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DEPENDÊNCIA QUÍMICA TEM CURA?

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DEPENDÊNCIA QUÍMICA TEM CURA?

SUMÁRIO

01. Dependência química tem solução? 302. Como tratar a dependência química? 803. Diferentes tipos de internação para dependentes 13

DEPENDÊNCIA QUÍMICA TEM SOLUÇÃO?01

IntroduçãoO que é dependência química? Esse mal tem solução?

Para buscar entender o que é depen-dência química, em primeiro lugar, de-vemos analisar a Classificação Inter-nacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde, que a classifica como CID-10, definindo-a como um espectro de condições e fenômenos de compor-tamento, de cognição e também fisio-lógicos apresentados por uma pessoa que usa de forma constante uma deter-mina substância psicoativa.

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Considerando o que é dependência química sob esse prisma, podemos dizer que um dependen-te químico é aquele que tem necessidade psí-quica e física de fazer uso de drogas, como co-caína, crack, maconha ou heroína, entre outras, ou álcool.

Os estudos médicos e psiquiátricos buscam iden-tificar o que é dependência química através da predisposição de determinadas pessoas ao risco de apresentar dependência, com o uso e abuso dessas substâncias.

O que é dependência química: conheça os fatores de riscoAo pesquisar o que é dependência química para cada indivíduo, é preciso entender que os fato-res de risco podem ser totalmente diferentes, dependendo da personalidade, do ambiente em que está vivendo e do grau de desenvolvimento psíquico em que se encontra uma pessoa.

Entre os principais fatores de risco para saber o que é dependência química, podemos destacar:

O dependente químico tem necessidade psíquica e física de fazer uso de drogas.

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• A genética, os problemas psiquiátricos, os transtornos de conduta, a disponibilidade das substâncias e a falta de monitoramento por parte dos pais;

• O comportamento, a falta de controle dos impulsos, o mau desempenho escolar, a ausência de conhecimento sobre os efeitos das drogas.

Para combater o que é dependência química, o usuário ou pessoa que te-nha passado por um tratamento, deve buscar, para contrapor, os fatores de proteção, como o controle sobre seus impulsos, o apoio de familiares e amigos, a religião, os estudos e o trabalho.

A dependência química deve ser vista como uma doença física e mental. Entender o que é dependência química para um usuário de drogas é enten-der que a pessoa não consegue manter o controle sobre o uso de qualquer substância psicoativa, levando-a à degradação física e espiritual.

A maior parte das pessoas dependentes precisa passar por um sério tratamento, com ajuda especializada, já que não se trata simplesmen-te de um desvio de caráter, mas sim de um problema de saúde como qualquer outro.

O que é dependência química e suas análisesPodemos considerar o que é dependência química ao entender que seja um problema orgânico, quando o usuário sente reações químicas no seu metabolismo, como acontece com o álcool e com o fumo que, embora não

TENHA EM MENTE1. Para combater

a dependência quimica o usuário deve buscar o apoio de familiares, religião, estudos e o trabalho.

2. Ele precisa entender que não consegue manter o controle sobre o uso de qualquer substância psicoativa.

3. A dependência química não é um desvio de caráter ou personalidade. Deve ser encarada como uma doença a ser tratada.

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sendo drogas ilegais, provocam reações que estabele-cem a necessidade orgânica dessas substâncias.

A dependência química torna-se uma questão de doença mais interna do que externa, muitas vezes causada por dificuldades de relacionamento ou problemas emocio-nais que levam uma pessoa a buscar paliativo das dro-gas, sem pensar que está apenas fugindo dos problemas.

O problema mais sério na análise de o que é depen-dência química está na sua progressão. Com o uso contínuo de substâncias psicoativas, o dependente en-frenta situações cada vez mais perigosas para sua saú-de física e mental. Portanto, trata-se de uma doença crônica e incurável.

Quando uma pessoa se torna dependente, sempre será dependente, mesmo que não esteja usando qualquer tipo de substância química. Para a dependência química não existe qualquer tratamento definitivo: o ex-usuário, tendo oportunidade, voltará a fazer uso da droga em busca das supostas re-compensas que ela pode oferecer.

Ao mesmo tempo, devemos entender o que é dependência química como doença que pode ser con-trolada. Um dependente alcoólico, por exemplo, pode criar em si mesmo a consciência de que não pode fazer uso do álcool mesmo de forma recreativa, ou em ambiente social, de festas e encontros, sabendo que poderá viver muito bem sem o álcool e sem todas as consequências que seu retorno às drogas pode causar.

No tratamento de dependência quí-mica o fator mais importante é a pre-venção, fazendo com que o paciente tenha consciência de que sua doença não tem cura. Ele aprenderá a man-ter o controle sobre si mesmo, saben-do que, se não se cuidar, poderá ter uma recaída.

É BOM SABER!

COMO TRATAR A DEPENDÊNCIA QUÍMICA?02

Internação para dependentes: qual é o melhor caminho?Alguns psicólogos defendem que a in-ternação numa clínica de dependência química pode não ser o melhor aten-dimento aos usuários e dependentes de drogas, inclusive se baseando nos parâmetros estabelecidos pela Organi-zação Mundial da Saúde. Contudo, em muitos casos, a internação do depen-dente tem mostrado eficácia no trata-mento contra as drogas.

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Uma análise completa de cada dependente poderá esclarecer melhor o médico sobre o caminho a ser tomado. Assim, por exemplo, as situações em que um dependente químico deva ser internado de forma involuntária numa clínica de dependência química se torna bem delimitada, como no caso de um usuário que chegou a um estado que possa ser considerado psicose.

Diante disso, como a maior parte dos dependentes de drogas não chegaram a esse estágio, a interna-ção involuntária e a compulsória não se apresentam como as melhores soluções para seu tratamento.

A maior preocupação com a dependência química, normalmente, fica por conta dos familiares e a dúvida sempre é intensa: o usuário deve ser internado numa clínica de dependência química ou seu caso poderá ser tratado de outra maneira?

Além dessa dúvida, existe uma outra para acompanhar: qual é o momento certo para a internação?

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Como podemos ver, não é uma situação que deva ser resolvida por leigos, por pessoas que não tenham conhecimento médico e psiquiá-trico suficiente para definir se o usuário deve ou não ser internado numa clínica de depen-dência química.

A melhor solução é procurar ajuda médica, le-vando o usuário a uma consulta que poderá de-finir em que estágio ele se encontra, como está sua mente e seu organismo e, só assim, buscar o tratamento mais adequado para o seu caso.

Dúvidas a respeito dos tipos de internação1. Que tipos de problemas um dependente quími-co pode apresentar para justificar sua internação?

Para ser encaminhado a um centro de reabili-tação, o dependente deve apresentar riscos de morte ou ainda estar colocando em risco a vida de outras pessoas, mostrando-se necessário um tratamento médico e uso de medicação con-tinuada, depois de haver fracassado em outras tentativas de abstinência, de estar em conflito

O usuário dependente de drogas deverá contar com a ajuda de um psiquiatra, que encontrará a melhor solução para o tratamento

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com a família e em virtude de não ter uma rede de apoio social.

2. A quem cabe a decisão pela internação?

Na maior parte dos casos, a decisão pela interna-ção é da família ou do próprio paciente, sempre devendo ser feita com orientação de um profis-sional especialista em dependência química. O dependente deve ser consultado e orientado. Em situações que o dependente está extremamen-te intoxicado, não entendendo e não aceitando qualquer tipo de ajuda, a família é quem deve decidir pela internação compulsória, assumindo todas as responsabilidades pelo tratamento.

3. Quando deve ser tomada a decisão pela inter-nação involuntária?

A internação involuntária só deve ser decidi-da depois de várias tentativas de tratamento sem sucesso e quando o dependente se nega a aceitar outras formas de ajuda, apresentando complicações clínicas, uso compulsivo de dro-gas, perdas materiais, problemas legais, com-plicações psíquicas e apresentar riscos à pró-pria saúde ou à vida.

03 DIFERENTES TIPOS DE INTERNAÇÃO PARA DEPENDENTES

A internação é, na maioria das vezes, a me-lhor solução de tratamento para a depen-dência química. Mas como você já pode notar, este tema não é tão simples assim.

Para esclarecer um pouco mais quem está vivendo o drama de um usuário de drogas na família, vamos entender melhor os três tipos de internação exis-tentes. São eles:

• internação voluntária;

• internação involuntária; e

• internação compulsória.

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1. Internação voluntária na clínica de dependência químicaDentre os tipos de internação, a voluntária é a ideal. O usuário que concorda em receber ajuda pro-fissional, se oferece para ser internado numa clínica de dependência química.

Nesse tipo de internação, o dependente solicita sua entrada, assinando um documento com uma declaração, onde consente com a opção pelo regime de internação voluntária. Mesmo tendo o consentimento, esse modelo de internação precisa ter a autorização de um médico, devidamente registrado no CRM – Conselho Regional de Medicina.

A internação voluntária na clínica de dependência química é um dos mais importantes passos para um tratamento eficaz, uma vez que o próprio dependente está reconhecendo a necessidade de se tratar, mostrando-se disposto a colaborar e, assim, tendo mais possibilidades de recuperação.

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2. Internação involuntária na clínica de dependência químicaA internação involuntária na clínica de dependência química somente deve ser indicada para um de-pendente que precisa de tratamento, mas que não concorda com ele. Essa internação deve ser feita pelo pedido de familiares ou de amigos.

O pedido da internação involuntária deve ser feito para a clínica de dependência química e, da mesma forma como na voluntária, deve ter autorização de um médico psiquiatra que, nesse caso, deve ser da própria clínica.

Depois de autorizada, a internação involuntária deve ser informada ao Ministério Público, apresentan-do os motivos, uma vez que o dependente pode alegar que está sendo mantido em cárcere privado.

Na internação involuntária só vai ocorrer a alta quando houver solicitação escrita por parte dos res-ponsáveis, devendo também ser comunicada ao Ministério Público.

Esse tipo de internação só deve ser indicado para pessoas dependentes que, em razão do seu grau de dependência, se mostram impossibilitados de se decidir pelo tratamento. Quando um dependente perde o controle de sua vida, provocando danos à própria saúde, prejudicando sua vida pessoal, familiar e profissional, não deixando alternativas, cabe a uma pessoa que se preo-cupa com ela pedir a internação.

É BOM SABER!

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3. Internação compulsória na clínica de de-pendência químicaA mais problemática e delicada das internações é a compulsória. Nesse caso, não é necessário ter autorização do paciente ou da família para internar um dependente numa clínica de de-pendência química.

A determinação deve ser feita por um juiz, com base no pedido feito por um médico psiquiatra quando este percebe a total incapacidade do paciente de manter controle sobre seu estado físico e mental.

O modelo de internação compulsória está pre-visto na legislação, não devendo ter a participa-ção de policiais e sim de médicos e enfermeiros especializados, no caso de resistência por parte do dependente.

Para tomar a decisão pela internação compulsó-ria numa clínica de dependência química, o juiz deve se basear em laudos de médicos especialis-tas, analisando ainda o próprio dependente, as condições de segurança da clínica, dos profissio-nais e dos outros internados.

Somente um juiz determinará, de acordo com a legislação, a internação compulsória, após um pedido feito pelo psiquiatra.

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ConclusãoEm qualquer caso de internação, havendo qualquer tipo de problema mais grave, como acidentes ou falecimento, a clínica de dependência química deve avisar os familiares no prazo de 24 horas.

Devemos entender que a dependência química é um caso de doença crônica, que não possui cura efetiva, havendo a necessidade de ser monitorada durante toda a vida do dependente. Uma clínica de dependência química pode ajudar a interromper o vício, fazendo com que o dependente possa retornar à sua vida normal, mas ele continua sendo um dependente para o resto da vida.

O grande problema da dependência química é que o usuário, de forma frequente, apresenta diversos problemas associados ao uso de drogas. Por isso é de suma importância que os transtornos causa-dos tenham a devida atenção, uma vez que, no caso de não tratamento, ele poderá novamente voltar ao uso e, em razão da recaída, tornar-se um usuário obsessivo.

O maior problema apresentado pela dependência química está no quadro depressivo apresen-tado pelos usuários, situação em que, se não houver um tratamento adequado, ele poderá ser levado ao suicídio.