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Dengue Diagnóstico e manejo clínico Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais

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DengueDiagnóstico e manejo clínico

Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais

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Pirâmide do aprendizado

Taxas médias de retenção de conteúdo

*Adapted from National Training Laboratories. Bethel, Main

Espectador passivo

Espectador ativo

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Pirâmide de avaliação de competência

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Relato de casoPaciente (f) de 56 anos, procura atendimento em 02/01 com quadro de cefaléia, mialgia e febre de início a 2 dias. HP: ICC em uso de captopril e propranolol. PA 120/80mmHg, FC 86bpm. HD: Dengue. CD: Prescrito hidratação VO e paracetamol. Liberada para casa. 04/01 – retorna ao PA com queixa de dor abdominal iniciada a 24 horas associada a vômitos e diarréia . PA 110/90mmHg. Hb 14g/dl; Htc 42%; LG 2.800; Plaquetas 120.000/mm3 . Relata piora da prostração nas últimas 24 h. HD; Dengue e gastroenterite. CD: SF0,9% 1500ml + metoclopramida + dipirina/escopolamina. Liberada após 4 horas de observação. 05/01 – paciente retorna ao PA trazida por familiares. Paciente confusa, pressão inaudível, pele fria e pegajosa, perfusão capilar >2 segundos. Iniciado hidratação na sala de emergência e solicitado vaga na UTI. Iniciado noradrenalina devido a não resposta a reposição de volume inicial. Paciente evolui com dispnéia e insuficiência respiratória sendo intubada. Transferida para UTI evolui para PCR e óbito após 2 horas na UTI.

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Relato de caso• Hipóteses diagnósticas?• Anamnese e exame físico• Prova do laço?• Exames laboratoriais???• Tratamento ambulatorial ou hospitalar???• Conduta ???• Orientações

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Dengue • Arbovirose transmitida por mosquitos:

Aedes aegypti. • Transmissão: picada da fêmea hematófoga.• Período de incubação: 3 a 7 dias (até 15d).• Sazonalidade relacionada com período de

chuvas.

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O vírus da dengue

• Quatro sorotipos: Den-1, Den-2, Den-3, Den-4

• Cada sorotipo induz imunidade específica

duradoura e imunidade cruzada de curta

duração.

• Qualquer sorotipo pode causar doença grave.

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Espectro clínico

Formas assintomáticas e oligossintomáticas (80%)

Dengue Clássica

FHD DCC

A hidratação é a principal forma de intervenção para prevenção e tratamento das formas graves!

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Quando suspeitar de Dengue:

Doença febril aguda, com duração máxima de sete dias, com pelo menos dois dos

seguintes sintomas:

• Cefaléia;• Dor retroorbitária;• Mialgia;• Artralgia;• Prostração;• Exantema.

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Quando suspeitar de Dengue:

• Em crianças pequenas: síndrome febril inespecífica, apatia, sonolência, recusa alimentar, vômitos, diarréia.

• Outros sinais e sintomas frequentes; dor abdominal e congestão facial.

Dengue - crianças

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Caso clínico Crianças e idosos podem apresentar quadro clínico inespecífico. Considerando que estamos no verão e em área endêmica para dengue, podemos afirmar, exceto: a)Paciente de 25 anos com quadro febril de três dias de evolução com cefaléia, dor retroorbitária, mialgia e petéquias deve ser considerado um caso suspeito de dengue. b)Paciente de 72 anos admitido com quadro de mialgia, cefaléia e prostração há cinco dias. No momento do exame esta afebril com medida de pressão arterial deitado de 90/70mmHg. A ausência de febre durante o exame exclui o diagnóstico de dengue. c)Paciente de 15 anos com febre, cefaléia, mialgia, e prostração há cinco dias. Deve ser considerado caso suspeito de dengue mesmo com prova do laço negativa. d)Paciente de 33 anos com febre, cefaléia, exantema e linfonodos palpáveis retroauriculares. Além de ser um caso suspeito de dengue, deve ser considerado o diagnóstico diferencial com outras doenças exantemáticas como a rubéola.

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Discussão do caso clínico

a) Paciente de 25 anos... - É uma paciente com todas as características de um caso clássico de dengue e

deve ser considerada como caso suspeito de dengue. b) Paciente de 72 anos...

- A ausência de febre durante o exame NÃO exclui o diagnóstico de dengue. Pacientes podem ser atendidos durante o período de defervescência da febre e estarem normotérmico ou hipotérmicos.

c) Paciente de 15 anos... - Deve ser considerado caso suspeito de dengue mesmo com prova do laço negativa. A prova do laço negativa não exclui o diagnóstico de dengue.

d) Paciente de 33 anos... - Devemos sempre lembrar dos diagnósticos diferencias de dengue. As doenças exantemáticas infecciosas estão entre estes diagnósticos diferencias.

Resposta: letra B

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• Identificação pacientes com risco de evolução desfavorável.

• Como identificar formas graves?

–Anamnese + Exame físico– Exames complementares, quando indicados

• Acompanhamento longitudinal é fundamental.

Ponto chave

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Dias de doença

Temperatura

Quadros clínicos potenciais

Alterações laboratoriais

Sorologia e viremia

Curso da doença:

Desidratação Choque Sangramentos

Disfunção orgânica

Reabsorção hídrica

Hematócrito

Plaquetas

Viremia

Febril Crítica Fase de recuperação

Fonte: adaptado de Yip WCL. Dengue haemorrhagic fever: current approaches to management. Medical Progress, October 1980.

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– Data de início dos sinais/sintomas define fase da doença (febril, crítico, recuperação)

– Investigação presença de comorbidades (asma, diabetes, disfunção renal)

– Pesquisar sinais de alarme– Pesquisar manifestações hemorrágicas– Uso de medicamentos

Pesquisar uso de medicamentos (anti-agregantes plaquetários, anti-coagulantes, AINEs, imunossupressores).

Anamnese

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– Avaliar estado de hidratação e perfusão – Pesquisar sinais hemorrágicos (sufusões, petéquias, hemorragia

ungueal)– Aferir PA em duas posições – Avaliar outros sinais vitais com FC, FR e temperatura.– Ausculta respiratória– Pesquisar hepatomegalia, ascite, e outros sinais de extravasamento

vascular– SNC; meningismo e alterações sensório– Realizar prova do laço

Exame Físico

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• Desenhar um quadrado de 2,5cm de lado; – Insuflar o manguito até o valor médio por 5 minutos em

adulto (3 minutos em crianças) ou até o aparecimento de petéquias ou equimoses;

– Contar o número de petéquias no quadrado.– A prova será positiva se houver 20 ou mais petéquias em

adultos e 10 ou mais em crianças.

Prova do laço

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• Teste positivo reforça a possibilidade de dengue!

• Teste negativo NÃO exclui diagnóstico de dengue!

Prova do laço

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Manifestação cutânea em dengue: exantema desaparece sob pressãoFonte: Kléber Luz – Ministério da Saúde

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Manifestação cutânea em dengue: exantemaFonte: Leonardo ZenhaMinistério da Saúde

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Manifestação cutânea em dengue: hemorragia

Manifestação cutânea em dengue: hemorragia nos leitos ungueais

Manifestação cutânea em dengue: sufusão hemorrágica

Fonte: Ministério da Saúde, CD Dengue: Decifra-me ou devoro-te

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Exantemas

Fonte: Ministério da Saúde, CD Dengue: Decifra-me ou devoro-te

Manifestações cutâneas

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Derrame pleural em paciente com Dengue

Fonte: Ministério da Saúde, CD Dengue: Decifra-me ou devoro-te

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Dengue clássica(febre, cefaléia, mialgia,

mal-estar)

Leptospirose

Influenza

Mononucleose-like

Hantavirose

Febre amarela

Sepse

Febre tifóide

Febre maculosa

Infecção HIV

Doenças exantemáticas

Rubéola

Sarampo

Escarlatina

Febres Hemorrágicas

Leptospirose

Febre Amarela

Sepse

Meningococcemia

Febre Maculosa

Hepatites virais

Malária

PTT, PTI.

Abdomen agudo

Apendicite

Colecistite

Abdomen agudo cirúrgico

Dengue – diagnósticos diferenciais

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Abordagem síndrômica1. Estabilização do paciente: a) Suporte hemodinâmico (hidratação e aminas)b) Suporte respiratório

2. Considere os piores cenários: a. Sepse grave/choque sépticob. Meningococcemia/Meningitec. Síndrome do choque tóxico

3. Considere tratamentos específicosa. Antibioticoterapia específica para foco provávelb. Doenças endêmicas e tropicais (malária, febre maculosa, leptospirose, influenza,

outras)c. Controle de foco (artrite séptica, empiema, apendicite, colecistite, etc.)

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Abordagem síndromica4. Solicite propedêutica: a) De suporte e manejo (hemograma e leucograma, coagulograma, gasometria

arterial, íons, uréia e creatinina, gasometria arterial, lactato sérico, outros – conforme indicação médica)

b) Para diagnóstico específico (hemocultura – 3 amostras, urocultura, cultura de líquor – quando necessário, sorologias) Atenção: Em pacientes graves, os exames para diagnóstico específico devem ser solicitados no primeiro atendimento!

5. Plano de condução do paciente: a. Solicitar avaliação de especialistas?b. A unidade tem estrutura para atender aquele paciente? Devo Transferir?c. Devo notificar as autoridades (NUVEH, Secretária Municipal, SES/MG)

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Específicos

-Isolamento viral e NS1 preferencialmente até 3º. dia

-Pesquisa de Anticorpos específicos IgM; a partir do 6o. dia

Exames específicos

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Prova do laço negativa, sem sangramentos espontâneos, sem comorbidades ou grupo de risco ou condições clínicas especiais, ausência de sinais de alarme

Prova do laço positiva ou sangramento de pele espontâneos (petéquias), ou com comorbidades, ou grupo de risco ou condições clínicas especiais. Ausência de sinais de alarme.

Presença de um ou mais sinais de alarme. Sangramentos presente ou ausente. Sem hipotensão.

Choque. Sangramento presente ou ausente

Estadiamento clínico da doença

Grupo AGrupo A

Grupo BGrupo B

Grupo CGrupo C

Grupo DGrupo D

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• Sinais de choqueSinais de choque• Hipotensão arterial; Hipotensão arterial; • Pressão arterial convergente;Pressão arterial convergente;• Extremidades frias, cianose;Extremidades frias, cianose;• Pulso rápido e fino;Pulso rápido e fino;• Enchimento capilar lento (>2 segundos)Enchimento capilar lento (>2 segundos)

• Hemorragias graves, desconforto respiratório Hemorragias graves, desconforto respiratório e outras disfunções orgânicas graves e outras disfunções orgânicas graves (encefalites, miocardites). (encefalites, miocardites).

Grupo D

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Sinais de choque - Grupo DInício de hidratação parenteral na unidade em que foi

feito o primeiro atendimento.

SF 0,9% (20 ml/kg em até 20 minutos, adultos ou crianças).

Se cardiopata ou idoso, iniciar com 250-500 ml e verificar sinais de sobrecarga de volume.

Se necessário, repetir até 3 vezes.

TRANSPORTE RESPONSÁVEL

Encaminhamento para internação hospitalar em unidade terciária com leito de UTI.

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Sinais de choque - Grupo D

Reavaliação clínica (cada 15-30 minutos) e novo hematócrito após 2h.

Resposta adequada: manter hidratação conforme situação C.

Resposta inadequada:

Avaliar aminas vasoativas, colóides e hemotransfusão em caso de hemorragias.

Na fase de absorção (fase de recuperação), ficar atento sinais de hipervolemia e usar diuréticos se necessário.

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Em casos suspeitos de choque sempre avaliar o início de antibioticoterapia precoce com coleta de hemoculturas, até melhor definição do quadro clínico!

Sinais de choque

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Sinais de alarme - Grupo C

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Atenção!!!

Os sinais de alarme e o agravamento do quadro costumam ocorrer na fase de remissão da febre, entre o terceiro e sexto dia da doença.

Sinais de alarme

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Sinais de alarme – Grupo C• Início de hidratação parenteral na unidade em que foi

feito o primeiro atendimento – Fase de expansão: Adultos ou crianças: SF 0,9% ou

ringer lactato 20 ml/kg/hora (Reavaliação cada 2 horas).

Fase de manutenção: Adultos: 25ml/kg em 6 horas. Crianças: necessidade de hidratação + perdas diárias (regra de Holliday-Segar).

• TRANSPORTE RESPONSÁVEL• Estabilização hemodinâmica durante 48 horas.• Reduzir progressivamente hidratação, evitando

congestão.

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Caso clínico Paciente de 32 anos procura atendimento com relato de febre há 5 dias associada a cefaléia, mialgia, vômitos persistentes e dor abdominal contínua. Ao exame apresenta-se prostrado, hidratado e corado. Prova do laço negativa. PA: 130/80 mmHg. Você suspeita de dengue. Baseado na classificação e estadiamento do Ministério da Saúde, qual a melhor conduta terapêutica?a)Anti-emético, paracetamol ou dipirona e hidratação em casa.b)Hidratação oral supervisionada 80ml/Kg/dia, sendo 1/3 em 4 horas. Manter em leito de observação, com reavaliação clínica e de hematócrito em 4 horas após hidratação.c)Reposição volêmica: 20 ml/kg/h em 1 hora com soro fisiológico. Acompanhamento em leito de internação. Reavaliação clínica e de hematócrito a cada 2 horas. Repetir a fase de expansão até 03 fases se não houver melhora dos valores do hematócrito (hemoconcentração) e dos parâmetros clínicos.d)Hidratação IV: 20 ml/Kg em 20 minutos. Internar em serviço com leito de UTI. Repetir esta fase até três vezes. Reavaliação clínica a cada 15-30 minutos e hematócrito após 2 horas.

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Caso clínico Paciente de 32 anos procura atendimento com relato de febre há 5 dias associada a cefaléia, mialgia, vômitos persistentes e dor abdominal contínua. Ao exame apresenta-se prostrado, hidratado e corado. Prova do laço negativa. PA: 130/80 mmHg. Discussão do caso: Esta paciente apresenta sinais de alarme (vômitos persistentes e dor abdominal contínua). A melhor conduta é a reposição volêmica: 20 ml/kg/h em 1 hora com reavaliação clínica e de hematócrito a cada 2 horas. Deve-se repetir a fase de expansão se não houver melhora dos valores do hematócrito (hemoconcentração) e dos parâmetros clínicos. (Resposta correta: letra C)

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Caso clínico Paciente de 32 anos procura atendimento com relato de febre há 5 dias associada a cefaléia, mialgia, vômitos persistentes e dor abdominal contínua. A paciente acima recebeu hidratação endovenosa, analgésico e foi reavaliada. No momento da reavaliação apresenta-se com PA: 80/60 mmHg, taquicardica (FC: 132bpm) e com tempo de enchimento capilar > 2segundos. Qual a melhor conduta terapêutica?a)Hidratação oral e alta com orientações. b)Hidratação oral supervisionada 80ml/Kg/dia, sendo 1/3 em 4 horas. Manter em leito de observação, com reavaliação clínica e de hematócrito em 4 horas após hidratação.c)Reposição volêmica: 20 ml/kg/h em 1 hora com soro fisiológico. Acompanhamento em leito de internação. Reavaliação clínica e de hematócrito a cada 2 horas. Repetir a fase de expansão até 03 fases se não houver melhora dos valores do hematócrito (hemoconcentração) e dos parâmetros clínicos.d)Hidratação IV: 20 ml/Kg em 20 minutos. Internar em serviço com leito de UTI. Repetir esta fase até três vezes. Reavaliação clínica a cada 15-30 minutos e hematócrito após 2 horas.

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Caso clínico

Discussão do caso: A paciente que já apresentava sinais de alarme evolui para choque. A hipotensão, a taquicardia e o tempo de enchimento capilar lento (> 2 segundos) caracterizam o choque. A hidratação IV deve ser otimizada e as reavaliações mais frequentes. O paciente deve ser encaminhado para leito de terapia intensiva. De acordo com a evolução da paciente, a resposta à hidratação e os exames laboratorias deverão ser considerados agentes inotrópicos e hemoderivados. Sempre considerar o diagnóstico de sepse e avaliar o início de antibioticoterapia.

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Grupo B - Prova do laço positiva

- Sangramento de pele espontâneos (petéquias)

- Com comorbidades (HAS ou outras doenças cardiovasculares graves, DM, DPOC, doenças hematológicas crônicas, doença renal crônica, doença ácido péptica, hepatopatias e doenças auto-imunes)

- Grupo de risco (gestantes, idosos e crianças)

- Pacientes com risco social.

- Prova do laço positiva

- Sangramento de pele espontâneos (petéquias)

- Com comorbidades (HAS ou outras doenças cardiovasculares graves, DM, DPOC, doenças hematológicas crônicas, doença renal crônica, doença ácido péptica, hepatopatias e doenças auto-imunes)

- Grupo de risco (gestantes, idosos e crianças)

- Pacientes com risco social.

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Grupo B - Hemograma obrigatório para definir modalidade de hidratação e necessidade de internação.

• Paciente com hematócrito normal: tratamento em regime ambulatorial com reavaliação clínica diária.

• Paciente com hematócrito aumentado em mais de 10% acima do valor basal ou, na ausência deste, com as seguintes faixas de valores:■ criancas: > 38%■ mulheres: > 44%■ homens: > 50%tratamento com hidratação oral ou EV supervisionada.reavaliação com hematócrito em 4 horas

- Hemograma obrigatório para definir modalidade de hidratação e necessidade de internação.

• Paciente com hematócrito normal: tratamento em regime ambulatorial com reavaliação clínica diária.

• Paciente com hematócrito aumentado em mais de 10% acima do valor basal ou, na ausência deste, com as seguintes faixas de valores:■ criancas: > 38%■ mulheres: > 44%■ homens: > 50%tratamento com hidratação oral ou EV supervisionada.reavaliação com hematócrito em 4 horas

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Grupo B Hidratação oral supervisionada

» adultos: 80 ml/kg/dia, sendo 1/3 do volume administrado em quatro a seis horas e na forma de solução salina isotônica;

» crianças: oferecer soro de reidratação oral (50-100 ml/kg em 4 horas).

Se necessário, hidratação venosa: soro fisiológico ou Ringer Lactato – 40 ml/kg em 4 horas.

Em caso de vômitos e recusa da ingestão do soro oral, recomenda-se a administração da hidratação venosa.

Hidratação oral supervisionada

» adultos: 80 ml/kg/dia, sendo 1/3 do volume administrado em quatro a seis horas e na forma de solução salina isotônica;

» crianças: oferecer soro de reidratação oral (50-100 ml/kg em 4 horas).

Se necessário, hidratação venosa: soro fisiológico ou Ringer Lactato – 40 ml/kg em 4 horas.

Em caso de vômitos e recusa da ingestão do soro oral, recomenda-se a administração da hidratação venosa.

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Caso clínico Paciente de 55 anos procura o pronto-atendimento com relato de febre há 3 dias associada a cefaléia, mialgia, dor retrorbitária e exantema em tronco. Paciente é hipertenso e diabético. Faz uso de enalapril e metformina. Ao exame apresenta-se em bom estado geral, hidratado e corado. Prova do laço positiva. PA: 140/90 mmHg.Você suspeita de dengue. Qual a melhor conduta terapêutica?

a)Anti-emético, paracetamol ou dipirona e hidratação em casa.b)Solicitar hemograma completo, orientar hidratação oral até o resultado dos exames. Caso o hemograma apresente sinais de hemoconcentração o paciente deverá ser mantido em observação e prescrito hidratação VO ou IV supervisionada. c)Iniciar reposição volêmica IV a 20 ml/kg/h em 1 hora com soro fisiológico, independente do hemograma. Acompanhar o paciente em leito de internação. Realizar reavaliação clínica e de hematócrito a cada 2 horas. d)Iniciar hidratação IV a 20 ml/Kg em 20 minutos. Internar em leito de UTI. Repetir esta fase até três vezes. Reavaliação clínica a cada 15-30 minutos e hematócrito após 2 horas.

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Caso clínico Discussão: O paciente apresenta fatores de risco para formas graves da doença; hipertensão e diabetes. Entretanto não apresenta sinais de alarme e/ou sinais de choque. Desta forma, deverá ser conduzido como do grupo B. O hemograma é obrigatório. Pacientes com hematócrito aumentado em mais de 10% do valor basal ou maior que 38% em crianças, maior que 44% em mulheres e maior que 50% em homens, deverão ser hidratados em regime de observação hospitalar. Reavaliações periódicas com exame clínico e hematócrito deverão ser realizadas para avaliar a necessidade de hidratação suplementar ou possibilidade de alta com controle diário ambulatorial.

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Grupo A Prova do laço negativaSem sangramentos espontâneos ou induzidosSem comorbidades ou grupo de risco ou condições clínicas especiaisAusência de sinais de alarmeAusência de sinais de choque

Prova do laço negativaSem sangramentos espontâneos ou induzidosSem comorbidades ou grupo de risco ou condições clínicas especiaisAusência de sinais de alarmeAusência de sinais de choque

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Grupo A •Preencher cartão da dengue.

•Prescrever sintomáticos e repouso.

•Orientar hidratação oral adequada.

•Orientar limpeza domiciliar de criadouros.

•Retorno diário ou pelo menos no 1º dia de melhora da

febre ou 5º dia de doença. Antes se sinais de alarme.

•Preencher cartão da dengue.

•Prescrever sintomáticos e repouso.

•Orientar hidratação oral adequada.

•Orientar limpeza domiciliar de criadouros.

•Retorno diário ou pelo menos no 1º dia de melhora da

febre ou 5º dia de doença. Antes se sinais de alarme.

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Grupo A • Oferecer 1/3 na forma de sais de reidratação oral e o restante através da oferta de água, sucos e chás.

• Especificar em receita médica ou no cartão da dengue o volume a ser ingerido por dia.

• Manter a hidratação durante todo o período febril e por até 24-48 h após a defervescência.

• A alimentação não deve ser interrompida durante a hidratação, mas administrada de acordo com a aceitação do paciente.

• Aleitamento materno dever ser mantido.

• Oferecer 1/3 na forma de sais de reidratação oral e o restante através da oferta de água, sucos e chás.

• Especificar em receita médica ou no cartão da dengue o volume a ser ingerido por dia.

• Manter a hidratação durante todo o período febril e por até 24-48 h após a defervescência.

• A alimentação não deve ser interrompida durante a hidratação, mas administrada de acordo com a aceitação do paciente.

• Aleitamento materno dever ser mantido.

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• A hidratação precoce e adequada é um fator determinante na prevenção de fenômenos hemorrágicos.

• Concentrado de plaquetas nos casos de plaquetopenia menor de 50.000 com suspeita de sangramento SNC ou sangramento ativo importante. (1un/ 7 a 10Kg/peso).

• Plasma fresco sangramentos com RNI>1,25 ou AP<40%. (10ml/Kg)

• Concentrado de hemácias hemorragias importantes com instabilidade clínica.

Distúrbios de coagulação, hemorragias e uso de

hemoderivados

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Ausência de febre durante 48 horas, sem uso de antitérmicos.

Melhora clínica evidente.Hematócrito normal e estável por 24 horas.Plaquetas em elevação e acima de 50.000/mm3.Estabilização hemodinâmica durante 48 horas.Derrames cavitários em reabsorção e sem

repercussão clínica. Ausência de sintomas respiratórios.

Critérios de alta hospitalar

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Cartão do usuário

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Cartão do usuário

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Caso 2F.H.C., masculino, 4 anos.

Em 26/2/2005 quadro súbito de febre alta, cefaléia, mioartralgias, diarréia aquosa e astenia. No quarto dia de doença, evoluiu com remissão da febre, porém persistiu o quadro diarréico. Procurou o C.S., sendo diagnosticada gastroenterite viral e prescritos sintomáticos. 6º. dia de doença apresentou piora significativa do estado geral, vômitos repetidos, irritabilidade e oligúria.

EF- Corado, desidratado++/4, afebril, agitado porém lúcido, anictérico, acianótico. PA : 80x50mmHg. FC: 124bpm. FR: 32 irpm.

Petéquias em membros inferiores.Tórax: murmúrio vesicular diminuído em bases pulmonares. Abdome:fígado palpável a 2cm do RCD, doloroso.

Exames – Hemograma: Ht: 53,1%, Plaquetas: 61.000/mm3,LG: 14.100/mm3, com diferencial normal. Albumina: 3,7g/dL, AST: 527 UI/l, ALT: 245UI/l.

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Caso 3Em 25/02/2010, G.V.R., mulher de 35 anos procura atendimento em centro de saúde com quadro de febre e mal-estar. Há 3 dias apresentava febre, cefaléia e dores musculares. Queixa de intensa dor abdominal que iniciou durante a madrugada. Nega uso crônico de medicamentos. Nega patologias prévias. Ao exame: prostrada, desidratada, corada e acianótica. PA 90/60mmHg. FC: 94bpm. FR: 18 irpm. Sons respiratórios normais. BNRNF em 2T. Abdomen doloroso em hipocôndrio direito.

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Caso 4

FMG, 24 anos, mulher, gestante, branca, do lar. Procurou C.S. em 17/12/2005 com febre há 2

dias, cefaléia, mialgia, vômitos. EF: PA 120/75mmHg. Eupnéica. Anictérica.

Exantema morbiliforme em face e tronco. Linfonodos submandibulares pouco aumentados e indolores. AR: Sons resp. normais. BNRNF em 2T. Abdomen livre.

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Principais equívocos no manejo clínico dos pacientes com dengue

• Inadequada atenção aos sinais de alarme• Inadequado acompanhamento dos pacientes ambulatoriais• Administração de aspirina e AINEs• Não solicitação do hemograma para monitorização do

extravasamento vascular e da resposta ao tratamento• Inadequada monitorização hemodinâmica • Administração de soluções EV sem o devido

acompanhamento• Administração de medicamentos IM• Uso de soluções hipotônicas para hidratação

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