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Desafio Portugal 2020: Educação, Qualificação Profissional e Mercado de Trabalho: Impacto na Economia Portuguesa Auditório da Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes Torres Novas Fundos Europeus 2014-2020 Programas Operacionais Temáticos em Portugal e Programas Comunitários Europeus: Futuro da Educação e Formação de Adultos Gonçalo Xufre Silva Presidente do Conselho Diretivo da Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional 23 de janeiro de 2015

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Desafio Portugal 2020: Educação, Qualificação Profissional e Mercado de Trabalho: Impacto na Economia Portuguesa Auditório da Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes – Torres Novas

Fundos Europeus 2014-2020 – Programas Operacionais Temáticos em Portugal e Programas Comunitários Europeus: Futuro da Educação e Formação de Adultos

Gonçalo Xufre Silva Presidente do Conselho Diretivo

da Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional 23 de janeiro de 2015

Caracterização da situação da população adulta portuguesa em termos de qualificação Segundo dados do estudo “Estado da Educação 2013”, publicado em setembro de 2014 (relativo a dados de 2011), pelo Conselho Nacional de Educação: - Portugal detém ainda uma elevada percentagem da população com baixas, poucas ou nenhumas qualificações:

a) na população portuguesa acima dos 15 anos, 6% não dispõe de qualquer nível de qualificação (537.748 indivíduos);

b) entre os 15 e os 24 anos 6.434 indivíduos não têm qualquer nível de escolaridade; c) entre os 25 e os 64 anos (população em idade ativa), 2% não detém qualquer grau de escolaridade (118.604 indivíduos).

Caracterização da situação da população adulta portuguesa em termos de qualificação (continuação) Uma análise aos dados do Inquérito à Educação e Formação de Adultos (IEFA), de 2011, realizado pelo Instituto de Estudos Sociais e Económicos, tendo como universo 14.189 indivíduos entre os 18 e os 69 anos, revela que: - a idade e a escolaridade já detida são os principais fatores inibidores ou facilitadores da adesão à Aprendizagem ao Longo da Vida (ALV);

a) os jovens adultos entre os 25 e os 34 anos têm menos 41% de probabilidade de participarem em ALV do que os mais novos (18-24 anos);

b) os indivíduos com o nível secundário têm mais 83% de probabilidade de participarem em ALV comparativamente aos indivíduos com baixa escolaridade; c) os empregados têm mais 36% de probabilidade de participarem em ALV em relação aos desempregados e aos inativos.

Caracterização da situação da população adulta na Europa em termos de qualificação Os estudos internacionais – Ex: PIAAC – revelam que um em cada cinco adultos na Europa tem fracas competências de leitura, redação e aritmética.

Razões pelas quais importa apostar na ALV - Já não existe uma idade própria para se iniciarem aprendizagens iniciais;

- A capacidade e interesse pela aprendizagem não desaparecem pelo facto de se ser adulto;

- As características atuais do mercado de trabalho obrigam à constante atualização e obtenção de novas competências;

- Os contextos de aprendizagem não se resumem à escola. O espaço de trabalho é cada vez mais encarado como espaço de aprendizagem;

- Está-se mais tempo na idade ativa (abrangendo inclusive faixas etárias consideradas seniores);

- Para fazer face aos desafios da competitividade internacional, Portugal não pode apostar apenas na qualificação das gerações mais novas, atendendo à nossa pirâmide populacional.

Aspetos considerados relevantes para o desenvolvimento da ALV em Portugal De acordo com os resultados do projeto, financiado pela Comissão Europeia, de “Implementação da Agenda Europeia para a Educação de Adultos em Portugal 2011-2014”, desenvolvido pela ANQEP, identificaram-se 5 aspetos a ter em conta na criação de condições para o desenvolvimento da ALV: 1) Estabilidade das políticas de educação e formação; 2) Abordagem sistémica;

3) Atenção aos interesses e expetativas das pessoas; 4) Envolvimento e mobilização das redes e comunidades locais; 5) Intergeracionalidade (partilha de conhecimentos e aproximação entre geracionais, propiciando o reconhecimento da importância dos processos educativos e formativos para todas as gerações envolvidas).

Os domínios temáticos de financiamento que poderão integrar a ALV Nos termos do “Acordo de Parceria Portugal 2020” estão definidos 4 domínios temáticos para o período de 2014-2020. Podemos encontrar a temática da ALV em 3 destes domínios: - Competitividade e Internacionalização - Visa contribuir para a criação de uma economia mais competitiva, baseada em atividades intensivas em conhecimento, na aposta de bens e serviços transacionáveis ou internacionalizáveis e no reforço da qualificação e da orientação exportadora das empresas portuguesas.

- Inclusão Social e Emprego - Visa “o reforço da integração das pessoas em risco de pobreza e combate à exclusão social, assegurando a dinamização de medidas inovadoras de intervenção social e os apoios diretos aos grupos populacionais mais desfavorecidos, as políticas ativas de emprego e outros instrumentos de salvaguarda da coesão social”.

- Capital Humano – é, por excelência, reservado à problemática da qualificação, assente nas metas para Portugal da estratégia “Europa 2020” relativas à redução da taxa de abandono escolar da educação e formação para 10% e ao aumento dos diplomados do ensino superior para 40% na população entre os 30 e os 34 anos. Nos 4 eixos que compõem este domínio, encaixam ainda as principais preocupações em matéria de educação e formação, entre as quais as que se prendem com a ALV, com o reforço da empregabilidade, a promoção do sucesso educativo, a qualificação profissionalizante dos jovens ou a qualidade do sistema de educação e formação.

Ações de ALV elegíveis no âmbito dos Programas Operacionais criados - Cursos EFA, Ensino Recorrente, RVCC - POCH, POR Lisboa e POR Algarve.

- Formação Modular para empregados, em especial risco de desemprego; qualificação de trabalhadores de setores vulneráveis à sazonalidade e alterações conjunturais; Cheque Formação; Formação Modular para desempregados e para desempregados de longa duração; Ações de capitação para a inclusão de grupos vulneráveis, incluindo não detentores de competências básicas - POISE, POR Lisboa e POR Algarve.

Ações de ALV elegíveis no âmbito dos Programas Operacionais criados (continuação) - Ações coletivas multirregionais de formação e de capacitação de empresários, gestores e trabalhadores das empresas para a inovação e gestão empresarial e e-skills, incluindo coaching ou a formação-ação, bem como formação associada a projetos de investimento - POCI e PO Regionais.

A ANQEP e o financiamento da ALV Tendo a ANQEP como missão “coordenar a execução das políticas de educação e formação profissional de jovens e adultos e assegurar o desenvolvimento a e gestão do sistema de reconhecimento, validação e certificação de competências”, faz todo o sentido que intervenha, de modo ativo, na gestão e definição dos processos de financiamento da ALV.

O que sucedeu no quadro de financiamento anterior: - A ANQ/ANQEP interveio enquanto:

a) organismo intermédio do POPH para o financiamento aos CNO; b) organismo responsável pela criação e atualização das qualificações de nível não superior que podiam ser elegíveis (por via do Catálogo Nacional de Qualificações).

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O que se espera que venha a suceder no novo quadro de financiamento: - A ANQEP deverá intervir enquanto:

a) organismo intermédio do POCH para o financiamento aos CQEP (tendo em conta os critérios, requisitos, princípios orientadores, indicadores e padrões de referência constantes do “Guia de Referência para a Garantia da Qualidade nos CQEP”, bem como outros);

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O que se espera que venha a suceder no novo quadro de financiamento (continuação): - A ANQEP deverá intervir enquanto: b) organismo responsável pela criação e atualização das qualificações de nível não superior que poderão ser elegíveis (por via do Catálogo Nacional de Qualificações – www.catalogo.anqep.gov.pt); c) organismo responsável pela análise técnica das candidaturas referentes a cursos de dupla certificação, no âmbito da educação e formação de adultos; d) organismo co-responsável pela definição de critérios de priorização para os avisos de concursos de financiamento às formações de dupla certificação.

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Rumo a 2020 com: Capital humano + qualificado > Competitividade e Internacionalização + Inclusão social e emprego

Apostar na qualificação é projetar o futuro!

Obrigado!