11

Desafio da indústria de Shopping

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Reconhecida por sua resiliência, a indústria brasileira de shopping centers está diante do desafio de manter o crescimento em meio à desaceleração econômica.

Citation preview

Page 1: Desafio da indústria de Shopping
Page 2: Desafio da indústria de Shopping

2

O aumento do consumo foi impulsionado pelo crescimento de 35% da população feminina no país entre 1992

Quase 50 anos após a instalação do primeiro shopping center no país, o Brasil já enxerga as transformações

e o amadurecimento da operação do setor. Neste período, foram diversas mudanças no modelo econômico,

a moeda variou oito vezes, além do regime político, passando da ditadura militar à democracia. No meio

século, a população viveu ainda em uma verdadeira gangorra, oscilando entre períodos de recessão e

prosperidade, impactando diretamente no desenvolvimento das operações. Diante da instabilidade

econômica em 2015, os principais players do segmento têm um grande desafio pela frente: o de estimular o

consumo em meio à desaceleração da economia.

Quando, em 1966, o Shopping Iguatemi foi inaugurado em São Paulo, estreando o modelo não apenas no

Brasil, mas em toda a América Latina, o país vivia sob o regime da ditadura militar, e a maior parte da

população tinha poder de consumo limitado. E é essa capacidade (a de consumo) o que mais mudou ao

longo do tempo. Até 1979, o país tinha apenas sete empreendimentos. O grande crescimento no setor

aconteceu nas décadas de 1980 e 1990, justamente o período em que as barreiras às compras aumentaram

com o Plano Collor, que confiscou as economias da população.

Atualmente, o Brasil possui 527 shoppings e uma área bruta locável (ABL) que ultrapassa os 14 milhões de

metros quadrados, ocupando uma área construída de 33,62 milhões de metros quadrados. Esses números

tendem a crescer, pois, até o fim de 2015, outros 16 empreendimentos devem ser inaugurados, segundo

projeção da Associação Brasileira de Shopping Center (Abrasce). O setor é um dos maiores empregadores do

país, sendo responsável pela geração de quase um milhão de postos de trabalho. No Brasil, as companhias

Resumo

Reconhecida por sua resiliência, a indústria brasileira de shopping centers está diante do desafio de

manter o crescimento em meio à desaceleração econômica. Depois de anos operando com resultados

acima da inflação, o segmento encontra na tecnologia o caminho para prosperar, integrando o ambiente

físico ao virtual e oferecendo mais conveniência aos consumidores. Este estudo traz as tendências para os

próximos anos e um raio-x da atuação dos principais players.

Page 3: Desafio da indústria de Shopping

3

fecharam o ano de 2014 com um faturamento de R$ 142,28 bilhões, o que representou 19% de todo o varejo

nacional. Por mês, os empreendimentos atraíram em média 430.501 milhões de pessoas.

Aos poucos, os shopping centers foram ganhando novos formatos no país e se transformando em um espaço

integrado, onde é possível consumir bens, serviços e entretenimento. Tornaram-se um ambiente voltado

para a família. O aumento da violência nos grandes centros urbanos e a conveniência em realizar diversas

atividades da rotina em um só lugar são atributos que reforçam a importância desses empreendimentos, que

oferecem, principalmente, conforto aos consumidores.

Tendências para o futuro

Se o perfil desses equipamentos foram mudando nestas cinco décadas, ao olhar para o futuro, é possível ver

que novas alterações também estão a caminho. Impulsionado pela evolução tecnológica, o setor já começa

a ganhar novos contornos. Em maio de 2015, o International Council of Shopping Center (ICSC) promoveu,

em Las Vegas (EUA), a conferência global para tratar sobre o futuro do varejo e como serão os shopping

centers em 2020. Um grupo de conselheiros está traçando os principais movimentos que ditarão as

tendências para os próximos anos.

Um dos principais pontos levantados, que já está impactando o atual modelo de consumo, é a convergência

entre o varejo físico e online. A perspectiva é que um não viva sem o outro, o que fará com que os

empreendimentos intensifiquem a presença virtual a fim de atrair os consumidores. Diante deste cenário, as

redes sociais serão ainda mais importantes e determinantes para promover a venda e atrair os clientes.

Os ambientes físicos precisarão ser trabalhados de maneira diferente, a fim de chamar a atenção dos

consumidores das novas gerações. Esse grupo se desenvolve bem no ambiente virtual, mas tem dificuldade

em se relacionar com outras pessoas presencialmente, característica que afasta o shopper das lojas e faz

com que ele prefira as compras online, eliminando a negociação com o vendedor. Ainda assim, o cliente

poderá optar por buscar o produto na unidade para agilizar a entrega, por exemplo.

Esse comportamento reforça a necessidade de os shoppings entrarem rapidamente na Omniera, oferecendo

ambientes capazes de desempenhar papéis diversos. Os espaços deverão ser cada vez mais flexíveis,

assumindo funcionalidades variadas, como canal de venda, centro de distribuição (ponto de retirada para

compras feitas pela internet), espaço para curadoria ou para tirar dúvidas (deixando o cliente à vontade

para fechar a compra presencialmente ou no e-commerce). Neste modelo, os canais não serão

concorrentes, mas funcionarão como o complemento um do outro, oferecendo uma melhor experiência para

os clientes.

Page 4: Desafio da indústria de Shopping

4

Por conta da segmentação de ofertas proporcionada pelas ferramentas digitais, o consumidor está

valorizando ainda mais sua individualidade e quer se sentir único nas lojas físicas também. Os varejistas e

gestores devem se esforçar cada vez mais para encontrar o melhor modelo para mostrar uma maior

intimidade com os clientes e oferecer soluções customizadas de acordo com as necessidades de cada

indivíduo. Esse movimento terá forte impacto no Marketing e na comunicação adotados pelos shoppings, que

terão o enorme desafio de tentar atrair os consumidores que estão deixando de ser fiéis às marcas e se

aproveitando da ampla concorrência no mercado.

Para chamar a atenção desse shopper - que já descobriu que detém o “poder” -, o entretenimento foi

ganhando cada vez mais importância, assumindo um papel de diferenciação entre os equipamentos. Com a

dificuldade em converter as compras e atrair os consumidores para esses espaços em momentos de

desaceleração econômica, torna-se cada vez mais importante apostar na realização de eventos. A tendência

para os próximos cinco anos é de que esse modelo se intensifique, criando uma conexão ainda maior entre

os shoppings e os visitantes.

Oferecer um mix variado de restaurantes, uma praça de alimentação sortida e confortáveis salas de cinema

já virou padrão no Brasil. A partir de agora, seguindo a tendência analisada pelos norte-americanos, os

empreendimentos deverão sediar cada vez mais atividades que antes aconteciam em praças ou eram de

responsabilidade de poder público. Em 2015, eventos com food trucks, festas de São João e até feiras livres

passaram a ganhar mais espaço nesses templos de consumo.

Outlets voltam a ganhar força

Depois de uma experiência desastrosa na década de 1990, os outlets voltam a ser aposta do setor de

shoppings no Brasil. Com um modelo de negócio melhor estruturado e levando em consideração os

verdadeiros anseios dos consumidores, executivos do segmento estão apostando na abertura desses

equipamentos que congregam marcas de desejo e descontos generosos. Desde a segunda metade dos anos

2000, nove empreendimentos foram inaugurados e estão em operação no país. Para os próximos dois anos,

outras seis unidades deverão ser abertas, de acordo com dados da Abrasce. Mas o setor ainda tem muito

espaço para crescer. Segundo especialistas, o país tem capacidade para ter 30 equipamentos neste formato.

Para garantir o funcionamentos desses centros que oferecem produtos das mesmas marcas que estão nos

espaços tradicionais a preços mais baixos, é necessário respeitar algumas características que são inerentes

ao modelo. Os outlets são reconhecidos por estarem em locais mais afastados dos centros das cidades. Em

geral, eles são construídos em áreas próximas a entroncamentos de rodovias com acesso a vários municípios,

permitindo alcançar um maior número de consumidores em potencial. Essa localização permite ainda que os

Page 5: Desafio da indústria de Shopping

5

terrenos sejam negociados a preços mais baixos, desonerando o projeto e diminuindo o impacto na

negociação dos espaços, além de garantir que sejam implantados longe dos shoppings tradicionais.

A planta do imóvel também é pensada estrategicamente para que o custo de manutenção seja inferior ao

modelo tradicional. Os outlets são construídos em um só pavimento para que não seja necessária a

instalação de escadas rolantes. Os corredores são abertos, permitindo a circulação do ar e a iluminação

natural. Essas características fazem com que o custo de condomínio seja mais baixo, a fim de incentivar o

investimento dos varejistas. Essas distinções não foram observadas na primeira tentativa de implantar o

modelo de negócio no país, o que acabou inviabilizando os empreendimentos. Para não amargar um

fechamento, essas unidades tiveram que se reposicionar, transformando-se em shoppings tradicionais ou de

nicho, como o que aconteceu no Rio de Janeiro com o Nova América e o Rio Plaza Shopping,

respectivamente.

Um dos principais mercados a investir neste segmento, os Estados Unidos contam com 193 outlets em

funcionamento, segundo a VRN Global Outlet Project Directory. Os empreendimentos ganharam a adesão

dos consumidores e viraram, inclusive, “ponto turístico” para muitos estrangeiros que visitam o país, entre

eles, os brasileiros. Mas com a experiência de quase um século neste modelo, os americanos alcançaram

uma maturidade que os diferencia. Por lá, a indústria mantém produção exclusiva para este canal de venda.

Cerca de 80% do que é comercializado é desenvolvido exclusivamente para os outlets. Por aqui, este ponto

é dedicado para eliminar o estoque de coleções passadas. A perspectiva da inauguração de novos

equipamentos pode impulsionar as marcas a terem a mesma atitude, o que fomentará ainda mais o setor.

Sonae Sierra Brasil cria o Digital Experience

De olho nas transformações do varejo, a Sonae Sierra Brasil começou a estudar, em 2011, de que maneira a

companhia deveria ingressar no mundo digital para se diferenciar, a fim de aumentar as vendas e atrair

novos consumidores sem perder os já tradicionais. Após muita análise, a marca passou a colocar em prática,

em 2013, o programa Digital Experience, que visa conectar o público com os shopping centers por meio de

inovação tecnológica, como serviços online e sociais, interatividade e experiências digitais indoor. As

estratégias estão sendo colocadas em prática aos poucos e têm como objetivo facilitar o dia a dia dos

clientes. A iniciativa inicial foi criar canais oficiais das unidades administradas nas redes sociais,

estabelecendo um diálogo com os internautas, com fluxo de interação e informação estruturados.

Em agosto de 2015, a companhia passou a testar um novo serviço para dar maior comodidade aos

consumidores. Por meio de uma ação digital, a empresa permite que os clientes iniciem o processo de

compra antes de sairem de casa, por meio de pesquisas e curadoria. A iniciativa visa estreitar o

relacionamento com o público com um atendimento diferenciado. O projeto foi batizado de “Compra

Page 6: Desafio da indústria de Shopping

6

Junto” e funciona como uma consultoria personalizada. Por meio de canais digitais – como WhatsApp, site

dos shoppings e redes sociais –, os consumidores podem tirar dúvidas sobre as lojas, os produtos e fazer

reservas, deixando a visita ao ponto de venda apenas para o pagamento e a retirada do item. O inovação

começou a ser testada em um projeto piloto durante as celebrações de Dia dos Pais e foi disponibilizada em

três unidades do grupo: shoppings Parque D. Pedro, em Campinas; Manauara, em Manaus; e Metrópole, em

São Bernardo do Campo.

Ainda utilizando a ferramenta de troca de mensagens, a Sonae Sierra Brasil criou o “Consultor WhatsApp”,

uma consultoria on time que permite aos clientes realizarem consultas, tirarem dúvidas e receberem

informações sobre os centros de compras, além de recomendações sobre os serviços e a aquisição de

produtos, antes, durante e depois da visita aos shoppings. Entre os participantes do projeto-piloto, 45%

eram mulheres e 55% homens, sendo que 47% usaram o serviço para tirar dúvidas e 24% realizaram

consultoria de compras.

As inovações digitais foram além. Para estimular os consumidores a participarem de campanhas

promocionais com trocas de cupons fiscais, a companhia desenvolveu o aplicativo “Chega de Fila”,

permitindo que o cadastro fosse feito de casa e o cliente não precisasse passar horas desnecessárias

esperando para ser atendido – impactando negativamente a experiência de toda a jornada nos

equipamentos. A utilização da ferramenta aumenta a adesão e ajuda os departamentos de Marketing dos

empreendimentos a justificarem suas campanhas, uma vez que tem ampliando a participação dos clientes,

reduzindo o custo da operação por pessoa.

Até agosto de 2015, a Sonae Sierra Brasil já havia registrado nove mil downloads do APP. Como resultado,

houve um crescimento de 63% no número de cadastros de cupons na na Campanha de Dia das Mães do

mesmo ano, em relação a 2014. Na data, 35% do total de trocas de cupons foram feitas online, sendo que o

objetivo inicial era de apenas 20%. O Boulevard Londrina Shopping, na cidade paranaense, foi o destaque da

promoção de Dia das Mães e Dia dos Namorados, com 68% das trocas de notas fiscais tendo sido realizadas

pelo aplicativo e pelo site, seguido do Shopping Metrópole, em São Bernardo do Campo, com 50%.

Com o sucesso do aplicativo, a empresa passou a desenvolver uma nova ferramenta para facilitar a rotina

dos clientes. Com o Cardápio Digital, em fase de aprimoramento, os consumidores poderão fazer pedidos e

efetuar o pagamento da refeição antes de chegar ao estabelecimento, evitando filas ou espera de lugar

para sentar. Para os próximos anos, a empresa deseja desenvolver novas ferramentas que integrem ainda

mais os ambientes físico e digital, a fim de melhorar toda a jornada de compra.

Os esforços realizados pela companhia buscam movimentar os 10 shopping centers em operação. A Sonae

Sierra Brasil é responsável por 505,1 mil metros quadrados de Área Bruta Locável (ABL), que abrigam 2.503

Page 7: Desafio da indústria de Shopping

7

lojas nas regiões Norte, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. Fazem parte do portfólio da companhia: Plaza Sul,

Campo Limpo e Boavista (São Paulo - SP), Shopping Metrópole (São Bernardo do Campo - SP), Franca

Shopping (Franca – SP), Parque D. Pedro Shopping (Campinas - SP), Manauara Shopping (Manaus - AM),

Uberlândia Shopping (Uberlândia – MG), Boulevard Londrina Shopping (Londrina - PR) e Passeio das Águas

Shopping (Goiânia - GO). A rede ainda administra mais dois shoppings de terceiros: Tivoli Shopping (Santa

Bárbara d'Oeste - SP) e Shopping Penha (São Paulo - SP).

As vendas totais nos shoppings operados pela empresa alcançaram R$ 1,15 bilhão no segundo trimestre de

2015, o que representa um aumento de 5,5% em relação ao mesmo período de 2014. A marca foi liderada

pelo forte crescimento de 60% nas vendas do Passeio das Águas Shopping e mais de 18% do Boulevard

Londrina. O Parque D. Pedro Shopping também registrou sólido crescimento de vendas, influenciado

principalmente por mudanças no mix de lojas e pela inauguração da âncora Forever 21.

O lucro líquido da companhia totalizou R$ 69,5 milhões no segundo trimestre de 2015, o que representa um

crescimento de 65,9% frente ao mesmo período do ano anterior. A receita líquida totalizou R$ 80 milhões

nos três meses, registrando um crescimento de 3,7% em relação ao período em 2014, e o EBITDA ajustado

do trimestre foi de R$ 56,4 milhões, 2,2% acima do anterior. As vendas nas mesmas lojas, apesar do impacto

da desaceleração do consumo, apresentaram crescimento de 2,1%, totalizando R$ 937,00 por metro

quadrado mensais. O crescimento foi liderado pelos shoppings Passeio das Águas, Boulevard Londrina e

Uberlândia. Já o aluguel nas mesmas lojas (SSR) totalizou R$ 58,00 por metro quadrado mensais no segundo

trimestre de 2015, representando um forte aumento de 8,4% em comparação com o mesmo período do ano

anterior.

Lumine aposta em shoppings regionais

Criada em 2005, a Lumine Soluções em Shopping Center está presente em mais de 20 municípios e 11

estados brasileiros, totalizando 290 mil metros quadrados de ABL em administração de centros comerciais,

730 mil metros quadrados de ABL em planejamento e desenvolvimento de novos projetos e expansões e 970

mil metros quadrados em comercialização. A companhia tem operações em São Paulo, Paraná, Pernambuco,

Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio de janeiro, Pará, Rio Grande do Sul, Bahia, Espírito Santo e Paraíba. A

empresa full service conta com uma equipe formada por cerca 80 profissionais, que atuam nas áreas de

gestão, engenharia, arquitetura, direito, Marketing, finanças, controladoria, recursos humanos e tecnologia

da informação.

Entre os serviços voltados para a administração de centros comerciais executados pela empresa estão o

desenvolvimento, implementação e acompanhamento dos orçamentos de geração de caixa do

empreendimento; os planos e calendários de Marketing; o tenant mix; e as rotinas, planos e cronogramas de

Page 8: Desafio da indústria de Shopping

8

operação e manutenção. Entre os empreendimentos que estão sob a administração ou consultoria da Lumine

estão: o OFF Outlet Fashion Fortaleza, Caucaia (CE), o Plaza Shopping Itu (SP), o Shopping Butantã (SP), o

Shopping Center Limeira (SP), o Shopping Praça Nova, em Araçatuba (SP), o Sider Shopping, em Volta

Redonda (RJ), o Shopping Pátio Guarulhos (SP), o Península Open Mall (RJ), o Shopping Rio 2 (RJ) e o

Empório Jardim (RJ). A companhia atuou na comercialização do Shopping SP Market (SP). Entre os

empreendimentos em desenvolvimentos estão: Anhanguera Parque Shopping (SP), Cajamar (SP), Cais Mauá,

em Porto Alegre (RS), Cantareira Norte Shopping (SP), Jardim Arujá Shopping, em Arujá (SP), e Shopping

Ferraz de Vasconcelos (SP).

Até o primeiro semestre de 2016, a instituição estará envolvida na inauguração de quatro

empreendimentos. O Boulevard Shopping Camaçari, com participação acionária; o Shopping Bosque Grão

Pará, em Belém, com a responsabilidade da comercialização dos espaços; além do Anhanguera Parque

Shopping e do Cantareira Norte Shopping, ambos em São Paulo, e cuja responsabilidade da Lumine

contempla o planejamento, a comercialização e administração.

Aliansce opera 19 empreendimentos

Atuando no setor desde 2004, a Aliansce conta com um portfólio com 19 empreendimentos em operação nas

cinco regiões do país, focados em todas as faixas de renda. A companhia atua como proprietária e

administradora, participando de todas as fases do negócio, desde o planejamento e desenvolvimento até a

comercialização e gestão. A empresa abriu capital em 27 de janeiro de 2010 na Bolsa de Valores

Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa), na qual as ações são negociadas sob o código ALSC3 no Novo

Mercado.

Entre os shoppings mais maduros, com mais de cinco anos de operação, estão os shoppings da Bahia,

Taboão, Santa Úrsula e Santana Parque, em São Paulo, Via Parque, Grande Rio, Carioca, West Plaza, Bangu

e Caxias, no Rio de Janeiro, Boulevard Brasília (DF) e Boulevard Belém (PA). A nova geração é composta

pelo Boulevard Shopping Belo Horizonte (MG), Boulevard Shopping Campos (RJ), Parque Shopping Belém

(PA), Boulevard Shopping Vila Velha (ES), Nações Bauru (SP), Maceió (AL) e Shopping Parangaba (CE).

A expertise adquirida com os próprios empreendimentos leva a companhia a administrar shoppings de

terceiros. São 14 operações nesta modalidade: Pátio Alcântara, Leblon, Park Lagos, Passeio, Santa Cruz e

São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro; Jequitibá, Boulevard Shopping Feira de Santana e Vitória da

Conquista, na Bahia; Park Europeu e Floripa, em Santa Catarina; Continental (SP); Moinhos (RS); e o

Boulevard Shopping Camaçari (BA), que ainda está em fase de desenvolvimento.

Page 9: Desafio da indústria de Shopping

9

O lucro líquido da Aliansce foi de R$ 7,3 milhões no segundo trimestre de 2015. Excluindo os efeitos não

recorrentes e não caixa, o lucro líquido foi R$ 10,2milhões no período. No ano, o lucro líquido ajustado foi

de R$ 12,3 milhões, o que representou crescimento de 7,9% em relação ao primeiro semestre de 2014. A

receita bruta apresentou incremento de 3,7% no segundo trimestre de 2015, alcançando R$ 138,6 milhões.

Excluindo o efeito das vendas de participação realizadas ao longo de 2014, o crescimento da receita bruta

foi de 5,4% entre abril a junho de 2015.

O NOI (Net Operation Income) do segundo trimestre de 2015 alcançou R$ 109 milhões, aumento de 1,6% em

relação ao mesmo período de 2014. A margem NOI foi de 89,5% no trimestre. O ebtida ajustado atingiu R$

92,9 milhões no segundo trimestre, um crescimento de 2,0%. Excluindo o efeito das vendas de participações

realizadas em 2014, o crescimento do ebtida ajustado no trimestre foi de 5,0%. As vendas totais

aumentaram 3,3% no segundo trimestre de 2015 e 5,9% no primeiro semestre. A taxa de ocupação atingiu

97,3% no trimestre, 0,2 pontos percentuais acima da taxa de ocupação no mesmo período do ano passado e

0,1 ponto percentual inferior ao apresentado no primeiro trimestre de 2015. O capital expenditure (Capex)

bruto foi R$ 37,8 milhões no trimestre e o investimento líquido foi de R$ 36,3 milhões.

Grupo Partage mira no crescimento

Criado em 1997 com foco no mercado imobiliário, o Grupo Partage passou a investir fortemente na divisão

de shopping centers em 2009. A companhia é responsável por nove centros de compras, sendo seis em

operação e três em estruturação, reunindo uma área bruta locável (ABL) de 270 mil metros quadrados, que

geram cerca de 30 mil empregos. Um dos diferenciais do grupo é apostar em cidades em desenvolvimento,

no interior do país, oferecendo um variado mix de produtos e serviços para os consumidores das classes B e

C.

O grupo iniciará a operação de mais uma unidade no segundo semestre de 2015, com a inauguração do

Partage Shopping Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Com investimentos da ordem de R$ 200 milhões, o

empreendimento conta com 129 lojas em 26 mil metros quadrados de ABL, incluindo ainda um condomínio

vertical, um residencial, além de um hotel. Dois outros shoppings estão em fase de planejamento e

construção, respectivamente: o Partage Shopping Divinópolis, em Minas Gerais, e o Partage Shopping Rio

Sierra, em Campina Grande, na Paraíba. Juntos, os dois projetos somam cerca de R$ 350 milhões em

investimentos.

O primeiro empreendimento do grupo foi o Boulevard Shopping São Gonçalo, no Rio de Janeiro, inaugurado

em novembro de 2010, a partir de investimento de R$ 160 milhões. Atualmente rebatizado como Partage

Shopping São Gonçalo, o empreendimento conta com uma fachada mais moderna e funcional, 30 mil metros

quadrados de área bruta locável, 200 lojas, seis salas de cinema e mais de 30 operações de alimentação.

Para ampliar o mix de serviços oferecidos, em abril de 2015, foi inaugurada a academia de ginástica Smart

Fit.

Em 2011, a Partage adquiriu o Partage Shopping Mossoró, situado na região Noroeste do Estado do Rio

Grande do Norte, a partir de um investimento de R$ 56 milhões. Ocupando uma área 21.193 metros

quadrados de ABL e 33.126 metros quadrados de área construída, o empreendimento tem papel de destaque

no crescimento econômico da cidade. O shopping oferece uma ampla variedade de lojas e serviços que

atende não só os mossoroenses, mas também os moradores dos municípios vizinhos. São 106 lojas, sendo

seis âncoras e cinco megalojas, além da praça de alimentação com 15 operações e estacionamento com

1.114 vagas.

Em 2012, o grupo duplicou as operações a partir da conquista dos controles acionários de mais dois

empreendimentos. O Partage Norte Shopping Natal, localizado na capital potiguar, foi comprado por R$ 83

milhões e reúne, em dois pavimentos que somam 22 mil metros quadrados de ABL, 102 lojas, sendo quatro

Page 10: Desafio da indústria de Shopping

10

âncoras, seis salas de cinema, praça de alimentação com 20 operações e um hipermercado. O shopping

disponibiliza 1.200 vagas em seu estacionamento. O empreendimento investiu recentemente R$ 2 milhões

no seu projeto de reforma da praça de alimentação. O local ganhou um mobiliário moderno e planejado

para comportar mais clientes no espaço de 1.300 metros quadrados. Com um novo projeto de paisagismo, a

praça de alimentação aumentou sua capacidade em 16% e recebe atualmente 1.040 pessoas.

O quarto empreendimento do grupo foi o Partage Shopping Campina Grande, principal centro de compras,

entretenimento e lazer do Planalto da Borborema, maior polo industrial do Estado da Paraíba. O controle

acionário foi adquirido no fim de 2012, a partir de um investimento de R$ 105 milhões. Já com 16 anos em

operação, o shopping passa por uma grande expansão com investimentos da ordem de R$ 135 milhões. A

área bruta locável está sendo ampliada para 43,3 mil metros quadrados. Após a expansão, o

empreendimento estará totalmente renovado, oferecendo 185 lojas, 21 opções de alimentação, além de

cinco salas de cinema e o parque de diversões Game Station. O estacionamento, incluindo o recém-

inaugurado Deck Park, totaliza 992 vagas.

Inaugurado em julho de 2013, o Metropolitan Shopping Betim, em Minas Gerais, recebeu investimentos da

ordem de R$ 250 milhões. O empreendimento está localizado na Rodovia BR 381, região da Grande BH,

concentrando 240 lojas em 54 mil metros quadrados de ABL. O Metropolitan oferece, ainda 30 operações de

alimentação e sete salas de cinema, além de 2.400 vagas no estacionamento.

No final do mesmo ano, foi incorporado ao grupo o Partage Shopping Parauapebas localizado na região

Norte do país, no Estado do Pará. Com um investimento de R$ 70 milhões, o grupo paulista adquiriu o

controle acionário do shopping, estrategicamente instalado no principal acesso à cidade, a Rodovia PA-275.

O único mall da região conta com quatro âncoras, duas megalojas, 100 lojas, 15 operações de alimentação e

quatro salas de cinema em 14,5 mil metros quadrados de ABL e passou recentemente por um processo de

retrofit que recebeu investimentos da ordem de R$ 14 milhões. Além do shopping, o grupo também adquiriu

um terreno vizinho de 70 mil metros quadrados, que comportará a futura expansão do empreendimento.

Multiplan planeja a construção do 19º shopping

Sediada no Rio de Janeiro, a Multiplan conta com a expertise de 40 anos no mercado e 18 shoppings

espalhados pelo país. A empresa, que já é responsável por administrar 767.554 metros quadrados de ABL,

prepara-se para ampliar o portfólio com a inauguração do ParkShoppingCanoas, no Rio Grande do Sul. O

empreendimento receberá investimento de R$ 400 milhões por parte dos empreendedores e cerca de R$ 200

milhões pelos lojistas. O novo empreendimento terá uma ABL de 48 mil metros quadrados e contará com

258 lojas, sendo oito âncoras e sete megalojas, áreas de entretenimento, praça de alimentação com 28

operações de fast food e seis restaurantes. Entre as opções de lazer, destacam-se uma pista de patinação

no gelo, cinco salas de cinema tipo stadium e uma academia de ginástica com 2.150 metros quadrados. O

shopping oferecerá mais de 2.500 vagas de estacionamento, das quais 1.800 cobertas.

Em 2014, a receita bruta da Multiplan atingiu R$1.245 milhões, um crescimento de 15,9% sobre 2013. Já a

receita líquida cresceu 15,6% sobre o ano anterior. Os empreendimentos da Multiplan abrigam cerca de

5.400 lojas em mais de dois milhões de metros quadrados construídos. Os espaços atraem cerca de 180

milhões de consumidores por ano em unidades distribuídas pelos estados do Rio, São Paulo, Minas Gerais,

Rio Grande do Sul, Paraná e Alagoas. Com participação média de 73,8% em seus shoppings, a Multiplan é a

única empresa do setor de construção civil e shopping center a ter grau de investimento da agência de

rating Standard & Poor´s.

Fazem parte do portfólio Multiplan: BarraShopping, New York City Center, ParkShoppingCampoGrande e

VillageMall, no Rio de Janeiro (RJ); BH Shopping, DiamondMall e Pátio Savassi, em Belo Horizonte (MG);

MorumbiShopping, ShoppingAnáliaFranco e ShoppingVilaOlímpia, em São Paulo (SP); JundiaíShopping, em

Page 11: Desafio da indústria de Shopping

11

Jundiaí (SP); ParkShoppingSãoCaetano, em São Caetano do Sul (SP); RibeirãoShopping e Shopping Santa

Úrsula, em Ribeirão Preto (SP); ParkShopping, em Brasília (DF); ParkShoppingBarigüi, em Curitiba (PR);

BarraShoppingSul, em Porto Alegre (RS); e Parque Shopping Maceió, em Maceió (AL). O portfólio da

Multiplan encerrou o ano de 2014 com uma taxa de ocupação de 99%, a maior taxa final registrada em seu

histórico de companhia aberta.

Em 2014, a companhia investiu um total de R$ 301,7 milhões no desenvolvimento de projetos, dos quais

44,4% foram direcionados para expansões, como a fase final da expansão do BarraShopping e pequenas

expansões no BarraShoppingSul, Pátio Savassi e MorumbiShopping. A contínua demanda por novos espaços

nos shoppings da Multiplan nesse ano desencadeou o desenvolvimento de expansões que somaram 10.228

metros quadrados de ABL. No segundo semestre de 2015, estão em andamento a expansão da praça de

alimentação do BarraShoppingSul (RS), que conecta o centro comercial às novas torres desenvolvidas no

complexo (Residence du Lac e Diamond Tower); a finalização da expansão do Pátio Savassi (MG); e a

expansão do centro médico do BarraShopping (RJ).

Atento às necessidades de oferecer ampla programação de entretenimento para atrair os consumidores,

desde 2011, a empresa aposta em exposições internacionais com entrada gratuita. O projeto tem como

intuito oferecer diferenciada opção de lazer, associada à cultura e à educação a fim de levar toda a família

para os malls. A estratégia vem trazendo resultados positivos. No período em que as mostras estão em

cartaz, a companhia registra variações médias de fluxo de visitantes e de vendas de cerca de 15% nos

empreendimentos.

Ao longo desses quatro anos, os shopping centers da Multiplan investiram R$ 19 milhões nas exposições.

Somente as mostras “Dinossauros da Patagônia”, “Os Gigantes da Era do Gelo”, “Tesouros, Mitos e Mistérios

das Américas”, “Segredos do Egito” e “O Mundo dos Dinossauros”, que percorreram os empreendimentos da

rede entre 2011 e 2015, receberam investimento de R$ 16 milhões. No segundo semestre de 2015, estão

percorrendo os shoppings da Multiplan pelo Brasil as exposições: “Brasil Selvagem”, “Na Era dos Dragões”,

“Guerreiros – os Maiores da História” e “Legados da Grécia”.