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neuza-teixeira
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poema
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De manhã, quando nas
selvas
O dia desperta as aves,
E mil aromas suavesSobem dos campos ao céu,Porque sinto ante meus olhos
Estender-se húmido véu?
E esta imagem
resplendente,
Que sorrir-me em
sonhos vejo,
Ai, tão bela que desejo
Sempre mais tempo
sonhar!
Quem é que em tão
mago enleio
Me faz, sem querer,
sonhar?
Este ansiar incessante,
Esta esperança ainda
tão 'vaga
De gozos, que a mente
alaga,
Mal lhe sabendo o valor,
Este ignoto sentimento...Deus do Céu, será o amor?
1859.
Amor! que palavra é esta,
Que ela só me
sobressalta
E mil sensações
exalta
Desconhecidas para
mim...
Que poder mágico
encerra
Para me agitar
assim?
É o amor o sentimento
1859.
Que me faz arfar o
seio?
Este gozo porque
anseio
E a que aspira o
coração?
É pois amor este
fogo,
Esta vaga
inquietação?
Nota do Autor. — Não sou por certo eu o melhor juiz da
verdade desta
poesia, escrevi-a de palpite.
Julgue-a quem pode.
QUINZE ANOS
Que são quinze anos, quando a
virgem cora?
Quando, já triste, na solidão
vagueia?
Que são quinze anos, se ao
surgir da aurora,
A embala em sonhos
embriagante ideia?
Se ao fim da tarde, em languidez
caída,
Do peito sente o palpitar
inquieto,
E aspira, ansiosa, mas ardente
vida,
(NO ÁLBUM DO MEU AMIGO J. M. NOGUEIRA LIMA)
Vida de amores, de paixões, de
afeto?
Que são quinze anos, quando um
sangue ardente
No peito infunde abrasadora lava?
Quando aos assomos da paixão nascente,A alma da virgem se submete escrava?
Ai, quantas vezes nesses jovens seios
Se esvai bem prestes a
infantil bonança?
Quantas se ocultam juvenis
enleios,
Nas aparências de pudor, criança?
Vês a palmeira, que no nosso
clima
Arbusto humilde, um vendaval
derruba,
Como nas plagas, que o calor
anima,
Eleva altiva a majestosa juba?
A mesma vida, que recebe a
planta