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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO
SESSÃO: 228.3.54.O
DATA: 13/08/13
TURNO: Vespertino
TIPO DA SESSÃO: Deliberativa
Extraordinária - CD
LOCAL: Plenário Principal - CD
INÍCIO: 17h30min
TÉRMINO: 23h01min
DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Fase Orador
Obs.:
Ata da 228ª Sessão da Câmara dos Deputados, Deliber ativa Extraordinária,
Vespertina, da 3ª Sessão Legislativa Ordinária, da 54ª Legislatura, em 13 de
agosto de 2013.
Presidência dos Srs.:
Henrique Eduardo Alves, Presidente.
Amauri Teixeira, Inocêncio Oliveira, nos termos
do § 2º do artigo 18 do Regimento Interno.
ÀS 17 HORAS E 30 MINUTOS COMPARECEM À CASA OS SRS.:
Henrique Eduardo Alves
Andre Vargas
Fábio Faria
Marcio Bittar
Simão Sessim
Maurício Quintella Lessa
Biffi
Gonzaga Patriota
Wolney Queiroz
Vitor Penido
Takayama
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I - ABERTURA DA SESSÃO
O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - A lista de presença registra na Casa
o comparecimento de 377 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.
Está aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos
trabalhos.
A Sra. Secretária procederá à leitura da ata da sessão anterior.
II - LEITURA DA ATA
A SRA. FÁTIMA BEZERRA , servindo como 2ª Secretária, procede à leitura
da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, aprovada.
III - EXPEDIENTE
(Não há expediente a ser publicado)
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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Passa-se às
IV - BREVES COMUNICAÇÕES
Nós vamos dar início à sessão extraordinária e vamos manter a lista da
sessão anterior.
Eu quero saudar todos os parentes e familiares dos Deputados
homenageados, especialmente a família de Jorge Amado.
Quero dizer aos agentes comunitários de saúde que o Presidente desta Casa
me ligou agora. Amanhã, às 10h30min, nós teremos uma conversa com o Ministro
Alexandre Padilha, conforme acordado.
Concedo a palavra ao Deputado Valmir Assunção. V.Exa. tem 3 minutos,
improrrogáveis.
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O SR. VALMIR ASSUNÇÃO (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, primeiro, eu quero dar como lidos três
pronunciamentos.
No primeiro deles registro que ontem, lá na Bahia, o Governador Jaques
Wagner lançou o Plano Safra, muito importante para atender às demandas dos
pequenos agricultores de todo o Estado. Entregou diversas máquinas importantes a
Prefeitos em todos os Municípios do Estado.
No segundo pronunciamento registro que no próximo dia 16 o assentamento
Rosa do Prado completará 20 anos. Isso é importante registrar, até porque esse foi
um assentamento que sofreu 19 despejos até conseguir conquistar a terra. O Rosa
do Prado fica no Município de Alcobaça, no extremo sul do Estado da Bahia.
Por último, Sr. Presidente, no terceiro pronunciamento que quero dar como
lido, registro, porque acho importante, meus parabéns à Câmara dos Deputados por
ter, de forma simbólica, restituído o mandato a 14 Deputados Federais cassados há
mais de 60 anos.
Eu digo isso parabenizando a Deputada Jandira Feghali, que teve essa
iniciativa. A sessão solene que foi realizada para restituir simbolicamente o mandato
aos 14 Deputados comunistas cassados mostra que a atividade política honra este
País e que o Parlamento brasileiro tem que honrar cada um e cada uma que nela
trabalha e luta.
Por isso, eu quero parabenizar todos e todas que votaram a favor da iniciativa
e, ao mesmo tempo, a Deputada Jandira, por ter tido essa ideia.
Eu quero, Sr. Presidente, entre os Deputados cassados, ressaltar Carlos
Marighella, baiano que, sem dúvida nenhuma, é, sobretudo, uma referência na luta
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pelo socialismo no Brasil e uma referência internacional. Em um momento em que
parece existir uma hegemonia do capital, sobretudo do neoliberalismo, é preciso
reafirmarmos que é possível construir um país socialista. Marighella dizia isso, e
todos nós que hoje participamos dessa sessão também saímos convencidos disso.
Quero concluir, Sr. Presidente, dizendo que esta Casa, para fazer justiça, tem
que aprovar a PEC dos agentes comunitários. Muitas e muitas vezes eles vêm aqui,
Deputado Domingos Dutra, para reivindicar que este Parlamento cumpra a sua
função. Eu acho que o Parlamento brasileiro, que nós, Deputados, temos que fazer
isso. A reunião com o Ministro não pode ser suficiente. Temos que cumprir o nosso
papel, que é votar e aprovar essa PEC. (Palmas nas galerias.)
PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR
Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, ontem, o Governador
Jaques Wagner lançou o Plano Safra Bahia 2013-2014, com recursos da ordem de
R$ 5,5 bilhões. Trata-se de um aporte de recursos significativos para dar apoio aos
produtores rurais em todo o Estado num momento em que a Bahia procura se
recuperar das enormes perdas causadas pela seca dos últimos meses.
O 1,2 bilhão destinado à agricultura familiar envolve ações que irão beneficiar
diretamente mais de 600 mil famílias em todo o Estado e o setor responsável, no
Estado, como em todo o Brasil, por mais de 70% da produção de alimentos que
chegam à mesa dos brasileiros.
Um dos focos das ações de apoio à agricultura e à pecuária que o Governo
pretende desenvolver na Bahia serão as iniciativas voltadas para a convivência com
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a seca, como a recuperação dos pastos e dos rebanhos, a construção de sistemas
simplificados de abastecimento de água e o fortalecimento da agricultura familiar.
Entre as ações de convivência com a seca estão a entrega de 84 máquinas e
caminhões para Prefeituras do Semiárido baiano; a assinatura de um convênio no
valor de R$ 29,8 milhões para a compra de mais 82 retroescavadeiras, para a
construção de 2.600 barragens subterrâneas e outras tecnologias de captação e uso
de água da chuva, a fim de viabilizar a produção pelos agricultores familiares.
O Plano Safra 2013-2014 também prevê outras ações em benefício do
segmento agropecuário do Estado, como o crédito assistido, o apoio às cadeias
produtivas, a distribuição de mudas, sementes e animais melhorados, a assistência
técnica e a extensão rural para 335 mil agricultores familiares e o incentivo à
agricultura de baixa emissão de carbono. Também prevê o apoio à comercialização
da produção agrícola pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), pelo
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e pela Política de Garantia de
Preços Mínimos (PGPM).
Parabenizo, portanto, o Governador Jaques Wagner por essas ações que
irão, nos próximos anos, fortalecer toda a cadeia produtiva do Estado, com
significativo apoio aos pequenos produtores.
Sr. Presidente, gostaria que este discurso fosse divulgado no programa A Voz
do Brasil e nos demais meios de comunicação da Casa.
Muito obrigado.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, na próxima sexta-feira, dia 16 de
agosto, o assentamento Rosa do Prado completará 20 anos. A festa tem uma
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simbologia especial, pois se reveste de um caráter de resistência, de perseverança
e, principalmente, de confiança na força que os trabalhadores rurais têm — e
demonstraram ao longo desses 20 anos — para conquistar a terra para a reforma
agrária.
Rosa do Prado, que fica no extremo sul da Bahia, é o próprio retrato da luta
do MST pela reforma agrária: foi desacreditado pelos Governos anteriores; sofreu
inúmeras ações de despejo — 19, ao todo; foi ocupado pelos trabalhadores rurais
sem terra, e, depois de 19 anos de luta, que terminou no final do ano passado,
finalmente passou para o rol das terras antes improdutivas que agora vão ajudar na
construção de um Brasil melhor no campo, com oportunidades para famílias que
querem produzir e ter uma vida de perspectivas futuras.
Hoje o assentamento Rosa do Prado tem 270 famílias que, ao longo dos 19
anos de luta, tiveram que aguentar 19 ações de despejo, mas que, persistindo e
acreditando na força da união dos trabalhadores rurais, receberam recentemente a
imissão de posse na área de 5 mil hectares. É uma história de resistência e de
vitória emblemática para o MST da Bahia.
A imissão de posse foi dada após a empresa ArcelorMittal ter aceitado o
pagamento de indenização oferecido pelo INCRA pela fazenda Reunidas Rosa do
Prado, situada no Município de Prado. O documento que translada o domínio foi
expedido pelo Juiz Ávio Mozar de Novaes, da 7ª Vara Federal, após acordo
celebrado no dia 12 de dezembro do ano passado, pondo fim a um período de
incertezas para as 270 famílias que esperaram todos esses anos para ter
assegurado o direito à terra.
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Por isso, como enfatizei no início da minha fala, não se trata apenas de um
aniversário, mas de uma festa para todo o MST da Bahia e do Brasil. É uma vitória
não apenas dos trabalhadores rurais sem terra, mas de todos os que lutam pela
justiça social, na cidade e no campo, e que, mesmo enfrentando as adversidades,
acreditam e lutam por um futuro melhor para o nosso País, em que as
desigualdades sociais possam ser eliminadas e o Brasil seja cada vez menos
desigual.
Parabéns para o assentamento Rosa do Prado! Parabéns para o MST!
Parabéns aos que acreditam num Brasil melhor!
Sr. Presidente, gostaria que este discurso fosse divulgado no programa A Voz
do Brasil e nos demais meios de comunicação da Casa.
Muito obrigado.
Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, quero parabenizar esta
Casa pela devolução simbólica do mandato dos 14 Deputados do Partido Comunista
do Brasil que foram cassados em 1948. Terão seus mandatos de volta Francisco
Gomes, Agostinho Dias de Oliveira, Alcedo de Moraes Coutinho, Gregório Lourenço
Bezerra, Abílio Fernandes, Claudino José da Silva, Henrique Cordeiro Oest,
Gervásio Gomes de Azevedo, José Maria Crispim, Oswaldo Pacheco da Silva,
Maurício Grabois, João Amazonas de Souza Pedroso, Jorge Amado e Carlos
Marighella.
Destaco os baianos Jorge Amado e Carlos Marighella. O primeiro, por ser
referência da nossa literatura, descrevendo tão bem nossas raízes em suas obras
ficcionais, que levaram a Bahia para o mundo.
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Quanto a Carlos Marighella, esse baiano é referência de coerência política e
ideológica. Ele era um verdadeiro lutador do povo brasileiro e, por isso, em 2011,
apresentei o Projeto de Lei nº 2.857, que inscreve no Livro de Heróis da Pátria o
nome de Carlos Marighella.
Este ano, se vivo estivesse, ele completaria 102 anos. Sua vida foi
interrompida em virtude de sua luta contra a ditadura militar no Brasil quando foi
assassinado, em 4 de novembro de 1969, por agentes do antigo DOPS. Sua luta, no
entanto, segue viva na juventude brasileira e em diversas organizações de
trabalhadores deste País.
Em Salvador, Carlos Marighella recebeu a anistia política da Comissão de
Anistia do Ministério da Justiça. O evento foi realizado na Capital baiana, cidade de
Marighella, e a homenagem póstuma foi aprovada por unanimidade pelos membros
da Comissão. A solenidade realizada em Salvador foi dirigida pelo Vice-Presidente
da Comissão, Egmar de Oliveira. A decisão foi tomada após a leitura do processo
pela Relatora, a Conselheira Ana Maria Guedes.
O evento contou com a presença da viúva de Marighella, Clara Charf, de 86
anos; do filho do casal, o advogado Carlos Augusto Marighella; do Governador da
Bahia, Jaques Wagner (PT); além de Parlamentares e amigos.
Graças ao seu exemplo e ao de outros tantos líderes que deram sua vida pela
causa revolucionária da época, podemos ter hoje um País que respira e vive a
democracia.
Ao considerá-lo como herói da Pátria, o Estado brasileiro reconhece em
Carlos Marighella um líder e à sua luta como legítima: uma forma, à época,
escolhida para enfrentar o terrorismo imposto pela ditadura militar.
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Marighella vive!
A devolução do mandato a esses Parlamentares é um fato histórico. Foi
possível devido à consideração da Mesa da Câmara de que a decisão da década de
1940 contrariou a Constituição Federal democrática de 1946, promulgada após o
Governo de Getúlio — a Câmara, em 1948, extinguiu os mandatos de Deputados
Federais da legenda do Partido Comunista do Brasil.
É o reconhecimento de ideais que hoje persistem com força e que disputam a
sociedade dentro da nossa democracia. Saúdo aqui todos os familiares presentes e
toda a Esquerda brasileira, que hoje celebra este momento.
Sr. Presidente, gostaria que este discurso fosse divulgado pelo programa A
Voz do Brasil e pelos demais meios de comunicação da Casa.
Muito obrigado.
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A SRA. FÁTIMA BEZERRA (PT-RN. Sem revisão da oradora.) - Sr.
Presidente, primeiro, quero saudar os agentes comunitários de saúde e os agentes
de combate às endemias de todo o País. A Confederação Nacional dos Agentes
Comunitários de Saúde, na semana passada, anunciou que eles estariam, durante
esta semana, aqui em Brasília, carregando no peito a esperança, o desejo e o sonho
de que esta Casa faça justiça, cumpra o seu papel e vote o projeto de lei que trata
da regulamentação do piso salarial da categoria. (Manifestações nas galerias.)
Tive a honra, a alegria, de ter sido, na época, a Relatora da proposta de
emenda que cravou na Constituição a instituição de um piso salarial para essa
importante categoria. Posteriormente, o debate aqui continuou. Temos hoje o
Deputado Domingos Dutra, que fez um belo trabalho, na condição de Relator. E os
agentes comunitários, dando, mais uma vez, demonstração de muita
responsabilidade, de muita sabedoria, flexibilizaram o projeto.
O fato é que o projeto hoje está pronto e é um projeto que dialoga com a
realidade orçamentária dos Municípios e do País. Na verdade, o piso salarial que
esses profissionais estão exigindo neste exato momento é nada mais, nada menos
do que o piso salarial pago pelo Governo Federal; é, inclusive, o valor que o
Governo Federal repassa para as Prefeituras e para os Estados.
Então, Sr. Presidente, eu quero dizer que é importante, sim, a audiência,
amanhã, com o Ministro Padilha, sem dúvida nenhuma, mas isso não pode substituir
o papel desta Casa. (Manifestação nas galerias.)
Todas as Lideranças já se pronunciaram; nós temos requerimentos de
urgência. Este, portanto, é um tema que tem o apoio, por unanimidade, desta Casa;
é uma luta acima dos partidos. E todos nós sabemos do papel relevante, tão
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importante que essa categoria desempenha pela saúde País afora, neste momento,
inclusive, em que nós temos a brilhante iniciativa da Presidenta de criar o Programa
Mais Médicos, que visa a trazer médicos para as regiões carentes da presença
desses profissionais e que também aloca recursos para cuidar da infraestrutura da
saúde...
(O microfone é desligado.)
O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Nós vamos seguir a lista. S.Exa.
tinha 1 minuto e falou por 3 minutos. (Pausa.)
A SRA. FÁTIMA BEZERRA - Obrigada, Sr. Presidente. Eu quero só dizer que
este é um momento muito oportuno. V.Exa. é um grande parceiro desta luta e eu
quero dizer da nossa expectativa de que não passe desta semana e até amanhã
esta Casa cumpra o seu papel. (Palmas nas galerias.)
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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Eu quero saudar o Deputado
Inocêncio. Eu já ia chamá-lo, em homenagem a V.Exa. É um prazer tê-lo de volta.
Quero saudar Inádio, Ana Paula e todos os agentes comunitários de saúde da
Bahia.
Concedo a palavra ao Deputado Edinho Bez.
Passo a Presidência ao Deputado Inocêncio Oliveira.
O SR. EDINHO BEZ (PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr.
Presidente.
Falo, nesta oportunidade, sobre a posse da Deputada Alice Portugal na
Presidência da Frente Parlamentar em Defesa da Polícia Rodoviária Federal.
Participamos da reunião e da posse da nossa queridíssima Deputada na Presidência
dessa Frente Parlamentar.
Também falo sobre a indenização de fronteira, um direito a ser implementado
através do Projeto de Lei nº 4.264, de 2012, para servidores públicos de
determinadas carreiras que atuam na faixa de fronteira brasileira e na Amazônia
Legal, os quais serão contemplados com a referida medida. Isso é também uma
pendência, e nós gostaríamos que fosse priorizado.
Reitero que participamos da posse da nossa queridíssima Deputada Alice
Portugal na Presidência da Frente Parlamentar em Defesa da Polícia Rodoviária
Federal.
Sr. Presidente, muito obrigado.
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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na qualidade de Deputado Federal
membro da Frente Parlamentar em Defesa da Polícia Rodoviária Federal,
conhecedor dos pleitos da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais,
tomo a palavra nesta oportunidade para falar sobre a indenização de fronteira, um
direito a ser implementado através do PL 4.264/12, que beneficiará servidores
públicos de determinadas carreiras que atuam na faixa de fronteira brasileira e na
Amazônia Legal, os quais serão contemplados com a referida medida.
Essa indenização é imprescindível para promover o fortalecimento
institucional do Departamento de Polícia Rodoviária Federal, ao reduzir os óbices
para a fixação e ampliação do quantitativo de servidores em localidades estratégicas
para prevenção, controle, fiscalização e repressão dos delitos fronteiriços.
A indenização já foi aprovada por esta Casa e está em fase de aprovação no
Senado Federal, e caberá, em ato posterior, ao Poder Executivo a definição das
cidades que serão contempladas com a referida medida.
Lembro que a Polícia Rodoviária Federal é responsável pela maior parte das
apreensões de drogas, armas e objetos que são frutos de contrabando e
descaminho e de toda a sorte de crimes cometidos nas regiões mencionadas.
Faz-se necessário o empenho do Congresso Nacional junto ao Governo
Federal para que as delegacias localizadas na faixa de fronteira brasileira e na
Amazônia Legal sejam contempladas com a indenização devida a ocupante de
cargo efetivo das carreiras e planos de cargos que especifica o projeto de lei, em
exercício nas unidades situadas em localidades estratégicas vinculadas à
prevenção, controle, fiscalização e repressão dos delitos transfronteiriços e nas
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localidades de difícil fixação do efetivo na Amazônia Legal, para que nenhuma
cidade das referidas regiões seja esquecida e para que as instituições beneficiadas
possam contribuir efetivamente com o Plano Estratégico de Fronteiras e com o
programa Crack, é Possível Vencer.
A motivação do ser humano é muito importante no desempenho de suas
atividades. Entendo que o PL 4.264/2012 será importante, em termos de decisão e
motivação, para nossos reconhecidos profissionais da PRF em todo o Brasil.
Aproveito para parabenizar a Deputada Alice Portugal, que assumiu a
Presidência da Frente Parlamentar em Defesa da PRF. Estamos juntos.
Era o que tinha a dizer.
Durante o discurso do Sr. Edinho Bez, o Sr. Amauri
Teixeira, nos termos do § 2° do art. 18 do Regiment o
Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada
pelo Sr. Inocêncio Oliveira, nos termos do § 2° do art. 18
do Regimento Interno.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Com a palavra o ilustre Deputado
Domingos Dutra, para uma breve intervenção. S.Exa. dispõe de 1 minuto.
O SR. DOMINGOS DUTRA (PT-MA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
a V.Exa. que já presidiu esta Casa e que a preside neste momento eu faço um
apelo.
Fui Relator do piso dos agentes comunitários de saúde. Eles já recuaram dos
dois salários mínimos, já estão na parede: querem apenas que o repasse que a
União faz para os Municípios se torne lei.
Não faz sentido esta multidão de brasileiros vir para cá, comer bandeco,
dormir no meio da estrada para pedir para pautarmos uma matéria que já está
madura. (Palmas nas galerias.)
Quero apenas pedir a V.Exa. e ao Deputado Henrique Eduardo Alves, que já
botou tantas matérias em pauta sem o consenso dos Líderes, que cheguem a um
consenso com o povo brasileiro, com os agentes de saúde, e coloquem na pauta de
votação o projeto do piso salarial. (Palmas nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - A Presidência tem muito prazer em
recebê-los, porque esta é a Casa do Povo; é a casa de vocês. Por isso as
manifestações não podem ser através de gritos, de aplausos; têm que ser assim:
quando você concorda, levanta as mãos (gesto positivo), e, quando você discorda,
faz assim com as mãos (gesto negativo).
Eu quero pedir a compreensão de vocês para que a sessão transcorra da
melhor maneira possível.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Para uma breve intervenção,
concedo a palavra ao ilustre Deputado Arnaldo Faria de Sá.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, essa matéria que está pendente de votação, tanto dos ACSs quanto dos
ACEs, sem dúvida nenhuma é extremamente importante. Na verdade, nós nos
preocupamos muito com médicos, com as carreiras de importância maior, e nos
esquecemos do pessoal da base. Quem faz o dia a dia da saúde são os ACSs e os
ACEs.
Por isso, Sr. Presidente, nós precisamos, na verdade, encontrar uma saída e
uma solução para votar essa matéria. Quem for contra que venha aqui e diga que é
contra, mas tem que votar. Trabalhar nos bastidores para impedir a votação de uma
matéria dessa importância? O que eles estão pedindo é nada, perto do salário de
um graduado, de um universitário. (Manifestação nas galerias.)
Isso não pode continuar acontecendo. A discussão é o ato médico. A
discussão é o grande salário. Nós temos que discutir o pequeno salário, o miúdo, o
de nada, mas que quer garantir a sua sobrevivência. Vamos votar já essa matéria!
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, para uma
breve intervenção, de 1 minuto, ao ilustre Deputado Pedro Chaves, do PMDB de
Goiás.
O SR. PEDRO CHAVES (PMDB-GO. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, gostaria de associar-me aqui às palavras ditas pelo meu colega
Domingos Dutra e também pelo meu colega Arnaldo Faria de Sá.
Eu tive a oportunidade de presidir a Comissão que tratava da proposta de
emenda à Constituição que deu origem à Emenda Constitucional nº 63, que
estabelece o piso nacional de salários para os agentes comunitários de saúde e
para os agentes de combate às endemias.
Portanto, é uma matéria que já tramitou aqui, na Casa, e já foi muito discutida.
Os agentes abriram mão do piso de dois salários. Querem apenas regulamentar o
piso referente ao que eles recebem hoje. Portanto, é apenas a regulamentação.
Nós estamos aqui para solicitar à Mesa Diretora que paute essa matéria, de
modo que a Casa possa votar esse importante projeto de lei.
Obrigado. (Manifestação nas galerias.)
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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A SRA. ÍRIS DE ARAÚJO (PMDB-GO. Sem revisão da oradora.) - Sr.
Presidente, quero apenas para referendar as palavras do nobre colega Deputado
Pedro Chaves no que diz respeito aos nossos agentes de saúde. Eu acho que é da
maior justiça que seja votada a matéria, para que nós possamos fazer justiça a um
segmento tão importante para a Nação.
Portanto referendo as palavras do colega Pedro Chaves, de Goiás.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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O SR. AMAURI TEIXEIRA (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
primeiro quero dizer que é um prazer tê-lo de volta nesta Casa.
Em segundo lugar, quero saudar o agente comunitário Josivaldo e todos os
agentes de Jacobina, da Bahia e de todos os Estados do Brasil.
Quero dizer, Sr. Presidente, que o meu partido tem diversos Parlamentares
que têm lutado permanentemente por essa causa: a Deputada Fátima Bezerra tem
liderado essa luta; os Deputados Valdenor Pereira, Domingos Dutra, Valmir
Assunção e diversos outros, como eu, têm compromisso com essa categoria. E
queremos que esse projeto de lei...
(Manifestação nas galerias. Hoje! Hoje! Hoje!)
O SR. AMAURI TEIXEIRA - Queremos que esse projeto de lei venha a
plenário. É um consenso.
Eu não conheço nenhum Parlamentar desta Casa que seja contrário a esse
projeto. Ora, é uma matéria sobre a qual ninguém se pronuncia contrariamente, uma
matéria que já foi amplamente discutida!
Certamente, nenhuma categoria veio mais a esta Casa participar de
audiências públicas, dialogar conosco, dialogar com o Ministério da Saúde do que os
agentes comunitários de saúde e os agentes de combate às endemias. Eles estão
cansados de chegar a Brasília e ser frustrados por um detalhe.
Nós estamos com a pauta obstruída por conta da urgência do Código de
Mineração, mas, destravada a pauta, temos que votar imediatamente o projeto de lei
de interesse dessas categorias.
(Manifestação nas galerias.)
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Mais uma vez a Presidência pede
a cooperação de vocês. Não é possível isso.
O SR. AMAURI TEIXEIRA - Temos que votar imediatamente o projeto de lei.
E quero aqui reconhecer...
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Não é possível. Não é possível
isso. Esta é a Casa de vocês. Não é possível que estejam na Casa de vocês
fazendo bagunça. Não é possível!
O SR. AMAURI TEIXEIRA - E as lideranças têm que ter cuidado, porque nós
temos que reconhecer o papel do Presidente desta Casa. S.Exa. nos recebeu na
semana passada; irá abrir o diálogo com o Ministro amanhã; tem sido sensível às
pautas sociais; tem cumprido a sua palavra em pautar questões importantes. Então,
nós temos que dar um voto de confiança ao Presidente da Casa. E nós acreditamos,
Sr. Presidente, que, desobstruída a pauta, nós votaremos a matéria.
Talvez seja a matéria que mais nós tenhamos retido nesta Casa, embora
atenda aos anseios de uma categoria tão importante para a saúde deste País,
categoria que abre as portas da saúde, que visita cada bairro, cada casa, que
diagnostica as doenças, que descreve o perfil epidemiológico, para depois nós
podermos atuar junto aos demais setores da saúde.
Essa é a porta de entrada do SUS. Essa categoria, talvez hoje a mais
importante do SUS, merece ter um piso digno, ter profissionalização e ter condições
de trabalho. Nós temos um débito com ela e temos que saldá-lo.
Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas nas galerias.)
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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O SR. SIMPLÍCIO ARAÚJO (PPS-MA. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, quero dizer que é um prazer tê-lo de volta a esta Casa, principalmente a
essa cadeira.
Eu gostaria de trazer uma palavra aos agentes comunitários de saúde de todo
o Brasil que aqui estão. Precisamos agir com muita consciência e com muita
responsabilidade, Deputado Amauri, e passar a todos a informação de que nesta
semana esse projeto não entrará na pauta, porque ela está trancada. Eu sou autor
de vários requerimentos para que o projeto seja incluído na pauta, mas nesta
semana o Governo tem projetos que considera mais importantes aqui,
lamentavelmente. (Apupos nas galerias.)
Portanto, eu só quero dizer que estou agindo com responsabilidade com
vocês. Sou a favor de vocês. Eu pedi que o projeto seja incluído na pauta, mas o
Governo não quer que ele seja votado. (Apupos nas galerias.)
(O Sr. Presidente faz soarem as campainhas.)
(As galerias, de costas, entoam o Hino Nacional.)
O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, eu estava inscrito, mas, se V.Exa.
quiser, eu falo depois. Eu ouço V.Exa. depois falo. Pode ser?
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Domingos Dutra, do PT do Maranhão.
O SR. DOMINGOS DUTRA - São 3 minutos, Sr. Presidente.
O SR. SILVIO COSTA - Não. Por que V.Exa. tem 3 minutos? É 1 minuto.
O SR. DOMINGOS DUTRA - Eu estou inscrito.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem a palavra o Deputado
Domingos Dutra.
O SR. DOMINGOS DUTRA (PT-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, em primeiro lugar, eu quero saudar a todos os maranhenses, na
pessoa do Cláudio Santos, de Poção de Pedras.
Em segundo lugar, quero dizer aos companheiros e às companheiras agentes
comunitários de saúde que o Deputado Simplício Araújo é a favor de todos vocês.
Ocorre que a pauta está trancada por três projetos de interesse do Governo, e
em sessão ordinária não podemos votar outras matérias.
Mas vou dar uma sugestão que pode resolver este impasse. Quero explicar
ao Brasil que este Congresso aprovou a Emenda Constitucional nº 63, que
determina que seja fixado por lei complementar o piso nacional dos agentes
comunitários de saúde e dos agentes de combate às endemias.
Fui Relator de uma Comissão Especial, indicado pelo PT, pelo Deputado
Paulo Teixeira, para relatar 19 projetos da Câmara e do Senado sobre a matéria, e
foi aprovado um substitutivo, por unanimidade, na Comissão Especial — eu andei
por todo o Brasil —, em que se estabeleceu o piso de dois salários mínimos,
escalonado em 3 anos, até 2015, com reajuste na mesma data do reajuste do
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salário mínimo, e aplicados os mesmos índices. Infelizmente, nosso Governo não
concordou.
Agora, os agentes, num gesto de humildade, estão dizendo que abrem mão
dos dois salários mínimos e aceitam os 950 reais, valor que o Governo Federal
repassa todos os meses para os Municípios. A União não terá um acréscimo. O que
os agentes querem é ter a segurança jurídica de que os prefeitos cabeças-de-bagre
não vão utilizar em outras coisas o recurso que é passado para os Municípios.
(Palmas nas galerias.)
Sinceramente, não posso compreender a Presidente Dilma Rousseff e o
Ministro Alexandre Padilha. Está aí o Mais Médicos! Gente, temos 300 mil médicos
espalhados no Brasil, que são os agentes comunitários de saúde, para ganhar uma
miséria de 950 reais! O dinheiro, Sr. Presidente, que o Governo está oferecendo
para pagar 1 médico dá para pagar 11 agentes comunitários de saúde! É uma
miséria o que se oferece a quem cuida da saúde preventiva! É melhor ajudar esse
pessoal a prevenir as doenças a contratar gente para curar doença! Todo mundo
sabe, e o Governo também sabe: é mais barato prevenir do que curar!
Eu pergunto: onde é que está o nó?
Terceiro ponto. Na época do Deputado Marco Maia, só se votava aqui o que
era consenso entre os Líderes. O Deputado Henrique Eduardo Alves quebrou esse
método, e já votamos aqui muitas matérias sem a concordância dos Líderes. Com
esta matéria 99% dos Líderes concordam. Portanto, se o Presidente Henrique
Eduardo Alves quiser, convoque uma sessão extraordinária para votarmos o projeto,
que, aliás, Sr. Presidente, é bom esclarecer que, depois de votado aqui, ainda tem
que voltar para o Senado, uma vez que é originário de lá.
Portanto coloquem o projeto na pauta, e vamos votá-lo, porque ele é justo.
(Palmas nas galerias.)
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem a palavra o Deputado Silvio
Costa.
O SR. SILVIO COSTA (PTB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu
quero dar um depoimento aqui. Na maioria das vezes em que as galerias estão
cheias, os cofres públicos têm prejuízo. Mas desta vez não. Eu nunca vi uma galeria
tão cheia, e um pleito tão justo como este. (Palmas nas galerias.)
É bom esclarecer, Sr. Presidente, que a Presidente Dilma já repassa o
recurso para os Municípios, mas repassa através de uma portaria. Amanhã, um
novo Presidente que assuma — não vai assumir, se Deus quiser — pode revogar
essa portaria, e isso cria uma insegurança jurídica. O que a categoria quer é que
votemos o Projeto de Lei nº 7.495, de 2006.
Eu vou fazer uma proposta ao Presidente. Daqui a pouco nós vamos votar em
sessão extraordinária o orçamento impositivo, que é de interesse desta Casa —
aliás, eu voto contra o orçamento impositivo —, então eu vou exigir do Presidente
que, junto com o orçamento impositivo, na sessão extraordinária, ele coloque em
votação o projeto dos agentes de saúde. (Palmas nas galerias.)
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A SRA. CARMEN ZANOTTO (PPS-SC. Sem revisão da oradora.) - Permita-
me 1 minuto, Sr. Presidente?
Eu preciso fazer justiça ao Deputado Simplício e quero pedir isso aos agentes
comunitários de saúde que acompanham todo o trabalho da Comissão e estiveram
conosco todas as vezes em que nos reunimos no Nereu Ramos, inclusive hoje,
naquela situação desconfortável em que vocês estavam e em que não conseguimos
conversar com vocês.
Efetivamente, Sr. Presidente, a proposta da emenda modificativa atende o
que foi dito aqui: passamos de 2 salários mínimos para 950 reais, que é exatamente
o que o Governo Federal repassa para o conjunto de Municípios.
Temos requerimento de urgência assinado por todos os Líderes. Então, se
pudermos fazer um esforço conjunto para que essa matéria venha para o plenário
ser votada, isso será muito importante, porque estamos há alguns anos em débito
com vocês. O que o Deputado Simplício quis dizer foi que a pauta ainda está
trancada.
Preciso fazer justiça ao meu companheiro de partido, que também defende os
nossos agentes comunitários de saúde. E peço a vocês que tenham muita paciência
e muita perseverança, porque a gente vai vencer.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem a palavra o Deputado Amauri
Teixeira.
O SR. AMAURI TEIXEIRA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, o Deputado Simplício Araújo é meu adversário, mas eu também quero
fazer justiça a ele. Peço um momento. É regimental.
É preciso entender que a pauta está trancada. Não podemos fazer demagogia
aqui. Nós estamos diante de aliados. A pauta está travada porque o Código de
Mineração está tramitando em regime de urgência urgentíssima. Simplício não é
adversário de vocês. Ele é nosso adversário político, mas nesta causa é um aliado.
Ele fez uma colocação que vocês entenderam mal, mas ele é um aliado e vocês
devem apoiá-lo.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao Deputado
Major Fábio por 1 minuto.
O SR. MAJOR FÁBIO (DEM-PB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu
gostaria de saudar os agentes comunitários de saúde da Paraíba aqui presentes que
estão balançando essa bandeira maravilhosa do nosso Estado.
Quero dizer que, se fosse para aumentar o teto de algumas categorias, talvez
nós abríssemos uma sessão extraordinária. Mas nós vamos abrir uma sessão
extraordinária para votar a proposta de regulamentação do piso salarial da categoria,
que eles já recebem. Eles merecem, o Brasil precisa ser igual para todos. Eles são
os brasileiros que carregam nas costas a falta de saúde deste País. Por isso, eles
merecem que seja votada hoje a proposta que regulamenta o piso salarial nacional
da categoria.
Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas nas galerias.)
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O SR. VICENTINHO (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Prezado Presidente,
caros colegas Parlamentares, nossos irmãos e irmãs agentes comunitários de saúde
e agentes de combate às endemias, o nosso abraço fraterno.
Nossa luta aqui em defesa do piso da categoria é permanente. Agora,
pessoal, a verdade tem que ser dita, para que vocês não se enganem:
regimentalmente, não é possível votar hoje o projeto, e não porque nós não
queiramos isso. Nós somos da Frente Parlamentar em Defesa dos Agentes
Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate às Endemias, mas não
queremos fazer um discurso fácil, para iludir vocês.
Vamos manter a luta. Vocês estão de parabéns pelo que estão fazendo. Não
desanimem, porque nós aqui também não desanimaremos. Vamos garantir essa
conquista, se Deus quiser. Vai chegar a hora.
Obrigado, Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Com a palavra o Deputado
Simplício Araújo.
O SR. SIMPLÍCIO ARAÚJO (PPS-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, eu agradeço as colocações de todos os colegas e reitero que os
companheiros agentes comunitários de saúde, como eu disse ainda há pouco,
vieram de todo o Brasil, mais uma vez, a Brasília em busca de um direito, da
garantia de um direito que é de todos eles.
Eu gostaria de dizer a vocês que ainda há pouco eu coloquei que existem
projetos mais importantes para o Governo, não para nós, Deputados. Hoje, o projeto
de vocês está impedido de vir a este plenário para votação porque o Governo tem
projetos que considera mais importantes do que o de vocês, lamentavelmente.
Estou com vocês nessa luta. Os agentes comunitários do meu Estado sabem
disso. E eu quero dizer a vocês que sobre a mesa há pelo menos dois
requerimentos meus para que este projeto venha a plenário, para votação. (Palmas
e apupos nas galerias.)
Um deles foi apresentado na Casa há menos de 1 semana. Peço que o
projeto seja pautado logo, para que pudéssemos apreciá-lo e votá-lo, acabando de
uma vez por todas com esta insegurança que toda a categoria vive País afora.
Sr. Presidente, os agentes comunitários de saúde têm importância
fundamental neste processo, e quero reforçar o que eu tenho dito: enquanto a
Presidente Dilma se preocupou com o Programa Mais Médicos, esqueceu muitas
áreas que estão estrangulando a saúde neste País. Os agentes comunitários, que
ocupam papel de importância, podem ajudar no combate às principais doenças que
levam nossa população às urgências e emergências médicas.
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Portanto quero dizer a vocês, como já disse anteriormente, que eu lamento
que, mais uma vez esta semana, por interesse do Governo, este projeto não possa
ser pautado.
Contem comigo! Estou com vocês, principalmente com os agentes
comunitários do meu Estado, o Maranhão.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem a palavra o Deputado Mário
Heringer.
O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, V.Exa. é médico e sabe que nós médicos vivemos esta mesma
problemática durante muito tempo.
Sabemos que saúde se começa a fazer com prevenção, com profilaxia. Ter
saúde é chegar a um estágio em que as pessoas tenham atendimento hospitalar
pleno. Mas saúde passa antes pela prevenção, pela qualidade de vida que as
pessoas têm e pela capacidade das pessoas que as orientam.
Hoje, os agentes comunitários de saúde são a ponta de lança desse
processo, por isso é muito importante defendê-los, principalmente no momento em
que se tenta atribuir a responsabilidade de um sistema de saúde deficiente aos
médicos. Na verdade, a saúde precisa de gestão, a saúde precisa de recursos, a
saúde precisa dos pontas de lança, das pessoas que vão aonde o problema está e o
transformam em solução.
Não é possível votar agora a matéria, por causa do trancamento da pauta,
mas, na hora em que ela for destrancada, nós todos estaremos aqui para defender a
saúde profilática no Brasil.
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O SR. HUGO NAPOLEÃO (PSD-PI. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
eu gostaria de dizer que recebi hoje pela manhã, em meu gabinete, os agentes
comunitários de saúde do Estado do Piauí, minha querida terra. Eram tantos, que
não cabiam dentro da sala — como sabe V.Exa., nossas salas são pequenas, então
tive que atendê-los no corredor. Mas dei atenção a todos.
Levei imediatamente ao Líder Eduardo Sciarra, do Partido Social
Democrático, uma comunicação para que ele peça preferência para o Projeto de Lei
nº 7.495, de 2006. Fui hoje à tarde a reunião da bancada do PSD e reiterei essa
preferência. O Líder garantiu que vai tomar a iniciativa.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
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O SR. TONINHO PINHEIRO (PP-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, boa noite. Meus cumprimentos a V.Exa. e a todos os colegas
Deputados.
Bem, meus amigos, os servidores da saúde são escravos da saúde no Brasil
por falta de atendimento e por falta de reconhecimento. Vocês estão pedindo muito
pouco, e o Governo tem condições de atendê-los. Amanhã, aqui, à tarde, Minas
Gerais trará 700 mil assinaturas auditadas, para garantir os quase 50 bilhões de
reais para a saúde.
Venham participar, venham ajudar, porque dinheiro o Governo Federal tem.
Não pode é haver enrolação. Esta Casa vai ser obrigada a votar os 10% para a
saúde, que significam 50 bilhões de reais. Porque milagre só pode fazer Deus.
Neste momento, os Municípios estão sofrendo. Mandam gastar 15%, eles
gastam 20%, ou 30%, e o Governo Federal fica tirando dinheiro da saúde.
Hoje vocês são escravos, são sofredores. Quem tem direito a saúde com bom
atendimento é só a Presidenta Dilma e o Lula, que tiveram doença grave. Graças a
Deus, com muito dinheiro, foram...
(O microfone é desligado.)
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O SR. EUDES XAVIER (PT-CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
quero saudar as delegações aqui presentes em nome da delegação do Ceará. Muita
gente viajou 2 dias para estar aqui manifestando, de forma democrática e pacífica,
uma reivindicação justa para todo o povo brasileiro. Por isso eu quero saudá-los e,
em nome de todos os nossos companheiros, pedir ao Governo que abra um canal
de negociação para podermos votar favoravelmente ao piso nacional dos agentes
comunitários de saúde e dos agentes de combate às endemias.
Um grande abraço, Sr. Presidente.
Este povo precisa de respeito. Nas manifestações nas ruas o povo pediu
saúde. Pode faltar o médico, pode não abrir o posto, mas o agente de saúde está
nas comunidades mais distantes do País.
Um grande abraço.
(Manifestação das galerias. Vamos dormir aqui! Vamos dormir aqui!)
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Eu queria saudar também a
representação do meu glorioso Estado de Pernambuco, que está aqui presente.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Com a palavra o Deputado Chico
Alencar.
O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, o PSOL do Rio de Janeiro, o PSOL do Brasil está, obviamente,
comprometido com a garantia de aquilo que é lei se tornar realidade em piso salarial
para os agentes comunitários de saúde e para os agentes de combate às endemias.
Nosso Líder Ivan Valente vai insistir no Colégio de Líderes para que esta matéria
venha à pauta, e ela terá o nosso voto favorável, inequivocamente.
Temos o mesmo dever de alertar que a pauta está trancada, e nosso primeiro
compromisso com as galerias é destravar esta pauta, votando as matérias, inclusive
a dos royalties do petróleo, para que eles revertam em recursos também para a
saúde e para a educação.
Eu queria também, Sr. Presidente, deixar registrada nos Anais da Casa a luta
dos educadores do Rio de Janeiro, da Capital e do Estado, por condições dignas de
salário, melhoria dos prédios escolares…
(O microfone é desligado.)
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Muito obrigado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados e todos e todas que assistem a esta
sessão ou nela trabalham, o Tribunal de Contas do Município (TCM) do Rio de
Janeiro divulgou, há algumas semanas, relatório informando que 25,64% das
escolas da rede municipal da cidade estão “em condições precárias”, e outras
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14,35% foram consideradas “razoáveis com risco”. Os números são piores do que
aqueles verificados em 2011.
Registro nos Anais da Casa matéria de Christina Nascimento, do jornal O Dia,
de 15 de julho deste ano, um resumo de alguns dos principais pontos do relatório
produzido pelo TCM.
A situação calamitosa estende-se também para a desvalorização salarial,
sobrecarga e más condições de trabalho dos profissionais e das profissionais da
educação do Município e de todo o Estado. Não surpreende que, ante este quadro,
os profissionais de educação das redes municipal e estadual do Rio de Janeiro
tenham entrado em greve por tempo indeterminado na última quinta-feira, 8 de
agosto.
Eis a justa pauta de reivindicações dos professores e professoras e dos) e
demais servidores e servidoras:
Rede Municipal: 1 - Reajuste de 19%; 2 - Plano de carreira unificado; 3 - um
terço da carga horária para planejamento; 4 - Fim da meritocracia; 5 - Melhores
condições de trabalho.
Rede Estadual: 1 - Reposição emergencial de 28%; 2 - Derrubada do veto do
Governador Cabral ao artigo do Projeto de Lei nº 2.200, de 2013, que garante que
cada matrícula de professor seja vinculada a apenas uma escola; 3 - Trinta horas
semanais para funcionários; 4 - Garantia de retorno dos funcionários administrativos
que ainda estão fora das suas escolas; 5 - Democracia nas escolas — eleição para
diretor de escola; 6 - Fim da política meritocrática do Governo — plano de metas e
do projeto Certificação; 7 - Cumprimento da lei de um terço da carga horária para
planejamento; 8 -Regularização dos animadores culturais.
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As autoridades municipais, estaduais e federais têm responsabilidade de
assegurar educação pública de qualidade e democrática, direito fundamental de toda
a população. Isso não é possível sem a valorização dos profissionais e das
profissionais da educação — o que passa pela garantia de remuneração e
condições de trabalho dignas e também pelo reconhecimento de seu papel de
sujeitos políticos que devem ter papel fundamental na construção das políticas
públicas educacionais e do projeto político-pedagógico das escolas.
Agradeço a atenção.
MATÉRIA A QUE SE REFERE O ORADOR
Nota vermelha para conservação das escolas do Rio
Cada vez mais unidades estão em situação precária, diz TCM
Christina Nascimento
Rio - Relatório do Tribunal de Contas do Município (TCM-RJ) revelou que
aumentou no ano passado, em relação a 2011, o número de escolas do Rio em
condições ruins e diminuiu o das que estão em situação boa. A rede tem 1.074
unidades. Para a análise, foram feitas visitas em 195. O resultado indica que 25,64%
foram consideradas precárias e 14,35% razoáveis com risco. A prefeitura diz que já
solucionou 75% dos 1.363 problemas apontados no documento, e que o restante
está em fase de solução.
Na escola Zélia Braune, no bairro Jardim América, na Zona Norte, muros
estão em péssimas condições
Em relação a 2011, houve um acréscimo de 5,64% no número de unidades
consideradas precárias e uma queda de 8,91% de unidades consideradas boas.
Outros 43,07% dos colégios foram qualificados como razoáveis e apenas 15,89%
estão em condições boas. Em 20,51% não há sequer equipamentos de incêndio.
Torneiras e vasos quebrados, lâmpadas queimadas, infiltrações, fiação exposta e
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reboco que ameaça cair são retratos de como algumas escolas foram encontradas
pela equipe de técnicos do TCM.
“Várias unidades visitadas apresentavam sérios problemas em seus quadros
de energia, necessitando, urgentemente, de revisão em toda a parte elétrica”, diz um
trecho do relatório. Na lista das precárias estão, por exemplo, as escolas Brant Horta
(Penha Circular), República Argentina (Vila Isabel), João Kopke (Piedade), Herbert
Moses (Jardim América), Rosa da Fonseca (Vila Militar), Venezuela (Campo
Grande) e Visconde de Porto Seguro (Sulacap).
Risco de atropelamento
Para a dona de casa Neuza Marina da Silva, 43 anos, que tem duas filhas, de
5 e 10 anos, no colégio municipal República do Líbano (Vigário Geral), a falta de
estrutura não é novidade. “Tem telha quebrada, o banheiro das crianças está ruim, o
portão para a entrada dos alunos não funciona. Eles entram junto com os carros.
Qualquer dia, uma criança pode ser atropelada”, afirma.
Quadras de esportes em mau estado
Apesar de a maioria das escolas visitadas ter quadra esportiva, 37,2%
estavam em condições precárias para uso. Os números têm aumentado a cada ano.
Em 2008 eram 11,3%; em 2009, 19,3%; em 2010, 22,5%; e, no ano passado,
28,3%. Na inspeção deste ano, também foi constatado que 7,6% apresentavam
risco, além da precariedade.
O relatório aponta a falta de um trabalho constante de conservação. Um dos
trechos diz: “A falta de manutenção das quadras faz com que aquelas que hoje
apresentam boas condições de uso em poucos anos tornem-se precárias e até
impraticáveis”. Em 2012, as quadras consideradas boas para a prática esportiva
foram 36%. E as razoáveis, 16,5%.
Construção e reformas
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que atua em sintonia
com o TCM para intervir em eventuais problemas de estrutura nas unidades. A
secretaria diz ainda que, para cumprir a meta de colocar 35% dos alunos em turno
único até 2016, com sete ou oito horas de aula, a prefeitura vai investir R$ 1,5 bilhão
na construção, reforma e ampliação de unidades.
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A previsão para 2015-2016 é de 99 novas escolas e de 80 em obras. Desde
2009, foram construídos 108 Espaços de Desenvolvimento Infantil e 13 escolas,
reformadas 22 unidades e reconstruídas 17.
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O SR. OZIEL OLIVEIRA (PDT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
quero cumprimentar todos os agentes de saúde do Brasil aqui presentes,
especialmente os da Bahia e os da minha região oeste do Estado.
Eu acabei de ouvir vocês dizerem que não vão sair. E não devem sair
mesmo, porque esta pauta tem que ser feita. (Palmas.) Foi assim que, há poucos
dias, graças aos movimentos sociais de rua, nós vimos a PEC do Ministério Público
ser rejeitada aqui, com as galerias lotadas.
Aqui nós vamos fazer justiça, Sr. Presidente, àqueles trabalhadores de cujas
mãos vêm os relatórios e os índices do Ministério da Saúde, àqueles que vão à
periferia das cidades e fazem os mapas que norteiam o investimento dos recursos
da saúde.
Eu sei o quanto eles têm lutado, e sei das dificuldades do pessoal da área de
saúde da Bahia, homens e mulheres que, com suas bicicletas, circulam pelos bairros
da periferia do nosso Estado trabalhando pela saúde da nossa Nação e hoje vão
ficar aqui. Resistam, porque é a luta de vocês que vai fazer o voto, que vai fazer a
pauta desta Casa. (Palmas nas galerias.)
Esta Casa só faz pauta dessa forma. Foi assim na defesa de muitas causas.
E nós sabemos que vocês, que lutam de sol a sol, vão fazer com que esta Casa
paute hoje o desejo de vocês, que estão aqui há tempos lutando pelos seus direitos,
nas Comissões, nos corredores da Câmara.
A Presidente Dilma tem lutado para trazer mais médicos. De mais médicos
precisamos sim, mas também precisamos de vocês para ajudar a fazer a saúde de
base do nosso País.
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É com os agentes de combate às endemias e com os agentes comunitários
de saúde que vamos melhorar a situação dos hospitais do nosso Estado. Esta
semana, na minha residência, a agente de saúde Cristina, do Mimoso 2, disse:
“Deputado, eu vou visitar a região, porque nasceram três crianças na minha área”. É
dessa forma que eles conhecem, Sr. Presidente, quem está doente de câncer, quem
vai dar à luz um neném, quem está com o braço quebrado, quem está precisando de
remédio.
Então nós convocamos todos os Parlamentares, todos os Líderes, para fazer
essa pauta e votar o direito de vocês. Porque o lugar de vocês é nos bairros,
trabalhando, não neste plenário lutando por uma pauta. Quem faz pauta é Deputado
e Líder. Nós devemos ter responsabilidade com o que fazemos aqui. As pessoas
vêm aqui quando não conseguem que os projetos de seu interesse sejam colocados
na pauta. Falam com o seu Deputado, falam com o seu Líder, e todo dia há esta
embroma.
Sr. Presidente, agradeço a oportunidade que me é dada neste dia de
defender aqueles que precisam.
Vamos votar hoje, com certeza absoluta.
Muito obrigado.
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O SR. EMANUEL FERNANDES - Sr. Presidente, a que hora vai começar a
Ordem do Dia?
(Manifestação das galerias. Bota na pauta! Bota na pauta!)
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A SRA. FLÁVIA MORAIS (PDT-GO. Sem revisão da oradora.) - Sr.
Presidente, eu queria cumprimentar a todos os agentes comunitários de saúde e
agentes de combate às endemias que estão aqui hoje participando desta grande
manifestação.
Quero dizer que estamos apoiando vocês e que estaremos junto com vocês.
Se for preciso, durmam mesmo aqui. Eu acredito que juntos vamos conseguir
aprovar a regulamentação do piso e do plano de carreira da categoria. Vocês
merecem! A negociação para este projeto ser aprovado na Casa está madura.
Estaremos aqui junto com vocês. Vamos agora permanecer, perseverar, para
que possamos garantir esta grande conquista que vocês merecem.
Estamos ao lado de vocês!
Parabéns pela mobilização, que tem feito diferença nesta Casa, e pela
mudança que vocês devem conquistar em pouco tempo.
Força! Coragem! Vamos à luta!
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O SR. JÚLIO CESAR (PSD-PI. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados, eu acompanho todo movimento desta Casa: quando a
decisão é para os ricos, as coisas andam rápido; quando é para os pobres, andam
devagar! (Manifestação nas galerias.)
O que aconteceu? Há uma PEC de 2006, que foi um avanço. E há uma de
2010. Mas nenhuma é autoaplicável. É preciso haver regulamentação. É disso que
eles estão atrás. Já estão nesta luta há quase 10 anos, e esta Casa não decide.
Todo tipo de empecilho surge, inclusive urgência constitucional que impede que se
paute matéria tão relevante.
Sr. Presidente, vamos trabalhar pela família do Brasil! Vamos trabalhar pelos
agentes comunitários, que estão em todos os lares, que conhecem o pai, que
conhecem a mãe, que conhecem os filhos, que conhecem de perto o problema da
saúde no Brasil, ao lado dos médicos, cuja carência é mesmo necessário suprir.
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O SR. PAULO FEIJÓ (Bloco/PR-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
eu quero aproveitar para fazer o registro da presença aqui em Brasília, no nosso
plenário, do Prefeito Octávio Carneiro, do importante Município de Quissamã, e
também da Secretária Ana Alice, acompanhada de vários Vereadores, entre eles da
Vereadora Isabel e da Vereadora Kitiely.
Quissamã é um importante Município do norte do Estado do Rio de Janeiro,
um dos Municípios brasileiros de melhor qualidade de vida, fruto das quatro boas
administrações do Prefeito Octávio Carneiro.
É motivo de honra e orgulho receber na nossa Casa o Prefeito de Quissamã,
Octávio Carneiro, e toda a sua comitiva.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Com a palavra, pela ordem, o Sr.
Deputado Emanuel Fernandes.
O SR. EMANUEL FERNANDES (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, gostaria de saber a que horas vamos começar a Ordem do
Dia.
O Deputado Henrique Eduardo Alves, quando assumiu a Presidência, vinha
cedo para cá e terminávamos a votação logo. Eu acho que é um desrespeito com
quem vem para o plenário no horário aprazado. Já temos quórum. Então, gostaria
de saber a que horas vai começar a Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Já avisamos o Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Com a palavra o Sr. Deputado
José Nunes, para uma breve intervenção.
O SR. JOSÉ NUNES (PSD-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados, é realmente importante esta manifestação dos agentes
comunitários de saúde do Brasil, que estão aqui a cobrar um direito que é líquido e
certo.
O Governo Federal já envia para os Municípios 950 reais por mês, portanto é
muito justo que se possa aprove ainda hoje este pleito tão importante do Brasil.
Os agentes comunitários de saúde prestam relevante serviço ao nosso País.
Realmente, são eles a porta de entrada do SUS. Precisamos remunerá-los melhor.
É como se diz: o médico vem ganhar 10 mil reais por mês, no entanto o agente de
saúde, que trabalha no dia a dia de casa em casa, não pode ganhar 950 reais. Isso
é realmente um absurdo! (Palmas nas galerias.)
Muito obrigado.
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O SR. WALDENOR PEREIRA (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero cumprimentar todos os agentes
comunitários de saúde e de combate às endemias do Brasil, em especial os da
Bahia, da região sudoeste do nosso Estado e da Serra Geral.
Desde quando exercia o mandato de Deputado Estadual, venho participando
ativamente da luta dos agentes comunitários de saúde e de combate às endemias
do nosso Estado da Bahia. Eu quero acolher todos, dizer do nosso apoio, da nossa
solidariedade à luta dos agentes comunitários de saúde e de combate às endemias.
Ao lado dos companheiros da Frente Parlamentar, nós vamos trabalhando
firmemente para incluir em pauta e votar a proposta que estabelece o piso nacional
salarial para os agentes comunitários de saúde.
Eu quero parabenizar as companheiras Ruth e Maridalva.
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A SRA. NILMAR RUIZ (PEN-TO. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente,
eu quero saudar os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate às
endemias de todo o Brasil aqui presentes, especialmente os do Estado de
Tocantins.
Há muitos anos nós trabalhamos para regulamentar a profissão dos agentes
de saúde da família. E agora é a questão do piso salarial nacional.
Eu, que fui Prefeita de Palmas, capital do meu Estado, sei da importância dos
agentes de saúde para toda a comunidade. Sempre que eu estava visitando alguém
em sua casa, entrava um agente de saúde. E ele entrava dizendo assim: “Cecília, já
vou entrando e vendo como está a sua casa.” Chegava e dizia: “Cadê o filtro para
manter a saúde das crianças?” (Palmas nas galerias.)
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, pela ordem, ao
Deputado Major Fábio. S.Exa. dispõe de 3 minutos.
O SR. MAJOR FÁBIO (DEM-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu quero fazer coro com os meus colegas para dizer que esse povo já
se cansou de estar aqui. Acho que nós temos que votar hoje a proposta de
regulamentação do piso nacional desse pessoal. (Palmas nas galerias.)
Eles estão querendo um piso salarial, Sr. Presidente. O teto do funcionalismo
é 2.500% maior do que o piso que eles querem, de mil reais. Será uma vergonha
para esta Casa não votar o piso da categoria hoje! Todos os brasileiros que nos
estão assistindo neste momento são a favor da votação da regulamentação do piso
para os agentes de saúde e os agentes de combate às endemias. Todo o Brasil é a
favor da regulamentação do piso salarial desse povo, que conhece o País!
Esse povo está aqui hoje, mas era para estar lá no sítio, lá no interior. O povo
do interior está com saudade desse povo e diz: “Por que o agente não chegou
ainda? Por que o agente não está aqui em casa?” Porque ele veio para Brasília lutar
por um direito que já é seu, que já existe. Eles só querem a regulamentação desse
direito.
Estão os paraibanos ali, com a bandeira da Paraíba; está aqui Pernambuco;
estão aqui agentes de todos os Estados do Brasil. Eles querem a votação da
proposta. Então, durmam aqui! Façam sua casa aqui! Só saiam daqui quando o piso
salarial for votado! (Manifestação nas galerias.)
Esta Casa é de vocês. Esta Casa é dos médicos, é dos magistrados, é dos
promotores, mas é também do soldado de polícia, é também do agente comunitário
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de saúde, que merece igualmente o respeito desta Nação. Vocês merecem o
respeito do Brasil! Vamos votar o piso nacional dos agentes comunitários de saúde!
Muito obrigado. (Manifestação nas galerias.)
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Com a palavra o Deputado Onofre
Santo Agostini.
O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI (PSD-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, temos que iniciar a Ordem do Dia. Já temos número suficiente.
Primeiro, quero saudar V.Exa. pelo retorno.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Muito obrigado.
O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI - Fico feliz da vida que V.Exa. volte a
esta Casa, presida os trabalhos e faça cumprir o Regimento Interno. Nós temos
número suficiente e temos matéria a ser votada. Vamos votar, vamos chamar a
Ordem do Dia!
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O SR. DUARTE NOGUEIRA (PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, quero, em primeiro lugar, deixar registrado
integral apoio da bancada do PSDB aos agentes de saúde — inclusive, somos os
autores da emenda que apoia o seu projeto. Com sua presença aqui no plenário na
noite de hoje, vamos, ao aprovar essa matéria, fazer justiça a essa categoria e
melhorar a saúde no País.
Em segundo lugar, quero informar que o Governador Geraldo Alckmin vai
processar a empresa Siemens, porque só ontem o Governo do Estado conseguiu ter
acesso ao processo do CADE. Para isso, teve que entrar com um pedido na Justiça,
porque lhe havia sido negado acesso às informações que estavam sendo vazadas
constantemente sem que o Estado pudesse ter a oportunidade de avaliar com
critério e com rigor administrativo o que ali se continha.
Muito bem. Não há uma única citação a qualquer agente público do Estado.
Mas se, por qualquer razão, alguém da administração do Governo do Estado tiver
cometido alguma ação deletéria, prejudicial à gestão, será punido; além disso, serão
tomadas as medidas administrativas cabíveis.
O Governo do Estado foi zeloso. Agora processa a Siemens e vai pedir total
ressarcimento de eventuais prejuízos. Mas o mesmo zelo que o Governo de São
Paulo teve — em maio, na CPTM, houve uma concorrência em que apareceu um
único ofertante, e a concorrência foi cancelada —, o Governo Federal não teve. E
não teve zelo também no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre e em Minas Gerais,
em Belo Horizonte, onde o Governo Federal comprou trens de um consórcio
formado por duas empresas, a Alstom e a CAF. No caso do Rio Grande do Sul, a
Alstom detinha 97% e a CAF, 3% e, mesmo assim, o Governo comprou os trens.
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Em Belo Horizonte foi o contrário: uma tinha 97% e a outra, 3%, e, mesmo
assim, os trens foram comprados.
Aqui cabe investigação. Aqui é preciso botar os olhos e a lupa do Ministério
Público, do CADE e de toda a sociedade brasileira.
Portanto, quero cumprimentar o Governador Geraldo Alckmin pela coragem,
pela postura ética, pela seriedade, pelo exemplo que vem dando para todo o Brasil
de conduta correta. Democracia não é só o povo poder votar e ser votado, é
eficiência, zelo, honestidade e qualidade na gestão pública. Parabéns ao
Governador Geraldo Alckmin.
Espero que isso sirva de exemplo para que as mentiras que lançaram sobre o
Governo do Estado, sobre Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin possam ser
mais uma vez limpas, com toda a certeza, com a verdade, que agora vem à tona.
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O SR. AFONSO FLORENCE (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, quero rapidamente saudar os companheiros e companheiras agentes
comunitários de saúde na luta pelo piso nacional da categoria e destacar a
importância da saúde preventiva para a saúde pública do Brasil.
Portanto, é importante a equiparação dos agentes de combate às endemias
com os agentes comunitários de saúde.
Na luta até a vitória! Saudações aos companheiros e às companheiras!
Obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, nobres Srs. Deputados, é importante salientar que as lutas dos agentes
comunitários de saúde podem ser, na minha concepção, atendidas pelo Plenário
desta Casa ao votarmos a emenda constitucional de iniciativa do PSDB, meu
partido, que integralmente apoia esse movimento.
Por outro lado, nós estamos diante de alguns fatos que precisam e devem ser
aqui relacionados. A manifestação do Deputado Duarte Nogueira, que conta
integralmente com o meu apoio, mostra claramente que há um movimento claro e
muito bem dirigido contra o Governo de São Paulo em relação ao cartel promovido
pelas empresas. Na verdade, esse movimento vem desgastar o Governo de São
Paulo, que, de outro lado, precisa investigar e apurar responsabilidades. O
Governador Geraldo Alckmin está, neste momento, atuando nessa direção com a
altivez e a seriedade que tem demonstrado ao longo do tempo à frente do Governo,
assim como fizeram José Serra e Mário Covas, homem que teve, ao longo da sua
história, decência e postura ética invejável em todo o Estado brasileiro do ponto de
vista da sua gestão como Governador do Estado de São Paulo.
Portanto, Sr. Presidente, esse movimento é dirigido. Mas agora, devagar, vão-
se contemplando momentos que mostram, passo a passo, a verdade. Nós estamos,
neste momento, atuando nesta direção: mostrar a verdade — uma verdade que vem
à tona e que comprova a seriedade com que o Governo de São Paulo atua nessa
questão, especialmente.
Outro fato, Sr. Presidente, ocorre na cidade de Americana, onde acabaram de
ser demitidos 300 funcionários do setor têxtil. O País apresentou um PIB
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vergonhoso, e agora a indústria de transformação começa a mostrar claramente a
situação econômica do Brasil, que vai numa direção muito perigosa.
Foram demitidos 300 funcionários do Grupo Vicunha, na cidade de
Americana, minha terra natal. Trezentos funcionários do setor têxtil, que vem, ao
longo do tempo, amargando a falta de uma política específica do Governo que possa
agasalhar os interesses de uma indústria de transformação com mais de 1,5 milhão
de empregados e que começa a fazer água a partir de agora em razão de uma
postura econômica sem caminho e sem planejamento do Governo, que joga no ralo
uma indústria importante para a economia brasileira.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em 2013 o Governo anunciará mais
um número vergonhoso do PIB brasileiro.
Enquanto a Presidente Dilma Rousseff privilegia alguns poucos setores da
economia, outros vão ao fundo do poço.
O setor têxtil é responsável pelo emprego direto de mais de 1,7 milhâo de
trabalhadores, 75% mulheres.
O setor já foi muito forte no Brasil, mas, com o surto de importações da Ásia,
a indústria têxtil e de confecçâo brasileira está definhando.
A unidade de fios de viscose da Vicunha Rayon Têxtil, localizada em
Americana, anunciou que está fechando as portas da linha de produção. Com isso,
vai demitir 300 trabalhadores a partir de quinta-feira.
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A empresa já vinha protelando a decisão e buscando alternativas. Acreditou
que o mercado brasileiro melhoraria, mas informou que a crise do setor impediu que
as atividades tivessem continuidade.
O setor de fiação de viscose representava cerca de 70% do quadro da
empresa.
O fechamento da unidade de fios de viscose da Vicunha terá um impacto
muito grande na economia do Brasil. A empresa é uma das maiores do País. O
Brasil e os brasileiros saem perdendo, especialmente a cidade de Americana e as
famílias dos 300 desempregados.
O caso da Vicunha é um exemplo de como esse Governo tem emperrado o
Brasil.
Setores como o automotivo foram privilegiados pela Presidente Dilnia
Rousseff e pelo Ministro Guido Mantega. Com tantos carros nas ruas e sem
qualquer benefício ao transporte público, o caos se instalou nos municípios
brasileiros.
No entanto, 300 funcionários perderam seu emprego, seu ganha-pâo.
O Governo precisa olhar para as empresas do setor têxtil. O que pedimos é
responsabilidade com o setor, que é o segundo maior empregador da indústria de
transformaçâo. O setor de fiação de viscose representava cerca de 70% do primeiro
emprego na região.
Se a Presidente, como alega, realmente considera as mulheres e os jovens
que estão ingressando no mercado de trabalho, não pode fechar os olhos, como tem
feito, para o setor têxtil.
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No próximo dia 20, representantes do setor virão a Brasília para uma reunião
com a Frente Parlamentar do Setor Têxtil para debater a situação e tentar revertê-la
urgentemente.
Obrigado.
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O SR. DOMINGOS SÁVIO (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, colegas Parlamentares, eu também venho trazer, a exemplo do que
fizeram os colegas do PSDB que me antecederam, a minha total solidariedade aos
agentes comunitários de saúde.
Vocês desempenham um papel fundamental. Revolucionaram a saúde no
Brasil, uma saúde sem investimento. Da parte de vocês sobra suor, dedicação, amor
à causa.
Eu fui o Prefeito que mais implantou equipes de Saúde da Família em
Divinópolis, Minas Gerais. Naquela época, estabelecemos também um plano de
carreira para o profissional agente comunitário de saúde. Mas não é essa a
realidade de todo o Brasil. Então, é justo e necessário que tenhamos um piso
nacional para esse trabalhador que exerce papel fundamental na saúde preventiva e
nas questões sociais. O agente comunitário de saúde precisa ser respeitado e
valorizado.
Parabéns por estarem aqui! Contem com o nosso apoio na aprovação nesta
Casa do piso nacional para o agente comunitário de saúde.
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O SR. URZENI ROCHA (PSDB-RR. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
eu não poderia neste momento deixar de externar o meu total apoio àquilo que nós
estamos vendo hoje nas galerias desta Casa: uma grande quantidade de agentes
comunitários de saúde que vieram reivindicar nesta Casa uma coisa muita justa para
o nosso País. Eu, como médico, sei da importância do trabalho de vocês e sei
também que o que estão pedindo a esta Casa e ao Brasil é muito pouco diante do
tanto que fazem pela nossa população.
Por isso, aqui e agora, eu quero pedir ao Presidente e àqueles que decidem
que seja pautado esse projeto. Ele vai fazer justiça a muitos brasileiros, dando
àqueles que cuidam da saúde do povo do nosso País melhores condições de
trabalho. Portanto, meu apoio total aos agentes comunitários de saúde.
Muito obrigado.
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O SR. RUBENS BUENO - Sr. Presidente, Deputado Inocêncio Oliveira...
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Para uma Comunicação de
Liderança?
O SR. RUBENS BUENO - Não, peço apenas 1 minuto.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - V.Exa. tem a palavra por 1 minuto.
O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
eu pedi a V.Exa. a palavra, porque nós temos um compromisso com os agentes
comunitários de saúde e de combate às endemias. Esse compromisso é com
aqueles que fazem o primeiro contato com os que mais precisam, sobretudo nos
lugares mais distantes, mais carentes. E esse contato se dá permanentemente. É
essa relação do agente comunitário de saúde e de combate às endemias, em todos
os cantos do País, que dá o mínimo de conforto e o mínimo de orientação para que
eles possam dar um passo definitivo em atenção à saúde.
Por isso, esse compromisso do PPS, da nossa bancada, é no melhor sentido:
vê-los com a sua profissão regulamentada; vê-los, sobretudo, com garantias de
terem uma carreira decente e de serem respeitados pelo povo brasileiro.
(Manifestação das galerias. Hoje! Hoje! Hoje!)
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O SR. AROLDE DE OLIVEIRA (PSD-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, colegas Parlamentares, hoje nós temos uma importante matéria
pautada: a Proposta de Emenda à Constituição nº 565, de 2006, aprovada em dois
turnos no Senado e que está servindo, com os seus apensados, de base para
estabelecermos o orçamento impositivo para as emendas parlamentares até o limite
de 1% da receita corrente líquida.
Eu quero, ao registrar esse fato da pauta de hoje, fazer uma homenagem ao
autor da PEC, um dos maiores lutadores para que o orçamento global da República
seja impositivo, um orçamento de cuja elaboração toda a população possa participar
diretamente, representada pelos seus Parlamentares, um orçamento sobre o qual os
Parlamentares possam exercer sua função fiscalizadora, a função mais importante
dos Parlamentares desta Casa.
Presto homenagem, portanto, à memória do autor da PEC, o Senador Antonio
Carlos Magalhães, que lutou para que esta emenda fosse aprovada. Se o orçamento
da República fosse impositivo, quer dizer, de execução obrigatória, com
criminalização dos responsáveis por sua execução, nós não teríamos essa
infinidade de casos de corrupção no País — mensalões, Rosemarys e tantos outros
dutos de corrupção.
O maior instrumento para combater a corrupção é o orçamento impositivo.
Hoje, caros colegas Parlamentares, Nação brasileira, começamos a votação
de apenas parte da matéria, mas esse é o primeiro passo para que num futuro
próximo possamos ter um orçamento global e impositivo.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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Quero registrar também a minha saudação aos agentes de saúde e a minha
concordância com as reivindicações do projeto que estabelece o piso salarial da
categoria.
Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas nas galerias.)
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Para uma breve intervenção,
concedo a palavra ao Deputado João Campos.
O SR. JOÃO CAMPOS (PSDB-GO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
quero não apenas manifestar a minha solidariedade, mas reafirmar o meu
compromisso com a aprovação do piso salarial nacional dos agentes comunitários
de saúde e de combate às endemias.
Nós praticamente esgotamos o diálogo com o Governo. É preciso haver
sensibilidade da Casa. Eu recorro ao Presidente Henrique, que tem sido
companheiro, que compreende essa matéria, para que de fato a paute na primeira
oportunidade possível, não apenas homenageando aqueles que efetivamente fazem
o trabalho de saúde, mas fazendo justiça a todos os agentes comunitários de saúde
do País.
Obrigado.
(Manifestação das galerias. Hoje! Hoje! Hoje!)
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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O SR. WELITON PRADO (PT-MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
peço a aprovação já do piso nacional salarial para os agentes comunitários de saúde
e os agentes de combate às endemias. Que se faça justiça. É muito pouco o que é
pedido: o piso vai apenas para cumprir o que já está na legislação, que determina
sejam pagos 950 reais. É muito importante a aprovação desta matéria, para fazer
justiça a esses servidores que trabalham debaixo de chuva e debaixo de sol —
olhem a pele dessas pessoas. Muitos deles não recebem auxílio-insalubridade, nem
auxílio-periculosidade, nem protetor solar.
O mínimo que esta Casa tem que fazer é regulamentar o piso salarial, para
fazer justiça a esta categoria realmente tão sofrida. Eles estão dispostos a se
manifestar e a garantir presença nesta Casa. É realmente muito importante a
aprovação da matéria. Pedimos a sensibilidade de todos os Parlamentares da Casa.
Parabéns a todos e a todas! Sem luta não existe vitória. Eu tenho certeza de
que vocês sairão vitoriosos.
(Manifestação e palmas nas galerias.)
O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, uma questão de ordem, por favor. É
questão de ordem mesmo.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Com a palavra o Deputado Paulo
Rubem Santiago, do PDT de Pernambuco. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.
O SR. PAULO RUBEM SANTIAGO (PDT-PE. Sem revisão do orador.) -
Meus queridos companheiros e companheiras, sejam aqui todos bem-vindos. Vocês
são gente do bem. O trabalho de vocês tem valor, é essencial. Sem a ajuda de
vocês, nossa gente passa mal.
Do litoral ao sertão, de norte a sul, de leste a oeste, que mobilização! Que
povo cabra da peste! (Palmas nas galerias.)
Saúde só tem valor com salário e com carreira. Agentes valorizados, unidos,
bem preparados, esta é a medida certeira.
Venho lá de Pernambuco, a vocês eu dou as mãos; na defesa do direito, nós
somos todos irmãos.
Sou Paulo Rubem Santiago, meu partido é o PDT; estamos juntos na luta,
não temos o que temer.
Vamos incluir na pauta, aprovar e tocar flauta. A saúde é quem vai vencer.
(Palmas nas galerias.)
Um abraço.
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O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, peço a palavra para uma questão de
ordem, baseada no art. 95.
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Tem V.Exa. a palavra.
O SR. SILVIO COSTA (PTB-PE. Questão de ordem. Sem revisão do orador.)
- Sr. Presidente, são 18h47min. Nós somos 513, e eu lhe garanto que pelo menos
500 Deputados vão votar a favor dos agentes comunitários de saúde. (Palmas nas
galerias.)
Agora, tenho que falar a verdade para os senhores. Eu, por exemplo, fui um
dos Deputados que vieram aqui de forma desavisada, achando que a matéria
poderia ser votada hoje. Eu faço mea-culpa, e quero que o Presidente Henrique
Eduardo Alves venha cá e se comprometa conosco, dizendo o dia e a hora —
porque, acredito, a pauta está trancada...
(Manifestação das galerias. Hoje! Hoje! Hoje!)
O SR. SILVIO COSTA - Pessoal, vocês querem a verdade ou querem
demagogia? Se vocês quiserem demagogia, vão aparecer 300 aqui. A verdade é
que, pelo Regimento, temos que pedir ao Presidente, e o Presidente tem que se
comprometer. Não podemos fazer demagogia, até em respeito a vocês.
Todo mundo votará a favor de vocês. Agora, é importante que o Presidente
Henrique se sente à Mesa em proteção a vocês. Senão, um bocado de demagogos
vai aparecer aqui.
(Manifestação das galerias. Henrique! Henrique! Henrique!)
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Eu gostaria, mais uma vez, de
fazer um apelo às galerias. Essas manifestações que vocês estão fazendo estão
atrapalhando o próprio pleito de vocês, que é o mais legítimo de todos. Vocês
devem se comportar, senão, sob essa pressão, nós não podemos decidir uma
questão tão fundamental para o Brasil.
Todos nós estamos a favor, mas vocês devem ajudar a Casa a realizar os
seus trabalhos, a fazê-los fluir normalmente, para que tenhamos condições de incluir
a matéria de vocês na Ordem do Dia. Atrapalhando assim, vai chegar o momento
em que nós não poderemos discutir a matéria que interessa a vocês.
Então eu peço que os aplausos sejam as mãos levantadas e que quando
vocês forem contra façam assim. (Gesto negativo.)
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Mandetta.
O SR. MANDETTA (DEM-MS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu
preciso registrar que o Deputado Silvio Costa colocou em sua fala a
responsabilidade do Presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves.
Eu tenho acompanhado a CONACS, através da brilhante Ruth Brilhante,
tenho andado, peregrinado junto com os agentes comunitários desde o início desta
Legislatura, e tenho informações da Legislatura anterior.
Na semana passada, quando nós estivemos com o Presidente Henrique
Eduardo Alves, S.Exa. ligou para o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e disse
que nós estávamos somente dependendo da última palavra dele, já que não haveria
impacto nas contas do Governo. Pelo telefone, o Ministro disse ao Presidente da
Casa que não conhecia o texto que ele mesmo negociou conosco dentro do
Ministério da Saúde. Ou seja, faltou com a verdade.
O que está acontecendo com estes trabalhadores é fruto do mesmo descaso
e cinismo com que o Ministro está tratando os demais trabalhadores da saúde.
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O SR. RAIMUNDO GOMES DE MATOS (PSDB-CE. Sem revisão do orador.)
- Sr. Presidente, quero entregar oficialmente pronunciamento em que enalteço a
inauguração do complexo industrial da empresa JBS no Município de Cascavel,
Estado do Ceará. Parabenizo o Presidente Wesley Batista pelo investimento no
nosso Estado.
Neste momento, as galerias estão querendo apenas uma coisa: que nós
cumpramos a Constituição brasileira. Não se trata de ser a favor de ninguém.
Em 2010 eu apresentei essa emenda à Constituição. Como seu autor, nós
tivemos o apoio de todas as Lideranças do partido, de todas as Lideranças desta
Casa e do Senado Federal, em sessão histórica presidida pelo ex-Presidente José
Sarney madrugada adentro em que se promulgou a emenda que garantiu um piso
salarial, um plano de cargos e carreiras e a definição das atividades dos agentes
comunitários de saúde.
Nós não queremos nada mais e nada menos que o Governo cumpra com a
Constituição.
O nosso Presidente Inocêncio Oliveira, nordestino pernambucano, quantas
vezes presidiu esta sessão? V.Exa., Presidente Inocêncio Oliveira, presidiu várias
sessões nesta Casa para conosco estabelecer este pacto. O que nós precisamos é
dessa mobilização, já que não vai haver impacto financeiro.
É triste ver o Ministro da Saúde virar as costas àqueles que fazem a saúde
primária. É triste ver o Ministro da Saúde negar o que afirmou anteriormente.
O Brasil está neste caos por falta de compromisso e por falta de seriedade
dos homens que administram o nosso País.
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Nós queremos, sim, a votação imediata do projeto, até porque o Deputado
Geraldo Resende tem um documento, apoiado por todos os Líderes da Casa,
solicitando urgência.
Nós vamos, sim, votar a matéria nesta semana, e, com certeza, vamos à
vitória.
(Manifestação nas galerias.)
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gerando 520 novos empregos e com
98% da produção voltada para o mercado internacional, a multinacional JBS
inaugurou no último dia 9 de agosto, em seu complexo industrial localizado no
Município de Cascavel, na Região Metropolitana de Fortaleza, uma fábrica de couro
para calçados e artefatos. O investimento foi de R$ 40 milhões, e o mais importante
para a região é que, entre massa salarial e benefícios, estima-se um orçamento de
R$ 4,5 milhões ao mês, montante que beneficia um total de 1,9 mil trabalhadores.
Terceiro maior exportador de couro do Brasil, o Estado do Ceará, a partir da
inauguração desta nova fábrica, acena para um cenário ainda melhor no tocante ao
PIB estadual e ao PIB industrial. A expectativa do Presidente da JBS, Wesley
Batista, em declaração feita na inauguração da fábrica, é de que sejam processados
em média 200 couros por mês. A partir de Cascavel, explica ele, criam-se condições
para atender as maiores marcas e empresas do mundo, uma vez que a produção
terá excelente qualidade. Um exemplo é que o produto será comercializado para a
luxuosa Louis Vuitton.
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Voltando aos números, entre janeiro e julho deste ano, R$ 250 milhões foram
computados em vendas externas a partir do Ceará. Já no ano passado, as
exportações a partir da unidade de Cascavel representaram R$ 450 milhões. Para
este ano de 2013, a estimativa é atingir R$ 90 bilhões em todas as unidades do
mundo onde a empresa atua, com previsão de crescimento de 11% em 2014,
chegando a R$ 100 bilhões o lucro anual da JBS. O grupo está presente, além do
Brasil, nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Rússia, Itália, México, Uruguai e
Paraguai, entre outros países, com mais de 120 mil colaboradores.
No Brasil, a JBS emprega 45 mil pessoas. Aqui estão 35 unidades de abate
de bovinos, 1 unidade de carne em conserva, 1 unidade de vegetais, 2 unidades de
confinamento, 7 unidades de lácteos, 23 unidades industriais de couros e unidade
fabril de colágeno, 1 unidade de biodiesel e 16 centros de distribuição.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, primeira empresa a se consolidar no
setor de frigoríficos no Brasil e com uma trajetória de 6 décadas, a JBS é hoje a
maior produtora de proteínas do mundo. Em seu diversificado portfólio constam
marcas como Swift, Friboi, Maturatta, Cabaña Las Lilas, Pilgrim’s Pierre e 1855. A
variedade de produtos que passa pelo processamento de carnes bovina, suína,
ovina e de frango, além de couros, e inclui a comercialização de produtos de higiene
e limpeza, colágeno, embalagens metálicas e biodiesel, ressalte-se, está presente
em 22 países e em 5 continentes, sem falar nos mais de 300 mil clientes em mais de
150 nações.
Outro ponto a destacar da JBS é a área de sustentabilidade. O compromisso
assumido pela empresa para os próximos 5 anos vai desde redução de emissões de
gases de efeito estufa, modernização das estações de tratamento de efluentes,
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utilização da biomassa como fonte de geração de energia, uso de biodiesel na frota
de caminhões do grupo e implantação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) em
suas unidades industriais até o apoio ao Sistema Brasileiro de Rastreabilidade e a
implantação do Programa de Pecuária Sustentável.
Por todo o investimento realizado no Brasil, e em especial no meu Estado do
Ceará, que gera renda e emprego para a população local, além de sua contribuição
para as exportações e seus investimentos em ações e programas de
sustentabilidade, é que desta tribuna parabenizamos todos que fazem esta grande
empresa, na pessoa do seu Presidente, Wesley Batista. Aproveito para nos colocar
à disposição do grupo, a fim de que o Ceará continue crescendo e se
desenvolvendo cada vez mais, e parabenizar o novo Presidente da JBS Mercosul,
Miguel Gularte, que assumiu em substituição a José Augusto de Carvalho Júnior,
que tocará outros projetos na empresa.
Era o que tínhamos a dizer.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao nobre
Deputado André Moura, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSC. S.Exa.
dispõe de 4 minutos na tribuna.
O SR. ANDRÉ MOURA (PSC-SE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, quero fazer uma saudação especial a todos os agentes comunitários de
saúde e aos agentes de combate às endemias que se mobilizaram para estar aqui
hoje. E, logicamente, eu queria abraçar a todos saudando a comitiva de Sergipe.
Sr. Presidente, falo como Líder do PSC nesta Casa. Nós acompanhamos
desde a Comissão Especial a luta dos agentes comunitários de saúde e dos agentes
de combate às endemias. Produzimos audiências públicas em vários Estados,
inclusive em Sergipe, Aracaju. Debatemos a matéria e temos acompanhado a luta
semanal das nossas queridas Ruth Brilhante de Souza e Elaine Alves de Almeida,
que aqui estão também.
Sr. Presidente, nós ficamos cada vez mais perplexos com a falta de
sensibilidade do Ministro da Saúde para com os agentes comunitários de saúde e os
agentes de combate às endemias, essa categoria de profissionais tão importantes,
que cuidam da saúde primária, que previnem doenças, que fazem com que milhões
de brasileiros deixem de ir aos postos de saúde e aos hospitais. Vocês não são
médicos, não são enfermeiros, mas são qualificados, treinados, preparados para
realizar um trabalho de prevenção, e muitas vezes atuam não só como agentes de
saúde e de combate às endemias, mas como psicólogos e assistentes sociais.
Quando visitam as casas dos cidadãos brasileiros, principalmente das
camadas mais humildes e carentes, ouvem seus problemas, ajudam, orientam, dão
conselhos. Mas, num momento tão importante como este, depois de tantos anos,
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neste momento de luta de todos vocês, o que vemos é a falta de sensibilidade do
Governo, em especial do Ministro da Saúde.
Dizer que não conhece o conteúdo do projeto? Isso não é verdade. Já
estivemos inúmeras vezes com o Ministro debatendo esta matéria, discutindo o
assunto. O que falta é vontade, é querer fazer, é querer dar atenção a quem
verdadeiramente precisa de atenção.
Nós sabemos que a aprovação do projeto não gera impacto financeiro. O
entendimento já foi feito. Os 950 reais que são pagos vão ser mantidos, pelo menos
no primeiro momento — mas nós precisamos construir um entendimento.
Eu ouvi a palavra do meu querido amigo Deputado Silvio Costa sobre a
posição do Presidente Henrique Eduardo Alves. O Presidente Henrique Alves tem
sido muito correto. Quem não está agindo corretamente com vocês — e, se não age
com correção com vocês, não age com correção com a saúde pública do nosso
País, com a população brasileira que mais precisa — é o Governo Federal, em
especial o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Nós sabemos que a pauta está trancada agora, mas ela vai ser destrancada.
Que vocês permaneçam firmes aqui, contando com o nosso apoio, com o apoio da
bancada do PSC e dos Parlamentares que têm compromisso com a sociedade
brasileira. Nós estamos aqui para representar vocês. Tenham certeza de que, no
que depender da sensibilidade deste Parlamento, nós vamos estar na luta, ao lado
de vocês, para ver esse sonho, que não é só de vocês, mas de todos nós, tornar-se
realidade.
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Sabemos que não é fácil. Sabemos que é preciso, como eu já disse, a
sensibilidade do Governo e do Ministro Padilha, mas não tenham dúvida de que
estaremos firmes na trincheira, ao lado de vocês.
Nós entendemos que a saúde pública é de fundamental importância. Vocês
fazem um trabalho preventivo grandioso, valoroso, que deve ser respeitado e
reconhecido. Vocês são quase 350 mil agentes em todo o Brasil. Todos vão bater à
porta de vocês no próximo ano, ano de eleições.
Vivam os agentes comunitários de saúde! Vivam os agentes de combate às
endemias! Vamos à luta! (Palmas nas galerias.)
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O SR. IZALCI (PSDB-DF. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, em
primeiro lugar, eu também gostaria de dizer aos nossos visitantes, os agentes de
saúde, que a pauta está trancada, mas amanhã nós precisamos votar os royalties.
Para isso, o Governo tem que retirar a urgência dos projetos. E nós esperamos que
isso aconteça. Queremos votar agora o orçamento impositivo — é fundamental essa
votação. Em seguida, retirando a urgência, poderemos votar hoje ainda.
Quero dizer a vocês que o PSDB apoia a votação desse projeto ainda hoje,
retirando-se o regime de urgência. (Palmas nas galerias.)
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A SRA. LILIAM SÁ - Sr. Presidente, pela ordem.
O SR. JOÃO ANANIAS (PCdoB-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu quero também me dirigir aos agentes
comunitários, não por oportunismo, mas por ter sido Secretário de Saúde de um
Estado que foi o primeiro a estadualizar e colocar esses servidores na folha.
Sr. Presidente, estou aqui na condição de ex-Secretário de Saúde do Estado
do Ceará, que colocou na folha 9 mil agentes comunitários, em maio de 2008. Eu
quero me solidarizar com essa luta. É uma luta renhida, mas não vitoriosa até aqui.
É preciso alterar a pauta desta Casa, para valorizar quem veio tantas vezes e
virá quantas forem necessárias para poder lutar por um direito seu. Já abriram mão
do piso, já aceitaram os novecentos e tanto que são repassados pelo Governo
Federal. Qual é o motivo agora? Qual é o argumento?
Esta Casa tem que fazer justiça com os agentes comunitários.
Obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)
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O SR. CHICO LOPES (PCdoB-CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
V.Exa., como médico e político, sabe da importância dessas pessoas para a saúde,
o benefício que vêm trazendo para as comunidades.
Portanto, Chico Lopes não vai deixar de votar a favor dos senhores e
senhoras. Contem com a gente! (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao Deputado
Silas Câmara.
A SRA. LILIAM SÁ - Sr. Presidente, estou pedindo a palavra.
O SR. SILAS CÂMARA (PSD-AM. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o
meu partido, o PSD, já fez um pronunciamento oficial sobre o seu compromisso e o
propósito de ajudar a votar essa matéria, que é tão importante para a saúde no
Brasil.
No meu Estado, o Amazonas, nós não temos apenas agentes de saúde, mas
temos verdadeiros anjos da guarda, que trabalham em mais de 1 milhão e 500 mil
quilômetros quadrados, fazendo a saúde preventiva.
Portanto, o PSD e o Deputado Silas Câmara votarão a favor dos agentes de
saúde do Brasil.
Muito obrigado. (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra à Deputada
Liliam Sá.
A SRA. LILIAM SÁ (Bloco/PR-RJ. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente,
há algum agente do Rio de Janeiro aqui?
(Manifestações nas galerias.)
A SRA. LILIAM SÁ - Ah, o Rio de Janeiro está aqui!
Eu fiz parte da Comissão Especial para estudar o projeto, Sr. Presidente, e
quero dizer que em 2012 foram 140 mil casos de dengue no Rio de Janeiro e, de
janeiro a maio deste ano, 180 mil casos, com 28 mortes.
Eu quero dizer, Sr. Presidente, que não só defendemos os agentes. Quando
defendemos melhores salários, mais dignidade para os cidadãos que aqui estão
lutando para ter melhor reconhecimento da profissão, nós também estamos
defendendo a população de todo o Brasil.
Então, Sr. Presidente, há matéria trancando a pauta, mas depois da votação,
poderíamos incluir na pauta esse projeto e fazer justiça a esse povo que está aqui.
Essas são as minhas considerações, Sr. Presidente.
Muito obrigada. (Palmas nas galerias.)
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O SR. FELIPE MAIA (DEM-RN. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu
quero cumprimentar todas as caravanas dos agentes comunitários de saúde e
agentes de combate às endemias que se deslocaram dos diversos Estados do
Brasil, principalmente a maior caravana que está neste plenário, a do meu Estado, o
Rio Grande do Norte, de onde vieram quatro ônibus lotados para cobrar deste
Plenário a nossa responsabilidade, o nosso compromisso com a saúde no Brasil.
Então, eu quero dizer aqui do meu compromisso e do compromisso do meu
partido, o Democratas, pelo apoio e pela aprovação desse projeto que vai garantir o
piso salarial dos agentes comunitários.
Meu abraço a todos vocês. Aqui é a sua casa, a casa dos agentes
comunitários de todo o Brasil. (Palmas.)
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O SR. ILÁRIO MARQUES (PT-CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
quando, em 1987, o Governo do Estado do Ceará implantou o Programa Agente de
Saúde, eu era Deputado Estadual. Acompanhei todo o projeto e lhe dei todo o apoio.
Depois, Sr. Presidente, em 1993, nós criamos em Quixadá o protótipo, o
modelo do Programa Saúde da Família. Eu era Prefeito. Foi um grande reforço para
a participação do agente comunitário de saúde. Toda a luta, ao longo desse tempo
todo, nós acompanhamos.
Vimos aqui dizer que estamos de acordo, apoiamos o piso salarial do agente
comunitário de saúde. Essa é uma necessidade para a atenção básica e para o
fortalecimento da saúde brasileira.
A matéria tem todo o meu apoio, Sr. Presidente.
Obrigado.
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O SR. EDMAR ARRUDA (PSC-PR. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
eu quero agradecer a oportunidade de estarmos nos solidarizando com o pessoal
que está aqui, em especial os nossos companheiros agentes comunitários do
Paraná, mas com todo o Brasil. Eu penso que nós precisamos urgentemente
destrancar a pauta, para que nós possamos votar esse projeto.
Então, fica aí um apelo. E eu penso que o nosso Presidente tem, sim, que vir
à Casa e nos dar uma direção, para que nós possamos, então, votar esse projeto.
Obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - A Presidência tem o prazer de
anunciar a presença do Sr. Lair Miranda, representando o Deputado Estadual Zé
Neto, do PT da Bahia.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao Deputado
Roberto Britto, para uma breve intervenção, por 1 minuto. Depois, concederei a
palavra aos Deputados Severino Ninho e Valadares Filho.
O SR. ROBERTO BRITTO (PP-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
quero neste instante saudar todos os agentes comunitários de saúde, principalmente
os do meu Estado, a Bahia, e lhes dizer que o Partido Progressista apoia em
gênero, número e grau aquilo que é sua vida, porque nós sabemos que eles
precisam de um salário digno.
Eu trabalhei na Comissão que deu reconhecimento aos agentes comunitários
de saúde. Hoje, estou aqui lutando por salários dignos para essa categoria.
Muito obrigado, Presidente.
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O SR. SEVERINO NINHO (PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
eu quero dizer que, pela enésima vez, estou aqui para manifestar o nosso apoio ao
projeto de lei que fixa o piso nacional dos agentes comunitários de saúde e dos
agentes de combate às endemias.
Por aqui, hoje, mais uma vez, passaram vários Deputados manifestando seu
apoio. O estranho é que o projeto não entra em pauta. Parece até que nós
Deputados não mandamos na pauta da Câmara dos Deputados. Se todos são a
favor, como aqui se manifestaram, por que, então, o projeto fica dormindo em berço
esplêndido? Os agentes comunitários de saúde já vieram aqui dezenas de vezes, e
esse projeto não é votado. O que está parecendo é que há muitos Deputados que
devem ser donos de empresa aérea ou de hotel, porque esse vaivém deles só é
bom para dono de hotel e de empresa aérea.
Vamos votar o projeto, Sr. Presidente. Faço um apelo, mais uma vez, ao
Presidente da Casa para pôr o projeto em pauta. (Palmas.)
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O SR. BENJAMIN MARANHÃO (PMDB-PB. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu quero fazer um registro sobre a Comissão Especial que tratou dos
agentes comunitários de saúde: eu tive o prazer de presidi-la; cumprimos todos os
prazos; pedimos urgência; o relatório do Deputado Domingos Dutra foi aprovado, por
unanimidade, com a presença maciça dos agentes comunitários de saúde.
Isso já vai completar quase 2 anos. Nós pedimos a este Plenário que seja
soberano e que exija à Mesa que coloque em votação a matéria, que já está
colocada como demanda nacional, da sociedade brasileira.
(Manifestação das galerias. Hoje! Hoje! Hoje!)
(O Sr. Presidente faz soarem as campainhas.)
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O SR. VALADARES FILHO (PSB-SE. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu queria cumprimentar todos os agentes comunitários de saúde em
nome dos companheiros do meu querido Estado de Sergipe — um abraço a todos
— e pedir à Mesa que se sensibilize com o apelo deste Plenário, dos agentes
comunitários de saúde e dos agentes de combate às endemias no sentido de que
possamos colocar em pauta o mais rápido possível a matéria que fixa um salário
mais digno e que dá melhores condições de trabalho para esses brasileiros que
tanto fazem pela nossa sociedade e para o nosso povo.
Em nome do Deputado Valadares Filho e da nossa bancada, o nosso total e
integral apoio aos agentes comunitários de saúde e aos agentes de combate às
endemias, que, sem dúvida alguma, precisam do apoio deste Plenário.
Apelo à Mesa Diretora para que coloque a matéria em pauta o mais rápido
possível.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. MENDONÇA PRADO (DEM-SE. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu quero cumprimentar todos os agentes comunitários e dizer que o
nosso partido está solidário à luta.
Venho neste momento à tribuna fazer ao Presidente Henrique Eduardo Alves
apelo para que marque sessão extraordinária para votarmos ainda hoje o projeto
dos agentes comunitários. É necessário que esse processo seja concluído.
(Manifestação das galerias. Hoje! Hoje! Hoje!)
O SR. MENDONÇA PRADO - O Brasil inteiro está cobrando, exigindo a
melhoria da qualidade da saúde pública. São esses profissionais que podem
melhorar a saúde no Brasil. Portanto, é justo votarmos hoje o piso dos agentes de
saúde!
Muito obrigado.
(Manifestação nas galerias.)
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O SR. JOSÉ AIRTON (PT-CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
primeiramente, quero cumprimentar e abraçar todos os agentes comunitários de
saúde e agentes de combate às endemias.
Numa experiência que começou na nossa gestão, quando fui Prefeito de
Icapuí, e que vem do modelo cubano de medicina, tive o privilégio de contar com a
colaboração do Dr. Isaac Teixeira, médico formado em Cuba, que deu a contribuição
extraordinária não só para a implantação desse trabalho dos agentes comunitários
de saúde, como também para o Programa Saúde da Família.
Portanto, eu quero aqui me associar também a todos os oradores no sentido
de que essa matéria seja pautada. Ela realmente vem sendo postergada há muito
tempo. Nós precisamos estabelecer um piso salarial para os profissionais de saúde,
que prestam um trabalho relevante na medicina preventiva.
Por isso, eu queria trazer o meu apoio a todos os agentes comunitários de
saúde e agentes de combate às endemias, para que o piso salarial seja implantado.
Muito obrigado.
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O SR. BOHN GASS (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, faz 30
anos que, infelizmente, foi tirada a vida de uma Presidenta do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, Margarida Maria Alves, lutava
contra a ditadura, pelos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras rurais.
Infelizmente, foi assassinada no dia 12 de agosto de 1983. Portanto, ontem fez
exatamente 30 anos.
Ela inspirou um movimento de trabalhadoras rurais no Brasil, As Margaridas.
Foi em função da luta dessa companheira, Margarida, da Paraíba, que esse
movimento se constituiu, pelos direitos das trabalhadoras rurais.
Sr. Presidente, gostaria que V.Exa. aprovasse o registro desta homenagem à
Margarida Maria Alves nos Anais da Casa e sua divulgação no programa A Voz do
Brasil. Tiros matam pessoas, mas não matam ideais.
Esta é a homenagem que eu quero prestar a essa grande lutadora.
Obrigado, Sr. Presidente.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Senhoras e senhores, há exatos 30 anos, no dia 12 de agosto de 1983, o
Brasil perdia uma de suas mais valorosas lutadoras sociais, a sindicalista rural
Margarida Maria Alves.
Margarida era uma paraibana muito valente que presidia o Sindicato Rural de
Alagoa Grande. Durante o período em que esteve à frente do sindicato, foi
responsável por mais de 100 ações trabalhistas na Justiça Regional do Trabalho,
tendo sido a primeira mulher a lutar pelos direitos trabalhistas no Estado da Paraíba
durante a ditadura militar.
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Estamos falando de direitos básicos de que os trabalhadores rurais não
dispunham: carteira de trabalho assinada, 13º salário, jornada diária de trabalho de 8
horas, férias. Os senhores de engenho, que viam os trabalhadores rurais com os
olhos da escravidão, não admitiam esses direitos.
A luta de Margarida entrou em choque com os interesses dos senhores de
engenho, que, na Paraíba, dominavam a economia açucareira local e estadual, e de
fazendeiros não ligados à lavoura da cana. Sim, Margarida foi vítima do velho
coronelismo que dominou regiões inteiras do Brasil durante muito tempo e que
sempre se imaginaram acima das leis e, a mando desses coronéis, foi assassinada
na frente de sua casa, diante do marido e do filho: um jagunço, tão covarde quanto o
homem que lhe pagou por esse serviço sujo, deu-lhe um tiro de espingarda no rosto
que desfigurou sua face.
Mas mulheres como Margarida não morrem jamais, porque gente como ela,
Chico Mendes, Dorothy Stang não lutam por si, mas por uma causa. E quem luta por
uma causa, transcende a si mesmo.
Sim, tiros matam pessoas, não ideais. Margarida tornou-se tão grande que eu
mesmo, lá do outro lado do Brasil, no Rio Grande do Sul, acompanhei as primeiras
lutas organizadas das mulheres do campo por seus direitos e vi nascer um
movimento chamado As Margaridas.
Sim, o exemplo de Margarida foi tão grande e tão forte que ela tornou-se um
símbolo da luta pelos direitos dos trabalhadores rurais no Brasil. Hoje, ser Margarida
é ser respeitada, é ter noção completa de sua importância como cidadã digna e
plena de direitos; ser Margarida é jamais aceitar a insubordinação, é ser livre.
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Porque, como a própria Margarida Alves nos ensinou: "É melhor morrer na luta do
que morrer de fome".
Obrigado, Margarida, pelo seu exemplo.
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O SR. DANIEL ALMEIDA (PCdoB-BA. Com revisão do orador.) - Sr.
Presidente, nós não podemos deixar de reconhecer a justa reivindicação dos
agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate às endemias. São quase
10 anos nesta luta incansável, vindo aqui de tempos em tempos. Não se pode
imaginar fazer saúde pública e fortalecer o SUS sem a presença dos agentes
comunitários de saúde.
Chega, Sr. Presidente! Está na hora. Nós estamos aqui para manifestar apoio
e encontrar os caminhos possíveis e necessários para ainda nesta semana, hoje ou
amanhã, votarmos o piso dos agentes comunitários de saúde.
Vamos conversar com os Líderes para garantir esse objetivo, que é de todos
os brasileiros.
(Manifestação das galerias. Hoje! Hoje! Hoje!)
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A SRA. ERIKA KOKAY (PT-DF. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente,
eu me somo às manifestações aqui feitas pelo Deputado Bohn Gass no que diz
respeito à homenagem à Margarida Alves e a tudo que representa de libertário, a
tudo que representa de cidadania e de paz.
Eu me somo também à manifestação de todos estes trabalhadores e
trabalhadoras que aqui estão e que reivindicam desta Casa o que é dever dela:
aprovar o piso salarial dos agentes comunitários de saúde e dos agentes dos
agentes de combate às endemias, porque é impossível fazer saúde pública de
qualidade sem a presença desses profissionais e dessas profissionais.
Um posto do Saúde da Família pode funcionar sem médico, mas não pode
funcionar sem um agente comunitário, um agente que tem a concepção de uma
saúde que anda, de uma saúde que reconhece o ser humano. (Manifestação nas
galerias.)
Por isso, piso salarial já! (Manifestação nas galerias.)
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra à Deputada Íris
de Araújo. V.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.
A SRA. ÍRIS DE ARAÚJO (PMDB-GO. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)
- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, antes de tratar do assunto que me traz a
esta tribuna, eu gostaria de me manifestar, até porque já declarei meu apoio aos
nossos agentes comunitários de saúde, e fazer uma pergunta ao Plenário: alguém é
contra o que eles estão pedindo? É justo!
Então, nós devemos, aqui no plenário, apoiar a solicitação que esta plateia
está nos fazendo. Nada mais justo. Os senhores têm o nosso apoio integral.
(Palmas nas galerias.)
Sras. e Srs. Deputados, o assunto que me traz à tribuna diz respeito ao
Twitter, porque não resta a menor dúvida de que acabou por se tornar um fenômeno
mundial. No Brasil, essa rede social obteve extraordinária acolhida e seguiu os
passos igualmente bem-sucedidos do Orkut e do Facebook.
São fenômenos da era eletrônica que modificam padrões e comportamentos.
Mas é necessário fazer um vigoroso alerta contra o uso indevido dessas
ferramentas, um novo e perigoso precedente que começa a tomar corpo e tem tudo
para se intensificar.
Em primeiro lugar, é necessário frisar o sentido e a essência da
responsabilidade social no uso das redes, que têm justamente caráter coletivista. A
liberdade que a Internet proporciona não pode, em hipótese alguma, ser confundida
com terra de ninguém, onde cada um começa a atirar em todas as direções, sem se
dar conta das consequências dos seus atos.
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Não é assim que funciona. Um “twitteiro” ou uma “twitteira” devem ter
consciência de que, a partir do momento em que passarem a “twittar”, cada um se
torna agente social. Ou seja, cada um terá necessariamente que responder por suas
opiniões ou informações. Não se pode, dessa forma, incorrer naqueles velhos
expedientes de difundir uma avaliação ou notícia sem que esteja rigorosamente
calcada na verdade.
Torna-se uma grande irresponsabilidade aderir ao Twitter como se fosse um
mero brinquedo. Supor que, naquele espaço, se podem fazer chacotas com outras
pessoas, manifestar preconceito ou ainda ferir a dignidade dos outros seria um
tremendo disparate.
Sem elevado nível de consciência, o Twitter pode simplesmente migrar da
posição de espaço democrático, da livre manifestação de ideias, para um belicoso
cenário de afronta aos direitos fundamentais da pessoa humana.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Para uma breve intervenção,
concedo a palavra ao Deputado Celso Maldaner.
O SR. CELSO MALDANER (PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de aproveitar a oportunidade para
homenagear a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa
Catarina, que acaba de completar 65 anos de fundação.
Quero encaminhar este pronunciamento por escrito e dá-lo como lido.
Também quero dizer aqui, com a experiência de ter sido três vezes Prefeito,
que reconheço o trabalho dos agentes comunitários de saúde. Eu acho que é justa a
reivindicação. Vamos mobilizar todos os Parlamentares e os nossos Líderes para
que nós possamos votar ainda hoje essa matéria tão importante.
Muito obrigado, Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de aproveitar a oportunidade
para homenagear a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa
Catarina, que acaba de completar 65 anos de fundação. A entidade recebeu uma
merecida homenagem na Assembleia Legislativa do Estado, nesta segunda-feira,
dia 12, com uma sessão especial em alusão ao aniversário dessa que representa o
setor terciário da economia catarinense.
A entidade congrega hoje 68 sindicatos empresariais e representa 400 mil
empresas, responsáveis por 60% do Produto Interno Bruto e 72% da arrecadação
do Estado. Com isso, o setor responde pela geração de mais de 1 milhão de
empregos em Santa Catarina, impulsionando o desenvolvimento de nosso Estado. E
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não é à toa. Desde 2009, a entidade vem realizando pesquisas econômicas,
sazonais, de perfil de consumo e de turismo, para antecipar tendências, sinalizar as
perspectivas e avaliar os cenários. As pesquisas servem para nortear os
empresários do terceiro setor, representados pelos sindicatos associados à
federação, em suas ações e planejamentos, visando sempre o desenvolvimento do
comércio em Santa Catarina e, como consequência, o crescimento do consumo e da
renda de todos os catarinenses.
Este ano, com o objetivo de estreitar a comunicação direta e transparente
entre o setor terciário e o Poder Legislativo e estabelecer um diálogo ainda mais
pontual junto à sociedade, a FECOMÉRCIO lançou a sua Agenda Política e
Legislativa, um importante documento para envolver ainda mais o setor público no
desenvolvimento do setor.
Nessa data tão importante, quero homenagear a participação sempre ativa da
FECOMÉRCIO na articulação de políticas que contribuam para o desenvolvimento
de nosso Estado e das empresas catarinenses.
Muito obrigado.
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O SR. ANTONIO IMBASSAHY (PSDB-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, nós já ouvimos aqui manifestações das mais diversas Lideranças
partidárias de apoio ao projeto do piso salarial dos agentes comunitários. Eu fui
Prefeito e sei da importância dessa categoria para a saúde pública dos brasileiros,
das famílias brasileiras.
Eu não entendo, Sr. Presidente, por que esse assunto não está sendo
pautado. O PT, a Liderança do PT tem que se posicionar se aceita ou não fazer
essa votação.
(Manifestação nas galerias.)
O SR. ANTONIO IMBASSAHY - Todos os partidos que estão aqui presentes
querem a votação desse piso. Se não hoje, amanhã. Mas pode ser votado hoje.
(Manifestação das galerias. Hoje! Hoje! Hoje!)
O SR. ANTONIO IMBASSAHY - Sr. Presidente, pode ser votado hoje.
É esta a posição do PSDB: votar já o piso salarial dos agentes comunitários.
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O SR. WASHINGTON REIS (PMDB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em primeiro lugar, quero ser objetivo, para
ganhar tempo. Quero dizer para as galerias que todos nós estamos com vocês.
Todos nós temos consciência do trabalho de vocês. Fui Prefeito de uma cidade com
quase 1 milhão de habitantes, a nossa querida Duque de Caxias, e sei da
importância do trabalho de vocês. No momento em que o projeto estiver em pauta,
creio que haverá unanimidade dos votos a favor desses trabalhadores.
Sr. Presidente, venho a esta tribuna, nesta tarde, agradecer ao Governador
Sérgio Cabral. No dia 3 de janeiro de 2013, o meu bairro, o quarto distrito da cidade
de Duque de Caxias, sofreu uma verdadeira catástrofe. Caiu ali uma tromba d’água,
e foi por Deus que não perdemos centenas de vidas. Infelizmente, perdemos duas
vidas. Mas estamos correndo atrás do prejuízo.
Há no Ministério das Cidades um projeto bem elaborado, com o objetivo de
estruturar a Bacia dos Rios Capivari e João Pinto, para que se possa realmente
fazer um trabalho preventivo naquela região. Estão completando quase 8 meses que
ocorreu essa catástrofe e estamos aguardando a liberação de recursos pelo
Ministério das Cidades para que algo pior não venha a acontecer nas próximas
chuvas de verão.
Sr. Presidente, temos de agradecer também ao Programa Minha Casa, Minha
Vida. Esta semana vamos assinar um contrato com a construtora e, em parceria com
o Governo do Estado, através da Companhia Estadual de Habitação do Rio de
Janeiro — CEHAB, serão construídas 215 unidades habitacionais para que o povo
de Xerém possa ter o direito digno de ter novamente um teto.
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Sr. Presidente, venho também a esta tribuna fazer um apelo ao Ministério dos
Transportes. A população da Baixada Fluminense, principalmente nós, moradores
que trafegamos na Rodovia Rio-Teresópolis, que pagamos o pedágio mais caro do
mundo, 12 reais e 20 centavos, não aguentamos mais. Temos o chope mais caro do
mundo, o arroz e o feijão mais caros do mundo!
Nós sabemos que se o Poder Executivo, o Palácio do Planalto, na pessoa da
Presidenta Dilma, tiver vontade política, essas tarifas poderão ser diminuídas...
(O microfone é desligado.)
O SR. WASHINGTON REIS - Sr. Presidente, permita-me concluir. Eu esperei
3 horas nessa lista, e V.Exa. é benevolente.
Então, Sr. Presidente, fica aqui o meu apelo à Presidenta Dilma Rousseff para
que ela reveja os altos preços das tarifas de pedágio nas rodovias federais.
Aproveito a oportunidade para registrar a presença do meu amigo Vaguinho,
do meu amigo Dr. Silva Neto, do nosso querido amigo, filho do Carlinhos da Tinguá,
que nos prestigiam nesta tarde e noite de hoje.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - A Presidência sente-se na
obrigação de dar uma satisfação ao Plenário.
O Presidente da Casa, Deputado Henrique Eduardo Alves, ainda não veio dar
início à votação das matérias porque está tentando um acordo. Na hora em que se
substanciar esse acordo, ele estará aqui.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Com a palavra o Deputado Pedro
Uczai, por 1 minuto.
O SR. PEDRO UCZAI (PT-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a
USP fez um estudo e constatou que o professor e ex-Vereador de Chapecó
Marcelino Chiarello foi assassinado. Agora, queremos saber quem matou e quem
mandou matá-lo.
Em relação ao projeto dos agentes de saúde, a Presidência da Casa é que
tem autonomia e soberania para definir a pauta desta noite.
O PT é a favor da votação do projeto dos agentes de saúde hoje, agora.
Portanto, o Partido dos Trabalhadores tem lado, tem posição, é a favor da saúde, é
a favor dos agentes de saúde.
Na condição de Prefeito da cidade de Chapecó, essa foi uma das categorias
que nós regulamentamos naquele Município.
O PT vota, incluído o projeto na pauta, pela valorização da saúde, pela
valorização dos agentes de saúde.
(Manifestação das galerias.)
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - A Presidência faz um apelo no
sentido de que se deixe fluir normalmente a sessão, para que possamos votar as
matérias, inclusive esta matéria importantíssima do piso salarial e, mais do que isso,
do plano de cargos e salários dos agentes comunitários de saúde da União e dos
Estados.
Por isso faço este apelo.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Para uma breve intervenção, por 1
minuto, concedo a palavra ao ilustre Deputado Manoel Salviano.
O SR. MANOEL SALVIANO (PSD-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Brasil e os Parlamentares precisam conhecer
a história dos agentes de saúde, criados no meu Estado, no Governo Tasso
Jereissati. Essa luta vem de muitos anos.
Estamos aqui, esta noite, para prestar o nosso apoio, a nossa solidariedade
àqueles que trabalham anonimamente, mas que conhecem todas as famílias nos
Municípios onde trabalham.
Portanto, estamos aqui para apoiar os agentes de saúde, o salário dos
agentes de saúde, aqueles que trabalham dia e noite em benefício da saúde do
povo brasileiro.
Muito obrigado. (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, para uma
breve intervenção, à ilustre Deputada Benedita da Silva, do PT do Rio de Janeiro.
A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Sem revisão da oradora.) - Sr.
Presidente, eu não poderia deixar de me manifestar esta noite, estando os agentes
de saúde nesta Casa, favoravelmente à luta pelo piso salarial, luta que vimos
travando. Sou da área de saúde e, como tal, tenho visto que são eles, exatamente
eles, que dão sustentação para que possamos fazer o melhor atendimento.
Hoje, quando o Governo estabelece como prioridade a questão da saúde, não
podemos abrir mão de médico nem de agente da saúde como o veículo que estará
no dia a dia das demandas e dos desafios enfrentados pela nossa população na
área da saúde. É preciso também lutar pelo fortalecimento do Sistema Único de
Saúde. Tudo isso tem o meu apoio.
Sr. Presidente, quero ainda falar da União Brasileira de Mulheres, que
completou 25 anos. Quero dar como lido discurso sobre a luta em defesa dos
direitos das mulheres, sobre essa combativa entidade homenageada em sessão
solene, por iniciativa da nossa Senadora Vanessa Grazziotin e da Deputada Jô
Moraes.
Obrigada.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a União Brasileira de Mulheres (UBM)
completou 25 anos de trajetória na luta em defesa dos direitos das mulheres.
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Essa combativa entidade de luta pelos direitos da mulher, por iniciativa da
Senadora Vanessa Grazziotin e da Deputada Jô Moraes, recebeu a merecida
homenagem do Congresso Nacional na sessão solene desta segunda-feira.
A UBM foi fundada no mesmo ano em que aprovamos a Constituição Federal
de 1988, num congresso em Salvador, que reuniu 1.200 representantes de todo o
País. Neste período, se consolidou como uma organização democrática
indispensável para a luta das mulheres trabalhadoras, estudantes e intelectuais por
seus direitos sociais e trabalhistas. Mas também deu sua contribuição no
enfrentamento da violência contra as mulheres, como foi o caso da Lei Maria da
Penha e ainda, mais recentemente, da lei que ampliou os direitos das trabalhadoras
domésticas.
Contudo, ainda falta avançarmos numa luta que é fundamental para os
destinos do País. Refiro-me à participação paritária das mulheres na política
nacional. Certamente obtivemos algumas vitórias nesse campo, e o maior exemplo é
a própria eleição da primeira mulher Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, em um
país onde continua existindo bastante preconceito contra a mulher.
As ruas mostraram que a juventude e o povo desejam mais direitos, mais
participação e mais democracia. Tenho certeza de que o nosso povo pode contar
com a mobilização da UBM para finalmente fazermos uma reforma política que
interessa à democracia, uma reforma em que as mulheres tenham direito à paridade
nas listas de candidatos dos partidos.
Sr. Presidente, sabemos que, sem a determinação e perseverança das lutas
das mulheres, em especial da UBM, não teríamos conquistado os direitos que hoje
todas exercermos. Portanto, nada mais justo do que essa homenagem prestada,
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que reconhece sua trajetória de luta e seu compromisso com a causa da igualdade
de gêneros e da democracia em nosso País.
Parabenizo as protagonistas dessa luta, desde as coordenações nacional e
estaduais da UBM até todas as mulheres brasileiras representadas pelos
movimentos feministas, que buscam a igualdade de gênero.
Parabéns, guerreiras! Vamos à luta por mais. Nossa causa continua.
Muito obrigada.
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O SR. AKIRA OTSUBO (PMDB-MS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados, eu não poderia deixar de trazer aqui a minha solidariedade,
a minha palavra de apoio a todos os trabalhadores da saúde, que vieram de todos
os recantos do Brasil. Muitos, com certeza, vieram com dificuldade, deixando seus
lares para reivindicar os seus direitos.
Quero não só trazer a minha palavra de apoio, mas também cumprimentar os
agentes de saúde, que vieram também do meu Estado, o Mato Grosso do Sul, e
dizer a todos os trabalhadores que, pela manifestação dos Srs. Deputados, eu já sei
que vai haver a unanimidade para aprovar esse projeto, porque é uma justiça que
nós fazemos aos trabalhadores da saúde.
Aqui, neste Parlamento, sempre tenho defendido que é necessário valorizar
sobretudo as nossas bases da saúde. Eu não posso entender por que o Governo
quer trazer médicos de fora do País e se esquece de valorizar os nossos
trabalhadores, que dão sustentação à saúde do povo brasileiro, permitindo que ele
tenha melhor qualidade de vida.
Tenho defendido nesta Casa que é necessário fortalecer e valorizar os
nossos trabalhadores e trago aqui minha manifestação. Estavam presentes mais de
443 Deputados nesta Casa de Leis. Então, havendo entendimento, há possibilidade
de votarmos esse projeto, para fazer com que esses trabalhadores tenham um
regresso tranquilo, para que possam voltar a seus lares e cumprir o trabalho com
dedicação, em prol da saúde do povo brasileiro. (Manifestações nas galerias.)
Deixo aqui a nossa solidariedade e o nosso apoio. Parabéns para vocês, que
estão reivindicando uma questão mais do que justa.
Sr. Presidente, muito obrigado.
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O SR. CHICO DAS VERDURAS (Bloco/PRP-RR. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Srs. Deputados, senhores agentes de saúde, quero me colocar neste
momento a favor dos agentes de saúde de todo o nosso Brasil. Esses grandes
heróis da saúde são responsáveis por grande parte do combate à dengue em todos
os Municípios.
Por isso, temos que valorizá-los, temos que aprovar seu projeto o mais
rapidamente possível, de preferência hoje, para que eles parem de imigrar nos
salões desta Casa, pedindo uma coisa que é de nossa responsabilidade: o voto para
que seja aprovado o piso salarial desses grandes servidores, desses grandes
batalhadores, que são os agentes de saúde.
Muito obrigado.
A matéria vai ser aprovada, pessoal. (Palmas nas galerias.)
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O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
queria deixar registrado aqui o nosso depoimento, que analisa o que está
acontecendo no Brasil com trabalhadores pobres, negros; trabalhadores brasileiros
que desaparecem.
É o caso, no Rio de Janeiro, do pedreiro Amarildo de Souza, que se tornou
um símbolo em que o cinismo da ação policial, o desaparecimento forçado, ganhou
as ruas e a solidariedade de todo o País para exigir que se esclareça mais um crime
bárbaro, porque todos sabemos que destino ganhou esse trabalhador brasileiro. E
está lá sua família exigindo o seu corpo.
É preciso, sim, acabar com a militarização das polícias.
Então, nós queremos dar este depoimento. O Brasil exige uma resposta.
Cadê o Amarildo? Nós precisamos responder a essa pergunta, que ganhará as ruas
novamente amanhã, dia 14.
Aproveito, Presidente, para dizer que em São Paulo, em uma manifestação
popular, um servidor da Universidade Federal de São Paulo, campus de Santos,
desapareceu. Ele, na presença de mais de 50 testemunhas, estudantes da
UNIFESP, foi conduzido a uma delegacia para fazer o exame de corpo de delito e
desapareceram com o rapaz, com Ricardo Ferreira Gama, o Ricardo.
Estamos esperando uma resposta do Governador Geraldo Alckmin, assim
como de Sérgio Cabral, no Rio de Janeiro. Os trabalhadores não podem
desaparecer. A Polícia Militar tem que explicar o seu desaparecimento e os
governos também.
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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no dia 14 de julho, Amarildo de
Souza, trabalhador, morador da favela da Rocinha no Rio de Janeiro, pai de seis
filhos, foi levado para a Unidade de Polícia Pacificadora local e nunca mais
apareceu. Nesse dia, Amarildo, como já é conhecido em todo o Brasil, tornou-se,
lamentavelmente, um símbolo do que não é mais possível esconder. Por décadas, o
Estado brasileiro agiu assim com seus cidadãos de baixo. A polícia, que deveria
proteger e civilizar, torturava e assassinava negros e pobres com a certeza da
impunidade e o silêncio obsequioso de uma sociedade amedrontada pela violência,
convencida das soluções fáceis por defensores da violência policial na política e na
mídia, mercadores da morte com câmeras e microfones.
Mas talvez algo tenha mudado. É certo que o Governador Sérgio Cabral,
outro símbolo, porém do autoritarismo e do patrimonialismo na política brasileira,
nunca vá se esquecer de Amarildo. Há poucos exemplos maiores de políticos que
acreditam na violência policial como solução de conflitos do que Cabral. A ele se
junta Geraldo Alckmin, o Governador que patrocinou cenas de batalha dignas de
estados de exceção em São Paulo, de brutalidade como método de governo.
Casos de desaparecimentos sem explicação não são uma novidade no Brasil.
Cotidianamente, jovens e trabalhadores são vítimas de emboscadas, e o abuso de
autoridade sempre fez parte da realidade das periferias. Chacinas como as da
Candelária, que fez 20 anos, e da favela da Maré, que deixou nove mortos há cerca
de 2 meses, a maioria deles sem antecedentes criminais, eram vistas por nossas
autoridades como episódios corriqueiros, esquecidos em poucos dias e embalados
por uma visão higienista da gestão pública.
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Incentivar os agentes públicos a agredir e tratar seus cidadãos como inimigos
é uma marca desses governos, que se apoiam na mentalidade retrógrada do
militarismo das polícias que vigora no Brasil.
Não fosse o contexto dos protestos — as jornadas de junho — que mostraram
para todo o Brasil como agem as nossas polícias militares, que até então
brutalizavam distantes dos centros, talvez Amarildo virasse apenas mais um número
na estatística da violência urbana.
Segundo o assessor de direitos humanos da Anistia Internacional no Brasil,
Maurício Santoro, 90 mil pessoas desapareceram no Brasil somente nos últimos 20
anos.
O jornalista Elio Gaspari perguntou recentemente:
“Cadê o vídeo que registrou sua saída da UPP? A
câmera estava quebrada. Cadê os GPS dos carros da
UPP, capazes de mostrar por onde andaram? Estavam
desligados. Cadê a inteligência da população? Precisa ser
pacificada. Para isso, o Secretário de Segurança Beltrame
poderia responder a uma pergunta: Quantas vezes
pifaram simultaneamente os controles das câmeras e os
aparelhos de GPS em outros estabelecimentos policiais
sob sua jurisdição?”
Não por acaso essas perguntas permanecem sem resposta. Amarildo, que
teria sido confundido com um traficante, foi levado para a UPP e sumiu. Cabral, em
um de seus momentos de humildade inspirados pelo Papa Francisco, chegou a dizer
que é “inadmissível” que um trabalhador desapareça depois de um interrogatório.
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Ora, é inadmissível que qualquer pessoa desapareça após ser interrogada
pela polícia, inclusive um criminoso, o que evidentemente não era o caso de
Amarildo.
Mas a lógica da atuação das polícias militares, estimulada pela demagogia de
âncoras de TV reacionários, parecia legitimar todo comportamento abusivo.
O filósofo Vladimir Safatle, em sua coluna na Folha de S.Paulo, afirmou que
um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento das manifestações de
junho foi a revolta da população contra a Polícia Militar, fazendo com que a
população brasileira ocupasse massivamente as ruas.
“Já no ano passado, ficamos sabendo, graças a estudos do IPEA, que 62%
da população não confiava na PM, enquanto 63,5% afirmava que tais policiais
tratavam pessoas com preconceito. No entanto, Governadores como os Srs; Sérgio
Cabral e Geraldo Alckmin continuavam a se vangloriar das barbáries cometidas por
suas polícias, sem ao menos ter a dignidade de se perguntarem por que elas eram
tão rejeitadas pelo povo”, questiona Safatle.
A política do medo imposta no Estado, de repressão violenta e indiscriminada,
as reações proporcionais do crime organizado e o verdadeiro genocídio contra os
jovens pobres e na maioria das vezes negros das periferias já se mostrou um
profundo e terrível equívoco, porque não vai à raiz do problema, que é social. Mas a
gestão tucana em São Paulo, assim como a de Cabral no Rio de Janeiro, se
mostrou incapaz de pensar políticas progressistas de redução das desigualdades.
Suas políticas, pelo contrário, querem afirmar as desigualdades e escondê-las na
marra.
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Refém da Polícia Militar, essa instituição incompatível com a democracia,
Cabral chegou a dizer que é “prematuro” sugerir a responsabilidade da PM. É
compreensível, vindo de um Governador que é, no mínimo, leniente com as milícias
paramilitares que ocupam dezenas de favelas no Rio, que achacam moradores e
intimidam com o poder de seus distintivos, longe da orla onde se realizarão os
grandes eventos.
Faz o mesmo em São Paulo o Governador Alckmin, que vive a jogar panos
quentes quando as práticas da PM explodem na cara da sociedade. Em sua
ambição irrefreável por ordem à base de balas de borracha e bombas de gás
lacrimogêneo, o tucanato paulista joga água no moinho da barbárie.
É preciso discutir imediatamente a desmilitarização das polícias. A sociedade
começa finalmente a perceber a lógica de funcionamento de agentes públicos que
trata cidadãos como inimigos está intimamente vinculada a uma mentalidade
autoritária trazida da ditadura militar.
Que se civilize a polícia, que perpetua a impunidade através de uma
famigerada justiça própria e incompatível com a democracia. Se uma emenda
constitucional é necessária, que comecemos a discutir já. Que esta Casa ouça o
clamor das ruas, que clamam não apenas pelo paradeiro de Amarildo, mas para que
outros Amarildos não sejam vítimas da truculência e da impunidade.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Antes de dar prosseguimento à
sessão, esta Mesa dá conhecimento ao Plenário do seguinte
Ato da Presidência
Nos termos do inciso II do art. 34 do Regimento
Interno, esta Presidência decide criar Comissão Especial
destinada a proferir parecer ao Projeto de Lei nº 5.013, de
2013, do Senado Federal, que “estabelece normas gerais
de política urbana e de proteção à saúde e ao meio
ambiente associadas à implantação e ao
compartilhamento da infraestrutura de telecomunicações”
(altera a Lei nº 9.472, de 1997, e a Lei nº 11.934, de
2009), e apensados.
A Comissão será composta de 20 (vinte) membros
titulares e de igual número de suplentes, mais um titular e
um suplente, atendendo ao rodízio entre as bancadas não
contempladas, designados de acordo com os §§ 1º e 2º
do art. 33 do Regimento Interno.
Brasília, 13 de agosto de 2013.
Henrique Eduardo Alves
Presidente da Câmara dos Deputados
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Carlos Zarattini. S.Exa. dispõe de 3 minutos na tribuna.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, gostaria, em primeiro lugar, de saudar
esses companheiros e companheiras, trabalhadores e trabalhadoras da saúde que
vêm aqui, à nossa Casa, reivindicar os seus direitos. Parabéns pela mobilização de
vocês! Esta Casa saberá apoiar e aprovar esse projeto o mais rapidamente possível,
para fazer valer os direitos de vocês.
Quero dizer que o nosso partido, o Partido dos Trabalhadores, dá total apoio
à aprovação desse projeto se a votação for programada para hoje pelo Presidente
da Casa. (Manifestação nas galerias.)
Queria também dizer da nossa preocupação, Sr. Presidente, com os fatos que
vêm ocorrendo em São Paulo, com as denúncias, aliás, a confissão da empresa
Siemens da existência de conluio no mercado ferroviário que atende ao metrô e à
CPTM — Companhia Paulista de Trens Metropolitanos; não só conluio, mas também
superfaturamento e caixa dois. Essa situação precisa ser investigada.
Qual é a nossa preocupação? O Governador do Estado e o PSDB, que tanto
clamam, tanto falam em transparência, não concordam com a criação de uma
Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia Legislativa, que é o lugar correto
e decisivo para ser feita essa CPI. Muito ao contrário, lança agora o Governador
uma proposta para que se faça uma comissão da sociedade civil, uma comissão que
nós não sabemos aonde vai chegar, que não tem poderes de investigação, que não
é capaz de levar a fundo efetivamente uma investigação sobre os problemas.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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Por isso, Sr. Presidente, nós aqui devemos também nos preparar para fazer
essa investigação porque, além daquilo que já está nas revistas e jornais, hoje mais
uma denúncia se soma: houve uma contratação da empresa Alstom por mais de 500
milhões de reais, que já foram quase totalmente pagos e o serviço sequer foi
executado.
Portanto, observamos que o “propinoduto” que existe em São Paulo, no
Governo Estadual, continua, é forte e precisa ser investigado. Nesta Casa, nós, os
Deputados e Senadores, não podemos nos omitir. Vamos, sim, levantar aquilo que
ocorre, e não há problema: vamos investigar todas as licitações no mercado
ferroviário, porque nós não podemos abrir mão de constituir neste País uma grande
rede de metrôs. Também não podemos aceitar que sejamos obrigados a pagar
preços 30% maiores do que efetivamente custam os trens e as ferrovias no Brasil.
Por isso, está na hora de se fazer a investigação.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. MIRIQUINHO BATISTA (PT-PA. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, também quero parabenizar os agentes
comunitários de saúde pela luta e dizer que a nossa bancada do Partido dos
Trabalhadores está aqui para votar favoravelmente ao piso nacional para essa
categoria importante.
Quero relembrar, inclusive, que foi o Deputado Federal Paulo Rocha, do Pará,
na época, quem apresentou o projeto de lei para regularizar a profissão dos agentes
comunitários de saúde.
Então, o Partido dos Trabalhadores está trabalhando há muito tempo e vem
trabalhando para, cada vez mais, valorizar os trabalhadores da saúde. E estamos
prontos para votar favoravelmente a esse projeto, que é uma reivindicação dos
agentes comunitários de saúde, profissionais importantes para todos aqueles que
dependem da saúde. Esses companheiros que visitam a residência de todos os
brasileiros têm que ser respeitados.
Portanto, deve ser aprovado o piso nacional desses trabalhadores da saúde.
Muito obrigado. (Palmas nas galerias.)
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao Deputado
Chico Alencar, do PSOL do Rio de Janeiro.
O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, são 19h42min, as galerias clamam por um projeto de justiça
elementar. Todos aqui se sucedem para comprometer o voto, para elogiar, para
dizer que é mais do que razoável, que é preciso votar agora, no máximo hoje ou
amanhã, e nada acontece. (Manifestação nas galerias.)
Isso mostra que este Parlamento ainda está muito desajustado na sua
dinâmica. As ruas estão reclamando. Aliás, em geral, dizem que a política no Brasil
hoje não presta. Nós, que temos ouvidos para ouvir, temos que ouvir. Essa falta de
sintonia com o clamor da sociedade, que é crescente, que não está mais escondido
dentro da casa de cada um, pode custar caro para a própria democracia.
Então, nós temos que ter uma pauta clara, Deputado Onofre, iniciar a Ordem
do Dia no horário que o Regimento determina; fazer o importante trabalho das
Comissões, mas estar aqui também para debater.
O PSOL, que tem uma representação ainda muito pequena nesta Casa —
espero que cresça bastante na próxima legislatura —, tem uma série de prioridades
para a pauta, inclusive esses projetos de categorias profissionais fundamentais,
como os agentes de saúde e de combate a endemias, para priorizar.
Mas se ficarmos com projeto de urgência trancando a pauta... Eu não sei por
que o orçamento de emendas obrigatórias — é disso que se trata — não é
orçamento impositivo. Representa 1%, se tanto, do orçamento de investimentos que
passa a ser obrigatório a partir do que determinarmos aqui. Mas ele está paralisado.
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Alguma negociação, que nós aqui da planície não sabemos qual é, está
acontecendo. Mistérios não combinam com a democracia. Nós queremos que os
representantes da Mesa Diretora esclareçam o que está acontecendo.
Todo mundo sabe como é penoso, não para nós, que temos as nossas cotas
de passagens aéreas, mas para quem vem aqui pressionar justamente — galeria
existe para isso —, vir aqui a Brasília. Não vamos também fazer demagogia e dizer
que se vai votar agora. Está tudo paralisado. Ainda há projeto trancando a pauta, o
orçamento das emendas obrigatórias tem que ser votado hoje, mas nada acontece.
Há o projeto dos royalties do petróleo para educação e saúde desde o semestre
passado, cuja votação não se concluiu.
Portanto, nosso apelo é para que caminhemos, votemos, discutamos,
saiamos da discurseira, que acaba sendo uma pasmaceira e dá uma canseira nos
que nos acompanham e que vão cobrar, com toda a razão. Mas vamos sair do
discurso para a prática. E prática no Parlamento é votar matérias importantes, como
essa do piso salarial das categorias de saúde. (Palmas nas galerias.)
(Manifestação das galerias. Queremos votação! Queremos votação!
Queremos votação!)
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao Deputado
Isaias Silvestre.
O SR. ISAIAS SILVESTRE (PSB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente Inocêncio Oliveira, esta Casa precisa estar atenta àquilo que nós
deixamos de fazer aqui.
Estão aí os agentes de saúde, mas nós temos na pauta desta Casa, há mais
de 40 anos, as 30 horas da categoria dos enfermeiros, 30 horas de trabalho para
esse que é o maior grupo que atende em hospitais. A maior categoria empregatícia
hoje no Brasil são os enfermeiros, que não têm dignidade no seu salário, não têm
dignidade nas horas trabalhadas, não têm descanso. Há um alto índice de
extermínio na categoria por falta de uma legislação trabalhista que regule a vida
desses profissionais.
Nós temos um fator previdenciário que é uma vergonha. A pessoa tem o seu
salário achacado. Estão tirando do salário daqueles que trabalharam, que
contribuíram, e agora não têm dignidade no final da vida.
Então, nós precisamos estar atentos àquilo que as ruas estão clamando.
Justiça social se faz com exemplos. E esta Casa precisa ser exemplo. Nós não
podemos aceitar que o fator previdenciário não seja votado este ano, que entremos
em um ano eleitoral e saiamos às ruas para pedir voto sem que haja dignidade para
os contribuintes do INSS.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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A SRA. ALICE PORTUGAL (PCdoB-BA. Sem revisão da oradora.) - Sr.
Presidente, na tarde de hoje, realizamos uma belíssima sessão, em que esta
Câmara pediu desculpas e devolveu o mandato dos 14 Deputados cassados em
1948.
Essa galeria teve um papel cívico importante: foi educada, atenta e, ao
mesmo tempo, sedenta por garantir os direitos dos agentes comunitários de saúde e
de combate às endemias. (Palmas nas galerias.)
Esse exército civil da saúde brasileira vai aos rincões mais longínquos do
nosso País, aonde ninguém vai, levar a vacina, fazer a pesagem de uma criança,
tirar a pressão de um idoso, combater as endemias mais primitivas que ainda temos
nos rincões e nas periferias pobres das grandes cidades.
Por isso, estou aqui perfilada com os agentes comunitários de saúde e de
combate às endemias. (Palmas nas galerias.)
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Edinho Araújo, do PMDB de São Paulo. V.Exa. dispõe de 3 minutos na
tribuna. Em seguida, Deputado Amauri Teixeira.
(Manifestação nas galerias.)
O SR. EDINHO ARAÚJO - Sr. Presidente, a minha primeira palavra é de
saudação aos agentes...
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Eu volto a dizer que, desse modo,
vocês estão atrapalhando a votação de vocês mesmos.
Então, é importante que a sessão flua normalmente para que a gente possa
votar os projetos.
Eu pediria, mais uma vez, a compreensão aos que estão nas galerias e nos
honram com a presença.
O SR. EDINHO ARAÚJO (PMDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, minha primeira manifestação é de saudação a
todos os agentes comunitários de saúde que se encontram nas nossas galerias.
Tive a oportunidade de ser Prefeito de São José do Rio Preto, nos anos 2000,
e pude conviver com esse segmento. Sei da importância do seu trabalho, debaixo de
sol, de chuva, do sereno, do calor. Portanto, nada mais justo que esta Casa, que é a
representação do povo brasileiro, possa fazer justiça a todos os senhores agentes
comunitários de saúde. Deixo aqui, portanto, a nossa manifestação de apoio a todos
os senhores.
Trago também, Sr. Presidente, mais uma vez nesta tribuna, uma
manifestação em favor dos citricultores do nosso Estado de São Paulo, do Triângulo
Mineiro.
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Todos sabem que a produção de laranja, que tem sido importante para a
economia do nosso País e que neste último ano teve uma queda de 30%, tem um
sério problema de comercialização.
Temos feito gestões no Governo Federal, especialmente no Ministério da
Agricultura, para que encontre medidas que possam minimizar o grande problema
que liga a citricultura do nosso País.
Na próxima sexta-feira, em Bebedouro, cidade importante do nosso Estado de
São Paulo, haverá um encontro promovido pela Associação Brasileira de
Citricultores para debater o assunto.
Mais uma vez, quero chamar a atenção do Governo Federal e do Ministério
da Agricultura para que tomem medidas concretas, a fim de enfrentarmos essa
questão que realmente aflige todos os produtores.
Tenho andado pelo Estado de São Paulo, Sr. Presidente, e presenciado, visto
pomares sendo eliminados, extintos, por falta de uma política que seja contundente,
eficaz no sentido de promover esse setor tão importante da nossa economia.
Deixo aqui o alerta e o convite para que possamos, com os nossos
companheiros de São Paulo e Minas Gerais, enfrentar essa questão fundamental
para a economia do setor da citricultura e que tem gerado muitos empregos em
nosso País.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a história de repete. Este ano,
novamente, os produtores de laranja de São Paulo e do Triângulo Mineiro
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encontram sérios problemas para vender a safra para as indústrias de suco, mesmo
com uma projeção de queda de pelo menos 30% do volume de produção dos
pomares.
Ano após ano, citricultores abandonam seus pomares. Eles deixam a
atividade a contragosto, fortemente endividados, e com risco de perda da terra que
cultivam.
Tenho lutado nesta Casa em defesa de uma política efetiva de preços e de
melhores condições de comercialização da laranja.
A crise da citricultura será discutida em Bebedouro, interior de São Paulo, na
próxima sexta-feira, dia 16, por iniciativa da Associação Brasileira de Citricultores.
Estarei lá para hipotecar pessoalmente o meu apoio aos produtores.
Esta semana estou reiterando ao Ministério da Agricultura e Pecuária um
pedido para que a laranja seja incluída na Política de Garantia de Preços Mínimos
do Governo Federal, como, aliás, acaba de acontecer com o cacau, outro produto
que vem enfrentando problemas de comercialização.
O preço mínimo é o primeiro passo para garantir alguma estabilidade ao setor
citrícola. As condições técnicas para isso existem, falta a decisão política.
Outras medidas, que também já propus aos técnicos do Governo, ainda
precisarão ser tomadas. Entre elas, destaco a manutenção do subsídio à
comercialização da fruta in natura, com prorrogação do mecanismo chamado
PEPRO, pelo qual a CONAB leiloa parte da produção dos pomares não absorvida
pelas indústrias; a prorrogação e o refinanciamento das dívidas de custeio,
acumuladas pelos produtores de laranja ao longo das últimas safras; e a criação de
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uma linha especial de crédito para renovação de pomares ou para que o produtor
migre para outras culturas.
Como Relator da MP 609, que desonerou os produtos da cesta básica, incluí
na lista de produtos sobre os quais deixam se incidir o PIS e a COFINS o suco de
laranja.
A Presidenta Dilma vetou esse item, infelizmente. Espero que na semana que
vem esta Casa derrube esse veto e mantenha a inclusão, porque ela será mais um
mecanismo para a citricultura ganhar musculatura no mercado interno e enfrentar a
crise.
Era o que tinha a dizer.
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O SR. EURICO JÚNIOR (PV-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados, o assassinato do ambientalista espanhol Gonzalo Alonso
Hernández, de 49 anos, ocorrido no dia 4 de agosto, domingo retrasado, no Estado
do Rio de Janeiro, mais precisamente na cidade de Rio Claro, levou-me, na sexta-
feira última, ao Superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro, Delegado
Roberto Mário Cunha Cordeiro, para solicitar que a Polícia Federal entre na
investigação sobre o assassinato de mais um ambientalista do nosso País, do nosso
Estado do Rio de Janeiro.
Fui orientado pelo Superintendente a procurar o Ministro da Justiça e pedir a
S.Exa. que a Polícia Federal entre no caso e auxilie a Polícia Civil do Rio de Janeiro
a elucidar esse crime bárbaro. Hoje o Ministério Público está fazendo essa
investigação.
Hoje, recebi uma notificação da BBC de que, dos 711 ativistas ambientais
assassinados na última década no mundo, mais da metade foi no Brasil: 365
brasileiros foram mortos, entre 2002 e 2011, ao defenderem direitos humanos e o
meio ambiente.
Sr. Presidente, queria pedir a V.Exa. que este meu pronunciamento seja
divulgado pelos meios de comunicação da Casa, notadamente o programa A Voz do
Brasil, e que a Câmara dos Deputados me ajude a conseguir que o Ministro da
Justiça receba a bancada do Partido Verde — receba a mim — para fazermos essa
solicitação.
Destaco que o Partido Verde também apoia todos os agentes comunitários...
(O microfone é desligado.)
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A SRA. JÔ MORAES (PCdoB-MG. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente,
nós, que hoje estivemos no Colégio de Líderes, sabemos que esta Casa está com
uma preocupação central, que é enfrentar os problemas da pauta da saúde.
Nós discutimos como resolver os impasses regimentais, que é retirar as
urgências de projetos para garantir que haja possibilidade de se votar a destinação
dos 30% para a saúde no projeto dos royalties e dos 50% para a educação.
Evidentemente, até este exato momento, ainda não temos notícias, mas
temos certeza de que, logo após a pauta de negociações ser destravada, com a
presença dos agentes comunitários de saúde nesta Casa há tantos anos, e com
essa quantidade, poderemos, no Colégio de Líderes, garantir o consenso e votar
esse projeto, para que a saúde avance.
Era isso, Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)
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A SRA. ROSANE FERREIRA (PV-PR. Sem revisão da oradora.) - Sr.
Presidente, aqui nessas galerias estão os agentes comunitários. Cada brasileiro e
brasileira que ocupa essas galerias sabe como adoecem, vivem e morrem os
brasileiros. Vocês sabem disso!
Nós precisamos resolver definitivamente o problema. Nós precisamos dar
legitimidade, dar segurança para essa categoria profissional que constrói no dia a
dia o Sistema Único de Saúde. E terá que ser hoje. (Manifestação nas galerias.)
Concluo, Sr. Presidente, contando com a sensibilidade de V.Exa., que tem
destinado abertura para que todos nós possamos nos posicionar neste microfone. O
Partido Verde apoia os agentes comunitários. (Manifestação nas galerias.)
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Amauri Teixeira, que dispõe de 3 minutos na tribuna.
O SR. AMAURI TEIXEIRA (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero saudar a brilhante Rute, essa militante
extraordinária, essa guerreira que está aqui quase sempre dialogando e
acompanhando os trabalhos. Quero, em nome dela, saudar todos os líderes da
categoria, inclusive meus amigos da Bahia — Enádio, Ana Paula, Josivaldo, meus
amigos de Jacobina e de toda cidade da Bahia —, mas quero dizer que não costumo
fazer aquilo que não podemos.
A pauta está trancada, não tem como votar hoje. Se fosse por minha vontade
— a Rute sabe disso —, nós já tínhamos votado há muito tempo, mas não podemos
ficar aqui dizendo que vamos votar hoje e não votarmos. A pauta está trancada. Nós
temos que destravá-la e colocar em votação. E não vai destravar hoje porque o
regime de urgência é de um projeto de lei de iniciativa do Executivo que completou o
prazo constitucional de 45 dias. A Constituição diz que um projeto de lei em regime
de urgência, em 45 dias, trava a pauta da Casa em que ele se encontra.
Então, nós precisamos destravar a pauta e corrigir essa enorme injustiça,
talvez a maior injustiça que esta Casa venha comentando ao longo dos anos: a não
regulamentação do piso. É urgente? É. Tem o nosso apoio integral? Tem. Mas não é
apoio de palavras aqui, e a Ruth e todos os líderes da categoria sabem disso. Estou
o tempo todo com vocês, mas não vou mentir nem vou fazer demagogia fácil.
Sr. Presidente, eu quero registrar que entrei hoje com um projeto de lei na
esteira da decisão da Justiça sobre proibição da tributação do adicional de um terço
de férias dos vencimentos dos magistrados — manda inclusive devolver aquilo que
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foi tributado. Ora, se a Justiça determinou que essa verba tem caráter indenizatório
e, portanto, não deve ser tributada pelo Imposto de Renda, vamos dar a todos o
mesmo direito.
Estou entrando hoje com um projeto de lei que torna isento de Imposto de
Renda o adicional de um terço de férias de todos os trabalhadores brasileiros, e não
apenas o dos magistrados.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Para uma breve intervenção,
concedo a palavra ao Deputado Afonso Hamm.
O SR. AFONSO HAMM (PP-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente
Inocêncio Oliveira, que neste momento preside a sessão, quero dizer que hoje, na
Comissão Especial da Saúde, nós estamos deliberando e buscando — através de
audiências públicas e de debates com aqueles que conhecem as dificuldades em
relação à infraestrutura e, fundamentalmente, aos equipamentos e à tabela do SUS
— as melhorias necessárias aos hospitais filantrópicos, as nossas Santas Casas, em
todos os aspectos, inclusive a média complexidade, que abrange a grande carência
em relação ao atendimento do SUS.
Nós estamos buscando a garantia da ordem de 20% sobre a receita líquida,
dentro do nosso orçamento para os próximos anos. Com isso, nós temos condições
de avançar na ordem de 40% a 50% em mais recursos para a saúde. Trata-se de
uma condição importante, porque nessa Comissão Especial — que conta com o
Presidente Deputado Darcísio Perondi e com o nosso colega e Relator Deputado
Rogério Carvalho, que está trabalhando o projeto — eu coloquei a proposição para
que possamos atender esse avanço imediato, dentro das condições dos próximos
dois orçamentos. Se não for possível no próximo orçamento imediato, nós
precisamos chegar ao incremento, para colocar de 50 a 60 bilhões a mais para a
saúde dos brasileiros.
Gostaria que o meu pronunciamento fosse dado como lido e constasse no
programa A Voz do Brasil também.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu quero pedir que seja dado como lido meu pronunciamento e que
conste nos Anais da Casa o editorial do jornal Estado de Minas, de Belo Horizonte,
do dia 8 de agosto deste ano, sob o título Defesa relegada.
É uma matéria que trata dos contingenciamentos orçamentários impostos ao
Ministério da Defesa. Nós sabemos da importância da área de defesa brasileira. Nós
temos um país continental, com a ampla extensão da Amazônia, entretanto, o corte
de recursos foi da ordem de 3,5 bilhões de reais, caindo de 18 bilhões para 14
bilhões. Dessa maneira, não é possível termos Forças Armadas que possam
realmente manter o Brasil protegido sob a sua guarda.
Então, Presidente, eu quero lembrar aqui que está inclusive prevista a ida da
Ministra do Planejamento à Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional
para explicar esses cortes.
Obrigado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, gostaria de dar como lido e
encaminhar, para que conste dos Anais desta Casa, editorial do jornal Estado de
Minas, publicado no dia 8 de agosto deste ano, sob o título Defesa relegada. O texto
trata dos sucessivos contingenciamentos orçamentários impostos ao Ministério da
Defesa durante o Governo da Presidente Dilma Rousseff.
Em maio, houve um contingenciamento de R$ 3,6 bilhões para a Pasta. Esse
corte provocou reações do Ministro Celso Amorim que alertou o Governo sobre a
possibilidade de comprometimento de projetos importantes, conseguindo o estorno
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de R$ 400 milhões. Entretanto, em julho, o Decreto nº 8.062, de 2013, reduziu em
R$ 3,5 bilhões os aportes para a Defesa. Esses recursos, no valor de R$ 18,7
bilhões, que já eram insuficientes, passaram para R$ 14,2 bilhões.
“É incompreensível que todos os governos nos últimos 20 anos vêm tratando
a segurança nacional dessa forma”, diz o editorial. “Enquanto isso, o Brasil pleiteia
uma cadeira como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações
Unidas. Haja incoerência!”, afirma o texto. Ressalta ainda: “O Brasil tem quase 17
mil quilômetros de fronteiras (...). Dizer que o Brasil é pobre não condiz com a
colocação no ranking das 10 mais desenvolvidas economias mundiais. Assim,
recursos há, mas os gastos públicos é que não são, às vezes, bem utilizados”,
conclui o jornal.
O editorial também classifica como “estrábico” o olhar de quem defende os
cortes na Defesa, argumentando que não existem ameaças ao Brasil, uma nação
em paz com o resto do planeta. “As Forças Armadas não são um artigo supérfluo,
mas uma necessidade para um país de dimensões continentais como é o Brasil”. No
caso das fronteiras, destaca o Estado de Minas, entram drogas de todos os tipos,
exigindo uma ação militar constante.
Por fim, diz o jornal: “A sociedade precisa tomar as dores e dar importância às
Forças Armadas, modernas, bem equipadas e treinadas à exaustão. Mas, para
alcançar esse nível, exige-se dinheiro. Ante os cortes efetivados, vale torcer para
que nenhum imprevisto ocorra e que os comandantes das três armas saibam
priorizar projetos e planos com os R$ 14,2 bilhões que lhes restaram nos cofres”.
Era o que tinha a dizer, reiterando que, por seu relevante teor de alerta, o
referido editorial seja inserido nos Anais desta Casa.
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Muito obrigado.
EDITORIAL A QUE SE REFERE O ORADOR
Defesa relegada
Em maio, a equipe econômica já havia feito um contingenciamento de R$ 3,6
bilhões nos recursos do Ministério da Defesa. O corte foi tão consistente que o
ministro Celso Amorim procurou a presidente Dilma Rousseff para alertar sobre o
risco de que projetos importantes de investimento ficassem comprometidos e obteve
um estorno de R$ 400 milhões. Mas adiantou pouco. Uma nova tesourada foi dada
no orçamento da pasta, de R$ 919,4 milhões, estabelecida pelo Decreto 8.062, de
29 de julho, que reduziu o aporte para a área de R$ 18,7 bilhões – que já eram
insuficientes – para R$ 14,2 bilhões este ano.
É incompreensível que todos os governos nos últimos 20 anos vêm tratando a
segurança nacional dessa forma. Pelo visto, nenhum deles teve sensibilidade para
sustentar investimentos no setor de defesa, o que leva a prejuízos de difícil
recuperação. Na semana passada saiu a notícia de que a Força Aérea Brasileira
(FAB) vai aposentar 12 jatos F-2000 (Mirage) e o Planalto faz silêncio em relação
aos FX-2, que não se sabe quando chegarão ao país. O mesmo ocorre no âmbito
das Forças Armadas. E o Congresso segue a pauta. Enquanto isso, o Brasil pleiteia
uma cadeira como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações
Unidas. Haja incoerência! O Brasil tem quase 17 mil quilômetros de fronteiras, boa
parte secas – com o Uruguai, Paraguai, Bolívia, Peru, Venezuela, Colômbia,
Suriname e Guianas francesa e inglesa –, e a diversidade do país produz muitos
desafios. Dizer que o Brasil é pobre não condiz com a colocação do país no ranking
das 10 mais desenvolvidas economias mundiais. Assim, recursos há, mas os gastos
públicos é que não são, às vezes, bem utilizados.
Há nos corredores da administração federal muitos defensores de cortes no
orçamento da Defesa, dirigido por um civil e que reúne as três armas, para os quais
não existem ameaças ao Brasil, uma nação em paz com o resto do planeta. No
mínimo esse é um olhar estrábico. As Forças Armadas não são um artigo supérfluo,
mas uma necessidade para um país de dimensões continentais como é o Brasil.
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Quem pode desconhecer que o mundo está recheado de conflitos e que potências
impõem quase sempre sua vontade pela Força militar? Sem uma capacidade
mínima de dissuasão, o país fica vulnerável e à mercê da vontade e de interesses
externos.
No caso das fronteiras, por elas entram drogas de todos os tipos e somente
com uma ação militar perene, cujo custo é enorme, o combate pode ser feito. O
próprio Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivan), em funcionamento desde 2002,
precisa de aportes substanciosos para suprir suas necessidades de modernização
constante, pois sua base de trabalho é inteligência. A sociedade precisa tomar as
dores e dar importância às Forças Armadas, modernas, bem equipadas e treinadas
à exaustão. Mas, para alcançar esse nível, exige-se dinheiro. Ante os cortes
efetivados, vale torcer para que nenhum imprevisto ocorra e que os comandantes
das três armas saibam priorizar projetos e planos com os R$ 14,2 bilhões que lhes
restaram nos cofres.
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O SR. COLBERT MARTINS (PMDB-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhores que nos acompanham nesta sessão,
boa noite.
Quero, Sr. Presidente, cumprimentar os agentes comunitários de saúde que
aqui estão, hoje, especialmente os de Feira de Santana e demais baianos, neste
grande esforço, para que venhamos a votar e aprovar os projetos de lei que dizem
respeito à saúde brasileira, mas, neste caso, especificamente, aos agentes
comunitários de saúde.
Sr. Presidente, há dinheiro. Nós queremos padrão FIFA para estádio, mas
queremos padrão FIFA também para quem trabalha e luta e, a cada dia, tem mais
trabalho ainda. A saúde do Brasil precisa, além dos ecos das ruas, cada vez mais de
investimentos.
Saúde Mais Dez agora! Nós vamos botar dinheiro na saúde para que
tenhamos uma melhor qualidade. Mas neste momento, Sr. Presidente, temos que
atender aos agentes comunitários, porque há dinheiro no Brasil e não falta. E porque
não falta, vamos colocá-lo na saúde, que é um grande investimento.
Obrigado a V.Exa. (Palmas nas galerias.)
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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O SR. RENATO MOLLING (PP-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente
Inocêncio Oliveira, Sras. e Srs. Deputados, hoje está bastante presente o setor
empresarial, o setor produtivo, o sindicato das indústrias, todos mobilizados no
sentido de nós derrotarmos os vetos da nossa Presidenta — que deve ter seus
motivos para esses vetos — ao REINTEGRA e também à questão do Fundo de
Garantia, os Vetos nºs 26 e 27.
O setor produtivo, especialmente de transformação, é importante para a
economia do nosso País, gera muito emprego. E o REINTEGRA, que foi aprovado
até 2014, era um instrumento importante, especialmente para as exportações. Com
esse veto, o setor novamente vai sentir muito.
Sr. Presidente, é preciso reverter essa situação, pois é importante a geração
de emprego, e a arrecadação vem, num segundo momento, através do emprego.
Quando trabalha, o funcionário gasta. E isso gera impostos.
O setor exportador é importante em nosso País. Por isso, vamo-nos mobilizar
para derrubar os Vetos nº 26 e 27.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. GLAUBER BRAGA (PSB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, em primeiro lugar, quero aqui manifestar a nossa posição pelos agentes
comunitários de saúde. Que possamos ter a votação por parte desta Casa de uma
matéria tão importante para os agentes comunitários de saúde do Brasil como um
todo.
Em segundo lugar, Sr. Presidente, quero falar aqui sobre um assunto
gravíssimo no Estado do Rio de Janeiro, a situação por que passam hoje a Gama
Filho e a UniverCidade com o chamado Grupo Galileo.
Tive a oportunidade de estar presente, junto com outros Parlamentares, na
ocupação que os alunos estão fazendo na reitoria. Hoje especificamente os
representantes do Grupo Galileo viriam à Comissão de Educação, e não vieram. O
que eles estão fazendo é um verdadeiro ataque aos alunos, aos estudantes, aos
professores, aos profissionais.
Então, não há outra coisa que não seja solicitar ao Ministério da Educação
“Fora, Galileo!” em relação à Gama Filho e à UniverCidade no Rio de Janeiro.
Fora, Galileo!
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A SRA. SANDRA ROSADO (PSB-RN. Sem revisão da oradora.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero inicialmente renovar o meu apoio aos
agentes comunitários de saúde e de combate às endemias e reconhecer, com essa
nossa posição de apoio, o trabalho que todos esses homens e essas mulheres pelo
Brasil afora fazem em defesa de uma saúde de qualidade para o nosso povo.
Estamos aqui para apoiá-los e para repetir que o trabalho dos agentes de saúde é
extremamente importante para a nossa população.
Mas, Sr. Presidente, eu também queria fazer um registro aqui de
agradecimento e reconhecimento ao Presidente desta Casa, Deputado Henrique
Eduardo, porque ontem ele autorizou a instalação da CPI que vai investigar as
várias formas de exploração do trabalho infantil. Desde 2006 que eu venho lutando
para que essa CPI seja instalada. Lamentavelmente, não tínhamos tido sucesso.
Agora, o Presidente Henrique Eduardo autoriza a instalação dessa CPI.
Tenho certeza de que não somente os partidos políticos vão indicar os seus
membros, mas também a população brasileira nos dará apoio nesse trabalho, que
será voltado inteiramente para o benefício das crianças do nosso País.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
Era o registro que gostaria de fazer.
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O SR. LUIS CARLOS HEINZE (PP-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, colegas Parlamentares, quero também saudar aqui os agentes de saúde
e dizer que o Partido Progressista e este Deputado são favoráveis à votação desse
projeto. Vamos trabalhar. Precisamos resolver esse impasse.
Quando Prefeito de São Borja, no Rio Grande do Sul, de 1993 a 1996, já
levamos os primeiros agentes de saúde para lá. Entendemos o trabalho
extremamente importante que essa classe está prestando à saúde do País.
Portanto, o Partido Progressista e o Deputado Luis Carlos Heinze vão apoiar
esse projeto.
E também, Sr. Presidente, queremos colocar aqui a questão do acordo que
fizemos com o Presidente Henrique Eduardo Alves, no semestre passado, para
instalação da PEC 215. Precisamos, com essa urgência, que esta Casa discuta
quem é a favor, quem é contra, para que possamos instalar a PEC 215.
Da mesma forma, a votação da urgência da regulamentação do art. 232, que
trata do PL 227...
(O microfone é desligado.)
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O SR. VALTENIR PEREIRA (PSB-MT. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, nobres pares, quero aproveitar esta oportunidade para pedir para pautar
o PL 7.495, que trata do piso dos agentes comunitários de saúde e agentes de
combate às endemias.
Vejam: o piso salarial não vai trazer nenhuma consequência para o Governo
Federal e muito menos para os prefeitos. Hoje, o Governo Federal já tem, em seu
Orçamento, 950 reais que repassa aos Municípios para pagamento do salário dos
agentes comunitários de saúde.
Então, eu quero aqui hipotecar o meu apoio e pedir ao Presidente Henrique
Eduardo Alves que paute esse projeto, conforme temos conversado com ele,
juntamente com vários Deputados Federais. Tenho certeza de que, pautando esse
projeto, vai ser unanimidade. Isso é bom para a saúde do Brasil e bom para a saúde
do povo brasileiro.
Os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate às endemias
visitam as famílias, visitam os moradores, de sol a sol, orientando sobre como
prevenir doenças e como ter qualidade de vida.
Por isso, Sr. Presidente, essa categoria merece nosso apoio e precisa ser
valorizada. (Palmas nas galerias.)
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O SR. SANDRO ALEX (PPS-PR. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados, quero saudar todos os agentes comunitários de saúde do
Brasil, saudando o meu Estado do Paraná. O nosso Partido Popular Socialista —
PPS reafirma o seu compromisso, de toda a nossa bancada, de votar a favor do
projeto que atende esses profissionais valorosos do nosso País.
Aliás, os ACS compreendem a classe mais prejudicada e mais penalizada na
saúde do Brasil, porque, além de um valor insignificante repassado, em muitos
Municípios, ainda são descontados desses valores os encargos, não chegando
plenamente aos valores repassados pelo Governo.
Portanto, temos que garantir esse piso salarial. É obrigação deste Parlamento
e deste Governo o reconhecimento desse direito. Contem com o nosso partido, com
o PPS. Saibam, pessoas de todo o Brasil, que os ACS significam vida.
Eu também quero comunicar que, no dia de hoje, estive no Município de
Castro, no Paraná, na AGROLEITE, o maior evento do segmento no Brasil. Aliás, eu
sou Relator de um projeto que torna a cidade de Castro a Capital Nacional do Leite
no Brasil.
Quero saudar o Governo do Estado, em parceria com a Prefeitura de Castro,
pelos investimentos feitos — investimentos importantes no contorno rodoviário,
ligando os distritos industriais, e os investimentos em habitação. São 700 moradias
que pudemos viabilizar junto com o Prefeito Municipal.
Também quero dizer que, na cidade de Ponta Grossa, no Paraná, hoje, foi
lançada a pedra fundamental de uma das maiores marcas do mundo, a AMBEV, que
vai construir a sua maior unidade no mundo. Trata-se de investimento de mais de
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580 milhões de reais, gerando mais de 20 mil postos de trabalho diretos e indiretos e
uma grande riqueza para toda a região e para o Estado do Paraná.
Cumprimento o Governo do Paraná pelo programa que levou incentivos ao
Estado, na ordem de 25 bilhões de reais, sendo 3 bilhões para a minha região. Essa
importante indústria se estabelece no Município de Ponta Grossa. Aliás, é uma
cidade histórica, porque temos na história a Antarctica original.
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra, pela ordem, ao
Sr. Deputado Onofre Santo Agostini. Em seguida, Deputados Domingos Dutra e
Geraldo Resende.
O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI (PSD-SC. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, acho que esta Casa tem que ter respeito com os agentes
comunitários de saúde. É um absurdo o que esta Casa está fazendo para esses
profissionais.
Sr. Presidente, acho que, com todas as letras, deve ser dito a este pessoal
que esta Casa não vai votar a matéria hoje. Eu quero votar, mas, infelizmente, como
disse o Deputado Amauri Teixeira, não vão votar, e eles vão ficar aí fazendo esse
papel... Esta Casa deveria respeitá-los.
Não é justo, Sr. Presidente. Eu tenho cobrado o cumprimento do Regimento
Interno todo santo dia. Eu acho uma afronta a nós, Parlamentares. Os Líderes estão
reunidos, mas nós fazemos papel de bobo. Aqui é todo santo dia a mesma coisa. A
mesma coisa todo dia. (Palmas nas galerias.)
Deputado Chico Alencar, eu já disse que, graças a Deus, eu não vou mais ser
candidato a Deputado Federal, porque isto aqui está parecido com a casa da mãe-
joana. (Manifestação nas galerias.) É verdade, Deputados. É a verdade! É um
desrespeito. Nós queremos votar, mas os membros da Mesa não vêm aqui tocar.
Eles não vêm! Tem coitado de um Deputado ou outro aqui fazendo esse papel...
Estamos levando isso no bico.
(Manifestação das galerias. Queremos solução! Queremos solução!)
O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI - Por isso, Sr. Presidente Inocêncio
Oliveira, V.Exa. é um verdadeiro herói. O Deputado Inocêncio Oliveira está fazendo
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um esforço incomum para manter esta Casa aqui em pé. Mas passou do limite da
boa vontade. Acabou a paciência dos Srs. Deputados.
Eu não sirvo mais para ser palhaço! Eu não sou palhaço! Os Líderes que se
reúnam fora da Ordem do Dia para virem aqui votar. É um absurdo o que está
acontecendo! Nós não podemos aceitar isso, Srs. Deputados. Ou vamos nos impor,
ou vamos ser sempre a ralé. Os Líderes se reúnem na hora que querem, no
momento que querem e votam o que querem, e nós fazemos o papel de bobos.
Aqui fica o meu protesto! Eu não concordo! E ainda mais, eu estou fazendo o
papel de bobo, e esses brasileiros e essas brasileiras também estão fazendo esse
papel junto comigo. (Manifestação nas galerias.)
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira.) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Domingos Dutra. Antes, concedo ao Deputado Fernando Machado, para
uma breve intervenção, por 1 minuto.
O SR. LUIZ FERNANDO MACHADO (PSDB-SP. Sem revisão do orador.) -
Obrigado, Sr. Presidente.
Eu quero me somar, Sr. Presidente, às vozes que se levantaram em defesa
dos agentes comunitários de saúde aqui nesta Casa, na noite de hoje.
Entendo que é profundamente lamentável receber quantidade tão grande de
pessoas para demonstrar que a categoria quer, de fato, uma solução para o piso
que será desenvolvido pelo projeto de lei, que está estampado na camisa de cada
um desses senhores e dessas senhoras que estão presentes.
E mais, Sr. Presidente: eles não vêm discutir — seria muito legítimo que
discutissem — a mudança de endereço dos Municípios em que estão. Eles têm a
obrigação de residir onde trabalham. Por muitas vezes, trabalham sem condições
adequadas; por muitas vezes, Sr. Presidente, são aqueles agentes comunitários de
saúde que percorrem os bairros e a periferia dos Municípios em defesa dos
cidadãos. (Manifestação nas galerias.)
Eu acredito, Sr. Presidente, que precisamos dar imediatamente uma resposta
a essas pessoas que aqui estão, e uma resposta que seja positiva, porque entendo
que enquanto nós, como disse da tribuna o Deputado Onofre, estamos aqui, eles
estão diariamente trabalhando, debaixo do sol, em prol da saúde das pessoas, na
prevenção de doenças e não merecem ficar até esta hora sem uma alternativa e
sem uma solução para suas demandas.
Muito obrigado, Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Domingos Dutra. S.Exa. dispõe de 3 minutos. Em seguida, concederei a
palavra ao Deputado Geraldo Resende.
(Manifestação das galerias. Nós vamos dormir aqui! Nós vamos dormir aqui!
Nós vamos dormir aqui!)
O SR. DOMINGOS DUTRA (PT-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, eu falei há pouco sobre esse tema. Embora concorde com todos
aqueles que falam dos impedimentos regimentais e constitucionais para apreciar a
matéria, o Presidente da Câmara e os Líderes, que decidem tudo, têm que vir aqui
explicar ou pelo menos se comprometer com uma data para decidir esta matéria.
(Manifestação das galerias. Hoje! Hoje! Hoje!)
O SR. DOMINGOS DUTRA - Quero pedir paciência aos agentes. Fui Relator
dessa matéria. Quero dizer a esta Casa que, ao discutir o orçamento impositivo, vou
votar a favor. Temos que nos impor nessa matéria, porque, como eu já disse, não há
acréscimo de 1 real sequer para o Poder Executivo Federal.
Quanto às preocupações dos prefeitos sobre os impactos da Lei de
Responsabilidade Fiscal, nós também já encontramos a redação que os preserva de
qualquer questionamento.
Por isso, não há justificativa para a Presidenta Dilma Rousseff nem para o
Ministro Padilha no momento em que compram uma briga com os médicos para
levá-los para o interior do Brasil, o que eu acho correto. Não se justifica que, por
conta do nada, o Governo se mantenha contra, e também os Líderes que decidem
tudo, decidem mais do que o Papa, não se manifestem aqui, junto com o Presidente
desta Casa e não deem respostas a essas pessoas. (Manifestação nas galerias.)
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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Esta é a minha posição.
Quero, por fim, Sr. Presidente, anunciar que dei entrada, esta semana, num
projeto de lei que pode ser aproveitado pelo Grupo de Trabalho que discute
mudanças na legislação eleitoral. O projeto é muito simples: proíbe empresas de
contribuir com partidos e candidatos nas eleições de 2014. Ele elimina de uma vez
por todas a presença do poder econômico no processo eleitoral. Além de proibir, fixa
em dois salários mínimos, aproximadamente mil UFIRs, a contribuição das pessoas
físicas. Pela lei atual, as pessoas físicas podem contribuir com até 10% de sua
renda no ano anterior.
Uma pessoa como o Eike Batista, na época em que era rico, com 10%
financiaria as campanhas de Governadores e de Deputados em todo o País.
Portanto, se esta Casa quiser atender os clamores das ruas, está aí uma
oportunidade: proibir contribuição de pessoas jurídicas, para evitar os escândalos
sucessivos e estabelecer um limite de, no máximo, mil UFIRs, aproximadamente
1.150 reais, para contribuição de pessoas físicas. Só assim este Congresso vai
deliberar de forma independente e sem influência do poder econômico, que tanto
desgasta os políticos e a imagem das instituições.
Esta é a minha contribuição.
Mais uma vez peço aos Líderes e ao Presidente da Casa que assumam o seu
papel na Mesa e conduzam o atendimento aos agentes comunitários.
(Manifestação das galerias. Nós vamos dormir aqui! Nós vamos dormir aqui!)
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Concedo a palavra ao ilustre
Deputado Geraldo Resende, do PMDB de Mato Grosso do Sul. V.Exa. dispõe de 3
minutos na tribuna.
O SR. GERALDO RESENDE (PMDB-MS. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, confesso que estou indignado com a forma de tratamento que esta Casa
tem dado hoje às lideranças do movimento dos agentes comunitários de saúde e
dos agentes de combate às endemias.
Esta Casa já sabia de antemão desse movimento. Nós avisamos ao Sr.
Presidente, na semana passada, que haveria essa mobilização nacional das
entidades que comandam os agentes comunitários de saúde, cobrando que seja
votado em definitivo esse projeto de lei, sobre o qual esta Casa já se debruçou por
duas sessões legislativas: uma, em 2011, quando houve uma Comissão Especial
que presidi e a Relatora foi a Deputada Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, e
outra, em 2012, quando foi Presidente o Deputado Benjamin Maranhão, da Paraíba,
e Relator o Deputado Domingos Dutra. Por duas vezes esta Casa já entregou à
Mesa relatório indicando que é justo aquilo com que a Casa já contribuiu, ou seja, a
Emenda Constitucional nº 63. Agora é preciso regulamentá-la.
Porém, desde a manhã de hoje, o que eu vejo? Primeiro, deixaram os
agentes comunitários de saúde num recinto da Casa sem ar-condicionado e sem
som, para que eles não pudessem se manifestar. (Manifestação nas galerias.)
Segundo, somente deixaram que eles pudessem ter acesso às galerias depois da
nossa intervenção e da intervenção de um grupo de Sras. e Srs. Parlamentares que
foram pedir esse direito ao Presidente.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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Nós estamos vendo, Sr. Presidente, que é preciso darmos a eles
definitivamente uma resposta. E a resposta que eles querem não é discurso bonito,
falando que eles são verdadeiros heróis da saúde; não é discurso, porque discurso
não vai encher o estômago dos agentes comunitários de saúde. (Palmas nas
galerias.) O que eles querem de fato, Sr. Presidente, é a definição do piso salarial.
E vejam que essa categoria já deu, por diversas vezes, demonstração de
unidade, mas também de negociação sem vandalismo, sem radicalização. Eles
precisam de uma resposta, para que não continuem sofrendo o que sofrem: 3 dias, 4
dias de ônibus, fazendo vaquinha, coletando recursos, deixando seus afazeres nos
mais diversos rincões do País para estarem presentes aqui, exigindo somente
justiça, o que lhes é negado. (Palmas nas galerias.)
(Manifestação das galerias. Vamos dormir aqui! Vamos dormir aqui! Se o piso
não sair, vamos dormir aqui! Se o piso não sair, vamos dormir aqui!)
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O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Por recomendação médica —
estou me recuperando de uma cirurgia no joelho —, vou ter que me retirar. Então,
vou passar a Presidência ao Deputado Amauri Teixeira.
O próximo orador inscrito é o Deputado Jesus Rodrigues. S.Exa. disporá de 3
minutos na tribuna. Em seguida, falarão os Deputados Silvio Costa, Marcon e Edmar
Arruda.
O Sr. Inocêncio Oliveira, nos termos do § 2º do art.
18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,
que é ocupada pelo Sr. Amauri Teixeira, nos termos do §
2º do art. 18 do Regimento Interno.
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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado
Jesus Rodrigues, que dispõe de 3 minutos.
O SR. JESUS RODRIGUES (PT-PI. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados, ouvintes da Rádio Câmara e da TV Câmara, quero também,
neste momento, hipotecar o meu apoio aos agentes comunitários de saúde —
sobretudo aos do Piauí que aqui estão — que aqui vieram marcar presença e dizer
da real necessidade de haver a regulamentação da profissão e a definição do piso
salarial.
Quero dizer que a escola que criou o Programa Saúde da Família e também a
figura do agente comunitário de saúde e de combate a endemias é a escola cubana,
uma escola de medicina que procura atuar mais profilaticamente do que tratar as
doenças, que procura evitar que as pessoas fiquem doentes. Esse é o papel do
agente comunitário de saúde, que consegue fazer a identificação e, com isso, atuar
de maneira muito mais presente na vida das pessoas, com capilaridade. É a saúde
na presença da vida das pessoas, nos mais distantes locais de todas as cidades
deste Brasil.
Parabenizo os agentes comunitários de saúde pela atividade e atuação e
reconheço que nós precisamos mudar substancialmente a nossa escola de
formação de medicina, para que cada vez mais possamos prever e não tratar as
doenças.
Quero aproveitar para fazer uma homenagem aos economistas. Hoje é o Dia
do Economista, profissional que, já no tempo da instabilidade econômica, da alta
inflação, era muito demandado pela necessidade que, naquela conjuntura, tinham o
País, os Estados e também as empresas de respostas rápidas para aquele
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momento. Os economistas desempenham hoje um papel muito mais importante do
que o daquele momento, porque estão encarregados de fazer o planejamento, de
desenhar as linhas em que um país, uma cidade, um Estado se desenvolve.
Parabenizo os economistas. Eu, que sou bacharel em Economia pela
Universidade Federal do Piauí, não podia deixar de dar aqui o meu testemunho em
favor desse grande profissional e também o meu reconhecimento de sua
importância para o desenvolvimento desse Estado, deste País, desta Nação, um
desenvolvimento cada vez mais distribuído, atingindo todas as camadas da
sociedade. Através do trabalho dos economistas, cada vez mais podemos distribuir
a riqueza em nosso País.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Deputados Silvio Costa, Edmar
Arruda e Marcon, na sequência, com 3 minutos para cada. (Pausa.)
O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Presidente Amauri, uma informação, por favor, em respeito aos Deputados, aos
cidadãos e cidadãs que estão nas galerias há pelo menos 4 horas, esperando o
início da Ordem do Dia: qual é a informação que nós temos quanto ao nosso
trabalho?
Não dá para esperar. São 20h36min. Vai haver ou não Ordem do Dia? Basta
dizer isso. É questão de respeito aos Parlamentares e a quem nos assiste.
(Manifestação nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - A informação oficial é de que os
Líderes ainda estão reunidos. O Presidente da Casa pediu mais um tempo e vai
voltar a informar se haverá ou não Ordem do Dia. Está reunido, ainda, o Colégio de
Líderes. Em tese, nós votaremos ainda hoje a PEC do orçamento impositivo.
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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Tem a palavra o Sr. Deputado Silvio
Costa, que dispõe de 3 minutos.
O SR. SILVIO COSTA (PTB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu quero começar fazendo um apelo a V.Exa. Esta sessão começou às
17h30min e, regimentalmente — veja o que eu estou dizendo a V.Exa.:
regimentalmente —, se chegarmos às 21h30min sem que o debate da Ordem do Dia
tenha sido iniciado, V.Exa. terá que encerrar a sessão. Ponto final.
Esse Presidente Henrique, Deputado Chico Alencar, é candidato à reeleição
já, porque ele pode ser candidato à reeleição. (Manifestação nas galerias.)
Essa PEC do orçamento impositivo — sou contra sua aprovação, acho um tiro
no pé desta Casa, mas na hora certa vamos discuti-la — há muito tempo vem sendo
discutida. Mas, de repente, marcam uma reunião para às 17h30min, três ou quatro
se reúnem, ficam de telefonema para lá, telefonema para cá com o Palácio do
Planalto, numa clara falta de respeito para com esta Casa, e não se resolve nada.
Então, eu quero pedir a V.Exa., Sr. Presidente, que não ceda a nenhum
apelo: pelo Regimento, às 21h30min a sessão tem que ser encerrada.
Agora, em respeito aos que estão nas galerias, eu quero dizer — não quero
citar nomes — que se há uma coisa a que eu tenho horror é à demagogia, à fala
fácil. (Palmas nas galerias.)
O povo brasileiro, se soubesse, fazia uma agenda e a cada dia lotava essas
galerias. Todas as vezes que essas galerias estão lotadas, a quantidade de
demagogos que aparece aqui é uma coisa absurda. (Palmas nas galerias.)
Só há uma pessoa, atualmente, que pode resolver o problema de vocês: o
Presidente Henrique Eduardo Alves. (Manifestação nas galerias.)
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Agora, eu quero lhes dizer que todo mundo aqui vai votar a favor de vocês.
Estou sabendo que já estão se cotizando para comprar pão e não sei o quê, que
estão dizendo que vão dormir aqui. Isso está errado, isso é demagogia. Estou
falando a verdade. Sabem por quê? Porque mesmo que o Presidente queira votar
hoje a PEC, ele não pode. Ele não pode. (Apupos nas galerias.)
É o Regimento da Casa — eu não estou mentindo, eu não sou irresponsável.
Ele não pode por conta do Regimento.
O que ele pode fazer? Ele pode assumir o microfone e dizer que, quando a
pauta não estiver mais trancada, o primeiro projeto que ele vai colocar em votação é
o Projeto de Lei nº 7.495. Isso ele pode dizer. Na hora em que ele disser isso, nós
vamos cobrar. Mas, se essa sessão for até meia-noite, muitos vão aparecer
querendo fazer política fácil.
Por respeito aos senhores — compreendam: respeito —, todo mundo vai
votar a favor do projeto. Esperem o Presidente Henrique Eduardo chegar. Se ele
chegar, vamos cobrar dele quando colocará o projeto em votação. Aí, nós teremos
uma solução. Mas não dá para dizer: vamos dormir aqui, vamos fazer cotinha para
comprar pão, que isso é demagogia pura.
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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Concedo a palavra ao Deputado
Edmar Arruda. Em seguida, terão a palavra os Deputados Marcon e Francisco
Escórcio.
O SR. ESPERIDIÃO AMIN - Sr. Presidente, só quero dar uma informação. O
Deputado Silvio Costa não será traído pelo Governo duas vezes na mesma noite. Só
uma vez.
(Manifestação nas galerias. Nós não queremos pão! Queremos votação! Nós
não queremos pão! Queremos votação!)
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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Com a palavra o Deputado Edmar
Arruda. S.Exa. dispõe de 3 minutos.
O SR. EDMAR ARRUDA (PSC-PR. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores aqui presentes, queria pedir a
gentileza...
O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Pessoal, vamos respeitar. Só um
momento. Eu vou refazer o tempo do Deputado Edmar Arruda. Esta é a Casa do
Povo e, é claro, é tolerante. Mas o Deputado está com a palavra, e nós pedimos
respeito, da mesma forma que respeitamos vocês. Estamos tendo por vocês o maior
respeito, o maior apreço.
Eu já pedi a um funcionário que fosse ao Colégio de Líderes, e nós estamos
tomando as providências. Nós temos o maior respeito, o maior apreço por vocês,
mas eu lhes peço que respeitem o nosso Parlamentar.
Com a palavra o Deputado Edmar Arruda.
O SR. EDMAR ARRUDA - Obrigado, Sr. Presidente. Eu gostaria de pedir a
atenção a todos os que estão nas galerias. Vocês já ouviram aqui os mais diversos
discursos. É interessante que colegas Deputados venham aqui e digam: “Esta Casa
tem que fazer isso, esta Casa tem que fazer aquilo”. Eu não sei por que isso está
acontecendo.
Vejam bem os senhores e as senhoras, só uma pessoa pode resolver este
assunto, que interessa a todos vocês. Todos os Deputados que usaram da palavra
assumiram o compromisso de votar a favor, inclusive eu, que já usei o microfone
para dizer que eu, Deputado Edmar Arruda, e que a bancada do meu partido, o
PSC, vamos votar a favor de vocês. Mas só há uma pessoa: a Presidente Dilma
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Rousseff. Eu vou explicar a vocês por quê. Eu acho que nós precisamos negociar
aqui o que é possível. É interessante que nobres Deputados e Deputadas venham
ao microfone e exijam que esta matéria seja votada hoje. Isso é enganar esse
pessoal. Nós não temos esse direito. Nós conhecemos o Regimento. A pauta está
trancada por causa de um regime de urgência da Presidente Dilma. Só se pode
colocar em pauta depois que a Presidente Dilma retirar o regime de urgência. E nós,
Deputados, ficamos falando que tem que votar? Nós ficamos dizendo que esta Casa
é responsável? O que é isso?
Nós queremos, sim, que o nosso Presidente, o Presidente desta Casa, venha
aqui e assuma conosco, Deputados, e com os senhores e as senhoras que o
primeiro projeto que vai ser votado, após a retirada do regime de urgência pela
Presidente Dilma, será o de vocês.
Deixem-me dizer uma coisa aos senhores. Não me solicitaram fazer esta
defesa, mas, se o Presidente Henrique Eduardo Alves chegar aqui, sentar naquela
cadeira de Presidente e assumir este compromisso, vocês podem ter certeza
absoluta de que esse compromisso será honrado.
Eu não sei quem coordenou a vinda de vocês a esta Casa neste dia, sabendo
que este projeto não poderia ser votado. As pessoas que trouxeram vocês aqui
deveriam saber que hoje, por mais que nós, os 512 Deputados, quiséssemos, não
poderá ser votado.
Nós vamos permanecer aqui e vocês vão permanecer aí. O Presidente
Henrique Eduardo Alves vai ter que vir aqui e assumir este compromisso conosco.
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Sr. Presidente, eu fico muito chateado, como Deputado desta Casa, ao saber
que hoje aqui será votado, ou seria votado — já não sei mais — o projeto das
emendas impositivas.
Nós conversamos, nós discutimos o projeto, nós o levamos às bancadas, nós
chegamos a uma conclusão. Estamos aqui há 2 horas esperando o término da
reunião de Líderes. Os Líderes estão achando que vão chegar aqui e nos fazer
imposições goela abaixo? Isso não é possível! Isso é falta de respeito com os
Deputados!
Sabem o que nós deveríamos fazer? Nós deveríamos ir embora. Nós
deveríamos encerrar a sessão. Nós não podemos permitir esse tipo de coisa.
Eu quero dizer a todos os senhores e a todas as senhoras que estão aqui que
eu defendo vocês, vou defender, e eu não votarei nenhum projeto nesta Casa
enquanto o projeto de vocês não for colocado em votação.
Muito obrigado. (Manifestação nas galerias.)
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Antes de conceder a palavra ao
Deputado Marcon, quero comunicar que um funcionário da Mesa foi ao Colégio de
Líderes e nos informa que a reunião continua. Ela está sendo fechada. Encerrada a
reunião, o Presidente volta a presidir a sessão.
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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Concedo a palavra ao Deputado
Marcon. S.Exa. dispõe de 3 minutos.
O SR. MARCON (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e
Srs. Deputados, quero dar um abraço caloroso nos trabalhadores agentes de saúde
do nosso País.
Em movimento que tem autonomia não são os políticos que vão dizer a hora
em que se deve vir à Câmara Federal. Meus parabéns a vocês por estarem aqui
hoje. É isso que tem de ser feito. Se todas as categorias deste País viessem para a
Câmara, eu tenho certeza de que muitos projetos que tramitam nesta Casa — como
o de vocês — teriam sido votados há muito tempo.
Meus parabéns. É assim que eu entendo o movimento social.
No dia de hoje, eu, que sou do Rio Grande do Sul, recebi várias caravanas no
meu gabinete: do Ceará, do Sergipe, de outros Estados. Vocês são aqueles que
vão, dia a dia, à casa do povo brasileiro. É por isso que esta Câmara deveria ter
mais respeito, e não jogar a culpa na Presidente Dilma Rousseff. Os Deputados e o
Presidente da Câmara é que deveriam colocar em votação esse projeto, porque
esse é um projeto que dá dignidade aos trabalhadores que iniciam um trabalho na
saúde, os agentes de saúde.
Uns ganham um salário mínimo, outros nem isso ganham, porque fazem um
trabalho articulado pelas comunidades. Eu entendo que o trabalho do agente de
saúde é visitar a família, visitar o trabalhador pobre. É por isso que esta Câmara não
vota. Não vota, porque vocês realizam um trabalho social voltado para os mais
pobres, para os mais humildes do nosso País.
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Meus parabéns à categoria! Meus parabéns a vocês por estarem aqui! Se nós
não votarmos o projeto hoje, vocês têm que voltar outras vezes.
Igual a esse, temos o Programa Mais Médicos, da Presidenta Dilma.
Setecentos Municípios não têm médicos neste País. Existem médicos para os quais
temos que tirar o chapéu, porque atendem a população onde ela está, mas existem
médicos que estão preocupados com os bolsos deles, estão preocupados com eles
mesmos e não com a população brasileira.
Vocês são uma categoria que tem preocupação com a saúde. Por isso que o
piso nacional tem que ser votado. Temos que votá-lo e aqui temos de ter
responsabilidade. Se há alguém que tem a responsabilidade de votar somos nós e
não o Executivo. Aquele que joga para o Executivo é porque não quer votar esse
projeto.
O Presidente Henrique Eduardo Alves tem que vir aqui dizer: “Eu quero votar.
Eu quero votar”. Se tem acordo de Liderança, o projeto pode ser votado hoje.
Boa luta! Boa vitória!
Contem com este humilde Deputado que vê o SUS como o Sistema Único de
Saúde para salvar a população brasileira.
Obrigado! E boa vitória!
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Com a palavra o Deputado Francisco
Escórcio, do PMDB do Maranhão, por 3 minutos.
O SR. FRANCISCO ESCÓRCIO (PMDB-MA. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, demais colegas, povo do meu Brasil, quero falar para esses
trabalhadores que fazem muito bem a esta Nação.
Os senhores têm o respeito deste Parlamento, tenho certeza absoluta. O que
fizeram com os senhores não pode ser feito aqui. Enganaram os senhores, porque
sabiam que a pauta estava trancada.
Eu, na qualidade de Vice-Líder do PMDB, vou fazer um acordo com os
senhores. O Presidente desta Casa é um homem honrado e digno e vai honrar o
compromisso que fizer com os senhores, assim como fez outras vezes com outras
categorias. Vou agora atrás de S.Exa., para poder firmar um acordo e colocar
urgentemente na pauta essa matéria. Essa votação é necessária para a população
brasileira, principalmente para os mais humildes deste País.
Então, eu vou sair daqui e vou falar com o nosso Presidente, para que S.Exa.
honre o compromisso que tem com esta Pátria.
Eu tenho aqui já o compromisso de votar a favor dessa categoria que faz
muito bem ao Brasil.
Muito obrigado! Felicidades a todos! (Palmas nas galerias.)
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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Alguns Líderes já retornaram:
Deputado André Figueiredo, Deputado Rubens Bueno. Os Líderes já estão
retornando e, provavelmente, o Presidente está se dirigindo ao plenário. (Pausa.)
O SR. RUBENS BUENO - S.Exa. já está ao seu lado, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - O Presidente já chegou. Nós vamos
passar a Presidência a S.Exa., para começar a Ordem do Dia.
O SR. RUBENS BUENO - Sr. Presidente.
O Sr. Amauri Teixeira, nos termos do § 2º do art.
18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,
que é ocupada pelo Sr. Henrique Eduardo Alves,
Presidente.
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V - ORDEM DO DIA
PRESENTES OS SEGUINTES SRS. DEPUTADOS:
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - A lista de presença registra
o comparecimento de 472 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Eu quero, antes de começar
a Ordem do Dia, registrar, com muita alegria, com muita honra, a presença neste
plenário, que é a Casa de todos eles também, dos agentes de saúde que estão nas
galerias acompanhando a sessão.
Nós sabemos do pleito deles e temos consciência de seus direitos. Eles
sabem que eu estou intermediando conversas com o Governo para tentar viabilizar,
realizar um sonho e um direito deles. Inclusive, amanhã, já tenho agendada uma
conversa com o Ministro da Saúde e com os representantes dos agentes de saúde.
As coisas estão caminhando democrática e respeitosamente.
Então, faço questão de agradecer a presença a todos e sei que todos
saberão, de forma respeitosa, acompanhar a sessão desta noite no plenário da
Câmara dos Deputados.
Muito obrigado. Peço uma salva de palmas para os nossos agentes de saúde
que aqui estão nos acompanhando. (Manifestação nas galerias.)
O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, uma questão de ordem.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Passa-se à apreciação da
matéria sobre a mesa e da constante da Ordem do Dia.
PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 565-B,
DE 2006
(DO SENADO FEDERAL)
Discussão, em primeiro turno, da Proposta de
Emenda à Constituição nº 565-C, de 2006, que altera os
arts. 57, 165, 166, e acrescenta art. 165-A, todos da
Constituição Federal, tornando de execução obrigatória a
programação constante da lei orçamentária anual; tendo
parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de
Cidadania, pela admissibilidade desta e das de nºs
169/03, 385/05, 465/05, 46/07, 96/07, 281/08, 321/09,
330/09, 20/11, 145/12, 152/12, 189/12, 192/12, 201/12 e
232/12, apensadas (Relator: Dep. Paulo Maluf); e da
Comissão Especial pela admissibilidade das Emendas de
nºs 1 a 18, e, no mérito, pela aprovação desta e das de
nºs 169/03, 385/05, 46/07, 96/07, 321/09, 20/11, 152/12,
189/12, 192/12, 201/12 e 232/12, das Emendas de nºs 1 a
6, 8 a 13 e 15 a 18, com substitutivo; e pela rejeição das
PECs de nºs 465/05, 281/08, 330/09 e 145/12 e das
Emendas de nºs 7 e 14 (Relator: Dep. Edio Lopes).
(Orçamento Impositivo) Tendo apensadas (15) as PECs
de nºs 169/03, 385/05, 189/12, 192/12, 20/11, 152/12,
201/12, 232/12, 281/08, 321/09, 46/07, 96/07, 330/09,
145/12 e 465/05.
O parecer foi aprovado com substitutivo.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Há oradores inscritos, mas
antes eu tenho o dever de fazer um esclarecimento, pedindo desculpas ao Plenário,
por somente estar iniciando a Ordem do Dia agora. Nós passamos o dia todo em
negociações, em conversas políticas com os partidos, com o Governo, para que esta
matéria não seja derrota de governo, nem vitória de oposição. Esta matéria não tem
que ter nem vencedores, nem vencidos. Esta matéria só tem um vitorioso, único,
claro, que é o Parlamento brasileiro, na sua altivez, na sua dignidade e na sua
independência. Por isso, somente a esta hora, nós conseguimos chegar a esta
decisão.
E quero aqui colocar mais uma informação importante. Nós tentamos durante
todo o dia — todo o dia — construir uma emenda aglutinativa, com textos que
aperfeiçoassem o projeto da Comissão Especial. As negociações políticas
avançaram muito, mas chegou-se a um ponto de percentual destinado à saúde, que
é uma iniciativa desta Casa, deste Parlamento, que poderia correr risco. Já que não
há emenda que embase, que sustente a aglutinativa nesse item, nós resolvemos
não correr risco nenhum e, portanto, votar apenas o projeto aprovado na Comissão
Especial. Aprovado nesta Casa vai ao Senado, o Senado fará os aperfeiçoamentos
que considerar necessário, volta para esta Casa, e aí, sem risco regimental algum,
nós poderemos adotar as modificações que quase foram acordadas 100% hoje. Mas
não era recomendável uma emenda aglutinativa que constasse um item apenas,
mas que não tinha embasamento regimental, porque não tinha emenda lá atrás que
o sustentasse.
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Para não correr esse risco — nós não quisemos nadar, nadar e morrer na
praia —, vamos votar, então, o texto regimentalmente correto, aprovado por
unanimidade, com exceção do voto do Deputado Molon, na Comissão Especial.
Então é esse o texto que passo, portanto, à discussão...
O SR. VANDERLEI MACRIS - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Tem V.Exa. a palavra.
O SR. VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, tenho a impressão de que todo o trabalho que V.Exa. fez
foi na direção correta do entendimento e, até para facilitar, uma vez que o debate
dessa matéria já foi devidamente esgotado, peço para retirar a minha assinatura
como um dos debatedores, a fim de facilitar a votação dessa proposta.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Obrigado. Agradeço a
colaboração a V.Exa.
Passo a palavra ao Deputado Enio Bacci, do PDT do Rio Grande do Sul. O
Deputado está presente? (Pausa.)
O SR. EDUARDO CUNHA - Sr. Presidente, eu queria fazer uma questão
rapidamente.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Deputado Eduardo Cunha.
O SR. EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, eu queria fazer dois pedidos a V.Exa.
Em primeiro lugar, cumprimento V.Exa. pela atitude. Em segundo lugar, peço
a V.Exa., porque nós vamos ter duas votações nominais — há um DVS para suprimir
uma expressão — com quórum de 308 Deputados, que abrisse o painel, iniciasse a
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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votação e os oradores falassem. Eu pediria isso para não perdermos tempo, já que
são duas votações. (Muito bem. Palmas.)
O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Consulto os Líderes.
Se estiverem todos de acordo permaneçam como se encontram.
O SR. MIRO TEIXEIRA - Questão de ordem.
O SR. AROLDE DE OLIVEIRA (PSD-RJ. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - O PSD está de acordo.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Tem a palavra o Deputado
Miro, para uma questão de ordem.
O SR. MIRO TEIXEIRA (PDT-RJ. Questão de ordem. Sem revisão do orador.)
- Eu estou inscrito e também retiro a minha inscrição. Agora, submeto à apreciação
do Plenário, especialmente à do Relator, o que consta do projeto como saiu da
Comissão e constava também do texto do acordo.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Chamo atenção do Relator
Edio Lopes.
O SR. MIRO TEIXEIRA - A propósito de ser feito antecipadamente, nada a
opor à abertura do painel.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - O.k. Obrigado, Deputado
Miro.
O SR. MIRO TEIXEIRA - É apenas para colaborar.
No art. 2º, acrescenta-se o § 9º ao art. 166, da Constituição Federal. Diz o §
9º: “As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão: (...)” Essa
expressão “emendas individuais” faz parte do jargão parlamentar. Mas a minha
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impressão — é uma impressão à primeira vista e por isso não vou criar nenhum
embaraço aqui nem nada — é de que isso deve ser discutido, para que esse projeto
não seja restritivo em relação ao direito de o Parlamentar emendar o Orçamento de
um modo geral.
O que se está querendo tornar impositivo é uma parcela, porém não se está
querendo limitar a capacidade de emendamento do Parlamentar exclusivamente a
esta parcela; apenas, o restante não é impositivo.
Eu penso que isso — como está, salvo melhor juízo, eu peço licença à
divergência para dizê-lo — poderá ser questionado, sim, por entidades, não só pelo
Governo Federal, pelo Presidente da República, mas por outras entidades, porque
pode retirar prerrogativa de Parlamentares.
Porém, eu não tenho o menor embaraço quanto à abertura do painel e, em
função disso aqui, apenas em função disso, eu particularmente vou votar “não”. O
PDT vai votar “sim”. Eu quero dizer que o PDT vota “sim”, mas eu estou liberado
para dar meu voto contrário.
É só isso.
O SR. SIMPLÍCIO ARAÚJO (PPS-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, eu estou inscrito e gostaria também de abrir mão da minha inscrição.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Muito obrigado, Deputado.
O SR. SIMPLÍCIO ARAÚJO - Sugiro a V.Exa. que abra o painel para votação
e, durante a votação, siga a ordem de inscrição, para que possamos ter a
oportunidade de falar sobre o projeto.
O SR. ONYX LORENZONI (DEM-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, o Democratas apoia a abertura do painel.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Todos os Líderes que
apoiam permaneçam como se encontram.
O SR. SIMPLÍCIO ARAÚJO - O.k., Sr. Presidente. O PPS apoia. Vamos lá.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Em votação o substitutivo
adotado pela Comissão Especial à Proposta de Emenda à Constituição nº 565, de
2006, em primeiro turno, ressalvado o destaque.
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O SR. ONYX LORENZONI (DEM-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, sugiro a orientação “sim” de todas as bancadas.
O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Concordamos, Sr. Presidente. Concordamos.
O SR. SILVIO COSTA (PTB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, o PTB orienta “sim”, mas o meu voto é “não”.
O SR. ONYX LORENZONI - Sr. Presidente, a orientação “sim” de todas as
bancadas.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - A Presidência solicita...
O SR. DR. ROSINHA - Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Todas as Lideranças
concordam com a manifestação “sim”?
O SR. DR. ROSINHA (PT-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, o Líder do Partido dos Trabalhadores não está aqui. Então, eu acho que
não dá para autorizar, para colocar “sim” em nome do nosso partido. O Líder está
ausente. Eu mesmo estou inscrito para falar contrariamente. Eu não aceito a
votação. Primeiro devemos manifestar as posições para depois votar.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Vamos retirar, então, o “sim”
do PT e aguardar a manifestação do Líder.
A Presidência solicita a todas as Sras. Deputadas e a todos os Srs.
Deputados que tomem os seus lugares, a fim de ter início a votação pelo sistema
eletrônico.
Está iniciada a votação.
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Convoco todos os Srs. Parlamentares a comparecerem ao plenário desta
Casa para esta votação histórica do Parlamento brasileiro.
Enquanto se processa a votação, com a palavra o Deputado Enio Bacci, do
PDT do Rio Grande do Sul.
O SR. ENIO BACCI (PDT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, quero pedir licença também ao meu partido
para discordar da proposta. Não o faço em relação ao mérito, mas a partir de uma
avaliação jurídica.
Sinceramente, eu acredito que esta proposta é inconstitucional. Aprendi que o
Executivo executa, o Legislativo fiscaliza e o Judiciário julga. Só que,
lamentavelmente, o Judiciário está legislando, o Legislativo vai executar, e coisas
parecidas.
Então eu quero pedir licença, inclusive a V.Exa., que é um dos mentores
desta proposta, não discordando do mérito. Acho que as emendas parlamentares
vão distribuir de forma mais justa os recursos por todos os recantos deste Brasil,
mas me preocupa que esta proposta, ao ser questionada no STF, possa ter alguma
dúvida em relação à constitucionalidade ou não.
Por isso é que eu quero fazer esse registro como um Deputado que está aqui
há 20 anos, Sr. Presidente. Eu aprendi a ser um Deputado sem emendas
orçamentárias. Eu me elegi em 1994, com Fernando Henrique Cardoso. Nós
estávamos na Oposição, e, por três legislaturas, não liberei uma emenda sequer.
Passei 12 anos nesta Casa sem liberar uma emenda e sempre me reelegi, sempre
trabalhei em cima de bandeiras, sempre trabalhei a partir de teses. Sempre fui um
Deputado regional que trabalhou a partir do voto e da representação distrital.
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Portanto eu não vejo aqui essa necessidade premente, para que um bom
Parlamentar possa exercer o seu mandato, de ter esse orçamento impositivo, até
porque, por uma questão de justiça, nós deveríamos estender essa questão aos
Estados e Municípios, para que os vereadores também, de forma impositiva,
pudessem decidir onde o prefeito deveria fazer o gasto de 1%, ou seja lá qual for o
percentual.
Eu sei que sou uma voz praticamente isolada — a grande maioria aqui vai
aprovar essa proposta —, mas eu tenho convicção. Não saberia o que dizer a meus
colegas advogados que pensam como eu. Eu vejo uma inconstitucionalidade. Eu
não vejo essa questão de uma forma pacífica. Por isso acho que o diálogo, a
negociação precisa continuar, Sr. Presidente, nessa tramitação daqui para o Senado
e depois, quem sabe, retornando para cá. É preciso continuar o diálogo do Governo
com os Parlamentares, o diálogo do Governo com a Oposição, até porque, como
V.Exa. disse, essa não é uma questão de governo ou de oposição, mas é uma
questão de legisladores.
Nós não estamos legislando para nós. Estamos legislando e eventualmente
mudando a Constituição, que vai valer por décadas; quem sabe, por séculos. E aí eu
não quero ver este Parlamento por décadas e séculos legislando e trabalhando em
cima de emendas parlamentares. Eu prefiro este Parlamento discutindo teses,
brigando por questões polêmicas, sim, mas que avancem da questão numérica de
recursos para um ou outro prefeito.
Enquanto elas existirem, todos nós vamos fazer nossas indicações, mas o
caminho é, logo adiante, extinguir essas emendas parlamentares, criar-se um fundo
ou uma forma de levar recursos, sim, para os Municípios do interior, mas não
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necessariamente fazendo com que os prefeitos venham com o pires na mão aos
nossos gabinetes, e nós, com o pires nas mãos, vamos aos Ministros e ao
Executivo.
Portanto, Sr. Presidente, por entender que é inconstitucional a proposta,
respeitando todas as opiniões diferenciadas, eu voto “não”.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Quero lembrar ao Plenário
que vamos ter duas votações nominais que serão realizadas rapidamente. Porém, é
importante que todos permaneçam em plenário.
Concedo a palavra ao Deputado Arlindo Chinaglia.
O SR. ARLINDO CHINAGLIA (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, eu queria fazer um pedido a V.Exa., porque não houve
encaminhamento por parte da Liderança do Governo e lá está registrado “sim”. Eu
quero registrar que estou aguardando a presença do Líder do PT, porque ele
propôs, ao final da reunião coordenada por V.Exa., que nós queríamos fazer um
pré-acordo para que, uma vez voltando do Senado, partíssemos da discussão —
não o texto original, mas com a participação de todos os Líderes da base, sem
exceção — para um patamar de negociação que foi acordado.
Peço a V.Exa., então, que retire o “sim” neste momento. Eu quero dialogar
com o PT, até para vermos o melhor encaminhamento para o conjunto da base do
Governo.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - O.k.
Com a palavra o Deputado Silvio Costa.
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O SR. SILVIO COSTA (PTB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu sei que o efeito da minha fala aqui hoje, do ponto de vista do
resultado, será menos um, porque a essa altura já votaram 217 e deve ter 215 a
favor. Eu já votei, e votei contra. Agora, não é a primeira vez que eu voto contra aqui
e, no futuro, eu estava, modéstia à parte, certo.
Na votação da PEC dos suplentes de vereadores — eu vou relembrar que
havia aqui 2 mil suplentes —, disse que aquela PEC não aguentaria 30 segundos no
Judiciário e levei uma vaia. Ela foi aprovada aqui, por maioria, mas caiu no
Judiciário.
Semana passada, aprovaram aqui a PEC da Defensoria Pública, com três
votos contra, e eu fui um dos que votaram contra. Hoje, quero dizer, mais uma vez,
que sou contra, por quatro motivos. Quatro! O primeiro é que, na verdade, ela é
inconstitucional, porque a execução é prerrogativa do Executivo. Segundo ponto,
este orçamento impositivo, na verdade, é um grande tiro no pé. Sabe quem está
gostando, Presidente? Os advogados. É muito sério o que eu vou dizer aqui agora:
os advogados estão vibrando com esse orçamento impositivo.
Hoje, manda-se uma emenda para um prefeito. Se aquela emenda der um
problema, não se tem responsabilidade nenhuma, porque a mandou para o prefeito.
Muito bem. Eu conversei com o competente Deputado Jutahy Magalhães Junior, e
ele também acha isso. Hoje, o orçamento é impositivo. Manda-se a emenda,
Deputado João Campos, para um prefeito. Lá na frente, aquela emenda dá
problema; a Polícia Federal cai em cima do prefeito, o Ministério Público Federal cai
em cima do prefeito, todo mundo cai em cima do prefeito, apertando-o. Ele vai dizer:
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“Não, eu queria colocar o dinheiro na saúde, mas como a emenda era impositiva, o
Deputado me mandou colocar ali”.
Em tese, passar-se-á a ser ordenador de despesas. Por isso é o paraíso dos
advogados. Eu sei que não vai adiantar nada. V.Exas. vão aprovar. Claro que
V.Exas. vão aprovar.
Outra questão. Na verdade, nós precisamos ter responsabilidade pública. O
Orçamento brasileiro, 88,5%...
(O Sr. Presidente faz soarem as campainhas.)
O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, eu estou com a palavra.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra o Deputado
Silvio Costa.
O SR. SILVIO COSTA - V.Exas. têm que entender que 88,5% do Orçamento
já é engessado. V.Exas. querem engessar mais 1% do Orçamento? Vai prejudicar
qualquer Executivo.
Então, eu estou votando aqui, com o maior prazer do mundo, porque eu sei
que esta Casa hoje está cometendo um erro histórico, mas não com o meu voto.
Agora, Sr. Presidente, parabéns! V.Exa. tem conduzido esta Casa muito bem.
V.Exa. vai se reeleger, em 2015, com essa bandeira aqui. Eu sei que V.Exa. não
está votando isso por causa disso. Mas se quiser ser candidato em 2015 — espero
estar aqui — será imbatível, porque está honrando o seu compromisso de
campanha. É um compromisso inconstitucional, mas V.Exa. o está honrando.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Mui amigo V.Exa.! Mui
amigo V.Exa.!
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Vou conceder a palavra a
dois Líderes que hoje citaram regimentalmente o direito à palavra, o Deputado
Anthony Garotinho... Mas eu pediria ao Deputado José Guimarães que falasse
antes, porque falta orientar a bancada do PT. Então, peço licença ao Deputado
Garotinho para antecipar a palavra do Líder para orientar o voto do PT, por se tratar
de votação importante nesta Casa.
Deputado José Guimarães, o PT aguarda a orientação da sua Liderança.
Então, peço a V.Exa. que fale antes do Deputado Garotinho.
Com a palavra o Líder do PT, Deputado José Guimarães, que certamente
orientará a sua bancada quanto ao voto importante desta noite no Parlamento
brasileiro.
O SR. JOSÉ GUIMARÃES (PT-CE. Como Líder. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, a minha ausência momentânea na
abertura da sessão que analisa a PEC 565 deveu-se — terminamos há pouco a
reunião do Colégio de Líderes com V.Exa. — ao fato de eu ter ido ao Senado
Federal encontrar o Presidente Rui Falcão e o Presidente Lula. Por isso eu me
atrasei. Isso não é objeto de nenhuma omissão, muito menos de qualquer saída
para evitar o debate político aqui. Fui ao Senado, mas já estou de volta, meus
companheiros de bancada, para orientar a nossa bancada.
É importante relatar para as Sras. e os Srs. Parlamentares que nós fizemos
um grande esforço, e a bancada do PT, seguindo a orientação de ontem à noite da
Presidente Dilma Rousseff, trabalhou em parceria com vários Líderes para
fecharmos um acordo em torno da votação do chamado orçamento impositivo.
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As reuniões se realizaram, os avanços foram enormes. Eu diria que nós
chegamos a 95% de pontos acordados com a Ministra Miriam Belchior e com a
Ministra Ideli Salvatti, sob a orientação do Governo. Trabalhamos uma proposta,
desde ontem à noite, de destinar 50% dos recursos das emendas impositivas —
essa era a minha posição, a posição da bancada — para a saúde e para a educação
neste momento importante da vida política nacional.
Hoje, pela manhã, nós avançamos no Colégio de Líderes e, sob a
coordenação do Presidente Henrique Eduardo Alves, nós fechamos um acordo para
destinar 30% das emendas impositivas à saúde. Na parte da tarde, a conversa
evoluiu no Palácio do Planalto com os Líderes da base. Com a aquiescência da
Oposição, nós evoluímos para um terço das medidas serem destinadas à saúde,
como forma de nós sinalizarmos ao País que temos compromisso com a mudança,
com a melhoria da qualidade da saúde pública e da educação pública em nosso
País.
Ao final, o Presidente Henrique Eduardo Alves comunicou-nos, após diálogo
permanente com o Governo, da impossibilidade de apresentarmos uma emenda
aglutinativa que contemplasse o conjunto das negociações feitas durante o dia de
hoje. A emenda aglutinativa poderia levar a um processo de judicialização e poderia
comprometer aquilo que para nós é fundamental: destinar recursos para a saúde
pública.
Assim, os Líderes decidiram, na reunião com o Presidente Henrique, que era
importante voltar ao texto original. Voltar ao texto original significa — e eu anunciei
isso aos Deputados presentes e aos Líderes — a não concordância por parte da
bancada do PT, porque entendíamos, Sr. Presidente...
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(Manifestação nas galerias.)
(O Sr. Presidente faz soarem as campainhas.)
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Eu quero dar uma palavra
aos agentes de saúde. Eu quero dar uma palavra responsável aos agentes de
saúde. Todos os senhores sabem da nossa colaboração, do nosso empenho na
construção do sonho do direito dos senhores. Asseguramos hoje a participação de
todos, respeitosamente, nas galerias. E estão convidados a aqui comparecerem
amanhã, mais uma vez, com todo o nosso apoio. Mas é com um comportamento
respeitoso, comportamento respeitoso que este Plenário tem o direito de exigir como
contrapartida do respeito que demos.
(Manifestação nas galerias.)
(O Sr. Presidente faz soarem as campainhas.)
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra o Líder José
Guimarães.
O SR. JOSÉ GUIMARÃES - Meus cumprimentos aos agentes comunitários
de saúde, igualmente aos que estão aqui, nas galerias.
Sr. Presidente, é importante, portanto, com base nessa avaliação que foi feita
agora à noite no sentido de nós indicarmos... Ponderei aos Líderes que minha
posição, como Líder, era a de que não poderia concordar com a votação do texto
original saído da Comissão Especial.
Fiz um apelo aos Líderes para que retomássemos o texto acordado na
Comissão. Isso não foi possível por conta da preliminar colocada pelo Presidente
Henrique Alves. E nós vamos continuar defendendo que o Senado possa alterar o
texto. Aí, sim, quando voltar à Câmara, poderemos melhorar aquilo que para nós é
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central, que é a destinação de recursos das emendas parlamentares para a saúde e
para a educação, mas principalmente para a saúde.
Vários Parlamentares do PT, Sr. Presidente, me procuraram para dialogar
sobre isso. Eu entendo que, num momento como este, o melhor caminho para a
nossa bancada, comprometida com o Governo da Presidenta Dilma, comprometida
com os recursos para a saúde e para a educação, é entender que há opiniões
divergentes no conjunto da bancada: há companheiros que acham que se deve
votar contra o orçamento impositivo; há outros companheiros que se acham no
direito de votar favoravelmente.
Eu procurei, neste processo, construir uma alternativa, juntamente com os
Líderes, agora à noite. Isso não foi possível. Sendo assim, eu oriento a nossa
bancada a se sentir liberada a votar de acordo com aquilo que cada um achar
conveniente.
Vamos continuar defendendo os recursos para a saúde. Porém, diante da
situação criada, o melhor caminho para nós, da bancada — e eu oriento como Líder
—, é que ela seja liberada. Cada Deputado votará de acordo com sua consciência
nesta matéria.
Essa, Sr. Presidente, é a posição da bancada do PT, dizendo que vou
continuar lutando para que o texto do Senado possa destinar um percentual para a
saúde pública, pelo compromisso que nós temos com a melhoria dos serviços
públicos de saúde e de educação.
Essa é a orientação que faço para a minha bancada, Sr. Presidente.
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O SR. SARNEY FILHO - Sr. Presidente, peço a palavra para um
esclarecimento.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra o Deputado
Garotinho, que a havia solicitado como Líder.
O SR. SARNEY FILHO - Só um esclarecimento, Sr. Presidente!
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Pois não, Deputado Sarney.
O SR. SARNEY FILHO (PV-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Como
eu não soube da reunião de Líderes a tempo de nela chegar, eu só queria deixar
registrado que ainda há pouco ouvi no rádio do carro a palavra do Líder do Governo
dizendo que a unanimidade dos Líderes tinha aprovado um suposto acordo. Eu
quero só registrar que o Partido Verde não esteve presente à reunião, Sr.
Presidente. Só isso.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - O.k. Está registrado.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Concedo a palavra ao nobre
Deputado Anthony Garotinho, para uma Comunicação de Liderança, pelo PDT.
O SR. ANTHONY GAROTINHO (Bloco/PR-RJ. Como Líder. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, eu confesso que os meus sentimentos se dividem nesta
hora. Se, por um lado, eu fico feliz de ver a Câmara aprovar o orçamento impositivo,
eu fico triste pelo resultado do encaminhamento que foi dado, porque quem vai
perder são aqueles que precisam de saúde, os mais pobres, os mais humildes.
Havia duas propostas — isso é importante que você, que nos vê pela TV
Câmara, que nos ouve pela Rádio Câmara, saiba. Havia duas propostas. Uma
queria destinar 33% das emendas impositivas para a saúde. A outra proposta, à qual
eu me aliava, destinava 50% dos recursos para a saúde. Por causa de vaidade e de
caprichos, não vão ser nem 33% nem 50%, ou seja, o povo ficou com zero.
Lamentavelmente, eu sou obrigado a dizer que o meu sentimento hoje, se é
de alegria por ver realizado o sonho do orçamento impositivo, é de tristeza, porque
se há algo importante para o povo brasileiro, esse algo é a saúde.
Neste final de semana, Sr. Presidente, eu visitei diversos Municípios da região
noroeste do Estado do Rio de Janeiro. No pequeno Município de Varre-Sai, o povo
não tem um hospital em que possa ser atendido. No Município de Porciúncula, não
há uma UTI; as pessoas estão morrendo. Então, se as emendas são impositivas,
elas deveriam ser impositivas para aquilo que o povo mais precisa, que são recursos
para a saúde.
Estão aqui agentes comunitários de saúde que também não têm a sua vida
definida. Hoje, se o povo brasileiro tivesse que escolher uma, duas, três, quatro,
cinco prioridades, ele escolheria, em primeiro lugar, a saúde; em segundo lugar, a
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saúde; em terceiro lugar, a saúde; em quarto lugar, a saúde; e, em quinto lugar, a
saúde. E o que fizemos nós, Deputados? Tiramos do orçamento impositivo 33% ou
50% para a saúde, deixando livremente a cargo de cada Deputado e de cada
Senador.
Foi um erro. A história mostrará que nesta noite esta Casa deu um grande
passo ao aprovar o orçamento impositivo, mas deu um passo profundamente
equivocado ao não vincular pelo menos 33%. Eu desejava 50%, mas pelo menos
33% para a saúde pública no Brasil, que está agonizante. São as pessoas que
morrem porque não há remédio; são as pessoas que morrem porque chegam ao
hospital e não há médico; são as pessoas que morrem porque telefonam para o
serviço de atendimento e o atendimento não chega.
Hoje, em qualquer Município no Brasil, pequeno, médio ou grande, qualquer
pesquisa que se faça mostra que a saúde é o grande, o crucial, o maior problema do
povo brasileiro.
Lamentavelmente, no dia em que poderemos ter uma vitória completa, a
vitória da independência do Parlamento, a sua vitória, Presidente, que sempre lutou
pelo orçamento impositivo, fica meio que maculada; essa vitória fica meio que
manchada, porque nós deveríamos colocar aquilo que o povo pede nas ruas.
V.Exa. e os Deputados que aqui estão sabem. O que mais o povo pediu nas
ruas foi saúde; o que mais o povo pediu nas ruas foi atendimento decente em
hospitais e postos de saúde.
Por isso, Sr. Presidente, em nome da bancada do PR, nós lamentamos.
Votaremos a favor, encaminhamos a favor, mas nós gostaríamos que o orçamento
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impositivo estabelecesse que no mínimo 50% das emendas impositivas fossem para
a saúde.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Deputado Anthony
Garotinho, respeito profundamente V.Exa., mas tenho o dever de esclarecer — e
V.Exa. sabe — que a destinação para a saúde é uma iniciativa deste Parlamento.
Os 33% para a saúde não estão constando do projeto não por omissão deste
Plenário; apenas não poderia, por ser PEC, haver nenhuma alteração de mérito, a
não ser que houvesse uma emenda que amparasse qualquer alteração. Com os
33% para a saúde, Deputado Garotinho, V.Exa. sabe, todos os partidos
concordaram, só não está constando do texto por uma impossibilidade regimental,
não por omissão deste Plenário. Ficou acertada por iniciativa desta Casa, não do
Governo, a destinação de 33% para a saúde. Não é omissão desta Casa, não está
no texto porque não existe amparo regimental para que a modificação seja feita no
plenário.
Então, a bem da verdade, eu faço este esclarecimento, porque essa é uma
manifestação clara e unânime desta Casa, Deputado Garotinho. (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra o Deputado
Eduardo Cunha, que a havia solicitado, e depois o Líder Chinaglia.
O SR. EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) -
Em primeiro lugar, Sr. Presidente, queria cumprimentar V.Exa. pela coragem e pela
determinação no cumprimento da sua promessa de campanha de trazer para este
plenário a libertação do Parlamento da escravidão que era a liberação de emendas
parlamentares.
Hoje, neste ano de 2013, o Parlamento dá o segundo grande passo para a
sua real independência. O primeiro foi quando votamos no plenário do Congresso
Nacional o projeto de resolução que faz os vetos apostos após o dia 1º de julho
trancarem a pauta do Congresso Nacional, e em toda terceira terça-feira do mês —
terça-feira que vem, dia 20, haverá a primeira sessão acerca disso — vamos
analisar os vetos que já foram publicados há mais de 30 dias.
O segundo e maior passo V.Exa. está dando hoje, livrando tanto os
Parlamentares do Governo, que têm a pecha de que, quando recebem as suas
emendas, estão se vendendo ao votar com o Governo, quanto os da Oposição, que
têm que ficar subjugados a não terem as suas emendas porque não votam com o
Governo.
A partir de hoje, o Parlamento vai ter a grande oportunidade de cada um, ao
exercer a sua consciência, não ser cobrado com emendas pelo exercício dessa
consciência, em detrimento... Porque ninguém aqui se vende por emenda, mas
todas as vezes em que é liberado um recurso para emenda, é manchete do jornal:
“Parlamento recebeu 1 bilhão para votar a proposta do Governo. Recebeu 2
bilhões.” Isso, a partir de hoje, vai acabar.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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E V.Exa. falou muito bem: nós passamos hoje o dia inteiro negociando, uma
negociação que poderia ter sido feita no seu tempo devido e não o foi. Há muito
tempo se tentava negociar. Hoje, corretamente, se negociou. Chegou-se até a um
texto razoável, de consenso, que poderá perfeitamente ser adotado no Senado
Federal e ser correspondido nesta Casa. E foi V.Exa. quem levantou o problema da
saúde.
Eu quero deixar muito claro para o Plenário: a bancada de Deputados
Federais do PMDB, em documento público de uma reunião de bancada do dia 2 de
julho, declarou-se a favor do projeto de autoria do seu Parlamentar, o nobre
defensor da saúde, Deputado Darcísio Perondi, de destinação dos 10% da receita
bruta para a saúde. A Executiva Nacional do PMDB, na sua reunião de 3 de julho,
apresentou um documento oficial apoiando essa proposta.
Então, ninguém mais do que qualquer outro tem autoridade para falar em
defesa de recursos para a saúde do que o partido de que V.Exa. faz parte e honra
no exercício da Presidência desta Casa.
Nós queríamos, sim, colocar os recursos para a saúde. V.Exa. é testemunha
de que a minha proposta foi colocar não os 33%, mas sim os 40%. Infelizmente, não
houve consenso.
E está correto V.Exa. quando diz que não havia texto de emenda que
pudesse ser aglutinada. Emenda aglutinativa tem que aglutinar texto. Não há
nenhum texto de emenda prevendo vinculação à saúde. Aqueles que hoje vêm aqui
e bradam a favor da saúde poderiam, no âmbito da Comissão Especial, quando dela
fizeram parte, ter feito as suas emendas. Nós teríamos agora texto para votar.
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Depois que V.Exa. lançou a ideia, é muito fácil agora vir aqui cobrar algo que não
cabe a V.Exa. determinar que se faça.
Então, a sua decisão hoje está correta. Nós gostaríamos de ter votado o texto
que foi acordado hoje com o Governo, com a vinculação dos 33%, um terço para a
saúde. Esperamos que o Senado faça a correção.
O PMDB, a bancada do PMDB na Câmara se compromete, se o Senado fizer
a alteração da forma acordada hoje, a votar por essa alteração, com certeza
absoluta, de forma unânime. Se o Senado aumentar o recurso para a saúde, mais
do que um terço, eu tenho quase que certeza absoluta de que a bancada do PMDB
também apoiará.
Não posso falar isso sobre os outros partidos. O PMDB não é contrário a
colocar dinheiro para a saúde; quer colocar. Mas a maior vitória que nós temos hoje,
Sr. Presidente, não é discutir se vamos votar um terço para a saúde ou 40%. A
maior vitória que temos hoje não é se o texto sai com a vírgula A ou com a vírgula B.
A maior vitória que temos hoje é sair da escravidão em que o Poder Executivo podia
impor quando, quem e como recebe aquilo que é legítimo e justo das nossas
emendas parlamentares.
O PMDB agradece a V.Exa. por ter levado a cabo a sua promessa, bem como
o cumprimenta, o saúda e diz que está honrado com a sua presença na Presidência
da Casa.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra o Deputado
Chinaglia.
Antes de o Deputado Chinaglia falar, quero esclarecer: vamos parar com esta
história de falar mal de emenda parlamentar. Quem está falando aqui é um
Parlamentar que há 40 anos vive o dia a dia de emenda parlamentar.
Emenda parlamentar é um olhar desta Casa para Municípios, comunidades,
assentamentos; suas carências, seus sonhos, suas esperanças, que não chegam às
mesas ministeriais se não houver a correta interlocução dos seus representantes,
Deputados Federais e Senadores. Emenda parlamentar é um direito que cada
Município tem de gritar, de soltar o seu gemido, de fazer a sua reclamação de obras
pequenas que não chegam lá, a não ser por interlocução correta, legítima,
republicana do Parlamentar, seu representante.
É com muito orgulho que eu defendo, que eu assumo o direito de esta Casa
ter, sim, o orçamento impositivo, com respeito ao direito da emenda parlamentar.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra o Deputado
Arlindo Chinaglia.
O SR. ARLINDO CHINAGLIA (PT-SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, demais pares, primeiro, em homenagem àqueles que esperaram o
dia inteiro para vivermos este momento do chamado orçamento impositivo, parte do
informe já foi dado, mas eu queria, em breves palavras, continuar este informe.
Nós fizemos hoje a primeira reunião, às 8 horas da manhã, com a presença
da Ministra Miriam Belchior e também da Ministra Ideli Salvatti. E ali havia, eu diria,
três preliminares.
Primeiro, a Ministra Miriam, de forma correta e respeitosa, anunciou que as
observações que faria em nome do nosso Governo eram no sentido de procurar
fazer uma emenda à Constituição da melhor maneira e que garantisse a sua própria
funcionalidade, ou seja, que, uma vez aprovada, nós não tivéssemos algumas
disjuntivas que negassem aquilo que tivéssemos aprovado no âmbito da Câmara.
Como já foi dito aqui por outros Líderes, a partir dali, fomos discutindo ponto a
ponto, numa reunião de elevado nível. Nós, não sem alguma tensão, sem alguma
disputa, fizemos uma reunião que foi, do começo ao final, eu diria, uma reunião que
teve absoluto sucesso, aquilo que foi chamado aqui de consenso.
Havia duas preliminares. Uma colocada pelo Líder Eduardo Cunha. Ele falou:
“Olha, nós só podemos evoluir para um acordo na medida em que houver uma
garantia entre nós de que não haverá judicialização.”
A outra preliminar foi colocada por mim, porque nós tínhamos realizado uma
reunião ontem com a Presidenta Dilma e, naturalmente, por mais que estivéssemos
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confiantes no texto acordado, ela teria que ser consultada, especialmente numa
matéria orçamentária.
Qual é o problema que ao final levou o Presidente Henrique Eduardo Alves a
pautar o texto inicial da Comissão? Eu vou, ao final, liberar, mas eu quero antes
explicar também isso. Os Líderes sabem, muitos aqui sabem, mas alguns podem
não saber.
Houve um alerta, inclusive, do Deputado Miro Teixeira. Não precisaria ser um
partido político, poderia ser uma entidade da sociedade civil, que, pelo fato de não
haver emenda que desse sustentação, por exemplo, aos 50% para a saúde, que o
Governo defende, poderia fazer um questionamento judicial e jogar por terra todo
um trabalho bem-intencionado, sacrificado.
É claro que houve também, nesse momento, uma situação que não
conseguimos contornar. Evoluiu, mas não se chegou ao acordo final. Por quê? O
Presidente Henrique Eduardo Alves nos informou e o Ministro Padilha confirmou
que, em uma reunião de que ele participou, à tarde, a respeito do mesmo tema, o
Presidente Henrique levantou a hipótese, defendendo a ideia do orçamento
impositivo, de que era tão importante que, por exemplo, 50%, quem sabe, poderiam
ir para a saúde.
Só que o Presidente tem uma opinião, que tem peso, mas é a Casa que tem
de decidir. Ele contribuiu, como vários Líderes contribuíram. Inicialmente, falava-se
em 20% para a saúde, depois se falou em 25%, depois se falou em 30%, depois se
falou em um terço, ou seja, uma dízima de 33,3%.
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A ideia do Governo era chegar a 50% ou pelo menos aumentar, mas até aí,
normal. Pode aumentar, pode não aumentar, depende da nossa opinião aqui de
plenário, mas isso nós não conseguimos fechar.
Quando eu pedi ao Presidente que tirasse o “sim” da Liderança do Governo,
era para explicar isso e mais o seguinte: o Líder do PT, nesta última reunião do
Colégio de Líderes, teve a deliberação da bancada de votar contra se não
estivessem os 50% para a saúde. Entretanto, ele teve a sensibilidade de falar: “Olha,
quando voltar do Senado” — é bom acrescentar: se voltar — “nós queremos que
seja considerado este pré-acordo que foi construído o dia inteiro, que partamos
desse pressuposto”.
Pareceu-me que no Colégio de Líderes, então, houve, primeiro, apoio à
decisão do Presidente de votar o texto original da Comissão e, ao mesmo tempo,
ninguém se colocou contrariamente a ver o que o Senado altera e ter essa boa
vontade, como disse aqui o Líder Eduardo Cunha.
Finalizo, então, dizendo o seguinte: em homenagem ao Relator, em
homenagem ao trabalho de todos os Líderes, inclusive da Oposição, em
homenagem ao Plenário desta Casa, e para que eu consiga manter um diálogo no
sentido de recuperar, na linha do que o Governo propõe e defende, que é aumentar
os recursos para a saúde... Eu sei que isso não é garantia, nem estou pedindo,
tampouco estou exigindo, mas vou trabalhar, porque é autoexplicativo aumentar
recursos para a saúde.
Não há uma família brasileira que não entenda a importância de colocar mais
dinheiro para a saúde. Não há um Município brasileiro que não precise de mais
investimento em saúde. Enfim, não há nenhuma pessoa do Brasil, seja um
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representante público, seja uma pessoa do povo, que não defenda a melhoria da
saúde. Para melhorar, um dos caminhos é aumentar recursos; não é o único, mas é
um dos principais.
Sendo assim, eu libero a base do Governo e peço encarecidamente que,
quando a matéria voltar para a Câmara, retomemos o debate para, ao final, a
Câmara ter o protagonismo que vem tendo e que merece ter.
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O SR. JOÃO LEÃO - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Tem a palavra o Deputado
Ronaldo Caiado, como Líder. (Pausa.)
O SR. JOÃO LEÃO (PP-BA. Questão de ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, tenho uma questão de ordem sobre a constitucionalidade desta matéria.
Eu quero dizer para os senhores o seguinte: esta matéria é perfeitamente
constitucional. Ora, se este Plenário já criou diversos fundos constitucionais, o que
nós estamos criando aqui é um fundo constitucional. Então, esta matéria é
constitucional. Existe o Fundo da Marinha Mercante, que é constitucional. Nós
estamos criando aqui um fundo de emendas parlamentares.
Segundo item: a questão da saúde. Ora, quem vai definir a questão da saúde
é o Relator do Orçamento, é a Comissão de Orçamento que vai definir o percentual
que pode ser para isso ou para aquilo.
Nós não estamos votando aqui uma emenda que está absolutamente
aprovada. Não! A emenda do Deputado A ou do Deputado B, se ele apresentar, se
não estiver dentro das normas orçamentárias e não for aprovada pelo Relator, se
não for aprovada pelo Plenário da Comissão, se não for aprovada finalmente por
este Plenário, não vale nada, ela será expurgada.
Se nós quisermos, na Comissão de Orçamento, definir que serão destinados
30% para a saúde ou, como quer o Deputado Anthony Garotinho, 50% para a
saúde, serão destinados 50% para a saúde. Se o Deputado não colocar os 50%
para a saúde, a emenda dele não será aprovada.
Muito obrigado!
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Tem a palavra o Deputado
Ronaldo Caiado, como Líder.
O SR. RONALDO CAIADO (DEM-GO. Como Líder. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, nós temos que reconhecer que, durante
muitos anos, vários Parlamentares já assumiram esse compromisso com a Casa, e
ninguém nunca empunhou essa bandeira com a determinação de V.Exa. para hoje,
sem dúvida alguma, poder alforriar o Congresso Nacional.
As duas iniciativas de V.Exa.: a primeira, uma resolução da Mesa fazendo
com que todos os vetos fossem apreciados após 30 dias de promulgados, fazendo
com que todo o processo legislativo terminasse no Congresso Nacional e não no
veto da Presidente da República; e agora, Sr. Presidente, o segundo momento, em
que V.Exa. eleva o Poder Legislativo ao mesmo patamar do Poder Executivo e do
Poder Judiciário, representam o maior ganho que esta Casa já teve nos últimos 19
anos, período em que aqui estou.
Não se pode, neste momento, tentar achar qualquer desculpa para não votar
“sim” a essa proposta de emenda à Constituição levantada por V.Exa., com o apoio
da quase a totalidade do Plenário. Sabe por quê, Sr. Presidente? Porque hoje eu
sou testemunha de que, quando nós lutávamos aqui pelos 10% da receita corrente
bruta da União — era um projeto de lei complementar regulamentando a Emenda
Constitucional nº 29, de autoria de um Senador do PT —, foi o próprio PT que
derrubou essa lei complementar em Plenário.
Quando nós propusemos aqui uma emenda para que na lei dos royalties nós
conseguíssemos que 75% dos recursos fossem para a educação e 25% fossem
para a saúde, V.Exa. acolheu essa emenda, sensibilizou os demais Líderes, e hoje
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nós temos uma oportunidade, ao votarmos a lei dos royalties, de incluir mais 25%
para a saúde, e não havia esse compromisso.
Mas querer, neste momento, depois de um processo de discussão de longa
data, alegar “Olha, nós não estamos votando porque está faltando aqui uma emenda
para a saúde”? Por favor!
Quem foi, então, esse Parlamentar cuidadoso que apresentou esse texto na
Comissão Especial? Quem aqui não conhece o Regimento? Querem colocar uma
banana, para nós escorregarmos em sua casca, mas nós não vamos escorregar,
não. O que querem essas pessoas é que caiamos nesse erro regimental, para que,
amanhã, todo e qualquer cidadão possa recorrer ao Supremo e dizer que nós não
cumprimos o Regimento.
Quero parabenizar, pela iniciativa e pelo discurso, o Líder do Governo,
Deputado Arlindo Chinaglia, que relatou ipsis litteris o que ocorreu na reunião de
Líderes: todos os que lá estavam confessaram e comungaram exatamente nessa
tese. Então, não venham agora dizer que estão preocupados com a saúde, até
porque daquilo que o Orçamento aprovou no ano passado o Governo empenhou
menos de 8 bilhões de reais para a saúde em 2013.
Por isso, Sr. Presidente, eu quero concluir dizendo que o que nós estamos
fazendo aqui é com responsabilidade. Esse projeto não pode morrer por uma
inconstitucionalidade e muito menos por não se seguir o Regimento. E V.Exa. está
certo: a matéria vai para o Senado, vai ser alterada e esta Casa vai apreciá-la em
segundo turno, sem nenhum risco de inconstitucionalidade.
Quero dizer alto e bom som: parabéns, porque hoje, na aprovação dessa
proposta de emenda à Constituição, V.Exa., todos os Líderes e Parlamentares estão
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alforriando o Legislativo. Infelizmente, não vou poder aproveitar desse dispositivo
nos próximos 4 anos porque vou disputar o Governo do meu Estado. Esta Câmara
vai ser outra Casa a partir do que vai ser aprovado na tarde e noite de hoje. Meus
parabéns! Cumprimento todo o Plenário por essa iniciativa, que, sem dúvida alguma,
alforriou o Legislativo brasileiro.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Muito obrigado, Deputado
Caiado.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Como Líder, com a palavra
o Deputado Rubens Bueno, que a havia solicitado. (Pausa.)
O SR. MARCOS ROGÉRIO - Vamos encerrar a votação, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Agora, com a palavra o
Relator; depois, o Deputado Rubens Bueno. O Relator pede a palavra, com
precedência.
Parabéns, Relator Edio Lopes, pelo trabalho que fez, pela construção
competente e séria de V.Exa.
Com a palavra o Deputado Edio Lopes.
O SR. EDIO LOPES (PMDB-RR. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
antes de adentrar, ainda que rapidamente, o mérito desta questão, permita-me
V.Exa. fazer um preâmbulo do que nós imaginamos ter ocorrido durante esses
últimos 60 dias em que estivemos à frente da relatoria desta proposta.
Neste momento, Sr. Presidente, eu, que tenho apenas 6 anos nesta Casa e
me encontro possuído de imensa alegria por estarmos alcançando a liberdade
absoluta das nossas proposições, fico imaginando de quanta alegria V.Exa. é
possuidor neste momento, após 4 décadas, apesar da sua juventude, em que aqui
está.
V.Exa. veio, após esse período, alcançar aquilo que eu sei foi um sonho
alimentado por V.Exa. e por centenas de Deputados que por aqui passaram e que
aqui estão.
Pois bem, Sr. Presidente, nós não estaríamos comemorando por antecipação
esta vitória do Parlamento se este Relator não tivesse encontrado, ao longo desses
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60 dias, a palavra de conforto, de orientação e de subsídio de todos os Líderes
desta Casa, em especial do Líder do PMDB — e com destaque especial para V.Exa.
Não estaríamos nós aqui também, Sr. Presidente, comemorando a aprovação
desta proposta se não tivéssemos encontrado na Consultoria a palavra balizada dos
nossos consultores, a quem peço vênia para nominar. Quero aqui destacar o
trabalho eficiente, produtivo, incansável dos consultores Tollini, Eber, Volpe,
Consentino, Ramiro e Roberto. Sem eles, nós não teríamos construído o texto objeto
desta votação.
Quero dizer, Sr. Presidente, rapidamente que, quanto ao mérito, não bastava
a este Relator, como não bastou aos membros desta Casa, instituir a impositividade
da execução de nossas emendas individuais, nós queríamos mais. Nós queríamos
daqui para frente poder resgatar a credibilidade das emendas individuais, poder
colocar as nossas emendas num patamar de fiscalização muito superior ao que é
instituído ao resto do Orçamento.
Foi aí que, ouvindo a sugestão de V.Exa., incluí no meu relatório que as
emendas individuais terão acompanhamento dos órgãos de controle de forma
diferenciada; foi ouvindo V.Exa. que eu coloquei que não bastava apenas a
fiscalização, a comprovação da real execução do objeto que a emenda propunha.
Era preciso mais: o Tribunal de Contas, daqui para frente, além de se manifestar
sobre o mérito, terá de se manifestar sobre a efetiva destinação do objeto; além de
dizer “olha, a emenda para a construção do posto médico foi executada pelo preço
justo, conforme a proposta”, terá de dizer “além disso, o posto médico está servindo
como instrumento social”.
Essa é uma inovação, Sr. Presidente, ouvindo a sugestão de V.Exa.
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Queríamos nós também que se evitasse qualquer discurso de privilégio. Em
que pese o título de impositividade das emendas, permitimos o contingenciamento
no mesmo patamar que o Governo contingenciar o restante das suas receitas
discricionárias, porque até hoje o que se viu foi o Governo contingenciar tostões do
seu Orçamento e milhões das emendas. Portanto, daqui para frente, esse
desequilíbrio causado pela tesoura do contingenciamento está de todo afastado.
No mais, agradeço a todos e espero que este novo instituto aqui votado se
transforme num verdadeiro e real instrumento de transformação social do Orçamento
do nosso País.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Obrigado pela deferência,
Relator Edio Lopes.
O SR. MENDONÇA FILHO (DEM-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, após a palavra do Líder Rubens Bueno, vamos encerrar a votação?
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Vamos encerrar a votação.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra o Líder
Rubens Bueno, para uma Comunicação de Liderança.
O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós estamos vendo uma decisão nesta noite em
que a Câmara dos Deputados faz história. Faz história na medida em que, durante
todos os anos que se passaram, nós vimos essa prática da emenda parlamentar
como algo que sempre depôs contra o Parlamento: desonra o Parlamento do ponto
de vista da sua independência e da sua autonomia, quando ele se subalterniza para
atender às demandas do Poder Executivo sem a preocupação se isso vai ou não
ajudar o País.
Quantas vezes notícias nós vimos pela imprensa divulgando as informações
de que se votava aqui no Parlamento, mas era liberado dinheiro para poder cobrir
aquilo que o Governo queria. Mas nem sempre o que o Governo queria era de
interesse do povo brasileiro, essa é a história.
Nós quantas vezes debatemos contra a emenda parlamentar? Por causa
disto: porque em nenhum momento trazia aquilo que é mais sagrado para esta
Casa, que é o respeito a cada um dos seus Parlamentares. Ao contrário, sempre se
deixou cada vez mais o Parlamento numa situação crítica, para não dizer numa
condição de estar aqui de joelhos perante o Executivo, a mendigar — Sr. Presidente,
usando palavra sua —, a mendigar emenda de 100 mil reais para liberar para os
Deputados. Isso tem que acabar. Acaba-se com a emenda parlamentar ou faz-se
emenda impositiva e, a partir daí, vamos discutir de igual para igual.
Um dia desses, eu conversava com um Parlamentar que dizia: “Gozado,
vocês querem o orçamento impositivo? Sim. Qual é a vantagem de ser o Governo?
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E vocês da Oposição vão ter igualdade de tratamento?” Não é isso. O orçamento
impositivo, tal qual está sendo colocado, faz valer definitivamente a qualificação das
propostas do Governo e da sua base e a qualificação das propostas daqueles que
estão na Oposição, qualifica o Parlamento, dá a ele um maior sentido de que aqui é
o grande foro da sociedade brasileira.
É por esse motivo, Sr. Presidente, não só o parabenizo pelo cumprimento de
mais um compromisso que assumiu como candidato. É assim que nós temos que
fazer um Parlamento, olhando para aqueles que, assumindo um compromisso,
sagradamente vão honrá-lo, para que o Plenário possa, soberanamente, decidir.
Por isso, este orçamento impositivo é para o bem do País, especialmente,
para este Parlamento.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Vamos, portanto, encerrar a
votação.
Antes, eu quero declarar o que espero que aquele painel confirme. E tive o
cuidado de verificar nos Anais da Casa — Fernando Henrique Cardoso, do PSDB,
quando Presidente da República — os discursos corretos de Deputados do PT a
reclamarem que o Governo só liberava para os Deputados tucanos da sua base.
Hoje, há apenas uma mudança de lado: são os Deputados tucanos e outros que
reclamam que o Governo só libera para sua base.
Essa história eu espero que acabe hoje (palmas), que Deputados não mais se
humilhem, que Deputados não mais mendiguem, que Deputados não mais se
agachem; que acabe essa história de Governo comprar voto de Deputados, de
Deputados venderem voto a qualquer Governo.
Eu espero que agora esta Casa afirme a independência, a altivez do
Parlamento brasileiro. (Palmas.)
Está encerrada a votação, e vamos ao resultado. (Pausa Manifestação do
plenário.)
O SR. EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, vamos votar o destaque rapidamente, porque ainda é horário da
sessão, que deverá encerrar às 22h30min.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Eu quero ter o prazer de
anunciar o resultado, mas tiraram tão rápido os números. Há alguém nesta Mesa
contra, não é possível.
O SR. CLAUDIO CAJADO (DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, o Deputado Claudio Cajado votaria “sim”.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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O SR. RONALDO NOGUEIRA - Sr. Presidente, isso aí é boicote.
O SR. SILVIO COSTA (PTB-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, todo mundo viu o resultado da votação: foi 378 a 48. Vamos começar a
votação do DVS?
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Para alegria de V.Exa., que
é um Deputado, que é um Parlamentar e que, naturalmente, quer a independência
desta Casa.
O SR. SILVIO COSTA - Então, vamos começar a votar o DVS do Deputado
Eduardo Cunha?
O SR. CHICO ALENCAR - Queremos um painel impositivo, já.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Anuncio o resultado:
SIM: 378;
NÃO: 48;
ABSTENÇÕES: 13;
TOTAL: 439.
ESTÁ APROVADO O SUBSTITUTIVO DO ORÇAMENTO IMPOSITIVO DAS
EMENDAS PARLAMENTARES.
Independência desta Casa!
Parabéns ao Parlamento brasileiro! (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Prorrogada a sessão,
portanto, até o final desta votação.
Vamos votar rapidamente o requerimento de destaque do PMDB, com o
quórum qualificado que temos.
“REQUERIMENTO DE DESTAQUE DE BANCADA DO
PMDB
Sr. Presidente, nos termos do art. 161, § 2º, com o art.
161, inciso I, ambos do Regimento Interno da Câmara dos
Deputados, requeremos destaque de bancada para
votação em separado da expressão: ‘prioritária’ e
‘...observado anexo de metas e prioridades que integrará
a lei prevista no art. 165, II...’, constante do § 10 do art.
166 da Constituição Federal, com a redação proposta no
art. 2º do Substitutivo aprovado pela Comissão Especial
quando da análise da PEC nº 565/2006, para fins de sua
supressão.
Sala das Sessões, em 13 de agosto de 2013
Dep. Eduardo Cunha
Líder do PMDB”
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Deputado Eduardo Cunha,
para esclarecer ao Plenário.
O SR. EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, este destaque suprimindo essa expressão visa
garantir que a execução obrigatória das emendas independerá da previsão em
anexo da Lei de Diretrizes Orçamentárias, porque, se nós formos ficar subordinados
ao anexo e houver veto do Poder Executivo, tudo que nós aprovamos aqui será em
vão.
É fundamental, para manter o orçamento obrigatório, compulsório da
execução, que essa expressão seja suprimida.
Então, o PMDB pede e encaminha o voto “não” à expressão, “não” ao texto,
para que a gente possa suprimir.
O SR. ONYX LORENZONI (DEM-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, por economia processual, da mesma forma que na votação anterior,
quando os partidos orientam “não”, abra a votação para que a gente possa votar.
O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - De
pleno acordo.
O SR. SARNEY FILHO - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Só 1 minuto...
O SR. GIOVANNI QUEIROZ (PDT-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, o PDT vai orientar “não”, porque quer retirar do texto essas
expressões, quer retirar do texto essas amarras às nossas emendas. Portanto,
nós votamos com o destaque do PMDB.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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O SR. SARNEY FILHO (PV-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, vamos repetir o procedimento feito na primeira votação, colocar logo as
Lideranças...
O SR. RONALDO CAIADO (DEM-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, o painel.
O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
“Não” para todo mundo.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Todos os Líderes
concordam com o voto “não”.
O SR. RONALDO CAIADO - Votar “não”, Presidente.
O SR. MÁRIO HERINGER - Presidente, abra o painel para orientação.
O SR. SIBÁ MACHADO - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Orientação dos Líderes.
Todos, “não”.
O SR. SIBÁ MACHADO - Sr. Presidente, enquanto votam, V.Exa. me dá 1
minuto?
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Todos, “não”.
A Presidência solicita a todas as Sras. Deputadas e a todos os Srs.
Deputados que tomem os seus lugares a fim de ter início a votação pelo sistema
eletrônico.
Está iniciada a votação.
Com a palavra, como Líder, o Deputado Nilson Leitão, pela Minoria. (Pausa.)
O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, urgente aqui.
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O nosso voto, pelo entendimento de que as emendas têm de obedecer de
fato a prioridades programáticas na educação, na saúde, não ao bel-prazer,
inclusive para alegria de muitas empreiteiras, nosso voto nesta matéria aqui, nesta
emenda é “sim”, pela manutenção do texto.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Concedo a palavra ao nobre
Deputado Nilson Leitão, para uma Comunicação de Liderança, pela Minoria.
O SR. NILSON LEITÃO (PSDB-MT. Como Líder. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu venho a esta tribuna para fazer algumas
correções também.
Eu ouvi discursos de alguns Deputados do Governo, ou que quiseram insistir
em que esta atitude não é a melhor, para deixar claro que esta emenda, que
mudaria para 30% ou 50% obrigatoriamente para saúde, é simplesmente uma
falácia, porque este texto impõe ao Governo pagar 1% da receita corrente líquida
daquilo que os Deputados apontarem no Orçamento.
Agora, se o Governo quer, ou deveria querer, que esse percentual seja para a
saúde, por que, então, não encaminhou este ano o orçamento para a saúde, como é
de seu livre arbítrio, para a saúde de todos os Estados e Municípios? Mas, não! Ao
contrário disso, o Governo deu um calote de quase 10 bilhões de reais na saúde no
seu orçamento. Ele não cumpre aquilo que ele mesmo quer que seja aprovado, e
depois vem contestar um projeto como este que liberta o Congresso do balcão de
negócios, do toma lá, dá cá, para dizer que não é um projeto viável, que o Senado
tem de mudar?
Nós, Deputados desta Casa, não precisamos de imposição para colocar
dinheiro na saúde. Todos aqui já colocam. Em 2012, cada um colocou 2 milhões,
mas o Governo não pagou, não cumpriu, deu calote. Não cumpriu com aquilo que
também já era impositivo: 2 milhões de cada Deputado e de cada Senador nas
emendas de 2012. Vejam lá, são quase 17 bilhões de reais que deixaram de ser
pagos!
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Sr. Presidente, Srs. Deputados, esta é uma noite gloriosa não para a
Oposição, não para a Situação, é uma noite gloriosa para o Congresso. Estas
emendas impositivas não são dos Deputados, não serão dos Senadores, serão dos
Prefeitos, dos Governadores, das entidades filantrópicas, daqueles que precisam
fazer a saúde e a educação e que, acima de tudo, vão atender a população. Daqui,
do Planalto, o Governo não sabe a realidade das cidades menores, das cidades
mais pobres e dos seus Prefeitos, que vêm aqui todo ano mendigar para receber
100 mil reais, 200 mil reais.
Quero parabenizar todos que apoiaram e aprovaram as emendas e lamentar
quanto àqueles que foram contrários. Com certeza absoluta, não vão se sentir bem,
porque o Governo não é eterno, vai mudar, vão vir novos governos e outros partidos
e, com certeza absoluta, o Congresso só vai crescer com isso.
Eu parabenizo o Presidente Henrique pela sua coragem, mas também
parabenizo este Plenário, que demonstrou, pela sua maioria, o que é importante
para o Brasil e o que é bom para os brasileiros.
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O SR. PEDRO EUGÊNIO - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Para falar a favor, Deputado
Júlio Cesar. (Pausa.)
O SR. JÚLIO CESAR (PSD-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estou nesta Casa desde 1995 e nunca vi um
Presidente tão determinado em valorizar esta Casa como V.Exa. V.Exa. é de um
partido da base do Governo, mas teve a coragem de enfrentar e cumprir o
compromisso de campanha, de chegar à Presidência cumprindo o que prometeu
àqueles que em V.Exa. votaram — e a qualquer custo quer cumprir, como já
cumpriu grande parte dos seus compromissos.
Quero dizer ainda, Sr. Presidente, que eu já apresentei à LDO emendas que
foram aprovadas, tanto na Comissão quanto no Congresso, e foram vetadas. E o
que se quer hoje? Fala-se em orçamento impositivo, mas é de 1%. O Orçamento é
de 100%, 1% impositivo. E quanto representa? Cada Parlamentar tem 15 milhões
para indicar para sua base. Aqui, nós só estamos autorizando dois terços, e no ano
que vem será menos, porque a previsão da receita corrente líquida deste ano é
maior do que a receita líquida do ano que vem.
Então, Sr. Presidente, eu ouvi aqui Deputado dizer que é inconstitucional, que
vão acabar com a saúde. Quero fazer uma sugestão aos Deputados que votaram
contra: que S.Exas. coloquem todas as suas emendas para a saúde. Eu vou
continuar colocando para a saúde, sem ter aquela antiga obrigação.
Agora, nós temos que criar o orçamento impositivo inclusive para o próprio
Governo. Está lá: nós aprovamos o Orçamento do ano passado e foram aplicados
cerca de 8 bilhões a menos do que o aprovado. E por que não se aplicou? Então,
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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querem impor já uma parte do orçamento individual de cada Deputado para
carimbar. Eu vou continuar colocando recursos para a saúde, e aqueles que se
posicionaram contrariamente aqui que façam 100% da verba orçamentária individual
que cabe a cada um.
Sr. Presidente, eu tenho andado muito pelo meu Estado, o Piauí. Sei que os
Deputados Estaduais e os Vereadores estão esperando a jurisprudência do
Congresso para votarem lá. Nós não podemos votar orçamentos impositivos para
Assembleias Legislativas, só os Deputados Estaduais podem fazer isso. O que está
ocorrendo aqui hoje vai ocorrer nas Câmaras de Vereadores e nas Assembleias
Legislativas.
Então, neste dia em que esta Casa dá uma demonstração de muita grandeza,
muita grandeza mesmo, nós devemos creditar quase isso tudo à coragem deste
Presidente, que orgulha o povo brasileiro, mas que orgulha, acima de tudo, os
membros desta Casa de verificarem o empenho da palavra cumprida para chegar à
Presidência.
Nós confiamos no seu comando, Sr. Presidente.
Parabéns!
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Muito obrigado, Deputado.
Com a palavra o Presidente da Comissão Especial, Deputado Pedro Eugênio.
O SR. PEDRO EUGÊNIO (PT-PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, fui Presidente da Comissão Especial criada por V.Exa. nesta Casa para
tratar da PEC do Orçamento Impositivo.
O trabalho feito naquela Comissão, Sr. Presidente — V.Exa. é testemunha —,
revelou-se à altura dos desejos desta Casa de ter a discussão e a elaboração de
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uma peça que afirmasse a esta Casa a condição de poder executar suas ações de
acordo com a vontade dos Parlamentares.
Esse foi o espírito que levou V.Exa. a estar em sintonia com o sentimento da
Casa, tão bem expresso na posição dos Parlamentares na hora da votação, por
maioria esmagadora, e que nos levou a conduzir aquele trabalho.
E aqui, Sr. Presidente, caros colegas, eu gostaria de ressaltar a importância
do trabalho do Relator, Deputado Edio Lopes, que ouviu, discutiu, dialogou com o
Governo e com os Parlamentares desta Casa. S.Exa. fez a boa discussão para que
nós tivéssemos um texto capaz de dar a nós, Parlamentares, a condição de colocar
as nossas emendas em sintonia com os desejos da sociedade.
Há algumas teses que eu entendo que devem ser qualificadas e até
reparadas. Eu não aceito, Sr. Presidente, a afirmação de que a questão principal a
motivar as emendas impositivas seja a intenção de evitar barganha.
Eu entendo que essa é uma questão política, que poderá existir nos governos em
geral, independentemente de se tratar de emendas, pela força dos governos, pela
debilidade do Parlamento.
Nós temos que estar à altura do mandato que o povo brasileiro nos concedeu
e dialogar com o Governo. Daí a importância da emenda obrigatória, que nos coloca
sobre os ombros importante fardo, do qual nós não podemos reclamar, porque nos
honra estar à altura do sentimento da população, trabalhar o Orçamento não apenas
através das nossas emendas, mas através da discussão do Orçamento como um
todo, fazendo, cada vez mais, uma peça que represente as necessidades de
desenvolvimento da Nação brasileira.
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Essa questão da barganha não me parece ser uma tese que dignifique a
nossa luta pela aprovação do orçamento obrigatório. Com ela, parece que estamos
querendo fugir de uma contingência muito pontual e que, inclusive, no Governo da
Presidenta Dilma, eu não identifico.
As nossas responsabilidades públicas nos levam a fazer com que agora, com
a peça que foi criada na Comissão Especial, Sr. Presidente, possamos dar a este
Parlamento a condição de nos afinarmos com os anseios do povo e aí fazermos
peças e emendas que sejam parte de uma visão geral e estratégica de
desenvolvimento.
O diálogo que tivemos com o Governo e com este Parlamento — V.Exa. foi o
maior Líder dessa bandeira — prosseguirá no Senado e voltará, provavelmente, a
esta Casa para concluirmos um texto que coloque na Constituição brasileira, da
forma mais correta possível, inclusive enfrentando possíveis riscos, porque,
evidentemente, a responsabilidade dessa iniciativa envolve termos aqui assumido os
riscos de que uma imposição orçamentária não signifique o engessamento da
capacidade de governos de exercerem seus mandatos populares.
Esses riscos, Sr. Presidente, existem. E teremos de estar atentos para, na
negociação que nos resta ainda fazer, colocarmos questões como a da saúde, que é
uma decisão que o Governo adotou a partir da sugestão de V.Exa. de reforçarmos a
saúde, e outras emendas essenciais para o desenvolvimento do País.
Que sejamos capazes de evitar os riscos e afirmarmos a grandeza deste
Parlamento.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Obrigado a V.Exa.
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Com a palavra o Deputado Afonso Hamm.
O SR. AFONSO HAMM (PP-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente Henrique Eduardo Alves, colegas Deputados, audiência da TV Câmara,
quero aproveitar o momento para também registrar o meu posicionamento.
Foi muito importante a votação do dia de hoje, porque ela traz maior
autonomia para Deputados e Senadores.
Ao orçamento impositivo eu chamaria de liberação automática, porque, na
medida em que nós estabelecemos a busca da indicação de recursos importantes
para a infraestrutura e para a saúde, para a qual ficou assegurado um terço — 33%
serão destinados à saúde —, demos uma garantia aos Municípios e aos nossos
Estados — além de termos dado uma condição efetiva de autonomia ao
Parlamentar. E a relação com o Executivo permanece, mas não é uma relação de
subordinação ou de busca de barganha.
Portanto, para a democracia, para a autonomia legislativa, para a autonomia
de todos nós, é muito importante, e também vai ser bom para o Governo e para o
País, porque a garantia significa que nós vamos fazer boas escolhas — sempre
fizemos, mas vamos ser mais criteriosos. Vamos trabalhar em cima dos programas
de Governo, sim, a exemplo da prioridade que o Brasil inteiro indicou, a saúde —
nós estamos trabalhando nessa diretriz —, e também quando colocarmos recursos
na agricultura e na infraestrutura, para uma estrada ou uma ponte, para todas as
obras fundamentais. Isso significa melhorar a vida das pessoas.
Portanto, foi uma grande conquista do Congresso, principalmente no sentido
da autonomia dos Poderes.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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Parabéns pela condução dos trabalhos, Sr. Presidente! Vamos comemorar a
vitória!
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Obrigado.
Eu quero registrar que essa votação teve praticamente 90% dos votos
válidos.
Com a palavra o Deputado Ronaldo Nogueira.
O SR. RONALDO NOGUEIRA (PTB-RS. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, eu sou o Deputado Ronaldo Nogueira, do Rio Grande do
Sul, e gostaria de registrar aqui o seu desprendimento e a sua coragem, porque
nesta sessão histórica nós pudemos verificar a liberdade do Parlamento brasileiro e
a atuação individual dos Parlamentares.
Esta proposta, Sr. Presidente, é responsável, primeiro, porque impõe um
limite à intervenção parlamentar através da indicação de emenda parlamentar, tendo
como limite 1% da receita corrente líquida do Orçamento da União. Segundo, Sr.
Presidente, porque essas indicações devem estar em consonância com as metas e
prioridades estabelecidas pelo Poder Executivo. Terceiro, os entes beneficiados não
podem estar inadimplentes.
Mas a mais inovadora, e última, questão que nós queremos registrar, Sr.
Presidente, é que essa iniciativa levará aproximará mais o Deputado da sua
comunidade, porque a indicação das emendas advindas de audiências públicas,
quando o Parlamentar ouve os legítimos pleitos da sua comunidade, sem dúvida
nenhuma, é algo inovador e extraordinário.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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Então, o Brasil agradece a V.Exa. Eu quero dizer que o Parlamento brasileiro
pode dar um brado de liberdade esta noite.
Parabéns, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Muito obrigado, Deputado,
pelas generosas palavras de V.Exa.
Com a palavra o Deputado José Airton.
O SR. JOSÉ AIRTON (PT-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, primeiro, quero felicitá-lo pela corajosa decisão.
Tratava-se de um compromisso que V.Exa. assumiu durante sua campanha,
e eu, pessoalmente, tinha afirmado que essa era uma das condições para que nós o
apoiássemos como Presidente desta Casa. Eu, inclusive, sou autor da PEC 152,
que tem praticamente o mesmo teor: o orçamento impositivo não só para as
emendas individuais, mas também para as de bancada e de Comissão, bem como
as relativas às áreas sociais.
Sr. Presidente, essa nossa PEC é bem mais abrangente, porque entendo que
são demandas fundamentais para que possamos descentralizar as ações e atender
às demandas das comunidades mais distantes. Eu já fui Prefeito e Vereador,
portanto, conheço essas dificuldades.
Eu fiz esse debate com a bancada do meu partido, o Partido dos
Trabalhadores, e disse que essa é uma das emendas que eu considero mais
republicanas, porque democratiza e coloca, de forma imparcial, a aplicação de
recursos que vão atender às necessidades das nossas comunidades.
Por isso, quero me associar a todos os Parlamentares, abraçar e
cumprimentar, mais uma vez, V.Exa., particularmente pelo trabalho que vem
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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realizando e pelos compromissos que vem cumprindo e honrando, fazendo
prevalecer a importância do Parlamento brasileiro na construção da democracia.
Parabéns!
Um abraço a todos os que fazem este Parlamento.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Muito obrigado a V.Exa.,
Deputado José Airton.
Com a palavra o Deputado Chico Alencar.
O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, colegas, o pessoal é sempre muito crítico, mas não houve dúvida
quanto ao apoio à PEC que preferimos chamar de PEC das Emendas
Parlamentares de Execução Obrigatória. O Orçamento ainda vai continuar com uma
margem grande de imponderabilidade, de fluidez.
Por isso, a partir da conquista de hoje, nós devemos nos empenhar para fazer
as discussões dessa importantíssima lei, a lei orçamentária, do ponto de vista mais
coletivo, das propostas das bancadas partidárias, das Comissões, que são sempre
melhores e mais estruturantes do que as emendas individuais, que, muitas vezes,
obedecem apenas ao critério da clientela e da reprodução de mandatos.
De qualquer maneira, entendemos que o toma lá, dá cá, tão costumeiro e
tradicional, recebeu um belíssimo golpe esta noite. Encaminhamos contra este
destaque supressivo porque consideramos que os eixos da LDO teriam mesmo que
circunscrever essas emendas individuais. De toda forma, consideramos que se deu
um passo importante.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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Já sabemos que o Senado vai fazer emendas, também positivas, no sentido
de garantir recursos obrigatórios para a saúde. Aí nós receberemos o projeto e o
aperfeiçoaremos aqui.
Portanto, é uma vitória. Não é a redenção do Parlamento nem o melhor
Orçamento do mundo. A fiscalização, a transparência e o combate a arranjos para
empresas determinadas fazerem obras continuam na ordem do dia como exigência
para cada um de nós.
Vamos em frente.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Para arrancar um elogio do
Deputado Chico Alencar é difícil, mas a Casa mereceu.
O SR. ILÁRIO MARQUES (PT-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, o Deputado Ilário Marques, na votação anterior, se aqui estivesse
presente, votaria de acordo com a orientação da bancada.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra o Deputado
Domingos Sávio, do PSDB.
O SR. DOMINGOS SÁVIO (PSDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, eu quero fazer coro a vários colegas que manifestaram um voto de
reconhecimento a V.Exa. Aqui já se repetiu, coisa que eu não posso deixar de
reiterar, que esta noite consagra a votação, senão por unanimidade, mas pela ampla
maioria desta Casa, de algo que fortalece não só o Parlamento, mas também a
democracia.
A forma como V.Exa. conduziu essa mudança na Constituição brasileira a
torna ainda mais adequada e apropriada. Assegurar que 1% do Orçamento do País
possa ser destinado à representação do povo brasileiro, ouvindo, inclusive, a
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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comunidade, para atender aos seus anseios mais diretos, com toda transparência,
assegurando a independência do Parlamento, sem que a figura do balcão de
negócios continue sendo colocada a toda hora, a qualquer momento, nivelando por
baixo as pessoas, evita, aí sim, que em qualquer tempo haja ações autoritárias de
déspotas que queiram discriminar. Tratam-se todos com o mesmo respeito.
Eu concluo dizendo que V.Exa., mais uma vez, teve o comportamento de um
grande estadista, porque não usou a autoridade de maneira autoritária. V.Exa. usou
a autoridade, sim, e deve fazê-lo na missão que tem de dirigir a Casa do Povo, a
Câmara Federal. Mas o fez para a construção do entendimento, de forma
respeitosa, e construiu um painel que chegou, em vários momentos, a ser unânime,
mostrando que as divergências, por maiores que sejam, confluem quando é para
fortalecer a democracia.
Essa decisão não fortalece um Deputado ou outro, como alguns segmentos
teimam em dizer. Essa não é uma decisão para fortalecer esse ou aquele. É para
fazer transparência, é para que o dinheiro seja usado de maneira mais justa.
Portanto, V.Exa. está de parabéns. E o Congresso, com certeza, sai
engradecido.
O povo brasileiro verá o resultado disso: emendas parlamentares sendo
executadas na base para melhorar a saúde e para melhorar a educação. E,
fechando com chave de ouro todo esse processo, construiu-se o consenso tácito de
que parte expressiva — 30% e talvez até um pouco mais — de todas as emendas
parlamentares possa ser destinada para melhorar a saúde do povo brasileiro.
Muito obrigado.
Parabéns a V.Exa.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Muito obrigado, Deputado
Domingos Sávio.
O SR. EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, se V.Exa. quiser, pode encerrar a votação, porque, para o texto
entrar, teria que haver 308 votos “sim”.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - É verdade.
O SR. EDUARDO CUNHA - Com orientação ou não, qualquer que seja o
placar.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Vamos encerrar a votação.
Em seguida, concederemos a palavra aos Parlamentares que ainda queiram se
pronunciar.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Está encerrada a votação.
(Pausa.)
Resultado da votação:
SIM: 18;
NÃO: 360;
ABSTENÇÕES: 6;
TOTAL: 384.
Retirada do texto a expressão.
APROVADO, PORTANTO, O DVS DO PMDB, COM O APOIO DE TODO
ESTE PLENÁRIO.
A matéria retorna à Comissão Especial, para elaborar a redação para o
segundo turno.
O SR. EDUARDO CUNHA - Muito obrigado, Sr. Presidente.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra o Deputado
Marcelo Almeida. Em seguida, o Deputado Felipe Maia.
O SR. MARCELO ALMEIDA (PMDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, eu, particularmente, sou um dos 48 que votaram “não”, que
votaram contra o orçamento impositivo. A minha tese é a seguinte. Eu acho que o
Parlamento não deveria ter emenda individual. É claro que ele já tem emenda
individual.
Eu, particularmente, Sr. Presidente, quando vejo essa discussão, entendo que
o orçamento impositivo não melhora em nada a democracia no Brasil. Primeiro, já
que o orçamento é impositivo, acho que seria muito mais fácil se fosse para cuidar
das emendas de bancada. São emendas estruturantes, emendas maiores, de valor
maior, o que fica muito mais fácil.
Pode ser que a minha tese não esteja correta. Eu tinha 5 ou 6 anos quando
V.Exa. já estava aqui. Mas é uma tese que eu tenho. Se tenho garantido que vou ter
10,5 milhões por ano, significa que tenho 42 milhões de reais no ano. Eu acredito
que isso acaba sendo um pouco antagônico em relação à reforma política do
Congresso.
Em relação à reforma política, fica tão difícil, vamos dizer, um cidadão chegar
à Câmara, já que há quase uma campanha direta paga pelo povo brasileiro, que são
as emendas individuais. Em relação à barganha, pode ser que piore. Queira ou não
queira, é menos pior a barganha na emenda do que alguém daqui a pouco exigir um
lugar na PETROBRAS, ou um grupo político exigir uma cadeira na Caixa Econômica
ou no Banco do Brasil.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
237
Eu tenho um pouco de dificuldade em achar — pode ser que eu esteja
enganado — que o orçamento impositivo traz independência para a Câmara
Federal.
Eu, particularmente, votei contrariamente, por causa dessa tese que eu tenho
de que é mais fácil cuidar da emenda de bancada do que da emenda individual.
Mais uma vez, isso pode replicar para os Estados e Municípios, e cada vez mais nós
vamos engessar os orçamentos do País.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Obrigado a V.Exa.,
Deputado Marcelo Almeida.
O SR. JAIRO ATAÍDE (DEM-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, na última votação, o Deputado Jairo Ataíde votou de acordo com a
orientação do partido.
O SR. SANDRO ALEX (PPS-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, o Deputado Sandro Alex votou de acordo com a orientação do partido na
última votação.
O SR. MENDONÇA PRADO (DEM-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, o Deputado Mendonça Prado votou de acordo com a orientação do
partido na última votação.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - O.k.
O SR. ALFREDO KAEFER - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Pois não.
O SR. ALFREDO KAEFER (PSDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.)
- Saúdo V.Exa. pelo cumprimento de sua promessa de campanha, em colocar em
votação efetivamente o orçamento impositivo.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 228.3.54.O Tipo: Deli berativa Extraordinária - CD Data: 13/08/2013 Montagem: 4176
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Na verdade, emendas individuais são típicas do regime parlamentarista. No
presidencialismo, via de regra, não há emendas individuais. Eu construí, inclusive,
um projeto em que, neste modelo, como nós vimos operando, eu queria a
eliminação das emendas individuais, porque é absurdo o comprometimento, o
vínculo, que nós Deputados temos com o Poder Executivo, que sempre foi o de
barganha. Então, neste conceito de orçamento impositivo, eu começo a assimilar,
filosoficamente, a tese de que podemos, sim, ter emendas individuais.
Quando a regra é estabelecida, é imposta, como nós estamos fazendo, é
igual, é democrática e é válida. Assim, eu estou convencido de que emendas
individuais são importantes. Elas já eram importantes, mas o modelo que se tinha,
realmente, deturpava, não cabia no sistema presidencialista e num Parlamento que
queira ser autônomo e independente.
Então, dessa forma, nós poderemos levar, de forma igual, todos os
Deputados, as emendas importantes de que pequenos Municípios precisam, tão
sufocados, muitas vezes, dependendo unicamente do FPM. Levamos para lá
recursos que são preciosos.
Cumprimento V.Exa. e lhe digo também, aproveitando a oportunidade, que
estaremos indo amanhã ao Paraguai para participar da posse do Presidente Horacio
Cartes.
A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)
- Sr. Presidente, na última votação, eu votei com o meu partido. Votei “não”.
O SR. VICENTINHO (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, o Deputado Vicentinho, também na última votação, votou com a
bancada.
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O SR. ALFREDO KAEFER (PSDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.)
- Para concluir, Sr. Presidente, quero dizer que nós estamos indo, com um grupo de
Deputados, à posse do Presidente Cartes, no Paraguai.
Para nós do Estado do Paraná, é muito importante o relacionamento com o
nosso país vizinho. Temos que tomar muitas providências, algumas positivas. O
Paraguai não tem saída para o mar, e nós somos um instrumento importante para a
economia daquele país. Muitos brasileiros lá vivem e desenvolvem a agricultura
daquele país. Há coisas que são negativas e que nós temos que trabalhar, como,
por exemplo, o contrabando de armas e de drogas que fazem caminho pelo
Paraguai. O Brasil precisa criar um estabelecimento harmonioso para acabar com
essa distorção.
Levaremos um abraço, em seu nome, a todas as autoridades lá na posse do
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Muito obrigado, Deputado.
Tem a palavra o Deputado José Augusto Maia.
O SR. JOSÉ AUGUSTO MAIA (PTB-PE. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, eu também não poderia deixar de vir aqui parabenizá-lo.
Como Deputado de primeiro mandato que sou, pude conhecê-lo e quero dizer que
hoje o admiro mais do que nunca. Os compromissos de V.Exa. têm sido realmente
assumidos no Colégio de Líderes, e tudo o que V.Exa. falou até hoje, em votações
tão importantes, como foi a de hoje, a sua palavra foi honrada. V.Exa. honrou sua
palavra hoje.
O Parlamento brasileiro está de parabéns, todos os Deputados estão de
parabéns. Imaginando comigo mesmo, pelo tempo que V.Exa. está nesta Casa, eu
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acho que sofreu tanto quanto nós que somos de primeiro mandato, que chegamos
aqui — e eu, como pernambucano, lá de Santa Cruz do Capibaribe. Mantive
compromisso com V.Exa., naquela votação dos distritos, e vi em V.Exa. essa
seriedade.
Então, eu não poderia deixar aqui de parabenizá-lo e dizer que todo o
Parlamento brasileiro hoje olha para V.Exa. com os melhores olhos possíveis e vê a
sua honradez ao assumir os compromissos com todos nós.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Muito obrigado.
Eu apenas acrescentaria que com a emenda parlamentar não quero dar o
direito exclusivo a um tecnocrata, a um burocrata do Poder Executivo de, somente
ele, desenhar as necessidades de Municípios do meu Estado. Muitas vezes, eles,
aqui em Brasília, sequer as conhecem. Dar essa atribuição ao Poder Executivo,
quando nós podemos também, pelas nossas emendas, com uma interlocução
legítima que nós fazemos, contribuir para resolver demandas, carências dos
Municípios e dos nossos Estados brasileiros?
Não aceito mais, portanto, que essa prerrogativa seja única de um tecnocrata,
de um burocrata, de um técnico — por mais respeitado que ele seja — do Poder
Executivo. Essa tarefa pode, deve e vai ser, a partir de agora, dividida com uma
contribuição séria, respeitosa e republicana do Parlamento brasileiro.
Foi isso o que fizemos nesta noite. Obrigado pelas palavras de V.Exa.
O SR. RONALDO BENEDET (PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, eu queria manifestar o meu voto. Eu não estava presente à
segunda votação, mas, em homenagem a V.Exa., o meu voto é “sim”. Votei junto
com o meu partido, o PMDB.
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Parabéns! V.Exa. deu agora um grande argumento para nós mostrarmos para
o Brasil a sensibilidade, o detalhe, a capilaridade do Parlamento em cada cidade, em
cada Município do interior, para que levemos o sentimento da República, do
Executivo brasileiro, e que, através disso, o Parlamentar possa dizer: “Aqui neste
Município falta uma estrada, falta um posto de saúde, falta uma máquina para levar
o desenvolvimento da agricultura, a riqueza, para mudar a vida das pessoas do
interior do País”.
Por isso, parabéns a V.Exa.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Muito obrigado.
Concedo a palavra à Deputada Carmen Zanotto.
O SR. FELIPE MAIA - Não se esqueça do Deputado Felipe Maia, Sr.
Presidente.
A SRA. CARMEN ZANOTTO (PPS-SC. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - Sr. Presidente, eu quero parabenizá-lo pela determinação, pelo zelo
como conduziu esse processo de aprovação da emenda constitucional do
orçamento impositivo.
Quero dizer que, enquanto nós não temos um pacto federativo, para que os
recursos realmente cheguem mais ao conjunto de Municípios, nós precisamos, sim,
das emendas parlamentares.
E, com relação à destinação para o setor saúde, a grande maioria dos
Parlamentares já destinam 30%, ou até mais. Isso podemos resolver com a LDO,
que é muito importante, e não deixar na Constituição, porque é mais difícil a sua
alteração.
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Pode haver um fato excepcional em que precisemos destinar mais recursos
para outro setor, num determinado exercício, do que para a saúde — e eu defendo
que até 100% fossem para a saúde —, e esta será a vontade individual de cada
Parlamentar. Então, tenho certeza de que nós vamos resolver mais investimentos
para a saúde, a partir da LDO.
O que fazemos hoje? Eu que sou do setor de saúde, Sr. Presidente, gostaria
de destinar mais para a essa área, mas acabamos pulverizando nos Ministérios para
garantir pelo menos o empenhamento e a liberação de um pouco mais dos recursos
financeiros das emendas parlamentares, que são fundamentais para a rede
hospitalar filantrópica, para o conjunto de Municípios, na atenção básica, e para as
entidades, assim como para a infraestrutura e outros setores.
Então, parabéns, Presidente!
Acreditamos que, na semana que vem, poderemos estar aqui votando o
segundo turno desta PEC.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Muito obrigado a V.Exa.
Concedo a palavra ao Deputado Felipe Maia, do meu Estado — se não o
fizer, S.Exa. brigará comigo.
O SR. FELIPE MAIA (DEM-RN. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Eu
agradeço, Presidente. Eu estou aqui há quase 10 minutos, aguardando para fazer
elogios a V.Exa.
Nós não podemos encerrar esta sessão sem fazer alguns registros,
começando pelo ex-Senador Antonio Carlos Magalhães, da Bahia, que foi quem
primeiramente falou sobre essa ideia, sobre o orçamento impositivo. Ele deixou essa
semente plantada no ano de 2000, e o texto chegou no ano de 2006 à Câmara. Mas,
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de 2006 a 2012, ninguém teve a coragem, ninguém pegou o peão pelo laço, como
V.Exa., que tomou um compromisso de campanha, de ser o orçamento impositivo
uma das suas propostas, uma das suas bandeiras, ao longo de seu mandato.
Ao longo desta terça-feira, depois de diversas negociações e costuras, eu sou
testemunha, porque sou membro titular do meu partido na Comissão Especial... No
dia 17 de julho, V.Exa., notando que o texto não estava redondo na Comissão
Especial, pediu um voto de confiança dos Líderes e dos Deputados. Foi dado a
V.Exa. esse voto de confiança, que marcou dia e hora: dia 6 de agosto. Votamos no
dia 6 de agosto na Comissão Especial. Por cautela, em termos de prazo, deixamos
para esta semana a votação do texto no plenário. Votamos hoje e aprovamos não só
o texto substitutivo da Comissão Especial, como o destaque do PMDB para que os
Deputados possam dispor de forma mais flexível o objetivo das suas emendas.
Quero deixar aqui um registro também, Sr. Presidente, porque nós temos um
técnico, na área de orçamento, chamado Clóvis. O Clóvis teve um AVC de tronco e
está hospitalizado. Inclusive, sei que ele está vendo esta sessão, está se
recuperando. Tenho certeza de que o seu desejo seria estar aqui vendo um dos
seus sonhos, a aprovação do orçamento impositivo, hoje se tornar realidade.
No momento em que cito o ex-Senador Antônio Carlos Magalhães, ressalto a
bravura, a correção e a sua palavra cumprida. Eu não posso deixar, em nome do
Democratas, de citar aqui a pessoa de Clóvis, que foi um grande defensor, ao longo
de toda sua vida, na Comissão de Orçamento, na Comissão Especial do Orçamento
Impositivo, desta ideia.
Quero, Sr. Presidente, já encerrando, sabendo que há outros oradores no
aguardo para aqui trazer suas palavras, dizer que não existe nada mais autônomo e
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correto do que o orçamento impositivo. Aqui foi dito que o Judiciário julga, o
Executivo executa, e o Legislativo legisla. Nós legislamos quando aprovamos um
orçamento, mas nós temos a responsabilidade com o Brasil, com o desenvolvimento
do nosso País.
Se este Governo que aí está defende o investimento na infraestrutura do
nosso País, eu não tenho dúvida de que ninguém conhece Catolé do Rocha, Picuí,
Brejo do Cruz mais do que o Deputado Manoelzinho. Ninguém conhece Parelhas,
Canguaretama, Mossoró, Pau dos Ferros, Parnamirim mais do que eu e do que o
Presidente Henrique Eduardo Alves.
Não serão burocratas dentro de um gabinete em Brasília que vão saber do
que é que os Municípios do nosso Brasil precisam. Quem se desloca, nas
quintas-feiras, para os nossos Estados somos nós. Quem vai a Carnaubais somos
nós, que encontramos a população, que conversamos e que de lá já saímos com
pleitos para trazer a Brasília, para que, por nossas emendas parlamentares,
possamos levar o medicamento, a ambulância, o calçamento, a quadra de esportes,
levar o desenvolvimento para as diversas regiões dos quatro cantos do nosso País.
Então, eu não tenho dúvida de que esta Casa sai ainda maior. Ela defende a
sua autonomia e o seu respeito. Ninguém — seja da base, seja do Governo —
aceita ficar de cócoras ao Palácio do Planalto. Não temos por que ficar nos
humilhando.
Falo de cadeira, Sr. Presidente, porque, no ano passado, fui à Comissão de
Orçamento e acompanhei as dificuldades dos Deputados da base do Governo para
liberar as emendas. Eu diria que foi uma cena, no mínimo, constrangedora.
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Então, a partir deste momento, aumentamos a importância desta Casa. E
mais: eu diria que estamos fazendo, nesta noite, um ato de autonomia da Câmara
dos Deputados, no sentido de que possamos, na Comissão de Orçamento, aprovar
o Orçamento, tendo a certeza de que os nossos Prefeitos e a nossa população vão
receber a obra com que tanto sonham. Obras que se tornarão realidade por conta
das emendas parlamentares.
Sr. Presidente, mais uma vez, elogio V.Exa. pela postura, coragem, a
flexibilidade e diálogo com as Oposições e com o Governo, para que esta noite esse
sonho pudesse se tornar realidade. É apenas a primeira noite: ainda teremos o
segundo turno — a matéria vai ao Senado e volta. A caminhada é longa, mas tenho
certeza de que, pelo que aqui mostrou, o Plenário é autônomo, e iremos votar o
orçamento impositivo, que vai tornar-se uma realidade em nossos dias.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Muito obrigado, Deputado
Felipe Maia, pelas considerações e pela generosidade.
A SRA. FÁTIMA BEZERRA - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - O Deputado Eurico Júnior
havia solicitado a palavra antes, mas tem V.Exa. a palavra.
A SRA. FÁTIMA BEZERRA (PT-RN. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) -
Sr. Presidente, é rápido. Apenas quero solicitar a V.Exa. que retifique o meu voto
para “abstenção”, porque, enfim, houve um imprevisto aqui. Apenas para retificar o
meu voto.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Retificado.
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O SR. LEONARDO QUINTÃO (PMDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, Deputado Leonardo Quintão votou com o PMDB na
votação anterior.
O SR. EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, antes de encerrar, eu queria fazer uma ponderação a V.Exa.
Para votarmos o segundo turno desta PEC, nós precisamos do interstício de
cinco sessões. Nós temos todas as condições de votar a matéria na próxima quarta-
feira, de amanhã a 7 dias, na sessão extraordinária.
Se houver uma sessão amanhã; na quinta-feira, outra; na segunda-feira, na
terça-feira e na quarta-feira, pelo menos, na quarta-feira, a podemos votar.
Se V.Exa. convocar sessão extraordinária, como parece que está convocada
para amanhã, às 10 da manhã, nós não teremos sessão ordinária. Assim, na prática,
o segundo turno dessa PEC só seria votado daqui a duas semanas.
Então, não há a menor necessidade da sessão da manhã. Nós ainda temos
discussões a fazer e poderíamos colocar a matéria dos royalties, sem nenhum
problema, na sessão ordinária de amanhã, às 14 horas, até para que possamos
contá-la para o intestício. Terá muito mais lógica para o processo e o ajudará.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Tem razão V.Exa. e
agradeço a colaboração. Isso é para que possamos votar, na próxima quarta-feira, o
segundo turno. Por um dia, passaríamos a votação para a outra semana.
Essa boina está virando moda no plenário? (Risos.)
O SR. EURICO JÚNIOR (PV-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, hoje eu vivi aqui no Congresso Nacional duas situações totalmente
opostas. Uma foi com a falta de compromisso dos mantenedores da Universidade
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Gama Filho e da UniverCidade, do Estado do Rio de Janeiro. A Universidade Gama
Filho e a UniverCidade têm 30 mil alunos.
Na semana passada, o Presidente da Comissão de Educação, Deputado
Gabriel Chalita, foi ao Rio de Janeiro com uma comitiva presidida pelo Deputado
Celso Jacob, com a minha presença, do Deputado Chico Alencar e de diversos
Parlamentares daquele Estado — todos os que fazem parte da Comissão de
Educação, oito do Estado do Rio de Janeiro. Visitamos a Universidade Gama Filho,
visitamos os alunos que ocuparam a reitoria da Gama Filho e pudemos ver de perto
o que estava ocorrendo naquela universidade.
Hoje, o Presidente Chalita convocou uma audiência pública com a presença
confirmada dos mantenedores da UniverCidade e da Gama Filho, que é o Grupo
Galileo. O Rio de Janeiro mandou seus representantes: veio a aluna Gabriela
Ventapane, que cursa o 8º período de Arquitetura; Lúcio Brandão, do 6º período de
Geografia; Edvaldo Guimarães Júnior, que cursa o 9º período de Medicina,
representando o DCE e representando a ocupação da reitoria da Gama Filho.
Quando chegamos aqui, o Grupo Galileo não apareceu, e não houve audiência
pública. Foi mais uma vergonha. Ontem esse grupo se comprometeu a pagar o
salário de junho dos servidores e dos professores, mas isso não aconteceu.
Amanhã, nós vamos fazer um movimento na Comissão de Educação, para
que o MEC possa intervir, para que o Sr. Jorge Messias possa dar uma posição e
para que os 30 mil alunos do Estado do Rio de Janeiro — e existem alunos ali de
todo o Brasil — não percam este semestre, não percam o ano e não percam a
esperança, não só eles, mas seus pais, mães, avós, tios e filhos.
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V.Exa. assumiu aqui com este Plenário um compromisso. Hoje, a Câmara
aprovou a PEC do Orçamento Impositivo. Isso foi muito importante. Nós
acompanhamos aqui a sua dedicação, o seu compromisso, a sua luta. Pudemos
negociar. Os nove Parlamentares do Partido Verde que hoje estavam aqui — um
dos nossos estava doente e não pôde comparecer — votaram com V.Exa.
Agradecemos muito, em nome do Partido Verde, a sua dedicação e o seu
compromisso.
Eu já fui Prefeito, por três vezes, de duas cidades do Estado do Rio. Quando
o meu Chefe de Gabinete ia fazer os ofícios, eu dizia assim: “Essa emenda não
podemos pedir de jeito nenhum a esse Deputado, porque essa emenda não vai sair;
essa emenda também não pode pedir a esse”. E ele me dizia: “Mas ele teve voto
aqui”, e eu respondia: “Não adianta, porque ele não vai aprovar”. Hoje o Parlamento
quebra esse ciclo e dá uma demonstração mesmo de cidadania.
Quem vai lucrar, além do Parlamento, que já lucrou e saiu elevado hoje, são
os Prefeitos, a população de cada Município, de cada recanto e de cada Distrito.
Parabéns, Sr. Presidente, por cumprir com o seu compromisso!
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Muito obrigado, Deputado
Eurico.
Com a palavra o Deputado Manoel Junior, para encerrar a noite gloriosa de
hoje.
O SR. MANOEL JUNIOR (PMDB-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, acredito que, como último orador, já beirando as 23 horas, eu quero
dizer, não só na qualidade de municipalista, mas de seu companheiro de partido, da
minha alegria, da minha felicidade neste momento vivido por esta Casa hoje.
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O compromisso de votar o orçamento impositivo, que estava no rol de seus
compromissos com a Casa, muitos aqui não acreditavam que V.Exa. pudesse
honrar — não por querer, muito pelo contrário, mas porque esta Casa já tentou
muitas vezes fazer com que parte das nossas emendas pudessem efetivamente ser
realizadas, ser concretizadas.
V.Exa. sabe mais do que ninguém, Deputado de 11 mandatos nesta Casa,
como é importante a emenda do posto de saúde, da escola, da passagem molhada,
da estrada, da infraestrutura da periferia das pequenas cidades.
Eu, que fui Prefeito de uma cidade pequena e pobre da Paraíba, Pedras de
Fogo, por três mandatos, sei como são importantes os recursos adicionais ao FPM e
ao ICMS, que em muitas cidades não existem, para que o Prefeito possa fazer as
transformações sociais.
Então, neste dia de hoje, sei o trabalho que o PMDB e outros partidos deram
a V.Exa. e aos Líderes — nosso Líder Eduardo Cunha trabalhou o dia todo na
costura e no arranjo dessa aprovação — desta Casa, acompanhados por uma
extraordinária votação que demos não aos Prefeitos do Brasil, mas àqueles que
moram nas pequenas e médias cidades, que, diferente dos recursos do Programa
de Aceleração do Crescimento, precisam justamente desses investimentos, que é o
PAC dos Municípios brasileiros.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Exatamente.
O SR. MANOEL JUNIOR - Parabéns a V.Exa. e parabéns ao povo do nosso
Brasil.
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O SR. EURICO JÚNIOR (PV-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, peço a V.Exa. que autorize a divulgação de meu discurso nos meios de
comunicação da Casa e também no Programa A Voz do Brasil.
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Está autorizado.
O SR. EURICO JÚNIOR - Muito obrigado.
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PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS À MESA PARA PUBLICAÇÃO
O SR. MENDONÇA PRADO (DEM-SE. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, após a promulgação da
Constituição Imperial, em 1824, foram criados, em 11 de agosto de 1827, os dois
primeiros cursos de Direito de nosso Estado, um em São Paulo, outro em
Pernambuco, ficando esta data marcada historicamente como o Dia do Advogado.
Do Império ao nosso tempo, o número de cursos e bacharéis cresceu
exponencialmente, assim como também foi consagrada a importância social da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que se solidificou como instituição parceira
do Estado Democrático de Direito brasileiro.
Atualmente, segundo o site do Conselho Federal da OAB, o número de
advogados inscritos é 847.839, o que constitui uma das maiores e mais organizadas
categorias profissionais de nosso País. A mesma pesquisa aponta que em nosso
Estado de Sergipe há 4.967 advogados, que contribuem continuamente para a
proteção dos interesses sociais.
Este número de advogados pode até parecer alto, contudo deve ser cotejado
com a necessidade social por justiça e com os números apresentados pelo
Conselho Nacional de Justiça que demonstram que no ano de 2011 tramitaram
pelos órgãos do Judiciário brasileiro aproximadamente 90 milhões de processos.
Deve-se destacar que, diante destes números chamativos, comprova-se que
os advogados são “indispensáveis à administração da justiça”, conforme preceitua a
Constituição da República de 1988, porque exercem o múnus público de defender a
sociedade e o Estado Democrático de Direito.
Neste sentido se impõe a mensagem do mestre dos advogados, o baiano Rui
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Barbosa: “A profissão de advogado tem, aos nossos olhos, uma dignidade quase
sacerdotal. Toda vez que a exercemos com a nossa consciência, consideramos
desempenhada a nossa responsabilidade.”
Assim, um Estado que busca se desenvolver carece de profissionais que
conheçam os limites legais e possam atuar tanto de forma preventiva quanto na
proteção dos direitos alheios que sejam aviltados, construindo uma sociedade justa
e democrática.
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O SR. WALTER FELDMAN (PSDB-SP. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, como médico, posso afirmar que
quanto melhor a qualidade de vida oferecida nas cidades brasileiras, melhor é o grau
de felicidade do cidadão.
Recentemente o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e com
a Fundação João Pinheiro (FJP), divulgou o Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal (IDHM) das cidades brasileiras.
O IDHM é divulgado uma vez a cada 10 anos. O indicador traz para o âmbito
municipal o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) Global e faz parte do Atlas do
Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, medido por uma escala que vai de zero a
um.
A melhoria da expectativa de vida é muito significativa. Um brasileiro que
nasce hoje tem expectativa de vida 9 anos maior do que 20 anos atrás,
principalmente por uma queda na mortalidade infantil.
Os números apresentados nos permitem analisar a evolução dos Municípios
brasileiros nas duas últimas décadas.
De 1991 a 2000, o IDHM subiu 24% e, na última década, retraiu a 19%.
Referente à educação, na década de 90 do século passado, o avanço foi de 63%,
índice que minguou na última década para 40%.
A renda do cidadão brasileiro é praticamente igual, sendo 6,9% e 6,8%, na
primeira e segunda década. No que diz respeito à longevidade, na última década de
90, o percentual é de 10%, com elevação de 12% na década passada.
Relatados esses números, posso afirmar que alguns indicadores são
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alterados, seja negativamente ou positivamente, de uma gestão para a outra.
Porém, fica claro que falta unidade e compromisso com a melhoria da qualidade de
vida e um plano de Governo para o desenvolvimento do Brasil para as próximas
gerações.
O Estado de São Paulo ocupa 26 das 50 melhores cidades com melhor IDH.
Ao dobrarmos o número para as 100 melhores cidades, São Paulo alcança 55
cidades, sendo responsável pela liderança e vice-liderança do ranking São Caetano
do Sul (0,862) e Águas de São Pedro (0,854), há 10 anos.
Apesar do crescimento, o Brasil manteve a 85ª posição no ranking de IDH da
ONU. Isso ocorre devido à enorme desigualdade ao compararmos os extremos do
indicador. O Município de São Caetano do Sul (SP), primeiro colocado no IDHM
Renda, possui renda per capita mensal de R$2.043,00. Já o Município de Marajá do
Sena (MA), registra R$96,25. A diferença chega a ser de 20 vezes.
O IDH é calculado com base em indicadores de renda, educação e
longevidade, ou seja, saúde.
Se o antigo Bolsa Escola, hoje Bolsa Família, tivesse uma fiscalização
eficiente da participação frequente dos jovens nas escolas, o aumento do grau de
escolaridade seria maior; se houvesse uma libertação como um programa de
capacitação técnica para que esses jovens pudessem ter uma profissão e
futuramente conseguir adentrar o mercado de trabalho, a renda do cidadão seria
mais elevada; se o Governo investisse de fato em educação, principalmente na
formação de profissionais na área da saúde — médicos, enfermeiros, técnicos... —,
e se houvesse estruturas para atender os pacientes, não precisaríamos importar
profissionais de outros países, pois os serviços de saúde pública no Brasil seriam
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como os da Suíça.
É simples resolvermos esta situação. Quando uma criança é questionada: o
que você quer ser quando crescer? Ela responde qualquer profissão, menos ser
político. Portanto, defendo que cada um de nós viva da profissão que escolheu e
estudou para seguir e que devamos votar os interesses públicos em prazos
determinados. Ou seja, em 3 meses, poderíamos debater e votar tudo que é votado
durante o ano; nos meses seguintes, cada um volta para seu lar e vai exercer a
profissão que escolheu.
Político não é profissão, é representação dos interesses que beneficiam a
população.
Muito obrigado.
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O SR. ANTONIO BULHÕES (PRB-SP. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, os movimentos que
testemunhamos nas ruas tiveram a virtude de fazer a sociedade refletir sobre as
estruturas do poder. Muitas coisas foram pedidas, como a melhoria dos serviços
públicos e o fim de privilégios. Uma dessas foi o fim do foro privilegiado na Justiça
para as autoridades da República.
A repercussão que os fatos sociais produziram no Congresso foi um
verdadeiro exame de consciência e um oportuno chacoalhar para ações
substantivas. Isso não quer dizer que o Parlamento ficava inerte. O Parlamento,
como o nome já indica, é uma casa de discussão e de polêmica. Se os temas não
chegam a um entendimento mínimo, as decisões não ocorrem.
A democracia precisa desses ritos para garantir a máxima expressão dos
valores da sociedade. O Parlamento capta esses valores, ora quando o povo se
manifesta nas urnas, ora nas ruas.
A interpretação desses valores também trouxe a reflexão sobre quão
profundo deve ser o entendimento da isonomia constitucional, em que todos são
iguais perante a lei. Rui Barbosa já dizia há mais de 100 anos que igualdade é tratar
desigualmente os desiguais na medida em que se desigualam.
A retórica política e jurídica, às vezes, pode parecer contraditória. Isonomia é
ser igual ou desigual? Essa dúvida é pertinente quando sabemos que algumas
autoridades públicas têm tratamento diferente na Justiça por causa do chamado foro
privilegiado. Políticos não são processados pelo juiz da cidade, políticos respondem
aos Tribunais de Justiça do Estado e mesmo ao STF.
Os movimentos de rua questionaram a legitimidade desse privilégio. Temos
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que considerar isso, porque os Parlamentares são os representantes do povo, e ter
um privilégio pode significar que ele está acima de quem representa. Numa
democracia de iguais, isso soa incoerente.
Por outro lado, temos que considerar que a batalha política usa de muitas
estratégias. Uma delas é fazer uma falsa acusação para provocar desgaste no
adversário político. Imagine o risco que o político corre se ele for processado por
cada juiz da região que ele representa?
Devemos, então, lembrar-nos de Rui Barbosa. Se a justiça é tratar
desigualmente os desiguais, quando os Parlamentares têm um único foro para o
processo, o risco da vingança política diminui. O adversário político ou ideológico
não terá muita oportunidade de usar a Justiça para provocar o desgaste moral do
concorrente perante a opinião pública.
Rui Barbosa, nos dias atuais, consideraria que o risco de processo é desigual
entre o político e o cidadão comum. Mas viver também é correr riscos: risco de ficar
doente, risco de ser roubado, risco de um raio cair na cabeça.
Ser político é uma decisão pessoal. Se achar que o risco do processo judicial
não compensa o trabalho político, então talvez outra atividade possa também trazer
satisfação. A democracia impõe custos e aqueles que são os representantes do
povo devem querer pagá-los, porque simbolizam a coragem frente aos cidadãos.
Defendo, veementemente, que a prerrogativa de foro privilegiado para os
parlamentares seja extinta do ordenamento jurídico nacional. Defendo, também, por
uma questão da lógica democrática. Se o governo é do povo, como os seus
representantes podem ter privilégios?
Uma desigualdade do foro se adequaria a um sistema aristocrático. É da
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aristocracia da realeza a origem da desigualdade no tribunal de julgamento.
Em países com forte tradição aristocrática ainda se mantém essa diferença
social nos tribunais. Há tempos que deixamos essa tradição. A República, como o
nome sugere, é do povo. Os seus representantes também são o povo; o
representante, em última análise, é o empregado do povo. Isso não foi dado de
graça, foi conquistado e implica riscos.
Os Parlamentares terão o risco de sofrer a tentativa de vingança política em
todas as varas judiciais da região. A democracia dos iguais impõe coragem para
extinguir o instituto do foro privilegiado para os representantes. Político corajoso e
honesto são as qualidades que o povo sempre vai pedir.
Muito obrigado.
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O SR. AFONSO FLORENCE (PT-BA. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, amanhã, dia 14 de agosto, o
Município de Tanquinho, na Bahia, comemora 55 anos de emancipação
político-administrativa.
O Município de Tanquinho, com 8.008 habitantes (IBGE, 2010), está
localizado na microrregião de Feira de Santana, a 146 quilômetros da Capital
baiana, limita-se, ao norte, com o Município de Candeal, ao sul, com a cidade de
Feira de Santana e, a oeste, com Candeal e Feira de Santana.
O relevo da região é formado por serras, depressões e colinas, com uma
altitude média de 180 metros acima do nível do mar, clima quente e úmido, sujeito a
secas. Sua vegetação natural é a caatinga, quase toda transformada em pastagens.
Em alguns pontos como as encostas dos morros, encontram-se vestígios de Mata
Atlântica.
O Município é banhado pelo Rio Calandro, que faz limite com Santa Bárbara e
Feira de Santana a leste, e pelo Rio do Peixe, que estabelece limite com Candeal a
oeste. Ambos, temporários e de pequenas proporções.
O Município teve sua origem por volta de 1865, quando tropeiros que
comercializavam gêneros alimentícios, tecidos e ferramentas entre as cidades de
Jacobina, no Sertão, e Cachoeira, no Recôncavo Baiano, costumavam fazer uma
parada à margem de uma nascente de água cristalina conhecida como Tanque do
Gonzaga, distante 2 quilômetros da atual sede do Município, para descansar,
alimentar-se e cuidar dos animais.
Em uma das grandes estiagens que periodicamente castigam a Região
Nordeste e o Município de Tanquinho, a nascente chamada Tanque do Gonzaga
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secou e os tropeiros foram obrigados a mudar o percurso que era feito por uma
estrada que fica detrás do Monte da Emancipação, passando a ser feito pela frente
do referido Monte, onde descobriram uma nova nascente que denominaram apenas
de Tanquinho. Esse local, onde hoje é o minadouro, passou a ser o novo ponto de
encontro e descanso dos tropeiros e dos animais de cargas (burros e cavalos).
Com o passar do tempo, as pessoas foram construindo casas e, por volta do
ano de 1878, já havia cerca de 15 unidades habitacionais. Com a criação da
Freguesia pela Resolução Provincial de 28 de julho de 1870, o povoado começou a
se desenvolver, passando depois a Distrito de Feira de Santana, do qual se
desmembrou. Tornou-se o Município de Tanquinho pela Lei nº 1019, de 14 de
agosto de 1958, instalando-se em 7 de abril de 1959.
A população tanquinhense vive do comércio varejista, que é composto por
várias casas comerciais, como padarias, supermercados, farmácias, lojas de roupas
e sapatos, bares, restaurantes, postos de gasolina, lanchonetes, armarinhos, casas
de materiais de construções, serraria, lojas de eletrodomésticos, salões de beleza,
oficinas mecânicas, sapataria, casas mortuárias, lojas de artesanato, papelaria e
livraria, sorveterias, casa de material esportivo, entre outros. Sendo assim, verifica-
se que o comércio é a principal atividade econômica na zona urbana do Município.
Na zona rural, as pessoas trabalham na agricultura de subsistência, que é
uma forma de agricultura sem uso de tecnologia moderna, não é irrigada, depende
da chuva. Quando esta demora a chegar, a produção agrícola é abalada e o
trabalho do homem do campo é todo perdido.
Nessas plantações, cultivam-se milho e feijão em áreas de pastos artificiais,
pois trata-se de pessoas pobres que não possuem terra própria para a prática da
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lavoura, além de não utilizarem técnicas modernas de aragem e cultivo da terra.
Todo o trabalho é feito de forma braçal, com uso de foice, enxada, machado,
picareta e outros.
Não há seleção de sementes, nem orientação de técnicos em agricultura ou
agrônomos. O cultivo é para o uso próprio do agricultor e sua família, e o que sobra
é vendido para comprar alimentos necessários à sua sobrevivência. Em algumas
áreas do Município em questão, costuma-se plantar mandioca para a fabricação de
farinha e beiju, muito usado na alimentação do povo. Os resíduos, como as raspas
de mandioca e a crueira, servem para alimentar porcos e galinhas.
A pecuária é outra atividade econômica que se destaca na zona rural do
Município. Desenvolvem-se atividades artesanais com fibras de ariri (pequena
palmeira nativa do Sertão), na confecção de esteiras, chapéus, sacolas, entre
outros. Também são confeccionadas cestas de cipó, extraídos da Caatinga e potes,
panelas e vasos feitos de massapê, muito utilizados pela população local.
Dentro do contexto do patrimônio artístico e cultural, o Município congrega
algumas manifestações folclóricas, que fazem parte do acervo cultural da cidade.
Essas manifestações são agrupadas em ciclos.
Páscoa
Queima de Judas. Trata-se de bonecos fabricados com características do
apóstolo que traiu Jesus Cristo, que é queimado em praça pública após a leitura de
um testamento satírico no Sábado de Aleluia.
Reisado
Grupo de pessoas que, após praticar orações, entoam sambas de raiz.
Ciclo junino
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Casamento Caipira. Trata-se de uma manifestação junina realizada no dia 24
de junho, em que casais, buscando reviver tradições do meio rural, vestem-se de
forma simples e passeiam sobre cavalos e carroças, preservando, assim, um
costume secular do sertão nordestino.
São evidenciadas manifestações independentes do ciclo.
Bata de feijão. Trata-se de festa realizada em mutirão que desempenha
alegremente a tarefa de separar o feijão da casca, utilizando urupemba. O dono da
bata oferece bebida e comida a todos que participam da atividade.
Bumba-meu-boi, trata-se de manifestação em torno de uma armação de
madeira revestida de tecido colorido, no formato de um boi. Desfila, nas ruas da
cidade, acompanhado de um grupo musical que cantam músicas folclóricas.
Samba de roda. Trata-se manifestação em que as pessoas vestidas a caráter
e usando instrumentos de percussão cantam e batem palma.
Vaquejada. Trata-se de manifestação típica que tem como foco a derrubada
de bois na arena, além de desfile e coroação da rainha dos vaqueiros, missa, entre
outros.
Dentro do calendário de eventos destacam-se: Semana Santa, comemorada
em março; Mês de Maria, em maio; Festas Juninas, em meados de junho; festa de
emancipação do Município, em agosto; comemoração da Independência do Brasil,
em setembro; Tríduo Cultural, em outubro.
Contudo, seu evento de maior representatividade é o Trezenário de Santo
Antônio. O evento religioso Trezenário ocorreu pela primeira vez em 1º de junho de
1879, em homenagem ao Padroeiro do Município. A partir dessa data, o evento
sofreu uma série de transformações, pois a cada 4 anos a comissão organizadora
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da festa era mudada.
Sendo assim, a festa passou a ganhar nova roupagem, as comissões ficaram
mais diversificadas e surgiram maiores oportunidades para os membros da
comunidade local, que passaram a ter uma participação mais ativa nas
programações da festa e na sua própria organização. Paralela ao evento religioso
ocorre uma festa de largo, ao lado da igreja, com barracas padronizadas que
vendem comidas típicas, bazares, apresentações folclóricas, artísticas e culturais.
Em 14 de agosto de 1958, fruto do trabalho e do desejo dos homens e
mulheres de bem, nasceu uma cidade valorosa e querida por seus filhos, hoje, uma
data importante para o Município, momento de celebrar suas vitórias e projetar
novas conquistas.
Sr. Presidente, quero parabenizar o povo tanquinhense por mais este
aniversário de emancipação política, o Prefeito Jorge Flamarion, os Vereadores, por
todas as suas conquistas.
Muito obrigado.
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O SR. SANDES JÚNIOR (PP-GO. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Sistema Nacional de Emprego, o
SINE, em seu último balanço de inclusão de pessoas com deficiência no mercado de
trabalho, constatou que, entre maio de 2012 a abril de 2013, 46.884 vagas foram
oferecidas pelas empresas para pessoas com deficiência.
Estima-se que 14 em cada cem brasileiros tenham alguma deficiência física
ou mental. Para que consigam viver com autonomia, como o restante da população,
é preciso derrubar um conjunto de barreiras.
A legislação estabeleceu a obrigatoriedade de as empresas com cem ou mais
empregados preencherem uma parcela de seus cargos com pessoas com
deficiência. A reserva legal de cargos é também conhecida como Lei de Cotas.
As novas políticas de inclusão vêm para promover mudanças integradas.
Estão na pauta ações de prevenção e eliminação de toda forma de discriminação,
exploração, violência e abuso contra a pessoa com deficiência, além de incentivos
ao respeito pela autonomia e a equiparação de oportunidades.
O SINE é um sistema que realiza a intermediação entre mão de obra e
mercado de trabalho, com supervisão da Secretaria de Emprego e Salário do
Ministério do Trabalho e do Emprego. Seu objetivo é colocar trabalhadores no
mercado de trabalho e reduzir o tempo de espera e promover o encontro de oferta e
demanda de trabalho.
Para facilitar o acesso aos postos de trabalho, o Ministério do Trabalho e
Emprego, por meio do Portal Mais Emprego, possibilita ao trabalhador com
deficiência informar qual o tipo e subtipo de deficiência que possui. As deficiências
relacionadas no sistema estão em conformidade com as reconhecidas pelo
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Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência.
Ao disponibilizar vagas no portal, o empregador deve manifestar se a vaga é
exclusiva para pessoas com deficiência. Se a vaga não for, o sistema permite ao
empregador informar que aceita encaminhamentos de pessoas com deficiência.
Caso o empregador não aceite, deve, obrigatoriamente, apresentar justificativa
condizente com as legislações que tratam do tema.
De acordo com os números registrados pelo SINE, 119 mil vagas aceitavam a
participação de todas as pessoas, inclusive de pessoas com deficiência. Assim, mais
de 166 mil vagas foram captadas no total. No mesmo período, foi registrado o
encaminhamento de 78.526 trabalhadores com deficiência para entrevistas. Desses,
8.763 foram inseridos no mercado de trabalho.
Com isso, estamos quebrando paradigmas e promovendo a inserção social e
econômica de milhões de brasileiros que eram colocados à margem da sociedade,
com poucas ou raras oportunidades de emprego e de se tornarem cidadãos plenos
em seus direitos.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
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O SR. ANDRÉ ZACHAROW (PMDB-PR. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Exmo. Sr. Presidente, nobres membros da Mesa Diretora, Líderes das
bancadas, colegas e senhores, o alto índice de endividamento das famílias
brasileiras mostra que o modelo de crescimento econômico baseado no estímulo ao
consumo está esgotado e exige mudanças na política econômica do Governo
Federal.
O quadro atual demanda a adoção de novas estratégias, fundamentadas no
estímulo ao investimento privado, com medidas como a aceleração das concessões
de obras de infraestrutura, a redução da burocracia e da carga tributária.
Dados do Banco Central apontam que o nível de endividamento das famílias
com os bancos atingiu o patamar recorde de 44,52% em maio e que segue em alta.
Segundo economistas, a elevação do endividamento das famílias está relacionada
ao fraco crescimento da economia, que gera menos renda, ao aumento da inflação,
que, ao corroer o poder de compra da população, impulsiona a busca por novos
empréstimos.
Desde a eclosão da crise econômica mundial em 2008, o Governo Federal
vem adotando as chamadas medidas anticíclicas como forma de combater os efeitos
da crise no País.
Essas medidas se concentraram basicamente em desonerações tributárias
pontuais para setores como indústria automobilística, de móveis e de
eletrodomésticos, entre outros, e se destinavam a manter o consumo em alta. Na
nossa avaliação, essa estratégia foi oportuna durante um tempo, principalmente
como forma de garantir a manutenção do nível de emprego.
Atualmente, porém, o alto grau de endividamento das famílias, em especial da
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chamada “nova classe média”, muitas delas comprometidas com financiamentos
habitacionais, de automóveis ou de outros bens, aponta que essa política baseada
no estímulo ao consumo chegou ao limite. Tanto que as previsões do mercado
financeiro de crescimento do PIB para 2013 giram em torno de pouco mais de 2%,
enquanto a inflação continua em alta, acima dos 6% ao ano, e, portanto, do centro
da meta do Banco Central de 4,5%.
Isso se reflete também no saldo da balança comercial, que, no acumulado de
janeiro a 11 de agosto, apresentou um déficit no valor de US$ 4,39 bilhões (quatro
vírgula trinta e nove bilhões de dólares).
Em igual período do ano passado, o saldo comercial estava positivo
(superávit) em US$ 11,48 bilhões (onze vírgula quarenta e oito bilhões de dólares).
Isso ocorre porque o nível de investimento no Brasil segue baixo, em torno de
18% do PIB ao ano, quando o próprio Governo admite que o mínimo necessário
seria de 25%.
Segundo os analistas, os custos de financiamento, os adiamentos dos leilões
de grandes obras de infraestrutura e a falta de garantias quanto à rentabilidade dos
projetos estão entre os principais fatores que desestimulam ou retardam os
investimentos e, consequentemente, impedem um avanço maior do PIB.
Precisamos de novas estratégias para reverter esse quadro desfavorável da
economia. Não dá mais para insistir somente em medidas pontuais de desoneração
e estímulo ao consumo. Somente o aumento dos investimentos poderá destravar o
crescimento econômico. E ele só virá se houver um ambiente favorável, com
segurança jurídica, redução da burocracia e da carga tributária.
É preciso ainda acelerar o processo de concessões de grandes projetos de
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infraestrutura, como duplicação de rodovias, melhorias de portos e aeroportos,
fundamentais não só para o aumento do nível de investimento, como para a redução
do chamado custo Brasil, e para a melhoria da competitividade de nossa economia
como um todo.
Novos desafios exigem criatividade e flexibilidade para formular novas
estratégias.
A política econômica do Governo Federal precisa acompanhar esses
movimentos, se quiser manter o ambiente de otimismo que conquistamos nos
últimos anos, que resultaram em melhoria do nível de renda e redução das
desigualdades sociais.
Sr. Presidente, peço a V.Exa. que autorize a divulgação do meu
pronunciamento no programa A Voz do Brasil
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A SRA. IRACEMA PORTELLA (PP-PI. Pronunciamento encaminhado pela
oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em ocasiões recentes, os jovens
brasileiros demonstraram força e unidade para levar às ruas suas inquietações,
reivindicações e protestos em relação à atual situação de suas cidades e do País,
especialmente no que tange a qualidade, acesso e custos de serviços geridos pelo
poder público. Não faltaram, também, clamores pelo fim da corrupção e da
impunidade na administração pública.
Legítimas e representativas, as manifestações organizadas por meio de redes
sociais e novas ferramentas de comunicação reposicionaram a juventude como
principal indutora de relevantes transformações da nossa sociedade, reacendendo
em milhões de brasileiros a vontade de lutar por melhores condições de vida, por um
Estado atento às necessidades de seus cidadãos e pelo fortalecimento da
democracia.
Diante disso, o Dia Internacional da Juventude, anualmente celebrado no dia
12 de agosto, encerra neste ano caráter especial, por nos convidar, mais que nunca,
à reflexão sobre o papel que estamos relegando aos jovens na nossa sociedade,
sobre as oportunidades que estão sendo criadas para que se desenvolvam
plenamente e sobre a assistência e formação que Estado, família e instituições lhes
têm ofertado.
O atual contexto mundial, marcado por lento crescimento econômico na
maioria dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, pune a população jovem
de forma contundente. É ela a mais afetada pela contração do mercado de trabalho
e as limitações das políticas educacionais.
A parcela jovem da população, que compreende os indivíduos com idade
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entre 15 e 24 anos, é a mais exposta a dois gravíssimos problemas da sociedade:
violência e drogas. Sem amparo e distantes das prioridades estatais, como poderão
os jovens responder bem ao natural chamamento que lhes será feito quando tiverem
de assumir as rédeas de suas carreiras profissionais, das famílias que constituirão e
do País?
É impressionante o peso dessa pergunta. E não podemos prescindir da
obrigação de equacionar os problemas que maltratam e desenham um futuro pouco
promissor para nossos jovens. Eles gritaram para nos acordar, para dizer que não
estão dispostos a suportar malfeitos nas esferas políticas, que querem um País
melhor, mais justo e menos desigual.
Tenhamos em conta que os pensamentos e as ações dos jovens nos
fornecem sinais de como deverão ser conduzidas questões e temas de grande
impacto social. Incontestavelmente, suas vozes são sempre as primeiras a se
levantar contra a opressão e a discriminação, que atrasam e criam feridas sociais
difíceis de ser sanadas.
Aos jovens deve ser proporcionado tudo o que for necessário para que
expressem suas ideias e expandam suas ações. Junto a eles — e pensando
sobretudo neles — temos de lutar contra os males que mais os vitimam: a violência,
as drogas, o desemprego, a pobreza, as doenças, a discriminação e a
marginalização.
Temos de nos manter mobilizados para responder às demandas da juventude
e investir em políticas que certamente renderão dividendos na forma de um futuro
melhor para todos.
Ao registrar minha saudação especial aos jovens brasileiros pela passagem
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do Dia Internacional da Juventude, renovo meu empenho em lutar para que todos
tenham uma vida digna, com educação, saúde, desenvolvimento e trabalho decente.
A eles expresso o meu sincero desejo de que se mantenham despertos e
fervorosos.
Era o que tinha a dizer. Muito obrigada.
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O SR. MAURO BENEVIDES (PMDB-CE. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a exemplo do que ocorre
anualmente, o Município cearense de Mombaça, no Sertão Central de nossa
unidade federada, homenageia no dia 15 a sua Padroeira — Nossa Senhora da
Glória —, com a adesão de algumas comunas vizinhas, em perfeita integração de
cunho sociorreligioso, a que comparecem milhares de fiéis, numa comprovação do
espírito de fé arraigada de nossa gente.
Vinculada à Diocese de Iguatu, aquela cidade conta, habitualmente, no
encerramento das festividades, com a presença de autoridades eclesiástica, a
exemplo do que ocorreu no ano anterior, quando ali esteve celebrando missa solene
D. José Mauro Ramalho de Alarcon e Santiago, Bispo Emérito Diocesano e figura
respeitada por ser detentor de virtudes excepcionais, entre as quais se insere a de
competente pregador sacro, desde os primórdios de seu frutuoso sacerdócio.
A Prefeitura Municipal, confiada ao dinamismo do seu titular, Ecildo Filho,
conclama os jurisdicionados a participar de todos os eventos, em meio à
demonstração de fé e religiosidade de sua gente, secularmente conhecida como
detentora de acendrado espírito de cristandade.
Todos os meus ascendentes ali nasceram. Considera-se aquele o berço da
família Benevides, que teve como figura historicamente referenciada Salvador
Correia de Sá e Benevides, depois projetado na condição de libertador de Angola e
merecedor por isso, naquele país, de um monumento que pereniza a sua figura
inesquecível.
As votações previstas para esta semana certamente me impedirão de
participar este ano da última novena e da missa gratulatória, o que me leva a
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registrar, desta tribuna, o significativo congraçamento de quantos naquela faixa
geográfica mantêm-se ligados a uma tradição inapagável desde a época da antiga
denominação de Maria Pereira, representada no cenário político pelo Deputado
Federal Paes de Andrade — que presidiu esta Casa — e pelo saudoso Franco
Castelo de Castro, Parlamentar estadual, alçado também à condição de Vice-
Governador, em memoráveis campanhas políticas, sem esquecer o constituinte
estadual Augusto Tavares de Sá Benevides.
Encareci ao meu primo Orlando Benevides Cavalcanti que me representasse
em toda a programação, o que me não impede de, ainda este mês, deslocar-me
para o solo mombacense e ali me confraternizar com os incontáveis amigos que me
permitiram, no último pleito, voltar a esta Casa com expressivo número de sufrágios.
Obrigado.
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A SRA. FÁTIMA PELAES (PMDB-AP. Pronunciamento encaminhado pela
oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, os garimpeiros de Vila Nova, em
Porto Grande do Amapá, receberam a Permissão de Lavra Garimpeira — PLG do
Departamento Nacional de Produção Mineral — DNPM. É uma grande satisfação ter
participado e contribuído para tanto, colocando uma equipe técnica à disposição
daquela cooperativa para agir junto aos órgãos competentes.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, caros colegas Deputados, não resta
duvida de que houve um esforço conjunto para a consecução da PLG. Esses
trabalhadores terão a posse da terra e poderão explorá-la durante 5 anos. Estarão
aptos a adquirir a licença ambiental, podendo captar recursos para a compra de
maquinário; e receberão a liberação para comercializar o ouro diretamente com a
Caixa Econômica Federal, eliminando a figura do atravessador, que ficava com 30%
do lucro dos garimpeiros clandestinos, permitindo-lhes, principalmente, trabalhar em
segurança.
Foi uma grande conquista para esses 1.465 trabalhadores, que eram
obrigados a trabalhar na clandestinidade havia mais de 14 anos. Devolvemos a
essas 560 famílias o direito de trabalhar dignamente para produzir riquezas para o
País e gerar emprego e renda para os amapaenses.
A publicação saiu ontem no Diário Oficial da União. E o resultado só se deu
pelo empenho da minha equipe, pelo empenho, no Amapá, do Superintendente do
DNPM, em Macapá, o nosso querido Feijão, e dos técnicos Maria Reis e Zé
Guimarães, além do apoio do Diretor Nacional do órgão, Sérgio Dâmaso.
O esforço conjunto resultou na PLG e trouxe a alegria para aqueles
trabalhadores, que, apesar de tantas dificuldades, não desistiram e continuaram
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unidos e lutando.
No sábado estivemos lá para anunciar essa grande conquista. Foi muito
emocionante ver a alegria daquelas pessoas, todos com renovadas esperanças de
dias melhores. Afinal, foi uma luta incansável de todos os moradores da localidade.
Parabéns aos cooperados, à minha equipe e ao DNPM por essa grande
vitória, que é do Amapá e do Brasil. E parabéns aos membros da cooperativa por
todos os esforços e pela persistência!
Muito obrigada, Sr. Presidente.
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O SR. HENRIQUE OLIVEIRA (Bloco/PR-AM. Pronunciamento encaminhado
pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho aqui hoje manifestar
meu total apoio aos servidores do Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes que estão em greve desde o dia 25 de junho, que exigem nada mais
que respeito, dignidade e reconhecimento. Tive reunião com o comando de greve do
DNIT do meu Estado do Amazonas, lá em Manaus, e aqui em Brasília com alguns
servidores, inclusive de outros Estados, que descreveram e apresentaram dados
estarrecedores. Esses trabalhadores convivem diariamente com o reduzido número
de pessoal, falta de ferramentas e insumos para desempenhar as funções,
dificuldades para a qualificação e reciclagem de seus quadros e falta de um plano de
carreira condizente com o trabalho desempenhado por eles. E a causa desse
esvaziamento e impotência é evidente: é a falta de sensibilidade, visão e
organização do Governo Federal.
O DNIT, que foi criado em 2001, assumiu as responsabilidades do extinto
DNER. Teve sua área de atuação ampliada sem, no entanto, receber a contrapartida
em estrutura e ferramenta de trabalho.
O atual plano de carreira e falta de condições de trabalho têm provocado a
evasão dos atuais servidores e não é nem um pouco atrativo para as milhares de
pessoas que estudam para passar em um concurso público. O último concurso, que
ocorreu no primeiro semestre deste ano, previa 1.800 vagas. Os senhores sabem
quantas foram preenchidas? Apenas 1.051. O DNIT conta hoje com um pouco mais
de 2.500 funcionários efetivos. Destes, apenas 800 são engenheiros. Um pouco
mais de mil servidores estão prontos para se aposentar até 2016. E aí, o que fazer?
Contratar mais terceirizados, que geram mais gastos aos cofres públicos que a
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valorização e contratação de mais servidores? Hoje, para cada servidor há quatro
terceirizados. E, ainda sim, não é o suficiente para atender todas as demandas
exigidas pelo órgão, que é o pilar para o sucesso dos projetos de infraestrutura do
Brasil em todos os segmentos, seja rodoviário, aquaviário ou ferroviário.
Sr. Presidente, beira o absurdo de o órgão ter de devolver recursos ao
Orçamento da União, porque não teve meios para investir por falta de pessoal para
tocar os projetos. Em 2010, foram devolvidos um pouco mais de 1 bilhão de reais;
em 2011, mais de 3 bilhões; e, em 2012, mais de 5 bilhões. Vejam a incoerência!
Obras de infraestrutura em nossas estradas, ferrovias, portos não estão sendo
realizadas não por falta de recursos, mas sim pela falta de investimento para
contratação de servidores. Um absurdo!
A reestruturação do DNIT não pode mais esperar. A falência do DNIT
representa a falência da nossa economia. Não é exagero, nobres colegas. A falta de
funcionamento do DNIT aumenta as dificuldades para investimentos essenciais que
contribuem com o crescimento do nosso País.
Não basta reajustar em 15,8% os salários como o anunciado pelo Governo
para os servidores. Tem que equipar as carreiras de órgãos reguladores, como a
Agência Nacional de Transportes Terrestres e a Agência Nacional de Transportes
Aquaviários. Não é admissível que um servidor do DNIT ganhe menos da metade do
salário de um servidor de um órgão regulador. O servidor do DNIT é quem aprova
projetos, acompanha execução, fiscaliza e atesta.
A falta de respeito é tanta que, mesmo diante de licitações e obras atrasadas,
devido à greve, que já passa de 44 dias, ninguém do Governo Federal apresentou
uma contraproposta ou chamou a comitiva de greve para dar uma explicação. E
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para piorar, ainda fizeram o corte arbitrário do ponto daqueles que aderiram à greve.
Ressalto aqui que a greve é legal, pois manteve 50% da força de trabalho ativa,
como determina a lei. No entanto, descontaram valores de benefícios que não fazem
parte do salário, como auxílio creche; descontaram dos salários de servidores que
estão de licença maternidade, de licença-prêmio, de férias. Enfim, promoveram um
verdadeiro festival de ilegalidades. Em alguns Estados, já há mandado de segurança
que determina a restituição desses valores. No entanto, até o momento, ninguém foi
ressarcido.
Entrei em contato com o Capitão Macedo, Chefe de Gabinete do Diretor Geral
do DNIT, General Jorge Fraxe, para interceder por essas pessoas que foram
prejudicadas pelos cortes, e ele me garantiu que o órgão vai corrigir o erro. Vou
aguardar e ficar a postos para lutar para que essa promessa seja cumprida.
Por isso, clamo mais ousadia da administração federal, mais responsabilidade
do Governo Federal. A reorganização do DNIT é inadiável, urgente, um fator que
não pode ser ignorado na busca de novos investimentos nem excluído de qualquer
discussão séria e responsável. O DNIT é o principal responsável pela ampliação e
modernização de nossa infraestrutura logística.
Era o que tinha a dizer. Obrigado.
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O SR. EDINHO ARAÚJO (PMDB-SP. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, registro o falecimento, no último
dia 7 de agosto, aos 85 anos, do ex-Vereador Américo Sotto, da cidade de Mirassol,
no Noroeste de São Paulo.
Ele era comerciante do ramo de autopeças, rotariano e havia sido esportista.
Américo Sotto era casado com D. Izaura Origa Sotto e deixa o filho Sérgio Américo.
Sotto foi Presidente da Câmara Municipal de Mirassol, Presidente do Rotary
Club e membro da diretoria da Associação Comercial e Empresarial de Mirassol.
A cidade perde um homem público compromissado com a ética, o
desenvolvimento e o progresso. Devotado à família, participou ativamente das
atividades da Igreja Católica, como cursilhista e ministro da Eucaristia.
Nossas condolências à família de Américo Sotto, com a certeza de que o
Município de Mirassol saberá prestar a seu filho ilustre o devido reconhecimento.
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O SR. CARLOS BRANDÃO (PSDB-MA. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Maranhão passou a contar com
um importante aliado rumo ao progresso e ao crescimento econômico e social. A
consolidação da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do
Parnaíba — CODEVASF no Estado passou a representar a porta de entrada do
Maranhão a importantes programas de incentivos do Governo Federal, contribuindo
profundamente para o desenvolvimento regional e possibilitando o fortalecimento da
economia local.
O mais recente anúncio de investimentos no Estado nos deixa ainda mais
otimistas nessa caminhada. Cerca de R$15 milhões deverão ser investidos no
Maranhão até o fim deste ano por meio de novos convênios assinados com o
Governo do Estado por intermédio da CODEVASF e a Secretaria de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento do Maranhão.
Tenho a grande satisfação de ser o autor da Lei nº 12.196, de 2010, que
iniciou esse importante processo de consolidação da CODEVASF no Estado,
permitindo a inclusão das bacias maranhenses do Mearim e Itapecuru no ciclo de
desenvolvimento da Companhia. Antes, apenas 36 Municípios tinham algum tipo de
assistência. Agora, são mais de 150, além de contarmos com a 8ª Superintendência
Regional, em São Luís, implantação que também tive participação direta e vai
ampliar novas possibilidades de investimentos.
Portanto, encerro minhas breves palavras reafirmando que estamos juntos
nessa caminhada por um Maranhão mais justo e próspero para todos.
Era isso que tinha a dizer. Obrigado.
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O SR. JOSÉ CHAVES (PTB-PE. Pronunciamento encaminhado pelo orador.)
- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, desde a Colônia, a Zona da Mata de
Pernambuco sempre esteve na ordem do dia, não só por sua importância como
grande produtora agroaçucareira, mas, também, pelos problemas econômicos e
sociais decorrente da atividade.
De uma situação privilegiada, como maior produtor de açúcar e álcool do
Brasil, até a metade dos anos 50, a região perdeu gradativamente sua dinâmica, em
face do fechamento de suas maiores usinas e destilarias, o que decretou expressiva
redução no plantio e colheita da cana.
Agora, os tempos são outros. A Zona da Mata volta ao centro dos interesses
de investidores, porém, há empecilhos que precisam ser removidos para que se
promovam mudanças na estrutura na economia da área. Para esse fim, Sr.
Presidente, a Federação dos Trabalhadores de Pernambuco — FETAPE e um
conjunto de entidades lançaram na última segunda-feira o documento Diretrizes para
a Reestruturação Socioprodutiva da Zona da Mata.
A iniciativa é bem-vinda, oportuna e inovadora, tendo imensas possibilidades
de reinserir a região no mapa de Pernambuco, como um novo polo de atração de
investimentos produtivos.
Com 66 propostas o estudo da FETAPE, que, nos próximos dias, chegará à
Assembleia Legislativa, Governo Estadual e Prefeituras municipais, apresenta um
detalhado diagnóstico das condições socioeconômicas da região, apontando,
ademais, diretrizes distribuídas em quatro eixos: acesso à terra, apoio à produção
agrícola familiar, políticas públicas e assalariamento rural.
A FETAPE defende um novo modelo econômico para a Zona da Mata,
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baseado, sobretudo no emprego, a fim de mudar o cenário vigente na monocultura
da cana. Para a entidade, “nessa nova economia, a população de baixa
escolaridade acaba conseguindo postos de trabalho na construção, mas sabemos
que esse emprego é temporário”. Por isso, adianta a FETAPE, “o pleito é para que
ocorra a reestruturação das atividades produtivas, com destaque para a produção de
alimentos, o que possibilitará a redução do êxodo rural, com emprego e renda aos
habitantes da área”.
Todavia, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esse objetivo somente será
alcançado com uma participação efetiva do Governo do Estado e da União, sendo
essa a premissa básica para o êxito das ações recomendadas no documento da
FETAPE. Com efeito, ao longo dos últimos 33 anos, a decadência na atividade
sucroalcooleira se intensificou, fato que potencializa as transformações sugeridas —
apostas na pecuária, piscicultura, apicultura, avicultura, caprinocultura e produção
de hortifrutigranjeiros, além de aperfeiçoamento da cadeia produtiva da cana-de-
açúcar e a consequente industrialização do açúcar e seus derivados, a exemplo e
açúcar mascavo e melaço.
A economista Tânia Bacelar é de opinião que o esforço da FETAPE está
sintonizado com os novos tempos pensados para a Zona da Mata, afirmando ser
vital para mais de 1,3 milhões de pessoas que habitam a região, um terço da
população de Pernambuco, cuja produção de cana, na última década (2000-2010),
despencou 23%, ocasionando uma redução de 35% no emprego.
Por outro lado, levantamento feito pela professora Tânia Bacelar indica que a
produção de cana em Pernambuco vem perdendo participação no plano nacional:
em 1980, o Estado detinha uma fatia de 13,9%, atrás apenas de São Paulo (53,3%)
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e Alagoas (14,3%). Em 2013, a participação pernambucana caiu para 2,3%.
O encolhimento na produção da matéria-prima mitigou, consequentemente, a
participação estadual na fabricação de derivados. No mesmo intervalor de tempo
(1980-2013), a fatia da produção de açúcar, em âmbito nacional, caiu de 16,2% para
3,2%, enquanto a de etanol passou de 5,5% para 1,2%.
Em face da crescente fragilização desse quadro — onde todos perdem —
Tânia Bacelar reitera que é fundamental aceitar pesados desafios, visando a
recuperação da área.
Que a FETAPE e o conjunto de entidades parceiras levem para frente o
objetivo de reestruturar as atividades produtivas da Zona da Mata de Pernambuco,
recuperando sua importância no quadro da economia do Estado e do Nordeste.
Era o que tinha a dizer.
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O SR. ROBERTO DE LUCENA (PV-SP. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no último dia 9 de agosto, foi
comemorado o Dia Internacional dos Povos Indígenas, instituído pela ONU, a
Organização das Nações Unidas, no ano de 1995. A data, senhores, representa um
momento de reflexão sobre a responsabilidade dos países em atender e integrar a
população indígena.
No Brasil, entretanto, há poucos motivos para se comemorar. Infelizmente, a
violência contra as crianças é uma marca triste da sociedade brasileira, registrada
em todas as camadas sociais e em todas as regiões do País. No caso das crianças
indígenas, o agravante é que elas não podem contar com a mesma proteção com
que contam as outras crianças, pois a cultura é colocada acima da vida e suas
vozes são abafadas pelo manto da crença em culturas imutáveis e estáticas.
O antropólogo e teólogo Ronaldo Lidório, entre outros, já chamou atenção
para os assassinatos de crianças que ocorrem nas culturas indígenas. As
organizações que supostamente defendem os direitos indígenas são
deliberadamente omissas em relação à violência sofrida por centenas de crianças,
muitas delas assassinadas de forma cruel.
De acordo com o Censo Demográfico de 2000, para cada mil crianças
indígenas nascidas vivas, 51,4 morreram antes de completar um ano de vida,
enquanto, no mesmo período, a população não-indígena apresentou taxa de
mortalidade de 22,9 crianças por cada mil. Curiosamente, nas notícias do IBGE e do
Ministério da Saúde, não há qualquer explicação da causa mortis.
Do ponto de vista antropológico, o Brasil é um dos países mais radicais na
defesa do não intervencionismo e relativismo cultural. Com a desculpa de que
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precisamos preservar costumes e tradições, Sr. Presidente, os antropólogos
brasileiros chegam a denunciar missionários que tentam salvar crianças que são
enterradas vivas por suas próprias famílias.
A matéria da revista Veja, edição de 15 de agosto de 2007, denuncia essa
criminosa e imoral insensibilidade, trazendo uma visão favorável à ação de
missionários que se têm colocado contra a prática do infanticídio em comunidades
indígenas do nosso País.
Nós devemos dizer que eles não estão sozinhos. A vida de uma criança
indígena não vale menos do que a vida de uma criança não-indígena. E apenas uma
única vida vale infinitamente mais do que qualquer patrimônio cultural. Os que dizem
o contrário estão afirmando que práticas terríveis e preconceitos arcaicos devem ser
preservador se forem antigos demais.
Por isso, nessa data e sempre, convoco a sociedade e os representantes no
Congresso Nacional, no Governo, nas igrejas e entidades de defesa dos direitos
humanos, a se juntarem a nós na missão de lutar pela defesa da vida das crianças
indígenas no Brasil.
Que Deus abençoe os povos indígenas! Que Deus abençoe o Brasil!
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O SR. JESUS RODRIGUES (PT-PI. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria aqui de fazer uma
justa homenagem a uma categoria que é uma das mais importantes deste País,
principalmente em virtude da responsabilidade que tem de traçar metas de
crescimento e meios para alcançá-las.
Estou falando dos economistas, profissionais que carregam o peso de
conviver com a constante cobrança da sociedade por respostas, por caminhos que
levem ao desenvolvimento.
O economista precisa ter visão global, estar sempre antenado às
necessidades de todas as camadas sociais. Em uma economia tão diversificada
quanto a nossa, em que todas as classes têm poder de compra, o maior desafio que
este Governo compartilha com os economistas, mesmo existindo varias correntes de
pensamento, é justamente as formas de gerar crescimento econômico para todos e
como reduzir as desigualdades sociais. Todas as projeções e programas anunciados
pela Presidenta Dilma Rousseff visando o crescimento econômico do Brasil são
apoiados em análises, diagnósticos feitos por economistas, que têm dado grandes
contribuições à sociedade.
Por isso, reitero o meu reconhecimento à classe, da qual também faço parte
por ter concluído Curso de Ciências Econômicas na Universidade Federal do Piauí
— UFPI.
Para finalizar, deixo aqui uma reflexão feita pelo economista e professor
universitário Marcus Eduardo de Oliveira, autor do livro Conversando sobre
Economia. Ele afirma que “cabe insistir que em sociedades com agudos
desequilíbrios sociais, o primeiro compromisso da macroeconomia sempre deverá
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ser o de erradicar a pobreza, visto que a pluralidade em uma sociedade somente
ganhará espaço quando o coletivo sair fortalecido, embora os manuais de introdução
à economia insistam em pregar o individualismo”. Disso, nós entendemos bem.
Parabéns aos economistas pelo seu dia — 13 de agosto!. Obrigado pelo
trabalho que desempenham, ajudando o Brasil crescer.
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VI- ENCERRAMENTO
O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Nada mais havendo a tratar,
vou encerrar esta sessão gloriosa deste Parlamento.
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - COMPARECEM MAIS OS
SRS.:
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290
DEIXAM DE COMPARECER OS SRS.:
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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Encerro a sessão,
convocando Sessão Deliberativa Ordinária para amanhã, quarta-feira, dia 14 de
agosto, às 14 horas, com a seguinte
ORDEM DO DIA
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(Encerra-se a sessão às 23 horas e 1 minuto.)