Definição de Um Modelo de Roteirização de Veiculos Para a Empresa Fitolog

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Definição de Um Modelo de Roteirização de Veiculos Para a Empresa Fitolog

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

    ESCOLA DE ADMINISTRAO

    DEPARTAMENTO DE CINCIAS ADMINISTRATIVAS

    JEFERSON MACHADO SANTOS

    DEFINIO DE UM MODELO DE ROTEIRIZAO DE VECULOS

    PARA A EMPRESA FITOLOG

    Porto Alegre

    2012

  • JEFERSON MACHADO SANTOS

    DEFINIO DE UM MODELO DE ROTEIRIZAO DE VECULOS

    PARA A EMPRESA FITOLOG

    Trabalho de concluso do curso de

    graduao apresentado ao Departamento

    de Cincias Administrativas da

    Universidade Federal do Rio Grande do

    Sul, como requisito parcial para a

    obteno do grau de Bacharel em

    Administrao

    Orientador: Prof. Denis Borenstein

    Porto Alegre

    2012

  • Jeferson Machado Santos

    DEFINIO DE UM MODELO DE ROTEIRIZAO DE VECULOS

    PARA A EMPRESA FITOLOG

    Trabalho de concluso do curso de

    graduao apresentado ao Departamento

    de Cincias Administrativas da

    Universidade Federal do Rio Grande do

    Sul, como requisito parcial para a

    obteno do grau de Bacharel em

    Administrao

    Conceito Final:

    Aprovado em ...... de ............................... de ..........

    BANCA EXAMINADORA

    ________________________________________________

    Prof. Dr. ................................................................. UFRGS

    ________________________________________________

    Prof. Dr. ................................................................. UFRGS

    ________________________________________________

    Orientador Prof. Dr. Denis Borenstein UFRGS

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo aos meus familiares e amigos que me acompanharam durante

    todo o perodo de graduao, dando o suporte necessrio e motivao para

    seguir em frente em todos os momentos.

    Agradeo a todos os colegas com quem tive contato em minhas

    experincias profissionais at o momento por contriburem e complementarem

    minha formao acadmica e profissional.

    Agradeo a todos os professores com quem tive oportunidade de

    aprender durante este perodo de graduao e que com certeza deram uma

    grande contribuio para os desafios que sero enfrentados nas prximas

    etapas.

  • RESUMO

    O transporte possui um alto impacto no desenvolvimento de uma nao e na

    capacidade competitiva das empresas. Alm disso, a maior parte dos custos

    logsticos das empresas se refere aos transportes e s decises quanto

    roteirizao de veculos possuem um alto impacto sobre esse custo e sobre o

    nvel de servio oferecido pela empresa. Dessa forma, a partir de uma anlise

    da operao da Fitolog foi possvel identificar as principais variveis relevantes

    no que diz repeito as suas operaes de transporte e definir um modelo de

    roteirizao de veculos para a mesma a partir do problema de roteirizao de

    veculos com janelas de tempo. Aps a definio do modelo, foi identificado o

    melhor mtodo de soluo do modelo, atravs da comparao dos resultados

    das heursticas de Clark e Wright e de Mole e Jameson.

    Palavras chave: Transporte. Programao linear. Problema de roteirizao

    de veculos. Problema de roteirizao de veculos com janelas de tempo

  • LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1 Exemplo de janela de tempo de um cliente .......................................................... 23

    Figura 2 O procedimento de economia ................................................................................ 24

    Figura 3 Exemplo de aplicao da heurstica de Clark e Wright ....................................... 25

    Figura 4 Lista de economias ................................................................................................. 25

    Figura 5 Lista de proximidades da rota 0-5-0 ...................................................................... 28

    Figura 6 Lista de proximidades da rota 0-3-0 ...................................................................... 29

    Figura 7 Lista de economias da rota 0-4-3-0 ....................................................................... 29

    Figura 8 Exemplo de aplicao da heurstica Mole e Jameson ........................................ 30

    Figura 9 Lista de fatores relevantes para o modelo de roteirizao da Fitolog .............. 32

    Figura 10 Primeira parte do algoritmo da heurstica de Clark e Wright ........................... 36

    Figura 11 Segunda parte do algoritmo da heurstica de Clark e Wright .......................... 37

    Figura 12 Primeira parte do algoritmo da heurstica de Mole e Jameson ........................ 38

    Figura 13 Segunda parte do algoritmo da heurstica de Mole e Jameson ....................... 39

    Figura 14 Ferramenta de roteirizao (insero de dados) ............................................... 40

    Figura 15 Ferramenta de roteirizao (parametrizaes) .................................................. 40

    Figura 16 Ferramenta de roteirizao (resultados) ............................................................ 41

    Figura 17 Viso geral dos testes comparativos .................................................................. 42

    Figura 18 Anlise dos testes comparativos (quantidade de rotas) .................................. 43

    Figura 19 Anlise dos testes comparativos (pontos no roteirizados) ............................ 44

    Figura 20 Anlise dos testes comparativos (custo total) .................................................. 45

    Figura 21 Anlise dos testes comparativos (custo total e pontos no roteirizados) ..... 47

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    GCS Gesto da Cadeia de Suprimentos

    PPL Problema de Programao Linear

    PPLI Problema de Programao Linear Inteira

    PRV Problema de Roteirizao de Veculos

    PRVJT Problema de Roteirizao de Veculos com Janelas de Tempo

  • LISTA DE SMBOLOS

    tempo entre o trmino do servio no cliente e incio no cliente

    tempo faltante at o ltimo momento possvel para iniciar o servio no

    cliente

  • SUMRIO

    INTRODUO ................................................................................................... 9

    1. ORGANIZAO E AMBIENTE ............................................................. 11

    2. DEFINIO DO PROBLEMA ............................................................... 13

    3. JUSTIFICATIVA .................................................................................... 15

    4. OBJETIVOS .......................................................................................... 16

    4.1. OBJETIVO GERAL ................................................................................ 16

    4.2. OBJETIVOS ESPECFICOS .................................................................. 16

    5. FUNDAMENTAO TERICA ............................................................ 17

    5.1. PROGRAMAO LINEAR .................................................................... 17

    5.2. PROGRAMAO LINEAR INTEIRA ..................................................... 19

    5.3. PROBLEMA DE ROTEIRIZAO DE VECULOS ................................ 20

    5.4. PROBLEMA DE ROTEIRIZAO DE VECULOS COM JANELAS DE

    TEMPO .................................................................................................. 21

    5.5. ABORDAGENS DE SOLUO ............................................................. 23

    5.5.1. Algoritmo de Clark e Wright ............................................................... 24

    5.5.2. Heurstica do vizinho mais prximo orientada ao tempo ................. 26

    5.5.3. Heurstica de Mole e Jameson ............................................................ 27

    6. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS .............................................. 31

    6.1. IDENTIFICAO DAS VARIVEIS RELEVANTES .............................. 31

    6.2. FORMULAO DA FUNO-OBJETIVO E DAS RESTRIES ......... 32

    6.3. ESCOLHA DO MTODO MATEMTICO DE SOLUO ..................... 35

    7. RESULTADOS DO ESTUDO ................................................................ 36

    7.1. PROGRAMAO COMPUTACIONAL .................................................. 36

    7.2. ANLISE COMPARATIVA ENTRE AS HEURSTICAS ......................... 41

    8. CONSIDERAES FINAIS .................................................................. 48

    REFERNCIAS ................................................................................................ 50

  • 9

    INTRODUO

    O transporte a forma que permite s empresas que seus produtos e

    servios cheguem at os canais em que estaro disponveis para seus clientes.

    Como contribuio para o desenvolvimento da nao, o sistema de transportes

    permite uma maior concorrncia entre as empresas e uma reduo nos preos

    dos produtos (BALLOU, 2006). Alm disso, os custos de transporte

    representam, em mdia, 60% dos custos logsticos de uma empresa

    (BOWERSOX; COOPER; CLOSS, 2006). Esse impacto dos transportes numa

    empresa representado principalmente pelas decises sobre o roteamento de

    veculos da mesma, uma vez que tais decises podem trazer economias tanto

    em termos de custo quanto de tempo de transporte. Em qualquer ramo em que

    a atividade de transporte estiver presente, a roteirizao de veculos pode

    trazer uma melhoria no sistema de distribuio de produtos e servios e um

    aumento na satisfao dos clientes.

    Atualmente, a empresa Fitolog, que atua no ramo de tratamento

    fitossanitrio de embalagens para exportao, no possui um modelo definido

    para roteirizao dos veculos que realizam seus servios. Dessa forma, este

    trabalho realiza uma anlise do ambiente da empresa Fitolog no que tange ao

    tema de transporte e define um modelo de roteirizao de veculos adequado

    para esta realidade. Alm disso, tambm desenvolvida uma ferramenta que

    permite a implementao deste modelo.

    O trabalho se divide em oito captulos. O primeiro captulo dedicado

    apresentao da empresa e do estgio em se encontra quanto roteirizao

    de veculos. Os captulos 2, 3 e 4 so dedicados contextualizao do

    problema em estudo e definio dos objetivos deste trabalho. O captulo 5 tem

    o objetivo de apresentar alguns conceitos tericos sobre programao linear,

    problema de roteirizao de veculos e problema de roteirizao de veculos

    com janelas de tempo, que permitiram a construo do modelo de roteirizao

    adequado realidade da Fitolog. Nos captulos 6 e 7 so apresentados os

    procedimentos realizados para definio do modelo de roteirizao, bem como

    a ferramenta desenvolvida e as anlises realizadas para que se atingisse o

  • 10

    objetivo do trabalho. Por fim, as concluses do trabalho so expostas no

    captulo 8.

  • 11

    1. ORGANIZAO E AMBIENTE

    A Fitolog atua no ramo de controle de pragas e tem como sua atividade

    principal o tratamento fitossanitrio de embalagens de madeira para

    exportao. Fundada em 2008, est situada em Porto Alegre e atua na regio

    metropolitana desta cidade e em alguns outros municpios do Rio Grande do

    Sul.

    Atualmente, a empresa conta com 14 colaboradores. Atuando na diviso

    fitossanitria, h 3 operadores que realizam os tratamentos fitossanitrios com

    as unidades mveis. Os demais colaboradores esto distribudos nas reas

    administrativas e de backoffice e nas outras divises da empresa. Alm disso,

    a empresa possui trs veculos equipados com a estrutura necessria para

    realizar os tratamentos fitossanitrios.

    Quanto participao de mercado, conforme dados de 2011 da prpria

    empresa, a Fitolog possui cerca de 40% do Market share em termo do nmero

    de clientes. Atualmente, a diviso de tratamentos fitossanitrios possui cerca

    de 75 clientes ativos.

    O tratamento fitossanitrio em embalagens de madeira uma exigncia

    legal para o exportador. Assim, todo pallet ou caixa de madeira a ser exportado

    deve passar pelo tratamento atravs da modalidade de Brometo de Metila ou

    Tratamento Trmico. O tratamento atravs do agrotxico Brometo de Metila

    apresenta restries ambientais e riscos sade, devido ao nvel de toxidade

    do gs. No Brasil, a utilizao do Brometo de Metila nos tratamentos

    fitossanitrios ser proibida aps o ano de 2015. Alm disso, em diversos

    pases as embalagens tratadas com Brometo de Metila so mal vistas e alguns

    importadores j estabeleceram restries a elas. O Tratamento Trmico no

    utiliza produtos txicos e menos nocivo ao meio ambiente. Este procedimento

    realizado atravs da elevao da temperatura da madeira at um

    determinado nvel e manuteno da mesma por 30 minutos. A dificuldade

    original deste tipo de tratamento sua imobilidade, uma vez que as estufas

    utilizadas normalmente so grandes e estticas. Identificando uma

    oportunidade neste segmento, a empresa em estudo desenvolveu o Processo

    de Cmara Porttil, permitindo que unidades mveis se dirijam at o local em

  • 12

    que as embalagens do cliente se encontram, reduzindo custos de

    deslocamento das embalagens at uma estrutura fixa e reduzindo tempo de

    operao.

  • 13

    2. DEFINIO DO PROBLEMA

    O transporte possui um alto impacto no desempenho logstico de uma

    empresa e tambm de uma nao. A evoluo do sistema de transporte

    permite a uma economia passar de uma estrutura de produo e consumo em

    reas geograficamente prximas, para uma estrutura com concentrao

    populacional nos grandes centros, limitando a produo local a menos produtos

    e melhorando o padro de vida do cidado (BALLOU, 2006). Conforme Ballou

    (2006), um sistema de transporte contribui para intensificar a competitividade,

    aumentar as economias de escala e reduzir os preos dos produtos. Alm

    disso, os transportes possuem um alto impacto nos custos de uma empresa.

    Segundo Bowersox, Cooper e Closs (2006), os custos referentes a transporte

    representam cerca de 60% dos custos logsticos de uma empresa.

    Nos ltimos tempos, uma srie de fatores vem se somando a estas

    questes que j atribuem uma grande importncia s decises a respeito dos

    transportes. A concentrao populacional nos grandes centros vem exigindo o

    atendimento de um nmero cada vez maior de pontos de demanda e as

    agncias reguladoras tem colocado um nmero cada vez maior de restries

    quanto circulao de alguns tipos de veculos em determinados horrios e

    locais. Alm disso, com o aumento do nvel de concorrncia entre as empresas

    e com a disseminao dos conceitos de Gesto da Cadeia de Suprimentos

    (GCS), os clientes exigem um nvel de servio cada vez melhor de seus

    fornecedores. Dessa forma, a fim de melhorar o desempenho da distribuio de

    seus produtos, as empresas esto passando a utilizar modelos e sistemas de

    roteirizao e programao de veculos.

    A roteirizao de veculos busca determinar roteiros de entregas a

    serem realizados pelos veculos, buscando gerar o menor custo possvel e

    atender ao nvel de servio esperado pelos clientes (GALHARDI, 2006). Esses

    modelos tm o objetivo de simular situaes que ocorrem no cotidiano,

    envolvendo diversas possibilidades de rotas, diferentes modelos de veculos,

    etc. Os modelos de roteirizao podem ser de rota fixa quando se deseja

    apenas distribuir cargas por rotas previamente determinadas ou de rotas

    dinmicas, quando sugerida a melhor rota analisando uma srie de fatores,

  • 14

    como tipo da carga a ser distribuda, capacidades dos veculos e locais de

    entrega (GHISI et al., 2004). Assim, vemos que os roteirizadores so

    poderosas ferramentas no auxlio gesto dos transportes, permitindo que se

    reduza um dos principais componentes de custo das empresas sem perder o

    foco no nvel de servio exigido pelos clientes. Dessa forma, a roteirizao vem

    cada vez mais despertando um interesse nas empresas que tem na distribuio

    uma parte importante do seu processo de negcio e uma sria de empresas de

    tecnologia da informao vem criando softwares roteirizadores que buscam a

    z

    confiabilidade, velocidade e flexibilidade, eficincia e pontualidade na

    (GALHARDI, 2006).

    Atualmente, a Fitolog no possui nenhum modelo de roteirizao para

    suportar a distribuio de suas unidades mveis para atendimento dos clientes.

    A determinao de quais clientes cada veculo atender e quais rotas estes

    devem seguir feita empiricamente pelos funcionrios do BackOffice da

    organizao. Alm disso, o atual cenrio do mercado de tratamento

    fitossanitrio de embalagens para exportao e o desempenho da organizao

    vm sinalizando que haver um crescimento da demanda pelo servio e que a

    empresa precisar expandir sua estrutura para atender esta demanda.

    Dessa forma, a Fitolog exps uma necessidade de possuir uma

    ferramenta de suporte para a roteirizao de seus veculos. Essa ferramenta de

    gesto auxiliar nas operaes atuais da empresa e tambm dar um suporte

    para um crescimento futuro. Assim, este trabalho se prope a construir um

    modelo de roteirizao para a organizao descrita e definir a melhor forma de

    solucion-lo.

  • 15

    3. JUSTIFICATIVA

    Atravs desse estudo, espera-se identificar as variveis impactantes nas

    decises quanto roteirizao dos veculos da Fitolog e determinar um modelo

    de roteirizao de acordo com sua realidade. Esse modelo auxiliar na tomada

    de deciso quanto s rotas a serem realizadas pelos veculos para atender s

    demandas dirias.

    O modelo definido para a empresa poder ser implementado atravs de

    ferramentas computacionais. Os colaboradores que hoje tomam as decises

    das rotas a serem seguidas pelos veculos sem apoio metodolgico podero

    inserir os dados do negcio, como capacidade dos veculos e pontos de

    demanda, nessa ferramenta. Com esses dados, o modelo poder ser

    executado e sugerir rotas a serem seguidas que minimizem os custos da

    operao e atendam demanda dos clientes. Como a tendncia do mercado e

    dos resultados da empresa indica um crescimento, esse modelo trar cada vez

    mais benefcios para a Fitolog medida que seus negcios se expandirem.

  • 16

    4. OBJETIVOS

    A partir da problemtica apresentada, foram definidos os seguintes

    objetivos para o trabalho:

    4.1. OBJETIVO GERAL

    Determinar um modelo de roteirizao de veculos para a empresa

    Fitolog, bem como a melhor maneira de solucion-lo.

    4.2. OBJETIVOS ESPECFICOS

    Analisar a realidade operacional da empresa quanto roteirizao

    de veculos;

    Identificar as variveis envolvidas na roteirizao dos veculos da

    empresa;

    Determinar a funo objetivo e as restries do modelo de

    roteirizao;

    Identificar as possveis abordagens de soluo para o modelo

    construdo;

    Determinar a melhor abordagem de soluo.

  • 17

    5. FUNDAMENTAO TERICA

    Nesta etapa, busca-se formar uma base conceitual que suporte a

    definio de um modelo de roteirizao de veculos para a empresa Fitolog.

    Para isso, foram utilizados materiais cientficos confiveis para a

    fundamentao terica.

    Sero abordados conceitos a respeito de programao linear e

    programao linear inteira para embasar a soluo de problemas que

    envolvem a alocao de recursos escassos. Aps, sero abordados os

    problemas de roteirizao de veculos e problemas de roteirizao de veculos

    com janelas de tempo, a fim de focar no problema deste estudo. Por fim, sero

    levantadas abordagens de soluo para estes dois ltimos problemas.

    5.1. PROGRAMAO LINEAR

    O Problema de Programao Linear (PPL) busca encontrar a melhor

    distribuio possvel de recursos escassos entre as diversas tarefas que devem

    z

    j (ANDRADE 2 9, p. 26). Alm disso, esse tipo

    de problema pode ser representado por um modelo de otimizao em que

    todas as relaes matemticas so lineares (ANDRADE, 2009). Um modelo de

    otimizao um modelo matemtico construdo para encontrar uma soluo

    nica, que ser considerada tima. Esses modelos so utilizados em situaes

    em que as variveis podem assumir diversos valores (ANDRADE, 2009).

    Segundo Andrade (2009), os modelos de otimizao so diferentes dos

    modelos de simulao pelo fato de buscarem uma nica soluo, enquanto

    estes se focam na gerao e anlise de alternativas. Segundo Goldbarg e Luna

    (2005), possvel formular de uma forma geral o PPL como se segue:

  • 18

    Otimizar

    (1)

    Sujeito a:

    (2)

    (3)

    (4)

    (5)

    Em que:

    j

    j

    z

    O termo otimizar se refere possibilidade de maximizar ou minimizar a

    funo objetivo (GOLDBARG; LUNA 2 5). A

    dados a matriz A e os vetores b e c, achar o vetor de variveis contnuas x que

    satisfaa o conjunto de restries e que otimize o valor do critrio z

    (GOLDBARG; LUNA, 2005, p.26).

    Segundo Goldbarg e Luna (2005), as duas principais dificuldades para

    encontrar a melhor soluo possvel so como obter solues viveis bsicas e

    como evitar o teste de todas as solues viveis bsicas possveis. Assim, o

    algoritmo Simplex se apresenta como uma forma de soluo que supera essas

    dificuldades e pode ser adaptvel ao clculo computacional (GOLDBARG;

    LUNA, 2005). De forma geral, este algoritmo parte de uma soluo vivel do

    sistema de equaes que constitui o PPL e, a partir desta soluo inicial,

    identifica novas solues melhores ou iguais que a atual (GOLDABRG; LUNA,

    2005).

  • 19

    5.2. PROGRAMAO LINEAR INTEIRA

    O Problema de Programao Linear Inteira (PPLI) diferencia-se do PPL

    ma ou mais variveis de deciso so representadas apenas

    (LACHTERMACHER 2 9). Um exemplo de problema

    que requer programao inteira o caso de uma companhia que precisa

    determinar o nmero timo de trabalhadores a serem alocados em cada turno

    (RAGSDALE, 2009). O Problema da Mochila representa de forma genrica o

    PPLI, uma vez que possui um estreito relacionamento com diversos outros

    modelos de programao (GOLDBARG; LUNA, 2005). Basicamente, o

    problema trata do desafio de encher uma mochila com diversos itens sem

    ultrapassar seu limite de peso, otimizando o valor total dos itens transportados

    (GOLDBARG; LUNA, 2005). Segundo Goldbarg e Luna (2005), o Problema da

    Mochila pode ser formulado da seguinte forma:

    Maximizar

    (6)

    Sujeito a:

    (7)

    (8)

    Em que representado na restrio (8) como uma varivel binria que

    indica se o item foi colocado na mochila caso seu valor for igual a um; seu

    valor ser zero caso contrrio. O valor de cada item representado por . O

    peso de cada item representado por . A restrio (7) indica que a soma

    do peso de todos os itens colocados na mochila no pode ser superior

    capacidade total da mochila, representada por .

    Conforme Goldbarg e Luna (2005) existem inmeras solues para o

    PPLI, as quais podem ser classificadas como tcnicas de enumerao, de

    cortes e hbridas. Uma tcnica de enumerao muito utilizada para solucionar

    os PPLI o algoritmo Branch-and-Bound, em que so efetuadas parties no

    espao das solues, criando novos e restritos problemas, mais fceis de

  • 20

    solucionar, para que ento seja realizado o teste de otimalidade entre as

    solues encontradas nos problemas restritos (GOLDBARG; LUNA, 2005).

    5.3. PROBLEMA DE ROTEIRIZAO DE VECULOS

    O Problema de Roteirizao de Veculos (PRV) comumente descrito

    como um problema em que veculos localizados em um depsito central devem

    visitar clientes geograficamente dispersos a fim de atender suas demandas

    (MARINAKIS; MIGDALAS, 2007). Conforme Marinakis e Migdalas (2007), o

    PRV foi inicialmente introduzido por Dantzig e Ramser (1959), com o nome de

    Problema de Despacho de Caminhes. O Problema de Despacho de

    Caminhes caracterizado pelo fato de que a capacidade de cada veculo

    inferior soma das quantidades demandadas em cada ponto de entrega

    (DANTZIG; RAMSER, 1959). Logo, esse problema caracterizado pela

    relao:

    (9)

    O objetivo deste problema identificar quais rotas entre os pontos de

    demanda a serem atendidos minimizam a distncia total a ser percorrida pelos

    veculos, sendo que a formulao geral proposta por Dantzig e Ramser (1959)

    :

    Minimizar

    (10)

    Sujeito a:

    (11)

    (12)

    (13)

    em que definido na equao (13) como uma varivel binria que indica

    que o cliente atendido aps o cliente , ou seja, que a rota , utilizada,

  • 21

    caso seu valor seja um. Caso esta rota no seja utilizada, seu valor ser zero.

    A restrio (11) indica que o total da demanda de todos os pontos

    atendidos no pode ser superior capacidade do veculo, representada por .

    5.4. PROBLEMA DE ROTEIRIZAO DE VECULOS COM JANELAS DE

    TEMPO

    O Problema de Roteirizao de Veculos com Janelas de Tempo

    (PRVJT) determina que os clientes devem ser atendidos dentro de uma

    determinada janela de tempo, ou seja, dentro de um especfico intervalo de

    tempo (MARINAKIS; MIGDALAS, 2007). Fischer, Jrsten e Madsen (1997)

    propuseram um modelo que busca atender s demandas dos clientes com os

    veculos disponveis em um menor custo possvel, sujeito ao fato de que o

    momento para iniciar o servio em um cliente deve estar dentro de um

    determinado intervalo de tempo, a janela de tempo. Caso o veculo chegue

    muito cedo ao cliente, ele dever esperar at que a janela esteja aberta. Segue

    o modelo proposto por Fischer, Jrsten e Madsen (1997):

    Minimizar

    (14)

    Sujeito a:

    (15)

    (16)

    (17)

    (18)

    (19)

    (20)

    (21)

    (22)

    (23)

    (24)

    (25)

  • 22

    (26)

    (27)

    (28)

    em que definido na equao (25) como uma varivel binria que indica

    que o cliente atendido aps o cliente pelo veculo , caso seu valor seja

    um; caso seu valor seja zero, o veculo no atender o cliente aps o cliente

    . definido na equao (27) como uma varivel binria que indica que o

    cliente atendido pelo veculo , caso seu valor seja um; caso seu valor seja

    zero, o cliente no ser atendido pelo veculo . O momento para iniciar o

    servio no cliente representado pela varivel . O momento de partida do

    veculo do depsito determinado pela varivel , enquanto o momento do

    retorno do veculo ao depsito determinado pela varivel . A restrio

    (15) garante que cada veculo que visitar um ponto deixar aquele ponto em

    seguida. A restrio (16) garante que cada rota se origina e termina no

    depsito. As restries (17), (18) e (19) garantem a compatibilidade dos

    horrios de chegada e execuo do servio nos diversos clientes. A restrio

    (20) garante que o momento da chegada e incio do servio em um cliente est

    de acordo com a respectiva janela de tempo. As restries (21) e (22)

    garantem que os horrios de sada e chegada dos veculos no depsito

    respeitam a janela de tempo do depsito. A restrio (23) garante que a

    demanda de cada rota est de acordo com a capacidade mxima do veculo

    que a atende. As restries (26) e (28) garantem que cada cliente visitado

    apenas uma vez e que cada veculo deixa um cliente apenas uma vez,

    respectivamente.

    O modelo para o PRVJT apresentado um caso em que a janela de

    tempo rgida. Segundo Koskosidis (apud Joubert, 2007, p.17), quando

    nenhuma entrega permitida fora dos parmetros definidos para a janela,

    dizemos que a janela de tempo rgida. Caso sejam permitidas entregas fora

    dos parmetros definidos para a janela no cliente , dizemos que a janela de

    tempo flexvel e o atraso no cliente ser penalizado a um custo . Alm

    disso, o cliente poder determinar um atraso mximo permitido denotado por

    (Joubert, 2007). A figura 1 ilustra um caso de um cliente que determina

  • 23

    uma janela de tempo para ser atendido das 07h30min s 15h30min. No

    entanto, ele permite entregas atrasadas at s 17h:

    Figura 1 Exemplo de janela de tempo de um cliente

    Fonte: Joubert (2007, p. 17)

    Conforme Joubert (2007), o atraso no cliente , denotado por , pode ser

    calculado atravs da expresso:

    (29)

    em que horrio de chegada ao cliente . A expresso denota que o atraso

    calculado pela diferena entre o horrio de chegada ao cliente , , e entre

    o horrio final da janela de tempo no cliente , , desde que esta diferena seja

    maior que zero e que o horrio de chegada seja menor ou igual que o horrio

    mximo de entregas atrasadas determinado pelo cliente , . Assim, o

    atraso penalizado atravs da introduo de um termo de penalidade funo

    objetivo (14) (Joubert, 2007), resultando na equao (30).

    Minimizar

    (30)

    em que o atraso determinado pela equao (29).

    5.5. ABORDAGENS DE SOLUO

    Nesta etapa sero apresentadas uma srie de heursticas que podem

    ser utilizadas para solucionar os PRV. As heursticas foram selecionadas

    conforme sua adaptao s variaes do PRV apresentadas nas etapas

    anteriores.

  • 24

    5.5.1. Algoritmo de Clark e Wright

    O algoritmo de Clark e Wright foi um dos primeiros propostos para

    solucionar problemas do tipo do PRV, servindo de base para outros algoritmos

    mais sofisticados (HEINEN, 2005). Este algoritmo caracterizado como um

    procedimento de economia e insero, em que arcos entre os pontos de

    demanda de menor custo devem substituir os arcos com maior custo,

    melhorando a rota em termos de custo (GOLDBARG; LUNA, 2005).

    O conceito bsico deste algoritmo obter as economias transformando

    duas rotas em uma s, conforme exemplificado na figura 2 (GOLDBARG;

    LUNA, 2005). Na figura 2, apresentado um grafo com trs nodos, em que o

    nodo 1 representa o depsito, e os ns representam os clientes a serem

    atendidos.

    Figura 2 O procedimento de economia

    Fonte: Goldbarg e Luna (2005, p. 400)

    Assim, o custo total da figura 2 (a) dado por:

    (31)

    O custo total da figura 2 (b) dado por:

    (32)

    Combinando as duas rotas obtm-se a seguinte economia :

    (33)

  • 25 Quanto maior for o valor da economia , mais atrativo ser visitar os

    pontos em uma mesma rota (GOLDBARG; LUNA, 2005).

    Esse conceito das economias expandido para um problema com

    diversos pontos de demanda a partir de um grafo representando os clientes e o

    depsito central, os possveis caminhos e suas distncias (HEINEN, 2005).

    Aps, deve-se criar rotas iniciais entre o depsito e cada cliente, em que

    quantidade de nodos do grafo, conforme mostra a figura 3 (HEINEN, 2005):

    Figura 3 Exemplo de aplicao da heurstica de Clark e Wright

    Fonte: Heinen (2005, p. 4)

    Em seguida, deve-se calcular as economias conforme a equao (33)

    para cada possvel par de 2 nodos e orden-las de forma decrescente

    (HEINEN, 2005). Para o problema utilizado como exemplo, as economias

    foram calculadas e ordenadas como mostra a figura 4:

    Figura 4 Lista de economias

    Fonte: Heinen (2005, p. 3)

  • 26 Para cada linha desta tabela, deve-se verificar se possvel unir as rotas

    que possuem os nodos e em uma mesma rota (HEINEN, 2005). Essas rotas

    podero ser combinadas caso ambos os nodos estejam no extremo de rotas

    diferentes (HEINEN, 2005). A medida que as rotas so unidas, deve-se realizar

    os testes das restries de capacidade dos veculos e de janelas de tempo

    (GOLDBARG; LUNA, 2005). No problema utilizado como exemplo, nota-se a

    partir da figura 4 que a maior economia se d pela unio dos nodos 1 e 2. Uma

    vez que esses nodos esto no extremo de suas rotas, eles podem ser unidos

    formando uma nova rota, conforme a figura 3(b). O processo realizado da

    mesma forma para os nodos 1 e 3, resultando na configurao conforme a

    figura 3(c). Como a prxima linha da tabela envolve os ns 2 e 3, passa-se

    para o prximo par, resultando na unio dos nodos 3 e 4, conforme a figura

    3(d) (HEINEN, 2005). Nenhuma dessas unies seria efetuada caso o resultado

    final violasse algumas das restries de capacidade ou janelas de tempo

    (HEINEN, 2005).

    5.5.2. Heurstica do vizinho mais prximo orientada ao tempo

    Uma adaptao do mtodo das economias proposta por Solomon

    (1987), chamada de heurstica do vizinho mais prximo orientada ao tempo.

    Neste algoritmo, cada rota iniciada com o cliente mais prximo ao depsito

    central que no est inserido em nenhuma rota e, nas iteraes seguintes,

    busca-se o cliente mais prximo ao ltimo inserido na rota (SOLOMON, 1987).

    A busca realizada entre todos os clientes que possuem viabilidade de serem

    inseridos na rota, em termos de janela de tempo, momento de chegada do

    veculo ao depsito e restries de capacidade. Sempre que essa busca falhar,

    uma nova rota iniciada (SOLOMON, 1987).

    A z z x

    inserido na rota dada por:

    , , (34)

    Considerando que o ltimo cliente inserido na rota e qualquer

    ponto disponvel que poderia ser visitado em seguida. As constantes definem

  • 27

    pesos para qual critrio deve ser priorizado no momento de inserir um cliente

    em uma rota. representa a distncia entre os dois clientes, representa a

    diferena de tempo entre o trmino do servio no cliente e o incio do servio

    no cliente , e o tempo faltante at o ltimo momento possvel para o veculo

    iniciar o servio no cliente (SOLOMON, 1987)

    5.5.3. Heurstica de Mole e Jameson

    Os algoritmos apresentados possuem a deficincia de os nodos internos

    no serem candidatos a participar do teste de economia, uma vez que apenas

    os nodos no extremo de cada rota podem ser unidos (GOLDBARG; LUNA,

    2005). Assim, a heurstica elaborada por Mole e Jameson um algoritmo mais

    sofisticado, e traz como um dos principais benefcios a capacidade de atacar

    esta deficincia (GOLDBARG; LUNA, 2005). Como principal desvantagem do

    algoritmo, destaca-se a maior complexidade computacional (HEINEN, 2005).

    Este algoritmo inicia a partir de um grafo que apresenta todos os nodos

    e as distncias entre eles, conforme a figura 8(a). O depsito central

    representado pelo nodo 0 e os clientes pelos demais nodos (HEINEN, 2005).

    Aps, deve-se selecionar um nodo para ser inserido na primeira rota de acordo

    com algum critrio. Genericamente, ser utilizado o nodo livre mais prximo ao

    depsito (HEINEN, 2005). No exemplo utilizado, o nodo 5 selecionado por ser

    o mais prximo do depsito. Em seguida, os nodos passam a ser inseridos nas

    rotas de acordo com os critrios de proximidade e economia (HEINEN, 2005).

    O critrio de proximidade seleciona o nodo mais prximo da rota, conforme as

    distncias calculadas por (HEINEN, 2005):

    (35)

    Caso nenhuma restrio do modelo seja violada, o nodo que apresentar

    a menor distncia ser inserido na rota (HEINEN, 2005).

    O critrio de economia tem o objetivo de selecionar o local para se

    inserir o nodo selecionado, de acordo com a frmula (HEINEN, 2005):

    (36)

  • 28

    Ser selecionado o local que apresentar maior economia (HEINEN,

    2005). Esta heurstica possui dois parmetros que podem ser alterados

    conforme as necessidades da estratgia de soluo (GOLDBARG; LUNA,

    2005):

    Com e a insero realizada considerando a

    minimizao do aumento da rota pela incluso de um novo cliente;

    Com e , a insero realizada considerando a

    minimizao da distncia entre os dois ns vizinhos;

    O caso em que , uma generalizao do critrio

    de Gaskell (apud Heinen, 2005, p. 5);

    Quando , a insero ocorrer considerando o

    cliente mais distante do depsito.

    No exemplo apresentado, so utilizados os valores de e ,

    segundo o critrio de Gaskell (apud Heinen, 2005, p. 5).

    Neste exemplo, montada uma tabela com as distncias de todos os

    nodos livres com relao rota inicial, 0-5-0, conforme a figura 5 (HEINEN,

    2005). Nesta tabela verifica-se que o nodo mais prximo o nodo 1 e que h

    apenas um local para inseri-lo, uma vez que h apenas dois nodos na rota

    (HEINEN, 2005).

    Figura 5 Lista de proximidades da rota 0-5-0

    Fonte: Heinen (2005, p. 6)

    No entanto, utilizando a frmula (36), a economia obtida com a insero

    deste nodo , tornando invivel inserir este nodo na rota. (HEINEN, 2005).

    Uma vez que no possvel inserir um nodo nesta rota, criada uma nova rota

    com o nodo 3, conforme a figura 8(b). Calculadas as distncias dos nodos

    livres em relao a esta rota, identifica-se atravs da figura 6 que o nodo 4

    deve ser selecionado (HEINEN, 2005). A economia obtida pela insero deste

  • 29

    nodo calculada com a frmula (36) de 14, viabilizando a insero deste nodo

    na rota, conforme mostra a figura 8(c) (HEINEN, 2005).

    Figura 6 Lista de proximidades da rota 0-3-0

    Fonte: Heinen (2005, p. 6)

    Mais uma vez, deve-se calcular a proximidade dos nodos livres em

    relao rota 0-4-3-0 e, desta vez, o nodo 1 selecionado para ser inserido na

    rota. Como h mais de dois nodos presentes na rota, necessrio calcular a

    tabela de economias para identificar a melhor posio de insero do nodo 1,

    conforme a figura 7 (HEINEN, 2005). Assim, a maior economia obtida ao

    inserir o nodo 1 entre os nodos 0 e 3 (HEINEN). O algoritmo segue sendo

    executado desta forma at que no existam mais nodos livres, conforme a

    figura 8(d).

    Figura 7 Lista de economias da rota 0-4-3-0

    Fonte: Heinen (2005, p. 6)

  • 30

    Figura 8 Exemplo de aplicao da heurstica Mole e Jameson

    Fonte: Heinen (2005, p. 7)

  • 31

    6. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS

    Neste captulo sero apresentados os procedimentos metodolgicos que

    descrevero como os objetivos estabelecidos no captulo anterior sero

    alcanados. A metodologia utilizada no estudo uma adaptao da

    metodologia proposta por Andrade (2009).

    6.1. IDENTIFICAO DAS VARIVEIS RELEVANTES

    A escolha das variveis que compe o modelo muito importante, uma

    vez que nessa etapa que se define o escopo do modelo a ser construdo

    (ANDRADE, 2009). Deve-se incluir apenas as informaes relevantes, uma vez

    que informaes em excesso podem prejudicar o processo de tomada de

    deciso (ANDRADE, 2009). No estudo, foi analisada a operao da empresa e

    identificados quais itens devem ser levados em considerao no momento de

    tomada de deciso quanto roteirizao de veculos.

    A Fitolog realiza os tratamentos fitossanitrios em embalagens para

    exportao atravs do Processo de Cmara Porttil. Cada cmara porttil em

    conjunto com um veculo forma uma unidade mvel que se dirige at os locais

    onde se encontram as embalagens para exportao para que seja realizado o

    tratamento. Os clientes costumam entrar em contato para agendar o tratamento

    com a Fitolog, confirmando a data e o horrio para realizao do servio, bem

    como a quantidade de embalagens a ser tratada. O equipamento possui uma

    capacidade de 100 para cada sesso de tratamento. H situaes em que

    so realizados mais de um tratamento em sequncia em um mesmo cliente,

    em funo do maior nmero de embalagens a serem tratadas. O tratamento no

    cliente costuma durar cerca de 2 horas e 20 minutos, sendo que 35 minutos

    so gastos para preparao da estrutura, 1 hora para realizao do tratamento,

    30 minutos para carimbagem das embalagens e 15 minutos para

    desmontagem. Os veculos costumam sair do depsito no incio do dia, s 8

    horas, e retornar ao final do dia, s 17 horas. Sempre que os veculos

    ultrapassam esse tempo de 8 horas de trabalho por dia, os operadores

    recebem horas extras.

  • 32 Alm das variveis identificadas na descrio da operao quantidade

    de veculos, horrio para incio do servio em cada cliente, tempo de durao

    do tratamento e horrio de sada e chegada ao depsito outras variveis so

    importantes para a definio de um modelo de roteirizao. Segue o quadro

    com todos os fatores a serem considerados no modelo de roteirizao de

    veculos para a Fitolog:

    Figura 9 Lista de fatores relevantes para o modelo de roteirizao da Fitolog

    Smbolo Descrio

    Custo de deslocamento entre os pontos e

    Momento para iniciar o servio no cliente

    Durao do servio no cliente

    Tempo de deslocamento entre os pontos e

    Horrio mais cedo em que permitida a sada do depsito

    Horrio mais tarde em que permitido o retorno ao depsito

    Distncia entre os pontos e

    Valor da hora extra

    Fonte: Elaborado pelo autor

    6.2. FORMULAO DA FUNO-OBJETIVO E DAS RESTRIES

    Definidas as variveis relevantes para o problema, deve-se definir

    formalmente as relaes entre elas atravs de termos matemticos

    (ANDRADE, 2009). Nesta etapa, foi formalizado o modelo matemtico que

    reflete da forma mais prxima possvel as condies existentes no que tange

    roteirizao de veculos na empresa Fitolog.

    Para a formulao do modelo, algumas das variveis definidas

    anteriormente conforme a operao da empresa foram adaptadas a fim de

    facilitar os clculos durante a soluo posterior. Assim, o custo de

    deslocamento entre os pontos e uma funo da distncia entre esses

    pontos e do custo por quilmetro rodado dos veculos:

  • 33

    (37)

    O tempo de servio no cliente uma constante para todos os clientes:

    (38)

    O tempo de deslocamento entre os pontos e ser uma funo da

    distncia entre esses pontos e a velocidade mdia de deslocamento dos

    veculos:

    (39)

    O modelo de roteirizao que mais se adapta operao da Fitolog

    um problema de roteirizao com janelas de tempo, em que os clientes devem

    ser atendidos dentro de um horrio especificado. Alm disso, h uma

    penalidade, expressa na forma de horas extras, para os veculos que

    ultrapassam o tempo de trabalho de 8 horas dirias. Assim, o modelo definido

    para a Fitolog uma adaptao dos modelos propostos por Fischer, Jrsten e

    Madsen (1997) e por Joubert (2007):

    Minimizar

    (40)

    Sujeito a:

    (41)

    (42)

    (43)

    (44)

    (45)

    (46)

    (47)

  • 34

    (48)

    (49)

    (50)

    (51)

    (52)

    (53)

    (54)

    em que definido na equao (51) como uma varivel binria que indica

    que o cliente atendido aps o cliente pelo veculo , caso seu valor seja

    um; caso seu valor seja zero, o veculo no atender o cliente aps o cliente

    . definido na equao (53) como uma varivel binria que indica que o

    cliente atendido pelo veculo , caso seu valor seja um; caso seu valor seja

    zero, o cliente no ser atendido pelo veculo . O momento para iniciar o

    servio no cliente representado pela varivel . O momento de partida do

    veculo do depsito determinado pela varivel , enquanto o momento do

    retorno do veculo ao depsito determinado pela varivel . A funo

    objetivo (40) busca minimizar o custo da operao, considerao os custos

    com deslocamento entre os pontos das rotas, bem como as horas extras

    realizadas por cada veculo . A restrio (41) garante que cada veculo que

    visitar um ponto deixar aquele ponto em seguida. A restrio (42) garante que

    cada rota se origina e termina no depsito. As restries (43), (44) e (45)

    garantem a compatibilidade dos horrios de chegada e execuo do servio

    nos diversos clientes. A restrio (46) garante que o momento da chegada e

    incio do servio em um cliente est de acordo com a respectiva janela de

    tempo. A restrio (47) garante que o horrio de sada do depsito respeita a

    janela de tempo do depsito. A restrio (49) calcula as horas extras realizadas

    por cada veculo caso este ultrapasse nove horas de trabalho por dia (oito

    horas trabalhadas e uma hora de almoo). As restries (51) e (53) garantem

    que cada cliente visitado apenas uma vez e que cada veculo deixa um

    cliente apenas uma vez, respectivamente. A restrio (54) garante que o valor

    de deve ser positivo; caso seja negativo, seu valor ser zero.

  • 35

    6.3. ESCOLHA DO MTODO MATEMTICO DE SOLUO

    Aps a definio do modelo na etapa anterior, deve-se identificar qual

    mtodo matemtico o mais indicado para a soluo, considerando o prprio

    modelo e as questes que buscam ser respondidas (ANDRADE, 2009). Como

    os mtodos para soluo so grandes e complexos, h a necessidade de

    serem programados para a soluo atravs de computadores (ANDRADE,

    2009).

    Dentre as abordagens de soluo analisadas na etapa de

    fundamentao terica, foi realizada a programao computacional da

    heurstica de Clark e Wright e da heurstica de Mole e Jameson. As heursticas

    foram escolhidas por permitirem o teste das restries de tempo durante a

    roteirizao dos pontos e por seu nvel de complexidade estar adequado

    realidade da empresa, que no exige a roteirizao de um grande nmero de

    ns em uma mesma programao. Alm disso, interessante comparar o

    desempenho das duas heursticas, uma vez que a heurstica de Clark e Wright

    trabalha apenas com a insero de novos pontos nas extremidades das rotas

    em criao enquanto a heurstica de Mole e Jameson permite a insero de

    novos ns em qualquer ponto da rota em criao. Dessa forma, essas

    abordagens sero aplicadas e seus resultados comparados, de forma a

    identificar qual traz melhores solues para o problema de roteirizao de

    veculos da empresa Fitolog.

  • 36

    7. RESULTADOS DO ESTUDO

    7.1. PROGRAMAO COMPUTACIONAL

    O software selecionado para programao das heursticas adaptadas

    realidade da Fitolog foi o Microsoft Visual Basic e os dados foram

    implementados atravs do Microsoft Excel 2010. Alm disso, para

    implementao das duas heursticas necessrio obter os dados de distncia

    e tempo de deslocamento entre os pontos que fazem parte do problema. Esses

    dados so obtidos atravs de conexo da ferramenta criada no Microsoft Excel

    2010 com o Google Maps.

    Na sequncia sero descritos os algoritmos que formam o cdigo de

    implementao das heursticas. Primeiramente, ser apresentado o algoritmo

    para implementao da heurstica de Clark e Wright. A primeira parte do

    algoritmo consiste na informao dos dados dos ns a serem atendidos, a

    obteno das distncias e tempos de deslocamento e clculo das economias,

    conforma a figura 10. Neste momento tambm realizado o ordenamento das

    economias em ordem decrescente.

    Figura 10 Primeira parte do algoritmo da heurstica de Clark e Wright

    Fonte: Elaborado pelo autor

    A segunda parte do algoritmo consiste na parte principal da heurstica.

    Nesta etapa so formadas as rotas e verificadas as restries de tempo

    definidas no problema, conforme a figura 11. Ao final da heurstica, so

    apresentados os resultados dos roteiros formados.

  • 37

    Figura 11 Segunda parte do algoritmo da heurstica de Clark e Wright

    Fonte: Elaborado pelo autor

  • 38 Quanto ao algoritmo de Mole e Jameson, a primeira parte tambm

    consiste na informao dos dados dos ns a serem atendidos e na obteno

    dos dados de distncia e tempo de deslocamento entre os pontos, conforme a

    figura 12. No entanto, nesse algoritmo as economias no so calculadas nesta

    primeira etapa.

    Figura 12 Primeira parte do algoritmo da heurstica de Mole e Jameson

    Fonte: Elaborado pelo autor

    Da mesma forma que o algoritmo anterior, a segunda etapa trata-se da

    parte principal do cdigo. Neste momento so formadas as rotas, testadas as

    restries de tempo do problema e apresentados os resultados, conforme a

    figura 13.

  • 39 Figura 13 Segunda parte do algoritmo da heurstica de Mole e Jameson

    Fonte: Elaborado pelo autor

    Para implementao desses algoritmos, foi desenvolvida uma interface

    no Microsoft Excel 2010. Esta ferramenta desenvolvida no Microsoft Excel 2010

    tem o objetivo de permitir ao usurio informar os dados sobre os ns a serem

    roteirizados, os parmetros de roteirizao e, aps a execuo do algoritmo,

    visualizar as rotas geradas.

    A ferramenta possui uma primeira interface em que o usurio poder

    inserir os dados dos ns a serem roteirizados, informando o CEP, a cidade e o

    estado em que se localiza o ponto, alm dos horrios mnimos e mximos de

    chegada ao cliente. O primeiro n a ser informado dever ser o do depsito

    central e poder ser mantido fixo para diversas roteirizaes. Nesta tela

    tambm possvel informar o nmero de veculos disponveis.

  • 40

    Figura 14 Ferramenta de roteirizao (insero de dados)

    Fonte: Elaborado pelo autor

    O usurio tambm poder ajustar alguns parmetros importantes para a

    gerao das rotas. Em outra interface, podero ser informados os dados de

    tempo de durao de cada servio, custo da hora extra, consumo mdio de

    combustvel de cada veculo e custo do combustvel.

    Figura 15 Ferramenta de roteirizao (parametrizaes)

    Fonte: Elaborado pelo autor

    Por fim, h uma interface para apresentao das rotas geradas aps a

    roteirizao. Nesta interface apresentada a sequncia de visita aos ns em

    cada rota, bem como o horrio de chegada em cada um deles. Para cada rota

    tambm apresentado o custo com deslocamento de cada rota e o custo de

    horas extras, quando as mesmas so necessrias.

  • 41

    Figura 16 Ferramenta de roteirizao (resultados)

    Fonte: Elaborado pelo autor

    7.2. ANLISE COMPARATIVA ENTRE AS HEURSTICAS

    Para identificao da melhor heurstica de soluo do modelo proposto

    necessrio realizar a comparao do desempenho de ambas conforme alguns

    critrios no momento de realizar a roteirizao de determinados pontos. Os

    critrios utilizados para comparar o desempenho das heursticas foram os

    seguintes: custo total das rotas geradas, calculado atravs da distncia

    percorrida para visitar todos os pontos da rota vezes o custo de combustvel

    por quilmetro rodado, mais o valor de hora extra caso o veculo retorne para o

    depsito aps o horrio mximo de chegada ao depsito; tempo para gerao

    das rotas; quantidade de rotas geradas; e quantidade de pontos no

    roteirizados.

    Para realizar a anlise conforme esses critrios foram realizadas doze

    simulaes de roteirizao com diferentes quantidades de ns a serem

    roteirizados. Os testes foram realizados com os dados de endereo de atuais

    clientes da Fitolog e a seleo de quais clientes seriam utilizados em cada

    teste ocorreu de forma aleatria. Para cada teste, foi realizada a roteirizao

    dos pontos selecionados utilizando a heurstica de Clark e Wright e a heurstica

    de Mole e Jameson atravs da ferramenta desenvolvida no Microsoft Excel

    2010. Nestes testes, foi utilizado um valor do litro de combustvel de R$ 2,69;

    uma taxa de consumo de combustvel de 0,125 litros por kilmetro rodado de

  • 42

    cada veculo; um valor de hora extra de R$ 10,00; e um tempo de servio de 2

    horas. Segue abaixo a tabela com os dados obtidos em cada teste para cada

    uma das heursticas conforme os critrios de anlise estabelecidos

    anteriormente:

    Figura 17 Viso geral dos testes comparativos

    Teste N de

    ns

    Custo total (R$)

    Tempo (min) Quantidade

    de rotas Pontos no roteirizados

    C&W M&J C&W M&J C&W M&J C&W M&J

    1 5 205,79 275,22 0,98 1,02 1 2 1 0

    2 5 50,18 63,01 0,95 1,02 1 2 1 0

    3 6 114,24 113,30 1,30 1,32 2 2 0 0

    4 6 48,93 79,71 1,28 1,33 2 2 0 0

    5 7 250,42 256,51 1,72 1,75 2 2 2 0

    6 7 244,49 270,43 1,68 1,72 1 3 2 0

    7 8 221,70 257,32 2,12 2,05 1 3 3 0

    8 8 221,70 259,45 2,12 2,07 1 2 3 0

    9 9 228,00 285,39 2,47 2,55 1 2 4 0

    10 9 113,79 133,31 2,50 2,53 2 2 1 0

    11 10 79,08 148,5 3,03 3,03 1 3 6 0

    12 10 79,08 122,38 3,03 3,1 1 3 6 0

    Fonte: Elaborado pelo autor

    Quanto ao critrio de tempo, o mesmo poder ser desconsiderado para

    anlise de qual heurstica dever ser utilizada. De forma geral, o tempo gasto

    para obter os resultados muito baixo e no se confirma como um fator de

    deciso. Alm disso, os tempos para gerao de resultado de cada heurstica

    so muito prximos em todos os testes e h, em mdia, uma diferena de

    apenas 1% nos tempos de cada heurstica.

    Quanto ao critrio de quantidade de rotas geradas, a heurstica de Mole

    e Jameson gerou, na maioria dos testes, um nmero maior de rotas. Em mdia,

    para cada um dos testes realizados, a heurstica de Mole e Jameson gerou

    uma rota a mais que a heurstica de Clark e Wright, conforme a figura 18.

  • 43

    Figura 18 Anlise dos testes comparativos (quantidade de rotas)

    Teste N de ns Quantidade de rotas

    C&W M&J

    1 5 1 2

    2 5 1 2

    3 6 2 2

    4 6 2 2

    5 7 2 2

    6 7 1 3

    7 8 1 3

    8 8 1 2

    9 9 1 2

    10 9 2 2

    11 10 1 3

    12 10 1 3

    Mdia 1,33 2,33

    Fonte: Elaborado pelo autor

    A gerao de um nmero maior de rotas implica na necessidade de um

    maior nmero de veculos para atender os pontos roteirizados. Considerando

    apenas este critrio, a gerao de um menor nmero de rotas seria uma

    vantagem da heurstica de Clark e Wright.

    No entanto, ao analisar os dados do critrio de pontos no roteirizados,

    possvel identificar que a heurstica de Clark e Wright no realiza a

    roteirizao de diversos pontos na maioria dos testes realizados, da o nmero

    reduzido de rotas geradas identificado anteriormente. Em mdia, a heurstica

    de Clark e Wright no roteiriza 2,42 pontos em cada um dos testes realizados,

    enquanto a heurstica de Mole e Jameson realiza a roteirizao de todos os

    pontos nos testes realizados.

  • 44

    Figura 19 Anlise dos testes comparativos (pontos no roteirizados)

    Teste N de ns Pontos no roteirizados

    C&W M&J

    1 5 1 0

    2 5 1 0

    3 6 0 0

    4 6 0 0

    5 7 2 0

    6 7 2 0

    7 8 3 0

    8 8 3 0

    9 9 4 0

    10 9 1 0

    11 10 6 0

    12 10 6 0

    Mdia 2,42 0,00

    Fonte: Elaborado pelo autor

    Esse fato ocorre porque a heurstica de Clark e Wright realiza a

    roteirizao dos ns conforme o conceito das economias, apresentado

    anteriormente na seo 6.5.1. Para cada par da economia calculado, a

    insero nas rotas em criao s poder ocorrer caso um dos pontos desse par

    de economia se encontre em um dos extremos de alguma das rotas em

    criao. Caso essa condio no seja atendida, o par de economias

    desconsiderado e realizado o teste com o prximo par, at que no existam

    mais economias viveis. Alm disso, para que seja criada uma nova rota,

    necessrio que nenhum dos dois pontos do par da economia esteja inserido

    em alguma das rotas em criao, restringindo ainda mais a insero de pontos

    nas rotas.

    Conforme o conceito das economias de Clark e Wright, calculada a

    economia de se visitar os pontos i e j em uma mesma rota ao invs de visitar o

    ponto e retornar ao depsito e visitar o ponto e retornar ao depsito

    (GOLDBARG; LUNA, 2005). Dessa forma, pode-se considerar que os pontos

    no roteirizados na heurstica de Clark e Wright sero visitados por um veculo

    que retornar ao depsito aps visitar um novo ponto, formando novas rotas de

  • 45

    apenas um n. Esse ponto est diretamente relacionado anlise do critrio de

    custo total de cada rota gerada. Na maioria dos testes realizados, o custo total

    de cada rota foi inferior na heurstica de Clark e Wright. Em mdia, o custo total

    de cada teste realizado com a heurstica de Mole e Jameson foi superior em R$

    33,93 com relao ao teste realizado com a heurstica de Clark e Wright.

    Figura 20 Anlise dos testes comparativos (custo total)

    Teste N de ns Custo total (R$)

    C&W M&J

    1 5 205,79 275,22

    2 5 50,18 63,01

    3 6 114,24 113,30

    4 6 48,93 79,71

    5 7 250,42 256,51

    6 7 244,49 270,43

    7 8 221,70 257,32

    8 8 221,70 259,45

    9 9 228,00 285,39

    10 9 113,79 133,31

    11 10 79,08 148,50

    12 10 79,08 122,38

    Mdia 154,78 188,71

    Fonte: Elaborado pelo autor

    No entanto, ao considerar os pontos no roteirizados na heurstica de

    Clark e Wright como novas rotas de um nico ponto a ser visitado, o custo total

    dos testes da heurstica de Clark e Wright superior ao custo total dos testes

    da heurstica de Mole e Jameson. Analisando detalhadamente o exemplo do

    teste nmero 9, verifica-se que gerada uma rota com 5 ns e com custo total

    de R$ 228,00:

    Rota 1: 0 8 2 4 1 5 0

    Custo total: R$ 228,00

  • 46 Considerando que os demais ns no roteados formam rotas com

    apenas um n, pode-se considerar a existncia das seguintes rotas com seus

    respectivos custos:

    Rota 2: 0 3 0

    Custo total: R$ 5,88

    Rota 3: 0 6 0

    Custo total: R$ 8,26

    Rota 4: 0 7 0

    Custo total: R$ 7,92

    Rota 5: 0 9 0

    Custo total: R$ 15,78

    Assim, para o teste nmero nove, a heurstica de Clark e Wright acaba

    tendo um custo total de R$ 265,84 em funo dos ns no roteirizados,

    enquanto a heurstica de Mole e Jameson possui um custo de R$ 285,39.

    Realizando o mesmo procedimento para os demais testes, verifica-se os

    seguintes resultados:

  • 47

    Figura 21 Anlise dos testes comparativos (custo total e pontos no roteirizados)

    Teste N de ns

    Custo total (R$) Pontos no roteirizados

    Custo total C&W com pontos no

    roteirizados (R$) C&W M&J C&W M&J

    1 5 205,79 275,22 1 0 214,09

    2 5 50,18 63,01 1 0 56,06

    3 6 114,24 113,30 0 0 114,24

    4 6 48,93 79,71 0 0 48,93

    5 7 250,42 256,51 2 0 266,98

    6 7 244,49 270,43 2 0 255,40

    7 8 221,70 257,32 3 0 254,65

    8 8 221,70 259,45 3 0 251,28

    9 9 228,00 285,39 4 0 265,50

    10 9 113,79 133,31 1 0 122,09

    11 10 79,08 148,5 6 0 141,71

    12 10 79,08 122,38 6 0 137,39

    Mdia 154,78 188,71 183,10

    Analisando o custo total considerando os pontos no roteirizados na

    heurstica de Clark e Wright como novas rotas, identifica-se que o custo total

    das rotas geradas pela heurstica de Mole e Jameson , em mdia, apenas 3%

    superior ao custo das rotas geradas pela heurstica de Clark e Wright. Alm

    disso, verifica-se tambm que, considerando os pontos no roteirizados pela

    heurstica de Clark e Wright como novas rotas h a necessidade de um nmero

    maior de veculos para atender a programao realizada por essa heurstica.

    Dessa forma, considerando que o custo total das programaes geradas pelas

    duas heursticas muito prximo e que a programao da heurstica de Clark e

    Wright exigiria um nmero maior de veculos para ser atendida, representando

    novos custos com ativos imobilizados para a empresa, identifica-se que a

    melhor soluo dentre as analisadas para o modelo de roteirizao de veculos

    da empresa Fitolog seja a utilizao da heurstica de Mole e Jameson.

  • 48

    8. CONSIDERAES FINAIS

    Visto que os transportes possuem um grande impacto sobre as

    operaes de uma empresa, tanto em termos de custo quanto em termos de

    satisfao dos clientes, este estudo teve como objetivo definir um modelo de

    roteirizao de veculos para a empresa Fitolog. Para atingir tal objetivo, foi

    necessrio realizar uma anlise da operao da empresa no que diz respeito

    ao transporte e utilizar os conceitos tericos sobre roteirizao de veculos para

    que fosse definido um modelo adaptado realidade da empresa.

    No que diz respeito roteirizao de veculos na empresa Fitolog,

    identificou-se que a mesma no possui nenhum modelo de roteirizao para

    suportar a distribuio de suas unidades mveis para atendimento dos clientes

    e que a determinao de quais clientes cada veculo atender e quais rotas

    estes devem seguir realizada de forma emprica. Alm disso, tambm se

    identificou que a empresa tende a ter um crescimento na demanda por

    tratamentos fitossanitrios, dado o cenrio econmico e legal, o que exige um

    melhor planejamento de transportes.

    Realizada a anlise da empresa, definiu-se um modelo de roteirizao

    de veculos com janelas de tempo e sem restries de capacidade de carga. O

    modelo foi definido dessa forma porque os veculos da Fitolog apenas realizam

    o servio de tratamento fitossanitrio em seus clientes e no h necessidade

    de entrega de produtos nos mesmos. As restries de janela de tempo ocorrem

    porque os clientes podem ser atendidos dentro de um determinado horrio e os

    veculos tambm devem retornar ao depsito em um horrio determinado.

    Caso este horrio de retorno seja ultrapassado, h o acrscimo de custo de

    horas extras pagas aos funcionrios que operam os veculos. Alm disso,

    durante o tempo de realizao do servio, os veculos permanecem em cada

    cliente.

    Definido este modelo, foi necessrio definir um mtodo de soluo do

    mesmo. Foram selecionadas as heursticas de Clark e Wright e de Mole e

    Jameson para soluo do problema. Nesta etapa, o objetivo foi identificar qual

    heurstica melhor se adaptava realidade da empresa e ao modelo proposto.

    Foram escolhidas estas heursticas por permitirem o teste das restries de

  • 49

    tempo durante a roteirizao e pela baixa complexidade, uma vez que a

    realidade da empresa no exige a roteirizao de um grande nmero de ns.

    Alm disso, a comparao entre as heursticas vlida uma vez que a

    heurstica de Clark e Wright trabalha apenas com a insero de novos pontos

    nas extremidades das rotas em criao enquanto a heurstica de Mole e

    Jameson permite a insero de novos ns em qualquer ponto da rota em

    criao (GOLDBARG; LUNA, 2005). Para comparar as duas heursticas, os

    algoritmos foram programados atravs do software Microsoft Visual Basic e a

    ferramenta para implementao foi criada no Microsoft Excel 2010.

    Os critrios determinados para analisar as duas heursticas foram o

    custo total das rotas geradas; o tempo para gerao das rotas; a quantidade de

    rotas geradas; e a quantidade de pontos no roteirizados. O desempenho das

    duas heursticas foi muito semelhante nos critrios de custo total das rotas e

    tempo para gerao das rotas. No entanto, a heurstica de Clark e Wright

    apresentou um alto nmero de pontos no roteirizados em diversos testes

    realizados. Esses pontos no roteirizados so classificados como novas rotas

    de apenas um n, o que exige um maior nmero de veculos para atender a

    programao. Alm disso, quanto maior o nmero de ns inseridos para serem

    roteirizados, maior foi a representatividade dos ns no roteirizados. Dessa

    forma, a heurstica selecionada para ser utilizada na ferramenta de roteirizao

    de veculos da Fitolog foi a heurstica de Mole e Jameson.

    O modelo definido e a ferramenta criada permitiro Fitolog melhores

    decises no que diz respeito aos transportes da empresa. Alm disso, a

    ferramenta trar cada vez mais benefcios medida que a demanda da

    empresa e o nmero de clientes for crescendo, exigindo um maior nvel de

    complexidade nas decises de transporte. O modelo proposto e a ferramenta

    tambm podero ser adaptados para outros servios da empresa, como o ramo

    de controle de pragas, conforme vontade j manifestada pelos gestores.

  • 50

    REFERNCIAS

    ANDRADE, Eduardo Leopoldino de. Introduo Pesquisa

    Operacional: Mtodos e modelos para a anlise de deciso. 4. ed. Rio de

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    set. 2011.

  • 51

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