DESCOBRIR

ANIMAIS

NO MUSEU DE

MACAU

O Pedro, de seis anos, o Duarte de cinco e a Maria que só tem três, vão

visitar um MUSEU em LISBOA que explica a presença portuguesa num local

muito, muito distante. Essa cidade ainda existe. Chama-se MACAU e fica

num país, a CHINA, que pertence ao continente asiático.

Como os três primos são muito novinhos, não podem ir ao Museu sozinhos. A

Tia Luísa vai acompanhá-los e tem um motivo especial! Ela já viveu em

MACAU!!! Assim aproveita para recordar lugares e histórias.

A Tia Luísa gosta muito de ANIMAIS e vai ajudar os sobrinhos a descobri-

los dentro do MUSEU! Vamos juntar-nos à visita e aprender coisas novas??

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- À entrada do Museu estão dois grandes leões à nossa espera! Acham que são diferentes um do outro? -Um deles tem debaixo da pata um leãozinho! – diz a Maria, muito surpreendida. -Deve ser a mãe, e o leãozinho é o filho! – responde o Pedro. -E o outro leão deve ser o pai! Debaixo da pata tem uma bola. – acrescenta o Duarte, que também queria participar na conversa. A Tia Luísa explica às crianças que na cultura chinesa o leão é símbolo de força e protecção contra os maus espíritos. Por isso, na China, encontramos muitas vezes figuras de leões guardando templos e palácios. Estes leões são a reprodução, ou a cópia, de outros que foram feitos há 23 séculos. É isso, há dois mil e trezentos anos! A cultura chinesa é muito antiga!

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As crianças, ao verem os lanços de escadas, decidem aventurar-se e sobem à frente da Tia. Esta alerta-os para que subam devagarinho, com cuidado para não caírem nem se magoarem. O Pedro, é o primeiro a chegar ao piso 1 e fica deslumbrado a olhar para as peças, perguntando à Maria: - Sabes que bicho é este? - SIM!!! É um cão! - Ah, mas é um cão muito esquisito! - diz logo o Duarte - Por que é que ele tem a boca aberta? - Como não está a comer, deve estar a rosnar! A Maria, cheia de medo, agarra-se à saia da Tia dizendo - Está zangado, não é? Tem um ar muito zangado! O Pedro ri-se ao mesmo tempo que comenta com o irmão - Olha, Duarte, já viste que ele tem as orelhas espetadas? - Pois é, os cães quando estão atentos têm as orelhas em pé! - responde rapidamente o outro menino. - Se está a rosnar e tem as orelhas em pé, deve ser para meter medo! Tenho medo! Vamos embora! – volta a dizer a Maria, desta vez já a choramingar. - Não, Maria, o cão não é a sério! Não vai morder nem correr atrás de nós! Tem as quatro patas no chão, por isso não está a correr. -Mas é um cão mau, como o do tio Becas. É um cão de guarda. Pois é, está a guardar um lugar e a ladrar para que ninguém se aproxime. – acrescenta ainda o Duarte. A Tia decide intervir na conversa não só para acalmar a Maria mas para explicar aos sobrinhos que o cão que tinham visto é de terracota, uma argila amassada e cozida num forno. As pessoas achavam que ele as protegia e defendia contra as coisas más por isso colocavam-nos junto dos túmulos de pessoas que já tinham falecido para que tomassem conta delas.

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Entretanto os olhos do Duarte estavam já concentrados num outro objecto, junto ao cão. - Olha, um passarinho pequenino! Tem o bico aberto, se calhar tem fome… - Ou então está a cantar. – diz a Maria. - Está pintado! Eu vejo a cabeça amarela e as penas verdes, amarelas e azuis escuras. - Os pássaros voam. Voam muito alto, até ao céu! - Mas este não está a voar, está pousado no chão. Só tem as asas um bocadinho abertas. Observem com muita atenção! A Tia aproveita a oportunidade para explicar que esta ave é uma miniatura de terracota. Como as aves voam entre a terra e o céu, na cultura chinesa elas representam a ligação entre o céu e a terra e são mensageiras dos deuses.

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- Meninos, venham descobrir outros animais aqui nesta sala escura! Os três irmãos correm a juntar-se à Tia e perguntam se não há problema em se sentarem no chão. - Claro que não! – responde a senhora – Assim até observamos melhor os animais! Tenho uma ideia: vamos sentar-nos à chinês! - Olha um camelo! É amarelo: deve ser o Areias, o Areias é amarelo. – diz o Pedro, apontando com o dedo -E tem duas bossas. É o Areias! - Mas o Areias tem muito pêlo, e neste não se distingue o pêlo, não é verdade Duarte? E as bossas, sabem para que eram? -Para ele não ter sede! – responde o irmão do meio com ar sério. -Pois é, nas bossas os camelos armazenam a água que beberam e depois podem passar muitos dias sem voltar a beber água. Por isso os camelos eram tão úteis quando era preciso atravessar o deserto. - Tia!! – chama a Maria – está aqui outro camelo! Um é grande e outro é pequeno! - É verdade! Mas sabem meninos, na China os camelos eram utilizados nas caravanas da Rota da Seda como animais de carga. Também eram usados nas caçadas, nas expedições militares e nas procissões das festas. Esta estatueta é feita com o mesmo material do cão e do passarinho, ou seja, é feita de… - Terracota! – completa o Pedro.

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- Este aqui ao lado é um cavalo! Está a procurar alguma coisa no chão! – exclama o Pedro. - Por que dizes isso? – pergunta o Duarte ao irmão. - Porque está a olhar para baixo. - Tem as orelhas em pé e a boca aberta! – repara a Maria. - Vocês acham que este cavalo está preparado para alguém o montar? – pergunta a Tia, ajudando as crianças a reparar em todos os detalhes. - Sim, porque tem uma sela. - É verdade. Os cavalos eram muito apreciados e caros! Ser dono de um cavalo era sinónimo de riqueza, porque só as pessoas ricas os podiam comprar. Os Imperadores tinham sempre muitos cavalos. - São três cavalos! – diz a Maria que já sabe contar até dez – Se calhar são irmãos como nós!!

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O grupo levanta-se e a Tia conduz os meninos para uma grande vitrina onde está uma peça sozinha. - E agora, o que temos aqui? - Uma cabeça de cavalo! – responde o Duarte espantado – Não a tinha visto! - É maior ou mais pequena do que a cabeça do cavalo que vimos antes? - Maior! – exclamam todos em coro. - Acham que a vemos melhor agora, por ser maior? -Sim! – dizem os irmãos - Vêem-se os dentes! - E os olhos também Duarte! – acrescenta a pequena Maria. - As orelhas estão em pé e têm buracos. - Os buracos indicam os ouvidos, não é? Os cavalos a sério também têm buracos nos ouvidos? – pergunta o Pedro ansioso pela resposta da Tia. -Têm! E as pessoas, também? - Acho que sim… Pois é, para ouvir melhor… - Quer dizer que o escultor copiou muito bem o que viu, não acham? Fez uma cabeça de um cavalo que parece mesmo verdadeira! A Tia explica ainda que esta cabeça de cavalo e os cavalos que viram são esculturas de terracota. Os escultores estudavam com cuidado o corpo dos animais, e reproduziam os pormenores com grande perfeição.

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O Duarte, que por vezes era traquinas, tinha-se escapulido novamente para o fundo da sala. - Venham cá! Vejam! Sabes que animal é este, Maria? - É uma tartaruga! - É verdade, é uma tartaruga. Já viram alguma? Podiam ter uma em casa? – pergunta a Tia que ouve como resposta um “SIM” cantado em coro. - Pois é! Já repararam na carapaça? Como é? - Redonda! E tem desenhos! – responde o Duarte que adorava ter uma tartaruga em casa. - Para os chineses, os desenhos da carapaça das tartarugas prediziam o futuro. A carapaça redonda representava o céu. As quatro patas da tartaruga formavam um quadrado que representava a terra. E este material é diferente dos outros que vimos? - Tem uma cor diferente! – repara a Maria. - É isso mesmo! A tartaruga é feita de bronze. - Os leões que vimos também eram de bronze! - Muito bem, Duarte, estou a ver que estás com atenção! Sabem quantos anos vivem as tartarugas? -Não! – diz a menina. - Vivem muitos anos, muito mais do que as pessoas! Há tartarugas que podem viver centenas de anos! No outro dia falámos disso na escola. - Ó Pedro, estavas aí! Quantos anos são centenas de anos? – pergunta a Maria com um ar curioso. - Não sei bem – diz o Pedro envergonhado – ainda não aprendi… A Tia ri-se e explica que são muitos, muitos anos. Não se podem contar pelos dedos das mãos. Por isso, na cultura chinesa, a tartaruga simboliza a longa vida. Também simboliza a persistência, a capacidade de não desistir. Lembram-se da história da lebre e da tartaruga?

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Decidiram andar mais um pouco e a Tia Luísa reconheceu de imediato as peças expostas: eram porcelanas! São feitas com uma argila especial, o caulino, e cozidas num forno muito, muito quente. Foram os chineses que descobriram a porcelana. Como são variadas até se diz que há “famílias” de porcelanas, como a família verde e a família rosa, o que é muito engraçado porque parece que as peças são tias e primas umas das outras! - Que animais são estes, Maria? – pergunta a Tia, indicando a peça da família azul e branco a que se referia. - São peixes! - E tu, Duarte, sabes onde estão? - Numa travessa! - Parecem peixes a sério! Até apetece tirá-los com a mão e levá-los para o almoço! - Achas que podemos fazer isso, Pedro? - Não! Não se podem tirar da travessa porque estão lá pintados! - Pois é, os peixes são uma PINTURA. E o cão e a ave que vocês viram? Podiam agarrar neles com a mão? - Eu acho que sim! – diz o Duarte muito seguro de si. - O cão e ave e outros animais que vocês vão ver podiam ser agarrados com a mão. Têm volume. São ESCULTURAS.

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Continuaram a ver o Museu, até que chegaram a um local onde estavam expostas várias peças feitas de prata. - Que bicho mais esquisito! Já o viram em algum lugar? – pergunta o Pedro aos irmãos mais novos. Os pequenotes fazem uma careta e respondem que nunca tinham visto um animal assim, pedindo à Tia para explicar o que era. - Pois não! Porque este é um animal inventado. Não existe, nem nunca existiu no mundo. Só existe nas histórias e na imaginação das pessoas. Por isso se diz que é um animal fabuloso ou fantástico. Chama-se dragão. Já ouviram histórias de dragões? - Já!! – responde o Pedro. - Reparem neste: a cabeça faz lembrar que animal? - Um leão! – exclama o Duarte com os olhos muito abertos. - Isso mesmo! E as patas, com as garras? Que te parece Pedro? - São como as dos pássaros grandes! - E o corpo, já viram as escamas? Que outros animais têm escamas? Desta vez fala a Maria, muito entusiasmada: - Os peixes têm escamas! - Então reparem: o corpo do dragão é composto de partes de outros animais: cabeça de leão, garras (e às vezes asas) de ave, e escamas de peixe. A Tia Luísa sabia ainda que o dragão simbolizava a união das várias regiões da China, cada uma representada por um animal. Significava também o vigor masculino e a fertilidade. É o símbolo do Imperador e o símbolo mais importante da China. Nas festas do Ano Novo chinês (que não é no mesmo dia que o nosso),é usual dançarinos mascararem-se de dragão e dançarem nas ruas a Dança do Dragão. Estas festas celebram o novo ano, o renascer, uma nova vida. São também tradicionais regatas de barcos com cabeça de dragão.

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- Então meninos, vamos descer as escadas para irmos embora? - Oh, já temos de ir para casa?! Eu queria ficar mais um bocadinho! – diz o Pedro com uma cara tristonha – Foi tão divertido! - Nós também queremos ficar Tia Luísa! Gostámos tanto! – dizem os irmãos mais novos, segurando as mãos da Tia. - Voltamos para a próxima para descobrir coisas novas no Museu de Macau, pode ser? Sabem, podemos visitar muitas vezes o mesmo Museu e fazer sempre visitas diferentes! - E aqui estão de novo os leões! – aponta o Duarte com um sorriso de orelha a orelha. - Sei que vocês já viram outros, no Jardim Zoológico! E como são eles? Perigosos? - Claro que sim, são animais selvagens! – responde o Pedro com um ar sabichão. - Ai que medo! - Não tenhas medo Maria! Agora para acabar a visita vou contar-vos uma história chinesa. É a história de um leão bonzinho. Certa vez, um monge1 saiu do mosteiro de madrugada, em direcção à montanha, para rezar na tranquilidade da natureza. Encontrou um leão que era manso em vez de ser feroz. Foram passear juntos e, a certa altura, o leão teve fome. Então o monge subiu a uma zona mais alta da montanha e apanhou uma erva chamada “Leng-Chi”, que tornava imortal quem a comesse. Ou seja, quem a comesse nunca morreria. O leão comeu a erva e ficou tão contente com a imortalidade que o monge lhe deu de presente que se tornaram amigos para sempre. - UAU - disseram os meninos entusiasmados - Nem podemos esperar pela próxima visita ao Museu!

1 O monge referido era certamente budista. Porquê? Porque a filosofia budista nasceu na Índia onde existiam muitos leões. Já na China além dos leões de pedra que guardavam os templos, só encontramos tigres.

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ACTIVIDADES

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Adivinhas - Quem sou??

1. Vivo no rio ou no mar, Nasci a saber nadar!! Quem sou?

2. Tenho cabeça de leão, Garras e asas de ave e

Escamas de peixe. Quem sou?

3. Se começar a latir,

Toda a gente vai fugir! Quem sou?

4. Até ao céu vou voar E recados venho dar! Quem sou?

5. Escondo-me depressa

Mas ando devagar. Quem sou?

6. Ando a trote, A passo e a galope. Quem sou?

7. Atravesso o deserto

Quase sem beber água. Quem sou?

8. Guardo templos e palácios E sou o rei dos animais. Quem sou?

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Trabalhos manuais – Escultura e Pintura

1. Molda um cão com barro ou plasticina. Fizeste uma ESCULTURA!!

2. Agora, molda uma ave. Fizeste uma ESCULTURA!!

3. Com tintas de várias cores, pinta dois peixes. Fizeste uma PINTURA!!

Compara o cão e a ave com os peixes, para veres as diferenças entre uma ESCULTURA E UMA PINTURA.

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Jogo - «Quem Ganha é o Dragão! O Dragão é o Maior!» Para construíres este jogo vais precisar de:

Uma caixa de cartão ou um saco de pano. Um tubo de cola para papel. 1 tesoura 2 folhas de cartolina

Numa folha de cartolina, desenha 22 quadrados, imitando o corpo e as patas de um dragão. Este vai ser o tabuleiro do jogo. Desenha os animais que viste no Museu. Faz três desenhos de cada um, recorta-os e cola-os em cartolina. Faz apenas um desenho da cabeça do dragão e cola-o num quadrado de cartolina. Cada jogador mete a mão na caixa de cartão (ou no saco de pano) e tira um quadrado de cartolina com o desenho de um animal, que vai colocando em cima dos quadrados do tabuleiro. Ganha quem tirar da caixa ou do saco de pano a cabeça do dragão e a colocar no tabuleiro. Nessa altura o jogo acaba. Este é um jogo de sorte. Os chineses gostam dos jogos de sorte. Boa sorte!

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Artista por um dia Quando chegaste ao Museu viste um jardim muito bonito. Lembras-te de que tinha uma cascatinha com água a correr? Desenha o jardim e pinta-o como quiseres. Não te esqueças de desenhar também a cascatinha. Coloca no jardim os animais que viste no Museu. Por exemplo, pinta um pássaro pousado no chão e outro pássaro a voar. Quais dos animais que viste no Museu podes pôr na água? E que insectos costumam aparecer nos jardins?

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