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1 EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO PARA PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA PEDRINELLI, VERENA JUNGHAHNEL CAPÍTULO 8 PG 75 A 80 MEC/SEDES, SESI-DN, 1994 PESSOAS PORTADORAS DEFICIÊNCIA FÍSICA (MOTORA) E AS ATIVIDADES FÍSICAS, ESPORTIVAS, RECREATIVAS E DE LAZER: Elisabeth de Mattos Introdução: No Brasil quase não conhecemos escolas especiais para pessoas portadoras de deficiência física ou motora (termo que será utilizado neste texto por definir e destacar mais claramente qual a área afetada em questão). Quando existem, elas costumam se destinar à crianças com deficiências múltiplas, com componente marcante na área motora (MATTOS, 1994). Isto no faz acreditar que a parte da população infantil portadora de deficiência motora deve frequentar escolas regulares, uma vez que o programa de disciplinas teóricas não precisa ser alterado. Na realidade não é isto que acontece. As escolas em sua maioria não estão preparadas para receber alunos com disfunções motoras, possuindo diversas barreiras arquitetônicas, ou até dispensando-os das aulas de educação física por diversas razões. Isto produz uma série de reações emocionais e socias tornando o desenvolvimento desses indivíduos também alterado. Surgem então problemas com a auto-imagem, consciência corporal, motivação e avaliação real das capacidades e limitações, tanto por parte dos professores como por parte dos próprios alunos. A partir de então procura-se destacar os princiapis problemas que se relacionam com a prática de atividades físicas das pessoas portadoras de deficiência motora, bem como apresentar as oportunidades e adaptações já efetuadas para facilitar o acesso destas pessoas à prática de atividades físicas, nos seus vários níveis. Definição e conceituação: Deficiência motora caracteriza-se por um distúrbio da estrutura anatômica ou da função, que interfere na movimentação e/ou locomoção do indivíduo (TELFORD & SAWREY, 1978; SEAMAN & DE PAUW, 1982). Refere-se aos problemas ósteo-musculares ou neurológicos que afetam a estrutura ou a função do corpo, interferindo na motricidade. Ela é caracterizada por um distúrbio na movimentação e/ou locomoção do indivíduo (MATTOS, 1992). Essa categoria é extremamente heterogênea, pois as causas da deficência são diversas, apresentando uma variedade de quadros motores. Algumas características gerais podem ser destacadas, embora generalizações não sejam tão recomendadas. A extensão e a natureza da deficiência também são variáveis que levam à níveis diferentes de ajustes sociais e emocionais.

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EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO PARA PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA –

PEDRINELLI, VERENA JUNGHAHNEL

CAPÍTULO 8 PG 75 A 80 – MEC/SEDES, SESI-DN, 1994

PESSOAS PORTADORAS DEFICIÊNCIA FÍSICA (MOTORA) E AS ATIVIDADES FÍSICAS,

ESPORTIVAS, RECREATIVAS E DE LAZER:

Elisabeth de Mattos

Introdução: No Brasil quase não conhecemos escolas especiais para pessoas portadoras de deficiência física ou motora (termo que será utilizado neste texto por definir e destacar mais claramente qual a área afetada em questão). Quando existem, elas costumam se destinar à crianças com deficiências múltiplas, com componente marcante na área motora (MATTOS, 1994). Isto no faz acreditar que a parte da população infantil portadora de deficiência motora deve frequentar escolas regulares, uma vez que o programa de disciplinas teóricas não precisa ser alterado. Na realidade não é isto que acontece. As escolas em sua maioria não estão preparadas para receber alunos com disfunções motoras, possuindo diversas barreiras arquitetônicas, ou até dispensando-os das aulas de educação física por diversas razões. Isto produz uma série de reações emocionais e socias tornando o desenvolvimento desses indivíduos também alterado. Surgem então problemas com a auto-imagem, consciência corporal, motivação e avaliação real das capacidades e limitações, tanto por parte dos professores como por parte dos próprios alunos. A partir de então procura-se destacar os princiapis problemas que se relacionam com a prática de atividades físicas das pessoas portadoras de deficiência motora, bem como apresentar as oportunidades e adaptações já efetuadas para facilitar o acesso destas pessoas à prática de atividades físicas, nos seus vários níveis. Definição e conceituação: Deficiência motora caracteriza-se por um distúrbio da estrutura anatômica ou da função, que interfere na movimentação e/ou locomoção do indivíduo (TELFORD & SAWREY, 1978; SEAMAN & DE PAUW, 1982). Refere-se aos problemas ósteo-musculares ou neurológicos que afetam a estrutura ou a função do corpo, interferindo na motricidade. Ela é caracterizada por um distúrbio na movimentação e/ou locomoção do indivíduo (MATTOS, 1992). Essa categoria é extremamente heterogênea, pois as causas da deficência são diversas, apresentando uma variedade de quadros motores. Algumas características gerais podem ser destacadas, embora generalizações não sejam tão recomendadas. A extensão e a natureza da deficiência também são variáveis que levam à níveis diferentes de ajustes sociais e emocionais.

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Terminologia:

As pessoas que usam próteses, muletas, cadeira de rodas ou necessitam do auxílio de órteses, carregam muitos rótulos: aleijado, deficiente, impedido, inábil. Cada um tem sua preferência pessoal quanto a forma que deseja ser chamado. Isto deve ser perguntado ao proóprio portador da deficiência. Alguns autores descrevem leves diferenças de significado, mas deficiência física é a designação genérica. Ficaria mais claro se fosse utilizado a designação "motora", ao invés de "física", indicando que existe um distúrbio nessa área especificamente. SUB-CLASSIFICAÇÕES: Quanto à natureza, podemos dividir em:

1- Distúrbios ortopédicos - que referem-se a problemas originados nos músculos, ossos e/ou articulações.

2- Distúrbios neurológicos - que referem-se a deterioração ou lesão do sistema nervoso.

Estes problemas podem ter diversas origens, as quais não serão descritas. Podemos dividir também em distúrbios congênitos ou adquiridos, permanentes, temporários ou progressivos, crônicos ou agudos, temporários ou permanentes e progressivos e não progressivos.

Etiologia:

A etiologia dos distúrbios do nascimento nem sempre é conhecida. Estima-se que 20% dos mesmo seja hereditário, 20% causado por fatores ambientais (vírus, parasitas, bactéria ou infecções da mãe) e 60% seja o resultado de uma interação da hereditariedade e dos fatores ambientais.

Quanto ao tempo de duração estes distúrbios podem ser chamados de congênitos ou adquiridos. As condições adquiridas ou agudas são aquelas que resultam de um trauma, doença ou problemas de crescimento e desenvolvimento.

Os problemas temporários são aqueles que terminam, depois de um certo espaço de tempo, devolvendo a condição anterior do indivíduo ou mesmo melhorando após sua ocorrência (distúrbios do crescimento, correções cirúrgicas ou aparelhos).Já as condições permanentes são aquelas que não regridem e deixam sequelas por toda a vida do indivíduo.

Os problemas progressivos são aqueles que se agravam com o decorrer do tempo, tornando as sequelas mais severas. Os problemas não progressivos não aumentam as sequelas com o decorrer do tempo.

Quando as anormalidades da estrutura ou da função são aparentes ao nascimento, elas são chamadas de congênitas. Quando elas aparecem após o nascimento, durante o decorrer da vida, mas causadas por determinação genética, são chamadas de crônicas.

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Esses problemas podem ter origens diversas, porém, apenas as situações mais comuns serão descritas com suas consequências para a prática de atividades motoras e esportivas. Fisiopatologia de algumas doenças e situações que levam à deficiências motoras: Dentro dos distúrbios ortopédicos que podem levar à deficiência motora podemos destacar: . amputação: É a remoção ou ausência de um (ou mais) membro(s) ou parte dele(s). Pode ser congênita, devido a: amielias, desmielias e focomielias, ou adquirida, devido a: tumores (para interromper seu progresso), traumas (resultado de um distúrbio físico repentino ou acidente, geralmente seguido de procedimento cirúrgico), outras doenças (geralmente causando problemas circulatórios como diabetes, arterioesclerose). Classifica-se de acordo com o nível onde são realizadas. Se ocorrer numa articulação denomina-se desarticulação. Se o coto não estiver cicatrizado, denomina-se aberta e se estiver, denomina-se fechada, quando se torna capaz de receber uma prótese. . artrite: É uma inflamação articular que causa dor intensa na articulação e suas adjacências com consequente diminuição das funções, podendo chegar até a imobilização. Aparece em qualquer idade. A forma mais comum é a artrite reumatóide, definida como uma doença sistêmica, onde o principal sintoma é o envolvimento dos músculos e articulações.

- Artrite reumatóide juvenil: Aparece antes dos 7 anos de idade, acometendo mais os indivíduos do sexo feminino. Sua causa é desconhecida. Varia na severidade. Apresenta uma inflamação leve, inchaço, rigidez articular e do tecido conjuntivo, chegando até a atrofia e deformidade articular. O envolvimento geralmente é simétrico. Inicia-se nas pequenas articulações (mãos e pés) com uma sensibilidade extrema chegando à dor. . artrogripose: É uma condição congênita onde alguns músculos dos membros estão ausentes ou são menores e mais fracos, resultando em rigidez ou deformidade dos membros e tronco. Várias articulações podem se tornar fixas ao nascimento. Não causa dor, mas limita os movimentos.

. espinha bífida: definida como a alteração do fechamento de um ou mais arcos vertebrais, que pode resultar em distúrbios neurológicos além dos desvios da estrutura óssea. Apresenta vários tipos como: oculta (onde a anomalia só será percebida em exames de raios X. Torna a estrutura da coluna vertebral menos resistente tornando o indivíduo mais propenso a sofrer de deslizamento de vértebras, devendo evitar carregar pesos excessivos ou executar testes de carga máxima), meningocele (onde se forma um tumor com protrusão sacular junto à coluna vertebral, o qual contém líquor, porém a medula e as raízes nervosas permanecem em posição normal, raramente deixando sequelas, se tratada adequadamente) e mielomeningocele (onde se forma uma protrusão sacular contendo meninges, líquor, porções medulares e fibras nervosas, levando quase sempre à lesões medulares parciais e/ou totais).

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. distrofia muscular: caracterizada pela deterioração progressiva da musculatura esquelética voluntária, levando à incapacitação pela dificuldade ou ausência de contração muscular. Existem diversos tipos, sendo o mais conhecida e o mais incapacitante o Ducchenne.

. nanismo: É o crescimento retardado (mais de 3 SD para qualquer faixa etária). A

acondroplasia (causa mais comum do nannismo) é uma doença cromossômica

autossômica, causada por um gene dominante. Observa-se uma desproporção de tronco,

membros e cabeça. definido pela baixa estatura em relação à idade cronológica, onde o indivíduo na idade adulta não atingirá nem ao menos 132 cm de estatura. A patologia mais comum é a acondroplasia (doença autossômica) causada por um gen dominante, que leva à desproporção entre o tronco, cabeça e os membros. . osteogênese imperfeita: caracterizada pela má formação óssea que é causada por herança genética. Compromete a estrutura óssea tornando-a quebradiça, e com densidade diminuída. Os acometidos por essa patologia sofrem fraturas ao nascimento e/ou depois dele, podendo adquirir deformidades como consequência dessas fraturas. .osteomielite: É uma infecção óssea, prevalente no ocidente, chamada de doença da infância. Pode ser causada por “stafilococcus”, “streptococcus” ou “pneumococcus”. Acomete mais freqüentemente a tíbia, fêmur ou úmero de um só membro. Ela pode ser aguda ou crônica. Seus sintomas e severidade variam com o local de acometimento e o tempo de acometimento. Com relação aos distúrbios neurológicos podemeos destacar: . acidente vascular cerebral (AVC): definido como uma interrupção na circulação cerebral, levando à lesão de células de áreas sensoriais e/ou motoras deixando sequelas correspondentes à área lesada. . esclerose múltipla: É uma doença neurológica crônica e degenerativa que atinge adolescentes e adultos (20-40 anos). Há uma desintegração (lenta) da camada de mielina que resulta no endurecimento ou cicatrização do tecido que substitui a bainha de mielina. Resulta numa incapacidade motora e eventualmente leva à morte. Apresenta sintomas como: problemas sensoriais variados, tremores, fraqueza muscular, dificuldades de fala, tonturas, distúrbios emocionais leves, paralisia facial, dificuldades motoras. Geralmente as doenças músculo-esqueléticas são congênitas (distúrbios genéticos, distúrbios do desenvolvimento) ou adquiridas (doenças infecto contagiosas, acidentes e distúrbios do desenvolvimento). . lesões medulares: É uma condição adquirida resultante de um trauma, lesão ou problemas de crescimento e desenvolvimento.

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TRAUMA Tumores mal formações arterio-venosas quedas

explosivos e armas de fogo acidentes com: veículos motorizados

Está se tornando cada vez mais freqüente. A faixa etária mais atingida está entre

15 e 28 anos de idade (40% acidente automobilístico, 20% quedas e 40% disparos, acidentes esportivos, industriais e agrícolas). As lesões ao nível de C5/C6 são as mais comuns. As ao nível de T12/L1 estão em 2o lugar. Estes indivíduos são muito sensíveis às infecções urinárias. Há perda de movimentos e sensibilidade abaixo do nível da lesão.

Chama-se de lesão completa (total)quando ocorre a perda das funções (motoras e de sensibilidade) abaixo do nível da lesão; incompleta (parcial) quando há permanência de alguma função muscular residual além do local da lesão. A sensibilidade fica alterada.

Chama-se de paraplegia as lesões abaixo de T2 (quando os membros inferiores - e as vezes também o tronco - são afetados totalmente); paraparesia, quando os membros inferiores - e as vezes o tronco - são afetados parcialmente (lesões incompletas); tetraplegia (quadriplegia) as lesões cervicais (quando os membros superiores, o tronco e os membros inferiores são afetados totalmente); tetraparesia (lesões incompletas)- quando os membros superiores, o tronco e os membros inferiores são parcialmente afetados.

Como alterações secundárias encontramos: perda ou alteração do controle urinário, excretor e sexual; a tetraplegia leva à perda ou alteração do controle do sistema nervoso simpático afetando a termorregulação, frequência cardíaca, pressão sangüínea e outras funções vitais; há uma alta incidência de infecções renais, e urinárias. Os sinais mais comuns são: face corada, febre, etc.).

Deve-se evitar: contraturas, úlceras de decúbito e diminuição do gasto energético diário, o que pode levar a obesidade. As barreiras arquitetônicas também devem ser evitadas pois, interferem no contato social normal e independente, dificultando a integração do indivíduo na sociedade. . poliomielite: É uma doença infecciosa causada por um vírus que ataca o tecido nervoso (medula e/ou cérebro), geralmente as células motoras do corno anterior da medula. Acomete principalmente crianças e adolescentes. Causa paralisia flácida. O vírus entra pelo tracto intestinal se difundindo pela corrente sanguínea, se instalando nas células motoras. Pode deixar fraqueza muscular, paralisia chegando a deformidades esqueléticas (atrofias).

Distribuição na população: - 6% morrem - 14% paralisia severa - 50% recuperação total - 30% paralisia moderada ou leve

Fases:

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a) aguda: dura de 1 (uma) semana a 10 (dez) dias. O indivíduo apresenta tosse, febre, náuseas, vômitos e fraqueza muscular. Apresenta como sinal um espasmo doloroso.

b) convalescença: dura de algumas semanas até alguns meses, terminando com a recuperação muscular ou a definição das sequelas .

c) crônica: inicia-se após o 18o mês. Deixa como sequela a paralisia nas áreas motoras correspondentes, mas preserva a

sensibilidade. . paralisia cerebral: É um distúrbio não progressivo da motricidade, evidenciando-se na movimentação e postura, a qual se inicia antes dos 3 (três) anos de idade, o qual foi causado por uma lesão ou mal funcionamento do cérebro. John Little, um cirurgião inglês, definiu pela primeira vez o quadro em 1891. William Phelps, um ortopedista descreveu os vários tipos de paralisia cerebral em 1937. Hoje prefere-se utilizar o termo encefalopatia crônica da infância.

Definida como uma lesão permanente no cérebro, particularmente na área motora, a qual leva à distúrbios do tônus muscular e consequentemente das funções motoras, costuma vir acompanhada de lesões em outras áreas e por isso é muitas vezes é considerada uma deficiência múltipla. Sua classificação é feita segundo a natureza do tônus muscular apresentado (espástico, atetóide, atáxico e flácido), quanto à topografia dos membros afetados (monoplegia, diplegia, triplegia, quadriplegia, hemiplegia e dupla hemiplegia) e quanto à gravidade do acometimento (leve, moderada e grave). Geralmente esses indivíduos apresentam situações particulares que não podem ser generalizadas para outras situações, que levam à deficiência motora, necessitando assim de uma avaliação mais criteriosa das capacidades e habilidades motoras.

Causas: 86% são provenientes de fatores pré e peri-natais; 14% são provenientes de fatores pós-natais. A incidência diminui conforme melhora o conhecimento e o desenvolvimento dos serviços de saúde. Cada distúrbio é classificado de acordo com alguns fatores que são citados no diagnóstico: Classificação fisiológica (ou quanto ao tônus muscular):

a) rigidez Os músculos dos membros são tensos e se contraem fortemente quando se tenta movimentá-los ou alongá-los, onde mesmo os reflexos exacerbados são inibidos. É uma forma severa de espaticidade. Geralmente resulta numa quadriplegia.

b) espasticidade Os músculos dos membros são tensos apresentando reflexo de estiramento. Pode haver presença de clônus. Há uma hiperreflexia dos tendões profundos dos músculos dos membros envolvidos. Os indivíduos ficam sujeitos a contraturas e deformidades que se desenvolvem durante o crescimento. c) atetose O tônus muscular é normal, havendo a presença de movimentos involuntários. Os movimentos voluntários se deformam ficando retorcidos. Podemos encontrar 2 (dois) sub-tipos: 1) atetose sem tensão: os movimentos contorcidos sem tensão muscular são a principal característica (rotação, giro do membros, posições distorcidas, distonias, aparecendo principalmente nos membros, pescoço ou no tronco; quando aparecem nas mãos, pés ou rosto é denominada de coréia). 2) atetose de tensão: os movimentos contorcidos são bloqueados. Pode ser distinguida da espasticidade movimentando-se uma articulação rapidamente e repetindo-se o movimento, a musculatura se relaxa. Na espasticidade não ocorre este relaxamento.

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d) ataxia Falta da sensação de: equilíbrio, da posição do corpo no espaço com presença de movimentos incoordenados. Não consegue executar a prova "index-nariz". e) tremor Aparece apenas na movimentação involuntária. Chamado também de tremor intencional. f) hipotonia O tônus muscular é baixo. Também chamada de atonia, flacidez ou froxidão. Geralmente evolui para uma atetose. g) mista Combinação de um ou mais dos tipos anteriores. O mais comum é o espastico-atetóide. Classificação topográfica: a) monoplegia / monoparesia b) hemiplegia / hemiparesia c) paraplegia / paraparesia d) diplegia / diparesia e) quadriplegia / quadriparesia f) dupla hemiplegia / dupla hemiparesia Classificação quanto ao grau de acometimento: a) leve b) moderada c) grave Classificação neuroanatômica: a) piramidal (espástica) - lesão das fibras eferentes que vão do córtex aos membros.

Resulta em paralisia espástica. b) extra-piramidal (atetose) - lesão de outra área que não as fibras eferentes. Geralmente

assume-se que ocorre nos gânglios da base. Resulta em movimentos discinéticos. c) cerebelar (ataxia) - lesão no cerebelo. Ele é chamado de "pequeno cérebro" e sua função

é coordenar os movimentos, dar sensação de posição no espaço e manter o equilíbrio. Distúrbios associados: - dificuldade para engolir - sialorréia - permanência de reflexos primitivos - distúrbios da fala - distúrbios sensoriais (visão, audição e outros) - convulsões - deficiência mental (50%) - distúrbios percepto-motores

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Histórico do esporte para pessoas portadoras de deficiência motora e suas classificações: O desenvolvimento do esporte para pessoas portadoras de deficiências físicas teve sua origem na reabilitação dos veteranos da II Guerra Mundial, particularmente na Inglaterra e nos Estados Unidos. Na Inglaterra, Ludwig Guttmann (neurologista e neurocirurgião alemão radicado naquele país) foi convidado, em 1944 pelo govêrno Britânico, para dirigir um centro para lesados medulares no Hospital de Stoke Mandeville. Nos programas de tratamento dos pacientes internados foi incluído uma série de modalidades esportivas, as quais foram adaptadas. Posteriormente este centro se tornou centro de campeonatos mundiais da categoria (os quais ocorrem até hoje). Nos Estados Unidos o conceito de esporte competitivo foi dominante, marcado pela direção e organização executada pelas próprias pessoas portadoras de deficiência. Mais tarde o trabalho esportivo vinculado à reabilitação, que sempre foi divulgado pelo Dr. Guttmann, tomou novos rumos com o aparecimento de outras organizações que dirigiam os esporte para portadores de outras deficiências (que não a causada pela lesão medular). No Brasil a história mostra a influência do esporte adaptado desnvolvido nos Estados Unidos (divulgado por Sérgio Del Grande e Robson Sampaio de Almeida) e também do conceito de reabilitação desnvolvido na Europa, uma vez que os fisioterapeutas tendem a encaminhar mais pacientes para estas atividades, além de ministrá-las, uma vez que os profissionais de Educação Física e Esporte pouco tem se dedicado à esta área. Hoje o Brasil possui diversas entidades que dirigem o Esporte para pessoa portadoras de deficências motoras: ANDE, ABRADECAR e ABDA. Cada uma delas tem filiação internacional correspondente: ISMGF, ISOD, CP-ISRA. Em épocas de Paraolimpíadas formava-se um comitê com representantes de cada entidade, constituindo o IPC, que hoje é um órgão permanente. Cada uma dessa entidades normatiza a participação dos atletas, procurando promover a competição justa e o mais adequada quanto o possível às possibilidades deos participantes. Inicialmente foi criada a classificação que se baseava em critérios médicos (IA, IB, IC, II, III, IV, V e VI). Mais tarde outras entidades procuraram criar um sistema de classificação para cada tipo de sequela segundo sua origem, ou seja, para amputados (A1, A2, A3, A4, A5, A6, A7, A8, A9), para paralisados cerebrais (CP1, CP2, CP3, CP4, CP5, CP6, CP7 e CP8), para "Les Autres" (LA1, LA2, LA3, LA4, LA5 E LA6). Mais tarde, iniciou-se um movimento no basquete em cadeira de rodas que pretendia modificar o conceito da classificação, baseando-a na funcionalidade motora do indivíduo com relação às demandoas motoras da modalidade. Essa classificação é dinâmica e ainda recentemente sofreu modificações (1; 1,5; 2; 2,5; 3; 3,5; 4; 4,5) para adequar as capacidades dos indivíduos às solicitações do jogo, procurando criar uma competição mais justa. Seguindo a experiência do basquete, outras modalidades procuram seguir o mesmo conceito, até mesmo numa tentativa de promover a integração entre os portadores das várias deficiências motoras. Por este motivo essas classificações ainda estão passando por modificações constantes, dificultando o aprendizado e divulgação das mesmas para as pessoas não envolvidas nos movientos esportivos.

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Barreiras arquitetônicas: Para que se consiga um desenvolvimento sócio-afetivo adequado é necessário que as pessoas portadoras de deficiências tenham acesso aos locais de educação, saúde, recreação e lazer. Muitas vezes observamos que apesar de se procurar desnvolver programas de atendimento e recuperação, o governo e a sociedade em geral esquecem de facilitar o acesso dessas pessoas às situações comuns da vida. Existe uma legislação que determina normas de construção de prédios públicos os quais devem permitir o acesso às pessoas portadoras de deficiências motoras. Mas o que se observa é que o prório governo é que deixa de cumprir essa legislação, dificultando a divulvação e o incentivo particular de respeitar tais critérios. Isso garantiria a concientização da sociedade da existência dessas pessoas, procurando preservar os direitos básicos de cidadania eliminando as formas excludente de acesso aos benefícios sociais, bem como eliminando a discriminação. O símbolo internacional de acesso (fig.1) aparece em qualquer lugar do mundo onde tenham sido removidas as barreiras ambientais. Essas barreiras ambientais são: escadas, portas estreitas, degraus de calçadas, banheiros estritos e sem apoio adequado, maçanetas, torneiras, interruptores de luz, telefones públicos, meios de tranporte públicos, estacionamentos e muitos outros.

Figura 1 - Símbolos internacionais de acesso.

No caso de escolas e centros esportivos é necessário que o técnico ou professor de educação física que pretenda trabalhar com pessoas portadoras de deficiências motoras conheça as barreiras arquitetônicas existentes em seu local de trabalho e procure superá-las facilitando o acesso de seus alunos. O símbolo internacional de acesso deve ficar colocado em todo local reservado ou adaptado para pessoas portadoras de deficiências motoras. Atividades em cadeira de rodas e as regras adaptadas: A maioria das crianças inicia a prática regular de atividades físicas dirirgidas durante a fase escolar. Aquelas que são portadoras de deficiências motoras muitas vezes são dispensadas dessa atividades, privando-se da experimentação de suas potencialidades e limitações no plano motor. Além disso, poucos profissionais da Educação Física e do Esporte estão habilitados a entender e atender as necessidades dessas crianças. Inicialmente aquelas que se utilizam de cadeira de rodas para sua locomoção já devem estar habituadas a manejar esta cadeira para participar de programas de atividades

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motoras, uma vez que este treinamento inicial deve ser feito nos centros de reabilitação. Na escola, a criança deve explorar os locais para a prática de atividades físicas, desenvolver agilidade no manejo da cadeira, bem como procurar vencer obstáculos que, até então eram pouco explorados ou desconhecidos. Podemos citar algumas habilidades básicas: - posicionamento - empunhadura ou pegada - deslocar-se para frente e para trás com ambas as mãos - frenagem - girar para esquerda e para a direita de 45o até 360o - deslocar-se entre obstáculos - subir e descer degraus - empinar a cadeira e executar giros nesta posição - deslocar-se com a cadeira na posição empinada - desenvolver agilidade e destreza na cadeira visando mudanças de direção rápidas - aprender a manejar a cadeira com apenas uma das mãos - manejar a cadeira com uma das mãos e manipular outro objeto com a outra mão (ex: lançar e receber uma bola) - passar entre obstáculos e executar giros durante o trajeto visando ocupar o menor espaço para o deslocamento. - aumentar a capacidade de resistência ao deslocamento - aumentar a velocidade do deslocamento A partir daí o indivíduo estará pronta para iniciar o conhecimento das regras de modalidades esportivas, adaptadas ou não para a prática em cadeira de rodas. Muitas vezes, percebe-se que os adolescentes e adultos nunca passaram por estas experiências, limitando-se à um deslocamento precário na cadeira de rodas o que limita suas possibilidades de acesso às atividades profissionais, educacionais, esportivas, de recreação e de lazer. Dentro das modalidades esportivas podemos encontrar adaptações de regras para a prática em cadeira de rodas no basquete, no volei, no atletismo (pista e campo), arco e flecha, bocha, esgrima, tiro ao alvo, tênis de mesa e tenis de campo, dentre outros. Existem também as modalidaes esportivas que são adaptadas para quem é dependente da cadeira de rodas, mas pode se libertar dela para praticar tais atividades, com por exemplo o volei sentado, a natação, halterofilismo. Existem também modalidades que foram criadas exclusivamente para os dependentes da cadeira de rodas, utilizando o equipamento e a limitação motora como determinantes da prática, como o rugby em cadeira de rodas. As adaptações procuram se adequar ao máximo as regras já existentes, minimizando assim a segregação já imposta pela condição deficiente. Os locais a serem utilizados devem ser na maioria das vezes os mesmos que os utilizados pela modalidade sem adaptações. A construção de novos locais ou transformação dos já existentes encontra muita resistência, sendo o principal motivo alegado a dificuldade de se conseguir recursos financeiros ou de se investir muito para tão poucos, uma vez que a parcela da população portadora de deficiências que procura ou sabe da possibilidade da prática esportiva é bastante reduzida. Mesmo assim, quando uma modificação se torna necessária, procura-se planejar a atividade com aproveitamento dos recursos já existentes e poucas modificações a serem executadas. Em geral o tempo, o número de jogadores e alguns fundamentos são modificados a fim de permitir e facilitar a execução da modalidade. Atividades físicas com amputados, paralisados cerebrais e "Les Autres":

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De forma geral os portadores de deficiências motoras devem ser estimulados a praticar atividades físicas desde cedo, procurando assim tomar consciência de suas limitações mas também de suas potencialidades. Cada patologia apresenta características particulares que podem se tornar um impediemnto na vida do indivíduo com podem ser facilmente superads ou ser motivo de prover a busca da independência e desnvolvimento. Entre os médicos é de consenso que os amputados podem executar qualquer atividade desde que a prótese esteja bem adaptada. Quando atividades vigorosas forem desenvolvidas recomenda-se que a prótese seja adequada à essas sobrecargas e impactos, além de se desenvolver o equilíbrio, coordenação, agilidade, resistência e velocidade. O equilíbrio é o aspecto da performance motora que tras maiores problemas aos amputados. Aqules que possuem amputação unilateral dos membros inferiores devem aprender a utilizar o membro remanescente a chutar bola enquanto o protetisado mantém o peso do corpo; ao subir degraus deverá iniciar com o membro remanescente; ao descer degraus executar exatamente da maneira inversa. O amputado bilateral tem amis dificuldades nas mesmas atividades, às vezesnecessitando do auxílio de muletas. Com relação aos membros superiores apresentam dificuldades nas habilidades manipulativas e nas modalidades esportivas que se utilizem de implementos, pois o membro superior amputados não promove o equeilíbrio necessário pelo princípio da oposição. Sugere-se o desenvolvimento de atividades que promovam o equilíbrio, provam a postura e agilidade. As atividades desenvolvidas sem a utilização da prótese também são recomendadas, uma vez que podem promover e desenvolver uma maior conhecimento corporal e até descobrir novas amplitudes e limitações dos movimentos. Existem também atividades desenvolvidas com muletas, como futebol. Os esportes que são praticados pelos amputados à nível de competições internacionais são: futebol de muletas, atletismo (pista - com prótese ou cadeira de rodas e campo - com e sem prótese ou cadeira de rodas), natação, basquete em cadeira de rodas, voleibol sentado, voleibol em pé (com prótese), halterofilismo, tenis de mesa (sentado ou em pé), tenis de campo (entado e em pé), ciclismo (com e sem prótese), e muitas outras modalidades. Os portadores de lesões medulares, poliomielite, mielomeningocele locomovem-se em cadeira de rodas, por isso parte de seu sucesso nas atividades físicas depende da cadeira adequada, com encosto, inclinações e tamnhos adequados. As modalidades esportivas desenvolvidas com cadiras de rodas são: basquete, tenis de mesa e campo, atletismo (pista e campo), e muitas outras atividades coletivas ou individuais podem ser desenvolvidades com cadeiras de rodas. Algumas atividades como dança e ginástica podem ser desenvolvidas com e sem a utilização da cadeira de rodas. Outras atividades são desenvolvidas sem a utilização de qualquer auxílio, seja em cadeira de rodas, muletas ou órteses como a natação. Os portadores de distúrbios de origem neurológica também podem passar pelas cituações descritas acima. Sua dificuldade maior está na coordenação e execução de movimentos harmônicos, ritimados e suaves. As alterações de tônus levam à limitações da amplitude dos movimentos bem como no rítimo dos mesmos. Normalmente aqueles que possuem um aumento de tônus, precisam trabalhar suas amplitudes de movimento bem como procurar promover relaxamento para facilitar a execução de movimentos, deslocamentos e transferências posturais. Vencida esta etapa as habilidades manipulativas devem ser exploradas e desenvolvidas. Num terceiro momento a integração destas atividades pode ser estimulada facilitando a coordenação e procurando desenvolvera agilidade. Os esportes para paralisados cerebrais mais comuns são: bocha, natação , atletismo, futebol de salão, futebol de 7, ciclismo, além de atividades desenvolvidas especificamente para esses indivíduos.

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De maneira geral muitas são as possibilidades já conhecidas, mas a inteiração professor/aluno, aluno/aluno promove novas descobertas que somente situações particulares desse entrosamento é que farão surgir novas possibilidades. Cabe aos profissionais que tiverm essa oportunidade soltar sua imaginação e a criatividade, dando oportunidade aos alunos de expressarem ao máximo suas potencialidades, colocando, à medida do possível, desafios maiores. Bibliografia: ADAMS, J. A. e CREAMER, L. R. Proprioceptive variables as determiners of antecipatory timing behavior. Human Factors, Londres, 4:217-222, 1963. ARNHEIM, D. D., AUXTER, D. e CROWE, W. C. Principles and methods of adapted physical education. St. Louis, The C. V. Mosby Company, 1973. AUXTER, D. e PYFER, J. Principles and methods of adapted physical education and recreation. St. Louis, Times Mirror/Mosby College Publishing, 1985. BLECK, E. Cerebral palsy. In Physically handicapped children - A medical atlas for teachers. Grune and Stratton - A subsidiary of Harcourt Brace Jovanovich Publisher, 1982. BLOWMQUIST, B. Classificação funcional da natação. Texto não publicado, 1988. BOBATH, K. The motor deficit in patients with cerebral palsy. London: Clinics in Development Medicine, 1966. BOBATH, K. e BOBATH, B. The neurodevelopmental treatment of cerebral palsy. Physical Therapy 47:1039-1041, 1967. CLARKE, H. H. e CLARKE, D. H. Developmental and adapted physical education. Englewood, New Jersey, Prentice-Hall Incompany, 1978. CRATTY, B. J. Teaching motor skills. New Jersey, Englewood Cliffs, 1973. DE PAUW, K. P. Sport for individuals with disabilities. Adapted Physical Activity Quarterly, 5(2):119-124, 1988. DROWATSKY, J. N. Educacion física para niños deficientes mentales. Buenos Aires, Editora Panamericana, 1973. DUNN, J. M. Physical activity for severely handicapped: theoretical and practical considerations. Champaign, Human Kinetics Publisher, 1981. DUNN, J. M., MOREHOUSE, J. W. e FREDERICS, H.D. Physical education for severely handicapped, Austin, Pro-Ed., 1986.

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