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Educação Inclusiva DECLARAÇÃO DE SALAMANCA | Perguntas frequentes 1. O que é a Declaração de Salamanca? A Declaração de Salamanca é uma declaração de princípios, em prol da Educação para Todos, que resultou da Conferência Mundial sobre as Necessidades Educativas Especiais (7 e 10 de Junho de 1994, Salamanca). Esta conferência foi promovida pelo Governo Espanhol, em colaboração com a UNESCO e contou com a presença de mais de 300 participantes de 92 governos e 25 organizações internacionais. Fruto desta acção, motivada pela necessidade e urgência de garantir a educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades educativas especiais, no quadro do sistema regular de educação, surgiu este documento, que representa um consenso mundial, um marco significativo, na história da educação especial. A D.S. (Declaração de Salamanca) apresenta um modelo de enquadramento da acção, baseado nos parâmetros de uma educação inclusiva, no âmbito das Necessidades Educativas Especiais. Representa um marco significativo e actual na história da educação. 2. Saliente as principais ideias-força proclamadas na referida Declaração Decorrente da necessidade e urgência de garantir a educação para as crianças, jovens e adultos com NEE no quadro do sistema regular de educação, pretendeu-se, na Conferência Mundial sobre NEE, sancionar o Enquadramento da Acção na Área das NEE para que pudesse ser seguido futuramente por governos e organizações. Neste contexto, foram reafirmados os seguintes aspectos: o direito à educação de todos os indivíduos; a igualdade de oportunidades para as pessoas com deficiência e; a promoção do acesso à educação para a maioria das pessoas que apresentam NEE e que ainda não foram por ela abrangidos.

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA | Perguntas frequentes

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(…) todos os alunos devem aprender juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que apresentam. As escolas inclusivas devem reconhecer e satisfazer as necessidades diversas dos seus alunos, adaptando-se aos vários estilos e ritmos de aprendizagem, de modo a garantir um bom nível de educação para todos, através de curriculos adequados, de uma boa organização escolar, de estratégias pedagógicas, de utilização de recursos e de uma cooperação com toda a comunidade. (Declaração de Salamanca, 1994, p. ix-x)UNESCO (1994). Declaração de Salamanca e Enquadramento da Acção na Área das Necessidades Educativas Especiais.

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Educação Inclusiva

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA

| Perguntas frequentes

1. O que é a Declaração de Salamanca?

A Declaração de Salamanca é uma declaração de princípios, em prol da

Educação para Todos, que resultou da Conferência Mundial sobre as

Necessidades Educativas Especiais (7 e 10 de Junho de 1994,

Salamanca). Esta conferência foi promovida pelo Governo Espanhol, em

colaboração com a UNESCO e contou com a presença de mais de 300

participantes de 92 governos e 25 organizações internacionais. Fruto

desta acção, motivada pela necessidade e urgência de garantir a

educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades

educativas especiais, no quadro do sistema regular de educação,

surgiu este documento, que representa um consenso mundial, um marco

significativo, na história da educação especial.

A D.S. (Declaração de Salamanca) apresenta um modelo de enquadramento

da acção, baseado nos parâmetros de uma educação inclusiva, no âmbito

das Necessidades Educativas Especiais. Representa um marco

significativo e actual na história da educação.

2. Saliente as principais ideias-força proclamadas na referida Declaração

Decorrente da necessidade e urgência de garantir a educação para as

crianças, jovens e adultos com NEE no quadro do sistema regular de

educação, pretendeu-se, na Conferência Mundial sobre NEE, sancionar o

Enquadramento da Acção na Área das NEE para que pudesse ser seguido

futuramente por governos e organizações. Neste contexto, foram

reafirmados os seguintes aspectos: o direito à educação de todos os

indivíduos; a igualdade de oportunidades para as pessoas com

deficiência e; a promoção do acesso à educação para a maioria das

pessoas que apresentam NEE e que ainda não foram por ela abrangidos.

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3. Apresente as caracteristicas mais salientes que devem apresentar as Escolas Inclusivas

De acordo com a Declaração de Salamanca (1994, pág. ix-x), as escolas

inclusivas devem: incluir todas as crianças, independentemente das

diferenças ou dificuldades individuais, excepto em casos

justificados; proporcionar programas educativos tendo em vista a

vasta diversidade das características e necessidades de cada criança;

adoptar uma pedagogia centrada na criança, capaz de ir ao encontro

das suas necessidades; combater as atitudes discriminatórias;

contribuir para a criação de comunidades abertas e solidárias;

contribuir para a construção de uma sociedade inclusiva onde a

educação seja para todos; proporcionar uma educação adequada à

maioria das crianças e promover a eficiência, numa óptima relação

custo-qualidade, de todo o sistema educativo.

4. Enuncie os diversos subgrupos de crianças a que as escolas devem responder, de modo a poderem considerar-se verdadeiramente inclusivas

As escolas inclusivas devem ajustar-se a todas as crianças,

independentemente das suas condições físicas, sociais, linguísticas

ou outras” (ponto 3 da D.S., pág. 17), onde se incluem:

“(…) crianças com deficiência ou sobredotadas, crianças de rua ou crianças que trabalham,

crianças de populações remotas ou nómadas, crianças de minorias linguisticas, étnicas ou

culturais e crianças de áreas ou grupos desfavorecidos ou marginais.” (ibidem)

5. Sintetize as directrizes, emanadas no âmbito do enquadramento da acção, sobre educação precoce e a colaboração dos pais no quadro da educação de crianças e jovens com N.E.E.

Os programas de atendimento e de educação das crianças das primeiras

idades, até aos 6 anos, devem ser desenvolvidos e reorientados a fim

de promover o seu desenvolvimento físico, intelectual e social, e a

preparação para a escola. Devem “reconhecer o princípio da inclusão e

devem desenvolver-se duma forma global, combinando as actividades

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pré-escolares com os cuidados precoces de saúde” (ponto 53 da D.S.,

pág. 35). No mesmo ponto (53), é referido que, o êxito da escola

inclusiva se relaciona positivamente com a identificação precoce,

avaliação e da estimulação desde as primeiras idades. Desta

conjugação surge um “investimento considerável para o indivíduo,

família e sociedade, no sentido em que impedem o agravamento das

condições incapacitantes” (ibidem). Como exemplo, refere-se o que se

passa em alguns países que já adoptam políticas que favorecem a

educação precoce e.g. apoiando o desenvolvimento de jardins-de-

infância e de creches, organizando actividades que permitam a

informação e participação das famílias em serviços comunitários

(ponto 54 da D.S., pág. 35). Esta ideia é reforçada no ponto 62.

(pág. 37) onde se afirma que os governos devem tomar a iniciativa da

promoção da cooperação com os pais (…) que devem ser chamados a

pronunciar-se sobre a elaboração e implementação de programas

destinados a educação de seus filhos” (ponto 62 da D.S., pág. 37-28).

AA.. MM.. AAzzeevveeddoo

Janeiro de 07