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Brasil Qumica: Gases Industriais

ndice Analtico

Gases Industriais1 2 SINOPSE ESTRUTURA 2.1.1 2.1.2 2.1.3 2.1.4 2.1.5 2.1.6 3 ANLISE Resumo da Cadeia Produtiva Empresas Ofertantes e Origem do Capital Estimativa de Capacidade Instalada (em toneladas por dia tpd) Estrutura de Oferta por Tipo de Gs 2001 Participao das Empresas no Mercado 2005 Faturamento

17/Nov/20064 5 5 5 6 6 6 7 7 7 8 8 8 9 9 10 10 11 11 11 12 12 13 13 13 15 16 16 16 17 17 18 19 20 20 20 20 21 21 23 25 25 25 25

3.1 Aspectos Tcnicos 3.2 Utilizao de Alguns Gases Industriais 3.2.1 Gs Carbnico 3.2.2 Nitrognio 3.2.3 Oxignio 3.2.4 Argnio 3.2.5 Hidrognio 3.2.6 Acetileno 3.2.7 Hlio 3.2.8 xido Nitroso 3.2.9 Oznio 3.3 Aspectos de Mercado 3.3.1 Caractersticas Gerais 3.3.2 No Mundo 3.3.3 No Brasil 3.3.3.1 Oferta e Demanda 3.3.3.2 Custos 3.3.4 Preos 3.3.5 Empresas 3.3.5.1 Air Liquide 3.3.5.2 Air Products 3.3.5.3 White Martins 3.3.5.4 Aga (Linde) 3.3.5.5 IBG 3.4 Pontos Positivos e Pontos Negativos do Segmento (sob a tica dos produtores de gs) 4CONJUNTURA

4.1 Ano de 2006 4.1.1 Mundo 4.1.1.1 Fuses, Aquisies e Acordos 4.1.2 Brasil - Aspectos Conjunturais 4.1.2.1 Sobre o Setor 4.1.2.2 Fuses, Aquisies e Acordos 4.2 Ano de 2005 4.2.1 Mundo 4.2.2 Brasil - Aspectos Conjunturais

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Brasil Qumica: Gases Industriais 4.2.2.1 Sobre o Setor 4.2.3 Fuses, Aquisies e Acordos 5 6INVESTIMENTOS RECENTES

ndice Analtico 27 29 30 30 31 31 31 34 34 36 37 37 37 37 37 38 38 38 39 39 40 40 40 41 41 42 42 44 44 44 46 46 47 49 49 50 52 53 53 53 56 56 61 63 63 65 66 66

5.1

Quadro Resumo dos Investimentos Anunciados

PERSPECTIVAS 6.1 No Brasil 6.1.1 Ano de 2006 e 2007 6.1.2 Quadro Resumo das Perspectivas Lafis (2006 e 2007) 6.1.3 Mdio e Longo Prazos 6.2 Mercado Mundial

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ANEXOS 7.1 Grficos e Tabelas 7.1.1 Mercado Mundial 7.1.1.1 Diviso do Faturamento da Air Liquide e Messer, por Regio (2003) 7.1.1.2 Distribuio da Demanda por Regio (1998) e Tipo de Gs (1995) 7.1.2 Oferta Mundial de Gases Industriais (2001) 7.1.2.1 Vendas das Principais Empresas (2003 e 2005) 7.1.2.2 Comrcio Mundial de Gases Medicinais e Equipamentos (2000) 7.1.2.3 Mercado Mundial de Gases para a Indstria Eletrnica (2000) 7.1.2.4 Mercado Mundial de Hidrognio (2001) 7.1.3 Brasil 7.1.3.1 Referncia de Alguns Preos de Gases Medicinais (R$/unidade, outubro/2005) 7.1.3.2 Vendas totais por tipo de mercado (em 1995) 7.1.3.3 Segmentao por Tipo de Gs (em 1998) 7.1.3.4 Segmentao por Mtodo de Distribuio (em 1998) 7.1.3.5 Simulao de Market Share das Principais Empresas - 2001 7.1.3.6 Receita Lquida de Algumas Empresas do Setor 1999 a 2004 7.1.4 Receita Bruta de Algumas Empresas do Setor 2004 (em US$ milhes) 7.2 Evoluo Histrica do Setor 7.2.1 Ano de 2001 7.2.2 Ano de 2002 7.2.2.1 No Mundo 7.2.2.2 No Brasil 7.2.3 Ano de 2003 7.2.3.1 No Mundo 7.2.3.2 No Brasil 7.2.3.3 Custos 7.2.4 Ano de 2004 7.2.4.1 No Mundo 7.2.4.2 No Brasil 7.3 Histrico dos Investimentos no Brasil 7.3.1 White Martins (Praxair) 7.3.2 Aga (Linde) 7.3.2.1 BOC 7.3.3 Air Liquide 7.3.3.1 Messer 7.3.4 Air Products 7.3.5 IBG

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Brasil Qumica: Gases Industriais 7.3.6 Cemig 7.3.7 Carbo Gs 7.4 Histrico dos Investimentos em Outros Pases 7.4.1 White Martins 7.4.1.1 Argentina 7.4.1.2 Paraguai 7.4.1.3 Colmbia 7.4.1.4 Venezuela 7.4.1.5 Peru 7.4.1.6 Uruguai 7.4.1.7 Chile 7.4.2 Air Liquide 7.4.2.1 Argentina 7.4.2.2 Espanha 7.4.2.3 EUA 7.4.2.4 Blgica 7.4.3 Aga (Linde) 7.4.3.1 Argentina 8 NOTAS 8.1 Separador de 1000

ndice Analtico 67 67 68 68 68 68 68 69 69 69 69 70 70 70 70 70 71 71 71 71

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Brasil Qumica: Gases Industriais 1 SINOPSE

Gases Industriais*$NO HA

2005

EMPRESAS DE CAPITAL ABERTO OUTRAS EMPRESAS RELEVANTES O SETOR NO BRASIL

2

W HITE MARTINS (HOLDING), AGA (LINDE), AIR LIQUIDE, AIR PRODUCTS E IBG. Os gases industriais tm um mercado muito diversificado e so essenciais para as atividades a que se destinam, resultando numa forte correlao da demanda com o PIB. A comercializao pode ser efetuada atravs de cilindros, de vendas a granel ou de pequenas plantas on-site, de propriedade da empresa de gases industriais, mas administradas pelo cliente. O setor dominado no Brasil pela White Martins, subsidiria da norte-americana Praxair. A Aga e a Air Liquide, constituem as outras principais representantes. As vendas so da ordem de US$ 2 bilhes (2005).

O SETOR NO MUNDO

Em 2005, as cinco maiores empresas de gases industriais, medicinais e especiais faturaram mais de US$ 44 bilhes. O Brasil representa dois teros do mercado sul-americano e cerca de 3% do mercado mundial de gases industriais.

-

PERSPECTIVAS LAFIS

Dada a diversidade de suas aplicaes, em 2006 o segmento ser favorecido pelo relativo maior crescimento industrial (projeo de +3.6% para o PIB da indstria). O setor siderrgico, cuja expectativa Lafis de crescimento de 3.0% para a produo de ao bruto, ao contrrio do que ocorreu em 2005 (quando registrou queda de 3.9%), dever ter importante papel no aumento das vendas de gases industriais (principalmente do oxignio). Por sua vez, os negcios com o nitrognio tm avanado com os novos investimentos realizados pelo setor petroqumico no Brasil (como por exemplo, o j concretizado Riopol e o projeto do Complexo Petroqumico do Rio de Janeiro), seu maior mercado consumidor. Adicionalmente, as vendas de oxignio tambm deslancharam com o crescimento das exportaes de celulose (onde o fornecimento totalmente terceirizado) e de aos planos (parcialmente terceirizado), alm de se intensificarem os novos usos do produto, como por exemplo, no craqueamento cataltico fluido (FCC) das refinarias de petrleo. Ainda neste contexto, observou-se que de janeiro a agosto, ante igual perodo de 2005, as exportaes fsicas de celulose aumentaram 17% e a de aos planos, 18%.

Pelo lado da oferta, interessante observar o crescimento dos investimentos (a White Martins, por exemplo, quase dobrou o valor de suas inverses em 2005, atingindo US$ 154 milhes, ante US$ 80 milhes em 2004). A intensificao dos investimentos em plantas on site, sobretudo pelas principais empresas atuantes no mercado, tambm tem sido observada como uma tendncia do setor, que ainda possui a seu favor a reduo dos custos logsticos. O custo de produo relativo energia eltrica (seu principal insumo), conforme esperado, est apresentando taxa mdia de reajuste tarifrio relativamente menor que no ano passado, embora ainda deva acumular alta de cerca de 28%. Da mesma forma, as despesas relativas ao transporte (leo diesel e pedgio) continuam subindo numa intensidade inferior verificada em 2005, em virtude da menor volatilidade do preo do petrleo. Com esse cenrio (aumento da oferta e da demanda, com crescimento dos preos retidos pela maior concorrncia), concluiu-se uma projeo de crescimento de 5.7% no faturamento nominal (em Reais) do setor. Para 2007, os reflexos positivos do cenrio macroeconmico (onde se espera expanso de 4.3% para o PIB da indstria) no segmento de gases industriais apiam-se nas projees Lafis de crescimento da produo de importantes setores demandantes, como aos planos (+4.5%), papel (+3.0%), celulose (+13%), alumnio (+8.7%) e petrleo e derivados. No segmento de gases hospitalares, a expectativa Lafis de elevao de 6.0% no nmero de beneficirios do sistema privado de sade e de 10% nas despesas do sistema pblico de sade, remete, tambm, a um crescimento de demanda por gases. Sendo assim, a projeo para o crescimento do faturamento lquido do setor passa para 6.4%.

2006

17/11/2006

2007

,

ATENO!

Teoricamente, os preos dos gases (curto prazo) deveriam acompanhar o movimento dos custos. Porm, segundo representantes do setor, por vezes, esses seguem a lgica do mercado internacional. Por outro lado, observa-se maior interesse das empresas do setor em procurar realizar contratos de longo prazo, principalmente com setores promissores, tais como o siderrgico.

Analista Responsvel:

Clia Murad

e-mail: [email protected]

(*) cresc. ou queda de faturamento acima de 30%; cresc. ou queda de faturamento entre 1.1% a 29.9%; queda de faturamento at 1%; aumento e queda referem-se a valores correntes em moeda nacional.

cresc. ou

Brasil Qumica: Gases Industriais 2 ESTRUTURA 2.1.1 Resumo da Cadeia ProdutivaPRINCIPAIS INSUMOS

PRINCIPAIS PRODUTOS / EMPRESAS PRODUTORAS Gs Carbnico (CO2)

SETORES DEMANDANTES bebidas saneamento metalurgia gelo seco ind. txtil outros hospitalar siderurgia qumica mecnica metalurgia transporte alimentos qumica fertilizantes indstria espacial

Energia Eltrica leo Diesel

Gases Atmosfricos .Nitrognio (N2) .Oxignio (O2) .Argnio (Ar)

Hidrognio (H2)

Carboneto de Clcio (CaC2) e Acetileno (C2H2)

Gases Especiais (Hlio etc.)

Petrobrs, BA/SE (1) White Martins, diversos (2) Rhodia, SP (1) Linde (ex-Aga) Gs Carbnico, AM outros White Martins Linde (ex-Aga) Air Liquide Air Products Messer outros Air Products Air Liquide Linde (ex-Aga) White Martins IBG outros White Martins Linde (ex-Aga) Air Liquide IBG outros White Martins outros

alimentos eletroeletrnica outros

(1) prod. basicamente para consumo cativo (2) participao de 56% no mercado no-cativo em 1999, segundo a prpria empresa. Fontes: Abiquim (gs carbnico), White Martins (outros) NOVA, FEITA NO TEXTO

2.1.2 Empresas Ofertantes e Origem do CapitalEmpresa Aga (Grupo Linde) Air Liquide Air Products IBG Origem do Capital alem francesa norte-americana brasileira

White Martins (Grupo Praxair) norte-americana

Fonte: Elaborao Lafis ATUALIZADA

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Brasil Qumica: Gases Industriais 2.1.3 Estimativa de Capacidade Instalada (em toneladas por dia tpd)empresa White Martins AGA Air Liquide Air Products BOC IBG Carbo Gs total 2001 12.500 2.170 1.900 800 100 50 17.520 2002 (E) 12.900 2.170 1.912 800 120 100 18.002 2003 (E) 12.900 2.170 1.912 900 120 300 18.302 2004 (E) 15.851 2.192 1.936 900 520 300 24 21.699 2005 (E) 16.211 2.292 2.136 1.000 520 300 24 22.459 2006 (E) 17.017 2.812 2.136 1.000 300 24 23.265 2007(E) 17.017 2.812 2.136 1.000 300 24 23.265

Fonte: 2001: Air Products, publicado na revista Qumica e Derivados n. 401- fevereiro/02; 2002 a 2007: estimativa Lafis a partir de matrias publicadas na imprensa. QPQ/GASES/CAPACIDADE INSTALADA

2.1.4 Estrutura de Oferta por Tipo de Gs 2001Air Liquide + Messer 17.6% 12.7% 16.3% 16.8%

Gases gases do ar gs carbnico hidrognio gases especiais

Aga 16.2% 7.0% 46.8% 15.9%

Air Products White Martins 3.8% 0.0% 13.0% 3.9% 59.0% 79.8% 23.9% 60.7%

Air Liquide 16.2% 7.5% 11.2% 14.8%

Messer 1.4% 5.2% 5.1% 2.0%

Total 96.6% 99.5% 100.0% 97.3%

Fonte: Cade, in ato de concentrao 08012.006651/01-75 NOVA GASES/ESTRUTURA DE OFERTA

2.1.5 Participao das Empresas no Mercado 2005Receita Lquida Nominal Divulgada, em R$ White Martins White Martins Gases - RJ White Martins NE PE White Martins Norte PA White Martins Camaari-BA Aga Aga SP Aganor - PE IBG SP (1) total divulgado outras total Abiquim R$ milhes 2,270.80 1,739.42 270.46 187.89 73.03 409.48 356.77 52.71 53.57 2,733.85 2,136.11 4,869.97 US$ milhes 902.58 714.35 111.07 77.16 29.99 168.17 146.52 21.65 22.00 1,092.75 907.25 2,000.00 participao sobre o total 45.1% 35.7% 5.6% 3.9% 1.5% 8.4% 7.3% 1.1% 1.1% 54.6% 45.4% 100.0%

(1) faturamento de US$ 22 milhes divulgados na imprensa; Obs: taxa de cmbio mdia = R$ 2.43/US$. Fonte: Balano Anual Gazeta Mercantil - 2006

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Brasil Qumica: Gases Industriais 2.1.6 FaturamentoGASES INDUSTRIAIS faturam ento 8,000 milhes de unidades monetrias 6,000 5,000 4,000 3,000 2,000 1,000 0 2002 2003 2004 2005 1,753 600 3,693 4,681 4,870 1,600 2,000 7,000

R$ m ilhes

Obs.: inclui medicinais e especiais. Fonte: Abiquim NOVA GASES/FATURAMENTO

3 ANLISE 3.1 Aspectos Tcnicos A oferta de gases pode ser dividida em gases industriais, gases medicinais e especiais. Os gases industriais so utilizados por praticamente todas as indstrias e na maioria dos processos industriais. Os gases medicinais so distribudos nos hospitais, clnicas e no prprio domiclio do paciente (home care). Os gases especiais e misturas, na forma de gases de altssima pureza, so utilizados nos laboratrios de anlise, processos de controle de qualidade e calibrao de instrumentos de medio. Exemplos de cada segmento: Gases Industriais Gases MedicinaisOxignio xido nitroso Argnio Hidrognio dixido de carbono de proteo para solda Combustveis oxignio xido nitroso misturas binrias misturas tercirias

1,200

US$ m ilhes

Gases Especiaisalta pureza misturas hlio raros reativos de laboratrio

Fonte: Oxignio Brasil NOVA QPQ/GASES/SEGMENTAO

Os gases industriais podem ser divididos, quanto ao processo de produo, em dois grupos: os derivados do fracionamento do ar atmosfrico liquefeito, processo puramente fsico (resfriamento e destilao) e os obtidos por processos qumicos. Os primeiros so o nitrognio (N2), o oxignio (O2) e o argnio (Ar). As grandes usinas integradas (Companhia Siderrgica Nacional, Usiminas, Cosipa, Acesita, Belgo-Mineira, V&M, Aominas) os produzem para suas prprias necessidades, mas os consumidores menores so atendidos, principalmente, por empresas transnacionais especializadas. Os produzidos por

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Brasil Qumica: Gases Industriais processos qumicos tambm podem ser obtidos como subproduto de fumaa rica em gases, como por exemplo, o hidrognio e o dixido de carbono (ou gs carbnico). A reao do coque e da cal viva em forno eltrico origina o carboneto de clcio ou carbureto (CaC2), cuja hidrlise gera o gs acetileno ou etino (C2H2). Para a maioria das aplicaes, vende-se o carboneto de clcio para preparao do acetileno pelo usurio, mas quando usado para solda (em geral junto com O2) diludo em acetona e engarrafado em tubos de ao contendo material poroso. O hidrognio (H2) pode ser produzido pela eletrlise da gua (junto com O2), pela catlise do metanol ou como subproduto de reaes de desidrogenao. O gs carbnico (CO2), comercializado liquefeito ou solidificado (gelo seco), obtido de diversas reaes de combusto e tem ampla gama de aplicaes. O hlio (He), gs raro e inerte, no produzido no Brasil, mas importado.

3.2 Utilizao de Alguns Gases Industriais 3.2.1 Gs Carbnico bastante utilizado na indstria de bebidas, mas tambm serve como congelante para alimentos, rebarbao de artefatos de borracha e expanso de poliuretano. No tratamento de efluentes, utilizado para acerto de PH, substitui a utilizao de cidos fortes que apresentam problemas de corroso das instalaes e de sade aos trabalhadores. 3.2.2 Nitrognio Caractersticas fsicas: Caractersticas qumicas: Classe de risco:

Incolor, inodoro, extremamente frio em fase lquida; nas Condies Normais de Temperatura e Presso (CNTP) apresenta-se na fase gasosa. Inerte, no inflamvel, no txico e no corrosivo. Gs no inflamvel e altamente refrigerado (fase lquida); gs no inflamvel (fase gasosa).

Fonte: Oxignio Brasil NOVA feita no texto

bastante empregado na rea de transferncia de calor, principalmente porque este gs praticamente inerte, oferecendo diversos campos de aplicao, inclusive proteo contra incndio, exploso, oxidao e corroso. bastante empregado na indstria qumica e petroqumica em processos de produo, armazenamento e transporte de matrias-primas e produtos. No estado lquido e a baixas temperaturas, possui vrias aplicaes como meio de resfriamento. Possibilita a produo do ao de melhor qualidade e permite aumentar a produo de recipientes plsticos no processo de moldagem a sopro. o gs mais usado na produo de petrleo, nas indstrias de gneros alimentcios e na agricultura. Possui aplicaes medicinais, tanto na forma lquida, como na gasosa, e a base dos sistemas de atmosfera controlada, em que oferece flexibilidade, qualidade e segurana. Segundo a fabricante Air Liquide, a pressurizao de dutos ou a purga de equipamentos e instalaes com o gs, protege da umidade e elimina poluentes e impurezas.

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Brasil Qumica: Gases Industriais 3.2.3 Oxignio Caractersticas fsicas: Caractersticas qumicas: Classe de risco:

Azulado na fase lquida e incolor na fase gasosa; inodoro nas duas fases; e extremamente frio da fase lquida. Nas condies normais de temperatura e presso apresenta-se na fase gasosa. No inflamvel, no txico, oxidante, no corrosivo e acelerador de combusto. Gs no inflamvel, altamente refrigerado (fase lquida); gs oxidante (fase gasosa).

Fonte: Oxignio Brasil NOVA feita no texto

Pode ser consumido puro e combinado com outros gases. Apresenta diversas utilidades, sendo empregado principalmente na rea mdica e industrial. indstria metalrgica: usado principalmente em conexo com a metalurgia de processamento e com processos de combusto. Utilizado na fuso e reduo desse setor, intensifica a transmisso de calor, eleva a temperatura e reduz as perdas nos gases de evaso. A operao dos fornos torna-se mais flexvel, aumentando sua capacidade e reduzindo o consumo especfico de energia; indstria qumica: utilizado em uma variedade de processos qumicos de oxidao; indstria de celulose: grande e crescente consumidor de oxignio no processo de branqueamento; piscicultura: utilizado no transporte e cultivo de peixes para consumo direto; saneamento: tratamento de gua; indstria automobilstica e mecnica.

3.2.4 Argnio Caractersticas fsicas: Caractersticas qumicas: Classe de risco:

Incolor, inodoro e extremamente frio em fase lquida; nas condies normais de temperatura e presso apresenta-se na fase gasosa. Inerte, no inflamvel, no txico e no corrosivo. Gs no inflamvel, altamente refrigerado (fase lquida) e no inflamvel (fase gasosa).

Fonte: Oxignio Brasil NOVA feita no texto

utilizado em processos metalrgicos, como na soldagem de metais (alumnio e ao inoxidvel), na produo de ao inoxidvel chamado de "descarburetao a Argnio-Oxignio" e na refinao de metais exticos (zircnio, titnio e diversas ligas). Tambm utilizado no enchimento do bulbo de lmpadas incandescentes. O Argnio, o Nenio e o Xennio (chamados gases raros da atmosfera) so produzidos comercialmente como subprodutos de grandes usinas de separao criognica.

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Brasil Qumica: Gases Industriais 3.2.5 Hidrognio Caractersticas fsicas: Caractersticas qumicas: Classe de risco:

Incolor e inodoro; nas Condies Normais de Temperatura e Presso (CNTP) apresenta-se na fase gasosa. Altamente inflamvel, no txico e no corrosivo. Gs inflamvel.

Fonte: Oxignio Brasil NOVA feita no texto

Gs incolor, inspido e inodoro. Sua densidade a mais baixa de todos os elementos, sendo o mais leve de todos os gases e o mais abundante elemento do universo. muito inflamvel, mas insolvel em gua. No estado lquido usado para gerar temperaturas muito baixas. Tem diversas aplicaes, mas os principais segmentos demandantes de hidrognio so a indstria qumica e a petroqumica, seguidos por alimentos e especialidades. utilizado na produo de embalagens de vidro, fibras pticas, plsticos, oxo-lcoois, nylon, na hidrogenao de leos insaturados e de amido, na produo de metanol, margarina, amnia, cido clordrico e no refinamento de leo para a remoo de enxofre. empregado como matria-prima na produo de fertilizantes derivados de amnia, no processo de fabricao do polipropileno e no resfriamento de geradores e motores. Tambm utilizado na reduo de minrios e como combustvel. Esse ltimo emprego vem sendo bastante testado e a expectativa quanto a sua utilizao em escala comercial aguardada (possivelmente, para depois de 2010). Alm do emprego em foguetes e nibus espaciais, carros e nibus experimentais j percorrem rodovias dos EUA e da Europa. A China tambm possui iniciativas no mesmo sentido. No Brasil, a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), de So Paulo, gerencia um projeto para colocar um nibus movido a clula de hidrognio para rodar na capital paulista at o incio de 2008. Um dos obstculos a essa utilizao est na armazenagem para distribuio. O Departamento de Energia norte-americano tem disponibilizado recursos para que se desenvolva formas de produzir, distribuir e estocar hidrognio para clulas de combustveis. No entanto, alguns cientistas questionam o efeito que o uso indiscriminado desse tipo de combustvel poderia causar na camada de oznio, alm do alto custo para se criar uma infra-estrutura de reabastecimento. Apesar dos questionamentos, as pesquisas prosseguem. No incio de 2004, um trabalho descrito na revista Science mostrou os avanos na obteno de hidrognio. Pesquisadores anunciaram ter produzido, pela primeira vez, hidrognio a partir de etanol num prottipo de reator pequeno e eficiente o bastante para aquecer casas ou mover automveis. Os mtodos atuais para produo de hidrognio exigem grandes refinarias e o consumo de grandes quantidades de combustvel fssil, como carvo e derivados de petrleo. O reator anunciado pela Universidade de Minnesota tem 0.6 metro e extrai o hidrognio de etanol - lcool etlico de milho. Em seguida, uma clula de combustvel gera eletricidade a partir do hidrognio produzido. Os pesquisadores de Minnesota acreditam que sua tecnologia poder ser usada para gerar hidrognio a partir do etanol em postos de combustvel, viabilizando a produo em massa de carros movidos a hidrognio.

3.2.6 Acetileno um gs incolor e inodoro quando puro. Entretanto, na sua forma comercial, tem um cheiro caracterstico. Por ser mais leve do que o ar, quando h vazamentos, procura as partes mais altas.

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Brasil Qumica: Gases Industriais Sua produo ocorre pela reao do carbureto de clcio com gua em geradores especiais, obtendo-se, tambm, o hidrxido de clcio como sub-produto; assim gerado, contm gua e algumas impurezas em pequenas quantidades, que entram no processo junto com as matrias-primas (como o ar) ou so formadas em reaes paralelas, como a fosfina, a amnia e o sulfeto de hidrognio. Para remoo destas impurezas, o acetileno resfriado, lavado, purificado, comprimido e, finalmente, acondicionado em cilindros apropriados. Para acondicionamento seguro do acetileno, evitando-se riscos de exploses, os cilindros de estocagem contm um material poroso saturado com um solvente, como a acetona. etc. utilizado em combinao com o oxignio para: solda e corte, tratamento pelo calor, escarfagem,1

3.2.7 Hlio um gs raro na atmosfera, porm pode ser encontrado em concentraes de 0.6% a 1.0% no gs natural em algumas reservas no mundo. O Brasil no possui reserva desse gs, sendo todo importado. empregado, assim como o Argnio, na obteno de uma atmosfera gasosa inerte, durante a soldagem de magnsio, alumnio, titnio e ao inoxidvel. Tambm utilizado em plataformas offshore por mergulhadores, substituindo o nitrognio. Na rea medicinal, tem importante utilizao nos exames de ressonncia magntica nuclear. Misturado com o oxignio, empregado no tratamento da asma, porque se difunde mais rapidamente do que o ar nos canais apertados dos pulmes. No estado lquido, utilizado para a obteno de temperaturas muito baixas em certos dispositivos eletrnicos. adequado nos termmetros de gs de baixas temperaturas, devido ao seu baixo ponto de ebulio. O consumo estimado do hlio lquido no Brasil de 1 milho de litros/ano.

3.2.8 xido Nitroso De acordo com a fabricante IBG, o xido Nitroso sempre usado na forma gasosa e, normalmente, manuseado na forma lquida em cilindros de alta presso ou tanques criognicos, porm vaporiza facilmente a baixas presses. Sendo um agente inalatrio, o xido Nitroso tem sua maior aplicao na rea mdica. Administrado juntamente com o Oxignio, possui efeito analgsico e sedativo. Em anestesia geral, a adio de xido Nitroso ao Oxignio permite uma reduo da quantidade do agente anestsico mais caro, obtendo-se o mesmo efeito. Para fins industriais utilizado principalmente na fabricao de chantilly.

3.2.9 Oznio O oznio (O3) um gs instvel. temperatura ambiente tem colorao azul-plida, devido intensa absoro de luz vermelha, atingindo colorao azul-escura quando transita para o estado lquido, situao em que adquire propriedades explosivas. Sua alta reatividade transforma-o em elemento txico capaz de atacar protenas (destruindo microorganismos) e prejudicar o crescimento dos vegetais.1

De acordo com as informaes contidas no site da fabricante IBG.

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Brasil Qumica: Gases Industriais um agente de desinfeco capaz de substituir o cloro, em funo de seu elevado poder de oxidao (mais fraco somente que o F2 ) e mecanismo de destruio de microorganismos. Na rea medicinal, utilizado em mistura com o oxignio. Tem efeito bactericida, fungicida e de inativao viral, razo pela qual pode ser empregado tanto na desinfeco de leses infectadas, como em algumas doenas causadas por bactrias ou vrus. Em baixas concentraes, pode modificar e estimular a resposta imunolgica. De acordo com a White Martins, o processo de lavagem de roupas com o oznio proporciona reduo de custos operacionais das lavanderias, aumento da produtividade e da qualidade e efluente menos agressivo ao meio ambiente. utilizado, tambm, como branqueador de celulose.

3.3 Aspectos de Mercado 3.3.1 Caractersticas Gerais O segmento est bastante relacionado com os nveis de desenvolvimento e produo industriais. Seu crescimento maior que o da produo industrial e, normalmente, corresponde a 1.5 a 2 vezes o aumento do PIB. Os anos 90 caracterizaram-se por um forte crescimento no volume das vendas, motivado pela necessidade dos clientes em melhorar a produtividade e a qualidade de seus produtos, assim como pela crescente demanda da reduo do impacto ambiental resultante de suas atividades. Nos anos de 1998 e 1999, no entanto, as baixas taxas de crescimento econmico apresentadas (0.1% e 0.8%, respectivamente) reduziram a demanda por projetos industriais. Com isso, as empresas produtoras de gases buscaram elevar suas vendas atravs do crescimento da prestao de servios vinculados ao seu negcio. Nos ltimos anos (2004 e 2005), a retomada dos investimentos industriais (petroqumica, celulose, siderurgia, etc) fortaleceram as investidas das empresas produtoras de gases no setor secundrio. Como praticamente no h diferenciao de produto, a concorrncia depende da qualidade do servio prestado pela fornecedora do gs, alm de bons preos e uma eficiente rede de distribuio que permita um pronto atendimento ao cliente (alguns setores no podem ficar desabastecidos em momento algum, sob pena de parada da produo ou de morte de pessoas). Uma eficiente rede de distribuio tambm fator decisivo para se obter custos menores, pois o custo de distribuio pesa significativamente no custo total. Um desafio constante do setor, segundo representante da Air Liquide, o encurtamento das distncias entre o fornecedor e o cliente, alm do aumento da velocidade de entrega do gs. Assim, a diferenciao entre os fornecedores de gs ocorre pela prestao de servios e pelas tecnologias que so desenvolvidas de forma a fornecer maior produtividade aos clientes. Pode-se dizer que cada grande empresa de gases industriais , ao mesmo tempo, um produtor de commodities, uma companhia de especialidades qumicas, uma empresa de engenharia e uma empresa de servios de infra-estrutura. A comercializao de gases industriais pode ser efetuada atravs de cilindros, ou de pequenas plantas on-site. No perodo de 2002 a 2005, o faturamento lquido (R$ 2004, IGP-DI) cresceu 241.17%, o que representou, nada menos, que 50.5% ao ano, principalmente justificado pelo forte crescimento ocorrido em 2003. No ano de 2005, somou US$ 2 bilhes (R$ 4.87 bilhes).

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Brasil Qumica: Gases Industriais 3.3.2 No Mundo As cinco maiores empresas do setor somaram vendas de US$ 30.7 bilhes em 2003 (vide 7.1.2.1.), todas com crescimento sobre 2002. Como base de comparao, em 2001, estas mesmas cinco empresas haviam faturado cerca de US$ 22.8 bilhes. Tal crescimento, alm de outros fatores, foi fruto do processo de concentrao enfrentado pelo setor. O mercado mundial para gases industriais foi de US$ 34.5 bilhes em 2001, sendo que o segmento de gases para a indstria eletrnica representou cerca de 10% desse total (movimentando aproximadamente US$ 3.5 bilhes). J o comrcio mundial de gases medicinais e equipamentos girou em torno de US$ 7 a 7.5 bilhes (aproximadamente 21% do total). Em 1997, das vendas mundiais de gases industriais, cerca de 17% eram supridas por plantas onsite e de dutos; 29% atravs de transporte a granel e 54% embaladas em cilindros. Entretanto, as vendas on-site cresciam a uma mdia de 20% a.a., contra uma mdia de 5% a.a. para o conjunto do setor. Em 2000, um representante da Air Liquide divulgou que, perto de 30% de todo o nitrognio vendido no mundo era proveniente de unidades on site, mas, que no Brasil, esse percentual no superava 10%.

3.3.3 No Brasil 3.3.3.1 Oferta e Demanda Os fabricantes de gases fornecem seus produtos a partir de plantas j existentes (atravs de cilindros), ou instalando novas unidades dentro das instalaes do cliente (on site), que so, geralmente, administradas pelos mesmos, porm de propriedade da empresa de gs. As unidades on site so recomendadas (representam reduo de custos) quando o cliente tem consumo elevado e constante, baixa 2 exigncia de pureza do gs e est distante de unidades criognicas, conforme explicao da Aga . Alm disso, a disponibilidade de energia do cliente outro fator a ser considerado na opo de fornecimento. Segundo a Air Liquide, existem empresas que, por sua localizao geogrfica, sofrem restries para a utilizao de energia em horrios de pico de demanda, no entanto, as unidades on site necessitam de funcionamento contnuo. De qualquer modo, parece que separadoras criognicas multiclientes, que atendem ao mercado em geral, esto sendo preteridas pelas plantas on site. As principais empresas ofertantes so a White Martins, a Aga, a Air Liquide do Brasil, a Air Products e a Indstria Brasileira de Gases, sendo que o faturamento lquido das vendas de gases industriais das cinco primeiras empresas acima citadas estava prximo de R$ 2.4 bilhes (US$ 780 milhes) 3 em 2003, de acordo com a Secretaria de Direito Econmico (SDE). Segundo a IBG , a indstria brasileira de gases industriais e medicinais movimentava, na mesma poca, cerca de US$ 800 milhes/ano, ante cerca de US$ 1 bilho num passado prximo. Segundo esta fabricante, sua entrada nesse mercado fez com que os preos dos gases tornassem-se menores. Para o ano de 2004, de acordo com a Abiquim, a receita lquida do setor voltou a ultrapassar US$ 1 bilho, estabelecendo-se em US$ 1.6 bilho. Por sua vez, em 2005, o faturamento lquido do setor apresentou novo acrscimo, atingindo US$ 2 bilhes, sendo que das informaes disponibilizadas pelas empresas (vide 2.1.5), pode-se considerar que as duas principais representantes, White Martins e Aga, participaram com, respectivamente, 45.1% e 8.4% do total. No existe uma fonte independente de divulgao da distribuio do mercado para cada empresa e, se fossem consideradas as declaraes de cada uma delas, o somatrio excederia 100%. Em matria divulgada na revista Qumica e Derivados (outubro/2003), foi mencionado que a White Martins parti2 3

Qumica e Derivados, n. 439, julho/2005. Gazeta Mercantil, 24/05/2005.

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Brasil Qumica: Gases Industriais cipava com 62% do market share nacional, a Air Liquide com entre 18% a 20% e a IBG com 3%. J no incio de 2004, por ocasio do prosseguimento da apurao pelo SDE de acusao de formao de cartel 4 no setor, foi divulgado que a White Martins detinha 60% do mercado, a Aga S/A, Air Liquide Brasil e Indstria Brasileira de Gases de 15% a 20% cada uma e a Air Products 8%. Desta forma, se fosse considerado o somatrio das participaes no limite inferior de 15% de participao no mercado para cada uma das trs empresas (Aga S/A, Air Liquide Brasil e Indstria Brasileira de Gases), acrescido de 60% da White Martins e 8% da Air Products, resultaria algo como 113%. Alm disso, na mesma publicao foi divulgado que a IBG faturava US$ 15 milhes, o que, transformado em Reais pela taxa de cmbio mdia de 2003, daria cerca de R$ 46.2 milhes, isto , cerca de 2% do total de R$ 2.4 bilhes, participao essa que assumida pela prpria empresa, mas no ratificada pelos concorrentes. Observando-se as declaraes dadas imprensa, de que a representante de capital nacional teria faturado US$ 16 milhes, em 2004, e o total do faturamento do setor (de US$ 1.6 bilho para 2004), nota-se que deteria 1% de market share. Em 2005, com os investimentos realizados, a Aga afirmou ter reconquistado a segunda posio no ranking nacional dos fornecedores de gases industriais, informao contestada pela Air Liquide, que garante manter-se na segunda colocao, posio desde a compra das unidades da Messer, conforme 5 6 divulgado na imprensa . Porm, com a compra da BOC , em 2006, a Aga/Linde passou a ocupar, com certeza, a segunda posio entre os maiores fornecedores de gases industriais brasileiros. Diante da indisponibilidade das informaes de receita das empresas participantes desse mercado, a Lafis montou a tabela 2.1.5, bastante incompleta, porm baseada na divulgao da receita lquida de algumas delas, comparativamente ao total do setor informado pela Abiquim. As empresas atuantes no mercado brasileiro so, em sua maioria, de origem estrangeira, de capital fechado. A IBG, no entanto, a nica empresa de capital nacional do segmento. Sua entrada no mercado teria representado, de acordo com a prpria empresa, um nivelamento para baixo dos preos dos produtos, em funo da oferta de gases de valores reduzidos. Segundo ela, de 1992 at meados de 2003, os preos caram cerca de 30%. A maior competitividade da empresa estaria justificada pela utilizao de capital prprio e diferenciao no transporte dos gases (a empresa possui frota prpria de veculos equipada com pallets responsveis pelo transporte vertical dos produtos). Em fevereiro de 2002, a Revista Qumica e Derivados (n. 401) publicou uma matria na qual constava a capacidade instalada de produo das principais fornecedoras de gases industriais do mercado brasileiro. A partir da, a Lafis, baseada em algumas informaes divulgadas na imprensa (discriminadas nos itens 5.1 e 7.3) estimou sua evoluo. Embora se acredite estar subestimada, percebe-se que h um movimento de ampliao, buscando atender o crescimento da demanda interna e do leque de utilizao de gases. Em julho de 2005, nova matria da mesma fonte revelava que a capacidade produtiva da White Martins era estimada como o triplo da soma das concorrentes. De acordo com a Air Products (matria publicada na Qumica e Derivados, julho/2005), a ociosidade das linhas produtivas nacionais era da ordem de 10%, porcentagem que estimulava investimentos, fato que pode ser confirmado pelos diversos anncios. Alm da alta ocupao, parte do parque instalado estava obsoleta.Valor Econmico, 20/02/2004. Qumica e Derivados, n. 439, julho/2005. 6 6 No especfico mercado paulista de gs carbnico de 600 t/dia , a britnica BOC Gases (adquirida pela Aga/Linde, em 2006) possua, no incio de 2004, 4.5%. Na sua fbrica situada em Cubato (SP), a empresa tinha capacidade para produzir 120 t/dia.5 4

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Brasil Qumica: Gases Industriais O segmento tem passado por um processo de reestruturao, no qual se observam dois movimentos. O primeiro refere-se a um processo de concentrao, enquanto o segundo, agregao de valor dos produtos. Em 2000, por exemplo, a sueca Aga foi comprada pelo grupo alemo Linde. Por sua vez, a Air Liquide (empresa de origem francesa) ampliou sua presena no mercado brasileiro quando, em 2001, absorveu as subsidirias da Messer no Brasil (alm de outros 5 pases). Em 2006, o exemplo mais recente esteve na aquisio da BOC pela Aga/Linde. Como evidncia do segundo movimento, a Praxair, por exemplo, escolheu o Brasil como principal mercado para consolidar a prestao de servios (converso de motores convencionais de veculos para o uso de gs natural, licenciamento de tecnologia de corte e soldagem para siderrgicas, tratamento de resduos lquidos e servios de lavanderia usando oznio), um dinmico campo de atuao. No caso das lavanderias industriais, mais especificamente as hospitalares, seu objetivo foi ampliar a participao no faturamento desse segmento de 3% em 2000, para 25% em 2004. Para tanto, a White Martins fez investimentos: em 1999 comprou 80% do capital da Chanceller, lavanderia com planta em Curitiba e pretendia terminar 2004 com mais 14 delas espalhadas pelo pas. Observa-se, ainda, que o crescimento de outros mercados, que no os do eixo Rio-So Paulo, tem atrado investimentos do setor. Segundo seus representantes, enquanto o mercado de gases industriais no Brasil cresceu, em mdia, 20% ao ano de 1998 a 2001, em Minas Gerais, por exemplo, o crescimento foi de 25% anuais no mesmo perodo. Esse fato levou a Air Liquide a inaugurar, em abril/02, uma fbrica em Contagem/MG, movimento que no parou, conforme pode ser conferido no item Investimentos Recentes. Segundo a IBG , o consumo industrial de gases representa mais de 60% do mercado nacional. O segmento medicinal principalmente representado pela White Martins, seguida pela Aga (Linde), com aproximadamente 20% do total. Os gases mais utilizados so o oxignio e o nitrognio, mas tambm aparecem o xido nitroso, o ar comprimido, os gases especiais, entre outros. O home care (apoio respiratrio domiciliar) outro segmento com grande potencial de crescimento. No que se refere defesa da concorrncia, algumas empresas do setor (White Martins, Air Products, Aga S/A, Air Liquide Brasil e IBG) esto, desde dezembro de 2003, sob investigao na Secretaria do Direito Econmico (SDE), do Ministrio da Justia, por acusao de formao de cartel.7

3.3.3.2 Custos No final dos anos 90, a participao da energia no custo total do segmento era de 70%. Com as Custo varivel (gases atmosfricos): 70% elevaes mais acentuadas das tarifas de energia, energia eltrica 30% principalmente aps o plano de racionamento de pessoal 8 energia eltrica em 2001, passou a ser de 85% . No Fonte: White Martins ATUALIZADA NO TEXTO entanto, posteriormente, bibliografia referente ao setor continuou indicando que a participao da energia eltrica nos custos variveis das empresas era de 70%. Ainda assim, o fato de ser um setor eletrointensivo fez com que suas empresas, principalmente a partir da crise energtica de 2001, passassem a investir, prioritariamente, em reduo dos custos relativos a esse insumo. Segundo representante de uma das companhias do setor, a Air Products, se for

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Gazeta Mercantil, 24/05/2005. Segundo matria publicada na Gazeta Mercantil em 25/02/2002.

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Brasil Qumica: Gases Industriais comparada uma planta instalada de 2000 em diante, com uma planta de 1970, haver uma queda de 50% no consumo de energia por tonelada produzida. Os gastos com logstica vm em segundo lugar na composio dos custos das empresas, segundo representante da Air Liquide. Para a Carbo Gs, empresa pernambucana produtora de gs carbnico de alta pureza, devido ao baixo valor do produto, a distncia de transporte considerada ideal de, no mximo, 800 quilmetros. De acordo com representante da White Martins, as mquinas usadas para a separao do ar so fabricadas para trabalhar continuamente, com nveis de ocupao superior a 85%, sendo que, abaixo desse nvel, os custos de produo tm uma elevao significativa. Para atender a meta estabelecida pelo governo no seu plano de racionamento de energia eltrica, em 2001, a empresa trabalhou com percentuais variando entre 70% a 75% de ocupao. Com isso, parte da elevao dos custos foi repassada aos clientes. 3.3.4 Preos Como os gases so absolutamente essenciais para as atividades a que se destinam, sua elasticidade-preo reduzida e os preos tendem a ser corrigidos em funo da ponderao dos custos de energia e mo-de-obra, no entanto, tambm sofrem influncias do mercado. As empresas transnacionais demandantes so cientes dos preos desses insumos praticados no mercado internacional e, de modo geral, pressionam os fornecedores de gases a pagar o menor deles. Com isso, nem sempre o preo do gs reflete as diferenas regionais do custo de eletricidade e de carga tributria. Alm disso, o aparecimento de novos players e ainda a investigao oficial sobre prticas de formao de cartel no setor, certamente influenciou a curva de preos desses gases. Por outro lado, a sua essencialidade tambm cria para o setor a obrigao de arcar com atrasos de pagamento por parte de hospitais, por exemplo, com problemas crnicos de recursos, mas que no podem deixar de ser atendidos. Os contratos de venda de unidades cativas costumam ter preos muito baixos, e os produtos comercializados na forma gasosa tm preo bastante inferior ao da forma lquida. Alm disso, os graus de pureza e a possibilidade de produo de misturas tambm influenciam os preos. Assim, a tonelagem produzida por uma empresa no se converte proporcionalmente em faturamento.

3.3.5 Empresas 3.3.5.1 Air Liquide A Air Liquide um grupo internacional, de origem francesa, especializado em gases industriais, medicinais e servios relacionados. Segunda maior fornecedora de gases industriais do mundo (ocupou a primeira posio at a compra da inglesa BOC pela alem Aga/Linde, em 2006), emprega mais de 30 mil funcionrios e atua em 60 pases. Possui oito centros de pesquisa (a partir dos quais busca trazer inovaes para o setor), 600 unidades de produo e atende mais de um milho de clientes. Em 2005, faturou 10.45 bilhes de Euros (+10.7% sobre 2004, ou US$ 12.44 bilhes), sendo 9.15 bilhes de Euros referentes ao segmento de gases e servios. Em 2003, suas vendas foram 45% representadas por clientes industriais, 27% por grandes setores, 11% pelo segmento eletrnico e 16% por cuidados para a sade (healthcare). Na Argentina, suas unidades detm cerca de 40% do mercado de gases industriais.

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Brasil Qumica: Gases Industriais Produz um mix de gases industriais (oxignio, hidrognio, dixido de carbono, argnio, acetileno e nitrognio), com atuao nas reas qumica, de metalurgia, eletrnicos, alimentos e bebidas, setor aeroespacial e rea hospitalar. A capacidade instalada mdia das unidades de 30 mil m/hora, chegando ao pico de 50 mil m/hora. Em 2001, a empresa adquiriu seis subsidirias do grupo alemo Messer Griesheim, que possua trs unidades no Brasil: Jundia/SP, Suzano/SP e Rio de Janeiro/RJ. No Brasil (presente desde 1946), possui 13 unidades de atendimento, seis fbricas de gases do ar (oxignio, nitrognio e argnio), trs de gs carbnico e trs de hidrognio, entre outras de pequeno porte instaladas junto s fbricas de seus clientes. Tem sede na cidade de So Paulo, filiais em diversos Estados e usinas de produo em Minas Gerais, Mau (SP), Paulnia (SP) e So Jos dos Campos (SP). Em 2001, seu faturamento foi de US$ 130 milhes, isto , 1.8% de seu faturamento mundial. Em 2002, faturou cerca de US$ 120 milhes. Em 2003, utilizou cerca de 85% de sua capacidade instalada, mas a ocupao ideal de 95%, sendo que, com 75% de ocupao, h prejuzo na empresa. 3.3.5.2 Air Products Tem receita anual de US$ 8.1 bilhes e emprega cerca de 20 mil funcionrios em 30 pases. Segundo a empresa, a maior provedora global de hidrognio, hlio e produtos qumicos selecionados para o setor de materiais eletrnicos. No Brasil, a maior parte de seu faturamento proveniente do mercado on site, voltado para clientes industriais e que envolve contratos de durao superior a cinco anos. Segundo representante da empresa, ela possui vantagens competitivas, principalmente, nos segmentos de papel/celulose e petroqumico. Juntos, esses dois setores representam 40% dos negcios da empresa no Brasil. A rea de gases especiais, por sua vez, representa 5% do faturamento. 3.3.5.3 White Martins Produz gases atmosfricos (oxignio, nitrognio e argnio), gases de processo (gs carbnico, acetileno, hidrognio e misturas para soldagem), gases especiais e medicinais, alm de cilindros de ao sem costura e equipamentos para aplicao, transporte e armazenamento de gases. A Praxair Inc (controladora indireta da White Martins), segundo a prpria, a terceira maior produtora de gases industriais do mundo (maior fornecedora de dixido de carbono e hlio) e a maior das Amricas do Norte e Sul. Possui mais de 24 mil empregados, trabalha em 40 pases e tem vendas anuais de aproximadamente US$ 7.66 bilhes (2005). Na Amrica do Sul, onde est presente na Argentina, Bolvia, 9 Brasil (perto de 80% do faturamento da Amrica do Sul ), Chile, Colmbia, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela, o grupo White Martins possui 5,458 funcionrios, sendo 4,239 no Brasil. Entre 1994 e 1995, a norte-americana Praxair adquiriu, atravs de sua holding brasileira White Martins (pioneira e presente no mercado brasileiro desde 1912), o controle de diversas empresas de gases industriais em outros pases sul-americanos. Com essas aquisies, a Praxair/White Martins passou a deter 49% do mercado sul-americano (vendas). Alm disso, entre 1993 e 1995 ampliou sua participa-

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Segundo Valor Econmico de 20/09/2005.

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Brasil Qumica: Gases Industriais o nos mercados argentino (de 11% para 16%), colombiano (de 6% para 8%) e paraguaio (de zero para 50%). Em 2001, detinha 50% do mercado na Amrica do Sul. Em 1996, adquiriu tambm o controle da Liquid Carbonic e de suas operaes no continente sulamericano, estimadas em US$ 290 milhes anuais. Isto inclua praticamente todo o mercado brasileiro de gs carbnico (salvo pela produo para consumo cativo da Petrobrs e da Rhodia), 49% do mercado chileno e a maior parte dos mercados de gs carbnico na Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolvia, Peru, Colmbia e Venezuela. Alm disso, a Liquid Carbonic tambm trouxe parcelas dos mercados de gases atmosfricos da Venezuela (13%), Colmbia (7%), Peru (10%) e Bolvia (30%). Depois dessa aquisio, as demais empresas concorrentes investiram na produo do gs carbnico no Brasil, gerando uma superoferta do gs, incrementada, ainda, pelo investimento realizado por algumas cervejarias que instalaram unidades cativas. A Air Liquide, por exemplo, montou duas unidades para a produo de gs carbnico, uma em So Jos dos Campos-SP e outra em Paulnia-SP, cada qual com capacidade para produzir 80 toneladas por dia (tpd). No Brasil, a White Martins detm a liderana do mercado de gases industriais e medicinais (62%, segundo informao do site do BNDES em agosto/2005), sendo que mais de 80% do volume produzido pela empresa originado em unidades industriais on site. fornecedora de todos os plos petroqumicos e uma das maiores parceiras da indstria siderrgica brasileira. Tem forte presena no setor metalmecnico, de alimentos, bebidas, meio ambiente e no segmento de clientes de pequeno consumo, sendo lder no setor mdico-hospitalar. Segundo informaes do site da White Martins (maro/2006), esta possua mais de 300 caminhes-tanque de grande porte, 700 caminhes de entrega de gases na forma de cilindros e 35 instalaes de enchimento, 9 fbricas de acetileno e 4 instalaes de enchimento de hidrognio em todo o pas. Os investimentos mdios anuais da empresa ficam em torno de 10% de sua receita.

3.3.5.4 Aga (Linde) A Aga (origem sueca), membro da Diviso Linde Gs do Grupo Linde (alemo), possui 1.5 milho de clientes em 50 pases distribudos pela Europa, Amrica do Norte, Amrica do Sul, sia e Austrlia, atendidos por cerca de 18 mil funcionrios. Em 2005, o grupo faturou aproximadamente US$ 18.24 bilhes, sendo sua diviso de gases (Linde Gs) responsvel por US$ 8.52 bilhes. Suas operaes estavam divididas em duas grandes divises independentes: a Diviso de Gases Industriais e a Diviso de Gases Medicinais (Healthcare). Em maro de 2006, comprou, por cerca de US$ 14 bilhes a BOC. Antes da aquisio, a empresa estava entre as cinco maiores empresas do segmento no mundo. Com o negcio (concludo em set/2006), a empresa assumiu a liderana do segmento (com vendas estimadas da ordem de US$ 16 bilhes, ante os cerca de US$ 12 bilhes da Air Liquide). O novo grupo ter operaes em mais de 70 pases, com cerca de 53 mil funcionrios. Na Amrica do Sul, a Aga est presente no Brasil (desde 1915), na Argentina, no Chile, na Colmbia, Equador, Peru, Uruguai e Venezuela. A diviso industrial representa quase 80% do faturamento total desta regio (puxada por igual participao no Brasil).10

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Em 2000, o grupo sueco Aga foi incorporado pelo grupo alemo Linde Gas.

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Brasil Qumica: Gases Industriais No Brasil, de acordo com a imprensa , a Aga/Linde faturou 170 milhes de Euros (cerca de US$ 218 milhes) com as divises de gases industriais (80% das vendas), medicinais e de suporte respiratrio domiciliar. Por setor demandante, o metal mecnico (incluindo o siderrgico) representa 60% do fatura12 mento da empresa ; outros 30% so obtidos junto aos setores qumico, celulose e papel, gases especiais e farmacuticos; os 10% restantes so provenientes do segmento de alimentos e bebidas. O oxignio, nitrognio e argnio so seus principais produtos comercializados localmente. Sabe-se , que sua diviso de gases hospitalares no pas faturou R$ 100 milhes em 2003 e R$ 115 milhes em 2004 (estimativa) e que o Estado de So Paulo responsvel por 50% dessas vendas. a segunda empresa do mercado brasileiro no segmento de gases medicinais (atrs somente da White Martins), com 20% desse mercado (2004). Detm ainda 42% do mercado domstico do xido nitroso, utilizado como anestsico. buco. Possui seis unidades fabris em estados como Rio de Janeiro, So Paulo, Minas Gerais e Pernam13 11

3.3.5.4.1 BOC (adquirida pela Aga/Linde) Empresa de origem britnica, que possua vendas globais de US$ 8 bilhes (2004). Era a segunda maior companhia do mundo no fornecimento de gases para a indstria em geral. Estava presente em cerca de 50 pases e possua cerca de 35 mil funcionrios, alm de mais de dois milhes de clientes. Tambm tinha negcios nas reas de tecnologia de vcuo, sistemas de transporte e construo de fbricas e equipamentos para gases. Estes ltimos negcios eram realizados em parceria com o grupo alemo Linde, que tem sob seu controle a Aga, multinacional sueca, ento concorrente da BOC na rea de produo de gases. No entanto, em maro de 2006, a Linde comprou a BOC. No Brasil, iniciou suas operaes em 1999 e atuava por meio de sua subsidiria BOC Gases do Brasil. Participava dos segmentos de bebidas carbonatadas e alimentos, entre outros. Tinha capacidade para produzir 400 t/dia de oxignio, em Serra/ES, e 120 t/dia para liquefazer gases (como por exemplo, gs carbnico, hlio e hidrognio), em Cubato/SP. No incio de 2004, operava com 50% da capacidade 14 de sua planta paulista (ante 35% em 2003).

3.3.5.5 IBG nica empresa brasileira do setor (fundada em 1992), fornecedora de argnio, acetileno, oxignio, xido nitroso e gases especiais para as reas mdico-hospitalar, industrial, microeletrnica, metalrgica, siderrgica, processamento e estocagem de alimentos, sade, petroqumica, automobilstica e qumica. Possui 12 estaes de enchimento de gases, outra unidade de enchimento de hlio lquido e um laboratrio. Tambm comercializa misturas industriais e especiais, gases de alta pureza, gs carbnico, ar comprimido, hidrognio e hlio (lquido e gasoso). Atravs de uma parceria com a inglesa BOC Group (adquirida pela Aga/Linde), iniciou, em 2005, o fornecimento ao mercado brasileiro de hlio lquido, utilizado, principalmente, em aparelhos de ressonncia magntica.Valor Econmico, 11/10/2006. Qumica e Derivados, julho/2005. 13 Gazeta Mercantil, 11/01/2005. 14 Nesta fbrica, a matria-prima obtida do gs carbnico residual da indstria de fertilizantes, que segue por dutos, sendo posteriormente, purificado e liquefeito.12 11

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Brasil Qumica: Gases Industriais O consumo industrial representa cerca de 55% da receita da empresa (diante de 60% do consumo nacional). Outros 45% so originados da rea medicinal. O oxignio, fornecido a indstrias e hospitais, constitui seu principal produto (35% de sua receita, 2005) Em 2005, faturou cerca de US$ 22 milhes, ante os US$ 16 milhes de 2004 (representando cerca de 1.1% do faturamento de US$ 2 bilhes divulgados pela Abiquim).

3.4 Pontos Positivos e Pontos Negativos do Segmento (sob a tica dos produtores de gs) PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS

demanda diversificada; grande potencialidade de ampliao de mercado; substitui processos que poluem o meio ambiente e causam danos sade;

elevado preo da energia eltrica; preos, geralmente, no refletem variao de custos internos, mas sim cotao internacional. reduo no volume consumido de gases ao longo do tempo possibilitada pela melhoria contnua de processo e pelo maior controle de custos por parte das empresas consumidoras.

realizao de investimentos (servios, produo de gases e reduo do consumo de energia).

Fonte: elaborao Lafis

4 CONJUNTURA 4.1 Ano de 2006 4.1.1 Mundo Apesar da baixa taxa de crescimento da economia dos pases da Unio Europia, outras economias (China, ndia e EUA) tm mantido um ritmo de expanso relativamente alto, capaz de manter o crescimento econmico mundial pouco acima de 5%. Mesmo com as taxas de juros sofrendo pequenos aumentos, a fim de controlar a inflao originria da subida dos preos das commodities, a liquidez internacional continua alta (ainda que com tendncia de queda), favorecendo a realizao de investimentos. Observa-se, assim, crescimento de 3.4% para a economia norte-americana (de jan-set06/jan-set05), de 2.5% para a regio do Euro (jan-jun06/jan-jun05), de 9.1% para ndia (jan-jun-06/jan-jun05) e de 10.9% para a China (jan-jun06/jan-jun05).

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Brasil Qumica: Gases Industriais 4.1.1.1 Fuses, Aquisies e Acordos Em maro/2006, o grupo alemo Linde (at ento a quinta maior produtora mundial de gases industriais) pagou cerca de 15 bilhes de Euros na compra da britnica BOC (at ento, a segunda do setor). A operao visou o aumento da participao da Linde no mercado mundial (passou a ser a primeira do setor de gases), a fim de competir com a Air Liquide. O conselho de administrao da BOC aprovou o negcio aps ter rejeitado oferta inicial. A expectativa era de que a operao fosse concluda at o final de maio. No entanto, somente em setembro/06, o grupo Linde finalizou o processo de aquisio, aps receber aprovao da Unio Europia e da autoridade norte-americana antitruste, a Federal Trade Commission (FTC). A maior empresa de gases industriais do mundo previa receita lquida de 12 bilhes de Euros (em 2005 o grupo Linde faturou 9.5 bilhes de Euros e a BOC 6.8 bilhes de Euros), o que representa cerca de 22% do mercado global (US$ 53 bilhes). O grupo Linde estima que essa aquisio trar sinergias da ordem de 250 milhes de Euros por ano, a serem realizadas integralmente em 2009. A complementao geogrfica foi um dos pontos fortes do negcio. A Linde forte na Europa (exceto Reino Unido) e Amrica do Sul. A BOC tem mais presena no Reino Unido, frica, sia e Oceania. Alm disso, a BOC possui tecnologia de ponta na rea eletrnica, com gases para a produo de chips, enquanto a Linde forte na rea de engenharia. O novo grupo passou a se chamar Linde Group e, a princpio, as marcas Linde, Aga e BOC continuariam a existir.

4.1.2 Brasil - Aspectos Conjunturais No segundo trimestre de 2006, o Produto Interno Bruto (PIB) frustrou expectativas e cresceu apenas 1.2% em relao ao mesmo trimestre do ano anterior. Mesmo que os maiores efeitos da reduo da taxa bsica de juros, cuja queda teve incio em setembro/2005, fossem esperados para o segundo semestre do ano, uma reao econmica um pouco mais vigorosa era vislumbrada para o segundo trimestre do ano. Sob a tica da demanda e na comparao do PIB do 2T06 ante o 1T06 (srie dessazonalizada), observa-se que, apesar da queda de flego no consumo do governo (passou de uma taxa de +1.2% no 1T06/4T05 para 0.8% no 2T06), houve acelerao do crescimento do consumo das famlias (+1.2% ante +0.6% no 1T06/4T05), sustentado pela maior oferta de crdito a um custo, relativamente, mais baixo e ainda pela elevao real do salrio mnimo. De qualquer modo, foram esses dois segmentos que sustentaram o pequeno crescimento econmico, uma vez que houve recuo de 2.2% no investimento (ante +3.7% no 1T06/4T05, representando forte base de comparao). Lembrando-se que a FBCF (Formao Bruta de Capital Fixo) composta pela construo civil (60% de peso) e por mquinas e equipamentos (40%), o retrocesso dos investimentos pode estar relacionado, alm do elevado custo de financiamento (os efeitos da queda da TJLP para 7.5% sero sentidos mais para o final do ano), elevada carga tributria, s incertezas regulatrias, assim como ausncia de grandes obras no mbito federal. A ttulo ilustrativo, o primeiro projeto de PPP federal, a duplicao e conservao de dois trechos de uma rodovia no interior da Bahia, s ir a leilo em 2007, sendo que as obras, propriamente ditas, s tero incio em meados de 2007. As exportaes tambm no colaboraram para o crescimento econmico do segundo trimestre: retrocederam em 5.1% (ante +3.4% no 1T06/4T05) e revelaram a primeira variao negativa desde o primeiro trimestre de 2003, ao passo que as importaes reduziram-se pouco, -0.1% (ante +10.4% no 1T06/4T05).15

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A preos de mercado.

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Brasil Qumica: Gases Industriais J na comparao com o 2T05, nota-se aumento de 4.0% no consumo das famlias, de 1.8% no do governo, de 2.9% na formao bruta de capital fixo e de 12.1% nas importaes, todavia, as exportaes tombaram em 0.6%, apesar do peso das vendas externas na economia brasileira ser bastante pequeno (cerca de 8%). No acumulado do ano, a alta foi de 3.8% no consumo das famlias, 1.9% no consumo do governo, 5.9% na formao bruta do capital fixo, 4.1% nas exportaes e 13.9% nas importaes. Sob a tica da oferta e considerando-se o acumulado do ano, a expanso econmica foi de 2.2%, sendo 0.3% para a agropecuria, 2.6% para a indstria e 2.3% para servios. De janeiro a setembro (ante mesmo perodo de 2005 e sem ajuste sazonal), o crescimento total da indstria foi de 2.7%, e 21 das 27 atividades tiveram aumento na produo. No corte por atividades, a liderana permaneceu com mquinas para escritrio e equipamentos de informtica (+53.7%), cabendo ainda citar as contribuies positivas vindas da indstria extrativa (+7.4%); mquinas, aparelhos e materiais eltricos (+12.0%); alimentos (+2.0%); refino de petrleo e produo de lcool (+2.9%); e bebidas (+6.9%). Todas as categorias de uso cresceram, com destaque para bens de consumo durveis (+6.3%) e bens de capital (+5.0%). A produo de bens de consumo semi e no durveis (+2.6%) acumulou crescimento prximo mdia (+2.7%) e bens intermedirios (+2.0%), de maior peso, ficou abaixo do acumulado da indstria geral. No comrcio varejista, as vendas fsicas acompanhadas pelo IBGE, seguiram com tendncia de expanso. Nos primeiros oito meses de 2006, o aumento do volume de vendas registrado subiu 5.3% em relao ao mesmo perodo do ano anterior. Dados preos mais elevados, a receita nominal cresceu 7.0%, superando os ndices de inflao. No mercado de trabalho, a taxa mdia de desocupao, de janeiro a setembro de 2006, foi de 10.2%, um crescimento de 0.2 p.p. ante registrada no mesmo perodo de 2005. J o rendimento real efetivamente recebido, acompanhando a tendncia de alta verificada em 2005, registrou elevao em quase todos os meses do ano (de janeiro a julho de 2006) ante os mesmos meses do ano anterior, apresentando recuo apenas no ms de agosto. Na mdia do ano, o crescimento foi de 3.3% (jan-ago06/janago05), estabelecendo-se em R$ 1,030.60. Como justificativa, alm da influncia do aumento do salrio mnimo, houve maior abertura de vagas em alguns segmentos de maior remunerao. Mesmo com o aquecimento da procura interna , no acumulado dos primeiros dez meses do ano, a inflao medida pelo IPCA (indicador oficial do pas) foi de 2.33%, aqum dos 4.74% registrados at outubro de 2005. Nos ltimos doze meses, a inflao atingiu 3.27%, bastante abaixo dos 6.36% verificados no mesmo perodo de 2005. O indicador em doze meses, vale lembrar, continuou com tendncia declinante e abaixo da meta inflacionria estabelecida pelo Banco Central de 4.5% (com intervalo de tolerncia de menos 2.0 p.p. e de mais 2.0 p.p.). No acumulado dos primeiros dez meses do ano, a Ptax mdia manteve-se em R$ 2.18/US$, o que significou valorizao da ordem de 11.8% em relao ao mesmo perodo de 2005, resultado do satisfatrio nvel de recursos externos disponveis no pas. Por sua vez, a taxa bsica de juros continuou caindo. A principal justificativa para a manuteno na flexibilizao da poltica monetria esteve no cenrio benigno para o comportamento da inflao, que deveria continuar dentro da meta. Esses cortes permitiram que a taxa Selic Referencial de final de perodo situasse em 13.75% a.a. no ms de outubro, sem vis. Essa taxa ainda representou patamar bastante alto, relativamente a outros pases, mas significou um recuo de 5.25 p.p frente ao mesmo ms de 2005.O comrcio varejista aumentou suas vendas fsicas em 5.3% nos oito primeiros meses de 2006 em relao a igual perodo de 2005.16

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Brasil Qumica: Gases Industriais Com a inflao em queda, a taxa de juros real continuou elevada, cerca de 10% a.a. (deflacionada pelo IPCA), constituindo importante fator de reteno de maior crescimento econmico. No que se refere ao comrcio exterior, os nmeros dos dez primeiros meses de 2006 confirmam a tendncia esperada, com taxa de crescimento das importaes (+25.2%) superior a das exportaes (+17.3%), explicada pelo desempenho positivo da economia brasileira, o que incentivou o consumo interno. Soma-se a isso a apreciao da taxa de cmbio que vem favorecendo significativamente as importaes mas, por outro lado, diminuindo a rentabilidade e competitividade das vendas externas. Ao substituir parte da produo da indstria nacional, o crescimento das importaes tem sido apontado como um dos fatores que vm retirando o vigor do crescimento do PIB brasileiro. O supervit do setor pblico acumulado at setembro alcanou R$ 80.5 bilhes (4.48% do PIB), comparativamente a R$ 86.5 bilhes (5.23% do PIB) no mesmo perodo do ano anterior. O ano de 2006, a despeito de perturbaes, tem sido bastante positivo no que se refere ao 17 EMBI+ Brasil, ndice que mede o risco de insolvncia do pas e, conseqentemente, de no cumprimento de suas obrigaes financeiras externas. O indicador fechou o acumulado jan-out06 em uma 18 mdia de 239.8 pontos-base ante 412.2 pontos de jan-out05, queda de 41.8%. Como base de comparao, no mesmo perodo, o EMBI+ Emergentes, que mensura o risco dos principais pases emergentes 19 do mundo , registrou mdia de 202.2 pontos. Neste sentido, a combinao de taxa apreciada de cmbio, bons saldos comerciais (mesmo com arrefecimento) e aes do governo para a reduo e melhora do perfil do endividamento ex20 terno (entre eles, resgate antecipado, no ms de abril, de mais US$ 6.6 bilhes em bradies e iseno do Imposto de Renda para os investidores estrangeiros) continuou propiciando atratividade para os ttulos da dvida brasileira com o exterior, diminuindo a mdia do risco-pas, apesar das turbulncias verificadas em maio e junho (decorrentes de efeitos adversos de um processo de alterao de portflios no mercado financeiro internacional). 4.1.2.1 Sobre o Setor Mesmo com o fraco crescimento da economia, conforme mencionado no item anterior, no acumulado dos nove primeiros meses do ano (comparado a igual perodo de 2005), pode se dizer que grande parte dos segmentos da indstria que demandam gases industriais demonstraram elevao da produo em relao ao mesmo perodo de 2005 (segundo o IBGE) e, em alguns casos, at um considervel vigor de crescimento. As melhores condies de crdito (taxa de juros menores e disponibilidade da modalidade de crdito consignado) ainda continuaram a assegurar o aumento da produo de bens de consumo durveis, tais como em eletrodomsticos da linha marrom (+16.4%) e na linha branca (exceto forno de microondas), que cresceu 11.4%. Da mesma forma, os bens de consumo no durveis refletiram a melhoria no rendimento e massa salariais (alimentos: +2.0% e bebidas: +6.9%). A extrao de petrleo e gs natural, ainda que em um ritmo inferior ao observado em 2005, manteve a produo em elevao (+5.2%). fato que alguns segmentos relevantes para a demanda de gases industriais tiveram queda na produo no perodo analisado. No mais importante deles, a produo de ao bruto (sobretuEmerging Markets Bond Index Plus, apurado pelo JP Morgan. Cada ponto-base equivale a 0.01% de gio sobre a taxa de juros paga por um ttulo do Tesouro norte-americano de igual prazo, considerado de risco zero. 19 Argentina, Brasil, Bulgria, Colmbia, Equador, Mxico, Marrocos, Nigria, Panam, Peru, Filipinas, Polnia, Rssia, Coria do Sul e Venezuela. 20 Contribui para a formao de melhores expectativas em relao solvncia do pas, impactando positivamente na curva de juros interna, diminuindo, assim, a relao dvida pblica/PIB no mdio prazo.18 17

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Brasil Qumica: Gases Industriais do devido a sua importncia na atrao de novos investimentos para a ampliao da produo de gases industriais), houve queda de 3.7%, explicada por uma demanda interna insuficientemente aquecida. No caso da utilizao de gases industriais no segmento de servios, ainda que no se tenha um indicador especfico, podemos utilizar alguns ndices de produo industrial correlacionados a eles como forma de inferir a demanda de gases por esses segmentos. Assim, considerando-se o mesmo perodo analisado e a elevao de 9.4% da produo de equipamentos mdicos e hospitalares, pode-se pressupor continuidade do movimento positivo na demanda de gases industriais pelo segmento, ainda que parte dessa produo esteja voltada para as vendas externas. O ndice ABCR de atividade, que mede o trfego pedagiado das concessionrias (atravs do volume de veculos que passam pelas praas de pedgios das principais rodovias das regies Sul e Sudeste) apresentou, de jan-set06 (ante jan-set05) elevao de 0.5%, o que denota que a demanda de gases nos transportes continuou em ascenso.TARIFA DE ENERGIA ELTRICA Media Mensal 240 R$/MWh 190 140 90 40 jan/95 jan/96 jan/97 jan/98 jan/99 jan/00 jan/01 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06

Os custos continuaram em alta. Para a tarifa de energia eltrica, de jan-ago06 o aumento foi de 27.1% em comparao ao mesmo perodo de 2005, atingindo mdia de R$ 195.34/MWh. Os preos do leo diesel, ainda que com leve tendncia de queda, mantiveram-se em patamar elevado, em mdia de R$ 1.86/litro (aumento de 8.4% em jan-set06 sobre o mesmo perodo de 2005). Por outro lado, a valorizao do real (+12.5% de jan-set06/jan-set05) reduziu as despesas de importao de algumas empresas (importao de gases especiais e equipamentos) e, conseqentemente, alguns de seus custos.

Continuou em andamento o processo sobre a denncia de formao de cartel por parte de empresas do setor. Porm, antigas pendncias voltaram tona. Em maio, uma deciso do Tribunal de Justia de So Paulo condenou a White Martins a pagar indenizao de R$ 1.8 milho por danos morais e patrimoniais IBG por considerar que a empresa sofreu prejuzos aps a apreenso em uma de suas fbricas, de cilindros com a inscrio White Martins. Na poca, a White Martins moveu ao cautelar alegando explorao indevida de sua marca, o que no foi 21 comprovado . Em agosto, conforme noticiado , o Conselho Administrativo de Defesa Econmica (Cade) confirmou na Justia multa de R$ 50 milhes contra a White Martins. Esta multa foi decidida em junho de 2002, quando o rgo julgou denncia feita pela Messer Grieshem do Brasil de que a White Martins vedava a aquisio de gs carbnico por concorrentes. O rgo antitruste concluiu que a fornecedora fez um acordo com a Ultrafrtil pelo qual adquiria 60% do gs carbnico lquido dessa empresa, mas, em troca, teria o direito de distribuir os 40% restantes da produo da empresa de fertilizantes (acordo de 23 exclusividade). Vendo-se excluda do mercado, a Messer ingressou com uma denncia no Cade . No julgamento, os conselheiros entenderam que a White Martins realmente no utilizava todo o gs carbnico da Ultrafrtil e tambm no permitia a negociao do excedente com o intuito de excluir concorrentes. A multa, na poca da deciso, era de R$ 24 milhes (que, corrigida, totalizou os R$ 50 milhes citados). Todavia, a White Martins recorreu Justia argumentando que o acordo com a Ultrafrtil no impediu aOESP, 23/05/2006. Valor Econmico, 10/08/2006. 23 Anos depois de entrar com a denncia, a Messer abandonou o caso, e ,mesmo assim, o rgo antitruste decidiu pela aplicao da multa.22 21

Fonte: Eletrobrs; a partir de jan/01, estimativa Lafis sobre os dados da Aneel.

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Brasil Qumica: Gases Industriais entrada de novos concorrentes no mercado, mas apenas adiou este processo; adicionalmente, alegou que existiam outras fontes de gs carbnico no pas alm da Ultrafrtil e que a Messer era controlada pelo grupo Hoechst e poderia comprar gs dessa empresa.

4.1.2.2 Fuses, Aquisies e Acordos Em setembro, em razo da aquisio mundial da BOC pela Linde, a Aga iniciou a incorporao das fbricas pertencentes empresa adquirida, uma de dixido de carbono instalada em Cubato/SP e outra de oxignio, junto CST, em Vitria/ES.

4.2 Ano de 2005 4.2.1 Mundo A continuidade de crescimento econmico mundial (+4.9%), ainda que taxa mais reduzida em relao a 2004 (quando cresceu 5.3%), permitiu expanso da demanda de gases industriais. As altas taxas para a economia asitica (+9.0% em 2005), continuaram estimulando o investimento das grandes empresas do setor nessa parte do globo, sobretudo na China, onde, mais uma vez, foram as possibilidades de crescimento da produo siderrgica que estimularam a ampliao da capacidade produtiva.

4.2.2 Brasil - Aspectos Conjunturais No ano de 2005, o PIB brasileiro evoluiu em 2.3% sobre 2004, confirmando o cenrio esperado de arrefecimento do crescimento econmico. Todos os segmentos (sob a tica da oferta), tais como agropecuria (+0.8%), indstria (+2.5%) e servios (+2.0%), apresentaram menores taxas quando comparadas as de 2004. No mercado interno, a atividade econmica foi ainda estimulada pelas vendas externas e por uma lenta recuperao da demanda domstica, tendo em vista a continuidade da poltica monetria contracionista aplicada pelo Banco Central que, aps elevar por consecutivos nove meses a taxa bsica de juros (desde setembro/2004), reteve seu crescimento somente em junho, efetuando tmidas redues a partir de setembro/2005. Apesar disso, o nvel da taxa bsica continuou no alto patamar de 18.00% a.a. no ms de dezembro, para uma inflao de 5.69% (IPCA, dez05/dez04). A produo industrial (sem ajuste sazonal) desacelerou seu ritmo de crescimento, com expanso de 3.1% (ante 8.3% em 2004). Esse resultado refletiu, principalmente, o aumento da produo (por ordem de participao) da indstria de veculos automotores (+6.8%), indstria extrativa (+10.2%), edio e impresso (+11.6%), material eletrnico e equipamentos de comunicaes (+14.2%) e farmacutica (+14.6%). Entre os ramos com queda na produo, o que mais pressionou a taxa global foi metalurgia bsica (-2.0%), seguido por outros produtos qumicos (-1.3%) e mquinas e equipamentos (-1.3%).Por categorias de uso, a maior expanso anual ficou com bens de consumo durveis (+11.4%), em conseqncia do aumento na produo de automveis (+13.1%), telefones celulares (+43.9%) e de televisores (+23.1%). O aumento na oferta de crdito e uma maior estabilidade no mercado de trabalho acabaram alavancando as vendas domsticas desses produtos. O segmento de bens de consumo semidurveis e no durveis, com elevao de 4.6%, superou a mdia geral da indstria, fato que no ocorria desde 1999. Alm disso, a categoria foi a nica que

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Brasil Qumica: Gases Industriaissustentou o ritmo observado no fechamento de 2004 (+4.0%). A produo do subsegmento de semidurveis (basicamente confeces e calados) foi 1.6% menor que em 2004 e sofreu a influncia negativa da taxa de cmbio valorizada, o que facilitou a entrada de produtos importados e ainda reduziu a competitividade das exportaes. Por sua vez, expanso de no durveis (mais que compensando a queda de semidurveis) esteve relacionada trajetria positiva da massa salarial e ao declnio dos preos dos alimentos (para um IPCA de 5.7%, o grupamento alimentos do mesmo indicador apresentou taxa de +2.0% e, portanto, abaixo da mdia geral). O segmento de bens de capital tambm exibiu crescimento acima da mdia nacional, avanando 3.6%. Os ndices por subsetores mostram que os destaques foram as reas associadas infra-estrutura, como a produo de mquinas e equipamentos para construo (+32.1%), mquinas e equipamentos para energia eltrica (+28.5%), e bens de capital para transporte (+6.7%). Dos subsetores que pressionaram negativamente, destacaram-se: bens de capital agrcolas (-37.8%) e bens de capital para fins industriais (-0.4%). J a produo do setor de bens intermedirios mostrou crescimento modesto (+1.0%). Os principais impactos negativos vieram dos subsetores de combustveis e lubrificantes elaborados (-1.6%, destacando-se o recuo do item leo diesel); e insumos industriais elaborados (-0.3%, pressionados principalmente pelos itens adubos e fertilizantes e barras de ao ao carbono). O resultado positivo dos subsetores de insumos industriais bsicos (+6.7%, com nfase para o item minrio de ferro) e combustveis e lubrificantes bsicos (+12.2%, com nfase para o petrleo), segurou maior queda desse segmento. O ndice observado na produo de insumos para construo civil (+1.3%) fechou pouco acima da taxa para o total da categoria.

No comrcio varejista, as vendas fsicas acompanhadas pelo IBGE seguiram com tendncia de expanso moderada. Em 2005, o aumento do volume de vendas atingiu, aproximadamente, 5% em relao a 2004. Com os preos mais elevados, a receita nominal cresceu 10.1%, superando os ndices de inflao. Quanto aos indicadores de emprego e renda, no ano, a taxa de desocupao mdia atingiu 9.8%, uma queda de 1.7 ponto percentual ante 2004. De janeiro a dezembro, em relao ao mesmo perodo do ano anterior, o rendimento mdio apresentou alta de 2.3% e a massa total de salrios, elevao de 5.3%. No acumulado do ano, a inflao medida pelo IPCA foi de 5.69%, abaixo dos 7.60% registrados em 2004, porm, acima do objetivo inflacionrio estabelecido pelo Banco Central de 5.1% e dentro, apenas, do centro da meta inflacionria de 4.5% (com dois pontos percentuais de margem de erro). Ressalta-se, no entanto, que servios e preos monitorados constituram os principais focos de presso sobre o ndice. Por outro lado, o arrefecimento na subida dos preos esteve associado ao comportamento dos preos dos alimentos, principalmente aqueles mais importantes na composio da cesta bsica alimentar. Os produtos agrcolas vinculados ao mercado internacional, tais como farinha de trigo e leo de soja, apresentaram quedas de preos em decorrncia da apreciao da taxa cambial no perodo. No mercado de cmbio, a taxa mdia registrada entre janeiro e dezembro de 2005 foi de R$ 2.43/US$, e significou uma apreciao de 17% em relao mdia de 2004. A entrada de Dlares no pas, atravs das exportaes e dos investimentos estrangeiros diretos mais que supriram a procura. Em 2005, o comrcio exterior registrou desempenho recorde, contrariando expectativas iniciais. Com a manuteno de um forte ritmo de crescimento (+23%) das exportaes (US$ 118.31 bilhes no total) e um crescimento pouco menos expressivo (+17%) das importaes (US$ 73.55 bilhes no total), o saldo da balana comercial atingiu US$ 44.76 bilhes (+32.8% em relao ao ano anterior).

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Brasil Qumica: Gases Industriais O saldo de transaes correntes, composta pelo somatrio dos saldos da balana comercial, da balana de servios e das transferncias unilaterais, somou US$ 14.2 bilhes em 2005 (+21.2% sobre 2004). Por sua vez, a conta capital e financeira apresentou dficit de US$ 8.8 bilhes (+20.2%). Assim, no ano, o saldo do balano de pagamentos acumulou supervit de US$ 4.3 bilhes, ante US$ 2.4 bilhes registrados em 2004. O supervit primrio acumulado em 2005 alcanou R$ 93.5 bilhes (4.84% do PIB), comparativamente a R$ 81.1 bilhes (4.59% do PIB) em 2004, sendo que foram registrados supervits de R$ 55.7 bilhes no Governo Central (2.88% do PIB), de R$ 21.3 bilhes nos governos regionais (1.1% do PIB) e de R$ 16.4 bilhes nas empresas estatais (0.85% do PIB). A dvida lquida do setor pblico (DLSP) alcanou R$ 1,002.5 bilhes (51.6% do PIB) em dezembro. No mesmo ms de 2004, havia representado 51.7% do PIB. A manuteno da taxa de cmbio apreciada, diminuindo o valor das obrigaes externas do pas em termos de moeda nacional, conjugada a aes do governo no mbito externo e grande liquidez mundial, continuou propiciando a valorizao dos papis da dvida externa brasileira. Neste sentido, a mdia do risco-pas (EMBI+), em dezembro, situou-se nos 314 pontos (ante os 399.4 pontos no mesmo ms 2004).

4.2.2.1 Sobre o Setor Apesar do arrefecimento do ritmo de crescimento da produo industrial, no ano, importantes segmentos da indstria que demandam gases industriais apresentaram crescimento da produo em relao ao mesmo perodo de 2004, segundo indicador do IBGE. As melhores condies de crdito (sobretudo pela expanso do crdito consignado) continuaram a sustentar o crescimento dos bens de consumo durveis, tais como eletroeletrnicos (material eletrnico e aparelhos de comunicao: +18%; outros eletrodomsticos exceto aparelhos de linhas branca e marrom: +10%, dentre outros). J os bens de consumo no durveis, ainda que de modo bastante tmido, igualmente refletiram a melhoria no mercado de trabalho e renda (alimentos: +1% e bebidas: +6%). A extrao de petrleo e gs natural tambm teve a produo aumentada em 11%. Por outro lado, alguns segmentos relevantes para a demanda de gases industriais revelaram queda na produo em 2005. Em alguns casos, esta pode ser explicada pelo acmulo de estoques, tal como ocorreu com o setor siderrgico, uma vez que a produo brasileira de ao bruto teve reduo por volta de 4% em relao a 2004. Outros segmentos foram bastante penalizados pela taxa de cmbio valorizada, que aumentou a concorrncia interna com os produtos importados (conforme ocorreu com a indstria txtil; -2%) e reduziu a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional. No que se refere aos produtos petroqumicos (petroqumicos bsicos: -2%; e, intermedirios para resinas e fibras: -4%), pode-se dizer que a queda na produo, dentre outros, sofreu a conseqncia tanto dos estoques mais elevados quanto do aumento da concorrncia, sobretudo dos produtos acabados. Dos servios, ainda que no se tenha um indicador especfico, podemos utilizar alguns ndices de produo industrial correlacionados como forma de inferir a demanda de gases por esses segmentos. Assim, considerando-se no mesmo perodo analisado, a elevao de 3% da produo de equipamentos mdicos e hospitalares, pode-se pressupor algum movimento positivo na demanda de gases industriais pelo segmento, ainda que parte dessa produo esteja voltada para as vendas externas. Do mesmo mo24 do, o ndice ABCR de atividade, que mede o trfego pedagiado das concessionrias , apresentou, emAtravs do volume de veculos que passam pelas praas de pedgio das principais rodovias das regies Sul e Sudeste.24

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Brasil Qumica: Gases Industriais 2005 (ante 2004), crescimento de 2%, o que se permite inferir que a demanda de gases nos transportes tambm se tenha elevado. Quanto aos preos, o aumento da concorrncia entre as empresas e, ainda, o andamento do processo de verificao de formao de cartel pelo setor podem ter segurado maiores ajustes ou at mesmo feito com que ocorressem redues dos mesmos. Por exemplo, a entrada da IBG no mercado de gs hlio, atravs do acordo com o BOC Group ocasionou um recuo no preo desse gs. Segundo a empresa brasileira, o preo do litro do hlio lquido recuou de R$ 22 em 2004 para R$ 12 neste ano. Por outro lado, os custos continuaram ascendentes. Para a tarifa mdia de energia eltrica no ano (na comparao com a de 2005), o aumento foi de 34.9%, totalizando R$ 185.0/MWh. Os preos do leo diesel, ainda que estivessem menos volteis, fecharam o ano a um preo mdio de R$ 1.76/litro (aumento de 18.8% sobre o ano de 2004). No entanto, a forte valorizao do real em 2005 (+17%) reduziu as despesas de importao de algumas empresas (importao de gases especiais e equipamentos) e, conseqentemente, alguns de seus custos. Apesar dessa avaliao de preos e de custos, o resultado da atividade industrial e de servios foi comemorado pelo setor e, pelo clima otimista passado pelos seus representantes em relao s vendas, o processo da SDE no teve impacto direto na atividade do segmento conforme se nota a seguir. Alm disso, o fato de se tratar de produto com mercado pouco amadurecido, o baixo crescimento econmico no teria atrapalhado o crescimento de suas vendas fsicas. Ainda que no se consiga comprovao numrica para essa afirmao, a quantidade de investimentos anunciados pode reforar a tese. Segundo representante da White Martins, o ano de 2005 foi excepcionalmente bom. A empresa apresentou recorde de faturamento lquido, que totalizou US$ 1.1 bilho (em linha com a ordem de grandeza a que se chegou no quadro 2.1.5). Alm disso, fechou contrato para construir 11 unidades de gases para atender ao setor industrial (quatro delas em operao e outras cinco devendo ser inauguradas at o final de 2006). O maior faturamento anterior havia sido obtido em 1996 (US$ 920 milhes, com uma taxa de cmbio de R$ 1.01/US$). O crescimento das vendas (em Dlar) de 28% (em relao a 2004) foi justificado pelo cmbio valorizado. O bom desempenho refletiu nos investimentos: de uma previso inicial de US$ 100 milhes foram aplicados US$ 150 milhes. vlido lembrar, que o segmento de gs natural (rea com expanso de investimentos) teve de 6% a 7% de participao no faturamento da empresa. Segundo representante da Air Liquide, em divulgao imprensa no ms de agosto , a empresa faturou US$ 100 milhes no ano, beneficiada pela valorizao do Real e pelo crescimento de 19% nas vendas fsicas. Em agosto, a IBG firmou cinco grandes contratos, passando a fornecer: 1) hidrognio lquido para a planta de Capuava (SP) pertencente Petroqumica Unio (PQU); 2) oxignio, nitrognio, argnio, gs carbnico e gases especiais para a planta de Taubat (SP) pertencente Alstom (turbinas hidrulicas), com exclusividade por quatro anos; 3) oxignio, nitrognio, argnio, gs carbnico e gases especiais para a Ihara, fabricante de produtos fitossanitrios de Sorocaba (SP); oxignio para a metalrgica catarinense Metisa; e oxignio lquido para o hospital Srio-Libans/SP, por 26 meses. Em meados de dezembro, a imprensa ano com US$ 2 bilhes em vendas lquidas.26 25

divulgou que o segmento de gases pode ter concludo o

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Valor Econmico, 29/08/2005. Agncia Estado, 9/12/2005.

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Brasil Qumica: Gases Industriais 4.2.3 Fuses, Aquisies e Acordos No final de dezembro, o conselho de administrao da Cemig aprovou a celebrao de um termo de compromisso com a White Martins para apresentar, juntamente com o Banco Santander, proposta de compra de 100% do capital da Gs Brasiliano Distribuidora.

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Brasil Qumica: Gases Industriais 5 INVESTIMENTOS RECENTES 5.1 Quadro Resumo dos Investimentos Anunciadosempresa valor (milhes) US$ 7 US$ 10 a 15 US$ 1027

descrio construo de gasoduto que ligar a Usiba, do grupo Gerdau, ao plo de Camaari, como parte do investimento total de US$ 80 milhes nova unidade da Gerdau, produo de 200 t/dia de gases (principalmente oxignio) duplicao da Belgo Mineira, produo de 150t/dia de gases (principalmente oxignio)

local Bahia Araariguama/SP Piracicaba/SP

previso de concluso no 4T/2003 estava em construo 2004 2004

White Martins

R$ 111.94 R$ 8.53 US$ 3 US$ 45 milhes US$ 154 US$ 154 R$ 53.18 US$ 10 US$ 20 IBG US$ 8 US$ 30 1.5 US$ 8 US$ 5 US$ 150 US$ 3 US$ 60 Air Liquide n.i

construo de duas unidades: a primeira ter capacidade para produo de 721 toneladas/dia de oxignio e 710 toneladas/dia de nitrognio; a segunda fabricar 976 toneladas/dia de oxignio. Serra/ES construo de uma unidade de separao de ar Recife/PE fabrica da Cebrace, produo de 10 t/dia de nitrognio e Hidrognio planta de oxignio e outros gases industriais da Ceara Steel - 700 t/dia de gases, basicamente oxignio investimentos realizados em 2005 US$ 85 milhes para gases atmosfricos, focados principalmente nas reas de siderurgia Dentro da Gerdau: produo de oxignio, nitrognio e argnio, com capacidade de 806 t/dia. aquisio de equipamento de liquefao para dobrar a capacidade de produo de nitrognio, argnio e oxignio ampliao de 100 t/dia para 300 t/dia aquisio de equipamentos de produo e distribuio para dobrar sua participao no mercado at 2008, incluindo US$ 10 milhes em equipamento para liquefazer nitrognio para duplicar a capacidade de sua subestao eltrica compra de equipamentos de produo e distribuio, como carretas e tanques compra de equipamentos e para viabilizar o incio da produo de hidrognio (100 mil m3/ms ou 0.278 t/dia) total de investimentos nova unidade de enchimento instalao de uma planta de grande capacidade para atender o mercado siderrgico Santa Brbara (MG), Jundiai/SP Jundiai/SP Barra Velha/SC Distrito de Pecm/CE

n.d n.d 2004 2008

jul/06 2006 abril/2005 2006 2005

Jundia/SP Jundia/SP ABC paulista MG

2006 final de 2006 2002-2007 2004 2005 2004

US$ 0.5 R$ 0.8

instalao de uma unidade de produo de gases do ar Regio Nordeste ampliao da capacidade instalada para compresso de gases da ordem de 400 mil metros cbicos para um milho de metros cbicos por ms (aproximadamente 40 t/dia) Belfort Roxo/RJ lanar e divulgar nova tecnologia de pasteurizao a frio de lquidos -

2003/2004 2007

continua

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Para mais detalhes, vide ANEXOS Histrico dos Investimentos no Brasil

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Brasil Qumica: Gases Industriaiscontinuaoempresa Air Products US$ 20 US$ 15 valor (milhes) descrio incremento da produo de oxignio em 100 t/dia para abastecer a VCP, Jacare inovaes em desenvolvimento e em plantas unidade de nitrognio e oxignio inaugurao de estao de enchimento de gases para soldagem nova fbrica de nitrognio inaugurao de estao de enchimento de gases para soldagem construo de duas plantas dentro dos complexos industriais da Veracel (BA) e da Riopol (RJ); expanso de filiais nova unidade de distribuio de gases industriais e medicinais nova unidade de separao de oxignio, nitrognio e argnio unidade de produo de oxignio dentro da Companhia Siderrgica de Tubaro, 400 t/dia unidade de produo de oxignio dentro da Companhia Siderrgica de Tubaro laboratrio para a produo experimental de hidrognio construo de trs fbricas de CO2 de alta pureza (uma delas j est em produo) nova unidade, com capacidade para 8/t/h de gs carbnico duplicao da capacidade de estocagem local previso de concluso 2002/2003 2004 2005 dez/2004 set/2004 2004 2003 a 2006 Cuiab/MT Santa Cruz/RJ Serra/ES Serra/ES Minas Gerais Vitria de Santo Anto/PE Linhares/ES Vitria de Santo Anto/PE 2006 2009 abr/2004 set/2004 abr/2004 n.d mar/06 n.d

So Paulo e Santa Catarina regio metropolitana de So Paulo Fortaleza/CE Duque de Caxias/RJ Goinia/GO

Aga (Linde)

R$ 21

R$ 41 US$ 0.50 R$ 150 BOC US$ 12 US$ 12 R$ 5 at 2006 US$ 4 inciais R$ 8 milhes R$ 2.5 milhes

Cemig

Carbo Gs

Fonte: imprensa, elaborao Lafis , n.d = no disponvelNOVA investimentos/gs industriais

6 PERSPECTIVAS

6.1 No Brasil 6.1.1 Ano de 2006 e 2007 Para a economia brasileira, a Lafis projeta crescimento de 3.4% em 2006, explicado pelo maior dinamismo do mercado interno (possibilitado pela flexibilizao da poltica monetria e pelo aumento dos investimentos pblicos), alm do aquecimento da economia mundial. Todavia, o Brasil continuaria a registrar taxa de crescimento econmico inferior mdia mundial (+5.1%), dos pases em desenvolvimento (+7.3%) - com forte participao dos pases asiticos -, e da Amrica Latina (+4.8%). O pfio crescimento alcanado no primeiro semestre dever ganhar flego um pouco maior no segundo. Alm da ausncia de alguns dos motivos que levaram o governo a justificar o fraco resultado do primeiro semestre (Copa do Mundo, greve e paradas nas plantas de petrleo), esse novo perodo vai contar com a maior assimilao da reduo dos juros (Selic e TJLP), comprovada tanto pela continuidade do crescimento da demanda por bens de capital (produo industrial e importaes), como pelo maior

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Brasil Qumica: Gases Industriais dinamismo da construo civil (expanso do financiamento habitacional, bem como avano das vendas de materiais de construo). A maior contribuio dever vir da acelerao do PIB da indstria (+3.6%), incluindo as melhores perspectivas para a construo civil (+5.1%), ambos em relao a 2005. Servios e Agropecuria tambm podero crescer em um ritmo maior, respectivamente, em 2.9% e 2.0%. Dada a diversidade de suas aplicaes, o segmento de gases industriais ser favorecido pelo relativo maior crescimento industrial. O setor siderrgico, cuja expectativa Lafis de crescimento de 3.0% para a produo de ao bruto, ao contrrio do que ocorreu em 2005 (quando registrou queda de 3.9%), dever ter importante papel no aumento das vendas de gases industriais (principalmente do oxignio). Por sua vez, os negcios com o nitrognio tm avanado com os novos investimentos realizados pelo setor petroqumico no Brasil (como por exemplo, o j concretizado Riopol e o projeto do Complexo Petroqumico do Rio de Janeiro), seu maior mercado consumidor. Adicionalmente, as vendas de oxignio tambm deslancharam tendo em vista o crescimento das exportaes de celulose (onde o fornecimento totalmente terceirizado) e de aos planos (parcialmente terceirizado), alm de se intensificarem os novos usos do produto, como por exemplo, no craqueamento cataltico fluido (FCC) das refinarias de petrleo. Ainda neste contexto, observou-se que de janeiro a agosto, ante igual perodo de 2005, as exportaes fsicas de celulose aumentaram 17% e a de aos planos, 18%. Os investimentos em prestao de servios vinculados ao consumo de gases (corte e solda de metais, entre outros), ainda que em grau reduzido, constituem fatores paralelos a contribuir para a maior demanda. Pelo lado da oferta, interessante observar o crescimento do