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NEGÓCIOS & TIC – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ANO VII – NÚMERO 24 ENCARTE ESPECIAL Big data: sua empresa está preparada? Bancos nacionais investem R$ 20 bi em tecnologia Dionisio Gava, CIO do banco Fibra Eficiência operacional em xeque diante do atendimento multicanal e da mobilidade Um novo cliente, para um novo banco

Decision Report 24 - Risk Report 14

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Na Decision Report, a vertical de destaque é Finanças - Um novo cliente, para um novo Banco. Na da Risk Report, André Salgado, CSO do Citi, fala sobre segurança robusta e amigável

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NEGÓCIOS & TIC – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

ANO VII – NÚMERO 24

ENCARTE ESPECIAL

Big data: sua empresa está preparada? Bancos nacionais investem R$ 20 bi em tecnologia

Dionisio Gava, CIO do banco Fibra

Eficiência operacional em xeque diante do atendimento multicanal e da mobilidade

Um novo cliente, para um novo banco

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NENHUM SETOR MELHOR DO QUE O BANCÁRIO PARA traduzir o binômio eficiência operacional e redução de custos. Isso significa que os investimentos em TI, que sempre marcaram o seg-mento, continuam em alta, mas agora com mais rigor. É preciso melhorar a eficiência da Tecnologia da Informação, gerir o custo do software, aperfeiçoar as arquiteturas e trabalhar com sistemas de informação e indicadores de eficiência.

Independentemente do porte da instituição, a maioria dos CIOs de bancos está buscando estratégias para alcançar eficiência nos custos e gerir melhor o capital. Também faz parte da agenda desses

executivos, olhar para as mudanças nos modelos de negócios e buscar formas da TI suportar isso. Sem falar ainda na busca das pessoas certas para os lugares adequados e a necessidade de renovar a infraestrutura de forma suficiente para que atenda às exigências do negócio.

Nesse cenário, o software tem sido um dos vilões. Uma das questões que aparece cons-tantemente também nessa lista de preocupações dos CIOs do setor financeiro é a gestão do software. Processos de compra descentralizados, valores diferentes para o mesmo produto, classificação complexa, altos custos de licenciamento, revisões de compliance, heterogenei-dade dos produtos e diversidade de fornecedores são os principais aspectos que contribuem para tirar o sono dos líderes.

Em função de tudo isso e mais alguma coisa, é que as iniciativas de cloud computing estão sendo efetivamente avaliadas pelo segmento bancário. Na pesquisa apresentada pela FEBRABAN, que funciona como um esquenta para o Ciab, que acontece de 12 a 14 de junho, em São Paulo, o diretor-setorial de Tecnologia e Automação Bancária da FEBRABAN, Luis Antonio Rodrigues, mostrou que os bancos aumentaram a aquisição de pacotes de software e que a computação em nuvem, na sua versão privada, já é uma realidade em muitos bancos.

Esse cenário de transformações é destaque nesta edição da Decision Report. Tamanho é o processo de renovação na indústria bancária que exigiu uma ampla discussão sobre os novos parâmetros entre os mais renomados C’Levels do setor. O CIO do banco Fibra, Dionisio Gava, falou com exclusividade sobre o novo perfil do cliente bancário e da eficiência necessá-ria para atuação nos dias atuais.

Já na Risk Report, a entrevista exclusiva com André Salgado, CSO do Citi, aborda os desa-fios da proteção de perímetro e as tendências de Segurança da Informação para o setor bancá-rio. Temas como ciberguerra e fraudes compõem o cenário da SI sob a visão de especialistas.

Boa leitura! Graça Sermoud

V I S Ã O

Equilíbrio não tão distanteDIREÇÃO E EDIÇÃO GERAL

Graça [email protected]

REPORTAGEMLéia Machado

[email protected]

Rodrigo [email protected]

Lucia Helena Corrêa

DESIGNRafael Lisboa

FOTOGRAFIAIzilda França

Max NogueiraThiago Henrique da Silva

DIREÇÃO DE MARKETING

Sergio [email protected]

EXECUTIVO DE CONTASMarcos Carvalho

[email protected]

EXECUTIVO DE CONTAS RJCaio Sermoud

[email protected]

COORDENADORES DE EVENTOSTatiane Simões

tsimõ[email protected]

Eduardo [email protected]

Paulo Amaral

[email protected]

GERENTE ADM. FINANCEIRO Laura Raucci

[email protected]

W W W . D E C I S I O N R E P O R T . C O M . B R

A B R IL / M AIO 2013

CONTEUDO EDITORIAL

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CONTEUDO EDITORIALCONTEÚDOEDITORIAL

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D E C I S I O N R E P O R T 3

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V E R T I C A L

> FINANÇAS12 DESAFIO: Características de atendimento multicanal no setor financeiro

16 Entrevista: Dionisio Gava, CIO do banco Fibra

21 VALOR: Cases banco Fibra e Banco do Brasil

T E N D Ê N C I A S

> BIG DATA: VALOR DA MONTANHA DE DADOS24 Inteligência analítica entra na agenda de investimento da TI

P A N O R A M A 06 Cloud computing : Nuvem deve movimentar US$ 1 bilhão até 201707 Estudo FGV: TI demanda 7% das receitas empresariais08 Pesquisa FEBRABAN: Bancos movimentam R$ 20 bilhões em TI10 Storage : HP mira liderança em armazenamento11 In memory : Hana é aposta de mercado da SAP

16DIONISIO GAVA, CIO DO BANCO FIBRA

22ANDERSON ITABORAHY, GERENTE-EXECUTIVO DO BANCO DO BRASIL

27SÉRGIO LUIZ DE OLIVEIRA, ESPECIALISTA EM TI DA 3M

R I S K R E P O R T

> OVERVIEW INTERNACIONAL

30 Cobertura do RSA

Conference 2013

> SPOT INTERVIEW 34 André Salgado, CIO do Citi

> FOCUS36 CIBERGUERRA: Malwares sofisticados deixam o espaço cibernético tão perigoso quando o mundo físico

40 FRAUDES: A sangria continua devido ao aumento das vulnerabilidades e da profissionalização do cibercrime

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da América Latina (liderados por Brasil, Argentina e México), Ásia/Pacífico, Leste Europeu, Oriente Médio e do Norte da África têm as maiores taxas de crescimento, enquanto repre-sentam os menores mercados. A China é a exceção, pois é um mercado grande, em desenvolvimento rápido.

Na visão de Anderson Figueiredo, gerente de Pesquisa e Consultoria da IDC Brasil, o mercado brasileiro de Tecnologia da Informação não sentiu reflexos do baixo PIB (Produto Inter-no Bruto) registrado em 2012. “A TI no Brasil cresceu 12% no ano passado contra 0,9% do PIB. No caso do cloud computing, a nossa previsão era de alta de 60% em 2012. Mas esse mode-lo superou nossas expectativas”, aponta.

Segundo o executivo, dois fatores são responsáveis pelo avanço da computação em nuvem no Brasil: a ascensão do modelo junto às pequenas e médias empresas, devido ao baixo custo de investimento, e o alinhamento do discurso das fornecedoras de soluções com as demandas do mercado. FORNECEDORES ATENTOS. De fato, os dados de cresci-mento da computação em nuvem mostram movimento não só no mercado de TI, mas em toda a economia do Brasil. Grandes players investem pesadamente em cloud computing e pode-mos observar um movimento de oferta de soluções por parte de pequenos e médios fornecedores de tecnologia.

“O governo brasileiro está muito interessado no modelo de cloud e as apostas são feitas com altos números. A com-putação em nuvem é muito mais do que estamos vendo hoje, ela movimenta a economia do País de forma dinâmica. As fornecedoras têm boas ofertas e num futuro muito próximo, todas as soluções terão que se conversar”, acrescenta.

Figueiredo enxerga as operadoras de telecomunicações como fortes concorrentes de players de TI na oferta de com-putação na nuvem. “No ano passado, todas as operadoras lançaram serviços de cloud, elas têm uma infraestrutura que ninguém tem. O DNA dessas empresas é cobrar por uso e isso se encaixa muito bem nas ofertas de computação em nuvem. Porém, ainda falta o conhecimento e discurso de TI. O CIO se preocupa em alinhar a tecnologia às estratégias de negócio, é neste ponto que as operadoras perdem espaço”, avalia.

Para a IDC, o mercado brasileiro já entendeu o conceito, o que falta é justificar o investimento para o core da em-presa. “Ninguém é obrigado a mover tudo para a nuvem. Vamos conviver com ofertas de cloud pública, privada e híbrida, inclusive quando falamos em missão crítica. Só no ano passado, 40% de aplicações críticas foram colocados na nuvem”, diz Figueiredo. O consultor acrescenta que, em 2013, projetos de cloud serão feitos em grandes empresas dos setores de finanças e manufatura. z

HÁ PELO MENOS DOIS ANOS, a computação em nuvem ocupa destaque nas pesquisas, despertando curiosidade e análises por parte das empresas usuárias e movimentando o setor de fornecedores de TI, tanto os menores quanto os grandes players internacionais.

Na visão da consultoria IDC, 2013 é o ano do cloud com-puting no Brasil. De 2011 para 2012, o modelo de computa-ção em nuvem avançou 68,4% e deve movimentar US$ 257 milhões no País até o final deste ano. A estimativa da IDC é de crescimento anual de 74,3% até 2015 e o valor investido pode chegar a US$ 789 milhões.

As projeções da Frost & Sullivan são ainda mais otimis-tas. Para ela, o mercado brasileiro de computação na nuvem deve crescer 74%, em 2013, com receitas chegando a US$ 302 milhões. Até 2017, a Frost & Sullivan estima que o cloud computing movimente US$ 1 bilhão no Brasil.

Para este ano, as estimativas globais do Gartner apon-tam um crescimento de 18,5% do mercado de serviços na nuvem pública, totalizando US$ 131 bilhões. Infraestrutura como serviço (IaaS) continua sendo o segmento com o crescimento mais rápido, a uma taxa de 42,4%, em 2012, alcançando US$ 6,1 bilhões. Para 2013, este mercado global deve crescer 47,3%, chegando a US$ 9 bilhões. No Brasil, as estimativas da IDC são parecidas para infraestrutura e pode movimentar US$ 123 milhões.

De acordo com o Gartner, em geral, os países emergentes

Cloud ganha força no BrasilCOMPUTAÇÃO EM NUVEM DEVE MOVIMENTAR US$ 1 BILHÃO ATÉ 2017

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O MERCADO BRASILEIRO DE TI registrou um avanço mínimo no uso de tecnologia. Segundo a pesquisa do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Escola de Admi-nistração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP), em média, gastos e investimentos em TI atingiram 7,2% da receita nas empresas, em 2012. No estudo anterior, a média foi de 7%. O valor total desse aporte depende do estágio e nível de informatização de cada setor.

A FGV estima que este percentual suba para 8% em quatro anos, puxado pelas grandes empresas. “Não existe uma economia de escala em tecnologia no Brasil. Crescemos muito pouco, pois o cenário econômico não está favorável”, diz o professor da FGV e coordenador da pesquisa, Fernan-do Meirelles. Para o segmento de PMEs, a automatização será alavancada pelas exigências fiscais e regulatórias. De acordo com o professor, serviços de telecomunicação ainda não foram incluídos nos custos e investimentos em TI, pois depende da particularidade de cada empresa. “Telecom está em processo de migração e aos poucos está sendo inserida na TI”, acrescenta Meirelles.

Os índices apresentados na pesquisa revelam que os gas-tos e investimentos em TI de países mais desenvolvidos são constantemente superiores aos nacionais. Em 2010, a média norte-americana fiou em 11% enquanto a europeia registrou 8%. Entretanto, o Brasil aparece à frente dos países da Amé-rica Latina, que destinaram 5% das receitas em tecnologia. “Os números representam a informatização do País. Mesmo com um crescimento baixo, a TI está crescendo no Brasil e a tendência é de avanço ano a ano”, aponta.

TECNOLOGIAS DE PONTA. Apontada como tendência, a com-putação em nuvem foi incluída na pesquisa, porém, não obteve número significativo para um resultado conclusivo. “Por mais que o mercado fale que o cloud computing já é realidade nas empresas, a verdade é um pouco diferente. Com certeza, mui-tas empresas usam serviços na nuvem, mas isso não significa que elas estão na nuvem. Ainda não conseguimos responder quantas companhias no Brasil estão, de fato, no cloud”, diz.

TI brasileira caminha a passos lentos TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DEMANDA, EM MÉDIA, 7,2% DAS RECEITAS DAS EMPRESAS, DIZ FGV. INTELIGÊNCIA ANALÍTICA E ERP SÃO SISTEMAS DE DESTAQUE NA PESQUISA, ENQUANTO O CLOUD COMPUTING NÃO ALCANÇA RESULTADO CONCLUSIVO

Em 2011, a pesquisa da FGV incluiu o uso de softwares de inteligência analítica e para este item os números foram mais precisos. Este segmento apresentou nível consolidado sendo responsável por parte significativa dos lucros de grandes fornecedores como SAP, Oracle e TOTVS. Entre as grandes empresas, a SAP lidera o mercado com 32%, seguida pela Oracle com 27% e TOTVS com 9%. Por outro lado, a TOTVS é a líder entre as pequenas organizações com 26%, contra SAP e Oracle, com 10% e 8%, respectivamente.

Para o setor de Sistemas Integrados de Gestão (ERP), as três fornecedoras também aparecem no topo da lista da FGV e representam 81% do mercado. Entre as pequenas empre-sas, a TOTVS segue líder com 52% de market share, seguida pela SAP e Oracle, ambas com 8%. No segmento de grandes empresas os números são inversos, SAP lidera com 51%, contra Oracle e TOTVS, com 21% cada uma.

NÍVEL DE INFORMATIZAÇÃO. Todas as indústrias regis-traram um pequeno avanço em 2012 se comparado ao ano anterior. O setor de Finanças segue na liderança cujo percen-tual investido foi de 13,3%, contra 12,8% em 2011. O setor de Serviços destinou 10,4% no ano passado, sendo que em 2011 o valor foi de 10%. O segmento de Varejo ainda está na parte de baixo da tabela. O número de investimentos em 2012 es-teve na casa dos 3,2% contra 2,9%, em 2011. O custo anual por usuário subiu para R$ 24.200,00, um valor próximo ao custo anual por teclado de R$ 22.400,00.

Pela primeira vez, a pesquisa anual da FGV incluiu tablets na pesquisa. Hoje, existem 118 milhões de computadores em uso - doméstico e corporativo - no Brasil, três máquinas para cada cinco habitantes, 20% de crescimento ao ano. Deste total, 5 milhões são tablets. Para 2013, a estimativa de vendas é de 22,6 milhões de unidades. Em 2014, a expecta-tiva é de uma soma de 140 milhões de aparelhos e, em 2016, chegaremos a 200 milhões de computadores, um para cada brasileiro. “Esta previsão foi antecipada para um ano, pois a penetração de tablets é vertiginosa no Brasil”, diz Meirelles.

A Microsoft continua dominando a estação de trabalho das empresas com Windows, Explorer e Office com mais de 90% do uso. Em termos de banco de dados, Oracle e SQL li-deram com 36%, cada uma, seguidas por Access e Progress com 6% cada. Nos servidores corporativos o Windows tem 69% de representatividade enquanto o Linux tem 18% do uso no ambiente operacional. z

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8 D E C I S I O N R E P O R T

A PESQUISA DA FEBRABAN, “O setor bancário em núme-ros”, revelou a evolução da indústria bancária nacional em relação à tecnologia. Em 2012, os gastos em TI foram de R$ 20 bilhões, um avanço de 9,5% em relação ao ano ante-rior. O valor transformado em dólar soma um total de US$ 10,4 bilhões. Para 2013, a expectativa da instituição é que o percentual de crescimento se mantenha em torno de 10%, chegando a aproximadamente R$ 22 bilhões até dezembro.

Mesmo com alto valor de investimento, as instituições financeiras não estão livres dos desafios. Diante de uma sociedade cada vez mais conectada, com participação massiva da mobilidade, o gargalo do setor é planejar este investimento de forma adequada, balanceando eficiência e experiência do cliente por meio de uma plataforma integra-da de canais com ofertas de produtos e serviços que façam sentido para cada consumidor.

Bancos aportam R$ 20 bilhões em TIO DESAFIO DO SETOR É PLANEJAR ESTE INVESTIMENTO DE FORMA ADEQUADA, BALANCEANDO EFICIÊNCIA OPERACIONAL E EXPERIÊNCIA DO CLIENTE POR MEIO DE PLATAFORMAS INTEGRADAS DE CANAIS

Se comparado à média mundial, o Brasil está à frente dos países emergentes e bem próximo de nações mais desen-volvidas como França e Alemanha, que destinaram US$ 11,6 bilhões e US$ 14 bilhões, respectivamente, em Tecnologia da Informação em 2012. Porém, ainda falta muito para chegar aos US$ 100 bilhões, investidos pelos Estados Unidos, e aos US$ 37,5 bilhões aportados pelos japoneses.

Do total investido pelos 16 principais bancos com atuação em solo brasileiro, 40% foram destinados ao hardware, no qual perdeu participação se comparado ao ano anterior, que foi de 41%. O segmento de software avançou de 33%, em 2011, para 37% no ano passado. De acordo com a pesquisa, os gastos com softwares de terceiros e os desenvolvidos em casa foram os que mais cresceram, cerca de 20% ao ano.

“Com os desafios de investimento em canais digitais e plataformas de atendimento multicanal, o software é um fator relevante para os bancos e está sendo desenvolvido internamente. Ao buscar soluções do mercado, os ban-cos optam pela compra de pacotes fechados de sistemas para suportar as demandas do setor”, aponta Luís Antonio Rodrigues, diretor setorial de Tecnologia e Automação bancária da FEBRABAN.

Dentre os gastos com tecnologia, os investimentos cresceram a uma taxa superior às despesas. As tecnologias utilizadas no desenvolvimento dos softwares estão cada vez mais consolidadas permitindo aos bancos mais dedicação a inovação do que para a sustentação. Segundo a pesquisa,

Despesas e Investimentos em Tecnologiapor Bancos no BrasilEm milhões de Reais - 2008 - 2012

Outros

Telecom

Software

12.617

14.799

17.00418.365

20.109

2008 2009 2010 2011 2012

45%

28%

24%23%

22%

27%29% 33% 37%

23%

21%

47% 47% 41% 40%

3%

3%

3%3%

2%

Hardware

NÚMEROS DO SETOR:

3PARA 2013, OS BANCOS MANTERÃO O RITMO DE CRESCIMENTO DOS INVESTIMENTOS EM TI NA CASA DOS 10%, CHEGANDO A APROXIMADAMENTE R$ 22 BILHÕES;

3GASTOS COM DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE AUMENTARAM, EM MÉDIA, 18% AO ANO NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS;

3O USO DO INTERNET BANKING CRESCE MAIS DO QUE O NÚMERO DE INTERNAUTAS;

3EM 2012, O MOBILE BANKING AVANÇOU 333% EM RELAÇÃO AO ANO ANTERIOR E REPRESENTA 2,3% DO NÚMERO TOTAL DE TRANSAÇÕES;

3ATÉ 2017, O INTERNET BANKING E O MOBILE BANKING REPRESENTARÃO 60% DAS TRANSAÇÕES FINANCEIRAS NO BRASIL

Fonte: FEBRABAN

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P A N O R A M A N A C I O N A L

D E C I S I O N R E P O R T 9

Transações em Internet banking | Em bilhões - 2008 - 2012

Contas c/ Internet BankingEm milhões - 2008 - 2012

População com acesso a InternetEm milhões - 2008 - 2012

2008 2009 2010 2011 2012

55,9

67,973,9

79,9

94,2

2008 2009 2010 2011 2012

17,420,8

25,2

31,3

37,0

os gastos com desenvolvimento aumentaram, em média, 18% ano a ano nos últimos cinco anos, gerando demanda por funcionários especializados em TI. CONVENIÊNCIA. Os investimentos dos bancos se aplicam pela crescente demanda de acessos a serviços bancários. Em 2012, o Internet Banking representou 39% do total de transações do mercado, sendo o canal mais representativo. Segundo a pesquisa da FEBRABAN, o uso deste canal cres-ce mais do que o número de internautas. Os bancos devem investir na maximização do uso do Internet Banking, prover uma experiência do consumidor cada vez mais amigável neste canal e ofertar produtos e serviços que melhor se encaixem neste meio.

Já o Mobile Banking teve um crescimento exponencial de 333% em relação ao ano anterior e representa 2,3% do número total de transações. O volume de transações neste canal também aumentou de maneira vertiginosa, 223,4% ao ano, ainda que apenas 2,6% das transações realizadas com movimentação financeira. Até 2017, o In-ternet Banking e o Mobile Banking representarão 60% das transações financeiras no Brasil, segundo as expectativas de Gustavo Roxo, vice-presidente da Booz&Co.

Se, por um lado, o Mobile Banking vem caindo no gos-to do brasileiro, por outro, o Mobile Payment é um mode-lo de negócio que ainda não existe no Brasil. Mas está em processo de discussão entre bancos, bandeiras e proces-

sadoras de cartões, além das operadoras de telefonia. “O desafio é encontrar o modelo adequado com baixo custo e que faça sentido para o mercado. Interoperabili-dade e regulamentação são os principais gargalos nesta questão. Já avançamos bastante nos últimos seis meses e a meta é que até o final do ano teremos uma solução robusta para isso”, aponta Rodrigues. Questionado sobre qual seria o movimento de apoio para uma expectativa tão promissora, Rodrigues não fala muito, mas foi enfáti-co. “Temos os principais bancos brasileiros interessados na evolução do Mobile Payment.”

A tendência do cloud computing no setor financeiro também foi abordada por Rodrigues e afirmou que os de-safios de segurança e governança já foram superados. “O gargalo gira em torno da regulamentação e no equilíbrio entre custo e eficiência. Acredito que em dois anos tere-mos uma curva muito grande de adoção da computação em nuvem pelos bancos”, completa.

O conceito de big data também está no foco das insti-tuições financeiras. As despesas com armazenamento por terabyte diminuíram significativamente nos últimos anos, o que colabora para o crescimento sustentável da capacidade total de armazenamento. Este cenário é promissor para os bancos avançarem na estratégia de big data. A indústria financeira tem muita informação relevante, porém, não está usando esse poder de conhecimento da melhor maneira a fim de trazer benefícios para bancos e clientes. z

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P A N O R A M A N A C I O N A L

1 0 D E C I S I O N R E P O R T

COM ATUAÇÃO DETERMINADA DA CEO, Meg Whitman, a HP está focada na entrega de uma caixa de ferramentas de TI com soluções de armazenamento, software, hardware, ser-viços e segurança. A gigante de tecnologia se esforça para se manter nas primeiras posições entre os fornecedores capazes de entregar sistemas com alta performance diante do cres-cente volume de dados e processamento de big data.

A meta da HP é readequar orçamentos e investir nas áreas de maior retorno como servidores, redes e storage, baseados na infraestrutura convergente. Para o segmento de storage, o conceito adotado é entregar uma solução com grande poder de armazenamento, alto desempenho e baixo custo. O Sto-reOnce B6200, voltado para deduplicação de dados, lançado durante o Discover, evento anual realizado em julho de 2012 em Las Vegas, vem cumprir a promessa da HP. A solução se compromete a entregar backup três vezes mais rápido e recuperação de dados cinco vezes mais veloz, se comparada à principal concorrente, EMC.

Segundo Carlos Diaz, diretor da divisão de Storage da HP para a América Latina e Caribe, desde o lançamento, a companhia vem concentrando esforços para disseminar o conceito de ferramentas de storage de baixo custo em todo o mundo, principalmente nos países emergentes. “Estamos investindo em soluções de armazenamento para simplificar a vida dos nossos clientes com implementações mais rápidas e menos risco em backups. Este lançamento é o maior applian-ce do nosso portfólio, vamos trabalhar fortemente nos próxi-mos anos com essas soluções”, diz o executivo.

De acordo com Diaz, o StorageOnce foi criado dentro da HP para uso interno. Como o desempenho do sistema foi acima do esperado, a companhia resolveu adicioná-lo ao portfólio de armazenamento de dados e backup. “A tecnologia foi desen-volvida internamente, ela pode trabalhar de ponta a ponta e ser integrada à infraestrutura. Ou seja, vamos continuar na van-guarda de arquitetura de sistemas abertos”, acrescenta. COMPRA INTELIGENTE. Com a aquisição da empresa de armazenamento de dados 3PAR, processo no qual a HP venceu uma disputa acirrada com a Dell e pagou um preço de US$ 2,4 bilhões, no segundo semestre de 2010, a Hewlett-Packard pas-sou a atuar de maneira agressiva no mercado. “Foi uma vitória

HP mira liderança em storageA PROMESSA DA GIGANTE DE TI É ENTREGAR SOLUÇÕES DE ARMAZENAMENTO E BACKUP COM ALTA PERFORMANCE E BAIXO CUSTO DE IMPLEMENTAÇÃO P O R L É I A M A C H A D O

para nós, pois a 3PAR possui a melhor infraestrutura desenha-da para a virtualização e é perfeitamente compatível com nosso portfólio. O foco da compra não era o faturamento, mas sim o laboratório de desenvolvimento e inovação da 3PAR”, afirma Carlos Diaz.Com o objetivo de manter a sequência de lançamentos na área de armazenamento de dados, a HP direciona os novos recursos tecnológicos para todos os mercados. A companhia usou a en-genharia do StoreOnce B6200 para entregar o 3PAR StoreServ 7200, desenvolvido especialmente para o mercado de peque-nas e médias empresas. Lançado em dezembro de 2012, a solução tem funcionalida-des de alto desempenho, geralmente entregue às grandes organizações, e oferece eficiência de storage e backup a fim de dobrar a densidade de máquinas virtuais em servidores físicos. De acordo com Carlos Diaz, a HP já vendeu mais de 500 máquinas 3PAR StoreServ 7200 e a expectativa é vender ainda mais em 2013.

Para superar o número de vendas, a companhia está investindo em divulgação do portfólio e treinamento de jo-vens profissionais de TI em gestão de plataforma 3PAR para o mercado nacional. “Será uma reciclagem para os gesto-res mais experientes e uma oportunidade para os novos líderes. O investimento em capacitação renderá bons frutos não só para o Brasil, mas para a própria HP, pois facilitará a aquisição do portfólio de storage 7200 em toda a região da América Latina”, completa. A missão do executivo, que visi-ta o Brasil frequentemente, é preparar os canais na oferta do novo portfólio para PMEs. z

3O mercado mundial de software de armazenamento de dados movimentou US$ 3,46 bilhões entre julho e setembro de 2012;

3As vendas de servidores no mercado brasileiro totalizaram US$ 1,4 bilhão, em 2012, e devem crescer 6,4%, em 2013;

Fonte: Gartner e IDC

A NOT E!

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P A N O R A M A N A C I O N A L

D E C I S I O N R E P O R T 1 1

3Para sustentar as novas diretrizes no Brasil, a SAP lançou o SAP TMX (Tax Management Framework), arquitetura de soluções específicas para o sistema tributário do País. A ferramenta é baseada no in memory e tem como diferencial a capacidade de processar um grande volume de dados com mais rapidez. Além disso, ela foi desenvolvida em solo nacional em conjunto com parceiro locais, o que responde bem às demandas locais de gestão tributária. 3A SAP anunciou a disponibilidade da solução Business One para PME baseado em HANA. A ferramenta trabalha em um ambiente de computação in memory com capacidade de expansão e conta com funcionalidades analíticas e de gestão de volumes elevados de transações. 3Para o setor de Segurança da Informação, o Laboratório de Coinovação Brasil da SAP (COIL), em parceria com a Choice Technologies, anunciou a disponibilidade do Revenue Intelligence for SAP HANA (RI), solução voltada à redução de perdas e fraudes no setor de energia elétrica. Desenvolvida em conjunto com a equipe de Ecossistema e Canais da SAP, a solução vai atender ao mercado formado por clientes SAP.

PORT FÓLIO

O TRANSAMÉRICA EXPO CENTER foi palco da 17ª edição do SAP Fórum Brasil, que aconteceu em março, em São Paulo. A companhia apresentou ao mercado nacional de aplicações de software empresarial a estratégia de inovação baseada na suíte de computação em memória, o SAP HANA. O processa-mento in memory é a maior aposta da companhia para lidar com aplicações móveis e com grande volume de dados.

O presidente da companhia no Brasil, Diego Dzodan, abordou a estratégia da SAP direcionada para uma atua-ção mais abrangente, com cinco novos pilares de negócio: aplicações; soluções analíticas; mobilidade; banco de da-dos; e computação na nuvem. Para o mundo dos negócios, como a SAP aplicará esses conceitos diante dos desafios da sociedade conectada? “Se não fosse pela alavancagem do cloud computing, não conseguiríamos avançar nessas tecnologias”, enfatizou Dzodan. NOVOS HORIZONTES. A SAP enxerga um avanço das solu-ções em outros segmentos. Sem dúvida, o setor de Finanças é o mais rentável para a empresa, porém, as áreas governa-mentais fazem parte das apostas comerciais da companhia. Segundo Heloísa Tricate, gerente para o Setor Público da SAP Brasil, o processo de informatização do País é bem visto por outros países. O que falta é a integração de ferramentas.

“Temos um sistema eleitoral informatizado, forte auto-mação em sistemas de tributação e uma indústria bancária respeitada no mundo inteiro. Porém, existem gargalos de integração para que o governo dê maior atenção ao maior ativo, a informação”, diz. Segundo ela, a SAP registrou au-mento das receitas provenientes do setor de Governo nos últimos dois anos e a expectativa é de crescimento.

QUANDO O CLIENTE FALA. Durante o SAP Fórum, a empre-sa apresentou alguns casos de sucesso. Segundo Dzodan, a cidade do Rio de Janeiro usa uma ferramenta SAP de moni-toramento da criminalidade. Implementada recentemente, a solução já ajudou a prefeitura reduzir 17% dos furtos de carros e 14% nos roubos em ruas e avenidas.

Em um vídeo apresentado para a plateia de executivos, o Grupo O Boticário avaliou alguns fatores de mercado e es-colheu a SAP como fornecedora da plataforma tecnológica.

Memória valorizadaCOM ESTRATÉGIA DE INOVAÇÃO BASEADA NA COMPUTAÇÃO IN MEMORY, A SAP MOSTRA AO MERCADO BRASILEIRO CINCO PILARES DE ATUAÇÃO: APLICAÇÕES, SOLUÇÕES ANALÍTICAS, MOBILIDADE, BANCO DE DADOS E COMPUTAÇÃO NA NUVEM

“As ferramentas foram inseridas em praticamente todos os processos de negócios do Grupo e têm papel fundamental na produtividade e inovação da companhia”, diz o presidente--executivo do Grupo O Boticário, Artur Grynbaum.

O presidente da rede varejista de óculos escuros e re-lógios Chilli Beans, Caito Maia, falou sobre o processo de internacionalização que a marca está vivendo e conta como a tecnologia faz parte deste contexto. “Em abril de 2013, vamos desligar o sistema antigo e passaremos a usar as soluções da SAP. Foi um investimento muito grande em uma estratégia de crescimento sustentável. Nossa meta é fazer da Chilli Beans uma marca global”, afirma. z

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FOCO: CARACTERÍSTICAS DE ATENDIMENTO MULTICANAL NO SETOR FINANCEIRO

F I N A N Ç A S

Um novo cliente,para um NOVO BANCONOVO BANCO

Ao analisarmos a evolução da indústria bancária no Brasil, enxergamos um caminho de superação de desafios, consolidação em termos de confiança dos clientes e inovação tecnológica. Os

indicadores das mais diversas pesquisas de mercado revelam o esforço e comprometimento do setor, a fim de construir um sistema financeiro eficiente e cola-borativo, para o desenvolvimento econômico do País.

ESPECIALISTAS DO SETOR FINANCEIRO DISCUTEM OS DESAFIOS DA EFICIÊNCIA OPERACIONAL DIANTE DE TENDÊNCIAS COMO ATENDIMENTO MULTICANAL E PRESENÇA DE NOVAS TECNOLOGIAS P O R L É I A M A C H A D O

F O T O S : T H I A G O H E N R I Q U E D A S I L V A

1 2 D E C I S I O N R E P O R T

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D E C I S I O N R E P O R T 1 3

De acordo com as principais conclusões da última versão da pesquisa Ciab FEBRABAN – O Setor Bancário em Números, as operações do Internet Banking atingiram 25% das transações do setor, com um crescimento de 20% em relação ao ano anterior. A presença de celulares inteligentes nas mãos dos brasileiros também vem aumentando exponencialmente e esse movimento do mercado de smartphones também impacta o segmento financeiro no Brasil. Em um período de cinco a sete anos, o Mobile Banking terá a mesma relevância das transa-ções feitas pelo Internet Banking, segundo a mesma pesquisa.

A presença dos canais digitais no cotidiano dos brasileiros e o aumen-to da bancarização, decorrente da ascensão das classes C e D, trazem desafios às instituições financeiras em dois importantes aspectos: inves-timento em tecnologia e atendimen-to personalizado aos clientes com as mais diversas demandas. O perfil do cliente bancário mudou. Ele está mais conectado, mais atarefado e mais exigente. Hoje, principalmen-te os mais jovens, não querem perder tempo em filas e agências.

Esse cenário exige dos bancos uma customização dos modelos de atendimento, sejam eles nas agências físicas, na internet, no mobile ou no autoatendimento. O portfólio de produtos e serviços precisa se adaptar às necessidades dos clientes a fim de estabelecer um relacionamento mais profundo. De fato, essas são tendências típicas do setor de Varejo. Nos dias atuais, o

multicanal, omnichannel e aten-dimento personalizado, palavras típicas nas conversas entre os va-rejistas, são de extrema relevância para o banco, que enxerga vida lon-ga dos negócios em uma sociedade cada vez mais conectada.

Somado a isso, as instituições fi-nanceiras vivem um novo contexto regulatório e de riscos. As normas do setor têm impacto direto no negócio, o que obriga os bancos a prepararem uma infraestrutura tecnológica bus-cando a eficiência operacional. De acordo com uma reportagem publi-cada na revista Ciab FEBRABAN, de dezembro de 2012, as regas de Basi-leia III, em fase final de implemen-

tação, tanto pelas autoridades brasi-leiras quanto pelas estrangeiras, vão acentuar as restrições de capital e os riscos associados a isso.

Nilton Omura, sócio na área de Serviços financeiros da Ernst & Young, continua. “No Brasil, adiciona-se às pressões regulató-rias a redução da taxa nominal de juros, cujos impactos não podem ser totalmente antevistos”, diz. Ele acrescenta que, para 2013, os bancos investirão ainda mais em Tecnolo-gia da Informação, para assegurar a sustentabilidade dos negócios.

De fato, contar com uma robusta plataforma tecnológica está no topo da lista de prioridades dos CIOs das

“A QUESTÃO DE HOJE É, DE FATO, A DISPONIBILIDADE E EFICIÊNCIA INTERNA PARA MANTERMOS O EQUILÍBRIO ENTRE CUSTO E LUCRO”PAULO GALARZA, SUPERINTENDENTE-EXECUTIVO DE DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DO BANRISUL

D E C I S I O N R E P O R T 1 3

3 Bancos devem investir R$ 20 bilhões em TI neste ano;3O aporte em tecnologia confirmado para 2013 pelo Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Itaú Unibanco chega a R$ 14,2 bilhões; Fonte: FEBRABAN

ANOTE!

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F I N A N Ç A S D E S A F I O

instituições financeiras. Para a superação desses desafios, somente a tecnologia po-derá amplificar os resultados positivos. Em 2011, os investimentos e despesas em TI atingiram R$ 18 bilhões, alta de 11% sobre o ano anterior, consolidando o seg-mento financeiro como principal setor usuário de recursos tecnológicos no Brasil.

Em 2013, a estimativa de gastos em TI deve chegar aos R$ 20 bilhões. O valor exato ainda está em processo de análise junto à FEBRABAN, em parceria com a Booz & Company. Para este ano, o aporte confirmado por quatro gran-des bancos brasileiros (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Itaú Unibanco) chega a R$ 14,2 bilhões, segundo os dados levantados pela FE-BRABAN. Independente da particula-ridade de cada instituição, o objetivo de todos os bancos está pautado no alto nível de eficiência operacional. VANGUARDA TECNOLÓGICA. Como os Bancos no Brasil estão encarando os no-vos desafios do setor? “Trabalhamos com vários canais há muito tempo, seja ATM, telefone ou internet. A diferença dos dias atuais é o surgimento de novos sistemas e diferentes formas de acesso. Nosso maior desafio é adaptar essa realidade aos nossos processos de negócios a fim de agregar valor, mas sem perder o foco na governança, controle e segurança exi-gidos pelos órgãos reguladores”, aponta Gilberto Rodrigues, diretor de Tecnologia

do Banco Rendimento, durante o DRMe-eting, painel de debates promovido pela TVDecision, com o patrocínio da SAP.

“O segmento financeiro está na van-guarda tecnológica e temos a TI como aliada dos negócios. Caminhamos em passos largos na personalização dos ca-nais, para continuarmos inovando na en-trega de comodidade e conveniência ao consumidor”, acrescenta Paulo Galarza, superintendente-executivo de Desenvol-vimento de Sistemas do Banrisul.

Diante do avanço da tecnologia e exigências de novos serviços e produtos vindas do público bancarizado, os exe-cutivos concordam que a integração dos canais, apesar de desafiadora, já está sendo resolvida. “Isso não é novidade. Desde o começo da automação bancária trabalhávamos com integração nos ATMs e sistemas internos. A questão de hoje é, de fato, a disponibilidade e eficiência in-terna para mantermos o equilíbrio entre custo e lucro”, completa Galarza.

Para Dionísio Gava, superintenden-te-executivo de Operações e Tecnologia do Banco Fibra, o desafio dos bancos vai além dos processos internos e abran-ge também o relacionamento com os clientes novos. “Estamos vivendo um momento de transição no setor finan-ceiro e a transformação tecnológica será gradual. As agências terão outro papel na vida dos jovens, os canais digitais estão fazendo a diferença nos produtos e serviços e o atendimento será cada vez

mais personalizado”, diz o executivo.Em 2011, o número de agências

registrou alta de 7% e vem manten-do crescimento contínuo nos últi-mos cinco anos, segundo dados da FEBRABAN. Essa expansão traz dis-cussões importantes sobre o novo papel das agências bancárias, com um perfil de relacionamento e con-sultoria financeira. Os principais bancos nacionais já entraram nessa corrida, com inaugurações de agên-cias conceito. Essas agências utili-zam amplos recursos tecnológicos, interação digital e relacionamento.

“A ideia é buscar a convergência de tecnologia para atender da me-lhor forma nosso consumidor, inde-pendente da plataforma e canais de transações. O cliente está buscando conveniência e nosso objetivo é am-pliar a capacidade de atendimento, com o objetivo de melhorar ainda mais o relacionamento com os consu-midores”, aponta Luiz Antonio Rodri-gues, diretor-setorial de Tecnologia e Automação Bancária da FEBRABAN.

“O MAIOR DESAFIO É ADAPTAR AS MUDANÇAS AOS PROCESSOS DE

NEGÓCIOS, MAS SEM PERDER O FOCO NA GOVERNANÇA, CONTROLE E SEGURANÇA EXIGIDOS PELOS ÓRGÃOS REGULADORES”

GILBERTO RODRIGUES, DIRETOR DE TECNOLOGIA DO BANCO RENDIMENTO

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D E C I S I O N R E P O R T 1 5

F I N A N Ç A S D E S A F I O

“TUDO VAI EVOLUIR EM TERMOS DE MULTICANALIDADE. TEMOS UM CAMINHO PARTICULAR PARA PERCORRERMOS E ESSE CENÁRIO EXIGE ARQUITETURA ROBUSTA, ALTAMENTE TECNOLÓGICA”FERNANDO PINHO, DIRETOR DE TECNOLOGIA DO BRADESCO

BOM PARA TODOS. Especialistas acredi-tam que, mesmo com o avanço dos meios digitais, nenhum canal desaparecerá. O diferencial será a sinergia entre eles. A penetração de ATMs no Brasil, por exem-plo, está no nível de países desenvolvidos. A pesquisa da FEBRABAN indica cresci-mento ininterrupto do parque de ATMs no Brasil, além do ritmo acelerado na adaptação destes a PCDs (Pessoas com De-ficiência). Foram registrados 182 mil uni-dades, 9,1 para cada 10 mil habitantes, sendo 67% adaptados para PDCs. Saques e pagamentos de contas são as principais transações feitas nos caixas eletrônicos.

“Acredito na convergência dos canais e o consumidor será o maior beneficiário desse sistema. O desafio daqui pra fren-te será integrar todo o ambiente tecno-lógico, a fim de proporcionar otimização e eficiência nos processos de negócio”, acrescenta Tonatiuh Barradas, vice-presi-dente de Banking América Latina da SAP.

“Tudo vai evoluir em termos de mul-ticanalidade. Diante da bancarização, a agência física terá um atendimento mais íntimo com o cliente. Enquanto isso, mais de 90% das transações serão feitas pelos canais digitais e a tecnologia já está disponível. Mas ainda temos um caminho particular para percorrermos. Esse cenário exige arquitetura robusta, altamente tecnológica e multicanal”, acrescenta Fernando Pinho, diretor de Tecnologia do banco Bradesco.

Na opinião de Gilberto Rodrigues, o papel da tecnologia nos bancos é propor-cionar mobilidade e conforto aos clientes. Em termos de Mobile Banking, a tendên-

cia é forte, mas ainda precisa passar por períodos de maturidade para ganhar es-cala em todo Brasil. “Com certeza esse canal vai avançar muito. Entretanto, a tecnologia não está madura suficiente para despertar a segurança no cliente. Estamos no caminho certo”, diz.

Diante de tantos avanços e tendên-cias, qual é lição para a TI? Os execu-tivos acreditam que o cenário exige foco no aumento da eficiência opera-cional. Só assim os bancos estarão na vanguarda da convergência dos canais de autoatendimento. “O desafio do fu-turo é manter o equilíbrio. O momento atual é de processo criativo contínuo para a conquista da eficiência operacional”, aponta Tonatiuh Barradas.

“Enxergo um de-safio muito grande para nós, pois pre-cisamos criar um ambiente propício para os negócios, atender as deman-das dos clientes, com os orçamentos aperta-dos. Para buscarmos a eficiência operacional temos duas alterna-tivas: melhorar os processos internos e contar com novas tecnologias”, conclui Gilberto Rodrigues. z

DADOS DO SETOR

3 As operações do Internet Banking, em 2012, atingiram 39% das transações do setor, sendo o canal mais representativo;

3 O crescimento do número de agências ocorreu principalmente em regiões

com menor penetração dos serviços financeiros, particularmente Nordeste e Norte; 3 Crescente bancarização tem sido alavancada por questões conjunturais econômicas, além do acesso aos meios digitais como Internet Banking e

Mobile Banking, que estão mais acessíveis à toda população;

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1 6 D E C I S I O N R E P O R T

DIONISIO GAVA, CIO DO BANCO FIBRA

F I N A N Ç A S » E N T R E V I S TA

P O R G R A Ç A S E R M O U D E L É I A M A C H A D O

F O T O S : M A X N O G U E I R A

Turbina eficiente

Os gastos e investimentos em Tecnologia da Informação no Brasil vêm crescendo a cada ano. Segundo a Fundação Ge-túlio Vargas (FGV), o departamento de TI atingiu, em média, 7% da receita nas empresas em 2012, o valor dobrou em 12 anos. Se compararmos os investimentos por segmento, a indústria financeira segue no topo da lista com aportes de R$ 18 bilhões, em 2011, e o número pode chegar a R$ 20 bilhões, em 2012, de

acordo com as previsões da FEBRABAN. Mesmo com valores expressivos destinados à tecnologia, os bancos não estão livres dos de-safios globais. No Brasil, as instituições financeiras estão diante de dois principais fenô-menos: poder nas mãos do consumidor e aquecimento da economia local. Somadas a esses aspectos, o setor financeiro está diante de tendências como mobilidade e redes sociais. Ou seja, para continuar na vanguarda tecnológica, os bancos contam com a TI para garantir eficiência operacional e gestão eficaz. Na visão de Dionisio Gava, superintendente-executivo de Operações e Tecnologia e CIO do Banco Fibra, o desafio dos bancos brasileiros está pautado em processos internos e, ao mesmo tempo, relacionamento com os clientes. Para ele, não existe um projeto só de TI den-tro das instituições financeiras, mas um projeto no qual toda a organização é envolvida. Em entrevista exclusiva à revista Decision Report, o executivo e professor/orientador da FATEC--SP, fala sobre os gargalos da indústria financeira e como as instituições poderão garantir a eficiência operacional, financeira e comercial diante do novo perfil de cliente bancário.

EM ENTREVISTA EXCLUSIVA

À REVISTA DECISION

REPORT, DIONISIO GAVA,

CIO DO BANCO FIBRA, FALA

SOBRE O NOVO PERFIL

DE CLIENTE BANCÁRIO E

DESTACA OS DESAFIOS DA

EFICIÊNCIA OPERACIONAL

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D E C I S I O N R E P O R T 1 7

Decision Report: De fato, o setor bancário no Brasil vive um momento de transformação. O cliente está no centro desta mudança? Dionisio Gava: Sim. Com o advento da inter-net, as pessoas podem obter muitas informa-ções. Em geral, as companhias estão usando a rede de relacionamento para facilitar a vida das pessoas e, ao mesmo tempo, criar oportu-nidades de negócio. O mercado vai aprimorando a oferta com turbinas de escolha, ou seja, novas empresas estão surgindo com o papel de instigar promoções, como é o caso da Decolar.com, que in-dica melhores preços de hotéis e passagens aéreas. Com ela, empresas do setor precisam fazer suas próprias promoções e atrair o consumidor. Para o setor de Finanças será a mesma coisa, os bancos têm a missão de movimentar o mercado e atrair os clientes. A tendência da cadeia de turbina comercial vai influenciar todos os segmentos com um motor de promoções e serviços, desde o setor bancário às grandes redes varejistas. Decision Report: O que falta para os bancos terem esse mecanismo comercial?

Dionisio Gava: Investimento em inteligência para extrair valor dos dados. O banco já tem muita informação. A neces-sidade aqui é saber usar os dados com inteligência. Filtrar o que realmente é relevante. As iniciativas são boas, mas isso, hoje, ainda é incipiente. O setor precisa deixar de entender o mercado e passar a entender de padrões de relacionamento. Decision Report: Como as tendências de atendimento especializado impactam os negócios dos bancos?

Dionisio Gava: Os bancos estão diante de um dilema entre atendimento e conveniência. Cada instituição financeira pre-cisa ter um diferencial no multicanal. A tecnologia está mui-to presente na sociedade. A mobilidade cresce em velocidade assustadora e as instituições não podem fugir deste contexto. Precisamos alinhar nossa estratégia comercial de acordo com os avanços da sociedade digital. Hoje, cinquenta mi-lhões de brasileiros já são usuários do Internet Banking e a tendência é que os bancos estendam os serviços da internet para o mobile. Essas mudanças são reflexos do poder na mão do consumidor.

PERFIL DIONISIO GAVA

Dionisio Gava se formou em administração de empresas pela FAAP; fez MBA em Gestão Empresarial e Marketing, no IBMEC; é mestre em Gestão, Desenvolvimento e Formação em Tecnologia, pelo CEETPS/UNESP; e atua como professor pleno e orientador de TCCs na FATEC-SP. O executivo desenvolveu sua carreira em Tecnologia e Operações. Tem sólida experiência em mercado financeiro e ocupou posições executivas nos últimos 20 anos em bancos como o Santander, onde liderou Projetos de Aquisições, Fusões, Renovação e Integração Tecnológica entre 1996 e 2007; e no Citibank S/A, como superintendente de Operações sendo responsável pela implementação e gestão Shared Services Operations, liderando projetos de otimização dos processos, re-segmentação do Re-tail e Corporate Banking. Atualmente, no Banco Fibra, Dionisio Gava ocupa o cargo de superin-tendente-executivo de Operações e TI, CIO e é responsável pelos proje-tos de transformação organizacional, visando aumento da eficiência operacional e comercial da instituição.

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1 8 D E C I S I O N R E P O R T

F I N A N Ç A S E N T R E V I S T A

Os meios de pagamento também estão inseridos neste contexto e fazem parte das nossas conversas sobre ten-dências da indústria financeira. O ciclo de mudança do manual para o digital é uma transformação cultural muito importante para toda a sociedade. Mesmo que o impacto seja grande dentro dos bancos, as mudanças vão acontecer e não temos como escapar disto. Decision Report: Além do cliente, os órgãos reguladores também exigem eficiência dos bancos. Como equilibrar esses desafios?

Dionisio Gava: As mudanças precisam ser cautelosas devi-do às regras normativas e aos índices de qualidade do Banco Central do Brasil. Nenhuma instituição gostaria de ocupar o último lugar na lista do Bacen. Estamos vivendo um período de transição no sistema bancário e a mudança será gradual. Nossa expectativa é chegarmos, em 2016, com um cená-rio melhor traçado de como vamos alinhar as mudanças da sociedade digital aos nossos processos de negócio sem violar as regulamentações. Decision Report: Como os bancos estão trabalhando os canais digitais e agências físicas?

Dionisio Gava: Os bancos procuram os canais de relaciona-mento mais baratos. O Internet Banking, por exemplo, custa muito menos se comparado a uma transação no caixa eletrô-nico. Dessa forma, os bancos não vão potencializar os canais com altos custos. Por outro lado, as instituições financeiras vão aumentar o número de agências em diversas cidades jus-tamente para potencializar a presença da marca. O investimento daqui pra frente será pautado em tecnolo-gias que ajudem a entender o cliente e as necessidades do consumidor, para ter em mãos uma informação consolidada dentro de uma ferramenta de CRM. A agência passa a ser um

produto mais especializado. É aqui que entra a minha eficiência financeira. Isso não está acontecendo ainda, mas os esforços de hoje direcionam para um atendimento mais especializado.

GOVERNANÇA TECNOLÓGICADecision Report: O aumento da massa de informações di-ficulta este processo?

Dionisio Gava: Muito. Todos os dias geramos um quintilhão (1.000,000.000.000.000.000) de bytes. Quem souber analisar tantas informações estruturadas e não estruturadas e souber tirar valor estratégico terá um diferencial competitivo. Decision Report: Mas o banco consegue usar esse tipo de solução para seu negócio?

Dionisio Gava: A característica dos ativos de big data se pauta na alta taxa de compactação. É um meio de acesso muito rápido, inteligente, com vários componentes de hardware, softwares e ótimo desempenho, sem redundância. Além disso, tem custo baixo. Mas o problema é a falta de mão de obra especializada nesta tecnologia. Decision Report: Os bancos podem formar esse profissional?

Dionisio Gava: É um desafio para bancos e para empresas de qualquer segmento. Não só o Brasil, mas o mundo inteiro so-fre de uma grande carência de profissionais que saibam lidar com os ativos de big data. São os chamados cientistas de dados, aquele que sabe olhar estatísticas, correlacionar dados e tirar valor da informação. Além disso, ele precisa entender de tec-nologia, conhecer o negócio da empresa, ter disciplina e ser bem relacionado com todos os departamentos da organização. As instituições financeiras investem muito em tecnologia e em pessoas, mas a cobrança do retorno deste investimento é muito grande. Cada orçamento precisa ser rentável para o banco e, por isso, não vejo o big data tão próximo da indústria

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A TELIUM está inaugurando seu novo Data Center em Porto Alegre. Este Data Center terá muitas novidades para oferecer a disponibilidade e segurança necessárias para seu negócio.

São um total de 84 racks, oferecendo capacidade para mais de 3000 servidores, com estabilidade elétrica garantida através de geradores, UPS e quadros de distribuição elétrica redundantes.

Além disso, o novo Data Center da TELIUM conta com um sofisticado sistema de resfriamento, através do confinamento de corredores frios, garantindo um aumento de 20% na eficiência energética das máquinas, poupando recursos naturais e o meio ambiente.

Toda essa estrutura ainda conta com altíssima segurança física do ambiente, vídeo vigilância, controle de acesso biométrico ao Data Center e avançado sistema de detecção e combate a incêndios com gás FM-200. Tudo isso para garantir a mais alta segurança das informações vitais para o seu negócio.

CONHEÇA O NOVO DATA CENTER TELIUM EM PORTO ALEGRE

RACKS

AGILIDADE NO SUPORTE

Os Racks do novo Data Center da Telium contam com um poderoso sistema de resfriamento de padrão internacional, que funciona a partir de corredores de ar frio confinado.

O Data Center contará com uma equipe de operações no local, trazendo agilidade ao suporte.

CÂMERAS DE VIGILÂNCIA

O Data Center será monitorado 24x7x365 por meio de diversas câmeras de vigilância, garantindo a segurança das informações armazenadas.

SEGURANÇA

O novo Data Center da Telium possui controle de acesso biométrico, que impede o acesso não autorizado ao local aonde estão armazenadas suas informações.

@telium /telium

TELIUM.com.br 4003.5800

Data Center Telecom Serviços de TI| |

Soluções para um mundo conectado

SIGA-NOS:

Porto Alegre 51 3387.3700

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financeira, pelo menos por enquanto. O conceito é bacana, algumas institui-ções já usam para regulamentações da Basileia, para gestão de risco e CRM, mas ainda é muito incipiente. Decision Report: Como a Tecnologia da Informação está alinha-da aos processos de gerenciamento e atendimento multicanal dos bancos brasileiros?

Dionisio Gava: A TI deve ser um bem utilizado por toda a organização. Entretan-to, poucas empresas têm a expertise de dominar as variáveis e entender o real valor da TI. Na minha opinião, não pode existir um projeto só de tecnologia, mas um projeto que envolva toda a organização e esteja em conformidade com as exigências dos órgãos reguladores. Além disso, a transformação do mercado financeiro com perfis diferenciados dos clientes precisa ser entendida por todos os colaboradores do banco. De fato, não é uma tarefa fácil. O foco dos bancos hoje é ganhar eficiência operacional, financeira e comercial. Fazer mais coisas com um custo menor e a tecnologia é o grande meio de se atingir esses objetivos. Decision Report: Mas como integrar as novas soluções aos legados e pro-cessos já estabelecidos?

Dionisio Gava: O desafio é grande. Os legados não combinam com as novas soluções. Para trocar o parque tecnológico de um banco, é preciso processar milhões de informações diariamente e isso exige grande capacidade de proces-samento, uma infraestrutura física robusta e extremamente segura. O caminho é muito difícil, seja do ponto de vista de investimento seja no entendimento do que eu realmente preciso para adaptar às demandas do cliente. Decision Report: E o cloud computing? Este modelo tem espaço na agenda dos CIOs de bancos?

Dionisio Gava: O banco está caminhando para a nuvem privada, até porque ele precisa saber onde estão os dados. A regulamentação do setor é muito forte em relação a isso. Quem está nesse modelo tem alguma vantagem? Sim, porque as tecnologias são flexíveis e baratas. Se eu preciso desenvolver uma aplicação, por exemplo, a nuvem me dá uma agilidade que outros modelos de tecnologia não me dão. O cloud computing entrega recursos necessários para colocar um servidor no ar em poucas horas. Quando eu não precisar mais daquele serviço, posso cancelar sem problemas e ainda resgatar as informações contidas naquele projeto. Não vejo os bancos numa nuvem totalmente pública, certamente a indústria financeira usará mais a nuvem privada. Decision Report: Além do big data e cloud computing, quais são as ten-dências de tecnologia para a indústria financeira no Brasil? Dionisio Gava: Eu vejo uma conexão muito forte com as soluções analíticas. São tecnologias de grandes investimentos e todo o setor financeiro aposta nisso. z

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Espelho do sucessoO CIO DO BANCO FIBRA, DIONISIO GAVA, E ANDERSON ITABORAHY, GERENTE-EXECUTIVO DO BANCO DO BRASIL, FALAM SOBRE OS DESAFIOS DA INDÚSTRIA BANCÁRIA EM TEMPOS DE TRANSFORMAÇÕES DO SETOR

Em meio às tendências tecnológicas e demandas vindas dos clientes, os desafios da indústria bancária brasi-leira estão pautados pela eficiência operacional. Esta

busca permanente tem como objetivo criar valor tanto para as diferentes áreas das instituições quanto para os consu-midores. Banco Fibra e Banco do Brasil contam a vivência diária nessa pressão por eficiência e como a tecnologia está em evidência neste contexto.

Dionisio Gava, CIO do banco Fibra, conta como a instituição se insere no contexto de transformações do setor. Segundo ele, o mercado de bancos médios está se remodelando e competindo fortemente com grandes instituições financeiras. Mas, para isso acontecer, os médios precisam ser altamente eficientes no modelo de negócio e reagir rapidamente às mudanças.

“O banco Fibra está investindo em uma nova plataforma para garantir os modelos de negócio de crédito para empresas. Essa plataforma tecnológica tem componentes muito importan-tes, como é o caso do Internet Banking. Estamos migrando os clientes para um novo ambiente eletrônico transacional, o que antes não contava com muitos recursos. Hoje, o cliente Fibra pode movimentar a conta por meio da internet, pode fazer TEDs e DOCs com maior rapidez e segurança. Iniciamos esse projeto em janeiro de 2013 e o objetivo é tirar o cliente do horário mais crítico de transações financeiras. Além disso, o design do site

ficou muito bom, moderno e arrojado”, diz o executivo.Além disso, Gava conta que a instituição está viven-

do um processo de automatização de processos. Como a maior vocação do Fibra é o crédito baseado em garantias, a instituição está disponibilizando novas tecnologias para concessão e operação de crédito com ferramentas de BPM, da IBM. O objetivo da solução, usada nas áreas internas, é flexibilizar e integrar a operação, eliminando papéis. “So-bretudo, tenho todas as métricas pra entender onde posso melhorar, descubro os gargalos e sei onde posso melhorar. Usamos também ferramentas de ECM que controlam con-teúdos e cuidam dos backoffices”, conta.

No Fibra, o investimento em novas tecnologias tem como objetivo realizar melhorias crescentes nos processos. No fi-nal do ano passado, a empresa lançou um novo portal co-mercial. O objetivo é alavancar as vendas e proporcionar ao departamento uma visão consolidada do cliente. Esse portal acessa sistemas legados e busca a informação de uma ma-neira mais inteligente. Com dois cliques, o consultor inter-no consegue fazer uma boa busca por meio dos aplicativos instalados. Com isso, ele ganha mais tempo para se dedicar aos negócios. A instituição também conta com uma tecno-logia de assinatura digital de câmbio, no qual o cliente não precisa passar fax da assinatura, tudo é feito digitalmente.

Em termos de benefícios, Dionisio Gava destaca alguns pontos. “Desde 2010 estamos trabalhando nessas mudanças. Mapeamos o que precisávamos e, em seguida, iniciamos a transformação tecnológica no banco, redesenhando os processos de forma mais macro. Em 2011, contratamos as fornecedoras de TI e, no ano passado, construímos as apli-cações necessárias”, aponta o executivo.

Para 2013, a instituição vai acompanhar as mudanças e consolidar o projeto de inovação tecnológica. “Ou seja, estamos vivendo essa mudança, preparando o terreno para o futuro. Claro que tem a mudança cultural, tanto interna-mente quanto por parte do cliente. Mas o retorno é muito bom e isso é gratificante”, diz.

D E C I S I O N R E P O R T 2 1

F I N A N Ç A S V A L O R

BANCO FIBRA

u Ramo de atividade: crédito para empresas e financiamento para pessoas físicas;

u Quantidade de funcionários:

945 funcionários em dez/12

u Base de clientes: 1.411.000 clientes pessoas físicas e 1.175 empresas ativas (dez/12)

u Faturamento anual: R$1,7 bilhão em receita de intermediação financeira

PER F IL

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2 2 D E C I S I O N R E P O R T

F I N A N Ç A S V A L O R

Para este ano, o banco Fibra vai iniciar um trabalho com fer-ramentas de CRM a fim de olhar para a informação de forma mais inteligente para dar respaldo às tomadas de decisões. “Pode ser que, no futuro, o Fibra invista também em soluções analíticas, mas ainda estou vivendo no momento de consolidação de tecno-logia. O custo precisa ser mais pautado, se encaixando nos nos-sos processos. Vamos andar um passo de cada vez”, conclui Gava.

MUDANÇA SEM PERDER O FOCO. “Estamos sempre em busca por um resultado operacional de grande valor a fim de tornar os funcionários cada vez mais produtivos”, conta Ander-son Itaborahy, gerente-executivo do Banco do Brasil. Segundo ele, os bancos vivem diariamente a pressão por eficiência devido à mudança no cenário econômico e normativo. Essas demandas reforçam ainda mais a necessidade de adoção de tecnologias que apoiem o negócio tornando as instituições mais produtivas com orçamentos enxutos.

“Nos dois últimos anos, o sistema financeiro do Brasil vinha perdendo índices de eficiência. Hoje, precisamos equilibrar esse cenário até porque existem outros pontos importantes a serem inseridos neste contexto, como é o caso da mobilidade”, conta Itaborahy. “Os serviços do Mobile Banking precisam atender as necessidades todas as classes sociais entregando conveniência e experiência aos clientes bancários”, acrescenta.

Na visão do executivo, o principal desafio da TI nos bancos é desenvolver aplicações de negócio em curto prazo, pois trata-se de uma questão de competitividade. Os bancos brasileiros são pioneiros na tecnologia e contam com muitos sistemas lega-dos, de 30 anos de utilização. Mas as novas aplicações preci-sam conversar com esses ambientes e responder com eficácia as necessidades de negócio. “Além disso, estamos vivendo a era da internet das coisas. Hoje, celulares, TVs, relógios, óculos, carros e geladeiras, por exemplo, estão conectados à rede mun-dial de computadores. Em breve, os sistemas bancários terão que interagir com esses equipamentos”, diz.

Há dois anos, o Banco do Brasil vem passando por uma transformação na arquitetura tecnológica sem abrir mão dos sistemas legados. A instituição inseriu novas capacida-des nas plataformas digitais aproveitando recursos antigos. Hoje, tudo está integrado com aplicações de negócio em um sistema de gestão. “Do ano passado até hoje, o BB aumentou 100% o volume de transações digitais e conseguimos manter tudo funcionando. É um trabalho diário em ajustar ambien-tes e manter o negócio operando”, conta.

De acordo com o executivo, o Banco do Brasil usava soluções pontuais para cada negócio, o que exigia uma infraestrutura voltada para uma determinada demanda. Hoje, a instituição conta com uma camada maior com recursos para atender as necessidades de diferentes áreas. “No nosso negócio, não cabe rompermos com a arquite-tura anterior. Trabalhamos em cima do que já tínhamos e criamos uma plataforma que nos permite avançar no futuro atendendo as demandas de hoje”, diz. “Ainda temos muito espaço para crescer em investimentos em TI. Nosso objetivo é melhorar nossos níveis de eficiência e entregar resultados sustentáveis, trazendo satisfação para nossos acionistas e clientes”, completa.

Dar valor e formar a equipe de TI faz parte da estratégia do BB. São aproximadamente quatro mil funcionários diretos, sendo 1500 trabalhando no desenvolvimento de novas solu-ções. O BB é uma instituição na qual as pessoas têm longa carreira e na TI essa criação de valor não é diferente. Para fazer parte desta equipe, existe um concurso interno cujo colaborador é formado na capacidade de trabalhar em novas arquiteturas sem perder o foco na linguagem do negócio.

“Já trouxemos mais de quinhentos novos funcionários para TI nos últimos dois anos. Hoje, somos um departamen-to que atua junto ao core business discutindo estratégias de campanhas. Para nós, é fundamental essa convivência. Nossa preocupação em manter o conhecimento da equipe de TI é muito grande. Usamos a capacidade dessas pessoas para formar novas gerações desse conhecimento. Quando redesenhamos nossa arquitetura tecnológica, criamos uma área de capital humano em TI com capacitação, retenção e operação num plano mais sólido de carreira”, conta.

Segundo Itaborahy, alguns benefícios da mudança no parque tecnológico deverão surgir em dois anos. A insti-tuição conta também com um conjunto de indicadores que permite a equipe olhar a evolução da eficiência operacional, além do comportamento das despesas em tecnologia. “Te-mos um grande apoio do Banco do Brasil em cada processo e investimento em TI. Trabalhamos em parceria para con-quistarmos uma evolução sustentável”, conclui. z

BANCO DO BRASIL

u Ramo de atividade: Instituição Financeira

u Quantidade de funcionários: Mais de 113 mil profissionais

u Base de clientes: 57 milhões entre pessoas físicas e jurídicas u Faturamento anual: R$ 12,2 bilhões dez/12

PER F IL

Page 23: Decision Report 24 - Risk Report 14

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2 4 D E C I S I O N R E P O R T

BIG DATA ENTRA DEFINITIVAMENTE NA AGENDA DE INVESTIMENTO DE LÍDERES DE TIPOR LUCIA HELENA CORRÊ A e LÉIA MACHADO

T E N D Ê N C I A S » B I G D ATA

Valor da montanha de dados

O mercado de Tecnologia da Informação vive ci-clos tecnológicos. Desde o ERP, nos anos 90, ao cloud computing, nos

anos 2000, a indústria se reinventa e cria chavões para extrair o máximo valor da informação e transformar a montanha de dados em ação estratégica. A bola da vez é o conceito de big data, discutido e analisado por especialistas, fornecedores e usuários em todo o mundo.

De acordo com diversos fornecedores, o big data é a base para a criação de novos níveis de valor do negócio. Com armaze-namento integrado, aplicações e análise de dados estruturados e não estrutura-dos, o conceito produz altos níveis de satisfação dos clientes e entrega infor-mações estratégicas para organizações de todos os segmentos de negócio. A velo-cidade da produção de dados, sejam ima-gens, textos, vídeos ou arquivos, exige uma forma inovadora de processamento, a fim de entregar ao negócio maior visi-

bilidade para a tomada de decisão.Segundo levantamento da Frost &

Sullivan, 90% do volume de informações globais foram criados nos últimos dois anos. Deste total, apenas 15% são con-siderados estruturados em plataformas de CRM, ERP e banco de dados. Os 85% restantes são dados não estruturados,

dispersos em redes sociais, e-mails, ví-deos, etc. Ou seja, o alto consumo de in-formações nos obriga a medir não mais em mega, giga ou terabyte, mas em exa-bytes, zettabytes e yottabytes.

Os desafios para a disseminação do conceito são grandes, mas as oportuni-dades são ainda maiores. Segundo o Gart-ner, o ano de 2013 será marcado pela ado-ção em larga escala das tecnologias de big data, após um período de experiências e sucessos das organizações pioneiras na implantação. Uma pesquisa global com líderes de TI mostrou que 42% dos parti-cipantes planejam investir nestas tecno-logias dentro de um ano.

A expectativa de crescimento do big data para a Frost & Sullivan é bastante po-sitiva, com avanços de 25% ao ano no Bra-sil. As projeções da empresa de consulto-ria indicam que até 2016 esse mercado no País representará uma oportunidade su-perior a R$ 1 bilhão. O Gartner prevê que, em 2015, 20% das 1000 maiores empresas terão estabelecido um foco estratégico em

EXPECTATIVAS:

*90% DO VOLUME DE INFORMAÇÕES GLOBAIS FORAM

CRIADOS NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS;

*BIG DATA DEVE CRESCER

25% AO ANO NO BRASIL;

*ATÉ 2016, BIG DATA PODE CRIAR OPORTUNIDADE SUPERIOR A

R$ 1 BILHÃO NO PAÍS;

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D E C I S I O N R E P O R T 2 5

infraestrutura de informação, equivalen-te à de gerenciamento de aplicações. SETOR PÚBLICO. Outro levantamento realizado pela TechAmerica Founda-tion, encomendado pela SAP, aponta uma redução de 10% ao ano nos custos de governo, com o uso de big data em análise de informações em tempo real. A tecnologia pode melhorar os serviços públicos, especialmente nas áreas de Saúde e Segurança. Entre os duzentos participantes do levantamento, in-cluindo profissionais de TI dos órgãos de governo estadual e federal dos Estados Unidos, 83% acreditam que as soluções de big data têm potencial para cortar US$ 380 bilhões de dólares nos custos.

Para os participantes da pesquisa, o uso do big data em tempo real salvará

Aplicabilidade do big data aos processos de negócios

Desde o advento do processamen-to distribuído, que jogou nas redes compartilhadas informa-

ções antes guardadas a sete chaves no reservado espaço dos mainframes, não se via nada igual à revolução à que agora assistimos. Depois da internet e da por-tabilidade das aplicações, a serviço do lazer ou do trabalho, rodando em todo tipo de dispositivo de mão – dos notes e netbooks aos tablets, passando pelos fantásticos celulares, nunca mais as pessoas serão as mesmas, registra o ma-

temático norte-americano Bill Inmon, o “pai” dos sistemas de data warehousing.

Mas nada, também, segundo ele, é mais desafiador do que a maneira como cresce o volume de dados gerados em fun-ção das facilidades de acesso à tecnologia.

“Desde 1995, quando a internet comercial se disseminou mundo afora, o homem produziu mais dados, estruturados em bases, e não estruturados, em e-mail e ou na cabeça dele mesmo, do que a humanidade foi capaz de gerar desde o tempo em que escrevia nas paredes das

cavernas. Em pouco tempo, passamos dos bytes, para os megabytes e, hoje, aos terabytes, sem saber, afinal como tratar toda essa massa de dados. Agora, o desafio é transformar dados em infor-mação e informação em conhecimento, a grande matéria-prima estratégica des-tes dias”, aponta Inmon.

O consultor sabe do que está falando. Afinal, não é por acaso, que big data é a palavra de ordem nas empresas, so-bretudo universidades e institutos de pesquisa, qualquer que seja o porte ou

vidas, pois os médicos poderão agregar informações sobre resultados na área de Saúde e revelar padrões de tratamen-tos mais eficazes e detecção de surtos de doenças. Ou até mesmo identificar pagamentos impróprios e cortar pelo menos 10% dos custos federais por ano, cerca de US$ 1.200 por cidadão norte--americano, por exemplo, ao detectar pagamentos impróprios na área de Saú-de, antes que eles ocorram.

Os departamentos de polícia também podem se beneficiar com ferramentas de big data para desenvolver modelos de previsão sobre quando e onde os crimes podem ocorrer. Esta iniciava auxilia na redução dos índices de criminalidade em locais específicos. A pesquisa aponta ain-da que 75% dos funcionários federais de TI enxergam vantagens ao usarem o big

data para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, por meio de serviços me-lhores e mais personalizados.

Mesmo com os benefícios destaca-dos, o conceito ainda enfrenta barreiras culturais e práticas para a ação. Segundo a TechAmerica Foundation, a maior di-ficuldade para explorar os benefícios do big data são as preocupações com priva-cidade, de acordo com 47% dos funcioná-rios federais de TI dos Estados Unidos. O desafio é explicar que a análise de big data não é equivalente ao “Big Brother”.

Outros gargalos apontados estão di-recionados ao alto custo. 39% dos parti-cipantes se preocupam com as despesas envolvendo as novas ferramentas e o nível de investimento necessário. Além disso, ainda falta clareza sobre o nível de ROI do conceito. z

PARA OS LÍDERES DA CATEGORIA C-LEVEL, AS EMPRESAS DEVEM ORIENTAR AS DECISÕES COM BASE EM DADOS DEVIDAMENTE TRANSFORMADOS, INSERIDOS NA PROFUNDA ANÁLISE DA INFORMAÇÃO

Page 26: Decision Report 24 - Risk Report 14

2 6 D E C I S I O N R E P O R T

T E N D Ê N C I A S B I G D A T A

setor da economia no qual operem.O Gartner calcula que, em 2012, no

Brasil, dos US$ 143,8 bilhões investidos em TIC e que traduzem crescimento de 10,1% em relação a 2010, mais de 20% di-zem respeito às novas tecnologias. Leia-

-se, soluções capazes de dar tratamento inteligente às grandes massas de dados, como é o caso do big data, cuja taxa de crescimento, segundo o Gartner, até 2014, deverá manter a média de 14%.

O grande motor do crescimento des-ta tendência são as redes sociais, que prometem atrair 20% da população mundial, diz o Gartner. Em 2010, a base instalada de notebooks e smartphones superou a de computadores de mesa pela

primeira vez: cerca de 20 milhões de ta-blets foram vendidos. Mas, até 2016, a expectativa é chegar a 900 milhões – um tablet para cada oito pessoas do planeta.

“Armazenar essa imensa massa de infor-mações não faz mais sentido. É preci-so criar meios para analisar os dados e colocá-los a serviço das pessoas e das empresas”, reforça Sondergaard.

O executivo chama a atenção para outro detalhe: a real utilidade das infor-mações no processo decisório. Segundo ele, 75% dos líderes da categoria C-level, que reúne mais de 600 executivos de alto escalão (CEOs, CIOs e CFOs) do mundo inteiro, defendem que as empresas de-vem orientar as decisões com base em dados devidamente transformados. A coleta e a análise dessas informações, acreditam, servem de base para definir estratégias de negócios e apoiar o proces-so decisório no dia a dia.

Nove em cada dez executivos entre-vistados na pesquisa global da Economist Intelligence Unit, The Deciding Factor: Big Data & Decision making, encomen-

O QUE ELES DIZEM “Big data: Informações de tamanho extremo, diversidade e complexidade em toda parte. Esse fenômeno perturbador é destinado ao auxílio e impulso à inovação dentro das organizações, aprimorando o mais rápido insight sobre os clientes. Entretanto, quais são as oportunidades de negócio? Quanto o big data vai custar?”

Instituto Gartner

“Armazenar essa imensa massa de informações não faz mais sentido. É preciso criar meios para analisar os dados e colocá-los a serviço das pessoas e das empresas”

Peter Sondergaard, vice-presidente mundial do Gartner

“Agora, o desafio é transformar dados em informação e informação em conhecimento, a grande matéria-prima estratégica destes dias”

Bill Inmon, matemático norte-americano, considerado o “pai” dos sistemas de

data warehousing

3Nove em cada dez executivos admitem que as decisões tomadas nos últimos três anos teriam sido melhores se tivessem tido o apoio de informações relevantes;

3Dos US$ 143,8 bilhões investidos em TIC no Brasil, em 2012, mais de 20% dizem respeito às soluções capazes de dar tratamento inteligente às grandes massas de dados, como é o caso do big data;

375% dos líderes da categoria C-Level, que reúne mais de 600 executivos de alto escalão do mundo inteiro, defendem que as empresas devem orientar as decisões com base em dados devidamente transformados;

354% dos executivos consideram suspeita a tomada de decisão com base em intuição ou simples experiência. 65% afirmam que as decisões de gestão estão cada vez mais baseadas na profunda análise da informação.

A NOT E!

dada pela Capgemini, integradora de so-luções de TIC, admitem que as decisões tomadas nos últimos três anos teriam sido melhores se tivessem tido o apoio de informações relevantes.

O estudo revela que nove em cada dez líderes empresariais acreditam que os da-dos já são o quarto fator de produção, tão fundamental para os negócios quanto a terra, o trabalho e o capital. Segundo a pesquisa, as empresas que efetivamen-te tomarem decisões baseadas em dados analíticos estarão à frente do jogo.

Finalmente, o levantamento mostra que são cada vez mais raros os líderes que, nas análises, combinam tão-somente experiência e intuição. Mais da metade dos executivos (54%) considera suspeita a tomada de decisão de gestão com base em intuição ou simples experiência. 65% afirmam que as decisões de gestão estão cada vez mais baseadas na profunda aná-lise da informação. Esse índice chega a 76% no setor de Energia e Recursos Natu-rais, 75% no de Saúde e Biotecnologia, e 73% em Serviços Financeiros. z

Page 27: Decision Report 24 - Risk Report 14

D E C I S I O N R E P O R T 2 7

intervenções manuais e falhas na coleta de dados. Nós reduzimos 40% do tempo gasto no trabalho de inserção dos dados e agora temos o inventário atualizado com dados consistentes, confiáveis”, come-mora o executivo, que também destaca o fato de a 3M ter cunhado linguagem própria de desenvolvimento/plataforma, com base no sistema AS/SET AS/400, e que, agora, torna mais ágil e eficaz o pro-cesso de gestão das informações.

De origem norte-americana, a 3M é uma empresa de US$ 23 bilhões, com operações em mais de 65 países e 75 mil funcionários. Presente no Brasil há 64 anos, aqui, emprega cerca de 3.800 fun-cionários em quatro unidades industriais na área interior de São Paulo: Sumaré, Ribeirão Preto, Itapetininga e Mairin-que, além de outra em Manaus (AM). E fatura, por ano, mais de R$ 2 bilhões. A 3M também controla a Abzil (São José do Rio Preto / SP), fabricante de produtos or-todônticos, e Indústria de Cabos e Incavas Vassouras (Bom Princípio, RS), fabrican-te de produtos de limpeza doméstica. z

T E N D Ê N C I A S B I G D A T A

“O PRINCIPAL BENEFÍCIO FOI A AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS, COM GANHO DE PRODUTIVIDADE, MEDIANTE ELIMINAÇÃO DAS INTERVENÇÕES MANUAIS E FALHAS NA COLETA DE DADOS”SÉRGIO LUIZ OLIVEIRA, especialista em TI na 3M

Uma das corporações que, no Bra-sil, colecionam os resultados da aplicação do conceito de big data

é a 3M, fábrica de abrasivos localizada em Sumaré, São Paulo. “Tudo começou, há dois anos, quando a empresa decidiu substituir o processo de entrada de dados e armazenamento em duas unidades de pro-dução, até então realizada manualmente, em cada turno”, conta Sérgio Luiz Oliveira, especialista em TI na 3M e responsável pe-los aspectos tecnológicos do projeto.

“Isso fazia com que o processo, moroso, não fornecesse visão atualizada dos dados do inventário e constantes atrasos na fi-nalização dos relatórios, que nem sempre refletiam o inventário real”, reconhece o executivo. O desafio, então, segundo ele, comprado pela GSW Soluções Integradas, foi automatizar a produção, coleta e pro-cessamento dos dados armazenados no SQL Server, de apoio ao planejamento de negócios e sistemas de gestão (BPCS) na unidade 3M Abrasivos. “E fizemos isso di-retamente no ERP, o que tornou o contro-le de inventário mais fácil e permitiu me-lhor visibilidade dos referentes às duas linhas de produção”, explica Oliveira.

A integradora conhecia o ambiente de TIC e processos da empresa. O know-how, combinado com a experiência na produ-ção de projetos relacionados, foi essen-cial para a integradora executasse todo o desenvolvimento e acompanhamento da implementação da solução nova da 3M, incluindo a análise e especificação de re-quisitos de sistema para o desenvolvimen-to de ferramentas e interfaces de integra-ção com o sistema ERP, bem como testes e treinamentos para a equipe de operação.

Visão além do alcanceA FÁBRICA DE ABRASIVOS, 3M AUTOMATIZOU PROCESSOS, GANHOU EM PRODUTIVIDADE E CONTA COM DADOS CONFIÁVEIS PARA APOIAR AS DECISÕES DE NEGÓCIO

A GSW integrou o ERP 3M e estrutu-rou a solução para integrar todos os dados coletados a partir das linhas de produção através de mecanismo implementado usando software SCADA (Controle de Su-pervisão e Aquisição de Dados) e leitura de código de barras implementado em formulários específicos (Especificação de produção/Identificação de Materiais) no sistema ERP. Isso facilitou o controle de materiais consumidos, o monitoramen-to dos dados de produtos acabados e do tempo de fabricação do produto.

O resultado da reforma, que mobili-zou equipes das áreas de fabricação, fi-nanças, TIC e engenharia, foi o imediato aumento da produtividade, melhoria dos processos de inventário e rastreabilida-de dos dados da manufatura e um novo KPIs (Key Performance Indicators), diz Oliveira. “O principal benefício foi a automação de processos, com ganho de produtividade, mediante eliminação das

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Realização: Transmissão:Apoio de Mídia:

Page 29: Decision Report 24 - Risk Report 14

SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO E GESTÃO DE RISCO

Ano 8 Número 14 2013

André Salgado, CSO do Citi

Segurança robusta e amigável Novo perfil do cliente bancário impacta nas diretrizes de proteção

Ciberguerra: novocampo de batalha

Inteligência analítica como estratégia de segurança

Page 30: Decision Report 24 - Risk Report 14

NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS, o mercado global

de Tecnologia da Informação vem falando da grande quanti-

dade de dados gerados nas empresas e no universo digital.

De acordo com informações divulgadas pela consultoria IDC,

o volume de dados passará de 2,7 zettabytes, em 2012, para

8 zettabytes, em 2015. A produção das mais diversas infor-

mações contidas em vídeos, fotos, textos e arquivos em geral

vem não só de computadores pessoais, mas de cada máqui-

na corporativa conectada à rede da empresa e à internet.

Com o avanço do conceito IoE (internet das coisas, na si-

gla em inglês), no qual tudo está conectado com endereços

de IPs em dispositivos móveis, carros, geladeiras e tantos

outros aparelhos eletrônicos, a montanha de dados tende a

aumentar ainda mais. Esse uso mais abrangente da internet

somado às tecnologias como computação em nuvem, redes

sociais e mobilidade trouxeram grandes benefícios para o

desenvolvimento da sociedade. Por outro lado, as vulnera-

bilidades preocupam os líderes de segurança em termos de

gestão, controle e visibilidade da rede.

O desafio de gerir tantos zettabytes está na pauta de

cada CIO que transitou nas dependências do Moscone

Center durante os cinco dias de RSA Conference, evento de

Segurança da Informação realizado na última semana de

fevereiro, em São Francisco (CA/EUA). No total, foram mais

de 20 mil pessoas acompanhando lançamento de soluções,

apresentações, palestras e keynotes. O assunto mais falado

na conferência? Big data.

Na abertura do evento, Art Coviello, CEO da RSA, divisão

de segurança da EMC, discursou sobre os impactos das no-

vas tecnologias presentes nos ambientes de TI e destacou

três pilares da proteção corporativa diante do crescente vo-

lume de dados: entender o risco, agir com rapidez aos ata-

Big data transforma a segurança

Overview

Entender o risco, agir com rapidez e analisar os eventos. Os três pilares da segurança com uso de big data marcam a estratégia da RSA diante da transformação do universo digital | *Por Léia Machado

ques e analisar os eventos. Para ele, o big data está trans-

formando não só os negócios e a sociedade, mas também a

indústria de Segurança da Informação.

“Não estou falando de segurança 100% perfeita. Mas a es-

tratégia da proteção precisa se pautar na inteligência, usando

análises em tempo real do big data a fim de aprimorar a detec-

ção e eliminação rápida de ameaças avançadas”, diz Coviello.

“O Big data tem grande potencial para mudar a segurança

como um todo e melhorar a análise de dados nas empresas,

principalmente diante da convergência digital e consumeriza-

ção de tecnologias”, acrescenta. Segundo o executivo, menos

de 1% dos dados são analisados nas companhias e isso difi-

culta a proteção das informações corporativas.

No discurso da RSA, o uso mais abrangente da internet

3 0 R I S K R E P O R T

“Não existe segurança 100% perfeita. Mas a estratégia da proteção precisa se pautar na inteligência”Art Coviello, CEO da RSA

Page 31: Decision Report 24 - Risk Report 14

R I S K R E P O R T 3 1

somado à sofisticação do cibercrime trouxe ainda mais com-

plexidade para a rede corporativa em termos de proteção.

Esse cenário exigirá das empresas maior expertise no com-

bate a fraudes, roubo de dados, ataques direcionados e ame-

aças avançadas persistentes. Na visão do CEO, 2012 foi um

ano de avanço para o conceito de big data e 2013 será o ano

da disseminação das soluções analíticas para segurança.

Ao final do discurso, Art Coviello também chamou a aten-

ção para a educação digital e deixou bem claro o papel da

RSA no contexto da proteção inteligente. “Meu trabalho é

criar soluções que se encaixem nesse mundo. Vamos ajudar

empresas e governos a protegerem suas infraestruturas com

uso transformador do big data. Mas o melhor na Segurança

da Informação começa com a gente”, aponta o executivo.

Marcelo Câmara, diretor-setorial de Prevenção à Fraude

da FEBRABAN, participa do RSA Conference há dez anos e

tem acompanhado a evolução do mercado de Segurança da

Informação. Segundo ele, a educação digital, destacada por

Coviello, faz parte do atual processo de transição da cultura

manual para o universo digital.

“Não nascemos dentro da automação e tecnologias avan-

çadas. As pessoas não sabem se proteger justamente porque

a internet das coisas e a necessidade de segurança nesse am-

biente ainda não faz parte do vocabulário popular. A próxima

geração estará mais inserida neste contexto e o conceito de

proteção será mais claro para todos nós”, acrescenta Câmara.

INTELIGÊNCIA ANALÍTICAA RSA prega a quebra de paradigma na proteção de dados

corporativos e anunciou um portfólio de novas soluções com

camada analítica. A ideia da fabricante de tokens é consoli-

dar a análise de dados nas estratégias de proteção. Com o

uso de big data, o RSA Security Analytics tem como objetivo

implementar um nível superior de proteção às camadas tra-

dicionais de prevenção e gerenciamento. A ferramenta tem a

missão de integrar as demais soluções de segurança e rece-

ber todo tipo de informação que transita na rede corporativa.

“Ao colher os dados, a ferramenta agrega uma base analítica

de resposta rápida aos ataques, auxiliando no gerenciamen-

to de riscos e no entendimento das informações coletadas”,

afirma Marcos Nehme, diretor da Divisão Técnica para Amé-

rica Latina e Caribe da RSA.

Segundo Nehme, o RSA Security Analytics representa

a próxima geração de tecnologia de segurança projetada

para atender aos requisitos de SIEM e ao cenário de con-

formidade em constante mudança. “85% das violações nas

empresas levam semanas para serem detectadas, dias que

representam um impacto muito grande nas organizações,

pois o cibercriminoso pode fazer o que quiser com os da-

dos corporativos. É justamente na redução deste GAP que

o RSA Security Analytic age”, informa.

A empresa combina três soluções para compor o Secu-

rity Analytics. O software RSA Advanced Incident Manage-

ment for Security (AIMS) pode ajudar a adicionar uma ca-

mada mais ampla de gerenciamento de incidentes; o RSA

Asset Criticality Intelligence (ACI) fornece um contexto de

negócios para as equipes de segurança com intuito de prio-

rizar as respostas com base no valor de negócios do ativo; e

o RSA Data Discovery for Security Analytics que tem como

missão fornecer inteligência de risco às informações e pode

identificar dados delicados em ambientes complexos de TI.

Já o RSA Authentication Manager 8.0 usa recursos de

big data para autenticar e analisar o risco de maneira online.

Trata-se de uma solução de controle de acesso de próxima

geração, desenvolvida para combinar a tecnologia de senha

América Latina em pautaCom o avanço da tecnologia e a crescente presença da internet no cotidiano das pessoas, o Brasil está caminhando para garantir mais proteção ao ciberespaço. Porém, na visão do VP da RSA para a América Latina e Caribe, Rogério Morais, o País precisa ganhar mais maturidade e deixar de ver a Segurança da Informação como um custo. “Com exceção dos segmentos de Finanças, Telecomunicações e, mais recentemente, Governo, outras verticais em ascensão, como o Varejo, deixam a segurança em segundo ou terceiro plano”, diz. Segundo o executivo, todos os países da América Latina são imaturos na proteção das informações. “A cultura do latino-americano é de ser um expectador, de olhar outros países vítimas de ataques cibernéticos e achar que nunca vamos pas-sar por isso. Mas estamos enganados. As vulnerabilidades são reais, os hackers agem livremente nas nossas redes e achamos que tudo isso é fantasia. Ninguém está fora do alvo do crime virtual”, acrescenta. Informações de estudos da RSA na região da América Latina apon-tam o Brasil como principal alvo de ataques cibernéticos com 42% da preferência, seguido por México, Chile e Colômbia. “Nos Estados Unidos, grandes e médias empresas investem pesadamente em Segurança, soluções de governança, compliance e gestão de risco. Na América Latina, nós estamos desenvolvendo uma estratégia comercial para falar com as grandes empresas sobre essas mesmas soluções. Isso mostra o quanto estamos atrasados na proteção de dados”, conclui Rogério Morais.

Page 32: Decision Report 24 - Risk Report 14

Overview

3 2 R I S K R E P O R T

forte única com a autenticação baseada no risco para o aces-

so seguro a dados sensíveis e recursos na empresa e na nu-

vem. A ferramenta tem como objetivo dar mais visibilidade

ao acesso por meio da construção de perfis complexos de

usuários baseados tanto nos dispositivos quanto nas carac-

terísticas comportamentais.

Além disso, a RSA lançou o serviço NextGen Security Ope-

rations Center (SOC), concebido para ajudar as organizações

na defesa estratégica do ambiente corporativo. Os serviços ofe-

recem aos clientes acesso a um banco de profissionais de se-

gurança altamente treinados, com experiência de vida real em

defesa cibernética. De acordo com Marcos Nehme, eles são ca-

pazes de cumprir todas as exigências de SOC especificamente

adaptadas às necessidades únicas de cada organização.

“O SOC de próxima geração tem maturidade para alinhar

a Segurança da Informação ao risco de negócio. Este serviço

trabalha com a plataforma de GRC da RSA e tem como objetivo

dar mais visibilidade de risco, gestão de incidentes, normativas

e conformidades”, diz o executivo. Segundo ele, este lançamen-

to é composto pelas novas soluções da RSA e foi projetado para

ajudar as organizações a serem mais proativas na proteção

com SOCs preditivos e inteligentes.

“Ferramentas tradicionais estão com os dias contados. Pre-

cisamos adequar as infraestruturas, normativas, gerenciamen-

to de risco e governanças com ferramentas únicas de base ana-

lítica. Mas, só tecnologia não basta. É importante educar nossos

usuários, clientes e parceiros”, completa. Na visão de Art Co-

viello, as companhias globais estão preparadas para trabalhar

o conceito de big data em estratégias de proteção corporativa.

“As empresas não vão jogar fora uma arquitetura de se-

gurança já instalada. São milhões de dólares investidos nesta

causa. As ferramentas da RSA complementarão a arquitetura

tecnológica com um adicional de análise de dados”, aponta Co-

viello. “O Big data vai piorar o problema da segurança porque os

dados estão aumentando diariamente. Por outro lado, a tecno-

logia de análise de dados vai nos ajudar a combater ataques”,

acrescenta Rogério Morais, vice-presidente da RSA para a Amé-

rica Latina e Caribe

Em termos de desafios comerciais, o CEO aponta falta de

maturidade de muitas organizações em diferentes setores,

principalmente em mercados emergentes. “Já estabelecemos

uma estratégia de vendas das soluções. Nosso trabalho é mos-

trar aos clientes a quantidade de fraudes a que eles estão ex-

postos, trocar experiências e juntos desenvolver o melhor cami-

nho para a segurança”, conclui o executivo. z

Deep web e ataques sofisticados

Diante do avanço das vulnerabilidades do universo digital, a analista do laboratório RSA AFCC (Anti-Fraud Command Center), Limor Kessem, fala sobre o cenário de ataques direcionados na região da América Latina. Risk Report: O Brasil virou alvo do cibercrime?Limor Kessem: Recebemos informações do mundo inteiro e constatamos que o Brasil vive hoje um momento de ataques muito específicos e direcionados, tanto em termos de phishing quanto no campo dos malwares. São ameaças customizadas para o cenário brasileiro. O crescimento da economia do Brasil pode ser o principal motivo do País ser vítima de ataques direcionados. Risk Report: Empresas e governo brasileiros estão pre-parados para enfrentar este cenário de vulnerabilidade, fraudes e ciberataques?Limor Kessem: Na minha opinião, o Brasil está passando por um despertar para os cibercrimes, tornando-se muito mais consciente das ameaças, aprovando leis que punam os criminosos e, de uma maneira geral, apresentando um avanço na direção correta. Com isso, ainda há muitas oportunidades de melhora nas tecnologias de prevenção e educação do consumidor. Práticas de sucesso no Brasil que se refletem em toda a região da América Latina. Risk Report: Os hackers usam a deep web para atacar governos e empresas na região latino-americana? Como?Limor Kessem: Hackers, hacktivistas, blackhats, fraudadores e cibercriminosos são pessoas que usam a internet para facilitar crimes. Estes agentes têm como alvo os consumidores, empresas, militares, governos e infraestruturas críticas. Usar a deep web faz parte do processo, já que muitos agressores se utilizam de camuflagem de Proxy/SOCKS, software anonimizador, hospedagem de malwares e ferramentas de ataque em servidores à prova de balas. Risk Report: Como os hackers usam a deep web para atacar o mercado corporativo?Limor Kessem: A deep web é um espaço que permite aos criminosos congregar e dividir informações e ferramentas adaptadas às suas áreas de interesse. Ela é dividida em fóruns e salas de discussões, assim como páginas clandestinas que são destinadas a diferentes tipos de ameaças. Dependendo do nível de conhecimento do hacker e das motivações do ataque, ele pode ou não fazer parte destes espaços na deep web. Os cibercriminosos mais sofisticados não discutem seus métodos na deep web, eles guardam seus segredos para si.Já o roubo de informações corporativas geralmente é facilitado de duas maneiras: Malware na empresa, casos em que os usuários corporati-vos são vítimas de injeções de Cavalos de Troia e tornam-se parte de botnets e Ataques Direcionados e Ameaças Persistentes Avançadas (em inglês, APT). Estes são casos em que os hackers atacam intencio-nalmente os recursos digitais de uma companhia/entidade com o intuito de roubar conteúdos de propriedade intelectual, segredos comerciais, informações de acionistas e muito mais.

*A jornalista viajou a São Francisco a convite da RSA

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SpotSegurança robusta e amigável

André Salgado, CSO do Citi, fala com exclusividade para a revista Risk Report sobre os desafios de segurança do setor bancário, diante de tendências como mobilidade e atendimento multicanal P O R L É I A M A C H A D O | F O T O S : I Z I L D A F R A N Ç A

Risk Report: Os bancos buscam equilíbrio entre gestão de negócios e atendimento das demandas vindas dos clientes e dos órgãos reguladores. Qual é o impacto desses desafios sob a visão da Segurança da Informação? André Salgado: Para responder essa questão, precisamos olhar para duas vertentes. Por parte do sistema regulatório, muitas exigências são impostas para beneficiar o próprio cliente. Ou seja, as normativas têm um papel fundamental na evolução da Segurança da Informação no sistema financeiro mundial e, às vezes, impõem requerimentos que podem ou não ser bem recebidos pelos clientes. O nosso desafio é tradu-zir a demanda regulatória e mostrar o valor agregado daquela decisão ao consumidor.Por parte do cliente, as principais demandas são relacionadas à mobilidade e ao uso de soluções de autenticação mais flexí-veis, robustas e, ao mesmo tempo, amigáveis. Os bancos estão fazendo um bom trabalho para atender essas exigências. Este processo está em ritmo avançado, tanto que o Mobile Banking e o Internet Banking têm o mesmo patamar de segurança.

Risk Report: Como as demandas do atendimento multica-nal, mídias digitais e Mobile Banking impactam nos pro-cessos de Segurança da Informação? André Salgado: Os desafios são grandes, pois as transfor-mações da indústria financeira exigem adoção de novas tecnologias em um ritmo mais acelerado. Esses proces-sos demandam esforços para integração de sistemas e desenvolvimento das camadas de segurança necessárias à proteção dos dados trafegados. Risk Report: A proteção interna ficou mais complexa dian-te de tendências de consumerização de TI como o BYOD, por exemplo?André Salgado: Do ponto de vista conceitual, sim. Muitos executivos querem os dados corporativos em seus dispositivos pessoais, mas não querem ver as políticas de segurança da em-presa aplicadas aos aparelhos móveis. Esses equipamentos não foram concebidos para o uso corporativo, onde a proteção de dados é um requisito-chave.

Os desafios do setor de Finanças, em especial, o sistema bancário, estão

pautados principalmente por duas diretrizes: as demandas vindas dos

clientes e a exigência de eficiência operacional nos negócios. As tendên-

cias de mobilidade, atendimento multicanal e entrada de novas tecnolo-

gias impactam o cotidiano dos bancos. Para se manter competitivo, os gestores têm

a missão de equilibrar as demandas dentro dos novos modelos econômicos. Mas, na

visão da Segurança da Informação, esses desafios são maiores? A proteção interna

ficou mais complexa diante de tendências de consumerização de TI e o BYOD? André

Salgado, CSO do Citi, fala com exclusividade para a revista Risk Report sobre esses

desafios e responde outras questões com opinião de especialista do setor.

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Muitos dos softwares atuais não fazem a crip-tografia das informações armazenadas em um tablet ou smartphone. Grandes empresas têm buscado o uso de softwares de segurança para proteger os dados corporativos acessados de outros dispositivos como, por exemplo, o Good, que cria um tipo de máquina virtual no tablet ou smartphone do executivo, onde as in-formações corporativas ficam criptografadas.Mas, sem a conscientização da importância da segurança, de nada adiantam os aparatos tecnológicos. A alta administração da empre-sa exerce um papel fundamental neste pro-cesso, na medida em que difunde o papel de um ambiente saudável de controles internos, incluindo a segurança da informação. Mas, para que isso aconteça, nossos CSOs precisam aprender a falar a linguagem dos negócios, mostrando o impacto causado por fraudes ou perdas de informação em termos que sejam compreendidos pelos executivos. Risk Report: E quais são as metodologias para formar esse profissional? André Salgado: É importante desenvolver uma empatia com as áreas de negócio. Parar de falar em confidencialidade, integridade e dis-ponibilidade e traduzir os riscos em algo tan-gível como perda de competitividade, redução financeira ou risco regulatório, por exemplo. Em termos acadêmicos, os cursos de pós-gra-duação já cumprem o papel de formar o profis-sional em áreas de governança. Mas, em geral, faltam disciplinas relacionadas à comunicação e ao desenvolvimento de competências de re-lacionamento. Entretanto, esse gargalo não im-pede os gestores de passarem essa mensagem à equipe, disseminar o conhecimento e ajudar nos processos de comunicação.

Risk Report: Você já passou por essa fase de amadurecimento?André Salgado: Entendo que estou em uma fase avançada do processo. Ao longo do tempo, meu planejamento de carreira

tem me aproximado das áreas de negócio, o que me obrigou a deixar o “tecnês” de lado e passar a entender melhor as necessidades e demandas do negócio.É um processo, não mudamos da noite para o dia. A especialização de um profissional de Segu-rança da Informação está muito ligada à efici-ência operacional da empresa. Se eu não con-sigo falar a língua do negócio não terei apoio da alta administração. É importante para nós a habilidade de comunicação. Parar de falar “não” para falar “assim não”, e trabalhar para encontrar alternativas. Nosso papel é ajudar o negócio a criar caminhos mais seguros em diversos projetos. Com esse diálogo, criamos uma relação de confiança, passo a ser visto com um parceiro e sou chamado mais cedo para participar dos projetos de outras áreas.

Risk Report: Essa atitude muda a percep-ção de engessar os negócios com processos mais seguros, certo?André Salgado: Com certeza. Se o valor das mudanças não é percebido, os controles são menospreezados e o processo recebe o rótulo de engessado. Parte da responsabilide disso é da própria área de Segurança da Informação que, muitas vezes, tem dificuldade em falar a linguagem do negócio. Também podemos tentar visualizar o impacto de um novo con-trole antes que o mesmo seja implementado e discutir, com as áreas afetadas, as alternativas para buscar um equilíbrio.

Risk Report: Quais as tendências de solu-ções de Segurança para o setor financeiro?André Salgado: Continuidade nos investi-mentos de proteção no perímetro; ferramentas seguras para viabilizar a consumerização de TI, como é o caso do Good; aportes em sis-temas de DLP para e-mail e endpoint. Esta-mos na fase de consolidação e vamos extrair o máximo de valor dessas soluções; e big data, tanto para proteção quanto para o uso desse conceito em Segurança da Informação.

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Ciberguerra

Malwares como Stuxnet, Duqu e Flame abrem precendentes para uma série de ciberarmas deixando o ciberespaço tão perigoso quanto o mundo físico | Por Léia Machado

Novo campo de batalha

A dinâmica do ambiente digital mudou para sem-pre a forma do ser humano se comunicar. Seja para relações pessoais ou para modelos de negó-cio, a internet virou um novo campo de batalha. Nas redes sociais, os usuários batalham por es-

paço, status e popularidade. No universo empresarial, as orga-nizações lutam por melhores preços e fechamentos valiosos de contratos, além de fazerem uso das mais diversas aplicações tecnológicas visando à melhoria dos processos. De modo positivo, esse campo de ação trouxe muitos benefícios para as relações humanas e corporativas. Por ou-tro lado, abriu um amplo espaço de atuação dos criminosos. Se nos distantes anos 90 a motivação dos hackers era de cunho marginal e despretensioso, os anos 2000 registraram os mais sofisticados crimes cibernéticos contra nações e grandes empresas. A percepção é quase unânime: hoje so-mos mais vulneráveis do que nunca. Mesmo com os avanços das tecnologias de proteção e processos de governança mais estruturados, setores públi-cos e privados sofrem com a evolução do cibercrime. Diante da disseminação de pontos vulneráveis em função das no-vas tecnologias, como mobilidade, BYOD (traga seu pró-prio dispositivo, na sigla em inglês) e redes sociais, a exi-gência de proteção ganhou grande relevância nas empresas. Hoje, usuários domésticos e corporativos estão inseridos em um cenário de evolução das novas técnicas de ataques.

Eles chegaram. “Enquanto o cibercrime se move na ve-locidade da luz, a polícia age na velocidade da lei”, critica o analista-chefe de Crimes Cibernéticos da Norton, Adam Palmer. Segundo o estudo Norton Cybercrime Report, os prejuízos globais causados pelos crimes eletrônicos supe-ram a casa dos US$110 bilhões de dólares por ano. No Bra-sil, esse valor é de R$ 15 bilhões. De acordo com a pesquisa, mais de 28 milhões de brasileiros foram vítimas deste tipo de crime nos últimos 12 meses, sendo que os prejuízos, por vítima, são de R$ 562,00.

A pesquisa da Norton do ano passado mostrou um au-mento de novas formas de crimes online em comparação com 2011, principalmente aqueles encontrados nas redes sociais ou nos dispositivos móveis. Este é um sinal de que os ciber-criminosos estão começando a concentrar seus esforços nestas plataformas. Um em cada cinco adultos com vida online (21%) foi vítima de fraudes no ambiente social ou móvel e 39% dos que possuem redes sociais foram vítimas de malwares.

Diariamente somos “bombardeados” com notícias de descobrimentos de malwares e as consequências da disse-minação desses vírus. Stuxnet, Duqu, Flame, Chama, Wi-per e Gauss são os ataques mais complexos e poderosos já encontrados pelos laboratórios de investigação das empre-sas de tecnologia. A ação desses códigos maliciosos indica características de super armas, ou ciberarmas.

Elas exploram as vulnerabilidades de infraestruturas e sistemas de empresas e órgãos de governo com as mais diversas finalidades. A principal motivação ainda é a van-

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O Stuxnet foi a primeira ciberarma dirigida ao setor in-dustrial, segundo a Kaspersky, companhia privada de segu-rança da internet. O objetivo era retardar a programação de desenvolvimento nuclear do Irã. “Esse malware mudou o funcionamento das centrífugas de enriquecimento de urânio causando danos irreversíveis. Além disso, abriu precedentes para outros worms entrarem em ação”, acrescenta o general.

Independente do nome certo a ser dado ao campo de vulnerabilidades, esses fatos mostram a facilidade

com que os ataques são realizados e os danos des-sas ações maliciosas preocupam redes corporati-vas e agentes de estado. “O cenário é alarmista, pois o assunto ganhou notoriedade em todo o mundo. As ciberarmas têm poder real de des-

truição”, aponta o presidente do Conselho de TI da Fecomercio/SP, Renato Opice Blum.

Estratégia de defesa. Hoje, o Brasil conta com um coman-do de defesa cibernética assim como Estados Unidos, Alema-nha, França, Inglaterra, Estônia, China, entre outros países. Em 2010, o exército brasileiro criou o Centro de Defesa Ciber-nética. “O objetivo é proteger as redes corporativas do Exército a fim de permitir nosso funcionamento. Além disso, atuamos em projetos especiais, como na Rio+20, na qual montamos um sistema de monitoramento da rede do evento”, conta Santos.

Segundo o general, o Exército trabalha em vários projetos estratégicos de segurança física e lógica. Conforme o traba-lho vai ganhando forma, a ideia é integrar todos os sistemas junto às Forças Armadas a fim de criar um setor cibernéti-co integrado. “O Brasil é o primeiro país na América Latina que falou oficialmente sobre a necessidade de ter um centro

tagem financeira. Mas o roubo de informações também está no foco dos ataques virtuais, seja na obtenção de dados sigilosos de empresas ou de cidadãos comuns. Em âmbito governamental, as infraestruturas críticas, redes de energia elétrica, de gás e de água, e os serviços de transportes, de saúde e financeiros são os potenciais alvos. Casos reais. “Não estamos em estado de guerra cibernéti-ca, mas o cenário é de atenção, pois os malwares têm o mes-mo poder de destruição de uma arma de fogo”, diz o general José Carlos dos Santos, do Centro de Defesa Cibernética do Exército Brasileiro. Para Santos, o termo correto do atu-al cenário do Brasil é ciberarmas, devido à inexistência de uma guerra declarada.

Entretanto, algumas empresas de segurança em informática acreditam que a guerra digital não é mais uma ficção científica, pois vários ataques ocorridos tiveram uma motivação política. A Es-tônia é um país com forte presença eletrônica e uma TI bastante desenvolvida. Mesmo assim, a nação sofreu ataques virtuais afetando diretamente a população. Diversos sites ficaram inacessíveis, in-cluindo portais dos ministérios, do parlamento, páginas de notícias e de instituições financeiras. Segundo os noti-ciários, os russos foram os responsáveis pelos ataques, mas não há nada comprovado. No caso da Geórgia, a Rússia também foi acusada de comandar ciberataques à infraestrutura crítica do país paralisando diversos sistemas internos e bancários. Além de ataques aos sites governamentais e de várias empresas públicas e privadas. A China está na lista de suspeitos dos Estados Unidos devido aos supostos ataques ao governo e às redes comerciais norte-americanas. No Brasil, mesmo não causando danos reais, os ataques distribuídos de negação de serviço (DDoS) derrubaram diversas páginas de órgãos do governo em junho de 2011.

“Não estamos em estado de guerra cibernética, mas o cenário é de atenção, pois os malwares têm o mesmo poder de destruição de uma arma de fogo”General José Carlos dos Santos, do Centro

de Defesa Cibernética do Exército Brasileiro

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Ciberguerra

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próprio de prevenção de ataque cibernético. Isso mostra a preocupação do poder público em relação às ameaças e novos cenários de ciberguerra”, diz Dmitry Bestuzhev, diretor da equipe global de Analistas e Pesquisadores de Malware para América Latina da Kaspersky. As iniciativas de segurança e ação proativa contra o avanço do cibercrime vêm de vários lados. Mas qual seria o melhor caminho para colocar em prática uma estratégia consistente de defesa do ciberespaço? Especialistas apon-tam alguns fatores de sucesso: fomentar diálogos entre au-toridades e técnicos do mundo inteiro; criar um sistema

global de proteção integrada; reforçar uma postura ofensi-va; manter a troca de informações entre países e empresas; e conscientizar os cidadãos. Em ambientes corporativos, André Carrareto, gerente de Sistemas da Symantec, alerta as empresas no sentido de definir ações concretas de proteção das infraestruturas crí-ticas e, principalmente, da informação. “Muitas corporações ainda não conhecem seus riscos e não mantém um plano es-tratégico de investimento em tecnologias de segurança. Infe-lizmente, a tendência é de avanço na sofisticação dos crimes eletrônicos. Estamos longe de chegar ao fim”, conclui. z

StuxnetDESCOBERTO EM JULHO DE 2010, o vírus foi considerado o mais complexo da história e abriu precedentes para outros ataques direcionados. Conhecido por ter como alvo a infraestrutura industrial crítica, o ataque causou atraso no pro-grama nuclear iraniano de pelo menos dois anos;

Duqu

NO ANO SEGUINTE, especialistas descobriram o malware com partes semelhantes ao Stuxnet, porém, com outro propósito: dar aos invasores capacidades gerais de acesso remoto a fim de capturar informações confidenciais de empresas ligadas ao setor industrial para um ataque futuro;

Flame

ESPECIALISTAS DESCOBRIRAM O MALWARE em maio de 2012. Com o objetivo de realizar espio-nagem virtual, o sistema se ativa automaticamente quando a vítima se loga em programas de correio eletrônico e de mensagens instantâneas. Ele pode roubar informações valiosas em sistemas específi-cos, arquivos armazenados, dados de contatos, até mesmo conversas em áudio;

MiniFlameO PROGRAMA MALICIOSO, descoberto em julho de 2012, é altamente flexível e foi criado para roubar da-dos e controlar sistemas infectados durante operações de ciberespionagem. Uma vez instalado, o malware opera como um backdoor e permite operações para obter qualquer arquivo da máquina infectada;

Gauss

DESCOBERTO EM AGOSTO DE 2012, o malware tem características de ciberespionagem, além da mesma origem do Stuxnet e do Flame. O Gauss foi concebido para roubar dados de vários bancos libaneses, mas também tem como alvos usuários do Paypal e clientes Citibank. Estima-se que o número de vítimas chegue milhares de pessoas;

Wiper

EM ABRIL DE 2012, o programa malicioso foi descober-to. A meta era destruir todos os arquivos do compu-tador, podendo abranger vários gigabytes ao mesmo tempo. O principal alvo era os sistemas de refinarias de petróleo na parte Ocidental da Ásia. Sabe-se que ele tem uma reminiscência do Duqu e Stuxnet, entretanto, esse malware não foi completamente identificado;

GUERRA NÃO DECLARADA De acordo com as recentes pesquisas dos especialistas em Segurança da Informação, os malwares têm características de ciberarmas e ciberespionagem devido à sofisticação dos códigos-fonte.

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Fraudes

Os números não são muito confiáveis, até porque, para preservar a própria imagem, boa parte das vítimas pre-

fere não revelar, publicamente, que foi alvo de fraude. Mas a estimativa é de que, mundo afora, incluindo o Bra-sil – segundo colocado no ranking, atrás apenas dos Estados Unidos, de acordo com os próprios órgãos de se-

Mundo afora, inclusive no Brasil, segundo país mais atacado, a doença social dos novos tempos continua fazendo sangrar os cofres

públicos e a receita das empresas | Por Lucia Helena Corrêa

Fraudes.A sangria continua

gurança norte-americanos, tais como a CIA (Central Intelligence Agence) e o FBI (Federal Bureau Intelligen-ce) –, esse tipo de crime continua fa-zendo sangrar os cofres públicos e a receita das empresas.

O maior número de ataques ocor-re no promíscuo ambiente da inter-net, incluindo desde a interceptação de dados e falsidade ideológica até o estelionato, aponta Rony Vainzof,

4 0 R I S K R E P O R T

sócio do Ópice Blum Advogados. No caso brasileiro, ele atribui à falta de leis que criminalizem a invasão de computadores e a disseminação de códigos maliciosos, a maneira como os crimes eletrônicos ocorrem. “É preciso criar leis severas e aplicá-las com rigor”, defende o especialista.

Pesquisa realizada pela Symantec ratifica os achados dos órgãos de segu-rança norte-americanos: o Brasil é o

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A FRAUDE EM NÚMEROS

65% dos internautas brasileiros já foram alvo de algum tipo de ataque; Fraudes representam 70% das perdas totais das

instituições financeiras; PIB brasileiro perde 39% por ano com fraudes fiscais; Bancos investiram R$ 8,3 bilhões em segurança

lógica e física (acessos). Em 2011, os prejuízos do setor bancário somaram

R$ 1,5 bilhão

segundo país mais afetado pelos crimes cibernéticos de tal modo que cerca de 65% dos internautas, sabendo ou não, já foram alvo de algum tipo de ataque, consumado ou não. No mundo inteiro, a vítima preferencial dos fraudadores são as instituições financeiras.

No Brasil, a Febraban (Federação Nacional dos Bancos) confirma a avalia-ção e revela preocupação que se traduz no próprio valor dos investimentos re-alizados pelos bancos. Cesar Faustino, coordenador da Comissão de Preven-ção às Fraudes Eletrônicas da entidade, acredita que o aumento da bancarização e o uso crescente dos meios eletrônicos contribuíram para a disseminação das fraudes. “A população bancarizada cres-ceu 8%, em 2011, somando 54 milhões de clientes, enquanto o número de con-tas correntes com internet banking au-mentou 11%, chegando a 42 milhões, e as com mobile banking, 49% – 3,4 milhões de clientes, contabiliza o executivo.

No ano passado, na tentativa de con-ter as fraudes, os bancos investiram R$ 8,3 bilhões em segurança lógica e física (acessos). Mas, apesar das ações preven-tivas e do uso de ferramentas, as fraudes só fazem crescer. Em 2011, os prejuízos somaram R$ 1,5 bilhão, entre transa-ções de call centers, cartões de crédito e de débito, internet banking e mobile

banking, o que traduz crescimento de 60% comparativamente a 2010.

A 4° Pesquisa sobre o Comporta-mento dos Usuários da Internet, realiza-da pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) e divulgada em agosto de 2012, apurou que as fraudes e clonagens de cartão continuam afastan-do o consumidor do comércio eletrô-nico. O estudo mostra que 62,71% dos paulistanos já têm o hábito de realizar compras pela internet – número maior 11,21 pontos porcentuais em relação a 2011. Mas, segundo a Fecomércio, o desempenho poderia ser ainda melhor, não fosse o medo de grande número de pessoas de realizar transações por meio de sistemas online.

Preocupada com a onda de crimes, a RNP (Rede Nacional de Ensino e Pes-quisa) lançou o sistema Cais (Centro de Atendimento a Acidentes de Seguran-ça), dirigido a empresas, instituições e pessoas que pretendem se proteger con-tra os crimes digitais. O sistema partiu do inventário de todas as fraudes já denunciadas, descobertas e noticiadas com descrição, bem como imagens e todas as informações pertinentes, com atenção maior para aquelas que se con-sideram as mais perigosas.

O Cais tem sido bem aceito, também,

pelo fato de, na inexistência de leis que criminalizem as fraudes, fornecer orien-tação aos juristas quanto a jurisprudên-cias em certos processos. O Catálogo de Fraudes dá ao usuário a opção de denun-ciar e reportar fraudes anonimamente. Tecnologia neles! Algumas das pes-quisas do Centro de Estudos ESET confirmam aquilo que todos já sus-peitavam: os grandes criminosos es-tão abrigados nas próprias empresas e instituições. “Oitenta por cento dos crimes cibernéticos cometidos nas em-presas são de autoria dos próprios fun-cionários. Mais do que isso, quando os ataques vêm de fora, na maioria das vezes, têm a cumplicidade deles”, aler-ta Sebastian Bortnic, analista de Segu-rança do Centro de Estudos ESET.

Não por acaso, sabendo que a pre-ocupação com fraudes é citada por 60,88% dos entrevistados nas pesqui-sas, a empresa acaba de lançar o Guia de Segurança, dirigido, especialmente, a usuários corporativos. O guia lista as principais modalidades de fraude e su-gere a aplicação das melhores práticas aplicadas à administração dos dados em geral, com ênfase nos estratégicos.

Fernando Nery, sócio-diretor da Módulo, especializada em Governança, Riscos e Compliance (GRC), também valoriza a questão comportamental e aposta na adoção de medidas preven-tivas. “Tecnologia ajuda, mas é preciso observar, dentro de casa, atitudes que eliminem os riscos. Um bom exercício é pensar bem antes de abrir um e-mail tentador. Na maioria das vezes, eles são armadilhas”, adverte Nery.

A IDC (International Data Corpora-tion) estima que as organizações deverão investir mais de US$ 120 bilhões, até 2015, na implementação de hardware, software e serviços. Forte candidata a conquistar parte desse mercado é a IBM, com o Smart Analytics. Entre as funcio-

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Fraudes

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NADA PESSOAL...

OS CRIMES CIBERNÉTICOS NÃO SÃO EXCLUSIVIDADE do Brasil. A CIA e o FBI estimam que, mundo afora, esse tipo de crime

eletrônico deve somar prejuízos da ordem de US$ 80 bilhões. Mesmo os

Estados Unidos, que costumam encarcerar os sonegadores de impostos,

amargam uma sangria de US$ 300 milhões por ano – 8,6% do PIB, calculado

em pouco mais de US$ 15 bilhões, em 2011. Lá, as operações fraudulentas

desviam boa parte dos impostos para os paraísos fiscais.

NA CHINA, PAÍS MAIS VISADO PELOS GOLPISTAS, 83% dos internautas residenciais ou corporativos, já sofreram a ação danosa dos

ataques. Os sistemas de segurança, dos mais vulneráveis do mundo, são um

prato cheio para a disseminação dos cavalos de tróia ou phishing, que andam

a serviço das fraudes bancárias e do roubo de identidade.

Na Espanha, as autoridades fazendárias acabam de publicar, também com

base no relatório da Tax Justice Network, que o país ocupa a décima posição no

ranking mundial das fraudes fiscais. As perdas somariam o equivalente a 22.5%

do PIB – US$ 107,3 milhões.

Na Rússia, ainda de acordo com o estudo da Tax Justice

Network, as empresas consideram “um desperdício de péssimo gosto pagar

impostos”, desconfiando da lisura na aplicação dos recursos. Boa parte delas

usa empresas-fantasmas, também chamadas “astronautas”, para se livrarem

do pagamento de impostos – um buraco de 45% no PIB. Nem mesmo as em-

presas públicas cumprem a obrigação fiscal. A Gazprom, por exemplo, respon-

de a processo, acusada de desviar US$ 2 milhões. Outros países vítimas: Itália

e Grécia, ambas com 27% do PIB, Alemanha (16%), França e Irlanda (15%).

Na Bolívia, segundo o mesmo estudo, a quantidade

de dinheiro que escapa ao Fisco é de US$ 3 milhões – insignificante, em com-

paração à evasão em outros países latino-americanos, mas o bastante para

abrir um rombo de 66% no PIB.

“O AUMENTO DA BANCARIZAÇÃO E O USO CRESCENTE DOS MEIOS ELETRÔNICOS CONTRIBUÍRAM PARA A DISSEMINAÇÃO DAS FRAUDES”CESAR FAUSTINO, COORDENADOR DA COMISSÃO DE PREVENÇÃO ÀS FRAUDES ELETRÔNICAS DA FEBRABAN

nalidades do sistema destaca-se a assina-tura de processos, que permite às segura-doras e órgãos públicos evitar fraudes e condutas abusivas, explica Kátia Vaskys, diretora de Business Analytics da IBM Brasil. O objetivo da solução, segundo ela, é favorecer a correta interpretação de dados corporativos tradicionais e o cruzamento deles com informações cole-tadas, inclusive, nas redes sociais e siste-mas de atendimento a clientes.

No âmbito da administração públi-ca, federal, estadual e municipal, o fan-tasma que ainda assombra os gestores são as fraudes fiscais. Graças a elas, no Brasil, o PIB (Produto Interno Bruto), soma de todas as riquezas produzidas pelo País, perde por ano nada menos que 39%, aponta relatório de pesquisa elabo-rado pela Tax Justice Network e editado na revista Foreign Policy.

“Nas administrações públicas, a úni-ca maneira de evitá-las é implantar so-luções de e-government (e-gov), capazes de dar segurança às operações, evitando a corrupção e desvios de recursos, além de emprestar maior transparência aos processos, ante a sociedade”, recomenda Florencia Ferrer, sócia-diretora da con-sultoria e-Stratégia Pública. z

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A segurança é dinâmica

Os usuários querem ter acesso de qualquer lugar. Nos dispositivos móveis, em qualquer plataforma e em qualquer ambiente. As nossas soluções de segurança reduzem os riscos, simplifi cam a conformidade e permitem que os usuários em trânsito trabalhem com a proteção necessária para compartilhar, colaborar e inovar onde e quando for preciso.

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