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DENISE MARIA DE ALMEIDA CONSTRUÇÃO E AVALIAÇÃO DE AULAS VIRTUAIS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE ENFERMAGEM Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Gerenciamento em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestra em Ciências Área de Concentração: Fundamentos e Práticas de Gerenciamento em Enfermagem e em Saúde Orientadora: Profª Drª Cláudia Prado São Paulo 2013

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DENISE MARIA DE ALMEIDA

CONSTRUÇÃO E AVALIAÇÃO DE AULAS VIRTUAIS

NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE

ENFERMAGEM

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Gerenciamento em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestra em Ciências

Área de Concentração: Fundamentos

e Práticas de Gerenciamento em Enfermagem e em Saúde

Orientadora: Profª Drª Cláudia Prado

São Paulo

2013

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Assinatura:____________________________ Data:___/____/___

Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca “Wanda de Aguiar Horta”

Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo

Almeida, Denise Maria de Construção e avaliação de aulas virtuais na formação de professores de enfermagem / Denise Maria de Almeida. -- São Paulo, 2013. 133 p.

Dissertação (Mestrado) - Escola de Enfermagem da

Universidade de São Paulo. Orientadora: Profa. Dra. Cláudia Prado Área de concentração: Fundamentos e práticas de gerenciamento em enfermagem e em saúde.

1. Enfermagem - Educação 2. Tecnologia educacional 3. Ensino superior 4. Educação a distância 5. Professores de ensino superior I. Título.

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Nome: Denise Maria de Almeida

Título: Construção e avaliação de aulas virtuais na formação de

professores de enfermagem.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Gerenciamento em Enfermagem da Escola de Enfermagem da

Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestra em

Ciências.

Aprovado em: ____/____/_______

Banca Examinadora

Prof. Dr. __________________ Instituição: _________________

Julgamento: ________________ Assinatura: _________________

Prof. Dr. __________________ Instituição: _________________

Julgamento: ________________ Assinatura: _________________

Prof. Dr. __________________ Instituição: _________________

Julgamento: ________________ Assinatura: _________________

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DEDICATÓRIA

Ao meu pai, Dalciso, que em virtude de sua doença não pode

compreender a dimensão desta conquista.

À minha mãe, Rosa, pela força, orações e apoio nessa caminhada.

Aos meus irmãos, Dalciso, Denilson, Daylton e cunhadas Eleana,

Patrícia, Lílian minha admiração, amizade, amor e carinho.

Aos meus sobrinhos, Daniel, Danilo, Ana Clara e Luíza vocês são

luz em minha vida.

Aos afilhados Débora, Vinícius e Esther lindos presentes de Deus

para mim.

Às minhas madrinhas, Iva e Odete exemplos de vida e de amor.

À tia Alzira, exemplo de força e de fé.

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AGRADECIMENTO ESPECIAL

A minha querida orientadora Cláudia:

“Para conseguir a amizade de uma pessoa digna é

preciso desenvolvermos em nós mesmos as qualidades

que naquela admiramos.” (Sócrates)

Espero ter conseguido desenvolver ao menos algumas de suas

qualidades.

Neste percurso enfrentamos muitas provações, alegrias e tristezas.

Não fosse sua infinita capacidade de acolhimento e ajuda ele nem

teria se iniciado. Agradeço o carinho, respeito, apoio e sua

paciência para comigo. Minha admiração por você não cabe em

palavras, mas se traduz em minha gratidão e carinho eternos. Tenho

certeza que a nossa amizade e parceria foi concebida no coração de

Deus e que o céu em festa comemora nossa vitória. Que o Senhor

retribua em graças e bênçãos infinitas tudo que você fez por mim e

faz por cada um que tem o privilégio de te conhecer.

Beijos e bênçãos!!!

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela acolhida e resposta as minhas angústias nesse

percurso.

À Maria Santíssima, poderosa intercessora a quem consagrei este

estudo.

Às Professoras Drª Heloísa Helena Ciqueto Peres e Drª Vera Lúcia

Mira, pelas valiosas contribuições no Exame de Qualificação.

À Profª Drª Marina Peduzzi, pela generosa acolhida no grupo Gestão

de Recursos Humanos na Perspectiva do Processo de Trabalho em

Saúde e Enfermagem, passo inicial nesta caminhada.

Às Professoras Drª Cláudia Prado, Drª Maria de Fátima Prado

Fernandes e Drª Heloísa Helena Ciqueto Peres pela confiança e

reconhecimento ao meu trabalho na monitoria do Curso de

Licenciatura em Enfermagem.

Aos Professores, Especialistas e Funcionários do Departamento de

Orientação Profissional pela acolhida e carinho.

Aos funcionários da secretaria de Pós-Graduação e da Biblioteca,

pela dedicação e competência.

Aos Licenciados em Enfermagem, agradeço o aprendizado nesses

dois anos de convivência.

À Denise Alves Saltini, Diretora do Departamento de Enfermagem da

Beneficência Portuguesa, através de quem também agradeço a

todos os colegas pelo incentivo e apoio.

À Cleide Zorze e Elza Kamakawa, Diretora e Assistente de Direção

da EESJ, pelo apoio e incentivo durante todos esses anos de

convivência, especialmente no período do mestrado.

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Às amigas, Tereza, Gladimara, Thaís, Eide, Juliana, Valéria,

Marlene, Fátima, Nilza, Arlete, Gilmara, Margareth e Mariele pela

prazerosa convivência e amizade.

Aos meus alunos e ex-alunos, com vocês aprendi o prazer de ser

docente.

Ao Daylton, irmão querido, por suportar minha ansiedade e

compartilhar seu talento em vários momentos deste trabalho.

À Débora Vaz, sem a nossa amizade, conversas, risadas,

desesperos, idas a livrarias e shoppings, eu não teria concluído essa

jornada. Obrigado!!!!!!

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Almeida, DM. Construção e avaliação de aulas virtuais na formação

de professores de enfermagem. [dissertação]. São Paulo: Escola de

Enfermagem, Universidade de São Paulo; 2013.

RESUMO

Introdução: A formação de professores para a educação

profissional técnica de nível médio em enfermagem voltada às

características da sociedade contemporânea pressupõe a inserção

das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) nos

processos educativos. A vivência do aprendizado eletrônico na

formação inicial pode auxiliar o professor a inserir essas tecnologias

em sua prática de forma crítica e competente. Objetivo: este estudo

teve como objetivos a construção e implementação de aulas virtuais

para o Curso de Licenciatura em Enfermagem da Escola de

Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP) e a avaliação

das estratégias de ensino adotadas nas dimensões “construção e

síntese do conhecimento” nessas aulas. Método: Trata-se de

pesquisa aplicada, de produção tecnológica desenvolvida em três

etapas. A primeira correspondeu à construção e implementação das

aulas virtuais. A segunda à avaliação da estratégia de ensino

adotada na dimensão “construção do conhecimento“ através da

análise das contribuições postadas nos fóruns de discussão das

aulas virtuais. Como categorias de análise elegeram-se os critérios

de avaliação da aprendizagem que contemplaram o grau de

interação e o domínio do conteúdo estudado. A terceira, relativa à

avaliação da estratégia de ensino adotada na dimensão “síntese do

conhecimento”, deu-se a partir da análise da resolução dos

problemas propostos. As categorias de análise contemplaram a

pertinência da resolução ao problema e a clareza na expressão das

ideias. Resultados: Foram construídas três aulas virtuais (Teoria da

Aprendizagem Significativa, Metodologia Dialética e Professor

Reflexivo) tendo como referencial metodológico o design instrucional

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contextualizado, e como referenciais teóricos a metodologia dialética

de construção do conhecimento, a teoria da aprendizagem

significativa e a andragogia. As aulas foram implementadas em três

edições do curso (2010, 2011 e 2012). A análise das aulas virtuais,

nessas edições mostrou que, os referenciais teórico-metodológicos

adotados na construção das mesmas, favoreceram a aprendizagem

significativa a partir da construção do conhecimento. Mostrou

também que as estratégias de ensino adotadas nas “dimensões

construção e síntese do conhecimento” foram adequadas a estes

propósitos e à compreensão da trajetória de aprendizagem dos

licenciandos favorecendo a auto e a heterorregulação da

aprendizagem. Sinalizou que a inclusão da autoavaliação nos fóruns

e a mudança nos critérios de avaliação, na edição 2012, contribuiu

para a melhoria na qualidade da participação dos licenciandos e na

apreensão do conhecimento. Apontou também novos caminhos

para aprimoramento das aulas. Conclusões: os resultados

mostraram os referenciais teórico-metodológicos adotados

possibilitaram a elaboração de aulas virtuais centradas na

construção do conhecimento e na aprendizagem colaborativa, como

uma proposta inovadora para a inserção das TDIC na formação de

professores em enfermagem.

PALAVRAS-CHAVE: Enfermagem – Educação. Tecnologia

educacional. Ensino superior. Educação a distância. Professores de

ensino superior.

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Almeida, DM. Construction and evaluation of virtual classes in

formation of Nursing teachers. [dissertation]. São Paulo: School of

Nursing, University of São Paulo; 2013.

ABSTRACT

Introduction: The formation of teachers for the technical professional

education of secondary school in Nursing turned to the characteristics

of the contemporary society presupposes the insert of the digital

technologies of information and communication (TDIC) in the

educational processes. The existence of the e-learning in the initial

formation can aid the teachers to insert those technologies in their

practice in a critical and competent way. Objective: This study had as

objectives the construction and implementation of virtual classes for

the Nursing Licensure Course of the School of Nursing of the

University of São Paulo (EEUSP) and the evaluation of the teaching

strategies adopted in the dimensions "construction and synthesis of

the knowledge" in those classes. Method: This is an applied

technological production research developed in three stages. The first

stage corresponded to the construction and implementation of the

virtual classes. The second stage was related to the evaluation of the

teaching strategy adopted in the dimension "construction of the

knowledge" through the analysis of the contributions posted on the

forums of discussion of the virtual classes. The criteria of learning

evaluation that contemplated the degree of interaction and the

domain of the content covered in the course were chosen as

analyses categories. The third stage, related to the evaluation of the

teaching strategy adopted in the dimension "synthesis of the

knowledge", started from the analysis of the resolution of the problem

proposed. The analysis categories contemplated the pertinence of the

resolution to the problem and the clarity in the expression of the

ideas. Results: Three virtual classes were built (Theory of the

Significant Learning, Dialectical Methodology and Reflexive Teacher)

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using as methodological reference the contextualized instructional

design and as theoretical references, the dialectical methodology of

the knowledge construction, the theory of the significant learning and

the andragogy. The classes were implemented in three editions of the

course (2010, 2011 and 2012). The analysis of the virtual classes in

those editions showed that, the theoretical-methodological references

adopted in the construction of the same ones favored the significant

learning starting from the construction of the knowledge. It also

showed that the teaching strategies adopted in the "dimensions

construction and synthesis of the knowledge" were appropriate to

these purposes and the comprehension of the learning process of the

graduates favoring the auto- and heteroregulation of the learning. It

signaled that the inclusion of the self-evaluation in forums and the

change in the evaluation criteria, in 2012 edition, contributed to the

improvement in the quality of the participation of the graduates and in

the apprehension of the knowledge. It also pointed new paths to the

improvement of the classes. Conclusions: The results showed that

the adopted theoretical-methodological references enabled the

elaboration of virtual classes centered in the construction of the

knowledge and in the collaborative learning, as an innovative

proposal for the insert of the digital technologies of information and

communication in the formation of nursing teachers.

KEYWORDS: Nursing – Education. Educational Technology.

Education, Higher. Education, Distance. Higher Education Professor.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Fases do design instrucional contextualizado .................. 38

Figura 2: Modelos de aprendizado eletrônico ................................. 40

Figura 3: Momentos do conhecimento ............................................ 43

Figura 4: Fases da Metodologia Dialética do Conhecimento .......... 43

Figura 5: Pontos de aproximação entre os referenciais teóricos ..... 51

Figura 6: Etapas da apresentação e discussão dos resultados ...... 60

Figura 7:Tela inicial da aula Teoria da Aprendizagem Significativa. 64

Figura 8: Tela Apresentação da aula Teoria da Aprendizagem

Significativa .................................................................................... 65

Figura 9: Tela Rota de Aprendizagem da aula Teoria da

Aprendizagem Significativa ............................................................. 66

Figura 10: Tutora virtual Nina ......................................................... 67

Figura 11: Tela vídeo menteinovadora aula Teoria da Aprendizagem

Significativa .................................................................................... 69

Figura 12: Esquema representativo da situação-problema na aula

Teoria da Aprendizagem Significativa ............................................. 70

Figura 13: Tela objeto de aprendizagem na aula Teoria da

Aprendizagem Significativa ............................................................. 72

Figura 14: Tela vídeo aprender a aprender - “The Potter” ............... 74

Figura 15: Tela “As regras do jogo” aula Teoria da Aprendizagem

Significativa .................................................................................... 75

Figura 16: Tela Quiz na aula Teoria da Aprendizagem Significativa 77

Figura 17: Tela inicial aula Metodologia Dialética ........................... 79

Figura 18: Tela rota de aprendizagem aula metodologia dialética .. 80

Figura 19: Tela objeto de aprendizagem metodologia dialética ...... 81

Figura 20: Tela do filme Ratatouille ................................................ 82

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Figura 21: Tela mapa conceitual metodologia dialética ................... 83

Figura 22: Esquema representativo da situação-problema na aula

metodologia dialética ...................................................................... 84

Figura 23: Tela inicial aula Professor Reflexivo .............................. 85

Figura 24: Tela apresentação da aula professor reflexivo ............... 86

Figura 25: Tela rota de aprendizagem aula professor reflexivo ....... 86

Figura 26: Tela avaliação da aprendizagem ................................... 87

Figura 27: Tela do filme “O espelho tem duas faces” ...................... 88

Figura 28: Tela do objeto de aprendizagem “História da Profª Duda.

....................................................................................................... 89

Figura 29: Tela objeto de aprendizagem processo reflexivo de Duda

....................................................................................................... 90

Figura 30: Tela Informar da midiateca virtual .................................. 91

Figura 31: Esquema representativo situação-problema aula

Professor Reflexivo ......................................................................... 92

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Grau de Interação nos fóruns virtuais nas edições 2010,

2011 e primeiro semestre de 2012. ................................................ 98

Tabela 2: Domínio do Conteúdo nos fóruns de discussão virtual nas

edições 2010, 2011 e primeiro semestre de 2012. ....................... 102

Tabela 3: Resultados da análise das contribuições nos fóruns de

discussão virtual nas edições 2010 e 2011. .................................. 108

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LISTA DE SIGLAS

COGEAE Coordenadoria Geral de Especialização,

Aperfeiçoamento e Extensão

PUC-SP Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

EESJ Escola de Enfermagem São Joaquim

ESAB Escola Superior Aberta do Brasil

EEUSP Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo

GEPETE Grupo de Estudos e Pesquisas de Tecnologia da

Informação nos Processos de Trabalho em

Enfermagem

TDIC Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação

DIC Design Instrucional Contextualizado

CEE Conselho Estadual de Educação

COREN Conselho Regional de Enfermagem

USP Universidade de São Paulo

MEC Ministério da Educação

AVA Ambiente Virtual de Aprendizagem

TAS Teoria da Aprendizagem Significativa

ENO Departamento de Orientação Profissional

CNPq Conselho Nacional de Pesquisa

MOODLE Modular Obejct-Oriented Dynamic Learning

Environment

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

OA Objeto de Aprendizagem

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .......................................................................... 21

1 INTRODUÇÃO ............................................................................ 26

1.1 Formação de professores para educação profissional técnica

de nível médio em enfermagem .................................................. 26

1.2 Tecnologias digitais de informação e comunicação ............... 27

1.3 Ambientes virtuais e o processo ensino aprendizagem ......... 29

1.3.1 Ambiente virtual de aprendizagem (AVA) ....................... 29

1.3.2 Ensinar e aprender em ambientes virtuais ...................... 31

1.3.2.1 Ensinar em ambientes virtuais ..................................... 31

1.3.2.2 Aprender em ambientes virtuais................................... 33

2. OBJETIVOS ............................................................................... 36

3 REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO............................ 38

3.1 Design instrucional contextualizado (DIC) ............................. 38

3.2 Metodologia dialética da construção do conhecimento .......... 42

3.3 Teoria da aprendizagem significativa .................................... 46

3.4 Andragogia ............................................................................ 49

4 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO ......................................... 54

4.1 Tipo de estudo ...................................................................... 54

4.2 Cenário do estudo ................................................................. 54

4.3 Construção e Implementação das aulas virtuais ................... 54

4.3 Procedimento de coleta e análise dos dados referentes às

dimensões construção e síntese do conhecimento .....................55

5. CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ...................................................... 58

6 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO ........... 60

6.1 Descrição da construção das aulas virtuais ........................... 60

6.1.1 Aula Teoria da Aprendizagem Significativa ..................... 63

6.1.2 Aula Metodologia Dialética (MD) ..................................... 79

6.1.3 Aula Professor Reflexivo (PR) ........................................ 85

6.2 Avaliação das estratégias de ensino nas dimensões

construção e síntese do conhecimento ....................................... 96

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6.2.1 Avaliação da estratégia de ensino adotada na dimensão

“construção do conhecimento” ................................................. 96

6.2.2 Avaliação da estratégia de ensino adotada na dimensão

“síntese do conhecimento”..................................................... 107

7 CONCLUSÕES ......................................................................... 114

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................... 118

REFERÊNCIAS ............................................................................ 122

ANEXO 1 – Parecer Consubstanciado do CEP ......................... 129

ANEXO 2 – Instrumento Avaliação Aula TAS ....................... 12933

133

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21

APRESENTAÇÃO

Meu primeiro contato com a educação em enfermagem iniciou-se

logo após o término da graduação em Enfermagem na Universidade

Federal de Alfenas, em 1985, ao iniciar minha atividade profissional

em um hospital de ensino como enfermeira responsável pela

unidade de terapia intensiva. Tive como desafio organizar uma

capacitação para os auxiliares de enfermagem que integravam

minha equipe. Ministrei várias aulas e o feedback oferecido pelos

auxiliares fez com que meus olhos se voltassem para a docência.

Permaneci lá por aproximadamente um ano, e ao me mudar de

Pouso Alegre para Itajubá, fui trabalhar como docente no Curso

Técnico em Enfermagem do Colégio Sagrado Coração de Jesus.

Neste mesmo colégio, ministrei aulas de Ciências e Programas de

Saúde para alunos do ensino fundamental, Biologia para o ensino

médio e para alunos da educação profissional técnica de nível

médio. Percebi aí que a docência já havia me impregnado e este

seria provavelmente o caminho através do qual orientaria minha

carreira.

Após nova mudança, desta vez para São Paulo, iniciei minhas

atividades como enfermeira assistencial no Hospital São Joaquim –

Beneficência Portuguesa. Depois passei a enfermeira administrativa,

responsável pelo gerenciamento de uma unidade de internação de

cardiologia. Nesse período organizei com minha equipe um grupo de

estudos para discussão de casos e análise de nossas práticas.

Minha atividade nesse grupo fez com que eu fosse transferida para a

Escola de Enfermagem São Joaquim - EESJ, pertencente à mesma

instituição, onde permaneço até o momento.

Nesses 26 anos de experiência na docência educação profissional

técnica de nível médio e um no ensino superior no Centro

Universitário de Lavras, deparei-me com uma permanente

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inquietação: independentemente de seu desempenho na teoria, os

estudantes tinham dificuldade em aplicar na prática o conhecimento

teórico “aprendido” e quando o aplicavam de forma pertinente, era

frequente não saberem justificar suas ações. O que acontecia

exatamente no período entre a aquisição e a aplicação do

conhecimento? Qual a relação entre o ensinar e o aprender?

Esse questionamento me levou a recorrer à literatura e a buscar

cursos de atualização que me auxiliassem na compreensão do

processo aquisição/aplicação do conhecimento.

Nessa busca considero como marcos fundamentais o curso “O papel

do coordenador pedagógico: foco no processo reflexivo do

professor” realizado na Coordenadoria Geral de Especialização,

Aperfeiçoamento e Extensão (COGEAE) da Pontifícia Universidade

Católica (PUC-SP) e as capacitações realizadas na Escola de

Enfermagem São Joaquim (EESJ) da Beneficência Portuguesa de

São Paulo para mudança e implantação do novo currículo.

O curso despertou-me para o processo reflexivo crítico auxiliando na

compreensão de minha prática e oferecendo ferramentas para

transformá-la cotidianamente. Pude compreender a importância da

superação da concepção do ensino como transmissão e da

aprendizagem como recepção para ajudar meus alunos a aprender

de forma significativa.

Através das capacitações na EESJ conheci as metodologias ativas

de ensino-aprendizagem, formas mais eficazes de avaliar e

acompanhar o processo de aprendizagem dos estudantes e de

articular a teoria à prática.

Acompanhando o movimento de expansão da educação a distância

e a necessidade de professores com conhecimentos específicos

para atuar na área, a especialização “Formação docente para a

atuação em educação à distância”, cursada nessa modalidade, na

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Escola Superior Aberta do Brasil (ESAB) fez com que meu interesse

pelo processo ensino aprendizagem se voltasse para o uso de

ambientes virtuais na educação em enfermagem.

Buscando aprimorar meus estudos nessa temática ingressei na

Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP) no

Grupo Gestão de Recursos Humanos na Perspectiva do Processo

de Trabalho em Saúde e Enfermagem liderado pela Professora

Doutora Marina Peduzzi e, a seguir, no Grupo de Estudos e

Pesquisas de Tecnologia da Informação nos Processos de Trabalho

em Enfermagem (GEPETE) liderado pelas Professoras Doutoras

Cláudia Prado, Heloísa Helena Ciqueto Peres e Maria Madalena

Januário Leite.

No GEPETE iniciei minha trajetória como pesquisadora e tutora das

aulas virtuais do Curso de Licenciatura em Enfermagem. Esse

caminho naturalmente me conduziu até o mestrado no Programa de

Pós-Graduação em Gerenciamento em Enfermagem.

Como mestranda, tive a oportunidade de exercer o papel de

monitora no Curso de Licenciatura em Enfermagem por dois anos.

As atividades desenvolvidas na monitoria (planejamento,

implementação e tutoria nas aulas virtuais, colaboração no

planejamento das disciplinas e dos estágios curriculares, elaboração

dos manuais de orientação sobre as atividades do curso para os

licenciandos, mediação dos portfólios virtuais, estruturação e

assessoria aos licenciandos no ambiente virtual), me permitiram

perceber a responsabilidade e a complexidade do processo de

formação docente.

Essa complexidade se torna ainda maior quando pensamos na

formação de professores para a sociedade contemporânea com a

inserção das tecnologias digitais de informação e comunicação

(TDIC) nos processos educativos, instigando o seguinte

questionamento:

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Como planejar aulas em ambientes virtuais que superem a

transmissão/recepção favorecendo a construção do conhecimento e

a aprendizagem significativa?

Procurando discutir essa questão este estudo versa sobre a

construção, implementação e avaliação de aulas virtuais no Curso

de Licenciatura em Enfermagem da EEUSP.

Na literatura há uma escassez de artigos contemplando a inserção

das TDIC na formação de professores para a educação profissional

técnica de nível médio em Enfermagem, o que revelou a

necessidade e a relevância de estudos sobre o tema.

Acredito que este estudo trará importantes subsídios para a

construção de aulas virtuais que promovam a aprendizagem

significativa e auxiliem os professores nas intervenções facilitadoras

desse processo.

Essa temática é abrangente, pois se insere nos debates acerca da

inserção das TDIC em cursos de graduação em enfermagem e mais

especificamente, em cursos de formação de professores.

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1 INTRODUÇÃO

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26

1 INTRODUÇÃO

1.1 FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA EDUCAÇÃO

PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO EM

ENFERMAGEM

A formação de auxiliares e técnicos de enfermagem, profissionais

que representam o maior contingente envolvido diretamente no

cuidado em enfermagem, é competência do enfermeiro conforme a

atual legislação expressa na Indicação CEE nº. 64/2007.

Atualmente a necessidade premente para que a formação do técnico

e do auxiliar de enfermagem supere a lógica tecnicista voltado para

a formação de um profissional crítico, reflexivo, voltado ao

atendimento das necessidades de saúde do paciente e comunidade

torna-se um verdadeiro desafio.

Desafio especialmente ao docente enfermeiro, que deve ser capaz

de unir conhecimentos específicos de diferentes áreas como

enfermagem e educação, para que sua prática concretize a

formação do profissional de nível médio com o perfil almejado.

As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em

Enfermagem1 apontam que no bacharelado o graduando deve

receber formação pedagógica voltada para a educação à saúde dos

usuários, família e comunidade, visto as ações educativas que irá

desenvolver no exercício da profissão e no curso de licenciatura

essa formação deve focar o exercício docente com vistas à

formação de auxiliares e técnicos de enfermagem.

Na Universidade de São Paulo (USP), o Curso de Licenciatura em

Enfermagem foi criado em 12 de Março de 1974, vinculado à

Faculdade de Educação e a partir de 2005 passou a ser um curso da

EEUSP2.

De acordo com Fernandes (2011, p.4)2 o curso tem como objetivo a

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27

formação de professores

[...] para atuar no ensino médio e na educação

profissional técnica de nível médio em enfermagem,

como sujeitos de transformação, comprometidos com a

busca de respostas a desafios e problemas existentes no

âmbito do ensino profissional em Enfermagem.

A matriz curricular do Curso assegura a articulação com o

Bacharelado conforme preconizam as Diretrizes Curriculares

Nacionais dos Cursos de Graduação em Enfermagem1.

A Portaria nº 4.059 do Ministério da Educação (MEC) de 10 de

dezembro de 20043, determina que instituições de ensino superior

podem oferecer até 20% da carga horária de disciplinas presenciais

na modalidade a distância, por meio da utilização de tecnologias

próprias para esse fim.

No Curso de Licenciatura em Enfermagem da EEUSP, as disciplinas

Metodologia do Ensino em Enfermagem I e II, utilizam tecnologias

digitais em apoio ao ensino presencial, as quais têm como objetivo

instrumentalizar o licenciando quanto aos aspectos teórico-

metodológicos do processo ensino aprendizagem para atuar na

educação profissional técnica de nível médio em enfermagem2.

Destaca-se o uso das TDIC como estratégia para atender a

necessidade apontada pela literatura da promoção e inserção de

propostas educacionais na enfermagem utilizando os ambientes

virtuais de aprendizagem4,5,6.

1.2 TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E

COMUNICAÇÃO

As TDIC são tecnologias que compreendem a junção de diferentes

mídias7 e têm como instrumentos principais o computador e a

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internet8. Estão presentes no cotidiano das pessoas permeando a

maior parte dos processos, encontrando na informação seu

elemento básico. Estruturando-se em forma de redes, consolidam a

possibilidade de resgate de dados, de processos e de articulações9.

Abrem um novo espaço para compartilhamento de informações que

ultrapassa barreiras físicas, o ciberespaço, onde é possível

encontrar toda uma gama de informações, que através da

interconexão mundial de computadores, permite a combinação de

distintos modos de comunicação10.

Elas não se restringem ao âmbito dos equipamentos. Envolvem

pessoas servindo como meios, extensão e suporte a atitudes,

emoções, pensamentos, palavras, interferindo nos modos de agir,

sentir, pensar e falar9.

Essa interferência se estende à escola, que precisa assumir seu

papel na formação de cidadãos para a complexidade e desafios do

mundo, buscando tornar os estudantes capazes de analisar de

forma crítica o excesso de informações e conviver com a

provisoriedade do conhecimento em um período de intensas

transformações11.

Preparar os novos cidadãos requer dos professores competências

para o uso das TDIC que possibilitem a reorganização de seu

trabalho e a reorientação de seu papel frente à mudança no perfil do

estudante que chega à universidade.

Estes, em sua maioria, jovens que fazem parte da geração

denominada digital, que convive diariamente com as tecnologias

digitais acessando a internet, participando de jogos, de redes

sociais, que aprendem de uma forma diferente a partir de múltiplos

estímulos12.

As iniciativas de incorporação das TDIC na graduação em

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29

enfermagem se traduzem na criação de hipermídias, objetos de

aprendizagem, incorporação de blogs como ambiente de apoio à

aprendizagem, uso da simulação e o desenvolvimento de disciplinas

em ambientes virtuais de aprendizagem, entre outras.

Porém, frente a essa realidade ainda encontram-se cursos onde a

incorporação das tecnologias digitais se restringe ao uso de Power

Point® como estratégia para a transmissão de conteúdos e dos

ambientes virtuais como repositórios de textos.

Essa realidade sugere que há ainda um caminho a ser trilhado em

direção à preparação dos professores de enfermagem para atuarem

no nível superior e na educação profissional técnica de nível médio

em enfermagem utilizando as TDIC de forma crítica e competente,

especialmente os ambientes virtuais de aprendizagem.

1.3 AMBIENTES VIRTUAIS E O PROCESSO ENSINO

APRENDIZAGEM

1.3.1 Ambiente virtual de aprendizagem (AVA)

O avanço das TDIC possibilitou o surgimento dos ambientes virtuais

de aprendizagem. Esses ambientes permitem a gestão das

estratégias de comunicação e mobilização dos usuários, a

participação dos estudantes por meio do registro das produções, das

interações e dos caminhos percorridos, do apoio e orientação dos

formadores e da avaliação13.

São espaços de representação de salas de aula, onde os estudantes

têm a oportunidade de interagir, aprender, trocar e produzir

conhecimento14.

Incluem ferramentas para uma atuação autônoma e automonitorada,

oferecendo recursos para a aprendizagem individual e coletiva. O

foco do ambiente é a aprendizagem e, para isto, é necessária a

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30

promoção de interações, reflexões e o estabelecimento de relações

que conduzam a construção e reconstrução de conceitos15.

Três características explicitam o diferencial desses ambientes

virtuais para aprendizagem individual e grupal: a interatividade

(condição para interações síncronas e assíncronas),

hipertextualidade (facilitador da cooperação entre os participantes) e

a conectividade (garantia de acesso rápido à informação e

comunicação)11.

Embora os ambientes virtuais tragam essas características e

possibilidades, ainda é frequente encontrarmos ambientes centrados

na distribuição de conteúdos e cobrança de tarefas com pouca, ou

nenhuma mediação pedagógica e práticas interativas, os chamados

ambientes instrucionistas16.

Para superação desse modelo, os ambientes virtuais devem ser

planejados de acordo com a concepção de currículo, de

comunicação e de aprendizagem dos autores e gestores do projeto,

favorecendo a “interatividade compreendida como participação

colaborativa, bidirecionalidade e dialógica, e conexão de teias

abertas como elos que traçam a trama das relações” (Silva, 2006, p.

58)17.

Os ambientes construcionistas permitem o desenvolvimento integral

dos estudantes ao possibilitar a integração entre o aprender a

aprender, a ser, a conviver e a fazer favorecendo a aprendizagem

significativa.

A adoção de um ambiente construcionista implica para o docente na

mudança em seu papel, em sua forma de ensinar e para o estudante

em mudança na sua forma de aprender como veremos a seguir.

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31

1.3.2 Ensinar e aprender em ambientes virtuais

1.3.2.1 Ensinar em ambientes virtuais

Assim como a sociedade, a profissão docente está mudando,

passando por profundas transformações. É preciso que os

professores vejam a profissão sob novos ângulos, considerando as

possibilidades do ciberespaço, que provocam mudanças nos papéis

do professor e dos estudantes e, consequentemente, nas formas de

ensinar e aprender.

Ensinar em ambientes digitais e interativos de aprendizagem

segundo Almeida (2003, p. 334)13 pressupõe:

Organizar situações de aprendizagem, planejar e propor

atividades; disponibilizar materiais de apoio com o uso

de múltiplas mídias e linguagens; ter um professor que

atua como mediador e orientador do aluno, procurando

identificar suas representações de pensamento; fornecer

informações relevantes, incentivar a busca de distintas

fontes de informações e a realização de

experimentações; provocar a reflexão sobre processos e

produtos; favorecer a formalização de conceitos;

propiciar a interaprendizagem e a aprendizagem

significativa do aluno.

A premissa básica da nova sala de aula é a interatividade se

configurando como um novo paradigma de comunicação. No

ambiente online, comunicar não é somente transmitir, é tornar

possível múltiplas possibilidades de intervenção. O estudante ao

interferir, manipular e modificar a mensagem termina por reelaborá-

la18.

A escolha de estratégias de ensino para os ambientes virtuais

demanda dos educadores uma postura crítica e criativa. As práticas

ao serem ressignificadas privilegiarão as trocas, o envolvimento dos

estudantes, a negociação de sentidos, a tomada de decisão e a

produção de conhecimento19.

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32

O docente preparado para acompanhar percursos, traça com os

estudantes novas rotas que levem a construção coletiva do

conhecimento, facilitando o protagonismo, a autoria, despertando no

estudante a crença em seu próprio potencial20.

O professor, ao assumir o compromisso de agir reflexivamente, pode

(re)criar alternativas pedagógicas que facilitem a construção do

conhecimento a partir da observação e conhecimento da trajetória

de aprendizagem de cada estudante promovendo entre estes ações

que promovam a interação21.

A mudança nos modos de ensinar e aprender nos ambientes virtuais

confere maior complexidade ao trabalho docente ao requerer deste o

desenvolvimento de diferentes competências:

Tecnológica: domínio de ferramentas e aplicativos para

integrar as tecnologias no processo de ensino-

aprendizagem; saber fazer escolhas conscientes das

tecnologias e domínio de ferramentas de criação e

aplicações com o uso da internet. Pedagógica:

capacidade de criar materiais e produzir tarefas;

adaptação a novos formatos e processos de ensino;

produção de ambientes que potencializem a

aprendizagem e compreensão intelectual do meio digital;

Sujeito: compreensão das diferenças interculturais dos

estudantes; competência comunicacional: linguísticas,

contextuais, interativas e levar em consideração o afeto

nas relações entre professor, aluno e meio digital.

Exploratória: saber como aprender, conhecer os estilos

de aprendizagem; formação para uso livre e criativo das

mensagens; conhecer as tecnologias de comunicação

em massa e explorá-las como ferramentas capazes de

potencializar a relação ensino-aprendizagem. (Garcia, et

al., 2011)22

A formação docente deve assim contemplar a inserção desses

ambientes, priorizando os aspectos que possam levar o futuro

professor a utilizar os AVA de forma crítica e criteriosa,

compreendendo suas potencialidades e limitações.

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1.3.2.2 Aprender em ambientes virtuais

Aprender em ambientes virtuais implica no engajamento do

estudante em seu processo de aprendizagem de forma ativa, crítica

e autônoma e no rompimento com a postura de assimilador passivo

de conteúdos.

O estudante passa a ser construtor do seu aprendizado, interferindo

em sua própria trajetória, ajustando sua aprendizagem aos seus

interesses, capacidades, habilidades, disponibilidade e realidade9.

Algumas competências apontadas por Birch (2002) que favorecem o

êxito do estudante no e-learning, apontam um caminho para o êxito

da aprendizagem em ambientes virtuais23.

Competências de auto-orientação: levam o estudante a assumir a

responsabilidade pelo planejamento, execução e avaliação de seus

esforços.

Competências metacognitivas: auxiliam o controle do estudante

sobre seu processo cognitivo, ou seja, sobre seu modo de pensar. O

estudante que entende seu processo de cognição sabe estruturar

suas atividades de aprendizado e avaliar de forma objetiva seu

progresso.

Competências de colaboração: necessárias à participação em

atividades online síncronas ou assíncronas. Destacam-se as

competências de comunicação virtual, reação assíncrona

(compartilhar informações com respeito às diferentes opiniões) e

feedback virtual (saber quando e como solicitar feedback).

O papel do professor como mediador pedagógico da aprendizagem

no ambiente virtual inclui auxiliar o estudante no desenvolvimento

dessas competências.

Este desenvolvimento pode ser potencializado através da adoção de

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uma proposta educacional centrada na construção do conhecimento,

que leve os estudantes a assumirem a responsabilidade pela sua

aprendizagem em colaboração com os professores e pares.

Caminhando em direção aos objetivos deste estudo enfatiza-se que

as Diretrizes Curriculares para as Licenciaturas24 recomendam que o

futuro docente vivencie durante o processo de formação em uma

situação de simetria invertida, isto é, como aluno, capacidades,

atitudes, modelos didáticos e modos de organização que se deseja

presentes em sua futura prática docente.

Para que os futuros docentes adotem em sua prática as TDIC os

cursos de licenciatura devem prover ao estudante oportunidades de

iniciação e aprofundamento de sua relação com a tecnologia,

sobretudo a pedagógica25.

Nesse sentido, os objetivos a seguir descritos contemplam a

construção, implementação de aulas virtuais no Curso de

Licenciatura em Enfermagem da EEUSP e avaliação das estratégias

de ensino nestas adotadas nas dimensões construção e síntese do

conhecimento.

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2 OBJETIVOS

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2. OBJETIVOS

Construir e implementar aulas virtuais para o Curso de

Licenciatura em Enfermagem.

Avaliar as estratégias de ensino adotadas nas dimensões

construção e síntese do conhecimento nessas aulas.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO

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3 REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO

3.1 DESIGN INSTRUCIONAL CONTEXTUALIZADO (DIC)

O planejamento da situação didática, especialmente com a

incorporação das TDIC, requer o emprego de um referencial que

favoreça o alcance dos objetivos educacionais propostos.

O design instrucional contextualizado, modelo de desenvolvimento

do design instrucional adotado no projeto em questão, consiste:

Na ação intencional de planejar, desenvolver e aplicar situações didáticas específicas que, valendo-se das potencialidades da Internet, incorporem, tanto na fase de concepção como durante a implementação, mecanismos que favoreçam a contextualização e a flexibilização (Filatro e Piconez, 2004, p. 3)

26.

O processo de desenvolvimento do DIC envolve as fases de análise,

design e desenvolvimento, implementação e avaliação (Figura 1),

fases estas que guardam correspondência com o design

instrucional, porém nesta perspectiva, elas se entrelaçam num

movimento espiralado de construção e reconstrução ao longo de

todo o processo27.

Fonte: adaptado de Filatro A. Design instrucional contextualizado: educação e tecnologia. São Paulo: Senac; 2003. Crédito da figura: Daylton L. Almeida; 2013.

Figura 1: Fases do design instrucional contextualizado

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A fase de análise consiste em identificar as necessidades de

aprendizagem, definir os objetivos instrucionais, caracterizar os

estudantes e levantar as restrições definindo um foco inicial para o

DIC que será aprimorado no decorrer do projeto.

A fase de design e desenvolvimento, constituída de duas etapas,

abrange o planejamento da situação didática e a produção dos

materiais. O planejamento da situação didática inclui o mapeamento

e sequenciamento do conteúdo, a escolha dos métodos e técnicas

para alcance dos objetivos propostos, seleção das mídias e

materiais a ser produzidos.

A produção de materiais e atividades instrucionais compreende a

determinação do grau de interação e interatividade desejados, o

design do material, preparação dos suportes pedagógico,

administrativo e tecnológico.

A implementação é estruturada em duas etapas: publicação e

execução. Na publicação, todo material produzido é incorporado ao

ambiente virtual e este é configurado. A execução corresponde à

aplicação da proposta do design instrucional.

A avaliação consiste na determinação da efetividade da proposta do

DIC e a revisão das estratégias implementadas. Inclui o

planejamento das estratégias para a avaliação do design, dos atores

envolvidos nesse processo e dos resultados de aprendizagem.

Os resultados da avaliação subsidiam a revisão e aperfeiçoamento

do design, bem como as ações que devem ser adotadas para a

continuidade ou reedição do projeto. Esse processo não se constitui

o momento de finalização do projeto, mas deve permear todas as

fases do DIC.

Segundo Filatro (2008, p. 17-9)28

, o aprendizado eletrônico, definido

como um conjunto de práticas que variam em um continuum desde a

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entrega em rede ao trabalho em rede, deixa explícitos modelos de

aprendizado que podem ser divididos em informacional,

suplementar, essencial, colaborativo e imersivo.

Esses modelos são definidos considerando a interação estudante-

conteúdo, estudante-professor, estudante-pares, a infraestrutura

tecnológica e a fluência digital requerida.

A figura (Figura 2) abaixo ilustra as principais características desses

modelos de aprendizado: ênfase, interação e fluência digital

requerida dos atores.

Figura 2: Modelos de aprendizado eletrônico

No modelo informacional as informações de cunho informativo e

administrativo servem como fonte de consulta e podem ser inseridas

Fonte: adaptado de Filatro A. Design Instrucional na prática. São Paulo: Pearson Education do Brasil; 2008. Autora: Denise M. Almeida; 2013.

•Ênfase: no conteúdo. • Interação: baixo nível. •Fluência digital: não é exigência.

MODELO INFORMACIONAL

•Ênfase: no conteúdo.

• Interação: baixo nível.

•Fluência digital: requer alguma fluência do professor.

MODELO SUPLEMENTAR

•Ênfase: no estudante.

• Interação: baixo nível.

•Exige maior fluência digital do professor e pró-atividade do estudante.

MODELO ESSENCIAL

•Ênfase: no grupo.

• Interação: alto nível.

•Fluência digital: requerida para professores e estudantes.

MODELO COLABORATIVO

•Ênfase: no grupo. • Interação: alto nível. •Fluência digital: requerida para professores e

estudantes em alto nível.

MODELO IMERSIVO

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no ambiente virtual por pessoal administrativo, resultando em um

baixo nível de interação. Não há exigência de uma infraestrutura

tecnológica avançada e nem fluência digital dos usuários.

No modelo suplementar a ênfase se encontra na disponibilização

de conteúdo e de atividades pelo professor que deve possuir alguma

fluência digital. A maior parte da experiência de aprendizagem

ocorre off-line.

No modelo essencial a maior parte das atividades acontecem off-

line, porém, para o estudante obter os materiais precisa acessar com

frequência o ambiente do curso. Este modelo exige maior fluência

digital do professor e pró-atividade do estudante.

No modelo colaborativo a ênfase está na participação dos

estudantes, que geram parte do conteúdo através das ferramentas

de colaboração. Requer fluência digital tanto do professor quanto

dos estudantes.

No modelo imersivo, adotado nas aulas virtuais, todo conteúdo do

curso é obtido e publicado na internet, permitindo o acesso ao

ambiente virtual por meio de tecnologias móveis e de banda larga.

As interações ocorrem online, exigindo dos participantes alto nível

de fluência digital.

Os ambientes virtuais favorecem o DIC no sentido de possibilitarem

um constante ir e vir ao registrar as participações dos atores

envolvidos no processo ensino aprendizagem, permitir o feedback

imediato e contínuo, facilitar o acesso permanente aos materiais e

atividades, além de favorecer a comunicação entre os

participantes29.

A efetividade do DIC não depende unicamente do desenvolvimento

de um projeto de qualidade alinhado aos objetivos propostos.

Depende também do envolvimento dos atores e da forma como

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assumem sua responsabilidade na construção do conhecimento e

da proposta do DIC. Faz-se necessário que estes estejam em

permanente diálogo, para operar mudanças que favoreçam este

processo de construção, concretizando a flexibilização inerente ao

DIC.

O êxito de uma situação didática embasada no modelo do DIC

também está atrelado à dimensão pedagógica que norteia a

proposta.

A seguir serão apresentados os referenciais teóricos que,

juntamente com o DIC, nortearam a construção das aulas.

3.2 METODOLOGIA DIALÉTICA DA CONSTRUÇÃO DO

CONHECIMENTO

A apresentação do referencial está embasada nos estudos de

Vasconcellos (2005)30.

A escolha de uma metodologia para nortear o trabalho docente tem

relação direta com os pressupostos teóricos que o professor

expressa. E estes revelam sua concepção de homem, de educação

e de sociedade.

A metodologia dialética de construção do conhecimento alicerçada

na teoria dialética do conhecimento concebe o homem como um ser

de relações e o conhecimento como construção do sujeito na

relação com o outro e com o mundo.

Esta teoria aponta que a construção do conhecimento se dá em três

grandes momentos apresentados na Figura 3:

Síncrese

Análise

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síntese.

Na perspectiva dialética, a metodologia de construção do

conhecimento pode ser expressa em três momentos ou dimensões

(mobilização, construção e síntese do conhecimento), que devem

estruturar o trabalho pedagógico do professor30 como mostra a figura

abaixo (Figura 4).

Metodologia Dialética de

Construção do conhecimento

Mobilização

Construção Elaboração

e síntese

Visão da realidade confusa e

fragmentada SÍNCRESE

Desdobramento da realidade para

compreender as partes como partes de um

todo.

ANÁLISE CONHECIMENTO

Integração dos conhecimentos

parciais num todo organizado e lógico.

SÍNTESE

Fonte: Baseado em Vasconcellos CS. Construção do conhecimento em sala de aula. 18ª ed. São Paulo: Libertad; 2005. (Cadernos Pedagógicos do

Libertad. v. 2.). Autora: Denise M. Almeida; 2013.

Figura 3: Momentos do conhecimento

Figura 4: Dimensões da Metodologia Dialética do Conhecimento

Fonte: Baseado em Vasconcellos CS. Construção do conhecimento em sala de aula. 18ª ed. São Paulo: Libertad; 2005. (Cadernos Pedagógicos do Libertad. v. 2.). Autora: Denise M. Almeida; 2013.

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Mobilização para o conhecimento: dimensão onde o professor

como dirigente do processo de construção do conhecimento deve

motivar, despertar o interesse e a curiosidade do estudante sobre o

objeto para que ele se disponha a aprender.

Trata-se de estabelecer um vínculo entre o estudante e o objeto do

conhecimento para que este possa adquirir um significado, criando

uma atitude favorável à aprendizagem.

A mobilização é favorecida quando o ensino leva em consideração

as necessidades, as experiências de vida do estudante e parte do

seu conhecimento anterior a respeito do objeto, para levá-lo a um

nível mais avançado de conhecimento. Tem relação com o assunto

abordado, como este será trabalhado e as relações interpessoais em

sala de aula.

Nessa dimensão, atuar a partir da realidade significa conhecer os

estudantes do ponto de vista dos determinantes sociais e da fase do

desenvolvimento (psicogênese) em que se encontram30.

O professor que tem clareza em relação aos objetivos que deseja

alcançar e ao seu papel de provocador cognitivo31 pode envolver os

estudantes na aprendizagem numa perspectiva de colaboração.

Construção do conhecimento: momento da atividade do sujeito

sobre o objeto do conhecimento. Dimensão onde professor,

estudante, objeto do conhecimento e realidade se encontram em

interação constante.

O elemento central nessa dimensão é o estabelecimento da

contradição entre as representações que o estudante tem acerca do

objeto e outra possível, levando-o à necessidade de superação. É no

momento das interações que a contradição pode ser auto ou

heteropromovida.

A contradição surge da problematização do objeto do conhecimento,

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daí a necessidade do professor ter uma compreensão mais sintética

desse objeto, tanto em sua totalidade quanto historicidade, para

facilitar o trabalho de contextualização do objeto.

A tentativa de superar a contradição leva o estudante a

aproximações sucessivas com o objeto do conhecimento e a

reelaboração das hipotéses anteriormente construídas em direção à

síntese, que terá um caráter provisório.

Cabe ao professor organizar atividades de aprendizagem que

promovam a ação do estudante sobre o objeto, pois é nessa ação

que as aproximações acontecem, provocando o movimento dialético

de continuidade-ruptura entre o conhecimento prévio e o novo.

Elaboração e síntese do conhecimento: dimensão na qual o

estudante deverá expressar e aplicar o conhecimento adquirido.

A expressão do conhecimento através da linguagem ajuda o

estudante a identificar fragilidades em sua síntese, e o professor a

compreender a trajetória percorrida na construção do conhecimento,

possibilitando intervenções corretivas por meio da interação social.

As atividades de aprendizagem organizadas em um ambiente de

respeito e confiança fazem com que o estudante se sinta à vontade

para se expressar e adquira segurança em sua capacidade de

aprender.

O exercício contínuo de expressão da síntese provisória leva ao

estudante a autonomia para avaliar seu trabalho e perceber seu

nível de desenvolvimento para reelaboração pessoal em direção a

uma síntese integradora.

Na metodologia dialética o professor deve considerar o que o

estudante já conhece acerca do objeto para facilitar a construção do

conhecimento. Isso nos remete à Teoria da Aprendizagem

Significativa (TAS), referencial teórico apresentado na sequência,

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que oferece subsídios para que o trabalho docente tenha como

ponto de partida o conhecimento prévio do estudante.

3.3 TEORIA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

Proposta por David Paul Ausubel na década de 60, a teoria tem

como pressuposto fundamental que a aprendizagem se efetua a

partir daquilo que o estudante já conhece acerca do objeto de

conhecimento.

Para que a aprendizagem significativa se consolide é necessário

existir um vínculo entre a nova informação e as informações

disponíveis na estrutura cognitiva do estudante32.

Ausubel denominou de estrutura cognitiva o conjunto dos resultados

das experiências de aprendizagem do estudante (conhecimento

prévio), o conteúdo total, organizado, hierarquizado de suas ideias

sobre determinado conteúdo32.

A nova informação ao interagir e se ligar a alguma (âncora) já

existente na estrutura cognitiva do estudante, torna-se parte dela.

Essa interação modifica a nova informação e a informação com a

qual interagiu, ampliando a estrutura cognitiva do estudante32.

As informações “âncoras” recebem o nome de subsunçores -

conhecimentos, conceitos, proposições, princípios, fatos, ideias,

imagens e símbolos presentes na estrutura cognitiva que servirão de

apoio para que os novos conhecimentos sejam apreendidos32.

Quando a ancoragem se concretiza, a nova informação é

compreendida, adquirindo um significado, um sentido para o

estudante. Este se torna capaz de expressar essa informação com

suas palavras e aplicá-la em diferentes contextos32.

A aprendizagem significativa permite também que o conhecimento

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adquirido permaneça na memória por um período maior de tempo

facilitando novas aprendizagens, ao ampliar a estrutura cognitiva do

estudante33.

Quando a nova informação vincula-se de forma arbitrária na

estrutura cognitiva, sem interagir com conceitos subsunçores

específicos, ocorre a aprendizagem mecânica e o estudante só

consegue expressar esse conhecimento reproduzindo as palavras

que memorizou, sem a compreensão real do conteúdo34.

Para Ausubel, a aprendizagem mecânica e a significativa formam

um continuum35, sendo a primeira necessária quando o estudante se

depara com conhecimentos completamente desconhecidos para ele.

Para que a aprendizagem significativa se efetue algumas condições

são necessárias:

Atitude favorável do aprendiz: a aprendizagem será

significativa quando o estudante tiver a intenção de dar

sentido ao que aprende, isto é, ele deve relacionar de forma

intencional o novo material de aprendizagem à sua estrutura

cognitiva36.

Presença de ideias relevantes na estrutura cognitiva do

estudante que possam servir como ancoradouro para a nova

aprendizagem32.

Material de aprendizagem potencialmente significativo: o novo

material de aprendizagem deve ser logicamente significativo,

ou seja, deve ser apresentado de forma ordenada e lógica e

ser psicologicamente significativo, isto é, a aprendizagem

deve partir dos conhecimentos prévios e o estudante deve se

engajar de modo ativo na tarefa32.

A aprendizagem pode se efetuar por descoberta (quando cabe ao

estudante a tarefa de estabelecer os princípios, relações ou leis

entre os conceitos abordados) ou por recepção (quando o estudante

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ao receber a informação atua sobre esta para relacioná-la à sua

estrutura cognitiva).

Os princípios facilitadores da aprendizagem significativa podem

servir como guia para o planejamento da ação educativa:

Diferenciação progressiva: princípio segundo o qual, as ideias

mais gerais e inclusivas do conteúdo abordado devem ser

apresentadas no início do processo de ensino para posterior

detalhamento32.

Reconciliação integrativa: princípio pelo qual o estudante

reconhece novas relações entre conceitos vistos até então de

forma isolada34.

Organização sequencial: consiste em estabelecer uma

sequência coerente ao assunto abordado37.

Consolidação: os novos conhecimentos só devem ser

apresentados quando houver domínio dos anteriores37.

Como estratégia facilitadora da aprendizagem significativa, os

organizadores prévios, são materiais introdutórios que apresentados

antes do conteúdo a ser trabalhado podem servir como subsunçores

ao novo conhecimento37. Fazem uma ponte cognitiva entre aquilo

que o estudante sabe e o que ele precisa aprender38. Podem

também ativar subsunçores presentes na estrutura cognitiva32.

Os princípios podem ser aplicados na criação de objetos de

aprendizagem, animações, vídeos, mapas conceituais e simulações

interativas como recursos pedagógicos nos ambientes virtuais de

aprendizagem. Também podem auxiliar na seleção das ferramentas

de apoio a aprendizagem (chats, fóruns, diário, etc.) e na

estruturação das atividades de aprendizagem39.

A estruturação da ação educativa embasada na metodologia

dialética de construção do conhecimento pressupõe considerar a

fase do desenvolvimento em que os estudantes se encontram para a

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adequação das atividades de ensino às suas características.

Apresenta-se a seguir, a andragogia referencial teórico que diz

respeito à educação de adultos, público-alvo das aulas virtuais.

3.4 ANDRAGOGIA

A andragogia, concebida por Malcolm S. Knowles, surgiu como uma

teoria para a educação de adultos. Essa teoria aponta alguns

princípios básicos a serem considerados no ensino de adultos40:

Necessidade de saber: antes de começarem a aprender, os adultos

precisam saber o porquê do aprendizado. Quando a aprendizagem

está aliada à sua vontade, investem mais de seu potencial nessa

tarefa. O desafio para o educador seria o de ajudar os estudantes a

perceber a necessidade do aprendizado41.

Apresentam-se como estratégias favoráveis a esse princípio o

conhecimento das expectativas dos estudantes, a apresentação do

conteúdo, dos objetivos de aprendizagem e a explicitação de como o

aprendizado pode ser aplicado na prática.

Aprendizagem autodirecionada: devido ao autoconceito de serem

responsáveis por suas ações e decisões sobre suas vidas, os

adultos têm necessidade de serem reconhecidos em sua capacidade

de autodireção, resistindo a práticas impostas42.

Experiência pessoal: o adulto traz diferentes experiências

adquiridas ao longo da vida que têm implicações em seu

aprendizado. Isso faz de uma turma de adultos um grupo

heterogêneo, apontando que a ênfase na educação desse público

deve se voltar para a individualização das estratégias de ensino e

aprendizagem41,42.

Prontidão para aprender: está presente em função de uma

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necessidade de saber criada por situações de vida. Dependendo

dessas situações o adulto pode se sentir mais ou menos

direcionado, seguro e confiante. Para facilitar a aprendizagem de

adultos é preciso compreender a situação de vida na qual se

encontram, oferecendo a ajuda necessária que pode variar da

direção ao apoio41,42.

Aprendizagem direcionada a solução de problemas: adultos

orientam sua aprendizagem para a vida e se sentem motivados a

aprender quando reconhecem que o aprendizado os auxiliará na

resolução dos problemas ou nas situações do dia a dia. A

aprendizagem será facilitada se os problemas apresentados tiverem

estreita relação com a prática41,42.

Motivação para aprender: os adultos se sentem motivados a

aprender quando percebem que o aprendizado tem aplicação

imediata em situações reais ou resultará em recompensas pessoais.

A motivação para a aprendizagem pode advir de fatores internos ou

externos, sendo que os últimos têm um papel de menor relevância

em relação aos primeiros41,42.

A adoção dos princípios andragógicos na formação de professores

para a docência no ensino médio em enfermagem mostra-se

pertinente não só por se tratar de estudantes adultos, mas também

porque em sua prática profissional a ação educativa será dirigida a

adultos.

Os três referenciais teóricos complementam o DIC e guardam entre

si alguns pontos de aproximação (Figura 5), que apontam na direção

da construção de aulas virtuais que promovam uma atitude favorável

do estudante a aprendizagem, confiram a este um papel ativo,

tenham como ponto de partida o conhecimento prévio e a

experiência dos estudantes, contextualizem o objeto do

conhecimento, trabalhem a partir da resolução de problemas e

oportunizem ao professor o desempenho do papel de mediador.

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51

Autora: Denise Maria de Almeida; 2013.

A confluência entre o DIC e os referenciais teóricos apresentados

vislumbra a promoção da aprendizagem significativa a partir da

construção do conhecimento.

Na sequência serão apresentados os procedimentos metodológicos

que nortearam o estudo.

Atitude favorável a aprendizagem

Estudante - Papel Ativo

Professor - Mediador

Ponto de partida: Conhecimento e experiência prévios

Contextualização do objeto do conhecimento

Solução de problemas

TEORIA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

METODOLOGIA DIALÉTICA

ANDRAGOGIA

Figura 5: Pontos de aproximação entre os referenciais teóricos

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4. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

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4 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

4.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de uma pesquisa aplicada, de produção tecnológica,

voltada para o desenvolvimento de novos processos ou produtos

orientados para as necessidades do mercado43.

Este estudo visa desenvolver novas perspectivas e possibilidades no

processo ensino-aprendizagem por meio da criação,

desenvolvimento, aplicação e avaliação da aprendizagem em aulas

virtuais no Curso de Licenciatura em Enfermagem.

4.2 CENÁRIO DO ESTUDO

O estudo foi desenvolvido na Escola de Enfermagem da

Universidade de São Paulo, no Curso de Licenciatura em

Enfermagem vinculado ao Departamento de Orientação Profissional

(ENO), nas disciplinas Metodologia do Ensino de Enfermagem I e II

nos anos 2010, 2011 e 2012.

4.3 CONSTRUÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DAS AULAS

VIRTUAIS

A construção e implementação das aulas será descrita

considerando-se as fases do DIC. Cada aula virtual será

apresentada de acordo com as dimensões da metodologia dialética

para a construção do conhecimento. A fundamentação teórica para

as atividades e os materiais desenvolvidos que são comuns a todas

as aulas serão descritos na aula Teoria da Aprendizagem

Significativa. Nas demais, será apresentada apenas a

fundamentação para as atividades e materiais específicos a cada

uma.

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4.4 PROCEDIMENTO DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS

REFERENTES ÀS DIMENSÕES CONSTRUÇÃO E SÍNTESE

DO CONHECIMENTO

Neste estudo apresentaremos como recorte, a avaliação das aulas

virtuais nas dimensões construção e síntese do conhecimento.

Esta opção ancorou-se na metodologia dialética de construção do

conhecimento que norteou a estruturação das aulas. Considerou-se

também o fato de que foram estes recortes que possibilitaram uma

compreensão mais adequada das mudanças necessárias a melhoria

das aulas.

O acesso aos dados, disponíveis no ambiente virtual de

aprendizagem, deu-se através dos seguintes passos:

Acesso à plataforma Moodle no endereço:

http://Moodle.redeestudante.usp.br/Moodle/index.php?lang=pt_

br_utf8;

Preenchimento do nome do usuário e senha;

Acesso às disciplinas ENO 435 - Metodologia do Ensino de

Enfermagem I e ENO 436 - Metodologia do Ensino de

Enfermagem II;

Acesso às aulas virtuais;

Acesso aos registros das aulas publicados no ambiente virtual.

Na avaliação da estratégia de ensino adotada na dimensão

construção do conhecimento, os dados foram coletados na

plataforma Moodle, lócus do desenvolvimento das aulas virtuais,

especificamente nos fóruns de discussão.

A análise foi realizada a partir das contribuições dos licenciandos

postadas nos fóruns de discussão das aulas virtuais. Elegeu-se

como categorias de análise os critérios de avaliação da

aprendizagem que contemplaram o grau de interação e o domínio do

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conteúdo estudado.

Na avaliação da estratégia de ensino adotada na dimensão síntese

do conhecimento, os dados foram coletados na plataforma Moodle,

seguindo os mesmos passos relatados na etapa anterior.

A análise se efetuou a partir da resolução das situações-problema

propostas nas aulas virtuais. As categorias de análise

corresponderam aos critérios de avaliação da aprendizagem que

contemplaram a pertinência da resolução do problema e a clareza

na expressão das ideias.

A opção pelas categorias de análise deu-se em função dos objetivos

do estudo e do referencial teórico metodologia dialética de

construção do conhecimento, que estruturou a construção das aulas.

Salienta-se que durante a implementação das aulas virtuais,

especificamente no segundo semestre de 2012, nas aulas

Metodologia Dialética e Professor Reflexivo houve uma mudança

nos critérios de avaliação nas estratégias de ensino adotadas nas

dimensões construção e síntese do conhecimento. Essas mudanças

foram efetuadas em atendimento a proposta do DIC que prevê a

avaliação e revisão das estratégias em todas as suas fases para o

aprimoramento contínuo da situação didática planejada.

Na dimensão construção do conhecimento considerou-se a

necessidade da dinamização do diálogo entre os licenciandos para

capacitá-los ao exercício da mediação pedagógica em sua futura

prática pedagógica.

Na dimensão síntese do conhecimento considerou-se a

especificidade de cada conteúdo abordado nas aulas virtuais e a

necessidade de maior detalhamento na apreensão do conhecimento

por parte dos tutores.

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5 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

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5. CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

Essa dissertação é um recorte do Projeto “Avaliação da formação

docente em enfermagem na perspectiva de docentes e de

licenciandos” inscrito e aprovado na Plataforma Brasil sob o Parecer

nº 145.091 (Anexo 1).

Por se tratar de estudo de produção tecnológica, prescinde do

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Salienta-se

que os licenciandos no início das disciplinas são informados que os

dados disponíveis no ambiente virtual podem ser utilizados para

pesquisas.

Na transcrição dos registros dos licenciandos, coletados no

ambiente virtual, o anonimato foi preservado através da substituição

de seus nomes por cores.

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6 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO

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6 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados foram apresentados em três etapas: a primeira

corresponde à descrição da construção, desenvolvimento,

implementação e avaliação das aulas virtuais, a segunda à avaliação

da estratégia de ensino adotada na dimensão construção do

conhecimento e a terceira à avaliação da estratégia de ensino

adotada na dimensão síntese do conhecimento. Estas etapas estão

abaixo esquematizadas (Figura 6).

Autora: Denise Maria de Almeida; 2013.

6.1 DESCRIÇÃO DA CONSTRUÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO

DAS AULAS VIRTUAIS

As ações desenvolvidas no planejamento e implementação das

aulas foram descritas conforme as fases do DIC. Apesar das ações

Figura 6: Etapas da apresentação e discussão dos resultados

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estarem assim descritas, reitera-se que as mesmas não seguiram

um padrão linear. Houve um movimento dinâmico e flexível entre as

fases27.

O modelo de aprendizado eletrônico nas aulas caracterizou-se como

imersivo. A proposta das aulas foi integralmente desenvolvida na

plataforma de aprendizagem e todas as interações ocorreram online.

A. ANÁLISE

A implementação das aulas virtuais teve como objetivo desenvolver

nos licenciandos a competência para propor ações educativas para

o ensino profissionalizante, com base nas inovações das tecnologias

educacionais2 previstas no Projeto Político Pedagógico do Curso de

Licenciatura.

A caracterização do público-alvo do curso foi realizada em 2010

através de um estudo com 51 licenciandos em Enfermagem da

EEUSP que buscou conhecer a fluência digital desses estudantes.

Do total de licenciandos, 96% (49) eram do sexo feminino com

média de idade de 24,4 anos, 62,7% (32) eram graduandos e 37,2%

(19) eram graduados em Enfermagem. A totalidade dos participantes

afirmou ter algum conhecimento em informática, sendo que a

maioria avaliou seu nível de conhecimento como intermediário. Dos

licenciandos, 92% (47) afirmaram usar a internet diariamente, 64,7%

(33) ter experiência com fóruns de discussão e 64,7% (33) acessar

frequentemente a plataforma Moodle. O estudo concluiu que os

licenciandos são fluentes digitais, tendo conhecimento e habilidade

no uso de ambientes virtuais de aprendizagem e interesse em

utilizá-los em sua formação44.

Considerando a infraestrutura tecnológica disponível na EEUSP, o

ambiente de apoio escolhido para o desenvolvimento do projeto foi o

Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment),

plataforma de aprendizagem baseada em software livre.

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Possibilita aos educadores tanto a criação de cursos como o suporte

online a cursos presenciais, devido à qualidade dos recursos

disponíveis. Este ambiente permite a interação, participação e

cooperação entre os estudantes para a construção do

conhecimento, a produção e o gerenciamento das atividades

educacionais.

Foram definidos o tema das aulas (Teoria da Aprendizagem

Significativa, Metodologia Dialética e Professor Reflexivo) e os

objetivos de aprendizagem.

Esses temas tiveram a intenção de despertar o licenciando para o

planejamento de situações de ensino mais dinâmicas, tornando o

estudante sujeito ativo e participativo na construção do

conhecimento em conjunto com seus pares e professor.

B. DESIGN E DESENVOLVIMENTO

A equipe para o desenvolvimento do projeto foi constituída por um

Designer Gráfico, uma Enfermeira Mestre especialista em design

instrucional, duas Enfermeiras Mestrandas especialistas em

docência para educação a distância, uma aluna do Curso do

Bacharelado em Enfermagem da EEUSP bolsista de iniciação

científica do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) e uma

Professora Doutora especialista em tecnologias na educação.

Esta fase contemplou o levantamento bibliográfico visando identificar

publicações que pudessem compor o referencial teórico de apoio às

aulas, a definição das estratégias tecnológicas e de ensino, de

avaliação e seleção das mídias e a produção dos materiais

necessários à implementação das aulas pela equipe de

profissionais.

Na sequência as aulas virtuais foram apresentadas apoiadas nas

dimensões da metodologia dialética para a construção do

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conhecimento, salientando que essa divisão visa apenas facilitar a

compreensão, pois as dimensões encontram-se imbricadas, visto

que a construção do conhecimento não se dá de maneira linear,

sequencial30.

A fundamentação teórica para as atividades e os materiais

desenvolvidos que são comuns a todas as aulas serão descritos na

aula TAS. Nas demais, será apresentada apenas a fundamentação

para as atividades e materiais específicos a cada uma.

6.1.1 Aula Teoria da Aprendizagem Significativa

Essa aula mostra aos licenciandos a própria teoria e estratégias que

o professor pode adotar para facilitar a aprendizagem significativa

(Figura 7). Nos estágios dos cursos profissionalizantes de nível

médio é frequente os estudantes apresentarem dificuldade em

transpor para a prática os conhecimentos teóricos que adquirem.

O ensino embasado na TAS torna-se uma importante ferramenta

para superação dessa dificuldade ao facilitar a aprendizagem e a

memorização e, consequentemente, a transposição do

conhecimento para a prática.

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Mobilização do conhecimento – os recursos e as atividades

propostas tiveram como objetivo a criação de uma atitude favorável

à aprendizagem, procurando estabelecer o vínculo entre o

licenciando e o objeto do conhecimento30

.

Apresentação da aula: apresenta e contextualiza o tema da aula

para aguçar a curiosidade do licenciando através da colocação clara

do assunto45 (Figura 8). Atrelando-se a andragogia, a apresentação

mostra ao licenciando que o objeto do conhecimento pode ter uma

aplicação a uma situação da vida real.

Autoras: Cláudia Prado, Denise M. Almeida, Débora Rodrigues Vaz; 2009.

Figura 7: Tela inicial da aula Teoria da Aprendizagem Significativa

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Rota de aprendizagem - tem por finalidade estruturar o caminho a

ser trilhado pelo licenciando no decorrer da aula, estabelecendo uma

comunicação tridimensional entre este, o professor e o

conhecimento (Figura 9).

Constitui-se um elo entre o que o professor deseja e precisa ensinar

com aquilo que o licenciando precisa aprender. Deve explicitar o

caminho pretendido no processo educativo revelando a

intencionalidade pedagógica, pano de fundo das ações educativas46.

Figura 8: Tela Apresentação da aula Teoria da Aprendizagem Significativa

Autora: Denise M. Almeida; 2009.

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A rota de aprendizagem vincula-se a uma das condições para que a

aprendizagem significativa se concretize ao apresentar as atividades

de aprendizagem de forma ordenada e lógica32.

Devido ao autoconceito de serem responsáveis por suas ações, os

adultos costumam ser mais resistentes a situações que julgam

impostas por outros. A linguagem utilizada na rota considera esse

princípio andragógico, deixando claro ao licenciando sua liberdade

para navegar pela aula do modo como achar apropriado. Salienta-se

que o percurso sugerido na rota poderá potencializar seu

aprendizado.

Tutora virtual - a criação da tutora virtual (Figura 10) pelo designer

gráfico Daylton Luís de Almeida, denominada pelas pesquisadoras

de “Nina”, busca favorecer a criação de um vínculo afetivo entre o

licenciando e o objeto do conhecimento, para que ele se disponha a

aprender30.

Figura 9: Tela Rota de Aprendizagem da aula Teoria da Aprendizagem

Significativa

Autora: Denise M. Almeida; 2009.

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Embasam ainda a criação do personagem, referenciais teóricos

advindos da construção de marcas na publicidade, que sustentam

que personagens podem ser poderosos instrumentos para

estabelecer um elo de relacionamento mais atraente e forte47, para

promover a humanização do ambiente48 e dinamizar a interação

virtual28.

A tutora virtual, agente pedagógico estático, buscou criar uma

identidade visual para as aulas virtuais, gerando a percepção de que

todas pertencem ao mesmo curso.

Como você será avaliado: documento que indica ao licenciando os

objetivos da aula, as atividades avaliativas e os critérios de avaliação

para cada atividade.

Autor: Daylton L. Almeida; 2009.

Figura 10: Tutora virtual Nina

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Adultos necessitam ter clareza quanto ao motivo pelo qual precisam

aprender determinado conteúdo, portanto a exposição dos objetivos

de aprendizagem permite aos estudantes identificar se estes

atendem sua necessidade de aprendizagem42.

A avaliação é uma estratégia através da qual se torna possível a

coleta de informações acerca do alcance dos objetivos propostos,

oferecendo uma perspectiva ao redirecionamento das ações

pedagógicas.

Conciliando as intencionalidades formativa e somativa, o processo

de avaliação nas aulas teve como finalidades a regulação da

aprendizagem dos licenciandos e a composição das médias nas

disciplinas49.

A avaliação, nas abordagens pedagógicas centradas no estudante,

consideram como seu objeto as atividades de aula e as múltiplas

interações entre os atores como um processo contínuo50.

As atividades escolhidas para a avaliação foram a participação no

fórum e a resolução de problemas. Essas atividades atrelaram-se as

dimensões da metodologia dialética de construção e síntese do

conhecimento.

Pautada em critérios explicitados aos licenciandos desde a abertura

das aulas, a avaliação intencionou a criação de um clima de

confiança e transparência, a promoção da autorreflexão,

autoavaliação e autonomia.

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Vídeo mente inovadora aprendizagem significativa – capturado

no Youtube®, esse vídeo traz para o ambiente virtual uma dimensão

moderna ao integrar várias linguagens, e outra lúdica ao mostrar

elementos da realidade.

Esses recursos audiovisuais evocam a imaginação, e esta se liga

intimamente à afetividade, fazendo com que estudantes jovens e

adultos respondam sensivelmente a essa linguagem51, que vem ao

encontro das necessidades de uma geração digital, que atua em

uma cultura cibernética com base na multimídia12.

O vídeo é apresentado como recurso psicologicamente significativo32

com potencial para desencadear a aprendizagem significativa.

Considerando que os estudantes têm diferentes estilos de

aprendizagem, o uso do vídeo em educação respeita os múltiplos

estilos de aprendizagem e de inteligência52.

Respeita também os diferentes ritmos de aprendizagem, pois

oferece ao licenciando a possibilidade de ser assistido quantas

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Ngwmr4e0sDc.

Figura 11: Tela vídeo mente inovadora aula Teoria da Aprendizagem

Significativa

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vezes forem necessárias, individualizando a aprendizagem.

Minha Primeira Proposta de Trabalho: situação-problema (Figura

12).

Consiste no enfrentamento de uma situação nova, problemática para

o licenciando, a partir de dados expressos no enunciado do

problema, exigindo deste, pensamento reflexivo, crítico e criativo53.

A aprendizagem através da resolução de problemas aproxima o

estudante dos problemas da vida prática, estimulando o interesse

pelo tema em estudo. Exerce um importante papel na construção de

estruturas cognitivas que facilitam a recuperação e utilização

posterior do conhecimento54.

A questão problemática coloca o estudante frente a um obstáculo a

ser enfrentado, favorecendo a aprendizagem significativa, uma vez

que esse enfrentamento ativa os conhecimentos prévios sobre o

tema abordado54.

Autora: Denise M. Almeida; 2013.

Figura 12: Esquema representativo da situação-problema na aula Teoria da Aprendizagem Significativa

• O licenciando ao concluir o curso recebe uma proposta para atuar no ensino médio profissionalizante de enfermagem.

CONTEXTO

• Como parte do processo seletivo, deverá ministrar uma aula sobre um procedimento técnico de enfermagem.

SITUAÇÃO • Planejar a aula utilizando os princípios programáticos da TAS.

DESAFIO

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A valorização da bagagem de experiências trazidas pelo estudante,

somada ao interesse pela aprendizagem, que é fomentado pela

utilidade que o conhecimento terá no enfrentamento de problemas

reais de sua vida, o levará a fundamentar-se na teoria pré-existente

para encontrar a solução para o problema proposto55,56.

Levando-se em conta que a aula envolve a compreensão de

conceitos e princípios (considerados níveis mais elevados de

conhecimento), a resolução de problema permite ao estudante

explorar o conteúdo com autonomia e liberdade27.

Em virtude de ser esta a primeira aula virtual, a situação-problema

elaborada foi do tipo estruturado, dependente do conteúdo e base

teórica restrita para a solução, visando familiarizar o licenciando com

esta estratégia de ensino e auxiliá-lo nos processos de pesquisa e

raciocínio57.

Construção do conhecimento – dimensão da ação do licenciando

sobre o objeto do conhecimento, ação esta mediada pelo professor e

pelos pares.

Teoria da Aprendizagem Significativa: a apresentação da teoria

deu-se através de um objeto de aprendizagem (OA) construído no

software Power Point® da Microsoft® (Figura 13) e, posteriormente,

convertido para o formato flash utilizando-se o software Articulate®

pela Enfª Mestre Débora Cristina Alavarce, especialista na criação

desses objetos.

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Por objeto de aprendizagem entende-se “qualquer recurso digital

que possa ser reutilizado para dar suporte à aprendizagem” (Wiley,

2000, p. 4)58 abrangendo tudo que pode ser distribuído através da

rede, desde imagens digitais, vídeos, trechos de áudio a páginas da

web que combinam diferentes mídias ou aplicativos.

O objeto de aprendizagem construído e utilizado como recurso

pedagógico interativo engloba imagens, textos, áudios, vídeos e

exercícios que podem favorecer a aprendizagem significativa.

Traz como características a reusabilidade (permite que o OA seja

utilizado em diferentes contextos de aprendizagem), flexibilidade (o

OA possui início, meio e fim facilitando sua reutilização),

granularidade (diz respeito ao tamanho do OA facilitando seu

agrupamento a outros recursos), interatividade (o licenciando

interage com o conteúdo do OA através de imagens, sons e

resposta a algumas solicitações), conceituação (o OA vincula-se ao

Figura 13: Tela objeto de aprendizagem na aula Teoria da Aprendizagem

Significativa

Autora: Débora Cristina Alavarce; 2009.

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conteúdo abordado), interoperabilidade (devido ao formato flash o

OA pode ser utilizado em diferentes plataformas de ensino e

ambientes virtuais), durabilidade e atualização (o OA pode ser

reutilizado independente da mudança de tecnologia)59.

Desenvolvido com a colaboração e supervisão do designer gráfico,

os princípios estéticos norteadores para o design das telas foram:

utilização de cores como plano de fundo dos slides considerando o

emprego de contraste entre este e a cor da fonte para a quebra da

monotonia, favorecendo a leiturabilidade e legibilidade; de

pensamento visual: transformação de conceitos em imagens; de

fotos ou imagens que representem conceitos; de metáforas;

disposição das imagens nos slides de forma a criar um dinamismo

na apresentação; vinculação da imagem (alinhamento) a algum

ponto do texto; cor do plano de fundo do slide vinculada à cor da

imagem ou vice-versa e o emprego de fonte sem serifa60.

Nos textos das telas privilegiou-se a linguagem dialógica com tom

coloquial, simulando uma conversa entre a tutora virtual e o

licenciando, para tornar a leitura leve e motivadora, favorecendo a

este o sentimento de pertencimento ao ambiente61.

Video “Peixe Afogado”: com 3'14" de duração, esse trecho é parte

do vídeo “10 Histórias Exemplares”, do Prof. Celso Antunes,

produzido pela Atta Mídia e Educação e traz um exemplo de

aprendizagem mecânica e de aprendizagem significativa de forma

lúdica e instigante ao aprendiz.

Vídeo “Aprender a aprender”: vídeo produzido em 2005 pela

Savannah College of Art and Design (Figura 14), dirigido por Josh

Burton, com 7'50" de duração, foi capturado no Youtube®

http://www.youtube.com/watch?v= Pz4vQM_EmzI, por apresentar

um conteúdo compatível com o tema da aula de uma maneira

divertida e estimulante.

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Anteriormente à incorporação a aula, o vídeo foi avaliado por uma

banca de juízes e aprovado por conter imagens e situações que

permitem a identificação das condições básicas para que a

aprendizagem significativa seja efetivada60.

As Regras do Jogo: documento norteador da participação nas

discussões. Contempla a dimensão ética da ferramenta fórum

(Figura 15), o respeito a diferentes opiniões e formas de expressão

de ideias. Trata-se de um conjunto de recomendações para evitar

mal-entendidos na comunicação62.

Crédito: Burton J. Savannah College of Art and Design; 2005.

Figura 14: Tela vídeo aprender a aprender - “The Potter”

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Fórum “Aprender a aprender”: a escolha da ferramenta fórum

deu-se devido ao seu potencial para promover a interação social

que, para Vygotsky, é a principal ferramenta desencadeadora do

aprendizado. Estimula a cooperação, a colaboração e possibilita

uma reelaboração do conhecimento através do processo de

mediação. Constitui-se em um espaço privilegiado para interações

que favorecem a aprendizagem e a construção do conhecimento.

A interação através das contribuições postadas no fórum permite

aos estudantes e professores a construção e reelaboração do

conhecimento63,64,65.

O fórum teve como objetivo favorecer o estabelecimento da

contradição, elemento central na construção do conhecimento.

Através da discussão, licenciandos e tutores podem promover a

autocontradição (percepção individual de que as hipóteses

Figura 15: Tela “As regras do jogo” aula Teoria da Aprendizagem Significativa

Autora: Denise M. Almeida; 2009.

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76

elaboradas não dão conta de explicar o fenômeno em estudo) e a

heterocontradição (quando a contradição é provocada pelo outro),

levando a superação das hipóteses menos elaboradas30.

Pode contribuir também para o desencadeamento da criticidade

(compreensão crítica da prática docente, buscando a essência

desta) em um movimento de continuidade-ruptura entre o

conhecimento prévio que tem a respeito da docência e o científico30.

A proposta de discussão visa à exploração do conteúdo teórico, das

hipóteses que podem explicar a problemática apresentada na

situação-problema e a instrumentalização do licenciando para

solução desta.

Na elaboração da proposta foram consideradas as operações

mentais que a tarefa exige do licenciando, dando prioridade àquelas

consideradas superiores (comparação, crítica, julgamento,

avaliação, etc.)30.

Síntese do conhecimento – nessa dimensão o licenciando é

convidado a elaborar, expressar, aplicar e transferir o conhecimento.

Portanto, é neste momento que ele deve explicitar o conhecimento

apreendido aplicando-o na resolução do problema30.

Desafio ao licenciando: os licenciandos, em duplas, tiveram como

tarefa o planejamento de uma aula embasada nos princípios da

TAS. Para a postagem do planejamento optou-se pela utilização da

ferramenta “envio de tarefa” que permite ao professor a emissão de

feedback acerca do progresso do estudante.

A expressão da síntese, como instrumento do pensamento, pode

levar o estudante a perceber lacunas em sua apreensão do objeto

de conhecimento30.

A escolha dessa estratégia se alinha a TAS no que diz respeito à

avaliação da aprendizagem significativa, facilitada quando se

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77

formulam situações diferentes das utilizadas na apresentação inicial

do objeto do conhecimento e que exijam a transformação máxima

deste.

Recordando a TAS: quiz contendo questões de múltipla escolha

com mensagens de feedback ao licenciando para cada uma das

alternativas (Figura 16).

A ferramenta questionário do Moodle consiste em um instrumento

para composição de questões que podem ser agrupadas por

categorias e arquivadas em uma base de dados.

Na ferramenta foram configurados o período de disponibilidade do

quiz, as mensagens de feedback automático, o sistema de avaliação

e o número de tentativas permitido. Os tipos de questões priorizados

foram múltipla escolha e verdadeiro ou falso.

O feedback proporcionado em relação ao nível de aprendizado do

licenciando pode ajudá-lo a identificar as fragilidades no processo de

construção do conhecimento e levá-lo ao desenvolvimento das

habilidades de autoconhecimento e autoavaliação, motivando-o e

conduzindo-o em direção à autonomia66.

Avaliando a aula: espaço concebido como uma das estratégias

Autora: Cláudia Prado; 2009.

Figura 16: Tela Quiz na aula Teoria da Aprendizagem Significativa

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78

para avaliação da proposta do design instrucional da aula abrindo

um canal de colaboração entre os licenciandos e a equipe de

produção. A avaliação da aula teve como ponto de partida a questão

“Como foi para você essa aula virtual?”.

O objetivo dessa avaliação foi apresentado ao licenciando para que

este pudesse se vincular a proposta: “Gostaríamos de sua

contribuição nessa tarefa para que possamos aprimorar nossas

ferramentas de trabalho em nosso ambiente virtual”. A avaliação da

aula pelo licenciando não foi obrigatória.

Biblioteca TAS: suporte de informação para estimular e facilitar o

aprofundamento teórico, apoiando a resolução do problema24. Como

estímulo a colaboração, os licenciandos foram convidados a enviar

materiais para ampliar o acervo do ambiente, visto que compartilhar

recursos favorece o aprendizado colaborativo67.

Apoio ao licenciando – fórum para esclarecimento de dúvidas e

manutenção de um canal de comunicação permanente entre tutores

e licenciandos. Foi concebido como uma das estratégias para o tutor

estabelecer presença no ambiente virtual e ajudar os licenciandos a

estabelecê-la também, ampliando a possibilidade de criação de uma

comunidade virtual68.

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79

6.1.2 Aula Metodologia Dialética (MD)

Na compreensão de que o conhecimento não é algo a ser

transmitido de uma pessoa a outra, mas sim construído através da

ação do próprio sujeito sobre o objeto do conhecimento, essa aula

(Figura 17) apresenta aos licenciandos uma metodologia que facilita

essa construção.

Mobilização do conhecimento

Apresentação da aula e Rota de aprendizagem: nesta aula a

apresentação e a rota de aprendizagem (Figura 18) foram

disponibilizadas em uma única apresentação em Power Point®.

Figura 17: Tela inicial aula Metodologia Dialética

Autoras: Cláudia Prado, Vanessa Lopes Munhoz Afonso, Denise M. Almeida; 2009.

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Avaliação da aprendizagem: apresenta a proposta avaliativa para

a aula.

Construção do conhecimento

Texto: apresenta a metodologia dialética de construção do

conhecimento em sala de aula de autoria do Prof. Celso dos Santos

Vasconcellos.

Metodologia Dialética: objeto de aprendizagem (OA) que apresenta

a Metodologia Dialética (Figura 19).

Autora: Denise M. Almeida; 2009.

Figura 18: Tela rota de aprendizagem aula metodologia dialética

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81

Glossário: espaço coletivo para a postagem de palavras extraídas

do texto “Metodologia Dialética” cujo significado o licenciando

desconheça ou tenha ampliado através de pesquisa.

A construção de significados é pessoal, ou seja, cada pessoa

constrói diferentes significados sobre as informações que recebe a

partir de seu contexto histórico-sócio-cultural. Desta forma, a

construção do glossário pode criar significados compartilhados para

os termos, facilitando a compreensão e o diálogo entre os envolvidos

no processo ensino aprendizagem69.

Trailer e cenas do filme “Ratatouille”: É um filme do gênero

animação (Figura 20), produzido pela Pixar e lançado em 2007.

Conta a estória de Rémy, um rato que vive em Paris e sonha se

tornar chef de cozinha.

Figura 19: Tela objeto de aprendizagem metodologia dialética

Autora: Débora Cristina Alavarce; 2009.

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O uso de filmes como mediadores da aprendizagem para

professores em formação pode trazer elementos relevantes para a

discussão sobre a prática pedagógica, despertando um olhar

reflexivo através da análise sobre semelhanças e diferenças entre a

realidade apresentada na tela e a vivida pelo estudante70.

Também apresenta a estes uma visão mais ampla do mundo,

auxiliando na compreensão da complexidade deste, mobilizando as

emoções, favorecendo a disposição para o aprender, facilitando a

compreensão de temáticas complexas e reforçando a capacidade de

argumentação71.

Fórum Dialética e Ratatouille: a tarefa nesse fórum foi estabelecer

relações entre as fases da Metodologia Dialética e o processo de

construção do conhecimento dos personagens.

Mapa Conceitual Metodologia Dialética: elaborado pela Profa.

Dra. Cláudia Prado, o mapa (Figura 21) é um diagrama que mostra

relações hierárquicas entre os conceitos envolvidos na metodologia

dialética de construção do conhecimento em sala de aula

oferecendo uma visão geral desta.

Figura 20: Tela do filme Ratatouille

Crédito: Estúdios Disney; 2007.

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83

A construção de mapas visuais apoia-se na TAS, especialmente nos

processos de diferenciação progressiva e reconciliação integrativa. A

utilização do mapa conceitual como estratégia de ensino visou

organizar o conhecimento e favorecer a compreensão do texto e da

metodologia dialética de construção do conhecimento32.

O Desafio de Regina: situação-problema que visa à aplicação do

conteúdo estudado (Figura 22). Mostra aos licenciandos uma

Autora: Professora Doutora Cláudia Prado; 2009.

Figura 21: Tela mapa conceitual metodologia dialética

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possibilidade de atuação profissional após a conclusão do curso e

também apresenta a oficina pedagógica como estratégia de trabalho

docente.

Síntese do conhecimento:

O Desafio de Regina: para o envio do planejamento da oficina

pedagógica como resolução à situação-problema foi escolhida a

ferramenta envio de tarefa.

Fórum Dúvidas e Notícias: canal para esclarecimento de dúvidas.

Avaliando essa Experiência: ferramenta para avaliação da aula

pelo licenciando.

•Regina, licenciada em enfermagem, atua no setor de educação continuada de um hospital de grande porte. Deverá organizar um treinamento para técnicos de enfermagem recém-contratados que atuarão no setor de internação de neurologia.

Contexto

•Ela deverá organizar uma oficina pedagógica sobre AVE (acidente vascular encefálico) para os recém-admitidos. Para isso ela solicita a ajuda dos licenciandos.

Situação

•Planejar, em duplas, a oficina de capacitação tendo como referencial pedagógico a metodologia dialética de construção do conhecimento.

Desafio

Autora: Denise M. Almeida; 2013.

Figura 22: Esquema representativo da situação-problema na aula metodologia

dialética

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6.1.3 Aula Professor Reflexivo (PR)

No contexto atual da educação, a reflexão destaca-se como

instrumento de transformação da prática educativa. A reflexão

crítica, referencial apresentado na aula (Figura 23), tem como

objetivo despertar o licenciando para a importância da reflexão como

instrumento para a apreensão, compreensão e transformação da

realidade docente.

Mobilização do conhecimento

Apresentação da aula: (Figura 24)

Autoras: Cláudia Prado, Denise M. Almeida, Débora Rodrigues Vaz; 2009.

Figura 23: Tela inicial aula Professor Reflexivo

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Figura 25: Tela rota de aprendizagem aula professor reflexivo

Rota de Aprendizagem: (Figura 25)

Figura 24: Tela apresentação da aula professor reflexivo

Autora: Denise M. Almeida; 2009.

Autora: Denise M. Almeida; 2009.

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Avaliação da Aprendizagem: apresenta a proposta avaliativa para

a aula (Figura 26).

Construção do Conhecimento:

Enfrentando Desafios: trecho do filme “O espelho tem duas faces”,

(Figura 27) gênero comédia/romance, produzido em 1996. Conta a

Autora: Denise M. Almeida; 2009.

Figura 26: Tela avaliação da aprendizagem

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estória dos professores Gregory e Rose da Columbia University. O

trecho selecionado mostra uma aula do prof. Gregory.

Ser Docente: objeto de aprendizagem em Power Point® (Figura 28)

que traz a estória da professora Duda.

Crédito: Tristar Pictures; 1996.

Figura 27: Tela do filme “O espelho tem duas faces”

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Fórum - As Regras do Jogo: norteador da participação no fórum.

Desafio Docente: fórum para postagem das hipóteses que podem

explicar os problemas enfrentados pelos professores Gregory e

Duda.

Processo Reflexivo de Duda: objeto de aprendizagem (Figura 29)

que mostra a tutora virtual Nina conduzindo o processo reflexivo da

Profa. Duda.

Figura 28: Tela do objeto de aprendizagem “História da Profª Duda”.

Autora: Denise M. Almeida; 2009.

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Autora: Denise M. Almeida; 2009.

Figura 29: Tela objeto de aprendizagem processo reflexivo de Duda

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Midiateca Virtual: diretório com os documentos que descrevem as

ações do processo reflexivo (Figura 30) realizadas por Nina e Duda.

Autora: Denise M. Almeida; 2009.

Figura 30: Tela Informar da midiateca virtual

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• Dois professores,

Gregory e Duda,

enfrentam problemas no desempenho do papel docente.

Contexto

•Os docentes insatisfeitos com o desempenho recorrem a colegas para tentar entender o problema e melhorar a prática.

Situação •Reconstruir a aula

escolhida utilizando o ref. teórico da reflexão crítica. Apontar como

conduziriam a aula no lugar do professor por eles escolhido para obter um desfecho diferente.

Desafio

Síntese do Conhecimento:

Minha Aula: situação-problema (Figura 31).

Em 2010 e 2011 os licenciandos tiveram como desafio a

reconstrução da aula de Gregory ou Duda. Em 2012, atendendo a

sugestão feita dos licenciandos, a atividade foi alterada. O desafio foi

a reconstrução de uma das aulas ministradas por eles no estágio

curricular.

Minha Aula: ferramenta para a postagem da resolução da situação-

problema.

Duda e Nina – Concluindo o processo reflexivo: mostra a

conclusão do processo reflexivo de Duda.

Gregory pede ajuda a Rose: trecho do filme “O espelho tem duas

faces” onde o Prof. Gregory pede ajuda a Rose para tentar melhorar

sua prática.

Crédito: Denise M. Almeida; 2013.

Figura 31: Esquema representativo situação-problema aula Professor Reflexivo

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Biblioteca Professor Reflexivo: suporte a aprendizagem.

Avaliando a Experiência: ferramenta para avaliação da aula pelo

licenciando.

C. IMPLEMENTAÇÃO

O planejamento das aulas teve início em 2009 e a implementação

deu-se em três edições: 2010, 2011 e 2012.

As aulas virtuais foram apresentadas aos licenciandos na primeira

aula presencial das disciplinas Metodologia do Ensino de

Enfermagem I e II. Para a ambientação, o ambiente virtual foi

mostrado aos licenciandos e foram oferecidas a senha de acesso e

as principais orientações para a navegação.

Os licenciandos foram convidados a preencher as informações

relativas ao seu perfil e a anexar uma foto para favorecer o

estabelecimento de uma comunidade de aprendizagem no ambiente

virtual.

Dois dias antes do início programado para as aulas, os licenciandos

receberam lembretes com mensagens de incentivo à participação e

atenção aos prazos para a entrega das atividades.

Nos fóruns projetados para as discussões sobre o tema das aulas, o

percurso dos licenciandos foi acompanhado e mediado

pedagogicamente pelos tutores no intuito de favorecer o movimento

dialético de construção do conhecimento.

Nas atividades de aplicação e síntese do conhecimento houve o

feedback dos tutores no sentido de apontar o nível de apreensão do

objeto de estudo. Os licenciandos que demonstraram uma

compreensão superficial do objeto foram estimulados a reelaborar as

atividades mediante a problematização destas pelos tutores.

A comunicação entre tutores e licenciandos para o esclarecimento

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de dúvidas técnicas deu-se através de mensagens nos fóruns “Apoio

ao Licenciando” e troca de e-mails.

O acesso e o percurso dos licenciandos aos materiais e atividades

das aulas foram acompanhados através dos relatórios gerados pelo

Moodle.

D. AVALIAÇÃO

Na perspectiva do DIC, a avaliação das aulas teve início antes da

implementação das mesmas com a submissão da aula Teoria da

Aprendizagem Significativa a uma banca de juízes.

A banca foi constituída por quatro docentes da área de enfermagem

com experiência no uso das tecnologias educacionais, que

possuíam de 10 a 23 anos de formados; 01 a 20 anos de

experiência como docente; títulos de especialista, mestre, doutor e

livre-docente60.

A avaliação da aula deu-se por meio de um instrumento construído

pelas autoras (Anexo 2), elaborado a partir de instrumentos testados

e comprovados quanto a sua eficiência por pesquisadores nesta

área do conhecimento(72,73,74)

. Foi composto pelos itens: manuseio

do ambiente virtual (acessibilidade, navegabilidade e tutoriais); tema

proposto (relevância para o público-alvo e atualidade); textos e/ou

hipertextos (quantidade de informações, profundidade da

abordagem, utilidade para o público-alvo, coerência com o tema da

disciplina, clareza das informações, pertinência e atualidade das

referencias e relevância e confiabilidade dos links); Imagens

(quantidade, criatividade, atratividade e relevância para a

aprendizagem); interatividade (fórum, diário e animações) e

qualidade da interface (uso do espaço da tela, visualização dos

conteúdos, padrão de cores, tipo e tamanho das fontes tipográficas,

vídeos, fotos, figuras, som e animação).

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95

A avaliação deu-se por meio da atribuição de conceitos (ótimo, bom,

regular ou ruim), para cada um dos itens analisados sendo

considerados aceitáveis os itens bom e ótimo. No instrumento foi

disponibilizado um espaço para os juízes, justificarem os conceitos

atribuídos e indicarem sugestões para a melhoria da aula.

A aula foi avaliada e aprovada quanto aos seguintes itens: manuseio

do ambiente virtual (acessibilidade, navegabilidade e tutoriais); tema

proposto (relevância para o público-alvo e atualidade); textos e/ou

hipertextos (quantidade de informações, profundidade da

abordagem, utilidade para o público-alvo, coerência com o tema da

disciplina, clareza das informações, pertinência e atualidade das

referências, relevância e confiabilidade dos links); imagens

(quantidade, criatividade, atratividade e relevância para a

aprendizagem); interatividade (fórum, diário e animações) e

qualidade da interface (uso do espaço da tela, visualização dos

conteúdos, padrão de cores, tipo e tamanho das fontes tipográficas,

vídeos, fotos, figuras, som e animação).

Os itens navegabilidade, links para informações e tamanho das

letras na interface, percebidos por um juiz como fragilidades, foram

redesenhados.

Nas três edições das aulas foi avaliado o desempenho dos

licenciandos, dos professores, a frequência de acesso ao ambiente

virtual, a variação nos perfis de interação dos licenciandos, o grau de

satisfação destes e sua percepção acerca das aulas.

Neste estudo apresentamos, como recorte, a avaliação das aulas

focada nas dimensões construção e síntese do conhecimento.

Reitera-se que esta opção ancorou-se na metodologia dialética de

construção do conhecimento e no fato de que foram estes recortes

que possibilitaram uma compreensão mais adequada das mudanças

necessárias a melhoria das aulas.

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6.2 AVALIAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE ENSINO NAS

DIMENSÕES CONSTRUÇÃO E SÍNTESE DO

CONHECIMENTO

A avaliação das estratégias de ensino adotadas nessas dimensões,

ancorou-se na proposta do DIC e na metodologia dialética de

construção do conhecimento. No desenvolvimento da proposta das

aulas virtuais estes recortes possibilitaram uma compreensão mais

adequada das mudanças necessárias ao aprimoramento das aulas.

Na dimensão “construção do conhecimento” a estratégia de ensino

adotada foi a discussão em fórum virtual. Na dimensão “síntese do

conhecimento”, a resolução de problema.

A participação dos licenciandos nessas atividades fez parte da

avaliação somativa das aulas através da atribuição de notas aos

critérios de avaliação descritos para a participação no fórum e

resolução dos problemas.

Foram citados apenas os critérios, em virtude das notas terem

valores diferentes a cada edição.

6.2.1 AVALIAÇÃO DA ESTRATÉGIA DE ENSINO ADOTADA NA

DIMENSÃO CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

As estratégias de ensino aprendizagem, ou ensinagem, se

constituem elemento chave no alcance dos objetivos propostos para

a ação educativa. A seleção e organização dessas estratégias e

ferramentas para o ensino podem interferir na apropriação do

conhecimento pelos estudantes75.

Nesta dimensão, a estratégia de ensino adotada para a promoção

da interação e discussão do conteúdo teórico das aulas foi o debate

nos fóruns virtuais. Estes tiveram duração de sete dias.

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O fórum, como espaço de excelência para a interação necessária ao

estabelecimento da contradição e ao aprofundamento teórico da

discussão, sinaliza o nível de apreensão do objeto do conhecimento

pelo estudante30.

A análise das contribuições permite a avaliação da pertinência da

proposta dos fóruns como estratégia direcionada à construção do

conhecimento.

A análise foi realizada através da comparação das contribuições aos

critérios estabelecidos para a avaliação. Estes critérios, indicando a

qualidade esperada nas participações76 nos fóruns, foram

disponibilizados no início das aulas com a finalidade de orientar os

licenciandos quanto à forma de avaliação, estimular a autonomia e o

autogerenciamento do percurso de aprendizagem.

Os critérios contemplaram o grau de interação e o aprofundamento

teórico apresentado nas contribuições, considerando a proposta das

aulas embasada na aprendizagem colaborativa e na metodologia

dialética77.

Nos anos de 2010, 2011 e primeiro semestre de 2012, os critérios

para avaliação e análise das contribuições foram:

Grau de Interação:

Não interagiu, apenas postou seu comentário.

Interagiu respondendo ou comentando superficialmente a

postagem de outro estudante com expressões como,

“concordo com o colega” sem apontar claramente os pontos

de concordância ou discordância.

Interagiu com outros estudantes através de questionamentos,

problematizações e/ou comentários reflexivos apontando e

explicando claramente os pontos de concordância e/ou

discordância.

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Domínio do Conteúdo:

Participou com mensagens desprovidas de sentido ou

desassociadas ao tema discutido.

Participou com mensagens relacionadas ao tema em questão,

mas abordando superficialmente o conteúdo.

Participou com mensagens que demonstram reflexão e

aprofundamento sobre o tema discutido.

Na tabela abaixo estão apresentados os resultados do grau de

interação (Tabela 1) nas participações nos fóruns nas edições 2010,

2011 e primeiro semestre de 2012.

Tabela 1: Grau de Interação nos fóruns virtuais nas edições 2010, 2011 e primeiro

semestre de 2012.

Edição 2010 2011 2012

Aulas/Interação TAS MD PR TAS MD PR TAS

Nº de alunos 36 37 37 45 45 35 35

Não interagiu

02 07 02 01 01 - 08

6% 19% 5% 2% 2% 0% 23%

Interação superficial

15 15 17 18 09 - 14

42% 40% 46% 40% 20% 0% 40%

Interação reflexiva

16 11 16 21 33 33 10

44% 30% 43% 47% 74% 94% 29%

Não Participaram

03 04 02 05 02 02 03

8% 11% 5% 11% 4% 6% 9%

Fonte: Dados obtidos a partir da análise das contribuições nos fóruns, postadas na

plataforma Moodle do Curso de Licenciatura em Enfermagem da EEUSP; 2013.

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A aprendizagem online como atividade social requer dos estudantes

habilidades sociais que influenciam a interação e a colaboração. Isto

faz com que estes apresentem comportamentos diferenciados ao

participar de discussões no ambiente virtual62.

Os resultados encontrados ratificam o apresentado acima. A

participação dos licenciandos nas aulas variou entre os diferentes

graus de interação contemplados nos critérios.

Dos participantes nos fóruns, não interagiu com seus pares,

postando apenas suas considerações pessoais: em 2010, 6% (02)

dos participantes na aula TAS; 19% (07) na aula MD e 5% (02) na

aula PR.

Em 2011, 2% (01) dos participantes na aula TAS; 2% (01) na aula

MD e 0% na aula PR. Em 2012, 23% (08) licenciandos na aula TAS.

Interagiu respondendo ou comentando superficialmente a

postagem de outro estudante, 42% (15) dos participantes na aula

TAS; 40% (15) na aula MD e 46% (17) na aula PR em 2010.

Em 2011, 40% (18) dos participantes na aula TAS; 20% (09) na aula

MD e 0% na aula PR em 2011. Na aula TAS em 2012, 40% (14) dos

participantes interagiu superficialmente com seus pares.

Interagiu com outros estudantes através de questionamentos,

problematizações e/ou comentários reflexivos em 2010, 44%

(16) dos participantes na aula TAS; 30% (11) na aula MD e 43% (16)

na aula PR.

Em 2011, 47% (21) dos participantes na aula TAS; 74% (33) na aula

MD e 94% (33) na aula PR em 2011. Na aula TAS em 2012, 29%

(10) dos participantes interagiu através de questionamentos e/ou

comentários reflexivos.

Dos licenciandos matriculados não participaram dos fóruns em

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2010, 8% (3) na aula TAS; 11% (04) na aula MD e 5% (02) na aula

PR. Em 2011, 11% (05) na aula TAS; 4% (02) na aula MD e 6% (02)

na aula PR. Na aula TAS em 2012, 9% (03) dos matriculados.

A transcrição de algumas contribuições ilustram as categorias de

análise:

Contribuição Isolada: O vídeo mostra a aprendizagem significativa, pois no primeiro momento o professor

(tartaruga?) deixa o menino com a argila para que ele comece a se habituar ao material, com a técnica de

modelagem e também para despertar o real interesse dele (disponibilidade do aprendiz). Depois, quando o

garoto já dominava algo da técnica de modelagem (conhecimento âncora) o professor mostra-lhe um

conhecimento novo, e ajuda-o nas dificuldades (norteia o aprendizado). (Aula TAS – 2012).

Interação Superficial: Todos os comentários postados

foram ótimos e serviram de instrumento de construção de uma AS para mim. No vídeo, o menino não parte de

uma estrutura cognitiva, ele a adquire com base nas suas tentativas de conseguir concluir o vaso. Foram

diversas tentativas até ter habilidade suficiente, e conseguir compreender qual o processo para a

realização da tarefa. Ele conseguiu fazer o ovo brilhante por já ter a informação prévia, a âncora, na sua estrutura

cognitiva, assim ficou fácil para entender o processo de criação e também pelo que o professor tartaruga tinha

para ensinar. (Aula TAS – 2012).

Interação Reflexiva: Outro ponto que estava pensando a partir das colocações da Rosa. Que fatores

determinam a qualidade da aula? Pode-se perceber que o professor realmente apresenta muito conhecimento e

gosta do que faz, no entanto, o que se vê é que o planejamento da aula limitou-se a escolha dos conteúdos

a serem ministrados. Pelo curto trecho não podemos afirmar nada, porém, será que o professor traçou os objetivos a serem alcançados pelos alunos e por ele

mesmo durante aquela aula ou a partir daquela temática? Penso que provavelmente não, pois o

planejamento da aula e do que deve ter sido alcançado ao final da mesma faz com que o professor reflita a sua função em sala de aula bem como a dos alunos. Além disso, a exposição dos objetivos aos alunos seria uma

ferramenta de orientação do andamento da aula e os alunos seriam capazes de analisar sua aprendizagem de

forma mais sistematizada, facilitando também o levantamento de dúvidas otimizando a função do

professor. (Aula Professor Reflexivo – 2010).

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Na tabela abaixo (Tabela 2) estão apresentados os resultados do

critério domínio do conteúdo nas edições 2010, 2011 e primeiro

semestre de 2012.

Tabela 2: Domínio do conteúdo nos fóruns virtuais nas edições 2010, 2011 e primeiro semestre de 2012.

Aulas 2010 2011 2012

TAS MD PR TAS MD PR TAS

Nº de alunos 36 37 37 45 45 35 35

Mensagens desassociadas

ao tema

- 02 - 02 - - -

- 5% - 4% - - -

Abordagem superficial

01 22 02 23 08 11 24

3% 60% 5% 51% 18% 31% 68%

Aprofundamento teórico

32 09 33 17 33 22 08

89% 24% 90% 38% 74% 63% 23%

Não Participaram

03 04 02 05 02 02 03

8% 11% 5% 11% 4% 6% 9%

Quanto ao domínio do conteúdo, que diz respeito à articulação do

tema estudado nas contribuições nos fóruns, os resultados

apontaram que na maioria das aulas as contribuições atrelaram-se

ao nível de aprofundamento teórico do tema.

Observou-se que, embora a ferramenta fórum e as propostas a ela

atreladas tenham sido pertinentes como estratégia para a promoção

da interação necessária à construção do conhecimento, ainda seria

preciso avançar na qualidade dessas interações.

O grau de interação em fóruns pode ser influenciado por fatores

Fonte: Dados obtidos na análise das contribuições nos fóruns, postadas na

plataforma Moodle do Curso de Licenciatura em Enfermagem da EEUSP; 2013.

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como timidez, interesse e envolvimento no assunto, habilidades de

escrita e motivação, habilidades de análise e síntese62, diferentes

níveis de desenvolvimento30 e prontidão para o aprendizado41, entre

outros.

Através do acompanhamento das discussões e a análise das

mensagens, os professores podem identificar as necessidades de

aprendizagem dos estudantes e intervir no sentido de promover a

interação e a facilitação na construção do conhecimento.

O professor pode entender como os participantes se organizam e se

encaixam nas discussões ao emitir sua opinião e integrá-las as

demais, como as mediações se concretizam e como a

responsabilidade pela aprendizagem é assumida pelo grupo78.

Através da análise das contribuições entendeu-se que a separação

entre a interação e o domínio do conteúdo nos critérios de avaliação

pode ter influenciado a participação dos licenciandos no sentido de

oferecer uma escolha entre um ou outro aspecto.

Dessa maneira, no segundo semestre de 2012, houve uma mudança

nos critérios de avaliação do fórum que incluiu a fusão entre grau de

interação e o domínio do conteúdo e a autoavaliação como atividade

obrigatória.

A mudança para dinamizar a participação dos licenciandos nos

fóruns considerou a necessidade destes desenvolverem

competências para a mediação pedagógica em sua futura prática

pedagógica.

Na aula metodologia dialética foi proposto aos licenciandos que

avaliassem sua participação de acordo com os novos critérios e

enviassem o resultado de sua análise a um dos professores.

Os critérios foram:

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Contribuição isolada: apenas postou seu próprio

comentário.

Comentou a postagem de outros estudantes sem apontar

claramente pontos de concordância ou discordância.

Comentou a postagem de outros estudantes apontando

claramente pontos de concordância ou discordância

embasados na literatura de referência da aula.

Comentou a postagem de outros estudantes através de

questionamentos, instigando-os a retornar a discussão,

embasando-se na literatura de referência da aula.

Comentou a postagem de outros estudantes ajudando-os

a esclarecer e sintetizar ideias, embasando-se em

diferentes literaturas, citando a(s) referências(s),

demonstrando autonomia na construção do conhecimento.

Nesta aula, dos 35 participantes, 6% (2) contribuíram de forma

isolada; 9% (3) não apontaram claramente os pontos de

concordância/ discordância com outras contribuições; 43% (15)

apontaram claramente pontos de concordância/discordância

embasados na literatura de referência da aula; 14% (5)

questionaram e instigaram os demais participantes a retornar a

discussão tendo como base a literatura de referência da aula e 29%

(10) não participaram da discussão. Nenhum licenciando trouxe

novos autores para a discussão.

A análise das autoavaliações mostrou um avanço nas interações em

relação à qualidade das mesmas e ao domínio do conteúdo. Para

perceber melhor a influência dos novos critérios foi necessário

observar a participação dos licenciandos na aula seguinte “Professor

Reflexivo”.

Os resultados nesta apontaram que dos 33 participantes, 6% (2) não

interagiram; 6% (2) não apontaram claramente os pontos de

concordância/discordância com outras contribuições; 46% (15)

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apontaram claramente pontos de concordância/discordância

embasados na literatura de referência da aula; 33% (11)

questionaram e instigaram os demais participantes a retornar a

discussão tendo como base a literatura de referência da aula e 9%

(3) não participaram da discussão. Nenhum licenciando trouxe novos

autores para a discussão.

Os dados apontaram progresso tanto na qualidade das interações

quanto na integração do conteúdo teórico abordado às discussões.

O número de contribuições atreladas à interação superficial diminuiu

e o das contribuições que apontam de forma clara pontos

concordância e discordância, que questionam e instigam os demais

participantes sofreram um acréscimo.

O número de contribuições que não contemplam a interação e que

trazem diferentes autores para a discussão foi idêntico.

Observa-se que temas abordados em outras aulas foram

incorporados às discussões caracterizando a elaboração de novas

sínteses em relação a estes, como exemplifica a contribuição

abaixo:

Bom dia a todos! Após ler as considerações das colegas, notei como todas as ideias são similares e estão em sintonia, cada um a sua maneira enfatizou a falta de

estratégias de ambos os professores e de interação com os alunos. Concordo com as colocações, principalmente

das colegas Violeta e Carmim que colocam que a aula da Professora Duda segue o modelo tradicional, sendo

vista de maneira vertical, unilateral. Em relação ao Professor Gregory destaco, como várias colegas (Rosa,

Verde e Azul), a fascinação pelo assunto, que é bem representada como colocou a colega Verde, pela fala:

“Notem a elegância da prova, é lindo!”. No entanto realmente parece que ele está lecionando para si próprio, sem despertar e sem conseguir passar o

interesse, a sua empolgação sobre a matéria para os seus alunos. A meu ver ambos os professores poderiam

ter usado as estratégias da metodologia dialética, na qual “o conhecimento deve ser trabalhado, refletido e

reelaborado pelo próprio aluno”. Pois, concordo totalmente com a colocação da colega Amarela, não se

consegue prender a atenção dos alunos e os motivar com o modelo tradicional, deve ocorrer uma interação

professor-aluno, como proposto pela tríade I-R-F, criar

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espaços de problematização, valorizando a participação, a interação do aluno, possibilitando assim, que os

estudantes se sintam “atores” da aula. (Aula Professor Reflexivo – 2012).

Alguns licenciandos instigaram os colegas através de

questionamentos assumindo o papel de provocadores cognitivos:

A postura dos professores Gregory e Duda diante dos alunos me chamou muito a atenção. Os dois

demonstraram ter dificuldades pessoais de interação com a classe. E uma sala de aula pode se tornar

incrivelmente cruel com um docente com esse perfil. Quanto à metodologia de cada docente, a tradicional no

prof. Gregory ficou evidente, como bem relataram minhas colegas. No entanto, para mim, não foi o

problema de Duda e, sim, mais essa falta de habilidade e talvez de experiência mesmo. Tanto que ela esperava a participação dos alunos, mas não a conseguiu. As aulas

dos professores Gregory e Duda fizeram-me refletir também sobre aspectos que antecedem uma aula. Por

exemplo: seriam essas as primeiras aulas dadas às turmas pelos professores? Se não, como foram as

anteriores? Iguais ou houve alguma intercorrência? Felizmente, a insatisfação de Duda com sua aula e a

procura por ajuda já são um primeiro passo para o processo reflexivo, não? E o professor Gregory? Será

que terá essa mesma iniciativa? (Aula Professor Reflexivo – 2012).

Destaca-se uma das respostas aos questionamentos do licenciando

acima:

Violeta, você levantou uma questão interessante: em que contexto se deu essas aulas? Eram as primeiras da

carreira dos professores? Gregory me remete ao clássico estereótipo do professor de universidade, claramente muito conhecedor da temática, mas muito pobre em

didática, em relação interpessoal com os alunos, etc. Então, imagino que esta não tenha sido sua primeira

experiência dentro de uma classe. E ainda me pergunto, será que hoje há uma tendência de o professor de nível

superior também ter formação para a docência e não apenas para pesquisa? Já a professora Duda, me

parece realmente uma professora em início de carreira, aprendendo com os erros e bastante interessada em se

capacitar para melhorar sua atuação. (Aula Professor Reflexivo – 2012).

Acredita-se que o exercício da autoavaliação envolveu os

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licenciandos na regulação da aprendizagem, fazendo com que se

apropriassem de maneira mais adequada dos critérios de avaliação

e do perfil desejado para o fórum, levando-os a modificar seu perfil

de participação79.

Isto mostra que somente uma proposta adequada não é suficiente

para dinamizar o processo de construção do conhecimento. Os

estudantes precisam ser envolvidos em sua aprendizagem de forma

mais participativa80.

Mostra ainda que a intervenção facilitadora por parte do professor

para potencializar a construção do conhecimento no ambiente virtual

não se restringe a mediação pedagógica30.

Abarca também ações que interfiram no DIC com proposições que

gerem maior reflexão e autonomia do estudante em relação à sua

aprendizagem28.

Quanto à aprendizagem colaborativa os licenciandos ao participarem

das discussões nos fóruns adquiriram uma postura ativa assumindo

responsabilidades em relação a sua aprendizagem e a de seus

pares num movimento de autoria e co-autoria80.

Três aspectos na dimensão construção do conhecimento chamam a

atenção e se apresentam como objetos para novas investigações: a

não adesão de alguns licenciandos às discussões; as contribuições

que não contemplam a interação e a inclusão de diferentes autores

às discussões.

O aprofundamento teórico nas discussões requer dos estudantes um

preparo prévio através de leituras e pesquisas, fundamentado em

referências pertinentes71.

A discussão centrada em leituras superficiais, ou mesmo em um

único autor, prejudica o desenvolvimento reflexivo e gera poucos

desequilíbrios cognitivos, visto que as contribuições trarão o mesmo

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conteúdo escrito de formas distintas.

Faz-se necessário investigar de forma mais minuciosa a

compreensão desses licenciandos acerca dos objetivos da utilização

da ferramenta fórum e sua importância para a construção do

conhecimento.

6.2.2 AVALIAÇÃO DA ESTRATÉGIA DE ENSINO ADOTADA NA

DIMENSÃO “SÍNTESE DO CONHECIMENTO”

Nesta dimensão esperava-se que os licenciandos sistematizando o

conhecimento que vinham adquirindo, o expressassem de forma

concreta na resolução das situações-problema30.

Dessa maneira, a análise da resolução apresentada às situações-

problema sinaliza a pertinência da estratégia à expressão da síntese

do conhecimento.

A tabela 3 mostra os resultados alcançados pelos licenciandos nas

três aulas nas edições 2010 e 2011.

Nessas edições, os critérios de avaliação contemplaram a clareza na

exposição das ideias e a pertinência da resolução ao tema

desenvolvido nas aulas.

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Tabela 3: Resultados da análise das contribuições nos fóruns de discussão virtual

nas edições 2010 e 2011.

Critérios 2010 2011

TAS MD PR TAS MD PR Falta

clareza Está

Pertinente

- 01 - - - -

- 3% - - - -

Tem clareza e

pertinência

35 25 28 44 44 32

97% 67% 76% 98% 100% 91%

Não participou

01 11 09 01 0 03

3% 30% 24% 2% 0% 9%

Pelos resultados encontrados observa-se que na maioria das aulas

os licenciandos conseguiram aplicar o conhecimento de forma

pertinente na resolução das situações-problema expressando sua

síntese de forma clara. Apenas 01 licenciando na aula metodologia

dialética na edição de 2010 não apresentou clareza na expressão da

síntese do conhecimento.

Considerando a especificidade dos temas desenvolvidos nas aulas,

visando uma melhor apreensão da expressão da síntese do

conhecimento, na edição de 2012 os critérios para avaliação da

resolução das situações-problema sofreram alterações.

Na aula TAS os critérios contemplaram:

A utilização dos princípios programáticos da TAS na

resolução da situação-problema;

A indicação de onde estes princípios foram empregados na

resolução.

Os resultados demonstraram que dos 35 licenciandos 14% (05)

contemplaram parcialmente os princípios; 20% (07) contemplaram

Fonte: Dados obtidos na análise da resolução dos problemas, postadas na

plataforma Moodle do Curso de Licenciatura em Enfermagem da EEUSP; 2013.

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todos os princípios sem indicar onde cada um foi empregado; 40%

(14) contemplaram todos os princípios indicando onde estes foram

empregados e 26% (09) não realizaram a atividade.

Na aula Metodologia Dialética os critérios contemplaram:

A escolha e justificativa das estratégias pedagógicas

utilizadas para cada dimensão (fase) da metodologia dialética

no planejamento de uma oficina pedagógica.

Os resultados apontaram que dos 35 licenciandos, 6% (02)

escolheram e justificaram as estratégias pedagógicas utilizadas para

uma fase da metodologia dialética; 6% (02) escolheram e

justificaram as estratégias pedagógicas utilizadas para duas fases

da metodologia dialética; 82% (29) escolheram e justificaram as

estratégias pedagógicas utilizadas para todas as fases da

metodologia dialética e 6% (02) não realizaram a atividade.

Na aula Professor Reflexivo os critérios contemplaram a

reconstrução da aula ministrada pelo licenciando de maneira a

modificar o seu papel, o papel dos alunos e a estratégia pedagógica.

Os resultados sinalizaram que dos 33 licenciandos, 40% (13)

reconstruíram a aula ministrada modificando os papéis dos alunos,

do professor e a estratégia pedagógica; 33% (11) reconstruíram a

aula ministrada relatando como gostariam de modificar os papéis

dos alunos, do professor sem deixar claro a estratégia pedagógica

que utilizariam; 24% (08) não realizaram a atividade e 3% (01)

apresentou uma atividade que não correspondeu à proposta.

Percebeu-se que a mudança nos critérios de avaliação possibilitou

uma apreensão mais próxima da síntese do conhecimento expressa

pelos licenciandos.

Observou-se que os licenciandos apresentaram diferentes níveis de

elaboração da síntese, o que vai ao encontro do movimento dialético

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de construção do conhecimento que considera a individualidade dos

sujeitos e os diferentes ritmos de aprendizagem30.

Salienta-se que estes diferentes níveis reforçam a necessidade do

professor propiciar oportunidades diferenciadas para o estudante

expressar suas sínteses provisórias até o alcance de sínteses mais

concretas30.

Nas aulas, os estudantes que não alcançaram um nível satisfatório

na expressão da síntese tiveram oportunidade de refazer a

atividade, porém nem todos o fizeram.

Esse fato remete a TAS quando aponta como uma das condições

necessárias à aprendizagem significativa a atitude favorável do

estudante38 e a andragogia quanto ao princípio do

autodirecionamento42.

Na aula TAS 20% dos licenciandos empregaram os princípios da

teoria sem conseguir indicar com clareza como foram utilizados.

Esta dificuldade pode ancorar-se em uma não compreensão dos

princípios da TAS, da atividade em si e na falta de experiência no

exercício da docência.

O trabalho a partir de situação-problema envolve a mobilização de

diferentes recursos e processos mentais desde a abordagem do

problema até a sua resolução56.

Nas aulas virtuais a resolução dos problemas envolveu: o

planejamento de uma ação educativa para um público determinado,

a escolha de uma estratégia pedagógica, a aplicação do referencial

abordado na aula virtual em seu planejamento e a explicitação de

onde e como os pressupostos teóricos foram aplicados neste

planejamento.

Assim, será necessário acompanhar o percurso dos licenciandos em

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cada uma dessas ações para apreender de maneira mais clara a

natureza das dificuldades que se apresentam no sentido de oferecer

a ajuda necessária, visto a complexidade da atividade que envolveu

a integração de conteúdos trabalhados nas aulas virtuais e

presenciais.

A análise da expressão da síntese do conhecimento na aula

Professor Reflexivo nos levou à compreensão de que alguns

licenciandos tiveram dificuldade de reconstruir a aula ministrada

quanto à mudança na estratégia pedagógica.

Embora o tema referente às estratégias pedagógicas seja abordado

em uma aula presencial faz-se necessário atrelá-lo mais a prática,

pois os estudantes familiarizados com aulas expositivas dialogadas

têm dificuldade em visualizar a aplicação de diferentes estratégias.

Levando em conta os pressupostos teóricos da metodologia dialética

de construção do conhecimento conclui-se que a estratégia

pedagógica envolvendo a resolução de problemas é pertinente à

dimensão síntese do conhecimento, porém algumas mudanças

ainda se fazem necessárias para maior aproximação dos

licenciandos à prática nesta dimensão.

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7 CONCLUSÕES

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7 CONCLUSÕES

Atendendo ao primeiro objetivo deste estudo foram construídas três

aulas virtuais (Teoria da Aprendizagem Significativa, Metodologia

Dialética e Professor Reflexivo) tendo como referencial metodológico

o DIC e como referenciais teóricos a metodologia dialética de

construção do conhecimento, a teoria da aprendizagem significativa

e a andragogia.

Essas aulas foram implementadas em três edições do Curso de

Licenciatura em Enfermagem da EEUSP (2010, 2011 e 2012).

Atendendo ao segundo objetivo (avaliação da estratégia de ensino

adotada na dimensão “construção do conhecimento”), o estudo

mostrou que a proposta adotada nos fóruns de discussão aliada aos

critérios de avaliação possibilitou a construção do conhecimento a

partir das interações na perspectiva de aprendizagem colaborativa e

da metodologia dialética.

Essa construção do conhecimento foi potencializada no segundo

semestre de 2012 com a mudança nos critérios de avaliação e a

inclusão da autoavaliação como atividade obrigatória.

Após as mudanças os dados apontaram progresso tanto na

qualidade das interações quanto na integração do conteúdo teórico

abordado às discussões. Sinalizaram também que o exercício da

autoavaliação envolveu os licenciandos na regulação da sua

aprendizagem levando-os a modificar seu perfil de participação.

Três aspectos na dimensão “construção do conhecimento” se

apresentaram como objetos para novas investigações e

intervenções nas próximas edições das aulas: a não adesão de

alguns licenciandos às discussões; as contribuições que não

contemplam a interação e a inclusão de diferentes autores às

discussões.

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Na avaliação da estratégia de ensino adotada na dimensão “síntese

do conhecimento” os resultados apontaram que a utilização da

resolução de problemas favoreceu a expressão da síntese do

conhecimento pelos licenciandos e a apreensão desta pelos tutores.

A modificação nos critérios de avaliação na edição de 2012

favoreceu uma melhor apreensão da expressão da síntese do

conhecimento.

Assim a estratégia de ensino “resolução de problemas” mostrou-se

adequada aos propósitos pedagógicos na dimensão “síntese do

conhecimento”, à compreensão da trajetória dos licenciandos e à

regulação da aprendizagem, porém é preciso avançar no sentido de

promover maior aproximação dos licenciandos à prática nesta

dimensão.

Aprender de forma significativa é uma decisão que cabe ao

estudante. Os formadores de professores podem auxiliar nessa

tomada de decisão empregando esforços no sentido de mobiliza-los

para o conhecimento.

Essa mobilização pode ser facilitada através da adoção de uma

proposta educacional que atenda o perfil dos estudantes que

chegam à universidade pertencentes a uma geração digital que

aprende de forma diferente.

A adoção de aulas em ambientes virtuais pode tornar o processo

ensino aprendizagem mais dinâmico e personalizado, tornando os

estudantes mais ativos e comprometidos com sua aprendizagem.

Nesse sentido, a inserção das tecnologias digitais aliada a

pressupostos teórico-metodológicos adequados, favorece a

aprendizagem e caminha em direção à formação de um professor

crítico, criativo e autônomo.

Alinhada a proposta do DIC, a avaliação processual das estratégias

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de ensino, apoiada na avaliação da aprendizagem dos licenciandos,

apontou novos caminhos para o aprimoramento das aulas que serão

apresentados a seguir.

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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A formação dos licenciandos para atuar de forma competente na

Educação Profissional Técnica de Nível Médio em Enfermagem

requer uma sólida formação, que contemple nos dias atuais além

dos aspectos éticos e pedagógicos, a inserção das tecnologias

digitais de informação e comunicação.

Assim, para finalizar este estudo retomo meu questionamento inicial:

“Como planejar aulas em ambientes virtuais que superem a

transmissão/recepção favorecendo a construção do conhecimento e

a aprendizagem significativa?”.

Nesse sentido, a pesquisa apontou que a construção de aulas

virtuais para superação da transmissão/recepção requer um modelo

adequado de design instrucional bem como referenciais teóricos que

norteiem desde a seleção dos materiais, a escolha das estratégias

de ensino e de avaliação.

Possibilitou apreender a complexidade da adoção de aulas virtuais

numa perspectiva de construção do conhecimento e de

aprendizagem colaborativa quanto às competências social,

pedagógica e tecnológica requeridas para o professor.

Reafirmou a importância da avaliação contínua e formativa como

estratégia para melhoria do design instrucional como propõe o

design instrucional contextualizado28.

Sinalizou a importância de o professor acompanhar atenta e

permanentemente a trajetória dos estudantes no ambiente virtual, a

fim de oferecer a ajuda necessária à elaboração de sínteses do

conhecimento mais aprofundadas30.

Acima de tudo, mostrou que é fundamental a criação de um

ambiente amigável e confiável para que os estudantes se envolvam

e se responsabilizem por sua aprendizagem, visto que a

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aprendizagem não depende unicamente da adoção de referenciais

teórico-metodológicos mais adequados, mas envolve pessoas e a

complexidade das relações entre essas individualidades.

É importante salientar que o professor para atuar no ambiente online

deve possuir competência para tal. A mediação pedagógica nesse

ambiente envolve a capacidade do professor de se fazer presente e

envolver os estudantes na criação de uma comunidade de

aprendizagem.

Essa competência pode ser adquirida/aprimorada através de uma

preparação pedagógica adequada, bem como através do exercício

permanente de reflexão sobre a prática.

Para melhoria das aulas surgem como propostas:

Para promoção do aprofundamento teórico nas discussões

nos fóruns a solicitação da leitura prévia de um dos textos que

compõem a biblioteca virtual;

A avaliação da resolução às situações-problema pelos pares

como estratégia para dinamizar a aprendizagem colaborativa;

A inserção da autoavaliação nos fóruns em todas as aulas

virtuais;

A promoção de uma discussão prévia sobre os objetivos da

utilização da ferramenta fórum e sua importância para a

construção do conhecimento e aprendizagem colaborativa;

A avaliação dos fóruns e da resolução dos problemas através

dos critérios de avaliação das aulas modificados para a

edição 2012, que se mostraram mais pertinentes e eficazes

ao acompanhamento da trajetória de aprendizagem dos

licenciandos.

Este estudo trouxe como diferencial a apresentação de referenciais

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teórico-metodológicos que auxiliam a construção de aulas virtuais

centradas na construção do conhecimento e na aprendizagem

colaborativa.

Apresentou critérios de avaliação para fóruns de discussão e

resolução de problemas que facilitam a regulação da aprendizagem

e ofereceu alguns parâmetros para a construção de material didático

adequado ao aprendizado eletrônico.

Acredito que esta proposta educacional para a formação de

professores de Enfermagem utilizando ambiente virtual de

aprendizagem, poderá contribuir para o avanço nas discussões

sobre o tema.

E... como o caminho se faz caminhando... munida de novos e

instigantes desequilíbrios cognitivos, aqui inicio minha trajetória rumo

ao doutorado!

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REFERÊNCIAS

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122

REFERÊNCIAS

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3. Brasil. Ministério da Educação. Portaria no 4.059. Trata da oferta de 20% da carga horária dos cursos superiores na modalidade semipresencial. Diário Oficial da União de 10/12/2004.

4. Camacho ACLF. Análise das publicações nacionais sobre educação à distância na enfermagem. Rev Bras Enferm 2009;62(4):588-93.

5. Caetano KC, Peres HHC. Metodologia para estruturação de hipertexto aplicado ao ensino de enfermagem. Acta paul. enferm 2007;20(2):175-9.

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80. Santos E. Portfólio e cartografia cognitiva: dispositivos e interfaces para a prática da avaliação formativa em educação online. In: Silva M, Santos E. Avaliação da aprendizagem em educação online. São Paulo: Edições Loyola; 2006. p. 315-31.

81. Oliveira GP. O fórum em um ambiente virtual de aprendizado colaborativo. Revista Digital de Tecnologia Educacional e Educação a Distância [internet]. 2005 [citado 2009 mai. 27].2(1). Disponível em: http://www.pucsp.br/tead/n2/pdf/artigo3.pdf.

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ANEXOS

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ANEXO 1 – Parecer Consubstanciado do CEP

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ANEXO 2 – Instrumento Avaliação Aula TAS

Manuseio do Ambiente Virtual Ótimo Bom Regular Ruim Não Avaliado

Acessibilidade

Navegabilidade

Orientações de Navegação

Tema Proposto Ótimo Bom Regular Ruim Não Avaliado

Relevância

Atualidade

Conteúdo - textos/hipertextos Ótimo Bom Regular Ruim Não Avaliado

Quantidade de informações

Profundidade da abordagem

Utilidade público-alvo

Coerência com o tema do

módulo

Clareza das informações

Pertinência das referências

Atualidade das referências

Links para informações

Conteúdo - imagens Ótimo Bom Regular Ruim Não Avaliado

Quantidade

Criatividade

Atratividade

Significância para a

aprendizagem

Interatividade Ótimo Bom Regular Ruim Não Avaliado

Fórum de discussão

Diário

Animações

Qualidade da Interface Ótimo Bom Regular Ruim Não Avaliado

Uso do espaço da tela

Visualização dos conteúdos

Padrão de cores

Tipo de letra

Tamanho de letra

Vídeos

Fotos

Figuras

Som

Animações