229
DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO SESSÃO: 381.1.55.O DATA: 07/12/15 TURNO: Vespertino TIPO DA SESSÃO: Não Deliberativa de Debates - CD LOCAL: Plenário Principal - CD INÍCIO: 14h TÉRMINO: 19h02min DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Fase Orador 16:30 CP PAES LANDIM Obs.:

DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO · chantagista e respectivos asseclas na acolhida ao descabido propósito de impeachment . Age como um aventureiro numa república

  • Upload
    phamnhu

  • View
    217

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO

SESSÃO: 381.1.55.O

DATA: 07/12/15

TURNO: Vespertino

TIPO DA SESSÃO: Não Deliberativa de

Debates - CD

LOCAL: Plenário Principal - CD

INÍCIO: 14h

TÉRMINO: 19h02min DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Fase Orador 16:30 CP PAES LANDIM

Obs.:

Ata da 381ª Sessão da Câmara dos Deputados, Não Del iberativa de

Debates, Vespertina, da 1ª Sessão Legislativa Ordin ária, da 55ª Legislatura,

em 7 de dezembro de 2015.

Presidência dos Srs.:

Gonzaga Patriota, Carlos Henrique Gaguim,

Hildo Rocha, Arnaldo Jordy, Luiz Couto,

Delegado Edson Moreira, Carlos Manato, nos

termos do § 2º do artigo 18 do Regimento

Interno.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

3

I - ABERTURA DA SESSÃO

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Havendo número regimental,

declaro aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos

trabalhos.

II - LEITURA DA ATA

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Fica dispensada a leitura da ata da

sessão anterior.

III - EXPEDIENTE

(Não há expediente a ser lido)

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

4

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Passa-se ao

IV - PEQUENO EXPEDIENTE

Para iniciar o encaminhamento de pronunciamentos, por ser mais idoso não

apenas na Casa, mas também na Paraíba e no Brasil, concedo a palavra ao Sr.

Deputado Luiz Couto, do Partido dos Trabalhadores.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

5

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras.

e Srs. Deputados, quero dar como lidos três pronunciamentos.

O primeiro é sobre um golpe que tentam aplicar contra nossa Presidente,

mostrando o que está por trás dessa situação toda.

O segundo trata do Dia Mundial de Combate à AIDS, comemorado na

semana passada, no dia 1º de dezembro, quando também foi colocada a situação

das políticas públicas que nós temos que enfrentar.

Por último, reproduzo texto do Padre Bosco, da Pastoral Carcerária Nacional,

em que trata de evento no qual o Papa Francisco anunciou o início, no dia 8 de

dezembro de 2015, do Ano da Misericórdia. Coloco a importância do evento e

parabenizo o Padre Bosco pelo trabalho que tem realizado.

Também quero dizer, Sr. Presidente, que estamos na luta para impedir que o

golpe possa ser aplicado em nosso País, mostrando que a democracia não pode ser

rasgada, não pode ser dilapidada. Nós iremos à luta!

Solicitamos a V.Exa. que os três pronunciamentos sejam considerados lidos

na sua íntegra e divulgados pelos meios de comunicação desta Casa, inclusive pelo

programa A Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - V.Exa. será atendido, nos termos

regimentais.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a crise que enfrentamos no Brasil tem

variados ingredientes, que passam pelo esgotamento do modelo político, que

reclama por reformas; pelo desequilíbrio fiscal por conta das renúncias tributárias do

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

6

Governo; pela corrupção e pelas reações dos corruptos na mira da Justiça; pela

insatisfação dos representantes do poder financeiro no Congresso Nacional,

ameaçados pelo fim do financiamento empresarial das campanhas; pela

longevidade da crise econômica mundial; pelo embate entre diferentes modelos de

sociedade; pela crise ambiental como consequência dos modelos predatórios. Mas

nesta crise um elemento em especial tem a ver com o caráter do candidato

derrotado no segundo turno da última eleição presidencial.

Aécio Neves é um mau perdedor. Ao não aceitar o resultado soberano das

urnas, Aécio Neves revelou-se uma pessoa despreparada para o jogo democrático

das eleições. Aécio Neves é autoritário. Nem as derrotas eleitorais no seu Estado

natal, Minas Gerais, no primeiro e no segundo turnos, foram suficientes para dar-lhe

temperança.

Desassossegado, Aécio passou a inflamar as forças antidemocráticas do

País. Uma vez derrotado, o candidato do PSDB nunca demonstrou respeito pelo

voto popular e passou a comandar as forças golpistas, numa clara afronta à vitória

legítima de Dilma Rousseff. A sua infernal frustração deu lugar a um trauma e, daí, a

uma obsessiva perseguição contra a candidata eleita.

A primeira de suas reações à derrota foi questionar a lisura das urnas

eletrônicas, mas só no que diz respeito ao resultado da eleição nacional. Em São

Paulo e no Paraná, por exemplo, onde o PSDB reelegeu Governadores, de nada

reclamou.

Como Presidente do PSDB, Aécio Neves liderou Deputados do seu partido

para que questionassem no Tribunal Superior Eleitoral a prestação de contas da

Campanha de Dilma Rousseff. Insatisfeito, pegou carona nas manifestações

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

7

conservadoras para conclamar a população a defender o impedimento da

Presidenta eleita democraticamente. A justificativa deslavada era a baixa

popularidade do Governo Federal. Mas tal argumento só vale contra a Presidenta

que o derrotou; não vale contra o Governo Richa no Paraná.

Consumido pela irrefreável ganância política, Aécio Neves adotou

levianamente a inusitada tese das pedaladas fiscais, num vale-tudo para tentar

derrubar a candidata eleita.

Aécio Neves uniu a sua frustração à frustração não confessada de Hélio

Bicudo e ao rancor de Miguel Reale para dar sustentação à proposta de um golpe

parlamentar. A derrota cegou o derrotado ao ponto de ele se aliar, ainda, a um

chantagista e respectivos asseclas na acolhida ao descabido propósito de

impeachment. Age como um aventureiro numa república de bananas.

Já na campanha presidencial Aécio Neves revelou o seu caráter quando

contrariado. Por pelo menos duas vezes, de maneira machista e virulenta, tachou

suas adversárias de levianas. Como bem disse o ex-Presidente Lula à época, a

reação de Aécio Neves às adversidades é a de um filhinho de papai que não sabe

enfrentar contrariedades. Machista, autoritário e destemperado na campanha, Aécio

mostra-se um golpista arcaico que abre as tumbas onde jaziam os fantasmas da

UDN, tantas vezes derrotada nas urnas.

O caráter de Aécio Neves, que não tem humildade diante da derrota eleitoral,

alimenta a crise política e dá combustível à insanidade das forças golpistas, que

nunca se convenceram de que o resultado das eleições democráticas é para ser

reconhecido pelos derrotados.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

8

A derrota eleitoral pode ser frustrante, mas o candidato que se preza e preza

a adversária deve ter grandeza, e só é grande na luta e na derrota quem respeita o

adversário. Quem na derrota é mau perdedor, na vitória não há de ser um bom

vencedor. Quem não sabe perder não sabe vencer.

Aécio Neves e seu trauma, um caso para a psicanálise. Eis um dos nomes da

crise.

Era o que tinha a dizer.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no dia 1º de dezembro de 2015, o

mundo se voltou para o Dia Mundial de Combate à AIDS, e no Brasil não foi

diferente: nesse dia foram realizadas ações em vários Estados brasileiros para

conscientizar as pessoas sobre a importância de se proteger contra o vírus HIV.

Após décadas do seu surgimento, a AIDS, ainda hoje, causa muitas mortes

na população. Logo após sua descoberta, surgiram alguns casos isolados entre

adultos, mas hoje há um número grande de jovens e adultos que se contaminaram

em todo o mundo. Mesmo com os avanços da medicina, esta ainda é uma doença

penosa.

A AIDS não tem cara; qualquer pessoa pode ter e nem saber que está

contaminada. Apesar disso, os jovens não estão se conscientizando acerca da

necessidade de utilizar os métodos de prevenção, o que vem acarretando um

aumento de casos nesse grupo. A OMS aponta dados alarmantes quanto à

quantidade de casos existentes, e isso demonstra que houve uma menor

preocupação da população juvenil, com a redução da taxa de contaminação pelo

vírus nos últimos anos.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

9

Recentemente, os coquetéis de medicamentos para o tratamento da AIDS

têm estado cada vez mais sofisticados — inclusive nosso País é o pioneiro em

relação ao tratamento do vírus HIV —, o que eleva a sobrevida do paciente, e há

ainda outros que podem reduzir a chance de contrair o HIV em até 90% após uma

relação sexual desprotegida. Essa falsa sensação de segurança e a redução da

mortalidade pelo vírus se refletem diretamente na inexperiência dos jovens, que se

deixam levar pelos impulsos e, dessa maneira, deixam de utilizar os métodos de

proteção.

No Brasil, a taxa de detecção de AIDS caiu 5,5% na passagem de 2013 para

2014, de acordo com boletim divulgado na terça-feira, dia 1º de dezembro, pelo

Ministério da Saúde. Ano passado, foram identificados 19,7 casos por 100 mil

habitantes. No ano anterior, a marca era de 20,8 por 100 mil. Em valores absolutos,

foram constatados 39.951 casos de AIDS em 2014 e, em 2013, 41.814.

Portanto, ainda precisamos adotar medidas urgentes, com o intuito de

conscientizar, especialmente os jovens, da gravidade da doença e da vida

aprisionada pelo uso contínuo de medicamentos e seus efeitos colaterais. A criação

de ONGs de apoio aos jovens e a inclusão de programas de prevenção da AIDS

para adolescentes nas escolas é um grande passo para a redução dos elevados

índices nesse grupo.

De uma maneira ampla, é incontestável o quanto a AIDS é uma doença que

merece, por parte de todos, toda a atenção. Ela é causada por um retrovírus que

promove não apenas a alteração do material genético do portador, como também a

destruição gradativa do sistema imunológico, o que é perceptível na magreza e na

baixa imunidade. Sabe-se, ainda, que tal enfermidade ainda não possui cura e, por

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

10

isso, o número de mortes constitui uma das maiores preocupações da OMS

(Organização Mundial da Saúde).

A facilidade de transmissão e o alto descuido, como o observado em

transfusões sanguíneas, no aleitamento materno e em outros métodos utilizados

pelos portadores da doença, fazem com que haja aumento no número de casos e

nos índices de mortalidade pela doença no País. Diante disso, medidas adotadas

nos últimos anos no Brasil vêm se tornando eficazes no que tange ao tratamento. No

entanto, a baixa taxa de prevenção ainda é um fator preponderante para tal eficácia.

Contudo, não só os jovens, como também os adultos, se veem num mundo

altamente inescrupuloso e, por isso, a atenção devida é indispensável às demais

faixas etárias, para que a conscientização seja ampla.

Segundo o Diretor do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais do

Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, os dados demonstram que em 2014 foram

realizados 7,8 milhões de testes e, neste ano, 9,6 milhões. De acordo com o Diretor,

o Brasil já alcançou, entre a população adulta, a meta de suprimir a quantidade de

vírus circulante no organismo em pacientes testados. O objetivo é alcançar a

supressão viral (níveis de HIV equivalentes a zero) em 90% dos pacientes tratados.

Nosso Governo tem se empenhado bastante em relação ao combate ao vírus

HIV. Uma das novidades para o próximo ano é a disponibilização de autotestes de

HIV, que são uma ferramenta útil, sobretudo para pessoas que se sentem

constrangidas de pedir o exame para o médico.

Enfim, Sr. Presidente, devemos, sim, juntos, prevenir, combater e ajudar

todos os que precisam de tratamentos relacionados a esta doença que está

contaminando tantos jovens em nosso País.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

11

Era o que tinha a dizer.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, desejo registrar um texto do meu

amigo e amigo da misericórdia Padre Bosco, que escreveu sobre o encontro que a

Pastoral Carcerária Nacional realizou em Florianópolis, Santa Catarina, de 27 a 29

de novembro de 2015, no qual se tratou da anunciação pelo Papa Francisco do Ano

da Misericórdia, que será iniciado dia 8 de dezembro de 2015.

Este texto traz o significado de misericórdia e nos faz refletir sobre a cultura

em que vivemos, que é uma cultura de violência, ódio e morte.

Assim, escreve o Padre Bosco:

“A Pastoral Carcerária Nacional esteve reunida em

Florianópolis nos dias 27 a 29 de novembro, (2015), para

refletir sobre o ano da Misericórdia anunciado pelo papa

Francisco, que se iniciará no dia 08 de dezembro de

2015.

A primeira pergunta que devemos fazer: o que é

misericórdia? Em qualquer pesquisa na internet podemos

encontrar referencias diversas. De maneira simples

podemos afirmar que se trata do coração de Deus que se

compadece da nossa miséria. Esse é o significado da

palavra.

Na história de toda a Bíblia, Deus vai sempre

caminhando ao encontro do seu povo; Deus é como Pai e

Mãe (tem entranhas de misericórdia) e como um esposo

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

12

ciumento que não aceita a infidelidade do seu povo. O

povo é sempre infiel mas Deus permanece fiel e cumpre a

sua promessa.

Tudo isso vai de encontro à mentalidade que

herdamos da nossa cultura a respeito de um Deus que

castiga. Essa mentalidade já era predominante no tempo

de Jesus e ainda continua hoje de maneira muito forte. A

experiência que temos de muitos pais é transferida para

Deus como Pai.

Deus, no entanto, se revela de forma

misericordiosa, sempre disposto em salvar o seu povo. La

no Genesis, quando Deus se arrepende de ter criado o

ser humano, o próprio Deus decide salvar a humanidade

através de Noé. Genesis 6, 6 sobre o arrependimento.

Neste ano da misericórdia a primeira grande tarefa

que temos será a de levar a todas as pessoas a

necessidade que temos de contar com a misericórdia de

Deus, do seu amor por nós. Para que isso aconteça,

temos que avaliar e fazer a nossa parte. Jesus nos

adverte em Mateus 5: ‘Felizes os misericordiosos porque

alcançarão misericórdia’. O mesmo que esperamos de

Deus para nós, devemos também oferecer ao nosso

semelhante.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

13

Vivamos de forma cada vez mais acentuada em

uma cultura de vingança, de violência e de morte. Por isso

temos cada vez mais a necessidade de tomar consciência

da necessidade de uma relação misericordiosa, paciente

e acolhedora. A misericórdia não é e nem pode ser

apenas vertical mas também horizontal. Uma sociedade

que vai se pautando por uma relação sinodal e

misericordiosa, será, sem dúvida, uma sociedade sem

violência, sem castigos, sem autoritarismos, etc.

A pastoral carcerária precisa trabalhar de forma

ampla essa temática uma vez que como agentes,

convivemos com muitas situações ante misericordiosas;

além disso, somos chamados a dialogar com segmentos

específicos: famílias de presos, juízes, promotores,

defensores públicos, bispos de suas respectivas dioceses.

A misericórdia precisa ter uma dimensão espiritual mas

também pratica, objetiva.

Nas prisões do Brasil existem muitas pessoas

idosas, muitos doentes que dependem totalmente dos

outros, doentes mentais, mulheres com filhos com

necessidades especiais: porque não um perdão, uma

prisão domiciliar?

Nas unidades prisionais estão inúmeras pessoas

aguardando julgamento sem que a justiça lhes dê

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

14

sentença ou absolvição; vivem uma situação de profunda

injustiça, longe de suas comarcas e da família, apenas

suspeitos e acusados de pequenos delitos; temos pelo

Brasil a fora inúmeros homens e mulheres que já

cumpriram pena mas continuam ainda trancafiados nas

prisões sem direito a uma defensoria que lhes assista.

A misericórdia para essas pessoas consiste em

oferecer-lhes a liberdade necessária e justa. A pastoral

carcerária precisa dialogar, a meu ver, com a presidência

da CNBB e também o ministério de justiça nessa direção

e o mesmo em cada estado para a implantação de

adoção de medidas.”

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Pastoral Carcerária tem um trabalho

evangelístico muito sério e voltado ao mandato de Jesus na terra. Por isso, aplaudo

de pé aqueles que vivem para anunciar as boas-novas de Cristo Jesus nosso

salvador, a todos aqueles que de alguma forma estão aprisionados.

A misericórdia não é algo que teoricamente explicamos, e sim algo que

vivemos. Dela, o amor de Deus nos transmite a cada dia paz, amor e alegria.

A propósito da misericórdia sobre a libertação dos seres humanos, nosso

Senhor Jesus disse: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para

evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração, a pregar

liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os

oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor”. (Lucas 4:17-19).

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

15

Enfim, quero parabenizar o Padre Bosco, bem como louvar a Deus pela vida

de todos aqueles que comungam do mesmo propósito e que fazem parte da

Pastoral Carcerária. Deus os abençoe com toda a sorte de bênçãos emanadas do

céu.

Era o que tinha a dizer.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

16

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Informo aos Srs. Deputados que o

painel será aberto às 18 horas.

Concedo a palavra à Deputada Carmen Zanotto, do PPS de Santa Catarina.

V.Exa. poderá falar por 2 minutos, em nome das bravas mulheres deste País.

A SRA. CARMEN ZANOTTO (PPS-SC. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, solicito que meus dois pronunciamentos da

tarde de hoje sejam dados como lidos e divulgados pelos veículos de comunicação.

Um deles trata das denúncias de assédio no Ministério das Relações

Exteriores, o Itamaraty, publicadas pelo jornal O Globo, na semana passada, em que

a jornalista Catarina Alencastro faz uma detalhada relação do que poderia estar

acontecendo no Itamaraty. A partir daí, fiz um pedido de informação ao Itamaraty,

porque não podemos nos calar frente a fatos dessa relevância, em especial no

Itamaraty. Isso não é permitido em local nenhum, mas lá se imaginava que esse tipo

de situação não poderia nem deveria estar acontecendo.

Com relação ao preço dos medicamentos, os jornais de hoje trazem que a

indústria está reduzindo os descontos para as farmácias. Nós já tivemos um reajuste

de 5,68% em abril deste ano. Agora, com a redução dos descontos da indústria para

a farmácia, quem vai pagar, mais uma vez, pelo reajuste — vamos dizer assim,

porque, quando o desconto é retirado, a farmácia repassa o custo para o

consumidor final — é, de novo, a população brasileira, que arca com as

consequências do momento e da crise econômica que estamos vivendo.

Peço que o meu pronunciamento seja divulgado nos meios de comunicação,

Sr. Presidente.

Muito obrigada!

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

17

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - V.Exa. será atendida nos termos

regimentais.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, reportagem publicada pelo jornal O

Globo, na última terça-feira, denuncia supostos casos de assédio moral e sexual no

Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty.

De acordo com a matéria da jornalista Catarina Alencastro, mulheres

diplomatas iniciaram um movimento interno, por meio de um grupo fechado no

Facebook, para denunciar casos em que foram vítimas de comportamento sexista,

chamado por elas de “microviolência” contra a mulher.

Por meio desse grupo, foram colhidos depoimentos de 108 casos de

microviolência contra a mulher, usando os conceitos que as próprias diplomatas

estão se utilizando. É constrangedor e inaceitável que estejamos nos deparando

com uma situação desse tipo e numa Pasta reconhecida e admirada nacional e

internacionalmente pela qualidade intelectual de seus servidores. Por essas razões,

formulei requerimento de informação para cobrar do Itamaraty um posicionamento a

respeito e prestar solidariedade às diplomatas.

Retornando ao jornal O Globo, há relatos de que mulheres diplomatas em

várias ocasiões foram proibidas de levar seus maridos para eventos em que as

esposas dos diplomatas foram convidadas e ainda algumas que foram aconselhadas

a não participar de jantares ou reuniões porque só haveria diplomatas homens.

Essas diplomatas se queixaram de estar se sentindo deslocadas ou constrangidas.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

18

Estamos no curso da campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência

Contra as Mulheres, que se iniciou no último dia 25 de novembro, e encerra-se no

próximo dia 10, deste mês. Nada mais paradoxal de que tais casos virem à tona no

bojo da campanha dos 16 dias.

Enfim, não podemos tolerar que o nosso símbolo de relações internacionais, o

Itamaraty, tenha sua reputação maculada por desvios conforme aponta a

reportagem do jornal O Globo.

Incito a Direção da Pasta a atuar com determinação para investigar e punir os

responsáveis por esses assédios, desde que os casos se comprovem. Enquanto

Parlamentar atuante nas pautas de gênero, especialmente na defesa dos direitos

das mulheres, fica aqui o meu registro e a expectativa de que o Itamaraty responda

aos termos do requerimento que estamos remetendo ao órgão.

Obrigada.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero me pronunciar a respeito de

informações preocupantes divulgadas hoje pela grande imprensa. Para ser mais

específica, quero comentar sobre a alta dos remédios no Brasil.

Reportagem do jornal O Globo informa que o preço dos remédios está

sofrendo alta inesperada neste fim de ano, que pode pesar até 20% a mais no bolso

do consumidor.

Esses produtos têm o valor controlado pelo Governo Federal, que autorizou

reajuste médio de 5,68% em abril.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

19

Agora, nesta segunda onda de aumentos, os preços sobem porque os

fabricantes vêm reduzindo os descontos que ofereciam às farmácias. As redes, por

sua vez, também acabam dando abatimentos menores aos clientes.

De acordo com fabricantes, a alta do dólar pressiona os custos de produção,

então os descontos são cortados para manter as margens de lucro.

Representantes do setor dizem que os descontos nas farmácias variam muito

de produto para produto, dependem da quantidade que elas compram dos

fabricantes (quanto maior a compra, menor o preço) e da concorrência do segmento.

No Brasil, os valores dos remédios controlados só podem ser aumentados em

março, obedecendo a critérios estipulados pelo Ministério da Saúde e pela ANVISA

(Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Apesar dessas regras, o efeito cascata provocado pela retirada de descontos

por parte da indústria fará com que os brasilienses, na prática, paguem mais caro

fora de época.

O alerta tem que ser ouvido pelo Ministério da Saúde e pela ANVISA.

No quadro de dificuldades que o País está enfrentando, submeter milhões de

pessoas dependentes de medicamentos a isso é inaceitável.

Algo tem que ser feito para frear essa escalada, sob o risco de prejudicar de

forma drástica a vida de muitos cidadãos.

Obrigada.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

20

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Concedo a palavra ao eminente

Deputado Carlos Henrique Gaguim, o nosso eterno Governador de Tocantins.

Agora, em homenagem aos homens, V.Exa. disporá de 2 minutos.

O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM (PMB-TO. Sem revisão do orador.) -

Meu querido Presidente, aqui, nesta tarde, gostaria de expressar a minha

preocupação com relação ao meu Estado de Tocantins. Neste final de semana, ao

percorrer vários Municípios do meu Estado, vi que as estradas já estão em uma

situação ruim. E olha que a chuva está começando agora! Então, desta tribuna, volto

a cobrar do Governo uma posição firme na questão das nossas rodovias. Quando a

chuva começar, não vai haver condições de arrumar essas estradas. Haverá mais

gastos, e a população é quem vai pagar esse preço mais alto imposto ao cidadão.

Por isso, faço esse alerta e peço ao Governo que tome providências no

sentido de recuperar as nossas estradas, a estrada da orla de Palmas, o anel viário.

Daqui a uns dias, em Palmas, milhares de caminhões estarão trafegando dentro da

cidade e acabando com o asfalto, o que acarretará mais prejuízos. Tem que ser feito

o anel viário na cidade de Palmas; têm que ser tomadas providências.

Estou cobrando também do Prefeito daquela cidade. A cidade está muito

bonita, mas os impostos e os alvarás dos médicos, dos dentistas, dos profissionais

liberais estão, Sr. Presidente, nas alturas. Ninguém dá conta de pagar.

A cidade está uma maravilha! Sua iluminação ganha de Paris. Quem for a

Palmas vai ver. Mas não só a iluminação importa, Sr. Presidente. É preciso baixar as

taxas para que as indústrias se instalem na cidade, gerando emprego e renda para o

nosso povo. É preciso melhorar os hospitais. Não adianta nada a cidade estar

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

21

bonita, se faltam cotonete e dipirona nos nossos hospitais. Temos, sim, que

trabalhar com responsabilidade.

E este Deputado, que está aqui, que conhece aquela cidade, que foi o seu

primeiro morador, tem uma responsabilidade muito grande. A minha

responsabilidade é com o povo que me elegeu. Não é com o Governo — nem

estadual, nem municipal —, mas, sim, com o povo, que me deu o mandato de

Deputado Federal.

Nós gostaríamos de deixar registrado nos Anais desta Casa e no programa A

Voz do Brasil o nosso posicionamento quanto aos grandes impostos no Tocantins,

os mais altos do País. Amanhã vou falar sobre a energia no Estado, a energia mais

cara do País. O povo não aguenta mais.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - V.Exa. será atendido, nos termos

regimentais.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

22

O SR. PRESIDENTE (Gonzaga Patriota) - Convido o Deputado Carlos

Henrique Gaguim a assumir esta Presidência.

O Sr. Gonzaga Patriota, nos termos do § 2° do art.

18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,

que é ocupada pelo Sr. Carlos Henrique Gaguim, nos

termos do § 2° do art. 18 do Regimento Interno.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

23

O SR. PRESIDENTE (Carlos Henrique Gaguim) - Tem a palavra o nosso

querido Deputado Gonzaga Patriota.

O SR. GONZAGA PATRIOTA (PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero fazer alguns registros.

O primeiro é que estivemos em Recife, na última segunda-feira,

acompanhado pelo Ministro da Saúde, Marcelo Castro. Lá fomos recebidos pelo

Governador Paulo Câmara e pelo Secretário de Saúde, José Iran Costa Júnior, para

tratar de uma coisa que aparentemente era pequena, mas que é muito grande, a

microcefalia, que está se estendendo pelo Brasil inteiro.

O Governador logo destinou 25 milhões de dólares para começar o combate a

essa que é uma doença muito perigosa, através de parceria com os Municípios. E o

Secretário de Saúde, na sexta-feira, esteve lá com a Presidenta Dilma, juntamente

com o Governador e Prefeitos, representados pelo Prefeito José Patriota, que é o

Presidente da AMUPE — Associação Municipalista de Pernambuco. Esse trabalho

está sendo feito lá no Estado de Pernambuco.

Eu vou deixar meu pronunciamento disponível para ser divulgado.

Outro registro é que um matuto — e permitam-me chamá-lo assim; nós temos

intimidade de fazê-lo — nascido lá na Ingazeira estudou Direito e tornou-se Juiz,

Desembargador de Pernambuco, com muito orgulho: o Dr. Bartolomeu Bueno. Este

registro é pelo trabalho que esse ingazeirense faz pela Justiça brasileira, tanto no

Conselho Nacional de Justiça como, agora, no cargo de Presidente da ANDES, que

é a Associação Nacional dos Desembargadores do Brasil. O Dr. Bartolomeu está à

frente de mais de 2.200 desembargadores.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

24

Isso nos deixa muito felizes não apenas por ele ser um conterrâneo lá do

Pajeú, lá da Ingazeira, mas por ser um homem sério, que, dentro de um Poder muito

sério também, o Poder Judiciário do Brasil, junto com os desembargadores, faz com

que a Justiça possa chegar mais próximo das pessoas que carecem dela.

Eu quero parabenizar o Dr. Bartolomeu Bueno, o Poder Judiciário do meu

Estado de Pernambuco e os desembargadores por ele ter assumido a Presidência

da ANDES, no dia 27 de novembro.

Quero falar de outro assunto, Sr. Presidente Gaguim, que vem acontecendo

no Nordeste e com que temos que ter muito cuidado: a seca. Falamos aqui de

combater a dengue para evitar a microcefalia, que está matando gente e

prejudicando as crianças que nascem com esse problema. Por outro lado, o

Governo nunca se apercebeu de conviver com a seca do Nordeste, que — pelo

menos durante esses mais de 500 anos — eu acredito que seja a maior já vista.

Secou até o maior lago artificial do mundo, que é Sobradinho. Sobradinho entraria

hoje no volume morto, com 0% de sua capacidade. Está chegando um pouquinho de

água, menos de mil metros cúbicos por segundo, soltando 800, 900. A energia vai

parar de ser produzida lá em Sobradinho e, possivelmente, lá nas barragens de

Paulo Afonso.

Então eu acho que o Governo tem que se aperceber de uma coisa: quanto é

que ele está gastando com carros-pipa durante todos os anos, sem resolver o

problema?

Eu estou com um projeto que, depois de 20 anos aqui, agora foi aprovado na

Comissão de Viação e Transportes. Já fizemos audiência pública, à qual estiveram

presentes representantes do Ministério dos Transportes, porque é uma hidrovia que

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

25

queremos entre o Rio São Francisco e o Rio Tocantins, onde V.Exa. foi Governador.

Temos sentido aqui, por parte dos tocantinenses, todo o apoio para que tenhamos

essa interligação e que a hidrovia contribua para levar as riquezas do Nordeste para

o Norte e vice-versa.

O projeto foi aprovado agora, mas não vemos nenhuma ação dos governos,

nem reza para ver se Deus manda chuva para Minas Gerais, um pouco para cima,

para ver se volta a encher pelo menos o Lago de Itaparica, o Lago de Sobradinho,

os lagos que existem em Paulo Afonso e abaixo de Paulo Afonso. O resultado é que

o Governo parece mesmo querer continuar com os carros-pipa, continuar com

aquelas pessoas que fazem a opção de estar onde nasceram, na zona rural, nas

caatingas desse Sertão nordestino. Eu não sei... Hoje mesmo me ligaram lá de

Rajada perguntando o que fazer, porque o Governador do Estado não está dando

conta. Só em Petrolina e região, de quase 200 carros-pipa, foram reduzidas para

menos da metade. O Dino, de Rajada, ligou; alguém me ligou lá do Castanheiro;

alguém de Dormentes; de Afrânio, e ficamos aqui impotentes, sem saber dizer ao

eleitor como é que vamos chegar.

Eu quero, obviamente, antes dessa interligação de Tocantins com o São

Francisco, que possamos olhar, aumentar o número de carros-pipa, ver como

chegar perto dessas pessoas, para que elas não saiam de onde estão — da zona

rural, da Caatinga —, porque não tem água em suas propriedades. Secaram todos

os mananciais — pequenos, médios e até grandes — que temos naquela região,

tanto na região de Salgueiro quanto na região do Araripe, na região de Petrolina, do

Pajeú, de Afogados da Ingazeira, da minha querida Sertânia, no Moxotó, até do

Agreste. Eu nunca tinha visto aquilo!

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

26

Indo para Gravatá — com o Governador, com o Ministro da Saúde, com

nossos secretários, tendo à frente o Secretário de Saúde —, na última segunda-

feira, passamos pela região do Agreste, e ela estava toda seca.

Então, eu venho aqui fazer um apelo ao Governo da Presidente Dilma antes

que aconteça esse impeachment. Porque, pelo que estou vendo aí, eu vou olhar

para o lado do direito, do que tem de direito, mas quando nós vemos o que

aconteceu dentro desse Governo...

Talvez ainda não tenha lhe acusado diretamente, mas nós não vemos nem

como a senhora continuar esse mandato, mas, enquanto está por aí, vamos ver se a

senhora dá uma olhada para estas duas coisas: o nosso projeto de interligação do

Tocantins com o São Francisco e também o envio de recursos para os Estados e

Municípios manterem esses carros-pipa e esses programas que existem por aí.

Sr. Presidente, muito obrigado por esta oportunidade. Fico aqui à disposição

para que nós possamos — se Deus quiser — levar água lá daquele belo Tocantins

para o nosso querido Rio São Francisco.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Henrique Gaguim) - Parabéns a esse grande

Deputado pelo seu discurso!

Estamos à disposição, Deputado.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Secretário de Saúde de

Pernambuco, José Iran Costa Júnior, anunciou um investimento de R$25 milhões do

Governo do Estado para auxiliar no tratamento da microcefalia e no combate ao

mosquito Aedes aegypti no Estado. O inseto transmite doenças como zika vírus,

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

27

dengue e chikungunya — supostamente relacionados à microcefalia. O anúncio foi

realizado na tarde desta segunda-feira (30) durante um encontro em Gravatá,

Agreste.

De acordo com o Secretário, do total que será investido, R$15 milhões serão

destinados para a estruturação de 15 centros regionais de atenção às crianças com

microcefalia, R$5 milhões para campanha de mídia e Defesa Civil, e outros R$5

milhões para a aquisição de material de campo e Equipamento de Proteção

Individual (EPI).

No encontro, José Iran Costa Júnior disse que neste ano os casos de dengue

no Estado tiveram aumento de 176% em relação a 2014 e que Pernambuco se

encontra em estado de epidemia com relação aos casos da doença. Segundo o

Secretário, foram diagnosticados 237 casos graves de dengue e 22 mortes em 2015.

Ele também destacou que 82% dos “criadouros de Aedes aegypti são encontrados

nas casas das pessoas”. Quanto às notificações de microcefalia, no Estado já foram

registrados 399 casos em meninas e 247 em meninos.

O Secretário Estadual de Saúde ainda destacou que Recife, Caruaru, Serra

Talhada e Petrolina estão aptas para receber vítimas das doenças causadas pelo

mosquito. Os locais também estão capacitados para dar assistência às crianças com

microcefalia. Em Recife, as unidades de saúde indicadas para atender estas

demandas são o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), o

Hospital Agamenon Magalhães, o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros

(CISAM), o Hospital Barão de Lucena, o Hospital Universitário Oswaldo Cruz

(HUOC), a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), e a Unidade

Pernambucana de Atenção Especializada (UPAE) de Limoeiro.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

28

Em Caruaru, as unidades são o Hospital Mestre Vitalino, Hospital Jesus

Nazareno e as UPAE de Caruaru, Belo Jardim e Garanhuns. No Município de Serra

Talhada, as unidades de saúde aptas são o Hospital Regional Professor Agamenon

Magalhães (HOSPAM) e as UPAEs de Arcoverde, Serra Talhada e Afogados da

Ingazeira. Já em Petrolina, quem necessitar poderá se dirigir ao Hospital Dom Malan

e às UPAEs de Petrolina e Salgueiro.

Enquanto isso, Sr. Presidente, os casos de microcefalia continuam

assustando a população pernambucana. Os casos são diversos. Fernando comprou

um berço rosa para a menina dele que iria nascer. Agricultor em Vitória de Santo

Antão, a 52 quilômetros do Recife, passou quase 9 meses de gestação da mulher,

Francielle, dando beijos na barriga dela com o desejo de que o carinho fosse sentido

por Maria Fernanda, sua primeira filha. Armou o móvel ao lado da cama do casal faz

2 meses. Na madrugada de quarta-feira, Fernando juntou R$80 às carreiras e pagou

um carro de aluguel para levar Francielle até a maternidade de serviço público. A

bolsa havia estourado. Um pai de 22 anos e uma mãe de 21 anos tinham 30 minutos

do Engenho Serra Branca, na zona rural, até o Hospital João Murilo Oliveira. Maria

Fernanda nasceu às 11h30min. Fernando não estava: já trabalhava sob o sol da

roça para ganhar o sustento da família. À noite, fim da lida, envolveu pela primeira

vez o novo amor nos braços musculosos. Chorou de alegria.

Maria Fernanda, pernambucana, 4 dias de nascida, 2.700 gramas após 38

semanas de gestação, 31 centímetros de perímetro encefálico. É o mais recente

caso de bebês notificados com suspeita de microcefalia aqui. A recomendação do

Ministério da Saúde para o Nordeste é que as crianças com menos de 32

centímetros sejam registradas para que se verifique se é microcefalia ou uma

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

29

criança com tamanho pequeno para a idade gestacional. Um PIG, segundo a sigla

usada.

Levantamento feito pelo Diário de Pernambuco mostra que em Vitória de

Santo Antão a taxa de notificados por desconfiança de microcefalia é de 9,6 por 100

mil habitantes. Alta. No Recife, a incidência é de 6,0 por 100 mil habitantes. Com

134,8 mil habitantes, em Vitória de Santo Antão, a cada 10.374 pessoas, há um

bebê investigado por microcefalia. Foram 13 bebês, informa o último boletim da

Secretaria de Saúde. A Diretoria do João Murilo Oliveira contabilizava 26 casos pré-

notificados desde o dia 30 de outubro. Esta estatística tem dinâmica acelerada.

“Verifiquei as mãos e os pezinhos. Ela é perfeitinha. Só é pequena, mas isso

é questão de tempo”, dizia a tia e acompanhante da mãe, D. Marli Santos, de 43

anos. “Estou mais preocupada com a pele amarelinha”. Francielle, só balançando a

cabeça, contou que não tem tensão quanto à saúde da filha. O pai deu um sorriso

nervoso, disse que ele tem, sim. Fez gosto de posar para foto com a garotinha.

Francielle não acompanhou o noticiário recente sobre o boom da microcefalia,

malformação congênita na qual o cérebro do bebê se desenvolve menos que o

esperado. O perímetro encefálico menor é relacionado a retardo mental e sequelas

neurais diversas.

Como em Vitória, a incidência proporcional da microcefalia é relevante do

ponto de vista estatístico. Ajuda a compreender um conjunto — como, por exemplo,

Moreilândia (Sertão), com 11.245 mil habitantes, está no topo da lista de incidência

de acordo com habitantes. Lá, foram cinco casos.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

30

No momento, tudo o que se busca são respostas para o fenômeno. Em cada

número, há tensão, um drama familiar novo, assim como o que acompanha

Fernando, Francielle e a pequena Maria Fernanda.

Pernambuco está atento e atuando, Sr. Presidente. O Estado acaba de criar

uma força-tarefa para investigar a causa do aumento do número de casos de

microcefalia (condição em que o tamanho da cabeça é menor do que o normal para

a idade) em recém-nascidos. Os registros do Sistema Nacional de Nascidos Vivos

(SINASC) demonstram que, de janeiro a setembro, 20 bebês nasceram com essa

alteração no crescimento do cérebro — 70% só em agosto e setembro. No mesmo

período de 2013 e 2014, foram registrados, respectivamente, 10 e 12 casos.

O aumento pode ser explicado por diversos motivos, incluindo infecções

congênitas — aquelas transmitidas pela mãe ao filho durante a gravidez, como

toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus. Os especialistas também investigam uma

possível relação entre esses casos recentes de microcefalia com quadros de

infecção causados pelo vírus da dengue, chikungunya ou zika durante a gestação,

especialmente no primeiro trimestre da gravidez, período crucial para o

desenvolvimento do cérebro do bebê.

“É importante ressaltar que ainda não podemos fazer essa relação com

dengue, chikungunya e zika. A questão é que, desde o começo do ano, vivemos

uma epidemia de dengue, que coincide com o período de gestação das mulheres

que recentemente deram à luz um bebê com microcefalia. Mas é muito cedo para

chegarmos a qualquer conclusão porque estamos iniciando o trabalho”, explica a

neurologista infantil Adélia Henriques Souza, que é membro do grupo de

especialistas que se reúnem na segunda-feira (26) com o objetivo de discutir a

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

31

criação de um protocolo para estabelecer critérios de investigação dos novos casos.

Fazem parte dessa força-tarefa outros médicos neurologistas, infectologistas e

clínicos. Participam ainda da reunião representantes da Secretaria Estadual de

Saúde (SES) e do Ministério da Saúde.

“Vamos fazer uma busca ativa para analisar se o aumento do número de

recém-nascidos com microcefalia está ocorrendo também em outros Estados do

Brasil”, acrescenta Adélia. Para ela e outros médicos que participam desse trabalho

de análise, essa elevação é muito expressiva, especialmente se for levado em

consideração o cenário extraoficial percebido nos últimos 15 dias — e que ainda não

está nos registros do SINASC. “Em duas semanas, observamos 26 novos casos de

microcefalia em recém-nascidos. Esse dado inclui apenas os bebês das

maternidades públicas. Aqueles que nasceram nas unidades privadas ainda serão

incluídos na investigação”, diz o médico Carlos Brito, pesquisador colaborador do

Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, unidade da Fundação Oswaldo Cruz

(FIOCRUZ) em Pernambuco.

O médico reforça que ainda é muito precoce pensar num elo entre recém-

nascidos com microcefalia e infecção pelo vírus da dengue ou zika na gestação. “A

má formação do cérebro inclui um leque grande de causas, e vamos analisar todas

as hipóteses na tentativa de descobrir o agente que pode estar causando esse

aumento no número de casos”, informa Carlos Brito. A literatura médica, segundo

ele, mostra relação entre algumas manifestações neurológicas e os vírus da dengue

e zika. “Mas não podemos confirmar que isso justifica o cenário que temos

observado em Pernambuco. Então, não há motivo para pânico. ”

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

32

A SES esclarece que já foi comunicada sobre a ocorrência desses novos

casos de microcefalia em recém-nascidos em Pernambuco. Com o apoio das

equipes das unidades de saúde públicas e privadas envolvidas, a Secretaria

consolida informações decorrentes de exames de imagem dos bebês, amostras de

sangue das mães e dados gerais do pré-natal.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Desembargador Bartolomeu Bueno

tomou posse como Presidente da Associação Nacional dos Desembargadores —

ANDES. A solenidade aconteceu na tarde da última sexta-feira (27/11), na sede da

Associação, no Rio de Janeiro. Ele assume o posto para o triênio 2015-2018, tendo

ao seu lado a Desembargadora Cleonice Silva Freire (MA), 1ª Vice-Presidente; o

Desembargador Eduardo Augusto Paurá Peres (TJPE), 1º Secretário; e o

Desembargador Alberto Nogueira Virgínio (TJPE), 1º Tesoureiro.

“Chego com o intuito de servir à Justiça Brasileira. Nosso compromisso será

cumprido rigorosamente, com muito trabalho, dedicação, transparência e

responsabilidade. Agradeço aos meus pares a confiança depositada. Vamos

trabalhar com afinco para fortalecer ainda mais a entidade: buscar alternativas

viáveis em defesa dos interesses e das necessidades de todos os magistrados e da

melhoria da prestação do serviço jurisdicional”, ressaltou o Desembargador.

O plano de trabalho do Presidente eleito prevê ações voltadas para

problemas mais específicos da categoria, como a regulamentação da aposentadoria

compulsória. Bartolomeu Bueno é defensor irrestrito da extensão dos benefícios da

chamada PEC da Bengala, que altera de 70 para 75 anos a idade da aposentadoria,

para todos os servidores públicos, em especial para a magistratura.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

33

Também serão prioridades na agenda do novo Presidente o

acompanhamento efetivo dos projetos de lei, propostas de emenda à Constituição e

normativas voltadas para a magistratura; resgatar a discussão sobre a aprovação do

Estatuto da Magistratura; a ampliação do quadro de sócios para congregar os cerca

de 2,2 mil desembargadores do Brasil; a intensificação das relações com as

associações congêneres; a busca da independência do Poder Judiciário, sua

autonomia administrativa, orçamentária e financeira, entre outras ações.

Bartolomeu Bueno já exerceu os cargos de Vice-Presidente e Corregedor do

Tribunal de Justiça de Pernambuco. Nasceu a 5 de janeiro de 1954, no Município de

Ingazeira, Pernambuco. É filho de Maria Freitas Pedrosa e José Pereira de Morais.

Tornou-se Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Recife (Universidade

Federal de Pernambuco) em 1978, tendo atuado como advogado até o ano de 1982,

quando foi aprovado em concurso público para o Cargo de Juiz de Direito, na 15º

colocação, e nomeado em 28 de outubro de 1982 para a Comarca de Exu. Ainda na

1ª Entrância, atuou nas Comarcas de Palmeirina e Lagoa dos Gatos.

Em 1985, foi promovido para a 2ª Entrância, tendo atuado em Olinda,

Garanhuns e Petrolina, até voltar para a Comarca Olindense, em 1987, onde

permaneceu como titular até 1991. Nesse mesmo ano, foi promovido para a 3ª

Entrância, período em que exerceu, durante 10 anos, o cargo de Juiz da 1ª Vara da

Infância e Juventude da Capital. Foi, ainda, Juiz Eleitoral das Comarcas de Exu,

Afogados da Ingazeira, São José do Egito, Garanhuns, Igarassu, Petrolina,

Palmares e Recife, tendo presidido e apurado as eleições municipais e gerais nas

respectivas zonas eleitorais. O magistrado atuou como Juiz Coordenador da

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

34

Propaganda Eleitoral e das Pesquisas Eleitorais no 1º e 2º turnos dos pleitos de

2000 e 2006.

No biênio 1997/1999, foi Diretor do Fórum da Capital. Exerceu, também, as

funções de Corregedor Auxiliar da Corregedoria Geral da Justiça e de Juiz Assessor

Especial da mesma Corregedoria, entre 1999 e 2001. O Magistrado, pelo critério de

merecimento, é Desembargador do Tribunal de Justiça desde 22 de janeiro de 2001.

Foi membro da comissão do concurso para Juiz Substituto do Poder Judiciário em

2001/2002, tendo elaborado a prova prática de sentença cível.

Atuou, ainda, como Desembargador Eleitoral, eleito para o biênio 2002/2004,

tendo sido reeleito para o biênio 2004/2006. Foi o Relator-Geral do Projeto do COJE

— Código de Organização Judiciária do Estado de Pernambuco e coordenador da

comissão que elaborou o anteprojeto de novo Regimento Interno do TJPE. Presidiu

o 1º Grupo de Câmaras Cíveis, a 3ª Câmara Cível e a Sessão Cível.

Recebeu os títulos de Cidadão Honorário dos Municípios de Palmeirina,

Angelim, Recife, Tabira, Olinda, São José do Egito e Tuparetama, todos aprovados

por unanimidade pelas respectivas Câmaras de Vereadores.

Entre outras comendas recebidas, foi agraciado com a Medalha do Mérito Nilo

Coelho, concedida pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco em 2001;

Medalha do Mérito Eleitoral Frei Caneca, outorgada pelo Tribunal Regional Eleitoral

de Pernambuco em 2004; Medalha de Mérito ESMAPE — Classe Ouro, em 2007;

Medalha do Mérito do Corpo de Bombeiros Militares de Pernambuco, em 2009;

Medalha ao Mérito, concedida pela Câmara Municipal de Ingazeira, em 2011;

Medalha Sandra Arantes do Nascimento, concedida pela Associação Pernambucana

das Mães Solteiras — APEMAS, em 2011.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

35

Recebeu, além disso, o Título de Amigo e Parceiro da Instituição, entregue

pela Defensoria Pública do Estado de Pernambuco; e o Prêmio ADEMI-PE Especial,

pelo relevante trabalho de desenvolvimento relativo à atividade imobiliária praticada

junto aos cartórios de registro de imóveis do Estado de Pernambuco.

Em 26 de junho de 2008, em Sessão do Tribunal Pleno, foi eleito Vice-

Presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, para um mandato de 26 de junho

de 2008 a 9 de fevereiro de 2010. No exercício da Vice-Presidência, conseguiu zerar

o número de processos no gabinete da por três vezes: em fevereiro de 2009, em 13

de agosto deste mesmo ano e em 5 de janeiro de 2010.

Idealizou e promoveu a realização da I Reunião de Vice-Presidentes de

Tribunais de Justiça (I REVIP), na cidade do Recife, com a presença de

representantes de 14 Estados e 17 Desembargadores Vice-Presidentes. No evento,

sugeriu a fundação de um órgão colegiado e foi eleito, por aclamação, para ocupar o

cargo de Presidente do Colégio Permanente de Vice-Presidentes de Tribunais de

Justiça do Brasil — CPVIP, para o biênio 2008/2010, quando realizou encontros em

Brasília (maio/2009), Porto Velho (novembro/2009), além de no Recife, por duas

vezes (novembro/2008 e maio/2010).

Além de fundador, o Desembargador Bartolomeu Bueno foi aclamado pelos

pares como Membro Nato do Colégio de Vice-Presidentes. Desde setembro de

2008, Bartolomeu Bueno é Conselheiro e Presidente de Honra do Conselho

Deliberativo do Santa Cruz Futebol Clube.

Em Assembleia Geral realizada no Rio de Janeiro em 19 de novembro de

2009, foi eleito 1º Vice-Presidente da ANDES — Associação Nacional de

Desembargadores, para 2010/2013.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

36

No dia 2 de dezembro de 2009, foi eleito Corregedor Geral da Justiça do

Estado de Pernambuco para o biênio 2010/2012, por decisão unânime dos 36

desembargadores presentes à sessão ordinária do Tribunal Pleno realizada no

Palácio da Justiça. Em 10 de fevereiro de 2010, tomou posse no cargo.

No exercício do cargo de Corregedor, promoveu a reorganização estrutural do

órgão e criou o projeto pioneiro no Brasil da auditoria de inspeção da Corregedoria,

formada por um corpo especializado de analistas auditores. Realizou, ainda, a

primeira Correição Geral Ordinária da Capital e correições gerais e parciais nas

comarcas de Paulista, Jaboatão dos Guararapes, Carpina, Vicência, Nazaré da

Mata, Aliança, Bonito, Panelas, Cupira, Agrestina, Toritama, Brejo da Madre de

Deus, Santa Cruz do Capibaribe, Caruaru, Arcoverde, Venturosa, Pedra, Buíque,

Triunfo, São José do Belmonte, São José do Egito, Afogados da Ingazeira, Sertânia,

Custódia, Ouricuri, Trindade, Araripina, Petrolina, Serra Talhada e Catende, além de

inspeções simultâneas em mais de 90 unidades jurisdicionais do Estado de

Pernambuco.

Durante a sua participação no 55º Encontro dos Corregedores Gerais da

Justiça dos Estados e do Distrito Federal (ENCOGE), realizado em Belém-PA, o

Desembargador Bartolomeu Bueno foi eleito, por aclamação, Presidente do Colégio

de Corregedores para o ano de 2011, tomando posse em 1º de janeiro de 2011.

Sediou, no Recife, entre 14 e 16 de abril de 2011, o 56º ENCOGE, contando

com a presença da Ministra do STJ e Corregedora do Conselho Nacional de Justiça

Eliana Calmon, de 29 Desembargadores Corregedores representantes de 26

Estados e do Distrito Federal, além do Presidente do Colégio de Presidentes dos

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

37

Tribunais de Justiça, Desembargador Marcus Faver, e da Presidente do Colégio de

Vice-Presidentes, Desembargadora Cleonice Freire.

No exercício da Presidência do Colégio de Corregedores, presidiu os

encontros realizados em Araxá, Minas Gerais (agosto/2011) e Cuiabá, Mato Grosso

(novembro/2011). Em Assembleia Geral realizada no Rio de Janeiro, em 27 de

agosto de 2012, foi reeleito 1º Vice-Presidente da ANDES —Associação Nacional de

Desembargadores, para 2013/2016.

Foi eleito membro do Conselho Deliberativo do Programa de Proteção à

Testemunha Ameaçada de Pernambuco — PROVITA, para o biênio de 2014-2016.

Atualmente, o Desembargador Bartolomeu Bueno compõe a Corte Especial, o 1º

Grupo de Câmaras Cíveis e a 3ª Câmara Cível, da qual é o Presidente.

Parabéns e sucesso ao Desembargador Bartolomeu Bueno!

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

38

O SR. PRESIDENTE (Carlos Henrique Gaguim) - Concedo a palavra ao Sr.

Deputado Laerte Bessa, para uma Comunicação de Liderança, pelo PR.

O SR. LAERTE BESSA (Bloco/PR e como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente Carlos Henrique Gaguim, nosso ex-Governador do Tocantins, eu

queria, nesta oportunidade, fazer alguns comentários sobre o processo de

impeachment que nós vamos abrir hoje a partir das 18 horas e queria falar também

um pouco sobre o PMDB, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro.

Para o sucesso da aprovação do impeachment, eu tenho a certeza de que o

PMDB vai ter que votar com o povo brasileiro. Nós não podemos mais ficar

subjugados ao Partido dos Trabalhadores, que, simplesmente, acabou com o nosso

País.

Se for para falar sobre o PMDB, eu falo, porque eu tenho credencial para falar

sobre o PMDB. Eu pertenci ao PMDB por vários anos, fui levado para aquele partido

por três grandes estadistas do Partido do Movimento Democrático Brasileiro: o

Governador Roriz, que governou Brasília por vários anos; outro líder, Tadeu

Filippelli, ex-Vice-Governador do Distrito, no último mandato; e, também, o atual

Vice-Presidente da República, Michel Temer, um dos políticos mais íntegros do

Brasil — eu não tenho dúvida disso.

O PMDB sempre foi encarado, sempre se demonstrou que o PMDB era um

partido fisiologista, um partido oportunista, que sempre foi amigo do rei. Apesar de

nunca ter sido rei, na verdade, nunca perdeu a majestade.

O PMDB sempre esteve no poder. E nós não podemos deixar de reconhecer

o PMDB como um grande partido que poderá decidir os rumos do nosso País.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

39

Veja bem, Sr. Presidente Gaguim, o que mais o PMDB quer do Brasil? Será

que não está na hora de o PMDB fazer o bem para o País, reconhecer que este

Governo ao qual ele está aliado simplesmente acabou com o nosso País, dilapidou o

nosso patrimônio, que este Governo que está aí simplesmente acabou com a alma

do Brasil, que é a PETROBRAS? O nosso maior orgulho era a PETROBRAS. O que

nós podemos dizer? Que a Dilma é honesta? Não acredito, não. É só nós nos

lembrarmos de Pasadena que nós vamos pensar de outra forma, mesmo porque ela

era Presidente do Conselho da PETROBRAS quando começou toda essa

roubalheira.

Não venham os petistas e os agregados aqui defender Dilma Rousseff,

porque o povo brasileiro não suporta mais essa ideologia de simplesmente se

locupletar com o dinheiro público.

Nesta oportunidade, Sr. Presidente, queria dizer ao Partido do Movimento

Democrático Brasileiro, o PMDB, que está na hora de eles reconhecerem o

descrédito com que participaram deste Governo, o descalabro que aconteceu no

País durante esses 13 anos. Está na hora de nós reconhecermos que o PMDB tem

que fazer alguma coisa pelo Brasil.

Queria mandar um recado para o Líder do PMDB, Deputado Picciani, um

garotão. Eu achei que em outras oportunidades ele seria um grande político, mas,

na primeira oportunidade que o Sr. Picciani teve, ele começou a trair o próprio

PMDB e a trair o povo brasileiro.

Esses dias o Sr. Picciani estava com o pai dele aqui no gabinete da

Presidente da República para negociar a tomada do cargo do Presidente da Casa,

Deputado Eduardo Cunha — o Presidente da Casa que o colocou na Liderança do

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

40

PMDB. Ele não pode negar que apoiou na eleição passada o PT, e apoiou de uma

forma dissimulada, apesar de estar o tempo todo com o Senador Aécio Neves.

Então, a partir do momento em que foi lançado o impeachment, para que nós

possamos decidir o futuro do nosso País, o Sr. Picciani se lançou como o primeiro

nome para pertencer à Comissão do impeachment. Por que será? Será que foi por

causa dos cargos, das barganhas que fez com a Presidente da República? Será que

foi por isso? Será que ele se vendeu por esses cargos promíscuos que o PT cedeu

ao PMDB?

Hoje, nós temos que pensar no nosso País. Nós não podemos aceitar isso!

Será que o PMDB não reconheceu que o Brasil precisa de Michel Temer, o seu

maior líder? Michel Temer é um dos homens, um dos políticos mais honrados do

País. Eu nunca ouvi falar sequer alguma coisa que reprovasse a sua conduta e a

sua atuação dentro deste Parlamento.

Então, Sr. Picciani, ao indicar os membros do PMDB, tenha consciência,

indique pessoas íntegras, pessoas que se preocupam com o Brasil, porque nós não

podemos mais sofrer na mão desse Governo corrupto, desse Governo bandido, que

está acabando com o nosso País.

Eu queria parabenizar o Ministro Eliseu Padilha, que abandou esse barco

imundo do PT recentemente. Parabéns, Ministro!

Henrique, Henrique Alves, saia também! Nós estamos esperando você aqui.

Você não pode continuar ao lado dessa cambada de bandidos que pertencem ao

Partido dos Trabalhadores e querem derrubar o impeachment legalmente instituído

aqui dentro e que hoje vai se iniciar. O Brasil precisa que os Parlamentares deem

uma resposta positiva. E nós precisamos muito do seu PMDB.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

41

Michel Temer, nós precisamos de um estadista, de um Presidente da

República como é V.Exa., com caráter, com postura, com competência e com amor

ao Brasil.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

42

O SR. PRESIDENTE (Carlos Henrique Gaguim) - Queremos registrar aqui a

alegria de o Partido da Mulher Brasileira ter filiada aos seus quadros a jovem

Gabriela Tomazini, a mais nova filiada ao PMB do Tocantins.

Com a palavra o Deputado Átila Lins, por 1 minuto.

O SR. ÁTILA LINS (Bloco/PSD-AM. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

quero apenas agradecer, da tribuna desta Casa, a homenagem que recebemos do

Tribunal Superior do Trabalho. Na última terça, numa solenidade bastante simples,

mas de grande significação, o Presidente do TST, Ministro Barros Levenhagen,

resolveu outorgar uma placa de reconhecimento ao trabalho que temos

desenvolvido aqui na Câmara dos Deputados em benefício das causas trabalhistas,

em benefício das ações desse Tribunal. Não apenas eu recebi essa placa, mas

também o Senador José Maranhão, do PMDB da Paraíba; o Deputado Arthur Lira,

Presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, e a

Deputada Soraya Santos, que é Deputada pelo Estado do Rio de Janeiro.

Portanto, nós quatro recebemos essa placa em reconhecimento ao trabalho

executado aqui na Câmara dos Deputados e no Senado — caso do Senador

Maranhão. Isso aconteceu em uma solenidade em que se comemoravam os 10

anos de funcionamento do Conselho Nacional da Justiça do Trabalho.

Portanto, eu venho a esta tribuna para registrar nos Anais da Casa essa

homenagem. Quero agradecer, dizendo que nós vamos continuar aqui atentos,

procurando ajudar sempre nos trabalhos, nas realizações que o Tribunal Superior do

Trabalho faz em todo o País.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Henrique Gaguim) - Muito bem, nobre Deputado

Átila Lins.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

43

O SR. PRESIDENTE (Carlos Henrique Gaguim) - Concedo a palavra ao

Deputado Jose Stédile.

O SR. JOSE STÉDILE (PSB-RS. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado,

Sr. Presidente.

Registro que, no último final de semana, estivemos em várias atividades no

Município de Caxias do Sul, como um jantar de filiação de 800 pessoas ao Partido

Socialista Brasileiro, e também em Viamão, numa grande atividade, com mais de

700 pessoas. E, à noite, recebi uma homenagem pela luta em prol da recuperação

da Igreja Matriz da cidade de Viamão, que é de 1747. Essa é uma das mais antigas

igrejas do Estado do Rio Grande do Sul, que precisa de preservação não só em

função da fé, mas também em razão do turismo dessa importante cidade, que já foi

capital do Estado.

Também quero registrar que nós protocolamos projeto que regulamenta a

exigência de bibliotecário nas Prefeituras em todo o Brasil.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

44

O SR. PRESIDENTE (Carlos Henrique Gaguim) - Concedo a palavra ao

grande Deputado Carlos Marun. Tenho certeza de que o povo de Mato Grosso do

Sul tem por esse homem um carinho muito grande, em função do seu trabalho.

S.Exa. pode ser o futuro Prefeito de Campo Grande.

O SR. CARLOS MARUN (Bloco/PMDB-MS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, grande amigo Deputado Carlos Henrique Gaguim, quero destacar a

necessidade de apoio que tem hoje o Mato Grosso do Sul, especialmente a região

da fronteira com o Paraguai, em função das chuvas torrenciais e até assustadoras

que se têm abatido nos últimos dias sobre o nosso Estado. O sul de Mato Grosso do

Sul clama por socorro urgente. Nós entendemos que, independentemente de

qualquer questão partidária, é papel do Governo Federal socorrer o Estado neste

momento.

Concluo, destacando o momento alvissareiro que vive esta Casa, já que

V.Exa., ex-Governador do Tocantins, Deputado brilhante, hoje um líder do PMB —

Partido da Mulher Brasileira, preside-nos nesta sessão.

Parabéns, Deputado Gaguim!

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Henrique Gaguim) - Determino que seja

registrado nos Anais desta Casa o pronunciamento do grande líder Deputado Marun.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

45

O SR. PRESIDENTE (Carlos Henrique Gaguim) - Concedo a palavra ao

Deputado Odelmo Leão, que disporá de 1 minuto para falar de sua querida

Uberlândia.

O SR. ODELMO LEÃO (Bloco/PP-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo a tribuna na tarde de hoje para solicitar à

Liderança do Partido Progressista a convocação da bancada, para que possamos

discutir as indicações para esta Comissão Especial que será instalada hoje.

Entendo que um Líder não lidera uma bancada sem ouvi-la. Faço, portanto,

este apelo ao meu Líder do Partido Progressista, a fim de que ele ouça a bancada

antes de indicar os nomes do Partido Progressista.

Muito obrigado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

46

O SR. PRESIDENTE (Carlos Henrique Gaguim) - Concedo a palavra ao

Deputado Arnaldo Jordy.

O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, cidadãos que nos assistem pelos veículos de comunicação

da Casa, venho a esta tribuna para fazer três registros. Primeiro, quero registrar que

domingo próximo passado, no caso, ontem, dia 6 de dezembro, completaram-se 27

anos do assassinato, no Pará, do Deputado Estadual João Carlos Batista, à época

eleito pelo PSB.

O Deputado Batista, como era conhecido, era advogado, filho de camponeses

que não possuíam terra e foram para Paragominas, em busca de uma vida melhor.

Lá, depois de chegar à universidade, tornou-se líder estudantil e foi advogado

militante, defensor dos desvalidos e dos excluídos. Foi assassinado em pleno dia 6

de dezembro de 1988, depois de sair da Assembleia Legislativa, onde inclusive

havia dito que estava sendo ameaçado de morte. O assassinado ocorreu na entrada

da casa, na frente de sua esposa e de três filhos. O pistoleiro foi identificado, mas

até hoje, lamentavelmente, quase 30 anos depois, o crime não foi elucidado no que

diz respeito aos mandantes.

Essa é uma triste página registrada no Estado do Pará, que ainda hoje

convive com essa realidade. A Comissão Pastoral da Terra — CPT registra que, de

1985 até 2013, houve mais de 645 mortes por encomenda. As vítimas foram

advogados, políticos, religiosos, sindicalistas, militantes dos direitos humanos, que

são abatidas pela bala do latifúndio, pela bala da impunidade, pela bala da

corrupção, pela bala do desmando, da ausência do Estado, da ausência de

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

47

regulação naquilo que diz respeito à vida humana, esse bem jurídico maior

constantemente ameaçado.

Portanto, lamento a impunidade que ainda grassa não só no Pará, mas

também em outros Estados. Lamento profundamente a morte, em 1988, de João

Carlos Batista, pessoa que eu conheci e junto de quem iniciei minha militância

política.

O segundo registro que eu gostaria de fazer é que no último dia 22 —

aproveito a presença do Deputado Carlos Marun — foram comemorados os 72 anos

da Independência do Líbano. São mais de 8 milhões de pessoas de origem libanesa

no Brasil, a maior população libanesa do planeta, inclusive maior do que a do próprio

Líbano, onde há cerca de 3 milhões e meio de libaneses. Essas pessoas vieram

aqui construir a cidadania brasileira, construir o Estado brasileiro.

Dez por cento dos Deputados e Senadores brasileiros, Deputado Pastor

Eurico, são originários de famílias libanesas, que hoje enriquecem a nossa cultura, a

nossa economia, a nossa vida cotidiana no Brasil. Eu sou filho, com muito orgulho,

de uma família libanesa que veio do Líbano depois da guerra para cá. Veio

aventurar-se no Brasil e, sem dúvida alguma, ajudou a construir a nossa sociedade

brasileira.

Por fim, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu queria comentar sobre a

situação do impeachment, sobre as negociações nesse final de semana e as que

ainda hoje estão em construção.

Quero dizer da posição do Diretório Nacional do PPS, tirada no último

sábado. Nós não entendemos que o impeachment seja golpe; ao contrário, o

impeachment está previsto na Carta Constitucional, já foi aplicado duas vezes na

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

48

história brasileira, inclusive afastando o então Presidente da República Fernando

Collor de Mello. Portanto, ele não é algo estranho ao ordenamento jurídico; pelo

contrário, inclusive já foi aplicado.

O Partido dos Trabalhadores não tem nenhuma autoridade para questionar o

impeachment e considerá-lo golpe, haja vista que, ao longo desta história

democrática, quase 30 vezes, foi pedido por membros do Partido dos Trabalhadores

praticamente contra todos os Presidentes, por qualquer razão: contra Itamar Franco,

contra Fernando Henrique Cardoso, contra José Sarney. Então, isto não pode ser

visto como golpe, como quebra de ruptura institucional.

Em segundo lugar, o art. 85, incisos V e VI, da Constituição brasileira diz que

configuram crime de responsabilidade a improbidade administrativa e a agressão à

Lei Orçamentária. E as pedaladas, os seis decretos, evidentemente se enquadram

nesse conceito de crime de responsabilidade orçamentária. A Presidência,

dolosamente, sabia que não havia recursos e, mesmo sem a autorização do

Congresso — como diz a Constituição, a que todos nós juramos cumprir obediência

—, praticou-as.

Nós temos ouvido — e isso é uma pegadinha — esta história de que não há

dolo de improbidade pessoal, mas a Constituição não trata disso. A Constituição

trata dos crimes de responsabilidade, que estão no art. 85. E todos aqueles que

ferirem, com a responsabilidade administrativa que têm, aqueles dispositivos

evidentemente tornam-se passíveis de ser enquadrados nesses crimes, como

manda a regra do jogo.

No Estado Democrático de Direito, a ninguém é dada autorização de romper

com aquilo que está consagrado no nosso ordenamento jurídico. Alguém diz assim

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

49

— e eu já ouvi dizer isso o ex-Ministro Ciro Gomes, pessoa que eu respeito: “Ah,

mas o Vice-Presidente Michel Temer também praticou pedaladas!”

Se ficar caracterizado que o Vice-Presidente cometeu pedaladas, peça o

impeachment do Vice-Presidente, assim como nós temos que afastar o Presidente

da Casa, Sr. Eduardo Cunha. “Ah, mas a Dilma não é Eduardo Cunha!” Nós, a

sociedade, estamos saturados dos dois. É preciso tirar a Presidente Dilma, o

Presidente Eduardo Cunha e, se for o caso, o Vice-Presidente da República.

Felizmente a sociedade está intolerante com a corrupção. Estão aí as

pesquisas. O Datafolha divulgou na semana retrasada que o primeiro item de

preocupação da sociedade brasileira não é mais a segurança, não é mais a saúde,

não é mais a educação, é o problema da corrupção. Felizmente, o povo brasileiro

começa a entender que corrupção mata, que corrupção desqualifica o processo de

cidadania, que corrupção desfalca as políticas públicas universais de qualidade para

a maioria dos homens e das mulheres brasileiras.

Portanto, eu acho que nós precisamos avançar nesse processo.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, João Carlos Batista, o Deputado

Batista, como era conhecido, foi assassinado na frente de sua esposa e filhos. Filho

de camponeses que não possuíam terra e que foram para Paragominas em busca

de uma vida melhor, engajou-se na luta social cedo e, mesmo após de se formar em

Direito e se tornar Deputado, não esqueceu sua origem.

Na tarde do dia 6 de dezembro de 1988, o Deputado Estadual Constituinte foi

à tribuna da Assembleia Legislativa do Estado do Pará e anunciou a iminência de

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

50

sua morte. Ele já tinha sofrido três tentativas de homicídio e continuava sendo

ameaçado. Disse, na ocasião, que sua vida estava em perigo e que necessitava de

proteção. Três horas depois, às 7 horas da noite, enquanto entrava na garagem de

seu prédio, no Centro de Belém, foi surpreendido por um pistoleiro, que o baleou na

cabeça à queima-roupa. Advogado de posseiros e defensor da luta pela reforma

agrária, o Deputado tinha 36 anos na época, e estavam com ele e a esposa três de

seus cinco filhos.

Vinte sete anos depois do acontecimento, depois de um processo longo, que

se arrastou por vários anos e enfim foi encerrado, pessoas foram presas, mas os

verdadeiros responsáveis pela sua morte não foram presos ou oficialmente

identificados.

A morte de Batista é o retrato de muitas outras que ocorreram e que ainda

ocorrem no Pará. Defensores dos direitos humanos, defensores da reforma agrária e

da luta dos mais fracos são abatidos em todos os cantos do Estado. Entre 1985 e

2013, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra — CPT, foram registradas 645

mortes por conflitos no campo. O número é quase cinco vezes maior que o

registrado pelo segundo Estado no ranking de assassinatos por questões fundiárias,

o Maranhão, com 138 casos no mesmo período.

De 2005 até 2013, o Pará teve 118 casos de assassinatos, existindo também

grande número de ameaças de morte. O Ouvidor Agrário Nacional, Desembargador

Gercino José da Silva Filho, confirma que ocorreu diminuição no número de conflitos

e mortes nos últimos anos no Estado. Disse ele: “Depois do caso da Irmã Dorothy,

melhorou a especialização dos órgãos nas questões agrárias”.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

51

João Batista, o Deputado Batista, lutador, abatido covardemente em 6 de

dezembro de 1988, tornou-se símbolo, é considerado um dos principais líderes da

resistência na luta pela reforma agrária no Estado do Pará. O mandato de João

Carlos Batista foi cassado pelas balas do latifúndio, por isso relembrá-lo é

importante para animar a fé na luta e a fé em quem combate ao lado do povo.

Era o que tinha a dizer.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é com muita alegria que registro aqui

o transcurso, no último dia 22, dos 72 anos da Independência do Líbano, data

comemorada pela comunidade libanesa no País. Mais de 8 milhões de libaneses e

seus descendentes vivem no Brasil, estando presentes em todos os setores culturais

e sociais brasileiros.

De acordo com historiadores, os libaneses chegaram ao continente

americano em meados do século XIII, com os navegadores fenícios. Concretamente,

a emigração libanesa data da segunda metade do século XIX, sendo que no Brasil a

chegada aconteceu a partir de 1880. Foi aqui que os libaneses mais se integraram,

a ponto de existirem mais brasileiros de origem libanesa do que libaneses. Rara é a

família libanesa que hoje em dia não tem um filho no Brasil.

O consulado brasileiro foi aberto em Beirute em 1930, e, em 1945,

estabelecemos relações diplomáticas com o País dos Cedros, para em seguida abrir

linhas marítimas e aéreas entre as duas nações.

Por onde passam e vivem, os libaneses buscam a convivência pacífica. Prova

disto é a convivência harmoniosa que temos com eles durante esses séculos. Hoje

somos duas nações irmãs. Apesar da grande distância, estamos bem próximos,

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

52

devido a esta imensa amizade, fazendo da comunidade libanesa no País um

verdadeiro pedaço do Oriente Médio no Brasil.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Procurador-Geral da República,

Rodrigo Janot, solicitou e teve autorização do Supremo Tribunal Federal — STF

para a abertura de mais dois inquéritos na Operação Lava-Jato, desta feita para

investigar os Senadores Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas e Presidente do

Senado Federal; Delcídio do Amaral, do PT de Mato Grosso do Sul; e Jader

Barbalho, do PMDB do Pará. É o que relatam veículos da imprensa nacional e, em

destaque, o jornal Diário do Pará.

Este é só mais um capítulo da interminável onda de corrupção que vem sendo

descortinada pelos procuradores federais na esteira da Operação Lava-Jato, da

Polícia Federal, que tenta deter a sangria de recursos públicos em órgãos e estatais

brasileiras.

Na mesma linha, mas em outra solicitação, o Chefe do Ministério Público vai

investigar os Senadores Renan e Jader e o Deputado Federal Aníbal Gomes, do

PMDB do Ceará. Em ambas as solicitações, as suspeitas são as mesmas: corrupção

passiva e lavagem de dinheiro.

Esses Senadores teriam sido delatados à Justiça Federal do Paraná por

Fernando Baiano, que cumpre acordo de delação premiada. Fernando Baiano era o

operador do PMDB no esquema de corrupção que funcionava a todo vapor na

PETROBRAS há vários anos.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

53

Baiano disse que o Senador Delcídio recebeu entre US$ 1 milhão e US$ 1,5

milhão em propinas pagas com recursos desviados de Pasadena, refinaria nos

Estados Unidos. Segundo ele, o Senador petista usou o dinheiro para pagar sua

campanha eleitoral ao Governo de Mato Grosso do Sul, em 2006. O lobista ainda

disse que as propinas também eram fruto da indicação de Nestor Cerveró, preso

pela força-tarefa da Polícia Federal, à diretoria da PETROBRAS.

Fernando Baiano comentou ainda que as operações de desvio de US$ 4

milhões de um contrato com uma empresa de navios-sonda foram concretizadas e

divididas, entre 2006 e 2008, pelo lobista Jorge Luz, paraense que tem ligações

estreitas com a família Barbalho. Luz é apontado como o maior lobista do País e de

maior influência dentro da PETROBRAS. Ele teria ganho esse status após trabalhar

para o Governo Jader Barbalho.

Até então, o Senador paraense não figurava na lista de investigados da

Operação Lava-Jato. Se o Supremo autorizar a investigação, o total de investigados

na Lava-Jato vai a 68 suspeitos: 23 Deputados, 14 Senadores, 1 Ministro de Estado

(Edinho Silva, da Secretaria de Comunicação Social) e 1 Ministro do Tribunal de

Contas da União (Raimundo Carreiro).

A primeira vez que o nome de Jader Barbalho foi envolvido na lama da Lava-

Jato foi em setembro passado, no depoimento de delação premiada proposto pelo

ex-Diretor da PETROBRAS Nestor Cerveró. Segundo ele, do pagamento de propina

de US$ 15 milhões referentes à negociação da refinaria de Pasadena, nos Estados

Unidos, ao menos US$ 2 milhões foram parar nas mãos de Jader e de Renan

Calheiros.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

54

Antes da Lava-Jato, as digitais de Barbalho já apareciam no escândalo de

corrupção instalado na PETROBRAS. Em dezembro, foi divulgado um e-mail

apócrifo que alertou os diretores da estatal, em 2008, sobre o pagamento de

propina, com o nome de Barbalho ao lado do já falecido José Janene, ex-Deputado

pelo PP do Paraná, como um dos mentores das ações do cartel que funcionava na

PETROBRAS.

Os atores não são novos. As denúncias não são novas. No entanto, notórias

figuras políticas insistem em enganar a opinião pública com suas vestes de ilibados

e inocentes. O que precisamos realmente é de nova e mais dura legislação, capaz

de expurgar da vida pública pessoas que enriqueceram a partir dos cofres públicos.

Que as investigações avancem! Que as prisões aconteçam! E que o País

fique sabendo de uma vez por todas quem são aqueles que, na vida pública, têm um

único interesse: assaltar o Erário.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

O Sr. Carlos Henrique Gaguim, nos termos do § 2°

do art. 18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da

Presidência, que é ocupada pelo Sr. Hildo Rocha, nos

termos do § 2° do art. 18 do Regimento Interno.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

55

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Concedo a palavra ao Deputado Valmir

Assunção, por 1 minuto.

O SR. VALMIR ASSUNÇÃO (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero fazer um registro importante. O

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra na Bahia está organizando o seu

encontro que vai acontecer em janeiro. Nesse processo de organização para o

encontro, são feitos os encontros regionais.

Neste último final de semana, precisamente no sábado, participei do Encontro

Regional do Baixo Sul, em Ibirapitanga, onde a dirigente é a Liu. Havia diversos

militantes presentes. Foi um ótimo encontro, com todos os assentamentos,

acampamentos, e nós discutimos o processo da reforma agrária, a organização do

movimento, o fortalecimento dessa organização no Estado.

No domingo também participei do Encontro Regional do Movimento dos

Trabalhadores Rurais Sem Terra do Recôncavo, em Santo Amaro, onde também

aperfeiçoamos, debatemos junto com a Leonice, que é a dirigente regional, junto

com a Beth, que é dirigente nacional, tentando, cada vez mais, organizar esse

instrumento importante para democratizar o acesso à terra.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

56

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Passo a palavra agora ao Deputado

Pastor Eurico.

O SR. PASTOR EURICO (PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

é com muita dor que quero, neste momento, registrar o falecimento de um dos

nossos assessores do Estado de Pernambuco, o jovem Sr. Taylisson Gedeão

Januário de Amorim. Acabei de receber um telefonema por meio do qual fui

informado de que acabou de falecer uma pessoa que sempre cooperou conosco,

dando-nos total apoio.

Quero aproveitar este momento para registrar o falecimento e já mandar as

nossas condolências à família, a todos os amigos, a todos os que estão na cidade

de Escada, no Estado de Pernambuco. No momento está havendo uma grande

comoção, porque foi algo surpreendente. Nós só temos a lamentar a perda desse

nosso companheiro, que sempre esteve ao nosso lado e também estava ligado ao

nosso gabinete.

Os nossos pêsames a todos os familiares do nosso amigo e irmão Taylisson

Gedeão Januário de Amorim, na cidade de Escada, em Pernambuco.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

57

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Concedo a palavra ao Deputado Mauro

Pereira.

O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Deputado Hildo Rocha, nosso amigo do PMDB do Maranhão, quero

cumprimentar todos os colegas Parlamentares, Deputados e Deputadas, e dizer que

nós estamos iniciando mais uma semana de grandes decisões.

Uma coisa temos que deixar bem clara: no nosso País, na nossa economia,

na nossa sociedade, todo o mundo continua trabalhando e esperando que nós

façamos a nossa parte.

E, quanto a fazer a nossa parte, na sexta-feira de manhã, eu fui recebido pelo

Ministro Marcelo Castro. Fui levar a ele as demandas da minha cidade, Caxias do

Sul, onde nós estamos com problema seriíssimo de falta de recursos, no Hospital

Geral, para tratamento na oncologia. Falta repasse de recursos para a Secretaria

Municipal da Saúde, que atende a população de 49 Municípios da Serra Gaúcha e

que faz um trabalho exemplar. Então, é muito importante que a equipe econômica

não deixe faltarem recursos para o Ministério da Saúde. São programas que há 1

ano esperam pagamento, e nós esperamos que as coisas aconteçam.

Ao mesmo tempo, nós tivemos importantes reuniões na semana passada

sobre a questão da agricultura. Estive falando com o Sr. Giles Azevedo e com a

assessoria do Ministro Berzoini sobre o pagamento do seguro agrícola dos nossos

agricultores. A parte do Governo Federal, que ao longo de todos esses anos foi

paga, infelizmente, não está sendo paga. Os nossos agricultores, mesmo com toda

essa crise que está ocorrendo, com as chuvas em excesso, com as geadas fora de

época e com as chuvas de pedras, estão sem o pagamento do seguro agrícola.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

58

Mas nós estamos trabalhando. Este Deputado está trabalhando junto com os

colegas para que o Governo Federal, para que a Ministra Kátia Abreu efetue o

pagamento da parte do seguro agrícola que é de responsabilidade do Governo

Federal. O valor hoje é de 350 milhões de reais. Imaginem o que significa tirar esse

dinheiro do agricultor que, além de ter perdido toda a safra, não tem dinheiro! Então,

nós estamos solicitando esse pagamento.

Hoje de manhã, eu estive no Palácio conversando novamente com o Sr. Giles

Azevedo, assessor da Presidente Dilma Rousseff, pedindo que essas questões do

dia a dia da nossa sociedade sejam atendidas.

Meu colega Presidente Hildo Rocha, nós temos a obrigação de representar a

nossa sociedade. E a nossa sociedade está muito preocupada. Há muito

desemprego. A crise é violenta. Nós precisamos dar uma resposta a essa gente.

As nossas indústrias estão quase paradas. Na minha região, na Serra

Gaúcha, o setor metalmecânico está com 60% de queda nas vendas. Isso é muito

difícil, é muito complicado.

Nós estamos vivendo um momento difícil no nosso País e vamos ter que

tomar decisões importantíssimas. Mas a decisão mais importante a ser tomada,

numa segunda-feira cedo, pela equipe econômica, é lembrar que tem a

responsabilidade de cuidar dos empregos das pessoas. Um Ministro, um Presidente,

uma Presidenta tem que cuidar com muita seriedade dessa questão da vida das

pessoas. E, hoje, há um desemprego muito grande.

Muitas vezes, essas coisas ruins acontecem porque há pessoas que só olham

para um segmento. Eu estou falando do Ministro Levy. O Ministro Levy nos dá a

impressão de que só vê banqueiro na sua frente. A impressão que dá é de que o

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

59

Brasil é composto de banqueiro, banqueiro e banqueiro. Tudo é para pagar banco,

banco, banco e banco. E o resto do povo? E o resto da economia? E o resto da

sociedade como que fica?

Nós estamos iniciando uma semana em que vai ser necessário ter muita

tranquilidade, muita paz na consciência. Mas, primeiro, quem tem que fazer a...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Peço que conclua, Deputado Mauro

Pereira.

O SR. MAURO PEREIRA - Então, independentemente de haver

impeachment ou não, para que nós possamos dar uma resposta à sociedade, ao

povo brasileiro, é preciso que cada Ministro cumpra a sua missão com qualidade. E,

hoje, ter qualidade e respeito às pessoas significa lembrar dos desempregados que

nós temos no nosso País. Nós não podemos perder de vista os desempregados e as

empresas que estão em dificuldade imensa.

Cada um que tiver o poder na mão tem que fazer a sua parte, porque o povo

está indignado com tudo o que está acontecendo. E nós aqui estamos fazendo,

estamos cobrando, estamos pedindo.

Há 10 meses que eu venho a esta tribuna pedir. Só não choro aqui, mas o

restante eu faço. Espero que, nesta semana, olhem para a sociedade brasileira.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Nós é que agradecemos a V.Exa. as

palavras, Deputado Mauro Pereira.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

60

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Com a palavra o Deputado Paulo

Foletto.

O SR. PAULO FOLETTO (PSB-ES. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente

Hildo Rocha, muito obrigado.

O Brasil se meteu numa crise sem fim: econômica, ética, de credibilidade

interna e externa, com um conflito que todos nós estamos presenciando, com piora

da qualidade da indústria e queda do PIB, que, pelo segundo ano seguido, vai ter

desempenho negativo.

E eu, morador do Vale do Rio Doce, venho aqui lamentar, pois na semana

passada foi dado um voto de descriminalização à atitude da Presidente da

República, que se apoderou de dinheiro que legalmente não poderia ter pegado,

utilizando-se do discurso de que vai destravar a economia brasileira, o que não vai

acontecer.

O dinheiro já foi gasto. Esses 120 bilhões de reais já foram gastos. Esse

dinheiro não vem para economia, não vai fazer parte de receita nova. Esse dinheiro

já foi gasto de forma irresponsável. E não é isso que vai ajudar a economia nacional.

E, em cima dessa crise, nós tivemos um acidente muito grave com o Rio

Doce, fruto de um Código de Mineração que não tem qualidade, está ultrapassado.

Já fizemos uma Comissão aqui. O relatório final ficou pronto e não foi votado. E aí é

uma irresponsabilidade coletiva, com participação nossa, inclusive. Vai haver

modificação na fiscalização das barragens. Mas o Vale do Rio Doce passa por um

processo de necessidade de ser reavivado, recuperado.

Eu chamo a atenção da Ministra do Meio Ambiente, que esteve com

Sebastião Salgado. Deputado Domingos Sávio, V.Exa. sabe dessa realidade.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

61

Sebastião Salgado tem um projeto baseado no Instituto Terra de revitalização do

Vale do Rio Doce há muitos anos. Por isso, toda a atenção ao projeto de

revitalização do Vale do Rio Doce pelas mãos de Sebastião Salgado, que eu acho

que é a única coisa viável e palpável que o cidadão brasileiro tem neste momento

para revitalizar o Vale do Rio Doce.

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Nós agradecemos ao Deputado Paulo

Foletto.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

62

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Concedo a palavra ao Deputado

Domingos Sávio, de Minas Gerais.

O SR. DOMINGOS SÁVIO (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, prezado amigo Deputado Hildo Rocha, quero cumprimentá-lo, assim

como aos demais Parlamentares, e me dirigir ao povo brasileiro.

Iniciamos uma semana que sem dúvida é importantíssima, é decisiva, mas

iniciamos uma semana com uma guerra de informações e de desinformações para

tentar enganar mais uma vez o povo brasileiro.

Eu fiz questão de estar aqui, nesta tribuna, ser um dos primeiros a chegar a

Brasília, para deixar claro que nós temos absoluta consciência de que este

Congresso Nacional — esta Câmara dos Deputados, em primeiro lugar, e, na

sequência, o Senado Federal — tem uma responsabilidade com o País.

O que está ocorrendo é gravíssimo. Não é algo para simplesmente jogar para

debaixo do tapete, não é algo para simplesmente dizer: “Olha, não tem nada de

errado. Quem está querendo investigar, quem está querendo punir, quer fazer

golpe”.

Vamos começar por aí. O PT vem agora dizer aos quatro cantos que abrir um

processo de impeachment é golpe. Golpistas são eles, que não querem respeitar um

princípio que está claro e previsto na Constituição brasileira, para ser usado quando

há crime de responsabilidade; quando há uma atitude de desgoverno, como essa a

que nós assistimos hoje; quando há a quebra absoluta da relação de confiança entre

o governante, no caso, a Presidente Dilma, e os governados. E a Presidente vem

mentindo sistematicamente para a Nação. Quando há esse ambiente, na

democracia, há um remédio, e o remédio é o impeachment.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

63

E é curiosa a incoerência do PT, que, num passado não muito distante,

recorria de maneira, inclusive, irresponsável a essa proposta. O PT foi pelo

impeachment do Presidente Fernando Collor; nós do PSDB também. Aliás, o Brasil

quase todo foi, até por muito menos do que tudo de grave e de ruim que vem sendo

feito agora pelo Governo do PT.

Só que o PT, após o impeachment de Collor, virou as costas ao Brasil. Queria

a desestabilidade do País, e não só do Presidente. Não quis apoiar o Presidente

Itamar Franco, não quis ajudá-lo a reorganizar o País. E, na primeira oportunidade,

veio o PT a este plenário propor o impeachment do Presidente Itamar Franco, um

homem que tanto contribuiu para o País.

Pois bem, não bastou essa tentativa com Itamar Franco. Veio o Presidente

Fernando Henrique a sucedê-lo, e o mesmo PT veio e propôs formalmente o

impeachment do Presidente Fernando Henrique. Agora, diante de tanta gravidade

do quadro em que vivemos, econômica, social e moralmente, vem o PT dizer que

propor impeachment é golpe.

Ora, golpe é nós ficarmos calados, diante de tanto desmando, de tantas

irregularidades. Não bastasse a corrupção desmedida, a quadrilha que se instalou

no poder no Brasil, além disso, há o desgoverno. Hoje, o absoluto desgoverno no

qual se encontra o nosso País leva milhões de brasileiros ao sofrimento.

A quadrilha se instalou há muitos anos, e foi ali a Presidente Dilma

testemunha de tudo. Ela era Presidente do Conselho da PETROBRAS; depois,

Ministra da Casa Civil; depois, Presidente da República. E, por mais de 1 década a

quadrilha saqueando a PETROBRAS, ela diz: “Eu nunca soube de nada”. Ela e o ex-

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

64

Presidente Lula nunca souberam de nada! Sabiam, sim! Eram corresponsáveis, sim,

por toda essa criminalidade que se instalou no Governo.

Mas agora, com o desgoverno, a Presidente Dilma, aí sim, com a sua caneta,

comete crimes de responsabilidade, como, por exemplo, fez em 2014, gastando

além do que podia, emitindo decreto sem autorização legislativa, pegando dinheiro

do BNDES. E não era para pagar o Bolsa Família, como tentam mentir, não. Foram

mais de 50 bilhões de reais. E os valores da Caixa aplicados no Bolsa Família nem

5% disso representaram. Foi dinheiro para o Eike Batista; foi dinheiro para o amigo

do Lula; foram subvenções do BNDES para multinacionais; houve desvio de dinheiro

que faz falta hoje para o povo.

Em 2015 ela continua cometendo os mesmos crimes de responsabilidade. Só

este ano ela vai fechar o Orçamento com 120 bilhões de reais de déficit primário, o

valor antes de se calcular os juros sobre a dívida. E o País está indo para o

desgoverno. Ela comete crime de responsabilidade, e as vítimas são milhões de

brasileiros. E vem dizer que não.

Reúnem-se lá no Palácio, patrocinados pelo Governo, juristas petistas para

dizer alto e bom som, com o veículo de televisão em rede nacional, que não houve

crime. Houve, sim, e tem que haver o julgamento, com a defesa legítima, o que é

próprio de toda democracia.

Omitir-se quanto a isso é tão grave quanto cometer o crime, é ser conivente

com ele. Este Congresso não pode se furtar a este dever para com a Nação de

apreciar o processo de impeachment. E que cada um se posicione com clareza

sobre ele. Eu tenho convicção de que é bom para o País que se bote um ponto final

nisso.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

65

Termino dizendo uma coisa: a minha convicção é em defesa do País, e não

do PSDB, até porque sabe V.Exa., Sr. Presidente, e sabem os demais

Parlamentares que, ao fazermos o impeachment da Dilma, não é o PSDB que

assume o poder, mas o PMDB, que inclusive é adversário do PSDB no plano

nacional e em diversos Estados. Mas não vejo o PMDB como adversário do Brasil,

como tem sido o PT.

Portanto, agora é hora de o Brasil contra a Dilma e contra o PT, de maneira

suprapartidária. O PSDB não é interessado pessoal ou eleitoralmente no

impeachment. Seria até mais estratégico, segundo alguns, que o PSDB

simplesmente ficasse quieto, mas seria antipatriótico. O PSDB quer, sim, disputar e

vai disputar a eleição em 2018. É para isso que nós estamos nos preparando. Mas

não podemos nos acomodar e trair a Pátria, deixar a Pátria na mão desses

vendilhões, desses criminosos e dessa senhora que não mais preside o Brasil.

Preside, sim, uma quadrilha, mas o Brasil ela não preside há muito tempo. Por isso é

hora de tirarmos do comando aquela que já não merece a confiança do povo

brasileiro.

Sra. Presidente Dilma, se não quer se submeter ao processo de

impeachment, peça para sair. Faça esse bem para a senhora e para o Brasil. Nós

não vamos aceitar os seus desmandos, os crimes que vem cometendo contra o

povo brasileiro, que já sofre com uma inflação fora de controle, com um desemprego

que judia, que maltrata a vida de tantos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Agradeço ao Deputado Domingos Sávio.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

66

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Agora com a palavra o Deputado Pedro

Fernandes, do Maranhão, do PTB, por 1 minuto.

O SR. PEDRO FERNANDES (Bloco/PTB-MA. Sem revisão do orador.) -

Primeiro, Sr. Presidente, eu gostaria de cumprimentá-lo pela Presidência dos

trabalhos.

Quero, também, dizer que agora o Governo não tem mais desculpa. Nós, da

bancada do Maranhão, que somos a nona bancada, estamos pedindo muito pouco

para o Governo: a conclusão da nossa BR-135. Se nós pegarmos o mapa da

infraestrutura do PAC, vamos ver que o Maranhão tem só um tracinho, que é a

duplicação da BR-135, e o Ministério dos Transportes fica embromando, não

pagando a construtora, quer reescalonar com a construtora, quer mandar a

construtora pegar empréstimo. A construtora está certa em parar as obras.

Mas o Ministro Berzoini nos garantiu que, logo que aprovássemos o Projeto

de Lei do Congresso Nacional nº 5, de 2015, a obra seria retomada, porque o

Governo faria o pagamento à construtora — aliás, o que é justo.

Então, nós estamos aqui esperando isso, para dizermos ao povo do

Maranhão que o Governo vai, sim, concluir a BR-135, que é uma causadora enorme

de acidentes no Maranhão, naquele trecho — V.Exa. conhece e sabe o

engarrafamento que causa.

Nós estamos atrasados, porque o prolongamento se daria, num primeiro

momento, até Miranda, e não foi isso; subdividiram em três trechos, até Bacabeira —

são 27 quilômetros —, e nós estamos padecendo há tantos anos com essa reforma!

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

67

Então, fica aqui o nosso pedido, em nome da bancada do Maranhão: que o

Governo remeta carimbado o dinheiro para o Ministério dos Transportes — senão,

pode não ir para a construtora —, para que se conclua aquela obra.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

68

O SR. PRESIDENTE (Deputado Hildo Rocha) - Concedo a palavra ao

Deputado Vinicius Carvalho.

O SR. VINICIUS CARVALHO (Bloco/PRB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós, no último sábado, dia 5 de dezembro,

inauguramos o nosso escritório político na cidade de Marília.

Nós atuamos naquela região propriamente dita quando fomos coordenador de

ação social da Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo.

Vimos que na região de Marília, Assis e Tupã existe necessidade muito grande de

um representante atuar diretamente lá e ouvir também a população. Muitos

militantes do PRB falaram que existe um vácuo nesse sentido naquela região.

Por conta disso, Sr. Presidente, com muita responsabilidade, nós estendemos

até essa região de Marília, Assis e Tupã o nosso escritório, para ali ser o

representante dos 37 Municípios que existem naquela região. Assim, o nosso

escritório está agora também na cidade de Marília.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Nós é que agradecemos, Deputado

Vinicius Carvalho.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

69

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Concedo a palavra ao Deputado Átila

Lins.

O SR. ÁTILA LINS (Bloco/PSD-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esta Casa está na expectativa da decisão

que o Senado Federal vai adotar ainda esta semana a respeito da famosa reforma

política que foi discutida e aprovada aqui na Câmara dos Deputados e, depois,

encaminhada para deliberação dos Srs. Senadores.

Sr. Presidente, sabe-se, através do Relator, o eminente Senador Raimundo

Lira, do PMDB da Paraíba, que alguns itens dessa reforma já merecerão, na

próxima quarta-feira, uma definição. Portanto, o Senado vai apreciar alguns itens da

reforma. Outros itens que não tenham ainda a aceitação por parte do consenso do

Senado Federal ficarão para uma segunda etapa, para uma nova etapa de

discussão na outra Casa do Congresso Nacional.

No entanto, entre os itens que serão apreciados na próxima quarta-feira, três

são da maior importância.

O primeiro permite o que convencionamos aqui chamar de janela para que

possam acontecer mudanças de partido. Aprovando-se no Senado essa

possibilidade de se mudar de partido, os Deputados Federais, os Deputados

Estaduais e os Vereadores, a partir da promulgação dessa emenda constitucional,

poderão fazer mudanças partidárias no prazo de 30 dias.

Parece-me que há um consenso no Senado Federal para que esse item

venha a ser aprovado lá. E, como já foi aprovado na Câmara dos Deputados, ele

seria promulgado imediatamente, para que possa surtir os efeitos jurídicos

necessários. Isso abriria a possibilidade de que houvesse uma espécie de

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

70

rearrumação partidária no País, nas ações dos partidos políticos. E é evidente que,

no prazo máximo de 30 dias, haveria, portanto, essa rearrumação permitida por essa

emenda constitucional, já aprovada, como eu disse, pela Câmara dos Deputados, e

que me parece que será referendada por acordo pelos Senadores da República.

Há outro item que também estamos na expectativa de que seja apreciado por

acordo no Senado Federal: o que acaba com a reeleição. O fim da reeleição já foi

aprovado também por esta Casa. Aqueles que foram eleitos para Prefeito Municipal,

em 2012, poderão ser reeleitos nas eleições de 2016. Aqueles que foram eleitos

para os Governos dos Estados, em 2014, poderão ser reeleitos em 2018. A partir

daí, não poderá mais haver o processo de reeleição. Da mesma forma, para a

Presidência da República, não haverá, a partir de 2018, processo de reeleição, até

porque a Presidenta Dilma já foi reeleita em 2014, não podendo, portanto, disputar

eventualmente em 2018.

Portanto, quero crer, Sr. Presidente, que essa deliberação do Senado a

respeito da reforma política, que foi aprovado nesta Casa, no que se refere à

extinção do processo de reeleição também é importante para que se acabe com a

especulação. Todos já ficam sabendo que quem for eleito em 2016 para Prefeito não

poderá concorrer à reeleição em 2020, porque esse processo vai se extinguir, vai se

exaurir no tempo. Mas é preciso que o Senado delibere, para que nós, aqui,

possamos promulgar essas alterações sobre as quais já há consenso, e, assim, elas

possam entrar em vigor imediatamente.

O outro item é o que trata do financiamento privado de campanhas eleitorais.

Há também uma movimentação no sentido de que o Senado Federal possa permitir

o financiamento privado para os partidos políticos, na forma que foi aprovada na

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

71

Câmara dos Deputados. Com isso, nós também colocaríamos ponto-final nessa

discussão, porque o Supremo Tribunal Federal já considerou inconstitucional a

legislação que estava em vigor e que permitia esse financiamento privado. Mas aí,

com a aprovação de uma emenda constitucional, é evidente que se legalizará esse

financiamento, para que nós também possamos ter o horizonte de que, nas eleições

municipais de 2016, nas eleições federais de 2018, poderá haver o financiamento

privado para os partidos políticos. Assim, os partidos políticos poderão ajudar,

colaborar na campanha dos Deputados Federais, dos Deputados Estaduais, enfim,

de todos aqueles que vão disputar o pleito em 2016 e em 2018.

Portanto, Sr. Presidente, faço essas colocações no sentido de que,

evidentemente, há uma expectativa de que o Senado, na quarta-feira, delibere sobre

essas matérias, para que possamos colocar um ponto-final em itens que já foram

aprovados aqui e que têm o consenso no Senado Federal.

Muito obrigado a V.Exa.

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Nós é que agradecemos, Deputado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

72

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Com a palavra o Deputado Arnaldo

Jordy.

O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, pessoas que nos veem e nos

ouvem, eu queria fazer um registro.

Há 2 semanas, o 12º Fórum de Governadores da Amazônia Legal, realizado

no Estado do Pará, reuniu os Governadores do Pará, Acre, Amapá, Amazonas,

Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Felizmente, criaram no Fórum o Conselho de Governadores da Amazônia

Legal, uma ideia que já vinha sendo processada, amadurecida, para tentar unificar a

agenda de interesses comuns dos Governadores daquela região, que ocupa quase

60% do território nacional, com mais de 26 milhões de brasileiros e que ainda tem os

piores indicadores de cobertura na infraestrutura, no aspecto social, no

desenvolvimento humano e outros.

Dentre os desafios, estão: a reforma na cobrança do ICMS incidente sobre

energia; a necessidade de superação da Lei Kandir, que faz com que, da

arrecadação com as duas principais matérias-primas, o minério de ferro e a energia,

não fique nada para os Estados da Amazônia, principalmente o Estado do Pará; a

questão do meio ambiente; a questão da infraestrutura; a criação do Fundo Nacional

de Segurança Pública, levando-se em conta o custo amazônico, coisa que talvez

não haja com tanta gravidade em outras regiões.

Portanto, eu queria fazer esse registro, parabenizar todos os Governadores

por essa iniciativa e desejar-lhes sucesso para que essa agenda seja eficaz, em

favor da população da Região Amazônica.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

73

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Muito obrigado, Deputado Arnaldo

Jordy.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nove governadores dos Estados que

compõem a Amazônia Legal — Pará, Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato

Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins — estiveram reunidos na última semana,

em Belém, em um evento que culminou com diversas e importantes decisões para a

região.

Durante o 12º Fórum de Governadores da Amazônia Legal, foi anunciada a

criação de um Conselho de Governadores, para tratar do desenvolvimento da

Amazônia, que será presidido pelo Governador do Estado do Pará, Simão Jatene.

Dois significativos tratados foram assinados: A Carta de Belém, na qual os

Governadores tratam o tema da contribuição da região para o crescimento do País

sem a devida e justa recíproca, o que é demonstrado pelos baixos indicadores

sociais. Também foi assinado por todos os Governadores a Agenda Criança da

Amazônia, produzido em conjunto com o Unicef — Fundo das Nações Unidas para a

Infância, no qual debatem a necessidade de um outro modelo econômico e de

crescimento que seja baseado na inclusão.

Os Governantes também debateram o combate à violência, que passa pela

criação do Fundo Nacional de Segurança Pública, e temas ambientais, que estão

sendo discutidos na Conferência do Clima em Paris nesta semana.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

74

Para a COP 21, os representantes dos órgãos ambientais dos nove Estados

assinaram o Protocolo de Intenções da Rede de Inteligência Ambiental da Amazônia

Legal, com os compromissos e preocupações desses Estados quanto à realidade e

o futuro social, econômico e ambiental da Amazônia.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

75

O SR. PRESIDENTE (Hildo Rocha) - Com a palavra o Deputado Edio Lopes.

O SR. EDIO LOPES (Bloco/PMDB-RR. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no meu Estado, Roraima, estamos implantando

e desenvolvendo um brilhante projeto na área da piscicultura tanto na agricultura

familiar como nas comunidades indígenas. Esse projeto é 100% custeado com

recursos de emendas deste Deputado junto ao então Ministério da Pesca, hoje

incorporado ao Ministério da Agricultura.

Nesta semana, nós estivemos visitando, Sr. Presidente, a Terra Indígena

Raposa Serra do Sol. Naquela terra indígena, no Município de Normandia, estamos

desenvolvendo um importante projeto de piscicultura, que culminará com a

implantação de seis grandes polos de criação de tambaqui nas comunidades de

Raposa Serra do Sol, Xumina, Napoleão, Baixo Cotingo, Araçá e Homologação.

Serão seis comunidades indígenas que irão, daqui para frente, fazer o cultivo do

tambaqui em sistema de tanques.

Esse sistema, Sr. Presidente, sem dúvida, dará segurança alimentar àquelas

comunidades indígenas, oferecendo-lhes o pescado fresco, e deve gerar um grande

excedente de produção, que servirá como uma vertente econômica para a

autossustentação e para a melhoria econômica daquelas comunidades indígenas.

Digo isso, Sr. Presidente, porque, no Município do Amajari, também no

Estado de Roraima, já está concluso um projeto de igual envergadura, do qual

participam seis comunidades indígenas. Ali, as comunidades do Guariba, Araçá,

Três Corações, Aningal, Ouro e Mangueira são as beneficiadas. Em breve, centenas

de toneladas de tambaqui abastecerão o mercado de Boa Vista e de Manaus, sendo

tudo produzido nas comunidades indígenas.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

76

Portanto, além da segurança alimentar, o projeto custeado com emenda deste

Deputado irá trazer para as comunidades indígenas um importante sustentáculo

econômico para o seu desenvolvimento.

Era isso.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O Sr. Hildo Rocha, nos termos do § 2° do art. 18 do

Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é

ocupada pelo Sr. Arnaldo Jordy, nos termos do § 2° do

art. 18 do Regimento Interno.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

77

O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Jordy) - Concedo a palavra ao Deputado Hildo

Rocha.

O SR. HILDO ROCHA (Bloco/PMDB-MA. Sem revisão do orador.) - Deputado

Arnaldo Jordy, que neste momento preside a sessão, Srs. Deputados, Sras.

Deputadas, telespectadores da TV Câmara, ouvintes da Rádio Câmara, internautas,

venho a esta tribuna para registrar mais uma apropriação pelo Governo atual do

Estado do Maranhão, do Governador Flávio Dino, de obras que foram realizadas no

Governo passado.

Foi inaugurada, nessa semana que se encerrou, a estrada Pedreiras-

Joselândia. Essa estrada foi iniciada no Governo Jackson Lago e concluída no

Governo Roseana Sarney. Ela não foi inaugurada na ocasião do Governo da

Roseana Sarney, porque a empresa que realizou a obra, a Construtora Sucesso,

deixou várias irregularidades na via, principalmente obras de drenagem malfeitas e

que deveriam ser corrigidas. Havia pontos que não tinham sido recebidos pela

Secretaria de Infraestrutura do Estado do Maranhão. Por isso, o Governo não

inaugurou a estrada nem pagou a construtora pelo serviço executado. Sendo assim,

ficou lá um saldo a pagar.

E agora eu vejo blogs e jornais noticiando que o Governador Flávio Dino e

sua equipe inauguraram a estrada Pedreiras-Joselândia e pagaram 50 milhões de

reais. Não dá para acreditar! A estrada estava pronta! O que havia era um saldo a

receber pela Construtora Sucesso referente àquilo que ainda não estava benfeito.

Para mim, é uma surpresa muito grande terem pagado 50 milhões de reais

ainda por essa obra, como dizem os blogs. E era uma estrada que já estava pronta,

repito.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

78

Então, essa é mais uma apropriação, pelo Governador Flávio Dino, de obras

construídas pelo Governador Jackson Lago e concluídas pela Governadora

Roseana Sarney.

Quem mora em Pedreiras, quem mora em Joselândia sabe o que estou

dizendo, sabe que estou falando a verdade. E eles não se enganam, porque estão

passam todo dia naquela estrada, que já está pronta há bastante tempo.

Quero registrar também que esteve no Maranhão o servidor público mais bem

pago do Brasil, o Sr. Ciro Gomes, que trabalha numa empresa que é concessionária

de serviço público, a CSN. Ele é diretor na CSN, com salário de 200 mil reais. E ele

foi ao Maranhão falar mal das pessoas. Falou mal da Presidente Dilma Rousseff.

Falou mal do Vice-Presidente Michel Temer. Falou mal de todo o mundo. Só se

esqueceu de falar dele. Foi por causa dele, por exemplo, que surgiu a Lei Maria da

Penha. Todo o mundo sabe que ele é um cidadão contumaz em bater nas mulheres.

Por isso ele não se elegeu Presidente. E ele fala de fidelidade. Ele nunca teve

fidelidade na sua vida. Ele já foi de tantos partidos que nem ele mesmo sabe a

quantos partidos já foi filiado. Eu o conheci como candidato do PPS, candidato do

PSB, candidato do PROS, foi do PSDB, agora parece que está no PDT. É um

cidadão que não tem moral para falar do Vice-Presidente Michel Temer. E ele foi lá

falar mal do Vice-Presidente Michel Temer, dizendo que o Vice-Presidente é o

capitão do impeachment.

Michel Temer é um homem correto, é um homem direito. E não é porque é

Presidente do meu partido. Ele foi três vezes Presidente desta Câmara, foi Deputado

Federal, é um jurista, tem livro publicado de Direito Constitucional. Ele jamais irá

promover qualquer ato contra a Presidente Dilma. Eu tenho certeza disso.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

79

O ex-Deputado Ciro Gomes com certeza está preocupado com o

empreguinho que ele tem e com o do afilhado dele, que está dirigindo o Fundo

Nacional de Desenvolvimento da Educação — FNDE. O Presidente do FNDE é uma

pessoa que ele colocou lá e movimenta bilhões de reais da educação. É uma

pessoa indicada por ele, é um afilhado dele. Ou ele vai dizer que não é? Então,

essas são as preocupações do ex-Ministro Ciro Gomes, que costuma falar mal de

Deus e do mundo, mas não olha para si mesmo.

Eu vou aconselhar o Sr. Ciro Gomes a que, da próxima vez que ele for falar,

olhe para o espelho. Se ele olhar para o espelho, pode falar tudo o que ele fala dos

outros, porque ele é tudo aquilo que ele critica nos outros.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Jordy) - Obrigado, Deputado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

80

O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Jordy) - Concedo a palavra ao Deputado

Vicentinho.

O SR. VICENTINHO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, caros

colegas, trabalhadores da Câmara, servidores da comunicação, taquígrafas, eu

queria mandar dois recados: um para o povo trabalhador deste País, do campo e da

cidade, e o outro para o Vice-Presidente Michel Temer.

O recado para o povo trabalhador deste País é: este Congresso piorou a sua

composição. Ficou tão conservador que a cada dia ocorre uma ameaça aos direitos

dos trabalhadores, a cada dia ocorre uma ameaça aos direitos da comunidade

indígena, do povo negro, da juventude. E, por isso, este Congresso quer dar uma

cacetada definitiva, mortal, com essa história do golpe contra a Presidenta Dilma

Rousseff. Então, caros amigos que estão nos ouvindo agora, trabalhadores do

Brasil, vamos nos mobilizar para não permitir que este golpe ocorra.

E o meu recado ao Vice-Presidente Michel Temer é sobre a minha confiança

absoluta na sua postura de leal companheiro da Presidenta Dilma Rousseff, Vice-

Presidente da República, homem de caráter, cuja postura não pode, de maneira

nenhuma, ensejar qualquer dúvida em nós.

Um abraço ao Vice-Presidente Michel Temer, com a confiança de que S.Exa.

estará junto com a Presidenta Dilma Rousseff contra essa maldição que tentam

colocar aqui nesta Casa.

Posiciono-me pela legalidade, pela democracia e contra o golpe neste País

sobre uma mulher que nada tem contra si, nenhuma denúncia, nenhum processo,

nenhuma acusação. Há apenas a disposição de derrubá-la no tapetão, porque, em

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

81

nome da palavra impeachment, adotaram-se processos aqui como pauta-bomba e

outros, para permitir conflagrar-se esta situação.

Estamos juntos! Quero dizer que esse projeto não passará!

O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Jordy) - Muito obrigado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

82

O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Jordy) - Concedo a palavra ao Deputado Jorge

Solla.

V.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. JORGE SOLLA (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr.

Presidente. Eu queria manifestar a nossa indignação com a atitude do Deputado

Elmar Nascimento, do nosso Estado, que esteve aqui nesta Casa na quinta-feira

atacando o ex-Governador Wagner, atacando o Ministro Jaques Wagner.

Eu não vou prosperar muito, mas queria falar apenas de duas questões.

Primeiro, quero dizer que o Governador Wagner, nos 8 anos em que passou no

Governo do Estado da Bahia, fez uma grande gestão, saiu muito bem avaliado e não

tem nenhuma acusação, nada que possa atacar a sua gestão.

Se o Deputado tem algo a declarar, eu o desafio a que traga provas e não

venha aqui com acusações infundadas, diferentemente do Deputado Elmar

Nascimento, cuja família toda a Bahia sabe que devastou a Prefeitura de Campo

Formoso, ele e o seu irmão, saquearam os cofres públicos, são famosos por

dilapidar o Erário, dilapidar as finanças públicas, como toda a tradição que vem da

ARENA, do PFL, do PDS e agora do DEM. Esses senhores que mandaram no

Estado da Bahia por muitos anos montaram império na comunicação, montaram

império nos negócios.

Infelizmente, nós temos que deixar bem claro e temos que vir aqui à tribuna

para solicitar que o Deputado, por favor, ou retire as suas acusações infundadas ou

apresente provas. Caso contrário, vai ter que responder judicialmente, porque não

pode atacar uma pessoa honesta, como o nosso Ministro Jaques Wagner, ex-

Governador, principalmente com ataques de onde vieram, de pessoas que não têm

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

83

honra, que não têm história, que não têm trajetória política e ética para falar de uma

pessoa como o nosso ex-Governador Jaques Wagner com acusações, insisto,

infundadas.

Desafio, Deputado Elmar, a que venha aqui e traga os documentos para

provar qualquer coisa contra o Governador Wagner. Mas o senhor e sua família a

Bahia toda sabe muito bem como trabalharam sempre.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

84

O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Jordy) - Concedo a palavra ao Deputado Julio

Lopes.

O SR. JULIO LOPES (Bloco/PP-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

seguindo o Deputado Odelmo Leão, queria pedir ao Líder do meu partido, o

Deputado Eduardo da Fonte, e aos demais integrantes da bancada do PP, que nós

não venhamos a ter uma decisão quanto aos membros da Comissão que irá decidir

sobre o impeachment sem antes termos uma reunião do partido.

É grave o que se fala sobre como se escolherão esses membros, e eu tenho

certeza de que o nosso partido fará isso da forma mais democrática e representativa

possível.

Quero aqui, então, pedir a todos os membros do Partido Progressista que nós

nos reunamos lá na Liderança, a fim de debater esse tema tão importante para a

sociedade brasileira que é a participação nessa Comissão Especial.

Espero que o Líder Eduardo da Fonte, que ainda está no Palácio do Planalto,

tenha uma condução, como nós temos sempre, bastante democrática e que faça as

várias vertentes do partido serem representadas nessa Comissão.

Era isso, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Jordy) - Obrigado, Deputado Julio.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

85

O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Jordy) - Concedo a palavra ao Deputado Luiz

Couto.

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, este pronunciamento é sobre a nossa preocupação com a exploração e

o abuso sexual de crianças e adolescentes.

Na semana passada, o programa Fantástico apresentou uma reportagem

sobre fato que aconteceu em Mato Grosso do Sul, na cidade de Campo Grande. E

mais uma vez vimos que políticos e empresários estão envolvidos no mais novo

escândalo sexual brasileiro. Adolescentes e até crianças de 9 e 10 anos de idade

eram aliciadas por redes de prostituição e faziam programas com muita gente

poderosa em Mato Grosso do Sul.

Confesso que assisti ao programa Fantástico e muito me emocionei quando vi

relatos de mães desesperadas porque suas filhas, uma de 13 e a outra de 14 anos,

foram aliciadas por políticos e empresários da região.

Sr. Presidente, gostaria que todo o teor deste pronunciamento fosse

divulgado nos meios de comunicação desta Casa e no programa A Voz do Brasil.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Jordy) - Muito obrigado, Deputado Luiz Couto.

V.Exa. tem plena razão sobre essa chaga de que o Estado brasileiro ainda é

devedor em relação à sociedade e particularmente às crianças e aos adolescentes

do Brasil.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

86

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, pais, mães, jovens e adolescentes

que me ouvem ou me veem pela TV Câmara, a exploração sexual comercial e o

abuso sexual de crianças e adolescentes são formas de violência que possuem um

alto teor de crueldade, abuso, sofrimento, amargura, dor, infelicidade e, em muitos

casos, suicídio.

Por diversas vezes, usei esta tribuna para denunciar e alertar sobre esta

chaga que ainda tem destruído vidas em nosso País.

Nos dias atuais, o Brasil tem sofrido muito com esse tipo de crime. Segundo o

Disque 100, a cada hora quase 3 denúncias de abuso e exploração sexual de

crianças e adolescentes foram registradas no País, ao longo de 2014. Nos 3

primeiros meses deste ano, foram denunciados 4.480 casos de violência sexual, o

que representa 21% das mais de 20 mil demandas relacionadas a violações de

direitos da população infanto-juvenil registradas entre janeiro e março de 2015.

Sr. Presidente, senhoras e senhores, não me canso de exercer meu papel no

combate à exploração sexual comercial e o abuso sexual de crianças e

adolescentes, alertando a população para o fato de que ainda homens e mulheres

com o poder aquisitivo elevado têm inflamado nossas crianças e adolescentes

através do abuso e da exploração sexual.

O programa Fantástico mostrou no último domingo que essa realidade ainda

insiste em fazer vítimas cada vez mais jovens. Segundo a reportagem, o crime

aconteceu em Mato Grosso do Sul, na cidade de Campo Grande. E, mais uma vez,

políticos e empresários estão envolvidos no mais novo escândalo sexual brasileiro.

Adolescentes e até crianças de 9 e 10 anos eram aliciadas por redes de

prostituição e faziam programas com muita gente poderosa em Mato Grosso do Sul.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

87

Confesso que assisti ao programa Fantástico e muito me emocionei quando vi

relatos de mães desesperadas porque suas filhas, uma de 13 e a outra de 14 anos,

foram aliciadas por políticos e empresários da região. Outra parte que me deixou

perplexo foi o relato de uma jovem, através de uma carta, afirmando: “Me machuca

um pouco falar disso, porque eu não tive uma infância como toda criança deveria

ter”.

Esse, foi um alerta para todos nós, pois as vítimas ainda continuam caladas

por medo e por ameaças vindas de cafetões e cafetinas ou de abusadores próximos

à família.

Diante da indignação do meu espírito, pensei: como devemos agir diante

desse alarmante crime? Bom, para responder a essa pergunta, vamos retomar os

casos atuais, nos quais o abuso e a exploração sexual comercial de crianças e

adolescentes é algo alarmante no mundo todo, um ato desleal que geralmente

ocorre em ambientes onde há desigualdade, pobreza e exclusão social. E crianças e

adolescentes são os principais alvos de exploradores, que as usam para obter

capital.

O ambiente familiar em que essas crianças vivem também é indicador para a

acentuação desse problema, já que esses jovens muitas vezes fogem de casa por

não aguentar mais um ambiente de alcoolismo, drogas, brigas e agressões.

O Fantástico desta vez contou o sofrimento das famílias, quando souberam o

que estava acontecendo com as filhas. As famílias devem estar atentas às redes

sociais de crianças e adolescentes e saber qual seu atual círculo de amizades.

Por parte do poder público, o combate eficaz deve oferecer às novas

gerações carentes, oportunidades de futuro e inclusão social, possibilitando

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

88

educação para todos em tempo integral. E, por meio de sérios trabalhos educativos,

alertar a juventude sobre os perigos que a exploração sexual causa física e,

sobretudo, psicologicamente aos que se tornam vítimas desse crime.

Todas as classes sociais necessitam de um olhar diferenciado em relação a

esse grave problema, para que, a partir de denúncias, consigamos amenizar esse

problema que pode ser considerado um dos mais graves crimes cometidos entre a

humanidade. E é de grande importância que leis severas sejam aprovadas e

cumpridas.

Acima de tudo, é preciso que cada indivíduo se conscientize e saiba

reconhecer as consequências que poderá causar na vida, vulgarizando seu corpo. E

para as vítimas e familiares próximos devemos possibilitar com urgência

acompanhamento psicológico e proteção legal. Essas seriam as propostas para as

vítimas que infelizmente já sofreram esse tipo de abuso e exploração. O objetivo

também é reintegrar as vítimas de abuso sexual e exploração, ajudando-as a

abandonar o sofrimento, a amargura do passado e prosseguir a vida com seus

direitos devidamente respeitados, uma vida com mais amor, dignidade e carinho de

verdade.

O alerta que dou aos pais e familiares é no sentido de que cuidem dos seus

filhos e os acompanhem em todas as etapas da vida. E aos jovens e adolescentes

que me veem quero dizer que, se algum de vocês passou ou está passando por

esse constrangimento, denuncie com certa urgência às autoridades competentes.

Não deixem esse descaso virar tragédia.

Nós, verdadeiros defensores de seus direitos, estaremos dispostos a ajudá-

los com todas as forças.

Era o que tinha a dizer.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

89

O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Jordy) - Concedo a palavra ao Deputado Elmar

Nascimento.

O SR. ELMAR NASCIMENTO (DEM-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, acabei de ser citado aqui pelo Deputado Jorge Solla, que está

acostumado a brigar. Ele já brigou com o Deputado Lucio Vieira Lima, com o

Deputado João Gualberto, com o Deputado Jutahy Junior e com o Deputado José

Carlos Aleluia.

Em primeiro lugar, eu não vou à tribuna sem provas. Trago relatório do

Tribunal de Contas do Estado que pede a abertura de inquérito pela Polícia Federal,

provando que houve desvio de recursos nas obras da Arena Fonte Nova.

Quanto a desvio de recursos na minha família, eu o desafio a mostrar uma

linha sequer, em um jornal do Estado, acusando-nos de qualquer coisa.

Agora, o Deputado Jorge Solla roubou. Ele roubou na Secretaria de Saúde. E

roubou tanto que nem o PT o suportou. O Governador o demitiu, e o Secretário atual

está fazendo uma devassa na Secretaria de Saúde pelos desvios que foram

cometidos pelo Deputado Jorge Solla.

E eu ratifico tudo o que disse contra o ex-Governador Jacques Wagner, atual

Ministro-Chefe da Casa Civil da Presidência da República, na quinta-feira da

semana passada, com provas. Vou à Procuradoria-Geral da República, ao

Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, para levar as provas dos desvios de

recursos que foram feitos pelo ex-Governador Jacques Wagner nas obras da Arena

Fonte Nova.

Era essa a questão, Sr. Presidente.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

90

O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Jordy) - Concedo a palavra ao Deputado João

Daniel.

O SR. JOÃO DANIEL (PT-SE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu

queria registrar que fiquei muito feliz, diante de toda a conjuntura, do momento

político nacional, com a postura dos grandes movimentos e entidades nacionais,

entre eles a Ordem dos Advogados do Brasil, a Conferência Nacional dos Bispos do

Brasil, os movimentos populares e as Centrais Sindicais que têm compromisso com

a classe trabalhadora, de colocarem firme a sua posição pela importância da

democracia, pela importância de um debate sobre as questões que visam levar o

Brasil a ser, cada dia mais, um país mais justo, e sua indignação com esse tema

trazido pelo Presidente da Casa, pelos setores conservadores, para impedir o

mandato democrático, legítimo, da Presidenta Dilma.

Para encerrar, Sr. Presidente, quero dizer que fico feliz vendo a clareza do

movimento da classe trabalhadora no Brasil na defesa do nosso País, na defesa de

um governo legítimo, o Governo da Presidenta Dilma. E acho que o tema mais

importante para o Brasil hoje é a discussão sobre a saída das dificuldades, dos

problemas, para continuarmos fazendo deste País uma nação livre, justa e

soberana.

Muito obrigado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

91

O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Jordy) - Concedo a palavra ao Deputado José

Airton Cirilo.

O SR. JOSÉ AIRTON CIRILO (PT-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, primeiro, eu quero registrar, com muita alegria e satisfação, a

inauguração da estrada de 28 quilômetros do trecho Barroquinha-Bitupitá pelo

Governador Camilo Santana, do Ceará. Estivemos lá com os Deputados Estaduais

Gony Arruda e Sérgio Aguiar, com a nossa Prefeita Tetê, com o ex-Prefeito Ademar

Pinto Veras e com vários vereadores e lideranças que participaram desse sonho, de

gerações e gerações, agora realizado.

Quero parabenizar o povo de Barroquinha, nossa Prefeita Tetê e todos os que

fazem a administração municipal por essa conquista histórica tão importante.

Também quero registrar, Sr. Presidente, com muita satisfação, a festa de

confraternização pela conquista da terra no assentamento Salgado Comprido,

Município de Amontada. Na cidade, também participamos das festividades de

aniversário do nosso Prefeito Paulo César, a quem eu cumprimento nesta

oportunidade e envio o meu abraço.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

92

O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Jordy) - Passa-se ao

V - GRANDE EXPEDIENTE

Concedo a palavra ao Sr. Deputado Zé Geraldo.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

93

O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras.

Deputadas e Srs. Deputados, todos aqueles que me ouvem neste momento, quero,

neste Grande Expediente — são poucas as vezes que, durante o mandato, nós

somos sorteados —, em que tempos tempo de 25 minutos e o direito de receber

aparte —, falar de um tema sobre o qual eu jamais imaginei que neste mandato iria

ter que falar.

Estou aqui há três mandatos concluídos, e já vi muitas dificuldades políticas e,

neste quarto mandato, por irresponsabilidade da Oposição com relação ao nosso

Governo — quando falo Oposição, digo: o PPS, Democratas, PSDB e o Deputado

Eduardo Cunha —, coloca ela o Brasil, o povo brasileiro, o nosso Congresso

Nacional em uma situação muito difícil.

O País vem perdendo com essa futricagem política que se estabeleceu

durante todo este ano, liderada pela Presidência desta Casa, pelo PSDB e pelo

Democratas.

Nunca se conformaram em ter perdido nas urnas as eleições, até porque

chegaram a pegar os seus aviões em seus Estados e ir para Minas Gerais, Belo

Horizonte, para comemorar a vitória. Muitos, antes mesmo de pousar, receberam a

notícia de que a Presidenta Dilma tinha virado e ganhado as eleições, fizeram a

volta e retornaram aos seus Estados.

A Presidenta é ética, uma Presidenta que vem conduzindo o Brasil, mesmo

nas suas dificuldades, e tem mandado a esta Casa projetos estratégicos. Mas esta

Casa não retribuiu; pelo contrário, esta Casa votou o ano inteiro pautas-bombas e

realizou debates infrutíferos, a maioria dos quais não prosperou. Graças à

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

94

responsabilidade dos Senadores, projetos perigosos para o Brasil não prosperaram,

porque, como diz o ditado popular, o Senado matou no peito.

Graças a um esforço muito grande, na semana próxima passada, votamos

aqui o Projeto de Lei do Congresso Nacional nº 5, um projeto de lei que legaliza os

atos de Governo que libera recursos para pagar dívidas e restos a pagar, fazendo

funcionar o País.

O Presidente desta Casa está sendo julgado no Conselho de Ética, e o pior

dos mundos é ver um processo de impeachment instalado neste País porque a

bancada do Partido dos Trabalhadores, no Conselho de Ética, não teve as

condições de salvar o Presidente Eduardo Cunha, de ser a favor da admissibilidade

do processo contra ele.

Então, meus amigos e minhas amigas, como eu já tinha dito, o Presidente

Cunha, com uma metralhadora, estava ameaçando o Governo, ameaçando o PT:

“Se não fizer isso, se não fizer aquilo, haverá o impeachment”, e os partidos de

Oposição só estavam esperando esse momento. E foi exatamente o que ele fez na

semana passada, quando o nosso partido, a nossa bancada, tomou uma posição e a

anunciou.

Portanto, esse processo de impeachment está realmente fragilizado e tem

que ser reprovado pelo povo brasileiro, tem que ser reprovado por este Congresso,

porque a sua origem não é confiável: sua origem é o debate nacional da Lava-Jato.

E o Presidente desta Casa está no Conselho de Ética exatamente por conta da

Lava-Jato.

O Sr. José Airton Cirilo - Por favor, conceda-me um aparte, Deputado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

95

O SR. ZÉ GERALDO - Eu vou dar um aparte a V.Exa., meu nobre

companheiro do Ceará. Antes, entretanto, quero dizer que nós temos pressa de

passar por esta fase. O Brasil não aguenta muito mais tempo — um final de ano, um

início de ano — com uma pauta tão negativa quanto essa.

O País tem tudo para crescer, para recuperar a sua economia, até porque

muitos países passaram e passam por momentos como o que nós vivemos. O

próprio Barack Obama, Presidente dos Estados Unidos, que tem uma economia

forte, uma das mais fortes do mundo, passou por um momento difícil. E quantos

outros! E Governadores! Em São Paulo, que é o Estado mais rico do Brasil, vá ver

as pesquisas de opinião pública sobre o Governo. Então, se fosse esse o fator

determinante, teriam que fazer o impeachment, também, do Governador de São

Paulo.

Queremos contar com todos os democratas deste País, de todos os partidos,

inclusive do PMDB, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, que tem dado

uma grande contribuição para este País.

E, falando ao PMDB, eu me dirijo mais especialmente ao Vice-Presidente da

República, Michel Temer, que também é Presidente Nacional desse partido e que

tem um papel fundamental: ele é um jurista e sabe que não há nenhum erro,

nenhuma inconstitucionalidade para se tirar uma Presidenta eleita pelo povo deste

País. Sei que os partidos de oposição estão lá, dizendo: “Olha, Michel Temer, o

cavalo está passando aí, arreado. É agora ou nunca”. Mas esse cavalo em que o

PSDB, o Democratas e o Eduardo Cunha estão querendo que o Michel Temer

monte é um cavalo que foi comprado pela Lava-Jato. A origem dele é duvidosa, e

montar num cavalo desses é perigoso.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

96

Então, eu não acredito que o Vice-Presidente, Michel Temer, um homem

inteligente, um jurista renomado, vá entrar nessa. Muito pelo contrário, com certeza,

ele vai dar mais uma grande contribuição para enfrentarmos os golpistas deste País,

que não ganharam no voto, não ganharam nas urnas e querem ganhar no tapetão.

Esperem 2018, que está bem ali. O tempo passa rápido, e V.Exas. podem

esperar esse tempo para disputar uma nova eleição. Se ganharem, podem governar

com legitimidade.

Concedo um aparte ao meu nobre companheiro, o Deputado cearense José

Airton Cirilo.

O Sr. José Airton Cirilo - Meu nobre e prezado Deputado Zé Geraldo,

queria, primeiro, parabenizá-lo pelo seu pronunciamento lúcido, que coloca para o

povo brasileiro a hipocrisia de alguns políticos da Oposição — não são todos; nós

precisamos fazer a separação de pessoas que têm responsabilidade na condução

da sua atividade parlamentar, com o povo brasileiro, e sabemos que há alguns

Parlamentares, algumas lideranças que pregam uma coisa e fazem outra, por

oportunismo político, como nós estamos vendo em setores do PSDB, em setores do

DEM, que defendiam o Presidente Eduardo Cunha até quando era conveniente e

depois mudaram de posição e, oportunisticamente, vêm hoje defender o

indefensável: o impeachment. A meu ver, cumpre, neste momento, um papel o Vice-

Presidente da República, Michel Temer, que, além de ser o Vice-Presidente da

República, é um grande constitucionalista, é um grande jurista no País e sabe que a

democracia no País está em jogo — mais do que cassar a Presidente Dilma, o que

está em jogo é o regime democrático, é a legalidade, é o Estado Democrático de

Direito. Todos sabem que não há base legal nem jurídica para o impeachment. O

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

97

primeiro fundamento alegado, o das pedaladas fiscais, não procede: houve um

parecer no TCU — é um parecer —, mas não houve julgamento pela Casa. Quem

julga é o Congresso Nacional, e não houve julgamento. Também é importante

ressaltar para a população brasileira que o Congresso Nacional aprovou o PLN 5/15.

Portanto, mesmo que, porventura, tivesse havido algum tipo de ilicitude, o Projeto de

Lei nº 5 foi aprovado e dá ampla legalidade a essa questão. Portanto, não tem base

jurídica nenhuma o pedido de impeachment, que, por isso, se caracteriza como

golpe. Por isso, nós também apelamos à responsabilidade, ao compromisso do

Vice-Presidente, para que ele possa, inclusive, liderar o movimento em defesa da

legalidade, em defesa da democracia, porque o que está em jogo, mais do que o

mandato, é exatamente o regime que nós construímos, com sangue e suor, em

defesa de um País que garanta a liberdade, que garanta a justiça e que respeite a

representação popular. No País não há recall e, portanto, a Presidente Dilma e o

Vice-Presidente têm todo o direito de concluir o seu mandato, e aqueles que se

opõem a eles, que têm divergências, terão que esperar até as eleição de 2018.

Quero parabenizar V.Exa. pelo seu pronunciamento e dizer ao povo brasileiro que

nós precisamos ter clareza, consciência de que há um jogo político daqueles que

perderam as eleições, que não se conformam com a derrota, que querem implantar

no País o liberalismo, que querem acabar com o monopólio do pré-sal e querem

acabar com as conquistas que nós tivemos durante esses anos. Mesmo com as

dificuldades que nós estamos enfrentado hoje, o nosso povo tem o direito de comer

— de tomar café, almoçar e jantar —, um direito conquistado a duras penas e que

nós precisamos preservar. Parabenizo V.Exa. pelo seu pronunciamento.

O SR. ZÉ GERALDO - Muito bem. Obrigado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

98

Eu estou dando um aparte; não estou transferindo o Grande Expediente.

(Risos.)

Concedo um aparte ao Deputado João Daniel.

É um prazer ouvir o aparte de V.Exas., meus colegas de bancada.

O Sr. João Daniel - Muito obrigado, grande Deputado Zé Geraldo. Eu só

queria fazer um aparte e parabenizar o nosso Presidente, Pe. Luiz Couto, que neste

momento dá andamento aos trabalhos. Eu queria parabenizá-lo, Deputado Zé

Geraldo, pela clareza com que tem se pronunciado e agido como membro de uma

bancada que trabalha, que luta e que acredita no Brasil. Quanto ao que V.Exa. vem

colocando, nobre colega Deputado, queria dizer que o Brasil inteiro, da Oposição à

Situação, tem certeza absoluta sobre uma questão: a Presidenta Dilma, enquanto

mulher, enquanto autoridade, é uma das pessoas que tem uma das histórias mais

bonitas que este País pode ter e que uma pessoa pode ter. É uma mulher que tem

uma história linda, uma mulher que tem uma história ética, moral e digna, que

representa a história das mulheres lutadoras deste País. E eu tenho certeza de que

o PMDB agirá corretamente. Hoje o partido é representado na chapa pelo Vice, com

a história de tantos peemedebistas, a exemplo do meu Governador, o Governador

de Sergipe, Jackson Barreto, que nunca, nunca deixou dúvidas sobre suas posições,

sobre sua firmeza diante de projetos estratégicos quando está em jogo qualquer

ameaça de ruptura, e tenho certeza de que ele estará firme na defesa da

democracia, na defesa do projeto do qual ele também participou, ao se eleger na

chapa liderada pela Presidenta Dilma. E, sem dúvida nenhuma, meu grande e

querido companheiro Zé Geraldo, o Brasil precisa — e o nosso partido tem clareza

disso — debater e discutir os grandes temas que vão solucionar todos os problemas

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

99

deste País, com trabalho, com debate político em torno desses grandes temas. É

disso que o nosso País precisa. Parabéns, Deputado Zé Geraldo, pelo debate e pela

clareza com que se apresenta! Muito obrigado.

O SR. ZÉ GERALDO - Muito obrigado, Deputado.

Deputado Vicentinho, antes de lhe ceder um aparte — eu ainda tenho uns 9

minutos; pode ficar tranquilo que V.Exa. também vai poder participar deste debate —

, quero abordar outro tema neste Grande Expediente.

É muito difícil esta Câmara, o Conselho de Ética, o Brasil, neste momento de

impeachment da Presidente, ter um Deputado sendo julgado, envolvido até a ponta

dos cabelos na Lava-Jato. O Supremo Tribunal Federal interveio no Senado e

prendeu um Senador — em nome de que o Senador estava atrapalhando as

investigações? —, mas há um Deputado sendo julgado, e ele tem a Presidência

deste Poder na mão. Será que isso não interfere no processo de investigação e de

punição? O que está acontecendo com o Supremo Tribunal Federal?

O Ministério Público Federal, que recebeu denúncia do Ministério Público da

Suíça, além das delações premiadas, delações robustas oferecidas pelo processo

de delação, não o indiciou.

Neste caso, a minha opinião, Sr. Presidente, é a de que o Ministério Público e

o Judiciário, especialmente o Supremo Tribunal Federal, devem entrar em ação,

está-se falando do Presidente da Câmara dos Deputados, que, com esse poder na

mão, vai coagindo as pessoas.

Na semana passada, a imprensa me perguntou: “Vocês estão com a faca no

pescoço?” Eu disse: “Não, estamos com uma metralhadora na cabeça e no

pescoço”. E ele disparou a metralhadora no outro dia.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

100

É claro que essa metralhadora do Eduardo Cunha não tem as munições

necessárias para abater uma Presidenta como a Dilma Rousseff. Nós também

vamos lançar mão das nossas ferramentas e teremos muitas ferramentas neste País

para enfrentar a metralhadora do Eduardo Cunha, porque não há razão alguma para

um Presidente da Câmara dos Deputados fazer o que o Presidente Eduardo Cunha

fez desde o dia em que se sentou nessa cadeira, vem fazendo até hoje, fez na

semana passada, está fazendo e vai fazer.

Concedo um aparte ao Deputado Vicentinho.

O Sr. Vicentinho - Caro amigo Zé Geraldo, estimado Presidente, eu quero

aproveitar este momento, muito brevemente, para não ocupar todo o seu tempo,

para manifestar os meus parabéns a V.Exa., meu companheiro de bancada de longa

data, desde o dia em que eu entrei aqui — V.Exa. entrou junto comigo —, mas,

também, aos companheiros Leo de Brito e Valmir Prascidelli. V.Exas. fazem parte do

Conselho de Ética desta Casa e, graças a Deus, decidiram conforme as suas

convicções, com o apoio total da bancada do nosso partido. Que bom que isso

aconteceu, até porque não dá para comparar Eduardo Cunha com Dilma Rousseff.

Contra a Dilma Rousseff, não há nada; contra Eduardo Cunha, há tudo. Então, não

dá para fazer essa comparação de forma alguma. Que se resolva logo essa história

do impeachment. Eu não quero ver Deputado de oposição querendo manipular para

atrasar o processo. Tem-se que votar logo! E quem sabe o Congresso deva acabar

com o recesso para resolvermos essa questão. Eu quero dizer que os três nos

representam muito bem no Conselho de Ética. Ninguém tem dúvida! Os seus

respectivos Estados têm orgulho de V.Exas. aqui entre nós. E nunca ocorreu dúvida

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

101

sobre as suas posturas. Parabéns! Continue assim, companheiro: firme, corajoso,

não aceitando nenhum tipo de pressão. Obrigado.

O SR. ZÉ GERALDO - Muito bem, Deputado Vicentinho.

Com certeza, nenhum de nós três gostaria de estar vivendo este momento no

Conselho de Ética. Quem sabe um dia nós não precisaremos mais julgar

companheiros nossos em matérias como essas, de campanhas milionárias, de

financiamento ilegal de campanha, de Operação Lava-Jato. Espero que isso um dia

isso acabe. Infelizmente, não avançamos na reforma política.

Mas amanhã nós estaremos no Conselho de Ética; votaremos unidos —

vamos votar juntos; esse é o nosso propósito. Estamos orientados. Já não é uma

decisão mais só nossa; é uma decisão de partido e de bancada, que já é conhecida

por todos. Espero que avancemos também rapidamente nesse processo no

Conselho de Ética.

Quero me dirigir ao povo brasileiro: não pense que o impeachment ou a

mudança de Governo vai melhorar as coisas no Brasil; muito pelo contrário, vai

piorar — vai piorar. Quem vier governar este País sofrerá de falta de legitimidade. O

que nós precisamos é exatamente passar por esta fase rapidamente, botar este País

nos trilhos, voltar a gerar emprego, desenvolver os programas que o Lula e a

Presidenta Dilma já vinham desenvolvendo. É disso que o Brasil precisa.

Agora, finalizando, porque o meu tempo já está se esgotando — faltam

apenas pouco menos de 3 minutos —, eu queria também convocar todos os

democratas deste País, independentemente de partido, e até aqueles que não são

de partidos, principalmente os movimentos sociais, os trabalhadores rurais, a

Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar —

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

102

FETRAF, a Via Campesina, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na

Agricultura — CONTAG, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra — MST,

o Conselho Nacional dos Seringueiros, os pescadores, os ribeirinhos, os

quilombolas, a Central Única dos Trabalhadores, enfim, todos os movimentos, e

ainda os jovens e as mulheres: vamos nos organizar, vamos nos mobilizar para

fazer um enfrentamento de rua, um debate na sociedade. E, se for preciso, vamos

trazer milhões de pessoas para Brasília, para pedir a este Congresso Nacional, a

esta Câmara dos Deputados que pare de brincadeira com o povo brasileiro. Vamos

agir com responsabilidade. Vamos agir em nome do Brasil. Vamos votar aqui aquilo

que é bom para o País.

Nós temos que acabar com a defesa desses interesses pessoais, desses

interesses que muitos Parlamentares nesta Casa, que foram eleitos pelo povo, não

deveriam fazer. Afinal, os eleitores e as eleitoras, quando votaram, acreditaram nos

seus representantes, mas o que nós vemos aqui, muitas vezes, não é essa vontade,

não é esse entendimento, não são essas as tarefas que estão sendo cumpridas

aqui.

O Brasil espera muito mais do Congresso Nacional. O Brasil espera muito

mais da Câmara dos Deputados. Não podemos conviver com uma

irresponsabilidade tamanha, como essa do Presidente Eduardo Cunha e do seu

grupo nesta Casa, e essa irresponsabilidade do PPS, do Democratas, do PSDB, que

perderam as eleições, não se conformam e não querem esperar 2018. Parece até

que estão assombrados, parece que não acreditam na sua capacidade, parece que

não acreditam na possibilidade de ganharem, no voto, em 2018, porque sabem que

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

103

este País ainda tem um grande líder político, que começou essas transformações a

partir de 2003, juntamente com a Presidenta Dilma.

Pessoas e governantes que estiveram aí, que passaram 30 anos fazendo

estudos sobre Belo Monte, por exemplo — gastaram mais de 200 milhões só

estudando Belo Monte —, não conseguiram começar a produzir energia, e a

Presidenta Dilma, que era Ministra de Minas e Energia do Presidente Lula, iniciou a

maior hidrelétrica do Brasil, que agora, em março, começa a produzir energia para

60 milhões de brasileiros, o que equivale à população da França; energia do Xingu,

lá em Altamira e Vitória do Xingu, que vai chegar a Brasília, a Belo Horizonte, ao

Maranhão, até porque nós temos um sistema interligado. Não estou nem falando de

Jirau e Santo Antônio, em Rondônia, que estão projetadas, e do sistema interligado.

Se as tarifas estão altas, é porque nós tivemos, realmente, a crise hídrica.

Entre tarifa alta e apagão, o povo, é claro, não quer o apagão. O cidadão reclama da

energia, Deputado Vicentinho, em dois momentos: quando chega a conta alta ou

quando não tem energia.

Então, nós estamos trabalhando para não faltar energia no Brasil e, é claro,

para que daqui a algum tempo tenhamos a nossa maior fonte de energia limpa,

renovável e barata, através das águas, através dos ventos e através do sol.

Milhões de programas estão mantidos, como a aposentadoria do trabalhador

e da trabalhadora rurais — o que, com certeza, se Aécio Neves fosse Presidente da

República, já teria acabado, já teria sido eliminado —, para não falar em outros

programas.

Portanto, meus amigos e minhas amigas, povo brasileiro, esse impeachment

é uma farsa, esse impeachment é uma vingança, esse impeachment é uma

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

104

irresponsabilidade e esse impeachment é um golpe que nós, povo brasileiro, que

nós, Parlamentares democratas, não podemos aceitar. Vamos trabalhar para que

isso não aconteça, contando com todas as forças partidárias e não partidárias deste

País.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Muito obrigado, Deputado Zé Geraldo.

Parabenizo-o pelo pronunciamento.

Durante o discurso do Sr. Zé Geraldo, o Sr. Arnaldo

Jordy, nos termos do § 2° do art. 18 do Regimento

Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada

pelo Sr. Luiz Couto, nos termos do § 2° do art. 18 do

Regimento Interno.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

105

O SR. VICENTINHO - Sr. Presidente, eu solicitei ao nobre Deputado Mauro

Pereira apenas 1 minuto para dar um informe relevante para a sociedade.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Antes de passar a palavra ao segundo

orador do Grande Expediente, o Deputado Mauro Pereira, do PMDB do Rio Grande

do Sul, por até 25 minutos, concedo a palavra ao Deputado Vicentinho, por 1 minuto.

O SR. VICENTINHO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Muito

obrigado, Sr. Presidente. Obrigado, Deputado Mauro.

Só quero informar que na última sexta-feira foi enterrado na cidade de

Guapiara o seu Prefeito, o nosso companheiro Jorge Sabino, filiado ao nosso partido

desde 1987, homem de portas abertas, eleito por 73% dos votos. Infelizmente, por

uma fatalidade, veio a falecer no hospital.

Quero aqui mandar um abraço, em nome do meu partido, em nome da

relação que eu tenho com essa cidade, em solidariedade aos seus familiares e à

comunidade de Guapiara, ao Zé Maria, que é Presidente da Câmara dos

Vereadores, meu irmão, companheiro, conselheiro do meu mandato, a todos os

Vereadores. E quero desejar muito boa sorte à companheira Pixa, que assume hoje

a Prefeitura da cidade.

Minhas condolências ao povo querido da cidade de Guapiara.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - A Mesa recebe as condolências que

V.Exa. encaminha para os familiares do Prefeito que faleceu e também para todos

os habitantes daquela cidade, no sentido de que nós possamos assegurar as

condições para que aquele que vai assumir possa dar continuidade ao trabalho que

aquele Prefeito fazia no Município.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

106

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Concedo a palavra ao segundo orador

inscrito no Grande Expediente, Deputado Mauro Pereira, do PMDB do Rio Grande

do Sul.

V.Exa. disporá de até 25 minutos.

O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Muito

obrigado, Presidente, Padre Luiz Couto, muito obrigado por este momento. Quero

mais uma vez cumprimentar meus colegas, Deputados e Deputadas desta

Legislatura, e dizer que para mim é uma enorme satisfação poder estar como

Deputado Federal nesta Casa representando o meu PMDB.

Eu procurei, ao longo desses 10 meses como Deputado Federal, dar todo o

apoio e defender aquilo que há de mais sagrado na vida das pessoas: primeiro, a

saúde; segundo, a dignidade.

Dignidade, para qualquer pessoa de bem, é o emprego. Ele é um dos

principais alicerces de uma família. A pessoa, estando empregada, estando

trabalhando, é uma pessoa que, apesar das dificuldades, dos problemas, vai

conseguir atravessar.

Nós estamos vivendo um momento muito difícil no nosso País. Nós estamos

vivendo um momento de desemprego crescente. Nesses 10 meses em que eu estou

aqui nesta Casa, de uma maneira bastante tranquila, eu venho procurando dar todo

o apoio ao meu Líder Picciani, da bancada do PMDB, aos meus colegas do PMDB e

à equipe econômica do Governo Federal, votando projetos importantíssimos para a

nossa Nação.

No momento em que se vota o projeto, pensa-se: “A tendência agora é

melhorar”. Mas eu quero dizer que nós já chegamos a dezembro, o Natal está aí, e o

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

107

que nós estamos tendo, infelizmente, é uma crise que cada vez se agrava mais. Nós

estamos tendo um problema seríssimo por parte do Ministério da Saúde. Eu estive

conversando, sexta-feira pela manhã, com o Ministro Marcelo Castro sobre o déficit

da saúde. Falta, para que o Ministro feche o ano, 3 bilhões e 800 milhões, Padre

Luiz.

Ao mesmo tempo, o nosso Ministério da Agricultura trabalha juntamente com

os agricultores. No ano passado, os agricultores foram responsáveis pelo PIB do

nosso País. Hoje, os nossos agricultores não estão recebendo a parte do Governo

Federal, a parte do seguro agrícola, que é em torno de 60% do que se paga do

seguro, simplesmente porque a equipe econômica não está repassando o recurso

para o Ministério da Agricultura para que eles sejam pagos.

Ao mesmo tempo, nós estamos tendo um problema muito sério, como, por

exemplo, no Hospital Geral de Caxias do Sul, que tem o melhor serviço de

Oncologia da Serra Gaúcha, atendendo 49 Municípios com qualidade. Há matéria

jornalística de que o melhor serviço não é no Einstein em São Paulo, mas sim no

Hospital do SUS em Caxias do Sul. Infelizmente, no entanto, existe um atraso de 1

ano que não é pago.

Ao mesmo tempo, nós estamos aí com desemprego crescente. Quando eu

digo isso, não falo porque eu sou contra A ou B. Eu falo isso porque eu sou a favor

do nosso País. Nós todos aqui, todos os partidos, todas as pessoas, todos os

Deputados temos que trabalhar e unir as nossas forças para o bem da sociedade. E

o bem da sociedade é uma indústria forte gerando empregos.

Ao longo desses 10 meses, eu estive em cinco reuniões no BNDES, com o

Luciano Coutinho, com a Diretoria do BNDES, mostrando a importância do

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

108

financiamento para o setor industrial, para que empresas e caminhoneiros possam

comprar seu caminhão, sua carreta, seu ônibus, seu trator. Mas o que assistimos, ao

longo desses meses, foi a uma inflação cada vez mais alta, a juros cada vez mais

altos, ao BNDES não cumprir a sua missão.

É culpa do Luciano Coutinho? Não. Pelo contrário, o Luciano Coutinho é um

gentleman; a equipe dele é muito boa. Os Ministros da Agricultura e da Saúde; o

Ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, que esteve no Rio

Grande do Sul por esses dias; o Ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio;

o Giles Azevedo; o Berzoini; todos eles são pessoas educadas, que nos atendem

muito bem. Agora, infelizmente, quem está por trás dessa nossa economia, da

Presidente Dilma, é uma equipe econômica que está sendo comandada pelo

Ministro Levy, que é uma pessoa que não está tendo sensibilidade nenhuma, que

tem zero de sensibilidade! Você pode ficar na frente dele, cair, chorar e ajoelhar-se,

que nada acontece. E a cada dia o desemprego aumenta mais.

Eu pergunto: Tem como piorar mais? Ele disse que o ano que vem vai ser

pior ainda, que no ano que vem vai haver mais uma queda no nosso PIB de 3%.

Deputado Vicentinho, se o Ministro, em dezembro, às vésperas do Natal, diz que o

ano que vem vai ser pior, que vai haver um decréscimo, que o nosso PIB vai ser

reduzido em cerca de 3%, imagine qual é a esperança das pessoas que estão

desempregadas!

Então, nós temos, sim, que ter uma responsabilidade muito grande. O

momento que nós estamos vivendo aqui é bastante delicado. O Brasil está sendo

passado a limpo. De um lado, nós temos a Polícia Federal, que vem fazendo um

trabalho exemplar, fazendo o seu serviço com qualidade; o Ministério Público

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

109

Federal também está fazendo um trabalho exemplar; e esta Casa vem fazendo

também a sua parte.

Se nós formos analisar bem, hoje a Presidenta Dilma e sua equipe econômica

não podem dizer nada sobre esta Casa. Na semana passada, nós aprovamos todos

os projetos e acatamos os vetos da Presidente Dilma. Nós fizemos aquilo que nos

foi pedido. E qual foi a resposta que nós tivemos? A resposta que nós tivemos foi de

que o ano que vem vai ser pior do que este e que 2017 vai ser ruim também.

Aí eu pergunto, meus amigos, meus colegas, Deputados e Deputadas: como

é que querem que nós tenhamos esperança e confiança no que está aí? Por favor!

Existe uma coisa, sim, que todos nós temos na vida, que é esperança, esperança de

que amanhã vai ser melhor que hoje. Agora, no momento em que o Ministro diz que

o ano que vem vai ser pior, nós temos que fazer alguma coisa, nós temos que fazer

algo! Nós não podemos ficar passando a mão na cabeça de quem vê esse

desemprego e nada faz.

Caxias do Sul foi a cidade que mais gerou emprego no País. Eu não esqueço

nunca isso. Em 1997, em meio a uma recessão no País, o Jornal Nacional noticiou

que Caxias do Sul foi a única cidade que teve crescimento no emprego. Só que, em

Caxias do Sul, onde o crescimento do PIB era igual ao da China, hoje o desemprego

é total. A maior empresa em Caxias do Sul hoje chama-se “Aluga-se”. Ao andar na

cidade, o que se vê são lojas fechadas, comércio fechado. A coisa está muito difícil.

E o que nós vamos fazer?

Eu quero me dirigir, com todo o respeito, com todo o carinho, ao meu amigo

Deputado Vicentinho, que eu aprendi a respeitar aqui nesta Casa. Nós temos que

dizer para quem está no comando dessa equipe econômica que não dá mais, não

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

110

tem mais como ser. A CUT, que tem grande poder e força, e a CTB têm que dizer:

“Olhe, não dá mais. Esse desemprego não dá mais. Não tem como. A coisa está

muito difícil. Está muito complicada!”

E eu quero dizer, meu amigo Deputado Carlos Marun, que, num momento

desses, é preciso ter união de forças. Mas, em um momento difícil como este do

nosso País, escuta-se um senhor chamado Ciro Gomes, como um incendiário,

fazendo um discurso fácil, falando mal, criticando o Vice-Presidente da República.

Michel Temer é um gentleman, uma pessoa educada, uma pessoa que respeita a

todos, um homem que está em seu lugar, sempre esteve em seu lugar, nunca quis

ocupar o espaço da Presidente Dilma. Nunca quis fazê-lo, mesmo quando assumiu

eventualmente a Presidência.

Eu fui falar com ele quando estava na condição de Presidente da República e

me disse: “Mauro, eu aqui estou como Presidente. Eu não sou Presidente. Quando a

Presidente Dilma voltar, nós vamos tratar desse assunto”. Esse é o Vice Michel

Temer.

O Sr. Vicentinho - Prezado colega, solicito um aparte.

O SR. MAURO PEREIRA - E aí, simplesmente, o Ciro Gomes, dentro dessa

linha dele de bater em todo o mundo — eu acho que, se for preciso, ele bate até

nele próprio —, vem querer dar lição de moral, querer ofender Michel Temer.

Como peemedebista, como uma pessoa que procura ajudar o tempo todo

aqui o Governo, uma pessoa que, até hoje, está aqui procurando ajudar o nosso

Brasil, eu quero dizer, Ciro Gomes, que, para falar do nosso amigo Michel Temer,

tem que ter muita compostura, tem que ter um passado e um presente limpos.

Concedo um aparte ao Deputado Vicentinho.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

111

O Sr. Vicentinho - Obrigado, Deputado Mauro Pereira, pela oportunidade que

V.Exa. me dá e também por suas palavras. Com referência a Michel Temer, eu já

me pronunciei hoje, nesta Casa, manifestando total confiança e segurança no seu

companheirismo. A mesma confiança depositamos também no PMDB. Não temos

dúvida quanto a isso, não. Mas eu queria me referir ao assunto que V.Exa. abordou

anteriormente, que é a questão das medidas adotadas em relação ao desemprego.

Eu quero concordar plenamente com V.Exa. Nós não podemos conviver com

nenhum mecanismo que proporcione o desemprego em nosso País. Desemprego é

dor, é o pai de família perder a sua condição de dignidade. Aqui nos esforçamos

com a aprovação do PPE — Programa de Proteção ao Emprego, que felizmente

minimizou barbaramente as demissões, em vários lugares onde elas já haviam sido

causadas. E a consequência foi suspender demissões, como no caso da Mercedes-

Benz e de outras empresas que readmitiram mais de 2 mil trabalhadores. Nós

precisamos que no nosso Governo — claro que não queremos misturar as ondas

neste momento em que se ameaça a Presidência da República e nós não

concordaremos com isso — a política econômica seja modificada, primeiro a partir

dos pequenos, valorizando a geração de emprego e redefinindo uma política de

juros viável para o nosso País para que a indústria, a empresa acredite e produza.

Então, eu quero relativizar, como V.Exa. também está relativizando. Nós não

queremos desemprego, não queremos arrocho salarial. Agora, neste momento, o

que está em jogo é o projeto global como um todo, que nós devemos defender,

como V.Exa. o faz muito bem. Parabéns!

O SR. MAURO PEREIRA - Muito obrigado, Deputado Vicentinho.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

112

Eu vou conceder agora um aparte ao Deputado Zé Geraldo, por 1 minuto, e

depois ao Deputado Carlos Marun.

O Sr. Zé Geraldo - Nobre Deputado, primeiro eu gostaria de parabenizá-lo

pelo seu pronunciamento, V.Exa. que é um Deputado atuante nesta Casa, que

representa muito bem o Rio Grande do Sul e o seu partido, o PMDB, que tem uma

posição estratégica no sentido de assegurar a democracia neste País. Acho que nós

temos que fazer uma reflexão exatamente sobre as mudanças que precisamos fazer

na área econômica, para chegar à ponta, para gerar empregos, porque bilhões e

bilhões foram financiados pelo BNDES com incentivos fiscais em nome da geração

de emprego. E muitos desses bilhões não geraram emprego. Agora, por exemplo, lá

no Pará, nós temos uma empresa chamada Jari Celulose — Município de Almeirim,

Distrito de Eldorado, Vale do Jari, divisa com o Amapá —, um grupo que abocanhou

lá 1 milhão e 200 mil hectares de floresta e injetou dinheiro do BNDES, um dinheiro

volumoso, também das suas próprias empresas. E agora o projeto praticamente está

falido, está parado, gerando desemprego lá na região. A Polícia Federal prendeu na

semana passada um agente dessa empresa que estava tirando madeira ilegal, etc.

E em outros casos também eu estou vendo muitos investimentos que não geraram

os empregos que precisamos gerar. Então precisamos repensar um financiamento,

um investimento que possa chegar à ponta e, de fato, gerar emprego neste País.

Concordo com V.Exa. em que devemos no próximo ano não deixar acontecer mais

desemprego, e sim voltar à geração de empregos, como eu disse, gerando

desenvolvimento, construindo hidrelétrica, ferroviais, rodovias, enfim, a reforma

agrária, o Minha Casa, Minha Vida, tudo aquilo que gera emprego no Brasil.

Agradeço a V.Exa. o aparte concedido.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

113

O SR. MAURO PEREIRA - Em seguida concederei um aparte ao Deputado

Carlos Marun.

Deputado Zé Geraldo e Deputado Vicentinho, quero dizer que nós estamos

aqui para trabalhar pelo bem do nosso País. Eu estou muito preocupado com os

recursos para a agricultura, com os recursos para o Hospital Geral, com os recursos

para a saúde. O SUS tem que estar fortalecido e preocupado também com a

democracia. A democracia é uma das coisas mais preciosas que nós temos. E nós

temos que ter muita serenidade aqui nos nossos debates. Temos que ter muito

serenidade. Nós não podemos fazer ameaças. Não podemos ofender a vida

particular do outro. Primeiro temos que nos preocupar com o emprego da nossa

gente. Essa é a nossa preocupação número 1.

Hoje de manhã estive conversando com Giles Azevedo, assessor direto da

Presidente Dilma Rousseff. Esse homem já me atendeu umas quatro vezes este

mês. Ele é uma pessoa que atende melhor as pessoas do que muitos Ministros aí, e

ele também está preocupado. Essa é a preocupação que temos que ter. No Brasil as

coisas têm que andar, as coisas têm que andar.

Quanto ao impeachment, este é outro departamento, é outra conversa, que,

com muito diálogo, com muito debate, vai acontecer o melhor para o nosso País,

tenho certeza disso.

Concedo um aparte agora ao meu amigo Deputado Carlos Marun.

O Sr. Carlos Marun - Eu poderia usar a tribuna?

O SR. MAURO PEREIRA - Pode usar a tribuna, Deputado.

O Sr. Carlos Marun - Posso usar pelo tempo que lhe falta, Deputado? V.Exa.

me permite?

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

114

O SR. MAURO PEREIRA - Pode ser.

O Sr. Carlos Marun - É possível, Sr. Presidente?

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - O Grande Expediente não pode ser

dividido. Ele pode conceder um aparte a V.Exa.

O Sr. Carlos Marun - Pode me conceder um aparte? Mas há um tempo

determinado ou não?

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - O tempo que ele lhe der.

O SR. MAURO PEREIRA - Eu concedo um aparte ao Deputado Carlos

Marun, do Mato Grosso do Sul, um gaúcho que fez história no Mato Grosso do Sul e

é muito respeitado pelo povo desse Estado querido.

O Sr. Carlos Marun - Eu sou “matucho”, Deputado: sul-mato-grossense

nascido no Rio Grande do Sul. É isso que eu sou hoje. Estou há 31 anos vivendo em

Mato Grosso do Sul. Já que V.Exa. citou o Sr. Ciro Gomes, eu faço questão de

aparteá-lo para destacar alguns aspectos das últimas ações da vida política desse

cidadão: um trânsfuga partidário da pior espécie, tanto que eu nem sei em que

partido ele hoje se encontra. Bem instalado — como informa o Deputado Hildo

Rocha, do PMDB do Maranhão — em um emprego público de elevadíssimo salário,

ele se especializou em fazer da calúnia, da agressão, da grosseria e da ofensa

instrumentos preferenciais da sua decadente vida política. E tem feito de

companheiros do PMDB o alvo preferencial da sua venenosa virulência. Em primeiro

lugar, apoiou o seu irmão, que aqui esteve, querendo se justificar depois de ter

ofendido todos os Deputados desta Casa. E ali eu fiz as coisas do jeito que eu

prefiro fazer: disse, olhando nos olhos nos olhos dele, o que eu pensava da sua vida

política; falei deste microfone, olhando nos olhos dele, que aí se encontrava. Depois,

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

115

o alvo do Sr. Ciro foi o Deputado Eduardo Cunha. Não mediu ofensas no sentido de

desqualificar o Presidente, que vive um momento em que, efetivamente, tem que

prestar explicações à sociedade, mas é o Presidente da Câmara Federal. Pensem

os senhores se os membros da Oposição se julgassem no direito de se dirigir à

Presidente da República com tudo aquilo que tivessem vontade de dizer, com tudo o

que viesse à sua boca! O mínimo de educação que deve ter o homem público

impede muitos membros da Oposição de fazerem isso. Na sequência, o Deputado

Manoel Junior, também do nosso PMDB, foi ofendido e caluniado por esse senhor,

denominado Ciro Gomes. E agora chegou a vez do Vice-Presidente Michel Temer,

que foi duramente ofendido pelo Sr. Ciro há alguns dias. Em primeiro lugar, eu faço

um apelo, um apelo ao Presidente Michel, Presidente do PMDB: não reaja,

Presidente, não se iguale a esse boquirroto que se julga corajoso; não se iguale a

esse pigmeu que se julga gigante. Esse Governo só existe em função do Presidente

Michel; esse Governo só existe em função da atuação política do Presidente Michel.

Sr. Ciro Gomes, se estiver certa a informação — e eu acredito que esteja — que me

passou há pouco o Deputado Hildo Rocha, o senhor só tem o seu emprego porque,

na hora em que o Governo naufragava, Michel Temer assumiu a coordenação

política e recusou-se a coordenar um processo de deposição que já se encontrava

maduro. O Governo não estava à beira do barranco, já estava rolando barranco

abaixo. Michel Temer só não é Presidente hoje porque não quis. Se tivesse feito

qualquer coisa, se tivesse tido qualquer ação proativa no sentido de se tornar

Presidente da República, hoje o seria, e o Brasil hoje estaria vivendo dias melhores.

Mas ele não o fez. Michel foi, há alguns meses, Deputado Mauro, o desfibrilador. Eu

perguntei ao médico Deputado Fufuca: desfibrilador é o que consegue fazer respirar

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

116

e bater o coração de novo. Esse Governo já fedia feito um defunto. Hoje, exigem

que Michel forme ao lado daqueles que comandam a reação ao processo de

impeachment. Não é esse o papel constitucional de um Vice-Presidente. O Vice-

Presidente Michel não vota. Ele não deve ser nem a favor nem contra o

impeachment; ele não vota. Ele tem, sim, que assumir o papel constitucional de um

Vice-Presidente, que é estar preparado para assumir o comando da Nação se isso

for necessário, se o impeachment vier a acontecer. Esse é o papel do Michel e que

nós confiamos que ele assuma, que o povo brasileiro espera que ele assuma. Nisso

cabe, sim, conversas com amplos setores políticos desta Nação, para que, no caso

de ser necessário, o Presidente esteja preparado para esse grande desafio.

Concluo, Deputado, dizendo o seguinte: o Sr. Ciro também usou a Rede da

Legalidade, dizendo que reeditava contra golpe. A Rede da Legalidade não mentiu,

Sr. Ciro Gomes. Do impeachment nós podemos ser contra ou a favor; agora, que é

golpe não é; é Constituição, é lei, e ele pode, sim, acontecer dentro da legalidade.

Não enxovalhe o nome sagrado de homens de bem, como o meu avô, como o meu

pai, que pegaram em armas na legalidade para sustentar o Governo constitucional

do Sr. João Goulart. Lave a boca antes de falar em legalidade, Sr. Ciro Gomes, já

que a sua boca se transformou em uma boca de aluguel a serviço dos poderosos!

Muito obrigado.

O SR. MAURO PEREIRA - Muito obrigado, Deputado Carlos Marun.

Deputado Luiz Couto, eu quero concluir o meu tempo mais uma vez me

dirigindo a todos os Ministros do Governo da Presidente Dilma Rousseff. Vamos

procurar trabalhar pelo bem da população, pelo término desses desempregos. Eu

quero dizer, com toda tranquilidade, que, nas diversas reuniões que nós tivemos

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

117

com o Ministro Joaquim Levy nesses 10 meses, não vi ouvi nada de positivo da boca

do Ministro. E as notícias sobre economia desta semana informam que haverá uma

queda de 3,15% no Produto Interno Bruto — PIB no ano que vem. Isso não é

admissível! Isso não pode acontecer! Nós temos que fazer alguma coisa, porque

infelizmente está havendo desemprego. Nós não podemos deixar que isso aconteça.

O Sr. Darcísio Perondi - V.Exa. me concede um aparte, nobre Deputado?

O SR. MAURO PEREIRA - Deputado Darcísio Perondi, eu concedo a V.Exa.

30 ou 40 segundos, porque o meu tempo está terminando, com a permissão do

Presidente Luiz Couto.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Deputado Perondi, o Deputado Mauro já

concedeu apartes, e o seu tempo está esgotado.

O Sr. Darcísio Perondi - V.Exa. não poderia fazer uma exceção?

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Concedo a V.Exa. 1 minuto.

O SR. MAURO PEREIRA - Muito obrigado, Deputado Luiz Couto.

O Sr. Darcísio Perondi - Eu quero criticar aqui o Governador do Maranhão,

que fala sobre a Rede da Legalidade. Eu fiquei surpreso, a começar pelo seu

partido, porque, quando nós lutávamos para derrubar o regime militar, o seu partido

lutava por um regime totalitário no Brasil. E Rede de Legalidade foi a do Leonel

Brizola, que a comandou para enfrentar os militares. Isto, sim, do Leonel Brizola, dos

gaúchos, mas não do Sr. Flávio Dino e dos seus subordinados. Legalidade, sim, é o

processo de impeachment, que está fundamentado, meu caro Governador Flávio

Dino. Ninguém é palhaço para receber a sua crítica, ninguém é palhaço! Está

fundamentado o processo na Lei de Impeachment; está fundamentado na

Constituição. O próprio PT duas vezes, nesta Casa, tentou o impeachment de Itamar

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

118

e de FHC, e esta Casa votou. O Sr. Flávio Dino votou como o PT, porque era um

instrumento legal. Flávio Dino, a sua afirmação e a sua liderança não corroboram a

sua inteligência. A sua inteligência democrática está manchada com essa tentativa

de Rede de Legalidade. Muito obrigado.

O SR. MAURO PEREIRA - Sr. Presidente, Deputado Padre Luiz Couto, muito

obrigado pela tolerância e pela maneira democrática como conduziu a Presidência

desta sessão.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

119

O SR. JOSÉ AIRTON CIRILO - Sr. Presidente, conceda-me 1 minuto, por

gentileza. Eu estou inscrito.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Ainda temos Comunicações

Parlamentares e Comunicações de Liderança. Depois, abriremos para breves

comunicações.

O Deputado Paes Landim solicitou tempo de Liderança pelo PTB, que é de 5

minutos, e o tempo das Comunicações Parlamentares, que é de 10 minutos.

Portanto, S.Exa. dispõe de 15 minutos. Se não chegar mais nenhum Líder para falar,

nós abriremos inscrições para breves comunicações.

Nas breves comunicações, nós temos o Deputado Julio Lopes, que é o quarto

inscrito, a Deputada Moema Gramacho, os Deputados Gonzaga Patriota, Carlos

Henrique Gaguim, Valmir Assunção, Alberto Fraga, Heráclito Fortes, Jose Stédile,

Paulo Foletto, Átila Lins e tantos outros que poderão falar.

V.Exa. está lá no final.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

120

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Vai-se passar ao horário de

VI - COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES

Tem a palavra o Sr. Deputado Paes Landim, pelo PTB. S.Exa. disporá de até

15 minutos.

Lembro que o painel eletrônico só será aberto para registro de presença a

partir das 18 horas.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

121

O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI e como Líder. Sem revisão do orador.) -

DISCURSO DO SR. DEPUTADO PAES LANDIM QUE, ENTREGUE AO ORADOR

PARA REVISÃO, SERÁ POSTERIORMENTE PUBLICADO.

(Discurso a ser publicado na Sessão nº 011, de 23/02 /16.)

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

122

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado Chico

Alencar, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSOL.

V.Exa. disporá de até 3 minutos.

O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Obrigado, Sr. Presidente, Deputado Luiz Couto.

Deputadas, Deputados, servidores, todos que acompanham esta sessão, aqui

na nossa “República das barganhas”, onde, a rigor, todos os grandes partidos

negociaram com o Presidente para ter ou para impedir o impeachment, o que já

determina um vício de origem, embora, evidentemente, haja previsão constitucional

para o impeachment, quero registar a resolução tomada pelo Partido Socialismo e

Liberdade, que realizou seu 5º Congresso Nacional esse fim de semana, reunindo

332 delegados, de todo o Brasil.

Nosso congresso foi muito importante. Reelegemos o Prof. Luiz Araújo

Presidente da legenda e compusemos uma direção com rigoroso equilíbrio de forças

no bom debate, no bom e saudável embate democrático, que será seguido por uma

unidade de ação inclusive nessa questão.

Primeiro ponto da nossa nota, que peço seja registrada nos Anais da Casa é:

a crise verdadeira o povo é que está sofrendo, e ela não decorre da decisão de

quarta-feira passada do ainda Presidente desta Câmara dos Deputados. Ela é a

crise do desemprego, que cresce, é a crise da perda de poder dos salários, é a crise

social e ambiental muito aguda, que leva a uma degradação da vida brasileira.

Segundo ponto, ainda relacionado a degradação: nós vivemos uma profunda

crise do sistema partidário e político, predominantemente alimentado pelas grandes

corporações empresariais. O descrédito inclusive na expressão parlamentar é muito

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

123

grande. E nós não enfrentamos o problema com uma reforma política digna desse

nome.

Terceiro ponto da nossa nota: o processo de impeachment, com previsão

constitucional — arts. 85 e 86 da Constituição Federal —, não pode ser banalizado.

E este, inaugurado por alguém que não tem mais legitimidade para tanto, é na

verdade mera retaliação. Isso é tão evidente! Aliás, ainda o Presidente disse na

coletiva à imprensa que sua decisão fora absolutamente técnica e que ele não tinha

nenhuma felicidade em comunicar que aceitara um pedido de impeachment dos

muitos que recebeu. Entretanto, no mesmo momento, em sua rede social ele dizia

que atendia ao clamor das ruas e se jogava nos braços do povo. Ora, se ele ouvir

bem as ruas, ouvirá também um clamor muito forte pela sua saída. Aliás, segundo o

Datafolha, em publicação do jornal de sábado, ele é a figura pública menos confiável

de todo o País!

Portanto, carece de legitimidade esse tipo de processo de impeachment. Há

vício de origem.

O mérito da denúncia nós não nos furtaremos a debater. Nosso Deputado

Ivan Valente será membro titular da Comissão Especial, na qual serei suplente. A

nosso juízo, as tais pedaladas fiscais, para além de uma tecnicalidade, não

constituem substância para o impedimento de um governante eleito, inclusive dos

estaduais que as praticaram também, no Amazonas, em Pernambuco, no meu Rio

de Janeiro, no Paraná, no Distrito Federal.

Então, vamos com calma. Querem destituir a Presidente? Organizem uma

rebelião popular ou esperem as eleições. É claro que o impeachment cabe, sim, em

determinadas situações. Nós apoiamos — não votamos a favor porque o PSOL nem

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

124

existia na época — o impeachment de Fernando Collor, mas em contexto totalmente

diferente.

A pedalada fiscal está no contexto de uma concepção de orçamento, de um

ajuste fiscal de não prioridade ao social. É uma boa discussão a ser feita. Mas daí a

ser esse o elemento fundante de processo de impedimento de Presidente nos

parece uma tremenda forçação de barra.

Por fim, quero dizer que nós nos opomos ao Governo Dilma. Achamos que

ele é impopular, que negou o que pregou na campanha, que cometeu, de certa

maneira, um estelionato eleitoral, que faz a política econômica do adversário que

combateu na eleição do ano passado. Agora, trocar a Dilma pelo Temer, com a sua

ponte para o futuro, é mudar para continuar aprofundando uma visão cada vez mais

privatista da vida. Essa ponte para o futuro é continuidade do presente com

materiais ainda mais desgastados e degradados.

As saídas da crise, segundo o PSOL, muitos movimentos sociais e a Frente

Brasil sem Medo, só virão com ampla mobilização popular em torno de reformas

profundas, como a do modelo econômico e também a do sistema político, para que

haja uma democratização radical do País, para que as maiorias sociais sejam

maiorias políticas e a transparência republicana seja o melhor antídoto à corrupção,

que é real, que dilacera, que é o cupim da nossa República.

Então, continuaremos na luta frontal contra a ilegitimidade daquele que

desonra a Câmara dos Deputados na Presidência e contra todos os corruptos e

também na oposição programática e de esquerda ao Governo Dilma.

Agradeço a atenção.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

125

NOTA A QUE SE REFERE O ORADOR

A Crise e o Impeachment

O Diretório Nacional do Partido Socialismo e Liberdade, diante dos últimos

acontecimentos que agravam a crise política, considera que:

1- Os efeitos da crise econômica e política, aprofundada pelas medidas do

governo federal, pesam especialmente sobre os trabalhadores e o povo, que sofrem

a violência do desemprego e da perda do poder de compra dos salários, enquanto

os grandes rentistas e os bancos ampliam seus lucros. Esse modelo neoliberal

periférico se aprofunda com a política de ‘ajuste’ do governo Dilma. Os governos

estaduais do PSDB, PMDB, PT e outros agem na mesma direção;

2- Vivemos a mais aguda degradação do nosso sistema político, com o

crescente desencanto da população em relação aos parlamentos e aos partidos,

quase todos capturados pelas grandes corporações econômicas e corrompidos pelo

assalto aos cofres públicos, o eleitoralismo, o clientelismo, a demagogia e a

rebaixada disputa por nacos do Orçamento Público;

3- Processo de impeachment, que pode culminar no ato mais extremo da

dinâmica política legal - a destituição do governante -, tem previsão constitucional

(arts. 85 e 86 da CF). Mas este, decidido por Eduardo Cunha, o ilegítimo presidente

da Câmara dos Deputados, construído num ambiente de chantagens mútuas e

posições oportunistas de todos os grandes partidos, foi descarada retaliação. Tudo

no marco de barganha que o deputado pratica permanentemente, dentro do

Legislativo e fora dele. Cunha abusa de suas prerrogativas para salvar seu mandato,

atingido por denúncias robustas de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de

divisas, ocultação de bens e outros crimes. As ruas, em especial as mobilizações

das mulheres e da juventude, clamam por sua cassação. Ele carece, portanto, de

legitimidade, em especial para tomar decisão de tamanho impacto. O PSOL já

advoga há tempos o afastamento de Cunha e não reconhece a validade de suas

iniciativas;

4- O mérito da denúncia que embasaria o afastamento da presidente da

República – as chamadas ‘pedaladas fiscais’ - não tem, a nosso juízo, substância

para promover destituição de quem detém mandato eletivo. Governos estaduais de

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

126

diversos partidos também as praticaram. As “pedaladas” são questionadas pelos

que se vinculam à concepção neoliberal do ajuste fiscal contra o povo, com

supressão de direitos. Para nós, no plano fiscal e orçamentário, é imperativa a

auditoria da dívida e o fim do superávit primário;

5- Destituir Dilma, a cujo governo antipopular nos opomos, para colocar em

seu lugar Michel Temer (PMDB), significaria aprofundar uma “ponte para o futuro”

que é mera continuidade do presente, pavimentada pelos materiais do privatismo

puro e duro;

6- Para nós do PSOL, as saídas da crise só virão com ampla mobilização

popular em torno de reformas profundas, que instituam um novo modelo econômico,

soberano, igualitário e ambientalmente sustentável. Além de um modelo político,

livre do financiamento empresarial, que radicalize a democratização do país (através

da qual as maiorias sociais possam se tornar as maiorias políticas), e a

transparência republicana, melhor antídoto à corrupção sistêmica. Reforçamos

nossa luta frontal contra Cunha e todos os corruptos, e de oposição programática e

de esquerda ao governo Dilma. O PSOL não participará de manifestações que

tenham como finalidade defesa do governo ou do impeachment.

Congresso Nacional do PSOL

Luziânia (GO), 6 de dezembro de 2015.”

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

127

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Antes de conceder a palavra à Deputada

Erika Kokay, vou dar a palavra por 1 minuto aos Deputados Daniel Almeida, José

Airton Cirilo e Átila Lins, para breves comunicações.

O SR. DANIEL ALMEIDA (PCdoB-BA. Pela ordem. Com revisão do orador.) -

Sr. Presidente, manifesto a minha solidariedade e apoio aos agricultores do

Nordeste. Recebi, há alguns dias, uma delegação de agricultores da Bahia,

especialmente de Irecê, que estão com débitos inscritos em Dívida Ativa, já com

cobrança judicial, impossibilitando-os de manter suas atividades.

Isso é um absurdo! São 4 anos de seca, não há possibilidade de produção.

Esses trabalhadores querem que essa dívida seja perdoada ou, no mínimo,

negociada em condições que eles possam pagar, para que retomem suas

atividades. Portanto, presto nosso apoio e solidariedade a eles.

Quero também registrar a comemoração dos 60 anos do DIEESE —

Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos. Parabenizo

os servidores da instituição pelo trabalho que desenvolvem.

Era o que tinha a dizer.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, mais uma vez centenas de

agricultores do Nordeste, especialmente do semiárido, estiveram em Brasília e nesta

Casa, pedindo apoio para o grave problema enfrentado nas últimas décadas pelo

setor. A maioria dos problemas estão relacionados com a seca. Na semana passada

estiverem em meu gabinete os agricultores de Irecê, buscando apoio, e nos

informaram que existem no Nordeste mais de 16 mil produtores. Destes, a metade

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

128

está na Bahia e aproximadamente 8 mil na Região de Irecê. Todos esses produtores

estão inscritos da Dívida Ativa da União.

A situação é extremamente grave, uma vez que essas dívidas foram

transformadas em débito fiscal e são corrigidas pela SELIC. Só para se ter uma ideia

real da situação, um pequeno produtor da região de Irecê que fez um empréstimo de

20 mil reais, hoje deve 800 mil. Isso é um absurdo, é inconcebível.

Segundo a COOPERICÊ — Cooperativa Agropecuária de Irecê, só na Justiça

Federal de Irecê existem 500 processos relacionados a dividas oriundas de crédito

rural tramitando naquela Corte. Essas dívidas são cobradas pela Procuradoria-Geral

da Fazenda Nacional, que ajuiza e coloca na justiça. Ou seja: os agricultores — boa

parte são agricultores familiares — ficam sem crédito para produzir, porque seus

nomes estão negativados e, consequentemente, nunca poderão quitar essas

dívidas.

O que os agricultores estão propondo é que o Governo edite uma medida

provisória, autorizando as instituições financeiras federais a adotar políticas de

estimulo à liquidação ou renegociação das dívidas originárias de operações de

crédito rural, contratados até 2010, na área de abrangência da SUDENE.

Esses agricultores, coordenados pela Bancada do Nordeste, estavam

tentando um encontro com a Ministra da Agricultura para levar essa proposta, e nós

queremos manifestar o nosso apoio a essa busca de solução.

Os agricultores nordestinos, especialmente os de médio e pequeno porte, já

são duramente penalizados com os problemas decorrentes da seca e merecem,

portanto, todo nosso apoio.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

129

Só há uma saída para que esses agricultores honrem suas dívidas, que é

permitir a reinserção deles no mercado de crédito rural. Com isso, eles poderão

voltar a produzir e a gerar empregos e oportunidades.

Era o que tinha a dizer.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, comemoramos em 2015 os 60 anos

de existência do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos

Socioeconômicos. O DIEESE foi criado com o intuito de desenvolver pesquisas para

fundamentar as reivindicações dos trabalhadores. Dos estudos que realiza resultam

impressionantes informações sobre a economia e a sociedade brasileiras.

Entre seus produtos, talvez o mais conhecido seja o cálculo do salário mínimo

necessário ao bem-estar do trabalhador. A Constituição determina uma série de

necessidades que devem ser atendidas pelo salário mínimo. Seu rol é tão vasto que

o valor fixado por lei, por mais que tenha aumentado bastante nos últimos anos, está

muito longe de atender ao que a Carta Política determina.

O que mais impressiona, porém, é que a economia brasileira não possui

aptidão para satisfazer o mencionado dispositivo constitucional. O PIB brasileiro em

2014 foi de 5,5 trilhões de reais. Dividindo esse valor pelos 200 milhões da

população brasileira e pelos 12 meses do ano, chegamos a menos de R$ 2.300,00.

Acontece que o salário mínimo necessário calculado pelo DIEESE em outubro

de 2015 foi de mais de R$ 3.200,00. Isso quer dizer que, nem mesmo se todos os

brasileiros tivessem a exata mesma renda, seria possível respeitar o que determina

a nossa Lei Maior sobre o salário mínimo. Antes, o PIB brasileiro deveria aumentar

pelo menos 40%. Ainda, considerando que vivemos em um dos países com a maior

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

130

concentração de renda no mundo, o cálculo do salário mínimo necessário pelo

DIEESE leva muitas pessoas a perspectivas extremamente pessimistas.

Prefiro, porém, analisar a situação sobre outro prisma. Esses números

mostram o tanto que é importante a causa do meu partido em razão dos problemas

inerentes ao capitalismo. A produção de alimentos constitui excelente exemplo da

ineficiência econômica do mercado como principal meio de equalização da oferta e

da demanda. O foco dessa atividade deveria ser atender ao máximo a demanda por

comida existente. No entanto, pela ideologia capitalista, o produtor de alimentos,

como todo outro, quer apenas auferir lucro.

Assim, importa-lhe menos se sua produção matará a fome de alguém do que

se esse vai lhe pagar alguma quantia em dinheiro. Desse modo, o grande

contingente de brasileiros que passa fome ou que não pode pagar por gêneros de

preço elevado não constitui mercado atrativo ao produtor rural. Isso termina por

colocá-lo significativamente à margem do mercado de alimentos.

O DIEESE, mais uma vez, oferece condições para que compreendamos as

causas que levam a essa marginalização econômica do brasileiro de baixa renda.

Pesquisa que realizou com o Ministério do Desenvolvimento agrário apresenta

números bastante representativos do fenômeno.

Em 2009, quase 40% da produção da safra temporária de nosso País foi

destinada à soja, que encontra no mercado externo os principais consumidores —

do site da EMBRAPA consta que quase 60% dos grãos produzidos em nossa última

safra foram exportados.

É bastante sintomático da marginalização econômica do brasileiro de baixa

renda que o arroz e o feijão, típicos dos pratos brasileiros, não cheguem a um terço

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

131

da produção de soja. A verdade é que se prefere plantar soja porque é mais

lucrativo — o mercado externo paga mais por ela. Em contrapartida, diversos

brasileiros passam fome.

Se a realidade fosse inversa, o preço do arroz e do feijão seriam mais baixos.

Com isso, o montante de recursos necessários para alimentar boa parte da

população seria menor, reduzindo o valor do salário mínimo necessário. Análises

como essa podem ser feitas para inúmeros mercados que constituem a economia

brasileira, graças aos dados levantados pelo DIEESE.

O que se verifica, portanto, é que o diretório oferece importante serviço ao

Brasil com dados precisos para indicar os caminhos para maior justiça

socioeconômica. Em verdade, a utilidade de produtos análogos é mundial. Em 2016,

1% da população do mundo deverá ser detentora de 50% das riquezas. Ora, o

mercado orienta-se para a satisfação dos interesses desse 1% de maneira muito

privilegiada em relação ao restante. Mais de 10% das pessoas no mundo sentem

fome, em grande parte, porque não vale a pena produzir para quem não pode pagar

muito.

Desse modo, é muito justo homenagear o DIEESE pelos seus 60 anos. O

trabalho que realiza é de capital importância para superarmos as contradições

inerentes ao capitalismo, hoje dominante em quase todo o mundo.

Einstein dizia que o dinheiro atrai o egoísmo e arrasta consigo o desejo

irresistível de dar-lhe mau uso. O DIEESE, por sua vez, nos dá números que

reforçam o dever de nos afastarmos disso em direção à solidariedade que nos faz

humanos. Em suma, respeitar o trabalho é resgatar a nossa humanidade.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

132

Quero, portanto, registrar a comemoração dos 60 anos do DIEESE —

Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos e

parabenizar os seus servidores pelo excelente trabalho que desenvolvem.

Muito obrigado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

133

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Com a palavra o Deputado José Airton

Cirilo, por 1 minuto.

O SR. JOSÉ AIRTON CIRILO (PT-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, eu quero registrar, com muita satisfação, a eleição do novo Prefeito

de Araripe, no Ceará, nosso companheiro de partido Dr. Giovane Guedes, com o

Vice-Prefeito Francisco Sales, da coligação Araripe para Todo, que venceu as

eleições com mais de 67% dos votos, uma grande vitória.

Nós saudamos a população de Araripe por essa conquista. Vamos dar todo o

apoio ao novo Prefeito, para que, montada a sua equipe — a posse vai acontecer no

dia 16 de dezembro próximo —, possa iniciar um novo ciclo no Município, de

desenvolvimento e emprego, com melhora da qualidade de vida do seu povo.

Que Araripe volte ao patamar de importância que sempre teve, gerando

emprego e melhorando a vida da sua população. Contem conosco!

Parabéns, Dr. Giovane Guedes, Francisco Sales e toda a população de

Araripe!

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

134

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Concedo a palavra ao Deputado Átila

Lins.

V.Exa. disporá de até 1 minuto.

O SR. ÁTILA LINS (Bloco/PSD-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, apenas quero registrar que o Governador do meu Estado, o

Amazonas, está participando da Conferência das Mudanças Climáticas, em Paris, e

teve a oportunidade ontem de, na Embaixada dos Estados Unidos, lá em Paris,

assinar, juntamente com 15 dirigentes estaduais de diversos países, um acordo que

prevê a luta que esses países vão desenvolver para diminuir as temperaturas no

mundo: menos 1. Ou seja, que a temperatura que todos estão calculando que não

pode aumentar mais 2 graus centígrados possa realmente ficar nesse parâmetro de

menos 1.

Então, o Governador está lá mantendo contatos. É evidente que o Estado do

Amazonas, que é conhecido em todo o mundo, não poderia estar ausente, não

poderia deixar de estar presente em vários eventos que se desenvolvem, que se

desenrolam nessa Conferência.

O Governador do meu Estado, portanto, está participando ativamente desses

encontros, nos quais também esteve o Governador da Califórnia, enfim, uma série

de autoridades que estão marcando posição nesse evento, que é importante não só

para o Brasil, mas sobretudo para o meu Estado, que é o maior da Federação e tem

uma responsabilidade imensa, não apenas por ser o maior, mas porque temos lá

uma reserva de meio ambiente muito grande, e o mundo todo reconhece isso.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Obrigado, Deputado Átila Lins.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

135

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Para falar no período das Comunicações

Parlamentares pelo PT, tem a palavra a Deputada Erika Kokay.

V.Exa. disporá de até 10 minutos.

A SRA. ERIKA KOKAY (PT-DF. Sem revisão da oradora.) - São mais 3

minutos, Presidente, das breves comunicações, se V.Exa. me permite.

Bom, Sr. Presidente, eu queria começar saudando os eventos e a construção

democrática que são as Conferências. Nós tivemos aqui a Conferência da Saúde,

onde nós discutimos a necessidade de termos uma saúde que não seja o

contraponto da doença, mas uma saúde que trabalhe com a qualidade de vida e que

possa nos encarar por inteiro, a partir de onde nós pisamos, do nosso território, das

nossas relações, como tem que ser encarado o ser humano, até porque tem razão

Paulo Freire quando diz que nós não nascemos prontos, nós somos fruto da trama

das relações que nós construímos, nós somos fruto do chão que pisamos.

Portanto, é muito importante que tenhamos essa saúde associada ao cuidar

bem, ao querer bem, a saúde associada à qualidade de vida, que tem um sinônimo

muito exato e muito preciso, que é a felicidade, direito de todo ser humano. Nós

estamos em plenos 16 dias de enfrentamento da violência contra as mulheres, e

aqui no Brasil faz 21 dias, porque começamos no Dia da Consciência Negra, dia da

imortalidade de Zumbi dos Palmares, quando nós lembramos que as mulheres

negras são as que mais morrem neste País vítimas de violência. Nós tivemos um

crescimento da morte de mulheres negras de mais de 50%. E as mulheres negras

também sofrem, sofrem com o extermínio da condição de sujeito, em função do

racismo que nos lembra que ainda não fizemos o luto da escravidão, e sofrem

porque perdem seus meninos a partir dos dados que nos apontam que são jovens

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

136

negros que estão sendo exterminados. Há um extermínio da condição de sujeito de

direitos, de parcela significativa da sociedade brasileira.

Eu queria saudar também a Conferência do Serviço Social, ou seja, a

Conferência onde nós também estamos com esse instrumento de participação

direta, um instrumento de democracia direta, de democracia participativa, para que

possamos construir as políticas públicas que têm que ser construídas a partir desses

fios da necessidade de rompermos com os pedaços da ditadura militar, que

perfazem o nosso cotidiano, que são pedaços onde nós temos rompida a condição

de sermos donos do nosso próprio destino e de exercermos essa condição

essencialmente nos ofertada pela nossa humanidade, que é a condição de termos

consciência das nossas vidas, podermos pegá-las pelas mãos e transformá-las.

Nós estamos perto do Dia Internacional dos Direitos da Pessoa Humana,

quando nós lembramos a tentativa que a humanidade fez de construir um luto dos

fornos crematórios, das câmaras de gás, com a Declaração Universal dos Direitos

Humanos, no próximo dia 10, quando se encerra a campanha dos 16 dias de

ativismo contra a violência que atinge as mulheres.

Nós também estamos relembrando o Dia Internacional dos Direitos Humanos,

quando, em 1948, construímos essa Declaração com os fios da dor, sem nenhuma

dúvida, com as tintas da dor, mas com a necessidade de superarmos o que

representou para toda a humanidade a Segunda Guerra Mundial, e eu diria que

ainda estão aí os pedaços desses horrores na nossa contemporaneidade, porque

nós ainda temos os fornos literais, os fornos metafóricos que assolam o conjunto da

humanidade e ameaçam a nossa própria condição de sermos considerados seres

que nascemos livres, todos nós, como diz a Declaração Universal dos Direitos da

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

137

Pessoa Humana: “Todo ser humano nasce livre, igual em direitos e em dignidade”.

Todo ser humano, independentemente do gênero, independentemente da orientação

sexual, independentemente da idade, independentemente de onde nasce,

independentemente da opção religiosa, independentemente de qualquer condição,

todo ser humano nasce livre e igual em direitos.

Portanto, não deveria ser tirada de nenhum ser humano a capacidade de

livremente amar, de poder ousar dizer o nome do amor, como diz Oscar Wilde, de

poder expressar o seu afeto e exercer a sua afetividade e a sua condição de ser

amoroso, como são os seres humanos.

Digo isso, Presidente, porque nós construímos uma Constituição. Essa

Constituição foi tecida com os fios da luta, com os fios da vontade de nós brasileiros

fazermos uma superação da própria ditadura militar. A Constituição de 88 assegurou

uma série de direitos, e eu diria que talvez nunca tivemos esses direitos tão

ameaçados: os direitos previstos na Constituição da população indígena, os direitos

assegurados na Constituição brasileira de lutarmos e vivermos sem nenhum tipo de

discriminação. Essa Constituição tem que ser cuidada, para que seja fortalecida e

que ganhe pernas e para que esteja em todas as dobras da nossa cidade, em todas

as esquinas da nossa cidade, em todos os rincões deste País chamado Brasil. A

Constituição tem que ser preservada.

Digo isso porque há tantas ameaças à Constituição, daqueles que querem

transformá-la, para que ela se negue a reconhecer o débito que este País tem com a

comunidade indígena, porque promoveu o genocídio, seguido de um etnocídio e de

um epistemicídio, ou seja, o débito que temos com a população negra neste País,

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

138

submetida a quase 400 anos de escravidão, no processo mais literal de

desumanização.

Essa Constituição é que assegura o Estado Democrático de Direito, e ela está

sendo ameaçada, Deputada Benedita, quando nós vimos aqui a construção de um

impeachment. Tem razão o Líder do PSOL, o Deputado Chico Alencar, que vem no

arroubo de retaliação do Presidente da Casa, que se sente o imperador e que sente

que pode utilizar este Parlamento para se proteger e assegurar um mandato que a

sociedade já não lhe confere mais, assegurar um mandato, apesar de toda a sorte

de denúncias que pesam sobre ele, inclusive a denúncia bem fundamentada do

Ministério Público.

Esse Presidente da Casa, nesse arroubo, na perspectiva de ver frustrada uma

chantagem que tentou impor ao Partido dos Trabalhadores, entra com processo de

impeachment quando ele não tem legitimidade para coordenar este Poder

Legislativo nessa construção que tem um cheiro, que tem a essência de um golpe.

Aqui é muito claro que todos nós saibamos que há todo um questionamento

acerca das pedaladas fiscais, das ditas pedaladas fiscais, porque ali, se nós

analisarmos os recursos e a conta dos bancos com o Governo, saberemos que, via

de regra, foram os bancos que tiveram que devolver recursos para o próprio

Governo Federal. E nós sabemos e temos consciência disso, até porque foi dito de

forma muito larga por representante do Tribunal de Contas da União que isso nunca

foi considerado nenhuma ilegalidade. Nunca se considerou nenhuma ilegalidade.

Em determinada ocasião, respondeu o Ministro do TCU que isso nunca foi

considerado anteriormente uma ilegalidade, mas sempre tem a primeira vez. E isso

está sendo utilizado para romper e arrancar um mandato popular conferido pelo

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

139

povo. E aí se nega a própria Constituição, porque ela diz: “Todo poder emana do

povo e em nome dele será exercido”.

Portanto, nós estamos numa construção a olhos vistos kafkiana, quando se

constrói um processo de uma pessoa pública, da Presidente da República, sobre a

qual não paira — sobre Dilma Rousseff — nenhum tipo de irregularidade no conjunto

da sua vida pública, nada que a desabone, nada que indique que ela exerceu

qualquer ato de corrupção, nada que indique que ela se apropriou indevidamente

dos recursos públicos, nada que indique qualquer ato que desabone a sua própria

postura e que seja considerado doloso, como prevê a nossa própria legislação.

Ou nós nos baseamos na legislação ou nós vamos construir golpes que têm

consequências para a nossa própria democracia, que tem que ser considerada um

valor universal. Digo isso porque a democracia é instrumento do povo deste Brasil, é

instrumento da construção da nossa própria soberania. A democracia possibilita que

segmentos que foram historicamente vulnerabilizados, excluídos de qualquer tipo de

participação, possam interferir na construção dos rumos desta Nação.

Por isso, diria que segmentos como o dos negros, o das mulheres, enfim, que

são compostos por pessoas que tiveram violados os seus direitos, precisam da

democracia. O Brasil precisa da democracia. Nós não podemos permitir que, aos

olhos da Nação, se construa um golpe dirigido por um Presidente desta Casa que

não tem legitimidade para estar na Presidência deste Poder, que não tem

legitimidade para representar quem quer que seja. A democracia não comporta

termos o Presidente que ainda temos nesta Casa no dia de hoje. A democracia, o

Estado Democrático não comporta isso.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

140

Por isso, o País vê neste momento esta construção desavergonhada,

despudorada, sem modéstia, de um golpe à Presidenta da República para tirá-la do

poder. E digo eu: em função de que denúncias concretas que a atingem no exercício

da condição de Presidenta da República? É preciso lembrar que, na época do

Governo de Fernando Henrique Cardoso, nós não tivemos 50 operações da Polícia

Federal, mas nós tivemos, durante os últimos governos, até o ano de 2014, inclusive

no Governo da Presidenta Dilma Rousseff, mais de 1.400 operações da Polícia

Federal.

Hoje ninguém fica absolutamente paralisado e surpreso ao ver banqueiro ou

presidentes de construtoras e de empresas vultosas na cadeia. Ninguém hoje se

espanta ao ver na cadeia quem tenha cometido algum ato suspeito ou algum ato

ilícito.

Portanto, eu digo: a quem interessa destituir Dilma Rousseff? Seguramente

não é ao Estado Democrático de Direito; seguramente não é ao povo deste País;

seguramente não é àqueles que querem combater a corrupção, porque a corrupção

tem sido combatida como nunca se viu na história deste País.

Nós não podemos permitir, Presidente, que tenhamos passividade ao vermos

esta construção urdida pelo Presidente da Casa, que busca criar estruturas para se

proteger, porque tem utilizado de forma absolutamente nítida a condição de

Presidente deste Poder para se proteger, para poder responder e criar carapuças ou

blindagens para que não possa responder às diversas denúncias que o acometem e

que são feitas contra ele.

Por isso, Sr. Presidente, encerro dizendo que o País tem pressa. O País não

pode parar para ver um golpe se construir. O País não pode ficar nesse compasso

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

141

de espera, organizado sob a batuta de Eduardo Cunha. O País não pode parar para

que vejamos um golpe que querem colocar sobre ele, um tecido roto de uma

pseudolegalidade que não se sustenta, porque não se sustentam o caráter e a

essência golpista do impeachment que está em discussão nesta Casa.

Eu me calo e, mais uma vez, dou voz a Simone de Beauvoir, quando diz:

“Que nada nos defina. Que nada nos sujeite”. Que nada nos submeta, que nada nos

possa definir, porque a nossa essência é a liberdade, e é em função de termos

consciência de que a essência da nossa humanidade é a liberdade que nós dizemos

que não haverá golpe neste País.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Obrigado, Deputada Erika Kokay.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

142

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Concedo a palavra ao Deputado Chico

Lopes.

O SR. CHICO LOPES (PCdoB-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu respeito a Polícia Militar do Ceará, que é

centenária e tem boa formação. Mas, infelizmente, alguns membros dessa

corporação não seguem a orientação do seu Comando, do Secretário de Segurança

nem do Governador.

Nas páginas policiais se diz que a população relata tensão e medo dos

policiais. O Juiz Edísio Meira Tejo Neto e o Promotor de Justiça Felipe Moreira

Seabra afirmam que é preciso voltar a atenção do Estado para a estrutura policial da

cidade.

Hoje, aquela é a polícia que ganha relativamente melhor no Nordeste. Nós

não aceitamos que policiais com formação não cristã e não republicana façam

justiça com as próprias mãos.

Portanto, queria que o Governador chamasse para si a responsabilidade pela

segurança da população.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

143

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Concedo a palavra à Deputada Benedita

da Silva. S.Exa. disporá de 9 minutos das Comunicações de Liderança pelo PT e de

mais 3 minutos das Comunicações Parlamentares.

A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ e como Líder. Sem revisão da

oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estou de luto. A minha

perplexidade se dá por ver esta Casa atender a um pedido de impeachment

completamente estranho à Constituição Federal — e eu estava aqui, junto com o

meu partido, o Partido dos Trabalhadores, para elaborar essa Constituição.

Não pesa sobre a Presidenta Dilma absolutamente nenhum ilícito ou desvio

de dinheiro público. A insatisfação política da Oposição derrotada não é motivo

constitucional para o impeachment. Daí a minha perplexidade.

Apesar dos discursos golpistas que temos ouvido, eu não pensei que esta

Casa fosse ser capaz de aceitar um ato tão político, inconstitucional, sem

embasamento. Mas, infelizmente, aqui estamos nós, à espera do momento em que

se instalará a Comissão para discutirmos, então, o pedido de impeachment feito à

Mesa Diretora desta Casa.

A minha perplexidade neste momento se dá também por saber que a

população brasileira não pode, não sabe e não está acompanhando essa

movimentação cruel, política e que desclassifica, sem dúvida, a qualidade do

Congresso Nacional e a sua importância como responsável por representar o povo

brasileiro.

O povo brasileiro é ordeiro. O povo brasileiro quer o combate à corrupção. O

povo brasileiro quer, sobretudo, que o Brasil tenha paz. O povo brasileiro não é um

povo irado. O povo brasileiro não alimenta esse ódio presente nessas manifestações

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

144

que me trazem perplexidade, nem compartilha do baixo nível de vocabulário usado

nas considerações dos que querem impor o impeachment desta tribuna.

Mas o povo irá às ruas. Sabem por quê? Porque o povo já foi às ruas pela

democracia, tão duramente conquistada na luta contra a ditadura. O firme e

indignado pronunciamento da Presidenta Dilma levou a determinação ao Partido dos

Trabalhadores, às forças democráticas e aos movimentos sociais de saírem às ruas

para defender a democracia.

O Brasil democrático e popular não apenas vai barrar o golpe como também

vai tirar o País da paralisia. Essa paralisia foi imposta ao Governo por setores da

Câmara e parte da grande imprensa com o claro objetivo de desestabilizar a

Presidenta Dilma.

Mas o Governo sempre resistiu a isso. É bom que a população saiba da

situação, do que faz e tem feito a Presidenta Dilma. Ela tem vetado os aumentos

abusivos, defendendo a responsabilidade fiscal, contra o voto daqueles que sempre

se arvoraram em seus criadores. A base aliada já aprovou nesta Casa a mudança

na meta fiscal para 2015, garantindo a governabilidade. Fica claro que a paralisia

não é do Governo, mas é uma manchete criada por aqueles que não respeitam o

resultado das eleições e querem ganhar no tapetão.

Assim como eu lutei contra a ditadura, assim como luto pelos direitos sociais,

assim como me incorporo à voz do povo brasileiro, tenho certeza de que também

estarei na mobilização com o movimento das mulheres, dos jovens, dos negros, da

favela. Especialmente, eu me incorporo à voz da comunidade Chapéu Mangueira,

onde tenho minha referência e à qual presto uma homenagem, porque naquela

comunidade sabemos pensar e não atenderemos ao chamado do golpe.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

145

Quero dizer que estarei nas fileiras da mobilização popular e democrática que

tomará as ruas do Brasil para defender o regime democrático e a retomada do

crescimento econômico, com geração de empregos e inclusão social. De uma coisa

eu tenho certeza: golpe nunca mais!

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu estive pensando: o que faz com

que a Oposição e, principalmente, os que não ganharam as eleições fiquem tão

irados, tão irritados e tão perversos ao mesmo tempo, querendo o “quanto pior,

melhor” para inviabilizar qualquer atitude do Governo na continuidade da inclusão

social?

Pois bem, eu quero saudar a X Conferência Nacional de Assistência Social, a

cuja abertura, hoje, teremos a honra de comparecer. A Presidenta Dilma estará lá

para reafirmar os seus compromissos com a inclusão social.

Nessa X Conferência Nacional de Assistência Social, evento que será

realizado pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome e pelo

Conselho Nacional da Assistência Social, teremos 1.408 delegados, eleitos nas suas

conferências municipais e estaduais.

São esses os nossos defensores regionais, que conhecem a política social do

Governo, porque hoje nós temos política social, e não apenas um Ministério. Temos

um Ministério robusto, o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome,

que abrange a transversalidade dos demais Ministérios para fazer a inclusão, seja

no combate à miséria, seja na empregabilidade, seja em garantir direitos aos

trabalhadores, às trabalhadoras, àqueles que mais precisam. Essa sempre foi e

continuará sendo a escolha da Presidenta Dilma Rousseff.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

146

É por isto que a Oposição está tão raivosa: porque não quer verdadeiramente

que deem certo essas políticas, porque foram exatamente essas as políticas que

deram robustez para que o trabalhador, para que a trabalhadora pudesse hoje ter os

seus filhos nas universidades, pudesse ter também os seus direitos garantidos.

Nesse evento será apresentado um balanço dos 10 anos do SUAS, que foi

implantado em 2005. No decorrer desses 10 anos, foram implantadas e estruturadas

várias ações: foi estruturada a rede socioassistencial, e hoje podemos dizer que a

assistência social está em todos os Municípios brasileiros, firmada sobre um modelo

de gestão participativa; foram aumentados os recursos do financiamento e

expandidos os serviços e benefícios.

Sr. Presidente, no segundo dia teremos a realização de rodas de conversas

sobre cinco temas: Dignidade Humana e Justiça Social: princípios fundamentais

para a consolidação do SUAS no pacto federativo; Participação Social como

Fundamento do Pacto Federativo no SUAS; Primazia da Responsabilidade do

Estado: por um SUAS Público, Universal, Federativo e Republicano; Qualificação do

Trabalho no SUAS na Consolidação do Pacto Federativo e Assistência Social é

Direito no Âmbito do Pacto Federativo.

Poderia descrever tantas outras questões, mas quero apenas dizer que,

durante o terceiro dia do evento, os delegados vão começar a definir as prioridades

para os próximos 10 anos.

Sem conotação partidária, lá estaremos como assistentes sociais, como

gestoras públicas, parabenizando a Presidente Dilma por ter, na sua iniciativa e na

sua referência, o objetivo maior de cuidar dos que precisam neste País, e também

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

147

para somar à Presidente Dilma e à Ministra Tereza Campello, que tão bem vem

conduzindo o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero ainda fazer os meus

agradecimentos à Presidenta Dilma, porque estive na 4ª Conferência Estadual de

Políticas para Mulheres do meu Estado, o Rio de Janeiro. Ali recebemos total apoio

daquelas mulheres que, de pé, diziam que não querem golpe. Como maioria da

população brasileira, estaremos nas ruas para defender o Estado Democrático de

Direito.

Aqueles que pensam que vão manipular a consciência do povo brasileiro

estão muito enganados, porque o povo brasileiro tem lado, o povo brasileiro conhece

a Constituição e o povo brasileiro certamente estará do lado certo.

“Não” ao golpe! Não passará! A todo e qualquer golpe que quiserem fazer

nesta Nação, encontrarão resistência, desde o mais simples até o mais alto

intelectual. Somos todos povo brasileiro.

“Não” ao golpe!

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELA ORADORA

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, manifesto daqui, da tribuna dessa

casa, a minha perplexidade com a aceitação de pedido de impeachment

completamente estranho ao que determina a Constituição. Não pesa sobre a

Presidenta Dilma nenhuma prova de ilícito ou desvio de dinheiro público. A

insatisfação política da Oposição derrotada não é motivo constitucional para o

impeachment. Daí a minha perplexidade, pois, apesar dos discursos golpistas, eu

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

148

achava que a presidência dessa Casa não fosse aceitar um ato tão descaradamente

político e inconstitucional.

Mas a minha perplexidade, Sr. Presidente, logo foi substituída pela minha

determinação de defender o mandato legítimo da Presidenta Dilma e, através deste,

defender a própria democracia, tão duramente conquistada na luta contra a ditadura

militar. O firme e indignado pronunciamento da Presidenta Dilma ontem à noite

levantou a determinação do Partido dos Trabalhadores, das forças democráticas e

dos movimentos sociais a saírem às ruas para defender a democracia.

O Brasil democrático e popular não apenas vai barrar o golpe como também

tirar o País da paralisia — uma paralisia que foi imposta ao Governo por setores da

Câmara e de parte da grande imprensa com o claro objetivo de desestabilizar a

Presidenta Dilma.

Mas o Governo sempre resistiu a essa situação, vetando aumentos abusivos

e defendendo a responsabilidade fiscal contra o voto daqueles que sempre se

arvoraram ser seus criadores. Ontem, mesmo, a base aliada aprovou a mudança da

meta fiscal para 2015, garantindo a governabilidade.

Fica claro que a paralisia não é do Governo, mas uma manchete criada por

aqueles que não respeitam o resultado das eleições e querem ganhar no tapetão.

Sr. Presidente, assim como lutei contra a ditadura militar mobilizando os

movimentos de mulheres, negros e de favelas, especialmente no Chapéu

Mangueira, estarei também nas primeiras fileiras da mobilização popular e

democrática, que tomará as ruas do Brasil nas próximas semanas para defender o

regime democrático e a retomada do crescimento econômico com geração de

empregos e inclusão social. Uma coisa eu tenho certeza: golpe nunca mais!

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

149

Obrigada!

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna para falar sobre

a X Conferência Nacional Assistência Social que será realizada aqui em Brasília nos

dias 7 a 10 de dezembro. Serão debatidas as ações para o aprimoramento do SUAS

nos próximos 10 anos.

O evento será realizado por iniciativa do Ministério de Desenvolvimento Social

e Combate a Fome (MDS) e o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS),

onde 1408 delegados, eleitos durante conferências municipais e estaduais, vão

discutir a proteção social e a cobertura e aprimoramento dos serviços

socioassistenciais, programas, projetos, benefícios e transferência de renda.

Sr. Presidente, esse será um momento oportuno para fazermos uma troca de

experiências, compartilhar conquistas e discutir vários aspectos que impactam

positivamente no cotidiano de todos os profissionais da área.

Essa ampla roda de debates e discussões dará subsídios para que todos os

envolvidos possam explanar suas ações de forma a contribuir para uma empreitada

vitoriosa nos próximos 10 anos.

Sempre visando construir e engrandecer cada vez mais esse sistema, é

altamente meritório e importante esse circulo de debates, pois o respeito à

diversidade e a tolerância sempre foram os alicerces em que foram estabelecidas

todas as ações dentro desse importante modelo de gestão de assistência social.

No primeiro dia do evento, será apresentado um balanço dos 10 anos do

SUAS, que foi implantado em 2005. No decorrer desses 10 anos, foram implantadas

e estruturadas varias ações. Foi estruturada a rede socioassistencial, e hoje

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

150

podemos dizer que a assistência social está em todos os Municípios brasileiros,

firmada sobre um modelo de gestão participativa. Foram aumentados os recursos do

financiamento e expandidos serviços e benefícios.

No segundo dia, serão realizadas rodas de conversa em cinco temáticas:

Dignidade Humana e Justiça Social: princípios fundamentais para a consolidação do

SUAS no pacto federativo; Participação Social como Fundamento do Pacto

Federativo no SUAS; Primazia da Responsabilidade do Estado: por um SUAS

Público, Universal, Federativo e Republicano; Qualificação do Trabalho no SUAS na

Consolidação do Pacto Federativo e Assistência Social é Direito no Âmbito do Pacto

Federativo.

Durante o terceiro dia do evento, os delegados começam a definir as

prioridades para os próximos 10 anos. Haverá as plenárias regionais, para

reconhecer as diversidades e especificidades de cada localidade. Serão debatidas

as plenárias temáticas, onde serão deliberadas as prioridades em cada uma das

dimensões debatidas nas rodas de conversa.

No quarto dia, será realizada a plenária final, quando todos os delegados

votarão as contribuições para aprimorar a Política Nacional de Assistência Social.

Esse importante modelo de gestão, que busca operacionalizar as ações da

assistência social, buscando cumprir a Constituição, onde reza ser a assistência

social um direito do cidadão e um dever do Estado, deve ser engrandecido por

grandes vitórias sociais nesses 10 anos.

Nos próximos 10 anos teremos ainda maiores conquistas.

Muito obrigada.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

151

O Sr. Luiz Couto, nos termos do § 2° do art. 18 do

Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é

ocupada pelo Sr. Delegado Edson Moreira, nos termos do

§ 2° do art. 18 do Regimento Interno.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

152

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

Deputado Luiz Couto, por 3 minutos.

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o problema da fome no Brasil é muito antigo,

mas as iniciativas para combatê-lo efetivamente datam de apenas algumas décadas.

Foi a partir dos anos 40, com os livros publicados pelo médico pernambucano Josué

de Castro, dentre os quais se destaca Geografia da Fome, que o tema passou a ser

debatido por parcelas mais amplas da sociedade.

Do início do debate público às ações de âmbito nacional, que conseguiram

mobilizar grande número de brasileiros em torno dessa causa, foram necessários

quase 50 anos. Símbolo dessa mobilização, a Ação da Cidadania contra a Miséria, a

Fome e pela Vida, lançada pelo sociólogo Betinho em 1993, obteve surpreendente

apoio popular.

Em sintonia com a opinião pública e as demandas sociais, o Governo Federal

passou a adotar, desde então, medidas destinadas a superar o caráter meramente

filantrópico da abordagem do problema para tratá-lo como questão de Estado.

Assim, surgiram o Programa de Distribuição Emergencial de Alimentos (PRODEA)

nos Governos Collor e Itamar; o Programa Bolsa Alimentação, no Governo FHC, e,

mais recentemente, o Programa Bolsa Família, nos Governos Lula e Dilma.

Além desses e de outros programas governamentais federais, a luta para

erradicar a fome contou também com o envolvimento de pessoas e instituições

espalhadas pelos diversos Estados e Municípios brasileiros. Bons exemplos disso

são oferecidos pelos restaurantes populares, pela Pastoral da Criança e pela

descentralização do Programa de Merenda Escolar.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

153

Graças a esse enorme esforço da sociedade e de diversos Governos, o Brasil

saiu enfim, em 2014, do Mapa Mundial da Fome, segundo os critérios da

Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

O número de brasileiros que ainda passa fome é de 3,4 milhões,

correspondente a 1,7% da população. Embora o ideal fosse zerar essa conta, não

há dúvida de que tal número representa um grande avanço em relação ao passado.

Agora, de acordo com o relatório da FAO, apresentam-se para o nosso País

novos desafios nesta permanente luta. Entre esses, destacam-se: fortalecer políticas

públicas voltadas aos grupos mais vulneráveis, como indígenas e quilombolas;

melhorar a qualidade da alimentação para combater a obesidade; reduzir o

desperdício de alimentos; enfrentar problemas gerados pelas mudanças climáticas.

Tais demandas exigirão revigorado empenho da sociedade e dos

governantes, e, para tornar essa missão ainda mais difícil, o desafio foi acrescido da

necessidade de encontrar saídas para a grave crise atravessada pelo Brasil no

presente.

Estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada no mês de

outubro, já indica um pequeno aumento do percentual de famílias em pobreza

extrema. Embora seja pequena, essa elevação não deixa de ser preocupante, por

mostrar os efeitos desastrosos da alta da recessão, da inflação e do desemprego

sobre a renda dos brasileiros, especialmente dos mais pobres.

Em ambiente de deterioração econômica, é quase impossível assegurar a

manutenção dos benefícios gerados pelos programas governamentais de combate à

fome e à pobreza. Portanto, é imprescindível o controle dos notórios flagelos

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

154

econômicos para que o Brasil não perca a posição duramente conquistada, após

décadas de esforço, e acabe, infelizmente, voltando a integrar o Mapa da Fome.

Sr. Presidente, gostaria que todo este pronunciamento fosse divulgado nos

meios de comunicação desta Casa, inclusive no programa A Voz do Brasil, para que

nós possamos erradicar de vez a fome no Brasil, trazendo qualidade de vida para

toda a população brasileira.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Deferido.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

155

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Tem a palavra o Deputado

Heráclito Fortes.

V.Exa. quer falar em Comunicações Parlamentares ou como Líder?

O SR. HERÁCLITO FORTES - Eu estou inscrito para uma breve

comunicação.

O SR. FÁBIO SOUSA - O Deputado Heráclito Fortes pode somar os dois

tempos, Sr. Presidente.

O SR. HERÁCLITO FORTES - Não, neste momento eu gostaria de utilizar os

5 minutos das breves comunicações.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - V.Exa. tem a palavra, por 3

minutos.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PSB-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu achei muita graça agora de duas

Deputadas do PT dizerem da tribuna que a Oposição está nervosa. Gente, nós

estamos falando para o Brasil! A Oposição não está nervosa, quem está nervoso é o

Governo, é o PT, com medo do japonês da Federal. Tem medo do japonês da

Federal! Nós não temos o que temer.

Eu acho graça quando se fala aqui em golpe. O Lula pediu o impeachment do

Collor. Elogiou o impeachment do Collor. O PT pediu o impeachment do Itamar

Franco e pediu três vezes o impeachment do Fernando Henrique. Nenhuma dessas

vezes se falou em golpe. Esse pessoal precisa aprender que o impeachment está

inserido na nossa Constituição desde o ano de 1950.

Aproveito para fazer minhas as palavras do Sr. Lula no programa do Serginho

Groisman exatamente após a cassação de Fernando Collor: “Não, nós damos ao

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

156

eleito um crédito de confiança, mas nós não damos a ele o direito de fazer um

malfeito. Aí sim, através do impeachment, nós lhe tiramos o mandato”, como foi feito

no caso do Collor.

Esse processo de impeachment é doloroso, é penoso, mas é necessário. Não

adianta dizer que nada pega a Presidente Dilma Rousseff. Se acham que as

pedaladas são discutíveis, então a medida provisória do IPI, meus caros

companheiros, faz com que S.Exa. seja condenada. Como Ministra-Chefe da Casa

Civil, recebeu do Presidente da República a solicitação da PEC do IPI, que mandou

para a sua chefe de gabinete, D. Erenice, que por sua vez a enviou para o escritório

do Sr. Alexandre Paes dos Santos. E aí está o fato.

Quando da compra de Pasadena, ela era Presidente do Conselho da

PETROBRAS.

Outra coisa interessante, Sr. Presidente, é o discurso da Deputada do Distrito

Federal do PT que livra a Presidente Dilma de qualquer culpa e ataca o Presidente

da Câmara. São dois casos distintos. São dois Poderes. Agora, eu quero lembrar um

fato só: o Presidente da Câmara é acusado por questões da PETROBRAS. Quem

comandava a PETROBRAS? Dilma Rousseff.

Nós não podemos separar essas coisas, como se está querendo. Não

podemos tratar o assunto desta maneira. Nós temos que agir com seriedade.

Os Poderes são independentes. Temos que dar um tratamento ao caso

Eduardo Cunha e um tratamento ao caso Dilma Rousseff. Eles estão em duas

paralelas. Não adianta querer misturá-los.

O Ministro-Chefe da Casa Civil deu hoje esta declaração: “Agora é ele ou ela”,

como se tratasse de uma disputa de porrinha.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

157

Gente, nós estamos tratando do Brasil! Estamos tratando do futuro desta

Nação! Nós não podemos levar este assunto com deboche, com esta brincadeira.

O processo de instalação do impeachment está correndo. O processo do Sr.

Eduardo Cunha também. Não vamos baralhar as coisas! Não vamos misturar alhos

com bugalhos! E vamos cumprir o nosso dever.

Agora, querer satanizar um e absolver outro, isso não! As duas questões têm

que ser tratadas com o mesmo cuidado, com a mesma responsabilidade de cidadão

brasileiro.

Portanto, meus caros colegas Parlamentares, meus caros companheiros do

PT, a Oposição está tranquila. Quem está nervoso é quem tem medo do japonês da

Federal.

Muito obrigado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

158

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

Deputado Julio Lopes, por 3 minutos.

O SR. JULIO LOPES (Bloco/PP-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero aqui, hoje, cumprimentar o povo da

Venezuela, que, de forma heroica, resolveu vencer as eleições, conseguindo uma

extraordinária vitória. Segundo informação recente que tive, faltavam apenas 12

cadeiras para a Oposição formar dois terços da representação congressual. Se

assim for, poderão fazer todas as alterações, inclusive constitucionais, necessárias

para fazer com que a Venezuela retome a sua normalidade democrática, o seu

desenvolvimento e a sua integralidade como Nação. Povo sofrido é aquele povo da

Venezuela. Fica aqui o nosso cumprimento, pelo Congresso brasileiro, pelo

Parlamento brasileiro.

Agora, Sr. Presidente, queria também cumprimentar aqui os Deputados que

me antecederam, dizendo — e o Deputado Heráclito Fortes, por exemplo, coloca

com muita propriedade — da normalidade desse processo do impeachment.

Quero aqui, inclusive, com muito respeito à biografia, à trajetória da

Presidente Dilma Rousseff, dizer que ela não deveria tratar de forma alguma esse

tema como uma guerra, que, de fato, se constitui numa legítima oportunidade de ela

se legitimar no poder, uma vez que agora a sua situação, enquanto Presidente, é

absolutamente frágil, débil e não razoável para a Nação.

Não tem ela hoje condição de tocar os projetos necessários ao País, em

razão da debilidade, da fragilidade do seu próprio poder enquanto Presidente. A

instituição desse processo de impeachment é exatamente para que, se o Presidente

é forte, se o Presidente tem capacidade política de se arregimentar, de argumentar

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

159

forças, ele terá capacidade, então, de se reerguer e de continuar o seu Governo. É

com essa dificuldade que se defronta a Presidente Dilma. Quero crer que até isso

será difícil de acontecer, porque acredito que a rua brasileira, que os brasileiros se

mobilizarão, em função da deterioração rápida demais desse Governo que aí está. O

que parece ser o melhor para a Nação neste momento é uma rearticulação em torno

de um novo nome.

Quando falo desse novo nome, quero saudar o Vice-Presidente Michel

Temer, que tem sido não só um grande constitucionalista, mas um democrata, que

se tem posicionado, a meu juízo, muito corretamente. Se, antes, o Governo e a

própria Presidente tivessem examinado sua biografia, seus discursos e sua retórica,

teriam visto que, quando da oportunidade do processo de impeachment do

Presidente Collor, aquele constitucionalista, hoje Presidente e Vice-Presidente da

República, já se posicionava constitucionalmente favorável àquele processo, em

função da sua legitimidade constitucional.

Assim, Sr. Presidente, teria não só a Presidente, mas os membros do Partido

dos Trabalhadores, visto que oferece à Nação a coerência da sua sabedoria e do

seu conhecimento, o Vice-Presidente da República, o ex- grande Deputado Michel

Temer, que teve a honra de presidir esta Casa por duas vezes.

Deixo aqui, então, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a grandeza do

momento que vivemos, porque é, de fato, o momento de uma afirmação das

instituições democráticas deste País, da afirmação do Congresso, da afirmação do

Poder Executivo, que tem inclusive uma chance de se reconstituir enquanto força,

visto que se desvaiu enquanto Poder. É a sua oportunidade de se reorganizar. E

aqui é a nossa oportunidade de reorganizar o Brasil para um momento de melhor e

maior prosperidade, de maior desenvolvimento e de mais tranquilidade para a

Nação.

Muito obrigado, Presidente.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

160

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra ao

Deputado Arnaldo Jordy, por 3 minutos.

O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, pessoas que nos assistem pelos veículos de

comunicação, eu recorro a um tema lamentável, mas absolutamente necessário,

para me congratular com o Ministério Público do Estado do Pará, que investiga hoje

nada mais, nada menos do que 57 Municípios, denunciados por improbidade

administrativa.

Desta vez, refiro-me ao Município de Alenquer. A bela Alenquer dista 700

quilômetros da Capital do Estado, Belém, e, pela segunda vez em 3 anos, seu

Prefeito, Sr. Flávio Marreiro, foi afastado do cargo por suspeita de prática de

irregularidades administrativas.

O Município é hoje administrado pelo Vice-Prefeito, Sr. Carlos Cambraia,

após denúncias fartas de mau uso de verbas públicas, como no caso de pessoas já

falecidas figurando na folha de pagamento da Secretaria de Educação e no caso de

pagamento de diárias por viagens que nunca foram realizadas, segundo a

investigação do Ministério Público.

Na área da saúde, há risco de fechamento do Hospital Santo Antônio, o

principal hospital do Município, pois o Prefeito não estaria repassando as verbas do

Ministério da Saúde para o custeio daquela unidade. Há ausência de remédios e de

material necessário para procedimentos absolutamente triviais, que foram

interrompidos no Hospital Santo Antônio.

Em outubro último passado, operação do Ministério Público do Estado com a

Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão no Matadouro Municipal e na

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

161

Secretaria de Finanças de Alenquer. A ação foi denominada Mela Rego II Ximango e

teve o comando do Promotor Adler Sirotheau. Vários documentos foram

apreendidos pelo Ministério Público.

Essa operação foi deflagrada em razão de um esquema de desvio de dinheiro

nas matanças supostamente havidas no Matadouro do Município de Alenquer.

São várias as denúncias, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados.

Parabenizo, mais uma vez, o Ministério Público do Estado do Pará pelas

providências e faço um apelo ao douto Tribunal de Justiça do Estado, para que dê

abrigo, acolha essas graves denúncias de desvio de dinheiro do erário, de

corrupção, de prática de crimes administrativos no Município de Alenquer. Também

parabenizo a sociedade, que recupera parte do dinheiro perdido.

Este é o meu registro.

Peço a V.Exa., Sr. Presidente, que faça registrar meu discurso nos veículos

de comunicação da Casa, em especial no programa A Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Seu pedido é deferido.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Pela segunda vez em 3 anos, o

Prefeito de Alenquer, Flávio Marreiro, foi afastado do cargo por suspeita de prática

de irregularidades administrativas. Desta feita, o Prefeito foi afastado pela Câmara

Municipal devido a denúncias nas áreas de saúde, educação e finanças.

A bela Alenquer, distante 700 quilômetros da Capital Belém, está sendo

administrada pelo Vice-Prefeito, Carlos Cambraia, após denúncias de mau uso de

verbas públicas, como no caso de pessoas já falecidas figurando na folha de

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

162

pagamento da Secretaria de Educação e no caso do pagamento de diárias do

Prefeito para uma suposta viagem de lancha à comunidade do Camburão, onde

sequer existem rios e aonde só se chega por estrada.

Na área de saúde, há o risco de fechamento do Hospital Santo Antônio, pois o

Prefeito não estaria repassando as verbas do Ministério da Saúde para o custeio.

Em decorrência disso, há falta de material necessário e de remédios para

hipertensão e diabetes.

Em outubro último, uma operação do Ministério Público Estadual com a

Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão no Matadouro Municipal e na

Secretaria de Finanças de Alenquer. A ação ocorreu sob o comando do Promotor

Adler Sirotheau, como parte da operação denominada Mela Rego II Ximango. Vários

documentos foram apreendidos e levados para a sede do Ministério Público

Estadual, onde estão sendo periciados.

A operação foi deflagrada após denúncias recebidas pelo Delegado Edjalmo

Nogueira de esquema de desvio de dinheiro recebido pela matança de gado. Consta

que o valor do abate por cabeça é de R$50,00, mas o valor total arrecadado não

estaria sendo depositado integralmente nos cofres públicos.

Parabenizamos novamente os membros do Ministério Público do Estado do

Pará, pelas ações investigatórias desenvolvidas contra a corrupção em mais de 50

Municípios do Estado, em benefício da população de cidades como Alenquer.

Espero que esses processos contra os maus administradores sejam apreciados

rapidamente pela Justiça, de modo que ações que estão prejudicando toda a

sociedade deixem de acontecer.

Era o que tinha a dizer.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

163

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Como Líder, concedo a

palavra ao Deputado Fábio Sousa.

Antes, porém, concedo a palavra por 1 minuto para os Deputados Carlos

Henrique Gaguim e Lincoln Portela.

V.Exa. concorda, Deputado Fábio Sousa?

O SR. FÁBIO SOUSA - Eu cedo, porque é a primeira vez que eu vou falar

como Líder e fico até emocionado.

O SR. LINCOLN PORTELA - Não, por favor. Eu gostaria que o Deputado

Fábio, nosso representante do Estado de Goiás, não fosse privado nesta primeira

fez em que vai falar, e eu quero ouvi-lo, com o maior prazer. Por favor. Logo após,

eu falarei com grande prazer. Quero ouvi-lo.

O SR. PRESIDENTE (Delegado Edson Moreira) - Concedo a palavra como

Líder ao Deputado Fábio Sousa, então.

O SR. FÁBIO SOUSA (PSDB-GO. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Perfeitamente.

Senhoras e senhores, pela primeira vez eu uso a palavra como Líder, e quero

agradecer à liderança do partido.

Como historiador, formado em História, matéria que gosto muito de estudar,

acho que nós todos devemos relembrar, até porque já há um ditado popular: “viver é

relembrar; viver não é esquecer”. E aqui, há pouco, eu ouvi vários Deputados e

Deputadas dizendo que impeachment, que o processo de impeachment, por mais

que esteja na Constituição de uma forma muito clara, por mais que exista um

processo legal estabelecido, por mais que exista uma legislação estabelecida, é

golpe.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

164

Isso é a mesma coisa que acontece em países considerados bolivarianos,

como a Venezuela — que, a partir de ontem, não o é mais. Ontem, a oposição

naquele país alcançou quase 100 cadeiras no Parlamento e deve chegar a 118.

Maduro, provavelmente, Deputado Lincoln Portela, vai cair de maduro lá na

Venezuela.

Mas, como eu disse, recordar é viver. Então, eu quero recordar algumas

coisas aqui para os senhores e as senhoras, em especial para os nossos

ilustríssimos colegas do Partido dos Trabalhadores.

Bom, vamos lá. Todo mundo sabe que o impeachment não é golpe; é direito,

e consta da Constituição.

Só para se ter um ideia, contra o Presidente Fernando Henrique Cardoso,

foram apresentados nesta Casa 14 pedidos de impeachment, sendo que 13 no seu

segundo mandato. Desses 13 pedidos do segundo mandato, 10 foram assinados por

Deputados Federais do PT, do Partido dos Trabalhadores. Um deles — Deputado

Vanderlei Macris, que chegou na hora certa — foi assinado pelo Deputado José

Genoíno, ex-Presidente do PT, que agora cumpre pena, condenado pelo mensalão.

Bom, mas vamos continuar recordando. Recordar é viver.

O então Presidente do PT, José Dirceu, que estava passando um tempo na

Papuda e agora foi transferido para Curitiba — ele anda viajando muito nessas

prisões —, sempre teve essa pose de defensor da pátria. Escuta-se tanto: “Dirceu,

guerreiro do povo brasileiro!” No dia 25 de agosto de 1999 — recordar, Deputado

Elizeu, é viver — ele disse que qualquer Deputado pode pedir à Mesa a abertura de

processo contra o Presidente da República. Ele fez essa declaração depois de

entregar o pedido de impeachment do Presidente Fernando Henrique Cardoso nas

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

165

mãos do então Presidente da Câmara, Michel Temer, que hoje é Vice-Presidente da

República. Esse documento propunha que Fernando Henrique Cardoso fosse

afastado do Governo com apenas 10 meses de posse — 10 meses de posse!

Vamos continuar lembrando? Vamos continuar recordando? Recordar,

Governador Gaguim, é viver. Nós temos que recordar as coisas. Vamos lá.

Houve também um pedido de abertura de processo de impeachment contra o

Presidente Itamar Franco — contra o Presidente Itamar Franco! — assinado por

ninguém mais, ninguém menos que o Deputado Jaques Wagner. Ele o protocolou na

Mesa Diretora da Câmara no dia 29 de junho de 1994, quando exercia ainda o seu

primeiro mandato. Não havia sido Governador nem nada. Era o seu primeiro

mandato como Deputado Federal. Como justificativa, o atual Ministro da Casa Civil,

Jaques Wagner, ex-Governador da Bahia por duas vezes pelo PT e Deputado

Federal pelo Partido dos Trabalhadores nesta Casa, citou no seu requerimento o

episódio em que o então Ministro da Casa Civil Henrique Hargreaves — que depois,

inclusive, foi inocentado de tudo —, submeteu a medida provisória que criou o Plano

Real ao comando de campanha de Fernando Henrique Cardoso, para a eleição para

Presidente. Segundo ele, na papelada que está registrada nesta Casa, houve algo

que feriu o decoro e a dignidade que o cargo exige. Ou seja, Deputado Pr. Marco

Feliciano, motivo bastante pequeno, inferior aos inúmeros motivos que hoje estão

nas propostas de impeachment apresentadas por três juristas de renome nacional: o

já aposentado Hélio Bicudo, nada mais nada menos que um dos fundadores do PT,

Miguel Reale e a Dra. Janaína, professores da Universidade de São Paulo, a USP, a

mais conceituada.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

166

Relembrar é viver. Como disse aqui há pouco o Deputado Heráclito Fortes,

eterno Senador, relembrar é viver!

Também queriam o impeachment do Presidente Sarney. Quando da votação

das eleições diretas aqui na Casa, antes de Sarney, todo mundo entrou na onda de

Tancredo Neves. O PT não quis entrar, não quis entrar! O que aconteceu? O que o

PT fez? Dos dois Deputados, inclusive uma é uma atriz muito conhecida, muito

gabaritada hoje em dia, Bete Mendes, que aparece em novelas de televisão, foi

expulsa do PT. Ela foi expulsa do PT!

Depois, veio o Governo do Fernando Henrique Cardoso. Aliás, no final do

Governo do Itamar Franco, FHC coordenou uma equipe econômica que salvou a

economia brasileira com um tal de Plano Real. O que o PT fez, Deputado Bruno

Covas?

Diga-se de passagem, o que tem de gente que fala em nome do Covas aqui

não é brincadeira! Esquecem que o neto de Mário Covas está aqui. Mas, tudo bem,

vamos lá!

Pegou e votou contra Tancredo Neves. Votou contra Tancredo Neves, votou

contra a democracia.

Mas vamos continuar a história porque relembrar é viver, relembrar é viver!

Depois, Fernando Henrique Cardoso propôs o Plano Real. Foram contra

porque ia atrapalhar tudo. O Plano Real salvou a economia brasileira.

Depois houve o quê? Veio Fernando Henrique Cardoso propondo uma lei que

resolveu muitos problemas. E talvez aí, Deputado, ele já estivesse olhando para o

futuro, porque era a Lei de Responsabilidade Fiscal. Ou seja, a partir dela, o

governante teria que ter que ter seriedade no gasto público. Sabe o que eles

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

167

fizeram? Votaram contra, talvez já prevendo o que ia acontecer agora, neste ano.

Votaram contra!

Pediram o impeachment de Sarney, pediram o impeachment de Collor — e

conseguiram —, pediram o impeachment de Itamar Franco, pediram o impeachment

de Fernando Henrique Cardoso. Aí não era golpe, era democracia.

O Senador Heráclito Fortes bem lembrou uma entrevista de Lula no programa

do Serginho Groisman na época em que ele ainda estava no SBT. Lula dizia que o

povo brasileiro havia descoberto que podia depor um governo; o governo que eles

não aceitam, que eles não conhecem mais, em que eles não acreditam mais!

Tudo mudou. Agora se fala da Dilma.

Nós estamos vivendo a maior crise econômica da nossa história. Se for

confirmado ano de recessão, no ano que vem, sabe o que vai acontecer, Deputado

Manato? Nós vamos entrar em depressão econômica, o que é muito mais sério;

absurdamente mais sério.

Nós estamos vivendo a maior crise política da nossa história. Não há

relacionamento entre Congresso e Governo Federal, entre Judiciário, entre nada!

Nós estamos vivendo a maior crise moral. Estamos assustados com a

corrupção. Antes se falava em milhões; agora se fala em bilhões de reais! Todo

mundo se assustava com milhões; agora estamos falando de bilhões de reais!

É uma crise terrível. Mas a maior crise que estamos vivendo é a crise de

autoridade.

Com todo o respeito que eu tenho por V.Exa., Presidente — ou melhor, como

eles gostam que a chamem, a Presidenta da República —, a senhora não tem

credibilidade, a senhora não tem firmeza, a senhora não tem autoridade.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

168

A verdade, Sr. Presidente, é que o cinismo continua imperando no Brasil. E,

evidentemente, quando é com os outros, é golpe, é errado. Itamar, Sarney,

Fernando Henrique, Collor, não; não era golpe, era democracia. Mas agora, num

processo legal que está na nossa Constituição, é golpe!

Tentam fazer que pareça uma briga entre Cunha e Dilma. Não é, não. A briga

é entre Dilma e o povo brasileiro.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

Durante o discurso do Sr. Fábio Sousa, o Sr.

Delegado Edson Moreira, nos termos do § 2° do art. 18 do

Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é

ocupada pelo Sr. Carlos Manato, nos termos do § 2° do

art. 18 do Regimento Interno.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

169

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Dando continuidade ao período das

Comunicações Parlamentares — art. 90 do Regimento Interno —, antes de passar a

palavra ao Deputado Izalci, concedo a palavra ao Deputado Lincoln Portela por 1

minuto.

O SR. LINCOLN PORTELA (Bloco/PR-MG. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, eu ouvi um comentário dos jornalistas Heitor Cony e Artur

Xexéo. Perguntaram para Xexéo o que ele pensava sobre o impeachment. Ele

disse: “Deve sair Dilma, deve sair Cunha, deve sair o Brasil.”

Eu estava ontem num restaurante chamado Corona, em Belo Horizonte, em

que eu contava brincando o que eu tinha ouvido de Arthur Xexéo, e me disseram o

seguinte: “Tem que sair Dilma Rousseff, tem que sair Eduardo Cunha, tem que sair

os Parlamentares brasileiros e temos que devolver o Brasil para os índios e ainda

pedir perdão”.

O que eu estou querendo dizer com isso é o seguinte: que toda a nossa

classe política fique atenta, porque a sociedade brasileira atenta a nós está.

Obrigado, Sr. Presidente.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

170

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Carlos

Henrique Gaguim.

O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM (PMB-TO. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, só para registrar a minha preocupação com o fato de que,

hoje, funcionários da saúde das cidades de Porto Nacional, Indianópolis e

Araguaína, no Estado de Tocantins, entraram em greve em razão do não

cumprimento dos acordos sobre plantões e datas bases por parte do Governo do

Estado.

São vidas que estão em jogo; são pessoas que estão deixando de ser

atendidas. O Governo deve tomar providência urgentemente.

Gostaria que o meu pronunciamento ficasse registrado nesta Casa e no

programa A Voz do Brasil, ressaltando que o Governo deve tomar posição e chamar

o SINTRA — Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Estado do Tocantins —, o

seu presidente, e cumprir o compromisso que foi feito com esses funcionários da

saúde, que são muito importantes para o nosso povo porque cuidam dos nossos,

aqueles menos favorecidos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado, nobre Deputado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

171

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Izalci, pelo PSDB. S.Exa. dispõe de 10 minutos na tribuna.

O SR. IZALCI (PSDB-DF. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e

Srs. Deputados, é muito importante esclarecer para a população que nos assiste

pela TV Câmara e que nos ouve pela Rádio Câmara o que está acontecendo em

relação ao impeachment.

Muitos perguntam, e afirmam até, que o impeachment foi patrocinado pelo Sr.

Presidente Eduardo Cunha. E vão falando isso tantas vezes que, daqui a pouco, as

pessoas começam a acreditar. É importante que as pessoas saibam que a peça

apresentada, o pedido de impeachment, é de um ex-fundador do Partido dos

Trabalhadores, o Dr. Hélio Bicudo, de Miguel Reale e outros. O que o Presidente da

Casa faz é apenas analisar se aquela peça apresentada está dentro da legalidade,

se atende aos pré-requisitos, e acata ou não. Só isso! Se os pré-requisitos não

forem apresentados, ele rejeita; se forem apresentados, dentro da legislação, ele

acata. Simplesmente isso! O Deputado Eduardo Cunha não tem nada a ver com o

pedido de impeachment. Agora, é óbvio que ele tentou, durante muito tempo,

negociar com o Governo isso, e negociou! E se tivessem votado no dia da reunião

do Conselho de Ética, se não tivessem adiado para o dia seguinte, o PT já tinha

declarado que votaria com ele. No dia seguinte, o PT reverteu a situação.

Mas não vou entrar nessa briga. O importante é as pessoas entenderem o

porquê do processo de impeachment.

Primeiro, não é golpe. A proposta não é da Oposição. A proposta é de um ex-

fundador do Partido dos Trabalhadores. Segundo, é baseado em provas.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

172

Este Governo é irresponsável, basta ver a situação econômica do País! E já

se acostumou! No ano passado, em dezembro, foi aprovado pelo Congresso

Nacional o PLN 36. O que é o PL 36? Uma anistia dos crimes cometidos pela

Presidenta Dilma, porque mudou a meta no dia 15 de dezembro. Mudou a meta!

Aqui é assim, este Governo é assim: estabelece uma meta. Não cumpriu a

meta? Muda a meta. Tem a lei. Não cumpre a lei? Muda a lei. Como é que se mexe

numa meta no dia 15 de dezembro?!

E o mais grave: a mudança se deu inclusive por uma medida provisória

emitida na véspera, condicionando a liberação das emendas dos Parlamentares à

aprovação — está no texto, está no texto! O Governo já admitiu que comprou aquela

votação do PL 36, que foi um dos motivos pelos quais o Tribunal de Contas rejeitou

as contas do Governo.

Em 2015, este Governo utiliza a mesma prática, agora com um rombo de 120

bilhões.

Pior, eles dizem assim: “a base aliada do Governo derrotou a Oposição”. Não

derrotou a Oposição. A base aliada do Governo derrotou o País. Porque isso é ruim

para o País, não é para a Oposição. Uma proposta de meta de 55 bilhões de

superávit, depois se transforma num rombo de 51 de déficit, e, no final, fecha com

um rombo de 120 bilhões — isso de superávit primário, porque se se analisar o

superávit global, dá quase 400 bilhões.

Então, essa história que nós estamos vivendo prejudica o País.

O que está acontecendo agora? Vamos fechar agora o Orçamento para 2016.

O Governo vem e faz cortes no Orçamento, principalmente nas áreas estratégicas.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

173

Recebi, agora, por exemplo, um questionamento do Ministério da Marinha; um

corte de 225 milhões no Orçamento da Marinha. O que é esse orçamento? Projetos

de Estado, não de governo. Projeto de Estado não se pode parar no meio. A

construção do submarino nuclear, não dá para se interromper, deixar de pagar os

contratos, demitir as pessoas. Perde-se tudo que já foi feito.

Então, o Governo tem que ter a responsabilidade e saber o que é projeto de

governo e o quê é projeto de Estado — e os projetos de Estado têm que ser

respeitados. Não dá agora para se cortar.

Estão aqui as consequências desse corte: o não pagamento dos contratos

internacionais vigentes. Sabem o que significa deixar de se cumprir um contato

internacional? Perde-se a credibilidade internacional. Já não tem credibilidade

mesmo nenhuma este Governo. Com isso, perde mais ainda.

Está aqui: demissão de empregados do estaleiro da Base Naval de Itaquaí,

1.200 contratados, mão de obra especializada. Vão ter que pegar os engenheiros,

os pesquisadores, e demitir todo mundo, porque não tem como pagar se cortarem

isso do Ministério da Marinha.

Então, o Governo não pode simplesmente cortar da forma como foi feito. Está

aqui: oneração de diversos contratos. Contrato nº 4 do estaleiro da Base Naval, no

valor de 40 milhões; despesa com armazenamento de material, porque foi

contratado e chegou agora. Tem que pagar. Aí não vai ter dinheiro para pagar,

porque cortaram o orçamento. Então, Sr. Presidente, o Governo precisa entender

que esse rombo trouxe consequências gravíssimas.

Vejam o orçamento de todos os Ministério. O maior corte foi exatamente no

Ministério da Educação — e olha que o slogan deste Governo é Pátria Educadora.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

174

Em média, foram cortados 26,7%, 10 bilhões, enquanto que a média em todos os

outros foi de 19,7%. Da educação cortou-se muito mais!

O que significa isso, esse corte na educação, Deputado Vitor Lippi?

Investimento na educação. O que estava no Orçamento de 2015 para investimento:

12 bilhões. O que está no de 2016: 5 bilhões. Houve um corte de 60%, enquanto

que, nos outros órgãos, o corte foi muito menor, foi de 32%. Na educação foi de

60%!

Da mesma forma, recursos do PAC para investimento em educação. Em 2015

foi de 11,9; agora foi para 4,8. Houve um corte de 59%, enquanto que a média nos

outros Ministérios foi de 32%.

Despesas correntes. Como vai funcionar uma escola? Apoio ao transporte

escolar para educação básica é o Programa Caminho da Escola. No interior do

Brasil e nas capitais, utilizam o transporte escolar para a educação. Estão aqui os

recursos do Caminho da Escola: em 2015, foram 479 milhões. Sabe quanto é para

2016? Zero. Zero no Orçamento! Como é que vão transportar esses alunos —

alunos da área rural, alunos que estudam longe de casa — se não há recursos no

Orçamento?

Apoio ao desenvolvimento da educação básica. Era 294 milhões em 2015; foi

para 70 em 2016. Menos 76%.

Infraestrutura da educação básica — já não tem escola funcionando; muitas

escolas não têm nem banheiro, não têm nada. Quanto estava destinado para

infraestrutura do Orçamento de 2015? Um bilhão e 600 milhões de reais. Para

2016? Setecentos e cinquenta milhões de reais — uma redução de 54%. Isso é

porque é Pátria Educadora. Imagine se não fosse Pátria Educadora.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

175

Está aqui: implantação da educação infantil, que foi promessa da Presidenta

Dilma, para investir em creches, escolas. Orçamento de 2015: 3,8 bilhões de reais.

Agora, 550 milhões de reais — 85% de corte.

Então, este Governo cortou tudo. E cortou de forma errada, exatamente em

projetos estratégicos, em projetos de Estado. Deixou os projetos de Governo,

custeio da máquina, e acabou com os investimentos.

Portanto, é uma demonstração clara: este Governo não só cometeu crime de

responsabilidade como é incompetente, inconsequente e irresponsável, porque

acabou com a economia brasileira.

Portanto, impeachment já! Isso é fundamental.

Eu faço aqui um apelo à base e também aos Deputados da Oposição e a

todos: vamos realmente tirar esse Governo, para o bem do Brasil.

Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.

Peço a V.Exa. que divulgue o meu pronunciamento nos meios de

comunicação, em especial no programa A Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

176

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu gostaria de comunicar ao Plenário

que esta sessão de debates começou às 14 horas e tem previsão máxima de

duração até as 19 horas. Enquanto os Líderes estão conversando, nós vamos dar

andamento à sessão. Vou seguir a ordem das inscrições. Quando eu terminar esta

chamada, ou até que tenhamos uma nova orientação, eu iniciarei a chamada das

novas inscrições, feitas no painel.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

177

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao próximo orador,

o Deputado Jorge Solla. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna. (Pausa.)

O SR. ALESSANDRO MOLON - Presidente...

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Pois não, Deputado.

O SR. ALESSANDRO MOLON (Rede-RJ. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, quero apenas pedir a V.Exa. que abra o painel para

registrarmos a presença.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Registro de presença ainda não,

nobre Deputado. Está registrada a presença na Casa. Não vamos abrir o painel

agora, não.

O SR. ALESSANDRO MOLON - Ah, não?

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Não. Está registrada a presença na

Casa.

O SR. ALESSANDRO MOLON - Mas não estava marcada para as 18 horas a

sessão, Sr. Presidente?

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Nós ainda estamos na sessão de

debates. Não começou a extraordinária ainda.

O SR. ALESSANDRO MOLON - Obrigado, Presidente.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

178

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Vou dar 3 minutos ao próximo orador,

depois eu passo a palavra para todo mundo por 1 minuto. Há três Deputados

querendo falar. Vou passar a palavra aos três por 1 minuto.

Concedo a palavra ao Deputado Jorge Solla, por 3 minutos.

O SR. JORGE SOLLA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Obrigado, Sr. Presidente.

Primeiro, eu queria denunciar mais uma tentativa de golpe nesta Casa, desta

vez no debate que está acontecendo neste momento na reunião dos Líderes.

A sessão que estava marcada para hoje está sendo jogada para amanhã.

Todos nós fomos convocados para esta sessão às 18 horas. Estão tramando mais

um golpe ao jogar esta sessão para amanhã. E adivinhem para que horário querem

marcar a sessão de amanhã? Para o mesmo horário da reunião do Conselho de

Ética, para derrubar a sessão do Conselho de Ética, para postergar mais uma vez a

cassação de Eduardo Cunha.

E mais, senhores. Querem permitir que a Comissão que vai ser escolhida

para analisar o pedido de impeachment possa ser eleita em chapas avulsas e com

voto secreto. Isso significa derrubar a participação representativa dos partidos na

composição da Comissão. Isso significa tirar o poder das direções partidárias na

escolha dos seus representantes. Isso é o mesmo que o Presidente desta Casa,

Eduardo Cunha, fez quando votou a mesma matéria duas vezes: se perdia, fazia

nova votação. Ele tem-se utilizado da prerrogativa de Presidente desta Casa para

dar golpes, para aprovar projetos que na primeira votação são derrotados.

Agora, mais uma vez, tenta dar o golpe de adiar a votação no Conselho de

Ética do pedido de cassação do seu mandato, e tenta também manipular a

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

179

composição da Comissão que vai analisar o pedido de impeachment, mudando com

isso a correlação de forças dentro desta Cada.

Nós não vamos permitir isso. Vamos denunciar todos esses atos.

Vejam o absurdo deste pedido de impeachment. Deputados vêm aqui dizer

que isso está previsto na Constituição. Sim, está previsto na Constituição! Mas a

Constituição diz que essa ferramenta existe para ser utilizada em situações em que

ela mereça ser utilizada.

Estão desde o início do ano tentando o impeachment, buscando uma razão

para o impeachment. Mais cedo, veio até Líder de partido dizer: “Ah, se não for por

isso, vai ser por aquilo. Se não for por A, vai ser por B”. Estão buscando uma razão

para o impeachment.

Depois que rastrearam tudo e não acharam dinheiro de propina na conta da

Presidenta, não acharam conta na Suíça em nome da Presidenta Dilma, não

acharam nenhuma acusação contra ela em nenhuma operação da Polícia Federal,

nenhuma denúncia, acharam o quê? A famosa pedalada fiscal.

Estão querendo cassar a Presidenta Dilma porque ela não deixou atrasar o

pagamento do Bolsa Família, não permitiu atraso no pagamento do seguro-

desemprego, garantiu que as políticas sociais chegassem a milhões de brasileiros. É

esta, Sras. e Srs. Deputados, a razão que alegam para a cassação da Presidenta

Dilma.

Não acharam nenhuma acusação contra ela do tipo ter um apartamento de

valor correspondente a 300 anos de salário de Presidente da República, como é o

caso do FHC, que tem um dos apartamentos mais caros deste País, cujo valor

equivale — pasmem! — a 300 anos de salário de Presidente da República.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

180

Não há como cassar a Presidenta Dilma por acusação de corrupção ou de

desvio, porque isso não existe, então querem cassar a Presidenta porque ela não

deixou atrasar o pagamento dos benefícios sociais. Foi o que sobrou para esta

Oposição, que, juntamente com Eduardo Cunha, está dando golpe atrás de golpe

para tentar preservar um corrupto na Presidência desta Casa e cassar uma

Presidenta da República que garantiu as políticas públicas.

Não vai passar! O País não vai permitir o golpe! O País não vai permitir o

retrocesso! O País não vai permitir que esse absurdo prospere!

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

181

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Pr.

Marco Feliciano.

O SR. PR. MARCO FELICIANO (Bloco/PSC-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, eu queria saber a ordem de inscrição, porque me inscrevi

quando V.Exa. pediu. A que horas poderei falar?

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu sou o primeiro, o Deputado

Vanderlei Macris é o segundo, o Deputado Vitor Lippi é o terceiro, o Deputado

Delegado Edson Moreira é o quarto, o Deputado Pr. Marco Feliciano é o quinto, o

Deputado Elizeu Dionizio é sexto e assim sucessivamente.

O SR. PR. MARCO FELICIANO - E quando vão começar a seguir essa lista?

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Estamos no 17º Deputado e temos 28

Deputados inscritos. Depois, passaremos a essa lista.

O SR. PR. MARCO FELICIANO - Sr. Presidente, vou aproveitar esses 36

segundos que me restam para dizer que é muito interessante ver a hipocrisia de um

petista que vem aqui falar de corrupção.

Como pode um petista, nesta Casa, vir dizer que o Presidente da Casa é

corrupto, sendo que todos os tesoureiros dele estão presos na Papuda, os líderes

deles estão presos na Papuda? Eles têm memória curta, ou se acham acima da lei?

Isso é inadmissível, Sr. Presidente. Este Parlamento tem respeito. Nós temos

vergonha e moral. Por isso, vamos tratar do impeachment da Presidenta Dilma e

derrubá-la do Governo, porque o País não merece mais isso!

Muito obrigado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

182

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Silas

Câmara, por 1 minuto.

O SR. SILAS CÂMARA (Bloco/PSD-AM. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, quero fazer um registro importante e também um apelo.

Amanhã fará 60 dias que nós iniciamos uma luta contra a Portaria Interministerial nº

192, do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento, que suspendeu períodos de defeso de 55 espécies de peixe, em

todo o Brasil, prejudicando 300 mil pescadores. No meu Estado, praticamente 100

mil pescadores foram prejudicados.

Esta Casa aprovou o Projeto de Decreto Legislativo nº 238, de 2015, que

suspendeu os efeitos da referida portaria, e agora ele está no Senado. Faço um

apelo ao Senado, para que também aprove o PDC, e assim possamos derrubar

essa maldita portaria e pagar o seguro-defeso a partir do dia 15 de dezembro.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que faça divulgar meu discurso no programa A

Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido, nobre

Deputado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

183

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Delegado Edson Moreira. S.Exa. dispõe de 1 minuto na tribuna.

O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (Bloco/PTN-MG. Pela ordem. Sem

revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero só ratificar o que nós, desde o começo do

ano, temos falado aqui na Casa sobre a Lei nº 7.210, de 1984, a Lei de Execução

Penal. Ontem, no programa Fantástico, uma reportagem mostrou os problemas

dessa lei.

O que está acontecendo? Após cumprirem um sexto da pena, criminosos

perigosos são colocados na rua. E eles voltam a delinquir, o que faz as cadeias

ficarem superlotadas. Essa reportagem do programa Fantástico mostra que a nossa

voz está ecoando, Sr. Presidente.

Solicito que o meu pronunciamento seja registrado nos Anais desta Casa e

divulgado pelo programa A Voz do Brasil.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

184

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado José

Airton Cirilo, do PT do Ceará. S.Exa. tem 3 minutos na tribuna.

O SR. JOSÉ AIRTON CIRILO (PT-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, eu queria, primeiro, dirigir-me ao Deputado do PSDB que me

antecedeu e nos trouxe muitas memórias.

É verdade que alguns companheiros do PT, por razões que achavam que

poderiam ensejar pedido de impeachment... O PT pode ter cometido falhas e erros,

mas nós não podemos esquecer que este pedido de impeachment aceito, formulado

por dois juristas, é veementemente repudiado por 25 renomados juristas nacionais

— tenho aqui a lista —, do porte de Celso Bandeira de Mello e Fábio Comparato,

porque ele não tem base jurídica de sustentação.

Se o pedido foi baseado nas pedaladas fiscais, o TCU deu um parecer, mas

esse parecer não foi julgado, e cabe às Casas Legislativas julgar os pareceres dos

Tribunais de Contas da União, dos Estados e dos Municípios. Além disso, esta Casa

aprovou o Projeto de Lei do Congresso Nacional nº 5, que justifica as ditas

“pedaladas”. Portanto, elas têm amparo legal.

Também não se esqueçam, senhores, de que, na época do Governo

Fernando Henrique, também foram praticadas pedaladas fiscais, e o Tribunal de

Contas não se manifestou. Então, não venham fazer comparações.

O que nós precisamos é garantir o respeito à Constituição, sobretudo o

respeito à democracia, porque, mais do que o mandato da Presidente Dilma, está

em jogo a democracia no País.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

185

Como disseram vários juristas, nós não podemos rasgar a Constituição.

Esses juristas têm responsabilidade e não se movem partidariamente, nem por

rancor. Não há embasamento jurídico para este processo.

Em nome da democracia, pela qual tanto lutamos, em nome da Constituição,

que nós lutamos para que seja respeitada, esperamos que a Comissão Especial

tenha bom senso e responsabilidade, não se mova pela paixão das lutas politicas,

pela vingança, pelo ódio. Nós teremos eleições sistematicamente no Brasil, e é o

povo que tem que decidi-las.

No Brasil não há recall para cassação de mandato. Há previsão de

impeachment para casos de crime, e a Presidente da República não cometeu crime.

Ela é uma pessoa séria, honesta, trabalhadora, deu a vida pela democracia no

Brasil! Vamos respeitar a Presidente Dilma e a nossa Constituição!

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado, nobre Deputado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

186

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Luiz Lauro

Filho, por 1 minuto.

O SR. LUIZ LAURO FILHO (PSB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, agradeço por poder usar a tribuna.

Sei da importância desta semana para a democracia do nosso País, com a

decisão sobre o impeachment e sobre a composição da Comissão Especial que

analisará o pedido, sobre a indicação dos Líderes, porém eu quero fazer um apelo

às autoridades da saúde deste País, ao Ministério da Saúde, para que nós não nos

esqueçamos dos problemas causados pelo mosquito Aedes aegypti, do zika, da

dengue, das gestantes que estão passando por esta dificuldade toda nos Estados,

principalmente no Nordeste.

Saúde sempre deve estar em primeiro lugar e é prioridade no nosso País.

Portanto, mesmo que a mídia, mesmo que as TVs, as rádios e os jornais estejam

virados para a política, eu faço um apelo ao Ministro da Saúde, para que olhe com

cuidado e com carinho a prevenção contra o mosquito.

Nestes segundos que me restam, Sr. Presidente, quero registrar a presença

neste plenário de uma comitiva importante da Igreja do Nazareno, de Campinas.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

187

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Delegado Edson Moreira.

V.Exa. tem 3 minutos na tribuna.

O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (Bloco/PTN-MG. Pela ordem. Sem

revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu vejo aqui debates acalorados sobre o

impeachment e outros temas reinantes na Casa, como educação, etc., mas vou

continuar focando no meu tema da segurança, e deixo os outros assuntos para

discutir mais à frente.

Sr. Presidente, vivemos no País um grande problema na área de educação.

Em São Paulo, no último final de semana, movimentos de rua — que ainda estão

acontecendo — levaram o Governo do Estado a recuar das reformas que iria fazer.

Isso influencia diretamente na educação, e a educação influencia diretamente na

segurança pública, porque, se o nosso País não vai para frente, a criminalidade

cresce a cada dia.

Nossas cadeias estão superlotadas. Fala-se que a investigação policial neste

País não é boa, mas, se isso fosse verdade, as cadeias não estariam cheias.

Sr. Presidente, precisamos reformar a Lei nº 7.210.

É claro, estamos atentos aos grandes problemas deste País. A Câmara e o

Senado, o Congresso Nacional, não estão se furtando a isso, estão discutindo os

grandes temas. E estamos preparados, se for o caso, para discuti-los em alto nível,

seja a favor, seja contra, do jeito que for. A análise dos processos deverá ser feita

com base nas provas existentes dos delitos, se ocorreram. Portanto, Sr. Presidente,

devemos deixar o partidarismo de fora e analisar estritamente o que consta dos

autos e da denúncia.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

188

Espero que isso se resolva hoje, no mais tardar amanhã, mas que seja

resolvido, para acabar esta paralisia em que se encontra o nosso País,

principalmente na área econômica, na área educacional e na área de segurança

pública.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

189

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado

Elizeu Dionizio, que disporá de 1 minuto.

O SR. ELIZEU DIONIZIO (PSDB-MS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, quero parabenizar a União da Mocidade da Assembleia de Deus em

Campo Grande — UMADECAMP, na pessoa dos nossos líderes o Pastor Antônio

Dionízio e o Pastor Ângelo Santos, pelo excelente congresso realizado esse fim de

semana em Campo Grande, com dezenas de milhares de jovens dentro da igreja. A

juventude se uniu no único propósito de buscar Deus.

O Brasil está de cabeça para baixo. Se não buscarmos Deus, o Brasil não

sairá deste buraco.

Muito obrigado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

190

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra, por 1 minuto, à

Sra. Deputada Maria do Rosário.

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)

- Sr. Presidente, quero denunciar ao País o que está acontecendo.

Na sessão de hoje, deveria ser escolhida a Comissão que tratará do alguns

chamam de impeachment e nós chamamos de golpe. No entanto, o Presidente

Eduardo Cunha transfere essa sessão para amanhã, e no mesmo horário em que

deveria estar reunido o Conselho de Ética, para, mais uma vez, adiar aquilo que o

País quer ver, que é a aprovação do relatório do Deputado Fausto Pinato, do

caminho para a cassação desse golpista chamado Eduardo Cunha.

Mas chego ao plenário e vejo cabines de votação para votos secretos. É

possível que o Presidente Eduardo Cunha agora não queira que os partidos

apresentem a nominata, os nomes para compor essa Comissão, e que vá haver,

enfim, indicações avulsas e voto secreto. Neste caso, o voto secreto é espúrio, como

é a Presidência de Eduardo Cunha!

Devemos denunciar isso ao País, devemos mobilizar a sociedade e defender

a legalidade e a democracia.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputada.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

191

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Pr. Marco

Feliciano.

V.Exa. tem 3 minutos na tribuna.

O SR. PR. MARCO FELICIANO (Bloco/PSC-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente nobre Deputado Carlos Manato, demais Deputados

presentes e todos que nos assistem através da TV Câmara, é com muita emoção

que eu assumo o microfone desta Câmara como Deputado Federal num momento

tão importante da Nação brasileira.

Acertadamente — e eu até digo que tardiamente —, o Presidente da Câmara

dos Deputados aceitou o pedido de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff. E

este não foi o primeiro, não foi o segundo, nem o terceiro. Vários pedidos de

impeachment chegaram a esta Casa.

Não me importam as motivações, o que me importa é que houve a coragem,

e a coragem tem que ser sempre aplaudida, em qualquer momento.

Fico aqui imaginando como vai ficar esta Casa daqui a alguns dias, quando a

Comissão for instalada e os processos começarem a rolar, pela primeira vez em 12

anos o Brasil respirando ares de esperança, que batem no coração de todos os

brasileiros. Os brasileiros já não suportam mais o descaso com a coisa pública, o

descaso com a corrupção, que se tornou algo normal e natural em nosso País.

Nós nunca podemos atender esse pedido, ou essa demanda, acreditando que

este é o futuro do nosso País. O Brasil é um país pungente, é um país abençoado, é

um país que produz. E nosso maior produto é o brasileiro. O brasileiro é aguerrido, é

corajoso, e não suporta mais este descaso. O brasileiro não suporta mais o

desmando deste Governo que aí está. O brasileiro não suporta mais ouvir pessoas

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

192

falarem aqui de golpe, não suporta mais ouvir essas pessoas falarem de corrupção

como se nada acontecesse com eles. Um partido que tem presos na Papuda os

seus tesoureiros, os seus líderes, um partido que tem seus grandes nomes

arrolados em todos os escândalos desta Nação vir aqui cantar de prudente, como se

fosse o melhor e o maior?!

Não, isto não é golpe! O impeachment neste momento não é golpe! O

impedimento neste momento, ele é legítimo, e nós seguimos a Constituição Federal!

Eu quero contar com o apoio de todos os Deputados que forem lançados a esta

Comissão. Tive a oportunidade de saber agora há pouco que o meu partido lançou o

meu nome e o nome do Deputado Eduardo Bolsonaro como titulares. Nós vamos

trabalhar muito! Eu sei que o debate será pesado, sei que a batalha será grande, sei

também que hoje nós não temos os votos necessários. Mas eu acredito que um

trabalho bem feito possa fazer isso acontecer.

Eu quero também conclamar toda a Nação brasileira, a Nação brasileira que

conserva, a Nação brasileira que pensa no direitismo como um futuro para curar o

nosso País de todos os cânceres e males que nos acometeram durantes os últimos

12 anos. Estamos vendo a falência moral da nossa Nação, a destruição dos nossos

filhos, a destruição do patrimônio público. O Brasil é hoje um país inadimplente, Sr.

Presidente!

Convoco a nossa Nação aguerrida, para que pela primeira vez nos últimos 12

anos possamos dormir tranquilos, a descobrir o nome de todos os Parlamentares

que vão fazer parte desta Comissão Especial e não dar trégua e nenhum!

Descubram seu endereço, seu e-mail, e façamos uma mobilização nacional, para

que voltem a soprar ares de esperança em nosso País!

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

193

O Brasil não pode continuar nesta situação de achincalhamento mundial!

Cheguei dos Estados Unidos há poucos dias. Em todas as repartições a que eu fui,

em todos os lugares, a única coisa que ouvi foi isto: “Como você consegue

sobreviver num país cujo Governo está atolado em toda sorte de desgraças,

mazelas e corrupção que existe?”

É chegado o momento da verdade. É chegada a hora de este Parlamento

fazer aquilo que ele deve fazer. E eu penso que mesmo a base governista deve

rever o seu pensamento. Temos uma oportunidade única de extirpar do Brasil esse

câncer que destruiu o nosso País, que destruiu a nossa moralidade, que destruiu as

bases desta Nação e que hoje faz os brasileiros não ter mais condições de viver.

Viva o Brasil, um Brasil sem o PT, um Brasil sem Dilma!

Impeachment já!

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu é que agradeço, nobre Deputado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

194

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Esta Presidência informa que está

cancelada a sessão extraordinária destinada à eleição da Comissão Especial

marcada para hoje e que a referida eleição constará da Ordem do Dia da sessão

ordinária das 14 horas de terça-feira, dia 8 de dezembro de 2015.

Como esta sessão de debates começou às 14 horas, nós vamos levá-la até

às 19 horas, seguindo a ordem de inscrição aqui.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

195

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o próximo orador, por 3

minutos, o Deputado Mauro Pereira.

O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Deputado Manato, demais Srs. Deputados, eu ouvi

atentamente aqui as palavras dos colegas, especialmente da Deputada do meu

Estado, o Rio Grande do Sul.

Eu gostaria de dizer que essa eleição vai acontecer amanhã porque existem,

de acordo com o que eu estava acompanhando na reunião de Líderes, chapas

avulsas que querem concorrer.

É lógico que, dentro de um processo democrático, os Líderes tenham toda a

prerrogativa, mas, ao mesmo tempo, não se pode tirar o direito de Deputados

participarem de chapa. Isso se chama democracia, e vai acontecer amanhã. Por

outro lado, em um dia importante como o de hoje, há 170 Deputados na Casa.

Agora, o maior problema que nós temos hoje, em que nós temos de nos

debruçar, temos de trabalhar e cobrar é a maneira como a equipe econômica vem

tratando a nossa sociedade. Infelizmente, a equipe econômica vem simplesmente

pegando todos os recursos, todos os impostos que são recolhidos e pagando juros

para os banqueiros, e os banqueiros estão recebendo em dia, em ordem.

Nós, Deputadas e Deputados que pensamos no nosso País, temos de

solicitar aos Ministros para que pensem no Brasil, pensem na vida das pessoas,

naqueles que estão desempregados, que não têm dinheiro para pagar a conta de

água, de luz e naqueles que poderão ficar desempregados. Os Ministros têm que

conversar muito seriamente e se entenderem, porque a maneira como o Ministro

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

196

Levy vem conduzindo a nossa economia é igual a rabo de cavalo: só cresce para

baixo, diminuindo a nossa indústria, diminuindo a esperança do povo brasileiro.

Esta semana, depois desta recessão, disse que, no ano que vem, vai ser

3,5% pior.

Portanto, meus colegas Deputados, nós temos que fazer alguma coisa. É

preciso estancar essa questão do desemprego, que é o mais importante. É isso que

nós temos que trabalhar, para que a equipe econômica pare, de uma vez, de dar

dinheiro para banqueiro, prejudicando a sociedade brasileira.

Era isso o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente, Deputado Carlos Manato.

Muito obrigado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

197

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Moroni Torgan, do DEM do Ceará, por 1 minuto.

Após, falará a nobre Deputada Raquel Muniz, do Bloco/PSC de Minas Gerais.

O SR. MORONI TORGAN (DEM-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, eu gostaria de entender por que, quando falam em

impeachment, falam em golpe. Eu acho que subestimam o povo brasileiro, pensam

que a capacidade de raciocínio do povo brasileiro é diminuta.

Todo mundo sabe que, se houvesse alguma coisa no impeachment contrária

à regra constitucional, o Supremo já estaria impedindo o impedimento, o

impeachment. O Supremo é o guardião constitucional da Nação. Então, se o

Supremo não aceita interromper o processo de impeachment, é porque o processo

de impeachment está seguindo todos os preceitos constitucionais. E não há nada de

golpe em seguir os preceitos constitucionais. Se assim houvesse, o Supremo

evitaria a...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado, Deputado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

198

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra à nobre Deputada

Raquel Muniz, do Bloco PSC de Minas Gerais, por 3 minutos.

A SRA. RAQUEL MUNIZ (Bloco/PSC-MG. Pela ordem. Sem revisão da

oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós saímos dos nossos Estados,

viemos aqui, nesta segunda-feira, cumprir o nosso dever de participar desse

processo impeachment, de contribuir para o processo, escolhendo a Comissão que,

com certeza, vai trabalhar com muita seriedade sobre esse tema, que é tão

importante para o País. Infelizmente, porém, a reunião não vai acontecer, o que nós

lamentamos, porque viemos de vários Estados para estar aqui hoje.

Quero aproveitar e fazer três registros importantes. Estive na cidade de

Montes Claros, no norte de Minas Gerais, meu Estado, participando da Festa

Nacional do Pequi. Com o Prefeito Ruy, recebemos vários norte-mineiros, montes-

clarenses, de várias partes do País, neste importante evento. Houve concurso de

arroz com pequi, que foi a tônica da noite, e degustação. Foi uma festa maravilhosa!

E à noite, na Praça dos Jatobás, houve grandes shows.

Eu quero parabenizar a nossa Secretaria de Cultura, que organizou

brilhantemente esse evento. No momento em que o Brasil está em crise, Montes

Claros mostra que é capaz de driblar a crise, realizando todos os eventos da cidade.

Quero também lembrar que estivemos no grande Santos Reis, na Vila Áurea,

em Montes Claros, com a Vereadora Marly, participando da ordem de serviços de

uma importante academia de saúde na Vila Áurea. Mais do que isso, o Prefeito se

comprometeu com a revitalização de uma grande quadra que atende a todo o

grande Santos Reis.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

199

Minha gente, eu acredito que a crise, que é uma unanimidade neste País —

talvez o impeachment não seja —, tem jeito. E o jeito quem dá é cada um de nós,

Parlamentares, que cumprimos aqui o nosso trabalho, e cada um dos Prefeitos, que

o cumprem nos seus Municípios. Driblar essa crise significa trabalhar muito,

descobrir maneiras junto com as pessoas, discutindo, economizando, para que

efetivamente nós possamos dar a resposta que este País precisa.

Eu tenho certeza de que tenho cumprido o meu trabalho nesse quase 1 ano

em que sou Parlamentar nesta Casa, trabalhando nas diferentes Comissões que

componho nesta Casa.

Então, quero mais uma vez pedir que sejam divulgados nos meios de

comunicação esses meus registros e também no programa A Voz do Brasil.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

200

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Governador, o

Deputado Carlos Henrique Gaguim, do PMB do Tocantins.

O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM (PMB-TO. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, nobres pares, venho mais uma vez a esta tribuna cobrar do

Governo do meu Estado a imediata negociação com os médicos, com a classe da

saúde.

Os profissionais de saúde do Tocantins estão esperando, através do

sindicato, um acordo com o Governo. O Governo faz acordo, Sr. Presidente, e não

cumpre, a exemplo dos plantões extras e das garantias adquiridas. Até agora está

um descaso. Vai fazer 1 ano e o acordo não é cumprido.

E o que acontece? O Governo do Estado, Sr. Presidente, está viajando para

Paris, a Vice-Governadora está viajando para Paris, e o nosso povo, morrendo lá no

meu Estado. As pessoas estão morrendo por falta de entendimento!

Eu não posso concordar. Eu não aceito o descaso que está acontecendo no

meu Estado. Conclamo, em nome do partido das mulheres brasileiras, em favor das

mulheres que têm nos hospitais seus filhos, pai, mãe, sofrendo por falta de

atendimento.

Então, eu conclamo que o Governo do Estado ligue para o Governador

interino, que é o Presidente da Assembleia, para resolver. Passaram-se 11 meses e

não se resolveu. Que agora o Presidente da Assembleia, que assumiu interinamente

devido à viagem da Vice-Presidente, resolva a situação, porque a vida, a saúde não

esperam. Há pessoas morrendo. Lá há um hospital que parece um campo de

concentração. É escolhido quem vai morrer: esse não vai, esse vai; esse não vai,

esse vai. Não posso aceitar isso.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

201

Aloquei 100% das minhas emendas para a saúde em Palmas. Aloquei no

PPA para 2016-2019 todos os recursos. Vou lutar dia e noite aqui na Comissão para

levar recursos para a saúde. Tudo pode esperar, mas a saúde não espera. Então,

eu conclamo, nas minhas cidades de Araguaína, Xambioá, Guaraí, Porto Nacional,

Dianópolis, Gurupi, as pessoas que estão ali sofrendo. Eu fui eleito para defender o

povo. Eu não fui eleito para ficar puxando saco de Governo, não. Eu fui eleito para

representar o povo. O povo está morrendo lá no meu Estado sem atendimento. Não

se cumpre o acordo com os profissionais da saúde. É só enganação. Eu vou cobrar

aqui todos os dias.

A Saúde não pode esperar!

Gostaria que o meu pronunciamento fosse divulgado no programa A Voz do

Brasil e nos meios de comunicação desta Casa. Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

202

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Darcísio Perondi, do PMDB do Rio Grande do Sul, que disporá de 3 minutos na

tribuna.

O SR. DARCÍSIO PERONDI (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Vice-Presidente Michel Temer é

um jurista, homem probo, com um currículo exemplar, foi Presidente da Casa três

vezes, é inatacável! Ontem, o Sr. Ciro Gomes o ofendeu, mas eu não vou repetir as

ofensas porque o Sr. Ciro Gomes não merece mais tempo.

Eu quero lembrar ao Brasil quem é Ciro Gomes. Ele trocou de partido sete

vezes! Eu, quando jovem — acho que tenho a idade dele, talvez um pouquinho mais

—, quase perdi a faculdade de Medicina. Eu fui preso pelo golpe militar. Eu lutei

para derrubar o golpe militar, em cuja época a corrupção era sem fim.

Quem estava defendendo o golpe militar? Ciro Gomes no seu primeiro

partido, o PDS. Depois passou para o PMDB, depois para o PSDB. Aí, recebeu o

convite honroso para ser Ministro da Fazenda de FHC. Vou aqui dar uma

informação, já que FHC não me pediu segredo. Em uma viagem à África do Sul,

FHC disse-me o seguinte: que não aguentava mais Ciro Gomes, que aquele homem

tinha defeito de caráter. Eu nunca disse isso, quando estava no PSDB. Depois foi

para o PPS. Lá também não o aguentaram. Depois foi para o PSB, depois foi para o

PROS. Agora, mendigou, arrastou-se para um outro partido, o PDT.

Ciro Gomes, a sua moral é de cueca! O seu caráter é minúsculo, talvez do

tamanho de uma pulga! O senhor deve uma explicação, deve pedido de desculpas a

essa figura que honra a política e honra os brasileiros, que é Michel Temer. Está em

tempo, Ciro Gomes, de pedir desculpa. Está em tempo!

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

203

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Vou ordenar os oradores inscritos:

Deputado Major Olimpio, Deputado Vanderlei Macris e Deputado Heráclito Fortes.

Antes, porém, com a palavra o Deputado William Woo, por 15 segundos.

O SR. WILLIAM WOO (PV-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente Carlos Manato, quero apenas dar como lidos dois discursos sobre a COP

21 e sobre as ferrovias.

Peço a V.Exa. que lhes dê ampla divulgação.

Muito obrigado.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, ocupo a tribuna desta Casa para

falar sobre a importância da realização da 21ª Conferência do Clima — COP 21, que

começou as suas atividades de forma transparente e com uma excelente notícia na

França, em Paris.

Conforme já noticiado pela imprensa, a Secretária Executiva da Convenção

das Nações Unidas sobre mudança do Clima, Sra. Christina Figueres, informou a

todos os participantes que um acordo entre todos os países da cúpula será

legalmente vinculante, ou seja, um instrumento acordado e com força de lei que será

também assinado sob o crivo da Convenção da ONU, assim como foi assinado o

protocolo de Kyoto.

Sr. Presidente, a adoção de instrumento com força legal na COP 21

proporciona um acordo na forma de lei, no qual os países se comprometeram a

reduzir suas emissões de CO2.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

204

Existe, hoje, nobres Deputados, a necessidade de viabilizar de forma realista

o financiamento da mudança de matriz energética e das medidas de adaptação.

Toda meta de redução das emissões de carbono é de vital importância para a

contenção das mudanças climáticas.

É necessário que fique bem claro e que seja estipulado no acordo da COP 21

que metas diferenciadas para os países pobres continuarem poluindo devem ser

estipuladas também. E que cada país pague pela sua dívida que tem e não pelas

dívidas dos outros. Isso significa simplesmente exigir que cada um seja responsável

pelo que poluiu e continua poluindo, especialmente países como os Estados Unidos

e China, os campeões mundiais de poluição do planeta.

No entanto, Sr. Presidente, percebo que a COP 21, que está sendo realizada

em Paris, pode e dever ser uma mudança de paradigma na questão climática.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, venho a esta tribuna dar

excepcional destaque à Frente Parlamentar Mista das Ferrovias do Congresso

Nacional, que foi lançada no último dia 24 de novembro, nesta Casa, com o objetivo

de ampliar os investimentos públicos e privados no setor de infraestrutura do País.

Recordo-me aqui que o Governo Federal lançou, em agosto de 2012, o Plano de

Investimento em Logística — PIL, com o intuito de estreitar o diálogo junto ao

Governo Federal par agilizar a efetivação dos programas ferroviários brasileiros.

Uma série de investimentos foram realizados nos modais rodoviário, ferroviário,

hidroviário e aeroportuário, em todas as regiões brasileiras, visando reestabelecer o

planejamento integrado do transporte de cargas no Brasil.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

205

A modernização do setor de logística torna o País mais eficiente e

competitivo, fomentando o desenvolvimento econômico. A retomada do transporte

ferroviário está no centro da estratégia do Estado brasileiro, o que vai proporcionar a

interligação das cinco Regiões do País de Leste ao Oeste e de Norte ao Sul. O

Brasil é um país continental, e a malha rodoviária é 50 vezes maior do que a

ferroviária, que possui pouco mais de 30 mil quilômetros de linhas férreas. Com a

segunda etapa do PIL, o Governo Federal, junto com a iniciativa privada, pretende

aplicar mais R$ 86,4 bilhões na construção, modernização e manutenção de 7,5 mil

quilômetros de linhas férreas. Através de concessões para o setor privado, a

intenção é manter as premissas de ferrovias com bitola larga, alta capacidade de

cargas e velocidade elevada, transformando o transporte ferroviário como uma

alternativa logística viável em nosso País.

Inclusive, Sr. Presidente, o Governo Federal já divulgou que vai trabalhar com

uma taxa de referência de 10,6% ao ano para as estimativas de retorno de

investimento das concessões de ferrovias previstas no PIL. O anúncio foi feito pelo

Ministério da Fazenda, que já informou ter elevado essa referência de 8,5% para o

valor atual, com o objetivo de alinhar o binômio risco e retorno, tornando os ativos de

infraestrutura ferroviária do Brasil competitivos. Novas oportunidades para o Brasil,

atendendo a interesse de empresas estrangeiras, inclusive a chinesa.

Os acordos que inclusive já foram firmados entre Brasil e China provocaram

agitações no mercado metroferroviário brasileiro, seja pela possibilidade de

construção de ferrovias para melhor integração do mercado de commodities entre os

dois países, seja pelos acordos comerciais para a compra de material ferroviário a

preços mais acessíveis, abrindo o setor para as indústrias chinesas. O mercado

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

206

ferroviário chinês é um dos mais ativos do mundo: boa parte dos trilhos comprados

para nossos projetos ferroviários é proveniente da China, ao passo que somos um

país com recursos minerais e industriais para a produção nacional dos mesmos.

No entanto, Sr. Presidente, vislumbro esta Frente Parlamentar como um

caminho para novas discussões e dialogo junto ao Governo Federal, em busca de

melhorias significativas para o setor ferroviário em todo o País.

Eu não poderia deixar de mencionar neste breve pronunciamento que a

projeção da Ferrovia Bioceânica contará com investimentos da ordem de 40 bilhões

de reais, que serão destinados à interligação do Centro-Oeste ao Norte do País e

dali ao Peru. O projeto ferroviário transcontinental vai percorrer o Brasil, atravessar a

Cordilheira dos Andes até chegar aos portos peruanos, o que vai facilitar ainda mais

a exportação de matérias-primas do Brasil e do Peru para o mercado chinês.

São essas as poucas considerações, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados,

que eu pretendia fazer no dia de hoje.

Solicito a divulgação deste pronunciamento pelo programa a Voz do Brasil,

pela TV Câmara e demais veículos de comunicação desta Casa.

Muito obrigado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

207

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Major

Olimpio, do PMB de São Paulo. S.Exa. dispõe de 3 minutos.

O SR. MAJOR OLIMPIO (PMB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Srs. Deputados, ao Brasil, que acompanha com todo interesse o que

está acontecendo na Câmara dos Deputados, quero deixar muito claro que, quando

se analisa o conteúdo da documentação apresentada pela Janaína Conceição, pelo

Hélio Bicudo e pelo Miguel Reale, em 65 laudas, pedindo a esta Casa o

impeachment da Presidente, temos provas mais do que substanciais para a abertura

do processo.

Quando o Presidente da Câmara apresenta uma decisão, em que é feita uma

profunda análise do conteúdo que é apresentado na denúncia, fica mais do que

claro de que não se trata de perseguição, não se trata de contextualização

ideológica oposição/situação; trata-se de uma série de crimes praticados pela

Presidente da República, pelo Governo, seja com mensalão, com petrolão, com

pedalada fiscal, com roubalheira de toda ordem.

E, nesse momento, a decisão pelo povo brasileiro será nossa. O Brasil tem

que prestar atenção à conduta dos seus 513 representantes. São Paulo tem que

prestar atenção à conduta, ao voto e às manifestações dos seus 70 Deputados.

Acompanhem o posicionamento do seu Deputado! Muito indivíduo vai dizer: “Ah, eu

sou da base, eu tenho os meus carguinhos, eu tenho as minhas emendinhas, eu

tenho os meus interesses”. Mas, cidadão, acompanhe esse momento! Em São

Paulo, nós vamos divulgar o voto e a manifestação dos 70 Deputados. Vai prestar

contas a cada cidadão!

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

208

E peço aos nobres colegas que repliquem em todos os Estados, dando

conhecimento permanentemente das ações, da manifestação e do voto de cada

Deputado nesse processo.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

209

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Heráclito Fortes, pelo PSB, por 10 minutos.

Depois, concederei a palavra ao Deputado Vanderlei Macris por 3 minutos.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PSB-PI. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, na segunda-feira, esta Casa sempre era um

microfone parado, calado, fogo morto. E, de repente, nós estamos vendo esta Casa

em movimento. Que beleza é a democracia! Só não é preciso esta histeria coletiva

que tomou conta de alguns setores da base do Governo. Isso cheira a desespero.

Eu estava vendo aqui o sereno e experiente Bonifácio de Andrada, que já viu

muitas coisas nesta Casa e sabe que esse filme não é novo. Nós vimos esse filme

aqui, meu caro companheiro. O roteiro é o mesmo, apenas masterizado. Nós temos

os personagens que substituem, atualmente, os do passado, mas o fato em si é o

mesmo.

O que pesou contra o Presidente Collor foi uma Fiat Elba, e agora nós

estamos diante de uma verdadeira montadora. É um conjunto.

Acusa-se a peça que propõe o impeachment, mas ela é da lavra de Hélio

Bicudo, saudado, cantado em prosa e verso, aqui, pelos companheiros do PT.

Nós estamos falando para o Brasil. Hoje, com a comunicação em tempo real,

o cidadão sabe discernir a verdade da farsa. Nós não temos como tapar o sol com a

peneira.

Volto a repetir: o PT, meu caro Deputado Bonifácio, pediu o impeachment do

Collor, pediu o impeachment do Itamar Franco, por três vezes pediu o impeachment

do Fernando Henrique. Ali não era golpe, ali era um direito constitucional. Agora,

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

210

quando Hélio Bicudo e mais dois companheiros de advocacia resolvem entrar com

essa peça, o mundo quase vem abaixo.

Veja só, meu caro Deputado Bonifácio, que eles argumentam que contra a

Dilma não há nada, que ela não tem culpa do petrolão. No mesmo discurso, o

mesmo orador diz que o Presidente da Câmara está envolvido na PETROBRAS.

Quem comandava a PETROBRAS? Dilma Rousseff. Isso, desde 2003, gente! Não

vamos tapar o sol com a peneira, vamos usar argumentos. Como é que um está

envolvido e o outro não? Quem presidiu o conselho? Quem escolheu diretores?

Quem era a gerentona, a poderosa?

Pode até ser que pessoalmente ela não tenha se locupletado, mas o seu

partido, sim, a sua campanha, sim, os interesses partidários, sim.

Quem não sabe, meu caro Deputado Edmilson Rodrigues, o que foi o

derramamento de dinheiro na campanha de 2010 neste Brasil afora? Quem não

sabe qual foi o derramamento de dinheiro pelo Brasil afora em 2014? Quem não

sabe que no Governo Lula foi instituído o primeiro mensalão? Quando nós

pensávamos que o Brasil estava livre da corrupção, instalou-se o petrolão, um

sistema mais sofisticado.

Portanto, brasileiros que nos escutam, essa questão não pode ser tratada da

maneira como estão querendo tratar: de levar goela abaixo. Esse é um processo

grave, esse é apenas o seu início. Mais dias nos teremos, e é preciso que o Brasil

acompanhe de perto, acompanhe com cuidado.

Eu falo aqui, meu caro Deputado Laerte Bessa, com honestidade de quem

rejeitou participar representando meu partido na Comissão que vai julgar as ações

da Dilma no caso do impeachment. Eu tenho uma posição firmada e não seria

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

211

honestidade de minha parte aceitar representar o meu partido nessas condições

porque eu acho que os escolhidos devem ser pessoas que vão analisar os

processos e as fundamentações.

Eu, meu caro Deputado Bonifácio de Andrada, não tenho a vocação do

Petrônio Portella, que dizia que só não muda aqueles que se demite do direito de

pensar.

Nessa questão eu sou radical, porque o mal que esse partido fez ao Brasil

nos últimos anos tem que ser interrompido, tem que ser estancado, não pela via

emocional, mas pela via jurídica, cumprindo toda a sua tramitação.

O que nós estamos vendo, por exemplo, é que a Oposição já definiu quem vai

representá-la no Conselho. A briga é na base do Governo. Quem não se define é a

base do Governo. Por quê? O que é que está acontecendo? É preciso que a Nação

saiba. Se nós não estamos tendo a sessão agora à noite, vamos ser honestos, não

vamos enganar o Brasil. Não é culpa de ninguém, é porque houve dificuldades da

base do Governo para compor o colégio de representantes. Não adianta mentir, não

adianta! Esses fatos hoje são transparentes. O brasileiro está acompanhando passo

a passo esses episódios porque essa incerteza do Brasil está doendo no bolso do

assalariado.

Agora há pouco, falou-se que nós não quisemos votar o ajuste fiscal. Nós

propusemos votar o ajuste fiscal. O que nós não quisemos foi isentar os que

cometeram o crime de pedaladas, que foi exatamente a proposta vitoriosa que o

Governo quis, até porque essa proposta teve origem em um dos réus, que é o

Ministro do Planejamento. O Brasil precisa saber dessas coisas, precisa saber o que

está acontecendo.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

212

Quando vejo o Deputado Alessandro Molon ali no fundo do plenário, cada dia

me convenço mais da falta que faz S.Exa. ao PT. V.Exa., quando circulava como

Líder informal do partido, esse partido tinha ações com consequência, começo, meio

e fim. Agora, meu caro Molon, esse pessoal está jogando como quem brinca de

cabra-cega, com os olhos vendados e o taco na mão atrás do pote da felicidade, que

nunca encontra.

Portanto, meus amigos do PT, quero muito bem a todos pessoalmente, mas

quero alertá-los de que não adianta mais esse discurso enganador para o Brasil. O

Brasil está farto — graças a Deus!

O Brasil teve ciclos políticos e soube se livrar sem golpe de todos eles, pela

fadiga do material, pela paciência. Ocorre que muitas vezes os políticos acham que

quando o brasileiro lhe dá um crédito de confiança isso se chama popularidade, e

quebram a cara.

O que estamos vendo é exatamente isso: o Brasil cansou do PT, um pouco

tarde, mas numa hora boa.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

213

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Vanderlei

Macris. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.

O SR. VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, acaba de ser realizada uma

reunião de Líderes que tomou a decisão de levar para amanhã, em função do

quórum, a realização e a votação da Comissão Especial que vai discutir a questão

do impeachment da Presidente Dilma.

Essa reunião foi adiada, de acordo com a comunicação feita agora há pouco

no Colégio de Líderes, e a oportunidade, a possibilidade que foi aberta de se

apresentar uma chapa alternativa para os 66 membros da Comissão que será

votada amanhã.

Muito bem, nós teremos aí, portanto, a chapa branca e a chapa do Brasil.

Teremos duas chapas que vão convergir num debate, numa discussão e numa

votação amanhã no plenário desta Casa.

Sem dúvida, Sr. Presidente, a chapa branca vai tentar se impor para construir

uma maioria na Comissão e livrar a Presidenta Dilma Rousseff.

A chapa do Brasil, esta, sim, estará articulada, em convergência com os

interesses da sociedade brasileira. Essa chapa que, com certeza, haverá de ser

integrada de maneira mais coerente com a representação política desta Casa,

haverá de falar em nome dos brasileiros.

A chapa branca será construída por aqueles que têm os seus interesses na

máquina governamental.

A chapa do Brasil é aquela que vai redefinir o rumo da política brasileira,

principalmente na área econômica, social e também no que diz respeito aos

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

214

interesses de um Governo sério, um Governo que mude, um Governo que vá ao

encontro daquilo que pensam os brasileiros, ou seja, a mudança que se pretende no

nosso País.

O PT, ao longo do tempo, atuou fortemente para que se impetrasse, à época,

o impeachment do Presidente Fernando Collor de Mello, o do Presidente Itamar

Franco, o do Presidente Fernando Henrique Cardoso. Agora, faz de tudo, mentindo

à população, para dizer que este impeachment proporcionado e, mais do que isso,

articulado por três juristas da maior confiança, estejam aqui a apresentar, em nome

da sociedade, o pedido de impeachment da Presidente Dilma Rousseff, e por razões

absolutamente respaldadas do ponto de vista jurídico.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, nós esperamos que essa proposta de

impeachment seja muito menos golpe, como diz o PT — agora, porque na época

não era —, e seja muito mais ação em torno dos interesses dos brasileiros pela

mudança em nosso País.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, desde a Constituição de 1988,

somente o ex-Presidente Fernando CoIlor teve o mandato cassado em um processo

de impeachment.

Dilma Rousseff é a segunda Presidente a passar por esse procedimento.

Impeachment é um processo democrático.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

215

Na análise do mestre em Direito e professor do Centro de Ensino Unificado de

Brasília — UNICEUB Fabricio Medeiros, não se pode ignorar que “esses pleitos

derivam do exercício, pelo cidadão, do seu direito de questionar a gestão da coisa

pública”.

Os pleitos são requerimentos legítimos visando a abertura de processo para a

apuração da prática de crime de responsabilidade, cabendo a esta Casa verificar se

há um mínimo de verossimilhança nos pedidos.

O processo que foi aberto é assinado por Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e

Janaína Paschoal e tem apoio de 45 movimentos de rua.

O PT tenta confundir a população dizendo que só se chega à Presidência da

República, em uma democracia, por votos; que é golpe tirar a Presidente se não por

voto.

O PT é o partido que mais mobilizou a cassação de mandatos presidenciais

por impeachment. O PT impetrou o impeachment de Collor, de Itamar Franco, de

Fernando Henrique Cardoso, de todos os Presidentes até chegar ao poder. Agora,

faz de tudo para não sair, inclusive mentir para a população.

O pedido de impeachment de Itamar foi pedido pelo atual Ministro da Casa

Civil, Jaques Wagner. A justificativa foi que o Ministro da Casa Civil à época,

Henrique Hargreaves, submeteu a medida provisória do Plano Real ao grupo de

campanha de Fernando Henrique Cardoso, eleito Presidente naquele ano. Para

Jaques Wagner, a ação do Governo de Itamar feria o decoro e a dignidade.

Os pedidos de impeachment de Fernando Henrique foram assinados pelo

então Líder do PT, José Genoíno. Genoíno foi julgado e condenado como

mensaleiro.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

216

Quem o PT quer enganar?

A alegação de golpe é porque a Presidente e os Deputados da base sabem

que não conseguirão se defender contra os fatos.

Dilma cometeu crime de responsabilidade fiscal! Contas de Dilma foram

rejeitadas em outubro pelo TCU por unanimidade. Toda aquela corte também aplica

golpe?

O PT é um dos partidos mais traiçoeiros que o Brasil já teve: fazia campanha

contra a quantidade de impostos; atuava contra o Plano Real; dizia-se a favor da

reforma agrária; dizia expulsar todos os filiados envolvidos em atos de

irregularidades. Vários Deputados desta Casa saíram do PT, como Alessandro

Molon, Toninho Wandscheer e Weliton Prado.

Golpe é se dizer ético e enganar a população! Golpe é insistir em se manter

no poder a qualquer custo!

Obrigado, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

217

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Átila

Lins. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. ÁTILA LINS (Bloco/PSD-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, apenas quero fazer um apelo ao Presidente do Congresso Nacional,

Senador Renan Calheiros, para que inclua na pauta da próxima reunião do

Congresso Nacional o veto que a Presidente Dilma Rousseff apôs ao projeto que

permitia a anistia dos policiais militares, dos bombeiros militares e dos politicais civis

de vários Estados da Federação, inclusive do Amazonas.

No Amazonas, mais ou menos 500 policiais foram punidos. Com essa anistia,

eles estariam salvos, até porque foram punidos em função de greves em benefícios

salariais. Não houve nenhuma balbúrdia maior, nenhuma ação que pudesse

depredar o patrimônio público. Mas a Presidente Dilma Rousseff vetou essa matéria.

Nós vamos apreciar esse veto.

Eu faço um apelo ao Senador Renan Calheiros para que o traga na próxima

sessão do Congresso Nacional.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

218

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Deputado João Daniel, V.Exa. dispõe

de 1 minuto.

O SR. JOÃO DANIEL (PT-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Muito

obrigado.

Sr. Presidente, quero registrar que ontem tive o prazer de participar de um

grande torneio, o 2º Torneio das Áreas de Reforma Agrária da região de Simão Dias,

Carira, Macambira, Poço Verde e Tobias Barreto. Gostaria que fosse divulgado no

programa A Voz do Brasil a importância da participação da juventude, da população

daquela região, em especial do assentamento Canaã, com técnicos, dirigentes, num

lindo momento esportivo daquela região.

Parabéns a todos da ATER e do MST que fazem a região do Sertão ocidental.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, uso a tribuna para registrar, com

muita alegria, que participamos, no último domingo, dia 6 de dezembro, de um

grande evento esportivo realizado na região do Sertão Ocidental de Sergipe.

Refiro-me ao II Torneio Regional dos Assentados da Reforma Agrária do

Núcleo Operacional de ATER e ATES que teve a participação de um grande número

de desportistas nas competições, além da presença marcante das famílias dos

agricultores, num clima bastante positivo de confraternização.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

219

Ainda neste mesmo dia, tivemos a oportunidade de visitar e acompanhar as

atividades desenvolvidas pelos companheiros do Assentamento Canaã, localizado

no Município de Tobias Barreto, na mesma região.

Gostaríamos, inclusive, de registrar o nosso sincero agradecimento a todas as

manifestações de apoio e solidariedade que recebemos em ambos os lugares, por

parte dos nossos companheiros e companheiras do Movimento dos Trabalhadores

Rurais Sem Terra.

Muito obrigado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

220

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Daniel Coelho, por 1 minuto.

O SR. DANIEL COELHO (PSDB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, impressionantes alguns argumentos colocados aqui hoje. Eu quero

deixar uma mensagem para todo o Brasil: não haverá golpe no País. Golpe é a

tentativa do Governo de subverter a Constituição da República, a força do

Parlamento e do voto popular. Se nós vivêssemos em uma ditadura, não caberia o

afastamento de um Presidente. Mas, graças ao trabalho feito por muitos brasileiros,

há décadas passadas, hoje vivemos numa democracia. E, na democracia, querendo

os golpistas e ditadores do PT ou não, cabe impeachment e cabe afastamento de

quem usa dinheiro público de forma irregular, como a Presidente Dilma Rousseff. O

orçamento público não é dela, nem muito menos do PT. Para utilizá-lo, ela precisa

de previsão orçamentária e precisa de autorização do Congresso. Então, reitero

aqui: golpe, não! Impeachment, sim, pelo Brasil e pela democracia!

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

221

O SR. PRESIDENTE (Deputado (Carlos Manato) - Deputado Julio Lopes,

V.Exa. tem a palavra por 1 minuto.

O SR. JULIO LOPES (Bloco/PP-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, volto a esta tribuna hoje porque continuo

aguardando uma posição da Liderança do PP quanto à composição dos membros

da Comissão Especial de análise do impeachment.

Sras. e Srs. Deputados, acredito que este é um momento em que precisamos

ter muita tranquilidade, muita transparência, e as Lideranças partidárias devem

procurar os seus liderados e convergir para uma decisão de consenso. Não se pode

aqui querer botar goela abaixo dos Parlamentares uma decisão pouco trabalhada,

pouco discutida.

Faço aqui um pleito à Liderança do PP e a todos os meus colegas para que

tenhamos uma repartição da responsabilidade e da representação nesta Comissão

do impeachment, Sr. Presidente.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

222

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Deputado Rômulo Gouveia, V.Exa.

dispõe de 1 minuto.

O SR. RÔMULO GOUVEIA (Bloco/PSD-PB. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, eu queria só registrar os 89 anos da Associação Comercial

e Empresarial de Campina Grande, comemorados no último dia 1º de dezembro.

Quero dizer que, graças à luta nesta Casa, neste final de semana, tanto os lotéricos

da Paraíba como os delegados da Paraíba, da Associação, que também

comemoram os 7 anos, tiveram um encontro com a nossa bancada para reconhecer

o empenho e o projeto do Deputado Goulart.

Era esse o registro. Peço que meu pronunciamento seja dado como lido e

divulgado nos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, quero no dia de hoje fazer o registro dos 89 anos da

Associação Comercial e Empresarial de Campina Grande — ACCG, que foi criada

em 1º de dezembro de 1926. Demóstenes de Souza Barbosa foi o primeiro nome

escolhido para o cargo de Presidente, abrindo o elenco de grandes e vitoriosos

empresários que o sucederam.

O órgão foi criado pelos empresários da cidade, que estavam sendo

prejudicados pelo então Presidente, Governador do Estado, Camilo de Holanda, que

resolveu fixar no orçamento estadual uma tabela especial do chamado “Imposto de

Indústria e Profissão”, determinando que os contribuintes estabelecidos em Campina

Grande teriam que pagar alíquotas mais elevadas em comparação aos demais

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

223

Municípios da Paraíba. Na verdade, era uma briga política entre Camilo e o Prefeito

de Campina Grande, Cristiano Lauritzen.

Os comerciantes se uniram contra a medida e reagiram de forma

contundente, não aceitando os desígnios governamentais. Estavam ali, naquele ato

de rebeldia, sendo lançadas as bases da Associação Comercial de Campina

Grande. Alguns anos depois, sob a batuta do misto de empresário e poeta Lino

Gomes, a entidade ganhava contornos definitivos.

A trajetória da Associação Comercial é parte integrante da história de

Campina Grande, onde seu principal objetivo é e será sempre o de unir as classes

empresariais e políticas em prol do desenvolvimento econômico e social do

Município, traçando metas junto ao Executivo e à sociedade civil de modo geral.

Atualmente, a Associação Comercial e Empresarial de Campina Grande —

ACCG é presidida por Álvaro Barros, que em sua gestão prima pelo crescimento da

cidade, concluindo metas e planos de desenvolvimento, traçando metas junto ao

Executivo e à sociedade civil.

A irrefreável vocação para o desenvolvimento de Campina Grande encontrou

na Associação Comercial e Empresarial de Campina Grande o seu instrumento de

defesa e expansão.

Muito obrigado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

224

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Caio

Narcio, por 1 minuto.

O SR. CAIO NARCIO (PSDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu quero fazer uma reparação. Durante todo o final de semana, após o

pedido de impeachment ser aberto, assistimos diversos Deputados que se dizem da

base dizendo que não sabem como vai se votar; outros, por parte do Governo,

dizendo que isso é um golpe.

Na verdade, estamos assistindo a um assalto à nossa Constituição, porque lá,

sim, está escrito que o impeachment é previsto — está na Constituição — todas as

vezes em que as nossas leis forem desrespeitadas. Da maneira como estamos

vendo, trata-se de um Governo que não respeita a democracia, suas regras e os

seus passos.

O que eu quero dizer é que estaremos aqui firmes para apontar os erros e os

desmandos deste Governo, mas, acima de tudo, para respeitar a Constituição. E ela

diz e prevê que nós podemos ter um processo de impeachment legítimo sob a ótica

democrática. Golpe é não cumprir o que fala; golpe é mentir à Nação.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

225

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado

Paulão, por 1 minuto.

O SR. PAULÃO (PT-AL. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, colegas, não haverá golpe. Na realidade, a sociedade está verificando

aqui uma manobra da Oposição, coordenada pelo PSDB, PPS, Democratas e

Solidariedade. A sociedade compreendeu isso.

Aqui nós destacamos O Globo, um jornal que tradicionalmente é conservador,

que verifica a importância que tem o Estado Democrático de Direito. Vários juristas,

a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil — CNBB, intelectuais, o mundo está

preocupado com a manobra de rebaixar a política.

Tenho certeza absoluta de que o golpe não passará.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

226

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra a V.Exa. para um

rápido registro, Deputado Edmilson Rodrigues.

O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Vou fazer um registro rápido, Presidente. No próximo dia 10, os sociólogos

comemoram 35 anos da Lei nº 6.888, de 1980, que instituiu a profissão. Infelizmente

a valorização profissional ainda não veio. São 35 anos, caminhando para 4 décadas,

e é necessário que este País valorize a profissão dos sociólogos.

A organização nacional e o sindicato, no Pará, organizam um movimento em

favor...

(Desligamento automático do microfone.)

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

227

VII - ENCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Nada mais havendo a tratar, vou

encerrar a sessão.

Lembro que haverá Sessão Não Deliberativa Solene amanhã, terça-feira, dia

8 de dezembro, às 11 horas, em homenagem ao Dia da Bíblia.

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

228

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Encerro a sessão, convocando

Sessão Deliberativa Ordinária para amanhã, terça-feira, dia 8 de dezembro, às 14

horas, com a seguinte

ORDEM DO DIA

CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 381.1.55.O Tipo: Não Del iberativa de Debates - CD Data: 07/12/2015 Montagem: 5185

229

(Encerra-se a sessão às 19 horas e 2 minutos.)