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Escritrio de Advocacia Dr. Philippe Vieira Afonso Advocacia Criminal e Cvel Cel.: 9945.8139

EGRGIA TURMA RECURSAL DA 1 VARA DOS JUIZADOS ESPECIAIS DA

COMARCA DE TEIXEIRA DE FREITAS BAHIA,

EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO WALTER AMERICO

CALDAS DD JUIZ RELATOR DO MANDADO DE SEGURANA N. ______ DA 5

TURMA RECURSAL,

Assunto: Resposta Ao Mandado de Segurana

Processo Original n

Processo Vosso:

FULENO DE TAL, devidamente qualificado nos autos do processo original em

epgrafe, vem presena de Vossa Excelncia, por intermdio de seu advogado

in fine assinado, em atendimento ao mandado de citao, apresentar defesa, na

qualidade de Litisconsorte Passivo, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

1.1- O presente Mandado de Segurana fundou-se na irresignao do

Impetrante na deciso do Juiz a quo, que indeferiu o pedido de assistncia

gratuita e intimou para juntar as guias de preparo no prazo de 48 horas. O prazo

no foi atendido, e o Recurso foi julgado deserto.

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1.2- Ora, MM. Julgador, o preparo requisito de admissibilidade do recurso,

sendo que o Recorrente deve comprovar o pagamento do mesmo, de forma

integral, conforme dispe o Enunciado n 80 do FONAJE, a seguir transcrito:

Enunciado 80: O recurso Inominado ser julgado deserto

quando no houver o recolhimento integral do preparo e

sua respectiva comprovao pela parte, no prazo de 48

horas, no admitida a complementao intempestiva (art.

42, 1, da Lei 9.099/1995).

1.3- Argumenta o Impetrante a declarao de hipossuficincia prestada tem

presuno juris tantum de pobreza, cabendo parte adversa o nus de provar

inexistncia do estado de miserabilidade, o que no se cogitou nos autos.

1.4- cedio que cabe ao magistrado, livremente, fazer juzo de valor acerca do

conceito de pobreza, deferindo ou no o benefcio acerca dos requerimentos e

provas robustas em derredor de tal situao. A declarao pura e simples da

interessada no prova inequvoca daquilo que ela afirma, nem obriga o juiz a

se curvar aos seus dizeres se o peticionrio deixar de comprovar a insuficincia

de recursos. Consoante j pontificou o E. Superior Tribunal de Justia, o

benefcio da gratuidade no amplo e absoluto, no sendo injurdico

condicionar o juiz a concesso da gratuidade comprovao da miserabilidade

jurdica invocada pela parte (REsp. n 178.244-RS, Rel. Min.Barros Monteiro).

1.5- E mais recentemente: "AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO

ESPECIAL. DECISO MANTIDA POR SEUS PRPRIOS FUNDAMENTOS.

ASSISTNCIA JUDICIRIA GRATUITA DECLARAO DE POBREZA. PRESUNO

RELATIVA DE VERACIDADE. NECESSIDADE DE COMPROVAO.1. O rgo

julgador, de acordo com os elementos probatrios trazidos ao feito, pode negar

o benefcio da assistncia judiciria gratuita ainda que haja pedido expresso da

parte.2. Agravo regimental desprovido.(AgRg no AREsp 358.784/RJ, Rel.

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Ministro JOO OTVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em

22/10/2013, DJe 29/10/2013)".

1.6- Vale dizer, no basta a afirmao da parte de que as despesas do processo

acarretaro prejuzo ao oramento familiar, mesmo porque toda e qualquer

despesa que se realiza representa um prejuzo ao oramento da famlia.

indispensvel que tais despesas comprometam seriamente o sustento prprio

ou da famlia, o que aqui no ficou satisfatoriamente demonstrado. Cabe no

perder de vista que a aceitao irrestrita de pedidos de assistncia judiciria

subverte o sistema de equilbrio do processo, que mobiliza recursos materiais,

subtraindo, do mesmo modo, do procurador adverso o direito sucumbncia,

que lhe garantido por lei e, o que pior, incentiva a multiplicao de recursos

protelatrios, inviabilizando a rpida entrega da prestao jurisdicional.

1.7- O Recorrente teve o prazo de 48 horas para apresentar o preparo, contudo

no cumpri,m ensejando na desero do recurso, tendo sido o processo original

transitado em julgado e arquivado, conforme eventos 80 e 81 do processo

original. Em ateno ao princpio da segurana jurdica, no se pode mudar o

regular curso do processo, seno por questes de alta relevncia, o que no o

caso.

1.8- O princpio da segurana jurdica encontra amparo no ordenamento

jurdico ptrio, e junto aos demais princpios gerais do Direito, buscam a

proteo confiana no direito brasileiro contemporneo, pois como disserta

Mello (2008, p. 124-125), o Direito prope-se a ensejar certa estabilidade, um

mnimo de certeza na regncia da vida social, e acrescenta que esta segurana

jurdica coincide com uma das mais profundas aspiraes do homem: a da

segurana em si mesma.

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1.9- No h que se falar em cerceamento de defesa, pois o Impetrante teve seus

prazos devidamente estabelecidos, contudo no cumpridos. O indeferimento da

justia gratuita no caracteriza cerceamento de defesa, pois se assim fosse, no

haveria que se falar em custas processuais.

1.20- Ex positis, requer-se o recebimento da presente Defesa e seja julgado

improcedente o pedido apresentado no Mandado de Segurana, in totum, haja

vista a total e completa falta de fundamentos que sustentem o pleito.

Pede e espera deferimento,

Teixeira de Freitas, Bahia, 22 de outubro de 2014.

Philippe Vieira Afonso

OAB/BA 35.988