Dentistry Cargaimediata

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    Os implantes imediatos dependem fundamen-talmente das condies anatmicas, morfol-gicas e funcionais da zona receptora, bem co-mo das dimenses e qualidade dos tecidos fibro muco-so e sseo. A capacidade fsica do osso em suportar asforas exercidas pelo implante, assim como a integrida-de e capacidade dos tecidos fibro-mucosos de irrigarinterna e externamente a regio implantada, permitem,desta forma, uma regenerao perfeita dos tecidos lesionados.

    Consideramos que sejam falsas as afirmaes de quesomente com determinadas marcas comerciais, tiposde desenho, tipos de superfcie e outros argumentossemelhantes, muito usados pelos fabricantes como sen-do o factor diferencial, seja possvel fazer implantescom carga imediata. Os factores que determinam o su-cesso ou o fracasso do caso clnico, esto mais relacio-nados com um estudo completo do caso clnico, tendoem considerao os elementos acima citados, bem co-mo uma tcnica cirrgica adequada que permita umaperfeita estabilidade primria, que cause o menor trau-matismo possvel e que seja minimamente invasiva.

    Diagnstico e plano de tratamentoNa elaborao do diagnstico e plano de tratamentodevemos ter em considerao os factores bio-funcionaise estticos que podem determinar a aplicao de im-plantes com carga imediata.

    Factores bio-funcionais Estudo radiogrfico Pesquisa de focos infecciosos Avaliao da anatomia e do grau de reabsoro

    ssea Densidade e volume sseo da cortical e medular Estudo oclusal Biomecnica

    Factores estticos Linha do sorriso Postura labial Morfologia radicular Dimetro mesio distal Nvel cervical Contorno gengival Inclinao axial dos dentes e inclinao ssea Amias incisais Amias cervicais

    Indicaes Agenesia dos dentes permanentes Endodntias e apcectomias fracassadas Substituio dos elementos com fracturas radi-

    culares Edentulismo parcial ou total inferior e superior,

    quando o volume de osso, tamanho e dimetro dos im-

    plantes possam corresponder carga mastigatria Enfermidade periodontal avanada

    Contra Indicaes Impossibilidade de reteno e estabilidade primria Processo infecciosos Osso com m qualidade Quantidade ssea reduzida Anatomia desfavorvel Distrbios parafuncionais Todas as demais contra-indicaes dos implantes

    com tcnicas convencionais

    Implantes Imediatos ou de Carga ImediataOs Drs. Hiram Fischer Trindade e Edson de S vila, do Porto, provam atravs de um caso clnico que existem outros

    argumentos que possibilitam fazer implantes de carga imediata com sucesso.

    Ambos os autores soMdicos Dentistas, ps-graduados emImplantology and OralRehabilitation na New YorkUniversity, College ofDentistry, Center forContinuing DentalEducation, Professores eCoordenadores Cientficos docurso de Implantologia eReabilitao Oralpromovido pelo EuropeanImplantology Center (CEI) ea E.S.O.R.I.B. European

    School of Oral Reabilitation Implantology andBiomaterials, no Porto.O Dr. Hiram Fischer Trindade formado pela

    Faculdade de Odontologia de Nova Friburgo,Universidade Federal Fluminense, Rio deJaneiro, Brasil, e o Dr. Edson de S vila pelaUniversidade Estadual de Ponta Grossa ,Paran, Brasil.

    Contactos Profissionais: Rua do Campo Alegre770 - PortoTelefone: 226 092 902e-mail: [email protected]

    A fase cirrgica do caso clnico aqui apresentadofoi realizada pelo Dr. Hiram Fischer, e a fase dereabilitao protsica pelo Dr. Edson vila,durante o curso de Implantologia e ReabilitaoOral do European Implantology Center, noPorto. Todo o trabalho de laboratrio foi realizadopelo protsico Delmiro Messias.

    Dentistry ClnicaEDIO PORTUGUESA

    Figura 1: Fotografia inicial frontal

    Figura 4: Linha do sorriso mdia. Favorece a

    indicao na abordagem esttica sobre implantes

    de carga imediata

    Figura 5: Ortopantomografia inicial. possvel

    visualizar a grande reabsoro radicular dos dentes

    decduos

    Figura 6: Alvolo do elemento 53 aps a curetagem

    de tecido fibroso remanescente e lavagem com

    antibitico. Observar a concavidade vestibular da

    mucosa

    Figura 7: Tcnica cirrgica. Utilizao de expansores

    para promover a condensao lateral do

    trabeculado sseo, tendo como referncia a guia

    para paralelismo da cavidade vizinha

    Figura 8: Aplicao dos expansores com dimetros

    maiores at atingir o limite do dimetro do

    implante eleito

    Figura 10: Aplicao do implante 13. Implante

    cilndrico impactado, com superfcie de

    hidroxiapatita e com 16mm por 3mm. Os dimetros

    dos implantes so compatveis com o espao

    cirrgico disponvel

    Figura 11: Posicionamento de pilares rectos.

    Deve marcar-se a posio exacta para

    posteriormente ajustar em laboratrio

    Figura 9: Aplicao dos implantes 22 e 23. Implante

    22 roscado, com superfcie de plasma de titnio

    e com 13mm por 3,4mm. Implante 23 cilndrico

    impactado, com superfcie de hidroxiapatita e com

    16mm por 3mm

    Figura 2: Fotografia inicial lado direito

    Figura 3: Fotografia inicial lado esquerdo

    Setembro/Outubro 2005Dentistry Setembro/Outubro 2005Dentistry

  • Dentistry ClnicaEDIO PORTUGUESA

    Figura 13: Pilares temporrios ajustados e posicionados na

    boca uma semana aps a aplicao dos implantes

    Figura 14: Aps a cicatrizao verificamos que as coroas

    temporrios se encontram em carga. Podemos observar os

    desgastes palatinos a que foram sujeitos

    Figuras 15 e 16: Guias de silicone elaboradas sobre os duplicados do encerado diagnstico. O objectivo dimensionar

    os espaos suficientes para os munhes e as coroas em metalocermica

    Figura 17: A confeco dos munhes deve seguir os

    mesmos princpios anatmicos cervicais dos dentes

    naturais, em especial com um correcto perfil de

    emergncia

    Figura 18: Aplicao dos munhes na boca com colos

    ceramizados com a finalidade de lograr uma esttica

    favorvel

    Figura 19: Coroas temporrias duplicadas do encerado

    diagnstico com a funo de conformar o tecido gengival e

    fazer um teste esttico mais apurado. Observar a mudana

    da anatomia das coroas, mais semelhantes dentio

    permanente

    Figuras 21 e 22: Radiografias de controlo aps trs anos

    Figura 20: Coroas em metalocermica cimentadas

    Figura 12: Coroas temporrias aplicadas imediatamente

    aps a colocao dos implantes, com a anatomia

    semelhante aos dentes decduos

    28 Setembro/Outubro 2005Dentistry

    Vantagens Tempo cirrgico nico Diminuio da reabsoro do processo alve-

    olar Melhores referncias protsicas Contorno mais natural da coroa protsica Aplicao imediata das prteses transitrias Reduzido nmero de consultas

    Maior conforto e segurana para o clienteque sai da cirurgia com uma prtese fixa transi-tria

    Desvantagens Maior risco de fibro integrao Maior tempo de preparao pr cirrgica Maior risco de infeco Maior ndice de fracasso que a tcnica con-

    vencional

    Caso ClnicoCliente jovem com idade de 20 anos, sexo mas-culino apresentava ainda os dentes decduos 53,62 e 63, com agenesia dos dentes permanentes13, 22 e 23.

    Devemos incorporar nos trabalhos de prteseo maior nmero de caractersticas dos dentes na-turais:

    Irregularidades o imperfeies superficiais Contornos e inclinaes Planos de referncia Atributos da forma Proporo, ritmo e contrasteQuanto mais perfeitas forem estas imperfei-

    es, menos perceptveis sero na boca.

    ConclusoOs implantes de carga imediata permitem a reso-luo de casos clnicos num curto espao detempo entre a cirurgia e a prtese definitiva e,consequentemente, um maior conforto para opaciente. Desde que sejam respeitadas as basesdo protocolo cirrgico/protsico, a aplicao dosimplantes com carga imediata segura e permi-te obter excelentes resultados esttico/funcio-nais.

    Neste caso clnico foram utilizados implantescom desenhos e superfcies diferentes e em am-bos os casos o resultado final foi o mesmo, comodemonstram as radiografias.

    O desenho do implante e o tipo de superfcieso situaes a considerarem-se dentro do con-junto de factores que vo permitir o sucesso docaso clnico, mas nunca podemos afirmar queso exclusivamente a causa do sucesso.

    Fotografias de Antnio Diogo Jordo Oliveira

    Referncias 1 - A. Neff, P.; TMJ Occlusion and Function, 23-57. Georgetown University School of Dentistry, 1975. 2 - Cezar de Miranda, C.;Atlas de Reabilitao Bucal, 261-264. Livraria Santos Editora, 1986. 3 - Salagaray L., V.; Lozada L., J.; Tecnica de Elevacion Si-nusal-Injerto Subantral de Induccion Osea, 44-91. ADS Printing, 1993. 4 - E. Ring, M.; Historia de la Odontologia. EdicionesDoyma, 1993. 5 - Feller, C.; Antonio Bottino, M.; Atualizao na Clnica Odontolgica-A prtica da Clnica Geral, 163-193. Li-vraria Editora Artes Mdicas, 1994. 6 - O. Andreasen, J .; Atlas de Reimplante e Transplante de dentes, 257-276. Medicina Pana-mericana Editora do Brasil, 1994. 7 - Spiekermann H., K. Donath, S. Jovanovic, J. Richter.; Atlas de Implantologa. Masson, 1995.8 - Bert, M.; Complicaciones y Fracasos en Implantes Osteointegrados: Causas-Tratamiento-Prevencin. Masson, 1995. 9 - Maci-el Nascimento, R.; Ocluso e ATM-Procedimentos Clnicos, 195-258; 343-366. Livraria Santos Editora, 1996. 10 - Muterthies K.;Korner, G.; Art Oral. Druckhaus Flottmann, 1996. 11 - Mendes Batista, W.; Bonfante, g.; Fundamentos de Esttica em Odonto-logia. Livraria Santos Editora, 1996. 12 - Jimnez-Lpez, V.; Rehabilitacin oral en prtesis sobre implantes. Editorial Quintessen-ce, 1998. 13 - Hebel S., K.; Gajjar C., R.: Restauraes implantosuportadas retidas por parafusos vs cimentadas: Obteno da oclu-so tima e esttica em implantodonta. Journal de Clnica em Odontologa. 2: 14-23, 1998/1999. 14 - Misch C. E.; ImplantologaDentrios Contemporaneos,. Mosby,Inc. Livraria Santos Editora, 2000. 15 - Filho, J. S.; Barreto, M. A.; Tunes, U. R.; Planejamen-to Esttico Cirrgico e Prottico em Implantologia. Editora Artes Mdicas Ltda, 1 edio, 2001. 16 - Magne P.; Belser U.; Restau-raes Adhesivas de Porcelana na Dentio Anterior, Uma Abordagem Biomimtica, Quintessence Publishing Co, Inc., Quintessen-ce Editora Ltda., 2003.

    Setembro/Outubro 2005Dentistry

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    Figura 23, 24 e 25: Fotografias comparativas entre o

    incio (com a prtese transitria ao centro) e o fim

    do tratamento (com as coroas finais em

    metalocermica), ilustrando o resultado esttico

    alcanado. A ocluso foi realizada em funo de

    grupo lateral nas lateralidades e grupo anterior na

    protusiva