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Daniella G Bomfim Prado da Silva Descrição de Dois Surtos de Vírus Sincicial Respiratório pelos Novos Genótipos ON-1 e NA-2 em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal Dissertação apresentada ao Curso de Pós Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do Titulo de Mestra em Ciências da Saúde SÃO PAULO 2016 Daniella G Bomfim Prado da Silva

Descrição de Dois Surtos de Vírus Sincicial Respiratório ... · Seus ensinamentos e seu exemplo de ser humano e profissional estão entre as minhas referências de vida. À equipe

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Daniella G Bomfim Prado da Silva

Descrição de Dois Surtos de Vírus Sincicial Respiratório pelos Novos Genótipos ON-1 e NA-2 em uma Unidade de Terapia Intensiva

Neonatal

Dissertação apresentada ao Curso de Pós Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do Titulo de Mestra em Ciências da Saúde

SÃO PAULO 2016

Daniella G Bomfim Prado da Silva

Descrição de Dois Surtos de Vírus Sincicial Respiratório pelos Novos Genótipos ON-1 e NA-2 em uma Unidade de Terapia Intensiva

Neonatal

Dissertação apresentada ao Curso de Pós Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do Titulo de Mestra em Ciências da Saúde

Área de Concentração: Ciências da Saúde Orientador: Prof. Dr. Eitan N Berezin

SÃO PAULO 2016

FICHA CATALOGRÁFICA

Preparada pela Biblioteca Central da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Prado da Silva, Daniella Gregoria Bomfim Descrição de dois surtos de Vírus Sincicial Respiratório pelos novos genótipos ON-1 e NA-2 em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal./ Daniella Gregoria Bomfim da Silva. São Paulo, 2016.

Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – Curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde.

Área de Concentração: Ciências da Saúde Orientador: Eitan Nanam Berezin

1. Infecção hospitalar 2. Vírus sinciciais respiratórios 3. Genótipo 4. Surtos de doenças 5. Terapia intensiva neonatal 6. Infecção 7. Assistência perinatal 8. Palivizumab 9. Controle de infecções

BC-FCMSCSP/52-16

A Mauro e Maria Luiza, minhas paixões incondicionais.

Aos meus pais, meus heróis e meus melhores amigos. Aos meus irmãos e sobrinhos, meus melhores pedaços.

"São as nossas escolhas, muito mais do que nossas habilidades, que mostram quem realmente somos”.

Albus Dumboldore

Agradecimentos

Ao Prof. Dr. Eitan Berezin, meu orientador, pelos ensinamentos, pela dedicação, paciência

e carinho. Seus ensinamentos e seu exemplo de ser humano e profissional estão entre as

minhas referências de vida.

À equipe da Infectologia Pediátrica da Santa Casa de São Paulo: Prof. Dr. Marco Aurélio

Sáfadi, Prof. Dra. Flavia Almeida, Prof. Dra. Mariana Arnoni, Prof. Dr. Marcelo Mimiça, Dr.

Daniel Jarovsky, Dr. Rodrigo Sini. Hoje, além dos conhecimentos compartilhados, tenho o

privilégio de chama-los de amigos. Vocês foram fundamentais na minha formação

humana e profissional.

Aos residentes da Infectologia Pediátrica da Santa Casa de São Paulo, pelo trabalho

incansável e pela certeza da continuação deste legado.

À toda a equipe do laboratório de Virologia do Instituto de Ciências Biomédicas da

Universidade de São Paulo, em especial aos Professores Doutores Edson Durigon,

Daniele Durigon e Luciano Thomazelli, pelo trabalho extraordinário e pioneiro, a

dedicação e o compromisso.

À toda a equipe de Neonatologia da Santa Casa de São Paulo, em especial à minha

querida amiga Dra. Gabriela Rossetti e aos Professores Doutores Paulo Pachi e Maurício

Magalhães, pelo compromisso com o ensino, a excelência e a humanização do serviço.

Ao Serviço de Fisioterapia Respiratória da Santa Casa de São Paulo, pela colaboração

valiosa para este trabalho.

Ao Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da Santa Casa de São Paulo, pela atuação

assertiva em prol dos pacientes.

Aos meus amigos queridos, os Doutores Kyu Do Kim, Eduardo Bala, Igor Polonio, Paulo

Candelária, Karine Simone, Tércio de Campos, Ambrósio Brandão, Bruno Bueno, Gustavo

Parreira e Rodrigo Contrera, que dividiram comigo momentos de alegria e angústia, que

me fortaleceram e acompanharam nesta incrível jornada.

Aos meus amigos, Dr. José Luiz E. Setúbal e Prof. Dr. Carlos Alberto Malheiros, por

acreditarem em mim e me inspirarem a ser uma pessoa melhor todos os dias.

Aos meus queridos amigos Dra. Maria Augusta Junqueira e Dr. Fábio DeNuncio, meus

companheiros incansáveis, sem os quais muitos projetos seriam apenas sonhos.

Aos amados Maria Tereza Pagliaro, Bianca Briguglio e Enrico Briguglio, pelo amor e

amizade incondicionais.

À Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, por ensinar compaixão, misericórdia e

caridade. Pelo trabalho maravilhoso feito pelas pessoas que aqui crescem e se tornam

seres humanos e profissionais melhores. Pela inspiração de desafiar o impossível todos

os dias.

Sumário

1. Introdução............................................................................................... 1

1.1 Vírus Sincicial Respiratório Humano.................................................... 1

1.2 Caracterização Genética do VSR......................................................... 2

1.2.1 Novo genótipo ON-1........................................................................... 3

1.2.2 Genótipo NA-2.................................................................................... 4

1.3 Epidemiologia........................................................................................ 4

1.4 Tratamento e Prevenção....................................................................... 5

2. Objetivos.................................................................................................. 7

3. Casuística e Método............................................................................... 8

3.1 Seleção Inicial dos pacientes................................................................ 8

3.2 Critérios de Inclusão............................................................................. 8

3.3 Critérios de Exclusão............................................................................ 8

3.4 Coleta e Transporte das amostras........................................................ 8

3.5 Análise Laboratorial.............................................................................. 9

3.6 Apresentação dos resultados`............................................................. 9

4. Resultados.............................................................................................. 11

4.1 Descrição dos surtos............................................................................. 11

4.2 Caracterização da população de pacientes internados no período de duração do surto........................................................................................ 13

5. Discussão................................................................................................ 18

6. Conclusão............................................................................................... 20

7. Anexo...................................................................................................... 21

8. Referências Bibliográficas...................................................................... 22

Resumo....................................................................................................... 26

Abstract........................................................................................................ 26

1. Introdução

1.1.Vírus Sincicial Respiratório Humano

1.1.1. Histórico

O VSR foi isolado pela primeira vez por Morris, Blount e Savage (1956) em um

chimpanzé de laboratório, que desenvolveu sintomas respiratórios durante uma epidemia

que aconteceu em outubro de 1955, no Walter Reed Army Institute of Research,

Washington, D.C. (EUA). Nesta ocasião, foram detectados sintomas semelhantes em 20

chimpanzés sadios que tinham entre 15 a 20 meses de idade. O quadro clínico era

caracterizado por tosse, espirros e rinorréia purulenta (Morris, 1956).

A amostra coletada de um desses chimpanzés doentes foi inoculada em cultura de

células hepáticas causando alterações (arredondamento, granulação, desprendimento

das células da parede do tubo) e morte celular após oito dias da inoculação (Morris,

1956). O material isolado foi inoculado em diversos animais de laboratório, como ratos,

hamsters, coelhos, porquinhos-da-índia e ovos embrionados, porém somente os primatas

desenvolveram os sinais da doença (Morris, 1956; Chanok 1957). Inicialmente o vírus foi

denominado Chimpanzee Coryza Agent (CCA).

No ano seguinte, um vírus semelhante foi isolado em duas crianças, uma com

pneumonia e outra com laringotraqueobronquite, em Baltimore, no estado de Maryland

(EUA), quando foi observada sua característica em produzir sincícios em cultivo celular,

resultante da fusão de células infectadas, formando assim, uma célula multinucleada.

Após este episódio, o nome Chimpanzee Coryza Agent foi substituído e deu-se ao vírus a

presente designação “vírus sincicial respiratório”, por refletir afinidade pelo trato

respiratório e por sua habilidade em formar sincício (Chanok et al 1957; Myers et al,

1957).

Estudos sorológicos realizados na época indicaram que a maioria das crianças em

Baltimore já havia sido infectada com VSR antes dos quatro anos de idade (Chanock et

al., 1962). Outros estudos realizados em várias partes do mundo mostraram que o VSR

estava associado à doenças do trato respiratório inferior, como pneumonia e bronquiolite.

Posteriormente, foi evidenciado que o VSR era o principal patógeno de doenças do trato

respiratório inferior durante a infância, porém também podia infectar e causar doença em

indivíduos

de todas as idades, levando à doença respiratória grave em idosos e

imunocomprometidos (Falsey et al, 2000; Collins et al, 2007; Paris, 2012; Nolan et al.,

2015).

No Brasil, o vírus foi isolado pela primeira vez por Candeias em 1964 (Candeias,

1967). Foram estudadas 24 crianças hospitalizadas com quadro respiratório agudo.

Desse total, o VSR foi isolado em quatro amostras, uma criança com broncopneumonia e

desnutrição, de três meses de idade; duas com broncopneumonia e bronquiolite, com três

dias e três meses de idade, respectivamente; e uma com broncopneumonia, com 45 dias

de idade. A confirmação do isolamento em cultura de células foi feita por prova de

neutralização utilizando um soro padrão.

1.1.2. Classificação

O vírus sincicial respiratório humano (VSR) pertence à família Paramyxoviridae, da

ordem Mononegavirales (Anderson et al, 1985). Esta família se divide em duas:

Pneumovirinae, que consiste do VSR, do Metapneumovírus Humano e de seus

correspondentes animais e Paramyxovirinae, que inclui o vírus Sendai, os vírus

Parainfluenza e Sarampo, dentre outros (Cane, 2001).

O VSR é lábil, sendo sensível a extremos de temperatura e pH, bem como a

detergentes. A 55°C é rapidamente destruído e a 37°C por 24h, somente 10% de sua

infectividade permanece. Após armazenamento a 4oC por uma semana, apenas 1% de

sua infectividade é preservada (Hall, 1989; Howley, 2007).

Figura1.Foto de Microscopia eletrônica do vírus. Fonte: courses.cit.cornell.edu

1.1.3. Estrutura

O VSR apresenta estrutura pleomórfica, com morfologia esférica irregular, podendo

também apresentar-se com formas filamentosas longas, possuindo envelope, como

esquematizado na Figura 2. Os VSR humano e animal pertencem ao mesmo gênero e

família, mas são espécies diferentes. À semelhança de outros membros da família

Paramyxoviridae, esse vírus é composto por um invólucro que envolve um

nucleocapsídeo helicoidal que contém o RNA linear de cadeia simples, de polaridade

negativa, não segmentado, com 15.222 nucleotídeos, que codificam 11 proteínas,

pesando aproximadamente 5x106 daltons (Huang; Wertz, 1982).

Figura 2. Estrutura do VSR e o envelope. Fonte: Rega Institute for Medical Research

(2013)

1.1.4. Morfologia e Genoma Viral

É um vírus envelopado, não segmentado, nucleocapsídeo helicoidal, RNA fita

simples de polaridade negativa, com diâmetro variando entre 150 a 300 nm (figura 1). O

RNA viral é organizado em dez genes que traduzem 11 proteínas, a saber: NS1 e NS2 –

não estruturais; N – nucleocapsideo; P – fosfoproteína (complexo polimerase); M – matriz;

SH – glicoproteína hidrofóbica superfície; G – adesão; F – fusão (membrana plasmática e

formação sincício); M2-1 e M2-2 – fatores transcrição e regulação; L – nucleoproteína. As

proteínas de superfície G e F são de especial importância clínica com implicações

diagnósticas e terapêuticas (Cane, 1997).

Figura 3. Modelo esquemático do genoma do vírus, com as representações de cada

região. Fonte: Rega Institute for Medical Research (2013)

O VSR apresenta as proteínas não estruturais, designadas NS1 e NS2, e as

estruturais, das quais três são proteínas de superfície transmembrana (F, G, SH), sendo a

F e a G as mais antigênicas e que normalmente são escolhidas para os estudos de

ensaios de vacinas e/ou desenvolvimento de novas drogas antivirais (Elango et al., 1986;

Wertz et al., 1987).

Duas outras proteínas estão presentes na matriz do vírus e são conhecidas por M

e M2-1, três estão associadas ao RNA genômico para formar o nucleocapsídeo viral (N, P

e L), como visto na, e uma é regulatória (M2-2) . Uma das funções das proteínas não

estruturais NS1 e NS2 consiste em antagonizar as respostas antivirais induzidas pelo

interferon. Já as proteínas estruturais de superfície F, G e SH, desempenham os

seguintes papéis: a glicoproteína G, é responsável pela adesão do vírus à célula

hospedeira, a glicoproteína F auxilia na fusão e penetração do vírion na célula e promove

a fusão de células hospedeiras infectadas para facilitar a transmissão célula a célula,

formando sincícios; e a proteína SH (pequena hidrofóbica) ainda não apresenta função

esclarecida, acredita-se que auxilia na fusão e iniba o fator de necrose tumoral – alfa

(TNF-α). A proteína da matriz, proteína M, auxilia a penetração viral e inibe a transcrição

da célula hospedeira, e a proteína M2-1 promove a propagação viral. Finalmente as

proteínas associadas ao RNA, proteínas N e P atuam como co-fatores da enzima RNA

polimerase RNA dependente (RpRd) e a proteína L é a principal e maior subunidade

dessa enzima (Collins e Graham, 2008)

.

1.1.5. Caracterização Molecular

1.1.5.1. Estrutura Genômica

O VSR possui 10 RNAs mensageiros (mRNA) subgenômicos. Cada um possui uma

ORF (Open reading frame), exceto o M2, o qual possui duas ORF, que codificam as

proteínas M2-1 e M2-2 (Tan et al. 2012)

A porção 3’ do RNA genômico consiste de uma região extragênica de 44

nucleotídeos (região leader). Esta região é seguida por 10 genes na seguinte ordem: 3’

NS1, NS2, N, P, M, SH, G, F, M2 e L 5’, representados na Figura 3. O gene L é seguido de

uma região extragênica de 155 nucleotídeos, que é mais tolerante à inserção ou deleção

de nucleotídeos.

O VSR apresenta as proteínas não estruturais, designadas NS1 e NS2, e as

estruturais, das quais três são proteínas de superfície transmembrana (F, G, SH), sendo a

F e a G as mais antigênicas e que normalmente são escolhidas para os estudos de

ensaios de vacinas e/ou desenvolvimento de novas drogas antivirais (Elango et al., 1986;

Wertz et al., 1987).

Duas outras proteínas estão presentes na matriz do vírus e são conhecidas por M e

M2-1, três estão associadas ao RNA genômico para formar o nucleocapsídeo viral (N, P e

L), como visto na FIGURA 3, e uma é regulatória (M2-2) (Falsey, Walsh, 2000; Collins,

Crowe Júnior, 2007).

Uma das funções das proteínas não estruturais NS1 e NS2 consiste em antagonizar

as respostas antivirais induzidas pelo interferon. Já as proteínas estruturais de superfície

F, G e SH, desempenham os seguintes papéis: a glicoproteína G, é responsável pela

adesão do vírus à célula hospedeira, a glicoproteína F auxilia na fusão e penetração do

vírion na célula e promove a fusão de células hospedeiras infectadas para facilitar a

transmissão célula a célula, formando sincícios; e a proteína SH (pequena hidrofóbica)

ainda não apresenta função esclarecida, acredita-se que auxilia na fusão e iniba o fator de

necrose tumoral – alfa (TNF-α). A proteína da matriz, proteína M, auxilia a penetração viral

e inibe a transcrição da célula hospedeira, e a proteína M2-1 promove a propagação viral.

Finalmente as proteínas associadas ao RNA, proteínas N e P atuam como cofatores da

enzima RNA polimerase RNA dependente (RpRd) e a proteína L é a principal e maior

subunidade dessa enzima (Faria, 2012; Machado 2012).

Figura 4. Representação tridimensional da estrutura viral

1.1.5.2. Caracterização Antigênica

Além de atuarem no ciclo replicativo viral, as proteínas N, F e G, possuem

características genéticas e antigênicas particulares que distinguem vários genótipos de

VSR (Martinello et al., 2002).

Por não apresentar um genoma segmentado, este vírus não tem a mesma

capacidade de recombinação dos segmentos genéricos que o vírus influenza, no qual

ocorrem os shifts antigênicos, responsáveis pelas pandemias. Contudo, como todos os

vírus de genoma RNA, o VSR tem a capacidade de fazer pequenas mutações genômicas,

devido à impossibilidade da RNA polimerase realizar correção e edição da fita replicada

(Collins; Crowe Júnior, 2007).

Coates, Kendrick e Chanock (1963), foram os primeiros a observar as diferenças

antigênicas do VSR entre duas amostras analisadas, identificadas como A-1 (isolada em

Melbourne, Austrália, em 1961) e Long. Em um estudo seguinte, Coates, Alling e Chanock

(1966) observaram diferenças antigênicas entre outras amostras virais, Long e CH18537.

A cepa Long foi isolada em Baltimore, em 1956 de uma criança com pneumonia,

enquanto a cepa CH18537 foi isolada em 1962 de uma criança com doença do trato

respiratório superior. Ambos os estudos usaram a reação de neutralização com soro de

animal hiperimune (coelhos ou cobaias). Nestes estudos demonstrou-se que a amostra

A-1 não era neutralizada pelo soro preparado com a amostra Long ou CH18537 (Coates

et al. 1963), sugerindo assim, que diferentes variantes poderiam estar circulando

simultaneamente na mesma população (Reis, 2006).

Com o surgimento dos anticorpos monoclonais (MAbs) essas diferenças

antigênicas mostraram-se mais definidas (Gimenez; Cash; Melvin, 1984; Anderson et al.,

1985). Esta variabilidade antigênica pode ser visualizada pelas diferenças de títulos de

anticorpos neutralizantes, mostrando serem mais específicos.

Levando-se em consideração a reatividade com um painel de MAbs, dividiu- se o

VSR em dois grupos antigênicos A e B ou 1 e 2 (Anderson Et Al., 1985; Faria, 2012),

tendo como referência para o grupo A, as cepas A2 e Long e para o grupo B, CH18537

(Anderson Et Al., 1985; Mufson Et Al., 1985) e Sw8/60 (Sullender, 2000; Perdigão, 2009).

Estudos prévios mostraram que o dimorfismo antigênico entre os grupos A e B é

maior na glicoproteína G, apresentando em torno de 50% de variabilidade entre os

aminoácidos (Cane et al., 2001), conferindo vantagem para o vírus em termos de evasão

da resposta imune pré-existente (Reis, 2006).

1.1.5.3 Variabilidade Genética

Na segunda metade da década de 80 iniciaram-se os primeiros estudos sobre as

bases genéticas da variação antagônica do VSR. Observou-se que os diferentes

genótipos poderiam ser identificados de acordo com a conformação da proteína G, que

pode ter de 282 a 319 aminoácidos, dependendo do grupo ao qual pertence (Carballal et

al., 2005).

A variabilidade dos isolados dentro dos grupos A e B foi inicialmente demonstrada

com diferença nas reações com MAbs e depois usando métodos de clivagem com

enzimas de restrição, ensaio com RNAse, ensaio com heterodúplex e análise de

sequenciamento de nucleotídeos (Perdigão, 2009). O sequenciamento de nucleotídeos do

gene G auxilia na identificação desses genótipos, principalmente devido à variabilidade

encontrada na região do ectodomínio, que consiste em duas regiões variáveis separadas

por uma região conservada, presente em ambos os grupos. A análise das sequências de

nucleotídeos da segunda região hipervariável do gene G (região G2) possibilita a

classificação dos genótipos do VSR dentro dos grupos A e B (Tapia et al., 2014). Embora

a região G2 seja a mais utilizada para genotipagem e classificação do VSR, a porção N-

terminal da proteína G também é variável e pode ser utilizada para esta classificação

(Sales, 2009). Por meio dessa metodologia, percebeu-se que a variabilidade de

aminoácidos é superior a 20% dentro do grupo A e superior a 9% dentro do grupo B

(Cane et al, 2001; Carballal et al, 2005).

Ao comparar as sequências nucleotídicas e as sequências deduzidas de

aminoácidos do mRNA do gene G das cepas protótipos A2, Long e CH 18537 observou-

se que entre as amostras do mesmo grupo - A2 e Long, a divergência encontrada foi

pequena, de 6% na sequência de aminoácidos. Quando comparadas sequências de

grupos distintos, A2 (grupo A) e CH 18537 (grupo B) verificou-se que 47% da sequência

de aminoácidos era diferente (Sullender, 2000).

Estudos complementares comparando as sequências de nucleotídeos e aminoácidos

dos genes das proteínas NS1, SH, F e N das amostras A2 e CH 18537 mostraram uma

menor variação. As porcentagens de similaridade de nucleotídeos e aminoácidos

encontrados foram respectivamente de: 72 e 76% para o gene SH, 82 e 89% para o gene

F, 83 e 87% para o gene NS1, 86 e 96% para o gene N (Perdigão, 2009).

Posteriormente, observaram-se variações antigênicas dentro de cada grupo,

possibilitando a divisão em genótipos característicos. Os estudos de variabilidade

antigênica foram complementados com os estudos de variabilidade genômica servindo de

base para um melhor entendimento sobre a circulação do vírus e da sua evolução.

De acordo com Cane et al. (2013), o VSR A é representado por, pelo menos, onze

genótipos distintos (GA1 – GA7, SAA1, NA1 – NA2 e ON1) e o grupo B é dividido em

vinte genótipos (GB1 – GB4, BA1 – BA10, SAB1 – SAB4, URU1 e URU2). Porém, Zlateva

et al. (2005) relata em seu trabalho, que na Bélgica foram isolados genótipos que

variavam do GB1 até o GB13, dessa forma, pode-se concluir que o grupo B apresenta

pelo menos 32 genótipos. Os genótipos GA1 a GA6 do grupo A e GB1 a GB4 do grupo B,

foram os primeiros a ser descritos (Peret et al., 1998)

1.1.5.4.Novos Genótipo

Genótipo ON-1

O genótipo ON-1 do subgrupo A do VSR foi identificado pela primeira vez em

novembro de 2010 em Ontário, Canadá. A peculiaridade deste genótipo é a duplicação o

de 72 nucleotídeos na região terminal C da proteína G (Eshaghi, 2012).

A diversidade do gene G, com taxas evolutivas de 2,22 x 10-3 para o VSR-A e de

2,78 x 10-3 para o VSR-B podem alterar a patogenicidade, o fitness e a capacidade de

reinfecção do VSR ao longo da vida (Tan et al, 2012). Segundo os dados de novembro de

2014 na NCBI’s GenBank, a circulação do genótipo ON-1 havia sido confirmada em 21

países. (Duvvuri et al, 2015). Hirano et al (2014), relataram a circulação de 3 linhagens

diferentes do VSR ON-1 (fig. 5)

No Brasil, o primeiro relato de circulação deste genótipo foi no surto descrito no

presente estudo (Almeida et al, 2013). Neste estudo o vírus foi identificado com causador

de um surto de bronquiolite que acometeu 11 pacientes.

Até o momento não houve descrição na literatura deste genótipo como agente

etiológico de surtos em unidades de terapia intensiva neonatal.

Genótipo NA-2

O genótipo NA-2 do VSR foi descrito no Japão em 2009 (Shobugawa et al, 2009).

Associado ao genótipo NA-1, foi responsável por uma grande epidemia de VSR na cidade

de Niigata nos período de 2005 a 2006 . Essa variante é filogeneticamente muito próximo

da linhagem GA-2 do VSR-A. Sua circulação tem sido descrita, desde então, de forma

esporádica em diversos países. Não houve até o momento registro de sua circulação no

Brasil (Shobugawa et al, 2009).

Sendo a circulação deste genótipo relatada de forma esporádica suas características

epidemiológias são pouco conhecidas.

1.1.6.Ciclo Replicativo Do Vírus

A adsorção do vírus à célula é mediada pela ligação da glicoproteína G a

receptores celulares como o “heparan sulfate-like moieties (proteoglycans)”4 na superfície

apical das células epiteliais (Tapia et al., 2014). Após a adesão, a glicoproteína F promove

a fusão do invólucro viral à membrana celular da célula hospedeira, este processo

promove a introdução do nucleocapsídeo viral ao citoplasma. A replicação inicia-se com a

transcrição do genoma viral pela polimerase e a montagem do nucleocapsídeo acontece

no citoplasma, em etapas distintas. No início, ocorre uma associação da proteína N ao

genoma, formando-se o complexo ribonucleoprotéico (RNP), subsequentemente as

proteínas P e L associam-se ao complexo formando o nucleocapsídeo. A proteína M

direciona o nucleocapsídeo às regiões da membrana celular que alcançam a superfície

viral, para que o vírus adquira o invólucro proteico na superfície da célula hospedeira.

Após esse processo, a partícula viral é liberada para o meio externo, fenômeno

conhecido como “brotamento”, como observado na FIGURA 5 (Faria, 2012).

Figura 5A: Mostra o mapa com a distribuição dos países onde a circulação do genótipo

ON-1 já foi confirmada

Figura 5B: Mostra a distribuição do genótipo ON-1 dentre os achados de RSV-A

Figura 5C: Mostra o número de linhagens de RSV ON-1 circulantes nos diversos países

In vitro, o VSR replica-se numa variedade de células, como A549 (carcinoma

development pulmão humano), HEp2 (carcinoma epitelial de laringe humana), HeLa

(carcinoma epitelial de cérvix humano) e NCI-H292 (carcinoma mucoepidermóide de

pulmão humano) (Reis, 2006), no entanto, em seres humanos a replicação parece estar

restrita às células epiteliais respiratórias, porém antígenos virais podem ser encontrados

em células ciliadas e também na submucosa (Faria, 2012).

1.1.7. Epidemiologia

O vírus sincicial respiratório (VSR) é responsável por 3,4 milhões de hospitalização ao

ano em crianças menores de cinco anos em todo o mundo (Glezen et al, 1986). Estima-se

que a taxa de mortalidade da infecção pelo VSR varia de 0,3 a 2,1% em diferentes

países, sendo as maiores taxas nos países em desenvolvimento (Nair et al, 2010). Em

torno de metade das crianças infecta-se até o primeiro ano de vida e, virtualmente, todas

até três anos de idade já apresentaram pelo menos uma infecção pelo VSR (Langley,

Andersen, 2011).

A sazonalidade do vírus sincicial respiratório é bem marcada nos climas

temperados, sendo que a estação de VSR geralmente ocorre no outono e inverno,

estando praticamente ausente no verão (Langley et al, 2011).

Dados de vigilância epidemiológica de diferentes países demonstram que em uma

mesma estação pode haver circulação concomitante dos subtipos A e B, com suas

diferentes e numerosas variantes, permitindo a manutenção de epidemias anuais frente a

uma população suscetível, por não apresentar imunidade a todos os subtipos e suas

variantes, além das possíveis novas variantes (Ostlund et al, 2003).

No Brasil, No Brasil, há relatos referentes à sazonalidade das infecções pelo VSR

em vários estados, evidenciando diferenças no padrão de circulação do vírus nas

principais regiões do País. Dados oficiais do sistema de vigilância epidemiológica para

influenza demonstram picos de circulação do VSR entre os meses de janeiro a junho nos

últimos cinco anos. Estudos que abordam a prevalência e circulação de VSR em crianças

com doenças respiratórias agudas em diferentes estados brasileiros apontam uma maior

circulação desse vírus nos meses de abril a maio nas regiões Sudeste, Nordeste e

Centro-Oeste. (Lamarão et al, 2012).

No Sul, o pico de VSR ocorre mais tardiamente, entre junho e julho,

concomitantemente com a estação do vírus da influenza. No estado do Rio Grande do

Sul, o período de sazonalidade da circulação do VSR se estende durante os meses de

maio a setembro de cada ano. Na região norte o VSR circula especialmente no primeiro

semestre, no período de chuva intensa na região, com pico de ocorrência no mês de abril

(Brasil, Ministério da Saúde, 2013).

1.1.8. Aspectos Clínicos

A apresentação clínica da infecção varia de acordo com a idade e o estado

imunológico de cada paciente (Blankey et al, 2013). Neste sentido, é essencial na adoção

de estratégias de prevenção e tratamento da bronquiolite e suas complicações, a

definição dos grupos de risco para doença grave, sendo esta caracterizada clinicamente

por insuficiência respiratória aguda (Shay et al, 1999; Pelletier et al, 2006; Hall et al, 2009;

GBD 2013).

Rodriguez et al (2014) em estudo retrospectivo, avaliaram os fatores preditivos de

gravidade e de mortalidade em uma coorte de mais de 2 mil crianças com teste positivo

para VSR, onde as crianças com maior risco de desenvolver bronquiolite grave foram as

prematuras, as portadoras de doença pulmonar crônica, as portadoras de cardiopatias

com repercussão hemodinâmica e as portadoras de doenças neuromusculares. Estes

resultados foram compatíveis com outros estudos publicados anteriormente (Simoes et al,

2003; El Saleeby et al, 2008; Simon et al, 2008).

Simon et al (2008), também consideram fatores de risco para doença grave à

infecção pelo VSR, sinais de deterioração clínica no momento da admissão no serviço

de emergência, a saber: saturação de oxigênio menor do que 94% em ar ambiente e

baixa ingesta alimentar.

1.1.9. Diagnóstico Laboratorial

O diagnóstico precoce adquire especial importância para efetuar terapia antiviral,

se necessário, bem como para serem tomadas medidas de isolamento para prevenção da

infecção hospitalar, diminuir a necessidade de procedimentos adicionais de diagnóstico e

o tempo de internação, contribuindo para o uso racional de antibióticos (Popow-Kraupp e

Aberle, 2011; Faria et al, 2012).

O diagnóstico do VSR pode ser direto, pela detecção dos antígenos virais, do ácido

nucléico e/ou do vírus infectante ou indireto, pela detecção de anticorpos específicos

contra o vírus. O tipo e a qualidade da amostra clínica exercem grande influência sobre a

sensibilidade e a especificidade do teste utilizado para a detecção dos agentes virais. Por

isso, foi demonstrado que o lavado nasal ou o aspirado de nasofaringe (ANF) são mais

sensíveis para a detecção de VSR do que a amostra de swab de nasofaringe (Popow-

Kraupp e Aberle, 2011).

Para o diagnóstico laboratorial as metodologias mais utilizadas são: o isolamento

do vírus em cultura de células, a detecção do antígeno por imunofluorescência (IF) ou

ensaio imunoenzimático e a detecção do RNA viral pela técnica de RT-PCR (reação em

cadeia pela polimerase após transcrição reversa) (Perdigão et al, 2009). As técnicas

utilizadas dependerão das condições do laboratório e da demanda de amostras

encaminhadas.

A técnica de RT-PCR pode ser uniplex ou multiplex, dependendo se a detecção

será apenas do VSR ou de múltiplos vírus respiratórios, o que apresenta maior custo-

benefício, uma vez que são diversos os vírus respiratórios associados com as infecções

do trato respiratório superior e inferior, as quais clinicamente são indistinguíveis.

Recentemente diversos kits comerciais que utilizam o RT-PCR multiplex têm sido

oferecidos no mercado, principalmente com a disponibilização de novas metodologias de

detecção, como a RT-PCR em tempo real, em que a utilização de sondas específicas

para múltiplos vírus permite detecção de quantidades de cargas virais pequenas na

amostra clínica, com alta sensibilidade e especificidade. A metodologia multiplex utiliza

pares de iniciadores (primers) desenvolvidos para genes altamente conservados,

favorecendo a identificação de diferentes gêneros destes microrganismos, tanto em

reações separadas que compartilhem condições de amplificação semelhantes, como pela

combinação de múltiplos iniciadores em uma única reação de amplificação (Thomazelli et

al, 2004).

Por possuir essa característica de ser mais sensível que outros testes, esta técnica

auxilia no diagnóstico para grupos etários mais velhos, pois como já foi dito, possuem

uma menor excreção viral em relação às crianças (Popow Kraupp e Aberle, 2011).

1.1.10. Transmissão

A transmissão do VSR ocorre pela inoculação de grandes partículas em aerossóis

ou por contato direto com as mucosas, em seguida, se inicia a replicação viral no epitélio

da nasofaringe, podendo alcançar altos títulos rapidamente em lactentes mais jovens

(Escobar et al, 2013). O período de incubação deste vírus é de 4 a 5 dias (Feldman et al,

2015).

O mecanismo de transmissão é um facilitador da infecção pelo VSR no ambiente

hospitalar, inclusive proporcionando surtos em unidades críticas (Hérvas et al, 2012).

Desta forma, medidas de precaução (isolamento de contato), uso de equipamentos de

proteção e lavagem adequada das mãos devem ser instituídos no momento do

diagnóstico (Thorburn et al, 2004).

O VSR é altamente contagioso e é transmitido pelas secreções respiratórias por

meio do contato próximo com pessoas infectadas ou com objetos ou superfícies

contaminadas. A infecção pode ocorrer por auto-inoculação, por mãos contaminadas, por

toque em superfícies não porosas contendo partículas infecciosas (nas quais o vírus pode

sobreviver de 4 a 7 horas) (Viera et al, 2009), por inoculação direta de gotículas nos olhos

e nariz e também, por inalação de aerossóis emitidos por espirros ou tosse (Faria et al,

2012).

O VSR cresce otimamente em pH 7,5 e é inativado a temperaturas entre 50 –

60°C. Apesar de ser sensível à temperatura, pode permanecer viável por mais de uma

hora em luvas de borracha contaminadas com secreções nasais infectadas. Ainda assim,

é rapidamente inativado por água, sabão e desinfetantes (Howley et al, 2007; Faria et al,

2012).

O período de incubação do VSR é de aproximadamente 2 a 8 dias (média de 5

dias) e a excreção viral pode ocorrer desde alguns dias antes do início dos sintomas e

persistir por semanas em pessoas com alterações imunitárias e em portadores de

doenças de base (Vieira et al, 2009). Popow-Kraupp e Aberle (2011) em relação à

excreção viral relatam que em crianças mais velhas e adultos, o título e o tempo de

excreção viral são menores, provavelmente por já terem apresentado reinfecções pelo

VSR, sugerindo que a presença de anticorpos específicos contra o vírus interfira no grau

de replicação viral.

Como forma de prevenção de disseminação viral, inclui-se o hábito da lavagem de

mãos, o uso de aventais, máscaras e óculos para proteger os olhos e o nariz, evitar locais

com aglomeração, entre outros (Vieira et al, 2009).

1.1.11. Prevenção e Tratamento

Novos fármacos tem sido estudados para o tratamento do VSR. Anticorpos

monoclonais específicos anti F e anti G, com propriedades de inibição de fusão e adesão,

respectivamente, estão em fases pré clínica (Impact – RSV Study Group, 1998; Robbie et

al, 2013).

Também promissores são os chamados RNAs de interferência (siRNA), que

interferem com RNA mensageiro específico resultando em degradação e modulação

desta estrutura viral. Modelos em animais com administração intranasal dos siRNA

resultaram em redução da carga viral, melhora do padrão respiratório e menor dano

pulmonar (De Vicenzo et al, 2008; De Vicenzo et al 2014; Ablynx, 2013).

A prevenção do VSR pode ser feita por meio de imunização passiva com

anticorpos monoclonais específicos ou com Imunoglobulina Humana Intravenosa

Hiperimune Específica para VSR (RSV-IVIG), já não mais disponível para uso clínico.

(Robie et al, 2013) .

O Palivizumabe é um anticorpo monoclonal do tipo IgG1 humanizado, direcionado

para o epítopo no componente antigênico A da proteína F do VSR (Kurz et al, 2008).

Apresenta atividade neutralizante e inibitória de fusão contra o VSR, inibindo a replicação

viral. A dose é 15mg.kg-1 com aplicações intramusculares mensais durante a estação do

VSR (O'Connel et al, 2011).

As recomendações para o uso do Palivizumabe levam em consideração fatores de

risco para maior gravidade na evolução da doença por VSR, contemplando lactentes de

alto risco, com antecedentes de prematuridade extrema, doença pulmonar crônica,

cardiopatias com repercussão hemodinâmicas entre outras comorbidades (Silva et al,

2012).

O Ministério d Saúde aprovou uma norma técnica em 2013 (portaria no. 522) para

utilização do Palivizumabe. São beneficiadas crianças menores de um ano de idade

nascidas com idade gestacional menor do que 28 semanas e crianças menores de dois

anos de idade portadoras de cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica ou

com doença pulmonar crônica da prematuridade, que necessitaram de tratamento nos

seis meses que antecederam o período de circulação do VSR (Brasil, Ministério da

Saúde, 2013). As doses são mensais entre Abril a Agosto (Thomazelli et al, 2007).

Dados da literatura mostram eficácia do Palivizumabe em torno de 50% na redução

de hospitalizações relacionadas ao VSR nos pacientes com fatores de risco para

desenvolvimento de doença grave, porém sem alteração significativa de mortalidade

(Feltes et al, 2003;Impact – RSV Study Group, 1998). Já foi descrito resistência de

algumas variantes virais ao Palivizumab (Simões et al, 2010; Frogel et a, 2008).

1.2 Surtos em Unidade de terapia Intensiva Neonatal

A infecção por VSR adquirida no hospital tem evolução mais grave do que as

adquiridas na comunidade, pois cerca de 50% dos lactentes com VSR de aquisição

nosocomial necessitam de cuidados intensivos, já a de aquisição na comunidade, apenas

9% (Collins, Melero, 2011). A taxa de mortalidade em lactentes cuja infecção ocorreu em

ambiente hospitalar também é substancialmente maior do que a que ocorre nos casos de

aquisição comunitária (Bont, 2009).

Em virtude do grande impacto da infecção pelo vírus sincicial respiratório humano

(VSR), principalmente, naqueles indivíduos com fatores de risco para infecção grave,

associado a grande importância para à saúde coletiva, a descrição de surtos hospitalares

de bronquiolite causados contribui para a aquisição de conhecimento em relação à sua

virulência e seu padrão de transmissibilidade no meio hospitalar.

A Tabela 1 mostra de forma comparativa os surtos de RSV em Unidades de Terapia

Intensiva Neonatais, comparando métodos diagnósticos, número de pacientes infectados

(porcentagem de pacientes sintomáticos), medidas de controle e uso de palivizumabe.

Os surtos em UTI neonatal trazem especial preocupação pela possível

concentração de pacientes com fatores de risco.

2. Objetivos

2.1. Primário

Descrever dois surtos de infecção por vírus sincicial respiratório humano (VSR)

pelos novos genótipos em uma unidade de terapia intensiva neonatal. onde foi utilizado o

Palivizumabe.

2.2. Secundários

- Descrever os aspectos clínicos e demográficos dos pacientes infectados; - Avaliar as medidas de controle instituídas para os surtos e

- Avaliar as características genéticas e moleculares dos vírus.

3. Casuística e Método

3.1. Descrição da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal da Santa Casa de São

Paulo

A Santa Casa de São Paulo é um hospital terciário localizado na região central da

cidade de São Paulo. Conta com serviços de emergência e de terapia intensiva tanto

adulto quanto pediátrico e neonatal. Atende anualmente 70 mil crianças em suas

dependências.

No Departamento de Obstetrícia é um serviço de referência em pré-natal de alto

risco (diagnóstico de mal-formações congênitas graves e doenças maternas de alta

complexidade com necessidade de acompanhamento multidisciplinar) na cidade. São

realizados 2000 partos por ano, com média mensal de 165 aproximadamente. Destes,

aproximadamente 15% necessitam de internação em unidade de cuidados intensivos ou

intermediários. (Fonte: Registro de Prontuários do Serviço de Neonatologia da ISCMSP)

Figura 5. Representação da UTINeo da ISCMSP

Conforme representado na Figura 5, a unidade é dividida fisicamente em 1 salão

de cuidados intermediários e 4 salas de cuidados intensivos. O salão conta com 12 leitos,

podendo acomodar até 14 pacientes em berço comum. As mães ficam acomodadas em

poltronas ao lado de cada leito, podendo permanecer na unidade das 7 às 19 horas.

3.2. Definição do Caso Índice e estabelecimento do Surto

Recém nascido prematuro, broncodisplásico com um mês de vida, em 20/05/13

apresentou desconforto respiratório e piora progressiva, necessitando de ventilação

mecânica. Quadro clínico, radiológico e laboratorial compatível com bronquiolite.

Três de seus contactantes iniciaram quadros de sintomas respiratórios nos dias

subsequentes.Desta forma, mediante à hipótese diagnóstica de bronquiolite, iniciou-se a

investigação, inicialmente dos pacientes sintomáticos respiratórios e, posteriormente, de

todos os pacientes da unidade.

Para tanto, foram realizadas coletas sistemáticas de aspirado de secreção de

nasofaringe de todos os pacientes internados na unidade até o final da quarta semana

após a última amostra negativa considerando o período máximo de incubação do vírus.

Esta foi, portanto, uma casuística de conveniência.

3.3. Critérios de Inclusão

Foram submetidos à coleta todos os pacientes internados na unidade naquele

período.

3.4. Critérios de Exclusão

Os pacientes cujas mães se recusassem a coletar as amostras de secreção da

nasofaringe para análise laboratorial.

3.5. Coleta e Transporte das amostras

O material foi obtido por meio de aspiração de secreção de nasofaringe sempre

pelas mesmas profissionais fisioterapeutas, de forma sistemática e padronizada,

respeitando-se as normas de higiene e proteção. O material coletado em tubo Transbac®,

já padronizado e de uso rotineiro no hospital para este tipo de procedimento.

Após o término da coleta, o material foi acondicionado em recipiente refrigerado,

mantido à 5oC, conforme recomendação do Centers of Disease Control and Prevention

(CDC), para transporte até o Instituto de Ciências Biomédicas na Universidade de São

Paulo (USP).

3.6. Análise Laboratorial

A análise laboratorial foi realizada em três etapas: Painel RT-PCR para

identificação do agente etiológico, sequenciamento genético e análise filogenética das

cepas encontradas nos dois surtos.

3.6.1. Painel de RT-PCR

Após o envio das amostras para o laboratório de Virologia do Instituto de Ciências

Biomédicas da USP, o painel de Real-time Reverse transcriptase PCR (qPCR) foi

realizado com o kit de Painel Non-Influenza Virus Real-Time RT-PCR para detecção de

12 vírus respiratórios (VSR, metapneumovírus, adenovírus, coronavírus HKU/NL63/

OC43/ 229E e parainfluenza 1/ 2/ 3/ 4), gentilmente cedido pelo CDC , além de primers

comerciais para Influenza A e B (Invitrogen) para diagnóstico do patógeno responsável

pelo surto.

A extração do RNA viral foi real izada com o extrator automático

NucliSensEasyMAG® (Biomerieux), de acordo com as especificações do fabricante. O

qPCR de etapa única foi realizado com o kit AgPath-ID one-step RT-PCR e primers de

Influenza com descrito acima no PCR de 7300 Real Time PCR System (Applied

Biosystems).

As amostras positivas foram amplificadas pelo PCR tradicional de duas etapas

para sequenciamento de DNA: o DNA complementar foi sintetizado a partir de do kit

Super Script III® (licenciado pela Biosystems TM, Foster City, CA, USA) de acordo com as

instruções do fabricante.

A segunda região de hipervariabilidade do gene que codifica a proteína G foi

analisado pelos primers Gr5 (5′-CTGGCAATGATAATCTCAACTTC-3′) e FV (5′-

GTTATGACACTGGTATACCAACC-3′) em uma mistura de 10µL contendo 5µL de 10 X

buffer de PCR, 25 prol de cada primer e 1,5 U Platinum Taq DNA Polymerase (Invitrogen®)

num volume final de 50 mL. A amplificação foi feita no termociclador do tipo GeneAmp

PCR System 9700® (Applied Biosystems, Inc.).

Um segundo passo do Nested PCR foi conduzido com o seguinte primer: GAB (5’-

YCAYTTTGAAGTGTTCAACTT-3’) correspondendo às bases 504-524 do gene G e F1AB

(5’- CAACTCCATTGTTATTTGCC-3’) correspondendo às bases 3-22 do gene F.

O PCR tradicional foi realizado com o seguinte programa: 95°C por 5 minutos,

seguido de 35 ciclos, cada um composto de 1 minuto a 95°C, 1 minuto a 55°C e 1 minuto

a 72°C, e, finalmente, 7 minutos de extensão a 72°C. A análise dos produtos amplificados

foram feitas por eletroforese de gel de agarose e visualizados sob luz ultra-violeta após

impregnação com brometo de etídio.

Os produtos amplificados do gene G de 490 bp foram purificados com ExoSap-IT®

(GE) e submetidos à um ciclo de reação de sequenciamento (Sanger) usando um Kit de

corante fluorescente (Applied Biosystems) e ambos os primers GAB e F1AB no

Sequenciador 3100 DNA® (Applied Biosystems, Inc., USA).

3.6.2. Sequenciamento Genético e Análise Filogenética

Todas as fitas de cada amplificação foram sequenciadas, pelo menos, duas vezes.

A edição do sequenciamento, alinhamentos e análise filogenética foram realizadas

com o software DNAStar. Vinte e uma sequências publicadas do soro-grupo A foram

baixadas do GenBank como referências para diferentes linhagens e genótipos.

.

3.7. Apresentação dos resultados

3.7.1.Descrição dos surtos

Os eventos dos surtos que foram desencadeados a partir do diagnóstico do caso

índice foram narrados na ordem cronológica em que ocorreram.

3.7.2. Aspectos clínicos e demográficos

Os dados relativos à caracterização dos pacientes, a saber: Idade Gestacional

(semanas), Peso ao Nascimento (gramas), Tempo de Internação (dias), foram expressos

em tabela contendo a mediana e os valores mínimo e máximo.

Os dados relativos ao sexo, estratificação do peso ao nascimento (gramas) –

adequado, baixo-peso e muito-baixo-peso – dos recém-nascidos e a incidência de

malformações, foram expressos em tabelas com seus valores parciais e totais com as

respectivas porcentagens.

As relações da presença e ausência de fatores de risco ao desenvolvimento de

doença grave – Cardiopatia, Pneumopatia, Prematuridade, Baixo Peso ao nascimento e

presença de Malformações – com as variantes do subgrupo A do VSR, foi expressa em

tabela contendo os respectivos valores parciais e totais.

3.7.3. Medidas de Controle

Descrição das medidas de contenção do surto, equipamentos utilizados e e fluxo

de pacientes e profissionais na unidade.

3.7.4 Apresentação dos achados moleculares e sua correlação com os dados

clínicos

Foram expressas em tabela com as respectivas frequências parciais e totais e em

porcentagem, a relação entre os diferentes escores pela classificação da gravidade do

quadro clínico (1- Assintomático, 2- Infecção das Vias Aéreas Superiores (IVAS), 3-

Desconforto leve e 4- Insuficiência Respiratória), comparativamente entre os dois

genótipo encontrados.

4. Resultados

4.1. Descrição dos Surtos

4.1.1. Surto 1: 27/05/13 a 14/06/13

No dia 27/05/13, a equipe de Infectologia Pediátrica foi acionada para avaliar um

paciente internado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTINeo) com quadro

sugestivo de pneumonia viral. Este lactente, nascido no dia 19/04/2013, nascido

prematuro de 33 semanas (peso de nascimento de 2230g) internado desde o nascimento

em decorrência de prematuridade e broncodisplasia pulmonar, estava em desmame da

suplementação de oxigênio na unidade de cuidados intensivos quando, no dia 20/05/13,

iniciou quadro de tosse, coriza e febre de 37,9oC.

#

FIGURA 7. Raio X de Tórax em incidência ântero-posterior no leito do caso

índice demonstrando infiltrado intersticial pulmonar difuso e bilateral.

Apresentou com piora progressiva dos sintomas, evoluindo em 23/05/13 para

insuficiência respiratória, com necessidade de ventilação mecânica invasiva e altos

parâmetros ventilatórios, sendo transferido para a sala 3 (figura 8).

Figura 8. Representação esquemática da disposição dos pacientes no momento em que

os Serviços de Infectologia Pediátrica e Controle de Infecção foram acionados.

Neste período, outros dois pacientes que estavam internados na mesma

enfermaria e um terceiro que estava internado na sala1 apresentaram sintomas de tosse

coriza e febre, porém sem necessidade de ventilação mecânica.

Inicialmente, optou-se por colher secreção respiratória de todos os bebês

sintomáticos respiratórios da unidade, e de seus contrastantes. para realização de painel

viral (27/05/13). Sete amostras foram processadas, com quatro resultados positivos. A

positividade de amostras de pacientes que não estiveram em momento nenhum em

contato, motivou uma nova coleta, desta vez, de todos os pacientes internados na

unidade. Dos 17 recém–nascidos investigados, sete obtiveram pesquisa positiva para o

VSR, no diagnóstico inicial do surto.

Nenhuma das amostras detectou coinfecção em nenhum dos pacientes.

Um dos recém-nascidos testados no momento do diagnóstico do surto, não havia

tido contato com nenhum dos pacientes sintomáticos, nem apresentava qualquer sintoma.

Amostras de secreção respiratória para a realização de painel viral por RT-PCR

foram coletadas de forma sistemática nas semanas que se seguiram, duas vezes por

semana (por questão logística e de disponibilidade de material). O último caso novo nesta

primeira fase, ocorreu no dia 14/06/13. Ao total, 11 pacientes se contaminaram com VSR.

Após genotipagem das cepas de VSR encontradas nestas amostras, foi

identificado o genótipo ON-1 do grupo A do RSV em todos os casos, não sendo

identificada co-infecção em nenhum paciente.

4.1.2. Surto 2: 25/06/13 a 09/08/13

Em 25/06/13, quando era possível detectar o vírus na secreção respiratória de dois

pacientes, outros três pacientes foram diagnosticados com bronquiolite.

A partir desta data, que se pensava ser uma recrudescência do surto, houve

infecção de mais 13 pacientes. Dois dos pacientes que já haviam apresentado amostras

positivas foram novamente infectados. Desta forma, todas as medidas de contenção do

surto foram retomadas. Uma nova dose de Palivizumabe foi administrada, porém desta

vez, por questão de disponibilidade, apenas aos pacientes que se enquadravam nos

critérios do Ministério da Saúde, puderam receber a medicação (total de oito pacientes).

A mesma sistematização na coleta de secreção foi adotada. O último resultado

positivo foi obtido em 09/08/13. No decorrer do período de duração do surto, o exame da

secreção aspirada de nasofaringe para a realização de PCR multiplex foi realizado em

todos os pacientes e, nos achados positivos, foi evidenciado dois subtipos de VSR A

NA-2. Não foram encontrados outros vírus (co-infeção) em nenhuma das amostras.

4.2. Caracterização da população de pacientes internados no período de duração do surto

O total de pacientes internados na unidade e incluídos no presente estudo, no

período de 27/05/13 a 09/08/13, foi de 71. Nenhuma mãe recusou que seu filho tivesse

colhida amostra de secreção nasofaíngea para análise laboratorial.

Na Tab. 1 são descritas algumas das características demo gráficas dos pacientes:

Idade Gestacional ao nascimento (semanas), Peso ao nascer (gramas) e tempo de

internação (dias), a Tab. 2 a distribuição por sexo dos recém-nascidos e a Tab. 3 a

estratificação quanto ao peso de nascimento.

TABELA 1. Caracterização dos pacientes.

Mediana (Min, Máx)

Idade Gestacional* (semanas) 34 (24, 41)

Peso (gramas) 2160 (435, 4150)

Tempo de internação (dias) 10 (0, 132)

* ao nascimento

TABELA 2. Distribuição por sexo.

Sexo Número de recém-nascidos (%)

Feminino 28 (39,43%)

Masculino 43 (60,56%)

Total 71 (100%)

TABELA 3. Estratificação quanto ao peso de nascimento.

Peso ao nascimento Número de recém nascido (%)

Adequado 28 (39,43%)

Baixo-peso 26 (36,61%)

Muito-baixo-peso e muito-muito baixo peso 17 (23,94%)

Total 71 (100%)

A Tab. 4 apresenta a incidência de malformações nos recém-nascidos com o

número de indivíduos acometidos e sua porcentagem.

A Tab. 5 relaciona a presença e ausência dos fatores de risco ao desenvolvimento

de doença grave, quantificando-os conforme suas frações (expressas em porcentagem),

com os dois diferentes surtos causados pelas variantes ON-1 e NA-2 do Subgrupo A do

VSR.

TABELA 4. Incidência de malformações nos recém-nascidos.

Malformações Número de recém nascido (%)

Cardíaca 21 (29,57%)

Vascular 11 (15,49%)

Neurológica 3 (4,22%)

Óssea 1 (1,41%)

Gastro-Intestinal 2 (2,81%)

Múltiplas 3 (4,22%)

Total 41 (57,74%)

TABELA 5. Presença de fatores de risco para o desenvolvimento de doença grave conforme a variante ON-1 ou NA-2 do VSR responsável por cada surto.

Surto ON-1 Surto NA-2

Fatores de Risco* Número de recém-nascidos (%)

Número de recém-nascidos

(%)

Presente

7 (63,6%) 11 (84,6%)

Cardiopatia1 3 (27,3%) 2 (15,3%)

A Tab. 6 apresenta as frequências e a classificação dos sintomas respiratórios

conforme sua gravidade, nos dois diferentes surtos causados pelas variantes ON-1 e

NA-2 do Subgrupo A do VSR.

Pneumopatia 2 1 (9%) 2 (15,3%)

Prematuridade 3 1 (9%) 3 (23%)

Baixo Peso 4 2 (18%) 8 (61,5%)

Malformação 5 2 (18%) 2 (15,3%)

Ausente 4 (36,4%) 2 (15,3%)

Total 11 (100%) 13 (100%)

* O mesmo paciente pode apresentar mais de um fator de risco.

1 As cardiopatias inclusas nestes critérios foram aquelas que traziam repercussões hemodinâmicas. 2 As pneumopatias de maior risco são as que trazem dependência de oxigênio suplementar.

3 Prematuridade: idade gestacional menor do que 37 semanas.

4 Baixo-peso foi definido por peso menor do que 2500g ao nascimento.5 Malformação, além das cardíacas e pulmonares.

TABELA 6. Frequências e classificação dos sintomas respiratórios conforme sua gravidade, nos dois diferentes surtos causados pelas variantes ON-1 e NA-2 do Subgrupo A do VSR.

Surto ON-1 Surto NA-2

Classificação dos sintomas

respiratórios

Descrição do sintoma

Número de recém nascidos (%)

Número de recém nascidos

(%)

A Tab. 7 apresenta o tempo para o resultado positivo do exame laboratorial para a

detecção viral (em dias), valores médios (mínimo e máximo) do Threshold Cycle – Ct

(ciclos) e número médio (mínimo e máximo) de amostras positivas conforme o surto

causado pelas variantes ON-1 ou NA-2 da VSR Subgrupo A.

4.3. Achados Moleculares

No momento do diagnóstico de novos pacientes infectados em 25/06/13,

permaneciam internados na unidade dois pacientes cujas amostras permaneciam

positivas. Sem a identificação do genótipo até esta ocasião, pensou-se tratar de uma

recrudescência no surto.

1 assintomático 4 (36,3%) 6 (46,1%)

2 IVAS 3 (27,2%) 4 (30,7%)

3 Desconforto leve 2 (18,2%) 1 (7,7%)

4 Insuficiência respiratória 2 (18,2%) 2 (15,4%)

Total 11 (100%) 13 (100%)

Legenda: IVAS – Infecção das Vias Aéreas Superiores

TABELA 7. Tempo médio para detecção viral, menor valor do Ct e número de amostras positivas nos dois surtos causados pelas variantes ON-1 e NA-2 do VSR subgrupo A.

Surto ON-1 Surto NA-2

Média (mín; máx) Média (mín; máx)

Tempo de positividade (em

dias)13,81 1; 30 9 1; 40

Menor Ct (ciclos) 27,63 14,7 ; 37,8 33,82 15,5; 40,1

Amostras positivas 4 1; 10 1,7 1; 8

No entanto, no decorrer dos dias a caracterização genotípica mostrou duas

linhagens distintas: ON-1 no primeiro surto e NA-2 no segundo.

A análise filogenética das cepas mostrou serem todas da mesma fonte em ambos

os surtos também.

Dois pacientes que haviam se infectado no primeiro surto, se infectaram também

no segundo, e um dos pacientes que recebeu palivizumabe no diagnóstico do primeiro

surto (e que não se infectou neste momento), adquiriu a infecção pelo VRS NA-2.

4.4. Medidas de Contenção adotadas:

A) Coorte de pacientes e profissionais:

Os recém-nascidos infectados ficaram separados fisicamente dos não infectados.

Os recém-nascidos admitidos na unidade a partir daquela data ficaram isolados dos

destes dois grupos. Os profissionais e alunos, por sua vez, seguiam a mesma divisão, ou

seja, ficavam responsáveis por grupos específicos sem contato com pacientes de outros

grupos (figura 10).

B) Administração de Palivizumabe:

A medicação foi solicitada à Secretaria de Estado da Saúde, sendo ministrada a

todos os pacientes. Todos receberam a dose preconizada de 15 mg/kg, pela via intra-

muscular. Ao total foram utilizadas 5 ampolas em 17 pacientes.

Nos dias subsequentes à administração da medicação, ainda houve mais quatro

casos novos.

No segundo surto, novamente a medicação foi solicitada à Secretaria da Saúde.

No entanto, por questão de disponibilidade da droga, apenas três ampolas foram

fornecidas. Por este motivo, optou-se por ministrar a medicação aos pacientes que

apresentavam fatores de risco para doença grave (prematuridade com idade gestacional

menor ou igual a 28 semanas, pneumopatia com necessidade de suplementação de

oxigênio e cardiopatia com repercussão hemodinâmica). Nesta ocasião, 11 pacientes

receberam a medicação.

Após a dose para os pacientes do segundo surto, ainda houve 6 casos novos.

C) Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI):

Os EPI foram utilizados em todas as enfermarias da unidade, a saber: máscara,

avental, luvas e óculos de proteção. Os pacientes, para efeito de isolamento respiratório,

foram mantidos também em incubadoras. Mediadas de educação e orientação eram

realizadas diariamente quanto à higiene e ao uso de EPI’s tanto para familiares quanto

para profissionais da saúde.

D) Redução do fluxo de pessoas que transitam pela unidade:

Foi suspensa a participação de alunos, limitar o número e o tempo de permanência

dos visitantes e profissionais a unidade.

Figura 9. Sequencia de medidas tomas para contenção do primeiro surto

Aproximadamente, 20 horas transcorreram entre o diagnóstico do primeiro surto e

a implementação de todas as medidas de contenção.

Figura 10. Disposição das coortes de pacientes que foram mantidas até o fim do segundo

surto

Figura 11. Sequencia de medidas para a contenção do segundo surto.

5. Discussão

A infecção nosocomial pelo VSR é a mais frequente em crianças com mais de seis

meses de idade, mas são poucas as descrições de sua ocorrência em unidades de

terapia intensiva neonatal (Blanken et al. 2013). Por isso, esse estudo reforça a

necessidade de sistemas de vigilância quanto à esta infecção, principalmente, neste tipo

de ambiente, para assim dimensionar o impacto e racionalizar a introdução de medidas de

prevenção ao contágio, diagnóstico e início precoce das medidas de contenção e o

suporte adequado aos pacientes infectados.

Em comparação com os dados da literatura (tabela 1), a taxa de pacientes

sintomáticos nos outros estudos variou de 70 a 100%. nestes surtos tivemos 36,3% dos

pacientes no surto ON-1 e 46,1% no surto NA-2 assintomáticos. Apesar de não ter

contribuído para o bloqueio de novas infecções o palivizumabe pode ter desempenhado

um papel de certa relevância neste cenário clínico (Thorbur et al. 2008). A taxa de ataque

dos estudos descritos na tabela 1 variou 10 a 58%, sendo de 41% no presente estudo.

Os pacientes deste estudo em ambos os surtos apresentaram longo tempo de

excreção viral (chegando, no máximo, a 30 dias no surto ON-1 e a 40 dias no surto NA-2).

As médias foram de 13,81 dias do surto ON-1 e de 9 dias no surto NA-2, contra uma

média de cinco dias em alguns estudos (Gomez, 2012). Uma das razões para este

elevado tempo de positividade é a alta sensibilidade e especificidade do método

diagnóstico empregado.

Uma amostra positiva isolada de RSV em um paciente assintomático tem pouca

relevância clínica. No entanto, em um ambiente de terapia intensiva neonatal, em que

mesmo assintomático, o paciente pode ser fonte de infecção para outros bebês,

especialmente aqueles com fatores de risco. Desta forma, as mesmas medidas de

contenção devem ser utilizadas.

Entende-se ainda que alguns dos pacientes estivessem na condição de

colonizados pelo VSR.

A propagação do vírus em unidades fechadas no nosso meio está relacionada à

inadequação de medidas de precaução para a transmissão de profissionais de saúde, alta

densidade de recém-nascidos no mesmo espaço físico, falta de informação e

mecanismos eficientes de triagem de familiares e visitantes sintomáticos respiratórios,

bem como os profissionais de saúde.

O VSR é disseminado através do contato direto. Não há transmissão por aerosol. A

replicação viral ocorre dentro do epitélio respiratório. O VSR sobrevive no ambiente por

cerca de 10 horas, o que indica que a contaminação persiste por muitas horas. Por

exemplo, o vírus pode persistir por 7 horas em superfícies fazendo com que a exposição

ao vírus se correlacione com a infecção. As recomendações para prevenir infecção

incluem uso de avental e luvas (isolamento de contato). Importante à utilização de

estetoscópios individualizados. No presente estudo, os casos foram isolados após a

confirmação diagnóstica de infecção pelo VSR 7 dias após quatro dias do caso índice, o

que provavelmente levou a uma contaminação ambiental que foi também responsável

pela propagação da doença.

Os poucos relatos publicados na literatura que descrevem a análise genética

completa de cepas isoladas, geralmente mostram genótipos distintos, sugerindo que as

crianças se infectaram de fontes diferentes. Nos casos relatados neste estudo, em ambos

os surtos, os genótipos foram os mesmos (VSR subgrupo A) e a análise filogenética

demonstrou que as cepas vieram de uma mesma fonte.

No presente estudo a realização de painel viral (PCR Multiplex) em todos os

pacientes foi importante para descartar outras causas de IVAS, permitindo, portanto,

identificar o agente etiológico e a introdução de Palivizumabe profilático nos recém-

nascidos internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, que potencialmente

entraram em contato com secreções do caso índice.

Como nestes surtos estudados a grande maioria dos pacientes apresentava fatores

de risco para o desenvolvimento de doença grave pela infecção do VSR, a mortalidade

encontrada ficou aquém da esperada, provavelmente este fato se deve à administração

de Palivizumabe a todos os pacientes da unidade após a identificação do agente

etiológico, no primeiro surto e nos casos que preenchiam critério no segundo surto.

O presente estudo foi o primeiro a identificar e relatar infecção pelas variantes

ON-1 e NA-2 do Subgrupo A do VSR em nosso meio e o primeiro a relatar surtos por essa

variante em unidade de terapia intensiva neonatal. Porém, por se tratar de um estudo

descritivo e analisado retrospectivamente, novos estudos são necessários para aprimorar

o conhecimento em relação à virulência e ao padrão de transmissão destas variantes do

Subgrupo A do VSR.

6. Conclusão

A partir da descrição dos dois surtos de infecção por vírus sincicial respiratório

humano (VSR) pelos novos genótipos ON-1 e NA-2, em uma unidade de terapia intensiva

neonatal, podemos concluir que pacientes internados em unidades fechadas que

apresentem sintomas respiratórios devem ser isolados, testados para VSR e que o uso do

Palivizumab, cujo uso permanece controverso na literatura pelo especialmente pelo fator

custo-efetividade, pode ter papel na redução de gravidade e na duração dos sintomas.

Ainda, que novas variantes do ON-1 e NA-2 Subgrupo A do VSR já circulam em

nosso meio e podem ser responsáveis pelos quadros de IVAS tanto em crianças sadias

quanto naquelas com fatores de risco para o desenvolvimento de doença grave.

7. Referências Bibliográficas

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Resumo

Introdução: Estima-se que a taxa de mortalidade da infecção pelo VSR varia de 0,3 a

2,1%. A infecção por VSR adquiridas no hospital tem evolução mais grave do que as

adquiridas na comunidade. O Palivizumab é um anticorpo monoclonal humanizado e é

recomendado como profilaxia para pacientes que pertencem ao grupo de risco para

infecções graves. Levando-se em conta a vulnerabilidade dos pacientes internados é

indicado utilizar o Palivizumab o para controle de surtos nosocomiais. Objetivos:

Descrever dois surtos de infecção por VSR em uma unidade de terapia intensiva neonatal

onde foi utilizado o Palivizumabe e avaliar as características genéticas e moleculares dos

vírus e descrever sua apresentação clínica. Casuística e Método: Foi utilizada a amostra

de conveniência obtida a partir da investigação diagnóstica do surto ocorrido entre maio e

agosto de 2013. Secreção de orofaringe foi coletada, inicialmente dos pacientes

sintomáticos e, horas depois, de todos os pacientes da unidade. As coletas foram

realizadas duas vezes por semana (às segundas e quintas feiras) até o final da quarta

semana após a última amostra negativa considerando o período máximo de incubação do

vírus. Foram submetidos à coleta todos os pacientes internados na unidade naquele

período. O material foi obtido por meio de aspiração de secreção de nasofaringe e

coletado em tubo Transbac® e realizado o painel viral e PCR das amostras positivas.

Resultados: O total de pacientes internados na unidade no período de 27/05/13 a

09/08/13 foi de 71. As características predominantes desta população foram: sexo

masculino (60,56%), prematuridade (55%), baixo peso ao nascer (60,63%), com alta

incidência de mal-formações, especialmente as cardíacas (29,57%), demonstrando o

caráter de grande complexidade da UTINeo e do hospital. Conclusão: A partir da

descrição dos dois surtos de infecção por vírus sincicial respiratório humano (VSR) em

uma unidade de terapia intensiva neonatal, podemos concluir que pacientes internados

em unidades fechadas que apresentem sintomas respiratórios devem ser isolados,

testados para VSR e que o uso do Palivizumab pode ter papel importante no controle do

surto. Ainda, que novas variantes do ON-1 e NA-2 Subgrupo A do VSR já circulam em

nosso meio e podem ser responsáveis pelos quadros de IVAS tanto em crianças sadias

quanto naquelas com fatores de risco para o desenvolvimento de doença grave.

AbstractIntroduction: It's assumed that mortality rate of infection by VSR ranges from 0.3 to 2.1%.

The VSR infection acquired in the hospital has more severe course than those acquired in

the community. Palivizumab is a humanized monoclonal antibody and is recommended as

prophylaxis for patients at risk for severe infections. Taking into account the vulnerability of

hospitalized patients it is indicated for the control of nosocomial outbreaks. Objectives: To

describe two VSR infection outbreak in a neonatal intensive care unit where it was used

palivizumab and evaluate the genetic and molecular characteristics of the virus and

describe their clinical presentation. Method: a convenience sample was obtained from the

diagnostic investigation of the outbreak occurred between May and August 2013.

Oropharyngeal secretion was collected initially in symptomatic patients and, hours later, in

all patients in the unit. Samples were collected twice a week (Mondays and Thursdays)

until the end of the fourth week after the last negative sample, considering the period of

virus incubation. Samples were drawn for all patients admitted to the unit at that time. The

material was obtained by nasopharyngeal secretion aspiration and collected in Transbac®

tube and held viral panel and PCR positive samples. Results: Total patients admitted to

the unit for the period from 05/27/13 to 08/09/13 was 71. The predominant characteristics

of this population were male (60.56%), prematurity (55%), low birth weight (60.63%), with

high incidence of malformations, especially cardiac (29.57%), demonstrating the character

of great complexity of UTINeo and hospital. Conclusion: From the description of the two

by human respiratory syncytial virus infection outbreaks (VSR) in a neonatal intensive

care, we can conclude that patients in closed units that have respiratory symptoms should

be isolated, tested for RSV and the use the Palivizumab may play an important role in

controlling the outbreak. Still, that new variants of ON-1 and NA-2 in A Subgroup of VSR is

already circulating in our environment and may be responsible for boards IVAS both

healthy children and those with risk factors for the development of severe disease.

Lista de abreviaturas

AA – AminoácidosCDC – Centers of Disease Control and PreventionCt – Threshold CycleDNA – Ácido DesoxiribonucléicoEPI – Equipamentos de Proteção IndividualIVAS – Infecção das Vias Aéreas SuperioresPCR – Polymerase Chain ReactionRNA – Ácido RibonucléicoRSV-IVIG – Imunoglobulina Humana Intravenosa Intravenosa

Hiperimune EspecíficaUSP – Universidade de São PauloUTINeo – Unidade de Terapia Intensiva NeonatalVSR – Vírus Sincicial Respiratório Humano

SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA Título da Pesquisa: Descrição de um Surto de Vírus Sincicial Respiratório na Unidade de Cuidados

Intensivos Neonatal. Análise de características moleculares e clínicas Pesquisador: Daniella Gregoria Bomfim Prado da Silva

Área Temática:Versão: 2 CAAE: 56345815.7.0000.5479 Instituição Proponente:INCT-HPV/Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa deMisericórdia de Patrocinador Principal: Financiamento Próprio

DADOS DO PARECER Número do Parecer: 1.679.797

Apresentação do Projeto:

O vírus sincicial respiratório humano (VSR) é o principal causador de infecção em crianças abaixo de um ano de idade, sendo responsável por cerca de 3,4 milhões de episódios por ano de hospitalização em crianças menores de cinco anos(1). Aproximadamente metade das crianças infecta-se até o primeiro ano de vida e 100% das crianças até três anos de idade já apresentaram pelo menos uma infecção pelo VSR(1,2). As cepas virais são divididas em dois maiores grupos baseadas na variabilidade genética e antigênica. Diversas linhagens com os grupos A e B

circulam simultaneamente na população e com uma proporção relativa nos diversos surtos epidêmicos, apesar de que há uma predominância do subgrupo A. Sequenciamento das várias regiões da proteína G tem sido utilizado para caracterizar os genótipos do vírus circulante(3). A identificação de grupos de risco para doença mais grave permite maior atenção e instituição de medidas profiláticas, visando menor orbimortalidade nesses lactentes. São considerados fatores de risco para hospitalização por VSR: idade abaixo de 12 semanas de vida; prematuridade

ou baixo peso ao nascer; doença pulmonar crônica; cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica; doenças neuromusculares; anomalias das vias aéreas; imunocomprometidos; baixa ingestão alimentar e saturação de oxigênio abaixo de 94% em ar ambiente. Estima-se que a taxa de

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mortalidade pelo VSR varie de 0,3 a 2,1% nos diversos países, sendo as maiores, nos países em desenvolvimento(1,2,3). A sazonalidade do vírus sincicial respiratório é bem marcada nos climas temperados, sendo que de o pico de incidência, geralmente, ocorre nos meses de outono e inverno, estando praticamente ausente nos meses de verão.

Objetivo da Pesquisa:

Primário: Descrever o surto de vírus sincicial na unidade neonatal da Santa Casa de São Paulo. Secundários:Avaliar as características genéticas e moleculares do vírus e

correlacionar as peculiaridades dos achados do estudo de biologia molecular com a apresentação clínica.

Avaliação dos Riscos e Benefícios:

Riscos:Não há riscos aos pacientes envolvidos no presente estudo Benefícios:Caracterização do surto com as devidas medidas de contenção possibilitando reforçar o uso do palivizumabe como medida efetiva nesta situação

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:

N/C

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:

Apresenta folha de rosto, formulario de autorizações, termo de compromisso, orçamento descrevendo uso de papelaria, tradução e estatística.

Recomendações:

Adequar cronograma, esclarecer se os exames fizeram parte da rotina de atendimento aos pacientes. Apresentar justificativa da não aplicação do TCLE.

Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:

O pesquisador esclarece os tópicos que foram questionados apresentando justificativas plausíveis e pertinentes quanto ao inicio da realização do projeto.

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Considerações Finais a critério do CEP:

A documentação completa do projeto foi aprovada pelo CEP da Santa Casa de São Paulo na reunião ordinária realizada no mês de junho.Apresentar Relatórios parciais e final do projeto. (modelo na página do CEP)1o relatório parcial deverá ser apresentado ao CEP via Plataforma Brasil em janeiro de 2017

Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados:

Tipo Documento

Arquivo

Postagem

Autor

Situação

Informações Básicas do Projeto

PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_P ROJETO_281721.pdf

07/07/2016 23:59:13

Aceito

Outros

carta_cep_vsr.pdf

07/07/2016 23:58:30

Daniella Gregoria Bomfim Prado da Silva

Aceito

Orçamento

orcamento_novo.pdf

16/05/2016 22:30:04

Daniella Gregoria Bomfim Prado da Silva

Aceito

Outros

compromisso_nov.pdf

16/05/2016 22:29:32

Daniella Gregoria Bomfim Prado da Silva

Aceito

Outros

autorizacao_novo.pdf

16/05/2016 22:28:47

Daniella Gregoria Bomfim Prado da Silva

Aceito

Outros

rostro_nova.pdf

16/05/2016 22:26:07

Daniella Gregoria Bomfim Prado da Silva

Aceito

Projeto Detalhado / Brochura Investigador

projeto de pesquisa dani.docx

06/08/2015 00:58:08

Aceito

TCLE / Termos de Assentimento / Justificativa de Ausência

Novo Documento 11(6).pdf

06/08/2015 00:57:17

Aceito

Outros

Novo Documento 11(5).pdf

06/08/2015 00:55:59

Aceito

Outros

Novo Documento 11(4).pdf

06/08/2015 00:55:03

Aceito

Outros

Novo Documento 11(3).pdf

06/08/2015 00:54:09

Aceito

Outros

Novo Documento 11(2).pdf

06/08/2015 00:53:36

Aceito

Outros

Novo Documento 11(1).pdf

06/08/2015

Aceito

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Situação do Parecer:

Aprovado

Necessita Apreciação da CONEP:

Outros

Novo Documento 11(1).pdf

00:52:53

Aceito

Outros

Novo Documento 11.pdf

06/08/2015 00:52:05

Aceito

Folha de Rosto

Novo Documento 11(5).pdf

06/08/2015 00:43:39

Aceito

Não

SAO PAULO, 16 de Agosto de 2016

Assinado por:

José Cassio de Moraes (Coordenador)

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TERMO DE CONFIDENCIALIDADE

Título do projeto: Descrição de um Surto de Vírus Sincicial Respiratório na Unidade

de Cuidados Intensivos Neonatal. Análise de características moleculares e clínicas

Pesquisador responsável: Daniella G B Prado da Silva

Orientador: Prof Dr Eitan Berezin Instituição/Departamento: Pediatria

Contatos: [email protected]

(11) 99167-6060

Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a privacidade

dos pacientes incluídos neste estudo. Os dados serão coletados a partir de revisão de

prontuário médicos dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal

da Santa Casa de São Paulo entre maio e julho de 2013. Concordam, igualmente, que

estas informações serão utilizadas única e exclusivamente para execução do presente

projeto. As informações somente poderão ser divulgadas de forma anônima e serão

mantidas em arquivos da Disciplina de Infectologia Pediátrica da Faculdade de Ciências

Medicas da Santa Casa de São Paulo sob a responsabilidade da pesquisadora por 10

anos. Após este período, os dados serão destruídos.

São Paulo, .............de ............................de 20......

..............................................................................

Pesquisador

.................................................................................

Orientador