bens pro-duzidos por um governo emum determinado período) es-tadual de R$ 32 bilhões (valorde 2008), o Pará remanescenteseria responsável por 55,6% doproduto total da região. Cara-jás teria PIB de R$ 19,5 bilhões eTapajós, de R$ 6,4 bilhões.

O potencial estado do Tapa-jós gastaria com o seu governoestadual a proporção de 45%de seu PIB. Isso não quer dizerque esta proporção do PIB doestado seria alocada para fi-nanciar as despesas estaduais,mas que a máquina estadual

consumiria valor equivalentea 45% da produção local.

Segundo o levantamento, oestado de Carajás teria situa-ção melhor, mas "ainda estarialonge de ser confortável", egastaria o equivalente a 24%do seu PIB com o governo esta-dual – bem menos que a pro-porção do Tapajós, mas maiorque a média nacional (12,5%) e

que a média do Pará (16%).O Ipea destaca que estes gas-

tos só dizem respeito ao fun-cionamento regular dos go-vernos estaduais. Não compu-tam gastos necessários à cons-trução da infraestrutura paraseu funcionamento.

Em termos per capita, Cara-jás seria o estado mais rico den-tre os três, com cada habitante

dessa região fazendo jus aR$ 13,6 mil de PIB per capita.Seria seguido pelo Pará, comPIB per capita de R$ 6.900, epor Tapajós, com R$ 5.500.

Entenda – A população doPará foi às urnas no último dia11 e rejeitou a divisão do esta-do. Segundo o TSE (TribunalSuperior Eleitoral), a criaçãodos estados de Tapajós e Cara-jás foi rejeitada por 66,08% e66,60% dos eleitores, respecti-vamente. O Ipea conclui que,se a divisão fosse aprovada, se-riam necessários mais 6 sena-dores e 29 deputados federais(8 em cada novo estado e 13 noPará remanescente) contra os17 atuais. ( F o l h a p re s s )

Nas urnas, paraensesdisseram não à divisão doestado. A criação de Tapajóse Carajás foi rejeitada por66,08% e 66,60% doseleitores, respectivamente.

Tarso Sarraf/AE - 11.12.11

Em férias, Dilmavai para a Bahia

Ap re s i d e n t e D i l m aRousseff viaja hojepara um período de

descanso. Ela ficará na Base daMarinha de Aratu, na regiãometropolitana de Salvador,acompanhada de sua família.

Ainda não há previsão de atéquando a presidente permane-cerá na Bahia. Há uma estima-tiva de que possa voltar a Bra-sília na primeira semana de ja-neiro, entre os dias 4 ou 5. Seuperíodo de férias vai até 10 dejaneiro. Na volta, Dilma deve-rá cuidar de ajustes em seu mi-nistério – que terá alteraçõesdevido à saída, ainda em janei-ro, de ministros que concorre-rão às eleições municipaismarcadas para outubro.

A presidente passou o Natalno Palácio da Alvorada reuni-da com a família e mandou de-corar a residência oficial commotivos natalinos para recebera filha, Paula, e o neto Gabriel,além da mãe, Dilma Jane.

Mesmo afastada, ela se man-tém absolutamente ligada aosacontecimentos – e aos passosdos ministros, de quem cobrainformes permanentes. Se-gundo assessores, Dilma lê jor-nais com avidez e segue deperto os fatos por meio de seutablet, do qual não desgruda.Além da clipagem dos jornaisnacionais, a revista inglesa TheEconomist e o jornal francês LeMonde estão entre suas leiturasconstantes. ( F o l h a p re s s )

Luiza Sigulem/Folhapress

Luto: secretário se despede do pai ao lado de amigos.

Adeus a Giannandrea

Ogovernador Geraldo Al-ckmin e o ex-governador,

José Serra, levaram ontem con-forto ao secretário de Culturado Estado de São Paulo, An-drea Matarazzo, pela morte deseu pai, Giannandrea Matara-

zzo, ocorrida no sábado, nohospital Albert Einstein.

Giannandreia, que presidiua Sociedade Civil ColégioDante Alighieri entre 1996 e1999, foi enterrado no Cemité-rio da Consolação.

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sábado, domingo e segunda-feira, 24, 25 e 26 de dezembro de 20116 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Se o preço de encurtar o caminho é fazer mil e duas concessões, eu prefiro o caminho longo.Soninha Francine, candidata à Prefeitura pelo PPSpolítica

Corrupção, crise, saúde em baixa.É o Brasil que se vê nas cartas

A psicóloga e astróloga Denise Fernandes Silva prevê que a crise europeia desembarcará aqui e a corrupção continuará em alta. A saída? Construir, plantar e crer.

Denise FernandesSilva é psicóloga for-mada pela USP, comespecialização em Psi-cossomática pelo FA-CIS-IBEH. Atua na áreaclínica e empresarial –consultas pessoais eestudos por escrito.Trabalha e estuda as-trologia e tarô há 24anos. Alguns de seustextos estão no se-g u i n t e e n d e r e ç o :w w w . l u a e m l i-bra.com.br e www.ani-m a de n i se. com . b r . Édela o texto abaixo.

Quem joga tarô e consulta ascartas sabe que nelas aparecemtendências que nos levam aprofundas reflexões. Jogar tarôpara o Brasil já me deixou de-primida, porque a morte dasesperanças é deprimente mes-mo. Antes dos escândalos decorrupção que surgiram nosúltimos anos, a carta da Lua es-tava presente nos jogos do Bra-sil e no último jogo que fiz ago-ra em novembro buscando asperspectivas para 2012, e elaestá mais forte.

Jogo como se fosse umamandala astrológica, de formaque cada carta aparece numacasa com um significado fixo.

A Lua apareceu na 9ª casa,mostrando a confusão políticae pessimismo em que nos en-contramos, junto com a Torrena 12ª casa e o Diabo na 10ª ca-sa. Bom, quem está pobre, estáferrado; quem está numaruim, vai ficar numa pior;quem está na rua, não vai ga-

nhar casa e ainda pode ganharsupetão. Quem está doente po-de se ver sem ajuda, e quem es-tá bem de saúde pode ficardoente nesse ano.

O Julgamento na casa 6 e aTorre na casa 12 indicam umpéssimo ano para a saúde doPaís. Provavelmente vamosdescobrir que nem aquilo queachávamos que funcionava,funciona muito bem. E podemsurgir questões externas: ví-rus, bactérias e mosquitos, quetambém são filhos de Deus eestão no mesmo planeta quenós. Por mais que a presidenteDilma trabalhe, e ela tende atrabalhar bem, os problemasvão chover e ela corre o risco deficar bastante sozinha, semapoio político.

A crise econômica mundialatingirá o Brasil em 2012, masdeverá representar apenasuma das catástrofes que ten-dem a se abater sobre o País.

Mesmo assim o Brasil tendea melhorar na área econômica,aumentando seus ganhos (acarta do Papa na casa 2, dos ga-nhos). Mas, muito provavel-

mente pela corrupção que aLua indica que está acontecen-do e pelas dificuldades estru-turais que tendem a existir pa-ra a maioria (indicadas pelacarta do Enforcado na 8ª casa epela carta da Torre na 12ª casa),o Brasil tende a terminar o anode 2012 mais endividado e

possivelmente numa situaçãomaterial mais difícil em termosde perspectivas e de situaçãoestrutural. Os movimentos so-ciais tendem a progredir noPaís, com tendências diferen-tes, mas incapazes de conse-guir ganhos através de suasreivindicações. Pode ser um

ano de retrocesso político.Tem um lado que o tarô dá

um alívio estranho, pois dá pa-ra perceber pelas cartas que os-corruptos vão se ferrar. Masnão aparece a corrupção tendoum fim e que uma hora ou ou-tra os corruptos serão punidos,pois a corrupção se alimentada lenda que os corruptos nãose ferram, o que serve para ali-ciar mais corruptos.

É um ano bom para a educa-ção no País, para o desenvolvi-mento literário, artístico e cul-tural (o Imperador na casa 3 doBrasil) e para a agriculturadentro do Brasil (a Imperatrizestá na casa 4 do País).

É um ano em que o Brasilprecisa tomar uma decisão so-bre si mesmo. Recentemente,tive um sonho engraçado e, emparte desse meu sonho, eu iamostrar a pobreza a Deus nafavela. No sonho, eu andavadentro da favela e ia mostran-do para Ele: olha, olha Deus apobreza ali. Talvez a decisãodo Brasil sobre quem ele é digarespeito a também quem elequer ser, o que o País anda con-

versando com seu Deus.As cartas mostram que o

querer pode nos salvar. Nãoessa vontade torpe, revoltada esem amor. Mas o querer forçabruta e de resistência, o quererque nos faz amar cada pedra,cada semblante, cada centíme-tros de toda essa realidade. Enesse amor construir um Paísbonito. A boa sorte do País estáem construir, plantar e assu-mir uma postura mais constru-tiva, com a carta da Estrela sin-tetizando o presente do País.

Segundo o tarô, as eleiçõesmunicipais não estão defini-das ainda. Não está escrito ain-da no livro do destino quemvai ganhar as eleições ou comoelas serão. E essa indefiniçãoaparece como positiva.

O campo está aberto paranegociações, associações, en-volvendo questões políticas,econômicas e de representati-vidade. Há chance de progres-so e desenvolvimento nas rela-ções. A carta que saiu indican-do o processo é a carta do Car-ro, que indica que o futurodepende de nós, do uso corretoda informação e da consciên-cia. Para o processo de eleiçõesmunicipais ser produtivo é ne-cessário muito diálogo entrediversos setores, reflexão e usocorreto das informações. É omomento de pensar, refletir,dirigir o carro da política deforma inteligente. É um mo-mento de insegurança para to-da a classe política. Segundo otarô, não tem político que estácom a "eleição ganha" nessepróximo ano.

Provavelmente pelacorrupção, o Brasiltende a terminar2012 maisendividado e talvezem uma situaçãomaterial mais difícilque em 2011.

Será um ano bompara a educação noPaís, para odesenvolvimentoliterário, artístico ecultural. E tambémpara a agriculturano Brasil .

Denise: "Dilma trabalha bem, mas corre o risco de ficar sozinha".

Leandro Moraes/LUZ

Soninha se apresenta contra as 'burrices'Aspirante à Prefeitura pelo PPS, a jornalista se propõe a trabalhar contra o que considera asneiras no sistema de gestão da cidade, para melhorar a vida das pessoas

Candidata à prefeitu-ra de São Paulo em2012 pelo PartidoPopular Socialista

(PPS), a jornalista SoninhaFrancine propõe mudanças ra-dicais na gestão da administra-ção municipal da capital pau-lista. Quer eliminar "as burri-ces" no sistema de saúde, porexemplo. Em entrevista aoDiário do Comércio, a candi-data – hoje responsável pelaSuperintendência do TrabalhoArtesanal nas Comunidades(Sutaco) do governo do estado–, entra na disputa pela chefiado executivo paulistano pelasegunda vez.

Em 2008, registrou 266.978votos (4,19% dos válidos) e ter-minou em quinto lugar. Noano passado, Soninha foi lan-çada como pré-candidata aocargo de governador de SãoPaulo, mas o partido acabouapoiando a candidatura de Ge-raldo Alckmin, do PSDB, e So-ninha disputou uma vaga aoSenado, sem sucesso. Aindaem 2010, também coordenou acampanha virtual de José Serraà Presidência da República. Aseguir, os principais trechos dae n t re v i s t a .

Diário do Comércio – Quais sãosuas propostas para o trânsitode São Paulo?

Soninha Francine – O bási-co é priorizar o coletivo em re-lação ao individual motoriza-do. Agora, enquanto para mui-ta gente isso se traduz em maismetrô, eu tenho certeza de quea gente precisa melhorar mui-to o transporte por ônibus.Não só porque é atribuição di-reta da prefeitura, mas porqueo ônibus tem uma capacidadeenorme de transporte de pas-sageiros. O problema é que eleé muito mal distribuído. Você

tem sobrecarga em muitos lu-gares e linhas ociosas com ôni-bus vazios em outros.

DC – A gestão...Sonin ha – Tem um proble-

ma de gestão de linhas de ôni-bus que é muito sério. Com oscorredores que temos, com aestrutura que já temos, só commelhoria na gestão já é possí-vel melhorar muito a qualida-de do sistema, com mais infor-mação para as pessoas e pon-tos mais confortáveis. Algu-mas l inhas foram ficandoobsoletas com o passar do tem-po e acabaram ficando super-postas. Elas podem ser melhordistribuídas.

Outro ponto que é tão im-portante e está diretamente re-lacionado com esse é o uso dosolo. A distribuição de mora-dia versus a atividade econô-mica na cidade. Precisamosaproveitar melhor a infraes-trutura urbana já instalada pa-ra que mais gente more nesseslocais. Nos últimos anos, os lu-gares onde temos menos ativi-dade econômica foram os quemais incharam, como o extre-mo noroeste, o extremo leste eo extremo sul. Se não resolver-mos esse desequilíbrio, não vaiter ônibus, metrô, trem urbanoou via expressa que dê conta detamanho êxodo, com milhõesde pessoas se deslocando nomesmo horário e sentido.

DC – É a busca de mais qualidadede vida...

S o n i nh a – Mobilidade eequilíbrio na moradia e ativi-dade econômica interferem di-retamente na vida das pessoasde todas as maneiras. Quantotempo elas têm para dormir,para ficar em casa com a famí-lia, para o lazer ou atividade fí-sica. A solução começa ao com-preendermos por que as pes-soas se deslocam, para dimi-nuir essas distâncias.

DC – O que mais a incomoda nacidade?

Soninha– A saúde é sempreum incômodo, mas tudo estáintegrado. O transporte coleti-vo também está ligado a isso.

Para uma vida mais saudável,diminuir a distância entre a ca-sa e o trabalho jê é um grandepasso. Mas para as doençasmesmo, o atendimento emsaúde não tem só gargalos ou a

sobrecarga versus a falta demédicos e equipamentos. Temburrices no sistema. Nova-mente, uma questão de gestão.Tem alguns lugares onde a de-manda fica represada, porqueé mal administrada.

DC – Por exemplo?Son inha – Para você ter

uma consulta com um especia-lista, é preciso passar primeiropor um clínico geral. Isso é ab-solutamente dispensável. Atéporque o clínico vai ouvir suaqueixa e falar "é caso para umespecialista". A pessoa esperatrês meses para passar no clíni-co, fica cinco minutos no con-sultório e espera dois mesespara ser atendido pelo especia-lista. Tem coisas que podemser melhoradas na logística dosistema por mais qualidade devida.

DC – O PPS é pequeno... Vocêacha que vai até onde?

Soninha– Eu quero ir para osegundo turno. Até porque ospartidos grandes, nossos ri-vais de maior porte, estão emum momento especial de de-sorganização interna. Não te-nho como adversários os ve-lhos nomes de sempre, que jádisputaram eleições e tiverammilhões de votos. Estamos emuma época especialmente pro-pícia a surpresas, e gostaria deser uma surpresa.

DC – Os recursos do partido sãosuficientes para a campanha?

Soninha – Olha, ainda bemque eu preciso de pouco di-nheiro, graças a Deus. Eu nãofaço a menor questão de ter umprograma eleitoral gravado namelhor produtora com ilumi-nação cinematográfica e dire-tor badalado. Para minha cam-panha, que também tem muitamídia espontânea, não precisode tanto dinheiro quanto meusadversários.

DC – Todo candidato tem umpúblico especial. Seu públicoespecial ainda é o jovem?

Soninh a – Nisso, eu já saiocom vantagem. Não vou fazernenhum esforço para me diri-gir aos jovens, até porque é bo-bagem segmentar discurso emeleição majoritária. Mas tenhoessa vantagem, porque eles jáme conhecem. Já me viram fa-lando de meio ambiente, de se-xualidade, drogas, cultura, es-porte, enquanto outra parte doeleitorado precisa de apresen-tação. Conhecem a Soninha,aquela da bicicleta, da TV Cul-tura, da maconha... com refe-rências negativas, inclusive.

DC – Por que você acha que éuma boa opção ?

Soninha – Primeiro, minhaexperiência no Legislativo. Foimuito intensa minha passa-gem pela Câmara. Eu exercimeu mandato com o máximointeresse e curiosidade. Tiveuma experiência de executivoque também é uma pós-gra-duação em dificuldades, que éser subprefeito. Não é mais di-fícil que ser prefeito, porquevocê tem os mesmos proble-mas e nem um centésimo daspossibilidades de resolvê-los.

DC – O que você vai dizer,mostrar, em sua campanha?

Son inha – Mostrar que agente tem uma visão diferentedas coisas. Não é um discurso,s implesmente . É uma de-monstração de que é possívelser diferente. Essa experiênciajá tive em 1998. Comecei de tra-ço nas pesquisas e acabei comquatro e meio.

DC – Você tem um caminho pelaf re nte. . .

Soninha – Claro, e um cami-nho longo, mas tudo bem. Se opreço de encurtar o caminho éfazer mil e duas concessões, euprefiro o caminho longo.

Já conhecem aSoninha, aquela dabicicleta, da TVCultura, damaconha... comreferênciasnegativas,inclusive.

Estamos emuma épocaespecialmentepropícia asurpresas, e eugostaria deser umasurpresa.

Pablo de Souza/LUZ - 03.09.09

Confiança:candidata

lembra quejá tem

referenciais.

Mário Tonocchi

Page 7: DC 26/12/2011

sábado, domingo e segunda-feira, 24, 25 e 26 de dezembro de 2011 7DIÁRIO DO COMÉRCIO

PEDIDO DO PAPA: PAZ!SALAAM, SHALOM!

nternacional

'Pr esente'de Natalna Nigéria:5 bombas.O grupo islâmico Boko Haram assumiua responsabilidade pelas bombas queexplodiram ontem, dia de Natal, emigrejas na Nigéria, uma das quais matouao menos 27 pessoas em um subúrbioda capital, Abuja. Já foram confirmadas39 mortes, no total. O grupo BokoHaram, que tem como objetivo impor alei islâmica, a Sharia, em toda a Nigéria– onde a população é dividida de formarelativamente igual entre cristãos emuçulmanos – aprimorou a sofisticaçãode seus explosivos. AIgreja Católica de SantaTeresa, em Madala,cidade satélite deAbuja, localizada cercade 40 quilômetros docentro da capital, estavalotada quando uma fortebomba explodiudurante uma missa deNatal. "Estava na igrejacom minha famíliaquando ouvimos aexplosão. Nóssimplesmente corremospara fora", disse TimothyOnyekwere à Reuters."Agora não sabemosonde estão meus filhose minha esposa. Não seiquantos morreram, mas

havia muitos mortos." O Boko Haram – que em hauçá,idioma do norte da Nigéria, significa "Educaçãoocidental é pecado" – é vagamente inspirado nomovimento do Taliban, no Afeganistão. A seita foiculpada por uma dúzia de explosões e tiroteios nonorte do país, e assumiu responsabilidade por doisataques a bomba em Abuja, neste ano. "O atentado

contra a igreja na Nigéria, precisamenteno dia de Natal, manifesta infelizmentemais uma vez um ódio cego e absurdoque não tem nenhum respeito pela vidahumana", disse o porta-voz doVaticano, Federico Lombardi. Segundogrupos defensores dos direitoshumanos, ao menos 250 pessoas jáforam mortas pelo Boko Haram desdejulho de 2010. Horas depois da primeirabomba, explosões foram registradas naMontanha de Fogo e na Igreja dosMilagres, em Jos, cidade de misturaétnica e religiosa na região central daNigéria, e em uma igreja em Gadaka,cidade localizada no norte. A polícia

encontrou outros doisexplosivos em Jos, que osoficiais desativaram. Umhomem também foi presoem ligação ao incidente.Moradores de Damaturu, nonordeste do país, tambéminformaram duas outrasexplosões. O presidentenigeriano, GoodluckJonathan, um cristão do suldo país que está comdificuldades para conter aameaça da militânciaislâmica, disse que a sériede incidentes era"lamentável", mas que oBoko Haram "não estaria (lá)para sempre. Terminaráum dia." (Agências)

Qual foi o presenteque o pequeno ditador

pediu neste Natal?

Alguns analistas podem brincar que a chargeacima expressa o desejo natalino de Kim Jong-un.Gozações à parte, o fato é que o herdeiro terá no

poder a sombra de seu tio, Jang Song-thaek,cunhado de Kim Jong-il, que a TV estatal norte-

coreana mostrou usando uniforme com a insigniade general, em um sinal de sua crescente influência

depois da morte do líder da Coreia do Norte.

Sudão: líderrebelde estámorto.

As forças armadasdo Sudão mataramKhalil Ibrahim, líderdo mais poderosogrupo rebelde deDarfur, disse ontema mídia estatal, emum severo golpe para os insurgentes da remota regiãoocidental em sua guerra de quase uma década com Car-tum. Um porta-voz das forças armadas disse que os sol-dados do governo mataram Ibrahim quando ele tentavacruzar a fronteira para o Sudão do Sul, que se separou emjulho sob um acordo de paz de 2005. (Reuters)

Egito liberta blogueiroAutoridades egípcias libertaram um

proeminente blogueiro detido sob acusação deincitar a violência contra as forças armadas, disseontem uma fonte da corte judicial, acrescentandoque o caso ainda está sendo investigado. Na saída

da prisão, foi recepcionado por sua mulher,Manal Hassan, e carregou o filho no colo (foto).Os promotores militares prenderam Alaa Abd El

Fattah em outubro depois dos conflitos fatias entreas forças armadas e manifestantes na região centraldo Cairo. A prisão revoltou ativistas que viram amedida como parte de um conflito maior. Abd ElFattah será liberado ainda com pendências na in-vestigação de seu caso, apontou a corte (Reuters).

Passado que condenaA Bolívia extraditou ontem o ex-militar Luis

Enrique Baraldini, procurado por violações dedireitos humanos na Argentina, afirmaramautoridades depois de anunciar sua prisão.

Baraldini, ligado a crimes cometidos durante a"Guerra Suja" nas décadas de 1970 e 1980, "foi

entregue às autoridades argentinas em Bermejo",na fronteira entre os dois países, de acordo com oministro do interior boliviano, Wilfredo Chávez.

Um brilho na multidãoEntre as dezenas de milhares de pessoas reunidasontem em Karachi, no sul do Paquistão, para o

comício político do ex-jogador de críquete, ImranKhan, destacava-se a bela militante Fatima (foto).

Afolabi Sotunde/Reuters

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Afolabi Sotunde/Reuters

Ibrahim Al-Omari/AFP

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AFP Photo

Insiya Syed/Reuters

A Nigéria não entrou a tempo no discurso de Bento 16, mas logodepois virou tema principal do Vaticano. "Estamos próximos dosofrimento da igreja nigeriana", disse um porta-voz do Vaticano.

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sábado, domingo e segunda-feira, 24, 25 e 26 de dezembro de 20118 DIÁRIO DO COMÉRCIO

cidades

URBANIZAÇÃO PAULISTANAEngenheiro Waldomiro Zarzur contribuiu para o

desenvolvimento paulistano. Foi ele que projetouo edifício mais alto do País, o Palácio W.Zarzur,

com 170 metros de altura e 51 andares, no Centro.

A história de São Paulo, vista das alturasEngenheiro que projetou o edifício mais alto do País, o Palácio W. Zarzur, no Anhangabaú, lembra o processo de verticalização que transformou a capital paulista

Fotos: Patricia Cruz/Luz

Processo de verticalização da cidade de São Paulo começou em meados do século 20. O primeiro arranha-céu foi o Edifício Martinelli, no Centro

Waldomiro Zarzur, engenheiro, de 90 anos de idade e 70 de atividade

Palácio W. Zarzur, com 170 metros de altura e 51andares. Localizado na Avenida Prestes Maia, é o

mais alto do País.

Fiz o (edifício) Racy nas curvasdo Oscar Niemeyer. Ele fez oprédio em curvas, entãoaproveitamos e fizemos amesma coisa.

WALDOMIR O ZARZUR, ENGENHEIR O

Valdir Sanches

Do alto de sua maiorobra... esta formade se abrir uma re-portagem é um lu-

gar-comum a ser evitado, a nãoser que se esteja falando deWaldomiro Zarzur. No casodele, o alto é o topo do maioredifício do País, o Palácio W.Zarzur, com 170 metros de al-tura e 51 andares, na AvenidaPrestes Maia, no Centro.

Foi em sua sala, no 44º andar,de cujas janelas descortina-setodo o Parque do Anhanga-baú, que o engenheiro de 90anos, 70 de atividade, recebeuo Diário do Comércio.

O que ele nos diz? “Antes denós, São Paulo era uma cidadehorizontal, não se via torre. Ti-nha o Martinelli (Edifício Marti-nelli) e um outro edifício na Sé.Começamos a fazer torres, e aí opessoal acompanhou. Nós fize-mos, ajudando São Paulo a tor-nar-se uma metrópole, mais oumenos 300 torres, quase todascom trinta andares.”

Nos anos de 1950, construiu oEdifício Racy, de linhas sinuo-sas, no estilo do Copan, que Os-car Niemeyer estava erguendona mesma época. Foi seu únicoedifício nesse estilo. A experiên-cia trouxe-lhe uma revelação.“O Niemeyer tem razão. A cur-va é mais bonita do que a reta.”

Mas todos os seus prédiosforam “na reta”. “O que o mer-cado pedia, nós fazíamos. Enossas novidades, nossos pré-dios, eram rapidamente absor-vidos.” Por que sempre edifí-cios altos, torres? “As pessoasquerem morar no alto.”

Finalmente, por que fez oedifício mais alto do País? “Nãotive a intenção de construir omais alto, mas sempre procureifazer nossas torres até o máxi-mo. E no caso aqui do palácio,nós conseguimos uma aprova-ção do prefeito da época, Adhe-mar de Barros, que nos autori-zou a ultrapassar o limite queexistia. Tínhamos o limite de 80metros de altura e fizemos o pa-lácio com 170 metros.”

Aço – Por que as restrições?“Naquela época o uso do con-creto estava limitado a até oitopavimentos. As estruturas maisaltas, internacionais, eram me-tálicas, de aço. E nós aqui não tí-nhamos o mercado para nos for-necer esses perfis em aço. Comotambém o preço tornaria inviá-vel o seu emprego.”

Se o que restava era o concre-to, foi com ele que subiram os 51andares. A ousadia repercutiuno exterior. Uma comissão detécnicos italianos veio examinarse a torre era realmente uma es-trutura de concreto. E como forapossível erguê-la. “Naquelaépoca nós tínhamos feito o Edi-fício Mercúrio (na frente doMercado Municipal), e mostra-mos a planta para eles.”

O Mercúrio, com 24 andares,era fininho, tinha pouquíssi-ma profundidade. “Os italia-nos disseram: ‘Vocês não po-dem construir esse prédio, émuito esbelto’. E eu disse:‘Olha pela janela’. E mostrei oprédio lá, já construído.” Elesficaram assombrados? “É,porque era em concreto. Expli-quei que não tínhamos usinapara fornecer perfil metálico.”

Concorrentes – Quem andapela cidade, e compara alturas,tem a impressão de que há doisedifícios mais altos do que oPalácio W. Zarzur. Um deles éo Circolo Italiano, conhecidocomo Edifício Itália, com 165metros de altura e 46 andares,na Avenida São Luiz. O outro éo Edifício Altino Arantes, cha-mado de Prédio do Banespa,com 161 metros e quarenta an-dares, na Rua João Brícola.

Na verdade, o Edifício Itáliaé o segundo mais alto e o Ba-nespa, o terceiro. O mais alto é

mesmo o de Zarzur, mas ele es-tá num ponto baixo da cidade,à entrada do antigo Vale (hojeParque) do Anhangabaú.

Por que escolheu esse lugar?“Foi o terreno disponível queencontramos. O proprietário es-tava desanimado dele. Os do-nos originais eram uma famíliacom 11 pessoas, era difícil de seentenderem. E nós então adqui-rimos a cota de cada um.”

Batismo – Atorre foi inaugu-rada em 1966, como Palácio Zar-zur Kogan. Aron Kogan foi co-lega de Zarzur na FaculdadeMackenzie, e era seu sócio Mor-reu em 1960. Seu nome foi man-tido no batismo do edifício, atéocorrerem duas grandes tragé-dias, com muitos mortos, na ci-dade. O incêndio do EdifícioAndraus (1972) e o do Joelma(1974). Nada tinham a ver com atorre de Zarzur, mas ele con-cluiu que edifícios com nome depessoas poderiam ter a sua ima-gem prejudicada.

Assim, esses dois nomes –Zarzur e Kogan – foram troca-dos por Mirante do Vale. Emfevereiro de 2009, os condômi-nos resolveram fazer uma ho-menagem a Zarzur. Rebatiza-ram o prédio como Palácio W.Zarzur, o nome atual.

O episódio do Racy, o edifí-cio de linhas sinuosas, deu-seassim: “Fiz o Racy nas curvasdo Oscar Niemeyer. Ele fez oprédio em curvas, então apro-veitamos e fizemos a mesmacoisa. Só que nosso era de apar-tamentos de dois ou três dor-mitórios. O do Niemeyer eraquitinete.” Isso foi antes doCopan? “Foi ao mesmo tempo.Ele começou a subir, nós tam-bém subimos, só que nós fo-mos mais rápidos.”

Projetado em 1951, o Copanfoi concluído em 1966. O Racy,em 1955. Zarzur lembra episó-dios de vida como o do prédioque salvou, em Santa Cecília.“Eu estava passando, vi umprédio pronto, e o pessoal que-brando o andar de cima. (Re-produz o diálogo)

- O que está acontecendo?- O prédio está caindo.- Vocês vão demolir o prédio?

Mas como, demolir?

- Vamos demolir quatro anda-re s .

- Espera um pouco, espera umpouco.

Eu tinha uma obra grande naSão João, e lá havia muitas torasde eucalipto. Levei as toras, es-corei o prédio e refiz a fundação,que tinha sido calculada errada.“Nós reforçamos as fundações eo prédio ficou perfeito. Comotécnico, achei que podia daruma mãozinha, estava todomundo desesperado.”

Mas Zarzur também teveproblemas também com umprédio seu. “Nós salvamos umprédio nosso, que ficou pronto ecomeçou a inclinar. A frente de-le estava descendo. Então nós ti-ramos terra do subsolo, ele su-biu um centímetro.” E o proble-ma foi resolvido.

Zarzur é filho de imigrantessírio-libaneses chegados a SãoPaulo em 1910. Nasceu em 1921.No momento de decidir sua car-reira, chegou a pensar em medi-cina. “Mas achei que ia me ocu-par muito tempo, teria que ter anoite também à disposição.”Decidiu-se pela engenharia,que na verdade o atraía mais.

O primeiro prédio que ele eAron Kogan fizeram “não foium edifício alto”, tinha doze pa-vimentos, na Rua Abolição, noCentro. Mas a primeira obra deZarzur foram, na verdade,duas. Eram duas casas, enco-mendadas por um parente. “Euainda não estava formado, faziao terceiro de engenharia. Encon-trei um engenheiro amigo quedeu nome, deu cobertura técni-ca, colocando o nome dele.”

Casamento – Outra casa foia do seu casamento. “Fiz a casasem minha esposa saber. Só de-pois de pronta, levei para visi-tar, estava toda mobiliada. Eufalei: ‘Essa casa é sua’. Ela ficoufeliz, aí vieram os filhos.”

São quatro filhos (um fale-ceu) e 12 netos. Nos corredoresdo 44º andar pode-se encon-trar com Ivan, 22 anos. Ele cur-sa engenharia civil na FAAP eestagia no escritório de Zarzur.“Quero continuar a obra domeu avô”, diz. Seu irmão, Otá-vio, já se formou na mesmap ro f i s s ã o .

Mostra traçapanorama docrescimento

da cidade

Edifício Racy, construídopor Zarzur: famosopelas linhas sinuosas

Para comemorar os 90 anosdo homem que construiu o

edifício mais alto do País, a mos-tra “Waldomiro Zarzur, 63Anos Construindo São Paulo”mostra 31 fotos raras de suasobras. Trata-se de uma seleçãodas cinco mil que compõe oacervo pessoal do engenheiro.Gisele Zarzur Maluf, filha deWaldomiro, conta que essas fo-tos foram reunidas desde 1940.

“Essa é uma mostra culturalpara preservar a memória dacidade”, diz Gisele, uma dasidealizadoras da exposição.“Meu pai teve uma grandepresença no Centro, e em suaverticalização.”

“Há muita história por trásdessas fotos”, informa. Uma de-las é da estátua de Duque de Ca-xias, na Praça Princesa Isabel. Oescultor Victor Brecheret (1894-1955) criou a estátua de Caxiasem seu cavalo, de bronze, com16 metros de altura. Em 1953,Zarzur foi chamado para cons-truir o pedestal (24 metros de al-tura) e instalar Caxias a cavaloem cima. Ou seja, 40 toneladasde peças de bronze, a seremmontadas. Demorou sete anos,mas, em 1960, o monumentopôde ser inaugurado.

Na mostra estão fotos da obramais marcante de Zarzur, emsua construção – o Edifício Mi-rante do Vale, hoje Palácio W.Zarzur. Gisele cita como seupreferido, entre os construídospor seu pai, o Edifício Racy, naAvenida São João. Tem formasarredondadas, como o Copan,de Oscar Niemeyer, e foi ergui-do na mesma época, anos 1950.

A curadora da mostra, Ma-ria Ruth Amaral de Sampaio,professora da Faculdade deArquitetura e Urbanismo daUniversidade de São Paulodestaca que ali está uma sele-ção dos principais edifíciosconstruídos por Zarzur.

Diz que o engenheiro “não sóé um dos grandes responsáveispela verticalização de São Pau-lo, como também se distinguepelo seu papel inovador, popu-larizando novas formas de mo-rar.” A mostra, organizada pelaGaleria da Rua, faz um contra-ponto entre edifícios dos anosde 1950, 1960 e 1970 e a maquetedo Edifício Brasil, que será er-guido no bairro da Consolação.Este terá estilo contemporâneo,tendência dos nossos dias quesucedeu à arquitetura moder-na. “Isso demonstra que meupai não parou no tempo”, dizGisele. (VS)

SSSEEERRRVVVIIIÇÇÇOOO

Waldomiro Zarzur, 63 AnosConstruindo São Paulo.

Rua Santo Antonio, 722, BelaVista. Até 31/1/2012 (exceto

véspera e dias de Natal e AnoNovo). Segunda a sexta-feira,

das 8h às 22h; sábados,domingos e feriados,

das 8h às 23h.Entrada franca

Page 9: DC 26/12/2011

sábado, domingo e segunda-feira, 24, 25 e 26 de dezembro de 2011 9DIÁRIO DO COMÉRCIO

facespregionais

2012: hora decompar tilharinfor maçõesRogério Amato, presidente da Facesp e daACSP, diz que uma associação comercialdeve servir de exemplo para outras: "épreciso aproveitar os casos de sucesso"

Luiz

Pra

do/L

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A nossa união sedá pelos valoresque temos emcomum, como adefesa da livreiniciativa

Arquivo/DC

Arquivo/DC

Congresso daFacesp (acima) ea virada dotrilhão noImpostômetro(e): participaçãomaciça e atuantedas ACs

André de Almeida

Oempresário Rogé-rio Amato assu-miu a presidênciada Federação das

Associações Comerciais do Es-tado de São Paulo (Facesp) e daAssociação Comercial de SãoPaulo (ACSP) há nove meses.Nesta entrevista, Amato fazum balanço do trabalho desen-volvido pela Facesp neste anoe aponta as perspectivas para2012. "Faremos um levanta-mento completo sobre as prin-cipais fontes de receitas das as-sociações comerciais, para queuma possa servir de exemplo ecompartilhar informaçõescom as outras", afirmou. Con-fira abaixo os principais tre-chos da entrevista.

Diário do Comércio - Como osenhor avalia, de maneira geral,o trabalho realizado este anopelas associações comerciais(ACs) filiadas à Facesp?

Rogério Amato - Antes detudo, eu prefiro me referir àFacesp como o movimentodas ACs do Estado de SãoPaulo. Facesp é uma pessoajurídica. Quando falamos emmovimento, destacamos aimportância de cada uma dasentidades para a federação.Estamos começando aentender que precisamos nosorganizar, já que a nossaunião, que já possuímos, se dápelos valores que temos emcomum, como a defesa dalivre iniciativa e dapropriedade, entre outros.

DC - E como foi este trabalho em2011?

RA - Este ano o movimentoassociativo fez um ótimotrabalho. Um bom exemplopode ser tirado quandoaconteceu a virada do trilhãodo Impostômetro. InúmerasACs em todo o Estadop ro m o v e r a m ,

simultaneamente, açõesrelacionadas ao assunto. Issomostra a força que nós temos,da mesma forma que a nossaherança moral.

DC - A Facesp, atualmente, contacom cerca de 420 ACs filiadas. Háplanos de criação de novasentidades para 2012?

RA - Uma associação nasceonde existe atividadeeconômica que possasustentá-la. Dessa forma, nãohá planos de criação de novasACs, mas sim um processonatural de elas se sustentaremonde houver crescimento edesenvolvimento.

DC - E quanto às RegiõesAdministrativas (RAs)?Atualmente a Facesp conta com20 RAs no Estado. Há planos decriar novas unidades por meiodo desmembramento dealgumas regiões?

RA - Não existe um plano

para isso. No entanto, sehouver necessidade,dependendo do caso, não vejop ro b l e m a s .

DC - Quais as expectativas daFacesp para 2012?

RA - As ACs só existem seprestarem serviços aos seusassociados. Em 2012 faremos

um levantamento completosobre suas principais fontesde receitas, para que umapossa servir de exemplo ecompartilhar informaçõescom as outras. É precisoaproveitar os casos desucesso.

DC - Muitos desses casos,

inclusive, foram mostrados noCongresso da Facesp deste ano,realizado em Santos. O eventocorrespondeu a todas asexpec tativas?

RA - Mais do que a minhaanálise, uma pesquisarealizada entre osparticipantes mostrou que ocongresso obteve um alto

grau de satisfação em todos osaspectos. Sempre estamos embusca da melhoriapermanente.

DC - Já começou o planejamentopara o congresso de 2012?

RA - Sim. Já estamospensando no próximocongresso e as melhorias quepodemos implantar. Todas asnossas áreas contam complanejamento de um ano,tendo em vista a melhoriaconstante.

DC - Ao longo de 2011 o senhorvisitou praticamente todas asACs filiadas à Facesp. Qual osaldo do trabalho?

RA - Por mais quetenhamos uma administraçãoeficaz, nada supera o olho noolho. Não sei trabalhar deoutra forma. A comunicação eo aprendizado ficam maiscompletos. Minha intenção érealizar essas visitasanualmente.

DC - O ano que se inicia teráeleições municipais. Qualconselho o senhor daria para ospresidentes das ACs? Eles devemapoiar explicitamentedeterminados candidatos?

RA - Sempre falo que onosso movimento não tempartido. Nós temos lado.Estamos do lado que a nossaherança moral nos obriga, istoé, em defesa da livreiniciativa, da liberdade deempreender, da liberdade deexpressão ampla e irrestrita,além da defesa dapropriedade, por exemplo.Apoiaremos sempre oscandidatos que defenderemessas bandeiras.

DC - Como serão os trabalhos em2012 junto às distritais da ACSP?

RA - 2011 foi o ano daconsolidação da Boa VistaServiços (BVS), com excelentesresultados. Tivemos umaatuação muito intensa nas ACsdo interior do Estado. Em 2012as distritais receberão atençãoespecial. Pretendemos,inclusive, levar algumassessões plenárias para asdistritais, que são de grandeimportância para a ACSP.

Papai Noel passeiade Harley-Davidson

Divulgação

Populaçãovibra com ospasseio dosmotociclistas.O grupo HOG,com mais de400 adeptosda Harley,circula pelasatrações doNatalIluminado.

São Paulo iluminada foinovamente palco do

Passeio Natalino dosmotociclistas do HOG - HarleyOwners Group. Mais de 700proprietários de Harley-Davidson, seguidos de

batedores da Rocam da PolíciaMilitar de São Paulo,circularam no dia 13 dedezembro pelos principaispontos do Natal Iluminado,promovido pela Prefeitura deSão Paulo em parceria com a

Associação Comercial de SãoPaulo. A concentração teveinício no Ibirapuera, percorreua avenida Paulista (foto) eterminou na avenida Sumaré.Marcelo Gomes e RobertoManin Frias, organizadores doevento e membros do HOG eda Distrital Pinheiros,confirmaram a realização dopasseio, que está na sextaedição, no próximo ano.

Comunic adoAs páginas ACSP/Distritaise Facesp/Regionais não

serão publicadas durante omês de janeiro, retornando

em 6 de fevereiro.

ATENÇÃO ESPECIALEm 2012 as distritais receberão

atenção especial. Algumas sessõesplenárias poderão, inclusive, ser

realizadas nestas unidades.

Page 10: DC 26/12/2011

sábado, domingo e segunda-feira, 24, 25 e 26 de dezembro de 201110 -.LOGO DIÁRIO DO COMÉRCIO

E M C A R T A Z

D E ARGILA

"Puro para Deus" emaramaico. É o que estáescrito em carimbode 2 mil anos achadoperto do Murodas Lamentações,em Jerusalém.

V ALIDADE

O prazo?Está na cara.

Nada de ficar procurando adata de validade na hora decomprar leite. Esta embalagemvai mudando de cor até que oprazo expire, deixando claro ofrescor (ou não) do produto. Avalidade é um guia não só para oconsumidor. Saber até quando oproduto pode ser vendido é bompara fabricantes – que assimevitam ter a imagem manchada– e para os distribuidores – quetêm condição de planejar oritmo de entrega às lojas.

http://designyoutr ust.com

'B RINCADEIRINHA'

Adriano e a bala perdidaApolícia do Rio quer fazer

uma acareação entre oj o g a d o r A d r i a n o e

Adriene Cyrilo Pinto, de 20 anos.Ela diz ter sido baleada por eleem uma brincadeira na madru-gada de sábado, quando saíamde uma boate na Barra da Tijuca,no carro dele. A perícia sabe que odisparo foi feito no banco de trás– Adriano estaria no banco do ca-rona, na frente. Ele e três testemu-nhas sustentam que o disparoacidental foi provocado pela pró-pria jovem, que brincava com aarma no banco traseiro.

Adriene foi atingida no de-do indicador da mão esquer-da. A arma, uma pistola de ca-libre 40, seria do segurança deAdriano, o tenente da reservada Polícia Militar Julio Cesar

Barros de Oliveira, que dirigiaa BMW do atacante do Corin-thians. A análise técnica da po-lícia foi feita a partir da marcado tiro na lataria do carro.

Até agora, entre os passagei-

www.dcomercio.com.br

ros do carro, duas amigas deAdriano (acima) e o segurançaconfirmam a versão do joga-dor. O tenente alegou que a ar-ma foi parar na mão de Adrie-ne porque escorregou para os

pés dela. Uma amiga da víti-ma, Viviane Faria de Fraga, de23 anos, disse a PMs que o joga-dor manuseou a pistola, mas,em depoimento, não soubeprecisar quem estava com a ar-ma no momento do tiro.

O delegado Fernando Reisconsiderou "gritantes" as con-tradições e por isso quer con-frontar as versões assim queAdriene tiver alta. Nem o ata-cante nem Adriene falaram coma imprensa após a ocorrência.

Adriene está no Hospital Bar-ra D’Or e, amanhã, deve passarpor uma cirurgia de reconstru-ção. O tiro provocou uma fratu-ra exposta, sem danos aos ten-dões, nervos e artérias. O BarraD’Or não informou quem estápagando o seu tratamento .

LIVROSESCULTURAISPara nós, livrosservem para ler.Para Guy Laramee,para fazeresculturas. Confiraseu trabalho emh t t p : / / w w w. w h u d a t . d e /

car ved-landscapes-in-

books-by-guy-laramee-

13-pictures/

SAPATOSANDARILHOSIsso! Quem andasão eles, ossapatosmotorizados.Ao pedestre, cabepilotar os spnKiX ,que logo estarãoem produção.h t t p : / / w w w. g i z m a g . c o m /

spnkix/20913/

Reprodução

Mar

cos d

e Pa

ula/

AE-

24.1

2.20

11

Menahem Kahana/AFP

Charges do cartunistaPaulo Caruso criadas

para o programa Ro daV i va em exibição no

Espaço CulturalBM&FB ovespa.

Pç. Antonio Prado, 48,Centro. Grátis.

VISUAIS

NATAL - Em Bragança (PA),Marujada comemora o

nascimento de Jesus; Papais-noéis correm em Belgrado

(Sérvia); fiel acende velaem Sófia (Bulgária);

e garota sai da água emKrasnoyarsk, na Sibéria.

Ilya Naymushin/Reuters

Ivan Milutinovic/Reuters

Nikolay Doychinov/AFP

Tarso Sarraf/AE

Divulgação

Reprodução

Repr

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Page 11: DC 26/12/2011

sábado, domingo e segunda-feira, 24, 25 e 26 de dezembro de 201116 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Se isso (a troca do produto) foi escrito em algum documento, como na nota fiscal, na etiqueta ou até mesmo em um cartão da loja, quem vendeu tem a obrigação de fazer a substituição.Paulo Arthur Góes, do Procon-SPeconomia

O QUE DIZ O CDC

Angela Crespo é jornalista especializada em consumo.E-mail: [email protected]

Fique por dentro

Interruptor de espera vai economizar energia

DIA NACIONALDA TROCA

Lei não obriga comerciante a substituir produto sem defeito, mas, se prometeu, deve cumprir.

Newton Santos/Hype

Consumidor também aproveitao dia da troca para comprarprodutos em promoçãoOito a cada 10 consu-

midores que entra-rem em um estabe-lecimento comer-

cial no dia de hoje, já conhecidocomo o "Dia Nacional da Troca",vão solicitar a substituição dopresente de Natal. Esse compor-tamento se repete todos os anos,no dia 26 de dezembro.

A maioria dos itens que se-rão trocados não apresenta ne-nhum vício – quando o produ-to não representa risco ao con-sumidor, conforme o Códigode Defesa do Consumidor(CDC). Portanto, os comer-ciantes não têm nenhuma obri-gação em realizar a troca.

Mas há alguns senões: "Se noato da venda foi dito ao consu-midor que ele poderia trocar oitem mesmo sem defeito, ou is-so foi escrito em algum docu-mento, como na nota fiscal, naetiqueta ou até mesmo em umcartão da loja, aí, conforme oCDC, quem vendeu tem a obri-gação de fazer a substituição",explica Paulo Arthur Góes, di-retor executivo do Procon-SP.

A base para essa interpreta-ção é o artigo 30 do CDC, que es-tipula que "toda informação oupublicidade, suficientementeprecisa, veiculada por qualquerforma ou meio de comunicação,obriga o fornecedor que a fizerveicular ou ofertar". Conformeo diretor do Procon-SP, o forne-cedor tem toda liberdade de es-tipular regras para efetuar astrocas de produtos indepen-dentemente da existência de de-feitos. Entretanto, se ele colocarem liquidação pós-Natal o item,não poderá trabalhar em cimado novo preço e, sim, sobre o va-

Artigo 6ºSão direitos básicos do

co n s u m i d o rIII – a informação

adequada e clara sobre osdiferentes produtos eserviços, com especificaçãocorreta de quantidade,carac terísticas,composição, qualidade epreço, bem como sobre osriscos que apresentem;

Artigo 18Os fornecedores de

produtos de consumoduráveis ou não duráveisrespondem solidariamentepelos vícios de qualidadeou quantidade que ostornem impróprios ouinadequados ao consumo aque se destinam ou lhesdiminuam o valor, assimcomo por aquelesdecorrentes dadisparidade, com aindicações constantes dorecipiente, da embalagem,rotulagem ou mensagempublicitária, respeitadas asvariações decorrentes desua natureza, podendo oconsumidor exigir asubstituição das partesv i c i a d a s.

§ 1° Não sendo o víciosanado no prazo máximode 30 dias, pode oconsumidor exigir,alternativamente e à suae s co l h a :

I – a substituição doproduto por outro damesma espécie, emperfeitas condições de uso;

II – a restituição imediatada quantia paga,monetar iamenteatualizada, sem prejuízo deeventuais perdas e danos;

III – o abatimentoproporcional do preço.

§ 2° Poderão as partesconvencionar a redução ouampliação do prazoprevisto no parágrafoanterior, não podendo serinferior a sete nem superiora cento e oitenta dias.

Nos contratos de adesão,a cláusula de prazo deveráser convencionada emseparado, por meio demanifestação expressa do

co n s u m i d o r.§ 3° O consumidor

poderá fazer uso imediatodas alternativas do

§ 1° deste artigo sempreque, em razão da extensãodo vício, a substituição daspartes viciadas pudercomprometer a qualidadeou características doproduto, diminuir-lhe ovalor ou se tratar deproduto essencial.

Artigo 30Toda informação ou

p u b l i c i d a d e,suficientemente precisa,veiculada por qualquerforma ou meio decomunicação com relação aprodutos e serviçosoferecidos ouapresentados, obriga ofornecedor que a fizerveicular ou dela se utilizar eintegra o contrato que viera ser celebrado.

Artigo 31A oferta e apresentação

de produtos ou serviçosdevem assegurarinformações corretas,claras, precisas, ostensivas eem língua portuguesasobre suas características,qualidades, quantidade,composição, preço,garantia, prazos de validadee origem, entre outrosdados, bem como sobre osriscos que apresentam àsaúde e segurança dosco n s u m i d o re s.

Parágrafo único. Asinformações de que trataeste artigo, nos produtosrefrigerados oferecidos aoconsumidor, serão gravadasde forma indelével.(Incluído pela Lei nº 11.989,de 2009)

Artigo 49O consumidor pode

desistir do contrato, noprazo de sete dias a contarde sua assinatura ou do atode recebimento do produtoou serviço, sempre que acontratação defornecimento de produtos eserviços ocorrer fora doestabelecimento comercial,especialmente por telefoneou a domicílio.

E se a venda foi virtual?Não é possível a cobrança

de mensalidade de servi-ço educacional pelo siste-

ma de valor fixo, independente-mente do número de disciplinascursadas, sobretudo nos casosem que o aluno cursa novamenteapenas as disciplinas em que foire p rova d o.

A conclusão é da Quarta Turmado Superior Tribunal de Justiça(STJ), que deu parcial provimen-to a recurso de médico contra afaculdade em que estudou. A de-cisão afirmou ainda que não po-de haver cobrança integral damensalidade quando a aluno fordispensado de matérias já cum-pridas em faculdade anterior.

A questão teve início quandoum médico de São Paulo ajuizouação de repetição de indébitocontra a faculdade em que estu-dou, de 1992 a 1999, quando con-cluiu o curso e colou grau. Segun-do afirmou, tendo sido reprovadoem apenas uma matéria na se-gunda série, em 1993, e em duasmatérias na terceira série, em1995, precisou cursá-las nova-

mente, pagando integralmentepela prestação do serviço.

Na ação, ele alegou ain-da que, como havia cur-s a d o a f a c u l d a d e d eciências biológicas emoutra instituição, foi dis-pensado, nos anos leti-vos de 1992 e 1993, deassistir aulas e realizarprovas referentes àsdisciplinas de biologia,bioquímica médica,microbiologia e imu-nologia geral. Segun-do disse, mesmo es-tando dispensado, o

estabelecimento de ensino lhecobrou integralmente as men-salidades. Requereu, então, a de-volução em dobro do que foi pa-go a mais.

A 6ª Vara Cível da comarca deSantos (SP) julgou improceden-tes os pedidos e o Tribunal deJustiça de São Paulo (TJSP) ne-gou o recurso por entender queo Código de Defesa do Consumi-dor (CDC) somente poderia seraplicado ao caso se fosse consta-tada ilegalidade ou abuso con-tratual, o que não teria ocorrido.A Quarta Turma do STJ deu par-cial provimento ao recurso, reco-nhecendo o direito do consumi-dor ao abatimento proporcionaldas mensalidades pagas. "A pre-visão contratual e/ou regimen-tal que imponha o pagamentointegral da mensalidade, inde-pendentemente do número dedisciplinas que o aluno cursar,mostra-se abusiva, por ferir oequilíbrio e a boa-fé objetiva",considerou o relator do caso noSTJ, ministro Luis Felipe Salo-mão. Ele citou precedentes doSTJ nesse sentido.

No entanto, o ministro ressal-tou que não cabe a devolução emdobro do valor cobrado indevida-mente, pois para isso seria impres-cindível a demonstração da má-fépor parte de quem fez a cobrança,o que não foi constatado no caso.A decisão determinou que o valora ser abatido (por conta das disci-plinas não cursadas, inclusiveaquelas que o autor da ação haviacursado em outra faculdade) sejaapurado em liquidação de sen-tença, por arbitramento.

Fonte: Coordenadoria de Edito-ria e Impre

Os eletroeletrônicosdeverão ter um

interruptor que opere nomodo de espera, para permitira interrupção completa doconsumo de energia elétrica. Éisso que propõe o Projeto deLei 1902/11, do deputadoLeonardo Quintão (PMDB-MG),que está sendo apreciado pelaCâmara. Conforme o autor do

projeto, os aparelhos, quandooperam no chamado standby,permanecem consumindoenergia, onerando em 15% ovalor da conta de luz. "Oconsumidor tem seuorçamento domésticosacrificado sem necessidade",argumentou. Quintão afirmaque esse tipo de consumo, emmilhões de aparelhos, também

impacta no sistema elétriconacional. "Isso provoca oesvaziamento de nossashidrelétricas e a custosaoperação de termelétricas semque produzam qualquertrabalho útil", disse. Segundo aproposta, as empresas terãoprazo de 120 dias para cumprir alei, contados após suap ro m u l g a ç ã o.

Compras de presentesde Natal em sitescrescem a cada ano.

Neste, segundo a e-bit,comparado a 2010, onúmero de pedidos será25% maior e o tíquete médiodeve ficar em torno deR$ 350. Só que quem vendepela internet deve tambémcumprir o que diz o Códigode Defesa do Consumidor(CDC). Por exemplo, que oconsumidor tem o direito dese arrepender e devolver o

produto com ou sem defeitono prazo de sete dias da datado recebimento (artigo 49).

É preciso ficar tambématento ao artigo 31, sobre aoferta. Ele determina que aapresentação de produtos ouserviços deve ser feita com omáximo de informações eestas têm de ser corretas,claras e suficientes para oentendimento doc o n s u m i d o r.

Se o consumidor nãoreceber o produto antes do

Natal, o fornecedor poderáser acionado judicialmenteou via Procon. Na Justiça, oconsumidor tem direito apedir dano material e moralcaso se sinta prejudicado pornão ter recebido suaencomenda.

Caberá ao Procon, caso adenúncia chegue ao órgão dedefesa do consumidor,averiguar o que ocorreu eintermediar a solução doconflito entre fornecedor ec o n s u m i d o r.

lor real pago pelo consumidor."É claro que se o consumidor es-tiver trocando uma peça de ves-tuário pelo mesmo modelo, eesse produto entrou em promo-ção, também não terá direito areaver a diferença entre o valorpago e o em liquidação."

Diferença de preço – Aindasobre diferença de preços nahora da troca, se o comerciantenão tiver mais em estoque o

item, ele pode ofertar outro devalor maior e cobrar a diferen-ça do consumidor. Se a escolhafor por item de valor inferior,não há obrigação da restitui-ção da diferença de preço emdinheiro, o que significa que oconsumidor deverá optar poroutro produto para chegar aovalor e complementar se estefor ultrapassado.

Outro detalhe é que o forne-

cedor não pode restringir a tro-ca a determinados dias ou ho-rários. Se um produto foi ven-dido no fim de semana ou ànoite, o consumidor tem direi-to de pedir a troca nesses dias ehorários.

Opor tunida de – As entida-des que atuam do lado do forne-cedor afirmam que o períodopós-Natal é uma excelente datapara a concretização de novasvendas, uma vez que o consu-midor está no interior do estabe-lecimento. Assim, consideramum ótimo momento para colo-car em promoção produtos emque a grade de numeração, decores ou de modelos não estácompleta. Só que a venda deponta-de-estoque de qualquerproduto, de roupa a eletrônicosou eletrodomésticos, tem algu-mas regras: o consumidor deveser avisado de que se trata desaldão. Se a peça tiver defeitos,ele precisa ter ciência de que acompra é naquele estado, por-tanto não será trocada (essa re-gra só vale para o defeito men-cionado na hora da venda).Com a informação por comple-to (artigo 6º do CDC), o consu-midor pode pesar se vale ou nãoa pena comprar o item.

Ví c i o – Se a ida do consumi-dor ao estabelecimento for emrazão de vício no produto, as re-gras a serem cumpridas são ou-tras, mas isso não significa que oproduto deve ser trocado deimediato "a não ser que seja umitem considerado essencial",completa Paulo Arthur Góes.Ele cita como exemplo uma ge-ladeira, indispensável em qual-quer lar brasileiro. "Nesses ca-sos, a troca tem de ser feita omais rápido possível."

O artigo 18 do CDC estabele-ce o prazo de 30 dias para a so-lução de um produto defeituo-so. Entretanto, o parágrafo ter-ceiro determina que a soluçãodeve ser rápida quando se tratarde item essencial, ou seja, pro-duto que irá atender a uma ne-cessidade primária do ser hu-mano. Por fim, a responsabili-dade pela correção do problemanão é só do fabricante; o lojistatambém poderá ser acionadopelo consumidor caso seja a op-ção de quem comprou. O co-merciante não tem a obrigaçãode realizar o reparo ou trocar oitem defeituoso que não foi porele fabricado, mas tem o deverde receber o produto e encami-nhá-lo ao responsável pela solu-ção da situação.

STJ considera abusivacobrança de mensalidade escolar

por valor fixo

Page 12: DC 26/12/2011

CAIXA 111

O seu consultor financeiro

sábado, domingo e segunda-feira, 24, 25 e 26 de dezembro de 2011

economia

Escolha sua BLUE CHIPNA BOLSA em 2012Analistas explicam porque essas

ações caíram menos que oIbovespa e dão dicas para quem

tem interesse nelas

Divulgação

O valor dopapel (PNdo Itaú

U n i ba n c o )teve grande

baixa ebateu osR$ 25.

ALO Í S I O LEMOS, DA

ÁGOR A CORRETOR A

A empresa( Pet ro b ra s )

não atingiu asmetas no ano,o que acaboupenalizando o

papel.RA FA E L AN D R E ATA ,

DA PL ANNER

CORRETOR A

RE JA N E TA M OTO

As blue chips Vale, Petro-bras e Itaú Unibanco –as ações mais negocia-das na Bolsa de Valo-

res, Mercadorias & Futuros deSão Paulo (BM&FBovespa) – tive-ram perdas menores do que os17,3% do Ibovespa, o principalindicador da bolsa paulista, noacumulado do ano até a últimaquinta-feira, segundo levanta-mento da consultoria Economá-tica. Não bastassem as turbulên-cias no mercado financeiro, fato-res setoriais de cada uma dastrês companhias também preju-dicaram as ações. A aposta unâ-nime de quatro corretoras para2012 é de recuperação dos pa-péis preferenciais (PN, sem direi-to a voto) do Itaú Unibanco, ins-tituição que depende mais domercado doméstico e que podese beneficiar se o governo voltara estimular o crédito.

A ação PN do Itaú Unibancoregistrou a menor perda anualna comparação com as outrasduas blue chips, de 10,9%. O pesodesses papéis no Ibovespa tam-bém é menor, de 4,9%.

Vale e Petrobras

As perdas da Vale PNA (açãopreferencial série A, sem direitoa voto) foram de 14,6%, tambémabaixo do prejuízo do Ibovespa,embora o peso do papel da com-panhia no índice seja maior, de14,3%. A recomendação da Fa-tor Corretora é de manutençãoda ação na carteira.

E a queda da Petrobras PN en-costou na baixa do índice desteano e foi de 15,8%. A participaçãodos papéis no Ibovespa é de8,9%. Quem não tem a ação nacarteira só deve comprar se con-siderá-la investimento de longoprazo, segundo os analistas. Nospróximos três anos, os esforçosda Petrobras serão para iniciar aextração do pré-sal, o que deveadiar os lucros dos acionistas.

O analista da Planner Correto-ra, Rafael Andreata, diz que asblue chips são líquidas e as pri-meiras a serem vendidas pelo in-vestidor em tempos de incerte-za. Em 2012, o mercado seguirávolátil para elas também.

Preferencial do Itaúé aposta para o ano

A crise financeira internacio-nal trouxe expectativas ne-gativas para os papéis dosbancos brasileiros. Nessemar revolto, as ações PN doItaú Unibanco perderam10,9% no acumulado do anoaté quinta-feira mas, aindaassim, tiveram o melhor re-sultado na comparação como Ibovespa. Analistas dascorretoras Ágora, Planner,Indusval e Fator, no entanto,veem um cenário positivopara 2012 e mantêm a reco-mendação de compra.

Além das notícias ruinsdo exterior, os papéis doItaú Unibanco sofreramcom o aumento da inadim-plência no segundo trimes-tre. Fator que foi preponde-rante para a ação preferen-cial perder valor entre julhoe agosto, segundo o analis-ta do setor financeiro daÁgora Corretora, Aloísio

Lemos. "O valor do papelteve grande baixa e bateuos R$ 25. O preço-alvo paradezembro de 2012 é deR$ 41", disse. Na quinta-fei-ra, o preço era de R$ 34,40.

Para ele, a queda da taxabásica de juros (Selic) devediminuir o ganho de tesou-raria dos bancos, de formageral, mas também pode re-duzir o custo de captação evoltar a estimular o cresci-mento das operações de cré-dito em 2012. Além disso, osspreads foram mantidos.

Outro ponto observado éa fase final do processo dereestruturação por conta dafusão com o Unibanco, o quegerou neste ano aumento dedespesas e queda na eficiên-cia da instituição. Passadaesta etapa, os analistas acre-ditam que a ação PN do ItaúUnibanco tem bom poten-cial de crescimento.

China definirálucro da Vale PNA

O ano termina com cautelapara os papéis PNA da Va-le, por causa das incerte-zas mundiais. A compa-nhia começou 2011 compicos no preço do minériode ferro e pagamento debons dividendos, mas en-trou no segundo semestrecom indicadores de desa-quecimento e queda novalor das commodities.

A perda, no acumuladodeste ano até quinta-feira,foi de 14,6%, segundo aEconomática. "As ações daVale foram prejudicadaspor causa do mercado chi-nês. A redução de preço dominério negociada pelaempresa foi de 20%", dissea analista da Indusval Cor-retora, Mitsuko Kaduoka.E m 2 0 1 2 , s e r á p r e c i s oacompanhar a economiachinesa e a negociação dosroyalties que serão pagos

ao governo. A perspectivade Mitsuko é que estes fa-tores influenciem a açãonegativamente. "Mesmoque a Vale aumente a pro-dução em 10% isso nãocompensará o preço me-nor do minério, em relaçãoa este ano."

Para o analista de investi-mentos da Planner Correto-ra Rafael Andreata, o mer-cado já está precificando oconsumo menor do minériode ferro pela China em 2012e 2013. Ainda assim, a cor-retora avalia que o preço daação PNA da companhia, deR$ 38,70 (na última quinta),está baixo e recomenda acompra para o investidorde longo prazo. A recomen-dação da Fator Corretorapara as ações da Vale é demanutenção, pela perspec-tiva de pouso suave da eco-nomia chinesa.

Petrobras PNdemanda paciência

O investidor das ações PNda Petrobras terá de terpaciência para esperar re-torno. Para o analista deinvestimentos da PlannerCorretora, Rafael Andrea-ta, a performance da com-panhia está aquém há doisanos, desde a capitaliza-ção que trouxe pressão aopapel. "Foi uma capitaliza-ção sem injeção de dinhei-ro. O governo entrou combarris de petróleo que ain-da estão debaixo do mar.Isso afastou o investidorde maior porte", afirmou.A perda do papel PN da Pe-trobras foi a maior das trêsblue chips, de 15,8%, pertoda queda do Ibovespa.

Andreata atribuiu isso auma produção abaixo dameta e a resultados opera-cionais trimestrais meno-res, influenciados pela va-riação cambial, que atin-

giu as importações e a dí-v i d a . " A e m p r e s a n ã oatingiu as metas no ano, oque acabou penalizando opapel", disse. A Planner re-comenda a compra apenaspara investidores com ho-rizonte de tempo longo.

A participação da Petro-bras na carteira da IndusvalCorretora diminuiu. A ana-lista Mitsuko Kaduoka ex-plica que será preciso pa-ciência até que sejam reali-zados os investimentos pa-ra o pré-sal, de US$ 224bilhões até 2014. A FatorCorretora recomenda acompra e avalia que a de-manda interna continuaráaumentando. Segundo acorretora, a redução daContribuição de Interven-ção no Domínio Econômico(Cide) para a gasolina, atéjunho de 2012, deve resul-tar em receita.

Zé Carlos Barretta/Hype

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sábado, domingo e segunda-feira, 24, 25 e 26 de dezembro de 201112 -.ECONOMIA DIÁRIO DO COMÉRCIO

CAIXA 1O seu consultor financeiro

economia

AG E N DA Bolsa 'cumpretabela' e sobe

Em um dia de poucos ne-gócios pela proximida-de do Natal e das festasde final de ano, a bolsa

de valores cumpriu tabela e en-cerrou o pregão da última sex-ta-feira com valorização de0,62%, aos 57.701 pontos. O vo-lume total negociado atingiu osR$ 4,1 bilhões.

Os papéis do setor de energiaelétrica e de varejo foram osmais beneficiados pelo ânimodos investidores. As ações maisnegociadas e de maior peso noíndice absorveram os ganhos. APetrobras PN (ação preferencial,sem direito a voto), subiu 0,32%,a R$ 22,22. A Vale PNA (preferen-cial série A, sem direito a voto)

ganhou 0,65%, a R$ 38,95.O movimento acompanhou

o mercado norte-americano. Oíndice Dow Jones subiu 0,71%, a12.255 pontos, e o Nasdaq tevealta de 0,56%.

Na semana, a bolsa ganhou2,86%, o que devolveu em parteas perdas de 3,67% do Ibovespa,registradas na semana do dia 12ao 16. Em dezembro, o indica-dor subiu 1,45% e no ano, está

negativo em 16,74%.A BM&FBovespa foi pautada,

na maior parte da última sema-na, por notícias do exterior. Cau-telosos, os investidores se ape-garam aos dados norte-ameri-canos como indicadores me-lhores de encomendas de bensduráveis e a prorrogação da alí-quota menor de imposto queincide sobre a folha de paga-mento de trabalhadores, além

de um acordo que estende be-nefícios para quem está desem-pregado há muito tempo nopaís. Na quinta-feira, mais notí-cias positivas sobre o mercadode trabalho e o índice de con-fiança dos consumidores dosEstados Unidos ajudaram a bol-sa a subir. Do lado europeu, o lei-lão de títulos pela Espanha tam-bém resultou em ganhos para abolsa brasileira.

O ânimo dos investidores ar-refeceu com o anúncio do em-préstimo feito pelo Banco Cen-tral Europeu (BCE) a 523 bancosda região, no valor de R$ 489,191bilhões de euros – que puxou oIbovespa para baixo. A leiturados analistas de mercado foi deque a situação dos bancos na zo-na do euro pode ser pior do quese imaginava e que tal arranjopoderá não ser suficiente pararesolver o problema. Um desfe-cho para a crise europeia estálonge de acontecer, principal-mente neste final do ano, quan-do o recesso dos investidores jácomeçou. Por isso, o mercadodeve continuar operando comvo l at i l i d a d e. (DC com AE)

26 S e g u n d a - fe i ra

Balanço das vendas desteNatal de acordo com dados

do SCPC

28 Q u a r t a - fe i ra

A FGV apresenta aSondagem Industrialreferente a dezembro

29 Q u i n t a - fe i ra

A FGV publica o IGP-Mreferente ao mês de

d e z e m b ro

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sábado, domingo e segunda-feira, 24, 25 e 26 de dezembro de 2011 13DIÁRIO DO COMÉRCIO

Se uma microempresa pode ser tributada pelo Simples, por que uma 'empresa social' não?Marcelo Monello, contabilistaeconomia

Terceiro Setor pede Simples SocialA ideia é reduzir os encargos e retirar a tributação considerada excessiva imposta às organizações que cumprem o papel do Estado

Karina Lignelli

Desponta no País,ainda de forma tí-mida, um movi-mento para deso-

nerar as organizações sem finslucrativos. A criação de um"Simples Social", regime tribu-tário para o Terceiro Setor nosmoldes do Simples Nacional -que simplifica o pagamento deimpostos para micro e peque-nas empresas, foi sugerida re-centemente pelo Sindicato dasEmpresas de Serviços Contá-beis no Estado de São Paulo(Sescon-SP), durante o 6º en-contro da Associação Paulistade Fundações (APF). "São enti-dades com o importante papelde complementar o dever doEstado, por isso precisam deincentivo e simplificação", jus-tifica José Maria Chapina Alca-zar, presidente do Sescon-SP.

A proposta em gestação in-cluiria a desoneração das fo-lhas de pagamento, isenção detaxas de cartório na aberturadessas organizações e a desbu-rocratização na obtenção ourenovação de registros das en-tidades sem fins lucrativos."Com a desoneração da cotapatronal à Previdência Social,por exemplo, a redução noscustos seria de 20%, pelo me-nos", explica Chapina.

Pela legislação atual, essasentidades já são consideradasimunes de Imposto de RendaPessoa Jurídica (IRPJ) e Contri-buição Social sobre o Lucro Lí-

quido (CSLL), de acordo com ocontabilista Edeno TeodoroTostes, integrante da FrenteBrasileira do Terceiro Setor(FB). Para os entusiastas da no-va ideia, a criação de um "Sim-ples Social" traria um trata-mento diferenciado para essaso rg a n i z a ç õ e s .

A coordenadora da Comis-são de Terceiro Setor da Asso-ciação Comercial de São Paulo(ACSP), Marília de Castro,

asseguraria as conquistasconstitucionais", destaca Ma-rília. Ele lembra que a Comis-são da Associação Comercialtem analisado vários temas re-lacionados ao assunto, com aparticipação de redes atuantese das distritais, em suas respec-tivas regiões.

Para entender – De acordocom Tostes e Marcelo Monello,também contabilista que inte-gra a FB, pelo artigo 12 da Lei

lembra que a Constituição Fe-deral garante a imunidade dacontribuição da seguridadesocial a essas entidades benefi-centes. Na prática, porém, issonão acontece.

"Para ter esse direito, as enti-dades devem seguir o que pe-de a lei. Mas é aí que surge acomplicação: exigências ile-gais e burocracia demais aca-bam desrespeitando a CartaMagna. O regime simplificado

anuidades e doações.Pela atual legislação, porém,

se houver venda de serviços eprodutos por entidades isen-tas, incide a Contribuição parao Financiamento da Segurida-de Social (Cofins) com uma alí-quota que varia de 3% a 7,6%sobre o faturamento. Pelo"Simples Social", a tributaçãocairia para 1% do PIS, que sóincidiria sobre a venda de pro-dutos, e não mais sobre a folhade salários. Na cota patronaldo Instituto Nacional de Segu-ro Social (INSS) sobre o paga-mento dos empregados, hoje aalíquota vai de 25% a 27,5%.No Imposto sobre Serviços(ISS), tributado com alíquotaentre 2% e 5%, é possível re-querer a imunidade, caso asentidades prestem serviços desaúde, educação e assistência.

Para Monello, a proposta do"Simples Social" é que as alí-quotas do PIS e da cota patro-nal sejam retiradas da folha depagamento para incidir sobrevendas feitas pelas entidadespara levantar fundos, desone-rar folha e gerar fluxo financei-ro. "A intenção é diminuir osencargos e tirar a tributação ex-cessiva. Se uma microempresapode ser tributada pelo Sim-ples, por que uma 'empresa so-cial' não?", questiona o conta-bilista. "Empresas têm aportede capital, mas as ONGs (o rg a -nizações não governamentais)não. Essa seria uma forma daentidade se estruturar e de di-minuir a informalidade, no ca-so das pequenas", conclui.

Tema já é discutidoem Brasília

nº 9532/97, na atividade de en-tidades filantrópicas conside-radas imunes, incide somente1% do Programa de IntegraçãoSocial (PIS) sobre a folha de pa-gamento. Como essas organi-zações não geram receita, o tri-buto é calculado dessa forma.Já para as que são considera-das isentas, conforme artigo 15da mesma legislação, não inci-de tributação sobre atividadespróprias, como mensalidades,

AFrente Brasileira doTerceiro Setor já vêmarticulando com

parlamentares em Brasília atransformação da propostado Simples Social em projetode lei. Durante o semináriosobre o Marco InternacionalRegulatório dasOrganizações da SociedadeCivil (OSCs), realizadorecentemente, discutiu-se aunificação das prestações decontas e a desburocratizaçãodas ações de interessepúblico desenvolvidas poressas entidades.

"E o regime tributário éuma das políticas quefomentam o marco. Um dospontos que vamos trabalharé uma nova política tributáriaque incentive a doação, paraque as ONGs não precisemdepender de repassegovernamental, mas de queo cidadão participe", disseVera Masagão, da diretoriaexecutiva da Associação

Brasileira de ONGs (Abong).Um modelo único de

prestações de contaspostado em um só lugar,como o Portal da Cidadaniado Ministério da Justiça, foium dos pontos de destaqueda discussão do marcoregulatório, segundo DoraCunha Bueno, integrante daFB e presidente daAssociação Paulista deFundações (APF) e daConfederação Brasileira deFundações (Cebraf ). Sóassim, diz ela, será possívelque qualquer um tenhainformações oficiaisconfiáveis sobredeterminada organização,seja para assinar convênios,contratos ou parcerias.

"Se houver a colaboraçãodo governo para racionalizar aemissão de documentos esimplificar os processos, vaimelhorar muito a aberturadessas entidades e também astransparência, defende. (KL)

Na pauta, doaçãolivre de imposto.

Adesoneração dedoadores de bens dequalquer espécie para

entidades sem fins lucrativosé outra ideia defendida porarticuladores ligados aoTerceiro Setor. Hoje, oImposto sobre TransmissãoCausa Mortis e Doação deBens e Direitos (ITCMD)incide a uma alíquota de até4% sobre o valor venal doobjeto de doação – inclusivese for para esse tipo dee nt i d a d e.

José Maria ChapinaAlcazar, do Sescon-SP, admiteque o item "doação" não foipensado durante aelaboração da proposta deredução de encargos com oSimples Social. "Não fazsentido cobrar o ITCMD. Adesoneração do doador éjusta, já que é algo que nãoserá aplicado em uma novarenda, mas em obras sociais.O governo deveria ter maissensibilidade", diz.

Na opinião de Marília deCastro, da Comissão deTerceiro Setor da ACSP, alémde desonerar as doações,deveriam também serampliados os incentivosfiscais para micro epequenas empresas quecontribuem com asentidades. "Mais próximasdas instituições, elasreconhecem os serviçoseficientes prestados àscomunidades, onde ogoverno não conseguechegar ou oferecer serviçospúblicos com a mesmaqualidade", analisa.

Para Vera Masagão, daAbong, a pessoa que doasempre será tributada,mesmo que a doação seja deinteresse público. "Sóempresas com base noregime de Lucro Real têmincentivos, nesse caso. Oideal mesmo seria que todocidadão pudesse doar",conclui. (KL)

Leão fica solidário umavez a cada fim de ano

Ainda dá tempo parad i r e c i o n a r ap r o j e t o s s o-

ciais uma parcela dovalor que seria recolhi-do ao Imposto de Ren-da (IR). O prazo vencedia 30 de dezembro. PelaLei nº 8.069/1990, as pes-soas físicas podem abateraté 6% do IR. No caso dapessoa jurídica, é possíveldeduzir até 1%. Contri-buintes do município deSão Paulo podem fazer as doa-ções por meio do Fundo Muni-cipal dos Direitos das Criançase Adolescentes (Fumcad).

N o s i t e d o F u m c a d( h t t p : / / f u m c a d . p r e f e i t u-ra .sp. gov. br), é possível esco-lher para quais projetos sociaisou entidades a doação será en-caminhada. É importante sa-ber que, no caso de pessoa físi-ca, o desconto só será permiti-do se declaração de ajusteanual do IR for preenchida pe-lo modelo completo.

Para a pessoa jurídica, só épermitida a dedução para asempresas que apuram o im-

posto com base no Lucro Real.Para realizar a doação por

intermédio do Fumcad, é pre-ciso fazer depósito bancário naconta-corrente do fundo. Ocomprovante de depósito de-verá conter a identificação daconta de depósito, do CNPJ doFuncad, a identificação e oCNPJ/CPF da empresa oupessoa física doadora, alémdos dados da entidade benefi-ciada. Por sua vez, o fundo de-verá emitir um recibo em queconste o CNPJ/CPF do doa-dor, data e valor do depósito.

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Page 15: DC 26/12/2011

sábado, domingo e segunda-feira, 24, 25 e 26 de dezembro de 201114 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Ressaca pós-Natal promete renderComércio aposta em novas vendas na hora de trocar presentes e prepara promoções para queimar estoques

Fátima Lourenço e Rafael Nardini

Não é porque acabou o Natal que você abandona tudo. Não pode descuidar.Maurício Morgado, da FGVeconomia

Como faturar como movimento para

as trocasEspecialistas em varejo dão algumas

dicas para conquistar o consumidor:� Apresente produtos que

complementem o presente a ser trocado� Cliente deve ser sempre muito bem

ate n d i d o� Mesmo após o Natal, mantenha a loja

bem decorada� Cliente bem sucedido na troca pode

voltar para comprar

Movimento dos centros de compras entre os dias 26 e 27 de dezembro se assemelha muito aos dias que antecedem o Natal, segundo a Alshop.

Newton Santos/Hype

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O DIA DE CARNAVAL É CONSIDERADO FERIADO?Carnaval não é feriado devido ausência de Legislação Federalestabelecendo que os dias correspondentes a essa festividadesejam feriados. Recomendamos consulta nas subprefeituras ouassembleias legislativas, para confirmação, se em determina-do Estado ou o Município foi decretado feriado.

FUNCIONÁRIO NA CONDIÇÃO DE APOSENTADO POR TEMPO DESERVIÇO PODE SER DEMITIDO? ELE TEM DIREITO A CUMPRIR OAVISO PRÉVIO, TERÁ DIREITO DE RECEBER A MULTA DO FGTS?PODERÁ PEDIR DEMISSÃO?

Não há rescisão contratual, em razão de aposentadoria por tempo decontribuição ou por idade,desde a publicação da Lei 8213/91.O empre-gado mesmo aposentado poderá continuar a exercer suas atividades.Assim, a rescisão contratual dependerá de vontade das partes, sendoesta feita por um pedido de demissão (pelo empregado) ou rescisãosem justa causa (pelo empregador), seguindo as mesmas regras deum empregado não aposentado.

REEMBOLSO DE GASTOS COM REMÉDIOSEmpresa reembolsa aos empregados 50% dos gastos com remédios,sendo que informa em folha de pagamento o total de medicamentosgastos no mês e desconta 50%. Haverá incidências de INSS e FGTS?Saiba mais acessando: [www.empresario.com.br/legislacao].

O CADASTRO DO FUNCIONÁRIO NO SISTEMA INFORMATI-ZADO DE FOLHA DE PAGAMENTO SUBSTITUI A FICHA DEREGISTRO DE EMPREGADOS?

A folha de pagamento não substitui ficha de registro de empregados.Deacordo com o artigo 41 da CLT, em todas as atividades será obrigatório,para o empregador,o registro dos respectivos trabalhadores,podendoser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico.

FÉRIAS COLETIVAS PARCIAISFuncionário que recebeu férias coletivas e tem direito ainda a mais 20dias de férias,ele pode descansar os 10 dias e vender os outros 10 dias?Saiba mais acessando: [www.empresario.com.br/legislacao].

QUEBRA DE CAIXAQuebra de caixa é base de cálculo para INSS, FGTS férias e 13º salário?Saiba mais acessando: [www.empresario.com.br/legislacao].

PARTICIPAÇÃO NOS LUCROSNo Pagamento de Participação nos Lucros existe incidência de encar-gos? Saiba mais acessando: [www.empresario.com.br/legislacao].

BOAS FESTAS E PRÓSPERO ANO DE 2012

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Quem pensa que hoje,dia 26 de dezembro,as vendas de Natalacabaram está muito

enganado ou desinformado.Quem espera ver agora corre-dores e lojas de shoppings va-zios vai se decepcionar. Háanos a movimentação natalinase estende para depois do dia24, tanto que até já foi estabele-cido um nome para hoje: o DiaNacional das Trocas. Isso semfalar, é claro, nas pessoas queesperam a data passar paraaproveitar o início das quei-

mas de estoque e fazer suascompras.

De acordo com a AssociaçãoBrasileira de Lojistas de Shop-ping (Alshop), apesar de nãohaver nenhuma pesquisa queindique os negócios entre osdias 26 e 27 de dezembro espe-cificamente, a movimentaçãode consumidores pelos corre-dores dos centros de comprasse assemelha muito aos últi-mos dias que antecedem o Na-tal. E, se isso se repetir nesteano, significa vendas um pou-co acima de igual período do

ano passado.Embora os dados consolida-

dos das vendas de Natal aindanão tenham sido divulgados –o que deve ocorrer hoje – nú-meros parciais da AssociaçãoC o m e r c i a l d e S ã o P a u l o(ACSP), a partir das estatísti-cas da Boa Vista Serviços(BVS), que administra o Servi-ço Central de Proteção ao Cré-dito (SCPC), mostram leve in-cremento nos negócios até a úl-tima quinta-feira.

O balanço parcial do comér-cio paulistano ratificou o com-portamento de recuperaçãodas vendas à prazo, observadodesde novembro último. Entreos dias 1 e 22 de dezembro hou-ve alta de 2% nessa modalida-de de transação, na compara-ção com igual período de 2010.Na mesma base de compara-ção, o SCPC/Cheque, indica-dor das aquisições à vista, re-gistrou alta de 1,6%. O cresci-mento médio do período ana-lisado é de 1,8%.

"As vendas ficaram dentrodo que esperávamos para oNatal. As consultas estive-ram ligeiramente melhoresque em 2010, quando o movi-mento cresceu mais de 13%sobre 2009, resultando emuma base de comparaçãomuito forte", afirmou RogérioAmato, presidente da ACSP eda Federação das Associa-ções Comerciais do Estado deSão Paulo (Facesp).

Re cu pe ra çã o – "O cresci-mento de 2% nas vendas pelocrediário está em linha com ocomportamento da primeira

quinzena de dezembro (alta de1,9%)", comparou o economis-ta do Instituto de EconomiaGastão Vidigal, da ACSP, Emí-lio Alfieri. Em outubro, acres-centou, o indicador registroualta de 0,5% (mês fechado) eem novembro, 1,1%.

Alfieri analisa, com base nobalanço parcial do Natal, queo crescimento de 2% no cre-diário sugere uma reversãona desaceleração dessa mo-dalidade de vendas. No casodas compras à vista, ainda deacordo com Alfieri, o cresci-mento de 1,9%, alimentadoespecialmente pela movi-mentação pós 20 de dezem-bro, "sugere que o consumi-dor está cauteloso e esperou opagamento da segunda par-cela do 13º salário para ir àscompras".

Oportunidade – Os núme-ros da ACSP servem de basepara os lojistas aproveitarem omovimento de trocas para in-crementar seus negócios, reali-zando novas vendas. Os moti-

vos para a troca não interes-sam, desde que ela se torneuma nova oportunidade de se-duzir o consumidor. Podem irdesde a cor de um tênis quenão agrada a um livro que nun-ca seria lido até a uma camisetaapertada ou grande demais.

Segundo o Código de Defe-sa do Consumidor (CDC), nemtudo precisa ser trocado ( ve j amais sobre o assunto na página16) mas, se o lojista se dispõe aisso, pode faturar bem mais.

Segundo o professor Maurí-cio Morgado, pesquisador deMercadologia do Centro deExcelência em Varejo da Fun-dação Getúlio Vargas (FGV), omomento pode ser bem apro-veitado com o treinamentoadequado de vendedores. "Épreciso convencê-los de que épossível vender também. Se éuma loja de camisas, é semprebom deixar gravatas à vista do

As vendas ficaramdentro do queesperávamospara o Natal. Asconsultas estiveramligeiramentemelhores queem 2010.

ROGÉRIO AM ATO, PRESIDENTE DA

ACSP E DA FAC E S P

cliente, por exemplo".Ações mais simples como

manter a decoração da lojatambém ajudam. "Não é por-que acabou o Natal que vocêabandona tudo. Não pode des-cuidar". Outra ação que podeengordar as receitas com asvendas é a recepção do clienteque planeja trocar um produ-to. "Ao mostrar que é bem-vin-do, a chance de ele abrir a car-teira é maior".

O balanço parcial do Natal2011 da ACSP aponta o que po-de continuar levando o consu-midor às lojas hoje para trocare comprar. Entre os itens maisvendidos à vista até o últimodia 22, estavam roupas e calça-dos, seguidos das bijuterias;artigos de perfumaria e cos-méticos; e CDs, DVDs e livros.Os celulares e eletrodomésti-cos foram destaque nas transa-ções a prazo.

Saldão terá descontode até 50%

OGrupo Pão deAçúcar já se preparoupara o movimento

pós-Natal com umapromoção que começa hoje evai até o dia 31.

Nas lojas do Extra e no sitew w w. e x t r a . c o m . b r o Saldão deNatal terá descontos de até50% no bazar, têxtil,eletroeletrônicos e brinquedos,além dos itens sazonais. Alémdisso, todos os alimentossazonais poderão serparcelados em até quatro vezessem juros no Cartão Extra. NoEletro, Bazar e Têxtil, hoje eamanhã, parcelamento em até14 vezes sem juros nos CartõesExtra ou em dez vezes sem

juros nos demais cartões.A expectativa do Grupo

é de alta de até 40% nasvendas dos itenspromocionados em relaçãoa 2010. "Esperamossuperar os resultados dasedições anteriores. Paraisso contamos com osnossos fornecedores que járeconhecem o evento comoum canal para aumento devendas e, do lado dosclientes, eles já esperampelo evento sabendo queserá uma boaoportunidade de negócio",disse Geraldo Monteiro,diretor de operações VarejoSP do Extra.

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sábado, domingo e segunda-feira, 24, 25 e 26 de dezembro de 2011 ECONOMIA/LEGAIS - 15DIÁRIO DO COMÉRCIO

O período que estamos vivendo lembra a década de 1930 em alguns aspectos.Cristine Lagarde, do FMIeconomia

Crise vaiafetar Brasil,afirma FMIA diretora da instituição, Christine Lagarde, disse ementrevista ao periódico francês "Journal duDimanche", que os países emergentes, citando aindaChina e Rússia, vão sofrer com a instabilidade.

Adiretora-geral doFundo MonetárioI n t e r n a c i o n a l(FMI), Cristine La-

garde, alertou a todos que ospaíses emergentes estão sen-do afetados pela crise finan-ceira mundial. Citando Bra-sil, China e Rússia, onde asprevisões de crescimento es-tão sendo revisadas em baixa,Lagarde afirmou que "essespaíses, que tinham sido osmotores da economia mun-dial antes da crise, vão sofrercom a instabilidade".

As afirmações foram feitaspela diretora do FMI em umaentrevista concedida durantesua viagem à Nigéria na sema-na passada e publicada ontem

pelo periódico francês "Jour-nal du Dimanche". Na mesmaentrevista, ela chamou a aten-ção de todos para o fato de que"a economia mundial está nu-ma situação perigosa".

O FMI divulgará no fim dejaneiro de 2012 suas previsõeseconômicas mundiais. A ins-tituição tinha previsto umcrescimento de até 4% da eco-nomia global. Lagarde adver-tiu, contudo, que este valorserá revisto para baixo. Elacomparou a situação atual àdo período entre guerras. "Operíodo que estamos vivendolembra a década de 1930 emalguns aspectos. Naquelaépoca, os Estados se fecharamem si mesmos e o multilatera-

lismo caiu. Hoje vemos al-guns países aumentaremsuas tarifas, inventar obstá-culos tarifários e, às vezes,impedir os fluxos de capital",afirmou.

O aumento dos egoísmosnacionais é, segundo ela, oprincipal freio para solucionar

a crise. "É difícil implementaras estratégias de coalizão in-ternacional contra a crise. Osparlamentos reclamam deusar dinheiro público ou ga-rantir o apoio do seu Estadopara outros países. O protecio-nismo está sendo debatido, e ocada um por si está ganhando

terreno", destacou.Lagarde se mostrou tam-

bém muito atenta ao contágioda crise nos países pobres,que são clientes tradicionaisdo FMI, segundo o jornal."Em países de baixa renda, asconsequências podem sergraves, quando os expatria-

dos reduzirem as transferên-cias de dinheiro. Na Nigéria,os recursos enviados pelosmigrantes recuaram 40% emdois meses. Essa instabilida-de é uma ameaça para todosos países do mundo. O cresci-mento mundia l sofrerá" ,acrescentou. (AE)

Christine Lagarde: Essa instabilidade (gerada pela crise) é uma ameaça para todos os países do mundo. O crescimento mundial sofrerá.

Paul J. Richards/AFP

Rede virtual agilizará empresasSistema vai integrar órgãos de registro e deve tornar os processos de abertura e fechamento mais rápidos.

Oprocesso de aber-tura, fechamento,alteração e legali-zação de empresas

deverá ser totalmente integra-do em um único ambiente vir-tual a partir de 2012, informoua Receita Federal. Está previstapara o próximo ano a entradaem funcionamento da RedeNacional para a Simplificaçãodo Registro e da Legalizaçãode Empresas e Negócios (Re-desim). Criada pela Lei nº11.598, a Redesim é compostapor órgãos federais, estaduaise municipais que estejam dire-ta e indiretamente ligados aosregistros de empresas.

"O empresário irá se comuni-car com esse ambiente em quetodos os órgãos estarão interli-gados: juntas comerciais, cartó-rios de registro de empresas,administração tributária fede-ral, estadual, meio ambiente,órgão de regulação e controle,entre outros", informou o sub-secretário de Arrecadação eAtendimento da Receita Fede-ral, Carlos Roberto Occaso.

De acordo com Occaso, bas-tará o empresário fazer o cadas-tro na junta comercial para pas-sar a ter acesso a todos os servi-ços disponíveis em uma páginana internet. Embora a rede sejagerida pelo Ministério do De-senvolvimento, Indústria e Co-mércio Exterior, a Receita é par-ceira no projeto com todos ossistemas informatizados inte-grados ao ambiente do Cadas-

tro Nacional da Pessoa Jurídica(CNPJ), explica Occaso.

As informações serão distri-buídas pelos sistemas integra-dos de forma a permitir que ca-da órgão receba os dados do in-teressado, além de formalizar aabertura, regularização, fecha-mento de uma empresa de for-ma direta e com apenas uma co-municação do empresário coma administração pública.

"Será liberado tudo. Alva-rás, agendamento das visto-rias dos bombeiros. Tudo esta-rá nesta estrutura. O (sistema)integrado nacional passará a

ser gerido pela Receita, commais 27 integradores estaduaisque, por sua vez, terão integra-ção com sistemas nos municí-pios", explica o subsecretário.

Occaso afirmou que a buro-cracia é um dos fatores que ele-vam o chamado custo Brasil.Com as mudanças, a previsão éque o registro de uma empresaseja feito em cinco dias úteis.

Inicialmente prevista paramarço de 2012, a data para aRedesim ser disponibilizadapara pessoas jurídicas aindanão está, entretanto, previstapela Receita. Segundo Occaso,

a Receita se empenhará paraque a rede passe a funcionar noano que vem. Ele assegura quemuitos integradores estaduaisestão prontos, com sistemas jádesenvolvidos por empresasprivadas de tecnologia da in-formação e só esperam um si-nal verde do governo federalpara participar da integração.

"Muitos estados já estão pre-parados e aguardam que a Re-ceita finalize o projeto do inte-grador nacional com os de-mais núcleos regionais para tertodo o modelo integrado aoCNPJ", concluiu. (ABr)

Governo adia R$ 50 bide investimentos emi n f ra e st r u t u raInoperância, falha em projetos, contenção de gastos, faltade atratividade ao setor privado. Independente doargumento, o fato é que o governo jogou para 2012 quaseR$ 50 bilhões em investimentos que deveriam começar adeslanchar este ano. A implantação do trem-bala, orçadoem R$ 33 bilhões, é um exemplo. O adiamento de projetos,porém, é generalizado entre as mais diversas áreas deinfraestrutura, a exemplo dos leilões de aeroportos deGuarulhos, Viracopos e Brasília, a concessão de rodovias,como a BR-101, no Espírito Santo, além de hidrelétricas,como a usina de São Manoel.

Depois de três tentativas frustradas, o governo mudou omodelo do leilão do trem-bala entre Campinas, São Paulo eRio de Janeiro. Em vez de licitar tudo junto – operador,tecnologia e obras civis –, o processo de concorrência seráseparado e independente. Quando o projeto foi lançado nogoverno do ex-presidente Lula, falava-se que a obra estariapronta para a Copa do Mundo de 2014. Depois, foipostergada para os Jogos Olímpicos de 2016. Ocronograma, porém, foi estendido consideravelmente. Aprevisão é que o edital seja lançado até 10 de março e oleilão ocorra em 10 de setembro. As obras só devem seiniciar em 2014 e ser concluídas em 2019.

"O impacto do projeto no evento e do evento noprojeto é marginal. Essa é uma obra para o País", disse odiretor-geral da Agência Nacional de TransportesTerrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo. A dificuldade defazer o leilão no sistema anterior, diz Figueiredo, é que asgrandes empreiteiras, em vez de competirem entre si, sejuntaram em um único bloco, dificultando a formação deconsórcios. "Agora vamos colocá-las para brigar. É melhortê-las separadas do que juntas"

Por considerar uma "obra para o futuro", Paulo Godoy,presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura eIndústrias de Base (Abdib), não vê tantos prejuízos para oPaís com o atraso do trem-bala. Ele chama a atenção,porém, para as consequências de postergação de leilões dehidrelétricas. "O que dá prejuízo para o País é não viabilizarhidrelétricas. Isso nos leva a uma situação preocupante, poisalém de não aproveitar potencial hidráulico, que é raro nomundo, tem efeito direto na economia".

O principal problema no Brasil, segundo Godoy, é alacuna entre a decisão de investir e sua realização. "O fato éque no Brasil o processo ainda é muito longo entre adecisão de investimento e sua realização". Ele defende queo País precisa de "projetos de gaveta" para ter um processocontínuo de investimento.

Bruno Batista, diretor executivo da ConfederaçãoNacional do Transporte (CNT), critica a gestão deinvestimentos. "O governo não contrata bem, há muitosproblemas nos contratos e o País, às vezes, acaba pagandopelo mesmo serviço". O Ministério do Planejamento disse,em nota, que eventuais atrasos são "processos normais naelaboração de novos modelos de concessão". (AE)

Occaso: Serão liberados alvarás e agendamento das vistorias dos bombeiros. Tudo estará nesta estrutura.

Valter Campanato/ABr

Fazenda autua 200empresas por Nota Paulista

ASecretaria Estadual daFazenda e o Procon-SP estão autuando 200

empresas varejistas denuncia-das por consumidores partici-pantes do programa Nota Fis-cal Paulista.

As autuações são geradasvia internet, após o registro dasreclamações. De acordo com aFazenda estadual, serão lavra-dos 792 autos de infração.

Levantamento feito pela pas-ta aponta que 95% das denún-cias são de compras nas quais,mesmo informando o CPF ou oCNPJ, a empresa não realizou,ou realizou em atraso, o registroda Nota Paulista. Com isso,além de não receber de volta oscréditos de ICMS a que tem di-reito, o consumidor não tem a

compra registrada para partici-par dos sorteios mensais reali-zados pelo programa.

O consumidor que quiser fa-zer uma reclamação contrauma empresa que não emitiu ocupom fiscal deve fazê-lo até o15º dia do segundo mês após adata da compra, pelo sitewww.nfp.fazenda .sp.gov.br.

Multa – A multa por docu-mento fiscal não registrado ouregistrado em atraso é de 100Ufesp (unidade fiscal estadual),que nes te ano equiva le aR$ 1.745, que pode ter descontode até 60% dependendo do regi-me de apuração do ICMS a que aempresa está submetida (Sim-ples Nacional ou Regime Perió-dico de Apuração) e do númerode autuações. ( Fo l h a p re s s )

Salário-família dobrapara filho de até 6 anos

Projeto aprovado na Co-missão de Assuntos So-ciais do Senado garante

às trabalhadoras com filhos me-nores de 6 anos, empregadas ouavulsas, o direito a receber o sa-lário-família em dobro.

H o j e , o b e n e f í c i o é d eR$ 29,43, por filho de até 14 anospara quem ganha até R$ 573,91.Para quem recebe de R$ 573,92até R$ 862,60, o valor por filhode até 14 anos é de R$ 20,74.Quem ganha mais de R$ 862,60não tem direito a receber.

A análise foi em votação de-finitiva – se não receber recur-so em cinco dias para ser ana-lisado em plenário, o projetosegue para a Câmara, sem pas-sar pelo plenário do Senado.

Uma emenda apresentada

ao texto estabelece que o Exe-cutivo estimará a despesa de-corrente dessa medida e a in-cluirá no projeto de lei orça-mentária para o ano seguinteao de sua promulgação. Essaprevisão responde a uma de-terminação da Lei de Respon-sabilidade Fiscal.

Segundo o autor do projeto,senador Paulo Bauer (PSDB-SC), o objetivo é beneficiar os fi-lhos de mãe solteira, separadaou viúva que ficam sem a parce-la relativa ao pai. Na avaliaçãodo senador, é injusta esta situa-ção, uma vez que as trabalhado-ras já recebem salários cerca de18% menores do que os homense cumprem jornada de trabalhoextra em seus lares em torno de28 horas semanais. ( Fo l h a p re s s )