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  • BOLETIM OFICIAL

    Quinta-feira, 12 de Fevereiro de 2015 I SrieNmero 11

    N D I C ECONSELHO DE MINISTROS:

    Decreto-Lei n 10/2015:

    Cria, como servio de base territorial do Ministrio da Sade, a Regio Sanitria de Santo Anto. ..................444

    Decreto-Lei n 11/2015:

    Estabelece o regime jurdico de produo de aguardente de cana-de acar em Cabo Verde. ...............449

    MINISTRIO DAS FINANAS E DO PLANEAMENTO:

    Portaria n 6/2015:

    Aprova a declarao peridica de rendimentos. .....................................................................................................460

    Portaria n 7/2015:

    Regulamenta os procedimentos de faturao, registo e pagamento do Tributo Especial Unifi cado pelas empresas enquadradas no Regime Especial das Micro e Pequenas Empresas. .....................................465

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  • 444 I SRIE NO 11 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 12 DE FEVEREIRO DE 2015

    CONSELHO DE MINISTROS

    Decreto-Lei n. 10/2015

    de 12 de Fevereiro

    O Ministrio da Sade adotou, em 1998, a Carta Sa-nitria de Cabo Verde que aponta para a necessidade de reorganizao dos Servios de Sade por via da sua regionalizao, propondo a criao de distritos/regies sanitrios, englobando um certo nmero de delegacias de sade prximas, como instncias de coordenao in-tersetorial, intermunicipal e entre os dois nveis, central e local, da administrao sanitria.

    A lei orgnica do Ministrio da Sade, na nova redao dada pelo Decreto-lei n. 39/2010, de 27 de setembro, estabelece que as regies sanitrias so servios de base territorial dotados de autonomia fi nanceira, que visam o alargamento da cobertura da rede sanitria e a melho-ria da prestao dos cuidados de sade na rea da sua circunscrio territorial e tendo como misso assegurar a articulao e a coordenao entre as Delegacias de Sade com as instituies de sade delas dependentes e os Hospitais Regionais de sua rea de interveno.

    A Lei n. 41/VI/2004, de 5 de abril, que estabelece as Bases do Servio Nacional de Sade dispe que as estruturas desconcentradas do Setor Pblico de Sade, a nvel das regies sanitrias ou dos municpios, gozam de autonomia de gesto.

    Os resultados de Sade alcanados na Ilha de Santo Anto colocam-no entre as ilhas com melhores indicado-res, cuja consolidao exige uma melhoria na organizao e funcionamento das suas estruturas de sade, o que se pretende alcanar com a criao e instalao da segunda Regio Sanitria.

    Outrossim, pelas caratersticas prprias da ilha de Santo Anto, nomeadamente, a existncia de trs mu-nicpios e igual nmero de delegacias de sade, o peso demogrfi co da sua populao, a existncia de vias de comunicao ligando entre si os seus municpios, e a combinao, nestes, de reas urbanas com reas predomi-nantemente rurais, e o nmero de profi ssionais de sade afetos impe-se sejam aproveitados em prol da melhoria das condies de prestao de sade em toda a Ilha.

    A criao da Regio Sanitria de Santo Anto (RSSA) corresponde, deste modo, a uma opo estratgica de interveno no setor da sade, no quadro do processo de reforma em curso.

    Foram ouvidos os Municpios de Santo Anto.

    Assim,

    No uso da faculdade conferida pela alnea a) do n. 2 do artigo 204. da Constituio, o Governo decreta o seguinte:

    Artigo 1.

    Objeto

    1. criada, como servio de base territorial do Ministrio da Sade, a Regio Sanitria de Santo Anto, adiante abreviadamente designada por RSSA.

    2. So aprovados os estatutos da RSSA, publicados em anexo ao presente diploma, do qual fazem parte integrante.

    Artigo 2.

    Objetivos

    A RSSA tem os seguintes objetivos:

    a) O alargamento da cobertura da rede sanitria e a melhoria da prestao dos cuidados de sade na rea da sua circunscrio territorial.

    b) A concretizao da descentralizao no processo de planeamento do setor de sade, destinada a otimizar, em termos de efi ccia, efi cincia e rendibilidade tcnica, a utilizao de recursos disponibilizados para a prestao de cuidados a uma populao sufi cientemente grande e residente num espao geogrfi co determinado, integrando um certo nmero de municpios ou delegacias de sade contguos.

    Artigo 3.

    Natureza

    1. A RSSA um servio dotado de autonomia fi nanceira, dependente da Direo Nacional da Sade.

    2. Sem prejuzo das suas atribuies, a RSSA pode exercer as atribuies prprias dos servios centrais do Ministrio da Sade, desde que devidamente articulados com estes.

    3. No exerccio dos seus poderes de direo, compete ao Diretor Nacional de Sade, designadamente, o seguinte:

    a) Homologar os instrumentos de gesto e de prestao de contas da RSSA, aprovados pelos rgos desta;

    b) Prover os funcionrios e agentes da RSSA; Artigo 4.

    mbito territorial

    1. A RSSA exerce a sua atividade na rea territorial correspondente aos municpios da ilha de Santo Anto.

    2. A RSSA tem a sua sede na cidade do Porto Novo.Artigo 5.

    Limites de interveno

    No exerccio das suas funes, a RSSA e os seus rgos respeitaro as atribuies e competncias prprias das delegacias de dade e do hospital regional instalados na sua rea de interveno territorial, em especial o disposto no Decreto-Regulamentar n. 1/2006, de 16 de janeiro.

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    Artigo 6.

    Instalao e acompanhamento da RSSA

    1. O membro do Governo responsvel pela rea da Sade tomar as medidas necessrias para a instalao em tempo oportuno da RSSA, promovendo, designada-mente, a nomeao dos titulares dos seus rgos e a adoo dos regulamentos de que carea para o exerccio das suas atividades.

    2. O referido membro do Governo providenciar igual-mente a criao de uma comisso nacional, de carter intersetorial, com a misso de acompanhar e avaliar de forma sistemtica e na perspetiva do aperfeioamento progressivo do processo de reforma do Sistema Nacional de Sade, o funcionamento da RSSA e o impacto da sua criao na melhoria das condies sciossanitrias na sua rea territorial de interveno.

    3. No exerccio das suas funes, a comisso produzir relatrios de avaliao e acompanhamento, cuja perio-dicidade e tratamento sero regulados por despacho do membro do Governo responsvel pela rea da sade.

    4. Os membros da comisso de acompanhamento sero nomeados pelo membro do Governo responsvel pela rea da Sade, a quem caber tambm a defi nio da sua composio, competncia e mandato, bem como a coordenao do seu funcionamento.

    Artigo 7.

    Entrada em vigor

    O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicao.

    Aprovado em Conselho de Ministros de 11 de Dezembro de 2014.

    Jos Maria Pereira Neves - Maria Cristina Lopes Almeida Fontes Lima - Cristina Isabel Lopes da Silva Monteiro Duarte

    Promulgado em 3 de Fevereiro de 2015

    Publique-se.

    O Presidente da Repblica, JORGE CARLOS DE ALMEIDA FONSECA

    ANEXO

    ESTATUTOS DA REGIO SANITRIA DE SANTO ANTO

    CAPTULO I

    Natureza, mbito e atribuies

    Artigo 1.

    Natureza jurdica e direo

    1. A Regio Sanitria de Santo Anto, adiante abre-viadamente designada por RSSA, um servio de base territorial do Ministrio da Sade, dotado de autonomia fi nanceira, dependente da Direo Nacional de Sade.

    2. A RSSA depende ainda funcional e tecnicamente dos servios centrais do Ministrio de Sade, no que respeita s reas das suas competncias.

    3. No exerccio dos seus poderes de direo, compete ao Diretor Nacional de Sade, designadamente, o seguinte:

    a) Homologar os instrumentos de gesto e de pres-tao de contas da RSSA, aprovados pelos r-gos desta;

    b) Prover os funcionrios e agentes da RSSA.

    Artigo 2.

    mbito e sede

    1. A RSSA exerce a sua atividade na rea territorial correspondente aos municpios da ilha de Santo Anto.

    2. A RSSA tem a sua sede na cidade do Porto Novo.

    Artigo 3.

    Atribuies

    1. A RSSA tem, na rea da sua circunscrio territo-rial, funes de planeamento, coordenao de atividades, apoio tcnico e administrativo e, ainda, de avaliao do funcionamento das instituies sanitrias, de acordo com as polticas superiormente defi nidas.

    2. So atribuies, em especial, da RSSA:

    a) Pronunciar-se sobre a implementao da poltica de sade, coordenar, orientar e avaliar a sua execuo na sua rea territorial de interveno;

    b) Propor objetivos de desenvolvimento da sade na referida rea territorial;

    c) Propor e promover medidas de sade pblica a ser implementadas pelos municpios no m-bito das suas atribuies;

    d) Promover a articulao e a cooperao entre as instituies de sade do Servio Nacional de Sade (SNS), nomeadamente as integradas nas Delegacias de Sade e o Hospital Regional;

    e) Garantir a necessria articulao e complemen-taridade entre os servios de sade dos muni-cpios da sua rea de interveno;

    f) Propor e promover a incluso de aes e interven-es de sade nos planos e polticas pblicas das instituies setorias sediadas na Ilha.

    g) Propor medidas de coordenao das aes no do-mnio da sade, na sua rea de interveno territorial;

    h) Pronunciar-se sobre a poltica de gesto e par-ticipar na avaliao da atividade do Hospital Regional;

    i) Prestar apoio tcnico gesto do Hospital Regional;

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    j) Prestar apoio tcnico e administrativo s Delegacias de Sade;

    k) Avaliar as necessidades do setor da sade na sua rea de interveno territorial e propor, em funo delas, a afetao de recursos hu-manos, materiais e financeiros, e a promoo e planeamento da partilha daqueles mesmos recursos entre as estruturas sanitrias, em conformidade com os objetivos definidos;

    l) Dinamizar e promover, nos termos da lei, a realiza-o de acordos de parceria com instituies na-cionais e estrangeiras, com vista a obter meios para o fi nanciamento das atividades das estru-turas sanitrias da sua rea territorial;

    m) Contribuir para a sensibilizao das populaes para a necessidade do seu envolvimento nas atividades de sade pblica e no esforo de reduo dos fatores de risco de doenas e sua comparticipao nos custos da sade; e

    n) Desempenhar outras funes que lhe sejam co-metidas ou delegadas.

    CAPTULO II Organizao e funcionamento

    Seco I

    rgos

    Artigo 4.

    Enumerao

    So rgos da RSSA: a) O Diretor; b) A Comisso Deliberativa; e c) O Conselho Consultivo.

    Artigo 5.

    Mandato

    A durao do mandato dos titulares dos rgos da RSSA de trs anos, renovvel uma nica vez, por igual perodo.

    Subseco I

    Director

    Artigo 6.

    Estatuto

    1. O Diretor o rgo executivo da RSSA.2. O cargo de Diretor da RSSA exercido em comisso

    de servio ou contrato de gesto, sendo o mesmo recrutado por escolha entre trs indivduos melhores classifi cados em concurso, de entre profissionais de reconhecida com-petncia e idoneidade moral.

    3. O Diretor da RSSA deve ter formao e experincia profissional, de preferncia, na rea da sade pblica, para alm de qualifi caes e competncias defi nidas na lei para o pessoal dirigente.

    4. O Diretor equiparado, para todos os efeitos legais, ao Diretor-geral.

    Artigo 7.

    Competncia

    1. Ao Diretor da RSSA compete, designadamente:

    a) Propor Comisso Deliberativa a aprovao dos instrumentos de gesto previsional e dos do-cumentos de prestao de contas;

    b) Executar o oramento e os planos de atividades da RSSA;

    c) Orientar e participar na gesto dos recursos hu-manos da RSSA;

    d) Autorizar, nos termos da lei, a realizao de des-pesas para a aquisio de bens e servios;

    e) Tomar as providncias necessrias conserva-o e manuteno do patrimnio afeto RSSA; e

    f) Executar, em geral, todas as deliberaes toma-das pela Comisso Deliberativa da RSSA.

    2. Compete ainda ao Diretor, no mbito das atividades de acompanhamento do funcionamento e harmonizao da atuao das estruturas de sade da rea territorial da RSSA:

    a) Avaliar o funcionamento do sistema de refern-cia e contra referncia de pacientes entre os diferentes escales da rede sanitria regional;

    b) Promover a realizao de estudos tcnicos no mbito das atribuies da RSSA;

    c) Propor Comisso Deliberativa as medidas ne-cessrias melhoria do funcionamento das instituies e servios e ao pleno aproveita-mento da capacidade dos recursos humanos e materiais da circunscrio territorial coberta pela RSSA;

    d) Organizar o tratamento de forma integrada da informao estatstica sanitria da regio;

    e) Promover o desenvolvimento e a formao cont-nua dos recursos humanos afetos s estrutu-ras sanitrias da referida rea territorial, e

    f) Avaliar o funcionamento do sistema de telemedi-cina na rede de estruturas de sade da regio.

    Subseco II

    Comisso Deliberativa

    Artigo 8.

    Composio e designao

    1. A Comisso Deliberativa tem a seguinte composio:

    a) Os Delegados de Sade dos municpios da rea de interveno da RSSA;

    b) O Diretor do Hospital Regional;

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    c) Um representante local do departamento go-vernamental responsvel pela rea das Finanas;

    d) Um representante local do departamento go-vernamental responsvel pela rea da Solidariedade Social.

    2. O Diretor da RSSA participa, sem direito a voto, nos trabalhos da Comisso Deliberativa.

    3. A Comisso Deliberativa presidida, rotativamente, em cada ano por um dos Delegados de Sade referidos na alnea a) do n.1.

    4. Os representantes dos departamentos governa-mentais que integram a Comisso Deliberativa so designados por despacho do membro do Governo de que dependem.

    5. A designao dos membros da Comisso Deliberativa e as alteraes que ocorram na sua composio so comu-nicadas ao Ministrio da Sade pelo Diretor da RSSA.

    6. O Ministrio da Sade promove a publicao no Boletim Oficial da composio inicial da Comisso De-liberativa, bem como das alteraes que nela venham a ocorrer.

    Artigo 9.

    Competncia

    1. Compete, designadamente, Comisso Deliberativa: a) Pronunciar-se sobre a situao sanitria da RSSA; b) Aprovar os instrumentos de gesto previsional

    da regio e os documentos de prestao de contas da RSSA;

    c) Adotar, por iniciativa prpria ou sob proposta do Diretor da regio, medidas visando a me-lhoria do funcionamento das instituies e servios de sade da rea da circunscrio territorial da RSSA, bem como o pleno apro-veitamento da capacidade dos seus recursos humanos e materiais;

    d) Pronunciar-se sobre todos os planos e programas de sade pblica ao nvel da circunscrio terri-torial da RSSA e acompanhar a sua execuo;

    e) Propor adaptaes na rede sanitria da rea de interveno territorial da RSSA;

    f) Propor alteraes legislativas no domnio da sade; g) Propor a constituio de equipas tcnicas, com

    vista a suprir as lacunas que se verifi quem ao nvel das instituies de sade da rea de interveno territorial da RSSA;

    h) Zelar pelos direitos dos doentes e pela sade da populao em geral da rea territorial de in-terveno da RSSA;

    i) Em geral, tomar as deliberaes e exercer todos os poderes no cometidos aos outros rgos da RSSA, no mbito da realizao das atri-buies desta.

    Artigo 10.

    Regime de funcionamento

    A Comisso Deliberativa funciona em plenrio ou em seco especializada.

    Artigo 11

    Seco especializada

    1. A seco especializada da Comisso Deliberativa tem por misso assistir o Diretor da regio no exerccio das suas funes e apoi-lo na preparao dos assuntos a submeter apreciao do plenrio da Comisso Deli-berativa, no que ambos so coadjuvados pelo pessoal do ncleo de apoio tcnico-administrativo.

    2. A seco especializada da Comisso Deliberativa composta pelo Diretor da RSSA, pelo Diretor do Hospital Regional e pelos Delegados de Sade dos municpios da rea de jurisdio da RSSA.

    Artigo 12.

    Reunies

    1. A Comisso Deliberativa rene-se, em plenrio, uma vez por trimestre e, extraordinariamente, sempre que para tal for convocado pelo seu presidente, por sua iniciativa ou a solicitao de um tero dos seus membros.

    2. A seco sspecializada rene-se quinzenalmente, podendo faz-lo em intervalo de tempo menor, em caso de necessidade.

    Artigo 13.

    Regimento

    A Comisso Deliberativa aprova o seu regimento em reunio convocada para o efeito pelo seu Presidente, sob proposta do Diretor da RSSA.

    Subseco III

    Conselho Consultivo

    Artigo 14.

    Composio e designao

    1. O Conselho Consultivo da RSSA tem a seguinte composio:

    a) O Presidente da Cmara de cada um dos muni-cpios situados na rea territorial da RSSA;

    b) O Presidente da Assembleia Municipal de cada um dos municpios referidos na alnea a);

    c) Um representante, por municpio, dos profi ssio-nais de sade que trabalham na rea territo-rial da RSSA;

    d) Um representante local do departamento gover-namental responsvel pela rea da educao;

    e) Um representante local do departamento gover-namental responsvel pela rea do ambiente;

    f) Um representante local do Instituto Nacional de Previdncia Social (INPS);

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  • 448 I SRIE NO 11 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 12 DE FEVEREIRO DE 2015

    g) O responsvel ou vereador pela rea da sade dos executivos camarrios de cada um dos municpios da rea territorial de interveno da RSSA;

    h) Um representante das mutualidades de sade com atividade nos municpios da rea de in-terveno da RSSA;

    i) Um representante das Comisses Regionais de Parceiros (CRP) dos municpios da rea de interveno da RSSA;

    j) Um representante da associao de defesa dos consumidores de mbito geral, mais repre-sentativa do pas;

    k) Um representante, por municpio, das ONGs com atividade na rea territorial da RSSA;

    l) Um represente das farmcias da rea territorial da RSSA.

    2. Os representantes dos departamentos governamen-tais que integram o Conselho Consultivo so designados por despacho do membro do Governo de que dependem, e o do INPS, por despacho do seu Presidente.

    3. Os representantes dos municpios so designados pelas Cmaras Municipais respetivas.

    4. Os representantes dos profi ssionais de sade e os representantes das ONGs, em cada municpio, so es-colhidos pelos seus pares.

    5. O representante da associao de defesa dos consu-midores designado pelo seu rgo dirigente.

    6. Os representantes das mutualidades de sade e das CRPs so designados pelos seus pares.

    7. O Diretor da regio e os membros da Comisso Deliberativa podem participar, sem direito a voto, nos trabalhos do Conselho Consultivo.

    Artigo 15.

    Competncia

    1. O Conselho Consultivo tem como principal misso assegurar, na circunscrio territorial coberta pela RSSA, a representao de entidades e organizaes regionais com interveno na rea da sade, assim como o exerccio, de forma organizada e sistemtica, do direito de parti-cipao dos cidados na defi nio da poltica de sade e no acompanhamento da sua execuo.

    2. Compete, em especial, ao Conselho Consultivo:

    a) Pronunciar-se sobre a aplicao da poltica de sade na regio;

    b) Apreciar e dar parecer sobre os instrumentos de gesto previsional e os documentos de pres-tao de contas da RSSA que lhe sejam sub-metidos;

    c) Emitir parecer sobre as matrias que lhe sejam apresentadas pelo Diretor da regio e pela Comisso Deliberativa;

    d) Em geral, pronunciar-se, quando solicitado, sobre o funcionamento das instituies de sade e sobre as polticas pblicas com infl uncia so-bre os determinantes de sade e propor medi-das com vista melhoria dos nveis de sade na regio.

    Artigo 16.

    Funcionamento

    1. O Presidente do Conselho Consultivo da RSSA eleito, de entre os Presidentes da Cmara ou da Assem-bleia Municipal, pelos seus membros, pelo perodo de um ano, no renovvel.

    2. A eleio do Presidente feita na primeira reunio do Conselho Consultivo, havida aps a instalao da RSSA.

    3. O Conselho Consultivo rene-se ordinariamente duas vezes por ano e, extraordinariamente, sempre que para tal convocado pelo seu presidente, por sua iniciativa ou a solicitao de um tero dos seus membros.

    4. O Conselho Consultivo aprova o seu regulamento em reunio convocada para o efeito pelo seu Presidente, a quem caber preparar e apresentar a respetiva proposta.

    Seco II

    Gabinete de Apoio Tcnico-administrativo

    Artigo 17.

    reas de interveno

    1. A RSSA dispe de um Gabinete de Apoio Tcnico-administrativo, com responsabilidades nas reas de sade pblica e planeamento, administrao e gesto de recursos e fi nanciamento das estruturas de sade.

    2. O Gabinete Tcnico-administrativo tem as incum-bncias definidas nos artigos seguintes, sem prejuzo de outras que lhe forem atribudas pelo Diretor da RSSA.

    Artigo 18.

    rea de sade pblica e planeamento

    Em matria de sade pblica e planeamento, cabe em especial ao Gabinete de Apoio Tcnico-administrativo:

    a) Propor a adoo de aces de promoo da sade pblica;

    b) Participar no processo de planeamento de ativi-dades e de elaborao de programas de ao para a circunscrio territorial abrangida pela RSSA;

    c) Propor medidas para a melhoria da distribuio dos recursos e da coordenao das institui-es sanitrias da regio;

    d) Disponibilizar os instrumentos de apoio tcnico especializado;

    e) Analisar e integrar a informao estatstica sa-nitria respeitante rea territorial coberta pela RSSA.

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    Artigo 19.

    rea de administrao e gesto de recursos

    Em matria de administrao e gesto de recursos cabe, designadamente, ao Gabinete de Apoio Tcnico-administrativo, assegurar todas as atividades neces-srias gesto dos recursos humanos, fi nanceiros e patrimoniais da RSSA, bem como o expediente relativo ao funcionamento dos seus rgos.

    Artigo 20.

    rea de fi nanciamento

    Em matria de fi nanciamento, cabe, designadamente, ao Gabinete de Apoio Tcnico-administrativo, estudar e propor medidas que visem a diversifi cao das fontes de fi nanciamento das instituies sanitrias da rea territorial da RSSA.

    CAPTULO III

    Recursos humanos e fi nanceiros Seco I

    Recursos humanos

    Artigo 21.

    Regime

    aplicvel ao pessoal da RSSA o regime jurdico de constituio, modificao e extino da relao ju-rdica de emprego na administrao pblica, com as especificidades previstas nos diplomas que regulam as carreiras profissionais de sade.

    Artigo 22.

    Quadro de pessoal

    O quadro de pessoal da RSSA aprovado por portaria dos membros do Governo responsveis pelas reas das fi nanas, da funo pblica e da sade.

    Seco II

    Recursos financeiros

    Artigo 23.

    Receitas e despesas

    1. Constituem receitas da RSSA:

    a) As dotaes do oramento de Estado;

    b) Os subsdios, subvenes, comparticipaes, he-ranas e legados;

    c) As transferncias decorrentes de acordos de par-ceria com instituies estrangeiras e interna-cionais;

    d) Os juros de importncias depositadas;

    e) Os saldos de gerncia anteriores, que transitam automaticamente; e

    f) Quaisquer outras receitas que por lei, contrato ou outro ttulo, lhe sejam atribudas.

    2. A RSSA tem direito a uma comparticipao de 10% nas receitas cobradas pelas delegacias de sade, pelos centros de sade e pelo Hospital Regional da rea da sua circunscrio territorial, destinados a fi nanciar ativida-des que visem a proteo e a promoo da sade a nvel da regio sanitria.

    3. Constituem despesas da RSSA os encargos com o seu funcionamento e os inerentes realizao das suas atribuies, bem como os custos de aquisio, manuten-o e conservao dos bens e equipamentos de que para o efeito carea.

    CAPTULO IV

    Disposies fi nais e transitrias

    Artigo 24.

    Regime subsidirio

    Em tudo o que no seja expressamente regulado nos presentes estatutos e no diploma que os aprovou, aplica-se, em especial, o na Lei n. 41/VI/2004, de 15 de abril.

    A Ministra-adjunta e da Sade, Maria Cristina Lopes Almeida Fontes Lima

    Decreto-Lei n. 11/2015

    de 12 de Fevereiro

    A aguardente de cana-de-acar, que tradicionalmente em Cabo Verde designada por Grog, Grogue ou Grogu, uma bebida fortemente alcolica resultante da destilao do mosto da cana-de-acar fermentado de forma natural.

    A sua produo e comercializao no mercado nacional no tm sido objeto de muita ateno, quer em termos normativos quer de um controlo efi caz no que concerne sua qualidade e o respeito por tcnicas adequadas no seu fabrico, o que, consequentemente, conduz a defi cincias em termos da garantia da inocuidade e da qualidade dos produtos fi nais e da defi nio de caratersticas fsico-qumicas e organolticas padro.

    A produo de aguardente em Cabo Verde encontra-se regulada essencialmente atravs do Decreto n. 132/87, de 12 de dezembro, alterado pelo Decreto-regulamentar n. 140/92, de 14 de dezembro, que estabelece alguns aspetos sobre o fabrico e licenciamento, cuja aplicao praticamente nula e com uma abrangncia limitada em relao as etapas da cadeia de produo e em matria de segurana, qualidade e inocuidade.

    Porm, decorridos vinte e sete anos, o diploma antes referido afi gura-se manifestamente desatualizado em virtude de alteraes econmicas, sociais e inovaes tecnolgicas e produtivas que determinaram diferentes nveis de qualidade, o que justifi cam, por um lado, uma interveno legislativa conducente sua revogao e aprovao de um novo regime jurdico, tendo como base os requisitos estabelecidos nos recentes diplomas publicados sobre a segurana sanitria dos alimentos.

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  • 450 I SRIE NO 11 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 12 DE FEVEREIRO DE 2015

    Por outro lado, com a entrada de Cabo Verde para a Organizao Mundial do Comrcio (OMC), considera-se fundamental para o pas, a adequao do quadro nor-mativo do setor alimentar para com as regras bsicas de higiene e segurana alimentar recomendadas a nvel internacional, as quais so fulcrais para a elevao da qualidade e competitividade do produto nacional, em especial os destinados exportao.

    Nesta conformidade, o presente diploma visa esta-belecer as normas que devem orientar a produo da aguardente de cana-de-acar, tendo em conta os prin-cpios gerais de higiene a que esto sujeitos os gneros alimentcios, bem como os princpios que salvaguardam a proteo do meio ambiente, a proteo e promoo da sade pblica e os direitos dos consumidores e dos produtores.

    Foram ouvidos, entre outros, a Associao Nacional dos Municpios de Cabo Verde (ANMCV), Associao dos Municpios de Santo Anto (AMSA), a Agncia de Regulao e Superviso dos Produtos Farmacuticos e Alimentares (ARFA), a Inspeo Geral de Atividades Econmicas (IGAE), a Associao da Defesa do Con-sumidor (ADECO) e Representantes de Produtores de aguardente de cana-de-acar de Santiago, So Nicolau e Santo Anto.

    Assim, No uso da faculdade conferida pela alnea a) do n. 2, do

    artigo 204. da Constituio, o Governo decreta o seguinte:CAPTULO I

    Disposies geraisArtigo 1.

    Objeto

    O presente diploma estabelece o regime jurdico de produo de aguardente de cana-de acar em Cabo Verde, tradicionalmente conhecido por grogu /grogue.

    Artigo 2.

    mbito de aplicao

    1. O presente diploma aplica-se a todas as atividades de produo e comercializao da aguardente, produzida exclusivamente de cana-de-acar.

    2. O presente diploma no se aplica a atividade de produo das seguintes bebidas, que objeto de regula-mentao por diploma prprio:

    a) A produo da aguardente com matria-prima que no seja a cana-de-acar;

    b) A produo de outras bebidas espirituosas, que resultam da mistura da aguardente de cana-de-acar com outras substncias, ou de mis-turas de duas ou mais bebidas espirituosas.

    Artigo 3.

    Defi nies

    Para efeitos do presente diploma, considera-se:a) Aguardente bebida espirituosa, com graduao

    alcolica de 38o a 54o GL (trinta e oito graus

    a cinquenta e quatro graus na escala Gay Lussac), a 20 C (vinte graus Celsius), obtida atravs da destilao do mosto fermentado;

    b) Aguardente de cana-de-acar bebida espiri-tuosa, com graduao alcolica de 38o a 54o GL (trinta e oito graus a cinquenta e quatro graus na escala Gay Lussac), a 20 C (vinte graus Celsius), obtida atravs da destilao do mosto fermentado exclusivamente da ca-na-de-acar;

    c) Aguardente velha aguardente de cana-de-acar, que passa pelo processo de envelhe-cimento, em recipientes de madeira, por um perodo mnimo de 12 (doze) meses.

    d) Alambique, equipamento utilizado na destila-o do mosto fermentado da cana-de-acar para a produo da aguardente.

    e) Atividade industrial, atividade econmica como tal classifi cada por diploma legal descri-ta na classifi cao das atividades econmicas;

    f) Bebidas espirituosas, bebidas alcolicas des-tinadas ao consumo humano que possuem caratersticas organolticas especfi cas, com lcool etlico de origem agrcola e podem ser produzidas diretamente por destilao, mace-rao ou pela mistura de uma bebida espiri-tuosa com certos destilados;

    g) Caractersticas organolticas, especifi cidades de certos produtos, que podem ser percebidos pelos sentidos humanos como a cor, o brilho, o paladar, o odor e a textura;

    h) Certifi cao, modo pelo qual uma entidade independente atesta por escrito se um deter-minado produto est em conformidade com requisitos exigidos.

    i) Decantao, tcnica que permite separar as partculas slidas presentes no mosto da ca-na-de-acar, deixando pousar estas no fundo do recipiente e vertendo depois o lquido para um outro recipiente;

    j) Destilao, processo fsico que permite sepa-rar os lquidos volteis de substncias no volteis contidos no mosto da cana-de-acar fermentado, devido a diferena entre os seus pontos de ebulio;

    k) Embalagem primria, recipiente usado para o acondicionamento da aguardente de cana-de-acar, devidamente rotulado e que se consti-tui como unidade de venda para o utilizador ou consumidor fi nal;

    l) Embalagem secundria, qualquer material des-tinado ao acondicionamento das embalagens primrias tal como carto, caixa ou grade;

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    m) Estabelecimento industrial, conjunto de ele-mentos materiais afetos ao exerccio no mesmo local e pelo mesmo promotor industrial de uma determinada atividade industrial;

    n) Fermentao, processo biolgico provocado pe-las leveduras, na qual acares como a glicose, frutose e sacarose, so convertidos em energia celular com produo de etanol e dixido de car-bono como subprodutos metablicos;

    o) Filtrao, mtodo que consiste na separao de partculas slidas suspensas no mosto da cana-de-acar, atravs da passagem destas por um meio permevel capaz de reter essas partculas slidas;

    p) Grogu, Grogue ou Grog , denominao tpica e exclusiva dada a aguardente de cana-de-a-car produzida em Cabo Verde, com graduao alcolica de 38 a 54o GL, a 20 C, obtida da destilao do mosto fermentado naturalmente de cana-de-acar, que contm caratersticas sensoriais peculiares;

    q) ndice de maturao, o quociente entre o va-lor do grau brix da ponta do colmo e o valor do grau brix na base do colmo da cana-de-acar;

    r) Industrial, pessoa singular ou coletiva que, nos termos da lei, exera atividade industrial;

    s) Instalao industrial, conjunto de unidades industriais, nomeadamente o alambique, a sala de fermentao, sala de armazenamento e embalagem e possivelmente um trapiche, que se encontram num mesmo estabeleci-mento, no qual se desenvolvem atividades industriais que esto diretamente associadas a produo de aguardente de cana-de-acar;

    t) Licena, ato administrativo que d direito a uma pessoa singular ou coletiva de exercer atividades;

    u) Matria-prima, cana-de-acar ou mosto da cana-de-acar utilizados na produo da aguardente de cana-de-acar;

    v) Maturao ou Envelhecimento, operao que consiste em deixar que se desenvolvam natu-ralmente, em recipientes adequados, certas reaes que conferem a aguardente de cana-de-acar qualidades organolticas que esta no possua anteriormente;

    w) Mosto de cana-de-acar, calda de cana-de-a-car destinada fermentao alcolica natural;

    x) Perodo de industrializao, tempo em que a variedade poder ser processada com melho-res condies qumico-tecnolgicas e conse-quentemente melhores retornos econmicos;

    y) Processo industrial, processo de transformao, fsico, qumico, manual ou mecnico, utiliza-

    do na fabricao de novos produtos, nomea-damente, bens de consumo, intermdios ou de investimentos, e na prestao de servios industriais;

    z) Produtor, pessoa singular ou coletiva que se dedica a atividade de produo;

    aa) Sala de embalagem e armazenagem, rea do estabelecimento de produo de aguardente de cana-de-acar destinada para o acondi-cionamento da mesma;

    bb) Sala de fermentao, rea do estabelecimento de produo da aguardente destinada s ope-raes de fermentao do mosto de cana-de-acar em recipientes apropriados;

    cc) Teor de substncias volteis, quantidade de substncias volteis, alm do lcool etlico e do metanol, presentes na aguardente de ca-na-de-acar obtidas a partir da destilao do seu mosto fermentado;

    dd) Trapiche, equipamento utilizado na prensa-gem da cana-de-acar para a obteno do mosto da cana-de-acar utilizado no fabrico da aguardente;

    ee) Unidade industrial, estrutura materialmente diferenciada e autonomizada, embora inte-grante do estabelecimento industrial, onde se desenvolve parte da respetiva atividade;

    ff) Vinhoto/Azugra/gua-p, resduo remanescente na caldeira do alambique aps a destilao do mosto fermentado de cana-de-acar;

    Artigo 4.

    Parmetros de qualidade da aguardente de cana-de-acar

    1. A aguardente de cana-de-acar deve apresentar os parmetros de qualidade constantes do Anexo I ao presente diploma, do qual faz parte integrante.

    2. Na aguardente da cana-de-acar o teor mximo ad-missvel de cobre de 5mg/l de aguardente e de metanol de 20 mg/100 ml de lcool anidro.

    Artigo 5.

    Mtodos de anlise

    Para a verifi cao dos parmetros de qualidade e teores dos componentes qumicos na aguardente de cana-de-acar fi xados no presente diploma, so utilizados os m-todos de amostragem e de anlises defi nidos em normas e regulamentos nacionais sobre mtodos de amostragem e anlise laboratorial de referncia para bebidas alco-licas, e na sua ausncia, os defi nidos pela autoridade nacional competente, ou na ausncia destes, os interna-cionalmente aceites indicados pelo Codex Alimentarius ou Internacional Organization for Standarization (ISO).

    Artigo 6.

    Verifi cao das condies sanitrias

    1. Compete entidade reguladora independente dos produtos alimentares verifi car, reconhecer e aprovar,

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  • 452 I SRIE NO 11 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 12 DE FEVEREIRO DE 2015

    do ponto de vista sanitrio, os processos de produo da aguardente de cana-de-acar, de acordo com as suas caratersticas e peculiaridades prprias.

    2. Para o efeito de verifi cao a que se refere o nmero anterior, o processo de controlo da qualidade do produto deve estar implementado de forma a garantir a segurana sanitria do produto, atravs da implementao de boas prticas de fabrico e higiene ou de sistema Avaliao dos Perigos e Pontos Crticos de Controlo (HACCP);

    3. Os processos de controlo a que se refere o nmero anterior so auditados e validados pela entidade re-guladora independente dos produtos alimentares e na ausncia desta, pela unidade orgnica com competncia em matria de higiene e segurana alimentar.

    4. Para o efeito de verifi cao, em caso de necessidade, podem ser recolhidas amostras do lote da aguardente de cana-de-acar destinadas verifi cao das caratersti-cas fsicas e qumicas defi nidas no artigo 4..

    5. O pedido de verifi cao do produto pode ser volun-tariamente solicitado pelo produtor ou pela organizao, assumindo, para o efeito, todos os custos inerentes ao processo.

    Artigo 7.

    Certifi cao da qualidade do produto

    1. A avaliao da conformidade da qualidade do produ-to feita por entidade devidamente certifi cada para tal, no mbito do Sistema Nacional da Qualidade de Cabo Verde SNQ-CV.

    2. Compete entidade devidamente acreditada no mbito do SNQ-CV emitir certifi cados que atestam a qualidade do produto de acordo com as normas em vigor.

    Artigo 8.

    Qualidade e segurana sanitria

    1. A aguardente de cana-de-acar produzida em Cabo Verde, para alm de respeitar os teores de componentes qumicos estabelecidos no Anexo I, deve estar provida de qualidade e segurana sanitria de forma a garantir, proteger e salvaguardar a sade do consumidor.

    2. Os produtores de aguardente de cana-de-acar de-vem garantir o autocontrolo sanitrio em todas as fases de produo, tendo sempre em ateno o HACCP e/ou as normas de Boas Prticas de Fabrico (BPF) da aguardente de cana-de-acar.

    3. Nos locais ou espaos onde se efetivam operaes e processos de produo da aguardente de cana-de-acar devem ser respeitadas e aplicadas regras de higiene esta-belecidas neste diploma e noutras legislaes especfi cas sobre a matria.

    4. No ato da inspeo sanitria, os fabricantes de aguar-dente de cana-de-acar devem disponibilizar todos os documentos solicitados pelas Autoridades Competentes.

    5. Para alcanar os objetivos preconizados com a ins-peo sanitria da aguardente de cana, deve-se ter em

    conta disposies legais nacionais e normas internacio-nalmente aceites sobre a segurana e higiene dos gneros alimentcios.

    6. obrigatrio o cumprimento das regras de BPF na produo da aguardente de cana-de-acar, constantes do Anexo II do presente diploma, do qual faz parte inte-grante, visando alcanar a segurana e a qualidade do produto em causa.

    Artigo 9.

    Denominao de venda

    1. A denominao de venda para aguardente de cana-de-acar produzida exclusivamente em Cabo Verde, pode ser por Grogu de cana-de-acar ou Grog-de-cana-de-acar, Grogue-de-cana-de-acar e ainda por Aguardente de cana-de-acar, podendo a palavra cana-de-acar ser substituda por cana.

    2. As denominaes de venda da aguardente de cana-de-acar podem ser completadas por uma indicao ge-ogrfi ca, desde que tal no induza o consumidor em erro.

    Artigo 10.

    Denominao de origem ou indicao geogrfi ca

    1. A denominao de origem ou indicao geogrfi ca identifi ca a aguardente de cana-de-acar como sendo originria do territrio nacional, de uma regio ou lugar desse territrio, sempre que determinada qualidade, reputao ou outra caraterstica sejam essencialmente imputveis sua origem geogrfi ca.

    2. A indicao do local de origem ou provenincia, atra-vs da denominao de origem ou indicao geogrfi ca, deve ser Aguardente de cana-de-acar de, ou Grog de ou ainda Grogue de, acrescido do nome especifi co da localidade, zona, concelho ou ilha de origem, reconhecida e registada conforme o Cdigo de Propriedade Industrial Cabo-verdiano.

    3. O pedido do registo da denominao de origem ou indicao geogrfi ca submetido aos rgos e servios do Estado com competncia para o efeito.

    4. Sem prejuzo dos requisitos estabelecidos no Cdigo de Propriedade Industrial, o pedido deve ser acompa-nhado por uma fi cha tcnica contendo, nomeadamente, o seguinte:

    a) Uma descrio do produto;

    b) A defi nio da zona geogrfi ca;

    c) Descrio do mtodo da obteno do produto;

    d) Os pormenores que demostrem ligao do produto ao ambiente geogrfi co ou a origem geogrfi ca;

    e) O nome e endereo do(s) interessado(s);

    f) Qualquer outra indicao geogrfi ca ou regras especifi cas de rotulagem; e

    g) Demais exigncias a respeitar em virtude das disposies legais aplicveis.

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    Artigo 11.

    Perodo de industrializao da cana-de-acar e selagem do alambique

    1. A industrializao da cana-de-acar destinada produo da aguardente de cana-de- acar deve comear em 1 de janeiro e terminar a 31 de maio.

    2. Em casos excecionais devidamente fundamentada, pode a Autoridade Competente em matria de licencia-mento prorrogar o prazo referido no nmero anterior por um mximo de 2 (dois) dois meses.

    3. Findo o prazo referido no n. 1 ou os limites da pror-rogao a que se refere o nmero anterior, fi ca proibida a prtica de qualquer ato de industrializao da cana-de-acar para efeitos da produo da aguardente.

    4. O alambique deve ser selado aps o perodo da pro-duo da aguardente de cana-de-acar proveniente da calda obtida, conforme estabelecidos nos n.s 1 e 2.

    5. Compete s autoridades competentes em matria de licenciamento e fi scalizao a selagem dos alambiques aps o perodo da produo.

    Artigo 12.

    Meio ambiente

    1. O trapiche e alambique devem estar localizados:

    a) Fora de aglomerados populacionais;

    b) Fora de leito de ribeiras;

    c) A sotavento das habitaes, no caso de estas existirem nas proximidades.

    2. Todas as atividades geradoras de rudos devem respeitar a legislao em vigor.

    3. Os resduos gerados na produo de aguardente de cana-de-acar devem ter um destino fi nal adequado de acordo com o tipo:

    a) Os resduos de leos devem ser recolhidos e ar-mazenados em recipientes impermeveis e guardados em local apropriado;

    b) Os resduos de leos devem ser posteriormente encaminhados para um destino fi nal adequado, onde sero objetos de tratamento;

    c) Os resduos da cana-de-acar, bagao, podem ser aproveitados como combustvel, utilizando-o nas caldeiras ou como pasto para animais;

    d) O vinhoto, que no for utilizado como composto orgnico para fertilizao das culturas, deve ser objeto de tratamento adequado; e

    e) As cinzas devem ser acondicionadas em local apropriado e em dosagem apropriada, podendo ser utilizadas no melhoramento das proprie-dades fsicas do solo.

    4. No processo de destilao do mosto fermentado para produo de aguardente da cana-de-acar expressa-mente proibida a utilizao de materiais nocivos como combustvel, nomeadamente:

    a) Pneus;

    b) leos usados; e

    c) Qualquer outro produto considerado nocivo.

    5. Todos os produtos e equipamentos capazes de pro-vocar a contaminao do ambiente durante a sua utili-zao devem ser acondicionados e instalados em locais impermeabilizados.

    6. As caldeiras que libertam produtos nocivos sade pblica devem obrigatoriamente ser substitudas.

    Artigo 13.

    Deveres dos produtores

    Constituem deveres dos produtores da aguardente de cana-de-acar, para alm dos que esto contemplados em diplomas aplicveis, nomeadamente os seguintes:

    a) Aplicar as regras de Boas Prticas de Fabrico na produo da aguardente de cana-de-acar estabelecidas no Anexo II;

    b) Implementar um sistema de autocontrolo de qualidade;

    c) Organizar o registo de todas as informaes do processo produtivo de modo a facilitar a ras-treabilidade do produto.

    d) Preservar o meio ambiente contra a poluio, contaminaes e desfl orestao;

    e) Informar as autoridades competentes sobre a quantidade da aguardente de cana-de-acar que foi produzida e o local do seu armazena-mento, fi ndo o perodo de industrializao;

    f) Denunciar s autoridades competentes prticas desconformes com as regras estabelecidas neste diploma;

    g) Solicitar o licenciamento da atividade;

    h) Cooperar com as autoridades competentes nas vistorias aos estabelecimentos; e

    i) Exercer a sua atividade com responsabilidade con-forme normas legais e regulamentos aplicveis.

    Artigo 14.

    Classifi cao da atividade

    A atividade de produo da aguardente uma ativida-de industrial classifi cada de acordo com a Classifi cao das Atividades Econmicas de Cabo Verde, (CAE-CV).

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  • 454 I SRIE NO 11 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 12 DE FEVEREIRO DE 2015

    Artigo 15.

    Incentivos e subsdios

    O Estado pode conceder incentivos e subsdios especiais s indstrias de produo de aguardente de cana-de-acar de modo a promover e desenvolver a atividade industrial, incentivar a competitividade interna, a melhoria da qualidade do produto e a sua promoo no mercado externo.

    CAPTULO IIProcedimentos para o licenciamento

    Artigo 16.

    Vistoria prvia

    A entrada em funcionamento de novas instalaes, as modifi caes por ampliao ou renovao, a mudana de local e a reabertura de estabelecimentos de produo de aguardente de cana-de-acar fi cam sujeitas a vistoria prvia, nos termos legais vigentes.

    Artigo 17.

    Licenciamento

    1. O exerccio da atividade a instalao, alterao subs-tancial e explorao de estabelecimentos ou unidades de produo da aguardente de cana-de-acar est condicio-nado ao licenciamento industrial, obtido o licenciamento sanitrio prvio.

    2. Para alm dos requisitos exigidos para o licencia-mento da atividade e licenciamento sanitrio, previstos em diplomas prprios, especialmente indispensvel a complementaridade do processo de licenciamento em causa, a verifi cao dos seguintes requisitos prvios:

    a) A licena concedida aos donos de uma unidade completa, a qual integra trapiche, sala de fer-mentao, alambique, sala de armazenamento e embalagem, e que sejam detentores de uma explorao agrcola da cana-de-acar;

    b) Aos que possuem uma instalao completa e que no tm produo da cana-de-acar, desde que tenham contrato de fornecimento da ca-na-de-acar ou do mosto da cana-de-acar com exploradores agrcolas, garantindo as-sim, a matria-prima;

    c) E ainda, aos que possuem uma instalao com a exceo de um trapiche, que tenham uma explorao agrcola da cana- de- acar que garantam a produo da aguardente ou que no tenham produo da cana-de-acar, des-de que tenham contrato de fornecimento da cana-de-acar ou mosto da cana-de-acar com exploradores agrcolas, garantindo as-sim, a matria-prima.

    3. A licena concedida pelos rgos e servios compe-tentes, conforme a legislao vigente.

    Artigo 18.

    Suspenso, revogao e caducidade

    1. A atividade da produo da aguardente de cana-de-acar e o seu licenciamento so suspensos quando hou-

    ver provas de que o produtor esteja a agir em desconfor-midade com as disposies deste diploma, praticando aes que possam causar danos sade pblica e ao ambiente.

    2. Superadas as causas que ditaram a suspenso nos termos do nmero anterior, o produtor deve requerer a reabertura do estabelecimento nos termos da lei em vigor.

    Artigo 19.

    Fiscalizao

    O exerccio da atividade de produo da aguardente da cana-de-acar est sujeito fi scalizao pelo IGAE, sem prejuzo das competncias inerentes ao departamento governamental responsvel da Indstria e as outras entidades fi scalizadoras.

    CAPTULO IIIProcesso produtivo

    Artigo 20.

    Fases de produo da aguardente de cana-de-acar

    1. O processo produtivo da aguardente de cana-de-acar passa, nomeadamente, pelas etapas seguintes:

    a) Receo e seleo da matria-prima; b) Prensagem da cana-de-acarc) Filtrao do mosto da cana-de-acar;d) Decantao do mosto da cana-de-acar;e) Fermentao do mosto da cana-de-acar;f) Destilao do mosto da cana-de-acar fermentado; eg) Embalagem e armazenamento do produto acabado.

    2. O processo produtivo da aguardente de cana-de-acar velha compreende ainda a fase de envelhecimento ou de maturao.

    Artigo 21.

    Matria-prima

    1. A matria-prima a utilizar no fabrico da aguardente de cana a cana-de-acar ou o mosto da cana-de-acar.

    2. Para a obteno da matria-prima de qualidade a utilizar na produo da aguardente de cana, deve-se ter em conta o tipo de solo utilizado na plantao da cana-de-acar, cuidados com os fertilizantes e pesticidas utilizados, o grau de maturao da cana-de-acar, o modo da colheita e transporte, e o tempo entre a colheita e a moagem.

    3. Quando a matria-prima a utilizar na produo da aguardente o mosto da cana-de-acar, a qualidade deste depende das condies higinicas que ele produzido, do tempo entre a sua produo e sua industrializao, das condies da embalagem e do transporte at a unidade de industrializao.

    4. Em caso de utilizao de fertilizantes e pesticidas na produo da cana-de-acar, devem ser controladas as quantidades utilizadas, a periodicidade de tratamento, as reas objeto de aplicao e mantidos os registos dos mesmos.

    5. Os fertilizantes e pesticidas utilizados devem ser objeto de regulamentao por diploma prprio.

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  • I SRIE NO 11 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 12 DE FEVEREIRO DE 2015 455

    6. obrigatrio fazer a limpeza da cana-de-acar antes da sua moagem.

    7. O produtor de aguardente de cana-de-acar pode adquirir a matria-prima atravs de fornecedores.

    8. O fornecedor da matria-prima deve obedecer os requisitos de qualidade para a matria-prima constantes no Anexo III ao presente diploma, bem como as regras de boas prticas constantes das alneas a) e b) do n.o 1, do artigo 1.o do Anexo II.

    9. O produtor de aguardente da cana-de-acar, que adquire a matria-prima atravs do contrato do forneci-mento, deve manter o cadastro dos fornecedores contendo o nome, endereo, local de origem da matria-prima, assim como a quantidade adquirida.

    10. Em caso de dvida sobre os registos do fornecedor, a autoridade competente que faz a inspeo poder solicitar uma auditoria extra para confi rmao.

    Artigo 22.

    Prensagem da cana-de-acar

    O processo de prensagem da cana-de-acar deve obe-decer aos requisitos constantes do artigo 2.o do Anexo II.

    Artigo 23.

    Filtrao do mosto da cana-de-acar

    1. A fi ltrao deve ser feita de forma a eliminar impu-rezas ou partculas.

    2. O tipo de materiais utilizados na fi ltrao do mosto da cana-de-acar deve ser adequado de forma a no pr em risco a qualidade do produto, nem ser uma fonte de contaminao atravs do seu material de construo.

    Artigo 24.

    Decantao do mosto da cana-de-acar

    1. Aps o processo de fi ltrao, em caso do mosto de cana-de-acar ainda apresentar algumas impurezas que no foram retiradas durante o processo de fi ltrao, deve-se fazer a decantao deste para que se possa remover tais impurezas.

    2. Em caso de necessidade de diluio do mosto da cana-de-acar para a correo do grau brix, obriga-trio que seja feita com gua potvel, logo aps a sua decantao e nunca depois de este entrar nos recipientes de fermentao.

    Artigo 25.

    Fermentao do mosto da cana-de-acar

    1. No processo de fermentao do mosto da cana-de-acar, deve-se ter em conta os requisitos de qualidade constantes no artigo 5.o do Anexo II.

    2. A fermentao do mosto da cana-de-acar destinada a fabricao da aguardente de cana-de-acar deve ser obtida por processo de fermentao exclusivamente na-tural, sendo expressamente proibida adio de qualquer elemento ou produto estranho ao processo produtivo, com o objetivo de acelerar a fermentao ou aumentar a produtividade do mosto fermentado.

    3. O perodo de fermentao natural no deve ultrapas-sar os 15 (quinze) dias, em funo das condies locais e do ritmo da fermentao.

    Artigo 26.Destilao do mosto de cana-de-acar fermentado

    1. A destilao deve ser feita de forma a preservar o aroma e o sabor dos principais componentes da matria-prima utilizada e os formados durante a fermentao.

    2. No processo de destilao deve-se separar as se-guintes fraes:

    a) Cabea, sendo a primeira frao correspondente aos cerca de 5% (cinco por cento) a 10% (dez por cento) do destilado;

    b) Corao, sendo a parte nobre do destilado, ou seja a aguardente de cana-de-acar, que cor-responde a cerca de 80% (ointenta por cento) do destilado; e

    c) Cauda, sendo a terceira e ltima frao que corresponde aos cerca de 10% (dez por cento) a 15% (quinze por cento) do destilado.

    3. Para o bom sucesso na separao destas fraes, deve-se controlar os seguintes parmetros:

    a) A temperatura de ebulio;b) A percentagem de lcool obtido ou a graduao

    alcolica; ec) A presso, quando possvel.

    4. As fraes denominadas por cabea e cauda de-vem ser descartadas do circuito destinado ao consumo direto, por conterem compostos indesejveis que afetam a qualidade do destilado e a sade humana, podendo ser, no entanto, incorporados num novo mosto fermentado, destinado uma nova destilao.

    5. As operaes a que se referem os n.s 2 e 4 fi cam sujeitas ao controlo pelas entidades competentes, sempre que necessrio.

    Artigo 27.Alambique

    O material de construo de alambique deve ser o co-bre, para que este preserve as caratersticas organolticas da aguardente de cana, ou ento de cobre e ao inoxidvel, desde que o condensador deste seja constitudo em ao inoxidvel.

    Artigo 28.Produto acabado

    1. No pode ser adicionada ao produto acabado qual-quer substncia ou ingrediente que altere as caraters-ticas sensoriais do mesmo, exceto as substncias que podem ser utilizadas na aromatizao/infuso da aguar-dente de cana-de-acar, nomeadamente: as ervas, razes ou frutos, desde que estejam devidamente especifi cados no rtulo.

    2. Para a avaliao da conformidade do produto acabado para alm dos requisitos de qualidade exigidos na sua produo, podem ainda ser realizados ensaios laborato-riais visando a comprovao da conformidade do produto com os parmetros de qualidade estabelecidos no Anexo I.

    3. Os laboratrios que prestam servios de ensaios de-vem estar acreditados ou autorizados pelas autoridades competentes.

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  • 456 I SRIE NO 11 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 12 DE FEVEREIRO DE 2015

    4. Os produtos acabados no conformes com os padres da qualidade defi nidos no Anexo I, so identifi cados, documentados e armazenados em reas separadas, para que no haja possibilidade do seu consumo e nem com-prometer a qualidade dos produtos conformes.

    5. Em caso do produto no conforme com os padres de qualidade defi nidos constituir riscos para a sade pblica, deve ser tratado ou destrudo.

    Artigo 29.

    Envelhecimento ou maturao

    1. O envelhecimento ou maturao da aguardente de cana-de-acar um tratamento que se pode fazer a esse produto, armazenando-o por um certo perodo de tempo, de forma a melhorar as suas caratersticas sensoriais, nomeadamente seu amargor, o gosto agressivo e o aroma.

    2. Os recipientes destinados ao envelhecimento de aguardente de cana-de-acar no podem, de modo al-gum, prejudicar as caratersticas organolticas da bebida e nem a contaminao desta por compostos txicos.

    3. No processo de envelhecimento ou maturao da aguardente de cana-de-acar, proibido o uso de reci-pientes de plstico e de madeiras resinosas, bem como os recipientes que tenham sido anteriormente utilizados para outros fi ns.

    4. Aps o envelhecimento ou maturao, a aguardente de cana-de-acar deve ser fi ltrada.

    5. O perodo de envelhecimento ou maturao da aguardente de cana-de-acar deve ser no mnimo de 12 (doze) meses, dependendo do grau do envelhecimento que se pretender.

    6. Os recipientes usados no processo de envelhecimento ou maturao da aguardente de cana-de-acar devem ser selados pelas autoridades competentes para o efeito da comprovao do perodo de envelhecimento.

    Artigo 30.

    Embalagem e armazenamento

    1. A integridade do produto acabado depende da emba-lagem utilizada e da forma como armazenado.

    2. O tipo de recipientes utilizados no engarrafamento da aguardente de cana-de-acar bem como o local de armazenamento devem respeitar os requisitos constantes no artigo 7. do Anexo II.

    Artigo 31.

    Rotulagem

    1. A rotulagem da aguardente de cana-de-acar, des-tinada ao consumidor fi nal, deve obedecer ao disposto na legislao em vigor sobre a rotulagem dos gneros alimentcios.

    2. A denominao de venda da aguardente de cana-de-acar deve obedecer o disposto no artigo 9. do presente diploma.

    3. A denominao de venda a que se refere o artigo 9.o utilizada apenas para a aguardente produzida exclu-sivamente do mosto da cana-de-acar, sem a adio de qualquer outro componente ao mosto.

    4. Sem prejuzo do disposto na legislao que regula a rotulagem dos gneros alimentcios, constituem menes obrigatrias na rotulagem:

    a) A denominao de venda;

    b) Ingredientes:

    i. Aguardente produzido exclusivamente de ca-na-de-acar;

    ii. Aguardente aromatizado com planta (s) aro-mtica (s) (indicar o (s) nome (s) cientfi co ou vulgar das plantas)

    c) Nmero de registo do produto ou do estabelecimento produtivo, conforme legislao especfi ca;

    d) Nome empresarial do produtor, ou do fabricante e do engarrafador (quando se aplica este ltimo);

    e) Marca comercial, quando se aplica;

    f) Volume do produto, expresso em unidade de me-dida correspondente em litros, centilitros, ou mililitros)

    g) Graduao alcolica, expresso em percentagem (%) do volume alcolico (podendo ser em GL);

    h) Indicao do lote do produto;

    i) Local da origem ou provenincia;

    j) Aguardente velha, quando o produto sofreu enve-lhecimento ou maturao, nos termos estabe-lecidos no presente diploma; e

    k) Denominao de origem, conforme especifi ca o artigo 10. do presente diploma.

    5. Fica expressamente proibido o uso de denomina-o de venda aguardente de cana-de-acar, Grog, Grogu ou Grogue para outros tipos de aguardentes produzidos a partir de outras matrias-primas que no sejam a cana-de- acar, ou por adio de qualquer outra substncia ao mosto de cana-de-acar.

    6. Quando a aguardente de cana-de-acar transa-cionada na fase anterior venda ao consumidor fi nal, ou quando destinada a ser fornecida s coletividades para a ter embalagem fi nal, as indicaes de rotulagem devem fi gurar nos respetivos documentos de venda e acompa-nhar o produto em causa.

    CAPITULO IV

    Regime sancionatrio Artigo 32.

    Contraordenao

    1. Sem prejuzo de outras sanes aplicveis, nomea-damente em matria civil, criminal ou disciplinar, consti-tuem contraordenaes, punveis com coima de 80.000$00 a 300.000$00 ou 500.000$00 a 1.000.000$00, consoante o infrator seja pessoa singular ou coletiva:

    a) A produo de aguardente de cana-de-acar fora de limites dos parmetros fsico-qumi-cos constantes do Anexo I;

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    b) A produo de aguardente de cana-de-acar por quem no seja detentor da licena industrial ou cuja licena encontra-se suspensa e/ou ca-ducada;

    c) A falta, insufi cincia ou inexatido das menes obrigatrias de rotulagem previstas neste di-ploma;

    d) A industrializao da cana-de-acar para o fa-brico da aguardente de cana-de-acar fora do perodo estabelecido nos n.s 1 e 2 do artigo 11. deste diploma; e

    2. As demais infraes s regras de produo, boas pr-ticas de fabrico e higiene constantes no presente diploma so punveis com coimas de 20.000$00 a 200.000$00 (vinte mil escudos a duzentos mil escudos) ou 300.000$00 a 600.000$00 (trezentos mil escudos a seiscentos mil escudos), consoante o agente seja pessoa singular ou coletiva.

    3. A tentativa e a negligncia so punveis.Artigo 33.

    Sanes acessrias

    1. Consoante a gravidade das contraordenaes podem ser aplicadas, cumulativamente com a coima, as seguintes sanes acessrias:

    a) Apreenso dos produtos utilizados na prtica das contraordenaes;

    b) Retirada dos produtos do mercado;

    c) Encerramento das unidades ou estabelecimentos de produo;

    d) Cancelamento/ revogao e suspenso de licenas;

    e) Interdio do exerccio de atividade;

    f) Perda do direito a incentivos atividade, previs-tos em legislao do setor industrial.

    2. As sanes acessrias previstas nas alneas c), d) e e) do nmero anterior tm durao mxima de 2 (dois) anos contados a partir do trnsito em julgado da deciso condenatria.

    Artigo 34.

    Instruo dos processos e aplicao das sanes

    1. A instruo dos processos de contraordenaes da competncia da entidade fi scalizadora que levantar o auto de notcia.

    2. Em caso de incompetncia de instruo do processo de contraordenao, a entidade que levantar o auto nos termos do nmero anterior remete entidade competente para o efeito.

    3. A aplicao das coimas e sanes acessrias compete ao diretor do rgo ou do servio e ou o representante mximo da entidade fi scalizadora que instrui o processo.

    4. Da emisso do auto de notcia dado ao conhecimento s outras entidades de fi scalizao no tempo oportuno.

    Artigo 35.

    Destino do produto das coimas

    O produto das coimas aplicadas afetado da seguinte forma:

    a) 60% para o cofre do Estado;b) 30% para a entidade que instrui o processo e

    aplica a coima;c) 10% para a entidade que levanta o auto de notcia.

    CAPTULO VDisposies fi nais e transitrias

    Artigo 36.

    Regime subsidirio

    1. Para todas as matrias sobre contraordenaes no especialmente reguladas no presente diploma aplicvel o Regime Jurdico Geral das Contraordenaes, aprovado pelo Decreto-legislativo n. 9/95, de 27 de outubro.

    2. Aplicam-se ainda, supletivamente, o Decreto-Regula-mentar n. 3/2011 de 24 de Janeiro, o Decreto-Legislativo n. 13/2010, de 8 de Novembro e o Decreto-Lei n. 3/2008, de 21 de Janeiro, respetivamente sobre a Classifi cao das Atividades Industriais, sobre a poltica industrial e sobre a classifi cao das Atividades Econmicas de Cabo Verde (CAE-CV.Rev-1).

    Artigo 37.

    Normas transitrias

    1. A aguardente produzida antes da entrada em vigor do presente diploma, pode ser comercializado at o limite do seu estoque, desde que no ponha em causa a sade e segurana do consumidor e que esteja rotulado de acordo com o Decreto-lei n. 24/2009, de 20 de julho.

    2. Na ausncia de regulamentao especfi ca a que se refere o n. 5 do artigo 21., devem ser observadas as normas internacionalmente aplicveis, designadamente as do Codex Alimentarius.

    Artigo 38.

    Norma revogatria

    So revogados o Decreto n. 132/87, de 12 de Dezembro, e o Decreto-Regulamentar n. 140/92, de 14 de Dezembro.

    Artigo 39.

    Entrada em vigor

    O presente diploma entra em vigor no prazo de 180 dias aps a sua publicao.

    Aprovado em Conselho de Ministro em 20 de Novembro de 2014.

    Jos Maria Pereira Neves - Maria Cristina Lopes Al-meida Fontes Lima - Leonesa Fortes

    Promulgado em 5 de Fevereiro de 2015Publique-seO Presidente da Repblica, JORGE CARLOS DE

    ALMEIDA FONSECA

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  • 458 I SRIE NO 11 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 12 DE FEVEREIRO DE 2015

    ANEXO I(A que se refere o n.o 1 do artigo 4., o n.o 1 do artigo 8., os n.s 2 e 4 do artigo 28.o e a alnea a) do n.o 1 do artigo 32.)

    Parmetros de qualidade da aguardente de cana-de-acar

    1. Caratersticas organolticas

    Aspeto Lmpido

    Aroma e SaborAroma e sabor A cana-de-acar e ao lcool, exceto no caso de aguardente de cana-de-acar envelhecida, que pode adquirir para alm desses aromas, outros aromas caratersticos do tipo de recipientes utilizado no seu en-velhecimento.

    Cor Incolor, exceto no caso de aguar-dente de cana envelhecida em recipientes de madeira.

    2. Graduao alcolica (GL a 20C)

    38 a 54

    3. Compostos aromticos Limites mximos

    Acidez voltil (em acido actico)

    150 mg/100ml de lcool anidro

    Esteres totais (em acetato de etila)

    200 mg/100ml de lcool anidro

    Aldedos totais (em ace-taldedo)

    30 mg/100ml de lcool anidro

    Soma de Furfural e hidro-ximetilfurfural

    5 mg/100ml de lcool anidro

    Soma dos lcoois isobutli-co, isoamlicos e n-proplico

    360 mg/100ml de lcool anidro

    4. Contaminantes orgnicos Limite mximo

    Metanol 20 mg /100 ml (vinte miligramas por cem mililitros) de lcool anidro

    Carbamato de etila 150 g/L (cento e cinquenta mi-crogramas por litro) de aguar-dente

    Acrolena (2-Propenal) 5 mg/100ml (cinco miligramas por cem mililitros) de lcool anidro

    lcool sec-butlico (2-butanol) 10 mg/100ml (dez miligramas por cem mililitros) de lcool anidro

    lcool n-butlico (1 butanol) 3 mg/100ml lcool anidro (trs miligramas por cem mililitros)

    5. Contaminantes inor-gnicos

    Limite mximo

    Arsnio 100 g /L (microgramas por litro) de aguardente

    Chumbo 200 g /L (microgramas por litro) de aguardente

    Cobre 5 mg / L ( miligramas por litro)

    ANEXO II

    (A que se refere o n.o 6 do artigo 8., a alnea a) do n.o 1 do artigo 13., n.o 8 do artigo 21.o, o artigo 22.o, o n.o 1 do

    artigo 25. e o n.o 2 do artigo 30.)

    CDIGO DE BOAS PRTICAS DE FABRICO

    Sem prejuzo das regras de boas prticas constantes neste diploma, os produtores de aguardente de cana-de-acar devem adotar para a sua produo um Cdigo de Boas Praticas de Fabrico, os quais devem conter orientaes sobre as regras gerais de higiene e princpios de HACCP.

    Artigo 1.

    Matria-prima

    1. A cana-de-acar como matria-prima deve:

    a) Ser colhida madura, com o ndice de maturao entre 0,85 a 1,0 (zero vrgula oitenta e cinco a um) e o seu teor de slidos solveis deve estar no mnimo de 14 (catorze graus) Brix;

    b) Ser cortada prxima do nvel do solo, para evitar que seja infestada por pragas e doenas;

    c) Ser selecionada de forma a apresentar um bom estado de conservao, sem nenhuma altera-o relativamente ao seu estado fsico, qumico ou microbiolgico;

    d) Ser prensada logo aps a colheita ou armaze-nada num local adequado at o momento da sua prensagem, cujo tempo mximo de arma-zenagem, entre a colheita e prensagem, no deve exceder a 48 (quarenta e oito) horas.

    2. Quando a matria-prima se tratar do mosto de cana-de-acar, esta deve ser transportada de forma refrigerada, em recipientes apropriados para o uso na indstria alimentar.

    3. Em caso de impossibilidade de refrigerao de-vidamente justifi cado, o mosto de cana-de-acar, na qualidade de matria-prima, deve ser transportado de forma protegido do sol e industrializado no mesmo dia da sua produo.

    4. Na receo, a matria-prima deve ser armazenada num local limpo, livre de superfcie contaminante e deve estar protegida do sol e da chuva.

    Artigo 2.

    Prensagem da cana-de-acar

    1. Na prensagem da cana-de-acar, deve-se tomar as precaues necessrias para evitar a contaminao do mosto pelos produtos de lubrifi cao.

    2. A rea destinada a prensagem da cana-de-acar deve ser coberta, ter um piso com superfcie lisa, integro e de fcil higienizao, de forma a proporcionar melhores condies de trabalho e de higiene do local.

    3. A higienizao dos equipamentos e materiais de extrao do mosto de cana-de-acar (trapiche, canal de transporte do mosto e recipiente de receo) deve ser feita diariamente.

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    Artigo 3.

    Filtrao do mosto de cana-de-acar

    1. A fi ltrao deve ser feita de modo a reter o bagacilho e as impurezas contidas no mosto da cana-de-acar.

    2. Em caso de necessidade, o mosto da cana-de-acar deve ser diludo entre 14 a 16 (catorze a dezasseis graus) Brix, com gua potvel, de forma a melhorar o processo de fermentao e prevenir a formao de compostos in-desejveis na aguardente.

    Artigo 4.

    Decantao do mosto de cana-de-acar

    Em caso de necessidade, pode ainda o mosto da cana-de-acar ser decantado por forma a separar os restantes materiais estranhos no retidos durante o processo da fi ltrao do mosto da cana-de-acar.

    Artigo 5.

    Fermentao do mosto da cana-de-acar

    1. A temperatura ideal para a fermentao do mosto deve se situar entre o 25 a 30C (vinte cinco a trinta graus Celsius), e nunca superior aos 34C (trinta e quatro graus Celsius).

    2. A fermentao deve ser cessada quando o mosto da cana-de-acar atingir 0 (zero) Brix, e no deve ultra-passar os 15 (quinze) dias.

    3. Os tipos de leveduras utilizados na fermentao do mosto devem ser os prprios do mosto ou outras devi-damente autorizadas pelas Autoridades Competentes.

    4. A sala de fermentao deve ser ventilada, iluminada e as cubas protegidas contra a contaminao. O seu piso deve estar ntegro, impermevel e de fcil higienizao. Do mesmo modo, esta deve ser mantida livre de mate-riais, equipamentos e produtos estranhos ao processo.

    5. As cubas devem ter a forma cilndrica ou cbica. Os seus cantos devem ser cncavos, de modo a permitir uma adequada higienizao e prevenir a acumulao de impu-rezas. Estas devem ser de ao carbono ou ao inoxidvel. Deve-se evitar a utilizao de cubas construdas de fi bras, madeira, alvenaria ou de materiais resinosas. As cubas devem se situar com uma distncia no mnimo de 20 cm (vinte centmetros), de forma a facilitar a higienizao do espao e precaver a contaminao.

    6. As cubas devem ser higienizadas antes e depois de cada processo de fermentao.

    Artigo 6.

    Destilao do mosto cana-de-acar fermentado

    1. Para o processo de destilao, o alambique deve ser corretamente higienizado, feito aps cada destilao, de modo a evitar a formao de compostos resultantes da oxidao do cobre.

    2. A separao das 3 (trs) fraes do destilado feita atravs de cortes.

    3. Para a frao cabea que deve constituir entre 5% a 10% (cinco a dez por cento) do destilado, deve-se controlar o seu percentual alcolico (v/v), efetuando cortes para que este seja maior do que 60% (sessenta por cento) v/v.

    4. Para a frao corao que a aguardente pro-priamente dita, correspondente a de 80% (oitenta por cento) do destilado, o corte deve ser preferencialmente feito quando a percentagem alcolica atingir valores entre os 60% e 38 % (sessenta por cento e trinta e oito por cento) v/v.

    5. Para a frao cauda que representa entre 10% a 15% (dez por cento e quinze por cento) do destilado, o corte deve ser feito de modo que a percentagem de lcool seja de 38 % a 14% (trinta e oito por cento e catorze por cento) v/v.

    Artigo 7.

    Embalagem e armazenamento e transporte do produto acabado

    1. S podem ser utilizados na embalagem e acondicio-namento da aguardente de cana-de-acar recipientes especfi cos para a indstria alimentar, e de preferncia inviolveis, de modo a garantir a segurana do produto.

    2. A aguardente da cana-de-acar deve ser armaze-nada num local limpo, livre de odores estranhos e tem-peratura ambiente, evitando ambientes muito quentes e tambm de pouca humidade.

    3. Para o transporte da aguardente de cana-de-acar, esta deve ser acondicionada numa embalagem secundria, de modo a garantir a integridade da embalagem primria.

    Artigo 8.

    Envelhecimento ou maturao

    1. Os equipamentos a serem utilizados no envelheci-mento ou na maturao da aguardente de cana-de-acar devem ser os recipientes de madeira, nomeadamente os barris, com a capacidade mxima de armazenamento at 700 litros.

    2. Para obter uma melhor qualidade do envelhecido, deve-se manter a temperatura do local sempre a mais baixa possvel e humidade relativa alta.

    ANEXO III

    (A que se refere o n. 8 do artigo 21.)

    Parmetros de qualidade da matria-prima (cana-de-acar e mosto da cana-de-acar) adquirida num fornecedor

    Caratersticas sensoriais

    Aroma caraterstico da cana ou do mosto de cana-de-acar, ausncia de odor alcolico e do cheiro actico.

    Caratersticas fsico-qumicas Mnimo MximoTeor de slidos solveis 14 ( Brix) ---Dextrana --- 450 ppmPoder tampo --- 1.5ml/100mlTeor de impurezas minerais --- 4 Kg/TonpH da cana --- 5.3Delta pH --- 0.50Acidez --- 0.9Teor alcolico 0o

    O Primeiro-Ministro, Jos Maria Pereira Neves

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  • 460 I SRIE NO 11 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 12 DE FEVEREIRO DE 2015

    MINISTRIO DAS FINANAS E DO PLANEAMENTO

    Gabinete da Ministra

    Portaria n. 6/2015

    de 12 de Fevereiro

    A utilizao da internet para o cumprimento das obri-gaes declarativas tem vindo a registar um crescimento signifi cativo.

    Para o efeito ter contribudo a consagrao da obri-gatoriedade de, gradualmente, ser adotada tal forma de cumprimento das obrigaes declarativas no mbito do imposto sobre o valor acrescentado, em detrimento da utilizao do suporte papel.

    o reconhecimento das vantagens associadas, quer para a administrao fi scal quer para os sujeitos passivos, em termos de comodidade, economia e segurana que justifi ca tal medida e que aconselha a sua extenso s obrigaes declarativas do imposto sobre o rendimento.

    Nos termos da alinea c) do artigo 19 e o artigo 20. do Decreto-lei que aprova o regime das retenes na fonte dos rendimentos das pessoas singulares e das pessoas coletivas, os sujeitos passivos devem comunicar Ad-minitrao Fiscal os rendimentos que foram colocados disposio dos seus titulares assim como entregar nos cofres do Estado os impostos retidos at o dia 15 do ms seguinte quele em que ocorra a reteno.

    Assim:

    Nos termos da alinea c) do artigo 19 e do artigo 20 do Decreto-Lei n. 6/2015, de 23 de Janeiro de 2015 e no uso da faculdade conferida pela alnea b) do artigo 205. e pelo n. 3 do artigo 264. da Constituio;

    Manda o Governo, pela Ministra das Finanas e do Planeamento, o seguinte:

    Artigo 1

    Modelo declarativo

    1. aprovada a declarao peridica de rendimentos, cujo modelo denominado DPR, e os respetivos anexos, constituindo como parte integrante da presente portaria.

    2. A declarao e os anexos referidos no nmero an-terior devem ser enviados por transmisso eletrnica, mediante o upload dos fi cheiros no formato defi nido pela Administrao Fiscal.

    Artigo 2

    Obrigatoriedade da entrega por via eletrnica

    1. Os sujeitos passivos que disponham ou devam dis-por de contabilidade organizada, incluindo entidades e organismos pblicos, e organizaes internacionais e no governamentais, assim como as empresas enquadradas na categoria de pequenas empresas, devem enviar as declaraes peridicas de rendimentos por transmisso eletrnica de dados.

    2. Para os efeitos do disposto no nmero anterior, os sujeitos passivos ou os substitutos tributrios so iden-tifi cados por senha atribuda pela Casa de Cidado.

    Artigo 3

    Procedimentos para entrega por via electrnica

    1. Os sujeitos passivos ou substitutos tributrios obri-gados ao envio por transmisso eletrnica de dados, nos termos do artigo anterior, devem:

    a) Efetuar o registo num portal previamente cre-denciado pela Direco das Contribuies e Impostos (DCI) para a receo das decla-raes eletrnicas; caso ainda no disponha de conta de utilizador, o sujeito passivo pode cadastrar-se no portal www.portondinosilha.cv, na rea virtual privada do Contribuinte.

    b) Efetuar o envio de acordo com os seguintes pro-cedimentos:

    i) Selecionar o servio de entrega das declaraes DCI na rea virtual privada do contribuinte;

    ii) Preencher a declarao no Portal ou subme-ter os fi cheiros previamente formatados, de acordo com as especifi caes tcnicas disponi-bilizadas no stio da DCI;

    iii) Validar a informao e corrigir os possveis erros locais detectados no acto da validao;

    iv) Submeter a declarao;

    v) Consultar a partir do dia seguinte a situao defi nitiva da declarao, devendo submeter, caso indique a existncia de anomalias, uma nova declarao corrigida.

    Artigo 4

    Entrada em vigor

    A presente Portaria entra em vigor no seguinte ao da sua publicao.

    Gabinete da Ministra das Finanas e do Planeamento, na Praia, aos 7 de Janeiro de 2015. A Ministra, Cristina Isabel Lopes da Silva Monteiro Duarte

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  • I SRIE NO 11 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 12 DE FEVEREIRO DE 2015 461 A

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  • 462 I SRIE NO 11 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 12 DE FEVEREIRO DE 2015

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  • I SRIE NO 11 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 12 DE FEVEREIRO DE 2015 463

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  • 464 I SRIE NO 11 B. O. DA REPBLICA DE CABO VERDE 12 DE FEVEREIRO DE 2015

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