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SISTEMA DE SEGURANÇA PARA MAQUINAS E EQUIPAMENTOS. 1. OBJETIVO Este procedimento tem por objetivo informar a especificação de componentes e sistemas de segurança para máquinas e equipamentos. 2. ABRANGÊNCIA Aplica-se às áreas de Manutenção Geral, Engenharia Industrial, Engenharias e Processos em Geral e Departamento de Compras. 3. DOCUMENTO REFERÊNCIA Normas Regulamentadoras – Portaria 3.214 de 08-06-1978 ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas PPRPS – Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Similares. Manuais de Fabricantes de Dispositivos de Segurança. 4. DEFINIÇÕES 4.1 Proteções Fixas Proteção mantida em sua posição, que de maneira permanente por soldagem quer por meio de elementos de fixação (parafusos e porcas) que só permite que o protetor seja removido ou aberto com auxilio de uma ferramenta. Dependendo de sua construção, pode ser chamada de carenagem, cobertura, perimetral, porta, enclausuramento, etc. 4.2 Proteção Móvel com Sistema de Segurança Proteção que pode ser aberta sem utilizar ferramenta e que geralmente é ligada a elementos mecânicos como dobradiças, sendo associada a um dispositivo de intertravamento, que caso a proteção seja aberta com a máquina em o movimento um sinal de comando de parada deve ser enviado ao circuito de segurança. Podem também ser do tipo basculante ou deslizante.

Descricao de Prensas e Similares

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SISTEMA DE SEGURANÇA PARA MAQUINAS E EQUIPAMENTOS.

1. OBJETIVO

Este procedimento tem por objetivo informar a especificação de componentes e sistemas de segurança para máquinas e equipamentos.

2. ABRANGÊNCIA

Aplica-se às áreas de Manutenção Geral, Engenharia Industrial, Engenharias e Processos em Geral e Departamento de Compras.

3. DOCUMENTO REFERÊNCIA

Normas Regulamentadoras – Portaria 3.214 de 08-06-1978ABNT – Associação Brasileira de Normas TécnicasPPRPS – Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Similares.Manuais de Fabricantes de Dispositivos de Segurança.

4. DEFINIÇÕES

4.1 Proteções Fixas – Proteção mantida em sua posição, que de maneira permanente por soldagem quer por meio de elementos de fixação (parafusos e porcas) que só permite que o protetor seja removido ou aberto com auxilio de uma ferramenta. Dependendo de sua construção, pode ser chamada de carenagem, cobertura, perimetral, porta, enclausuramento, etc.

4.2 Proteção Móvel com Sistema de Segurança – Proteção que pode ser aberta sem utilizar ferramenta e que geralmente é ligada a elementos mecânicos como dobradiças, sendo associada a um dispositivo de intertravamento, que caso a proteção seja aberta com a máquina em o movimento um sinal de comando de parada deve ser enviado ao circuito de segurança. Podem também ser do tipo basculante ou deslizante.

4.3 Proteção Ajustável – Tem grande flexibilidade, acomodando vários tamanhos de matérias. Pode tanto ser do tipo fixa quanto móvel. Uma vez ajustada permanece naquela posição até novo ajuste. Tem como desvantagemo fato de poder ser ajustada para peças grandes mesmo quando sendo alimentada por peças pequenas, o que permite acesso a ponto de perigo. Recomenda-se muito critério na implantação deste tipo de proteção.

4.4 Proteção Auto-Ajustável – A abertura é determinada pela passagem do material. A medida que a peça aproxima-se da área de risco a proteção move-Se, permitindo abertura suficiente para a passagem. Uma vez removida a peça a proteção volta à posição de descanso, seja por ação de mola, gravidade ou outros.

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5. PROCEDIMENTO

5.1 DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA

5.1.1 Cortinas de Luz – Devem possuir simultaneidade, autoteste e funções de blanking, floating blanking e muting. A instalação deve atingir a categoria 04, de acordo com a NBR 14.153. De acordo com a aplicação, especificar resolução para dedos, mãos ou corpo. Deverão ser instaladas de acordo com os requisitos da EN 999

– “Posicionamento do equipamento de proteção em relação à velocidade de aproximação de partes do corpo humano”.

5.1.1.1 Aplicação

Prensa Excêntrica de acionamento Freio-embreagem; Prensa Hidráulica; Máquinas de Fundir; Equipamentos similares a prensas.

5.1.2 Barreiras de Luz – São sensores opto-eletrônicos de proteção para pequenas áreas de risco da máquina. São conhecidos também como sensores de “feixe único”. A instalação deve atingir a categoria 04, de acordo com a NBR 14.153. Deverão ser instaladas de acordo com os requisitos da EN 999 – “Posicionamento do equipamento de proteção em relação à velocidade de aproximação de partes do corpo humano”.

5.1.2.1 Aplicação

Prensa Excêntrica de acionamento Freio-embreagem; Prensa Hidráulica; Máquinas de Fundir; Equipamentos similares a prensas.

5.1.3 Sensores de Área ou Laser Scanners – Dispositivo eletro-eletrônico de proteção de uma área de risco. Permite a configuração de uma área de advertência e outra de risco, quando alguma tomada de decisão érequerida. A instalação deve atingir a categoria 04, de acordo com a NBR

14.153. Deverão ser instaladas de acordo com os requisitos da EN 999 – “Posicionamento do equipamento de proteção em relação à velocidade de aproximação de partes do corpo humano”.

5.1.3.1 Aplicação

Prensa Excêntrica de acionamento Freio-embreagem; Prensa Hidráulica; Máquinas de Fundir; Equipamentos similares a prensas.

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SISTEMA DE SEGURANÇA PARA MAQUINAS E EQUIPAMENTOS

5.1.4 Chaves de Segurança Mecânicas – Proteger o acesso a partes moveis da máquina ou equipamento. Se a proteção estiver aberta deve impossibilitar a partida. Devem interromper o movimento perigoso a qualquer tempo do ciclo da máquina. Devem incorporar as características de ruptura positiva e impossibilidade de burla.

5.1.4.1 Aplicação

Centros de Usinagem; Máquinas Operatrizes; Equipamentos similares a prensas.

5.1.5 Chaves de Segurança Mecânicas com Travamento – Proteger o acesso a partes moveis da máquina ou equipamento. Se a proteção estiver aberta deve impossibilitar a partida. Garantir que a proteção permaneça fechada até que terminem os movimentos perigosos. Opera em conjunto com monitores de movimento. Devem incorporar as características de ruptura positiva e impossibilidade de burla.

5.1.5.1 Aplicação

Centros de Usinagem; Máquinas Operatrizes; Equipamentos similares a prensas.

5.1.6 Sensores de Segurança Magnéticos Codificados – Monitoramento do posicionamento de proteções móveis. Composto de um sensor magnético e um imã codificado. Somente podem ser aplicados em conjunto com um módulo de segurança.

5.1.6.1 Aplicação

Centros de Usinagem; Máquinas Operatrizes; Equipamentos similares a prensas.

5.1.7 Tapetes de Segurança Sensíveis à Pressão – Para detecção de presença de pessoas na superfície do dispositivo. Somente podem ser aplicados em conjunto com um módulo de segurança. A saída da pessoa da superfície sensível não deve, por si só, reiniciar o funcionamento da máquina. Deverão ser instalados de acordo com os requisitos da EN 999 – “Posicionamento do equipamento de proteção em relação à velocidade de aproximação de partes do corpo humano”.

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5.1.8 Batentes de Segurança – Para proteção de locais com risco de esmagamento e cortes. Somente podem ser aplicados em conjunto com um módulo de segurança.

5.1.9 Comando Bi-Manual – O sinal de saída somente deve ser gerado quando os dois dispositivos forem atuados com um retardo de tempo menor ou igual a 0,5s e enquanto estes dois sinais de entrada forem mantidos. Devem ser instalados de acordo com a NBR 14152.

5.1.9.1 Aplicação Prensa Excêntrica de acionamento Freio-embreagem; Prensa Hidráulica; Máquinas de Fundir; Centro de Usinagem; Máquinas Operatrizes; Equipamentos similares a prensas

5.1.10 Botão de Emergência – O circuito de parada de emergência deve sobrepor todos os outros controles da máquina e promover a parada de todas as partes móveis. Os acionadores da parada de emergência devem ter cor vermelha, tipo cogumelo, com retenção com base ou anel de base na cor amarela. O desacionamento do controle não deve, por si só, gerar o comando de partida da máquina. Devem ser instalados de acordo com a NBR 13.759.

5.1.10.1 Aplicação: Prensa Excêntrica de acionamento Freio-embreagem; Prensa Hidráulica; Máquinas de Fundir; Centro de Usinagem; Máquinas Operatrizes; Equipamentos similares a prensas.

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1 INTRODUÇÃO

Todas as máquinas e os equipamentos com acionamento repetitivo, que não tenham proteção adequada, oferecendo risco ao operador, devem ter dispositivos apropriados de segurança, conforme disposto na NR 12 – Máquinas e Equipamentos. Esta norma regulamentadora traz medidas de ordem geral. Como o objetivo deste Manual é trazer condições mínimas de proteção a um grupo específico de máquinas (prensas e similares), de acordo com a NT 16/2005, passa-se a enfocar os aspectos peculiares a cada máquina e equipamento. Este Manual classifica as prensas mais encontradas na indústria, e que deverão ser equipadas com dispositivos de segurança citados na NT 16/2005, conforme segue.

2 PRENSAS

Prensas são máquinas utilizadas na conformação e corte de materiais diversos, onde o movimento do martelo (punção) é proveniente de um sistema hidráulico/pneumático (cilindro hidráulico/pneumático) ou de um sistema mecânico (o movimento rotativo é transformado em linear através de sistemas de bielas, manivelas ou fusos). As prensas, quanto ao sistema de transmissão do movimento do martelo, apresentam diversas modalidades. Neste manual abordaremos as mais utilizadas no parque industrial brasileiro.

2.1 PRENSAS MECÂNICAS EXCÊNTRICAS DE ENGATE POR CHAVETA OU ACOPLAMENTO EQUIVALENTE - PMEEC

As Prensas Mecânicas Excêntricas de Engate por Chaveta (PMEEC) têm como características o curso limitado, energia constante e força variável do martelo em função da altura de trabalho. Podem ter o corpo em forma de “C” (com ummontante) ou em forma de “H” (com duplo montante), com transmissão direta do volante ou com redução por engrenagens, com mesa fixa ou regulável, horizontal ou inclinada. O volante, movimentado por um motor elétrico, está apoiado na extremidade de um eixo, através de uma bucha de engate onde se encaixa uma chaveta rotativa (meia cana). Em sua outra extremidade o eixo está fixado em uma bucha excêntrica, alojada em uma biela, responsável pela transformação do movimento rotativo em movimento linear. Quando acionada, através de um pedal elétrico, pneumático ou hidráulico, ou comando bi-manual (é proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas), um dispositivo mecânico ou pistão hidráulico movimenta um pino em forma de “L”, puxando uma mola que faz com que a chaveta rotativa seja acoplada à bucha de engate, transmitindo o movimento de rotação ao conjunto eixo/bucha excêntrica, Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares transformado em movimento linear pela biela, realizando o trabalho de descida e subida do martelo. As Prensas Mecânicas Excêntricas de Engate por Chaveta (PMEEC), uma vez acionadas, possuem ciclo completo de trabalho, que consiste no movimento do martelo a partir de sua posição inicial, no Ponto Morto Superior (PMS), até o Ponto Morto Inferior (PMI), e retorno à posição inicial do ciclo, não

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sendo possível comandar a parada imediata do martelo após iniciado o seu movimento de descida. Este é o tipo de prensa mais utilizado no Brasil, por seu menor custo e baixa complexidade construtiva, sendo largamente encontrada em estamparias onde são requeridos maior precisão e repuxos pouco profundos..

Figura 1 – MEEC completamente desprotegida.

2.1.1 Estrutura

A PMEEC pode ser confeccionada em ferro fundido, aço fundido ou em chapa de aço soldada.

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São todas as peças que geram um movimento para ser aplicado no martelo.São exemplos os volantes, as engrenagens, os eixos, as bielas, as guias, ascorreias, etc.

Figura 2 – Desenho esquemático da cadeia cinemática da PMEEC.

Figura 3 – Eixo excêntrico da PMEEC.

Legenda:

A - MotorB - VolanteC - EixoD - BielaE - Martelo

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Figura 4 – Biela da PMEEC. Figura 5 – Eixo rompido da PMEEC.

17IMPORTANTE

O conjunto ponta do eixo biela deverá ter proteção fixa, integral e resistente, pois em caso de ruptura do eixo (Figura 5) por sobrecarga ou fadiga, evitará que a biela se projete sobre o operador.

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Figura 6 – Martelo.

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Figura 7 – PMEEC com risco de queda Figura 8 – PMEEC com proteção contra quedade biela por rompimento do eixo. da biela.

Figura 9 – Mecanismo de acionamento da chaveta (caixa de disparo).

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Figura 10 – Componentes do acoplamento: chaveta, pino L, buchas e eixo.

Figura 11 – Pino L e chaveta: detalhe.

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Figura 12 – Componentes montados.

Figura 13 – Chaveta quebrada.

IMPORTANTE

Devido às suas características construtivas, é freqüente nestas prensas a ocorrência de um fenômeno denominado “REPIQUE” (repetição de golpe), devido a falhas mecânicas no sistema de acoplamento, como a quebra ou desgaste da chaveta ou do pino “L”, relaxamento das molas, entre outros, ocasionando a descida involuntária do martelo, por uma ou mais vezes.

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Principais causas do REPIQUE:

1. Após ter efetuado uma volta, a chaveta não encontra a lingüeta partindo então para uma nova volta. Este se trata do golpe redobrado imediato.

2. O outro tipo se refere à escora, ou lingüeta, que retorna para sua posição desligada ou desengatada muito tarde: a chaveta pára, mas em posição precária ou instável e, desse modo, ela pode então retomar novo ciclo, sem ter havido imposição do mecanismo de acionamento. Este último caso representa o mais inesperado, portanto é o que oferece o maior risco de acidentes.

3. Outro ponto que deve ser destacado como integrante da formação do golpe redobrado ou repique é a ruptura da chaveta por fadiga. Este elemento da máquina está normalmente submetido a diversos e repetitivos esforços, que podem alcançar 8000 ciclos/dia.

Merece especial atenção:

Prensas que utilizam bolsa (almofada) de ar, pois sofrem contra-golpe após a batida, dessincronizando o engate e rompendo a chaveta causando o repique. Quando a máquina possui elementos acumuladores de fluídos incorporados ao seu sistema de comando, deverá ser analisada a necessidade de inspeção no(s) reservatório(s), conforme estabelecido na NR13.

Figura 14 – Reservatório de fluído instalado na Figura 15 – Reservatório de fluidoPrensa desprotegida.

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2.1.3 Zona de Prensagem

O espaço entre o martelo e a mesa da prensa, onde se coloca o ferramental, é chamado Zona de Prensagem, sendo a área onde o martelo aplica a força. Nela encontra-se a maior área de risco, visto que a exposição do operador pode ocorrer a cada ciclo, repetindo-se várias vezes ao longo da jornada. Por este motivo deverá ser impedido o acesso por todos os lados, através de proteção física fixa durante o ciclo normal de trabalho. Para manutenção ou troca de ferramental, poderá se dispor de proteção móvel intertravada que garanta a parada total da máquina (monitor de detecção de movimento); deverá ainda se utilizar dispositivo de retenção mecânica (calço) instalado entre a mesa e o martelo. A máquina deverá ser provida de chave seccionadora ou dispositivo de mesma eficácia, dotado de bloqueio que impeça qualquer partida inesperada.

IMPORTANTE

É proibido o uso de pedais ou alavancas mecânicas para o acionamento. Comandos do tipo bi-manual poderão ser utilizados como acionadores a fim de eliminar o pedal, porém não constituem proteção.

Figura 16 – PMEEC totalmente desprotegida com pedal.

Figura 17 – PMEEC totalmente desprotegida com alavanca.

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Poderá ser admitida a utilização de pedais com atuação elétrica, pneumática ou hidráulica, dentro de uma caixa de proteção, respeitando as dimensões previstas na NBRNM-ISO 13853, desde que não haja acesso à Zona de Prensagem através de barreira física ou quando utilizada ferramenta fechada.

Figura 18 – Pedal elétrico protegido contra acionamento acidental (caixa de proteção).

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2.1.4 Proteção em prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta

Para as prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta deverá ser garantido o impedimento físico ao ingresso de qualquer parte do corpo, vestimenta, e especialmente das mãos do operador na zona de prensagem. Para tanto, as empresas devem valer-se dos seguintes recursos tecnológicos:

a) ser enclausuradas, com proteções fixas, e, havendo necessidade de troca freqüente de ferramentas com proteções móveis dotadas de intertravamento com bloqueio, por meio de chave de segurança, de modo a permitir a abertura somente após a parada total dos movimentos de risco ou,

b) operar somente com ferramentas fechadas.

IMPORTANTE

Para as prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta deverá ser dotado pelo menos um dos recursos acima apresentados, sendo considerada situação de grave e iminente risco a falta de proteção que impeça o acesso das mãos do trabalhador na zona de prensagem, podendo levar a imediata interdição do equipamento pela fiscalização do Ministério do Trabalho. Dispositivos como pinças magnéticas ou mecânicas e tenazes podem ser utilizadas somente para atividades de forjamento a quente ou a morno, com medidas de proteção que garantam o distanciamento do trabalhador à área de risco, ficando vedado o uso de afasta-mão ou similar para operações de qualquer espécie.

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Deverão ainda, ser providas de proteção fixa integral e resistente, através de chapa ou outro material rígido que impeça o ingresso das mãos e dedos nas áreas de risco tais como volantes, polias, correias e engrenagens. Estas proteções deverão prever a retenção mecânica dos componentes quanto à queda por ruptura dos mesmos.

2.2 PRENSAS MECÂNICAS EXCÊNTRICAS COM FREIO/EMBREAGEM – PMEFE.

As Prensas Mecânicas Excêntricas com Freio/Embreagem (PMEFE) também têm como características o curso limitado, energia constante e força variável do martelo em função da altura de trabalho. Podem ter o corpo em forma de “C” (com um montante) ou em forma de “H” (com duplo montante), com transmissão direta do volante ou com redução por engrenagens, com mesa fixa ou regulável, horizontal ou inclinada.

O volante, movimentado por um motor elétrico, está apoiado na extremidade de um eixo, ligado a um sistema de freio/embreagem. Em sua outra extremidade o eixo está fixado em uma bucha excêntrica, alojada em uma biela, responsável pela transformação do movimento rotativo em movimento linear.

Quando acionada, através de um pedal elétrico, pneumático ou hidráulico, ou comando bi-manual, uma ou mais válvulas pneumáticas ou hidráulicas recebem o sinal, permitindo a entrada do fluído, liberando o freio e, simultaneamente, acoplando a embreagem, transmitindo o movimento de rotação ao conjunto eixo/bucha excêntrica, transformado em movimento linear

Figura 19 – PMEEC desprotegida. Figura 20 – PMEEC dotada de proteção móvel intertravada na zona de prensagem.

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pela biela, realizando o trabalho de descida e subida do martelo. Uma vez executado o ciclo, este fluído é liberado e o martelo pára, através do freio que é acionado por molas, pois estas unidades são normalmente freadas.

Diferentemente das Prensas Mecânicas Excêntricas de Engate por Chaveta (PMEEC), estas prensas, uma vez acionadas, podem ter o movimento de descida do martelo interrompido durante o ciclo de trabalho.

As Prensas Mecânicas Excêntricas com Freio/Embreagem (PMEFE) também podem apresentar o “repique” (repetição de golpe), devido a falhas na válvula ou no sistema de acoplamento, como o desgaste do freio, entre outros, ocasionando a descida involuntária do martelo, por uma ou mais vezes. Os pedais de acionamento estão historicamente ligados a acidentes e devem ser evitados, porém em casos onde tecnicamente não é possível a utilização de acionamento através de controle bi-manual, poderá ser admitido o uso de pedais com atuação elétrica, pneumática ou hidráulica desde que instalados em uma caixa de proteção contra acionamento acidental e somente com a zona de prensagem protegida através de barreira física, cortina de luz ou utilização de ferramenta fechada. O número de pedais deverá corresponder ao número de operadores na prensa, com chave seletora de posições tipo yale ou outro sistema com função similar, de forma a impedir o funcionamento acidental da prensa sem que todos os pedais sejam acionados.

Este tipo de prensa, por ser mais confiável e ter as mesmas características de produção, tende a substituir as Prensas Mecânicas Excêntricas de Engate por Chaveta (PMEEC) nas indústrias do Brasil, a exemplo do que vem acontecendo no restante do mundo.

252.2.1 Estrutura

Pode ser confeccionada em ferro fundido, aço fundido ou em chapa de aço soldada.

2.2.2 Cadeia cinemática

São todas as peças que geram um movimento para ser aplicado no martelo. São exemplos os volantes, as engrenagens, os eixos, as guias, as correias, etc.

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Figura 21 – Desenho esquemático cadeia cinemática e estrutura da PMEFE.

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Por se tratar de prensa excêntrica mecânica, deverá receber proteção fixa, integral e resistente contra queda da biela e nas transmissões de força, através de chapa ou outro material rígido que impeça o ingresso das mãos e dedos nas áreas de risco tais como: volantes, polias, correias e engrenagens.

Figura 22 – PMEFE desprotegida no conjunto eixo biela e zona de prensagem.

Figura 23 – PMEFE protegida.

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15 TRANSFORMAÇÕES DE PRENSAS E SIMILARES

A transformação de prensas e similares deve seguir critérios rigorosos e avaliar todos os elementos existentes na máquina, quanto a sua vida útil e viabilidade técnica. Especialmente em prensas mecânicas excêntricas de acionamento por engate de chaveta, a melhor solução tecnológica aceitável dentro dos critérios da NT 16/2005 e normas ABNT é a conversão para freio/embreagem, o que só é economicamente viável acima de 100 T, conforme dados dos fabricantes dos kits de freios/embreagens. Todas as transformações deverão ser documentadas com memorial descritivo citando todos os preceitos de segurança aplicados e memórias de cálculo de todos os elementos incorporados. O documento deverá ser validado por uma ART de profissional habilitado na avaliação de modificações.94

16 ASPECTOS ERGONÔMICOS

Para os trabalhos contínuos em prensas ou similares, onde o operador possatrabalhar sentado, devem ser fornecidos assentos conforme o disposto na NR

Deverão ainda ser disponibilizadas superfícies adequadas para colocação das peças que estejam sendo trabalhadas, de acordo com suas dimensões e alcance do trabalhador, a fim de evitar acidentes e reduzir a fadiga. Para os trabalhos a morno e a quente, as pinças e tenazes devem ser suportadas por dispositivos de alívio de peso, tais como balancins móveis ou tripés, de modo a minimizar a sobrecarga do trabalho.

9517 TREINAMENTO

A NR 01 – Disposições Gerais, determina em seu item 1.7 que o empregador informe aos trabalhadores os riscos profissionais originados nos locais de trabalho, seus meios de prevenção e limitação e as medidas adotadas pela empresa. No caso específic deverá ser desenvolvido pela própria empresa, com o currículo básico que se apresenta a seguir. O sucesso na implementação de medidas de segurança eficazes parte de um trabalho de equipe multidisciplinar apoiada por todos os níveis hierárquicos da empresa. A antecipação dos riscos prevista no PPRA – NR 09 passa obrigatoriamente pela seleção criteriosa quanto aos aspectos de segurança na aquisição de máquinas, equipamentos e projeto de novas ferramentas. Devem estar envolvidos na capacitação: operadores, preparadores de máquinas, ferramenteiros, mecânicos, eletricistas, projetistas, SESMT, CIPA e demais pessoas com atividades afins em prensas e similares. A carga horária deverá ser compatível e suficiente para que sejam desenvolvidos satisfatoriamente os conteúdos teóricos e a parte prática, sendo necessário o registro do conteúdo do programa de treinamento, a qualificação dos instrutores, o controle de presença e a avaliação.

17.1 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO MÍNIMO

a) tipos de prensas e equipamentos similares;

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b) princípios de funcionamento;c) sistemas de alimentação;d) sistemas de proteção;e) possibilidades de falhas em prensas e equipamentos similares; Manual Básico de Segurança em Prensas e Similaresf) tipos de estampos e matrizes e os meios de fixá-los às prensas eequipamentos similares;g) riscos e responsabilidades no manuseio, troca, movimentação e armazenagem dos estampos e matrizes;h) lista de checagem de montagem (chek-list);i) responsabilidade do operador;j) responsabilidade da chefia imediata;k) sistemas de retenção mecânica -calços de segurança;l) manutenção;m) aula prática;n) primeiros socorros.

O processo de capacitação deverá ser registrado por escrito e realizado antesque o operador assuma suas funções, devendo ser reciclado periodicamente. A capacitação deverá ocorrer sempre que houver modificação no quadro funcional (troca de função, empréstimos, promoções, por exemplo) e atualizações tecnológicas.97

18 DAS RESPONSABILIDADES

Considerando que a Constituição Federal assegura a adoção de medidas de proteção contra os riscos inerentes ao trabalho (art. 7o, inciso XXII), o respeito à dignidade da pessoa humana e aos valores sociais do trabalho (art. 1o, incisos III e IV), observada a função social da propriedade (art. 170, inciso VI);Considerando que a Convenção n.o 119 da Organização Internacional doTrabalho, ratificada pelo Brasil e com vigência nacional desde 16 de abril de 1993, proíbe a venda, locação, cessão a qualquer título, exposição e utilização de máquinas e equipamentos sem dispositivos de proteção adequados; Considerando que o Artigo 184 da Consolidação da Leis do Trabalho (Capítulo V – Da Segurança e Medicina do Trabalho) estabelece que:

“As máquinas e equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de partida e parada e outros que se fizerem necessários para a prevenção de acidentes do trabalho, especialmente quanto ao risco de acionamento acidental” Considerando que o parágrafo único do Artigo 184 da CLT estabelece a proibição da fabricação, a importação, a venda, locação e uso de máquinas que não atendam ao disposto neste artigo; Considerando a NT37/2004, substituída pela NT 16/2005, como recomendação técnica de princípios de boas práticas, com o objetivo de garantir a proteção adequada à integridade física e à saúde de todos os trabalhadores envolvidos nas diversas formas e etapas do uso das prensas e equipamentos similares, para fins de aplicação dos Art. 184 a 186 da CLT e das Normas Regulamentadoras da Portaria nº 3214/78, em especial a NR-12; Considerando que o Código de Proteção ao Consumidor (Lei 8078/90 Capítulo IV, Seção I), em seu Artigo 10, prescreve que: “O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou

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serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança”. Considerando que a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, através da NBR 13930:2001 – Prensas Mecânicas – Requisitos de Segurança, no item 4.8, estabelece que:”O sistema de acoplamento deve ser através de freio embreagem específico para prensas, sendo proibidas as construções ou utilizações de prensas com artifício de acoplamento para descida do martelo através de engate porchaveta ou similar”; Considerando o Código Civil que adota, diante de previsão legal expressa ou de risco na atividade, a teoria objetiva ou teoria do risco e o dever de reparar o dano, estabelecendo em seu artigo 927: “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem fica obrigado a repará-lo”.

Parágrafo único. “Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”. Considerando a conseqüência do ato ilícito, ou seja, obrigação de indenizar por danos morais e patrimoniais, prevista no artigo186 do Código Civil: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.99Considerando os dispositivos do Código Civil, artigos 949 e 950, que tratam de ofensa à integridade física que acarreta defeito que impossibilite ou diminua a capacidade de trabalho da vítima, estabelecendo indenização pelos danos materiais e morais: “No caso de lesão ou outra ofensa a saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido”. “Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possaexercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu”. Parágrafo único. “O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez”.

18.1 DO FABRICANTE:

Não fabricar máquinas com acoplamento para descida do martelo através de engate por chaveta ou similar;

Fabricar produtos seguros e de qualidade de acordo com as normas técnicas;

Elaborar manual que contenha esclarecimentos sobre os dispositivos e elementos condicionadores de segurança, sua vida útil e manutenção e os procedimentos seguros para operação e manutenção.

100

18.2 DO EMPREGADOR, PROPRIETÁRIO OU USUÁRIO DE PRENSAS E SIMILARES

Não adquirir, adaptar ou “montar” prensas e similares com acoplamento para descida do martelo através de engate por chaveta ou similar;

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Não desenvolver prensas e similares que não atendam às determinações contidas na NT16/2005, ou legislação que venha substituí-la; • Adquirir somente prensas e similares que atendam às determinações contidas na NT16/2005, ou legislação que venha substituí-la;

Utilizar prensas e similares somente para finalidade e capacidade que foi projetada de acordo com as instruções do fabricante;

Adotar nas prensas e similares já existentes, no mínimo, as determinações contidas na NT16/2005, ou legislação que venha substituí-la;

Elaborar procedimento escrito com a seqüência lógica e segura de todas as atividades relacionadas a prensas e similares, dando ciência a todos os empregados envolvidos;

Promover a capacitação dos trabalhadores, conforme previsto na NT16/2005, ou legislação que venha substituí-la, antes que assumam suas funções, responsabilizando-se por atualizações (reciclagem);

Permitir a operação ou manutenção de prensas e similares somente por trabalhadores qualificados;

Realizar as manutenções conforme recomendado pelo fabricante, registrando-as em documento próprio;

Determinar a paralisação da prensa e similar que ofereça risco ao operador.

18.3 DO EMPREGADO (OPERADOR DE PRENSAS E SIMILARES)

Participar da capacitação com o máximo aproveitamento, operando somente as máquinas para as quais foi qualificado;

Cumprir todas as etapas, sem improvisações com o disposto nos procedimentos de segurança para operação e manutenção de prensas e similares, especialmente na troca e montagem de ferramentas;

Verificar a cada início de jornada as condições de segurança da prensa ou similar, comunicando qualquer anomalia;

Nunca sobrecarregar a máquina, ou adaptar serviço para o qual ela não foi projetada;

Zelar pela conservação e manutenção dos dispositivos de segurança, comunicando de imediato a constatação de qualquer problema;

Parar imediatamente a atividade quando verificada condição de risco, comunicando de imediato o problema à chefia imediata, CIPA e SESMT, quando houver.