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Resumo — Este trabalho tem como objetivo analisar e
direcionar o estudo de desempenho de linhas de transmissão
frente a descargas atmosféricas, utilizando para-raios de ZnO,
verificando uma silhueta típica de torre de 138 kV. Na
metodologia apresentada, a linha de transmissão é modelada no
programa de transitórios eletromagnéticos ATP, sendo que os
dados das descargas atmosféricas são definidos considerando o
método de Monte Carlo.
Palavras Chave — Descargas Atmosféricas, Desempenho de
Linhas de Transmissão, Para-raios de Óxido de Zinco, ZnO
I. INTRODUÇÃO
S descargas atmosféricas são uma das principais causas
de interrupções e desligamentos de linhas aéreas de
transmissão com tensões nominais até 230 kV, gerando perdas
de faturamento e multas para as empresas de energia, bem
como prejudicando sua imagem junto aos consumidores. Em
regiões de alta resistividade do solo e densidade de descargas
atmosféricas, como Minas Gerais e Mato Grosso, a obtenção
de índices de desligamentos aceitáveis passa a ser
extremamente desafiador.
No sistema CEMIG, o padrão de linhas de transmissão
considera a existência de cabos para-raios (cabos guarda), que
oferecem uma blindagem eficiente contra a incidência direta
de descargas atmosféricas sobre os cabos fase. Desta forma, a
maior parte dos desligamentos provocados por descargas
atmosféricas é devido ao fenômeno de back-flashover.
Neste trabalho é apresentado uma metodologia de análise de
desempenho de linhas de transmissão frente a descargas
atmosféricas, considerando para-raios de ZnO instalados em
paralelo com as cadeias de isoladores das linhas, utilizando
simulações probabilísticas de transitórios eletromagnéticos no
S.C. Assis, E.B.G. Filho e R.M. Coutinho são engenheiros de projetos de
linhas de transmissão e subestações da CEMIG Distribuição, em Belo
Horizonte-MG ([email protected], [email protected] e
J.H.M. Almeida e A.M.N. Teixeira são engenheiros de projetos de linhas
de transmissão e subestações da ENPROL a serviço da CEMIG Distribuição
([email protected] e [email protected]).
J.L. de Franco é engenheiro consultor da Franco Engenharia, especialista
em aplicação de para-raios ([email protected]).
ATP (Alternative Transients Program). É analisado o
desempenho de uma linha de transmissão de 138 kV com uma
silhueta típica, considerando descargas incidentes na torre ou
no cabo para-raios, verificando a melhoria do desempenho ao
se utilizar para-raios de óxido de zinco (ZnO).
São ainda apresentados e discutidos modelos dos elementos
de sistema envolvidos, tais como torres, linhas de transmissão
e sistemas de aterramento.
II. MODELOS DOS ELEMENTOS
Os componentes da linha de transmissão precisam ser
modelados em um programa de transitórios eletromagnéticos,
de forma a se determinar as sobretensões geradas no sistema
devido a incidência das descargas atmosféricas. A seguir são
apresentados e discutidos, brevemente, os modelos utilizados.
A. Linhas de transmissão
Considerando o objetivo de determinar as sobretensões
provocadas pelas descargas atmosféricas, e que este é um
fenômeno rápido cuja amplitude é influenciada pelos vãos
adjacentes ao local de incidência, devem ser utilizados
modelos de linhas de transmissão polifásicas, não transpostas
com parâmetros distribuídos. É necessária a modelagem de 3 a
4 vãos para cada lado do ponto de incidência da descarga. Os
parâmetros elétricos das linhas devem ser modelados com
variação na frequência, ou constantes na frequência de 500
kHz [3]. Neste trabalho foi adotada a segunda opção.
Para evitar reflexões das terminações das linhas que possam
afetar o resultado das simulações, devem ser utilizados vãos
de comprimentos elevados ou matrizes de casamento de
impedância. Neste trabalho são utilizados, em ambas
extremidades, vãos de comprimentos suficientemente
elevados.
B. Torres
As torres das linhas de transmissão, quando percorridas por
um surto de origem atmosférica podem ser modeladas como
uma linha de transmissão vertical com parâmetros
distribuídos, impedância de surto definida e velocidade de
propagação próxima à velocidade da luz, em uma análise de
engenharia. Existem diversos estudos e modelos que buscam
representar e caracterizar estes dados [12][13][16]. Neste
trabalho as impedâncias de surto das torres serão modeladas
Metodologia de Análise de Desempenho de
Linhas de Transmissão Frente a Descargas
Atmosféricas Considerando Para-Raios ZnO
Sandro de Castro Assis, Edino B. Giudice Filho, Roberto Márcio Coutinho, CEMIG Distribuição
João Henrique Magalhães Almeida, André Matias Nunes Teixeira, CEMIG Distribuição/ENPROL
Jorge Luiz de Franco, Franco Engenharia
A
2
considerando torres cilíndricas, conforme recomendado em
[3], e velocidade de propagação igual a 80% da velocidade da
luz. Esta velocidade busca compensar os caminhos paralelos
para propagação da onda, através das treliças das torres. A
impedância de surto da torre é calculada de acordo com a
equação (1), conforme apresentado em [12].
(1)
em que,
h é a altura da torre, em metros.
r é o raio da base do cilindro, em metros.
A Fig. 1 apresenta a geometria básica da torre considerada
na análise que seguirá, enquanto que a Fig. 2 apresenta o
modelo de simulação.
Fig. 1. Geometria básica da torre considerada.
Fig. 2. Modelo da torre analisado. Impedância de surto conforme (1) e
velocidade de propagação de 2,4x108m/s. Comprimentos variáveis de cada
seção, de forma a representar as dimensões da torre.
C. Aterramento
A impedância de aterramento das estruturas possui
fundamental importância na determinação das sobretensões
nas cadeias de isoladores, e consequentemente na
determinação do desempenho da linha de transmissão. Alguns
autores [3][8][9][12] consideram a impedância de aterramento
como elementos resistivos, e que estas resistências podem
sofrer variação devido ao processo de ionização do solo.
Porém, nos sistemas de aterramento compostos por cabos
contrapesos, a possibilidade de redução do valor do
aterramento provocado pela ionização do solo é remota. Caso
ocorra a ionização, ela se dará apenas nas extremidades dos
rabichos, tendo pouca influencia no valor da impedância de
aterramento.
Neste trabalho iremos modelar os sistemas de aterramento
como resistências concentradas. O valor destas resistências é
definido com o valor da impedância de aterramento, que é
definido como 70% do valor da resistência de aterramento em
baixa frequência [17], desde que sejam respeitados os
comprimentos efetivos dos cabos contrapesos (a serem)
instalados.
D. Para-raios de óxido de zinco
Existem diversos modelos para representar a atuação do
para-raios de óxido de zinco. Tendo em vista os resultados
obtidos na análise de modelos disponíveis, apresentados em
[18], os para-raios serão modelados através de sua curva V x I,
utilizando o modelo fornecido no ATP.
E. Surto atmosférico
A forma de onda da descarga atmosférica será modelada
como uma fonte de corrente ideal, triangular.
Alternativamente poderia se utilizar forma de onda dupla
exponencial, função de Heidler ou curva do CIGRE [13].
Apesar de aproximada, a onda triangular possui fácil
implementação e permite a obtenção de resultados mais
representativos das sobretensões nas cadeias de isoladores, do
que, por exemplo, uma onda dupla exponencial.
As probabilidades de ocorrência das correntes de descarga
descendente negativa com valores de pico acima de uma
determinada amplitude podem ser estimadas a partir das
equações (2) e (3), obtidas através de medições efetuadas pelo
CIGRÉ [1] e pela CEMIG/UFMG [15], respectivamente.
(2)
(3)
em que,
PI é a probabilidade da corrente de descarga atmosférica
I (kA) ser excedida
Considerando os dados do CIGRÉ, pode-se avaliar a
probabilidade da ocorrência de taxas de crescimento de
corrente superiores a uma taxa considerada, de acordo com a
3
equação (4)[13].
(4)
em que,
PdI é a probabilidade da taxa de crescimento (di/dt), em
kA/s, da corrente de descarga atmosférica I(kA) ser
excedida.
O tempo de meia onda em todas as descargas geradas é
assumido como sendo 65 s.
F. Suportabilidade dos isoladores
As cadeias de isoladores das linhas de transmissão
apresentam comportamentos distintos para diferentes formas
de onda e duração da tensão aplicada. Pode-se estimar os
valores das sobretensões suportáveis pelas cadeias de
isoladores frente a surtos atmosféricos de três maneiras:
Curvas tensão x tempo;
Método da integração;
Canal progressivo (modelo físico);
Em [4][11][12] são apresentados detalhes de cada um destes
modelos.
Neste trabalho a suportabilidade da cadeia será avaliada
através da curva tensão x tempo. Desta forma, a tensão
suportável pela cadeia de isoladores é determinada através da
equação (5) [6]:
(5)
em que,
Usuportável é a tensão que a cadeia suporta sem romper para
um dado tempo do surto (kV)
t é o tempo que dura o surto (0,5 – 16 s)
w é o comprimento da cadeia (m)
Conforme ilustrado na Fig. 3, mesmo sobretensões que
possuam amplitudes máximas menores podem provocar uma
disrupção.
Fig. 3. Característica tensão-tempo.
III. METODOLOGIA DE ANÁLISE DE DESEMPENHO DE LINHAS
DE TRANSMISSÃO
Na determinação do desempenho de uma linha de
transmissão (ou da taxa de desligamentos), alguns trabalhos
[4][5] sugerem a determinação das intensidades das correntes
críticas das descargas que são capazes de provocar
desligamentos em uma linha (disrupção através das cadeias de
isoladores), considerando a distribuição de vãos, resistências
de aterramento e da instalação de para-raios de ZnO.
Devido à natureza aleatória das descargas atmosféricas,
bem como a importância que a amplitude e o tempo de frente
da onda de sobretensão possuem na avaliação da
suportabilidade da cadeia de isoladores, a análise de grande
quantidade de possibilidades de descargas é necessária. Com
os recursos computacionais hoje disponíveis, uma análise
probabilística se tornou possível. Esta análise deve
contemplar, no mínimo, variação das amplitudes e as taxas de
crescimento das descargas atmosféricas e seu local de
incidência na linha.
Com este objetivo foi desenvolvido uma rotina
computacional que trabalha acoplado ao ATP. Devido à
natureza probabilística da análise, foi utilizado o método de
Monte Carlo na definição dos parâmetros da incidência da
descarga.
O programa realiza o sorteio aleatório das intensidades das
correntes de descargas. Pode-se utilizar a distribuição
probabilística do CIGRÉ ou da CEMIG/UFMG. Da mesma
forma são sorteados valores da taxa de crescimento,
considerando os dados do CIGRÉ. De posse da taxa de
crescimento e da amplitude sorteados, define-se o tempo de
frente da corrente de descarga.
Para a determinação do local de incidência da descarga é
utilizado o critério implementado no programa Flash do IEEE,
em que é considerado que 60% das descargas incidentes na
linha de transmissão atingem a torre, enquanto 40% incidem
ao longo do vão. Tendo como base esta informação, e fazendo
uso do método de Monte Carlo, é sorteado um valor aleatório
entre 0 e 1. É determinado que a descarga incida na torre caso
este valor seja menor ou igual a 0,6. Se for maior, é
determinado que a descarga incida no meio do vão.
Após estas definições são gerados casos de análises de
transitórios. O programa principal “solicita” a determinação
das sobretensões ao ATP, através do processamento de
transitórios eletromagnéticos para cada caso em análise.
Tendo finalizado a determinação dos transitórios gerados pelas
descargas atmosféricas são avaliados quantos desligamentos
ocorreram, resultando em uma probabilidade de desligamento.
A verificação de falha é determinada através de comparação
com a curva de suportabilidade tensão x tempo da cadeia de
isoladores da linha de transmissão em análise.
A Fig. 4 apresenta um fluxograma geral do funcionamento
do programa, já considerando o acoplamento com ATP.
4
Fig. 4. Fluxograma geral de funcionamento do programa (acoplado ao ATP).
Considerando a densidade de descargas atmosféricas na
região da linha de transmissão, bem como sua geometria e
comprimento, estima-se a quantidade de descargas incidentes
na linha ao longo de 1 ano. Esta determinação pode ser feita
utilizando equações disponíveis em [2][6][11]. Aqui
utilizaremos um programa de blindagem de descargas
atmosféricas apresentado em [14]. Nele é utilizado o método
de Monte Carlo para determinar as amplitudes das correntes
de descargas e os ângulos de incidência, de acordo com curvas
probabilidade. O raio de atração foi calculado de acordo com a
equação (6).
(6)
em que,
Rs é o raio de atração (m) para uma dada corrente I (kA).
Com base neste valor, na distribuição de resistências, vãos e
alturas é possível determinar a taxa de desligamentos da linha
de transmissão.
IV. ESTUDO DE CASO
Exemplificando a metodologia de cálculo, é apresentado um
o dimensionamento do desempenho de uma linha de
transmissão de 138 kV, frente a descargas atmosféricas,
considerando a utilização de para-raios ZnO instalados em
paralelo com cadeias de isoladores.
A. Dados utilizados
A silhueta considerada na análise é a apresentada na Fig. 1,
considerando a altura útil como sendo 16,0 m. O vão médio da
linha de transmissão analisado é de 400m, sendo Linnet o cabo
condutor e 3/8” HS o cabo para-raios.
A cadeia de isoladores é composta por 9 isoladores padrão.
O espaçamento entre as ferragens para esta configuração é de
1,314 m (9 x 0,146m).
Na determinação das descargas atmosféricas foi utilizada a
curva de probabilidade de ocorrência das correntes de
descarga descendentes negativas da CEMIG/UFMG.
As impedâncias de aterramentos e os números de para-raios
associados a cada uma destas impedâncias estão apresentados
na Tabela I para cada caso analisado, e na Fig. 5 é apresentado
a curva do para-raios ZnO utilizado na avaliação do
desempenho.
TABELA I
IMPEDÂNCIAS DE ATERRAMENTO E NÚMERO DE PARA-RAIOS ZNO
ASSOCIADOS A ESTAS IMPEDÂNCIAS
Impedância de aterramento
()
Número de para-raios ZnO nas torres,
para a impedância de aterramento
13,00 0
20,00 0
30,00 0
30,00 1
40,00 1
40,00 2
70,00 2
Fig. 5. Curva do para-raios utilizada nas simulações.
B. Resultados
A Fig. 6 apresenta a curva de suportabilidade e as
sobretensões obtidas na cadeia de isoladores para uma
impedância de aterramento de 40 sem para-raios ZnO,
enquanto que a Fig. 7, considera um para-raios ZnO instalado
Cálculo das probabilidades de desligamento
Avaliação da suportabilidade das cadeias
Cálculo das sobretensões
Aplicação do método de Monte Carlo na
determinação da amplitude e taxa de crescimento da
descarga atmosférica, e local de incidência
Definição do nº de ZnO para cada impedância de
aterramento das torres da LT
Definição das impedâncias de aterramento
Especificação dos dados geométricos da estrutura
Definição do comprimento dos vãos típicos da LT
Definição das impedâncias de aterramento
Especificação da geometria dos vãos
5
na fase C. Em ambas simulações foi considerado a incidência
no topo da torre, de uma descarga mediana de 45 kA e di/dt de
24 kA/s, uma vez que estes valores resultam em uma
probabilidade de 50% de serem excedidos, conforme equações
(3) e (4).
Observa-se que a incidência desta descarga provoca um
desligamento da linha, uma vez que a sobretensão gerada na
cadeia de isoladores é superior à suportável. Da mesma forma,
descargas com amplitudes superiores (e di/dt maiores ou
iguais) irão provocar desligamentos.
Ao considerar o mesmo arranjo com a existência de um
para-raios em paralelo com a fase C, não ocorre disrupção nas
cadeias de isoladores da torre para a descarga mediana Para
que ocorra um desligamento da linha, desta forma, é
necessária uma descarga mais severa, que possui menor
probabilidade de ocorrência.
Fig. 6. Curva de suportabilidade e sobretensões obtidas nas cadeias de
isoladores nas fases A, B e C, para uma descarga mediana de 45 kA e dI/dt de
24 kA/s. Impedância de aterramento de 40 . Sem para-raios ZnO.
Fig. 7. Curva de suportabilidade e sobretensões obtidas nas cadeias de
isoladores nas fases A, B e C, para uma descarga mediana de 45 kA e dI/dt de
24 kA/s. Impedância de aterramento de 40 . Para-raios ZnO instalado na fase C.
Na determinação do desempenho da linha foram
considerados 2000 simulações para cada caso apresentado na
Tabela I. A taxa de falha percentual obtida é apresentada na
Tabela II.
TABELA II
NÚMERO DE DESLIGAMENTOS E TAXA DE FALHAS OBTIDOS
CADA CASO GERADOS 2000 SIMULAÇÕES PROBABILÍSTICAS
Caso
Imped. de
aterramento
()
Nº de
ZnO
Número de
desligamentos
Taxa de falha
(%)
1 13,00 0 99 4,95
2 20,00 0 263 13,15
3 30,00 0 723 36,15
4 30,00 1 266 13,30
5 40,00 1 549 27,45
6 40,00 2 186 9,30
7 70,00 2 708 35,40
Para o comprimento de 100 km da linha de transmissão e
uma densidade de descargas atmosféricas à terra de
7 descargas/km2.ano, aplicando o modelo eletrogeométrico,
determinou-se a incidência de 102 descargas ao longo da
referida linha.
A partir dos dados apresentados na Tabela II e do número
de descargas obtido podemos estimar o desempenho da linha
de transmissão. Em geral, o sistema CEMIG é projetado para
um desempenho 10 desligamentos/100 km.ano.
A Tabela III apresenta a distribuição de torres por valor e
impedância de aterramento. Com esta distribuição podemos
determinar o número de para-raios ZnO a serem instalados de
forma o obter um desempenho adequado.
TABELA III
DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DE TORRES
POR IMPEDÂNCIA DE ATERRAMENTO
Impedância de
aterramento ()
Resistência de
aterramento ()
Percentual de torres
(%)
13,00 18,6 45
20,00 28,6 25
30,00 42,9 20
40,00 57,1 8
70,00 100 2
Utilizando ponderação semelhante a implementada no
programa Flash do IEEE, buscando um desempenho limite ao
padrão adotado em Minas Gerais, determinamos que nas torres
com impedâncias de aterramento de 13 e 20 não serão
instalados para-raios ZnO. Nas estruturas com impedância de
70 devem ser instalados 2 para-raios ZnO.
Se não considerarmos a instalação de para-raios nas torres
com 30 de impedância de aterramento, o desempenho da LT
será superior ao desejado. Desta forma é necessário a
instalação de um para-raios em cada estrutura com valor de
impedância de 30.
Se for considerado a instalação de 1 para-raios nas
estruturas com impedância de aterramento de 40 o
desempenho esperado para a LT é de
11,3 desligamentos/100 km.ano. Na utilização de 2 para-raios
nestas estruturas, o desempenho é de
9,8 desligamentos/100 km.ano.
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
x 10-5
0
5
10
15x 10
5
Tempo (s)
Tensão (
V)
Fase A
Fase B
Fase C
Curva de suportabilidade da cadeia
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
x 10-5
0
5
10
15x 10
5
Tempo (s)
Tensão (
V)
Fase A
Fase B
Fase C
Curva de suportabilidade da cadeia
6
V. CONCLUSÕES
Neste trabalho foi apresentada uma metodologia de
estimativa do desempenho de linhas de transmissão frente a
descargas atmosféricas quando se utiliza para-raios ZnO, bem
como realizado uma revisão dos modelos dos elementos
envolvidos para a determinação deste desempenho.
Devido à natureza probabilística das descargas
atmosféricas, o cálculo do desempenho é realizado através de
várias simulações de transitórios eletromagnéticos utilizando o
ATP e o método de Monte Carlo. Com um pós-processamento
dos dados obtidos através de simulações de transitórios é
possível estimar o número de desligamentos para linhas de
transmissão existentes ou em projeto.
Considerando uma linha de 138 kV típica, foi realizado uma
avaliação, variando a quantidade de para-raios de ZnO
instalados nas torres em paralelo com as cadeias de isoladores,
de acordo com as impedâncias de aterramento. Este processo
serve para definir um quantitativo adequado de unidades de
para-raios de forma a atender o desempenho da linha ao
requerido pelo projeto ou legislação.
REFERENCIAS
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performance of transmission lines,” CIGRE Brochure 63, 1991.
[2] IEEE Working Group on estimating the lightning performance of
transmission lines, “A simplified method for estimating lightning
performance of transmission lines,” IEEE Transactions of Power
Apparatus and Systems, vol. PAS-104, pp. 919-932, April 1985.
[3] CIGRE WG C4.301, “Use of surge arresters for lightning protection of
transmission lines,” CIGRE Brochure 440, 2010.
[4] L.C. Zanetta, C.E. Morais, F.A. Moreira, “Aspectos metodológicos para
estudos de aplicação de pára-raios em linhas de transmissão,” XV
SNPTEE, Foz do Iguaçu, 1999.
[5] A.C.O. Rocha, J.L. Franco, L.S.Carmo, L.C.L. Cherchiglia, “ Aplicação
de pára-raios para melhoria do desempenho de linhas de transmissão de
230 kV,” XVI SNPTEE, Campinas, 2001.
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of transmission lines,” 1997
[7] J.A. Martinez, F.Castro-Aranda, “Generación aleatoria de los parámetros
del rayo en el cálculo de sobretensiones atmosféricas". ALTAE 2003.
[8] J.A. Martinez, F.Castro-Aranda, “Lightning performance analysis of
overhead transmission lines using the EMTP”, IEEE Trans. Power
Delivery, vol. 20 nº 3, 2005.
[9] J.A. Martinez, F.Castro-Aranda, “Lightning flashover rate of an
overhead transmission lines protected by surge arresters”, IEEE Power
Engineering Society General Meeting, 2007.
[10] J.A. Martinez, F.Castro-Aranda, “Modeling overhead transmission lines
for line arresters studies”, IEEE Power Engineering Society General
Meeting, 2004.
[11] L.C.Zanetta, Transitórios eletromagnéticos em sistemas de potência,
edUsp, 2003.
[12] J.A. Martinez-Velasco (edited by), Power system transients, 2010.
[13] EPRI, Palo Alto, CA. Transmission line reference book.345kV and
above, 2nd Edition, 1982.
[14] S.C. Assis, R.M. Coutinho, E.E. Ribeiro, “Uma análise tridimensional
da eficiência da blindagem dos sistemas de proteção contra descargas
atmosféricas em subestações,” XXI SNPTEE, Florianópolis, 2011.
[15] J.L. Franco, S.P.Silva, A. Piantini, J. Gonçalves, “Lightning
performance studies for a 13,8 kV distribuition network,” VII SIPDA,
Curitiba, 2003.
[16] A.R. De Conti, S. Visacro, “Uso da fórmula de Jordan no cálculo da
impedância de surto de torres,” XX SNPTEE, Recife, 2009.
[17] A. Soares, S. Visacro, M.A.O. Schroeder, L.C.L. Cherchiglia, A.M.
Carvalho, “Investigação sobre o aterramento de torres do sistema de
transmissão da Cemig para melhorias de desempenho de linhas frente a
descargas atmosféricas,” International Symposium on Lightning
Protection, São Paulo, 1997.
[18] A. Meister, M.A.G. Oliveira, “Comparação da representação de modelos
de varistores de óxido de zinco no programa ATP para proteção de
contra sobretensões,” XVIII SNPTEE, Curitiba, 2005.
[19] Can/Am Users Group, “ATP rule book,” 2000.
BIOGRAFIAS
Sandro de Castro Assis nasceu em Coronel Fabriciano-MG, Brasil, em
1980. É graduado e mestre em engenharia elétrica pela Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Brasil, em 2004 e 2006,
respectivamente. Ele trabalhou com estudos de sistemas elétricos de potência
para indústrias. Atualmente trabalha com projetos de linhas de transmissão e
subestações na CEMIG Distribuição.
João Henrique Magalhães Almeida. Nascido em 1985 em Alvinópolis, MG.
Engenheiro Eletricista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) em 2009. É engenheiro de projetos de sistemas elétricos de linhas e
subestações a serviço da CEMIG Distribuição pela da ENPROL Engenharia e
Projeto LTDA.
Edino Barbosa Giudice Filho. Mestrado em Engenharia Elétrica (UFMG) e
Doutorando em Eng. Elétrica (UFMG) Atualmente trabalha como engenheiro
de projetos de sistemas elétricos (CEMIG) com as atividades de estudos
elétricos aplicados a linhas e subestações e em pesquisa e desenvolvimento
nestas áreas.
Roberto Márcio Coutinho. Nascido em 1952 em Belo Horizonte, MG.
Engenheiro eletricista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
em 1978. Pós-graduado em sistemas elétricos de potência em 1985 pela
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É engenheiro de projetos de
sistemas elétricos de linhas e subestações da Cemig Distribuição. Membro do
Cobei. Coordenador do guia de aplicação de para-raios de resistor não linear
em sistemas de potência de corrente alternada -procedimentos.
André Matias Nunes Teixeira. Nascido em 1985 em Belo Horizonte, MG. É
graduado e mestre em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Brasil, em 2008 e 2010, respectivamente. É
engenheiro de projetos de sistemas elétricos de linhas e subestações a serviço
da CEMIG Distribuição pela da ENPROL Engenharia e Projeto LTDA.
Jorge Luiz de Franco nasceu em Petrópolis, RJ em 1962. Engenheiro
eletricista pela Universidade Católica de Petrópolis - UCP em 1985, Mestre
em engenharia elétrica pela Universidade Federal da Paraíba - UFPB em 1993
e atualmente doutorando pela Universidade Estadual de Campinas –
UNICAMP. Trabalhou no Centro de Pesquisas de Energia Elétrica – CEPEL
durante 10 anos, participando de diversos estudos e projetos relacionados a
ensaios e aplicação de para-raios. Desde 1995 atua como Consultor Técnico,
sendo Sócio Administrador da Franco Engenharia. Membro das Comissões de
Estudo da ABNT/COBEI CE 37-7 “Para-raios de Óxido Metálico sem
centelhadores” e da CE 37-4 “Guia de Aplicação de Para-raios”, e dos Grupos
de Manutenção das Comissões Técnicas TC37/ MT4 "Metal Oxide Surge
Arresters" e TC37 / MT10 “Surge Arresters Application Guide”, da IEC.
Participa da Comissão de Estudos CE A.3 - Equipamentos de Alta Tensão do
CIGRÉ - Brasil, e como membro correspondente do WG A3.25 - “Surge
Arresters” do CIGRÈ Internacional.