Dermatite Acral - Maria Silva Nogueira Affonso

Embed Size (px)

Citation preview

  • UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

    PR-REITORIA DE PESQUISA E PS-GRADUAO

    COORDENAO DE PS-GRADUAO

    CURSO DE PS-GRADUAO LATU SENSU EM ACUPUNTURA

    VETERINRIA

    DERMATITE ACRAL POR LAMBEDURA:

    TRATAMENTO PELA ACUPUNTURA

    Maria Silvia Nogueira Affonso

    SO PAULO, 2009

  • ii

    Maria Silvia Nogueira Affonso

    Aluna do Curso de Especializao Lato Sensu em Acupuntura Veterinria

    DERMATITE ACRAL POR LAMBEDURA:

    TRATAMENTO PELA ACUPUNTURA

    SO PAULO, 2009

    Trabalho monogrfico do curso de ps

    graduao Lato Sensu em Acupuntura

    Veterinria apresentado UCB como

    requisito parcial para obteno do ttulo de

    especialista em Acupuntura Veterinria,

    sob orientao do Prof Ms. Daniel

    Mendes Netto.

  • iii

    DERMATITE ACRAL POR LAMBEDURA

    TRATAMENTO PELA ACUPUNTURA

    Elaborado por Maria Silvia Nogueira Affonso

    Aluna do Curso de Acupuntura Veterinria

    Foi analisado e aprovado com

    grau:............................

    So Paulo, _______de _______________ de ________

    ____________________________________

    Membro

    ___________________________________

    Membro

    ___________________________________

    Professor Orientador

    So Paulo, 2009

  • Contedo

    1. INTRODUO ....................................................................................................................... 4

    2. REVISO BIBLIOGRFICA DERMATITE ACRAL POR LAMBEDURA ................... 6

    2.1 VISO GERAL ................................................................................................................. 6

    2.2 ETIOLOGIA E PATOGENIA .......................................................................................... 6

    2.3 CARACTERSTICAS CLNICAS................................................................................. 11

    2.4 DIAGNSTICO.............................................................................................................. 14

    2.5 TRATAMENTO .............................................................................................................. 15

    2.5.1 Tratamento com drogas Psicolgicas................................................................. 16

    2.5.2 Tratamento da Leso............................................................................................. 17

    3. MEDICINA TRADICIONAL CHINESA.............................................................................. 18

    3.1 BREVE HISTRICO .................................................................................................... 18

    3.2 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA E DERMATOLOGIA ................................. 23

    3.3 DERMATITE ACRAL POR LAMBEDURA E MEDICINA TRADICIONAL

    CHINESA .............................................................................................................................................. 28

    3.4 DIAGNSTICO E TRATAMENTO ............................................................................ 30

    3.5 NOMENCLATURA E LOCALIZAO DE PONTOS.............................................. 33

    4. CONCLUSO....................................................................................................................... 49

    BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................... 51

  • 2Lista de Figuras:

    Figura 1 Leses por lambedura ......................................................................................... 1212

    Figura 2 Leses por lambedura ........................................................................................... 122

    Figura 3 Leses ulcerada ..................................................................................................... 133

    Figura 4 Medida cun no co (XIE & PRIEST, 2007)...................................................... 355

    Figura 5 de cun do abdome ventral (XIE & PRIEST, 2007) ......................................... 366

    Figura 6 Pontos do meridiano do Bao Pncreas ............................................................ 376

    Figura 7 Pontos do meridiano da Bexiga (XIE & PRIEST, 2007)................................... 377

    Figura 8 Pontos do Meridiano do Corao no Co (XIE & PRIEST, 2007).................. 388

    Figura 9 Pontos do Meridiano do Estmago do Co (XIE & PRIEST, 2007)..................39

    Figura 10 Pontos do Meridiano do Fgado no Co (XIE & PRIEST, 2007).....................40

    Figura 11 Pontos do Meridiano do Intestino Delgado (XIE & PRIEST, 2007).................41

    Figura 12 Pontos do Meridiano do Intestino Grosso (XIE & PRIEST, 2007)...................42

    Figura 13 Pontos do Meridiano do Pericrdio (XIE & PRIEST, 2007)..............................43

    Figura 14 Pontos do Meridiano do Pulmo (XIE & PRIEST, 2007).................................44

    Figura 15 Pontos do Meridiano do Triplo Aquecedor (XIE & PRIEST, 2007).................45

    Figura 16 Pontos do Meridiano do Vaso Governador (XIE & PRIEST, 2007)................46

    Figura 17 Localizao do Ponto Extra An Shen (XIE & PRIEST, 2007).........................47

    Figura 18 Localizao do Ponto Extra Da Feng Men (XIE & PRIEST, 2007).................47

  • 3Figura 19 Localizao do Ponto Extra Er Jian (XIE & PRIEST, 2007)............................48

    Figura 20 Localizao do Ponto Extra Tai Yang (XIE & PRIEST, 2007)........................48

    Figura 21 Localizao do Ponto Extra Wei Jian (XIE & PRIEST, 2007).........................49

  • 41. INTRODUO

    Dermatite acral por lambedura (granuloma por lambedura) notada

    inicialmente por lambedura excessiva e compulsiva em uma rea focal de pele,

    resultando em uma placa firme, pruriginosa, ulcerada, alopcica (MEDLEAU &

    HNILICA, 2006); oval e espessada (SCHOEN, 2006).

    As causas de lambedura so multifatoriais, sendo que, embora o estresse

    possa ser um fator contribuidor, outros fatores so usualmente importantes (MEDLEAU

    & HNILICA, 2006). Deve-se sempre eliminar as causas fsicas antes que um

    diagnstico de dermatose psicognica seja efetuado. Este processo inclui o descarte

    de fatores causativos como trauma, neuropatia, dor local, parasitas, alergia, infeces

    fngicas ou bacterianas, ou doenas internas (SCOTT et al, 1996); hipersensibilidade,

    demodiciose, osteopatia, hipotiroidismo, artrite (MEDLEAU & HNILICA, 2006);

    neoplasias (PATERSON,1999). Entretanto, na maioria dos casos no detectada uma

    causa fsica subjacente, e as leses tm sido descritas como resultantes de tdio, falta

    de estmulo ambiental, ansiedade de separao e estressantes psquicos, como a

    chegada de um novo animal ao domiclio ou alteraes na rotina de trabalho de um

    morador da residncia (HARVEY & McKEEVER, 2004).

    O problema do diagnstico preciso pode considerar o fato de os fatores

    psicognicos poderem desempenhar um papel parcial na doena; um

    acompanhamento pode revelar uma doena orgnica, mas o componente psicolgico

    pode ser suficientemente significativo a ponto de o tratamento ser necessrio para o

    controle adequado de toda a condio (SCOTT et al, 1996).

    Segundo HARVEY & McKEEVER, 2004, as psicodermatoses

    resultam do autotraumatismo local ou multifocal constante, conseqente a um distrbio

    comportamental ou de automutilao obsessivo-compulsivo.

    Acredita-se que o papel dos fatores emocionais nas doenas de pele

    seja de tal significncia que, se for ignorado, o tratamento eficaz de pelo menos 40%

    dos pacientes humanos que chegam aos departamentos de dermatologia seja

    impossvel (SCOTT et al, 1996). Esse pensamento est de acordo com a Medicina

  • 5Tradicional Chinesa (MTC), que d grande nfase ao papel das emoes na patogenia

    da doena, sendo a acupuntura um meio eficaz para tratar dermatite acral por

    lambedura. Os princpios de tratamento so revigorar o Qi e o Sangue no canal, e

    acalmar o esprito (Shen) (SCHOEN,2006).

  • 62. REVISO BIBLIOGRFICA DERMATITE ACRAL POR LAMBEDURA

    2.1 VISO GERAL

    As dermatoses conhecidas como psicognicas em origem ou que

    tenham um componente psicognico significativo incluem a dermatite acral por

    lambedura (granuloma de lambedura) (SCOTT et al, 1996).

    Essas dermatoses so consideradas como exemplos de um comportamento

    estereotipado, em que h constante repetio de um gesto ou padro de

    comportamento sem significado. Quando efetuado em excesso, frequentemente tal

    gesto ou padro de comportamento resulta em autoleso (WILKINSON & HARVEY,

    1996).

    Segundo RHODES, 2005, a definio de Dermatite Acral por

    Lambedura de uma placa firme, ulcerativa ou espessada, geralmente localizada na

    face dorsal de carpo, metacarpo, tarso ou metatarso. As leses so comumente

    unilaterais, embora mais de um membro possa ser afetado; nesse caso, o prognstico

    mais reservado (WILKINSON & HARVEY, 1996).

    2.2 ETIOLOGIA E PATOGENIA

    Na psicodermatose verdadeira no identificada qualquer causa discernvel,

    embora tenha sido relatado um funcionamento neurolgico anormal nos nervos

    sensitivos de ces com granuloma por lambedura acral (WILKINSON & HARVEY,

    1996).

    Notando-se previamente, dermatite acral por lambedura pode ter origem

    dermatolgica e psicognica. Tem-se estimado que a dermatite acral por lambedura

    psicognica e idioptica compreendem mais de 50% dos casos. Uma forte associao

    parece existir entre lambedura e ansiedade em ces. Isto reporta que 70% dos ces

  • 7com diagnstico de dermatite acral por lambedura combinam medo e/ou ansiedade

    com condies base (ansiedade de separao, ansiedade relatada com agresso,

    fobia por barulho) (VIRGA, 2003).

    Segundo SCOTT et al, 1996, trs fatores gerais esto envolvidos na

    etiopatogenia:

    1) Predisposio racial. Raas que so emocionais e nervosas desenvolvem mais

    dermatoses psicognicas.

    2) O estilo de vida pode ser causador ou contribuinte. Quando os indivduos de

    raas no predispostas so forados a situaes estressantes, isolados ou com

    solido, e esto sem companhia humana ou canina, podem desenvolver

    dermatoses psicognicas. Confinamentos prolongados em jaulas, conteno

    contnua em corrente, pequeno canil ou dominao por um proprietrio ditador

    ou sem considerao podem precipitar os problemas. Um animal rival na mesma

    casa ou um animal vizinho agressivo podem desencadear um distrbio

    psicognico.

    3) O animal individualmente falando, independente de sua raa ou estilo de vida,

    pode ser particularmente nervoso, hiperesttico, medroso ou tmido.

    WILLEMSE (1998) aborda outros fatores que podem induzir estresse,

    tais como presena de um novo beb, a morte de um animal de companhia, mudana

    para uma nova casa.

    O estresse induzido provavelmente resulta na produo de peptdios

    opiides, como as endorfinas, e em gatos tambm MSH, favorecendo assim o comportamento de excessivos autocuidados e lambeduras (WILLENSE, 1998). A

    produo e liberao de endorfinas causadas pela lambedura excessiva faz com que o

    animal sinta-se melhor (eufrico) e ao mesmo tempo produzindo um efeito analgsico

    que diminui a percepo de dor do animal, levando o animal lambedura compulsiva

    (SCOTT et al, 1996).

    Estas anormalidades cutneas podem ocorrer em qualquer idade

    (WILLENSE, 1998), apesar de a maioria dos ces ter mais de cinco anos de idade

  • 8quando apresentada para o tratamento (SCOTT et al, 1996); o perodo entre o primeiro

    estresse e as manifestaes clnicas poder variar desde algumas semanas at vrios

    anos. Neste ltimo caso, o fator estressante deflagrador pode no estar presente, mas

    foi suficientemente intenso para dar incio a um crculo vicioso de compulso pelo

    autocuidado e lambeduras (WILLENSE, 1998).

    O traumatismo da leso estabelece um ciclo prurido-lambida que leva

    a um Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) (PATERSON, 1999). J SCOTT et al.

    (1996), citam que com base na fenomenologia da condio e na resposta

    farmacolgica, a dermatite acral por lambedura seja um modelo de distrbio obsessivo

    compulsivo.

    Segundo VIRGA (2003), as desordens psicofisiolgicas so

    condies dermatolgicas primrias que podem ser afetadas pelo estresse emocional.

    O interesse em animais inclui dermatite atpica, dermatoses inflamatrias crnicas e

    dermatite acral por lambedura. Embora muitos casos de dermatite acral por lambedura

    respondam ao tratamento dermatolgico padro, alguns casos refratrios devem ser

    considerados como desordem comportamental primria.

    Ainda segundo VIRGA (2003), em animais com desordens

    psicofisiolgicas, a ativao de mediadores psico-neuro-endcrino-imunolgicos tem

    contribudo para uma exacerbao dos sinais clnicos. Pela ao dos mediadores

    vasoativos, o estresse emocional pode precipitar ou perpetuar o ciclo prurido lambida

    associado s desordens psicofisiolgicas.

    Comportamentos repetitivos e aparentemente anormais foram

    descritos em vrias espcies de animais de fazenda e zoolgico. Em animais de

    companhia, comportamentos como correr atrs da cauda e suco do flanco eram

    considerados sintomticos de desordens relacionados a ataques, e o tratamento com

    drogas ansiolticas no apresentavam sucesso. Em 1991 foi proposto que os

    comportamentos anormais dos animais de companhia fossem homlogos aos

    comportamentos estereotipados de animais de produo e animais de zoolgico. Na

    mesma poca, pesquisadores do Instituto Nacional de Sade reconheceram que os

  • 9comportamentos anormais so similares s desordens obsessivas compulsivas

    humanas (LUESCHER, 2003).

    Obsesses so definidas por idias persistentes, pensamentos,

    impulsos ou idias vivenciadas como obsessivas e inapropriadas que levam

    ansiedade ou tristeza. Compulses nos humanos so definidas como comportamentos

    repetitivos e aes mentais que tm como meta a preveno ou reduo da ansiedade

    ou tristeza, proporcionando um pouco de prazer e gratificao (VIRGA, 2003).

    A extenso da similaridade das condies entre humanos e caninos ainda no

    bem entendida. Uma similaridade , sobretudo, que os comportamentos obsessivos

    compulsivos em animais de companhia so passveis ao mesmo tratamento

    farmacolgico que os comportamentos em pessoas. Outra similaridade o tipo de

    comportamento repetitivo exibido (atualmente, a primeira conexo entre as desordens

    humanas e caninas feita em ces que apresentam dermatite acral por lambedura,

    sendo aparentemente similares s pessoas que lavam as mos repetida e

    excessivamente) (LUESCHER, 2003).

    Em humanos, as obsesses de contaminao, rituais de limpeza e obsesses

    somticas so sintomas de interesse para a rea de dermatologia. Alguns autores

    acreditam que tal comportamento possa ser algo como um resqucio de

    comportamentos higinico-instintivos (grooming behaviors) importante no decorrer

    das espcies, havendo inclusive descries de ces com dermatites acrais por

    lambedura constante nas patas (TORRES, A.R.; SMAIRA, S.I.; TIOSSO, A.M, 1995).

    Uma definio satisfatria sobre esteriotipagem e distrbio obsessivo

    compulsivo pode estar baseada em mudanas neuropatolgicas especficas que

    ocorrem no crebro dos animais levando a estas performances comportamentais.

    Ocorrem mltiplas alteraes bioqumicas no crebro, resultando em comportamentos

    esteriotipados, onde, de qualquer maneira, a qumica do crebro sempre vai mudar de

    acordo com o desenvolvimento do esteritipo. O reconhecimento desses fatos poder

    auxiliar na definio diferenciada das vrias classes de esteriotipagem e, assim, a uma

    aproximao mais especfica do tratamento (LUESCHER, 1991).

  • 10

    Quadro 1: Classificao das Manifestaes Clnicas do Distrbio Obsessivo Compulsivo em Ces (LUESCHER, 1991)

    Classificao Sinais Clnicos

    Alisar os plos

    Grooming

    Mastigar patas e unhas, suco do flanco,

    granuloma por lambedura, lamber objetos

    compulsivamente, arranhar-se

    Alucinaes Olhar fixo, caar moscas imaginrias, manter o

    focinho apontado para o cho

    Comer e Beber Polidipsia, polifagia, mastigar pedras, suco

    de pelos

    Locomotor Andar em forma de 8, pular no mesmo lugar,

    esfregar-se na parede e no cho, ficar esttico

    Vocalizao Latidos rtmicos, latir para o alimento, rosnar e

    grunir sem motivo

    Neurose Morder excessivamente patas ou rabo com ou

    sem vocalizao, agressividade repentina a humanos

    Em medicina veterinria comportamental, sequncia de movimentos que no

    tem um propsito ou funo bvia e ocorre repetitivamente, fora de contexto, com

    frequncia excessiva ou longa durao, que necessrio para atingir uma real ou

    potencial meta e em um modo relativamente invarivel, so chamados de

    comportamentos esteriotipados. Na maioria dos casos, eles so derivados de

    comportamentos que fazem parte do repertrio comportamental normal dos animais. A

    maioria dos comportamentos esteriotipados no so compulsivos em natureza. Para

    diagnosticar uma desordem compulsiva, o comportamento interfere com as habilidades

    do paciente em realizar as funes normais dentro do seu ambiente social. Porque

    qualquer evidncia de comportamento excessivo em espcies no humanas

  • 11

    problemtico e devem ser comprovados, o termo desordem compulsiva mais

    especificamente descreve esses comportamentos em nossas espcies de animais de

    companhia. Como na medicina humana, uma desordem compulsiva pode ser

    considerada uma manifestao de desordem de ansiedade. Dados concretos que

    denotam a incidncia de desordem compulsiva ou uma porcentagem relativa de

    distrbios auto mutilantes compulsivos em populaes de caninos e felinos no esto

    disponveis atualmente (VIRGA, 2003).

    2.3 CARACTERSTICAS CLNICAS

    As raas predispostas incluem o Doberman Pinscher, Dinamarqus, Labrador

    Retriever, Setter Irlands, Golden Retriever, Pastor Alemo (SCOTT et al, 1996), Akita,

    Dlmatas, Sharpeis, Weimaraners (RHODES, 2005), Dogue Alemo e Boxers

    (MEDLEAU & HNILICA, 2006). Outras raas, inclusive de ces de porte menores,

    tambm podem desenvolver dermatite acral (SCOTT et al,1996).

    Segundo RHODES (2005), algumas fontes sugerem ser mais freqente em

    machos; outras indicam no haver predominncia.

    A dermatite acral por lambedura uma condio relativamente comum, em que

    uma placa cutnea firme, espessada e oval se forma na parte distal dos membros

    dianteiros ou traseiros, em decorrncia de uma lambedura persistente (WILKINSON &

    HARVEY, 1996). A sequncia das anormalidades cutneas envolve eritema, alopecia,

    eroses, ulcerao, fibrose e piodermatite secundria (WILLENSE, 1998).

  • 12

    Figura 1- Leses por lambedura em face dorsal de metatarso ( esquerda) e face dorso lateral ( direita) em articulao metacarpo falangeana. Fonte: Edmon Marcelo Zogbi.

    O local mais comum para uma leso a rea carpal ou metacarpal cranial. Os

    locais seguintes mais frequentes so as regies radial, metatrsica e tibial craniais

    (SCOTT et al, 1996). As leses muitas vezes ocorrem de forma isolada, embora

    possam ocorrer em mais de uma localizao (RHODES, 2005).

    Figura 2- Leses por lambedura em face ltero dorsal de articulao de carpo ( esquerda) e face dorsal de carpo ( direita). Fonte: Edmon Marcelo Zogbi

  • 13

    As leses crnicas tornam-se endurecidas, em forma de placas ou ndulos

    espessados que apresentam uma superfcie ulcerada e um halo hiperpigmentado

    (SCOTT et al, 1996).

    Figura 3- Leso ulcerada em face dorsal de metacarpianos em membro esquerdo de co. Fonte: Edmon Marcelo Zogbi.

    A lambedura impede a lcera de cicatrizar e predispe o local infeco

    secundria (SCOTT et al, 1996). J segundo WILKINSON & HARVEY (1996), a

    lambedura constante provoca o surgimento e mantm uma ulcerao da superfcie da

    placa, mas tambm evita a infeco bacteriana superficial secundria.

    Em gatos, a doena afeta geralmente indivduos de raa pura com

    temperamento nervoso (MUELLER, 2003). Embora as raas felinas como os Abissnios

    e Siameses paream estar predispostas doena, gatos mestios e gatos de plos

    curtos europeus tambm so comumente afetados (WILLENSE, 1998).

    As manifestaes clnicas mais bvias nos gatos so os autocuidados e

    lambeduras intensas. As manifestaes cutneas ficam comumente confinadas

    hipotricose e alopecia parcial com plos curtos (partidos) na linha mdia dorsal,

    flancos, abdome, parte caudomedial das coxas e patas dianteiras. Os plos

    remanescentes no so facilmente epilados. O novo crescimento nas reas afetadas

  • 14

    poder resultar em plos com a cor alterada (escurecidos). Ocasionalmente, h uma

    dermatite exsudativa na linha mdia dorsal ou leses em forma de placas eosinoflicas

    na linha mdia dorsal, abdome, membros posteriores ou axilas (WILLENSE, 1998). Os

    gatos podem vir a lesar a pele com persistncia, resultando em eroso seguida por

    ulcerao (HARVEY & McKEVEER, 2004).

    2.4 DIAGNSTICO

    Uma tentativa diagnstica geralmente pode ser feita a partir do exame fsico e

    da histria (SCOTT et al, 1996).

    O diagnstico de uma dermatose psicognica comumente obtido por

    excluso (WILKINSON & HARVEY,1996), sendo assim, para um diagnstico definitivo

    h necessidade de se descartar outros diagnsticos diferenciais que incluem

    neoplasias, dermatofitose, granuloma dos pontos de presso, granulomas micticos ou

    micobacterianos, distrbios bsicos de hipersensibilidade (SCOTT et al, 1996); reao

    a corpo estranho, traumatismos, endocrinopatias, demodiciose (RHODES, 2005),

    doenas esquelticas e neuromusculares (WILLENSE, 1998), alm de uma ferida

    crnica de cicatrizao lenta ( WILKINSON & HARVEY, 1996).

    Em ces, a piodermatite em ponto de presso, neoplasia, reaes de corpo

    estranho e doenas esquelticas e neuromusculares subjacentes so as desordens

    mais importantes que devem ser descartadas como possibilidades diagnsticas. Com

    esta finalidade, so mais apropriadas radiografias e a histopatologia das bipsias

    cutneas (WILLENSE, 1998).

    As culturas fngicas confirmam diagnstico de leses induzidas por micose

    (SCOTT et al,1996).

    Examinar raspados de pele e esfregaos de Tzanck para descartar

    demodiciose ou uma infeco bacteriana; cultura bacteriana e testes de sensibilidade

    (se indicado) para determinar antibiticos apropriados; dietas de excluso alimentar;

    teste intradrmico para alergia, til para animais atpicos (RHODES, 2005).

  • 15

    O tricograma pode ser til em qualquer animal alopcico (MUELLER, 2003).

    Uma doena interna subjacente pode ser descartada com testes laboratoriais

    adequados (HARVEY & McKEEVER, 2004), tais como hemograma completo,

    bioqumica e urinlise (RHODES, 2005).

    No gato, o principal diagnstico diferencial da alopecia auto-induzida

    hipersensibilidade picada de pulga e, portanto, imprescindvel que se demonstre

    que as pulgas no so causa do problema (HARVEY & McKEEVER, 2004).

    Em gatos, a alopecia psicognica excessivamente diagnosticada (MUELLER,

    2003). Esse fato foi sugerido por WAISGLASS et al. (2006) em seu estudo sobre

    dermatite psicognica em gatos. Foi realizado um estudo em 21 gatos com diagnstico

    presuntivo de alopecia psicognica. O estudo iniciou-se com um protocolo de testes

    diagnsticos incluindo citologia de pele, cultura fngica, exames parasitolgicos,

    excluso de dieta, avaliao para atopia e endocrinopatias, e exame histopatolgico de

    bipsia de pele. Os resultados mostraram que apenas dois animais apresentavam

    dermatite psicognica, sugerindo o excessivo diagnstico da doena.

    O estudo feito por CARDOSO et al. (2008) em dermatopatias em ces, onde

    foi feita reviso em 257 casos diagnosticados de alguma doena de pele primria ou

    secundria, mostrou que apenas 1,17% dos casos estudados tratava-se de

    dermatopatias psicognicas.

    2.5 TRATAMENTO

    O aconselhamento psicolgico do cliente deve ser o primeiro passo no

    tratamento da dermatite acral por lambedura de origem psicognica. O proprietrio do

    animal necessita saber que o problema do co est na cabea e no no membro

    (SCOTT et al, 1996), alm de ser necessrio tempo e pacincia para o tratamento

    (RHODES, 2005).

    Deve-se inicialmente identificar e eliminar a causa primria (MEDLEAU &

    HNILICA, 2005; SCOTT et al, 1996). Quando no for encontrada uma causa primria, o

  • 16

    tratamento com medicamentos modificadores de comportamento pode ser benfico

    (MEDLEAU & HNILICA, 2005).

    O tratamento efetivo dos distrbios de comportamento envolve uma viso

    global do convvio do animal com o proprietrio, ambiente em que vive, estmulos

    sensoriais que recebe e outros fatores que podem estressar ou traumatizar esse

    animal. O uso de frmacos na maioria dos casos no resolver o problema, sendo

    necessria a colaborao do proprietrio e dos membros da famlia no manejo e no

    tratamento desse distrbio (ANDRADE, 2008).

    Perodos de tentativa do tratamento de at 4 semanas devem ser utilizados

    para descobrir o medicamento mais eficaz (MEDLEAU & HNILICA, 2005).

    2.5.1 Tratamento com Drogas Psicotrpicas

    Uma variedade de drogas que afetam os neurotransmissores de sistema

    nervoso central ou endorfinas, ou que apresentam efeito sedativo, antidepressivo ou

    ansioltico pode ser benfica nesses casos. As drogas psicolgicas podem ser

    necessrias apenas para um curto perodo, at que o hbito seja eliminado por

    modificao no comportamento ou que a solido ou estresse sejam eliminados

    (SCOTT et al, 1996).

    Segundo PATERSON (1999) e SCOTT et al (1996), as drogas ansiolticas orais

    podem ser teis, sendo elas: Fenobarbital, na dose de 2,2 a 6,6 mg/kg, cada 12 horas;

    Diazepam, na dose de 0,2 mg/kg, cada 12 horas; e Hidroxizine, na dose de 2,2 mg/kg

    cada 8 horas.

    Demonstrou-se eficaz em casos resistente aos medicamentos antidepressivos

    tricclicos e antidepressivos inibidores seletivos da captao de serotonina,

    Clomipramina e Fluoxetina (ANDRADE, 2008; PATERSON, 1999; SCOTT et al 1996),

    na dosagem de 2 a 4 mg/kg, VO, 2x/dia e de 1 a 2 mg/kg, VO, 1x/dia, respectivamente

    (ANDRADE, 2008).

  • 17

    A Amitriptilina, um antidepressivo tricclico, citado como eficaz na dosagem

    de 1 a 3 mg/kg (PATERSON, 1999; SCOTT et al 1996), cada 8 horas (PATERSON,

    1999) e cada 12 horas (SCOTT et al, 1996).

    A Fluvoxamina citada por ANDRADE (2008) na dose de 1 a 2 mg/kg, VO,

    1x/dia.

    Os inibidores da endorfina tambm podem ser eficazes, como Naltrexona na

    dose de 2,2 mg/kg por via oral a cada 24 horas (PATERSON, 1999; RHODES, 2005;

    SCOTT et al, 1996).

    2.5.2 Tratamento da Leso

    Junto com o tratamento psicolgico, a leso de pele deve ser tratada at

    cicatrizar. As tentativas de evitar a lambedura mecanicamente pelo uso de colares

    elizabetanos, focinheiras, bandagens e colete podem ser teis para permitir a

    cicatrizao inicial, mas em geral so malsucedidos sozinhos (SCOTT et al, 1996).

    No caso de leses iniciais pequenas, uma injeo tpica de triamcinolona

    acetonida ou acetato de metilprednisolona pode aliviar o prurido (MEDLEAU &

    HNILICA, 2005).

    No tratamento tpico, pode-se utilizar flunexin meglumine e fluocinolona em

    sulfxido de dimetila (combinados), alm de perxido de benzola a 5% tpico e

    produtos de capsaicina (RHODES, 2005).

    MEDLEAU & HNILICA (2005) e PATERSON (1999), no recomendam a

    extirpao cirrgica devido freqente deiscncia ps operatria em curto prazo. J

    SCOTT et al (1996), indica, em alguns casos, a exciso cirrgica de toda e leso como

    tratamento de escolha, mas se o animal traumatizar o local de cirurgia antes de ter

    ocorrido a cicatrizao completa, a ferida resultante ser muito difcil de tratar.

    A criocirurgia pode ser usada como ltimo recurso para leses to grandes que

    no tenham respondido a nenhum outro tratamento (SCOTT et al, 1996). O

  • 18

    congelamento destri as terminaes nervosas (SCOTT et al, 1996 e PATERSON,

    1999), bloqueando o ciclo coar- lamber (SCOTT et al, 1996).

    O prognstico varivel. Leses crnicas muito fibrosadas e aquelas para as

    quais no se encontra uma causa primria apresentam piores prognsticos (MEDLEAU

    & HNILICA, 2005). A dermatite acral por lambedura um dos mais obstinados

    distrbios cutneos, mas no mnimo no apresentam risco de morte (SCOTT et al,

    1996).

    3. MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

    3.1 BREVE HISTRICO

    A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) data de mais de 4000 anos. baseada

    nas foras complementares Yin e Yang (BEDI & SHENEFELT,2002). Yin e Yang so

    opostos polares, no entanto, tambm so complementares e interdependentes. Um no

    pode existir sem o outro porque ambos formam o todo. Os dois contm elementos um

    do outro, de forma que nada totalmente Yin ou totalmente Yang, mas h

    combinaes relativas dos dois, predominando sempre um dos aspectos

    (SCHOEN,2006).

    Na sade individual, Yin e Yang esto balanceados, sendo que a doena

    ocorre quando existe desigualdade entre essas foras (BEDI & SHENEFELT,2002).

    A MTC inclui a acupuntura, a fitoterapia, a acupresso, a dietoterapia, a

    meditao e exerccios (SCHWARTZ, 2008).

    Historicamente, a fitoterapia na China originou-se no sculo III a.C., com o

    tratado mdico mais antigo sendo O Clssico de Medicina Interna do Imperador

    Amarelo. Os medicamentos fitoterpicos so derivados de fontes vegetais, animais e

    minerais (SCHWARTZ, 2008). A terapia fitoterpica funciona por intermdio da

    ingesto de ervas, as quais exercem uma influncia interna direta, na fisiologia e na

    patologia do corpo (MACIOCIA, 2007). As ervas tm sabores, meridianos associados,

  • 19

    energias trmicas, direo, aes e categorias. Essas qualidades so usadas para

    restabelecer o equilbrio do Yin e Yang no indivduo, o que vital sade

    (SCHWARTZ, 2008).

    Na Medicina Tradicional Chinesa, os alimentos so analisados muito

    diferentemente. Eles so considerados como uma extenso das ervas, assim, cada

    alimento associado com as caractersticas de direo, sabor, sistema de rgos e

    natureza ou temperatura. Os clnicos de MTC utilizam a Dietoterapia, recomendando

    certos alimentos para equilibrar e melhorar uma variedade de condies e, assim,

    restaurar e manter uma boa sade (SCHWARTZ, 2008).

    O termo acupuntura originrio das palavras em latim accus = agulha e

    pungere = espetar. Esta palavra no traduz a expresso chinesa Zhen Jiu para esta

    terapia, que quer dizer espetar e queimar. Assim podemos falar de um outro mtodo

    teraputico que est intimamente ligado Acupuntura: a moxibusto (vem de Moxa =

    Mogusa tipo de preparao de Artemsia; e bustum = queimadura). Neste caso h

    aplicaes locais de calor por intermdio da combusto de bastes de moxa (folhas de

    Artemsia envolvidas por papel, Artemsia vulgaris) nos pontos de Acupuntura

    (DRAEHMPAEHL & ZOHMANN, 1994).

    No oriente, a acupuntura vem sendo usada com finalidades preventiva e

    teraputica h vrios milnios. De fato, agulhas de pedra e espinha de peixe foram

    utilizadas na China durante a Idade da Pedra (cerca de 3000 anos AC). Nei Jing, ou

    Clssico do Imperador Amarelo sobre Medicina Interna, texto clssico e fundamental

    da MTC, descreve aspectos anatmicos, fisiolgicos, patolgicos, diagnsticos e

    teraputicos das molstias luz da medicina oriental. Nesse tratado, j se afirmava que

    o sangue flui continuamente por todo o corpo, sob controle do corao. Cerca de 2000

    anos depois, mais precisamente em 1628, William Harvey proporia sua teoria sobre a

    circulao sangunea (ALTMAN, 1992; SCOGNAMILLO- SZAB & BECHARA, 2001).

    A acupuntura foi utilizada em animais h mais de 3500 anos, quando, segundo

    a lenda, um elefante foi tratado de um distrbio estomacal semelhante ao timpanismo.

    Desde ento, a acupuntura e as outras formas da MTC tm sido utilizadas para tratar

  • 20

    uma variedade de problemas, incluindo dor, artrite, doenas cardacas, pulmonares,

    renais, digestivas, hormonais, alrgicas, reprodutivas e mentais. Na verdade, a MTC

    pode ser utilizada para tratar quase todo desequilbrio, com exceo dos casos que

    requerem cirurgias (SCHWARTZ, 2008).

    SCHOEN (2006) descreve que alm da Acupuntura tradicional corporal,

    existem outros mtodos:

    Acupuntura Auricular = ramo da acupuntura geral, que usa pontos especficos na aurcula para fins de diagnsticos e teraputicos, sendo um microssistema.

    Esse sistema local de pontos de acupuntura representa rgos do corpo e

    funes e agem sinalizando os distrbios funcionais dos rgos aos quais esto

    ligados e podem ser usados para estimular os mesmos rgos e harmonizar

    suas funes.

    Eletroacupuntura = implica em passar energia eltrica atravs de pontos de acupuntura. Esse processo normalmente feito anexando-se dispositivos

    eletrnicos em agulhas inseridas nos locais, mas j existem vrios aparelhos

    que fazem estimulao eltrica transcutnea sem uso de agulhas. A

    eletroestimulao pode produzir um nvel mais elevado e mais contnuo de

    estimulao do que o produzido manualmente.

    Acupresso = aplicao da presso do dedo superfcie do corpo, em um padro geral (massagem) ou em pontos ou locais designados. A acupresso

    provavelmente um dos mtodos mais antigos de estmulo de pontos de

    acupuntura.

    Implante = implante de vrios materiais no tecido prximo ao acuponto para se obter uma estimulao prolongada dos pontos de acupuntura. Materiais de

    sutura como fio catgut e ao inoxidvel podem ser inseridos em pontos de

    acupuntura para propiciar uma estimulao a longo prazo; entretanto, o mais

    comum a implantao de contas metlicas esterilizadas de ouro, prata ou ao

    inoxidvel.

    Terapia a Laser = uso de laseres de baixa intensidade (frios) para estimular pontos de acupuntura. Suas vantagens so: ser um mtodo no invasivo e

  • 21

    assptico, seu uso ser indolor e requerer contenes mnimas e curto perodo de

    tratamento.

    Moxibusto = o aquecimento dos pontos de acupuntura por meio da queima de uma erva sobre ou acima da pele sobre os acupontos. A erva usada

    (Artemisia vulgaris) est relacionada com a famlia do crisntemo. Moxabusto

    direta a queima dos cones de moxa diretamente sobre a pele, em pontos de

    acupuntura selecionados; moxabusto indireta evita o contato direto da moxa

    com a pele, podendo-se utilizar a moxa sobre um meio isolante.

    Aquapuntura = mtodo teraputico no qual um agente injetvel introduzido em um acuponto, combinando a estimulao da agulha com um agente

    farmacolgico. Os agentes injetveis usados pelos chineses so vitaminas,

    analgsicos, antiinflamatrios, antibiticos, antitoxinas e substncias herbceas.

    Os agentes injetveis permanecem no acuponto por certo perodo, prolongando

    a estimulao.

    Acupuntura Cutnea = aplicada sobre uma rea mais ampla, dando pequenosgolpes com instrumentos como a agulha em flor de ameixeira, que um

    aglomerado de 9 (nove) ou 7 (sete) agulhas em um pequeno mao, anexado a

    um cabo ou o martelo de sete pontas, que tem sete agulhas de ao inoxidvel

    em uma cabea, tambm presa a um cabo. Outro instrumento o carretel de

    rolamento, composto por um cilindro com agulhas muito pequenas em sua

    superfcie, onde a aplicao feita rolando-o. O princpio da acupuntura cutnea

    demonstra que as camadas superficiais da pele so estimuladas sem que a

    agulha penetre os tecidos mais profundos

    Ventosaterapia = tcnica antiga que envolve a aplicao de uma presso negativa nos pontos de acupuntura, com uso de potes globulares de boca

    estreita feitos de vidro ou cermica. Ateia-se fogo no interior da ventosa, onde

    vcuo criado medida que o fogo consome o oxignio no seu interior, isso faz

    com que a pele e o tecido subjacente sejam puxados para dentro da ventosa. A

    tcnica de ventosa no muito utilizada pelos acupunturistas veterinrios, pois

    antes de empregar essa tcnica em animais, deve-se tricotomizar a regio.

  • 22

    Sonopuntura = terapia que usa a estimulao ultra-snica em pontos de acupuntura.

    Segundo DRAEHMPAEHL & ZOHMANN (1994), o tratamento pela acupuntura

    restabelece o equilbrio entre estados de funo desarmnicas e com isso homeostase.

    Os pontos de acupuntura, situados nos meridianos e projetados na pele,

    formam a camada mais superficial de comunicao dos rgos e Vsceras (Zang fu) da

    Medicina Tradicional Chinesa com o exterior, sendo a parte externa do corpo

    energtico. Os rgos e Vsceras se comunicam com os Meridianos, que atravs dos

    pontos de acupuntura se comunicam com o meio exterior (TORRO, 1997).

    O ponto de Acupuntura definido geralmente como um ponto da pele com

    sensibilidade espontnea ao estmulo, caracterizado por uma resistncia eltrica

    reduzida (DRAEHMPAEHL & ZOHMANN, 1994) e portanto uma alta condutibilidade

    eltrica.

    Na acupuntura veterinria tradicional chinesa, o termo acuponto (ou ponto de

    acupuntura) Shu Xue. A palavra Shu denota passagem ou comunicao, e Xue

    significa orifcio ou sada. Portanto, o significado original de Shu Xue orifcio na pele

    que se comunica com um ou mais rgos internos por meio de um meridiano (Jing) ou

    de seu colateral (Luo) (SCHOEN,2006).

    Embora a pele sobre o acuponto possa mostrar o fenmeno de menor

    resistncia galvnica da pele ou refletir as condies do rgo Zang-fu, na maioria dos

    tratamentos com acupuntura a profundidade da insero da agulha se estende alm da

    espessura da pele e alcana estruturas subcutneas de hipoderme, fscia ou msculo,

    ou outras estruturas profundas. Quando essas estruturas so estimuladas por uma

    agulha de acupuntura, pode-se evocar uma sensao nica conhecida como Deqi:

    captura de Energia Vital (Qi). Acredita-se, do ponto de vista da acupuntura chinesa,

    que a sensao Deqi seja essencial obteno dos efeitos teraputicos da acupuntura

    (SCHOEN, 2006).

  • 23

    A acupuntura tem mostrado influenciar os sistemas neurolgico, endcrino,

    imunolgico e psquico. Intensas pesquisas com animais e seres humanos tm

    confirmado que os efeitos biolgicos da acupuntura incluem liberao de opiides

    endgenos, ativao do eixo hipotlamo-pituitria, alterao nos neurotransmissores

    central e perifrico, e neuro hormnios, mudanas na regulao do fluxo sanguneo e

    alteraes na funo imunolgica (BAKER, 2008).

    3.2 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA E DERMATOLOGIA

    O campo da dermatologia (pi fu ke) s recentemente se tornou uma

    especialidade na medicina chinesa. Tradicionalmente, o diagnstico e o tratamento das

    doenas de pele e plos, msculos, tendes e ossos estavam sob domnio da medicina

    externa (wai ke). A dermatologia era estudada juntamente com traumatologia, ortopedia

    e cirurgia. No livro The General Treatise on the Cause and Symptoms of Disease

    (Tratado Geral sobre a Causa e os Sintomas da Doena), escrito em 610, Chao Yuan-

    Fang explica quase 100 distrbios cutneos. Muitos textos vieram em seguida,

    desenvolvendo-se uma matria mdica em constante expanso por meio da criao de

    substncias medicinais e tcnicas de acupuntura para tratar doenas de pele

    (SCHOEN, 2006).

    A pele no apenas um rgo com seus prprios padres de reao; tambm

    um espelho que reflete o milieu interieur (meio interno) e, ao mesmo tempo, o mundo

    caprichoso ao qual est exposta. O ponto de vista da Medicina Tradicional Chinesa

    (MTC) sobre a pele surpreendentemente similar descrio anterior e reflete a

    sugesto de inspecionar o exterior para examinar o interior (SHOEN, 2006).

    A pele como um terceiro Pulmo. Age como uma conexo entre o ambiente

    externo e interno do corpo. medida que ela respira, filtra toxinas e protege contra os

    raios violetas do sol, do Vento, da chuva e da neve. Com sua vasta rea de superfcie,

    a pele mais afetada pelo Vento e Calor que ressecam e por uma deficincia interna

    de fluidos que tambm gera secura. A textura saudvel da pele depende dos rgos

  • 24

    digestivos cuja absoro de nutrientes alimenta a superfcie do corpo (SCHWARTZ,

    2008).

    Estimulao focal de nervos cutneos com agulha de acupuntura em lugares

    especficos reportado como benfico no tratamento de acne, dermatite atpica,

    neuralgia ps teraputica, psorases e urticria (SHENEFELT, 2005). De acordo com

    BAKER (2008) no existem muitos estudos sobre acupuntura para tratamento de

    doenas de pele, porm muitos relatos de casos mostram a eficincia da acupuntura

    em casos agudos e crnicos de certas doenas dermatolgicas. Geralmente esses

    relatos de casos isolados ou seriais so citados na literatura chinesa (SHENEFELT,

    2005).

    No campo da dermatologia, o uso da agulha cutnea tem especial papel no

    tratamento das doenas crnicas e refratrias ao tratamento aloptico (CHEN & YU,

    2003).

    As doenas da pele podem ser identificadas de acordo com os Padres dos

    Oito Princpios (Ba Gang), das Substncias Vitais, do Sistema de rgos e Vsceras

    (Zang-fu), dos Fatores Patognicos, independentemente de serem externos ou

    internos, dos canais (SCHOEN, 2006), e conforme os Padres de Desarmonia (ou

    Sndromes).

    A) Identificao dos Padres conforme os Oito Princpios

    Os Oito Princpios so um sistema baseado na qualidade, quantidade e

    localizao de um problema. Na qualidade do sistema, classificado se o padro da

    doena ou sua resposta tem tendncia Yin ou Yang, fria ou quente. Na quantidade,

    classifica-se quanto aos aspectos de Deficincia ou Excesso da condio; e a

    localizao depende dos aspectos interiores e exteriores (SCHWARTZ, 2008).

    As doenas dermatolgicas do tipo Yang tendem a ser de Calor, excesso e

    exterior; so agudas, apresentam prurido intenso, so mutveis e produzem

    vermelhido, edema e dor localizados. Os distrbios do tipo Yin so geralmente

    causados por Frio, deficincia e interior, e tendem a ser de natureza crnica, mida e

    com hiperpigmentao (SCHOEN, 2006).

  • 25

    B) Identificao dos Padres conforme as Substncias Vitais

    A Medicina Chinesa considera a funo do corpo e da mente como resultado

    de interao de determinadas Substncias Vitais. Essas Substncias Vitais

    manifestam-se em vrios graus de substancialidade. Na base de tudo est o Qi: todas

    as outras Substncias Vitais so manifestaes do Qi em vrios graus de

    materialidade, variando do completamente material, tal como os fluidos corpreos, para

    o totalmente imaterial, tal como a Mente (Shen). Sendo as Substncias Vitais: Qi,

    Sangue (Xue), Essncia (Jing), Fluidos Corpreos (Jin Ye) e Mente (Shen)

    (MACIOCIA,2007).

    A identificao dos padres conforme as Substncias Vitais baseia-se no

    reconhecimento das desarmonias de Qi, Sangue e Lquidos Corporais. Os padres

    comumente vistos na dermatologia incluem estagnao de Qi e de Sangue, deficincia

    de Sangue, e calor no Sangue (SCHOEN,2006).

    Os fatores que aumentam a estagnao do Qi e do Sangue (por exemplo,

    emoes reprimidas, falta de exerccios e alimentao de m qualidade) podem

    agravar as leses cutneas associadas estagnao de Sangue ou ao acmulo de

    Umidade ou de Calor (SCHOEN, 2006).

    Todos os tratamentos de pele incluem componentes para acalmar o esprito

    (Shen), pois quando a coceira se instala, o animal fica irritado. Muitos profissionais

    sentem que, em larga escala, o tratamento de sucesso focado mais no equilbrio das

    causas emocionais da coceira de que nas causas fsicas (SCHWARTZ, 2008).

    C) Identificao dos Padres conforme o Sistema de rgos e Vsceras (Zang

    Fu)

    A identificao dos padres de acordo com os rgos Zang-fu propicia as

    informaes mais detalhadas por meio da aplicao dos Oito Princpios para rgos

    Zang-fu especficos. Esse mtodo usado sobretudo para diagnosticar problemas

    crnicos internos (SCHOEN, 2006).

  • 26

    O Pulmo governa o Qi e a respirao e, em particular, est encarregado da

    inalao do ar (MACIOCIA,2007). Sua funo dispersar o Wei Qi (Qi de defesa) e os

    Lquidos Corporais pelo corpo, que servem para proteger contra invases e fornecer

    calor, umidade e nutrio pele e aos msculos. Por isso que se diz que eles

    controlam a pele e os plos (SCHOEN, 2006).

    O Corao o Prncipe da Circulao, conduzindo Sangue atravs dos vasos

    do corpo (SCHWARTZ, 2008), governa o Sangue, alm de abrigar a Mente

    (MACIOCIA, 2007). O Huan Di Nei Jing (Clssico de Medicina Interna do Imperador

    Amarelo) afirma: dor, prurido e chuang (leses cutneas) de todos os tipos so

    atribudos ao Corao. Quando o Calor extremo, as leses so doloridas; quando

    menos intenso, elas coam (SCHOEN, 2006).

    O Fgado tem muitas funes importantes dentre as quais esto: armazenar

    Sangue, assegurar o movimento homognio do Qi ao longo do corpo (MACIOCIA,

    2007) e regular o volume de Sangue, fornecendo nutrio pele e aos msculos.

    Quando o seu sangue encontra-se deficiente, pode surgir Vento interno que preenche

    os vasos sanguneos. O Vento seca os Lquidos Corporais e pode deixar a pele seca e

    pruriginosa (SCHOEN, 2006).

    O Bao, juntamente com o Estmago, freqentemente denominado Raiz do

    Qi ps-Celestial. A principal funo do Bao consiste em auxiliar a digesto do

    estmago por meio do transporte e da transformao das essncias dos alimentos,

    absorvendo os nutrientes destes e separando as partes utilizveis das inutilizveis

    (MACIOCIA, 2007). Se sua funo de transformar e transportar os lquidos estiver

    comprometida, pode haver acmulo de Umidade e/ou Fleuma. Isso um importante

    fator na patogenia de muitas condies dermatolgicas (SCHOEN, 2006).

    O Rim referido como a Raiz da Vida ou Raiz do Qi pr-Celestial. Isso

    ocorre porque ele armazena a Essncia (Jing) que, em sua forma pr-Celestial,

    derivada dos pais e estabelecida na concepo (MACIOCIA, 2007), refletindo a fora

    constitucional do animal. O Rim tem uma participao na funo do sistema

  • 27

    imunolgico, alm de se manifestarem nos plos, os quais dependem do Jing do Rim

    para serem nutridos (SCHOEN, 2006).

    D) Identificao dos Padres conforme os Fatores Patognicos

    A identificao dos padres de acordo com os fatores patognicos se

    fundamenta nas alteraes que ocorrem quando o corpo invadido por fatores

    patognicos, independentemente de serem externos ou internos (SCHOEN, 2006).

    Embora a etiologia das doenas dermatolgicas possa ser dividida em externas

    e internas, essa distribuio raramente clara, ocorrendo uma grande sobreposio

    entre as duas (SCHOEN, 2006). As seis causas externas de enfermidade so vento,

    calor, calor de vero, frio, secura e umidade. Vento, calor e umidade so os trs fatores

    mais freqentes de causar dermatites em animais de companhia (WATERS, 1992).

    O Vento tem natureza Yang e tende a agredir o Sangue e o Yin. O Frio um

    fator patognico Yin que pode agredir o Yang Qi, tambm provoca estagnao do Qi e

    do Sangue nos canais. A umidade fator patognico Yin que tende a agredir o Yang,

    possui natureza pesada e causa exsudao. A secura um fator patognico Yang e,

    portanto, pode agredir o Sangue e o Yin. O Calor causa leses vermelhas,

    edemaciadas e quentes ao toque. O Calor de Vero ocorre aps exposio ao Calor

    patognico durante o vero, sendo esse fator patognico externo um pouco diferente

    dos outros porque est definitivamente relacionado a uma condio sazonal especfica

    (SCHOEN, 2006).

    A Medicina Tradicional Chinesa v as sete emoes (raiva, alegria,

    preocupao, melancolia ou excesso de pensamento, tristeza ou pesar e choque)

    como as causas internas da doena. As emoes, semelhana do tempo e das

    estaes, so uma parte natural da existncia. Elas se tornam causa de doena

    apenas quando so particularmente intensas ou quando so reprimidas durante

    perodos prolongados (SCHOEN, 2006).

    Na Medicina Chinesa, as emoes (entendidas como causa de doena) so

    estmulos mentais que perturbam a Mente (Shen), a Alma Etrea (Hun) e a Alma

  • 28

    Corprea (Po) e, por meio destas, alteram o equilbrio dos rgos Internos e a

    harmonia do Qi e do Sangue (MACIOCIA, 2007).

    E) Identificao dos Padres conforme a Distribuio no Canal

    A identificao de padro do canal importante para que se possa identificar o

    canal afetado por meio dos sintomas e sinais. A identificao do padro do canal

    precisa ser baseada no conhecimento detalhado dos canais principais e de seus

    trajetos profundos (MACIOCIA, 2007).

    A identificao dos padres de acordo com a distribuio no canal usada no

    tratamento de certas condies superficiais, como locais quentes, otite e granuloma por

    lambedura, em que a distribuio dos sinais e sintomas pode estar relacionada a um

    canal especfico (SCHOEN, 2006).

    3.3 DERMATITE ACRAL POR LAMBEDURA E MEDICINA TRADICIONAL

    CHINESA

    A dermatite acral por lambedura (granuloma por lambedura) pode ter origem

    psicognica, mas importante se exclurem as causas orgnicas (SCHOEN, 2006). A

    maioria das leses de dermatoses psicognicas em animais resultado de trauma

    auto-induzido (SCOTT et al, 1996), relacionado a desordens psicolgicas (VIRGA,

    2003) e comportamentos estereotipados (LUESCHER, 1991).

    amide encontrada no aspecto craniolateral ou craniomedial do carpo ou

    metacarpo, ao longo da distribuio do meridiano do Triplo Aquecedor e/ou Intestino

    Grosso (SCHOEN,2006). A apresentao clssica de um ndulo discreto, elevado e

    ulcerado (WILKINSON & HARVEY, 1996).

    Na teoria da Medicina Tradicional Chinesa, dermatite acral por lambedura ou

    granuloma por lambedura pode ser considerada por dois caminhos (WATERS,1992;

    SCHOEN,2006). Quando os pontos so escolhidos para acalmar o esprito, o

    componente mental ou emocional abordado diretamente. A seleo de pontos locais

  • 29

    baseia-se no princpio de identificao dos padres de acordo com os canais visando

    remover bloqueio de Qi e de Sangue do meridiano afetado. Embora essa sndrome se

    manifeste como um problema de canal, comum haver sintomas concomitantes que

    refletem condies patolgicas dos Zang-Fu, devendo-se tratar essas condies

    adequadamente (SCHOEN, 2006).

    WATERS (1992) comenta tambm que dermatite acral por lambedura

    comumente tem como causa a obstruo da corrente de energia no canal de

    acupuntura ou meridiano subjacente a leso.

    O Shen (Esprito) um termo metafsico ou psicolgico. o esprito e a psique

    do corpo (SCHWARTZ, 2008). O Esprito (Shen) a aparncia exterior das atividades

    vitais de todo o corpo. Esse regula a mente, atividades mentais, memria e sono (a

    conscincia). Desordens do Esprito (Shen) ou perturbao do Shen, referem-se s

    desordens mentais e problemas de comportamento (XIE & PREAST, 2007), onde se

    inclui a dermatite acral por lambedura como uma desordem comportamental primria

    (VIRGA, 2003).

    Qi vitalidade (SCHWARTZ, 2008). Normalmente, o Qi circula livremente por

    todo o corpo sem nenhum bloqueio. Se houver algum distrbio decorrente de trauma,

    patgenos ou emoes, o fluxo bloqueado (SCHOEN, 2006).

    Qi e Sangue esto intimamente relacionados (SCHWARTZ, 2008). Na

    medicina chinesa, o Sangue por si s uma forma de Qi, muito denso e material, mas

    ainda sim Qi. Alm disso, o sangue inseparvel do Qi, uma vez que o Qi proporciona

    vida ao Sangue; sem o Qi, o Sangue seria um fluido inerte. O Sangue pode falhar para

    se movimentar adequadamente e estagnar (MACIOCIA, 20007). Esta condio

    causada por obstruo no fluxo normal do Sangue ou por acmulo de Sangue em uma

    rea. A obstruo normalmente ocorre em decorrncia de trauma e caracteriza-se por

    sinais como contuses, ndulo, inchaos dolorosos e cogulos de sangue (SCHOEN,

    2006). A estagnao de sangue pode ser provocada pela estagnao de Qi (do Fgado,

    na maioria dos casos) (MACIOCIA, 2007).

  • 30

    Os desequilbrios emocionais, um componente integral de muitos casos

    dermatolgicos, incluindo dermatite acral por lambedura, so causa e efeito da

    estagnao de Qi do Fgado (SCHOEN, 2006). A estagnao do Qi do Fgado pode

    apresentar manifestaes clnicas emocionais tais como melancolia, depresso, mau

    humor, flutuao do estado mental e exaltao.

    Na MTC o Corao o guardio do Esprito ou Shen, alm de suas

    responsabilidades circulatrias. Em animais, o estado do Shen visto em seus padres

    de comportamento. Respostas mentais e emocionais normais so guiadas pelo

    Corao e, tambm, pelo seu protetor, o Pericrdio. Os comportamentos anormais

    caem sob os prenncios do Shen (do Corao), mas so normalmente tratados pelo

    guardio do Corao - o Pericrdio. Tais distrbios mentais/ comportamentais so

    considerados um problema criado quando os fluidos normais do corpo so

    transformados em muco ou fluidos turvos e opacos (SCHWARTZ, 2008).

    Comportamentos manacos so manifestaes clnicas de Fleuma-Fogo perturbando o

    Pericrdio, onde o Fogo perturba a Mente provocando inquietude mental e a Fleuma

    obstrui a Mente levando ao comportamento manaco (MACIOCIA, 2007).

    3.4 DIAGNSTICO E TRATAMENTO

    Segundo SCHOEN (2006), os princpios de tratamento so revigorar o Qi e o

    Sangue no canal e acalmar o esprito, alm de sintomas concomitantes que refletem

    condies patolgicas dos Zang-Fu. Alm disso, devem ser agulhados pontos locais e

    adjacentes nos meridianos afetados.

    A) Diagnstico e Tratamento conforme a Distribuio no Canal

    A seleo de pontos inclui P-7, IG-4, IG-5, TA-3, TA-5. Por definio, nos

    distrbios das extremidades no existem pontos distais que podem ser usados,

    portanto devem ser escolhidos pontos proximais, como IG-7, IG-11, IG-15, TA-10 e TA-

    14. Alm disso, pode-se empregar a clssica tcnica de insero de agulha chamada

    de cercar o drago. As agulhas so inseridas oblqua ou transversalmente ao longo

  • 31

    da borda da leso; so direcionadas para o centro da leso e formam um padro

    circular ao redor da rea afetada (SCHOEN, 2006).

    Para WATERS,1992, a conduta de tratamento com acupuntura para dermatite

    acral por lambedura de clarear a obstruo colocando agulhas em pontos localizados

    prximos e distantes da leso. Quatro a seis agulhas devem ser inseridas em um

    ngulo pouco profundo no tecido subjacente a leso, sendo assim a tcnica de cercar

    o drago. Por exemplo, se a leso no carpo dorsal estiver localizada sobre parte

    transversal do antebrao no canal do intestino grosso, esta leso deve ser tratada com

    insero de agulhas bilaterais em IG-4, que est localizado no segundo osso

    metacarpiano e IG-11 na articulao do cotovelo. Eletroacupuntura pode ser usada

    para tratamento de dermatite acral por lambedura. Agulhas proximais e distais devem

    ser conectadas ao aparelho de eletroacupuntura e a corrente deve correr ao longo do

    canal por 10 a 20 minutos.

    O uso de uma agulha em flor de ameixeira ou de sete estrelas bastante til

    para tratar distrbios dermatolgicos e neurolgicos. A agulha em forma de pequeno

    martelo inserida sobre a pele para promover o livre fluxo do Qi nas reas afetadas.

    Essa tcnica simples, eficaz e bem tolerada pelos pacientes (SHOEN, 2006).

    B) Diagnstico e Tratamento conforme os Fatores Patognicos

    Quando a leso de dermatite acral por lambedura apresenta-se vermelha,

    pruriginosa, elevada e crostosa, o diagnstico em Medicina Chinesa de vento, calor e

    umidade, sendo o tratamento similar ao de piodermite (WATERS, 1992). O sintoma

    cardinal do Vento o prurido, sendo que, o Vento tende a transportar outros fatores

    patognicos consigo, como VentoCalor e VentoUmidadeCalor que quase sempre

    so observados juntos. A Umidade possui natureza pesada, causando leses

    exsudativas que tendem a se distribuir nas partes inferiores do corpo. O Calor causa

    leses vermelhas, edemaciadas e quentes ao toque (SCHOEN, 2006).

    Pontos de acupuntura a serem escolhidos para limpar calor, dispersar vento e

    fleuma so VG-14, B-13, IG-4, IG-11, BP-9 e B-40 (WATERS, 1992).

  • 32

    A ao dos pontos acima citadas so: VG-14 expele o Vento, remove calor,

    pacifica o Vento interno, tonifica a deficincia; B-13 ponto Shu dorsal para o pulmo,

    clareia o Calor, acalma a mente, regula o Qi Nutritivo e Defensivo; IG-4 expele o Vento,

    remove e obstruo do canal, tonifica Qi e consolida o Exterior, harmoniza a subida e

    a descida do Qi; IG-11 clareia o Calor e esfria o sangue, remove as obstrues do

    canal e o calor do canal, elimina o vento, cessa o prurido, regula Qi e o Sangue; BP-9

    resolve umidade; B-40 clareia o Calor e esfria o sangue, remove obstrues do canal,

    remove Calor de Vero (MACIOCIA, 2007; SCHOEN, 2006).

    Em distrbios do Shen, onde os sinais clnicos incluem comportamentos

    manacos, o diagnstico em Medicina Chinesa de excesso de calor e fleuma. Fleuma

    combinada com calor estagna no canal do Corao e leva a um distrbio do Shen. As

    estratgias de tratamento so limpar o calor, transformar a fleuma, acalmar o corao e

    tranqilizar a mente (XIE & PREAST, 2007).

    Os pontos de acupuntura utilizados por XIE & PREAST (2007) para distrbios

    do Shen apresentando sinais clnicos de comportamentos manacos so VG-14, Tai-

    yang, Er-jian, Wei-jian e E-44 para limpar o calor; C-9 e PC-9 para acalmar a mente;

    An-shen, Da-feng-men, C-7 e PC-6 so os principais para acalmar o corao e shen;

    E-40 para limpar fleuma; ID-3 para abrir o Vaso Governador e acalmar o shen e F-3 e

    F-2 para acalmar e esfriar o Fgado.

    J DHARMANANDA (s/d), utiliza os seguintes pontos no tratamento de

    desordens manacas: VG-14, VG-16, VG-2, PC-6 e E-40. Os pontos tm as seguintes

    aes: VG-2 extingue o Vento interior; VG-16 extingue o Vento interior, expele o Vento

    exterior, nutre a medula e beneficia o crebro e acalma a Mente e abre os orifcios da

    Mente; e E-40 ponto Luo de Conexo, transforma a Fleuma e a Umidade

    (MACIOCIA, 2007; SCHOEN, 2006).

    C) Diagnstico e Tratamento conforme Sistema de Orgos e Vsceras (Zang

    Fu)

  • 33

    O Pericrdio guarda o Corao, absorvendo os primeiros golpes das

    agresses. Isso especialmente verdade nos casos de traumas mentais ou

    emocionais (SCHWARTZ, 2008).

    Para SCHWARTZ (2008) existem muitos tipos de problema que podem entrar

    na classificao de desequilbrios do pericrdio, sendo que alguns pontos podem ser

    teis como PC-6, conhecido como Porto Interno que acalma o esprito e regula o

    fluxo de Qi por todo o corpo; VG-20, conhecido como Encontro dos 100 Pontos que

    acalma o Shen e F-3 conhecido como Grande Enxurrada que circula o sangue do

    Fgado que banha e acalma todos os sistemas de rgos e restaura deficincias de

    sangue.

    Os problemas emocionais so causas importantes da estagnao de Qi do

    Fgado. O estado de frustrao, raiva reprimida ou ressentimento por um longo

    perodo, pode fazer o fluxo de Qi ficar impedido, de forma que o Qi no flua

    suavemente, resultando em estagnao do Qi do Fgado (MACIOCIA, 2007). Estas

    condies podem estar presentes nos animais com dermatite acral por lambedura

    causada por solido, falta de ateno, situaes estressantes ou conteno contnua

    em corrente ou canil pequeno (SCOTT et al, 1996).

    Os princpios de tratamento para a estagnao do Qi do Fgado so suavizar o

    Fgado e mover o Qi, sendo os principais pontos VB-34 que move o Qi do Fgado; F-3

    move o Qi do Fgado, promove o livre fluxo de Qi e acalma o esprito; F-13 e F-14

    regulam o Qi do Fgado no Aquecedor Mdio; TA-6 move o Qi do Fgado e PC-6 regula

    o Qi, acalma o esprito, sendo esse ponto particularmente indicado quando a

    estagnao do Qi do Fgado causado por problemas emocionais (MACIOCIA, 2007;

    SCHOEN, 2006).

    3.5 NOMENCLATURA E LOCALIZAO DE PONTOS

    As informaes sobre os pontos, em grande parte, foi transposta da acupuntura

    humana. Os pontos so listados de acordo com o sistema de numerao do meridiano

  • 34

    e os nomes tradicionais em chins pinyin (SCHOEN, 2006). Uma forma de referir-se

    localizao de um ponto de acupuntura, alm dos acidentes anatmicos, a medida

    proporcional, ou tsun (ou ainda cun ou polegada). Trata-se de uma unidade de

    medida diferente de qualquer outra e que divide o corpo, ou parte dele, em tsun

    (TORRO, 1997).

    Pontos de acupuntura devem estar localizados a distncias exatas de

    marcaes do corpo ou outros acupontos. Devido a diferenas de tamanho entre um

    indivduo e outro, no possvel usar medidas absolutas em polegadas ou centmetros,

    sendo que na acupuntura prtica utiliza-se a unidade cun para medir o corpo. O cun

    uma unidade de medida relativa ou proporcional ao tamanho ou parte de cada

    animal, utilizada para localizar os pontos de acupuntura (XIE & PREAST, 2007).

    Como observa-se na Figura 4 do co, a distncia do trocanter maior ao centro

    do joelho de 18 cun. Na lateral do membro posterior, do centro do joelho ao malolo

    lateral da tbia so 16 cun, e na regio medial so 13 cun do epicndilo medial da tbia

    at o malolo medial. Na escpula so 3 cun da extenso da borda cranial at a

    caudal. A distncia do tubrculo maior do mero at o cotovelo de 9 cun. Do centro

    do cotovelo at a regio proximal do carpo a medida de 12 cun. Na cabea, a

    distncia da regio posterior do crnio at a regio frontal entre os olhos, ao longo da

    linha mdia, apresenta 12 cun (XIE & PREAST, 2007).

  • 35

    Figura 4 Medida cun no co (XIE & PRIEST, 2007)

    A ilustrao na figura 5, mostra a distncia do pbis at a cicatriz umbilical que

    de 5 cun. A distncia da cicatriz umbilical at o processo xifide de 8 cun (XIE &

    PREAST, 2007).

  • 36

    Figura 5 de cun do abdome ventral. (XIE & PRIEST, 2007)

    Localizao dos pontos segundo MACIOCIA, 2007; SCHOEN, 2006; TORRO,

    1997; XIE & PREAST, 2007.

    Pontos do Meridiano do Bao Pncreas:

    BP-9 Yin Ling Quan. Localizado no aspecto medial da perna, na depresso

    ventral ao cndilo medial da tbia, entre a borda e o msculo gastrocnmio.

  • 37

    Figura 6 Pontos do meridiano do Bao Pncreas (XIE & PRIEST, 2007)

    Pontos do Meridiano da Bexiga:

    B-13 Fei Shu. Localizado lateral borda caudal do processo espinal da

    terceira vrtebra torcica, ao longo da linha longitudinal dos tubrculos costais.

    B-40 Pi Shu. Localizado no centro da fossa popltea.

    Figura 7 Pontos do meridiano da Bexiga (XIE & PRIEST, 2007)

    Pontos do Meridiano do Corao:

    C-7 Shen Men. Localizado na regio caudal do antebrao, imediatamente

    proximal ao osso acessrio do carpo, entre os tendes dos flexores ulnar do carpo e

    digital superficial.

    C-9 Shao Chong. Localizado na margem ungueal medial do quinto dedo do

    membro torcico.

  • 38

    Figura 8 Pontos do Meridiano do Corao no Co (XIE & PRIEST, 2007)

    Pontos do Meridiano Estmago:

    E-40 Feng Long. Localizado no ponto mdio entre E-35 e o malolo lateral da

    fbula, entre os msculos da tbia cranial e extensor longo digital.

    E-44 Nei Ting. Localizado no dorso da pata posterior, na depresso entre a

    segunda e a terceira falange proximal, e proximalmente margem da membrana

    digital.

  • 39

    Figura 09. Pontos do Meridiano do Estmago no Co (XIE & PRIEST, 2007)

    Pontos do Meridiano do Fgado:

  • 40

    F-2 Xing Jian. Localizado no aspecto medial da pata posterior, distal

    articulao falangiana-metatarsiana do segundo dgito, no ponto mdio entre os

    aspectos dorsal e medial do osso.

    F-3 Tai Chong. Localizado no aspecto dorsomedial da pata posterior, no meio

    do segundo osso metatarsiano.

    F-13 Zhang Men. Localizado no aspecto ventrolateral do tronco, na

    cartilagem costal da dcima segunda costela.

    F-14 Qi Men. Localizado no sexto espao intercostal no nvel da linha lctea

    (mamria).

    Figura 10. Pontos do Meridiano do Fgado no Co (XIE & PRIEST, 2007)

    Pontos do Meridiano do Intestino Delgado:

  • 41

    ID-3 Hou Xi. Localizado na face lateral de extremidade distal do membro

    torcico, proximal articulao metacarpo falangeana do quinto dedo.

    Figura 11. Pontos do Meridiano do Intestino Delgado (XIE & PRIEST, 2007)

    Pontos do Meridiano do Intestino Grosso:

    IG-4 He Gu. Localizado no tero proximal do segundo metacarpo, entre o

    segundo e o terceiro ossos metacarpianos.

    IG-5 Yang Xi. Localizado na face ltero medial do punho quando em estao

    forada. Na articulao do osso rdio com os ossos do carpo, face medial do membro

    torcico.

    IG-7 Wen Liu. Na linha traada entre IG-5 e o IG-11, situa-se quase no meio

    desta linha.

  • 42

    IG- 11 Qu Chi. Localizado na face lateral do membro torcico, quando a

    articulao do cotovelo fletida em ngulo reto, localiza-se no ponto mdio entre o

    tendo do bceps braquial e o epicndilo lateral do mero.

    IG-15 Jian Yu. Localizado no ponto mdio entre o acrmio e o tubrculo

    maior do mero, na margem cranial da parte distal do msculo deltide.

    Figura 12. Pontos do Meridiano do Intestino Grosso (XIE & PRIEST, 2007)

    Pontos do Meridiano do Pericrdio:

  • 43

    PC-6 Nei Guan. Localizado na face da extremidade distal do membro

    torcico, na sua linha vertical central, dois tsun proximal prega de flexo do punho, ao

    lado do tendo do msculo flexor radial do carpo.

    PC-9 Zhong Chong. Localizado na borda coronria ventrolateral da terceira

    falange.

    Figura 13. Pontos do Meridiano do Pericrdio (XIE & PRIEST, 2007)

    Pontos do Meridiano do Pulmo:

    P-7 Lie Que. Localizado no aspecto medial do membro anterior, proximal ao

    processo estilide radial e medial ao tendo extensor radial do carpo.

  • 44

    Figura 14. Pontos do Meridiano do Pulmo (XIE & PRIEST, 2007)

    Pontos do Meridiano do Triplo Aquecedor:

    TA-3 Zhong Zhu. Localizado no dorso da pata anterior, em uma depresso

    entre o quarto e o quinto osso metacarpiano, proximal cabea (extremidade distal) do

    quinto osso metacarpiano.

    TA-5 Wai Guan. Localizada na extremidade distal do espao intersseo entre

    o rdio e a ulna. Contraponto lateral do PC-6.

    TA-6 Zhi Gou. Localizado na face cranial do tero distal do membro torcico,

    quando da posio em estao forada, entre os ossos rdio e ulna.

    TA-10 Tian Jing. Localizado ao longo da borda caudal do antebrao, numa

    depresso proximal ao processo do olecrano.

  • 45

    TA-14 Jian Liao. Localizado na face lateral do tero proximal do membro

    torcico, quando da posio em estao forada, na depresso entre o acrmio e o

    tubrculo maior do mero.

    Figura 15. Pontos do Meridiano do Triplo Aquecedor (XIE & PRIEST, 2007)

    Pontos do Meridiano do Vaso Governador:

    VG- 02 Yao Shu. Localizado na linha mdia dorsal entre os processos

    espinhosos da segunda e da terceira vrtebra sacral. O nome apropriado para esse

    ponto usado na acupuntura veterinria Wei Gen (base da cauda).

    VG-14 Da Zhui. Localizado no plano mediano entre os processos espinhosos

    da stima vrtebra cervical e da primeira vrtebra torcica.

    VG-16 Fong Fu. Localizado na linha mdia dorsal, na articulao

    atlantoccipital.

  • 46

    VG-20 Bai Hui. Localizado na linha mdia dorsal do crnio, na interseco da

    linha coronal proveniente dos dois lados da base rostral da orelha, na extremidade

    rostral da crista sagital externa.

    Figura 16. Pontos do Meridiano do Vaso Governador (XIE & PRIEST, 2007).

    Pontos Extras

    An Shen: Ao lado da cabea, caudal a base da orelha. Indicado em distrbios

    comportamentais e do Shen.

  • 47

    Figura 17. Localizao do ponto extra: 15 An Shen (XIE & PRIEST, 2007)

    Da Feng Men: Na linha mdia dorsal da cabea com a extremidade cranial da

    base das orelhas. Indicado para distrbios do Shen e comportamentos hiperativos.

    Figura 18. Localizao do ponto extra: 02 Da Feng Men (XIE & PRIEST, 2007)

    Er Jian. Localizado na veia na ponta orelha. Indicado para dissipar calor.

  • 48

    Figura 19. Localizao do ponto extra: 19 Er Jian (XIE & PRIEST, 2007)

    Tai Yang. Localizado na veia facial transversa, a cerca de 3 cm do canto lateral

    do olho. Indicado para limpar vento calor.

  • 49

    Figura 20. Localizao do ponto extra: 04 Tai Yang (XIE & PRIEST, 2007)

    Wei jian. Localizado na ponta da cauda. Ponto nico. Indicado para limpar

    calor.

    Figura 21. Desenho da localizao do ponto extra: 39 Wei jian (XIE & PRIEST,

    2007)

    4. CONCLUSO

    A Dermatite Acral por Lambedura apresenta um prognstico reservado, onde

    muitos tratamentos so institudos, sendo que muitas vezes no apresentam o

    resultado esperado. O aspecto psicolgico do co, seu tratamento, alm de melhorias

    no ambiente e convvio do proprietrio com o animal, torna-se de suma importncia

    para o sucesso do tratamento.

    A acupuntura s vem a somar ao tratamento das dermatoses psicognicas.

    Quando o diagnstico feito na Medicina Tradicional Chinesa, os pontos escolhidos

    iro acalmar o aspecto mental, alm de tratar o canal afetado, revigorando o Qi e o

  • 50

    Sangue. Alteraes emocionais podem alterar os Zang fu, devendo ser tratados a fim

    de restabelecer o equilbrio.

  • 51

    BIBLIOGRAFIA

    ALTMAN, S. Terapia pela Acupuntura na Clnica de Pequenos Animais. In

    ETTINGER, S.J. Tratado de Medicina Interna Veterinria: Molstias do Co e do Gato.

    Ed. Manole, 3 ed., v.1, p.454-459, So Paulo, 1992.

    ANDRADE, S.F. Manual de Teraputica Veterinria. Ed. Roca, 3 ed., So

    Paulo, 2008.

    BAKER, D.J. Getting to the point: the potential for modern medical acupuncture

    in dermatological therapy. Clinics Dermatology, v.28, p. 309-311, 2008.

    BEDI, M.K. & SHENEFELT, P.D. Herbal Therapy in Dermatology. Arch

    Dermatol, v. 138, p. 232-242, fevereiro 2002.

    CARDOSO, M.J.L.; MELUSSI M.; CARNIELLI, C.M.; FERREIRA JUNIOR,

    J.C.M.; CASTANHO GRACIELLE, P.; FELCIO, A.C., CABRERA N.N. & CASALI, D.A.

    Dermatopatias em Ces: reviso de 257 casos. Pesquisa Veterinria Brasileira, 28

    (Supl), setembro 2008.

    CHEN, C.J. & YU, H.S. Acupuncture, electrostimulation, and reflex therapy in

    dermatology. Dermatologic Therapy, v.16, p.87-92, 2003.

    DHARMANANDA, S. Towards a Spirit at Peace Understanding the Treatment

    of Shen Disorders with Chinese Medicine, website: http// www.itmonline.org/shen,

    visitado em

    DRAEHMPAEHL, D. & ZOHMANN, A. Acupuntura no Co e no Gato: princpios

    bsicos e prtica cientfica. Ed. Roca, So Paulo, 1994.

    ECKSTEIN, R.A. & HART, B.L. Treatment of Canine Acral Lick Dermatitis by

    Behavior Modification Using Electronic Stimulation. Journal of the American Animal

    Hospital Association, v. 32, p.225-230,1996.

    HARVEY, R.G. & McKEEVER, P.J. Manual Colorido de Dermatologia do Co e

    do Gato Diagnstico e Tratamento. Ed. Revinter, Rio de Janeiro, 2004.

  • 52

    LUESCHER, A.U.; McKEOWN, D.B. & HALIP J. Stereotypic or Obsessive-

    Compulsive Disorders in Dogs and Cats. Veterinary Clinics of North America Small

    Animal Practice, v.21, n.2, p 401-413, maro 1991.

    LUESCHER, A.U. Diagnosis and management of compulsive disorders in dogs

    and cats. The Veterinary Clinics Small Animal Practice, v.33, p. 253-267, 2003.

    MACIOCIA, G. Os Fundamentos da Medicina Chinesa: um texto abrangente

    para acupunturistas e fitoterapeutas. Ed.Roca, 2 ed., So Paulo, 2007

    MEDLEAU, L. & HNILICA K.A. Dermatologia de Pequenos Animais Atlas

    Colorido e Guia Teraputico. Ed. Roca, 2003.

    MUELLER, R.S. Dermatologia para o Clnico de Pequenos Animais. Ed. Roca,

    So Paulo, 2003.

    PATERSON, S. Enfermidades de La Piel En El Perro. Ed Inter Mdica, Buenos

    Aires, 1999.

    RHODES, K.H. Dermatologia de Pequenos Animais Consulta em 5 Minutos.

    Ed. Revinter, Rio de Janeiro, 2005.

    SCHOEN, A. M. Acupuntura Veterinria: da arte antiga medicina moderna.

    Ed Roca, 2 ed., So Paulo, 2006.

    SCHWARTZ, C. Quatro Patas, cinco direes: um guia de medicina chinesa

    para ces e gatos. Ed. Icone, So Paulo, 2008.

    SCOGNAMILLO-SZAB, M.V.R. & BECHARA, H.B. Acupuntura: Bases

    Cientficas e Aplicaes. Cincia Rural, Santa Maria, v.31, n.6, dezembro 2001.

    SHENEFELT, P.D. Complementary Psychocutaneous Therapies in

    Dermatology. Dermatologic Clinics, v.23, p.723-734, 2005.

    SCOTT, D.W.; MILLER, W.H. & GRIFFIN, C.E. Muller e Kirk, Dermatologia de

    Pequenos Animais, Ed. Interlivros, 5 ed., Rio de Janeiro, 1996.

  • 53

    TORRES, A.R.; SMAIRA, S.I.; TIOSSO, A.M. Distrbio obsessivo-compulsivo e

    quadros correlatos na clnica dermatolgica. An bras Dermatol, Rio de Janeiro,

    v.70(3), p. 239-243, maio/jun 1995.

    TORRO, A. Atlas Prtico de Acupuntura do Co. Ed. Varela, 1 ed., So Paulo,

    1997.

    VIRGA, V. Behavioral dermatology. The Veterinary Clinics Small Animal

    Practice, v.33, p.231-251, 2003.

    XIE, H. & PREAST, V. Xies Veterinary Acupuncture. Ed. Blackwell Publishing,

    Iowa, USA, 2007.

    WAISGLASS, S.E. et al. Underlying medical conditions in cats with presumptive

    psychogenic alopecia. Journal of American Veterinary Medicine Association, v.228,

    n. 11, p. 1705-1709, junho 2006.

    WATERS, K.C. Acupuncture for Dermatologic Disorders. Problems in

    Veterinary Medicine, v. 4, n.1, p. 194-199, maro 1992.

    WILKINSON, G.T. & HARVEY, R.G. Atlas Colorido de Dermatologia dos

    Pequenos Animais Guia para o Diagnstico. Ed. Manole, 2 ed., So Paulo, 1996.

    WILLENSE, T. Dermatologia Clnica de Ces e Gatos. Ed. Manole, 2 ed., So

    Paulo, 1998.