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4 Resumo: O presente artigo busca discutir duas categorias psiquiátricas, delírios e alucinações, tradicionalmente des- critas como sintomas de transtorno psicótico, com o conceito de comportamento orientado pelo behavio- rismo radical de B. F. Skinner. O artigo inicia com a visão da Associação Americana de Psiquiatria, a qual procura descrever essas categorias como sintomas positivos de esquizofrenia e suas repercussões. Uma abordagem funcionalista para os comportamentos de delirar e alucinar são consideradas em alguns impor- tantes detalhes. Os conceitos de visão e audição condicionada são discutidos como experiência comum. Finalmente, considerações são dadas para as implicações dos efeitos desses tipos de comportamentos-pro- blema e sugestões para lidar com eventos dessa natureza no contexto clínico são oferecidas. Palavras-chave: abordagem funcional; esquizofrenia; análise do comportamento; delírio; alucinação. Abstract: This article discusses two psychiatric symptoms, delusions and hallucinations, traditionally described as a charac- teristic of psychotic disorders based on the concept of behavior of the radical behaviorism of B. F. Skinner. The ar- ticle begins with the criteria of the American Psychiatric Association, which describes these categories as positive symptoms of schizophrenia and shows their repercussions. A functionalist approaches to the behaviors of delusion and hallucination are considered in some important details. The concepts of vision and hearing conditioned faci- Uma Abordagem Funcional para os Comportamentos Delirar e Alucinar A Functionalist Approach for Delusion and Hallucination Behaviors Gina Nolêto Bueno * Ilma A. Goulart de Souza Britto ** Pontifícia Universidade Católica de Goiás * Parte da tese de doutorado da primeira autora. * Avenida H, 450, Apto 81-F, Residencial Ilhas de Flamboyant Condominium Club - Goiânia GO [email protected] ** Rua Aspília, Qd A3 Lt 20, Residencial dos Ipês, AlphaVille Flamboyant – Goiânia GO [email protected] ISSN 1982-3541 2011, Vol. XIII, nº 3, 4-15 Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva

Deli Rar

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Abordagem funcional para os comportamentos de delirar e alucinar

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4Resumo:O presente artigo busca discutir duas categorias psiquitricas, delrios e alucinaes, tradicionalmente des-critas como sintomas de transtorno psictico, com o conceito de comportamento orientado pelo behavio-rismo radical de B. F. Skinner. O artigo inicia com a viso da Associao Americana de Psiquiatria, a qual procuradescreveressascategoriascomosintomaspositivosdeesquizofreniaesuasrepercusses.Uma abordagem funcionalista para os comportamentos de delirar e alucinar so consideradas em alguns impor-tantesdetalhes.Osconceitosdevisoeaudiocondicionadasodiscutidoscomoexperinciacomum. Finalmente, consideraes so dadas para as implicaes dos efeitos desses tipos de comportamentos-pro-blema e sugestes para lidar com eventos dessa natureza no contexto clnico so oferecidas.Palavras-chave: abordagem funcional; esquizofrenia; anlise do comportamento; delrio; alucinao.Abstract:This article discusses two psychiatric symptoms, delusions and hallucinations, traditionally described as a charac-teristic of psychotic disorders based on the concept of behavior ofthe radical behaviorism of B. F. Skinner. The ar-ticle begins with the criteria of the American Psychiatric Association, which describes these categories as positive symptoms of schizophrenia and shows their repercussions. A functionalist approaches to the behaviors of delusion andhallucinationareconsideredinsomeimportantdetails. Theconceptsofvisionandhearingconditionedfaci-Uma Abordagem Funcional para osComportamentos Delirar e AlucinarA Functionalist Approach for Delusion and Hallucination BehaviorsGina Nolto Bueno *Ilma A. Goulart de Souza Britto **Pontifcia Universidade Catlica de Gois*Parte da tese de doutorado da primeira autora. *

Avenida H, 450, Apto 81-F, Residencial Ilhas de Flamboyant Condominium Club - Goinia GO [email protected]** Rua Asplia, Qd A3 Lt 20, Residencial dos Ips, AlphaVille Flamboyant Goinia GO [email protected] 1982-35412011, Vol. XIII, n 3, 4-15Revista Brasileirade Terapia Comportamentale Cognitiva5lities are discussed as a common experience. Finally, considerations are given to the implications of the effects of these types of behaviors, problems and suggestions are offered for dealing with such events in the clinical setting. Key-words: functional approach; schizophrenia; behavior analysis; delusion; hallucination.Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn., 2011, Vol. XIII, n 2,4-20Aesquizofreniadenidacomotranstornopsi-cticonoManualDiagnsticoeEstatsticodos TranstornosMentais,oDSM-IV-TR,daAssocia-o AmericanadePsiquiatria APA(2002/2003). ODSM-IV-TResclarecequeemboraotermopsi-ctico tenha recebido historicamente diferentes de-nies,nenhumadelasconquistouaceitaouni-versal. A denio do termo psictico limitada a delrios ou alucinaes. Considerando as descries apresentadas pelo manual da APA, a esquizofrenia denida como um misto de sinais e sintomas po-sitivos como delrios, alucinaes e negativos como disfunes cognitivas e emocionais marcantes, que persistem por um perodo entre 1 a 6 meses, quando se verica ainda disfuno social ou ocupacional. OsdelriossodescritospeloDSM-IV-TRcomo crenaserrneas,enquantoasalucinaespodem serobservadasemqualquermodalidadesensorial. Ficaevidentenomanualque,paraalgunsautores, adesorganizaodopensamentooaspectomais importante da esquizofrenia. Assim, a esquizofrenia denidacomoumcomportamentoamplamente desorganizado. O seu incio esperado para o nal da adolescncia em homens, e incio da fase adulta em mulheres. No mundo, estima-se sua prevalncia entre adultos de 0,5 a 1,5% dessa populao. Conformemencionado,delriosealucinaesso considerados ainda sintomas de transtornos mentais e/ou mecanismos neurolgicos que ocorrem dentro dapessoa,paraosquaissoformuladasinfern-ciascausaisqueseacreditamsubjacentesaesses comportamentos,independentementedafaltade achados laboratoriais associados que os justiquem (Britto,2004;2005).AvisodoDSM-IV-TRex-pressa (...) um anacronismo reducionista do dualis-mo mente e corpo. (APA, 2000/2003), p. 27) domi-nantenaculturaocidentalsobreocomportamento da pessoa diagnosticada como esquizofrnica, mais especicamente,sobresuasfalasincomuns,como alucinaredelirar.Emboraassimreconhecido,no manual pode ser encontrado que O problema cria-do pela expresso transtornos mentais (...) persiste nottulodoDSM-IV,porqueaindanoencontra-mosumsubstitutoapropriado.(p.27,grifosdo autor).Talvezportudoisso,diferentesterminologiasso usadasparadescreverocomportamentoverbalde pessoascomdiagnsticodeesquizofrenia.Algu-masdessasterminologiaspodemsernotadas,por exemplo,nosestudosdesenvolvidosporAyllone Haughton (1964) e Britto, Rodrigues, Santos e Ri-beiro(2006)queodescreveramcomoverbaliza-espsicticas;Britto,Rodrigues, AlveseQuinta (2010)eDixon,BenedicteLarson(2001),como comportamentosverbaisinapropriadose/oufalas inapropriadas;DeLeon,Arnold,Rodriguez-Catter eUy(2003),Lancaster,LeBlanc,Carr,Brenske, PeeteCulver(2004)eMaceeLalli(1999)como falasbizarrasoudeclaraesbizarras;Epaminon-6Uma Abordagem Funcional para os Comportamentos Delirar e Alucinardas (2010) o descreveu como verbalizaes deliran-tes; enquanto Felipe (2009) e Marcon (2010) falas inapropriadas;jparaSantana(2008)falasinade-quadas; falas psicticas para Santos (2007); e Wil-der, Masuda, OConnor e Baham (2001) usaram os termosvocalizaesbizarras,falasalucinatriase falas delirantes.Opresenteestudotemcomoobjetivoapresentar uma anlise de delrios e alucinaes sob a perspec-tiva da abordagem funcional para o comportamento. Para essa nalidade, inicialmente apresentou a pro-posta de classicao tradicional, as terminologias usadasparadescreverasclassescomportamentais verbais de esquizofrnicos para, em seguida, trazer algumas consideraes de outros estudos analtico--comportamentais,comfoconocomportamento verbalapresentadoporpessoascomodiagnstico de esquizofrenia. Tambm apresenta dados clnicos de intervenes realizadas no contexto teraputico, analisando-ospelospressupostostericosdessa abordagem. Desdeadcadade1950Skinner(1956/1979)j deniaqueocomportamentodoesquizofrnico parteeparceladocomportamentohumano.Eque oestudodessetipodecomportamentodeveriaser abordadoporumacincianatural,desdequese considerasse como objeto de estudo a atividade ob-servvel do organismo quando se locomove, perma-nece imvel, toma objetos, empurra e puxa, produz sons, gestos e assim por diante. Isto porque obser-var o comportamento de uma pessoa o mesmo que observar qualquer sistema fsico ou biolgico.Comosenota,aabordagemanaltico-comporta-mentaldiferedavisopropostapeloDSM-IV-TR. Naabordagemanaltico-comportamentalocom-portamentoassumeumpapelprimrio,emvezde secundrio, sem nenhuma outra entidade localizada subjacente.Ocomportamentoalgoqueapessoa faz. E melhor enfocado na forma de verbos, em fun-odeespecicaremaes.Ointeresseprincipal dessaabordagemnascondiesoueventosque exercemefeitossobreocomportamento(Skinner, 1953/2000). De acordo com Britto (2004) e Britto et al. (2010), delirar e alucinar so conceituados como comportamentosoperantes.Enquantotaisdevem sercompreendidosapartirdainteraoentrecon-tingnciasambientaisdereforamentoepunio, histricas e atuais.Comumavisodistintasobreasaesdosorga-nismosenfasenopapelseletivodoambiente,a viso skinneriana adota a abordagem funcional. E as abordagens funcionais adotam o modelo causal devariaoeseleoporconsequnciasdaevo-luobiolgicanasoluodeproblemascomos quaissomosconfrontados(Skinner,1981/2007). Naabordagemfuncional,ocomportamentodeve serestudadopeloseuprpriodireito.Deacordo comessaabordagem,apessoaesquizofrnica asomadosefeitoshistricosepresentes,eoseu comportamentoatualinteragetantocomascon-tingnciasambientaisdereforamentoepunio quanto com os efeitos de sua histria. Desse modo, delirar e alucinar no so analisados como coisas queumesquizofrnicopossua,nemsintomasde estruturas subjacentes, tampouco como atividades mentais. So comportamentos verbais controlados pelas consequncias verbais e no verbais que pro-duzem (Britto et al., 2010).Na abordagem analtico-comportamental o compor-tamento gerado pelas contingncias deve ser anali-sadodemodofuncional,semhaveranecessidade 7Gina Nolto Bueno Ilma A. Goulart de Souza BrittoRev. Bras. de Ter. Comp. Cogn., 2011, Vol. XIII, n 3,4-15de se apelar para estados mentais ou processos neu-robiolgicos hipotticos (Skinner, 1969/1980). Isso porque,seumdadoestmulonoapresentarcerto efeito,implicaapenasqueoorganismonoono-tou. Portanto, pode-se concluir que (...) o estmulo no teve um papel importante nas contingncias que prevaleceramnomomentodaresposta.(Skinner, 1969/1980, p. 180). J o efeito oposto pode ocorrer quando o organismo est privado da presena de de-terminados estmulos, cuja magnitude exerce efeito reforador relevante. Considere o exemplo: quando a lha de uma das autoras que estudava fora do pas agendavaseuretorno,ame,dadaaprobabilida-de iminente de sua chegada, via a lha ausente e aindaouviaasuavoz.Essetipodevisoeau-diocondicionadapodeserexplicadoemfuno dequetantoovercomooouvirnoexigema presena da coisa vista ou da coisa ouvida (Skin-ner, 1953/2000). Portanto, ver ou ouvir na ausncia do referido estmulo experincia comum (Skinner, 1974/1985). A viso condicionada explica a tendn-cia que se tem de ver o mundo de acordo com a pr-pria histria, uma vez que os estmulos que geram a visocondicionada,muitasvezessoreforadores (Skinner, 1953/2000). Skinner (1974/1985) sugere que se deve voltar para ahistriaambientalprocuradessestiposderes-postas, pois quando uma pessoa v algum em sua imaginao,podeestarapenasfazendoaquiloque faz na presena desse algum. Adquirimos (...) um repertriovisualsobocontroledeestmulosver-bais. (p. 73), ou seja, a me via a lha porque era reforadaaofaz-lo,eonveldeprivaodame tinha efeitos motivacionais. E o que parece ser uma simples resposta sensorial depende tambm de vari-veis nos campos do condicionamento, motivao, privao e emoo (Skinner, 1953/2000).Aindaqueumaformulaodasinteraesentre umorganismoeoseumeioespeciqueaocasio na qual ocorre a resposta, a prpria resposta e suas consequncias, as interrelaes entre elas so muito maiscomplexasdoqueasqueocorrementreum estmulo e uma resposta (Skinner, 1969/1980). Esse o caso que ocorre com o ver ou o ouvir novamen-teumacoisaquejseviuoujseouviu.Numa anlise operante, e no behaviorismo radical que se constri sobre ela, o ambiente permanece onde est eondesempreesteveforadocorpo.(Skinner, 1974/1985,p.66,grifosdoautor).Portanto,uma respostareforadatemmaiorprobabilidadede ocorrer em ocasies semelhantes e (...) responde-mos de maneiras idiossincrticas por causa do que jaconteceuquandoestivemosanteriormenteem contato (...). (p. 67). As variaes ocorrem em fun-o de serem diferentes as contingncias, ainda que mantidos os mesmos estmulos, alm de haver a ne-cessidade de se considerar como relevante o estado de privao do organismo. Ento, (...) uma pessoa vumacoisacomoalgumaoutracoisaquandoa probabilidade de ver esta grande e o controle exer-cido por aquela pequeno. (p. 67). Skinner(1953/2000)declaraqueocontrolefun-cional exercido por um estmulo permite distinguir entre sentir e outras atividades sugeridas pelos ter-moscomover,perceberouconhecer.Osen-tirrefere-semerarecepodoestmulo. Vero comportamentointerpretativocontroladoporum estmuloecaracterizaumarelaoespecialentre ocomportamentoeosestmulos.diferentede sentir,domesmomodoqueresponderdiferente de ser estimulado. Nossa percepo do mundo nosso conhecimento do mundo o nosso com-portamentoemrelaoaomundo.(p.86,grifos do autor). Assim, recordar, imaginar ou relem-8brar nada mais que ver novamente aquilo que j foivisto,sejapelapercepodireta,sejapelame-morizao.Poderumapessoavercoisasquando nada h para ser visto deve ter sido uma forte razo para o mundo mental ter sido inventado. (Skinner, 1974/1985, p. 75). Assim,osanalistasdocomportamentobuscamas contingnciasquesoresponsveispelocompor-tamentoverbaldoesquizofrnicoeascircunstn-cias pelas quais seus contedos verbais se inserem (Britto,2011).Nota-sequeaatenosocialfre-quentementedispensadaaocomportamentoverbal inapropriado do esquizofrnico que de acordo com Miranda e Britto, (2011) ora fala de modo estranho, incoerenteoufalso,isto,delira;orasecompor-ta como se visse, ouvisse ou sentisse estmulos que noestopresentes,isto,alucina.Enatentativa deelucid-lo,essetipodecomportamentovemse constituindoumimportantetemadeinvestigao na cincia do comportamento. Britto (2004) sugere que para compreender a esquizofrenia necessrio observaroscomportamentosestranhosoubizar-ros do indivduo diagnosticado com nfase na fun-oecontedodesuasverbalizaes.Observa-se que a fala do esquizofrnico tambm, na maioria das vezes, incoerente, indesejada e com contedos misteriosos. Importante ressaltar que os comportamentos delirar e alucinar so considerados inapropriados simples-menteporquenosocaractersticosdocontexto, (...) o que diculta sua compreenso e d margens paraexplicaesbaseadasemprocessosmentaise siolgicos inferidos, que ocorrem dentro do indi-vduo.(Brittoetal.,2010,p.140).Ocomporta-mentoverbaldoesquizofrnicotorna-seassimas-sunto relevante. Isso em funo de ser notado como umachaveparatentarequacionardeterminados problemasquetmsidotratadosapenaspelavia medicamentosa; ou para conseguir uma explicao adequadasrespostassensoriaisalucinatriase convices delirantes, presentes nos relatos de pes-soas com diagnstico de esquizofrenia. Tendoemvistaaimportnciadessasquestes,re-correr ao estudo do comportamento verbal impres-cindvel, medida que Skinner (1957/1978) indicou o caminho para lidar com os fenmenos que envol-vem os episdios verbais entre os indivduos como relaesfuncionaisprpriasdeumacomunidade verbal. Ainda que sua obra apresente mnimas refe-rncias a dados empricos e ainda que seja um livro terico interpretativo dos fenmenos da linguagem, a obra procura dar uma verso para o entendimen-to da viso analtico-comportamental a respeito de tais fenmenos.Exatamente por isso, B. F. Skinner no pretendeu responder dvidas, mas ao contrrio suscit-las para estimular a pesquisa do comporta-mento verbal, de onde tm surgido respostas s in-merasperguntaselaboradasdesdeapublicaodo VerbalBehavior.Eemrelaoaocomportamento verbal do esquizofrnico, perguntas aguardam res-postas,dadaanecessidadedesecriartecnologia apropriada tanto para investigar quanto para intervir nesse tipo de comportamento verbal. Nesse sentido, eutilizando-sedaperspectivaskinneriana,Simo-nassi, Cameschi, Vilela, Valcacer-Coelho e Figuei-redo (2007) armam que o comportamento verbal umdospadrescomportamentaismaisdifceisde ser submetido a um estudo experimental. Se assim, estudar o comportamento verbal do esquizofrnico no diferente: a tarefa desaadora.Na abordagem tradicional, palavras so as unidades mnimas analisadas por linguistas, que consideram Uma Abordagem Funcional para os Comportamentos Delirar e Alucinar9coisascomoobjetos(Chomsky,1959).Nessavi-so, as palavras faladas so smbolos ou meras su-perfcies de processos profundos e ocultos que no podemserdiretamenteobservados,masinferidos da mente de um falante para expressarem signica-dos ou intenes. Desse modo, o signicado de uma palavra algo que o falante formula em sua mente, pormeiodeprocessosqueincluemasrepresenta-es mentais (Moore, 2000). Uma implicao desse pontodevista:delirarealucinarsovistoscomo umaespciedepossessomental,merossintomas deprocessossubjacentes;coisas,objetivosouen-tidadesautnomasqueumesquizofrnicopossui. Longe, portanto, de uma abordagem funcional.Moore(2000),porsuavez,alertouquepalavras nosocoisas. Vriasclassesdecomportamento verbal so diferenciadas porque as topograas que as produzem diferem de classe para classe. Salienta oautorquequandoumfalantedizqueestsere-ferindo a alguma coisa, ele est especicando para oouvinteoqueestcontrolandooseucomporta-mento verbal ou sobre o que ele est falando. Nesse sentido, relaes funcionais que controlam o com-portamentoverbaldevemserbuscadaspara,dessa forma,suaexplicaotornar-sepossvel(Skinner, 1957/1978).Considere o exemplo: em suas respostas sensoriais, nomeadas como alucinaes, o esquizofrnico rela-ta Formigas esto caminhando dentro do meu cre-bro. Algumas anlises so possveis. A primeira que esse tipo de fala envolve componentes respon-dentes e operantes, uma vez que imaginar em respos-ta s palavras experincia comum. Imaginamos de modoquepodeparecerrealidade(Martin&Pear, 2007/2009). Segunda, ao imaginar formigas dentro docrebro,apalavraformigaeliciaatividadesna parte visual desse rgo de forma que ele vivencia o comportamento de ver na ausncia do inseto sen-do, portanto, uma viso condicionada; isso porque elepassouporexperinciasnasquaisolhavaevia formigas em sua histria prvia de condicionamen-to (Martin & Pear, 2007/2009; Skinner, 1953/2000; Staats, 1996). A terceira que esse tipo de fala pode ser fortemente inuenciado pelos efeitos reforado-res da ateno social (Britto et al., 2010; DeLeon et al., 2003; Dixon et al., 2001; Lancaster et al., 2004; MaceeLalli,1999;Marcon,2010;Mello,2010; Santana, 2008; Wilder et al., 2001, entre outros). E a quarta, a elocuo, pode evocar comportamentos incompatveis com funes mais assertivas no am-bientelaboraldoesquizofrnico,aopermitirque eleseafastededeterminadasatividades,atpelo efeito emocional que esse tipo de fala exerce sobre o ouvinte. Por m, a quinta que aponta ser essa uma falafalsa(delrio)ecomestmulosquenoesto presentes(alucinao),cujosignicadoparaoes-quizofrnico deve ser encontrado entre os determi-nantes de sua resposta e no entre suas propriedades (Britto, 2011). Dessaforma,esforostmsidorequeridosdos analistasdocomportamento:traduzirasfalasina-propriadasemitidasporpessoascomodiagnsti-codeesquizofreniae,consequentemente,apontar para relaes conveis para se intervir nos agentes eliciadores,evocadoresemantenedoresdeclasses de respostas verbais,como anteriormente descrito. Sugere-se que essa deva ser a forma convel para se estudar as convices delirantes e respostas sen-soriais alucinatrias faladas por pessoas diagnosti-cadas como esquizofrnicas. Osanalistasdecomportamentofocamascontin-gnciasquesoresponsveispelocomportamento Gina Nolto Bueno Ilma A. Goulart de Souza BrittoRev. Bras. de Ter. Comp. Cogn., 2011, Vol. XIII, n 3,4-1510verbal. As funes esto no contexto, como os ope-rantesverbais.Eentretodososoperantesocom-portamentoverbalomaisarbitrrio,inclusiveo comportamentoverbaldoesquizofrnico.Ocom-portamentoverbalorganizaasaesdeumapes-soa nas relaes que ela estabelece com os eventos deseucontexto(Skinner,1957/1978).Ento,se eleorganizaocomportamentodeumapessoa,ele tambmpodedesorganiz-loelev-laaserdiag-nosticadacomopsicticaouesquizofrnica.Por conseguinte,aorganizaodocomportamentodo esquizofrnico passar tambm pela organizao de seus relatos verbais. Para a presente proposta, classes de comportamento verbal de pessoas com o diagnstico de esquizofre-nia so quase sempre diferenciadas e na maioria das vezesinapropriadasaqualquerocasio.Conside-reorelato:Odiaboapareceparamim,querendo matar Jesus Cristo (Rodrigues & Bueno, 2009).A pessoarelataoagentecontroladordeseucompor-tamento verbal: a palavra diabo, estmulo no ob-servvel, mas fortemente presente na cultura. Esse tipo de elocuo serviria como um estmulo discri-minativo (SD) que evocaria outros comportamentos do falante, como por exemplo, permanecer a maior parte do dia em contato com eventos sagrados. Esse tipo de comportamento verbal afetaria o comporta-mento do ouvinte ao gerar nele reaes emocionais. O ouvinte, por sua vez, reforaria o comportamento disponibilizandoaatenosocialcontingente.Eo efeito reforador da ateno social poderia ser alte-rado momentaneamente por efeito de uma operao motivacional (Marcon & Britto, 2011). E esta, dis-ponibilizadacontingenteaessetipoderelato,au-mentaria a probabilidade de suas ocorrncias ainda que seja uma fala falsa ou delrio; e como estmulo no observvel ou alucinao (Britto et al., 2010). E mais,apessoadiagnosticadacomoesquizofrnica no diz as palavras o diabo querendo matar Jesus na presena desses estmulos. Essa forma de com-portamento verbal, em que as palavras no apresen-tamrelaescomeventosambientais,conduzao diagnstico psiquitrico de portador de transtorno psictico ou esquizofrenia (Britto, 2011).RodrigueseBueno(2009)estudaramocompor-tamentodeumaparticipantede29anos,solteira, ensinofundamental,queresidiacomospais.A participanterelatouhistriasderejeio,abando-nos,agressesfsicaseverbaisfrequentes,alm de, ao longo de sua vida, ter recebido vrios con-ceitos depreciativos sobre si, imputados por parte de seu ambiente familiar e social. Foi diagnostica-da como esquizofrnica, quando passou a ser me-dicada com risperidona (Risperdal) 4mg noite, durante o estudo. A participante apresentava respostas verbais inco-muns que faziam referncias (a) pessoa famosa, como Eu sou a Xuxa; tenho cabelos loiros e olhos azuis;(b)estadocivilincompatvelidadeSou casada desde criana; (c) ter lho prximo de sua idade,aorelatarTenhoumalhade21anosde idade;(d)falassobreestmuloinobservvelO diabomedavacomidaestragadaefaziasexoco-migo; (e) relatos que envolviam ao sobrenatural Eu no deixo o diabo matar Jesus Cristo; (f) falas comcontedossobrenaturaissobreentidadesre-ligiosas Vi na igreja Deus, Nossa Senhora, Jesus Cristoeodiabo;(g)relatosdeefeitosmgicos Comeceiarezareveioumaventaniaeopovo pensou que era chuva. Mas no, era apenas a mi-nhafedaeumateitodos;(h)bemcomofalas sobreganhosdedivindadeJesusCristomedeu um celular entre outras.Uma Abordagem Funcional para os Comportamentos Delirar e Alucinar11Aintervenoaplicadavisandoaocontroledessas respostasverbaispautou-senabuscadarelao funcional dos antecedentes e consequentes de ou-vir vozes e ver imagens nas ausncias dos respec-tivosestmulos.Aparticipanterelatouqueviae ouviapessoasimaginriassemprequenecessita-va de algum tipo de ajuda. Ento, foi instruda pela terapeutaaconfrontarsuasimagens,isto,irao encontro delas e, se possvel, toc-las. A partir des-sainstruoaparticipanteaprendeuadiferenciar suas imagens, o que ela realmente pensava, sentia e imaginavadaquiloqueaconteciaemseuambiente natural. Foi-lhe ensinado tambm que, ao imaginar-mos, associamos palavras com sensaes de ver s guras que as palavras descrevem.Por meio dessa experincia,aparticipanterelatouqueaspessoas imaginrias quase sempre eram reforadoras e sur-giam quando ela buscava ajuda para sanar seus pro-blemas.Porm,aintervenoaplicadafavoreceu--lhe discriminar suas respostas sensorias e pblicas, possibilitando a ela melhor descrever o controle dos estmulos sobre os quais respondia (Britto, 2004). Em outro estudo, Silva e Bueno (2010) trabalharam com o comportamento verbal inapropriado de uma participantede49anos,tcnicadeenfermagem, solteira, que residia com os pais e estava aposenta-da por invalidez. A participante relatou histrias de sucessivas hospitalizaes em funo de problemas diversos de ordem emocional e fsica, inclusive ten-tativa de suicdio. Relatou, tambm, terapeuta que algunseventosepessoasaperseguiamportodos os lugares em que se deslocava. Por consequncia, passouaresponderdemododesorganizadoa(a) sons como o canto dos pssaros: Pssaros cantam semprequandochegoaoslugares;(b)aveculos emmovimentosouestacionados:Hpessoasme vigiando em diversos pontos da cidade; (c) a pes-soas do ambiente social: Quando estou em casa e meproponhoafazeralgo,comeamafazerbaru-lhosinsistentes;(d)acaminhonetespretas:(...) estou sendo perseguida; e (e) a viaturas da polcia militar: Por onde ando, a polcia me segue. Como consequncia, deixou de sair de casa.Nas sesses de interveno, a terapeuta tentou mo-dicarasclassesderespostasverbaisdenidas como inapropriadas emitidas pela participante, oca-sio em que foram includos procedimentos direcio-nados exclusivamente diminuio desses tipos de relatos. Inicialmente, a terapeuta conduziu a partici-pante at a janela da sala de terapia da clnica-escola e pediu que observasse os movimentos dos pssaros nasrvoresadjacentes.Emseguidafoisolicitado queeladescrevesse,passoapasso,oqueocorria fora da sala. Por m, as consequncias geradas por seus relatos foram analisadas. Osdadosresumidosna Tabela1mostramque,gra-dualmente,aparticipantenotouseusequvocosem relao ao canto dos pssaros; relatou que esses no a perseguiam, ao contrrio, apenas cantavam. Relatou ainda que em ambientes arborizados era comum a pre-sena de pssaros, e que poderiam cantar a qualquer hora do dia, aleatoriamente. Nas sesses seguintes a terapeuta instruiu a participante a escrever em cartes o que imaginava e a confrontar o que ela havia escrito nocartocomevidnciasnaturaisdeseuambiente. A participante passou ento a portar e a fazer uso de inmeroscartes.Quandodoretornossessesela relatava terapeuta: No tarefa simples ter o delrio persecutrio e depois tentar saber se ele real ou no. Como tem me dado trabalho essa interveno. Rela-tava ainda que Hoje, quanto mais acontecem coisas que eu acho estranhas, mais eu as enfrento. (...). Para mim,enfrentarnodeixardefazerascoisasque Gina Nolto Bueno Ilma A. Goulart de Souza BrittoRev. Bras. de Ter. Comp. Cogn., 2011, Vol. XIII, n 3,4-1512gosto. Averdadequenotenhoprovasdequeas pessoas estejam me perseguindo. Assim, a participante aprendeu que no havia relao funcionalentreoqueelaimaginavaeosfatosque ocorriamemseuambientenatural.Issoporque,de acordo com a perspectiva da anlise do comportamen-to, para modicar comportamentos imprescindvel relacion-loscomascondiesqueosproduziram. Esseentendimentoenfatizaascondiesrespons-veis pela origem das respostas verbais inapropriadas e as relaes resultantes dessas classes de respostas. Esse resultado pode ser mais bem entendido quando Skinner(1974/1985)armaqueOcorreumamu-dananocomportamentodopacienteseaquiloque elev(ouve,senteetc.)temomesmoefeitopositi-voounegativamentereforadordasprpriascoisas quando vistas. (p. 75).Como exposto, estabelece-se que dentro da perspec-tiva skinneriana as respostas verbais de esquizofrni-cos, como qualquer outra resposta verbal, so partes domundodeeventosobservveisparaasquaisse aplicamosmtodosdacinciaanlisedocompor-tamentoeparacujacompreensoessesmtodosse provaramadequados(Skinner,1956/1979).Assim sendo, espera-se que o conhecimento adquirido pelo clienteduranteassessesteraputicasresulteaele Tabela 1. Fragmentos das falas da participante e terapeuta durante a sesso da Interveno Uma Abordagem Funcional para os Comportamentos Delirar e Alucinar13naaprendizagemdenovashabilidades.Edessafor-ma,essa pessoa com o diagnstico de esquizofrenia adquira recursos para engajar-se na melhoria de seus problemas existenciais. Em sntese, armar-se-ia para essa pessoa que os pro-cessosdediscriminaosomaisrelevantesdoque assensaes,quandosedescreveocomportamento comoumacomplexaclassedeoperante.Relatam-se estmulos e no percepes ou sensaes. Embora a ateno social possa ter funo controladora nos com-portamentos-problemadeumsujeito,muitoprov-vel que tipos diferentes de ateno (ou tipos diferentes de estmulos) tambm estejam exercendo essa funo em outras pessoas (...). (Epaminondas & Britto, 2010, 71).Conhecerafunodoscomportamentosverbais de falar, ouvir e ver na ausncia dos respectivos estmu-los (alucinar) condio sine qua non para o estabele-cimento de um programa de interveno que favorea a reduo das falas inapropriadas, o aumento das falas apropriadas, a instalao de novos repertrios compor-tamentais pessoa com diagnstico de esquizofrenia. Porm, requer ainda interveno no contexto ambiental dessa pessoa, ambiente esse que lhe favoreceu a aqui-sio e manuteno dessa classe complexa de respos-tas. Pois como salientam Montes e lvares (2010), a pessoa diagnosticada como esquizofrnica (...) costu-maencontrar-seemposiessociaisglobalmenteal-teradas,costumaenfrentarconitos,termetas,sofrer rejeies, apresentar desejos e ter esperanas. (...) um emaranhadohistrico-socialqueproporcionacontex-tos para formar-se ou para desfazer-se. (p. 35).Desta feita, procedimentos prprios da anlise do comporta-mento,comafunodemodicarecontrolarreper-trios devem ser aplicados, como modelagem, mode-lao, reforamento positivo, reforamento diferencial de comportamentos alternativos e extino. Fica claro, tambm, que (...) o comportamento emitido por pes-soas diagnosticadas como esquizofrnicas pode ser de-senvolvido, fortalecido, mantido ou extinto pelas suas prprias consequncias. (Britto, 2009, p. 400). Logo, conclui-sequeocomportamentodoesquizofrnico, assim como qualquer outro comportamento (...) tem se mostrado sensvel s contingncias quando estudado funcionalmenteviaintervenesoperantes.Pormeio do controle dos procedimentos de reforamento foca--se a reduo de comportamentos inapropriados, alm de promover o ensino sistemtico de comportamentos (...), possibilitando uma maior insero social do esqui-zofrnico. (Britto, 2009, p. 400). Da a necessidade de estudos, como o ora proposto, para que sejam identi-cados, com maior preciso, graas a uma tecnologia maisavanada,osagentesquecontrolamessescom-portamentos.Quandoexplicaesfantasiosassobre aquilo que possvel ser conhecido, descrito, portanto controlado, sejam dispensveis. RefernciasAssociao Americana de Psiquiatria. (2002). Manual Diagnstico e Estatstico de Transtornos Mentais DSM-IV-TR. Traduo organizada por C. Dornelles. 4 Edio. Porto Alegre: Artes Mdicas. (Trabalho original publicado em 2000).Ayllon, T. & Haughton, E. (1964). Control of the behavior of schizophrenics by food. Em: A. W. Staats (Editor), Human learning: Stud-ies extending conditioning principles to complex behavior (pp. 458-465). New York: Holt, Rinehart and Winton, Inc. Britto, I. A. G. S. (2004). Sobre delrios e alucinaes. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 6(1), 61-71. Gina Nolto Bueno Ilma A. Goulart de Souza BrittoRev. Bras. de Ter. Comp. 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