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de indicadores do SUS N° 6 - Biblioteca Virtual em Saúde MSbvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/painel_indicadores_sus_promocao... · a polÍtica nacional de promoÇÃo da saÚde

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de indicadores do SUS N 6

O Painel de Indicadores do SUS distrudo gratuitamente.Para receb-lo, escreva ao

Departamento de Monitoramento e Avaliao da Gesto do SUSSecretaria de Gesto Estratgica e ParticipativaMinistrio da SadeSAFS - Setor da Administrao Federal Sul, quadra 2, lotes 5 e 6Edf. Premium, bloco F, torre I, 1 andar, sala 10570070-600 - Braslia/DF

[email protected]

Ou

Organizao Pan-Americana da Sade/Organizao Mundial da SadeSEN - Setor de Embaixadas Norte, lote 1970800-400 - Braslia/DFCaixa Postal: 08729

Painel de Indicadores do SUS

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APRESENTAES

EDITORIAIS

A POLTICA NACIONAL DE PROMOO DA SADE E O PACTO PELA SADE

DEMOCRACIA PARTICIPATIVA E CONTROLE SOCIAL NO SUS

PROMOO DA SADE E DETERMINANTES SOCIAIS

PRTICAS EDUCATIVAS NO SUS: EMPODERAMENTO PARA PROMOO DA SADE

ALIMENTAO SAUDVEL

PRTICAS CORPORAIS/ATIVIDADE FSICA

PREVENO E CONTROLE DO TABACO

LINHA DO TEMPO DA PROMOO DA SADE

A POLTICA DE SADE MENTAL, LCOOL E OUTRAS DROGAS NO SUS

LEI SECA: EXPERINCIA BEM SUCEDIDA PARA A PROMOO DA SADE

PREVENO DE VIOLNCIAS E PROMOO DA CULTURA DE PAZ

PROMOO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL

DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS DE ADOLESCENTES E JOVENS

A ESTRATGIA SADE DA FAMLIA

PROMOO DA SADE NO SETOR DE ASSISTNCIA PRIVADA

AVANOS E DESAFIOS DA POLTICA NACIONAL DE PROMOO DA SADE

CONASS

CONASEMS

METAS DO MILNIO

NA INTERNET

PUBLICAES

SIGLRIO

Uma vez mais, Ministrio da Sade (MS) e Organizao Pan-Americana da Sade (OPAS) confl uem interesses que resultam neste trabalho, o Painel de Indicadores do SUS n 6 - Temtico - Promoo da Sade, cujo cuidado tcnico e acessibilidade no contedo e na linguagem tm permitido cada vez mais a ampliao e diversifi cao do pblico de interesse.

A Promoo da Sade uma estratgia de produo de sade, ou seja, um modo de pensar e operar articulado s demais polticas e tecnologias acessveis, para assim contribuir na construo de aes que possibilitem responder s determinaes sociais em sade.

As principais prioridades de sade so determinadas pelas condies de vida da populao, ligadas situao social e econmica, razo porque o combate pobreza constitui o primeiro objetivo de desenvolvimento do milnio.

A Organizao Pan-Americana da Sade um organismo internacional com mais de um sculo de experincia, dedicados a melhorar a sade dos povos das Amricas. Sua misso orientar os esforos de colaborao entre pases e parceiros, no sentido de promover a equidade na sade, combater doenas, melhorar a qualidade e elevar a expectativa de vida no continente. A Organizao tambm contribui para promover estilos de vida saudveis, prevenindo os problemas de sade tpicos do desenvolvimento e da urbanizao, como as enfermidades cardiovasculares, cnceres, diabetes, acidentes de trnsito, tabaco, drogas e alcoolismo.

O estudo do tema na Organizao, assim como a busca de alternativas e iniciativas para a Promoo da Sade, tem como base evidncias cientfi cas, de maneira tal, que deve o setor sade assumir sua responsabilidade na abordagem da promoo, partindo do diagnstico da situao, gerao de informao de qualidade, at a liderana, facilitao e participao com outros setores da sociedade para defi nir e executar polticas pblicas integradas. As aes de promoo sade so princpios fundamentais de uma poltica de sade pblica efi caz alinhada com o Programa Mais Sade: Direito de Todos, o Pacto pela Vida e as Metas do Milnio.

A publicao Painel de Indicadores do SUS n 6 - Temtico - Promoo da Sade reafi rma o compromisso da OPAS de apoio s iniciativas de democratizao da informao em sade e contribui de modo articulado aos esforos da Organizao Mundial da Sade para o enfrentamento das determinaes sociais.

Esse painel temtico reacende a discusso, coloca em foco a questo da determinao social em sade e nos convida refl exo acerca do protagonismo social na sade.

Convido a todos a conhecer tambm a iniciativa Rostos, Vozes e Lugares, da OPAS/OMS, cujo objetivo apoiar municpios e comunidades vulnerveis, selecionados segundo critrios de prioridades e polticos, para trabalhar na busca da equidade e da promoo de polticas pblicas que apiem o desenvolvimento local.

Boa leitura.

Diego Victoria MejaRepresentante da OPAS/OMS no Brasil

Painel de Indicadores do SUS

4 Ministrio da Sade/Secretaria de Gesto Estratgica e ParticipativaDepartamento de Monitoramento e Avaliao da Gesto do SUS

Painel de Indicadores do SUS

5Ministrio da Sade/Secretaria de Gesto Estratgica e ParticipativaDepartamento de Monitoramento e Avaliao da Gesto do SUS

com satisfao que vejo o Painel de Indicadores do SUS dedicar as pginas de seu sexto volume promoo da sade, assunto de extrema importncia para gestores e sociedade.Preveno e orientao adequada sobre hbitos saudveis so medidas que tm impacto

direto na qualidade de vida do cidado, no perfi l de doenas e mortalidade da populao e na presso das demandas sobre o sistema de atendimento sade.

Atitudes como fumar, consumir baixa quantidade de frutas, de legumes e de verduras, alm do consumo de lcool e falta de atividade fsica infl uenciam diretamente no adoecimento das pessoas.

Os nmeros mais recentes indicam o tabagismo como responsvel por 18% das mortes por cncer; o baixo consumo de frutas, legumes e verduras, por 6% e o consumo de lcool, por 5%.

Se h implicaes negativas para a qualidade de vida e longevidade da populao, os impactos econmicos de problemas como esses, que podem ser evitados, no devem ser desprezados: somente o cncer consome mais de R$ 1 bilho do Sistema nico de Sade a cada ano.

Esta edio do Painel de Indicadores instiga-nos a refl etir tambm sobre o papel dos determinantes sociais na promoo da sade. O investimento em polticas pblicas intersetoriais e bem coordenadas com outras reas do governo e com a sociedade civil deve continuar a ser objeto de nossa ateno.

Temos tratado a promoo sade como tema prioritrio da agenda do Ministrio, sob o raciocnio de que ela uma das bases para reordenar o atendimento populao. Nesta publicao possvel conhecer algumas iniciativas que tm nos levado a avanar nessa rea, entre as quais destaco a Poltica Nacional de Promoo da Sade e a constituio da Comisso Nacional sobre Determinantes Sociais da Sade.

O sexto Painel rene, portanto, elementos importantes para se pensar o papel do Sistema nico de Sade como promotor de condies para que as pessoas vivam mais saudveis e por mais tempo, com acesso informao, educao e construo de uma nova conscincia poltica na sade.

Boa leitura a todos.

Jos Gomes TemporoMinistro da Sade

Painel de Indicadores do SUS

6 Ministrio da Sade/Secretaria de Gesto Estratgica e ParticipativaDepartamento de Monitoramento e Avaliao da Gesto do SUS

O Painel temtico Promoo da Sade tem o objetivo de disseminar informaes sobre a situao de sade da populao brasileira, seus determinantes e condicionantes, visando apoiar o planejamento, implementao e monitoramento das aes desenvolvidas pelas trs esferas de gesto do SUS para garantir qualidade de vida populao brasileira, bem como estimular a ao intersetorial para a promoo da sade.

Esta edio apresenta um balano dos principais resultados alcanados at o momento em diversos eixos da Poltica Nacional de Promoo da Sade (PNPS), lanada em 2006, cuja agenda prioritria contempla: promoo da alimentao saudvel e de atividades fsicas, preveno e controle do taba-gismo, reduo da morbimortalidade em decorrncia do uso abusivo do lcool e outras drogas, preveno da violncia e estmulo cultura de paz, reduo da morbimortalidade por acidentes de trnsito e a promoo do desenvolvimento sustentvel.

Os indicadores aqui apresentados expressam, dentro dos limites da publicao e dados disponveis, alem das clssicas dimenses de estrutura, processo e resultados, a forma como as questes culturais, sociais, econmicas e ambientais interferem na sade.

Nesse contexto, o Ministrio da Sade (MS), por meio do Comit Gestor da Poltica Nacional de Promoo da Sade (CGPNPS), vem coordenando as aes de promoo no mbito do SUS e ampliado o dilogo com a sociedade civil, no sentido de fortalecer a consolidao da PNPS enquanto poltica fundamental para o exerccio do controle social e qualifi cao do processo de gesto compartilhada da sade. O Comit rene todas as secretarias e instituies do MS, o Conass [Conselho Nacional de Secretrios Estaduais de Sade] e o Conasems [Conselho Nacional de Secretarias Municipais].

Dentre os avanos, contabilizamos a insero de indicadores de promoo da sade no Pacto pela Sade, a defi nio de uma linha de fi nanciamento federal para a poltica, a insero nas prioridades do Mais Sade, alm da articulao intersetorial visando ampliar e fortalecer o tema.

Nos ltimos anos, a Secretaria de Vigilncia em Sade (SVS) vem envidando esforos no sentido de fortalecer ainda mais esse processo. Alm de realizar a secretaria executiva do Comit Gestor da Poltica, a SVS repassa recursos fi nanceiros para as aes de promoo da sade em estados e municpios, fortalecendo a rede de promoo sade.

Este documento foi articulado pelo CGPNPS com o objetivo de comunicar os avanos da Poltica junto s lideranas sociais, conselheiros, usurios do SUS, gestores, profi ssionais e estudiosos da sade. Com esta publicao, buscamos ampliar o conhecimento destes atores e aperfeioar seus mecanismos de atuao tcnica e poltica em prol de melhores condies de vida para suas comunidades.

Neste momento, devemos continuar avanando, inserindo o tema da Promoo nas agendas prioritrias e nos planos de sade, bem como nas diversas ferramentas de gesto. Desta maneira conquistaremos melhoria na qualidade de vida, reduo das vulnerabilidades e iniqidades da sade em nosso pas.

Gerson Oliveira PennaSecretrio de Vigilncia em Sade

Painel de Indicadores do SUS

7Ministrio da Sade/Secretaria de Gesto Estratgica e ParticipativaDepartamento de Monitoramento e Avaliao da Gesto do SUS

O Ministrio da Sade (MS) apresenta mais um volume do Painel de Indicadores do SUS, sexto da srie e quarto de carter temtico. Nas pginas a seguir, o leitor encontrar informaes valiosas sobre a sade da populao brasileira, com foco especial nas aes de promoo da sade, tema escolhido para esta edio do Painel.

O trabalho aqui apresentado resulta da parceria entre a Organizao Pan-Americana da Sade (OPAS) e o MS, por meio da Secretaria de Gesto Estratgica e Participativa (SGEP). De forma mais especfi ca, cabe ao Departamento de Monitoramento e Avaliao da Gesto do SUS (Demags) a articulao com as demais Secretarias do MS e outros parceiros, para levantar informaes e organizar o Painel. Desta vez, em especial, o grupo contou com o apoio do Comit Gestor da Poltica Nacional de Promoo da Sade (PNPS).

Eixo central desta publicao, as questes ligadas ao tema da Promoo so objeto de estudo e discusses h muito tempo, com importantes conquistas. Desde a publicao do Informe Lalonde, pelo governo canadense em 1974, as naes j avanaram muito no conceito de promoo da sade. Hoje em dia, no mundo inteiro existe a compreenso de que mudanas no estilo de vida so essenciais para melhorar a condio de sade das pessoas.

Nesse aspecto, o Painel de Indicadores do SUS tambm cumpre um importante papel, pois ao relacionar sade e condies de vida, contribui para uma refl exo acerca de fatores do cotidiano que colocam as coletividades em situao de iniqidade e vulnerabilidade. Esse processo contribui ainda para a formulao de outras polticas pblicas, especialmente aquelas relacionadas aos determinantes e condicionantes da sade.

Aprovada em 2006, a PNPS afi rma que para o desenvolvimento da promoo da sade preciso intervir sobre uma srie de problemas socioeconmicos como violncia, desemprego, fome, urbanizao desordenada, qualidade do ar e da gua, entre outras questes. Para tanto, mister a articulao do Ministrio da Sade com as polticas e programas de outros ministrios, autarquias e demais instituies pblicas e privadas.

No Brasil, dentre as aes para fortalecer este tema, tem especial destaque a insero de indicadores de promoo da sade no Pacto pela Sade, instrumento que possibilita a efetivao de acordos entre as trs esferas de governo, promovendo inovaes nos processos de gesto do SUS. A defi nio de uma linha de fi nanciamento federal para a PNPS outra medida a ser destacada, com recursos destinados realizao de projetos por todo o Brasil.

possvel, no entanto, avanar ainda mais, buscando as melhores prticas para a realidade do pas. Como primeira etapa dessa busca, convidamos usurios, trabalhadores e gestores a apreciarem a leitura desta publicao que se constitui em importante instrumento de democratizao da informao e estmulo participao social.

Antonio Alves de SouzaSecretrio de Gesto Estratgica e Participativa

Painel de Indicadores do SUS

8 Ministrio da Sade/Secretaria de Gesto Estratgica e ParticipativaDepartamento de Monitoramento e Avaliao da Gesto do SUS

REGIO NORTE

RO Rondonia

AC Acre

AM Amazonas

RR Roraina

PA Par

AP Amap

TO Tocantins

AM

AC RO

MT

PA

APRR

TO

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MS

MA

PI

BA

MGES

RJSP

PR

SC

RS

SE AL

PEPB

RNCE

Paraguai

Bolvia

Argentina OCEANO ATLNTICO

OCEANO PACFICO

Chile

Peru

Equador

Colmbia

Vezezuela

Guiana

SurinameGuiana Francesa

Uruguai

DF

REGIO NORDESTE

MA Maranho

PI Piau

CE Cear

RN Rio Grande do Norte

PB Paraba

PE Pernambuco

AL Alagoas

SE Sergipe

BA Bahia

REGIO SUDESTE

MG Minas Gerais

ES Espirito Santo

RJ Rio de Janeiro

SP So Paulo

REGIO CENTO-OESTE

MS Mato Grosso do Sul

MT Mato Grosso

GO Gois

DF Distrito Federal

REGIO SUL

PR Paran

SC Santa Catarina

RS Ro Grande do Sul

Este mapa orienta a leitura das informaes por Estados e Regies

0 500km

A Poltica Nacional de Promoo da Sade (PNPS), aprovada atravs da Portaria n 687, de maro de 2006, afi rma que para o desenvolvimento da promoo da sade imprescindvel intervir sobre problemas como violncia, desemprego, subemprego, falta de saneamento bsico, habitao inadequada e/ou ausente, difi culdade de acesso educao, fome, urbanizao desordenada, qualidade do ar e da gua; questes que esto em sintonia com o artigo 3 da Lei 8.080, de setembro de 1990, documento que institui o Sistema nico de Sade (SUS).

Portanto, imbuda do princpio de que a sade depende da qualidade de vida, a PNPS afi rma que as aes pblicas em sade devem ir alm da idia de cura e reabilitao. preciso privilegiar medidas preventi-vas e de promoo, transformando os fatores da vida cotidiana que colocam as coletividades em situao de iniqidade e vulnerabilidade. Para isso fundamental a iniciativa do Ministrio da Sade, em conjunto com os gestores estaduais e municipais, na articulao com as polticas e programas de outros ministrios, autarquias e demais instituies pblicas e privadas.

Esse esforo conjunto resulta no desenvolvimento de aes intersetoriais para a gerao de emprego e ren-da, fortalecimento da educao, preservao ambiental, planejamento de espaos urbanos e rurais, realizao de iniciativas culturais e esportivas, dentre outras, ampli-ando a capacidade das polticas pblicas de incidirem sobre os determinantes sociais da sade, tornando-as mais efetivas.

Aprovado no Conselho Nacional de Sade e pac-tuado no mbito da Comisso Intergestores Tripartite, em 2006, o Pacto pela Sade possibilita a efetivao de acordos entre as trs esferas de governo, promovendo inovaes nos processos e instrumentos de gesto do SUS. O propsito alcanar maior efetividade, efi cin-cia e qualidade de suas respostas, redefi nindo respon-sabilidades coletivas por resultados sanitrios, em fun-o das necessidades de sade da populao e na busca da equidade social.

A formalizao do Pacto pela Sade ocorre quando Municpios, Estado e Unio assinam o Termo de Compromisso de Gesto (TCG), fi rmando os objetivos, metas, atribuies e responsabilidades dos seus gestores. A adeso de Estados e Municpios ao Pacto uma das formas da acompanhar como os princpios e diretrizes da PNPS esto presentes nas aes pblicas em sade.

No TCG Municipal, uma das responsabilidades diretamente vinculadas Poltica Nacional de Promoo da Sade est no item 1.17. Seu enunciado diz que todo municpio deve elaborar, pactuar e implantar a poltica de promoo da sade, considerando as diretrizes estabelecidas no mbito nacional. J no Termo de Compromisso de

Painel de Indicadores do SUS

9Ministrio da Sade/Secretaria de Gesto Estratgica e ParticipativaDepartamento de Monitoramento e Avaliao da Gesto do SUS

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Gesto Estadual, a responsabilidade diretamente ligada PNPS est no item 1.19, que institui elaborar, pactuar e implantar a poltica de promoo da sade, considerando as diretrizes estabelecidas no mbito nacional.

Vale destacar que, quando da ade-so ao Pacto, essas responsabilidades podem ser classifi cadas de trs formas pelos Estados, Municpios e Distrito Federal: Realiza, se a mesma encon-tra-se integralmente assumida, e No realiza ainda, quando no momento de adeso ao Pacto no h condies de execut-la plenamente. Nesse caso, o gestor deve pactuar um cronograma para assumir a responsabilidade em sua plenitude. H ainda a situao No se aplica, vlida somente para os municpios quando a complexidade do sistema local de sade no permite a realizao de uma dada responsabili-dade ou em situao previamente pac-tuada.

VOC SABIA?

A Resoluo n 333, que rege o funcionamento dos Conselhos de Sade, a rma que cabe a estes estabelecerem estratgias e procedimen-tos de acompanhamento da gesto do SUS, articulando-se com os demais colegiados, como os de seguridade, meio ambiente, justia, educao, tra-balho, agricultura, idosos, criana e adolescente, e outros. fundamental, no mbito dessas estratgias, o acompanhamento e anlise do que est sendo pactuado pelos gestores e aprovado nos respectivos Conselhos, nos Termos de Compromisso de Gesto.

Fonte: MS/SGEP/DEMAGS/SimPacto

Fonte: MS/SGEP/DEMAGS/SimPacto

Situao da Responsabilidade 1.17, por regies, nos TCGM registrados no sistema SimPacto, nos quais foram assinaladas a condio No Realiza Ainda. Brasil, 2009

Situao da Responsabilidade 1.19, por regies, nos TCGE registrados no sistema SimPacto, nos quais foram assinaladas a condio No Realiza Ainda. Brasil, 2009.

PARA SABER MAIS

Segundo dados do MS, de julho de 2009, todas as Secretarias de Estado da Sade aderiram ao Pacto. No mbito municipal, 2.936 municpios brasileiros - 53% do total - tambm zeram a adeso. A regio Sudeste possui o maior percentual de adeses municipais, com 91%, seguida das regies Centro-Oeste (57%), Sul (43%), Nordeste (31%) e Norte (20%).

A sade como questo inerente democracia - base poltica e ideolgica da Reforma Sanitria Brasileira - e a participao social como estratgia para a consolidao do direito sade, so afi rmadas na Constituio Federal, nos princpios do SUS e ganham vida nos Conselhos e nas Conferncias de Sade institucionalizadas como espaos de participao e controle social na sade.

Resultado da luta poltica da populao pelo direito sade, o SUS apresenta dentre seus princpios a participao e o controle da sociedade sobre a poltica de sade. Fortalecer a participao social estratgia fundamental para a promoo da sade dos indivduos e das coletividades humanas, pois resgata a capacidade do cidado de refl etir e atuar sobre sua sade e de sua comunidade, e ainda permite gesto do sistema de sade executar aes com base nas reais necessidades da populao.

As Conferncias de Sade que devem ocorrer nas trs esferas de gesto do SUS, embora aconteam desde 1937, somente a partir de 1986 passaram a representar espaos de participao democrtica com o objetivo de avaliar a situao de sade e propor diretrizes para a formulao da Poltica Nacional de Sade.

A partir da VIII CNS, realizada em 1986, considerada marco histrico da luta democrtica no campo da sade, as cinco Conferncias Nacionais de Sade subseqentes contaram com crescente participao de representantes dos usurios, trabalhadores e gestores do SUS. J na XIII CNS, realizada em novembro de 2007, participaram 3.068 delegados, 302 observadores e 210 convidados.

Esta crescente participao representa o envolvimento da sociedade brasileira com a temtica da sade. Representa tambm a complexidade do processo de participao democrtica, pois implica no compromisso de garantir a representatividade real da sociedade na deliberao de diretrizes necessrias e oportunas para a qualidade de vida da populao brasileira.

O perfi l dos delegados da XIII CNS indica a persistncia da maior freqncia de homens que mu-lheres, mesmo com a predominncia da mo de obra feminina nos servios de sade apontando para o desafi o de tornar a conferncia um frum equnime onde toda a diversidade da sociedade brasileira seja representada.

Painel de Indicadores do SUS

11Ministrio da Sade/Secretaria de Gesto Estratgica e ParticipativaDepartamento de Monitoramento e Avaliao da Gesto do SUS

12 Ministrio da Sade/Secretaria de Gesto Estratgica e ParticipativaDepartamento de Monitoramento e Avaliao da Gesto do SUS

Painel de Indicadores do SUS

Das 49 resolues/deliberaes aprovadas na VIII CNS, chega-se XIII CNS com 857 resolues, que se por um lado demonstram a diversidade e complexidade dos problemas, por outro sugerem uma tendncia pulverizao das deliberaes, o que torna difcil a identifi cao das diretrizes que devem orientar a poltica de sade e no permite a identifi cao de prioridades (Conass, 2009).

VOC SABIA?

A Secretaria de Gesto Estratgica e Participativa est promovendo uma srie de estudos realizados por universidades Federais e Estaduais sobre Conferncias de Sade em oito Estados. O objetivo principal avaliar a insero das deliberaes de CMS nos processos decisrios e nos modos de formulao e implementao das polticas locais de sade. O estudo utiliza sete macro-categorias: poltica de sade, ateno sade, participao da comunidade, gesto do SUS, controle social, educao em sade e gesto do trabalho no SUS.

O projeto nacional tem como nalidade avaliar a e ccia democrtica das conferncias e propor inovaes metodolgicas que garantam a ampliao da participao social, propiciando o debate sobre a quali cao das deliberaes apresentadas. Em quatro estados os estudos esto em fase de concluso. Nos demais o prazo at o ms de dezembro de 2009. Est prevista uma O cina Nacional, em maro de 2010, para apresentao dos principais resultados ao Conselho Nacional de Sade.

Distribuio de delegados participantes da XIII CNS, por regio, segundo sexo, 2007.

13Ministrio da Sade/Secretaria de Gesto Estratgica e ParticipativaDepartamento de Monitoramento e Avaliao da Gesto do SUS

Conselhos de SadeInstitucionalizados pela Lei 8.142, de dezembro de

1990, e regulados pela Resoluo 333, de 04 de no-vembro de 2003, os Conselhos de Sade, hoje pre-sentes em todos os 5.564 municpios brasileiros, foram concebidos como espaos de participao democrtica da sociedade na formulao das polticas pblicas em sade e no controle social. So fruns colegiados, de composio paritria (50% de vagas para usurios), e carter deliberativo, tornando-se indispensveis para a participao qualifi cada dos conselheiros de sade e, consequentemente, o fortalecimento da gesto do SUS.

Observa-se uma ocorrncia maior de criao de Conselhos Municipais de Sade nos perodos de publicao das Normas Operacionais do SUS (NOB 91, NOB 93, NOB 96 e NOAS 2001). Por um lado, a vinculao da criao de conselhos s nor-mas do SUS capilarizou por todo o pas a participao social na sade; por outro, preciso refl etir que nestas condies os conselhos podem ser entendidos muito mais como componentes burocrticos e es-truturais da gesto, do que espaos de exer-ccio da democracia.

VOC SABIA?

A 13 Conferncia Nacional de Sade, realizada em novembro de 2007, contou em seu relatrio com 19 propostas e duas moes relacionadas promoo da sade. Para conhecer o relatrio da 13 CNS e das demais conferncias nacionais de sade, acesse http://conselho.saude.gov.br/biblioteca/Relatorios.htm

Para saber mais:Conselho Nacional de Sadehttp://conselho.saude.gov.br/Secretaria de Gesto Estratgica e Participativahttp://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/area.cfm?id_area=384

Fonte: PARTICIPANETSUS 2007

Painel de Indicadores do SUS

Criao de Conselho Municipais de Sade, 1991-2007

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14 Ministrio da Sade/Secretaria de Gesto Estratgica e ParticipativaDepartamento de Monitoramento e Avaliao da Gesto do SUS

O Brasil est entre os pases de maior desigualdade social e, consequentemente, iniquidades em sade. Promover a sade da populao neste contexto sig-nifi ca atuar nos determinantes destas desigualdades, de forma coordenada entre os diversos campos da ateno sade. preciso ainda atuar de maneira in-tersetorial e participativa, envolvendo outros setores das polticas pblicas e da sociedade. Esses princpios - participao, intersetorialidade e equidade - so fun-damentais para a promoo da sade.

H mais de 20 anos, o Movimento da Reforma Sanitria tem afi rmado que a sade de todos ns efeito de uma srie de fatores. Nossa Constituio Federal (1988) confi rma que a sade um direi-to radicalmente vinculado existncia de polticas econmicas e sociais que devero assegurar outros direitos fundamentais como, por exemplo, moradia, alimentao, educao e lazer.

A Lei n 8.080, de 1990, ratifi ca: cuidar da sade envolve o compromisso em abordar os seus fatores condicionantes e determinantes. Assim, embora im-portantssimo, no basta o acesso aos servios de sade nem aos exames/medicamentos mais moder-nos para que sejamos saudveis ou tenhamos uma boa qualidade de vida. Para produzir sade preciso amplifi car nosso pensar e agir, analisando os modos de viver dos indivduos e coletividades.

Nos ltimos cinco anos, destacam-se duas inicia-tivas e conquistas no campo da promoo da sade no Brasil. A institucionalizao da Poltica Nacional de Promoo da Sade (PNPS) e a constituio da Comisso Nacional sobre Determinantes Sociais da Sade (CNDSS).

Os debates sobre o conceito de determinantes sociais da sade iniciaram-se nos anos 70/80, a partir do entendimento de que as intervenes curativas e orientadas para o risco de adoecer eram insufi cientes para a produo da sade e da qualidade de vida em uma sociedade. Neste mesmo perodo, intensifi caram-se as propostas de modelos de sistema de sade que fortalecessem a ateno bsica, a promoo da sade, a democracia e a integralidade do cuidado.

A CNDSS, instituda em maro de 2006 e com-posta por 16 personalidades da vida social, cultural, cientfi ca e empresarial do pas, estabeleceu como principais objetivos: produzir conhecimento sobre os fatores determinantes das iniquidades em sade no Brasil; contribuir para a formulao de polticas que promovam a equidade em sade; mobilizar diferentes instncias do governo e da sociedade civil sobre este tema. O relatrio fi nal As Causas Sociais das Iniqi-dades em Sade no Brasil est disponvel em http://www.cndss.fi ocruz.br, e traz uma srie de informa-es relevantes para o movimento de ampliao do direito sade em nosso pas.

Enfrentar as situaes de iniquidade um desa o para a poltica de sade

VOC SABIA?

No Brasil, dois teros da populao pobre negra e a metade vive abaixo da linha de pobreza. Segundo o Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada (IPEA), os negros nascem com peso inferior a brancos e tm maior probabilidade de morrer antes de completar um ano de idade. Alm disso, eles tm menor possibilidade de freqentar uma creche e sofrem taxas de repetncia mais alta na escola, o que leva a abandonar os estudos com nveis educacionais inferiores.

Determinantes e condicionantes da sadeA Poltica Nacional de Promoo da Sade (PNPS), herdeira da tradio de lutas nacionais e

internacionais pela garantia de direitos e equidade, prope que tomemos como objeto problemas e necessidades de sade com o enfoque em seus determinantes e condicionantes. Trata-se de abordar a sade e o adoecer de cada sujeito e comunidade no seu processo de produo, que sempre nico porque acontece nos territrios onde se vive e trabalha.

Assim, cada territrio uma composio de circunstncias; a expresso da articulao dos determinantes sociais da sade, que se organizam, didaticamente, em trs nveis de governabilidade e proximidade em relao a cada um de ns: um mais prximo, outro intermedirio e um terceiro mais distante.

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15Ministrio da Sade/Secretaria de Gesto Estratgica e ParticipativaDepartamento de Monitoramento e Avaliao da Gesto do SUS

Painel de Indicadores do SUS

16 Ministrio da Sade/Secretaria de Gesto Estratgica e ParticipativaDepartamento de Monitoramento e Avaliao da Gesto do SUS

No nvel mais prximo esto nossas escolhas, hbitos e rede de relaes. O intermedirio engloba as condies de vida e trabalho; enquanto no terceiro esto as polticas estruturantes de nossa sociedade. Na realidade de cada territrio e na vida de cada indivduo, todos esses nveis de determinao acontecem e ope-ram ao mesmo tempo e de maneira inseparvel.

A PNPS afi rma, ento, que para produzir sade fundamental organizar o trabalho de modo transversal. Ou seja, articulando todos os nveis de determinao na anlise da situao em sade, na abordagem das necessidades de sujeitos e comunidades, na proposio de projetos teraputicos singulares e projetos de sade coletiva de um territrio, na busca conjunta de solues com a populao e com outras polticas pblicas.

VOC SABIA?

A populao em situao de rua frequentemente impedida de realizar determinadas atividades e de ter acesso a locais espec cos. Segundo dados da Pesquisa Nacional sobre a Populao em Situao de Rua, realizada em 2008, pelo MDS Ministrio Desenvolvimento Social, 31,8% dos entrevistados j foram impedidos de adentrar num estabelecimento comercial qualquer. Outros 31,3% no puderam entrar em shopping centers, 29,8% em transporte coletivo, 26,7% em bancos e 21,7% em rgos pblicos. Deixaram de receber atendimento na rede de sade e de emitir documentos, respectivamente, 18,4% e 13% dos entrevistados.

A populao do campo e da fl oresta constitui atualmente mais de 19% do total de habitantes do pas. So povos e comunidades que tm seus modos de vida, produo e reproduo social relacionados predominantemente com o campo, a fl oresta, os am-bientes aquticos, a agropecuria e o extrativismo. Considerando as desfavorveis condies de sade destas populaes e visando a promoo da equi-dade em sade, o MS elaborou a Poltica Nacional de Sade Integral das Populaes do Campo e da Floresta. O objetivo elevar o nvel de sade destes povos e comunidades.

Saiba mais:Uma estratgia de enfrentamento das iniqidades em

sade a constituio de comits tcnicos com o objetivo de formular polticas que atendam as especi cidades de grupos sociais em situaes de vulnerabilidade, seja em decorrncia de preconceitos ou de excluso social. Para saber mais sobre o tema, acesse os endereos eletrnicos:

Comisso Nacional de Determinantes Sociais - http://www.determinantes. ocruz.br/

Organizao Pan-Americana de Sade - http://www.opas.org.br/coletiva/

Comisso de Determinantes Sociais da OMS - http://www.who.int/social_determinants/en/

A educao em sade ganha uma dimenso desvinculada da doena e da prescrio de normas quando considerada uma das estratgias bsicas para a promoo da sade. Ela defi nida como um conjunto de prticas pedaggicas de carter participativo e emancipatrio, que perpassa vrios campos de atuao e tem como objetivo sensibilizar, conscientizar e mobilizar para o enfrentamento de situaes individuais e cole-tivas que interferem na qualidade de vida.

Estes processos so voltados para o empoderamento das pessoas e comunidades, no sentido de ati-var o potencial criativo e o desenvolvimento de suas capacidades. Isso acontece no somente como ato psicolgico e individual, mas, sobretudo como ato social e poltico, pois a tomada de conscincia confere determinado poder s pessoas e grupos, gerado a partir dos prprios sujeitos, resultado de uma prxis de refl exo crtica sobre a realidade.

As prticas de educao em sade no SUS compreendem relaes entre sujeitos sociais que portam diferentes saberes e ocupam diferentes espaos. So prticas dialgicas, estratgicas, participativas, media-das pela ao comunicativa entre os participantes, podendo ser mais ou menos formalizadas.

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Para saber mais:- Educao Popular em Sade so aes desen-

volvidas em parceria com movimentos sociais e popu-lares para a qualifi cao da participao social e reco-nhecimento do saber popular em sade.

- Educao Permanente para o Controle Social compreende aes de formao de conselheiros e lide-ranas sociais para o exerccio do controle social em sade.

- Promoo da Equidade so aes voltadas mo-bilizao, formao e ampliao do acesso sade de populaes em situao de vulnerabilidade e risco sade, como a populao negra, LGBT e populao do campo e fl oresta.

- Fortalecimento das prticas de Gesto Participa-tiva so aes de institucionalizao de espaos de par-ticipao, desenvolvimento de mecanismos democrti-cos de gesto e formao de gestores para a gesto estratgica e participativa.

- Mobilizao social em sade compreende a rea-lizao de eventos e aes de conscientizao e luta pelo direito universal sade.

- Produo de conhecimentos envolve pesquisas e publicaes elaboradas com intuito de difundir e quali-fi car a gesto estratgica e participativa no SUS.

VOC SABIA?

A ao que visa ampliao das Prticas de Gesto Participativa, de Controle Social e de Educao em Sade, de acordo com o que foi traado no Plano Plurianual - PPA 2009/2011, tem como meta fsica a capacitao de 92.500 pessoas. Esta iniciativa descentralizada para as Secretarias de Estado da Sade por meio de repasse nanceiro Fundo a Fundo. Algumas capacitaes so realizadas ainda por meio de convnios com entidades.

No Brasil, as aes de Educao Permanente para o Controle Social tiveram 35% dos recursos destinados ao Componente de Gesto Participativa e envolveram mais de 57 mil pessoas. As aes de Educao Popular em Sade receberam tambm 28% desses recursos com mais de 46.500 participantes.

Nmero de pessoas envolvidas em formaes para o fortalecimento da democracia participativa no SUS. 2004-2008

As Portarias que regulamen-tam os repasses Fundo a Fundo da Secretaria de Gesto Estra-tgica e Participativa (SGEP) do Ministrio da Sade podem ser visualizadas no seguinte en-dereo eletrnico: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=1277

Fonte: DAGEP/SGEP/MS

Tendncia secular do excesso de peso e obesidade em adolescentes no Brasil, segundo sexo. Brasil, 1975 -2003

A crescente oferta de alimentos industrializados,

o acesso facilitado alimentao de baixo custo e muito calrica e a reduo no consumo de alimentos saudveis, a exemplo de cereais integrais, legumes, frutas e verduras, representam mudanas preocupantes na alimentao da populao brasileira. Tudo isso, associado ainda diminuio de atividades fsicas, vem afetando o perfi l nutricional dos cidados, resultando no aumento de doenas crnicas.

Uma alimentao saudvel deve ser acessvel, saborosa, variada, colorida, harmnica e segura quanto aos aspectos sanitrios; deve considerar as prticas alimentares culturais e valorizar o consumo de alimentos regionais saudveis. Alm disso, deve ser adequada s necessidades biolgicas e sociais dos indivduos, de acordo com as fases do curso da vida.

Saiba mais:

A promoo da alimentao saudvel respaldada pelas polticas nacionais de Alimentao Saudvel e Nutrio (PNAN) e de Promoo da Sade (PNPS). Para saber mais sobre o tema, acesse http://www.saude.gov.br/nutricao e clique em Alimentao Saudvel.

Veja tambm como a alimentao pode ajudar na preveno de diversos tipos de cncer, acessando http://www.inca.gov.br

Fontes: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenao de ndice de Preos, Estudo Nacional da Despesa Familiar 1974-1975, Pesquisa Nacional de Sade e Nutrio 1987-1988 e Pesquisa de Oramentos Familiares 2002-2003.

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20 Ministrio da Sade/Secretaria de Gesto Estratgica e ParticipativaDepartamento de Monitoramento e Avaliao da Gesto do SUS

Fontes: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenao de ndice de Preos, Estudo Nacional da Despesa Familiar 1974-1975 e Pesquisa Nacional de Sade e Nutrio 1987-1988 e Pesquisa de Oramentos Familiares 2002-2003.

Fonte: WCRF/AICR, 2009

Tendncia secular do excesso de peso em adultos no Brasil, segundo sexo. Brasil, 1975 - 2003.

Tendncia secular da obesidade em adultos no Brasil, segundo sexo. Brasil, 1975-2003.

Proporo de cnceres que poderiam ser prevenidos pela promoo da alimentao saudvel, prtica de atividade fsica e peso adequados.

Fontes: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenao de ndice de Preos, Estudo Nacional da Despesa Familiar 1974-1975, Pesquisa Nacional de Sade e Nutrio 1987-1988 e Pesquisa de Oramentos Familiares 2002-2003.

As Chamadas Nutricionais de Crianas Brasi-leiras com idade entre 0 e 5 anos identifi cam a prevalncia de desvios nutricionais em amostra representativa da populao. As informaes alimentam o Sistema de Vigilncia Alimentar e Nutricional (Sisvan) e subsidiam aes de sade pblica para estas populaes.

Em 2007, durante a 1 e 2 etapas da Cam-panha Nacional de Imunizao, foi realizada a Chamada Nutricional da Regio Norte, ocasio em que 14.416 crianas menores de cinco anos foram avaliadas. Deste total, 23,1% e 5,2% apre-sentaram dfi cit de altura-para-idade e dfi cit de peso-para-idade, respectivamente. Outras 12,8% apresentaram excesso de peso.

Aleitamento maternoO aleitamento materno a primeira

ao de promoo da alimentao sau-dvel. At os seis meses de idade a criana deve receber exclusivamente o leite da me. A partir do sexto ms, a amamentao deve continuar pelo menos at os dois anos, tendo como alimentao complementar quantidades sufi cientes de gua, energia, protenas, gorduras, vitaminas e minerais, por meio de alimentos seguros, culturalmente aceitos, economicamente acessveis e que sejam agradveis criana.

No Brasil, a mdia de durao do aleitamento materno exclusivo de 2,2 meses. J a do aleitamento materno total

de 9,4 meses.

(Pesquisa Nacional de Demogra a e Sade, 2006)

VOC SABIA?

A Norma Brasileira de Comercializao e Alimentos para Lactentes e Crianas de Primeira Infncia, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL) tem como fi nalidade contribuir para a adequada nutrio desse pblico. So objetos deste trabalho a regulamentao da promoo comercial e do uso apropriado dos alimentos para essa fase da vida; a proteo e incentivo ao aleitamento materno exclusivo nos seis primeiros meses de idade e continuidade da amamentao at os dois anos ou mais. A Anvisa coordena o monitoramento dos alimentos compreendidos pela NBCAL. Em 2008, 60% das amostras tiveram resultado insatisfatrio.

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Fontes: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenao de ndice de Preos, Estudo Nacional da Despesa Familiar 1974-1975 e Pesquisa de Oramentos Familiares 1987-1988, 1995-1996 e 2002-

2003.

Rotulagem nutricionalEm 2001, o Brasil tornou obrigatria a declarao da rotulagem nutricional nos alimentos. As informaes de

declarao obrigatria incluem: valor energtico, carboidratos, protenas, gorduras totais, saturadas e trans, fi bra alimentar e sdio.

Dados levantados em 2004, junto populao que consulta o servio Disque-Sade do MS, apontam que aproximadamente 90% das pessoas consultam a informao nutricional no rtulo dos produtos, e 61% destas pessoas usam os dados na escolha dos alimentos. Outra pesquisa publicada em 2005 identifi cou que a leitura da informao nutricional dos rtulos foi realizada por 74,8% dos consumidores pesquisados.

Contudo, apenas 25,7% dos entrevistados liam os rtulos de todos os alimentos e, em 59,9%, a consulta se dava somente aos rtulos de produtos especfi cos, como leites e derivados, enlatados, embutidos e produtos diet e light. Foram citados como os mais importantes objetivos da consulta aos rtulos o interesse acerca do nmero de calorias e da quantidade de gordura e sdio.

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Evoluo da participao relativa (%) de frutas, sucos naturais, verduras e legumes no total de calorias determinado pela aquisio alimentar domiciliar, segundo inquritos

nacionais. Brasil, 1974-1975 a 2002-2003.

Hbitos alimentaresAs principais mudanas na alimentao do brasileiro esto relacionadas reduo no consumo de cereais e

derivados, verduras, legumes e feijo. Destaca-se tambm uma importante reduo do consumo de um prato tpico brasileiro: a combinao de feijo e arroz. As frutas, apesar de o consumo no apresentar variaes signifi cativas, mantm-se bastante aqum da recomendao adequada - 3 pores por dia. Por outro lado, observa-se aumento no consumo de leos e gorduras vegetais, refeies prontas e industrializadas. Alguns alimentos no saudveis que tiveram o consumo aumentado so os biscoitos e refrigerantes, com um acrscimo de 400%.

O padro alimentar e nutricional da populao atendida pela rede de Ateno Bsica do SUS registra-do pelo Sistema de Vigilncia Alimentar e Nutricional (Sisvan). Em 2008, o sistema apontou que 35% das crianas entre 6 meses e 2 anos no haviam consumido verduras e legumes no dia anterior ao atendimento, e 24% no consumiram frutas. No entanto, 42% destas crianas haviam consumido sucos industrializados com acar e 45% consumiram refrigerantes. Os resultados demonstram a precocidade com que se instala a mudana de padres alimentares na populao.

Evoluo da participao relativa crescente (%) de grupos de alimentos no total de calorias determinado pela aquisio alimentar domiciliar, segundo inquritos nacionais.

Brasil, 1974-1975 a 2002-2003.

Fontes: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenao de ndice de Preos, Estudo Nacional da Despesa Familiar 1974-1975 e Pesquisa de Oramentos Familiares 1987-1988, 1995-1996 e 2002-2003.

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VOC SABIA?

O consumo de ovos crus ou mal cozidos foi responsvel por 22,6% dos 5.699 surtos de doenas transmitidas por alimentos no pas, considerando-se como agente causador a Salmonela. Por isso , a partir de 2009, os rtulos de ovos devero trazer advertncias sobre o consumo e preparo deste alimento. (Secretaria de Vigilncia em Sade, entre 1999 e 2007)

A legislao aprovada pela Anvisa determina a incluso das seguintes advertncias nos rtulos:

- O consumo deste alimento cru ou mal cozido pode causar danos sade;

- Manter os ovos preferencialmente refrigerados.

Monitoramento do uso de agrotxicos Desde 2001, a Agncia Nacional de Vigilncia

Sanitria realiza o Programa de Anlise de Resduos de Agrotxicos em Alimentos (PARA), em parceria com as vigilncias sanitrias estaduais. O programa avalia continuamente os nveis de resduos de agrotxicos em determinados alimentos que chegam mesa do consumidor, evitando assim, possveis agravos sade da populao.

No ano de 2008, 17 alimentos foram monitorados: abacaxi, alface, arroz, banana, batata, cebola, cenoura, feijo, laranja, ma, mamo, manga, morango, pi-mento, repolho, tomate e uva. Para conhecer os re-sultados, acesse o endereo eletrnico http://www.an-visa.gov.br/toxicologia/residuos/index.htm.

Fortifi cao das farinhas de trigo e de milho com ferro e cido flico

No Brasil, cerca de 21% das crianas e 29% das mulheres tm anemia (PNDS, 2006). Para combater esse problema, uma estratgia adotada pelo Ministrio desde 2004 a fortifi cao obrigatria das farinhas de trigo e das farinhas de milho com ferro e cido flico comercializadas em mbito nacional. Cada 100g desses produtos deve fornecer 4,2 mg de ferro, o que representa 30% da Ingesto Diria Recomendada (IDR) de um adulto; e 150 mcg de cido flico, correspondendo a 75% da IDR.

Preveno e Controle dos Distrbios por Defi cincia de Iodo (Pr-Iodo)

Desde o ano 2000, a Vigilncia Sanitria realiza um amplo processo de inspeo dos estabelecimentos benefi ciadores de sal, com alcance de 100% das empresas. Para isso, o Ministrio da Sade instituiu a Comisso Interinstitucional para a Preveno e o Controle dos Distrbios por Defi cincia de Iodo, iniciativa que envolve entes governa-mentais, representantes do setor produtivo e de organismos internacionais - OPAS e Unicef.

Estimativas da Organizao Mundial de Sade (OMS/2004) mostram que as Doenas Crnicas No Transmissveis (DCNT) so responsveis por 58,5% de todas as mortes ocorridas no mundo e por 45,9% da carga global de doenas. Um pequeno conjunto de fatores de risco tem relao direta com essas estatsticas; dentre eles destaca-se a inatividade fsica.

No ano de 2008, o Vigitel identifi cou que 15% da populao adulta era fi sicamente ativa no tempo livre. A pesquisa classifi cou ainda as mulheres como o pblico menos ativo e apontou que a inatividade fsica aumenta com a idade. O desafi o aumentar cada vez mais o nmero de pessoas que tm o hbito de praticar alguma atividade, seja deslocando-se para o trabalho ou no tempo livre das obrigaes domsticas e profi ssionais.

VOC SABIA?

Existe uma Rede Nacional de Promoo da Sade formada por mais de 500 entes federados e fi nanciada pelo Ministrio da Sade. Somente no perodo de 2006 a 2009, o MS repassou um total de R$ 80 milhes para estados e municpios desenvolverem suas aes de promoo da sade no SUS. Acesse o endereo eletrnico http://por-tal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/area.cfm?id_area=962# e veja os editais lanados que contemplam projetos de prticas corporais/atividades fsicas.

Fonte: MS/VIGITEL

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Frequncia de atividades fsicas sufi cientes no tempo livre

Capitais do Brasil, 2006 a 2008

Rede Nacional de Promoo da Sade

Fonte: DASIS/NS, 2009

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Entre para o time Mais SadeA prtica de atividades fsicas no est restrita a

academias de ginstica ou a clubes. Espaos como praas e parques pblicos podem ser timos locais para este fi m. Uma condio que est diretamente ligada aos benefcios da atividade fsica a frequn-cia com que praticada.

As orientaes atuais recomendam, no mnimo, 30 minutos por dia de atividades aerbicas leves ou moderadas, a exemplo de uma caminhada em volta do quarteiro sem forar o ritmo das passa-das; durante cinco dias da semana. Para atividades aerbicas vigorosas, como uma corrida na esteira, em terreno plano ou acidentado, recomenda-se 20 minutos por dia, trs vezes durante a semana.

Vrias experincias no campo da atividade fsica esto sendo desenvolvidas no Brasil. Uma delas o programa Academia da Cida-de, em Recife/PE. Desde 2001, a Secretaria Municipal de Sade (SMS) vem mudando a paisagem da cidade com a construo ou requalifi cao de espaos pblicos para a prtica de lazer. J so 19 plos distribudos pela capital, funcionando diariamente com profi ssionais de Educao Fsica e Nutrio, que trabalham em parceria com as equipes de sade da famlia.

So desenvolvidas atividades de ginstica, dana, caminhada orientada, palestras, pas-seios temticos e torneios esportivos, entre outras aes. O pblico tambm tem acesso a servios de avaliao fsica e nutricional. Alm dos 19 plos, o programa realizado nos Centros de Ateno Psicossocial (CAPS) e nas unidades bsicas de sade. As atividades contemplam pessoas de todas as faixas etrias. S no ano de 2008, estima-se que mais de 350 mil pessoas tenham passado pelo programa Academia da Cidade.

Porm, sabe-se que esta sistemtica nem sempre cabe na realidade do dia-a-dia do indivduo. a que se destacam algumas dicas: descer uma ou duas paradas de nibus e seguir a p para o trabalho; preferir escada ao invs de elevador, quando possvel; deslocar-se a p ou de bicicleta para compromissos em locais prximos de sua casa. Para quem ainda est na escola, importante conversar com os colegas e com a diretoria da unidade de ensino, para que nos fi nais de semana seja possvel desenvolver atividades esportivas e de lazer nos espaos da escola.

O importante saber que o compromisso com o desenvolvimento da prtica de atividade fsica pela populao coletivo, o que exige, alm da vontade do indivduo, o apoio dos governantes na construo de espaos propcios para este tipo de iniciativa.

SAIBA MAIS:

- H dois anos o Ministrio da Sade comemora em abril o Dia Mundial da Atividade Fsica. Em 2008 o tema props a associao de prticas corporais s questes do meio ambiente. Entre para o time onde o meio ambiente e a atividade fi sica jogam juntos. J em 2009, a mensagem trouxe a simplicidade como palavra-chave para a prtica de atividades fsicas. Toda a Rede Nacional participa das comemoraes desenvolvendo aes locais com o tema de cada campanha.

- Em 2009 foi lanado o Plano Nacional de Atividade Fsica, construdo em parceria com o Ministrio do Esporte, centros de pesquisas, universidades e secretarias municipais de sade que tm em andamento projetos de promoo da atividade fsica. O plano apresenta diretrizes e aes para o desenvolvimento de prticas corporais em cinco frentes: na gesto federal, nos municpios, no trabalho, na comunicao e produo de informaes e na avaliao de experincias.

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Ainda morrem no pas cerca de 200 mil pessoas por ano devido ao tabagismo. O cncer de pulmo continua a ser o tipo que mais mata homens no Brasil, e a segunda causa de morte por cncer entre as mulheres. Nos ltimos anos, as taxas de mortalidade tm aumentado com maior velocidade na populao feminina; uma provvel tendncia mais tardia de crescimento do tabagismo entre as mulheres

Segundo a Vigilncia de Fatores de Risco e Proteo para Doenas Crnicas por Inqurito Telefnico (Vigitel), realizada nas 26 capitais e no Distrito Federal, a proporo de adultos fumantes (18 anos e mais) no Brasil foi de 15,2% em 2008.

Programa Nacional de Controle do TabagismoO Instituto Nacional de Cncer (Inca), do Ministrio da Sade, com o objetivo de

reduzir a prevalncia de fumantes e a morbimortalidade relacionada ao consumo de derivados do tabaco, instituiu em 1989 o Programa Nacional de Controle do Tabagismo no Brasil.

Aes educativas, de comunicao e de ateno sade, junto a instrumentos legislativos e econmicos, so previstos no sentido de prevenir a iniciao do tabagismo, promover sua cessao e proteger a populao dos riscos do tabagismo passivo. Uma das estratgias essenciais desse Programa est na rede de parcerias com Secretarias de Estado e Municipais de Sade, outros setores do MS e do Governo Federal, e organizaes no governamentais.

Fonte: Pesquisas domiciliares de base populacional cuja amostra cobriu as reas urbanas e rurais do Brasil, com exceo da rea rural da regio Norte.

Percentual de fumantes segundo pesquisas domiciliares de grandes cobertura realizadas no Brasil

A prevalncia de fumantes na populao acima de 18 anos diminuiu de 34,8% em 1989 para 22,4% em 2003.

VOC SABIA?

Em 2005, o governo do Brasil ratifi cou a Conveno-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), primeiro tratado internacional de Sade Pblica com o objetivo de deter a expanso global do tabagismo, e assumiu o compromisso com a implementao de medidas intersetoriais para o controle do tabaco.

Fumo entre jovensSobre o percentual de jovens entre 13 e 15

anos que se iniciam no tabagismo, a Vigilncia de Tabagismo em Escolares (Vigescola) apontou uma reduo proporcional nas capitais onde foi possvel repetir o estudo. Em Fortaleza, essa reduo observada entre 2002 e 2007 foi a mais signifi cativa entre as capitais.

A prevalncia de tabagismo em jovens evidencia a importncia das diferenas culturais e sociodemo-grfi cas no comportamento do fumante. Chama a ateno a tendncia das meninas residentes nas capitais do Sul do pas fumarem mais que os meninos.

O cigarro brasileiro continua a ser um dos mais baratos do mundo. A facilidade de acesso colabora para sua experimentao e iniciao em crianas e adolescentes.

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Aes legislativas no combate ao tabagismo

- Proibio da publicidade de produtos derivados do tabaco na televiso, rdio, jornais, revistas e outdoors, permitindo-a somente no interior de locais de venda, em psteres e painis.

- Suspenso do patrocnio de eventos esportivos e culturais nacionais por marcas de cigarros e demais produtos derivados do tabaco.

- Incluso de advertncias sobre os malefcios do tabagismo nas embalagens e na publicidade de produtos derivados do tabaco, com mensagens acompanhadas de imagens contundentes.

- Proibio do uso de descritores como baixo teor, suave, light e outros que possam induzir os indivduos a uma interpretao equivocada quanto segurana do consumo de cigarros. A medida se aplica a embalagens e material publicitrio.

- Impedimento da produo, importao e co-mercializao de alimentos na forma de cigarros ou qualquer outro produto derivado do tabaco.

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10% dos jovens brasileiros, em todas as capitais do pas, a rmam receber cigarros gratuitamente, de representantes de indstrias do tabaco. Esta prtica proibida por lei.

Impostos sobre o tabacoEm maro de 2009, o Governo elevou as alquotas do PIS/Cofi ns e do Imposto sobre Produtos

Industrializados (IPI) incidentes sobre cigarros importados ou de fabricao nacional. Essa medida dever provocar um aumento mdio nos preos dos cigarros da ordem de 20 a 24%, com importante impacto na reduo do percentual de novos fumantes e dos ndices de cessao do tabagismo.

VOC SABIA?

- O Brasil o segundo maior produtor e o primeiro exportador mundial de folhas de tabaco;

- Pelo menos sete pessoas morrem por dia em consequncia de doenas causadas pelo tabagismo passivo;

- Um aumento de 10% no preo do mao reduz em 2,5% o consumo de cigarros por um adulto no trimestre. Aps um ano, o consumo cai em 4,2%.

Para saber mais sobre o tema, acesse http://www.inca.gov.br/tabagismo

1970

1974

1978

1984

2000

2001

2002

2003

2004

20052006

20012003

Ampliao do Conselho pelo decreto n 67.300, de 30/09/1970. A promoo, proteo e recuperao da sade pas-sam a ser foco nos debates.

Publicao do Informe Lalonde, pelo governo canadense. Lanou o conceito de promoo da sade e infl uenciou a nova perspectiva na compreenso de que mudanas no estilo de vida so necessrias para melhorar a condio de sade das pessoas.

Conferncia Internacional sobre Cuidados Primrios de Sade, em Alma Ata, e lanamento da meta Sade para todos at o ano 2000.

Congresso no Canad avalia as condies de sade aps dez anos do Informe Lalonde. Fortalecimento do termo promoo da sade e elaborao das bases conceituais de Cidades Saudveis.

11 Conferncia Nacional de Sade de-liberou sobre diversas polticas temticas, destacando o reconhecimento de deter-minantes sociais em sade e reforando a necessidade de reviso do fi nanciamento para a implementao do SUS.

Criao do documento que propunha a criao de uma Poltica de Promoo da Sade no Brasil.

Implantao da Poltica Nacional de Reduo da Morbimortalidade por Acidentes e Violn-cia (Portaria GM/MS n 737/2001).

Publicao do Pacto pela Sade e lanamento da Polti-ca Nacional de Promoo da Sade.

Realizao do 1 Seminrio Nacional de Promoo da Sade e do Brasil Saudvel.

Lanamento do 1 edital de fi nanciamento da Rede Na-cional de Promoo Sade, constituda por SES e SMS, com um total de 132 Estados e Municpios fi nanciados.

Criao da Comisso Nacional de Determinantes Sociais em Sade, grupo de dezesseis especialistas com o ob-jetivo de apoiar e articular a atuao do Poder Pblico, instituies de pesquisa e da sociedade civil, relacio-nada melhoria da sade e reduo das iniquidades sanitrias.

Projeto de Reduo da Morbimortalidade por Acidentes de Trnsito implantado no Brasil.

Promoo da Sade passa coordenao da Secretaria Executiva do MS. Foi constitudo o grupo redator da Poltica Nacional de Pro-moo da Sade.

A rea de Promoo da Sade passa a integrar a Secretaria de Vigilncia em Sade.

Implantao da Rede Nacional de N-cleos de Preveno de Violncias e Pro-moo da Sade (Portaria GM/MS n 936/2004).

12 Conferncia Nacional de Sade [Sergio Arouca], com o tema Sade: um direito de todos e dever do Estado. A sade que temos; o SUS que queremos.

Institudo o Comit Gestor da Poltica Nacional de Promoo da Sade, por meio da Portaria GM/MS 1190/2005.

Construo e pactuao da Agenda Nacional de Violncia, Preveno e Controle de Acident-es e Violncias (2005/2008).

Financiamento a Estados e Municpios para o desenvolvimento de aes no mbito da es-tratgia global Atividade fsica, alimentao saudvel e sade.

Veiculao da campanha publicitria Pratique Sade.

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19861988

1991

1992

1995

1998

1999

2007

2008 2009

1999

I Conferncia Internacional sobre Promoo da Sade, em Ottawa. Aprovao da Carta de In-tenes, documento mais importante do ponto de vista da promoo da sade.

8 Conferncia Nacional de Sade, primeira a contar com representao de usurios e tra-balhadores de todo o pas. Relatrio fi nal foi subsdio para que deputados elaborassem o artigo 196 Da Sade, da Constituio Federal, confi gurando assim o SUS.

Conferncia de Adelaide, realizada na Austrlia, cumpriu seu objetivo de demonstrar o papel das polticas pblicas na resoluo dos problemas de sade.

Conferncia de Sundsvall, na Sucia, introduziu o tema Ambiente na agenda da sade.

Brasil sedia a ECO 92, conferncia internacio-nal que refora a importncia de ambientes de apoio promoo da sade, a necessidade de polticas pblicas na rea ambiental e o respeito sustentabilidade nos processos de desenvolvi-mento.

9 Conferncia Nacional de Sade, com o tema Municipalizao o caminho, apontando dire-trizes para a descentralizao, participao social e organizao do Sistema nico de Sade.

Carta de Bogot, declarao da Conferncia In-ternacional de Promoo da Sade, discutiu o signifi cado da promoo da sade na Amrica Latina.

Elaborao da Carta de Fortaleza, documento que expressou o interesse dos secretrios municipais de Sade nas propostas de promoo da sade.

O tema Ateno Integral Sade foi incorporado ao conjunto de deliberaes da 10 Conferncia Nacional de Sade.

Conferncia de Jacarta. Defi nio de cinco pri-oridades para a Promoo da Sade at o sculo XXI.

Publicao das intenes do MS sobre Promoo da Sade. As aes integram a Secretaria de Polticas de Sade.

Criao da Comisso Nacional para o Controle do Uso do tabaco, formada por representantes do MS, Inca e Anvisa.

Aprovao e lanamento da Poltica Nacional de Alimentao e Nutrio.

Lanamento do Plano Nacional de Atividade Fsica e do 4 edital de fi nanciamento da Rede Nacional de Promoo da Sade.

Incluso das notifi caes de violncia domstica, sexual e outras violncias, no SINAN NET.

Lanamento do Plano Emergencial de ampliao do acesso ao tratamento e preveno em lcool e out-ras Drogas (PEAD 2009-2010).

Realizao do Dia Mundial da Sade e da Atividade Fsica.

13 Conferncia Nacional de Sade, com o tema Sade e qualidade de vida: polticas de Estado e desenvolvimento.

Lanamento do 3 edital de fi nanciamento e am-pliao da Rede Nacional de Promoo da Sade, envolvendo 523 Estados e Municpios.

Realizao do Dia Mundial da Sade e da Ativi-dade Fsica.

Lanamento do 2 edital de fi nanciamento e ampliao da Rede Nacional de Promoo da Sade, passando para 209 entes federados fi nanciados.

Criao da Linha Oramentria de Promoo Sade.

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O consumo de lcool e outras drogas tem sido apontado como fator de risco para diversas doenas e agravos sade. Estudos brasileiros recentes identifi cam o crescimento do consumo destas substncias em diferentes populaes, o que coloca este fenmeno e seus desdobramentos na agenda prioritria do Ministrio da Sade.

De forma geral, todos os parmetros disponveis apontam as bebidas alcolicas como as drogas mais consumidas e as responsveis pelo maior nmero de problemas relacionados - acidentes de trnsito, sexo sem proteo, situaes de violncia interpessoal etc. Estudos epidemiolgicos e inquritos por telefone realizados no Brasil revelam que o consumo de bebidas alcolicas, particularmente entre os jovens, um importante problema de sade pblica.

Resultados do Vigitel - Vigilncia de Fatores de Risco e Proteo para Doenas Crnicas por Inqurito Telefnico - auxiliam o MS a dimensionar o consumo abusivo entre pessoas maiores de 18 anos, nas 26 capitais e no Distrito Federal.

VOC SABIA?

Em 2007, a Universidade Federal de So Paulo (Unifesp) realizou o I Levantamento Nacional sobre os Padres de Consumo de lcool na Populao Brasileira. Foram entrevistadas 3.007 pessoas, sendo 2.346 adultas com mais de 18 anos e 661 adolescentes entre 14 e 17 anos. O estudo indicou que 28% da populao brasileira, o equivalente a 33,6 milhes de pessoas, j havia bebido abusivamente pelo menos uma vez no ltimo ano. Foi considerado como uso abusivo o consumo de quatro ou cinco doses de lcool.

Frequncia de consumo abusivo de bebidas alcolicas. Capitais do Brasil, 2006 a 2008.

Uso de lcool e outras drogas na populaoA mais recente pesquisa envolvendo a populao

geral no Brasil foi realizada pelo Centro Brasileiro de Informaes sobre Drogas Psicotrpicas (Cebrid) em 2005. Alm de estimar a prevalncia do uso de lcool e outras drogas, a anlise possibilitou a comparao de dados com o primeiro levantamento realizado em 2001. O universo estudado correspondeu populao residente nas cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes, na faixa etria compreendida entre 12 e 65 anos de idade.

Em 2001, 19,4% dos entrevistados declararam j ter usado algum tipo de droga, exceto lcool e tabaco. Esse ndice aumentou para 22,8% em 2005, o que corresponde a uma populao estimada de 10.746.991 pessoas. A respeito da porcentagem de dependentes de drogas no Brasil, os resultados apontam para o lcool como o maior problema de sade pblica. Cerca de 12% da populao estudada se considera dependente de bebidas alcolicas; ndice parecido com o de dependncia do tabaco (10,1%) e quase dez vezes menor para a maconha (1,2%).

Fonte: Vigitel, 2008.

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Fonte: Centro Brasileiro de Informaes sobre Drogas Psicotrpicas (Cebrid), 2001 e 2005.

Percentuais do uso de diversas substncias obtidos nas investigaes realizadas em 2001 e 2005 pelo Cebrid.

Poltica nacionalRealizada em 2001, a III Conferncia Na-

cional de Sade Mental foi um grande avano no sentido de propor a constituio de servios especializados para o tratamento dos transtornos decorrentes do consumo de lcool e outras drogas. A Poltica Nacional do SUS para esta rea possui duas diretrizes principais: reduzir de forma gradual e planejada os leitos em hospitais psiquitricos e ampliar a rede de sade mental comunitria.

A aprovao de Lei 10.216/01, marco legal da Poltica Nacional de Sade Mental do SUS, reorienta o modelo de assistncia e, consequen-temente, as aes de sade mental no Brasil. Antes, centrada quase que exclusivamente no hospital psiquitrico e em alternativas pontuais de tratamento extra-hospitalar, a ateno sade mental passou a ser direcionada aos servios de ateno comunitria, trabalhando com a lgica do territrio.

Para saber mais:Reduo de danos - aes de sade dirigi-

das a pessoas que no podem, no conseguem ou no querem interromper o uso de quaisquer substncias ou drogas que causem dependn-cia. O trabalho consiste na reduo de riscos e danos sociais e sade, sem, necessariamente, intervir na oferta ou no consumo.

VOC SABIA?

O Ministrio da Sade lanou em junho deste ano o Plano Emergencial para ampliao do acesso ao tratamento e preveno em lcool e outras Drogas (PEAD). A ao direcionada aos 108 maiores municpios brasileiros, com populao alvo composta por crianas, adolescentes e jovens em situao de vulnerabilidade social. So eixos do Plano: ampliao das aes de sade, formao permanente dos profi ssionais, articulao intersetorial, promoo dos direitos humanos e combate ao estigma.

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Crianas em situao de ruaO Levantamento Nacional sobre o uso de Dro-

gas entre Crianas e Adolescentes em situao de Rua, realizado pelo Centro de Informaes Brasileira sobre Drogas Psicotrpicas (Cebrid) em 2003, nas 27 capitais brasileiras, registrou que o consumo de drogas bastante elevado entre crianas e adolescentes de 9 a 18 anos.

As drogas consumidas em maior intensidade - uso dirio - foram o tabaco, os solventes e a maconha, sendo mencionadas, respectivamente, por 29,5%, 16,3% e 11,2% dos jovens. Esse perfi l foi relativamente semelhante entre as capitais, exceto em relao ao tipo de solvente predominante, que variou entre thinner, cola, lol etc.

Para as bebidas alcolicas, o consumo dirio foi mencionado por apenas 3% dos jovens. No entanto, 43% dos entrevistados j haviam consumido com intensidade variando entre 1 e 19 dias por ms. O uso mensal de derivados da cocana tambm foi mencionando por 12,6% do pblico da pesquisa.

A Poltica Nacional de Sade Mental,

Rede de ateno no SUSA rede de servios destinados assistncia de

pessoas com problemas decorrentes do consumo de lcool e outras drogas foi impulsionada pela poltica do MS para esta rea, publicada em 2003. A Poltica de Ateno Integral aos Usurios de lcool e outras Drogas estabeleceu, entre outras questes, prioridades para a constituio da rede de servios, defi niu as competncias para os trs nveis de gesto do SUS, criou mecanismos de fi nanciamentos especfi cos e instituiu princpios, a exemplo da reduo de danos.

Integram a rede de sade mental os Centros de Ateno Psicossocial (CAPS), Servios Residenciais Teraputicos (SRT), Ambulatrios, Centros de Convivncia e Cultura, Leitos de Ateno Integral em Hospitais Gerais, Servios Hospitalares de Referncia para usurios de lcool e Outras Drogas (SHRad) e as aes na ateno bsica. Estes equipamentos articulam-se ainda com as aes de promoo da sade e de incluso social pelo trabalho, alm do Programa De Volta para Casa. A atuao integrada destes instrumentos contribui para reduzir o nvel de problemas relacionados ao consumo de lcool e outras drogas.

Dados do MS apontam que a cobertura de CAPS vem aumentando ano a ano. Em 2002, com 424 Centros de Ateno Psicossocial, a cobertura era de 21%. Em julho de 2009, com 1.394 servios, a cobertura de CAPS atingiu a marca de 57%.

Expanso anual da rede CAPS no Brasil, de 1998 a 2009

Fonte: Coordenao de Sade Mental/SAS/MS, 2009.

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Pensar sobre o trnsito demanda necessariamente um estudo sobre as cidades, o desenho e arquitetura delas e o ir e vir das pessoas. Portanto, discutir trnsito e promoo da sade impe uma interveno cujo ponto de partida o ser humano. necessrio analisar aspectos relacionados mobilidade e acessibilidade do homem. A Poltica Nacional de Promoo da Sade prioriza aes de mobilizao e a capacitao da sociedade e dos sujeitos envolvidos, com uma agenda voltada para a preveno e reduo das leses e mortes provocadas pelo trnsito.

Trnsito como problema de sade pblicaOs acidentes de transporte terrestre (ATT) matam

anualmente mais de um milho de pessoas em todo o mundo, alm de resultarem em grande nmero de feridos e sequelados. No ano de 2007, por exemplo, foram registrados 36.465 bitos por ATT no Brasil. Do total, 29.903 (82%) eram homens e 6.546 (18%) mulheres. Os jovens representam a maioria das vtimas.

Nesta perspectiva, o Ministrio da Sade esti-mulou Estados e Municpios brasileiros para que a temtica do trnsito fosse inserida na agenda local de sade. O trabalho desenvolvido pelas secretarias de sade estaduais e municipais vem se estruturando atravs de aes intersetoriais envolvendo setores governamentais, no-governamentais e privado.

Bebida alcolica como fator de riscoEstudos apontam que 30 a 50% das vtimas de

ATT consumiram bebida alcolica antes do aciden-te. O consumo de lcool aumenta a probabilidade e a gravidade das leses sofridas; risco ainda maior entre os homens jovens. Estas evidncias levaram diversos pases a adotarem limites mais baixos de alcoolemia. Nos Estados Unidos, pesquisas mostra-ram que medidas de restrio ao lcool reduziram at 24% a ocorrncia de acidentes. Outras medidas importantes consistem em suscitar a certeza e a rapidez da punio.

A Lei 11.705, tambm de-nominada de Lei Seca, foi publicada no Dirio Ofi cial da Unio em 20 de junho de 2008. Ela alterou o Cdigo de Trnsito Brasileiro (CTB), no que diz res-peito aos nveis de alcoolemia, proibindo o consumo de prati-camente qualquer quantidade de bebida alcolica por condutores de veculos. Motoristas fl agrados excedendo o limite de 0,2 gramas de lcool por litro de sangue es-to sujeitos perda da carteira de habilitao por um ano, multa no valor de R$ 957,00 e ainda apreenso do veculo. Alm dis-so, o fl agrante de medidas acima de 0,6 gramas de lcool por litro de sangue considerado crime e pode levar priso.

Monitoramento da Lei SecaArticulado com os ministrios da Justia e das Cidades, o MS vem monitorando continuamente os impactos

e consequncias da Lei 11.705, atravs de fontes de informao com indicadores de internaes, bitos, fi scalizaes, multas, apreenses de carteiras de habilitao, dentre outros. No mbito do Ministrio da Sade, esse monitoramento foi feito a partir de trs fontes de informaes: Sistema de Informaes sobre Mortalidade (SIM), Sistema de Informaes sobre Internaes Hospitalares (SIH) e o inqurito nacional de fatores de risco e proteo para doenas e agravos no transmissveis, atravs de entrevistas telefnicas.

Internaes no SUS por acidentes de trnsitoComparando-se o momento ps-Lei Seca (segundo

semestre de 2008) com o mesmo perodo do ano anterior, observa-se uma reduo de 24.545 internaes por acidentes de trnsito, o que corresponde a uma queda de 23%. Todas as regies apresentaram reduo. Os melhores resultados foram registrados em So Paulo, Rio de Janeiro, Braslia, Manaus, Porto Alegre, Fortaleza e Recife.

Fonte: SIH/SAS/MS

MortalidadeO comparativo entre os primeiros

semestres do ano 2007 e 2008 tam-bm apontou uma reduo de 796 bitos por acidentes de trnsito, uma queda de 22,5%. Em relao aos bi-tos por ATT de cidados residentes nas capitais, a queda foi de 14%, com a reduo de 459 bitos. Destacaram-se as seguintes capitais: So Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Braslia, Fortale-za, Recife, So Lus, Goinia, Palmas, Boa Vista, Macei, Macap, Teresina, Porto Velho, Rio Branco, Belo Hori-zonte e Joo Pessoa.

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Frequncia mensal de morbidade hospitalar por Acidentes de Transporte Terrestre nas capitais. Brasil, 2007 e 2008

O Ministrio da Sade implantou em 2002 um projeto de reduo da morbimortalidade por acidentes de trnsito. A iniciativa tem o objetivo de promover mudanas de hbitos, atitudes, valores culturais e situaes ambientais que in-terferem na ocorrncia de ATT. A implantao do projeto se deu em aglomeraes urbanas selecionadas mediante a mobilizao do setor sade, prefeituras e sociedade civil organizada. Em dezembro de 2008 o MS repassou recursos da ordem de R$ 4 milhes para as 16 capitais que implantaram o projeto.

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Comportamento de riscoA vigilncia de fatores de risco e proteo por

inqurito telefnico (Vigitel) tambm questiona sobre o consumo abusivo de lcool e a freqncia com que as pessoas dirigem aps o consumo de bebidas alcolicas. Na pesquisa, so entrevistados anualmente mais de 54 mil indivduos com idade igual ou maior a 18 anos. Considera-se abusivo o consumo de mais de cinco doses de bebida alcolica para homens e mais de quatro doses para mulheres, numa mesma ocasio, levando-se em considerao os ltimos trinta dias.

A frequncia de adultos que dirigiram aps o consumo abusivo de lcool se manteve entre 1,8 e 2,2% nos meses anteriores implantao da Lei 11.705, caindo para 1,3% em julho, ms sequente promulgao da Lei Seca, chegando ao mnimo de 0,8% em agosto.

Fonte: Vigitel/SVS/MS

Fonte: SIH/SAS/MS

Frequncia mensal de mortalidade por ATT nas capitais

Brasil, 2007 e 2008

Frequncia de adultos (18 anos) que dirigiram aps consumo abusivo de bebidas alcolicas nas capitais. Brasil, 2008

O fenmeno da violncia possui causas mltiplas, complexas e correlacionadas com determinantes sociais, econmicos e culturais, o que refora a idia de que o tema no pode ser analisado nem tratado fora da sociedade. Questo de grande relevncia para a sade pblica, a violncia transforma os hbitos e comportamentos sociais, a organizao dos espaos urbanos e a arquitetura das cidades. Todos so afetados pela fonte comum de uma estrutura social desigual e injusta, que se expressa nas relaes domsticas, de trabalho, de gnero e de classes.

As mltiplas formas e nveis de expresso da violncia sinalizam que preciso desenvolver novas estratgias que sejam intersetoriais, interinstitucionais e interdisciplinares, buscando intervir sobre as causas do problema, que esto na prpria sociedade.

Impacto na sadeDentre as principais causas de bito por acidentes

e violncia, destacam-se as agresses, homicdios e mortes provocadas pelo trnsito, quedas, acidentes de trabalho e suicdios. Crianas, adolescentes e jovens esto entre as principais vtimas de violncias e acidentes na vida cotidiana. Destaca-se que as agresses e homicdios so responsveis pela primeira causa de morte em adolescentes e jovens brasileiros.

No Brasil, os acidentes e violncias ocupam a terceira causa de mortes na populao geral e primeira causa entre os adolescentes e jovens

Crianas e adolescentesA violncia sexual representou 44% do total

de atos violentos contra crianas. O dado oriundo do sistema de Vigilncia de Violncias e Acidentes (Viva), que registrou ainda a violncia psicolgica (38%) e a negligncia/abandono (33%) como outros graves problemas que atingem essa faixa etria. Na populao adolescente, a violncia sexual tambm foi a principal causa de atendimento (56%) em unidades de sade que integram o Viva; seguida das violncias psicolgica e fsica, com 50 e 48%, respectivamente.

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Fonte: VIVA/SVS/MS, 2007.

Proporo de violncias notifi cadas contra Crianas (0 a 9 anos de idade) e Adolescentes (10 a 19 anos) segundo a natureza da violncia Brasil, 2006-2007.

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Para saber mais:Cultura da Paz paz em ao; o res-

peito aos direitos humanos no dia-a-dia; um poder gerado por um tringulo interativo de paz, desenvolvimento e democracia. Enquanto cultura de vida trata-se de tornar diferentes indivduos capazes de viverem juntos, de criarem um novo sentido de compartilhar, ouvir e zelar uns pelos outros, e de assumir responsabilidades por sua participao numa sociedade democrtica que luta contra a pobreza e a excluso; ao mesmo tempo em que garante igualdade poltica, eqidade social e diversidade cultural (Unesco, 2000).

IdososPara ambos os sexos, a principal violncia contra idosos notifi cada pelo Viva foi a psicolgica ou moral,

seguida da violncia fi nanceira ou patrimonial. As mulheres, no entanto, foram as mais acometidas.Quanto aos principais autores de violncia contra idosos, o Viva identifi cou os fi lhos (37%), outros parentes

(17%) e o cnjuge (10%). A pesquisa foi realizada entre agosto de 2006 e julho de 2007.

A maioria das violncias acontece no ambiente domstico: 58% contra crianas e 50% contra adolescentes.

AdultosDentre a natureza dos atos violentos contra

adultos notifi cados pelo Viva, observa-se a maior ocorrncia de violncia fsica, tanto em homens (95%) como em mulheres (73%). Destacam-se ainda ndices elevados de violncia psicolgica (72%) e sexual (23%) contra as mulheres.

Fonte: VIVA/SVS/MS, 2007.

As mulheres so as principais vtimas de violncia domstica

Fonte: VIVA/SVS/MS, 2007.

Proporo de violncias notifi cadas contra adultos(as) (20 a 59 anos de idade) segundo a natureza da violncia, por sexo. Brasil, 2006-2007.

Proporo de violncias notifi cadas contra adultos (acima de 60 anos de idade) segundo a natureza da violncia, por sexo. Brasil, 2006-2007.

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A interface entre sade e ambiente, sob a tica da sustentabilidade, compreende esforos multisetoriais que passam por questes de saneamento, habitao, educao, cultura e at de polticas voltadas para a criao de emprego e renda; tudo isso em prol do bem-estar e da sade humana.

Nesse contexto, a promoo da sade estreita sua relao com a vigilncia em sade, a fi m de identifi car as medidas de preveno e controle dos fatores de risco ambientais relacionados s doenas ou a outros agravos sade.

Promover iniciativas que contribuam para a melhoria da qualidade de vida da populao uma ao conjunta das reas de Sade Ambiental e de Promoo da Sade. So exemplos de aes com esse enfoque o Programa Sade na Escola (PSE) e a iniciativa de Cidades Saudveis.

Para saber mais:

A iniciativa de Cidades Saudveis identifi ca os aspectos determinantes do processo de sade-adoecimento no Brasil, especifi camente nas regies urbanas. So questes-alvo da inici-ativa a violncia, desemprego, subem-prego, saneamento bsico, habitao, educao, fome, qualidade do ar, do solo e da gua; industrializao e urbanizao, acesso aos bens de ser-vio e assistncia social e mdica, exploso demogrfi ca, formao de po-pulaes marginais, invases urbanas e, consequentemente, o aumento da disperso e introduo de endemias e outros agravos sade.

Os conceitos e modelos de cidades saudveis so baseados na articulao e integrao dos diferentes setores e atores da sociedade, promovendo solues conjuntas para obteno de benefcios mtuos aos diversos pro-blemas que afetam as populaes urbanas.

VOC SABIA?

O Ministrio da Sade participa ativamente da elaborao de estudos e relatrios de impacto ambiental (EIA/RIMA), projetos bsicos ambientais (PBA) e demais documentos pertinentes concesso de licena ambiental para empreendimentos.

No perodo de 15 a 18 de dezembro de 2009, em Braslia, ser realizada a 1 Conferncia Nacional de Sade Ambiental. O objetivo propor diretrizes para a poltica pblica integrada no campo da sade ambiental, a partir da atuao transversal e intersetorial de diversos atores. Com o tema A sade ambiental na cidade, no campo e na fl oresta: construindo cidadania, qualidade de vida e territrios sustentveis, a conferncia reunir participantes de todo o pas. A organizao dos ministrios da Sade, do Meio Ambiente e das Cidades.ministrios da Sade, do Meio Ambiente e das Cidades.

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Para saber mais:O Informe Unifi cado sobre Agrotxicos

no SUS apresenta os dados de intoxicao no Brasil. As informaes esto disponveis no endereo eletrnico http://189.28.128.100/portal/arquivos/pdf/folder_cgvam_2008_web.pdf

VIGIPEQA Vigilncia em Sade de Populaes Expostas a Contaminantes Qumicos (VIGIPEQ) vem ao encontro da

preocupao mundial crescente quanto aos riscos sade pblica decorrentes da presena de contaminantes na gua, no solo, no ar e na biota [conjunto de seres vivos, fl ora e fauna que habitam um determinado ambiente]. Suas aes consistem, portanto, na identifi cao de populaes susceptveis aos fatores de risco, no conhecimento e detalhamento das situaes de exposio e na ateno integral sade das pessoas expostas.

AgrotxicosDentre os mais importantes fatores de risco e fonte de

contaminao para a sade pblica esto os agrotxicos. No Brasil, entre os anos de 1999 e 2006, o Sistema Nacional de Informaes Txico-Farmacolgicas (Sinitox) notifi cou 105.683 casos de intoxicao por agrotxicos, com coefi ciente de incidncia de 7,47 por 100 mil habitantes. J o Sistema de Informao de Agravos de Notifi cao (Sinan) registrou 22.548 casos de intoxicao por agrotxicos no perodo de 1999 a 2008, com coefi ciente de 1,53 por 100 mil habitantes.

Fonte: Sinan (1999 a 2008) e Sinitox (1999 a 2006)

Coefi ciente de intoxicao por agrotxicos (por 100.000 hab) notifi cadas no Sinan (1999-2008) e registradas no Sinitox (1999-2006), Brasil

Poluentes atmosfricosAproximadamente 85% da populao

brasileira vive em centros urbanos, exposta potencialmente poluio atmosfrica. Uma das maiores fontes de poluio do ar a queima de combustveis como carvo, gasolina, diesel e gs de cozinha. Outras fontes relevantes de poluio so as emitidas por processos industriais de extrao e de transformao de matria-prima, bem como a queima de cana-de-acar e de biomassa ocasionada por incndios fl orestais.

O Instrumento de Identifi cao de Municpios de Risco (IIMR) vem sendo utilizado para localizar as regies com maior impacto de poluio atmosfrica na sade da populao. O trabalho visa o desenvolvimento de aes de vigilncia e de ateno integral nos servios de sade.

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Qualidade da guaO consumo de gua com qualidade de

fundamental importncia para a promoo da sade e preveno de riscos e agravos. Por isso, as aes de vigilncia sobre as formas de abastecimento - sistemas ou solues alternativas - devem ser rotineiras e preventivas, a fi m de garantir a reduo das enfermidades transmitidas pela gua de consumo humano.

Em 2008, 3.730 municpios do Brasil (67%) alimentaram o Sistema de Informao de Vigilncia da Qualidade da gua para Consumo Humano (Sisagua), com informaes de cadastros das diferentes formas de abastecimento. Na ocasio foram cadastrados 10.107 sistemas de abastecimento de gua e 26.329 solues alternativas coletivas. O cadastramento uma ferramenta indispensvel para as aes de vigilncia da qualidade da gua para consumo humano (VIGIAGUA).

Fonte: Sisagua, Junho 2009.

Fonte: Formsus - DATASUS 2008

Dados do Sisagua apontam que 81% dos sistemas de abastecimento tm tratamento. O mesmo ocorre em 28% das solues alternativas coletivas.

VOC SABIA?

- Sistemas de abastecimento de gua so instalaes compostas por conjunto de obras civis, materiais e equipamentos, destinadas produo e distribuio canalizada de gua potvel para populaes, sob a responsabilidade do poder pblico, mesmo que administrada em regime de concesso ou permisso.

- Solues alternativas so todas as modalidades de abastecimento coletivo distintas dos sistemas de abastecimento, incluindo, entre outras, fonte, poo comunitrio, distribuio por veculo transportador, instalaes condominiais horizontal e vertical.

Distribuio do Nmero Absoluto de Municpios deRisco Identifi cados por meio do IIMR, por Estado, 2008

Percentual de Sistemas de Abastecimento de gua com tratamento cadastrados no SISAGUA em 2008

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Ao longo dos anos, o Ministrio da Sade vem desenvolvendo estratgias de promoo dos direitos sexuais e reprodutivos de adolescentes e jovens, buscando superar tabus e preconceitos que ainda permeiam a vivncia da sexualidade dessa parcela da populao. Para tal, considera que os direitos sexuais e os direitos reprodutivos transcorrem por muitos aspectos da vida; entre eles a sade, o poder sobre o prprio corpo, a liberdade para a vivncia da sexualidade, a maternidade e a paternidade. No entanto, antes de tudo, possvel afi rmar que os direitos sexuais e reprodutivos dizem respeito cidadania e aos acordos para a vida em sociedade.

Sade e Preveno nas EscolasEm 2003, os Ministrios da Sade e da Educao,

em parceria com a Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura (Unesco), o Fundo das Naes Unidas para a Infncia (Unicef) e o Fundo de Populao das Naes (UNFPA), lanaram o projeto Sade e Preveno nas Escolas (SPE).

A iniciativa tem como objetivo central desenvol-ver estratgias de promoo dos direitos sexuais e reprodutivos de adolescentes e jovens, preveno de doenas sexualmente transmissveis, promoo da sade e educao sobre lcool e outras drogas; tudo isso por meio de uma srie de aes articuladas no mbito das escolas e das unidades bsicas de sade.

No ano de 2007, com a criao do Programa Sade na Escola (PSE), foi implantado um novo contexto institucional para as aes intersetoriais destinadas populao escolar. O PSE visa promover a integrao e articulao das redes pblicas de ensino e de