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1 Boletim 929/2016 – Ano VIII – 26/02/2016 Desemprego aumenta e rendimento médio recua 7,4% no começo do ano De acordo com especialistas, tendência de deterioração do mercado de trabalho continua, o que. além de prejudicar a qualidade de vida da população, elevará a pressão por medidas públicas

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Boletim 929/2016 – Ano VIII – 26/02/2016

Desemprego aumenta e rendimento médio recua 7,4% no começo do ano De acordo com especialistas, tendência de deteriora ção do mercado de trabalho continua, o que. além de prejudicar a qualidade de vida da população , elevará a pressão por medidas públicas

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São Paulo - A taxa de desemprego em seis regiões metropolitanas do Brasil, em janeiro, de 7,6%, foi a maior para o mês desde 2009. Somado a isso os salários reais sofreram queda no começo deste ano tanto na comparação com dezembro, quanto com igual período de 2015.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rendimento médio real habitual dos trabalhadores (de R$ 2.242,90) no mês passado caiu 1,3% em relação a dezembro (de R$ 2.273,44) e 7,4% contra janeiro de 2015 (R$ 2.421,51). Da mesma forma, a massa de rendimento médio real habitual (R$ 52,1 bilhões) apresentou retração de 2,5% contra dezembro, e de 10,4% na comparação anual.

Na avaliação do professor da PUC-SP, Antonio Carlos Alves dos Santos, como o desemprego no País aumentou, o poder de barganha para aumento salarial e na oferta de uma vaga diminuiu, o que leva a um efeito negativo na qualidade de vida da população da classe média para a mais pobre. "Isso faz com que os gastos supérfluos sejam cortados. O problema é que, para essa população da classe média a mais pobre, educação de qualidade também é algo supérfluo. Assim, os pais podem retirar seus filhos de escolas privadas e procurar instituições públicas, o que pressiona os governos, que, por sua vez, não têm condições de elevar suas despesas", aponta o professor da PUC.

Os dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional referente ao resultado primário do governo central - formado pelo próprio Tesouro, além do Banco Central (BC) e da Previdência Social - mostram que o desemprego já está refletindo nas contas públicas deficitárias. As despesas com abono e seguro desemprego, por exemplo, subiram 27%, para R$ 6,686 bilhões em janeiro último, na comparação com igual mês do ano passado.

Tendência

Os especialistas esperavam uma taxa de desemprego maior para este começo de ano - em torno de 8%. "Usando o ajuste sazonal, a taxa recuou de 8,1% para 7,8%", apontou Rodrigo Miyamoto, economista do Itaú Unibanco, em nota.

Porém, eles afirmam que a tendência ainda é a piora do mercado de trabalho - com a atividade econômica fraca -, o que levará a taxa de desemprego na casa dos dois dígitos no fechamento de 2016. "Os dados divulgados ontem pelo IBGE mostram que a crise econômica continua penalizando muito o emprego.

A taxa de desocupação em janeiro foi muito superior àquela de janeiro de 2015 (5,3%) e a maior para este mês desde 2009 (8,2%). De fato, 2015 foi um ano de escalada do desemprego e 2016 não deve ficar atrás", ressaltam os analistas do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI).

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E, segundo eles, o encolhimento da massa de rendimentos não contribui em nada para o arrefecimento da contração do crédito às famílias, muito menos a queda do emprego formal, cuja regularidade dos rendimentos e a maior estabilidade do trabalho costumam garantir melhores condições de acesso ao mercado de crédito. "O consumo de bens duráveis, cuja produção caiu fortemente no último ano, deve assim permanecer restringido por mais tempo", afirmou o IEDI, em nota.

Regiões

De acordo com o IBGE, na análise regional, a população desocupada, em relação a dezembro, apresentou aumento em Belo Horizonte (17,2%) e em São Paulo (15,7%) e não registrou variação nas demais. Em relação a janeiro do ano passado, a desocupação só não aumentou em Salvador, sendo o maior aumento verificado também em Belo Horizonte (63,9%) e o menor em São Paulo (41,7%).

A população ocupada (23 milhões para o conjunto das seis regiões em janeiro de 2016) caiu tanto na comparação mensal (1,0%, ou menos 230 mil pessoas) quanto em relação a janeiro de 2015 (2,7%, ou menos 643 mil pessoas).

Regionalmente, no mês, a população ocupada teve quedas em Belo Horizonte (-2,2%) e Rio de Janeiro (-1,4%), permanecendo estável nas demais. Em relação a janeiro de 2015, houve estabilidade em Recife, Rio de Janeiro e São Paulo e quedas em Salvador (de 6,1%), Belo Horizonte (de 5,7%) e Porto Alegre (de 3,0%).

Por grupo econômico, para o conjunto das seis regiões metropolitanas, de dezembro de 2015 para janeiro de 2016, houve estabilidade em quase todos os grupamentos, exceto Educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade (-2,8%, 111 mil pessoas) e Serviços domésticos (-6,4%, 93 mil pessoas) que apresentaram retração.

Ainda segundo a pesquisa mensal de emprego realizada pelo IBGE, em janeiro último, o número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado foi estimado em 11,6 milhões.

Na comparação mensal, este resultado não variou. Contudo, frente a igual período de 2015, houve redução de 336 mil pessoas com carteira assinada no setor privado (-2,8%).

Fernanda Bompan

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FGTS terá mais uma entidade em seu Conselho São Paulo - A Central de Sindicatos Brasileiros (CSB) será a mais nova entidade sindical a participar do conselho curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Fundo de Amparo ao Trabalhador.

O anúncio foi feito ontem pelo ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, durante a solenidade de abertura do II Congresso da entidade, realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.

O decreto, assinado pela presidenta Dilma Rousseff, foi publicado no Diário Oficial da União (DOU). "Os dois conselhos representam patrimônios e conquistas do povo trabalhador. A partir de então, a voz e a força da CSB estarão presentes e colaborando para o fortalecimento desses fundos e da política de proteção aos trabalhadores do Brasil", enfatizou o ministro.

A solenidade de abertura do encontro reuniu cerca de mil trabalhadoras e trabalhadores, dirigentes sindicais de todo o País e contou com a participação do vice-presidente da República, Michel Temer, do secretário Especial do Trabalho (SET/MTPS), José Lopez Feijóo, e de demais autoridades políticas e representantes de entidades internacionais.

O vice-presidente Michel Temer, por sua vez, destacou a importância de se incluir mais uma representação da sociedade civil nos conselhos que administram o FAT e o FGTS. "É um reconhecimento definitivo", confirmou Michel Temer.

Confiança da construção cai 0,9 ponto em fevereiro, diz FGV É o nível mais baixo da série histórica; na compara ção com fevereiro de 2015, o índice registrou retração de 12,9 pontos. O grupo Materiais, Equipam entos e Serviços registrou variação positiva de 0,53% em fevereiro, após avanço de 0,52% apurado na leitura do mês anterior SÃO PAULO - O Índice de Confiança da Construção (ICST) recuou 0,9 ponto em fevereiro na comparação com janeiro, para 66,6 pontos, na série com ajustes sazonais, divulgou nesta quinta-feira, 25, a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Esta foi a terceira queda consecutiva do índice, levando-o para o nível mais baixo da série histórica. Na comparação com fevereiro de 2015, o ICST registrou retração de 12,9

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pontos.

Para Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção da FGV, o desempenho da confiança setorial em fevereiro sinaliza a continuidade do encolhimento da construção para os próximos meses. "Ou seja, não se vislumbra ainda uma acomodação da atividade, mesmo que em patamar baixo.

Muitos fatores estão contribuindo para este cenário, mas vale destacar que as incertezas no campo macroeconômico têm se mostrado como um dos principais 'gargalos' à melhoria dos negócios", afirmou.

Em fevereiro, a baixa do índice em relação a janeiro decorreu, principalmente, da piora da percepção do empresariado em relação à situação corrente dos negócios. O Índice da Situação Atual (ISA) teve queda de 1,9 ponto em fevereiro, para 63,6 pontos.

A maior contribuição para o recuo deste componente veio do indicador que mede a satisfação com a situação atual dos negócios, que caiu 3,1 pontos em relação ao mês anterior, atingindo 64,5 pontos.

Já o Índice de Expectativas (IE) permaneceu praticamente estável, ao variar negativamente 0,1 ponto, para 70,1 pontos no segundo mês de 2016. O resultado do IE foi reflexo, principalmente, do declínio do indicador que apura a perspectiva de demanda pelos serviços da empresa para os próximos três meses, com queda de 0,4 ponto ante janeiro.

De acordo com a FGV, nos últimos 12 meses o principal fator de limitação do setor na visão dos empresários é a demanda insuficiente. O índice já ocupava o topo da lista em fevereiro do ano passado, mas o porcentual dos entrevistados que apontaram este como principal problema para a construção avançou de 43,4% para 54,6%.

Em segundo lugar, com referência à incerteza no cenário macroeconômico, aparece o item "outros", com 29,8% das respostas. Já a competição no próprio setor caiu da segunda para a terceira posição, sendo apontada por 24,6% dos pesquisados.

INCC-M

O Índice Nacional de Custo da Construção - Mercado (INCC-M) ficou em 0,52% em fevereiro, mostrando aceleração ante a alta de 0,32% registrada em janeiro, aponta FGV. O INCC-M acumula altas de 0,85% no ano e de 6,84% em 12 meses.

O grupo Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação positiva de 0,53% em

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fevereiro, após avanço de 0,52% apurado na leitura do mês anterior. Já o índice relativo a Mão de Obra variou 0,51%, após alta de 0,15%.

Cinco das sete capitais analisadas registraram aceleração em suas taxas de variação em fevereiro ante janeiro: Salvador (de 0,61% para 0,72%), Belo Horizonte (0,27% para 0,37%), Recife (1,13% para 2,34%), Rio de Janeiro (0,20% para 0,41%) e Porto Alegre (0,31% para 1,42%).

Por outro lado, houve desaceleração em Brasília (de 0,17% para -0,01%) e São Paulo (de 0,25% para 0,22%).

Destaques de alta

Os itens que mais contribuíram para a aceleração do INCC-M na passagem de janeiro para fevereiro foram servente (de 0,25% para 0,94%), ajudante especializado (0,24% para 0,48%), taxas de serviços e licenciamentos (4,10% para 4,46%), vale transporte (3,30% para 3,89%) e tubos e conexões de PVC (-0,01% para 2,16%).

Por outro lado, entre as maiores influências isoladas de baixa estão os itens vergalhões e arames de aço ao carbono (de -0,39% para -1,30%), aluguel de máquinas e equipamentos (mesmo com o abrandamento da deflação de -0,77% para -0,33%), cimento portland comum (apesar da ligeira diminuição no ritmo de queda de -0,22% para -0,19), projetos (de 0,41% para -0,12%) e rodapé de madeira (de 0,15% para -0,73%).

Entre janeiro e fevereiro, a aceleração do INCC-M foi determinada pela alta do grupo Mão de Obra, que acelerou de 0,15% para 0,51% entre os dois períodos, influenciado pelo reajuste salarial de Recife e antecipações em Salvador e Porto Alegre.

Já o grupo Materiais, Equipamentos e Serviços permaneceu praticamente estável, ao variar de 0,52% para 0,53% entre janeiro e fevereiro.

Dentro deste índice, o item relativo a Materiais e Equipamentos subiu 0,39% neste mês, ante elevação de 0,40% no mês anterior, enquanto o referente a Serviços teve elevação de 1,06% em fevereiro, após subir 1,00% em janeiro.

Na passagem de janeiro para fevereiro, o INCC-M avançou de 0,32% em janeiro para 0,52% em fevereiro. O indicador é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.

Estadão Conteúdo

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Vale e Miner terão que pagar R$ 70 mil a mineiro, d iz TST São Paulo - O Tribunal Superior do Trabalho (TST) rejeitou agravo da Vale e da Miner Service Engenharia, que pretendiam rediscutir indenização de R$ 70 mil por dano moral a ex-empregado que desenvolveu silicose e foi aposentado por invalidez. Considerando razoável a quantia, por se tratar de doença ocupacional, o relator do recurso no TST, ministro João Oreste Dalazen, explicou que a Corte "só excepcionalmente intervém sobre o valor arbitrado", quando entende que foram violados os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade previstos na Constituição Federal.

De acordo com nota divulgada pelo TST, o trabalhador atuou desde 1993 nas dependências da Vale por meio de empresas interpostas, sendo a última a Miner, exercendo suas funções em minas subterrâneas, perfurando rochas no subsolo, segundo ele, em jornadas de 10 horas. Os sintomas da silicose - dores fortes no pulmão, fraqueza e falta de ar, entre outros - surgiram em 2001, e, em 2003, foi emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). Em 2005, aos 43 anos, ele foi aposentado por invalidez e ajuizou a reclamação trabalhista, com pedido de indenização de 200 mil. "A Vale procurou se isentar de culpa alegando que não era a empregadora e que adotava controles preventivos eficientes. A Miner, por sua vez, afirmou que o operador foi contratado por ela somente depois do aparecimento dos sintomas da doença", destaca a nota.

A perícia médica confirmou que o operador era vítima de silicose de origem ocupacional, pela exposição à sílica, e atestou incapacidade total para o trabalho em mineração subterrânea. A CAT emitida pela Miner, ratificada pela Previdência Social, também confirmou a doença, pela mesma razão. E o mapeamento de risco feito pelo Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador (Cesat) apontou condições inadequadas e insalubres dos trabalhadores da Vale, entre elas exposição à poeira suspensa em excesso. Com base nesses documentos, o juízo da Vara do Trabalho de Conceição do Coité (BA) deferiu a indenização, fixada em R$ 100 mil.

O Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, na Bahia, endossou os fundamentos da sentença, mas reduziu a indenização para R$ 70 mil.

As empresas tentaram reduzir o valor no TST, mas para o ministro o valor arbitrado não violou a Constituição Federal.

Da redação

(Fonte: DCI – dia 26/02/2016).

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