57
UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS PROGRAMA EM ESTUDOS COMPARATISTAS DE COMO O PÍCARO CHEGOU A PORTUGAL E AÍ SE APRESENTOU Contributo para a história da recepção do romance picaresco espanhol no sistema literário português (ANEXOS) Rita Bueno Maia DOUTORAMENTO EM TRADUÇÃO (HISTÓRIA DA TRADUÇÃO) 2012

de como o pícaro chegou a portugal e aí se apresentou

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE DE LISBOA

FACULDADE DE LETRAS

PROGRAMA EM ESTUDOS COMPARATISTAS

DE COMO O PÍCARO CHEGOU A

PORTUGAL E AÍ SE APRESENTOU

Contributo para a história da recepção do romance picaresco espanhol no sistema literário português

(ANEXOS)

Rita Bueno Maia

DOUTORAMENTO EM TRADUÇÃO (HISTÓRIA DA TRADUÇÃO)

2012

Anexo 1: Tabela bibliográfica dos textos de chegada (tc) e textos de partida (tp)

Esta tabela foi construída a partir da tabela utilizada pelo grupo de investigadores do projecto Intercultural Literature in Portugal 1930-2000: a Critical Bibliography.

tc_ano tc_titulo tc_tradutor tc_local tc_editora tp_ano tp_titulo tp_autor tp_local tp_editora tp_lingua Cota

1792-93

Vida, e acçoens celebres, e graciosas de Gusmaõ de Alfarache: atalaya da vida humana

[Oliveira, Vicente Carlos (17--)]

Porto Antonio Alvarez Ribeiro

1599-1604

La Vida de Guzmán de Alfarache, atalaya de la vida humana

Alemán, Mateo (1547-1615?)

Madrid Lisboa

Varez de Castro / Pedro

Craesbeeck Espanhol

BNP: L. 8649-51 P. KUL: 7A2224 1-4

1804 Aventuras de Estevão Gonçalves ou o rapaz de bom humor

Francisco de Paula Antunes

1732

Histoire d'Estévanille Gonzalez surnommé le garçon de bonne humeur

Lesage, Alain-René (1668-1747)

Paris Prault Francês

1823-24 Aventuras de Estevão Gonçalves ou o rapaz de bom humor

Lisboa

João Francisco Monteiro de Campos 1732

Histoire d'Estévanille Gonzalez surnommé le garçon de bonne humeur

Lesage, Alain-René (1668-1747)

Paris Prault Francês

BGUC: 5-(4)-1-15-22/23/24 RGPL: 8 UU 36-38

1837 Historia d'Estevinho Gonçalves, cognominado rapaz de bom humor

Fonseca, José da (1788-1866)

Paris Pillet Aîné 1732

Histoire d'Estévanille Gonzalez surnommé le garçon de bonne humeur

Lesage, Alain-René (1668-1747)

Paris Prault Francês

BNF: Y252849/50 BNP: TR. 6443 P. (1º vol.)

1838a

Aventuras maravilhosas de Lazarilho de Tormes, extrahidas das antigas chronicas de Toledo

[Viale, António José (1806-1889)]

Paris João-Pedro

Aillaud 1833

Aventures merveilleuses de Lazarille de Tormès, tirées des vieilles chroniques de Tolède

Grandmaison y Bruno, Gilbert-Félix de (18--)

Paris Librairie

d'Education Francês

BNP: L.22633P BNE:

1/244726 RGPL:15 TT79 e L 63 I 7 A

1838b Aventuras e astúcias de Lazarinho de Tormes, escritas por elle mesmo

Fonseca, José da (1788-1866)

Paris Beaulé et

Jubin 1765

Aventures te espiègleries de Lazarille de Tormés, écrites par lui-même

Charnes, Jean Antoine de (1641-1728) / Backer, George / Diamo, P. B. M.

Paris Cailleau Francês

BNF: MFICHE Y2- 52849/50

1848 Historia de Gusmão d'Alfarache

Paris Pillet Aîné 1732

Histoire de Guzman d'Alfarache, nouvellement traduite et purgée des moralitez superflues

Lesage, Alain-René (1668-1747)

Paris E. Ganeau Francês

BNF: Y2-42544/45

1849 Historia jocosa do Gran'Tacanho

Paris Pommeret et

Moreau 1626 La Vida del Buscón,

llamado don Pablos

[Quevedo y Villegas, Francisco de (1580-1645)

França Duport Espanhol

BNF: NUMM- 131258/59

Anexo 2 Página 1

Anexo 2.

Bibliografia das traduções portuguesas dos romances picarescos

espanhóis publicadas em volume nos séculos XX e XXI

Traduções de Lazarillo de Tormes

Hurtado de Mendonza*, Diogo (1901) Vida e aventuras de Lazarillo de Tormes, traduzido por Armando Silva. Colecção “Bibliotheca Horas Romanticas”. Lisboa: Companhia Nacional Editora Hurtado de Mendonza*, Diego / H. [sic] de Luna (1910) Vida e aventuras de Lazarillo

de Tormes, traduzido por Armando Silva. Colecção “Bibliotheca Horas Romanticas”. Lisboa: A Editora. (1967) Lazarillo de Tormes, traduzido por Armindo Rodrigues. Colecção “O Livro de Bolso”. Lisboa: Portugália. (1971) Lazarilho de Tormes, traduzido poor Ricardo Alberty. Prefácio de Gregorio Marañón. “Biblioteca Básica Verbo. Livros RTP”. Lisboa: Editorial Verbo. Anónimo / Juan de Luna (1977) Lazarilho de Tormes, traduzido por Arsénio Mota. Colecção “Clássicos Civilização. Clássicos Espanhóis”. [Porto]: Civilização. (1985) O Lazarilho de Tormes, adaptado por Carlos R. Soria, traduzido por Joaquim Leite. Desenhos de Chiqui de la Fuente. Epílogo de R. Gracia-Pelayo y Gross. Colecção “Maravilhas da Literatura”. Porto: Civilização (1990) Lazarilho de Tormes, traduzido por José Jorge Letria. Ilustrações de Isabel Lobinho. Colecção “Teia e Trama”. [Porto]: Asa

(1993) Lazarilho de Tormes, traduzido por Rafael Alberty. Colecção “Contemporâneos de Sempre”. Lisboa: Editora Vega.

Traduções de Guzmán de Alfarache

Anexo 2 Página 2

Alemán, Mateo (2008) Guzmán de Alfarache, traduzido por António Pescada. Colecção “Campo da Literatura”. Porto: Campo das Letras.

Traduções de Segunda parte de Lazarillo de Tormes:

Hurtado de Mendonza*, Diogo (1901) Vida e aventuras de Lazarillo de Tormes, traduzido por Armando Silva. Colecção “Bibliotheca Horas Romanticas”. Lisboa: Companhia Nacional Editora Hurtado de Mendonza*, Diego / H. [sic] de Luna (1910) Vida e aventuras de Lazarillo

de Tormes, traduzido por Armando Silva. Colecção “Bibliotheca Horas Romanticas”. Lisboa: A Editora. Anónimo / Juan de Luna (1977) Lazarilho de Tormes, traduzido por Arsénio Mota. Colecção “Clássicos Civilização. Clássicos Espanhóis”. [Porto]: Civilização.

Traduções de El Buscón

Quevedo y Villegas, Francisco de (1988) O Buscão, traduzido por João Palma-Ferreira. Colecção “Autores de Sempre”.Lisboa: Livros do Brasil.

Anexo 3 Página 1

Anexo 3.

Identificação dos textos mediadores das traduções portuguesas dos romances

picarescos espanhóis

Tradução (1804 e 1823-24) e retradução (1837) de Estebanillo González

Passo 1: Encontrámos um título formalmente semelhante aos títulos dos textos de chegada

Título do texto de chegada Título do texto de chegada Título formalmente mais

semelhante

Aventuras de Estevão Gonçalves,

ou o rapaz de bom humor (1804;

1823-24)

Historia d’Estevinho Gonçalves,

cognominado rapaz de bom humor

(1837)

Histoire d’Estevanille Gonzalez, surnommé le garçon de bonne humeur

Passo 2 : Observámos que os textos de chegada apresentam a mesma organização macro-textual que a

tradução francesa seleccionada no passo 1.

Texto de partida

Estebanillo González

Tradução francesa de

Lesage

Histoire de Estevanille

Gonzalez

Tradução portuguesa

(1823-24)

Aventuras de Estevão

Gonçalves

Retradução portuguesa

(1837) de José da Fonseca

Historia d’Estevinho

Gonçalves

Matéria narrativa organizada em treze capítulos, sem separação em livros.

Matéria narrativa organizada em seis livros e 56 capítulos.

Matéria narrativa organizada em seis livros, sem separação em capítulos.

Matéria narrativa organizada em seis livros e 56 capítulos.

Observámos também que os títulos dos capítulos de 1837 correspondem aos títulos dos capítulos da

tradução francesa seleccionada no passo 1.

Cap. Texto de partida

Estebanillo González

Tradução francesa de Lesage

Histoire de Estevanille Gonzalez,

livro i

Retradução portuguesa (1837) de

José da Fonseca

Historia d’Estevinho Gonçalves,

livro i

1 En que se da cuenta de su nacimiento, estudios y travesuras, y de un chiste donoso que le sucedió con un valiente, y el viaje que hizo de Roma a Liorna.

Quels furent les parents d’Estevanille, et quelle éducation ils lui donnèrent.

Quem forão os pães d’Estevinho, e que lhe educação lhe derão

2 En que refiere su embarcación y llegada a Mesina, y viaje de Levante, y lo que le sucedió en el discurso dél y en la ciudad de Palermo, hasta tanto que se asentó della.

Estevanille prend la résolution de quitter la Chirurgie, et d’aller à Salamanque achever ses Études.

Estevinho deixa a cirurgia, e vai a Salamanca acabar os seus estudos.

3 Adonde se declara el viaje que hizo a Roma; lo que le sucedió en ella, estando por aprendiz de cirujano; cómo se volvió a huir tercera vez, entró a servir de platicante y enfermero en el

Il arrive heureusement à Salamanque, et se met chez un Maître de Pension, qui le fait recevoir en troisième à l’Université.

Estevinho chega felizmente a Salamanca, e entra n’hum collegio, cujo director o faz receber na universidade.

Anexo 3 Página 2

hospital de Santiago, de Nápoles, y cómo se salió dél por pasar a Lombardía con puesto de abanderado.

4 De su llegada a España, y viaje que hizo a Zaragoza y Madrid, y peregrinaje a Santiago de Galicia, y otros ridículos sucesos que le pasaron en Portugal y Sevilla, hasta que entró a ser mozo de representantes.

Des progrès qu’il fit d’abord dans les belles-Lettres ; comment son amour pour l’Etude se ralentit, et du parti qu’il prit après avoir abandonné l’Université.

Progressos d’Estevinho nas bellas-lettras: sua applicação ao estudo afrouxa, e resolve-se a deixar a universidade.

5 En que hace relación de la ausencia que hizo de Sevilla a ser soldado de leva, y los varios acaecimientos que le sucedieron en Francia e Italia, y de cómo estuvo en Barcelona sentenciado a muerte.

De quelle manière il servit don Christoval de Gavaria ; et pour quel trait indiscrétion il se fit donner on congé.

Como serviu Estevinho a D. Christovão de Gaviria; e por qual motivo este o despediu.

6 En que da cuenta del presidio que tuvo en Rosas; el viaje que hizo a Milán y cómo pasó a l Alsacia y se halló en la batalla de No lingue.

Ce que devint Estevanille après avoir été congédié par don Christoval ; et par quel hazard il passa au service du licencié Salablanca, doyen de la cathédrale de Salamanque. Caractère singulier de cet ecclésastique.

O que aconteceu a Estevinho depois de ser despedido por D. Christovão, e como passou a servir o licenciado Salamanca, deâo da cathedral de Salamanca. Character singular d’este ecclesiastico.

7 Que trata del viaje que hizo a los Estados de Flandes; una pendencia ridícula que tuvo con un soldado; la junta que hizo con un vivandero, y otros muchos acaecimientos.

Estevanille après la mort du Doyen va voir Vanegas, et s’engage au service d’un Chapelain Royal.

Estevinho, depois da morte do deão vai procurar o chantre Vanegas, e entra por criado em casa d’hum capellão do paço

8 En que declara la vuelta que dio a los Estados de Flandes sirviendo de correo; y lo que le sucedió en el socorro y batalla que dio su amo en Tionvila; y de cómo fue recibido en el servicio de su Alteza Serenísima el Infante Cardenal, y otra mucha variedad de sucesos.

Estevanille part pour Madrid; de la rencontre qu’il fite n chemin, et quelle en fut la suite.

Parte Estevinho para Madrid. Quem encontra no caminho: consequências d’esse encontro.

9 Donde prosigue el fin que tuvo la referida máscara; la salida que hizo a campaña cuando se sitió Arras; el chiste que le sucedió con un vivandero, lo que le pasó a la retirada con su dama, y la nueva campaña de Aire, enfermedad y muerte de su Alteza; y su partida a Alemania en busca de su amo, el Duque de Amalfi.

De la consolation qu’il reçut au sortir des prisons d’Avila; et comment étant arrivé á Madrid il trouva une nouvelle condition.

Consolação que teve quando sahio da cadeia d’Avila; novo commodo que achou em Madrid depois de chegado a essa cidade.

10 En que prosigue el fin que tuvo aquel sitio; y del viaje que hizo al reino de Polonia, y de lo que le sucedió a la vuelta en la batalla de Leipzig que dieron los imperiales a los suecos, y un rencuentro que tuvo con un trozo de vivanderos; y de la vuelta que dio a Flandes y después al Imperio.

Gonzalez gagne l’amitié de Don Enrique, qui lui montre un Registre secret qu’il gardoit dans sa Bibliothèque.

Obtem Gonçalves a amizade de D. Henrique, o qual lhe mostra hum registro secreto, que guardava na sua livraria.

11 En que cuenta el segundo viaje que hizo al reino de Polonia; el desafío que tuvo con un estudiante polaco; la llegada a Viena y partida a Italia, y lo que le sucedió en el camino con un capitán alemán; y los viajes que hizo a Roma y Nápoles, hasta llegar a España.

Gonzalez change encore de maître, et devient page du duc d’Ossone.

Gonçalves muda outra vez de amo, e he pagem do duque de Ossuna.

12 En que prosigue su llegada a España; y de los ridículos casos que le sucedieron con una moza de posadas y un moderno ingeniero; de la merced que le hizo su Real Majestad, y de un nuevo galanteo que le sucedió en ella, y de los demás acaecimientos que tuvo hasta llegar a San Sebastián.

Le duc d’Ossone est nommé à la vice-royauté de Sicile ; il part de Madrid pour aller s’embarquer à Barcelone, d’où il se rend à Gênes, et de là à Naples.

Nomêão vice-rei de Sicilia ao duque de Ossuna. Parte elle de Madrid; embarca-se em Barcelona, d’onde se dirige a Genova, e de lá a Napoles.

13 En que prosigue el viaje que hizo a Flandes, los naufragios que le sucedieron en el camino y los palos que le dieron en Inglaterra; la llegada a Bruselas y la despedida para Nápoles.

Passo 3: Averiguámos que as traduções portuguesas recriam o texto da tradução francesa seleccionada

nos passos 1 e 2.

Vida y hechos de Estebanillo

González, hombre de buen

humor (1646)

Histoire d’Estevanille González,

surnommé le garçon de bonne

humeur (1741)

Aventuras de Estevão

Gonçalves ou o rapaz de

bom humor (182324)

Historia d’Estevinho

Gonçalves, cognominado

rapaz de bom humor (1837)

Prométote, lampiño o

barbado lector, o

NE craignez pas, lecteur mon ami, qu'à l'exemple de Stace, qui

Não receies, leitor amigo, que qual outro Stácio que

Não receies, Amigo Leitor, que eu, qual outro Estacio,

Anexo 3 Página 3

quienquiera que fueres, que,

si no lo has por enojo, solo

sé de mi nacimiento que me

llamo Estebanillo González;

tan hijo de mis obras, que si

por cuerda se saca el ovillo,

por ella sacarás mi noble

descendencia.

débute dans sa Thébaïde parle du ravissement d'Europe, lequel fut la première causé de la fondation de Thèbes, je commence l'histoire de ma vie par vous apprendre quels étaient mes aïeux dans le temps du roi Pelage.

diz na sua Thebaida, para admiração da Europa, qual foi a primeira causa da fundação de Thebas, que eu comece a história da minha vida por dizer quem foram meus avós no tempo do rei Pelágio.

que dá principio á sua Thebaida com o roubo d’Europa, causa primeira da fundação de Thebas, comece a historia de minha vida, dizendo-te quem erão meus antepassados em tempo d’el-rei Pelagio.

Anexo 3 Página 4

Tradução de Lazarillo de Tormes e Segunda parte de Lazarillo de Tormes, por António José Viale

(1838a)

Passo 1: Encontrámos um título formalmente semelhante aos títulos dos textos de chegada.

Título do texto de chegada Título formalmente mais semelhante

Aventuras maravilhosas de Lazarilho de Tormes,

extrahidas das antigas chronicas de Toledo (1838a)

Aventures merveilleuses de Lazarille de Tormès, tirées des vieilles chroniques de Tolède (1833)

Passo 2: Observámos que a capa do texto de chegada (1838a) reproduz a capa da edição de 1833 da

tradução francesa seleccionada no passo 1.

Passo 3: Averiguámos que a tradução portuguesa recria o texto da tradução francesa seleccionada nos

passos 1 e 2.

La Vida de Lazarillo de Tormes y de

sus fortunas y adversidades (1554)

Aventures merveilleuses de Lazarille

de Tormes, tirée des vieilles

chroniques de Tolède (1833)

Aventuras maravilhosas de

Lazarilho de Tormes, extrahidas das

antigas chronicas de Toledo (1838a)

Pues sepa Vuestra Merced, ante todas

cosas, que a mí llaman Lázaro de

Tormes, hijo de Tomé González y de

Antona Pérez, naturales de Tejares,

aldea de Salamanca. (Tratado

Primero)

Tu sauras, avant tout, lecteur bienveillant, que l’on m’appelle Lazarille de Tormes, issu du légitime mariage de Thomas Gonzales et Antoinette Perès, natifs eux-mêmes de Tejarès, l’un des faubourgs les plus renommés de Salamanque.

Primeiro que tudo saberás, amigo leitor, que me chamo Lazarilho de Tormes, filho legitimo de Thomaz Gonzalez, e de Antonia Peres, naturaes de Tejares, hum dos arrebaldes mais nomeados de Salamanca.

Anexo 3 Página 5

Retradução de Lazarillo de Tormes e Segunda parte de Lazarillo de Tormes, por José da Fonseca (1838b)

Passo 1: Encontrámos um título formalmente semelhante ao título do texto de chegada.

Título do texto de chegada Título formalmente mais semelhante

Aventuras e astucias de Lazarinho de Tormes,

escritas por elle mesmo (1838b)

Aventures et espiègleries de Lazarille de Tormes, écrites par lui-même (1765)

Passo 2 : Observámos que o texto de chegada apresenta a mesma organização macro-textual que a

tradução francesa seleccionada no passo 1.

Tratados de Lazarillo de Tormes em

versão não-traduzida

Capítulos da tradução francesa,

Aventures et espiègleries de Lazarille de

Tormes (1816). Tome I.

Capítulos na tradução de José da

Fonseca (1838b), Aventuras e astúcias

de Lazarinho de Tormes. Tomo I.

Tratado primero: Cuenta Lázaro su vida y cúyo

hijo fue

I. Naissance et parents de Lazarille de Tormes. Amours d’Antoinette Perez, sa mère, avec le Maure Zaïde.

I. Nascimento e paes de Lazarinho de Tormes. Amores d’Antonica Peres, sua mãe, co’o preto Zaide.

II. Lazarille est mis, par sa mère, au service d’un Aveugle. Quel homme étoit cet Aveugle. Les croustilleux tours qu’ils se jouèrent réciproquement..

II. A mãe de Lazarinho entrega-o a hum cego para lhe servir de guia. Quem era este cego ? Peças jocasas, que hum ao outro armavão.

III. Lazarille trouve le moyen d’attraper le vin de l’Aveugle, par plusieurs espiègleries. Il en reçoit enfin une cruelle punition.

III. Lazarinho bebe o vinho ao cego contra a vontade d’este ; mas recebe, a final, exemplar castigo.

IV. Comment une grappe de raisin fut bientôt dépêchée. L’andouille changée en navet, et ce qui en arriva.

IV. Como o cacho d’uvas logo foi manducado. A linguiça mudada em nabo; e o que aconteceu.

V. Contenant le fâcheux saut que Lazarille fait faire à l’Aveugle.

V. Contem o doloroso salto ; que Lazarinho fez dar ao cego.

Tratado segundo : Cómo Lázaro se asentó con

un clérigo, y de las cosas que con él pasó

VI. Lazarille se met au service d’un Curé de Maqueda. L’avarice du Curé, et la faim que Lazarille y endurait.

VI. Serve Lazarinho ao cura de Maqueda. Avareza d’este ; e grande fome que Lazarinho soffreu.

VII. Un Chaudronnier rend un grand service à Lazarille.

VII. Hum serralheiro he utilissimo a Lazarinho.

VIII. Lazarille fait la souris

VIII. Lazarinho imita os ratos.

IX. Lazarille Serpent. Comme il fut découvert, puni et chassé.

IX. Lazarinho ; reputado cobra, he descoberto, castigado, e expulso.

Tratado tercero: Cómo Lázaro se asentó con un

escudero y de lo que le acaeció con él

X. Lazarille se met au service d’un Écuyer, et ce qui lui arriva avec lui.

X. Serve Lazarinho a hum escudeiro : o que passa com elle.

XI. Le dîner par cœur.

XI. Jantar imaginario.

XII. Le lit de l’Écuyer. Le souper remis, te pourquoi. La mauvaise nuit. L’épée de l’Écuyer.

XII. Cama do escudeiro. Ceia differida, e porque. Má noite. Espada do escudeiro.

XIII. Le déjeûner. Lazarille, pourvoyeur de l’Ecuyer.

XIII. Almoço. Lazarinho fornecedor do escudeiro.

XIV. Un pied de bœuf bon à plusieurs sauces. La XIV. Mão de vaca adubada de varios modos

Anexo 3 Página 6

bourse de l’Ecuyer, qui n’est bonne à rien.

sempre he boa. A bolsa do escudeiro para nada presta.

XV. Les extrémités où l’Ecuyer et Lazarille furent réduits par un règlement de police. Dieu leur envoie une réale.

XV. Huma ordem da policia reduz ás extremas o escudeiro, e Lazarinho. Manda-lhe Deus doze vinténs.

XVI. Les raison qui avaient fait venir l’Ecuyer à Tolède. Il entretien Lazarille de ses biens et de ses talents, qui ne lui servaient de rien.

XVI. Por que razão veio o escudeiro a Toledo. Dá conta a Lazarinho de seus bens,e talentos, que de nada lhe servião

XVII. Comment l’Ecuyer fut interrompu. Inventaire de ses meubles. Il quitte Lazarille.

XVII. Como o escudeiro foi interrompido. Inventario de seus moveis. Deixa Lazarinho.

Tratado cuarto: Cómo Lázaro se asentó con un

fraile de la Merced, y de lo que le acaeció con él

XVIII. Lazarille passe au service d’un Moine de la Merci, et ensuite à celui d’un porteur de fausses bulles.

XVIII. Passa Lazarinho a servir hum frade das Mercês, e depois a hum portador de bullas falsas.

Tratado quinto: Cómo Lázaro se asentó con un

buldero, y de las cosas que con él pasó

Tratado sexto: Cómo Lázaro se asentó con un

capellán, y lo que con él pasó

XIX. Lazarille, Valet de Peintre, Marchand d’eau, Recors, et enfin Crieur public.

XIX : Lazarinho, moço de pintor, açacal, belleguim, e pregoeiro.

Tratado séptimo : Cómo Lázaro se asentó con

un alguacil, y de lo que le acaeció con él

XX. Lazarille se marie avec la Servante d’un Corrégidor, et devient mari très-commode.

XX. Casa Lazarinho com a criada do corregedor ; e torna-se marido indulgente.

XXI. Lazarille se fait connaissance avec les Allemands de la suite de l’empereur Charles-Quint.

XXI. Toma Lazarinho conhecimento com Allemães da guarda do imperador Carlos-Quinto.

Tratados de Segunda parte LT em

versão não-traduzida

Capítulos na tradução francesa,

Aventures et espiègleries de Lazarille de

Tormes (1816). Tome II

Capítulos na tradução portuguesa de

José da Fonseca (1838b), Aventuras e

astucias de Lazarinho de Tormes. Tomo

II

A los lectores

I. Lazarille, mauvais ménager. Il en est avoué par sa Femme. Mort du Corrégidor ; Misère de Lazarille après cette mort.

I. Lazarinho desmanda-se. Morte do corregedor. Miseria de Lazarinho depois d’essa morte.

I. Donde Lázaro cuenta la partida de Toledo

para ir a la guerra de Argel

II. Lazarille se résout à faire un voyage aux Indes. Il rencontre l’Ecuyer, son vieux Maître, qui lui raconte ses Aventures.

II. Resolve Lazarinho fazer huma viagem ás Indias. Encontra o escudeiro, seu antigo amo, o qual lhe conta seus successos.

III. L’écuyer continue le récit de ses Aventures. Il s’associe avec Lazarille, pour faire le voyage des Indes, et s’enfuit, pendant la nuit, avec les habits et le bissac de Lazarille.

III. Segue o escudeiro o fio de seus successos. Associa-se com Lazarinho para fazerem ambos a viagem das Indias; e foge de noite c’o o fato, e mochila de Lazarinho.

II. Cómo Lázaro se embarcó en Cartagena

IV. Lazarille s’embarque à Carthagène. Le vaisseau fait naufrage à son retour des Indes. Il confesse un Caporal, et chances à pénitence. Il est enfin sauvé au moyen d’une planche qu’il saisit.

IV.Embarca Lazarinho em Cartaghena. Naufraga o navio ao voltar das Indias. Confessa hum cabo d’esquadra, e muda-lhe a penitencia. Salva-se agarrado a huma tábua.

III. Cómo Lázaro salió de la mar

IV. Cómo llevaron a Lázaro por España

V. Des Pêcheurs trouvent Lazarille dans leurs filets, et le tirent de l’eau. Ils le prennent pour un monstre marin, et l’obligent à l’être malgré lui. Ils l’ajustent comme un Triton, pour le faire voir au Public.

V. Pescadores achão Lazarinho nas redes, e tirão-o da agua. Tomão-o por monstro marinho, e obrigão-o a sêl-o. Arranjão-o qual hum tritão, para mostral-o ao publico.

V. Cómo llevaron a Lázaro a la corte

VI. Lazarille déguisé en Triton, est porté par l’Espagne.

VI. Mudado Lazarinho em tritão, percorre a Hespanha.

VI. Cómo llevaron a Lázaro a Toledo

VII. Lazarille est mené à Tolède. Il s’évanouit à la vue de sa Femme qui est enceinte, et qui va se remarier.

VII. Lazarinho he levado a Toledo. Elle desmaya ao vêr sua mulher pejada, e em vesperas de casar segunda vez..

VII. De lo que sucedió a Lázaro en el camino del

río Tajo

VIII. Lazarille est porté sur un mulet, dans un sac, pour être jeté à la rivière, par les mariniers, qui le croyent mort. Il est sauvé par la Ronde, et ses conducteurs son punis.

VIII. Os pescadores, julgando que Lazarinho morrera, mettem-o n’hum sacco, e, sobre hum jumento, vão lançal-o ao rio; ma.s salva-o a ronda; e seus conductores são punidos.

VIII. Cómo Lázaro pleiteó con su mujer

IX. Lazarille plaide contre Dom Lorenzo et contre sa Femme.

IX. Lazarinho litiga contra sua mulher, e D. Lourenço. Resultado.

Anexo 3 Página 7

IX. De lo que sucedió a Lázaro con una vieja

alcahueta

X. Lazarille se fait Crocheteur. Son infortune.

X. He Lazarinho homem-de-ganhar. Seu infortunio.

X. Cómo Lázaro se hizo ganapán XI. Ce qui arriva à Lazarille, avec une Maquerelle.

XI. O que aconteceu a Lazarinho com huma alcoviteira.

XI. Cómo Lázaro se partió para su tierra y de lo

que en el camino le sucedió

XII. Lazarille part de Madrid, pour retourner en son Pays, et ce qui lui arriva en chemin.

XII. Lazarinho parte de Madrid para voltar ao seu paiz : o que lhe aconteceu no caminho.

XII. De lo que le sucedió a Lázaro en una venta,

una legua antes de Valladolid

XIII. Ce qui arriva à Lazarille, dans un cabaret, à une lieue de Valladolid.

XIII. O que aconteceu a Lazarinho com huma alcoviteira

XIII. Cómo Lázaro sirvió de escudero a siete

mujeres juntas.

XIV. Lazarille sert d’Ecuyer à sept femmes ensemble.

XIV : Lazarinho serve d’escudeiro sete mulheres, ao mesmo tempo.

XIV. Dónde Lázaro cuenta lo que pasó en un

convite

XV. Ce qui arriva à Lazarille en un Banquet.

XV : O que aconteceu a Lazarinho n’hum banquete.

XV. Cómo Lázaro se hizo ermitaño

XVI. Comment se fit Hermite.

XVI. Como Lazarinho se fez d’errmita.

XVII. Lazarille se veut marier pour la seconde fois : Tour qu’on lui joue : Comme s’il en venge.

XVIII. Lazarinho encontra huma beata falsa. Remate das suas aventuras.

Passo 3: Averiguámos que as traduções portuguesas recriam o texto da tradução francesa seleccionada

nos passos 1 e 2.

La Vida de Lazarillo de Tormes y

de sus fortunas y adversidades

(1554)

Aventures et espiègleries de

Lazarille de Tormes, écrites par

lui-même (1836)

Aventuras e astúcias de

Lazarinho de Tormes, escritas

por elle mesmo (1838b) Pues sepa Vuestra Merced, ante todas

cosas, que a mí llaman Lázaro de

Tormes, hijo de Tomé González y de

Antona Pérez, naturales de Tejares,

aldea de Salamanca. (Tratado Primero)

Avant que de parler des aventures de ma vie, il me faut, ce me semble, commencer par mes parents, ma naissance, mon nom et l’origine de celui.

Antes de começar minhas aventuras, quero que o Leitor saiba quem fôrão meus paes; como nasci; meu nome; e sua origem.

Anexo 3 Página 8

Tradução de Guzmán de Alfarache (1848)

Passo 1: Encontrámos um título formalmente semelhante ao título do texto de chegada.

Título do texto de chegada Título formalmente mais semelhante

Historia de Gusmão d’Alfarache (1848) Histoire de Guzmán d’Alfarache , nouvellement traduite et

purgée des moralitez superfluës(1732)

Passo 2 : Observámos que o texto de chegada apresenta uma organização macro-textual semelhante à

da tradução francesa seleccionada no passo 1.

Cap.

Texto de partida, Primera parte de

Guzmán de Alfarache (1599), livro

i

Tradução francesa de Lesage,

Histoire de Guzmán d’Alfarache

(1741), livro i

Tradução portuguesa Historia de

Gusmão d’Alfarache (1848), livro i

1 En que Guzmán de Alfarache cuenta quién fue su padre

Quels furent les parents de Guzman, et particulièrement son père.

Quem erão os parentes de Gusmão, e especialmente seu pai

2

En que Guzmán de Alfarache prosigue contando quiénes fueron sus padres y principio de conocimiento y amores de su madre

Guzman raconte comment son père fit connoissance avec une dame, et ce qu’il en arriva.

O pae de Gusmão namora-se de uma dama

3 Cómo Guzmán salió de su casa un viernes por la tarde y lo que le sucedió en una venta

Le père de Guzmán se marie et meurt peu de temps après son mariage. Suite de cette mort.

Casa-se o pae de Gusmão e morre passado algum tempo. Consequencias d’essa morte

4

En que Guzmán de Alfarache refiere lo que un arriero le contó que le había pasado a la ventera de donde había salido aquel día, y una plática que le hicieron

Guzmán quitte sa mère et sort de Séville. Sa première aventure dans une hôtellerie.

Primeira aventura de Gusmão n’huma bodega.

5

De lo que a Guzmán de Alfarache le aconteció en Cantillana con un mesonero

Il rencontré un ânier et deux ecclésiastiques. De la conversation qu’ils eurent ensemble, et de quelle façon l’ânier et lui furent régalés dans une hôtellerie à Cantillana.

Gusmão encontra hum burriqueiro e dous frades; como elle e o burriqueiro forão tratados n’huma estalagem em Cantilhana

6 En que Guzmán de Alfarache acaba de contar lo que le sucedió con el mesonero

L’hôte vole le manteau de Guzman. Grande rumeur dans l’hôtelerie.

O hospede furta o capote a Gusmão; grande rumor na estalagem

7

Cómo, creyendo ser ladrón, Guzmán de Alfarache, fue preso y, habiéndolo conocido, lo soltaron. Promete uno de los clérigos contar una historia para el entretenimiento del camino

Il arrive un nouveau malheur à Guzman et à l’ânier.

Acontece nova desdita a Gusmão e ao burriqueiro.

8 En que Guzmán de Alfarache refiere la historia de los enamorados Ozmín y Daraja, según se la contaron

Histoire d’Ozmin et de la belle Daraxa. Historia d’Osmin e da bella Daraxa

9 Continuação da historia d’Osmin e Daraxa

10 Fim da historia d’Osmin e Daraxa

Anexo 3 Página 9

Passo 3: Averiguámos que as traduções portuguesas recriam o texto da tradução francesa seleccionada

nos passos 1 e 2.

Primera parte de Guzmán de Alfarache

(1599)

Histoire de Guzmán d’Alfarache ,

nouvellement traduite et purgée

des moralitez superfluës (1732)

Historia de Gusmão

d’Alfarache (1848)

El deseo que tenía, curioso lector, de contarte mi

vida me daba tanta priesa para engolfarte en

ella sin prevenir algunas cosas que, como primer

principio, es bien dejarlas entendidas -porque

siendo esenciales a este discurso también te

serán de no pequeño gusto-, que me olvidaba de

cerrar un portillo por donde me pudiera entrar

acusando cualquier terminista de mal latín,

redarguyéndome de pecado, porque no procedí

de la difinición a lo definido (….).

MES aïeux et mon père étaient originaires du Levant mais je les appellerai Génois, attendu que s'étant à établir à Gênes ils y furent agrégés à la noblesse. Ils s’attachèrent au négoce du change et du rechange, emploi ordinaire des nobles de cette ville.

Saberás, leitor amigo, que meus avós, tios e primos forão naturaes do Levante; eles viérão residir em Genova, onde se aggregárão á nobreza. Seu trato era o usual nessa terra, quero dizer o cambio e o recambio.

Anexo 4 Página 1

Anexo 4.

Bibliografia das obras dos tradutores portugueses dos romances

picarescos espanhóis

Vicente Carlos de Oliveira1 (?-?)

1. Obra traduzida:

Abade Vertot (1783) Historia das revoluções acontecidas no governo da República

Romana, traduzido por Vicente Carlos de Oliveira. Lisboa: Officina de José de Aquino Bulhões.

Young, Edward (1785) Noites de Young, a que se juntam muitas notas importantes e

varios opusculos do mesmo Young, traduzido por Vicente Carlos de Oliveira. Lisboa.

Young, Edward (1788) Nova tragédia intitulada A Vingança do dr. Young, traduzida em verso por Vicente Carlos de Oliveira. Lisboa: Officina Francisco Borges de Sousa.

Alemán, Mateo (1792-93) Vida, e acçoens celebres e graciosas, de Gusmaõ de

Alfarache, [traduzido por Vicente Carlos de Oliveira]. Porto: Officina Antonio Alvares Ribeiro.

2. Obra não-traduzida (obra própria):

(1784) Lisboa restaurada pelo grande e incomparável Rey Dom José I. Lisboa: Officina Fernando Jozé dos Santos.

(1788) Sacrificio campestre na morte do ser.mo sr. D. José principe de Brasil. Lisboa:

Officina de Simão Thaddeo Ferreira.

(1788) Portugal vem agradecer aos portuguezes as demonstrações de sentimento na

morte so sr. D. José, pirncipe do Brasil. Canção fúnebre. Lisboa: Officina de Simão Thaddeo Ferreira.

(1788) Nova ferida no coração de Portugal, pela morte da serenissima senhora D.

Marianna Victoria, infanta de Portugal. Elegia. Lisboa: Officina de Simão Thaddeo Ferreira.

1 Construída a partir de Innocencio (2001, VII:421-422) e completada pela nossa pesquisa bibliográfica.

Anexo 4 Página 2

(1790) Elogio para o dia natalicio da serenissima sr.aD. Maria Francisca Benedicta,

princeza do Brazil, etc. Lisboa: Officina Antonio Rodrigues Galhardo.

(1791) Adão redimido por Jesu Christo: poema evangélico. Lisboa: Officina Simao Thaddeo Ferreira.

“O traductor das Aventuras do rapaz de bom humor” (17—18--)

3. Obra traduzida:

(1804) Emilia ou os Amantes desgraçados. Novella de Monsieur de B. Traduzida em vulgar pelo traductor de Selicourt e das Aventuras do rapaz de bom humor. Lisboa: Nova Officina de João Rodrigues das Neves.

Boullault, Joseph Barthélémy (1804) A mendiga de qualidade. Anedocta fr. de Mr. Jh.

Boullault, traduzida em vulgar pelo traductor das Aventuras de bom humor. Lisboa: Tipografia Lacerdina.

(1806) Principe da Bretanha, Novella histórica, e moral, traduzida do Francez, pelo

Traductor das Aventuras do Rapaz de bom humor2.

M- Le sage(1820) O Triunfo da Probidade sobre a Ambição ou os Amores do Conde

Belflor com Leonor de Cespedes, novella de M. Le Sage, Author de Gil Braz, traduzida em Portuguez pelo Traductor das Aventuras do rapaz de bom humor. Lisboa: Tipografia Rollandiana.

José da Fonseca3 (1787-1866)

1. Obras dedicadas à língua portuguesa:

(1829) Novo diccionario da lingua portugueza. Paris: J.P. Aillaud.

(1833) Diccionario de synonymos portuguezes… Paris: J.P. Aillaud.

(1836) Novo Diccionario da lingua portugueza (…)seguido de um diccionario (…) dos

synonimos portuguezes. Paris: J.P.-Aillaud.

2 Citado em Catálogo de alguns libros, que ha para vender brochados em casa do Editor FBO de M.

Méchas (s.d.:18). 3 Construída a partir de Ramos (1972) e completada pela nossa pesquisa bibliográfica.

Anexo 4 Página 3

Fonseca, José/J. I. Roquette (1848) Diccionario da lingua portugueza e diccionario de

synonymos. Seguido do diccionario poetico e de epithetos. Pariz: J.P. Aillaud.

2. Obras dedicadas aos “clássicos” portugueses:

(1826-1827) Parnaso Lusitano, ou Poesias Selectas de auctores portuguezes antigos e

modernos, illustradas com notas. Precedido de uma historia abreviada da lingua e

poesia portugueza. 5 volumes. Paris: J.P. Aillaud.

(1834) Satyricos Portugueses. Collecção selecta de poemas heroi-comico-satyricos. Illustrado com notas. Paris: J.P. Aillaud/Typ. de Casimir. (vol VI do Parnaso)

(1837) Prosas selectas ou Escolha dos melhores logares dos auctores portuguezes

antiguos [sic] e modernas, ordenada e correcta por José da Fonseca. Paris: Livraria Europea de Baudry.

Camões, Luís Vaz de (1840) Os Lusíadas. Poema épico, restituido § sua primitiva linguagem, auctorisada com exemplos extrahidos dos escriptores contemporaneos a Camões (...) por José da Fonseca. Paris: Livraria Europea de Baudry.

3. Obra traduzida:

Fenlon F. Salignac (1837) Aventuras de Telémaco, filho de Ulysses, traducção do Capitão Manuel de Sousa e de Francisco Manuel do Nascimentos, retocada e correcta por José da Fonseca. Paris: na Livraria Europea de Baudry, 1837.

Lesage (1837) Historia de Estevinho Gonsalves, cognominado rapaz de bom humor, traduzida por José da Fonseca. Paris: Pillet Aîné.

(1838) Aventuras e astúcias de Lazarinho de Tormes, traduzidas por José da Fonseca. Paris: Beaulé e Jubin.

Lesage (1838) O Diabo coxo, traduzida por José da Fonseca. Paris: Typ. de Beaulé et Jubin.

Mallès de Beaulieu, Madame (1838) O Robinson de doze annos. Historia d’hum jovem

grumete abandonado n’huma ilha deserta, traduzida da 13ª edição franceza por José da Fonseca. Paris: Beaulé et Jubin.

Florian (1840) Galatea. Pastoral em prosa e em verso, traduzida por José da Fonseca. Paris: Pillet Aîné.

Anexo 4 Página 4

Salignac de La Mothe Fénelon, François de (1840) Lições de Fénelon. Histórias,

Fábulas e Contos pelo Autor de Telemaco, traduzidas por José da Fonseca. Paris: Typ. de Pillet Ainé.

Callery e Yvan (1853) A Insurreição da China desde sua origem até à tomada de

Nankin, traduzido por José da Fonseca. Paris: J. P. Aillaud e Monlon.

Moisy, Alexandre/Giacomo Barozzio Vignola (1853) O Vinhola dos proprietários, ou as cinco ordens de architectura. Seguido da Carpintaria, marcenaria e serralheiria, traduzido por José da Fonseca, Professor das línguas portugueza e franceza. Paris: J. Langlumé.

4. Obra não-traduzida (obra própria):

(1822) Epitome de Historia Antiga, para uso da mocidade portugueza nas primeiras

classes. Traduzido do francez em linguagem. Paris: off. de P.N. Rougeron.

(1829) A Pintura. Poema em três cantos offerecido ao muito alto e muito poderoso D.

Miguel I. Paris: Typ. de Rignoux.

(1836) Novo diccionario francez-portuguez composto sobre os melhores e mais

modernos dicionários das duas nações, e mui particularmente sobre os novíssimos de

Boiste e Laveaux, raymond, etc.; Paris: J.P. Aillaud 1836.

(1837) Nouveau dictionnaire de poche français-portugais et portugais-français. Paris: Thiériot.

(1838) Historia de D. Afonso de Braz, filho de Gil Braz de Santilhana. Paris: Imp. Beaulé et Jubin. (Pseudo-tradução de [1744] La Vie de Don Alphonse Blas de Lirias, fils

de Gil Blas de Santillane)

(1838) Grammatica da lingua franceza, composta segundo as melhores grammaticas

publicadas em França. Paris : Thiériot.

(1840) Novo diccionário portátil Portuguez-Francez e Francez-Portuguez. Lisboa : Typ. Rollandiana.

(1840) Dictionnaire français-espagnol et espagnol-français. Paris: Thiériot libraire.

(1853) Guide de la conversation française et anglaise, en deux parties. Paris: Thiériot. (1855) O Gil Braz da infancia, ou Aventuras de Gil Braz compendiadas para uso dos

meninos. Paris: J.-P. Aillaud, Monlon et Cª.

(1864) O Gulliver dos meninos, augmentado com outras viagens. Paris : Veuve J.-P. Aillaud, Guillard e Co.

Anexo 4 Página 5

4. Trabalho em periódicos:

(1820) O Contemporâneo Politico e Litterario, redigido por Cândido José Xavier / José da Fonseca / Manuel Corte-Real. Pariz : na Officina de P.N. Rougeron.

5. Participação em obras colectivas:

Crevel de Charlemagne, Louis-Ernest (1839) Art de la correspondance familière et

commerciale en six langues : français, anglais, italien, allemand, espagnol et

portugais... suivi d'un tableau comparatif de toutes les monnaies par MM. Fries, pour le

français et l'allemand, Crevel de Charlemagne, pour l'anglais et l'italien, Bartholome,

pour l'espagnol, et da Fonseca pour le portugais. Paris : Thiériot.

Briccolani, A. (1843) Nouveau Dictionnaire français-italien et italien-français, augmenté par Joseph da Fonseca. Paris: Thiériot.

António José Viale4 (1806-1899)

1. Obras dedicadas à língua portuguesa:

(1856) Projecto de bases para uma ortographia da língua portuguesa. Apresentado à Academia das Ciências.

2. Obras dedicadas aos “clássicos” portugueses:

(1863) Selecta Camoniana, ou excerptos dos Lusíadas, com summarios e notas

explicativas. Lisboa: Tipografia Universal.

3. Obra retrovertida:

Camões, Luis Vaz de (1875) O Episodio de D. Ignez de Castro, excerpto do canto III

dos Lusíadas, paraphraseado em versoso latinos. Lisboa: Tipographia Lallemant Frères. 4 Construída a partir de Rosado Fernandes (1965) e completada pela nossa pesquisa bibliográfica.

Anexo 4 Página 6

Camões, Luís Vaz de (1875) Tres excerptos dos Lusíadas, traduzidos em versos latinos. Lisboa: Tipografia Lallemant de Frères.

Camões, Luís Vaz de (1879) “Episodium Agnetis a Castro”. O Instituto XXVI. 394-399.

Camões, Luís Vaz de (1880) A Lusíada de Luiz Vaz de Camões, traduzida em versos latinos por Fr. Francisco de Santo Agostinho Macedo. Primeira edição revista por António José Viale. Lisboa: Imprensa Nacional.

“Ludovicum Camonium”. O Instituto XXXI. 33.

4. Obra traduzida:

Grandmaison y Bruno, G.F. (1838) Aventuras maravilhosas de Lazarilho de Tormes,

extrahidas das antigas chronicas de Toledo. Paris: Typographie Casimir/J.P.-Aillaud. (sem nome de tradutor)

Quadrini, Carlo Giuseppe. (1838) Instructions pour vivre chrétiennement dans le

monde, traduites de l’italien [par António José Viale]. Paris : A. Vaton. (sem nome de tradutor)

(1845) “Fragmento do 1º canto da Odisseia, traduzido em verso solto”, Revista Universal Lisbonse (IV, 471)

Homero / Dante Alighieri (1855) O 6º canto da Ilíada e os dois primeiros cantos do

Inferno de Dante, traduzidos das línguas originais. Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências.

Dante Alighieri (1855) O canto V do Inferno de Dante. In Annaes das Sciencias e

Letras, classe 2ª. 185 e ss.

Bispo Clermont (1859) Conferencias ecclesiasticas de Massilon, traduzidas em português por ordem e expensas de S.M. a rainha D. Estephania. Lisboa: Imprensa Nacional.

Dante Alighieri (1860) “Tradução do 3º canto do Inferno de Dante”. O Instituto IX. 297-298.

Homero (1861) “Tradução dos primeiros 67 versos da Ilíada”. O Instituto X. 128-129.

Simónide (1861) “Brevidade da vida, por Simónides”. O Instituto X. 129.

Safo (1861) “A Vénus. Ode traduzida de Safo”. O Instituto X. 187-188.

Simónides (1861) “Lamento de Danae, por Simónides”. O Instituto X. 263.

Anexo 4 Página 7

Bacchylides (1861) “Vantagens da paz, por Bacchylides”. O Instituto X. 263.

Dante Alighieri (1862) “O Canto 25o do Inferno de Dante”. Revista Contemporanea de Portugal e Brasil IV. 408.

Pindaro (1863) “Tradução da 11a Ode Olympica de Pindaro, A Agesidamo”. O Instituto XI. 16.

Sófocles (1863) “Monologo de Ajax antes de se suicidar. Traduzido da tragedia de Sophocles intitulada Ajax Furioso. O Instituto XI. 17.

Dante Alighieri (1874) “Francisca de Rimini. Episodio do 5o canto do Inferno de Dante”. O Instituto XX. 24-26.

Homero (1874) “Fala de Priamo prostrado aos pés de Achilles pedindo o resgate do cadaver de Heitor”. Instituto XX. 221-222.

Dante Alighieri (1874) “O Conde Ugolino. Episodio do Inferno de Dante”. O Instituto XX. 227-280.

Milton, John (1875) “Tradução de um excerpto do 3o canto do Paraíso Perdido de Milton”. O Instituto XXI. 272-274.

(1883) Tentativas dantescas. Precedidas de uma carta de Sua Magestade, El-Rei, o

Senhor D. Pedro V de saudosissima memoria. S.l.: Livraria Central de J. Diogo Pires.

5. Obra não traduzida (obra própria):

(1819) David Triumphante. Poema heróico offerecido ao Ill.o Sr. D. Vicente de Sousa

Coutinho. Conde d’Alva. Lisboa: Imprensa Régia.

(1856) Bosquejo historico-poetico dos acontecimentos mais importantes ocorridos em

Portugal até à morte do Senhor Rei D. João VI. Coimbra: Tipografia da Revista da Universidade. (2ª edição intitulada Bosquejo métrico dos acontecimentos mais

importantes da historia de Portugal até à morte do Senhor Rei D. João VI.)

(1856) Nova epitome da historia de Portugal para uso da Real Eschola Pimaria

estabelecida por sua Magestade El-Rei no Palacio de Mafra: Lisboa: Tipografia Castro & Irmão.

(1857) Lysiade, centuria historico poetica, em que se apontam os acontecimentos mais

importantes ocorridos em Portugal até à morte do Senhor Rei D. João VI, para uzo dos

alumnos do Real Collegio de D. Fernando Landim. Braga: Tipografia Lusitana.

(1859) Apontamentos para uma biographia de S.M. a Rainha, a senhora D. Estephania

de saudossima. Lisboa: Imprensa Nacional. (sem nome de autor)

Anexo 4 Página 8

(1861) Elogio histórico do Sr. João da Cunha Neves e Carvalho Portugal, lido na sessão pública da Academia a 10 de Março de 1861. Lisboa: Tipografia da Academia.

(1868) Miscellanea hellenico-litteraria offerecida aos estudantes da 2a

cadeira do

Curso Superior de Letras. Lisboa: Imprensa Nacional.

6. Trabalho em periódicos:

(1844) O Católico (principal redactor)

(1860) “A Estrela Vesper e a visão mystica”. O Instituto IX. 199-200.

(1861) “Discurso proemial na abertura da aula de literatura grega e latina do Curso Superior de Letras, em 15 de Janeiro de 1861”. O Instituto X. 36-41.

(1861) “Hymno a Roma ou ao Valor e Fortalez”. O Instituto X. 187.

(1868) “A Academia de Bellas Artes de Düsseldorf”. Monitor Português 15,16,18,22,25.

(1875) “Castilho”. O Instituto XXI. 128-131.

(1878) “Progresso ou retrocesso?”. O Instituto XXV. 175-179.

(1881) “Alexandre Herculano, Lavrador (soneto)”. O Instituto XXVIII. 273.

(1882) “Soneto”. O Instituto XXIX. 157.

(1883) “Bosquejo métrico da história de Portugal. Excerptos.” O Instituto XXX. 503-510.

Brito Aranha et al. (1896) Almanach do Diário de Notícias para 1896. Teve a colaboração de António José Viale. (Innocencio 2001:XX,149)

Archivo Pittoresco

Jornal de Bellas-artes (1843-1846) (Innocencio 2001:IV,177)

(1860) Miscellanea Litteraria: periodico mensal, publicado por uma Sociedade de

amigos da instrucção. Porto: Typ. António José da Silva Teixeira (Innocencio 2001:VI,255)

7. Participação em obras colectivas:

Anexo 4 Página 9

AAVV (1853) Album italo-portuguez. Prólogo de Lisboa: Imprensa Nacional. (Innocencio 2001:VIII,155)

O’Neill, Henrique (1883) Fabulas escolhidas entre as de Lessing, traduzidas litteralmente em prosa e imitadas em verso. Segunda edição revista e muito emendada. Coimbra: Imprensa da Universidade. “Contém uma carta de mui lisonjeira apreciação do sr. Conselheiro António José Viale”. (Innocencio 2001:XX,392)

(1889) Vinte annos de vida litteraria. Lisboa: Livraria de Antonio Maria Pereira. Com notas e apreciações bibliográficas de vários autores, entre eles, António José Viale. (Innocencio 2001, XX:121)

Anexo 5.

Pormenor de História Jocosa do Gran’Tacanho (1849)

Figura 1: Pormenor do texto de chegada História Jocosa do Gran’Tacanho que exemplifica a falta de correcção linguística das obras em língua portuguesa publicadas em Paris, devido ao desconhecimento do Português por parte dos impressores.

Anexo 6 Página 1

Anexo 6.

Reprodução das capas das traduções portuguesas dos romances

picarescos espanhóis

1792-93

Anexo 6 Página 2

1823-24:

Anexo 6 Página 3

1837

Anexo 6 Página 4

1838a

Anexo 6 Página 5

1838b

Anexo 6 Página 6

1848

Anexo 6 Página 7

1849

Anexo 7 Página 1

Anexo 7.

Detalhe da capa de O Diabo coxo (1838), traduzido por José da

Fonseca

1. Detalhe da capa de O Diabo Coxo (1838), traduzido por José da Fonseca

Figura 1: Pormenor do peritexto da retradução O Diabo coxo (1838), traduzido por José da Fonseca.

Anexo 8 Page 1

Anexo 8

Texto de chegada 1792-93

Manutenção + adição

1599 (2003:I,168) 1792-93 (I,47)

Y si tuviera entonces ocupado el estómago con algo, lo trocara en aquel punto, pues me hallé con las tripas junto a los labios.

(...) e se entaõ tivesse occupado o estomago com alguma cousa, o trocára naquele ponto, porque me achei com as tripas ao pé dos beiços.

Manutenção

1599 (2003:I,323) 1792-93 (I,219)

Ella, aunque se acostaba vestida, siempre andaba en cueros, y esta vez lo estaba, sin tener sobre los heredados de Eva camisa ni otra cobija. Y así desnuda, sin acordarse de cubrirse, salió corriendo, desvalida (…).

Ella, ainda que se deitasse vestida, sempre andava em couro, e esta vez o estava, sem ter sobre as heranças de Eva, camiza, nem outra cuberta; e assim nua, sem cuidar em cubrir-se, sahio correndo, assustada (...).

Manutenção

1599 (2003:I,324) 1792-93 (I,220)

Con esta alteración, si el fresco de la manãna no no hizo, a la señora mi ama le faltó la virtud retentiva y aflojándosele los cerraderos del vientre, antes de entrar en su cámara, me la dejó en portales y patio, todo lleno de huesezuelos de guindas, que debía de comérselas enteras. Tuve que trabajar por un buen rato en barrerlo y lavarlo, por estar a mi cargo la limpieza. Allí supe que las inmundicias de tales acaecimientos huelen más y peor que las naturalmente ordinarias.

Com esta alteração (se o fresco da manhã o naõ fez) a Senhora minha ama lhe faltou a virtude retentiva, e affrouxando-se-lhe os cadeados do ventre, antes de entrar na sua camera, deixou nos portaes, e no pateo, tudo cheio de caroços de ginjas, que devia de as comer inteiras. Tive que trabalhar por hum bocado em varrello, e lavallo, porque estava a limpeza a meu cargo. Alli soube, que as immundicias de taes acontecimentos cheiraõ mais que as ordinarias (...).”

Manutenção

1599 (2003:I,382) 1792-93 (I,282-283)

Serían como las ocho del día; quíseme levantar, porque me pareció que bien pudiera. Halléme de mal olor, el cuerpo pegajoso y embarrado. Acórdeseme de la mujer de mi amo el cocinero y, como en las turbaciones nunca falta un desconcierto, mucho me afligí. Mas ya no podía ser el cuervo más negro que las alas: estrégueme todo el cuerpo con lo que limpio quedó de las sábanas y añudéme mi hatillo. (…) Cubrí muy bien

Seriaõ quasi oito da manhã, quiz levantar-me, porque me pareceo, que bem podia, achei-me de máo cheiro, o corpo pegajoso, e emboldreado. Lembrei-me da mulher do Cosinheiro meu amo, e como nas perturbaçoens nunca falta hum desconcerto, muito me affligi; Mais já naõ podia ser o corvo maos negro que as azas: esfreguei-me todo o corpo, com o limpo que ficou dos lançoens, e atei o meu fatinho. (...) Cobri muito bem a

Anexo 8 Page 2

la cama, de manera que no se viera en entrando mi flaqueza y por ella me dieran otro nuevo castigo.

cama, de modo que entrando senaõ visse a minha fraqueza, e por ella naõ me acabassem de moer.

Manutenção

1599 (2003:I,441) 1792-93 (I,282-283)

Estaba el arcón en un retretillo como alcoba, mas adentro dela cámara en que dormía y, teniendo mi brazo arremangado dentro dél, acertó a darle a monseñor gana de orinar. Levantóse a su aposento y, no viendo algún paje, tomó el orinal, que estaba a la cabecera y, estando orinando, sentílo y alborotéme.

Estava a caixa em huma retrete como alcova, mas para dentro da camera em que dormia, e tendo o meu braço arregaçado dentro della, acconteceo dar ao Cardial vontade de ourinar: levantou-se ao seu aposento, tomou o ourinol que estava á cabeceira, e estando ourinando, senti-o, e assustei-me (...)

Textos de chegada 1804, 1823-24 e 1837

Texto de partida Omissão Manutenção Manutenção

[1646] 1990:I,272 1821:66 1823:I,102 1837:67-68

- Hijo, agora es tiempo de tratar de su salvación, pues llegado la intemerada, y así, esto poco de vida que le queda es menester empleara en confesar sus culpas y en pedir a Dios perdón de sus pecados. Respondíle: - Padre mío (…) si es ley humana que pague con la vida el delito que he cometido, vuestra reverencia advierta que no hay mandamiento ni percepto divino que diga: “no comerás ni beberás”; y así, pues no voy contra lo que Dios ha ordenado, vuestra paternidad trate de que se me dé de comer y beber…

Tenez, père, dit-il au moine, commencez par ce jeune homme; confessez-le, et le disposez à partir pour l'autre monde. Je me jetai aux pieds du cordelier, en implorant à haute voix sa protection (…) Je sentis tout à coup naître dans mon âme un repentir sincère de mes fautes. Je gémis-, je soupirai de douleur…

Padre, lhe diz o Escrivão, comece por este rapaz: confesse-o, disponha-o a partir para o outro mundo. Lancei-me aos pés do padre, implorando sua protecção(…). Senti de repente nascer na minha alma hum sincero arrependimento dos meus erros; gemi, suspirei de dôr…

Tenha vossa Reverencia a bondade de começar por este rapaz; confesse-o. e disponha-o a partir para o outro mundo. Lancei-me aos pés do padre, e implorando, voz em grita a sua protecção. (…) Senti então em minha alma sincero arrependimento de minhas faltas, gemi, suspirei…

Anexo 8 Page 3

Texto de partida Omissão Manutenção Manutenção

[1646] 1990:I,48-49 1821:8 1823:I,11-12 1837:10

y, por no tener en que probarlo y parecer diligente, tomé un peine, encajéselo en aquella selva de clines, arriméle el hierro, y levantándose una humareda, al son de un sonoroso chirriar y de un olor de pie de puerco chamuscado, le hice chicharrón todo el pelamen.

je tirai du feu un nouveau fer qui était tout rouge, et l'appliquant sous le nez du spadassin, je lui brûlai la lèvre supérieure avec une partie de la vigote que j'avois si témérairement entrepris de redresser.

Ø

tirei do lume hum ferro em braza, e applicando-o debaixo do nariz do valentão, queimei-lhe o beiço superior e huma parte do bigode, que eu temerariamente tinha emprehendido frizar.

Ø

tirei do lume o ferro em brasa, e applicando lho ao nariz, queimei-lhe o beiço superior, e parte do bigode.

Ø

Texto de partida Omissão Manutenção Manutenção

1990:I,122-125 1821:5 1823:I,7 1837:

Hícelo sentar sobre una silla vieja reservada y de respeto para gente de poco pelo; púsele por toalla un cernedero de colar lejía (…) Traté de esquilallo como a borrego y rapa terrón. Él me pedía que fuese sobre peine, y yo lo hacía sobre casco. En efecto, y lo empecé a trasquilar como a pobre y después lo esquilé como a carnero y después lo atusé como a perro lanudo. (…) le enjaboné los carrillos tan apriesa y tan apretadamente que en poco espacio pudiera ser, por la abundancia de espuma, o madre de Venus o mula de dotor. Sobajéle las barbas, aajéle los bigotes, raquéle las mejillas, lavéle los labios y depólvoréle las narices; y mi dos veces pobres, agarrado a su bacía de hocico, cerraba y hacíame más gestos que una mona.

Je fis asseoir le misérable sur une vieille escabelle réservée à ces sortes de gens; je lui passai autour du cou un torchon plus noir que la cheminée :

Ø après quoi je lui savonnai si rudement les joues, le nez, la bouche et les yeux, que je lui fis faire toutes les grimaces d'un vieux singe qui se voit tourmenté par son maître.

fiz assentar o pobre miseravel em huma trepeça velha, destinada para esta casta de gente; passei-lhe á roda do pescoço huma rodilha mais negra, mais negra que a chaminé,

Ø ensaboi-lhe rudemente as faces, nariz, boca e olhos de tal sorte que o desgraçado fazia carantonhas mais feias que hum macaco velho atormentado por seu dono.

mandei-o sentar n’hum banquinho, atei-lhe a pescoço huma rodilha mais negra que a chaminé,

Ø e ensaboei-lhe tão asperamente as bochechas, os olhos, e a boca, que o constrangi a fazer todas as caretas, e tergeitos d’hum macaco atormentado por seu dono.

Anexo 8 Page 4

Texto de partida Omissão Manutenção Manutenção

1990:I,125-128 1821:5 1823:7 1837:8

Tomé un hocino o navaja y empecé, no a cortar, sino a desgajar lana que aquel soto de barba, cuya espesura pudiera ser habitación de silvestres animales. (…) Era tan mal inclinada la navaja que cortaba la carne y no la barba. Yo, viendo que mi perroquiano tenía todo el rostro como zapato de gotoso, y que estaba teñido en la sagrientalidad, volvíle a dar otra agua por que no despeñase el rojo licor (…), limpiélo muy bien y, por ver que proseguían las corrientes, entré en mi aposento y saqué un gran puñado de telarañas, y muy al descuido, fui tapando las primeras cretas hechas en aquel rostro de peñasco, y las que cada instante le iba haciendo. Él no pudiendo soportar el dolor, me dijo: - Mancebito, mancebito, ¿raspa o degüela?

Ce fut bien une autre affaire , lorsque je vins à me servir du rasoir, ; qui, par malheur pour la peau du patient, se trouva si mauvais, qu'il enlevoit plutôt la chair que la barbe :

Ø mon petit seigneur, s'écria le mal- heureux, ne pouvant plus résister au mal que je lui faisois, dites-moi, je vous prie, si vous me rasez ou si vous m'écorchèz?

Foi ainda melhor quando chegou a occasião da navalha, que por desgraça para a pelle do paciente era tão má, que levava mais carne do que barba:

Ø

meu Senhor, diz o infeliz não podendo já resistir a tantos tormentos, diga-me se me quer retalhar ou fazer-me a barba?

Foi muito peior quando me servi da navalha, porque era tão má que levava couro, e cabello.

Ø Meu senhorsinho, exclamou o desgraçado, não podendo já soffrer o mal, que eu lhe causava, diga-me por que hé, se me barbeia ou escorcha?

Anexo 8 Page 5

Texto de chegada 1838a

Manutenção

[1554] 1989:79 1833: 38 1838a:210-211

Levantóse y asióme por la cabeza y llegóse a olerme. Y como debió sentir el huelgo, a uso de buen podenco, por mejor satisfacerse de la verdad, y con la gran agonía que llevaba, asiéndome con las manos, abríame la boca más de su derecho y desatentadamente metía la nariz. La cual él tenía luenga y afilada, y a aquella sazón, con el enojo, se había aumentado un palmo; con el pico de la cual me llegó a la golilla.

Y con esto, y con el gran miedo que tenía, y con la brevedad del tiempo, la negra longaniza aún no había hecho asiento en el estómago; y lo más principal: con el destiento de la cumplidísima nariz, medio cuasi ahogándome, todas estas cosas se juntaron y fueron causa que el hecho y golosina se manifestase y lo suyo fuese vuelto a su dueño.

il m’ouvrit avec ses deux mains la bouche beaucoup plus grande qu’elle n’avait coutume de s’ouvrir, et y introduisit son nez naturellement long et pointu, et que le dépit et la colère avaient encore fait croître d’un demi pied, de telle sorte qu’avec cette sonde de nouveau genre, il m’atteignait jusqu’au fond du gosier. (…) Pour mes péchées, avant que le méchant aveugle tirât sa trompe de ma bouche, mon cœur se souleva tellement, que je vomis pêle mêle et le nez et les dêbris de mon larcin que j’avais fort mal mâché.

Nada d'isto foi bastante: elle estava tão enraivecido que para se segurar da verdade, abrio-me com ambas as mãos a bocca, que ficou assim muito mais aberta que o costumado quando eu a abria por mim mesmo, e introduzio nella o seu nariz por natureza comprido e pontagudo, e que a ira e a cholera havião feito crescer mais meio palmo, de modo que com esta sonda de nova espécie, tocou-me até ao fundo da garganta. (…) Por mal de meus peccados, antes do velho tirar da minha bocca a sua tromba, tive hum enjoo tão forte, que vomitei de envolta o nariz, e os restos do meu roubo que havia mastigado mui mal.

Texto de partida Omissão Manutenção

1999:339 1833:246 1838a:210-211

Cuando llegué a tratar de la cuba, y lo que en Madrid me había sucedido en casa de un mesonero, dioles muy gran risa, particularmente a un gitano y a una gitana , que daban carcalladas de más de marca. (…) - No se corra, hermano que estos señores no se ríen de su vida, siendo ella tal que pide antes admiración que risa. (…) Sepa, pues, prosiguió él -, que los que allí ríen y carcallean son la doncella y clérigo que santaron por la ventana in puribus, cuando el diluvio de su cuba los pensó anegar…

Quand je vins à parler de la cuve et les avantures que j’avais épprouvées à Madrid, toute la compagnie partit d’un éclat, principalement un égyptien et une egyptienne qui surpassaient toutes les autres par leur joie bruyante. (….) Vous rougissez, mon frère, il n’y a certes pas de quoi ! ces messieurs et ces dames ne rient pas de votre aventure, mais de la bizarrie de la fortune, que nous fait précisément rencontrer le héros d’une pièce de théâtre qu’ils ont représentée dans plusieurs

Quando cheguei a fallar na tina e nas aventuras que passei em Madrid, toda a companhia soltou gargalhadas de riso, principalmente hum cigano e huma cigana que levavão a palma a todos os outros na alegria que mostravão ter, e na algazarra que fazião. (...)« Irmão, vós tendes vergonha, por certo não ha de que; estes senhores e senhoras não rim da vossa aventura, mas sim da extravagância da fortuna, que nos faz encontrar exactamente o heroe de huma peça de theatro, que elles representarão em muitas cidades.

Anexo 8 Page 6

villes.

Texto de partida Omissão Manutenção

[1620] 1999:331 1833:I,234 1838 a:254

“De lo que sucedió a Lázaro con una vieja alcabueta” Ø Ø

(…) con los golpes que el diablo del arca dio, se abrió y apareció dentro un galán mancebo con su espada y daga”

(….) quant’au meuble, la secousse fut si grande qu’il s’ouvrit et on en vit tomber une quantité d’effets précieux, et dessous se trouvait le frère où [sic] je ne sais quel parent de la vieille, qui de concert avec elle et la bonne dame de confiance avait été introduit par le stratagême, afin de pouvoir exploiter ce logis à son aise.

(….) em quanto á caixa, o aballo foi tamanho, que se abrio, e vio-se cahir d’ella huma grande quantidade de effeitos preciosos e por baixo se achava o irmão, ou não sei que parente da velha que de concerto com elle, e com a boa criada e havia introduzido em casa com este estratagema, a fim de poder roubar a casa á sua vontade.

Texto de partida Omissão Manutenção

[1620] 1989:365 1833:278-279 1838a:301-302

(…) vieron rodar una una cuba. (…) Fuese a la cuba y, destapándola, halló dentro un hombre y una mujer. No quiero decir cómo los halló, por no ofender las castas orejas del benigno lector y escrupuloso lector ; sólo digo que la violencia de su acción había hecho rodar la cuba, y fue causa de su desgracia, y de mostrar en público lo que hacían e secreto. Sacáronlos fuera: él parecía Cupido con su flecha, y ella a Venus con su aljaba. El uno y el otro desnudos como su madre los había parido, porque, cuando la justicia llamó, estaban en una cama haciendo las paces, y con el alarma no habían tenido lugar de tomar sus vestidos, y por esconderse se habían metido en aquella cuba vacía, donde proseguían su devoto ejercicio.

(…) qu’ils vinrent rouler un tonneau (…) Puis marchand droit à la cave, il trouva un homme qui devint plus pâle que la mort en se voyant découvert, et en entendant prononcer ces mots terribles : en prison.

(…) quando virão rodar un tonel. (…) Depois caminhando direito à adega, achou hum homem que ficou mais descorado que hum cadáver ao ouvir preferir esta terrivel palabra: Preso.

Texto de partida Omissão Manutenção

[1620] 1999:375 1801:301 1838a:324

Preguntóme una qué había hecho de su hábito; díjele que era el que yo llevaba. Sacó unas tijeras y, sin decir lo que queria, comenzó a

L’une d’elles me demanda ce que j’avais fait de son habit. C’est celui-là même que je porte, répliquai-je. Sans me

Huma dellas me preguntou que tinha eu feito do seu habito. Respondi-lhe que era aquelle mesmo que eu trazia vestido. Sem

Anexo 8 Page 7

cortar un pedazo de lo que primero encontró, que fue de hacia la horcajadura. Como vi que acudía aquellas partes, comencé a gritar porque pensé me quería castrar.

dire ce qu’elle volait faire, elle tire ses ciseaux et coupe un morceau du vêtement au premier endroit qu’elle peut saisir. Je fis un mouvement qui lui témoigna que je n’étais pas satisfait .

me dizer o que queria fazer, saca da tesoura, e corta hum pedacinho ao primeiro sitio que pôde apanhar. Fiz hum movimento que lhe deo a conhecer que não gostava da graça.

Texto de partida Omissão Manutenção

[1620] 1999:386 1833:318-319 1838a:341-342

Luego entraron por el aposento todas las mujeres y mi esposa detrás en camisa; una traía la cola. Tras eso me asieron cuatro, dos de los pies y dos de los brazos, y con gran diligencia me echaron cuatro lazos corredizos, atando las cuerdas a los cuatro pilares de la cama. Quedé como un San Andrés aspado. La primera cosa que me hicieron fue hacerme le besase el ojo trasero, diciendo era la primera ceremonia. (…) Roguéles me dejasen, que el apetito se me había pasado. Peláronme la horcajadura, y una dellas, la más atrevida, sacó un cuchillo, diciendo a las otras: - Tenedlo bien, que yo le sacaré las turmas para que otra vez no le venga la tentación de casarse. (…) Como vi mis supinos en peligro, hice tanto que quebré una cuerda y un pilar de la cama.

(…) je vis sortir à la queue les uns des autres quatres grans diables horribles, qui se placèrent aux quatre coins de mon lit. Sans dire mot, ils me prirent deux par les pieds et deux par les bras, et me jetèrent dans la chambre. Trois autres qui descendirent tout-à-coup par le plafond, m’attachèrent avec des fortes cordes aux quatre colomnes du lit, et je demeurait ainsi étendu en croix comme un Saint-André.

Ø (…) On me pela la tête, le menton, les paupières, les soucils (…). Cependant, ces tortures devinrent si terribles, qu’en faisant un grand effort, je rompis une corde et un pilier du lit.

(…) vi sahir huns atraz dos outros quatro grandes grandes e hediondos demonios, que se puzerão aos quatro cantos da minha cama. Sem me dizerem huma só palavra pegarão em mim, dois pelos pés e dois pelos braços, e me arrojarão sobre o chão da alcova. Outros tres que desceram logo pelo leito abaixo, me amarrarão com rijas cordas aos quatro balaústres do leito, e fiquei assim, estendido em cruz, como Santo André.

Ø (…) Reapárão-me a cabeça, a barba, as pálpebras, as sobrancelhas (…). Porém estes tratos tornarão-se tão terríveis que ao fazer hum grande esforço, quebrei huma corda e hum balaústre da cama.

Texto de partida Omissão Manutenção

[1620]1999:318 1833:215 1838a:234

Las probanzas se hicieron con facilidad, porque los aguaciles que los habían prendido los hallaron en flagrante delito, y los llevaron a la cárcel en camisa como estaban; los testigo eran michos y sus dichos verdaderos.

Les preuves se firent facilement,

Ø les témoins étaient en grand nombre, te leurs dépositions, à ce que l’on prétend véritables.

Os pontos da accusação provarão-se facilmente:

Ø as testemunhas erão em grande numero, e seus depoimentos, segundo se pretende, são verdadeiros.

Anexo 8 Page 8

Texto de chegada 1838b

Manutenção

[1554]1989:79 1801:I,38 1838b:II,43

Levantóse y asióme por la cabeza y llegóse a olerme. Y como debió sentir el huelgo, a uso de buen podenco, por mejor satisfacerse de la verdad, y con la gran agonía que llevaba, asiéndome con las manos, abríame la boca más de su derecho y desatentadamente metía la nariz. La cual él tenía luenga y afilada, y a aquella sazón, con el enojo, se había aumentado un palmo; con el pico de la cual me llegó a la golilla.

Y con esto, y con el gran miedo que tenía, y con la brevedad del tiempo, la negra longaniza aún no había hecho asiento en el estómago; y lo más principal: con el destiento de la cumplidísima nariz, medio cuasi ahogándome, todas estas cosas se juntaron y fueron causa que el hecho y golosina se manifestase y lo suyo fuese vuelto a su dueño.

Il se leva promptement, et me prenant par la tête il se mit à sentir mon haleine. Dans la rage où il était, il ne fit pas la chose à demi ; mais m’ouvrant la bouche à deux mains, il y mit son nez long et pointu ; je crus même, dans la frayeur où j’étais, qu’il avait allongé d’un pied ; car je m’imaginait sentir le bout jusques dans ma gorge. La peur que j’avais, jointe au peu de temps qu’avait eu l’andouille de se digérer dans mon stomac, et cette trompe d’éléphant qui m’ôtait la respiration tout cela, dis-je, fit que je renvoyait dehors avec effort , et l’exécrable nez, et l’andouille mal digérée.

Ergue-se de golpe; agarra-me; escancha-me a boca, e farisca-me o halito. Tão encarnizado estava, que não lhe bastando abril-a c’os as mãos, introduziu-lhe a desmarcada penca, de modo que a senti na guela. O susto, a linguiça não digerida, e a tromba d’elephante que me suffocava, taes engulhos me causárão, que vomitei o ferrado.

Texto de partida Manutenção

[1620] 1999:331 1801:II,86 1838b:II,133

“De lo que sucedió a Lázaro con una vieja alcabueta”

“Ce qui arriva à Lazarille, avec une maquerelle”

“O que aconteceu a Lazarinho com huma alcoviteira”

(…) con los golpes que el diablo del arca dio, se abrió y apareció dentro un galán mancebo con su espada y daga”

Du grand coup que le coffre donna, il s’ouvrit, et au dedans il parut un jeune galant, avec son épée et sa dague.

Ao estrondo d’elle, acudírão o pae, e a mãe da innocentinha menina, e achárão arca aberta; da qual surgiu hum joven galan com espada, e adaga.

Texto de partida Manutenção Manutenção

[1620]1999:318 1801:II,71 1838b:II,108

Las probanzas se hicieron con facilidad, porque los aguaciles que los habían prendido los hallaron en flagrante delito, y los llevaron a la cárcel en camisa como estaban; los testigo eran michos y sus dichos verdaderos.

Les preuves se firent fort facilement, parce que les sargents qui les avaient pris, les avaient trouvés en fagrant délit, et les avaient menés en prison nus, en chemise, comme ils étaient.

Não fôrão necessárias grandes provas; porque os esbirros apanharão minha mulher e D. Lourenço em flagrante delicto, e levárão-nos em camisa ao limoeiro.

Anexo 8 Page 9

Adição

1801:I,39 1838b:I,39

“Si j’enrageais de faim (…)” “Se as tripas me berravão com fome”

Adição

1801:II,13 1838b:II,20

J’allai chercher de quoi nous rafraîchir, nous nous

connaissons dès longtemps (…)

Eu disse ao hospede que nos trouxesse huma

garrafa de bom vinho; e, em quanto regavamos o

esophago(…)

Explicitação

1801:II,54 1838b:II,83

comme j’avais la bouche en bas, le mouvement de

la mule me fit rendre l’eau que j’avais avalé (…)

e ora; como eu hia de borco, o andar do jumento

fez-me vomitar quanta agua tinha na barriga

Adição

1801:II,59 1838b:II,91

Je m’en allai chez un de mes amis, où, après avoir avalé quelques verres de vin, pour m’ôter le méchant goût de l’eau.

Ø

Endireitei o fio para casa de certo amigo, e vasei

nas tripas tres copos de vinho excellente, para

perder o mau sabor da agua, que bolsara.

Adição

1801:II,87 1838b:II,131

Je m’en allai fort joyeux et content, je dépensai trois sols à souper…

Ø

Entrei immediatamente n’huma baiuca visinha ; e

consolando as tripas com dous, ou tres copos de

vinho, e hum prato de chanfana, fiquei como

hum padre.

Anexo 8 Page 10

Texto de chegada 1848

Texto de partida Omissão Manutenção

[1599] 2003:I,324 [1732] 1821:196 1848:121

Con esta alteración, si el fresco de la manãna no no hizo, a la señora mi ama le faltó la virtud retentiva y aflojándosele los cerraderos del vientre, antes de entrar en su cámara, me la dejó en portales y patio, todo lleno de huesezuelos de guindas, que debía de comérselas enteras. Tuve que trabajar por un buen rato en barrerlo y lavarlo, por estar a mi cargo la limpieza. Allí supe que las inmundicias de tales acaecimientos huelen más y peor que las naturalmente ordinarias.

Comme elle s'était aussi couchée in puris naturalibus; elle avoit, dans son empressement, négligé aussi-bien que moi de reprendre sa chemise. (…) Nous voyant délivrés de nos ennemis, j'examinai toutes les pièces de notre tapisserie l'une après l'autre, et en ayant fait un exact examen, je trouvai que la bataille sanglante dont le bruit nous avoit réveillés la patronne et moi, venoit de se donner pour un levraut tout lardé, que les chats s'étaient disputé avec tant de rage, qu'il n'en restait plus que les os.

Ø

“Assim que ella me olhou in puris naturabilus, despediu hum grito, e deu ao pé: eu tambem me restitui aos lençoens. Assim que amanheceu fui examinar a causa do combate gatesco, e notei que o motivara hum lebracho lardeado, do qual só ficarão os ossos.

Ø

Texto de partida Implicitação Explicitação

1599 (2003:I,168) [1732] 1821:39 1848:I,25

Y si tuviera entonces ocupado el estómago con algo, lo trocara en aquel punto, pues me hallé con las tripas junto a los labios.

[L]a vieille me fit sentir son

haleine, et il me sembla qu’elle

venoit de me communiquer sa

vieillesse et ses infirmités ;

heureusement je n’avois que du

vent dans l’estomac ; sans cela je

lui aurois rendu des poires pour

des prunes.

Eu voltei o rosto (a escommungada

parecia ter postema no bofe) e

disse commigo : “Po diabo, como

lhe fede o halito !”

Anexo 8 Page 11

Adição

[1732] 1821:18 [1732] 1821:9

Insensiblement il négligea ses affaires, s’en

repousa sur des commis, et, pour soutenir la

figure qu’il fasoit, il s’avisa de jouer e de faire

jouer chez lui de riches marchands qu’il engageoit

au jeu, après les avoir régalés, et qui avoient

toujour le malheur de perdre leur argent.

Lá abriu mesa, na qual enchia a pança e as de

gulosos parasitos. Tanto lhe deu na tola para

arremedar personagens de cutilique, jogar e

engolfar o jogo certos negociantes ricaços, depois

de bem abarrotados de opipara comezana,

rociada com çumo de uva.

Adição + explicitação

[1732] 1821:36-37 1848:I,22-23

Pour comble de misère, mon ventre m’avertissoit

qu’il étoit temps de souper.

Ø

Je connus alors la difference qu’il y a entre un

homme qui a faim et un homme rassasié ; entre

celui qui se voit à une borne table et celui qui n’a

pas un morceau de pain à manger.

E de veras, a minha situação nada tinha de

agradavel: a boca do estômago berrava-me com

fome, e impossível me era satisfazela. Não havia

naquelles arredores nenhuma baiuca: só huma

fonte corria ao pé da ermida Mas agua, e agua

sem petisco, faz criar rãs na barriga; eu quizera

antes huma gota de liquor tavernal com huma

sardinha salgada. negra cousa he a rafa! Oh! foi

então que eu soube a differença entre quem

enche a buzara, e quem faz cruzes na boca!

Explicitação + adição

[1732] 1821:39-40 1848:25-26

[M]algré la malpropreté du couvert et le mauvais

assaisonnement des œufs, je me jetai su

l’omelette comme un cochon sur le gland ; j’eus

beau la sentir deux ou trois fois croquer sous

mes dents, quoique cela dût me devenir suspect,

je ne laissai pas de passer outre (…).

Sem embargo d’isso, atirei-me á omeletta como

gato a fígado, e em duas lambuçadas, preguei

com tudo no bucho, inda que esbroei certos

ossinhos.

Anexo 8 Page 12

Adição

[1732] 1821:41 1848:I,25-26

Je demeurai quelque temps appuyé contre une

muraille qui servoit d’enclos à une vigne ; j’étois

pâle et abattu des efforts que j’avois faits. Il passa

par cet endroit un ânier (…).

Eu acabava de vasar a tripa, eis senão quando o

dono d’alguns burros, que hião sem carga, vendo-

me tão amarello como cidra (….).

Texto de chegada 1849

Explicitação

[1646] 1990:111-112 1849:I,28

“mas tal golpe me le dieron al caballo en la cara,

que, yendo a empinarse, cayó conmigo en una –

hablando con perdón – privada. Púseme cual v.m.

puede imaginar. (…) Vino la justicia (…) pidióme

como digo las armas, al cual respondí, todo sucio,

que, si no eran ofensivas contra las narices, que

yo no tenía otras (….) Pero, volviendo al aguacil,

quísome llevar a la cárcel, y no me llevó porque

no hallaba dónde asirme: tal me había puesto del

lodo. Unos se fueron por una parte y otros por

otra, y yo me vine a casa desde plaza,

martirizando cuantas narices topaba en el

camino. Entré en ella, conté a mis padres el

suceso, y corriéndose tanto de verme de la

manera que venía, que me quisieron maltratar.

“a pobre besta recebeu nos focinos tão forte

nabada, que empinando-se cahou comigo num

monturo onde fiquei atascado té os cotovelos.

(…) Os esbirros (…) chegárão-se depois a mim,

porém vendo não teu eu nenhuma [arma],

deixarão-me logo, e isso porque a fedentina do

meu vestuário não lhes ameigava muito o olfato.

Cada qual vasou-se então por seu cabo, e eu

inclinei o passo ao meu domicilio, martyrizando

quantos narizes topava no caminho. Entrei em

casa, referi a meus paes o successo, mas correrão-

se tanto do estado odorífero em que me achava,

que quizerão ir-me ao folle.

Adição

[1646] 1990:121 1849:I,44

Enojóse mucho, y díjome que aprendiese

modestia, y tres o cuatro sentencias viejas, y

fuese.

O Cabra não gostou d’essa irreverência (pois

assentava lá comsigo não ser animal risível, e

disse-me carredao: “Que aprendesse

modestia”.Arrojou-me quatro sentenças

bolorentas, e virou-me o az de copas” *expressão

que significa ânus]

Anexo 8 Page 13

Explicitação

[1646] 1990:122-123 1849:I,46

Diome gana de descomer aunque no había

comido, digo de proveerme, y pregunté por las

necesarias a un antiguo, y díjome: -“ Como no lo

son en esta casa, no las hay. Para una vez que os

proveeréis mientras estuviéredes, dondequiera

podréis; que aquí estoy dos meses ha, y no he

hecho tal cosa sino el día que entré, como agora

vos, de lo que cené en mi casa la noche antes.

¿Cómo encareceré yo mi tristeza y pena? Fue

tanta, que, considerando lo poco que había entrar

en mi cuerpo, no osé, aunque tenía gana, echar

nada dél.

“Eu tive vontade de dar de corpo, e perguntei a

hum criado onde estavão as latrinas. Elle

respondeu-me: “He cousa eu não sei se exista

nesta casa, pois não precisei d’ellas até hoje dous

mezes que me acho com meu amo em poder do

licenciado Cabra.” Quando eu ouvi essas palavras,

foi tal a tristeza que de mim se apossou, que perdi

no mesmo instante a vontade de desonerar o

ventre”

Explicitação + adição

[1636] 1990:126-127 1849:I,50-51

Dijimos, al fin, que nos dolían las tripas, y que

estábamos muy malos de achaque de no haber

hecho nuestras personas en tres días (…).

haciendo llamar una vieja de setenta años, tía

suya, que le servía de enfermera, dijo que nos

echase sendas gaitas.

Empezaron por don Diego; el desventurado

atajóse, y la vieja, en vez de echársela dentro,

disparósela por entre la camisa y el espinazo (…)

Yo me resistía, pero no me valió, porque,

teniéndome Cabra y otros, me la echó la vieja, la

cual, de retorno, di con ella en toda la cara.

Enójose Cabra conmigo, y dijo que él me echaría

de su casa, que bien se echaba de ver que era

bellaquería todo.

(…) dissemos que nos doião as tripas. O Cabra

mandou chamar huma velha de setenta anos, tia

sua, a qual lhe servia de enfermeira, e disse-lhe

que nos desse huma mesinha. A tarasca começou

por Dom Diego, mas, em vez d’emborcar-lha no

ânus, ensopou-lhe toda a camisa, e rociou-lhe o

espinhaço. (…)

Eu recalcitrei, porém esse alma damnada mandou

segurar-me por dous criados, e fui obrigado a

recebela, mas logo, como se fora esguicho,

recambiei-a inteirinha na cara da enfermeira, e

na do Cabra, o qual fazendo ridículas

carantonhas, e bradando: “Pó diabo! Como

fede!” (…)

Anexo 8 Page 14

Explicitação

[1646] 1990:146 1849:I,92

“Entre tanto, aquel maldito que estaba junto a mí

se pasó a mi cama y proveyó en ella, y cubrióla.”

“Nesse ínterim, o maldito que estava junto a

mim, passa á minha cama, enche-a de doce de

cócoras, cobre-a, torna para a sua, e cessão os

açoutes.”

Anexo 9 Page 1

Anexo 9

Texto de partida 1792-93

Texto de chegada 1792-93 Texto de partida 1599 Marca de estilo picaresco

Classificação Fonte Marca de estilo picaresco ou de língua literária

Classificação Fonte Procedimento

"que houve muitos dares e tomares"

expressão idiomática

Fonseca:332

"que hubo muchos dares y tomares

expressão idiomática

Cervantes [1615] 2001:II,575 Close 2004:220

manutenção

"se não tivesse sangrado na saúde"

expressão idiomática

Faria:IV,513

"si no hubiera purgado en salud"

padrão

Covarrubias:1271 adição

Texto de chegada 1792-93 Texto de partida 1599 Marca de estilo picaresco Classificação Fonte Marca de estilo picaresco ou

de língua literária Classificação Fonte Procedimento

"A Roma por todo"

expressão idiomática

Faria:IV,463

"A Roma por tudo" padrão

Covarrubias:1414

omissão

Anexo 9 Page 2

Texto de chegada 1804, 1823-24

Texto de chegada 1823-24 Texto de partida 1734 Marca de estilo picaresco Classificação Fonte Marca de estilo picaresco ou

de língua literária Classificação Fonte Procedimento

"homem de má casta" familiar Faria:II,168 "ces sortes de gens" padrão 1740:I,756 adição

"carantonha" familiar Faria:II,119 "grimaces" padrão 1740:I,780

adição

"empreitada" familiar Faria 1849:II,369

"besogne" familier 1740:I,156 manutenção

"bofetões" familiar Faria:I,894 "gourmades" padrão 1740:I,767

adição

"estouvado" familiar Fonseca:495 "coup d'étourdi" padrão 1740:I,634

adição

"basofia" familiar Faria:I,798 "effronterie" padrão 1740:I,556

adição

"pôr a última mão" expressão idiomática

Faria 1849:III,224

"mettre la dernière main" expressão idiomática

1740:II,62 manutenção

Anexo 9 Page 3

Texto de chegada 1823-24 Texto de partida 1734 Marca de estilo picaresco ou de língua literária

Palavra Palavra Marca de estilo picaresco Classificação Fonte Procedimento

"empreitada" familiar Faria 1849:II,369 "besoge" familier 1740:I,156 manutenção

"vigiar sobre mim" padrão Faria 1849:IV,258 "avoir l'oeil sur moi"

expressão idiomática 1740:II,214 Omissão

"tudo hia o melhor do mundo" padrão Faria 1849:III,241 "alloit le meilleux du monde" familier 1740:II,126 Omissão

"além das" padrão Faria 1849:I,88) "je n'en fus pas quitte" familier 1740:II,473 Omissão

"pôr a última mão" expressão idiomática

Faria 1849:II,281 "mettre la dernière main"

expressão idiomática 1740:II,62 Manutenção

"desfilado" padrão Faria 1849:II,281 "détaler" bassement 1740:I,490 Omissão

"pedir a altas vozes" padrão Faria IV:830 "demandoit à cor et à cris" expressão idiomática 1740:I,368 Omissão

Texto de chegada 1837

Anexo 9 Page 4

Texto de chegada 1837 Texto de partida 1734 Marca de estilo picaresco Classificação Fonte Marca de estilo picaresco ou

de língua literária Classificação Fonte Procedimento

"fazer todas as caretas" familiar Faria:II,127 "grimaces" padrão 1740:I,780 adição

"empreitada" familiar Faria 1849:II,369 "besogne" familier 1740:I,156 manutenção

"ás mil maravilhas" expressão idiomática Faria:IV,310 "alloit le mieux du monde" familier 1740:II,126 manutenção

"estouvado" familiar Fonseca:495 "coup d'étourdi" padrão 1740:I,634 adição "surra" familiar Faria:IV,655 "il m'avoit puni" padrão 1740:II,454 adição “desancado" vulgar Faria:II,779 "etrivières" padrão 1740I,637 adição "má catadura" familiar Faria:II,182 "air de mauvais garçon" padrão 1740:II,96 adição "tive o descoco" familiar Faria:II,796 "effronterie" padrão 1740:I,556 adição "doentes tão asnos" familiar Faria:I,593 "malades assez fous" padrão 1740:I,705 adição

"Ele estava tão pedra e cal" expressão idiomática Faria:IV,135 "Entêté" padrão 1740:I,596 adição

Anexo 9 Page 5

Texto de chegada 1837 Texto de partida 1734 Marca de estilo picaresco ou de língua literária

Classificação Fonte Marca de estilo picaresco Classificação Fonte Procedimento

"empreitada" familiar Faria 1849:II,369 "besoge" familier 1740:I,156 manutenção

"assistir pessoalmente a esta tarefa" padrão

Faria 1849:IV,258 "avoir l'oeil sur moi"

expressão idiomática 1740:II,214 omissão

"ás mil maravilhas" expressão idiomática Faria:IV,310 "alloit le meilleux du monde" familier 1740:II,126 manutenção

"não fiquei só" padrão Faria:IV,599 "je n'en fus pas quitte" Familier 1740:II,473 omissão

"franzir hum bigode padrão Faria:III,210 "mettre la dernière main" expressão idiomática 1740:II,62 omissão

"enfiando-me de esquentilhão" padrão Faria:II,1120 "détaler" bassement 1740:I,490 omissão "requereu-me com tanta eficacia" padrão Faria:IV,422 "demandoit à cor et à cris"

expressão idiomática 1740:I,368 omissão

Anexo 9 Page 6

Texto de chegada 1838a

Texto de chegada 1838a Texto de partida 1833 Marca de estilo picaresco Classificação Fonte Marca de estilo picaresco ou

de língua literária Classificação Fonte Procedimento

"o que me segurou na borda do precipicio"

expressão idiomática Faria:IV,279 "arreté sur le bord de l'abîme"

expressão idiomática 1835:20 manutenção

Texto de chegada 1838a Texto de partida 1833 Marca de estilo picaresco ou de língua literária

Classificação Fonte Marca de estilo picaresco Classificação Fonte Procedimento

"o que me segurou na borda do precipicio"

expressão idiomática Faria:IV,279 "arreté sur le bord de l'abîme"

expressão idiomática 1835:20 manutenção

Anexo 9 Page 7

Texto de chegada 1838b

Texto de chegada 1838b Texto de partida 1801 Marca de estilo picaresco Classificação Fonte Marca de estilo picaresco ou

de língua literária Classificação Fonte Procedimento

“e vim eu á luz” expressão idiomática

Faria:III,1237 "elle y accoucha de moi" padrão 1835:60

adição

"lambareiros accusárão" chulo Faria:III,1096 "fut accusé" padrão 1835:67 adição

“diabolicos” familiar Faria:II,872 adição "o cachorro entrava" vulgar Fonseca:225 "le Maure venait" padrão 1835:6014 adição "descaramento" familiar Faria:II,791 "librement" padrão 1835:3418 adição "carranca" familiar Faria:II,145 "(pitoyable) mine" padrão 1835:3725 Adição "[carranca] capaz de desmammar crianças"

expressão idiomática Manique:40 adição

"engrilava-me" familiar Faria:II,1128 "me fit peur" padrão 1835:4353 adição "coco" familiar Faria:II,394 "la bête" padrão 1835:612 adição "surripiava" chulo Fonseca:905 "dérobait" padrão 1835:1759 adição "surra" familiar Faria:IV,655 "en me ménaçant" padrão 1835:3659 adição

"tremendo como varas verdes" expressão idiomática Faria:IV,772 "la crainte" padrão 1835:1488 adição

"deixar mal cuzinhado" vulgar Faria:II,612 "jeter la manche après la coignèe"

expressão idiomática 1835:3270 manutenção

"sem abrir o bico" familiar Faria:I,865 "sans murmure" padrão 1835:3848 adição "se deu a perros" expressão Faria "fâcheries et peines" familier 1835:2403 manutenção

Anexo 9 Page 8

idiomática 1849:III,382

Texto de chegada 1838b Texto de partida 1801 Marca de estilo picaresco ou de língua literária

Classificação Fonte Marca de estilo picaresco Classificação Fonte Procedimento

"ma foi" familier 1835:2569 omissão

"não pôr pé" padrão Faria:IV,130 "ne mettre plus le pied" expressão idiomática 1835:3702 omissão

"deixar tudo mal cuzinhado" vulgar Faria:II,612 "jeter la manche après la coignée"

expressão idiomática 1835:3270 manutenção

"se deu aos perros" expressão idiomática

Faria 1849:III,382 "fâcheries et peines" familier 1835:2403 manutenção

Anexo 9 Page 9

Texto de chegada 1848

Texto de chegada 1848 Texto de partida 1732 Marca de estilo picaresco Classificação Fonte Marca de estilo picaresco ou

de língua literária Classificação Fonte Procedimento

"elles fazião (...) ouvidos de mercador"

expressão idiomática Manique:88 "laissoient parler les médisants" padrão 1740:II,100 adição

"olhos em alvo" expressão idiomática Manique:15 "yeux tournés vers le ciel" padrão

1740:II,214-216 adição

"alma-damnada" familiar Faria 1849:II,99 "corsaires d'Alger" padrão 1740:I,379 adição

"pespegou" Vulgar Faria:IV,182 "le firent esclave" padrão 1740:I,619 adição

"vomitar o ferrado" expressão idiomática Manique:54 "d'en tirer pied ou aîle"

expressão idiomática 1740:I,46 manutenção

"urdiu um carapetão" familiar Faria:II,120 "persuader" padrão 1740:II,319-320 adição

"enguliu a moca" chulo Fonseca:684 "sans qu'elle eût le moindre soupçon" padrão 1740:II,692 adição

"em carne e osso" expressão idiomática Faria:IV,55 "en chair & en os" padrão 1740:I,245 adição

"cruzou-se a hum arranjo" familiar Faria:I,556 "en venir aux éclaircissements" padrão 1740:I,545 adição "chorrilho" familiar Faria:II, 319 "infinité" padrão 1740:I,864 adição

Anexo 9 Page 10

"chelpa" familiar Faria:II,290 "une partie" padrão 1740:II,276 adição "enchia a sua pança" chulo Fonseca:730 "faire de la dépense" padrão 1740:I,471 adição "lhe deu na tola" chulo Faria:IV:713 "s'avisa" padrão 1740:I,121 adição

"abarrotados" chulo Faria:1849:I,6 "après les avoir regalés" padrão 1740:II,521 adição

"opipara comezana" familiar Faria:II,431 "laissoient parler les médisants" padrão 1740:II,100 adição

Texto de chegada 1848 Texto de partida 1732 Marca de estilo picaresco ou de língua literária

Classificação Fonte Marca de estilo picaresco Classificação Fonte Procedimento

"continuou o seu mister" padrão Faria 1849:III,259 "dans une plus belle passe" familier 1740:II,280 omissão

"vomitar o ferrado" expressão idiomática Manique:54 "d'en tirer pied ou aîle"

expressão idiomática 1740:I,46 manutenção

"tours de passe passe" expressão idiomática 1740:II,281 omissão

"donna par lá beu jeu" familier 1740:I,963 omissão

Anexo 9 Page 11

Texto de chegada 1849

Texto de chegada 1849 Texto de partida 1632 Marca de estilo picaresco Classificação Fonte Marca de estilo picaresco ou

de língua literária Classificação Fonte Procedimento

"affirmasse á boca cheia" expressão idiomática

Faria 1849:I,287 "quiso esforzar" padrão

Covarrubias:372 adição

"bacharelavão" familiar Faria 1849:I,216 "daban en decir" padrão

Covarrubias:298 adição

"ensaboava os focinhos" familiar Faria 1849:III,42 "le daban con el agua" padrão

Covarrubias:298 adição

"forte curra que mammou" chulo

Faria 1852:III,1285 "azotes que de dieron" padrão

Covarrubias:298 adição

"jazeu muito tempo no cagarrão" chulo Fonseca 1852:227 "estuvo preso" padrão

Covarrubias:595 adição

"huma carunchosa velha" familiar Faria:II,166 "una vieja" padrão Covarrubias:672 adição

"acerca de certo cabrão"1 termo injurioso Faria:II,17 "de un cabrón" padrão Covarrubias:167 adição

1 No texto de partida, a palavra “cabrón” refere-se a um ser mitológico, que era enviado pelo demónio às bruxas (Covarrubias:167; Ynduráin 2005:98,n.6): “Sólo diz que se dijo no sé qué de un cabrón y volar, lo cual la puso cerca de que la diesen plumas con que lo hiciese en público” (Quevedo [1626] 2005:98-99). No texto de chegada, parece-nos que a palavra “cabrão” se refere a um ser humano que, porque iria denunciar a bruxaria praticada pela mãe do protagonista, é nomeado de maneira injuriosa pelo narrador: “Cahiu-me da ideia o que a carcassa me rosnou acerca de certo cabrão, o qual, por hum triz, não expoz minha mãe a ser emplumada publicamente” (1849:I,9). De notar, que o tradutor omite o verbo “volar”, retirando assim a informação sobre os poderes extraordinários com que o ser mitológico “cabrón” é apresentado no texto de partida.

Anexo 9 Page 12

"hia sempre co'a sua avante" expressão idiomática Faria:I,666 "cara de risa" padrão

Covarrubias:606 adição

"mui pausado e concho" familiar Faria:II,107 "decía en manos" expressão idiomática

Ynduráin 1990:101,n.12 manutenção

"algoz lhe sacudio o dorso" familiar Faria:IV,493 "bataneado" padrão Covarrubias:126-127 adição

Texto de chegada 1849 Texto de partida 1632 Marca de estilo picaresco ou de língua literária

Classificação Fonte Marca de estilo picaresco Classificação Fonte Procedimento

"Foi mulher de bom parecer" padrão Faria:IV;104 "Tuvo muy bien parecer" modos de hablar Covarrubias:1345 omissão

"Es para dar mil gracias a Dios"

dícese cuando lleva buena mutestra los trigos y frutas y por otras cosas que dan admiración Correas:529 omissão

"Eu soube tambem que" padrão Faria:IV,674 "dizque"

palabra aldeana, que no se debe usar en la corte

Covarrubias:324 omissão

"Cahou-me da ideia" padrão Faria:II,38 Dizque

palabra aldeana, que no se debe usar en la corte

Covarrubias:324 omissão

"mui pausado e concho" familiar Faria:II,107 "decía en manos" expressão idiomática

Ynduráin 2005:101,n.12 manutenção