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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA SUDOESTE DA BAHIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E SOLOS TECNOLOGIA DE PRODUTOS DE TECNOLOGIA DE PRODUTOS DE ORIGEM VEGETAL ORIGEM VEGETAL Prof.Eng. Agrônomo MSc Daniel M. Tapia T.

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E SOLOS¢ncia da... · Cerveja preparação de concentrados líquidos de café, clarificação sucos Dextrano-sacarose Leuconostoc mens. Alimentar

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIASUDOESTE DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E SOLOS

TECNOLOGIA DE PRODUTOS DE TECNOLOGIA DE PRODUTOS DE ORIGEM VEGETALORIGEM VEGETAL

Prof.Eng. Agrônomo MSc

Daniel M. Tapia T.

Importância da Microbiologia Importância da Microbiologia de Alimentosde Alimentos

MICROBIOLOGIA DE ALIMENTOS

• Intoxicações e infecções produzidas pela ação de microrganismos

• Preservação dos alimentos do ataque de microrganismo e sua ação deletéria

ProduProduçção de alimentos pelo emprego ão de alimentos pelo emprego de microrganismosde microrganismos

IMPORTÂNCIA DA MICROBIOLOGIA DE ALIMENTOS

Preservação dos alimentos do ataque de microrganismo e sua ação deletéria

• Através da prevenção ou retardamento da decomposição microbiana

MantendoMantendo--os livres de microrganismosos livres de microrganismos

ASSEPSIAASSEPSIA

• Assepsia naturalCascas, películas de certas frutas, palha do milho

Preservação dos alimentos do ataque de microrganismo e sua ação deletéria

Por remoPor remoçção dos microrganismosão dos microrganismos

CENTRIFUGAÇÃOFILTRAÇÃO

SEDIMENTAÇÃO

Preservação dos alimentos do ataque de microrganismo e sua ação deletéria

Por inibiPor inibiçção do crescimento e ão do crescimento e atividade dos microrganismosatividade dos microrganismos

BAIXAS TEMPERATURAS SECAGEM

CONDIÇÕES AÉOBICAS E

ANAERÓBICAS

PRODUTOS QUÍMICOS

Preservação dos alimentos do ataque de microrganismo e sua ação deletéria

Por morte dos microrganismosPor morte dos microrganismos

CALOR RADIAÇÕES

GERMICIDAS

Produção de alimentospelo emprego de

microrganismos

1. Alimentos fermentados - Maturação dos queijos:

Penicillium glaucum

Penicillium roqueforti

Penicillium roqueforti

Penicillium candida

- Tempeh: fermentação da soja

Rhyzopus oligosporus, R. oryzae, R. stolonifer.

- Oncom: pasta de amendoim

Neurospora sitophila

Tofu: “queijo de soja”

Actinomucor elegans

2. Proteínas de Célula Única (SCP)Leveduras

PRODUPRODUÇÇÃO ÃO EM ESCALA EM ESCALA

LARGALARGA Proteína

Suplemento alimentar

Homem Animais

Conteúdo de aminoácidos essenciais de SCP em relação a outras proteínas

3. Cogumelos comestíveis

Champignons:Agaricus bisporus Pleurotus sp.

Agaricus blazei

Shiitake:Lentinula edodes

4. Trufas

Tuber melanosporum

5. Morchelas

6. Termytomyces sp.

Produção Microbiana de Ingredientes em Alimentos

EnzimasEnzimas OrigemOrigem IndIndúústriastria AplicaAplicaççãoão

AmilaseAmilase

AspergillusAspergillusnigerniger, A. , A. oryzaeoryzae, , Bacillus Bacillus subtilissubtilis, , RhizophusRhizophus sppspp, , MucorMucor rouxiirouxii

PanificaPanificaççãoão

suplemento de suplemento de farinha, farinha, preparapreparaçção de ão de massa, alimentos massa, alimentos prpréé--cozinhados, cozinhados, elaboraelaboraçção de ão de xaropesxaropes

CelulaseCelulase

AspergillusAspergillusnigerniger, , TrichodermaTrichodermavirideviride

CervejaCerveja

preparapreparaçção de ão de concentrados concentrados llííquidos de cafquidos de caféé, , clarificaclarificaçção sucosão sucos

DextranoDextrano--sacarosesacarose

LeuconostocLeuconostocmensmens.. AlimentarAlimentar dextranodextrano para para

diversos usodiversos uso

GlucosioxidaseGlucosioxidase AspergillusAspergillusnigerniger AlimentarAlimentar

eliminaeliminaçção da ão da glicose dos sglicose dos sóólidos lidos do ovodo ovo

EnzimasEnzimas OrigemOrigem IndIndúústriastria AplicaAplicaççãoão

AmilaseAmilase

AspergillusAspergillus nigerniger, , A. A. oryzaeoryzae, ,

Bacillus Bacillus subtilissubtilis, , RhizophusRhizophus sppspp, , MucorMucor rouxiirouxii

PanificaPanificaççãoão

suplemento de suplemento de farinha, farinha,

preparapreparaçção de ão de massa, alimentos massa, alimentos prpréé--cozinhados, cozinhados, elaboraelaboraçção de ão de

xaropesxaropes

CelulaseCelulaseAspergillusAspergillus nigerniger, ,

TrichodermaTrichodermavirideviride

CervejaCerveja

preparapreparaçção de ão de concentrados concentrados

llííquidos de cafquidos de caféé, , clarificaclarificaçção sucosão sucos

DextranoDextrano--sacarosesacarose

LeuconostocLeuconostocmensmens.. AlimentarAlimentar dextranodextrano para para

diversos usodiversos uso

GlucosioxidaseGlucosioxidase AspergillusAspergillus nigerniger AlimentarAlimentareliminaeliminaçção da ão da

glicose dos sglicose dos sóólidos lidos do ovodo ovo

ENZIMAS APLICADAS NOS ALIMENTOSENZIMAS APLICADAS NOS ALIMENTOS

AMILASEMicrorganismos: Aspergillus

Bacillus subtilisAplicação: clareamento de sucos e frutas

INVERTASEMicrorganismos: S. cerevisiaeAplicação: preparo de doces recheados e xaropes

PECTINASE:

• Microrganismos: Aspergillus sp. Penicillium sp.

Aplicação: clareamento de sucos e frutas

LIPASE:• Microrganismos: Rhizopus sp.

Aplicação: utilizado no processamento de alimentos

CELULASE:Microrganismos:Mucor sp.

Aspergillus nigerTrichoderma

Aplicação: preparo de café líquido

Proteases – Aplicações

• Leite• na preparação do leite de soja

• Carnes e Peixes• Liberação de óleos. Recuperação de

proteínas do osso ou espinha.• Vinhos

• clarificação• Queijo

• Coagulação da caseína.

Lactase• β - galactosidase

• Catalisa a hidrólise da lactose em galactose e glicose

• A galactose e glicose são mais doces do que a lactose – um dos principais interesse em alimentos

Lactase

• Sorvete• Prevenção da cristalização da lactose, o qual resulta na textura de fibra

• Leite

• Estabilização das proteínas do leite em leites congelados por remoção da lactose.

• Hidrólise da lactose, permitindo o uso por adultos deficientes na lactaseintestinal e em crianças com deficiência em lactase congênita

α-amilase• Atua sobre o amido, degradando-o

aleatoriamente a partir de posições internas da cadeia polimérica

– Amilose• Ataque aleatório – produção de

maltose e maltriose• Ataque lento – fomação de glicose e

maltose

–Amilopectina• Produtos finais: glicose, maltose e α-dextrinas limites (oligossacarídeos contendo 4 ou mais unidades de glicose unidas por ligações glicosídicas do tipo α-1,6)

α-amilase• Fermentados

• Conversão do amido a maltose por fermentação. Remoção da turbidez do amido

• Sucos de frutas e Gelatinas• Remoção do amido para o aumento das propriedades espumantes

• Cereais• Conversão do amido a dextrinas e

maltose. Aumento na absorção de água

• Chocolate/cacau• Liquefação do amido

Bio-aromas em alimentos

Aspergillus sp. Fermentado na gordura de coco: queijo roquefort

Neurospora sitofila: fermentação da mandioca para a produção de tiquira: etil-hexanoato (aroma de maçã e morango)

Intoxicações e infecções produzidas pela ação de

microrganismos

Intoxicações e Infecções de origem Bacteriana

INTOXICAÇÕES

Estafilocócica: enterotoxina causada por Staphylococcusaureus

Botulismo: neurotoxina produzida por Clostridiumbotulinum

Gastroenterite por Bacillus cereus: exoenterotoxinaliberada durante sua lise no trato intestinal

INFECÇÕES

Salmonelose: endotoxina por Salmonella

Doença causada por Clostridium perfringes: enterotoxina liberada durante sua esporulação

Infecção por Escherichia coli enteropatógeno: vários sorotipos, algumas invasivas e outras enterotoxigênicas

Outras Yersinia, Shigelose, Vibrio parahaemolyticus

InfecInfecçções Alimentares de Origem ões Alimentares de Origem BacterianaBacteriana

EscherichiaEscherichia EscherichaEschericha colicoli

Constitui um habitante normal do intestino do homem e dos outros animais e só em determinadas situações pode causar infecções

• Escherichia coli ENTEROVIRULENTA

EscherichiaEscherichia colicoli enterovirulentaenterovirulenta(EEC).(EEC).

E. coli enterotoxigênica (ETEC)E. coli enterohemorrágica (EHEC)E. coli invasora (EIEC).E. coli patogênica (EPEC)

AlimentosAlimentos

• Leite, • Queijos• Chocolates• Carnes frescas • Carcaças de aves.

• Causam três tipos de síndrome

• Febre tifóide, causada por Salmonella Typhi, • Febres paratíficas, causadas por Salmonella

Paratyphi A, B e C • Gastroenterites, ou salmoneloses, causadas

por uma ampla variedade de sorotipos. Os sorotipos Typhimurium e Enteritidis são os mais frequentemente envolvidos nos casos em humanos.

Intoxicações Alimentares de Origem Bacteriana

Bacillus cereus

OcorrênciaOcorrênciaMeio ambiente, tanto em sua forma de esporos Meio ambiente, tanto em sua forma de esporos como de ccomo de céélulas vegetativas.lulas vegetativas.Contamina facilmente alimentos como:Contamina facilmente alimentos como:•• Grãos, cereais,Grãos, cereais,•• Vegetais,Vegetais,•• CondimentosCondimentos•• Animais, como produtos Animais, como produtos ccáárneosrneos e le láácteos. cteos.

Conseqüentemente, os alimentos podem ser importantes veículos desse

microrganismo

Esta espEsta espéécie apresenta ccie apresenta céélulas em lulas em

forma de bastonetes, mforma de bastonetes, móóveis, veis,

esporuladosesporulados, , GramGram positivos e positivos e

anaeranaeróóbios facultativosbios facultativos.

• Produz enterotoxina e exotoxina dependendo do strain

• Enterotoxina: de natureza protéica, termolábel, podendo ser destruída a uma temperatura de 60º C durante 20 minutos,

• Exotoxina: de natureza peptídica, termorresistente , exigindo para ser destruída uma temperatura de 126º C durante 90 minutos

• Sintomas

• Vômitos, diarréias e dores abdominais.

• Aparecem entre 1 a 5 horas após a ingestão do alimento contaminado.

StaphylococcusStaphylococcus aureusaureus

• Células de forma esférica• 0,5 a 1,5 micrômetros de diâmetro,

formando arranjos irregulares• Imóveis, não esporulados• Gram positivos• Anaeróbios facultativos

• Esta bactéria é encontrada • Cavidade nasal• Na pele de pessoas normais,também de

animais.

É capaz de produzir enterotoxinastermorresistentes que causam uma doença no homem, denominada intoxicação estafilocócica

• Intoxicação estafilocócica

• Ingestão de alimentos contendo enterotoxinas produzidas por cepas enterotoxigênicas de Staphylococcusaureus.

• Há sete tipos de enterotoxinas que Staphylococcus aureus é capaz de produzir.

• Aparecimento dos sintomas

• 20 minutos a 2 horas após a ingestão do alimentocom a enterotoxina.

Sensibilidade às enterotoxinasQuantidade de toxina produzida no alimentoQuantidade de alimento ingerido e saúde geral

Sintomas e intensidade

• Sintomas característicos

• Náusea• Ânsia de vômito,• Vômitos, • Cólicas abdominais, • Sudorese e prostração.

Micotoxinas

As micotoxinas são produzidas principalmente pela estrutura micelial dos fungos filamentosos.

Classificadas como metabólitos secundários que não possuem um significado bioquímico específico no crescimento e no desenvolvimento dos fungos.

• As micotoxinas de interesse agroindustrial são:

• Aflatoxinas• Ocratoxinas• Tricotecenos• Zearalenona• Fumonisinas• Alcalóides do Ergot

• Espécie: Aspergillus• Micotoxinas: Aflatoxinas (B1 B2 G1 G2)

Ocratoxinas (A e B)• Produtos: amendoim algodão, castanhas, frutas,

arroz, cereais,pimenta, soja, derivados.

• Efeitos: hepatotóxica, carcinogênica, hemorrágica

hiperplasia biliar, acúmulo de gordura no fígado,

espasmos, redução no crescimento, anorexia,

morte.

• Espécie: Penicilium• Micotoxinas: patulina, citrina, ácidos

Produtos: sucos, produtos fermentados

• Efeitos: rins, paralisia, convulsões, perda de peso.

Bibliografia• EVANGELISTA, J. Tecnologia de Alimentos. 2º edição.

Livraria Atheneu Editora. São Paulo, 1989, 652 p.• FRANCO, B.D.G.M. e LANDGRAF, M. Microbiologia dos

Alimentos. Ed. Atheneu, São Paulo, 1996, 182 p.• FRAZIER, W.C. Food Microbiology. 2nd edition.

McGraw-Hill Book Company. 1967, 537 p.• JAY, J.M. Modern Food Microbiology. Fifth Edition.

Chapman & Hall. London. 1996, 661 p.• PELCZAR, J.M., CHAN, E.C.S., KRIEG, N.R.

Microbiology: Concepts and Applications. 1 st edition. McGraw-Hill, USA. 1993, 896 p.

• ROITMAM, I., TRAVASSOS, L.R., AZEVEDO, J.L., eds.Tratado de Microbiologia. Editora Manole Ltda, São Paulo, 1988, 186 p.