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1~:(IiHl](IHH! P arece algo muito simples, mas . a preocupação de muitos pro- dutores de leite é saber o pon- to ideal de consumo ou de cor- te das pastagens, ou seja, determi- nar em que altu- ra do capim os animais devem entrar ou sair dos piquetes. Is- so ocorre tanto quando traba- lham com gra- m íneas em co- bertura de inver- no ou com pasta- gens perenes e em sistema de piqueteamento. Normalmen- te, o rebanho está superior à quantida- de ideal ou acaba ficando tempo demais no pastejo e consome o alimento até abaixo do ponto limitante para o rebrote. Outras vezes o número de animais na área é baixo, deixando o pasto muito acima da altura ideal. As duas situações são co- muns de se ver no campo, pasto muito alto ou dema- siadamente pastejado. "Em ambos os casos há perdas", frisa o pesqui- sador da Embrapa Gado de Corte, José Alexandre Agiova da Costa. Ele expli- ca que acima do ponto ide- al o pasto começa a ficar fibroso e velho, desagra- dando o paladar do animal e, ao mesmo tempo, per- dendo em conteúdo nutri- cional. Ao passo que se fi- car abaixo, é ainda mais grave, pois compromete a pastagem, que começa a se degradar pela falta de força para o rebrote, ou seja, os animais estão con- sumindo muito pasto ea produtividade também vai diminuir. Para orientar os pecua- ristas, Costa e um colega, o zootecnista Haroldo Pi- de e vermelha, sendo que a cor ver- de representa a altura de pastejo ea parte vermelha se refere às alturas de pastejo das gramíneas que devem ser evitadas (muito baixo ou muito alto), ou seja, representa o momento de entrada e saí- da dos reba- nhos no pasto. "O nosso objetivo é ofe- recer uma so- lução a um dos grandes desafios que sempre esti- veram pre- sentes na vida dos pecuaristas e também dos pesqui- sadores envolvidos com sistemas de manejo de pastagem, que é o momento correto de entrada e saída dos animais no piquete, visando manter uma taxa de lo- tação adequada de ani- mais por área", salienta o pesquisador. Assim, a ferramenta vai ajudar o produtor a evitar o su- perpastejo (falta de pas- to) ou o subpastejo (ex- cesso de pasto). Em pastejo contí- nuo, por exemplo, a ferramenta indica o momento certo para aumentar ou reduzir o número de animais no pasto. "No pastejo ro- tacionado, a lotação mais adequada é aquela que permite o consumo de toda a for- ragem num período de 3 a 6 dias", enfatiza Costa ao salientar que nas fazendas brasilei- ras é comum encontrar rebanhos permane- cendo em áreas onde o capim foi consu- mido até bem abaixo da altura indicada pa- ra a espécie. De uso fácil, prático e preçiso Trata-se de uma nova ferramenta para a pecuária de leite a pasto. Tem como objetivo indicar a hora de as vacas entrarem e saírem dos piquetes, de forma visual e prática 58 LURDES GUERRA res de Queiroz, desenvolveram uma ré- gua de manejo de pastagens. Muito prá- tica para ser utilizada, a peça se parece com uma bengala, pintada nas cores ver- Costa: uma ferramenta para indicar o momento de entrada e de saída do rebanho Balde Branco - maio 2014

De uso fácil, prático e preçiso - ainfo.cnptia.embrapa.brainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/102453/1/digitalizar0025.pdf · ca que acima do ponto ide-al o pasto começa

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1~:(IiHl](IHH! •

Parece algo muito simples, mas. a preocupação de muitos pro-

dutores de leite é saber o pon-to ideal de consumo ou de cor-

te das pastagens, ou seja, determi-nar em que altu-ra do capim osanimais devementrar ou sairdos piquetes. Is-so ocorre tantoquando traba-lham com gra-m íneas em co-bertura de inver-no ou com pasta-gens perenes eem sistema depiqueteamento.

Normalmen-te, o rebanho está superior à quantida-de ideal ou acaba ficando tempo demaisno pastejo e consome o alimento atéabaixo do ponto limitante para o rebrote.Outras vezes o número deanimais na área é baixo,deixando o pasto muitoacima da altura ideal. Asduas situações são co-muns de se ver no campo,pasto muito alto ou dema-siadamente pastejado.

"Em ambos os casoshá perdas", frisa o pesqui-sador da Embrapa Gadode Corte, José AlexandreAgiova da Costa. Ele expli-ca que acima do ponto ide-al o pasto começa a ficarfibroso e velho, desagra-dando o paladar do animale, ao mesmo tempo, per-dendo em conteúdo nutri-cional. Ao passo que se fi-car abaixo, é ainda maisgrave, pois compromete apastagem, que começa ase degradar pela falta deforça para o rebrote, ouseja, os animais estão con-sumindo muito pasto e aprodutividade também vaidiminuir.

Para orientar os pecua-ristas, Costa e um colega,o zootecnista Haroldo Pi-

de e vermelha, sendo que a cor ver-de representa a altura de pastejo e aparte vermelha se refere às alturasde pastejo das gramíneas que devemser evitadas (muito baixo ou muito

alto), ou seja,representa omomento deentrada e saí-da dos reba-nhos no pasto.

"O nossoobjetivo é ofe-recer uma so-lução a umdos grandesdesafios quesempre esti-veram pre-sentes na vida

dos pecuaristas e também dos pesqui-sadores envolvidos com sistemas demanejo de pastagem, que é o momentocorreto de entrada e saída dos animais

no piquete, visandomanter uma taxa de lo-tação adequada de ani-mais por área", salientao pesquisador. Assim, aferramenta vai ajudar oprodutor a evitar o su-perpastejo (falta de pas-to) ou o subpastejo (ex-cesso de pasto).

Em pastejo contí-nuo, por exemplo, aferramenta indica omomento certo paraaumentar ou reduzir onúmero de animais nopasto. "No pastejo ro-tacionado, a lotaçãomais adequada éaquela que permite oconsumo de toda a for-ragem num período de3 a 6 dias", enfatizaCosta ao salientar quenas fazendas brasilei-ras é comum encontrarrebanhos permane-cendo em áreas ondeo capim já foi consu-mido até bem abaixoda altura indicada pa-ra a espécie.

De uso fácil, prático e preçisoTrata-se de uma nova ferramenta para a pecuária de leite a

pasto. Tem como objetivo indicar a hora de as vacas entrareme saírem dos piquetes, de forma visual e prática

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LURDES GUERRA

res de Queiroz, desenvolveram uma ré-gua de manejo de pastagens. Muito prá-tica para ser utilizada, a peça se parececom uma bengala, pintada nas cores ver-

Costa: uma ferramenta para indicar o momento de entrada e de saída do rebanho

Balde Branco - maio 2014

DA TEORIA AO USO PRÁTICO - A citadarégua foi desenvolvida com indi-cação certa de pelo menos oitovariedades de capins, as maisusadas no País, sendo três culti-vares da família Panicun ma-ximum, que são a mombaça, atanzânia e a massaí; e para asBrachiarias decumbens, maran-du, piatã e xaraés e humidícula,sendo que para cada espécie háuma medida diferente a ser segui-da. Ou seja, para os capins adap-tados ao pastejo contínuo, a ré-gua indica com um traço verde aaltura máxima de manejo e, comum traço vermelho, a altura míni-ma de pastejo.

Quando o capim atinge a altu-ra máxima é hora de aumentar onúmero de animais no piquete, ou,se não houver vacas suficientespara o pastejo, vedar a pastagempara uso no período de escassez(inverno no Sudeste e Sul, e perí-odo seco no Centro-oeste e Nor-te). Ao atingir a altura mínima o pro-dutor sabe que deve reduzir o nú-mero de animais no pasto oudeixá-Ios em descanso.

Depois de um ano de estudo,a régua de manejo foi efetivamentelançada ao mercado há um ano, noCentro de Pesquisas da Embrapa Gadode Corte, em Campo Grande-MS. No

início de 2013 passou pelo processo deproteção intelectual e de licenciamento,e já está sendo conhecida no mercadonacional e em outros países. No Brasil

três fabricantes estão licenciadospara fabricar e comercializar atecnologia, que está à disposiçãonas lojas agropecuárias ou sobencomenda diretamente aos fabri-cantes pela internet.

"O nosso objetivo foi desenvol-ver um produto simples, de fáciluso pelo produtor, de materialreciclável e barato, ou seja, deci-dimos transformar as informaçõesteóricas em um objeto concreto ede fácil manuseio", explicou JoséAlexandre. O preço varia entre R$25 e 50, conforme o modelo dese-jado e o material utilizado na fa-bricação.

A régua serve como um indica-dor geral de manejo dos animaismantidos a pasto, mas tambématua como indicativo para o cortemanual ou mecânico, quando agramínea é destinada para ser ser-vida no cacho ou para ensilagem."Nesses casos, o corte deve serfeito pela base inferior da régua;depois, é preciso adubar e espe-rar a pastagem se recuperar nova-mente para fazer o próximo corte",orienta o pesquisador. •

Mais informações: José Alexandre Agiova daCosta, pesquisador; Núcleo Regional Centro-Oeste para Caprinos e Ovinos, Campo Gran-de-MS; telefones: (67)3368-2064 e 8144-7242.