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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA REVISÃO E REDAÇÃO SESSÃO: 208.4.53.O DATA: 30/11/10 TURNO: Vespertino TIPO DA SESSÃO: Ordinária - CD LOCAL: Plenário Principal - CD INÍCIO: 14h TÉRMINO: 20h DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Fase Orador 15:02 PE PAES LANDIM Incluído discurso do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Solene da Câmara dos Deputados nº 200, realizada em 23 de novembro de 2010.

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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIAREVISÃO E REDAÇÃO

SESSÃO: 208.4.53.O

DATA: 30/11/10

TURNO: Vespertino

TIPO DA SESSÃO: Ordinária - CD

LOCAL: Plenário Principal - CD

INÍCIO: 14h

TÉRMINO: 20h

DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO

Hora Fase Orador15:02 PE PAES LANDIM

Incluído discurso do Deputado Paes Landim proferido na Sessão Solene daCâmara dos Deputados nº 200, realizada em 23 de novembro de 2010.

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CÂMARA DOS DEPUTADOSAta da 208ª Sessão, em 30 de novembro de 2010

Presidência dos Srs. ...................................................................

...................................................................

...................................................................

...................................................................

...................................................................

...................................................................

...................................................................

...................................................................

...................................................................

...................................................................

...................................................................

ÀS 14 HORAS COMPARECEM À CASA OS SRS.:Michel Temer

Marco Maia

Antonio Carlos Magalhães Neto

Rafael Guerra

Inocêncio Oliveira

Odair Cunha

Nelson Marquezelli

Marcelo Ortiz

Giovanni Queiroz

Leandro Sampaio

Manoel Junior

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINALNúmero Sessão: 208.4.53.O Tipo: Ordinária - CDData: 30/11/2010 Montagem: 4171/4176

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I - ABERTURA DA SESSÃO

A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - A lista de presença registra na

Casa o comparecimento de 163 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos

trabalhos.

O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior.

II - LEITURA DA ATA

O SR. CAPITÃO ASSUMÇÃO, servindo como 2º Secretário, procede à leitura

da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, aprovada.

A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Passa-se à leitura do

expediente.

O SR. ..........................................................., servindo como 1° Secretário,

procede à leitura do seguinte

III - EXPEDIENTE

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A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Antes de iniciar nossos

trabalhos, faço a leitura de ofício dirigido ao Sr. Presidente da Câmara dos

Deputados, Michel Temer:

“Em 03 de outubro último, o povo do Pará

escolheu-me para ser seu representante no Senado

Federal, com cerca de 1.800.000 votos. Meus eleitores

saíram de suas casas com documento de identidade, o

título de eleitor, assinaram a folha de votação,

manifestando de forma legal e insofismável sua vontade,

como é próprio nos regimes democráticos.

A vontade do povo paraense rejeitou a decisão do

Tribunal Superior Eleitoral — pela inelegibilidade da

minha candidatura — e, sobretudo, a campanha

jornalística odiosa com que meus inimigos atentaram

contra meu nome como candidato, por todos os meios

midiáticos possíveis, inclusive, panfletos.

Posteriormente a minha consagradora vitória

eleitoral, no dia 27 de outubro, o Supremo Tribunal

Federal ao apreciar recurso da decisão do TSE, após

horas de discussões, quanto ao mérito, julgou a questão

empatada, por 5 votos a 5. E depois, em absurda e

grotesca explicação — não de natureza constitucional ou

com base em milenares princípios jurídicos — mas, por

forçada interpretação regimental, resolveu prestigiar a

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decisão recorrida do TSE, declarando-me inelegível e

desconhecendo a decisão de 1.800.000 brasileiros

eleitores do Pará, que me escolheram Senador da

República.

Permito-me comentar, que na véspera, no dia 26

de outubro, o colegiado do TSE havia concedido o

registro como ELEGÍVEL a colega Deputado Federal que

havia renunciado ao seu mandato, sob acusações perante

Comissão Parlamentar de Inquérito — CPI do Mensalão

— e integra a lista dos denunciados pelo mesmo fato

perante o Supremo Tribunal Federal.

No meu caso, o ilustre Ministro Presidente do

Supremo Tribunal Federal considerou, do alto de sua

Excelsa Presidência, tratar-se de decisão ‘inócua’, ‘contra

os princípios que defendo’ e ‘contrária aos interesses da

sociedade’, mas apesar de todos esses argumentos seu

‘voto de qualidade’ foi substituído por decisão regimental

contra minha eleição e a vontade de 1.800.000

paraenses.

E assim o Supremo Tribunal Federal do Brasil

decidiu que sou INELEGÍVEL para exercer o mandato de

Senador da República, por haver renunciado ao mandato

há cerca de 10 anos antes, sem que tal fato constituísse

— à época ou ainda hoje — ilegalidade ou ato de

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improbidade capaz de, na forma constitucional,

caracterizar a INELEGIBILIDADE.

Entretanto, após minha renúncia decenal,

materializada sem qualquer impedimento de alguma

ordem em 2001, fui eleito em 2002 — com a maior

votação proporcional do Brasil — e reeleito em 2006 — a

maior votação até agora, no Pará, para a Câmara dos

Deputados, sem qualquer impugnação ou obstáculo da

legislação eleitoral ou da Justiça Eleitoral, que me

considerou ELEGÍVEL para ocupar cadeira de Deputado

Federal, integrando o Congresso Nacional, cargo que

tenho honrado, com o reconhecimento público do DIAP —

Departamento Intersindical de Acompanhamento

Parlamentar, que vem incluindo meu nome — há 13 anos

— como um dos parlamentares mais destacados e

atuantes do Congresso Nacional.

Estou, face a decisão do STF — na extravagante

situação de ser, ao mesmo tempo, ELEGÍVEL e

INELEGÍVEL, em decorrência de um empate que acaba

por anular o voto de 1.800.000 eleitoras e eleitores do

Pará, cassando meu mandato de Senador da República

para o qual, repito, fui democraticamente eleito.

Honra-me dizer que o povo do Pará julgou e

elegeu-me; tenho assim a responsabilidade e prioridade

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de direcionar toda a minha energia para fazer respeitar a

sua vontade majoritária, democrática e inquestionável.

Nada mais tenho a fazer na Câmara dos

Deputados, já que para exercer o cargo tenho que ser um

cidadão ELEGÍVEL, mas o TSE e o STF decidiram que,

no momento, sou também INELEGÍVEL, e estou impedido

de ocupar a cadeira para a qual fui eleito ao Senado

Federal.

Ambas as Casas Legislativas formam o Congresso

Nacional.

Portanto, fui declarado um cidadão HÍBRIDO, isto é

ELEGÍVEL para exercer o mandato de Deputado Federal

e INELEGÍVEL para o exercício do cargo de Senador da

República, mandato para o qual acabo de ser eleito por

1.800.000 votos, e cassado pelo regimento do Supremo

Tribunal Federal.

Nesta oportunidade, formalizo minha renúncia ao

mandato de Deputado Federal, encarecendo a V.Exa. as

providências cabíveis.

Retorno ao Pará para empreender minha luta, ainda

acreditando na via judicial para corrigir a violência política

de que sou vítima em plena DEMOCRACIA, junto com

1.800.000 paraenses, brasileiros, que não têm dúvida

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quanto a minha ELEGIBILIDADE, e me escolheram como

seu Senador da República.

Belém, 29 de novembro de 2010.

Deputado Jader Barbalho.”

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A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Passa-se ao

IV - PEQUENO EXPEDIENTE

Concedo a palavra ao Sr. Deputado Mauro Benevides.

Como há muitos oradores inscritos, a Mesa será extremamente rigorosa no

cumprimento do prazo de 1 minuto, para que todos os Srs. Deputados tenham a

oportunidade de registrar seus pronunciamentos.

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O SR. MAURO BENEVIDES (Bloco/PMDB-CE. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sra. Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, faleceu na última sexta-feira,

em nossa capital, o ex-Deputado Federal Expedito Machado, que se destacou neste

plenário por seu inexcedível espírito público e incomparável acuidade para discutir

temas de interesse do Ceará, do Nordeste e do País.

Estive presente ao seu velório, transmitindo à viúva, Dayse Machado, ao seu

filho Sérgio Machado, ex-Senador, à filha Silvia e ao neto Reguffe, além de seus

irmãos e parentes, a manifestação de profundo pesar pelo desaparecimento, aos 92

anos, de um empresário e homem público de extraordinária visão para avaliar a

conjuntura política, social e econômica, externando sempre a sua correta ilação

sobre tais acontecimentos, registrados ao longo de várias décadas.

Na condição de Deputado Estadual, principiou a sua marcante trajetória na

vida partidária, elegendo-se a seguir para o Congresso Nacional, quando ganhou

notoriedade, permitindo-lhe ocupar o Ministério de Viação e Obras Públicas, ao

tempo do governo parlamentarista conduzido pelo Presidente João Goulart, tendo

como Primeiro Ministro o inolvidável Tancredo Neves.

Em 1986, ao ser guindado à Assembleia Nacional Constituinte, foi um dos

articuladores de importantes iniciativas que se transformaram em dispositivos

constantes na Carta Cidadã, da qual me honro de haver sido o segundo signatário,

antecedido apenas pelo saudoso líder Ulysses Guimarães.

O seu herdeiro Sergio Machado elegeu-se para o Senado Federal, ocupando

presentemente a Presidência da TRANSPETRO, onde empreende fecunda gestão.

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Em um de nossos últimos encontros, interpelou-me sobre se estaria eu

tranquilo para a conquista do meu 11º mandato legislativo, o que considerava

experiência inédita em nossos fastos historiográficos.

O Ceará perde, assim, um filho ilustre, que legou à sua geração exemplos

edificantes de dignidade e de permanente desejo de patronear causas,

intrinsecamente vinculadas ao nosso desenvolvimento e bem-estar social.

Todos nós, da atual bancada, pranteamos a perda de um cidadão ilustre, com

serviços prestados ao povo brasileiro.

Muito obrigado, Sra. Presidenta.

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O SR. NELSON BORNIER (Bloco/PMDB-RJ. Pronuncia o seguinte discurso.)

- Sra. Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, na condição de Deputado Federal e

cidadão do Estado do Rio de Janeiro, registro desta Tribuna as ações vitoriosas das

forças de segurança de todos os níveis que, sob o comando do Governador Sérgio

Cabral e supervisionadas pela inteligência do Secretário de Segurança Pública do

Estado, Sr. José Mariano Beltrame, estão devolvendo a paz ao povo fluminense com

a retomada de territórios antes dominados pelo narcotráfico. São merecedores de

nosso apoio e agradecimento todos os envolvidos nessas ações como as Polícias

Civil e Militar do Rio de Janeiro, Polícia Federal, Exército, Marinha, Aeronáutica,

além do Corpo de Bombeiros e Prefeitura do Município.

Essas ações tiveram o apoio irrestrito de toda população do Rio de Janeiro.

Dessa forma o Estado passa a assumir a responsabilidade que deve nortear as

relações Estado/sociedade.

Este, Sra. Presidenta, sem dúvida alguma, é um passo muito grande para a

humanização de um contigente populacional de milhares de pessoas, em cujo meio

proliferou e se expandiu a criminalidade, por culpa, em grande parte, dos poderes

constituídos, que se limitaram a medidas paliativas, de pouco alcance social.

Não se pode esquecer que essa ação tem caráter emergencial, visa erradicar

um problema muito comum em operações da polícia carioca, que é o confronto

armado, com milhares de vítimas entre traficantes, policiais e moradores.

Segundo dados da Coordenadoria de Cidadania, as favelas formam, por

assim dizer, a grande massa humana que só aparece nas estatísticas através dos

seus conflitos sociais, da fome, da miséria e da pobreza. E aí está a matéria prima

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essencial à formação de quadrilhas sempre capitaneadas pelo tráfico de drogas e

outros procedimentos indesejáveis.

Não se pode dizer que os favelados do Rio de Janeiro sejam apenas os

excluídos. Eles têm sido, na verdade, esquecidos, como se não contassem

numericamente entre a população como um todo.

Em boa hora as autoridades resolvem arregaçar as mangas e partir para uma

jornada altamente meritória, pelo alto significado social de que se reveste: resgatar a

cidadania de quem aparece no cômputo geral da população carioca apenas para

efeito estatístico.

Não se pode deixar de registrar a presença do Estado entre a população mais

sofrida, exercendo sua função social de proporcionar segurança e tranquilidade a

todos, independentemente de status socioeconômico.

Registro, assim, Sra. Presidenta, que a segurança pública tem que ser um

instrumento do mais legítimo interesse público, constituindo um dos mais

importantes elementos para o cidadão, seja de que cidade for. A ordem precisa ser

protegida, e não transformada em um bicho de sete cabeças.

Registro ainda desta tribuna nossos sinceros agradecimentos e a certeza de

que o Congresso Nacional estará solidário ao Governo do Estado do Rio de Janeiro

sempre que a paz e o Estado Democrático forem ameaçados. Estamos juntos nessa

guerra em que a união de forças no setor de segurança pública foi determinante

para o sucesso das operações que estão devolvendo ao Rio de Janeiro segurança

para seu desenvolvimento com justiça social.

Era o que tinha a dizer.

A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Muito obrigada, nobre

Deputado Nelson Bornier.

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A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Concedo a palavra, pela

ordem, ao Deputado Dr. Talmir, do PV de São Paulo.

O SR. DR. TALMIR (PV-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sra.

Presidente, gostaria de convidar todos os Srs. Parlamentares, assessores,

funcionários da Casa e familiares para a Santa Missa a ser realizada amanhã no

Plenário 7 do Anexo II da Câmara dos Deputados.

Há mais de 1 ano tivemos a felicidade de saber da liberação, pelo Arcebispo

de Brasília, D. João Braz de Aviz, do Padre Eduardo Peters para vir a esta Casa

com o grupo Shalom, uma vez por mês, a encontro de que muitos Parlamentares

têm participado.

Aproveito para registrar que as Comissões Diocesanas em Defesa da Vida

realizaram em todo o País, em sintonia com o Papa Bento XVI, uma vigília em prol

da criança a nascer.

Portanto, será realizada amanhã, 1º de dezembro, às 8 horas, a missa de

agradecimento pelos benefícios obtidos neste ano e nesta Legislatura.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

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A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Concedo a palavra, pela

ordem, ao Deputado Raimundo Gomes de Matos.

O SR. RAIMUNDO GOMES DE MATOS (PSDB-CE. Pela ordem. Sem

revisão do orador.) - Sra. Presidente, nobres Parlamentares, a Comissão de

Seguridade Social esteve ontem em Fortaleza, sob a Presidência do Deputado

Vieira da Cunha, para debater questões referentes a drogas como o crack e às

políticas públicas necessárias para o combate à epidemia.

O evento, a que estiveram presentes os Deputados Federais José Linhares e

Germano Bonow, além de vários Deputados Estaduais, ocorreu na Assembleia

Legislativa do Estado do Ceará.

O Conselho de Altos Estudos da Assembleia Legislativa do Ceará e o Instituto

de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Estado do Ceará — INESP vêm

realizando trabalho na área e já editaram o material Pacto pela Vida, fruto da

realização de vários seminários.

Constatamos vulnerabilidade no apoio do Governo Federal às instituições que

constituem as comunidades terapêuticas e executam ações por meio do terceiro

setor para o combate às drogas.

Neste exato momento, a Comissão de Seguridade Social está em Maceió e

percorrerá diversos Estados, onde apresentará seu relatório.

A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Muito obrigada, nobre

Deputado Raimundo Gomes de Matos.

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A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Concedo a palavra ao

Deputado Felipe Bornier.

O SR. FELIPE BORNIER (PHS-RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sra.

Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, trago hoje à tribuna desta Casa os mais

sinceros aplausos à ação das forças de segurança na corajosa, eficiente e histórica

retomada de territórios ocupados há décadas por narcotraficantes na cidade do Rio

de Janeiro. O País e o mundo acompanharam ao vivo pela televisão as ações de

guerra para devolver ao Estado o controle sobre a Vila Cruzeiro, no bairro da Penha,

e o Complexo do Alemão, onde vivem milhares de cidadãos. Essas comunidades

estavam, até então, subjugadas pelo poder paralelo que os narcotraficantes

impuseram a pessoas trabalhadoras e ordeiras, retirando-lhes o acesso aos serviços

públicos, enfim, substituindo a cidadania pelo poder de fogo dos traficantes.

Ao destacar o sucesso dessas operações de guerra, é meu dever registrar,

em nome da população do meu Estado, nossos mais entusiasmados aplausos a

milhares de homens que, corajosos, invadiram territórios até então intransponíveis.

Nossos homens da Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Federal, Exército, Marinha e

Aeronáutica foram eficientes na conquista dessas comunidades. Não posso deixar

de destacar a participação positiva do Governador Sérgio Cabral em todos os lances

dos acontecimentos dos quais o nosso Estado tem sido vítima nos últimos meses.

Afinal, o que ficou bem claro para toda sociedade é que o tráfico reagiu acima de

todos os limites ao rejeitar, com ações de terrorismo em várias cidades da região

metropolitana, a política de implantação das Unidades de Polícia Pacificadora, as

UPPs, em comunidades que comandava antes da chegada de Sérgio Cabral ao

Governo estadual. Impossível não aplaudir, ainda, a participação do Ministro da

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Defesa, Nelson Jobim, com a liberação de tropas, helicópteros e carros blindados

para facilitar as ações das Polícias Civil e Militar.

Destaco ainda que o Rio, ajudado pelo Governo Federal, tem agora uma

oportunidade única de continuar vencendo etapas no combate à criminalidade.

Comandada pelo eficiente e inteligente Secretário José Mariano Beltrame, o setor de

segurança pública demonstrou que, se agir com inteligência e força, quando

necessário, não há espaço sequer para o confronto do bem contra o mal — as

televisões exibiram imagens de dezenas de traficantes batendo em retirada como se

fossem ratos saindo do esgoto. O cerco total das forças de segurança ao Complexo

do Alemão, acompanhado pela imprensa, revelou, horas depois, o poder do tráfico:

milhares de toneladas de drogas — maconha e cocaína — apreendidas, além de um

arsenal — fuzis, metralhadoras e outras armas de guerra convencional. E o mais

importante: nenhum inocente saiu ferido nos confrontos, nos quais as forças de

segurança humilharam, pela eficiência, uma suposta organização dos traficantes.

Mas a guerra não acabou, como ressaltaram os comandantes da Polícia

Militar e do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), Coronéis Mário Sérgio Duarte

e Paulo Henrique, incansáveis nos últimos dias nas operações de retomada desses

territórios.

O sucesso da política de combate aos narcotraficantes revelou que a

população do nosso Estado está do lado das autoridades: recordes diários de

telefonemas foram batidos pelo Disque-Denúncia, um serviço que garante

anonimato a quem denuncia criminosos.

Na condição de Deputado Federal envolvido com as questões do meu Estado

e da nossa Capital, deixo uma mensagem de esperança em dias melhores para o

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nosso povo. Toda vez que agirmos com firmeza, determinação, inteligência e

coragem, a vitória será sempre a do bem contra o mal.

Finalizo este discurso com a certeza de que unidos faremos do Rio uma

cidade de paz e tranquilidade para garantirmos o êxito da Copa do Mundo em 2014

e dos Jogos Olímpicos em 2016.

Era o que eu tinha a dizer. Muito obrigado.

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O SR. LELO COIMBRA (Bloco/PMDB-ES. Pronuncia o seguinte discurso.) -

Sra. Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, quero parabenizar a estudante capixaba

Saionara Aparecida, moradora do Município de Governador Lindenberg, por estar

entre os 20 vencedores da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro.

Ela concorreu com sete milhões de alunos de 7º e 8º ano do ensino fundamental e

ganhou na categoria Memórias Literárias.

Parabenizo o Ministério da Educação e a Fundação Itaú Social, que

buscaram, com a iniciativa, estimular a leitura e a escrita em escolas públicas. O

tema da olimpíada foi O Lugar Onde Vivo, que permitiu aos alunos abordarem a

própria realidade.

Solicito que o texto vencedor, que segue anexo, faça parte dos Anais da

Casa.

Muito obrigado.

Era o que tinha a dizer.

TEXTO A QUE SE REFERE O ORADOR

Texto premiado no concurso

Gotas de chuva... leve barulho da saudade!

Mais uma vez sinto o calor da lembrança, e o calafrio da saudade... Meu ser

anuncia a hora de relembrar o maravilhoso tempo de criança, as ideias

inesquecíveis, brincadeiras memoráveis e contagiantes daquele tempo...

Bons tempos aqueles: morávamos num lugar pequeno, cheio de matas e

animais, casas rústicas, construídas pelos moradores com paredes de pau a pique -

um trançado de ripas como estrutura para fixar o barro batido nos buracos. Hoje as

casas são de alvenaria, as matas desapareceram e com elas os animais. O lugar é

chamado de Córrego Baixo Moacir, município de Governador Lindenberg, interior do

Espírito Santo.

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Naquela época, com movimentos rápidos das mãos, víamos a agulha franzir o

babado: era nossa mãe costurando nossos vestidos para irmos à missa aos

domingos. Nossos olhares de crianças puras brilhavam feito pequenas esmeraldas,

curiosos em saber qual seria o modelo mais belo. Agora o carinho das mãos

habilidosas de nossa mãe foi substituído pela frieza das máquinas. Logo após a

missa, na estrada de terra — esta pelo menos ainda existe! —, voltávamos a pé e lá

de longe já sentíamos o cheiro do frango caipira, coradinho com a tinta retirada dos

fartos pés de urucum que vovô socava no pilão. O frango era acompanhado pela

polenta, uma herança da cultura italiana. O aroma que vinha da janela da casa da

vovó era convidativo e fazia com que apressássemos o passo.

Eu estimava os dias de chuva, quando bastava ouvir um leve toque

anunciando que a festa ia começar. Era só abrir a porta e meus amigos

transformavam-se em “campainhas”, cujo barulho de felicidade era demonstrado aos

berros, ao sentir o prazer de cada gota caindo sobre seus corpos, que refrescava a

alma. A chuva caía vagarosamente e num passe de mágica transformava-se numa

cachoeira em gotas. Mas nós não estávamos satisfeitos e bastava a distração dos

familiares para que corrêssemos estrada afora e de poça em poça descobríssemos

mais um mistério. Esses eram os dias de que mais gostávamos: os mágicos dias de

chuva, que hoje já não são tão frequentes.

Já nos dia em que o sol recobria o telhado de palha de coqueiro, feito por

nossas pequenas mãos, nossa diversão era construir nossos próprios brinquedos.

Tudo era utilizado: pequenos frutos e pedaços de gravetos. Carretéis e madeira

eram usados para fazer os carrinhos, também brincávamos de bonecas costuradas

com palha e sabugo de milho colhidos no quintal, o que hoje já não acontece, pois

as crianças de agora pensam somente nos brinquedos falantes, jogos eletrônicos e

em tudo o que não desperta a curiosidade, a inteligência, e faz com que não usem

suas mãos para inventar e construir, preferindo apertar somente um botão.

Nos fins de semana, reunia os amigos para colhermos frutos e degustá-los.

Uma delícia! Hoje os frutos são poucos e quando não contaminados pelo excesso

de agrotóxicos nas lavouras. Nossas roupas branquinhas passadas a ferro em brasa

— até então não existia energia elétrica —, os vestidos engomados com uma

mistura de água e polvilho, muito usada na época, estavam completamente sujos, o

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que nos rendiam alguns sermões de nossas mães. E, assim, após o banho, eu ia à

casa da vovó ouvir o vovô contar histórias relembrando seu passado, suas

memórias, que me faziam adormecer em sonhos, saboreando as primícias de uma

infância bem vivida.

(Texto baseado na entrevista feita com a Sra. Olga Bertti Sant´Ana, 68 anos.)

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A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Concedo a palavra, pela

ordem, ao Deputado Eduardo Valverde, do PT do Estado de Rondônia.

O SR. EDUARDO VALVERDE (PT-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sra. Presidente, ao tempo em que cumprimento V.Exa., gostaria de divulgar

pesquisa realizada pelo instituto Sensus com o eleitorado que votou nas eleições

passadas. Um quinto do eleitorado brasileiro já não sabe em que Deputado Estadual

e Federal votou. Em relação à Assembleia Legislativa, são 23%; em relação à

Câmara dos Deputados, 21%. Trata-se de dados preocupantes.

A Justiça Eleitoral também divulgou os gastos com a campanha, que vão

ultrapassar três bilhões de reais. Os gastos com as candidaturas de Deputados

Estaduais e Deputados Federais ultrapassam 1 bilhão e 800 milhões de reais. Ainda

não foram computados os gastos dos comitês financeiros e dos partidos. Pressupõe-

se que serão muito maiores quando todos os valores estiverem computados.

Os investimentos realizados nas campanhas eleitorais são muito pesados, no

entanto o resultado político é pífio. Por isso é necessário fazermos as reformas

política e partidária, para fortalecer o Parlamento e a representação popular e social.

Obrigado.

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A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Concedo a palavra à Sra.

Deputada Janete Rocha Pietá.

A SRA. JANETE ROCHA PIETÁ (PT-SP.) - Sra. Presidenta Vanessa

Grazziotin, fico muito feliz em vê-la presidir esta sessão. Nós, da bancada feminina,

esperamos que seja aprovada no próximo mandato a PEC que estabelece a

presença de pelo menos uma mulher na Mesa desta Casa.

Será celebrado nesta quarta-feira, 1º de dezembro, o Dia Mundial de

Combate à AIDS, que foi criado com intuito de lembrar toda a luta empreendida no

combate a essa doença, além de promover conscientização e solidariedade aos

portadores da doença.

Nesta perspectiva, a campanha Somos todos iguais. Preconceito Não!

contará com a participação de 15 jovens soropositivos e 12 artistas que posaram

para ensaio fotográfico, em imagens que demonstram carinho e proximidade, numa

clara mensagem contra o preconceito que ainda assombra os doentes.

Ao propor a campanha, protagonizada por jovens e celebridades, o Ministério

da Saúde coloca em debate a questão da prevenção, assim como resgata nos

portadores soropositivos o sentimento de valorização e superação, tão necessários

à conquista da qualidade de vida, apesar da doença.

Dados do Departamento de DST/AIDS e Hepatites Virais do Ministério da

Saúde informam o registro de aproximadamente 8 mil casos de AIDS em jovens de

13 a 29 anos, por ano.

Em Guarulhos, cidade onde moro e já atuei como Secretária-Adjunta de

Saúde, o Dia Mundial de Combate à AIDS será marcado por apresentações de

teatro, gincana e premiação de trabalhos desenvolvidos pelas Secretarias

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Municipais de Saúde e Educação, também com o enfoque Somos todos iguais.

Preconceito Não!

Dentro desta programação, hoje serão distribuídos na região central 20 mil

preservativos, durante apresentação da peça teatral Bicho Cabeça.

Saúdo a Secretaria de Saúde da minha cidade — já fui Secretária-Adjunta de

Saúde — pelas atividades que serão realizadas no Município, às quais não poderei

estar presente.

Parabenizo também o Ministério da Saúde, os jovens e artistas que se

dispuseram a encampar esta luta e também Guarulhos por seu Programa Municipal

de Controle à DST/AIDS.

Esta luta é de todos nós!

A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Muito obrigada, nobre

Deputada Janete Rocha Pietá.

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A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Concedo a palavra, pela

ordem, ao Deputado Capitão Assumção.

O SR. CAPITÃO ASSUMÇÃO (Bloco/PSB-ES. Pela ordem. Pronuncia o

seguinte discurso.) - Sra. Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, compareço a esta

tribuna para prestar minha solidariedade à família e aos amigos do cabo Carlos

Elson Baeta, da Polícia Militar de Ecoporanga, assassinado em seu horário de folga

na madrugada desta terça-feira.

A morte de mais esse herói brasileiro só vem reforçar a necessidade da

valorização dos profissionais da segurança pública, os verdadeiros heróis do Brasil.

É por isso que insistimos na aprovação da PEC 300. A matéria trará

dignidade a esses trabalhadores que arriscam a vida para proteger a sociedade

brasileira.

Aproveito a oportunidade para fazer um apelo aos colegas Parlamentares que

desejam ver a PEC 300 aprovada. Vamos unir esforços para que essa matéria

possa ser promulgada ainda nesta Legislatura.

Tenho certeza de que se a PEC 300 for colocada em votação, será aprovada.

Além disso, os Senadores só aguardam a matéria para aprová-la rapidamente. O

Brasil clama por segurança pública de qualidade.

Não podemos mais relegar a segundo plano a segurança do povo brasileiro,

que atualmente aplaude e comemora a atuação de bombeiros, policiais e Forças

Armadas no Morro do Alemão, localizado na cidade do Rio de Janeiro.

Quero também cobrar do Presidente desta Casa, Deputado Michel Temer, o

compromisso firmado neste plenário para votar a PEC 300 após as eleições. A

proposta já foi aprovada em primeiro turno nesta Casa e precisa ser concluída

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urgentemente. Para o bem do povo brasileiro, que cansou de ver seus defensores

sem a devida valorização, PEC 300 já!

Muito obrigado, Sra. Presidenta.

A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Muito obrigada a V.Exa.,

Deputado Capitão Assumção.

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A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Concedo a palavra ao

Deputado Ivan Valente.

O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sra.

Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, participei ontem, na Assembleia Legislativa de

São Paulo, de ato político organizado pela Frente em Defesa do Povo Palestino. Há

exatos 33 anos, era aprovada a Resolução nº 32/40, da Organização das Nações

Unidas, que definiu 29 de novembro como o Dia Internacional de Solidariedade ao

Povo Palestino. Nesse mesmo dia, 30 anos antes — portanto, em 1947 —, a mesma

Assembleia-Geral da ONU aprovava a Resolução nº 181, que decidiu pela partilha

do território da Palestina, histórica para o estabelecimento de um estado judeu e um

árabe, sem qualquer consulta aos habitantes locais.

Assim nasceu o Estado de Israel, sem que o mesmo fosse assegurado ao

povo palestino, o que levou à expulsão de mais de 700 mil pessoas de suas casas e

à destruição de centenas de vilarejos.

Em 1948, quase a totalidade das terras palestinas (94%) foram tomadas

militarmente pelo Estado de Israel. Hoje mais de seis milhões de palestinos vivem

em campos de refugiados, espalhados pelos países árabes e mundo afora. Ainda

hoje Israel controla 65% da Cisjordânia e 40% da Faixa de Gaza, com seu exército e

sua força paramilitar, os colonos, implementando um regime de terror.

Seis décadas depois, a região é assim marcada pela ocupação mais longa do

período contemporâneo, aprofundada sob a marca do desrespeito aos acordos e

tratados internacionais.

Nas últimas décadas, foram inúmeras as resoluções adotadas, com base na

Carta das Nações Unidas e na Lei Internacional, incluindo a lei humanitária

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internacional, que até hoje não foram implementadas devido à recusa e

intransigência de Israel.

Desde 2002, um muro da vergonha corta a Cisjordânia ao meio. Os

checkpoints e assentamentos sionistas se multiplicam. Estradas proibidas ao trânsito

de palestinos são símbolos do apartheid que se configura no território ocupado. Em

Gaza, 1,5 milhão de pessoas se espremem em 360 quilômetros quadrados, vítimas

de um bloqueio criminoso que tem como resultados principais a fome e a miséria da

população. Este ano, o mundo presenciou indignado o covarde ataque de soldados

israelenses à frota humanitária que buscava, justamente, levar remédios e

medicamentos a esse povo. Tamanha barbárie não foi suficiente, no entanto, para

pôr fim ao bloqueio à Faixa de Gaza.

Por trás das ações do exército de Israel está o financiamento dos bancos

sediados em Nova Iorque e a manipulação da cobertura jornalística das grandes

redes de TV. Tudo respaldado pelo apoio explícito do império dos Estados Unidos.

É por isso, Sra. Presidenta, que neste dia 29 e ao longo desta semana

ocorrem inúmeras manifestações de solidariedade e apoio à luta do povo palestino

em todo o mundo. E também aqui no Brasil. É um período para chamar a atenção do

planeta para que todos os direitos inalienáveis do povo palestino têm sido

desrespeitados, como o direito à autodeterminação, à saúde, à educação, e o direito

de ir e vir.

É momento também de cobrar uma resposta consequente da comunidade

internacional para a drástica situação na Palestina, com a realização de ações

concretas, que de fato levem à mudança dessa realidade. Não podemos manifestar

nossa solidariedade apenas nos momentos em que ocorrem as grandes tragédias. É

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preciso afirmar permanentemente que só haverá paz no Oriente Médio com o

reconhecimento do direito ao povo palestino a um estado livre e soberano. Um povo

que há 63 anos resiste heroicamente a todas as arbitrariedades, humilhações,

bombas e torturas legalizadas.

Afirmamos também que não é possível consagrar nenhum processo de paz

ante as campanhas colonizadoras israelenses. De fato, Sras. e Srs. Deputados, os

assentamentos sionistas são mais uma, diante de tantas outras, flagrante e

agressiva manifestação da ocupação de Israel.

Por tudo isso, nesta data histórica, fazemos questão de manifestar, mais uma

vez, nosso compromisso com essa luta. Viva a resistência do povo Palestino!

Palestina livre!

Sra. Presidente, solicito a transcrição nos Anais da Casa de dois artigos sobre

a crise do Rio de Janeiro: um do nosso Deputado Estadual Marcelo Freixo, intitulado

Não há vencedores, publicado no jornal Folha de S.Paulo, em que faz uma análise

profunda da situação; o outro de autoria de Luiz Eduardo Soares, intitulado A crise

no Rio e o pastiche midiático.

Voltarei ao assunto com maior profundidade.

Muito obrigado.

ARTIGOS A QUE SE REFERE O ORADOR

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(INSERIR DOCUMENTO DETAQ DE PÁGINAS 30 A 30-H)

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A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Concedo a palavra, pela

ordem, ao Deputado Colbert Martins

O SR. COLBERT MARTINS (Bloco/PMDB-BA. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sra. Presidente, Sras e Srs. Deputados, senhores que nos acompanham,

se existe uma crise no Rio — e essa é verdadeira —, ela não é só carioca.

A crise que envolve compra de armas, drogas e tóxicos é de boa parte do Brasil, por

isso entendemos que esta é uma grande oportunidade para não se ficar apenas com

essa ação no Rio de Janeiro. Está na hora de o Governo, por meio de ações

integradas das Forças Armadas e das Polícias Militar e Federal, agir em outros

locais.

É importante que aconteçam ações no Espírito Santo, na Bahia, em

Pernambuco, em outras capitais e grandes cidades deste País. No meu Município,

Deputada Vanessa, houve quase 400 mortos até hoje — e o grande motor disso é a

droga.

Devemos lamentar os problemas, mas aproveitar a oportunidade e resolver

essa situação, que também ocorre em outras cidades brasileiras. Este é o grande

momento de ampliarmos as ações que acontecem no Rio de Janeiro.

Obrigada a V.Exa.

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A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Concedo a palavra, pela

ordem, ao Deputado Alex Canziani.

O SR. ALEX CANZIANI (PTB-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sra.

Presidenta, Senadora Vanessa Grazziotin, a quem desejo sucesso no Senado a

partir do próximo ano, quero anunciar a todos os Deputados que ontem saiu o

resultado final da Olimpíada de Língua Portuguesa, uma bela iniciativa do Ministério

da Educação que premia estudantes do Brasil inteiro.

Mais de sete milhões de estudantes participaram dessa Olimpíada. Por isso,

Sra. Presidente, não posso deixar de parabenizar a estudante Beatriz Sayuri

Yoshida, do Município de Arapongas, no meu Estado do Paraná, por ter tido seu

poema selecionado — o único do Sul do País. A ela, à Profa. Roseli Moreno Fávero

de Barros, à Diretora e a todos os funcionários da Escola Municipal João Paulo II

nossos cumprimentos e nosso carinho pela grande participação.

Cumprimento também o Ministro Fernando Haddad, não só pelo belo trabalho

que faz em relação a esse evento, mas também pelo seu desempenho no Ministério

da Educação.

A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Obrigada, Deputado Alex

Canziani, Presidente da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público

desta Casa.

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A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Concedo a palavra ao

Deputado Gonzaga Patriota.

O SR. GONZAGA PATRIOTA (Bloco/PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sra.

Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o

Ministro da Educação, Fernando Haddad, entregaram nesta segunda-feira, 29, mais

30 escolas federais de educação profissional e inauguraram 25 campi ligados a 15

universidades federais. A solenidade, no Palácio do Planalto, marca a conquista da

meta prevista pelo plano de expansão da Rede Federal de Educação Profissional,

Científica e Tecnológica e o avanço do Programa de Expansão e Reestruturação

das Universidades Federais — REUNI.

Pela expansão da Rede Federal de Educação Profissional foram criadas 214

novas escolas, de 2005 até hoje. E, com o REUNI, foram criados 126 novos campi e

unidades universitárias, passando dos 148 existentes até 2002 para 274 já em

funcionamento em 2010. Hoje as universidades federais estão presentes em 230

Municípios nas 26 unidades federativas e no Distrito Federal.

De 1909 a 2002 foram criadas 140 escolas técnicas federais. Hoje já são

342. Foi registrado um aumento de 148% no número de matrículas de toda a rede

federal, de 2003 a 2010. Os alunos eram 140 mil em 2003, hoje são 348 mil. A

tendência é de um crescimento ainda maior, já que nem todas as escolas

completaram o ciclo de funcionamento. Os recursos do Ministério da Educação

destinados à educação profissional também cresceram, passando de 1,2 bilhão de

reais para 4,9 bilhões de reais no mesmo período.

O investimento total para a construção das novas escolas técnicas federais

deve chegar a 1,1 bilhão de reais. Até o momento foram executados 941 milhões de

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reais em infraestrutura, mobiliário e equipamentos. Nas 30 escolas que foram

entregues nesta segunda-feira já foram aplicados 139 milhões de reais. Dessas, 18

estão funcionando e as 12 restantes começam a receber alunos no início do ano

letivo de 2011. O número de estudantes matriculados nessas 18 escolas é de 4.165.

Por meio do programa de expansão da Rede Federal de Educação Superior,

Sra. Presidente, foram criadas 14 novas universidades federais desde 2003, sendo

dez voltadas à interiorização do ensino superior público e outras quatro — da

Fronteira Sul, do Oeste do Pará, da Integração Latino-americana e da Integração

Luso-afro-brasileira — planejadas para a integração regional e internacional.

Com o programa de expansão, as universidades federais dobraram a oferta

de vagas. Eram 109.200 em 2003 e chegaram a 222.400 em 2010. Para atender ao

novo contingente de alunos, as instituições puderam contratar professores e

técnicos administrativos. Com isso, o conjunto das universidades, que contava com

40.823 professores e 85 mil técnicos em 2003, conta hoje com 63.112 professores e

105 mil servidores.

As condições para que as universidades conduzissem seu processo de

expansão foram dadas com o incremento do orçamento das unidades, já que os

recursos para custeio e investimento passaram de 6,7 bilhões de reais em 2003 para

19,7 bilhões de reais em 2010.

Além do acesso, as universidades também puderam ampliar suas ações

voltadas à permanência dos estudantes. Os recursos do Plano Nacional de

Assistência Estudantil — PNAES, criado em 2007, saltaram de 125 milhões de reais

em 2008 para 304 milhões de reais em 2010. Com isso, as universidades

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desenvolvem seus programas de assistência financiando itens como saúde,

transporte, moradia e alimentação para seus estudantes.

Participei na manhã de ontem, no Palácio do Planalto, do ato de entrega,

através de videoconferência, dessas instituições de ensino. Estava ao lado do

Prefeito Totonho Valadares, do Município de Afogados da Ingazeira, contemplado

com uma escola técnica federal, juntamente com Ouricuri, no Estado de

Pernambuco.

É muito gratificante, Sra. Presidente, constatar o excelente trabalho

desenvolvido pelo Governo Lula na área de educação, através dessas ações do

Ministério. Aproveito ainda a oportunidade para parabenizar as populações de

Afogados da Ingazeira e Ouricuri pela inauguração de suas escolas técnicas.

Não tenho dúvidas de que priorizar a educação vai transformar o Brasil num

País melhor e mais justo.

Passo a abordar outro assunto, Sra. Presidente.

Com o objetivo de mediar conflitos e promover a realização de acordos entre

as partes de processos judiciais, o Tribunal de Justiça de Pernambuco — TJPE —

realiza a 5ª Semana de Conciliação. O evento acontecerá a partir desta segunda-

feira, 29, e segue até o dia 3 de dezembro em Caruaru, agreste de Pernambuco.

O movimento pela conciliação é um programa coordenado pelo Conselho

Nacional de Justiça — CNJ —, e foi iniciado em 23 de Agosto de 2006. Com o lema

Conciliando a Gente se Entende, o Judiciário pretende difundir a ideia de que as

decisões conciliadas representam economia de tempo e dinheiro, e promovem a paz

social.

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A iniciativa mobilizará varas, juizados especiais e centrais de conciliação,

mediação e arbitragem do Estado. As unidades promoverão audiências em suas

respectivas áreas.

Poderão participar da Semana Nacional todos os processos que envolvem os

juizados cíveis, criminais e das relações de consumo; causas cíveis — direito de

vizinhança, acidente de veículo, cobrança de taxa condominial, execuções de títulos

extrajudiciais, etc. —; direito de família — pedidos de separação, divórcio, guarda de

filhos, pensão alimentícia, regulamentação de visita, excetuada a investigação de

paternidade que não possui o resultado do exame DNA.

As centrais de conciliação, mediação e arbitragem pretendem realizar 415

audiências na unidade de Recife, 167 em Olinda e 64 em Caruaru. A Central do

TJPE deve promover 121, e o seu anexo tem 66 audiências designadas.

Essa é mais uma bela iniciativa do TJPE em favor da população

pernambucana.

Para finalizar, Sra. Presidente, gostaria de manifestar minha preocupação

com um fato. Há mais de mês está para ser assinada portaria pelo Ministro da

Fazenda e pelo Ministro da Agricultura sobre liberação dos leilões de milho para o

Nordeste. Infelizmente, com essa demora, o milho já passou de 15 reais para 35

reais a saca e logo vai faltar milho no Nordeste.

Lamento muito e peço aos Ministros que resolvam o problema, porque a

alimentação do pobre nordestino é o frango.

A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Obrigada, nobre Deputado.

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A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Concedo a palavra, pela

ordem, ao nobre Deputado Paes de Lira, que dispõe do tempo de 1 minuto.

O SR. PAES DE LIRA (Bloco/PTC-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sra. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, brasileiros, o povo do Rio de Janeiro,

aliviado, cumprimenta carinhosamente os componentes das forças de segurança

que estão atuando decisivamente para repor a paz na cidade — o Exército, a

Marinha e principalmente as polícias. Isso é muito bom.

É de se esperar que as atividades governamentais se mantenham voltadas

para resolver definitivamente o problema, com a presença do poder público, de uma

vez por todas e para sempre, em todas as áreas desagregadas.

Mas falta reconhecer materialmente os heróis dessas ações. É dever da

Câmara dos Deputados começar a fazê-lo, votando em segundo turno a Proposta de

Emenda à Constituição nº 300 — votar propostas de emenda à Constituição é um

dever constitucional desta Casa, conforme estabelece o art. 60, § 2º, da Constituição

da República.

Mais uma vez está demonstrado pela realidade dos fatos. Vamos fazer justiça

aos nossos heróis

Muito obrigado.

A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Obrigada a V.Exa., Deputado

Paes de Lira.

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A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Concedo a palavra, pela

ordem, ao Deputado Luiz Couto.

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sra.

Presidente, registro manifestação do Pe. Djacy Brasileiro, do Município de Lastro, na

Paraíba, sob o título Seca: O lastro pede socorro.

Ele chama a atenção para a seca naquele Município e diz:

“Mais uma vez, na condição de pastor, quero

clamar, pungentemente, ao Senhor Secretário de

Recursos Hídricos do Estado, que envie, sem demora,

carros pipa para socorrer a população da zona rural do

município de Lastro.”

Essa situação acontece em todo o Estado. Registro que o Pe. Djacy é o

grande lutador pela integração das bacias, ou seja, pela transposição das águas do

São Francisco.

Portanto, quero parabenizar o Pe. Djacy pela sua luta. Ele finaliza dizendo:

“Peço ao Governo do Estado que socorra,

urgentemente, esses meus paroquianos do Lastro.”

A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Muito obrigada, nobre

Deputado Luiz Couto.

MANIFESTAÇÃO A QUE SE REFERE O ORADOR

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(INSERIR DOCUMENTO DETAQ DE PÁGINA 39)

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A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Concedo a palavra, pela

ordem, ao nobre Deputado Betinho Rosado.

O SR. BETINHO ROSADO (DEM-RN. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sra.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, José Andrade do Nascimento, 83 anos, casado,

aposentado, nasceu na cidade de Assu, Rio Grande do Norte, em 1º de outubro do

ano de 1927. Embora tenha grande estima pela sua cidade natal, recorda os bons

momentos ali vividos e os seus parentes, José Andrade dispensa os maiores elogios

à cidade que o recebeu de braços abertos e nela construiu todo o patrimônio

familiar, moral e político, que é a nossa querida cidade de Mossoró, sua pátria

inesquecível e insubstituível.

Ele é filho do senhor Luiz Bernardo da Fonseca e da senhora Maria Gregório

Nascimento, já falecidos. Da união feliz de José com sua companheira de lutas nas

horas alegres e nas horas tristes, a senhora Maria de Lourdes Costa do Nascimento,

nasceram sete filhos, assim listados: Ireny, Elias, Emanoel, Marcos, Evandro,

Evanildo e Edilson. Os filhos de José Andrade e dona Maria de Lourdes deram aos

dois 16 netos e um bisneto.

Iniciou sua carreira na luta política em 1946, atuando como uma espécie de

assessor da direção do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção

Civil — o sindicato da construção civil e o sindicato do sal eram fortes politicamente,

e muitos dos que neles militavam foram durante o regime militar perseguidos e

presos, porque eram considerados subversivos, como foi o caso de José Andrade

do Nascimento e José Moreira de Araújo, além de outros tantos companheiros.

Dentro dos dois sindicatos havia uma célula do PCB, e José fazia parte dessa

célula. Para sua infelicidade, foi descoberto e preso pelo Exército e levado para a

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capital do Estado. Foi barbaramente torturado física e psicologicamente para

entregar os outros “subversivos”, os comunistas, como eram chamados os filiados

ao Partidão.

Em 1974, assume o poder o General Ernesto Geisel. O regime ditatorial já

apresenta sinais de decadência e fraqueza, em razão da situação econômica do

País. No Governo, Geisel promete abertura política de forma lenta, gradual e segura.

Para tanto, designa o todo-poderoso Ministro-Chefe do Gabinete Civil e coordenador

político do regime, General Golbery do Couto e Silva, para iniciar gradativamente a

abertura política.

Concluído o Governo Geisel, vem o presidente João Batista Figueiredo, que

toma posse em 15 de março de 1979 prometendo levar o País a uma democracia

custasse o que custasse. Figueiredo, o último dos militares no poder, sanciona em

28 de agosto de 1979 a Lei nº 6.683, que concede anistia aos cassados pelo regime

militar, bem como aos membros do Governo acusados de tortura.

Em 6 de setembro de 1979, depois de mais de 15 anos de exílio, o ex-

Governador gaúcho Leonel Brizola pisa em solo nacional.

Volta com o símbolo do PTB na lapela. No entanto, embora com todo o

prestígio de que dispunha naquela oportunidade, perde o direito de comandar a

citada agremiação para a Deputada Ivete Vargas. Sem o PTB, Brizola,

decepcionado com a condução do processo, funda, em 17 de junho de 1979, em

Lisboa, o Partido Democrático Trabalhista, fruto do encontro dos trabalhistas no

Brasil com os trabalhistas no exílio, liderados por Brizola.

Em 22 de novembro é aprovada a reforma política que restabelece o

pluripartidarismo, com a extinção do MDB e da Arena.

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Com a Anistia, a reforma política e a volta de Brizola ao Brasil, o velho

combatente José Andrade cria em Mossoró o PDT, partido que depois de alguns

anos passa para as mãos de outras pessoas totalmente alheias à filosofia política

dos seus estatutos e do seu comandante-em-chefe, Brizola.

Em 1988, José Andrade candidata-se a vereador, apoiando a candidatura da

médica, ex-Prefeita e atualmente Senadora Rosalba Ciarlini. Era, juntamente com

outros companheiros de esquerda, o equilíbrio político da campanha. O seu discurso

era o mais aproveitado do ponto de vista da renovação ideológica dos candidatos.

Defendia o socialismo democrático. Inova nos métodos de fazer campanha. Fica nas

esquinas dos principais pontos comerciais do Centro com uma rosa e discursando

por horas e mais horas. Não tem êxito, não vence o pleito. A sua candidata, sim,

vence o adversário, e o PDT de Brizola e José Andrade chega finalmente ao poder.

Ele teve uma vida inteira de lutas, seja na política, seja no movimento

comunitário ou sindical. No ano de 1991, juntamente com outros companheiros, cria

a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Norte —

FUNDERN, realizando sete encontros setoriais em que se discutiram com as

autoridades e as lideranças comunitárias políticas públicas em favor de nossa

cidade, destacando-se ainda a questão do meio ambiente com sugestões para

despoluição do nosso rio, a questão urbanística e de infraestrutura, como as

entradas e saídas de Mossoró, processo que firmou a ideia do complexo viário da

Abolição.

Ainda nos encontros comandados por José Andrade estavam Manoel de

Souza, Manoel Inácio, José Moreira e tantos outros próceres da luta comunitária,

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com destaque para a Estrada do Cajueiro, a BR 110, o aproveitamento das águas

da barragem de Santa Cruz e a adutora da barragem Armando Ribeiro Gonçalves.

A FUNDERN é um campo de apoio ao restante do movimento comunitário, e

suas instalações no Centro são pontos de convergência de várias lideranças.

Mesmo não mais dirigindo a FUNDERN por questão de saúde, o nosso

homenageado também contribuía com a luta dos aposentados e pensionistas do Rio

Grande do Norte — Delegacia de Mossoró.

Com Manoel de Souza e Manoel Inácio de Almeida estava sempre discutindo

e defendendo os aposentados e pensionistas, inclusive participando de congressos

em Mossoró e na capital do Estado.

Ele praticamente construiu sozinho, atuando como pedreiro e auxiliar de

pedreiro, a base da sede própria da FUNDERN, que fica localizada no Abolição II.

Feito heroico e histórico.

Nada mais resta a dizer de José Andrade do Nascimento, a não ser que ele é

uma das lendas vivas da política mossoroense e que sua história de vida é um livro

de ótimo conteúdo e deveria ser lido por muitos dos que aí estão sem fazer nada e

sem honrar o mandato conferido pelo povo.

A José Andrade o movimento tem muito a agradecer. Ele foi uma das peças

fundamentais, e a sua sempre generosidade foi decisiva para que o movimento

comunitário alcançasse o destaque que hoje tem no cenário local e estadual.

A luta de José Andrade pela democracia, pela liberdade de expressão e pelo

fortalecimento e independência das instituições será sempre uma marca

insubstituível em nossas lembranças.

Parabéns, companheiro! Vamos à luta!

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A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Obrigada, nobre Deputado

Betinho Rosado.

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A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Concedo a palavra, pela

ordem, ao Deputado Nelson Pellegrino.

O SR. NELSON PELLEGRINO (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sra. Presidente, parabenizo o Presidente Lula, o Governador Sérgio Cabral e as

forças de segurança do Rio de Janeiro que, diante da ameaça de intranquilidade na

segurança pública do Estado, agiram com rapidez, assim como fizemos em

Salvador, no ano passado, no combate ao crime organizado.

Aqueles que comandam, ou tentam comandar, o crime dentro dos presídios

esboçaram uma reação para impedir que o Governo continuasse na sua política de

combate a esse tipo de criminalidade. Nessa ocupação territorial, tentaram criar um

clima de insegurança, como em São Paulo. Na Bahia respondemos em 72 horas e

conseguimos contornar a situação. Com o apoio do Governo Federal e a firmeza do

Presidente Lula e do Governador Sérgio Cabral, a situação foi abafada, o que trará

novos desafios, sem dúvida nenhuma, à segurança pública do Rio de Janeiro. A

resposta dada naquele momento foi correta.

Parabenizo o Presidente Lula e o Governador Sérgio Cabral.

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A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Concedo a palavra, pela

ordem, ao Deputado Ernandes Amorim.

O SR. ERNANDES AMORIM (PTB-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sra. Presidenta, Sras. e Srs. Deputados, há pouco ouvi a leitura da carta de

renúncia do Deputado Jader Barbalho.

Fui Senador ao seu lado em mandato anterior. O Deputado Federal Jader

Barbalho concorreu às eleições e teve uma quantidade expressiva de votos.

No dia da votação pude assistir no Supremo Tribunal Federal à algazarra para

decidir a vida de um Parlamentar que teve uma tremenda soma de votos no seu

Estado. Isso significa que a população aprovou o seu nome como um bom político.

Ali se dizia: “Vamos jogar a moeda para cima, se cair cara ou coroa é o que vale.”

Imaginem a que ponto chegou o Poder Judiciário no País.

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A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Concedo a palavra, pela

ordem, ao Deputado Chico Alencar.

O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sra. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ouvi o comunicado do Deputado Jader

Barbalho, que renunciou ao mandato. Ele foi declarado inelegível para o cargo de

Senador, recém-disputado, mas tinha sua representação. Ao tomar essa decisão,

cuja razão profunda não entendi, segundo a minha leitura e a de muitos outros, ele

está aceitando sair da vida pública em protesto contra a judicialização da política.

Tudo que contribuir para a democratização, para a transparência e para o avanço

dos interesses públicos sempre será bem-vindo.

Gostaria de fazer um alerta: uma coisa é celebrar um triunfo, como aconteceu

agora no Rio de Janeiro sobre uma determinada localidade, onde o varejo armado

das drogas ilícitas era considerado inexpugnável; outra é cair em um discurso

triunfalista, porque o crime continua, a geopolítica no Rio de Janeiro transita, existe

milícia e narcotráfico. Não vamos, então, ficar em um ufanismo inconsequente, mas

ir fundo no combate ao crime.

Muito obrigado.

Durante o discurso do Sr. Chico Alencar, a Sra.

Vanessa Grazziotin, § 2º do art. 18 do Regimento Interno,

deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr.

Givaldo Carimbão, § 2º do art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Givaldo Carimbão) - Concedo a palavra pela ordem à

Sra. Deputada Vanessa Grazziotin.

A SRA. VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB-AM. Pela ordem. Sem

revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no último domingo

passou a vigorar em todo o território nacional a Resolução nº 44, de 2010, da

Agência Nacional de Vigilância Sanitária — ANVISA.

A resolução foi assinada no dia 28 de outubro deste ano e seus efeitos

tiveram início a partir do último domingo. Agora todas as farmácias e drogarias só

podem comercializar antibióticos com a devida prescrição médica, sendo obrigatória,

inclusive, a retenção da receita.

Sr. Presidente, essa é uma medida muito importante para a área de saúde.

Infelizmente, os casos de intolerância e resistência a antibiótico, principalmente de

largo espectro, têm trazido grandes prejuízos aos brasileiros.

Cumprimento a ANVISA.

Obrigada.

O SR. PRESIDENTE (Givaldo Carimbão) - Muito obrigado, Deputada.

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O SR. PRESIDENTE (Givaldo Carimbão) - Concedo a palavra ao Deputado

Fernando Chiarelli, o último inscrito para esse período.

O SR. FERNANDO CHIARELLI (PDT-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, realmente fui pego de surpresa ao chegar a esta Casa e

saber da renúncia do Deputado Jader Barbalho.

Não tenho nada contra ou a favor de Jader Barbalho. Mal o conheço, porque

ele é de um Estado lá de cima e eu sou do Sul do Brasil. Conta-se que o escritor

Victor Hugo andava numa rua quando escutou o barulho de um linchamento em

outra rua. Ele disse: “Imagine se vou ver o linchamento!” Quando chegou lá, levado

por suas pernas, viu o linchamento e cunhou uma frase célebre: “Não sei o que esse

homem fez, mas naquele momento, em face de tamanha agressão, ele era

inocente.”

Ora, se o nosso colega estava aqui votando, encaminhando votação, ele

poderia ser candidato e eleito. Está lá, em Beccaria, que toda vez que a lei começa

a ficar confusa, é porque estamos vivendo numa tirania. Neste momento, Jader

Barbalho é inocente, assim como o foi Lampião.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Givaldo Carimbão) - Concedo a palavra à Deputada

Vanessa Grazziotin. S.Exa. dispõe de 5 minutos.

A SRA. VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB-AM. Sem revisão da

oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, neste período do Pequeno

Expediente, inicio o meu pronunciamento falando a respeito da situação no Rio de

Janeiro, mais precisamente do combate feito pelo Estado brasileiro à violência e ao

tráfico de drogas. Quero me somar a todos aqueles que se têm revezado nesta

tribuna para falar a respeito do assunto.

Primeiro, ressalto a ação integrada desenvolvida pelo Governo do Estado do

Rio de Janeiro, pelo Governo Federal, pelo Município do Rio de Janeiro e, por que

não dizer, pela sociedade civil, que muito tem contribuído com essas ações.

Entretanto, isso é parte de uma ação muito mais complexa e demorada, que tem de

ser realizada em nosso País. Ela não deve ter início, nem meio, nem fim. No meu

entendimento, deve ser permanente. A luta no combate à violência, no combate ao

tráfico de drogas e no combate ao tráfico de armas deve ser permanente.

Infelizmente, não há no Brasil nem em qualquer lugar do mundo uma sociedade

preparada para impedir a proliferação de ações criminosas. Entendo que o Estado

brasileiro deve manter permanente vigilância contra esse tipo de crime que tantos

males traz à sociedade, sobretudo à juventude brasileira.

Todo esse sucesso que vem sendo coletado e cultivado no Estado do Rio de

Janeiro deve servir de exemplo para as ações que precisam expandir-se no Brasil,

sobretudo nas áreas de fronteira.

Hoje eu ouvi um representante do Ministério da Justiça falar a respeito da

ampliação da ação daquele Ministério no combate ao tráfico de drogas nas regiões

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de fronteira. Esta Deputada que lhes fala representa o Estado com a maior área de

fronteira do nosso País.

Recentemente tivemos um problema muito sério: um confronto entre

traficantes de drogas peruanos e a Polícia Federal do Brasil. O resultado desse

confronto foi a morte de dois jovens agentes da Polícia Federal, que serviam no

Estado do Amazonas.

Todos sabem que as armas, assim como as drogas e muitos outros produtos

ilícitos, entram no território nacional pelas fronteiras. No Estado do Amazonas, além

de termos uma grande fronteira, ela é desprotegida, Deputado Inocêncio Oliveira.

Com muita alegria — apesar da tristeza que sentimos ao mesmo tempo,

diante de toda a situação —, vemos que o Brasil começa a encontrar o seu caminho

na prevenção e no combate a esse tipo de crime, que, repito, penaliza toda a

sociedade, principalmente uma gama importante de jovens brasileiros — o nosso

futuro estará a cargo deles.

Quero cumprimentar o Governo brasileiro, o Governo do Estado do Rio de

Janeiro, o Governo do Município do Rio de Janeiro e também a população não só

pela colaboração, mas pela compreensão, diante de uma ação tão importante.

Passo a abordar outro assunto. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na

última sexta-feira, na cidade de Manaus, com a presença do Presidente Lula, foram

inauguradas as três primeiras termelétricas que utilizam a matriz do gás natural para

gerar energia, numa parceria entre a iniciativa privada e a PETROBRAS, que detém

o controle acionário dessas três termelétricas.

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Para mim é pouco falar da alegria de ver uma obra como essa sendo

inaugurada, porque lutei durante muitos anos, ao lado de tantos outros, para tornar

realidade a geração de energia elétrica a gás no Estado do Amazonas.

Cumprimento, portanto, o Presidente Lula.

Tratarei, agora, de outra questão. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados,

parabenizo o Presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços

e Turismo (CNC), Sr. Antônio Oliveira Santos, por ter concedido a maior comenda da

Confederação — a Medalha da Ordem do Mérito Comercial, nível Grão Cruz — ao

Sr. José Roberto Tadros pelos relevantes serviços prestados ao setor em nível

nacional. O acontecimento ocorreu na sexta-feira, dia 19 de novembro. Ele também

foi empossado como 1º Vice-Presidente daquela entidade, cargo que, segundo o

próprio Tadros, nunca foi ocupado por uma liderança do Norte do País. Tal eleição

demonstra o reconhecimento nacional de que a Região Norte é cada vez mais

estratégica para o desenvolvimento integral do Brasil.

Parabéns à CNC, na pessoa do Sr. Antônio Oliveira Santos, pela eleição do

brilhante e competente cidadão.

Falarei de outro assunto. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, parabenizo

a brilhante jornalista Maria José Mourão, conhecida como Mazé Mourão, eleita

membro da Academia Amazonense de Letras (AAL), que passa a ocupar a cadeira

número 28.

A jornalista amazonense Mazé Mourão é editora do caderno Bem Viver do

jornal A Crítica. Foi eleita com 23 votos. A votação foi considerada expressiva pelos

membros da Academia Amazonense.

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Segundo José Braga, Presidente da AAL, essa jornalista está diariamente

ligada ao povo, por meio das crônicas no caderno Bem Viver. Dialoga de forma

simples com a sociedade, sempre abordando temas atuais e com linguagem flexível.

É verdadeiramente uma nova era, pois as mulheres começam a ocupar mais

espaços e cargos expressivos, o que nos orgulha muito. Mazé é uma profissional

comprometida com a informação e muito contribuirá, com seus conhecimentos, com

a Academia.

Era o que tinha a dizer.

Durante o discurso da Sra. Vanessa Grazziotin, o

Sr. Givaldo Carimbão, § 2º do art. 18 do Regimento

Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada

pelo Sr. Inocêncio Oliveira, 2º Secretário.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Zonta. S.Exa. dispõe de 5 minutos.

O SR. ZONTA (PP-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nobres

colegas Parlamentares, funcionários da Casa, senhores visitantes, na última

semana, representando a Câmara dos Deputados, acompanhado do Deputado Luis

Carlos Heinze, participei da XVII Conferência Regional da Aliança Cooperativa

Internacional para as Américas, em Buenos Aires, e também do VI Encontro de

Parlamentares da ACI-Américas.

Vou relatar aqui algumas decisões desse encontro parlamentar. A primeira

delas é a oficialização, pela Aliança Cooperativa Internacional para as Américas, da

constituição da rede de Parlamentares Cooperativistas das Américas, uma reedição

da nossa Frente Parlamentar do Cooperativismo aqui no Congresso Nacional, mas

desta feita envolvendo todos os países das Américas, dado o potencial, o tamanho e

a importância do cooperativismo em todos os setores, em todos os países das

Américas.

Está oficializada essa rede de Parlamentares cooperativistas. Todos aqueles

que fazem parte da Frente estão incluídos nela.

A segunda decisão diz respeito ao projeto de pacto verde para as Américas. É

a participação ativa do cooperativismo, como já acontece no Brasil em relação a um

tema tão importante como o ambiental. Aliás, isso foi muito defendido pelo Deputado

Luis Carlos Heinze no encontro dos Parlamentares cooperativistas das Américas.

Foi firmado o pacto verde.

A terceira decisão refere-se à pretensão da Organização das Nações Unidas

— ONU de que 2012 seja considerado o Ano Internacional do Cooperativismo. É o

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reconhecimento das Nações Unidas a essa forma de organização — a maior do

mundo. Mais de 800 milhões de famílias, no mundo, estão rompendo divisas, porque

os princípios cooperativistas não têm fronteira, não têm língua, não têm nação. Eles

cabem a todos os países.

O ano de 2012, portanto, será o Ano Internacional do Cooperativismo,

reconhecido pela ONU. Esta Casa terá a oportunidade de avaliar e votar o projeto de

lei que cria o comitê de todas as ações da comemoração do Ano Internacional do

Cooperativismo no Brasil, por meio da ACI mundial e da ACI-Américas.

Vamos ter desafios, reconhecimento e motivação para que, cada vez mais,

aqueles que mais precisam, principalmente o segmento da sociedade que

isoladamente não consegue resolver seus problemas, possam buscar no

cooperativismo uma forma de inclusão social, de participação, de superação das

suas dificuldades, de trabalho, de saída da informalidade, de organização do seu

aspecto profissional, da sua produção, começando, naturalmente, com o crédito. O

cooperativismo de crédito já conta com uma participação fundamental.

Este é o relato sobre a presença do Congresso Nacional nessa conferência

das cooperativas das Américas; sobre as decisões da rede parlamentar

cooperativista das Américas; e sobre a comemoração do Ano Internacional do

Cooperativismo em 2012, reconhecido pela ONU.

Muito obrigado.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINALNúmero Sessão: 208.4.53.O Tipo: Ordinária - CDData: 30/11/2010 Montagem: 4171/4176

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O SR. LUIS CARLOS HEINZE (PP-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, colegas Parlamentares, a Folha de S.Paulo publicou ontem artigo

importante do Governador Eduardo Campos, de Pernambuco, Estado de V.Exa.,

sobre o pacto pela saúde.

Dados importantes constantes desse artigo chamam-nos à reflexão. Nós

temos trabalhado juntos e sabemos das dificuldades por que passam os hospitais e

as santas casas em todo o Brasil.

O Governador informa que os Estados são obrigados a destinar 12% de suas

receitas para a área de saúde; os Municípios, 15%. Muitos Estados destinam acima

de 12%. S.Exa. relata que, em Pernambuco, gasta 17% com saúde; os Municípios,

15%. Mas há muitos que gastam 20%, 25%. É o gasto que têm, porque vão em cima

do Prefeito, vão em cima do Vereador. É a cobrança que temos nos Municípios. São

assuntos importantes.

Enquanto isso, o País está gastando apenas 3% do PIB. Mas não é só isso.

Deputados Betinho Rosado e Givaldo Carimbão, eu examinei o Orçamento de 2009,

que foi fechado — ainda não fechamos o de 2010. No Orçamento de 2010, nós

gastamos 4,07 do Orçamento, apenas 4% do Orçamento da União, que foi em torno

de 1,3 trilhão ou 1,4 trilhão de reais. Apenas 4% foram gastos com saúde, enquanto

os Municípios gastam 15% a 20% e alguns Estados não gastam os 12%.

Levantamento feito pela OMS aponta que o Brasil ocupa o 76º lugar em gasto

per capita com saúde, num total de 204 dólares. Está atrás, por exemplo, da Costa

Rica, com 269 dólares; da Lituânia, com 381 dólares; do Canadá, que gasta 14

vezes mais que o Brasil. Vejam o atendimento que esse pessoal tem e o pouco

recurso de que dispomos.

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Portanto, quero, mais uma vez, chamar a atenção para o tema “saúde”.

Podemos falar de qualquer área da Federação. Vimos o que o Brasil gasta com

juros. Isso é um escárnio! Isso é uma aberração! Outrora víamos Deputados

criticando os lucros dos bancos. Se pegarmos as estatísticas do ano retrasado, do

ano passado e deste ano, veremos o que esses bancos têm ganhado e o que o

Brasil gastou só na rolagem dos serviços da dívida. Em 2009, gastamos 48% com

juros ou renegociação da dívida e apenas 4% com saúde. Isso é um absurdo! É hora

de a Câmara dos Deputados, o próprio Executivo e o Senado Federal fazerem um

debate. A sociedade precisa cobrar de nós para que nos debrucemos sobre o

assunto. Quem recebe esses juros? Seguramente, toda a sociedade paga.

Eu lido com agricultura; outros lidam com comércio; outros, com indústria;

outros, com serviços. Deputado Moreira Mendes, V.Exa., que é Presidente da nossa

Frente Parlamentar da Agricultura, sabe que a agricultura, hoje, paga absurdos, e os

outros setores também. Alguém ganha com esses juros. Portanto, é extremamente

importante nós nos debruçarmos sobre o assunto.

Deputado Inocêncio Oliveira, 48% do Orçamento da União foram gastos com

juros, em 2009. Vi o Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, entregando o

Orçamento de 2010. Nele está previsto que 52% dos gastos do País servirão para

pagar juros. Estão asfixiando a nossa economia.

Imaginem um agricultor, um comerciante, um profissional liberal ou um

industrial pagar 52% de juros ou de serviços de rolagem de dívida. É um absurdo!

Não há quem aguente isso!

Falarei sobre o tema tantas vezes quantas forem necessárias, porque a

sociedade brasileira tem de tomar conhecimento dele e pressionar as autoridades

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para que tomem uma atitude. Cabe ao Governo brasileiro encontrar um jeito de

reduzir os gastos. Dessa maneira, teremos mais dinheiro para a educação e

poderemos aprovar a Emenda Constitucional nº 29. Não o fizemos porque não há

orçamento. E não há orçamento porque não temos dinheiro, pois pagamos juros. Os

juros da dívida que o Brasil está pagando são um absurdo!

Portanto, neste relato, chamo a atenção da sociedade brasileira que nos

assiste pela TV Câmara. Nós temos de nos mobilizar e fazer alguma coisa. O povo

paga, o Brasil paga, e apenas meia dúzia recebe esses juros absurdos. São 52% de

juros. Esse é o gasto no Orçamento de 2010.

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O SR. GIVALDO CARIMBÃO (Bloco/PSB-AL. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estou convicto de que o Brasil, a partir de

sábado, mudará totalmente o paradigma não só sobre a segurança, mas também

sobre a grande violência urbana provocada pelas drogas.

Em meus mandatos parlamentares, tenho buscado contribuir para extirpar as

drogas, que estão acabando com a sociedade. Nossos irmãos estão sofrendo, o

País está pagando muito caro por isso. Torço para que nossos governantes

encontrem uma solução e passemos a viver um novo momento.

Para os Srs. Deputados e a Nação brasileira terem ideia, hoje um preso custa

de 2.500 a 3 mil reais por mês; uma criança de 12, 13, 14 anos, acolhida pelas

FEBEMs do Brasil inteiro, custa de 10 a 12 mil reais por mês aos cofres públicos.

Cerca de 95% das pessoas que chegam às delegacias são usuárias de

drogas. Por decisão política do Governador do Rio de Janeiro, o Exército, a Marinha,

a Polícia Civil, a Polícia Militar e a Polícia Federal — poderiam ser também outros

órgãos — tomaram providências. O Estado chegou junto. Muitos perguntam: “Por

que eles não vão para as fronteiras?” Sabemos que o Brasil é um país continental,

de grandes dimensões, e, obviamente, isso deve ser feito.

É tão bonito o desfile de 7 de setembro! O Brasil inteiro vê aqueles carros

transportando bombas, aquele monte de carros da polícia, do Exército. Por que não

usá-los como foram usados agora no Rio de Janeiro? Os Estados precisam tomar

providências para pegar os traficantes. Para eles o Estado tem de ter pulso forte,

mas para os sofredores, para os que estão sendo vencidos pelas drogas, vítimas da

sociedade, ele tem de ter mão amiga.

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Neste último fim de semana, o Brasil inteiro parou para ver a ação conjunta

das polícias, do Exército etc. Ficou provado que, quando quer, o Estado faz.

Parece-me que muda um paradigma. Por que o Brasil inteiro não adota a

mesma ação? No meu Estado, Alagoas, que possui 3 milhões de habitantes, a cada

semana ou a cada mês é noticiado no Jornal Nacional ou nos jornais de todo o

Brasil que a cidade de Arapiraca é a mais violenta, assim como Maceió. Já chegou a

hora de darmos um basta nessa situação. O exemplo do Rio de Janeiro deixou claro

para o País que temos de tomar providências em conjunto. Não adianta ficarmos

discutindo pura e simplesmente a recuperação dos viciados — se será pelo SUS,

pelo CAPS, etc. É óbvio que também temos de encontrar esse caminho.

A prevenção é fundamental? Sim. Mas são fundamentais também o pulso

forte do Estado, a união do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, da Polícia Federal,

da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Guarda Municipal, se necessário for.

O Brasil aplaudiu de pé a ação da polícia no Rio de Janeiro. Eu, que sou

Deputado Federal, ao ver aquelas imagens na televisão, vivi aquele momento como

qualquer cidadão, pois tenho interesse no assunto. Foi importante a retomada da

tranquilidade para aquele povo do complexo do Morro do Alemão. Muito diziam:

“Agora está começando a chegar a tranquilidade”.

Pudemos ver o civismo dos militares que ali estavam, mesmo ganhando

pouco, sem o Congresso Nacional colocar em votação a PEC 300. Mas eles

estavam lá cumprindo o seu dever profissional, como brasileiros, levando a bandeira

do Brasil.

Que os Governadores de outros Estados sigam o exemplo do Governador

Sérgio Cabral. Eu ouvia a todo instante: “Essa é uma decisão política”. E é o que

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nós queremos. O Brasil está cobrando neste momento uma visão política dos

Governadores, para que tomem providência nos seus Estados.

Há Estados pequenos que conseguiriam tranquilamente, em três, quatro ou

cinco dias, com inteligência preparada em 15 dias ou um mês, fazer uma grande

ação, como a do Rio de Janeiro, para prender os grandes traficantes. Estes, sim,

estão acabando com a sociedade.

Noventa e cinco por cento dos presos são usuários de drogas e não

traficantes. Por que foram presos? Não porque usaram drogas, mas porque, quando

o fizeram, cometeram um delito. Por isso, estão cheias as cadeias do Brasil inteiro, e

os traficantes estão do lado de fora.

Parabéns ao Rio de Janeiro pela decisão tomada.

Obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. JAIR BOLSONARO (PP-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

meus companheiros, quero tratar de um assunto que, no meu entender, em 20 anos

de Congresso Nacional, é o maior escândalo de que já tomei conhecimento. Não

tem nada a ver com corrupção. Afinal de contas, esse é um tema corriqueiro neste

Governo.

Na semana passada, houve reunião na Comissão de Direitos Humanos e

Minorias, em conjunto com a Comissão de Educação, com a presença do Sr. André

Lázaro, Secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, do MEC.

Estava presente uma plateia composta de gays, lésbicas, bissexuais, travestis,

transexuais e transgêneros. Essa turma toda reunida tomou decisões de que esta

Casa não está sabendo. E digo mais: a maioria dos integrantes da Comissão de

Educação também não está sabendo dessa decisão.

Atenção, pais de alunos de 7, 8, 9 e 10 anos, da rede pública: no ano que

vem, seus filhos vão receber na escola um kit intitutado Combate à Homofobia. Na

verdade, é um estímulo ao homossexualismo, à promiscuidade. Esse kit contém

DVDs com duas historinhas. Seus filhos de 7 anos vão vê-las no ano que vem, caso

não tomemos uma providência agora.

Primeira história: um garoto de mais ou menos 14 anos, de nome Ricardo, vai

ao banheiro fazer pipi, olha para o lado, vê um coleguinha dele fazendo pipi também

e se apaixona por esse colega. Vocês da galeria estão ouvindo? Isso está no Jornal

da Câmara da semana passada. Isso pode ocorrer com o filho de vocês um dia. Ele

se apaixona, resolve vencer o bullying e assumir sua homossexualidade. Os garotos

de 7, 8, 9 e 10 anos vão assistir a esse filme no ano que vem.

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Vamos às cenas do filme dali para frente. Quando a professora o chama de

Ricardo na sala de aula, ele se revolta, morde os beiços com seus trejeitos e

balbucia: “Bianca. Meu nome é Bianca”.

No final, esse filme dá a seguinte lição de moral: esse comportamento do

Ricardo ou da Bianca passa a ser um comportamento exemplar para os demais

alunos.

Depois há outro filme de duas meninas lésbicas, de aproximadamente 13

anos de idade, namorando. A grande discussão da Comissão de Direitos Humanos

e Minorias — sinto asco ao me referir a essa Comissão — é tratar do beijo lésbico

de duas meninas.

Atenção, pais, no ano que vem, sua filha de 7, 8, 9 ou 10 anos vai assistir a

esse filmete, que já está sendo licitado. A grande discussão da nossa Comissão de

Direitos Humanos e Minorias é a profundidade em que a língua de uma menina tinha

que entrar na boca da outra menina. Dá para continuar discutindo esse assunto? Dá

nojo!

Esses gays e lésbicas querem que nós entubemos, como exemplo de

comportamento, a sua promiscuidade. Isso é uma coisa extremamente séria.

O Presidente da Câmara dos Deputados tem que tomar providências no

tocante a esse assunto. Nós não podemos submeter-nos ao escárnio da sociedade.

Esse kit, destinado a crianças de 7 a 12 anos, será distribuído no ano que vem para

6 mil escolas públicas do Brasil. Isso é uma vergonha!

Comissão de Direitos Humanos, não; Comissão... Para não ser advertido pelo

discurso, vou poupar o adjetivo para essa Comissão. Eles querem, inclusive, excluir-

me da Comissão, sob a alegação de ser eu um elemento antidemocrático.

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Essa história de homofobia é uma história de cobertura para aliciar a

garotada, especialmente os garotos que eles acham que têm tendências

homossexuais. Está na pesquisa, publicada aqui, o número de garotos gays ou de

meninas lésbicas, repito, de 7, 8, 9 e 10 anos.

Pelo amor de Deus, meus colegas que estão nos gabinetes! Pelo amor de

Deus! Daqui a pouco vem aqui um cidadão dizer que estou mentindo. O que está

acontecendo está publicado no Jornal da Câmara, está publicado no Correio

Braziliense, está publicado em vários jornais do Brasil.

Ontem eu participei da gravação do programa da Luciana Gimenez. É um

tema que... Não me agrada falar em homossexual. Eu realmente assumo o que

disse na TV Câmara: se um garoto tem desvio de conduta logo jovem, ele deve ser

redirecionado para o caminho certo, nem que seja com umas palmadas.

Acusam-me de ser violento, mas não sou promíscuo, não sou canalha com as

famílias brasileiras!

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PAES LANDIM (PTB-PI. Sem revisão do orador.) -

DISCURSO DO SR. DEPUTADO PAES LANDIM QUE, ENTREGUE AO

ORADOR PARA REVISÃO, SERÁ POSTERIORMENTE PUBLICADO.

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O SR. AFONSO HAMM (PP-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, ao

ocupar a tribuna na Câmara dos Deputados, eu gostaria de traçar, nestes cinco

minutos de manifestação, um paralelo de preocupação e de busca de soluções

efetivas para a questão da segurança pública no nosso País.

Durante este ano, como Deputado Federal, atuei muito na defesa e na

sustentação de que precisamos recuperar e dar verdadeira dignidade aos policiais

militares e civis e aos bombeiros. Refiro-me à PEC 300, de 2008.

Nós, que já aprovamos essa matéria em primeiro turno, buscamos aprová-la

em segundo turno ainda no final desta Legislatura, pois temos o dever de dar

condição de dignidade a quem nos dá segurança nas ruas.

O País assiste nestes últimos dias, em especial neste fim de semana, no Rio

de Janeiro, à ocupação dos morros, à mobilização das polícias, à integração das

Forças Armadas, mostrando a importância da ação do Estado na busca da garantia

da condição de vida e de livre acesso a todas as comunidades.

São tristes e preocupantes os acontecimentos na Capital do Rio de Janeiro,

que será sede, em 2014, da Copa do Mundo de Futebol e, em 2016, das

Olimpíadas, mas acreditamos que essas providências vão dar consistência à

segurança pública.

No entanto, precisamos, no Congresso Nacional, também fazer o nosso

papel: buscar mais recursos, buscar mais investimentos, ampliar o orçamento,

garantir condição de dignidade para as nossas polícias.

Por isso tomei a iniciativa de apresentar hoje o Requerimento nº 7.501, de

2010, sobre a inclusão da PEC 300 na Ordem do Dia.

Faço um apelo aos Líderes e a todos os nossos colegas Parlamentares.

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A sociedade fica angustiada. Vemos a necessidade do aparelhamento, da

capacitação, da qualificação das polícias. Precisamos remunerar melhor esses

profissionais, pois tenho a convicção de que isso é muito importante para

diminuirmos a violência, para fazermos um combate efetivo à criminalidade, ao

tráfico de drogas — que dissemina, destrói a vida não só de jovens e adolescentes

—, à pedra do crack e outras drogas — que têm comprometido a sociedade e as

famílias dos nossos brasileiros.

Não é diferente no meu Estado, o Rio Grande do Sul, onde estamos com

campanhas nesse sentido. Quero, usando esta tribuna, na condição de Parlamentar,

apontar os problemas e buscar soluções. Acredito que poderemos conter a

violência, ampliar a segurança, mas tudo começa pela dignidade dos policiais, que

devem ter uma remuneração justa, condições efetivas para trabalharem e, quem

sabe, um percentual no Orçamento, como é o caso da educação, que avançou, e da

saúde, que está, em passos lentos, melhorando a condição de todas as famílias.

Mais segurança é do que precisamos no País.

Pesquisa recente do IBOPE mostra que saúde e segurança são as duas

preocupações de prioridade da população brasileira.

Por isso peço que possamos aqui, com a sensibilidade de todos os

Parlamentares, incluir as PECs 300 e 446 na discussão para dar segurança e

dignidade aos brasileiros.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo esta tribuna para solicitar apoio

dos nobres pares. Conclamo os Líderes para que coloquem na pauta de votação

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desta Casa, ainda este ano, as PECs 300, de 2008, e 446, de 2009, que

estabelecem o piso salarial nacional para os bombeiros, as polícias civis e militares

e propicia dignidade às famílias desses grandes heróis do País.

Fizemos um grande esforço para a votação da PEC 300 em primeiro turno, o

que foi concretizado no primeiro semestre. Agora estamos na expectativa de que

essa votação seja concluída ainda nesta Legislatura, a fim de que os profissionais

da segurança pública possam dispor de parâmetros novos para a reorganização das

suas carreiras.

Nos últimos dias, o Brasil vivencia cenas de terror com a onda de violência no

Rio de Janeiro, cidade que é cartão postal do Brasil. Integrantes da segurança

pública do Rio de Janeiro e o reforço de outros Estados ingressaram no embate para

combater a criminalidade e o tráfico de drogas. A operação militar e policial para

despejar dezenas de traficantes e drogas das favelas está obtendo resultados

positivos com a prisão de criminosos. O policiamento na cidade foi reforçado com

profissionais, viaturas e inclusive com a presença dos tanques blindados do

Exército.

Dado a este cenário que abala não somente o Rio de Janeiro, mas também

todos os brasileiros, concluo que é de fundamental importância o Congresso

Nacional dar atenção a esta área que precisa de suporte como melhores salários,

qualificação, equipamentos e viaturas. É por este motivo que defendo, nesta Casa, a

votação urgente da PEC 300, que resgata a dignidade dos policiais, da nossa Polícia

Militar, da nossa Polícia Civil e dos integrantes dos Corpos de Bombeiros. Esta é

uma bandeira de prioridade da minha atuação e tenho a certeza de que de todo o

Congresso brasileiro.

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Precisamos finalizar logo essa votação para estabelecer um salário

condizente aos policiais que diariamente colocam em risco a vida para proteger a

população.

Buscamos uma qualificação e, principalmente, uma condição digna de

remuneração para os policiais. E para valorizarmos as famílias, para valorizarmos o

cidadão, tudo passa pela condição de segurança.

Temos certeza de que vamos concluir a votação em segundo turno da

proposta, dando ao Senado a oportunidade de manifestar-se sobre o assunto.

É por este motivo que, mais uma vez, manifesto minha posição favorável à

votação da PEC 300 ainda neste período legislativo e peço apoio a todos.

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que autorize a divulgação deste discurso nos

meios de comunicação desta Casa legislativa.

Era o que tinha a manifestar.

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O SR. BETINHO ROSADO (DEM-RN. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Deputado Inocêncio Oliveira, colegas Deputados, a imprensa nacional

noticiou que o Governo está disposto a comprar energia a partir das termelétricas,

com a oferta adicional de petróleo que teremos com o pré-sal.

A compra de energia a partir das termelétricas — uma forma de energia

absolutamente poluente — significa um retrocesso para um país como o Brasil, que

tem uma das mais limpas energias do mundo.

Por que estamos dizendo que poderemos comprar energia a partir das

termelétricas? Parece que se projeta uma demanda de energia que não pode, a

curto prazo, ser atendida com a expansão das hidrelétricas ou outras formas de

energia menos poluente. Talvez isso traduza a falta de planejamento do Ministério

de Minas e Energia em relação ao crescimento e ao desenvolvimento do Brasil.

Fazemos um apelo ao Executivo para que incremente a produção de energia

eólica. Ela atende o Nordeste, uma das regiões mais pobres do Brasil, que tem 50%

do potencial de produção de energia eólica do nosso País.

Para aumentar essa oferta, basta que o Governo estabeleça um horizonte no

tempo para comprar energia eólica. Os leilões de energia eólica estão sendo feitos e

atendidos pelas empresas, mas as turbinas estão sendo importadas da China, da

Alemanha, porque não temos ainda uma indústria para suportar a produção de

energia eólica. Não temos isso porque o Governo não estabelece um horizonte no

tempo para a compra dessa energia.

Se o Governo estabelecesse 300 megawatts de compra de energia eólica

anualmente, durante 20 anos, já seria um indicativo para a iniciativa privada de que

ele vai incrementar essa forma de energia e as indústrias nacionais e multinacionais

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associadas à produção de energia eólica devem se instalar no País e, claro, no

Nordeste brasileiro, onde teremos a maior quantidade de usinas em produção de

energia.

O Executivo precisa refletir sobre a necessidade de desenvolvimento e

crescimento nacional e regional, para que possamos ter uma produção de energia

eólica que atenda à demanda do País. Não é difícil. Basta que o Governo estabeleça

essa forma e crie a demanda, como fez no caso do biodiesel. Vejam o sucesso do

programa do biodiesel. O Governo estabeleceu que, em 5 anos, a partir da vigência

da lei, incluiria 2% de biodiesel no óleo diesel e, em três anos, em 2013, passaria

para 5%. Já estamos com 5% de biodiesel dentro do diesel, porque a política do

Governo foi acertada.

Estabelecer uma demanda de energia eólica é o caminho para consolidar a

indústria de produção dessa energia e oferecer uma alternativa de desenvolvimento

e de crescimento para o Nordeste brasileiro e para a Nação.

Obrigado.

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O SR. RÔMULO GOUVEIA (PSDB-PB. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras e Srs. Deputados, no próximo dia 13 de dezembro, todo o Nordeste

irá comemorar o aniversário de nascimento de um dos seus maiores nomes, que em

vida lutou pelas coisas e pela gente daquela região. Se vivo estivesse, esse mito da

música popular brasileira estaria completando 98 anos.

Para celebrar essa data, a Universidade Estadual da Paraíba — UEPB, em

parceria com o Museu Fonográfico Luiz Gonzaga, sediado em Campina Grande,

Paraíba, irá realizar um grande evento comemorativo, rememorando o grande

talento do cantor e compositor nordestino.

Esse evento, que acontece desde 2001, contará em sua programação com

uma missa campal, celebrada pelo Padre Assis, da Paróquia Nossa Senhora de

Fátima, do bairro Palmeira, em Campina Grande. Ela será realizada no pátio externo

daquele museu.

As comemorações em homenagem a “Seu Lua” incluirão também shows com

grandes nomes da música regional, a exemplo de Amazan; Cicinho, “o Vaqueiro do

Forró”; João do Pife e seus Cabras; Grupo Xamego; Rangel Junior e Jorge Ribbas.

Como parte dessa grande iniciativa, haverá também o lançamento de dois

livros sobre a vida de Luiz Gonzaga. Homenagens Especiais ao Eterno Rei do

Baião, de autoria do escritor cearense José Marcelo Leal é o primeiro deles. Em

seguida, haverá o lançamento do livro O Rei e o Baião, escrito por Bené Fonteles,

patrocinado pelo Ministério da Cultura (MINC). Esse livro será lançado

simultaneamente nas cidades de Campina Grande, Recife (PE) e Exu (PE).

É impossível enumerar as qualidades de Luiz Gonzaga. Todos nós sabemos

de sua grande contribuição para a música popular brasileira. Poucos deixaram um

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legado cultural tão rico, que influenciou e influencia gerações e gerações de

músicos, compositores e, sobretudo, a gente simples do sertão, como ele gostava

de cantar.

É inegável a importância de eventos como esse para manter viva a memória

daquele que em vida usou a música para lutar pelos direitos do povo sofrido do

Nordeste. Os jovens precisam conhecer e perpetuar a obra de Seu Luiz Gonzaga.

Campina Grande, cidade onde se realizam os maiores festejos juninos do

País, o Maior São João do Mundo, sempre dedicou um carinho especial a Luiz

Gonzaga, onde também era presença constante. Recebeu, inclusive, o Título de

Cidadão Campinense, em 1972, propositura do então Vereador Manoel Joaquim

Barbosa.

A cidade também é a sede de um dos mais importantes centros de pesquisa e

guarda do acervo do Mestre Gonzagão: o Museu Fonográfico Luiz Gonzaga.

O Museu Fonográfico Luiz Gonzaga foi organizado pelo professor e

pesquisador José Nobre de Medeiros. Atendendo a um pedido do próprio Gonzagão,

feito em 1988, ele reuniu sua coleção de recortes de jornal, discos de vinil,

instrumentos e roupas numa pequena casa e transformou-os em peças de um

museu particular.

Todos os objetos expostos no local foram adquiridos pelo próprio professor,

com recursos próprios. Hoje, o espaço é considerado o maior museu fonográfico a

abrigar a obra gonzaguiana — superando, inclusive, o Museu do Baião, instalado em

Exu, terra natal do artista — e uma referência nacional na preservação e divulgação

do talento dos músicos de origem nordestina da MPB.

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Além de discos, CDs, fitas cassetes e até discos de cera de carnaúba

(antecessores dos discos de vinil), alguns pertences de Luiz Gonzaga, a exemplo de

sanfona, gibão e blusões, também estão expostos, bem como 250 pôsteres, 25

livros, oito monografias, três dissertações de mestrado e três de doutorado, 150

entrevistas, 14 filmes e mais de 500 jingles.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é louvável a iniciativa da

Universidade Estadual da Paraíba, representada pela Magnífica Reitora Marlene

Alves e pelo Prof. José Nobre, por meio do museu por ele idealizado. Juntos, eles

irão realizar tão importante evento, que irá reverenciar a vida e a obra de Luiz

Gonzaga, um exemplo a ser perpetuado.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - A Presidência vai começar o

Grande Expediente exatamente às 15h30min.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Para uma breve intervenção, tem a

palavra, pela ordem, o ilustre Deputado Pedro Wilson, por um minuto.

O SR. PEDRO WILSON (PT-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, ontem houve mais uma ação positiva do Presidente Lula, que, com o

Ministro Fernando Haddad, enviou a esta Casa o novo Plano Nacional de Educação.

Sabe V.Exa., grande líder de Serra Talhada e de Pernambuco, que o

Presidente Lula colocou a educação em primeiro lugar no Brasil. A expansão das

universidades federais, das escolas técnicas e dos institutos federais de ciência e

tecnologia possibilitaram avanço extraordinário, com a realização de 40% das metas

do Plano Nacional de Educação.

Agora, o Ministro Haddad e o Presidente Lula lançam o novo Plano Nacional

de Educação. Oxalá seja a realização do sonho da educação brasileira!

Obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Edio Lopes, anteriormente chamado.

O SR. EDIO LOPES (Bloco/PMDB-RR. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, neste exato momento, no plenário da Comissão

de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, está sendo realizada audiência

pública para que seja discutida a ampliação de três reservas ambientais no Estado

de Roraima.

A situação está se tornando insustentável naquela Unidade da Federação. A

área territorial de Roraima é de quase 24 milhões de hectares, e hoje, com a

legislação em vigor, nós não podemos explorar, de forma racional e econômica,

mais do que 1 milhão de hectares, uma vez que mais de 65% do nosso território

correspondem a reservas indígenas ou ambientais.

Nós estamos discutindo com o Instituto Chico Mendes a possibilidade de

aquele órgão federal ampliar três áreas ambientais no Estado, mas, da forma

contundente como a União vem intervindo em Roraima, seja quanto à questão

indígena, seja quanto à questão ambiental, não resta outra saída para aquela

Unidade da Federação a não ser a sociedade começar a se insurgir contra os

ditames da União.

Se prosseguir esse estado de coisas, não restará ao povo de Roraima outra

saída a não ser a desobediência civil. Não é mais possível que a União continue

abusando daquela unidade federada da forma como tem feito, sobretudo nos últimos

anos. A população é surpreendida ora com nova reserva indígena, ora com nova

reserva ambiental. Vivemos permanentemente numa insegurança jurídica absoluta.

Portanto, fica aqui o meu protesto.

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O SR. ERNANDES AMORIM - Sr. Presidente, conto com a compreensão de

V.Exa. para fazer uma reclamação, com base no art. 96 do Regimento Interno.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - V.Exa. tem a palavra.

O SR. ERNANDES AMORIM (PTB-RO. Reclamação. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, há quase 2 anos venho discutindo na Comissão de Agricultura a

respeito de uma fiscalização no BNDES sobre recursos do Governo Federal

transferidos para empresas falidas no ramo da carne. Não tendo sucesso, recorri à

Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, que praticamente tem poder de

CPI. O Deputado Moreira Mendes foi o Relator e deu parecer favorável. O

documento foi encaminhado pelo Presidente da Câmara dos Deputados ao Tribunal

de Contas da União, onde foi distribuído a um Ministro-Relator e aprovado em

plenário. Isso ocorreu há mais de 1 ano, mas ainda não houve resposta.

Tudo é compreensível, até por causa do momento político passado. Não

queriam molestar o sistema político passado, porque isso talvez prejudicasse a

eleição de A ou de B. A política passou, e agora esperamos uma resposta técnica.

Estou encaminhando um requerimento à Mesa — peço que essa

reivindicação seja publicada, se possível — para que cobre do Tribunal de Contas

da União, por ser um órgão auxiliar desta Casa, o resultado dessa fiscalização. É

caso de polícia, de cadeia, pior do que o caso da Rocinha, no Rio de Janeiro.

Sou Deputado Federal e preciso dessa resposta antes que termine o

mandato. Até porque não me candidatei à reeleição e no mês que vem deixarei esta

Casa. Nesse período, desejo ter essa resposta, para que faça parte dos arquivos do

meu trabalho na Câmara dos Deputados. O próprio Relator, Deputado Moreira

Mendes, que tem interesse na moralidade, dará continuidade a esse trabalho.

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Sr. Presidente, era essa a reivindicação que gostaria de deixar ao Tribunal de

Contas da União e à Mesa desta Casa.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Deputado Ernandes Amorim, a

Presidência recolhe a reclamação de V.Exa. e vai encaminhá-la à Secretaria-Geral

da Mesa para que possa providenciar a resposta.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Manoel Junior.

O SR. MANOEL JUNIOR (Bloco/PMDB-PB. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, serventuários desta Casa, ocupo a tribuna nesta

tarde para fazer uma saudação especial à paraibana Rossana Dias Costa, de 17

anos, que venceu a Olimpíada de Língua Portuguesa. Ela está no sétimo mês de

gestação e hoje brilha no cenário nacional. Estuda no Município de Pedra Lavrada,

Paraíba — cursa o terceiro ano do ensino médio na Escola Estadual Graciliano

Fontini Lordão —, e reside no Curimataú paraibano.

O Nordeste e as regiões mais pobres e longínquas deste País, Deputado

Vilson Covatti, já deram figuras ilustres a esta Casa do povo e ao Senado Federal.

Deputado Rogério Marinho, V.Exa., que luta pela educação do nosso povo

não só no Rio Grande do Norte, mas também nesta Casa, como militante da

Comissão de Educação e Cultura, sabe que precisamos tratar dos temas

fundamentais para a melhoria da qualidade de vida neste País. As condições de

habitabilidade, Deputado Roberto Magalhães, passam pelo ensino de qualidade,

pelos investimentos em pesquisa, ciência e tecnologia.

Está aqui a prova de uma pessoa humilde, do Curimataú paraibano.

No final do meu discurso, saúdo, mais uma vez, não só Pedra Lavrada, Cuité,

Picuí, mas toda a região do Curimataú paraibano.

Parabéns a essa paraibana ilustre, Rossana Dias Costa, de 17 anos. Que o

seu primeiro filho já chegue não só coroado do êxito que sua mãe conseguiu nas

Olimpíadas, mas, principalmente, com muita saúde, fazendo a felicidade da família.

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Sr. Presidente, era isso que eu gostaria de anunciar, nesta tarde, ao povo

brasileiro, parabenizando a Paraíba.

O Sr. Inocêncio Oliveira, 2º Secretário, deixa a

cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. Givaldo

Carimbão, § 2º do art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Givaldo Carimbão) - Concedo a palavra ao Sr.

Deputado Inocêncio Oliveira.

O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PR-PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Brasil vem mudando o seu relacionamento

econômico com Portugal, entre os países de língua oficial portuguesa. Ficou no

passado a época do “comércio de compras natalinas” ou de cortiça e a emigração

de mão de obra para o comércio a varejo ou em grosso nos grandes centros

urbanos brasileiros.

Nos últimos 10 anos, multiplicaram-se os investimentos portugueses em

telecomunicações, na indústria de hotelaria e na construção civil, na área de

laminados de aço e no setor bancário.

Por outro lado, houve uma corrente inversa, com o Brasil distinguindo-se,

como ocorreu em 2010, entre os países que estão a investir em Portugal, algumas

vezes em joint ventures com investidores portugueses na África — em particular, em

Angola.

O atual presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de

Portugal, Basílio Horta, acaba de declarar que se 2010 foi muito bom, com a

presença marcante de investimentos brasileiros no território português, isso

representou apenas o começo.

Só no primeiro semestre de 2010, grupos empresariais brasileiros aplicaram,

em Portugal, perto de 1 bilhão e 800 milhões de euros. Outros projetos brasileiros,

ademais da construção civil, vão dinamizar a atividade empresarial portuguesa,

como a construção aeronáutica. Isso ficou provado no interesse manifestado, em

Portugal, pela EMBRAER, que neste momento finaliza o projeto do avião cargueiro

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KC 390 para a Força Aérea Portuguesa, que irá substituir os antigos C 130.

Embora a situação econômica de Portugal apresente setores críticos, com

baixa produtividade e altos índices de desemprego, o país tem atraído inversões

estrangeiras em nível que atingiu, de janeiro a julho último, um saldo líquido de 1

bilhão e 885 milhões de euros.

O governo português, que teve o seu orçamento de 2011 aprovado há poucas

semanas, terá de sair da crise, provocada, principalmente, pelo déficit orçamentário,

com o aumento das exportações e quer ampliar suas relações com a China e outros

países que constituem o bloco BRIC. Também o Magreb — o norte da África — é

área considerada prioritária para os investidores de Portugal, que têm tido, todavia,

no Brasil, seus retornos maiores e mais rápidos, nos últimos anos.

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa — CPLP também está

sofrendo transformações na sua atuação, voltando-se mais para as áreas de

intercâmbio econômico com Moçambique, além de Angola, Guiné-Bissau e Cabo

Verde.

Essa estratégia não exclui ampliar as relações com o MERCOSUL, que tem

um mercado de 267 milhões de habitantes.

O Brasil, como polo dinâmico do MERCOSUL, continua a ser considerado

área de prioridade 1 pelos investidores portugueses que buscam expandir seus

negócios externos, pois o mercado interno de Portugal é limitado. Há uma nítida

vocação para investimentos fora da Península Ibérica, e o idioma comum facilita

muito o relacionamento comercial com o Brasil e os países que integram a CPLP.

No setor do turismo, o Nordeste do Brasil já é bastante conhecido em suas

potencialidades, faltando, talvez, da nossa parte, para consolidar a presença dos

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investidores portugueses, criar melhores condições de infraestrutura no litoral, para

permitir fluxo mais regular para construção dos resorts, principalmente estradas de

acesso, ampliação de aeroportos e reaparelhamento dos portos, telecomunicações e

treinamento de pessoal em hotelaria e turismo receptivo.

Muito obrigado.

O Sr. Givaldo Carimbão, § 2º do art. 18 do

Regimento Interno, deixa a cadeira da presidência, que é

ocupada pelo Sr. Inocêncio Oliveira, 2º Secretário.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao Sr.

Deputado Carlos Bezerra.

O SR. CARLOS BEZERRA (Bloco/PMDB-MT. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, não há nada de mais perverso e

cruel ao futuro de uma sociedade que almeja a plenitude democrática do que a

manutenção de práticas discriminatórias entre as diversas categorias de

trabalhadores.

Lamentavelmente, é isso o que vemos acontecer hoje no Brasil no que se

refere à absurda desigualdade entre os direitos dos empregados domésticos e os

dos demais trabalhadores.

Por esse motivo, e na perspectiva de avançarmos na consolidação da

democracia e na efetivação de um projeto nacional de desenvolvimento com

soberania, sustentabilidade e verdadeira igualdade de oportunidades para toda a

nossa sociedade, comunico a este Plenário que apresentei, em 14 de abril de 2010,

a Proposta de Emenda à Constituição nº 478/2010, que “revoga o parágrafo único

do art. 7º da Constituição Federal, para estabelecer a igualdade de direitos

trabalhistas entre os empregados domésticos e os demais trabalhadores urbanos e

rurais”.

Caros Parlamentares, há muito o Estado brasileiro é cobrado no que diz

respeito à iniciativa de corrigir um processo histórico de discriminação contra os

trabalhadores domésticos. O próprio Governo Federal chegou a discutir, em 2008,

por intermédio de grupo multidisciplinar que envolveu a Casa Civil e os Ministérios

do Trabalho, Previdência Social, Fazenda e Planejamento, mudanças na legislação

da maior categoria profissional do Brasil, formada por 6,8 milhões de trabalhadores.

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A intenção era encaminhar uma PEC ao Congresso Nacional até o final de 2008.

Como isso não aconteceu, Sr. Presidente, resolvi avocar a mim essa

responsabilidade, pois considero inaceitável convivermos com um sistema normativo

que permite a existência de trabalhadores de “segunda categoria”, uma verdadeira

nódoa na Constituição Cidadã de 1988.

Por incrível que pareça, a nossa Carta Magna possui inequívoca contradição:

proíbe qualquer tipo de discriminação, ainda que salarial; no entanto, o parágrafo

único do próprio art. 7º, ao mesmo tempo em que elenca 34 direitos fundamentais

laborais aos trabalhadores urbanos e rurais, assegura aos domésticos apenas 10,

criando uma verdadeira discriminação social contra esses trabalhadores e os

mantendo numa categoria de “menos iguais”.

Senhores, o meu propósito é claro e transparente: mudanças no regime

jurídico dos trabalhadores domésticos, permitindo-lhes acesso obrigatório ao FGTS,

ao seguro-desemprego, ao pagamento de horas extras, ao adicional noturno, ao

salário-família e ao benefício previdenciário por acidente de trabalho, prerrogativas

que estão excluídas do rol dos direitos a eles assegurados no parágrafo único do art.

7º da Constituição Federal.

É importante dizer ainda que esse assunto vem ganhando cada vez mais

corpo, por ser um tema incorporado à atual pauta de organizações da sociedade civil

que promovem a defesa dos direitos da mulher e dos negros, segmentos da

população que compõem majoritariamente a categoria. Segundo dados da Pesquisa

Nacional por Amostragem de Domicílio — PNAD de 2006, o trabalho doméstico

representa 16,7% da força de trabalho feminina no País, sendo que, entre as

mulheres negras com ocupação, esse percentual chega a 21,7%, quase o dobro do

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contingente formado por brancas, amarelas e indígenas (13%).

Sr. Presidente, tenho um vasto currículo no mister político — iniciei como

Deputado Estadual em 1975, e já fui Prefeito, Governador e Senador da República

— e sei que projeto desse porte encontrará forte resistência.

Os argumentos adversários são de longa data conhecidos, em especial o de

que o aumento da proteção legal elevaria os encargos sociais e trabalhistas, o que

conduziria a categoria à informalidade e diminuiria as oportunidades de emprego.

É fato que a informalidade é grande nessa categoria de trabalhadores, uma

vez que apenas 27,8% dos domésticos possuem registro em carteira, de acordo

com dados da PNAD de 2006. Mas é duvidoso que isso possa ser atribuído ao

excesso de legislação, até porque atualmente a legislação é mais flexível do que a

do trabalhador comum, e nem por isso há um aumento de formalidade em relação à

média dos demais trabalhadores. Pelo contrário.

Senhores, não há como conciliar democracia com as sérias injustiças sociais,

as variadas formas de exclusão e reiteradas violações aos direitos dos trabalhadores

domésticos que ocorrem em nosso País. A sociedade brasileira está empenhada em

promover uma democracia verdadeira. E é preciso dizer a essa mesma sociedade

que o Poder Legislativo tem compromisso real com a promoção dos direitos sociais

de nossa população.

É chegada a hora, portanto, de o País se livrar de uma das mais indignas e

execráveis heranças do regime do trabalho servil pelo qual a nossa civilização

infelizmente passou, que é a discriminação jurídica dos trabalhadores domésticos,

situação que frequentemente leva a sentimentos de inferioridade e situações de

preconceito.

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Conto com o apoio dos colegas Parlamentares para fazermos andar com

celeridade essa proposição. Afinal, não podemos deixar que a apatia, a indiferença e

a discriminação contaminem a nossa democracia.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. OSMAR SERRAGLIO (Bloco/PMDB-PR. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, comemora-se hoje em Curitiba o

Dia do Taxista, pois, por meio de lei municipal da Capital paranaense, o dia 30 de

novembro foi consagrado aos taxistas.

Na condição de Parlamentar que recebeu expressivo apoio dessa prestigiada

categoria, cumprimento efusivamente todos os seus integrantes, agradecendo não

só o seu empenho, mas, acima de tudo, também os gestos de amizade com que se

dedicaram à minha recondução a este Parlamento.

Embora seja a de taxista uma profissão quase centenária, até agora não se

encontra regulamentada. Está na decisão desta Casa fazê-lo, aliás, está muito

próxima essa aprovação, uma vez que a matéria já se encontra na Comissão de

Constituição e Justiça e de Cidadania para deliberação em caráter conclusivo.

Em Curitiba, estão autorizados 2.252 táxis e cerca de 5 mil motoristas,

contando-se os titulares e colaboradores, segundo dados da URBS — Urbanização

de Curitiba, órgão a que está afeto o serviço.

Em sua grande maioria, os taxistas curitibanos estão integrados a centrais de

táxis, o que lhes permite maior eficiência e presteza no atendimento à população e

os dispensa de ficar rodando à procura da clientela. As centrais também servem de

apoio profissional aos filiados, na medida em que melhor os habilitam a prestar um

serviço qualificado, valendo-se de intercomunicação moderna e de facilidade na

identificação dos locais pretendidos, além de lhes oferecer a proteção especial que

decorre do espírito associativista.

Nossos taxistas nos orgulham por sua permanente disposição de prestar

excepcional serviço, a despeito dos problemas diuturnos que os acometem, como as

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dificuldades do trânsito, cada vez mais congestionado e estressante, além da

insegurança e da violência que têm até mesmo ceifado a vida de alguns

companheiros.

Nada os esmorece: socorrem em emergências, auxiliam no transporte de

objetos, ajudam crianças e idosos. São sempre a mão amiga estendida a quem lhes

solicitar os préstimos.

Para os que nos visitam, são nossos mensageiros, traduzindo as

características e peculiaridades da pujante Curitiba. São eles que firmam a primeira

impressão sobre nossa gente e fazem conhecida nossa Capital, ao conduzir os

turistas aos locais que emprestam à cidade tanto destaque, não só nacional, como

também internacional.

Em troca, são privilegiados e se enriquecem com o contato com tantas

pessoas, das mais diferenciadas categorias, às vezes fazendo do trabalho uma

aventura, pelas histórias ouvidas, vividas e compartilhadas com os passageiros.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, desejo, por tudo isso,

cumprimentar os taxistas curitibanos pelo transcurso de seu dia, augurando-lhes

sucesso no exercício dessa nobre profissão.

Muito obrigado.

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A SRA. LÍDICE DA MATA (Bloco/PSB-BA. Pronuncia o seguinte discurso.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ontem pela manhã, esta Casa realizou

sessão solene em homenagem ao Dia Mundial do Turismo. Como ocorre todo ano,

desde 27 de setembro de 1980, a Organização Mundial do Turismo, define um

grande tema para reflexão e debate de todo o setor turístico mundial e objeto central

de mobilização no Dia Mundial do Turismo. Para este ano de 2010, o tema proposto

foi Turismo e diversidade biológica.

Por iniciativa da Deputada Professora Raquel Teixeira, Presidenta da

Comissão de Turismo e Desporto desta Casa, a sessão solene contou com a

presença do Ministro do Turismo, Luiz Barretto; do Secretário-Executivo do Fórum

Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo — FORNATUR, Marcos

Pompeu, e do representante do Conselho Nacional de Turismo, Cláudio Magnavita.

Entre outras importantes entidades do trade turístico, ali estavam representadas a

Associação Brasileira dos Agentes de Viagens, a Associação Brasileira de Cruzeiros

Marítimos, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo e a

Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação.

Em sua mensagem oficial, o Sr. Taleb Rifai, Presidente da Organização

Mundial do Turismo destacou a importância da biodiversidade para o turismo, em

particular para a inclusão das comunidades locais nos benefícios das atividades

turísticas.

Há muito tempo superamos a visão ingênua do passado de que o turismo

seria uma atividade sem impacto ambiental. Não existe, infelizmente, atividade

humana que não exerça maior ou menor impacto sobre o meio ambiente. Mas é

crescente a visão no setor de que apenas o desenvolvimento ambientalmente

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sustentável do turismo poderá oferecer uma perspectiva de futuro para a atividade,

bem como para a própria sobrevivência da humanidade.

No País, vivemos a expectativa da realização de dois dos maiores eventos

mundiais: a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e os Jogos Olímpicos e

Paraolímpicos, em 2016.

Na defesa de nossa candidatura perante a FIFA, foi proposta a realização de

uma copa verde. Se é evidente que eventos com essa envergadura já nos impõem

imensos desafios na área de infraestrutura, tais como mobilidade urbana, sistema

aeroportuário, estádios modernos, seguros e confortáveis e hotelaria de padrão

internacional, esses compromissos com a sustentabilidade ambiental nos trazem

novos e complexos desafios.

Entre esses desafios, destacam-se: assegurar prioridade ao transporte

coletivo e ao uso de biocombustíveis, priorizando alternativas como o veículo leve

sobre trilhos ou sobre rodas, monotrilho e metrô; assegurar a requalificação do

transporte ferroviário; incrementar a oferta de produtos orgânicos; promover o

ecoturismo e o turismo rural, e exigir a certificação ambiental para reforma ou

construção dos estádios e hotéis para aprovação de empréstimos em bancos

públicos.

Sabemos os caminhos a percorrer. Resta ao setor turístico nacional, ao setor

governamental e a toda a sociedade brasileira aceitar sem vacilação esses desafios,

para realizarmos uma Copa e uma Olimpíada dignas do novo Brasil que estamos

construindo.

Atos como o que foi promovido pela Comissão de Turismo e Desporto na

manhã de ontem, em comemoração ao Dia Mundial do Turismo, significam a

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confirmação desses compromissos por parte da Câmara dos Deputados, do

Governo Federal e do trade turístico.

Feito o registro, passo a abordar outro assunto, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, no dia 25 de novembro, Dia Internacional pela Não

Violência Contra a Mulher, o Governador da Bahia, Jaques Wagner, participou do

Ato Solene pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, em Salvador.

Esse ato fez parte da programação nacional realizada pelo Governo Federal,

por meio da Secretaria de Políticas para as Mulheres, em parceria com a Secretaria

de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia, e reafirmou o compromisso dos

Governos Federal e Estadual com o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência

Contra as Mulheres.

Durante a solenidade, o Governador Jaques Wagner entregou 22 carros para

Prefeituras de Municípios baianos, para auxiliar no combate à violência de gênero. O

ato contou também com a presença da Ministra da Secretaria de Políticas para as

Mulheres, Nilcéa Freire, que apresentou os avanços alcançados pelo Governo

Federal com as políticas públicas para as mulheres.

A celebração se encerrou com o show Por Uma Vida Sem Violência II,

comandado pela cantora Margareth Menezes.

Para concluir, Sr. Presidente, solicito a V.Exa. a divulgação deste

pronunciamento pelos canais de comunicação da Casa.

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O SR. WELLINGTON FAGUNDES (PR-MT. Pronuncia o seguinte discurso.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o setor industrial de Mato Grosso está

comemorando os 35 anos de criação da Federação das Indústrias no Estado. A

instituição congrega um dos setores que mais impulsiona o desenvolvimento de

Mato Grosso e que tem prestado um importante trabalho na elaboração de políticas

e programas para o setor.

A Federação das Indústrias nasceu em 25 de novembro de 1975 e para

comemorar o seu aniversário lançou um selo comemorativo e uma placa alusiva à

data, colocada na sede da instituição, em Cuiabá.

O selo personalizado será utilizado em todas as correspondências da

entidade encaminhadas ao Estado, às demais localidades brasileiras, e também nas

que forem enviadas ao exterior. Ele ilustra um Estado em franco desenvolvimento,

moderno e em vertiginoso crescimento. Quero aqui parabenizar o Presidente em

exercício do Sistema FIEMT, Jandir Milan, e o Diretor Regional dos Correios, Milton

do Nascimento, pelo evento.

Quero aqui ressaltar o papel do Governo do Estado, que tem adotado uma

competente política de incentivos para atração de novos investimentos.

E os resultados estão aí. Mato Grosso avança no sentido de transformar-se

num grande polo têxtil. Temos matéria-prima para isso. Somos o maior produtor de

algodão. Duas novas indústrias já estão instaladas no Estado — a Santana e a

Vicunha Têxtil.

Também estamos recebendo os investimentos da Cluster Bioenergia e da

BRENCO para a produção de etanol. O Grupo Votorantim está instalando mais uma

fábrica. E assim os exemplos são muitos.

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Enfim, quero deixar registrado aqui, Sr. Presidente, Srs. Deputados, os

parabéns à Federação das Indústrias e o nosso compromisso com esse setor para

avançarmos ainda mais no caminho do desenvolvimento e da geração de emprego e

renda.

Obrigado.

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O SR. ALEX CANZIANI (PTB-PR. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Comissão de Trabalho, de Administração e

Serviço Público vem desenvolvendo uma atividade além do trabalho de rotina. Nós

criamos o programa Trabalho em Debate, que consiste de um ciclo de palestras com

temas relacionados ao mercado de trabalho.

Já trouxemos três palestrantes de peso. O primeiro foi o professor,

empresário e escritor Carlos Alberto Júlio, que falou sobre Perspectivas para o

mercado de trabalho. O segundo foi o sociólogo e professor de relações do trabalho

da USP José Pastore, que falou sobre O futuro do trabalho para o jovem brasileiro.

E na nossa terceira palestra recebemos o empresário da área de recursos humanos

Bernt Entschev, que discorreu sobre Como construir a sua marca.

Em todas as palestras, convidamos alunos universitários. A TV Câmara

transmitiu ao vivo as três palestras. A repercussão entre os estudantes e o restante

do público superou as nossas expectativas.

Sr. Presidente, estou certo de que esse tipo de iniciativa faz a diferença. É

nossa contribuição para aqueles que têm interesse em aprender mais, em se

atualizar num mercado de trabalho tão competitivo, que exige cada vez mais do

profissional. Discutimos as profissões do futuro, a maneira como o jovem deve se

preparar para o mercado de trabalho e o modo como deve se diferenciar para

alcançar o sucesso.

Há muito tempo trabalhamos por uma educação de qualidade, por

acreditarmos que este seja o caminho para o desenvolvimento do País. Estamos

certos de que essa iniciativa da Comissão de Trabalho vem contribuindo para

aumentar o leque de conhecimento. Até o final do ano teremos mais uma palestra,

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que vai encerrar o ciclo de quatro a que nos propusemos. Será mais uma palestra

que jogará luz sobre o tema “mercado de trabalho”, contribuindo para uma educação

de qualidade e diferenciada.

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O SR. VITAL DO RÊGO FILHO (Bloco/PMDB-PB. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero começar este

pronunciamento relembrando frase de uma música composta por Renato Russo,

vocalista já falecido do conjunto musical Legião Urbana, imortalizada na voz de

Cazuza e que o Brasil inteiro cantou: “Que país é este?”.

Nas últimas semanas, esta foi a minha grande interrogação: “Que país é

este?”. Todos nós estamos vendo o noticiário da televisão dar conta da verdadeira

guerra urbana em curso no Rio de Janeiro, algo sem precedentes e que vem

estarrecendo o Brasil inteiro.

E essa guerra nos traz uma preocupação adicional: estamos às vésperas de

sediar a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, e, hoje, as imagens que o mundo

inteiro vê deste País são essas que a televisão tem mostrado, imagens que mais

lembram uma guerra civil, como as ocorridas recentemente no Iraque e no

Afeganistão.

Somos uma potência mundial, a oitava economia do planeta, um país de

destaque no bloco dos emergentes. Mas, por outro lado, estamos passando por

situação preocupante, e não apenas para nós, brasileiros, mas para o resto do

mundo também.

Essa caricatura social nos leva a uma corresponsabilidade, pois o dever de

buscar soluções para esse grave problema social está nas mãos não apenas da

Polícia Militar, do BOPE, da Polícia Civil e da Marinha, Força que em boa hora

entrou no combate. Também pesa sobre todos nós, Deputados e Senadores, a

responsabilidade de tomar providências.

É preciso que nos dediquemos a criar um novo Código de Direito

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Penitenciário, pois é justamente dos presídios que saem as ordens para a

bandidagem agir. Temos de criar ainda uma política nacional de combate às drogas,

uma política eficaz de enfrentamento às drogas também como um problema de

saúde pública. Só assim vamos extirpar esse mal, pois a droga é a origem do tráfico

e é o que gera tudo isso.

Está feito o alerta e também um pedido para envidarmos esforços para

combater a criminalidade, em nome de um Brasil tranquilo para os brasileiros e para

todos os visitantes estrangeiros.

Mas, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho também a esta tribuna

manifestar meu apoio e um abraço amigo à família Gadelha que, no início da última

quinta-feira, dia 25, recebeu a triste notícia do falecimento do querido ex-Prefeito de

Sousa, Salomão Gadelha, vítima de trágico acidente automobilístico.

Nessa hora de pesar, quero tecer aqui minha singela homenagem a Salomão

Gadelha, expondo um pouco de sua vida particular e de sua trajetória política:

1957 - Salomão Gadelha nasce em Sousa, em 29 de agosto. Filho de José de

Paiva Gadelha e Miriam Benevides Gadelha, é o caçula de sete irmãos e uma irmã.

1960 - Brasília é inaugurada. Jânio Quadros é eleito Presidente da República.

Jango é seu Vice. Na Paraíba, Pedro Gondim se elege Governador com ampla

maioria. Zabilo Gadelha, tio de Salomão, é o Vice.

1963 - Salomão Gadelha faz seu primeiro discurso, aos seis anos de idade,

em prol da candidatura de Felinto da Costa Gadelha, primo legítimo de seu pai e avô

de sua esposa, Aline. Feliz ironia em diversos sentidos, visto que Felinto, ou como

era mais conhecido, Cozinho, foi o Prefeito que levou água encanada à cidade de

Sousa. Anos mais tarde, Salomão seria o Prefeito a levar água de graça para a

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população carente da Cidade Sorriso, por meio da criação do Departamento de

Águas e Esgotos de Sousa (DAESA).

1966 - Seu pai, José de Paiva Gadelha, é eleito Deputado Federal pelo

recém-fundado Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Também foram eleitos, no

mesmo ano, o senador Ruy Carneiro e os sousenses Antonio de Paiva Gadelha, seu

tio, e Laércio Pires de Sousa, todos pelo MDB.

1968 - Salomão Gadelha é aprovado no concurso de admissão ao ginásio e

ingressa na primeira série ginasial do Colégio Comercial Cônego José Viana.

1970 - São eleitos Deputados Federais por Sousa Marcondes Gadelha

(MDB), seu irmão, e Antonio Mariz (ARENA). Também são eleitos por Sousa os

Deputados Estaduais Ananias Gadelha, tio de sua esposa, Aline; Laércio Pires

(MDB) e Eilzo Nogueira Matos (ARENA).

1970 - O Brasil é tricampeão do mundo. Salomão assiste à final da Copa do

Mundo de Futebol ao lado dos irmãos Paulo, Marcondes e Dalton Gadelha, na

cidade de Sousa.

1971 - Salomão é eleito Presidente do grêmio secundarista de Sousa e,

juntamente com Lucio Mattos, Ricardo Gadelha e Lauremília Lucena, realiza a I

Semana Secundarista de Sousa.

1972 - Transfere-se para Recife e inicia o curso científico no Colégio Torres,

pertencente ao famoso gramático Manoel Torres, paraibano de Catolé do Rocha.

1973 - Salomão Gadelha conhece pessoalmente o grande escritor Ariano

Suassuna, que proferiu palestra em sua sala de aula, no Colégio Torres.

1974 - Dos 22 Estados brasileiros, o MDB vence as eleições para o Senado

em 16. Em Pernambuco, Salomão engaja-se na campanha de Marcos Freire para o

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Senado e também participa da campanha de Senador de Ruy Carneiro, na Paraíba,

bem como da dos irmãos Paulo e Marcondes, respectivamente candidatos a

Deputado Estadual e Federal, ambos saindo vitoriosos do pleito.

1975 - É aprovado em primeiro lugar para o curso de Direito na Universidade

Católica de Pernambuco e em sétimo lugar no vestibular unificado de Pernambuco e

eleito representante de turma.

1976 - Salomão é eleito presidente de classe mais uma vez e inicia a luta pela

reabertura dos Diretórios Acadêmicos da Universidade Católica de Pernambuco.

1977 - Após dez anos de fechamento, os DAs são reabertos e eleições

convocadas. Salomão é eleito Presidente do Diretório Acadêmico do Centro de

Ciências Sociais da UNICAP, com 82% dos votos, numa eleição que envolveu 18

cursos, nos quais estavam inseridos 4 mil alunos. Encampa, ao lado de Raul

Jungmann e Paulo Resende, a luta pela libertação do preso político Cajá. Lidera

diversas manifestações pela revogação do AI-5 e do Decreto-Lei nº 477, que proibia

debates políticos nos colégios e universidades e permitia a cassação de direitos

estudantis.

1978 - Nasce sua primeira filha, Mirella, em Recife, fruto do seu casamento

com a escritora Marília Arnaud. Integra a coordenação geral das campanhas de

Jarbas Vasconcelos (MDB) ao Senado; Roberto Freire, à Câmara dos Deputados, e

Mano Teodósio, à Assembleia Legislativa de Pernambuco. Também participa

ativamente das campanhas de Humberto Lucena, ao Senado; Marcondes Gadelha,

à Câmara dos Deputados, e Paulo Gadelha, à Assembleia Legislativa, na Paraíba.

1979 - Conclui o curso de Direito, sendo eleito orador de turma. Pronuncia

discurso no Teatro de Parque. É eleito orador geral de todos os cursos da

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Universidade Católica de Pernambuco e realiza contundente pronunciamento contra

a ditadura militar, denunciando as duras violações aos direitos humanos promovidas

durante o regime, na presença do general comandante do Quarto Exército,

integrante da Mesa. Participa da comissão organizadora do comício de recepção ao

ex-Governador Miguel Arraes, que, em razão da Lei de Anistia, retornava ao Brasil

depois de longo exílio, e de grande comício no Largo de Santo Amaro.

1980 - Retorna a Sousa, assume a gerência-adjunta da Algodoeira André

Gadelha Ltda. e passa a lecionar a disciplina de Direito Penitenciário na Faculdade

de Direito de Sousa. Também ensina Direito Usual e Legislação aplicada no curso

de técnico em contabilidade do Colégio Comercial Cônego José Viana. O papa João

Paulo II visita o Brasil.

1981 - Inaugura a Rádio Jornal de Sousa. Em 14 de novembro, morre o seu

pai, José de Paiva Gadelha, vítima de enfisema pulmonar.

1982 - Há eleições gerais no Brasil, exceto para Presidente da República.

Salomão coordena as campanhas de Marcondes Gadelha, ao Senado; Doca

Gadelha, à Assembleia Legislativa; Cozinho Gadelha, à Prefeitura, e Tarcísio Burity,

à Câmara dos Deputados, todos vitoriosos pelo PDS.

1983 - É eleito Presidente do Sindicato das Indústrias de Beneficiamento de

Algodão da Paraíba e passa a integrar o Conselho da Federação das Indústrias do

Estado da Paraíba.

1984 - Hospeda em sua residência em Sousa o Ministro Mário Andreazza,

pré-candidato à Presidência da República.

1985 - Idealiza e põe em prática o Projeto Juventude, que propicia atividades

culturais para jovens.

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1987 - É eleito 1º Vice-Presidente da Associação dos Maquinistas de Algodão

do Nordeste (AMANE), com sede em Fortaleza.

1988 - É promulgada a Constituição Cidadã. Na noite de Natal, noiva com sua

futura esposa, Aline Pires Gadelha. Idealiza e inaugura a Rádio Líder FM.

1989 - Assume a função de primeiro juiz classista da então Junta de

Conciliação e Julgamento de Sousa, representando os empregadores. Casa-se com

Aline Pires Gadelha. Nasce a sua filha Myriam. Depois do imbróglio jurídico Sílvio

Santos/Marcondes Gadelha, Fernando Collor é escolhido Presidente da República,

após 29 anos sem eleições diretas.

1990 - É eleito pela terceira vez Presidente do Sindicato das Indústrias de

Beneficiamento de Algodão da Paraíba.

1991 - Nasce o seu filho José Lafayette.

1994 - O Brasil é tetracampeão mundial de futebol. Salomão assiste à final da

Copa do Mundo com seus filhos e sua mãe, Miriam Gadelha. Antônio Mariz e

Marcondes Gadelha fazem as pazes. Sousa unida consegue eleger seu primeiro

Governador.

1997 - Inicia as obras do Cotton Shopping Center.

1998 - Falece sua mãe, Miriam Benevides Gadelha. Marcondes Gadelha volta

à Câmara dos Deputados.

1999 - Nasce sua filha Maria Alice.

2000 - Disputa e vence sua primeira eleição para Prefeito de Sousa. Morre

seu irmão Doca Gadelha, brilhante Deputado, advogado e professor universitário.

2002 - Assume a Presidência do Consórcio de Turismo Intermunicipal do Vale

dos Dinossauros. Lula é eleito pela primeira vez Presidente da República. A saúde

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de Sousa é municipalizada graças aos esforços e à visão desbravadora de Aline

Gadelha.

2004 - É reeleito Prefeito de Sousa, com confortável maioria.

2005 - É eleito membro do Diretório Estadual do PMDB na Paraíba.

2006 - É eleito Presidente da União Nordestina de Prefeitos, no 2º Encontro

Nordestino de Prefeitos, realizado na cidade de Natal. Os serviços de água e esgoto

de Sousa são municipalizados. É recebido pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Coordena, junto com sua esposa, Aline, as candidaturas de Marcondes e Leonardo

Gadelha, ambos são eleitos. Falece Aline Gadelha, em 7 de dezembro de 2006.

2007 - É inaugurado em Sousa o Centro Cultural Banco do Nordeste, com a

presença do Ministro da Cultura, Gilberto Gil. O petróleo da Bacia do Rio do Peixe é

licitado. Como Presidente da UNEP, realiza o 3º Encontro Nordestino de Prefeitos,

em Recife. Promove, em João Pessoa, o 1º Seminário Interdisciplinar de Políticas

Públicas para a Geração de Energia Solar.

2008 - Último ano de mandato. Construído o Centro de Tradições Ciganas em

parceria com a ELETROBRAS. Realiza o 4º Encontro Nordestino de Prefeitos, em

Fortaleza. Promove o 2º Seminário Interdisciplinar de Políticas Públicas para

Geração de Energia Solar, em Natal, e o 3º Seminário Interdisciplinar de Políticas

Públicas para Geração de Energia Solar, em Brasília.

2009 - Inaugura seu escritório de advocacia em João Pessoa. É lançado

candidato a Deputado Estadual na convenção do PMDB em Sousa. É reeleito

membro do Diretório Estadual do PMDB na Paraíba.

2010 - No dia 6 de fevereiro, nasce sua primeira neta, Marina, filha do médico

Gustavo Andrade e de sua filha Mirella Gadelha.

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Salomão Gadelha falece aos 53 anos, deixando três filhos e a recém-chegada

neta Marina. Sua morte enluta a família, os amigos e a população de Sousa,

Município de que foi Prefeito por dois mandatos.

Dessa forma, nobres colegas, rendo minha homenagem a Salomão Gadelha,

um dos grandes representantes da política paraibana, externando mais uma vez

meu afetuoso e fraterno abraço à família enlutada, ao povo de Sousa e a todos que

o admiravam.

Que o conforto e o consolo que vêm de Deus sejam refúgio e refrigério a

todos neste momento de tristeza profunda.

Passo a abordar outro assunto, Sr. Presidente. Sras. e Srs. Deputados,

demorou, mas aconteceu finalmente: o Governo anunciou amplas mudanças no que

diz respeito à regulação do mercado de cartões de crédito que começarão a valer a

partir de 1º de junho de 2011. A principal delas é determinação de um limite mais

alto para o pagamento mínimo da fatura, que, a partir de junho, será de 15% e, a

partir de dezembro de 2011, de 20%. A intenção, segundo o Banco Central, é evitar

o superendividamento das famílias.

Atualmente, a prática do mercado é o pagamento de, no mínimo, 10% da

fatura, mas isso é apenas uma convenção, não uma norma. A Diretoria de Política

Monetária do Banco Central acredita na eficácia da medida para reduzir o nível de

endividamento dos usuários de cartões de crédito, a despeito dos altos juros

praticados na rolagem desse tipo de dívida. Todavia, o limite para pagamento

mínimo poderá ser revisto ao longo do tempo.

O número de tarifas cobradas pelas operadoras de cartões é outra alteração

relevante nas regras do mercado de cartões. Com a redução do número de tarifas

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autorizadas a serem cobradas, os clientes pagarão apenas cinco das cerca de 80

hoje existentes, conforme ficou definido pelo Conselho Monetário Nacional. São

elas: anuidade, emissão de segunda via de cartão, utilização de saque na função

crédito, pagamentos de contas e, quando houver necessidade, avaliação

emergencial do limite de crédito. Essa regra, assim como as demais, passa a vigorar

em junho de 2011 para os cartões emitidos a partir desta data. Para os cartões já

existentes, a migração ocorrerá um ano depois, em junho de 2012. Esse

cronograma só não vale para o novo limite de pagamento mínimo, que atingirá todos

os cartões, novos e antigos.

Ao reduzir para cinco o número de tarifas e padronizá-las, o Governo busca

garantir aos consumidores a possibilidade de compararem preços e escolherem o

que melhor lhes convier. Além disso, os operadores de cartão terão de enviar aos

clientes um extrato detalhado sobre as despesas com tarifas, juros e encargos. E,

mais: terão de deixar claro aos clientes o custo efetivo total das operações de crédito

contratadas (juros e encargos cobrados, em termos percentuais).

Outra novidade nesse mercado definida pelo CMN foi a definição de dois tipos

de cartões de crédito: o “básico”, para clientes que só desejarem realizar as

operações clássicas de pagamento à vista ou parcelado de bens e serviços em

estabelecimentos credenciados; ou o “diferenciado”, modalidade mais sofisticada,

que vai incorporar em sua anuidade os custos dos benefícios adicionais, como os

programas de milhagem.

O cartão “básico” terá, obrigatoriamente, anuidade mais barata do que a do

“diferenciado”. Além disso, os cartões básicos nacionais terão anuidade mais barata

do que o básico autorizado para uso no exterior, o mesmo ocorrendo com o cartão

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diferenciados.

O Conselho Monetário Nacional também proibiu o envio de cartão sem pedido

expresso do cliente, prática já era vedada pelo Código de Defesa do Consumidor.

O JPMorgan Chase, a maior empresa de cartões de crédito do País, reclama

das novas regras que limitam o aumento de taxas e juros dos cartões, sob a

alegação de que a nova lei poderá causar prejuízos de até 750 milhões de reais este

ano. Para conter esse prejuízo, as empresas poderão aumentar outras taxas, como

a de transferência de balance, adiantamento de dinheiro e outras.

As novas regras não proíbem totalmente as empresas de buscarem clientes

menores de 21 anos, mas especialistas em Direito do Consumidor têm criticado o

marketing violento direcionado aos jovens, que pode acabar fazendo com que eles

entrem em dívidas cedo, sem pensar nas consequências. Com a nova lei, será

proibido aprovar um cartão para menores de 21 anos, sem uma segunda assinatura

e sem comprovação de renda.

Essas novas regras têm significativa relevância face aos estudos feitos a

cerca do endividamento da população e que visam à adequação das normas à

legislação consumidora.

Era o que tinha a dizer.

A todos, o meu muito obrigado.

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O SR. VANDER LOUBET (PT-MS. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a morte do radialista Rui Pimentel trouxe

consternação geral e abriu uma grande lacuna no jornalismo brasileiro. A esse

respeito, já tive a oportunidade de dizer que é difícil encontrar palavras para

expressar a grandeza de alguém que fez da profissão um sacerdócio e que, ímpar

como figura humana, soube disseminar na sociedade as possibilidades de um

mundo generoso, fraterno e justo.

Aos 65 anos, o baiano Rui Pimentel sofreu uma parada cardíaca na manhã do

dia 18 de novembro, quinta-feira, na CTI da Clínica Campo Grande, onde havia sido

internado para tratar de um enfisema pulmonar.

Seu nome verdadeiro era Rui Alves de Araújo, estava radicado em Mato

Grosso do Sul desde 1975 e foi um dos principais agentes do fortalecimento e da

projeção do jornalismo radiofônico do Estado, principalmente na área esportiva.

Dono de diversos prêmios locais e nacionais, como o Bola de Ouro, e alvo de

honrarias diversas, entre as quais os títulos de Cidadão Sul-Mato-Grossense e

Cidadão Campo-Grandense, Rui Pimentel foi campeão em coberturas de eventos

internacionais, transmitiu diversos campeonatos mundiais e nacionais de futebol. Era

também um respeitado e mordaz crítico social e político, campeão de audiência nas

emissoras em que trabalhou, a última delas a Capital FM, de Campo Grande, na

qual era âncora do Tribuna Livre, um dos programas de maior audiência durante

anos.

Acredito, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, que os exemplos de

Pimentel serão mantidos pelas gerações futuras. O radiojornalismo de Mato Grosso

do Sul tornou-se mais forte e mais respeitado, dentro e fora de seu território, graças

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a pessoas como ele. Rui Pimentel sempre respeitou, valorizou e estimulou os

profissionais locais, foi um incentivador de novos talentos e amava aquele Estado

com todas as forças.

Perdemos uma excepcional figura humana, mas o céu ganhou uma alma

iluminada cujas lições permanecerão encorajando e oxigenando a caminhada dos

que ficaram.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

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O SR. SANDES JÚNIOR (PP-GO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, temos hoje em nosso País um número bastante

significativo de pessoas portadoras de diabetes mellitus. São brasileiros de todas as

idades, etnias e classes sociais. Sofrem diariamente com essa doença que, se não

os limita totalmente para uma vida social produtiva, faz com que fiquem à mercê de

medicamentos e de alimentação bastante controlada para que tenham uma vida

social limitada.

O diabetes pode provocar cegueira, é impeditivo para a realização de

cirurgias devido a questões de coagulação e ainda pode ser agente indutivo para

lesões de alta gravidade motivadas por problemas circulatórios. Neste quesito, um

dos pontos mais atingidos são as extremidades, notadamente os pés. O diabético é

altamente propenso a sofrer lesões nos dedos que podem induzir posteriormente até

mesmo à amputação total do membro afetado.

Uma das formas de prevenir essas lesões nos pés é com o uso de palmilhas

e sapatos especiais. Mas ocorre que esse tipo de produto tem custo mais elevado

do que de sapatos normais. O resultado é que seu uso acaba ficando restrito a uma

parcela menor de nossa população. A pessoa com menor poder aquisitivo acaba

ficando mais sujeita a ter essas terríveis lesões.

Pensando nesse problema que afeta milhões de pessoas é que propus, nesta

Casa de leis, um projeto para que o Sistema Único de Saúde — SUS forneça esse

tipo de sapato e palmilha aos brasileiros que deles necessitam. Esse fornecimento

será gratuito, após avaliação e indicação médica. Recursos para isso existem e creio

que o projeto de lei possa ser aprovado ainda este ano e ser colocado em prática já

no início do ano vindouro.

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Acredito que essa nova legislação irá se associar ao que vem sendo proposto

pela candidata Dilma Rousseff que, em seus programas eleitorais, se compromete

em fornecer remédios para os diabéticos brasileiros de forma também gratuita nos

milhares de postos de atendimento da rede de farmácias populares hoje existentes

em todo o território nacional.

Essas duas medidas, senhoras e senhores — o fornecimento de

medicamentos e de palmilhas e sapatos especiais aos diabéticos brasileiros —, vai

proporcionar-lhes uma vida muito mais saudável. Os custos dessas duas iniciativas

para o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, vão se pagar apenas com

a redução de internações e cirurgias amputativas, que serão evitadas. Investiremos

por um lado e economizaremos muito mais por outro, sem contar a qualidade de

vida que será preservada.

Por tudo isso, venho solicitar a meus pares nesta Casa maior empenho para

que votemos ainda nesta Legislatura essa tão importante lei em defesa de nossos

irmãos diabéticos.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

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O SR. PAULO DELGADO (PT-MG. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, imaginem 28 possibilidades de cardápio para o

almoço na cabeça de uma cozinheira, 28 nomes de batismo para um filho ou quase

três dezenas de diagnósticos brotarem de uma junta médica. Não haverá almoço, o

nome do rebento acabará sendo sorteado, e o paciente morrerá depois de ser

operado do que não tinha. Não é normal!

Pergunto: existem 28 maneiras diferentes para se governar o Brasil? Por que

é possível tolerar a existência de quase três dezenas de partidos capazes de eleger

para o Congresso Nacional arremedos de bancadas? A política sem sentido de

ordem é cobiçada pelo mundo feudal da representação de interesses particulares

dos que compram mandatos. Enquanto isso, os partidos políticos cuidam de si,

estimulando a dissociação entre eleição, episódios monetários e ação política, um

problema contornável de gestão de ambições. Assim, acumulam perícia para a

autossobrevivência. O que se vê é um clube privado onde o medo de inovar se

soma à indisposição para a crítica negativa.

Os principais mecanismos legais que levaram a esse estado de coisas têm

farta contribuição da Justiça, que, em decisões erráticas, impede a mudança do

quadro atual. Férrea visão de tribunais superiores considera inconstitucional exigir

que um partido tenha um número mínimo de votos, 5%, para existir e ser nacional.

Na prática, tornou-se irrelevante o principio da quantidade de votos para se ter

representação política. Viramos o paraíso legal da legenda de aluguel.

Da mesma maneira, o presidencialismo de cooptação, filho problemático da

Constituinte, fez da adesão política, por medo de desestabilização parlamentar, um

critério mais importante para formar um governo do que a capacidade técnica — ou

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política, evidentemente — do convidado para o exercício da função. É justo

reconhecer que apoio verdadeiro é aquele dado quando se precisa! Mas, se é bom

que o aliado seja amigo, melhor que ele seja bom.

No Legislativo, é um escândalo predominar o compadrismo, prática que

impede dar racionalidade ao quadro partidário, destrói os partidos relevantes que a

democracia brasileira conseguiu formar nos últimos anos e os substitui por caricata

plutocracia parlamentar.

Coligação proporcional, não exigência mínima de votos para existir e compra

de votos são a cara da bagunça partidária e eleitoral e seu balaio de gatos, artistas,

atletas, religiosos, ratos e até políticos por vocação. Verdadeira sopa de legendas se

apresenta ao eleitor como partido único, numa engenharia construída com esmero

pelas direções partidárias em busca de tempo de televisão para campanhas

majoritárias. Mãe da ficção do partido sem eleitor, tal aberração dá vida a mais de

duas dezenas de legendas em fricção no Congresso Nacional, todas atrás de três

coisas principais: participar do milionário fundo partidário, vender o horário eleitoral

gratuito e ajudar a produzir crises políticas artificiais para arrancar concessões reais

do Governo.

Os inconvenientes da tolerância à abundância de erros são

incomparavelmente maiores do que os da injustiça e da miséria a longo prazo. O

sistema partidário e sua resistência à mudança são a fina flor da conivência com as

mazelas do País. E isso pode, em situações de crise, bloquear o recurso à política,

colocando em risco a legitimidade da democracia.

Fazer-se excessivamente importante é o ardil da má política, e a boa política,

como representação de interesses gerais, aceita ser relativamente importante. Uma

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combinação de cegueira institucional, dispersão do foco de atenção sobre

problemas reais e apego obstinado ao status quo entre as elites do Estado mantêm

a diversidade partidária como sinônimo de vitalidade democrática, quando não

passa de caos instrumentalizado.

Para o cidadão que vive a vida real não há mais valores na política. E isso

constitui princípio desastroso para as relação humanas e para o progresso material

e espiritual. Um símbolo de prestígio que vira símbolo de estigma passa

rapidamente de atividade desacreditada para “desacreditável” e atrai pessoas

indiferentes à reputação.

Salvar a política do estigma do descrédito é dever dos partidos políticos reais

e essencial contribuição ao novo Governo que se inicia com esperança.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

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O SR. MARCOS MONTES (DEM-MG. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o tema “aborto” foi debatido de forma crescente

nesse pleito eleitoral. Esse é um caso de saúde pública. O assunto assumiu tom

religioso e tomou conta do debate político, mas morreu no nascedouro. Na condição

de cristão, médico e homem público, serei sempre contra essa prática. Por isso,

acredito que não devemos esquecer essa discussão que envolve vidas de seres

indefesos.

A discussão sobre esse tema deve se concentrar nas causas que levam a tal

pratica. É necessário saber onde e como são feitos esses abortos ilegais e acabar

com a venda indiscriminada de medicamentos. Clínicas que realizam abortos ilegais

devem ser monitoradas e devidamente punidas. Devemos ter cautela para não criar

um clima unicamente religioso em relação a esse delicado assunto. Precisamos

ouvir os diversos setores antes de tomar qualquer decisão. Somos um país

gigantesco, com crenças e valores socioculturais imensuráveis, que não podem ser

desprezados na discussão.

Defendo a inclusão de normas de ordem penal e civil no Estatuto da Criança

e do Adolescente para proteção dos nascituros e de suas mães. Ressalto ainda que

qualquer movimento nesse sentido deve sempre ter como foco a preservação da

vida intrauterina e da mulher. Por esse motivo, penso que, por uma questão

simétrica, o comércio ilegal de medicamentos abortivos deve ser combatido com o

mesmo rigor com que se combate o tráfico de drogas. Da mesma forma, devem ser

punidos aqueles que usarem qualquer artifício para induzir à prática abortiva ou

forçá-la.

Esse assunto foi posto em debate de forma equivocada, mas nem por isso

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devemos abandoná-lo sem uma discussão aprofundada. Esse é um problema de

saúde pública e de polícia e ocorre no mais elevado grau de perversidade, pois

acontece no seio de milhares de famílias, trazendo às mulheres danos muitas vezes

irreparáveis. Logo, como o direito à vida é uma conquista irrenunciável da

humanidade, temos de criar mecanismos capazes de impedir o seu cerceamento.

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O SR. EUNÍCIO OLIVEIRA (Bloco/PMDB-CE. Pronuncia o seguinte discurso.)

- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, há vários dias o Ceará está em festa, unido

na celebração do centenário de nascimento da sua maior escritora: Rachel de

Queiroz.

Natural de Fortaleza, onde nasceu em 17 de novembro de 1910, Rachel de

Queiroz consagrou-se nacionalmente como pioneira do romance do Nordeste.

Em 1930, ao publicar O Quinze, obra que a fez conhecida em todo o País,

Rachel de Queiroz tinha apenas 20 anos de idade. Num estilo simples, sem adorno,

que anunciava a prosa da futura cronista e, ao mesmo tempo, assimilava uma linha

expressiva de tendência moralista, esse livro narra a historia de um grupo de

retirantes, o vaqueiro Chico Bento e a sua família, ao redor do qual se move a

sociedade dos fazendeiros e dos colonos perseguidos no sertão pela famosa seca

de 1915.

Recebida com referências elogiosas pela critica nacional, a obra O Quinze

levou Rachel de Queiroz a, em 1927, fixar-se no Rio de Janeiro, onde iniciou

vitoriosa trajetória no jornalismo brasileiro como cronista cintilante. Na avaliação da

escritora norte-americana Luciana Stegagno Picchio, autora do livro História da

Literatura Brasileira, Rachel manteve-se sempre fiel, por um lado, à temática

regional nordestina e, por outro, à problemática feminista, tema que, posteriormente,

explorou com finura e com intrusão de material autobiográfico.

As etapas seguintes da sua atuação no campo cultural foram marcadas pela

publicação de contos e romances, a saber: João Miguel (1932), retratando o

ambiente natural e humano cearense; Caminho de Pedras (1937), obra em que se

faz mais forte a instância política e social, com acentuada influência trotskista; As

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Três Marias (1939); Lampião (1935); A Beata Maria do Egito (1958), e as crônicas: A

Donzela e a Moura Torta (1948); Crônicas Escolhidas (1958); O brasileiro perplexo

(1963); O caçador de tatu (1967), em que se revelou mestre no gênero; Dora

Doralina (1967), romance de amor; As meninas e outras crônicas (1976), e o

consagrado Memorial de Maria Moura (1992).

Sua primeira peça para o teatro, Lampião, foi montada no Teatro Municipal,

no Rio de Janeiro, e no Teatro Leopoldo Fróes, em São Paulo, no ano de 1953,

quando foi agraciada com o Prêmio Saci, conferido pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Em 1957, recebeu da Academia Brasileira de Letras e Prêmio Machado de

Assis.

No ano de 1964, ganhou projeção internacional com a publicação de As Três

Marias em língua inglesa, pela University of Texas Press, com ilustração do

consagrado pintor Aldemir Martins. Em 1978, o seu livro de estreia na literatura

brasileira, O Quinze, foi publicado no Japão, pela Editora Shinsekaisha, e na

Alemanha, pela Suhrkamp. Dois anos depois, em 1980, a editora francesa Stock

lançou Dora e Doralina. Nesse mesmo ano, deu-se o seu lançamento no cinema,

com direção e adaptação de Pery Sales.

O ápice da trajetória literária dessa escritora cearense, porém, deu-se em 4

de agosto de 1977, quando por 23 votos a 15 e um em branco, venceu o

consagrado jurista brasileiro Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda e se tornou a

primeira mulher a ser eleita para a Academia Brasileira de Letras, ocupando, em 4

de novembro de 1977, a Cadeira nº 5. Essa cadeira, fundada por Raimundo Correia,

tem como patrono Bernardo Guimarães e foi ocupada sucessivamente pelo médico

Oswaldo Cruz, pelo poeta Aloísio de Castro e pelo jurista, critico e jornalista Cândido

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Mota Filho.

Em 1985, foi inaugurada em Ramat Gan, Tel Aviv, em Israel, a creche Casa

de Rachel de Queiroz, e O Galo de Ouro, publicado em livro. Quatro anos depois,

em 1989, a Editora José Olympio lançou, em cinco volumes, sob o título Obra

Reunida, todos os livros que Rachel publicara até então.

Em 1993, recebeu dos Governos do Brasil e de Portugal o Prêmio Camões e,

da União Brasileira de Escritores, o Juca Pato, sendo ainda destaque o lançamento,

pela Siciliano, de sua obra completa.

Em 1995, iniciou seu livro de memórias, escrito em colaboração com a irmã,

Maria Luiza, publicado posteriormente com o titulo Tantos Anos.

Publicou ainda, em parceria, o romance Brandão entre o mar e o amor, com

José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Aníbal Machado e Jorge Amado; O mistério

dos MMM (romance policial, 1962), com Viriato Corrêa, Dinah Silveira de Queiroz,

Lucio Cardoso, Herberth Sales, Jorge Amado, José Condé, Guimarães Rosa,

Antônio Callado e Orígenes Lessa; Luís e Maria (cartilha de alfabetização de

adultos, 1971), com Marion Vilas Boas Sá Rego; Meu Livro de Brasil (Educação

Moral e Cívica 1º Grau, volumes III, IV e V, 1971), com Nilda Bethlem, e O Nosso

Ceará(1994), Tantos Anos (1998) e Não me Deixes — Sua história e sua cozinha

(2000), com a irmã Maria Luiza Queiroz Salek.

Em sua intensa atividade cultural, Rachel de Queiroz traduziu para o

português 44 obras clássicas (romances), sendo a primeira em 1942, Mansfield

Parlz, de Jane Austen, e a última, em 1944, Memorial, de Leon Tolstoi. Nesse

mesmo ano, deixou de colaborar nos jornais Correio da Manhã, O Jornal e Diário da

Tarde, passando a ser cronista exclusiva da famosa revista O Cruzeiro, condição em

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que permaneceu até 1975.

Apesar de todo o sucesso conquistado fora de seu Estado natal, jamais

esqueceu o Ceará. Passava boa parte do ano na fazenda Não me Deixes, no

Município de Quixadá, onde, segundo costumava dizer, “encontrava uma paz de

espírito incomparável”.

Em 4 de novembro de 2003, enquanto dormia numa rede, Rachel de Queiroz

faleceu na cidade do Rio de Janeiro, onde viveu a maior parte de sua existência.

Deixou, aguardando publicação, o livro Visões: Maurício Albano e Rachel de

Queiroz, uma fusão de imagens do Ceará fotografadas por Maurício com textos da

autora de O Quinze.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, se viva estivesse, Rachel de Queiroz

teria completado, em 17 de novembro corrente, 100 anos de idade. E o centenário

de seu nascimento está sendo lembrado nacionalmente de forma consagradora, a

exemplo da grandiosa homenagem da Academia Brasileira de Letras, instituição da

qual foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira. Sua memória está sendo

reverenciada por redes nacionais de televisão, com programações especiais, e pelos

principais e maiores jornais e revistas do País.

No Congresso Nacional, o Senado da República prestou-lhe homenagem, em

sessão magna, e a Câmara dos Deputados registrou, na sexta-feira, 19 de

novembro, calorosos pronunciamentos de representantes de todos os partidos a seu

respeito.

No Ceará, sua terra natal, o centenário de nascimento de Rachel de Queiroz

vem sendo celebrado com uma sucessão de lançamentos de livros, premiações,

saraus literários e sessão solene na Academia Cearense de Letras, além de

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homenagens da Assembleia Legislativa e da Câmara Municipal.

Em Fortaleza, as homenagens estão sendo coordenadas e realizadas pelo

prestigioso grupo de comunicação O Povo e pela Fundação Demócrito Rocha, em

parceria com a Academia Cearense de Letras.

Ainda na linha de festa literária, a Editora Armazém da Cultura lança o livro

inédito de Rachel intitulado Serenata, reunindo poemas publicados entre 1925 e

1930 em jornais e revistas cearenses. O manancial foi entregue à editora pelo

bibliófilo José Augusto Bezerra, que dirige o Memorial Rachel de Queiroz.

Inúmeros outros eventos vêm se sucedendo, evidenciando o orgulho dos

cearenses com a projeção nacional e internacional de Rachel de Queiroz como

romancista, cronista e jornalista.

Homenagens justas e merecidas. E a elas me associo desta tribuna, certo de

que, assim, estou a traduzir também a solidariedade do povo cearense, orgulhoso

da sua romancista e da sua ascensão vitoriosa à Academia Brasileira de Letras.

Faço-o, sobretudo, na condição de admirador do seu extraordinário talento, do seu

espírito de criatividade, da sua erudição; de admirador do seu trabalho, desde

quando se tornou pioneira do romance do Nordeste, e de admirador da jornalista

atuante em alguns dos principais e maiores jornais e revistas brasileiras e também

da sua erudição, que propiciou a tradução para a língua portuguesa de mais de 40

clássicos da literatura universal, o que fez sempre com reconhecida fidelidade e

competência.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ao concluir, resta-me dizer que, por

seus méritos pessoais, Rachel de Queiroz igualou-se aos maiores nomes das letras

do Ceará e do Brasil: José de Alencar, Farias Brito, Clóvis Beviláqua e Capistrano

de Abreu, expoentes maiores da cultura nacional em suas áreas de atuação.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. FÉLIX MENDONÇA (DEM-BA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, há duas décadas o cacau vem enfrentando

grandes dificuldades quanto ao seu manejo e produção.

A cabruca é a forma de plantio do cacau no sul da Bahia e consiste um

sistema ecológico de cultivo agroflorestal. Baseia-se na substituição de estratos

florestais por uma cultura de interesse econômico, implantada no sub-bosque de

forma descontínua e circundada por vegetação natural, não prejudicando as

relações mesológicas com os sistemas remanescentes.

Nessa toada, o cacau possui o status de fruto verde, e sua plantação é

classificada como ecológica.

Partindo dessa premissa a Central Nacional dos Produtores de Cacau, no

último dia 10 de novembro, reuniu-se em Itabuna, na sede da AMURC, com

importantes nomes da cultura do cacau, a exemplo de Edward Bastos de Oliveira,

Kátia Curvelo, Dan Lobão, Miguel Tanure Correia, Hauri Azevedo, Valdir Ribeiro,

Glauber Peixoto, José Vivaldo Peixoto, Marcelo Batista dos Santos, Adailton Ferraz

do Prado, Frederico Vesper S. Rodrigues, Walter Santos Magalhães Junior, Walson

Araújo, Valdemir José dos Santos, Paulo Roberto Ferreira, Wallace Setenta, com

objetivo de criar a Frente Cacau Bahia, em que se propõe um programa exequível

que possibilite a recuperação da cacauicultura baiana em bases sustentáveis.

Para tanto, é imprescindível implantar um programa capaz de compatibilizar

crescimento com conservação e preservação do Bioma Mata Atlântica e

ecossistemas associados baseado no conhecimento da natureza e que, para isso,

inclua, financiamento agroambiental que estenda os benefícios a pelo menos 90%

dos produtores. Além disso, deve tal programa promover o desenvolvimento de

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atividades agrícolas lastreadas na conservação produtiva que propiciem ou

estimulem a preservação, a conservação e a recuperação ambiental, com foco na

sustentabilidade e competitividade das empresas rurais e das cadeias produtivas.

Do mesmo modo, precisa esse programa incentivar os produtores rurais a se

ajustarem à legislação ambiental vigente, de forma a estimular a recuperação de

reserva legal e áreas de preservação permanente.

A conservação produtiva dos recursos naturais consiste em estabilizar os

serviços ecossistêmicos básicos que o agroecossistema cacaueiro foi capaz de

gerar e conservar: manutenção da biodiversidade (flora e fauna); proteção e

regulação de recursos hídricos; proteção de solos; preservação de espécies

ameaçadas de extinção; produção de oxigênio e fixação de carbono; plantio de

essências arbóreas nativas; instalação de corredores de biodiversidade;

conservação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) com vegetação natural

ou com sistema cabruca; preservação e conservação produtiva de árvores matrizes

cadastradas; conservação do patrimônio nacional e natural da humanidade (beleza

cênica); formação de povoamentos florestais com base nos conceitos de

conservação produtiva para diminuição da pressão por desmatamento e eficiência

da produção agrícola.

Pontos focais:

I. Forte conotação ambiental com conservação e preservação dos recursos

naturais renováveis; e serviços ecossistêmicos básicos;

II. Programa de Financiamento Agroambiental Sustentável com recuperação

da capacidade de investimento do produtor rural e adequação a legislação ambiental

vigente;

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III. Inclusão social com ampliação do mercado de trabalho e da renda, com a

ampliação da rede de solidariedade — a ideia é zerar a miséria absoluta;

IV. Diversificação da produção agrícola e consolidação da verticalização

agroindustrial;

V. Fortalecimento institucional.

Resultados esperados:

- Elevação do patamar da produção de 150 mil toneladas para 250 mil

toneladas de cacau, internalizando U$750 milhões, de modo a garantir a

competitividade do cacau brasileiro;

- Criação de um mínimo de 80 mil empregos diretos na cacauicultura com

redução das pressões sociais;

- Plantio de 33 milhões de espécies arbóreas nativas e exóticas

ecologicamente adaptadas, melhorando a capacidade de resiliência do

agroecossistema;

- Reincorporação ao sistema produtivo das áreas de cacau imobilizadas pela

legislação ambiental e aquelas abandonadas pela baixa produtividade, atingindo 400

mil hectares de cacau;

- Garantia de conservação do Bioma Mata Atlântica e ecossistemas

associados;

- Constituição de compensação monetária por serviços ambientais (bônus

ambiental), incluindo-os como garantias reais ao patrimônio ambiental (ativos

ambientais) das propriedades cacaueiras, em face do estado de risco em que se

encontra esse agroecossistema regional.

- Recuperação da liquidez e da capacidade de pagamento e margem

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disponível de garantia do produtor de cacau, superando os impasses do atual

modelo de credito rural;

- Incorporação da Bahia e do Brasil aos interesses globais, apresentando um

novo modelo agroambiental de conservação produtiva dos recursos naturais

renováveis, incluindo o Estado nos fóruns internacionais de debate;

- Alcance de outros estágios do processamento agroindustrial via

cooperativismo e associativismo e retomada da tradição do cacau como cultura de

exportação, favorecendo a balança de pagamentos; e

- Retomada do processo do desenvolvimento regional interrompido com a

crise do cacau, beneficiando o conjunto da sociedade.

Fontes de recursos institucionais e financeiros:

Os recursos financeiros, normativos e operacionais, salvo algumas

apropriações, poderão ser oriundos de programas do Governo Federal já existentes:

Fundo Constitucional do Nordeste, amparado sob a rubrica FNE Verde; Programa

de Financiamento à Conservação e Controle do Meio Ambiente; FNE Pró-

Recuperação Ambiental, Programa de Financiamento à Regularização e

Recuperação de Áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente

Degradadas, do Ministério da Integração Nacional e operacionalizado pelo Banco do

Nordeste do Brasil, sob o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC do

CACAU); Programa ABC, Programa para Redução da Emissão de Gases de Efeito

Estufa na Agricultura; Resolução nº 3.896, de 17 de agosto de 2010, do Banco

Central do Brasil, no âmbito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e

Social.

Quanto aos recursos técnico-científicos, temos a Comissão Executiva do

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Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), o Instituto do Meio Ambiente (IMA) e a

Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).

Sr. Presidente, a agricultura moderna não prescinde do binômio

produção/conservação ambiental, portanto essa é uma importante iniciativa dos

cacauicultores baianos para o cacau e para a Mata Atlântica.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Passa-se ao

V - GRANDE EXPEDIENTE

Concedo a palavra ao Sr. Deputado Moreira Mendes, por permuta com o

Deputado Augusto Carvalho. S.Exa. dispõe de 25 minutos na tribuna.

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O SR. MOREIRA MENDES (PPS-RO. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje, por volta das 14 horas, recebi a notícia de

que meu colega Augusto Carvalho não usaria o seu tempo no Grande Expediente e

teria a gentileza de transferi-lo para mim. Pensei comigo: “Que assunto trazer neste

horário tão nobre?”. É um dos espaços mais cobiçados pelos Deputados, desejosos

de prestarem informações a respeito do seu trabalho e de projetos importantes para

o País que tramitam nesta Casa.

Como não poderia deixar de ser, vou tratar nesta tarde, mais uma vez, ainda

que sucintamente, da defesa dos interesses do produtor rural do meu Brasil, do meu

Estado de Rondônia. Quero falar um pouco das modificações que, juntamente com

outros bravos Deputados, estamos tentando introduzir no Código Florestal Brasileiro,

já vencido, arcaico. Aproveitarei este espaço também, antes de entrar nesse tema

muito específico, para falar, por alguns pouquíssimos minutos, de uma história que

tem 40 anos, completados e comemorados no último domingo, na cidade de São

José do Rio Preto, para onde me dirigi: a comemoração dos 40 anos de formatura

da primeira turma da Faculdade de Direito, da qual tive a honra de ser um dos

integrantes.

Foi uma festa movida a boa comida e a boa bebida, com fortíssimas

emoções. Em várias oportunidades, deixei de participar de eventos como esse. E lá

estava participando da comemoração dos 40 anos de formatura da primeira turma

da Faculdade de Direito.

Faço este registro com muita alegria. Deixo um abraço aos meus colegas

Adirson Siqueira, José Vitta Medina e Pedro Origa, que estiveram à frente da

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organização desse dia de comemoração pela formatura da primeira turma da

FADIR.

Registro também, Sr. Presidente, que tivemos a alegria de receber naquela

ocasião dois dos nossos professores — muitos deles já não estão mais entre nós.

Estavam presentes o Dr. Sylvio de Melo e o Dr. Carlos Corrêa Gomes.

Peço que seja registrado nos Anais da Casa o nome de todos os integrantes

da primeira turma da Faculdade de Direito, muitos dos quais já não estão mais entre

nós. Essa é uma maneira singela de homenagear todos os meus colegas de turma,

a própria Faculdade de Direito de São José do Rio Preto e o nosso Diretório

Acadêmico.

Por fim, apresento-lhes o primeiro número do jornal O Movimento, que foi

publicado por aquela primeira turma e teve apenas cinco edições.

Sr. Presidente, volto ao tema que focarei desta tribuna. Ao fazê-lo, lembro que

amanhã esta Casa, em sessão solene, prestará homenagem a inúmeros brasileiros.

Se a minha memória não falha, cerca de 20 homenageados receberão a Medalha

Mérito Legislativo. Se o meu discurso pretende focar a defesa da produção, a defesa

da propriedade privada, a defesa do produtor rural, a defesa da modificação do

Código Florestal, por que começo falando exatamente sobre essa homenagem que

será feita amanhã?

A solenidade anual de entrega da Medalha Mérito Legislativo é a maior

honraria que esta Casa concede a um cidadão brasileiro ou estrangeiro, por

relevantes serviços prestados à sociedade.

Creio, Sr. Presidente, que a entrega da Medalha Mérito Legislativo é para

muitos um momento único na vida, especialmente para aqueles que fazem de sua

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vida uma eterna doação ao próximo, sem pedir nada em troca, nem mesmo alguns

minutinhos de fama e holofotes.

Cito como exemplo disso um nome que consta da relação dos

homenageados: Regina Lilian Leitão de Carvalho Magalhães, Chefe de Gabinete da

Liderança do PPS, servidora exemplar, com uma história de 35 anos de relevantes

serviços prestados a esta Casa. Essa é uma homenagem justa.

Também merece ser destacada a outorga da Medalha Mérito Legislativo à

Dra. Zilda Arns, que dedicou praticamente toda a sua vida à luta pelos mais pobres,

por meio da Pastoral da Criança. A Dra. Zilda foi merecidamente agraciada nesta

Casa, no ano de 2002, com essa honraria; aliás, uma entre tantas que recebeu em

sua vida, no Brasil e no exterior.

Mas hoje, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna para dizer que me

sinto, de certa forma, constrangido — para não dizer envergonhado — por ver

constar da lista dos agraciados o nome de um sujeito que, no meu entender, não

merece a honra do povo brasileiro, que se faz representado aqui por todos nós,

Parlamentares. Esta Casa jamais poderia conceder a Medalha Mérito Legislativo ao

Sr. João Stédile, pois, para mim e para milhões de brasileiros, esse senhor, que será

agraciado com essa honraria amanhã, não passa de um baderneiro. Seu grande

feito como líder, mentor intelectual e não sei o que mais do Movimento dos

Trabalhadores Rurais Sem Terra tem sido arregimentar homens e mulheres

socialmente fragilizados para promover invasões pelo Brasil afora, provocando

arruaça e desordem nos Estados e nas cidades, invadindo propriedades privadas,

prédios públicos e fazendas produtivas, destruindo plantações, queimando tratores,

derrubando barracões, matando gado alheio, depredando propriedades privadas,

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assim como públicas — ele esteve também por trás da anarquia feita há anos nesta

Casa; sem punição, diga-se de passagem —, enfim, levando terror ao campo, em

nome de uma suposta luta pela reforma agrária.

Com tudo isso, nós ainda temos que bater palmas para esse tipo de cidadão?

Certamente que não. O Parlamento já deveria ter aprovado moção de repúdio a ele

ou tê-lo declarado persona non grata — é o que ele é. Infelizmente, amanhã, será

agraciado por esta Casa.

Não posso esconder minha indignação. Onde está o mérito do Sr. João

Stédile para ser homenageado por esta Casa? É bom que se diga que um dos

objetivos da Medalha Mérito Legislativo é homenagear qualquer pessoa cujo

trabalho recebeu a admiração do povo brasileiro. Não é este o caso, Sr. Presidente.

O MST, hoje, não desfruta de apoio popular. Tornou-se um movimento antipático.

Por isso, volto a perguntar: que serviços relevantes o Sr. João Stédile prestou ou

presta à sociedade brasileira? Espalhar o terror no campo? É isso?

É inadmissível que uma casa como a nossa porte dessa maneira. Vivemos

num país democrático, sim, mas é preciso respeitar o bom senso. É preciso respeitar

o povo brasileiro. É preciso, acima de tudo, premiar os bons exemplos. E o Brasil

está repleto de bons exemplos.

Eu me referi, no início do meu pronunciamento, ao bom exemplo da Sra.

Regina Lilian Leitão de Carvalho Magalhães, Chefe de Gabinete da Liderança do

PPS, servidora de carreira da Câmara dos Deputados, digna dessa homenagem e

de tantas outras. Trata-se de um ser humano magnífico, de uma profissional

dedicada, responsável e respeitada por todos. Essa, sim, faz um trabalho

maravilhoso, competente, que beneficia todos os brasileiros.

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Como eu disse, Regina é uma funcionária exemplar. Ela é casada com

Galdino Ribeiro, médico, servidor público do Senado Federal, tem três filhos e dois

netos. Essa, sim, deixa um bom exemplo à sua família e aos demais funcionários

desta Casa. E quando uma servidora da Câmara dos Deputados é homenageada,

essa honraria estende-se a todos os bons exemplos e aos bons funcionários desta

Casa, a quem também quero cumprimentar e homenagear.

Por sorte não vou listar o nome de todos aqueles que serão homenageados

—amanhã a imprensa vai saber quem são eles. Lamentavelmente, entre eles, estará

o nome do Sr. João Stédile, que nada tem a ver com decência, honra e dignidade.

Não tem um único bom serviço prestado a este País, mas infelizmente será

homenageado por esta Casa.

Parabenizo antecipadamente as personalidades homenageadas. O único

nome com o qual não concordo nessa lista é o do Sr. João Stédile, que, na minha

opinião, presta um desserviço ao Brasil.

Deixo registrado o meu protesto, em nome de milhões de brasileiros,

principalmente daqueles que lidam com a terra e que não concordam com as ações

terroristas do MST, as quais o Sr. João Stédile tão bem personifica.

Por que me referi a essa questão? Porque quero abordar tema relacionado à

agricultura, à pecuária e às modificações no Código Florestal, exatamente para

deixar claro que a insegurança jurídica que toma conta do campo preocupa muito os

produtores rurais brasileiros. Cito, por exemplo, a questão das invasões. Elas são

comandadas por esse cidadão que amanhã, repito, será homenageado por esta

Casa.

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Vejam que a agricultura e a pecuária do nosso querido e imenso Brasil são

responsáveis por quase 40% das exportações. Nosso País é hoje o segundo maior

produtor de alimentos do mundo. E, às vezes, uma parte da população e deste

Parlamento — Deputados e Senadores — vira as costas para esses brasileiros por

conta de uma suposta defesa do meio ambiente.

Li hoje duas matérias muito interessantes. A maioria dos grandes jornais

brasileiros traz notícias do resultado final do Censo publicado pelo IBGE.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Censo mostra que o Brasil tem hoje 190

milhões, 732 mil, 694 brasileiros.

Para surpresa nossa — e tristeza também —, segundo dados do Censo de

2010, o número de pessoas que vivem nas cidades subiu de 81,2% para 84,3%. Ou

seja, a cada ano que passa o campo vem sendo abandonado, deixando de ser

produtivo. A surpresa é que o crescimento tem ocorrido nas cidades de médio porte.

O Censo aponta que o Brasil cresceu, nestes dez anos, cerca de 12,3%. Se

fizermos um rápido cálculo, 12,3% significam que, daqui a 50 anos, teremos algo em

torno de 61,5% a mais de brasileiros. Vamos ter, daqui a 50 anos, cerca de 310

milhões de brasileiros. Aí está a gravidade da situação.

O Sr. Mauro Benevides - V.Exa. me permite um aparte, nobre Deputado

Moreira Mendes?

O SR. MOREIRA MENDES - Com o maior prazer, ilustre Senador,

Governador e Deputado Mauro Benevides.

O Sr. Mauro Benevides - Em relação ao Censo, divulgado hoje em meu

Estado, 40 Municípios tentam contestar os dados que foram tornados públicos pelo

IBGE. É uma manifestação, portanto, de discordância com aquele trabalho, que,

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embora meticulosamente processado, indica distorções alegadas por aqueles que

se sentem subestimados no cômputo efetuado pelo IBGE. É o dado que transmito a

V.Exa., porque foi registrado hoje pela imprensa do Ceará.

O SR. MOREIRA MENDES - Agradeço a V.Exa. o aparte. Certamente irei

incorporar a sua interferência ao meu discurso. Essa reclamação não é feita apenas

em seu Estado. Vários Municípios brasileiros têm feito reclamações contra o

resultado do Censo publicado.

Concluirei meu raciocínio sobre o Censo. Portanto, daqui a 50 anos, haverá

em torno de 308 milhões de brasileiros, que precisam comer, precisam viver,

precisam vestir-se. E não será diferente no resto do mundo.

Falarei agora sobre a irracionalidade de alguns que nunca querem

modificações no Código Florestal, objeto do meu pronunciamento nesta tarde, Sr.

Presidente.

Informações da ONU publicadas há cerca de oito meses dão conta de que em

torno de 1 bilhão de pessoas no mundo, o que representa cinco vezes a população

brasileira, passa fome, literalmente. Essas pessoas não têm o que comer. E o Brasil,

hoje, sem aumentar muito a área ocupada, passa de importador a exportador de

alimentos e segundo maior produtor de alimentos do mundo. Mesmo assim há essa

insegurança jurídica no campo; há o problema das invasões; há uma legislação

ambiental retrógrada, uma colcha de retalhos, emenda em cima de emenda, com um

Código Florestal que data de 1965. Só o Brasil convive com essa figura esdrúxula da

reserva legal. Ela não existe em lugar nenhum do mundo. Mesmo assim querem

excluir, porque a lei que aí está serve para retirar de áreas produtivas e reflorestar.

Meu Deus do Céu, onde está o bom senso? Aonde vamos chegar? O que vai haver

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de positivo para o meio ambiente com essa falácia de que aquilo que está

produzindo, que está antropizado, que está derrubado pode contribuir para a

preservação do meio ambiente? Isso é conversa fiada. Isso é um discurso sem

fundamento técnico-científico.

Nós temos dificuldade, hoje, em trazer à pauta o brilhante trabalho executado

pelo Relator, Deputado Aldo Rebelo. S.Exa. elaborou um texto exemplar, que cuida

das questões do meio ambiente, mas vendo como cidadão brasileiro aquele que

está no campo e produz.

Concedo um aparte a V.Exa., Deputado Celso Maldaner.

O Sr. Celso Maldaner - Meu caro Deputado Moreira Mendes, cumprimento

V.Exa., Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, pelo pronunciamento,

porque essa é a maior preocupação de todo brasileiro que vive no campo. O Censo

apresenta números e mostra como diminuiu a quantidade de produtores rurais.

Precisamos trazer urgentemente ao plenário as mudanças do Código Florestal

Brasileiro para dar mais segurança e mais tranquilidade aos nossos produtores

rurais. Quero cumprimentá-lo por abordar este tema tão importante. Temos feito

muita cobrança. Inclusive, o nosso partido, PMDB, está fechando questão para

votarmos ainda este ano, aqui no plenário, as mudanças no Código Florestal

Brasileiro, conforme o relatório do Deputado Aldo Rebelo. Pela importância do tema

e para dar mais tranquilidade e segurança aos produtores rurais, a exemplo de

outros países que pagam por serviços ambientais, o Brasil também deveria decidir

que quem preserva deve receber. E são os nossos produtores os que mais

preservam. Quem mais polui hoje são as cidades, com seus esgotos nos perímetros

urbanos. Os nossos produtores merecem um tratamento diferenciado pelo que estão

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fazendo. Quero cumprimentá-lo por este pronunciamento. Conte com o nosso apoio,

Deputado Moreira Mendes.

O SR. MOREIRA MENDES - Obrigado, Deputado.

Realmente, as grandes cidades, ou melhor, as cidades de modo geral

poluem, mas quem paga a conta é o produtor rural. Isso tem de mudar. Essa lógica

tem de ser invertida. Temos de valorizar o produtor que trabalha com seriedade.

Temos de valorizar, sim, as questões relacionadas ao meio ambiente, mas não

podemos aceitar o discurso chulo de que não há o que mudar e de que o Código

Florestal não precisa ser revisto. Isso não é verdade! Isso não tem fundamento! Isso

não tem fundamento técnico!

Na verdade, ou nós mudamos a legislação ambiental ou haverá uma

revolução neste País, porque o povo vai deixar de produzir. Os dados do Censo

mostram que o povo está abandonando a roça e vindo para as cidades. Vai comer o

quê? É o que pergunto àqueles que criticam.

Aprovamos as modificações na Comissão Especial. Está na hora de trazê-las

ao plenário. E o que se vê são artigos publicados nos jornais, como se não tivesse

havido discussão. Isso é uma mentira! Isso é uma farsa! Este ano audiências

públicas foram realizadas em todo o Brasil. Só não deu opinião quem não quis, pois

teve tempo e oportunidade. Não me interessa ver os ambientalistas virem com

propostas concretas. Eles querem deixar a coisa do jeito que está apenas para

inviabilizar a produção.

Registro também, Sr. Presidente, um artigo fantástico que li hoje, da

Senadora Kátia Abreu, Presidente da Confederação Nacional da Agricultura e

Pecuária do Brasil, sob o título O Código Florestal precisa ser revisto?

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Nesse artigo, Kátia Abreu traz uma série de informações lógicas, com um

raciocínio bem construído. Elas nos levam à conclusão de que é imperiosa a

modificação do Código Florestal, sob pena de virarmos as costas para aquilo que

hoje é uma grande riqueza: o fato de sermos o segundo maior produtor de alimentos

do mundo, com perspectivas de, em 10 anos, sermos o maior produtor, tornando-

nos novamente importador de alimentos.

Peço a transcrição desse artigo da Senadora Kátia Abreu nos Anais da Casa.

Vou ler alguns poucos trechos que anotei:

“As mudanças propostas ao Código Florestal não

contêm uma só norma que facilite o desmatamento”. Essa

é uma das inverdades que se colocam. “O que se prevê é

uma moratória para suspender o desmatamento em áreas

de florestas por cinco anos”.

Fala-se muito de anistia, como se estivéssemos propondo alguma anistia. Ao

contrário, o que estamos propondo é uma moratória.

Em outro trecho ela diz:

“As propriedades que não tenham hoje essa ‘reserva’ (e

aqui ela fala da reserva legal) devem, sob as penas da

atual lei, replantar a vegetação nativa, mesmo nas áreas

abertas antes dessa exigência.”

Olhem que absurdo! Tirar uma área que está produzindo e tentar transformá-

la novamente numa área de floresta!

Quem paga essa conta? É o produtor? É o Governo? Somos nós, Deputados,

que permitimos que a legislação fosse modificada sem que o produtor fosse ouvido?

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E continua:

“A reserva legal não existe em nenhum outro país

do mundo. As propriedades rurais nos Estados Unidos, na

Europa, na Argentina ou em qualquer outro país podem

ser exploradas integralmente, em 100% de sua área.”

São os membros ambientalistas de outros países que vêm aqui ditar normas

e dizer que temos que respeitá-las.

Diz ainda a Senadora Kátia Abreu:

“O Brasil tem hoje 354,9 milhões de hectares

ocupados com lavouras e pastagens. Desse total, 272

milhões de hectares, ou seja, 68%, eram explorados em

1965 (...).”

Isso ocorreu antes do Código Florestal de 1965, e nós éramos importadores

de alimentos. Portanto, crescemos 60% na área, mas somos hoje o segundo maior

produtores de alimentos do mundo.

Que conversa é essa de dizer que estamos querendo devastar? Não é nada

disso! Não há embasamento científico para quem critica. Venham para este plenário

discutir! Vamos trazer esse assunto para o plenário! Vamos levar essa questão ao

Senado da República! Vamos continuar lá essa discussão!

Vou ler aqui mais um trecho do artigo da Senadora Kátia Abreu:

“De lá para cá os produtores acrescentaram

apenas 83 milhões de hectares para produção, o que

significa menos de 10% de nosso território, de 850

milhões de hectares.”

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Sr. Presidente, a luta pela conservação ambiental só será efetiva se houver

mais consenso, como disse a Senadora, menos conflitos ideológicos e,

principalmente, paz, harmonia no campo e segurança jurídica. É o que temos hoje e

o que buscamos.

Este é o meu pronunciamento nesta tarde.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Benevides) - A Presidência cumprimenta o

nobre Deputado Moreira Mendes pelo seu pronunciamento na tarde de hoje e

assegura a S.Exa. que procederá a inserção do trabalho da nobre Senadora Kátia

Abreu, que preside a Confederação Nacional da Agricultura e tece abalizadas

considerações em torno do desmatamento registrado em algumas áreas do território

brasileiro.

Portanto, em nome da Mesa, garanto ao nobre Deputado Moreira Mendes

que se fará a inserção, na íntegra, do artigo da Senadora Kátia Abreu como parte

integrante do brilhante pronunciamento de S.Exa. nesta tarde.

DOCUMENTOS E ARTIGOS A QUE SE REFERE O ORADOR

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140

(INSERIR DOCUMENTO DETAQ DE PÁGINAS 140 A 140 -P)

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Durante o discurso do Sr. Moreira Mendes,

assumem sucessivamente a Presidência os Srs. Pastor

Manoel Ferreira, § 2º do art. 18 do Regimento Interno,

Alceni Guerra, § 2º do art. 18 do Regimento Interno, e

Mauro Benevides, § 2º do art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Benevides) - Concedo a palavra à Sra.

Deputada Rita Camata.

A SRA. RITA CAMATA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem, para dar

como lido meu pronunciamento.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Benevides) - Pois não. Com a anuência do

nobre Deputado Vicente Arruda, inscrito para o Grande Expediente, a Mesa se

predispõe a receber, como lido, o discurso de V.Exa.

A SRA. RITA CAMATA (PSDB-ES. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) -

Antes, porém, nobre Deputado Mauro Benevides, que ora preside esta sessão,

quero cumprimentar V.Exa. e agradecer ao Deputado Vicente Arruda.

O pronunciamento que trago ao Plenário e para o qual peço seja dada

publicidade nos meios de comunicação da Casa diz respeito a minha preocupação

com matérias importantes que estão prontas para serem votadas, mas que não

conseguem andar. Entre essas propostas, estão a licença-maternidade de 180 dias

e a PEC que possibilita às famílias que seus filhos portadores de deficiência

continuem nas escolas após os 17 anos, idade em que hoje eles estão sendo

expulsos dos estabelecimentos de ensino devido ao entendimento equivocado de

que a partir daí eles não aprendem mais.

Além desses, há vários outros projetos prontos para votação, trabalhos de

anos e anos. Infelizmente, somos reféns de medidas provisórias e não conseguimos

votar matérias essenciais para a população brasileira, como a regulamentação da

Emenda Constitucional nº 29, que trará mais recursos para a saúde.

Peço, portanto, a V.Exa. a divulgação desse pronunciamento e agradeço ao

Deputado Vicente Arruda a paciência.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Benevides) - A Mesa acolhe como lido o

pronunciamento em que V.Exa., nobre Deputada Rita Camata, aborda, entre outras,

a questão relacionada aos deficientes.

Durante o debate Constituinte que aqui se registrou, esse tema esteve

presente, e naturalmente os deficientes se integram àquele rol de cidadãos

protegidos pela Carta Magna, juntamente com a criança, o adolescente, o idoso, o

negro, o índio. Todos esses, portanto, passaram a integrar a Constituição cidadã —

e daí a cognominação atribuída pelo Presidente Ulysses Guimarães à Carta

promulgada em 5 de outubro de 1988.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, mais uma vez, desta tribuna, reitero

alguns apelos que se fazem não apenas providenciais, mas também

verdadeiramente essenciais para que esta Casa dê uma resposta às justas

reivindicações trazidas pela sociedade — demandas efetivamente importantes ao

progresso, saúde, bem-estar e qualidade de vida dos brasileiros.

Estão prontas para votação no plenário iniciativas legislativas que trarão

inegáveis benefícios à população brasileiras e das quais tenho o orgulho de ter

participado na acolhida e elaboração, como a licença-maternidade de 180 dias (PEC

30/2007); a revisão do Código de Trânsito (PL 2872/2008); a regulamentação da

Emenda Constitucional nº 29/2000 e a consequente garantia de recursos definitivos

para a saúde pública; a educação sem limite de idade para pessoas com deficiência

(PEC 347/2009); as consolidações das legislações da saúde (PL 3.343/08) e da

Previdência (PL 7078/02). O mesmo esforço de sistematização e ordenamento

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jurídico foi conferido às leis de assistência social (PL 3.800/08), mas o projeto ainda

se encontra na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania, da Câmara dos

Deputados.

São meses e meses de trabalho — por vezes, anos — que acumulamos a

partir da acolhida de sugestões e reivindicações de setores representativos e

diversos da sociedade, que, com cuidado e respeito aos destinatários das

proposições, dispomos em elaboradas construções legislativas. Ou seja, percursos

que se valeram das vias democráticas e legítimas para agregar o que é de direito do

povo.

Não se pode desconsiderar, Sr. Presidente, o mérito, a legitimidade e o

alcance social dessas iniciativas. São bandeiras que vêm de longa data e merecem

a devida atenção e priorização desta Casa.

A regulamentação da Emenda Constitucional nº 29 ilustra uma caminhada

que se arrasta há praticamente dez anos — uma luta empunhada pelos movimentos

associados à saúde pública.

Na condição de integrante da Frente Parlamentar da Saúde, venho me

empenhando para sua efetivação, visando à resolução do problema crônico do

subfinanciamento do setor por meio da clara definição do que são ações e serviços

e do estabelecimento da obrigação de os gestores cumprirem o mínimo estipulado

nesses investimentos. Não nos esqueçamos de que 100% da população utiliza o

Sistema Único de Saúde, seja na vacinação, seja em procedimentos de alta

complexidade, como a hemodiálise, por exemplo — 90% dos pacientes renais

crônicos recorrem à rede pública.

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Outra ação que está prestes a ser convertida em realidade, aguardando

apenas vontade política para apreciação no plenário, é a PEC 30/07, da qual sou

Relatora.

Em um país em que boa parte dos lares é chefiado e provido por mulheres,

destaco essa iniciativa associada à rede de proteção da mulher e seus filhos, bem

como a aprovação, em Comissão Especial, após meses de reuniões e audiências

públicas, da ampliação do período da licença-maternidade de 120 para 180 dias

para todas as seguradas do INSS. A medida agrega nutrição adequada, segurança

e aconchego ao bebê, instâncias fundamentais à sua imunização e desenvolvimento

pleno, além de conferir a legítima tranquilidade à mãe, contribuindo ainda para a

estruturação da família como um todo.

Um primeiro passo veio com a Lei nº 11.770/2008: desde o final de janeiro

deste ano, é facultado ao setor privado aderir ao Programa Empresa Cidadã —

projeto do qual também fui relatora —, que aumenta de 120 para 180 dias a licença-

maternidade e permite o abatimento da despesa no Imposto de Renda. Avanço

obtido, mas que ainda deixa lacunas, uma vez que mais de 70% das mulheres que

estão no mercado formal estão em empresas que não são regidas pelo regime de

lucro real, mas pelo SIMPLES. A proposta de emenda à Constituição objetiva

justamente universalizar o benefício. Em julho, porém, o Senado Federal aprovou

PEC de autoria da Senadora Rosalba Ciarlini, do DEM do Rio Grande do Norte, com

o mesmo objetivo. Prestes a ser votada em segundo turno, a proposta depois virá à

Câmara, onde poderemos apensar a ela a PEC 30/07, agregando alguns

importantes diferenciais, como a alteração do termo de licença-gestante para

licença-maternidade, incluindo, assim, as mães adotantes, bem como a manutenção

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do INSS como fonte pagadora do benefício e a ampliação do período de estabilidade

de cinco para sete meses.

Há ainda, Senhoras e Senhores Parlamentares, outra iniciativa que comporta

consenso, algo simples, factível e que tanta diferença fará na vida de milhares de

famílias: a Proposta de Emenda Constitucional nº 347/09, de minha autoria, que

prevê o atendimento educacional especializado, e em qualquer faixa etária e nível

de instrução, para pessoas com deficiência. A propósito, sublinho o mérito das

famílias e entidades que me confiaram bandeira tão importante para sua vida. No dia

17 de agosto, no esforço concentrado da Câmara, a Comissão Especial acatou, por

unanimidade, o parecer favorável à proposição.

É nossa obrigação dar o passo final para a concretização de pleito tão

legítimo, honrando o preceito constitucional de que todos são iguais perante a lei. É

preciso saber conviver com as diferenças, extraindo a beleza e a riqueza que há

nessa diversidade. A escola deve ser um espaço afetuoso e verdadeiro de

aprendizagem. e o Estado não pode fechar essa porta: é seu dever abrir janelas de

oportunidades e inclusão social.

Contudo, Sr. Presidente, uma boa notícia veio na semana passada,

confirmando que basta disposição política para conferir as devidas prioridades ao

que é importante ao conjunto de brasileiros. O Calendário Básico de Vacinação da

Criança incluirá imunização contra meningite, varicela, pneumonia e hepatite A. Fui

Relatora da proposta na Comissão de Seguridade Social e Família, e meu

substitutivo resultou no projeto aprovado na Câmara e no Senado e encaminhado à

sanção presidencial no dia 17 de novembro. Fico muito feliz por ter colaborado para

algo que a Organização Mundial de Saúde já recomendava — afinal, as doenças

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pneumocócicas constam em primeiro lugar no mundo em número de mortes de

crianças até cinco anos por causas que poderiam ser prevenidas com vacinação.

Por fim, outro projeto pronto para votação em Plenário e que certamente

contribuirá para preservar de milhares de vidas é a revisão do Código de Trânsito

Brasileiro (PL 2.872/2008), acatada no final do ano passado na Comissão de Viação

e Transportes, e com acordo para que os pareceres da Comissões de Finanças e

Tributação e de Constituição e Justiça lá sejam dados.

A partir do tripé fiscalização, educação e penalização, apresentei substitutivo

ao PL 2.872/2008. O texto — democraticamente construído ao longo de um ano a

partir de sugestões de entidades representativas e instituições envolvidas — resulta

mais rigoroso que o atual Código, especialmente em relação a infrações graves e

gravíssimas associadas a excesso de velocidade, ultrapassagens perigosas, direção

sob o efeito do álcool ou utilização de telefone celular. É necessária uma legislação

mais rigorosa que amplie a responsabilidade do condutor, pois é inaceitável a

estatística de 30 mil mortes por ano em acidentes de trânsito nas vias e rodovias

deste País. A nova realidade das estradas e rodovias justifica essa atualização,

motiva o ajuste de uma lei que já soma 13 anos. E o nosso propósito é

simplesmente o de preservar vidas e diminuir os prejuízos bilionários com a

vitimização de milhares de pessoas.

Não podemos perder de vista, Sr. Presidente, nosso papel de legisladores,

nossa responsabilidade e comprometimento com os pleitos a nós apresentados.

Deixo, assim, meu apelo para que proposições de tamanho alcance social e

que repercutirão em melhorias imediatas para uma população que tanto sofre com

os efeitos perversos da desigualdade e políticas públicas insuficientes em áreas

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vitais, como saúde, segurança pública, educação e trabalho, sejam devidamente

priorizadas e acolhidas.

Que restem, neste final de legislatura, bom-senso e atitude política majoritária

para alcançarmos, em nome da sociedade, do valor público e do progresso desta

Nação, o horizonte que todos brasileiros merecem, o que inclui a efetivação de

iniciativas para o bem do País e a legitimação e credibilidade dos gestores e

legisladores brasileiros.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigada.

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O SR. PRESIDENTE (Mauro Benevides) - Com a palavra, para o período do

Grande Expediente, o nobre Deputado Vicente Arruda, que integra a bancada do PR

no Estado do Ceará.

O SR. VICENTE ARRUDA (PR-CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente

Mauro Benevides, é uma honra e um privilégio vê-lo na Presidência desta Casa, no

momento em que inicio o meu discurso no Grande Expediente. V.Exa. já faz parte

da história do País, pela sua atuação, pela sua permanência e pelos assuntos que

abordou e que muito ajudaram para o desenvolvimento democrático do nosso País.

Sras. e Srs. Parlamentares, desde o início do meu primeiro mandato, em

1995, por conseguinte seis anos após a promulgação da Constituição de 1988,

ecoava nos corredores, no plenário e nas Comissões desta Casa, com repercussão

na imprensa e em setores da opinião pública, o mantra da reforma política, que, para

alguns, é a mãe de todas as reformas.

Agora, ao final do ano de 2010, o rumor e o ruído da reforma se acentuam,

uma vez que o nosso Presidente Lula já declarou que dedicará o seu tempo, o seu

lazer e o seu prestígio na concretização da reforma política.

Recentemente, a Ordem dos Advogados do Brasil realizou um seminário para

criar um projeto de reforma política, que será eventualmente apresentado a esta

Casa.

Ao longo destes 16 anos, assisti a muitos projetos serem discutidos na

Comissão de Constituição e Justiça. Numa Comissão Especial, presidida pelo

Deputado Ronaldo Caiado, tentou-se realizar uma reforma de maior profundidade,

criando as listas preordenadas e o financiamento público de campanha.

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Mas o que é reforma política? No meu entender, a reforma política deve

necessariamente começar pelo fortalecimento do regime político criado pela

Constituição de 1988.

Temos assistido a influências cada vez maiores do Poder Executivo na vida

do Legislativo.

O Presidente legisla, o Presidente é responsável pela elaboração do

Orçamento. Em suma, a Presidência está transformando o Congresso Nacional em

um apêndice que obedece servilmente ao voluntarismo da Presidência.

O Sr. Mauro Benevides - Permite-me V.Exa. um aparte?

O SR. VICENTE ARRUDA - Com prazer, Excelência.

O Sr. Mauro Benevides - Deputado Vicente Arruda, primeiramente, quero

saudar a presença de V.Exa. na tribuna no Grande Expediente da sessão de hoje,

sobretudo porque V.Exa. se ocupa de um tema que empolga esta Casa, mas que,

lamentavelmente, não se chegou ainda a uma concretização positiva que

restabelecesse a credibilidade da classe política brasileira. Veja V.Exa. que se

tentou, seguidamente, nesta Casa, em duas excelentes oportunidades, a aprovação

de uma reforma substantiva na estrutura política brasileira. Se V.Exa. remontar ao

passado, a grande reforma que se fez foi ainda ao tempo do Presidente Castelo

Branco, quando S.Exa. enviou ao Congresso Nacional três documentos básicos: a

Lei de Inelegibilidade, o Código Eleitoral e o Estatuto dos Partidos. De lá para cá,

temos, seguidamente, tentado uma reforma política que consubstancie modificação

fundamental com financiamento público de campanha que terá de ser

operacionalizado com a lista preordenada. Mas até hoje não se conseguiu promover

essa reforma política. E V.Exa. faz muito bem quando, ao ocupar a tribuna da

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Câmara na tarde de hoje, reclama de todos nós essa omissão, essa negligência e

essa desídia, imperdoáveis diante da opinião pública brasileira. Meus cumprimentos

a V.Exa. pelo pronunciamento que faz.

O SR. VICENTE ARRUDA - Agradeço a V.Exa. o aparte.

Pergunto: o financiamento público de campanha, a lista preordenada irão

eliminar da vida política brasileira as mazelas que todos nós apontamos? Reside aí

o grande defeito, a grande falha do regime político brasileiro? É evidente que não.

Vejam bem. O financiamento de campanha já existe, e já existe com o fundo

partidário, com os programas eleitorais gratuitos e também com a limitação dos

recursos privados nas campanhas eleitorais. Isso já está prescrito. A legislação já

prevê a punição do uso excessivo do poder econômico e do poder político nas

eleições, mas até hoje está aí o caixa dois.

O que existe não é um problema político, não é a falta de legislação, não é a

falta de reforma, mas a falta de cumprimento da lei existente.

Vemos que tem razão o nobre Presidente desta Casa, Michel Temer, quando

diz que há dois brasis: o Brasil real e o Brasil formal. O erro está na pletora de

legislação e não de cumprimento. A própria Ficha Limpa, tão decantada como uma

reforma política, não é uma reforma política, é uma reforma judicial, porque todos os

fatos, setores e condições que impediam o acesso de certas pessoas à vida pública

já estavam previstos na legislação atual: a improbidade, o abuso de poder

econômico, a falta de decoro parlamentar. O que se fez foi alterar a Constituição

Federal, porque aqueles que violaram a lei eleitoral e a lei comum não foram

julgados pelo Poder Judiciário. Usou-se um artifício para criar uma nova ordem de

punição, a chamada decisão pelo colegiado, quando a Constituição prevê que só

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será considerado culpado depois de transitada em julgado a sentença condenatória.

São paliativos que não resolvem a questão.

Então, por que se fala, por exemplo, na cláusula de barreira? A cláusula de

barreira é uma consequência absoluta do sistema de votação proporcional, instituído

na Constituição justamente para dar aos vários segmentos da opinião pública a

oportunidade de se manifestarem e de se fazerem presentes no Parlamento

nacional. Ela é que confere essa pluralidade de partidos, que não faz mal à

democracia. Ao contrário. Vejam o PCdoB e o PV, que têm dado uma grande

contribuição ao País com suas ideias, suas ideologias, seus programas! Aí não está

a raiz do mal da política brasileira.

Eu digo que a política brasileira só poderá ser reformada para reduzir a

invasão da Presidência na competência dos demais Poderes. O Poder Judiciário,

diante da fragilidade do Poder Legislativo, está legislando. Vejam o caso da

fidelidade partidária: mediante uma simples consulta, o Tribunal Superior Eleitoral

criou a fidelidade partidária, repudiada na Constituição de 1988, ao revogar, com a

Emenda Constitucional nº 25, de 1985, o sistema da fidelidade partidária, instituído

pela ditadura militar.

Não é possível admitir-se a intromissão da Justiça Eleitoral nas questões

políticas. Sua função é logística: criar o calendário eleitoral; fazer o cadastro dos

eleitores; promover a eleição e a apuração. Não é baixar resoluções

regulamentando leis. E ninguém fala disso. Só se fala e só se quer reduzir o poder

do Legislativo.

Penso ser necessário que o Parlamento discuta e vote uma reforma política

que realmente mexa no sistema de governo.

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É fundamental, meus amigos, que haja, por outro lado, melhor repartição dos

recursos provenientes dos impostos entre os entes federados. Hoje, a União tem

60% dos impostos; os Estados, 24%; os Municípios, apenas 16%.

É preciso ajustar essa repartição para adequá-la às demandas e aos

encargos cometidos a Estados e Municípios, que hoje são párias da Federação,

vivem à mercê das benesses e da vontade da União — ao dizer União, digo Poder

Executivo.

A Ordem dos Advogados do Brasil pretende fazer um projeto de reforma

mudando o sistema presidencialista, para introduzir no Brasil o sistema vigente em

Portugal e França, onde há equilíbrio entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo.

Acho que devemos caminhar nessa direção, para restabelecer a dignidade do

Parlamento, que foi confiscada, vilipendiada com o mensalão. Nós não fomos os

autores do mensalão, fomos uma vítima dele.

É preciso, meus amigos, que o Brasil reordene suas prioridades, crie novos

instrumentos de liberdade, de ordenamento jurídico, para que possamos, de uma

vez por todas, expulsar do País a corrupção e o acesso a cargo público de pessoas

que não têm história, que não têm biografia, que não têm interesse em contribuir

para o desenvolvimento do Brasil.

Eu participei de todas as Comissões desta Casa que trataram da reforma

política. Em todas fui opinião isolada, porque não acredito de maneira nenhuma que

o financiamento público de campanha venha a solucionar nossos problemas.

Nós não podemos afastar o povo da participação na vida política e nas

campanhas eleitorais. Vejam o caso de Barack Obama, que se elegeu com

contribuição anômala de todo o povo norte-americano. O povo precisa participar do

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processo político, precisa estar presente, contribuir com sua experiência,

entusiasmo, reivindicações e inspirações para a melhoria das condições políticas do

País.

Isso só será possível se abrirmos a campanha eleitoral para acolher a opinião

popular. Nós não podemos impedir, nem devemos, que pessoas físicas, os cidadãos

brasileiros contribuam para ver no Parlamento ou no Governo do Estado uma

pessoa que sente que tem sintonia com suas aspirações, com seu bem-estar e de

sua família.

Sinceramente, acho que não é hora de se fazer uma reforma política que não

tenha como base o reequilíbrio entre os Poderes da República. Se não começarmos

por aí, faremos uma reforma capenga, que não resolverá os problemas institucionais

que vivemos.

Meus amigos, um dos graves problemas da nossa República também é o

sistema de voto proporcional, porque exige, para sua apuração, que se estabeleça

um sistema partidário em que o candidato é obrigado a pertencer a um partido,

porque não se poderia computar a imensidão de votos.

Já existiu esse problema no primeiro Código Eleitoral, de 1930, de Assis

Brasil, quando não havia a obrigatoriedade de o candidato ser filiado a nenhum

partido. A filiação ocorreu no segundo Código Eleitoral, de 1945, justamente devido

ao sistema proporcional de votação. Se nós acabarmos com o sistema proporcional

e introduzirmos o sistema distrital ou distrital misto, acabaremos com o problema dos

pequenos partidos, porque o voto passará a ser majoritário, como é na Inglaterra e

nos Estados Unidos. Então, teremos menores gastos de campanha e maior eficácia

do Deputado que cuidará do...

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O Sr. Chico Lopes - Deputado Vicente Arruda, V.Exa. me permite um

aparte?

O SR. VICENTE ARRUDA - Pois não, Deputado Chico Lopes.

O Sr. Chico Lopes - Deputado Vicente Arruda, ao sair do meu gabinete para

vir apartear V.Exa., percebi que tenho uma dificuldade. Para se fazer a reforma

política no País, acho que é necessário primeiro o Poder Judiciário passar por uma

reestruturação. Parece-me que o financiamento de campanha pública talvez comece

quando o candidato se acosta ao partido e ao que esse pensa. Assim, as lideranças

começam a se renovar, dando mais oportunidade aos eleitores. Essa campanha —

não sou eu que estou dizendo — talvez tenha sido a mais cara deste País. Se

continuar assim, os movimentos populares, as lideranças de certos segmentos da

sociedade, ficarão cada vez mais sem a possibilidade de concorrer. A campanha no

Ceará foi uma brincadeira. V.Exa., uma pessoa experiente — nós conhecemos a

sua liderança —, deve concordar quando digo que essa situação está-se tornando

impraticável. Nós pensamos em lista fechada, em financiamento de campanha, bem

como em aprofundar ainda mais a participação do povo. Mas eu acho que deve

haver uma reforma política imediatamente. Muito obrigado, Deputado Vicente

Arruda.

O SR. VICENTE ARRUDA - Deputado Chico Lopes, agradeço-lhe o aparte,

porque me dá a oportunidade de reformular uma pergunta a V.Exa. e aos demais

Deputados: o financiamento público de campanha evitará os gastos eleitorais ou irá

multiplicá-los? Além dos recursos públicos, certamente virão os recursos privados,

por meio do caixa dois.

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De acordo com a Lei nº 9.504, hoje já existem limites para os gastos

eleitorais, além dos tetos gastos com campanhas que a lei dos partidos políticos

estabelece. Há uma punição severa, até mesmo a perda do mandato, para quem

extrapola os limites de gastos estabelecidos na lei. Como disse V.Exa., as eleições

estão cada vez mais caras. Portanto, o problema não está no financiamento público

de campanha, mas na diferença entre o País real e o formal.

Acho impossível se fazer a reforma política neste momento, porque ninguém

quer perder. O Poder Executivo não quer perder seus privilégios. O Judiciário,

embora esteja avançando no processo político, como acentuou V.Exa., hoje nos faz

reféns. A Justiça Eleitoral deveria ser de logística, para tornar possíveis as eleições,

mas não para defender os parâmetros e as condições em que se operarão as

eleições. Isso é responsabilidade dos partidos políticos.

Perdoe-me V.Exa., mas os partidos políticos não terão nenhuma expressão,

porque não têm programa de governo. Quando eles assumem o Parlamento, quem

dita o programa a ser executado é o Presidente da República. Voluntariamente, é o

Presidente da República quem o define.

Muito me preocupa o açodamento que há na reforma política, do qual todos

falamos. É muito difícil fazer tanto a reforma política quanto a reforma tributária.

Fazemos remendos, casuísmos, coisas que às vezes tornam pior o que consta na

legislação vigente. Nunca se procurou fazer um estudo real das deficiências do

nosso regime político.

Sempre achei e continuo achando que o erro, o mal, está na hipertrofia, no

imperialismo presidencial, porque é o Presidente que legisla. Ele é o dono dos

recursos, não obedece a critérios, somente à própria vontade.

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Devemos levar em consideração que é preciso, em primeiro lugar, mudar o

sistema de governo, em qualquer reforma política. Mas ninguém tem a coragem de

tocar nessa ferida.

Durante o discurso do Sr. Vicente Arruda,

assumem sucessivamente a Presidência os Srs. Marcelo

Itagiba, § 2º do art. 18 do Regimento Interno, e Arnaldo

Faria de Sá, § 2º do art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria de Sá) - Concedo a palavra, pela ordem,

ao nobre Deputado Marcelo Itagiba. S.Exa. dispõe de 3 minutos.

O SR. MARCELO ITAGIBA (PSDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, farei um importante pronunciamento a

respeito da segurança pública no meu Estado.

Há anos venho defendendo a integração de todas as instituições policiais e

militares que têm corresponsabilidade pela segurança pública nacional, para a

realização de ações conjuntas contra o tráfico de drogas.

Em 2002, à frente da Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro,

consegui fazer com que a Polícia Federal e as Polícias Civil e Militar do Estado se

unissem, trocassem informações e realizassem a operação conjunta denominada

Camisa Preta contra traficantes do Complexo do Alemão.

A operação resultou na desarticulação da quadrilha do traficante Uê, líder da

facção criminosa incrustada numa das comunidades daquela região.

Naquele ano de 2002, publiquei um artigo no Jornal do Brasil, no dia 16 de

maio, defendendo a constituição de uma força-tarefa, com missão delimitada e

específica, composta por todos aqueles que fazem parte do aparato de segurança

do Estado.

Propus que, com o respaldo legal de inquéritos policiais regularmente

instaurados, a força-tarefa fosse integrada pela Polícia Federal, pela Polícia Civil,

pela Polícia Militar e pelas Forças Armadas, para, em conjunto, de forma

coordenada, apurarem na esfera de suas atribuições os crimes praticados pelas

quadrilhas.

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A Operação Camisa Preta, contra o tráfico do Complexo do Alemão, foi uma

ação conjunta pioneira, mas a formação da força-tarefa em caráter permanente,

incluindo a participação das Forças Armadas, não foi à frente em razão de

inaceitáveis obstáculos político-partidários postos no caminho pelo Governo do PT

no Estado do Rio de Janeiro.

Em 2004, à frente da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro,

publiquei no jornal O Globo o artigo intitulado Legitimidade para agir. Demonstrei

que não havia qualquer impedimento constitucional para que as Forças Armadas

atuassem, nos campos logísticos e operacionais, no combate ao crime organizado,

em parceria com as forças policiais.

Naquele artigo, em 2004, expus que as Forças Armadas já dispunham dos

instrumentos legais para realizar tarefas de cunho policial para investigar crimes

militares, como é o caso dos armamentos de guerra extraviados de unidades

militares e usados pelos traficantes.

Mostrei naquele artigo que o inquérito policial militar, o IPM, já oferece aos

militares os mesmos dispositivos legais dos quais se utilizam as polícias judiciárias

estaduais para investigar os crimes comuns.

Esclareci que, a partir da abertura do IPM, os militares encarregados da

apuração de um crime militar podem investigar, tomar depoimentos, promover

acareações, realizar interceptações telefônicas mediante autorização concedida pela

Justiça Militar, solicitar mandados de prisão e de busca e apreensão, e realizar

incursões nos locais relacionados à elucidação do crime, com o emprego da força

policial-militar adequada à operação.

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Com base neste princípio, no Rio de Janeiro as forças estaduais e o Exército

promoveram, em 2005, várias ações conjuntas, inclusive em favelas, destinadas a

recuperar — no que tivemos êxitos — fuzis roubados de unidades militares na

capital do Estado.

As episódicas operações com o Exército se deram de forma concomitante às

deflagradas regularmente pelas forças estaduais, por determinação minha. Naquele

momento, o tráfico de drogas foi duramente combatido pelas Polícias Civil e Militar

nas Operações Pressão Máxima, Asfixia e, por fim, inclusive com troca de

informações com a área de inteligência da PF, na Operação Inteligência, Massa e

Força, que foi a primeira ação a reunir mais de mil policiais numa só incursão

policial.

Os excelentes resultados já são de conhecimento público: 64 mil prisões e 45

mil armas apreendidas — recordes até hoje não superados —, além das prisões ou

mortes em confrontos dos chamados 80 chefes do tráfico de drogas no Rio.

No mesmo ano de 2005, em janeiro, ou seja, um mês após assumir o cargo

de Secretário de Segurança Pública, elaborei e levei a Brasília o Plano 001, que

previa uma série de ações conjuntas entre as forças estaduais e federais contra o

tráfico no Rio. Apenas uma operação nesses moldes foi realizada — ainda que com

pequenos contingentes da PF e das Forças Armadas —, mas novamente os

obstáculos político-partidários impediram que houvesse a continuidade necessária.

Ainda como Secretário de Segurança, para garantir a integridade dos policiais

e permitir que eles avançassem no terreno sem ter que revidar de longa distância os

ataques dos traficantes — situação que aumenta os riscos para os moradores

inocentes —, comprei dez blindados para incursões nas comunidades.

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Houve muitas críticas injustas à aquisição dos veículos que batizei de

“Pacificadores”. Mas a redução dos casos de policiais e moradores feridos ou mortos

em operações demonstra que compra dos blindados foi acertada. Tanto foi, que

grande parte do sucesso da ocupação do Alemão é atribuída à presença decisiva

dos blindados da Marinha, que são ainda mais poderosos do que os “Pacificadores”

que comprei para as polícias do Rio.

Aquelas operações em parceria com o Exército, em 2005, foram a prova

incontestável de que as Forças Armadas poderiam e deveriam ajudar as polícias

estaduais, não somente impedindo a entrada de armas e drogas pelas nossas

fronteiras, como também atuando efetivamente no combate urbano aos traficantes

de drogas.

Contudo, obstáculos político-partidários impediram novamente que a força-

tarefa de caráter permanente se concretizasse. Por isso, hoje vejo com grande

felicidade que, enfim, houve o apoio político e o respaldo da mídia e da opinião

pública às ações conjuntas que permitiram que o braço armado do Estado, agora

com todas as suas forças disponíveis, voltasse ao Complexo do Alemão e

dominasse aquele território sob o jugo dos traficantes.

Eu tenho sido um dos maiores críticos do Governo do Estado, por entender

que não há efetivo suficiente para atuar nas duas pontas, ou seja, nas UPPs e no

policiamento ostensivo. É preciso dobrar o efetivo da Polícia Militar, que é de 38 mil,

para que o envio de policiais para as UPPs não deixe desguarnecido o policiamento

ostensivo, como está ocorrendo e propiciando o aumento dos crimes de rua.

Há muito tenho dito que entrar em qualquer comunidade em que o tráfico está

presente não é difícil. Difícil é permanecer lá, sem diminuir o policiamento nas ruas.

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Mas, independentemente das críticas ao Governo do Estado, faço questão de

aplaudir a ação do último domingo.

Como Superintendente, tive dificuldade em fazer que essa ação se realizasse,

porque o Governo do PT no Estado do Rio de Janeiro, por não concordar com ela,

impediu-a. Posteriormente, como Secretário, não obtive respaldo da parte do

Governo do PT no Governo Federal. Portanto, fico feliz em ver que o Governo,

agora, dá o suporte necessário.

Como carioca e delegado da Polícia Federal, dou os meus parabéns a todos

os policiais civis, militares e federais e aos militares da Marinha e do Exército

investidos na operação e recebidos de braços abertos pela população, como

também aos bombeiros que combateram nas ruas o fogo e socorreram as vítimas

das ações terroristas que incendiaram centenas de veículos.

Sempre afirmei que a Polícia do meu Estado entra em qualquer lugar, a

qualquer hora, para combater todo tipo de bandido, apenas não tem efetivo

suficiente para tornar permanente essa ação. Decorre daí a necessidade do

concurso das Forças Armadas. Além disso, quando comprei os blindados, eles

foram altamente criticados. Hoje, são reconhecidos como equipamentos necessários

à consecução dos objetivos da segurança pública.

Parabenizo por essa façanha todos os policiais civis e militares, todos os

militares das Forças Armadas e todos os bombeiros militares.

Parabenizo o Secretário de Segurança Pública e meu colega de profissão,

José Mariano Beltrame, que foi o terceiro delegado da Polícia Federal a assumir o

posto. Beltrame foi precedido pelo Delegado Roberto Precioso Júnior, que me

sucedera no cargo de Secretário de Segurança.

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Beltrame fez o que devia ser feito e que venho defendendo nos últimos anos:

integração de todas as forças de segurança e ação conjunta para livrar os

moradores das áreas mais pobres do terror promovido pelos traficantes.

As diretrizes por mim implementadas e lançadas no Plano de Combate ao

Crime 001, de 2005, aprovado em Brasília, agora estão sendo colocadas em prática.

Antes não o foram, porque o Governo Federal não havia participado com as tropas

militares, embora a Secretaria de Segurança Pública tenha realizado operações para

recuperar, ao lado do Exército brasileiro, os armamentos que foram subtraídos,

furtados e roubados dessa força.

A cúpula da Segurança Pública atual conta com um Delegado de Polícia e um

Coronel PM que tiveram funções de grande relevância na minha gestão como

Secretário de Segurança Pública.

O Chefe de Polícia Civil, Delegado Allan Turnowski, na minha administração

foi o Chefe do Departamento de Polícia Especializada.

O Comandante-Geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, foi Comandante do

Batalhão da Maré — primeiro quartel da PM erguido dentro de uma comunidade —

e, principalmente, comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais, o

BOPE, a Tropa de Elite da PM do Rio.

Aliás, foi na minha gestão que os policiais do BOPE passaram a receber a

justa gratificação especial, que, naquele momento, representava mais de 50% do

salário de um PM.

O que eu desejo neste momento, e que certamente também é o desejo de

todos os cariocas e brasileiros, é que a mobilização policial e militar não se desfaça,

e que se crie já a força-tarefa permanente, conforme venho conclamando há anos.

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A força-tarefa permanente é imprescindível para que o Complexo do Alemão

se torne definitivamente um lugar de paz para os moradores e, também, para que

esta mesma ação conjunta continue a percorrer toda a cidade, para livrar todas as

outras quase 600 favelas existentes que ainda estão sob o controle de traficantes e

milicianos.

O que eu também desejo, e que certamente também é o desejo de todos os

cariocas e brasileiros, é que o Governador do Rio, Sérgio Cabral, a quem critico de

forma recorrente em face da sua má administração, de fato reconheça os atos dos

policiais e, em vez de vir a Brasília pedir pela não votação da Proposta de Emenda à

Constituição nº 300 e mandar seus enviados, venha a este Congresso Nacional

dizer à bancada do Estado do Rio de Janeiro e ao Governo Federal que a PEC 300

tem de ser votada agora, já, como forma de reconhecimento ao heroísmo dos

nossos policiais no combate ao tráfico de drogas na cidade e no Estado do Rio de

Janeiro.

Então desafio S.Exa. o Governador a mudar sua postura e aqui comparecer

para apoiar os policiais, para que eles recebam a justa e correta remuneração e

tenham dignidade no exercício da sua atividade.

Sr. Governador, venha a Brasília, venha honrar os seus policiais, venha

honrar a atitude dos policiais que combateram o tráfico! Eles estão, com certeza, de

parabéns.

Essa luta não pode terminar, ela tem que continuar. Não basta fazer apenas

fazer incursões, há que se ocupar, de forma permanente, aquelas comunidades que

estão sob o jugo da milícia — que cresceu mais de 100% em nosso Estado — e sob

o jugo do tráfico de drogas. Há que se combater não apenas uma facção, a

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Comando Vermelho, há que se combater também a ADA, que está no Complexo da

Rocinha.

Mais uma vez, meus parabéns a todos. Vamos à luta, porque é ela que traz a

liberdade. O direito nada mais é do que o meio termo entre o despotismo do Estado

e a barbárie praticada por esses indivíduos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria de Sá) - Concedo a palavra, pela ordem,

ao Deputado Mauro Benevides.

O SR. MAURO BENEVIDES (Bloco/PMDB-CE. Pela ordem. Pronuncia o

seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Município de

Mombaça comemorou, neste final de semana, 159 anos de autonomia política, em

meio à programação festiva, comandada pelo Prefeito Wilame Alencar, que, ali,

empreende gestão profícua com o apoio dos Vereadores e de todos os segmentos

sociais.

As minhas raízes familiares ali se acham incrustadas, com participação no

processo político e em todas as iniciativas que contribuíram para o desenvolvimento

daquela comuna.

Não poderia deixar de relacionar, entre os seus filhos mais ilustres, o ex-

Deputado e Embaixador Antonio Paes de Andrade, que presidiu esta Casa e, na

condição de nosso dirigente máximo, chegou a ocupar, por algumas vezes, em

caráter interino, a Presidência da República, fazendo-o com dignidade e

autorizando, em gesto histórico, a criação dos Açudes Castanhão — o maior

reservatório de nossa Unidade Federada, com capacidade de armazenamento ao

nível de 6 milhões de metros cúbicos —, e o Serafim Dias, localizado naquela

região.

No passado, pontificaram o Constituinte Augusto Tavares de Sá e Benevides,

bem assim o seu irmão Paulo Feijó Benevides, que se alçou à Presidência da

Assembleia, da mesma forma como eu, em décadas anteriores.

Mencione-se, por oportuno — e isso relatei, ontem, ao dinâmico empresário

Orlando Benevides Cavalcante —, que um dos mais ilustrados cearenses, Plácido

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Aderaldo Castelo, ali também nascido, chefiou o Governo do Estado, como

administrador consciente e intelectual de méritos comprovados.

O seu filho, Pedro Castelo, ocupa a subchefia da Casa Civil, herdando do pai

o talento e espírito público, postos a serviço de nossa Unidade Federada.

No recente pleito, ao postular a reeleição, obtive naquela prestigiosa cidade

mais de 5 mil votos, o que me obriga a trabalhar, ingentemente, para tornar efetivas

as mais justas aspirações de sua gente.

No Sertão Central do nosso Estado, sob as bênçãos de Nossa Senhora da

Glória e o esforço permanente de suas lideranças, Mombaça ajuda a construir o seu

progresso, ajustado ao momento auspicioso por que passa a nossa terra e o próprio

País.

Saúdo, pois, desta tribuna, mais um aniversário daquela urbe, que é orgulho

para os seus habitantes e para nós, que ali identificamos um estruturado polo de

crescimento econômico e bem-estar social, a serviço do Nordeste e do País.

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O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria de Sá) - Concedo a palavra, pela ordem,

ao Deputado Wellington Fagundes.

O SR. WELLINGTON FAGUNDES (PR-MT. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, gostaria de saudar toda a classe industrial do meu Estado

de Mato Grosso, visto que hoje a Federação das Indústrias no Estado de Mato

Grosso — FIEMT completa 35 anos.

Parabenizo toda a Diretoria da FIEMT, através do seu Presidente Jandir

Milan, que hoje lança um selo estadual, juntamente com os Correios, em

comemoração aos 35 anos da entidade que enobrece o nosso Estado.

Embora Mato Grosso seja um grande produtor de matéria-prima, seu setor

industrial tem crescido muito. Com o Governador Silval Barbosa, estamos na busca

incessante de verticalizar nossa economia e fazer com que toda a matéria-prima

seja industrializada no Estado. Assim vamos agregar valores e, principalmente, dar

oportunidade de empregos à população.

Sem dúvida, a Federação tem sido uma grande parceira da sociedade e do

Governo do Estado na capacitação e na profissionalização dos trabalhadores, bem

como na área de lazer e no atendimento médico-odontológico. Portanto, a FIEMT,

que está levando suas unidades para o interior do Estado, merece os nossos

parabéns.

Mais uma vez, registro o reconhecimento do Deputado Wellington Fagundes a

toda a Diretoria da Federação, na pessoa do Presidente Jandir Milan.

Muito obrigado.

Durante o discurso do Sr. Wellington Fagundes, o

Sr. Arnaldo Faria de Sá, § 2º do art. 18 do Regimento

Interno, deixa a cadeira da presidência, que é ocupada

pelo Sr. Marcelo Itagiba, § 2º do art. 18 do Regimento

Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Marcelo Itagiba) - Com a palavra, pela ordem, o

Deputado Arnaldo Faria de Sá.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, quero registrar que ontem a Câmara Municipal de São

Paulo, através do Vereador José Police Neto, fez uma homenagem à Lima

Contabilidade e Auditoria. Envio o meu abraço ao Reinaldo, o pai, e ao Reinaldo

Júnior.

Também registro que, por iniciativa do Vereador Gilberto Natalini, foi realizada

ontem uma sessão solene na Câmara Municipal de São Paulo, em comemoração

aos 75 anos da Ordem dos Economistas do Brasil. Parabéns ao Francisco Coelho,

Presidente da OEB.

Comunico ainda que, hoje, pela manhã, estive em Serra Negra, no seminário

da Confederação Nacional dos Servidores Públicos, lutando juntamente com eles

pela aprovação das PECs 555 e 270, que são extremamente importantes.

Também estive, na sexta-feira passada, num jantar da Associação dos

Serventuários de Justiça. Mando um abraço ao seu Presidente pela grande reunião.

Por fim, registro a homenagem que recebi do SINDEPRESTEM e da

ASSERTTEM, muito relevante. Sem dúvida nenhuma, a nossa luta para valorizar o

serviço público é extremamente importante.

Nós estamos indignados, Sr. Presidente, porque ouvimos comentários de que

as Lideranças fizeram um acordo para não se votar a PEC 300 neste ano e jogar a

votação para o ano que vem. Parece que ninguém está vendo o que acontece no

Rio de Janeiro, brilhantemente relatado por V.Exa., em pronunciamento anterior.

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Aquilo, inclusive, é mais do mesmo, pois, na verdade, houve apenas uma ocupação

midiática e não aconteceu a ocupação real.

O veneno vai vir de forma contundente. Portanto, a única solução que nós

temos para resolver a questão da insegurança pública em nosso País — repito, da

insegurança pública — é votar a PEC 300.

O policial militar do seu Estado, Sr. Presidente Marcelo Itagiba, recebe, no

início de carreira, 900 reais, 30 reais por dia, ou seja, recebe menos do que uma

diarista que faz serviços de faxina. É assim que se trata a segurança pública neste

País: com total desprezo, falta de consideração e falta de respeito.

Não adianta ficar em gabinete, saudando Presidente que sai, Presidente que

entra, Presidente que fica, dizendo que foi uma grande vitória e dando aquelas

entrevistas laudatórias. Na verdade, a realidade é outra: o policial militar precisa

receber um salário digno, como também precisam o policial civil e o bombeiro.

Nós estamos denunciando aqui que querem colocar na gaveta a PEC 300.

Havia um acordo entre o Presidente desta Casa, Michel Temer, e o Líder do

Governo, Cândido Vaccarezza, de que, depois das eleições, votaríamos o segundo

turno da PEC 300. Agora querem colocá-la na gaveta. Estão brincando com coisa

séria.

O que aconteceu no Rio de Janeiro é algo que tem de ser educacional e

sociologicamente estudado. Sem dúvida alguma, os riscos da Copa do Mundo e das

Olimpíadas são flagrantes e permanentes. Por isso, eu queria chamar à

responsabilidade todos aqueles que não querem votar a PEC 300. Estão brincando

com fogo, é um barril de pólvora prestes a explodir a qualquer momento.

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Votaremos a PEC 300 contra a vontade das Lideranças, porque a maioria dos

Srs. Deputados quer cumprir o compromisso de votá-la. Governadores que, em

campanha, jamais falaram dessa questão, vêm agora procurar a Presidente eleita e

pedir para que não seja votada a PEC 300. São irresponsáveis. Não têm o mínimo

de compromisso com a sociedade.

A insegurança pública neste País é culpa da não votação da PEC 300. Tenho

certeza de que aqueles que jogam contra estão torcendo pelo “quanto pior, melhor”.

Não é essa a nossa posição; nós queremos votar a PEC 300 custe o que custar.

Luiz Eduardo Soares, ainda ontem, no programa Roda Viva, falava da

necessidade de se votar a PEC 300. Vários antropólogos e sociólogos falam da

necessidade de se votar a PEC 300. Só os curiosos de plantão não querem votar a

PEC 300, os Governadores de plantão que não sabem a realidade da insegurança

pública neste País.

Votação da PEC 300 já, custe o que custar! Não vamos votar mais nada em

sessão extraordinária!

(O microfone é desligado.)

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O SR. PRESIDENTE (Marcelo Itagiba) - Concedo a palavra, pela ordem, ao

nobre Deputado Fernando Marroni.

O SR. FERNANDO MARRONI (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero registrar que, no final da semana

passada, nós da Comissão Especial da PEC da Escola de Tempo Integral

conseguimos aprovar, por unanimidade, importante emenda constitucional que

estabelece a obrigatoriedade da permanência das crianças na escola por, no

mínimo, sete horas.

Juntamente com isso, veio uma boa notícia no jornal Zero Hora de quinta-feira

passada, cuja matéria peço seja anexada a este pronunciamento: a Escola Estadual

Neusa Mari Pacheco, de Canela, no Rio Grande do Sul, com 97 anos de história,

recebeu o Prêmio SESI de Qualidade na Educação. Por que isso aconteceu?

Porque a escola implantou o tempo integral e, com isso, a evasão caiu de 34% para

os atuais 1,3%, e a taxa de repetência recuou de 28% para 3,5%.

Está clara e mais do que provada a necessidade de que o ensino básico dê à

sociedade a resposta de que ela precisa, que a escola de tempo integral seja uma

obrigatoriedade em nosso País e efetivamente instalada em todos os Municípios.

Assim poderemos caminhar para uma boa qualidade da educação e disputar o

nosso jovem, que luta, muitas vezes, contra a ociosidade, a violência e a rua.

Junto com esse fato, comemora-se a instalação de 30 escolas técnicas

federais e de 25 novos campi de 15 universidades federais inauguradas no Governo

Lula, deixando inequivocamente claro o compromisso do Governo com a educação

no nosso País.

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Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero também comentar o problema da

aviação civil no nosso País. Nós, que vivemos nas asas dos aviões para cima e para

baixo, fomos surpreendidos, no sábado, ao ver escrito na tela: “Procure a empresa

aérea”. Procurei a TAM e me informaram que estavam aguardando uma tripulação.

O avião estava no pátio, mas não poderia decolar. Duas semanas atrás, foi a vez da

Gol, que não tinha pessoal para tocar as suas aeronaves. Ontem a Gol finalmente

admitiu que está com falta de pessoal. Disse que houve uma troca de escala, etc.

Na verdade, as companhias aéreas estão com dificuldades em relação à mão de

obra.

Aqui na Casa tramitou um projeto para que houvesse a contratação de pilotos

estrangeiros para tocar a frota nacional da aviação civil. O problema das

companhias não pode ser transferido para o Governo, porque quem apanha é a

INFRAERO.

Procurei a ANAC no aeroporto. E, ao chegar lá, havia uma recepcionista

sentada na frente do computador que me disse: “A reclamação é feita pelo

www.anac.com.br”.

Ora, Sr. Presidente, como é que o cidadão deste País poderá exercer a sua

cidadania se não pode mais confrontar com o responsável pela aviação civil? E o

que é mais intrigante: nos dois blecautes aéreos, um da Gol e outro da TAM, não

houve uma multa. Se um passageiro chega atrasado e perde o seu bilhete, é

obrigado a pagar uma multa para transferir a sua passagem. E a ANAC assiste a

tudo calada, não aplica multa, não exerce as suas funções, nem com a Gol nem com

a TAM, como ficou provado nesse episódio. Suspendeu a venda de passagem, vai

fazer uma auditoria, para depois ver se aplica ou não a multa.

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Ora, os passageiros todos nos aeroportos, o Governo apanhando, porque a

culpa é da INFRAERO, e a ANAC, que deve exercer a sua função de fiscalização e

controle aéreo, nada fez nesses dois episódios.

Estamos aqui, na tribuna, pedindo providências, porque vai chegar o final do

ano e já sabemos qual será a receita da grande mídia: “A INFRERO é incompetente,

tem que ser privatizada”. Temos, sim, que tocar o dedo na INFRAERO, mas temos

também de tratar de controlar as companhias aéreas, que estão fazendo o que bem

entendem com os passageiros.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, cidadãos que assistem a esta sessão,

ontem o Presidente Lula e o Ministro da Educação, Fernando Haddad, fizeram a

entrega, em cerimônia no Palácio do Planalto, de mais 30 escolas federais de

educação profissional e outros 25 novos campi de 15 universidades federais. Esses

lançamentos cumprem a meta que havia sido firmada pelo atual Governo de

expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e

pelo Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades

Federais, o REUNI.

O simples fato de um Presidente fazer um lançamento como esse ocorrido

ontem já seria motivo suficiente para merecer elogios nesta Casa. No entanto, essas

30 novas escolas profissionalizantes e os 25 campi são apenas uma parte de um

feito histórico do Governo Federal, conquistado nos últimos anos. Afinal de contas,

os números da expansão do ensino brasileiro sob os dois mandatos do Presidente

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Lula são absolutamente surpreendentes, se comparados ao que o Brasil viu ao

longo de sua história.

Somente nos últimos cinco anos foram implantadas 214 novas escolas

federais de ensino profissionalizante. Durante um período de oito anos, foram

constituídos 126 novos campi e unidades universitárias. Quando se fala de novas

universidades, são 14. Dez delas em Municípios do interior e as demais planejadas

de forma a atender regiões antes esquecidas pelo ensino superior ou, até mesmo, a

integrar o Brasil a outras nações.

Esse avanço brasileiro no ensino superior e profissionalizante é gigantesco.

Para que aqueles que nos acompanham possam ter noção do que esses números

representam, basta considerar, por exemplo, que entre 1909 e 2002 o Brasil contou

com apenas 140 escolas técnicas federais. Ou seja, somente o atual Governo

construiu mais do que aquilo com que o País contou durante um século de sua

história. Hoje são 342 escolas técnicas espalhadas por todo o território nacional.

Outro dado importante: nos últimos sete anos, houve aumento de 148% no

número de matrículas em toda a rede federal de ensino. De 2003 para cá, o Brasil

saltou de 140 mil estudantes no ensino profissionalizante para 348 mil, fruto de um

investimento que chegou a 4,9 bilhões de reais, entre 2003 e 2010, enquanto que

antes desse período o Brasil aplicou apenas 1,2 bilhão de reais na Rede Federal de

Educação Profissional. Os recursos para custeio de toda essa rede foram

incrementados e passaram de 6,7 bilhões de reais, em 2003, para 19,7 bilhões de

reais ente ano; praticamente o triplo.

Além disso, outros fatores, como o crescimento do quadro de professores e

técnicos administrativos, têm permitido que essa expansão do ensino federal no

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Brasil não fique restrita apenas a números, mas se consolide também com

qualidade. O reflexo disso é que temos uma nova geração de alunos saindo da

nossa rede educacional com muito mais capacidade para entrar no mercado de

trabalho em condições de competir, evoluir socialmente e fazer do Brasil uma nação

cada vez mais forte. Um ciclo que só tende a fazer nosso País alcançar cada vez

melhores indicadores, transformando nossa realidade e nos colocando dentre as

nações mais desenvolvidas.

Por isso, não poderia deixar de registrar mais este passo dado pelo Governo

do Presidente Lula ontem, ao lançar essas novas unidades de ensino

profissionalizante e campi universitários. Tenho plena convicção da importância

disso para o presente e o futuro do Brasil, da mesma forma como tenho certeza de

que a Presidenta eleita, Dilma Rousseff, dará continuidade a esse trabalho que está

mudando a cara do nosso País.

Passo a abordar outro assunto, Sr. Presidente. No final da semana passada,

logo que passei a fazer a leitura diária dos jornais, deparei-me com uma ótima

notícia que, coincidentemente, possui relação direta com um importante avanço

previsto em uma proposta de emenda à Constituição aprovada na última quarta-

feira, nesta Casa. Trata-se da implantação da escola de turno integral, iniciativa

sempre defendida durante toda a minha vida pública e que foi aprovada pela

Comissão Especial da Câmara que está analisando o tema.

A boa notícia ligada a esse fato está no jornal Zero Hora de quinta-feira

passada. A Escola Estadual Neusa Mari Pacheco, de Canela, no Rio Grande do Sul,

conquistou o Prêmio SESI Qualidade da Educação, maior reconhecimento já obtido

em seus 97 anos de história.

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Dentre os diversos fatores que levaram essa escola gaúcha a merecer esse

reconhecimento, um é primordial: a permanência dos alunos no local de ensino

durante todo o dia, todos os dias da semana. Ou seja, os estudantes chegam à

escola por volta das 8 horas da manhã e lá permanecem até as 5 horas da tarde.

E o ganho com isso é bastante claro: além de assistirem às aulas tradicionais

que compõem o currículo de todas as escolas, os jovens podem aproveitar o tempo

a mais dentro do ambiente escolar para participar de outras atividades, que se

tornam importantíssimas para a formação social de cidadãos. No caso específico

dessa escola de Canela, os alunos da educação infantil ao ensino médio recebem

inclusive aulas de ecologia e agricultura, que auxiliam no processo de ensino e

promovem a conscientização sobre a preservação ambiental. O resultado disso,

evidentemente, é que esses jovens ganham muito em conhecimento e sentem-se

estimulados a permanecer dentro da escola.

Uma prova do quanto a implantação do turno integral pode mudar a realidade

do ensino está na redução dos índices de evasão escolar. No caso da escola Neusa

Mari Pacheco, desde que se passou a aplicar esse tipo de ação, a evasão caiu de

34%, em 1994, para apenas 1,3%, atualmente. Já a taxa de repetência recuou de

28% para 3,5% nos últimos 15 anos.

É por isso, Srs. Deputados, que vejo motivos para comemorar o avanço da

PEC do Turno Integral. Acredito que a implantação dessa modalidade de ensino em

todas as escolas brasileiras seja algo essencial para que os avanços que o Brasil

vem conquistando no plano da educação sejam reforçados, e o País possa dar um

salto definitivo rumo a um patamar digno da sociedade que pretendemos para um

futuro próximo.

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A aprovação da PEC na Comissão Especial foi um grande passo para mudar

a educação no Brasil. Agora precisamos dar o passo final e definitivo: aprovar a PEC

no plenário. Para isso será preciso uma grande mobilização e interação da

sociedade brasileira com o tema, apelo que faço neste pronunciamento.

É evidente que a aplicação do turno integral em todas as escolas regulares de

ensino básico, fundamental e médio de todo o Brasil requer um grande esforço, já

que mudará bastante a forma de ensino com relação à praticada atualmente na

maioria das escolas. Entretanto, é por isso que a Comissão fez alterações no texto

original da PEC, sugerindo a implantação do turno integral de modo progressivo,

com uma jornada máxima de sete horas e um prazo total de dez anos para ser

completamente implantado em todo o País. Acreditamos que dessa forma e com o

apoio técnico da União a Estados e Municípios será possível aplicar esse projeto e

mudar a educação brasileira.

E nada melhor do que ver uma escola pública como a de Canela, que usa o

turno integral como ferramenta para formar cidadãos e receber uma premiação

nacional de qualidade. É isto que nos dá a certeza de que estamos lutando por uma

causa que pode mudar o Brasil e fazer evoluir a nossa sociedade.

Parabéns a alunos, professores e colaboradores da escola Neusa Mari

Pacheco pela conquista. Tenham certeza de que o exemplo de vocês serve como

estímulo à nossa luta pela aprovação da PEC do Turno Integral em Plenário.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

MATÉRIA A QUE SE REFERE O ORADOR

Colégio de Canela é a melhor escola pública do país

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Instituição se destacou entre 1,8 mil por atividades extras em turno integral

Na tarde de ontem, a diretora da Escola Estadual Neusa Mari Pacheco, Vera

Morais, foi recepcionada pelos estudantes com palmas e assobios. Ela voltava de

Brasília, onde recebeu o troféu mais importante dos 97 anos da instituição: o de

melhor escola pública no Prêmio Sesi Qualidade da Educação.

Basta entrar na escola para perceber por que o troféu e um cheque gigante

de R$20 mil decoram a sala da direção. Nos corredores, todos os alunos

cumprimentam quem passa. A coleção de “Boas Tardes” leva a salas de aula

especiais que incentivam os 1.120 alunos a permanecerem na escola em turno

integral, das 7h35min às 17h15min, todos os dias da semana.

Além das aulas tradicionais do currículo pedagógico, esses estudantes têm

oportunidades de cair na piscina e aprender natação nas aulas de educação física.

Ou ainda entrar numa sala de aula onde o quadro-negro foi substituído por espelhos,

e as classes, por aparelhos de ginástica.

As aulas de ecologia e agricultura em dois centros especiais, em linhas no

interior de Canela, também são programas que qualificam a escola e justificam o

destaque nacional. O prêmio foi disputado com 1,8 mil escolas na primeira fase e 75

na segunda. A escola canelense foi a única gaúcha entre as 10 premiadas.

— Esse prêmio é o resultado de anos de gestão em disciplina e educação.

Vejo como nosso diferencial o respeito à opinião dos pais e nosso plano pedagógico

voltado às necessidades da cidade, preparando os alunos para o mercado de

trabalho — entende a diretora.

Os alunos, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, respondem aos

programas da escola com participação e aprovação. Desde 1994, quando o turno

integral foi implantado, a evasão caiu de 34% para 1,3% em 2009, e o de repetência

despencou de 28% a 3,5% em 15 anos.

A escola tem matérias para aprender a lidar com vários tipos de plantas,

animais. O ensino da escola é muito bom, reforçado, e com o turno integral se pode

tirar várias dúvidas — elogia a aluna Reicla Machado dos Santos, 14 anos.

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Durante o discurso do Sr. Fernando Marroni, o Sr.

Marcelo Itagiba, § 2º do art. 18 do Regimento Interno,

deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pela Sra.

Vanessa Grazziotin, § 2º do art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. MANATO - Sra. Presidente, gostaria de fazer um registro muito triste.

A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Pois não. V.Exa. tem 1 minuto.

O SR. MANATO (PDT-ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Com muito

pesar, registro nos Anais desta Casa que ontem, às 20 horas, faleceu um grande

amigo meu, o Vereador Joãozinho, da cidade de Cariacica. Com 43 anos, teve um

enfarte fulminante assistindo à aula. É triste, porque era um rapaz jovem, de 43

anos. Estava no seu primeiro mandato de Vereador. Era funcionário efetivo de

carreira do INSS. É uma perda muito grande, tendo em vista que eu, nesses 3

meses de campanha, estive lado a lado com ele. Ele coordenou a minha campanha.

E, no Município onde ele coordenava, nós tivemos 7.500 votos.

Então, à sua família, à Giovana, sua esposa, a seu filho, quero desejar um

carinho, um conforto. Estive ontem à noite com a família, mas hoje tive que vir a esta

Casa para trabalhar.

Sra. Presidenta, dos 10 segundos que me restam, vou fazer 9 segundos de

silêncio.

Muito obrigado.

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A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Vamos dar continuidade à

relação dos inscritos, lembrando que cada Deputado ou Deputada disporá de

exatamente 3 minutos na tribuna, para que um maior número de Parlamentares

possa se pronunciar antes do início da Ordem do Dia.

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A SRA. PRESIDENTA (Vanessa Grazziotin) - Concedo a palavra pela ordem

ao Deputado Domingos Dutra, que fez uma troca com o Deputado Fernando

Marroni.

O SR. DOMINGOS DUTRA (PT-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Obrigado, Sra. Presidente.

Quero, inicialmente, registrar a presença no plenário do nosso colega Carlito

Merss, do PT, Prefeito de Joinville, Santa Catarina.

Sra. Presidente, amanhã vou entregar à Comissão de Direitos Humanos o

relatório da diligência que fizemos no Estado do Maranhão sobre as investigações

de várias execuções, com destaque para a execução de 18 presos no Complexo

Penitenciário de Pedrinhas. Vou apresentar um relatório escrito e um DVD de 11

minutos, DVD este revelador das imagens da barbárie.

Nesta breve comunicação quero apenas dar uma pequena sugestão à

Presidente Dilma, que está compondo seu Governo. Vários nomes já foram

escolhidos; todos da maior qualidade e de competência já testada. Creio que, nos

próximos dias, o restante da equipe do primeiro escalão será definido.

Eu queria aqui sugerir humildemente à Presidente Dilma que escolha um

técnico ou militante político que tenha um mínimo de sensibilidade social para o

Ministério de Minas e Energia. A Presidente Dilma começou sua carreira na

administração pública como Secretária de Minas e Energia no Rio Grande do Sul.

Depois, no Governo Lula, exerceu a função de Ministra de Minas e Energia, Pasta

cuja importância para a população brasileira não está ligada apenas à construção de

barragens.

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As barragens que estão sendo construídas no Brasil atualmente, como a de

Belo Monte e outras que serão construídas no Rio Parnaíba, não apenas se

destinam à produção brasileira de energia, que é fundamental para o

desenvolvimento nacional, como também envolvem milhões de brasileiros.

O Presidente Lula está saindo, mas não conseguiu pagar todas as dívidas

aos atingidos por barragens. Hoje, o Presidente Lula esteve em Estreito, no

Maranhão, inaugurando o enchimento da Barragem do Estreito.

Se há um Ministério que está intimamente ligado à identidade da Presidente

Dilma é o de Minas e Energia. E acho que a Presidente Dilma deveria escolher para

esse Ministério não apenas um burocrata que vai cuidar dos interesses das

empreiteiras, mas alguém do campo democrático e popular, do PT, do PDT, do PSB,

do PCdoB, alguém que tenha sensibilidade social.

Não adianta colocar em um Ministério importante como esse alguém que só

tenha sensibilidade para escutar as empreiteiras, que não tenha sensibilidade para

escutar os atingidos, pessoas pobres que estão sendo vítimas dessas barragens,

respondendo apenas com o discurso de que é para a produção de energia, para o

desenvolvimento nacional.

Da minha parte, não há discordância sobre a necessidade de produção de

energia no País. Mas é preciso que esse discurso de desenvolvimento nacional não

seja feito para encobrir a violência e a vitimação de milhões de brasileiros que

perdem as suas terras, que perdem o acesso à água e à produção.

Portanto, deixo aqui minha humilde contribuição. Sei que talvez eu não seja

ouvido, mas seria muito importante que a Presidente Dilma escolhesse para esse

Ministério alguém que estivesse intimamente ligado à sua identidade. Se houvesse

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um Ministério da quota pessoal da Presidente Dilma, seria o Ministério de Minas e

Energia, pela importância que tem para o País, pelo valor social que tem, pelo

envolvimento direto com milhões de brasileiros que são atingidos por barragens.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Durante o discurso do Sr. Domingos Dutra, a Sra.

Vanessa Grazziotin, § 2º do art. 18 do Regimento Interno,

deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr.

Luiz Couto, § 2º do art. 18 do Regimento Interno.

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O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Por permuta com o Deputado Luiz Couto,

concedo a palavra pela ordem à Deputada Vanessa Grazziotin.

A SRA. VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB-AM. Pela ordem. Sem

revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o IBGE divulgou

ontem, e hoje está publicado em todos os jornais do País, o resultado do censo

realizado no ano de 2010.

A cidade de Manaus desponta, mais uma vez, assim como no censo da

década anterior, como a que mais cresce no Brasil. No período de 1991 a 2000,

Manaus foi a cidade que mais cresceu, atingindo o índice de 39%, e, nesse último

período, nos últimos 10 anos, seu crescimento ficou em torno de 22%, sendo o

maior índice entre todas as cidades e Capitais dos Estados brasileiros.

Manaus, de acordo com os dados oficiais do IBGE, tem hoje população

superior a 1 milhão e 800 mil habitantes. De acordo com o IBGE, as razões que

levam Manaus a ser a cidade que mais cresce no Brasil estão centradas

basicamente em dois pontos: primeiro, oportunidades de emprego, e, segundo,

oportunidades de novos negócios na sua Zona Franca.

Sr. Presidente, é importante que Manaus atinja tal crescimento por ser a

sinalização de que a cidade é vigorosa do ponto de vista do seu desenvolvimento

econômico.

Eu não me canso de dizer que a Zona Franca tem sido — se não é — o

modelo que mais deu certo no Brasil no que diz respeito ao desenvolvimento

regional.

Todos nós sabemos que a Zona Franca nasceu no final da década de 60 com

um objetivo claro, o objetivo geopolítico de fazer com que uma região de

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desenvolvimento insignificante e de população praticamente isolada das outras

regiões do País pudesse alcançar um índice melhor de crescimento. E, de fato,

algumas décadas depois colhemos o resultado.

A Zona Franca de Manaus tem sido um modelo muito importante, não apenas

para a dinamização da economia. Hoje, posso afirmar com absoluta segurança, Sr.

Presidente, que a Zona Franca de Manaus tem sido muito importante para a política

ambiental brasileira, sobretudo para a preservação da Amazônia, porque é o maior

bioma e possui a maior biodiversidade do planeta.

O Amazonas ostenta hoje também o título de Estado mais preservado da

região amazônica. Não é à toa. É porque temos alternativa de desenvolvimento, de

geração de emprego e renda.

Entretanto, quero dizer que alguns gargalos foram destacados pela pesquisa

do IBGE. Um deles é a baixa qualificação do trabalhador do Estado do Amazonas, o

que faz com que muita gente de outras regiões encontre na cidade de Manaus

colocação no mercado de trabalho, sobretudo nas vagas que exigem qualificação

mais significativa.

Isso é um alerta, não só para o Governo do Estado, mas também para o

Governo Federal, a respeito da necessidade de ampliarmos as ações de

qualificação, de formação de homens e mulheres, trabalhadores e trabalhadoras

brasileiros.

E um outro gargalo, Sr. Presidente, é o baixo nível salarial dos trabalhadores

do meu Estado, sobretudo aqueles que atuam no distrito industrial, nas fábricas.

Temos de desenvolver uma grande campanha para elevar o nível salarial da nossa

gente.

Obrigada, Sr. Presidente.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINALNúmero Sessão: 208.4.53.O Tipo: Ordinária - CDData: 30/11/2010 Montagem: 4171/4176

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O SR. BETO FARO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Tem V.Exa. a palavra por até 1 minuto.

O SR. BETO FARO (PT-PA. Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, quero destacar desta tribuna a viagem

que o Presidente Lula e a Presidente eleita Dilma Rousseff realizam hoje ao Pará

para, entre outras atividades de grande relevância para os interesses do Estado e da

região, inaugurar o sistema de transposição de desnível dos Rios Tocantins e

Araguaia e assinar contratos do Programa Luz para Todos para Municípios da Ilha

do Marajó.

Na solenidade em Tucuruí será também anunciada a contratação de 39

engenheiros formados pela Universidade Federal do Pará, que trabalharão na Usina

Hidrelétrica de Belo Monte. Especificamente neste caso, parece ato de pouco

significado. Todavia, essas contratações têm valor simbólico de monta à medida que

demarcam a mudança na prática histórica de contratação fora do Estado de mão de

obra especializada para as grandes obras no Pará.

Compromissos políticos inadiáveis em Brasília, afora as atividades legislativas

nesta Casa, impossibilitaram que acompanhasse essa agenda de Lula e Dilma no

meu Estado e que resgata aspirações antigas da nossa população.

A inauguração do sistema de transposição de desnível dos Rios Tocantins e

Araguaia é um sonho que permeava, há 30 anos, as aspirações dos paraenses. De

fato, as obras das eclusas de Tucuruí ficaram paradas por quase 30 anos e, agora

prontas, permitirão a retomada na navegação para transporte de cargas e

passageiros pelo Rio Tocantins.

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O projeto inicial data de 1981, mas só foi retomado em 2006, sob o comando

do Ministério dos Transportes, em parceria com a ELETROBRAS. O custo total do

empreendimento foi de 1,6 bilhão de reais.

Com a inauguração das eclusas de Tucuruí, teremos a plena navegabilidade

do Rio Tocantins, o que constituirá passo decisivo para a implantação da Hidrovia

Araguaia-Tocantins, ligando os portos de Belém e Vila do Conde à região do Alto

Araguaia, no Estado do Mato Grosso, numa extensão de aproximadamente 2 mil

quilômetros.

A navegabilidade do Rio Tocantins, antes impossível para grandes

embarcações, incrementará a economia do Estado, permitindo o tráfego de

comboios com capacidade de carga de até 20 mil toneladas. A exploração, em larga

escala, dos recursos minerais e agropecuários das Regiões Centro-Oeste e Norte do

Brasil ganhará impulso com as eclusas, abrindo grande horizonte de

desenvolvimento econômico, não apenas para o Pará, mas também para toda a

região beneficiária.

A obra possibilitará, ainda, a geração de empregos para a população da

própria bacia hidrográfica e de outras áreas e deverá estimular as condições para o

desenvolvimento industrial daquele território do País.

Conforme explicita a ELETRONORTE, o sistema de transposição de Tucuruí

inclui duas eclusas: uma a montante da barragem, outra a jusante, de retorno à

calha do Rio Tocantins. Entre elas, um canal intermediário, com 5.580 metros de

extensão e 32,5 metros de profundidade, permitirá a navegação de embarcações

com calado máximo de 4,5 metros. As eclusas de Tucuruí são as maiores do mundo

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em desnível, tendo capacidade para dar passagem a 40 milhões de toneladas de

cargas por ano.

Enfim, Sr. Presidente, trata-se de mais uma grande obra estruturante do PAC

que contribuirá vigorosamente para o desenvolvimento de uma região do País que

antes do Governo Lula jamais mereceu a atenção adequada.

Além da inauguração das eclusas, o Presidente Lula, na companhia da

Presidente Dilma, assinará com a Associação dos Municípios do Marajó

compromissos pela ampliação do Programa Luz para Todos naquela região, com a

inclusão de vários Municípios.

Até a presente data, o programa já levou energia elétrica para mais de 1

milhão de paraenses que viviam sob o constrangimento e o desconforto da

lamparina e do candeeiro. Nas áreas rurais, ribeirinhas e quilombolas, o programa já

beneficiou 349 mil residências, em 141 dos 144 Municípios do Estado.

Portanto, Sr. Presidente, com esses atos no Pará o Presidente Lula vai

fechando com chave de ouro o seu Governo e repassando à Presidente Dilma o

bastão da corrida que comandou pelas transformações no Brasil, envolvendo,

sobretudo, as regiões a segmentos sociais vítimas históricas do apagão das políticas

dos governos do passado.

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O SR. CHICO LOPES - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. CHICO LOPES (Bloco/PCdoB-CE. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, ocupo a tribuna desta Casa para fazer um apelo ao

Supremo Tribunal Federal para que seja dada celeridade ao julgamento da ADI

4.167, que trata de medida cautelar contra o art. 2º, § 1º; 3º e 4º, caput, I, II, III e VIII,

todos da lei do piso salarial nacional do magistério.

É urgente que seja dada uma solução para o problema, que se estende há

pelo menos dois anos. A luta dos professores por melhores condições de trabalho

não é de hoje. Há décadas a categoria, através de suas entidades e organizações

sindicais, trabalha no sentido de conseguir melhores salários, condições mais dignas

e o tão almejado plano de cargos e salários, já determinado pela lei do piso, mas

que, infelizmente, em muitos Estados e Municípios, ainda se encontra apenas no

papel.

A falta de articulação entre os entes federativos é uma das razões para essa

dificuldade de cumprimento da lei do piso.

A Lei nº 11.738/2008, que foi sancionada pelo Presidente Lula em 2008,

precisa ser implantada em sua integralidade, pois tem por objetivo resgatar as

condições laborais e sociais dos profissionais do magistério e criar equidade para o

trabalho desses profissionais em todo o País, visto que em sua essência esta posto

o resgate histórico-social dos direitos da categoria dos professores. Ansiosos por

essa resposta, educadores de todo o Brasil aguardam o julgamento dos Ministros do

Supremo Tribunal Federal, cientes de que prevalecerá o bom senso e a justiça.

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Apesar de já sancionada, a lei do piso ainda encontra resistência de alguns

Prefeitos e Governadores, que afirmam ser impossível pagar aos professores o que

lhes é devido. Desse modo, muitos professores continuam sem receber seus

vencimentos de acordo com o que determina a lei.

A implantação geral e irrestrita da lei do piso salarial dos professores não é

apenas uma questão legal, mesmo sendo isso de extrema importância. É também

uma atitude de respeito e justiça aos milhões de professores deste País.

É extremamente relevante que o STF coloque em pauta essa ação com a

máxima urgência, para que se possa avançar e sair do embate jurídico. O piso,

infelizmente, ainda é uma lei que vem sendo aplicada de modo particular, de acordo

com a compreensão de cada gestor. Esse problema precisa ser resolvido pelo

Supremo, e a lei deve ser colocada em prática tal qual foi aprovada e sancionada.

É o que esperam e merecem todos os educadores deste País. É o mínimo

que nós legisladores e os Ministros do STF podemos fazer por esta categoria, que é

responsável pela formação de nossas crianças e jovens. Se quisermos um País

melhor, teremos que olhar a categoria com mais respeito e atenção, dando-lhes

bons salários e investindo na formação desses profissionais. É a nossa expectativa.

Sr. Presidente, pedimos ao Supremo Tribunal Federal que dê oportunidade

aos professores para que voltem a ter sua dignidade, algo de que tanto precisam.

Fala-se muito em educação como prioridade, mas quando se fala de

vencimento, de salário de professor, é necessário submeter-se à vontade do juiz, da

Suprema Corte.

Obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PAES DE LIRA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Couto) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. PAES DE LIRA (Bloco/PTC-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, brasileiros, observando o painel de

presença, verificamos o número de 247 Deputados Federais com presença marcada

em plenário. Portanto, podemos afirmar que logo mais o quorum será obtido — em

torno das 17h05min —, o que representa, em relação às últimas etapas de trabalho

depois do retorno do segundo turno da eleições, uma antecipação de 35 a 40

minutos. Isso indica ser hoje um bom dia, indica que certamente teremos, lá pelas

18 horas, 18h30min, quem sabe, 440 ou talvez mais Parlamentares prontos para

votar, com a presença registrada no painel eletrônico.

Portanto, é excelente dia para que o ilustre Presidente desta Casa de leis,

Deputado Michel Temer, cumpra a sua reiterada promessa de que a PEC 300 será

votada, será resolvida ainda nesta Legislatura e sob sua Presidência.

S.Exa. está evidentemente afastado nos últimos tempos da Presidência, que

tem sido exercida pelo ilustre Deputado Marco Maia, porque possui pesados

compromissos na equipe de transição governamental, afinal de contas é Vice-

Presidente da República eleito. No entanto, continua Presidente da Casa e continua

válida a sua promessa. Não pode a sua palavra não ter validade porque

momentaneamente não está fisicamente presente na Câmara.

É excelente dia para uma sessão extraordinária, uma vez resolvida a questão

das medidas provisórias. E eu sei que será mais uma sessão desgastante, com 11

medidas provisórias trancando a pauta — é a canga do Poder Executivo, como

sempre tenho dito, no Poder Legislativo, no Parlamento —, mas a sessão terá o seu

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deslinde. Alguma coisa será votada, acredito. Será perfeitamente possível, após

essa etapa de trabalho, lá pelas 8 horas da noite, a convocação de sessão

extraordinária. Mas de sessão extraordinária contendo apenas e tão somente em

sua pauta a votação da PEC 300, porque, se forem inseridas medidas provisórias

como em outras ocasiões, em um verdadeiro jogo de cena, é claro que nada

acontecerá. Haverá o processo de obstrução, haverá o arrastamento, e não se

chegará à votação da matéria.

Eu repito: votar em segundo turno uma proposta de emenda à Constituição já

aprovada em primeiro turno, além de um dever com a Nação, o que é o mais

importante, além de começar a fazer justiça a essa categoria que nós vemos em

combate no Rio de Janeiro para devolver a paz à população, representada e atuante

em todo o nosso País, é um dever constitucional, é um imperativo constitucional

claramente estabelecido no art. 60, § 2º, da Constituição da República. Não votar

essa PEC em segundo turno, engavetá-la, empurrar com a barriga, expressões que

tanto estamos ouvindo, é violação da Constituição da República. E isso não pode

acontecer! O que acontecerá se esta Casa de leis violar a Constituição da

República? Tudo estará perdido. É nosso dever votar a PEC 300 em segundo turno

e começar a fazer justiça. Vamos cumprir com o nosso dever!

Obrigado pela atenção.

Durante o discurso do Sr. Paes de Lira, o Sr. Luiz

Couto, § 2º do art. 18 do Regimento Interno, deixa a

cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Inocêncio

Oliveira, 2º Secretário.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Quero saudar o General de

Brigada Luiz Arnaldo Barreto Araújo, que há pouco participou conosco da solenidade

de lançamento da publicação A Política Espacial Brasileira no Conselho de Altos

Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados, do qual, com muita

honra, sou Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Luiz Couto.

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, temos preocupação com a violência que cresce

em todas as vertentes, principalmente a agressão contra os idosos.

De acordo com dados de nossa Capital, João Pessoa, a Delegacia

Especializada de Crimes Contra os Idosos já possui 217 inquéritos policiais sobre

crimes contra pessoas com mais de 65 anos.

Essa violência é praticada muitas vezes na própria relação familiar. Muitas

vezes, aparece alguém que quer ficar com a aposentadoria do idoso e que usa da

violência contra ele. Sabemos que a maioria desses inquéritos fica sem qualquer

encaminhamento. São os chamados inquéritos misteriosos, que vão crescendo cada

vez mais. O número de queixas tem aumentado não apenas em nossa Capital. Em

muitos outros Estados há violência, espancamento, maus-tratos, tratamento

desumano, cruel, degradante, inclusive tortura contra pessoas idosas.

Mostro essa situação porque é importante que a enfrentemos.

O Estatuto do Idoso requer tratamento digno ao idoso, com o respeito que

todos nós devemos ter. Mas ocorre o contrário; o idoso é maltratado, o tratamento

dispensado a ele é desumano e cruel. Os inquéritos são realizados mas, no final, os

casos ficam na impunidade. Infelizmente, a violência, a corrupção e a impunidade se

juntam para que os crimes não sejam investigados e os responsáveis não sejam

punidos na forma da lei.

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Nesse sentido, é importante que possamos cada vez mais ter políticas

públicas para os idosos, que deram toda sua contribuição ao País, mas,

infelizmente, são desrespeitados.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado João Oliveira, por 1 minuto.

O SR. JOÃO OLIVEIRA (DEM-TO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, apresento à Mesa projeto de lei que altera a Lei nº 9.504, de 1997, que

no seu art. 1º veda a participação de Presidente da República, de Governadores de

Estado e do Distrito Federal e de Prefeitos, quando não candidatos à reeleição, em

atos de campanhas eleitorais de quaisquer outros candidatos; estabelece sanções

para o caso de violação dessa regra e configura como abuso de poder político a

múltipla reincidência, punindo com multas e a perda de mandatos.

Vou passar o documento às mãos de V.Exa.

Era essa a minha manifestação.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Fernando Chiarelli, do PDT de São Paulo, por 3 minutos.

O SR. FERNANDO CHIARELLI (PDT-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, povo do Brasil, o Padre que me antecedeu falou dos maus-

tratos aos velhos. País que tem de fazer leis para que mulher e velho não sejam

maltratados é um país selvagem. E, por sinal, o País não é só selvagem, mas uma

comédia ao redor do mundo. Todo mundo comemorou quando o Exército, a

Aeronáutica e a Marinha subiram o morro para bater nesse ou naquele desnorteado,

naquele perdido, naqueles que não tiveram chance alguma na vida. Como desceram

as Forças Armadas, hein? As Forças Armadas, que já enfrentaram Solano e o

nazismo, agora estão aí para proteger sabe-se lá o quê. Porque, evidentemente, o

tráfico de drogas vai continuar.

Lima Barreto, em Os Bruzundangas, já explicava coisas desse tipo. E que o

povo vá às Bruzundangas para ver o que está acontecendo no Rio de Janeiro.

Fernando Marrone também esteve aqui para reclamar da ANAC. Lembro o

Brasil do acidente da TAM que vitimou 170 pessoas, inclusive um colega nosso, e a

Ministra do Turismo disse “Relaxa e goza”.

Essa é a desgraça de Governo que aí está, mantido inclusive pela fraude

eleitoral — fraude eleitoral feita nas urnas eletrônicas, conforme estou provando. O

ITA, a UNESP, a USP, nenhum desses técnicos aprova a urna; só o TSE, só o TSE!

O Pinóquio, sem dúvida, é cidadão brasileiro.

Por sinal, Sr. Presidente, eu quero gritar a plenos pulmões aqui para o Brasil

escutar. Hoje, lá na minha região, a Polícia Federal apreendeu 400 caça-níqueis.

Quem é que fabrica os caça-níqueis? A Diebold. Quem é que fabrica as urnas

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eletrônicas? A Diebold. A Polícia Federal fechou o bingo, fechou os caça-níqueis.

Quem vai fechar o caça-níquel mentiroso do Lewandowski?

Tenho certeza absoluta de que o Brasil, o povo brasileiro, de Norte a Sul, não

merece essa desgraça, essa insídia, essa empulhação.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Marcelo Itagiba.

O SR. MARCELO ITAGIBA (PSDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, Srs. Deputados, o assunto está presente, está latente e merece ser

sempre discutido. Refiro-me à segurança pública no Estado do Rio de Janeiro. Nós

observamos que a conjunção de esforços foi benéfica para o Estado e para a

população e muito ruim para a criminalidade. Porém, para manter o que foi

conquistado é necessário ampliar o efetivo e as áreas.

Por isso me causa certa preocupação o avanço das milícias no Estado do Rio

de Janeiro — já estão em mais de 130 comunidades. Essas milícias não estão

entrando lá à toa, estão entrando subvencionadas e bancadas pela contravenção e

pelo jogo do bicho. Sabem por quê? Nas localidades onde a milícia se instala,

patrocinada pela contravenção, se instalam, por conseguinte, as máquinas caça-

níqueis.

É isso que precisa ser visto, porque, na verdade, esse combate só vem sendo

feito pela Polícia Federal. É preciso que as autoridades públicas do Estado do Rio

de Janeiro também façam esse tipo de combate, porque milícia e contravenção

estão interligadas para a exploração da boa-fé da população no nosso Estado.

Por isso me causa muita preocupação ver a vontade, o desejo de alguns

Parlamentares de votar, a toque de caixa, o bingo nesta Casa, até porque no projeto

dos bingos estão incorporados os caça-níqueis. Uma coisa levará a outra que, por

consequência, levará a outra também, fazendo com que a criminalidade e a lavagem

de dinheiro aumentem no nosso País.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Arnaldo Faria de Sá.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, estive hoje pela manhã na

cidade de Serra Negra, no seminário da Confederação Nacional dos Servidores

Públicos. Quero agradecer ao Presidente Tuccillo o convite.

O grande número de pessoas representativas que lá estavam pediram um

empenho especial para colocarmos em votação em plenário, no começo do ano,

depois da tomada de poder pelos novos Parlamentares, a Proposta de Emenda à

Constituição nº 555, de 2006, que trata da supressão da cobrança de contribuição

previdenciária dos inativos. Essa proposta teve um voto em separado, declarado

voto vencedor, na Comissão Especial; portanto, tem condições de ser votada em

plenário a supressão gradativa a partir dos 60 anos até os 65 anos, quando poderá

ser zerada.

Sem dúvida nenhuma, há grande expectativa na votação da PEC 555, bem

como da Proposta de Emenda à Constituição nº 270, de 2008, que trata do retorno

da integralidade e paridade para os aposentados por invalidez. É um absurdo!

Quando se comenta o assunto, ninguém imagina que a reforma da Previdência de

2003 tenha suprimido a integralidade e a paridade para os aposentados por

invalidez. Essa proposta está pronta para ser votada. Esperamos que seja votada o

mais rapidamente possível.

Também quero deixar registrado que estivemos ontem na inauguração do

Poupatempo de Cidade Ademar, onde era o sacolão do Jardim Miriam, uma grande

reivindicação de toda a população, que está contente porque, depois de 20 anos,

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conseguimos inaugurar também o corredor de ônibus Diadema-Brooklin, uma obra

que estava parada havia muito tempo. Quero deixar registrado o empenho do ex-

Governador Cláudio Lembo para a retomada da obra.

Quero também informar que já está alocado pela Previdência Social um

prédio na Avenida Santa Catarina, onde será instalada a Agência da Previdência

Social de Cidade Ademar, Jardim Miriam, Santa Catarina, o que, sem dúvida

nenhuma, será extremamente importante para a região, que obtém três grandes

conquistas: o Poupatempo inaugurado, a nova linha do corredor de ônibus Diadema-

Brooklin e agora a instalação, no começo do ano, da agência da Previdência Social

de Cidade Ademar.

Esse é um grande sonho de todos os que esperam que isso possa tornar-se

realidade. Sem dúvida nenhuma, estamos bem próximos, completando, porque

aquele setor já tem a agência da Previdência Social de Jabaquara e já tem a

agência da Previdência Social de Pedreira e Sabará, e agora poderemos facilitar o

acesso do segurado da Previdência, já com a chamada Lei da Aposentadoria em

Meia Hora, em que são utilizados os dados do CNIS para a concessão dos

benefícios da Previdência Social. Foi uma grande conquista da Lei Complementar nº

128, de 2008, trazida à legislação como uma grande conquista, já que tanto as

Varas Previdenciárias quanto o Juizado Especial Federal utilizavam os dados do

CNIS para a concessão de benefícios.

Quero cumprimentar o Dr. Antônio Cedenho, designado pelo Dr. Roberto

Haddad, Presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, para ampliar as

conciliações nas varas previdenciárias em recursos para o Tribunal Regional Federal

da 3ª Região, o que é extremamente importante. Estamos lutando inclusive para

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ampliar o prazo para as Turmas Recursais do Juizado Especial Federal porque, sem

dúvida nenhuma, dez dias é um prazo muito exíguo para quem não tinha advogado

constituir um, e nem sempre a pessoa consegue o apoio da Defensoria Pública.

Mais uma vez quero deixar registrado que queremos votar a Proposta de

Emenda à Constituição nº 300, de 2008. Esta é a resposta ao que aconteceu no Rio

de Janeiro: o piso nacional de salário para os policiais civis e militares. PEC 300 já,

sem outra votação!

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, para uma

breve intervenção, ao ilustre Deputado Albano Franco.

Em seguida, falará o Deputado Arolde de Oliveira.

O SR. ALBANO FRANCO (PSDB-SE. Pela ordem. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, uso a tribuna para registrar o

centenário de nascimento do ex-Governador Luiz Garcia, que, com proficiência e

visão de futuro, governou o Estado de Sergipe no quadriênio 1959-1962.

Seu governo foi marcado por iniciativas modernizantes, notadamente nos

campos institucional e do desenvolvimento econômico ao criar o Instituto de

Previdência do Estado de Sergipe (IPES) e o Conselho do Desenvolvimento

Econômico de Sergipe (CONDESE), órgão responsável pela montagem de um

sistema de planejamento que marcou época na administração pública sergipana.

Edificou obras estruturantes para o desenvolvimento do Estado como a

Estação Rodoviária, o Aeroporto de Aracaju e o Hotel Palace, além de iniciar os

estudos pioneiros que culminaram, posteriormente, com as descobertas de petróleo

e sais minerais, pela PETROBRAS, na região de Carmópolis, que mudaram a face

da economia sergipana.

Desejo neste momento, Sr. Presidente, externar meus cumprimentos aos

familiares do ilustre aniversariante, especialmente ao ex-Deputado e ex-Governador

do Amapá Gilton Garcia, seu filho, e acrescentar que o Dr. Luiz Garcia foi, sem

dúvida, um dos melhores homens públicos de Sergipe.

Muito obrigado.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINALNúmero Sessão: 208.4.53.O Tipo: Ordinária - CDData: 30/11/2010 Montagem: 4171/4176

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Arolde de Oliveira.

O SR. AROLDE DE OLIVEIRA (DEM-RJ. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, colegas Parlamentares, quero aproveitar esta oportunidade

para registrar o sucesso que foi a ação conjunta dos três níveis de Governo no

Estado do Rio de Janeiro, em particular na cidade do Rio de Janeiro, no controle do

quartel general do crime organizado do tráfico.

A ocupação transcorreu sem maiores problemas, com um mínimo de baixas.

Isso foi muito importante, porque houve o entendimento de que se tratava de

guerrilha urbana e que as Forças Armadas deveriam trazer as suas estratégias de

combate para debelar o crime organizado.

Agora, nessa situação em que estamos vivendo, precisamos pensar que esse

processo poderá ser o início da interrupção de 30 anos de permissividade e

complacência das autoridades com o crime organizado.

Neste momento, temos de pensar no futuro, no que fazer, como incluir essas

comunidades como bairros comuns, normais, com os serviços públicos presentes,

com os programas sociais presentes, enfim, com o pleno exercício da cidadania.

Dentre os problemas, o principal é a corrupção. Como o Governador do

Estado pediu praticamente um ano de permanência das Forças Armadas naqueles

locais para garantir a ordem e a ocupação, a preocupação é que nesse período haja

o envolvimento e a contaminação pela corrupção da tropa de soldados que estará

presente.

É preciso que se pense nisso e que se proponha, então, um rodízio dessas

Forças, para que elas não cheguem a ser contaminadas pela corrupção.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINALNúmero Sessão: 208.4.53.O Tipo: Ordinária - CDData: 30/11/2010 Montagem: 4171/4176

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Outro aspecto importante é a necessidade de se gerar emprego nessas

comunidades. O tráfico, pela sua ação maléfica, também traz emprego e

oportunidade de receita. E essa receita deixa de existir nessas comunidades. É

preciso que a autoridade, que o Estado traga emprego, traga atividade para dentro

dessas comunidades, para que possamos garantir essa ocupação e a inclusão

dessas comunidades na vida normal da cidade.

Com isso, evidentemente, serão garantidos os projetos de longo prazo que a

cidade aguarda, tais como as Olimpíadas e a Copa do Mundo. Que esses projetos

sejam realmente “cenouras” a atrair os investimentos principalmente nessa área de

segurança. Que não se permita que volte a ocorrer nessas comunidades o que já

aconteceu no passado: dois, três meses depois do espetáculo midiático, tudo volta

ao normal e o tráfico retoma as suas posições.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Celso Maldaner.

O SR. CELSO MALDANER (Bloco/PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Organização das Cooperativas

do Estado de Santa Catarina — OCESC promove, no dia 3 de dezembro, em

Florianópolis, o 2º Encontro Estadual de Jovens Lideranças Cooperativistas. O

evento abordará temas relacionados ao protagonismo juvenil, visando estimular o

desenvolvimento do perfil de liderança e de sucessão nas cooperativas

catarinenses.

O objetivo é promover o intercâmbio e a troca de experiências entre os

alunos. Participarão do encontro 105 alunos das quatro turmas — Cooper Alfa, de

Chapecó; Cooper A1, de Palmitos e todo o extremo oeste, como Itapiranga;

Cooperativa Auriverde, de Cunha Porã; e Cooper Itaipu, de Pinhalzinho — e os

professores do Programa Jovens Lideranças Cooperativistas, que é uma iniciativa

do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo — SESCOOP.

O programa tem como objetivo para os participantes desenvolver habilidades

e competências que levem os jovens a se organizar por meio do cooperativismo,

despertar o interesse pelo cooperativismo e capacitar os jovens para gerir o negócio

cooperativo de forma competitiva, exercendo seu papel de liderança.

Já as cooperativas pretendem fomentar estratégias de gestão, tornar viáveis

alternativas de sucessão e garantir a continuidade e o fortalecimento do

cooperativismo.

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O programa terá continuidade em 2011 nas cooperativas Auriverde, Cooper

Itaipu e Cooper A1. O SESCOOP/SC planeja abrir pelo menos mais duas turmas em

outras regiões do Estado.

Outro programa de formação juvenil, o Cooperjovem, passou por um

processo de evolução neste ano. O sistema OCESC/SESCOOP elaborou uma nova

proposta de estruturação de todo o processo metodológico e de implementação do

Cooperjovem para a rede de ensino público municipal e estadual de Santa Catarina.

As inovações foram orientadas para o fortalecimento e expansão do programa para

as escolas que já participam e para as novas escolas que estão aderindo.

Esse trabalho começou a ser desenvolvido em março de 2010, com base em

um levantamento de informações, visitas e reuniões realizadas nas escolas

integradas ao programa desde a sua implantação em 2001.

Após esse levantamento, foi estruturada uma nova metodologia, que culminou

na realização do 1º Encontro Estadual do Programa Cooperjovem, no mês de julho,

em Florianópolis. Ali se reuniram mais de 120 representantes de todas as escolas,

cooperativas, secretarias municipais e gerências regionais de educação parceiras do

programa.

Os objetivos foram compartilhar experiências e definir o cronograma das

capacitações de formação de professores que estão sendo realizadas em cinco

diferentes regiões do Estado até dezembro.

Até o fim do ano serão concluídas todas as etapas dos cursos de formação de

professores e iniciada a ampliação do Cooperjovem para novas escolas, no ano

letivo de 2011.

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O Cooperjovem é uma ação prioritária para o Sistema OCESC/SESCOOP e

passa por uma nova fase em Santa Catarina, com formalização de novas parcerias

e aperfeiçoamento das etapas de implantação e acompanhamento nas escolas.

Até o final de 2010, o programa terá formalizado parceria com 17

cooperativas e 41 escolas municipais e estaduais de todas as regiões do Estado.

Envolve mais de 200 professores capacitados e preparados para executar o

programa que beneficia 5 mil alunos do ensino fundamental.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Miro Teixeira.

O SR. MIRO TEIXEIRA (PDT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Exmo. Sr. Presidente, Exmas. Sras. Deputadas, Exmos. Srs. Deputados, o Rio de

Janeiro, mais uma vez, foi palco de ações de violência por um lado e, de outro, de

emprego da força pelo aparelho de Estado. Foi muito aplaudido pela população o

emprego da força. A força foi democraticamente apresentada aos cidadãos, que

aplaudiram, receberam bem os soldados, os policiais. Havia uma aparência de

libertação de um país em estado de guerra. A cena era essa.

Depois ouvi comentários nas estações de televisão e algumas opiniões,

especialmente do Dr. José Vicente da Silva, que foi Secretário Nacional de

Segurança Pública, e do Dr. Wálter Maierovitch, que foi Secretário Nacional

Antidrogas, pessoas que estão familiarizadas com o que está se passando em

vários lugares do mundo. O Dr. José Vicente disse que “não é possível um policial

militar ganhar mil reais”. Bom, eu quase comecei a gritar com a televisão — uma

cena de louco, eu querendo falar com a televisão: “Nós temos a PEC 300

exatamente por isso!”. E o Wálter Maierovitch dizia que era preciso criar a Polícia

Penal. Mas temos está aqui a PEC 308.

O que está acontecendo aqui na Câmara dos Deputados? Agora digo eu. Nós

assistimos, na resistência a essas PECs, quando o Governo Federal quis romper o

acordo feito com os petroleiros em greve. Aquela não era mais uma discussão

financeira. O objetivo era quebrar a espinha daquele sindicato dos petroleiros e do

movimento sindical. Pois eu lhes digo, neste momento, que o que está sendo feito é

uma tentativa de quebrar a espinha da Câmara dos Deputados, o que ainda resta da

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imagem da Câmara dos Deputados. O foco não é mais o mérito da Proposta de

Emenda à Constituição nº 300, de 2008, ou da Proposta de Emenda à Constituição

nº 308, de 2004. Isso está socialmente entendido como necessário. Estão tentando

quebrar a espinha desta Casa do Poder Legislativo, para que nada represente, para

que represente apenas uma fileira de pedintes de pires nas mãos pela liberação de

algumas emendas que já viraram lei e que deveriam ser executadas pelo Executivo!

De minha parte, farei aqui a obstrução possível.

Presidente Inocêncio Oliveira, vou lhe pedir mais um minuto.

Não importa o mérito da pauta que queiram colocar em sessão extraordinária.

E já escuto que existem PECs. Uma delas é sobre o Fundo Nacional de Combate à

Pobreza, de cujo mérito somos todos a favor. Agora pode chegar aqui uma PEC

sobre a salvação do planeta Terra — e nós todos queremos salvar o planeta Terra

—, mas ela tem que ser votada depois da PEC 300. Essa é a questão.

Então, eu não tenho mais nenhuma esperança em Líder partidário. Eu

desconsidero a palavra de todos aqueles que não a honram. E apelo aos Deputados

que tenham compromisso para que assumam aqui uma postura de resistência. Não

pode haver sessão extraordinária sem que se vote inicialmente a PEC 300! Vamos

resistir, como o povo do Rio de Janeiro pediu resistência aos soldados que

participaram daquela operação.

Agora está na hora de também mostrarmos que já tínhamos examinado essa

situação e que já temos a solução. Isso não pode ser levado como um capricho. E a

Câmara dos Deputados não pode curvar-se à vontade de quem quer que seja, a não

ser do povo brasileiro.

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Vamos, neste primeiro momento, sustentar a resistência aqui no Parlamento

— e sem qualquer sentido de ameaça. Nós, que viemos do voto obtido nas ruas,

vamos buscar essa solução também nas ruas se ela não sair daqui.

Obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, pela ordem, ao

nobre Deputado Silvio Costa.

O SR. SILVIO COSTA (PTB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, tenho pautado meu mandato nesta Casa,

sobretudo na Comissão de Finanças, com a agenda do gasto público.

Eu acho que esta Casa tem que dar uma solução final, até por respeito a

todos os militares deste País, à Proposta de Emenda à Constituição nº 300.

Vejam que os Governadores argumentam que não existem recursos

estaduais para pagar aos militares. Esse é o argumento dos Srs. Governadores.

Muito bem. Argumentam que essa PEC é inconstitucional, porque segurança pública

é dever do Estado. Também é uma tese.

Agora, há uma tese nesta Casa que não pode continuar. A PEC é aprovada

em primeiro turno e depois a Casa fica no reino do faz de conta: não a vota e

simplesmente não toma uma atitude, os Líderes e o Sr. Presidente não dão uma

resposta a este Parlamento.

Deputado Arnaldo Faria de Sá, baluarte da PEC 300, eu acho sinceramente

que está na hora de votar a matéria, sim, independentemente de compromisso com

o mérito.

Eu quero alertar aqueles que defendem a PEC 300. Se nós tivermos a

competência de indicar a origem dos recursos para pagar os salários dos militares, é

evidente que nós não teremos dificuldade. Então, acho que o debate que temos que

começar a travar aqui é no sentido de que, se a maioria é a favor da PEC, devemos

discutir a origem dos recursos. Como vamos viabilizar isso? De onde virão os

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recursos para pagar aos militares do Brasil? Penso que esse é o debate que o País

e esta Casa efetivamente precisam fazer.

Sr. Presidente, era o que tinha a dizer.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, pela ordem, ao

ilustre Deputado Arnaldo Faria de Sá.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, quero registrar, com alegria e satisfação, a formatura dos

aprovados no concurso para a Guarda Civil Metropolitana de São Paulo e

cumprimentar o Comandante Joel Malta de Sá, presente a essa ocasião. Temos de

lutar pela Proposta de Emenda à Constituição nº 534, de 2002, para dar poder de

polícia às guardas municipais.

Registro também o almoço que tive na SEAM (Sociedade de Engenheiros e

Arquitetos Municipais). Cumprimento o seu presidente e todos aqueles que

estiveram presentes, que têm preocupação com alguns projetos de seu interesse

que tramitam nesta Casa.

Deixo registrada a realização da Caravana da Anistia no auditório do Instituto

Sedes Sapientiae, em São Paulo.

Quero ainda cumprimentar Paulo Abrão, Presidente da Comissão de Anistia,

pelo trabalho que tem feito — mesmo com a falta de funcionários, que não lhe foram

repassados pelo Ministério do Planejamento — para que possamos superar todas as

dificuldades e começar a fazer os pedidos importantes.

Sr. Presidente, queremos votar a Proposta de Emenda à Constituição nº 300,

de 2008.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, pela ordem, ao

ilustre Deputado Raimundo Gomes de Matos, do PSDB do Ceará.

O SR. RAIMUNDO GOMES DE MATOS (PSDB-CE. Pela ordem. Sem

revisão do orador.) - Sr. Presidente, nobres Parlamentares, creio que manchetes

como esta, do Diário do Nordeste, do Ceará, circulem em todos os jornais do País:

Mais de três mil pessoas na fila por uma cirurgia.

Isso é o caos na saúde; é o apagão do Temporão; é o apagão da área

econômica; é a falta de investimentos no setor saúde. Mais de três mil pessoas em

Fortaleza, no Estado do Ceará, aguardam uma cirurgia. Isso é custo para o País,

para as famílias. Isso é falta de sensibilidade do atual Governo, que não faz

investimentos na área.

No Estado do Ceará, o Ministério Público, através do Juiz Federal Dr. José

Eduardo de Melo Vilar Filho, tomou a decisão de que, a partir de agora, não poderá

ocorrer nenhuma despesa com festanças promovidas pela Prefeitura de Fortaleza.

O Governo do PT local deve a fornecedores de materiais cirúrgicos e hospitalares

desde 2008, mas todo dia realiza uma festança num bairro. E para quê? Para fazer

cooptação, como ocorreu no período eleitoral.

O Dr. José Eduardo fez com que parasse esse festival. Foi dado um prazo de

90 dias para que o Governo do Estado e a Prefeitura de Fortaleza solucionem esse

problema, que está nas manchetes e praticamente não dignifica o povo do Ceará

nem o povo brasileiro.

A maior parte da imprensa nacional tem sempre advertido que a falta de

investimento na saúde é patente. E fica o Governo afirmando: “Ah, é a Emenda

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Constitucional nº 29. Nós precisamos ressuscitar a CPMF! Foi a falta da CPMF.”

Não é nada disso. É a gastança.

E os jornais de hoje noticiam que o Governo quer comprar o Aerodilma. Há

poucos anos, o Presidente Lula comprou um avião. Eu acredito que essa é a maior

enganação que o atual Governo vem fazendo com a população brasileira. Como a

equipe da Presidente que mal assumiu já está sinalizando gastos para comprar um

novo avião? E há gente morrendo na fila dos hospitais por falta de assistência

médica, por falta de medicamento, por falta de uma ação concreta na saúde pública

deste País.

Esse problema não será solucionado com a criação de impostos, mas com a

reforma tributária, com a diminuição da gastança. Mais de 30 Ministérios são

mantidos para apadrinhar os compadres e as comadres.

O Brasil não precisa de trinta e poucos Ministérios. O Brasil precisa de ação.

O Brasil precisa, acima de tudo, que os recursos públicos sejam bem aplicados em

todas as esferas na área da saúde, na área da educação, na área da assistência

social, na área do turismo, tendo em vista a necessidade que temos de garantir a

infraestrutura para o nosso desenvolvimento. Estão aí os gargalos das BRs e os

gargalos dos aeroportos. Isso é inconcebível!

Este nosso pronunciamento é para parabenizar o Ministério Público Federal

do Estado do Ceará, na pessoa do Juiz Federal Eduardo de Melo Vilar, que deu um

prazo de 90 dias para que o problema do caos na saúde de Fortaleza seja

solucionado, tanto pela Prefeitura quanto pelo Governo do Estado.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre

Deputado Carlos Santana.

O SR. CARLOS SANTANA (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, venho prestar minha solidariedade aos

que promoveram a ocupação do Complexo do Alemão neste final de semana no Rio

de Janeiro.

Quero elogiar o nosso Governador Sérgio Cabral pelo pulso forte e o nosso

Secretário de Segurança e o Presidente Lula por terem compreendido e mandado

tropas do Exército para atuar em nossa defesa. Isso se fez necessário, Sr.

Presidente, porque sabemos que há mais de 40 anos o Rio de Janeiro vem sofrendo

enormemente com tudo o que vem acontecendo dentro das nossas comunidades.

Hoje, evidentemente, a população daquela região — são mais de 500 mil

pessoas — vai começar a sua vida normal no complexo.

Quero elogiar novamente o nosso Governador pelo pulso, pela coerência no

trabalho realizado. E elogio o belíssimo trabalho feito por todos os militares e civis

que atuaram na incursão.

Mas, Sr. Presidente, tenho uma preocupação. Agora é a hora de o Poder

Público entrar naquela comunidade. E o Poder Público só pode entrar depois de

fazer um grande levantamento, com a participação dos moradores que estão ali.

Sabemos que aquela região tem um número de desempregados muito grande e

uma juventude sem perspectivas. Por isso é importante chamar todas as

associações de moradores, a Igreja, o pessoal do samba, todo mundo que está

envolvido naquela região para fazer um grande esforço interno, a fim de reerguer a

comunidade.

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Agora é importantíssimo os órgãos públicos se fazerem presentes, como as

Secretarias de Educação, de Saneamento, de Cultura e do Esporte, mas junto com

a comunidade. Não basta chegar lá com um cordão e dizer que vai ser assim e

assado. É preciso discutir com a comunidade, pois ela está ali e sabe do que mais

necessita.

Quero deixar aqui o meu agradecimento e, ao mesmo tempo, elogiar a

atuação do nosso Governador no episódio da ocupação do Complexo do Alemão.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Apresentação de proposições.

Os Senhores Deputados que tenham proposições a apresentar queiram

fazê-lo.

APRESENTAM PROPOSIÇÕES OS SRS.:

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VI - ORDEM DO DIA

PRESENTES OS SEGUINTES SENHORES DEPUTADOS:

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - A lista de presença registra o

comparecimento de 285 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Item 1.

Medida Provisória nº 500, de 2010

(do Poder Executivo)

Discussão, em turno único, da Medida Provisória nº

500, de 2010, que autoriza a União e as entidades da

Administração Pública Federal Indireta a contratar,

reciprocamente, ou com fundo privado do qual seja o

Tesouro Nacional cotista único a aquisição, alienação,

cessão e permuta de ações, a cessão de créditos

decorrentes de adiantamentos efetuados para futuro

aumento de capital, a cessão de alocação prioritária de

ações em ofertas públicas ou a cessão do direito de

preferência para a subscrição de ações em aumentos de

capital; autoriza a União a se abster de adquirir ações em

aumentos de capital de empresas em que possua

participação acionária, e dá outras providências.

Pendente de parecer da Comissão Mista. As Emendas

nºs 3, 6, 8, 9 e 10 foram indeferidas liminarmente por

versarem sobre matéria estranha, nos termos do art. 4º, §

4º, da Resolução nº 1, de 2002-CN, combinado com o art.

125 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados. As

Emendas nºs 3, 6 e 8 foram retiradas pelo autor.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Há sobre a mesa o seguinte

requerimento:

“Requeremos a V.Exa., nos termos do art. 117, VI,

do Regimento Interno, a retirada da pauta da MP

500/2010, constante do item 1 da presente Ordem do Dia.

Sala das sessões, em 30 de novembro de 2010.”

Assina o Deputado Paulo Bornhausen, Líder do Democratas.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - A Presidência pergunta se vai ser

mantido o requerimento. (Pausa.)

Está retirado o requerimento.

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O SR. PAES DE LIRA (Bloco/PTC-SP. Questão de ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, peço a palavra para uma questão de ordem.

Com a devida vênia da Mesa, eu não observei a Liderança do DEM retirar

esse requerimento.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Nobre Deputado, sempre se vai

basear no painel eletrônico. Na hora em que começar a discussão da matéria, na

hora de pedir orientação, todos virão ao plenário. E aqueles que estão inscritos

devem comparecer imediatamente, para discutirmos a matéria.

O SR. PAES DE LIRA - Perdão, Sr. Presidente, mas não é isso. É que eu não

vi aqui ninguém pela Liderança do DEM retirar o requerimento, só isso. Não vi Líder

do DEM retirando requerimento.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Já foi retirado, nobre Deputado. É

matéria vencida.

O SR. PAES DE LIRA - Sr. Presidente, apresentei uma questão de ordem e

recorro!

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - É matéria vencida.

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O SR. EMANUEL FERNANDES - Sr. Presidente, só um esclarecimento.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - V.Exa. tem a palavra, nobre Líder

Emanuel Fernandes.

O SR. EMANUEL FERNANDES (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - A retirada do requerimento está condicionada, nesta sessão, a só se fazer

a leitura desta matéria?

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Só se faz a leitura. Em seguida, se

não chegarmos a um acordo, vamos suspender e continuar o período de breves

comunicações.

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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Para oferecer parecer, pela

Comissão Mista, à medida provisória e às emendas e ela apresentadas, concedo a

palavra ao ilustre Deputado Geraldo Simões.

O SR. GERALDO SIMÕES (PT-BA. Para emitir parecer. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em relação à Medida Provisória nº

500, eu gostaria de obter autorização deste Plenário para ir direto à leitura do voto e

da medida de conversão.

II - Voto do Relator

II.1 - Admissibilidade

O art. 62...

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - V.Exa. já perguntou ao Plenário se

poderia ler apenas o voto?

O SR. GERALDO SIMÕES - Foi a primeira pergunta que fiz.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - E o Plenário concordou.

V.Exa. tem a palavra.

O SR. GERALDO SIMÕES - O art. 62 da Constituição Federal delegou ao

Presidente da República prerrogativa para edição de medida provisória, com força

de lei, para posterior exame do Congresso Nacional. O Poder Executivo, ao

encaminhar ao Congresso Nacional a MP 500, de 2010, arrolou as razões para a

sua adoção, nos termos da Exposição de Motivos nº 132/2010, do Ministério da

Fazenda, de 25 de agosto de 2010, assinada pelo Ministro de Estado da Fazenda,

Guido Mantega.

A edição da presente medida provisória aperfeiçoa os instrumentos de gestão

à disposição da União nas participações societárias com vistas à preservação do

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patrimônio público, especialmente quando se requer o aumento do capital social de

empresas estatais federais cotadas na bolsa de valores.

O papel da Medida Provisória é destacado por ocasião da realização de

ofertas públicas primárias de distribuição de ações para a captação de recursos em

aumentos de capital de grande vulto, como no caso recente do aumento de capital

da PETROBRAS, haja vista a possibilidade de contar com a demanda dos grandes

investidores nacionais e estrangeiros. Nestes casos, o tempo é um elemento que

tem que ser considerado na decisão.

A nosso ver, foram cumpridas, portanto, as condições listadas na Constituição

Federal e na Resolução nº 1, de 2002, do Congresso Nacional, quanto ao

encaminhamento das medidas provisórias. Nos termos postos, as razões apontadas

acima parecem suficientes para justificar a admissibilidade da Medida Provisória nº

500, de 2010.

II.2 - Constitucionalidade, Juridicidade e Técnica Legislativa

A MP não apresenta vícios de inconstitucionalidade ou injuridicidade ou má

técnica legislativa e se inscreve entre as competências legislativas atribuídas à

União pelo texto constitucional (art. 24, I) e às atribuições do Congresso Nacional,

com posterior pronunciamento do Presidente da República (art. 48, I).

A MP não se reporta a matérias da competência exclusiva do Congresso

Nacional ou de qualquer de suas Casas, nos termos dos arts. 49, 51 e 52 da

Constituição Federal. Não verificamos vícios de inconstitucionalidade, injuridicidade

ou técnica legislativa que obstem a apreciação das emendas a ela oferecidas.

Nosso voto é pela constitucionalidade, juridicidade e boa técnica legislativa da

MP n.º 500, de 2010, e das emendas que lhe foram apresentadas.

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II.3 - Adequação Financeira e Orçamentária

A MP autoriza a União, observada a equivalência econômica na operação, a

contratar com a Administração Pública Federal Indireta ou com fundo privado do

qual seja cotista única a aquisição, alienação, permuta e cessão de ações, inclusive

seus respectivos rendimentos e direitos, representativas do capital social de

empresas nas quais participe minoritariamente ou aquelas excedentes ao

necessário para manutenção do controle acionário em sociedades de economia

mista federais, bem como a cessão de créditos decorrentes de adiantamentos para

futuro aumento de capital.

A MP 500, de 2010, autoriza a União a contratar, com ou sem ônus para o

Tesouro Nacional, a cessão da alocação prioritária de papéis em ofertas públicas de

distribuição de ações de sociedades de economia mista, ou de cessão do direito de

preferência para a subscrição de ações em aumento de capital, desde que

preservado o seu controle acionário.

A maior parte das operações amparadas pela medida provisória estão

associadas a alterações patrimoniais derivadas das permutas de ações entre a

União e as empresas e fundos controlados pela própria União. Eventuais

desembolsos do Tesouro Nacional nas referidas operações observarão

naturalmente as efetivas disponibilidades financeiras da União ou a sua capacidade

de endividamento, o que assegura, em última análise, sua compatibilidade com as

metas fiscais fixadas na Lei de Diretrizes Orçamentárias para o corrente exercício

financeiro.

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No que concerne às emendas, entendemos que elas não implicam grande

impacto financeiro para o Tesouro Nacional, o que não significa concordância do

ponto de vista do mérito.

Diante do exposto, somos pela adequação orçamentária e financeira das

matérias colocadas em prática no âmbito da MP 500, de 2010, e das emendas a ela

apresentadas.

II.4 - Exame de Mérito

A Medida Provisória nº 500, de 2010, autoriza a União a contratar com as

entidades da Administração Pública Federal Indireta, ou com fundo privado do qual

seja cotista única, a aquisição, alienação, permuta e cessão de ações, inclusive os

respectivos rendimentos e direitos, representativas do capital social de empresas

nas quais participe minoritariamente ou aquelas excedentes ao necessário para

manutenção do controle acionário em sociedades de economia mista federais, bem

como a cessão de créditos decorrentes de adiantamentos efetuados para futuro

aumento de capital.

Em termos práticos, a União poderá ceder ações ou requisitar ações em

poder de suas entidades da Administração Indireta ou de fundo privado do qual seja

cotista única, como forma de reforçar sua posição acionária no capital de empresas

estatais federais, nem sempre com o desembolso de recursos do Tesouro Nacional.

As providências adotadas ao amparo deste diploma aprimoram os

instrumentos de gestão das participações da União nos fundos privados, nos quais a

União é cotista única, e nas empresas públicas, incluindo as sociedades de

economia mista, particularmente nas ofertas públicas de distribuição de ações

dessas sociedades.

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As medidas aqui defendidas são consentâneas com as práticas

contemporâneas de mercado e sua dinâmica que exigem do Poder Público o

emprego em tempo hábil de instrumentos ágeis na gestão das participações

societárias, como nos aumentos do capital social das empresas estatais federais

cotadas em bolsas de valores, aproveitando-se da prerrogativa prevista na Instrução

Normativa nº 400, de 2003, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), sobre as

ofertas públicas de distribuição de ações, que assegura tratamento equitativo aos

destinatários e aceitantes das ofertas, permitindo, no entanto, prioridade aos antigos

acionistas.

É estratégico para a União em passar a deter ações que eventualmente

possam estar em poder de suas entidades ou de fundo privado do qual seja cotista

única, como forma de aumentar o capital de empresas estatais federais com esses

papéis, ou garantir a manutenção do controle acionário do Tesouro Nacional nas

empresas estatais em operações de aumento de capital como no caso citado.

Nesse contexto inserem-se as providências aqui trazidas ao nosso exame.

Elas criam, de fato, condições institucionais mais favoráveis, além de flexíveis, para

a atuação da União em situações especiais e de grande monta, como na recente

operação de capitalização da PETROBRAS, cujo sucesso pode ser medido pela

expressiva demanda de grandes investidores institucionais e privados nacionais e

estrangeiros, que acabou não colocando em risco o controle acionário da União

naquela empresa.

Mas não estamos tratando de uma novidade, já que são iniciativas emuladas

às constantes na MP 487, de 2010, que perdeu validade porque não foi apreciada

em tempo hábil no Congresso Nacional, quais sejam: ampliar os mecanismos pelos

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quais a União e suas empresas e instituições financeiras podem dispor sobre as

respectivas participações acionárias nas empresas estatais, preferencialmente sem

desembolso efetivo de dinheiro, para não exercer com essas operações pressões

adicionais sobre as contas públicas. A única inovação é a possibilidade de utilização

dos recursos do Fundo Soberano do Brasil (FSB) na compra de ações de empresas

de economia mista, o que acabou ocorrendo na capitalização da PETROBRAS.

As decisões do Governo Federal e das empresas e instituições financeiras e

fundos federais amparadas na presente norma são todas formalizadas por meio de

decretos específicos, o que facilita a transparência das operações e o seu

acompanhamento por parte dos interessados. Assim é que tivemos ao longo dos

últimos meses, especialmente a partir da publicação da MP 487, de 2010, diversas

permutas de ações não só entre a União e suas empresas, fundos e instituições

financeiras como também entre tais instituições.

Em resumo, as iniciativas do Poder Executivo amparadas neste diploma se

justificam pela necessidade de implementação, em tempo oportuno, de ações

capazes de propiciar condições para a execução de operações em iminentes

aumentos de capital de empresas estatais federais, inclusive em ofertas públicas de

ações, dotando a União de mecanismos imprescindíveis à administração de sua

carteira de participações societárias.

De outra parte, inserimos dispositivos no PLV de nossa autoria à presente MP

para atender reivindicação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,

no sentido de ampliar prazos para a liquidação e a renegociação de dívidas rurais,

de agricultores espalhados por todo o País, prevista pela Lei nº 11.775, de 17 de

setembro de 2008, bem como de estender tal renegociação a dívidas rurais em

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execução pela Advocacia-Geral da União, à semelhança do já autorizado para as

inscritas em Dívida Ativa da União. Parte dessas medidas constou de outros projetos

de lei de conversão, mas não logrou êxito porque as correspondentes medidas

provisórias perderam eficácia por transcurso de prazo.

II.5 - Voto

Diante do exposto, votamos pela:

I) urgência, relevância e consequente admissibilidade da Medida Provisória nº

500, de 2010;

II) constitucionalidade, juridicidade e adequação à técnica legislativa dessa

MP e das emendas apresentadas;

III) compatibilidade e adequação orçamentária e financeira da MP 500/2010 e

das emendas apresentadas; e

IV) aprovação, no mérito, da MP 500, de 2010, na forma do Projeto de Lei de

Conversão (anexo) e pela rejeição das Emendas nºs 1, 2, 4, 5 e 7, restando

indeferidas liminarmente pela Presidência da Casa as Emendas nºs 3, 6, 8, 9 e 10,

em conformidade com o disposto na Questão de Ordem nº 478, de 2009.

Sala das Sessões

Deputado Geraldo Simões, Relator.

Projeto de Lei de Conversão à Medida Provisória nº 500, de 2010

Autoriza a União e as entidades da administração pública federal indireta a

contratar, reciprocamente, ou com fundo privado do qual seja o Tesouro Nacional

cotista único a aquisição, alienação, cessão e permuta de ações, a cessão de

créditos decorrentes de adiantamentos efetuados para futuro aumento de capital, a

cessão de alocação prioritária de ações em ofertas públicas ou a cessão do direito

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de preferência para a subscrição de ações em aumentos de capital; autoriza a União

a se abster de adquirir ações em aumentos de capital de empresas em que possua

participação acionária, e dá outras providências.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º Ficam a União, por meio de ato do Poder Executivo, e as entidades da

administração pública federal indireta autorizadas a contratar, reciprocamente, ou

com fundo privado do qual o Tesouro Nacional seja cotista único:

I - a aquisição, alienação, permuta e cessão de ações, inclusive seus

respectivos direitos econômicos, representativas do capital social de empresas nas

quais participe minoritariamente ou aquelas excedentes ao necessário para

manutenção do controle acionário em sociedades de economia mista federais;

II - a cessão de créditos decorrentes de adiantamentos efetuados para futuro

aumento de capital; e

III - a cessão de alocação prioritária de ações em ofertas públicas de

sociedades de economia mista federais ou a cessão do direito de preferência para a

subscrição de ações em aumento de capital, desde que mantido, nos casos exigidos

por lei, o controle do capital votante.

§ 1º Nas operações de que tratam os incisos I e II do caput deverá ser

observado o princípio da equivalência econômica.

§ 2º As operações efetuadas ao amparo do inciso III do caput poderão ser

celebradas com ou sem ônus para o Tesouro Nacional.

Art. 2º Fica a União, por meio de ato do Poder Executivo, autorizada a se

abster de adquirir ações em aumentos de capital de empresas em que possua

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participação acionária, minoritária ou majoritária, devendo preservar o controle do

capital votante nos casos exigidos por lei.

Art. 3º A Lei nº 11.775, de 17 de setembro de 2008, passa a vigorar acrescida

dos seguintes artigos 7º-A e 8º-A:

“Art. 7º-A. As operações de crédito rural destinadas

à atividade de produção de cacau no Estado da Bahia

contratadas com recursos do Fundo Constitucional de

Financiamento — FNE ou ao amparo do Programa

Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar —

PRONAF até 30 de abril de 2004 poderão ser

renegociadas ou liquidadas nas condições estabelecidas

para a etapa 4 do Programa de Recuperação da Lavoura

Cacaueira Baiana, definidas no inciso III do art. 7º desta

Lei, devendo ser observadas as demais condições

estabelecidas no referido art. 7º.”

“Art. 8º-A. Fica a Advocacia-Geral da União

autorizada a adotar as medidas de estímulo à liquidação

ou à renegociação previstas no art. 8º desta Lei, para as

dívidas originárias de operações do PRODECER — Fase

II, do PROFIR e do PROVÁRZEAS, contratadas com o

extinto Banco Nacional de Crédito Cooperativo, cujos

ativos foram transferidos para o Tesouro Nacional, e cujos

respectivos débitos, não inscritos na Dívida Ativa da

União, estejam sendo executados pela Procuradoria-

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Geral da União, nos casos em que os devedores

requererem nos autos judiciais a liquidação ou a

renegociação até 31 de janeiro de 2011.

§ 1º Ficam suspensos até 31 de janeiro de 2011 os

processos de execução e os respectivos prazos

processuais, cujo objeto seja a cobrança de crédito rural

de que trata este artigo;

§ 2º A adesão à renegociação de que trata este

artigo importa em confissão irretratável da dívida e

autorização à Procuradoria-Geral da União para promover

a suspensão do processo de execução até o efetivo

cumprimento do ajuste que, se descumprido, ensejará o

imediato prosseguimento da execução;

§ 3º O valor das parcelas, por ocasião do

pagamento, será acrescido de juros equivalentes à taxa

referencial do Sistema Especial de Liquidação e de

Custódia — SELIC para títulos federais, nos termos do §

1º, do art. 2º, da Lei nº 9.469, de 10 de julho de 1997;

§ 4º Os bens penhorados em garantia da execução

deverão desta forma permanecer, para a garantia da

renegociação, até a quitação integral do débito,

ressalvado o art. 59 desta Lei;

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§ 5º Caberá a cada parte arcar com os honorários

de seu advogado e ao devedor o pagamento das demais

despesas processuais;

§ 6º Fica a União, por intermédio da Advocacia-

Geral da União, autorizada a contratar, com dispensa de

licitação, instituições financeiras integrantes da

Administração Pública Federal, para adotar as

providências necessárias no sentido de facilitar o

processo de liquidação ou renegociação de dívidas rurais,

nos termos desta Lei;

§ 7º A liquidação e a renegociação de que trata

este artigo serão regulamentadas por ato do Advogado-

Geral da União.”

Art. 4º Os arts. 7º, 8º, 15, 29, 30 e 31 e os títulos dos anexos III, V, VII e IX da

Lei nº 11.775, de 17 de setembro de 2008, passam a vigorar com a seguinte

redação:

“Art. 7º.....................................................................

I -..............................................................................

..................................................................................

b) para a liquidação das operações até 30 de junho

de 2011, uma vez ajustado e consolidado o saldo devedor

das etapas 1 e 2, nos termos da alínea ‘a’ deste inciso:

..................................................................................

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c) para a renegociação das operações até 30 de

junho de 2011, uma vez ajustado e consolidado o saldo

devedor das etapas 1 e 2, nos termos da alínea ‘a’ deste

inciso:

II - ............................................................................

..................................................................................

b) para a liquidação das operações de crédito até

30 de junho de 2011, uma vez ajustado e consolidado o

saldo devedor, nos termos da alínea ‘a’ deste inciso:

..................................................................................

c) para a renegociação das operações até 30 de

junho de 2011, uma vez ajustado e consolidado o saldo

devedor, nos termos da alínea ‘a’ deste inciso:

.................................................................................

III - ...........................................................................

..................................................................................

b) para a liquidação das operações de crédito até

30 de junho de 2011, uma vez ajustado e consolidado o

saldo devedor, nos termos da alínea ‘a’ deste inciso:

..................................................................................

c) para a renegociação das operações até 30 de

junho de 2011, uma vez ajustado e consolidado o saldo

devedor, nos termos da alínea ‘a’ deste inciso:

..................................................................................

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IV - ............................................................................

..................................................................................

b) para a liquidação das operações até 30 de junho

de 2011, pelo saldo devedor ajustado e consolidado, nos

termos da alínea ‘a’ deste inciso;

c) para a renegociação das operações até 30 de

junho de 2011, pelo saldo devedor ajustado e consolidado

nos termos da alínea ‘a’ deste inciso, mediante a

contratação de uma nova operação, nas condições

definidas no inciso V do caput deste artigo;

V - .............................................................................

a) limite de crédito: até o valor suficiente para

liquidação do saldo devedor das operações das etapas de

1 a 4, apurado na forma dos incisos I a III do caput deste

artigo, do saldo devedor do financiamento para aquisição

de títulos do Tesouro Nacional, apurado na forma do

inciso IV deste artigo, e do saldo devedor das operações

de custeio e investimento contratadas até 30 de abril de

2004, de que trata o art. 7º desta Lei;

..........................................................................(NR)”

“Art. 8º ......................................................................

I - concessão de descontos, conforme quadro

constante do anexo IX desta Lei, para a liquidação da

dívida até 30 de junho de 2011, devendo incidir o

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242

desconto percentual sobre a soma dos saldos devedores

por mutuário na data da renegociação, observado o

disposto no § 10 deste artigo e, em seguida, ser aplicado

o respectivo desconto de valor fixo por faixa de saldo

devedor;

II - permissão da renegociação do total dos saldos

devedores das operações até 30 de junho de 2011,

mantendo-as na DAU, observadas as seguintes

condições:

..................................................................................

§ 3º Ficam suspensas até 30 de junho de 2011 as

execuções fiscais e os respectivos prazos processuais,

cujo objeto seja a cobrança de crédito rural de que trata

este artigo.

..................................................................................

§ 5º O prazo de prescrição das dívidas de crédito

rural de que trata este artigo fica suspenso a partir da data

de publicação desta Lei até 30 de junho de 2011.

..................................................................................

§ 7º As dívidas oriundas de operações de crédito

rural ao amparo do Programa de Cooperação

Nipo-Brasileira para o Desenvolvimento dos Cerrados —

PRODECER — Fase II, inscritas na Dívida Ativa da União

até 31 de outubro de 2010, que forem liquidadas ou

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renegociadas até 30 de junho de 2011, farão jus a um

desconto adicional de 10 (dez) pontos percentuais, a ser

somado aos descontos percentuais previstos nos quadros

constantes dos Anexos IX e X desta Lei. (NR)”

“Art. 15. .....................................................................

..................................................................................

§ 6º O produtor rural que renegociar sua dívida

relativa à operação de investimento, nas condições

estabelecidas neste artigo, ficará impedido, até que

amortize integralmente as prestações — parcelas do

principal acrescidas de juros — previstas para o ano

seguinte ao da realização da renegociação, de contratar

novo financiamento de investimento rural com recursos

controlados do crédito rural ou dos Fundos

Constitucionais de Financiamento, em todo o Sistema

Nacional de Crédito Rural — SNCR, exceto quando esse

financiamento se destinar a obras de irrigação, drenagem,

proteção ou recuperação do solo ou de áreas

degradadas, fruticultura, carcinicultura, florestamento ou

reflorestamento, cabendo-lhe, nos demais casos,

apresentar declaração de que não mantém dívida

prorrogada, nas referidas condições impeditivas, para

com o SNCR.

..........................................................................(NR)”

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244

“Art .29......................................................................

..................................................................................

Parágrafo único. O produtor rural que renegociar

sua dívida relativa a operação de investimento, nas

condições estabelecidas neste artigo, ficará impedido, até

que amortize integralmente as prestações — parcelas do

principal acrescidas de juros — previstas para o ano

seguinte ao da realização da renegociação, de contratar

novo financiamento de investimento rural com recursos

controlados do crédito rural ou dos Fundos

Constitucionais de Financiamento, em todo o Sistema

Nacional de Crédito Rural — SNCR, exceto quando esse

financiamento se destinar a obras de irrigação, drenagem,

proteção ou recuperação do solo ou de áreas

degradadas, fruticultura, carcinicultura, florestamento ou

reflorestamento, cabendo-lhe, nos demais casos,

apresentar declaração de que não mantém dívida

prorrogada, nas referidas condições impeditivas, para

com o SNCR. (NR)”

“Art. 30.......................................................................

.................................................................................

§ 3º O produtor rural que renegociar sua dívida

relativa a operação de investimento, nas condições

estabelecidas neste artigo, ficará impedido, até que

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245

amortize integralmente as prestações — parcelas do

principal acrescidas de juros — previstas para o ano

seguinte ao da realização da renegociação, de contratar

novo financiamento de investimento com recursos

controlados do crédito rural ou dos Fundos

Constitucionais de Financiamento, em todo o Sistema

Nacional de Crédito Rural — SNCR, exceto quando esse

financiamento se destinar a obras de irrigação, drenagem,

proteção ou recuperação do solo ou de áreas

degradadas, fruticultura, carcinicultura, florestamento ou

reflorestamento, cabendo-lhe, nos demais casos,

apresentar declaração de que não mantém dívida

prorrogada, nas referidas condições impeditivas, para

com o SNCR.

........................................................................(NR)”

“Art 31........................................................................

..................................................................................

§ 2º Fica o gestor financeiro do FNE autorizado a

contratar, até 30 de junho de 2011, nova operação de

crédito para liquidação das dívidas oriundas de operações

de crédito rural, contraídas no âmbito do Programa de

Cooperação Nipo-Brasileira para o Desenvolvimento dos

Cerrados — PRODECER — Fase III, observando que:

.........................................................................(NR)”

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“ANEXO III

Programa de Recuperação da Lavoura Cacaueira

Baiana — etapas 1 e 2: desconto para liquidação da

operação até 30 de junho de 2011 (NR)”

“ANEXO V

Programa de Recuperação da Lavoura Cacaueira

Baiana — etapa 3: desconto para liquidação da operação

até 30 de junho de 2011 (NR)”

“ANEXO VII

Programa de Recuperação da Lavoura Cacaueira

Baiana — etapa 4: desconto para liquidação da operação

até 30 de junho de 2011 (NR)”

“ANEXO IX

Operações de Crédito Rural inscritas em Dívida

Ativa da União: desconto para liquidação da operação até

30 de junho de 2011 (NR)”

Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Câmara dos Deputados

Deputado Geraldo Simões

Relator.

PARECER ESCRITO ENCAMINHADO À MESA

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247

(INSERIR DOCUMENTO DETAQ DE PÁGINAS 247 A 247-T)

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248

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - A Presidência vai determinar que

se façam cópias para distribuir ao Plenário. Como houve acordo para não

prosseguirmos com a Ordem do Dia, a Presidência, até que se decida algo nessa

reunião do Colégio de Líderes, vai prosseguir os trabalhos concedendo a palavra

para breves comunicações.

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249

O SR. MIRO TEIXEIRA - Sr. Presidente, peço a palavra para uma questão de

ordem.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. MIRO TEIXEIRA (PDT-RJ. Questão de ordem. Sem revisão do orador.)

- Faço parte de um grupo de Deputados que quer votar as Propostas de Emenda à

Constituição nºs 300, de 2008, e 308, de 2004. Temos conhecimento de que está

havendo um conjunto de reuniões para acertar uma pauta, que vai ter um

“dinheirinho” para governador aqui, um “dinheirinho” para o Governo Federal ali, mas

que não vai contemplar as PECs 300 e 308. De minha parte não concordarei — e

basta um — com a realização de uma sessão extraordinária sem que esteja na

pauta a PEC 300, com o aproveitamento do painel.

Convoco os Deputados que têm compromisso com a PEC 300 a não marcar

presença na sessão extraordinária, se não estiver na pauta a PEC 300 como

primeiro item. Depois de votar a PEC 300, pode votar a PEC da salvação do planeta

Terra. Não há ninguém aqui contra a salvação do nosso planeta, todos somos a

favor. Agora, ela só poderá ser votada depois da votação da PEC 300, porque é

uma questão de compromisso e de honra.

Disse eu, da tribuna, que passou a ser uma tentativa de setores do Executivo

de quebrar a espinha do Legislativo. É muito perigoso o que está se passando.

A discussão não é mais financeira, não. A discussão agora é uma queda de

braço entre Poderes, para mostrar que esta Câmara dos Deputados pouco vale, no

meu ponto de vista, em relação à análise. Não concordo com esse conceito, é claro.

A Câmara dos Deputados está aí a sustentar a normalidade democrática de que

desfrutamos.

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250

O SR. JOSÉ GENOÍNO - Para contraditar, Sr. Presidente.

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251

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Com a palavra o Deputado

Arnaldo Faria de Sá.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, V.Exa. anunciou o início do período de breves

comunicações. Então está encerrada a Ordem do Dia?

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Não, está suspensa a Ordem do

Dia. Vamos, a seguir, concedendo a palavra para breves comunicações.

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252

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Para contraditar, com a palavra o

Deputado José Genoíno.

O SR. JOSÉ GENOÍNO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

quero fazer a seguinte observação, independentemente do mérito.

As tentativas de acordo são para votar dois projetos de lei que têm urgência

constitucional: o projeto do pré-sal e um projeto de lei complementar.

A pretensão do Deputado Miro Teixeira, em relação à PEC 300, terá que ser

em uma sessão exclusiva para votação dessa PEC, que não está vinculada com a

sessão extraordinária para votar o Projeto de Lei Complementar nº 352, de 2002, e o

projeto do pré-sal.

A sessão para votação da PEC 300 é exclusiva e única. Não podemos fazer a

vinculação entre votar a PEC 300, o projeto de lei complementar e o projeto do pré-

sal.

Esta é a observação que eu faço a V.Exa., para que fique registrada nos

Anais desta sessão da Câmara dos Deputados.

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253

O SR. MIRO TEIXEIRA (PDT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Insisto em que o nosso procedimento será de obstrução, para começar, depois vai

crescer um pouco mais.

O Sr. Inocêncio Oliveira, 2º Secretário, deixa a

cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. Marco

Maia, 1º Vice-Presidente.

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O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, estamos na Ordem do Dia. O Sr. Relator já leu o relatório.

Qual será a sequência dos trabalhos?

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - A discussão da matéria.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Está bem. Então vamos a ela.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Há requerimento do Deputado Paulo

Bornhausen, Líder do Democratas, para o adiamento da discussão.

Mantém o Democratas esse requerimento? (Pausa.)

Não há Líder para defendê-lo. Vou retirar de ofício.

O SR. FERNANDO GABEIRA (PV-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Não estou vendo nenhum Democrata no auditório.

O SR. JOSÉ GENOÍNO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Retire

o requerimento. O autor não está presente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como?

O SR. JOSÉ GENOÍNO - É lógico, o autor não está presente. Não há autor,

não há requerimento.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Não há Líder. Onde está?

O SR. EDUARDO CUNHA (Bloco/PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, não é regimental a manutenção de requerimento sem a

presença de autor.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Vamos esperar. S.Exa. está vindo aí.

S.Exa. vai retirar o requerimento.

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O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, não foi distribuído ainda...

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Já está sendo distribuído.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - ...o relatório lido pelo Deputado Geraldo

Simões em plenário. Isso é fundamental para que possamos tomar a posição sobre

se vai ou não ser mantida a discussão.

Então, solicito a V.Exa. que, enquanto não for distribuído o relatório,

suspenda a sessão temporariamente para que tenhamos conhecimento do relatório

e, a partir daí, possamos decidir o que deverá ser feito.

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257

O SR. JILMAR TATTO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Na

medida em que o autor do requerimento não se encontra, retire de ofício, Sr.

Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Líder Aleluia, há um requerimento aqui

de retirada.

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, segundo fui informado, o que estava previsto era apenas a

leitura do parecer.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Já terminou a reunião e estou a postos

para discutir, votar.

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Ah, já mudou?

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Já. A leitura era só até terminar a

reunião de Líderes. Como já terminou, nós podemos ir adiante e discutir a matéria.

Se V.Exa. não tem nenhum problema de mérito em discuti-la, nenhum

problema com sua discussão, pode retirar o requerimento.

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Vamos retirar o requerimento, em atenção

à solicitação de V.Exa.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Muito obrigado, Deputado José Carlos

Aleluia.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINALNúmero Sessão: 208.4.53.O Tipo: Ordinária - CDData: 30/11/2010 Montagem: 4171/4176

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Em discussão.

Sei que o Deputado Arnaldo Faria de Sá pediu para suspender a sessão, mas

vamos discutindo a matéria, porque há bastantes oradores inscritos. Neste meio

tempo deve chegar o relatório para V.Exa. ter conhecimento.

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260

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Questão de ordem. Sem revisão

do orador.) - Sr. Presidente, questão de ordem.

Nós não podemos iniciar a discussão, enquanto não for distribuído o relatório.

Peço a V.Exa. que suspenda a sessão por 5 minutos, até que chegue o relatório. É

regimental meu pedido; não é implicância minha.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Deputado Arnaldo Faria de Sá, é uma

questão menor, porque o relatório vai chegar em dois minutos.

O SR. MOREIRA MENDES (PPS-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o PPS pensa da mesma forma. Nós não temos relatório ainda.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente, a questão não é menor. O

objetivo não é esta medida provisória, mas o que vem depois dela, em sessão

extraordinária. Nós não queremos que sejam colocadas matérias em votação

diferentes daquela em que há compromisso: a Proposta de Emenda à Constituição

nº 300, de 2008.

Abrindo o jogo, essa é a verdade, Sr. Presidente. Não é pela questão menor,

mas pela questão regimental que queremos impedir que se possa votar outra

matéria depois desta medida provisória que não seja a PEC 300.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Mas uma coisa não tem nada a ver com

outra, nobre Deputado. Uma coisa é uma medida provisória, outra coisa é...

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Politicamente, tem sim, Sr. Presidente.

Regimentalmente, eu tenho razão.

O SR. MIRO TEIXEIRA (PDT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Mas

o movimento do Plenário é político, Deputado Arnaldo Faria de Sá. É um movimento

político: nós vamos obstruir e ponto.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Por isso quero a distribuição do relatório.

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261

O SR. JILMAR TATTO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, a essência do Parlamento é o debate.

Há na Casa 513 Deputados. Muitas vezes não dá tempo de lermos as

matérias que são inseridas na pauta. Temos a oportunidade agora de debater esta

medida provisória que está na pauta. O importante é não suspender a sessão. Deixe

os Deputados debaterem, inscreverem-se, falarem, opinarem a respeito do sistema.

Por isso, é importante que os inscritos possam falar. Não há sentido em suspender a

sessão. Se a essência do Parlamento é o debate, e temos de debater cada vez mais

os temas do País — esta Casa existe para isso —, não faz sentido suspendermos a

sessão. Vamos tocar o barco. Com certeza, daqui a pouco chega o relatório.

É o apelo que faço ao Deputado Arnaldo Faria de Sá: vamos ao debate.

Debate sempre faz bem para a democracia, faz bem para esta Casa.

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262

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Cumpra-se o Regimento.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Vamos cumprir o Regimento Interno.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Obrigado, Presidente. Parabéns pela sua

atitude.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como foi distribuída cópia do relatório,

passemos à discussão da matéria.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - O.k., Sr. Presidente.

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263

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Para falar contra a matéria, concedo a

palavra ao nobre Deputado Emanuel Fernandes. (Pausa.)

Deputado Luiz Carlos Hauly. (Pausa.)

Deputado Paes de Lira.

O SR. PAES DE LIRA (Bloco/PTC-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, brasileiros, aqui sou o pregador no deserto

novamente.

Esta é mais uma medida provisória inconstitucional. Não que não tenha

relevância; a matéria é efetivamente relevante. Aliás, é uma medida provisória como

deveriam ser as medidas provisórias, pelo menos no seu corpo: objetiva, simples e

curta, tratando de um tema político-jurídico relevante.

Relevância ela tem. Ela não tem urgência, porque trata de estabelecer novas

normas para a participação acionária da União, seja minoritariamente, seja naquelas

sociedades de economia mista em que a União detenha o controle acionário. Isso

tudo é matéria que não traz nenhum problema de urgência, não causará prejuízo

algum ao País, se vier normalmente por projeto de lei.

Nessa hipótese, mesmo considerando o Poder Executivo que tivesse

urgência suficiente — mas não a urgência que justifique uma medida provisória —,

poderia tê-la encaminhado mediante o devido projeto de lei com pedido de urgência

constitucional do Presidente da República, porque a solução para esses casos está

contemplada na Constituição.

Mas não! O Executivo atulha o Parlamento de medidas provisórias. Quantas

estão na pauta de hoje? Quinze? São 11 trancando a pauta. Não se faz outra coisa

aqui senão a Câmara dos Deputados caminhar como uma junta de bois — eu repito

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264

a expressão —, sob a canga do Poder Executivo, que, como disse o Deputado Miro

Teixeira há pouco, tenta quebrar a coluna dorsal do Parlamento brasileiro, tenta

apequenar quase ao ponto da anulação o Parlamento brasileiro. E nós aceitamos.

Esta medida provisória deveria ter sido devolvida pela Presidência da Mesa

exatamente por sua inconstitucionalidade.

Continuamos nesta marcha, e o relatório vem e aumenta, porque acrescenta,

por exemplo, questões de refinanciamento da dívida da lavoura cacaueira da Bahia,

que são relevantes, é claro, mas completamente estranhas à matéria original.

Para terminar, associo-me aqui aos protestos por mais esta tentativa de

subverter a votação da PEC 300, de 2008, uma violação ao art. 60, § 2º, da

Constituição da República.

Se houver sessão extraordinária, deverá ser para votar a PEC 300.

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265

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Para falar a favor da matéria, concedo a

palavra ao Deputado Dr. Ubiali.

O SR. DR. UBIALI (Bloco/PSB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, esta medida provisória, na verdade, veio no lugar de outra,

a Medida Provisória nº 487, de 2010, que perdeu a validade porque não foi

apreciada a tempo no Congresso Nacional. Ela busca criar instrumentos de gestão

das participações societárias da União nos aumentos de capital social das empresas

estatais federais cotadas em bolsas de valores. Esta medida provisória é muito

importante.

O substitutivo do Relator traz à tona ações importantes, que tratam do

problema rural, da economia cacaueira e do refinanciamento de dívidas que

precisam ser organizadas.

Eu entendo realmente que essa medida provisória talvez não seja o ambiente

adequado para discutir o assunto, uma vez que a matéria tratava especificamente de

instrumentos de gestão da União para que esta não perdesse o controle acionário

das empresas quando houvesse aumento de capital. Aliás, essa medida provisória

foi criada basicamente para resolver o problema de capitalização da PETROBRAS,

que realmente precisava de mais recursos, pois apresentava um endividamento

perigoso, próximo de 35%, considerado crítico pela empresa, e a União não poderia

se endividar com isso.

O artifício utilizado foi vender antecipadamente para a PETROBRAS 5 bilhões

de barris do petróleo a ser retirado da camada do pré-sal. A PETROBRAS devolveu

à União títulos da dívida pública que tinham sido utilizados para a sua capitalização.

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Esse artifício contábil fez com que a União tivesse, em setembro, o maior

superávit primário, que, na verdade, não envolveu dinheiro, mas sim artifícios

contábeis.

Aproveito este momento para defender essa medida provisória, pois

considero que ela tem de ser aprovada como está, lembrando que precisamos ter do

Poder Executivo, na execução das emendas orçamentárias individuais apresentadas

pelos Deputados, instrumentos de gestão e agilidade que não estamos percebendo.

As emendas individuais não estão sendo empenhadas no tempo correto.

Aquilo que foi indicado e visto na base do Deputado como uma necessidade, algo

absolutamente justo, não tem sido complementado.

Por isso, deixo este recado: precisamos agilizar o empenho das emendas

individuais apresentadas pelos Deputados. Do contrário, esta Casa poderá parar.

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O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Sr. Presidente, peço a palavra para uma

questão de ordem.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Pois não, Deputado José Carlos Aleluia.

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Questão de ordem. Sem revisão

do orador.) - O Deputado Dr. Ubiali, como membro da base do Governo, disse com

muita clareza e objetividade que essa medida provisória era a reedição da Medida

Provisória nº 487, de 2010. Eu ouvi muito bem quando o Deputado Ubiali disse isso.

O § 10 do art. 62 da Constituição Federal reza o seguinte:

“Art. 62. ....................................................................

§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão

legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada

ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.”

O Deputado Ubiali reconhece que essa medida provisória é eivada de

inconstitucionalidade.

Por isso, solicito à Mesa, com os poderes de que dispõe, considere a matéria

liminar e flagrantemente inconstitucional. Por essa razão, não pode tramitar.

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O SR. JOSÉ GENOÍNO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

peço a palavra para contraditar.

O Deputado José Carlos Aleluia faz uma questão de ordem que, na verdade,

não é questão ordem. S.Exa. está fazendo uma questão de ordem sobre o discurso

de um Deputado. Questão de ordem diz respeito à matéria, ao conteúdo da medida

provisória. Criou-se agora a questão de ordem do discurso.

O Deputado tem a liberdade de interpretar uma proposta à sua maneira e a

seu modo e de argumentar a favor ou contra ela, o que não significa que a matéria

está prejudicada por causa do discurso de um Deputado.

O Deputado José Carlos Aleluia está sendo muito criativo em matéria de

questão de ordem. Não procede essa questão de ordem feita pelo Deputado José

Carlos Aleluia.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Indefiro a questão de ordem do

Deputado José Carlos Aleluia, para matarmos esse ponto e continuarmos a

discussão.

Deputado José Carlos Aleluia, essa questão de ordem que V.Exa. apresentou

só caberia se a medida provisória tivesse vindo de novo, vírgula por vírgula,

rigorosamente igual à medida provisória anterior. Ela pode ter o mesmo conteúdo,

mas não é a mesma medida provisória, porque sofreu alterações.

De qualquer forma, ela vai ser julgada e votada pelo Plenário quanto à sua

admissibilidade. O Relator deu parecer favorável à sua admissibilidade, mas V.Exa.

poderá votar contra a sua admissibilidade no plenário.

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O SR. DR. UBIALI (Bloco/PSB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, é exatamente sobre esse ponto que eu quero me pronunciar.

A medida provisória, quanto ao conteúdo, realmente contém tudo o que havia

na Medida Provisória nº 487, de 2010, mas inova em alguns aspectos, como a

aplicação do Fundo Soberano na compra de ações. Mas, como ela não é

exatamente igual, não procede a argumentação do Deputado José Carlos Aleluia.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Já que a medida provisória foi recebida

no Senado e está tramitando na Câmara, ela se encontra em fase congressual.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Dando continuidade à discussão,

concedo a palavra, para falar contrariamente à matéria, ao Deputado Duarte

Nogueira. (Pausa)

Com a palavra o Deputado Antonio Carlos Mendes Thame. (Pausa)

Com a palavra o Deputado José Carlos Aleluia.

Está encerrada a inscrição de oradores para falar contra a matéria.

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, como tive oportunidade de dizer há pouco, esta medida provisória é, não

só porque o Deputado Dr. Ubiali o disse, de fato a reedição da Medida Provisória nº

487, de 2010, que sofreu um processo de caducidade, perdeu a validade por não ter

sido aprovada pelo Congresso em tempo. Portanto, na forma do § 10 do art. 62 da

Constituição Federal vigente, ela é inconstitucional.

No que diz respeito ao mérito, esta é mais uma das químicas construídas pelo

Governo que estão fazendo com que as contas públicas percam totalmente a

credibilidade. Os bancos que analisam as contas públicas do Brasil já começaram a

fazer as próprias contabilidades. Ninguém mais acredita na contabilidade feita pelo

Tesouro.

Este Fundo Soberano foi aprovado pelo Congresso. Nós dizíamos, no

entanto, que de soberano ele não tinha nada, que se tratava de um fundo que

estava sendo criado para inversões internas.

O Fundo foi criado com cerca de 14 bilhões de reais. Ele se valorizou pelas

aplicações até o dia em que foram feitas as desastradas operações autorizadas por

esta medida provisória. Quando se aplicou no fundo, ele valia aproximadamente 17

bilhões e 900 milhões de reais. Hoje, ele vale 200 milhões de reais a menos.

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Esta medida provisória empobreceu cada brasileiro em pouco mais de 1 real.

Esta medida provisória é contra os interesses do povo brasileiro. Nós vamos votar

contra mais essa tentativa de maquiar as contas públicas.

Aproveito a oportunidade para advertir o Líder do Governo para que diga à

Presidente eleita que não embarque na aventura proposta pelo Ministro da Fazenda,

Guido Mantega, reconfirmado no cargo, e que pretende retirar dos índices da

inflação os alimentos e combustíveis, como mais uma forma de enganar as pessoas.

As pessoas não vão parar de comer porque o Ministro Guido Mantega deixará a

alimentação fora dos índices da inflação e não deixarão de andar de ônibus porque

Mantega vai retirar os combustíveis dos índices da inflação.

Começa muito mal o Ministro da Fazenda, ao anunciar essa maquiagem.

Votamos contra essa medida provisória, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Para discutir, concedo a palavra ao

nobre Deputado Maurício Quintella Lessa, que falará a favor da matéria. (Pausa.)

Deputado Vicentinho. (Pausa.)

Deputado Antonio Carlos Pannunzio. (Pausa.)

Concedo a palavra ao Deputado Eduardo Valverde.

O SR. EDUARDO VALVERDE (PT-RO. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, a medida provisória, no seu mérito, confere maior flexibilidade à gestão

das participações societárias do Tesouro Nacional. Permite à União, quando

participar do capital de entidades, alienar ou permutar sua participação nesse

capital, desde que não perca o controle acionário, ou, quando for sócia minoritária,

não ser obrigada a subscrever ampliação de capital.

Em nosso País, o Estado atua na economia. É importante registrarmos isso,

porque, no passado, durante os oito anos do Governo FHC, a visão era a de um

Estado reducionista, que não tinha que atuar na economia, pois lhe bastava tão

somente regular as relações sociais através do mercado. Isso se choca com a visão

de um Estado que tem responsabilidades. A crise por que passou o mundo fez o

Brasil ver o quanto é importante a participação do Estado, das empresas estatais,

citando nominalmente a PETROBRAS, e dos bancos oficiais. Isso só foi possível

porque o Estado tinha o controle acionário e o poder de voto, e acionou

corretamente esse instrumento de política econômica, para blindar o País,

movimentando e aquecendo nossa economia.

É preciso continuar com esse modelo, que deve ter maior flexibilidade. Essa é

a razão da medida provisória. Em caso de expansão de capital, nem sempre a União

teria que aportar recursos para participar; deixando a critério da própria gestão. O

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controle de capital necessariamente não exigiria investimentos e aporte de recursos

públicos para que fosse feita essa subscrição de recursos.

O mesmo ocorreria no caso de alienação ou de permuta, quando a União

fosse majoritária, desde que não perdesse o controle acionário. Isso daria ao gestor

público maior condição de movimentar os interesses da União e manter as

empresas estatais de maneira eficiente.

Mas a questão que se coloca, neste momento, diz respeito a visões de

contexto político, visões do Estado Nacional. São elas que se chocam ao

analisarmos essa medida provisória. Certamente, o paradigma do Governo passado

não era o atual: antes as empresas estatais eram um estorvo, eram um equívoco

que o modelo neoliberal não poderia suportar. Foi por essa razão que se privatizou

boa parte dos setores de telecomunicações e petroquímico.

Hoje, a PETROBRAS tenta recompor o seu ramo petroquímico, porque ele é

a ponta do setor do petróleo. Ou seja, não há como abrir mão desse setor, que hoje

investe em pesquisa e mobiliza a economia brasileira.

Hoje a nossa pauta de importação está prenhe de produtos que, no passado,

o Brasil produzia. No entanto, com a privatização do setor petroquímico, perdemos

expertise no assunto. Essa é razão de estar sendo recomposta, através da

PETROBRAS, toda a cadeia produtiva do petróleo, desde a química fina até a

exploração e a produção. Esse é o caminho que deve seguir um País que busca ter

competitividade, ocupar os espaços no cenário econômico mundial e,

principalmente, fortalecer sua base industrial.

Por essa razão, sou favorável a que se aprove a medida provisória que ora

estamos analisando. O questionamento que se faz no tocante à constitucionalidade

já foi expressamente defendido pelo nosso companheiro de partido, no sentido de

que, uma mudança no conteúdo não vicia a matéria em questão.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - NÃO HAVENDO MAIS ORADORES

INSCRITOS, DECLARO ENCERRADA A DISCUSSÃO.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Há três requerimentos sobre a mesa: um

requer o adiamento da votação; outro requer que a votação seja feita artigo por

artigo; e o último requer a votação das emendas uma a uma. Todos estão assinados

pelo Líder Paulo Bornhausen.

Pergunto se serão mantidos os requerimentos, Deputado.

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, se V.Exa. nos esclarecer qual será a sequência dos

trabalhos hoje, nós poderemos analisar a manutenção ou não dos requerimentos

que estão sobre a mesa.

Qual é a pauta que V.Exa. pretende cobrir hoje?

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Na verdade, nós temos a votação desta

medida provisória, que seria feita na sessão ordinária. Superada a votação desta

medida provisória, nós encerraríamos esta sessão.

Está se tentando construir um acordo entre os Líderes, para que haja a

convocação de uma sessão extraordinária no dia de hoje, que teria como pauta o

projeto do pré-sal e a votação a Lei Kandir — essas duas matérias.

Então, está se tentando um entendimento entre os Líderes, para votação

desses dois projetos em uma sessão extraordinária. Havendo acordo, nós

convocaremos uma sessão extraordinária com esses dois pontos de pauta. Não

havendo entendimento, nós votaremos esta medida provisória e encerraremos a

sessão e os trabalhos no dia de hoje.

O SR. MIRO TEIXEIRA (PDT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Mas,

Sr. Presidente, para prevenir — e muito ostensivamente —, pode haver o acordo

que houver, de Líderes, sobre a pauta. Se não houver sessão extraordinária para

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apreciação da PEC 300, eu, pelo menos, vou pedir novo painel para a extraordinária

e vou fazer a obstrução possível.

Desde já, peço aos Deputados comprometidos com a votação da PEC 300

que dificultem o quorum da extraordinária, não marcando presença.

Obrigado.

O SR. MARCELO ITAGIBA (PSDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, a posição externada pelo Deputado Miro Teixeira será também a

minha: em não se colocando em votação a PEC 300, vamos pedir novo painel e

obviamente estaremos em obstrução pessoal, haja vista a necessidade de se votar

essa matéria, que já foi aprovada em primeiro turno nesta Casa.

A situação do Rio de Janeiro demonstrou a necessidade de termos forças

policiais bem remuneradas, pois os policiais estão colocando suas vidas em defesa

da população. Para reconquistar o território, nada melhor do que o Parlamento

reconhecer esse direito a todos os policiais.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, mesmo que haja acordo de Líderes, qualquer Parlamentar

pode pedir para zerar o painel.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - É claro.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Então, esse pedido já está sendo

formulado a V.Exa. Ainda que haja acordo de Líderes, não há acordo de Plenário,

então, na extraordinária, o painel terá que ser zerado.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Eu quero só chamar a sensibilidade dos

Srs. Parlamentares. Nós recebemos aqui, na semana passada, os Srs.

Governadores, que, em reunião com os Líderes partidários, levantaram a

preocupação da votação de duas matérias importantíssimas para o País e para os Estados: a Lei

Kandir e o Fundo contra a Pobreza. São duas matérias que, inclusive, viabilizam

recursos para os Estados. Então, nós precisamos tratar desses temas aqui para que

os Estados tenham efetivamente condições de equilibrar suas finanças este ano.

É um pedido dos Governadores. V.Exas. terão que avaliar os prejuízos que

pode haver se nós não tivermos um acordo para votação dessas matérias aqui na

Casa.

Volto a ressaltar que esta Presidência só convocará sessão extraordinária se

houver acordo.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, os Governadores estão preocupados com recursos, mas

não se preocupam com os recursos para pagar seus policiais.

Os Governadores são irresponsáveis, e nós vamos agir da mesma maneira

aqui. Não vamos votar nada: nem Fundo contra a Pobreza nem Lei Kandir.

O SR. IVAN VALENTE - Sr. Presidente, pela ordem.

O SR. MIRO TEIXEIRA (PDT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu fundamento a posição em que estava. Não tem pedido de

Governador que altere essa posição, que é uma tentativa de manter a espinha

dorsal da Câmara dos Deputados no lugar.

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V.Exa. participou de sessão aqui, em que foi dada a palavra de que isso seria

votado. Agora o que está em xeque é o Poder Legislativo, que não pode ser

enfraquecido dessa maneira. Não pode se vergar.

De minha parte, vou fazer o que dita o meu mandato.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Com a palavra o Deputado Ivan Valente.

Depois, vamos continuar o encaminhamento.

O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, em primeiro lugar, o PSOL manifesta a posição de pedir outro painel.

Em segundo, nós só aceitamos discutir globalmente a pauta. Não vamos

empurrar nada com a barriga. Temos três semanas pela frente; ou se marca uma

questão em que há acordo total, ou não se vota. Então, nós somos favoráveis a

manter o requerimento da PEC 300. Nós vamos manter esse requerimento. Nós

vamos apoiar todos aqueles que vão manter, conosco, essa PEC. E tem que ser

global. Não dá para votar como pinga-pinga, votar um, votar o pré-sal, votar isso,

votar aquilo. Não dá. Não há acordo sobre isso.

O PSOL manifesta sua posição publicamente aqui.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Deputado José Carlos Aleluia.

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, a discussão que V.Exa., de maneira muito hábil, deixou

acontecer iluminou o nosso partido, e nós vamos retirar os requerimentos porque

sabemos que em seguida haverá uma discussão muito importante. Nós queremos

votar a Lei Kandir, mas nós queremos votar também a PEC 300.

Quanto à questão do pré-sal, V.Exa. sabe a nossa posição de divergência

quanto a esse festival de besteira que assola o petróleo no Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Então, estão retirados os requerimentos?

(Pausa.)

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Passa-se à votação.

O SR. JILMAR TATTO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Isso,

Sr. Presidente. Vamos tocar os trabalhos, já que V.Exa. assumiu o compromisso lá

no Colégio de Líderes de convocar a sessão extraordinária, visto que temos projetos

importantíssimos para serem votados, como o que trata do Fundo da Pobreza e o do

pré-sal.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Novo painel, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Relação de inscrição de oradores para

encaminhamento.

Para falar contrariamente, Deputado Emanuel Fernandes. (Pausa.)

Deputado Luiz Carlos Hauly. (Pausa.)

Deputado Duarte Nogueira. (Pausa.)

Deputado Antonio Carlos Mendes Thame. (Pausa.)

Deputado José Carlos Aleluia. (Pausa.)

Para falar a favor, Deputado Dr. Ubiali. (Pausa.)

Deputado Maurício Quintella Lessa. (Pausa.)

Deputado Vicentinho. (Pausa.)

Deputado Eduardo Valverde. (Pausa.)

Está encerrado o encaminhamento.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Em votação o parecer do Relator na

parte em que manifesta opinião favorável quanto ao atendimento dos pressupostos

constitucionais de relevância e urgência e de sua adequação financeira e

orçamentária, nos termos do art. 8º da Resolução nº 1, de 2002, do Congresso

Nacional.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Para falar contra a matéria, concedo a

palavra ao Deputado José Carlos Aleluia. (Pausa.)

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Para orientar.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Para orientar. (Pausa.)

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA - Para orientar contra.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Para falar a favor, concedo a palavra ao

Deputado Eduardo Valverde.

O SR. EDUARDO VALVERDE (PT-RO. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, obviamente eu não poderia ser contrário a uma medida provisória com

os pressupostos que foram apontados de relevância e urgência devidamente

relatados pelo nosso colega, o que só me faz apontar o encaminhamento favorável a

esta matéria, considerando que a medida provisória é muito importante para dar

condição ao Governo brasileiro de se preparar e se blindar contra possíveis crises

internacionais, fortalecendo sua economia e, principalmente, dando condições ao

Tesouro Nacional de utilizar corretamente os seus recursos, aportando ou não em

ações que possam fortalecer as empresas estatais, cuja ação no Brasil é muito

importante para dar segurança econômica ao nosso País.

Por essa razão, a matéria é de relevância e é de urgência.

Encaminho o voto favorável.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Para encaminhar, concedo a palavra ao

Deputado José Carlos Aleluia, que falará contra a matéria.

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, como V.Exa. deve ter observado, e todos os que nos ouviram, desde

quando discuti o assunto deixei claro que esta medida provisória é inconstitucional,

na forma do que estabelece o § 10 do art. 62 da Constituição. Eu mencionei o

Deputado Dr. Ubiali, mas aqui tenho uma comparação: ela é a reedição de uma

medida provisória que não teve sucesso e contraria o § 10.

Ela é inadmissível. Deve ser rejeitada por inadmissibilidade, e, portanto, por

não atender à Constituição.

Esse é o meu encaminhamento.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como votam os Srs. Líderes?

Como vota o PMDB?

O SR. EDUARDO CUNHA (Bloco/PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, o PMDB vota “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PT?

O SR. JILMAR TATTO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PT vota “sim”.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINALNúmero Sessão: 208.4.53.O Tipo: Ordinária - CDData: 30/11/2010 Montagem: 4171/4176

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Prorrogo a sessão por mais 1 hora, a

partir das 19 horas.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PSDB?

O SR. EMANUEL FERNANDES (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, o PSDB vota “não” pelo motivo bastante claro: esta medida

provisória é a reedição clara, em seu conteúdo, em seu objeto principal, da MP 487.

Escutei V.Exa. dizer que qualquer mudança na vírgula configuraria outra

medida provisória. Se for esse o entendimento, Sr. Presidente, pode fechar o

Congresso, porque qualquer coisa aqui pode ser feita. Perdeu hoje, em vez de

“contudo”, coloca “mas”; em vez do “e”, coloca uma vírgula.

Sr. Presidente, não concordo com isso; este Parlamento não é para isso; este

Parlamento tem quer erguer a cabeça, não pode se curvar a isso,

independentemente do mérito. A Oposição faz oposição, o Governo procura aprovar

as matérias, mas nós, que estamos aqui, temos mandato. Isso tem que ser

respeitado. Esse argumento não pode prevalecer.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o Democratas?

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, votamos contra a admissibilidade de uma medida

provisória que contraria o espírito do legislador profissional.

O Deputado Inocêncio Oliveira, atento observador deste Congresso, sabe

que, quando aprovamos o § 10 do art. 62, foi exatamente para evitar que o Poder

Executivo mantivesse em vigor uma medida provisória que o Congresso rejeitou.

Existem duas formas de rejeitar: uma delas é votar contra e mandar para o

arquivo; a outra é não votar e ir igualmente ao arquivo.

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Portanto, a medida é inconstitucional. Se a aprovarmos, estaremos aprovando

o que o cidadão eleitor não nos autorizou, que é algo em desacordo com a

Constituição brasileira.

Então, votamos contra.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o Bloco?

O SR. GIVALDO CARIMBÃO (Bloco/PSB-AL. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, o Bloco vota “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PR?

O SR. LÉO ALCÂNTARA (PR-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PR vota “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PP?

O SR. ROBERTO BRITTO (PP-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PP vota “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PDT? (Pausa.)

O PDT vota “sim”.

Como vota o PTB?

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, a orientação da Liderança é pelo voto “sim”, mas não

podemos deixar de registrar o desplante que se faz com esta Casa, porque esta

medida provisória é a reedição de uma medida provisória que perdeu a eficácia. Isso

é, sem dúvida nenhuma, desrespeito para com esta Casa, e tem-se de fazer o

registro.

O registro deve ficar marcado no sentido de que o Executivo não pode utilizar-

se de expediente como este, de editar uma nova medida provisória de uma anterior

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que perdeu a eficácia, até porque, enquanto esteve em vigência aquela anterior, ela

manteve seu efeito. E, na perda da eficácia, o Governo dá um “passa-moleque” no

Congresso e edita outra medida provisória.

Esse registro tem de ser feito.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PSC?

O SR. REGIS DE OLIVEIRA (PSC-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o PSC vota “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PPS?

O SR. MOREIRA MENDES (PPS-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o PPS vota “sim”, ressalvados os destaques que vamos discutir lá na

frente.

Mas quero deixar um registro. A medida provisória tem dois ou três artigos, e

o relatório vem com várias modificações, sem chance de discussão. Estamos

recebendo esse assunto agora, há questão de 15 ou 20 minutos. Não é possível

discutir. Fica apenas esse registro, porque as coisas não funcionam dessa forma.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PV?

O SR. EDSON DUARTE (PV-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, V.Exa tem sido testemunha de que o Partido Verde tem defendido o

acordo e quer votar as matérias importantes de interesse do meu Estado, a Bahia, e

do Brasil. Agora, não dá para empurrar pela janela propostas que não foram

discutidas com a sociedade, com o Governo, com esta Casa como um todo;

propostas que interessam apenas ao setor da economia, que tem interesse direto e

que quer impor ao País e a esta Casa os seus interesses, fazendo chantagens.

Portanto, nós, do PV, não concordamos com a matéria.

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Vou encaminhar o voto “sim”, mas na condição de que o acordo

preestabelecido seja mantido; se não, não contará com o PV nas demais votações.

Sr. Presidente, estou-me referindo ao Código Florestal.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PMN? (Pausa.)

Como vota o PSOL?

O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero me referir a dois artigos da medida provisória. Um, que permite às

estatais que do Fundo Soberano aportem capital à PETROBRAS, e o outro, que

autoriza a União a se abster de adquirir ações em aumento de capital de empresas

que possuam participação acionária. É interessante, porque são 2 artigos que

viraram vários.

Vou citar o art. 3º do Projeto de Conversão, que diz: “As operações de crédito

rural destinadas à atividade de produção de cacau no Estado da Bahia contratadas

com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste...”

O que isso tem a ver com a medida original? Na verdade, o Governo faz

política aqui, com setores da Base e da Oposição também.

Os Deputados inserem na medida provisória o que querem. Isto aqui é “gato”.

Medida provisória não foi feita para isso. Não podemos mais admitir isso aqui nesta

Casa, porque desrespeita o Poder Legislativo brasileiro. Medida provisória tem

objetivo e fim definidos, tem urgência e relevância. Isso não é levado em

consideração. Cada dia mais, colocam-se novas questões e não se discute. O

Relator vem com um montão de coisas que ele absorveu de pressões daqui e dali,

de interesses corporativos, de interesses setoriais, e o Governo tem interesse

político nisso, de absorver essa questão.

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Nós não admitimos, não vemos urgência e relevância nessa questão e vamos

votar contrariamente, porque isso desmoraliza a Casa.

O PSOL vota “não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - O PSOL vota “não”.

Como vota o PHS? (Pausa.)

Como vota a Representação do PTdoB? (Pausa.)

Como vota a Minoria? (Pausa.)

Como vota o Governo?

O SR. JOSÉ GENOÍNO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o Governo recomenda o voto “sim”. Acha que esta medida provisória é

importante. Só quero alertar e chamar a atenção, para deixar claro aqui, porque está

havendo várias coisas no encaminhamento dela. O Governo apresentou ao Colégio

de Líderes, com o apoio da base do Governo, uma pauta consensual. E nessa pauta

consensual apresentada não consta o Código Florestal — já explicando ao Líder do

PV —, nem o requerimento da PEC 300. Quero deixar isso bem claro para o Líder

do PV, Deputado Edson Duarte.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Em votação o parecer.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Os Srs. Deputados que o aprovam

permaneçam como se encontram. (Pausa.)

APROVADO O PARECER.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Em votação o projeto de lei de

conversão oferecido pelo Relator da Comissão Mista, ressalvados os destaques.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Os Srs. Deputados que o aprovam

permaneçam como se encontram. (Pausa.)

APROVADO.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Em votação os destaques.

Primeiro destaque.

“Requeiro, nos termos do art. 161, I, e § 2º,

combinado com o art. 117, IX, do Regimento Interno da

Câmara dos Deputados, destaque para votação em

separado da expressão ‘com ou’ constante do § 2º do

inciso III do art. 1º do PLV oferecido à MP 500/10”.

Assinado pelo Líder do PSDB.

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O SR. MARCELO ITAGIBA (PSDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, V.Exa. poderia frisar que foi aprovado com votos contrários.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - O parecer foi aprovado com votos

contrários do PSDB e do Democratas.

O SR. JOÃO ALMEIDA (PSDB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Do

PSDB e Democratas, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Está registrado nos Anais da Casa.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINALNúmero Sessão: 208.4.53.O Tipo: Ordinária - CDData: 30/11/2010 Montagem: 4171/4176

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Para falar contra...

O SR. JOÃO ALMEIDA - Sr. Presidente, não há inscritos para esse destaque.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Há inscritos.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Para encaminhar, concedo a palavra ao

nobre Deputado Jilmar Tatto, que falará contra o destaque.

O SR. JILMAR TATTO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nós

acabamos de votar a Medida Provisória nº 500. Ela tem um sentido global e tem

coerência do ponto de vista de redação e do mérito. Então, a proposta do PT é a de

que se mantenha o original e não votemos os destaques.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Para encaminhar, concedo a palavra ao

nobre Deputado Emanuel Fernandes, que falará a favor da matéria.

O SR. EMANUEL FERNANDES (PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nosso destaque visa criar ônus para o Tesouro

Nacional.

Diz o § 2º do inciso III do art. 1º: “As operações efetuadas ao amparo do

inciso III — é o principal do caput — poderão ser celebradas com ou sem ônus para

o Tesouro Nacional.”

Ora, a função principal deste Parlamento é autorizar despesas com base no

Orçamento. Todos pagam imposto, e a divisão desse imposto, para onde vão os

gastos, é feita por este Congresso Nacional. Do jeito que estamos fazendo,

passamos um cheque em branco para o Executivo capitalizar sua empresa ou fazer

suas operações de capital com o dinheiro do Tesouro também sem consultar este

Parlamento. Se ele quiser comprar uma grande empresa sem consultar este

Parlamento, ele poderá fazê-lo, se incluirmos a expressão “com ou sem ônus para o

Tesouro Nacional”.

Queremos resgatar um pouco o papel original do Congresso Nacional: O.k.,

autorizadas a efetuar, ao amparo do inciso III do caput, poderão ser celebradas sem

ônus para o Tesouro Nacional. Se for com ônus, abriremos mão de analisar os

gastos do Orçamento, principal tarefa deste Parlamento. Aliás, temos reiterado que

o Parlamento foi criado na Inglaterra para que se fizesse análise de orçamento.

Estamos abrindo mão, mais uma vez, de analisar os gastos do Orçamento.

O que é o Orçamento? Todos colaboram com o caixa, pobre, rico, remediado

pagam impostos, e a divisão desse dinheiro também tem de ser feita entre todos,

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baseada na sensibilidade e na representatividade dos membros do Parlamento.

Estamos delegando para uma pessoa, para um Governo.

O Parlamento, se acabar essa possibilidade de dividir o Orçamento, não tem

função. Por isso apoiamos este destaque. Os governistas hão de concordar que

vamos abrir mão de uma coisa muito importante que está aqui, que é analisar gastos

do nosso Orçamento.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINALNúmero Sessão: 208.4.53.O Tipo: Ordinária - CDData: 30/11/2010 Montagem: 4171/4176

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Para falar contra, tem a palavra o

Deputado José Genoíno.

O SR. JOSÉ GENOÍNO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o

BNDES e a Caixa Econômica são empresas públicas. Essas empresas públicas, ao

fazerem esse processo de capitalização... O Tesouro Nacional é majoritário. Não se

pode criar uma camisa de força que prejudique o fortalecimento do objetivo da

própria medida provisória, que é a capitalização dessas empresas públicas.

Portanto, essa emenda anula o sentido mais geral, estratégico, da própria

medida provisória, porque são empresas públicas, têm garantia do Tesouro

Nacional, que é majoritário.

Por isso, somos contra esta emenda.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Para falar a favor, tem a palavra o

Deputado José Carlos Aleluia.

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, vou tentar traduzir o que diz o artigo que está sendo destacado.

O que propuseram o Democratas e o PSDB foi retirar a seguinte expressão:

“sem ônus”. Com ônus para a União.

O que significa isso? Nesta lei está autorizado que a empresa A do Governo

venda ações para a empresa B e compre do fundo C, e a D. Maria, o Sr. José e o

Sr. João, que pagam imposto e estão em casa, vão pagar. Quando se diz “com ônus

para a União”, significa: as empresas podem fazer a bobagem que for, as estatais

perdem dinheiro, mas o dinheiro perdido não é dos acionistas e muito menos do

diretor ou dos Ministros, o dinheiro perdido é de quem paga imposto.

Portanto, o destaque que apresentamos é para dizer o seguinte: os cidadãos

brasileiros que compram carne, que compram feijão, que pagam luz, que pagam

água, que pagam Imposto de Renda, não terão obrigação de pagar pelos erros

cometidos pelas empresas.

“Sem ônus” significa: eu não quero pagar isso. Eu e todos os que nos apoiam.

Ninguém aguenta mais pagar tanto imposto para o Governo fazer discurso de que

está mandando as empresas estatais para a frente. Mandam para a frente com o

dinheiro do nosso bolso.

Portanto, somos favoráveis à aprovação do destaque do PSDB, para o qual

apresentamos destaque da mesma forma, para impedir que o pagador de imposto

fique obrigado a pagar pelos erros. Só na operação inicial de compra com o Fundo

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Soberano das ações da PETROBRAS, cada cidadão, cada pessoa no Brasil pagou

do seu bolso uma parcela de dinheiro.

O que está em jogo, e o cidadão precisa ver isso, é o gasto desenfreado

deste Governo, gasto do nosso dinheiro. Quando eles dizem aqui “com ônus do

Governo”, significa: nós pagamos a bobagem que eles fazem.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINALNúmero Sessão: 208.4.53.O Tipo: Ordinária - CDData: 30/11/2010 Montagem: 4171/4176

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Está encerrado o encaminhamento.

Passa-se à votação.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PMDB?

Quem vota “sim” mantém a expressão da forma como foi aprovada no parecer

do Relator.

O SR. EDUARDO CUNHA (Bloco/PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - O PMDB vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. EDUARDO VALVERDE (PT-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, o PT vota “sim” também.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PSDB?

O SR. EMANUEL FERNANDES (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, o PSDB vota “não”. E gostaria de reiterar aqui a discussão.

Você que está em casa não sabe se vai comprar na empresa A, empresa B

ou empresa C. Do jeito que estão fazendo aqui, o dinheiro vai sair do seu bolso.

Dinheiro não cai do céu, não dá em árvore; não existe dinheiro para tudo. E aí

priorizaram. O Congresso é que prioriza. O que nós estamos fazendo é autorizando

o Governo a adquirir ações com dinheiro seu. Isso vai aumentar o imposto.

É por isso que nós votamos “não”. O Governo precisa baixar a carga

tributária, sabe por quê? Você sabe melhor do que o Governo o que faz com o seu

dinheiro.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o Democratas?

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Nós votamos para não pagar pelos erros do Governo e das empresas,

portanto votamos “não”.

O Democratas quer representar as pessoas que pagam imposto, as pessoas

que pagam Imposto de Renda, as pessoas que não aguentam mais ser molestadas

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pelos cobradores de impostos, as pessoas que estão revoltadas porque pagam

impostos e não têm segurança, não têm saúde.

Nós votamos “não”. Não queremos pagar por esse erro que está sendo

cometido pelo Governo. Por isso nós votamos essa expressão complicada “sem

ônus para o Tesouro”, ou seja, sem custo para o bolso de Dona Maria e de Seu

José.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o Bloco?

O SR. MÁRCIO FRANÇA (Bloco/PSB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Bloco é “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Bloco, “sim”.

PR, como vota? (Pausa.)

Como vota o PP?

O SR. ROBERTO BRITTO (PP-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PP vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PDT?

O SR. PAULO PEREIRA DA SILVA (PDT-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - O PDT é pela manutenção do texto e vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PTB?

O SR. PEDRO FERNANDES (PTB-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- O PTB quer manter o texto, Sr. Presidente, e vota “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PSC? (Pausa.)

Como vota o PPS?

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINALNúmero Sessão: 208.4.53.O Tipo: Ordinária - CDData: 30/11/2010 Montagem: 4171/4176

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O SR. MOREIRA MENDES (PPS-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o PPS, em homenagem ao contribuinte brasileiro, que não aguenta

mais a carga tributária sobre as suas costas, encaminha o voto “não”.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PV?

O SR. EDSON DUARTE (PV-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

“Sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PMN? (Pausa.)

Como vota o PSOL?

O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, nós já fizemos crítica a esta medida, que sempre, como de péssimo

hábito nesta Casa, vai sendo ampliada, alongada, e foge ao seu perfil inicial. É muito

nefasto esse processo legislativo de concessões e penduricalhos.

No caso desta emenda, nós queremos remediar um pouco. Portanto, a favor

da emenda. O nosso voto é “não” ao texto.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PHS? (Pausa.)

Como vota o PTdoB? (Pausa.)

Como vota o Minoria? (Pausa.)

Como vota o Governo?

O SR. WILSON SANTIAGO (Bloco/PMDB-PB. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, o Governo vota “sim”. O Governo encaminha o voto “sim”.

O SR. JOSÉ GENOÍNO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, nós não estamos criando tributo nem aumentando a carga tributária.

Isso é uma falácia. Nós estamos discutindo um processo de capitalização, e essa

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exigência sem ônus que eles querem tirar é exatamente para dificultar essas

operações de capitalização.

Portanto, não há aumento de carga tributária. Isso não é verdade. O Governo

recomenda o voto “sim”.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Em votação.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Os Srs. Deputados que forem pela

manutenção da expressão permaneçam como se encontram. (Pausa.)

APROVADA.

Mantida a expressão.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Segundo destaque, assinado pelo

Deputado Paulo Bornhausen, Líder do Democratas, é igual ao anterior.

Portanto, está prejudicado.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Terceiro destaque. (Pausa.)

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O SR. TAKAYAMA - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Pois não.

O SR. TAKAYAMA (PSC-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, enquanto os assuntos continuam na Casa, gostaria de fazer uma

denúncia aqui da mais alta responsabilidade.

Peço a atenção dos nobres Parlamentares porque há poucos instantes eu,

Deputado Takayama, fui vítima de uma mensagem enviada ao jornal Congresso em

Foco que atribui palavras que eu nunca citei ou falei, mesmo porque no horário em

que foi inserido esse texto no Congresso em Foco eu estava na Casa Civil com a

bancada do Paraná, entre 18 horas e 18h30min. Essa mensagem apareceu no

jornal às 18h17min, de maneira maldosa, que acaba achincalhando o Parlamentar,

denigre a imagem dos Parlamentares desta Casa.

Então, gostaria de pedir, carinhosamente, aos companheiros que dirigem o

jornal Congresso em Foco para que haja critério maior, a fim de que mensagens

como essa não venham a ser atribuídas a qualquer pessoa. Qualquer um de nós

pode ser vítima de maldade, a exemplo dessa mensagem que apareceu nesse

jornal, como se fosse deste Deputado.

Volto a reiterar, peço aos jornalistas do Congresso em Foco que analisem

com critério e que não permitam a entrada de qualquer mensagem ou de qualquer

pessoa utilizando o nome de outros, para denegrir a imagem de um Parlamentar.

Sr. Presidente, gostaria de direcionar esta minha indignação à Procuradoria

desta Casa, para que cada Parlamentar fique ciente de que estamos sendo aqui

achincalhados ao tentarem denegrir a nossa imagem. Estamos aqui trabalhando e

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muitas vezes temos de perder tempo com fatos irreais e maldosos como este que

apareceu no jornal Congresso em Foco.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Pois não. V.Exa. tem todo o direito de

encaminhar a representação e o pedido para que a Procuradoria da Casa tome

medidas em relação a esta sua denúncia.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Terceiro destaque.

“Requeremos a V.Exa., nos termos do art. 161, §

2º, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados,

destaque para votação em separado do art. 2º do PLV à

MP 500/2010.

Deputado Paulo Bornhausen.

Líder do Democratas.”

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Para encaminhar, concedo a palavra ao

Deputado José Genoíno, que falará contra.

O SR. JOSÉ GENOÍNO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o

destaque quer suprimir exatamente o seguinte:

“Fica a União, por meio de ato do Poder Executivo,

autorizada a se abster de adquirir ações em aumentos de

capital de empresas em que possua participação

acionária, minoritária ou majoritária, devendo preservar o

controle do capital votante nos casos exigidos por lei.”

Suprimir o art. 2º, conforme o DVS, no meu modo de entender, representa

prejuízo para o papel da União, representa prejuízo para a ação do Poder Executivo,

porque aqui está garantido aquilo que se refere a adquirir as ações em aumentos de

capital de empresas em que possua participação minoritária ou majoritária, e,

portanto, preserva o controle do capital votante.

Assim, eu acho fundamental manter o art. 2º, que o DEM quer simplesmente

suprimir.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Para encaminhar, concedo a palavra ao

Deputado José Carlos Aleluia, que falará a favor.

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, não imaginei que um dia no Parlamento eu diria que a União teria de

manter a sua participação nas empresas em que ela tem participação acionária.

Por quê? Qualquer pessoa que tenha ações em uma empresa, quando a

empresa abre a possibilidade de subscrever, as pessoas subscrevem; quando

abrem mão da subscrição, é porque o preço está inadequado. Logo, não precisaria

de autorização.

Estou dizendo que a União pode não comprar ações em uma subscrição, ou

seja, que a União pode fazer um movimento para reduzir a sua presença nas

empresas.

É isso o que o Deputado Genoíno, em nome do Governo, está defendendo:

que a União reduza a sua participação acionária em empresas, e a reduza não de

forma transparente, mas de forma que a decisão seja tomada apenas pelos

burocratas.

Vou citar um exemplo: a União tem participação na CHESF, empresa

importante do Nordeste e que eu tive oportunidade de presidir. Se a CHESF abre

subscrição, a União poderá deixar de fazer a subscrição e deixar que outros o

façam. Isso é um movimento de privatização — um movimento de privatização

escondido. Eu prefiro fazer movimentos explícitos, que a sociedade possa

acompanhar.

É inadmissível que se aprove uma lei delegada para que os burocratas da

União possam decidir quando comprar ou não comprar ações de empresas de que

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participam. Por isto aqui, a participação da União pode ser levada a próximo de zero,

porque, se a empresa dobra o capital, e a União tem 20% e não subscreve, ela

passa a ter 10%. No próximo aumento, ela passa a ter 5%; no aumento seguinte,

passa a ter 2,5%, e daí a União se retira da empresa.

É inteiramente equivocada essa delegação em aberto para que a burocracia

decida o futuro da participação da União.

Portanto, nós somos favoráveis à retirada do art. 2º, votamos “não”.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Para falar ainda contra, com a palavra o

Deputado Jilmar Tatto.

O SR. JILMAR TATTO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

considero este debate profundo e de fundamental importância, porque se trata aqui,

na verdade, de uma privatização velada. E a supressão desse art. 2º significa que os

interesses dos acionistas estão acima dos interesses do povo brasileiro.

Deputado Aleluia, nós acompanhamos recentemente a capitalização da

PETROBRAS e a venda de ações da empresa. O que estava em jogo ali na verdade

quando a União se intrometeu de uma forma justa e correta? Quando descobriu a

riqueza natural em águas profundas, a União foi lá, capitalizou, investiu e comprou

ações, porque ali estava um patrimônio, a riqueza do povo brasileiro.

A supressão desse artigo significa que, em momentos importantes de

empresas, no caso, por exemplo, da PETROBRAS, a União pode, sim, comprar

ações. E na hora em que vir que não interessa comprar ações, a União permite que

o mercado possa adquirir essas ações.

Portanto, suprimir este art. 2º significa, na verdade, privilegiar os acionistas

em detrimento do povo brasileiro e da Nação brasileira. A União significa aqui o povo

brasileiro, não é Governo, não. União significa cuidar dos interesses de todo o povo

e não apenas dos acionistas.

Por isso, somos contra a supressão deste artigo.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Não há mais oradores inscritos.

Passamos à orientação.

Como vota o PMDB?

O SR. EDUARDO CUNHA (Bloco/PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - O PMDB vota “sim” ao texto.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PT? (Pausa.) O PT vota

“sim”.

Como vota o PSDB? (Pausa.) O PSDB vota “não”.

O SR. EMANUEL FERNANDES (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - “Não”. O PSDB vota “não”. O destaque é do PSDB.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o Democratas?

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Olha, nós votamos contra a ideia de que a União não compre o direito. Se

ela tem direito a comprar, qualquer cidadão que tenha direito a comprar ações de

uma empresa — normalmente ele compra por um preço menor do que o mercado —

não abriria mão. Quando abre mão, é porque está querendo se retirar da empresa.

Portanto, nosso movimento é para retirar isso. Quando quiser se retirar, a

União pergunte ao Congresso. Isso aqui é lei delegada. Por isso, somos contra.

Queremos retirar.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o Bloco Parlamentar

PSB/PCdoB/PRB?

O SR. MÁRCIO FRANÇA (Bloco/PSB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - O Bloco vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PR?

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O SR. LÉO ALCÂNTARA (PR-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PR vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PP?

O SR. ROBERTO BRITTO (PP-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PP vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PDT?

O SR. PAULO PEREIRA DA SILVA (PDT-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - O PDT vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PTB?

O SR. PEDRO FERNANDES (PTB-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Pela manutenção do texto, Sr. Presidente. “Sim”.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PSC? (Pausa.)

Como vota o PPS?

O SR. MOREIRA MENDES (PPS-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

“Não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PV?

O SR. EDSON DUARTE (PV-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PV vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PMN? (Pausa.)

Como vota o PSOL?

O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

“Não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PHS? (Pausa.)

Como vota o PTdoB? (Pausa.)

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Como vota a Minoria? (Pausa.)

Como vota o Governo?

O SR. JOSÉ GENOÍNO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

Governo vota “sim”, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Em votação.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - As Sras. e os Srs. Parlamentares que

forem pela manutenção do artigo permaneçam como se encontram. (Pausa.)

APROVADA A MANUTENÇÃO DO ARTIGO.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Quarto destaque.

“Requeiro, nos termos do art. 161, II e § 2º,

combinado com o art. 117, IX, do Regimento Interno da

Câmara dos Deputados, destaque para votação em

separado da Emenda nº 7, oferecida à MP 500/10.”

Assina o Líder do PSDB.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Não há orador inscrito para falar contra.

Para falar a favor, concedo a palavra ao Deputado Antonio Carlos Mendes

Thame.

O SR. ANTONIO CARLOS MENDES THAME (PSDB-SP. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a medida provisória que acaba de

ser votada é um marco na submissão desta Casa ao Poder Executivo. É

inacreditável que nós cheguemos ao ponto de aqui receber uma medida provisória

que dá, por meio de uma medida provisória, poderes ao Executivo de, por uma lei

delegada, um cheque em branco, tomar medidas para as quais ele somente terá que

fazer um decreto.

Vejam: é uma dupla submissão. É por meio de uma medida provisória que

estou delegando um amplo leque de prerrogativas ao Executivo para fazer o que

quer, comprar e vender ações, sem submeter o ato previamente à apreciação do

Congresso.

Nós, o tempo inteiro, estamos preocupados com o equilíbrio dos poderes, e,

no entanto, nesse presidencialismo exacerbado em que já vivemos, nós hoje

assistimos a mais um ato flagrante de hipertrofia dos poderes do presidencialismo.

Portanto, essa emenda apenas e tão somente diz que todos aqueles atos

arbitrários, tomados com o poder dado por essa medida provisória, pelo menos o

Poder Executivo tenha que comunicar 15 dias ao final de cada trimestre. Ele deve

comunicar a esta Casa o que fez, fazer o relatório consolidado, mostrando, com

informações pormenorizadas, cada uma das aquisições ou alienações feitas.

Em outras palavras, se nós já abrimos mão de ser copartícipes das decisões,

pelo menos que o Executivo dê a esta Casa o direito de ser plateia — no mínimo, de

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ser plateia —, porque, do jeito que está, ele vai poder fazer o que quiser e nem

precisa comunicar. Quer dizer, esta Casa nem sequer saberá o que vai acontecer.

É isto que estamos pedindo nessa emenda: o direito de receber essas

informações trimestralmente.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Para orientar as bancadas.

Como vota o PMDB?

O SR. EDUARDO CUNHA (Bloco/PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - O PMDB vota “sim” ao texto.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PT?

O SR. JILMAR TATTO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PT,

Sr. Presidente, vota “sim”, visto que essa emenda é desnecessária. Ela só

burocratiza, não ajuda, não resolve. No Estado Democrático de Direito, temos o

Tribunal de Contas da União, a CVM, o Ministério Público Federal. Temos, inclusive,

as Comissões funcionando plenamente no Congresso Nacional, tanto no Senado

quanto na Câmara. Isso aqui é só para burocratizar. Não há necessidade de incluir

esse artigo.

Por isso, o PT vota pela manutenção do texto.

O SR. EDUARDO CUNHA (Bloco/PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, o PMDB é pela manutenção do texto. Então, é “não” à

emenda.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - E o PT também vota “não” à emenda. É

isso?

O SR. JILMAR TATTO - Sr. Presidente, o PT também vota “não” à emenda.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PSDB?

O SR. EMANUEL FERNANDES (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, eles estavam indo tão bem no sentido da transparência. Se

o Governo pode pegar recursos do Tesouro, por que não mostrar, de vez em

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quando, já feita a operação de quanto pode ser o ônus do Tesouro, a este

Parlamento onde foi gasto? É só isso.

O Parlamento da atual Legislatura vai fechar as portas sombriamente. Hoje,

V.Exas. é que mandam; amanhã pode ser o contrário. O que estamos fazendo aqui

é desmerecendo a atividade parlamentar. Se o Parlamento não tem o direito de

saber, de vez em quando, a cada xis meses, onde foi gasto o dinheiro do Tesouro

ou mesmo operações entre estatais, o Parlamento serve para quê? Os nossos

filhos, os nossos netos nos cobrarão isso.

Sr. Presidente, o Parlamento está no seu ponto mais baixo. Por isso, o PSDB

vota “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o Democratas? (Pausa.)

Como vota o Bloco?

O SR. EMANUEL FERNANDES - Sr. Presidente, na minha fala final, “o

Parlamento está no seu ponto mais baixo. Por isso, o PSDB vota ‘sim”, quero dizer

que nós não queremos que o Parlamento seja tão baixo. Por isso é “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o Democratas?

O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, não aprovar isto é consequência do processo legislativo

brasileiro e do processo eleitoral, em que o eleitor não leva em conta a atividade

legislativa do Parlamentar; leva em conta apenas o trabalho que ele faz servindo ao

Governo Federal. Por isso enfraquece o Poder Legislativo.

A proposta do PSDB é simples: apenas pede ao Governo que preste contas

do que faz ao Parlamento e à sociedade. Nós não podemos votar contra isso. Vota

contra isso a maioria, que está servida pelos favores do Poder Executivo. É uma

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formação anômala da democracia brasileira um Poder Executivo muito forte, um

Poder Judiciário mediano e um Poder Legislativo cada dia mais fraco e desgastado.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o Bloco?

A SRA. VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB-AM. Pela ordem. Sem

revisão da oradora.) - O Bloco, Sr. Presidente, encaminha o voto “não”.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PR?

O SR. LÉO ALCÂNTARA (PR-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PR vota “não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PP?

O SR. ROBERTO BRITTO (PP-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

PP vota “não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PDT?

O SR. PAULO PEREIRA DA SILVA (PDT-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - O PDT vota “não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PTB?

O SR. PEDRO FERNANDES (PTB-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- O PTB vai manter o texto e votar “não” à emenda, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PSC? (Pausa.)

Como vota o PPS?

O SR. MOREIRA MENDES (PPS-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

O PPS, pela transparência, Sr. Presidente, vota “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PV?

O SR. EDSON DUARTE (PV-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

Partido Verde, Sr. Presidente, antes de anunciar seu voto, quer render homenagens

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a uma grande companheira presente neste plenário e que hoje está aniversariando,

a Deputada Luiza Erundina, que, com sua história, sua presença e seu trabalho,

honra o Congresso Nacional.

Parabéns à Deputada Luiza Erundina pelo seu aniversário! (Palmas.)

Quero encaminhar pelo Partido Verde o voto “não”.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Parabéns à Deputada Luiza Erundina!

Como vota o PMN? (Pausa.)

Como vota o PSOL?

O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PSOL vota “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o PHS? (Pausa.)

Como vota o PTdoB? (Pausa.)

Como vota a Minoria? (Pausa.)

Como vota o Governo? (Pausa.)

O SR. VANDERLEI MACRIS - Minoria, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota a Minoria, Deputado

Vanderlei Macris?

O SR. VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, é evidente que a questão da transparência é fundamental

na democracia. É exatamente por isso que lutamos aqui: para que a sociedade

brasileira tenha conhecimento do dinheiro gasto, dinheiro de contribuição do próprio

cidadão. É apenas isso que quer o Parlamento.

Portanto, a nossa posição, a posição da Minoria é votar “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Como vota o Governo?

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O SR. JOSÉ GENOÍNO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, veja bem: já faz parte das normas, da rotina, da permuta de ações total

transparência. Estou aqui com dois decretos sobre permuta de ações, assinados

pelo Presidente da República e pelo Ministro da Fazenda. Todas essas operações

são objeto de decreto, com total transparência.

Portanto, o nosso Governo não está deixando de lado a transparência. Já faz

parte, está na medida provisória o decreto que autoriza essa permuta.

Em segundo lugar, essa exigência, Sr. Presidente, é uma maneira de impedir,

de enfraquecer o papel do Poder Executivo. Não é dessa maneira que vamos

estabelecer a relação dos Poderes. Não podemos revestir, com a roupagem de

transparência, um objetivo político que já está contemplado nas normas e nos

decretos que tratam da permuta de ações, conforme o exemplo que tenho aqui.

Portanto, somos favoráveis à transparência e votamos “não”.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Em votação.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Quero alertar os Srs. Deputados que

votam pela aprovação da emenda que devem permanecer como se encontram e os

que votam pela rejeição devem se manifestar. (Pausa.)

REJEITADA.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Há sobre a mesa e vou submeter a votos

a seguinte

REDAÇÃO FINAL:

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Os Srs. Deputados que a aprovam

permaneçam como se encontram. (Pausa.)

APROVADA.

A matéria vai ao Senado Federal, incluindo o processado.

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DECLARAÇÃO DE VOTO ESCRITA ENCAMINHADA À MESA REFERENTE À

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 500, DE 2010

DECLARAÇÃO DE VOTO

(Do Deputado Federal Paes de Lira)

Voto NÃO a Medida Provisória 500, de 2010.

Excelentíssimo Presidente da Câmara dos Deputados,

Nos termos do artigo 182, parágrafo único, do Regimento Interno, apresento a

seguinte declaração de voto contra a Medida Provisória 500 de 2010.

A Medida Provisória supracitada autoriza a União e as entidades da

administração pública federal indireta a contratar, reciprocamente, ou com fundo

privado do qual seja o Tesouro Nacional cotista único a aquisição, alienação, cessão

e permuta de ações, a cessão de créditos decorrentes de adiantamentos efetuados

para futuro aumento de capital, a cessão de alocação prioritária de ações em ofertas

públicas ou a cessão do direito de preferência para a subscrição de ações em

aumentos de capital; autoriza a União a se abster de adquirir ações em aumentos de

capital de empresas em que possua participação acionária, e dá outras

providências.

RAZÕES DO VOTO

A Medida Provisória 500/2010, em nada se reveste materialmente de

urgência.

É bem verdade que a matéria é relevante, contudo, o fato de ser relevante

não a faz urgente.

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Assim, a referida Medida Provisória é inconstitucional, uma vez que não

abarca o pressuposto constitucional de urgência. Na exposição de motivos nada foi

exposto que justifique a urgência da matéria.

A matéria poderia vir naturalmente ao Parlamento por meio de Projeto de Lei,

sendo facultado ao Chefe do Poder Executivo da União, o Presidente da República,

dar-lhe a urgência constitucional, caso assim entenda.

Além do que, a apreciação da matéria via Medida Provisória evidencia falta

de planejamento no âmbito da competência ministerial do Poder Executivo.

A Medida Provisória trata de estabelecer novas normas para a participação

acionária da União, seja minoritariamente, seja naquelas sociedades de economia

mista em que a União detenha o controle acionário. Isso tudo é matéria que não traz

nenhum problema de urgência, não causará prejuízo algum ao País, se vier

normalmente por projeto de lei.

Nessa hipótese, mesmo considerando o Poder Executivo que tivesse

urgência suficiente — mas não a urgência que justifique uma medida provisória —,

poderia tê-la encaminhado mediante o devido projeto de lei com pedido de urgência

constitucional do Presidente da República, porque a solução para esses casos está

contemplada na Constituição.

Esta medida provisória deveria ter sido devolvida pela Presidência da Mesa

exatamente por sua inconstitucionalidade.

O relatório acrescenta, ainda, questões de refinanciamento da dívida da

lavoura cacaueira da Bahia, que são relevantes, é claro, mas completamente

estranhas à matéria original.

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A Medida Provisória cuida de matéria corrente da administração pública, cuja

viabilização legislativa, sem qualquer lastro de urgência, deveria ter sido objeto de

Projeto de Lei.

Sendo aprovada, essa medida viola a soberania do Parlamento, abrindo

precedente para que o Poder Executivo usurpe a função de legislador, trazendo à

pauta deste Plenário, e aprovando, uma Medida Provisória eivada de vício

constitucional.

Até porque o que a proposição em questão faz ao abordar o tema por via

inadequada é legislar paralelamente ao Parlamento Nacional.

Ante todo o exposto, voto NÃO à Medida Provisória 500/2010.

Sala de Sessões, de de 2010.

PAES DE LIRA

Deputado Federal

PTC/SP

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Quero consultar os Srs. Líderes.

Nós fizemos uma reunião dos Líderes que apontou, por maioria, que se

produzisse uma sessão extraordinária, quando entraria na pauta o projeto do pré-sal

e o PLP 352, que trata de alterações e prorrogação da Lei Kandir.

A Presidência disse que só procederia a isso se houvesse um acordo.

O SR. MIRO TEIXEIRA - ... sem painel...

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, só poderemos concordar com a votação dessas matérias

que V.Exa. anuncia se estiver incluída a PEC 300. Do contrário...

O SR. MIRO TEIXEIRA - Não. É outra coisa.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - ...iremos zerar o painel e convocaremos

todos os Parlamentares comprometidos com a PEC 300 para não registrarem a

presença no painel, já que o quorum não está tão folgado assim para se votar

matéria dessa ordem.

Sr. Presidente, sem a inclusão da PEC 300, não concordamos com a sessão

extraordinária.

O SR. MIRO TEIXEIRA (PDT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, acho que o acordo que pode ser feito em plenário é uma extraordinária

para votar a PEC 300, para não existir dúvida sobre haver projeto do Executivo com

urgência e tudo o mais, o que traria dúvidas sobre a legalidade dessa Ordem do Dia.

Então, uma para a PEC 300. Em seguida, outra com o que V.Exa. está

determinando. Aí nós teríamos um bom acordo. Votaríamos a PEC 300 — em

segundo turno, claro — e em seguida o que quisessem, em outra sessão.

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Senão, peço aos que apoiam a PEC 300 que não marquem a presença no

novo painel. Eu não marcarei. Só marcarei depois, se houver quorum.

Obrigado.

O SR. MOREIRA MENDES - O PPS, Sr. Presidente!

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Deputado Moreira Mendes.

O SR. MOREIRA MENDES (PPS-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, participamos da reunião do Colégio de Líderes representando o PPS.

Lá falei em nome do partido e em nome da Frente Parlamentar da Agropecuária,

que congrega vários Deputados de partidos diferentes.

Para não demonstrar intransigência, quero dizer a V.Exa. que consultei os

pares e concordamos em votar ainda hoje, nesta extraordinária, o pré-sal e a

prorrogação da Lei Kandir, mas deixamos para a semana que vem a discussão da

pauta numa nova rodada, deixando claro que vamos insistir, nas próximas sessões,

para a inclusão da reforma do Código Florestal.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Deputado Ivan Valente...

O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, entendemos que vamos pedir um novo painel.

Enquanto não for feita uma negociação global, não há condições de partir

para o debate de uma a uma das questões propostas. Também somos favoráveis a

votar o requerimento da PEC 300 nessa direção.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Tem a palavra o Deputado José

Genoíno.

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O SR. JOSÉ GENOÍNO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, estou falando em nome do Líder Vaccarezza.

Primeiro, nós, do Governo, estamos atendendo ao apelo dos Governadores

para colocar na pauta o PLP 352, de 2002, e a PEC 507, de 2010, que trata do

fundo de combate à pobreza. Portanto, o nosso Governo atende ao apelo dos

Governadores de todos os partidos.

Segundo, atendemos também companheiros da base de apoio ao incluir na

pauta o Sistema Nacional de Viação. Estamos sensíveis ao apelo do DEM de votar a

emenda constitucional do Deputado Alceni Guerra e favoráveis, sem compromisso

com o mérito, a colocar na pauta o projeto sobre os bingos.

O SR. MIRO TEIXEIRA - Opa!

O SR. JOSÉ GENOÍNO - Deixo isso claro também em relação ao projeto do

pré-sal.

O SR. MIRO TEIXEIRA - A PEC 300, não.

O SR. JOSÉ GENOÍNO - Portanto, vejam bem: essa é a pauta em que

incluímos também outra sugestão da base de apoio do Governo, que tem como

consenso...

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Há ainda o projeto que altera o teto do

Super-SIMPLES.

O SR. JOSÉ GENOÍNO - Era exatamente o que eu ia dizer. Há consenso

para votar o Super-SIMPLES.

Esses projetos compõem o acordo em que nós temos unidade. Nesse

consenso, para deixar isso claro, para não haver dúvida, não está incluída a PEC

300 nem o Código Florestal.

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Nós achamos que é importante fazer um acordo global. Na maioria das

matérias, nós temos acordo de mérito. Com relação ao bingo, não temos acordo de

mérito, mas nas outras matérias temos.

Repito: estamos atendendo a todos os Governadores. Eu acho que é de bom

senso que façamos esse acordo.

Com relação à PEC 300, vamos trabalhar a constituição de uma Comissão da

Câmara para preparar uma proposta global sobre segurança pública, acrescentando

à PEC 300 outros itens, e trazer essa matéria para o próximo ano. Esse é o

encaminhamento mais correto.

Deputado, tenha paciência, eu estou falando em nome do Líder do Governo.

Tenha paciência. V.Exa. já viu que aqui não se ganha nada no grito.

É dessa maneira que podemos fazer uma proposta sensata. Estou deixando

claro que não incluímos nesse acordo global a PEC 300 nem o Código Florestal.

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O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Sr. Presidente, isso não é acordo. Quando

o Deputado fala em acordo...

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Há Deputados inscritos. O Deputado

Jilmar Tatto está inscrito.

O SR. MIRO TEIXEIRA - Sr. Presidente, uma questão de ordem.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - V.Exa. está inscrito na sequência.

O SR. MIRO TEIXEIRA - Não podem dizer que a PEC 300...

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Há oradores inscritos, Deputado Miro

Teixeira. O Deputado Jilmar Tatto está com a palavra.

O SR. MIRO TEIXEIRA - Sr. Presidente, nós acabamos de ouvir uma

proposta que não pode ser executada. A PEC 300 é segundo turno, não pode ir para

Comissão nenhuma.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - O Deputado Jilmar Tatto está com a

palavra.

O SR. JILMAR TATTO (PT-SP. Pela ordem Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, estou aqui representando a bancada do PT, em nome do Líder

Fernando Ferro.

Nós fizemos hoje uma reunião do Colégio de Líderes, que V.Exa. estava

presidindo, em que ocorreu justamente aquilo que o Deputado Genoíno,

representando o Governo, relatou. Nós fizemos um acordo global em que a maioria

das Lideranças desta Casa combinou votar esses cinco projetos. Inclusive, foi

discutida a proposta do Deputado João Almeida, Líder do PSDB, de votar hoje o projeto do

pré-sal e o PLP 352, de 2002. Ficou acordado votar amanhã o restante: a questão dos bingos

e o Super-SIMPLES — a votação do Super-SIMPLES para as microempresas foi

sugestão do Deputado Guilherme Campos, do DEM —, além do fundo contra a

pobreza, que também é uma reivindicação. A questão do Sistema Nacional de

Aviação ficou para ser votada depois de encerrarmos a votação das medidas

provisórias. É isso o que foi acordado pelos Líderes.

Cada Deputado aqui é livre para expressar a sua opinião, mas também cada

partido tem a sua Liderança. Então, o momento agora é de as Lideranças opinarem,

apresentarem sua posição sobre o que foi tratado no Colégio de Líderes.

Com relação à PEC 300, ninguém quer fugir do debate, não. Queremos fazer

um debate sério, profundo, sobre a questão da violência neste País e do que está

acontecendo no Rio de Janeiro.

O SR. MIRO TEIXEIRA - Muito bem, não vamos fugir, não. Vamos votar.

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O SR. JILMAR TATTO - Estão envolvidos o Governo Federal, o Governo

Estadual, o Governo Municipal, as Forças Armadas. A Força Nacional interveio nas

ações.

A segurança pública, as armas, o narcotráfico são questões profundas.

Felizmente, a própria mídia e esta Casa hoje estão percebendo isso. Agora, não são

com medidas paliativas, não é apenas colocando na Constituição um plano de

cargos e salários, um piso nacional, que vamos resolver o problema da segurança

pública.

Por isso, é sensato, é importante que a sociedade brasileira saiba que nós

temos de resolver de vez a questão do crime neste País. E estamos dando o

primeiro passo. Vamos criar uma comissão de alto nível, vamos envolver os

Governadores, as Forças Armadas, todas as partes interessadas e a sociedade civil.

Temos uma proposta global. Dentro dela, com certeza, como prioridade

número um, estará a qualidade e o salário dos policiais. Por isso, não vamos

tergiversar, não queremos escamotear. Falar aqui “PEC 300! PEC 300!” é enganar

policial, porque, para valer, todo mundo sabe que vários Estados não conseguem

pagar os salários dos professores que está no piso nacional da categoria.

Por isso, neste resto de ano, no fim desta Legislatura, é importante votarmos

matérias importantes como o pré-sal, a Lei Kandir, o fundo de combate à pobreza e

dialogarmos com os Governadores. Estados federados precisam dialogar com os

Governadores e Prefeitos. Nós não podemos, de forma demagógica, aprovar uma

lei, inserir um piso nacional na Constituição e, depois, que se lasquem os

Governadores, que se lasquem os Prefeitos, como ocorreu com o piso nacional dos

professores.

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Debate sério, para valer, é votar matérias importantes que estão em pauta, é

pensar nos interesses do Estado, é pensar nos interesses do País, e não vir com a

demagogia de que é só votar a PEC 300 e estará resolvido o problema da violência

no Brasil. Não é verdade!

Por isso, somos pelo acordo. As Lideranças têm que assumir esse

compromisso. Nós queremos votar matérias importantes para esta Casa, e o

caminho é aquele que o Líder do Governo, o Deputado José Genoíno, apresentou: o

primeiro passo é votar duas matérias importantes hoje — o pré-sal e o fundo de

combate à pobreza, ou outra matéria acordada — e, amanhã, os outras propostas.

A PEC 300 fica a cargo dessa Comissão, para fazermos um estudo profundo

sobre a segurança.

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O SR. MARCELO ITAGIBA - Sr. Presidente, V.Exa. havia me assegurado a

palavra.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - O Deputado Marcelo Itagiba está

inscrito.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - O PTB não participou dessa reunião aludida pelo Deputado Jilmar Tatto.

E quero lembrar um detalhe...

O SR. JILMAR TATTO - O Deputado Marquezelli estava presente.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Quero lembrar um detalhe...

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - O PTB estava lá representado pelo

Deputado Nelson Marquezelli, Deputado.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Quem defende a PEC 300 não pode ser

tachado pelo Deputado Jilmar Tatto...

O SR. JILMAR TATTO - Participou o Deputado Nelson Marquezelli.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - ...de demagogo. Ele tem que respeitar a

posição dos demais Parlamentares. Defender a PEC 300 não é ser demagogo, não.

E os Governadores querem votar...

O SR. MIRO TEIXEIRA (PDT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Eu

também posso considerar corrupto quem defende o bingo.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - ...a Lei Kandir, mas não querem votar a

PEC 300.

O SR. MIRO TEIXEIRA - Que história é essa de acusar um Deputado de

demagogo por defender uma ideia aqui? Podemos então acusar de corrupto quem

defende bingo? Que história é essa? Temos nós que ouvir isso? Eu defendo a PEC

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300. E demagogia sempre foi uma palavra usada aqui em outras épocas, que não

eram democráticas, para barrar as ideias, para barrar os debates.

O SR. JILMAR TATTO - Posso dizer, Deputado Miro Teixeira, que quem não

defende bingo quer que a situação fique como está, com a corrupção de policiais...

O SR. MARCELO ITAGIBA - Corrupto é V.Exa.!

O SR. JILMAR TATTO - É isso o que acontece.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - A presidência pede aos Srs.

Parlamentares que respeitem a ordem das inscrições. Podem falar de forma

emocionada, de forma acalorada, mas, de preferência, de forma respeitosa com os

seus colegas, porque é dessa forma que o povo brasileiro espera que este

Parlamento se conduza. A Presidência não quer cortar o microfone de V.Exas., que

são pessoas educadas, cordatas e que sabem que há inscrição para falar. Então,

nós não vamos cortar o microfone, mas peço a V.Exas. que garantam a palavra e o

respeito entre os Srs. Parlamentares.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINALNúmero Sessão: 208.4.53.O Tipo: Ordinária - CDData: 30/11/2010 Montagem: 4171/4176

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Está inscrito o Deputado Marcelo Itagiba.

O SR. MARCELO ITAGIBA (PSDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, obrigado.

Gostaria de dizer que acho o nível dessa discussão...

O SR. MIRO TEIXEIRA - V.Exa. cortou. Eu quero apoiar as palavras de

V.Exa.

O SR. MARCELO ITAGIBA - Deputado Miro Teixeira, eu estou com a

palavra. Peço a V.Exa. que aguarde meu pronunciamento.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - O Deputado Marcelo Itagiba está com a

palavra.

O SR. MIRO TEIXEIRA - Com respeito, chega-se a qualquer lugar; com falta

de respeito, não.

O SR. MARCELO ITAGIBA - Peço a V.Exa. que aguarde o meu

pronunciamento. Em seguida, V.Exa. poderá falar. Foi-me assegurada a palavra

pelo Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Vou garantir o tempo de dois minutos a

cada Parlamentar, porque o orador não pode querer falar ad aeternum. Dois minutos

para cada um dos Parlamentares que quiser expressar sua opinião.

O Deputado Marcelo Itagiba está com a palavra.

O SR. MARCELO ITAGIBA - Sr. Presidente, muito obrigado.

Quero dizer a V.Exa., com muita tranquilidade, que minha posição é clara, é

favorável à votação da PEC 300, não por nenhum absurdo que queiram colocar a

respeito dela, mas porque esta Casa já votou a PEC 300 em primeiro turno, e vários

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dos Deputados que aqui se encontram, inclusive o Presidente, com a anuência e o

conhecimento de S.Exa., comprometeram-se a votá-la em segundo turno.

Então, aqui não se trata de ato de corrupção, ato de demagogia. Muito pelo

contrário. É preciso ter respeito à posição dos Parlamentares que defendem essa

tese, razão pela qual sou daqueles que se posiciona pela não votação de nada em

sessão extraordinária que não seja aquele compromisso assumido pelos

Parlamentares que fazem parte deste Parlamento e concordaram e anuíram em

votar essa matéria. Como disse, ela já foi votada e aprovada em primeiro turno,

razão pela qual não se trata aqui de discutir uma questão ou outra.

O que me causa estranheza é verificar que a questão dos bingos se torna

mais importante do que a relativa à remuneração dos profissionais de polícia.

Recentemente, estamos vendo, no Rio de Janeiro, os policiais que estão lá de

peito aberto, enfrentando a criminalidade, por isso merecem um piso nacional.

Esse piso nacional não é nenhuma invencionice. Esse piso nacional já foi

aprovado por este Parlamento no que diz respeito aos professores. Essa é a

questão.

Não há demagogia, não há ações de corrupção. O que há, na verdade, é o

desejo de alguns de não aprovar um salário justo e honrado para as polícias do

Brasil, como fizeram para os professores.

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O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, por favor.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Deputado Silvio Costa com a palavra.

V.Exa. tem dois minutos, Deputado, nem mais um segundo.

O SR. SILVIO COSTA (PTB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero o mesmo tempo do Deputado Marcelo Itagiba, por quem tenho o

maior respeito.

Sr. Presidente, esta Casa já cometeu a irresponsabilidade de aprovar a PEC

dos Vereadores, por 376 votos. Esta Casa cometeu a irresponsabilidade de enrolar

os suplentes do Brasil, e isso caiu no Supremo. Muito bem. Mas não conheço um

Parlamentar desta Casa, dos 513, que seja contra aumento salarial para as

pessoas. Não conheço um. Todos nós somos a favor da PEC 300, agora é preciso

que esta Casa tenha um choque de responsabilidade pública. Se um Parlamentar

tiver o talento, a competência de informar para esta Casa de onde virão os 30

bilhões para pagar a PEC 300, serei o primeiro a capitanear a votação dela.

Isso está passando do limite da responsabilidade! Estão desrespeitando os

militares do Brasil!

Essa PEC não existe. Existiu um fundo; tiraram o fundo. Com todo respeito

àqueles que a defendem — inclusive ao meu partido, que a defende —, é preciso

fazer política com seriedade, com talento e com compromisso. Quem tem

compromisso com os militares do País tem a obrigação de dizer: “Vamos votar, e o

dinheiro vai sair dali”.

Parem de fazer pacotes de bondades, parem de fazer pacotes demagogos!

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Para concluir, Deputado.

O SR. SILVIO COSTA - Vou concluir, Sr. Presidente.

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Na verdade, não estou chamando ninguém de demagogo. Existe uma

diferença entre ser demagogo e procurar falar fácil.

Se eu fosse demagogo, faria o seguinte projeto: todo brasileiro, a partir de

hoje, vai ter um salário mínimo de 5 mil reais. Quem é contra? Agora, pergunto: de

onde virá o dinheiro?

Vamos discutir de onde virá o dinheiro da PEC 300. Essa é a agenda. Na

hora em que encontrarmos esse caminho, podemos votar.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Tem a palavra o Deputado Eduardo

Cunha.

O SR. EDUARDO CUNHA (Bloco/PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, apenas quero dizer que o PMDB, que participou da

reunião, concorda em que hoje sejam votados os dois projetos, conforme estava

combinado: o projeto do pré-sal, que tranca a urgência, e, em seguida, o PLP 352.

Discutiremos amanhã o que será feito.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Tem a palavra o Deputado João

Almeida.

O SR. JOÃO ALMEIDA (PSDB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, não se trata de discorrer sobre preferências. O que nós temos de

enfrentar aqui é uma questão pragmática. Não há acordo, não há apoio para a

votação da PEC 300, e há outros projetos de grande importância, de interesse dos

Estados, porque vão garantir aos Estados a possibilidade de honrar os seus

compromissos até com os seus funcionários, situação que não será fácil para alguns

se, por exemplo, a prorrogação da Lei Kandir não for aprovada. São ações que se

estão impondo na agenda.

E o que se fez? Um entendimento para se votarem essas matérias, que

exigem essa urgência e obtiveram no Colégio de Líderes apoiamento da maioria,

que pode garantir essa votação. Nós não estamos aqui discutindo preferências, nem

acordos do passado, nem circunstâncias do passado. Nós estamos discutindo o

presente, matérias relevantes, de importância para os Estados, que precisam ser

votadas. E foi feito um acordo nesse sentido.

É isto que estamos apoiando: que se dê sequência, votando o pré-sal e a Lei

Kandir hoje; e amanhã, as outras matérias acordadas.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - O Deputado Fernando Chiarelli tem a

palavra.

O SR. FERNANDO CHIARELLI (PDT-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, nobres colegas, Brasil que nos escuta, fiquei

profundamente chocado e constrangido ao escutar que quem está defendendo os

militares por meio dessa PEC está fazendo demagogia e é irresponsável.

Demagogia e irresponsabilidade fez este Governo, durante 8 anos, enganando e

tapeando com cesta básica o povo, transformando uma raça de bandeirantes, como

somos nós, numa raça de pedintes e esmoleres.

Nunca, nem na época de Graco, nem na época da Grécia antiga, nem na

época da Roma antiga, no fim do Império, viu-se tanta corrupção! E se acerta a

impunidade dessa gente, no Judiciário, a poder de muito dinheiro.

Até concordo que a PEC 300 não vai resolver o problema da violência. Por

quê? Por exemplo, Sr. Presidente, o dinheiro que era para educar as crianças — as

crianças que agora estão levando tiro na cara, lá num morro do Rio de Janeiro — foi

roubado no FAT pelo Deputado Paulinho da Força. Está aqui se postando como

Líder, está aqui se postando como Deputado, está aqui se postando como Líder do

PDT.

O Brasil tem de escutar isso. O Brasil tem de escutar que neste momento está

correndo risco a sua própria existência. Nem o Maurício de Nassau, quando chegou

ao Brasil, viu tanta dificuldade para colocar este País no eixo!

Lamento! Lamento! Lamento! E rogo a Deus que não deixe este País se

perder em mais oito, dez, duzentos anos de roubalheira.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Na verdade, tenho 30 segundos para

encerrar esta sessão.

Deputado Eduardo Valverde, vou ter de encerrar a sessão. Não há acordo.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, zere o painel.

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Som para o Deputado Miro Teixeira.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Zere o painel, Sr. Presidente.

O SR. EDUARDO VALVERDE - Sr. Presidente, estou aqui na... Vamos ter

igualdade no acesso à fala.

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VII - ENCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Nada mais havendo a tratar, vou

encerrar a sessão.

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - COMPARECEM MAIS OS SRS.:

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DEIXAM DE COMPARECER OS SRS.:

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O SR. PRESIDENTE (Marco Maia) - Encerro a sessão, designando para

quarta-feira, dia 1º de dezembro, às 14 horas, a seguinte

ORDEM DO DIA

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(Encerra-se a sessão às 20 horas.)

DISCURSO PROFERIDO PELO SR. DEPUTADO PAES LANDIM NA SESSÃO

SOLENE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Nº 200, REALIZADA EM 23 DE

NOVEMBRO DE 2010 — RETIRADO PELO ORADOR PARA REVISÃO:

O SR. PAES LANDIM (PTB-PI.) - Sr. Presidente desta sessão solene,

Deputado Dagoberto, autor da bela iniciativa de homenagear o Ministério do

Trabalho pelo transcurso do seu 80º aniversário de criação; Sr. Ministro Carlos Lupi,

um getulista de coração e de ação e uma das figuras marcantes da política

trabalhista em nosso País; Sras. e Srs. Deputados; minhas senhoras e meus

senhores, o Partido Trabalhista Brasileiro não poderia deixar de se fazer presente

nesta solenidade, não só porque o seu fundador, Getúlio Vargas, foi o grande

responsável pela legislação social dedo País, mas também porque tem tradição em

defender políticas sociais no Brasil. Além do mais, igualmente, eu não poderia

perder a oportunidade de prestar esta homenagem ao grande Ministro Luiz Carlos

Lupi.

Com a Revolução de 1930, Vargas assumiu o Governo do País praticamente

no final de outubro e começo de novembro. Inicialmente, houve uma Junta Militar;

depois, ele veio do Rio Grande do Sul e assumiu a Presidência da República. E um

dos seus primeiros atos foi exatamente a criação do Ministério do Trabalho. Ali já

ficou demonstrada toda a engrenagem intelectual de Vargas, que tinha os

trabalhadores como preocupação fundamental do seu Governo.

Vargas lançou a estrutura capitalista do nosso País com a criação da

Companhia Siderúrgica Nacional, da Vale do Rio Doce e, depois, com os alicerces

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de PETROBRAS e da ELETROBRAS. Vargas sabia que, criando uma estrutura de

capitalismo forte e avançado, induzido pelo Estado, estaria criando emprego,

gerando renda e oportunidade de trabalho para os trabalhadores brasileiros.

A saga de Vargas no País é bonita. Àqueles que pensam que a Era Vargas

passou devo dizer que não, pois os fundamentos do Brasil moderno têm no Governo

Vargas seu alicerce: a legislação sindical, a legislação trabalhista, com a carteira de

trabalho e o salário mínimo, enfim, todos os avanços sociais conquistados à época.

Claro que eles precisam de ajustes nos tempos modernos, mas Vargas teve a

percepção de que a harmonia entre capital e trabalho era essencial para consolidar

um País aberto e moderno. Nada de importante no Brasil hoje deixou de ter o dedo

de Vargas. Estão aí também o BNDES e o Banco do Nordeste. Enfim, é fascinante a

sua visão dos fundamentos do Brasil.

O Partido Trabalhista Brasileiro talvez precisasse divulgar mais ainda as

ideias desse grande Presidente, Getúlio Vargas. O Brasil não pode esquecê-lo. No

contexto político em que viveu — nazismo, bolchevismo e fragilização das

democracias ocidentais —, no pêndulo que arrastou toda a América Latina para

situações autoritárias, Vargas não fugiu à regra. Mas o impulso por modernização

esteve sempre presente na sua vida.

É conhecido seu gesto em 1932, quando São Paulo se rebelou contra o

regime de 1930, ao preconizar a imediata constitucionalização do País, pois o

regime democrático constitucional tinha sido interrompido em 1930. Foi de Vargas a

iniciativa de convocar o grande líder paulista Armando Salles de Oliveira — criador

da Universidade de São Paulo, posteriormente, graças a Vargas — e lhe dizer:

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“Quero homenagear os revolucionários paulistas”. Daí nasceu também a

Constituição de 1934.

Nessa época, 1932, também o grande Anísio Teixeira, maior educador do

Brasil, criou a primeira universidade do Brasil — a Universidade do Distrito Federal.

Então, os alicerces do Brasil moderno estão todos cimentados pela figura

gigantesca de Getúlio Vargas.

Portanto, faz muito bem o PDT — e também é obrigação nossa, do PTB —

em nunca permitir que essa bandeira deixe de tremular no coração dos brasileiros.

Muito obrigado. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Dagoberto) - Muito bem, Deputado Paes Landim.