DEPRESSÃOE QUALIDADE DE VIDA

DEPRESSÃOE QUALIDADE DE VIDA

4Principais sintomas da depressão

7Você sabia?

8Prevenção e qualidade de vida

9Tratamento e importância do apoio

de familiares e amigos

10O que JAMAIS DIZER para pessoas

que estão em depressão

11O que DEVE SER DITO para pessoas

que estão em depressão

12A importância da psicoeducação

13Referências

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Principais sintomas da depressãoLidar com o fim de um relacionamento, com o tratamento de uma doença grave, com a perda do emprego ou de um ente querido e próximo são algumas das experiências pessoais co-muns que podem levar indivíduos a momentos de profunda tristeza. Em casos normais, esses problemas são superados, mas, em outros, pode não ocorrer uma melhora, e é, então, necessário procurar a ajuda de profissionais especializados na área da saúde mental. A partir desse momento, é fundamental estar atento a possíveis sintomas da depressão, tais como:

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O indivíduo com depressão também apresenta problemas com o sono, isto é, dorme pouco ou em demasia, e há diminuição ou falta de atenção e concentração, difi culdades para se lembrar de coisas, demonstrando prejuízo da memória, pensamento e raciocínio mais lentos, bem como movimentos mais vagarosos ou inconsequentes. Em situações graves, quando o quadro de depressão toma grandes proporções na ausência de tratamento adequado, há, ainda, pensamentos de morte e tentativa de suicídio por parte dos pacientes1, sendo que alguns chegam a concretizar o ato. Considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o “mal do século”, a depressão também é capaz de incitar alterações fi sio-lógicas no corpo, sendo porta de entrada para outros distúrbios. Além dos sinais explicitados anteriormente, pessoas acometidas pela depres-são podem apresentar baixas no sistema de imunidade e maior incidên-cia de episódios de problemas infl amatórios ou infecciosos2.

▶ Sentimento de tristeza profunda, na maioria dos casos;

▶ Perda de interesses;

▶ Sensação de angústia e vazio;

▶ Perda ou aumento de apetite;

▶ Perda da libido;

▶ Sentimento de pessimismo e baixa autoestima;

▶ Perda de energia para as atividades que realizava antes, como ir ao traba-lho, à escola ou a passeios, isolando--se, muitas vezes, do convívio social.

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Condições psicológicas e sociais estão entre os fatores contri-buintes causais da depressão, além de poderem representar con-sequências negativas. O estresse, entretanto, é uma exceção em certos casos, condições psicológicas (traumas) e sociais (desnu-trição) também podem antecipar a depressão em pessoas que já têm predisposição à doença, por conta de fatores genéticos2.

Depressão e suicídio no Brasil3:

Em dados divulgados pelo Datasus, 58 pessoas morreram por uma causa associada à depressão, em 1996. Em 2012, último dado disponível, foram 467 mortes. Considerando esse intervalo de 16 anos, registrou-se um aumento de 705% no nú-mero de mortes relacionadas à depressão. Estão incluídos na estatística casos de suicídio e outras mortes motivadas por problemas de saúde decor-rentes de episódios depressivos.

Além disso, o número de suicídios também cresceu significativamente no país. No mesmo período, a quantidade passou de 6.743 para 10.321, uma média de 28 mortes por dia.

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Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, a prevalência da depressão é estimada em 19%. Isso significa que, aproximadamente, uma em cada cinco pessoas no mundo apresentam o problema em algum momento da vida2.

Você sabia?

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Prevenção e qualidade de vidaA melhor forma de prevenir a depressão é tentar manter uma rotina de vida saudável, o que envolve, diretamente, uma preocupação com a qualidade de vida. A respeito das ações necessárias para a preven-ção, é imprescindível que estejam atreladas ao cuidado do corpo e da mente – como manter uma alimentação equilibrada e saudável, além de praticar atividades físicas, integrativas e de lazer regularmente2.

Há diversos estudos que buscam compreender a relação existente entre qualidade de vida e depressão. Os sintomas e causas da doença podem prejudicar significativamente, dependendo do grau, a quali-dade de vida dos indivíduos. Contudo, há evidências que mostram ausência de sincronia de mudança entre os sintomas da depressão e a medida da qualidade de vida. A redução nos sintomas depressi-vos não se traduz necessariamente em uma melhora na qualidade de vida em todos os domínios4.

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Tratamento e importância do apoio de familiares e amigos

Medicamentos poderão ser recomendados pelo profissional da Saúde, dependendo de cada situação, mas existem diversas for-mas de tratamento5. O ideal é que o tratamento da depressão seja norteado por um diagnóstico cuidadoso e que esteja sempre su-jeito à reavaliação pelo psiquiatra1. É imprescindível, também, que esse procedimento seja acompanhado por um psicólogo, a fim de estimular atividades e hábitos prazerosos, com o intuito de mudar o estilo de vida do paciente, além da própria psicoterapia.

Além de medicamentos e psicoterapia, é essencial o apoio de fami-liares e amigos com o propósito de incentivar a continuidade do tra-tamento, fator que contribui de modo significativo para a melhora do indivíduo. Entender o que é a depressão, ou seja, seu caráter pato-lógico, e não tratá-lo com descaso é o primeiro passo a ser feito pelas pessoas que estão próximas1.

Em seguida, é preciso reconhecer a gravidade de suas conse-quências, pelas perdas que os sintomas depressivos causam, tanto prejudicando as relações familiares, sociais e profissionais como induzindo a um cuidado pessoal precário e ao risco de morte por suicídio. E, por fim, é necessário ajudar o portador a seguir as orientações médicas e psicológicas1.

Durante a crise depressiva, críticas e cobranças devem ser evitadas: as críticas apenas confirmam os pensamentos de falta de valor e de inutilidade que os portadores já têm, e as cobranças aumentam o estresse do portador, pois ele já não tem condições de realizar suas tarefas (já se cobra e não consegue), e a situação só piora quando ele sente a cobrança vinda dos familiares1.

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O que JAMAIS DIZER para pessoas que estão em depressão2

“Você está exagerando, não é tal mal assim.”

“Sei o que você está passando, já me senti assim também.”

“Melhorar depende apenas de você. Basta querer.”

“Todos temos problemas, você precisa reagir.”

“Você precisa tomar o controle da situação e melhorar de uma vez.”

“Reaja! A vida continua.”

“Você está sendo egoísta.”

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O que DEVE SER DITO para pessoas que estão em depressão2

“Estou aqui para o que precisar.”

“Não é culpa sua.”

“O que eu posso fazer por você?”

“Você não está sozinho(a).”

“Em que você está pensando?”

“Está precisando de algo?”

“Vamos conversar?”

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A importância da psicoeducação6

Como qualquer intervenção terapêutica, a psicoeducação tem como objetivo prover os pacientes com transtornos mentais com uma abordagem teórico-prática que lhes possibilite o entendimento do problema. Ela é parte fundamental de praticamente todos os proto-colos para tratamento da depressão na modalidade de terapia cogni-tivo-comportamental.

Seu papel educativo aparece desde o início até o fi nal do tratamento, sendo que a tarefa do terapeuta é educar e familiarizar o paciente em relação aos seus problemas e a sua patologia, esclarecendo-o acerca das implicações e consequências do diagnóstico estabelecido.

A psicoeducação permite que o paciente seja capaz de compreender as diferenças entre as suas características pessoais e as característi-cas do transtorno mental que precisa enfrentar. Assim, ele passa a conhecer detalhadamente os impactos e os fatores desencadeantes e mantenedores dos problemas ou da patologia que apresenta.

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Referências:

1. Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Por-tadores de Transtornos Afetivos (ABRATA). Depres-são: manual informativo. São Paulo: Planmark; 2017.

2. Portal Ministério da Saúde; Saúde de A à Z; Saú-de Mental. Depressão: Causas, sintomas, tratamentos, diagnóstico e prevenção. Acessado em 19 mar 2019. Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/saude--de-a-z/saude-mental/depressao>

3. Datasus - Departamento de Informática do SUS. Saúde pública em alerta: no Brasil, mortes por depres-são crescem mais de 700% em 16 anos, mostram da-dos do Datasus [Internet]. Atualizado em: 20 ago 2012. Disponível em: <http://datasus.saude.gov.br/noticias/atualizacoes/512-saude-publica-em-alerta--no-bra-sil-mortes-por-depressao-crescem-mais-de--700-em--16-anos-mostram-dados-do-datasus>.

4. Lima AFBS, Fleck MPA. Qualidade de vida e depressão: uma revisão da literatura [Internet]. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul. 2009;31(Suppl. 3). Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rprs/v31n3s0/v31n3a02s1.pdf>.

5. Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Saúde mental: tristeza não é depressão [Internet]. Dis-ponível em: <http://www.ans.gov.br/temas-de-interes-se/depressao>.

6. Figueiredo AL, Souza L, Ágilo Júnior JCD, Argimon IIL. O uso da psicoeducação no tratamento do transtorno bipolar. Rev Bras Ter Comport Cogn. 2009;11(1):15-24.

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