Desenho e Implementação de Programas de Voluntariado no Sistema de Justiça Criminal

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    Desenho eImplementao deProgramas de Voluntariadono Sistema deJustia Criminal

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    Esta publicao foi produzida com o apoio financeiro do Programa de Justia Criminal da Unio Europeia.Os contedos desta publicao so da inteira responsabilidade dos parceiros do projeto supramencionados e no podem de forma algumaser usados para reflectir as vises da Comisso Europeia.

    Publicado em Novembro de 2015 pela Aproximar.

    Design pela IPS Innovative Prison Systems

    2015

    Programa

    JIVE Justice Involving Volunteers in Europe

    Parceiros

    BAGzsBRIK Institute

    Clinks

    Cooperativa Sociale Cellarius

    Foundation 180

    GRADO

    Penal Justice Reform (RPJ)

    University of Bremen

    Autores

    Gustavo Pereira

    Joaquim Ramos

    Rita LourenoTiago Leito (Coordenao)

    APROXIMAR, Cooperativa de

    Solidariedade Social, Crl.

    Contributos

    Adriano Fernandes, Aproximar

    Robert Price, Clinks, UK

    Agradecimentos

    Data de Publicao

    2015

    Aproximar

    Muito obrigado equipa do projeto JIVE

    pela disseminao do Formulrio deTriagem e Questionrio de Partilha de

    Prticas entre vrias redes europeias,

    aumentando o alcance deste estudo. Um

    especial agradecimento a todos os

    respondentes do Formulrio de Triagem

    e Questionrio de Partilha de Prticas

    por dedicaram o seu tempo participao

    nesta investigao.

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    ndice Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Sumrio 2

    Introduo 7

    Metodologias de Trabalho 8

    Envolvimento dos parceiros e perfil da organizao 9

    Perfil dos Pases 13

    Hungria 13

    Inglaterra e Pas de Gales 14

    Holanda 15

    Portugal 16

    Itlia 17

    Romnia 18

    Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas 20

    Planeamento do programa e avaliao de necessidades 22

    Envolvimento dos voluntrios 26

    Formao Inicial dos voluntrios 27

    Orientao/formao de voluntrios 30

    Superviso e avaliao 31

    Destaques da Anlise dos Programas de Voluntariado

    32

    Recomendaes

    34

    Bibliografia

    36

    Glossrio

    37

    ndice de figuras

    39

    Anexos

    40

    Justice Involving Volunteers in Europe 1

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    Sumrio Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Este relatrio o resultado do

    intercmbio de prticas sobre a

    gesto de voluntariado, recrutamento,

    formao e prticas de apoio no

    setor do Sistema de Justia Criminal

    (SJC). Seis pases europeus estiveram

    envolvidos neste estudo, que se

    realizou no mbito do projeto JIVE(Justice Involving Volunteers in

    Europe): Inglaterra e Pas de Gales,

    Hungria, Itlia, Holanda, Portugal e

    Romnia. O estudo foi realizado em

    2014 e teve como objetivo mapear as

    prticas e metodologias de volunta-

    riado no setor da Justia Criminal

    para que estes programas, pases e

    partes interessadas possam aprender

    uns com os outros e para que possam

    ser desenvolvidas recomendaes

    informadas para melhorar os programas

    de voluntariado. Este estudo visa,nomeadamente, os seguintes objetivos:

    1) Estabelecer uma comparao entre programas devoluntariado e pases europeus, designadamente em

    reas-chave dos programas;

    2) Identificar temas comuns e boas prticas entre

    programas e pases;

    3) Propor recomendaes especficas destinadas a

    incrementar programas de voluntariado;

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    Sumrio Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    A metodologia usada baseia-se num modelo de investigao de aplicao nica, onde uma amostra de

    casos analisada de acordo com critrios predefinidos. A estratgia de recolha de dados multimtodo,

    misturando dados quantitativos - Formulrio de Triagem (FT) (ou questionrio estruturado) com dados

    qualitativos - Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) (ou neste caso uma entrevista autoadministrada).

    Uma amostra de convenincia foi utilizada, em que os parceiros do projeto JIVE selecionaram uma variedade

    de programas de voluntariado disponveis em cada um dos seus pases, incluindo o setor da justia (a maioria

    dos programas) e outros setores (para fins de benchmarking).

    Com estas orientaes metodolgicas definidas, a amostra final do estudo incluiu 47 organizaes/pro-

    gramas, que foram cotadas no Formulrio de Triagem o FT. A partir desta investigao alcanou-se algumas

    concluses interessantes. Em primeiro lugar, e a par do facto da maioria dos pases terem atingido valores

    entre os mdios e os altos no seu FT, alguns pases mostram melhores mdias que outros, o que significa que

    h programas nos pases que funcionam melhor que outros relativamente a alguns dos parmetros consideradosna avaliao. Nesta perspetiva, possvel identificar onde que os pases podem melhorar e aprender com

    a experincia uns dos outros, sem perder de vista a sua prpria abordagem cultural e histrica do voluntariado.

    A tabela seguinte apresenta uma comparao direta de pases baseada nos valores do FT atingidos por pas

    e parmetro de avaliao, destacando os pontos fortes e necessidades de cada pas.

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    Sumrio Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Justice Involving Volunteers in Europe4

    Outra descoberta interessante foi que, embora

    muitas organizaes paream adotar planeamentos

    flexveis e uma gesto baseada nos resultados,

    muitas trabalham com modelos de planeamento

    mais rgidos e construdos para as necessidades dosgrupos alvo e procedimentos burocrticos. Embora

    estas abordagens possam ser teis para organizaes

    de larga escala e para a satisfao das necessidades

    imediatas e urgentes dos beneficirios, podem

    tambm em alguns casos limitar o tempo de resposta

    organizacional, bem como diminuir a eficcia da

    organizao na promoo da mudana social.

    Na perspetiva da comunicao, as organizaes e

    programas de voluntariado que participaram no estudoparecem recorrer a uma abordagem mista, utilizando

    em simultneo estratgias de marketing direto, o passa

    a palavra e o trabalho em rede. Muitas organizaes ou

    programas parecem ter desenvolvido esta abordagem

    por um processo de tentativa/erro, em que progressi-

    vamente ajustaram a sua estratgia de comunicao

    aos resultados pretendidos no recrutamento de volun-

    trios. Ainda assim, enquanto em relao s estratgias

    de comunicao parece ter havido um desenvolvimento

    para um estado organizacional mais maduro, o mesmo

    no pode ser dito sobre os processos de triagem de

    voluntrios; estes baseiam-se quase inteiramente em

    frmulas simples que podem no ser suficientemente

    criativas.

    Outra descoberta foi que a maioria das organizaes

    e programas de voluntariado desenvolvem eventos

    de formao de voluntrios formais, baseados num

    estilo tradicional de sala de aula. Estas decorrem

    geralmente na etapa de iniciao do processo de

    voluntariado e focam-se em elementos da formao

    que abrangem desde conceitos, prticas e ticas no

    voluntariado/mentoria, teoria da interveno,

    mtodos e tcnicas, protocolos e informaes

    sobre servios sociais/legais e justia, e informaes

    sobre a organizao/programa. As estratgias de

    formao parecem recorrer a diferentes mtodos

    incluindo

    apresentaes/palestras, estudos de caso, role-

    -play/simulaes e discusses/debate/brainstor-

    ming, sendo que as competncias do formador

    geralmente incluem o conhecimento/experincia

    nos contedos da formao, bem comoconhecimento/experincia em posies de

    formao/ensino, entre outros.

    Com a orientao e suporte aos voluntrios, a

    maioria dos programas utilizam contratos de

    voluntariado mas poucos desenvolvem outras

    ferramentas de iniciao ao trabalho. Os

    procedimentos de monitorizao parecem ser

    comuns, bem como as reunies de superviso.

    Quanto avaliao, o estudo mostra que pode no

    ser uma prtica generalizada entre os programas.No geral os procedimentos de avaliao

    identificados so baseados na satisfao do

    cliente/beneficirio, o que significa que h espao

    para a concepo e desenvolvimento de planos de

    avaliao mais complexos e robustos.

    Baseada nos resultados da investigao, a tabela

    seguinte apresenta um conjunto de boas prticas de

    programas de voluntariado para diferentes

    componentes programticas.

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    Planeamento doprograma e avaliao

    de necessidades

    Recrutamento devoluntrios

    Formao inicial devoluntrios

    Orientao/apoio avoluntrios

    Superviso eavaliao

    Planeamento

    Canais deComunicao

    Triagem dascandidaturas

    Envolvimentodos voluntrios

    Materiais desuporte

    Contedos

    Mtodos deformao

    Perfil doformador

    Orientao dosvoluntrios

    Prticas demonitorizao

    Apoio aosvoluntrios

    Processo desuperviso

    Tipo de

    avaliao

    Planeamento incorporado e orientao para objetivos

    Processo de correspondncia entre voluntrio e organizao deimplementao, materiais descritivos de funes e designao deum supervisor local

    Manual de trabalho ou programa de voluntariado, folhetos informativos/formativos

    Conceitos de voluntariado/mentoria, prticas e ticas; teoria, mtodose tcnicas da interveno; protocolos e informaes de serviossociais/ legais e de justia; informaes sobre programas/organizaes

    Formao formal, modo combinado utilizando abordagens deformao multimtodo, incluindo apresentaes/palestras, estudosde caso, role-plays/simulaes e discusses/debates/brainstorming

    Conhecimento/experincia nos contedos formativos e conhecimento/experincia em posies de formao/ensino

    Contrato de Voluntariado, atribuio de um supervisor no local deinterveno, apresentao inicial da equipa, monitorizao daorganizao e perodo de experimentao

    Encontros de monitorizao; documentos, relatrios e preenchimentode formulrios

    Ajudas de custo em viagens e refeies; apoio da equipa

    Procedimentos formais de superviso, atravs de encontros desuperviso e preenchimento de documentos/relatrios

    Avaliao formal e robusta, incluindo avaliaes baseadas na satisfaoe mtodos mistos, modelos de avaliao experimentais e quasi-experi-

    mentais

    Estratgia de comunicao multimtodo, incluindo passa a palavra,trabalho em rede nos media sociais, e anncios em sites. Apresenta-o de estudos de caso

    Multimtodo, incluindo entrevistas individuais, perodos de formaoe observao e testes e/ou atribuio de tarefas

    Finalmente, com base nos resultados do estudo, possvel identificar recomendaes que podem ser feitas ao

    nvel dos seguintes nveis de ao: programa de voluntariado, parceria, investigao e polticas.

    Sumrio Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    AO NVEL DOS PROGRAMAS DE VOLUNTARIADO

    1. Promover a adoo de abordagens de planeamento

    baseadas nos resultados, focando os programas e a

    gesto dos programas em resultados claramentedefinidos a mdio e longo prazo que reforcem

    efetivamente a mudana social.

    2. Facilitar a distribuio de voluntrios, recorrendo a

    processos de correspondncia entre voluntrios e a

    oferta da organizao promotora de voluntariado,

    bem como desenvolvendo ferramentas de apoio colocao dos voluntrios e desta forma melhorar a

    eficincia. Uma das ferramentas de apoio poder ser,

    por exemplo, o descritivo de funes.

    Justice Involving Volunteers in Europe 5

    Quadro 2 do sumrio - Boas prticas do programa de voluntariado

    Planeamento do

    programa e avaliao

    de necessidades

    Recrutamento de

    voluntrios

    Formao inicial do

    voluntrio

    Orientao/suporte

    do voluntrio

    Superviso e

    Avaliao

    Planeamento

    Envolvimento dos

    Voluntrios

    Canais de

    comunicao

    Materiais de suporte

    Contedos

    Apoio aos

    voluntrios

    Processo de

    superviso

    Tipo de avaliao

    Triagem das

    candidaturas

    Mtodos de

    formao

    Perfil do formador

    Prticas de

    monitorizao

    Orientao dos

    voluntrios

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    3. Adotar prticas formais de formao inicial de

    voluntrios, focadas em contedo e temas selecionados,

    suportadas por uma abordagem de formativa que recorre

    a mtodos mistos com materiais de apoio especializados.

    4. Desenvolver um currculo e um programa de

    formao para as prticas de iniciao ao voluntariado,

    baseados em contedos e mtodos de formao

    validados, e apoiar o desenvolvimento de um perfil de

    formador de voluntrios do Sistema de Justia Criminal.

    5. Definir requisitos mnimos de superviso para

    garantir que todos os voluntrios recebem algum apoio

    por parte dos pares ou profissionais, e que este apoio

    sirva para alargar o ciclo de vida do voluntariado.

    6. Adotar uma abordagem de monitorizao e avaliaomais robusta, passando a uma abordagem mais

    formalizada de forma a conceber os melhores sistemas

    eutilizar asferramentasmaiseficazes(documentao da

    atividade, abordagens de investigao com mtodos

    mistos e desenhos experimentais)

    7. Investir fortemente e promover consistentemente o

    trabalho entre setores, incentivando a partilha de boas

    prticas como um recurso para a inovao do processo e

    do contexto

    8. Promover a criao de um padro de referncia para

    programas de voluntariado que permitir a comparao

    e estandardizao a larga escala na Europa

    AO NVEL DAS PARCERIAS FORMULRIO DE

    TRIAGEM E QUESTIONRIO DE PARTILHA DE

    PRTICAS

    1. Promover a criao de uma rede europeia focada na

    partilha de boas prticas e no desenvolvimento de requisitosmnimos para programas de voluntariado no SJC.

    2. Aprofundar o desenvolvimento de ferramentas de

    recolha de dados que permitam o estudo das prticas de

    voluntariado nos sistemas de justia da Unio Europeia

    3. Lanar propostas para projetos de aprendizagem

    mtua entre pases que se baseiem nos resultados

    desta investigao, colmatando lacunas e reforando

    pontos fortes

    4. Publicar anualmente os resultados e impactos dovoluntariado no SJC como estratgia para promover

    Sumrio Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    as organizaes de voluntariado a trabalhar nesse

    setor

    5. Criar abordagens em parceria para colmatar

    dfices e custos na comunicao e disseminao

    6. Promover a formao colaborativa para tirar

    vantagem da possibilidade de escala e criatividade, de

    modo a assegurar uma mensagem de referncia e

    reduzir custos de servio

    7. Estabelecer referncias mnimas e comuns para

    avaliar a qualidade das organizaes e/ou programas

    de voluntariado

    AO NVEL DA INVESTIGAO

    1. Aprofundar o estudo sobre a prtica de voluntariado

    no Sistema de Justia Criminal, nomeadamente

    atravs do desenvolvimento de estudos a larga escala

    que possam refletir um panorama mais fidedigno

    (representativo) do tema

    2. Melhorar o Formulrio de Triagem e o Questionrio

    de Partilha de Prticas para facilitar a avaliao das

    atuais prticas de voluntariado, a identificao de

    necessidades, a partilha de prticas e a organizao

    de eventos e projetos de aprendizagem mtua

    3. Desenvolver Indicadores Chave de Desempenho

    que possam acompanhar a evoluo dos programas

    de voluntariado

    4. Financiar a investigao para medir o impacto do

    voluntariado, a satisfao dos voluntrios, o ciclo de

    vida e o compromisso

    AO NVEL DAS POLTICAS

    1. Introduzir padres de qualidade na formao dosvoluntrios, criando requisitos mnimos para o currculo

    de formao, programas e formadores de voluntrios

    2. Incrementar o apoio para a partilha de prticas,

    conhecimento e experincia ao nvel de programas de

    voluntariado no Sistema de Justia Criminal e enfatizar

    a sua importncia no mbito dos programas financiados

    pela UE que abordam a mobilidade,

    o intercmbio transnacional e a aprendizagem mtua

    3.Apoiar a criao de medidas e ferramentas para facilitar apartilha de prticas, experincia e conhecimento entre

    voluntrios envolvendo organizaes do SJC.

    Justice Involving Volunteers in Europe6

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    IntroduoIntroduo

    Este guio descreve os principais resultados do estudo conduzido pela Aproximar sobre as prticas de

    gesto, recrutamento, formao e apoio de voluntrios no setor da justia entre os pases parceiros no

    projeto JIVE: Inglaterra e Pas de Gales (1), Hungria, Itlia, Holanda, Portugal e Romnia.

    O estudo foi realizado em Setembro e Outubro de 2014, enquanto parte integrante do projeto Justice

    Involving Volunteers in Europe (JIVE) no mbito da ao 2 Recrutamento, formao e apoio de voluntrios

    do SJC. O projeto realizado por uma parceria de oito ONG europeias que exercem a sua atividade no SJC

    de forma a promover a partilha de ideias e prticas (2). O projeto JIVE parte das recomendaes da Agenda

    para o Voluntariado na Europa (PAVE) e do parece do Comit Econmico e Social Europeu (SOC/431

    Polticas da UE e o Voluntariado) e pretender fornecer:

    1) Um relatrio sobre a contribuio e valor atual dos voluntrios nos sistemas

    de justia criminal na Europa para disseminao junto de organizaes

    pblicas e no-pblicas relevantes e Organismos Europeus, baseado na

    conceo e implementao de um inqurito eletrnico

    2) Um guia de boas prticas sobre o recrutamento, formao e apoio devoluntrios, incluindo um mapeamento de processos e um programa de

    formao de voluntrios

    3) Realizar uma anlise das prticas atuais nos pases parceiros, de forma a

    incluir um relatrio e recomendaes para uma cooperao eficaz

    4) Organizar seminrios nos pases parceiros que sejam transversais aosetor de modo a explorar ideias e promover o recurso a voluntrios no SJC e

    produzir um boletim informativo regular para destacar o progresso do

    projeto

    5) Uma conferncia final em Bucareste, na Romnia, para promover e demonstrar

    o valor dos voluntrios no mbito do SJC e celebrar os sucessos do projeto

    (1) As organizaes escocesas e norte-irlandesas no foram includas no estudo porque as competncias da Clinks abrangemapenas a Inglaterra e o Pas de Gales. / (2) Para ficar a saber mais visite o site oficial do projeto JIVE

    Justice Involving Volunteers in Europe 7

    Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

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    Metodologia de Trabalho

    Metodologia de Trabalho Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Os resultados do estudo baseiam-se num modelo de investigao de aplicao nica, onde uma amostra de

    programas de voluntariado, principalmente do setor da justia, analisada segundo critrios predefinidos. A

    estratgia de recolha de dados multimtodo, sendo apoiada por duas ferramentas complementares:

    um Formulrio de Triagem sob a forma de questionrio, que permite avaliar o desempenho de programas

    em parmetros chave do voluntariado (parcerias, formao, monitorizao, superviso, avaliao,

    comunicao/disseminao, gesto financeira) e prev a quantificao e diferenciao entre programas

    atravs da cotao das diferentes dimenses; e um Questionrio de Partilha de Prticas, atravs do qual foi

    recolhida informao mais descritiva (qualitativa) atravs de entrevistas escritas autoadministradas.

    Foi utilizada uma amostra de convenincia. A sugesto foi que os parceiros JIVE selecionassem uma amostra

    de programas de voluntariado no seu pas e que fossem classificadas no Formulrio de Triagem (dados

    quantitativos). Depois disso, os resultados permitiram diferenciar, entre os programas selecionados, uma

    amostra mais pequena destes (aqueles que obtivessem maior cotao em cada pas) fariam parte ento da

    aplicao do Questionrio de Partilha de Prticas (dados qualitativos).

    A amostra final para o estudo consistiu em 47 programas de voluntariado, dos quais 24 participaram no

    processo de Partilha de Prticas. Os dados recolhidos foram analisados atravs de tcnicas de estatstica

    descritiva (Formulrio de Triagem) e anlise de contedo (Questionrio de Partilha de Prticas), a par da

    pesquisa e reviso bibliogrfica para produzir as concluses e recomendaes que so agora apresentadas.

    Existem alguns pontos importantes a realar relacionados com a interpretao dos dados. O Sistema de Justia

    Criminal, ao nvel europeu, , simultaneamente, altamente complexo e relativamente inexplorado. Dado este

    contexto, a investigao na qual os dados se baseiam de natureza exploratria e no tem inteno outro propsito

    alm de ser uma abordagem inicial de um tema que precisa de ser aprofundado. Neste sentido, os dados no

    tm a pretenso de representar completamente os pases envolvidos, e qualquer extrapolao realizada ao nvel

    de cada pas foram feitos meramente como indicao. No sentido mais estrito, apenas aplicvel aos programas

    e organizaes que participaram na recolha de dados. Nesta tica, a implementao do prprio modelo de

    investigao levou a algumas situaes que podem ter limitado, de alguma forma, o desenvolvimento do estudo.

    Por exemplo, o significado de algumas questes colocadas nas ferramentas de recolha de dados qualitativospoder ter sido mal interpretado, o que em alguns casos pode ter levado a respostas ambguas e no estandardizadas

    em algumas das questes. As situaes em que isto ocorreu sero notadas no texto.

    Justice Involving Volunteers in Europe8

    Figura 1 - Metodologia de Trabalho

    InvestigaoDocumental

    Desenho econceo deferramentas

    Recolha dedados

    Anlise einterpretao

    de dados

    Concluses erecomendaes

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    Envolvimento dos parceirose perfil da organizaoA ideia subentendida de envolver um vasto leque de pases no projeto JIVE serviu oobjetivo de:

    Aumentar a representatividade dos programas de voluntariadoem termos da qualidade de avaliao

    Comparar diferentes programas de voluntariado no setorde justia criminal a nvel Europeu, nomeadamente entre oNorte e Sul, Este e Oeste

    Criar a possibilidade para a disseminao de um Manualde Voluntariado comum e Boas Prticas por um vastoleque de parceiros

    Encorajar um melhor trabalho em parceria nos setorespblico, pblico-privado e de voluntariado

    O processo de envolvimento das organizaes foi baseado nos seguintes critrios:

    a) Experincia organizacional no campo da justia

    b) Experincia organizacional no campo do voluntariado

    c) Experincia organizacional e notoriedade em investigao

    Justice Involving Volunteers in Europe 9

    Envolvimento dos parceiros e perfil da organizao | Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

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    A Aproximar pediu aos parceiros JIVE para identificar e envolver organizaes promotoras de programas de

    voluntariado no Sistema de Justia Criminal com relevo, competncia e trabalho desenvolvido ao nvel nacional,

    ou ainda em outros setores, como o sem fins lucrativos ou pblico. A ideia foi que as organizaes pudessem

    partilhar prticas e trocar experincias com a parceria, de forma a contribuir para o desenho de um modelo

    comum, relativamente ao desenho de programas de voluntariado e programas de formao de voluntrios.

    Alm disso, foi tambm esperado que o processo de reviso dos pares e a perspetiva crtica adquirida, atravs da

    experincia, tambm contribussem para a sustentabilidade e a solidez dos programas das organizaes

    participantes.

    O esforo que os parceiros JIVE colocaram no processo de identificao de organizaes com voluntrios e

    com experincia em desenvolver programas de voluntariado, resultou no envolvimento de 47 organizaes,

    representando 6 pases na Europa: Hungria, Holanda, Portugal, Romnia, Inglaterra e Pas de Gales. Neste

    seguimento, o FT foi utilizado para avaliar os programas de voluntariado em termos de diversos fatores-chave

    acerca das prticas e metodologias do voluntariado. Atravs do Formulrio de Triagem, os programas selecionados

    foram avaliados segundo diferentes parmetros, incluindo: parcerias, formao, monitorizao, superviso,avaliao, comunicao/disseminao e gesto financeira. Em cada parmetro foi feita uma avaliao quantitativa

    do desempenho de cada programa, tendo por referncia uma escala de valores pr-estabelecidos. A soma

    dessas avaliaes parciais forneceu uma pontuao global que permitiu fazer uma distino entre programas.

    Os pases que reuniram o maior nmero de programas foram Inglaterra e Pas de Gales (12), Hungria e Romnia

    (10 cada). A maioria dos programas de voluntariado gerida por organizaes sem fins lucrativos (74,5%), uma

    tendncia que seguida por cada pas representado, com a exceo da Romnia, onde as organizaes pblicas

    contabilizaram a maioria dos programas de voluntariado (60,0%).

    A investigao demonstrou tambm que as organizaes que acolhem programas de voluntariado trabalham

    principalmente nos setores da interveno social e/ou justia (66,0% e 46,8%, respetivamente), com cerca de um

    quarto delas (25,5%) a trabalhar em diversos campos.

    Ao todo, as 47 organizaes/programas participantes declararam terem envolvido, at ao momento, um total de

    69.668 de voluntrios. A Hungria mostrou ser o pas em que os programas envolveram mais voluntrios, seguido

    da Holanda. Em todo o caso, esta informao deve ser lida com extremo cuidado, devido ao facto de nem todos

    os programas terem utilizado o mesmo perodo de tempo para medir estes dados. Tal dever ser tido em contaquando for aplicado novamente o FT para que possa ser considerada uma medida fivel no que respeita

    dimenso dos programas de voluntariado.

    Justice Involving Volunteers in Europe10

    Grfico 1 - Organizaes/programas por pas parceiro e tipo de organizao (N)

    Fonte: Formulrio de Triagem, 2014

    Envolvimento dos parceiros e perfil da organizao | Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Hungria Itlia Holanda Portugal Romnia Inglaterrae Pas de Gales

    Total

    Programas Sem finslucrativos

    Pblico

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    13/57

    Os dados do Formulrio de Triagem mostram que a grande maioria dos programas de voluntariado referenciados e

    avaliados (entenda-se todos os 47 programas) atingiram uma pontuao intermdia/boa (85,2%), facto que

    antev um nvel de performance satisfatrio por parte dos programas ao nvel dos parmetros de avaliao

    selecionados. Esta realidade est em concordncia com as expectativas existentes porque, como referido

    anteriormente, os programas foram selecionados pela sua superior performance no contexto do seu pas.

    Segundo os dados do FT, 42,6% dos programas pontuaram entre 75 e 100% (3) da pontuao possvel, embora

    haja ainda, obviamente, muito espao para o melhoramento de muitas aes. Este o espao para o qual a

    partilha de prticas e experincias pode ser relevante.

    (3) Isto significa que 42,6% dos 47 programas atingiram pontuaes entre 75 e 100%

    Justice Involving Volunteers in Europe 11

    Grfico 2 Nmero de voluntrios por pas parceiro (N)

    Fonte: Formulrio de Triagem, 2014

    Grfico 3 Pontuaes do Formulrio de Triagem dos programas de voluntariado (% de programas)

    Fonte: Formulrio de Triagem, 2014

    Envolvimento dos parceiros e perfil da organizao | Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Hungria

    Itlia

    Holanda

    Portugal

    Romnia

    Inglaterra e Pas deGales

    Intervalo de Pontuao em %

    NdeProgramas(%)

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    14/57

    54%(172)NGO/

    third sector

    Europeannetwork

    Curiosamente, uma observao detalhada da pontuao do FT demonstra que os programas revelam um equilbrio

    relativo na sua performance em quase todos os parmetros de avaliao, sendo a exceo a categoria das

    parcerias em que os resultados foram significativamente altos (78,8%). No lado oposto, a rea da

    comunicao/disseminao parece ser aquela onde os programas podem demonstrar uma performance mais

    limitada (62,1%).

    Mas se existe um relativo equilbrio no que diz respeito aos parmetros de avaliao selecionados, uma anlise

    transversal por pas parceiro mostra que nem todos os pases exibiram os mesmos nveis de performance noque diz respeito a processos metodolgicos que sustentam os seus programas de voluntariado. Deste ponto de

    vista, a Hungria, Inglaterra e Pas de Gales e a Holanda apresentam pontuaes de avaliao acima da mdia,

    enquanto Portugal, Itlia e Romnia apresentam pontuaes mais baixas que podem indicar nveis de

    performance inferiores.

    Observar as mdias das pontuaes do FT por parmetro de avaliao de cada pas pode dar uma ideia de onde

    estes trabalham melhor em termos das prticas e metodologias dos seus programas de voluntariado; pode

    oferecer um banco de conhecimentos especializados valiosos que possa ser transfervel entre pases.

    Justice Involving Volunteers in Europe12

    Grfico 4 Pontuaes do Formulrio de Triagem, por parmetro de avaliao (%)

    Fonte: Formulrio de Triagem, 2014

    Grfico 5 Pontuaes do Formulrio de Triagem do pas (mdia do pas %)

    Source: Evaluation Grid, 2014

    Envolvimento dos parceiros e perfil da organizao | Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Parcerias

    Monitorizao

    Formao

    Superviso

    Gesto financeira

    AvaliaoComunicao/Disseminao

    Pontuao dos programas (mdia %)

    Pram

    etrosdeavaliao

    Hungria Inglaterrae Pas de Gales

    Holanda MdiaGlobal

    Portugal Itlia Romnia

    Fonte: Formulrio de Triagem, 2014

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    15/57

    Perfil dos Pases

    Perfil dos Pases

    Esta seco apresenta as pontuaes do Formulrio de Triagem dos pases participantes, destacando as

    foras e necessidades de cada pas no que diz respeito aos parmetros de avaliao considerados. Dessa

    perspetiva, claro onde os pases podem aprender uns com os outros e que a partilha de conhecimentos e

    prticas pode ser um recurso valioso na UE, em paralelo com a salvaguarda da abordagem cultural e histrica

    de cada pas ao voluntariado no setor da justia. Os pases so apresentados de acordo com o formulrio

    de resultados das pontuaes (grfico 5).

    A Hungria atingiu as pontuaes mais altas do FT de

    todos os pases, apresentando resultados relativamente

    equilibrados em todos os parmetros de avaliao.

    De entre as foras do pas, uma tem de ser destacada:

    Avaliao (89,5%)

    A Hungria o pas onde as prticas de avaliao parecem

    estar mais disseminadas e complexificadas. Os

    programas hngaros geralmente misturam uma

    avaliao contnua com abordagens mais estruturadas

    e aprofundadas obtidas atravs das avaliaes iniciais

    e finais.

    Monitorizao (85,5%)

    Em termos gerais, as prticas de monitorizao

    consideradas no FT, tais como atividades de recrutamento,

    atividades de iniciao, processos de tutoria e contratos

    de voluntariado so generalizados entre os programashngaros.

    Comunicao/Disseminao (78,0%)

    Os programas hngaros recorrem a anncios de

    recrutamento como uma estratgia de comunicao

    e baseiam-se na comunicao de resultados e na

    disseminao de eventos para a disseminao dos

    programas.

    Justice Involving Volunteers in Europe 13

    Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Hungria

    PERFIL DO PAS

    Mdia do pas no FT (%)

    Organizao/Tipo de organizao

    N de programas

    N de voluntrios

    Foras do FT

    Fraquezas do FT No significativa a um intervalo de 10%

    Monitorizao,comunicao/disseminao, formao

    % do Total

    N

    % do Total

    N

    Sem fins lucrativos (%)

    Pblico (%)

    Parcerias

    Formao

    Monitorizao

    SupervisoAvaliao

    Comunicao/ Disseminao

    GestoFinanceira

    Hungria Mdia Global

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    16/57

    Perfil dos Pases Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Inglaterra e Pas de Galesseguem-se nos resultados das pontuaes do FT, mostrando uma performance acima

    da mdia no que diz respeito s prticas e metodologias de voluntariado em geral. De acordo com estes resultados,

    as foras residem na monitorizao, formao e comunicao/disseminao.

    Monitorizao (85,8%)

    Todos os programas da Inglaterra e Pas de Gales utilizam os processos de envolvimento de voluntrios e atividades

    de iniciao dos voluntrios. A maioria dos programas utilizam contratos de voluntariado e mais de metade tm

    processos de tutoria.

    Formao (80,4%)

    Todos os programas da Inglaterra e Pas de Gales assumem que h formao contnua para os seus voluntrios, e

    mais de metade tambm oferece programas de formao inicial. A formao feita em contexto de sala de aula

    mas alguns programas utilizam uma abordagem mista.

    Comunicao/Disseminao (75.8%)

    As estratgias de comunicao da Inglaterra e Pas de Gales baseiam-se nos anncios de recrutamento; a maioria

    dos programas contratou uma pessoa responsvel pela comunicao e/ou promoo, e mais de metade organizou

    eventos de disseminao. Tambm colocam uma nfase forte no reporte dos resultados. Paralelamente s foras

    em rea selecionadas, os programas da Inglaterra e Pas de Gales mostram dfices de performance significativos

    (em termos relativos) na rea das parcerias, o campo onde os programas analisados em geral demonstram

    melhores nveis de desempenho.

    Acordos de parceria (67.9%)

    Os acordos de parceria entre organizaes na Inglaterra e Pas de Gales baseiam-se ambos em acordos formais

    e informais (como apropriado).

    Justice Involving Volunteers in Europe14

    Parcerias

    Formao

    Monitorizao

    SupervisoAvaliao

    Comunicao/ Disseminao

    GestoFinanceira

    Mdia do pas no FT (%)

    Organizao/Tipo de organizao

    N de programas

    N de voluntrios

    Foras do FT

    Fraquezas do FT Parcerias

    Monitorizao,comunicao/disseminao, formao

    % do Total

    % do Total

    N

    Pblico (%)

    PERFIL DO PAS

    Sem fins lucrativos (%)

    N

    Inglaterra e Pas de Gales

    Inglaterra ePas de Gales

    Mdia Global

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    17/57

    AHolanda demonstra uma performance acima da mdia em vrios parmetros de avaliao, nomeadamente

    na avaliao, superviso e gesto financeira.

    Avaliao (80%)Os programas na Holanda normalmente misturam prticas de avaliao contnuas com esforos de avaliao

    mais estruturados e aprofundados, quer sejam avaliaes iniciais, intermdias e/ou finais.

    Superviso (76%)

    Todos os programas holandeses que medimos tm superviso de voluntrios face-to-face, e mais de metade

    combinam esta com superviso online. A superviso primeiro dirigida tanto interna como externamente aos

    programas.

    Gesto Financeira (74%)

    Os programas holandeses so geralmente financiados tanto pela sua organizao de apoio, assim como por

    outras fontes de financiamento, quer sejam patrocinadores ou outros.

    Os resultados do FT da Holanda foram mais limitados ao nvel da comunicao/disseminao (para os quais

    tambm pontuaram menos).

    Comunicao/Disseminao (52%)

    Mais de metade dos programas na Holanda geralmente no anuncia oportunidades de recrutamento, nem tm

    um gestor de promoo ou se envolvem em eventos de disseminao.

    Justice Involving Volunteers in Europe 15

    Parcerias

    Formao

    Monitorizao

    SupervisoAvaliao

    Comunicao/ Disseminao

    GestoFinanceira

    Mdia do pas no FT (%)

    Organizao/Tipo de organizao

    N de programas

    N de voluntrios

    Foras do FT

    Fraquezas do FT

    % do Total

    % do TotalN

    Pblico (%)

    PERFIL DO PAS

    Sem fins lucrativos (%)

    N

    Holanda Mdia Global

    Holanda

    Avaliao, superviso,gesto financeira

    Comunicao/ disseminao

    Perfil dos Pases Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    18/57

    Em termos gerais, Portugal situa-se logo abaixo da mdia nas pontuaes globais do FT. No entanto, os

    programas portugueses demonstram foras significativas de desempenho em vrias reas.

    Superviso (80%)

    Os programas portugueses prestam especial ateno a questes de superviso, promovendo na maior parte das

    vezes abordagens de superviso mistas que combinam a superviso interna e externa, bem como estratgias de

    superviso face-to-face e online.

    Comunicao/Disseminao (76%)

    A maioria dos programas portugueses considera promoo de gestores, a comunicao de resultados e eventos

    de disseminao nas suas prticas de comunicao e disseminao. Mais de metade dos programas recruta

    atravs de anncios.

    Avaliao (74%)

    Em termos gerais, os programas portugueses de voluntariado congregam procedimentos de avaliao contnuos

    com outros momentos de avaliao (quer sejam avaliaes iniciais, intermdias ou finais) que so propcias a

    anlises mais profundas.

    Mas se as prticas de superviso e avaliao parecem ser duas das principais reas onde Portugal tem melhor

    desempenho, os programas deste pas parecem no acompanhar os processos de monitorizao da mesma

    forma.

    Monitorizao (53%)

    Mais de metade dos programas em Portugal recorre a processos de envolvimento e contratos com os voluntrios,

    no entanto, poucos so aqueles que organizam atividades de iniciao ao voluntariado ou tm processos de

    tutoria, atividades que poderiam eventualmente facilitar a iniciao dos voluntrios.

    Justice Involving Volunteers in Europe16

    Perfil dos Pases Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Portugal

    Mdia do pas no FT (%)

    Organizao/Tipo de organizao

    N de programas

    N de voluntrios

    Foras do FT

    Fraquezas do FT

    % do Total

    % do TotalN

    Pblico (%)

    PERFIL DO PAS

    N

    Superviso,comunicao/disseminao, avaliao

    Monitorizao

    Parcerias

    Formao

    Monitorizao

    SupervisoAvaliao

    Comunicao/ Disseminao

    GestoFinanceira

    Portugal Mdia Global

    Sem fins lucrativos (%)

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    19/57

    Enquanto a Itlia apresenta um desempenho muito bom em alguns aspetos considerados no Formulrio de

    Triagem, tais como gesto financeira e de parcerias, o desempenho dos seus programas noutros parmetros de

    avaliao menos desenvolvido ou em alguns casos inexistente.

    Parcerias (100%)

    Os programas italianos utilizam uma combinao de acordos de parceria formais e informais que parece ser

    robusta e orientada para longo prazo.

    Gesto Financeira (90%)

    Os programas na Itlia utilizam fontes mistas de financiamento, combinando o financiamento gerado pelas

    prprias organizaes com patrocnios, o que pode evitar cenrios de dependncia de financiamento excessiva

    de uma nica fonte.

    Monitorizao (54%)

    Mais de metade dos programas italianos, por norma, organizam processos para o envolvimento de voluntrios

    e preveem atividades de iniciao ao voluntariado. No entanto, menos programas contemplam processos de

    tutoria e nenhum deles parece abranger contratos de voluntariado.

    Superviso (38%)

    Devido a valores em falta nos Formulrios de Triagem italianos, no possvel esboar concluses mais claras

    neste parmetro de avaliao. O que se pode afirmar que, quando presente, a superviso exclusivamente

    desenvolvida em situaes face-a-face, com pouco nfase na utilizao de ferramentas como o Skype, por

    exemplo.

    Justice Involving Volunteers in Europe 17

    Perfil dos Pases Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Parcerias

    Formao

    Monitorizao

    SupervisoAvaliao

    Comunicao/ Disseminao

    GestoFinanceira

    Itlia Mdia Global

    Itlia

    Mdia do pas no FT (%)

    Organizao/Tipo de organizao

    N de programas

    N de voluntrios

    Foras do FT

    Fraquezas do FT

    % do Total

    % do Total

    N

    Pblico (%)

    PERFIL DO PAS

    N

    Parcerias, gesto financeira

    Monitorizao, superviso,avaliao, comunicao/ disseminao

    Sem fins lucrativos (%)

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    20/57

    Comunicao/Disseminao (24%)

    Os programas italianos de voluntariado no se focam em campanhas de recrutamento nem contratam um

    responsvel para gerir a promoo. Quanto disseminao, embora frequentemente organizem eventos de

    disseminao, no parecem partilhar os seus resultados proactivamente.

    Avaliao (9%)

    Os programas na Itlia no reportaram terem desenvolvido qualquer avaliao. Quando revm exerccios de

    avaliao, estes so na maioria avaliaes iniciais, o que significa que no utilizam a avaliao como meio de

    melhoramento (atravs de avaliaes contnuas ou exerccios intermdios) nem medem os resultados e o

    impactos dos programas (atravs de avaliaes finais).

    Por ltimo, a Romniademonstra um nvel mdio de desempenho em vrios parmetros de avaliao considerados

    no FT, tais como comunicao/disseminao, monitorizao ou avaliao, enquanto noutras reas a pontuao

    do pas mais limitada. O caso mais visvel nos acordos de parcerias e, especialmente, na gesto financeira.

    Parcerias (59%)

    Os programas romenos de voluntariado baseiam-se principalmente nos acordos de parceria formais e no se

    envolvem em parcerias informais para apoiar o seu trabalho.

    Gesto financeira (32%)

    Mais de metade dos programas na Romnia recorre mais ao financiamento proveniente de outras fontes do que

    a patrocnios ou recursos da prpria organizao, o que pode indicar um grau elevado de dependncia de

    financiamento externo. Embora possa ser este o caso, tambm verdade que o setor pblico desenvolve/finan-cia a maior parte dos programas de voluntariado da Romnia (60%), facto que pode explicar os resultados

    porque estes so financiados diretamente pelo governo.

    Justice Involving Volunteers in Europe18

    Romnia

    Mdia do pas no FT (%)

    Organizao/Tipo de organizao

    N de programas

    N de voluntrios

    Foras do FT

    Fraquezas do FT

    % do Total

    % do Total

    N

    Pblico (%)

    N

    No significativo num intervalo de 10%

    Parceria; gesto financeira

    Sem fins lucrativos (%)

    Parcerias

    Formao

    Monitorizao

    SupervisoAvaliao

    Comunicao/ Disseminao

    Gesto

    Financeira

    Romnia Mdia Global

    PERFIL DO PAS

    Perfil dos Pases Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    21/57

    Em resumo, a tabela seguinte estabelece uma comparao direta entre pases em termos das foras e fraquezas

    das prticas dos programas de voluntariado, destacando onde cada pas pode melhorar o seu desempenho.

    Justice Involving Volunteers in Europe 19

    Tabela 1 Foras e fraquezas por pas e parmetro de avaliao

    PARMETROS DO

    FORMULRIO DE

    TRIAGEM

    PASES

    Parcerias

    Formao

    Monitorizao

    Superviso

    Avaliao

    Comunicao/Disseminao

    Gesto

    Financeira

    INGLATERRAE PAS DE

    GALESHUNGRIA ITLIA HOLANDA PORTUGAL ROMNIA

    Abaixo damdia

    Mdia Acima da mdia

    Perfil dos Pases Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    22/57

    Resultados do Questionrio

    de Partilha de Prticas (QPP)

    O Questionrio de Partilha de Prticas serve para fornecer informao adicional sobre prticas e metodologias

    dos programas de voluntariado. Esta ferramenta quase exclusivamente composta por questes abertas

    que tm por objetivo clarificar as boas prticas dos programas relativamente a diversos temas chave do

    setor, nomeadamente:

    Planeamento dos programas e avaliao de necessidades

    Envolvimento de voluntrios

    Formao inicial dos voluntrios

    Orientao/suporte de voluntrios

    Superviso e avaliao

    Para este propsito, foram selecionados 24 programas de voluntariado para participarem nas reas do

    Quadro de Partilha de Prticas, servindo como critrio de seleo a sua avaliao no exerccio anterior. O

    resultado apresenta um conhecimento mais pormenorizado de como os programas funcionam, bem como

    informao em primeira mo sobre boas prticas que poderiam ser transferidas entre organizaes na

    Europa.

    Os dados recolhidos foram analisados atravs de tcnicas de anlise de contedo, atravs das quais os

    dados foram categorizados e quantificados, sempre que possvel e apropriado. As categorias resultantes

    so apresentadas na tabela abaixo.

    Justice Involving Volunteers in Europe20

    Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    23/57

    Justice Involving Volunteers in Europe 21

    Tabela 2 Questionrio de partilha de prticas, dimenses e categorias de avaliao

    Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Planeamento do

    programa e avaliao

    de necessidades

    Envolvimento de

    voluntrios

    Formao inicial do

    voluntrio

    Orientao/suporte

    do voluntrio

    Superviso e

    Avaliao

    Tipo de interveno

    Planeamento

    Orientao estratgica

    dos programas

    Avaliao das

    necessidades

    Canais de comunicao

    Gesto da comunicao

    Seleo de candidaturas

    Materiais de suporte

    Contedos

    Mtodos de Formao

    Apoio ao voluntrio

    Processo de superviso

    Tipo de avaliao

    Especializada

    Variada

    Banco de voluntrios

    Genrica

    Integrado

    Reativo

    Cristalizado

    Orientado para objetivos

    Orientado para grupo alvo

    Institucional/orientado para o processo

    Foco nos objetivos

    Foco integrado

    Foco aberto

    Marketing direto

    Passa a palavra

    Trabalho em rede

    Anncios nos media

    Canais de voluntariado

    Dedicada

    Genrica

    Entrevista pessoal (inicial)

    Treino de seleo/perodo de observao

    Tarefas de trabalho/testes

    Entrevistas de grupo/discusses

    Entrevista pessoal (final)

    Caderno de trabalho, manual ou guia do programa de voluntariado

    Folhetos informativos/formativos

    Conceitos, prticas e ticas do Voluntariado/mentorizao

    Teoria, mtodos e tcnicas de interveno

    Informaes e protocolos sobre servios de justia/legais/sociais

    Informao do programa/organizao

    Comportamento/problemas/necessidades do grupo alvo

    Competncias sociais pessoais e interpessoais

    Apresentaes/palestras

    Estudos de caso

    Role-plays/simulaes

    Discusses/debates/brainstorming

    Visualizaes de vdeos/filmes

    Trabalhos de grupo

    Visitas

    Questes e respostas

    ObservaoJogos

    Apresentaes/palestras

    Custos de viagem

    Suporte do staff/grupo

    Refeies

    Encontros de superviso individual

    Encontros de superviso de grupo

    Relatrios/documentos escritos

    Informal

    Discusso de casos pelo staff

    Telefone ou email

    Baseada na satisfao dos beneficirios

    Avaliao de mtodos mistos

    Desenho quase-experimental

    Desenho experimental

    Nenhum

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    24/57

    Planeamento do programa e avaliao de necessidadesAs organizaes que participaram no QPP desenvolvem diferentes estratgias consoante a forma como trabalham.

    Embora seja verdade que mais de metade atua quase exclusivamente no setor da justia (54,2%), quando se

    refere ao tipo de resposta que oferecem no seu campo de trabalho, encontramos uma variao significativa

    entre organizaes. Segundo os dados do Questionrio de Partilha de Prticas, algumas organizaes focam-se

    em vrios aspetos da oferta de servios no setor (contemplam uma resposta multifacetada, 7 casos), enquanto

    outras desempenham intervenes especficas, especializadas (6). Um exemplo de um tipo de organizao

    multifacetada a Prision Fellowship, do Reino Unido, que apoia reclusos em liberdade condicional e em fase de

    liberdade, propiciando diferentes programas endereados s necessidades muitas vezes mltiplas dos beneficirios.

    A Romania Foundation for Promoting Community Sanctions, por outro lado, foca-se numa interveno

    especializada, implementando um programa onde o servio comunitrio pode ser desenvolvido num ambiente

    seguro.

    Cerca de 40% dos respondentes do QPP trabalham noutros campos que no o da Justia Criminal (aqui chamados

    genricos, 9 casos). Significativamente ou no, uma anlise cruzada mostra que pases com um melhor desempenho

    no FT tendem a ter mais organizaes relacionadas com o setor da justia e menos organizaes genricas. A

    exceo regra a Romnia, cujas organizaes so todas dedicadas ao setor. Um exemplo de uma organizao

    genrica a Critas Diocesana di Cagliari, que trabalha em vrias reas ligadas aos servios sociais e trabalho

    voluntrio. Muitas organizaes parecem ter uma abordagem flexvel e orgnica para abordar as necessidades

    de servios do utilizador; conduzindo processos de planeamento regularmente e ajustando-os s necessidades

    emergentes e contextos (11 casos). Mostram que tm procedimentos de planeamento altamente internalizados,

    bem adequados para um ambiente acelerado e em mudana. Um exemplo desta abordagem de planeamento

    dado pela PACT, sediada em Inglaterra, uma organizao que assume a reviso e a mudana como uma parte

    natural dos seus parmetros de trabalho, seja ao nvel do projeto ou como uma ferramenta de trabalho.

    Justice Involving Volunteers in Europe22

    Grfico 6 Tipo de intervenes das organizaes do QPP (N)

    Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014

    Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Especializada

    Multifacetada

    Genrica

    Banco de Voluntrios

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    25/57

    Nas etapas iniciais da concesso de um projeto, procuramos perceber qual o objetivo do projeto e

    tentamos desenvolv-lo com os recursos necessrios logo desde a etapa inicial. No entanto, se existe uma

    necessidade inesperada para um recurso adicional, normalmente reunimos como equipa e revemos

    sistemas e processos, discutindo numa dessas reunies os recursos extra necessrios. Se existe um casofinanceiro srio, adicionamos o recurso extra. () Os mentorandos e mentores encontram-se ento na

    comunidade (ou localizao relevante) para perseguir as suas metas. Os mentores submetem os seus

    contactos ao coordenador dos voluntrios para se manterem atualizados acerca do progresso da relao.

    Este processo foi criado ao longo de uma srie de encontros entre a equipa onde pilotmos esta forma de

    trabalhar, reunindo posteriormente para rever como funcionou. Pedimos o feedback de todos os nossos

    stakeholders envolvidos no processo e fizemos mudanas baseadas nestes resultados. O desenvolvimento

    dos nossos processos um ciclo contnuo. (PACT, Questionrio de Partilha de Prticas, 2014)

    Como referido anteriormente, este parece ser o caso para muitas organizaes/programas mas os dadostambm mostram que um conjunto significativo de casos (4) pode no alterar a sua forma inicial de trabalhar,

    independentemente das novas circunstncias que possam surgir. Trata-se das organizaes que esto to

    estabelecidas na sua forma convencional de proceder e que por isso no abraam a mudana facilmente. Esta

    cristalizao, se real, pode diminuir o desempenho global da organizao na consecuo dos seus objetivos.

    um facto que a maior parte dos programas parecem estar focados em objetivos definidos, nomeadamente

    aqueles relacionados com questes de justia (13). Alguns objetivos so definidos de uma forma mais clara e

    concisa, como os programas TAMOP da Hungria que tentam apoiar o grupo alvo na reinsero tanto no campo

    social como no mercado de trabalho e diminuir o risco de reincidncia, enquanto outros so formulados mais

    vagamente, como a Olhar com Saber de Portugal que tenta alcanar a promoo e desenvolvimento da

    comunidade numa perspetiva familiar e social (7). Os programas da Itlia so todos orientados para objetivos.

    (4) Traduo do autor

    Justice Involving Volunteers in Europe 23

    Grfico 7 Tipo de planeamento das organizaes do QPP (N)

    Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014

    Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Incorporado

    Reactivo

    Cristalizado

    Sem Informao

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    26/57

    Mas se isto verdade para a maior parte dos programas,

    tambm existe uma parte significativa de programas

    (6) que so mais orientados para um grupo alvo

    especfico, a cujas necessidades atendem indepen-dentemente da definio de um objetivo especfico.

    Este o caso, por exemplo, do Gevangenenzorg

    Nederland da Holanda, que se foca no apoio

    populao reclusa de uma forma geral. O que cara-

    teriza estes programas so que o mais importante

    apoiar o grupo alvo, independentemente da natureza

    das necessidades que apresentem.

    Ainda podemos realar outro tipo de programas, os

    que funcionam de forma mais institucional/processual

    (4). Este o caso dos programas romenos que parecem

    focar-se no apoio ao trabalho regular do sistema dejustia ou em atividades/processos e benefcios para

    os voluntrios, mais do que nos objetivos ou

    necessidades dos grupos alvo. Um fator que pode

    contribuir para isto o facto de estes programas

    serem promovidos por instituies pblicas ou

    estarem relacionados com o setor de justia

    romeno.

    O risco de desenvolver estratgias sem um objetivo claramente definido que o programa pode perder o foco

    do que est a tentar atingir e que a utilizao de recursos no resulte nos resultados desejados.

    Segundo os acordos de planeamento e estratgia que tm os programas do QPP abordaram a questo da

    avaliao de necessidades de uma forma diferente.

    Alguns programas so focados em objetivos, ou seja, as necessidades que abordam so inextricavelmente

    entrelaadas com um objetivo claramente definido que o programa pretende alcanar (9). Este o caso do

    The Koester Trusts Arts Mentoring Programme, sediado no Reino Unido, que emergiu da necessidade

    identificada de possibilitar aos reclusos prosseguirem com o seu interesse nas artes aps a libertao e reduzir

    a probabilidade de reincidncia:

    Justice Involving Volunteers in Europe24

    Grfico 8 QPP Orientao da estratgia de trabalho dos programas (N)

    Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014

    Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Orientada para objetivos

    Orientada para o grupo alvo

    Institucional/orientada paraprojetos

    Sem informao

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    27/57

    Houve muitas evidncias informais de que reclusos que se dedicaram s artes enquanto na priso querem

    continuar quando so libertados mas, na prtica, no conseguem faz-lo. Tal como muitos outros hbitos

    positivos e planos feitos em custdia, a atividade das artes frequentemente se perde na difcil transio de

    regresso vida no exterior. Houve tambm muitas evidncias da investigao de que os ex-reclusos somais vulnerveis reincidncia se estiverem desempregados, socialmente isolados, forem sem-abrigo ou

    consumirem drogas. A participao nas artes pode ajudar a desenvolver competncias de empregabilidade,

    autoestima elevada, colaborao com outros e um sentimento de um propsito na vida. Por isso faz sentido

    que, se os reclusos inclinados para as artes puderem ser apoiados para manterem os seus interesses criativos

    aps a libertao, isto no apenas manter o seu envolvimento nas artes mas tambm ter benefcios mais

    amplos para eles e para outros, potencialmente quebrando um ciclo de reincidncia. (The Koestler Trust,

    Arts Mentoring Programme, Proactive Exchange Framework, 2014)

    Outros programas de voluntariado tm um foco aberto. No demonstram uma definio clara na persecuode uma meta, nem procuram identificar um conjunto definido de necessidades, mas abordam as necessidades

    que surgem no contexto em que operam, qualquer que seja a natureza das prprias necessidades (8). Mais uma

    vez, o Prison Fellowship no Reino Unido um bom exemplo deste tipo de programas, baseando as suas respostas

    nas necessidades que emergem das prises em que intervm.

    Finalmente, cerca de 20% dos programas focam-se nas necessidades que mais prevalecem no contexto em que

    trabalham (foco integrado, 5 casos). Este o caso do NECA Recovery Ambassadors, sediado no Reino Unido,

    cujo trabalho cobre todos os aspetos da oferta de servios no que diz respeito s pessoas em reabilitao.

    Justice Involving Volunteers in Europe 25

    Grfico 9 Processo de avaliao de necessidades das organizaes do QPP (N)

    Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014

    Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Focado emobjetivos

    Foco integrado Foco aberto Sem informao

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    28/57

    Envolvimento dos voluntriosA maior parte das organizaes que participaram no questionrio de partilha de prticas utilizam canais de

    comunicao mltiplos para organizar o recrutamento. Em mdia, cada organizao utiliza pelo menos dois

    canais diferentes, com a exceo das organizaes inglesas e galesas que frequentemente utilizam mais (3-7

    em mdia). Os canais mais frequentemente usados so, de longe, o marketing direto (21) seguido do passa a

    palavra (16) e o trabalho em rede (15). Apenas um tero das organizaes utilizam anncios nos media como

    canal de recrutamento (8) e apenas organizaes sediadas em Inglaterra e no Pas de Gales referem a utilizao

    de canais especficos de voluntariado, nomeadamente centro locais de voluntrios e portais web de voluntaria-

    do, embora estes tambm existam na Alemanha e Holanda.

    A gesto dos canais de comunicao de recrutamento varia entre programas. Em alguns casos a responsabilidade

    atribuda ao coordenador do programa, ao coordenador de voluntariado ou at a voluntrios experientes

    (genrico, 9), enquanto noutros casos a responsabilidade fica no domnio de um departamento de comunicaes

    dedicado ou de um gestor (5). Segundo os resultados do Questionrio de Partilha de Prticas, os canais de

    comunicao mais importantes para o recrutamento so o passa a palavra, as redes sociais/Facebook e os

    anncios em sites. Algumas instituies afirmam tambm que uma estratgia eficaz no recrutamento de voluntrios

    apresentar estudos de caso ou histrias de mudana promovidas pelo programa.

    (5) O servio foi ganho e assumido pela organizao designada Lifeline http://www.lifeline.org.uk

    Quando se candidatam a uma posio de voluntrio,

    os possveis candidatos geralmente registam-seonline (candidaturas em sites ou por email, 14), ou por

    telefone (8) ou contacto pessoal nas instalaes da

    organizao (6). A candidatura geralmente formali-

    zada atravs de um formulrio de candidatura, pacote

    ou dossi. Seguidamente candidatura, todos os

    programas de voluntrios tm um processo inicial de

    seleo para aceder a requisitos mnimos para as

    candidaturas. Depois, o processo geralmente continua

    com uma entrevista (17) que na maioria dos casos

    individual (16). Outras prticas de seleo, menos

    comuns, podem incluir formaes curtas ou perodosde observao (6), tarefas de trabalho/testes (2) ou

    at uma entrevista final (1). Na maioria dos casos

    conhecidos, a responsabilidade da seleo de voluntrios

    recai sobre uma nica pessoa (11), geralmente um

    coordenador, supervisor ou diretor de equipa ou de

    programa, embora em alguns destes casos a deciso

    da seleo possa envolver a participao de outras

    partes (3).

    Justice Involving Volunteers in Europe26

    Grfico 10 Canais de comunicao de envolvimento dos programas do QPP (N)

    Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014

    Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Marketingdireto

    Passa palavra Trabalhoem rede

    Canais devoluntariado

    Anncios nosmedia

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    29/57

    Finalmente, aps o processo de seleo, a colocao de voluntrios no seu local de trabalho geralmente

    acompanhada pela designao de um supervisor local que supervisiona a atividade dos voluntrios. Os descritivos

    de funo tendem a no existir e apenas alguns programas parecem envolver-se num processo de correspon-

    dncia entre voluntrios designados e agncias de colocao (dois casos).

    Formao inicial de voluntriosA maior parte dos programas de voluntariado que participaram no QPP tm algum tipo de formao inicial

    formal dirigida para novos voluntrios (21). Esta uma caraterstica positiva, mas tambm significa que existem

    programas que no desenvolvem este tipo de iniciativas, ou fazem-no de forma altamente informal.

    Entre os programas que desenvolvem formaes de iniciao formais para novos voluntrios, muitos parecem

    aludir utilizao de materiais de apoio formao (9 programas). Entre aqueles que usam estes materiais, a

    preferncia vai para um programa ou manual de trabalho do voluntrio (8 casos) ou para folhetos informativos/-

    formativos (6). Na grande maioria dos casos, nem o programa de formao nem os materiais de formao so

    acreditados ou certificados (16).

    Justice Involving Volunteers in Europe 27

    Grfico 11 Momentos de seleo de candidaturas dos programas do QPP (N)

    Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014

    Grfico 12 Materiais de suporte da formao de iniciao dos voluntrios (N)

    Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014

    Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Entrevista pessoal (inicial)

    Treinos de seleo/perodo de observao

    Misses de trabalho/testes

    Entrevista de grupo/discusses

    Entrevista pessoal (final)

    Sem informao

    Manual de trabalho ouguia do programa

    ou voluntrio

    Folhetos informativos/formativos

    Outros materiaisde formao

    Sem informao

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    30/57

    Quer desenvolvam aes de formao inicial mais formais e estruturadas ou abordagens de trabalho mais informais,

    abordagens contnuas e formaes em contexto de trabalho, os programas frequentemente focam os seus

    contedos de formao em: conceitos, prticas e ticas de voluntariado/mentoria (13), teoria, mtodos e

    tcnicas de interveno (11), informao e protocolos sobre servios legais/sociais/justia (11), e informao

    sobre os programas/organizaes (9).

    Os contedos dos programas parecem variar ligeiramenteentre pases. Temas relativos a conceitos, prticas e ticas

    do voluntariado/mentorizao parecem ser mais

    comuns na Inglaterra e Pas de Gales, Holanda e Portugal

    do que noutros pases; teorias, mtodos e tcnicas de

    interveno parecem ser abordados mais frequentemente

    na Romnia, Portugal e Inglaterra e Pas de Gales;

    informaes e protocolos sobre servios legais/sociais e

    de justia so o tema mais recorrente na Hungria,

    Inglaterra e Pas de Gales e Romnia.

    No que concerne ao formato da formao inicial, a

    formao informal feita no contexto de trabalho (3

    casos), enquanto a formao formal principalmente

    desenvolvida em contextos de sala de aula (16) ou, em

    alguns casos, de modo combinado, misturando o

    formato clssico de sala de aula com suporte online

    (5 casos). Os programas italianos e romenos no

    apresentam casos de aes de formao online e no

    existem casos de formao desenvolvida exclusivamente

    em modo online.

    Posto este cenrio, o tipo de mtodo de formaomais comum nas situaes formais de formao so

    as apresentaes/palestras (19 programas), estudos

    de caso (15), role-plays/simulaes (12) e discusses

    /debates/brainstorming (11). Pases como a Inglaterra

    e Pas de Gales, Romnia, Hungria e Itlia utilizam

    uma matriz mais vasta de mtodos de ensino comparados

    com a Holanda ou Portugal, onde o nmero mdio de

    mtodos usados menor.

    Justice Involving Volunteers in Europe28

    Grfico 13 Contedos da formao inicial dos voluntrios (N)

    Source: Practices Exchange Framework, 2014

    Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Conceitos, prticas e ticas do voluntariado/mentorizao

    Teoria, mtodos e tcnicas da interveno

    Informao e protocolo dos servios de justia e ....

    Informao do programa/organizao

    Comportamento/problemas/necessidades do grupo alvo

    Skills sociais pessoas e interpessoais

    Sem informaes/Contedos apresentados

    Outros contedos

    Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    31/57

    No respeitante ao perfil do formador, os programas avaliados valorizam formadores que tm um forte

    conhecimento/experincia sobre os contedos da formao (9 programas) bem como conhecimento/experi-

    ncia em posies de formao/ensino (7). Outras caratersticas procuradas incluem: certificao/acreditao

    do formador (5), qualificaes formais na temtica (5) e soft skills/competncias sociais (3).

    Em mdia, os eventos de formao inicial duram geralmente at trs dias e decorrem ao longo de, no mximo,

    30 horas. O nmero mdio de formandos nos programas de aproximadamente 18 pessoas. Esta mdia mais

    baixa em Portugal (17,5%), Holanda (17,3%) e, especialmente, Inglaterra e Pas de Gales (11,8%) do que noutros

    pases.

    Justice Involving Volunteers in Europe 29

    Grfico 14 Mtodos de iniciao de voluntrios (N)

    Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014

    Grfico 15 Nmero de formandos da formao de iniciao de voluntaries (media do pas)

    Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014

    Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Apresentaes/palestras

    Estudos de caso

    Role-plays/simulaes

    Discusses/debates/brainstorming

    Visualizao de vdeos/filmes

    Trabalhos de grupo

    Visitas

    Questes e respostas

    Observao

    Jogos

    Apresentaes/palestras de convidados escolhidosOutros mtodos

    Hungria Itlia Holanda Portugal Romnia Inglaterra e

    Pas de Gales

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    32/57

    Orientao/formao de voluntriosSegundo os dados do FT, a maior parte dos programas de voluntariado recorrem a contratos de voluntariado

    (70,2%), uma ferramenta que propensa a facilitar a colocao dos voluntrios no local de trabalho. Alm disso,

    o Questionrio de Partilha de Prticas sugere que, embora menos comum, os programas tambm utilizam

    outros mtodos, incluindo a contratao de um supervisor/mentor no local de trabalho (8), apresentao do

    staff (5), monitorizao da relao voluntrio-cliente pela organizao do programa (4), ou perodo de experi-

    mentao/teste (4).

    A maior parte dos programas apresentam procedimentos de monitorizao referentes ao processo de acompa-

    nhamento dos voluntrios. Os procedimentos mais frequentes para a tarefa so os encontros regulares de

    superviso/monitorizao/avaliao (14 casos) e documentos, relatrios e preenchimento de formulrios (10

    casos). Quanto regularidade dos procedimentos de monitorizao, em 33,3% dos casos os eventos de monitorizao

    ocorrem pelo menos a cada dois meses, embora a falta de informao sobre esta varivel no permita muita

    exatido nesta afirmao. A Itlia parece ser o pas onde os processos de monitorizao so menos comuns.Finalmente, no que se refere orientao/apoio dos voluntrios, a maioria dos programas apresenta algum tipo

    de suporte para os voluntrios durante o seu trabalho dirio. O mais frequente este apoio ser direcionado para

    cobrir despesas de viagens (11 programas) ou, em menos casos, despesas de refeies (5). Noutros casos, as

    iniciativas de suporte aos voluntrios podem assumir a forma de consultas ou eventos de aconselhamento,

    geralmente conduzidos pelo staff, grupos de pares ou suporte externo (7 casos). Cerca de 30% dos programas

    no oferecem qualquer tipo de apoio aos voluntrios, nomeadamente aqueles situados em Portugal (3 casos) e

    Itlia (3 casos).

    Justice Involving Volunteers in Europe30

    Grfico 16 Apoio aos voluntrios (N)

    Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014

    Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Despesas deViagens

    Refeies Sem informao/Apoio

    Apoio da equipa/grupo

    Outros

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

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    Superviso e avaliaoO Questionrio de Partilha de Prticas mostra que os programas de voluntariado geralmente incorporam reunies

    de superviso, em que os promotores supervisionam o trabalho dos voluntrios. Estas reunies so geralmente

    feitas individualmente (10 casos), embora algumas das organizaes desenvolvam reunies de superviso em

    grupo (exclusivamente ou de modo complementar, 5 casos). Em muitas circunstncias, o papel de superviso atribudo aos lderes do programa, instrutores do curso ou tutores de voluntrios (10 casos), caso no se verifique,

    a responsabilidade geralmente recai sobre o staff dos programas (4 casos). Por outro lado, trs programas

    declararam ter apenas um tipo informal de superviso, sem momentos estruturados ou ferramentas especficas.

    De modo semelhante, 75% do nmero total de programas (18 casos) no deu informaes sobre a frequncia

    com que os seus processos de superviso ocorrem, o que pode indicar que o grau de informalidade pode ser

    superior ao declarado.

    Quanto avaliao, um nmero elevado de programas no forneceu informaes sobre o seu sistema de

    avaliao ou afirmaram que no possuam um (15). Entre aqueles que tm um, o sistema baseia-se na satisfao

    do cliente/beneficirio (5) ou, em menos casos, em sistemas mais complexos e robustos. Nesta rea, se os dados

    do FT mostraram que a Hungria o pas onde a avaliao est mais presente, em termos de perodos de tempo,

    Portugal e a Inglaterra e Pas de Gales so os pases onde os programas podem abranger procedimentos de

    avaliao mais robustos, incluindo mtodos de avaliao mistos e quase-experimentais e sistemas de avaliao

    experimental.

    Justice Involving Volunteers in Europe 31

    Grfico 17 Procedimentos de superviso dos programas do Questionrio de Partilha de Prticas (%)

    Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014

    Grfico 18 Procedimentos e modelos de avaliao dos programas do QPP (N)

    Fonte: Questionrio de Partilha de Prticas, 2014

    Resultados do Questionrio de Partilha de Prticas (QPP) Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Reunies desupervisoindividual

    Reunies desupervisode grupos

    Relatrios/Documentos

    escritos

    Informal Discussesde casosdo staff

    Telefoneou email

    SemInformao

    Sem informao/no tem um sistema de avaliao

    Baseada na satisfao dos beneficirios

    Avaliao com mtodos mistos

    Desenho experimental

    Desenho quase experimental

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

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    Destaques da Anlise dos

    Programas de Voluntariado

    Destaques da Anlise dos Programas de Voluntariado Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Segundo os parmetros de avaliao selecionados para o estudo, a maioria dos programas de voluntariado

    avaliados mostram um desempenho global positivo em termos de prticas e metodologias relacionados com

    o voluntariado. O desempenho dos programas parece ser melhor ao nvel dos acordos de parceria, enquanto

    reas como a comunicao e a disseminao parecem estar menos desenvolvidas.

    Segundo os resultados do estudo, a melhor estratgia de comunicao para o recrutamento de voluntrios

    uma mistura do informal passa-palavra, trabalho em rede atravs dos media e marketing direto atravs de

    anncios em sites. Em todo o caso, h programas que ainda se baseiam apenas em prticas de anncios informais

    e onde a responsabilidade pelo recrutamento no assumida e/ou desvalorizada.

    Quanto disseminao, alguns programas no reportam

    resultados, enquanto outros no preveem estratgias de

    disseminao. A informao relevante se pensarmos

    que a apresentao dos casos dos programas na forma de

    estudos de caso ou histrias so considerados por alguns

    como uma forma muito efetiva de atrair potenciais

    voluntrios.

    No que concerne ao planeamento de programas, as boas

    prticas comuns relacionam-se com uma abordagem de

    planeamento flexvel e contnua que tenha elevada

    capacidade de resposta a um ambiente em rpida

    mudana (planeamento inserido). O foco est em

    objetivos e resultados claramente definidos, com uma

    forte ligao a necessidades especficas do grupo alvo.

    Embora isto seja verdade para um nmero muito

    significativo de programas, outros casos parecem terprocedimentos de planeamento mais rgidos e um foco

    forte em necessidades emergentes e processos,

    caratersticas estas que a longo prazo podem reduzir a

    eficcia e eficincia de um programa. A formao dos

    voluntrios o terceiro parmetro com a pontuao mais

    elevada do FT, logo depois dos procedimentos de

    monitorizao. Contudo, denote-se que alguns progra-

    mas no tm programas de formao preparados para os

    seus voluntrios e muitos deles no se socorrem de

    quaisquer materiais de apoio formao durante os

    eventos de formao que organizam.

    No que diz respeito ao contedo, os temas recorrentes so os

    conceitos, prticas e ticas de voluntariado/mentorizao,

    teoria, mtodos e tcnicas de interveno, informao e

    protocolos sobre servios legais/sociais ou de justia e,

    finalmente, informao sobre programas/organizaes. A

    formao apresentada de modo multifacetado. A maioria

    dos programas recorrem a contratos de voluntariado mas na

    maior parte dos casos no parece existir quaisquer materiaisde descrio de responsabilidades e atividades para orientar a

    colocao de voluntrios. Alm disso, parece ser raro os

    programas desenvolverem processos de correspon-

    dncia entre voluntrios e clientes do servio. Muitos

    programas no providenciam qualquer tipo de apoio

    econmico, ou material substancial, aos voluntrios que

    possa ser considerado. Finalmente, segundo os resultados

    do Questionrio de Partilha de Prticas, muitos programas de

    voluntariado parecem fugir avaliao formal e, entre aqueles

    que utilizam avaliao, o sistema principal de avaliao

    baseado na satisfao dos beneficirios. Nesta matria, se

    quisermos compreender completamente o impacto do

    voluntariado no setor da justia ou outro setor, e se suposto

    o conhecimento ser usado para melhorar o desenvolvimento

    de programas, ento a avaliao deveria ser mais

    generalizada, frequente e implementada com sistemas mais

    minuciosos. Baseada nas concluses da investigao, a tabela

    seguinte apresenta uma srie de boas prticas para os

    diferentes componentes dos programas de voluntariado.

    Justice Involving Volunteers in Europe32

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    35/57

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    36/57

    Recomendaes

    Recomendaes Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    Com base nos resultados do estudo, so recomendadas aes para melhorar as seguintes reas:

    Programas de voluntariado

    Trabalho em parceria

    Investigao

    Poltica

    AO NVEL DOS PROGRAMAS DE VOLUNTARIADO

    1. Promover a adoo de abordagens de planeamento baseadas nos resultados, focando os programas e a

    gesto dos programas em resultados claramente definidos a mdio e longo prazo que reforcem efetivamente a

    mudana social

    2. Facilitar a distribuio de voluntrios, recorrendo a processos de correspondncia entre voluntrios e a oferta

    da organizao promotora de voluntariado, bem como desenvolvendo ferramentas de apoio colocao dosvoluntrios e desta forma melhorar a eficincia. Uma das ferramentas de apoio poder ser, por exemplo, o

    descritivo de funes.

    3. Adotar prticas formais de formao inicial de voluntrios, focadas em contedo e temas selecionados, suportadas

    por uma abordagem de formativa que recorre a mtodos mistos com materiais de apoio especializados

    4. Desenvolver um currculo e um programa de formao para as prticas de iniciao ao voluntariado, baseados

    em contedos e mtodos de formao validados, e apoiar o desenvolvimento de um perfil de formador de

    voluntrios do Sistema de Justia Criminal

    5. Definir requisitos mnimos de superviso para garantir que todos os voluntrios recebem algum apoio por

    parte dos pares ou profissionais, e que este apoio sirva parapara alargar o ciclo de vida do voluntariado

    6. Adotar uma abordagem de monitorizao e avaliao mais robusta, passando a uma abordagem mais formalizada

    de forma a conceber os melhores sistemas e utilizar as ferramentas mais eficazes (documentao da atividade,

    abordagens de investigao com mtodos mistos e desenhos experimentais)

    7. Investir fortemente e promover consistentemente o trabalho entre setores, incentivando a partilha de boas

    prticas como um recurso para a inovao do processo e do contexto

    8. Promover a criao de um padro de referncia para programas de voluntariado que permitir a comparao

    e estandardizao a larga escala na Europa.

    Justice Involving Volunteers in Europe 34

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    37/57

    AO NVEL DAS PARCERIAS FORMULRIO DE TRIA

    GEM E QUESTIONRIO DE PARTILHA DE PRTICAS

    1. Promover a criao de uma rede europeia focada na

    partilha de boas prticas e no desenvolvimento de

    requisitos mnimos para programas de voluntariado no

    SJC

    2. Aprofundar o desenvolvimento de ferramentas de

    recolha de dados que permitam o estudo das prticas de

    voluntariado nos sistemas de justia da Unio Europeia

    3. Lanar propostas para projetos de aprendizagem

    mtua entre pases que se baseiem nos resultados desta

    investigao, colmatando lacunas e reforando pontos

    fortes

    4. Publicar anualmente os resultados e impactos do

    voluntariado no SJC como estratgia para promover as

    organizaes de voluntariado a trabalhar nesse setor

    5. Criar abordagens em parceria para colmatar dfices e

    custos na comunicao e disseminao

    6. Promover a formao colaborativa para tirar

    vantagem da possibilidade de escala e criatividade, de

    modo a assegurar uma mensagem de referncia e

    reduzir custos de servio7. Estabelecer referncias mnimas e comuns para

    avaliar a qualidade das organizaes e/ou programas de

    voluntariado

    AO NVEL DA INVESTIGAO

    1. Aprofundar o estudo sobre a prtica de voluntariado

    no Sistema de Justia Criminal, nomeadamente atravs

    do desenvolvimento de estudos a larga escala que

    possam refletir um panorama mais fidedigno (repre-

    sentativo) do tema

    2. Melhorar o Formulrio de Triagem e o Questionrio

    de Partilha de Prticas para facilitar a avaliao das

    atuais prticas de voluntariado, a identificao de

    necessidades, a partilha de prticas e a organizao de

    eventos e projetos de aprendizagem mtua

    3. Desenvolver Indicadores Chave de Desempenho

    que possam acompanhar a evoluo dos programas de

    voluntariado

    AO NIVEL DAS POLTICAS

    1. Introduzir padres de qualidade na formao dos

    voluntrios, criando requisitos mnimos para o currculo

    de formao, programas e formadores de voluntrios

    2. Incrementar o apoio para a partilha de prticas,

    conhecimento e experincia ao nvel de programas de

    voluntariado no Sistema de Justia Criminal e enfatizar a

    sua importncia no mbito dos programas financiados

    pela UE que abordam a mobilidade, o intercmbio trans-

    nacional e a aprendizagem mtua

    3. Apoiar a criao de medidas e ferramentas para

    facilitar a partilha de prticas, experincia e

    conhecimento entre voluntrios envolvendo

    organizaes do SJC

    Justice Involving Volunteers in Europe35

    Recomendaes Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

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    Bibliografia

    Bibliografia Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

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    Justice Involving Volunteers in Europe 36

  • 7/25/2019 Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

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    Glossrio

    Glossrio Desenho e Implementao de Programas de Voluntariado no Sistema de Justia Criminal

    TIPO DE INTERVENO DAS ORGANIZAES

    ESPECIALIZADA

    Trabalha exclusivamente numa rea de servio, desenvolvendo uma interveno especfica

    DIVERSIFICADA

    Trabalha exclusivamente numa rea de servio, cobrindo diferentes aspetos da oferta do servio naquela rea

    BANCO DE VOLUNTRIOS

    Disponibiliza voluntrios para outras organizaes

    GENRICA

    Trabalha em diferentes reas de servio

    PLANEAMENTO

    PLANEAMENTO INTEGRADO

    Estratgia de planeamento flexvel e contnuo

    PLANEAMENTO REATIVO

    O planeamento desenvolvido como uma resposta a mudanas que afetam a organizao ou programa

    PLANEAMENTO CRISTALIZADO

    Foi conduzido um processo de planeamento no incio da organizao ou etapa inicial mas no houve esforos

    de planeamento conduzidos desde ento.

    ORIENTAO DA ESTRATGIA DE TRABALHO

    ORIENTAO PARA OBJETIVOS

    O programa de voluntariado est focado num objetivo claramente definido

    ORIENTADA PARA O GRUPO ALVO

    O programa de voluntariado est focado num grupo alvo especfico

    ORIENTADA PARA A INSTITUIO/PROCESSO