14
COLEGIO EST. FRANCISCO CARNEIRO MARTINS Descarte de resíduos de laboratório química biologia Guarapuava 2013

Descarte de resíduos de laboratório química biologia

  • Upload
    others

  • View
    14

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Descarte de resíduos de laboratório química biologia

COLEGIO EST. FRANCISCO CARNEIRO MARTINS

Descarte de resíduos

de laboratório

química

biologia

Guarapuava 2013

Page 2: Descarte de resíduos de laboratório química biologia

1

BPL – Boas Praticas de Laboratório

Descarte de resíduos de laboratório

1º Módulo Química

Professoras: BERENICE APARECIDA DOS SANTOS – COORD. QUIMICA

GEANE AP. SOUZA –COORD. MEIO AMBIENTE

Guarapuava 2013

Page 3: Descarte de resíduos de laboratório química biologia

2

Sumario Introdução .............................................................................................................. 3

I. Definições ............................................................................................................ 4

Resíduos ............................................................................................................. 4

Resíduos Perigosos ............................................................................................ 4

Resíduos de Alta Periculosidade ........................................................................ 4

II. Gerenciamento de resíduos químicos em laboratórios ..................................... 6

Inventário ............................................................................................................ 6

Minimização ........................................................................................................ 6

III. Classificação dos resíduos químicos ............................................................... 7

IV. Rotulagem ......................................................................................................... 8

Diamante de Hommel ......................................................................................... 8

V. Armazenamento de resíduos nos laboratórios ................................................. 9

VI. Frascos vazios de reagentes / solventes ...................................................... 10

VII. Como tratar os resíduos................................................................................. 11

Solventes Clorados e Não Clorados ................................................................. 11

Metais Pesados ................................................................................................ 11

Ácidos e Bases ................................................................................................. 11

Aminas aromáticas ........................................................................................... 11

Cianetos............................................................................................................ 12

Compostos Fenólicos ....................................................................................... 12

Pesticidas ......................................................................................................... 13

Referencia ............................................................................................................ 13

Page 4: Descarte de resíduos de laboratório química biologia

3

Introdução

O descaso ou despreparo na questão do manejo de resíduos químico em muitos

lugares do mundo leva a graves danos da natureza, os quais podem ter

repercussões negativas à saúde humana e ambiental. Tal fato tem motivado, por

parte de vários países, o desenvolvimento de planos de gerenciamento seguros e

sustentáveis dos diferentes resíduos gerados pela população, indústrias e

diversas instituições.

No sentido de se preservar a saúde e meio ambiente, a política de redução de

resíduos é uma tendência que vem se estendendo também a pequenos

geradores de resíduos, tais como instituições de ensino e laboratórios de

pesquisa.

Existe uma tendência na nossa sociedade em considerar como impactante ao

meio ambiente apenas aquelas atividades que geram grandes quantidades de

resíduos. Consequentemente, são estes grandes geradores que estão sempre

sob a fiscalização das agências estaduais de proteção ambiental, sendo passíveis

de punição pelo órgão competente. Pequenos geradores de resíduos, tais como

instituições de ensino e de pesquisa, laboratórios de análises químicas e físico-

químicas, normalmente são considerados pelos órgãos fiscalizadores como

atividades não impactantes, e assim sendo, raramente fiscalizados quanto ao

descarte de seus rejeitos químicos.

Page 5: Descarte de resíduos de laboratório química biologia

4

I. Definições

Resíduos

Resíduos são materiais considerados sem utilidade por seu possuidor. Aqui se

incluem todo e qualquer tipo de resíduo, seja ele um produto químico, ou uma

vidraria, embalagens, luvas, mascaras, tocas e outros mais.

É sempre importante ressaltar o fato de que ser um resíduo não significa, que

este não tem mais utilidade.

Nas empresas a dois aspectos importantes para se ressaltar; o fato do resíduo

ser um problema para mesma, tendo que ser descartado por empresas terceiras

gerando um custo, muitas vezes um alto custo. Por o outro lado, a outro tipo de

resíduo que se torna matéria prima para outras empresas, esses resíduos

normalmente são comprados por terceiros, para a reutilização, e não

necessariamente, são fontes de lucro.

Resíduos Perigosos

"São todos os resíduos sólidos, semi-sólidos e os líquidos não passíveis de

tratamento convencional, resultantes da atividade industrial e do tratamento

convencional de seus efluentes líquidos e gasosos que, por suas características,

apresentam periculosidade efetiva e potencial a saúde humana, ao meio ambiente

e ao patrimônio publico e privado, requerendo cuidados especiais quanto ao

acondicionamento, coleta, transporte, armazenamento, tratamento e disposição".

Fonte: FEEMA/PRONOL DZ 1311.

Resíduos de Alta Periculosidade

"São os resíduos que podem causar danos a saúde humana, ao meio ambiente e

ao patrimônio publico e privado, mesmo em pequenas quantidades, requerendo

cuidados especiais quanto ao acondicionamento, coleta, transporte,

armazenamento, tratamento e disposição. Em geral, são compostos químicos de

alta persistência e baixa biodegradabilidade, formados por substancias orgânicas

Page 6: Descarte de resíduos de laboratório química biologia

5

de alta toxidade ou reatividade, tais como: bifenilas policloradas (PCBs) - puros ou

em misturas concentradas; trifenilas policloradas (PCTs) - puros ou em misturas

concentradas; catalisadores gastos, não limpos, não tratados; solventes em geral;

pesticidas (herbicidas, fungicidas, acaricidas, etc.) de alta persistência; sais de

cianato, sais de nitritos; ácidos e bases; explosivos; cádmio e seus compostos;

mercúrio e seus compostos; substancias carcinogênicas" (FEEMA/PRONOL DZ

1311). Fonte: Vocabulário Básico de Meio Ambiente (FEEMA, 1990).

De acordo com a Resolução CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005

resíduo químico é todo material ou substância com característica de

periculosidade, quando não forem submetidos a processo de reutilização ou

reciclagem, que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente,

dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade ,

reatividade e toxicidade. Todos o resíduos gerados que por ventura estiverem

dentro da listagem abaixo serão considerados Resíduos Químicos, e deverão ser

acondicionados, rotulados e encaminhados para área de Armazenamento Externo

de Resíduos Químicos, para ser descartado adequadamente.

I. Produtos hormonais, produtos antimicrobianos, citostáticos;

antineoplásticos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-

retrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias.

II. Resíduos saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo

metais pesados; reagentes para laboratório; inclusive os recipientes

contaminados por estes;

III. Efluentes de processamento de imagem (reveladores e fixadores);

IV. Efluentes de equipamentos automatizados utilizados am análise clínicas; e

V. Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR

10.004 da ABNT (Tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).

Page 7: Descarte de resíduos de laboratório química biologia

6

II. Gerenciamento de resíduos químicos em laboratórios

Inventário

O responsável pelo laboratório deve elaborar um inventário com os resíduos

existentes (composição e quantidade) naquele local. Uma lista contendo uma

estimativa da geração de resíduos (quantidade / mês ou ano), também é muito

importante.

Minimização

È Substituição de substâncias perigosas por outras; ou mudança de processos

deve ser adotada sempre que possível.

È Minimização / redução: procedimentos de re-utilização, recuperação e

tratamento. Redução na quantidade / freqüência de utilização de substâncias /

materiais perigosos.Ações neste sentido deverão ser adotadas em todas as

atividades (graduação e pesquisa) que envolverem substâncias químicas.

Page 8: Descarte de resíduos de laboratório química biologia

7

III. Classificação dos resíduos químicos

Definição de grupos de resíduos: deverão ser definidos considerando-se, além

das peculiaridades do inventário, as características físico-químicas,

periculosidade, compatibilidade e o destino final dos resíduos.

A classificação é a seguinte:

1. Solventes clorados

2. Solventes não clorados

3. Metais pesados em solução

4. Metais pesados no estado sólido

5. Ácidos

6. Bases

7. Outros

8. Aminas

9. Cianetos

10. Fenóis

11. Pesticidas e outros de alta toxicidade

Page 9: Descarte de resíduos de laboratório química biologia

8

IV. Rotulagem

Todos os frascos contendo resíduos devem ser identificados adequadamente

pelo uso do rótulo padrão. É imprescindível que todas as informações estejam

preenchidas.

Os resíduos devem estar acompanhado do Formulário para Descarte, que

deverá ser entregue, obrigatoriamente, no ato da retirado dos resíduos.

Laboratório / Local : ______________________________________ Responsável pelo Laboratório: _____________________________ Data: ___________________________________________________ Resíduo/ Classe: _________________________________________ Quantidade: _____________________________________________

Diamante de Hommel

Este modelo permite classificar precisamente os resíduos quanto ao tipo de risco

envolvido e utiliza a cor vermelha para expressar grau de inflamabilidade; cor azul

para expressar grau de toxicidade, amarela para expressar grau de reatividade e

área branca para expressar riscos específicos, tais como poder oxidante e

corrosivo (ácidos e bases fortes).

Diferentemente das placas de

identificação, o diamante de HOMMEL

não informa qual é a substância química,

mas indica todos os riscos envolvendo o

produto químico em questão.

Page 10: Descarte de resíduos de laboratório química biologia

9

V. Armazenamento de resíduos nos laboratórios

- Deverão ser armazenados nos laboratórios os resíduos para recuperação e

os resíduos passíveis de tratamento / destruição.

- Por questões de segurança, recomenda-se não acumular grandes

quantidades de resíduos no laboratório. O ideal é que em cada local exista

apenas um frasco, em uso, para cada tipo de resíduo e nenhum frasco cheio

esperando ser tratado ou levado ao depósito de resíduos.

- Os frascos de resíduos deverão permanecer sempre tampados.

- Os frascos para resíduos jamais devem ser rotulados apenas como

“Resíduos”. Mesmo para aqueles que não serão destinados ao depósito de

resíduos, deve ser adotada a rotulagem adequada.

- Ao utilizar frascos de reagentes para os resíduos, tomar o cuidado de retirar

completamente a etiqueta antiga, para evitar confusões na identificação precisa

do seu conteúdo.

- Frascos destinados a resíduos ácidos e básicos deverão ser armazenados

em locais diferentes, para evitar confusões no momento do descarte. O mesmo

deve ser feito para resíduos ácidos e orgânicos.

- NUNCA armazenar frascos de resíduos na capela

- NUNCA utilizar embalagens metálicas para resíduos. Mesmo próximo à

neutralidade, sólidos e líquidos podem corroer facilmente este tipo de embalagem.

- NÃO armazenar frascos de resíduos próximos a fontes de calor ou água.

Page 11: Descarte de resíduos de laboratório química biologia

10

VI. Frascos vazios de reagentes / solventes

- Deverão passar por tríplice lavagem com água.

- Após esta limpeza poderão ser reutilizados ou descartados.

Page 12: Descarte de resíduos de laboratório química biologia

11

VII. Como tratar os resíduos

Solventes Clorados e Não Clorados

Tanto os residuos de solventes clorados como os de não clorados devem ser

armazenados em frascos ideais, como em bombonas ou outros frascos de

plástico.

Metais Pesados

Tanto os residuos de metais pesados em solução quanto os residuos de metais

pesados no estado sólido, devem ser tratados antes de serem descartados.

Deve-se tratá-los com soda cáustica (NaOH + Na2CO3) em excesso.

Descartar a mistura nos tambores apropriados ou bombonas.

Ácidos e Bases

Neutralizar com NaOH ou H2SO4 , respectivamente, utilizar papel indicador ou

gotas de fenolftaleína, para garantir que o pH da solução resultante situe-se entre

6 e 8. Após a neutralização, descartar lentamente na pia sob água corrente. Para

soluções extremamente ácidas, como mistura sulfonítrica, por exemplo, utilizar cal

na neutralização.

Resíduos de ácidos devem ser descartados em frascos de vidro.

Resíduos de base devem ser descartados em frascos de polietileno(plástico).

Aminas aromáticas

Destruição em laboratório: oxidação por KMnO4 em meio ácido

0,2 mol KMnO4 para 0,01 mol de amina, em H2SO4 2 mol.l-1

Temperatura ambiente por 8 horas

NaHSO4, para destruir o excesso de MnO4-

Neutralizar com NaOH, diluir e descartar na pia sob água corrente.

Seus residuos podem ser amarzenados em bombonas.

Page 13: Descarte de resíduos de laboratório química biologia

12

Cianetos

A destruição deve ser feita em capela com boa exaustão. O procedimento

relatado a seguir é adequado para cianetos solúveis e insolúveis, não é

recomendado para complexos com alta estabilidade.

basificar o meio com NaOH não muito concentrado (pH entre 10 e 11)

sob agitação adicionar hipoclorito de sódio ou cálcio (50% em excesso em

relação ao CN- em mol.l-1)

manter sob agitação, na capela por cerca de 12 horas

abaixar o pH com HCl até cerca de 8

descartar lentamente na pia da capela, sob água corrente.

Compostos Fenólicos

Os fenóis têm caráter relativamente ácido, porém, menos ácido que os ácidos

carboxílicos. Os fenóis podem ser facilmente diferenciados dos álcoois por meio

de alguns testes em laboratório.

São tóxicos e têm ação cáustica sobre a pele. A menos que exista na molécula

algum grupo susceptível de produzir cor, os fenóis são incolores. Se oxidam

facilmente, como as aminas, e muitos fenóis apresentam cor devido à presença

de produtos de oxidação corados.

Como compostos fenólicos são altamente corrosivos, deve-se seguir algumas

restrições para o seu armazenamento.

O piso dos locais de manipulação de produtos corrosivos deve ser

conservado o mais seco possível.

O derrame ou escape de líquidos corrosivos não deve ser absorvido por

meio de serragem, estopas, pedaços de pano ou outro material orgânico.

Deve-se neutralizar com cal ou absorvê-lo com granulado absorvente.

Em caso de contato físico, deve-se lavar abundantemente com água

corrente e procurar imediatamente socorro médico.

Então, o armazenamento de resíduos de compostos fenólicos pode ser feito em

frascos de vidro.

Page 14: Descarte de resíduos de laboratório química biologia

13

Pesticidas

O descarte de soluções aquosas contendo resíduos de Pesticidas e Herbicidas

em baixas concentrações (ordem de ppm ou ppb) devem ser descartadas após

consulta à legislação ou normas técnicas. Algumas dessas normas técnicas ou

legislações podem ser obtidas com o fabricante do pesticida ou herbicida. O

mesmo cuidado deve ser tomado para a descarte de embalagens que contenham

ou contiveram pesticidas ou herbicidas. O fabricante pode fornecer informações

sobre o descarte mais adequado.

Referencia

NR 25 - Resíduos Industriais- Ministério Trabalho e Emprego

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 20, de 18 de junho de 1986

Instituto de Química - UNESP – Araraquara

http://www.cetesb.sp.gov.b

www2.unifal-mg.edu.br/riscosquimicos