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Em linhas gerais, três tipos de desenhos devem compor
o projeto estrutural de um edifício em concreto armado,
a saber:
• Planta de cargas e locação dos pilares
• Desenhos das formas estruturais
• Desenhos das armações
A planta de cargas e de locação dos pilares
geralmente é o primeiro desenho de um projeto
estrutural.
As informações desse desenho, juntamente com as
oriundas das sondagens do terreno, permitirão a
escolha do tipo de fundação (sapata, estaca,
tubulão, etc.) mais adequada à obra.
A planta de cargas e de locação dos pilares
A planta de cargas e de locação dos pilares é um
desenho relativamente simples, que apresenta dois
tipos de informações:
a) Seções dos pilares locados em relação a dois eixos
de referência do terreno (em geral o alinhamento e uma
das divisas).
b) Todas as cargas que serão transmitidas aos
elementos de fundação (sapatas, estacas, tubulões,
etc.) e, posteriormente, à camada resistente do solo.
Somente após a definição do tipo de fundação a ser
empregada pode-se dar início à execução do primeiro
desenho do projeto estrutural necessário ao início da
obra – Desenho de Formas da Fundação.
DESENHOS PARA EXECUÇÃO DAS FORMAS
ESTRUTURAIS
O desenho para execução de formas de um
pavimento é composto por uma planta da estrutura
que sustenta aquele pavimento, isto é, o conjunto de
pilares, vigas e lajes.
Neste desenho, os detalhes informados devem definir
perfeitamente os elementos estruturais por meio de
suas dimensões e por sua localização em relação a
eixos ou linhas de referência importantes.
Dessa forma, devem ser feitos tantos cortes e/ou
elevações quantos forem necessários para a perfeita
definição dos elementos estruturais em
representação.
Um desenho de formas deve ser executado em
escala 1:50 ou em outra escala comumente usada no
meio técnico, desde que a clareza do desenho não
seja prejudicada.
Para cada pavimento ou “nível estrutural” existirá um
desenho para a execução de formas.
Em um edifício usual em concreto armado, os
desenhos a serem executados são os seguintes:
Formas das Fundações, Formas do Pavimento Tipo;
Formas da Cobertura, Formas do Piso da Casa de
Máquina e do Barrilete;
Formas do Reservatório Elevado, etc.
REPRESENTAÇÃO DOS ELEMENTOS NO
DESENHO DE FORMAS
Pilares
Os pilares são representados no desenho de forma em
corte, ou seja, representa-se a seção transversal do
pilar com as respectivas dimensões para o pavimento
em questão.
REPRESENTAÇÃO DOS ELEMENTOS NO
DESENHO DE FORMAS
Pilares
Em geral, especialmente em edifícios de poucos
pavimentos, costuma-se manter a mesma seção dos
pilares até a cobertura. Entretanto, existem situações
em que as dimensões da seção do pilar variam de um
pavimento para outro.
REPRESENTAÇÃO DOS ELEMENTOS NO
DESENHO DE FORMAS
Pilares
Além disso, podem existir pilares que têm início
(nascem) no pavimento em representação ou pilares
que são interrompidos (morrem) nesse pavimento.
Assim, convém estipular uma notação para a
representação dos pilares em tais situações. Uma
notação usual é a indicada na figura 4.
Deve-se notar que, na representação da figura 4,
parte da seção do pilar P1 é interrompida (morre) no
pavimento e o restante do pilar continua acima do
referido pavimento.
Vigas
No desenho de formas, as vigas são representadas
em planta, devendo-se fornecer informações tais
como as dimensões da seção transversal (largura e
a altura) e o comprimento das mesmas.
Informações e detalhes construtivos adicionais
devem ser representados por meio de cortes na
própria planta ou em separado.
Na planta de formas estruturais, as vigas são
observadas de baixo para cima e são representadas
no desenho por meio de duas linhas espaçadas de
sua largura ao longo do comprimento da mesma.
Tais linhas representam as arestas visíveis e as
arestas invisíveis, (com o observador olhando de
baixo para cima). As arestas visíveis são
representadas por linhas cheias e as invisíveis por
linhas tracejadas.
No caso de vigas invertidas, pode-se ter a
representação por linha cheia (aresta visível) e linha
tracejada (aresta invisível), conforme a figura 5.
Lajes
As lajes em um desenho de formas estão
praticamente definidas após a representação dos
pilares e das vigas.
O único cuidado a ser tomado diz respeito a
representação de rebaixos, superelevações, ou
aberturas existentes nas lajes.
Os rebaixos e as superelevações acontecem quando
o nível de uma laje não coincide com o nível adotado
para o desenho de formas, o qual corresponde,
geralmente, ao nível da maioria das lajes
representadas no desenho de formas.
Um exemplo da representação de rebaixos nos
desenhos de formas está ilustrado na figura 6.
As aberturas de lajes são representadas por duas
linhas que ligam os vértices da abertura, conforme
indica a figura 7.
Escadas
A escada geralmente não é representada no desenho
de formas do pavimento a qual ela pertence.
Um desenho especial deve ser feito, em folha à parte
e em escala maior que a escala do desenho de
formas, para a representação da escada.
No desenho de formas do pavimentos, no lugar
reservado para a colocação da escada, faz-se a
representação de uma abertura na forma, tal como
ilustrado anteriormente na figura 7.
DESIGNAÇÃO DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS
NAS FORMAS
É usual obedecer a simbologia a seguir para a
designação dos elementos estruturais representados
nas formas.
A designação deve ser seguida pelo respectivo
número de ordem do elemento (numeração) e
também da indicação de suas dimensões (espessura
das lajes, dimensões das seções transversais de
vigas e pilares, etc).
No desenho de formas do pavimentos, no lugar
reservado para a colocação da escada, faz-se a
representação de uma abertura na forma, tal como
ilustrado anteriormente na figura 7.
NUMERAÇÃO E INDICAÇÃO DAS DIMENSÕES DOS
ELEMENTOS
Numeração e indicação das espessuras das lajes
Juntamente com a designação (símbolo) de cada laje
indica-se o seu número de ordem.
A numeração das lajes normalmente é feita partindo-se
do canto superior esquerdo até atingir o canto inferior
direito.
Ou seja, a numeração é feita da esquerda para a direita,
de cima para baixo.
Imediatamente abaixo da designação e numeração
da laje deve-se indicar obrigatoriamente a espessura
da mesma.
O conjunto designação, numeração e indicação das
espessuras deve ser posicionado, sempre que
possível, próximo do centro da laje (ver exemplo da
figura 3).
Numeração e indicação das dimensões das vigas
Juntamente com a designação de cada viga indica-se
o seu número de ordem.
A numeração das vigas é feita de maneira
semelhante às lajes, ou seja, as vigas são numeradas
da esquerda para a direita, de cima para baixo.
A numeração inicia-se pelas vigas dispostas
horizontalmente (em planta), partindo-se do canto
superior esquerdo e prosseguindo-se por
alinhamentos sucessivos até atingir o canto inferior
direito.
numeram-se as vigas dispostas verticalmente,
partindo-se do canto inferior esquerdo e
prosseguindo-se por fileiras sucessivas até atingir o
canto superior direito.
Deve-se indicar, juntamente a designação e a
numeração, as dimensões da seção transversal da
viga.
O conjunto designação, numeração e indicação das
dimensões geralmente é posicionado na parte
superior das linhas de representação das vigas no
desenho de formas (ver exemplo da figura 3).
Quando alguma das dimensões da seção se alterar
ao longo do comprimento da viga, nova indicação
deve ser feita.
Numeração e indicação das dimensões dos pilares
Juntamente com a designação de cada pilar indica-se
o seu número de ordem.
A numeração dos pilares é feita de maneira
semelhante às lajes e às vigas.
A numeração dos pilares deve ser feita partindo-se do
canto superior esquerdo do desenho para a direita,
em linhas sucessivas.
Deve-se indicar, juntamente a designação e a
numeração, as dimensões da seção transversal do
pilar.
No caso de variação destas dimensões no pavimento,
deve-se indicar as dimensões antigas e as novas do
pilar.
O conjunto designação, numeração e indicação das
dimensões de cada pilar deve ser colocado em baixo
e à direita da representação deste pilar no desenho
de formas (ver exemplo da figura 3).
CORTES FEITOS NOS DESENHOS DE FORMAS
Os cortes verticais feitos na planta de formas são
necessários para mostrar detalhes que não podem
ser mostrados em planta, tais como os níveis das
lajes (rebaixos e superelevações), aberturas
horizontais em vigas, etc, contribuindo para a maior
clareza do desenho.
É comum apresentar dois cortes na forma, um
transversal e outro longitudinal. Para formas simples,
muitas vezes um só corte pode ser suficiente.
Os referidos cortes verticais são representados na
próprio local do desenho onde o corte é feito.
Desse modo, os cortes verticais são rebatidos no
plano horizontal do pavimento em questão,
respeitando-se a convenção de que o observador vê
o desenho de frente ou pela direita (ver exemplo da
figura 3).
DEMAIS INFORMAÇÕES IMPORTANTES NAS
PRANCHAS DO PROJETO
Nível
O nível de referência utilizado em todos os projetos
dos subsistemas do edifício deve ser único para
evitar equívocos no canteiro de obras.
A referência adotada no levantamento plani-
altimétrico precisa ser a mesma utilizada nos ensaios
de sondagem geológica, no projeto de arquitetura, de
estrutura e assim por diante.
Essa prática, apesar de óbvia, às vezes não é
adotada.
Eixos e cotas acumuladas
Pelo menos dois eixos ortogonais precisam ser
definidos de comum acordo entre o projetista da
estrutura e o arquiteto.
Com eles serão locados na obra os gabaritos, as
fundações, a estrutura e a alvenaria.
Dentre os critérios para estabelecer os eixos
destacam-se: a ausência de alvenarias ou pilares
coincidentes com a projeção dos eixos e o
paralelismo às direções principais do projeto.
Por isso, muitas vezes, os eixos estão localizados em
corredores. Auxilia bastante a execução no canteiro o
fato das cotas e distâncias no projeto de estrutura
serem fornecidas acumuladas em relação a estes
eixos, além de evitar a propagação de erros.
Especificação das cargas permanentes e acidentais
É fundamental que os parâmetros que foram
utilizados no cálculo pelo projetista da estrutura
estejam representados no projeto.
Só assim, a construtora poderá executar a obra
segundo idealizado pelo projetista, respeitando as
espessuras das alvenarias e revestimentos previstas
no carregamento permanente.
As cargas permanentes e acidentais devem ser
explicitadas em todas as folhas de fôrmas do projeto.
Devem, ainda, constar nos projetos os locais e as
massas (ou densidades com espessuras) de
carregamentos especiais como enchimentos, jardins,
equipamentos, e assim por diante.